EDITORIAL
Ilustres apoiadores da D20 Saga,
Editor-Chefe:
Tiago Chamuinho
Autores:
Guilherme Faccio, Isabela Domingues, Jovi Bezerra, Marco
Antônio “Boi” Loureiro, Marco Aurélio Domingues Allaman,
Marco Jr Farol, Matheus Dalmas, Matheus Moraes Maluf, Pet
Rodrigues, Philip "Doom" Boom e Tiago Chamuinho
Ilustração de Capa:
Pedro Chelles
Artes Internas:
Anderson "Jackal" Costa, Daniel Lustosa, Luciano “Luci”
Alberto, Pedro Chelles, César Filho
Cartografia:
Jovi Bezerra e Tiago Chamuinho
Fotografia:
Pim Viñolo
Diagramação e Design:
Gabriel “Arddhu” Gastaldo
Revisão:
Guilherme Faccio e Matheus Moraes Maluf
Equipe D20 Culture e Editora Ponycorn: Danillo Dorazio,
George Prestrelo, Guilherme Faccio, Jovi Bezerra, Isabela
Domingues, Matheus Dalmas, Matheus Moraes Maluf,
Marcelo Wendel, Marcus Santos, Paulo Henrique Muniz, Pet
Rodrigues, Ricardo Wendel e Tiago Chamuinho
D20 Saga foi criada e publicada originalmente por Fabio
Fugikawa, Gisele Roth, Marcelo e Ricardo Wendel
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Nesta edição teremos uma coluna inédita sobre lugares do
mundo de Inaes, que preenche o espaço da Saga enquanto ela
está no forno - com o tema escolhido pelos votos de vocês,
uma das vantagens de ser um assinante Premium! O artigo
contém informações de uma cidade no norte do reino de
Osseti composta por humanos e… trolls?
Os amantes incondicionais se renderão ao Juramento do
Amor, representado pelo personagem Alejandro em nossa
websérie. E aproveitando a presença desde goblin apaixonante,
a ancestralidade dos goblins de Lacrima para que possam
jogar com os inúmeros irmãos deste paladino. Neste tema,
um paladino terá sua fé testada em uma sombria missão junto
de um clérigo fervoroso. Além deste conto, a continuação
de "Alvorada!" para aqueles que estavam ansiosos sobre a
investida dos Radiantes.
Para as aventuras da sua mesa, o nosso mestre Farol traz uma
one-shot sobre o sumiço de um garoto que causa uma rusga
entre irmãos, necessitando da ajuda os heróis para resolver
o problema. Trouxemos uma entrevista com Erick Bougleux
falando de sua longa trajetória na dublagem e do sentimento
em dar voz a um personagem tão marcante quanto o Aang.
Combinando com este tema, uma análise sobre a nova série de
Avatar: O Último Mestre do Ar. Por último, mas não menos
importante, o resumo de episódios para alimentar as teorias
de conspiração sobre os eventos que estão acontecendo em
Despertar do Abismo.
Como bem sabem, estamos trabalhando em diversos projetos
para vocês da comunidade e amamos o carinho com que
recebem e o feedback que nos inspiram. E uma das novidades
que afeta vocês, fãs da D20 Saga, é que estamos na reta final
do nosso e-commerce, no qual poderão adquirir as edições
anteriores do nosso conteúdo. Novidades em breve!
Muito obrigado por apoiarem nossos conteúdos e tenham
uma boa leitura.
- Tiago Chamuinho
Editor-chefe
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 SUMÁRIO
A CIDADE DO MEIO 5

GOBLINS 9

JURAMENTO DO AMOR 11

PRESAS E CAÇADORES  13

ALVORADA! 24

DUNGEON EXPLORE 29

ERICK BOUGLEUX 37

SOMBRAS POR ERIKSTEAD 40

AVATAR: O ÚLTIMO MESTRE DO AR 45

DESPERTAR DO ABISMO 48

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 4
 A CIDADE DO MEIO
Regiões de Inaes
por Marco Antônio “Boi” Loureiro, Pet Rodrigues e Tiago Chamuinho
“Lembro-me como se fosse hoje do dia em que avistei
os contornos daquela estranha cidade que os ossetianos
construíram com a ajuda dos trolls do gelo. São memórias
vívidas de uma juventude cheia de sonhos e aspirações, e o
primeiro trabalho pago junto à Guilda das Caravanas.
Não tinha se passado duas semanas depois que eu larguei
a tutela do velho marceneiro Jaro e sua oficina de móveis
finos — onde com certeza eu teria passado minha vida
inteira respirando pó de serra, escutando a ladainha
interminável de meu mestre e preso em um trabalho sem
nenhum tipo de perspectiva na zona rural da cidade de
Dernas — e já estava sendo enviado para o extremo norte
de Osseti acompanhando uma caravana com destino a uma
nova cidade construída para unir os povos do reino com os
trolls da vastidão gélida de Millens.
Devo admitir que contei com a sorte e um pouco de teimosia
naquele momento, meus pais eram pobres camponeses e
eu, recém-desempregado, só poderia contar com a minha
resiliência e perseverança. Desejando conhecer o resto do
mundo e viver uma vida de aventuras, eu decidi tentar uma
vaga na Guilda das Caravanas pois, pelo que diziam, existiam
rotas com destinos longínquos que eram perfeitas para quem
estava começando, já que os membros mais antigos da guilda
as evitavam. Durante duas semanas inteiras, sem faltar um
dia, batia todas as manhãs nas portas da sede do lugar. Meu
plano era ser contratado ou morto. Graças aos deuses consegui
a primeira opção.
Mas, me perdoem a divagação desse velho, crianças, são
lembranças felizes de um passado de descobertas, sonhos e
esperanças. Falar sobre aqueles tempos me enche de vida e é
como se eu estivesse por lá novamente!
Onde eu estava? Sim, nos portões da cidade. Levamos dois
meses para atravessar a porção ossetiana de Zagar, a Grande
Tundra. Minha função? Ajudar a manter as partes móveis de
madeira das carroças de carga lubrificadas e realizar eventuais
reparos pois, acreditem, o frio intenso do norte de Osseti não
pode ser subestimado. Estávamos todos cansados, muitos
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
animais morreram durante a travessia da grande tundra e a
viagem levou o dobro do tempo planejado, mas não existem
palavras que possam descrever com justiça a sensação que foi
avistar aquela cidade no meio da paisagem gelada.
Localizada no centro de um belo vale nevado, ela não
era muito maior do que algumas das vilas mais ao sul de
Osseti, mas era perfeitamente circular e dividida ao meio
por um rio congelado, com o bairro dos trolls localizado
ao norte da cidade, enquanto o bairro dos humanos é ao
sul. Não bastando seu formato peculiar, os altos muros da
cidade pareciam ter sido esculpidos pelas mãos hábeis de
um artista, tudo decorado com grandes ossos de mamute,
couro de animais pesados e esculturas representando
divindades que eu nunca havia ouvido falar. Mais tarde,
eu descobriria que foram os xamãs do povo troll que
esculpiram cada porção do lugar com sua maestria em
manipular o gelo como se fosse argila para moldar.
A cada metro que caminhávamos em direção à peculiar
Cidade do Meio, nos encantávamos com os detalhes diferentes.
Mas foram os habitantes do norte, os trolls, que nos chamavam
mais a atenção. Nos portões fomos recebidos por dois mamutes
brancos, montados por guerreiros trólicos com grossas
armaduras de couro e carregando armas de arremesso feitas
de ossos. Já a guarda da cidade, era composta por guerreiros e
guerreiras montadas em grandes leopardos das neves.
Apesar do aspecto bélico, fomos recebidos de braços abertos
pelos trolls, que pareciam realmente dispostos a abraçar o
sentimento de união entre os povos. Aquilo tudo era tão
mágico e novo que sentia que poderia ficar naquele lugar
por anos e, pelo capricho dos deuses, foi exatamente isso que
aconteceu, pois em alguns dias conheceria o amor da minha
vida: a avó de vocês. Mas essa, crianças, é uma história para
um outro dia. Agora, deixem esse velho viajante descansar
suas pernas um pouco.”
5

Os Trolls de Troll’Har
O povo troll é nativo de Millens e, durante a campanha de
conquista de Caelis pelos Theodianos, conseguiram manter
a soberania do seu território ao deter o exército imperial,
graças ao poder de seus xamãs e também aos espíritos do
gelo e do vento que protegem a vastidão gélida de Millens.
Depois que os Theodianos desapareceram e o império
ruiu, o povo troll se manteve recluso por vários séculos,
até emissários de Osseti serem enviados à Millens
buscando costurar um tratado comercial entre as duas
nações. Após uma decisão controversa - pois não foi uma
decisão unânime entre os membros do Conselho Gélido
-, a maioria dos governantes de Troll’Har decidiu pela
reaproximação com os ossetianos e o resto dos reinos de
Caelis.
Características
Cidade pequena, humana e trólica, fortificada, cidade neutra
Fundação
A Cidade do Meio foi fundada há duas décadas para a
celebração de um acordo diplomático entre os governos de
Troll’Har e o Reino de Osseti. A ideia era criar um entreposto
comercial que pudesse servir de ponto de encontro para que
comerciantes dos dois povos pudessem trocar experiências e
mercadorias entre eles.
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Com o passar dos anos, a fundação de um entreposto como
a Cidade do Meio demonstrou ser um sucesso maior do que
o inicialmente planejado, e diversas rotas de comércio foram
criadas entre a cidade, Osseti e o resto dos reinos de Caelis.
Governo
Desde sua fundação, para demonstrar a boa vontade na
união entre os dois povos, a Cidade do Meio é administrada
por um governo misto. Do lado do povo troll, a mestra
das feras Tartak Manon foi designada pelos governantes
de Troll’Har, uma guardiã trólica de família renomada,
enquanto o comerciante Andros Paho, um antigo e
experiente comerciante vindo da cidade de Dernas, foi o
escolhido por parte dos ossetianos. Ambos representam suas
nações e são as autoridades máximas delas dentro dos limites
da cidade, governando de forma igualitária.
População
Cerca de 6.000 habitantes, majoritariamente humana e
trólica. Por conta do grande volume de caravanas que
chegam e saem todas as semanas da região, a Cidade do Meio
conta com uma população flutuante, que pode até dobrar em
momentos de pico.
Produtos e Recursos
A principal atividade econômica da região é a intensa troca
de mercadorias que ocorre entre os comerciantes, tanto dos
povos trólicos quanto de Osseti e outras nações de Caelis.
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Do lado dos trolls, há uma infinidade de produtos e insumos
oriundos da vastidão gélida de Millens, como couros e
peles grossas, marfim e outras partes ósseas, gordura e
a carne das grandes bestas que habitam o norte, leite de
leopardo e derivados, blocos de gelo eterno, as fortes bebidas
fermentadas e destiladas da região, amuletos e objetos
místicos contendo espíritos do vento e das geleiras e outras
mercadorias típicas do norte de Caelis.
Já do lado ossetiano e outros reinos humanos de Caelis, há
uma variedade grande de produtos e insumos provenientes das
regiões mais quentes do continente. Entre os mais procurados
estão os peixes e frutos-do-mar, carnes de aves e de outros
animais do centro-sul, ervas, vegetais, legumes e frutas.
Defesas
Apesar de existir um pequeno contingente de guardas
ossetianos, a maior parte das defesas do local ficam sob a
responsabilidade do povo troll. Isso ocorre devido às forças
bélicas de Troll’Har estarem melhor adaptadas às intempéries
dos climas gélidos.
Andros Paho
Humano, comerciante
O governante ossetiano da Cidade do Meio é um antigo
comerciante de Dernas que resolveu utilizar seus recursos
para investir na fundação da cidade. Tendo grande interesse
na cultura e na magia dos trolls, Andros conseguiu
conquistar uma boa reputação entre eles e auxilia tanto na
manutenção dos tratados entre a Cidade do Meio e outros
governos quanto na relação interna dos cidadãos.
No último ano, começou a se espalhar um boato a respeito
da verdadeira identidade de Andros. De acordo com esses
rumores, o experiente comerciante seria, na verdade, um
criminoso que havia fugido para a região em busca de uma
nova vida. Obviamente, Andros nega quaisquer boatos, mas
evita falar sobre seu passado antes de se tornar o governante
humano da Cidade do Meio.

Dentre as tropas trólicas que protegem a Cidade do Meio,

estão os Mestres dos Leopardos — uma das forças de elite
mais respeitadas do reino dos trolls —, alguns mamutes de
cerco e um contingente considerável de xamãs de batalha,
prontos para levantar os espíritos do vento gélido contra
eventuais inimigos.

NPCs Importantes

Tartak Manon
Troll, guardiã/bárbara

A governante da cidade por parte do povo troll e

comandante dos Mestres dos Leopardos, Tartak vem de
uma família de renome e de muita fama entre o povo de
Troll’Har. Seus avós e pais foram todos heróis de guerra
durante as diversas tentativas de conquista dos territórios
do norte pelos theodianos.

Com esse peso todo nas costas, ela foi designada para
administrar a Cidade do Meio, o ponto de encontro entre
o povo de Troll’Har e as ancestralidades que um dia foram
inimigas de sua terra natal. Sua missão é simples: permitir
que o fluxo do comércio continue a ocorrer harmonicamente
e manter os olhos atentos às nações do sul de Troll’Har.
Locais Importantes
Bairro Troll

A porção norte da cidade, cujas construções são feitas

de pedras e gelo. É onde se concentra a maior parte da
população trólica.

O Mercado do Meio

Tomando quase o centro todo da cidade, o Mercado do Meio

oferece uma infinidade de insumos e produtos trólicos e
ossetianos. É nessa área que as duas culturas se encontram,
em um barulhento espetáculo de oferta e procura.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 7
É no Mercado do Meio que está localizado o Castelo dos
Dois Climas, onde os dois representantes das nações trólica e
ossetiana governam a cidade.

Bairro Ossetiano

Localizado ao sul, o Bairro Ossetiano é um reflexo humilde

de uma cidade humana. A grande maioria dos humanoides
nativos do sul se concentra nessa região.

Tramas e Ganchos de Aventuras Locais

• Andros Paho está cada vez mais paranóico e acredita que
assassinos estão na cidade à sua procura. Andros deseja
contratar um grupo confiável que possa protegê-lo e ajudá-lo a
revelar possíveis usurpadores.
• Calin Hetron, um morador de rua local que vaga no
entorno da região do Mercado do Meio, famoso por suas
profecias apocalípticas e gritos sem sentido, passou a atacar
publicamente a figura de Andros Paho. Dentre os impropérios
proferidos por Calin, está a teoria a respeito do governante ser
na verdade um impostor.
• Há diversas caravanas que saem da Cidade do Meio em
direção aos reinos do sul, principalmente Osseti, que precisam
de segurança privada para proteger suas preciosas mercadorias.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 8
 GOBLINS
Nova Ancestralidade para 5E
por Guilherme Faccio e Tiago Chamuinho

s goblins possuem uma herança nômade, conhecida

Opor sua origem na Umbreterna, uma vasta rede de
cavernas e túneis interconectados que se estendem por
profundezas insondáveis no mundo de Inaes. Mesmo tendo
esta origem, esses pequenos e interessantes humanoides são
encontrados em todos os cantos de Inaes, sendo improvável
viver uma vida sem ter visto ou interagido com algum deles.
Estes seres adaptativos evoluíram, desenvolvendo habilidades
de sobrevivência únicas e uma astúcia inigualável. Enquanto
muitos povos veem os goblins com desconfiança devido às
lendas sombrias que os cercam, sua verdadeira natureza é
moldada pela necessidade de se adaptarem aos ambientes
hostis e em constante mudança.
Aumento de Atributos
Nas versões mais recentes de 5e e também pela proposta
que temos para o mundo de Inaes, não existe aumento de
atributo fixado por ancestralidade. É estabelecido, somente,
que o personagem deve aumentar um atributo em +2 e
outro em +1 ou três atributos diferentes em +1.
Se o seu grupo ainda optar por aumentos fixos por
ancestralidade, considere o seguinte para um personagem
Goblin: seu valor de Destreza aumenta em +2 e seu valor
de Constituição ou Sabedoria aumenta em +1.

Não é difícil encontrar um goblin que tenha se rendido ao

ímpeto aventureiro, eventualmente formando grandes grupos
para desbravar terra ou mar — muitas vezes se aproveitando
das galerias subterrâneas para alcançar locais perigosos ou de
difícil acesso. Nos raros casos em que decidem fincar raízes,
usam de toda a sua perspicácia para criar atalhos e acelerar
a conquista de seus objetivos — com sua expectativa de
vida consideravelmente menor que a dos humanos e outras
ancestralidades, não há tempo a perder.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 9
Traços dos Goblins
Como um Goblin, você tem os seguintes traços raciais.

Idade. Goblins atingem a idade adulta aos 8 anos e vivem até

os 60 anos.

Idiomas. Seu personagem pode falar, ler e escrever Comum,

Goblinoide e mais um idioma que você e seu Mestre
concordem que seja apropriado para o personagem.

Tipo de Criatura. Você é um Humanoide.

Tamanho. Você possui tamanho Pequeno.

Velocidade. Sua velocidade de caminhada é de 9 metros (30 ft).

Visão no Escuro. Você pode enxergar até 18 metros (60 ft)

na penumbra como se fosse dia e na escuridão como se fosse
penumbra. Você percebe cores nessa escuridão apenas como
tons de cinza.

Adaptabilidade Goblin. Graças à origem de seu povo, você

ganha proficiência em uma das seguintes habilidades à sua
escolha: Furtividade, Investigação, Percepção, Prestidigitação
ou Sobrevivência.

Fúria do Pequeno. Quando você causar dano a uma criatura

com um ataque ou um feitiço e o tamanho da criatura for
maior que o seu, você pode fazer com que o ataque ou feitiço
cause dano extra à criatura. O dano extra é igual ao seu
bônus de proficiência.

Você pode usar este traço um número de vezes igual ao

seu bônus de proficiência, recuperando todas as utilizações
gastas quando terminar um descanso longo. Você só pode
usá-lo uma vez por turno.

Fuga Ágil. Você pode realizar a ação Desengajar ou Esconder-

se como uma ação bônus em cada um dos seus turnos.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 10
 JURAMENTO DO
AMOR
Nova Subclasse para Paladino
por Matheus Dalmas e Pet Rodrigues

Juramento do Amor é um compromisso solene com

Oos poderes da unidade, da compaixão e do afeto. Magias de Juramento do Amor
Nível de Paladino Magias
Paladinos que fazem esse juramento muitas vezes foram
tocados por um amor profundo ou testemunharam o poder 3º Enfeitiçar Pessoa, Palavra Curativa
que ele tem em unir e curar pessoas e comunidades. 5º Sugestão, Vínculo de Proteção
9º Línguas, Sinal de Esperança
Este juramento foi concebido com a ideia de como um
13º Defensor da Fé, Olho Arcano (ver como um símbolo da
guerreiro pode alcançar a força divina por meio de um compreensão)
sentimento puro e intenso, infundindo calor no aço de sua
17º Consagrar, Restauração Maior
armadura e armas. Chamados frequentemente de amantes,
emocionados ou sem-vergonhas, esses guerreiros são guiados
por uma força pulsante que os leva por caminhos sinuosos
em busca de corações a serem curados e justiça a ser aplicada
aos perversos, sem medo de se ferir no lugar dos outros.

“Que pode uma criatura senão

Entre criaturas, amar?”

Amar - Carlos Drummond de Andrade

Princípios do Amor
Compaixão Inflexível. Mostre bondade e empatia, até
mesmo com seus inimigos.

Unidade do Coração. Procure unir as pessoas e consertar

laços quebrados.

Escudo do Afeto. Proteja os laços de amor e enfrente aqueles

que procuram quebrá-los.

Defensor apaixonado. Esteja disposto a dar sua vida por

aqueles que você ama.

Magias de Juramento
Você ganha magias de juramento nos níveis de paladino descritos.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 11
Canalizar Divindade
Ao fazer este juramento no 3º nível, você ganha as duas
seguintes opções de Canalizar Divindade:
O amor está no ar
Como uma ação, você pode usar seu Canalizar Divindade
para emanar uma aura de calor e afeto. Por 1 minuto, você e
seus aliados em um raio de 3 metros ganham pontos de vida
temporários igual ao seu nível de paladino + seu modificador
de Carisma no início de cada um de seus turnos.
Laço de Afeto
Como uma reação, você pode usar seu Canalizar Divindade
e escolher uma criatura amigável, que possa ver dentro de 9
metros de você e que seja alvo de um ataque. Essa criatura
recupera automaticamente um número de pontos de vida
igual ao seu modificador de Carisma + seu nível de paladino.
Além disso, por 1 minuto, sempre que você conjurar uma
magia de cura nessa criatura, o alvo recupera pontos de vida
adicionais igual ao seu modificador de Carisma.
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Aura de Unidade
A partir do 7º nível, você e criaturas amigas a até 3 metros de você
não podem ser enfeitiçadas enquanto você estiver consciente.
No 18º nível, o alcance desta aura aumenta para 9 metros.
Guardião do Coração
No 15º nível, quando uma criatura que você pode ver atinge
outra criatura a até 3 metros de você, você pode usar sua
reação para sofrer aquele dano no lugar dela.
Abraço do Amor Verdadeiro
No 20º nível, você pode invocar o supremo poder do amor
para intervir em momentos críticos. Uma vez por descanso
longo, você pode usar uma ação para convocar uma explosão
de energia divina ao seu redor. Todas as criaturas amigáveis
a até 30 pés de você recuperam pontos de vida igual a 5d8 +
seu modificador de Carisma. Além disso, qualquer condição
negativa afetando-os é removida.
Depois de usar essa habilidade, você deve completar um
descanso longo para usá-la novamente.
12
 PRESAS E
CAÇADORES
Uma aventura de caça
Presas e Caçadores é uma aventura de nível 3 a 5 para 4
jogadores e que pode ser jogada em uma ou duas sessões.
As fichas de criaturas e itens poderão ser encontradas
respectivamente no Apêndice A e Apêndice B, no fim
desta aventura.
Como ler essa aventura
sta aventura apresenta algumas padronizações de
Emodo a facilitar sua leitura e compreensão. Além disso,
apresentamos a seguir a estrutura do texto, de modo que
você possa se familiarizar com ela.
Perícias. Um teste de perícia será apresentado sempre da
mesma forma: Atributo (Perícia) CD. Primeiro, colocamos
o atributo, como “Força”, por exemplo. Entre parênteses,
colocamos a perícia relacionada ao teste, como “(Atletismo)”.
Por fim, o número depois dos parênteses é a Classe de
Dificuldade (CD) do teste, como “15”, para exemplificar.
Dessa forma, algo como “Força (Atletismo) CD 15” significa
que o personagem precisa fazer um teste de Força, somando
sua proficiência em Atletismo (se for proficiente na perícia),
e o resultado deve ser igual ou superior a 15 para ser
considerado um sucesso.
Monstros, Magias e Itens Mágicos. Sempre que uma
criatura ou monstro for citada na aventura, seu nome
estará em negrito e minúsculo (exceto em casos de nomes
próprios). A ficha para essas criaturas está no primeiro
apêndice da aventura. Magias estão escritas em itálico e
capitalizadas de acordo (por exemplo, mísseis mágicos). Por
fim, itens mágicos sempre aparecem em itálico e negrito (por
exemplo, poção de cura).
Esta caixa de texto deve ser lida em voz alta ou
parafraseada para os jogadores. Ela contém informações e
narrações importantes e serve como ponto de apoio para
manter a narrativa fluindo.
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
por Marco Jr. Farol
Esta caixa de texto é apenas para o mestre, e contém
informações importantes para uso rápido durante
a aventura. As informações nela não devem ser
compartilhadas com os jogadores durante a aventura.
Ganchos de Aventura
Howard “Caçador Aposentado”. Um caçador aposentado,
que hoje é dono de uma estalagem, espalhou contratos
recrutando aventureiros para realizarem uma busca por algo
que ele chama de “tesouro verdadeiro”. Este contrato, de
alguma maneira, chegou até o grupo.
Parada Inesperada. Após voltarem de alguma missão,
os aventureiros param na estalagem “Glória do Caçador”
para um merecido descanso. A aconchegante estalagem é
propriedade de Howard, que clama por ajuda.
Encontro com Daniel. Os aventureiros encontram Daniel
voltando de uma busca frustrada pelo covil de uma criatura
misteriosa. Ele avisa aos aventureiros que a região está muito
perigosa e recomendará que eles descansem em sua estalagem.
A Glória dos Caçadores
A Glória dos Caçadores é uma estalagem não muito
grande, mas aconchegante e receptiva. Ornada com muitos
troféus de caça e armas usadas nas empreitadas dessa longa
linhagem de exímios caçadores, a hospedagem conta com
tapeçarias, criaturas empalhadas e chifres de monstros que
os irmãos exibem com orgulho dos seus tempos de caça.
Seus proprietários, os irmãos Williams, fazem do lugar uma
excelente parada para descansar, conversar e, claro, para
se deliciar com as receitas do irmão mais velho, Howard.
O irmão mais novo, Daniel, ainda segue com sua vida de
caçador e não perde uma oportunidade de ocupar o centro
do salão para contar os feitos realizados pela família.
13
Howard Williams
É um homem na faixa dos 45 anos que ainda mantém um
excelente físico, mesmo estando fora de atividade já há algum
tempo. Em seu rosto, uma enorme cicatriz que vai do alto
de sua sobrancelha esquerda até se esconder por dentro
da grossa barba castanha. Algumas outras cicatrizes pelos
braços e mãos mostram que, antes de empunhar o avental e a
toalha de taverneiro, aquele homem empunhava armas letais.
Howard é um homem receptivo e muito cordial, sempre
recebendo seus hóspedes com um largo sorriso.
Neste momento, se algum dos jogadores quiser observar
a taverna, o mestre poderá pedir um teste de Sabedoria
(Percepção) CD 13. Se bem-sucedidos, eles notarão que o
irmão mais velho, Howard, parece nada satisfeito com a
apresentação do irmão caçula.
Nesse momento, os jogadores poderão tomar algumas
decisões como: dar uma volta e observar com mais cuidado
a taverna, procurar conversar com algum dos frequentadores
do lugar ou conversar diretamente com Howard. Se os
jogadores não optarem por nenhuma dessas abordagens,
considere que a taverna segue com sua movimentação
normal e, entre um atendimento e outro, Howard pedirá aos
aventureiros que aguardem o expediente encerrar para que
possam ter uma conversa com mais privacidade. Ao final do
expediente, Howard virá até o encontro deles para conversar
– vá para a parte “Conversando com Howard”.

Observando a taverna
Se os personagens dos jogadores forem observar a taverna,
eles notarão que, além dos troféus de caça, o ambiente
possui quadros que mostram toda a linhagem da família de
caçadores. Aqui, dependendo de como agirem os jogadores,
o mestre poderá pedir um ou dois testes. Com um teste
bem-sucedido de Sabedoria (Percepção) ou Inteligência
(Investigação) CD 12, os jogadores poderão perceber que
existe uma marca na parede logo após uma pintura que
retrata o casamento de Howard, provavelmente algum
quadro que esteve ali e agora não está mais.

Daniel Williams
É um homem baixo, de aproximadamente 30 anos, que usa
pesadas vestes de couro e anda sempre munido de armas
e equipamentos de caça. Daniel é um homem de poucas
palavras, exceto quando está no centro da estalagem, onde
se orgulha em contar em alto e bom tom as façanhas de
caçada da família.

A briga entre os irmãos

Independente de como chegarem até a estalagem, os
aventureiros serão muito bem recebidos pelo anfitrião,
Howard. Ele mesmo fará questão de acompanhar os recém-
chegados até uma das mesas e pedirá desculpas caso o
atendimento seja “um pouco mais demorado do que eles
merecem” porque, atualmente, a estalagem conta apenas
com dois funcionários além de si, e um deles prefere contar
histórias do que servir.

A estalagem estará com uma ocupação razoável, alguns

frequentadores que estarão comendo e bebendo em um
clima bem agradável e aconchegante. Em pouco tempo,
Daniel ocupará o meio do salão e será literalmente o centro
das atenções, contando algumas das proezas de caçada
de sua família, prendendo a atenção de todos na taverna.

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 14
Conversando com os
frequentadores
Se os jogadores optarem por conversar com alguns dos
frequentadores, peça a eles que façam um teste de Carisma
(Persuasão), a quantidade de informações obtidas vai de
acordo com o resultado indicado, para que obtenham
informações relevantes. Com um resultado de 1 a 5,
nenhuma informação será obtida; 6 a 10, o grupo obterá uma
informação; 10 a 14, o grupo obterá duas informações; 15 a
17, o grupo obterá três informações; 18 ou acima, o grupo
obterá todas as informações. Caso falhem, os frequentadores
não estarão interessados em conversar até que Daniel
termine de contar suas façanhas, e isso pode levar horas.
Caso sejam bem-sucedidos, os frequentadores conversarão
com eles e o mestre deverá escolher quais informações serão
obtidas pelo grupo de acordo com o resultado obtido.
• Há cerca de um ano, os irmãos tiveram uma briga feia pouco
depois de regressarem de viagem. Desde então a relação dos
irmãos está estremecida.
• O filho único de Howard, o jovem Phillip, está desaparecido.
Muitos acreditam que ele desapareceu durante uma caçada
com Daniel e esse tenha sido o motivo da briga.
• Pessoas dizem ter visto, algumas vezes, Daniel saindo às
escondidas durante a madrugada, mas ninguém sabe ao certo
para onde ele vai.
• Howard já gastou boa parte da fortuna ganha em seus
tempos de aventureiro contratando mercenários para
encontrar seu filho.
• Daniel não acredita mais na possibilidade de encontrar o
sobrinho com vida, tudo que ele deseja é dar um enterro digno,
mas essa conversa sempre leva os irmãos a mais brigas.
Conversando com Howard
Quando todos os frequentadores forem embora, o taverneiro
se aproximará dos aventureiros com uma grande jarra de
cerveja em mãos e algumas canecas em uma bandeja, se
sentará com eles e os servirá antes de começar a falar.
Caso os aventureiros façam perguntas sobre o
desaparecimento do jovem, ele dirá que seu filho ainda
não estava preparado para uma caçada daquele porte
e que seu irmão, Daniel, não deveria tê-lo levado. Ele
insistirá em colocar a responsabilidade no irmão, porém
jamais admitirá a possibilidade de o menino estar morto,
acreditando que Phillip ainda está vivo. O que ele sabe sobre
o desaparecimento do filho:
• Phillip desapareceu em uma clareira onde caçadores e
aventureiros costumam acampar. O lugar tem um formato
semicircular e um dos seus lados é protegido por uma
parede de pedras.
• Daniel nunca contou sobre a criatura misteriosa que eles
estavam caçando, mas sempre afirmava ser uma criatura única.
• Apenas Daniel regressou com vida da caçada, e mesmo
assim por pouco. Ele foi encontrado por mercadores e trazido
de volta por acaso.
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Desde então, a relação entre ele e Daniel está estremecida
com constantes brigas.
Howard dirá aos aventureiros que pagará 350 Solaris a cada
um deles se trouxerem seu filho de volta, além do maior e
melhor banquete heroico que eles já experimentaram. Além
disso, ele dirá para procurarem Daniel, para que ele os guie
até o ponto onde foram atacados.
Se os aventureiros desejarem, Daniel não se oporá em
conversar com eles, desde que a conversa não seja junto ao
irmão. Ele fala apenas o necessário a Howard para manter
o funcionamento da taverna, e acha muito injusto o modo
como Howard coloca a culpa nele, afinal, os dois tinham
muito menos idade que Phillip quando começaram a caçar
com o pai. Ele revelará as seguintes informações:
• Phillip era um caçador intermediário e já havia participado de
caçadas a criaturas perigosas.
• Howard sabia que Phillip iria na caçada, e foi ele quem
incentivou o garoto a ir.
• Daniel diz que estava dormindo quando foi surpreendido pela
criatura e que rapidamente ficou inconsciente.
• A criatura que eles foram caçar era um urso-coruja que estava
aterrorizando as fazendas da localidade.
• Daniel insiste em dizer que Phillip está morto e tudo que se
poderá recuperar são os restos mortais do menino. Mas que,
mesmo assim, ele irá com eles para que possa dar um enterro
com as honras de caçador ao sobrinho.
Ao final da conversa, Daniel dirá aos aventureiros que os
aguardará nos fundos da taverna ao primeiro raio de sol.
O Início da Busca
Ao amanhecer, Daniel estará lá para acompanhar os
aventureiros até o ponto onde o grupo de caça foi
emboscado. Ele guiará o grupo por cerca de 1 hora por
um relvado calmo e tranquilo. Durante o caminho, ele
aproveitará para contar dos feitos que a longa linhagem de
caçadores da família já obteve.
A família Williams tem uma longa reputação de caçadores,
já tendo livrado a região de diversos males durante quatro
gerações. Aqui, você pode incluir outros feitos da família,
além dos contados na taverna.
Uma grande floresta se apresenta no horizonte, aquele é o
destino dos nossos aventureiros. Guiados por Daniel, os
personagens adentram a floresta se lançando no enigmático
labirinto verde. Leia o quadro abaixo para os jogadores:
Vocês avançam cautelosamente pela densa e sombria
floresta. Os raios de sol mal conseguiam penetrar o dossel
espesso de folhas, criando um mosaico de sombras no chão
coberto de musgo. O ar estava impregnado com o odor
úmido e terroso das árvores antigas. Galhos retorcidos e
raízes serpenteadas pareciam se contorcer, como se a própria
floresta estivesse viva e observando. O silêncio é opressivo,
15
 quebrado apenas pelo ocasional farfalhar de folhas ou o grito
distante de uma criatura desconhecida. Vocês sentem um
calafrio na espinha, conscientes de que não estão sozinhos
naquele lugar enigmático.
Se algum dos personagens quiser analisar a floresta, peça a eles
que façam um teste de Sabedoria (Sobrevivência) CD 15. Se
bem-sucedidos, diga a eles que a Trilha A é a que parece ter a
maior incidência de marcas de carroças, cavalos e humanoides
transitando, se mostrando a mais segura. Caso eles confiem
plenamente em Daniel, ele os levará pela Trilha B.
Trilha A
Essa trilha é a mais utilizada por todo tipo de pessoas que
precisam atravessar a região, sejam elas mercadores, caravanas
ou até mesmo viajantes solitários. Mesmo que alguns dos
personagens tenham realizado o teste e sugerido essa trilha,
Daniel estará à frente e levará os jogadores até o ponto A1
no mapa, onde ele reunirá o grupo em um círculo, sua voz
sussurrando como o vento entre as árvores. Ele aponta para
as marcas profundas no solo, impressões de garras e patas que
se estendem por metros. Ele falará aos jogadores enquanto
mostra rastros e marcas nas árvores e no solo.
Enormes animais passaram por aqui e deixaram um
rastro de ferocidade. O rastreador olha para os seus olhos
arregalados e sussurra: “Lobos. Grandes e famintos. Fiquem
alerta.”
Antes mesmo que Daniel possa terminar, o grupo é atacado
por uma matilha de lobos sedentos por sangue. A matilha
terá 3 lobos para cada personagem. Após a batalha, se os
jogadores resolverem investigar o local, poderão realizar
um teste de inteligência (Investigação) CD 15 e, se bem-
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
sucedidos, perceberão que os rastros mostrados por Daniel
são incompatíveis com o tamanho daqueles lobos.
Quando decidirem prosseguir, Daniel tentará levar o
grupo do ponto A1 para o ponto B2. Um teste de Sabedoria
(Percepção ou Sobrevivência) CD 15 mostrará aos jogadores
que Daniel está saindo da trilha. Se questionado, Daniel dirá
que a ansiedade da busca e a tensão da batalha o fizeram se
distrair da trilha por um breve momento e voltará para o
caminho correto, rumando até o ponto A2.
Nesse ponto, o grupo já terá viajado por cerca de 7h e Daniel
irá propor que o grupo descanse por alguns minutos para
recuperar as energias. Caso insistam em seguir, Daniel fará
de tudo para que eles parem ao menos alguns instantes. Se
mesmo assim eles não quiserem parar, Daniel seguirá viagem
com eles. Se o grupo fizer a parada, deixe que descansem por
alguns minutos e leia o quadro:
O silêncio da floresta é abruptamente interrompido por
um bruto farfalhar de folhas. Do meio da grande floresta,
uma jovem desesperada se lança ao encontro de vocês,
seus sapatos rasgados e cabelos emaranhados. Galhos
chicoteavam seu rosto, mas o medo a impulsionava adiante.
Ofegante, ela olhou para trás, vislumbrando uma sombra
que se movia entre as árvores. Olhos amarelos brilharam na
escuridão e o rosnado ecoou em seus ouvidos. Lobos famintos
e implacáveis a perseguiam. Ela sabia que sua única chance
era continuar correndo na direção de vocês, rezando para
que pudessem salvá-la.
A jovem está sendo perseguida por 3 lobos atrozes. Dois
desses lobos continuarão a perseguir a menina ferozmente
enquanto o terceiro observará a uma distância segura o
desenrolar dos acontecimentos. Ao mínimo sinal de perigo,
o lobo mais distante fugirá para dentro da floresta — sem
deixar chance de ser alcançado — enquanto os outros dois
lobos lutarão até a morte. Caso indaguem a jovem, ela dirá
que se perdeu do grupo que estava.
A jovem, na verdade, é uma recém iniciada ao culto da
matilha, e por ainda manter sua aparência amigável, é
usada como isca. Ela ficará com o grupo, se eles quiserem,
ou poderá ir embora.
Após o ponto A2, o grupo terá que seguir a trilha até o ponto
B3, caso contrário chegarão a uma das saídas da floresta.
Caso esteja narrando para um grupo de 3o nível,
recomendamos evoluir os personagens para o 4o nível ao
chegar no final desta trilha.
Trilha B
A trilha B é a principal trilha usada pela família Williams.
Esta trilha levará ao aventureiros até a cabana de caça da
família, onde muitos dos segredos poderão ser revelados.
Se os jogadores iniciarem a busca nesta trilha, a
contragosto de Daniel, eles caminharão cerca de uma hora
até chegarem no ponto B1.
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Nesse momento leia para os jogadores:
A trilha na densa floresta serpenteava entre árvores altas e
musgosas. O chão, coberto de folhas secas, exibia marcas
profundas de garras e patas largas. Pegadas frescas,
alinhadas em formação, indicavam que uma matilha de
lobos havia passado por ali recentemente. O ar estava
impregnado com o cheiro acre de seus corpos.
Nesse momento, Daniel mostrará sua insatisfação e
preocupação por ter vindo por essa trilha e irá sugerir que
o grupo desvie seu caminho para o ponto A1. Caso o grupo
decida permanecer na trilha B, Daniel dirá que ele precisa
apagar os rastros que estão deixando e dará a frente do
grupo para um dos jogadores enquanto assume a retaguarda.
Daniel, em hipótese alguma, permanecerá à frente.
A trilha do ponto B1 para o ponto B2 leva algum tempo e
Daniel saiu da dianteira por um motivo: a trilha é cheia de
armadilhas deixadas ali por ele próprio.
X1 – Campo Minado: Nesse ponto, os jogadores passarão
por um campo minado repleto de armadilhas de urso. Para
encontrar essas armadilhas, os jogadores precisarão ser
bem-sucedidos em um teste de Sabedoria (Percepção) ou
Inteligência (Investigação), ambos CD 16. Este segundo teste
deve ser aplicado apenas se os jogadores estiverem realmente
investigando a região. Se bem-sucedidos, os aventureiros
percebem as armadilhas. Caso contrário, eles sofrem 1d4
de dano cortante + 1d6 de dano contundente, além de
ficarem agarrados pela armadilha. Se soltar da armadilha
exige um teste de Força (Atletismo) CD 14 ou um teste com
ferramentas de ladrão e a mesma dificuldade.
Após uma das armadilhas ser ativada, a dificuldade do teste
para perceber as outras diminui para CD 14. Coloque um
total de três armadilhas por jogador. Daniel se mostrará
surpreso com a presença dessas armadilhas ali e dirá que
caçadores ilegais devem estar se instalando na região.
Para evitar maiores problemas, ele irá sugerir o desvio do
caminho para a trilha A1, caso eles não tenham vindo de lá,
ou diretamente para o ponto C1.
X2 – Poço Dentado: Neste ponto haverá três armadilhas
escondidas. As três armadilhas são iguais a um poço, com 3m
de profundidade e estacas pontiagudas de madeira em suas
paredes e fundo. Perceber essa armadilha exigirá um teste de
Sabedoria (Percepção) CD 14. Caso falhe, o personagem pisa
em uma tela feita de pequenos galhos secos que se quebra e
causa a queda dentro do poço. O personagem que cair nesse
poço sofrerá 1d6 de dano de queda + 1d8 de dano cortante
das estacas. Sair do poço sozinho exige um teste de Força
(Atletismo) CD 13. Se algum membro do grupo jogar uma
corda para quem está no fundo do poço, você pode abolir
esse teste ou pedir que o faça com vantagem.
X3 – O Som da morte: Nesse ponto, os jogadores passarão
por uma região com alguns fios esticados ao chão. Perceber
a existência desses fios é muito difícil e é necessário um teste
de Sabedoria (Percepção) CD 18. Caso falhem, os jogadores
pisarão e arrebentarão os fios, que soltarão garrafas de vidro
e talheres que estão ocultos nas copas das árvores. O barulho
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
serve como um alarme para os cultistas que estão no ponto
B2. Eles sairão em direção ao grupo e iniciarão um confronto
armado (para cada personagem de jogador serão 4 cultistas).
Pouco tempo após o primeiro alarme ser disparado, leia para
os jogadores:
A silenciosa floresta estremeceu quando os cultistas
emergiram das sombras. Vestidos com peles de lobo, seus
olhos brilhavam com uma fome insaciável. Uivavam como
bestas enlouquecidas, suas gargantas rasgadas pelo desejo
de sangue. As mãos empunhavam machados e lanças,
e seus passos pesados faziam a terra tremer. Vocês ficam
paralisados pelo medo, sabem que a morte se aproximava.
Era uma dança macabra entre predadores e presas, e o
destino estava selado naquele uivo selvagem.
Os cultistas são humanos vestidos com peles de lobo,
homens e mulheres cuja humanidade parece ter se esvaído
através do tempo que ficaram naquela floresta. Seus dentes
estão escarpados, seu olhar é animalesco e suas unhas estão
compridas e grossas como as garras de um animal. Hoje, eles
se parecem muito mais com lobos do que com pessoas. Se
algum deles for capturado para interrogatório, conseguirá
ainda balbuciar algumas poucas palavras, sempre algo sobre
a “Grande Matilha”. Durante a batalha, Daniel aproveitará
um momento de distração para fugir, mas deixará rastros
para que os aventureiros possam seguir.
Daniel é um rastreador experiente e conhece a floresta
como a palma de sua mão e conseguirá sair da cena da
batalha de maneira imperceptível. Caso Daniel esteja sendo
observado por algum dos aventureiros, ele não tentará
fugir e lutará contra os cultistas, mas causará dano não
letal a eles.
Ao final da batalha, os jogadores poderão notar a ausência
de Daniel e os rastros deixados por ele, mas as marcas fazem
parecer que ele tenha sido arrastado. Os rastros levarão os
jogadores para o ponto C1.
Caso Daniel tenha ficado com o grupo, ele estará
superficialmente ferido e insistirá em dizer que aquela trilha
é perigosa demais e que eles devem mudar seu caminho
imediatamente. Ele irá sugerir que tomem a trilha em
direção ao ponto C1.
Se os jogadores insistirem em seguir pela trilha B, Daniel
os levará ao ponto B2. Ao chegar ao ponto B2 os aventureiros
avistarão uma antiga cabana de caça abandonada. Leia para eles:
A cabana de caça, esquecida pelo tempo e corroída pela
decadência, ergue-se solitária no coração da sombria
floresta. Suas tábuas rangiam como ossos quebrados e o
telhado de palha estava repleto de buracos, permitindo
que a luz penetrasse em padrões sinistros. Garras de lobos
marcavam as paredes externas, como se tivessem tentado
desesperadamente entrar. Uivos lancinantes ecoavam à
distância. A porta, apodrecida e parcialmente arrancada
balançava ao vento, como se convidasse os incautos a
adentrarem. Quem ousasse cruzar o limiar encontraria um
17
 interior macabro: crânios de cervos, velas derretidas e um
odor acre de sangue impregnado nas tábuas. A cabana era
um portal para o desconhecido, onde o medo se entrelaçava
com o próprio ar e os segredos do passado sussurravam entre
as frestas.
A cabana
Esta é a antiga cabana de caça da família Williams, cujas
paredes, ainda que deterioradas pelo tempo, ostentam as
lembranças do áureo passado em que a família ali se abrigava
durante as temporadas de caça. A cabana possui apenas três
cômodos: uma sala de estar, uma sala de taxidermia e um
quarto coletivo.
Sala de Estar
A sala de estar está maltratada pelo tempo e pela ausência
de cuidados. Parece que há muito ninguém passa por ali.
Em suas paredes, alguns troféus de caça e algumas pinturas
revelando que gerações de caçadores se utilizavam dela.
Restos de cadeiras quebradas estão largadas pelos cantos e
uma tapeçaria bem desgastada, feita com pele de urso, se
encontra também ali. Pelo chão, inúmeras marcas de sangue
que ali ficaram e se empregaram na madeira, deixando o
local com um cheiro quase que insuportável.
Se os aventureiros observarem com cuidado os quadros,
notarão que aquela cabana pertence à Família Williams. Em
uma das pinturas, é possível ver um homem mais velho com
uma postura impecável junto de outros dois mais jovens,
claramente Howard e Daniel. Eles posam com a grande
floresta ao fundo, e o homem mais velho carrega consigo um
sorriso orgulhoso de seus dois meninos. Uma mesa muito
antiga também se encontra no local, e em cima dela estão
alguns documentos, livros e papiros, todos com a mesma
temática: lobos.
A Sala de Taxidermia
Nesse cômodo se encontra uma antiga sala de taxidermia. Os
materiais enferrujados ainda se encontram sobre a mesa e os
manuais sobre a arte de empalhar animais estão jogados ao
chão. Em cima da mesa, junto com os materiais, é possível
encontrar um colar feito com orelhas de lobos, contendo um
total de 6 orelhas. Qualquer um proficiente em natureza ou
lidar com animais saberá que se trata de seis lobos diferentes.
Dentro de um barril se encontram também alguns pedaços
descartados de animais. Se os jogadores resolverem
investigar bem o local, peça a eles que realizem um teste de
Inteligência (Investigação) CD 13. Se forem bem-sucedidos,
eles encontram um alçapão abaixo da mesa. Ao contrário
do resto do lugar, esse alçapão é feito com uma tampa de
madeira robusta e parece ser muito novo. O Alçapão estará
trancado e será necessário uma jogada com ferramentas de
ladrão CD 14 para abrir o cadeado. Os jogadores também
podem tentar quebrar o alçapão. Caso eles resolvam atacar,
a porta tem CA: 06 e PV: 10. Quando, de uma maneira ou
de outra, os jogadores revelarem o conteúdo do alçapão,
diga a eles que encontraram alguns armamentos ali — uma
espada curta, uma espada longa +1, um machado de batalha
e 20 flechas. Uma análise cuidadosa — teste de Sabedoria
(Percepção) CD 13 — fará os aventureiros perceberem que
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
as armas são feitas de prata, sendo a espada longa uma arma
+1. Caso seja questionado, Daniel dirá que essas armas
estranhamente são mais eficazes contra alguns lobos maiores
chamados de “Líderes da matilha”.
Dormitório
Esse lugar está uma completa bagunça, parece que uma
luta ocorreu ali. A maioria das camas está quebrada e, se os
jogadores investigarem o local, encontrarão dentro de um
dos travesseiros um colar feito com caninos de lobos. Ainda
é possível organizar o lugar, e se os jogadores desejarem,
podem fazer um descanso curto. Daniel será contra e falará
sobre os perigos dali. Caso descansem, avise ao personagem
de maior percepção passiva, antes de terminarem o descanso,
que ele percebe que o grupo está sendo observado.
Ao saírem da cabana, Daniel tenta desviar o caminho para
a trilha C1. Caso contrário, ele irá com os jogadores até o
ponto B3. Aqui, o grupo encontrará uma pequena clareira
com restos de animais mortos, alguns deles há muito
tempo e outros há pouco tempo. Um teste de Inteligência
(Investigação) CD 12 nos corpos dos animais mostrará que
eles foram mortos através de ataques de garras e mordidas.
Caso algum dos jogadores queira investigar os rastros no
local, peça a eles o teste que achar adequado (Percepção ou
Investigação) com nível dificuldade 13 e, se bem-sucedidos,
revele que existem quatro tipos de rastros: pegadas humanas
descalças, patas de lobos menores, patas de lobos maiores e
patas híbridas. Durante a investigação os personagens serão
cercados por uma pequena matilha formada por 4 cultistas
e 1 Lobo Atroz.
Após isso, o único caminho a seguir é o que leva à trilha C.
Trilha C
Essa trilha leva ao recanto mais sombrio da floresta, onde
as copas das árvores parecem mais densas e quase nenhuma
luz chega até ali. Após algum tempo de caminhada, o grupo
chega até a clareira e Daniel dirá que foi ali que seu grupo
de caça foi atacado e onde viu o sobrinho pela última vez. O
caçador adentrará a clareira, mesmo que o grupo não entre.
Na clareira, o grupo poderá notar enormes pegadas
de híbridos de lobo e homem que transitam por ali
constantemente. Se o grupo estiver atento a Daniel, notará
que ele se dirigirá até a parede de pedras e desaparecerá. Para
encontrar a passagem, os jogadores precisarão de um teste
de Sabedoria (Percepção) CD 13. Quando o grupo conseguir
18
entrar na caverna, eles se depararão com dezenas de ossadas
humanoides largadas ao chão.
Adentrando ainda mais fundo, o grupo irá avistar com
cinco pedras ritualísticas: três delas estarão vazias, e em
duas repousarão peles de lobos. Momentos antes, Daniel
se utilizou de uma passagem conhecida e irá se esconder
para ver como os aventureiros se relacionarão com as
peles. Quando os personagens se aproximarem dos
mantos leia para eles:
Seus olhos se fixam nos dois mantos de pele de lobo que
repousam nas pedras, é quase que possível sentir a respiração
das peles. O primeiro, cinza como a névoa da manhã, parece
absorver a luz, emanando uma aura de mistério. O segundo,
negro como a noite sem estrelas, parece pulsar com uma
energia sombria. Vocês sentem o peso dessas peles ancestrais,
como se carregassem consigo os segredos e as maldições dos
lobos que outrora as usaram. Agora, diante dessas escolhas,
vocês sabem que os mantos não eram apenas roupas, mas
portais para um destino desconhecido.
Os mantos foram peles de lobos ancestrais que se ofereceram
em sacrifício para que homens e lobos pudessem criar o
amálgama de um novo mundo. Através de um ritual arcano,
tiveram suas essências e poder mantidos em suas peles para
que fossem entregues a humanos dignos da ancestralidade da
matilha. Os jogadores notarão também que existem outros
três ganchos vazios. Os mantos são objetos mágicos que, ao
serem vestidos, se unem de maneira simbiótica com seus
portadores. Também são objetos inteligentes e carregam
consigo os desejos e comportamentos dos lobos ancestrais.
Se um dos jogadores tentar utilizar o manto, deverá
realizar uma salvaguarda de Carisma CD 16 ou será
completamente dominado pela pele de lobo e se
transformará em um lobisomem imediatamente, perdendo
total controle sobre as suas decisões. O manto adere à pele
do usuário e só poderá ser retirado caso o indivíduo morra
ou aprenda a controlar o manto.
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Caso o jogador passe em sua salvaguarda, ele ouvirá a voz do
lobo em sua cabeça dizendo:
A voz gutural e selvagem ecoa nas profundezas da sua
mente. Ela sussurra como se viesse das próprias sombras: “Os
mantos da matilha não são para os indignos. Eles, que usam
a pele dos lobos, já mancharam suas mãos com o sangue de
seus irmãos. A ancestralidade não reconhece assassinos. O
poder que carregam é falso, uma ilusão. A verdadeira força
está na honra, na lealdade e no respeito aos que vieram
antes de vocês. Despojem-se dessas peles sagradas, ou
enfrentem a ira dos espíritos lupinos.”
Nesse momento, Daniel se revelará com um enorme sorriso
no rosto e desferirá um forte uivo de chamado para seu
sobrinho Phillip, que se apresentará na forma de um enorme
lobisomem de pelos marrom escuro. Em seguida, caso
algum dos aventureiros esteja transformado em lobisomem,
e não tenha passado no primeiro teste de controle do
manto, Daniel o convida para o seu lado e o aventureiro
prontamente irá. Um personagem de jogador que esteja sob o
controle do manto poderá realizar um novo teste ao final de
cada um dos seus turnos.
Já é possível notar em Daniel feições lupinas, como presas
proeminentes e garras. Na penumbra da caverna, o homem
revelará o segredo ancestral ao grupo de aventureiros
enquanto seus olhos brilham com uma mistura de ganância e
desespero. Ele começará a falar com os personagens:
—Os mantos da matilha — ele sussurra — são mais do que
meras peles. São elos entre o homem e o lobo, uma fusão
de força e selvageria. Eu encontrei a caverna sagrada onde
repousavam os cinco mantos. Sou um caçador experiente
e tenho uma mente forte e treinada, por isso, me tornei
um híbrido poderoso. Mas Phillip… ah, ele não foi capaz
e sucumbiu à besta interior. Agora, ele é uma criatura
incontrolável, faminta por carne e sangue.
O homem fita os aventureiros com olhos vazios.
— A história do sumiço do jovem? Uma farsa. Inventei isso
para atrair tolos como vocês. Vocês são nossa caça, nossos
sacrifícios. O jovem se alimenta de suas almas, enquanto
nós, os Williams, prosperamos com o poder dos mantos. Em
breve tudo será da matilha.
Ao final de sua fala, Daniel iniciará a parte final de sua
transformação, se tornando um enorme lobisomem marrom.
Durante esse processo, ele falará aos aventureiros:
O homem com olhos ardentes e voz firme ergue-se diante
dos aventureiros, com a luz das tochas dançando em seu
rosto lupino.
— O poder dos lobos — declara — não deve permanecer
nas sombras. Nós, os homens, somos os senhores desta terra.
A natureza é nossa para moldar, para subjugar. Os mantos
da matilha, estas peles ancestrais que unem homem e lobo
não devem ser temidas, mas sim dominadas.
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 Ele aponta para os mantos repousados nas pedras, cinza e decepcionado com as atitudes do irmão, mas mesmo
negro como a noite. assim fará um enterro digno aos dois (caso Phillip tenha
— Vistam-nos. Aceitem o chamado da matilha. Juntos, perecido no combate).
faremos o poder fluir em nossas veias. Caçaremos como
lobos, faremos nossas presas tremerem de medo. O mundo
se curvará diante de nós!
Apêndice A: Inimigos
Lobo
Agora ocorrerá a batalha final entre a família Williams Besta Média, imparcial
e o grupo. Phillip e Daniel, ambos transformados em
lobisomens da matilha, atacarão os aventureiros. Caso
algum dos personagens esteja dominado pelo manto, Classe de Armadura: 13 (armadura natural)
ele se transformará em lobisomem e lutará ao lado da Pontos de Vida: 11 (2d8 + 2)
Deslocamento: 12m
matilha. Ele poderá, ao final do seu turno, refazer a
salvaguarda de carisma para dominar o manto. Se algum
dos membros do grupo já tiver dominado o manto, ele FOR DES CON INT SAB CAR
poderá utilizar os seus poderes. 12 (+1) 15 (+2) 12 (+1) 3 (-4) 12 (+1) 6 (-2)

Perícias: Furtividade +4, Percepção +3

Se atente que o combate, inicialmente, possui 2
Sentidos: Percepção passiva 13
lobisomens da matilha — respectivamente Phillip e Daniel.
Idiomas: –
Mas, caso um dos jogadores esteja sendo controlado Nível de Desafio: 1/4 (50 XP)
pelo manto, você assumirá o personagem de jogador
enquanto ele não recobrar sua consciência. Portanto, há a
possibilidade de o número de lobisomens da matilha no C aracterísticas especiais
combate ser três, ou até mesmo quatro. Considere a ficha
de Phillip enquanto os personagens de jogador estiverem Audição e Faro Aguçados. O lobo tem vantagem em testes de
sob controle do manto. Sabedoria (Percepção) relacionados à audição e ao olfato.
Táticas de Matilha. O lobo tem vantagem nas jogadas de ataque
contra uma criatura se, pelo menos, um dos aliados do lobo estiver a
Se Daniel for derrotado antes de Phillip, o jovem retornará 1,5m da criatura e não estiver incapacitado.
à forma humana quando chegar a zero pontos de vida. Ele
não terá lembranças de nada do que aconteceu no período
em que esteve transformado, lembrando apenas do ataque ao A ções
acampamento ter sido feito pelo tio.
Mordida. Ataque corpo-a-corpo com arma: +4 para atingir, alcance
1,5m, um alvo. Acerto: 7 (2d4 + 2) de dano perfurante. Se o alvo for
Conclusão uma criatura, ele deve ser bem-sucedido numa salvaguarda de Força
CD 11 para não ser derrubado ao chão.
Se o grupo for derrotado pela matilha, ela seguirá seu plano
de dominar os cinco mantos e sobrepujar toda a região,
transformando seus habitantes em servos da matilha.

Se os jogadores derrotarem Daniel e Phillip, os espíritos

dos lobos ancestrais surgirão e revelarão ao grupo que os
Williams são caçadores sanguinários a gerações e que sempre
desrespeitaram a natureza. Eles não sabem como Daniel
descobriu o segredo da ancestralidade lupina e chegou até
os mantos, mas afirmam que estavam utilizando o poder
de forma errônea. Eles agradecem por terem sido libertos
e pedirão que deixem todos os mantos repousando sobre
as pedras sagradas. Como forma de agradecimento, eles
mostrarão ao grupo um tesouro escondido no fundo da
caverna. O Mestre deve decidir quais tesouros serão esses.

Os aventureiros encontrarão junto a esse tesouro,

documentos ancestrais que falam sobre a Grande Matilha
e os planos de Daniel em transformar toda sua família
em lobisomens para, juntos, dominar a região. Os planos
mostrarão que Howard seria o próximo que Daniel tentaria
transformar, dizendo que havia encontrado o corpo
do sobrinho e levaria Howard para uma armadilha. Os
personagens devem então retornar (ou não) para a cidade
e apresentar a verdade a Howard, que ficará perplexo e

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 20
Lobo Atroz Cultista da Matilha
Besta Grande, imparcial Humano Médio (ou outra ancestralidade), qualquer tendência não-boa

Classe de Armadura: 14 (armadura natural) Classe de Armadura: 12 (armadura de couro)

Pontos de Vida: 37 (5d10 + 10) Pontos de Vida: 9 (2d8)
Deslocamento: 15m Deslocamento: 9m

FOR DES CON INT SAB CAR FOR DES CON INT SAB CAR
17 (+3) 15 (+2) 15 (+2) 12 (+2) 3 (-4) 7 (-2) 11 (+0) 12 (+1) 10 (+0) 10 (+0) 11 (+0) 10 (+0)

Perícias: Furtividade +4, Percepção +3 Perícias: Enganação +2, Religião +2

Sentidos: Percepção passiva 13 Sentidos: Percepção passiva 10
Idiomas: – Idiomas: um idioma qualquer (geralmente Comum)
Nível de Desafio: 1 (200 XP) Nível de Desafio: 1/8 (25 XP)

C aracterísticas especiais C aracterísticas especiais

Audição e Faro Aguçados. O lobo tem vantagem em testes de Devoção Sombria. O cultista tem vantagem em testes de em uma
Sabedoria (Percepção) relacionados à audição e ao olfato. salvaguarda para não ser amedrontado ou enfeitiçado.
Táticas de Matilha. O lobo tem vantagem nas jogadas de ataque
contra uma criatura se, pelo menos, um dos aliados do lobo estiver a
1,5m da criatura e não estiver incapacitado. A ções
Garra. Ataque corpo-a-corpo com arma: +3 para atingir, alcance 1,5m,
um alvo. Acerto: 4 (1d6 + 1) de dano cortante.
A ções
Cultistas juraram lealdade a poderes sombrios, como príncipes
Mordida. Ataque corpo-a-corpo com arma: +5 para atingir, alcance
elementais, lordes demônios ou arquidiabos. A maioria esconde
1,5m, um alvo. Acerto: 10 (2d6 + 3) de dano perfurante. Se o alvo for
sua lealdade para evitar ostracismo, prisão ou execução por suas
uma criatura, ela deve ser bem-sucedida numa salvaguarda de Força
crenças. Diferente de acólitos malignos, os cultistas frequentemente
CD 13 ou será derrubada ao chão.
mostram sinais de insanidade em suas crenças e práticas.

f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 21
Lobisomem da Matilha - Phillip Lobisomem da Matilha - Daniel
Humanoide Médio (humano, metamorfo), caótico e mau Humanoide Médio (humano, metamorfo), caótico e mau

Classe de Armadura: 11 na forma humanoide; 16 em forma de lobo Classe de Armadura: 11 na forma humanoide; 14 em forma de lobo
ou híbrida (armadura natural) ou híbrida (armadura natural)
Pontos de Vida: 70 (9d8 + 18) Pontos de Vida: 85 (9d8 + 30)
Deslocamento: 9m, 12m em forma de lobo Deslocamento: 9m, 12m em forma de lobo

FOR DES CON INT SAB CAR FOR DES CON INT SAB CAR
15 (+2) 17 (+3) 14 (+2) 11 (+0) 10 (+0) 10 (+0) 18 (+4) 13 (+1) 16 (+2) 11 (+0) 10 (+0) 10 (+0)

Perícias: Furtividade +3, Percepção +4 Perícias: Furtividade +3, Percepção +4

Imunidade a Dano: Concussão, cortante e perfurante de ataques não- Imunidade a Dano: Concussão, cortante e perfurante de ataques não-
mágicos que não sejam de prata. mágicos que não sejam de prata
Sentidos: Percepção passiva 14 Sentidos: Percepção passiva 14
Idiomas: Comum (não consegue falar em forma de lobo). Idiomas: Comum
Nível de Desafio: 3 (700 XP) Nível de Desafio: 3 (700 XP)

C aracterísticas especiais C aracterísticas especiais

Faro e Audição Aguçados. O lobisomem tem vantagem em testes de
Sabedoria (Percepção) relacionados ao olfato e à audição.
Metamorfo. O lobisomem pode usar sua ação para se
metamorfosear em um híbrido humanoide-lobo ou em um lobo, ou
de volta à sua forma verdadeira, que é humanoide. Suas estatísticas,
diferentes da sua CA, são as mesmas em cada forma. Qualquer
equipamento que esteja vestindo ou carregando não é transformado.
Faro e Audição Aguçados. O lobisomem tem vantagem em testes de
Sabedoria (Percepção) relacionados ao olfato e à audição.
Metamorfo. O lobisomem pode usar sua ação para se
metamorfosear em um híbrido humanoide-lobo ou em um lobo, ou
de volta à sua forma verdadeira, que é humanoide. Suas estatísticas,
diferentes da sua CA, são as mesmas em cada forma. Qualquer
equipamento que esteja vestindo ou carregando não é transformado.

A ções
Ataques Múltiplos ( formas humanoide ou híbrida apenas). O
lobisomem realiza três ataques: um com sua mordida e dois com
suas garras.
Mordida ( formas humanoide ou híbrida apenas). Ataque corpo-a-
corpo com arma: +4 para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 6
(1d8 + 2) de dano perfurante. Se o alvo for um humanoide, ele deve
ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Força CD 14 ou será
derrubado e ficará caído..
Garra ( forma híbrida apenas). Ataque corpo-a-corpo com arma: +4
para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 7 (2d6 + 2) de dano
cortante.
A ções
Ataques Múltiplos ( formas humanoide ou híbrida apenas). O
lobisomem realiza dois ataques: um com sua mordida e dois com
suas garras.
Uivo do Alfa (apenas transformado em lobisomem). Ação Bônus:
Daniel pode realizar um uivo, todos os personagens em até 9m
de distância devem ser bem-sucedidos em uma salvaguarda de
sabedoria CD14 ou ficarão amedrontados.
Mordida ( formas humanoide ou híbrida apenas). Ataque corpo-a-
corpo com arma: +6 para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 10
(1d8 + 5) de dano perfurante.
Garra ( forma híbrida apenas). Ataque corpo-a-corpo com arma: +6
para atingir, alcance 1,5m, um alvo. Acerto: 7 (2d6 + 4) de dano
cortante.

f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 22
Apêndice B - Itens Manto do Lobo Prata
Item muito raro, Requer sintonização

Cinza como a névoa de uma fria manhã na floresta, o Manto

O Manto da Matilha do Lobo Prata dá +1 em Força ou Destreza (até um máximo
Os mantos da matilha são itens mágicos inteligentes que de 20) para o portador, além de vantagem nas salvaguardas
se amalgamam ao corpo dos seus usuários. Para controlar de Força e Destreza.
totalmente o manto, é necessário que o usuário seja bem-
sucedido em três salvaguardas de Carisma CD 16. A cada Enquanto estiver com o manto, o usuário é imune a dano de
sucesso, a conexão entre usuário e lobo vai se tornando mais concussão, cortante e perfurante de ataques não-mágicos que
forte e eles compartilham suas habilidades. não sejam de prata.
Arma natural. Mordida: dano cortante 2d6 + for.
Manto do Lobo Preto
Item muito raro, Requer sintonização Arma natural. Garra (ação bônus): dano cortante 1d8 + for. Se o alvo
for uma criatura, ele deve ser bem sucedido em uma salvaguarda de
Negro como o céu à meia-noite sem estrelas e luar, o Manto Força CD 14 para não cair no chão.
do Lobo Preto garante ao seu usuário +1 natural em sua CA
e vantagem nas jogadas de Percepção que envolvam olfato
e audição, além de vantagem em furtividade. Além disso, a
pessoa que utiliza o manto recebe visão no escuro de até 18m
ou, caso já possua essa habilidade, sua visão no escuro irá
aumentar em mais 18m.

Enquanto estiver com o manto, o usuário é imune a dano de

concussão, cortante e perfurante de ataques não-mágicos que
não sejam de prata. O manto pode ser ocultado pelo usuário
e não pode mais ser visto de maneira natural, apenas por
meios mágicos.
Arma natural. Garras: dano cortante 1d8 + FOR.

f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 23
 ALVORADA!
Continuação1 do conto de Lacrima
Icília, Herius e Caelus eram os três feiticeiros Onsairns,
da família Maelius, escolhidos para fechar o portal.
Para eles, era estranho que a capital tenha nomeado três
consanguíneos para a empreitada, já que a missão era
perigosa demais para arriscar boa parte de uma mesma
linhagem de nobres. Icília, a mais nova dos três, era a mais
poderosa, enquanto seu irmão, Herius, preferia a boemia
noturna do que a prática da magia; seu primo, Caelus,
grande e desengonçado, sempre teve suas limitações desde
criança. Para os três, sair do conforto do Palácio Real e
serem obrigados a encarar de frente uma ameaça real, era
algo impensável até algumas horas atrás.
O conselheiro Titus, pai de Icília e Herius, quando
soube da decisão da corte — que seus filhos foram
“sorteados” para o front —, tratou de movimentar toda
a sua influência política para colocar uma esquadra
inteira de Radiantes na sua guarda. Foi enfático em
pedir a presença de Sigmund, o condecorado capitão, no
comando do pelotão.
O plano inicial dos generais Onsairns era de enviar
um pequeno grupo de batedores para selar o portal
furtivamente pela retaguarda das criaturas. Deste modo,
os protegidos do conselheiro estariam muito propensos
a falhas operacionais que poderiam trazer o plano — e
seus filhos — à ruína. Colocar a força mais implacável
da capital em um avanço controlado pelo flanco parecia
uma opção mais segura diante das circunstâncias. O
conselheiro, assim como a maioria que não refutou sua
ideia, via com bons olhos a capacidade dos Radiantes de
furar as linhas inimigas.
Antes de partir, nos poucos segundos que teve antes de se
despedir, Icília ouviu os conselhos de seu pai:
— Não importa o que aconteça, permaneçam atrás de
Sigmund — dizia enquanto Olhava para Herius e Caelus,
que pareciam não estar entendendo bem o que se passava.
— VOCÊS ME ENTENDERAM?! — Gritou nervoso, de
um jeito que eles nunca viram antes.
f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
por Philipp "DooM" Bomm
1
Primeira parte do conto publicada na D20 Saga 008
— Não saiam de trás de Sigmund! Se o selo falhar, tentem
dissipar a magia.
Essas foram as últimas palavras que ouviram de seu pai.
Nem mesmo um abraço de despedida foi possível, os
soldados do Palácio Real logo intervieram para levá-los ao
pátio central. A urgência da partida era necessária, o cerco
já estava posto e uma quantidade incontável de criaturas
aparecia a cada instante diante das fossas da muralha.
No agrupamento, Icília permaneceu logo atrás do capitão,
como ordenado por seu pai, com Herius à sua direita
e Caelus à sua esquerda. Ao atravessar para além dos
portões da cidade, sua mente foi invadida por sussurros de
vozes e grunhidos em uma língua desconhecida, ela virou
para um dos soldados próximos e perguntou:
— Você está ouvindo isso?
O olhar de resposta do cavaleiro deixava claro que ele
não tinha a mínima ideia do que ela estava falando,
virando-se então para Herius, que apenas assentiu
positivamente com a cabeça.
— Se eu me concentrar bastante, também consigo ouvir.
Caelus, por sua vez, parecia estar mais interessado na
pomposidade da armadura dos cavaleiros que lhe faziam
guarda, entusiasmado como uma criança em um parque
de diversões, totalmente alheio aos perigos que corria.
Adiante, pararam poucos metros do topo do morro
que dava vista para o campo de batalha, aguardando o
momento certo e a ordem do comandante. O silêncio era
desconfortante para ela, as vozes em sua cabeça pareciam
ficar mais altas quando não havia outro som para roubar-
lhe a atenção. Com esse silêncio, teve a impressão que
algumas das muitas vozes dizia, em diferentes idiomas que
conhecia: “desista… eu sou… começo… fim… nada será
como antes…”.
As vozes romperam de sua mente abruptamente com o
grito de Sigmund:
24
— ALVORADA!
O cavalo puro sangue que cavalgava, como que ordenado
pelo próprio comandante com o brado dado, partiu em um
galope forte. Se ela fosse menos habilidosa em montaria e
não tivesse o cabresto bem preso em seu braço, ficaria para
trás com o puxo que recebeu do bicho em partida.
A visão que teve do horizonte, ao começar a descer o
morro, era aterradora: os monstros tinham muitas formas
e tamanhos. Nada humano. Nada fazia sentido. Eram
grotescos e monstruosos, aberrações indescritíveis. Apesar
disso, os três estavam confiantes. A presença do capitão
lhes dava uma bravura que não entendiam.
Com os primeiros raios do amanhecer, uma aura
amarelada se ergueu como um grande campo de força ao
redor do grupo em avanço, brilhavam como o próprio sol.
A colisão contra o flanco exposto das criaturas aconteceria
em poucos minutos, e nenhum dos três sabiam muito bem
o que esperar. Icília aproveitou o momento para ativar
a sua magia de proteção e tentar avaliar o caminho que
o capitão faria por entre as criaturas para chegar até o
portal, que se abria a alguns milhares de metros adiante.
Ela não conseguia ver nenhuma forma de sobrepujar a
massa de monstros que se aproximava. Eram tantas que
parecia um mar de aberrações. O frio na barriga crescia e
ela achava que seriam interrompidos, como ao se chocar
contra um muro.
À frente dela, apenas o comandante da esquadra com
o rabo de cavalo dourado que pendia no topo de seu
capacete e lhe fazia se destacar dos demais cavaleiros.
Apesar de sua razão crer que esse seria o seu fim,
confiou na palavra de seu pai e guiou o cavalo para ficar
exatamente atrás dele.
No momento exato do choque, por um instante, fechou os
olhos em reflexo ao sentimento de baque que sofreria…
e um momento depois os abriu, percebendo que o cavalo
não havia parado. A aura em frente de Sigmund era
como uma ponta de lança gigante, onde as extremidades
da lâmina se expandiam através dos outros cavaleiros
ao seu lado. O grande campo de força que antes lhes
rodeava, agora parecia a ponta de uma enorme flecha
que trespassava as criaturas, como se cortasse papel.
A carnificina de vísceras e partes desconhecidas dos
monstros passavam voando ao seu redor, mas os cavalos
nem sequer desaceleraram em sua marcha. Ao mesmo
tempo que se sentia aliviada de ter transpassado a
primeira linha de monstros, tinha certeza que se caísse ali
ou algo lhe acontecesse, voltar seria impossível.
Eles estavam realmente chegando no centro do exército
inimigo como uma força imparável. Tudo o que tinha ali
sabiam de sua presença e, provavelmente, já estariam se
deslocando para impedi-los de alcançar o ponto final. As
vozes novamente ecoaram dentro de sua cabeça, dessa vez
falando em sua língua natal, em um tom grave, profundo,
mas perfeitamente claro:
— Pare… a esperança é uma ilusão.
f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
Icília sentiu uma pontada forte na cabeça que lhe fez
cambalear. Ela fechou os olhos por um instante, e a
sensação de adrenalina de estar caindo do cavalo lhe fez
recuperar a consciência e se recompor. Seus sentidos
tinham sido levados para outro lugar. Atordoada,
percebeu que havia parado de ouvir o galope dos outros
cavalos e, ao olhar em volta, não viu ninguém, apenas
as muitas criaturas paradas enquanto observavam e
deixavam seu cavalo e o comandante à sua frente passar.
Seu estômago embrulhou enquanto pensou:
— Eles estavam aqui há um instante!
A poucas centenas de metros do objetivo, apenas os dois
restavam. Olhou para trás, para ter certeza que outros
apareceriam em meio às criaturas, mas sua esperança não
se concretizou. A manobra que fez para olhar para trás
desacelerou um pouco o seu cavalo, distanciando-a de
Sigmund, que não parou. As vozes novamente invadiram
a sua mente:
— Tudo o que você conhece perecerá. Nem teus deuses
nem suas máquinas podem nos parar.
Desta vez, a pontada não foi tão forte quanto a anterior,
mas sentiu um gosto de sangue na boca. Icília levou os
dedos ao nariz e percebeu que estava sangrando. Ela
também notou que o campo aberto ao seu redor, antes
coberto por viva vegetação, agora era um terreno de terra
inculta, totalmente sem vida. A viscosidade enegrecida
que se abria como um olho gigante, da qual as criaturas
saíram, estava ali, a uma dezena de metros à sua frente.
No momento seguinte, sentiu a terra tremer e aumentar o
chacoalhar do chão a cada instante.
Um verme enorme saiu da terra árida, abrindo sulcos
ao redor do buraco aberto pelo seu enorme corpo,
crescendo como uma torre gigante que ofuscava a luz do
sol, sombreando toda a área. As fissuras na terra eram
tão grandes que o cavalo do Capitão foi engolido em suas
brechas. Sigmund, reflexivamente, se soltou do cavalo
e saltou para se salvar, caindo de mal jeito ao tentar o
rolamento, quebrando o braço hábil. Com a outra mão,
rapidamente buscou o escudo que prendia às costas. Icília
também parou, o seu cavalo prendeu-se em uma brecha
menor e não conseguia continuar. Impotente diante do
que via, não sabia o que fazer: qualquer magia de ataque
seria insignificante diante da magnitude do monstro.
Buscou então, visualmente, um caminho para contornar
o verme, mas ele era largo demais para fazer isso
rapidamente a pé. À sua direita, onde antes deveriam
estar a força defensiva da infantaria e o verdadeiro front
de combate — diante das fossas de defesa da cidade
—, percebeu que os monstros que os observavam no
horizonte viraram-se de costas para combater algo que se
aproximava pela retaguarda.
O capitão levantou-se apoiado no escudo e ergueu-o
defensivamente, encarando a monstruosidade frente a
frente, como se a provocasse a agir. Um escudo protetor,
com o mesmo tom de luz que antes servia de vanguarda
na ofensiva, agora o protege como um campo de força ao
seu redor. O monstro desceu ferozmente tentando devorá-
25
 f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024 26
lo com uma bocada só, mas recuou com o baque que deu
no campo de proteção. A segunda e terceira investida
vieram imediatamente em sequência, todas sem sucesso.
Icília teleportou-se para o flanco direito da criatura,
buscando se aproximar do portal, contudo, a imponente
criatura cobria todo o horizonte, impedindo até mesmo a
visão do seu objetivo.

Notando os movimentos mágicos de Icília, a criatura

moveu-se para impedir que ela conseguisse se aproximar
mais da fenda, preparando-se para descer em investida
contra ela. O escudo protetor que contornava Sigmund
se apagou e ele correu contra o corpo da criatura,
atingindo-a com o escudo e gerando um estrondo muito
mais alto do que a pancada pareceu fazer, fazendo-a
rugir alto e voltar a sua atenção novamente para ele. O
monstro ferozmente desceu em investida para, desta vez,
abocanhá-lo sem a proteção que antes a impedia. Icília
não conseguia tirar seus olhos do que acontecia nestes
últimos momentos de Sigmund.

Sua atenção foi interrompida com um barulho alto e

abafado de passos que vinham de trás de si. Um par de
pernas gigantes passou por cima dela, ignorando a sua
pequenina presença. Era uma das máquinas de guerras
dos Theodianos, desta vez, gigantesca. Ela havia visto elas
por várias vezes na Câmara da Concórdia, protegendo as
representações de seus criadores.

O humanoide metálico gigantesco se movimentava com

agilidade e empunhava uma lança proporcional ao seu
tamanho titânico. Em investida, interrompeu o verme em
seu movimento de bote, fincando a lança em seu tórax e
puxando-a consigo para além, entrando ambos no portal,
que agora era visível, e desaparecendo instantaneamente.

Agora era apenas Icília, Sigmund e o Portal. Com um reflexo

muito rápido, usou o primeiro feitiço que seu pai indicou. No
instante seguinte, tanto o portal quanto Icília sumiram em
um piscar de olhos, como se nunca tivessem existido.

Sigmund estava só, com um escudo erguido e um braço

quebrado em meio a uma vasta área desértica. Ao seu
redor, a centenas de metros adiante, muitas das outras
monstruosidades se moviam aleatoriamente, como se
perdessem o sentido que lhes guiava em batalha. O
dia já havia se formado e um exército de outros robôs
Theodianos avançavam do front, retalhando as criaturas
em seu caminho.

f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024 27
 f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 28
 DUNGEON EXPLORE
Mapas, tabelas e muita EXP para farmar!
por
Este artigo vem trazendo diversos tipos de mapas com
opções variadas de terreno e desafios para incrementar suas
aventuras. Nesta edição, trazemos uma região pantanosa,
cheia de mistérios e repleta de tesouros escondidos. Muitos
monstros e perigos podem ser encontrados em ambientes
deste tipo, mas isso não intimidará os valorosos heróis da sua
mesa, não é mesmo?
Interpretando as Tabelas
O objetivo desta coluna é fornecer recursos para o
desenvolvimento de uma aventura dentro do ambiente do
mapa. Assim, ao criar uma missão que envolva esse cenário,
o mestre não precisará se preocupar tanto com os desafios
e poderá focar apenas na história que quer desenvolver.
É recomendado também para narradores e jogadores
iniciantes que ainda não possuem tanto conhecimento sobre
monstros, nível de desafio, recompensas, etc. Frisamos que
os desafios aqui apresentados são pensados para um grupo
de 4 jogadores, e alterações podem ser feitas pelo Mestre de
acordo com o tamanho do grupo e nível dos personagens.
É importante que o Mestre também leia sobre as criaturas
utilizadas para preparar os desafios de forma mais detalhada.
Nível. Cada tabela indica o conteúdo para o respectivo
nível dos jogadores;
Aleatoriedade. As tabelas possuem numeração
correspondente a um tipo de dado, que deve ser rolado para
sortear um dos elementos presentes. Contudo, o mestre pode
simplesmente escolher o que melhor se encaixa na aventura
sem a necessidade de rolagem;
Encontros. Criaturas que irão rivalizar com os personagens.
Criamos descrições breves do motivo da presença dos
monstros naquele local e suas intenções para auxiliar a
narração. O mestre também tem a liberdade de utilizar
apenas o desafio em si e descrever a cena como desejar;
Complicações. Esta tabela pode ser utilizada em dois casos:
como conteúdo para dificultar um combate que esteja muito
f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Matheus Maluf e Tiago Chamuinho
fácil - no caso de jogadores estarem no nível máximo para
a tabela e a rolagem da quantidade de inimigos cair muito
baixa, por exemplo -, ou no caso de optar por um obstáculo
que não seja necessariamente um combate imediato;
Facilitadores. Assim como o combate pode ficar muito fácil
por conta da aleatoriedade da tabela, o contrário também
pode acontecer. Utilize este recurso caso seja necessário
diminuir a dificuldade do encontro;
Recompensa. O bom e velho loot. Seja por derrotar
monstros, superar adversidades ou simplesmente por boas
rolagens de investigação no mapa, os jogadores precisam ser
premiados por suas vitórias;
Monstros, Magias e Itens Mágicos. Sempre que uma
criatura for citada, seu nome estará em negrito e minúsculo
(exceto em casos de nomes próprios). Magias estão escritas
em itálico e capitalizadas de acordo (por exemplo, mísseis
mágicos). Por fim, itens mágicos sempre aparecem em itálico
e negrito (por exemplo, poção de cura). Qualquer desafio
que possua regras ligadas a um tópico específico dos livros
estarão em itálico e entre “aspas” (por exemplo, “vinha-
navalha”). A indicação do suplemento e a página que contém
as informações necessárias estarão ao final do mesmo tópico,
entre parênteses, sempre que necessário.
Charco Enevoado
Tabela: Nível 1 ao 5
Encontro aleatório:
1. Uma grande quantidade de criaturas e aventureiros
morreram nas fétidas lamas dos pântanos. Enquanto o grupo
explora e busca avançar pelo lugar, 1d8 zumbis (Manual dos
Monstros, p. 316) se levantam para atacá-los;
2. Uma área do pântano é cheia de grandes árvores cujas
raízes saem da terra de maneira retorcida, tal qual seus galhos.
O grupo será emboscado por 2 árvores despertas (Manual
29
 Charco Enevoado - O Alagadiço
dos Monstros, p. 320-321) que capturam criaturas com suas
raízes para servirem de fertilizante;
3. Enquanto atravessam o pântano, tudo passa a dar
errado para o grupo, como se a sorte os tivesse abandonado.
Com testes de Percepção CD 12, perceberão que 1 bruxa
verde (Manual dos Monstros, p. 31) está seguindo o grupo
e sabotando a viagem. Ao confrontarem ela, terão de lutar
contra 1 espectro (Manual dos Monstros, p. 137) controlado
pela bruxa;
4. Ao pisar num terreno coberto por folhas mortas, o
grupo é surpreendido por 1d8+2 centopeias gigantes
(Manual dos Monstros, p. 324) que estavam escondidas em
meio às follhagens;
5. O grupo adentra o pântano na esperança de cortar
caminho, mas a comunicação fica impraticável após alguns
minutos com o excessivo e alto coaxar de sapos. O coaxar para
quando 1d6+2 bullywugs (Manual dos Monstros, p. 34)
emboscam os aventureiros;
6. O grupo precisa passar por uma área do pântano cujas
árvores e rochas estão tomadas por grandes teias e casulos.
Eles serão emboscados por 1d4+1 aranhas gigantes
(Manual dos Monstros, p. 319).
f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Complicações para os encontros:
1. Devido ao aquecimento de seus corpos ao longo do
combate, 2 cobras constritoras gigantes (Manual dos
Monstros, p. 325) atacam o grupo, atraídas pela fonte de calor;
2. O excesso de raízes retorcidas saindo da terra dificulta a
mobilidade. Todos devem realizar uma salvaguarda de Destreza
CD 12 a cada 2 rodadas. Em caso de falha, o personagem recebe
a condição “caído” (Livro do Jogador, p. 291);
3. A luta incomoda um grupo de 12 arbustos despertos
(Manual dos Monstros, p. 320) que estavam no local.
Eles começam a atacar os aventureiros querendo sua paz e
sossego novamente;
4. O excesso de árvores retorcidas em baixa altura reduz o
espaço do grupo. Todos rolam seus ataques com desvantagem.
Facilitadores para os encontros:
1. Habituadas com a escuridão, feixes de luz solar que
passam pelas densas folhas das árvores incomodam as
criaturas que habitam o charco. Sua sensibilidade à luz dá
desvantagem nas salvaguardas que a criatura precise fazer;
2. A lama que cobre o corpo das criaturas durante o
combate é altamente inflamável. As criaturas não percebem
30
 Charco Enevoado - Vilarejo Elevado
isso, mas os jogadores poderão se beneficiar, já que isso ocasiona
vulnerabilidade ao dano do tipo flamejante causado nelas.
3. Por algum motivo desconhecido, os inimigos ficam
mais fracos quando estão fora do terreno alagado. Caso
alguma monstro seja erguido ou não possa tocar o solo
umedecido por algum outro motivo, os heróis terão
vantagem para atacar este alvo;
4. O consumo de algum tipo de planta entorpecente ou
a presença de algum tipo de energia misteriosa deixa os
adversários cambaleantes. Após se movimentarem 3 metros,
eles sempre acabam dando alguns passos para trás, se
deslocando 1,5 no sentido oposto ao inicial.
Recompensas:
1. Uma pequena caixa, parcialmente enterrada na lama,
contém em seu interior 5d6+5 peças de ouro, 1 par de adagas
(Livro do Jogador, p. 151) e 1 baralho das ilusões (Guia do
Mestre, p. 157-158);
2. Um viajante recompensou o grupo com 15 peças de ouro
e 1d4 poções de cura (Guia do Mestre, p. 201) por ter sido
salvo num momento de grande perigo;
f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
3. Algum azarado morreu afogado numa grossa camada de
lama. Apenas sua mochila e uma mão segurando um cajado
estão para fora. O grupo consegue 1 cajado da píton (Guia
do Mestre, p. 166) — retirado da mão do defunto —, 5d10
peças de ouro e 1 lanterna de revelação (Guia do Mestre, p.
189), encontrados em sua mochila;
4. Um esqueleto preso entre raízes de árvores contém 1
escudo +1 (Guia do Mestre, p. 178) e 1 globo de fluxos
(Guia do Mestre, p. 187);
5. Num buraco em uma árvore retorcida, o grupo encontra
1 olho de bruxa (Manual dos Monstros, p. 28), 5d10+10
peças de ouro, tripas, 1 faca ritualística (considere uma adaga
(Livro do Jogador, p. 147)) e 1 grimório de magias de 1º
círculo (1 truque e 2 magias de bruxo aleatórias);
6. Nos corpos são encontrados 2d10+5 moedas de ouro, 1
par de luvas de nadar e escalar (Guia do Mestre, p. 189), 1
foice curta (Livro do Jogador, p. 151) e 1 armadura de couro
(Livro do Jogador, p. 147).
31
Tabela: Nível 6 ao 10
Encontro Aleatório:
1. O grupo chega em uma área do pântano que recebe
nenhuma luz e é cheia de piche. Camuflado na escuridão e
no piche, estão 3 pudins negros (Manual dos Monstros, p.
216) aguardando presas incautas para corroer-lhes a carne;
2. Em uma área com bastante vegetação, o grupo é
surpreendido por 2 arbustos errantes (Manual dos
Monstros, p. 23);
3. 2 trolls (Manual dos Monstros, p. 292) passaram
a sequestrar pessoas de vilas próximas e levá-las para seu
covil num pântano. Aparentemente, ambos trabalham para a
mesma bruxa;
4. A área do pântano é gigantesca e pouco explorada. Para
surpresa de vocês, o lugar é habitado. Um grupo de 1d10+2
povo lagarto (Manual dos Monstros, p. 263) liderados
por 2 xamãs do povo lagarto (Manual dos Monstros,
p. 264) aparecem na frente dos aventureiros, cautelosos e
desconfiados. Serão amigos ou inimigos?
5. Um mangue utilizado para catar caranguejos começou
a ver uma crescente no número de gnolls, impedindo que
os aldeões peguem os crustáceos. Ao entrarem no local
lamacento, o grupo será emboscado por 1d10+2 gnolls, 1
gnoll presa de Yeenoghu (Manual dos Monstros, p. 170) e
2 hienas gigantes (Manual dos Monstros, p. 330);
6. Outrora uma floresta mágica, algo ou alguém corrompeu
o lugar para se tornar um pântano. As dríades que habitavam
e protegiam a floresta estão enraivecidas ou corrompidas
pela magia obscura que ronda o local. Quando adentrarem
para investigar o pântano, os aventureiros serão atacados por
1d10+2 dríades (Manual dos Monstros, p. 119).
Complicações para os encontros:
1. Os gases do charco são altamente tóxicos. Todos devem
realizar uma salvaguarda de Constituição CD 12. Se falharem,
recebem a condição “envenenado” (Livro do Jogador, p. 292);
2. O calor e a umidade ajudam na proliferação de insetos.
Durante o combate, 3 enxames de insetos (Manual dos
Monstros, p. 327) irão atrapalhar e picar o grupo;
3. De tocas escondidas, 4 escorpiões gigantes (Manual
dos Monstros, p. 329) emboscam o grupo;
4. O terreno é considerado difícil devido ao excesso de
lama dificultando a mobilidade. O grupo deve realizar uma
salvaguarda de Força CD 14 para conseguir se movimentar.
Em caso de falha, o personagem recebe a condição “agarrado”
e 1 “ponto de exaustão” (Livro do Jogador, p. 291-292).
Facilitadores para os encontros:
1. Confiando demais nos seus sentidos aguçados e/
ou especiais, qualquer dano trovejante e radiante afeta as
criaturas de maneira peculiar. Além do dano normal, causar
esses tipos de dano ocasionam a condição "atordoado" (Livro
do Jogador, p. 291) nas criaturas afetadas durante uma
rodada.
f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
2. Um grupo de 1d6 batedores povo-sapo aparecem
e ajudam os aventureiros na batalha (utilize a ficha de
bullywugs - Manual dos Monstros, p. 34)
3. O lodo presente nesta parte do charco tem propriedades
medicinais impressionantes. Os jogadores podem usar uma
ação bônus para encostarem seus ferimentos no lodo ou usar
uma ação para passar o lodo nos ferimentos de um aliado,
restaurando 2d4+4 pontos de vida.
4. O corpo dos personagens, já repleto de lama do pântano,
acaba ficando escorregadio e repleto de crostas. Isso faz com
que qualquer tipo de dano acabe tendo menos efetividade
enquanto esta camada não for retirada. Em termos de regra,
os heróis reduzem 1d10 de qualquer dano que recebam dos
inimigos. Após 3 ataques recebidos, a sujeira sai por completo
e o jogador perde o benefício.
Recompensas:
1. Após o combate, o grupo avista próximos à uma árvore:
1 saquinho de couro contendo 75 peças de ouro, 1 cajado de
víbora (Guia do Mestre, p. 166) e 1 colar de adaptação
(Guia do Mestre, p. 173);
2. Em um altar de oferendas, o grupo encontra 10d10+15
peças de ouro; 1d6 poções de cura, sendo uma delas 1 poção
de cura maior (Guia do Mestre, p. 201); além de armas,
frutas e sementes variadas;
3. O grupo encontra o corpo de alguém que foi digerido
por uma cobra constritora gigante. Apesar de melados
do ácido gástrico do animal, os itens estão intactos. Eles
encontram dentro de sua mochila de carga (Guia do
Mestre, p. 194): 280 peças de ouro, 10 pacotes de ração e 1
pergaminho de magia de 3º círculo aleatório (Guia do
Mestre, p. 197);
4. Os heróis encontram num baú 300 peças de ouro, 1
pergaminho de proteção contra plantas (Guia do Mestre,
p. 199), 1 poção de aumentar (Guia do Mestre, p. 201) e 1
par de leque do vento (Guia do Mestre, p. 189);
5. Uma misteriosa e “bondosa” senhora recompensou o
grupo por terem ajudado a salvar seu vilarejo. Ela os entrega
150 peças de ouros, 2 poções de cura (Guia do Mestre, p.
201) misturadas com 1d6 poções de envenenamento (Guia
do Mestre, p. 202) e 1 armadura de vulnerabilidade (Guia
do Mestre, p. 156) que “pertenceu ao seu filho”;
6. Sob folhas mortas, o grupo encontra em um buraco
no chão 315 peças de ouro, 1 varinha de segredos (Guia
do Mestre, p. 213), 2 poções de cura maior (Guia do
Mestre, p. 201) e 1 poção de resistência (veneno) (Guia
do Mestre, p. 203).
Tabela: Nível 11 ao 15
Encontro Aleatório:
1. 1 dragão negro adulto (Manual dos Monstros,
p. 93) e 1 dragão negro jovem (Manual dos Monstros,
p. 94) fizeram do pântano o seu covil. O problema é a
proximidade do charco com a capital do reino e de vários
vilarejos. As criaturas estão aterrorizando a população e
caçam o gado e as pessoas;
32
Charco Enevoado - Ruínas Decadentes

f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 33
 2. O grupo é enviado para investigar a razão da outrora
bela floresta ter se transformado num pântano fétido e
horripilante. Desde que isso ocorreu, pessoas têm relatado
avistamentos de sapos gigantes que arranham os indivíduos.
O grupo será confrontado por 4 slaadi vermelhos (Manual
dos Monstros, p. 279);
3. Enquanto atravessam um pântano, os aventureiros são
tentados a realizar atos malignos uns contra os outros sempre
que acordam de seus descansos. Ao investigarem, descobrirão
que uma convenção de 3 bruxas da noite (Manual dos
Monstros, p. 29) estão interferindo em seus sonhos e tentando
causar o caos entre todos;
4. Um misterioso homem pede ajuda aos aventureiros para
colocar um fim em 4 homens-ursos (Manual dos Monstros,
p. 209). O homem explica que ele próprio é um licantropo,
mas tem controle sobre sua besta interior, entretanto, seus
aprendizes sucumbiram à sede de sangue e poder que a fera
traz consigo;
5. Uma guerra entre o povo lagarto (Manual dos
Monstros, p. 263-264) e yuan ti (Manual dos Monstros, p.
306-308) estourou neste pântano e as várias cidades e vilarejos
próximos são vítimas deste conflito. Aqui, uma batalha que
poderá decidir esta situação em definitivo está acontecendo
e os heróis terão que tomar partido de um dos lados: são 10
lagartos, 3 lagartos xamãs junto de sua 1 rainha lagarto
contra 8 yuan ti puro sangue, 2 yuan ti mestiço e 1 yuan
ti abominação que os lidera. Os heróis escolherão um lado
ou serão atacado por ambos os inimigos?
6. Durante a noite, luzes estranhas são avistadas vindas
do pântano enquanto diversos gritos e gemidos horrendos
ecoam pela área. Os moradores relatam terem visto demônios
andando pelo charco e os aventureiros são enviados para
investigar. Na localidade, serão atacados por 4 cambions
(Manual dos Monstros, p. 36) que guardam a área do culto
profano.
Complicações para os encontros:
1. As águas escuras do pântano escondem surpresas
desagradáveis mesmo para os mais atentos. A movimentação
na água atrai a atenção de 4 crocodilos gigantes (Manual
dos Monstros, p. 326);
2. Um grupo de 6 sapos gigantes (Manual dos
Monstros, p. 337) ataca o grupo ao verem a chance de
saborearem carne humanoide;
3. A escuridão do lugar parece ser mágica, impondo
desvantagens mesmo nos heróis que possuem visão no escuro.
Todos os personagens possuem desvantagem em suas jogadas
de ataque e salvaguardas de Destreza;
4. O mau cheiro do pântano causa enjoos e desconforto nos
heróis. Todos devem realizar uma salvaguarda de Constituição
CD 16, ou irão receber a condição “incapacitado” (Livro do
Jogador, p. 292).
Facilitadores para os encontros:
1. Os adversários estão sob grande condição de cansaço,
estando eles com 2 “pontos de exaustão” (Livro do Jogador,
p. 291-292).
f
D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
2. Os inimigos ignoram qualquer criatura que não esteja
tocando o solo enlameado e não sejam uma ameaça, como se
não existissem. Seja voando, subindo em árvores ou outras
superfícies que não seja a do brejo, o personagem que atenda
esta regra não será incomodado pelos opositores caso ele não
ataque ou faça magias que os afetem diretamente;
3. Apesar do solo úmido da região não ser novidade, esta
parte é especialmente escorregadia. Os heróis conseguem
tirar vantagem e se aproveitam melhor das características
do local. O deslocamento dos personagens aumenta em 4,5
metros e todos podem usar sua ação bônus para desengajar -
caso já possua esta vantagem, podem desengajar como ação
livre. Além disso, tem vantagem em qualquer salvaguarda de
Destreza enquanto estiverem nesta área;
4. Esta parte do charco é um terreno ameaçador para os
monstros que estão sendo combatidos, se comportando como
presas. Dessa forma, considere que os inimigos começam a
batalha sob a condição "amedrontado" (Livro dos Jogadores,
p. 291) e precisam passar em uma salvaguarda de Sabedoria
CD 17 para se concentrarem novamente na batalha.
Recompensas:
1. O grupo encontrou o corpo de um famoso pesquisador
que havia desaparecido há 5 meses. Eles encontram em
seu corpo: 5 pacotes de rações, 150 peças de ouro, 1 óculos
noturno (Guia do Mestre, p. 203), 1 par de olhos de visão
momentânea (Guia do Mestre, p. 204) e 1 par de botas de
caminhar e saltar (Guia do Mestre, p. 164);
2. O fundo do lodoso lago possui uma grande quantidade
de itens em suas águas, a maioria inúteis agora. Entretanto, os
jogadores encontram 1d6 poções de cura (Guia do Mestre,
p. 201), 1 garrafa de fumaça eterna (Guia do Mestre, 185)
e 1 machado furioso (Guia do Mestre, 190);
3. Num covil aparentemente abandonado, são encontrados
750 peças de ouro, 1 cajado de enxame de insetos (Guia do
Mestre, p. 169), 1 vassoura voadora e 1 vela de invocação
(Guia do Mestre, p. 214);
4. Abraçado por uma árvore, os aventureiros encontram o
corpo mumificado de uma idosa. Junto dela, há 1 varinha de
guerra +2 (Guia do Mestre, p. 214), 1000 peças de ouro e 1 par
de sandálias de patas de aranha (Guia do Mestre, p. 207);
5. Um misterioso viajante, com um brilho diferente em seu
olhar, entrega a cada um do grupo 1 saquinho de 50 peças de
ouro, 1d8+2 poções de cura (Guia do Mestre, p. 201) e 1
unguento de keoghtom (Guia do Mestre, p. 210);
6. Pendurado no galho de uma árvore, há 1 manto da
aranha (Guia do Mestre, p. 191) e 1 gema elemental
(diamante amarelo) (Guia do Mestre, p. 186-187).
Tabela: Nível 16 ao 20
Encontro Aleatório:
1. Algo ou alguém, de alguma maneira, conseguiu
controlar 4 hidras (Manual dos Monstros, p. 186) e as
está utilizando para atacar diversas vilas e cidades. O grupo
está numa dessas cidades quando o ataque ocorre, e agora
precisam dar um fim às hidras e descobrir o que ou quem está
causando isso;
34
Charco Enevoado - Cabana Misteriosa

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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024 35
 2. Aventurando-se pelo pântano, o grupo encontra duas
pequenas estátuas de minotauro incrustadas com pedras
preciosas. Ao tocarem, as estátuas esfarelam e libertam 2
balor (Manual dos Monstros, p. 53) que imediatamente
atacam os aventureiros;
3. O grupo encontra 1 cavaleiro da morte (Manual dos
Monstros, p. 39) vagando sozinho pelo pântano. Por incrível
que pareça, ele não esboça atitudes hostis ao grupo e parece
querer se comunicar. Qual será sua história?
4. Os vilarejos próximos não param de ser aterrorizados
por mortos-vivos e o grupo é enviado para dar um fim a
essa ameaça. Ao investigarem o lugar, descobrem que 1 lich
(Manual dos Monstros, p. 211) transformou o pântano em
seu lar e está aproveitando o excesso de corpos no charco para
revivê-los;
5. Nas ruínas localizadas no centro do pântano, 3 golens
de pedra (Manual dos Monstros, p. 177) começam a se
mover para defender a entrada do antigo local. Que segredos e
tesouros essas ruínas possuem?
6. Um grupo de 4 devoradores de mente arcanistas
(Manual dos Monstros, p. 66) saíram dos subterrâneos e se
estabeleceram no pântano. Eles estão realizando experimentos
nefastos na fauna e pessoas capturadas. Eles devem ser
parados a todo custo.
Recompensas:
Complicações para os encontros:
1. Uma espécie de planta espinhosa que vive em
pântanos produz uma secreção que paralisa suas vítimas.
Os aventureiros estão num lugar repleto desses vegetais e
devem realizar uma salvaguarda de Destreza CD 16 para
não se arranharem nos espinhos. Em caso de falha, devem
realizar uma salvaguarda de Constituição CD 18 para não
serem envenenados. Caso sejam envenenados, ficarão com a
condição “paralisado” (Livro do Jogador, p. 293);
2. Uma colmeia de vespas gigantes é perturbada durante
a luta. 20 vespas gigantes (Manual dos Monstros, p. 340)
saem para defender seu lar;
3. Os aventureiros são constantemente picados por
mosquitos e outros insetos. Os jogadores devem realizar
uma salvaguarda de Constituição CD 20. Se houver falha,
peça para rolarem 1d4 para determinar onde foram picados
e aplique a penalidade referente à parte do corpo: 1 - cabeça:
seus olhos incham e você tem desvantagem em testes de
Percepção que envolvam a visão; 2 - pescoço: o inchaço
do seu pescoço dificulta a respiração, fazendo que você
ganhe 1 “ponto de exaustão” (Livro do Jogador, p. 292)
imediatamente e outro a cada 5 rodadas caso falhe numa
salvaguarda de Constituição CD 18; 3 - braços e mãos: o
inchaço em seus membros superiores dificulta que você
segure sua arma ou cajado, impondo desvantagem em seus
ataques; 4 - pernas e pés: seus membros inferiores incharam
e doem, dificuldade sua mobilidade e reduzindo sua
velocidade de deslocamento pela metade.
4. Distraídos com o combate, o grupo recebe o ataque
surpresa de 14 fanáticos do culto (Manual dos Monstros,
p. 346). Quais são suas intenções com esse ataque?
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D20 Saga | Edição 10 | Março 2024
Facilitadores para os encontros:
1. Uma rara lufada de vento afasta os gases tóxicos,
permitindo que os aventureiros respirem com mais facilidade
e se sintam revigorados. Todos agora possuem vantagem em
jogadas de ataque e salvaguardas de Constituição;
2. As criaturas são unidas com o ambiente como uma
simbiose que os torna parte deste lugar. Os jogadores podem
optar por golpear as árvores secas, arbustos, construções e/ou
qualquer coisa física que esteja visível, acima da superfície do
lamaçal. Considere qualquer alvo como se tivesse uma CA 16
para qualquer ataque (testes que exijam salvaguarda falham
automaticamente) e resistente a todos os tipos de dano;
3. O(a) Deus(a) da Natureza abençoa os heróis com
a energia contida neste terreno. Todas as magias de cura
efetuadas durante a batalha são maximizadas pelas forças
primordiais, curando o máximo de pontos de vida da magia/
habilidade utilizada;
4. O vilão e/ou monstro não se encontra em sua forma
verdadeira, está incompleto ou enfraquecido por outras
batalhas e/ou condições. Reduza 20 pontos de vida do total
daquela(s) criatura(s) e 10 pontos de dano de qualquer
ataque, habilidade e/ou magia. A CD para resistir aos feitiços e
habilidades também é reduzido em 1 ponto.
1. Um sapo gigante regurgita alguns itens na frente do
grupo e vai embora. Vocês veem que ele engoliu 3 bolsinhas,
que juntas, contém 2.000 peças de ouro e 1 anel de comandar
elementais (aleatório) (Guia do Mestre, p. 151-152);
2. Os restos de um guerreiro são encontrados em meio ao
lamaçal do pântano. Ele possuía 1 arma viciosa (Guia do
Mestre, p. 155), 1 armadura de mitral (Guia do Mestre, p.
156) e uma bolsinha com 50 peças de ouro;
3. Nos itens encontrados no covil estão 3.000 peças de
ouro, 1 par de asas voadoras (Guia do Mestre, p. 157), 1
poção de cura suprema (Guia do Mestre, p. 201) e 1 pacote
de pó da seca (Guia do Mestre, p. 200);
4. Numa pequena caixinha, o grupo encontra 1
periapto de saúde (Guia do Mestre, p. 199), 1 cajado de
definhamento (Guia do Mestre, p. 168) preso à parede e 1
amuleto de proteção contra detecção e localização (Guia
do Mestre, p. 150);
5. Protegidos por uma magia, os heróis encontram 1 anel
de telecinésia (Guia do Mestre, p. 154), 1 anel de escudo
mental (Guia do Mestre, p. 152) e 1 anel de refletir magias
(Guia do Mestre, p. 153);
6. Antes de falecer, um príncipe anão entrega ao grupo
seus pertences como recompensa por terem salvo sua
comitiva. Eles recebem 2.000 peças de ouro, 1 machado dos
lordes anões (Guia do Mestre, p. 225-226), 1 armadura
anã (Guia do Mestre, p. 155) e 1 anel do aríete (Guia do
Mestre, p. 154).
36
 ERICK BOUGLEUX
Amor pela cultura pop e dublagem
por Bel Domingues

1. Como você iniciou sua carreira no ramo da dublagem?

- Minha primeira dublagem foi em 2001, com 11 anos

de idade, em um teste para o primeiro filme de Harry
Potter. Mas eu já trabalhava como ator desde os 4 anos
em comerciais, participações em novelas, séries (como Os
Normais), etc.

Um dia, minha mãe ficou sabendo, na agência de atores

que eu fazia parte, sobre um curso de dublagem que iria
começar. Na época, não existia toda essa divulgação e
visibilidade para a dublagem como temos hoje, então
fomos para conhecer. Eu sempre fui bem apaixonado por
desenhos, animes, filmes e afins, logo, a ideia de atuar em
um personagem de desenho era maravilhosa!

Me inscrevi no curso, fui selecionado para a primeira

turma e, antes mesmo de me formar no curso, me
convidaram para o teste do filme de Harry Potter, pois
precisavam de muitas crianças. A primeira vez que pisei
em um estúdio de dublagem foi para fazer o teste para o
Duda Dursley. Eu passei no teste, dublei o filme e nunca
mais parei desde então!

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao

longo do caminho?

- A dublagem sempre foi algo muito natural e intrínseco

a mim, então desde novinho eu já sentia uma facilidade
e uma química com esse tipo de atuação, sempre foi
divertido mesmo quando era um trabalho difícil. E como
eu comecei criança, a inserção no mercado é, de certa
forma, mais rápida.

3. Você tem algum método específico para se preparar

para interpretar diferentes personagens? Como você entra na
mentalidade de cada um deles?

- Normalmente, na dublagem, você só sabe o que vai dublar

no dia, quando entra no estúdio. Mas eu sou muito nerd,
então eu amo estudar a obra e o personagem quando tenho a
oportunidade. Ir atrás do livro, mangá, ler fóruns, discussões,

f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024 37
ver trabalhos do ator. Eu adoro me aprofundar o máximo
possível na obra que eu estou dublando ou dirigindo.
4. Você tem trabalhos memoráveis em grandes produções da
cultura pop, você sempre foi fã e consumidor desse universo?
- Sempre! Desde pequeno eu sou muito ligado à cultura
pop, consumindo desenhos animados, filmes, livros, animes,
especialmente as coisas mais geeks. Foi uma das coisas que
mais me atraiu na dublagem no começo: a oportunidade de
fazer parte desses universos que eu sempre amei.
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
5. Avatar: A Lenda de Aang foi um grande marco na
história das animações, com um espaço especial no coração de
muitas pessoas e você faz parte disso. Como foi dublar o Aang?
- Tenho mais de 20 anos de carreira e até hoje o Aang é
meu personagem favorito da vida. É uma obra especial
que marcou não só a minha vida e a minha carreira para
sempre, como a vida de muita gente através da minha voz,
e isso é uma sensação única e maravilhosa.
Toda vez que vou em algum evento, as pessoas vêm falar
comigo sobre o Aang e se emocionam contando sobre
como Avatar foi importante para elas, e isso é algo que
mexe demais comigo. É muito louco como, ao longo de
anos, eu e o Aang nos tornamos um. Eu levo ele no meu
coração para sempre.
6. Como foi reviver o Aang depois de tantos anos, mas dessa
vez jogando na mesa Cinzas e Aço de Avatar Legends: RPG?
- Voltar ao Aang é sempre algo muito especial e natural
para mim, então foi maravilhoso voltar a dar vida a ele mais
uma vez na mesa de Avatar Legends. Dessa vez, inclusive,
sendo literalmente ele e sendo o responsável por escolher
seus caminhos e falas durante a aventura. Foi lindo!
7. Você já tinha jogado RPG antes? Como foi a experiência
de jogar Avatar Legends: RPG?
- Eu sempre tive vontade de jogar, mas me faltava a
oportunidade. Comecei a jogar RPG durante a pandemia
em uma mesa especial da Crunchyroll, curtinha mas
divertidíssima, mestrada pelo Della. Lá, eu joguei com os
poderes de um personagem de anime que eu dublo: o Kazuma
de Konosuba. Pouco depois, alguns amigos meus dubladores
se juntaram para formar o “Fala Crítica”, um grupo de RPG de
dubladores, e me convidaram para fazer parte.
Foi o pessoal do “Fala Crítica” e o Della que me ensinaram
tudo que sei de RPG, foram ótimos professores! A partir
daí, durante boa parte da pandemia, toda a semana rolava
38
um stream ao vivo de alguma campanha nossa do “Fala”.
Foram, até agora, duas aventuras (bem diferentes entre si)
com a primeira temporada fechada, e que no futuro terão
continuação! Inclusive, convido todo mundo a conhecer o
“Fala Crítica”!
8. Qual foi seu momento favorito na campanha Cinzas e Aço?
- Difícil demais escolher! Mas em toda a mesa eu sempre
tenho um fraco pelos momentos que a gente tá só sendo
bobo e fazendo palhaçada, são as partes que eu mais amo!
E, na nossa campanha de Avatar, não faltaram momentos
assim! A química desse time Avatar junto foi perfeita!
f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
9. Você tem algum conselho para aspirantes a dubladores
que estão tentando entrar na indústria?
- Estudem muito, se profissionalizem e entendam o
mercado. Hoje em dia tem muitos cursos de dublagem por
aí, então sempre pesquise muito bem quem é o professor
ou professora, quais trabalhos eles já fizeram e quanto
tempo de mercado eles têm para não cair em roubada!
Fora isso, é correr muito atrás pois é um mercado muito
concorrido, então persistência, caráter e humildade. E a
gente se esbarra nos estúdios!
39
SOMBRAS POR ERIKSTEAD
por
O céu era cinzento e nebuloso, o vento cortava o rosto de
Roland como agulhas. O paladino chegara em Erikstead
pela manhã, porém o sol se escondia por trás das nuvens.
Ele guiou seu cavalo da capital até a pequena vila, sob
ordens de seu superior, com o objetivo de encontrar o
padre Celdon e guiá-lo em segurança até a casa de um
fazendeiro, cuja filha supostamente teria encarnado um
espírito vil.
A vila de Erikstead, nomeada em homenagem a um antigo
oficial do reino, era pequena e humilde, possuía pequenas
casas de madeira marcadas com símbolos religiosos nas
portas. Enquanto cavalgava pela rua de terra, viu poucos
camponeses andando por ela. Os moradores olhavam com
estranheza para aquela figura claramente diferente, seu
cavalo era grande e vistoso comparado aos burros usados
no campo, parecia um alazão. O estranho era jovem,
vestia um peitoral de ferro um pouco enferrujado — com
o mesmo símbolo religioso das portas —, usava um elmo
de couro e seu escudo de madeira e metal era redondo,
acompanhado de uma maça.
No centro da vila, a capela aguardava o visitante forasteiro.
Roland prendeu seu cavalo em um poste perto da antiga
e simples capela, feita de pedra e barro, e rumou para a
porta. Antes de adentrar o templo, o paladino fez uma
reverência e, em seguida, seguiu para o interior do local de
prece. O espaço interno era apertado, com poucos bancos
de madeira olhando para um altar improvisado com velas
derretidas em cima. Um homem idoso de aspecto cansado,
olhos pequenos, vestindo robes marrons e com um capuz
por sua cabeça, estava sentado em um dos bancos sozinho,
rezando. Roland se aproximou e tocou em seu ombro. O
padre olhou para o paladino e disse:
— Estava lhe esperando — disse Celdon com uma voz
fraca e distante. — Estou terminando de me preparar.
— Onde está a casa que habita o mal? — Questiona o
paladino.
f
D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
Marco Aurélio Domingues Allaman
— Não é muito longe, mas teremos que sair da vila e
seguir a trilha para a fazenda.
O padre se levantou do banco e preparou uma mochila de
pano com alguns itens religiosos.
— Vamos realizar uma prece antes de sair em direção à
fazenda — ordena o padre.
— Não seria melhor aproveitar o sol e sair mais cedo? —
Indaga Roland.
— Eu não temo a escuridão. Você teme?
— Não… não é essa a questão.
— Então qual é?
— É só uma questão prática, aproveitar o dia melhor.
— Não se preocupe, meu jovem – diz Celdon, rindo um
pouco. – Só queria te fazer pensar um pouco. De qualquer
forma, a prece não será muito demorada, venha.
Os dois sentam lado a lado nos bancos. Apesar de estar
um pouco desconfortável, Roland fecha os olhos e faz uma
curta reza ao lado do padre. Quando termina e abre seus
olhos, vê que Celdon continua suas preces, e permanece
sentado, em silêncio, para não interrompê-lo. Alguns
momentos depois, o padre termina sua reza.
— Vamos? — Celdon pergunta a Roland, o convidando
para partir.
Saindo da capela, os dois seguem por uma trilha na direção
leste, passando pela floresta adjacente à cidade. O vento
passa pelas árvores fazendo um som agudo enquanto os
poucos animais, como os esquilos e pássaros, eram apenas
ouvidos se mascarando nas copas das árvores.
— Não tens frio? — Pergunta Roland.
— Se refere ao tempo ou ao medo?
— Ambos.
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— O tempo frio é como a vontade divina. A Providência
nos dá motivos para gozar, mas em outros momentos
nos traz dor. Estarei contente quando chegarmos à casa
e me aquecer, então o frio se torna apenas um pequeno
empecilho para minha missão.
— E o medo? - Indaga o paladino.
— Também. Nossos medos não passam de testes, de
provas da fé. Confio que se fui enviado para salvar essa
alma do perigo do mal, esta é a vontade divina. Morrer
ou viver, acaba sendo um aspecto fora do meu controle,
temer o futuro é apenas uma consequência da falta de fé.
— Entendo, nunca tinha pensado em nossas obrigações de
tal forma. Pensa que iremos para um lugar melhor quando
terminarmos nossos trabalhos.
— Você está começando a entender meu jovem, mas só
descobriremos quando chegar a hora. Tudo que podemos
fazer é continuar no caminho que estamos e viver dia a dia.
Chegando à fazenda, o paladino abre o portão da
propriedade para o ancião. O casarão antigo se encontra
ao final da trilha e as terras ao lado possuem alguns
plantios e pequenos animais, como galinhas e porcos,
andando à frente do estábulo.
Abrindo a porta, o interior da casa estava completamente
escuro e um cheiro podre emanava. Roland hesitou a
entrar e Celdon empurrou o paladino, com pouca força,
mas ele entendeu o que o padre queria que ele fizesse.
Abriram as janelas, deixando a pouca luz entrar e
iluminar a casa. Os móveis estavam jogados como se
uma luta feroz ocorrera, embora não houvesse sangue
no local. Roland se armou com a maça enquanto o padre
realizava uma curta prece.
— O mal habita este lugar — afirmou Celdon.
— Fique atrás de mim — ordenou Roland, e o padre o fez.
Ambos os fiéis andam pela casa procurando indícios do
mal: a cozinha está queimada, com um forte cheiro de
fumaça e enxofre; o tapete está cortado e sujo e algumas
tábuas do chão foram retiradas, como se algo estivesse
embaixo delas e alguém estava procurando esse item; as
cinzas da lareira estavam jogadas pelo chão.
— Penso o que essa família fez para merecer tal desgraça —
se questiona Roland enquanto investiga o primeiro andar.
— Essa é a visão de alguém pobre de espírito, meu jovem
— Retruca Celdon. — Embora os atos do fazendeiro
fossem questionáveis, como faltar os cultos, deixar de
pagar seus funcionários e ter relações carnais fora do
matrimônio, não é o nosso dever julgar se este caos é ou
não uma punição cabível.
— Entendo seu sermão, mas estou procurando ver a
situação com pragmatismo — explica o paladino.
— Pragmatismo é uma espada de dois gumes: se não for
utilizada, nos torna ineficientes; se usada de mais, nos
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
faz esquecer das obrigações espirituais. Procure moderar,
meu jovem.
O segundo andar estava no mesmo estado. Os quartos
estavam revirados com roupas jogadas no chão e a porta
do quarto principal estava quebrada e caída.
Dentro do quarto que era da filha do casal, o estado
caótico era consistente com o resto da casa, mas com
duas exceções: a cama estava suja de sangue seco, cujas
manchas vermelhas tinham um cheiro forte de ferro.
Além disso, acompanhavam uma espada também suja de
sangue e enfiada no colchão, como se tivesse sido fincada
por alguém. Em cima da mesa, parecendo que havia
sido colocado de forma premeditada, um diário aberto
e ensanguentado com apenas 2 frases escritas em letras
garrafais nas páginas:
“NO PORÃO” e “TARDE DEMAIS”
— Que suas almas estejam juntas de nosso criador — diz
Celdon, em um pequeno apelo.
— Celdon pega a espada da mão de Roland. Ele limpa o
sangue da lâmina e diz:
— Um ato desesperado… esta espada talvez seja a última
lembrança desta casa.
— Devemos voltar. Não há nada mais para fazermos.
— Não! Ainda não procuramos no porão.
— Já sabemos o que encontraremos lá — argumentou Roland.
— Mas é a vontade divina que testemunhemos para salvar
quem pudermos — retrucou o padre. — Vamos sem
medo, confiemos.
Roland visivelmente não concorda com o padre mas o
segue para os fundos da casa, pegando algumas velas no
caminho. O alçapão está escancarado, como se houvesse
sido forçado, e um cheiro de sangue vem da escuridão
abaixo. O paladino acende uma vela e dá para o padre,
acendendo outra para si.
Descendo as escadas, as velas iluminam as paredes
estreitas, mostrando as manchas vermelhas que se
intensificam conforme eles adentram o breu. Conforme
se afastam da luz, o cheiro de ferro fica cada vez mais
forte e o vento que tentava apagar as velas cessa. Porém,
as escadas parecem se alongar demais, como se eles
estivessem indo além de onde o porão realmente estaria.
— Quando chegaremos no fundo? — Questiona o paladino.
— O mal usa o sangue como alimento para moldar o
mundo à sua forma. Eles podem tornar esse caminho o
quão longo quanto desejam — explica o padre.
As paredes lentamente se tornam rubras e seu aspecto
passa a ser cada vez mais fresco, com o cheiro se tornando
mais intenso. A escuridão se torna absoluta, salvo a fraca
luz das velas, e o frio faz o paladino tremer enquanto sua
mente começa a se perder da realidade.
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— O que faz aqui? — Uma voz distante e fraca é escutada
pelo paladino.
— Ouviu isso? — Pergunta Roland a Celdon.
— O quê? — Indaga o padre.
— Não ouviu isso?
— São apenas vozes, não lhes dê ouvidos.
— Como você pode confiar que ele não está nos ouvindo?
— Continua a voz. — Como você pode ter certeza de que
ele está certo em sua fé?
— Reze! — Ordena Celdon.
— Como?
— Reze! Afaste o mal de seu espírito! — Celdon ordena
novamente a Roland antes de iniciar uma prece.
“Avanço pela escuridão sem empecilhos, sem dúvidas,
seguindo minha fé e a luz que carrego em mim. Embora o
mal me tente, eu continuo em frente. Embora o mal queira
que eu volte, eu continuo em frente. Embora o mal queira
que eu não o enfrente, eu continuo em frente. Pois sei que
ele me teme! Ele teme que eu o destrua, ele teme a minha
fé e meu poder.”
Finalmente, chegam ao porão. Roland olha para trás e vê
que andou apenas alguns poucos degraus — os degraus
mais longos de sua vida. O cômodo pequeno possui
algumas caixas e ferramentas, além de uma pequena janela
que ilumina o centro da sala. Celdon empunha a espada
em preparação.
Nesse momento, Roland começa a sentir dor de cabeça e
se apoia em uma das paredes.
— Ele lhe trouxe aqui para isso — diz a voz distante. —
Ele foi corrompido, lhe trouxe aqui para lhe sacrificar em
nosso nome. Mate-o!
Celdon olha para Roland confuso, pois o paladino tem um
olhar perdido, seus olhos arregalados em uma expressão de
medo. O padre levanta a espada e aponta para Roland. A
respiração do paladino começa a ser mais laboriosa enquanto
sua cabeça lateja, como se estivesse sendo cortada.
— Não o deixe acabar com a sua vida, você ainda é tão
jovem — continua a voz.
Celdon começa a se aproximar com a espada apontada
para a direção de Roland, que começa a levantar o seu
escudo, mas o mesmo parece pesar uma tonelada. Quando
o padre chega perto de seu aliado, Roland percebe que
a espada estava apontando para as suas costas e ele
rapidamente se vira, quase perdendo seu equilíbrio. Uma
porta de metal é vista no meio da escuridão.
— Mais uma criação do mal — explica Celdon.
— Não posso — afirma Roland.
— Não permita que o inimigo vença! Você é um
paladino ou não?
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
— Eu não escolhi isso! Meu pai prometeu que seu
primogênito serviria o clero.
— Essa talvez não seja a sua verdade agora, mas você
precisa seguir e ter fé!
— Como!?
O padre se acalma, respira e olha para o paladino com um
olhar de desaprovação. Ele anda até a porta e se vira de
volta para Roland.
— Você está louco? Vai entrar sem saber o mal que lhe
aguarda? — Questiona Roland.
— Eu sei o que há do outro lado desta porta: meu destino.
Não cabe a mim julgar se a decisão tomada pelo divino
é injusta ou até cruel. A luz triunfa sobre a escuridão da
mesma forma que a nossa fé triunfa sobre o mal. Não
posso forçá-lo a me seguir, mas você não pode me impedir
de realizar a minha missão.
Celdon gira a maçaneta e abre a porta.
—Você vai morrer! — Grita Roland, em um último
recurso.
— Que assim seja.
Celdon entra pela porta e Roland se mantém no porão. Sua
dor de cabeça passou. Ele olha em volta, sem saber o seu
próximo passo, e fita a saída e a pouca luz que vem dali.
Um grande estrondo ocorre do outro lado da porta de ferro
e, logo após, as frestas da porta começam a emitir uma luz
vermelha que cessa rapidamente. Roland se aproxima da
porta e segura a maçaneta, sentindo em sua mão o calor
que alcança o seu rosto ao abri-la. Com sua maça em uma
mão e o escudo na outra, o paladino entra na sala.
— Celdon! Celdon! — Chama Roland por seu aliado.
Roland escuta um gemido fraco e começa a se guiar pelo
som. Ele anda na escuridão e esbarra nas paredes daquela
estrutura parecida com um labirinto, cheia de curvas e
caminhos sem saída. Enquanto procura por seu aliado, o
barulho distante de um rosnado confunde Roland.
— Celdon! — Continua a gritar o paladino.
O gemido se torna mais claro, com uma rispidez e suspiros.
Uma fraca luz é vista de canto de olho e Roland segue em
sua direção, encontrando seu amigo caído ao chão.
— Celdon! Consegue me ouvir? — Pergunta Roland ao padre.
Celdon está estirado ao chão sem a espada, mas com um
tomo sagrado em suas mãos. O padre tosse e cospe sangue
no chão quando abre a boca para falar.
— Garoto, não consegui matá-la, resta a você erradicar
esse mal do mundo — implora Celdon com uma voz fraca
e laboriosa. — Eu fiz o que pude, agora…
A tosse do padre volta, com sua boca agora cheia de sangue,
enquanto respirar se torna algo asmático. Ele põem o tomo
na mão de Roland, seu olhar começando a pesar e a perder
42
o foco enquanto olha para cima. O padre sorri, mostrando
seus dentes sujos com seu próprio sangue.
— Final...mente… — exclama o padre, em seu último suspiro.
O corpo perde a rigidez, a pele começa a gelar e a vela se
apaga. O barulho de rosnado se torna um novo norte que,
conforme se aproxima, é acompanhado por ossos rangendo.
A dor de cabeça volta mais fraca enquanto um barulho
metálico, como se um instrumento estivesse reverberando
violentamente, ecoa pelas paredes do labirinto.
Os sons culminam na visão de um ser abominável: o
corpo mutilado do que um dia foi a filha do fazendeiro.
Sua cabeça se torce de maneira errática e carrega dentes
na vertical; os braços alongados não possuem mãos, mas
lâminas feitas de ossos sujos de sangue que se arrastam
pelo chão. No seu pequeno torso, a espada carregada
pelo padre está fincada onde deveria estar o coração,
acompanhando um buraco na barriga. Ambos emitem luz,
mas onde a espada está fincada emite consideravelmente
mais, a ponto de iluminar o corredor. O calor é intenso,
com a lâmina da espada brilhando laranja, como se
estivesse sendo forjada.
A criatura se aproxima lentamente de Roland. O paladino
se esconde atrás de uma parede adjacente e se prepara
para atacar assim que o ser estiver ao alcance, escutando o
arrastar dos ossos no chão enquanto se aproxima. Roland
fecha seus olhos, o suor em seu rosto dificulta sua visão
e ele se distrai deixando o monstro passar. A filha do
fazendeiro ignora o paladino e continua pelo corredor, e
Roland percebe, neste momento, que o ser não o vê, mas
deve escutá-lo.
Roland anda silenciosamente pelos corredores, tentando
mapear mentalmente sua estrutura da melhor maneira
possível. Quando ele possui uma ideia razoável, ele
formula seu plano.
— AAAAAHH! — Grita Roland, chamando o inimigo.
Os ossos batem no chão e se aproximam rapidamente.
Roland para e se concentra, tentando determinar de onde
vem o som. Ele se movimenta pelo labirinto tentando
flanquear a oponente, encontrando-a parada, olhando
para o local de onde o grito veio.
Roland levanta sua maça, prepara um golpe e acerta a cabeça
do ser maligno, que grita de dor antes de retaliar. A besta
tenta girar com suas garras, porém as paredes apertadas a
param no lugar, quase perdendo o equilíbrio. O paladino
levanta seu escudo e o utiliza para golpear sua oponente,
a forçando a recuar. Em resposta, o demônio usa uma de
suas “lâminas” ósseas para cortar à sua frente, acertando o
peitoral de Roland, que recebe o impacto do golpe.
O paladino se recupera e se levanta, rapidamente entrando
em um dos corredores adjacentes. O ser arrasta suas
garras pelas paredes, procurando Roland enquanto rosna
com raiva. O paladino anda pelo labirinto tentando se
lembrar de seu mapa mental, de novo com o intuito de
pegar seu inimigo desprevenido.
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
Roland se perde e perde seu alvo também, andando a esmo
pelos corredores apertados, sem ver e apenas escutando
os ossos e o rosnado. Ele para e se senta por um segundo
para respirar e tentar encontrar o seu caminho, mas é
interrompido pela aproximação do demônio, com a luz
revelando-a. O paladino se levanta e aponta o escudo para
a oponente, firmando-se no chão enquanto aguarda os dois
se encontrarem. A luz e o calor se intensificam conforme
ela se aproxima, mas Roland se mantém firme e resoluto
quando sua inimiga chega perto. Ele se prepara jogando seu
peso para trás e, na hora certa, se joga para frente, usando o
escudo para derrubar o alvo no chão, que esperneia e grita
de dor enquanto debate suas garras nas paredes.
Roland levanta sua maça e golpeia o monstro caído,
acertando uma de suas garras, a quebrando. A antiga
filha do fazendeiro grita, ecoando pelos corredores de
maneira ensurdecedora. Entretanto, Roland continua
implacável e a golpeia novamente, acertando o tórax da
criatura e fazendo que a luz vermelha se torne mais forte,
assim como o calor. O sangue quente voa nas paredes e
no paladino, que continua a golpear até estar quase cego
por causa da luz. O ser maligno, agora inerte no chão,
continua a emitir luz. Ao retirar a espada do tórax da
besta, a lâmina se desfaz com o intenso calor, caindo ao
chão. Roland solta a maça e pega o tomo.
— Volte de onde veio, você não pertence ao nosso mundo!
O paladino coloca o tomo no tórax do corpo estático,
que começa a queimar e soltar fumaça. A luz vermelha se
torna branca, cegando Roland e o forçando a fechar seus
olhos. Ao abri-los, o paladino se encontra novamente no
porão da casa da fazenda, em seu centro, iluminado pela
luz da pequena janela. Roland se levanta, seu corpo dói e
sua mente está em frenesi. Ele procura a porta que leva ao
labirinto, sem sucesso. Saindo pela escada, sem se lembrar
do trabalho que foi descer, ele vê que o céu continua
nublado mas o vento cessou.
Andando para um lago próximo, Roland se vê no reflexo
da água: seu rosto cheio de sangue, sua armadura suja e
danificada. Ele lava o seu rosto com a água do lago e retira
as peças de proteção, abandonando-as junto de seu escudo e
maça enquanto retorna em direção à vila, sozinho desta vez.
Os moradores de Erikstead voltavam do trabalho no
campo. Acompanhando o pôr do sol, veio o estrangeiro
sem sua armadura, sem suas armas e sem o padre. Ele
andou pelos moradores sem olhar para eles, olhando reto
e sem desfocar da igreja. Seu cavalo lhe aguardava, mas o
paladino também o ignorou.
Abrindo a porta da capela, o paladino entrou e seguiu para
trás do altar, onde uma porta de madeira mofada dava acesso
a um quarto minúsculo, com espaço apenas para uma cama
e um pequeno baú. O quarto era de Celdon. Ele abriu o baú,
viu que dentro havia outro robe, fechou-o e voltou para
os bancos. Com o corpo dolorido e cansado, Roland vê os
moradores da cidade na porta da igreja, olhando para ele
como se ele fosse um novo homem. Ele ignorou os olhares
curiosos, se sentou em um dos bancos, fechou os olhos e, em
silêncio, começou a rezar.
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 AVATAR: O ÚLTIMO
MESTRE DO AR
Dobrando críticas e audiência
A adaptação live action dessa obra incrível e amada
pelo povo brasileiro, “Avatar: O Último Mestre do
Ar”, chegou ao Brasil causando muito alvoroço, tendo
uma boa aceitação do público e não tão boa da crítica.
A série, produzida e distribuída pela plataforma de
streaming Netflix, embasa sua história na primeira parte
da animação, com o roteiro apresentando uma porção
da aventura de forma acelerada. Vemos na série apenas
uma fração de toda a trajetória do jovem Aang, mestre
do ar e avatar, e seus companheiros Katara e Sokka,
respectivamente dobradora de água e jovem guerreiro e
líder de seu vilarejo.
Na série, vemos o crescimento pessoal de cada
personagem, assim como o desenvolvimento entre os
integrantes do grupo principal. Com uma abordagem
mais moderna, a série toca em questões importantes nos
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
por Jovi Bezerra
obstáculos encontrados tanto pelo grupo do avatar quanto
por Zuko e seu tio, Iroh, que na obra ganhou destaque e
enriqueceu a trama entre os dois. A relação de confiança
entre ambos proporciona um vínculo bastante distante do
núcleo do Senhor do Fogo e sua filha, Azula, por exemplo.
O roteiro foi inteligente ao interligar eventos que na
série animada eram dispersos, as cenas têm conexões e
a cronologia dos fatos traz sentido para algumas cenas,
deixando a estrutura coesa ao se conectar. Por exemplo,
três histórias distintas, como a do mecânico e de Jato
reunidos na cidade de Omashu, onde o Rei Bumi governa.
O arco de Zuko, desde a busca incansável pelo avatar até a
sua redenção, apesar de estar num ritmo acelerado, vemos
com fluidez todo o processo que ele passa para perceber o
que realmente importa no fim das contas, fazendo-o um
personagem com várias camadas: desde um antagonista
44
desagradável a um companheiro confiável. O que
podemos concluir é que o personagem tem grande carga
dramática e movimenta a história.
Azula, por sua vez, nessa versão é mais lúcida. Apenas sendo
mostrada em flashbacks rápidos no desenho animado, na
série ela adquire mais constância, sendo retratada suas
reações com o desenrolar da missão de seu irmão, Zuko.
O plano espiritual, diferente do que é visto na “Lenda de
Aang” - onde era caótico -, faz uma mescla deste último
com a “Lenda de Korra”, não mostrando algo totalmente
etéreo, mas entre os dois planos. Apesar de poder ter
leves erros, organizou de forma mais compreensível ao
público. A avatar Kyoshi, por sua vez, recebe a função
de informar o protagonista sobre os riscos do futuro,
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
entrando em mais evidência se comparada aos outros
avatares antecessores de Aang, dando valor a uma das
personagens preferidas dos fãs. Não só ela, mas os outros
avatares têm suas personalidades e vidas abordadas mais
profundamente.
Outro ponto é que a adaptação mostrou mais dos eventos
que antecederam o desaparecimento do avatar Aang,
desde os planos do Senhor do Fogo da época — iniciando
assim a Guerra dos 100 anos — até a queda e suposta
extinção dos Nômades do Ar.
Uma curiosidade é que as dobras tiveram suas
coreografias baseadas em artes marciais da vida real.
Por exemplo, temos a dobra de terra com estilo de bases
firmes, como vemos nos dois estilos de Kung Fu: Hung
45
Gar Kyun e Fut Gar; já a dobra de água é representada
com movimentos fluidos e precisos, como o Tai Chi; a
dobra de fogo se baseia nos estilos do norte de Wushu,
como Ba Ji Quan; e a dobra de ar combina formas internas
e externas, e equivale ao estilo Bagua.
Os dilemas pessoais e desafios de cada personagem
contribuem e enriquecem este universo repleto de
mitologia e lendas, além de cenários extraordinários e
criaturas fascinantes. Vemos muito mais as distinções que
caracterizam as culturas de cada nação, e é fácil perceber
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
não só pelos trajes, mas também pela arquitetura e
culinária das regiões na qual o show nos leva.
A primeira temporada é uma das obras mais vistas na
plataforma de streaming atualmente. Assim, a Netflix
confirmou a renovação da série live action e teremos
a segunda e terceira temporada - com data ainda
não divulgada. Veremos o retorno de Aang e seus
companheiros, além de novos personagens muito queridos
pelos fãs.
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 DESPERTAR DO ABISMO
Resumo dos episódios 24-26
por Matheus Moraes Maluf

Um dos homens descobre onde está o grupo e Heron vai

Caminhos Separados: Ep. 24 - de encontro a eles. Na taverna, explica que os encontrou
Gobert precisa de ajuda com a ajuda do espírito do Grande Peixe de Madeira
e conta que o mundo está acabando e eles precisam
fazer algo sobre, pois o grupo tem sua parcela de culpa.
Após os acontecimentos no plano das feras, Zoya, Ashia e
Contudo, Ronser interrompe o assunto e os convida para
Bul-Ri se encontram novamente na Praça das Águas, em
uma conversa em seu bistrô, na manhã seguinte. Agora
Hulsad. Confusos com o retorno e notando a ausência de
fora da taverna para conversarem melhor, Heron explica
Oliver e Gessami, Ashia utiliza seu kit de disfarce para
que seu antigo chefe precisa de quatro colares — dos quais
não ser reconhecido e o grupo evita que Nvuka cause
já possui dois, um entregue pelos tripulantes do Grande
confusão na cidade. Ao mesmo tempo, Heron está em
Peixe de Madeira. Mas o espírito sabe que o terceiro
uma cidade grande pela primeira vez na vida. Ele passou o
colar está localizado no santuário da Deusa da Vida, mais
último ano em um momento de contemplação silenciosa e
ao sul, o que deixa Ashia nervoso por ter roubado as
aprendendo mais sobre si mesmo e os limites de seu corpo
oferendas à ela. Por conta da hora, todos vão até a Taverna
enquanto recebia treinamento para uma missão. Ele e
Descanso do Marinheiro, que está abandonada, e dormem
seu companheiro — visível apenas ao metadinha — estão
no escondido porão, o qual aparenta estar sendo utilizado
buscando alguém, e o espírito sente que “ela” está na cidade.
por um clérigo de Amnes segundo as investigações de
O grupo decide parar para comer na Taverna Lareira Ashia, o que faz Bul-Ri lembrar que o falso Marigold
Ardente, onde um grupo de bardos tocará músicas sobre possuía conexões com o templo do Deus da Abnegação.
o heroísmo da tripulação do Grande Peixe de Madeira.
Após o descanso, Ashia e Heron buscam, sem sucesso,
Na porta do lugar, Bul-Ri reconhece Wilbort, agora
ferreiros que possam fazer uma armadura enquanto Zoya
segurança do local. Ele conta que a taverna mudou de
e Bul-Ri compram biscoitos de cura e outros itens. Após
direção e não há mais a programação adulta, mas que
se reunirem novamente, param no Bistrô dos Sorrisos
também houve um ataque abissal em Hulsad seis meses
para conversar com Ronser, que está em uma conversa
antes e acabou perdendo o braço. Entretanto, Wilbort
particular com sua irmã. Após algum tempo, o gnomo
diz que há um homem chamado Cald, clérigo de Isyn —
chega e questiona o grupo sobre não estarem viajando
Deusa dos Heróis e da Vitória, cujo templo foi construído
para o extremo Oeste, e recebe a explicação de tudo o que
recentemente em Hulsad — que possuiria magia para
aconteceu com eles até agora. Compreendendo a situação,
regenerar membros.
Ronser diz que tem alguns conhecidos especialistas em
Enquanto isso, Heron vai à Praça das Águas, onde é matemagia que poderiam ajudá-los com um portal de
abordado por um clérigo de Amnes e reconhece suas volta ao navio. Enquanto conversam, o grupo avista uma
gírias de ladrão. Ele pede informações aos homens sobre gnoma ruiva e com um rosto parecido com o de Gobert
pessoas que chamaram a atenção nos últimos três dias e ao lado de Mia, o que faz com que Ronser apresse eles a
ouve sobre a confusão causada mais cedo por Nvuka. O saírem do lugar e corra para impedi-la de se aproximar,
líder dos homens desafia Heron para um jogo em troca mas em vão, pois ela é convidada à mesa pelo grupo.
das informações que o metadinha quer, mas o espírito
A gnoma se apresenta como Melenia, a mãe de Gobert,
intervém e incorpora o homem, ordenando que ajudem
e diz que se comunicava com ele por magia e cartas e
o ladino. O espírito fica extasiado em saber que pode
que ele gostava muito da tripulação do Grande Peixe
incorporar em seres vivos e revela que era o espírito do
de Madeira. Ela explica que Ronser tem muito medo
Grande Peixe de Madeira.

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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024 47
do pai de Gobert pois ele é um celestasai — povo das
nuvens —, e que a última mensagem de Gobinho foi ele
dizendo que a tripulação não estava por perto e que fora
encontrado por seu pai, o que era um dos maiores medos
do gnomo — tudo isso enquanto mostra desenhos do
grupo feitos por Gobert. Ronser se aproxima novamente e
diz que o grupo irá morrer se forem atrás de Gobert, pois
celestasai são as criaturas mais perigosas que existem, já
que qualquer coisa que desejem pode ocorrer. Ele explica
que o pai do gnomo fez da vida de todos um inferno, e só
foi parado quando um conhecido de um amigo com uma
armadura feita de uma criatura com um único olho capaz
de anular magia confrontou o celestasai. Ele confessa amar
o sobrinho, mas que o mandou para longe pois se ele fosse
encontrado, a vida de todos voltaria a ser um inferno, mas
o grupo decide resgatar Gobert e se equipar primeiro.
Ashia e Bul-Ri descem ao esgoto para falar com Gravik,
que reconhece o machado do mercenário pois já viu
uma guerreira com um machado igual em Serendípia.
Enquanto isso, Heron, Zoya e Nvuka aguardam na rua e
acabam esbarrando com o grupo de músicos que cantam
sobre eles e se juntam aos mesmos para comer, beber
e contar mais histórias. Os trovadores emprestam sua
carruagem para o trio e eles seguem até a loja de Tio Jon,
após buscarem Ashia e Bul-Ri. Na loja de Tio Jon, ele diz
que está muito ocupado com trabalho e que não pode
ajudá-los, mas quando é perguntado sobre os celestasai,
sua expressão muda e ele alerta sobre o perigo de mexer
com esse povo. Tio Jon explica que tem problemas com
um celestasai caçador chamado Tarek, mas também revela
que já ajudou uma pessoa do povo das nuvens, e que sua
magia não funciona quando é em benefício próprio. Ele
também conta que havia feito um pergaminho para o
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
celestasai retornar para casa, mas que também fez outro
pergaminho para si e ainda o tem.
Tio Jon segue para seu porão com o grupo, abre um baú
trancado e retira um tipo de ovo, como se fosse feito de
gelo, prestes a chocar. Ele confessa ter medo do ovo e da
criatura que está dentro, pois caso seja perigosa, teria que
pedir ajuda aos celestasai e eles não sabem que o vendedor
de pergaminhos ficou com o ovo. Então, Tio Jon oferece
o pergaminho que possui em troca da ajuda do grupo em
devolver o ovo para seu local de origem. Todos concordam
e retornam à Taverna Descanso do Marinheiro, onde
utilizam o pergaminho e são teletransportados para as
nuvens. Quando abrem os olhos, estão de frente para um
grupo de quatro celestasai, e um deles se move e pergunta
calmamente quem são os forasteiros. Mesmo com uma voz
serena, o grupo se sente comandado a responder e incapaz
de resistir enquanto os outros três celestasai se unem ao
primeiro e preparam suas palavras cuidadosamente.
Enquanto isso, em uma fortaleza afastada no plano
espiritual, Kiras-Hazuk contempla a chegada do visitante
que caminha lentamente como o próprio tempo, mas que
curiosamente vem de um lugar onde o tempo não existe.
Kyofax carrega um colar que contém segredos da própria
magia e é assertivo ao dizer que o plano segue como ele
comandou, pois Gaol não pode ser a única “deles” e é
necessário ter mais, e para isso, é necessário que o abismo
desperte. Mas antes de partir, ele avisa Kiras-Hazuk para
acelerar e que não tolerará fracassos com o plano próximo
de sua conclusão, que “ele” precisa acordar o quanto antes
e que se o lich entregar ao Deus a arma “dele”, Kiras-
Hazuk terá sua filha novamente.
Caminhos Separados: Ep. 25 -
As Ilhas Celestes
No mar de nuvens, onde se localiza o Arquipélago de
Sefe, a centenas de quilômetros acima do chão, Ashia,
Bul-Ri, Heron e Zoya se encontram de frente a quatro
celestasai. A pele desses seres é ligeiramente iridescente,
suave e lembra o brilho da lua; quando realizam qualquer
movimento, deixam um pequeno rastro de poeira estelar;
seus olhos muito grandes brilham numa mistura de lavanda
e azul claro, expressivos e curiosos, como se fosse olhar
para um céu estrelado em constante movimento. Uma
jovem de cabelos em trança e caídos como ondas sobre os
ombros toma a frente dos outros e se apresenta como Fifi,
e os demais como Serdar, Kaplan e Oola. Fifi explica ao
quarteto que eles ainda estão em Inaes, mas que o mundo
fica “muito lá embaixo” e que ela é tão curiosa sobre lá, que
coleciona pessoas “como eles”. Ashia negocia com ela sobre
contar histórias do mundo “inferior” se ela os ajudar a
encontrar seu amigo, e todos partem para a casa dela.
No caminho, Fifi revela que os celestasai vivem muito e
apenas começam a envelhecer após os 5.000 anos de idade,
e que ela tem apenas 3.000 anos, além de já ter conhecido
os titãs, pois eles vinham ao Arquipélago de Sefe no
passado. Eles também notam elegantes construções
como se fossem feitas de pedra e prata que refletem a luz
48
solar, cada casa adornada com a estátua de um dragão de
prata. Na casa da celestasai, eles veem humanos e povos-
bichos vitrificados em posições de desespero. Ela explica
que ninguém, nem mesmo os sábios, sabem porque
essas pessoas ficaram assim, mas Ashia nota resquícios
arcanos nelas e conclui que aquela condição é causada
por alguma magia. Enquanto ficam preocupados sobre a
possibilidade de vitrificação, todos notam que estão com
frio, e Bul-Ri percebe que suas chamas não queimam na
mesma intensidade, o que a preocupa bastante, mas logo é
resolvido por um desejo de Fifi.
Fifi revela que há uma vila de elementais do ar a alguns
dias de viagem, onde eles cuidam de búfalos do ar, para
a empolgação de Bul-Ri. Ao mesmo tempo, Zoya se
comunica com uma lebre de neblina, que afirma poder
ensiná-la algumas coisas e pede para ir junto da xamã,
tornando-se o novo familiar da elfa. Enquanto conversam,
são interrompidos por Oola, que deseja sumir com o grupo.
A tripulação do Grande Peixe de Madeira diz que precisa
encontrar Tarek, chamado de “o profanador” por Oola. Ela
revela que Tarek já deixou o seu povo várias vezes, inclusive
para misturar seu sangue aos “insignificantes” mortais,
para em seguida desejar que o grupo volte de onde vieram,
mas Fifi usa seu próprio desejo para que eles fiquem,
horrorizando Oola, que sai batendo pé.
Após se desesperar um pouco por ter quebrado uma regra
de seu povo e tomar um “tapa” de realidade de Heron
sobre ninguém em Inaes saber da existência dos celestasai,
ela conta que existem murais sagrados desde a época do
Império Theodiano ali. Após dizerem a que vieram, ela
leva o grupo aos murais, pois deseja se comunicar com
uma antepassada. Em um mural específico, há diversos
feitos dessa ancestral de Fifi, mas ela desejou que sua
existência terminasse, para o choque da jovem, afinal,
celestasai são muito poucos e possuem baixa natalidade.
Zoya tenta se comunicar com o espírito, mas Heron
interrompe a conexão da xamã com o mundo espiritual ao
notar a esquelética mão de Kiras-Hazuk fechando-se sobre
a elfa, o que obriga Fifi a desejar que Zoya fique protegida
para tentar novamente.
mas que ele e sua “cria profana” foram presos pelo
Grande Líder e que levarão o grupo até ele se o dragão
for derrotado. Quando a imensa criatura alada chega, o
grupo tenta argumentar, mas sem sucesso, obrigando-os
a entrar realmente em combate. A luta é dura e o grupo
fica bastante ferido, mas em agradecimento, os celesatasai
desejam, em uníssono, que eles se curem dos ferimentos e
desgastes físicos, além de admitirem que sempre acharam
as criaturas de Inaes inferiores, mas que Ashia, Zoya, Bul-
Ri e Heron provaram o contrário.
Kaplan os culpa pelo ataque do dragão, mas acaba sendo
intimidado por Ashia e diz que os levará até Azharan, o
líder do povo das nuvens. No palácio, com painéis que
contam a história do mundo, o grupo adentra e avistam um
celestasai com mais de 10 metros de altura, voz trovejante e
pele que parece o céu à meia-noite. Ele os questiona sobre o
motivo de matarem uma criatura criada pela própria Deusa
da Vida, e o grupo explica que possuem o livre-arbítrio
para fazer o que querem e que a criatura não mencionou
o ovo roubado em momento algum, por mais que tenham
tentado negociar, o que causa estranhamento em Azharan
pelo comportamento do dragão. Então, eles mudam o
assunto para Gobert, e o quarteto convence Azharan a
banir o gnomo do Arquipélago de Sefe e a viver com os
“inferiores” de Inaes. Pai e filho são trazidos por ordens
do gigantesco celestasai para que Tarek veja quem trouxe
a ruína para ele. Tarek ameaça o grupo e diz que cumprirá
tudo o que disse quando sua punição de 5.000 anos
terminar. Como boa fé, Azharan permite que eles fiquem
por 1 dia em seus territórios.
Agora reunidos com Gobert, o gnomo conta que os
homens-tubarões mataram os Jeffs e roubaram o barco,
mas o grupo resolve aproveitar o dia para ir ao local dos
elementais do ar. Oola os agradece por terem salvo o povo
das nuvens, embora mantenha sua posição sobre achá-
los inferiores, e são guiados por Fifi até os búfalos do ar

Zoya consegue estabelecer conexão com o mundo

espiritual e vê uma celestasai muito parecida com Fifi,
porém mais velha, utilizando um robe estrelado. O
espírito explica que a jovem celestasai nasceu com uma
profunda conexão com o mundo espiritual, mas que o
povo das nuvens não entende, e que foi difícil para ela
e será difícil para Fifi. A xamã retorna e explica à Fifi o
que foi conversado mas, neste momento, um grupo de
celestasai chega e afirmam que tentam proteger Fifi de seu
“passado pecaminoso”. O grupo tenta argumentar contra
eles, mas um dos celestasai deseja que Zoya perca sua
conexão com os espíritos e que o espírito na espada de
Bul-Ri seja liberto.

Entretanto, um estrondoso rugido interrompe a confusão

e todos os celestasai se encolhem ante ao “devorador
dos céus”, o qual nada podem fazer contra. Zoya e Bul-
Ri convencem os celestasai a devolverem sua conexão e
espírito para, em troca, derrotarem o dragão das nuvens.
O povo das nuvens culpa Tarek por ter roubado a criatura,

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para rumarem à vila dos elementais do ar, com exceção de
Gobert e Ashia, que está chateado pela morte dos Jeffs por
não ter estado lá para ajudá-los. Enquanto se lamenta, um
celestasai de cabelos encaracolados e um manto diferente
dos outros percebe o sangue abissal do mercenário e o
questiona se sabe ler e falar abissal. O celestasai, chamado
Serdar, leva Ashia até um mural, e ele aproveita para
questionar Serdar acerca das estátuas de dragões de prata.
O celestasai conta que é dito que seu povo desceu dos céus
junto com os dragões prateados e dourados, os primeiros
criados por Zayrrois, mas que o último dragão prateado
foi morto no Oeste, infelizmente.
Ao chegarem no mural, a escrita dói em Ashia por ter sido
feita por um abissal maior. Ao ler as palavras, descobre
que é sobre uma lança enterrada no Oeste, especificamente
em Serendípia, que era o braço de um general abissal
que liderou a invasão do abismo no período pré-Império
Theodiano. A localização da arma é descrita no mural,
mas foi arrancada com magia por um grupo de clérigos
humanos, um erro passado dos celesatasai aos olhos de
Serdar. Ele conta que o clérigo ladrão se chama Fairaj e
serve a Kyofax, além de acreditar que o culto do Deus
da Magia e dos Segredos está atrás de algo nefasto por
quererem essa lança. Por isso, ele dá um comunicador
estelar a Ashia, de uso único, para que possa chamar pelo
celestasai quando for importante, afinal, Serdar acredita
que a sorte fez os dois se encontrarem e que ela caminha
com o mercenário. Ashia pede um caderno de anotações
para Serdar e começa a copiar as inscrições do mural,
transferindo a energia abissal para o caderno.
Enquanto isso, Zoya, Bul-Ri e Heron pousam na vila dos
elementais do ar e eles ficam surpresos por não verem
ninguém de Inaes há muito tempo. O elemental do ar diz
que viviam em Serendípia mas foram convidados para
morar no Arquipélago de Sefe, onde é mais pacífico e
ninguém morre de violência e doença. Heron pergunta
quem é o mais espiritualizado e são levados até Dira, a
xamã da vila. Ela conta que houve um massacre do Povo
do Lago em Serendípia, há 15 anos, mas Bul-Ri estranha
por não se recordar disso. A xamã diz que não sabe o
que aconteceu e acontece por lá, mas que a situação não
está boa, o que deixa Bul-Ri preocupada. Heron também
aproveita para perguntar sobre o mundo espiritual, e Dira
lhe diz que este está estranho, quieto demais. Eles contam
sobre o lich e Zoya pede para aprender algumas coisas
com a xamã, que sugere que elas se encontrem no mundo
espiritual para que Zoya seja ensinada.
Na cidade do povo das nuvens, Gobert chama a atenção
de Ashia que eles não estão ali em espírito, mas sim com
seus corpos físicos, o que causa uma preocupação de
como retornar para Hulsad. Na vila dos elementais do ar,
um deles, chamado Ko, pede para ir junto do grupo e eles
aceitam. Após todos se reunirem novamente, eles entram
num debate sobre como retornar e acham melhor pedir à
Fifi. Eles se despedem da celestasai e entregam objetos do
“mundo inferior” a ela. Ela deseja que eles retornem ao navio
e, quando eles abrem os olhos, avistam Oliver e Gessami no
timão, enquanto os Jeffs correm de felicidade ao verem todos.
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
O Reencontro da Tripulação:
Ep. 26 - Em Busca do Ateneu
Após semanas separados, a tripulação do Grande Peixe
de Madeira está novamente reunida. Enquanto matam
as saudades e apresentam os novos tripulantes, Gessami
percebe estar perto de casa devido à calma e placidez do
oceano. Heron aproveita para inteirar Oliver e Gessami
dos planos de Kiras-Hazuk e o eventual fim do mundo.
Enquanto contam tudo o que passaram enquanto estavam
separados, Oliver percebe que o nome “celestasai” não
é estranho para ele, mas é difícil recordar devido às
memórias nubladas. Com os assuntos em dia, todos
cobram para que Oliver trace a rota do navio, e Zoya diz
que devem ir ao santuário de Inaes, localizado no Oeste.
Heron é encurralado por Ayu e os Jeffs por ter chegado
com um “alto status” na tripulação, mas ele já mostra a
que veio, ganha o respeito de todos e é levado para um
tour no navio — além de ver onde dormirá: a cama de
Francisco, com autorização de Gessami. Enquanto isso,
Zoya e Gessami foram para o quarto para que a xamã
tire a maldição da helébora, e ela nota ser uma maldição
simples. Enquanto faz o ritual, Zoya ouve a voz de um
espírito a chamando, e estas param de chamá-la quando
a xamã interrompe o que está fazendo. Ela avisa Gessami
caso fique estranha e segue com o rito, conseguindo
remover a maldição. Em outra parte do navio, Oliver,
Ashia e Bul-Ri olham dezenas de mapas para traçar uma
nova rota quando o capitão lembra que o Ateneu é a
localização mais próxima de onde estão.
Com sua sanidade retornando, Gessami percebe estar nas
águas do Ateneu e que devem rumar para lá. A helébora
disfarça Heron, pois é proibido pessoas baixas no Ateneu
e avisa a todos que eles devem fingir não saber o que é
o lugar. Enquanto Oliver passa o resto do dia medindo
a região que o Ateneu está localizado e os demais vão
descansar, Ashia vai conversar com os Jeffs e pede para
que coloquem os novatos a par de tudo no navio, o que na
cabeça dos coletes vermelhos é o motim que irão realizar
em momento oportuno. Gessami realiza um ritual arcano
para descobrir a localização do Ateneu e percebem que o
navio está exatamente acima do lugar. Ela conversa com
Gobert e passa instruções para ele e, antes do sol nascer,
acorda todos. Quando desperta, Ashia vê os tentáculos
da Grande Abissal que teve visão há um tempo atrás
se afastando do planeta, das luas e estrelas conforme o
sol nasce, mas ao esfregar os olhos não há mais nada.
Entretanto, a visão o deixa nervoso.
Com todos reunidos, Zoya conjura uma magia que
permita que os demais tripulantes respirem debaixo
d’água por 24h, e pedem para que o espírito mantenha o
navio no mesmo local para quando retornarem, o que ele
se prontifica em fazer, mas não sem antes avisar que agora
que está sintonizado com a embarcação e possui visão de
todos os lugares internos e externos. O grupo mergulha
e, quanto mais descem às profundezas oceânicas, todos
sentem um calafrio percorrer seus corpos com a sensação
de faltar algo ali, enquanto Gessami sente um vazio por
50
não conseguir encontrar o Ateneu e recordar da visão que
teve sobre a destruição do lugar. A helébora explica que
todo Ateneu tem uma criatura que o carrega, e enquanto
Bul-Ri e Heron se afastam dos outros para buscar por
pistas, Ashia tenta sentir a presença desse animal caso
tenha energia abissal.
Bul-Ri se perde ao seguir uma pequena criatura até a entrada
de uma caverna e resolve nadar para a superfície. Enquanto
isso, Ashia sente energia abissal se estendendo por alguns
quilômetros de rochas oceânicas, além de grandes sulcos,
como se uma grande criatura estivesse fincada ali por muito
tempo, mas também acabou se perdendo do grupo. Heron,
por sua vez, percebe resíduos espirituais, como se uma
grande quantidade de espíritos houvesse sido arrancada
daquele lugar. O metadinha consegue retornar aos outros e
Zoya nota que se passou muito tempo desde que Ashia e Bul-
Ri saíram. Ela envia a tartaruguinha, junta de Francisco, para
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D20 Saga | Edição 9 | Fevereiro 2024
buscar a dupla desaparecida. Ao mesmo tempo, Gessami vê
os sulcos da criatura e que ela foi arrancada dali por uma
forte energia abissal.
Enquanto investiga, diversos espíritos aparecem para
ela e contam que é preciso encontrar Ginebre, que
moveu o Ateneu para um lugar seguro, e para isso é
necessário encontrar Túnia, uma de suas filhas, na ilha
mais próxima, pois Talissa perdeu o controle de sua
criação: uma helébora primordial. Enquanto isso, Bul-Ri
chega à superfície e não encontra o navio, mas é achada
por Francisco, que a guia de volta ao grupo. Contudo,
ela percebe que algo está seguindo ambos: uma moreia
com 20 metros de comprimento, que engole Francisco e
começa uma batalha contra a guerreira. O combate acaba
rapidamente quando o gigantesco animal percebe que a
elemental flamejante é imune ao seu veneno paralisante e
vai buscar outra presa.
51
Em outra parte do oceano, Ashia nota que há uma grande
criatura procurando por ele, mas graças ao sangue abissal,
ele consegue se esconder na escuridão submarina quando
avista a tartaruguinha de Zoya, que prontamente o leva
ao resto do grupo. Após se reunirem, todos começam a
nadar de volta para a superfície, mas Zoya ouve a mesma
voz de antes lhe chamar e entra em transe, sendo levada
para um conhecido pântano, mas no mundo espiritual.
Ela reconhece a xamã Zalara, que lhe conta que o mundo
espiritual está mudando e os exércitos do lich estão
avançando pelas cidades espirituais, além do povo-lagarto
sofrer muitos ataques de Kiras-Hazuk, quando o próprio
aparece durante a conversa e mata o espírito de Zalara. No
navio, todos tentam trazer Zoya de volta, pois Gessami
e Heron percebem uma forte energia necrótica e abissal
envolver a elfa do mar, e o ladino sabe que é o seu ex-chefe.
Após ser puxada por Oliver, Zoya conta que Kiras-Hazuk
está cada vez mais forte e comenta com Heron que ele
deve estar poderoso a ponto de conseguir puxar aqueles
que possuem conexão com o mundo espiritual. Após
o susto, a embarcação segue viagem para a ilha mais
próxima, a dois dias de onde estão. Nesse tempo, Gessami
promete ajudar Heron a chocar seu ovo de dragão e a
helébora entra numa confusão com Ayu, que acaba sendo
mediada por Ashia. Ao chegarem na ilha, Bul-Ri percebe
que o porto está totalmente carbonizado e destruído,
o que dificulta a atracagem, mas a guerreira consegue
aportar sem danificar o casco. Quando ela pula do navio,
nota que o chão está quente e há corpos carbonizados,
além de o ataque ser recente e não-mágico, como se o
próprio sol tivesse atacado o lugar.
Oliver encontra rastros e runas que indicam um
laboratório arcano enquanto Bul-Ri e Ashia percebem
que locais carbonizados aparentam terem sido feitos pelo
sopro de um dragão. Ashia tenta consultar Celestalon,
sentindo que ele está em Inaes graças à joia abissal
que lhe deram. Bul-Ri encontra uma pessoa ainda
viva e agonizando com seus ferimentos, mas ela morre
rapidamente e Gessami conjura Falar com os Mortos. O
cadáver conta que Ginebre está na ilha; diz que não foi
um dragão o causador da destruição; que a criatura que
atacou era um monstro de metal; que o ataque não foi
causado por Ginebre e que não sabe o que o monstro de
metal queria. O grupo resolve investigar o laboratório
arcano encontrado por Oliver e, ao chegarem, sentem
uma pesada energia interferindo nos poderes do grupo.
Gessami também sente energia de helébora e ordena que
se manifeste quem quer que seja, mas apenas ouve em sua
mente para tomar cuidado.
levou uma criatura muito antiga das profundezas para
lá e que geraram uma nova helébora. Estranhamente, as
magias das heléboras não funcionam nessa nova helébora,
e ela entrega à Gessami um pergaminho que dá acesso ao
grimório de magia de Talissa.
Junto com Túnia, havia um mago escondido, chamado
Mudrick. Ele conta que ativou a armadura, da época do
Império Theodiano, para proteger a ilha quando Túnia
apareceu dizendo do ataque do elfo do mar, mas por não
ter controle sobre ela, a armadura matou a todos. Bul-
Ri começa a pegar as partes da armadura enquanto o
mago também revela que ele aprendeu a ler um pouco de
Theodiano, o que faz com que Zoya o convide para ir com
eles. Num canto afastado, Túnia diz que a nova helébora,
de cabelos loiros prateados, quer o mundo todo a seus pés.
Gessami ordena que sua sobrinha volte para o lado da mãe
e ajude a proteger os alunos do Ateneu, e que peça ajuda
ao Ateneu Phytia.
Ao voltar para onde estão todos, Gessami questiona
Oliver sobre a helébora que ele se envolveu no passado.
O feiticeiro recorda que ela possuía cabelos loiros
prateados, e todos começam a conectar as pontas soltas,
concluindo que Oliver é, na realidade, um dragão
prateado. Após todas as revelações, o grupo segue viagem
para o santuário de Inaes, por ser o lugar mais próximo
no momento. Enquanto isso, no fundo de uma dimensão
perdida, fora de qualquer contato com o plano material,
onde cadáveres e itens mágicos se manifestam, restos
de metal se conectam uns aos outros enquanto reagem
eletricamente ao toque e se duplicam, criando novos
corpos, idênticos ao original. A criatura metálica acende
seus azulados olhos e ordena que a tripulação do Grande
Peixe de Madeira seja eliminada, fazendo com que aquele
bolsão pareça pequeno para a quantidade de criaturas que
se amontoam enquanto se multiplicam.

Quando entram no laboratório, uma criatura que parece

um robô os recepciona de forma hostil, iniciando
um combate. Em mais uma intensa luta, o inimigo é
derrubado por Ashia, mas não derrotado. A criatura inicia
procedimentos de defesa mas é interrompida por uma
voluptuosa e jovem helébora, que comanda a criatura a
parar. Ela se apresenta como Túnia, a filha de Ginebre, e
conta que foi um elfo do mar quem atacou o Ateneu, o que
forçou sua mãe a levá-o para um lugar seguro e deixá-la
na ilha para encontrar Gessami. Túnia conta que Talissa

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 EDIÇÃO 10
-MARÇO 2024-

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