CRÉDITOS

Filhos do Rio escrito por Thiago Henrik

Layout e Diagramação por Thiago Henrik
Imagens: Midjourney, Artflow.ai, Inkarnate e Freepik

Esta obra é um suplemento não-oficial para Chamado de Cthulhu

RPG (7ª Edição), distribuido gratuitamente e sem qualquer
relação com os detentores dos direitos do jogo, Chaosium Inc.
ou Editora New Order.
A venda deste material é proibida, assim como alterações para
posterior venda ou distribuição não autorizada.

CONTATO
Mastodon: mas.to/@thiabolico
Twitter: @thiabolico
Discord: Thiago Henrik#9438
 AVISO
• Fonte Boa-AM é um município real, mas a maneira como
foi retratado na obra é completamente ficcional. Quaisquer
semelhanças com locais, pessoas e acontecimentos é mera
coincidência.

• O povo indígena que, nesta obra de horror, habita a região,

é 100% ficional e não há a intenção de retratar, difamar ou
ofender quaisquer povos indígenas reais.

• Algumas cenas contém descrições de violência e “gore”.

 SUMÁRIO
SINOPSE ----------------------------- 5 INFERNO VERDE ----------------- 22
Sobre os investigadores ------------ 5 Área de garimpo -------------------- 22

INFORMAÇÕES
PARA O GUARDIÃO --------------------- 5
O caminho da estatueta ------------ 5
O povo Namboka -------------------- 6
O guia da expedição ---------------- 6
A profecia da Grande Cheia ------- 6
ENCONTRANDO
OS NAMBOKA --------------------- 23
Guerreiro(a) Namboka ------------- 24
Na aldeia ----------------------------- 24
Explorando a aldeia ---------------- 24
A cerimônia do Pai do Rio -------- 25
A bênção do Pai do Rio ------------ 25

CONTEXTO DA AMBIENTAÇÃO -- 7 A OPERAÇÃO MILITAR ---------- 27

Ditadura ------------------------------ 7
Amazônia ----------------------------- 7
A GRANDE CHEIA ---------------- 27
A situação em Fonte Boa-AM ------ 7
Resolução ---------------------------- 28
A VIAGEM ---------------------------- 8 CURTIU? CONSIDERE PAGAR UM
A aventura começa ------------------ 8 CAFÉ AO AUTOR ------------------ 29
Personagens do Guardião ---------- 8
Explorando o barco ---------------- 10
Documento 3 ------------------------ 12 LEITURAS RECOMENDADAS --- 29
Documento 2 ------------------------ 13
Documento 1 ------------------------ 14 FICHAS PRÉ-CONSTRUÍDAS --- 30
O ataque noturno ------------------- 15

EM FONTE BOA ------------------- 16

Noite mal dormida ---------------- 20
Filho do Rio --------------------------- 21
A ameaça dos garimpeiros ------- 22
 OS FILHOS
DO RIO
SINOPSE
Em 1970 uma estatueta de 700 anos é
encontrada no coração da floresta amazônica
e chega ao departamento de arqueologia da
Universidade do Amazonas, que organiza
uma expedição para encontrar o possível sítio
arqueológico na região, agora marcada por
conflitos entre povos indígenas, garimpeiros
e militares, que voltam os olhos para o
desenvolvimento e ocupação da Amazônia.
Sobre os investigadores
Os investigadores fazem parte da expedição
da universidade, então fará mais sentido se
suas ocupações forem relacionadas à área
acadêmica, como Arqueologia, Paleontologia,
Antropologia e semelhantes. Mas, com um pouco
de imaginação e algum bom-senso, é possível
criar motivações para que personagens com
outras ocupações acompanhem a expedição:
um jornalista pode estar cobrindo a descoberta
para o jornal, um fotógrafo pode ter sido
contratado para documentar a expedição,
um militar pode ter recebido ordens para
acompanhar e relatar os acontecimentos
etc. As fichas de quatro investigadores pré-
construídos estão disponíveis no final deste
PDF.
5
INFORMAÇÕES PARA O GUARDIÃO
A estatueta chegou às mãos do departamento
de arqueologia da Universidade há cerca de
2 meses, doada por um político de Manaus.
Ela foi esculpida em pedra, tem cerca de 15
centímetros e retrata um ser antropóide, mas
que exibe nadadeiras, guelras e uma grande
cabeça que se assemelha a de peixes.
O caminho da estatueta
1. A estatueta foi esculpida por ancestrais do
povo Namboka, e estava na posse de um
jovem indígena, Piraci Namboka, quando
ele foi surpreendido e assassinado na
mata há quatro meses por um garimpeiro,
Raimundo Correia.
2. O garimpeiro perdeu-a para um pescador
de Fonte Boa-AM, José Barros, em uma
aposta no dominó.
3. Uma ativista do meio-ambiente, Francisca
Silva, viu a estatueta na banca do
pescador na feira e fez uma oferta por ela,
comprando-a.
4. A ambientalista levou a estatueta para
Manaus, dando-a de presente para um
deputado, Guilherme Navarro, com quem
se reuniu.
5. O político doou a estatueta para a
Universidade do Amazonas.
O povo Namboka
Os Namboka são uma pequena e reclusa
nação indígena no coração da Amazônia.
Alguns têm escarificações imitando escamas,
pinturas que lembram guelras no pescoço, e
vários deles raspam os dentes para torná-los
pontiagudos, como dentes de peixe.
Esse povo tem um segredo: está em contato
com um deus do rio, um ser ancestral que
aparece a cada sete anos e transforma alguns
poucos escolhidos em criaturas híbridas de
humano e peixe, chamadas pelos Namboka
de Filhos do Rio. A estatueta representa um
desses seres.
Essas criaturas estéreis não possuem mais um
aparelho fonador que permita a fala humana,
mas mantém a inteligência e conhecimento
humano e adquirem força e agilidade que
em muito superam a de humanos comuns,
usando-as para proteger o território da tribo
Namboka há milhares de anos, defendendo-os
de colonizadores, caçadores e, recentemente,
madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Atualmente, existem nove Filhos do Rio na
região.
Os relatos sobre os ataques misteriosos
geralmente eram suficientes para manter os
moradores mais antigos da região afastados
do local. Mas o ‘progresso’, incentivado
pelo regime militar do Brasil, tem levado
estrangeiros e forasteiros a ameaçar o território
dos Namboka, assim como o de outras tribos
da região, que travam uma guerra contra
madeireiros e garimpeiros.
O guia da expedição
O antropólogo, linguista e - secretamente -
ocultista americano Nicholas Hawthorne, da
universidade de Miskatonic, em Massachusetts,
pesquisa a região há 13 anos, buscando a
6
verdade por trás das histórias dos nativos e
lendas folclóricas, produzindo artigos sobre
a cultura local e ganhando prestígio no meio
acadêmico.
Há nove anos, encontrou o diário de um
padre católico do século XIX, mencionando um
colega missionário que teria ficado louco após
um contato com os índios Namboka, na região
do Alto Solimões.
Sozinho, ele viajou à região e conseguiu fazer
contato com a tribo, gradualmente ganhando
sua confiança e aprendendo sua língua. Dois
anos depois, finalmente presenciou o evento
que mudou sua vida: a aparição de um “deus”
ancestral, o Pai do Rio, e a transformação de
um Filho do Rio.
Ele guarda segredo sobre tudo que viu, mas,
quando ficou sabendo sobre a expedição, se
ofereceu como guia.
A profecia da Grande Cheia
Três anos após presenciar a cerimônia do
Pai do Rio, Hawthorne descobriu uma caverna
próxima à aldeia dos Namboka, com estranhos
símbolos e muitos desenhos representando
os homens-peixe. Com a ajuda do Pajé, o guia
espiritual e guardião do conhecimento do seu
povo, ele decifrou os escritos da caverna, uma
profecia sobre a vinda da Mãe do Rio, uma
entidade que se levantará das águas e trará com
ela uma grande cheia que cobrirá o mundo para
purificá-lo, poupando apenas os seus Filhos:
todo o povo Namboka transformado.
Com seus conhecimentos em ocultismo, o
doutor concluiu que as palavras na caverna
não eram apenas uma profecia, mas instruções
para um ritual de invocação, a ser utilizado no
momento de maior necessidade do povo.
Com a ameaça crescente dos garimpeiros e
madeireiros e o interesse dos odiosos militares,
e agora essa expedição que coloca os Namboka
e seus segredos em risco, Hawthorne decide
que é chegada a hora dos filhos reunirem-se
com a mãe, e leva a própria filha de seis anos
na expedição, para que ela também seja salva.
CONTEXTO DA AMBIENTAÇÃO
Ditadura
Em 1970 o Brasil estava vivendo o período
mais sombrio da ditadura militar, com o terrível
Ato Institucional nº 5 tendo sido decretado há
menos de dois anos pelo governo de Artur da
Costa e Silva.
O AI-5 proibia a garantia de habeas corpus
em casos de crimes políticos, decretou
o fechamento do Congresso Nacional e
autorizava o presidente a decretar estado
de sítio por tempo indeterminado, demitir
pessoas do serviço público, cassar mandatos,
confiscar bens privados e intervir em todos os
estados e municípios.
Por meio do AI-5, a Ditadura Militar iniciou o
seu período mais rígido, e a censura aos meios
de comunicação e a tortura como prática dos
agentes do governo consolidaram-se como
ações comuns e rotineiras.
Amazônia
Sob o lema “integrar para não entregar”, o
governo militar volta os olhos à Amazônia.
O Estado concede incentivos e subsídios
para as grandes corporações se instalarem na
região, implantando, há 3 anos, a Zona Franca
de Manaus, que levou à construção de dezenas
de fábricas de multinacionais na cidade.
Neste ano foi criado o INCRA (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária)
e o PIN (Programa de Integração Nacional),
além de outros organismos que tinham como
fim: colonizar, ocupar, desenvolver, integrar e
7
“descobrir” a Amazônia.
Como resultado, a região se viu tomada
por turistas brasileiros e de outros países,
empresários sem escrúpulos e militares, que
montavam bases no interior dos estados, em
uma estratégia de segurança nacional.
A situação em Fonte Boa-AM
A maior parte da aventura se passa nos
arredores da cidade amazonense de Fonte Boa,
a 677 Km em linha reta de Manaus. A viagem
da capital até lá só podia ser feita por barco e
levava 3 dias, percorrendo ao todo 847 km de
rio.
A cidade é muito pequena e composta
por comunidades ribeirinhas. A presença
do exército, que tem uma base na cidade,
trouxe atendimento médico, medicamentos e
oportunidades de negócios, mas veio com o
preço dos abusos autoritários a que os cidadãos
passaram a ser submetidos.
Além dos militares, garimpeiros, madeireiros
e oportunistas de toda espécie passaram a ver
a região como uma fonte de riquezas a serem
exploradas, criando conflitos com os indígenas
da região. A isso os militares fazem vista grossa,
em nome do progresso, quando não defendem
os empresários em troca de dinheiro sujo.
O mercúrio - usado no garimpo para “grudar”
partículas de ouro - tem contaminado a água
do rio e os peixes que abastecem a cidade,
prejudicando o mercado pesqueiro, que era
uma das principais atividades da cidade, o
que fez com que muita gente acabasse indo
trabalhar nas mineradoras, serrarias e outros
novos empreendimentos da região.
A contaminação do rio também faz com
que os pescadores que restaram precisem
ir cada vez mais longe em busca de peixe, se
aproximando perigosamente do território dos
Namboka, indígenas isolados e de costumes
estranhos, que até os outros indígenas evitam.
 A VIAGEM Personagens do Guardião
A aventura começa Nicholas Hawthorne
Está quente e úmido, as roupas estão
grudando no corpo dos investigadores e os
mosquitos também. Mas o cenário ao redor
é tão incrível que compensa o desconforto.
Eles estão testemunhando um pôr do sol
sendo refletido nas águas do Rio Solimões, um
afluente do maior rio do mundo, o Amazonas,
enquanto a exuberância e o mistério da floresta
amazônica passam por eles nas duas margens
do rio.
Eles estão em um pequeno barco de
passageiros, chamado “Frito e Escarrado”, que
partiu do Porto de Manaus há 2 dias para uma
viagem de 847 km até a minúscula e isolada
cidade de Fonte Boa.
Os investigadores fazem parte de uma
expedição organizada pela Universidade do
Amazonas, que procura determinar o local
onde a estatueta foi encontrada, que pode 55 anos. Natural de Massachusetts-EUA.
indicar a existência de um sítio arqueológico a Antropólogo da universidade de Miskatonic.
ser descoberto. Fala português muito bem, mas com sotaque
A expedição inclui, além dos investigadores, americano. Chamado de “Nico” pelos
o Dr. Nicholas Hawthorne, antropólogo e conhecidos brasileiros, é um homem gentil,
um pouco avoado e atrapalhado, mas com uma
linguista da universidade de Miskatonic, de
enorme sede por conhecimento.
Massachusetts (EUA), que pesquisa a região
há mais de uma década e foi contratado como
FOR 40 CON 50 TAM 50 DES 50
guia da expedição. Sua filha de seis anos, Sarah
APA 60 INT 60 POD 70 EDU 80
Hawthorne, também está no barco, além do
PV: 10 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 25 Sanidade 30
piloto do barco, Orlando Mão-de-Macaco, e
dois militares devidamente fardados: o capitão
Antropologia 80%
Messias Richter e o soldado Wellington Pereira. Arqueologia 50%
Se nenhum investigador for um arqueólogo, Avaliação 40%
o Guardião também pode querer incluir na História 60%
expedição a Dra. Jessica Baker. Língua (Outra: Namboka) 40%
Mundo Natural 50%
Ocultismo 50%
Pilotar (Barco): 40%

8
 Usar Biblioteca 60% Jessica Baker
Mythos de Cthulhu 20%
Psicologia 30%
Sobrevivência 30%
Persuasão 30%
Nível de Crédito: 50%

Sarah Hawthorne
6 anos. Filha do Dr. Hawthorne. Sua mãe,
amazonense, morreu de malária quando ela
tinha 2 anos. É surda (se comunica com o pai
através da língua de sinais) e tem saúde frágil,
sendo pálida e pouco dada a atividades físicas.
Mas fica encantada com a natureza e adora
desenhar.

Orlando “Mão-de-Macaco” Santos

60 anos. Natural de Coari-AM. Bonachão, 39 anos. Natural de Manaus-AM. Doutora
galanteador, beberrão. Navega pela região há em Arqueologia e professora na Universidade
décadas e tem muitas histórias para contar - do Amazonas.
nem todas verdadeiras. É muito supersticioso
e acredita que alguns mistérios devem FOR 50 CON 40 TAM 60 DES 50
permanecer assim. APA 60 INT 70 POD 50 EDU 80
PV: 10 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 25 Sanidade: 50
FOR 50 CON 80 TAM 50 DES 60
APA 60 INT 70 POD 50 EDU 50 Arqueologia: 70%
PV: 13 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 30 Sanidade 50 Ciência: 60%
Usar Biblioteca: 60%
Arremessar 40% Medicina: 50%
Charme 40% Primeiros Socorros: 50%
Consertos Elétricos 50% Navegação: 50%
Consertos Mecânicos 50% Rastrear: 40%
Mundo Natural 60% Encontrar: 40%
Natação 60% Sobrevivência: 40%
Navegação 70% Navegação: 40%
Operar Maquinário 50% Nível de Crédito: 50%
Primeiros Socorros 40% Pilotar (Barco): 30%
Sobrevivência 40%
Nível de Crédito: 40%

9
Messias Richter Wellington Pereira
20 anos. Soldado do Exército. Natural de
Manaus-AM. Foi designado como escolta do
Capitão Richter. De origem muito humilde,
encontrou no exército um meio de sustento.
É gentil, respeitoso e disciplinado.

FOR 60 CON 70 TAM 60 DES 80

APA 50 INT 50 POD 50 EDU 40
PV: 13 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 40 Sanidade: 50

Armas de Fogo (Pistolas): 40%

Armas de Fogo (Rifles): 60%
Consertos Mecânicos: 40%
Encontrar: 50%
Escutar: 60%
Escalar: 50%
Furtividade: 50%
Lutar (Brigar): 70%
Natação: 50%
45 anos. Capitão do Exército. Nascido no Saltar: 40%
interior de São Paulo e transferido para o Sobrevivência: 40%
Amazonas. Vai assumir o comando em Fonte Nível de Crédito: 30%
Boa-AM. Arrogante, preconceituoso, cruel,
resoluto. Acredita que os indígenas atrasam o
progresso do país.
Explorando o barco
A aventura começa no segundo dia de viagem
FOR 60 CON 80 TAM 60 DES 70
de barco e - se tudo ocorrer normalmente
APA 50 INT 40 POD 50 EDU 50
- eles deverão desembarcar em Fonte Boa
PV: 14 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 35 Sanidade: 50
na manhã do dia seguinte. Nesse tempo, os
investigadores podem querer conversar com
Armas de Fogo (Pistolas): 70%
os outros passageiros e encontrar pistas para
Armas de Fogo (Rifles): 60%
entender melhor o que está acontecendo.
Arte/Ofício (Garimpo): 25%
O barco tem dois andares, com o andar de
Dirigir Auto: 40%
baixo tendo a cabine do piloto, uma pequena
Encontrar: 50%
cozinha e banheiros, além de espaço para
Intimidação: 60%
armar duas redes próximo à escada, que está
Natação: 40%
ocupado pelos dois militares.
Pilotar: 50%
O andar de cima é onde ficam as redes
Primeiros Socorros: 50%
dos demais passageiros, incluindo os
Rastrear: 50%
investigadores.
Sobrevivência: 40%
Nível de Crédito: 50%

10
• Em qualquer lugar do barco um
investigador pode encontrar um jornal
velho (DOCUMENTO 1), que traz uma
notícia sobre a expedição e sobre o
assassinato da ativista.
• A Dra. Baker pode falar sobre a estátua
e o objetivo da expedição. Também pode
mencionar ainda que o político que doou
a estátua, Guilherme Navarro, estava
desaparecido há 1 semana quando eles
embarcaram, e que ele era conhecido por
se opor aos militares em muitas questões.
• O piloto do barco, Orlando, pode falar um
pouco sobre a tensão na região envolvendo
indígenas, garimpeiros e militares.
• O capitão Richter evita de forma ríspida
responder qualquer coisa envolvendo
indígenas, garimpeiros ou a presença
de militares. Qualquer tentativa de
intimidação por parte dos investigadores
ou perguntas insistentes serão
respondidas com agressividade. Lembre
aos investigadores que estamos em plena
ditadura militar, e que quem desafiasse ou
perguntasse demais podia acabar preso,
torturado e morto.
• O soldado Pereira é mais receptivo,
mas sabe pouquíssima coisa além de que
foi selecionado - para sua tristeza - pelo
próprio capitão para ser transferido com
ele para Fonte Boa.
• O Dr. Hawthorne pode falar sobre a
cidade de Fonte Boa, que ele já visitou
outras vezes, e sobre sua filha e a morte
da mãe dela. Ele defende os indígenas e
acha absurda a invasão do seu território,
acha muito importante viver em harmonia
com a natureza e é simpático e solícito. Se
perguntado sobre a estatueta, diz não saber
de nada e nunca ter visto nada parecido na
região.
• Se os investigadores conseguirem mexer
nos pertences do Dr. Hawthorne sem
11
que ninguém perceba, acharão um livro
chamado “Dogme et Rituel de la Haute
Magie”, de Eliphas Lévi, publicado em 1855.
Um investigador que passe em teste de
Línguas (Francês) e tiver tempo de ler o
livro vai encontrar capítulos sobre religião,
necromancia, talismãs, adivinhação, maus-
presságios etc. Um sucesso em Ocultismo
identifica palavras e símbolos relacionados
a tarot e cabala, e um sucesso Sólido ou
Extremo identifica Eliphas Lévi como
um famoso esotérico do século XIX, que
acreditava que religião e magia não eram
opostas à ciência, mas um outro tipo de
ciência a ser estudada, a ciência esotérica.
Dentro do livro, eles encontram ainda duas
folhas de papel soltas: a primeira é uma
página do diário de um padre do século
XIX (DOCUMENTO 2). A segunda, também
escrita à mão mas com outra letra, contém
símbolos estranhos e palavras em uma
língua desconhecida (DOCUMENTO
3). Investigadores com Antropologia
alta ou alguma Língua indígena podem
identificar, sem testes, que o idioma
tem semelhanças com algumas línguas
indígenas, mas esta é desconhecida, e
apenas uma palavra pode ser lida: “mãe”,
embora não seja possível saber se esse é o
significado real.
• Se o Dr. Hawthorne perceber que eles
encontraram o livro ou o diário, ficará
inicialmente com muita raiva, por terem
mexido em seus pertences pessoais. Se
questionado sobre o livro e o diário, se
forçará a sorrir e explicará que acha tais
escritos interessantes apenas de um
ponto de vista antropológico, mas que,
obviamente, não acredita em mágica.
Qualquer tentativa de persuadi-lo a falar
do assunto será rechaçada, primeiro
com bom-humor e tentativas de mudar
 de assunto e, depois, em caso de muita Hawthorne e sua filha não comem peixe.
insistência, de forma ríspida. • Sarah Hawthorne passa a maior parte do
• Personagens como Orlando ou mesmo tempo acompanhada do pai, desenhando
investigadores, podem querer pescar, mas ou observando a paisagem.

Documento 3

12
Documento 2

13
Documento 1
 O ataque noturno
À noite, quando todos se recolherem para
dormir, eles são acordados com o disparo de
uma arma de fogo, que parece ter vindo do
andar de baixo do barco. Lá, eles encontrarão
o capitão Richter com uma pistola na mão,
apontando para a água, exasperadamente.
O capitão Richter explica que algo parece ter
saltado da água, agarrado o soldado e pulado
de volta no rio, desaparecendo. A noite escura
torna impossível enxergar qualquer coisa na
água barrenta, e nas margens também não se
vê nada.
Se um investigador tiver declarado que não
ia dormir, pode fazer um teste de Escutar e,
se obtiver um sucesso, ouve um barulho como
de algo saindo da água alguns segundos antes
do disparo da arma. Se ele estiver no andar de
baixo, vê um vulto escuro surgindo embaixo
da rede do soldado e puxando-o rapidamente
para a água.
• Richter diz que não conseguiu ver direito,
estava semi-acordado e viu apenas uma
coisa grande e escura, tendo atirado por
reflexo. Ele acredita que provavelmente foi
“um indío”.
• Um sucesso em Rastrear revela uma
estranha pegada molhada próximo à rede, de
um pé em um formato e tamanho maior que
o normal. Um posterior sucesso em Ciência
ou Mundo Natural indicaria que o pé parece
ter membranas entre os dedos, como a de
patos ou animais marinhos.
• Um sucesso em Encontrar revela sangue
próximo à rede. É impossível determinar no
momento se pertence ao atacante, que pode
ter sido atingido pelo tiro, ou ao soldado.
Se os investigadores levantarem, na frente
do capitão Richter, a hipótese do soldado
ter sido atingido pelo tiro, ele ficará hostil
15
e pode até mesmo dar voz de prisão caso
insinuem que ele pode ter matado o soldado,
acidentalmente ou não.
• Qualquer tentativa de sair do barco e procurar
na água ou nas margens será desencorajada
pelo piloto do barco, Orlando, que alertará
para perigos como afogamento, ficar
perdido na mata, animais selvagens e um
novo ataque da pessoa ou criatura que levou
o soldado. Se, ainda assim, um investigador
decidir fazê-lo, deve passar em um teste
de Natação para chegar a cada margem do
rio (não há bote, apenas boias) e, no local,
um teste bem-sucedido de Rastrear revela
que nada saiu ou foi arrastado da água nas
margens próximas ao barco. Caso ele decida
ficar pra trás e investigar a fundo a mata, o
guardião pode pedir testes de sobrevivência
e arranjar encontros com animais perigosos
e até mesmo com um Filho do Rio (ver página
21).
• O Dr. Hawthorne, que ficou com sua filha e
não desceu quando ouviu o tiro, faz perguntas
e aparenta ficar tão chocado e assustado
quanto os outros, mas um sucesso Sólido em
Psicologia revela que ele não parecia tão
surpreso quando ouviu o relato do ataque.
Qualquer tentativa de questioná-lo quanto
a isso será respondida de forma evasiva, do
tipo “a floresta amazônica é perigosa, essas
coisas acontecem, provavelmente foi algum
animal, como uma jibóia ou um jacaré”.
O capitão Richter explica que, assim que
chegarem em Fonte Boa-AM, vai organizar
um grupo de busca para encontrar o soldado
Pereira. O restante da viagem ocorre sem
outros incidentes.
 EM FONTE BOA
Os investigadores chegam em Fonte Boa na
manhã do dia seguinte. Quando desembarcam,
o capitão Orlando desce para comprar algumas
provisões e logo segue viagem, pois passará
pelas cidades vizinhas e só retornará em uma
Porto e Feira
A cidade tem um pequeno porto, onde cabem
3 ou 4 barcos atracados. Há um certo ar de
abandono, com redes de pesca largadas, uma
canoa afundada e caixotes apodrecidos.
16
semana. O Dr. Hawthorne e a Dra. Jessica
- a critério do Guardião - podem ir direto
para os alojamentos, visitar outros locais ou
acompanhar os investigadores nas andanças
pela cidade.
Próximo ao porto há uma feira, que parece
esvaziada, com várias bancas vazias. Apenas
alguns feirantes vendendo verduras e frutas, e
um vendendo peixes, que não parecem frescos
(teste de Mundo Natural).
• Se questionados, os feirantes podem explicar
 que a pesca tem sido ruim nos últimos
tempos, o que explica a feira esvaziada.
Testes bem sucedidos de Persuasão,
Charme, Lábia ou Intimidação podem
fazer com que o feirante revele que a culpa
é do envenenamento dos rios, causado pelo
garimpo.
• Feirantes e moradores também podem
comentar o desaparecimento de um pescador,
o “Zé Barro” que teria ido pescar longe no mês
passado e nunca voltou. Alguns acreditam
que ele tenha sido morto pelos indígenas.
• Se os investigadores perguntarem sobre
a estatueta, descobrirão que o pescador
desaparecido estava usando-a para enfeitar
a banca na feira, e que parece tê-la vendido.
A rua principal
O porto dá na rua principal da pequena
cidade. Do lado esquerdo da rua há uma igreja,
um pequeno galpão - que são os alojamentos
- e casas, além de ruelas laterais onde há mais
casas. No lado direito há um bar e restaurante
El Shaday, uma mercearia e o escritório da
Madeireira Canaã. Adiante, a rua leva a uma
praça e, ao redor dela, há uma pequena escola
pública a prefeitura e uma clínica. A rua segue
até passar pelo cemitério e acabar no quartel.
Bar
O Bar & Restaurante El Shaday é um pequeno
galpão de madeira com algumas mesas e
cadeiras dobráveis de metal e um balcão. É
frequentado por moradores, garimpeiros e
militares de folga. O Guardião pode usar os
frequentadores do local para transmitir o
clima da cidade: a hostilidade em relação aos
indígenas, o medo dos militares, a violência e
crime trazidos pelo garimpo ilegal.
Aqui os investigadores podem encontrar um
frequentador, Manel, que participou do jogo
17
de dominó em que o pescador José Barros
(“Zé Barro”) ganhou a estatueta do garimpeiro
Raimundo Correia (“Mundici”). Com testes
bem sucedidos de Intimidação ou Charme
(de uma investigadora mulher), ou se os
investigadores pagarem sucessivas doses de
pinga pra ele, ele revela que:
• O Mundici disse que “encontrou” a estatueta
no território dos Namboka.
• Mundici morreu na mata há uns 2 meses
com outros dois garimpeiros, que parecem
ter sido retalhados por alguma fera, que
foi “provavelmente uma onça, mas eu não
duvido de ser um Mapinguari.”
• O Zé Barro está desaparecido desde o mês
passado, quando saiu para pescar rio adentro
e não voltou.
Mercearia
A mercearia, chamada no Amazonas de
“taberna”, é um local pequeno, com poucas
prateleiras mas abastecido com itens comuns
que os investigadores podem querer comprar:
pilhas, fósforos, velas, alimentos, cigarros etc.
Atrás do balcão, uma mulher de meia-idade
faz as vendas. Ela gosta de fofocas e fará muitas
perguntas sobre os visitantes: quem são, de onde
vem, o que fazem ali etc. Além de confirmar
as histórias sobre o desaparecimento do
pescador, ela pode mencionar o assassinato
de uma ativista do meio-ambiente, Francisca.
Ela comenta que a polícia culpou os indígenas
porque ela foi achada na mata, mas que, na
opinião dela, foram garimpeiros, porque eles
não gostavam dela.
Madeireira Canaã
A empresa tem autorização para operar
na região, mas também está metida em todo
tipo de ilegalidade. No local há apenas uma
recepção, uma sala de escritório fechada, e três
funcionários, que se recusarão a responder
qualquer pergunta sobre os indígenas ou
garimpo. Se irritados, podem chamar a polícia.
Caso os investigadores consigam usar
Furtividade para entrar no escritório (talvez
atraindo os funcionários para fora ou usando
uma janela), eles encontram registros de venda
de madeira, recibos, declarações de impostos
e outros documentos (é preciso um sucesso
em Direito ou Contabilidade para ter certeza
de que há ilegalidades nos registros). Um
sucesso em Encontrar revela um fundo falso
em uma gaveta, onde uma folha de pagamento
lista uma série de primeiros nomes e valores
datilografados, incluindo o do prefeito,
“Michel”. No final da lista, adicionado à mão,
está o nome “Messias”.
Igreja
A pequena igreja construída na beira do rio
não tem letreiro indicando sua denominação,
apenas a frase, pintada em letras vermelhas:
“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens. Mateus - 4:19”.
Na parte de dentro há bancos e um púlpito.
Atrás do púlpito há um símbolo com letras
estranhas (é preciso um sucesso em Línguas
(Grego) para traduzir: Icthus/Peixe). Um
sucesso em História ou em Ciência identifica
apenas que são letras gregas.
Nas paredes laterais há pinturas, que
parecem ter algumas décadas, pois já estão
18
desbotando:
• Jesus andando sobre as águas.
• Jesus sendo batizado no rio Jordão por
João Batista, que tem guelras (teste de
Encontrar para perceber).
• Moisés abrindo o Mar Vermelho.
• A arca de Noé durante o dilúvio. Nesse, o
artista pintou, nas profundezas da água,
as silhuetas de criaturas humanóides
com pés de pato e, embaixo de todos, a
silhueta de um enorme ser desconhecido
com tentáculos. Todos que observarem
essa pintura com atenção precisam
fazer um teste de Sanidade. Em caso de
falha, eles perdem 1 ponto de sanidade
e imediatamente tem uma visão de uma
gigantesca onda se aproximando da cidade,
cobrindo o sol e depois tomando o mundo.
Com uma falha catastrófica, o investigador
ganha fobia de rios e mares.
Em qualquer horário a igreja estará semi-
vazia, com apenas uma senhora idosa sentada
em um dos bancos ou perambulando pelo
cômodo reservado, além de uma mulher mais
jovem, rezando.
Os investigadores serão impedidos pela
idosa de acessar o cômodo reservado, mas, se
conseguirem acesso usando Furtividade ou
Intimidação, os investigadores encontram
bíblias e hinários, enfeites de natal e de
páscoa, uma caixa de oferta com Cr$ 33.000
(aproximadamente R$ 12) e, pendurada na
parede, uma foto antiga em preto e branco, que
mostra um pastor e gente da igreja na aldeia dos
Namboka. Um sucesso em Encontrar revela
um detalhe na foto: uma estatueta semelhante
àquela encontrada pelo garimpeiro.
Se não for intimidada, a mulher idosa recebe
os investigadores com simpatia, agindo como se
eles estivessem em busca de Deus, e os convida
a todo momento para o culto de domingo.
• Se questionada sobre a estatueta, ela diz,
 com sinceridade, não saber nada.
• Se questionada sobre a foto no cômodo
reservado, ela pode ficar chateada por eles
terem entrado, mas com um teste bem-
sucedido de Lábia ou Persuasão, ela diz
que o pastor Barnabás Charco, que fundou
a igreja há 50 anos, tinha contato com os
indígenas, mas que ele morreu há 32 anos e,
desde então, eles não têm mais esse contato.
Ela não sabe dizer com precisão onde fica a
aldeia.
• Se questionada sobre as pinturas, ela informa
que o artista era o próprio pastor.
A mulher jovem que está rezando é esposa
do pescador desaparecido há um mês. Com ar
de desalento, ela pode relatar que ele saiu para
pescar mais longe do que o normal e nunca
voltou.
Se questionada sobre a estatueta, ela diz que
seu marido ganhou em um jogo de dominó
contra um garimpeiro, mas ela não sabe como
esse a obteve.
Alojamentos
A construção pertence à Prefeitura de Fonte
Boa e é utilizada por servidores que vêm de
outras cidades. Foi cedido à expedição a pedido
da Universidade do Amazonas. Não há outros
hóspedes no momento.
Os personagens que se dirigem primeiro
aos alojamentos, sejam eles investigadores ou
personagens do Guardião, serão recebidos por
um funcionário da prefeitura, que entregará as
chaves do local e irá embora.
O local é basicamente um galpão dividido
em dois cômodos por uma parede de madeira,
com quatro camas em cada quarto e ganchos
para redes.
19
Escola
Uma pequena escola municipal feita de
madeira, onde estudam cerca de 40 crianças. A
única informação que os investigadores podem
obter aqui é que um dos professores foi preso
há dois dias. É preciso um sucesso Sólido em
Persuasão, Charme, Lábia ou Intimidação
para convencer um colega professor a revelar
que, aparentemente, ele foi preso por ter dado
conteúdo subserviso em aula.
Prefeitura
O prédio mais imponente da cidade, com
dois andares, feito em alvenaria e com piso de
taco. Há 7 funcionários no local, mas o prefeito,
Michel Fagundes, está viajando.
Os poucos funcionários que não estão na
folha de pagamento dos empresários têm medo
demais dos militares para falar qualquer coisa,
mas sucessos sólidos em Persuasão, Charme,
Lábia ou Intimidação podem convencê-los a
reconhecer que a situação na cidade é tensa
após a chegada dos garimpeiros, e que muitos
tem medo de contrariar os militares.
Clínica
Uma pequena clínica onde o atendimento
é feito por dois médicos do exército e duas
técnicas em enfermagem da prefeitura.
Caso os investigadores pensem em procurar
informações sobre as mortes dos garimpeiros
e da ativista, serão informados que aquela
clínica é de atendimento primário, e que em
caso de autópsias os corpos são levados para
outras cidades.
Cemitério
O cemitério da cidade é simples, com cruzes
de madeira pintadas e algumas poucas lápides
de pedra.
• As sepulturas mais recentes são a dos
garimpeiros mortos pela criatura na floresta,
incluindo a de Raimundo Correia.
• Um sucesso em Encontrar faz o investigador
perceber uma lápide de pedra onde, no lugar
de uma cruz, há o símbolo de peixe com as
letras gregas, o mesmo encontrado na igreja.
O nome na lápide é de Barnabás Charco,
falecido há 32 anos. Se os investigadores
ainda não tiveram contato com o nome,
moradores mais velhos da cidade vão lembrar
que era o pastor da igreja.
• Se, por qualquer motivo, um investigador
resolver exumar o cadáver - o que vai exigir
horas de trabalho sem que ninguém veja ou
ele pode ser preso - ele descobre que o caixão
está vazio, e ninguém sabe explicar o motivo.
Quartel
O Batalhão de Infantaria de Selva tem cerca
de 40 militares e é vigiado por soldados
armados. A entrada dos investigadores não
será autorizada em nenhuma circunstância e
quaisquer perguntas insistentes por parte dos
investigadores pode resultar em prisão.
Se os investigadores conseguirem entrar no
quartel furtivamente, o que deve ser encarado
como uma tarefa extremamente difícil, podem
encontrar o seguinte:
• Mapa da região mostrando a localização da
aldeia dos Namboka.
• Dossiês de todos os membros da expedição,
incluindo eles mesmos.
• Notícias sobre a busca do soldado que sumiu
no rio (nada foi/será encontrado)
• O professor da escola. Ele foi preso por posse
20
de material subversivo: um livro sobre a
revolução cubana. Ele está sendo torturado
em um galpão sem janelas no terreno atrás
do quartel.
Noite mal dormida
Quando os investigadores encerrarem o dia
de exploração e anunciarem que vão dormir
nos alojamentos (ou outro local), escolha um
deles (aleatoriamente ou não) para ter um
estranho sonho: uma enorme onda se ergue
sobre a cidade - como a visão proporcionada
pelo quadro na igreja -, mas, dessa vez, é
possível ver uma gigantesca e terrível criatura,
semelhante a um peixe abissal, à frente da
onda.
Quando acorda, o investigador percebe que
está chovendo. E no momento em que um
relâmpago ilumina a noite, ele vê na janela
um vulto com um par de olhos amarelos
esbugalhados.
Se os investigadores saírem para investigar,
verão que as ruas estão vazias, pois passa de
meia-noite. Se tiverem sucesso em Rastrear,
eles veem estranhas pegadas (mesma descrição
das encontradas após o ataque no barco) indo
em direção ao rio, onde os rastros somem.
Se os investigadores tiverem a ideia de ir
à outra margem do rio, eles podem usar um
barco atracado no porto, com um sucesso em
Pilotar (Barco), ou atravessar a nado com um
sucesso Sólido em Natação, pois o rio é largo e
tem uma correnteza (uma falha acarretará em
dano por afogamento).
Do outro lado eles podem encontrar mais
pegadas com um sucesso simples em Rastrear.
O rastro leva até a mata próxima e, assim que
entram nela, avistam um Filho do Rio, olhando
para eles entre as árvores (1/1d6 pontos
de sanidade por encontrar a criatura pela
primeira vez). Se os investigadores agirem de
forma ameaçadora, como por exemplo sacando
armas, ele atacará. Caso eles tentem conversar, Encontrar: 50%
a criatura apenas se vira e desaparece em Escutar: 50%
uma velocidade que parece ser impossível de Furtividade: 70%
ser acompanhada. Mesmo um novo sucesso Natação: 90%
em Rastrear vai indicar que o rastro some, e Lutar (Brigar): 70%
ele pode ter seguido subindo em árvores ou Poderes especiais: respirar embaixo d’água e
mergulhado novamente no rio. ver no escuro.

Ataques
Filho do Rio Lança: 1D4+DX
Lança (arremessada): 1d8
FOR 80 CON 90 TAM 70 Desarmado: 1d3+DX
DES 70 INT 50 POD 50 Choque elétrico: em contato direto com o
alvo ou um material condutor, seu corpo pode
PV: 16 DX: 1D4+1 Corpo: 1 emitir uma descarga elétrica que causa 1d4
Esquiva: 35 Sanidade: 50 de dano e exige do alvo um teste de CON para
Movimento: 8 (em terra)/10 (nadando) não desmaiar por 1d3 rodadas. Após usar esse
Perda de Sanidade: 1/1D6 ataque, a criatura passa duas rodadas sem
poder usá-lo.

21
 A ameaça dos garimpeiros
No caminho de volta para os alojamentos,
na rua vazia, o grupo é abordado na rua por
homens mal-encarados, alguns com facões,
outros com revólveres, sendo que um deles
tem uma tatuagem de caveira no antebraço.
(Observação: caso os investigadores não
tenham saído para investigar, os homens batem
na porta do alojamento para fazer as ameaças).
São garimpeiros, que os interrogam sobre
seus objetivos na região, e reclamam que não
querem cientistas atrapalhando o trabalho
deles. Que se um sítio arqueológico for
encontrado, é possível que eles não possam
mais garimpar no local. Eles recomendam
que eles desistam da busca, digam que nada
encontraram, ou poderão pagar com a vida.
Com o recado dado, os homens irão embora.
O uso de persuasão, lábia, charme e outros não
terão efeito neles. Tentativas de intimidação
podem ser respondidas pelos homens com
violência. E se um investigador resolver
atacá–los, eles não hesitarão em atirar nos
investigadores e fugir.
INFERNO VERDE
A essa altura os investigadores já devem ter
concluído que a estatueta veio do território dos
Namboka. Se não conseguiram notar isso até o
momento, o Guardião pode pedir um teste de
Ideia (INT) para ver se um investigador tem
uma epifania, ou fazer com que o Dr. Hawthorne
sugira perguntar sobre a estatueta para os
Namboka.
O caminho para o território dos Namboka
começa com uma viagem de barco rio acima
que deve levar cerca de seis horas. A expedição
pode alugar dois pequenos barcos com motor
no porto e se dividir entre eles. Se nenhum
22
investigador tiver a perícia especializada
Pilotar (Barco), o Dr. Hawthorne e a Dra.
Baker se oferecem para fazê-lo.
Depois disso, é preciso andar a pé por
mais quatro horas pela mata fechada até
chegar à aldeia. No caminho, o mestre pode
pedir que cada investigador faça um teste de
Sobrevivência. Cada falha no teste pode levar
a situações adversas, que podem ser desde
sentar em um formigueiro ou perder itens da
mochila, até encontrar animais peçonhentos,
como cobras, aranhas e sapos venenosos ou
animais perigosos, como sucuri, jacaré e uma
onça faminta (esses encontros não precisam
ser encarados como encontros de combates,
pois criatividade ou testes de Atenção, Escutar,
Mundo Natural, Ciência e Furtividade podem
oferecer saídas para as enrascadas).
Área de garimpo
Após duas horas de caminhada na floresta
eles começam a sentir um cheiro terrível de
carniça. Um pouco à frente, onde o cheiro
é mais forte, encontram uma cova rasa que
foi coberta com terra de forma displicente e
lavada pela chuva, onde é possível identificar os
corpos parcialmente enterrados de ao menos
seis indígenas, incluindo uma criança. (Perda
de 1/2 pontos de sanidade). O Dr. Hawthorne
pode revelar que eles não foram enterrados ali
pelos Namboka, já que seus rituais funerários
exigem que os mortos sejam entregues ao rio.
Se quiserem examinar os corpos, um sucesso
normal em Medicina ou um sucesso sólido
em Encontrar revela ferimentos por arma de
fogo. O sucesso em Medicina também também
indica que as mortes aconteceram há cerca de
uma semana.
A 40 metros dessa cova os investigadores
encontram uma clareira com sinais da presença
de garimpeiros: uma escavadora, árvores
derrubadas, lixo, escavações, roupas sujas e
equipamentos de garimpo abandonados.
Quem chegar próximo ao local precisa testar
Sanidade (perda de 1/1d4), pois encontrará
poças de sangue e corpos retalhados,
desfigurados e com tripas pra fora. O Dr.
Hawthorne mantém distância do local para
proteger sua filha.
Examinando a cena é possível notar que há
pelo menos sete pessoas mortas e, entre eles,
ao que tudo indica, há um militar, pois está
utilizando fardamento completo, com um fuzil
de assalto FN FAL ainda preso ao seu corpo
pela bandoleira. Os investigadores também
podem encontrar dois revólveres no local.
FN FAL Leve Automática
Perícia: Armas de Fogo (rifles)
Dano: 2D6+4
Alcance Base: 110 metros
Usos por rodada: 1 (2) ou rajada 3
Munição: 13 balas restantes
Defeito: 97
Revólver .32
Perícia: Armas de Fogo (pistolas)
Dano: 1D8
Alcance: 15 metros
Usos por Rodada: 1 (3)
Munição: 4 balas restantes
Defeito: 100
• Um sucesso em Encontrar leva o investigador
a perceber, no antebraço coberto de sangue
de uma das vítimas, uma tatuagem de caveira.
• Um sucesso em Medicina indica que as
mortes ocorreram há menos de 24 horas,
provavelmente no início da manhã.
• Um sucesso sólido em Rastrear identifica
pegadas de um Filho do Rio*, que seguem
na direção da aldeia Namboka, mas o rastro
23
se perde próximo a um igarapé (um curso
d’água amazônico) próximo.
*Caso os investigadores não tenham tido o
encontro com um Filho do Rio na noite anterior,
é possível encaixar aquele encontro nesse ponto.
Nesse ponto, é possível que algum
investigador sugira retornar a Fonte Boa e
pedir ajuda, voltar com escolta mais tarde etc.
Mas a Dra. Baker (se tiver sendo utilizada pelo
Guardião), ainda que visivelmente nervosa, se
mostra decidida a continuar, assim como o Dr.
Hawthorne, que demonstra uma pressa ainda
maior de saber se o povo Namboka está bem.
Se todos os investigadores decidirem
retornar a Fonte Boa-AM, a Dra. Baker os
acompanhará, mas o Dr. Hawthorne e sua filha
ainda irão até a aldeia, onde voluntariamente
serão transformados em Filhos do Rio, como o
resto do povo Namboka, e a profecia da Grande
Cheia será cumprida. A aventura termina
com os investigadores vendo a grande onda
assomando-se sobre a cidade nos seus últimos
momentos de vida.
ENCONTRANDO OS NAMBOKA
Quase duas horas de caminhada depois, os
investigadores se aproximam da aldeia e podem
fazer um teste de Encontrar para perceber que
estão sendo seguidos. Em seguida, cerca de 12
guerreiros - incluindo 3 mulheres - os cercam
empunhando lanças e arcos e gritando em um
idioma que eles não conhecem.
Os guerreiros têm escarificações imitando
escamas, pinturas que lembram guelras no
pescoço e vários deles raspam os dentes para
torná-los pontiagudos, como dentes de peixe.
Nesse momento, se os investigadores
apontarem armas para os indígenas no lugar
de se renderem imediatamente, escolha um
investigador para fazer um teste de Esquivar
para não ser atingido por uma flecha (1d6 de
dano). Se isso acontecer, o Dr. Hawthorne grita
algo na língua deles e o ataque cessa, embora
eles ainda continuem apontando as armas.
Se os investigadores atacarem os indígenas
de qualquer forma, ignorando os apelos do Dr.
Hawthorne, resolva como um combate contra
12 guerreiros muito chateados.
Guerreiro(a) Namboka
FOR 70 CON 50 TAM 50 DES 80
APA 70 INT 60 POD 60 EDU 20
PV: 10 DX: 0 Corpo: 0 Esquiva: 40 Sanidade: 60
Armas (Arcos): 70%
Lutar (Lanças): 80%
Lutar (Brigar): 60%
Encontrar: 60%
Escutar: 50%
Intimidação: 60%
Natação: 70%
Rastrear: 50%
Sobrevivência: 80%
Se o Dr. Hawthorne conseguir conter os
ânimos, um dos guerreiros se aproxima dele,
eles conversam um pouco e depois o guerreiro
diz algo aos outros que faz com que todos
abaixem as armas. Em seguida, eles escoltam o
grupo por 30 minutos até uma Aldeia Namboka.
Na aldeia
O sol já começa a se pôr quando eles chegam
à aldeia, que fica à beira de um igarapé e é
formada de várias ocas dispostas ao redor
de um grande círculo de barro batido no
meio. A aldeia tem cerca de cem pessoas, que
inicialmente reagirão assustadas e receosas à
24
presença do grupo, mas se tranquilizarão se
eles demonstrarem que não são ameaça.
Eles são recebidos por um homem velho
usando muitos enfeites, como penas,
escamas de pirarucu e dentes de jacaré, que
cumprimenta calorosamente o Dr. Hawthorne
com um abraço.
O Guardião pode usar o Dr. Hawthorne para
transmitir aos investigadores o clima entre
os Namboka: vários perderam parentes e
pessoas queridas em ataques de garimpeiros
nos últimos meses, com seu povo tendo sido
reduzido a uma fração do que era. Há uma
semana um grupo foi caçar e não voltou, e eles
acreditam que os garimpeiros os mataram.
Apesar disso, há uma enorme expectativa por
uma celebração que acontecerá naquela noite.
Explorando a aldeia
Na aldeia os investigadores encontram
estátuas muito parecidas com a que motivou
sua expedição, feita de diferentes materiais,
como barro, madeira e pedra, retratando
humanóides com cabeça de peixe, além de
cuias, cumbucas e outras peças com a mesma
temática. Um sucesso em Arqueologia ou
Avaliar revela que algumas das estátuas foram
feitas recentemente, outras têm algumas
décadas e pelo menos duas delas parecem ter
centenas de anos. Se usarem o Dr. Hawthorne
para traduzir perguntas sobre o local onde
as estátuas foram encontradas, eles ficam
confusos e dizem que elas sempre estiveram
ali, que eram dos seus pais, e dos pais deles
antes deles. A expedição finalmente encontrou
o local do sítio arqueológico.
Se questionarem os indígenas sobre os
Filhos do Rio, eles dizem que eles são seus
guardiões, escolhidos pelo Pai do Rio, seu
protetor. Eles podem até mesmo revelar que
são seus parentes.
 O Dr. Hawthorne evita mencionar a
transformação das pessoas em Filhos do Rio,
mas, caso um investigador tenha chegado a essa
conclusão e pergunte dele, um sucesso em
Persuasão, Charme, Lábia ou Intimidação
pode convencer o Dr. Hawthorne a revelar o
fato, explicando que, a cada sete anos, o Pai do
Rio escolhe pouquíssimos, cerca de um ou dois,
para se tornarem Filhos do Rio e guardiões do
seu povo.
Se explorarem os arredores da Aldeia
encontrarão, a 10 minutos de distância, uma
caverna próximo ao igarapé, cujas paredes
estão repletas de entalhes e pinturas com
símbolos estranhos. Se os investigadores
examinaram a página nos pertences do Dr.
Hawthorne, reconhecerão os símbolos.
Dr. Hawthorne pode explicar que os escritos
na caverna revelam uma profecia diluviana.
Com um sucesso em Persuasão, Lábia ou
Intimidação ele pode ser convencido a revelar
que elas contém um ritual de invocação.
A cerimônia do Pai do Rio
À medida que a noite avança, Nambokas que
vivem em aldeias vizinhas chegam ao local,
somando mais de uma centena de indígenas
celebrando, dançando, cantando e pintando-
se.
O Dr. Hawthorne, pintado e usando
agora apenas a roupa de baixo, convida os
investigadores a se juntarem aos festejos, que
incluem um banquete: carne de caça assada,
frutas, farofa de saúva e até mesmo um punhado
de tapurus, uma larva que é considerada uma
iguaria na região. Há também um líquido
leitoso e esverdeado que é bebido em cuias
passadas de uma pessoa para outra, incluindo
o Dr. Hawthorne e sua filha, até chegar aos
investigadores.
O pajé vai ao centro do círculo iluminado
25
por fogueiras e começa uma dança, entoando
palavras ritmadas, sendo logo acompanhado
por outros homens e mulheres usando
máscaras e enfeites com temáticas de peixe,
ao som de tambores, chocalhos e outros
instrumentos.
Os investigadores que beberam o líquido
esverdeado da cuia veem a terra batida em
volta dos dançarinos se movendo como ondas,
e peixes nadam sob a superfície da terra. As
pessoas que antes pareciam usar máscaras
agora parecem ser as reais criaturas que elas
estavam representando, dançando em volta do
fogo, que brilha esverdeado.
Após alguns minutos de dança e música, todos
ouvem e veem a água do igarapé se agitando,
e um grande volume escuro começa a emergir
das águas. É uma gigantesca e horrenda
criatura semelhante a um peixe abissal, um
pesadelo ancestral que parece ter saído da
mais recôndita profundeza amazônica. Os
investigadores que não beberam o líquido
precisam fazer um teste de Sanidade (perda
de 1/1d6).
Emocionado, o Dr. Hawthorne se curva
em adoração ao Pai do Rio, como os outros
Namboka, que entoam seu nome.
A bênção do Pai do Rio
A criatura coloca a cabeça - maior que a
altura de um homem - na margem do igarapé,
abrindo a bocarra cheia de dentes pontiagudos,
exalando o cheiro de mil peixes. O pajé e
alguns ajudantes levam bacias à boca do Pai
do Rio, retirando dela dezenas de pequenas
esferas negras, semi translúcidas e brilhantes.
Terminada a distribuição das esferas, a criatura
imerge novamente nas águas do igarapé e
desaparece.
As bacias passam entre os Namboka, e
cada um deles ingere uma das esferas, que
tem textura gelatinosa. O Dr. Hawthorne e
sua filha também comem, e ele incentiva os
investigadores a fazerem o mesmo, quase
implorando que eles aceitem a dádiva do Pai
do Rio e sejam salvos.
Quando o Guardião determinar, um homem,
uma mulher e Sarah Hawthorne começam
a se contorcer e transmutar-se em filhos e
26
filhas do rio, o que é celebrado efusivamente
por todos, incluindo o Dr. Hawthorne, que
chora de emoção e alegria. A garota, surpresa,
abraça o pai, que declara: “Não se preocupe
minha querida, me juntarei a você em breve!”.
Observar a transformação acarreta perda de
0/1d3 pontos de Sanidade.
 A OPERAÇÃO MILITAR
Informação para o Guardião: algumas
horas após os investigadores terem encontrado
a clareira com os garimpeiros e o militar morto,
ela é encontrada por outro garimpeiro, que corre
a Fonte Boa para dar a notícia. O Capitão Messias
Richter decide então por uma solução extrema
para “acabar com o problema de uma vez por
todas”: uma operação secreta para “pacificar
a região”, exterminando o povo Namboka e
quaisquer testemunhas. Um destacamento com
40 homens armados com fuzis de assalto deixou
o quartel às 17h em direção à aldeia.
A celebração continua noite adentro, até ser
interrompida por um guerreiro Namboka que
chega correndo à aldeia, quase sem fôlego, e
informa que um grande número de inimigos
se aproxima, já tendo matado a maior parte do
grupo que vigiava as fronteiras, incluindo dois
Filhos do Rio. Estarão ali em instantes.
Uma correria tem início e o Cacique começa
a tentar organizar as defesas dos Namboka,
que se armam com lanças, arcos e porretes.
Na confusão que se segue, o Dr. Hawthorne
corre até o Pajé, discutindo algo com ele
rapidamente, e eles correm mata adentro,
acompanhados da Sarah transformada.
Alguns minutos depois, tiros de fuzil e gritos
começam a ser ouvidos, quando os militares
chegam à aldeia, liderados pelo Capitão
Richter, atirando em quem encontram (se a Dra.
Baker estiver com o grupo, este pode ser um
momento oportuno para matar a personagem
e aumentar a dramaticidade da cena).
Do igarapé e das matas saem sete Filhos
do Rio para combater os militares (menos,
se os investigadores tiverem matado algum),
juntando-se aos dois que se transformaram na
aldeia, em uma épica batalha.
27
A GRANDE CHEIA
Os que seguirem o Dr. Hawthorne por cerca
de 10 minutos na mata chegam com ele a
uma caverna, cujas paredes estão repletas de
entalhes e pinturas com símbolos estranhos.
Se os investigadores examinaram a página nos
pertences do Dr. Hawthorne, reconhecerão os
símbolos.
O Dr. Hawthorne, desesperado e dando sinais
de insanidade, pode explicar aos investigadores
que todos que comeram a esfera negra serão
salvos quando a Mãe do Rio chegar trazendo
a Grande Cheia, pois, ao contrário do Pai do
Rio, que escolhe apenas alguns, a Mãe não
tem favoritos, e ama igualmente a todos que
aceitaram o seu amor.
Se não for impedido, o Pajé repetirá as
palavras para a invocação da Mãe do Rio e
uma tempestade começa a cair. Quem comeu
as esferas começa a perceber mudanças no
corpo, como o crescimento de escamas na pele.
Se algo acontecer com o Pajé, o Dr. Hawthorne
assumirá a função. É necessário repetir as
palavras por 4 rodadas ininterruptas para
concluir a invocação, que custa 5 pontos de
magia e 1D10 pontos de Sanidade.
Se a invocação for concluída, todos os
indígenas e investigadores que consumiram a
esfera negra se transformarão em Filho do Rio,
podendo respirar na água quando a Grande
Cheia cobrir toda a região.
Se a invocação for interrompida, a
transformação dos que comeram a esfera
é revertida (exceto a dos que já estavam
transformados antes da invocação).
 Resolução
Algumas linhas de ação possíveis para
os investigadores e desfechos, à critério do
Guardião, são:
Impedir o Pajé e o Dr. Hawthorne de realizar
a invocação:
• Eles não podem ser convencidos com
argumentação, só podendo ser impedidos
à força. Neste caso, Sarah Hawthorne,
agora uma Filha do Rio, tentará defender
o pai.
Se render aos militares e tentar um acordo;
• Os soldados receberam ordens para não
deixar testemunhas, mas um sucesso Sólido
em Persuasão, Charme ou Lábia pode
convencer o Capitão Richter a deixá-los
viver, desde que eles concordem em assinar
a história oficial dos militares, como por
exemplo terem sido sequestrados pelos
Namboka e resgatados na operação.
• Se a invocação não for impedida, todos serão
pegos pelo dilúvio, mas os que consumiram
a esfera negra se transformarão em filhos do
rio antes disso.

Ajudar o Pajé e o Dr. Hawthorne a realizar

a invocação:
• Impedindo que eles sejam interrompidos
por 4 rodadas consecutivas;
• Lendo as palavras no idioma desconhecido
(DOCUMENTO 3) caso o Pajé ou o Dr.
Hawthorne fiquem impossibilitados.
• Recitando as palavras de memória após ter
ouvido (sucesso Sólido em Inteligência
ou Educação).

Se juntar aos Namboka na luta armada

contra os militares:
• As chances de sobreviver, neste caso, são
pequenas, já que o inimigo é numeroso e,
mesmo tendo alguns Filhos do Rio lutando
ao seu lado, os fuzis são muito mais efetivos
que as lanças e arcos.

Tentar fugir do local ou se esconder até a

confusão acabar:
• Os militares farão uma busca por
sobreviventes após o massacre, pois não
querem deixar testemunhas.
• Pode ser necessário passar em testes de
Furtividade, Sobrevivência e outros
para se esconder na mata ou na cidade e
conseguir um barco para voltar a Manaus.

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LEITURAS RECOMENDADAS
Se você gostou da aventura, pode se interessar por algumas
destas obras que serviram de inspiração:

• A Sombra de Innsmouth - Conto de H. P. Lovecraft - 1931

• O Chamado de Cthulhu - Conto de H. P. Lovecraft - 1928
• Providence - HQ de Alan Moore e Jacen Burrows - 2015 a 2017
• Rio Negro: Lendas da Primeira Tribo - HQ de Ikarow - 2018
• O Despertar de Cthulhu em Quadrinhos - Editora Draco - 2016

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