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Sumário
INTRODUÇÃO.......................................................................................2 Parte 2: Jornada à Velha Malpetrim.............11
Epílogo........................................................................ 14
Parte 1: Ardidos como Pimenta...............................4
Ganchos de Aventuras................................................. 15
Recepção Calorosa......................................................... 4
Contatos Imediatos de Réu Primário............................ 6 NPCs & Criaturas.....................................................................16
Caminhos da Velha Malpetrim...................................... 8

créditos
Autoria: Bárbara “Momo” Soares, Daniel Duran, Tormenta é Copyright © 1999-2023 Guilherme Dei Svaldi,
J. M. Trevisan, Leonel Caldela, Marcelo Cassaro e Rafael Dei Svaldi.
Gabriel “Pitre” Santana, Lucas “Redzard” Felipetto e Todos os direitos reservados.
Thiago “Trot” Almeida.
O Kit Introdutório de Tormenta20 é uma publicação
Edição: Dan Ramos e Rafael Dei Svaldi. apenas para distribuição livre, autorizada pela Jambô Editora,
Capa: Ricardo Mango. detentora dos direitos.

Arte: Dan Ramos e Pietro Antognioni.

Cartografia, diagramação, direção de
Arte, layout e logotipia: Dan Ramos.
Revisão: Emerson Xavier e Rafael Dei Svaldi.
Editora-chefe: Karen Soarele.
Diretor-geral: Guilherme Dei Svaldi.
Equipe da Jambô: Guilherme Dei Svaldi, Rafael Dei Svaldi, Leonel
Caldela, Ana Carolina Gonçalves, André Schwertz, Andrew Frank, Rua Coronel Genuíno, 209 • Porto Alegre, rs
Cássia Bellman, Dan Ramos, Daniel Boff, Davide Di Benedetto, Elisa contato@jamboeditora.com.br
Guimarães, Freddy Mees, Gislaine Alves, Glauco Lessa, J. M. Trevisan, www.jamboeditora.com.br
Julia Rosiello, Karen Soarele, Marcel Reis, Marcelo Cassaro, Marlon
@jamboeditora
Vernes, Matheus Tietbohl, Maurício Feijó, Priscilla Souza, Tatiana
Gomes, Thiago Rosa e Tiago Guimarães. 1ª edição: junho de 2023
 INTRODUÇÃO
O Estabeleça limites
livro que você tem em mãos é uma
aventura introdutória, planejada para
ser uma apresentação do mundo de
Arton e das regras de Tormenta. Ela
faz parte do Kit Introdutório de Tormenta20,
que contém também um Resumo de Regras, fichas
de personagens prontos para jogar e uma breve
apresentação do mundo de Tormenta.
Se essa é sua primeira vez conduzindo uma aven-
tura pronta (ou uma série delas), não se preocupe. A
seguir vamos dar dicas para lidar com situações mais
complicadas na mesa, como ajustar o nível de desafio
para um grupo maior ou menor do que o padrão, ou
mesmo lidar com a morte de personagens. Para as
regras do jogo em si, como testes, combates e outras
mecânicas, consulte o Resumo de Regras.
Começando
Seja bem-vindo a A Voz das Marés. Se você está lendo
isso e vai jogar a aventura: PARE! Esse livro é feito para
o mestre, e continuar lendo vai estragar sua experiência!
A preparação de jogo pode parecer difícil, mas
tudo é uma questão de organizar a mesa. Para ajudar
mestres de primeira viagem, a seguir está um “roteiro”
do que você precisa fazer, além de dicas para que seu
grupo possa começar as aventuras com o pé direito.
Converse com
os jogadores
Antes de se debruçar sobre o Resumo de Regras e
escolher seus personagens, é muito importante esta-
belecer as regras da mesa entre os jogadores.
Prepare o jogo
Estabeleça coisas básicas de convívio, como du-
ração das sessões, permissão de comidas e bebidas
em cima da mesa ou até o que fazer se um jogador
resolver faltar em cima da hora! Como diz o ditado:
o combinado não sai caro. Esses pequenos detalhes,
quando devidamente respeitados, evitam estresses
desnecessários entre os jogadores. Lembre-se de que
RPG é um hobby feito para ser divertido!
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Pergunte aos seus jogadores o que eles não gostam.
Algumas aventuras podem conter assuntos, situações
ou até criaturas que podem ser desagradáveis em um
nível além do desconfortável para certas pessoas. Peça
uma lista de situações que seus jogadores não gosta-
riam de ver em jogo e remova esses itens (ou troque
por outra coisa). Um mestre criativo pode driblar esse
problemas com facilidade, inclusive com a ajuda dos
próprios jogadores.
Pode parecer um termo sério demais para um jogo
de interpretação, mas o contrato social da mesa pode
poupar o grupo de situações desagradáveis que podem
estragar a diversão de todo mundo.
Defina o clima
da narrativa
Apesar de cada aventura ter seus tons caracte-
rísticos, é importante deixar claro para os jogadores
qual vai ser o clima esperado durante a sessão. Alguns
grupos gostam de deixar a mesa mais leve e fazer
piadinhas toda hora, enquanto outros apreciam uma
interpretação mais imersiva. Pense em um filme: em
O Senhor dos Anéis, por exemplo, existem momentos
de alívio cômico, mas se Gandalf fizesse piadinhas o
tempo todo, o tom do filme seria totalmente diferente.
É também o momento de definir como cenas vio-
lentas serão narradas: alguns jogadores gostam de
descrições detalhadas sobre como a lâmina da espada
perfurou o coração do inimigo, esguichando seu sangue
pela relva, mas nem sempre esse nível de detalhe é do
agrado da mesa toda.
Leia o livro
Você não precisa decorar todas as regras, mas
ter um entendimento geral delas é importante para
manter o fluxo de jogo — parar a ação para consultar
regras o tempo todo pode estragar a empolgação das
cenas! Jogadores experientes têm a responsabilidade
de conhecer as regras tão bem quanto o mestre (e in-
clusive ajudá-lo com isso se for preciso), e os iniciantes
precisam pelo menos se concentrar em aprender as
habilidades de seu personagem.
 Alguns grupos gostam de alterar regras para deixar
o jogo mais do seu agrado. Para isso é bom compreender
bem a dinâmica do jogo e, mais importante, deixar
claras todas as mudanças pretendidas para os jogadores!
Nunca é uma boa fazer ajustes em regras “em cima da
hora”, pois as coisas podem sair do controle.
Sessão zero
É muito útil realizar uma primeira sessão com os
jogadores, para explicar a proposta da aventura e criar
os personagens. Claro que os jogadores são livres para
criar seus personagens como quiserem, mas é sempre
importante lembrar que RPG é um jogo colaborativo;
ou seja, é necessário que todos estejam dispostos a se
ajudar para tornar a experiência divertida.
Deixe claro que os personagens são um grupo de
aventureiros em busca de um objetivo comum. São um
time! Por mais que seja legal pensar em um personagem
(digamos) espião de Ahlen secretamente maligno, isso
pode atrapalhar a proposta da aventura e a diversão dos
outros jogadores. Explique a eles que o interessante é
possuir habilidades complementares que cubram uma
boa gama de situações. A barda focada em perícias sociais
terá sua utilidade e sua hora de brilhar tanto quanto o
caçador especializado em matar monstros!
Heróis sim, a ressurreição é rara ou mesmo inacessível. O ideal é
protegidos não
Toda aventura é uma excelente oportunidade de
marcar um ponto importantíssimo: a história não
depende dos mesmos personagens para acontecer. É
muito comum que jogadores cheguem à mesa com
dois vícios.
O primeiro é a “Síndrome do Protagonista”. Muitos
RPGistas têm a convicção de que a história depende
de seus personagens, quando na verdade eles estão
apenas vivendo-a. Um filme do Batman sem o Batman
não pode acontecer, mas aventuras de RPG não seguem
esse modelo. Em outras palavras, os personagens
não estão protegidos pela famigerada “armadura de
roteiro”. Pelo contrário, a carreira de aventureiro é
perigosa e todos os membros do grupo estão em risco
constante! Aproveite a sessão zero para explicar isso.
O segundo é a “Síndrome do Videogame”, em que
os jogadores tratam seus personagens como bonecos
virtuais com a capacidade de simplesmente recomeçar
quantas vezes quiserem. Explique que eles são mais
parecidos com personagens de um filme: sentem can-
saço, tristeza, medo. Não são maníacos desprovidos de
emoção que só querem trucidar monstros e conquistar
tesouros. Suas ações têm consequências, e muitas delas
podem ser graves. O que nos leva a…
3
Narrações
Em vários momentos da aventura, será possível
encontrar blocos de texto em negrito e itálico. Isso
indica uma narração para os jogadores ou um diálo-
go com um NPC. Você pode ler esses textos como
apresentados ou usar suas próprias palavras.
Derrota e morte
Certo, a vida de aventureiro é difícil e perigosa,
mas o que fazer quando o grupo perde um combate
ou um dos personagens morre?
A primeira coisa a ter em mente é que os per-
sonagens não precisam sempre lutar até a morte, e
fugir é uma opção válida. Personagens feridos podem
recuar para descansar e se preparar melhor, enfrentando
aquela ameaça novamente mais tarde. Não se acanhe
em esticar o tempo das aventuras ou criar brechas entre
as cenas para os personagens se recuperarem. Talvez
melhorar equipamentos e treinar suas habilidades
antes de avançar na história seja até um bom gancho
para cenas diferentes!
Já quando um personagem morre, a coisa é um
pouco mais complicada. Como vimos na Guilda do Maca-
co, a primeira campanha por stream oficial de Tormenta,
personagens que morrem quase nunca retornam, pois
pedir para o jogador que perdeu o personagem fazer
uma nova ficha, no mesmo nível, e narrar uma cena
em que o grupo procura por um substituto adequado.
A aventura é sua!
Esta aventura foi feita para servir como um guia,
não uma jaula. Sinta-se livre para adicionar diálogos,
referências e até cenas para deixá-las mais ao gosto
de sua mesa. Adicionar cenas e NPCs ligados aos his-
tóricos individuais dos personagens do grupo é um
jeito especialmente legal de personalizar as aventuras
para seus jogadores e fazê-los se interessar ainda mais
pelas histórias oferecidas!
Resumo da aventura
Tudo começa na cidade de Nova Malpetrim, com
uma corriqueira briga de taverna. Os personagens
dos jogadores então escapam da guarda local e são
abordados por um sujeito misterioso, que os contrata
para recuperar um objeto. Para tanto, os aventureiros
novatos devem rumar até as ruínas da antiga Malpe-
trim, atualmente devastada. Será uma jornada cheia de
perigos, e uma grande conquista os aguarda no final:
o sucesso em sua primeira missão!
 Parte 1: Ardidos como Pimenta
V
entos com cheiro de maresia anunciam
aos recém-chegados: Malpetrim, a
NOVA Malpetrim, está à vista! Situada
em uma região elevada na costa do Mar
Negro, Nova Malpetrim é uma cidade recente,
construída depois que a original foi inundada e
parcialmente destruída por um enorme maremoto
causado pela queda da Flecha de Fogo. Hoje,
as ruínas da chamada Velha Malpetrim jazem
próximas da nova cidade, uma lembrança quase
toda submersa de um passado repleto de glórias.
Os habitantes de Nova Malpetrim são um povo
heroico e resoluto, formado pelos sobreviventes da
inundação. Reconstruíram seus lares sobre formações
rochosas em terreno elevado, dando origem a uma
cidade em camadas, de ruas enladeiradas, escadarias
e desníveis, e onde os sons e aromas do porto se mis-
turam aos ruídos de uma cidade efervescente. Se viver
é uma aventura, alguns diriam que Nova Malpetrim é
uma cidade que exala vida. E peixe.
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Cena 1
Recepção Calorosa
Encontrar aventureiros em Nova Malpetrim é fácil.
Mesmo em um reino de pouca expressão, a cidade tem
um rol invejável de campeões, feitos assombrosos e
histórias maravilhosas que podem (ou não) ter acon-
tecido em cada casa ou estabelecimento.
Seu porto vivaz é abarrotado de navios que vão
e voltam de Lysianassa, a primeira cidade humana
em Galrasia, entre atividades lícitas e ilícitas. Nos
conveses, exploradores e aventureiros em busca de
riquezas do Mundo Perdido, torcendo para seus sonhos
não serem frustrados pelos piratas que infestam o
entorno de suas águas.
A cidade é bastante agitada. Um mar de pessoas
sempre indo e vindo, procurando onde gastar o fruto do
seu esforço, suor, e muitas vezes sangue… e o destino
geralmente as leva à miriade de tavernas e estalagens
locais. Para os personagens dos jogadores (ou PJs), é
na taverna O Polvo Canhoto que a aventura começa.
Nova Malpetrim, o porto
mais brilhante do Mar Negro
 Leia (ou parafraseie) o seguinte texto:
Nova Malpetrim. Cidade portuária nascida das
ruínas de sua antiga versão, tão vibrante, movimentada
e cheia de gente faminta por glória e riquezas quanto ela.
Vocês são aventureiros iniciantes nos primeiros
passos de suas carreiras. Atraídos à cidade pela promessa
de oportunidades e aventuras, acabaram se reunindo
na taverna O Polvo Canhoto. É um estabelecimento
acolhedor, com mesas cada vez mais cheias. O vozerio dos
convivas se mistura ao bater de canecas e um sem número
de odores diferentes, do rum fluindo às especiarias da
comida recém-feita, invadem suas narinas.
O taverneiro, um homem grande e bonachão cha-
mado Mighel, tenta dar conta de pratos e mais pratos
enquanto o salão enche. Afinal, há um evento especial
marcado para hoje: um concurso de pratos apimentados!
Se desejar, encoraje os jogadores a descrever e/ou
apresentar seus personagens, apresentar motivações
para sua presença na cidade e até interpretarem pela
primeira vez ao trocar algumas palavras entre si.
Quando quiser, prossiga:
Ao ver a taverna ficando lotada, o taverneiro grita
a plenos pulmões:
“Venham, todos! Aproximem-se, se forem fortes!
Quem vai aguentar a pimenta mais ardida de Nova
Malpetrim? Basta uma pitada dessa dedo-de-fada para
fazer qualquer um revirar em seu assento e beber toda
a água do Mar Negro!”
Ele então continua sua bravata, balançando uma
sacola de moedas tilintantes:
“Aquela pessoa que se provar resistente às minhas
pimentas leva uma recompensa de cinquenta tibares!
Sentem-se e participem!”
As especiarias picantes foram uma artimanha de
Mighel para tentar afastar minotauros de seus negócios,
mas o tiro saiu pela culatra. Cheios de vontade de se
provar através de feitos físicos, vieram minotauros
aos montes a fim de mostrar que suportam mais que
qualquer um a ardência da comida e dos molhos.
Independente da intenção inicial, a competição
promete ser um sucesso. Obviamente, personagens
dos jogadores podem participar, seja por diversão,
vontade de testar sua força ou interesse na recompensa
modesta que Mighel oferece.
Continue a narrativa:
As cadeiras e banquetas continuam a encher de
humanos, minotauros, elfos, anões, qareen e até mesmo
um ou outro goblin ou elfo-do-mar tentando a sorte.
Ao sinal do taverneiro, os pratos são servidos e o
torneio começa!
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A competição consiste em degustar (e suportar!)
três pratos: camarão ao molho de pimenta do Reinado,
ostra no caldo de pimenta-de-cheiro e a especialidade
da casa, o champom (um macarrão apimentado com
frutos do mar).
Peça aos jogadores participantes um teste de For-
titude para cada prato degustado. A dificuldade (CD)
depende da iguaria: 12 para o camarão ao molho, 15
para a ostra no caldo e 17 para o champom.
Um personagem que falhar no primeiro teste de
Fortitude fica frustrado (veja Condições, no Resumo
de Regras, p. 27) até o fim desta cena, em decorrência
da picância do prato. Se continuar a comer e falhar
uma segunda vez, sua barriga começa a fazer barulhos
estranhos e será preciso uma visitinha urgente à latrina,
o que significa desqualificação da pobre alma.
Se mais de um participante conseguir comer os três
pratos, haverá uma nova rodada de champom entre
eles. A cada prato extra, a CD do teste de Fortitude
aumenta em +1, e novas rodadas são servidas até
restar apenas um participante, que será o campeão.
Mighel então levanta a mão do vencedor e lhe
entrega a bolsa com T$ 50, enquanto anuncia:
“Vitória! Parabéns! Quem diria que teríamos alguém
com estômago de dragão entre nós! Muito bem, pessoal.
Aproveitem a estadia na minha taverna!”
A música continua a tocar e os convivas continuam
a bebedeira animada, em comemoração ao vencedor.
Apenas uma figura parece consternada — um hynne
sentado sozinho em um canto, tremendo, passa o
tempo olhando para os lados como se esperasse algo
de ruim acontecer.
Algum tempo após o fim da competição (e bem na
hora que algum PJ muito curioso for tirar satisfação
com o hynne), quatro minotauros muito mal-encarados
irrompem na taverna. Eles vão até o hynne assustado,
e um deles, usando uma bandana e aparentando ser o
líder, o agarra pelo colarinho e questiona, impaciente:
“Quer dizer que era aqui que você ia arrumar o
dinheiro que você deve pra gente?”
Balbuciando as palavras, o hynne responde.
“S-s-sim, mas… é-é que…”
Com raiva, o minotauro bufa uma resposta.
“Como é que é? Tá querendo me enrolar?”
O desespero cresce na pequena figura intimidada
pelas montanhas de chifres e pelos. Como se buscasse
uma saída rápida, o hynne aponta para os personagens
dos jogadores e grita:
“Eles tão com o dinheiro! Tá com eles!”
 Ele aproveita o momento de confusão entre os Caso os aventureiros decidam fugir dos guardas,
dois grupos para escapulir e sair correndo esbaforido uma perseguição terá início. Cada aventureiro deve
em direção à porta, pelas ruas de Nova Malpetrim. fazer três testes de Atletismo (CD 12); se conseguir
ao menos dois sucessos (ou um 20 natural em um
Os minotauros se levantam, estalando os punhos.
dos testes), o personagem escapa. Um PJ que
“A gente se acerta com ele depois. Mas obtenha três sucessos pode “emprestar” um
vocês… vocês têm algo que é nosso!” de seus sucessos para um aliado, ajudando
Sem meias palavras, os minotauros ele a escapar. A perseguição se encerra no
mercado; os personagens que conse-
partem para cima dos aventureiros. Talvez
guem fugir acabam se escondendo
fosse possível resolver essa
na multidão.
questão com diplomacia,
mas os ânimos gerais Se os aventureiros decidirem
não fugir ou forem capturados
estão exaltados, gra-
durante a perseguição, serão
ças às festividades. De
levados pela guarda para
qualquer forma, esta é
questionamento. Porém,
uma luta simples, apenas não demora muito e um
para aquecer as coisas e sujeito encapuzado aparece
mostrar aos jogado- e informa os guardas que o
res como as regras de grupo “está com ele”. Isso
combate funcionam. faz com que os carcereiros
Os inimigos podem ser os libertem. Os PJs então
grandes, mas ainda são são abordados pela figura, no
meros capangas de rua. beco mais próximo do quartel.

Criaturas. Mino- Se pelo menos um dos

tauros agiotas x4. aventureiros despistar a guar-
da, ou se o grupo resolver dar
Ao final do combate, combate, leia:
vencendo ou perdendo, os aven-
Quando as coisas estão
tureiros ouvem um grito, e ao longe prestes a ficar feias, uma
veem o mesmo hynne, que toma o caminho figura vestindo um manto
de volta e se esconde atrás de um grupo de cinzento se aproxima e diz:
pessoas corpulentas, vestidas em armaduras
“Ora, ora. Parece que
com o símbolo de Malpetrim. temos novatos na cidade,
A taverna se agita numa hehe. Querem ajuda com
cacofonia de cadeiras sendo os guardas?”
arrastadas e pessoas se levan- O estranho se põe à
tando correndo. Um grito de frente e revela sua face, um
aviso ressoa na taverna toda: elfo-do-mar corpulento, de
pele azulada e orelhas pon-
“Corre, que a guarda vem aí!”
tudas. Ele aspira uma bela
quantidade de ar e infla
Cena 2 como um peixe, ficando
maior e maior, espinhos
Contatos Imediatos “Eles tão com o
dinheiro! Tá com eles!” brotando de sua barriga
de Réu Primário e ombros. Os guardas
Um lugar agitado e cheio de aventureiros como se entreolham e fogem,
Nova Malpetrim costuma borbulhar em confusão, e apavorados. O sujeito misterioso então volta
a guarda costuma lidar com brigas de taverna todos ao normal e sorri para vocês.
os dias. Quando os guardas chegam, não distinguem “Agora podemos falar de negócios, sim? Vocês são
arruaceiros de aventureiros até que provem sua inocên- exatamente o tipo de pessoas que preciso. Venham co-
cia, o que pode demorar um tempo atrás das grades. migo, por gentileza.”

6
 Se seguirem o sujeito, a conversa continua, en-
quanto ele caminha em direção ao porto.
“Meu nome é Takifugo. Sou um… empresário da
região, muito prazer. Estou procurando almas corajosas
como vocês para um serviço pessoal.
Vejam, uma relíquia de família sumiu durante
o desastre que atingiu a Velha Malpetrim. Meu pai,
Oceano o tenha, ia me descamar se soubesse que eu a
perdi. Preciso que vocês a encontrem e retornem para
mim! Não vale muitos tibares, mas é de extremo valor
sentimental pra mim.”
Os personagens podem desconfiar de Takifugo, e
com razão. Ele é mesmo um sujeito esquivo e cheio de
ressalvas, como se estivesse escondendo algo. Porém, a
não ser que sejam bem-sucedidos em um teste de
Intuição (CD 18), deixe no ar que ele parece
mais paranoico e reservado do que
realmente dissimulado. O ideal é
que o grupo fique com a pulga atrás
da orelha, mas não o vejam como
inimigo… ainda.
Na verdade (o grupo não deve
saber de nada disso ainda! É uma
informação apenas para o mestre), o
item que Takifugo quer de volta é um
colar que seu pai roubou de um
templo de Oceano, numa parte
afastada do Mar Negro. Vários
elfos-do-mar daquele templo
já tentaram recuperar o colar,
mas o pai de Takifugo sempre
os enganou. Ele tem pressa em
reaver o colar, porque há boatos de
que um novo grupo daquele templo
apareceu nas encostas de Malpetrim
Takifugo
e Takifugo não tem coragem de enca-
rá-los sem seu pai por perto.
Os jogadores podem ter mais perguntas para
Takifugo. A seguir estão algumas das questões mais
prováveis e suas respostas. Se eles fizerem outras
perguntas, use seu conhecimento da aventura para
responder, ou se achar que eles vão ficar sabendo
demais, considere que o elfo não sabe a resposta.
• O que precisamos pegar nas ruínas?
“Um pequeno cordão de pérolas que pertencia ao
meu pai. Ele ficaria desolado se soubesse que não está
mais comigo!”
• Como você conseguiu esse colar?
“O velho era um aventureiro. Viajou o mundo todo
com seu navio! Infelizmente se foi… As ondas levaram
seu navio, e só sobrou seu colar, conquistado em uma
de suas aventuras.”
7
• Como vamos saber em qual ruína da ci-
dade devemos entrar?
“Eu tenho as direções aqui. Vocês vão saber quando
estiverem perto da entrada. Pode ser que alguns elfos-
-do-mar estejam por lá... Não mencionem meu nome,
ou o colar! Eles vão tomar de vocês caso abram o bico.”
• Você vem com a gente?
“Vou indicar o caminho a partir da saída de Nova
Malpetrim, mas o serviço é todo de vocês.”
• Quanto você vai nos pagar pelo serviço?
“Estou disposto a pagar T$ 400 pelo colar… e todo
o tesouro extra que encontrarem lá é seu.”
Antes de combinar a partida, Takifugo chama o
grupo e dá a cada um deles um pote de vidro
selado com um líquido esbranquiçado e
transparente, além de uma chave dourada,
que entrega ao membro que aparentar ser
mais forte.
“Vocês vão para um lugar
com muita água. Como o povo
do mundo seco não sabe nadar
direito, isso pode ajudar. Óleo de
baleia. Ungido do mesmo jeito que
papai me ensinou, as armas de vocês
vão passar pela água como faca quente
na manteiga. E levem isso... é a
chave que abre a caixa de joias
dele, pode ser útil.”
Agora, os PJs podem decidir
quando partir. Takifugo tem alguma
pressa e pede que não demorem de-
mais. Eles já possuem tudo que precisam
(e não têm tibares na bolsa para comprar algo
especialmente extravagante), então...
Os personagens podem querer investigar Nova
Malpetrim em busca de informações sobre Takifugo.
Peça um teste de Investigação (CD 20). Com um su-
cesso, descobrem que seu contratante é na verdade
um capanga de Deenar, o líder de um bando que ocupa
parte das ruínas da Velha Malpetrim. Takifugo possui
uma péssima fama dentro do bando justamente por
lidar com pessoas do mundo seco. Se eles tirarem
satisfações, ele tem o seguinte a dizer:
“Pois é, agora vocês sabem porque eu não posso
aparecer por lá. Mas meu pedido ainda é genuíno e eu
ainda vou lhes pagar bem pela joia. Podemos ir?”
Sobre o item, há pouco a ser descoberto por aqui,
e as poucas pessoas que o conhecem apenas especulam
sobre sua história. Um outro teste de Investigação
(CD 20) revela que o colar deve ser algum símbolo
sagrado de Oceano, o Deus dos Mares.

Equipamentos da Aventura
Os equipamentos que os aventureiros podem
encontrar nesta aventura são descritos a seguir,
incluindo seu preço de venda em tibares.
• Bálsamo Restaurador. Uma pasta
verde e fedorenta, feita de ervas medicinais.
Usá-la é uma ação completa e recupera 2d4
pontos de vida. T$ 10.
• Cota de Malha. Longa veste de anéis
metálicos interligados, formando uma malha
flexível e resistente, que vai até os joelhos.
Armadura pesada: Defesa +6, penalidade de
armadura –2. T$ 150.
• Couraça. A mais robusta das armaduras
leves. Formada por uma placa metálica que
protege o peito e as costas, presa sobre um
casaco de couro. Armadura leve: Defesa +5,
penalidade de armadura –4. T$ 500.
• Espada Longa. Arma típica de soldados
e guerreiros, esta espada de dois gumes tem
lâmina reta medindo entre 80cm e 1m. Arma
marcial: corpo a corpo, uma mão, 1d8, corte,
crítico 19/x2. T$ 15.
• Essência de Mana. Esta poção feita
de ervas raras e compostos alquímicos recupe-
ra energia pessoal. Beber a essência de mana
é uma ação padrão e recupera 1d4 pontos de
mana. T$ 50.
• Lança. Qualquer arma feita com uma
haste de madeira e uma ponta afiada, natural
ou metálica. Por sua facilidade de fabricação,
é muito comum entre orcs, kobolds, troglo-
ditas e outras raças menos civilizadas. Uma
lança pode ser arremessada em alcance curto.
Arma simples: corpo a corpo, uma mão, 1d6,
perfuração, crítico 20/x2. T$ 2.
• Óleo de Baleia. Este preparado
alquímico é um destilado de gordura de baleia
feito por um processo antigo dos elfos-do-mar.
Você pode usar uma ação padrão para aplicar o
óleo em uma arma ou pacote de munições para
ignorar as penalidades de combate submerso
até o fim da cena. T$ 30.
• Poção de Curar Ferimentos.
Esta poção mágica recupera ferimentos
instantaneamente. Bebê-la é uma ação padrão
e recupera 2d8+2 pontos de vida. T$ 30.
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Cena 3
Caminhos da
Velha Malpetrim
Vocês cruzam as ruas, escadarias, pontes e passare-
las de Nova Malpetrim, acompanhados pelo misterioso
Takifugo. Lá embaixo, avistam uma cidade inteira qua-
se submersa, com poucas estruturas despontando das
águas. Ele indica o caminho, nas falésias além do porto.
“Sigam para o norte até encontrar uma casa de
alvenaria azul. A fundação era firme, duvido que tenha
caído. A caixa de joias do coroa costumava ficar na sala
de estar. É o maior aposento. Mas fiquem espertos no
caminho, senão… vão dormir com os peixes.”
Após uma risada desconfortável, ele se despede.
Os personagens estão agora à própria sorte. Uma
vez nas ruínas, devem passar pelas poucas partes secas
da velha cidade. Encontrar o caminho é um desafio,
principalmente com boa parte da cidade sob as ondas.
Achar a construção pela descrição de Takifugo em
meio às ruínas é um teste estendido de Sobrevivência
(CD 15), exigindo 5 sucessos (veja Testes Estendidos,
no Resumo de Regras, p. 14). Uma falha total (3 falhas
antes de 5 sucessos) encerra o dia; os personagens se
perderam ou desperdiçaram tempo demais e a noite
cai, forçando-os a montar acampamento ou seguir
durante a noite lidando com o escuro. Continuar sem
descansar pode cobrar um preço alto; cada personagem
deve fazer um teste de Fortitude (CD 15); aqueles que
falham ficam fatigados (veja Condições, no Resumo de
Regras, p. 27) até dormirem pelo menos 8 horas.
De qualquer forma, em caso de falha total, os
personagens precisam recomeçar o teste estendido
(descartando quaisquer sucessos anteriores).
A cada dois testes de Sobrevivência para resolver
o teste estendido, ocorre um encontro aleatório (role
1d6 e consulte a tabela 1-1, ou escolha o resultado
que parecer mais interessante).
1. Dinossauros Foragidos
Muitas expedições que retornam de Galrasia tra-
zem bestas extraordinárias para serem negociadas no
porto. Eventualmente tais animais escapam, causando
destruição por onde passam. Entretanto, esse pequeno
conjunto de lagartos do tamanho de gansos e longas
pernas traseiras não foi recapturado depois de sua fuga.
Esses gali-gali não se alimentam há algum tempo e
estão famintos, atacando os aventureiros. Apesar da
fome, fugirão se forem muito feridos (ou seja, se per-
derem metade dos seus PV). Um gali-gali recapturado
e devolvido ao porto rende uma recompensa de T$ 25.
Criaturas. 1d4+1 gali-gali.
Tabela 1-1: Encontros no Caminho
1d6 Encontro
1 Dinossauros foragidos
2 Patrulha kobold
3 Capangas de Deenar
4 O fantasma do Macaco Caolho
5 Desabamentos
6 Nada? Nada
2. Patrulha Kobold
Uma grande tribo de kobolds se encontra um um
planalto oculto nos Bosques de Allihanna, uma flores-
ta nos arredores. Com frequência, atacam viajantes,
capturando-os e levando para seus covis.
Esses patrulheiros em particular são apenas apro-
veitadores procurando por presas fáceis; eles irão se
esconder (Percepção CD 14 revela sua posição) e tentar
capturar o aventureiro que parecer mais frágil (com
o menor valor de Constituição). Os kobolds farão
de tudo para levar sua “vítima” ainda com vida, e se
um dos patrulheiros for morto, o outro rapidamente
desistirá do plano e tentará fugir. Caso os dois kobolds
sejam derrotados, os personagens encontram entre
seus pertences 2d10 tibares e 2 essências de mana de
vítimas anteriores.
Criaturas. Kobold patrulheiro x2.
3. Capangas de Deenar
Após sua inundação, boa parte das ruínas da
Velha Malpetrim foram ocupadas por povos marinhos.
Assim, a visão de um grupo de elfos-do-mar se aproxi-
mando não é estranha. Entretanto, esses em particular
estão metidos em armaduras de couro e carregam
lanças, com expressão de poucos amigos. Um deles
grita: “Respiradores de Ar! Não são bem-vindos aqui.
Voltem antes que se arrependam de pisar no território
do chefe Deenar!”
Negociar com esses bandidos é possível, apesar
de difícil — sua atitude inicial é inamistosa. Um per-
sonagem, representando o grupo, pode fazer um teste
de Diplomacia oposto à Vontade de um dos capangas.
Se passar, ele faz com que os capangas concordem em
deixar os aventureiros seguirem adiante, mediante o
pagamento de uma taxa de T$ 10 por cabeça. Se passar
por 10 ou mais no teste, o personagem consegue evitar
a cobrança. Em caso de falha ou recusa a pagar, os
elfos-do-mar sacam as armas e iniciam um combate.
9
Caso vençam os capangas, os aventureiros encon-
tram com eles um par de braceletes de ouro no valor
de T$ 25, uma lança certeira (uma arma aprimorada
que fornece +1 em testes de ataque) e duas poções de
curar ferimentos (2d8+2).
Criaturas. Capanga de Deenar x4.
4. O Fantasma do Macaco Caolho
Mesmo tomada pela água, é impossível não ima-
ginar em como a cidade deveria ser quando seca. Um
detalhe em especial atiça esses pensamentos: uma placa
partida no chão, que exibe em letras ainda douradas o
nome “Estalagem do macaco Caolho Empalhado”.. Um
guincho símio fantasmagórico interrompe o momento
de nostalgia, um sinal de sorte. Ou não.
Com a queda da Velha Malpetrim, pouco se sabe
sobre o destino dos artefatos relacionados à cidade.
Muitos boatos correm sobre o símio empalhado que
dava nome a essa estalagem em ruínas — dizem que
o corpo do animal teria sido abençoado por Nimb,
tornando-se um artefato muito poderoso. Porém, não
há nem sinal do macaco empalhado aqui, mas sua
presença pode ser sentida, como um auspício sinuoso.
Cada personagem pode escolher se decide brincar
com a sorte ou não, acreditando nas histórias sobre o
Macaco Caolho. Para aqueles que decidirem acreditar,
role 1d6 e consulte a tabela a seguir.
Tabela 1-2: Eventos Estranhos
1d6 Evento
1-2 T$ 1d6+1 desaparecem da bolsa do personagem
3-4 Nada acontece
O personagem encontra 1d4 essências de mana e
5
1d6 bálsamos restauradores entre as ruínas.
O personagem encontra um dado de seis faces;
um amuleto relacionado a Nimb, o Deus do Caos.
O personagem pode usar o dado para receber
6 +2 em um único teste; uma vez usado, o dado
desaparece. Devotos de Khalmyr (o Deus da
Justiça) e paladinos sofrem o efeito contrário,
uma penalidade de –2 se tentarem usar o dado!
5. Desabamentos
Mesmo abandonada, a antiga cidade ainda guarda
tesouros e perigos na mesma proporção. Peça aos
jogadores um teste de Percepção (CD 15) para notar
algumas tábuas soltas numa construção próxima. Se
pelo menos um jogador for bem-sucedido, o grupo
tem uma rodada para evitar o desastre; peça para que
expliquem como vão fazer isso — por exemplo, correr
para longe do desabamento (Atletismo), ou se esquivar
das tábuas já em queda (Acrobacia). Em todo caso,
a CD do teste é 17. Usos criativos de magia — como
Queda Suave — podem ajudar o grupo. Se nenhum
personagem percebeu o perigo, todos são atingidos
pelas tábuas e escombros, sofrendo 2d6 pontos de dano
de impacto (Reflexos CD 18 reduz o dano à metade).
6. Nada? Nada
Lidar com o mar tão perto dos domínios do Oceano
já devia ser algo esperado pelos heróis, mas as águas
guardam suas surpresas. Uma grande onda se ergue,
levando tudo; cada personagem deve fazer um teste de
Reflexos (CD 20). Se metade dos personagens falhar,
o grupo é engolido pelas águas. Uma vez submersos,
entretanto, percebem que não estão se afogando! Essa
é uma área de ar molhado — um fenômeno mágico
que acontece em alguns pontos dos mares de Arton.
Se o grupo tiver sido engolido, terá que percorrer
parte do caminho sob as águas: o próximo encontro
acontecerá debaixo d’água, em uma área de ar molhado.
Ar Molhado cansar. Aqui parece ser um bom lugar para levantar
Este fenômeno mágico estranho é um tanto
comum em Arton: uma área que permite a seres
terrestres respirarem embaixo d’água como
se fosse ar. Esta, em especial, torna possível
também se comunicar. Além disso, personagens
nessa área podem lançar magias como fariam
fora d´água, com exceção de magias de fogo.
Lançar uma aqui não surte efeito, mas os pontos
de mana (PM) são gastos da mesma forma.
Os aventureiros ainda precisam lidar com outros
efeitos de estar submersos. Um personagem
nesta condição sofre –2 em testes de ataque e
–5 em testes de Percepção e só pode se deslocar
com sucessos em testes de Atletismo para
nadar (criaturas com deslocamento de natação,
como sereias, ignoram essas penalidades). Não
é possível usar armas de ataque à distância
(com exceção de bestas, redes e armas de
arremesso de perfuração) e armas de corte e
impacto causam metade do dano. Por fim,
criaturas submersas recebem camuflagem
leve e cobertura leve (Resumo de Regras, p.
24) contra personagens fora d’água.
10
Subindo de Nível
Ao final da exploração, os personagens estão mais
experientes e mais poderosos – eles recebem um
novo nível. Quando sobe de nível, o personagem
recebe pontos de vida e pontos de mana adicionais,
conforme sua classe. Além disso, quando alcança um
nível par, ele recebe +1 em todas as suas perícias. Por
fim, o personagem recebe uma ou mais habilidades,
conforme sua classe. Veja a descrição de cada perso-
nagem pronto para os detalhes do novo nível.
No final do teste estendido, os personagens se
encontram cara a cara com a construção indicada por
Takifugo anteriormente.
Vocês se encontram no alto de um telhado quando
a noite cai. Diante de vocês jaz uma casa grande, com
paredes tomadas por vinhas e uma laje azulada, tomada
de entulho. Parte dela parece estar submersa, mas nem
mesmo toda a destruição parece tirar a opulência da
arquitetura. A construção é como Takifugo descreveu,
ainda que deteriorada pelo tempo e pela catástrofe.
Parece já fazer uma vida desde que vocês saíram da
Nova Malpetrim de passarelas íngremes e escadarias e
chegaram a este lugar. Chamar de ruínas agora parece
quase um insulto: são ruas cheias de vida, desafios e
riquezas a serem exploradas — uma grande masmorra
a céu aberto.
Entretanto, vocês sabem que o desafio verdadeiro
vem a seguir. Por ora, talvez seja melhor recolher as
pequenas riquezas obtidas em sua exploração e des-
acampamento. Vocês fazem isso?
Este ponto do telhado é seco e seguro o suficiente
para que os personagens montem um pequeno acam-
pamento e passem a noite. É provável que eles façam
isso, já que devem estar cansados e com alguns pontos
de vida a menos. Nesse caso, eles também chegaram
ao nível 2 (veja a caixa “Subir de Nível”).
Gali-gali
 Parte 2: Jornada à Velha Malpetrim
O s aventureiros chegaram ao seu desti-
no. De certa forma, as ruínas da antiga
Malpetrim parecem adormecidas, mas
é inegável que suas áreas submersas
escondem todo tipo de perigos e tesouros.
Leia ou parafraseie o seguinte texto:
É um novo dia. Vocês são acordados pelo chiado
das gaivotas e o suave bater das ondas contra as cons-
truções que se projetam acima da água. Daqui de cima,
conseguem identificar a casa azul em meio às ruínas em
volta, uma construção cuja base resistiu bravamente aos
maremotos de anos atrás.
Não chega a ser um palácio, mas é notável que seus
moradores tinham padrão de vida elevado. Paredes de
alvenaria decorada com azulejos e conchas em variados
tons de índigo, ciano e turquesa, desgastados pela maré.
O telhado foi levado pela enchente, restando apenas a
laje de pedra, que apesar de algumas rachaduras, se
manteve firme e impenetrável.
A construção não está nivelada. Um deslizamento
de terra afundou parte dela, agora submersa, também
selando a entrada principal. Após um pouco de inspeção,
vocês conseguem encontrar uma parede lateral que cedeu
e formou um grande buraco que pode servir de entrada.
Para todos os propósitos, como duração de habi-
lidades, cada sala conta como uma cena.
Área 1
Entrada
Um enorme buraco na parede dá acesso ao interior
da construção. Móveis arruinados são visíveis no que
algum dia pode ter sido um quarto de hóspedes… onde
um casal de elfos-do-mar monta guarda.
Estes elfos são companheiros de Nerites (veja a
página 16), e protegem o local, movidos por sua devo-
ção. Aproximar-se discretamente requer um teste de
Furtividade oposto à Percepção dos elfos-do-mar, que
serão surpreendidos na primeira rodada, se falharem.
Criaturas. Seguidor de Nerites x2.
Quando chegar o turno de um dos elfos-do-mar,
e este puder agir, gritará para o outro:
“Intrusos! Avise a Nerites! Vou segurar os saque-
adores o máximo que puder!”
11
O elfo alertado então usará seu turno para se
afastar, tentando chegar até a passagem submersa
que liga as salas 3 e 6, pois sabe que o canceronte no
caminho é inofensivo. Caso consiga, estará junto a
Nerites no combate final.
Vasculhando a sala com um teste de Investigação
(CD 18), é possível encontrar um tesouro aleatório
(veja a Tabela 2-1: Tesouros da Casa) entre os
escombros do ambiente. Sair pela porta leva a um átrio
de conexão entre as salas 2, 4 e 5.
Área 2
Salão de entrada
Este salão em ruínas aparenta ter sido um dia a
entrada da mansão. Hoje, jaz completamente destruído,
com móveis podres e roupas de nobres espalhadas, cheio
de musgo escorregadio e entulho. Uma porta pequena
em um canto leva a uma latrina, e uma saída no outro
lado do aposento leva a outro cômodo.
Embora seja possível acessar a latrina (2.1) sem
dificuldades, o caminho para o próximo cômodo (3)
está enlameado e cheio de lixo. Para chegar até ele, é
necessário passar por um perigo complexo (veja Testes
Estendidos, no Resumo de Regras, p. 14)
Sala de Mangue ND 1
Explorando a casa, os personagens precisam atra-
vessar um verdadeiro manguezal.
Objetivo Atravessar a sala enlameada.
Efeito Para atravessar, cada personagem precisa acumular
três sucessos. Para cada falha, o personagem afunda no
lamaçal; se acumular três falhas, precisa fazer um teste
de Vontade (CD 14) para não ficar abalado pelo medo
de morrer sufocado. Após a quarta falha, o personagem
não afunda mais, mas também não é capaz de se mover
sozinho e necessita da ajuda de um aliado.
Correr (Atletismo CD 15) O personagem tenta correr pela
lama antes de afundar. Um sucesso por 10 ou mais (ou um
20 natural no teste) conta como dois. Este teste recebe os
mesmos modificadores da ação corrida e pode ser subs-
tituído por Cavalgar ou Pilotagem, caso o personagem
esteja de alguma forma usando uma montaria ou veículo.
Equilibrar-se (Acrobacia CD 13) O personagem tenta usar
algum dos escombros da sala para avançar sem afundar.
Um sucesso por 10 ou mais (ou um 20 natural no teste)
conta como dois sucessos.
Procurar Rota (Percepção CD 15) O personagem analisa o
terreno em busca de uma rota de fuga. Se passar, recebe
+5 em todos os testes para correr e equilibrar-se realizados
durante o perigo. O personagem precisa entrar na sala para
usar esta ação, por isso uma falha nesse teste também faz
com que ele afunde.
Puxar Outro (Atletismo 20) O personagem carrega um
aliado próximo (com no máximo um sucesso de diferença).
Isso funciona como a ação avançar. Se passar, o perso-
nagem acumula um sucesso para si e para o aliado. Se
o personagem tiver algum item que possa auxiliar nisso,
como uma corda ou uma vara de 3m, recebe +5 nesse
teste. Se falhar, ambos afundam.
Após atravessar o mangue dentro do cômodo,
fazer o caminho na direção oposta é mais fácil devido
à inclinação da casa.
Área 2.1
Casa de Banho
Ao passar pela porta, vocês encontram uma latrina e
alguns instrumentos de banho, como uma tina de madei-
ra pela metade, e frascos quebrados. Um pequeno brilho
no fundo do fosso chama a atenção, até que uma mão
apodrecida e inchada lentamente se ergue da latrina…
O torso morto se arrasta para fora da fossa, com
dificuldade. A cena é só meio aterrorizante – justamente
porque a criatura está pela metade! Esse morto-vivo
está sem suas pernas e parte de seu tronco, mas isso
não o impedirá de tentar atacar o que ver pela frente.
Um laceron, uma criatura morta-viva, parcialmente
devorado, se arrasta para fora da latrina e ataca.
Criatura. Laceron lacerado.
Se os personagens derrotarem o morto-vivo,
encontrarão um tesouro aleatório na latrina (veja a
Tabela 2.1 - Recompensas da Casa).
Área 3
Cozinha
Este aposento devastado um dia deve ter sido uma
cozinha, com um enorme fogão a lenha, muitas panelas
e talheres espalhados pelo chão e um enorme buraco em
uma das paredes.
Mas o que chama a atenção é um canceronte, um
caranguejo gigante do tamanho de um bote invertido,
se alimentando com calma dos restos mortais de um
humanoide que carregava algum acessório brilhante,
claramente valioso.
Esta sala está parcialmente inundada, o que a torna
terreno difícil (personagens sem deslocamento de nata-
ção se movem à metade de seu deslocamento normal).
Criatura. Canceronte filhote.
12
Tesouros da Casa
Um tema comum em aventuras de exploração de
masmorras são tesouros misteriosos que podem
ser encontrados em baús perdidos. Para represen-
tar isso nesta casa, use a tabela abaixo.
Tabela 2-1: Recompensas da Casa
1d10 Recompensa
1 T$ 10
2 1d4-1 bálsamos restauradores
3 1d10 x 10 T$
4 1 essência de mana
5 Uma espada longa
6 Uma cota de malha
7 1d4+1 bálsamos restauradores
8 1d4 essências de mana
Uma espada longa certeira (fornece
0
+1 em testes de ataque)
Uma couraça reforçada (fornece +1
10 na Defesa, mas tem penalidade de
armadura aumentada em -1)
Em geral, cancerontes atacam outras criaturas ape-
nas se ameaçados. Este é um filhote, distraído demais
se alimentando e quase não percebe os aventureiros.
Caso alguém tente pegar o tesouro, apenas para de
comer e olha curioso para o aventureiro corajoso,
mas não faz nada. Role uma vez na tabela de tesouro
aleatório (veja a Tabela 2.1 - Recompensas da
Casa). O filhote de canceronte só se tornará agressivo
caso atingido, e ainda vai tentar fugir pelo buraco na
parede se perder mais da metade dos pontos de vida.
Caso os aventureiros tenham feito muito baru-
lho para chegar, ele estará assustado e com as pinças
levantadas em defesa, mas ainda assim não atacará
ninguém, a menos que seja agredido.
Na parede oposta à entrada é possível ver um
molho com várias chaves penduradas, e uma delas
serve para abrir a porta para a sala 5.
No canto nordeste da cozinha, meio escondido
por escombros, há a entrada para um túnel que segue
por baixo da casa até a área 6 (é a passagem que o
elfo-do-mar fugido da área 1 talvez tenha usado). Para
encontrar o túnel, é preciso passar em um teste de
Investigação (CD 15).

4 6
ENTRADA
1 5
2.1
2 revela um corredor largo e inun-
ENTRADA ORIGINAL
(SELADA)
Área 4
Quarto
Vocês estão diante do que parece ter sido um quarto
de casal, que abriga uma cama apodrecida e um armário
com várias roupas velhas, tudo tomado de musgo.
Personagens que quiserem vasculhar os armários
em busca de itens de valor podem fazer um teste de
Investigação (CD 17). Um sucesso indica a presença de
um tesouro aleatório (veja a Tabela 2.1 - Recompen-
sas da Casa). Só há um tesouro, independentemente
da quantidade de testes bem-sucedidos.
Aos pés da cama há um baú de qualidade, pouco
deteriorado, exceto por um pouco de musgo que se
acumulou ao redor e oxidação nas partes metálicas,
contrastando com o ambiente decadente. Abrir o baú
requer passar em um teste de Força ou Ladinagem (CD
20). No interior há 4 poções de curar ferimentos (2d8+2
PV) e 1d4+1 essências de mana.
Área 5
Corredor Eletrizante
A porta para essa sala é reforçada e está trancada.
É possível abri-la com um teste de Ladinagem ou Força
(CD 25). Sua chave está na cozinha (área 3).
TÚNEL
VINDO DA
ÁREA 3
(OCULTO)
TÚNEL PARA
ÁREA 6
3 (OCULTO)
Uma vez aberta, a porta
dado, com uma saída visível do
outro lado.
Um teste de Percepção
ou Sobrevivência (CD 13) re-
vela que a área é habitada por
enguias elétricas, prontas para
atacar qualquer coisa que entre na água.
É possível atravessar o corredor sem entrar na
água, pulando em móveis, barris e caixotes que estão
boiando. É um teste estendido de Acrobacia ou Atle-
tismo (CD 15, 3 sucessos exigidos). Em cada falha, o
personagem cai na água e sofre 1d6 pontos de dano de
eletricidade antes de conseguir voltar para cima de algo
seco. Com falha total (3 falhas antes de três sucessos)
o aventureiro é acuado pelas enguias e precisa nadar
de volta à segurança, tendo que recomeçar o teste
estendido do zero. Se for bem-sucedido, o personagem
chega ao corredor que dá acesso à próxima sala.
É possível ignorar os caixotes e atravessar direto
pela água, mas isso expõe o personagem às enguias, que
causam um total de 6d6 pontos de dano de eletricidade
durante a travessia.
Área 6
Templo Improvisado
Chegando a esta última câmara, a porta se abre
para uma sala grande, com água salgada até a altura
da cintura e cortinas arruinadas pela exposição. Aqui,
prostrados diante um altar improvisado, está um pe-
queno grupo de elfos-do-mar, enquanto um outro faz as
vezes de sacerdote, liderando uma oração.
13
 Esse cômodo também está alagado, atrapalhando Encoberto pela área alagada, um sorvedouro de um
a movimentação de criaturas que não possuem metro e meio de raio no canto extremo noroeste da
deslocamento de natação, contando para essas sala serve de passagem de fuga submersa
como terreno difícil. Os elfos-do-mar estão para os elfos. Caso um personagem
a 12m de distância da entrada e, sem deslocamento em natação se
caso tenham sido avisados dos aproxime demais, peça um teste
“invasores”, estarão prepara- de Percepção (CD 15) para notar
dos para o combate. o buraco. Caso falhe, o perso-
Assim que percebe vocês, nagem afunda na água e é
a líder dos elfos-do-mar, uma levado pela corrente. Isso
elfa de postura firme, se po- não causa dano, mas o
siciona à frente e diz: personagem precisará
gastar uma ação comple-
“Vocês chegaram longe ta (e obter sucesso em um
demais, invasores do mun- teste de Atletismo com CD
do seco. Partam agora ou 15) para nadar de volta.
sofrerão a ira do próprio
Oceano, através de sua fiel O templo improvisado possui
serva, Nerites!” dois tesouros aleatórios (veja a
Tabela 2.1 - Recompensas da
Criaturas. Nerites e Casa), encontrados com sucesso
seguidor de Nerites x4. em Investigação (CD 18). Além
Os elfos-do-mar atacam disso, no promontório onde
à distância com suas lanças, os elfos estavam orando há
evitando combate corpo a um pedestal improvisado
corpo tanto quanto possível, feito com conchas, restos
deixando esta tarefa para sua de móveis e outros objetos.
líder. Nerites é uma combatente Nerites No topo, está o item que os
excepcional, e se importa de verdade trouxe aqui: a Voz das Marés,
com os membros de sua pequena congrega- um cordão de pérolas com uma
ção; caso os outros elfos sejam derrotados, ela concha enfeitada de pingente, que
se entrega para evitar a morte dos companheiros. emana energia divina.

Lidando com o Fracasso
Essa aventura foi escrita pensando no caso dos aventurei-
ros terem sucesso contra todos os desafios que encontram
pelo caminho. Porém, nem sempre é isso que acontece.
Decisões ruins e falta de sorte podem causar a derrota do
grupo e comprometer a continuidade da história.
Diferente de um videogame, o RPG não possui formas
de carregar o jogo e voltar o progresso de um ponto
anterior, mas também não existe game over. Dependendo
de como ocorre a derrota, é possível continuar a história
de inúmeras formas.
No caso de A Voz das Marés, a consequência mais óbvia
do fracasso dos protagonistas é a fuga de Nerites com
o amuleto. Isso pode colocar os aventureiros em uma
nova aventura tentando rastreá-la para reaver o item. Os
personagens pordem querer honrar sua palavra e ainda
concluir a missão. Takifugo pode lhes lembrar que agora
eles o devem e tentar chantageá-los, ou fazer algum
outro estratagema. Tudo pode acontecer!
Outra possibilidade seria a captura do grupo pela vilã, que
pode ter interesse em tomar os associados de Takifugo
como prisioneiros, e cabe aos heróis dar um jeito de
escapar do cárcere.
Na pior das possibilidades, os heróis são mortos. É
um destino cruel, mas é parte da vida de aventureiro…
ainda mais em início de carreira. Os vilões vencem e
escapam, mas a história não precisa acabar aí também.
Sabendo que está lidando com peixes grandes, Takifugo
pode contratar aventureiros mais experientes dessa vez.
Peça para os jogadores escolherem novos personagens
(ou criarem os seus próprios, se você já tiver em mãos o
Tormenta20) e continue a história de onde parou.
Não existe resposta errada e as possibilidades são
infinitas. Apenas não se deixe abater, nem se culpe por
algumas rolagens ruins. Escolha a forma de continuar
que mais te agrade, faça os preparativos que precisar e
continue o jogo como achar melhor.

14

Epílogo
De volta a Nova Malpetrim, o grupo pode se en-
contrar num dilema. Entregar o item a Takifugo? Ficar
com ele? Devolvê-lo ao seu legítimo dono?
Takifugo recebe o item bastante agradecido. Os
aventureiros podem notar que ele está com uma sacola
de viagens nas costas.
“Vejam só! São mais competentes do que eu ima-
ginava. Aqui, comprem um pouco de gorad. Agora vão
circulando! Tenho pressa de ir embora, preciso de um
lugar mais calmo pra viver. Nada de despedidas!”
Ele joga uma bolsa de dinheiro para o grupo, com
os prometidos T$ 400 dentro. Considerando o tipo de
malandro que Takifugo é, aquela prata pode ter vindo
de qualquer lugar — produto de um golpe, fruto de
punga na cidade, roubo de seu chefe… Mas isso não
é um problema para os aventureiros.
Ao menos não agora…
Vilão? Eu?
Talvez o mestre prefira uma solução diplomática,
ou que Nerites seja uma antagonista, mas não uma
vilã do mal. Caso decida por essa interpretação,
permita aos personagens um teste de Diplomacia
oposta à Vontade de Nerites. Caso os heróis ven-
çam, os elfos param de lutar. Nerites avança, ainda
em postura de combate, mas abre a oportunidade
para diálogo.
Caso os aventureiros mencionem o contratante,
Nerites diz que Takifugo é um assecla de Deenar
Dhanariatis, um elfo-do-mar de coração sombrio
e extremamente perigoso, líder de um bando
de saqueadores que domina parte da Malpetrim
submersa. Ou seja, se eles desejam o colar, não
possuem boas intenções.
Nerites não tem muito, mas estende a mão com
duas pérolas negras no valor de T$ 140 cada uma,
e as oferece para os personagens dos jogadores em
troca de seu povo ser deixado em paz.
Se os personagens recusarem a oferta, será

Ganchos de necessário passar em mais um teste de Diplomacia

oposto à Vontade da líder dos elfos-do-mar. Se os

Aventuras heróis vencerem, Nerites parte com seu grupo, re-

lutante, mas desejando poupar seus companheiros,
Caso os jogadores decidam continuar as aventuras e deixa a decisão do que fazer com a Voz das Marés
de seus personagens, aqui estão algumas ideias de nas mãos dos personagens. Mas, se os aventu-
como a história pode continuar. reiros falharem no segundo teste de Diplomacia,
serão atacados pelos elfos.
• O capitão de um navio está contratando aventureiros
para levar uma carga até a capital do reino, Altrim.
Ele oferece um pagamento generoso a quem puder
ajudar a manter o carregamento intacto durante o • Os antigos donos da mansão pareciam ser abastadas,
trajeto, pois perdeu vários marujos para ataques de e o molho de chaves encontrado na casa aparenta
piratas e monstros do mar. ter o endereço de outras localizações na antiga
• Se os aventureiros entregaram o colar a Takifugo, Malpetrim. Quais tesouros e armadilhas estarão
poderão estar se perguntando de onde o dinheiro escondidos por lá?
do pagamento que receberam saiu, e iniciar uma
investigação. A quantia pode ter vindo de pertences
de Deenar que foram penhorados pelo elfo-do-mar,
ou alguma quantia surrupiada de alguma pessoa
importante em Nova Malpetrim. De qualquer forma,
independente da fonte do dinheiro, seus donos
originais não estão felizes, e vão atrás do grupo
para acertar contas.
• Em uma das áreas da casa, o grupo encontra um
alçapão trancado. Mesmo o mais habilidoso ladrão
teria dificuldade para abrir aquilo… mas talvez
Takifugo conheça alguém bom o suficiente para o
serviço. Ao fazê-lo, revela-se uma passagem sub-
terrânea, milagrosamente seca. Serão os infames
túneis abaixo da antiga Malpetrim? É uma região
misteriosa e digna de ser explorada!

15
 NPCs & Criaturas

Canceronte filhote
Este canceronte jovem tem a aparência de um grande
caranguejo, com um casco que se assemelha a uma arma- Canceronte
dura azulada brilhante.

Canceronte filhote
Animal Grande ND 2
Iniciativa +7, Percepção +2, visão na penumbra
Defesa 20, Fort +13, Ref +7, Von +2
Pontos de Vida 80
Deslocamento 6m (4q), natação 12m (8q)
Corpo a Corpo Duas garras +10 (1d8+4).
Autotomia (livre) O canceronte filhote pode sacrificar uma de
suas garras para se livrar de um perigo maior. Quando faz
isso, ele automaticamente passa em um teste para evitar
uma condição de movimento (como um teste de ataque
para se libertar de um agarramento), mas perde um de
seus ataques de garra. Uma garra sacrificada desta forma
se regenera em 1 mês.
Quebrar Tudo! O canceronte recebe +2 em testes de ataque
para quebrar (teste total +14) e causa +1d8 pontos de dano
contra objetos.
For 3, Des 1, Con 4, Int –4, Sab 0, Car –2
Tesouro Nenhum.
Elfo-do-mar
Este ser lembra um elfo terrestre, mais baixo e
corpulento, com ombros largos e pele perolada, azul-a-
cinzentada. Grandes orelhas com raios, como barbatanas
de peixe, cabelos claros e olhos azuis amendoados.
Elfos-do-mar são selvagens perigosos que lançam
ataques contra embarcações e comunidades costeiras
para matar, saquear e — principalmente — roubar
objetos de metal, que não podem forjar em seu habitat.
Isto é o que se costuma dizer. A verdade é que
muitos são pacíficos, cuidando da própria vida em suas
comunidades submarinas em regiões de ar molhado. Lá,
aceitam visitantes da superfície e até moradores fixos
sem receios e comercializam itens do mundo seco em
troca de pescado, materiais exóticos e tesouros do mar.
Não é raro que estes elfos acabem se unindo a
grupos de aventureiros. Apenas os membros mais
rebeldes e malignos da raça tornam-se saqueadores,
e infelizmente trazem infâmia aos demais.
Capanga de Deenar
Este elfo-do-mar se veste com roupas típicas da su-
perfície, e possui os trejeitos e linguajar dos estivadores
de Nova Malpetrim.
Capanga de Deenar
Humanoide (elfo-do-mar) Médio ND 1/2
Iniciativa +4, Percepção +1, visão na penumbra
Defesa 13, Fort +1, Ref +4, Von +3
Pontos de Vida 6
Deslocamento 9m (6q), natação 9m (6q)
Corpo a Corpo Lança +7 (1d6+3).
Cria das Águas Dentro d’água, o capanga de Deenar recebe
percepção às cegas 18m e +2 na Defesa e em Furtividade
e Sobrevivência.
Valentão Marinho O capanga recebe +2 em testes de ataque
e rolagens de dano contra criaturas que não possuem
deslocamento de natação.
Dependência de Água Se ficar um dia sem contato com água, o
capanga fica fatigado e não pode recuperar PV.
For 1, Des 2, Con 1, Int 0, Sab –1, Car 0
Perícias Furtividade +6.
Equipamento Lança. Tesouro Metade.
Seguidor de Nerites
Este elfo-do-mar se veste com as roupas simples e
práticas do povo aquático, adornadas com símbolos que
evocam a devoção a Oceano, o Deus dos Mares.
Seguidor de Nerites
Humanoide (elfo-do-mar) Médio ND 1/2
Iniciativa +2, Percepção +4, visão na penumbra
Defesa 13, Fort +3, Ref +5, Von +0
Pontos de Vida 8

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Deslocamento 9m (6q), natação 9m (6q)
Corpo a Corpo Lança +9 (1d6+3).
Caçador Submarino Quando faz um teste de perícia (exceto
testes de ataque) em um terreno aquático, o seguidor de
Nerites rola dois dados e usa o melhor resultado.
Cria das Águas Dentro d’água, o seguidor recebe percepção às
cegas 18m e +2 na Defesa e em Furtividade e Sobrevivência.
Dependência de Água Se ficar um dia sem contato com água, o
capanga fica fatigado e não pode recuperar PV.
For 1, Des 2, Con 1, Int 0, Sab –1, Car 0
Perícias Sobrevivência +4.
EquipamentoArmaduraacolchoada,Lançax2.TesouroNenhum.
Nerites
Esta elfa-do-mar resoluta se veste com as roupas sim-
ples e práticas do povo aquático, adornadas com símbolos
que evocam a devoção a Oceano, o Deus dos Mares. Ela
usa um gibão de escamas de peixe e brande seu tridente
com mais habilidade que os outros.
Desde pequena, esta elfa-do-mar sentia um chama-
do. Nerites não se dedicou ao serviço sacerdotal, mas sua
devoção a Oceano sempre foi exemplar, emocionando
aqueles ao seu redor em reverência. A jovem se tornou
uma exímia combatente com as armas preferidas de
seu deus, protegendo seu povo dos
perigos, seja do mundo seco, seja
dos mares.
Quando o deus dos
mares sumiu, mesmo
que seus milagres
ainda existissem,
muitos ques-
tionaram a
própria fé.
Mas não Ne-
rites. Certa
de que seu
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patrono estaria em algum lugar, partiu em busca de
um chamado, mesmo o mais sutil, e esta procura a
levou às ruínas da Velha Malpetrim, onde descobriu
a Voz das Marés. Aceitando tal achado como um sinal,
ela improvisou um templo no local, atraindo outros
elfos-do-mar para sua congregação.
Nerites
Humanoide (elfo-do-mar) Médio ND 2
Iniciativa +5, Percepção +3, visão no escuro
Defesa 20, Fort +5, Ref +11, Von +4
Pontos de Vida 65
Deslocamento 9m (6q), natação 9m (6q)
Corpo a Corpo Tridente x2 +9 (1d8+6).
Ataque Pesado (Livre) Uma vez por rodada, se Nerites acertar
um ataque corpo a corpo, pode fazer a manobra derrubar
(teste +11).
Cria das Águas Dentro d’água, Nerites recebe percepção às
cegas 18m e +2 na Defesa e em Furtividade e Sobrevivência.
Sopro do Mar (Padrão) Nerites sopra vento marinho em um
cone de 6m. Criaturas nessa área sofrem 4d6 pontos de
dano de frio (Reflexos CD 14 reduz à metade). Uma vez
que tenha usado este poder, ela precisa gastar uma ação
de movimento para usá-lo novamente.
Dependência de Água Se ficar um dia sem contato com água,
Nerites fica fatigada e não pode recuperar PV.
For 2, Des 3, Con 3, Int –1, Sab 1, Car 2
Perícias Diplomacia +5, Sobrevivência +4, Religião +6.
Equipamento Gibão de escamas, símbolo sagrado de Oceano,
tridente. Tesouro Duas pérolas negras no valor de T$ 140.
Gali-gali
O pequeno animal tem o tamanho de um ganso, com
patas traseiras, minúsculos membros dianteiros e uma
cauda longa, fina. Ele olha para vocês com olhos ansiosos,
um misto de curiosidade e gula em sua face.
Gali-gali
Animal Minúsculo ND 1/4
Iniciativa +3, Percepção +3, faro, visão na penumbra
Defesa 11, Fort +0, Ref +2, Von ­–1
Pontos de Vida 4
Deslocamento 9m (6q), escalar 6m (4q)
Corpo a Corpo Mordida +7 (1d4+4).
For 0, Des 1, Con 0, Int –4, Sab 1, Car –2
Tesouro Nenhum.
Elfos-do-mar
Kobold Patrulheiro Paralisia Uma
criatura atin-
gida pela mordida
Esta criaturinha tem menos de meio metro. Cabeça do laceron lacerado Kobold
alongada, focinho proeminente, meio lagarto, meio cão. fica paralisada por 1d4
Pele escamada, variando entre o verde e vermelho. Orelhas rodadas (Fortitude CD 13
minúsculas, pontudas. Pequenos chifres. Caudas curtas. evita e a criatura não pode
Poucas roupas e uma lança pontiaguda e fina. Barulhento, mais ser paralisada por esta
frenético, ele se aproxima latindo em seu idioma estranho. habilidade até o fim da cena).
Lacerado O laceron só tem um dos
Kobold patrulheiro braços e não possui os membros
Humanoide (kobold) Pequeno ND 1/2 inferiores, por isso está sempre
Iniciativa +4, Percepção +0, sensibilidade à luz, n
sãvio sob efeito da condição caído (já
escuro contabilizado em suas estatísticas).
Defesa 14, Fort +3, Ref +5, Von ­+0 For 1, Des 2, Con 0, Int —, Sab 1, Car 0
Pontos de Vida 6 Perícias Furtividade +4.
Deslocamento 9m (6q)
Tesouro Nenhum.
Corpo a Corpo Lança +9 (1d6+1).
À Distância Funda +9 (1d4+6).
Peste Oportunista Os ataques do kobold patrulheiro causam Minotauro
+1d4 pontos de dano contra inimigos que já sofreram
dano na rodada. Agiota
For 1, Des 2, Con 0, Int –1, Sab 0, Car –1
Trajando as roupas simples dos mo-
Equipamento Armadura de couro, balas x10, funda, lança. radores de Malpetrim, este minotauro faz
Tesouro Metade. questão de exibir seus músculos, usando seu
tamanho e força para intimidar qualquer um

Lacedon Lacerado em seu caminho.

Minotauro Agiota
Este humanoide parcialmente devorado é apenas um Humanoide (minotauro) Médio ND 1/4
tronco com um braço e uma cabeça. Sua pele pútrida e
inchada da água do mar é marcada por cracas e algas. Iniciativa +6, Percepção –1, faro
Ainda que não consiga caminhar, ele usa seu braço e seu Defesa 12, Fort +1, Ref +4, Von –2
tronco para se mover em direção a suas vítimas. Pontos de Vida 9
Deslocamento 9m (6q)
Lacedon Lacerado Corpo a Corpo Socão +7 (1d4+2) e Chifres +7 (1d6+2)
Morto-vivo Médio ND 1/2 Valentão O minotauro agiota recebe +2 em testes de ataque e
Iniciativa +1, Percepção –1, faro, visão no escuro rolagens de dano contra inimigos caídos, desprevenidos,
Defesa 14, Fort +6, Ref –1, Von ­+3 flanqueados ou indefesos.
Pontos de Vida 15 For 2, Des 1, Con 3, Int –1, Sab –1, Car 1
Deslocamento 1,5m (1q), natação 3m (2q) Perícias Intimidação +3.
Corpo a Corpo Mordida +7 (1d6+2) e garra +7 (1d4+2)
Tesouro Nenhum.

Lacedon
lacerado!

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