Um cenário brasileiro para aventuras de RPG escrito por

VINÍCIUS PERES
Um cenário brasileiro para aventuras de RPG escrito por

VINÍCIUS PERES
 Créditos
Autor
VINICIUS PERES
Ilustrações
DINHO REIS
ERIKA SAYASE
FERNANDO MOREIRA
MIKE "ZAIROS" PIFANO
Capa
VICTOR MARISTANE
Diagramação

Revisão
DIEGO “ALFACE” LOIOLA
VINICIUS PERES
Revisão de projeto
DIEGO “ALFACE” LOIOLA
VINICIUS PERES
Edição Final
DIEGO “ALFACE” LOIOLA
VINICIUS PERES
Colaboradores
Anderson "Bilico" Jesus, Bruno "Frango" Fernandes, Danilo Mota, Geliard R. Barbosa,
Jaimes "Berserk", Jean "Jaguar" Ricieri, Pablo Powrosnek e Paulo Peres.
Impressão e Distribuição
RPG CRAFTANDO

Esta obra trata de uma ficção, sendo assim, todos os termos, histórias e nomes aqui utilizados não retratam
o mundo real. Orbe de libra é um cenário de fantasia medieval para jogos de RPG que apresenta elementos
tradicionais da Europa medieval, mas se baseia principalmente nas características históricas, étnicas e
socioculturais do Brasil, América Latina, e seus povos.

É importante ressaltar que Orbe de Libra RPG não tem o objetivo de cumprir uma pesquisa acadêmica
antropológica ou sociológica exata e completa, e sim criar mecanismos lúdicos que fomentem o debate, a
curiosidade e o entretenimento, incentivando o aprofundamento quanto aos conceitos e temas aqui abordados.
Dedico esta obra aos que anseiam por uma América Latina
revolucionária e soberana em suas culturas, tradições e
características.

Orbe de Libra não foi feito para fascistas.

 Sumário
PREFÁCIO......................................................9
O INÍCIO.......................................................11
1. ..O FIM.....................................................13
Primeira Era - ...e o meio............................14
Segunda Era...............................................16
Terceira Era................................................20
Quarta Era.................................................26
2. CASANOVA, TERRA DAS PALMEIRAS...................29
TROPICAIS.....................................................31
Bonanza.................................................31
Lume......................................................33
Tropel.....................................................35
VALE DO SARAVÁ............................................39
Ginga......................................................39
Almalar..................................................41
Maltebom...............................................42
IMPÉRIO CENTRAL...........................................45
Braviânia................................................45
A Vivenda...............................................46
Minas Reais............................................48
EXÍLIO..........................................................49
Belágua..................................................49
Grutafirme.............................................52
Sangria...................................................54
TERRALESTE..................................................57
Bocanegra..............................................57
Imério Cimeiro........................................60
Império Trindade....................................62
GRANDESERTO...............................................65
A Fenda..................................................65
Novaterra................................................66
Salvação.................................................68
CERRADAL.....................................................71
Arcoverde...............................................71
Fieza.......................................................73
Guardaluz..............................................75
LONGOESTE...................................................77
Matafunda..............................................77
Terral......................................................79
Ventura..................................................81
ERMO..........................................................83
MORADA DOS LIVRES......................................87
Antilhas dos Independentes....................87
Torrão.....................................................89
Meão......................................................92
INVERNIA E COXILHAS......................................95
Calientes................................................95
Montalvo................................................97
Ilhas Vorazes..........................................98
Zen.........................................................100
3. CRIAÇÃO DE PERSONAGENS............................103
Passo 1 • Atributos Básicos e Subatributos.103
Passo 2 • Escolhendo uma raça..................106
Passo 3 • Escolhendo uma classe................106
Passo 4 • Alinhamento e Tendência.............107
Passo 5 • Idiomas e dialetos .......................107
Passo 6 • Perícias.......................................109
Passo 7 • Recursos e equipamentos............109
4. POVOS E RAÇAS..........................................113
Humanos....................................................114
Elfos...........................................................115
Meiosangues...............................................116
Pequeninos.................................................117
Anões.........................................................118
Agashis.......................................................119
Orcos..........................................................120
Draconianos...............................................121
Isás............................................................122
5. CLASSES E OFÍCIOS ....................................125
Valente.......................................................126
Devotos.......................................................128
Desperto.....................................................130
Malandro....................................................132
Sábio..........................................................134
Iniciado......................................................136
Gambiarrista..............................................138
Engenhocas e Alquimias............................140
6. PERÍCIAS...................................................143
Mecânica Oficial.........................................143
Valores Iniciais de Perícias por Classe......144
Elevado o Nível das Perícias .....................144
Número Alvo (NA)........................................144
Variações do Número Alvo......................144
Lista e Grupo de perícias............................145
Conhecimentos e Técnicas.........................145
Sociais e Esportivos...................................145
Talentos e Sobrevivência............................145
Recuperando PVs usando Cura...................146
 Ajudando em Testes....................................146
Testes Físicos..............................................146
7. RECURSOS & EQUIPAMENTOS.........................149
Recursos Iniciais........................................149
Volume de Carga.........................................150
Capacidade de Carga................................150
Armas........................................................151
Armaduras, Escudos e Outros....................152
Resistência VS Avaria................................152
Danificando VS Reparando........................153
LISTA DE ARMAS DE LUTA................................157
LISTA DE ARMAS DE FOGO...............................159
LISTA DE ARMAS DE TIRO.................................159
LISTA DE ARMADURAS.....................................161
LISTA DE ESCUDOS.........................................163
LISTA DE EQUIPAMENTOS COMUNS.....................164
KIT DO MATUTO.............................................166
KIT DO ESTUDIOSO.........................................166
KIT DO AVENTUREIRO......................................167
KIT DO FANÁTICO............................................167
8. SISTEMA DE REGRAS & COMBATE...................169
Termos e Conceitos Básicos........................169
Siglas Comuns............................................169
Usando os Atributos...................................170
Regra do 6 e do 1........................................170
Jogadas Resistidas......................................170
Jogadas de Defesa......................................170
Experiência e Evolução...............................171
Combate.....................................................172
Sequência de combate...............................172
AÇÕES........................................................173
Movimento..............................................173
Ataque....................................................173
Defesa....................................................174
Proteção..................................................174
Causando Dano.....................................174
Feitos extraordinários usando Éter........175
Outras ações e situações.......................175
CONCLUSÃO.................................................177
Outros tipos de Dano..............................178
Condições...............................................178
Morrendo................................................179
Recuperações e Descansos......................179
9. RELIGIOSIDADE & FÉ...................................181
As Manifestações........................................181
A Pedra.......................................................182
A Salvadora................................................182
Uso da Fé em Jogo......................................183
10. ÉTER- MANDINGAS, SIMPATIAS E FEITIÇOS.......185
Conceito.....................................................185
Círculo Místico VS Custo em Éter ..............185
Componentes..............................................186
Mecânicas Gerais........................................186
Ordens Místicas.........................................186
Conjurações de Ataque...........................187
Número Alvo (NA)....................................187
Conjurações de efeitos indiretos .............188
Adivinhar, Localizar e Compreender........188
Ilusões, Telecineses e Transmutações.....188
Convocações, invocações e materializações...189
Efeitos em áreas e de múltiplos alvos......189
Magia concentrada.................................189
Cura e PVs temporários..........................189
Rituais........................................................190
Artefatos Mágicos.......................................190
Lista de Conjurações..................................190
11. BESTIÁRIO...............................................195
Regras e Estatísticas...................................196
Animais......................................................197
Criaturas, Monstros e Seres........................199
Bestafera...................................................199
Boitatá, a Cobrafogo...................................200
Caipora.......................................................201
Capelobo....................................................201
Corpo Seco..................................................202
Chibamba...................................................202
Cuca...........................................................203
Curupira.....................................................204
Dragões......................................................205
Fera Real....................................................206
Entepau......................................................206
Fera Real....................................................206
Iaguá..........................................................207
Kari Guará.................................................207
Iaguá..........................................................207
Ipupiara......................................................208
Mãe do Ouro...............................................209
Mapinguari.................................................210
Observador.................................................211
Matita-perê.................................................211
Povo Arara..................................................212
Saci............................................................212
Taú.............................................................213
12. BODEGA DO MESTRE..................................215
Criando Histórias e Preparando Aventuras..215
Método dos tópicos.....................................216
Tabela para jogos rápidos..........................216
Regras Alternativas.....................................217
Organizações, Grupos e Personagens..........218
Culturas, Festividade e Tradições................220
Biomas.......................................................222
Sementes de Aventuras...............................223
Considerações Finais..................................224
 Prefácio
O que é RPG?
O
RPG surgiu nos EUA durante
os anos 1970, criado por Gary
Gygax e Dave Arneson. Com
grande influência de autores
como Jack Vance e J.R.R. Tolki-
en, das estratégias usadas em Jogos de
Guerra (Wargames) e a adição de elemen-
tos interpretativos em torno de persona-
gens, o jogo se popularizou e se expandiu
ao longo das décadas seguintes, sempre
se reinventando e se transformando, sen-
do hoje um termo bastante comum e utili-
zado para categorizar inúmeros produtos
e conceitos da cultura popular, como: jo-
gos de mesa, produções produções do ci-
nema, games de console e PC.
Mas afinal de contas, o
que significa RPG?
Em uma tradução livre seria “Jogo de In-
terpretação de Personagem”, mas entre de-
zenas de interpretações e pontos de vista
distintos preferimos ficar com a seguinte
definição:
RPG é um jogo de criar, contar e viven-
ciar histórias coletivas, focando no funda-
mental trabalho em equipe em prol de
objetivos em comum.
No RPG não existem “vencedores”, pois
não há uma disputa específica entre os jo-
gadores, e sim um trabalho em equipe. Os
personagens colaboram e sacrificam-se
uns pelos outros, aprendem a lidar com as
diferenças entre si, respeitar e conviver
com a pluralidade do mundo em que vi-
vem, a lidar com as adversidades e proble-
mas durante sua jornada.
O RPG une, diverte e ensina. Jogue
RPG e liberte a criatividade e os persona-
gens que habitam em você.
O que é Orbe de Libra?
“Um universo onde o caos e a ordem
disputam o equilíbrio.”
Orbe de Libra é um cenário de RPG de gê-
nero ”fantasia medieval”, com o complemento
“brasileira”, como um subgênero, em uma
clara licença poética, para expressar com
clareza nossa proposta nesse material. O
projeto vem sendo desenvolvido desde 2016,
moldado a partir de elementos clássicos da
fantasia medieval tradicional, mas com to-
da sua estrutura estética, cultural e
folclórica desenvolvida e construída em tor-
no do Brasil e da América Latina.
Atmosfera e proposta
de jogo
O mundo de Libra é diverso, os grandes te-
mas de suas histórias costumam possuir
roteiros cheios de conchavos e alianças
oportunistas, traições e reviravoltas inacre-
ditáveis em um forte ambiente político
refratado em classes sociais, que embora
sejam altamente plurais, estão muito dis-
tantes.
Luta por sobrevivência, luta por terras,
luta contra barões e coronéis. Investigações
cheias de pistas em clima de suspense e
tensão sob a garoa fina da cidade ou o sol
escaldante do interior. Aventureiros mar-
cantes de sotaques e trejeitos únicos,
antagonistas ignorantes e broncos se em-
brenham em explorações no Cerradal da
República da Capivara, perante mortais on-
ças-pintadas de Matafunda, perseguindo
lendas contadas nos charmosos cordéis de
Novaterra, em aventuras urbanas ao som
de sambo, de Tropel.
Dos encontros com monstruosidades
nas fazendas do interior de Braviânia, ter-
ra da aguardente limonesa, dos perigosos
garimpos de Ventura, das profundezas afor-
tunadas e temidas das Minas Reais, das
guerras culturais entre povos taba-raíz e
outros seres lendários de sua cultura indí-
gena.
Nesse ambiente conturbado, déspotas
se reúnem em nobres salões fechados para
discutir o destino do povo, olhando de cima
de seus altos muros o mundo do lado de fo-
ra.
Tópicos em destaque
1. Uma ambientação com evidentes elemen-
tos relacionados à história nacional, desde
o período colonial, até elementos econômi-
cos da velha república, abordando temas
históricos regionais e suas particularidades.
2. Representações estéticas e culturais de
todas as regiões e biomas brasileiros, incor-
porados a um ambiente clássico de fantasia
medieval:
Norte: extensas áreas de natureza preservada
(Amazônia), garimpo, etc;
Nordeste: cordel, culinária, Caatinga, etc;
Centro-oeste: Cerrado, Pantanal, etc;
Sul: Pampas, erva-mate, cavalaria, etc;
Sudeste: forte economia, interior caipira, Mata
Atlântica, etc.
3. Culturas africanas e suas estéticas. Ri-
tos, espiritualidade, danças e capoeira,
arquitetura, metalurgia, etc.
4. Adaptação e uso de lendas do folclore
brasileiro e latino-americano para criação
de mitos, sementes de aventura, novas cri-
aturas e monstruosidades.
5. Referências históricas de processos soci-
opolíticos do Brasil e da América Latina,
desde a multiplicidade de povos e etnias,
grupos criminosos e organizações revoluci-
onárias, até governos autoritários e
movimentos de independência ou liberdade
política.
6. Nomenclaturas e fonemas “comuns” em
português. O intuito é usar as raízes lin-
guísticas facilitando o entendimento e
memorização dos termos e localidades por
parte dos jogadores, mestres e leitores. Cri-
ando empatia e identificação.
7. Protagonismo de grupos historicamente
desfavorecidos, como indígenas, negros e
LGBTQIA+.
8. Conceito de fé e religiosidade originais,
abstratos, propondo novas visões e aborda-
gens (Orbe de Libra não é um cenário
criacionista, não existem deuses por aqui).
9. Raças e classes novas, originais de Orbe
de Libra, misturadas às tradicionais, já co-
nhecidas em jogos de RPG de fantasia
medieval, porém, sob novas adaptações e
estéticas, sempre atreladas ao Brasil e sua
cultura.
10. Tecnologia experimental e rudimentar,
com engenhocas, alquimia e explosões de
pólvora em armas de fogo e bombas.
11. Magia cautelosa, sacrificial e sutil. Com
regras e conceitos simples.
E então, vamos embarcar juntos nesse
universo com gostinho de Brasil?
O iníci0…
Nos cafundó do infinito reinava o silêncio matuto

Num escuro do cabrunco surgiram juntos

Dois cabras da peste chamados Forças Supremas

Ordoz e Chaos, ôxe, pense numa braveza

Em pouco tempo um com o outro se aperreou

Souberam logo o porquê, e você, já adivinhou?

Não tardou até que houvesse conflito

O encontro clareou o Infinito

E o risca faca se iniciou

 A sanfona cantou e orbes
nasceram
Com terra, água, vida, tudo;
menos um xêro
Do encontro entre ordem e
caos, se algo pode ser dito
foi que surgiram mundos
distintos, mas irmãos em seu
parecer

Então veio o tempo,

a fome e a peste
a vida, a morte (sem
pressa, num se avexe)
E uma terra tão
próspera e rica
lar de tudo que é
tipo de gente

Fora então chamada

de LIBRA
 Capítulo 1

...o fim...

A Guerra das Orbes paralelos e visíveis ao plano de Libra;

possuindo também fauna, flora e sociedades
mito por trás da origem do

O
mundo de Libra é bastante difun-
dido sob a obra Cordel das
Escrituras, de origem desconhe-
cida, mas sabida por todos os
povos em suas próprias versões.
A lenda narra a colisão entre as Forças
Supremas de Ordoz e Chaos, causando uma
grande explosão cósmica que daria início às
condições atmosféricas para proliferação de
formas de vida. A partir das fagulhas
incandescentes oriundas da explosão,
formaram-se orbes, planetas de variados
tamanhos e atmosferas. Entre tais orbes, a
de Libra também se formou, e traduz de
forma certeira o que é na prática: um
mundo originado e influenciado pelas
energias e cosmos da ordem e do caos.
Como dito, a Orbe de Libra não é a única
existente, muitas histórias são contadas
sobre outras orbes que se formaram a partir
da grande explosão cósmica. E ao menos
duas delas se destacam (e podem ser vistas
a olho nu da superfície de Libra): a Orbe de
Chaos e a Orbe de Ordoz. De acordo com os
mitos populares, os habitantes de tais orbes
são influenciados diretamente pela energia
do cosmo de caos, ou ordem, possuindo
comportamentos extremos e análogos à sua
orbe de origem.
Para alguns estudiosos das ciências
sobrenaturais tratam-se de planos materiais
desenvolvidas. Os mais antigos sábios dizem
ser possível, embora extremamente perigoso
e perturbador, migrar através de rituais
entre as orbes, embora não se tenha
conhecimento e relatos confiáveis sobre
alguém ter tido êxito no experimento.
As lendas ainda contam que a resultan-
te da grande explosão cósmica levará os
habitantes das orbes de Libra, Chaos e
Ordoz à guerra entre si pelo domínio de
todas as orbes. E a Orbe de Libra, sendo o
pêndulo entre a ordem e o caos, torna-se o
grande trunfo nas mãos de possíveis inimi-
gos que, segundo as lendas, um dia
batalharão em seus solos.
O equilíbrio será rompido logo após um
fenômeno desconhecido. Será dado o início
à grande guerra, e então não haverá mais
volta. A batalha entre três mundos irmãos.
O ato final da Guerra das Orbes.
 Primeira Era
"... e o meio"

Cada fruta no seu pé

1 O surgimento dos humanos, elfos e peque-
ninos, assim como os sanguinários taú,
O início, o fim e o meio

ocorre no continente ao leste do mundo de

Libra chamado Levante. Suas primeiras li-
nhagens, povos, civilizações e todo seu
desenvolvimento ascenderam, e muitos
ruíram, durante esse período nos primór-

TE
dios da nomeada Primeira Era. Com as
dispersões pelo continente cada vez mais

AN
frequentes e em grandes escalas, principal-
mente humanas, ocorreram contatos e

EV
aproximações dos territórios dos chamados
taú, que concentravam-se ao extremo sul

florestal do continente.
Uma energia densa e obscura emanava
de tais territórios, como um parasita nas en-
tranhas da terra, causando calafrios e medo.
Os conflitos e disputas eclodiram violenta-
mente no sul de Levante, os taú, criaturas
humanoides extremamente agressivos, olhos
inteiramente negros, asas enormes, chifres
retorcidos e pele pálida, pareciam bestas im-
paráveis em seu território. De algum modo
aquela energia aterrorizante os tornava
ferozes, concentrando a maioria de seu povo
na área perimetral de onde emanava a
energia. Isso brevemente mudaria.
L
Os taú lentamente começaram a avançar
por regiões e atacar tribos mais distantes,
os humanos revidavam e não abdicavam de
sua investida no sul.
Ocorreu uma guerra interminável em
que o objetivo dos humanos era expandir
seus territórios enquanto os taú queriam
derramamento de sangue em gloriosas
batalhas. Um fato importante notado pelos
humanos, e que possivelmente garantiu sua
sobrevivência, foi que conforme mais
distantes do extremo sul os taú estivessem,
menos brutais pareciam ser, como se
diminuísse seu ímpeto e coragem.
Inúmeros conflitos e batalhas memorá-
veis datam dessa época, que já não afetavam
mais apenas os humanos e seus principais
territórios, mas também os elfos e pequeni-
nos que se protegiam e lutavam como
podiam, se movimentando lentamente para
as regiões ao norte de Levante, até culminar

22
no processo chamado Êxodo. Grande parte
dos indivíduos de todas as raças civilizadas
e inteligentes partiria de Levante em embar-
cações mirando o oeste, em busca de novas
terras, proteção e oportunidades. E encon-
traram.
Quem tem boca vai à
Casanova
Os elfos foram os primeiros a migrar para o
oeste, porém de uma forma não convencio-
nal. Sua forte ligação com a natureza rústi-
ca e a alta sensibilidade espiritual fez com
que a força mística do espectro da Natureza
os abençoasse em proteção, possibilitando
a migração de grande parte da comunidade
élfica para o ocidente em meio a um transe
coletivo.
Usando técnicas marítimas que vinham
evoluindo e aprimorando há tempos, os hu-
manos iniciaram seu processo de migração
posteriormente aos elfos, pelo mar, em
busca das lendas que citavam terras prós-
peras e ricas no oeste.
Os pequeninos, quase completamente
dizimados, logo se juntariam aos humanos
nessa empreitada.
Navegaram por intermináveis águas
turbulentas enfrentando tempestades fero-
zes e escassez de alimentos, água e inúme-
ras doenças. Quando suas embarcações
avistaram uma vasta terra repleta de pal-
meiras encantadoras e aves exóticas, mul-
ticoloridas, foi um alívio, ainda que
aproximadamente dois terços das tripula-
ções tenham perecido no meio do oceano
durante as migrações. Rapidamente se es-
palharam pelo fascinante continente, de
uma fauna e flora extraordinárias, sendo
um território consideravelmente mais fértil
e maior em proporções do que Levante.
Inicialmente agruparam-se na região
nordeste, mas aos poucos, grupos também
se dirigiram para outras regiões até chegar
ao extremo sul.
Deram nome ao continente que os abri-
gou tão confortável e amigavelmente:
Casanova.
De curandeiro e
aventuroso todo mundo
tem um pouco
Os anões, seres originários da pedra, já es- 1
tavam no fértil continente ocidental
O início, o fim e o meio
distribuídos por todo o sudeste de Casano-
va, surgindo em um período provavelmente
próximo aos humanos. Cresceram em
número ao longo do tempo e por necessida-
de estrutural, migraram para várias outras
áreas, inclusive chegando até a região norte
do continente (que chamam de A Grande
Pedra) e ali marcando território. Quando o
Êxodo de Levante se iniciou os anões
também estavam se movimentando através
do continente.
Os agashis, considerados por muitos es-
tudiosos a raça mais antiga entre todas as
outras do mundo, também habitavam o
atual território de Casanova. São criaturas
evoluídas a partir de um ancestral em
comum com algum tipo de réptil, e embora
atualmente possuam mais similaridades fí-
sicas e comportamentais com outras raças
humanoides, como os humanos, ainda
guardam características primitivas de seus
ancestrais.
Mantiveram desde os primórdios peque-
nas comunidades tribais na região árida e
escaldante, próxima ao centro do continen-
te, conhecida como Grandeserto, ou como
alguns jocosamente dizem “desertão”. Tive-
ram contato com os anões em algum
período inicial da Primeira Era durante as
migrações dos mesmos e estabeleceram
alguns acordos e relações amigáveis que
perduram até o presente, afinal, são os
anões que detém a técnica de fabricação dos
óculos para fotossensibilidade usados atu-
almente pelos agashis. Seus domínios
sempre foram ameaçados por outros peri-
gos, como predadores naturais, invasores
criminosos e a seca.
22
 Quem com flama fere,
com flama será ferido
A Primeira Era também é marcada pelo
histórico Expurgo dos Dragões. Os mais
1 variados tipos de dragões, monstruosida-
des enormes e animalescas, de traços se-
O início, o fim e o meio
melhantes aos dos répteis encontrados no
novo continente, infestavam várias áreas de
interesse dos expansionistas. Quando os
humanos chegaram à região depararam-se
com o hostil território e não desejavam
recuar.
Foram longos anos até que finalmente
os cruéis mercenários contratados, conhe-
cidos como Cruzadores, e que viriam a se
tornar os errantes Bandoleiros e Facacega,
conseguissem abrir estradas expulsando as
feras aladas, e outros humanoides nativos,
dos territórios desejados, permitindo o
domínio dos invasores, principalmente na
região central próxima às estratégicas Zonas
Tropicais. Esse período é um marco de
desenvolvimento e evolução das cidades
humanas, todas suas práticas e conheci-
mentos tiveram um significativo avanço,
abrindo as portas para o início da Segunda
Era do mundo.
Segunda Era
"Tempos de concepções"
Depois dos massacres vem
a bonança
Com o passar dos anos os povos cresceram
e se dispersaram ainda mais, em con-
sequência, passaram a se aproximar e
desenvolver relações comerciais, políticas e
afetivas, fator que daria impulso às misci-
genações, como também a novos conflitos e
aprendizados, tratados, alianças e desen-
volvimento coletivo.
22
Não tardou até que surgissem os
meiosangues, na região norte ou noroeste
de Casanova, uma amálgama entre humanos
e elfos que, após o Êxodo, estreitaram os
laços e vínculos, pois, durante os períodos
iniciais da Primeira Era em Levante sabiam
pouquíssimo uns dos outros.
Os “bastardos”, como eram chamados à
boca pequena, demorariam um longo período
até que assumissem o protagonismo de suas
vidas e lutas por seus direitos em um mundo
que nada lhes oferecia de bom grado.
Criaram a cidade de Belágua, às mar-
gens do enorme lago homônimo, ganhando
respeito e autonomia em suas terras. Além
de Belágua, que logo se expandiria pelos
territórios em torno da margem norte do
lago, também se movimentariam para o sul
de Casanova.
Três espadas lutam
melhor do que uma
Houve um longo período de relativa paz e
tranquilidade onde muitos conhecimentos
foram compartilhados entre povos, mas esse
tempo de bonança seria encerrado em um
fatídico entardecer de verão. Asas esbran-
quiçadas foram vistas cortando os céus
acompanhadas de guinchos animalescos,
eram os conhecidos inimigos deixados para
trás em Levante, eram os taú.
Surpreenderam os elfos, anões e huma-
nos do nordeste de Casanova, sendo esses
os primeiros a receber os ataques invasores
dos taú em suas cidades. Aos anões de
Maltebom o desconhecimento sobre os ata-
cantes quase custou caro e só não acabou
sendo fatal por conta da dispersão dos taú
até chegarem nas montanhas. Os humanos
de Ginga receberam o mais forte golpe em
seus campos abertos, a comunidade élfica
de Almalar resistiu bravamente com seu
contingente, familiarizado e mimetizado à
natureza das enormes florestas que forne-
ciam proteção natural e estratégica.
 Foi necessária uma aliança urgente
entre elfos e anões para conter as invasões
dos taú, que naquele momento estavam em
grande número. A aliança também envol-
veu os humanos, alvos desprotegidos e
suscetíveis aos sanguinários humanoides
mas que detinham conhecimentos históricos
do inimigo que poderiam ser decisivos.
Para elfo supersticioso,
meio augúrio basta
Os povos humanos foram os que mais
sofreram com os conflitos, obtendo
consideráveis baixas. Seus campos foram
castigados e foi necessária uma longa e
árdua reconstrução de seus assentamentos.
Anões também tiveram boas perdas, ainda
que em números bem menores.
Os elfos resistiram mais do que seus
aliados, mesmo tendo visto muito sangue
derramado na mata densa de Almalar. Esse
fato resultou em um outro evento marcante:
a divisão do povo élfico do nordeste em duas
vertentes.
A ala mais espiritualista e os artistas
alegaram sentir o chamado da Natureza
novamente, então recolheram suas famílias
decididos a partir para o oeste. Os elfos
mais resilientes e destemidos, que estavam
em maior número, decidiram ficar. A partida
se deu justamente através e um sinal dos
céus, uma estrela cadente caiu por entre as
nuvens fazendo uma pequena e delicada
explosão de fragmentos de luzes no oeste.
Mais tarde chegariam até a grande floresta
onde o banho incandescente caíra dos céus
e a batizaram como Lume (em levantino) em
homenagem ao seu brilho inabalável.
Logo descobririam também que os frag-
mentos que caíram do céu não só
iluminaram seus caminhos até lá, mas
também aumentaram a concentração de
Éter manipulável na região, criando fenô-
menos sobrenaturais aleatórios. Ocultistas
buscam e recolhem até hoje fragmentos da
estrela cadente perdidos por entre a
enorme floresta a fim de evitar (ou não) os
fenômenos místicos.
A união faz o axé
A horda taú sobrevivente à Batalha do
Saravá, que sofreria seu golpe final na
região litorânea ao sul de Ginga, posterior-
mente reconstruída e batizada Porto do Axé, 1
fugiu rapidamente para o sul atravessando
O início, o fim e o meio
o Estreito das Garças.
Porto do Axé atualmente possui um
enorme farol de vigia em homenagem aos
humanos que resistiram bravamente aos
inimigos invasores. Ali os arquitetos, enge-
nhoqueiros e pensadores se concentram em
estudos e pesquisas para desenvolverem ao
máximo seus assentamentos.
Barão aqui faz, barão
aqui paga
Os taú fugiram desordenadamente para o
sul passando por Terraleste. Atravessaram
as extensas vegetações da região preservada
e após breves conflitos no alto das Cimeiras,
onde sentiram a força das espadas de
obsidiana, continuaram sua fuga.
Cruzaram então uma larga parcela de
água, o Golfo Cálido, passando brevemente
por Porto (atual Tropel) até finalmente
chegarem à região centro-sul do continente
de Casanova, onde encontrava-se o maior
contingente taú, que viajara do sul de
Levante diretamente para o Cerradal de
Casanova, prontos para a luta. E ali o
ataque seria mais forte.
Não há febre que dure
para sempre, nem
oligarquia que nunca se
acaba
Para continuarmos as narrativas da invasão
dos taú e entender o subtítulo anterior
”Barão aqui faz, barão aqui paga”
precisamos explicar um acontecimento
quase simultâneo que mudaria os rumos
da história.
22
 A região da atual República da Capivara
era regida por conturbadas administrações
e dividia-se em faixas territoriais, milimetri-
camente demarcadas, dominadas e divididas
entre as principais oligarquias que desem-
1 barcaram no sul do continente. Terras para
gerirem e explorarem sob os interesses
O início, o fim e o meio
próprios, herdadas de geração em geração,
as famosas Regências Hereditárias.
A avassaladora “Febre do Amarelo”
assombrava os domínios das Regências
Hereditárias e agravava as já enormes crises
que se estendiam em suas fronteiras.
A calamidade se instalou por cada as-
sentamento e a letargia do povo começou a
desaparecer frente ao descaso e ineficiência
dos senhores das terras, que sentenciavam
a maioria à miséria e à fome.
Apegados aos milagres que somente a fé
poderia ofertar, o povo, em decadência e
desgraça, reavivou uma antiga lenda de
esperança. A lenda dizia sobre uma mulher
que nasceria em um corpo mortal por três
vezes distintas na história do mundo, e
que traria luz, paz e cura a todas as chagas
e dores, o verdadeiro e único espírito de
Libra.
22
O castigo vem à lufadas
E, coincidentemente ou não, uma mulher
passou a peregrinar pelos territórios
maculados pela Febre do Amarelo e pelos
conflitos históricos anteriores ao controle da
Oligarquia e suas Regências Hereditárias no
centro-sul, levando esperança, fraternidade
e comunhão através de suas mãos santas e
palavras sábias (como dizem as histórias).
Arrastava multidões por onde passava,
seguidores eufóricos relatavam seus mila-
gres, figuras de fé espalhavam suas palavras
de igualdade, amor e paz.
Em pouco tempo as bandeiras hasteadas
pelo povo tinham a silhueta da Salvadora
como brasão, não mais das Regências
Hereditárias, o nome mais aclamado e
venerado entre os devotos e a plebe era o
seu.
A Salvadora atraia cada vez mais os
olhares desconfiados e temerosos da já
enfraquecida e fragmentada Oligarquia dos
senhores das terras. Quando seu nome se
tornou um símbolo inquestionável de
liderança e força os Regentes Hereditários
se dividiram, pois viam crescer uma revolta
popular que culminaria em sangue e algo
precisaria ser feito antes disso.
Alguns acreditavam que a própria
Salvadora estava por trás dos movimentos
populares, outros tinham certa empatia e
temor pela figura profética, por fim, após
algumas controversas evidências, decidiram
condená-la à pena de morte acusada de
traição e conspiração contra as Regências
Hereditárias.
Como inimiga oficialmente declarada
foi caçada pelos militares e milícias merce-
nárias sendo rapidamente capturada. Sua
cabeça foi exposta em uma estaca alta no
local onde foi brutalmente esquartejada. O
local ficou conhecido como Praça das
Lágrimas sendo considerada uma área
abençoada, visitada por viajantes de todos
os cantos de Casanova. Atualmente a
praça está sob os domínios do poder
teocrático da cidadela de Fieza.
 E como dizia a lenda em torno de seu
nome “a Salvadora encarnará por três vezes,
trazendo um bem absoluto e um mal
irremediável”.
Ao entardecer do dia de sua morte as asas
pálidas dos taú ressoaram nos céus em
desgraça e dor dando fim à Oligarquia e suas
Regências Hereditárias.
Não adianta chorar sobre
o sangue derramado
Os ataques taú nos territórios da Oligarquia
foram verdadeiras atrocidades, os exércitos
armados se ocupavam em proteger os
barões e a fidalguia das Regências Heredi-
tárias deixando a população exposta aos
invasores, mas desorganizados e sem estra-
tégias conjuntas, foram pouco a pouco
sendo derrotados.
A região da Oligarquia historicamente
era composta de assentamentos mais sim-
ples e menos tecnológicos, com função
primária de trabalho rural e extração de
matérias primas, mantendo a concentração
de riquezas em poucas mãos.
Acabaram por ser encurralados, e ex-
pulsos pelos taú, de várias cidades e
territórios estratégicos, sendo obrigados a
se afugentar em abrigos distantes e regiões
inóspitas. Seus principais distritos foram
tomados pelos invasores, que embora pare-
cessem de certa forma “doentes”, eram
formidáveis adversários.
Durante esse período perdeu-se boa
parte dos componentes artísticos, culturais
e históricos, de modo geral, dos povos
atacados do sul de Casanova.
Guerreiro dado não se
olha as botas
As grandes nações do centro-norte de
Casanova ficaram em estado de alerta com
as notícias que chegavam de longe, afinal, se
os taú se perpetuassem no sul poderiam,
em breve, oferecer riscos para suas fronteiras
também. Além do mais, o impacto comercial,
que era altamente viável e benéfico para os
povos do norte, poderia ser fortemente
abalado.
Decidiram agir em defesa dos povos do
sul. A batizada Guerra da Liberdade se con-
centrou na região centro-sul de Casanova,
desde as áreas selvagens do Cerradal às ci- 1
dades e vilarejos que resistiam de pé.
O início, o fim e o meio
Povoados vizinhos, como dos orientais e
anões de Morada dos Livres, também par-
ticiparam da guerra. Um caos imprevisível,
destrutivo e sanguinolento..
A resposta dos povos do norte ao cha-
mado do sul acabou resultando em vitória,
mesmo que a muito custo. Os taú foram ex-
pulsos e desapareceram. Mas as chagas
deixadas por eles foram enormes.
Um longo e árduo processo de recons-
trução foi necessário, os sobreviventes da
trágica guerra receberam ajuda dos aliados
do norte, principalmente dos reinos paren-
tes de Braviânia e Vivenda, que investiram
pesado em recursos e mão de obra para a
reconstrução do sul.
Um longo e árduo processo de recons-
trução foi necessário, os sobreviventes da
trágica guerra receberam ajuda dos aliados
do norte, principalmente dos reinos paren-
tes de Braviânia e Vivenda, que investiram
pesado em recursos e mão de obra para a
reconstrução do sul.
A antiga Oligarquia caíra perante a
guerra junto às suas Regências Hereditári-
as. E sem um controle central as rédeas dos
assentamentos locais foram tomadas provi-
soriamente por lideranças dos povos do
norte sob a bandeira da “reconstrução do
sul”.
Em terra sem líder quem
tem coroa é rei
Desde o início os líderes provisórios do norte
cumpririam papéis autoritários em gestões
corruptas e elitistas.
Entre avanços e retrocessos décadas se
passaram até que um acontecimento movi-
mentou as tavernas dos vilarejos. Os povos
do norte declararam em ofício que assumi-
riam permanentemente a administração e
22
 as terras da antiga Oligarquia, sendo assim
incorporada ao Império Central.
Aliados e líderes do Império Central,
Braviânia e Vivenda, dividiram as lideranças
e regiões de controle, mantendo-as como
1 províncias.
Alguns assentamentos foram à favor da
O início, o fim e o meio
decisão, outros amplamente contra, mas era
inegável que ainda não reuniam condições
de lutar em pé de igualdade por soberania,
não naquele instante em que a fome era
grande e a Febre do Amarelo ainda assolava
sul adentro matando vilarejos inteiros.
Os humanos do norte aproveitaram e
extraíram o máximo de riquezas naturais
que puderam durante longos períodos de
invasões de territórios silvestres, acumu-
lando mais lucros do que investiram em sua
reconstrução. Um ótimo negócio.
Embora muitos frutos tenham sido
plantados e colhidos durante esse período,
como iniciais expansões para o misterioso
Longoeste, terra dos taba-raiz, pacificação
de clãs e avanços tecnológicos, muitos
outros foram perdidos, como a destruição
de ecossistemas e sujos jogos políticos.
Não deixe para amanhã
a revolução que você pode
fazer hoje
Uma grande revolta popular insurgiu reunida
sob a mesma causa exigindo a retomada e
controle das terras da antiga Oligarquia.
Esse processo foi lento e se arrastou por
muito tempo através de movimentos
revolucionários amplamente apoiados pela
população.
Após incontáveis conflitos e períodos de
tensão os povos do centro-norte, à contra-
gosto de Braviânia, acabaram por assinar
um tratado em que garantiam o retorno às
suas terras abdicando do controle dos ter-
ritórios do sul, com exceção de uma região
no sudeste, Guardaluz, tornando-se então
a única província do Império Central no cen-
tro-sul...
22
Assim, fechando a Segunda Era, nascia
a República da Capivara, uma confederação
de assentamentos populares, batizada em
homenagem à espécie animal abundante da
região do Cerradal.
Terceira Era
"Tempos de transformações"
Da carne ao pão o povo
enche o prato
A República da Capivara cresceu. Sua po-
lítica de cidades estados deu certo e nunca
outrora houve tempos tão produtivos. O
acordo com os povos do norte, que previa a
manutenção de uma região como província
do Império Central, foi mantido, e Guarda-
luz, a cidade guardiã, seria os olhos do
norte dentro da República da Capivara.
Outros tratados foram forjados, como
a aproximação dos povos de Morada dos
Livres, sudeste de Casanova, estreitando
relações comerciais com os anões, majori-
tariamente dominantes na região. Comér-
cios com clãs de elfos montanheses e até
pactos de não agressão com grupos nôma-
des orientais das planícies foram costura-
dos.
Naturalmente o Império Central man-
teve seus interesses e influência na
República da Capivara através de Guarda-
luz, como o interesses nas rotas marítimas
que ligavam as principais cidades do norte
aos melhores portos turísticos e comerci-
ais do sul. Aos outros confederados
garantiam segurança militar frente ao ins-
tável sudeste e proteção às importantes
estradas para o sul.
Assentamentos foram criados e novas
regiões foram desbravadas durante esse
período, e a República da Capivara, que já
fora um território conflituoso, de grandes
explorações e pragas, transformou-se em
uma terra bem sucedida.
 Onde há fumaça, há
dragão
Um estrondo foi ouvido vindo das torres
vigias do Forte do Riacho Azul, fortificação
erguida entre as fendas que dividem a
Montanha Vermelha e levam à Terraleste.
Quando os capitães da guarda entenderam
o que estava acontecendo já era tarde
demais.
Fogo e destruição, guinchos ensurdece-
dores de ódio ecoavam pelas pedras das
torres de defesa. Pairava no céu aquele que
seria revelado como “O Último Vermelho”,
o último de sua espécie, da linhagem dos
dragões rubros, a qual acreditava-se ter sido
extinta durante o Expurgo dos Dragões.
O Último, o Rei dos Reis, retornava
liderando uma companhia de furiosos
dragões de espécies variadas.
O Forte do Riacho Azul foi construído
com dois objetivos, em memória aos
guerreiros que combateram e expulsaram
os dragões dos entornos da Montanha
Vermelha e cercar os povos bem afortunados
dos altos picos de Terraleste. Mas o forte não
resistiria ao retorno do Último e desabaria.
Nessa época surgem os draconianos,
uma raça proveniente de rituais realizados
entre dragões e humanos. Sua existência
tinha o único objetivo militar de servir
como espiões assassinos e soldados em fu-
turos ataques aos assentamentos humanos
inimigos, e acredita-se que pela adoração e
devoção do povo de Zen aos dragões foram
eles os primeiros a gerar proles draconia-
nas.
Os draconianos teriam papel fundamen-
tal na execução de ataques futuros em
outros alvos, infiltrando-se nas cidades e
atacando peças vitais das defesas huma-
nas. Sendo somente possível graças aos
sutis traços faciais que pouco os diferem
dos humanos (como cabelos e olhos com
tonalidades mais vibrantes e exóticas).
Conta-se também que tribos de orcos
lutaram em prol dos dragões na Montanha
Vermelha, tendo papel determinante em sua
vitória. Vitória essa que fomentaria um
processo de transformações entre os orcos
do norte.
A vingança é uma bebida
1
que se toma fervendo
O início, o fim e o meio
Muito tempo se passou, mas a paz seguia
distante dos territórios ao norte de
Casanova. Tribos de orcos guerreavam com
humanos de Campalto, pertencentes à
Aliança Central, desde as aberturas das
primeiras estradas e da criação de
assentamentos humanos na Primeira Era.
Historicamente as disputas pelas terras do
norte sempre geraram derramamento de
sangue entre povos e raças.
Os orcos sofriam cada vez mais com as
expansões humanas mas também com suas
próprias disputas e guerras internas
intermináveis, e ao passar dos anos, em
que aceitaram ser empurrados para ermos
como escória, precisaram se reorganizar.
Novas lideranças e pensamentos con-
seguiram aproximar tribos inimigas em
torno de objetivos maiores em comum. Se
iniciava assim o processo chamado “Revo-
lução dos Orcos”, e o principal objetivo
apontava justamente para invadir e tomar
o território ocupado por Campalto.
O grande sucesso dos orcos durante os
ataques em Campalto se deve ao fato de que
os reinos aliados dos humanos, além de
mais distantes, estavam se defendendo de
investidas de dragões simultaneamente em
seus territórios e não puderam responder
com grande contingente aos pedidos de
reforços.
Os exércitos orcos insuflados de fúria
aproveitaram a fraqueza dos humanos e
destroçaram os assentamentos que invadi-
ram.
E depois de incendiado e arruinado,
todo território de Campalto passaria a ser
chamado de “Sangria”, nome da bebida feita
pelos orcos com sangue dos humanos
mortos durante a invasão.
22
 Nem tudo o que reluz é
Aliança
Os humanos do norte se enfraqueciam cada
vez mais, após um longo período de bonança
e absoluta soberania continental as crises
socioeconômicas bateram à porta. Um
distanciamento entre as lideranças de
Braviânia e Vivenda acentuava a crise
diplomática entre os reinos e colocava em
xeque a manutenção e eficiência dos
tratados e da aliança do Império Central.
A queda dos aliados do território de
Campalto, somado a revelação bélica do
Último, desencadearia em medo e descrença
do povo. Os acordos comerciais com os
assentamentos do sul de Casanova já não
eram tão vantajosos, anos seguidos de
colheita ruim dos principais agricultores e
fornecedores da região, como os pequeninos
de Bonanza, também contribuíam para a
revolta. Tempos difíceis jamais vistos outrora
assolavam o Império Central.
O rei de Braviânia, pressionado por
aliados influentes, decidiu colocar em
prática um plano conspiratório audacioso,
que segundo ele, seria o “mal necessário”
para devolver a soberania e possibilitar a
retomada do desenvolvimento dos humanos
do centro-norte: a tomada da coroa dos
aliados de Vivenda.
Uma suja e meticulosa traição ocorreu
e Vivenda foi jogada aos pés de Braviânia.
Um ataque covarde, que contou com a trai-
ção de figuras importantes de Vivenda,
dissolvia sua soberania, formando assim
aquele que seria chamado de Império das
Duas Coroas, uma nação unificada em um 1
único trono com poder suficiente para
O início, o fim e o meio
causar calafrios no restante do continente.
A mentira tem mira
curta
Esse acontecimento histórico deixou
ambas nações em constante estado de
alerta, haviam grupos mais conservadores
apoiando, outros mais progressistas repro-
vando e protestando quanto a queda da
coroa de Vivenda. Conforme alguns movi-
mentos contrários ao golpe ganhavam
força nas ruas as regras e leis locais se
modificavam, endureciam em repressão e
punições gradualmente mais severas.
Os “Rebeldes”, como foram chamados
os grupos mais eficientes e agressivos, eram
considerados inimigos, e esse período foi tão
conturbado que praticamente qualquer
movimento que fizesse alusão a antiga coroa
era considerado criminoso, muitos deles
punidos com pena de morte.
A execução do golpe se estabeleceu sob
a justificativa de que os últimos reinados
de Vivenda eram danosos a todos os povos
do norte de Casanova. Que vinham se
distanciando de seu passado expansionista
e soberano, de protetores das fronteiras sul,
colocando sua nação em posições passivas
quanto a tratados e acordos externos,
permitindo avanços estrangeiros que
colocavam os interesses dos povos do norte
em segundo plano.
O recém fundado Império das Duas
Coroas conseguiu se solidificar novamente,
mas sob uma liderança maculada,
manchada e imoral, que apenas pioraria ao
longo do tempo.
22
 Mostre-me sua bandeira e
lhe direi quem és
Os povos do centro-sul, sudeste e sul co-
lheram bons frutos de seu desenvolvimento
1 danos nas obras da estrada eram repara-
ao mesmo tempo em que lidavam com
novos transtornos. A solidez cada vez mais
O início, o fim e o meio
consistente das capitais da República da
Capivara protegia e garantia aos nativos
condições e direitos que afastavam forastei-
ros, exploradores e criminosos.
Os meiosangues haviam chegado à
região durante as reconstruções do centro-
sul, e sem grandes destaques precisaram
aproximar-se de grupos expansionistas, in-
cluindo remanescentes dos povos do norte,
que avançavam parcial e lentamente em di-
reção às enormes áreas silvestres de
Longoeste.
Um dos projetos em particular de
alguns barões chamava atenção: viabilizar
a construção de uma longa e bem assenta-
da estrada que abriria rotas para possíveis
novos territórios e comércios com os povos
indígenas taba-taiz residentes no extremo
oeste de Casanova.
A rota, definida por interesses financei-
ros, atravessaria uma área florestal
bastante fechada e acidentada, exigindo
um grande investimento de tempo, recur-
sos e boas doses de sorte. A estrada
precisaria invadir uma região específica,
que descobriu-se ser dominada por elfos,
acarretando em inevitáveis conflitos.
Os elfos tomaram conhecimento dos
planos dos humanos através dos próprios
meiosangues que acabariam levando essas
informações em troca de acordos, ousados,
que reivindicavam terras no oeste. Em
troca, se ofereciam como negociadores e
sabotadores do projeto da longa estrada e
como aliados de campo em possíveis confli-
tos menores.
Essa época ficou marcada por grandes
batalhas travadas entre elfos, meiosangues
e humanos na silvestre região. Os elfos
acabaram por ceder às chantagens e nego-
ciatas dos meiosangues recebendo auxílio
22
nos momentos mais delicados dos conflitos
conseguindo conter os avanços dos huma-
nos expansionistas.
Houve um período de paz, ao menos
enquanto novas negociações ocorriam e os
dos. Os meiosangues ocuparam alguns
assentamentos entre os elfos e começaram
sua adaptação. Muitos sábios dos clãs élfi-
cos mais velhos temiam a vinda desses
povos para o oeste e alertavam que a che-
gada das guerras e derramamento de
sangue nesses solos sagrados poderiam
ser sinais de uma nova ruína.
Criou-se instabilidade e desentendi-
mentos entre elfos e meiosangues. Ficou
claro que o acordo por terras que resultara
em uma aliança não possuía alicerces se-
guros e a qualquer momento poderia ser
rompido. Meiosangues acuados, em menor
número e desconfiados da lealdade de seus
parentes distantes, passaram a se afastar
dos elfos, abrindo brecha para uma recon-
ciliação com os humanos, deixando o clima
ainda menos amistoso.
Boca fechada não come
terra
Oportunamente os humanos reaproxima-
ram-se dos meiosangues desertores nesse
período lhes oferecendo anistia pelos
crimes cometidos. Em troca, exigiam apoio
estratégico irrestrito e atuação como infor-
mantes, espiões silenciosos, quanto às
movimentações élficas na região. Também
negociavam ocupar parte dos territórios
que os meiosangues detinham, pois a es-
trada que seguiria para o oeste passaria
por esta área.
Os meiosangues aceitaram as condi-
ções e os humanos rapidamente invadiram
livremente o território abrindo caminho e
colocando mata abaixo. O acordo também
previa que os meiosangues teriam reforços
e proteção na defesa da área perimetral
por onde passaria esse trecho da longa es-
trada, e, naturalmente, suas terras.
 E assim, a traição da traição que
rendeu, e continua rendendo, derrama-
mento de sangue, concedeu vitória aos
humanos expansionistas que finalizaram o
audacioso projeto da Longatrilha, que não
somente funcionou como desenvolveu toda
uma cidade em suas encostas, “Arcoverde”.
Os elfos foram forçados a se refugiar
mais ao sul e os meiosangues dominaram
a parte norte, que nomearam de Terral, do
vento que sopra em direção ao mar. A divi-
são territorial entre elfos e meiosangues é
determinada pela longa estrada que corta
a região ao meio, sendo um local de infin-
dáveis conflitos.
A Salvadora ajuda quem
cedo comunga
O culto em torno da figura da Salvadora foi
crescendo pouco a pouco e se difundindo
em grupos distintos pelas regiões da
República da Capivara. Passou a assumir
a preferência popular, em número de fiéis e
praticantes.
Em determinado momento um desses
incontáveis grupos, liderado por mulheres,
passou a ganhar notoriedade e destaque,
reunia a simpatia e apoio de fidalgos e mi-
seráveis, e em pouco tempo passou a
construir, assumir e movimentar humildes
templos de fé espalhados pela região. Cada
templo se mantinha alinhado ao mesmo
conceito dogmático e estrutural da organi-
zação central e suas líderes.
“Fraterna Igualdade” se tornou o lema
da Igreja da Salvação, como foi batizada, e
com ajuda dos fiéis, espalhou-se rapida-
mente. Ao longo do tempo certas
lideranças passaram a se destacar e assu-
mir o controle dos caminhos e interesses
da igreja e a transformaram no centro da
fé ligada a sua santidade, a Salvadora.
Não tardariam a começar um grande
projeto, a construção da cidadela de Fieza, 1
na região onde a Salvadora foi morta e teve
O início, o fim e o meio
a cabeça exposta, a Praça das Lágrimas.
Seria como um bastião da fé de seus fiéis
seguidores e devotos. O projeto foi inteira-
mente financiado por influentes e abastados
fidalgos humanos das regiões próximas, ao
sul do Cerradal, mas também recebeu apoio
braçal da plebe que fazia o que estava ao
seu alcance para buscar a benção da Sal-
vadora.
Fieza ergueu-se como uma pequena
cidade, mas finamente elegante e bem aca-
bada. Toda sua estrutura é baseada na
estética simbólica da Salvadora e dos bra-
sões de sua igreja, isso inclui seu comércio
típico local, rituais e peregrinações, relatos
místicos, etc. O grande pátio dos templos e
casarões das sacerdotisas da igreja contor-
na a sagrada Praça das Lágrimas. É de lá
que a Madre e suas Irmãs controlam os in-
teresses e futuro da mais poderosa e
influente igreja do continente de Casanova.
Rebelde que tagarela,
não atira
Muitos grupos rebeldes nasceram durante
o período provincial da atual República da
Capivara, sendo que vários deles foram fun-
damentais em pressionar e agir em prol da
independência e soberania dos povos da
região. Atos organizados por guildas de
trabalhadores realizavam greves, protestos
22
 e até mesmo atentados e conflitos contra
líderes e apoiadores do Império Central.
Esses acontecimentos se intensificaram
conforme o tempo passava e não deixaram
de existir mesmo depois de sua resolução e
1 da criação da República da Capivara. O
desprezo perante os humanos do norte se
O início, o fim e o meio
tornou uma cicatriz marcada em suas almas
que clamavam por vingança.
Os principais grupos rebeldes manti-
nham saques e boicotes às vilas e
assentamentos dos humanos do centro-
norte, que revidavam tais ataques (inespe-
rados e aleatórios). Esse período marcou
um forte abalo na relação entre os huma-
nos de Braviânia e Vivenda com as
lideranças das capitais da República da
Capivara, pois as opiniões se dividiam
sobre as guildas e seus atos, mesmo os
discursos reprovatórios das lideranças
centrais da República esbarravam em um
relevante apoio popular e de certas figuras
da fidalguia.
Um grupo em especial ganhou fama e
saiu das sombras do anonimato, os violentos
Rufiões. Seus ataques traziam explosões de
fogo e usavam exóticas armas de mãos que
disparavam esferas de ferro perfurando as
mais grossas armaduras inimigas.
A descoberta da substância explosiva
batizada “bafo de dragão”, popularmente
conhecida como “bafo”, usada nas armas
modernas empunhadas pelos Rufiões, e
também por outras guildas, marca o fim e
o início de uma nova era.
22
QUARTA ERA
"Tempos de devastações"
A Quarta Era está dando seus primeiros
passos, e trata dos fatos atuais de Casano-
va, continente em permanente e constante
transformação.
A recém escolhida Madre da Igreja da
Salvação tem indicado novas posturas e
comportamentos da igreja, maior rigidez
com relação aos seus dogmas, fiéis e posi-
cionamentos sobre outros credos. O
propósito de espalhar a palavra e, como
em seu ponto de vista, a verdade da única
e iluminada essência de Libra, que se ma-
terializou e caminhou entre os seres do
mundo sob a forma da Salvadora, tornou-
se uma missão que deveria se cumprir a
qualquer custo.
Um grupo chamado Cartel ganhou
fama por comercializar uma substância
alucinógena no extremo sul de Casanova,
uma droga chamada Gris. Dizem que foi
desenvolvida a partir de substâncias
usadas pelos humanos de Invernia em
guerras entre si, a fim de suportar as con-
dições climáticas do território. A Gris
acumulou usuários de todas as camadas
sociais por conta de seu baixo custo e efei-
tos, ainda que efêmeros, de letargia e
prazer sobrenatural.
O surgimento da Gris colocou o Cartel
no radar de grandes lideranças de todo
continente e sua ascensão está ligada dire-
tamente ao salto econômico que a
comercialização da droga proporcionou.
Avançaram por grande parte de Casanova
sul e se aproximaram de alguns grupos e
líderes regionais importantes.
Histórias populares atestam que o pre-
paro da Gris possui algum de seus
componentes alquímicos extraído dos taú,
que de algum modo também estariam inte-
ressados em seus efeitos.
Na região de divisa entre Casanova
norte e sul localiza-se uma charmosa
cidade litorânea nascida aos pés do Porto
da Paz, tendo seu nome simplificado para
Porto, destino paradisíaco dos povos do
continente. Parecendo ter sido abençoada
para encantar e atrair à todos através de
sua vanguarda artística. Mas, com a che-
gada da Gris, que se tornou um artigo
popular e de amplo consumo, as coisas
mudaram.
Mesmo rendendo boas quantias de
ouro, em taxas pagas à regência local, a
Gris levou Porto à uma rápida derrocada.
A coroa se perdeu em sua administração
cada vez mais corrupta e desorganizada, e
quando se deu conta das irresponsabilida-
des o caos social já estava instalado.
Viciados e plebeus desafortunados se
agrupavam nos morros e encostas próxi-
mas às Zonas Tropicais tentando sobrevi-
ver, pois tanto a repressão militar quanto
os conflitos contra as lideranças neste pe-
ríodo cresceram violentamente no mesmo
ritmo da criminalidade.
A Gris passou a ser proibida em várias
regiões do continente, que recebiam os re-
latos assombrosos do seu uso recorrente,
colocando o Cartel de vez na ilegalidade.
O ápice ocorreu quando o único e jovem
herdeiro do rei de Porto, desaparecido há
semanas, foi encontrado morto em uma
favela em decorrência do consumo de Gris.
O rei suicidou-se, e como não havia
descendência direta, fidalgos e figuras
influentes entraram em uma disputa suja
pelo poder.
Duas guildas maiores tomaram a frente
e tentam atualmente reorganizar a cidade
sob suas visões: os Libertadores e os Timo-
neiros, verdadeiros antagonistas em ideolo-
gias e propostas: a primeira mais ortodoxa
e a segunda mais progressista.
Vivem em constante disputa política e
muitas vezes militar, tentando acumular o
maior número de apoiadores. Neste perío-
do é que Porto passa a ser chamada de
Tropel.
Os primeiros conflitos entre os reinos
próximos não tardariam a se iniciar e foi
com Guardaluz que eles ocorreram.
Vários fatores foram preponderantes
para o início dos conflitos armados,
desde a expansão da Gris para territórios
do Império Central, com quem são frontei-
riços, aumento de grupos de mercenários e
bandidos em rotas e estradas importantes,
mas principalmente as quebras dos trata- 1
dos que permitiam o uso irrestritos dos
O início, o fim e o meio
portos locais, uns dos mais importantes de
Casanova.
Enquanto isso os povos humanos da fria
Invernia migravam do extremo sul do conti-
nente até a região próxima à República da
Capivara, as Coxilhas, onde historicamente
já invadiam vilarejos e pequenos assenta-
mentos guerreando, pilhando e fugindo,
dessa vez com planos e necessidades maio-
res.
Conquistaram uma região maior e es-
tratégica aos povos anexados à Meão,
capital do território, expressando uma
clara ideia de expansão dos humanos do
extremo sul. A República da Capivara, que
havia tido proposta de união rejeitada pelos
povos organizados sob a liderança de Meão,
mantém suas fronteiras atentas contra
novos avanços oriundos de Invernia.
O Império Central emitiu recentemente
um ofício à República da Capivara respon-
sabilizando-os de todos os atos e ataques
praticados pelos Rufiões em seus territóri-
os ameaçando tomar atitudes severas em
caso de manutenção dos conflitos, o que
acabou gerando uma grande tensão diplo-
mática.
Toda essa atmosfera conflituosa se re-
flete desde os tempos mais antigos até o
presente de Casanova. Dos joguetes políti-
cos às guerras e traições, são apenas
reflexos de toda sua história que permane-
ce viva.
E isso é apenas um breve apanhado de
relatos que formam o plural continente de
Casanova, pois há muitas histórias a
serem lembradas e outras tantas a serem
escritas.
22
 Capítulo 2
Casanova, terra das
palmeiras
T
odas as grandes histórias preci-
sam de um cenário em que
possam ser contadas, seja em
uma ruína antiga, uma floresta
silvestre ou em uma cidade domi-
nada pelo crime. O clima, a atmosfera e os
detalhes existentes na ambientação esco-
lhida são ferramentas úteis para que se
possa explorar inúmeras possibilidades de
aventuras e temas, mas não devem deter-
minar ou preencher todas as lacunas e
espaços que possam ser explorados por
Mestres e Jogadores.
Cada um dos rumores e boatos, deta-
lhes estéticos e visuais, relações
diplomáticas e demais informações conti-
das ao longo desse capítulo são apenas
alguns dos elementos existentes em Casa-
nova, que podem e devem ser ampliados,
modificados e ignorados de acordo com ca-
da uma das propostas de jogo. Lembre-se,
o continente de Casanova é um mundo vi-
vo, em constantes transformações, use-o
como melhor se encaixar em suas aventu-
ras e campanhas.
E embora Casanova seja um mundo fan-
tástico e de grande pluralidade, as
sociedades humanas exercem maior predo-
minância e poder na maioria das regiões,
organizando suas fidalguias e hierarquias
através das chamadas “bandeiras”. Tratam-
2
Casanova
se de brasões ostentados pelos clãs e famí-
lias mais influentes e poderosas do
continente, detentoras de territórios estra-
tégicos, forças militares e grandes riquezas.
Embora não seja a única alegoria usada pa-
ra demonstração de poder e força,
fragmentando a sociedade entre as elites e
a plebe, as bandeiras são tradicionalmente
mais comuns e estão espalhadas ao longo
de vários territórios e povos.
O mundo de Libra apresenta caracterís-
ticas similares ao mundo real,
especialmente ao continente Latino-ameri-
cano, com algumas referências históricas,
analogias culturais, homenagens e críticas
mais ou menos perceptíveis, mas trata-se
de um universo original, independente e
único. No Capítulo 12 Bodega do Mestre
existem várias sementes de aventuras, in-
formações de folguedos e características de
âmbito continental, personagens centrais,
descrição dos biomas e inúmeras outras in-
formações úteis.
Apresentaremos a seguir as regiões di-
vididas em onze blocos principais, onde se
acumulam cidades, capitais, impérios e
conglomerados mais relevantes e conheci-
dos do continente.
Desbrave a terra das palmeiras, aven-
ture-se em Casanova!
22
 Tropicais UM POVO DO CAMPO
Bonanza é composta majoritariamente de
áreas rurais, com grandes e férteis terras
Bonanza para plantações, principalmente de trigo,
milho, arroz, tomate e batatas, além de al-
A GRICULTUR A EM FAMÍLIA gumas áreas compostas por videiras; as
No discreto noroeste de Casanova encontra- Tropicais, cercando a fronteira norte e oes-
2
se a região de Bonanza, posicionada ao sul te, contribuem para esse clima fecundo. Tal
de Lume, nas áreas onde as Tropicais se re- vida campestre reflete diretamente nos há-

Casanova
colhem e se apresentam grandes campos e bitos e cultura local, onde a simplicidade de
colinas. Seu nome é reflexo de tradicionais uma vida de sossego, música alegre e farta
superstições dos pequeninos, muitas das comida imperam em cada uma das famíli-
vezes de cunho religioso, ou que se susten- as de pequeninos, que se espalham em vilas
te em crenças e valores familiares (suas de pequeno e médio porte contornando fa-
matriarcas e patriarcas são os grandes lí- zendas e campos.
deres das numerosas famílias). As áreas de plantações formam assen-
A chegada até Bonanza ocorre durante tamentos humildes em seus entornos, as
a metade final da Primeira Era, contrarian- tradições populares nascem através das ro-
do outros povos que migravam pelas rotas tinas de trabalho na terra (os pequeninos
mais ricas e atrativas do continente, os pe- tem o costume de acordar muito cedo, an-
queninos mantiveram-se distantes dos tes do sol nascer). Lendas de seres místicos
principais conflitos e guerras que marca- capazes de trazer mau agouro ou bonança
ram épocas a partir do derramamento de são contadas durante os plantios e colhei-
sangue. Com o tempo sua organização ter- tas assim como os cânticos típicos de seu
ritorial ocorreu de forma natural, dividindo povo são ensinados aos mais novos.
a comunidade em agrupamentos compos- Seus habitantes detém conhecimentos
tos por famílias mais próximas e aliadas, ancestrais, lapidados através de gerações,
mantendo seus roçados e trabalhos confor- de técnicas agrícolas que extraem o melhor
me suas especialidades e costumes. que a terra pode dar sem lhe causar danos.
Se organizam em grandes casarões co- Seus produtos são ingredientes disputados
munitários e familiares liderados pelos mais
velhos e experientes do clã (normalmente
os avós ou tataravós, variando entre matri-
arcados e patriarcados), e mesmo os
indivíduos adultos e casados costumam
manter a tradição da vida familiar (filhos,
pais, tios, avós), abdicando apenas quando
seus herdeiros crescem o suficiente para
uma certa autonomia e capacidade de tra-
balho, ou quando o espaço se torna
pequeno demais para tanta gente reunida.
Festanças regadas de seu ótimo vinho
e altos falatórios acalorados, que mais pa-
recem confusões, são hábitos extensivos a
todos, dos mais jovens aos mais velhos. As-
sim como o preparo de grandes quantidades
de comidas, especialmente alimentos à ba-
se de trigo.

22
 Casanova afora, e com uma boa valoriza-
ção de mercado sustentam a economia
local.
Possuem um antigo acordo de abasteci-
mento prioritário de suprimentos, um
tratado assinado junto ao Império Central,
2 que em troca de custos baixos de aquisição
de seus produtos agrícolas e preferências
comerciais vantajosas, abastece a região de
Casanova
certos materiais e equipamentos fundamen-
tais para o bem estar do povo. Também
mantém tratados com os anões de Minas
Reais, de quem recebem engenhocas e equi-
pamentos agrícolas que promovam maior
eficiência no trabalho, na tentativa de su-
prir as demandas externas cada vez mais
altas.
AS LEIS DAS FA ZENDAS
Em cada uma das principais regiões, distri-
buídas através de todo o território de
Bonanza, formam-se lideranças locais divi-
didas e disputadas pelos patriarcas e
matriarcas das tradicionais famílias. Essas
lideranças regionais atuam politicamente e
são responsáveis por acordos e tratados co-
merciais internos e externos. Cada vila tem
suas próprias condições de negócios e va-
lores praticados.
Algumas famílias aliam-se em interes-
ses em comum ou exercem influência em
relação a outras, gerando desavenças his-
tóricas que resultam em conflitos, muitos
deles que atravessam gerações, culminan-
do em desgraças e derramamento de
sangue.
As leis, assim como os julgamentos e
penas, variam de acordo com cada região
e conforme as tradições e práticas das fa-
mílias locais mais influentes. Mas de modo
geral os líderes dos clãs buscam criar leis
e regras em comum acordo para estimular
a justiça e o bom senso, promovendo a paz
na comunidade. Cada família também é
responsável pela defesa de suas terras e di-
vide essa responsabilidade dos mais velhos
aos mais jovens, formando pequenos gru-
pos armados e treinados.
22
Algumas revoltas e movimentos organi-
zados por trabalhadores tem surgido nos
últimos tempos, reivindicando melhores
condições de trabalho e melhores remune-
rações, principalmente durante as fases de
escassez de colheitas onde os estoques in-
ternos caem drasticamente trazendo fome
e miséria aos mais pobres.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Roças: grandes áreas de plantações são muito
comuns ao longo do território de Bonanza for‐
mando assentamentos humildes em seu entorno,
as tradições populares nascem através das roti‐
nas de trabalho na terra (os pequeninos tem o
costume de acordar muito cedo, antes do sol nas‐
cer). Lendas de seres místicos capazes de trazer
mau agouro ou bonança são contadas durante os
plantios e colheitas assim como os cânticos típi‐
cos de seu povo são ensinados aos mais novos.
Guerra em família: as tradições familiares dos
pequeninos rendem desavenças e conflitos entre
alguns clãs. Sabotagens de vários tipos e crimes
sempre foram constantes na região, mas desde as
últimas gerações se intensificaram, criando fa‐
mílias verdadeiramente inimigas. Rumores
indicam que algumas famílias estariam se apro‐
ximando dos trabalhadores revoltos das roças
para tentar tomar as terras de seus inimigos.
Áreas selvagens: o extremo norooeste de Bo‐
nanza, incluindo seu litoral, é encoberto pelas
densas vegetações das Tropicais, que se estendem
para norte e sul, a maioria dos pequeninos evita
estas regiões, morada de seres obscuros e perigo‐
sos. Dizem que uma das mais antigas Cucas que
se tem conhecimento mantém seu covil nas en‐
tranhas das matas, perambulando pelas estradas
e roças, enfeitiçando os viajantes e trabalhadores.
Invasores de Exílio: mesmo protegida por
guardas do Império Central que patrulham as
fronteiras, Bonanza acaba sendo atacada em épo‐
cas de colheita por grupos Cruzadores. A cada ano
as invasões tem sido mais agressivas e recorren‐
tes, rumores dizem que as atuais lideranças das
patrulhas das fronteiras estariam facilitando a
entrada dos mercenários nos territórios de Bo‐
nanza.
De olho no sul: os acordos e tratados com os
humanos e anões tem seu preço, acampamentos
militares do Império Central ocupam grande par‐
te da região sul de Bonanza, incluindo áreas
estratégicas e de recursos naturais que possui
(abrigando parte das Tropicais, e as divisas entre
os territórios vizinhos). Os maquinários e expe‐
rimentos alquímicos dos anões são testados
também nessa região, contaminando a água e da‐
nificando o terreno, além de causar inúmeros
acidentes fatais e a morte de várias espécies ani‐
mais.
Lume
A ESTRELA GUIA
Ao fim dos conflitos e do derramamento de
sangue ocorrido nas regiões de Almalar, du-
rante a Batalha do Saravá, parte dos elfos
chorava em tristeza e dor ao ver as marcas
deixadas pelos invasores taú em suas ter-
ras. Não havia clãs e linhagens que não
perdera vários parentes durante os ataques.
O alerta de que novas mudanças ocor-
riam em seu destino era claro. E o chamado
do mundo soou nos ouvidos de boa parte
daqueles que novamente sentiam em seus
íntimos que seus destinos apontavam para
longe das terras de Almalar. A alegação pa-
ra uma nova mudança de territórios era
voltada a mácula gerada na re-
gião. Uma mácula espiritual,
não apenas material, um
carma que não poderia e
nem deveria ser ignorado,
e que cobraria seu preço
caso fosse desprezado. Al-
gum sinal seria enviado
para confirmar tal profe-
cia, diziam.
Passados dez anos da
invasão taú, ocorreu um
ritual entre clãs élfcos,
que se repetiria anual-
mente desde então, com
intuito de purificar a
natureza e homenage-
ar, através de uma grande celebração, todos
aqueles que perderam suas vidas durante
as batalhas. Reunindo representantes de to-
dos os clãs conhecidos da região, e em
comunhão e sintonia executaram um dos
mais lindos e poderosos rituais já realiza-
2
dos em Casanova.
A concentração de Éter foi tão intensa
ao longo do ritual que coincidentemente um
sinal veio dos céus no meio da madrugada,
Casanova
enquanto todos entoavam canções antigas.
Uma estrela cadente, enorme, brilhante e
bela, caía lentamente, como se estivesse
costurando calmamente as nuvens do céu.
Era inevitável não olhar para a luz viajan-
te que fazia um arco na escuridão da noite.
A estrela viajou para o oeste e de repente
pareceu queimar repentinamente, em se-
guida desapareceu deixando um rastro
luminescente no ar, como fagulhas brilhan-
tes caindo sobre o mundo em silêncio.
Parecia tão distante e ao mesmo tempo tão
perto, tão próximo. Era o esperado chama-
do dito nas profecias.
U MA LONGA VIAGEM
Rapidamente um burburinho criou-se, e os
principais clãs adeptos à migração, com pe-
quenos desertores, organizaram os seus
familiares e em seguida anunciaram que
uma comitiva partiria em breve para o oes-
te, de onde jamais retornariam. O processo
foi feito com bastante calma, seguiram-
se ritos de bonança, prosperidade e
proteção entre os amigos e parentes,
e os viajantes receberam presen-
tes e bênçãos de seus irmãos.
Os que partiram de Almalar
compunham majoritariamente
as classes dos artesãos, os xa-
mãs e domadores de Éter, elfos
sábios, mas fortes e resisten-
tes também. Inúmeros
guerreiros e caçadores junta-
ram-se ao grupo, preparados
para os desafios e dificulda-
des que seriam vivenciados
em breve.
22
 Os viajantes seguiram em frente, supe-
rando todas as adversidades que terras
desconhecidas poderiam ofertar, escassez
de alimentos e abrigos improvisados, além
de encontros com predadores mortais, po-
rém, ao cruzarem as margens do grande
2 lago Belágua de Exílio uma leve mudança
de curso para o noroeste acabou levando-
os ao seu destino.
Casanova
UM NOVO LAR
Enormes florestas, pequenos relevos e mon-
tes praticamente intocados foram encontra-
dos, possuindo formatos e características
selvagens, rústicas, dominantes e sempre
vívidas. Não havia mais nenhuma dúvida
entre os bem sucedidos elfos, que há longos
meses peregrinaram mundo afora, de que
haviam encontrado um novo lar.
Exploraram a região com cuidado e
grande expectativa, buscando conhecer ao
máximo todos os detalhes que podiam en-
contrar em cada pedaço de terra. Chamou
atenção sua variedade e espécies de flores,
plantas e ervas, árvores, frutos e animas.
A sensação da existência de uma energia
mística no ar era constante, como um co-
ração pulsando energias para todos os seres
ali presentes.
Se aproximando do núcleo da floresta
descobriram que não eram os únicos que
sentiam o pulsar daquelas terras. Animais
de todos os tipos, criaturas e seres sobre-
naturais pareciam ser atraídos para o local
de algum forma inexplicável. Os elfos se
adaptaram às condições respeitando a at-
mosfera caótica do lugar, enfrentando
experiências sobrenaturais e fenômenos
aleatórios.
Após longos períodos de estudos e aná-
lises dos anciões, percebeu-se que a causa
de vários fenômenos sobrenaturais estavam
ligadas aos fragmentos da estrela cadente
que viram banhar a região, aumentando a
intensidade e manifestações de Éter na
área. E com esse entendimento ficou claro
que os resquícios da estrela deveriam ser
encontrados e recolhidos para segurança
de todos.
22
F RONTEIR AS MOVIMENTADAS
Por se tratar de uma área das Tropicais
mais próxima a outros centros populacio-
nais movimentados, como o Império
Central, Bonanza e áreas de Exílio, Lume
conectou os elfos a um mundo até então
pouco explorado de perto, de enormes po-
voados humanos, fortalezas anãs, aço e
ouro. Precisaram aprender a se proteger,
além de desenvolver uma diplomacia e co-
mércio relativamente sofisticados nunca
antes necessários.
Com a fama dos fenômenos sobrenatu-
rais de Lume, que recebeu esse nome
justamente pelo brilho dos fragmentos en-
contrados da estrela, grandes mestres de
outros povos, estudiosos e alquimistas de
outras regiões do continente, assim como
forasteiros, passaram a ocupar as frontei-
ras, buscando explorar de perto seus
segredos e oportunidades de negócio.
Tudo que nasce e cresce em Lume,
desde os animais, as arvores e a água que
corre nos riachos, é esplêndido e abundan-
te, não há áreas reservadas à agricultura
ou pecuária, pelo contrário, os ambientes
e paisagens dos assentamentos élficos são
rústicos e selvagens, e embora recebam in-
fluências políticas e pressões externas,
acreditam que a abundância de seus terri-
tórios só existe pelo respeito aos ciclos, às
espécies e a natureza de modo geral. Suas
técnicas e conhecimentos no trato das fo-
lhas e ervas, raizes e sementes criam uma
harmonia inebriante a todos que tem a ex-
periência de pisar nas terras de Lume.
E NTRE ABRIGOS E CLAREIR AS
A divisão regional de toda Lume se faz
de duas formas. A primeira é relacionada
a estrutura geográfica. Mantém-se quatro
postos de observação e defesa nos seus
quatro acessos principais: norte, onde se
estendem regiões montanhosas de difícil
transposição, terminando no litoral escar-
pado; sul e sudeste, sendo a maior
abertura da região florestal que desembo-
ca também no Exílio; leste, com áreas
fechadas e acidentadas, de difícil acesso pa-
ra forasteiros e criminosos, mas de
recorrentes aparecimentos de criaturas e
fenômenos sobrenaturais; e oeste, onde di-
videm grandes áreas territoriais com aldeias
taba-raiz, local de rios que atravessam as
matas e alimentam todas as vidas que ha-
bitam a região, afluindo para sul, passando
por Bonanza e chegando até aos pés das
Minas Reais.
A segunda está relacionada à criação e
cumprimento de convenções adotadas em
comum acordo por todos os clãs, tratando
de um conjunto de regras e princípios de-
finidos pelos mais sábios anciões, visando
controlar as atividades de exploração e co-
mércio na região, proteger a natureza e os
seres que nela habitam e organizar as di-
versas relações políticas com outros povos
e nações, a fim de evitar conflitos.
As áreas onde ficam os abrigos dos el-
fos variam conforme as características da
natureza e os fluxos de estrangeiros. Suas
moradias ocupam locais de difícil acesso,
como em copas de árvores e altos montes,
camuflados para que evitem importunações.
Algumas clareiras ao longo das florestas
servem de pontos de encontro para prática
de escambo, trocas de informações, etc, ha-
vendo estradas que levam diretamente para
estas regiões.
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
Fenômenos aleatórios: os fenômenos criados
a partir dos fragmentos da estrela cadente são im‐
previsíveis, podendo apresentar maior ou menor
intensidade em diversos eventos. Alguns portais
efêmeros são capazes de trazer e levar seres pa‐
ra outros planos, como o Etéreo e o Astral, e
segundo alguns relatos exagerados, para outras
Orbes.
O poder dos fragmentos: alguns anciões afir‐
mam que os fragmentos da estrela possuem tanto
poder acumulado que funcionam como canaliza‐
dores naturais de Éter.
Regra: qualquer efeito, habilidade ou conjuração
relacionada à natureza tem 50% chance de não
consumir o Éter/PVs do Personagem, role 1d6,
em caso de par o Éter consumido é do fragmento,
que perde sua utilidade e brilho em seguida.
Estradas para lugar nenhum: inúmeros vi‐
ajantes já relataram que simplesmente não
puderam encontrar os territórios de Lume, ain‐
da que seguindo corretamente suas estradas e
rotas, deparando-se apenas com grandes áreas 2
de matas estranhamente silenciosas. Acredita-se
que ocasionalmente algumas áreas mais próxi‐
mas do centro da floresta podem transitar entre
Casanova
planos paralelos.
A maldição dos anciões: algum mau agouro
tem acompanhado os antigos anciões dos povos
de Lume, vários deles tem entrado em uma espé‐
cie de sono profundo do qual não mais despertam,
apenas balbuciam palavras em um mesmo idio‐
ma incompreensível.
A morte das matas: os elfos tem ouvido dos
taba-raiz que uma parte da floresta, no extremo
noroeste litorâneo, está simplesmente morren‐
do, desde as árvores e folhas aos rios e animais. E
ao que tudo indica, esse fenômeno está se expan‐
dindo, fazendo com que animais e comunidades
busquem abrigo em outras regiões. As informa‐
ções que chegam dizem que as folhas das árvores
estão ficando cinza.
Tropel
B ELEZA DECADENTE
Tropel não nasce, se transforma. Seu terri-
tório, conhecido anteriormente como Porto,
ruiu perante a ambição e soberba de seus
líderes, tornando um local emblemático, de
beleza e charme não vistos em outro lugar
do mundo, em um cenário de caos, medo e
de constantes conflitos.
A conhecida nação próspera, dos van-
guardistas culturais e da boemia libertária,
sempre atraiu viajantes do mundo todo, su-
as praias e ilhéus paradisíacos se
acostumaram a receber viajantes ilustres
de terras distantes e nobres abastados dis-
postos a gastar sua prata por exclusividade
e exorbitâncias. Tempos de prosperidade e
abundâncias, que pareciam jamais termi-
22
 nar, resultaram em escândalos de todos os
tipos e dívidas crescentes impagáveis.
O ápice das crises, que já possuíam his-
tóricos extensos, foi a terrível “tragédia
real”, onde o único herdeiro de Porto, que
havia desaparecido há dias, foi morto em
2 uma das enormes favelas formadas nos en-
tornos da cidade pelos próprios soldados
de seu pai, durante um massacre sujo no
Casanova
meio da madrugada. Foi encontrado irreco-
nhecível, totalmente tomado pelos efeitos
da Gris, seu pai não suportou o golpe, su-
cumbiu à pressão do povo e das bandeiras
influentes de fidalgos poderosos, tirando a
vida de sua esposa e suicidando-se em se-
guida, colocando fim à sua linhagem.
22
C AOS SOCIAL
O povo atônito sentiu-se abandonado, fa-
zendo peripécias para sobreviver em meio
aos conflitos armados e disputas de poder
que eclodiram rapidamente pelas ruas da,
renomeada, Tropel, nesse “barril de bafo”
duas guildas ganharam destaque assu-
mindo as principais ações e liderança de
certos distritos, absorvendo grupos frag-
mentados e desorganizados. Sendo eles os
Libertadores e os Timoneiros.
Se organizam de formas distintas e
antagônicos, os Timoneiros, formados por
soldados de elite da guarda local e membros
da alta fidalguia, se auto proclamam como
a regência provisória de Tropel e desejam
restaurar as bases do reino para antes de
sua queda. Os Timoneiros reúnem grupos
e guildas populares que defendem a ideia
de levar o centro do poder para dentro das
favelas e das periferias. Ambos os grupos
recebem apoio de parte da população por
motivos e razões diferentes, e embora
haja uma clara disputa territorial entre
os Libertadores e os Timoneiros não se
reconhece abertamente uma guerra
entre eles.
A G RIS
O rápido crescimento da cidade em
um pequena fração de tempo escan-
carou graves problemas de estrutura
e condições de vida, inicialmente
concebida como uma cidadela para
pescadores e famílias abastadas,
Porto tornou-se uma das grandes ca-
pitais do continente em poucas
décadas, acumulando tantos proble-
mas como cada uma delas.
Um dos principais fatos que re-
sultaram na “tragédia real” foi a po-
pularização consentida pelas auto-
ridades quanto ao consumo da
Gris, substância acinzentada, co-
mo fuligem, que causa prazer e
confiança aos usuários. Se popu-
larizou também entre a fidalguia
sendo incorporada aos costumes
e excentricidades da alta socieda-
de.
 Aos tímidos, um elixir da simpatia, aos
medrosos, uma poção de força. Algumas
doses e o mais cansado soldado passaria
uma noite toda patrulhando sem piscar os
olhos. Muito ouro e outras riquezas foram
parar nos bolsos das principais bandeiras
locais, assim como grandes comerciantes e
guildas criminosas aumentaram seu poder.
O Cartel, notório grupo do submundo res-
ponsável pelo preparo e distribuição da
Gris, colocou lentamente suas mãos na ci-
dade e hoje detém grande controle das
favelas e alianças com inúmeros fidalgos
influentes.
VANGUARDA VIVA
As feiras culturais e folguedos, como o En-
trudo, são eventos comuns em Tropel, além
de movimentar a economia local produzem
grandes movimentos populares. As altas
temperaturas ao longo de todas as estações
do ano também contribuem para um clima
boêmio e diverso, e ainda que nos tempos
atuais a pobreza e a violência tenham do-
minado grande parte do território (princi-
palmente as áreas periféricas nos arredores
dos montes e serras próximos às Tropicais),
o povo mantém-se forte, e a cidade das idei-
as iluminadas se mantém de pé.
Os variados tipos de entretenimento,
sempre criativos mas nem sempre de alta
qualidade, atraem incontáveis povos e figu-
ras excêntricas para a região durante todo
o ano, sendo possível ganhar boas moedas
de viajantes curiosos, interessados em co-
nhecer a região e suas dezenas de
manifestações culturais.
As áreas mais próximas das praias pa-
radisíacas são ocupadas pela fidalguia e
suas grandes e elegantes residências, tra-
tando-se de locais protegidos por milícias
pessoais, enquanto em locais mais distan-
tes do litoral estão as áreas mais humildes
e as favelas, entregues aos criminosos e vi-
ciados. Ainda mais distante, em direção ao
sul e invadindo as Tropicais, existem mor-
ros e montanhas que também abrigam
grandes populações em assentamentos im-
provisados e sob condições ruins de
sobrevivência.
F RONTEIR AS EM CHAMAS
O avanço dos líderes do Cartel pelos terri-
tórios de Tropel reacendeu antigas disputas 2
e discussões sobre a importância geopolíti-
ca da cidade. Localizada entre os territórios
Casanova
da República da Capivara e as fronteiras do
Império Central, a antigo Porto sempre foi
o elo comercial e campo neutro entre as li-
deranças dos principais conglomerados do
continente, seja por mar ou por terra.
Tamanho poder nas mãos de uma orga-
nização criminosa representa um risco
muito grande para ser ignorado, e a partir
de rupturas de tratados surgem movimen-
tos políticos em Guardaluz, sob a evidente
influência da coroa do Império Central, fa-
voráveis a cercar o território de Tropel pelas
rotas do sul, sufocando suas estradas e di-
minuindo o alcance do Cartel. Estas
medidas resultaram em crises ainda mais
severas para Tropel, iniciando uma guerra
nas fronteiras.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Rotas marítimas: dizem que um dos grandes
líderes do Cartel vive atualmente em um ilhéu
particular no Golfo Cálido, sendo uma rota ma‐
rítima estratégica para a chegada ao norte de
Casanova. Tal líder estaria negociando uma ou‐
sada aliança entre o Cartel, os Rufiões e Tropel,
que faz vista grossa às suas operações.
A Ratoeira: trata-se de uma forma intimidado‐
ra de nomear a enorme prisão a céu aberto para
traidores e inimigos de guerra. Suas condições de
sobrevivência sempre foram deploráveis, mas
atualmente foram amplamente pioradas pela es‐
cassez de recursos básicos, trazidos pelos
primeiros atos da guerra. Rumores dizem que os
presos estão sendo libertados através de acordos
que envolvem testes de substâncias alquímicas,
incluindo a Gris, e a participação nas guerras das
fronteiras.
22
Libertadores e Timoneiros: mediante os con‐
flitos nas fronteiras contra Guardaluz, algumas
lideranças dos Timoneiros e dos Libertadores se
aproximaram, buscando aumentar sua força de‐
fensiva e ampliar seu alcance tático. Para muitos
essa aproximação esconde alguma segredo que
não cheira nada bem e deve terminar em traição.
Zona portuária: o litoral de Tropel é conside‐
rado umas das regiões marítimas mais
importantes de Casanova, atualmente possui
grande fluxo de embarcações piratas e bucanei‐
ros violentos, que acabam por criar grandes
conflitos em um mar sem leis.
Tempestades: as recorrentes fortes chuvas nas
regiões mais próximas das Tropicais trazem
grandes prejuízos aos moradores, levando seus
telhados e derrubando as casas mais frágeis.
Dizem que esse fenômeno é capaz de trazer seres
sobrenaturais e entidades caóticas.
Vale do Sar avá
Ginga
O VALE
Os grupos humanos do norte de Levante fo-
ram provavelmente as primeiras a chegar
em Casanova, através de eficientes inova-
ções e técnicas em construir embarcações
puderam dominar o mar bravo que arrui-
nava todas as tentativas de vencê-lo. Nativos
das áreas litorâneas fortemente ensolara-
das puderam acumular conhecimentos ao
longo das gerações que se mostraram úteis
para sua sobrevivência.
Entre os grandes grupos que aportaram
em Casanova vários deles seguiram em di-
reção ao sul do continente com intuito de
explorá-lo, como é o caso de Salvação, ter-
ra formada originalmente por povos do Vale
do Saravá, pois por um bom tempo ocupa-
ram apenas o nordeste do continente. A
visão que se tem ao observar o vale é de
uma imensidão de pradarias verdejantes e
áreas florestais que a circundam, especial-
mente no leste. Várias vilas e cidades
intermediárias se formam ao longo do ter-
ritório em torno de sua grandiosa capital,
chamada Ginga, formando uma espécie de
grande círculo de assentamentos e comu-
nidades.
2
Os templos religiosos, e seus principais
líderes, controlam e organizam as vilas e
comunidades nos arredores de Ginga, os-
tentando funções políticas e de alto poder
Casanova
em regiões onde predominam seus dogmas
e crenças. As diversas manifestações cul-
turais existentes no território incitam
conflitos e disputas entre vários templos,
buscando influência, maior número de fiéis
e prestígio perante ao o chefe da capital.
G INGADO, ARTE E SABEDORIA
Seu nome destaca as características e ex-
pressões corporais marcantes de um povo,
carregado de energias poderosas que pare-
cem brotar das entranhas da terra e
alcançar o espírito dos nativos. Possuem
uma cultura apegada em inúmeros elemen-
tos fetichistas e alegóricos que buscam
representar os ancestrais de seu povo e sua
forte ligação com a terra e a vida.
Suas vestimentas e trajes típicos optam
por sua simplicidade e leveza (até mesmo
pelas temperaturas quentes do exposto Va-
le do Saravá), tonalidades claras são
escolhidas para ocasiões específicas, como
no caso de celebrações religiosas e festivas,
enquanto cores vibrantes e adornos cha-
mativos ficam reservados para o dia a dia.
Inúmeros indivíduos e famílias utilizam pin-
turas e adornos corporais como
características clânicas e territoriais.
Como não há uma religião centralizada
ou absoluta os sincretismos são inúmeros,
acabando por convergir em certos ritos e
práticas. Costumam adorar manifestações
chamadas de orixás, representadas pelos
ancestrais de seu povo, como guias espiri-
tuais de grande poder. O Éter também é
empregado nas artes ocultas, sendo bas-
tante comum seu uso em feitiçarias capazes
de fazer tanto o bem como o mal.
22
 De modo geral a tecnologia existente no
Vale do Saravá é rudimentar se comparada
as engenhocas dos anões e as sofisticações
bancadas pelos ricos fidalgos do Império
Central, na capital Ginga algumas técnicas
possuem maior desenvolvimento e se des-
2 tacam, como a arquitetura urbana organi-
zada e os dutos de abastecimento de água.
A metalurgia dos nativos de Ginga também
Casanova
é bastante eficiente, conseguindo trabalhar
metais com grande qualidade, produzindo
armas mortais e de grande resistência. A
cunhagem de moedas também tem suas
origens a partir de conhecimentos e técni-
cas dos povos do Vale do Saravá.
Grandes líderes do passado são venera-
dos através de cultos religiosos e tradições
populares, sendo muitas das vezes alçados
ao posto de orixás, mostrando a funda-
mental preservação das raizes culturais de
um povo. A maior liderança dos povos de
Ginga costuma ser considerada como a
manifestação física de um orixá, sendo re-
velada sua identidade no dia de sua nome-
ação como grande chefe do povo, esse ori-
xá regerá seus caminhos e destino para
que seja capaz de manter sua fé mesmo
nos momentos mais difíceis.
O P ORTO
Porto do Axé é uma espécie de cidade cos-
teira que cumpre duas funções prioritárias,
a primeira, consiste em servir de base de
observação, alertando as defesas quanto a
aproximação de invasores e comitivas (prin-
cipalmente pelo Estreito das Garças), sendo
a mais desgastante e custosa de ser execu-
tada, haja visto as constantes
movimentações na região.
A segunda foca em desenvolver estudos
sobre os segredos do mar e o que se pode
extrair das profundezas, concentrando es-
tudiosos e alquimistas que recebem apoio
das lideranças de Ginga. Entre os princi-
pais e mais conhecidos conglomerados de
Casanova, Porto do Axé é certamente um
dos mais jovens, hierarquicamente estão
anexados ao reino de Ginga, como uma pro-
22
víncia que atende aos interesses e
determinações de sua capital.
A cidade cresceu ao longo dos anos
apoiada em seus conhecimentos marítimos
cada vez mais avançados, longas expedi-
ções em busca de novas terras, matérias
primas raras e outros conhecimentos pas-
saram a ser constantes em Porto do Axé,
contribuindo significativamente para a eco-
nomia local.
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
Águas turbulentas: o Estreito das Garças, e de‐
mais rotas que contornam o continente pelo mar,
são áreas muito perigosas, havendo grandes dis‐
putas e conflitos com piratas e também
comerciantes de Terraleste, deixando o local al‐
tamente movimentado e tenso.
Guerra dos templos: os principais templos de
Ginga mantém disputas e confrontos diretos por
poder, um dos mais populares líderes religiosos
tem sido acusado por seus desafetos de tramar
um atentado contra o chefe da capital, visando
tomar seu lugar.
Feitiçaria obscura: Dizem que sempre que um
ritual profano é realizado, uma onda de Éter cor‐
rompido afeta toda a natureza local, atraindo
espíritos de mau agouro que podem se manifes‐
tar tomando o corpo de outros seres e proferindo
maldições aos que atravessem seu caminho. Os
orixás de purificação são invocados nessas oca‐
siões, podendo beneficiar quem os auxilie.
Quitandas e mercados: tradicionais vendas
de rua são encontradas por todas as regiões do
Vale do Saravá, onde se encontra grande varieda‐
de de artesanatos, comidas típicas e serviços
diversos, incluindo feiticeiros dispostos a nego‐
ciar.
Entre o Vale e o Exílio: rumores de que Cru‐
zadores estariam se aproximando cada vez mais
dos povos das pradarias e das áreas de colheitas
próximas ao Exílio vem ganhando força, os mer‐
cenários estariam incitando conflitos contra os
líderes locais e influenciando alguns grupos a
romperem com a Capital, tornando-se um terri‐
tório independente aliado de suas guildas.
 Almalar
C LAMOR DAS A LMAS
A chegada dos primeiros elfos em Casano-
va ocorre de forma misteriosa, durante a
passagem da lua pela órbita do sol, escure-
cendo o céu e escondendo a luz do dia, os
clãs élficos que realizavam poderosos ritu-
ais de proteção perante as guerras da
Primeira Era, entraram em um profundo
transe coletivo. Os relatos são confusos e
desconexos, mas o que se soube mais tar-
de é que, passado o efeito catártico, aqueles
que conseguiram entrar em absoluta sinto-
nia com os espíritos da natureza acordaram
posteriormente em terras distantes, longe
de todo o caos de Levante.
A comunidade élfica se dispersou pela
silvestre região nordeste do continente,
composta por vastas florestas repletas de
predadores e monstruosidades, rios furio-
sos, pântanos profundos, montanhas
perigosas ao norte e praias movimentadas
ao sul. O local passou a ser conhecido co-
mo Almalar, em memória ao fenômeno
sobrenatural que salvou suas vidas, reu-
nindo os primeiros assentamentos élficos
de Casanova.
Nas áreas montanhosas do norte encon-
tram-se alguns assentamentos anões e
covis de outros seres e feras que divisam
territórios e fronteiras com os elfos conhe-
cidos como “amigos das aves”, o
movimentado Estreito das Garças no sul
abrange clãs litorâneos, que acabam se re-
lacionando mais frequentemente com outros
povos, especialmente os humanos de Por-
to do Axé, que promovem grandes rotas
comerciais e pesquisas na região. As flores-
tas ocupam a maior área em extensão de
Almalar, e estão infestadas de elfos de vá-
rias linhagens e clãs, especialmente aqueles
com traços físicos mais voluptuosos e de
comportamentos mais animalescos. Essas
características tornaram-se ainda mais evi-
dentes após a divisão da população local,
pouco depois das Batalhas do Saravá, on-
de os elfos mais pacíficos e sensíveis de seu
povo partiram para o oeste.
A TERR A DOS SELVAGENS
Costumam extrair da terra e da natureza
aquilo que precisam de forma equilibrada e
respeitosa, através da caça e da coleta de
alimentos típicos da região. Em suas tribos
e abrigos todos recebem responsabilidades
e obrigações igualmente divididas, visando
2
o bem estar de todos. A escolha das lideran-
ças depende das tradições de cada tribo e
Casanova
nenhum líder desrespeita ou se sobrepõe a
outro, embora os territórios sejam livres e
coletivos, algumas áreas concentram maio-
res grupos e famílias.
Os conhecidos videntes locais são
exemplos de lideranças de algumas tribos,
muitos acreditam tratar-se de indivíduos
que receberam um fardo, uma bênção e
uma maldição, que perdurará até o ciclo
final da Orbe de Libra. Bravos guerreiros
também costumam liderar inúmeros clãs e
grupos de caçadores através da demonstra-
ção de força e bravura, os combatentes
élficos possuem grandes habilidades de ca-
muflagem e furtividade, sendo capazes de
produzir armas e equipamentos exóticos,
extraídos a partir de recursos naturais e
trabalhados com técnicas especiais (como
a madeira, a pedra e ossos de animais).
As relações com outras raças e povos
tendem a ser pacíficas, embora os elfos se-
jam relutantes em abandonar suas
fronteiras e territórios por quaisquer razões
e motivos, exceto em casos atípicos. As co-
munidades em Almalar são independentes
e não necessitam de sofisticações ou mate-
riais específicos para sua sobrevivência e
bem estar, os elfos acabam por não avan-
çar em grandes tratados e movimentações
comerciais, mantendo uma forma de vida
que afasta os forasteiros e desencoraja os
viajantes.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
O fardo dos sábios: líderes de terras distantes
e fidalgos de bandeiras poderosas buscam conse‐
lhos e premonições dos anciões de Almalar acerca
de seus destinos, muitas das vezes esses encon‐
tros acabam gerando conflitos violentos e até
mortais, quando os elfos rejeitam ajudar os via‐
22
 jantes, por razões variadas. Cruzadores também
tem se aproximado da região e relatos atestam
que eles estariam raptando anciões locais com
motivações ainda desconhecidas.
As árvores douradas: as raras árvores de tron‐
co levemente dourado de Almalar possuem
2 propriedades especiais.
Regra: qualquer equipamento que utilize essa ma-
deira como matéria prima é considerado como
Casanova
mágico (o Mestre de Jogo pode conceder algum
benefício ou bônus especial ao item).
Pântanos da cegueira: os grandes pântanos
das regiões norte de Almalar causam um fenôme‐
no estranho aos que cruzam seus territórios. Uma
névoa densa que envolve toda a região pode pro‐
vocar uma espécie de cegueira temporária.
Durante o período do efeito, que pode variar en‐
tre algumas horas e alguns dias, os olhos do
personagem ficam totalmente esbranquiçados,
doloridos e com secreções, fazendo-o enxergar de
maneira turva. Em contrapartida, durante o efei‐
to, o personagem é capaz de enxergar nitidamente
espíritos vagantes de Casanova.
Chamado das almas: alguns personagens re‐
latam ter sonhos conturbados e confusos quando
estão nas terras de Almalar, os anciões dizem que
trata-se de um chamado das almas dos guerrei‐
ros mortos na Batalhas do Saravá, para algum
propósito que deve ser cumprido pelos vivos. Os
sonhos continuam, noite após noite, até que o
personagem cumpra sua tarefa, caso contrário,
após três noites seguidas de sonhos e pesadelos,
que se tornam cada vez mais angustiantes, o per‐
sonagem começa a receber níveis progressivos de
Esgotamento.
O olho que tudo vê: no extremo das monta‐
nhas no nordeste poucos clãs e seres são
encontrados, entre eles os conhecidos ermitões
élficos, que seriam capazes de enxergar pelos
olhos das aves que possuem em seus abrigos
(conta-se que tais figuras realizam rituais peri‐
gosos onde removem um de seus próprios olhos,
como também um dos olhos da criatura, pas‐
sando a enxergar através delas, desde que
carreguem o olho do ermitão durante seus vôos).
Viajantes costumam procurar os ermitões para
ouvir seus relatos e pedir sua ajuda, seus abrigos
rústicos reúnem várias aves, todas caolhas, sen‐
do este um sinal de que se aproximam de seus
refúgios, localizados em regiões inóspitas e dis‐
tantes das rotas principais.
22
Maltebom
P EREGRINOS E CURIOSOS
Os anões responsáveis pela criação dos as-
sentamentos no nordeste rochoso de
Casanova tem sua origem na miscigenação
de certos grupos pertencentes aos seus pa-
rentes Punhobronze, e em grande escala dos
Ruivopelo, que migraram da populosa Tor-
rão já nos primórdios do mundo em busca
de novas terras, pois a liderança e domínio
exercido pelos Forjanegra, junto aos própri-
os Punhobronze, acabava por sufocar outros
movimentos e vozes, criando ambientes de
tensão e promovendo conflitos entre clãs e
grupos distintos.
Assim surgem os chamados Pedrafosca,
os anões corpulentos, de peles de tons mais
escuros, cabelos e barbas volumosos que
variam entre cores escuras e avermelhadas
(em alguns casos chegam a tonalidades
mais claras). São uma linhagem concebida
ao longo das estradas do mundo e possu-
em a melhor capacidade de adaptação e
sobrevivência de toda a raça anã, além de
sabedoria suficiente para garantir políticas
vantajosas e duradouras com outros povos.
Os Pedrafosca são os anões mais facilmen-
te encontrados ao redor de Casanova, seu
traquejo e perspicácia permitem que ocu-
pem posições de prestígio fora de seus
domínios, acumulando títulos da fidalguia
dos humanos, cargos diplomáticos e comer-
ciais e posições militares de destaque.
A S ERR A FARPADA
Os Pedrafosca encerram suas peregrinações
ao chegar nas regiões entre o norte e o nor-
deste do continente, iniciando a exploração
de suas incomuns serras e montanhas, fun-
dando Maltebom, casa dos mestres
produtores de bebidas, especialmente as
fermentadas, que dizem ser a herança das
gerações que viajaram o continente por lon-
gos anos, conhecendo inúmeros métodos e
técnicas com outros povos e raças (vários
deles já extintos).
 O reino de Maltebom está situado nas
entranhas das Serras Farpadas, complexo
de montanhas que nascem no nordeste e
se estendem até o centro de Casanova, pos-
suindo características peculiares, seus pi-
cos pontiagudos parecem robustos espinhos
de pedra escura, como garras brotando da
terra e se lançando aos céus.
Na região dos mais altos picos de toda
a serra, imensos pináculos de pedra se pro-
jetam no topo das montanhas e
especialmente cinco deles ganham desta-
que, formando o Pico da Mão. Os pináculos,
que se assemelham a longos dedos, foram
escavados internamente para abrigar par-
te da população através de divisões e
hierarquias, foram criadas enormes galeri-
as, salas e salões cerimoniais, além de
áreas de acesso comum para confraterni-
zações de toda a comunidade, mas a maior
parte da população ocupa minas e caver-
nas que se estendem pelo oeste, logo abaixo
do Pico da Mão, em assentamentos de ta-
manhos variados (podem variar conforme
as escavações se fazem necessárias e a dis-
posição máxima das galerias naturais).
As Serras Farpadas contornam boa par-
te do Vale do Saravá com sua coloração
escura e reluzente, e nas regiões próximas
a Exílio, nos limites da fronteira de Ginga,
os Pedrafosca detém as melhores terras de
todo o vale desde bem antes do Êxodo de
Levante. É desta região que retiram as prin-
cipais matérias primas responsáveis pela
sua maior fonte de renda e sobrevivência.
O P ICO DA M ÃO
Os cinco pináculos que formam a estrutu-
ra de pedra são divididos entre funções po-
líticas, produtivas, sociais e militares. O
primeiro e mais amplo dos pináculos é o Po-
legar, onde engenhocas são manipuladas e
matérias primas armazenadas, possui al-
guns andares ocupados por trabalhadores
diversos incluindo uma larga passagem ca-
paz de receber inúmeras cargas simultane-
amente (engenhocas e mecanismos auxiliam
nos transportes e movimentações). No se-
gundo, o Indicador, está o palácio que abri-
ga a família real, além de todos os principais
líderes e figuras influentes locais. Concen-
tra-se nesse pináculo a sede política de Mal-
tebom, que determina e aplica a legislação
vigente (que tende a incorporar elementos
de outros povos).
O Médio consiste em áreas com inúme- 2
ros salões de estudo, museus e bibliotecas,
além de um observatório no terraço. Vári-
os andares guardam equipamentos e
Casanova
acervos especiais que só podem ser aces-
sados mediante autorização. No Anelar
agrupam-se todas as camadas da nobreza
e da elite de Maltebom, sendo considerado
um dos mais bonitos pináculos entre todos
os outros, no pináculo Mindinho funciona
um complexo militar e um conjunto de ce-
las comunitárias e individuais, projetadas
em uma espiral escura e mal cheirosa que
sobe em andares tortuosos até o topo do
pináculo, quanto mais alto o andar, menor
é o número de celas existentes, mostrando
o nível de periculosidade dos prisioneiros
que ali estão. Tropas especiais ocupam os
galpões térreos e se mantém a postos para
quaisquer ocorrências.
M ESTRES PRODUTORES
A produção de bebidas, e outros produtos,
que os Pedrafosca consomem e comerciali-
zam em suas fronteiras é mantida através
do funcionamento de engenhocas barulhen-
tas, e relativamente modernas, que engajam
inúmeros trabalhadores de vários setores.
Seu armazenamento e distribuição são eta-
pas fundamentais para evitar perdas e
manter a qualidade do produto, e toda e ex-
periência acumulada nas estradas afora são
postas à prova, pois os anões de Maltebom
não permitem que nenhuma processo de
seu trabalho seja feito por outras povos,
desde a colheita dos cereais à entrega das
bebidas. Esses fatores criam uma certa at-
mosfera mítica que acaba valorizando ainda
mais o já reconhecido “malte bom”.
O contato frequente e cordial ao longo
dos anos com os povos do Vale do Saravá,
Exílio, Império Central e muitos outros fize-
ram de Maltebom o reino anão com maior
22
diversidade cultural e populacional do con-
tinente (além de fronteiras mais flexíveis,
os Pedrafosca promovem vários intercâm-
bios entre povos e raças). As características
mais receptivas e desenvoltas, e a esperte-
za nas negociações, garantem soberania e
segurança a Maltebom, ainda que se saiba
que suas terras no vale são altamente co-
biçadas por muitos povos e guildas, como
os mercenários Cruzadores.
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
Tributos e taxas: as terras cultiváveis manti‐
das pelos Pedrafosca estão nas fronteiras entre o
Exílio e o Vale do Saravá, ou seja, trata-se de uma
área com grandes históricos de tensões e invasões
de divisas. Os Cruzadores da região exigem co‐
branças de tributos para que não ataquem ou
sabotem as plantações e comitivas dos anões.
Perigos nas montanhas: os números popula‐
cionais de Maltebom são baixos se comparados à
extensão total da Serra Farpada, sendo possível
encontrar pequenos grupos de orcos e outros se‐
res, incluindo monstruosidades, pelas estradas
que levam até as cavernas e minas de Serra Far‐
pada.
Contaminações: o descarte de substâncias tó‐
xicas dos barris e galpões, que reservam certas
matérias primas, causam contaminações na água
que corre pelas montanhas e vales. Uma planta
de coloração escura nasce em certos pontos e lo‐
cais, seu consumo gera efeitos colaterais como a
perda de memória e confusão mental.
Tremores: tremores inexplicáveis ocorrem em
certos pontos das Serras Farpadas, causando al‐
guns desabamentos na parte interna das
montanhas, onde residem as famílias mais hu‐
mildes e pobres de Maltebom. Os tremores seriam
causados por uma estranha energia pulsante que
emana do coração da montanha.
O óleo dos espiões: com a grande concorrên‐
cia e disputa entre os produtores e comerciantes
de bebidas e mercadorias locais, espiões atuam
tentando sabotar as produções e o processo de
distribuição de seus concorrentes. Um óleo ex‐
traído de uma planta rara da região tem sido
usado para envenenar bebidas e alimentos diver‐
sos.
Império Centr al
Braviânia
T ERR A DA AMBIÇÃO
O ímpeto transformador e expansionista dos
2
humanos é o mais claro possível em Bravi-
ânia. A sensação que se tem quando se
Casanova
adentra suas fronteiras é de modernidade,
a maior cidade e capital econômica de Ca-
sanova inspira e assusta com seu clima de
vanguarda e prepotência no ar.
Suas ruas são bem projetadas e ilumi-
nadas, compostas de bibliotecas, museus,
teatros e feiras (a maior feira de rua do con-
tinente localiza-se em Braviânia), dos
galpões mercantis às tendas montadas nas
esquinas. Transeuntes apressados infestam
as áreas urbanas de uma pedra cinzenta e
fria. As regiões menos favorecidas concen-
tram uma massa populacional tão grande
que a falta de espaço faz com que as casas
sejam construídas umas sobre as outras.
A vanguarda de Braviânia também é no-
tada na condução da economia local,
estrategicamente ampla e diversificada. Su-
as academias formam grandes estudiosos
de áreas distintas, e tratando-se de um
grande centro cultural e comercial, os mai-
ores artistas e fidalgos de bandeiras
poderosas são encontrados pelas redonde-
zas. Há um ditado que diz “se não for
possível encontrar um produto, serviço ou
fonte de conhecimento em Braviânia, pro-
vavelmente não será possível em mais
nenhum outro lugar de Casanova” sendo
bastante repetido pelos nativos e até mes-
mo outros povos.
E NTRE ELITES E A PLEBE
Devido às suas extensões territoriais, Bra-
viânia é dividida em alguns distritos, sendo
cada um deles chefiado por um Marquês da
confiança da coroa. Existem oportunidades
de trabalho em grande parte das regiões
mais centralizadas, onde nobres abastados
convivem nos mesmos espaços em que os
miseráveis famintos lutam por esmolas. A
22
 coleta de impostos é realizada pelos própri-
os distritos e seus representantes, com
regras e condições determinadas por cada
Marquês em seu território, após aprovação
da coroa, a quem repassam a maior parte
das riquezas obtidas (casos de desvios de
recursos são comuns e geram punições se-
veras). Os Marqueses também recebem ouro
e outros bens de acordo com sua lealdade
e serviços prestados.
A defesa local é centralizada, respon-
dendo diretamente aos comandos da coroa,
suas principais atribuições são proteger as
fronteiras norte, que se aproximam de uma
região hostil e bastante populosa de Exílio,
e oeste, onde estão as principais zonas de
conflitos contra os Rufiões, o exército ofici-
al também ocupa importantes rotas
comerciais da região em postos de confe-
rências, estrategicamente posicionados,
para interpelar criminosos e inimigos que
migrem de outras terras e regiões.
Nos distritos as forças militares são for-
madas a partir de combatentes e milícias
locais, reconhecidas e apoiadas pelos Mar-
queses e seus conselheiros. Grandes fluxos
de comércios ilegais e de guildas crimino-
sas são corriqueiros, causando inúmeros
conflitos, violência e medo, principalmente
nas áreas em que se agrupam grandes as-
sentamentos humildes e favelas enormes
(formando subdistritos organizados, quase
sempre em conflito com as milícias dos
Marqueses).

A Vivenda
O mesmo povo responsável pela fundação
de Braviânia deu início às ocupações dos
territórios que seriam conhecidos como Vi-
venda, a oeste, pouco tempo depois da
chegada dos humanos às terras centrais do
continente. Acordos foram selados com a
promessa de uma aliança vindoura entre ir-
mãos, que poderiam desenvolver suas
maiores habilidades e conhecimentos em
prol de todos, suprindo as demandas de
ambos os povos e assentamentos em pac-
tos de fraternidade e solidariedade. Por

22
muito tempo, de fato, essa atmosfera per-
maneceu sendo respeitada e estimulada
pelas lideranças e o povo, de modo geral,
como se fossem duas partes de um mesmo
reino.
Vivenda possui áreas rurais predomi-
nantes, a vocação de seu povo, somada à
necessidade de sobreviver, direcionou o de-
senvolvimento de suas comunidades a
partir de características menos sofisticadas
e diversas, mas eficientes e imprescindíveis
para o fornecimento de certos alimentos e
mercadorias na regão central do continen-
te. Seus assentamentos foram moldados em
torno de grandes fazendas de cafezais e ex-
tensos pastos, dominadas por grandes
barões que acumulam riquezas e poder,
através de seus capangas e jagunços.
A cultura local reúne tradições interes-
santes sempre voltadas ao campo, as roças
e hábitos simples, como a famosa sonori-
dade do violão-mateiro dos animados
festejos, das histórias matutas dos mais ve-
lhos ao sabor da tradicional limonesa,
bebida feita a partir de aguardente e limão.
Folguedos típicos como o Festim dos San-
tos são tradicionais em Vivenda, assim
como as centenas de histórias e mitos, so-
bre criaturas sobrenaturais e lendas, da
bonança ao mau agouro, atraindo viajan-
tes e curiosos.
Os cafezais se destacam por sua maté-
ria prima única, um produto de alto valor
e procura, verdadeiras fortunas são obtidas
através da comercialização do grão através
do continente. A criação de gado também
estimula a economia local, principalmente
com o fornecimento de leite e seus deriva-
dos aos anões de Minas Reais e demais
regiões próximas, aumentando o ritmo de
trabalho para suprir demandas cada vez
mais altas impostas pelo baronato local.
A TR AIÇÃO
Atualmente Vivenda e Braviânia estão uni-
ficadas sob a mesma coroa, a traição
consumada por Braviânia contra seus alia-
dos históricos, nos momentos finais da
Terceira Era, ainda causa inúmeros confli-
tos entre grupos rebeldes, os barões que
conseguiram resistir ou escapar dos ata-
ques de seus parentes e as tropas invasoras
golpistas.
A ação violenta de Braviânia sustentou-
se sob argumentos frágeis e injustificáveis,
expondo interesses escusos de parte de vá-
rios fidalgos de Braviânia, enfraquecendo 2
os barões locais, que vinham dando sinais
há tempos de que uma ruptura ocorreria,
pondo fim aos antigos tratados e laços que
Casanova
faziam de Vivenda um grande celeiro de
Braviânia.
Surge então o temido Império Central,
a resultante de uma união imposta através
de força e derramamento sangue, liderada
pelo tirano Dom Jota, sua sede de poder o
tornou o “rei de duas coroas”, formando um
conglomerado desonrado, mas com poder
suficiente para exercer influência e poder
por toda Casanova.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
A grande feira: uma das maiores e mais conhe‐
cidas feiras livres de Casanova está localizada em
Braviânia, uma rua inteiramente formada por co‐
mércios, a partir de tendas, barracas e estabele‐
cimentos, atravessa toda a extensão da cidade, de
ponta a ponta. Essa feira permanece ao longo do
ano inteiro, funcionando ininterruptamente, dia
e noite.
Porto dos Santos: no sul de Braviânia está o
conhecido Porto dos Santos, cidade litorânea de
grande importância para o Império Central que
enaltece as figuras religiosas que abençoaram os
portos. As grandes negociações e rotas marítimas
do tumultuoso Golfo Cálido passam pela região,
movimentando o local, de onde surgem muitas
histórias de todos os tipos e oportunidades de tra‐
balho.
A resistência: grupos armados rebeldes, inimi‐
gos do Império Central, atuam nas ruas tentando
angariar apoio a um levante popular para reto‐
mar sua soberania. São considerados criminosos
pela regência que atualmente ocupa as terras de
Vivenda e por vezes entram em conflitos diretos
com a guarda imperial. Dizem que alguns dos an‐
tigos barões aliaram-se aos rebeldes
fornecendo-lhes apoio e equipamentos de guerra.
22
 As fazendas abandonadas: As áreas próxi‐
mas às Minas Reais tem sido abandonadas pelos
moradores que alegam a existência de seres so‐
brenaturais e feras terríveis na região. Várias
fazendas e campos de plantações se encontram
completamente abandonados pelos trabalhado‐
2 res e senhores de terras.
A Guilda das Sarjetas: o submundo do crime
em Braviânia é amplo e organizado, e um grupos
Casanova
se destaca pelo seu número de integrantes e alia‐
dos. A Guilda das Sarjeta tem líderes sagazes e
sábios, controlando fluxos de comércios ilegais e
roubos. Boatos apontam para uma aproximação
do Cartel para a introdução da Gris na região do
Império Central.
Minas Reais
T ERR A DOS MINEIROS
O reino de Minas Reais certamente produ-
ziu os anões mais ambiciosos e com as
maiores habilidades em mineração de Ca-
sanova. Mesmo sendo esta uma típica
prática e paixão de seu povo, os “mineiros”,
como são chamados os Forjanegra da re-
gião, aprofundaram inúmeras técnicas e
desenvolveram ainda mais conhecimentos
em escavações em rochas profundas e mui-
to rígidas.
A Cordilheira da Prata está inserida nas
fronteiras do Império Central, se estenden-
do até boa parte das Tropicais ao sul,
permitindo que essas habilidades sejam
amplamente aplicadas pelos seus nativos,
afinal, as montanhas que habitam desde
antes da chegada dos humanos à região são
riquíssimas em minérios de alto valor de
mercado, com grandes áreas cheias de pra-
ta, ouro, diamantes e vários outros
minérios preciosos.
Com tamanha riqueza os anões de Mi-
nas Reais precisaram assumir funções di-
plomáticas e posturas firmes conforme viam
suas fronteiras se tornarem mais movimen-
tadas e o interesse de povos estrangeiros
em seus domínios crescer. Estabeleceram
relações amigáveis e respeitosas com os po-
22
vos de Vivenda após décadas de desencon-
tros e pequenos conflitos, estabelecendo
tratados de explorações em conjunto ou
concessões de áreas para escavações, em
vista de condições comerciais vantajosas de
mercadorias não produzidas na região, mas
que possuem grande procura e consumo
popular, como o leite e seus derivados,
apreciados pelos anões em inúmeras recei-
tas e preparos.
O COMPLEXO MONTANHÊS
O território de Minas Reais é bastante ex-
tenso, sendo dividido por agrupamentos de
montanhas e morros que se alongam até as
Tropicais no sul. Estão interligados por ro-
bustas estruturas de ferro que permitem o
transporte de cargas e pequenos grupos em
engenhocas a vapor, similares a carroças de
ferro. Na divisa do norte, próximo a cidade
de Vivenda, foram construídas áreas comu-
nitárias, abrigando numerosas famílias e
promovendo relações políticas e comerciais
entre os povos que convivem entre si, sen-
do os redutos comerciais os responsáveis
por formar comunidades nos seus entornos,
oferecendo trabalhos e oportunidades diver-
sas.
O norte também conta com grande trân-
sito de outros povos, Diferentemente das
outras principais nações de seus povos, Mi-
nas Reais busca atrair a alta fidalguia da
sociedade e membros das principais ban-
deiras do Império Central, a fim de ampliar
suas fortunas em negociações favoráveis e
cada vez mais frequentes.
Na Divisa Sul estão as áreas principais
de mineração, explorações e pesquisas,
acumulam-se centenas de trabalhadores
divididos em grupos com funções e objeti-
vos diferentes, buscando extrair das
montanhas grandes riquezas e conhecimen-
tos. Carregam ferramentas e equipamentos
especiais usados para chegar cada vez mais
longe. Seus profundos complexos podem
ser visitados e possuem uma estrutura ar-
quitetônica projetada para impactar os
visitantes, incluindo áreas com prata pura
e ouro maciço expostos em imensas galeri-
as.
 F RONTEIR AS E TROPAS
Sua defesa é composta por tropas mistas,
entre guerreiros anões experientes e ex-
combatentes de guerra de outros povos,
sendo reconhecidos por suas indumentári-
as elegantes e uma insígnia de diamante
que carregam em seus peitorais de aço. As
contínuas crises nas fronteiras sul entre os
Rufiões e o Império Central exigem maiores
contingentes e proteções, a expansão terri-
torial de atuação do Cartel também tem se
mostrado uma perigosa realidade que exi-
ge enfrentamento.
No extremo norte das fronteiras, onde
as montanhas se desfazem lentamente até
o nível do solo, existem tropas e postos de
observação apontando para Exílio, garan-
tindo proteção às grandes oficinas de
criação e aperfeiçoamento de engenhocas e
ferramentas de agricultura usadas pelos
pequeninos, grandes parceiros comerciais.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Turismo pelas minas: os anões das Minas Re‐
ais promovem visitas guiadas e exposições de
peças e joias de alto valor em suas galerias e sa‐
lões, incluindo o acesso a andares inferiores e
seções especiais a partir de escadarias e andaimes
engenhosos. Grandes negociações são seladas du‐
rante esses eventos que acontecem de forma
recorrente entre as fidalguias locais. A moeda cor‐
rente das Minas Reais não é o Dobrão dos anões,
mas sim a Realeza, formando um eixo comercial
forte na região centro-norte de Casanova.
Norte vs sul: os mineiros que se acumulam no
sul das Minas tem demonstrado descontentamen‐
to quanto às condições de trabalho e valores pagos
pelos principais clãs dominantes. Dizem que al‐
gumas áreas de grande valor foram tomadas pelos
trabalhadores que ameaçam explodir outras
construções e mecanismos de transporte entre os
montes e picos.
As temidas profundezas: as cavernas e gru‐
tas existentes em Minas Reais estão entre as mais
amplas e enigmáticas de Casanova, havendo des‐
cobertas de minérios raros em seus níveis mais
profundos. Rumores apontam que esses minéri‐
os podem ter ligação com algum ser sobrenatural
de tamanho colossal que estaria preso nas entra‐
nhas das pedras.
Fronteiras nas Tropicais: A Cordilheira da
Prata termina já nas Tropicais, ao sul, onde gran‐
de tensão e conflitos ocorrem nos territórios
selvagens e de difícil transposição. Os Rufiões
costumam manter acampamentos secretos nes‐
sas áreas, causando grandes problemas para os
reinos do norte.
2
Terra do aprendizado: as lideranças de Minas
Reais incentivam os mais jovens a buscar sabe‐
doria, aprendendo ofícios e desenvolvendo
Casanova
conhecimentos. Existem alas inteiras destinadas
para essa finalidade. Grandes segredos de forja‐
dura e trabalhos em materiais diversos (como os
artesanatos típicos em pedra sabão) são guarda‐
dos a sete chaves nessas regiões.
Exílio
Belágua
A NOVA SEMENTE
Não se pode afirmar com exatidão onde e
quando surgiram os primeiros meiosangues
de Casanova, mas não demorou até que se
multiplicassem passando a se relacionar e
organizar entre si e por contra própria, a
princípio à margem das sociedades huma-
nas, mas com um objetivos grandiosos. Ao
longo da Terceira Era surgiram movimentos
no centro de Casanova, principalmente em
áreas humildes de assentamentos huma-
nos, falando abertamente em conquista de
territórios e avanços por reconhecimento e
soberania. A Revolução dos Orcos, que de-
vastaria os principais territórios de
Campalto, atingiu os meiosangues os colo-
cando em uma fuga desordenada para o
noroeste atravessando o enorme lago Belá-
gua, que mais tarde acabaria cedendo suas
margens norte, e arredores, como morada
para os novos habitantes.
O principal fator que facilitou seu de-
senvolvimento relativamente pacífico e
consistente está relacionado a proteção na-
tural e estratégica que a região possui. As
amplas margens norte do Belágua e sua vi-
22
são privilegiada, diminuem o risco de ata-
ques oportunos e invasões inimigas, pois a
cidade de Belágua é cercada no norte e oes-
te por Assentamentos de Cruzadores e no
leste pelo maior conglomerado orco do con-
tinente (com quem tem costurado bons
acordos políticos e pactos de não agressão).
O GR ANDE LAGO
Belágua reúne um contingente razoável de
meiosangues que seguem ritos organizaci-
onais mais parecidos com seus parentes
humanos, até pela vivência mais próxima a
eles no passado, mas seus nomes de batis-
mo variam entre o levantino élfico e o
comum. Sua organização política também
se assemelha a da maioria dos humanos,
onde uma liderança soberano governa todo
o território, passando seu poder heredita-
riamente sob a Coroa dos Herdeiros. A coroa
é mais do que um símbolo de poder, é um
item de grande valor sentimental, a peça ri-
camente trabalhada em metais e minérios
preciosos representa uma elite xenófoba,
através da conduta e comportamentos de
parte da comunidade perante aos seus pa-
rentes e progenitores humanos e elfos.
Muitos meiosangues alimentam seu senti-
mento de vingança a partir de uma ideia vil
de que, se comparados aos seus progenito-
res, são os únicos nativos de fato de
Casanova.
Seus maiores conglomerados e comuni-
dades se acumulam nos entornos da
margem norte do lago, onde se beneficiam
de uma vegetação diversa e da pesca abun-
dante. Também são exímios e habilidosos
remadores, conhecem como ninguém os ar-
redores do imenso Belágua até onde as
fronteiras leste e oeste permitem.
A residência real é uma grande e térrea
mansão que abriga o rei e toda sua famí-
lia. Sua arquitetura segue um padrão
desenvolvido pelos meiosangues unindo a
resistência dos humanos com os detalhes
exóticos dos elfos. Está localizada sob um
pequeno monte alguns quilômetros afasta-
do das margens do lago, proporcionando
uma visão ampla e estratégica tanto para o
sul, supervisionando movimentações marí-
timas, como para o oeste e norte. Sua
segurança é mantida por guardas que
acompanham a família real constantemen-
te.
V ERSADOS E ARROGANTES
As dificuldades históricas dos meiosangues 2
os tornou inflexíveis e desconfiados, im-
buindo uma certa aspereza em suas falas e
atitudes, mesmo perante aqueles que não
Casanova
pertenciam à raça humana ou élfica. Belá-
gua, como primeira grande casa da raça,
emana um orgulho que recai sob uma cer-
ta arrogância, refletida também
internamente. Suas disputas políticas qua-
se sempre carregam preconceitos atrelados
a uma pseudo pureza de algumas linhagens
que se enfrentam em debates tensos e to-
madas de decisões polêmicas. Essa
atmosfera cria certa resistência diplomáti-
ca e inúmeros obstáculos em ampliar os
laços com cidades e lideranças próximas,
os meiosangues de Belágua são firmes nas
negociações comerciais fazendo o possível
para obter largas vantagens em tratados e
acordos.
Sua economia se mantém prioritaria-
mente através das relações e comércios
internos, sendo ainda possível garantir au-
tossuficiência e bem estar para o povo,
embora com os crescimentos populacionais
essa demanda pode em breve não ser su-
portada. Outros produtos dependem de
sazonalidades e outros fatores, como a boa
vontade e o histórico de tratados anterio-
res, em negociações que se alongam por
meses e nem sempre terminam como o es-
perado. Suas famosas sementes e
oleaginosas são bastante procuradas e in-
cluídas em negociações que aumentam os
rendimentos locais em épocas de colheita.
O MITO DAS ÁGUAS
O grande Belágua é também fonte de deze-
nas de histórias e mitos, muitos estudiosos
afirmam que sua profundidade é tão gran-
de que não se conhece ao certo o que
esconde. Lendas locais apontam para uma
imensidão de segredos, seres e artefatos
perdidos. Durante a novena final de cada
22
 inverno todos se preparam para o evento “O
Guincho das Águas Vivas”. Os peixes so-
mem, as mulheres grávidas perdem seus
bebês, os homens enlouquecem, todos tem
pesadelos terríveis e tragédias ocorrem inex-
plicavelmente. Dizem que seres obscuros
2 emergem das águas guinchando em lamú-
rias e dor, o povo mantém oferendas de
cestos com flores, joias e terra pura suspen-
Casanova
sos em pêndulos com sinetas que anunciam
sua chegada nas margens do lago.
Aqueles que se permitem escutar com
atenção o que dizem os sussurros das cri-
aturas são tomados por um desejo
imensurável de segui-las até as profunde-
zas, jamais retornando. Muitos rituais são
realizados durante esses períodos e os ocul-
tistas relatam um enorme aumento de Éter
manipulável durante o evento, aproveitan-
do para realizar grandes atividades e rituais
poderosos.
Todas as noites, por nove noites conse-
cutivas, as criaturas caminham e enfeitiçam
as terras e os habitantes de Belágua.
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
O guincho das águas vivas: Estrangeiros
costumam atuar como mercenários no
enfrentamento às criaturas, muitos viajantes
também buscam abrigo nessa época do ano em
Belágua pelas promessas de bênçãos aos que
vivenciam tal evento e saem ilesos a ele. É um dos
poucos períodos do ano onde os meiosangues
tornam-se mais receptivos e tolerantes com
forasteiro e viajantes. Inevitavelmente suas
fronteiras aumentam consideravelmente as
movimentações, aproximando também
aproveitadores e golpistas.
Disputa de gerações: a divisão social existen‐
te entre os meiosangues não se trata apenas de
um grave problema moral, há uma grande dispu‐
ta de poder entre as chamadas “gerações” que não
medem esforços para ganhar influência política
entre o povo. Os Impuros se afastam cada vez
mais de seus parentes, abrindo caminho para ou‐
tros negócios com outros povos.
Tensão nas fronteiras: os Cruzadores atuam
em algumas áreas pertencentes ao território de
Belágua. Saques e conflitos armados ocorrem com
22
certa frequência nas regiões mais afastadas das
margens do lago, criando problemas para as li‐
deranças locais, que tem lidado com cautela
quanto ao assunto, pois uma guerra pode eclodir
a qualquer momento.
Marco zero: às margens noroeste do lago loca‐
liza-se uma grande escultura que representa o
marco zero da cidade. Uma obra esculpida em pe‐
dra clara com altura entre oito e dez metros de
altura. Tem ornamentos e entalhes por toda sua
lateral, e em seu ponto mais alto há um círculo
côncavo, esculpido na da rocha, onde chamas ar‐
dem iluminando as noites, sendo acesas ao cair
do sol, e se apagam naturalmente ao seu nascer
(a quantia de óleo e materiais usados para a quei‐
ma são preparados para coincidir perfeitamente
com o nascer do sol, sendo usada como uma es‐
pécie de relógio pela população local). Sua chama
é poderosa e ilumina uma área extensa da orla,
para muitos é capaz de atender o pedido verda‐
deiro de um necessitado assim que ela se apaga
ao nascer do sol. Dizem que o responsável por
acender uma pira que eventualmente queime até
depois do nascer do sol, ou antes dele, está fada‐
do a vivenciar em breve uma tragédia.
Proximidade com Sangria: recentemente os
pactos de não agressão entre as meiosangues e os
orcos tem dado sinais de que podem ser amplia‐
dos, alguns líderes de ambos os povos tem
dialogado em torno de uma ideia ainda embrio‐
nária, mas grande, um tratado de cooperação
militar e a ampliação das fronteiras de ambos os
povos ao longo de Exílio. Essa questão já tem si‐
do debatida em outros reinos que se mantém de
olhos abertos.
Grutafirme
F ORTALEZA NAS MATAS
Anões do mato, das copas das árvores, dos
morros e encostas, de hábitos silvestres e
costumes distintos de seus parentes, Gru-
tafirme reúne os mais exóticos e tribais
anões de toda Casanova, localizado no nor-
te do continente, na divisa entre Exílio e as
Tropicais, encontra-se o território domina-
do pelos anões Ruivopelo, que sem sombra
de dúvidas são os mais ligados à natureza
e as florestas entre todos os seus parentes.
Sua chegada até as regiões centrais de
Exílio ocorre por meio de longas migrações,
que resultariam também na formação do
conglomerado de Maltebom, tratando-se de
uma área de grandes relevos e altas mon-
tanhas que parecem repartir a parte
setentrional do continente ao meio, como
uma coluna.
tória de seu povo a partir de imagens
gloriosas, mas o que mais chama atenção,
por destoar das tradições mais comuns dos
demais clãs anões, são as variedades de
técnicas e cores usadas, e elementos da na-
tureza adicionados ao ambiente, como
raízes e folhas, sementes, cascas de árvo- 2
res, penas e peles de animais, etc.
Á REAS DESCONHECIDAS

Casanova
Grutafirme é uma fortaleza de pedra em-
brenhada no coração de uma Existem outras áreas de acessos
enorme fortificação em Grutafirme, além da prin-
natural, com uma cipal, a maioria delas
poderosa queda mantidas em segredo
d’água de deze- pelas tropas de defesa
nas de metros e os trabalhadores
de altura, es- responsáveis pela
condendo sua manutenção das
entrada através estruturas, algu-
de um véu de mas outras são
espumas. Para tão perigosas e
adentrar o rei- complexas de se
no é preciso transpor que pou-
transpor o lago cos cogitam
que se forma a utilizá-las.
frente da gruta A grande con-
e atravessar a centração do povo
vigorosa que- de Grutafirme se
da d’água que forma no lado ex-
cobre todo o terno da gruta, em
portão de entra- seus entornos e áre-
da. É necessário as florestais fechadas,
acionar um meca- úmidas e bastante aci-
nismo retrátil que corta dentadas, aos pés das colinas e
o fluxo da água que cai da montanha, como morros, que envolvem toda a região norte
uma barragem que desvia seu sentido libe- de Exílio, habitações de madeira e pedra
rando a passagem principal. Inúmeros me- abrigam e protegem a população de posi-
canismos de função similar se estendem ções sociais mais baixas. Grupos e clãs
pelas áreas internas ao longo do reino, cap- podem ser encontrados desde o extremo
tando fluxos de água que são direcionadas norte litorâneo, onde acabam dividindo al-
com o uso calhas e dutos com funções e pro- guns territórios com etnias taba-raiz, que
pósitos específicos. mantém algumas aldeias nos litorais, até o
Robustas vigas de madeira sustentam centro-leste do continente, por toda a “co-
uma ponte que emerge do lago quando os luna’ de montanhas e serras que repartem
mecanismos de abertura dos portões são Exílio em duas partes.
acionados, permitindo o acesso de visitan- Internamente a gruta ostenta um vasto
tes a um amplo salão de entrada esculpido complexo de áreas habitáveis, possuindo
nas pedras da montanha. Suas paredes são áreas planas em seu nível mais profundo,
esculpidas do chão ao teto e contam a his- com rios e riachos, plantações exóticas e

22
 animais selvagens. Essas ccondições ocor-
rem através da liberação de um gás natural
venenoso que emana da terra, em quanti-
dades controladas pode ser benéfico, subs-
tituindo vitaminas e nutrientes
fundamentais para a vida, mas em altas ex-
2 posições podem causar doenças na pele e
até deformações. Dentro da gruta vivem
apenas os “escolhidos” entre o povo, aque-
Casanova
les que passam por uma provação ou per-
tencem a alguma camada da sociedade
considerada de alto prestígio.
Mediante as dificuldades impostas por
um terreno de difícil transposição os Rui-
vopelo desenvolveram um sistema de polias,
roldanas e tirolesas para se locomover en-
tre pontos estratégicos nas copas das
árvores e morros. Tais pontos são usados
também como bases militares e as “torres”
de comando servem como centros de obser-
vação e controle.
Tais experiências e necessidades permi-
tiram que os anões de Grutafirme apren-
dessem a lidar com a madeira tão bem
quanto a pedra e a sobreviver confortavel-
mente na superfície, tornando-os bons ar-
queiros e ágeis caçadores, capazes de
surpreender seus inimigos.
U MA VIDA RÚSTICA
Suas práticas econômicas são certamente
as mais simples entre seus parentes, não
costumam avançar pelas fronteiras que li-
mitam seus territórios focando seus
esforços em extrair da natureza o que ela
pode oferecer. Frutas, folhas e sementes so-
mam-se à caça de aves e algumas espécies
de mamíferos para manter o bem estar da
comunidade.
As boas relações construídas ao lado
dos taba-raiz que vivem no litoral norte são
exemplos raros de políticas com o mundo
exterior, embora não sejam avessos a de-
senvolver relações com outros povos e raças
suas características comportamentais e as
condições geográficas de onde vivem dimi-
nui a frequência e ocorrências de tratados
e acordos. Ao longo do tempo os Ruivopelo
foram se reservando mais e mais em seus
22
universos particulares e podem ser consi-
derados rudes e grosseiros, e até mesmo
agressivos, se comparados aos seus demais
parentes.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Nas copas das árvores: Existem dezenas de
pontos de parada em copas de grandes árvores e
morros, interligando vários pontos do território
de Grutafirme através de tirolesas e mecanismos
similares, funcionam como bases de observações
e pontos de encontro entre comerciantes e via‐
jantes.
Gás venenoso: Rumores chegam até o lado ex‐
terno da gruta atestando que o gás tóxico, que
emana da terra, tem aumentado sua propagação
em algumas épocas do ano, causando danos men‐
tais severos aos mais jovens.
Túneis e galerias: os vigilantes responsáveis
pelas passagens alternativas de Grutafirme en‐
contram novas passagens a cada dia, várias delas
escavadas brutalmente na parte superior das ro‐
chas.
Colônias isás: os isás são mais comuns na re‐
gião de Exílio, suas colônias subterrâneas acabam
invadindo algumas das áreas internas de Gruta‐
firme, mas pelo subsolo. Os fungos que produzem
como alimento em suas colônias podem ter liga‐
ção com a liberação do gás tóxico na superfície.
Caminhos escuros: formações naturais ao lon‐
go da gruta e demais montanhas que seguem para
o centro de Exílio, através da “coluna” que divide
o continente, poderiam conectar áreas subterrâ‐
neas dos conglomerados de de seus vizinhos,
Belágua e Sangria. Acredita-se que os isás sejam
os responsáveis por esse trabalho, através de
colônias desabitadas.
Sangria
ARETOMADA
Sangria é nome de uma bebida tradicional
dos parentes antigos dos povos do Império
Central, mas seria também conhecida co-
mo o principal território orco de todo
continente ao longo do centro-norte de Ca-
sanova. A escolha do termo “Sangria” foi
realizada através de um ritual coletivo, pou-
co depois das forças orcas capturarem
Campalto por completo e expulsarem os hu-
manos para o oeste e sul.
Beberam do sangue de seus inimigos
mortos em campo de batalha, pactuando
em comprometimento com a terra recon-
quistada por seus povos, terras que foram
tomadas à força pelos Cruzadores huma-
nos ainda na Primeira Era. Disputas por
mais importante certamente foi a composi-
ção de uma aliança com os draconianos,
eficientes aliados táticos infiltrados na ca-
sa do inimigo.
A SSENTAMENTOS CAÓTICOS
Sangria se espalha por uma extensa área 2
plana aos pés de um complexo de pequenas
e médias montanhas no centro-leste, na
parte final da chamada Coluna de Exílio, lo-

Casanova
territórios eram constantes na região, ge- cal de áreas acidentadas, com morros
rações inteiras de orcos foram aniquiladas íngremes e pontiagudos.
com as expansões violentas de outras ra- Dividem-se em clãs de tamanhos maio-
ças e povos antes de sua revolução. res ou menores (variam normalmente entre
dez e doze indivíduos), com um líder que é
F RUTOS DA REVOLUÇÃO escolhido em concordância por todos os
A chamada Revolução dos Orcos só foi pos- membros e através de uma votação cerimo-
sível graças a uma mudança fundamental nial aberta, o escolhido torna-se o chefe do
de comportamento das principais lideran- clã e fica responsável por defender os seus
ças das maiores, e mais poderosas, tribos parentes e suas tendas. Estão espalhados
ocupantes de Exílio. Uma figura em especi- por toda extensão plana da região, cons-
al merece reconhecimento por serviços truindo tendas rústicas de madeira e couro
prestados ao seu povo. Gandáha, a revolu- pelo território, logo abaixo das passarelas
cionária, é considerada uma das maiores e pontes que formam um “andar superior”
estrategistas da história dos orcos, possi- caótico e rústico acima.
velmente da história do continente, bastante
articulada e perspicaz, passou anos estu-
dando as relações e história de cada uma
das ramificações tribais dos orcos e de seus
inimigos mais poderosos, mobilizando e reu-
nindo grupos esquecidos nos ermos,
desfazendo antigas rivalidades e conflitos,
chegando a atuar como diplomata em acor-
dos de paz, pondo fim aos derramamentos
de sangue desnecessários. Pouco a pouco
conseguiu forjar alianças importantes en-
tre as mais fortes tribos orcas, que
demonstravam cada vez mais interesse e
concordância com suas falas inflamadas.
Gandáha foi capaz de reunir centenas
de clãs para lutar por uma mesma causa e
contra um mesmo inimigo, deixando para
trás toda e qualquer desavença em prol da
conquista maior. Todo esforço que não fos-
se direcionado à retomada de seu território
deveria ser evitado, e em uma surpreen-
dente aliança os orcos se fortaleceram, se
organizaram e agiram. Entre os acordos
costurados por Gandáha, estrada à fora, o

22
 Outros grupos menores contendo os
principais líderes e melhores soldados de
Gandáha e sua cúpula escavaram rocha
acima esculpindo abrigos diretamente na
parede da montanha, sendo possível iden-
tificá-los perfeitamente ao observar de
2 grandes distâncias, buracos côncavos no
alto da montanha, protegidos por pesados
e largos pedaços de couro, como cortinas.
Casanova
Conta-se pelos becos e ruas que o abrigo
que mantém Gandáha e seus principais co-
mandantes em segurança está escondido
em alguma galeria próxima ao pico da mon-
tanha, mas diferentemente das escavações
citadas anteriormente, sua morada está
oculta no coração das pedras, e como su-
as aparições tem diminuído drasticamente
nos últimos tempos, até mesmo por sua
idade avançada, dúvidas sobre sua saúde
e segurança são recorrentemente levanta-
das pelo povo.
OS ANDARES
As construções erguidas alguns metros
acima do nível do chão estão sustentadas
pelas paredes rochosas que limitam o pla-
nalto onde estão as principais tribos e
agrupamentos, eespalhados por toda a
área central. O piso é conhecido como
“Chão”, recebe pouca luz solar e concentra
a maior parte do povo em tendas rústicas
de tamanhos variados. Nos andaimes, pas-
sarelas e pontes acima ficam os comércios,
espalhados de maneira absolutamente caó-
tica, conhecido com o ”Teto”, abrigando
também uma elite entre os orcos, com cer-
tos privilégios que geram conflitos e desen-
tendimentos entre os mais pobres e os
mais prestigiados. O trânsito entre as ca-
madas é livre entre todos os nativos, ha-
vendo passagens alternativas que levam
até comunidades afastadas, como também
complexos de túneis escavados no subso-
lo, permitindo movimentos de guerra e fu-
ga.
Alguns clãs possuem afinidade entre si,
realizando trabalhos conjuntos e acordos
comerciais particulares, sendo comum que
prefiram conviver entre os seus mais afas-
tados do centro de Sangria, em pequenas
22
comunidades fronteiriças. E embora a Re-
volução dos Orcos tenha contido as animo-
sidades e guerras entre os clãs, os inimigos
não tardariam a relembrar suas diferenças
e reacenderem velhos e sangrentos confli-
tos. A cultura orca nutre uma admiração
pela demonstração de força (não apenas fí-
sica), e as disputas por posições importan-
tes são determinadas de acordo com a
quantidade de sangue derramado e a sabe-
doria demonstrada, nenhum chefe ou líder
sem cicatrizes transmite segurança ao seu
povo, e ainda que um chefe de clã seja
morto por um inimigo, em um combate
justo, seus herdeiros terão respeito pelo
guerreiro vencedor.
Sangria mantém basicamente relações
comerciais entre os assentamentos de seu
próprio território, mas recentemente al-
guns avanços e aproximação de vizinhos
tem permitido que os orcos ampliem as
condições econômicas e sociais de sua po-
pulação.
Entre as principais relações acordadas
desde a revolução destaca-se o respeito e o
reconhecimento mútuo das fronteiras que
separam Sangria e Belágua, vários trata-
dos tem sido definidos entre as lideranças
de ambos territórios, buscando criar me-
lhores condições de vida e oportunidades
para seus povos no Exílio, enfrentando os
Cruzadores e todos os perigos naturais e
sobrenaturais que infestam a perigosa re-
gião.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
A toca de Gandáha: boatos contam que o es‐
conderijo conhecido como a “Toca de Gandáha”
seria na verdade uma cripta onde repousa seu
corpo, pois não se tem notícias recentes da líder
máxima. Feitiços e rituais profanos manteriam o
seu corpo intacto, visando uma tentativa de tra‐
zê-la de volta à vida.
Expansão da Revolução: comenta-se que
existem planos em curso para que a própria Gan‐
dáha possa atuar como líder de uma nova
revolução, dessa vez no sudoeste do continente,
nas regiões de Ermo. As fronteiras estariam mo‐
vimentadas e atentas para tentar capturá-la e
muitos acreditam que isso já aconteceu.
Inimigos do Império: Sangria se formou sob
o território dos antigos aliados do Império Cen‐
tral, acumulando problemas e inimigos
poderosos. Tratados e acordos buscam encurra‐
lar os orcos, limitando suas relações diplomáticas
e rotas comerciais, gerando até absurdas restri‐
ções de acesso em Braviânia e Vivenda aos
apoiadores da Revolução dos Orcos.
Traidores da revolução: alguns grupos de or‐
cos aliaram-se ao Império Central após a
revolução, atuando na tentativa de derrubar seus
líderes, em troca, recebem grandes remessas de
ouro, apoio estratégico e alguns privilégios do Im‐
pério, onde muitos clãs passaram a residir mesmo
sob forte preconceito e ódio de grande parte da
população.
Grandes inimigos dos Cruzadores: os ter‐
ritórios leste de Exílio são as regiões onde mais
ocorrem conflitos e batalhas sangrentas contra
seus maiores inimigos, os Cruzadores, sufocan‐
do ainda mais suas já escassas opções de rotas e
alianças.
Terr aleste
Bocanegra
E STUDIOSOS DAS ESTRELAS
No extremo de Terraleste, já distante das
principais rotas comerciais terrestres de
grande altitude, encontram-se os povos que
se desenvolveram mais próximos das áreas
litorâneas, adaptando-se muito bem e até
desenvolvendo técnicas de fabricação de em-
barcações com grande resistência, mesmo
utilizando materiais leves e fáceis de manu-
sear e conduzir. São conhecidos como
“sábios” e “amantes das estrelas”, conside-
rados o povo com maior conhecimento em
matemática e astronomia, em estudos com-
plexos e extensos sobre observações dos
astros, desde as estrelas, o sol, os planetas,
assim como os principais ciclos naturais da
Orbe de Libra.
O grande centro populacional da região
responde por Bocanegra, tratando-se de
uma espécie de capital, uma cidade de
grande concentração populacional, influên-
cia religiosa e comercial. A política de
Bocanegra e demais territórios da região se
baseia em um sistema de cidades-estados
soberanos capazes de construir relações e
alianças entre si, pautadas pelas crenças
2
antigas e dogmas religiosos que atravessam
gerações e conectam a maior parte da cul-
tura étnica de Terraleste.
Sua economia está ligada à agricultura
Casanova
de produtos como o milho, o cacau e o aga-
ve, cultivados em regiões de altitudes
maiores e distantes dos centros movimen-
tados. Como não há cunhagem de moedas
em Terraleste os nativos costumam prati-
car o escambo ou utilizam moedas
estrangeiras para situações e acordos co-
merciais específicos.
A CAPITAL
Carregado de simbolismos diversos, os cos-
tumes locais incluem sacrifícios humanos,
celebrações e ritos de passagens que abran-
gem fenômenos como transes coletivos (que
normalmente ocorrem simultaneamente a
fenômenos naturais), etc. Algumas áreas
são consideradas excelentes pontos de ob-
servação, reunindo sábios e ocultistas que
passam muitas das vezes suas vidas intei-
ras estudando os céus e os seus fenômenos.
As autoridades locais dos assentamen-
tos pertencentes ao conglomerado recebem
títulos de Senhores e Senhoras, exercendo
poder político em todos os territórios pró-
ximos de menor expressão e influência,
cada grande cidade também tem direito a
nomear um Alto Líder, responsável pelas
principais alianças, tratados econômicos e
defesa das fronteiras, executando esses pro-
cessos em conjunto com as altas cúpulas
sacerdotais, que assumem cargos estraté-
gicos e de grande influência, desenvolvendo
e aplicando normas e leis rigorosas.
Como principal polo econômico do ex-
tremo leste, Bocanegra acaba por exercer
uma espécie de autoridade perante outras
cidades aliadas próximas, tornando-se um
centro urbano onde ocorrem as principais
reuniões e conselhos das cidades-estado,
22
celebrações populares e grandes eventos.
Diferentemente de seus parentes ances-
trais que ocupam a região norte de
Terraleste (margeando e dominando as áre-
as que compreendem as áreas florestais de
Selvalta) e do sul (através das longas e al-
tas Cimeiras) a cidade de Bocanegra se
forma através de áreas de baixa altitude,
suas principais construções e monumen-
tos arquitetônicos, reunidos em seu centro
comercial e político formam uma área ocu-
pada por grandes movimentações de
camponeses, trabalhadores, profetas e cu-
randeiros. E embora o fluxo de viajantes
seja constante, os povos locais acostuma-
ram-se a promover suas relações comerciais
através de rotas marítimas, possuindo pou-
cas estradas terrestres bem desenvolvidas
para terras distantes.
DO CÉU AO MAR
De modo geral, Bocanegra orienta-se atra-
vés de três vertentes principais para a
concepção de sua sociedade, os estudiosos
focam no desenvolvimento e ampliação de
seus conhecimentos sobre as ciências ocul-
tas, chegando a desenvolver habilidades
matemáticas não vistas em nenhum outro
território do continente, sendo bastante co-
mum que hajam centenas de escritos sobre
o tema, assim como diversos e precisos ca-
lendários que regem as práticas agrícolas,
ciclos lunares, e vários outros.
Os religiosos organizam e executam to-
das as demandas ritualísticas tradicionais
(como a extração do coração de um indiví-
duo ainda vivo como oferenda às entidades
da natureza), interferindo também na cri-
ação e definição de leis e normas que devem
ser plenamente obedecidas.
Por último o povo, havendo inúmeras
condições de trabalho que podem variar de
acordo com a região, as leis vigentes e o
histórico dos indivíduos em questão (é per-
mitido realizar o pagamento de dívidas altas
ou crimes graves através da força de traba-
lho, ainda que não se possa exercer
nenhum outro direito sobre o devedor).
A cidade que inspira sabedoria através
de uma atmosfera enigmática, se conecta
com o mundo externo a partir da baía de
Bocanegra, região de movimentação cons-
tante de embarcações e piratas, que se
reúnem na inóspita região de Casanova pa-
ra a realização de todos os tipos de
comércios, capaz de comportar inúmeros 2
portos de atracagem e vilas estrategicamen-
te erguidas para atender as demandas dos
viajantes. As lideranças locais tentam evi-
Casanova
tar ou controlar os fluxos e atuações de
contrabandistas, mas tem grandes dificul-
dades devido a localização da baía e o alto
número de forasteiros que diariamente che-
gam à região.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Comércio na Baía de Bocanegra: a larga
baía situada no extremo leste do continente é pro‐
vavelmente umas das mais ativas regiões
portuárias de Casanova. Os vilarejos e assenta‐
mentos que se formam na região são compostos
e controlados tanto pelos nativos quanto por ou‐
tros povos e raças, que nos últimos tempos tem
avançado e empurrando os povos de Bocanegra
cada vez mais para a capital. As histórias que che‐
gam até as cidades grandes é que vários capitães
das embarcações piratas desejam formar na re‐
gião uma cidade soberana e porto seguro para os
aliados.
Os sacrifícios: A cultura religiosa de Bocane‐
gra é levada muito a sério pelos nativos, sendo
comum que os sacerdotes locais realizem sacri‐
fícios humanos ou exijam alguma grande doação
(como um olho, dedo, pedaço da língua, etc).
Guerreiros e conjuradores normalmente são os
escolhidos para esses rituais, mesmo os de outras
terras. Em caso de negação da participação, os es‐
colhidos são considerados maculados e recebem
a pena de morte, precisando cumprir uma tarefa
determinada pelo sacerdote responsável em bus‐
ca de acalmar as entidades e receber o perdão.
Aliados, mas nem tanto: embora os povos de
Terraleste sejam parentes ancestrais e respeitem
as lideranças soberanas dos territórios, conflitos
armados ocorrem nas estradas que levam para o
Império Trindade e nos extremos das Cimeiras,
onde comerciantes e criminosos são vistos aos
montes. As disputas nessas regiões são estimula‐
das pelas definições e limites territoriais de cada
Império e das cidades aliadas de Bocanegra.
22
 Lenda do templo: existe um templo localiza‐
do em uma antiga cidade abandonada (por razões
desconhecidas) que segundo as lendas locais
guardaria algum segredo que só se revelaria com
a resolução de um enigma. As marcações, enta‐
lhes, desenhos e figuras que se formam nas suas
2 paredes de pedra multicoloridas, iluminadas pe‐
lo sol, seriam a chave para o mistério.
Rituais de adivinhação: os sábios que vivem
Casanova
isolados em regiões afastadas dos centros movi‐
mentados são conhecidos por “conversar com as
estrelas”, e os devotos, conjuradores e peregrinos
que desejam que seus questionamentos sejam es‐
clarecidos devem oferecer algo valioso em troca
de uma resposta para uma pergunta.
Império Cimeiro
P ICOS QUE TOCAM OS CÉUS
Como não poderia ser diferente o Império
Cimeiro atravessa toda a extensão da enor-
me Cordilheira do Cimo, ou apenas “as Ci-
meiras” como popularmente são conhecidas
as extensões das montanhas lestinas, e se
alonga até o extremo litorâneo de Terrales-
te, bem próximo às áreas fronteiriças de ci-
dades aliadas de Bocanegra, onde as
montanhas apresentam picos mais baixos
e altitudes mais brandas, facilitando a ge-
ração de práticas comerciais entre os povos
que habitam o local, mas também de con-
flitos e disputas por terras e domínio de as-
sentamentos, e principalmente pelo controle
e influência da Baía de Bocanegra, a maior
área de livre comércio e contrabandos ma-
rítimos de toda Casanova.
As fronteiras oeste do Império se limi-
tam onde justamente se forma uma barrei-
ra natural de montanhas que fazem divisa
com os territórios de Exílio. Atualmente,
com a revelação do retorno do Último, es-
sas montanhas foram rebatizadas para en-
fatizar que a região tornou-se uma área
hostil e quase que totalmente abandonada,
sendo basicamente um covil para o rei dos
reis, a Montanha Vermelha.
A fronteira norte é composta pratica-
22
mente por áreas florestais acidentadas e de
grande dificuldade de transposição e ocu-
pação, oscilando entre as áreas de maior e
menor altitude (Selvalta e Selvabaixa). Por
se tratar de áreas com certa complexidade
de exploração, o local acaba por ser consi-
derado um território selvagem e perigoso.
Inúmeras espécies animais e vegetais ocu-
pam inteiramente a região e atraem desde
caçadores aos estudiosos que buscam por
plantas, raízes e sementes nativas com po-
deres medicinais milagrosos.
T ERR A DO OURO, DA PR ATA E DO
BRONZE
Existem muitas lendas e histórias antigas
que garantem a existência de ruínas das
primeiras cidades das civilizações que che-
garam no leste de Casanova ainda na
Primeira Era, antes mesmo da divisão dos
povos e dos assentamentos e territórios de
Terraleste. Os relatos contam que a primei-
ra cidade lestina era totalmente composta
de minérios dos mais belos e chamativos já
encontrados nas montanhas. Ouro e prata
abundantes em templos ancestrais que te-
riam sido soterrados a partir de tremores e
desabamentos. Essas lendas e mitos se
apoiam nas características dos povos locais
e suas magníficas cidades, repletas de ou-
ro, prata e bronze.
A formação política do Império Cimeiro
consiste em um poder centralizado e forte
que está em constante ampliação, avançan-
do em direção a cidades e assentamentos
menores espalhados pelas áreas planas e
habitáveis das áridas cordilheiras, exigin-
do pagamentos de tributos periódicos
(quase sempre de materiais ou alimentos
de grande importância para a manutenção
do Império, como a quinoa e a batata), le-
aldade e servidão absoluta quanto ao
cumprimento de leis e condições comerci-
ais, além da incorporação de suas culturas,
religiões, línguas, etc.
Esses conglomerados respondem todos
ao Sapka, líder supremo de todas as cida-
des-estado pertencentes ao império. A
antiga dinastia dominante mantém seu sta-
tus de grandes líderes do povo, protegendo
suas fronteiras dos avanços do Império
Central, com quem travam batalhas desde
a Segunda Era.
Por se tratar do território mais rico em
minérios preciosos de todo o continente, in-
vasores e bandidos buscam explorar as 2
regiões mais selvagens das Cimeiras, en-
frentando as perigosas e maiores altitudes
de toda Casanova em busca de fortunas.

Casanova
AS DIVISÕES
O Império é repartido em quatro divisões
políticas fundamentais controladas por au-
toridades designadas pelo Sapka,
viabilizando o comando de suas extensões
territoriais através das divisas do norte, sul,
leste e oeste. A região oeste funciona como
uma capital econômica destinada a resolu-
ção de todas as questões diplomáticas das
Cimeiras, é nessa divisa que os maiores
conselheiros representantes de seus terri-
tórios reúnem-se para tratar dos assuntos
e questões políticas mais relevantes, estrei- merciais mais seguras entre capitais e
tando laços essenciais entre si e conglomerados relevantes, transportando
desenvolvendo estratégias para ampliar as cargas valiosas e comitivas importantes.
relações comerciais com as cidades que ro-
Possuem bom número de soldados mu-
deiam seus domínios.
nidos de equipamentos feitos em bronze (em
A economia das Cimeiras se baseia nos muitos casos usam o ouro e a prata como
recursos disponíveis na região de altíssimos matéria prima para a confecção de suas ar-
picos e montes, alimentos como a batata, mas e itens de proteção), sendo a maioria
o abacate e a quinoa estão presentes no dia das tropas posicionadas através da Monta-
a dia da população, existindo até mesmo nha Vermelha para manter a segurança das
lagos artificiais em áreas montanhosas res- fronteiras. Ademais, distribuem-se pelas di-
ponsáveis pela manutenção de parte da visas do Império de acordo com suas
agricultura local. Entre os povos de Terra- concentrações populacionais e sazonalida-
leste os nativos de Império Cimeiro são os des (festejos, eventos, etc).
que possuem relações comerciais externas
mais bem desenvolvidas e frequentes, fator
impulsionado pela proximidade com outros
territórios, como é o exemplo de alguns as-
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
sentamentos de Exílio, e recentemente Efeitos da altitude: a altitude existente nas Ci‐
meiras exige que os viajantes consumam as folhas
acordos alinhados com orcos de Sangria.
de uma planta típica local, capazes de diminuir
As estradas que interligam as fronteiras do
os efeitos gerados pela falta de oxigênio.
Império Cimeiro com outras cidades da re-
gião, o leste de Exílio e demais localidades, Regra: os personagens que estiverem expostos
por mais de quinze minutos nas regiões mais altas
foram construídas a partir de grandes in- recebem um nível de Esgotamento caso não con-
vestimentos em recursos, tempo e trabalho, sumam a folha (mastigação, chás, etc).
possibilitando relações diplomáticas e co-

22
 Lhamas: as montarias usadas nas Cimeiras, co‐
mo também para transportes de cargas, são as
lhamas. Cavalos e outros animais tem grandes di‐
ficuldades nessas regiões (recebendo penalidades
diversas, como movimento, Esgotameno, etc).
2 Lua da Morte: quando a lua se apresenta com
uma tonalidade avermelhada é um sinal que uma
tragédia deve ocorrer em breve. Inúmeros ocul‐
tistas aproveitam o fenômeno para realização de
Casanova
sempre foi cenário de batalhas sangrentas
entre povos inimigos, realidade que muda-
ria após a chamada Guerra dos Mortos
(onde os campos de batalha ficavam toma-
dos por corpos causando doenças e pragas
aos que sobreviviam). A partir de então tor-
nou-se possível alcançar uma relativa paz
na região, possibilitando aumentos popula-
cionais e desenvolvimento das principais

poderosos e perigosos rituais. cidades e vilas. Esse crescimento trouxe

consideráveis avanços na condição de vida
Perigo nas montanhas: a altitude não é a úni‐ dos nativos, impulsionados pela agricultu-
ca inimiga dos viajantes, grandes feras ra local e seus principais
e seres sobrenaturais infes‐ produtos, como o mi-
tam as áreas selvagens e lho, o algodão, o
inóspitas que se estendem feijão e o cacau (in-
por toda a extensão da Ci‐ clusive a semente
meira. Salteadores e cultis‐ de cacau serve pa-
tas profanos se escondem
ra certas práticas
pelas estradas e picos atrás
de escambo).
de oportunidades fáceis e
acordos duvidosos. O Império
Trindade se forma
Nas fronteiras: a Monta‐ a partir da união
nha Vermelha e seus arre‐ de três dos mais
dores são áreas de grandes influentes e nu-
conflitos entre povos e ra‐ merosos povos do
ças, como os Cruzadores, leste, realizando
tribos nômades de orcos e investidas focadas
draconianos mercenários. na captura de ci-
Informações dizem que o dades
Último, o rei dos reis, está desprotegidas ou
de fato abrigado em seu co‐
de contingentes
vil pela montanha.
defensivos reduzi-
dos. Essa aliança
se consolida pouco
a pouco, passando
a absorver outros gru-
pos étnicos, impondo-lhes costumes,
Império Trindade culturas e leis, controlando cidades vassa-
las através de um sistema de tributação de
impostos moderno e funcional. As caracte-
U NIÃO DOS TRÊS POVOS rísticas arquitetônicas dos grandes centros
É difícil precisar quais são as extensões ter- populacionais possuem vários elementos
ritoriais totais do poderoso Império estéticos similares, contemplando podero-
Trindade, mas suas fronteiras se arrastam sos edifícios em homenagem às entidades
ao longo do norte de Terraleste, principal- e religiões do Império (embora haja inúme-
mente nas regiões montanhosas, mas ros sincretismos, certas festividades e datas
também alcança certas áreas mais selva- seguem os calendários oficiais).
gens ao oeste. Historicamente a região

22
 G UERREIROS DAS OBSIDIANAS
A região onde acumulam-se as principais
cidades pertencentes ao Império Trindade
é rica em minérios como o ouro, a prata e
o bronze, ainda que em menores volumes
em comparação ao Cimeiro, fator que inclui
a região como uma das rotas mais procura-
das de Casanova.
Conhecem técnicas avançadas de meta-
lurgia e forjadura, capazes de produzir
armas e ferramentas a partir de metais va-
riados (incluindo ouro e bronze), como
também clavas pesadas e famosas espadas
afiadas de obsidiana. Os mais temidos e no-
tórios guerreiros locais são conhecidos
como Jaguares, formam uma espécie de
guarda de elite, cumprindo funções diplo-
máticas como cobranças de impostos e
acordos políticos, desde casamentos à ali-
anças de guerra, além da implantação da
ideologia do estado dominante e da fiscali-
zação das práticas comerciais na região,
principalmente, nas fronteiras que conec-
tam outros domínios e povos.
Isto inclui o domínio da maior parte flo-
restal de Selvalta, que possui uma das
maiores regiões de matas fechadas do con-
tinente, dividida entre duas áreas, uma de
altitude mais elevada, ao leste, e a de alti-
tude mais baixa, no oeste, já divisando com
as montanhas selvagens que separam Ter-
raleste de Exílio.
G R ANDES ASSENTAMENTOS E
POPULAÇÕES
A população do Império Trindade é a maior
entre todos os outros principais assenta-
mentos e regiões de Terraleste, os grandes
números de povos e culturas que convivem
entre si geram avanços e novos problemas
na mesma intensidade. As crianças costu-
mam ser alfabetizadas e recebem educação
e ensinamentos diversos em centros de co-
nhecimento e cultura. A escrita é feita atra-
vés de códices grafados em folhas de agave,
e os cálculos utilizam uma espécie de ins-
trumento similar ao ábaco.
As cidades aliadas e subalternas do Trin-
dade seguem um padrão de planejamento e
estética, visando a autossuficiência dos po-
vos de cada um dos assentamentos, isso in-
clui a existência de dutos de abastecimento
e edifícios bem desenvolvidos, funcionando
como templos religiosos, prédios da nobre- 2
za, construções e monumentos públicos.
Casanova
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Guarda dos Jaguares: os guerreiros de elite
do Trindade avançam por territórios e fronteiras
de outros povos, gerando conflitos e abalos diplo‐
máticos. Os Jaguares são os mais temidos e
respeitados combatentes de toda Terraleste.
Obsidiana: Na região onde se localiza o império
existem inúmeros vulcões, de onde é possível ob‐
ter a obsidiana, uma espécie de vidro vulcânico
resistente utilizado para a criação de armas, equi‐
pamentos e artesanatos variados. O comércio e a
extração da obsidiana movimentam grupos e
mercenários, pois as regiões onde se consegue ob‐
tê-las costumam ser hostis e repletas de criaturas
e seres sobrenaturais.
Atmosfera de guerra: embora as grandes
guerras tenham terminado com a criação do Im‐
pério Trindade, uma nova onda de conflitos vem
ocorrendo após o surgimento de uma epidemia
que tem levado inúmeras pessoas à morte. Líde‐
res religiosos alegam que este é um presságio do
astro sol que indica uma fase de transformações
na região.
O elo de ligação: lendas dizem que todos os se‐
res vivos estariam ligados entre si por um fio
invisível aos olhos, sendo possível rastrear a lo‐
calização de uma pessoa através de rituais
delicados e complexos, realizados por anciões de
Império Trindade.
Expansão: os povos do Império Trindade são os
mais expansionistas de toda Terraleste, e atual‐
mente seus líderes movimentam seus soldados
para fronteiras onde estão seus vizinhos de Bo‐
canegra e das Cimeiras. Rumores atestam que o
Império Trindade deseja conquistar todos os ter‐
ritórios e povos de Terraleste, a qualquer custo.
22
 Gr andeserto
A Fenda
M UNDO SUBTERR ÂNEO
Por todos os cantos que os olhos podem per-
correr por Grandeserto a paisagem é
praticamente a mesma, solo seco e árido,
vegetação esparsa, pouco diversa, e escas-
sez de água e alimentos. Talvez seja
exatamente por este motivo que as princi-
pais habitações e comunidades agashis
tenham sido formadas e desenvolvidas na
camada subterrânea do território. As pro-
fundezas não oferecem condições muito
melhores, mas servem de abrigo para os po-
vos de ancestralidade reptiliana.
A Fenda é a mais conhecida passagem
de acesso subterrâneo existente em Gran-
deserto, para alcançar seu subsolo
habitável, onde centenas de pequenos clãs
escavam desordenadamente na pedra, for-
mando espécies de tocas para abrigar seus
familiares, é necessário adaptar-se ao silên-
cio e a escuridão presentes na maior parte
dos complexos tortuosos.
Bastante conhecida em Casanova, a
Fenda consiste em uma enorme fissura no
solo, possuindo dezenas de metros de ex-
tensão. A largura de sua rachadura
comporta facilmente trinta humanoides ro-
bustos lado a lado de mãos dadas. Ao longo
do tempo, a Fenda recebeu intervenções ar-
quitetônicas dos povos que a colonizaram,
na superfície recebeu grandes escadarias
escavadas solo adentro, e embora não se-
jam obras de grandes sofisticações,
possuem funções fundamentais ao ampli-
ar e facilitar as movimentações comerciais
locais.
T ÚNEIS , GALERIAS E LABIRINTOS
Outros acessos naturais foram sendo des-
cobertos e usados pelos agashis ao longo do
tempo, assim como também foram criadas
inúmeras passagens alternativas, ocultas
propositalmente em lugares aleatórios, mar-
cações estratégicas e alertas camuflados nas
paredes são deixados muitas vezes de for-
ma imperceptível ou para confundir
invasores, onde somente um nativo seria
capaz de notar e compreender o significa-
do. Câmaras e corredores sinuosos foram
moldados sob a terra firme sem abalar a es-
trutura da superfície rígida, onde clãs 2
ocupam áreas menores como residências
comunitárias reservando as câmaras mais
profundas e amplas para atividades religi-
Casanova
osas, comerciais e ritualísticas.
Embora hajam mercenários e explora-
dores sedentos por riquezas dispostos a
todo tipo de negócio, não há uma grande
preocupação dos clãs chefes da Fenda
quanto a geração de conflitos graves e in-
vasões em massa capazes de subjugar seus
povos, de qualquer modo os clãs agashis
costumam migrar de seus territórios sazo-
nalmente, criando túneis e corredores
labirínticos por toda a parte.
N AS PROFUNDEZAS
É difícil precisar a extensão máxima que os
agashis alcançaram através das explorações
a partir da Fenda (que, de acordo com os
relatos históricos, sempre esteve no local
onde está, mesmo antes da chegada dos hu-
manoides). É certo dizer que chegaram
longe, onde nenhuma outra raça ou povo
havia chegado. Diferentemente das escava-
ções dos povos anões, projetadas em
andares com funções claras e acessos co-
muns em certos padrões, a Fenda apresenta
um ambiente caótico e tão profundo que não
se sabe exatamente onde termina.
Os agashis chamam a Fenda de Qaee-
liz (possui mesmo significado em sua
língua), e suas histórias e educação trans-
mitidas de forma oral atravessam gerações.
Desde cedo os mais jovens escutam relatos
assustadores de conflitos e batalhas con-
tra seres bizarros e animais desconhecidos
das profundezas, surgindo por vezes notí-
cias de ataques contra grupos caçadores
nos níveis mais profundos e desabitados da
Fenda, local onde nativos obtém o princi-
pal alimento de seus clãs, caçam uma
espécie de larva gigante que nasce nas pro-
fundezas da terra, capaz de manter a
22
 sobrevivência de famílias inteiras, também
alimentando outros seres e criaturas que
com quem dividem as profundezas.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
2 Comida exótica: Durante as explorações em
busca das larvas que alimentam a população,
muitos coletores e soldados desaparecem, aque‐
Casanova
les que são encontrados apresentam corpos
brutalmente mutilados.
Sinais ocultos: as marcações e sinais coloca‐
dos pelos agashis nos labirintos existentes na
Fenda confundem qualquer indivíduo que não
pertença à raça.
Regra: todos os testes de sobrevivência (e outros,
conforme determinação do Mestre de Jogo) serão
realizados como se fossem de uma, ou duas, gra-
duações inferiores.
Seres das profundezas: Relatos que chegam
das áreas mais profundas da Fenda dizem que in‐
setos de tamanhos muito maiores se reproduzem
em colônias e covis, aumentando cada vez mais
suas espécies, que precisam subir para níveis mais
próximos da superfície em busca de presas.
Hospedeiros: Rumores dizem que alguns
22
agashis foram encontrados apresentando com‐
portamentos estranhos e aparentemente
inconscientes, como se estivessem sendo contro‐
lados de alguma forma. Os patrulheiros dos níveis
mais profundos encontraram pequenas criatu‐
ras nos ouvidos, olhos e narizes dos agahis
mortos, sendo possivelmente capazes de agir co‐
mo hospedeiras.
Espíritos adormecidos: os nativos escavaram
até grandes profundidades, mas as lendas conta‐
das pelo povo dizem que deve-se tomar muito
cuidado com as expansões, pois os espíritos ador‐
mecidos das entranhas do mundo podem
despertar.
Novaterra
A TERR A DA ESPER ANÇA
Os grandes responsáveis pela criação de No-
vaterra foram os desafortunados humanos
que habitavam a região do Vale do Ferro em
Ventura. Sempre houve uma disputa histó-
rica de grandes bandeiras por tais
territórios, conhecidos pela sua grande con-
centração de minérios de alto valor e as
melhores e maiores quantidades de ferros
já extraídos do continente. Com o processo
de Independência na Segunda Era, origi-
nando a República da Capivara, esses
conflitos se intensificaram entre os que lu-
tavam para sobreviver sob condições
péssimas e os inescrupulosos Barões do Ga-
rimpo, capazes de atrocidades por riqueza
e poder.
Com uma população vasta, e condições
de vida cada vez piores, um movimento na-
tural de migrações ganhou força. Famílias
inteiras que conseguiam reunir recursos mí-
nimos para abandonar seus trabalhos e
territórios passaram a se deslocar por quilô-
metros até povoados vizinhos em busca de
trabalho e comida. Dezenas de famílias e
guildas de trabalhadores eram perseguidas
e atacadas covardemente por jagunços con-
tratados pelos chamados Barões do
Garimpo, em atentados intimidatórios e
sangrentos.
Até que a notícia de um grupo de anda-
rilhos que havia fundado uma vila em uma
terra distante chegou aos ouvidos do povo,
reacendendo uma chama de esperança. O
assentamento se localizava em uma região
erma e seca nas cercanias de Grandeserto,
e por se tratar de territórios pouco explo-
rados e habitados pela maioria dos povos
de Casanova, poderia acomodar diversas
famílias e grupos exilados.
A partir de um árduo trabalho comuni-
tário realizado debaixo de altas temperatu-
ras e longos períodos sem chuvas, puderam
criar condições de sobrevivência para suas
famílias, trabalhadores e forasteiros que
pouco a pouco aumentavam o contingente
local. A região acabou sendo batizada pelas
famílias locais como Novaterra.
R OTAS DO PERIGO
Novaterra cresceu rapidamente ao passo
que outros povos tomavam conhecimento
de sua existência, chamando atenção tam-
bém de criminosos e contrabandistas,
muitos deles buscando saques e vassala-
gem, mas muitos também em busca de
acordos e negócios, como o comércio de ali-
mentos e produtos básicos fundamentais
para o bem estar da população local, e o for-
necimento de armas e equipamentos de
defesa.
O local onde Novaterra se formou está
rodeado de rotas hostis e estradas mal as- 2
sentadas, em sua maioria abandonadas e
entregues aos salteadores das secas, mes-
Casanova
mo aquelas que levam até os territórios do
Império Central. Essas regiões, castigadas
pelo sol e pela seca, acumulam várias guil-
das inimigas violentas, como também
criaturas sobrenaturais assustadoras, re-
latadas por viajantes e combatentes, mas
os acontecimentos mais notáveis vem ocor-
rendo através de alguns acordos com os
Rufiões, sendo os responsáveis pela chega-
da do temido bafo de dragão à região, usado
em armas e explosivos mortais.
A aproximação dos Rufiões inevitavel-
mente rompe relações comerciais com
certas cidades maiores, principalmente as
influenciadas pela política do Império Cen-
tral, mas aumenta consideravelmente a
capacidade defensiva e de manter a sobe-
rania de Novaterra contra inimigos e feras
perigosas.
Ao longo de várias gerações novos vila-
rejos foram sendo incorporados à Novaterra,
proporcionando maior diversidade e intera-
ções culturais, atividades comerciais e mão
de obra para trabalhar nas roças familiares
que sustentam os povos locais. Conforme
mais grupos e comunidades se unem à No-
vaterra, mais originais e únicas tornam-se
suas manifestações artísticas, comporta-
mentais, alimentares e linguísticas, com
vocabulários e características próprias.
M ISSÃO, VOCAÇÃO E FESTA
A escassez de água ocorre em certos pon-
tos de Novaterra e boa parte das regiões
próximas, gerando severas dificuldades ao
povo, as chuvas as vezes demoram meses
para chegar e tornam a criação de animais,
como o gado, e o plantio de alimentos fun-
damentais, tarefas de grande dificuldade.
22
 A mandioca é uma das principais, às vezes
única, fontes de alimentação de uma parte
considerável da população.
Nas áreas urbanas dos assentamentos
maiores o clima é mais ameno e as condi-
ções de vida são naturalmente melhores, é
2 possível encontrar comércios mais ativos e
diversos distribuídos desde feiras típicas
aos tradicionais vendedores ambulantes,
Casanova
que carregam suas mercadorias nas cos-
tas, ombros ou cabeças. Os tradicionais
apanhadores de coco são vistos nas áreas
que se aproximam dos litorais, onde a pes-
ca e as jangadas são comuns.
Danças e folguedos típicos também são
elementos importantes da cultura local, vá-
rios deles possuem tradições ligadas aos
povos taba-raiz e do Vale do Saravá, com
quem também partilharam terras, em ra-
zão de laços criados desde tempos antigos.
Algumas dessas tradições possuem origem
religiosa, mantidas por alguns grupos e
fiéis, realizando procissões cheias de ritos
e alegorias, com trajes e adornos típicos
(as líderes dos assentamentos sempre se
apresentam com o pomposo e tradicional
chapéu de chuva), compostos de danças e
músicas em frente a templos e igrejas. O
Entrudo praticado em Novaterra está en-
tre os mais aclamados de Casanova, possui
diversos elementos folclóricos e caracterís-
ticas únicas, como danças de movimentos
ágeis e ritmos rápidos, desde os cordéis
(nesse caso as manifestações são inúme-
ras), aos ritmos e batuques expressos em
intensidade variadas.
I NFORMAÇÕES IMPORTANTES
Jangadeiros no litoral: as grandes jangadas
dos povos das regiões litorâneas são conhecidas
embarcações usadas para atravessar grandes
aréas, possibilitando comércios e contatos com
outros povos de outras regiões (o caju é uma mer‐
cadoria de grande valor local), evitando as
estradas por terra, tomadas por criminosos.
Da imaginação à realidade: Acredita-se que
as conhecidas figuras e personagens das literatu‐
22
ras de cordel, de seus mais brilhantes autores,
seriam capazes de se materializar no mundo re‐
al, de acordo com a crença de seus apreciadores.
O terror dos jagunços: guildas de valentes ja‐
gunços armados, incluindo armas de fogo,
rondam por vilas e pequenas cidades pilhando e
matando seus habitantes. Costumam se abrigar
nas mortais regiões centrais do Grandeserto, en‐
trando nos territórios agashis, onde as leis não os
alcançam.
As peregrinações dos beatos: alguns grupos
religiosos buscam controlar as regiões de Nova‐
terra a partir da conversão dos nativos em
peregrinações extensas e carregadas de celebra‐
ções ritualísticas, levando a bandeira da Igreja da
Salvação por onde passam e determinando leis e
a ordem vigente a partir dos ensinamentos e dog‐
mas da igreja. Os jagunços tem demonstrado
grande descontentamento com tais grupos, que
ganham mais adeptos a cada dia.
O mistério de Grandeserto: relatos de via‐
jantes e forasteiros tem chegado até as vilas e
cidades dizendo que corpos petrificados tem si‐
do encontrados em certas trilhas e rotas,
causando problemas aos povos locais e suas prá‐
ticas comerciais.
Salvação
T ERR A DA SUPERSTIÇÃO
Salvação é um território independente loca-
lizado em uma esplêndida região que
engloba o litoral sudeste de Casanova, sen-
do considerada uma terra de absoluta
superstição. Desde os mais longínquos tem-
pos seus habitantes são conhecidos por sua
cultura atrelada a crendices e fanatismos
dos mais variados e exóticos tipos, origina-
dos nas terras dos povos do Vale do Saravá,
de quem são parentes diretos.
Tais características trouxeram fama e
uma atmosfera mística bastante renomada
à região, que é sem sombras de dúvidas a
capital das mandingas, boa sorte e de mo-
do geral, do Éter. E por ironia do destino a
grande ratificação de todo esse prestígio se-
ria coroada com o fato de Salvação também
ser a terra natal da venerada e idolatrada
Salvadora (como se pode imaginar, o nome
da cidade homenageia sua padroeira).
Curiosamente os cultos religiosos não
são exclusivamente direcionados à ela, tam-
pouco a Igreja da Salvação, embora sejam
altamente relevantes e possuam um gran-
de número de fiéis e simpatizantes, os Cul-
tos Abstratos cheios de alegorias, rituais e
peculiaridades são comuns e respeitados
pelos nativos.

ATR AVÉS DO LITOR AL

Seus territórios se estendem principalmen-
te através do litoral, onde as maiores comu-
nidades se acumulam e convivem entre si.
Os principais ramos comerciais de Salvação
estão diretamente ligados à pesca, sendo o
Porto da Paz um dos principais portos co-
merciais de todo Casanova, atraindo viajan-
tes, comerciantes de outras nações, curiosos
e desafortunados.
A culinária local também é bastante res-
peitada, sendo reconhecida pelas suas es-
peciarias e temperos marcantes. As
tradições locais se apoiam nas típicas bar-
racas de pratos e quitutes preparados na
hora, com ingredientes frescos e saborosos,
incluindo boas doses de pimentas e inúme-
ros frutos do mar.
Como dito, Salvação carrega uma ener-
gia mística única, perceptível até mesmo pa-
ra os mais céticos, o Éter permeia os ares de
todo o território e se mistura a recorrentes
contos e histórias engenhosas, nem sempre
verdadeiras, de um povo caloroso, perspicaz
e forte.

A FORÇA DE UM POVO GUERREIRO

Grandes ocorrências e conflitos marcantes
fazem parte da história de Salvação e seu
povo. Sua posição geográfica estratégica e
riquezas naturais (parte de seu território
está inserido nas áreas que compõem as
Tropicais) trouxeram instabilidade e guer-
ras por liberdade. Muitas destas passagens
e eventos deixaram marcas profundas que
ainda são sentidas e interferem diretamen-
te nas políticas internas.

22
 Sendo um território independente (não
faz parte da República da Capivara), Salva-
ção mantém-se em uma perigosa e tênue
linha entre a soberania de seu povo e o sur-
gimento de conflitos pelo domínio de rotas
comerciais, tanto terrestres quanto maríti-
mas, pois é onde Salvação ocupa uma
posição vantajosa e dominante. As forças
militares locais atuam avançadas em pos-
tos de comando que privam pelo pacifismo
até que sejam forçadas a mostrar seu ím-
peto e bravura, que supre as ausências de
tecnologias, equipamentos e sofisticações.
Através de seu conhecimento marítimo
possuem bom controle das principais rotas
que levam ao norte do continente através
do Golfo Cálido, onde estão os portos de al-
guns potenciais parceiros comerciais (ou
inimigos), como o Império Central, Terra-
leste e a Antilha dos Independentes.
''
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Boa sorte: em Salvação existe uma chance diá‐
ria de qualquer manifestação sobrenatural que
necessite de Éter não ter qualquer custo.
Regra: role 1d6 após qualquer conjuração, uso de
habilidade especial, etc, em caso de 1-2 o custo
em Éter será zerado.
Dança feroz: os nativos desenvolveram uma es‐
pécie de dança com movimentos de ataque, que
utilizam como uma prática cultural e festiva, mas
também de cunho ofensivo.
Regra: qualquer nativo ou personagem que tenha
aprendido a dança (sacrificando 1 ponto de
perícia) passa a causar dano desarmado sem
penalidade.
Porto da Paz: localizado na região central de
Salvação é uma espécie de monumento que mar‐
ca a fundação do assentamento, mas também
mantém-se iluminado para guiar as embarcações
que se aproximam pelo litoral. Nessa região acon‐
tecem as principais negociações e comércios com
outros povos, sendo altamente movimentada.
Centros culturais: as grandes e interessantes
manifestações culturais e festivas ocorrem no
centro de Salvação, onde ladeiras e ruas estreitas
se encontram em arquiteturas coloridas e chama‐
tivas. É possível encontrar grandes sábios e
feiticeiros espalhados pela região, que realizam
a leitura da sorte e aconselham os forasteiros
através de jogos de búzios, leitura de cartas e ou‐
tros métodos.
Das inundações às secas: Salvação é corta‐
da pelo Velho Rio, facilitando a sobrevivência de
povos ribeirinhos que cercam a região (ainda que
haja grande perigo por inundações e enchentes 2
do rio), sendo uma região movimentada também
por embarcações (reconhecidas por carrancas tí‐
picas em suas proas) que buscam por ouro e
Casanova
riquezas nas regiões. Em contrapartida, as regiões
que englobam os territórios de Grandeserto so‐
frem com as secas e mazelas de uma região
perigosa e repleta de conflitos.
Cerr adal
Arcoverde
DE OLHO NO OESTE
A reconstrução dos territórios da antiga Oli-
garquia, após a Guerra da Liberdade,
resultou em um extenso e contínuo proces-
so de imigração, possibilitou trocas de
conhecimentos e técnicas de engenharia e
arquitetura, avanços sociais e tecnológicos.
O acúmulo de pessoas e novos assentamen-
tos foi repentino e grandioso. Regiões e
territórios ainda não desbravados, ou con-
siderados perigosos, passaram a ser alvo de
expansão e oportunidades, tanto para os
nativos, quanto para os povos do norte.
Com o aprimoramento dos conhecimen-
tos que eram divididos, novas rotas foram
desbravadas através de explorações ambi-
ciosas, principalmente para a região oeste,
tomado majoritariamente por áreas silves-
tres pouco conhecidas nos principais
centros políticos de Casanova.
Comitivas foram criadas com estudio-
sos, cartógrafos e caçadores, buscando o
máximo de informações que pudessem, re-
sultando em falhas e insucessos iniciais,
inclusive sendo deste modo que os povos
do continente descobriram a área assom-
brada conhecida como Círculo Sibilante,
evitando suas rotas e caminhos.
22
 A L ONGATRILHA
Muitos dos barões que custeavam as diver-
sas explorações no oeste viram morrer
seus capangas ao longo de seguidas mis-
sões fracassadas, seja por envenenamento,
doenças, acidentes ou fome. Além das em-
2 boscadas de outros mercenários, ataques
de feras e criaturas sobrenaturais que difi-
cultavam os avanços.
Casanova
Algumas bandeiras, fragilizadas por gas-
tos dispendiosos, foram pouco a pouco
desistindo dos planos de expansão e avan-
ços para o oeste, enfraquecendo os fluxos
nas estradas e contendo as agitações nas
fronteiras por um longo tempo.
Uma segunda onde exploratória surgi-
ria após algumas gerações que decidiram
resgatar antigos legados de seus antepas-
sados, mas agora com acesso a melhores
ferramentas, contingentes e recursos finan-
ceiros. Assim surgiria a ideia de construir
uma “longa trilha’ que pudesse ligar as ter-
ras do centro-sul com o oeste, desbravando
partes das suas terras com o propósito de
desenvolver novos assentamentos rodeados
de oportunidades e recursos naturais.
22
C IDADE I TINER ANTE
Arcoverde é uma espécie exótica de conglo-
merado, tem esse nome por conta das
folhagens, flores e galhos das árvores que
se deitam pelos caminhos abertos da estra-
da Longatrilha, formando arcos rústicos e
atraentes por grande parte de seu caminho
(que atravessa matas, colinas e campos
através de dezenas de quilômetros). Toda es-
trutura de uma cidade itinerante foi
moldada em torno da estrada, onde comu-
nidades migram sazonalmente de
acampamentos e vilarejos de acordo com as
condições e oportunidades que se apresen-
tam em cada região.
O domínio territorial e político de Arco-
verde varia conforme as Divisas, que são
áreas definidas a partir de trechos da Lon-
gatrilha, limitando o alcance e autoridade
das bandeiras em cada parte da estrada.
Há grande disputa entre as bandeiras lo-
cais pelo controle das Divisas,
influenciando partes dos comerciantes e
aproximando os fidalgos e guildas do sub-
mundo. As normas e leis, assim como as
cobranças de impostos, tem condições e re-
gras próprias conforme determinações das
lideranças, as bandeiras responsáveis pe-
las Divisas ostentam seus brasões
tremulantes nos limites de seus territórios.
É possível encontrar estadias baratas,
comida boa e artes variadas entre as deze-
nas de tendas e casebres antigos por toda
Arcoverde. Dependendo das divisas e pro-
víncias, as mercadorias e serviços podem
variar seus preços e qualidades, desde os
caçadores que vendem assados à beira da
estrada aos artífices habilidosos para trato
em madeira, couro, metais, cerâmicas e te-
cidos. Profetisas, videntes e cartomantes
que leem a sorte dos viajantes curiosos fa-
zem parte da cultura que se construiu na
região, assim como inúmeras tendas de
apostas e jogos, dos quais muitos ilegais,
atraindo criminosos e viciados dispostos a
todo tipo de negócio.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Mata adentro: existem inúmeros esquemas de
rinhas e comércios de animais selvagens, apos‐
tas e jogos de azar, além de vários outros eventos,
quase sempre ilegais. Essas regiões se afastam
mais das estradas e do alcance das bandeiras e
acabam gerando conflitos com os povos taba-raiz
e elfos, que se encontram no oeste e tentam afas‐
tar os invasores, protegendo seus territórios e os
animais locais.
Reduto dos viciados: algumas regiões de Ar‐
coverde reúnem pontos de comércio de Gris,
concentrando grandes números de usuários em
situações deploráveis. Esses redutos acumulam
crimes e violência, além de sofrimento e dor.
Contrabandistas e a fidalguia: Arcoverde
também é conhecida por reunir em suas divisas
grandes grupos contrabandistas, comercializan‐
do ítens raros e especiais, como obras de arte, joias
de alto valor e artefatos diversos, a maioria deles
originados a partir de furtos, roubos e golpes. Fi‐
dalgos abastados são os maiores compradores e
negociadores dessas mercadorias.
Círculo Sibilante: a região em que os primei‐
ros expansionistas iniciaram suas peregrinações
ficou conhecida como “Círculo Sibilante”, dizem
os viajantes que a extensa área que compõe a atu‐
almente pouco utilizada rota traz mau agouro e
perturbações. Vozes sussurram ininterruptamen‐
te pelas noites e dias alucinando aqueles que
estejam pela região, manifestando os seus maio‐
res medos e traumas.
Regra: a cada hora do dia os personagens devem
realizar uma Jogada de Defesa de Sabedoria NA 4 2
ou serão tomados por alucinações (e até materia-
lizações) de seus maiores medos e fobias.
Crise das divisas: as bandeiras que controlam
Casanova
as divisões territoriais de Arcoverde, através da
Longatrilha, exercem grande influência em suas
províncias. Várias delas exigem pagamentos de
altos tributos aos viajantes e comerciantes, en‐
trando muitas das vezes em grandes conflitos
conforme as migrações periódicas (os marcos
desses eventos ocorrem normalmente nas mu‐
danças das estações e climas). Também mantém
acordos com milícias particulares e outros crimi‐
nosos, visando evitar maiores conflitos e
mantendo controle dos grandes fluxos vistos por
toda Longatrilha.
Fieza
T ERR ADA FÉ
Reconhecido por muitos como o verdadeiro
e mais sagrado solo de toda Casanova, Fie-
za foi assentada em torno do local de morte
da figura santa da Salvadora, em sua pri-
meira e única passagem por Libra. A terra
da fé, como é chamada, trata-se de uma ci-
dade de grande concentração de
manifestações religiosas, propagando a pa-
lavra, adorando a imagem e apoiando as
ideologias da mística da Salvadora, a quem
atribuem a verdadeira face do cosmo de Li-
bra.
No passado a região pertencia ao terri-
tório dominado pelas Oligarquias das
Regências Hereditárias, porém, com a apre-
sentação da Salvadora aos povos na
Segunda Era, e posteriormente o acompa-
nhamento de sua peregrinação, somada às
ocorrências que levaram a Independência
dos povos locais, Fieza se distanciou estra-
tegicamente e ao passar dos anos se postou
como um estado autônomo. Seguiu um ca-
22
 minho solitário, mas os laços e alianças
com alguns povos incorporados à Repúbli-
ca da Capivara foram mantidos, e até
mesmo ampliados, exercendo influências
morais, ideológicas e políticas sobre seus
líderes e membros da alta fidalguia e prin-
2 cipais bandeiras.
Ao longo das décadas a comunidade lo-
cal foi inundada por uma atmosfera mística
Casanova
cada vez maior, espalhada por todas as
fronteiras próximas por meio de seus devo-
tos e fiéis. Fenômenos enigmáticos e efeitos
catárticos coletivos criaram uma relação de
adoração e obediência aos cultos voltados
à Salvadora.
A BEM - AVENTUR ADA
Durante o processo de imigração de povos
que vinham do norte, até a independência
da República da Capivara, o território de Fi-
eza foi se transformando em um polo
religioso dos povos principais da região cen-
tro-sul de Casanova. Uma onda enorme de
cultos e propagação do mito da Salvadora
surgiu conforme os anos passavam, aumen-
tando as interpretações dogmáticas e
expressões da fé na região, colocando fiéis
e igrejas em rota de colisão. Fieza recebeu
esse nome em clara analogia à santidade e
paz que possui suas terras, tendo a missão
e a honra em manter a memória da Filha
de Libra e guardar o solo onde deu seus úl-
timos passos. O termo empregado para seu
batismo é cunhado do levantino arcaico e
foi determinado pelas lideranças locais tão
logo assumiram o controle da cidade e seus
vilarejos subordinados.
Em pouco tempo os aproveitadores e
golpistas também passaram a transitar pe-
las redondezas atrás de dinheiro fácil de
viajantes em busca de milagres e bênçãos,
inúmeros comerciantes, comitivas tradici-
onais do continente, profetas e cultistas
também se aproximaram.
D OGMAS E CRENÇAS
Uma grande ala de fiéis locais que propaga-
vam a palavra da Salvadora de forma
bastante cativante passou a exercer cada
vez mais domínio na política da região, re-
22
organizando as relações de poder, leis
vigentes, e até mesmo censurando algumas
das manifestações culturais locais. Trans-
formaram a pobre e maltratada região em
uma bela e rica cidadela. Fieza tornou-se
conhecida não apenas como capital da fé,
mas também da fortuna, acumulando gran-
des tesouros históricos, bens materiais,
ouro e prata suficientes para preencher sa-
las inteiras, a partir de donativos enviados
por fidalgos diretamente à prestigiada go-
vernante soberana, a “Madre”.
Os impostos altos e tratados amplamen-
te vantajosos impulsionaram fortemente o
crescimento de Fieza que também passou
a levar seus templos e dogmas para outras
regiões do sul de Casanova, colhendo re-
sultados fundamentais ao absorver boa
parte de outros cultos menores que tam-
bém tinham a Salvadora como cerne da fé.
Alguns acordos também garantiram apoio
militar dos senhores de terras vizinhass nas
perigosas fronteiras de Cerradal.
D OMÍNIO DA IGREJA
Suas ruas dificilmente são palcos de gran-
des problemas ou conflitos, embora note-se
uma clara divisão de classes entre a nobre-
za e a plebe. A igreja promove inúmeras
ações para acolhimento de doentes e ali-
mentação de miseráveis, mas jamais abriu
mão de suas riquezas e do poder centrali-
zado.
O comércio é vasto e plural, com uma
óbvia ligação à mística da Salvadora e da
igreja, tradicionais tecelãs da região tratam
de produzir peças de vestuário e ornamen-
tação diversa a partir do algodão. Casos de
milagres são diariamente narrados em Fi-
eza, anunciados a cada esquina sob
promessas de bênçãos e conquistas aos que
atenderem ao chamado da fé.
As áreas mais nobres apresentam gran-
des templos finamente trabalhados, que
costumam ter símbolos e esculturas liga-
dos à Igreja da Salvação. Não há qualquer
contenção no uso de ouro e prata, grandes
artistas são trazidos de longe para traba-
lhar nas obras da igreja, sendo custeados
pelos abastados barões das terras que cir-
cundam as fronteiras do Cerradal e da ci-
dadela.
Nas áreas mais pobres da região a incidên-
cia de templos e igrejas são mais
recorrentes, porém, de formas simples e bá-
sicas, sem grandes investimentos e pompa.
Normalmente são nessas regiões que ações
benevolentes e cerimônias religiosas são re-
alizadas, tentando aproximar a população
das lideranças da igreja.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Os Escudeiros: a Igreja da Salvação é protegi‐
da por uma equipe de soldados, em número
relativamente pequeno, bem treinados, dispos‐
tos a dar sua vida perante os inimigos e pecadores
que desejem atrapalhar a igreja e seus princípi‐
os. São autoridades inquestionáveis que podem
agir com total liberdade e apoio da Madre.
As Mestras: todas as questões de ordens buro‐
cráticas e econômicas, catalogações históricas
(incluindo a aprovação ou reprovação de textos e
obras), artes, etc são administradas pelas Mes‐
tras, as protetoras da igreja, as irmãs que
acompanham diretamente a Madre.
A igreja e seus objetivos: embora casos de
corrupção e escândalos graves sejam comentados
nos becos e ruas, a Madre mantém-se firme co‐
mo a grande líder responsável pela expansão da
Igreja da Salvação. Seus objetivos são ousados e
incluem métodos radicais, vistos com maus olhos
por outras religiões e culturas. Os taba-raiz que
estão espalhados pela região, do Ermo ao Cerra‐
dal, costumam entrar em conflito com a Igreja e
suas crenças.
Garimpos e fazendas: Os arredores de Fieza
são preenchidos por grandes fazendas e algumas
áreas de garimpo, de onde recebem apoio finan‐
ceiro dos barões do Cerradal, que dominam e
controlam grandes e extensos territórios.
Enterro de rede: uma antiga tradição local re‐
mete aos métodos e fetiches empregados quando
uma pessoa morre, sendo necessário que se cum‐
pram todos os ritos e dogmas onde os familiares
carregam o defunto em uma rede, erguida por ta‐
quaras e amarradas com embira, havendo uma
procissão até o cemitério, com cantos e louvores
tradicionais. Dizem que quando o ritual não é se‐
guido o morto pode tornar-se um Corpo Seco.
Guardaluz
A GUARDIÃ
Guardaluz surge ao término do processo de
independência dos povos da atual Repúbli-
ca da Capivara. Durante as negociações 2
para criação do grande conglomerado, ficou
acordado com os povos do centro-norte
(atual Império Central) que uma região se-
Casanova
ria mantida sob seu domínio e soberania,
desde que colaborassem com as demandas
e tratados da República. O território acor-
dado entre as partes está posicionado nas
áreas pertencentes ao sudeste de Casano-
va, próximas à movimentada Morada dos
Livres.
Naturalmente, Guardaluz atende a uma
hierarquia clara, funcionando como uma
província mantida por um regente local. O
reino é considerado o braço forte do Impé-
rio Central em todo o sul do continente,
sendo uma espécie de fronteira avançada,
como olhos atentos e escudos resistentes
dos povos do norte, influenciando outras li-
deranças e regiões fundamentais conforme
os interesses e políticas indicadas pelo Im-
pério.
Embora não possuam uma comunida-
de moderna e economicamente avançada,
resguardam elementos típicos de seus pa-
rentes do norte, como a arquitetura básica
(nesse caso mais voltada ao militarismo),
boa parte da cultura e tradições e credos
religiosos, ainda que com inúmeras misci-
genações e sincretismos de outros povos e
comunidades locais.
L OCALIZAÇÃO ESTR ATÉGICA
A cidade de Guardaluz cumpre uma função
prioritariamente militar, de grande impor-
tância na região onde está localizada,
confrontando os maiores contrabandistas
de Casanova que historicamente sempre do-
minaram as estradas da região, capazes de
ligar pontos estratégicos do continente com
relativa facilidade. O Cartel é o principal e
mais poderoso grupo que se tem conheci-
mento atuando por essas rotas, causando
grandes problemas para a regência da cida-
22
 de em conter o comércio e transporte da
droga Gris, havendo grandes conflitos e ten-
são nos trajetos e percursos que passam por
suas fronteiras e levam até regiões impor-
tantes e próximas aos territórios do Império,
como o caso de Tropel, com quem atualmen-
2 te travam uma guerra.
No sul mantém postos e acampamentos
avançados por estradas que contornam Tor-
Casanova
rão e se estendem até às estradas para as
Coxilhas e Invernia, disponibilizando bons
números de soldados para vigiar áreas mais
hostis e perigosas, onde as leis e a ordem
não possuem relevância.
Essa conduta militaresca se reflete na
forma como a sociedade se organiza e na
atmosfera de segurança e relações hierár-
quicas que seus arredores transmitem,
atraindo os maiores e melhores comercian-
tes e negócios para a cidade, sendo
preferível para muitos custear taxas ao
transitar por estradas patrulhadas do que
se arriscar em alternativas incertas.
A LUZ QUE NUNCA SE APAGA
A movimentação de pessoas na parte inter-
na e externa das muralhas normalmente é
alta. Viajantes e peregrinos buscam abrigo
em Guardaluz sempre que podem, especi-
almente ao cair da noite, quando as
estradas se tornam mais perigosas e os
abrigos e tavernas atrás das muralhas de
pedra parecem oferecer amparo, sendo um
costume característico encontrar archotes
espalhados pelas áreas centrais da cidade
iluminando eficientemente as ruas.
O comércio dominante tende a ser mais
funcional do que sofisticado. Isso se reflete
no tipo de mercadorias mais comuns, co-
mo equipamentos de viagens e ferramentas
úteis (incluindo variedades de armamen-
tos), como nos serviços focados em alimen-
tação e descanso.
O Fluxo militar interno e externo é cons-
tante, existem inúmeros quartéis distribuí-
dos por Guardaluz, com predominância em
suas principais saídas e acessos. A alta mu-
ralha de pedra que protege toda a cidade em
forma de um círculo completo permite que
22
os soldados se movam de um ponto a ou-
tro, entre as torres de arqueiros e de coman-
do, sem que precisem descer, pois a
construção foi preparada para manter a vi-
gilância constante.
A cidade faz fronteira com outros povos
praticamente por toda sua volta. Por isso o
palácio da regência está situado no centro
da cidade, onde se encontra uma grande
praça de eventos, um grande pátio, cheio
de monumentos e esculturas militares. O
local é usado para cerimônias e celebrações
especiais. Também é local de fluxos comer-
ciais mais sofisticados e luxuosos, alocados
em suas margens, onde apenas comercian-
tes com certidões especiais são permitidos
de atuar, funcionando como uma área des-
tinada aos fidalgos e os altos oficiais da
defesa.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Postos militares: a distribuição de tropas e sol‐
dados de Guardaluz ocupam várias estradas para
o sul e norte, seus acampamentos variam entre
postos organizados, com bom número de solda‐
dos bem equipados, e grupos camuflados nos
matagais buscando surpreender guildas e crimi‐
nosos. Também mantém espiões infiltrados em
comitivas suspeitas, atuando como mercenários
e trabalhadores braçais.
Terras seguras: O exército mantém companhi‐
as na última camada que envolve a cidade,
rodeando a murada rústica de pedra. Também
montam quartéis do lado de fora dos muros em
abrigos especiais de guardas rotativas especiali‐
zadas.
Elo enfraquecido: as relações diplomáticas
com o restante dos conglomerados e lideranças
da República da Capivara sempre foram confli‐
tuosas, ocasionando em um grande
distanciamento e inimizade entre os povos que
ocupam as respectivas regiões. As recentes bata‐
lhas e guerra contra Tropel abalaram ainda mais
essa já fragilizada relação.
Guerra contra Tropel: as estradas principais
que levam até o norte de Casanova, passando por
territórios como Tropel, Salvação e áreas nôma‐
des de Morada dos Livres, estão tomadas por
tropas e soldados, e todas as marcas e chagas da
guerra. Suprimentos e estadia nessas áreas ten‐
dem a ter custos amplamente mais altos e grande
escassez de recursos disponíveis.
A herança do regente: a atual regência de
Guardaluz tem sua origem ligada a uma conhe‐
cida bandeira de Tropel, os Torvos, havendo
rumores que um processo de independência do
Império Central pode ocorrer em breve. Rumo‐
res garantem que trata-se de uma traição que vem
sendo colocada em prática lentamente, que se re‐
velará tão logo uma aliança se forme com os
Libertadores ou os Timoneiros de Tropel.
Longoeste
Matafunda
O COR AÇÃO DO CONTINENTE
Nos confins dos territórios conhecidos co-
mo Longoeste, encontra-se a maior área de
natureza preservada do continente, sua
imensidão verde é considerada o coração de
toda Casanova. Possui extensas áreas de
vegetações e matas poucos exploradas e
ocupadas além dos povos taba-raiz, suas
espécies animais possuem grandes varia-
ções e tipos, incluindo os mais selvagens e
exóticos, as vegetações são extraordinárias
e exalam a força do Éter, as plantas e árvo-
res de Matafunda são as maiores entre
todos os ecossistemas conhecidos, com ca-
racterísticas únicas e utilidades variadas,
como para o preparo de unguentos, alimen-
tos e bebidas e armas de guerra. Os nativos
levam vidas muito próximas à natureza, sem
grandes sofisticações e tecnologias comuns
em outras regiões, convivendo respeitosa-
mente entre suas centenas de aldeias.
As altas temperaturas e a umidade exi-
gem trajes mais leves que deixam grande
parte de seus corpos à mostra. Adornos
corporais como alargadores de orelhas, la-
biais e nasais são comuns, assim como a
utilização de penas, dentes de animais, se-
mentes, pedras e várias outras matérias
primas aplicadas em colares, pulseiras, tor-
nozeleiras e acessórios diversos.
Estão divididos em inúmeras etnias e
ricas culturas, que embora tenham traços
comportamentais e características relativa-
mente semelhantes, possuem originalidade, 2
hábitos e histórias próprias. Matafunda não
abriga apenas os povos humanos taba-raiz,
Casanova
mas também é lar de outras raças, haven-
do uma boa quantidade de tribos élficas de
inúmeras linhagens, várias colônias Isás e
tribos de orcos.
C ULTUR A X AMÂNICA
As lideranças dos povos taba-raiz seguem
uma tradição histórica, onde dois indivídu-
os são preparados e escolhidos para guiar
sua aldeia por dois caminhos fundamen-
tais: o do espírito, representado pelo xamã
local, e o da terra, representado pelo chefe
guerreiro. Em ambos os casos os escolhi-
dos passam por longos rituais de
preparação, muitas das vezes concluídos
apenas após o cumprimento de missões e
objetivos. As comunidades ainda dividem-
se entre os coletores, os guerreiros e outros
grupos com funções importantes, como o
preparo dos alimentos e bebidas da aldeia,
artesanatos e arquitetura, além dos ensina-
mentos repassados pelos mais velhos aos
mais jovens, através das histórias antigas
de seu povo e de suas religiões intimamen-
te ligadas à natureza.
Sua arte é bastante rica sendo repassa-
da por gerações. Cuias, cabaças, chocalhos,
cestos e trançados vegetais, miçangas, al-
godão, cores e penas são apenas alguns
exemplos de confecções realizadas através
de trabalhos originais de cada etnia. Os tra-
balhos manuais dos taba-raiz também são
expressos em armas de guerra feitos a par-
tir da madeira e da pedra, como o arco e
flecha, a borduna, machadinhas e escudos
(cascos de jabuti também são usados como
escudos). Muitos dos esportes e das tradi-
ções mais importantes estão ligados ao uso
desses equipamentos em amostras de for-
ça, resistência e agilidade.
22
 A alimentação tradicional é baseada em
peixes, frutas e tubérculos, como a mandi-
oca, que inclusive é matéria prima de vários
alimentos consumidos pelos taba-raiz, co-
mo também de fortes bebidas alcoólicas
(fermentadas à base de saliva em grandes
tachos).
A LDEIAS E NATUREZA
As áreas habitacionais são normalmente co-
letivas e variam em formatos e tamanhos
(semelhante às ocas, malocas e tabas que
conhecemos), sendo construídas à base de
barro, estrutura em madeira e folhagens pe-
sadas, possuem uma, duas ou mais portas
de entradas e não tem janelas. Os orcos na-
tivos da região possuem características
próximas às encontradas nos taba-raiz, a
quem tem grande respeito e admiração.
O contato com o mundo urbano é pou-
co estimulado, com iniciais avanços após a
chegada da Longatrilha de Arcoverde, pois
há pouco interesse ou apreço pelo estilo de
vida destrutivo e individualista dos
humanos das cidades. Por vezes, o chefe e
seus guerreiros são obrigados a entrar em
conflitos contra alguns invasores que bus-
cam riquezas, animais raros e rastros das
lendas contadas sobre Matafunda, como as
histórias sobre os diversos guardiões e es-
píritos ancestrais que rondam as florestas.
De modo geral as etnias mantém uma
cultura territorial que propõe um coletivis-
mo sustentável, que permite a giões do Ermo. Nos seus entornos inúmeras
sobrevivência, autonomia e respeito entre
aldeias e povos, ainda que sob uma atmos-
fera de guerras culturais intermináveis. É
comum que as capturas de guerreiros ini-
migos, de outras aldeias e povos, resultem
em um processo ritualístico, como uma ver-
dadeira celebração em que o inimigo
capturado é condenado à morte (por vezes
servido como alimento aos seus captores).
Esses atos são celebrados com orgulho e
honrarias para o próprio guerreiro, cum-
pridor do seu papel nas guerras ancestrais,
sabendo que uma fuga, ou uma possível li-
bertação, seria considerada uma grande
vergonha para si e para todos de sua famí-
lia.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Essência dos Entepaus: Matafunda possui a
maior concentração de Entepaus de Casanova,
fazendo com que a região emane ar puro e ener‐
gias poderosas.
Regra: todos os personagens conjuradores rece-
bem 1 ponto de Éter temporário ao entrarem nos 2
territórios de Matafunda.
Territórios indomáveis: ao longo das matas
Casanova
fechadas existentes na região animais perigosos,
seres ou monstruosidades podem ser facilmente
encontrados, a qualquer momento.
Regra: a cada cena role 1d6, em caso de 1-2 um
encontro perigoso acontece. Onças-pintadas, ga-
viões-reais, jacarés, capelobos, caiporas, curupiras
e mapinguaris são apenas algumas das possibilida-
des.
Natureza que cura: os taba-raiz possuem co‐
nhecimentos ancestrais a respeito das folhas,
raízes e todos os ingredientes obtidos na nature‐
za, sendo capazes de curar os mais enfermos dos
seres.
Regra: unguentos curativos de Matafunda são
considerados especiais e curam 1 PV adicional.
Festas, ritos e celebrações: as tradições cul‐
turais dos taba-raiz consistem em inúmeras
práticas que elevam o espírito e o conectam à na‐
tureza, durante esses eventos os xamãs convocam
seres sobrenaturais, entidades e ancestrais, que
rondam as cercanias e áreas onde os rituais acon‐
tecem, interpelando viajantes e forasteiros.
Rio Gordo: o maior rio de todo o continente de
Casanova localiza-se e Matafunda. O Rio Gordo
serpenteia por toda a região e se estende até as re‐
aldeias e etnias se concentram e convivem entre
si.
Terral
T ERR ADIVIDIDA
Os territórios da conturbada Terral foram, e
são, a razão de grandes conflitos e disputas
entre elfos e meiosangues. Embora tenham
parentescos e algumas similaridades cultu-
rais, seus povos trilharam caminhos bem
diferentes ao longo do tempo, e quando se
depararam frente a interesses conflitantes
22
 nas fronteiras selvagens de Longoeste, gra-
ves problemas surgiram.
Quando os líderes do processo de inde-
pendência no centro-sul tomaram o poder,
criando a República da Capivara, automa-
ticamente os outros povos estrangeiros
2 viram diminuir as oportunidades que vis-
lumbravam no território, e a partir de novas
regras e decisões que foram sendo tomadas
Casanova
muitos perderam títulos, posses e influên-
cia. Com os meiosangues não foi diferente,
e outra vez um sussurro angustiante pare-
cia soar em seus ouvidos, as sombras do
passado sofrido e injusto pareciam bater
novamente à sua porta.
Porém, uma oportunidade surgiu aos
olhos dos meiosangues que estavam sendo
empurrados para os ermos dos territórios
do hemisfério sul do continente. Os signi-
ficativos avanços e aumento populacional
das regiões fronteiriças, somado a ambici-
osos planos de expansão para o vasto oeste
pelas mãos de poderosos barões, levaram
alguns grupos a se unirem em prol desse
objetivo, avançando em direção ao desco-
nhecido, em busca de uma nova vida.
C ONFLITOS E IDEIAS DISTINTAS
Partiram em missões exploratórias com gru-
pos mercenários pela região composta de
montanhas sinuosas, densas florestas e ter-
renos cheios de acidentes camuflados
naturalmente, como já tinham conhecimen-
to da existência de povos élficos na região,
buscaram por suas lideranças propondo um
acordo, trariam informações a respeito dos
planos dos grupos que avançavam do cen-
tro-sul (grandes bandos armados já
começavam a se formar através do apoio de
bandeiras influentes). Em contrapartida os
meiosangues desejavam a cessão de terri-
tórios para suas famílias e coletivos
(incluindo povos de outras raças que os
acompanhavam).
Os elfos que já haviam enfrentado al-
guns grupos humanos em áreas do norte e
sul, sabiam que os volumes de inimigos au-
mentariam ao longo do tempo, causando
um inevitável derramamento de sangue, a
experiência dos meiosangues em conviver
22
ao lado dos adversários do centro-sul, co-
nhecendo sua forma de pensar e agir,
ampliaria as estratégias de defesa e pode-
ria colocar os elfos um passo à frente em
conflitos futuros. Decidiram aceitar o acor-
do abrindo suas fronteiras e recebendo seus
parentes.
Elfos e meiosangues trabalharam em
conjunto contendo os principais avanços
nas fronteiras de Longoeste, sabotando pla-
nos, atacando acampamentos e
assassinando líderes estratégicos. Com o
controle territorial havia uma expectativa
dos meiosangues no cumprimento do tra-
tado com os seus parentes, que por sua vez
sentiam-se enfraquecidos e aturdidos com
perdas de notórios guerreiros e importan-
tes líderes de clãs. Um clima de tensão e
desarmonia tomou os ares do oeste cau-
sando uma ruptura.
A CISÃO
Oportunamente algumas lideranças dos hu-
manos exploradores se reaproximaram
lentamente de uma ala em desagrado dos
meiosangues, sondando sua situação e in-
fluenciando que se rebelassem por terem
sido traídos pelos elfos. O esperado ocor-
reu, conflitos eclodiram causando grandes
perdas de todos os lados, os humanos avan-
çaram ao lado dos meiosangues em uma
das passagens mais terríveis de Casanova,
empurrando os elfos para o sul e banhan-
do a terra de sangue.
Terral ocupa a metade norte da região
central de Longoeste, sendo um complexo
de vilas e assentamentos organizados em
áreas que compõem florestas mais abertas
e algumas colinas e montes que se asso-
mam em direção ao norte, as comunidades
élficas estão na metade sul em assentamen-
tos e covis rústicos e camuflados pela
natureza, separados e divididos ao meio pe-
la Longatrilha, conquistada pelos humanos
através de acordos com os meiosangues.
Essa região de Longatrilha causa grandes
problemas aos fidalgos responsáveis pelo
controle das Divisas e políticas de Arcover-
de, pois é uma área de inúmeros conflitos,
guerras constantes e tensão.
 I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Covis dos elfos: a região sul de Longoeste, pa‐
ra onde foram empurrados os elfos, possui áreas
menos movimentadas e poucas rotas e trilhas (até
pela proximidade do Círculo Sibilante), permi‐
tindo aos elfos manter uma vida menos
conturbada. Ainda assim seus abrigos estão pro‐
tegidos por inúmeras armadilhas e feitiços de
proteção.
Os meiosangues: embora tenham obtido su‐
cesso em seu objetivo inicial, os meiosangues
foram obrigados a aceitar a “invasão” dos huma‐
nos nas terras que dominaram, precisando lidar
com inúmeras adversidades e movimentos co‐
merciais existentes na Longatrilha. Conflitos e
desentendimentos são constantes e tem aumen‐
tado conforme crescem os contingentes humanos
na região.
A Longatrilha: uma das regiões mais disputa‐
das entre as principais bandeiras que controlam
as divisas de Arcoverde está nos entornos de Ter‐
ral, os barões das estradas tem demonstrado
grandes interesses no território, criando um cli‐
ma desconfortável com os meiosangues.
Conflitos na fronteira: em um determinado
ponto da Longatrilha, nos limites de Terral, cos‐
tumam ocorrer grandes atentados e combates
entre elfos, humanos e meiosangues. Essa região
é considerada uma das áreas de maiores e cons‐
tantes conflitos, sendo evitada pela maioria dos
comerciantes e viajantes.
Áreas silvestres: além dos elfos, humanos e
meiosangues, a região também abriga outras ra‐
ças e seres sobrenaturais, como os isás,
draconianos e inúmeras feras e monstruosida‐
des, que podem proporcionar experiências
mortais.
Ventura
T ERR A DA OPORTUNIDADE
A região que abriga as áreas conhecidas co-
mo Ventura sempre foi rica em metais e
minérios preciosos, atraindo visionários e
mercenários dispostos a buscar sucesso e
oportunidades financeiras através de exten-
sas áreas de garimpo e escavações. Ventura
ocupa basicamente toda a extensão das
Montanhas dos Tolos, formando assenta-
mentos e discretas cidades conforme a
existência de minas e aluviões, acumulan-
do mais ou menos grupos e indivíduos de
acordo com a sua capacidade de extração
de riquezas.
Mesmo durante os períodos anteriores 2
ao processo de independência e formação
da República da Capivara, a região já era
conhecida por se tratar de um território de
Casanova
conflitos odiosos e desastres terríveis, ter-
ra da bonança e da mácula, da disputa
entre fidalgos ambiciosos e criminosos po-
derosos, reunindo otimistas, peregrinos e
malfeitores de todo o continente em núme-
ros consideráveis e impossíveis de serem
sustentados por seus assentamentos sim-
ples e de funções básicas.
Após a criação da República da Capiva-
ra e as divisões territoriais a corrida pelo
ouro e os metais se acelerou como nunca
antes, movimentando grupos do submun-
do, bandeiras famosas e massas populaci-
onais em busca de oportunidades em terras
teoricamente “livres” após a debandada dos
humanos do centro-norte.
A CONSTRUÇÃO DA CIDADE
Um caos se formou por toda a região de
Ventura rapidamente, nenhuma lei funcio-
nava ou era respeitada, muitas das vezes
sequer existiam, as práticas comerciais não
atendiam a nenhuma regra ou norma, per-
mitindo transações ilegais, ocasionalmente
baseadas em torturas e mutilações. Algu-
mas lideranças das bandeiras que detinham
terras, influência e ferramentas eficientes
para extração de metais e minérios, se or-
ganizaram fundando o Conselho dos Tolos,
fundamentalmente para a criação de trata-
dos, acordos e leis que constituíssem
alguma ordem social, naturalmente aten-
dendo prioritariamente aos seus interesses
particulares.
O processo resultante da criação do
Conselho e suas determinações foi traumá-
tico, forasteiros e guildas foram jogados na
ilegalidade repentinamente através da as-
sinatura de um papel, a fidalguia impôs seu
22
 domínio e controle a base de força ou co-
optação de trabalhadores e pequenos
grupos organizados. Os conflitos explodi-
ram por todo território entre dezenas de
guildas, famílias, bandeiras e criminosos,
permanecendo até os tempos atuais. Ven-
2 tura é fracionada em áreas dominadas pelo
Conselho dos Tolos e seus barões abasta-
dos, por guildas autônomas, que não se
Casanova
aliaram ao Conselho por motivos diversos,
por grupos distintos de criminosos e pela
massa do povo, que sofre com condições de
trabalho péssimas e recursos miseráveis.
Grandes barões do garimpo passaram
a investir e negociar de forma arbitrária en-
tre si, levando seus jagunços e capangas a
controlar as extrações e aplicar e executar
as regras impostas por eles mesmos. Gru-
pos ilegais de garimpeiros foram se
formando com uma clara necessidade de
sobrevivência e sonho de enriquecimento,
quase sempre resultando em tragédias.
C OMÉRCIO E DIA A DIA
Sem muitas alternativas, o povo precisou
se dispor a atuar como mão de obra dos ba-
rões do metal e do ouro. Toda uma estrutura
22
foi construída ao longo de algumas déca-
das, formando e organizando uma
sociedade dividida entre o baronato deten-
tor dos maquinários e ferramentário, e os
trabalhadores, que basicamente tinham co-
mo oportunidades a atuação nas minas e
aluviões, quase sempre perecendo nos cam-
pos de trabalho.
Todo comércio central está inserido nes-
se contexto abominável, todas as trativas
econômicas e manifestações culturais gi-
ram em torno das atividades ligadas ao
garimpo e suas necessidades, havendo uma
divisão nos assentamentos entre os fidal-
gos, alocados em grandes mansões bem
equipadas, e os casebres, muitas das vezes
improvisados, do povo. Ventura, a terra da
sorte, reúne figuras de todos os cantos de
Casanova, atraídos para uma grande arma-
dilha da qual não conseguem mais escapar.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Corrupção e violência: sem sombras de dú‐
vidas a corrupção e a desonestidade imperam nas
terras de Ventura, sendo impossível sobreviver
na região sem ter bons aliados por perto. Capan‐
gas exigem pagamento de tributos para não per‐
seguir ou atacar assentamentos e famílias locais.
Escassez de água: As terras de Ventura tem
um grave problema de abastecimento de água,
exigindo que haja um racionamento dos tonéis
disponibilizados para o povo. Vários conflitos e
desentendimentos são gerados a partir dessa si‐
tuação, onde quem recebe mais água é quem mais
pode pagar por ela.
A Mãe do Ouro: Inúmeros relatos e histórias
da aparição da Mãe do Ouro são contadas pelos
garimpeiros locais, várias delas citam uma enti‐
dade que auxilia os desafortunados, outras tantas
descrevem um ser de grande fúria e ira.
Contaminações fatais: os barões do garimpo
não medem esforços para a extração de riquezas
das minas e aluviões, os produtos alquímicos uti‐
lizados causam doenças graves que levam à morte
grande parte dos trabalhadores (que são rapida‐
mente substituídos).
Áreas florestais: no extremo norte de Ventura,
onde as altas montanhas vão desaparecendo,
complexos de florestas densas, lagos e rios se for‐
mam em uma vista paradisíaca e ameaçadora.
Essa região faz divisa com os territórios de Lon‐
goeste e suas caractéristicas silvestres e de difícil
acesso inibem a construção de rotas e estradas.
Os nativos dividem-se entre comunidades ribei‐
rinhas e aldeias taba-raiz embrenhadas nas
matas. Rumores dizem que cargas e carregamen‐
tos de grupos criminosos, como o Cartel e os
Rufiões, são escondidas nesta região.
Ermo
T ERR AS ALAGADIÇAS
O Ermo está localizado no centro-sul de Ca-
sanova, levemente deslocado a oeste,
fazendo fronteira com uma pequena parte
de Matafunda. A característica predominan-
te e marcante de todo o território é sua
composição alagadiça, com inúmeros rios
que funcionam como estradas para canoas
e pequenos barcos. A região é tida como
uma das mais selvagens de todo o continen-
te e possui uma vasta quantidade de
espécies animais e vegetais, muitos deles
existentes apenas na região.
Por conta da limitação em extrair de
uma terra de características específicas cer-
tas variedades de alimentos e opções de
plantios e comércios, as comunidades exis-
tentes em Ermo acabam por não ser tão 2
populosas, sendo fracionadas em vilas e pe-
quenas cidades ribeirinhas espaçadas entre
si. As características de Ermo proporcio-
Casanova
nam e facilitam certas atividades de caça e
exploração de terras na região, exemplo dis-
so é a criação de gados no território, sendo
este um dos maiores interesses de certos
fidalgos, mercenários e povos nativos.
Boa parte das divisões territoriais foram
e são definidas a partir de derramamento
de sangue e injustiças (como invasões de
terras, massacres e incêndios criminosos),
aqueles que possuem maior poder militar,
político e ostentam bandeiras temidas, aca-
bam por se prevalecer perante aos
adversários e ao povo, atropelando qual-
quer acordo ou demarcação de terras
existente que os impeça de avançar. A po-
pulação que sofre para sobreviver em meio
às disputas políticas de barões ignorantes
e cruéis, se organiza em coletivos que lu-
tam pela manutenção de suas tradições e
territórios, que ocupam desde os primórdi-
os.
S ANGUE DAS MATAS
Algumas etnias taba-raiz podem ser encon-
tradas nas regiões costeiras, onde
desenvolveram aldeias próximas aos rios,
ampliando suas técnicas e habilidades de
pesca (bater timbó é uma delas), arcos e fle-
chas com balanço e equilíbrio perfeitos
(procurados por arqueiros de toda Casano-
va) e canoas de qualidade e desempenho
precisos, usadas também para ataques con-
tra inimigos e transposições de territórios
longos.
As matas e florestas que envolvem a re-
gião também abrigam aldeias de inúmeras
etnias, mais reclusas em seus territórios,
embrenhadas na natureza rústica, pratica-
mente não mantém relações comerciais com
22
os senhores dos gados das regiões mais po-
pulosas, são conhecidos pela sua bravura
e suas habilidades artísticas em trabalhar
com grandes variações de cores (aplicadas
em peles pintadas, cerâmica e trabalhos em
madeira, como bancos ornamentados ins-
pirados em animais, humanos e seres
folclóricos), plumagens magníficas extraí-
das da vasta composição de aves que a
região possui, trançados, miçangas e pin-
turas corporais delicadas e precisas são
características tradicionais.
Também trabalham com precisão na cri-
ação de itens úteis no dia a dia, usando o
cipó e o algodão, forjando importantes ins-
trumentos e ferramentas para o trabalho
de coleta e pesca, como também servindo
na costura de acessórios e vestuário (como
redes de dormir, cintos, mantos e saiotes
para períodos de temperaturas mais bai-
xas).
VAQUEIROS
Uma característica comum na região com-
posta por áreas de pastos, e rodeada por
assentamentos mais populosos, é o uso do
gado como veículo de transporte. Touros são
adestrados para atender aos seus vaquei-
ros como montarias tradicionais, sendo
indispensáveis para travessias das terras
pesadas que envolvem o Ermo, substituin-
do em grande parte o uso do cavalo
(algumas etnias taba-raiz aprenderam a
montar a cavalo perfeitamente e lapidaram
as técnicas de luta com arco e flechas en-
quanto cavalgam).
Ermo não recebeu esse nome apenas
por estar afastada dos principais centros
urbanos, mas também por suas caracterís-
ticas selvagens (em todos os sentidos).
Pode-se encontrar facilmente onças-pinta-
das pelas estradas e cercanias de vilarejos,
jacarés caçando em silêncio e até mesmo
ladrões e garimpeiros oportunistas. O Er-
mo também abriga outras raças, criaturas
e seres sobrenaturais, como certas etnias
orcas, concentradas mais ao oeste e guar-
dando várias similaridades religiosas e
culturais com os taba-raiz, a quem admi-
ram e aprendem muitos ofícios.
O E RMO
A divisão dos assentamentos na região é re-
alizada de acordo com suas atividades
profissionais e demandas principais. Os Ba-
rões dos Touros são conhecidos por seus
longos pastos, sendo sua principal fonte de
renda e poder, inúmeros trabalhadores e ca-
2
patazes, incluindo alguns remanescentes
dos Cruzadores que migraram para o sul de
Casanova
Casanova ao longo das expansões e guer-
ras, atuam como capangas executando as
determinações de seus senhores.
As vilas ribeirinhas são menores e ain-
da mais simples do que as normalmente
vistas próximas às fazendas, agrupam fa-
mílias ao longo de vários pontos em que
cruzam os inúmeros rios de Ermo, cada vi-
larejo possui suas próprias atividades e
comércio, sendo comum que se relacionem
entre si.
Algumas áreas centralizadas, normal-
mente próximas as principais fazendas dos
barões, reúnem comerciantes que se encon-
tram para trocas, vendas e acordos entre
si, como feiras livres que permitem o sus-
tento e sobrevivência da maioria das
simples famílias da população local.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Barões dos Touros: os temidos barões de Er‐
mo, montados em seus enormes touros, estão
entre os mais violentos e toscos de Casanova, pro‐
movendo conflitos odiosos entre suas bandeiras
(onde incêndios, assassinatos e sabotagens são
comuns). Os Barões dos Touros sempre tem ser‐
viços disponíveis, bem pagos, para mercenários
e aventureiros dispostos a enfrentar as regiões
mais selvagens e perigosas de Ermo.
Os pântanos: a maior parte dos territórios de
Ermo são compostas por pântanos e rios, sendo
comum encontrar canoas de pesca e guerreiros
taba-raiz, que alertam os viajantes e desavisados
sobre os perigos da região, onde vivem feras mor‐
tais e criaturas sobrenaturais astutas, como as
Cucas.
22
Feras e criaturas: em um ambiente silvestre
as chances de encontrar feras e animais perigo‐
sos é alta.
Regra: a cada cena role 1d6, em casa de 1-2 um
encontro com uma criatura silvestre ocorre (jaca-
ré, onça-pintada, etc).
O levante dos orcos: a segunda maior comu‐
nidade de orcos de Casanova está localizada entre
o Ermo e Matafunda. O sucesso da revolução de
seus parentes no norte tem movimentado e agi‐
tado cada vez mais algumas das lideranças e clãs
locais. Rumores dizem que Gandáha estaria pla‐
nejando um levante em Ermo, assim como
ocorreu em Exílio.
Insurreição dos ribeirinhos: alguns grupos
formados por trabalhadores das fazendas e co‐
munidades ribeirinhas, incluindo aldeias
taba-raiz, tem se organizado para enfrentar o ba‐
ronato que controla Ermo e conflitos terríveis tem
se intensificado ao longo do tempo.
Mor ada dos Livres
Antilha dos
Independentes
A ILHA DOS REVOLUCIONÁRIOS
Há quem diga que a primeira grande mas-
sa de terras habitáveis encontrada por hu-
manos que migraram de Levante foi Antilha,
hoje sob a bandeira dos “Independentes”.
Esta ilha de grandes proporções está posi-
cionada entre a passagem sul e o centro na-
vegável do Golfo Cálido, na região central do
continente, deslocada levemente a leste de
Casanova e cercada de outras pequenas
ilhas.
Os principais povos que habitaram per-
manentemente o território, ao longo das
migrações na Primeira Era, possuíam liga-
ções mais próximas com ancestrais dos
povos de Terraleste e de algumas ramifica-
ções de humanos que seguiram para o
sudeste e sul, sendo facilmente identificá-
veis seus traços em tais povos.
A ilha sempre fora dividida e organiza-
da territorialmente a partir de suas
características naturais, como melhores
áreas de plantio, colheita e caça, e aciden-
tes geográficos delimitantes, tornando as
divisões distritais entre as etnias, e deze-
nas de povos que se espalhavam pela 2
região, muito melhor compreendidas e de-
finidas (dezenas de pequenas cidades foram
formadas durante os períodos iniciais de
Casanova
dispersão na ilha e várias delas se mantém
até os presentes dias).
D OMINANTES E DOMINADOS
As populações cresceram radicalmente em
um espaço curto de tempo, a partir de me-
lhorias em suas condições de vida, movidas
por seus competentes conhecimentos me-
dicinais. Alguns povos foram incorporados
a outros, absorvendo suas culturas e com-
portamentos, e conforme as vilas e
pequenos assentamentos se expandiam as
lideranças se tornavam cada vez mais dis-
putadas.
Certas tradições sociais e culturais,
mantidas de forma ancestral pelos anciões,
foram perdendo sua importância e respei-
to ao longo do tempo, algumas regiões no
norte da ilha acabaram por sofrer influên-
cia externa, a partir de práticas comerciais
com outras grandes nações do continente,
como os povos do centro-norte, gerando
consequências desastrosas que geraram
uma sociedade dividida entre uma nobre-
za elitista diminuta e a plebe.
Inúmeros conflitos armados e lutas por
terras passaram a eclodir por algumas áre-
as de Antilha. Combates cada vez mais
violentos banhavam as terras de sangue, e
uma cisão ocorreu entre três principais ter-
ritórios e suas lideranças, ocasionando em
uma guerra interminável levando o povo à
miséria e a morte.
OS TERRITÓRIOS
O maior dos territórios formados a partir
da guerra, alocado no centro-sul, é atual-
mente reconhecido como a capital e está sob
as ordens dos Independentes, grupo nasci-
do das entranhas de revoltas populares
22
 contra a cada vez mais opressiva ala mili-
taresca e elitista da ilha, sua alçada ao
poder culmina na queda da hegemonia do-
minante e na ascensão de um modelo de
governo liderado por grupos constituídos
pelo povo. Seus representantes mantém ali-
anças e acordos com lideranças no sudeste
de Casanova, como Salvação, e também com
Tropel (especificamente com os Timoneiros,
com quem tem relação fraterna e acordos
diversos, incluindo apoio militar).
As outras divisões distritais também se
estendem por duas áreas: o centro-norte,
sendo a menor área territorial entre as três,
e o norte, de proporções intermediárias, on-
de estão os portos de grande importância
para a manutenção das práticas comerci-
ais com os povos aliados do continente,
sendo basicamente território de tropas,
combatentes e mercenários de guerra. O
norte, e uma parte do centro, são contro-
lados por algumas bandeiras ortodoxas
através de uma aliança instável com os
Guardiões, como são chamados os solda-
dos da costa norte, havendo recorrentes
desentendimentos entre si, escândalos de
contrabandos ilegais, acordos secretos e
descumprimento das leis oficiais (diferen-
tes daquelas existentes na capital).
Embora os povos e grupos Independen-
tes do centro-sul de Antilha sejam
majoritariamente dominantes há gerações
inteiras, os conflitos e as guerras jamais se
encerraram. Mercenários e espiões, a man-
do de fidalgos do continente interessados
nos desenrolares na ilha atuam por territó-
rios dos Independentes tentando sabotar
planos, realizar atentados e desestabilizar
seus líderes, causando grandes problemas
políticos.

P ODER POPULAR
Os principais alicerces econômicos de An-
tilha estão ligados ao consumo de peixes e
frutos do mar (como a lagosta, e o caran-
guejo), o frango, arroz, alho, algumas
especiarias (como a noz moscada e a cane-
la), limão, coco e certos tipos de pimentas
também são comuns. A gestão praticada en-

22
tre as cidades e capital é feita de forma co-
letiva, em grupos distribuídos através dos
assentamentos aliados, visando a diminui-
ção de injustiças e da corrupção existente,
engajando toda a população a assumir su-
as responsabilidades e usufruir de suas
conquistas.
As decisões centrais dependem de vota-
ções realizadas em cada um dos distritos
aliados aos Independentes e à capital, e to-
dos os nativos e habitantes considerados
legais (as divisões distritais inimigas são
consideradas ilegais), independente de su-
as origens, participam de cada uma das
etapas e processos.
Os resultados da política exercida em
Antilha podem ser vistos em seus avança-
dos estudos dos efeitos de plantas, ervas e
raízes como matérias primas para unguen-
tos e tratamentos medicinais, assim como
o nível de instrução básica de seus habi-
tantes e garantias de alimentação e
moradia. E ainda que sob uma atmosfera
de guerra e desconfiança, Antilha dos In-
dependentes segue sendo uma experiência
que desperta sentimentos diversos em ou-
tros povos através de Casanova.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Avanços do Império Central: rumores dizem
que os tratados e acordos estabelecidos entre os
Guardiões e o Império Central teriam objetivos e
interesses escusos, visando uma incorporação de
Antilha aos domínios do rei de duas coroas.
Ilha da cura: os estudos medicinais avançaram
muito em Antilha, trazendo resultados satisfató‐
rios quanto a doenças graves e cicatrizações.
Regra: unguentos de Antilha curam 2 PVs adicio-
nais.
Portos do norte: existem inúmeros portos de
grande porte no norte de Antilha, capazes de re‐
ceber grandes carregamentos e embarcações.
Indícios apontam para a entrada de Gris na ilha
por essa região.
Restrições: os tratados assinados entre os Guar‐
diões e o Império Central possuem condições
específicas, várias delas proibindo os principais
comerciantes e fidalgos do centro-norte de Casa‐
nova a negociarem diretamente com os
Independentes.
Exército dos Independentes: um dos gran‐
des objetivos dos Independentes é levar seus
ideais e filosofias ao continente de Casanova, li‐
bertando o povo das mãos das fidalguias 2
dominantes. Os principais guerreiros e lideran‐
ças atuam em missões secretas por outras terras,
e rumores dizem que estariam atuando em cam‐
Casanova
po na guerra que acontece entre Tropel e
Guardaluz, como também em conflitos em Inver‐
nia.
Torrão
A PRIMEIR A CASA
Torrão é o berço de toda civilização dos po-
vos anões e seus clãs. É a casa da honra e
altivez, inabalável e resoluta de onde pro-
vém toda glória da raça servindo como um
porto seguro para os seus. Conta-se, nos
mais antigos mitos e nas baladas mais co-
nhecidas, a história dos primeiros anões
que teriam nascido por entre as rochas das
profundas e extensas montanhas sudeste
do Espinhal, Torrão é esculpido de dentro
para fora, tornando suas entranhas um lar.
Os primeiros anões que originaram sua
raça possuíam características distintas en-
tre si, os diferenciando e dividindo em clãs,
sendo os Forjanegra, os Punhobronze e os
Ruivopelo. Destes, os Forjanegra e os Pu-
nhobronze logo dominaram a maioria dos
territórios montanhosos do sudeste, en-
quanto os Ruivopelo migrariam posterior-
mente para o norte do continente junto aos
Pedrafosca (originados a partir de miscige-
nações), em busca de novas terras deixan-
do para trás seus irmãos com o qual
sempre tiveram divergências e desentendi-
mentos.
Torrão foi se moldando como uma enor-
me fortaleza no coração das montanhas,
formando uma grande cidade dividida em
níveis subterrâneos escavados por entre as
22
 magníficas e resistentes rochas das monta-
nhas, cinco no total, contabilizando o nível
“térreo” de acesso externo da montanha. Ao
longo do tempo e das construções delica-
das e grandiosas, os anões se agruparam
por entre os andares desenvolvendo salões,
2 passagens e galerias, acessos estratégicos,
áreas para forjas e outras composições ar-
quitetônicas de grande magnitude, tamanho
Casanova
e poder.
No terceiro e mais bem assentado nível,
compuseram as acomodações e constru-
ções reais daqueles que liderariam o destino
dos filhos da pedra, inclusive para garan-
tir maior proteção contra os males que as
profundezas das montanhas escondiam.
U MA FORTALEZA EM ANÉIS
Desde os primeiros anões já podia-se notar
um grande talento para o trabalho na pe-
dra, sua ligação biológica com o mundo
mineral permitiu o desenvolvimento de uma
perfeita harmonia com as montanhas, iden-
tificável em cada detalhe e formas de Torrão,
a mais bela das casas anãs. Aqueles que
contemplam sua imponência jamais se es-
quecem, sendo poucos os que conseguem
conhecer cada um de seus cinco níveis es-
palhados por quilômetros nas profundezas
de norte a sul.
O Primeiro Anel, no térreo, se divide em
algumas partes. Quartéis militares e cam-
pos de treinamento em maior número no
norte, em fronteiras mais tensas e agita-
das, com uma vista privilegiada e ampla
das áreas abertas de Casanova, usados pa-
ra treinar soldados e proteger as entradas
principais que levam para as estradas mon-
tanhosas de Torrão.
Observatórios são espalhados por pon-
tos e picos altos, onde os ventos sopram,
mantidos por comendadores responsáveis
pelas relações comerciais e aspectos buro-
cráticos exteriores. Nos primeiros e largos
salões contidos no sul, cobertos por tetos
abobadados, museus de artes podem ser
vistos, todos os tipos de esculturas (incluin-
do corpos petrificados de antigos guerreiros
22
e heróis), joias e armas perfeitamente for-
jadas preenchem cada pedaço dos locais.
Os espaços são liberados para visitas de es-
trangeiros e protegidos por soldados
preparados.
A partir desses museus é possível aces-
sar escadarias que levam para o segundo
nível, através de vias que se cruzam em di-
reção ao subterrâneo e se estendem por
caminhos longos, fazendo curvas retas e
precisas, sempre compostas por paredes
trabalhadas em artes alusivas aos grandes
feitos nos primórdios.
O Segundo Anel abriga os estudiosos,
engenhoqueiros, religiosos e suas crenças,
as casas de cura e também os mestres con-
juradores e seus experimentos. Áreas
repletas de oficinas de mecanismos exóti-
cos, ítens e maquinários confusos cheios
de componentes, protótipos bizarros e nem
sempre funcionais, além dos filósofos e aca-
dêmicos, que mantém todo conhecimento
e variados colégios eruditos que capacitam
e mantém viva a cultura anã. O aspecto vi-
sual desse nível acompanha toda essa
variação vista dos ritos de fé, arcanismo,
engenharias e ciências.
No Terceiro Anel estão as casas reais,
os conselheiros, os serviçais diretos das fa-
mílias e as guardas especiais. Todos
ambientes possuem uma estética mais al-
tiva, tetos mais altos e artes mais
expressivas e extravagantes, compondo ta-
peçarias, presentes de outros povos e
nações, esculturas enormes, pinturas que
cobrem paredes inteiras e câmaras reple-
tas de documentos e registros históricos.
Nesse Anel também constam salões tran-
cados com riquezas e ítens de valores
inestimáveis de toda a raça.
Existem passagens e corredores escon-
didos em locais do Terceiro Anel com acesso
direto a outros andares e câmaras secre-
tas, usados exclusivamente pelas famílias
reais, aliados e grandes guerreiros que
transitam por quilômetros entre as regiões
mantidas pelos Punhobronze e os Forjane-
gra.
 Grandes comerciantes, heróis e guar-
das de elite aposentados, artistas de
destaque, os maiores forjadores do reino e
os principais mestres ourives, se concen-
tram nessas partes da montanha. As
grandes reuniões, eventos e apresentações
artísticas também acontecem nesse Andar,
amplamente protegido pelos melhores guer-
reiros de todo o povo.
O Quarto Anel mantém os campos de
colheita de fungos e raízes (principais ali-
mentos da comunidade) e distribuição de
água aos níveis superiores (por onde pas-
sam lençóis freáticos). Local com grandes
contingentes de plebeus e trabalhadores ge-
rais, cumprindo inúmeras tarefas e funções,
sendo bastante populoso e caótico. Por con-
ta dos confusos e desorganizados
corredores e de galerias subterrâneas que
se estendem no fundo da montanha, e da
ligação direta com os calabouços logo abai-
xo, os riscos e perigos são grandes, exigindo
grandes esforços militares e criatividade dos
engenhoqueiros responsáveis pelo setor.
No quinto andar estão localizados os
maiores calabouços de Casanova, formados
a partir de centenas de celas, muitas delas
desativadas e abandonadas, para todos os
tipos de prisioneiros, sejam eles pertencen-
tes aos povos anões ou não. Forjas e
mecanismos interligadas com o quarto an-
dar podem ser vistas, onde prisioneiros
trabalham em escavações, como mi-
neiros, carvoeiros, trabalhadores
das forjas e em prol do fun-
cionamento do sistema
de abastecimento de água. O objetivo é di-
minuir suas penas até que possam ganhar
a liberdade.
Inúmeras tropas especializadas dos
exércitos oficiais mantém a segurança sub-
terrânea do Anel, inclusive patrulhando
suas galerias solitárias e silenciosas, afas- 2
tando criaturas das profundezas e
invasores que corriqueiramente decidem
emergir por acessos alternativos na tenta-
Casanova
tiva de invadir outras áreas importantes de
Torrão.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Defesa sempre alerta: o Espinhal e seus arre‐
dores selvagens comportam inúmeros povos e
raças, acabando por gerar conflitos e disputas por
territórios, controle de rotas comerciais e acor‐
dos diplomáticos. Os anões de Torrão precisam
lidar tanto com os nômades de Morada dos Livres
quanto com as dezenas de criaturas e monstruo‐
sidades que se abrigam pelas montanhas e nas
profundezas da terra.
Forjanegra VS Punhobronze: embora man‐
tenham a divisão territorial de Torrão de forma
pacífica e colaborativa, existem grandes disputas
por poder e influência na região. Novas lideran‐
ças tem entrado em rota de colisão, podendo
desencadear em uma guerra entre os clãs.
22
 De olho nas Coxilhas: os tratados comerciais
com Meão tem se enfraquecido perante as guer‐
ras que ocorrem nas Coxilhas, e os anões de
Torrão temem que os avanços dos humanos de In‐
vernia e região possam chegar até Morada dos
Livres.
2 Os túneis perdidos: entre as divisões regio‐
nais dos Punhobronze (norte) e Forjanegra (sul)
existem infindáveis corredores, galerias e túneis,
Casanova
permitindo o deslocamento dos nativos. Muitos
deles já foram inutilizados, outros esquecidos, e
relatos atestam o surgimento de estranhas pas‐
sagens desconhecidas pelos anões.
A lenda dos injustiçados: os calabouços de
Torrão são assustadores e medonhos, e carregam
inúmeras lendas de presos que foram injustiça‐
dos. Rumores dizem que almas vagam pelos
complexos e corredores contando suas histórias
em busca de vingança.
Meão
O MEIO DO CAMINHO
Meão está localizada entre Morada dos Li-
vres, Invernia e a República da Capivara,
sendo uma terra soberana e independente.
Embora não pertença a nenhum dos con-
glomerados de maiores expressões, estão
inseridos nas atividades comerciais e polí-
ticas que unem outras cidades, reinos e
impérios, pois todas as rotas terrestres en-
tre Invernia e o restante do continente
passam obrigatoriamente pelos domínios da
cidade dos cavaleiros, considerada como a
capital das Coxilhas.
Sua proximidade com Invernia propor-
ciona temperaturas que variam bastante
conforme a época do ano, invernos rigoro-
sos e atípicos na maioria das outras regiões
de Casanova são comuns em Meão e de-
mais regiões que a cercam. A intimidade
dos nativos com temperaturas baixas re-
sultou na tradição de preparos de bebidas
quentes à base de ervas fortes e amargas.
Costumam ocupar e explorar a região
norte do território até as fronteiras de Mo-
rada dos Livres, de onde extraem bons
22
tratados políticos a partir de uma relação
amistosa com os anões. Grandes pecuaris-
tas, sua alimentação é bastante rica em
consumo de bovinos, como também do
abundante arroz e o milho, que fomentam
prioritariamente a economia e bem estar
dos povos locais, além de serem reconheci-
dos por seus trabalhos como vinicultores,
possuindo uma matéria prima de grande
qualidade e bastante requisitada em terras
distantes.
PARENTES EM GUERR A
Acontecimentos recentes, durante os pri-
meiros períodos da Quarta Era, estremece-
ram as Coxilhas como nunca antes, inúmeros
grupos pertencente ao seus parentes de In-
vernia, que historicamente sempre dispu-
taram territórios entre si através da região,
passaram a avançar em ofensivas armadas
invadindo, ocupando e dominando vilas e
cidades pelo sul de Meão, forçando as lide-
ranças e principais grupos políticos se des-
locarem para o norte da região.
Inúmeros conflitos seguiram e seguem
ocorrendo nos arredores de Meão, resultan-
do em vitórias, derrotas, avanços e recuos
de ambos os lados. De um lado uns tentam
retomar as importantes terras e pastos que
orientam a base de sua economia, do ou-
tro estão os povos que almejam dominar as
principais e estratégicas regiões de onde
também são originários, fundamentais pa-
ra a sua sobrevivência.
Todo o sul de Casanova está de olhos
bem abertos para o que ocorrerá ao longo
do tempo por todas as Coxilhas, e as alian-
ças, acordos e movimentações começam a
surgir entre os interessados no desenrolar
das tramas que ocorrem pelas estradas fri-
as e as compridas estâncias.
D ESTEMIDOS E COR AJOSOS
Nas terras sulistas valoriza-se o respeito às
hierarquias, bem pautadas nas tradições
familiares que ostentam histórias gloriosas
de um passado de lutas e orgulho. Seus tra-
jes típicos são notáveis, desde os vestidos
longos e bem adornados das mulheres, pos-
suindo em algumas regiões um trabalho
extraordinário em rendas detalhadas que
expressam características marcantes, às
calças largas presas por robustas e pesadas
botas para cavalgadas. O chapéu e o lenço
amarrado ao pescoço são ítens praticamen-
te obrigatórios, de variados tipos e estilos
(no caso dos lenços a coloração que possu-
em é que distingue as famílias, grupos e
clãs, como funcionam as bandeiras em ou-
tras regiões), ajudando também na proteção
contra o frio de suas noites carregadas de
neblinas.
T R ADIÇÕES FORTES
Saudosistas, por vezes acabam agindo de
forma arredia quando confrontados, defen-
dendo sua cultura e povo como as maiores
riquezas de suas terras, sendo bastante ob-
jetivos e diretos no trato social.
Nutrem tradições por banquetes fartos
normalmente abastados de carnes bovinas
assadas em estacas pesadas ou perpendi-
culares à valas preenchidas de lenha em
brasa. Divertem-se com músicas típicas que
soam alegremente, ritmos compassados
permitem as tradicionais coreografias de
suas danças populares onde duas pessoas,
ou mais, executam passos em conjunto. Al-
gumas tradições também remetem às
clássicas danças de fita e os grandes e co-
nhecidos festejos da uva anuais em certas
regiões, atraindo muitos viajantes.
O trato do gado também resulta em
uma grande capacidade de trabalhar com
o couro, incluindo seu uso em equipamen-
tos militares, como no caso de seus pesa-
dos gibões, mas também proporciona
grandes recursos alimentares, como o char-
que, inicialmente desprezado pelos cavalei-
ros que buscavam retirar apenas o couro
dos animais para usos diversos, mas extre-
mamente comuns na alimentação tanto das
famílias locais quanto dos viajantes, sendo
facilmente encontrados pendurados em va-
rais, suspensos em cordas após a salga (in-
cluindo as vísceras do animal), aguardando
o sol e o vento realizarem o restante do tra-
balho.
Do mesmo modo mantém o costume da
tosa das ovelhas das estâncias, sendo uma
atividade fundamental para a sobrevivên-
cia dos nativos em ambientes frios,
conhecendo a idade dos carneiros de acor-
do com seus dentes (do mesmo modo como
fazem com seus cavalos). Precisam manter
os campos livres de ervas venenosas e dos
predadores carniceiros que rodeiam as re- 2
giões e atacam os rebanhos, assim como os
conflitos e embates gerados contra invaso-
res e inimigos de guerra.
Casanova
Nas regiões florestais no centro-norte de
Meão explora-se a extração de uma madei-
ra de grande qualidade, vista na construção
das arquiteturas locais, com casas resisten-
tes de telhados de ângulos agudos, para em
casos de neve não haver desabamentos, co-
mo em carroções capazes de transportar
grandes quantidades de materiais agríco-
las e bons números de passageiros. Estas
regiões também compõem áreas de plantio
de café e da típica erva-mate, indispensá-
veis para o bem estar e economia dos povos
locais.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Mistura boa: comunidades e vilas espalhadas
pelas estâncias tendem a se formar através de fa‐
mílias e grupos armados, defendendo seus
territórios e pastos. Muitas das vezes, pelo paren‐
tesco e proximidade territorial, os povos de Meão
se misturam aos de Invernia em alianças e ami‐
zade, gerando certa desconfiança de alguns e
resistência de outros.
Festanças: as videiras existentes em Meão ren‐
dem grandes colheitas em determinadas épocas
do ano, atraindo comerciantes e fidalgos de ou‐
tras regiões de Casanova. Festivais são
promovidos pelo povo e enchem as ruas e estra‐
das.
Cerveja anã: os nativos de Meão estão entre os
maiores consumidores de cerveja anã do conti‐
nente, trazidas pelas inseguras rotas de Morada
dos Livres. Com as guerras contra seus parentes
do extremo sul os recursos ficam cada vez mais
escassos para esse fim. Alianças estariam sendo
discutidas com os anões de Torrão em busca de
apoio militar.
22
A data especial: os povos de Meão costumam
realizar grandes comemorações na data de fun‐
dação do primeiro assentamento das Coxilhas,
porém, na mesma data ocorreu a invasão vinda
de Invernia, sendo atualmente uma data celebra‐
da por ambos os lados, por razões diferentes. As
festividades são marcadas por conflitos e ataques
entre os povos da região.
O Boto: lendas ligadas ao boto atravessam o con‐
tinente e também são representadas nas regiões
de Meão, onde dizem que a criatura seria capaz
de ajudar os náufragos e seus olhos possuiriam
poderes especiais de bom agouro, servindo de
amuletos e também como componentes alquími‐
cos.
Invernia e Coxilhas
Calientes
DO GELO AO FOGO
Dizem que quando um guerreiro de Inver-
nia entra em uma taverna todos param para
observar seu caminhar firme e elegante, re-
conhecem o legado que suas botas gastas
carregam. Invernia não é reconhecida como
a terra de “estâncias calientes” sem razão,
suas lutas entre miseráveis e poderosos em
guerras por liberdade são contadas desde
os bordéis mais sujos aos cochichos duran-
te uma pausa para bebericar, e
diferentemente do clima frio de suas cida-
des, seu povo é quente como o fogo, com
sangue que arde nas veias.
A maior região que abriga os povos de
Invernia é conhecida como Estâncias Cali-
entes, ou simplesmente Calientes, e reúne
alguns dos diversos povos que migraram
para a região, acabando por gerar uma
miscigenação de características e compor-
tamentos únicos. Etnias taba-raiz habi-
tantes das estâncias e entornos dos rios
entraram em contato com os povos huma-
nos que migravam do norte e nordeste, e
entre conflitos e alianças nasceu o territó-
rio composto essencialmente por uma at-
mosfera de liberdade e valentia.
As estâncias comportam uma espécie
de conglomerado principal, composto de vi-
las e cidades livres de tamanhos e
composições diferentes que convivem entre
si. Cada assentamento possui políticas, li- 2
deranças e tipos de governos próprios,
sendo bastante comum existirem ambien-
Casanova
tes de forte tensão e disputas políticas entre
clãs. Há uma grande representação na po-
lítica por parte de grupos populares de
vanguarda, tendo participação fundamen-
tal no enfrentamento de certos grupos de
grande poder econômico e militar, tradici-
onalmente dominantes.
A forja de alianças ou promoções de
conflitos externos também ocorrem com
certa frequência e movimentam a geopolí-
tica de toda região, unindo movimentos e
guildas de cidades e territórios diferentes
lutando muitas vezes pela mesma bandei-
ra ou causa.
AVANÇOS PELAS C OXILHAS
Alguns clãs de Invernia tem avançado pe-
las Coxilhas em busca de retomar territórios
disputados pelos povos da região desde os
tempos antigos, causando grandes confli-
tos e guerras nas estâncias e cidades por
onde passam. Recentemente certos territó-
rios existentes no sul de Meão foram
conquistados, aumentando a tensão nas
fronteiras e incitando uma guerra que pa-
rece cada vez mais próxima.
As características físicas dos nativos
tem certa variação, dependendo de suas
principais raízes podem ter a pele mais ou
menos escura até tons mais claros, já seus
cabelos tendem a ser pretos. Suas vesti-
mentas quase sempre remetem ao
militarismo e a cavalaria, similares às de
seus parentes de Meão (chiripá, bichará ou
pala, lenço e a uma faca na guaiaca), mas
possuem uma certa pompa adicional, in-
corporada a partir de outras culturas,
tornando-os atraentes, chamativos e até se-
dutores. Nessas regiões a versão de
22
 levantino dominante é o arcaico, soando rá-
pida e energicamente.
Sua cultura converge em muitos ele-
mentos com seus parentes das Coxilhas,
principalmente nas áreas fronteiriças onde
miscigenações e absorção de costumes são
2 comuns e constantes, e embora haja um
histórico de disputas territoriais entre os
dois povos, há muito mais semelhanças en-
Casanova
tre si do que diferenças. Desde a tradicional
erva-mate, o vinho de frutas, os pastos e a
habilidade em montar, sua música, danças
e expressões artísticas recebem ainda um
tempero quente e intenso. São excelentes
cavaleiros e corajosos guerreiros, suas pa-
lavras sempre valem como dívidas que
sempre são pagas.
S ENHORES DO SUL
As Calientes se estendem até parte do ex-
tremo sul, variando as características de
seu clima e solo (desde montes, florestas
úmidas, estepes e desertos), definindo fron-
teiras parciais com enormes desertos de sal,
e ainda mais ao sul geleiras, onde as lha-
mas, montarias comuns usadas pelas
comunidades sob a altitude das montanhas,
se mostram bastante úteis (servindo tanto
como montaria quanto alimento). Outros
territórios, povos e terras se espalham por
Invernia, levando até as distantes Ilhas Vo-
razes, no extremo meridional de Casanova.
Tal vastidão de terras é margeada por
todo o leste pelo Espinhal (a parte que se
estende pelas Coxilhas e Invernia), a mais
longa cordilheira de Casanova, em partes
habitada e dominada por etnias taba-raiz.
Muitos territórios são formados na altitu-
de das montanhas como em regiões mais
inóspitas e ermas, sendo uma terra muito
extensa, que também divide alguns territó-
rios com anões Pé-de-gelo, elfos
montanheses e outros seres e animais sel-
vagens, que variam conforme a região
(desde cervos, répteis, felinos e roedores).
É sempre seguro ter bons suprimentos,
roupas e bebidas quentes e armas afiadas
enquanto estiver pela região.
22
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
El Cabeza: boatos que rondam desde as Ilhas
Vorazes até as Coxilhas citam o surgimento de
uma grande liderança popular. El Cabeza, como
é chamado, vem enfrentando oligarquias e tira‐
nos em assentamentos diversos através da
organização de grupos e guildas rebeldes. Dizem
que os conflitos nas Coxilhas foram tramados por
Cabeza, que seria também um aliado de grandes
líderes da Antilha dos Independentes.
Saída para o mar: as regiões que compõem o
território do sul são cercadas no leste pelo Espi‐
nhal, com exceção de um grande rio, o Sulista, que
se projeta pelas Coxilhas, onde as montanhas se
abrem, e se estende por Invernia, até as frontei‐
ras de Montalvo. É uma região de grande disputa
dos povos locais (incluindo os anões) por ser a
melhor alternativa de navegação e saída para o
mar. Lendas dizem que esse rio esconderia gran‐
des riquezas em seus entornos e profundezas.
Áreas desérticas: o sul das Calientes compor‐
tam mortais desertos de sal que atravessam
quilômetros, sendo uma espécie de divisa natu‐
ral para os assentamentos isolados do sul
(próximos às lhas Vorazes) com as Estâncias. Es‐
sas regiões inóspitas seriam dominadas pelo
Cartel.
As fronteiras: as Calientes tem algumas divi‐
sões principais que comportam grupos e clãs de
diferentes comportamentos. A região de menor
proporção está nas fronteiras com Meão, com‐
posta por famílias miscigenadas que dividem-se
entre os que estão ao lado de Meão e aqueles que
estão ao lado de Invernia. Esse território está em
constantes disputas e batalhas e atualmente está
sob o domínio de Invernia.
A origem do Cartel: os líderes da poderosa
guilda que comercializa a Gris em grandes áreas
de Casanova são originários de Invernia. No sul
agem com grande influência e poder, ditando leis
e regras em vários territórios e assentamentos
que dominam e controlam como verdadeiros reis.
 Montalvo
A NÕES DA G EADA
Nos primórdios do mundo de Libra alguns
grupos do clã Ruivopelo decidiram que pre-
cisavam partir em busca de novas terras e
vivências, pois Torrão, embora magnífica e
rica, já se mostrava bastante populosa e do-
minada por outros líderes de sua raça.
Entre partidas para o norte e outras regiões
do continente alguns grupos, acompanha-
dos de inúmeros Forjanegra, se mostraram
instigados a seguir em direção ao gélido sul
de Casanova, desafio atípico para um povo
avesso às mudanças.
O destino apontado pelos anões era o
Espinhal do sul, rompendo as fronteiras de
Invernia em direção aos longos e gelados
picos das montanhas de uma imensidão
branca, desbravando as riquezas brutas
que poderiam encontrar nas áreas pouco
exploradas por seus parentes e outros po-
vos.
Rapidamente os Forjanegra, principal-
mente, passaram a colocar em dúvida o
plano de migração e as motivações em tor-
no dele, entrando em conflito em discussões
e desentendimentos cada vez mais caloro-
sos, chegando a haver conflitos entre seus
membros que se dividiam entre os que que-
riam seguir em frente e aqueles que
sentiam a morte se aproximar. Muitos pe-
receram ao longo dos meses de viagens e
dificuldades, outros tantos foram desertan-
do ou enlouquecendo, vários grupos ainda
tornaram-se inimigos, travando brigas vio-
lentas e estúpidas que levaram grandes
guerreiros e líderes à decadência.
Uma estrada simples, sinuosa e exten-
sa foi demarcada através das montanhas,
a trilha por onde os anões marcharam du-
rante sua viagem passou a ser também
usada por outros grupos e povos, a Rota da
Perdição, como é chamada até os dias atu-
ais, liga Invernia e Torrão ao longo das
montanhas do Espinhal, levando também
às grandiosas e poderosas montanhas de
picos esbranquiçados de Montalvo, o mon-
te mais alto de Casanova e lar dos, a partir
de então, rebatizados anões Pé-de-gelo.
O M ONTE B R ANCO
O pico gélido conhecido como Monte Bran-
co abriga a maior parte da reduzida
comunidade dos Pé-de-gelo, diversas famí-
lias se espalham pelas cavernas e grutas
congelantes existentes em seus arredores,
outros clãs optam por habitar regiões pró-
2
ximas dos lagos e das parcas florestas que
se formam em algumas regiões aos pés das
Casanova
montanhas, escavando sua rocha e forman-
do cavidades compridas que mais parecem
buracos abertos na pedra. A pesca, a caça
e as atividades comerciais com outros po-
vos acabam sendo mais frequentes e
diversas nessas regiões, atraindo também
a atenção de saqueadores e predadores pe-
rigosos.
Não restam dúvidas que os anões mais
resistentes e brutais entre todos os outros
de sua raça são os Pé-de-gelo, capazes de
suportar condições de sobrevivência limi-
tadas nas regiões mais inóspitas.
Dividem-se em grupos e classes hierárqui-
cas, desde os caçadores e pescadores,
tecelões, produtores e comerciantes de be-
bidas fortes (o conhaque produzido na
região é uma iguaria). Montalvo é regida pe-
las Onze Casas, uma espécie de conselho
que se reúne para tomar decisões impor-
tantes e definir regras e normas para todos
os povos anões da região, cada uma das on-
ze famílias fundadoras tem direito a uma
cadeira, indicando um representante de sua
confiança.
Os guerreiros Pé-de-gelo são divididos
basicamente entre dois grupos, a infanta-
ria e os montadores. As tropas de infantaria
se dividem entre os soldados, que mantém
a segurança direta do Monte Branco, e tam-
bém das famílias fundadoras, armados com
espadas e machados pesados e brilhantes,
e os protetores da Rota da Perdição, patru-
lhando seus inúmeros acessos e caminhos.
Os montadores utilizam enormes cer-
vos treinados, capazes de percorrer grandes
distâncias com boa velocidade, para vigiar
e rondar os arredores da montanha, impon-
do medo e temor aos forasteiros e viajantes
com suas lanças mortais e elmos pesados.
22
 OS CICLOS DE EQUILÍBRIO
Os anões de Montalvo mantém sua econo-
mia a base de pesca e caça, como alguns
outros povos da região, e também do plan-
tio de certas ervas e raízes que nascem no
cume do Monte Branco e compõem sua di-
2 mam a cordilheira se abrem e um grande vale se
eta. Fabricam também um renomado e
revigorante conhaque com ingredientes e
especiarias típicas do alto das montanhas,
Casanova
que o elevam ao patamar de uma das bebi-
das mais apreciadas e requisitadas por
outros povos, inclusive do norte de Casano-
va, o “conhaque do gelo”.
Sazonalmente os nativos realizam reu-
niões comerciais com os povos das regiões
próximas para trocas de mercadorias e pro-
dutos. Normalmente tais encontros ocorrem
antes da chegada do pesado inverno a fim
de assegurar uma passagem pelo período
mais branda. Encontros e celebrações ocor-
rem durante o outono, nos períodos de
pacifismo, onde quaisquer rusgas e desa-
venças são deixadas momentaneamente de
lado com o objetivo de não enfurecer a im-
previsível natureza local. Esse período dura
quinze dias, onde a paz é mantida por to-
dos através de tréguas e pactos de não
agressão entre inimigos e adversários, sen-
do chamado de “Dias Fraternos”, aqueles
que ousam descumpri-lo pagam um preço
caro, podendo acarretar em expulsão de
Montalvo e até em execuções públicas.
Em contrapartida, ao término do inver-
no, a primeira quinzena da primavera é
reservada para oferendas e sacrifícios de
vários tipos, até mesmo através do derra-
mamento de sangue originados por conflitos
e desavenças (desde que se prove ter razões
e motivos “justificáveis” o crime é perdoa-
do pelas leis de Montalvo), pois acreditam
que o equilíbrio deve existir em todos os ci-
clos, mesmo a partir de grandes custos e
perdas.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Caçada dos cervos: uma antiga tradição rea‐
lizada em Montalvo consiste em caçar os imensos,
e raros, cervos locais. Há grande disputa entre fa‐
22
mílias e certos guerreiros, pois aquele que captura
o maior dos animais entre os competidores rece‐
be uma joia especial.
O desfiladeiro: existe uma região entre o Espi‐
nhal do norte (em Morada dos Livres) e do sul
(ligando Montalvo) que as montanhas que for‐
forma, gerando uma divisa natural em um terri‐
tório de diversos perigos e dificuldades. Os anões
criaram um complexo de pontes que ligam o nor‐
te e o sul do Espinhal e atravessam a região pelo
alto.
Desabamentos: imensas camadas de neve cos‐
tumam desabar causando grandes danos e
soterramentos de vilarejos, estradas e galerias
subterrâneas, exigindo buscas e trabalhos de re‐
construção em várias regiões.
O vento cortante: vendavais repentinos e
inexplicáveis, que duram alguns poucos minutos,
causam estragos aos assentamentos e ferimentos
aos que estejam desabrigados.
Regra: todos os personagens expostos aos venda-
vais cortantes devem fazer uma Jogada de Defesa
de Vigor NA 3, em casa de falha recebem 1 ponto
de dano.
Conhaque revigorante: além de altamente sa‐
boroso, o conhaque de Montalvo é capaz de
minimizar os efeitos do pesado frio da região.
Regra: cada dose de conhaque (aproximadamente
100ml) garante bônus de +2 em jogadas contra o
frio (duração de uma cena).
Ilhas Vorazes
N O E XTREMO DO M UNDO
Um arquipélago no fim do mundo castiga-
do pelo frio e a neve, de contrastes entre
uma beleza não vista em nenhum outro
canto de Casanova, e um silvo aterrorizan-
te em meio a um território quase totalmente
inabitado. As Ilhas Vorazes sempre foram
regiões evitadas ou pouco atrativas para a
maioria dos povos, sendo até mesmo des-
conhecidas por muitos, suas populações
nunca atingiram números altos ou produ-
ziram grandes líderes e heróis continentais,
sofrendo com baixas taxas de natalidade e
vidas mais breves se comparadas às de seus
parentes no continente.
De fato um dos maiores desafios nas
Ilhas é sobreviver em suas condições real-
mente adversas, os inimigos são vários,
desde os níveis baixíssimos das temperatu-
ras locais, chegando a nevar em longos
períodos, levando incontáveis indivíduos à
morte por hipotermia (principalmente os
mais idosos e as crianças) aos animais fe-
rozes e famintos que espreitam atrás de
suas presas. A escassez de alimentos e da
caça, torna a estadia nas Vorazes uma ex-
periência inesquecível e traumática.
I MENSIDÃO BR ANCA
Parentes próximos dos povos de Invernia,
inclusive pertencendo à mesma linhagem
vinda de Levante, os humanos ocupam ma-
joritariamente as áreas comunitárias das
Ilhas Vorazes, suas pequenas vilas e aldei-
as tendem a possuir características menos
sofisticadas em suas práticas e cultura,
seus líderes são definidos pela corpulência
e vigor físico suficientes para sobreviver e
liderar suas aldeias durante migrações e
conflitos que assolam as ilhas.
É possível encontrar também alguns
clãs élficos, plenamente adaptados às bai-
xas temperaturas da região, apresentando
características muito peculiares, exóticas e
belas em seus corpos pálidos (alguns rela-
tos dizem que vários elfos possuem olhos
feitos de puro gelo), como também draco-
nianos errantes refugiados nos confins do
mundo. Grupos de anões pé-de-gelo são
mais comuns nessas regiões, fazendo expe-
dições, treinamentos ou permanecendo por
longos períodos em pequenos vilarejos es-
condidos nas entranhas e picos das
montanhas gélidas das Vorazes.
Existem duas ilhas principais, de tama-
nhos mais expressivos, e mais algumas
pequenas ilhas menores em seus entornos
formando o arquipélago denominado Ilhas
Vorazes, destas duas ilhas principais ape-
nas a que está posicionada mais ao norte
abriga grupos e clãs relativamente maiores
e organizados, com comércios entre as al-
deias e vilarejos, lideranças políticas
reconhecidas por outras regiões de Inver-
nia, com funções e trabalhos estruturados
coletivamente.
A ilha posicionada mais ao sul é ainda
mais inóspita, e praticamente foi abando- 2
nada pelos povos que ali viviam. Embora o
frio mais rigoroso e a escassez de alimen-
tos sejam preponderantes para a ausência
Casanova
de grandes assentamentos e contingentes,
o grande fator para o seu despovoamento
está relacionado ao período de grandes
guerras e batalhas entre os clãs e aldeias
das Vorazes, resultando em terríveis e im-
piedosas matanças históricas que
amaldiçoaram para sempre os territórios
do sul.
O S A MALDIÇOADOS
A popularmente chamada “Ilha mal assom-
brada” é a região mais inóspita de toda
Casanova, a congelante ilha do sul resguar-
da os escombros dos vilarejos abandonados
pelos remanescentes das batalhas travadas
nas eras antigas. Uma energia de mácula e
ódio permeiam todo o território, que hoje é
ocupado pelos espíritos dos mortos que se
recusam a encerrar seus vínculos com a sua
terra, e segundo os sábios, permanecerão
presos às ilhas do sul até que a vingança,
ou o perdão, seja alcançado perante aque-
les que os massacraram.
Dezenas de relatos de viajantes e expe-
dicionários das Vorazes corroboram com a
existência de espíritos vagantes e seres so-
brenaturais na região, tomados pelo ódio e
a dor que ainda sentem através de seus cor-
pos dilacerados e mutilados. A maioria dos
espíritos comportam-se como se ainda es-
tivessem vivos, sendo provável que
acreditem de fato nisso, a partir de suas
consciências confusas e percepção da rea-
lidade distorcida. Tendem a agir com
violência e hostilidade contra qualquer vi-
ajante e forasteiro, sendo capazes de
dialogar normalmente e até atacar adver-
sários, causando ferimentos que deixam
marcas e cicatrizes escuras para sempre.
Algumas vezes acabam por desencadear
22
 efeitos colaterais adicionais, desde o apare-
cimento de doenças graves, perda de
sentidos, às experiências sobrenaturais, co-
mo sonhos premonitórios, pesadelos
recorrentes, etc.
Mercenários e exploradores possuem
2 grande interesse na região por sua vasta
composição cultural e atmosfera mística (o
Éter pulsa nessa região, mas de uma for-
Casanova
ma fúnebre, obscura) como em busca de
materiais e riquezas existentes e abando-
nadas. Mas aqueles que ousam desafiar as
terras do sul das Vorazes normalmente en-
louquecem ou jamais são vistos novamente.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Éter obscuro: a onda obscura que permeia as
Ilhas Vorazes, do norte ao sul, causa efeitos e al‐
terações na forma que se canaliza o Éter.
Regra: a cada uso de Éter nas Ilhas Vorazes 1d6
deve ser jogado, em caso de um resultado par na-
da acontece e o personagem não gasta seus PVs,
em caso de ímpar o custo em PVs é dobrado (2
ao invés de 1).
Toque dos mortos: qualquer indivíduo que se‐
ja tocado, ou sofra algum ferimento, pelos
espíritos guardiões das Ilhas Vorazes ganhará
uma marca escura no local do corpo onde foi atin‐
gido.
Regra: a marca nunca desaparece, de forma algu-
ma, e todas as situações posteriores em que o
personagem estiver envolvido em um evento so-
brenatural (de qualquer origem ou tipo) a marca
queimará causando 1 ponto de dano aplicado di-
retamente no total de PVs.
Relíquias místicas: embora as histórias sobre
os assentamentos abandonados já interessem ex‐
ploradores e caçadores de tesouros, outras lendas
rondam a região assombrada das ilhas, uma de‐
las diz que as armas dos antigos guerreiros da ilha
seriam itens especiais (mágicos).
Guardiões protegidos: os espíritos aprisiona‐
dos nas ilhas do norte das Vorazes são imunes a
efeitos comuns.
Regra: apenas armas e equipamentos mágicos,
conjuracões e habilidades específicas (como Es-
conjurar) causam efeitos e dano nos espíritos
guardiões das Vorazes.
222
Gelo especial: histórias trazidas de sobreviven‐
tes e expedicionários dizem haver uma espécie de
gelo especial que se forma em uma parte das
montanhas no extremo sul das Vorazes, esse ge‐
lo que seria inquebrável e teria propriedades
especiais.
Zen
DO ORIENTE DO MUNDO
A história dos povos habitantes de Zen se
inicia muito antes da concepção de sua na-
ção, abrigada na maior das ilhas existentes
da costa oeste de Invernia, surgindo ainda
em Levante durante os momentos iniciais
da Primeira Era. Contam as lendas que seus
ancestrais teriam vindo do leste de Libra,
onde o sol nasce, no extremo do mundo.
Durante o Êxodo de Levante os povos
das montanhas de ventos cortantes sofre-
ram duros golpes, e seu povo foi quase
dizimado durante os principais períodos de
ataques dos taú. Precisaram atravessar to-
do o continente em rotas de fuga por
abrigos e acampamentos improvisados, até
que pudessem escapar através do mar, em
embarcações que partiam para o oeste.
Grandes desafios e dificuldades seriam en-
frentadas até que chegassem à ilha,
batizada de Zen, devido às suas águas pa-
cíficas, no sul de Casanova.
Os povos de Zen possuem uma língua
própria bastante complexa, falada oficial-
mente em todo o território e também por
clãs que ficaram pelo caminho ao longo das
migrações, permanecendo no sudeste de
Casanova e vivendo como caçadores nôma-
des de Morada dos Livres. Existe também
uma variação de Levantino usada em suas
comunidades e para relações diplomáticas
com outros povos, recebendo inúmeras in-
corporações de palavras e pronúncias,
conhecida popularmente como Levantino
Oriental.
 A DOR ADORES DOS DR AGÕES
Os nativos mantém viva a cultura de seus
antepassados, expressas desde as tradições
familiares (os idosos recebem grande pres-
tígio e respeito), aos dogmas que buscam o
equilíbrio entre a mente, o corpo e o espíri-
to. Ao chegarem nas terras de Zen entraram
em contato com várias espécies de dragões,
habitantes das inúmeras ilhas selvagens ao
longo do sudoeste de Grandemar, incorpo-
rando vários elementos análogos às
criaturas em suas manifestações religiosas,
artísticas e comportamentais.
A arquitetura local é toda planejada e
bem desenvolvida, produzida basicamente
através de madeira leve e resistente, os mer-
cados e praças existentes nos centros
comerciais possuem grandes variedades de
mercadorias, especialmente os frutos do
mar, principais alimentos locais, mas tam-
bém arroz, raízes e especiarias, que são
obtidos em plantações nas áreas de vege-
tação abundantes, ou negociadas com os
povos do continente.
É comum encontrar casas de medita-
ção e templos religiosos onde qualquer um
pode frequentar, variando suas caracterís-
ticas e propósitos de acordo com a espécie
e coloração do dragão patrono daquela fa-
mília ou grupo dominante.
S ÁBIOS CUR ANDEIROS
Os assentamentos de Zen são bastante sim-
ples, até mesmo pelo tamanho da ilha, que
é dividida entre vários blocos de vilas pe-
quenas e medianas concentradas no norte
montanhoso, são lideradas por clãs pode-
rosos e influentes, protegidos por guerreiros
honrados, bem treinados e armados com lâ-
minas afiadas e mortais. Na região central,
e em partes do sul, concentram-se as áre-
as agrícolas, onde grandes números de
trabalhadores das planícies e campos pas-
sam a maior parte de suas vidas.
A medicina de Zen também é reconhe-
cida por todo o continente de Casanova
atraindo viajantes em busca de cura para
doenças mortais e desconhecidas, suas téc-
nicas, unguentos e alquimias surtem
grandes efeitos, sendo que inúmeros de
seus componentes são extraídos dos cor-
pos dos próprios dragões.
Os draconianos são relativamente co-
muns na ilha, local onde foram concebidos
em um passado não tão distante através de
rituais poderosos, assim como a presença 2
de dragões em alguns picos rochosos e em
áreas ermas, distantes dos centros comer-
ciais, principalmente em períodos de
Casanova
grandes festas e celebrações importantes.
I NFORMAÇÕES I MPORTANTES
Guerreiros de elite: Zen produziu uma elite
guerreira poderosa e eficiente, soldados bem trei‐
nados que atuam tanto como combatentes
mortais quanto espiões que seriam capazes de de‐
saparecer nas sombras.
Os filhos dos dragões: diferentemente da
maioria das outras regiões de Casanova, em Zen
os draconianos são considerados seres especiais
e abençoados. Algumas celebrações poderosas
costumam ocorrer em torno da existência dos
filhos dos dragões.
Alfabetos e escritas; nas vilas e assentamen‐
tos de Zen os alfabetos existentes são diferentes
dos vistos no restante do continente, sendo im‐
possível de compreendê-los sem um
conhecimento mínimo da língua local.
Medicina especial: o conhecimento sobre o
corpo e a aplicação de técnicas exóticas experi‐
mentais trouxe grandes avanços no tratamento
de doenças e enfermidades na ilha.
Regra: qualquer efeito de recuperação de PVs, ní-
veis de Doença e Esgotamento são acelerados, re-
cuperados ou aumentados em 100% (o dobro) se
o personagem estiver fazendo algum tratamento
ou consumindo algum preparo local.
Espírito dos dragões: é comum que as ban‐
deiras, brasões e simbolismos dos povos de Zen
sejam baseados nos dragões. Clãs e grupos utili‐
zam em seus nomes sufixos baseados no tipo ou
cor de seu dragão patrono (em Levantino Orien‐
tal, como também nas tradicionais línguas locais).
222
 Capítulo 3

Criação de 3

Criação de Personagens
Personagens

venturas de RPG precisam de deste capítulo para facilitar esse processo,

A protagonistas, e no mundo de
Libra esse papel pode ser de-
sempenhado por qualquer um,
de qualquer povo, região, credo,
cultura e identidade de gênero.
contendo as principais regras, condições e
conceitos usados durante uma sessão de
ORBE DE LIBRA RPG.
Para mais detalhes e regras adicionais,
incluindo toda a mecânica de combate, con-
O jogador deve refletir sobre qual tipo de sulte o Capítulo 8 Sistema de Regras e
personagem deseja representar durante a Combate.
aventura e criar uma história simples e co-
erente em torno desse conceito.

• Como o personagem se chama?

• Como ele age e se comporta?
• De onde ele veio?
• Quais são os seus objetivos?
• Quem são seus familiares?
• Possui inimigos?
• Tem paixões?
Passo 1 • Atributos Básicos
• Guarda algum segredo? e Subatributos
Não se esqueça dos detalhes e peculiari- Os atributos básicos funcionam como
dades, (alguma característica na fala ou no um reflexo simples das capacidades de uma
tom da voz, expressões faciais e corporais, pessoa em eventuais situações de conflito,
maneirismos, etc), o importante é que seu disputa, aplicações de habilidades e conhe-
personagem ganhe o máximo de traços tor- cimentos. São valores responsáveis por
nando-se o mais original possível. determinar e quantificar as capacidades fí-
sicas, mentais e sociais de um personagem.
Veja a seguir cada uma das etapas ne-
Os valores variam entre -2 e 6 (PDMs e
cessárias para a construção da ficha de um
monstruosidades podem ultrapassar esses
personagem jogador, desde as primeiras ro-
limites) e servem como base de cálculo pa-
lagens para definição dos atributos básicos
ra outros atributos secundários, como as
à escolha de raça, classe e os detalhes finais
habilidades de combate e defesa, reflexos,
como equipamentos e armas.
e também de bônus para as rolagens de pe-
Serão apresentados 7 passos ao longo rícias.

222

For | Força
Determina a capacidade máxima de um per-
3 sonagem em lutar e infligir dano físico. Está
relacionada a determinados feitos atléticos
Criação de Personagens
e define parte da vitalidade (PVs - Pontos de
Vida).
Vig | Vigor
O Vigor está relacionado à saúde e resistên-
cia física de um personagem (inclusive em
combate). Parte da Defesa e dos PVs (Pon-
tos de Vida), da capacidade de carga e certos
feitos atléticos são baseados no Vigor.
Agi | Agilidade
Define a coordenação motora e consciência
corporal. Afeta parte da Defesa (capacidade
de desviar de ataques), ações à distância e
também reflexos e reações do personagem.
Sab | Sabedoria
A Sabedoria define os conhecimentos empí-
ricos, culturais e os parâmetros para testes
sensoriais de um personagem que estejam
atrelados à sua visão, audição, paladar, ol-
fato e tato. Devotos e Despertos realizam
suas conjurações com base neste atributo.
Ast | Astúcia
É o atributo que determina a capacidade de
um personagem em memorizar e processar
informações, desenvolver e aplicar técnicas
e conhecimentos (como analisar um mapa,
investigar uma cena de crime). Também es-
tá ligado à habilidade de conjurações
mágicas dos Iniciados.
Por | Porte
O Porte refere-se à capacidade de socializar,
exercer influência e liderança de um perso-
nagem. O quão ele é gracioso e desinibido
(mesmo que esteja fingindo).
222
DEFININDO OS VALORES DOS ATRIBUTOS
Todos os atributos iniciam com o valor
igual a 0 e o jogador deve distribuir um
total de 8 pontos entre os seis atributos
existentes conforme sua escolha, desde
que respeite o limite máximo que permite
apenas UM atributo com 4 pontos. O jo-
gador pode optar por deixar um atributo
negativo (em -1) recebendo em troca um
bônus de +1 ponto para aplicar livremen-
te em um dos outros atributos. Caso a
raça escolhida seja Isá alado não é permi-
tido deixar o atributo Força negativo e
nem adicionar o ponto bônus em Agilida-
de.
Após a distribuição da pontuação ini-
cial, deve-se finalizar esta etapa aplicando
os devidos ajustes raciais nos atributos.
Consulte o Capítulo 4 Povos e Raças para
maiores informações.
Via de regra, os atributos de um perso-
nagem jogador terão valores básicos entre
-2 e +6, humanoides inteligentes “comuns”
possuem valores entre -1 e 2. Não há pro-
gressão de atributos em níveis posteriores
ao primeiro a não ser através de habilida-
des de classe que digam o contrário e/ou
itens mágicos, conjurações, etc que permi-
tam um aumento de atributo.
Os subatributos definem certas ca-
racterísticas e condições secundárias e
complementares de um personagem.
Éter
O Éter não é exatamente um subatributo,
mas deriva de um (Pontos de Vida - PVs),
trata-se de uma energia mística presente
em qualquer lugar que possua algum
fragmento de vida, permitindo que seja
capturado e manipulado através de mate-
rializações sobrenaturais, milagres e fei-
tos sobre-humanos. As conjurações
(arcanas, milagrosas e espirituais), habili-
dades especiais de classe e qualquer
outra manifestação sobrenatural, ou feito
extraordinário, exigem consumo de Éter.
Suas regras de uso e conceitos serão
abordadas detalhadamente no Capítulo 10
Éter - Mandingas, simpatias e feitiços.
PV | Pontos de Vida
Todo personagem possui um
total de PVs (Pontos de Vida)
que representa sua vitalidade
máxima, e de certo modo,
sua resistência física.Os PVs
determinam os limites de feri-
mentos que seu personagem é capaz de
receber antes de ser derrotado ou morrer.
E quanto maior o nível do personagem mais
PVs ele possuirá, haja visto que trata-se de
um subatributo progressivo.
Para definir os PVs iniciais durante a cons-
trução de seu personagem basta realizar o
seguinte cálculo: 8 + Força + Vigor. O resul-
tado será o total de PVs do personagem.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, um Artista
(Sábio) das terras distantes de Vila do Sapo,
possui Força 1 e Vigor 1, ou seja, o total de PVs
de Duarto será 10 (afinal: 8+1+1 = 10).
IMPORTANTE
A cada dois níveis, UM ponto deve ser
somado ao total de PVs e caso a soma de
Força + Vigor seja igual a 5 pontos ou mais
o jogador também recebe 1 “dado de saúde”.
Cada sucesso em um dado de saúde confere
+1PV. A Regra do 6 e do 1 não se aplica
nesses casos. Para aventuras menos mortais
aumente a base dos PVs entre 50% e 100%.
ATAQUE | aTACANDO
Acertar um alvo, seja em uma luta
corpo a corpo ou com um ataque à
distância, não é uma tarefa fácil, pa-
ra obter sucesso, deve-se realizar uma
rolagem somando Ataque (baseado na
classe) + Força (Lutar) ou Agilidade (Ati-
rar) contra a Defesa. Um resultado
IGUAL ou SUPERIOR à Defesa adversária
resulta em um acerto (parcial ou total), cau-
sando danos e ferimentos (perda de PVs).
Para maiores informações consulte o Capítu-
lo 8 Sistema de Regras e Combate. Quanto
ao uso de conjurações como ataques diretos
consulte o Capítulo 10 Éter - Mandingas, sim-
patias e feitiços.
3
DEFESA | dEFENDENDO
Criação de Personagens
A Defesa define a capacidade de um perso-
nagem de se esquivar e de
evitar golpes. Quanto mais
alta a Defesa mais difícil será
atingi-lo. Qualquer ataque
que resulte em uma rolagem
IGUAL ou SUPERIOR ao total
da Defesa atinge o alvo. Con-
sulte o Capítulo 8 Sistema de
Regras e Combate para maiores informações
de como calcular a sua Defesa.
PROTEÇÃO | PROTEGENDO
A Proteção define a capacidade total de um
personagem em minimizar os
efeitos de um dano recebido.
Ela é determinada através de
combinações de armaduras,
escudos, elmos e capacetes,
equipamentos especiais e até
magia.Consulte os capítulos 8
(Sistema de Regras e Combate) e 7 (Recursos e
equipamentos) para maiores informações sobre
trajes e itens de proteção e suas devidas regras.
TAMANHO
HUMANOIDES, SERES E MONSTRUOSIDADES
Cada personagem ou criatura tangível em
Orbe de Libra possui uma medida de Tama-
nho que pode ir do Minúsculo ao Imenso.
São sete os níveis e ao longo do livro trata-
remos disso de maneira mais abrangente.
Nesse momento, no entanto, vamos falar de
apenas três dessas medidas pois são os ta-
manhos das raças jogáveis, conforme
abaixo:
Médio
Agashis, Draconianos, Elfos, Humanos,
Meiosangues e Orcos.
Pequeno
Anões, Isás Terrestres, Pequeninos.
Muito Pequeno
Isás Aladas.
222

CARGA | Carregando
Existem limites físicos, mesmo para os
maiores heróis de CASANOVA, e a Carga cor-
responde a capacidade do personagem de
3 carregar pesos e volumes. Quanto mais
carga seu personagem estiver carregando
Criação de Personagens
mais dificuldade encontrará para se loco-
mover, atacar, usar suas habilidades espe-
ciais e conjurações. Consulte o Capítulo 7
Recursos e equipamentos, para informações
sobre as regras de Carga.
MOV | Movimento
(DESLOCAMENTOS E VIAGENS)
Aventureiros costumam se deslocar em gran-
des jornadas e viagens em torno do mundo.
Os suprimentos precisam ser bem calcula-
dos, afinal, grandes distâncias oferecem
maiores riscos e o tempo escasso é um pés-
simo aliado.
Cada raça em ORBE DE LIBRA possui ca-
racterísticas físicas próprias e únicas e a
escolha delas é que definem o deslocamen-
to básico do personagem. Esse subatributo
Movimento é dividido em dois tipos: “movi-
mento em combate”, onde cada quadrante/
hexágono de um grid de combate represen-
ta uma área de 1,5m (podendo dobrar esse
“custo” em terrenos ruins/acidentados), e
o “movimento em deslocamentos e viagens”.
Para saber quais os limites diários para
grandes deslocamentos de um personagem
deve-se multiplicar o Movimento básico por
5, sendo essa a quantia em quilômetros.
Exemplo: Duarto é um humano caçador das áreas
de Exílio, seu Movimento básico é de 9m, logo, é
capaz de percorrer uma distância máxima de 45
quilômetros em um dia (pois: 9x5=45).
Passo 2 • Escolhendo uma raça
Os mitos e a fantasia de um mundo estão
nas mãos dos povos que nele habitam, e
além dos humanos o continente de Casa-
nova é lar de incontáveis criaturas de formas,
sofisticações e comportamentos diferentes,
várias delas tão inteligentes e complexas
222
quanto os humanos, se unindo a eles como
transformadores cíclicos da história do mun-
do.
Cada Jogador deve selecionar uma ra-
ça entre as disponíveis para seus persona-
gens (agashis, anões, draconianos, elfos,
humanos, isás, meiosangues e orcos). Es-
sa escolha definirá algumas características
fundamentais como: modificadores de atri-
butos, tamanho (Movimento e Volume de Car-
ga), idiomas conhecidos e habilidades
especiais (consulte o Capítulo 4 Povos e Ra-
ças para maiores detalhes e informações).
Passo 3 • Escolhendo uma
classe
Tanto na vida real quanto nas histórias as
pessoas têm facilidade com certas ativida-
des, aprendem ofícios e assumem profissões.
Assim, vão se aprimorando e muitas vezes
se especializando em tarefas bem específi-
cas. Em ORBE DE LIBRA é bem parecido, cada
jogador escolhe uma Classe para seu per-
sonagem. Essa Classe vai definir o tipo de
papel que ele desempenha no grupo e nas
aventuras. Há personagens bons de briga,
outros que são inclinados a aprender ma-
gias, outros ainda se sentem muito ligados
à natureza, se comunicando com ela, e as-
sim por diante.
Regra e conceito
Todas as classes começam genéricas e vão
se especializando conforme sobem de nível.
Há três níveis que servem de marcos des-
sa especialização, são eles o 2º, 5º e o 8º.
Em cada um deles o personagem pode es-
colher UMA habilidade de Especialização
entre as disponíveis.
É importante notar duas coisas:
A primeira: no 2º Nível define-se a Especi-
alidade do personagem junto com a sua
primeira habilidade de classe.
A segunda: nos níveis 5º e 8º é possível es-
colher outras habilidades próprias daque-
le nível ou ainda optar por habilidades de
níveis inferiores. Assim, um personagem ao
chegar no 8º nível pode escolher uma habi-
lidade deste nível ou uma das habilidades
dos níveis 2º e 5º, desde que já não tenha o
feito (ou sim, mediante acordo entre Mestre
e Jogadores que permita adquirir a mesma
habilidade mais de uma vez, acumulando
seus efeitos). Consulte o Capítulo 5 Classes
e Ofícios para maiores detalhes sobre habi-
lidades básicas e especializações.
Passo 4 • Alinhamento e
tendência
O mundo de Libra é composto por caos
(Chaos) e ordem (Ordoz), mas está longe de
ser maniqueísta. Aqui você pode abraçar o
caos, lutar pela ordem, amar o equilíbrio. Se-
ja livre para definir o seu destino e arque com
as consequências de suas escolhas.
Usaremos três espectros comportamen-
tais para auxiliar a interpretação e conduta
de seu personagem. Lembrando: esses es-
pectros NÃO DEFINEM se um personagem
é bom ou mau. Veja a Tabela Alinhamento e
Tendência logo abaixo.
Passo 5 • IdiomAS e dialetos
No mais conhecido continente de Libra,
Casanova, várias línguas e dialetos se mis-
turam e se formam em torno de povos que
absorvem elementos culturais uns dos ou-
tros.
A principal língua falada é o levantino,
derivado do atualmente pouco usado le-
vantino arcaico. Considerado como a lín-
gua “comum/comercial”, é falado por 3
praticamente todas as raças e povos do
continente, que introduzem seus próprios
Criação de Personagens
sotaques, pronúncias e termos regionais,
dando origem a inúmeras variações.
Qualquer variação do levantino per-
mite a comunicação entre pessoas, mas é
comum usar nomes de locais importantes,
regiões e capitais em levantino “moderno”,
como uma convenção social, facilitando
cartografias, geopolítica e tratados.
Via de regra é possível entender aproxi-
madamente 60% de cada variação do le-
vantino. Para um total domínio e fluência
é necessário aprender a variação como
uma língua adicional (trocando 1 ponto de
perícia, ganho ao longo da evolução do
personagem, por 1 língua nova), sendo que
a quantia de línguas conhecidas inicial-
mente é determinada pelo atributo Astúcia
de acordo com a seguinte regra:
• -2 à 0: Fala o idioma nativo e é analfabeto
• 1 à 2: Fala o idioma nativo e é alfabetizado
• 3: Fala 1 idioma adicional
• 4: Fala 2 idiomas adicionais
• 5: Fala 3 idiomas adicionais
• 6: Fala 4 idiomas adicionais
222
 Influência, origens e
fonemas
As línguas faladas pelos humanos e peque-
ninos têm a mesma origem, escrita e
3 sonoridade: algo próximo do latim, repre-
sentado em Orbe de Libra como levantino
Criação de Personagens
arcaico (falado em Levante nos primórdios,
atualmente não é mais usado coloquialmen-
te pela maioria dos povos).
As variações todas de levantino se for-
mam em torno dessa base para formar
outras sonoridades e palavras. No caso do
levantino “moderno” usa-se o português, ha-
vendo variações de sotaques brasileiros
(centro-oeste, nordeste, norte, sul e sudeste).
Levantino Arcaico
Como citado, alguns povos mantiveram rai-
zes mais próximas do levantino arcaico,
desenvolvendo fonemas e escritas bem pró-
ximas à original (similar ao espanhol).
Falado nos territórios de Terraleste, em-
bora suas antigas línguas sejam oficialmente
as mais usadas (baseadas em línguas pré-
colombianas), essa versão é comum nas re-
lações diplomáticas e comerciais.
A extensa região de Invernia e os povos
de Antilha dos Independentes também usam
uma versão próxima ao levantino arcaico
como língua comum.
Exemplos de nomes na língua original de Ter-
raleste: Killa, Illari, Sami, Itzae, Itzel, Yelitza,
Erandi.
Exemplos de nomes em levantino arcaico fala-
do em Invernia e Antilha: Martín, Javier, Pablo,
Florencia, Rosario, Luna.
Levantino
Trata-se da versão amplamente mais falada
e difundida em Casanova. Possui sonorida-
de e escrita similares ao português.
Falado em: Império Central, Exílio, Tro-
pel, República da Capivara e Meão (Fieza
tem o costume de usar a versão arcaica do
levantino em ritos e celebrações), etc. As
grandes diferenças, nestes casos, são as va-
riações de sotaques e termos regionais.
222
É possível usar nomes reais em “portu-
guês” ou criar versões levemente alteradas
para nomear seus personagens.
Exemplos de nomes reais: Rui, Bela, Luzia, Felipa,
Bento, Nuno.
Exemplos de nomes alterados: Anoela (Manoe-
la), Dairana (Daiana), Ilena (Helena), Otonio
(Antônio), Edardo (Eduardo).
Levantino Cantado
Falado quase que exclusivamente pela co-
munidade dos pequeninos, têm características
similares ao italiano e o talian.
Costumam encurtar seus nomes em
apelidos e simplificações.
Exemplos: Marco, Luca, Andrea, Paola, Bianca,
Giulia.
Levantino Élfico
Falado pelos elfos, mas atualmente também
por outros povos, o levantino élfico é mais
uma variação do levantino arcaico. Sua li-
gação com a natureza é expressa em
fonemas graciosos e exóticos, acompanha-
dos de complementos que refletem as
características mais marcantes.
Exemplos: Guerin riacho manso, Petit casca ama-
rela, Roux boa semente, Lola topo cinzento.
Levantino Gutural
É considerado uma versão carregada, for-
te, do levantino, possui elementos, termos
e pronúncias tribais que foram incorpora-
das a ele. É falado principalmente no Vale
do Saravá, misturado às suas outras lín-
guas oficiais locais.
Os nomes de batismos normalmente são
baseados em dialetos locais e não no levan-
tino gutural.
Exemplos: Zuri, Ayo, Akin, Aren, Luena.
Levantino Mateiro
Assim como o gutural, o levantino mateiro
é uma versão falada pelos povos taba-raiz
composto de centenas de palavras e pro-
núncias originárias de suas línguas locais
(análogas aos troncos linguísticos dos po-
vos originários brasileiros).
 Em suas aldeias existem inúmeras va-
riações de línguas e dialetos que são usados
como línguas oficiais, deixando o levantino
mateiro como ferramenta para contato com
o mundo além dos territórios silvestres.
Uma característica comum é usar as tra-
duções de seus nomes de guerra em
levantino mateiro, reservando seus nomes
originais de batismo para uso interno em
suas aldeias.
Exemplos de nomes de batismo: Tainá, Anahí,
Kauê, Rudá, Ubiratan.
Exemplos de nomes de guerra: Ventania, Man-
ga-verde, Galho-firme, Garra-da-onça.
Levantino Oriental
Existem algumas versões desse levantino
falado em Morada dos Livres, pelos nôma-
des orientais, e na ilha de Zen, misturado
às pronúncias e incorporações de palavras
de suas complexas línguas.
Culturalmente suas línguas originais re-
cebem algumas palavras e nomes próprios
referentes aos dragões patronos de seus clãs
e instituições (consulte o Capítulo 2 Casano-
va, terra das palmeiras - Zen).
Exemplos: Chen, Liu, Wu, Ren, Mai.
Idiomas de outras raças
Além do levantino e suas derivações existem
centenas de outras línguas e dialetos de ou-
tras raças espalhados por Libra, como a
anã, orca, etc. A seguir apresentaremos al-
guns exemplos de nomes próprios em cada
uma dessas línguas.
Agashis: possuem uma lingua cheia de con-
soantes sibilantes e sonoridades exóticas
que exprimem sua ancestralidade reptiliana
mesmo quando falam em levantino.
Exemplos: Szasslack, Aqdisi, Qyaumm, Izzmath.
Anões: seus nomes soam exatamente co-
mo sua essência, ásperos, inflexíveis e
graves. Orgulham-se e carregam os nomes
da linhagem a que pertencem (Forjanegra,
Ruivopelo, Punhobronze, Pedrafosca e Pé-
de-gelo).
Exemplos: Aarle, Bommel, Gurfinkel, Joris, Namur.
Draconianos: usam nomes e falam a lín-
gua draconiana original (algo próximo da
língua falada em Terraleste).
Exemplos: Karpa, Kuraq, Ch’ullu, Chakra, Pukara.
Isás: compartilham das línguas e dialetos
dos taba-raiz inserindo algumas alterações
em fonemas e palavras. Preferem usar no-
mes curtos ou versões encurtadas deles. 3
Exemplos: Acir, Nina, Amaré, Caeã.
Meiosangues: conhecem relativamente bem
Criação de Personagens
a língua élfica e também falam levantino.
Dependendo das comunidades e regiões em
que estão seus assentamentos usam mais
ou menos um ou outro.
Orcos: Seus fonemas guturais resultam em
nomes fortes e marcantes.
Exemplos: Wagarani, Hoff, Kuhn, Graf, Gun-
dahar, Gruber.
Passo 6 • Perícias
As perícias são habilidades e talentos, trei-
nados ou não, que propõem maior indivi-
dualidade e verossimilhança na construção
dos personagens, pois embora tanto uma
curandeira quanto um rastreador sejam sá-
bios, não restam dúvidas que suas capaci-
dades e conhecimentos se direcionam para
caminhos distintos. Para mais detalhes e re-
gras consulte o Capítulo 6 Perícias.
Passo 7 • Recursos e
equipamentos
Nenhum aventureiro sobrevive por muito
tempo em Casanova sem um conjunto de ar-
mas, equipamentos e armadura, sendo
necessário escolher e adquirir os ítens que
seu personagem iniciará sua jornada com
seus recursos financeiros. No Capítulo 7 Re-
cursos e equipamentos, estão descritas as
regras para definição dos recursos financei-
ros iniciais e também tabelas de armas,
armaduras e equipamentos com seus valo-
res médios de mercado e seus respectivos
Volumes de Carga e outras estatísticas.
Existem também kits prontos, para agilizar
a criação do personagem. (para mais infor-
mações de Volumes de Cargas consulte o
Capítulo 7 Recursos e Equipamentos - Volume
de Carga e Capacidade de Carga)
222
 Capítulo 4 4

Povos e Raças
Povos e Raças

asanova é um continente de enorme pluralidade, sendo

C composto por inúmeros povos e raças que convivem entre

si desde os tempos antigos. Seus comportamentos
tradicionais, traços físicos característicos, crenças
culturais e orientações sexuais são compreendidos e
aceitos por todos, como manifestações diversas e naturais.
As raças disponíveis para a criação de personagens jogáveis se-
rão apresentadas a seguir, sendo um total de nove opções, contendo
todas as regras, estatísticas e descrições básicas necessárias para
Jogadores e Mestres construírem suas fichas de personagens.
Aconselhamos estabelecer previamente o nível de fantasia e a
atmosfera desejada durante as aventuras em Orbe de Libra,
determinando a incidência de raças e manifestações sobrenaturais
através do continente, a fim de definir uma perspectiva de jogo
clara, em comum acordo com os demais participantes.

222
 HUMANOS
O grupo mais numeroso e com maior di-
versidade de aspectos, tanto físicos e psi-
4 cológicos, quanto culturais e políticos.
Essas características permitem que os
Povos e Raças
humanos sobrevivam e se multipliquem
em qualquer um dos ambientes e biomas
de Libra, desde os locais de secas escal-
dantes até longínquas monta-
nhas congelantes, por isso
têm também a maior dis-
persão geográfica e nú-
meros absolutos como
espécie.
222
Sua organização política também varia
muito de um lugar para o outro, podemos
encontrar reinados, cidades estado, oli-
garquias, estados teocráticos ou grupos
tribais. No geral os humanos são aqueles
que possuem o maior desenvolvimento
econômico e militar entre todos os outros
povos.
Sexualidade não é tabu entre humanos de
modo geral, mas refletindo o mundo real,
identidades de gênero menos comuns no
nosso mundo são também menos comuns
no mundo de Libra. Esses traços também
são compartilhados por outras raças.
Características: Podem ter tons de pe-
le que vão do branco como a neve ao preto
como a noite, tons amarelados e averme-
lhados também são possíveis.
Têm altura média entre 1,60m e
2,00m, com alguns raros indivíduos mai-
ores que a média e podem viver, aproxi-
madamente, até os 90 anos.
HUMANOS EM JOGO:
Alinhamento: Libra
Idiomas: Levantino
Tamanho: Médio
Movimento: 9m
Bônus de Atributos: Pela grande
adaptabilidade recebem 1 ponto livre (e
nenhum negativo).
 ELFOS
Em Orbe de Libra os elfos são bastante sin-
gulares. Criaturas altamente ligadas à na-
tureza e à vida selvagem, manifestam em
seus corpos as características do ambiente
onde nascem e vivem. Um elfo nativo de uma
região pantanosa, por exemplo, pode ter
seus cabelos lamacentos e com herbáceas,
pele úmida, escura e com textura granulo-
sa; já um elfo florestal pode ter folhas e/ou
flores das vegetações locais em seus cabe-
los, olhos parecidos com os dos animais com
os quais convive, sua pele pode ter aspecto
de casca de árvore ou pelagem felina, e as-
sim por diante. Sua organização social é clâ-
nica, enquanto suas comunidades têm va-
riados tamanhos, podendo ocupar uma flo-
resta inteira, como em Lume, com casas nas
copas das árvores, ou desenvolver assenta-
mentos em cavernas, colinas e ermos, co-
mo em algumas regiões de Morada e Inver-
nia. São um pouco mais baixos que os hu-
manos e têm pouca gordura no corpo, sen-
do muito esbeltos. Sua alimentação varia
conforme a localidade e tradição de seu clã,
podendo ser desde apenas um tipo de ali- 4
mento até o mais variado cardápio, geral-
mente preferindo comê-los in natura.
Vivem cerca de 800 anos, tornando-se
adultos aos 50. Reproduzem-se muito pou-
co e vêem a passagem do tempo de forma di-
ferente das demais raças. Assim como os
humanos, elfos também são sexualmente li-
berais.
Podem ser de qualquer alinhamento,
sem preferências. Normalmente a varia-
ção tende a possuir uma relação com a
localidade em que habitam e os víncu-
los com esse ambiente.

ELFOS EM JOGO
Alinhamento: Chaos.
Idiomas: Levantino e Élfico.
Tamanho: Médio.
Movimento: 9m
Bônus de Atributos: +1 em Agi ou Ast/ -1 em
Vig ou For
Habilidade Ambiental: Adicione uma habilidade ao
seu elfo de acordo com a tabela abaixo:

Ambiente/Clima
Pântano / Charco / Mangue
Floresta / Mata / Selva
Montanha
Rio / Riacho / Lago
Quente / Árido
Frio / Árido
Campanha / Campo / Cerrado
Colina / Morro / Monte
Caverna / Subterrâneo
Mar / Praia / Litoral
Elfo Urbano [Raro]
Serão sempre cinza,
representando a morbidez
dos centros.
*Anfíbio: Conseguem respirar
e não recebem penalidades em
combate debaixo d'água.
Habilidade
Anfíbio* ou Visão na Penumbra.
2 pontos adicionais de experiên‐
cia por sessão de jogo.
Visão Apurada até 100m [lê até 25m].
2 línguas adicionais.
Bônus de +2 em jogadas contra
calor ou 1 PV adicional no 1º nível.
Bônus de +2 em jogadas contra frio
ou 1 PV adicional no 1º nível.
+2 na iniciativa.
Recebem 4 pontos adicionais de Carga.
Visão no escuro [15m].
Anfíbio ou 1 PV adicional no 1º nível.
Não recebem nenhum benefício, pois
estão fora do seu ambiente natural.
222
 MEIOSANGUES
Os primeiros meiosangues surgiram após a
Batalha do Saravá, na Segunda Era, quan-
4 do a aliança entre Humanos, Anões e Elfos
derrotara os taú invasores. Através da ex-
Povos e Raças
pansão dos humanos e contato direto e
recorrente com os elfos que também se mo-
vimentavam pelo norte de Casanova, os
primeiros membros da raça seriam ge-
rados. Sempre estiveram à margem da
sociedade, apátridos, foram chamados
de “bastardos” por seus progenitores,
alcunha que adotariam em tom de re-
beldia. As maiores lutas das
comunidades meio élficas são pelo
poder e respei-
to que jamais
tiveram.
222
'Tornaram-se orgulhosos e ríspidos,a heran-
ça da arrogância humana.No geral,
fisicamente não diferem tanto dos huma-
nos, são mais longilíneos, com traços
simétricos, se expressam em gestos gracio-
sos, harmônicos. Sua genuína ligação com
a natureza rústica élfica lhes garantiu um
traço característico e inconfundível: orelhas
pontudas. Possuem altura média entre seus
ancestrais élficos e humanos, variando
entre 1,50m e 1,90m. Vivem em média 200
anos alcançando a maturidade aos 18 e di-
videm-se em 3 gerações distintas:
Como dito, os meiosangues assumiram
o uso do termo “bastardos” como um mani-
festo, mas jamais conseguiram lidar
adequadamente com seus conflitos inter-
nos. Muitos preconceitos entre as chamadas
“gerações” de meiosangues e suas disputas
políticas internas criam instabilidade e dis-
rupturas entre vários clãs, grupos e guildas.
A divisão em gerações dos meiosangues é
organizada da seguinte forma: Impuros
(progenitores elfos e humanos), Mestiços
(progenitores meiosangues) e Sanguefraco
(meiosangue + humano/elfo).
MEIOSANGUE EM JOGO
Alinhamento: Libra.
Idiomas: Levantino e Élfico.
Movimento: 9m
Tamanho: Médio.
Bônus de Atributos: +1 ponto livre / -1 ponto
livre
Habilidades por geração:
-Impuros: 2 pontos adicionais de perícia.
-Mestiços: 2 pontos de Experiência adicionais
por sessão de jogo.
-Sanguefraco: 1 PV adicional no 1º nível.
 PEQUENINOS
Uma das raças menos numerosas existen-
tes no mundo de Libra, ficando atrás apenas
dos Agashis, Draconianos e Isás, os Peque-
ninos são criaturas extraordinariamente
fascinantes. Possuem estatura baixa e uma
apresentações cênicas , gerando fama aos
seus artistas mais notórios e possibilitan-
do grandes espetáculos que atraem grandes 4
públicos.
Possuem seis grandes famílias princi-

Povos e Raças
agilidade acima da média. São muito pare- pais: Alegro, Bellafunda, Buonotrago,,
cidos com os humanos, de onde possuem Grasso, Polenta, Tocafresca, que são a mis-
ancestrais em comum originários de Levan- cigenação de alguma variação da raça que
te, onde sofreram um drástico processo de já não pode ser mais reconhecida individu-
seleção natural, que só não levou sua espé- almente. Estão presentes em muitos lugares
cie à extinção por conta das altas vegetações que existem humanos, tendo boa relação
de certas regiões que protegeram uma li- com eles, mas mantém seu reino próprio,
nhagem de estatura mais baixa de Bonanza, sob o seu próprio controle e so-
predadores. Sua altura média fica entre berania.
80cm e 1,20m, e seus pés são cascudos e Mesmo sendo pacatos os Pequeni-
peludos (não precisam e não gostam de usar nos têm uma determinação de ferro
calçados). Mas sua grande marca está no quando instigados e a lealdade de-
modo como levam a vida: priorizam o pra- les é quase inabalável.
zer por boa comida, festanças familiares e
paz.
Organizam-se em famílias, que mantém
algumas peculiaridades próprias, mas que
normalmente se relacionam entre si, tendo
suas descendências misturadas ao longo do
tempo. Sua cultura e economia local estão
ligadas aos avançados conhecimentos e téc-
nicas de agricultura que possuem,
exportando grandes remessas de qualidade
aos reinos vizinhos. São reconhecidos tam-
bém por sua arte em misturar música e

PEQUENINOS EM JOGO

Alinhamento: Libra.
Idiomas: Levantino (variação: Levantino Cantado).
Movimento: 6m.
Tamanho: Pequeno.
Bônus de Atributos: +1 em Agi ou Vig / -1 em
For
Habilidade Especial:
• Ligeiros: Recebem automaticamente +1 na
Defesa.

Importante!
• Podem usar apenas armaduras, ou outros itens de
Proteção, de Volume de Carga máximo M.

222
 ANÕES
Vivendo e minerando em montanhas e ca-
vernas, de onde surgiram, os anões preci-
4 saram desenvolver mecanismos rudimenta-
res e engenharia experimental para facilitar
Povos e Raças
suas vidas. Foram um dos primeiros povos
a desbravar o continente de Casanova e de-
senvolveram sociedades fortes. São muito
reservados, apegados às tradições e bastan-
te metódicos.
São uma forma de vida minério-orgâni-
ca, devido a essa origem incomum têm a tex-
tura da pele levemente rochosa, áspera e tra-
ços mais angulares, principalmente os faci-
ais. Seus tons de pele possuem variações de
tonalidade (pela condição mineral) mas es-
tão próximas aos dos humanos. Ao morrer
o corpo se calcifica aos poucos e vira pedra.
É costume manter o corpo de pessoas pro-
eminentes entre os anões, geralmente guer-
reiros ou líderes de ambos os sexos, em al-
guma pose de batalha, ou heroica, para
que eles petrifiquem nessa posição e
permaneçam como estátuas em gran-
des salões, onde serão sempre ho-
menageados.
222
Às pessoas comuns é reservado o enterro
nos túmulos comunitários e os guerreiros
mortos em batalha são cremados e suas cin-
zas são incorporadas nas construções des-
tinadas a memoriais, onde serão também
sempre homenageados.
Monogâmicos, casam-se apenas uma vez
na vida quando encontram sua alma gêmea,
então criam um vínculo para o resto da vi-
da mortal. Entretanto, a maioria não se ca-
sa, por isso possuem uma população rela-
tivamente baixa.
Existem cinco linhagens anãs: Ruivope-
lo, Forjanegra, Punhobronze, Pedrafosca, e
Pé-de-gelo, sendo que duas dessas vivem
principalmente ao norte do continente.
Os anões são assexuados. O comporta-
mento e as identidades de gêneros são bas-
tantes difusos em sua comunidade, permi-
tindo variadas estéticas, biotipos e relacio-
namentos plurais. A reprodução acontece
quando uma parte do corpo deles é removi-
da e combinada com a do(a) parceiro(a), for-
mando uma massa acinzentada moldável
que é armazenada em uma estufa até que a
formação do bebê (ou bebês) esteja comple-
ta (esse período pode variar entre poucos ou
muitos meses). Não são mamíferos (anões
não possuem mamas), já nascem com a ida-
de aproximada de uma criança de 1 ano e
já conseguem comer alimentos sólidos. Vi-
vem cerca de 400 anos Possuem altura mé-
dia entre 1,30m e 1,50m.
ANÕES EM JOGO:
Alinhamento: Ordoz.
Idiomas: Levantino e Anão.
Movimento: 6m.
Tamanho: Pequeno (para uso de armas assumem o
tamanho Médio).
Bônus de atributos por linhagem:
• Forjanegra: For+1, Por -1.
• Pedrafosca: +1 em Sab ou Ast / -1 ponto livre.
• Pé-de-gelo: +1 em Vig / -1 em Por.
• Punhobronze: +1 em Agi / -1 ponto livre.
• Ruivopelo: +1 em For / -1 em Agi.
Habilidades Especiais:
• Visão no escuro: 15m.
• Recebem +1 em Proteção
 AGA S H I S
Habitantes típicos de Grandeserto desde
tempos longínquos quando seus ancestrais
ainda não haviam desaparecido, os Agashis
enfrentaram uma enorme diminuição do
seu território e população conforme a pas-
transferidos para um berçário onde tam-
bém recebem cuidados comunitários por
um certo período, quando então passam a 4
viver com os pais.
Vivem em média 60 anos e ficam adul-

Povos e Raças
sagem do tempo. Habitam subterrâneos da tos aos 15. Quando sentem que é hora de
região quente e seca, cavernas escuras e morrer, eles simplesmente se despedem
qualquer outra formação natural que sirva de seus entes mais próximos e desapa-
de abrigo. Sua fisionomia é de humanoides recem pelas regiões mais inóspitas de
magros, altos, com a pele bem seca, pare- Grandeserto ou se isolam em
cida com couro curtido e escamosidades em profundezas das ca-
algumas partes, como nas costas e mem- vernas e abrigos
bros, apesar disso possuem cabelo e outros subterrâneos.
pelos corporais como humanos. Têm nari-
zes largos e olhos com pupilas verticais
como os répteis e altura semelhante à dos
humanos, variando entre 1,70m e 2,10m.
Enxergam perfeitamente no escuro mas
seus olhos não suportam a luz do sol obri-
gando-os a usarem óculos de proteção, que
foram desenvolvidos e produzidos pelos en-
genhoqueiros anões,
com quem mantém boas relações. Pos-
suem uma cultura muito familiar
sendo que suas famílias costumam ser
numerosas e próximas.
São ovíparos, todos os ovos são levados
para um local específico no abrigo e são cui-
dados por todos os membros da família em
revezamento. Quando os bebês nascem são

AGASHIS EM JOGO

Alinhamento: Libra.
Idiomas: Levantino e Agashi.
Tamanho: Médio.
Movimento: 9m.
Bônus de Atributos: +1 em Agi e -1 em Por.
Habilidades Especiais:
• Visão no escuro: 30m
• Resistência a veneno: ignoram 100% de
dano de veneno.
Fraqueza: Se exposto à altas luzes sem óculos
de proteção recebe a Condição “Cego” (-5 de
penalidade).

Obs: Personagens agashis já começam com os

óculos de proteção. 222
 ORCOS
Orcos são humanoides de características
tribais e hábitos simplistas. Estão espalha-
4 dos por toda extensão de Casanova e já
ocupavam vários territórios antes mesmo
Povos e Raças
células tribais que respondem ao líder cen-
tral e sua cúpula de capitães. A segunda
maior concentração orca de Casanova está
localizada na região chamada Ermo, no oes-

da chegada dos humanos e elfos durante o te, porém, de forma dispersa e

Êxodo de Levante. Preferem montar seus desorganizada.
assentamentos em regiões montanhosas, São humanoides de tamanho mediano,
ermas, selvagens, onde cada tribo detém bastante robustos e com altura próxima a
sua soberania regida por seus líderes sen- dos humanos. Sua pele, que varia do acin-
do bastante comum que estejam em guerra zentado ao marrom, possui inúmeras
uns com os outros de tempos em tempos. marcas e características silvestres, verru-
A maior concentração de orcos de forma gas e cicatrizes são comuns. Possuem
organizada, reunindo diversos clãs e lide- mandíbulas com presas curtas que se as-
ranças, que tem buscado tratados e alianças semelham a porcos selvagens e sua pelagem
externas com intuito de crescimento e de- corporal e cabelos variam do mesmo modo
senvolvimento, é vista no centro-norte de como nos humanos.
Casanova, Sangria. Ocupam a região Vivem em torno de 60 anos, se reprodu-
onde outrora pertencia o reino hu- zem muito mais pela beligerância e têm
mano de Campalto, território altas taxas de mortalidade, principalmente
que fora invadido infantil.
pelos humanos no São grandes e resistentes guerreiros,
passado, reivindi- atletas naturais que possuem bom vigor fí-
cando sua posse a sico e disposição para deslocamentos em
custo de sangue e massa ou em pequenos grupos. São peritos
morte. Lutam por no uso de armas, mas não em técnicas apu-
reconhecimento radas de sua fabricação, o mesmo se aplica
político e sobera- às armaduras e qualquer outra vestimenta
nia do território ou ferramenta que utilizem em seus assen-
retomado. A or- tamentos, buscam a praticidade funcional
dem social é e simplicidade diária, inclusive nas tendas
mantida pela for- e barracas que abrigam seus membros.
ça empregada de
forma vertical e
essa relação de
poder conecta to-
ORCOS EM JOGO
dos os orcos em
Alinhamento: Chaos
uma hierarquia
Idiomas: Levantino e Orco.
social bastante
Tamanho: Médio
militaresca. Con-
Movimento: 9m
centram-se em
Bônus de Atributos: +1 em For ou Vig /-1 em
Ast ou Sab.
Habilidades Especial:
• Visão no escuro: 15m.
• Recebem bônus de +1 dado de dano com
armas de tamanho G (grande).

222
 DRACONIANOS
A origem dos draconianos está localizada em
algum ponto da Terceira Era, precedendo o
retorno do Último, o vermelho, e seus exérci-
tos, com quem mantém laços de sangue,
certas características físicas e resquícios de
Se dispersaram em grupos menores por
regiões afastadas de grandes centros, onde
normalmente são olhados com desconfiança, 4
atuando como figuras errantes em busca de
boas oportunidades, sobrevivência e sorte.

Povos e Raças
poder. Os primeiros indivíduos chamados dra- Em uma mistura de revolta e amargura. São
conianos surgem através de um obscuro malvistos nos territórios do Império Central,
ritual entre dragões e humanoides com o in- inimigos declarados dos dragões, tendo gran-
tuito de gerar proles fisicamente mais de dificuldade de aceitação nos territórios
próximas aos humanos sem abrir mão da for- pertencentes à coroa, a não ser em casos es-
ça dos dragões. Serviriam como agentes pecíficos ou diplomáticos. Outras cidades e
infiltrados, peças estratégicas em uma guer- reinos mantêm pouco contato direto ou co-
ra histórica. O sangue draconiano passou a nhecimento dos draconianos que são
correr nas veias de centenas de descenden- considerados por muitos como personagens
tes, em segredo. Pouco a pouco os herdeiros míticos ou uma raça extinta.
draconianos (herdando as baforadas draco- São altos, medindo entre 1,80m à 2,20m
nianas) começaram a se espalhar e se infiltrar e suas características físicas são basicamen-
em comunidades e territórios ao redor de Ca- te ligadas a de seu progenitor humanoide,
sanova, incluindo as áreas consideradas como com exceções marcantes que
inimigas e de interesse de seus patriarcas. herdam do dragão que pos-
Com o passar do tempo e a eclosão dos prin- suem o sangue nas veias,
cipais conflitos entre dragões, humanos e podendo ser: cabelos pla-
aliados, parte dos draconianos lutou ao lado tinados ou dourados
dos dragões, outra parte se voltou contra seus como ouro, castanhos
progenitores e muitos se abstiveram de uma com tom de bronze
decisão, tornando-se desprezados por ambos vivo, olhos com co-
os lados. Independente de quais escolhas fo- res exóticas e
ram tomadas a mesma sorte fora reservada brilhos cintilantes
à toda raça: estigmas sociais e abandono à (por vezes ligadas a
sua própria sorte. cor do dragão ante-
passado). Sempre um
traço apenas especifi-
DRACONIANOS EM JOGO camente se destaca,
Alinhamento: Tendem ao alinhamento de seu dra- seja o cabelo, os olhos
gão patriarca. ou outro qualquer, ra-
Idiomas: Levantino e Draconiano. ramente mais de um
Tamanho: Médio. traço se apresenta em
Movimento: 9m. um mesmo indivíduo.
Bônus de Atributos: +1 em Por ou Ast / -1 em Vivem em torno de
Sab. 150 anos e atingem a
Habilidades Especiais: maturidade aos 18.
• Baforada: similar a uma baforada de um dragão,
funciona também como “Ataque em Área”, dano
básico de 2d + Agilidade. No 5º nível sobe para 3d
e no 8º para 4d. Custa 1 Éter a cada uso. Todo
turno após o uso da baforada role 1d6, em casos de
1 ou 2 a habilidade fica novamente à disposição.
• Draconianos ignoram 2 de dano recebidos da
mesma natureza de sua baforada. 222
 ISÁS
Os Isá são os humanoides mais intrigantes
e exóticos de Casanova. Parentes próximos
4 de alguma espécie de formiga ancestral se
desenvolveram e se espalharam pelas re-
Povos e Raças
giões mais silvestres do centro do Cerradal,
na atual República da Capivara. Sua espé-
cie é dividida entre duas subespécies que
convivem entre si: as incomuns Isás aladas
(machos são raros) de tamanho diminuto,
com cerca de 50cm de altura, sendo consi-
deradas de uma casta mais nobre, e
assumindo postos de liderança e prestígio
em suas comunidades (como se fossem re-
encarnações de suas antigas rainhas). Além
delas também existem os Isás terrestres,
bem mais comuns e ocupando a imensa
maioria da população, possuem altura mé-
dia de 1,50m de altura e costumam cumprir
funções como coletores, trabalhadores ma-
nuais e soldados de suas colônias. E
diferente das Isás aladas não desenvolvem
asas, logo, não podem voar.
Sua organização social é bem estrutu-
rada e definida hierarquicamente à
partir da figura de sua matriar-
ca. A liderança central está a
cargo da chamada Rainha, uma
Isá alada que nasce com carac-
terísticas específicas e únicas
que determinam sua esco-
lha como herdeira da
colônia ou a sentencia
como a responsável
pela criação, desen-
volvimento e proteção
de uma próxima
colônia de seu povo.
São seres arredios e
de comportamentos
rudimentares.
222
Sua alimentação varia desde fungos e
vegetais até proteínas animais e praticamen-
te qualquer coisa que possa ser digerida.
Suas características físicas se assemelham,
de modo geral, às suas parentes formigas,
com olhos, boca, corpos e várias outras ca-
racterísticas bastante similares às delas,
com a diferença que são seres intelectual-
mente mais desenvolvidos e relativamente
sofisticados.
ISÁ ALADA EM JOGO
Alinhamento: Ordoz.
Idiomas: Levantino e Isá.
Movimento: 6m [andando] / 10,5m [voando].
Tamanho: Muito Pequeno.
Bônus de Atributos: -2 em For, +2 em Agi.
Habilidade Especial:
•Diminuto: Isás aladas recebem
automaticamente +2 na Defesa.
Importante
Isás aladas podem usar apenas armaduras, ou outros
ítens, de até +1 de Proteção total (por conta do
peso e estrutura) e as armas disponíveis sempre
serão de tamanho MP (muito pequeno) e P
(pequeno) com penalidade de -1 ao dano final
(anula um dos resultados pares).
ISÁ TERRESTRE EM JOGO
Alinhamento: Ordoz.
Idiomas: Levantino e Isá.
Movimento: 10,5m.
Tamanho: Pequeno.
Bônus de Atributos: +1 em Vig / -1 em Por.
Habilidades Especiais:
•Coletores: Recebem 4 pontos adicionais de
Carga.
• Mordida: Realiza um ataque de mordida
causando dano igual a 1d + Força + veneno (um
forte ardor que causa penalidade de -1 às
rolagens de ataque do adversário durante o turno
seguinte). Inocular o veneno custa 1 Éter a cada
uso.
 5
Capítulo 5

Classes e Ofícios
Classes e Ofícios

E
xistem centenas de ofícios e conhecimentos espalha-
dos ao redor do mundo, desenvolvidos, praticados e
aperfeiçoados diariamente através de gerações, alguns
deles ligados às estratégias e técnicas de combate, ou-
tros voltados à medicina e a cura, a fé e o oculto, etc.
A seguir apresentaremos sete alternativas jogáveis de profis-
sões, ou ofícios, que podem ser escolhidas pelos Personagens
Jogadores. Cada uma dessas alternativas iniciais possuem ao
menos duas Especializações ao longo da evolução do persona-
gem.
Ao atingir o 2º nível de personagem o Jogador deve optar por
uma das Especializações existentes para sua Classe/Ofício, es-
colhendo também UMA das habilidades de classes disponíveis
nesse nível. Ao atingir o 5º e o 8º níveis é permitido escolher no-
vas habilidades de classe (mais UMA em cada um deles),
podendo ser uma habilidade do novo nível atingido, ou uma de
algum dos níveis anteriores, desde que já não tenha o feito, ou
através da aprovação do Mestre de Jogo e demais Jogadores.

222
 VA L E N T E
Bons de briga, resistentes e destemidos. Os
Valentes são exímios combatentes capazes
5 de enfrentar terríveis batalhas e os mais
mortais inimigos.
Combatente Nato: recebem 2 PVs extras
Classes e Ofícios
no 1º nível e +1 no 5º.
G UERREIRO
Os guerreiros são os combatentes treinados
militarmente em técnicas especiais, ofensi-
vas e defensivas, que conferem vantagens
em situações de combate.
2° NÍVEL
Treinado: a penalidade final dos itens de Pro-
teção do Guerreiro (armaduras, escudo, etc) dimi-
nui em 1 ponto e sua Capacidade de Carga
aumenta 2 pontos.
Ataque Preciso: as penalidades para ações com
a mão inábil do Guerreiro diminuem para -1.
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Destruidor: todo dano excedente de um ataque
do Guerreiro que reduza os PVs de um inimigo a 0
podem ser direcionados automaticamente a outro
inimigo ao alcance do personagem ao custo de sua
ação bônus. Custa 1 Éter a cada uso.
8° NÍVEL
Campeão: o Guerreiro pode continuar em pé
normalmente mesmo com seus PVs reduzidos até
um total negativo igual a 1 + metade do seu Vi-
gor arredondado para cima. Consultar Capítulo 8
Sistema de Regras e Combate - Morrendo para
maiores informações.
Vigoroso: os NAs das jogadas contra a morte do
Guerreiro diminuem 2 pontos.
C APANGA
Os Capangas, ou Jagunços, focam na luta
franca e eficiente, mesmo que tosca e suja,
procuram desenvolver cada vez mais sua
ofensividade e resistência.
222
2° NÍVEL
Ferocidade: o Capanga recebe bônus de +1 em
Lutar e +1 dado de dano com duração de 1 Cena
ou 10 minutos. O efeito não é cumulativo. Custa
1 Éter a cada uso.
Corpo Fechado: uma vez ao dia, ao custo da
ação bônus, o Capanga recebe um bônus de PVs
temporários igual a 1 + metade do seu Vigor, ar-
redondado para cima. Duração 1 Cena ou 10 mi-
nutos. Os PVs temporários não podem ser
convertidos em Éter. O efeito não é cumulativo.
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Rigidez: a resistência a dano do Capanga au-
menta conferindo automaticamente +1 em sua
Proteção.
8° NÍVEL
Forte: o Capanga recupera 2 PVs adicionais ao
dia.
Saúde de ferro: o Capanga aumenta permanen-
temente seu total de PVs em 2 pontos.
B RUXO
Unem o vigor físico e a capacidade de lutar
aos conhecimentos arcanos obtidos através
de um ritual ou pacto sobrenatural, pas-
sando a materializar e controlar Éter através
de conjurações mágicas.
2° NÍVEL
Conjurador Aprendiz: o Bruxo recebe um nú-
mero de conjurações igual a metade da sua Astú-
cia, arredondada para cima (sendo mínimo de 1) e
acesso ao 1º Círculo Místico.
Conexão Mágica: Sua arma predileta passa a
ter propriedades mágicas conferindo bônus de 1
dado de dano adicional e ganhando a característi-
ca “retornável”, caso seja arremessada ou derruba-
da volta às mãos do portador no início do turno
seguinte (consome a ação bônus).
 5° NÍVEL
Conjurador Treinado: o Bruxo recebe 1
conjuração e acesso a um Círculo Místico acima do
atual (se for “nenhum” o acesso é ao 1º círculo).
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso. 5

Classes e Ofícios
8° NÍVEL
Conjurador Mestre: o Bruxo recebe 2 con-
jurações e acesso a dois Círculos Místicos
acima do atual (se for “nenhum” o acesso é
ao 2º círculo).
Proteção Arcana: recebe bônus de +2 em Pro-
teção contra todo dano recebido de origem mágica.

222
 DEVOTO
O Éter manifestado pelas mãos dos Devotos
tem sua essência ligada a religiosidade e a
5 fé, a quem destinam suas vidas e defendem
seus princípios como um chamado, uma
Classes e Ofícios
vocação, um dever.
Conjurações iniciais: No 1º nível recebe
um número de conjurações de 1º Círculo
Místico igual a metado do atributo
Sabedoria, arredondado para cima (mínimo
de 1).
Dom: no 2º nível o Devoto escolhe um de
seus milagres como predileto, tornando-o
um Dom. Ao conjurar esse milagre como
um efeito de 1º Círculo Místico, seu custo
em Éter será zerado. O milagre escolhido
como Dom deve possuir relação direta com
a fé do Devoto e o número de vezes que pode
ser conjurado sem consumir Éter é igual a
Sabedoria dividida por 2 (arredondada para
cima).
IMPORTANTE: em caso de um Dom de cura
considere um bônus de +1 PV recuperado a cada
uso. Consulte o Capítulo 10 Éter - Mandingas,
simpatias e feitiços - Cura e PVs Temporários
para maiores informações.
Esconjurar: O poder da sua fé é capaz de
afastar (9m de raio) seres obscuros ou ilu-
minados (previamente definido) que
possuam no máximo 12 PVs. Para resistir
precisam ser bem sucedidos em uma Joga-
da de Defesa de Sabedoria NA = 1 + metade
da Sabedoria do Devoto (arredondada para
cima). O número de criaturas afastadas é
igual a metade da Sabedoria, arredondada
para cima. (Caso as criaturas afastadas se-
jam atacadas o efeito se encerra).
M ILAGREIRO
Os sacerdotes que recebem o “chamado”
assumem o papel de estudiosos dedicados
a compreender os caminhos da fé.
222
2° NÍVEL
Benção: uma vez ao dia, ao custo da ação bô-
nus, o Milagreiro pode curar ferimentos de um per-
sonagem qualquer que possa tocar sem consumir
seu próprio Éter. O número de PVs recuperados é
igual a Sabedoria do personagem.
Sensitivo: o Milagreiro aumenta permanente-
mente 1 PV do total e passa a detectar focos de
caos e ordem até uma distância em metros (raio)
igual à sua Sabedoria x20.
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Proteção Mística: o Milagreiro recebe um bô-
nus de +1 de Proteção contra danos de ataques
oriundos de um determinado tipo de criatura so-
brenatural (definir entre seres obscuros ou ilumina-
dos).
8° NÍVEL
Caçador de Fantasmas: pode ver e atingir se-
res invisíveis/incorpóreos sem penalidades (como
se eles fossem corpóreos) inclusive imunes a armas
não mágicas.
Poder Milagroso: consumindo a ação bônus, a
força da fé do Missionário pode exigir que uma
rolagem qualquer de um inimigo seja refeita
considerando o pior entre os resultados (apenas
uma vez ao dia).
M ISSIONÁRIO
Escolhem abdicar de uma vida comum para
dedicarem-se a disseminar sua crença e/ou
atendendo os chamados da sua fé.
2° NÍVEL
Missionário: o Missionário aumenta permanen-
temente 1 PV e recebe imunidade às doenças co-
muns. Também passa a poder detectar focos de
caos ou ordem até uma distância em metros (raio)
igual à Sabedoria x20.
Enxergar Aura: o Missionário passa a conseguir
enxergar a cor das auras das pessoas e seus senti-
mentos (funciona uma vez ao dia com um único
alvo).

5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne- 5
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.

Classes e Ofícios
Ungido: o Missionário recebe um bônus de +1
de Defesa contra ataques oriundos de um deter-
minado tipo de criatura sobrenatural. Escolher
entre seres obscuros ou iluminados.

8° NÍVEL
Predestinado: todos os ataques
do Missionário passam a ser
considerados mágicos para efeitos de
regras de jogo.
Golpe de fé: ataques bem sucedi-
dos causam 1 ponto de dano adicio-
nal (automático, diretamente nos
PVs adversários) em um tipo de cria-
tura. Escolher entre seres obscuros ou
iluminados.

222
 D ESPERTO
Os Despertos estão conectados às forças
espirituais e da natureza que regem o
5 universo, e delas extraem seu poder e
conhecimento.
Classes e Ofícios
Conjurações iniciais: No 1º nível recebe
um número de conjurações de 1º Círculo
Místico igual a metade do atributo Sabedo-
ria, arredondado para cima (mínimo de 1).
Senciência: Possuem uma habilidade ina-
ta chamada Senciência que permite uma
inserção SIMPLES de um acontecimento ou
elemento, na história (um item encontrado,
personagem com uma informação, alguma
descoberta importante) uma vez A CADA
sessão de jogo. O jogador define o aconteci-
mento e o Mestre de Jogo introduz no
contexto como desejar. Lembrando, o bom
⁄ senso e aprovação dos outros jogadores é
fundamental.
X AMÃ
São os condutores materiais dos espíritos/
guias/ancestrais/natureza prezando pela
harmonia e equilíbrio do universo.
2° NÍVEL
Comunicação: uma vez ao dia o Xamã pode
comunicar-se, de forma básica, com animais silves-
tres ou a natureza através de vocalizações e ex-
pressões corporais, ou via conexão espiritual e
rituais. Duração: 1 Cena ou 10 minutos.
Metamorfose ambulante: o Xamã se trans-
forma em um animal silvestre de até 8 PVs uma
vez ao dia. Duração: 1 Cena ou 10 minutos.
IMPORTANTE: Não é possível manusear armas,
equipamentos ou realizar conjuração durante a
metamorfose. Se um personagem metamorfoseado
tiver seus PVs reduzidos a 0 ou menos sofrerá as
mesmas consequências normalmente como se não
estivesse metamorfoseado.
5° NÍVEL
Controlar Natureza: uma vez ao dia o Xamã
controla animais silvestres de até 10 PVs. (Só fun-
ciona com UMA criatura por vez). Pode optar pe-
222
lo controle básico da natureza em si: fazer chuva,
frio, calor, escurecer, clarear, ventar forte, etc. De-
finir entre o controle animal ou climático. Duração:
1 Cena ou 10 minutos.
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
8° NÍVEL
Visão Espiritual: uma vez ao dia o Xamã con-
segue enxergar através de certas substâncias sóli-
das (como paredes e portas), mas apenas borrões
e sombras. O alcance da visão em metros (raio) é
igual a Sabedoria (-2 à 0 vale como 0,5m). Dura-
ção: 1 Cena ou 10 minutos.
Visão Passada: o Xamã consegue “enxergar”,
uma vez ao dia, acontecimentos das últimas 24 ho-
ras em um ambiente através de algum item relaci-
onado ao lugar, deve-se realizar uma jogada de
Sabedoria (Profissional) e comparar o total de su-
cessos (resultados pares) à tabela abaixo, e assim,
descobrir o número de detalhes importantes captu-
rados durante a visão.
•Um detalhe: 3 ou menos
•Dois detalhes: 4 à 7
•Três detalhes: 8 ou mais
É impossível repetir Visão Passada sob o mesmo
contexto.
M ÍSTICO
Seus despertar está na conexão da mente,
corpo e espírito quebrando barreiras e limi-
tes humanos.
2° NÍVEL
Meditação: após meditar por um período, o
Místico passa a poder ficar sem comer ou beber
água por até 3 dias sem qualquer penalidade (não
pode repetir esse feito antes de se alimentar corre-
tamente por 24h). Caso não se alimente adequa-
damente no 4º dia recebe a condição Esgotamento
Total. Sua resistência física também aumenta con-
ferindo um bônus permanente de +1 PV.
Energia Corporal: seu deslocamento em com-
bate aumenta em 1,5m. Ataques desarmados pas-
sam a causar dano como uma arma P (2d) e
somam a Sabedoria do personagem na rolagem do
dano ao invés da Força.
 5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Heroísmo Espiritual: uma vez ao dia, ao cus-
to da ação bônus, o Místico pode conferir um bô- 5
nus de PVs temporários, para qualquer

Classes e Ofícios
personagem que possa tocar, igual a 1 + metade
da sua Sabedoria, arredondada para cima (narrati-
vamente funciona como um “feito sobrenatural”. O
personagem se “esquiva no último instante sendo
atingido levemente”, ou por sorte o ataque inimi-
go “acerta na fivela do cinto da armadura e não
machuca...”). PVs temporários não podem ser con-
vertidos em Éter. Duração: 1 Cena ou 10 minutos.
O efeito não é cumulativo.

8° NÍVEL
Equilíbrio: uma vez ao dia o Místico caminha
tranquilamente por superfícies não sólidas, íngre-
mes ou muito estreitas com duração de 1 Cena.
Custa 1 Éter a cada uso.
Esquivar: quando um ataque superar a Defesa
do Místico é permitido, uma vez ao dia, usar a
ação bônus para tentar se esquivar. Deve-se fazer
uma rolagem de 1d6 e o valor obtido deve ser di-
minuído da rolagem de ataque, se for o suficiente
para reduzir até um valor menor que a Defesa o
ataque falha. Custa 1 Éter a cada uso.

222
 MALANDRO
Esperto e atrevido. O Malandro sabe onde
ir, como e quando chegar, com quem deve
5 (ou não) falar e como fazê-lo.
Ataque Furtivo: sempre que acertar um
Classes e Ofícios
M ATEIRO
Os conhecimentos e segredos das estradas
e ermos estão contidos na memória dos
Mateiros. Desde os caçadores aos guardiões

inimigo pelas costas ou que esteja sendo
flanqueado por você, e ao menos mais um
aliado, adicione um dano extra ao seu
ataque. Essa habilidade só funciona com
armas MP (muito pequenas) e P (pequenas)
ou de ataques à distância (Atirar). Caso
esteja lutando com duas armas apenas o
ataque principal (ação padrão) recebe o
bônus de Ataque furtivo. O Ataque Furtivo
adiciona 1 dado extra de dano.
G ATUNO
Mãos leves e corpos ágeis são as principais
características de um bom gatuno. Silenci-
oso, rápido e certeiro!
2° NÍVEL
Reação: a prontidão do Gatuno confere uma
ação bônus antes da rolagem de iniciativa (caso
não esteja surpreso).
Esquiva Sobrenatural: o estilo de vida do
Gatuno aumente sua Defesa em +1.
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Vivido: aumenta a graduação de uma perícia do
grupo Sociais e Esportivos ou Talentos e Sobrevi-
vência.
das matas. Costumam ter inúmeras e
curiosas histórias pra contar.
2° NÍVEL
Alerta: o Mateiro recebe bônus de 1 dado extra
de dano em seu primeiro ataque bem sucedido du-
rante cada combate.
Ambiente familiar: o Mateiro aumenta per-
manentemente seus PVs totais em +1 e recebe +1
PV temporário sempre que estiver em seu terreno
favorito (previamente definido).
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Andarilho: aumenta a graduação de uma perícia
do grupo Conhecimentos e Técnicas ou Talentos e
Sobrevivência.
8° NÍVEL
Ponto Fraco: após acertar um ataque o Matei-
ro pode optar por não rolar os dados de dano e
causar 2 pontos automaticamente nos PVs do al-
vo, além de adicionar a condição Atordoado (pois
foi desarmado, desequilibrado, distraído, etc e en-
trou em desvantagem). O efeito não é cumulativo.
Custa 1 Éter a cada uso.
Sagaz: com sua ação bônus, uma vez ao dia, o
Mateiro pode optar por diminuir 2 pontos da De-
fesa ou da Proteção de um adversário qualquer
(apenas durante seu turno).

8° NÍVEL
Golpe Final: sempre que uma única rolagem de
dano atingir um número de sucessos (resultados
pares) maior que a metade dos PVs totais do alvo,
o Gatuno pode usar sua ação bônus para exigir que
o adversário faça uma Jogada de Defesa de Vigor
NA3. Em caso de falha ele cai a 0 PVs e recebe a
condição Inconsciente. Custa 1 Éter a cada uso.
Esperto: com sua ação bônus, uma vez ao dia, o
Gatuno pode optar por diminuir 2 pontos da NA
de qualquer Jogada de Defesa.

222
 Classes e Ofícios

222
5
 SÁBIO
Visionários e estudiosos, costumam exercer
liderança por onde passam. São considera-
5 dos referências culturais e artísticas,
acadêmicas e diplomáticas, o Sábio está à
Classes e Ofícios
frente de seu tempo.
Inspirar: ao custo de sua ação bônus o Sá-
bio pode adicionar um sucesso automático
(um resultado par) em qualquer rolagem re-
alizada por um aliado (testes de perícias,
ataques, Jogadas de Defesa, etc). É permi-
tido gastar 1 ponto de Éter e aumentar o
bônus para dois sucessos (dois resultados
pares). Inspirar funciona um número de ve-
zes ao dia igual a metade da Sabedoria, ou
Porte, arredondado para cima (definir pre-
viamente entre um ou outro).
Artista
A arte é uma das mais poderosas formas de
se materializar o Éter, e o Artista o manipula
através de seu talento influenciando todos
ao seu redor.
2° NÍVEL
Recuperação Assistida: enquanto o Artista
estiver com o grupo o tempo de paradas e
descansos diminui em 50% e os PVs recuperados
aumentam em +1 ao dia.
Observador: ao observar atentamente um ad-
versário por 1 turno completo (consumindo a ação
bônus), o Artista descobre seu número atual de
PVs. Custa 1 Éter a cada uso.
5° NÍVEL
Alma boêmia: consumindo a ação padrão a pre-
sença do Artista pode permitir que qualquer Joga-
da de Defesa de aliados sejam realizadas com um
bônus de +2 dados. O número máximo de perso-
nagens afetados pelo efeito é igual a metade do
valor de Porte, ou Sabedoria do Artista, arredon-
dado para cima (previamente definido). Custo 1
Éter a cada uso.
Sábio: consumindo a ação padrão a presença do
Artista pode exigir que qualquer Jogada de Defe-
sa de inimigos sejam realizadas com uma penalida-
222
de de -2 dados. O número máximo de personagens
afetados pelo efeito é igual a metade do valor de
Porte, ou Sabedoria do Artista, arredondado para
cima (previamente definido). Custo 1 Éter a cada
uso.
8° NÍVEL
Atuação: usando a ação padrão o Artista pode
transmitir esperança e confiança aos aliados garan-
tindo um bônus de +1 em suas Proteções. O nú-
mero máximo de personagens afetados é igual a
metade do valor de Porte, ou Sabedoria do Artis-
ta, arredondado para cima (previamente definido).
O efeito não é cumulativo. Duração: 1 Cena ou 10
minutos. Custo 1 Éter a cada uso.
Zombador: usando a ação padrão o Artista po-
de provocar e desestabilizar os inimigos atribuindo
uma penalidade de -1 às suas Proteções. O núme-
ro máximo de personagens afetados é igual a me-
tade do valor de Porte, ou Sabedoria do Artista,
arredondado para cima (previamente definido). O
efeito não é cumulativo. Duração: 1 Cena ou 10
minutos. Custo 1 Éter a cada uso.
Mestre
Conhecimento acumulado é poder, e o
Mestre usa toda sua sabedoria e porte para
exercer influência e poder perante seus
aliados e inimigos.
2° NÍVEL
Inabalável: a presença do Mestre aumenta o
deslocamento do grupo (normal e em combate) em
+1,5m. Adicione permanentemente +1 aos seus
PVs totais.
Perspicaz: ao observar por 1 turno completo o
Mestre descobre uma habilidade, vulnerabilidade,
resistência ou característica especial de um inimi-
go. Custa 1 Éter a cada uso.
5° NÍVEL
Estrategista: consumindo a ação padrão, o
conhecimento tático do Mestre pode atribuir aos
aliados um bônus de +1 dado de dano. O número
máximo de personagens afetados é igual a metade
do valor de Porte, ou Sabedoria do Mestre,
arredondado para cima (previamente definido). O
efeito não é cumulativo. Duração: 1 Cena ou 10
minutos. Custa 1 Éter a cada uso.
Intimidador: consumindo a ação padrão, o
conhecimento tático do Mestre pode infligir uma
penalidade aos inimigos de -1 dado de dano. O
número máximo de personagens afetados é igual
a metade do valor de Porte, ou Sabedoria do
Mestre, arredondado para cima (previamente
definido). O efeito não é cumulativo. Duração: 1
Cena ou 10 minutos. Custo 1 Éter a cada uso.

8° NÍVEL
Aura de Líder: usando a ação padrão o Mestre
pode infligir medo nos inimigos conferindo penali-
dade de -1 em suas Defesas. O número máximo de
personagens afetados é igual a metade do valor de
Porte, ou Sabedoria do Mestre, arredondado para
cima (previamente definido). O efeito não é cumu-
lativo. Duração: 1 Cena ou 10 minutos. Custo 1
Éter a cada uso.
Moral: usando a ação padrão o Mestre pode in-
fligir esperança aos aliados conferindo um bônus
de +1 em suas Defesas. O número máximo de per-
sonagens afetados é igual a metade do valor de
Porte, ou Sabedoria do Mestre, arredondado para
cima (previamente definido). O efeito não é cumu-
lativo. Duração: 1 Cena ou 10 minutos. Custo 1
Éter a cada uso.

222
 I NICIADO
A chama arcana fervilha dentro dos corpos
dos Iniciados permitindo a materialização
5 e a manipulação do Éter com eficiência e
poder.
Classes e Ofícios
Conjurações iniciais: No 1º nível recebe
um número de magias de 1º Círculo Místi-
co igual a metado do atributo Astúcia,
arredondado para cima (mínimo de 1).
Canalizador Nato: o Iniciado recebe +1 ma-
gia inicial como bônus pela sua conexão
especial com o Éter.
M AGO
Seus aprendizados e evolução ocorrem atra-
vés de um dedicado processo de pesquisa e
estudos dos conhecimentos ocultos.
2° NÍVEL
Corrompendo Éter: o Mago torna-se capaz de
conjurar qualquer magia conhecida de qualquer
Círculo Místico conhecido sem gastar Éter uma vez
ao dia. Plantas e flores murcham e morrem ao re-
dor.
Conexão mágica: o Mago recebe +1 de Prote-
ção contra efeitos de ataques oriundos de magia.
5° NÍVEL
Vislumbre Astral: o Mago passa a enxergar o
plano Astral, uma vez ao dia, em uma área em
metros (raio) igual a 20x o valor de Astúcia. Du-
ração: 1 Cena ou 10 minutos.
Proteção Arcana: uma vez ao dia, ao custo da
ação bônus, o Mago pode gerar uma proteção ar-
cana em seu corpo com bônus de PVs temporári-
os igual a 1 + metade da sua Astúcia,
arredondada para cima. Os PVs temporários não
podem ser convertidos em Éter. O efeito não é cu-
mulativo. Duração: 1 Cena ou 10 minutos.
8° NÍVEL
Magia Poderosa: consumindo a ação bônus a
força do Éter o Mago pode exigir que uma rolagem
qualquer de um inimigo seja refeita considerando
o pior entre os resultados. (apenas uma vez ao
dia). Custa 1 Éter a cada uso.
Levitação: o Mago consegue levitar até 5m do
chão, uma vez ao dia, pela duração de 1 Cena.
222
F EITICEIRO
A magia sempre correu em suas veias e
pouco a pouco isso vai ficando ainda mais
claro. O Éter parece ser indomável, mas sua
potência é grande.
2° NÍVEL
Corrompendo Éter: o Feiticeiro torna-se capaz
de conjurar qualquer magia conhecida de qualquer
Círculo Místico conhecido sem gastar Éter uma vez
ao dia. Plantas e flores murcham e morrem ao re-
dor.
Magia Intrínseca: o Feiticeiro passa a não pre-
cisar de nenhum dos componentes básicos de uma
conjuração (materiais, verbais ou somáticos) para
realizar suas magias.
5° NÍVEL
Absorver Vitalidade: uma vez ao dia, ao cus-
to da ação bônus, o Feiticeiro pode absorver um
número de PVs temporários igual a 1 + metade da
sua Astúcia, arredondada para cima, de qualquer
personagem, aliado ou não, que tenha sofrido da-
no próximo ao personagem (em um raio de 9m).
Os PVs temporários não podem ser convertidos em
Éter. O efeito não é cumulativo. Duração: 1 Cena
ou 10 minutos.
Vislumbre Etéreo: usando a ação padrão o
Feiticeiro passa a enxergar o plano Etéreo, uma vez
ao dia, em uma área em metros (raio) igual a 20x
a Astúcia do personagem. Duração: 1 Cena ou 10
minutos.
8° NÍVEL
Azarar: consumindo a ação bônus a força do Éter
do Feiticeiro pode exigir que uma rolagem qual-
quer de um inimigo seja refeita considerando o pi-
or entre os resultados. (apenas uma vez ao dia ).
Custa 1 Éter a cada uso.
Corpo Elemental: usando a ação bônus o Fei-
ticeiro pode materializar seu corpo em um elemen-
to (previamente definido), uma vez ao dia, pela
duração de 1 Cena. O corpo permanece tangível
mas pode assumir formas distintas.
 N ECROMANTE
A morte lhe causa tanto dúvidas quanto de-
sejo e curiosidade. Quais são os limites
físicos e os segredos em torno do ciclo da
vida?
5

Classes e Ofícios
2° NÍVEL
Familiar: cria um familiar a quem pode dar or-
dens e receber mensagens telepáticas simples co-
mo “há pessoas na sala?”, “pegue o papel na
mesa”. Cada vez que o familiar morre o ritual para
trazê-lo de volta à vida demora 7 dias para ser con-
cluído. Custa 1 Éter permanente para realizar o ri-
tual (preso ao familiar, o Éter/PV retorna ao
Necromante em caso de morte).
Corrompendo Éter: o Necromante torna-se
capaz de conjurar qualquer magia conhecida de
qualquer Círculo Místico conhecido sem gastar
Éter uma vez ao dia. Plantas e flores murcham e
morrem ao redor.

5° NÍVEL
Vislumbre na Escuridão: uma vez ao dia o
Necromante passa a enxergar no escuro em uma
área em metros (raio) igual a 20x a Astúcia do per-
sonagem. Duração: 1 Cena ou 10 minutos. Custa
1 Éter a cada uso.
Drenar Vida: uma vez ao dia, ao custo da ação
bônus, o Necromante pode drenar um número de
PVs temporários igual 1 + metade da sua Astúcia,
arredondada para cima, de qualquer personagem,
aliado ou não, que possa tocar (causando a mes-
ma proporção de dano. Em caso de alvos hostis de-
ve-se realizar um ataque contra a sua Defesa). Os
PVs temporários não podem ser convertidos em
Éter. O efeito não é cumulativo. Duração: 1 Cena
ou 10 minutos.

8° NÍVEL
Amigo da Morte: através de conhecimentos
ocultos o Necromante adiciona permanentemente
+1 PV ao total.
Névoa: uma vez ao dia o Necromante transforma
o corpo em névoa/fumaça pela duração de 1 Cena.

222
 GAMBIARRISTA
Curiosos e criativos, são vanguardistas bus-
cando sofisticações. Os cientistas e
5 engenheiros rudimentares nascem como
Gambiarristas.
Classes e Ofícios
Tralhas e trecos: recebem um número de
itens Simples, entre engenhocas e alquimi-
as, igual a metado do atributo Astúcia,
arredondado para cima (mínimo de 1). Ar-
mas de fogo custam metade de seu valor
real de mercado para Gambiarristas duran-
te a criação do personagem.
Para maiores informações, regras de cria-
ções e aprimoramentos consulte a seção
“Regras para engenhocas e alquimias”.
Obs: os Gambiarristas recebem UMA dose
de cada alquimia, para novas reposições são
necessárias 24h de trabalho. Também é ne-
cessário ter os componentes materiais para
a produção.
IMPORTANTE: as alquimias de recuperação de
Cura e PVs Temp. funcionam apenas 1 vez por
organismo em um período de 24h. Ou seja, da se-
gunda dose em diante, da mesma fórmula, não
surtem nenhum efeito.
E NGENHOQUEIRO
Mecânica, combustão, engenhocas e vapor
são os principais elementos de seu trabalho.
Seu foco está na criação e desenvolvimento
de equipamentos variados e versáteis.
2° NÍVEL
Mãos treinadas: recarregar armas de fogo e ati-
var engenhocas passa a custar apenas uma ação li-
vre (e metade do deslocamento) do
Engenhoqueiro.
Improviso: o Engenhoqueiro consegue adaptar,
improvisar, algum material ou componente que
não esteja disponível no momento para obter êxi-
to em alguma tarefa simples (inviável de realizar
sem o material necessário). Custa 1 Éter a cada
uso.
222
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Engenhoqueiro Experiente: o Engenhoquei-
ro diminui o tempo de criação, ou aprimoramento
de engenhocas Simples em 50%.
8° NÍVEL
Protótipo: a Resistência final dos ítens de Pro-
teção do Engenhoqueiro aumentam em 4 pontos.
Aterrorizar: Ao acertar um ataque o Engenho-
queiro pode abdicar da rolagem de dano e causar
1 ponto automaticamente, além de adicionar ao
alvo a condição Aterrorizado. O efeito não é cumu-
lativo. Custa 1 Éter a cada uso.
A LQUIMISTA
Elixires exóticos, venenos mortais e explo-
sões. Os Alquimistas se especializam nos
estudos dos elementos e materiais, dos mais
simples aos mais exóticos, encontrando na
natureza toda sua matéria prima.
2° NÍVEL
Letal: o Alquimista adiciona bônus de +1 dado
de dano quando atacar com alquimias (inclui ar-
mas de fogo).
Arsenal: o Alquimista recebe 2 alquimias Simples
para somar ao seu arsenal.
5° NÍVEL
Ataque Extra: pode realizar um segundo ataque
no mesmo turno usando sua ação bônus sem ne-
nhuma penalidade. Custa 1 Éter a cada uso.
Alquimista Experiente: o Alquimista diminui
o tempo de criação, ou aprimoramento de alquimi-
as Simples em 50%.
8° NÍVEL
Suplementação Especial: através de suple-
mentos alquímicos o Alquimista pode continua em
pé normalmente mesmo com os PVs reduzidos até
um total negativo igual a 1 + metade do seu Vi-
gor arredondado para cima. Consultar Capítulo 8
Sistema de Regras e Combate - Morrendo para
maiores informações.
Elixir Poderoso: a partir da ingestão de algu-
ma substância experimental (dose única) o Alqui-
mista consegue aumentar +1 ponto em um de seus
atributos Mentais/Sociais (Astúcia, Sabedoria,
Porte, previamente definido).

Classes e Ofícios

222
 Engenhocas e Alquimias
Criação e aprimoramento
Toda engenhoca ou produto alquímico é dividido
em 3 níveis de criação ou aprimoramento, indepen‐
dente do que seja ou do que se trate seu efeito. Sendo:
5 “Simples”, “Especial” e “Magnífico”. Engenhocas e
alquimias utilizam o atributo Astúcia como base pa‐
Classes e Ofícios
aprimoramento como se fossem Círculos Místicos,
do 2º ao 4ª, para aplicação da mecânica). Consulte
o Capítulo 10 Éter - mandingas, simpatias e feitiços - Cura
e PVs temporários para maiores informações.
EFEITOS EM ÁREA E DE MÚLTIPLOS
ALVOS
As mecânicas que determinam o número máximo
de alvos afetados simultaneamente pelos efeitos das

ra cálculos e bônus das mecânicas e regras gerais.
O jogador deve usufruir de sua criatividade li‐
vremente para elaborar suas engenhocas e alquimias
do modo que mais lhe agradar e servir, desde que
sigam as regras básicas de utilização e efeitos con‐
tidas nas tabelas a seguir. Praticamente qualquer
coisa pode ser inventada ou aperfeiçoada, seus efei‐
tos é que terão intensidades maiores ou menores de
acordo com seus níveis de aprimoramento (e natu‐
ralmente suas condições e limites).
O Gambiarrista depende de níveis de experiên‐
cia em estudos e testes, além dos recursos
financeiros, para desenvolver ou aprimorar gradu‐
almente seus itens e alquimias. É necessário cumprir
cada uma das etapas de melhorias, primeiro você
alcança o nível Simples, depois alcança o nível Es‐
pecial e aí sim alcança o nível Magnífico.
Regra de criação e
engenhocas e alquimias devem considerar a regra
de Ataque em área (onde o alvo principal recebe 50%
da carga do efeito, enquanto os demais, de acordo
com os limites da regra, recebem outros 50%
igualmente divididos), ou seja, os efeitos sempre
serão fracionados pelo número total de alvos
afetados. Em caso de necessidade, arredonde os
valores para cima. Consulte “Ataque em área” no
Capítulo 8 Sistema de Regras e Combate.
PROTÓTIPOS
Invenções mecanoides e engenhocas rudimen-
tares podem ser criadas a partir de invenções
e protótipos desenvolvidos e aperfeiçoados pe-
lo Gambiarrista. Desde os itens mais simples
de funções básicas até maquinários comple-
xos e resistentes. Considere as informações na
tabela abaixo para definir as estatísticas dos
protótipos

aprimoramento
Todas engenhocas e alquimias são considera-
das como “mágicas” em termos e efeitos de
regras de jogo, e não é possível trabalhar na
criação ou aprimoramento de mais de um item
ou produto simultaneamente.
• São necessários 2 níveis de personagem
completos para a criação de uma engenhoca
ou alquimia Simples
• É necessário +1 nível de personagem
completo para o aprimoramento de uma
engenhoca ou alquimia para Especial
• São necessários +2 níveis de personagem
completos para o aprimoramento de uma
engenhoca ou alquimia para Magnífica

O UTR AS CONDIÇÕES E REGR AS

CURANDO E CONFERINDO PVS

TEMPORÁRIOS
As regras e condições para recuperação e acréscimo
de PVs temporários são as mesmas utilizadas para
conjurações (considere o nível da criação/

222
 TRANSMUTAÇÕES S UGESTÕES DE EQUIPAMENTOS DO
Criação, manipulação e alteração de materiais de G AMBIARRISTA
composições e categorias variadas utilizam as re‐
gras para transmutações, definidas de acordo com ENGENHOCAS
o nível da Criação ou Aprimoramento. (consulte •Disparador de projéteis com substâncias
a tabela de Estatísticas para Criações e Aprimoramen‐ •Disparador de projéteis por pressão
tos para demais regras e estatísticas como •Cinto utilitário (corda/gancho/etc) 5
duração, etc). Para definição de tamanhos, pesos •Mecanismos rudimentares à vapor
•Chaves de fendas especiais

Classes e Ofícios
e volumes considere as estatísticas abaixo e com‐
pare com as proporções de tamanhos da tabela •Molas e propulsores
•Calçados colantes/aderentes
de Ilusões, telecinese e transmutações no Capítu‐
•Lupas/lentes especiais
lo 10 Éter - Mandingas, simpatias e feitiços.
•Equipamentos dobráveis
• Simples: Minúsculo •Equipamentos para mergulho/escalada/etc
• Especial: Muito pequeno •Material impermeável
• Magnífico: Médio •Caixinhas de música
•Protótipos movidos por tração (engrenagem)
Importante dizer que os benefícios e melho‐ •Arma retornável (sistema de tração)
rias obtidos através de aprimoramentos NÃO são •Isqueiro portátil
cumulativos e caso o item já possua alguma esta‐
tística melhor ela se sobrepõe em relação a pior. ALQUÍMICOS
•Colas e argamassas
Exemplo: quando você aprimora uma arma de
•Bombas explosivas
fogo de Simples para Especial ela passa a ter ape-
•Bombas de fumaça/cheiro
nas os benefícios do nível Especial e não a soma-
•Bombas de coceira
tória de ambos. E caso alguma estatística anterior
seja superior ela se sobrepõe.
•Óleos especiais (dano extra/paralisador/
ardência)
Também não é possível criar engenhocas ou •Unguentos (cura, energizante)
alquimias que aumentem atributos e concedam •Venenos (cegueira, morte)
PVs permanentemente. Qualquer outra situação •Poções de vitalidade/resistência
conflitante, ou que gere dúvidas, deve ser avalia‐ •Poções de sono, medo
•Substâncias alucinógenas
da e definida em conjunto com o Mestre de Jogo e
•Elixires de força/agilidade
demais Jogadores. •Remédios e suplementos

222
 Capítulo 6
Perícias
s aventuras em Orbe de Libra são
A propositivas, focam na máxima
imersão dos jogadores e mestres
em uma atmosfera recheada de
investigações e pistas, interações
dos mais variados tipos e explorações
enigmáticas. Portanto, julgamos adequado
que um grupo de perícias seja utilizado nas
mesas de jogos buscando aprofundar esses
conceitos mais apropriadamente.
6
Perícias
MECÂNICA OFICIAL
As perícias estão divididas em seis gradua-
ções, como níveis de treinamento e experi-
ências, sendo: Inábil (I), Aprendiz (A),
Profissional (P), Especialista (E), Mestre (M)
e Lenda (L).
Cada graduação garante uma quanti-
dade de dados (d6) para as rolagens de
perícias, e quanto mais alto seu nível mais
dados serão disponibilizados para os tes-
tes.
Se o número total de dados pares de
uma rolagem (Atributo Base + Graduação)
igualar ou ultrapassar o NA determinado
pelo Mestre de Jogo a ação resulta em su-
cesso (parcial ou total).
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, é um músico
com graduação Mestre na perícia Performance, sua
Agilidade é 0, logo, suas rolagens durante
apresentações serão feitas com o total de 5 dados.
222
 Valores Iniciais de
Perícias Por Classe
Cada classe possui uma quantidade pró-
pria de pontos para aquisição inicial de
graduações nas perícias. Cada ponto equi-
6 vale a UM NÍVEL de graduação, sendo que
todas as perícias iniciam no nível “Iná-
bil” (com exceção de algumas classes que
recebem graduações bônus).
Perícias
Elevando o Nível das Perícias
Algumas regras durante a construção e
evolução dos personagens devem ser ob-
servadas para que se mantenha um
relativo equilíbrio e bom senso nas mesas
de Orbe de Libra.
Existem limites máximos iniciais de
graduações para uma mesma perícia, afi-
nal, não é comum aventureiros novatos
possuírem grandes experiências e habili-
dades de alto nível no início de suas
carreiras. Sendo assim, não é permitido
NENHUMA perícia de graduação Lenda e
apenas UMA perícia de graduação Mestre.
Esse limite inicial pode ser alterado
em comum acordo com seu Mestre de
jogo e demais jogadores.
Ao longo da evolução do personagem
esses valores podem ser aumentados,
pois ao passar de níveis, novos pontos de
222
perícias são ganhos. UM PONTO novo é
recebido nos seguintes níveis de persona-
gem, independente da classe: 3°, 5°, 7º e
no 11°.
IMPORTANTE
É proibido aumentar a
graduação da mesma perícia
duas vezes seguidas durante a
evolução do personagem.
Número Alvo (NA)
Quando for necessário realizar um teste de
perícia o Mestre de Jogo deve determinar um
Número Alvo (NA) de acordo com a situação
e a dificuldade do feito a se realizar. Um re-
sultado IGUAL ao NA representa um
sucesso parcial (50% de eficiência) enquan-
to um resultado SUPERIOR representa um
sucesso total (100% de eficiência). Não se
esqueça de somar o atributo à graduação
da perícia (para informações sobre atribu-
tos usados como base de cada perícia
consulte a seção Lista e grupos de perícias).
Variações do Número Alvo
Aventuras e campanhas costumam promo-
ver situações inusitadas e desafiadoras
mesmo para aqueles que detenham experi-
ências e treinamentos em várias áreas, e,
entre as mais simples e as mais complexas,
apresentamos uma tabela que sugere mar-
gens aproximadas de dificuldades para
números alvos (NA) dos testes de perícias.
Sinta-se à vontade para modificar e adap-
tar a tabela conforme a sua proposta e
atmosfera de jogo.
 Lista e Grupos de Perícias
C ONHECIMENTOS & T ÉCNICAS
Cura (Sab): trata do conhecimento prático
de primeiros socorros e posologias. A perícia
Cura serve para estabilizar personagens
doentes e com risco de vida, mas pode ser
usada também para recuperação de PVs
(veja mais detalhes na seção Recuperando
S OCIAIS & E SPORTIVOS
Etiqueta (Por): abrange o conhecimento de
tradições diplomáticas e aristocráticas.
Também determina a capacidade de liderar,
atrair e influenciar outros personagens não
jogadores.
6
Manha (Por): seu uso engloba o convenci-
mento através da lábia e da enganação, o
conhecimento das ruas e como lidar ade-
quadamente no submundo. Também

Perícias
PVs usando Cura).
determina a capacidade de intimidar e per-
História (Ast): abrange as tradições popu-
suadir outros personagens não jogadores..
lares e os eventos históricos marcantes de
uma região, o folclore, as lendas e os mitos Performance (Agi): envolve situações em
locais, além dos regionalismos e comporta- que o personagem precisa explorar suas
mentos típicos de povos e raças. habilidades corporais, desde alguns tipos
de atuações/apresentações, acrobacias,
Investigação (Ast): Procurar pistas, obje-
prestidigitação, equilíbrio, etc.
tos e passagens escondidas. Compreender
cenas de crimes, ou analisar acontecimen-
tos enigmáticos, envolvem rolagens de
investigação.
Ocultismo (Ast): o conhecimento do ocul-
to está ligado ao estudo das tradições
arcanas, dos itens mágicos, das sociedades
e rituais secretos, das Orbes e planos de
existência.
Religião (Sab): determina o entendimento
das práticas, ritos, dogmas e comportamen-
to de fiéis, das hierarquias religiosas e suas
tradições, sincretismos, simbologias e me-
todologias.

TALENTOS & S OBREVIVÊNCIA

Furtividade (Agi): testes de furtividade são
realizados ao tentar mover-se (ou permane-
cer) em silêncio, esconder-se, surpreender
outros personagens, etc.
Ofícios¹ (Ast): reúnem as habilidades e co-
nhecimentos de trabalhos manuais em
materiais variados. A perícia também pode
ser utilizada para arrombamentos, manu-
seio de armadilhas, etc.

¹Tecnológicos: O principal ofício de um personagem (previamente definido) garante um bônus de

+1 em rolagens que envolvam aquele tipo de trabalho manual. Gambiarrista é a única classe que
usa “Ofícios”, para tecnologias, e “Ocultismo”, para alquimias, com propriedades especiais.
222
 Percepção (Sab): está diretamente ligada
ao uso dos sentidos humanos: visão, audi-
ção, olfato, paladar e tato, e todas as
situações, rolagens e testes que os envol-
vam.
Sobrevivência¹ (Sab): encontrar comida,
6 água e abrigos seguros, rastrear trilhas,
caçar, lidar com animais, compreender e
prever fenômenos meteorológicos e naturais
são exemplos de uso da perícia Sobrevivên-
Perícias
cia.
Recuperando PVs Usando
Cura
Cura também pode ser utilizada para re-
cuperação de PVs, porém, possui limites
diários com capacidade de gerar efeitos de
recuperação. Esses limites estão baseados
em seu grau de conhecimento na perícia
(consulte a tabela Limites de PVs recupe-
rados ao dia).
O Jogador deve verificar em sua ficha de
personagem qual o seu nível de graduação
em Cura, ele determinará o total de PVs que
podem ser recuperados a cada dia.
É permitido dividir o total de PVs recu-
perados no dia em mais de um personagem,
de acordo com a graduação da perícia, in-
cluindo o próprio personagem, desde que o
valor dividido seja inteiro e não ultrapasse
o limite diário.
222 ²Ambiente Predileto: Quando forem realizados testes de Sobrevivência no ambiente em que o
personagem tenha preferência/experiência (previamente definido) ele adiciona um bônus de +1 ás
suas rolagens.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, precisa cuidar
de seus ferimentos de batalha, ele é Especialista
em Cura, logo, possui graduação capaz de recupe-
rar 2 pontos de vida em um dia. Ele pode optar
por recuperar os 2 PVs de uma vez ou em duas
oportunidades de 1 PV cada. Também pode esco-
lher recuperar 1 PV e auxiliar outro personagem a
recuperar 1 PV, ou mesmo recuperar 2 PVs de
outros personagens.
Ajudando em Testes
Personagens podem ajudar uns aos outros
em determinados testes de perícias (defini-
das e acordadas com o Mestre de jogo).
Independente do número de personagens
envolvidos a “ajuda” resultará sempre em 1
dado extra na rolagem original da perícia,
desde que o ajudante (ou ajudantes) tenha
ao menos o mesmo nível de graduação na
Perícia testada. Caso o nível do ajudante
seja inferior ao nível do personagem que es-
teja testando ativamente a perícia não é
gerado nenhum bônus à rolagem.
Testes Físicos
Qualquer teste relacionado a feitos atléticos
deve ser realizado usando apenas os atri-
butos Vigor e Força, conforme situações de
jogo, e a rolagem deve ser feita como uma
graduação Profissional.
Exemplo: ao tentar levantar um robusto tronco
de árvore Duarto, o Cantalendas, precisará realizar
um teste de Força, o Mestre de Jogo define o NA
e a rolagem é feita usando um total de dados
igual a 3 + atributo. Um resultado IGUAL ou SU-
PERIOR ao NA proposto resulta em sucesso (par-
cial ou total).
 Capítulo 7
Recursos &
Equipamentos
s territórios de Casanova foram
O ocupados e definidos à base de
conflitos e disputas entre povos,
com características, desenvolvi-
mentos, tecnologias e sofisticações
próprias. E ao lado de máquinas à vapor,
roldanas, polias e uma perigosa alquimia
existem também dezenas de equipamentos
militares, dos mais rudimentares até peri-
gosas e mortais engenhocas, da pedra ao
bronze e do ferro à pólvora (bafo de dragão).
As tecnologias se multiplicam no mesmo
ritmo em que as civilizações crescem. Lâmi-
nas e chumbo, flechas e escudos são os
verdadeiros regentes de Libra.
Recursos iniciais
Os personagens iniciam sua jornada sem
qualquer equipamento, sejam armas ou
itens especiais. Apenas roupas simples que
trajam e uma quantia em ouro definida pela
seguinte rolagem:
3D6 ×10 = RECURSOS INICIAIS EM PEÇAS DE OURO
Esta quantia deve ser usada para a
aquisição dos equipamentos iniciais do per-
sonagem. Existem alguns “kits” prontos
contendo equipamentos básicos de acordo
com a opção escolhida.
Antecedentes como “herdei a lança ca-
çadora de antas do meu pai” não isentam
7
Recursos e Equipamentos
os custos materiais da aquisição da arma
ou equipamento.
As moedas cunhadas e existentes em
Casanova são feitas de prata, com exceção
do Dobrão, sendo: Cruzeiro (moeda corren-
te da República da Capivara), Curinga
(moeda corrente do Vale do Saravá), Dobrão
(moeda corrente dos reinos anões), Nanquim
(moeda corrente de Zen), Peso (moeda cor-
rente de Invernia) e Realeza (moeda corrente
do Império Central e Exílio). Regiões como
Longoeste e Terraleste costumam não pos-
suir moedas locais, preferindo o escambo
como prática comercial.
Para conversões de peças de ouro em
moedas de prata considere a seguinte regra:
2 MOEDAS DE PRATA = 1 PEÇA DE OURO
IMPORTANTE
Todas as moedas de Casanova são equivalentes
em poder de compra e taxas de câmbio, exceto
o Dobrão e a Realeza, onde cada moeda
equivale a 1 peça de ouro (no caso do Dobrão
ele realmente é feito de ouro). Recomendamos
que após aquisição dos equipamentos iniciais
converta-se o ouro restante na moeda local em
que se passa a aventura, com o objetivo de
promover maior imersão.
222
 Volume de Carga
A classificação de tamanhos e pesos dos
itens descritos nas tabelas de armas e equi-
pamentos é definida pelo Volume de Carga,
7 cada arma, munição e equipamento possui
um Volume de Carga próprio e individual.
Recursos e Equipamentos
Os Volumes de Cargas de cada um dos
itens, equipamentos, armaduras e armas
devem ser somados, anotados na ficha e
comparados à capacidade de Carga do per-
sonagem (podendo gerar penalidades ou
não, conforme regra de Carga).
Personagens Pequenos (Isás terrestres e
Pequeninos) podem usar armas de Volume
de Carga MP (muito pequenas), P (peque-
nas) com uma das mãos, M (médias) com
as duas mãos e não conseguem usar armas
G (grandes).
Personagens Médios (humanos, elfos, mei-
osangues, orcos, agashis e draconianos)
podem usar armas de Volume de Carga MP
(muito pequenas), P (pequenas), M (médias)
e G (grandes) com uma das mãos (a não ser
que a arma exija o manuseio com “duas
mãos”). Em casos de duas armas
empunhadas simultaneamente, a segunda
pode ter Volume de Carga máximo P.
Personagens Grandes podem usar armas
de qualquer Volume de Carga com apenas
uma das mãos, mesmo aquelas que exijam
o manuseio com as duas.
222
IMPORTANTE
• Embora os anões sejam de tamanho
Pequeno possuem um forte ímpeto de batalha,
portanto, podem usar armas e armaduras
como se fossem de tamanho Médio.
• Isás aladas são consideradas de tamanho
Muito Pequeno, podendo usar APENAS armas
de Volume de Carga MP (muito pequenas)
com apenas uma das mãos, e P (pequenas)
com ambas as mãos.
Para maiores informações consulte o
Capítulo 8 Sistema de Regras e Combate -
Lutando com duas armas.
Capacidade de carga
Os limites máximos de equipamentos que
se pode carregar são representados pela
Carga, que é definida pelo tamanho da raça
+ Vigor × 2. Armas, equipamentos e itens
em geral possuem Volumes de Cargas pró-
prios que devem ser somados e comparados
ao total de Carga do personagem.
Caso a somatória dos Volumes de Car-
gas dos itens e equipamentos esteja dentro
do limite de Carga ela é considerada Carga
Leve e não confere nenhuma penalidade,
mas se o total de Volume de Carga ultrapas-
sar esse limite algumas restrições devem ser
observadas:
Carga Média: 1 ponto acima do total de
Carga representa uma Carga Média, confe-
rindo penalidade de -1 em Defesa, Jogadas
de Defesa, Movimento, Iniciativa e rolagens
de ataque.
Carga Pesada: 2 pontos acima do total de
Carga representa uma Carga Pesada, com
penalidades de -2.
Carga Muito Pesada: 3 pontos acima da
Carga é o limite que um personagem pode
carregar, a Carga Muito Pesada confere pe-
nalidades de -3 em todas as rolagens e
situações citadas anteriormente.
Carga Excedida: Um Volume acima de 3
pontos da capacidade Carga é considerado
Carga Excedida e não pode ser carregado
pelo personagem até que ele se desfaça de
itens, reduzindo seu total de carga ao me-
nos até Carga Muito Pesada.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, é um humano,
tamanho Médio, ou seja, possui 26 de Capacidade
base de Carga. Seu valor de Vigor é 1, conferindo
um bônus de +2. Isso significa que a sua capaci-
dade de Carga é 28 (pois: 26 + 2 = 28).
Caso seu Volume total de Carga chegue em 29 ela
será considerada Carga Média (-1), chegando em
30 pontos passa a ser considerada Carga Pesada (-
2) e em 31 pontos como Carga Muito Pesada (-3).
Duarto não conseguiria carregar um total de Car-
ga em 32 pontos ou mais, pois estaria com Carga
Excedida.
Especial: alguns itens são tão diminutos/
maleáveis que não ocupam sequer um es-
paço Muito Pequeno na Carga do
personagem, são os chamados itens de Vo-
lume Irrelevante, para esses casos considere
a seguinte regra: a cada 3 itens Irrelevan-
tes carregados um Volume de Carga Muito
Pequeno é ocupado. Mochilas, bolsas, algi-
beiras e outros itens de mesma função
também são considerados Irrelevantes pa-
ra o cálculo da Carga final.
IMPORTANTE
Para aventuras mais fantásticas e
heroicas aumente alguns pontos
de Capacidade base de Carga de
7
todas as categorias de tamanho
de raças.
Recursos e Equipamentos
Armas
A história de Casanova tem sido escrita com
sangue desde seus primórdios, como nar-
rado pelos antigos. A cada alvorecer surgem
novas formas de forjar lâminas, de barate-
ar pistolas ou aumentar a durabilidade de
engenhocas. O objetivo é manifesto, susten-
tar as infames guerras por poder e sufocar
o povo através de mãos sujas de uma
fidalguia sórdida.
Veja a seguir algumas regras e condições
para utilização de armas e equipamentos de
combate.
Alcance: o alcance determina a área/dis-
tância máxima que se pode atingir um alvo.
Ataques de luta corporal consideram um
raio de alcance de 1,5m, algumas armas au-
mentam essa área de alcance para 3m.
Já as armas de tiro, ou ataque à
distância, têm maior alcance e regras
especiais. Na tabela de armas de tiro
haverão dois números determinando o
alcance, o primeiro representa a distância
máxima que um ataque de longa distância
pode ser feito sem penalidades, o segundo
representa a distância máxima que esse
ataque pode ser realizado com penalidade
(-2 na rolagem).
IMPORTANTE
Apenas armas MP (muito pequenas)
e P (pequenas) podem ser
arremessadas a não ser que uma
habilidade ou condição/situação de
jogo diga outra coisa. Embora pistolas
sejam de Volume de Carga M é
permitido empunhar simultaneamente
uma em cada mão.
222
 Dano: determina a capacidade base de uma
arma em causar dano.
Iniciativa: cada arma possui um valor de
Iniciativa que é somado ao total da rolagem,
7 de recargas a cada ataque. Bestas, arcos e
podendo variar de -2 à +2.
Recursos e Equipamentos
Preço: valor médio de custo da arma/
equipamento.
Tipo: indica o tipo de dano que a arma
causa (cortante, perfurante e contundente),
podendo interferir em ataques contra
criaturas que eventualmente tenham
alguma resistência ou vulnerabilidade a
certos tipos de ataques.
Volume de Carga: determina o Volume de
Carga ocupado pela arma/equipamento.
Outras situações
Duas mãos: algumas armas e equipamen-
tos exigem que seus manuseios sejam
realizados com as duas mãos do persona-
gem. Ou seja, é impossível segurar outros
itens com a mão inábil enquanto empunha
uma arma com a característica “duas
mãos” (como armas secundárias, escudos,
etc).
Emperrando armas de fogo: armas de fo-
go são equipamentos rudimentares em
desenvolvimento e aperfeiçoamento, tratan-
do-se de protótipos iniciais, portanto, toda
rolagem de ataque que resultar em um to-
tal de números “1” igual ou superior a
metade dos dados totais da rolagem (inde-
pendente dos resultados pares) causa uma
falha no mecanismo do equipamento em-
perrando a arma de fogo (além de errar o
tiro). É necessário 1 turno completo, além
de metade do deslocamento total do perso-
nagem, para realizar seu conserto.
Especiais: algumas armas apresentam re-
gras e condições especiais de uso e/ou
efeitos.
Manejável: certas armas de Volume de Car-
ga M podem ser empunhadas com as duas
222
mãos. Nesse caso recebem um bônus de +1
dado de dano a cada ataque bem sucedido.
Recarga: todas as armas de tiro necessitam
similares utilizam metade do movimento to-
tal do personagem a cada recarga. Armas
de fogo utilizam 1 turno completo para se-
rem recarregadas + metade do movimento
total do personagem.
Armadur as, escudos e
Outros
Nem só de lâminas, flechas e tiros vivem os
aventureiros de Casanova, para sobreviver
no misterioso e intimidador continente é
recomendável uma boa dose de precaução
e esperteza, além de alguns equipamentos
de proteção e ferramentas úteis. As
armaduras e escudos são definidos por
Classes, com modelos que variam de A à D,
conferindo o bônus de Proteção de acordo
com a classificação do equipamento.
Resistência VS Avaria
Todos os ítens de Proteção possuem uma
determinada durabilidade antes que neces-
sitem de consertos e reparos. Essa
durabilidade é medida pela Resistência dos
equipamentos e para defini-la basta somar
o valor de Proteção de todos os itens equi-
pados e multiplicar por 2, o total será o
valor final da resistência dos equipamentos
de defesa.
A cada ataque bem sucedido de um ad-
versário que NÃO cause qualquer dano
(nenhuma rolagem par) a Resistência dos
equipamentos automaticamente perde um
ponto (recebe 1 ponto de Avaria). Quando a
Avaria chegar em um valor entre 0 e -1 a
Proteção total cai pela metade (arredonda-
do para cima), e caso o total de Avaria
chegue a -2 os itens de Proteção perdem sua
eficiência e ficam inutilizáveis.
 IMPORTANTE
Independente do número de ítens
de Proteção e outros efeitos que 7
confiram bônus adicionais (como

Recursos e Equipamentos
conjurações, engenhocas e
alquimias) o total de Proteção
nunca ultrapassa 4 pontos.

Danificando Vs
Reparando
É necessário possuir ao menos a
graduação Profissional na perícia
Ofícios para realizar reparos nos
equipamentos de Proteção. Cada
ponto recuperado exige 1,5
hora de trabalho de um
personagem, além dos
recursos e materiais
necessários.

222
 7

222
Recursos e Equipamentos
 Macuahuitl Martelo Grande Quauhololli

Martelo de Mão

Recursos e Equipamentos
Rungu
Macana

Borduna

Machado
Grande

Machado
Médio
Maça
Estrela
Machadinha Machadinha
de Pedra de Bronze

Guan Dao Chuckchuka

Bastão/Cajado Mangual Machadinha

de Aço

Nunchaku Oxê

Chicote
Sjambok
222
 Faca
Dao
Shotel Lança
Adaga Curta

7
Recursos e Equipamentos

Storta

Espada
Curta
Terçado

Katana
Espada
Bastarda

Azagaia

Alabarda
Lança de Tepoztopilli
Madeira
Espada
Longa

Montante
Sabre
222 Lança de
Florete Bronze
Lança Lança de
de Aço Pedra
 222
Recursos e Equipamentos
7
 Zarabatana
Shuriken
7
Recursos e Equipamentos

Arco Curto

Besta

Arco Longo

Pistola

Funda

222
Bomba
 7

Recursos e Equipamentos
Atlatl Boleadeira

Espingarda

222
 7
Recursos e Equipamentos

Camisão Simples
Bata Acolchoada Bata de Peles

Armadura de Placas

Gibão de Couro de Anta/Veado

222
 7

Recursos e Equipamentos
Armadura de Anéis

Armadura Lamelar

222
Camisão de Bronze
Armadura de Escamas
 Escudo de Couro de Anta Escudo de Madeira Acolchoado

7
Recursos e Equipamentos

Escudo de Casca de Árvore Escudo de Aço

Escudo de Madeira e Couro

222
 7

Recursos e Equipamentos
Escudo de Peles Escudo de Madeira Maciça

Escudo de Bronze
Escudo de Casco de Jabuti 222
 7
Recursos e Equipamentos

222
 222
Recursos e Equipamentos
7
 7
Recursos e Equipamentos

222
 222
Recursos e Equipamentos
7
 Capítulo 8
Sistema de Regras
& Combate
E
mbora jogos de RPG sejam por ex-
celência lúdicos e imaginativos,
necessitam de um conjunto míni-
mo de regras para funcionarem
adequadamente. Orbe de Libra
utiliza um sistema próprio, o TROPICAOS,
de conceitos menos específicos e regras me-
nos complexas, ou seja, tem como objetivo
tornar sua compreensão e aplicação um
processo fácil e prazeroso aos jogadores e
mestres.
A proposta é que solucionem a maioria
das situações de jogo com agilidade e, em
comum acordo, variando dinâmicas e apli-
cações de regras sem que a experiência de
jogo seja prejudicada.
A seguir apresentaremos alguns termos,
conceitos e siglas muito comuns em jogos
de RPG e que podem ser vistos ao longo
desse material.
Termos e conceitos
básicos
Aventura: um arco completo e finalizado dentro
de uma história, seja em uma ou mais sessões de
jogos, é considerado uma aventura.
Campanha: um conjunto de aventuras e seus
arcos em sequência formam uma campanha.
Cena: a conclusão de um evento consiste no fim
de uma cena. Podendo ser o término de um
combate, de um diálogo, apresentação artística,
etc. Cenas podem ser maiores ou menores, pois
8
Regras e Combate
não possuem uma medida em tempo, e sim em
eventos.
Mestre de Jogo ou Narrador: é o responsável
pela “supervisão” do jogo, tem a função de propor
e ditar o ritmo da história, agir como juiz em casos
necessários e interpretar e controlar todos os
outros personagens que não os PJs.
Rodada: uma rodada representa a somatória de
todas ações dos personagens durante seus turnos
completos.
Rolagem/Teste: ação realizada através de uma
jogada de dados para mensusar a eficiência de um
feito.
Sessão de jogo: a junção de todas as cenas,
eventos e acontecimentos durante uma partida
compõem a sessão de jogo.
Turno: um turno dura aproximadamente 6
segundos, uma ação padrão de um personagem
exige um turno completo para ser concluída.
Siglas comuns
d ou d6: partidas de Orbe de Libra RPG utilizam
conjuntos de dados comuns de seis faces, vistos em
jogos clássicos de tabuleiros. Como convenção usa-
remos a letra “d”, em alguns momentos acompa-
nhada do número 6, ou seja, d6. Utilizaremos o
conceito de par ou ímpar para as jogadas e testes.
NA: "Número Alvo", determina o número de
sucessos necessários para obter sucesso em uma
rolagem/teste.
PDM ou PNJ: os PdM (Personagens do Mestre)
ou PnJ (Personagens não Jogadores) são os coad-
juvantes e antagonistas da história. São interpre-
tados e controlados pelo Mestre de Jogo.
PJ: os PJs são os “Personagens Jogadores”, ou
apenas “Personagens”, são os protagonistas das
histórias vivenciadas em Orbe de Libra.
222
 Usando os Atributos
Por vezes durante as partidas o Mestre de
Jogo poderá solicitar testes de Ataque,
Jogadas de Defesa contra efeitos mágicos,
8 mentais ou reflexos, de atributos básicos
(disputas físicas entre dois personagens) ou
Regras e Combate
situações que outras regras não cubram. E
seguindo o mesmo conceito visto nas regras
de Perícias, os testes de atributos são
rolados contra um NA (Número Alvo)
definido pelo Mestre de Jogo conforme a
dificuldade da situação.
Via de regra, todo atributo possui gra-
duação Profissional para fins de testes
físicos e Jogadas de Defesa, representando
uma quantia de dados igual a 3 + o atribu-
to testado. Se o total de dados pares da
rolagem for IGUAL ao NA obtém-se um su-
cesso parcial (50% de eficiência), enquanto
um resultado SUPERIOR ao NA assegura o
sucesso total (100% de eficiência).
Exemplo: ao tentar prender a respiração durante
um mergulho, Duarto, o Cantalendas, deve reali-
zar uma teste de Vigor NA 1 (aumenta a cada
turno), com um total de dados igual 3 + seu atri-
buto. Um resultado igual ou superior ao NA per-
mite Duarto manter-se submerso, por mais ou
menos tempo.
Para variações de NA dos testes consulte
o Capítulo 6 Perícias. Veja também, a seção
Jogadas de Defesa.
Regra do 6 e do 1
Ao realizar uma rolagem de dados, atente-
se, pois todas as vezes que um dado resultar
especificamente em um “6”, um bônus de
+1 dado é adicionado à jogada. Em casos de
novos “6” na rolagem seguinte mais bônus
serão adicionados, até que o resultado seja
diferente e encerre o ciclo.
Entretanto, cada resultado “1” anula um
bônus que seria recebido ao rolar um
“6” (não anula o sucesso em si, apenas o
bônus).
Essa regra vale para para toda e qual-
quer rolagem de dado.
222
Exemplo: Uma rolagem de Furtividade que
obtenha os seguintes resultados 1, 2, 3, 6, 6
garante 3 sucessos ao jogador e ainda um bônus
de +1 dado à rolagem (seriam +2, porém o
resultado “1” cancela um dos bônus).
Jogadas Resistidas
Algumas situações ao longo das partidas
exigem disputas de atributos entre
personagens, seja através de um “cabo de
guerra”, quem mantém por mais tempo o
“olhar fixo sem desviar”, etc. Essas
situações exigem que ambos personagens
façam uma rolagem de atributo. Aquele que
alcançar o maior número de resultados
pares será bem sucedido/vencedor. Alguns
casos podem exigir mais do que uma
rolagem e sucessos para definir a cena.
Exemplo: Dois personagens estão em uma
celebração de bravura disputando um cabo de
guerra, um deles possui Força 3 e o outro Força 1.
O primeiro rola 6 dados (3 da graduação
Profissional do atributo + 3 do total do atributo)
e obtém 3 resultados pares (2, 2, 4). O segundo
personagem rola 3 dados (3 da graduação
Profissional do atributo + 0 do total do atributo)
e obtém 0 resultados pares (3, 5, 1). Logo, o
personagem que obteve um total de 3 resultados
pares sai vencedor.
Jogadas de Defesa
Nem todos os acontecimentos durante as
partidas estão atrelados a ataques diretos
ou combates tradicionais. Todas as ocorrên-
cias que não necessariamente dependem da
sua armadura, ou capacidade de se esqui-
var, levam em consideração Jogadas de
Defesas para que sejam evitadas ou mini-
mizadas.
Exemplo: Ao sofrer uma queda do alto galho que
havia se pendurado para apanhar uma fruta,
Duarto, o Cantalendas, deve realizar uma Jogada
de Defesa de Agilidade para se endireitar, tentar
diminuir o impacto da queda. O Mestre determina
um NA (Número Alvo) a ser alcançado e a jogada
a ser realizada também é considerada como sendo
de uma graduação Profissional (total de dados =
3 + atributo testado) Um um resultado IGUAL ao
NA proposto (sucesso parcial) anula ou diminui
em 50% os efeitos causados (conforme situação
de jogo) enquanto um resultado SUPERIOR
(sucesso total) anula 100% dos efeitos. Uma falha
acarreta sempre em 100% do efeito adverso/
negativo destinado ao personagem.
 O mesmo se aplica a situações que exi-
jam proteção contra efeitos mágicos, de
dominação, ilusão, mentais, contra fadiga
e grandes esforços, etc.
Experiência e Evolução
Muitas vezes sobreviver pode ser a maior
premiação que um personagem obtém du-
rante as sessões de jogos, ainda assim
existem outras formas de gerir a evolução
dos personagens e o desenvolvimento das
aventuras e campanhas.
O sistema de distribuição de pontos de
experiência em Orbe de Libra considera os
acontecimentos gerais de uma sessão de
jogo e distribui uma pontuação que varia
de 6 a 15 pontos. A cada nova sessão mais
pontos são distribuídos e se acumulam, e a
cada vez que atingem um determinado valor
alcançam novos níveis de personagens, que
vão do 1º ao 12°, e conferem gradualmente
mais benefícios aos personagens.
Regra
Usaremos um sistema de notas, que como
dito, variam entre 6 e 18 pontos, sendo de-
finido por uma série de 6 questões
relacionadas à sessão jogada (3 delas dire- 8
cionadas a cada jogador individualmente e
Regras e Combate
outras 3 direcionadas ao grupo como um
todo). Cada questão será premiada com va-
lores de 1 à 3 pontos, sendo:
Deve-se somar o total de experiência ob-
tida ao fim de cada sessão de jogo,
monitorar o progresso do personagem e atu-
alizar a ficha sempre que um novo nível for
alcançado.
Questionário
Mestres de Jogo, usem ou adaptem as ques-
tões a seguir para definir a distribuição de
pontos de experiência em suas mesas de
jogos. Julgamos altamente recomendável
que todo processo de distribuição de pon-
tos de experiência seja feito em conjunto,
com todos os jogadores participando e co-
laborando com essa etapa.
Q UESTÕES PAR A O GRUPO
A. O grupo avançou no objetivo principal da
aventura? Participou de, ou solucionou, ou-
tras aventuras/acontecimentos paralelos?
Isso impactou positiva ou negativamente na
sessão de jogo?
B. Os trabalhos em equipe foram bem pla-
nejados e executados? Considere desde as
estratégias de combate ao uso das habilida-
des de classe e perícias, como as interações
com o cenário e os PDMs.
222
 C. O grupo realizou alguma tarefa ou feito
marcante durante a sessão? Como lidaram
com as adversidades e tomadas de decisão?
8 Q UESTÕES INDIVIDUAIS
A. A representação do personagem, levan-
Regras e Combate
do em conta suas características e
comportamentos, foi condizente? Gerou
imersão ao jogo?
B. O personagem se dedicou e contribuiu
com as tarefas e objetivos do grupo? E
quanto aos seus objetivos pessoais?
C. O personagem aprendeu algo novo ou re-
alizou feitos marcantes? Teve que lidar com
situações novas e/ou desafiadoras? Como
se saiu?
Esse questionário deve ser usado ao fim
de cada sessão de jogo, e qualquer dúvida
gerada deve ser discutida e decidida coleti-
vamente, e em últimos ou atípicos casos,
pela moderação do Mestre de Jogo.
Combate
O que é e como funciona
O mundo de Libra possui uma atmosfera
desafiadora, onde além de grandes explora-
ções e investigações existem também
grandes guerras e combates sangrentos.
Seja enfrentando feras nas terras quentes
do nordeste ou lutando contra predadores
nas campanhas sulistas, o combate sempre
estará presente. Existem algumas regras
que organizam e definem ações e limites de
um combate durante as partidas.
Sequência de combate
Todo combate é dividido e organizado por
uma sequência básica, sendo:
SURPRESA INICIATIVA AÇÕES CONCLUSÃO
222
S URPRESA
Emboscadas de ladrões de estrada ou ata-
ques de criaturas mimetizadas à natureza
são exemplos de uma possível surpresa em
uma situação de combate. Para definir se
um personagem foi surpreendido ou não de-
ve-se considerar a situação e a cena em
questão (o bom senso e a lógica devem ser
observados neste momento) e realizar uma
rolagem de disputa entre as perícias Furti-
vidade (personagem ativo - escondido) e
Percepção (personagem passivo - potencial-
mente surpreso), aquele que obtiver o
melhor resultado (maior número de resul-
tados pares) é o vencedor da disputa, em
caso de empate o personagem escondido
(ativo) vence a disputa. Essa rolagem deve
ser realizada ANTES da rolagem de inicia-
tiva do combate, os personagens surpresos
não agem nesse rodada especial e recebem
penalidade de -1 em todas as suas rolagens
no turno seguinte.
I NICIATIVA
A iniciativa é quem define a ordem de ações
durante as rodadas/turnos de um comba-
te (uma turno equivale a 6 segundos
aproximadamente).
A rolagem de iniciativa também é consi-
derado Profissional sendo calculada da
seguinte forma:
Iniciativa = 3 + Agilidade + iniciativa da arma
empunhada + bônus/penalidades
A ordem de ação será decrescente (do
maior resultado para o menor), em caso de
empate considere o vencedor aquele com o
maior valor total do atributo Agilidade. Em
caso de novo empate role 1d6 escolhendo
par ou ímpar.
IMPORTANTE
A rolagem de Iniciativa para
conjurações e certas engenhocas, ou
alquimias, considera apenas 3 +
Agilidade + outros bônus/
penalidades.
 A ÇÕES
Durante um combate várias ações podem
ser realizadas, como atacar um inimigo, sol-
tar um grito de guerra, mastigar ervas
curativas, correr, etc. Cada uma destas
ações tem regras e condições próprias den-
tro de uma rodada/turno de combate.
IMPORTANTE
A não ser que alguma regra, habilidade
ou situação específica diga o contrário,
cada personagem pode realizar uma
ação padrão, uma ação bônus, uma
ação livre e uma ação de Movimento
durante um turno.
Ação Padrão
Determina a principal ação realizada por
um personagem durante um turno comple-
to. Atacar um inimigo, usar certas
habilidades de classe, conjurar uma magia,
realizar um teste de periciais são exemplos
de uma ação padrão. Não é possível reali-
zar mais do que uma ação padrão por turno
a não ser através de alguma regra ou con-
dição específica definida em mesa de jogo.
Ação Bônus
São consideradas “bônus” as ações secun-
dárias de um personagem que não chegam
a consumir um turno inteiro, mas ainda as-
sim não são de uso livre. Ações como
“Ataque Extra”, “atacar com a mão inábil” e
o uso de certas habilidades de classe são
exemplos de ações bônus. Cada persona-
gem pode realizar uma ação bônus por
turno.
Ações Livres
Falar uma frase de efeito, mastigar algo, in-
teragir com um objeto ou PDM e usar
Movimento são apenas alguns exemplos de
ações livres. Algumas situações podem per-
mitir mais de uma ação livre por turno , em
casos de dúvidas o Mestre de Jogo e demais
jogadores devem definir em comum acordo
como proceder.
MOVIMENTO
Nenhum combate é estático, as movimen-
tações dos atacantes e defensores e as
condições do terreno exigem estratégias de
ambos os lados. O valor de Movimento é de-
finido de acordo com a raça escolhida, e 8
para fins de cálculos em grids de combates
Regras e Combate
considere cada quadrado/hexágono como
uma área de 1,5m. É possível adicionar
bônus ou penalidades aos personagens, ve-
rifique se possuem algum redutor por
excesso de carga e considere a condição do
terreno em que está ocorrendo o combate
(terrenos difíceis e acidentados podem cus-
tar o dobro do movimento normal).
ATAQUE
O Ataque é definido de acordo com a classe
do personagem sendo um subatributo pro-
gressivo. É permitido trocar até 1 ponto de
Ataque recebido ao longo dos níveis de per-
sonagem por bônus em Defesa. Consulte
neste mesmo capítulo a seção Defesa.
Todo ataque é uma ação padrão/bônus
realizada a partir de uma rolagem de Lutar
ou Atirar + outros bônus. Após a rolagem ve-
rifica-se o resultado, caso o total de
resultados pares seja IGUAL a Defesa ad-
versária (sucesso parcial) ou SUPERIOR
(sucesso total) o ataque atinge o alvo.
Um resultado que atinja a Defesa, mas
não seja o suficiente para superá-la, deter-
mina a rolagem de dano em apenas 50% dos
dados disponíveis (arredondado para cima).
Um resultado que supere a Defesa adversá-
ria em ao menos 1 ponto garante a rolagem
de dano total.
Em casos de Defesas 0 ou negativas o
atacante só erra quando não obtém nenhum
resultado par (sem direito a rolagem de me-
tade dos dados de dano).
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, possui Força 1
e Agilidade 0, o Ataque dos Sábios no 1º nível é
+1. Logo, suas rolagens totais para ataques de
luta corporal (Lutar) serão realizadas com 2
dados, enquanto suas rolagens para ataques a
longas distâncias (Atirar) serão realizadas com 1
dado (embora seu Atirar seja 0 suas rolagens tem
direito a ao menos 1 dado).
222

IMPORTANTE
Sempre que uma rolagem de Ataque
superar a Defesa adversária em um
8 número de sucessos maior que o
dobro, adicione 1 dado extra à
Regras e Combate
jogada de dano.
Lutar
Ataques corpo a corpo consideram o Lutar
em suas rolagens, e para calcular seu valor
final considere seu Ataque (definido por sua
classe e nível de personagem) + seu atributo
Força.
Atrirar
Ataques à distância consideram o Atirar em
suas rolagens, seu valor final é a somatória
do seu Ataque + seu atributo Agilidade. Ar-
mas de Luta que eventualmente sejam
usadas à distância assumem os modifica-
dores de Atirar e Agilidade (respectivamente
para ataque e dano).
DEFESA
Como dito anteriormente, a Defesa deter-
mina a capacidade de um personagem evitar
ser atingido. O cálculo para definir seu total
de Defesa contra ataques e ações ofensivas
de inimigos é simples:
Defesa = (Agilidade + Vigor) / 2
(arredondado para cima)
O valor máximo de uma Defesa, inde-
pendente do total de bônus acumulado, se-
rá sempre 7. Em casos de Defesas entre 0
a -2 o atacante só errará o alvo caso sua ro-
lagem não resulte em nenhum número par
(nesse caso não é permitido rolar 50% do
dano). Empunhar uma arma corpo-a-corpo
aumenta a Defesa em +1.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, possui 0 de
Agilidade e 1 de Vigor, e não possui outros bônus
defensivos, logo, sua Defesa total é 1. Para atingi-
lo é necessário ao menos 1 sucesso em uma
rolagem de Ataque (50% dos dados de dano), 2
sucessos conferem 100% dos dados de dano, e no
222
caso de 3 sucessos ou mais (superando em mais
que o dobro a Defesa) um bônus de +1 dado de
dano é adicionado à rolagem.
IMPORTANTE
Ao atingir um novo nível de porsonagem
(válido também no 1º) é permitido
trocar 1 ponto de Ataque por 1 ponto de
Defesa. Esse recurso é permitido apenas
uma vez ao longo da evolução, e assim
que aplicado não pode mais ser
alterado.
PROTEÇÃO
Sempre que um golpe atingir um persona-
gem, o defensor deve reduzir seu valor total
de Proteção da rolagem a fim de evitar, ou
diminuir, seus efeitos e impacto. O valor
máximo de Proteção de um Personagem Jo-
gador nunca ultrapassa 4 pontos.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, possui uma
armadura acolchoada simples que confere um
bônus de +1. Como não possui outros bônus ou
equipamentos seu total de Proteção é 1. Sempre
que receber um ataque 1 dado de dano adversário
será reduzido da rolagem total.
CAUSANDO DANO
Ataques bem sucedidos, que alcancem ou
ultrapassem a Defesa adversária, podem
causar ferimentos (diminuindo temporari-
amente os PVs do alvo). A intensidade
desses ferimentos é definida pelo dano total
do ataque.
Os danos são calculados baseados em
rolagens de um determinado número de d6.
Considere o dano base da arma + atributo
(Força para Lutar e Agilidade para Atirar),
quanto mais d6 a rolagem tiver maiores
serão as chances de causar um dano grave.
Todos os resultados pares contam como
1 de dano. Deve-se descontar o valor de Pro-
teção do adversário antes da rolagem do
dano.
Independente da Proteção adversária, e
das penalidades aplicadas, ao menos 1 da-
do de dano sempre deve ser rolado. A
mecânica do bônus recebido ao rolar um “6”
também se aplica nessa situação (cada nú-
mero “1” permanece cancelando um bônus).
Exemplo: uma arma de tamanho G (grande) que
causa 4 dados de dano, empunhada por um
personagem de Força 3, teria um total de dano de
7 dados, e, considerando uma Proteção 0 do
adversário, poderia gerar os seguintes resultados
em uma rolagem: 1, 1, 2, 4, 5, 3, 4. Neste caso o
dano seria equivalente a 3 pontos.
Se eventualmente a rolagem obtivesse os
seguintes resultados: 1, 3, 3, 4, 5, 6, 6 o jogador
teria 3 sucessos +1 dado bônus por conta do
número “6” (embora tenha conseguido 2 números
“6” um dos bônus é cancelado pelo “1” da rola-
gem).
IMPORTANTE
Armas de fogo possuem um dano
extra de +1 aplicado
automaticamente nos PVs do
adversário em caso de acerto do
ataque.
Consulte a Tabela de Armas no Capítulo
7 Recursos e Equipamentos, para maiores in-
formações sobre o dano de cada arma.
AVARIAS E FERIMENTOS
SUPERFICIAIS
Mesmo que a rolagem de dano não obtenha
nenhum sucesso, todo ataque bem sucedi-
do afeta o alvo, causando 1 ponto de dano,
por Ferimento Superficial, quando este não
possui nenhum item de proteção ou 1 pon-
to de Avaria aos seus equipamentos de
Proteção, diminuindo provisoriamente o to-
tal de sua Resistência e capacidade de
desviar dano. (consulte o Capítulo 7 Recur-
sos e equipamentos - Resistência Vs Avaria
para maiores informações).
PONTOS DE VIDA (PVS)
As regras para definição de PVs consideram
o cálculo:
8 + Força + Vigor
mas caso opte por aventuras menos mor-
tais, com atmosferas mais heroicas,
aumente entre 50% e 100% o valor base dos
PVs. Como explicado anteriormente, no Ca-
pítulo 3 Criação de Personagem, os PVs
(Pontos de Vida) representam os limites má-
ximos da vitalidade de um aventureiro,
evoluindo progressivamente ao longo dos
níveis de personagens.
8
Regras e Combate
IMPORTANTE
A cada dois níveis de personagem, 1 ponto
deve ser somado ao número total de PVs. Se
Força + Vigor igualar ou superar 5 pontos o
jogador também recebe 1 dado de saúde.
Uma rolagem par de um dado de saúde
confere bônus de +1 PV. A regra do 6 e do
1 não se aplica nesses casos.
FEITOS EXTRAORDINÁRIOS USANDO
ÉTER
O Éter não funciona apenas através de
conjurações, também pode ser utilizado
para gerar feitos extraordinários. Veja a
seguir alguns exemplos, para outros não
descritos verifique com seu Mestre de Jogo
a possibilidade de realizá-los. Cada feito
custa individualmente a ação bônus do
personagem e 1 ponto de Éter, sendo
possível realizar APENAS UM por turno:
• Trocar de arma como uma “ação
livre” (ataca normalmente);
• Recarregar uma arma como uma “ação
livre” (ataca normalmente);
• Bônus de 1 sucesso automático (um re-
sultado par) em qualquer Jogada de Defesa;
• Bônus de 1 sucesso automático (um re-
sultado par) em rolagens de ataque ou
testes de perícias;
• Bônus de 1 de dano automático (um re-
sultado par);
• Deslocamento especial (dobra o movimen-
to total no turno).
OUTRAS AÇÕES E SITUAÇÕES
Além de ataques corpo a corpo e à distân-
cia existem outras ações possíveis durante
um combate.
222
 Atacando com a mão inábil:
Se por ventura o jogador optar por atacar
também com sua mão inábil (consumindo
a ação bônus) deve considerar uma penali-
dade de -2 dados nessa rolagem de Ataque
8 secundária e também no dano. Ao definir a
iniciativa para personagens com duas ar-
Regras e Combate
mas considere a de menor valor como base
de cálculo. Para maiores informações, con-
sulte o Capítulo 7 Recursos e Equipamentos
- Volume de Carga.
• Personagens Pequenos: podem empunhar
armas de Volume de Carga MP (muito pe-
quenas) ou P (pequenas) com uma das mãos
e M (médio) com ambas as mãos. Caso es-
tejam lutando com duas armas podem optar
por realizar um ataque adicional no mesmo
turno, como ação bônus, usando a mão iná-
bil (nesses casos, anões são considerados
de tamanho médio).
• Personagens Médios: podem empunhar
armas de Volumes de Carga MP (muito pe-
queno), P (pequeno) e M (médio) com com
uma das mãos (em casos de duas armas
empunhadas simultaneamente a segunda
pode ter Volume de Carga máximo P). Tam-
bém podem empunhar armas de Volume de
Carga G (grande) com ambas as mãos.
Assim como os personagens Pequenos,
podem optar por realizar um ataque adici-
onal no mesmo turno, como ação bônus,
usando a mão inábil.
IMPORTANTE
Armas com a anotação “Manejável”
opcionalmente podem ser empunhadas com
as duas mãos, acrescentando-se +1 dado de
dano. Já as que têm “duas mãos” seu uso
com duas mãos é obrigatório (consulte o
Capítulo 7 Recursos e equipamentos).
Estando as duas mãos ocupadas com a
arma, não é possível segurar outro objeto
(ex. um escudo).
Ataque desarmado: É possível realizar ata-
ques desarmados (socos, chutes, encontrões,
pancadas com o escudo, etc), para tanto
considere normalmente o Lutar contra a De-
fesa adversário, porém, a rolagem de dano
será IGUAL ao seu atributo Força -1. Arre-
222
messo de pedras e situações similares
também consideram essa regra a não ser
que alguma habilidade de classe ou efeito
especial diga outra coisa.
Ataque em área: Explosões, catapultas e
certas conjurações podem ter efeitos em
uma área, porém, é necessário que o equi-
pamento, item ou conjuração possua essa
função e o dano total deve ser FRACIONA-
DO entre o alvo principal, que recebe 50%
do dano total, e os alvos adjacentes a ele,
que dividem igualmente os outros 50% do
dano.
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, encontra um
covil de lobisomens e percebe que existem dois da
espécie no local. Decide soltar uma de suas
bombas de gás contra os inimigos. Duarto escolhe
um deles como o alvo principal e faz uma jogada
de Atirar (tirando 3 sucessos) contra sua Defesa
(2). Como o ataque foi bem sucedido ele calcula o
dano e esse total deve ser dividido entre as
criaturas na área (50% no alvo principal e 50% nos
outros alvos adjacentes).
Em algumas situações específicas, defi-
nidas em comum acordo com o Mestre de
Jogo, onde o atacante é mal sucedido em
um ataque em área os alvos devem fazer
ainda assim uma Jogada de Defesa, neste
caso uma falha resulta em apenas metade
do dano/efeito (nas mesmas proporções de
refração citadas anteriormente), enquanto
um sucesso anula qualquer consequência.
IMPORTANTE
As mecânicas que determinam o número
máximo de alvos afetados simultaneamente,
devem considerar a regra de Ataque em
área, ou seja, os efeitos sempre serão
fracionados pelo número total de alvos
afetados (de acordo com os limites das
respectivas regras). Se necessário, arredonde
os valores para cima.
Ataque furtivo: São ataques realizados
em situações vantajosas (durante uma
surpresa, pelas costas, flanqueando um
adversário, etc) apenas Malandros podem
realizar essa manobra (ver mais detalhes
no Capítulo 5 Classes e Ofícios - Malandro).
Ativação de itens mágicos e engenhocas:
exigem um turno completo, mais metade do
deslocamento total do personagem, para en-
trarem em funcionamento adequada e
corretamente.
Concentração: Certos feitos, habilidades
de classe, conjurações, etc possuem dura-
ção longa/extendida, ou seja, o personagem
precisa se manter focado para sustentar
seus efeitos. Apenas UM efeito de concen-
tração pode ser mantido por vez.
Conjuração: As conjurações que tenham
efeitos de ataques diretos funcionam como
uma ação padrão e possuem as seguintes
regras e condições.
Considere para a rolagem o Ataque do con-
jurador + o bônus de Ataque do Círculo
Místico utilizado + quaisquer outros bônus
contra a Defesa adversária, um resultado
IGUAL (sucesso parcial) ou SUPERIOR (su-
cesso total) à Defesa resulta em sucesso, ou
seja, o ataque atinge o alvo.
IMPORTANTE
Não é possível adicionar o bônus
do atributo de conjuração do
personagem nas rolagens de
ataque, mas sim no dano (consulte
o Capítulo 10 Éter - Mandingas,
simpatias e feitiços).
Defesa Total: Bônus de +2 na Defesa até o
início do seu próximo turno. Defesa Total
não permite que o personagem realize ou-
tras ações e o seu descolamento total cai
pela metade até o início do seu próximo tur-
no.
Esconjurar: os devotos podem realizar uma
ação padrão em seu turno para esconjurar
um tipo de criaturas previamente definido
(para mais detalhes consulte Capítulo 5
Classes e Ofícios - Devotos).
Habilidades especiais: Via de regra as ha-
bilidades especiais exigem a utilização da
Ação Padrão do personagem, mas em cer-
tos casos e situações específicas, como em
algumas habilidades de classes, podem va-
riar de mecânicas e efeitos, assim como o
consumo, ou não, de Éter.
Interromper: Quando um personagem ten-
tar atravessar uma área adjacente a outros
personagens (ou se desengajar de um com-
bate corpo a corpo) pode-se usar uma ação
chamada Interromper. Ela funciona como
um “adiantamento” da ação padrão no
turno. Perceba, não se trata de ganhar um 8
ataque extra com a ação Interromper, e sim
Regras e Combate
a oportunidade de ANTECIPAR a ação (ou
ações) do personagem (ou personagens) que
ainda não tenham agido nessa rodada/
turno.
Recargas e trocas de armas: Recarregar
uma arma de fogo consome 1 turno com-
pleto do personagem além de metade do seu
deslocamento total. As recargas das demais
armas de tiro, ou trocar de arma (qualquer
uma), consomem a ação bônus e metade do
deslocamento total do personagem. É pos-
sível gastar 1 ponto de Éter para alterar esse
custo para uma ação livre (metade do des-
locamento total do personagem ainda é
consumido).
C ONCLUSÃO
Após verificar as rolagens de ataques con-
tra as Defesas adversárias de cada um dos
personagens, e aplicar o dano em casos de
acertos, a rodada se conclui. Utilize a mes-
ma ordem de ações definida na Iniciativa
para as rodadas seguintes até que haja um
desfecho.
Coberturas: Personagens escondidos atrás
de uma barricada, no alto de uma árvore
de galhos cheios, lutando na parte mais ele-
vada de uma escada, etc, podem receber um
bônus na Defesa por sua cobertura. Esse
bônus varia de +1 à +4, quanto menos ex-
posto mais protegido estará o personagem.
Vulnerabilidades, resistências e imunida-
des: algumas criaturas possuem maior
resistência contra algum tipo de dano ou
maior vulnerabilidade, ignorando uma
quantia do dano total recebido. Essa carac-
terística pode ser de variadas vertentes
como: fogo, gelo, venenos, ataques mentais,
etc. Quando houver alguma vulnerabilida-
de ou resistência contra algum tipo de
ataque haverá essa informação na ficha da
criatura com o total de dano que deve ser
ignorado.
222
 Outros tipos de dano
Ácido: Frascos médios de ácidos causam 2
dados de dano. Alguns podem causar dano
adicional regressivo nos turnos seguintes.
8 Exemplo: um frasco grande de ácido derramado
na mão acidentalmente causa 3 dados de dano,
digamos que o total de sucessos obtidos na
Regras e Combate
Consulte as regras e mecânicas contidas no
Capítulo 5 Classess e Ofícios - Gambiarrista
- Estatística das engenhocas e alquimias
para definir quais efeitos e Condições são
aplicáveis.
Condições

rolagem seja 2, no turno seguinte o ácido causará Das várias situações que podem acarretar
1 de dano extra. desvantagens temporárias ou definitivas aos
Asfixia: É possível permanecer sem respi- jogadores, apresentamos aqui algumas das
rar por um número de turnos igual ao valor mais comuns:
do atributo Vigor × 2. Após esse período o Aterrorizado/Surpreso: personagens ater-
personagem morrerá em 3 rodadas/turnos rorizados ficam 1 turno sem agir e durante
(deve fazer Jogadas de Defesa de Vigor NA mais 1 turno recebem -1 em todas as suas
1 (aumente 1 a cada turno) em cada uma rolagens.
das 3 rodadas/turnos).
Atordoado: a condição “atordoado” implica
Dreno de atributos/PVs: em casos de dre- em uma penalidade de -1 na Defesa e em
nos de atributos e PVs, sejam de quais todas as rolagens por 2 turnos.
formas ocorrerem, será necessário reajus-
Cego: Pode tratar-se de uma condição per-
tar provisoriamente a ficha do personagem
manente ou temporária, parcial ou total.
com as novas estatísticas e valores totais.
Personagens cegos recebem penalidade de
Tanto os atributos quanto os PVs totais re-
-1 à -5 em: Defesa, Jogadas de Defesa, Mo-
tornam ao normal em 48 horas.
vimento, Iniciativa e rolagens de ataque.
Energético: são considerados danos ener-
Esgotado/Doente: Marcha pesada, escas-
géticos inúmeros efeitos sobrenaturais e
sez de alimentos, água, envenenamento e
mágicos, como também a eletricidade, o som
outras situações podem causar esgotamen-
e vários outros, podendo causar danos que
to ou doenças. Existem 4 níveis que devem
variam entre 2d6 e 10d6.
ser progressivos aos personagens de acor-
Morte inevitável: algumas situações du- do com situações definidas pelo Mestre de
rante as partidas podem resultar em morte Jogo, causando penalidades em: Defesa, Jo-
inevitável, independente do nível do perso- gadas de Defesa, Movimento, Iniciativa e
nagem, seu total de PVs e quaisquer rolagens de ataque.
habilidades especiais. Uma queda do alto
de uma montanha, uma faca atravessando
seu coração enquanto dorme e uma bomba
amarrada em seu peito explodir são
exemplos de morte inevitável.
Queda: Considere 3 dados de dano em um
personagem a cada 3m de queda. Qualquer
altura acima de 21m é considerada morte
inevitável. A Proteção não absorve esse tipo
de dano.
Queimadura: Podem causar um total de da-
no que varia de 1 à 7 dados (dependendo do
foco/origem da queimadura). Para alquimi-
as consultar as regras específicas no
Capítulo 5 Classes e Ofícios - Gambiarrista.
Veneno: Venenos podem adicionar bônus,
penalidades e inúmeros efeitos variados,
desde perda de PVs até paralisia total.

222
Imobilizado: em caso de falha em um rola-
gem de disputa de Força o personagem
ficará impossibilitado de agir e se movimen-
tar. A cada nova rodada/turno deve-se
refazer a rolagem de disputa.
Inconsciente: Personagens inconscientes
não podem se mover, nem falar, sua Defesa
cai a -2 e alguns possíveis ataques contra o
personagem podem resultar em morte
inevitável.
Incorpóreo: criaturas incorpóreas não pos-
suem corpo físico/material. Não podem ser
tocadas ou atacadas de formas convencio-
nais (é necessário engenhocas especiais,
itens mágicos ou conjurações para atingir
um ser incorpóreo).
Invisível: a condição "invisível" pode ser
permanente ou temporária e confere bônus
de +3 na Defesa.
Paralisado/Petrificado: Personagens que
estejam paralisados ou petrificados não po-
dem realizar nenhuma ação, movimento ou
fala e sua Defesa cai a -2 (em alguns casos
a Proteção pode receber bônus entre +1 e
+6). Ataques contra o personagem nessa
condição podem resultar em morte inevitá-
vel.
Surdo: A surdez pode ser permanente ou
temporária, parcial ou total. Personagens
com essa condição recebem penalidades que
variam entre -1 e -5 em: Defesa, Jogadas
de Defesa, Movimento, Iniciativa e rolagens
de ataque.
Morrendo
Os personagens dos jogadores podem lutar
até o limite máximo de 1 PV, quando che-
gam a 0 ficam inconscientes.
Caso o dano tenha sido entre -1 PV e -4
PVs o personagem está quase morto, e deve
fazer uma Jogada de Defesa de Vigor com
NA calculado da seguinte forma:
NA = 1 + valor do dano abaixo de 0 PV
Exemplo: Duarto, o Cantalendas, recebe uma
mordida feroz de um lobisomem que lhe causa 4
pontos de dano. Como Duarto possuía apenas 2
PVs ficou com -2. Seu teste contra a morte terá
NA 3.
Falhar no “teste contra a morte” ou re-
ceber uma quantia de dano que ultrapasse
essa margem de -4 PVs é considerado mor-
te inevitável.
8
Regras e Combate
IMPORTANTE
Personagens que podem lutar até -X
PVs (mediante habilidades e
condições especiais) caem esgotados
após o combate precisando de auxílio
médico. Ficam estabilizados com 1
PV, mas recebem a condição
Esgotamento Total.
Recuperações e descansos
Um personagem recupera diariamente 1 PV
desde que esteja descansando em condições
razoáveis, se alimentando minimamente
bem e cuidando adequadamente de seus fe-
rimentos.
Ao usar a perícia Cura, ou recuperações
através de conjurações, consulte as respec-
tivas regras e condições (consulte Capítulo
6 Perícias e Capítulo 10 Éter - Mandingas,
simpatias e feitiços).
Para reverter condições como Esgota-
mento Total é necessário que o personagem
descanse completamente por ao menos 3
horas (sem fazer atividades pesadas ou des-
gastantes durante esse período), se alimente
bem e beba água. A cada 3 horas de des-
canso UM nível da condição adversa
diminui. Descansar em uma cama confor-
tável ou utilizando equipamentos e itens
próprios, como sacos de dormir, barracas e
outros, diminui esse custo pela metade (1,5
hora).
222
 Capítulo 9
Religiosidade &
Fé
N
ão existem deuses em ORBE DE
LIBRA.
A abordagem tradicional apre-
sentada na maioria dos RPGs,
onde múltiplos panteões de pode-
rosos seres disputam o controle do universo,
não se aplica aqui. Os mortais, esses sim,
são os grandes protagonistas de suas vidas
e os responsáveis pelas transformações e
destino do mundo.
Ainda assim, a fé, a religiosidade e inú-
meras religiões existem e se espalham por
Casanova, unidas pela crença no cosmo
energético que permeia o universo desde o
encontro entre as forças de Ordoz e Chaos.
Todos os dogmas, filosofias e manifestações
estão diretamente ligados a esse elemento
central, ainda que expressos e representa-
dos de variadas formas.
Esse conceito é conhecido como Culto
Abstrato, onde a crença e a fé se depositam
em elementos abstratos que são represen-
tados por aspectos da natureza (como o som
dos ventos, as ondas do mar), sentimentos
e emoções (como o amor, a ira, a paz), ciclos
(como o dia, a noite, as colheitas, as gesta-
ções), etc.
Através desses simbolismos são cons-
truídos credos e cultos muitas vezes
absolutamente distintos entre si, mesmo
que baseados na mesma fonte primária, afi-
nal, a paz ou o amor ou a ira podem ter
9
Religiosidade e Fé
significados diferentes em cada cultura e ci-
vilização.
Naturalmente alguns aspectos mais po-
pulares tendem a possuir mais fiéis e
aceitação maior nas comunidades do que
outros menos comuns ou considerados de
mau agouro.
E o mundo de Libra, plural como é,
manifesta de inúmeras formas essa
religiosidade e fé além do Culto Abstrato.
As Manifestações
Santos, Orixás, Entidades e Ancestrais são
algumas das mais comuns manifestações
da energia do cosmo.
Existem credos populares que adotam
como raiz de sua fé os antepassados de um
povo, animais silvestres, elementos da na-
tureza e espíritos, funcionando como
manifestações puras e especiais do cosmo
de Libra. Estes assumem o papel de repre-
sentantes simbólicos da fé de seus
seguidores no plano material, enaltecidos e
cultuados por suas mais marcantes carac-
terísticas.
Exemplo: Um grande guerreiro ancestral dos
povos de Ginga, munido apenas de seu machado,
teria defendido sua vila de invasões taú na
segunda metade da Primeira Era. Ele é
considerado uma manifestação do aspecto da
Força, da Coragem e da Bravura.Ou seja, um
Orixá dos povos locais.
222
 Os devotos desse Orixá o cultuam como
uma materialização do aspecto central do
cosmo, e não como o cosmo em si, uma su-
til e ínfima parcela da energia do universo
que permite aos mais fortes, corajosos e
9 bravos fiéis a capacidade de realizar feitos
sobrenaturais.
Religiosidade e Fé
Do mesmo modo, uma famosa curan-
deira de Braviânia, que abrigava em sua
humilde casa, mendigos e enfermos, ba-
nhando seus pés e cuidando de suas
feridas, é reconhecida até os dias atuais co-
mo uma Santa da Cura e da Compaixão.
Inúmeros devotos focam sua fé na figura da
santa ao invés do aspecto abstrato central
da Cura, como uma manifestação simbóli-
ca no plano material que conecta seus
seguidores mais devotos ao elemento cen-
tral de sua crença, facilitando o acesso a
eventuais milagres.
Criaturas e outras
entidades como
Manifestações
O povo oriental de Libra criou uma relação
de adoração muito forte com os dragões du-
rante a Primeira Era. Diferentemente dos
outros povos humanos que migraram para
Casanova e os enfrentaram em disputas ter-
ritoriais, os orientais tiveram contato e
relação diferentes com os dragões, criando
sobre eles uma veneração e respeito. A mai-
or parte do credo e religiosidade praticado
em Zen é materializado sob, e em torno, da
essência mística dos dragões.
Castas e clãs assumem cores e elemen-
tos alegóricos em seus brasões e nomes
representando o seu dragão patrono. Assim
como em cargos de liderança, postos mili-
tares e elementos da cultura local.
Ao longo de outras regiões, e através de
culturas de outras raças e povos, essas ma-
nifestações se tornam bastante comuns e
cada vez mais exóticas e enigmáticas. Exis-
tem culturas que baseiam sua fé no estudo
dos movimentos e posições das orbes, es-
trelas, lua e sol. Também é comum que
espécies animais e vegetais (algumas vezes
222
relatadas através de narrativas míticas) se-
jam alçadas ao posto de manifestações
sobrenaturais por diversos povos. Existem
cultos que creem em ciclos de plantio e co-
lheita (como no caso do milho para alguns
povos de Terraleste) e outros tantos na as-
pereza da natureza silvestre (como ao
venerar animais como a onça-pintada).
A Pedr a
Os anões tem uma forma peculiar de cul-
to religioso e emprego da fé, vêem a Pedra
como origem da vida, como fonte de equilí-
brio e força. Sendo uma espécie de Culto
Abstrato especial, único.
A Pedra alimenta a fé dos fiéis e devotos
em suas mais vastas possibilidades, confe-
re a vida aos seres e tudo que os envolve
tem seu firmamento na resiliência e retidão
da Pedra. Toda origem e todo o fim estão li-
gados à ela e dela não podem escapar.
Entendem que a Pedra é a manifestação
original da essência de Libra, sendo a força
maior e o alicerce de qualquer ramificação
(seja voltado à guerra, paz, vida, morte, etc).
Os anões devotos, acessam seus respecti-
vos poderes a partir do seu culto à Pedra.
A Salvador a
O culto relacionado à Salvadora ganhou
destaque no sul de Casanova durante a Se-
gunda Era quando da aparição da figura
messiânica que arrastou multidões com re-
latos de milagres e feitos únicos. A profetiza,
a única.
A Igreja da Salvação cultua exclusiva-
mente a figura d’A Salvadora como a original
manifestação material do cosmo de Libra.
Seu culto é aclamado pelos povos humanos
do sul, que embora tenham passado por um
grande processo de miscigenação, que re-
sultaria em diversas crenças e
religiosidades, mantém o culto à Salvadora
como o maior e mais influente do continen-
te de Casanova. Seus devotos mais
fervorosos atestam que qualquer outro cre-
do é uma deturpação do espírito da Sal-
vadora, a única e verdadeira manifestação
do cosmo de Libra.

9
Uso da Fé em jogo

Religiosidade e Fé
Em termos de regras os devotos escolhem
um aspecto abstrato ou manifestação que
desejam acolher como dogma e o seguem
com determinação. Essa entrega permi-
te que alcancem feitos milagrosos a partir
do uso de Éter, funcionando sob as mes-
mas regras padrões de conjurações
mágicas. (Para mais detalhes consulte o
Capítulo 10 Éter - Conjurações e feitos so-
brenaturais).
Um devoto da Paixão possivelmente
se comportará de forma voluptuosa, in-
tensa, buscará momentos cheios de
fulgor e entrega. A Paixão será seu norte
e tudo que a envolve o atrairá, seu papel
é disseminar pelo mundo seus conceitos.
Um devoto da Guerra será possivel-
mente impulsivo, forte, com grande poder
de liderança e desejo de conquista.

Variações
Uma sugestão para devotos de aspectos
e Manifestações caóticas e maléficas é
atrelar o efeito de suas conjurações pro-
porcionalmente ao seu comportamento:
Ao invés de curar um enfermo pode
adoecer/apodrecer/tirar pontos de vida.
No lugar de uma parede protetora de luz
poderia materializar uma de almas ou es-
curidão

222
 Capítulo 10
Éter
- Mandingas, simpatias e feitiços -
T
odo o universo está diretamente
conectado através de forças espi-
rituais, mentais e físicas, como
energias místicas que envolvem e
desafiam os limites da realidade.
Essas energias podem ser manipuladas
e materializadas na forma do chamado Éter.
Todo efeito gerado a partir da canalização
do Éter é popularmente chamado de “má-
gico”, seja de origem arcana, a partir da fé
ou manifestações espirituais e sobre-huma-
nas.
A canalização de Éter é realizada atra-
vés da extração da mais pura fonte de
energia: a vida. E parte dessa vitalidade é
consumida diretamente do usuário. Não
existe uma quantia de Éter disponível e se-
gura, para usá-lo você precisa consumir
vida. Sempre.
A vitalidade consumida é proporcional
ao efeito gerado, causando danos simulta-
neamente à natureza próxima e aos PVs do
usuário, tornando o uso do Éter perigoso e
delicado.
Conceito
“Os PVs são como o animal (matéria
prima), o Éter é como a banha (o combustível)
e o Usuário é como a lâmpada de óleo (o
condutor do efeito).”
De modo geral, qualquer manifestação
mágica pode ser criada livremente pelos jo-
10
Éter
gadores, desde que sejam respeitadas as
regras e estatísticas de funcionamento e
uso. Os limites diários, intensidade, potên-
cia, alcance e duração, além de outras
proporções e possibilidades, são determina-
dos de acordo com o Círculo Místico em que
o efeito é conjurado, logo, a mesma conju-
ração terá efeitos cada vez mais poderosos
quando conjurada em Círculos Místicos mais
elevados.
Esse conceito permite manifestações
mágicas e sobrenaturais mais verossímeis
sem abrir mão da simplicidade. Não há li-
mites diários específicos de quantas
conjurações e/ou feitos sobrenaturais po-
dem ser realizados, os PVs máximos de um
personagem é que definem os limites e a es-
tratégia de uso de Éter.
Círculo Místico VS
custo em Éter
Ao longo da evolução personagens conjura-
dores expandem seus conhecimentos e
ampliam suas capacidades de gerar efeitos
sobrenaturais. Quanto mais experiente,
mais amplo será seu controle sobre o Éter.
Essa medida é definida por níveis dos cha-
mados Círculos Místicos, sendo 7 no total.
O acesso a um determinado círculo é limi-
tado pelo nível de classe de um personagem.
Consulte as tabelas de classes no Capítulo
5 Classes e Ofícios para maiores informa-
ções.
222
 O custo em Éter de cada conjuração será
sempre IGUAL a 1, independente do nível
do Círculo Místico e da classe conjuradora.
Ou seja, tanto uma conjuração de 1° círculo
quanto uma de 7º círculo custarão 1 ponto
de Éter cada.
10
Conversão Base
1 PV POR 1 ÉTER
Éter
IMPORTANTE
NÃO EXISTEM pontos
“iniciais” de Éter, para
usá-lo você tem que
obrigatoriamente consumir
seus PVs.
Componentes
Todas as conjurações, a não ser que algu-
ma regra, habilidade, situação de jogo diga
o contrário, necessitam de dois dos três
componentes a seguir para funcionar, o jo-
gador define os componentes que sua
conjuração necessita e anota em sua ficha
de personagem (não é permitido alterar pos-
teriormente), sendo: Verbal (voz), Material
(componentes) e Somático (gestos). O Joga-
dor pode ainda optar por um fetiche
(varinhas, orbes, guias, objetos especiais,
etc), em substituição a todos os componen-
tes, porém, sem ele fica impossibilitado de
realizar suas conjurações.
Mecânicas ger ais
Em Orbe de Libra os conjuradores criam
suas próprias magias, milagres, manifesta-
ções espirituais e sobrenaturais. Nenhuma
conjuração é exatamente igual a outra, ain-
da que inspirada nela, tornando cada efeito
bastante particular e único, como uma as-
sinatura de seu mestre. A seguir
apresentaremos as Ordens Místicas regras,
efeitos e condições para criação e uso de
conjurações do 1º ao 7º Círculo Místico.
222
Ordens Místicas
Todas as conjurações pertencem a uma
determinada categoria estabelecida de
acordo com seus efeitos e propósitos. Essa
classificação é definida pelas Ordens
Místicas do Coração, Corpo, Espírito e Men-
te, que juntas formam o equilíbrio das
energias provenientes do cosmo de Libra:
• Ordem do Coração: cura, proteção,
encantamentos, etc.
• Ordem do Corpo: manifestações físicas,
materializações, transmutações, etc.
• Ordem do Espírito: invocações/
convocações, necromancia, ilusões,
perceber/localizar, etc.
• Ordem da Mente: manifestações
mentais, adivinhações, telecinese, etc.
Exemplo: caso um Iniciado realize a conjuração
Mandinga do Corpo Fechado (consulte a seção
Lista de Conjurações) no 1º Círculo Místico o
efeito resultante será de um bônus de +1 em sua
Defesa (ou de outro personagem) com duração de
uma cena ou 10 minutos. Se a mesma conjuração
for executada no 5º Círculo Místico o bônus de
Defesa será +3.
Se o efeito representar um ataque direto, como
em Macaréu, e for conjurado no 1º Círculo
Místico o dano rolado será igual a 2 + Atributo
de conjuração do personagem. Se eventualmente
o mesmo efeito for conjurado no 6º Círculo
Místico causará 4 + Atributo de conjuração dados
de dano.
Em ambos exemplos, independente dos
níveis dos Círculos Místicos utilizados, o
custo em Éter sempre será igual a 1. E cada
detalhe, componente, material, execuções e
efeitos são fundamentais para que se possa
criar uma atmosfera densa e verossímil,
pois lembre-se: cada conjuração deve ser
única e clara quanto à sua finalidade.
Ou seja, uma bola de fogo, conjuração
de ataque da Ordem do Corpo, será SEMPRE
uma esfera incandescente lançada contra
um adversário. Para qualquer outro efeito,
mesmo que similar, é necessária uma outra
conjuração que assim o descreva.
 Conjurações de Ataque
Conjurações com efeitos de ataque direto
devem ser realizadas como jogadas de
ataques considerando o Ataque do
conjurador + o bônus de Ataque do Círculo
Místico utilizado + quaisquer outros bônus
contra a Defesa adversária, um resultado
IGUAL ou MAIOR que a Defesa resulta em
sucesso, ou seja, o ataque atinge o alvo.
O dano deve ser calculado conforme as
regras e condições do Círculo Místico usado
na conjuração + atributo de conjuração do
personagem.
Número Alvo (NA)
Algumas conjurações exigem testes dos
alvos para tentar evitar ou diminuir o efeito
conjurado, e o grau de dificuldade do teste
é definido pelo Número Alvo (NA). O NA base
das conjurações é definido de acordo com o
Círculo Místico utilizado no efeito e no 10
atributo de conjuração do personagem:
NA = bônus do Círculo Místico + metade do
Éter
atributo de conjuração do personagem
(arredondado para cima)
222
 Conjurações de efeitos
indiretos
As conjurações indiretas que tenham como
objetivo atribuir uma condição específica
ao(aos) alvo (alvos) ao invés de causar dano
10 (como atordoamento, terror, incapacitação,
etc), devem levar em consideração as infor-
mações existentes na seção Condições
descritas no Capítulo 8 Sistema de Regras e
Combate à fim de efeitos e funcionalidades.
Éter

Exemplo: uma conjuração que provoque medo

em um alvo deve assumir os efeitos práticos da
Condição Aterrorizado.
Em eventuais situações conflitantes, ou
que gerem dúvidas na aplicação das regras
descritas neste capítulo, verifique a possi-
bilidade de adaptação com o Mestre de Jogo
e demais Jogadores.
IMPORTANTE
Duração, área, alcance e máximo de
alvos afetados permanecem baseados nas
estatísticas do Círculo Místico, e o(s)
alvo(s) tem direito a uma Jogada de
Defesa para resistir/negar os efeitos (o
efeito se encerra caso o alvo sofra dano).
Em caso de sucesso na Jogada de Defesa
o alvo fica imune ao efeito por 24h.
IMPORTANTE
Esse tipo de efeito
sobrenatural funciona
apenas 1 vez a cada 24h
por situação específica.
Ilusões, telecineses e
transmutações
Ilusões podem ser descobertas à partir de
uma Jogada de Defesa de Astúcia modifica-
da pelo NA do Círculo Místico utilizado,
telecineses terão alcance e duração máxi-
mos baseados nas estatísticas mecânicas
dos Círculos, transmutações também alte-
ram uma quantidade de matéria de acordo
com as regras básicas para conjurações:

Adivinhar, localizar e
compreender
É possível obter e adivinhar informações,
compreender sentimentos, auras, energias
e encontrar, ou descobrir, elementos ocultos
em um local de acordo com uma rolagem de
um número de d6 (conforme Círculo Místico
utilizado) + atributo de conjuração do
personagem. Compare o total de números
pares obtidos à tabela a seguir:

222
 Convocações, invocações
materializações
A materialização resultante pode ser de
qualquer origem, caso seja alguma espécie
de réplica será praticamente idêntica à
original. As criaturas invocadas/convocadas
agirão de acordo com seu próprio instinto e
comportamento mas recebem a influência
e motivações de seu invocador. Para definir
o tamanho e limites máximos da criatura
consulte a tabela de Ilusão/Telecinese/
Transmutação.
Efeitos em área e de
múltiplos alvos
As regras que determinam o número máxi-
mo de alvos afetados simultaneamente, a
partir de invocações, convocações e materi-
alizações, devem considerar a regra de Ata-
que em área (onde o alvo principal recebe
50% da carga do efeito, enquanto os demais,
de acordo com os limites da mecânica, re-
cebem outros 50% igualmente divididos),
ou seja, os efeitos sempre serão fracionados
pelo número total de alvos afetados e não
cumulativos. Consulte “Ataque em área” no
Capítulo 8 Sistema de Regras e Combate.
Magia concentrada
Efeitos como bônus de Ataque e de Defesa
são exemplos de uma conjuração
concentrada, portanto, não são cumulativas
e só podem ser conjuradas novamente (ou
reativadas) ao fim do efeito da conjuração
atual. Não é possível manter duas 10
conjurações de concentração ativas
simultaneamente.
A Concentração indica que a conjuração
Éter
está ativa até que seja quebrada por algum
distúrbio/encerramento (ou outra
conjuração de mesmo efeito/conceito).
Para evitar quebrar um efeito de
concentração mediante alguma situação de
jogo (durante um ataque recebido, após
uma queda, etc) deve-se fazer uma rolagem
de Astúcia ou Sabedoria NA 2 (dependendo
do atributo de conjuração da classe). O
sucesso mantém a concentração ativa.
Cura e PVs Temporários
Conjurações para efeitos de cura ou de
adição de PVs temporários possuem
características próprias quanto ao uso do
Éter, afinal, consumir e recuperar PVs
simultaneamente geraria uma espécie de
paradoxo.
Regra: O valor máximo de usos diários e de PVs
curados e/ou adicionados temporariamente é
IGUAL ao Círculo Místico máximo que o
personagem possui acesso (efeitos de cura não
consomem o Éter do personagem e sim da
natureza, como em um ritual).
Exemplo: um Iniciado de 5º nível possui acesso ao
4º Círculo Místico, logo, pode recuperar um total
de 4 PVs ao dia em até 4 conjurações diferentes.
IMPORTANTE
Cada conjuração de efeito curativo,
ou que conceda PVs temporários,
funciona apenas 1 vez a cada 24h
por indivíduo. Logo, se o seu
personagem quer manter o grupo a
salvo, é recomendável que ele
aprenda mais feitiços curativos.
222
 Rituais
É possível executar conjurações como ritu-
ais aumentando o tempo de preparo em 30
minutos em relação a uma conjuração ins-
tantânea. Rituais não consomem o Éter do
usuário, e sim de elementos vivos próximos
10 (flora, fauna, outras pessoas, etc), mas não
funcionam com conjurações de efeito ins-
tantâneo, como ataques diretos.
O número de vezes ao dia que se pode
Éter
vem ser definidas de acordo com a tabela
Estatísticas para Aprimoramentos no Capí-
tulo 5 Classes e Ofícios - Gambiarrista -
Engenhocas e Alquimias - Criação e aprimo-
ramento.
IMPORTANTE
Para ter direito ao artefato
mágico o jogador deve abdicar
da magia recebida nesse nível de
personagem. Ou recebe a magia

conjurar um ritual é IGUAL ao Círculo Mís- ou o artefato, nunca os dois.

tico máximo que o personagem possui
acesso.
Exemplo: um Desperto de 3º nível possui acesso
ao 2º Círculo Místico, logo, pode realizar até 2
rituais ao dia (independente de quais círculos eles
forem conjurados).

Artefatos Mágicos
Conjuradores são capazes de desenvolver
itens especiais através da materialização e
canalização do seu Éter. Necessitam de tem-
po (medido em níveis de personagem),
estudos e investimentos na concepção de
seus artefatos mágicos, que muitas das ve-
zes não saem como o esperado.
Artefatos mágicos também precisam de
Éter para funcionar, ou seja, o conjurador Lista de Conjur ações
precisa imbuir o item com 2 pontos perma- Veja a seguir alguns exemplos de conjura-
nentes de Éter no momento de sua ções para te inspirar a criar seus próprios
conclusão (subtraia 2 PVs permanentemen- efeitos, com características e detalhes espe-
te do total do personagem). ciais. Lembre-se, em Orbe de Libra cada
O Jogador recebe um item mágico fina- conjuração é única!
lizado, e pronto para uso, no 10° nível,
rolando 2d6+Atributo de Conjuração e com-
parando o resultado com os índices abaixo:
Amedrontar
Resultados entre 7 e 11: conferem um item
Ordem do Espírito
Simples.
Componentes: V, M (pedaço de algum animal
Resultados entre 12 e 13: conferem um item
morto).
Especial.
Efeito: Você convoca um espírito que então
Em casos de resultados iguais a 14, ou toma a forma do maior medo do alvo que deve
mais, o item conferido é Magnifico, já resul- realizar uma Jogada de Defesa de Sabedoria para
tados iguais a 6, ou menos, geram itens tentar resistir, em caso de falha recebe a
amaldiçoados, de categoria Simples, que Condição Aterrorizado até o término da duração
trazem mau agouro e problemas ao usuá- do efeito, de acordo com o Círculo Místico
rio enquanto forem carregados. utilizado.
As estatísticas dos artefatos mágicos de- Por Janildo Dantas

222
 Baba de Bergamota
Ordem do Corpo
Componentes: S, M (um punhado de casca de
bergamota embebida em álcool).
Efeito: O conjurador mastiga um pedaço de
casca de bergamota embebida em álcool
cuspindo em seguida o líquido causando dano
através de um ácido, os efeitos são definidos de
acordo com o Círculo Místico utilizado. Se
conjurada em área as consulte as regras de
Ataque em área (Capítulo 8 Sistema de Regras e
Combate).
Por Giovani M. Bordignon
Benzer Água
Ordem do Corpo
Componentes: S, V
Efeito: o conjurador purifica um pouco de água
suja, envenenado, etc e a deixa própria para o
consumo, apesar de permanecer o gosto ruim.
Consultar a seção “ilusões, telecineses e
transmutações” e o Círculo Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignon
Chama do Boitatá
Ordem do Espírito
Componentes: V, M (um foco de fogo).
Efeito: uma serpente de fogo enfurecida emerge
do chão (seu tamanho varia conforme efeito do
Círculo Místico) e ataca os inimigos de seu
invocador. A serpente pode atacar chocando seu
corpo flamejante contra os inimigos conforme
regras e estatísticas contidas na seção
“Estatísticas para materializações, convocações
e invocações”.
Por Giovani M. Bordignon
Conexão
Ordem do Espírito
Componentes: S, M (Alguma parte do corpo
da pessoa, como unhas, cabelo, ou do objeto a
ser encontrado e um jogo de cartas/dados/búzios/
etc).
Efeito: Você segura a parte do que deseja
encontrar e se concentra realizando a leitura do
jogo, enquanto tenta se conectar à energia do
alvo. Consulte a seção “adivinhar, localizar,
compreender”.
Por Janildo Dantas
Corrida da onça 10
Ordem do Corpo
Componentes: S, M (esfregar terra nos pés).
Éter
Efeito: A criatura ganha a habilidade de se
locomover mais rapidamente enquanto seus pés
deslizam no chão, aumentando sua velocidade
de movimento em metros conforme efeito do
Círculo Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignon
Jogar Praga
Ordem da Mente
Componentes: V S M (Uma esfera de material
translúcido).
Efeito: o conjurador concentra-se olhando
através de uma esfera translúcida e causa um
abalo mental no alvo (conforme alcance do
Círculo Místico), inserindo em seus
pensamentos alguma dúvida, desconfiança,
raiva, confusão. Para resistir o alvo deve realizar
uma Jogada de Defesa de Sabedoria, caso falhe
ele recebe a Condição Atordoado (consulte
Capítulo 8 Sistema de Regras e Combate). por
um número de turnos conforme o Círculo
Místico utilizado.
Por Janildo Dantas
Macaréu
Ordem do Corpo
Componentes: V, M (saliva).
Efeito: o conjurador cria uma quantidade
exorbitante de água, que em uma torrente
despenca sobre os inimigos em forma de uma
onda gigante enfurecida, causando dano
conforme efeitos do Círculo Místico utilizado.
Caso seja conjurada em área consultar Ataque
em área (Capítulo 8 Sistema de Regras e
Combate).
Por Giovani M. Bordignon
222
 Mandinga do Corpo
Fechado
Ordem do Coração
Componentes: S, M (Jogar um punhado de
pipoca sobre a própria cabeça).
10 Efeito: uma energia translúcida envolve o corpo
do alvo conferindo proteção contra ataques de
adversários. Essa energia aumenta a Defesa do
alvo com efeitos conforme o Círculo Místico
utilizado.
Éter
Por Matheus Gansohr
Olho do Guaraná
Ordem do Coração
Componentes: S, M (um guaraná inteiro dentro
da boca).
Efeito: enquanto o alvo estiver ao alcance dos
olhos do conjurador (que deve estar com um
guaraná em sua boca) garantirá uma energia ao
alvo que recebe um número de PVs temporários
conforme regras de “Cura e PVs temporários” e
o Círculo Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignongnon
Ouro de Tolo
Ordem da Mente
Componentes: S, M (um minério enrolado em
folha de bananeira).
Efeito: Ao toque do conjurador um minério
comum envolvido em folhas de bananeira se
transforma aparentemente em ouro, contudo,
continua sendo um simples minério. O tamanho
do objeto, alcance e duração do efeito são
definidos conforme o Círculo Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignon
Palavra Matuta
Ordem da Mente
Componentes: V, S
Efeito: Com apenas uma palavra o conjurador
é capaz de abrir uma passagem obstruída/
fechada de acordo com as regras da seção
“ilusões, telecineses e transmutações” e de
acordo com o efeito do Círculo Místico.
Por Giovani M. Bordignon
222
Pés de Curupira
Ordem do Espírito
Componentes: V, S
Efeito: Seus passos deixam pegadas invertidas
e confusas, de modo a dificultar seu
rastreamento. Adicione a penalidade nas
rolagens de adversários que tentem rastrear o
personagem de acordo com o efeito do Círculo
Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignon
Relampiar
Ordem do Corpo
Componentes: V, S
Efeito: o céu escurece enquanto o conjurador
convoca raios que podem atingir quaisquer alvos
visíveis em um plano aberto causando dano
conforme efeitos do Círculo Místico utilizado.
Caso seja conjurada em área consulte as regras
de Ataque em área (Capítulo 8 Sistema de Regras
e Combate).
Por Matheus Gansohr
Simpatia da Atração
Ordem do Coração
Componentes: S, M (roupas íntimas usadas).
Efeito: O alvo afetado, que precisa ser capaz de
compreender o idioma do conjurador, deve
realizar uma Jogada de Defesa de Sabedoria, em
caso de falha estará fascinado pelo conjurador
atendendo às suas ordens até o término da
duração do efeito (de acordo com o Círculo
Místico), desde que não sejam ordens que
coloquem sua vida em risco.
Por Matheus Gansohr
Visão da Coruja
Ordem do Espírito
Componentes: S, M (um olho de coruja).
Efeito: Ao toque do conjurador a criatura
afetada adquire a capacidade de enxergar no
escuro, com a duração e alcance conforme o
Círculo Místico utilizado.
Por Giovani M. Bordignon
 Capítulo 11
Bestiário
O
Bestiário de Orbe de Libra é ba-
seado em mitos e lendas dos
folclores brasileiro e latino-ameri-
cano, mas não reflete de forma fiel
suas histórias e tradições, tratan-
do-se de um material próprio, original,
desenvolvido para um universo ficcional de
jogos de RPG.
IMPORTANTE
A maioria dos nomes originais dos
seres e criaturas contidos neste
material, assim como a maior parte de
suas características originais, foram
preservados com o intuito de
homenagear e respeitar suas raízes
culturais.
Esse capítulo apresenta algumas das
criaturas existentes no continente de Casa-
nova para uso em combates dos mais
variados tipos, alternando entre monstros
clássicos da fantasia medieval (revisitados
e adaptados), versões de lendas e seres co-
nhecidos do nosso folclore, além de vários
animais pertencentes à fauna da América
Latina.
Um mundo hostil
As histórias, relatos e lendas sobre
monstros e seres se popularizam através
11
Bestiário
das mentes criativas e bocas inquietas dos
povos do continente, e a maioria delas se
comprovam reais e muito mais perigosas do
que seus relatos atestam. Sobreviver em Ca-
sanova não é uma tarefa simples, mesmo
para aventureiros preparados e treinados.
Portanto, optamos por não determinar
a nivelação de combates entre categorias,
pois isso não refletiria a realidade e a at-
mosfera desejadas nas partidas de Orbe de
Libra RPG. O Mestre de Jogo será o respon-
sável pela criação e organização dos
encontros de suas aventuras, sem que eles
sejam necessariamente equilibrados, mas
sempre verossímeis. Afinal, fugir ou tentar
uma trégua as vezes podem ser alternativas
melhores do que a morte.
Todas as estatísticas das criaturas,
monstros e seres apresentados a seguir já
possuem uma margem de variações (con-
forme características de cada indivíduo) mas
podem e devem ser alteradas sempre que
surgirem dúvidas ou necessidades de ajus-
tes do nível de mortalidade dos combates e
encontros (como o total de dano dos ata-
ques e PVs, aumento ou diminuição das
Defesas e Proteções, modificações das vul-
nerabilidades e resistências, etc), pois cada
aventura ou campanha possui seu próprio
nível de desafio, conforme acordo prévio en-
tre os Jogadores e Mestre de Jogo.
222
 Regras e Estatísticas
Todas as criaturas apresentam uma série
de estatísticas que definem seus atributos
básicos, níveis de Ataque, capacidade de
causar dano, seu total de vitalidade e PVs,
11 além de habilidades especiais ou fraquezas.
IMPORTANTE
As regras existentes e usadas
Bestiário
para a criação de PJs
(Personagens Jogadores) não
se aplicam fielmente à criação
dos monstros e seres do
Bestiário.
Atributos: criaturas, seres e monstruosi-
dades possuem valores de atributos que
variam entre -4 e 12 (em alguns casos po-
dem ultrapassar esses limites).
Combate: o combate é define por quatro pi-
lares centrais:
• A Iniciativa, onde as criaturas e PDMs re-
alizam rolagens contabilizando apenas seu
total de Agilidade;
• O número de ataques totais por turno;
• O bônus total para cada tipo de ataque;
• A capacidade total de infligir, evitar e
resistir a danos
Ataque: estabelece a capacidade de comba-
ter ofensivamente das criaturas e PDMs. O
mesmo valor funciona para Lutar e Atirar.
Algumas criaturas, monstros e seres rece-
bem bônus ao flanquear.
Dano: indica a capacidade total de um PDM,
criatura, monstro ou ser causar dano. Po-
de variar conforme seus equipamentos de
combate, características naturais e poderes
especiais.
Defesa: determina a capacidade da criatu-
ra de evitar ataques contra ela (não
necessariamente está ligada ao valor de Agi-
lidade e Vigor da criatura). Defesas de
PDMs, criaturas, monstros e seres podem
ultrapassar o limite de 7 pontos.
Encontro: determina números aproxima-
dos de criaturas encontradas em cada
evento.
Espólio: O mestre é o responsável por de-
222
cidir se, e o que, os personagens encontram
em covis e em espólios de combates contra
inimigos e monstruosidades.
Informações básicas: a apresentação das
criaturas contém alguns dados importan-
tes como: nome, tamanho, comportamento
ou tendência e habitat tradicional (o Mestre
de Jogo pode alterar livremente tais carac-
terísticas). Considere o seguinte formato:
NOME
(Tamanho/Tendência/Habitat)
Jogadas de Defesa e testes de Atributos:
independente do total do atributo testado
da criatura, monstro ou PDM a rolagem te-
rá bônus máximo de +4. A graduação da
rolagem pode variar de Inábil à Lenda.
Movimento (Mov): o movimento básico de
uma criatura determina a distância limite
que ela pode se movimentar durante seu
turno de ataque, podendo variar entre al-
gumas opções como: normal (andando/
correndo), C (cavando), E (escalando), N (na-
dando), V (voando), etc.
Obscuros e iluminados: essas caracterís-
ticas serão sugeridas em algumas criaturas
ao longo do Bestiário através das seguintes
marcações , para referência e uso de
habilidades de classes e aplicação de cer-
tas mecânicas.
Proteção: a Proteção de uma criatura pode
variar em limites maiores do que os níveis
de Proteção dos equipamentos “comuns” pa-
ra aventureiros. Pode ser de origem natural
ou definida através de itens de proteção
equipados, indicando a capacidade de re-
sistir aos danos recebidos de ataques bem
sucedidos.
RD (Resistência a Dano): Indica o máximo
de dano de um tipo específico, ou não, que
a criatura é capaz de ignorar ou absorver.
RE (Resistência ao Éter): Indica o máximo
de dano oriundo de ataques/conjurações
mágicas, espirituais e milagres que a cria-
tura é capaz de ignorar ou absorver.
Recarga: certas habilidades especiais
necessitam de “recargas” para funcionarem
mais vezes. Após seu uso é necessário uma
rolagem de 1d6, sendo que em caso de 1 ou
2 (podendo ter outras variações) a
habilidade fica novamente disponível. As
rolagens de recarga devem ser realizadas no
início de cada turno.
Tamanho: O tamanho das criaturas é divi-
dido entre algumas categorias que podem
influenciar, ou não, em ataques realizados 11
por elas e contra elas: Minúsculo, Muito Pe-
queno, Pequeno, Médio, Grande, Muito

Bestiário
Grande, Imenso.
Vulnerabilidades: eventualmente alguma
condição ou situação específica, uso de al-
gum tipo de arma ou munição, de efeito
sobrenatural ou mágico podem resultar em
penalidades às criaturas, monstros e seres
como também conceder benefícios aos PJs.
Essas informações constarão nas estatísti-
cas das criaturas detalhadamente.

Animais

222
 11
Bestiário

222
 11

Bestiário
Criaturas,
monstros e seres

Bestafera
A Bestafera é um ser híbrido
entre cavalo e humanoides. A
sua origem está ligada à uma
antiga criatura de chifres de
carneiro e cascos flamejantes
(alguns indivíduos podem her-
dar essas características).
Embora sua população seja
baixa, existem linhagens da Bes-
tafera espalhadas em regiões
selvagens, como Longoeste, as Zonas Tro-
picais, o norte de Invernia e o Ermo de
Casanova, com híbridos dos humanos aos
elfos. Em geral são bastante arredios e
agressivos, defendem eficientemente seus
territórios contra forasteiros e caçadores
preferindo o ataque ao diálogo.

222
 Boitatá, a Cobrafogo
Cobra levemente translúcida com mais de
20m de comprimento e olhos que ardem em
chamas vivas. Há outros pequenos olhos de
fogo ao longo de seu corpo, atentos a tudo
ao redor. As chamas que o envolvem possu-
em tons amarelados com nuances azuladas,
variando conforme seu humor. O Boitatá é
um espírito condenado a proteger as flores-
tas e rios que habita silenciosamente
(permanece escondido nos fundos dos rios
e pântanos e ataca caçadores e inva-
sores). Suas chamas ardem mesmo
debaixo d’água mas não ferem
222
animais nem árvores por onde passa. Seus
movimentos são rápidos e silenciosos, e os
que desrespeitam e maculam a natureza
sentem a ira de suas chamas e mordidas
terríveis.
Pode ser encontrado em qualquer região
silvestre de Casanova, pois acredita-se que
não exista mais de um Boitatá em Casano-
va, e sim o mesmo espírito se
materializando em locais diferentes confor-
me o chamado da natureza.
HABILIDADES ESPECIAIS
Presença: Quando encontrarem Boitatá, todos os
personagens devem fazer uma Jogada
de Defesa de Sabedoria NA 2-4, em
caso de falha recebem a condição
Aterrorizado.
Méuan: o Boitatá pode transfor-
mar-se em um tronco de árvore.
Cuspe de fogo: consumindo um de
seus ataques no turno o Boitatá
pode cuspir fogo em adversários
(funciona como Ataque em área).
Exige Jogada de Defesa de Agili-
dade NA 3-4. Recarga 1-2.
FRAQUEZA
Vulnerabilidade ao ferro:
todos os ataques realizados
contra o Boitatá com armas
de ferro/aço recebem um
bônus de +1 dado de dano.
 Caipora
Os Caiporas são guardiões das flo-
restas, eles são pequenos huma-
noides de corpos peludos,
travessos e inquietos, costu-
mam andar em pequenos ban-
dos e quando decidem
atacar seus alvos agem
com rapidez e fúria.
Oferendas dos mais
variados tipos são deixa-
das nas estradas para
agradá-los, mas eles po-
dem aceitar de bom grado
ou não a oferta.

Capelobo
Feras com cabeças de tamanduá, podero-
sas garras afiadas e cascos redondos, os
Capelobos atacam suas vítimas com
grande fúria, bebem seu sangue e abrem
seus crânios para devorar seus cére-
bros.
Conta-se que sua origem está liga-
da a anciões taba-raiz que perderam
suas memórias e transformaram-se
na terrível criatura. Alguns especia-
listas no continente de Casanova
acreditam eles devoram cérebros em
busca de lembranças para acalmar
suas mentes confusas.
Vivem em regiões de mata fecha-
da, principalmente em Longoeste, e
normalmente são solitários. Perambu-
lam à noite em áreas ribeirinhas mas
também já foram vistos durante o
dia. Preferem atacar crianças e ani-
mais.

FRAQUEZA
Ponto fraco: qualquer ataque que atinja
seu umbigo (rolagens que superem a De-
fesa em mais que o dobro) adicionam
bônus extra de +1 dado de dano.

222
 Chibamba também em suas barrigas e costas (inclu-
sive seus rostos reais podem aparecer nes-
Entidades que se manifes- sas regiões).
tam como indivíduos hu- Perspicazes e capazes de realizar feitiça-
manoides, magros e de ria, Amam festanças regadas a álcool e ale-
baixa estatura, com cor- gria onde podem dançar, inclusive dentro
pos envoltos em folhas de fogueiras, pois não temem o fogo. Seus
de bananeira e más- longos grunhidos são famosos e enchem de
caras, tanto em su- medo o coração daqueles que o escutam.
as faces como
Podem ser encontrados em regiões co-
mo o Vale do Saravá, Império Central e Exí-
lio. Reza a lenda que podem se transformar
em besouros para se locomover de lado a
lado.

HABILIDADE ESPECIAL
Grunhido: o Chibamba pode emitir um grunhido
capaz de aterrorizar aqueles que possam ouvi-lo
como uma ação bônus, para resistir é necessário
uma Jogada de Defesa de Sabedoria NA 3-5, em
caso de falha a condição Aterrorizado é
adicionada.

Corpo Seco invés disso rouba a energia de suas vítimas

tomando seu sangue e todos em sua pre-
Conta-se que quando a terra rejeita o sença sentem como se sua felicidade
corpo de um morto, impedindo que se estivesse se esvaindo.
realize sua passagem, ele está fa- Não conseguem adentrar lugares sagra-
dado a vagar pelo mundo como dos e só podem se locomover à noite, pois a
“morto-vivo”, preso ao mundo luz do sol o transforma em um cadáver ina-
material, impregnado por seu nimado ainda mais deteriorado.
carma, sentimentos negativos
e desafetos e nem a morte o HABILIDADES ESPECIAIs
deseja por perto. Drenar vida: Ao acertar um personagem com um
Seu corpo aparenta ataque de mordida o Corpo Seco recupera/au-
estar ressecado mas menta temporariamente um número de PVs igual
mantém alguns a metade do valor total do dano aplicado (arre-
dondado para baixo). Exemplo: um total de 2 de
músculos e pele. O
dano causado recuperaria 1 PV do Corpo Seco.
Corpo Seco não
precisa se alimen-
FRAQUEZAS
tar ou respirar, ao
Cadáver: Durante o dia, um Corpo Seco é ape-
nas um cadáver inanimado.
Maculado: amaldiçoado a não
poder entrar em locais sacros, caso
o faça precisa realizar uma Jogada
de Defesa de Vigor NA 3 a cada ro-
dada ou recebe 1 de dano toda vez
que falhar.

222
 Cuca
A maldade domina o coração destas
criaturas terríveis. São capazes de
andar pelos telhados e becos sem
que nenhum som seja ouvido, e
buscam raptar crianças para
beber seu sangue e cozinhar
sua carne em seus covis.
Cucas são bruxas capazes
de usar Éter e conjurar feitiços
cruéis e perigosos, sendo capa-
zes de alterar sua forma física
original (humanoides com cabeça
de jacaré) para a de velhas senho-
ras inofensivas.
São vistas normalmente nos
interiores de Braviânia, Vivenda e
região, mas, para o azar e pavor
das pessoas, podem ser encontra-
das em praticamente qualquer lugar
de Casanova.

CONJURAÇÕES
Pode realizar conjurações do 6º Círculo Mís-
tico (efeitos como “andar em silêncio”,
“apavorar” e ataques diretos).

HABILIDADE ESPECIAL
Forma inofensiva: a Cuca pode transformar-
se a qualquer momento em uma mulher idosa
de aparência inofensiva.

222
 Curupira
O guardião das matas, de corpo esguio, ca-
belos vermelhos com labaredas de fogo e pés
virados para trás (para confundir os caça-
dores e invasores), o Curupira é venerado e
11 respeitado pelos povos taba-raiz e temido
por todos os outros que já ouviram suas his-
tórias.
Bestiário
222
Está intimamente ligado à natureza e
pode ser “invocado” sempre que as florestas
e matas clamam por socorro, principalmen-
te em Matafunda e nas Tropicais. Pode se
comunicar com as árvores e animais e até
mesmo se transformar em pequenas espé-
cies.
Sua agilidade, força e esperteza acima
da média, somadas ao seu ímpeto selvagem
quando precisa atacar, fazem do Curupira
um dos mais temidos e respeitados seres
das florestas.
CONJURAÇÕES
Pode realizar Conjurações do 2° Círculo Místico
(efeitos como “ilusões”, “convocar/controlar
animais”).
HABILIDADES ESPECIAIS
Confusão: o Curupira pode causar confu-
são em grupos de viajantes e caçadores
através de suas pegadas invertidas ou
de enganações simples. Toda rola-
gem de perícias, ou de qualquer
habilidade que envolve sobrevi-
vência, tem um acréscimo de
+3 na NA enquanto o Curupi-
ra estiver por perto.
Espírito das florestas: pode
se comunicar com animais e ár-
vores (que o invocam quando
sentem que estão em perigo).
O Curupira também pode as-
sumir formas de pequenos ani-
mais.
 Dragões
São criaturas imensas, aladas, capazes de
expelir baforadas mortais com efeitos de
acordo com sua espécie. Seus corpos pos-
suem características reptilianas, com
semelhanças estéticas e biotipos similares
aos jacarés-do-papo amarelo, lagartos teiú,
e vários outros. Suas colorações podem ser
típicas da espécie a que pertencem seus pa-
rentes ou exóticas, como azul, preto e
branco. Os dragões são considerados cria-
turas com inteligência, mas seus hábitos e
comportamento são selvagens, típicos de
bestas indomáveis (não significa que sejam
criaturas cruéis ou especificamente más).
Os dragões habitam Casanova desde as
mais antigas eras, mas foram diminuindo
em números gradualmente até quase serem
extintos após o Expurgo dos Dragões du-
rante a Primeira Era. Muitos povos duvidam
da existência deles, outros possuem vene-
ração e alguns mantém com os dragões uma
interminável guerra por territórios.
Apenas um dragão vermelho sobreviveu
ao Expurgo dos Dragões em Casanova, ele
é conhecido como o Último, o rei dos reis.
Os vermelhos eram considerados os mais
poderosos, e raros, de sua espécie, com uma
inteligência e sofisticação maiores que as de
seus parentes, mas como verdadeiros ini-
migos dos humanos foram caçados
exaustivamente até sua aniquilação.

Habilidade Especial
Baforada: o dragão pode realizar ataques com sua
baforada de acordo com sua espécie (veneno, fogo,
fumaça, ácido, efeitos de sono, absorção de ener-
gia, vendavais, eletricidade, etc). Funciona como
Ataque em área. Todos os alvos devem realizar Jo-
gadas de Defesa de Agilidade (NA 2/3/4) para mi-
nimizar os efeitos do ataque.

222
 Entepau calma nas palavras. Têm medo mortal de
fogo, mesmo da chama de uma vela, sendo
Dizem que um violentos caso sintam-se ameaçados.
dia todas as árvores
andavam e falavam,
mas conforme os huma-
Fraqueza
noides iam expandindo Vulnerável ao fogo: possuem total aversão e re-
seus domínios elas foram pulsa ao fogo, todos ataques contra Entepaus que
se entristecendo até que en- sejam dessa origem ignoram metade da Proteção
traram em uma espécie de da criatura.
torpor.
Existem algumas espécies des-
sas árvores pastoras, chamadas
Entepaus, que se mantiveram
despertas e vagam em busca de
outros de sua espécie também
despertos, até a chegada do
fim dos tempos citado nas
Escrituras. O Entipê,
desde os amarelos aos
brancos, é uma das que
se tem notícias, mas
longe de ser a única.
Grandes, sábios e
demonstram muita

Fera Real A Fera Real é maior e mais forte do que

Sua origem é desconhecida, mas há con-
senso entre especialistas que o primeiro
deles fora criado a partir de rituais que pro-
fanam a natureza. Trata-se de amálgama de
um corpo de uma onça-pintada com tron-
co e cabeça de um gavião-real, dois dos
maiores predadores de toda Casanova, sen-
do um terrestre e o outro alado.
o seus “parentes” felinos, mas pode se re-
produzir com outras onças e justamente por
esse motivo não foram extintos e desenvol-
veram variações e subtipos.
Seus hábitos são ''selvagens e aumen-
tam consideravelmente quando seus ninhos
possuem ovos (literalmente valiosos itens
especiais).
Atacam suas presas com brutalidade
utilizando suas garras e bico para satisfa-
zer seu grande apetite. Domar ou abater
uma Fera Real é uma tarefa difícil.

222
 Kari Guará
O surgimento dos Kari Guarás remonta ao
passado invasor dos humanos que migra-
ram de Levante na Primeira Era. Conta-se
que essas criaturas, metade humanas e me-
tade lobo-guará, receberam essa maldição
por macular o Cerradal de Casanova, ma-
tando e expulsando espécies nativas com
intuito de angariar recursos financeiros e
São oportunistas e covardes, e
o pouco da inteligência huma-
na que lhes restam serve
para planejar assaltos e
ataques fáceis e van-
tajosos.
11

Bestiário
áreas para exploração.
Os humanos que receberam a maldição
perderam sua racionalidade e desde en-
tão habitam as regiões do Cerradal em
busca de sobrevivência através de sa-
ques oportunos, como um castigo que
não conseguem se livrar. A sede de con-
quista e posses materialistas, típicas
dos humanos, jamais os abandonaram.

Iaguá HABILIDADE ESPECIAL

Rajada elétrica: pode realizar um ataque contra
Habitante de cavernas úmidas, grutas e lei- um ou mais adversários (funciona em Área) atra-
tos de rios, o Iaguá é uma criatura com vés de uma rajada elétrica da cabeça principal da
criatura (a que possui a joia). Todos os alvos
corpo reptiliano e sete cabeças de cães. Uma
devem realizar Jogadas de Defe-
dessas cabeças possui uma jóia incrustada sa de Agilidade NA 2 para
que armazena sua vitalidade e poder. minimizar os efeitos do
Histórias contadas em Terraleste e In- ataque. Recarga 1-2.
vernia dão conta de que essa criatura se
alimenta preferencialmente de frutas e mel
e protegem seus covis de caçadores.
O cabeça principal do Iaguá, a que pos-
sui a joia incrustada, pode expelir mortais
rajadas elétricas pelos seus olhos, atingin-
do um ou mais inimigos simultaneamente.

222
 Ipupiara narizes e pontas dos dedos (dos pés e mãos)
de suas vítimas, e em alguns casos também
São criaturas aquáticas de grande porte, se alimentam de suas genitálias, abando-
encontradas principalmente no Golfo Cáli- nando o restante das carcaças de suas
do, tanto próximo à Braviânia quanto de presas pelo caminho.
Salvação e Tropel, onde atacam ferozmente
11 pescadores de vilarejos ribeirinhos com seu
“beijo” devastador. O Ipupiara consegue se
locomover com certa dificuldade por terra
firme (normalmente nas orlas das praias).
Bestiário

As fêmeas possuem maior graciosidade

que os machos, seus cabelos são longos e
seus traços tendem a ser menos ferinos.
São comumente chamados “homem-
peixe” ou “demônio-d’água”, e, tratando-se
de feras, costumam atacar canoas e peque-
nas embarcações para devorar os olhos,

222
 Mãe do Ouro
Protetora das riquezas da terra, esse espí-
rito habita montanhas, cavernas, áreas
selvagens e inóspitas abençoan-
do viajantes que possuam
intenções justas em 11
seus corações e casti-
gando ambiciosos e
egoístas.

Bestiário
Sua forma real é de
uma linda mulher de
longos cabelos cacheados
feitos de ouro, alta e es-
belta, sempre expressando
sabedoria em seu semblan-
te e palavras. A Mãe do
Ouro se movimenta flutuan-
do próxima ao chão, mas pode
transformar seu corpo em um
pedaço de ouro incandescente
e voar mais alto e rapidamente
através de longas distâncias.
Quando necessário a Mãe
do Ouro realiza conjurações de
ataque e proteção para se defender
de seus adversários, mostrando sem-
pre absoluto conhecimento da região em
que estão e tirando proveito disso. Seus
fios de cabelos possuem várias proprieda-
des especiais, muitas delas interessam
diretamente aos alquimistas e feiticeiros.

CONJURAÇÕES
Pode realizar Conjurações do 7° Círculo Místico li-
gadas ao fogo e a tempestades (efeitos como “bola
de fogo”, “relâmpago”).

HABILIDADE ESPECIAL
Corpo em chamas: a Mãe do Ouro pode trans-
formar seu corpo em uma esfera de ouro incandes-
cente e voar livremente. Também pode
mover de um lugar a outro grandes
quantias de ouro (e outros minéri-
os preciosos) e até mesmo pode
causar explosões em minas e
áreas de garimpos e aluviões.

222
 Mapinguari
Uma besta disfor-
me com o tamanho de 2
humanoides adultos, de pés re-
dondos e retorcidos, garras enormes
e uma bocarra vertical que se es-
tende até seu umbigo. O Mapin-
guari é solitário e possui hábitos
diurnos, mas age à noite em
casos de necessidade ou escas-
sez de alimentos. Sua inteligên-
cia é baixa, embora possua
certa esperteza para atrair os
alvos de seus ataquess. Age
com extrema brutalidade
quando precisa se defender
ou caçar, substitui o uso de
estratégias de combate com
sua grande força e resistên-
cia (Mapinguaris podem
comer jacarés, onças e hu-
manoides adultos com re-
lativa facilidade).
Normalmente são en-
contrados em regiões
ermas e distantes de
grandes civilizações,
preferindo densas áreas
florestais onde possam
se esconder, embora
sua dispersão mude
conforme suas princi-
pais presas se deslo-
cam também.

FRAQUEZA
Ponto fraco: qualquer
ataque que atinja seu
umbigo (rolagens que
superem a Defesa em
mais que o dobro) adici-
onam bônus extra de
+1 dado de dano.

222
 Matita-perê
Matitas-perês são bruxas ardilosas, feiticei-
ras perspicazes ancestrais que perambulam
por regiões distantes e pequenos vilarejos
em busca de oferendas. É anunciada por
seu assobio fino e estridente que traz mau
agouro aos que o escutam e aqueles que se
recusam a destinar oferendas à Matita-perê
recebem sua inimizade e veem recair sobre
si pequenas maldições.
Trajam quase sempre roupas simples e
esfarrapadas que cobrem suas asas grotes-
cas e pernas de pássaro, podendo ainda se
transformar de fato em um pássaro para es-
piar as casas e os pertences das pessoas
sem que sejam notadas.
Não costumam se engajar em comba-
tes, preferindo agir influenciando,
negociando e intimidando suas vítimas.
Embora seu covis se localizem em áreas
ermas, e normalmente desabitadas, as Ma-
titas-perês mantém encontros periódicos
com outras de sua espécie para realização
de rituais especiais.
Observador
“Verdadeiras e terríveis aberrações da na-
tureza!” É desse modo que os Observadores
são conhecidos no continente de Casanova.
São criaturas raras formadas a partir de um
enorme olho e tentáculos capazes de agar-
rar coisas e disparar rajadas energéticas
contra seus inimigos. Possuem uma inteli-
gência acima da média (comunicam-se por
telepatia) e um ímpeto cruel e egoísta. As
áreas dominadas por eles funcionam como
seu covil, ou seja, invasores serão sempre
atacados e precisarão lidar com armadilhas
CONJURAÇÕES
Pode realizar Conjurações do 5°
Círculo Místico (efeitos variados
de “intimidação”, ataque direto e
defesa).
FRAQUEZA
Convite irrecusável: todos
os convites feitos à uma Ma-
tita-perê sempre serão acei-
tos por ela, desde que não se
trate de uma emboscada ou
que ofereça riscos à sua
vida.
e defesas preparadas antecipadamente.
Possuem diversas espécies, podendo ter
sua origem em plantas exóticas, frutas, etc,
como o caso do Observador de Matafunda.
CONJURAÇÕES
Pode realizar Conju-
rações do 4° Círcu-
lo Místico (efeitos
variados mentais e de
ataque direto).
HABILIDADE ESPECIAL
Aura de Fadiga: cada perso-
nagem que estiver em uma
área de 5m de raio do Obser-
vador perde 2 PVs tempora-
riamente (ou metade disso
em caso de um sucesso em
uma Jogada de Defesa de
Vigor NA 3) anulao efei-
to.
222
 Povo Arara
Tratam-se de cria-
turas híbridas en-
tre humanoides e
araras. Podem ter
semelhanças com
espécies variadas
desde as araras-
vermelhas, azuis,
araras-canindé,
etc.
Embora sejam
humanoides consi-
derados inteligentes
seus hábitos sociais
e ferramentas são
menos sofisticados,
preferindo viver distante de
regiões urbanas e movimentadas. Seus ni-
nhos ficam nos topos e entornos das mon-
tanhas em que suas tribos se alocam evi-
tando caçadores e predadores.
O Povo Arara é bastante desconfiado e
arredio, mas não iniciam nenhum comba-
te sem que sejam ameaçados ou que seus
territórios sejam invadidos. Terraleste,
Tropicais e Longoeste são algumas das re-
giões que se pode encontrar com indivídu-
os do Povo Arara.
Suas penas, bicos e olhos são matérias
primas de muitos alquimistas, e seus ovos
são artigos procurados por comerciantes
que alegam possuir alguns efeitos, entre
ele os afrodisíacos, fatores que promovem
a caça constante dessas criaturas.
Saci
Originários de um outro
plano paralelo ao de Li-
bra, os Sacis fugiram até
Casanova por conta de sua
esperteza e ousadia. São
seres que possuem
apenas uma perna,
utilizam poucas e
simples roupas e
tem grande apreço
por fumar cachim-
bo (a palma de su-
as mãos tem furos
côncavos preenchidos
de erva de fumo).
Considerados uns dos
mais ágeis seres de Casa-
nova, tem grande apreço
por roubar itens aleatórios
(ou não) que os intrigue e
interesse e não pelo seu
valor real. Conseguem di-
minuir o tamanho de seus
corpos até que possam pas-
sar por buracos de fechadu-
ras e frestas de portas, e
se aproveitam de venda-
vais “repentinos” para
chegar e escapar rapida-
mente, de forma invisível,
de um local hostil ou de
uma enrascada
Os sacis possuem uma carapuça que,
enquanto vestida, evita que sejam tragados
de volta ao seu plano de origem, e podem
ser capturados tirando-as de suas cabeças
(farão qualquer coisa para recuperá-las).
Dizem que também podem ser aprisionados
em garrafas de vidro enquanto tentam es-
capar através de suas ventanias.

HABILIDADES ESPECIAIS
Sumiço: o Saci é capaz de tornar-se invisível para
escapar rápida e facilmente através de vendavais
provocados por ele mesmo. Também é capaz de di-
minuir seu tamanho em mais de 10 vezes.

222
 Mão-leve: a curiosidade e a
inquietação de um Saci o tor-
nam um ótimo infiltrador e
excelente ladrão (o Saci rouba
não pelo valor das coisas, mas
sim pela sua curiosidade).
Todas as rolagens de Perfor-
mance e Sobrevivência do Saci
são realizadas como sendo de
graduação Lenda.
povo, portanto, não temem a morte e jamais
recuam.
Costumava-se dizer em Levante que um
taú era a “personificação do mal”, isso diz
muito sobre seu ímpeto de violência e san-
gue. Notórios guerreiros, eram ainda mais
inflamados de fúria pelas forças obscuras 11
que emanam das entranhas do sul de Le-
vante até os dias atuais. Quanto mais
distantes dessa região estão os taú, mais

FRAQUEZA
Carapuça: caso o Saci tenha sua
carapuça retirada de sua cabeça
ele fica intimidado e fará qualquer
acordo para recuperá-la (depen-
dendo do acordo ele pode voltar
para se vingar posteriormente).
Também pode ser capturado
enquanto escapa através de
ventanias e vendavais (é ne-
cessária uma garrafa de vidro
com uma rolha imbuída de 1
Éter para aprisioná-lo. O Saci
deve fazer uma Jogada de
Defesa de Vigor NA 4 para
resistir ao ritual).
Bestiário
fracos e “doentes” aparentam estar.
HABILIDADE ESPECIAL
Cusparada ácida: um alvo atingido pela cuspara-
da de um taú receberá, além do dano, um efeito
adicional de dano regressivo. Exemplo: ao calcular
o dano do ataque de cusparada em um adversário,
e obter um 4 na rolagem, na rodada/turno seguin-
te o adversário receberá 2 de dano e depois, na
outra rodada/turno, mais 1 de dano.
escapar através de suas ventanias.

Taú
Criaturas humanoides que se organizam
em tribos, possuem pele pálida quase
sem vida, asas emergindo das costas,
garras afiadas e chifres retorcidos. São
capazes de expelir uma saliva ácida que
usam para ferir seus adversários em com-
bate através de cusparadas.
A organização social dos taú é definida
através de derramamento de sangue, mor-
rer em uma luta brutal é o destino de seu

222
 Capítulo 12
12
Bodega do

Bodega do Mestre
Mestre

E
ste capítulo é uma grande e ver- O primeiro passo é dialogar com os jo-
dadeira miscelânea de assuntos e gadores a respeito de suas expectativas para
temas, e tem a função de ampliar a aventura/sessão/campanha:
as possibilidades em mesa de jo-
go para que Mestres e jogadores Que tipo de história e enredo os Jogadores
possam expandir suas aventuras em Orbe desejam? Investigações e intrigas? Explora-
de Libra. ções em ruínas? Ação e combates?
Personagens conhecidos, principais
grupos e antagonistas, as características
• Qual o nível de fantasia e realismo que
culturais mais marcantes de âmbito
esperam encontrar? O quão reais são as
continental, a descrição de todos os biomas
histórias e o folclore de Casanova? Ma-
existentes em Casanova, inúmeras sementes
nifestações sobrenaturais são mais ou
de aventuras, além de regras alternativas
menos comuns?
simples e fáceis de serem aplicadas.
• A atmosfera escolhida será voltada ao
Crie, altere, suprima, expanda, explore. suspense? Terror? Aventura? Como Ca-
Divirta-se! sanova será apresentada?
• Também é muito importante esclarecer
quais temas e assuntos poderão ser
Criando histórias e abordados que possam gerar desconfor-
preparando aventuras to entre os participantes a fim de
evitá-los. Detalhes como estabelecer o
Existem muitas formas e métodos usados
local para as partidas são fundamen-
para preparar sessões de jogos e aventuras
tais, assim como os horários e datas de
de RPG, alguns Mestres e Narradores pre-
jogos definidos previamente, alimenta-
ferem preparar antecipadamente os
ção (nenhum aventureiro sobrevive de
acontecimentos, cenas e personagens de su-
barriga vazia) e eventuais escolhas de
as história, enquanto alguns outros focam
plataformas e aplicativos utilizados pa-
no improviso e no desenrolar das interações
ra a realização de jogos online (considere
entre personagens para conduzir a partida
sempre as limitações dos colegas, esti-
de forma mais espontânea, apresentaremos
mule a inclusão no RPG).
a seguir uma alternativa que mistura um
pouco das duas vertentes com alguns re-
cursos úteis para gerar jogos rápidos.

222
 Método dos tópicos
O método de criação e controle de aventu-
ras que apresentaremos como sugestão aos
Mestres, Narradores e Jogadores é bem sim-
12 ples, onde o objetivo é focar na estruturação
de tópicos guias para usar durante as par-
tidas. Prefira anotações curtas e objetivas,
Bodega do Mestre
que permitam alterações ou adições de ele-
mentos sem grandes dificuldades.
Usaremos três pilares básicos que podem
ser desmembrados em subcategorias: a tra-
ma, os PDMs principais e os ganchos de
aventura.
Trama: defina o objetivo de sua aventura
de forma clara, tenha em mente o propósi-
to central da trama mas como um horizonte
distante, deixando lacunas e espaços pro-
positais. Não se preocupe em pensar como
solucionar o desafio que você propôs, isso
é parte da diversão.
Exemplo: Os personagens precisam investigar a
suspeita de contaminação da água de uma vila ri-
beirinha, todos os moradores e animais da região
tem demonstrado comportamentos mais agressi-
vos que o normal pouco depois do sabor da água
ter se tornado levemente adocicado.
PDMs: personagens coadjuvantes são fun-
damentais em qualquer história, mas nesse
caso focaremos em três essenciais: um vi-
lão/vilões (que pode em uma reviravolta se
mostrar inocente/inocentes), um aliado (que
pode se revelar um traidor) e um persona-
gem versátil que possa proporcionar uma
mudança repentina e impactante na histó-
ria, adicionando algum elemento novo.
Sinta-se a vontade para alterar os papéis
dos personagens conforme melhor adapta-
ção e acontecimentos da história (tome
cuidado ao realizar grandes mudanças ao
longo da campanha, pois isso pode gerar in-
consciências em sua trama).
Exemplo:
• Possível vilão: um homem desconhecido com a
boca totalmente costurada foi visto nos arredores
da vila realizando um estranho ritual com sangue
humano,
• Possível aliado: uma velha caçadora conhece-
222
dora de símbolos ocultos e lendas antigas ofere-
cendo ajuda em troca de um favor,
• Personagem versátil: um jovem ou ancião
tem um sonho que revela o nome do homem com
a boca costurada ou o nome de sua vila natal.
Ganchos de aventura: planeje algumas pis-
tas que possam gerar curiosidade e
iniciativa nos Jogadores, mas deixe espaços
para inserir elementos interessantes e cri-
ativos propostos por eles, além de gerar
oportunidades desafiadoras, promove uma
ótima dinâmica de criação coletiva.
Exemplo:
• Um punhal ritualístico, provavelmente usada
pelo homem com a boca costurada, é encontrado
com um personagem inesperado,
• Os personagens encontram um mapa chamus-
cado em um local surpreendente, restando apenas
a parte do material que mostra um território per-
tencente a uma antiga bandeira de povos huma-
nos, local onde há uma nascente.
• Um PDM influente da região passa a promover
ataques contra os personagens sob alguma acusa-
ção grave, jogando parte da comunidade contra
eles.
Esse formato deve ser utilizado para a
montagem de cada sessão de jogo aprovei-
tando os elementos das sessões anteriores,
quando necessário aumente o número de
ganchos e PDMs, mas tome cuidado para
não perder o controle, busque sempre avan-
çar na história e não torná-la confusa e
cansativa. Uma dica eficiente é anotar idei-
as interessantes que possam ser inseridas
na história durante as partidas seguintes
assim que termina a sessão de jogo.
Tabelas para jogos
rápidos
Utilize as tabelas abaixo como ferramentas
criativas para jogos menos elaborados e rá-
pidos, especialmente para aqueles
momentos de descontração, preguiça ou
quando surgem aquelas clássicas sessões
inesperadas ou de última hora. Role 1d6 e
compare com cada uma das tabelas abaixo
e anote as informações que forem geradas.
 CRIANDO A TRAMA
1. Uma terrível maldição
2. Um fenômeno natural
3. A morte de um grande líder
4. O cumprimento de uma antiga lenda
5. A revelação de um segredo
6. O surgimento de uma praga mortal
CRIANDO O LOCAL DA AVENTURA
1. Em uma cidade grande
2. Em uma aldeia/tribo isolada
3. Em uma mata assombrada
4. No coração de uma montanha
5. Em uma terra de sol ardente / gelada
6. Em um território inóspito
CRIANDO UMA CARACTERÍSTICA DO
LOCAL
1. Destruído por um desastre natural
2. Infestado de criminosos/fanáticos
3. Com uma atmosfera sobrenatural
4. Sob sítio
5. Sob ataque
6. Abandonado/invadido
CRIANDO O VILÃO
1. Uma criatura poderosa
2. Um influente manipulador
3. Um tirano violento
4. Um grupo do submundo/fidalguia
5. Um fanático religioso
CRIANDO O MOTIVO DO VILÃO
1. Deseja vingança
2. Deseja poder
3. Deseja riquezas
4. Deseja extermínio
5. Deseja doutrinação
6. Deseja repressão
Regr as Alternativas
Muitos jogos de RPG costumam utilizar da-
dos multifacetados além do conhecido d6
(como o d4, d8, d10, d12, d20, etc) em seus
sistemas de regras. Esta é uma caracterís- 12
tica clássica vista nos primeiros jogos
lançados na década de 70 que se mantém
Bodega do Mestre
em grande parte dos jogos e módulos lan-
çados atualmente.
É possível realizar as suas partidas de
Orbe de Libra RPG utilizando esse conjun-
to de dados clássicos a partir de simples
adaptações do sistema básico oficial apre-
sentado neste material. Mas lembre-se, isso
tornará seu jogo mais fantástico e com uma
atmosfera menos verossímil que a desejada.
Ataque: aumente os bônus de Ataque rece-
bidos ao longo da evolução do personagem
em +1 ponto. (Valentes recebem 1 ponto ex-
tra no 2º nível).
Combate, Jogadas de Defesa e rolagens
de atributos: realize tais rolagens utilizan-
do 1d20, adicionando ao resultado obtido o
total do atributo base referente à rolagem.
No caso do Combate aplica-se a seguinte
mecânica: um valor obtido na rolagem
IGUAL ou MAIOR que a Defesa do alvo re-
sulta em sucesso.
Dano das armas: calcule o dano das armas
considerando o TOTAL da rolagem obtida
nos dados + o atributo base. O tamanho das
armas define a margem de dano, podendo
ser ajustado ou alterado em comum acordo
com o Mestre de Jogo e demais Jogadores.
TAMANHO DA ARMA VS DANO DA ARMA
• Armas MP = 1d4 + atributo base
• Armas P = 1d6 + atributo base
• Armas M = 1d8 + atributo base
• Armas G = 1d10 + atributo base
• Armas MG = 1d12 + atributo base
Exemplo: ao atingir um adversário com uma ar-
ma de tamanho M deve-se rolar 1d8, somar o to-
tal ao atributo base e aplicar o dano aos PVs do
alvo.
222
 Armas que podem ser usadas com duas
mãos adicionam +1 de dano automatica-
mente.
Dano das conjurações e engenhocas/alqui-
mias também devem considerar o TOTAL
12 obtido na rolagem + o atributo base.
Bodega do Mestre
IMPORTANTE
As habilidades raciais Mordida e
Baforada devem assumir,
respectivamente, os danos de 1d4 e
1d6 (no caso da Baforada deve
progredir para 1d8 e 1d10).
Defesa: desconsidere o limite de +7 e adici-
one +10 ao cálculo para definir o total de
Defesa do personagem.
CONJURAÇÕES:
1º CÍRC. MÍSTICO: 1d4
2º CÍRC. MÍSTICO: 1d4 + atributo de conjuração
3º CÍRC. MÍSTICO: 1d6 + atributo de conjuração
4º CÍRC. MÍSTICO: 1d8 + atributo de conjuração
5º CÍRC. MÍSTICO: 1d10 + atributo de conjuração
6º CÍRC. MÍSTICO: 1d12 + atributo de conjuração
7º CÍRC. MÍSTICO: 2d6+1+atributo de conjuração
ENGENHOCAS E ALQUIMIAS:
• SIMPLES: 1d6 + atributo base
• ESPECIAIS: 1d8 + atributo base
• MAGNÍFICAS: 1d10 + atributo base
Proteção: é permitido “desviar” 1 ponto de
dano por turno para a Resistência da Pro-
teção do personagem ao invés de seus PVs
totais. Ademais, seguir as mesmas regras
de Resistência e Avaria.
Pontos de Vida: a cada novo nível deve-se
aumentar entre +3 e +4 PVs ao total do per-
sonagem. O Mestre de Jogo pode permitir
aumentar (ou diminuir) ainda mais esse bô-
nus de acordo com a proposta e nível de
desafio de suas aventuras e campanhas. Au-
mente também a margem de PVs totais de
222
PDMs e monstros do Bestiário (recomendá-
vel uma margem aproximadamente entre
1/2 e 1/4 adicional).
Habilidades de Classes e Feitos extraor-
dinários usando Éter: em alguns casos as
habilidades e feitos necessitam de certos
ajustes, como em casos de bônus de dano.
Exemplo: substitua “+1 dado de dano” para “+1
ao total de dano”.
NA: em todos os casos onde é necessário
definir um NA (em conjurações, habilida-
des, rolagens de perícias, estatísticas para
protótipos, convocações, ilusões, etc) deve-
se adicionar +10 ao seu total e para uma
rolagem bem sucedida deve-se atingir ou
superar esse valor.
Perícias: as perícias não recebem altera-
ções em suas mecânicas, porém, podem ser
ignoradas sem prejudicar drasticamente a
jogabilidade e diversão. Neste caso conside-
re apenas os atributos como base das
rolagens (1d20 + Atributo testado) contra o
NA estabelecido pelo Mestre de Jogo.
Qualquer regra não coberta ou que ge-
re qualquer tipo de dúvidas nesse material
alternativo deve ser alterada e ajustada em
comum acordo entre os Jogadores e o Mes-
tre de Jogo para melhor funcionamento e
dinâmica em mesa de jogo. O importante é
promover a diversão e o entretenimento de
todos os participantes.
Organizações, grupos
e personagens
A M ADRE
A Igreja da Salvação nunca fora tão influ-
ente e poderosa como nos tempos atuais. A
recém escolhida Madre, líder máxima da
maior igreja de Casanova, tem adotado po-
sições bastante ortodoxas e tradicionalistas.
A influência religiosa nas políticas públicas
da República da Capivara tem se acentua-
do a cada dia através de acordos que envol-
vem financiamentos de templos e expedições
em troca de apoio popular. A intolerância
religiosa perante outros credos e grupos tem
gerado conflitos e ataques legitimados e
apoiados por autoridades de vilarejos e pe-
quenas cidades. A Madre tem avançado na
implantação de seu maior projeto, a conver-
são, ou derrota, a qualquer custo dos
chamados “infiéis”. Seus adoradores e se-
guidores mais ferrenhos tem recebido apoio
em recursos e materiais para realização de
ações violentas de captura e até mesmo exe-
cução de seus principais inimigos. O povo
de Fieza e parte das lideranças da igreja,
tem divido-se entre apoios e críticas às no-
vas visões e estratégias empregadas pela
Madre, mas poucos tem coragem de en-
frentá-la.
C RUZADORES
São conhecidos como grandes grupos de
mercenários e criminosos que tiveram, e
ainda tem, funções exploratórias e violen-
tas, cruzando grandes faixas territoriais,
principalmente em ambientes e terras hos-
tis e desconhecidas. Foram os responsáveis
pelas primeiras expansões humanas em Ca-
sanova durante a Primeira Era e tiveram
participações fundamentais nos desenrola-
res da Guerra da Liberdade, inclusive
apoiando o domínio territorial por parte dos
povos do centro-sul nas antigas Regências
Hereditárias. Dividem-se em dois principais
bandos, que se fracionam e organizam em
grupos menores, os Facacega e os Bando-
leiros, não são especificamente inimigos,
mas disputam territórios, oportunidades e
saques na região de Exílio, onde atuam li-
vre e impunemente. Curiosamente são
diferenciados por um de seus mais tradici-
onais hábitos. Enquanto os Facacega
costumam andar descalços, os Bandoleiros
utilizam alguns tipos de calçados.
D OM J OTA , A BESTA
O grande golpe contra Vivenda mudou os
rumos do mundo, e hoje a figura de Dom
Jota, a besta (alcunha de duplo sentido),
um truculento ex-militar de Braviânia, ocu-
pa o posto de líder mais poderoso de
Casanova. Suas ideologias preconceituosas
e posicionamentos elitistas escancararam
as portas aos oportunistas e corruptos que
passaram a ocupar cargos importantes e es- 12
tratégicos na regência, que embora seja
Bodega do Mestre
ilegítima, é temida por seus discursos de
ódio e violência intimidadora contra seus
opositores. As decisões econômicas e diplo-
máticas do Império Central tem recebido
fortes influências de grupos ortodoxos e da
fidalguia local que atuam em prol de suas
causas recebendo apoio irrestrito do líder
soberano. Dom Jota (autointitulado dessa
forma), ao lado de seus principais aliados,
trata de manter uma constante atmosfera
de medo, como um pânico social, através de
histórias forjadas que buscam legitimar su-
as ações e criar ambientes favoráveis às
suas decisões e ataques.
G ANDÁHA , A REVOLUCIONÁRIA
Após as alianças entre grupos historica-
mente fragmentados de orcos do hemisfério
norte de Casanova, grandes acontecimen-
tos ocorreram. O principal deles resultaria
na retomada de um dos territórios ances-
trais de seus povos na região da antiga
Campalto e atual Sangria. Uma das princi-
pais lideranças responsáveis pela
pacificação de tribos e organização de ações
conjuntas estratégicas é Gandáha, uma jo-
vem revolucionária que tem resgatado o
espírito de luta e soberania de seus ante-
passados através de sua liderança e
conhecimento. Tem sido um importante elo
entre os anciões e os mais jovens em bus-
ca de sofisticar práticas econômicas e
processos produtivos que não dependam,
ou sejam controladas, por outros povos.
O C ARTEL
Seu surgimento ocorre no sul de Casanova,
nos territórios frios de Invernia, a partir da
coalizão de dois grupos criminosos: de um
lado mercenários contrabandistas, do ou-
tro alquimistas ilegais. O Cartel ganha
destaque e fama ao criar e popularizar uma
222
 droga que se mostraria perigosa e mortal,
a Gris, como passou a ser chamada, é uma
substância em pó de coloração acinzenta-
da, alucinógena, capaz de causar efeitos de
excitação, euforia, confiança e uma espécie
12 de sensibilidade letárgica. Seus membros,
que possuem um cumprimento tradicional
Bodega do Mestre
entre si, visto em tatuagens e símbolos mar-
cados em guetos e distritos dominados, tem
aumentado sua influência por Casanova,
principalmente no hemisfério sul, chegan-
do a transitar entre a fidalguia e exercendo
influência política (como ocorreu na atual
Tropel). A droga Gris é considerada ilegal
em inúmeros territórios e tem sido o centro
de debates e tomadas de decisões de gran-
des lideranças do continente.
R UFIÕES
O termo “Rufiões” é usado para nomear pe-
quenos grupos autônomos de povos
remanescentes do período de retomada dos
territórios da atual República da Capivara.
São considerados rebeldes e violentos, ini-
migos declarados dos povos do norte,
mesmo após os acordos políticos de pacifi-
cação estabelecidos entre os povos do
continente. Alguns grupos se posicionam a
favor da retomada da antiga Oligarquia e de-
fendem essa causa com apoio de figuras
importantes ligadas aos herdeiros e descen-
dentes das Regências Hereditárias. São
provavelmente os primeiros a utilizarem
bafo de dragão em equipamentos militares
causando grandes transtornos e caos em
ataques e investidas contra os territórios
dominados pelo Império Central.
Ú LTIMO, O REI DOS REIS
Os vermelhos sempre foram a espécie de
maior força e sabedoria entre os dragões, e
durante muitas gerações acreditou-se em
sua extinção. Mas para surpresa de todos
ainda havia um sobrevivente entre os raros
dragões, aquele que viria a ser chamado de
“rei dos reis”, o último de sua espécie. Sua
primeira aparição causou um verdadeiro
desastre pondo abaixo o estratégico Forte
do Riacho Azul, na fronteira leste do conti-
222
nente, durante um brutal ataque surpresa,
e desde então conta-se que o Último tem
buscado por outros sobreviventes da espé-
cie para dar início a iminente segunda
grande guerra entre humanos e dragões.
Muitas lendas são contadas sobre o passa-
do desconhecido do Último, e entre as mais
mirabolantes e exageradas algumas se des-
tacam, como a possível imortalidade da
criatura e a existência de um ponto fraco
específico capaz de derrotá-la.
Cultur a, festividades
e tr adições
A formação cultural de Casanova possui
tantas raízes, culturas e pluralidade que se-
ria impossível apontar todas elas sem que
precisássemos de centenas de páginas. En-
tre sincretismos, festividades, hábitos e
tradições, abordaremos a seguir algumas
das principais e mais conhecidas datas co-
memorativas e elementos culturais que
possuem reconhecimento continental pela
maioria dos povos nativos. Outras festan-
ças e folguedos, movimentos artísticos,
comportamentos tradicionais, folclores e etc
constam nos textos e descrições encontra-
dos no Capítulo 2 Casanova, terra das
palmeiras.
D ANÇAS DE R ODA
São manifestações culturais caracterizadas
por danças de roda e cânticos que fazem
parte das tradições e do folclore da maioria
dos povos de Casanova. Seus temas abor-
dam elementos culturais, práticas e
vivências comuns de seus povos, servindo
como alicerce afirmativo de suas raízes.
Abordam de forma lúdica e prática elemen-
tos como a natureza, a alegria, a
simplicidade, amor, etc. As Danças de Ro-
da também possuem função educativa
sendo praticada pelas crianças e jovens que
mantém viva a essência de seus povos.
Alguns instrumentos como a: zabumba,
ganzá, maracá, caracaxá (chocalho), a caixa,
ou tarol, são alguns exemplos.
 E NTRUDO
Trata-se de um folguedo popular tradicio-
nal, e bastante antigo, que recebeu
inúmeras influências e incorporações de
simbolismos e elementos culturais ao lon-
go do tempo. Atualmente antecede as
cerimônias ligadas a aspectos de purifica-
ção dos pecados e das profanações, sendo
conhecido como Carlevare. Se popularizou
ao longo do tempo através de festanças po-
pulares acaloradas, regadas a brincadeiras,
álcool, músicas e danças típicas, onde os
foliões se fantasiam de formas criativas e
divertem-se nas ruas (incluindo alegorias
como bonecos gigantes de pano e madeira)
e salões (bailes de máscaras são bastante
comuns). As principais celebrações e cultos
religiosos ligados ao Carlevare estão atual-
mente atreladas à figura da Salvadora e
ocorrem tradicionalmente em Fieza (possui
duração total de cinco dias, sendo os qua-
tro primeiros de festejos e o último de
abstinência e pureza, coincidindo com a da-
ta da morte de sua santidade).
F ESTIM DOS S ANTOS
Inicialmente praticado pelos povos nativos
de regiões fronteiriças ao Grandeserto, e
também nos interiores do Império Central,
os também chamados “Arraiais” são gran-
des festas e celebrações, originalmente
religiosas, que ocorrem no meio do ano e
são marcadas por uma série de elementos
que variam de região para região. Alguns
bastante comuns estão ligadas as supersti-
ções e promessas, como realização de
casamentos, muitos deles de cunho ficcio-
nal, música popular (ritmos alegres e
dançantes que normalmente utilizam triân-
gulos, sanfonas e violões), brincadeiras
animadas e danças coletivas, como pau-de-
sebo, quadrilhas em torno de fogueiras, etc.
As decorações e alegorias incluem bandei-
rinhas coloridas arqueadas de ponta a
ponta, balões de ar quente, artesanato fei-
to de palha e bambu, etc. As comidas típicas
tem como principais ingredientes o milho,
o amendoim além de bebidas alcoólicas
quentes a base de cana de açúcar.
P ELADA
Nenhum outro esporte possui tamanha po-
pularidade e força em toda Casanova 12
quanto a pelada. Praticado de norte a sul,
Bodega do Mestre
leste a oeste (incluindo os povos taba-raiz,
que possuem uma versão própria do jogo)
por fidalgos e plebeus, a pelada é uma ver-
dadeira paixão de âmbito continental.
Consiste em um esporte coletivo praticado
com o uso das pernas e pés, disputado por
jogadores que se dividem em dois times (o
número total de jogadores pode variar de
torneio para torneio e de acordo com certas
regras regionais) que se enfrentam com o
objetivo de marcar o maior número de pon-
tos em um determinado período
(normalmente dividido entre um pequeno
intervalo para descanso). Uma esfera feita
de tecidos, envolta em couro rígido costu-
rado, deve ser chutada em direção ao alvo,
cada acerto vale um ponto, quem marcar
mais pontos vence. É comum que existam
times rivais nas mesmas cidades, vilarejos
e pequenos distritos que se enfrentem in-
suflados por torcidas barulhentas e
criativas.
S AMBO
O principal ritmo musical popular de Casa-
nova é o sambo, uma mistura de percussões
empolgantes, violões que parecem chorar a
cada nota tocada e improvisos de variadas
sonoridades, o sambo promove a alegria
contagiante de todos que se aproximam de
suas características rodas, desde as reu-
niões nas esquinas das cidades mais
boêmias aos salões mais nobres e elitistas.
Sua origem está ligada aos ritmos e músi-
cas dos povos do Vale do Saravá misturados
e influenciados por outros instrumentos e
sonoridades de outros povos. Tropel é con-
siderada a principal e mais tradicional terra
do sambo. Democrático, envolvente, malan-
dro, elegante e único. O sambo é de todos e
para todos.
222
 Biomas
Um continente de proporções imensas, co-
mo Casanova, apresenta uma biodiversida-
de única e consequentemente biomas
12 bastante característicos, promovendo fau-
na e flora expressivas e extremamente ri-
cas. Existem seis principais “divisões”
Bodega do Mestre
territoriais no continente que influenciam
diretamente em certos hábitos de seus po-
vos nativos, suas manifestações culturais,
alimentações, espécies animais e vegetais,
etc.
Cada um desses biomas está diretamen-
te correlacionado e baseado nos biomas
reais brasileiros, extraindo toda sua mag-
nitude e versatilidade para as mesas e
aventuras de Orbe de Libra RPG.
Cerradal
Os territórios que abrigam o Cerradal pos-
suem extensas áreas de vegetações
rasteiras, com árvores e arbustos esparsos.
O clima tende a ser quente com certos pe-
ríodos de chuvas e um inverno seco. O
Cerradal é um dos maiores biomas de Ca-
sanova e está localizado na região centro-sul
do continente (limitado ao norte pelas fron-
teiras de Grandeserto), abrangendo regiões
como a República da Capivara (Arcoverde,
Fieza, Guardaluz, Novaterra e Ventura) e
parte de Morada dos Livres. Possui grande
variedade de espécies animais como a an-
ta, veado, onça, capivara, lobo-guará, etc.
Coxilhas
Este bioma, conhecido também como Cam-
panhas e Coxilhas do Sul, está localizado
ao sul do continente, abrangendo a parte
sul de Meão e parte de Invernia, suas prin-
cipais características são reconhecidas por
extensas planícies de elevações baixas e ve-
getações rasteiras. Possui clima temperado
chegando a temperaturas consideravelmen-
te baixas durante o inverno e propiciando
cultivo de determinados tipos de alimentos.
Espécies animais comuns da região: gra-
xaim, pica-pau, veado, capivara, tatus, etc.
222
Ermo
O menor entre os biomas existentes em Ca-
sanova, o Ermo está localizado entre
Matafunda e o Cerradal e possui caracte-
rísticas alagadiças em grande parte do seu
território principal. Ademais, suas terras
são constituídas normalmente por vegeta-
ções baixas (há variações em altitudes
maiores). O Ermo também é caracterizado
pela sua vasta capacidade hídrica sendo
contornado pelos principais rios que ali-
mentam as regiões fronteiriças e abastecem
vilas, cidades e alcançam milhares de pes-
soas. Inúmeras espécies habitam o
território, com grande variedade de aves e
peixes. Tuiuiú, arara-azul-grande, jacaré,
tucano, ema, onça, são apenas alguns
exemplos do que se pode encontrar na re-
gião.
Grandeserto
É o bioma que possui o clima mais quente,
árido de todo o continente. Suas principais
características são seu solo pedregoso, ra-
so e seco. Árvores e vegetações locais
possuem pouca folhagem mas grande capa-
cidade de resistir a altas temperaturas e
longos períodos sem chuvas. É um dos me-
nores biomas em extensão territorial de
Casanova e suas regiões mais próximas ao
litoral tendem a ter uma maior diversidade
em seu ecossistema (pois se aproximam das
Zonas Tropicais presentes principalmente
no norte, centro e sudeste). Espécies co-
muns são lagartos, cobras, onças-pardas e
variadas espécies de aves, como o carcará,
ararinha-azul, etc.
Matafunda
Certamente um dos maiores biomas em pro-
porções e extensões territoriais, Matafunda
representa um grande nível de preservação
a partir de seus povos nativos e a maior bi-
odiversidade de todo o continente. Seu clima
é quente e úmido, com chuvas diárias bas-
tante comuns. Em determinadas épocas do
ano ocorrem as altas das águas que inun-
dam boa parte do território. A maior
variedade em números de todos os tipos de
espécies estão em Matafunda, e entre as
animais estão os jacarés, araras, tucanos,
primatas, onças, gaviões-reais, ariranhas e
milhares de outros. Suas enormes e densas
florestas guardam os principais componen-
tes e segredos para elixires, remédios,
alimentos e estudos.
Tropicais
As Zonas Tropicais, ou apenas Tropicais,
englobam toda região territorial setentrio-
nal de Casanova com algumas alterações e
características próprias no leste (por conta
de sua altitude), alcançando também par-
tes do sudeste. Seu bioma possui
características bastantes diversas, com cer-
tas similaridades com Matafunda, e suas
áreas mais predominantes e preservadas se
encontram nos litorais acompanhando as
características climáticas de onde ocorrem,
sempre mantendo a característica exube-
rante de suas vegetações e ecossistemas.
Espécies comuns encontradas nesse bioma
são: mico-leão-dourado, onça, jaguaritaca,
bicho-preguiça, vários tipos de anfíbios e
aves, etc.
Sementes de Aventuras
As sementes de aventuras funcionam como
uma porta de entrada para um curioso lo-
cal desconhecido. Permitirão as primeiras
explorações e sensações dos mestres e jo-
gadores através do vasto continente de
Casanova.
A corrida dos cervos
A corrida dos cervos gigantes da gelada
Montalvo, dos anões Pé-de-gelo, foi sabota-
da por algum dos participantes, todos
animais foram encontrados mortos na noi-
te anterior ao evento. Os personagens foram
encarregados de investigar a cena do crime
e descobrir quem foi o assassino. Uma pis-
ta foi encontrada no galpão em que os
animais eram mantidos: resquícios de er-
va-mate nas fezes dos animais que parecem
ser da mesma origem daquelas trazidas pe-
los humanos do sul, da bandeira dos
Blancos, de quem pouco se sabe.
12
A milagreira e os
Bodega do Mestre
pescadores
Os fiéis da Casa do Marinheiro tem passa-
do dias e noites ininterruptos no templo em
celebrações isoladas. Quando são vistos, em
rápidos momentos, apresentam corpos ma-
gros e rostos abatidos. Os pescadores tem
relatado que os peixes desapareceram e
burburinhos apontam os rituais no templo
como os responsáveis pelo mau agouro. Os
personagens conhecem a milagreira que tem
organizado esses rituais e desejam salvá-la
antes que conflitos se iniciem.
Império Central Vs
Rufiões
Espiões a trabalho do Império Central trou-
xeram informações de que alguns grupos
ligados aos Rufiões estão acampados escon-
didos em regiões próximas às fronteiras sul,
nas Tropicais, e planejam um ousado ata-
que. Os personagens são contratados para
invadir o acampamento e sabotar os planos
dos Rufiões, além de explodirem os carre-
gamentos de bafo de dragão que eles
carregam. Eles devem procurar e capturar
um dos líderes do grupo inimigo conhecido
apenas como Língua Preta.
Nas profundezas de
Grandeserto
Um desabamento em um dos mais amplos
abrigos subterrâneos dos agashis engoliu
um dos anciãos videntes, sendo esse o mais
velho e sábio entre os poucos ainda vivos.
Sua busca e resgate serão delicados e peri-
gosos, pois as labirínticas profundezas de
Grandeserto escondem segredos, feras e
monstruosidades aprisionadas através de
222
 eras. Teriam os personagens um tempo li-
mite para concluir o resgate antes de novos
e fatais desabamentos?
No batuque do Sambo
12
Um grupo de músicos especializados no tra-
dicional ritmo de Tropel, o sambo, sofreu
Bodega do Mestre
Consider ações finais
E chegamos ao fim dessa grande e desafia-
dora aventura, dando mais um passo em
uma jornada que certamente não se encer-
ra por aqui. Foi um prazer apresentar-lhes
Orbe de Libra RPG, com sistema e cenário
completos, prontos para momentos de di-

um ataque de criaturas que pareciam ter versão e entretenimento.

uma única perna e uma espécie de gorro Quem disse que a brasilidade não pode
vermelho. Roubaram seus pertences, in- ser fantástica?
cluindo seus instrumentos, enquanto
viajavam por uma estrada próxima à saída
sul de Tropel. Para voltarem a trabalhar pre-
D EFENDA L IBR A !
cisam recuperar seus equipamentos. Um
aviso pregado na praça principal informa
que as apresentações no local estão suspen-
sas temporariamente e caso alguém
recupere os instrumentos dos músicos re-
ceberá um barril de cerveja como
pagamento.

O armazém, a
aguardente e a limonesa
Uma horda taú invadiu um grande arma-
zém de cana de açúcar, matéria prima de
um dos ingredientes da saborosa limonesa:
a aguardente (os outros ingredientes são:
limão e açúcar ou mel). O senhor das ter-
ras interioranas de Vivenda está oferecendo
uma boa recompensa em realezas e algu-
mas garrafas de aguardente a quem puder
expulsar os invasores (ou descobrir o que
eles querem com a cana de açúcar).

O cordel encantado
Um trovador das regiões secas de Novater-
ra tem aplicado golpes através de seus
"cordéis encantados” capazes de ludibriar
os ouvintes através de histórias mirabolan-
tes que sempre resultam em bonança e
fortuna. As vítimas só se dão conta do ocor-
rido quando já é tarde demais. Os
personagens são contratados para encon-
trar o aproveitador que está viajando pela
região e atraindo alguns seguidores que pa-
recem estar “enfeitiçados”.

222
 Apoiadores
Alexandre Nolêto
Alexsandro Teixeira Cuenca
Alvaro Neto
Alysson Bruno
Anderson AncadiuS "Bilicão"
Anderson Machado
Anderson Moreira dos Anjos
André Soares de Souza
Andrei H. Santos
Arthur e Luana Scorvo
Arthur Santana Calderon
Arthur Vieira Soares
Artur Morales
Bárbara Manzano Machado
Brunno Elias Ferreira
Brunno Stein Zorzanelli
Bruno Fernandes
Bruno Floriani
Bruno Nogueira de Barros
Bruno Spadeto
Caio Arthur Serrão Bentes
Caio Cruz
Carlos Augusto Berlitz
Carlos Renato Soares de Azevedo
Carolina Lopes Perez
Celestian Geek ART
Claus Rodrigues Tessmann
Cleber Pecini
Cleison "Silfer"
Critical Skills
Daiane Caroline Alves de Souza
Daniel Portela
Daniel Soares
Danilo Baldo Mota
Diego Boss
Diego Dukão
Apoiadores
Diogo Duarte
Diogo Morett Pietrani
Dm Rony
Dóris Abrunhosa
Douglas Mota
Eduardo Sardinha
Eliana Vieira Peres
Elivaldo Sapucaia
Emanuel G.M.
Erik de Souza Scheffer
Erik Lopes Gomes da Silva
Fabio "Druida" Carvalho
Fábio Djyn Bertho Jr.
Fabrício Delgado
Felipe Becchelli
Fernando Fenero
Flávio dos Santos Campos
Flavio Ribeiro
Gabriel Farias Lima
Gabriel Mirço
Gabriel Peixoto Cordeiro
Giovani Mateus Bordignon
Guilherme Batista
Guilherme Brunstein
Guilherme Cosenza
Gustavo Buçard Camilo
Gustavo Jardim de Souza
Heitor "Heriot" Figueiredo
Heitor Krüger de Freitas
Hugo M Rodrigues
Hugo Yuri
Igor Coura de Mendonça
Igor Firmino
Janildo Dantas
Jean Ricieri
Jefferson de Araújo
222
 Jefferson Neves Rafael Moreira Trigueiro
Jefferson Ribeiro Brasil Rafael Portero Lima
Jhonny Leite Randi Maldonado
João Felipe Gomes dos Santos Neto Raony Salgueiro
João Gabriel de A. P. da Cunha Ravi Heinrichs
João Gabriel Gomes "Jonga" Renan Akira Nakau
Jonathas Madeira Renan Pereira Gerber
José Antonio Pires de Oliveira Filho RetroPunk Publicações
Apoiadores

José Carlos Lisbôa Recarey Eiras Rey Bonfim

José Noce Bones de Souza Ricardo Kruchinski
Josiellerson Silva Ritielle de Souza
Juliano Domingues Roberto Tadashi Wakita Soares
Junior Brito Rodolfo Willian
Keller Cristian Silva Borges Rodrigo Carvalho Dias
Lara Antunes Rodrigo Soares
Leandro Alves RolimTT
Leandro Lisboa Ronald Tunner de Souza Santos
Leonardo Carneiro Ronan Sampaio
Leonardo Figueira dos Santos RPG com Nozes
lianker lopes Samuel Oliveira Bitencourt
Lucas "Havoc" Suzigan Nachtigall Sandro Duarte
Lucas Albuquerque Saulo Daniel Ferreira Pontes
Lucas Barbosa Saulo Feitosa de Oliveira
Lucas Facini Senhorita Lyra
Lucas Fernandes Lourenço Silvia Peres
Lucas Moreira Stéfano Albino Vilela Rezende
Lucas Ollyver Gonçalves Barbosa Talles Magalhães
Lucas Vicente da Silva Thaïs de Souza Simões
Luis Fellipe Santos Magri Thiago Righetti
Luiz Otavio Silva Santos Tulio De Pieri
Manoel "D'Mann" Martiniano Victor "MinVic" Pereira
Marco Feitosa Araújo Victor Kichler
Marcos "Lonely Shadow" Mancini Vinícius Severo Almeida
Marcus Costa Vitor Carvalho
Mario Vinicius Walacy Douglas dos Santos Miguel
Mark Korant Walter B. G.
Matheus Gansohr Wellington Ricieri Moura
Matheus Piccoloto Gonçalves Wendel Gomes Monteiro Motta
Matheus V. Barros Wesley Novaes "Bodão"
Miguel Salim Silveira Yan Braga
Nelson Mesquita Yuri Firmino
Paulo Cesar Peres Batista
Pedro Henrique Matos Muito obrigado!
PH Autarquia
Rafael Mingoranci

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