Bestiário do Folclore brasileiro

Símbolos e Selos do Manual da Classificação Indicativa 2015

Uma Surpresa Brasileira
Símbolos e Selos do Manual
Com uma seleção de criaturas inspiradas nas lendas e folclore
brasileiros, antigos e recentes, prontas para jogar no seu sistema
Símbolos Sem Borda
da
de RPG preferido, o Bestiário do Folclore Brasileiro levará aos seus
jogos, em qualquer cenário que seja, uma sensação, gosto e
Classificação
lembrança de um Brasil mítico! Podendo ser utilizados
como oponentes ou aliados adicionais aos usuais
em jogos de fantasia, os seres apresentados neste
livro enriquecem e trazem a surpresa de volta

Símbolos Sem Borda

aos seus jogos, oferecendo a possibilidade de
situações inusitadas e diferentes do que se
está acostumado a ver em jogos de fantasia.
Neste livro, você encontrará:

• 50 criaturas inspiradas nos contos

populares do passado e do Brasil atual,
do 1º ao 20º nível, desde os yauaretês
parentes da onça ao temível aboiguaçu
com seu corpanzil.
• Textos ricos produzidos sob intensa
pesquisa de ambientação e folclore
brasileiro, fomentando ideias de jogo e
ganchos de aventuras.
• Regras específicas e especializadas criadas
por especialistas no sistema de jogo para
tornar sua experiência completa.
• Um apêndice com resumo das criaturas
por tipo e nível e com regras gerais, seguido
por uma lista do material bibliográfico que
inspirou este Bestiário.

Violência
Drogas Lícitas

www.triaeditora.com.br
Produzido no Brasil
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Bestiário do folclore brasileiro 5E. -- 1. ed. --

Belo Horizonte, MG : Tria Editora, 2022.

Vários autores.
Vários colaboradores.
ISBN 978-65-996083-3-9

1. Folclore - Brasil 2. Jogos de aventura

3. Jogos de fantasia.

23-141512 CDD-793.93
Índices para catálogo sistemático:

1. Jogos de aventura : Recreação 793.93

2. Jogos de fantasia : Recreação 793.93

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

 créditos Autores
Daniel Bartolomei, Martim Rosa, Rafael Menão, Ricardo Costa e Sandro Albertini

créditos
Desenvolvimento
Bruno Mares, Daniel Bartolomei, Luiz Ricon, Martim Rosa, Rafael Menão, Ricardo Costa e Sandro Albertini

Ilustrações
Giancarlo R. Siervo

Edição Logotipia
Bruno Mares Rafael Tschope

Design De Regras Para Quinta Projeto Gráfico

Edição Rafael Tschope e M.A.D.A.L.I
Daniel Bartolomei
Diagramação
Design De Regras Para Pathfinder Rafael Tschope
Segunda Edição
Brício Mares, Bruno Mares e Calvin Semião Revisão
Brício Mares, Bruno Mares, Calvin Semião, Karen
Design De Regras Para T20 Cristina Kunz e Joyce Dantas
Pedro Coimbra e Thiago Rosa
Revisão De Conteúdo E
Arte Da Capa Sensibilidade
Giancarlo R. Siervo Karen Cristina Kunz e Joyce Dantas

Agradecimentos
A todos os apoiadores do financiamento coletivo, que tornaram esse livro possível!
Aos Aventureiros dos Reinos, às nossas famílias e a todos que torceram por nós; Abílio da Costa Rosa, Carolina Caproni, Caroline
Lacerda, Deise da Silva Câmara, Eduardo “Dudu” Câmara Costa, Elisa Abrams, Fernanda Rodrigues, Henrique Câmara Costa,
Isabela C. Menão, Juliane Prenhacca, Lázaro Antônio Vieira, Lucas Ruffo, Luciana Mendonça, Luiz Eduardo Ricon, Marcelo
Siervo, Maria Lúcia M. Vieira, Maíra Rocha, Mayra Miranda Marroni, Murilo dos S. Martins, Murilo Pedrozo, Norma M. Menão,
Salvador Menão, Silvia Helena B. Vieira, Tânia dos Santos, Tereza da Costa Rosa, Thais Lucie S. Bartolomei e Victor Penachini

Avenida do Contorno 6399, Loja 2

Belo Horizonte/MG | CEP 30110-039
(31) 99396-1026
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Bestiário do Folclore Brasileiro (5e) © 2022, Tria Editora. Todos os direitos reservados. Tria Editora, Bestiário do Folclore Brasileiro, o logo
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Este produto está de acordo com a Open Game License (OGL) e é apropriado para uso com a Quinta Edição do RPG mais antigo do mundo.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida (seja armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer
forma ou meio eletrônico, mecânico, fotocopia, gravação ou outros) sem a expressa autorização por escrito da editora.

As licenças de jogo aberto e de compatibilidade são apresentadas na seção final deste produto.
Todos os direitos reservados à Tria Editora.
Produzido no Brasil. Dezembro de 2022.

2
 sumário
Créditos 2 Gorjala 64
Sumário 3 Iara  66
Arte da Capa 4 Ipupiara 68
Prefácio 5 Labatut 70
Introdução 6 Lubisóme 72
Criaturas 8 Mãe do Ouro 74
Abati 8 Mão de Cabelo 76
Aboiguaçu 11 Mapinguari 78
Alamoa 13 Matinta-Perera 80
Anhangá 15 Mimo 82
Bernúncia 18 Mula-Sem-Cabeça 86
Boi-da-Cara-Preta 22 Papa-Figo 88
Boi Vaquim 24 Perna Cabeluda 90
Boitatá 26 Pisadeira 92
Boto 28 Quibungo 94
Bradador 30 Rondolo 96
Cabra-cabriola 32 Saci-Pererê 98
Cachorrinha d’Água 34 Sanguanel 102
Caipora 36 Tutu Marambá  104
Capelobo 38 Unhudo 106
Caruara 40 Urutau 108
Chibamba 42 Var-Zin 110
Chupa-Cabra 44 Wara-Piranga  112
Corpo-Seco 46 Yauaretê 114
Cresce-Míngua 48 Zaori 117
Cria da Onça Celeste 50 Apêndice 119
Cuca 52 Criaturas por Tipo 119
Cupendiepes 55 Criaturas por Nível 119
Curacanga 58 Inspiração 121
Curupira 60 OGL 122
Estátua de Bronze 62 Listagem de Apoiadores 123
3
 arte da capa
arte da capa

NA CAPA
Giancarlo Siervo ilustra três seres do folclore brasileiro: um muito conhecido ao centro: o saci-pe-
rerê, tem seu rosto ilustrado com seu barrete vermelho e sua característica expressão sarcástica;
um pouco conhecido à esquerda: o boitatá, com foco em um de seus olhos buscando atentamen-
te por invasores, envolto por suas escamas escuras; e um quase desconhecido, à direita: a Onça
Celeste, com seu olho amarelo penetrante, seu focinho azulado e suas manchas que refletem o luar.

4
 prefácio
“Em uma entrevista, fizeram a Claude Lévi-Strauss a seguinte pergunta: ‘O que é um mito?’. E o

prefácio
antropólogo assim respondeu: ‘Se você perguntasse a um índio americano, é muito provável que ele
respondesse: é uma história do tempo em que os homens e os animais ainda não se distinguiam. Esta
definição me parece muito profunda’.”
— Pedro de Niemeyer Cesarino, “Xamanismo”

M
ito, lenda, Folclore. O saber de um povo. Nossa herança cultural. O DNA do nosso imaginá-
rio. Todos nós recebemos do passado distante um mesmo manancial de histórias e persona-
gens que forjaram a alma daquilo que chamamos de nação. Mais do que compartilhar uma
mesma História, todos nós compartilhamos dessas mesmas histórias, mitos, personagens, lendas e
monstros que assombram e assustam, explicam e educam, advertem e aconselham.
Desde muito criança eu sou apaixonado pelo Folclore Brasileiro. Enquanto meu pai
lia para mim as histórias de Monteiro Lobato, minha avó contava que, ali na vizinhança,
tinha um rapaz que virava lobisomem e que a gente não devia entrar no porão, porque ti-
nha saci. O que fez com que eu passasse um tempo enorme com uma peneira e uma garrafa
na entrada do porão, esperando por um pé de vento.
Os mitos e lendas são assim: eles excitam a nossa imaginação, desafiam a nossa compreensão
e ocupam aquela zona cinzenta entre o real e o possível. Entre o que sabemos e o que desconhe-
cemos, mas que apenas intuímos, imaginamos.
Este livro é mais do que uma coleção de monstros e assombrações. É um tesouro! Ele reúne
alguns dos personagens mais fascinantes e estranhos que a imaginação brasileira foi capaz de
engendrar nesses mais de 500 anos de História.
Para os jogadores, este bestiário oferece novos desafios, descobertas, sustos, triunfos e
conquistas.
Já os mestres vão encontrar nas próximas páginas uma incrível legião de monstros e
criaturas, como jamais se viu em qualquer aventura de Dungeons and Dragons, Pathfinder,
Tormenta ou de qualquer RPG de fantasia medieval!
Essa é a sua grande chance de desafiar jogadores veteranos, surpreender novatos e
trazer um novo sabor e um tempero todo especial para a sua mesa.
Que as criaturas escondidas nas páginas deste livro possam fazer com que os seus joga-
dores se sintam excitados, animados e desafiados… mas jamais seguros!

Luiz Eduardo Ricon

Escritor, roteirista e autor do RPG O Desafio dos Bandeirantes, o 1° RPG inspirado na
História e no Folclore Brasileiro

5
 introdução
O
Bestiário do Folclore Brasileiro apresenta uma
introdução
seleção de criaturas inspiradas nas lendas e folclo-
re brasileiros, antigos e recentes, prontas para
jogar no seu sistema de RPG preferido. Podendo ser
utilizadas como oponentes ou aliados adicionais aos
usuais em jogos de fantasia, além de suas estatísticas
e elementos de regras, todas as criaturas possuem um
texto descritivo que apresenta suas histórias e origens,
ambientação e comportamento sugeridos, além de
ilustrações de referência exclusivas e personalizadas.
Os monstros apresentados neste livro, produzidos
sob a mais intensa pesquisa da ambientação e folclore
brasileiro e com regras projetadas por especialistas
nos sistemas de jogo, foram pensados para apresen-
tarem os mais variados desafios, ocupando
uma ampla gama de níveis e estilos
6
de dificuldades para os jogadores, visando oferecer
maiores possibilidades narrativas. Ainda, com o perfil
das criaturas apresentadas neste bestiário, visamos
aumentar as possibilidades da maneira de superar
desafios, apresentando várias criaturas com desem-
penho social e focado em outras situações de jogo que
não sejam o combate.
As criaturas deste Bestiário do Folclore Brasileiro
podem ser usadas em qualquer cenário de fantasia
de RPG, em adição ou como alternativa àqueles
adversários mais conhecidos. Além disso, você pode
também usá-las em conjunto, já que muitas dessas
criaturas têm relações entre si, como o abati e o
aboiguaçu, ou o corpo-seco e o bradador. É possível,
ainda agrupá-las para formar uma nova ecologia de
um cenário próprio, inspirado em um Brasil mítico,
ou quem sabe uma nova terra ou continente
misterioso, até onde sua imaginação permitir e
o levar.
Enfim, oferecemos aqui tudo que um Mestre
precisa para adicionar esses novos e inesperados seres
fantásticos para interagir com os heróis de seu mundo
de aventura, e diversos textos de ambientação e inspi-
ração que proporcionarão aos jogadores uma narrativa
mais rica e com possibilidade de identificação pessoal.
O Bestiário do Folclore Brasileiro é um livro de
mitologia?
Não. Essa é a resposta mais correta. Embora os
textos deste livro tentem refletir o máximo possível da
essência das criaturas folclóricas e lendárias apresen-
tadas, extraída em consultas a diversas fontes sobre
o tema, este livro não é um livro de folclore, mitologia
ou história brasileira (ou de qualquer outro lugar).
Não temos a intenção de apresentar este livro dessa
forma. Existem autores e materiais mais competentes
e voltados para isso.
Claro, é sim possível aprender muito sobre os seres
de nossas lendas e mitos com os textos descritivos
apresentados neste manual. Mas fique atento: foi
indispensável que fizéssemos ajustes para adaptá-las
como material de jogo e possibilitar que os jogadores
e mestres as percebam como parte integrante natural
dos jogos de fantasia.
Caso você conheça o boitatá, o saci ou a mula-sem-
-cabeça, será capaz de identificar as características
principais das lendas nas versões apresentadas no
Bestiário do Folclore Brasileiro, mas outras caracterís-
ticas e seres podem (e provavelmente irão) diferir em
vários pontos, tornando-se uma novidade para você e
seus companheiros de jogo.
Se quiser se aprofundar nos mitos abordados neste
manual de criaturas, recomendamos consultar a seção
Inspiração ao final do livro e, assim, conhecer mais
sobre o rico mundo do folclore e lendas brasileiros
apresentados pelos mais variados autores com diver-
sas perspectivas e interpretações.
A Volta da Surpresa
Se você é um jogador ou um Mestre faz algum tempo
ou simplesmente é um aficionado por RPG e fantasia,
certamente já experimentou ou ouviu histórias de
aventuras em que bravos heróis lutam contra criatu-
ras fantásticas em nome de um bom ideal (ou, quem
sabe, de um saco recheado de moedas douradas).
Os adversários destes aventureiros geralmente são
goblins, orcs, dragões, grifos e muitas outras criaturas,
a maioria delas oriundas das lendas e mitologias de
diversas culturas europeias. Elas povoam o cinema e a
literatura, tornando-se a base dos perigos que assolam
as masmorras, cavernas, estradas e cidades existentes
nos RPGs mais famosos.
Justamente por serem bastante difundidas,
muitos jogadores já sabem o que esperar quando
se deparam com essas criaturas, como um dragão
(“hmm… esse bicho cospe fogo, é melhor arrumar
Aviso de Conteúdo
O Bestiário do Folclore Brasileiro apresenta releituras e
reinterpretações de diversos seres do folclore e mitos
brasileiros. Porém, como as lendas nas quais este livro
é inspirado podem apresentar, por diversas vezes e
pelas mais variadas razões, conteúdos sensíveis e que
podem deixar alguns leitores desconfortáveis, nos
sentimos na obrigação de alertar ao leitor. Muitas
lendas brasileiras tocam e são fundamentadas em
sexismo, preconceitos, outros comportamentos e
até mesmo crimes que eram aceitos pela sociedade à
época em que foram criadas ou difundidas. Visando
tornar o livro acessível a todos os jogadores de RPG,
subvertemos e ajustamos algumas lendas buscando
representá-las em sua essência, mas sem ferir a inte-
gridade moral e social dos leitores.
Contudo, embora tenhamos nos esforçado e
utilizado de equipe especializada para acertar ao
máximo, é possível que algum conteúdo ainda se
aproxime de situações indevidas e desconfortáveis
do mundo real e seja considerado inapropriado
em algumas interpretações. Por isso, antes de usar
qualquer material deste livro em seus jogos, con-
verse com os demais jogadores da mesa e busque
o consentimento de todos sobre a utilização de
determinados assuntos e propostas de conteúdo,
visando uma experiência de jogo divertida, mas
sempre segura e agradável para todos.
uma proteção contra esse elemento”) ou uma
medusa (“é melhor evitar o olhar desse monstro”).
Isso acaba por retirar um pouco da sensação de
descoberta e das soluções criativas que poderiam
ser tentadas. Ainda que um bom jogador deva evitar
o metajogo, nestes casos é difícil conseguir uma
completa surpresa.
Neste livro, você encontrará seres famosos do
folclore brasileiro que jamais poderiam ficar de fora
de uma proposta como essa, como a cuca e o curupira,
mas também descobrirá outros seres fantásticos que,
provavelmente, você nem imaginava existir na cultura
brasileira, mas que são formidáveis e instigantes
acréscimos ao seu jogo de RPG, não devendo absolu-
tamente nada aos mais icônicos monstros presentes
nos manuais mais tradicionais. E alguns não existem
de fato mesmo, pois são seres inéditos, baseados
no nosso folclore, como por exemplo os mimos e os
wara-pirangas.
Por fim, queremos dizer a você que este livro foi
escrito por mestres e jogadores apaixonados pelo RPG
e pela cultura brasileira. Esperamos que ele possa
proporcionar ao seu grupo de jogo muitas horas de
diversão e, ao mesmo tempo, levar a cada vez mais
pessoas a riqueza de nossa cultura.
Divirta-se e seja bem-vindo ao universo do folclore
brasileiro!
7
 abati
O
s abatis são humanoides aquáticos que vivem em gran-
abati
des rios, principalmente os que cortam áreas selvagens
e sertões. Seus corpos alongados são recobertos de
uma pele cinza-escura, revestida com um muco escorrega-
dio e grandes escamas em forma de placas que protegem as
regiões mais vitais do seu corpo. Seus dedos, tanto dos pés
quanto das mãos, são unidos por membranas e terminam
em garras afiadas. Uma barbatana dorsal espinhosa acom-
panha seu corpo, conferindo grande mobilidade e rapidez
sob as águas. As de gênero feminino apresentam barbata-
nas mais longas e flexíveis que se estendem em uma crista
de cores mais vivas. Os abatis possuem guelras na região do
pescoço e podem respirar tanto na água quanto fora dela.
O Povo e o Nego d’Água. Essas criaturas também
são conhecidas como “negos d’água” ou “caboclos
d’água” por pescadores e ribeirinhos, que costumam
ver somente as silhuetas escuras passando velozes
pela superfície dos rios ou, ao longe, quando os abatis
deixam por instantes o meio aquático para desfruta-
rem de um pouco de sol nas rochas que despontam
das águas. Geralmente são tratados com desconfiança
e hostilidade por quem navega pelos territórios onde
vivem. Defensores de suas áreas, cortam as redes de
pesca e destroem anzóis e armadilhas. Em alguns ca-
sos, viram canoas e outras embarcações, entrando em
confronto com os invasores dos seus domínios.
Uma Sociedade Submersa. Os abatis constroem
suas vilas nas regiões mais profundas dos rio: uma
ou duas dezenas de estruturas simples, dispostas de
forma espiralada, feitas a partir de seixos e conchas.
Na parte mais central desses povoados sempre há o
fosso. Cercado de ornamentos e oferendas, é em volta
do fosso que os abatis costumam se reunir, seja para
seus ritos religiosos ou conselhos.
A sociedade abati é dividida em três castas, sendo
que nenhuma é considerada inferior às outras. São
elas: caçadores, sacerdotisas e sentinelas.
Cânticos Silenciosos. O povo d’água transmite
seus costumes oralmente; embora compreendam o
conceito de escrita, acreditam que toda comunicação
deve se dar de uma maneira que a água possa levar.
Eles se comunicam em sua própria linguagem, emitida
em sons baixos demais para os ouvidos humanos e
ineficiente fora d’água. A música é muito importante
em sua cultura, mas seus acordes serão para sempre
silenciosos aos ouvidos dos povos secos.
É Só o Piolho da Cobra. Escondido e escancarado
entre as peculiares estruturas, canções e oferendas ao
fosso, se enterra o maior segredo abati. O fosso termina na
bocarra de um aboiguaçu adormecido (veja página 11). Os
rituais e cânticos o mantém inerte. O povo d’água acredita
que ele está consciente e intercede pela comunidade. O
termo que utilizam para nomeá-lo, caso fosse traduzido
para a linguagem comum, evocaria a ideia de “pai” e “rio”.
8
Não se sabe quem veio antes, aboiguaçus ou abatis,
mas é fato que quando um desses enormes seres hiber-
na, logo um agrupamento abati surge para se estabele-
cer na região. Talvez aboiguaçus sonhem com abatis.
Abati Caçador
Os abatis caçadores carregam lanças e são responsá-
veis pela coleta de alimentos, manutenção da vila e, se
necessário, proteção direta da comunidade.
Abati Caçador
Humanoide Médio (abati), Normalmente Neutro
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 39 (6d8 + 12)
Deslocamento 6 m, natação 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 12 (+1) 14(+2) 11 (+0) 11 (+0) 12 (+1)
Perícias Percepção +4, Sobrevivência +2
Imunidades a Condição cego
Sentidos percepção às cegas 18 m (apenas na água),
Percepção passiva 14
Idiomas Abati
Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
Anfíbio. O abati caçador pode respirar ar e água.
Escorregadio. O abati caçador tem vantagens nos testes para
evitar ser agarrado.
Sonar. O abati caçador pode se orientar na água ao emitir ondas
sonoras e é capaz de encontrar o caminho mesmo nos locais
mais escuros e turvos. Como resultado, o abati caçador é imune
à condição cego e ganha bônus de +2 na perícia Sabedoria
(Percepção) (já incluso nas estatísticas). Magias, efeitos mágicos
ou condições que negam o som não afetam esta característica.
Ações
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +3 para acertar,
alcance 1,5 m. Dano: 5 (1d6 + 1) cortante.
Lança. Arma de Combate Corpo a Corpo ou à Distância: +3
para acertar, alcance 1,5 m ou alcance 6/18 m, um alvo. Dano:
5 (1d6 + 1) perfurante, ou 6 (1d8 + 1) perfurante se usada
com as duas mãos para realizar um ataque corpo a corpo.
Abati Sacerdotisa
As sacerdotisas são sempre do gênero feminino e costumam
ter uma crista ainda mais longa e ondulante do que aquelas
pertencentes às outras castas. São responsáveis pelo ritual
de preparação de alimentos, cuidado com os feridos e por
guiar espiritualmente a comunidade. Costumam passar al-
gumas horas dos seus dias diante do fosso entoando hinos.
Abati Sacerdotisa
Humanoide Médio (abati), Normalmente Neutro
As Carrancas e os Abatis
Classe de Armadura 12 Existe algo que pode fornecer uma proteção especial
Pontos de Vida 32 (7d8) contra os abatis: a presença de uma carranca mágica,
Deslocamento 6 m, natação 12 m uma cabeça monstruosa esculpida em madeira rara
FOR DES CON INT SAB CAR e pintada com tintas especiais que pode repeli-los.
No entanto, se for possível, os abatis tentam atacar à
8 (-1) 14 (+2) 10 (+0) 12 (+1) 14 (+2) 14 (+2)
distância, virar os barcos ou derrubar as imagens nas
Perícias Atuação +4, Intuição +4, Percepção +6, Religião +4 águas do rio para afastar a visão amedrontadora das
Imunidades a Condição cego carrancas, para assim poderem agir livremente.
Sentidos percepção às cegas 18 m (apenas na água),
Percepção passiva 16
Idiomas Abati; entende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 1 (200 XP)  Bônus de Proficiência +2

Anfíbio. A abati sacerdotisa pode respirar ar e água.

Escorregadio. A abati sacerdotisa tem vantagens nos testes

para evitar ser agarrada.

Sonar. A abati sacerdotisa pode se orientar na água ao emitir

ondas sonoras e é capaz de encontrar o caminho mesmo
nos locais mais escuros e turvos. Como resultado, a abati
sacerdotisa é imune à condição cego e ganha bônus
de +2 na perícia Sabedoria (Percepção) (já incluso nas
estatísticas). Magias, efeitos mágicos ou condições que
negam o som não afetam esta característica.

Ações
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acer-
tar, alcance 1,5 m. Dano: 6 (1d6 + 2) cortante.

Arrasto (Recarga 5–6). A abati sacerdotisa emite uma

onda de força de arrasto que varre tudo a partir dela. Cada
criatura em um cubo de 4,5 metros originando na abati
sacerdotisa deve fazer uma salvaguarda de Constituição
CD 12. Se falhar, a criatura sofre 18 (4d8) pontos de dano
contundente e é empurrada 3 metros para longe da abati
sacerdotisa. Em caso de sucesso, a criatura sofre
metade do dano e não é empurrada. Além disso,
objetos soltos que estejam completamente dentro
da área de efeito são automaticamente empurrados.

Crista Cromática (Recarga 5–6). A abati sacerdotisa emite

uma variedade de luzes ofuscantes e coloridas a partir de sua
crista. Jogue 6d10, com o resultado sendo a quantidade total
de pontos de vida das criaturas que este efeito pode afetar.
Criaturas em um cone de 4,5 metros com origem na abati
sacerdotisa são afetadas em ordem crescente de seus pontos
de vida atuais (ignorando criaturas inconscientes e criaturas
que não possam enxergar).
Começando com a criatura com a menor quantidade de
pontos de vida, cada criatura afetada por este efeito fica cega
por 1d4 rodadas. Subtraia os pontos de vida de cada criatura
do total, antes de continuar para a próxima com os pontos de
vida mais baixos. Os pontos de vida da criatura devem ser me-
nores ou iguais ao total remanescente para que ela seja afetada.

9
Abati Sentinela
Os abatis sentinelas têm escamas mais escuras e
mantêm vigia constante e discreta do seu território.
São os que costumam nadar próximo à superfície e os
mais bem preparados para possíveis interações com os
10
povos secos. Portam azagaias com pontas venenosas
capazes de causar irritação na pele. Agem rápida e
silenciosamente mas, se preciso for, uma quantidade
suficiente de sentinelas nadando em círculo é capaz de
criar redemoinhos fortes o suficiente para virar uma
canoa ou até mesmo barcos maiores.
Abati Sentinela
Humanoide Médio (abati), Normalmente Neutro
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 20 (3d8 + 6)
Deslocamento 9 m, natação 15 m
FOR DES CON INT SAB CAR
13 (+1) 14 (+2) 14 (+2) 12 (+1) 11 (+0) 10 (+0)
Perícias Furtividade +4, Percepção +4
Imunidades a Condição cego
Sentidos percepção às cegas 18 m (apenas na água),
Percepção passiva 14
Idiomas Abati; entende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 1/4 (50 XP)  Bônus de Proficiência +2
Anfíbio. O abati sentinela pode respirar ar e água.
Escorregadio. O abati sentinela tem vantagens nos testes para
evitar ser agarrado.
Manto das Águas. O abati sentinela tem vantagem em testes
de Furtividade quando embaixo d’água.
Sonar. O abati sentinela pode se orientar na água ao emitir ondas
sonoras e é capaz de encontrar o caminho mesmo nos locais
mais escuros e turvos. Como resultado, o abati sentinela é imune
à condição cego e ganha bônus de +2 na perícia Sabedoria
(Percepção) (já incluso nas estatísticas). Magias, efeitos mágicos
ou condições que negam o som não afetam esta característica.
Redemoinho. Quando em conjunto, o abati sentinela tem
acesso à essa habilidade especial. Se um número suficien-
te de protetores usar a ação Correr em seu turno para
nadar em círculos, cria-se um turbilhão que pode virar
embarcações. Dois sentinelas são necessários para virar
uma canoa, quatro para virar um barco pesqueiro e oito
para um veleiro. O condutor deve ser bem-sucedido em
uma salvaguarda de Destreza CD 14 para evitar o efeito e
continuar a navegar.
Ações
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m. Dano: 6 (1d6 + 2) cortante.
Azagaia. Arma de Combate Corpo a Corpo à Distância: +4
para acertar, alcance 1,5 m, ou alcance 9/36 m, um alvo. Dano:
6 (1d6 + 2). O alvo deve ser bem-sucedido em uma salvaguar-
da de Constituição CD 13 ou sofre desvantagem nas jogadas
de ataque por 1d6 rodadas por causa da substância urticante
contida na lâmina.
 aboiguaçu
O
aboiguaçu, também conhecido como minhocão
— nome dado por aqueles que testemunharam
aboiguaçu
sua presença — é uma espécie colossal e rara
de criatura, sobrevivente de uma época imemorial,
quando o mundo era jovem e nenhum ser inteligente
habitava a terra. O aboiguaçu é um gigantesco peixe
serpentino, de corpo pintado como o surubim e com
uma boca cavernosa preenchida com enormes dentes
pontiagudos. Seu corpo é coberto por uma pele
grossa e escorregadia, a cabeça protegida por placas
ósseas e os olhos suprimidos ao se adaptarem às
profundezas escuras dos rios e das terras. O tamanho
da criatura varia de acordo com a sua antiguidade,
podendo medir dezenas de metros ou até mesmo qui-
lômetros de extensão em exemplares mais antigos.
Pai dos Rios. Eras atrás, os aboiguaçus arras-
tavam seus enormes corpanzis sobre a superfície,
criando sulcos profundos e abrindo nascentes, for-
mando dessa maneira muitos dos rios que existem
atualmente. No entanto, hoje preferem se deslocar
no subterrâneo, criando extensas cavernas, e nos
leitos de grandes cursos d’água, raramente subindo
à superfície. Os maiores e mais antigos, no entanto,
costumam escavar tocas verticais nas profunde-
zas dos rios e hibernar nelas durante séculos. O
despertar de um aboiguaçu ancião é extremamente
raro, mas quando acontece, libera um potencial
destrutivo inimaginável, capaz de arrasar
cidades inteiras.
Salve-se Quem Puder. Os aboiguaçus que não
atingiram a época de hibernação, costumam se
alimentar de praticamente tudo que suas bocar-
ras puderem abarcar, desde matéria orgânica até
rígidos minerais, graças a uma enzima extrema-
mente corrosiva produzida em seus estômagos. O
avistamento de um aboiguaçu é raro, mas possível,
nas ocasiões em que sobem à superfície dos rios ou
passam por minas abertas em montanhas próximas
às águas. Encontros com essas criaturas são eventos
terríveis e, na maioria das vezes, fatais, já que um
mero balançar do seu corpo pode criar ondulações
capazes de virar embarcações ou causar desaba-
mentos de túneis, isso sem mencionar a voracidade
das suas mordidas. Sabe-se pouco sobre a reprodu-
ção desses seres ancestrais, mas alguns dos sábios
que estudaram essas criaturas especulam que os
aboiguaçus depositam ovos nas entranhas da terra,
que eclodem com o calor do núcleo magmático em
um processo que demora centenas de anos para ser
concluído, liberando as novas crias no mundo.
Aboiguaçu
Monstruosidade Colossal, Sem Alinhamento
Classe de Armadura 18 (armadura natural)
Pontos de Vida 314 (19d20 + 114)
Deslocamento 15 m, escavação 9 m, natação 21 m
FOR DES CON INT SAB CAR
28 (+9) 7 (-2) 22 (+6) 2 (-4) 10 (+0) 6 (-2)
Salvaguardas For +15, Con +12
Sentidos percepção às cegas 9 m, sismiconsciência 18 m,
Percepção passiva 10
Idiomas —
Nível de Desafio 20 (25.000 XP) Bônus de Proficiência +6
Escavador de Túneis. O minhocão pode escavar rocha sólida
com metade do deslocamento de escavação, deixando um
túnel de 9 metros de diâmetro por onde passa.
Monstro de Cerco. O minhocão causa o dobro de dano con-
tra objetos e estruturas (já incluso no Tremor de Terra).
Resistência Lendária (3/Dia). O minhocão escolhe se quer ser
bem-sucedido em uma salvaguarda que tenha falhado.
Ações
Ataques Múltiplos. O minhocão faz dois ataques com a mordida.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +15 para acertar,
alcance 3 m, um alvo. Dano: 27 (4d8 + 9) perfurante. Se o alvo
for uma criatura Grande ou menor, deve ser bem-sucedido
em uma salvaguarda de Destreza CD 19 ou é engolido pelo
minhocão. Uma criatura engolida fica cega e contida, tem
cobertura total contra ataques e outros efeitos vindos do lado
de fora do minhocão, e sofre 21 (6d6) pontos de dano ácido
no início de cada um dos turnos do minhocão.
Se o minhocão, em um único turno, sofrer 30 pontos
de dano ou mais de uma criatura dentro dele, ele deve ser
bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição CD 19
no final do turno ou regurgita todas as criaturas engolidas,
que ficam caídas em um espaço a até 3 metros do minhocão.
Se o minhocão morrer, uma criatura engolida não fica mais
contida e pode escapar da carcaça usando 6 metros de movi-
mento, ficando caída ao sair.
Ações Lendárias
O minhocão pode executar 3 ações lendárias, escolhendo
entre as opções abaixo. Apenas uma opção de ação lendária
pode ser usada por vez, e apenas no final do turno de outra
criatura. O minhocão recupera as ações lendárias gastas no
começo do turno dele.
Engolir. Quando está na água, o minhocão abre a boca
e suga a água e tudo o mais que estiver a até 9 metros.
Qualquer criatura pega no influxo do minhocão deve ser
bem-sucedida em uma salvaguarda de Destreza CD 19 para
não ser engolida.
11
Tremor de Terra (Custa 2 Ações). O minhocão revolve a terra Onda d’Água (Custa 3 Ações). O minhocão se move dentro
ao seu redor, sacudindo criaturas e estruturas em contato com o da água e faz com que surja uma onda de 6 metros de altura e
solo nessa área. Um intenso tremor chacoalha o chão em um cír- 18 metros de raio. Quando a onda surge, cada criatura na área
culo de 36 metros tendo o minhocão como epicentro. O terreno precisa fazer uma salvaguarda de Força CD 19. Se falhar, sofre 22
se torna difícil, e qualquer criatura na área deve ser bem-su- (4d10) pontos de dano contundente e é arrastada
cedida em um salvaguarda de Destreza CD para fora da área. Em caso de sucesso ela sofre meta-
19. Se falhar, a criatura fica caída de do dano e não é arrastada.
e perde a concentração.
Qualquer estrutura em
contato com o chão
na área sofre 150
pontos de dano
contundente.

12
 alamoa
E
m algumas regiões litorâneas com formações rochosas,
seja na praia ou em pleno mar, são os locais de avista-
alamoa
mento das belas e perigosas alamoas. Muitos pescado-
res, marinheiros, nativos e aventureiros já perderam a vida
seguindo a aparição de uma dessas assombrações.
Atrativos Fatais. Os avistamentos da alamoa sempre
ocorrem em praias, à noite, com maior ocorrência durante
tempestades elétricas. A presença encantadora da alamoa,
que se apresenta como uma mulher loira e de pele clara,
é suficiente para enfeitiçar e fazer com que a vítima a siga
nadando, enquanto ela própria caminha sobre as águas.
Levada até um penhasco litorâneo, a criatura enfeitiçada
descobre que a alamoa a aguarda, porém o véu da beleza
já não a cobre por completo, revelando as partes espectrais
do seu corpo, e o rosto deformado pelo desespero. Se a pró-
pria vítima, agora apavorada, não se jogar do penhasco, a
alamoa a empurra, transformando o encontro em tragédia.
Os poucos que conseguem escapar evitam falar a
respeito, mas quando o fazem relatam que, mesmo após
fugirem, um facho de luz os teria perseguido, como se a
alamoa ainda não estivesse satisfeita.
Prisioneira de Seus Pertences. Muitos acreditam
que as alamoas guardam algum tesouro valioso. Porém,
na verdade, elas estão presas a um objeto repleto de
lembranças de sua vida passada. Poucos sabem desse
fato, por isso a perda de objetividade ao persegui-las lhes
custa a vida.
Alamoas, quando vivas, eram damas que naufragaram
junto a uma relíquia com a qual estavam emocionalmente
ligadas: um dote, uma herança ou simplesmente um objeto
pessoal amado. Isso significa que, sob as águas, em algum
lugar do trajeto entre a aparição de uma alamoa e o local
onde ela elimina o enfeitiçado, jaz essa lembrança.
A frustração das alamoas ao verem seus acompanhan-
tes não encontrarem seu item de estimação é o que as leva
a matar. Elas anseiam que alguém o recupere, pois somen-
te assim o seu espírito estará liberto do mundo material. O
facho de luz que persegue aqueles poucos que conseguem
fugir indica aproximadamente a localização do objeto, mas
no desespero da fuga, quase ninguém relaciona os fatos.
Natureza Desmorta. A alamoa não precisa respirar,
beber, comer ou dormir.
Alamoa
Morto-vivo Médio, Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 45 (10d8)
Deslocamento 0 m, voo 15 m (pairar)
FOR DES CON INT SAB CAR
1 (-5) 14 (+2) 10 (+0) 10 (+0) 12 (+1) 15 (+2)
Resistências a Dano ácido, gélido, ígneo, elétrico, trovejante;
contundente, cortante e perfurante de ataques não mágicos
O Descanso da Alamoa
Caso alguém recupere o item de uma alamoa, ela se
acalmará e aguardará a finalidade que será dada ao
seu pertence. Quem encontrou o objeto deve lhe
dar uma destinação respeitosa, nunca simplesmen-
te destruí-lo. Uma boa ideia seria enterrar o item e
realizar uma prece, libertando o espírito atormentado
da alamoa de uma vez por todas de sua sina.
Imunidades a Dano necrótico, venenoso
Imunidades a Condição agarrado, caído, contido, en-
feitiçado, envenenado, exausto, inconsciente, paralisado,
petrificado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 11
Idiomas compreende todos os idiomas que conhecia em
vida, mas não pode falar
Nível de Desafio 2 (450 XP)  Bônus de Proficiência +2
Facho de Luz. A alamoa emite um facho de luz com 30
centímetros de diâmetro e 6 metros de alcance que fornece
luz plena em um raio de 4,5 metros a partir do foco do facho
e meia-luz por mais 4,5 metros.
Movimento Incorpóreo. A alamoa pode se mover através de
outras criaturas e objetos como se fossem terreno difícil. Ela
sofre 6 (1d10) pontos de dano energético se terminar o turno
dentro de um objeto.
Ações
Ataques Múltiplos. A alamoa ataca duas vezes com o toque
da morte.
Toque da Morte. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4
para acertar, alcance 1,5 m, uma criatura. Dano:
11 (3d6) necrótico.
Enfeitiçar. A alamoa escolhe como alvo um humanoide à
vista a até 9 metros. Se o alvo puder ver a alamoa, ele deve ser
bem-sucedido em uma salvaguarda de Sabedoria CD 12 con-
tra esta magia ou fica enfeitiçado por ela. O alvo enfeitiçado
considera a alamoa como uma amiga de confiança. Embora
o alvo não esteja sob controle da alamoa, ele atende ao cha-
mado dela da maneira mais favorável possível, seguindo-a até
onde ela for. Uma vez que a alamoa faça algo prejudicial para
o alvo, o efeito se encerra sobre ele.
Impulso Telecinético. A alamoa tem como alvo uma criatu-
ra ou objeto que não estiver sendo utilizado a até 9 metros
dela. Uma criatura deve ser de tamanho Médio ou menor
13
para ser afetada por esta magia, e um objeto pode pesar
até 70 quilos.
Se o alvo é uma criatura, ele deve ser bem-sucedido em
uma salvaguarda de Força CD 12. Se falhar, a alamoa arremessa
o alvo até 9 metros em qualquer direção, incluindo para
cima. Se entrar em contato com uma superfície dura ou
objeto pesado, o alvo sofre 4 (1d6) pontos de dano para
cada 3 metros que se moveu. Em caso de sucesso, o alvo
não é arremessado.
14
Se o alvo é um objeto que não está sendo usado ou
carregado, a alamoa o atira até 9 metros em qualquer direção.
A alamoa pode usar o objeto como uma arma de
combate à distância, atacando uma criatura
ao longo do percurso do objeto (+4 para
acertar) e causando 5 (2d4) pontos de
dano contundente em um acerto.
 anhangá
F
alar sobre o anhangá é abraçar contrapontos.
Enquanto um sujeito pode dizer que a visagem se
anhangá
manifesta como o mais belo veado, outro pode jurar
que ele é um tatu maior que um novilho. Alguns ainda ga-
rantem que o anhangá não se vê, que chega e passa como
uma força invisível que não poupa caçadores e entornos.
E todos estariam certos, ainda que nenhum por completo.
Podemos afirmar que, quando esse espírito se faz
visível, o faz na forma de um animal, normalmente
muito maior e mais imponente do que o padrão da es-
pécie. Seu pelo, penas ou escamas são brancos, e seus
olhos, vermelhos ardentes.
Acreditas na Onça, na Fala ou na Dança do
Pássaro? Essa é uma história muito antiga sobre
um celestial, mas uma que ainda pode ser contada:
Anhanga foi o primeiro bicho, mas era bicho-espírito,
já que carne ainda não existia. Quando o primeiro
bicho-carne se fez presente, esse espírito tomou-lhe
emprestada a substância e experimentou o que era
sê-lo, morando em seu corpo. E fez o mesmo com o se-
gundo, com o terceiro e com todos os bichos. E assim,
foi todo-bicho, aprendeu o canto dos pássaros, o bote
da cobra e o ruminar do boi. Viviam em harmonia,
Anhanga e os bichos que ainda não tinham nome.
Esse tempo foi anterior ao surgimento dos huma-
noides. Com a civilização se fazendo presente, as coi-
sas passaram a ser nomeadas, mas não pelo que eram,
e sim pelo que se entendia delas; e quando chegou a
vez de nomear o primeiro bicho-espírito, chamaram-
-lhe Anhanga. Mais tarde, quando foi necessário a um
demônio nomear, não encontraram um novo termo e,
percebendo que tanto o celestial conhecido quanto o
ínfero se manifestavam de maneira invisível e tinham
a capacidade de possuir outros seres, decidiram, ao
ínfero, também batizar Anhanga.
Acreditas no Demônio? Nomes têm poder, e com-
partilhar o título com um ínfero não deixou Anhanga
ileso. Isso conspurcou o espírito celestial, iniciando
um processo de demonização. Para retardar o pro-
cesso, dividiu-se em diversos pedaços, um para cada
bicho que conhecia, refugiando-se na carne dessas fe-
ras, agora conhecidas como anhangás. É assim que ele
vive hoje em dia, aos pedaços e convertido nas formas
daqueles animais.
Em seus abrigos, os anhangás preferem evitar a
presença daqueles ditos “civilizados”, pois temem que
esse contato, frequentemente violento, fortaleça o lado
ínfero em seus âmagos. Por isso preferem a companhia
de outros bichos, os quais defendem como a si mes-
mos. Às vezes, o local em que vivem passa a ser tido
como assombrado. Não são raros os desaparecimentos
e fenômenos nesses recantos.
Acreditas nas Obras Dele, nas Diabruras? Há
quem tenha encontrado um anhangá e garante que
isso lhe salvou a vida. Anhangás não querem o mal
pelo mal, e se receberem o devido respeito e homena-
gens e isso se estender aos seus protegidos, podem se
apresentar como forças benignas. Ele é capaz de trazer
mortos recentes de volta à vida e, em sua presença,
feridas se fecham mais facilmente. Dizem que todo
bicho ouve o seu assovio e o atende, sumindo por com-
pleto ou indo ao seu encontro.
Já os mal-intencionados que cruzaram seu cami-
nho descrevem uma fera incansável — isso quando
chegam a vê-la. Contam que dos olhos se projetam
raios de fogo infernal e que nas proximidades da fera
a realidade se torna difícil de discernir, e aliados e
inimigos se misturam, tornando a batalha ainda mais
difícil. Os mais supersticiosos dizem que as presas de
um anhangá cortam mais fundo que a carne, fazendo
com que sangre o espírito.
Anhangá
Celestial/Ínfero Grande, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 16 (armadura natural)
Pontos de Vida 210 (20d10 + 100)
Deslocamento todos os da fera personificada + 3 m
FOR DES CON INT SAB CAR
20 (+5) 20 (+5) 20 (+5) 16 (+3) 22 (+6) 18 (+4)
Salvaguardas For +10, Des +10, Con +10, Sab +11
Perícias Furtividade +10, Intimidação +9, Intuição +11,
Percepção +11, Sobrevivência +11
Resistências a Dano gélido, ígneo, elétrico; contundente,
cortante e perfurante de ataques não mágicos
Imunidades a Dano venenoso
Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene-
nado, paralisado
Sentidos percepção às cegas 18 m, visão no escuro 18 m,
Percepção passiva 21
Idiomas Abissal, Celestial, Comum e Silvestre
Nível de Desafio 14 (11.500 XP) Bônus de Proficiência +5
Audição, Olfato e Visão Aguçados. O anhangá tem vanta-
gem em testes de Sabedoria (Percepção) que dependem da
audição, do olfato ou da visão.
Bicho-Carne. A forma manifesta do anhangá não é sua forma
definitiva. Quando o anhangá perder pelo menos metade dos
seus pontos de vida (105), sua forma animal é destruída e ele
assume sua forma ínfera, com os mesmos atributos, porém
naturalmente invisível e com acesso apenas aos poderes
malignos.
Dádiva da Carne (Benigno). Qualquer efeito de cura realiza-
do a até 18 metros do anhangá é maximizado, sempre tendo
o melhor resultado possível.
15
 O Refúgio de um Anhangá
O refúgio de um anhangá pode variar muito em
localização e aparência, dependendo do animal
personificado: corpos d´água, florestas, campos,
montanhas, mangues, etc. Tais locais são protegidos
por druidas ou guardiões conhecidos como Valeimes,
responsáveis pela percepção de que os arredores do
covil de um anhangá sejam assombrados. Para evitar
a possível corrupção que uma interação indesejada
possa causar, eles cercam o território com armadilhas
e estão sempre alertas, escondidos dos olhos despre-
parados, prontos para entrar em ação se necessário.
Paradigma. Ainda que cada anhangá se apresente na forma
de uma fera diferente, ele é uma criatura de origem celestial
e mantêm seus atributos, classe de armadura, pontos de vida
e ações independente de sua forma animal. Seu deslocamen-
to varia de acordo com o animal assumido e seu tamanho,
torna-se Grande, caso seja inferior a Grande.
Refúgio Animal. Na presença do anhangá, qualquer um de
seus aliados a até 18 metros é envolto em uma aura luminosa
e recebe +1 na CA e jogadas de salvaguarda.
Resistência à Magia. O anhangá tem vantagem em salvaguar-
das contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Ataques Múltiplos. O anhangá faz dois ataques com a arma
natural.
Arma Natural. O anhangá faz um ataque com uma das
armas naturais disponíveis para sua forma. Arma de Combate
Corpo a Corpo: +10 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo.
Dano: 19 (3d8 + 5) contundente, cortante ou perfurante (de
acordo com a arma natural utilizada)
Devorar Alma (Maligno). O anhangá faz um ataque com
Arma Natural contra uma criatura com 0 pontos de vida.
Caso acerte, a criatura falha automaticamente em todas as
salvaguardas contra morte e não pode ser ressuscitada. Caso
utilize essa ação, o anhangá perde o acesso à ressurreição e
passa a poder utilizar essa ação livremente.
Conjuração. O anhangá conjura uma das magias a seguir
usando a Sabedoria como atributo de conjuração (CD 19
para evitar magia):
À vontade: curar ferimentos (benigno), imagem maior (benigno)
1/dia cada: invisibilidade maior (maligno; caso conjure
essa magia, o anhangá perde o acesso a curar ferimentos),
ressurreição (benigno)
Raio de Fogo Infernal (Maligno). Ataque Mágico à Distância:
+11 para acertar, alcance 9 m, um alvo. Dano: 25 (7d6) ígneo
16
Entre o Divino e o Profano
Os anhangás são criaturas celestiais que carregam
em si uma marca profana que pode levá-los a se
tornarem ínferos. Em termos de jogo, essa mácula
se reflete como pares de poderes formados por um
poder considerado “benigno” e outro que pode ser
entendido como “maligno”.
O anhangá pode fazer uso de qualquer desses
poderes mas, uma vez que se decida por acionar
um poder “maligno”, perde acesso à sua contraparte
“benigna” e passa a poder utilizar esse poder maligno
sem nenhuma restrição. Anhangás evitam ao máximo
acessar os poderes “malignos”.
Uma vez que tenha trocado todos os seus poderes
“benignos” pelos “malignos”, a única coisa que impe-
de a transformação do anhangá em ínfero é a forma
animal que assegura sua existência celestial. Caso esta
seja eliminada, ele assume sua forma invisível e passa
a ser um ínfero por completo.
Anhangás ínferos mantêm os mesmos objetivos
que os celestiais, ainda que os métodos que empre-
guem sejam bem mais severos. Se a forma invisível for
eliminada, essa partícula do Anhanga deixa de existir.
Mestres podem fazer uso de anhangás em diferen-
tes estágios de corrupção.
mais 14 (4d6) necrótico. Caso utilize essa ação, o anhangá
perde o acesso à imagem maior e passa a poder utilizar essa
ação livremente.
Ações Bônus
Anunciação (Benigno). O anhangá emite um som agudo e
prolongado, ou a vocalização típica do animal que habita,
para servir de aviso e afastar feras que se encontrem a até 9
quilômetros do anhangá.
Chamamento (Maligno; Recarga 6). O anhangá emite um
som agudo e prolongado ou a vocalização típica do animal
que habita. Ao fazê-lo, ele pode conclamar duas feras de ND
2; ou quatro feras de ND 1; ou seis feras de ND 1/2. Os animais
conclamados chegam em 1d4 rodadas. Caso utilize essa ação,
o anhangá perde o acesso à Anunciação e passa a poder usar
essa ação bônus livremente.
Reações
Desviar Ataque (Maligno). O anhangá distorce a percep-
ção de um adversário para redirecionar um ataque armado
feito contra si. O atacante deve ser bem-sucedido em uma
salvaguarda de Sabedoria CD 17 ou desfere o ataque con-
tra um dos seus aliados que esteja a até 1,5 m do anhangá.
Se não houver nenhum aliado a até 1,5 m, essa reação
não surte efeito. Caso utilize essa reação, o anhangá perde
o acesso à Dádiva da Carne e passa a poder utilizar essa
reação livremente.
17
 bernúncia
“A bernúncia é um bicho brabo,
bernúncia
já engoliu Mané João.
Come pão, come bolacha,
come tudo que lhe dão”.
N
as florestas de clima temperado, em meio às ma-
tas de araucária, um aventureiro pode, desafortu-
nadamente, deparar-se com as temperamentais
e imprevisíveis bernúncias. Parentes dos dragões, elas
possuem uma cabeça negra desproporcionalmente
grande, que lembra a de um jacaré. Seu corpo serpenti-
no, apoiado sobre sete ágeis pares de pernas, é coberto
por escamas coloridas, formando padrões em verde,
amarelo e vermelho vibrantes. Podem atingir 15 me-
tros quando adultas, havendo relatos sobre bernúncias
anciãs com mais de 18 metros.
Dragões dos Folguedos. As coloridas bernúncias
são criaturas inteligentes e têm um particular apreço
pela diversão. Mais do que ouro ou pedras preciosas,
bens cobiçados por seus parentes distantes, apreciam
canções, brincadeiras, festas, histórias, piadas e outros
tipos de entretenimentos. Por conta disso, muitas
acabam fazendo amizades com bardos e menestréis
e se envaidecem em estarem nas histórias e cantigas
propagadas pelas tavernas e festejos.
Isso não significa que sejam criaturas inofensivas.
Algumas bernúncias escravizam artistas, prendendo-os
em seus covis para seu deleite particular, ou exigem que
o povo de uma comunidade lhes preste homenagens e
festas para as satisfazerem, quase sempre sob a ameaça
de invadirem as ruas de vilas e aldeias e devorar, vivos,
seus habitantes. Não raro, antes de atacar seus inimigos,
essas criaturas os colocam em jogos ou criam confusões
apenas com o intuito de se divertirem.
Rápidas e Vorazes. Essas criaturas se deslocam
velozmente, muito além do que o seu grande e lon-
gilíneo corpanzil sugere. Contornam habilmente os
troncos das árvores e escalam as rochas com excep-
cional maestria. Devoram tudo que encontram em seu
habitat, preferindo animais de maior porte, que lhes
provêm sustento por mais tempo. Quando enchem a
barriga, repousam por horas para digerir suas presas.
Muitos fazendeiros evitam a criação de gado em áreas
próximas aos covis de bernúncias, pois é certo que aos
poucos verão seu rebanho ser reduzido a nada.
Na Barriga da Bernúncia. Aqueles que resolvem
confrontar uma bernúncia, descobrirão que isso não
é brincadeira. Seu corpo pode envolver e imobilizar
a vítima, enquanto a mandíbula potente é capaz de
infligir uma poderosa mordida e até mesmo engolir
seus oponentes vivos e por inteiro, deixando-os para
18
— Canção Popular
serem digeridos pelos fortes ácidos do estômago da
bernúncia. Como se isso não fosse o suficiente, elas
também são capazes de conjurar algumas magias,
notadamente da escola de encantamento, o que torna
as bernúncias ainda mais perigosas.
O Covil de uma Bernúncia
As bernúncias preferem fazer seus covis em áreas ro-
chosas e cavernosas. Assim como outros dragões, são
muito vaidosas e têm predileção especial por acumu-
lar obras de arte, instrumentos musicais e espelhos.
Ações de Covil
Na contagem de iniciativa 20 (perdendo em caso
de empate da sequência de iniciativa), a bernúncia
executa uma ação de covil para causar um dos efeitos
mágicos a seguir:
• A bernúncia aproveita-se dos espelhos em seu covil
e, para confundir ainda mais os invasores, conjura
reflexos. O efeito dura até que a bernúncia dispense
as duplicatas, que elas sejam destruídas ou que a
bernúncia morra.
• A bernúncia pode conjurar efeitos semelhantes às
magias dança irresistível e gargalhada nefasta em
uma criatura inteligente na linha de visão que fa-
lhar em uma salvaguarda de Sabedoria CD 15. Um
novo teste pode ser realizado pela criatura afetada
no início de cada turno. O efeito dura até que se
passe no teste ou a criatura afetada sofra dano.
• A bernúncia pode fazer com que qualquer efeito de
dança irresistível e gargalhada nefasta se espalhe
e contagie outras criaturas invasoras do seu covil.
Qualquer criatura que possa ver ou ouvir outra
criatura afetada por essas magias deve ser bem-su-
cedida em uma salvaguarda de Sabedoria CD 15 ou
também é afetada. Em caso de sucesso ou quando
o efeito das magias se encerrar para ela, a criatura
fica imune a essas magias conjuradas pela bernún-
cia pelas próximas 24 horas.
Efeitos Regionais
A região que contém o covil de uma bernúncia é dis-
torcida pela presença mágica da criatura, criando os
efeitos mágicos a seguir:
• Flores a até 9 quilômetros do covil da bernúncia
adquirem deslumbrantes matizes brilhantes.
• Dentro do covil, a bernúncia pode configurar sons
ilusórios, como uma música suave ou ecos estranhos,
que podem ser ouvidos em diversas partes do covil.
• Entalhes mágicos do rosto da bernúncia sorrindo
podem ser vistos espalhados pelo terreno e em
objetos de pedra a até 9 quilômetros do covil.
• Criaturas inteligentes a até 1,5 quilômetros do covil
da bernúncia caem na gargalhada. Até assuntos
sérios repentinamente podem diverti-las.
Bernúncia Anciã
Dragão Colossal, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 20 (armadura natural)
Pontos de Vida 174 (12d20 + 48)
Deslocamento 18 m, escalada 18 m, escavação 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
20 (+5) 20 (+5) 18 (+4) 15 (+2) 15 (+2) 19 (+4)
Salvaguardas For +11, Des +11, Sab +8, Car +10
Perícias Atuação +10, Furtividade +11, Percepção +8,
Persuasão +11
Imunidades a Dano ácido
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos percepção às cegas 18 m, visão no escuro 36 m,
Percepção passiva 18
Idiomas Comum, Dracônico e outros 3 idiomas
Nível de Desafio 17 (18.000 XP) Bônus de Proficiência +6
Ações
Ataques Múltiplos. A bernúncia faz três ataques, dois com
as garras e um com a mordida ou com a constrição. Ela pode
usar Engolir em vez da mordida.
Cauda. Arma de Combate Corpo a Corpo: +11 para acertar,
alcance 4,5 m, um alvo. Dano: 14 (2d8 + 5) contundente.
Constrição. Arma de Combate Corpo a Corpo: +11 para acer-
tar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 23 (4d8 + 5) contundente, e
o alvo fica agarrado (CD 18 para escapar). Até o agarramento
terminar, a criatura fica contida e a bernúncia não pode usar
constrição em outro alvo.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +11 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 19 (3d8 + 5) cortante.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +11 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 27 (4d10 + 5) perfurante.
Conjuração. A bernúncia conjura uma das magias a seguir
usando o Carisma como o atributo de conjuração (CD 18
para evitar magia):
4/dia cada: gargalhada nefasta, leque cromático
3/dia: dominar pessoa
1/dia: dança irresistível
Engolir. A bernúncia faz um ataque de mordida contra uma
criatura Grande ou menor que ela estiver agarrando. Se
O Ovo da Bernúncia
Bernúncias acasalam a cada dez anos e põem de um a
três ovos multicoloridos em rochas expostas à luz solar.
Os ovos atraem a cobiça de alguns por suas proprieda-
des mágicas. Uma criatura que beba o conteúdo de um
ovo misturado ao extrato do cipó mil homens ganha
vantagem nos testes de Carisma por uma semana.
Existe uma chance de 15% daquele que consumiu o
ovo sofrer um efeito semelhante à magia gargalhada
nefasta, com duração de 1 hora. Ovos de bernúncia
são considerados peças de arte e, seja por isso ou pelas
propriedades mágicas, alcançam o valor de até 100 PO.
acertar o ataque, o alvo sofre dano da mordida, é engolido e
o agarramento termina. Enquanto estiver engolida, a criatura
fica cega e contida, tem cobertura total contra ataques e ou-
tros efeitos fora da bernúncia e sofre 28 (8d6) pontos de dano
ácido no começo de cada um dos turnos da bernúncia.
Se em um único turno a bernúncia sofrer 50 pontos de dano
ou mais de uma criatura dentro dela, ela deve ser bem-sucedida
em uma salvaguarda de Constituição CD 19 no final do turno
ou regurgita a criatura engolida, que fica caída em um espaço a
até 3 metros da bernúncia. Se a bernúncia morrer, a criatura en-
golida não fica mais contida por ela e pode escapar do cadáver
usando 9 metros de deslocamento, saindo e ficando caída.
Ações Lendárias
A bernúncia pode executar 3 ações lendárias, escolhendo as
opções a seguir. Apenas uma opção de ação lendária pode ser
usada por vez, e apenas no final do turno de outra criatura. A
bernúncia recupera as ações lendárias gastas no começo do
turno dela.
Ataque de Garras ou Constrição. A bernúncia faz um ata-
que com as garras ou constrição.
Cauda. A bernúncia faz um ataque com a cauda.
Cuspir Ácido (Custa 2 Ações). A bernúncia cospe seu ácido
estomacal em uma linha de 9 metros de comprimento e 1,5
metro de largura, desde que ela não esteja agarrando nenhu-
ma criatura. Cada criatura na linha deve fazer uma salvaguar-
da de Destreza CD 19, sofrendo 21 (6d6) pontos de dano
ácido se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso.
Bernúncia Adulta
Dragão Enorme, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 18 (armadura natural)
Pontos de Vida 90 (12d12 + 36)
Deslocamento 15 m, escalada 15 m, escavação 7,5 m
FOR DES CON INT SAB CAR
18 (+4) 18 (+4) 16 (+3) 14 (+2) 14 (+2) 18 (+4)
19
Salvaguardas For +8, Des +8, Sab +6, Car +8
Perícias Atuação +8, Furtividade +8, Percepção +6, Persuasão +8
Imunidades a Dano ácido
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos percepção às cegas 18 m, visão no escuro 36 m,
Percepção passiva 16
Idiomas Comum, Dracônico e outros 2 idiomas
Nível de Desafio 12 (8.400 XP) Bônus de Proficiência +4
Ações
Ataques Múltiplos. A bernúncia faz três ataques, dois com
as garras e um com a mordida ou com a constrição. Ela pode
usar Engolir em vez da mordida.
Cauda. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 4,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) contundente.
Constrição. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) contundente, e o
alvo fica agarrado (CD 15 para escapar). Até o agarramento
terminar, a criatura fica contida e a bernúncia não pode usar
constrição em outro alvo.
Garra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) cortante.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 15 (2d10 + 4) perfurante.
Conjuração. A bernúncia conjura uma das magias a seguir
usando o Carisma como o atributo de conjuração (CD 16
para evitar magia):
3/dia cada: gargalhada nefasta, leque cromático
2/dia: dominar pessoa
1/dia: dança irresistível
Engolir. A bernúncia faz um ataque de mordida contra uma
criatura Média ou menor, que ela estiver agarrando. Se acertar
o ataque, o alvo sofre dano da mordida, é engolido e o agarra-
mento termina. Enquanto estiver engolida, a criatura fica cega
e contida, tem cobertura total contra ataques e outros efeitos
fora da bernúncia, e sofre 21 (6d6) pontos de dano ácido no
começo de cada um dos turnos da bernúncia.
Se em um único turno a bernúncia sofrer 30 pontos de dano
ou mais de uma criatura dentro dela, deve ser bem-sucedida
em uma salvaguarda de Constituição CD 16 no final do turno
ou regurgita a criatura engolida, que fica caída em um espaço
a até 3 metros da bernúncia. Se a bernúncia morrer, a criatura
engolida não fica mais contida por ela e pode escapar do
cadáver usando 9 metros de deslocamento, saindo e ficando
caída.
Ações Lendárias
A bernúncia pode executar 3 ações lendárias, escolhendo as
opções a seguir. Apenas uma opção de ação lendária pode ser
usada por vez, e apenas no final do turno de outra criatura. A
bernúncia recupera as ações lendárias gastas no começo do
turno dela.
20
Ataque de Garras ou Constrição. A bernúncia faz um ata-
que com as garras ou constrição.
Cauda. A bernúncia faz um ataque com a cauda.
Cuspir Ácido (Custa 2 Ações). A bernúncia cospe seu ácido
estomacal em uma linha de 9 metros de comprimento e 1,5
metro de largura, desde que ela não esteja agarrando nenhu-
ma criatura. Cada criatura na linha deve fazer uma salvaguar-
da de Destreza CD 15, sofrendo 11 (3d6) pontos de dano
ácido se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso.
Bernúncia Jovem
Dragão Grande, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 16 (armadura natural)
Pontos de Vida 68 (9d10 + 18)
Deslocamento 12 m, escalada 12 m, escavação 6 m
FOR DES CON INT SAB CAR
16 (+3) 16 (+3) 14 (+2) 13 (+1) 12 (+1) 15 (+2)
Salvaguardas Des +6, Sab +4, Car +5
Perícias Atuação +5, Furtividade +6, Persuasão +5
Imunidades a Dano ácido
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos percepção às cegas 9 m, visão no escuro 36 m,
Percepção passiva 11
Idiomas Comum, Dracônico
Nível de Desafio 6 (2.300 XP) Bônus de Proficiência +3
Ações
Ataques Múltiplos. A bernúncia faz três ataques, dois com as
garras e um com a mordida ou com a constrição.
Constrição. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 8 (1d8 + 3) contundente, e o
alvo fica agarrado (CD 14 para escapar). Até o agarramento
terminar, a criatura fica contida e a bernúncia não pode usar
constrição em outro alvo.
Garra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d6 + 3) cortante.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (1d10 + 3) perfurante.
Conjuração. A bernúncia conjura uma das magias a seguir
usando o Carisma como o atributo de conjuração (CD 13
para evitar magia):
2/dia cada: gargalhada nefasta, leque cromático
1/dia: dominar pessoa
Bernúncia Filhote
Dragão Médio, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 14 (armadura natural)
Pontos de Vida 39 (7d8 + 7)
Deslocamento 9 m, escalada 9 m, escavação 4,5 m
 FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 14 (+2) 12 (+1) 12 (+1) 12 (+1) 14 (+2)
Salvaguardas Des +4, Sab +3, Car +4
Perícias Atuação +4, Furtividade +4, Persuasão +4
Imunidades a Dano ácido
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos percepção às cegas 3 m, visão no escuro 18 m,
Percepção passiva 11
Idiomas Dracônico
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2

Ações
Constrição. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d8 + 2) contundente, e o
alvo fica agarrado (CD 12 para escapar). Até o agarramento
terminar, a criatura fica contida e a bernúncia não pode usar
constrição em outro alvo.

Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,

alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 8 (1d10 + 2) perfurante.

21
 boi-da-cara-preta
A
pesar de refletir o aspecto de uma criatura importante
para muitos povos, a fúria e comportamento execrável
boi-da-cara-preta
do boi-da-cara-preta justificam sua presença enraizada
nas cantigas de ninar, entoadas para assustar crianças que já
passaram da hora de dormir. Aqueles que têm maior apreço
pela vida preferem não invocar o nome desse sórdido bovino.
Seres bípedes, enormes, musculosos e possuidores de
uma inteligência maligna, os bois-da-cara-preta são armas
vivas perfeitas e instrumentos impecáveis de matança.
Exílio Voluntário. Um boi-da-cara-preta sozinho
seria capaz de destruir uma vila, casas e vidas em mi-
nutos, sem qualquer refreio. Felizmente, essas criaturas
preferem o isolamento e costumam habitar locais aban-
donados, longe da civilização. Eles têm obsessão por
grandes estruturas e procuram se abrigar em enormes
complexos de cavernas ou minas. Na inexistência delas,
habitam templos, castelos e fortes abandonados. Há
relatos até mesmo de bois-da-cara-preta vivendo nos
esgotos de grandes cidades ou em caravelas encalhadas
no litoral. Uma vez que sejam provocados ou motivados
a agir, pouca coisa sobra em seu caminho.
Eles também são atraídos por objetos brilhantes,
principalmente ouro e pedras preciosas, às vezes che-
gando até mesmo a minerar atrás de metais preciosos
e gemas. Seus covis contêm muitos tesouros, mas sem-
pre de forma bruta. Seres bélicos, são competentes no
manuseio de diversas armas. Preferem espadas longas,
lanças e manguais superdimensionados até mesmo
para o seu tamanho, todos adornados ricamente e for-
jados em estilos ameaçadores e alguns ainda carregam
consigo o armamento que trouxeram do Abismo.
Criaturas Corrompidas. A corrupção de um ser de
imagem tranquila e plácida, ao mesmo tempo forte e
resistente, está associada à maleficência de seres dos pla-
nos inferiores, e os bois-da-cara-preta não são diferentes.
Em algum momento, motivado por pensamentos
inconcebíveis aos mortais, algum lorde demônio esque-
cido relacionado a animais distorcidos idealizou uma
criatura que pervertesse a imagem dos bovinos, tão
valorizados no Plano Material. Suas experiências resul-
taram primeiramente em bois abissais, mas na opinião
do demônio eles não eram temíveis o suficiente e ainda
mantinham demais o aspecto bovino. Insatisfeito com o
resultado, o lorde demônio escolheu os mais miseráveis
seres do Abismo e cruzou-os com esses bois abissais. O
resultado foi o boi-da-cara-preta, uma monstruosidade
que carrega estampada na face a escuridão do Abismo
e, em sua essência, a fome de destruição.
Embora tenham sido criados para serem soldados, os
bois-da-cara-preta não eram disciplinados como batalhão
e lutavam entre si, trocando chifradas e golpes de suas
armas atrozes. Devido a tanta indisciplina e incapacidade
de trabalharem em conjunto, foram banidos para o Plano
Material, para desespero e infelicidade dos que ali vivem.
22
Asseclas
Por verem no boi-da-cara-preta uma versão mais
poderosa de si mesmos, alguns minotauros se asso-
ciam ao ínfero e tornam-se seus asseclas, formando
cruéis batalhões que aterrorizam as cercanias de onde
vivem. Outros, mais fanáticos, chegam a um estado
de devoção quase religioso.
Boi-da-Cara-Preta
Ínfero Grande (demônio), Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 16 (armadura natural)
Pontos de Vida 90 (12d10 + 24)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
20 (+5) 12 (+1) 14 (+2) 8 (-1) 12 (+1) 10 (+0)
Salvaguarda For +8, Con +5
Perícias Atletismo +8, Percepção +4
Resistências a Dano ígneo
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas Abissal
Nível de Desafio 7 (2.900 XP) Bônus de Proficiência +3
Carga. Se o boi-da-cara-preta se mover ao menos 3 metros em linha
reta, em direção a um alvo e atingi-lo com um ataque de chifres, o
alvo sofre 9 (2d8) pontos de dano perfurante adicionais. Se o alvo
for uma criatura, ele deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de
Força CD 15 ou é empurrado até 3 metros para longe e fica caído.
Frenesi. Quando o boi-da-cara-preta reduz uma criatura a 0
pontos de vida com um ataque corpo a corpo no seu turno,
ele pode usar uma ação bônus para mover-se até metade do
seu deslocamento e fazer um ataque com o chifre ou com a
espada longa grande.
Resistência à Magia. O boi-da-cara-preta tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Ataques Múltiplos. O boi-da-cara-preta pode fazer dois ataques
com a espada longa grande ou mangual grande, ou um ataque com
os chifres e um com espada longa grande ou o mangual grande.
Chifres. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 14 (2d8 + 5) perfurante.
Espada Longa Grande. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 14 (2d8 + 5) cortante.
Mangual Grande. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 14 (2d8 + 5)
contundente.
Presença Aterradora. Cada criatura à escolha do boi-da-cara-pre-
ta que esteja a até 18 metros e ciente dele, deve ser bem-sucedida
em uma salvaguarda de Sabedoria CD 10 ou fica amedrontada
por 1 minuto. Uma criatura pode repetir a salvaguarda no final
dos próprios turnos, encerrando o efeito sobre si em caso de su-
cesso. Caso seja bem-sucedida na salvaguarda ou quando o efeito
se encerrar para ela, a criatura fica imune à Presença Aterradora
do boi-da-cara-preta pelas próximas 24 horas.
23
 boi vaquim
A
s verdejantes e ensolaradas pradarias são o habitat
de uma criatura majestosa cuja simples menção
boi vaquim
atiça a curiosidade e a cobiça de muitos, o indomável
boi vaquim. Poucos são aqueles que garantem ter encon-
trado esses seres e raríssimos os que puderam confirmar
essa afirmação.
Tesouro Vivo. A aparência do boi vaquim é a de um
enorme touro medindo quase três metros de altura
e quatro de comprimento. Sua pelagem é totalmente
branca, e seu couro é muito resistente. As característi-
cas mais marcantes e que literalmente cintilam à vista
são suas vigorosas asas e seus enormes e pontiagudos
chifres flamejantes, ambos feitos de ouro resplandecen-
te. Seus olhos vítreos são do mais precioso diamante.
Do Boi se Usa Tudo. A carne do boi vaquim é
extremamente saborosa, não apodrece e é uma iguaria
vista em poucos banquetes. Cada pena das asas tem
o mesmo peso de uma moeda de ouro, mas costuma
valer bem mais pela sua raridade. Os chifres, também
de puro ouro, são disputados para a confecção de
varinhas mágicas que lidam com fogo. Os olhos são a
base de muitos itens que fornecem visão verdadeira.
O couro nunca desgasta e pode ser aproveitado na
confecção de armaduras resistentes à perfuração.
O Ouro que Vagueia. Bois vaquim são animais
solitários e, apesar de toda a força e ferocidade da
espécie, eles não costumam atacar se não forem
incomodados, preferindo alçar voo para pastos mais
verdes sem a presença de seres que possam atazaná-los.
Contudo, aventureiros frequentemente não têm o mesmo
bom senso e costumam caçá-lo para provar sua coragem
ou transformar seu valioso corpo em bens materiais.
Quando acuado, o plácido ruminante se transfigura em
uma fúria atropeladora e se vale de cabeçadas mortais e
coices que fraturam ossos. As chamas em seus chifres se
avivam e um fulgor emana de seus globos oculares.
Origem Divina. Contam as lendas que o boi vaquim
foi criado por uma divindade ligada à agricultura e à
pecuária. O rebanho majestoso era sua maior criação e
fonte de muito orgulho. Porém, algo tão fantástico não
existe sem despertar inveja: não se sabe quem foi o res-
ponsável, mas em algum momento, alguém derrubou a
cerca que mantinha o rebanho sob controle e liberou o
precioso tesouro de chifres nos planos de existência.
Castigo Bovino. Não há quem desista facilmente
de um rebanho tão valioso, e até hoje seu dono original
se esforça para reuni-lo. Cada exemplar foi marcado
por suas mãos, e por eras eles têm sido reunidos e en-
viados para seu plano original, as Terras Ferais. Cada
boi é único e amado pelo seu dono. Reduzir um ser tão
sublime a um mero item desperta sua ira, e animais de
criação costumam atacar os portadores desses itens.
Nem mesmo o mais bravo guerreiro se mantém firme
perante o ataque de um bando de galinhas.
24
Quem Mexeu no meu
Boi Vaquim?
Se uma criatura estiver carregando uma ou mais partes
de um boi vaquim, em 1d4 dias ela passa a ser persegui-
da e atacada por animais de criação, até que se livre do
item ou morra.
Sugerimos ao mestre utilizar as estatísticas de
animais de criação e outras criaturas fornecidas em nosso
suplemento Animais e Criaturas Fantásticas Brasileiros,
disponível para download gratuito em triaeditora.com.br.
Boi Vaquim
Celestial Grande, Normalmente Caótico e Bom
Classe de Armadura 16 (armadura natural)
Pontos de Vida 76 (8d10 + 32)
Deslocamento 15 m, voo 15 m
FOR DES CON INT SAB CAR
18 (+4) 12 (+1) 18 (+4) 8 (-1) 12 (+1) 16 (+3)
Perícias Percepção +4
Resistências a Dano gélido, ígneo, elétrico; contundente,
cortante e perfurante de ataques não mágicos
Imunidades a Dano venenoso
Imunidades a Condição enfeitiçado, envenenado, paralisado
Sentidos visão no escuro, Percepção passiva 14
Idiomas entende Celestial, mas não pode falar
Nível de Desafio 6 (2.300 XP) Bônus de Proficiência +3
Atropelar em Carga. Se o boi vaquim se mover ao menos 6 me-
tros em linha reta em direção a uma criatura e em seguida atingi-la
com os chifres, ela deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda de
Força CD 15 ou fica caída. Se o alvo ficar caído, o boi vaquim pode
fazer um ataque com pisotear contra ele com uma ação bônus.
Resistência à Magia. O boi vaquim tem vantagem em salva-
guardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Cascos. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 15 (2d10 + 4) contundente.
Chifres. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 17 (2d12 + 4) perfurante mais
12 (4d6) ígneo.
Ações Bônus
Pisotear. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 15 (2d10 + 4) contundente.
25
 boitatá
O
s boitatás são gigantescas cobras constritoras
boitatá
de olhos vermelhos flamejantes e corpos negros
como carvão, pontilhados de pequenas manchas
incandescentes. Nativos do Plano Elemental do Fogo,
foram transportados para o Plano Material, onde
permaneceram ocultos por séculos nas camadas mais
profundas da terra. Alguns emergiram das crateras
vulcânicas e espalharam-se pela superfície, adotan-
do as florestas e matas como novo habitat. Na noite
densa, quem vê o boitatá se mover na escuridão pensa
enxergar pontos luminosos a dançar no breu. Ao sinal
de perigo ou quando está na iminência de atacar, o
corpo do boitatá se acende e inflama como brasa,
repentinamente iluminando a mata e causando terror
em suas vítimas.
Os boitatás fazem seus ninhos em cavernas ou
buracos no solo, onde são depositados de três a quatro
ovos esféricos avermelhados que se rompem em uma
pequena explosão de faíscas. Boitatás alimentam-se
de árvores mortas e de presas vivas, especialmente
aquelas que consideram invasoras dos seus territórios,
devorando-as após serem completamente incineradas.
Fogo que Não Consome. Apesar de serem origi-
nalmente elementais ligados ao fogo, os boitatás se
encantaram com o esplendor da natureza e, para não
a danificar, acabaram refinando o seu controle sobre
as suas chamas. Ao imergir periodicamente seu corpo
nas águas, a criatura abranda o seu calor interno,
tornando-se capaz de diminuí-lo e até mesmo eliminar
o potencial destrutivo do fogo que produzem. Eles
preferem direcionar sua fúria e instinto voraz contra
aqueles que profanam as matas e causam desarmonia
e destruição em seu ambiente.
Ira Ígnea. Àqueles que invadem os domínios
protegidos pelos boitatás recomenda-se cuidado: eles
atacam seus inimigos envolvendo-os rapidamente
com seus corpos serpentinos, esmagando os ossos ao
mesmo tempo em que provocam dolorosas queima-
duras emanando calor de suas escamas em brasa. Até
mesmo mirar os olhos de fogo do boitatá pode ser uma
experiência traumática para seus inimigos. Seu olhar
carrega em si uma magia capaz de cegar aqueles que o
fitam diretamente, provocando ainda mais desespero
em suas vítimas.
26
Manchas na Noite
Muitas vezes, a melhor maneira de lidar com o boitatá é
evitá-lo. A gigantesca serpente negra se mistura à noite, mas
um observador mais atento pode perceber à distância luzes
avermelhadas que parecem dançar na escuridão. Tratam-se
das manchas vermelhas incandescentes do corpo do elemen-
tal. Se for possível avistá-las, melhor dar meia volta.
Boitatá
Elemental Enorme, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 95 (10d12 + 30)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
19 (+4) 14 (+2) 16 (+3) 7 (-2) 10 (+0) 14 (+2)
Salvaguardas For +7, Con +6
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos
Imunidades a Dano ígneo
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas entende Ignan, mas não pode falar
Nível de Desafio 8 (3.900 XP) Bônus de Proficiência +3
Iluminação. O boitatá projeta luz plena em um raio de 9
metros e meia-luz por mais 9 metros.
Ações
Ataques Múltiplos. O boitatá pode fazer dois ataques: um com a
constrição ígnea e outro com a mordida ou dois com a mordida.
Constrição Ígnea. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar, alcan-
ce 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) contundente mais 11 (3d6) ígneo, e
o alvo fica agarrado (CD 15 para escapar). Até o agarramento terminar, a
criatura fica contida e o boitatá não pode usar constrição em outro alvo.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar, alcance
1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) perfurante mais 7 (2d6) ígneo.
Olhar Cegante (Recarga 5–6). O boitatá escolhe como alvo uma
criatura à vista a até 9 metros. Se o alvo puder ver o boitatá, deve
ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição CD 13 ou
fica cego até que uma magia restauração menor remova a condição.
Reações
Corpo Aquecido. Uma criatura que toque o boitatá ou o
acerte com um ataque corpo a corpo enquanto estiver a até
1,5 metro dela, sofre 5 (1d8) pontos de dano ígneo.
27
 boto
N
os limites onde os rios e igarapés se encontram
com os povoados ribeirinhos, uma criatura se-
boto
dutora e perigosa espreita: o boto. Em seu esta-
do natural, ele tem a forma de um boto-cor-de-rosa,
cetáceo semelhante a um golfinho. Porém, diferen-
temente do animal, essa criatura tem a capacidade
de se transformar em um humanoide durante a
noite, quando deixa os rios e tenta misturar-se em
aglomerações nas festas, feiras e espetáculos. Sua
representação, é sempre de alguém muito charmoso
e simpático, com beleza distinta, roupas atraentes e
habilidade em dançar e cantar, atraindo os olhares e
angariando a atenção das pessoas.
A Face que Deseja. O boto pode assumir a
forma de qualquer humanoide, mantendo a mesma
aparência do crepúsculo ao nascer do sol ou até que
retorne às águas. Muito embora a versão masculina
seja a mais relatada, o boto não possui gênero e
também pode apresentar-se na versão feminina. Sua
transformação, porém, é incompleta: no topo da ca-
beça mantém o orifício que utiliza para respirar em
sua forma animal. Para ocultá-lo, ele usa chapéus,
elmos, tiaras, capuzes, perucas ou qualquer outro
disfarce que possa esconder a prova de sua verda-
deira natureza.
Sedutores e Perigosos. As histórias contadas
sobre a origem do boto divergem. Algumas dizem
que eles são um tipo de criatura que existe desde
sempre, outras que são os remanescentes de um
grupo de nativos condenados por uma divindade a
viver nos rios por sequestrarem membros de outras
tribos. Muitos botos preferem suas conquistas
quando alcançadas através de sedução não-mági-
ca, mas os inescrupulosos da espécie não hesitam
em fazer uso de suas capacidades sobrenaturais
quando seus pedidos lhes são negados, instilando
dentro do coração de seus alvos um afeto poderoso
e uma devoção cega, colocando-os sob seu controle
e total submissão.
O boto pode usar suas habilidades para diversos
fins, mas pela repercussão que isto ocasiona, os
mais famosos são os relatos de mulheres atraídas
por ele e que surgem grávidas pouco tempo depois.
Estes rebentos, quando atingem a maturidade e se
aproximam da beira de um rio sob a lua cheia, trans-
formam-se definitivamente em novos botos. Essas
criaturas só são capazes de se reproduzir através de
relações com outras espécies humanoides.
Protegendo-se Contra o Boto. Os ribeirinhos,
quando suspeitam da presença de um boto, tentam
se precaver. Em eventos onde há grande quantida-
de de pessoas, organizam-se filas para inspeções,
retirando acessórios que possam ocultar o seu
orifício respiratório ou utilizando um preparado
28
à base de alho que acreditam incomodar o olfato
apurado da criatura. Pessoas que sucumbam à
sedução sobrenatural do boto podem ter seu vín-
culo quebrado com o auxílio de um clérigo, xamã,
ou alguém capaz de manipular energias divinas,
ou então quando o próprio boto decidir encerrar
a dominação por vontade própria. Ainda assim, a
vítima torna-se melancólica, desiludida e apática.
A presença de um boto é inquietante para qualquer
comunidade, sendo comum que aventureiros ou
investigadores sejam contratados para identificar e
eliminar essa ameaça.
Boto
Monstruosidade Média (metamorfo), qualquer,
exceto Ordeiro
Classe de Armadura 12 (armadura natural)
Pontos de Vida 44 (8d8 + 8)
Deslocamento 9 m (na forma humanoide), natação 12 m (na
forma de boto)
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 13 (+1) 13 (+1) 10 (+0) 12 (+1) 18 (+4)
Salvaguardas Des +3, Car +6
Perícias Atuação +6, Enganação +6, Intuição +3, Persuasão
+6, Percepção +3
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos percepção às cegas 36 m (apenas na água),
Percepção passiva 13
Idiomas Comum
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Audição e Olfato Aguçados. O boto tem vantagem em
testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da audição
e olfato.
Carga (Apenas na Forma de Boto). Se o boto se mover ao
menos 9 metros em linha reta na direção de um alvo e em
seguida atingi-lo com um ataque com a pancada, o alvo sofre
4 (1d6) pontos de dano contundente adicionais.
Ecolocalização (Apenas na Forma de Boto). O boto não
pode usar sua percepção às cegas enquanto estiver surdo.
Prender a Respiração. O boto pode prender a respiração por
15 minutos quando estiver embaixo d’água.
Tentação. Durante o ato sexual, o boto enfeitiça um huma-
noide como na magia enfeitiçar pessoa com CD 14 para evitar
o efeito de ficar apaixonado pelo boto. Este efeito é perma-
nente, mas pode ser encerrado através de restauração maior,
desejo ou efeito mágico similar.
 Envolvidos no Crime
A capacidade de sedução dos botos auxilia alguns dentre sua
espécie a formar grupos criminosos. Ao reunir um séquito
de enfeitiçados pela sua sedução mágica, tornam-se líderes
de bandos e assim tentam atingir seus objetivos sem que
precisem se expor..

Ações
Pancada (Apenas na Forma de Boto). Arma de Combate
Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
6 (1d6 + 2) contundente.

Rapieira (Apenas na Forma Humanoide). Arma de Combate

Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
7 (1d8 + 2) perfurante.

Metamorfose. Ao anoitecer, o boto pode usar a sua ação

para se transformar em um humanoide Pequeno ou Médio
qualquer, ou retornar à sua forma verdadeira. Suas estatís-
ticas são as mesmas da forma de boto, exceto o tamanho,
o deslocamento de caminhada e as características Carga e
Ecolocalização. Ele reverte para a forma verdadeira ao ama-
nhecer ou ao morrer.

Sedução (3/dia, Apenas na Forma Humanoide). Com uma

ação, o boto pode enfeitiçar um humanoide como na magia
enfeitiçar pessoa com CD 14 para evitar o efeito, exceto que
esta habilidade tem a duração de 24 horas e, após encerrado
o efeito, o alvo não sabe que foi enfeitiçado.

Ações Bônus
Escapada Ágil. O boto pode executar as ações Desengajar ou
Esconder com uma ação bônus em cada um dos seus turnos.

29
 bradador
“Se você ouvir um urro e ficar com medo do capelobo,
bradador
presta atenção! Se o grito for ainda mais assombroso,
fuja o mais rápido que puder. Rápido e para bem
longe. É algo pior. É o bradador.”
— Pátio Carapaça, explorador e sertanista
V
ítimas de violência por vezes têm dificuldade de en-
contrar o descanso final, porém um destino ainda
pior é reservado àqueles que a praticam: a negação
da passagem do espírito para o pós-vida e sua transfor-
mação em grotescos desmortos. Em vida, os bradado-
res, também conhecidos como gritadores ou uivadores,
foram pessoas terríveis. Normalmente assassinos de
parentes ou amigos, mas que não se limitavam ao crime
final: chantagem emocional, terror psicológico e outras
crueldades também eram práticas constantes.
Com a passagem para o pós-vida rejeitada por sua
vontade de atormentar os outros, essas almas perdidas
passam a vagar sobre a terra durante as noites, derra-
mando sobre os vivos a angústia e o terror que trazem
consigo. Eles não estão na desmorte para pagar seus
pecados, mas para pecar ainda mais.
Bradadores são mortos-vivos incorpóreos tão
escuros quanto as trevas e com traços de uma luz
azul opaca sobrenatural. Eles não têm uma forma
muito bem definida, podendo às vezes ter arremedos
de braços ou pernas e seus rostos não conservam a
feição que tinham em vida. A característica facial
mais marcante é uma eterna expressão mista de ódio,
angústia e usura. Seus olhos são vazios e fundos, e
suas bocas estão sempre abertas de forma hedionda
como em um grito perpétuo, mesmo quando não
estão gritando.
Um Grito de Pesar. Sua eterna lamúria e uivos fan-
tasmagóricos são a pior coisa que alguém pode ouvir
em vida, e os mais espertos fogem para tentar viver
mais um dia, sem jamais esquecer o som. Quanto mais
perto, piores são os efeitos de seu grito, a ponto de
haver relatos de pessoas e animais que morreram ime-
diatamente com a aproximação do bradador. Outras
ainda enlouqueceram em um medo interminável de
qualquer mínimo barulhinho. O fato é: quem o ouve,
jamais esquece, evitando-o a todo custo.
Um Corpo Seco Pra Minh’Alma Sombria. Às vezes
pode acontecer de o incorpóreo bradador se fundir a
um corpo seco, um outro tipo de morto-vivo com des-
tino semelhante. Felizmente, isso ocorre raramente,
pois a criatura resultante é uma das coisas mais medo-
nhas que alguém pode ter a infelicidade de encontrar:
um brado-seco.
Natureza Desmorta. O bradador não precisa
respirar, beber, comer ou dormir.
30
Bradador
Morto-vivo Médio, Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 13
Pontos de Vida 39 (6d8 + 12)
Deslocamento 0 m, voo 12 m (pairar)
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 13 (+1) 13 (+1) 10 (+0) 12 (+1) 18 (+4)
Vulnerabilidades a Dano radiante
Resistências a Dano elétrico, trovejante; contundente, cor-
tante e perfurante de ataques não mágicos
Imunidades a Dano necrótico, venenoso
Imunidades a Condições agarrado, caído, contido, enfeitiça-
do, envenenado, exausto, inconsciente, paralisado, petrificado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas compreende todos os idiomas que conhecia em
vida, mas não pode falar
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência +2
Movimento Incorpóreo. O bradador pode se mover através
de criaturas e objetos como se fossem terreno difícil. Ele sofre
6 (1d10) pontos de dano energético se terminar seu turno
dentro de um objeto ou criatura.
Sensibilidade à Luz Solar. Enquanto estiver sob a luz do sol, o
bradador tem desvantagem nas jogadas de ataque, assim como
em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da visão.
Ações
Ataques Múltiplos. O bradador pode atacar duas vezes com
drenar vida.
Drenar Vida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para acer-
tar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 14 (4d6) necrótico. O alvo
deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição
CD 11 ou seu máximo de pontos de vida será reduzido em
um valor equivalente ao dano sofrido. Essa redução dura até o
alvo terminar um descanso longo. O alvo morre se esse efeito
reduzir seu máximo de pontos de vida a 0.
Brado Mortal (Recarga 6). Toda criatura viva a até 6 metros
do bradador e que puder ouvi-lo deve ser bem-sucedida em
uma salvaguarda de Constituição CD 11. Se falhar, a criatura
sofre 25 pontos de dano. Em caso de sucesso, a criatura não
sofre dano, mas fica atordoada. Uma criatura atordoada pode
fazer uma salvaguarda de Constituição CD 11 ao fim de
cada um dos próprios turnos. Em caso de sucesso, o efei-
to de atordoamento se encerra. Se possuir menos do
que 25 pontos de vida no momento em que ouvir o
brado emitido, a criatura morre instantaneamente
sem direitos a salvaguardas contra morte.
Se a criatura estiver a até 12 metros do
bradador e puder ouvi-lo, ela também sofre dos
efeitos do Brado Mortal, porém de forma mais
moderada. A criatura deve ser bem-sucedida em
uma salvaguarda de Sabedoria CD 11 ou adquire
insanidade permanente com a seguinte fraqueza:
“Qualquer barulho mais alto do que o de um talher
caindo ao chão me deixa terrivelmente assus-
tado e vozes altas me apavoram a ponto de
sair correndo”, e somente uma restaura-
ção maior pode curá-la deste estado.
Em caso de sucesso, a criatura
não adquire insanidade, mas
jamais esquece do pavor
de ter ouvido o grito do
bradador.
Constructos e
mortos-vivos são
imunes a este efeito.

31
 cabra-cabriola Cabra-cabriola
cabra-cabriola
Corre montes e vales,
Devora crianças aos pares
Também devorará a ti
Se com medo ficares
C
abras-cabriolas são ínferos medonhos, uma amálga-
ma entre homem e cabra. São criaturas bípedes com
corpos cobertos de pelos lanosos, cinzentos, grossos
e desgrenhados. De hábitos solitários, eles não usam rou-
pas ou armas e apoiam-se em cascos negros. A imagem
diabólica é reforçada pelo rosto humano que se sobressai
na cabeça caprina. Suas presas são salientes e seus chifres
recurvados. Seus olhos queimam em vermelho-fogo, e
suas narinas largas exalam fumaça negra ao respirar.
Os antigos contam que o xamã de uma tribo esquecida
abriu uma fenda entre o Plano Material e os Nove Infernos,
atingindo uma região obscura e desconhecida dos planos
inferiores, antro dos cabras-cabriolas. Sua intenção era reu-
nir uma legião para devastar seus inimigos. Ao chegarem,
os cabras-cabriolas não concordaram em se submeter a
alguém que consideravam fraco, trucidando o invocador e
toda a sua tribo. Desde então, espalharam-se mundo afora.
Batedores Infernais. Nos Nove Infernos, os cabras-
-cabriolas servem como batedores e rastreadores na
Guerra Sangrenta, sempre sob as ordens de seus che-
fes. Ao serem invocados para o Plano Material por al-
guém que desconhecia os ritos capazes de subjugá-los,
os cabras-cabriolas libertaram-se de seus superiores
hierárquicos e encontraram no mundo um banquete já
servido. Aqui, abandonaram seus ritos e pactos, prefe-
rindo o prazer sádico de aterrorizar os outros.
O Medo Amacia a Carne. A carne de suas vítimas é
a base do seu sustento, e o melhor tempero é o medo que
provocam, algo que podem sentir e rastrear à distância.
Por isso, por puro deleite, seguem ao encalço de suas pre-
sas para amedrontá-las antes de atacá-las. Para causar o
maior medo possível em suas vítimas, esses diabos che-
gam a subir nas casas e bater os cascos contra o telhado.
Catinga da Peste. Todos já sabem que, em noites sem
lua, quando os cães ganem e um cheiro nauseabundo de
enxofre paira no ar, há um cabra-cabriola que se aproxima.
Mesmo que se tente correr ou se esconder, o odor desse
ínfero enfraquece o corpo e aquebranta a alma, tornando a
presa ainda mais fácil para a caçada desse diabo caprino.
Cabra-Cabriola
Ínfero Médio (diabo), Normalmente Ordeiro e Mau
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 39 (6d8 + 12)
32
— Canção popular
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 15 (+2) 14 (+2) 10 (+0) 14 (+2) 14 (+2)
Perícias Atletismo +4, Enganação +4, Intimidação +4,
Percepção +4
Resistências a Dano gélido; contundente, cortante e
perfurante de ataques não mágicos que não sejam com prata
Imunidades a Dano ígneo, venenoso
Imunidades a Condição envenenado
Sentidos visão no escuro 36 m, Percepção passiva 14
Idiomas Infernal
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Aura de Medo. Qualquer criatura hostil ao cabra-cabriola que
comece o turno a até 6 metros dele deve fazer uma salvaguarda
de Sabedoria CD 12, a não ser que o cabra-cabriola esteja inca-
pacitado. Se falhar, a criatura fica amedrontada até o início do
seu próximo turno. Em caso de sucesso, a criatura fica imune à
Aura de Medo do cabra-cabriola pelas próximas 24 horas.
Catinga da Peste. Qualquer criatura que inicie seu turno a até 1,5
metro do cabra-cabriola deve ser bem-sucedida em uma salva-
guarda de Constituição CD 12 ou fica envenenada até o início o
próximo turno dela. Em caso de sucesso, a criatura fica imune à
Catinga da Peste do cabra-cabriola pelas próximas 24 horas.
Carga. Se o cabra-cabriola se mover ao menos 3 metros em linha
reta em direção a um alvo e em seguida atingi-lo com uma ca-
beçada aríete, o alvo sofre 5 (2d4) pontos de dano contundente
adicionais. Se o alvo for uma criatura, ele deve ser bem-sucedido
em uma salvaguarda de Força CD 12 ou fica caído.
Visão Diabólica. Escuridão mágica não impede a visão no
escuro do cabra-cabriola.
Ações
Ataques Múltiplos. O cabra-cabriola faz dois ataques: um com
a cabeçada aríete e um com as garras ou dois com as garras.
Cabeçada Aríete. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) contundente.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (2d4 + 2) cortante.
33
 cachorrinha d’água “Que faziam aqueles animais soltos de noite? A obrigação dela era
cachorrinha d’água
levantar-se, conduzi-los ao bebedouro.”
H
omens ditos santos não são artigos incomuns, e
muitas são as histórias sobre beatos que transcen-
deram a vida em carne para, em espírito, bendizer
a dura gente sofrida. Quando se fala de cães, mesmo
que alguns acreditem serem todos sagrados, só se
conhece o reconto da cachorrinha d’água.
Conta-se que, em uma época em que murchavam
a lavoura e todo vivente, uma cadelinha viajou por
muitas léguas com sua família adotiva em busca de pa-
ragens mais verdes. Faminta era a seca, e a cadelinha
minguada não aguentou por muito tempo. As crianças
choraram a perda da amiga. Diz-se que mesmo em
morte apareceu e, após o avistamento do bichinho, a
chuva foi gorda por dias. No sertão, conta-se que essa
cachorra em especial virou santa e, entre os cães, seria
a única. Se não forem todos.
Cara de Um. É difícil precisar a aparência da ca-
chorrinha. Muitas vezes é branca, mas por vezes nem
é. Gorda ou magra, pernas curtas ou cambitos. Um
cabra jura que ela tem apenas três pernas, outro diz
que era o cachorro que ele teve ainda menino. Os olhos
entregam alegria e conforto, como o cão que reencon-
tra o dono querido. Na testa, tem sempre uma marca
em formato de estrela, que vai de simples mancha ao
fulgor genuíno.
Focinho de Outro. Cães percebem o mundo princi-
palmente pelo olfato. Isso não limita suas percepções,
e mesmo espécimes vulgares são capazes de sentir o
cheiro da intenção dos homens. Quando se trata da
cachorrinha d’água, isso se intensifica, todos os cheiros
lhe são conhecidos e, aos dignos, ela empresta seu
faro. Já encontrou curumim perdido, gado desgarrado,
tesouro desejado e perigo escondido. Aos carentes,
traz sempre o retiro.
O Sertão Vai Virar Mar. A maior parte dos relatos
de aparições desse celestial envolvem viajantes
sedentos ou cursos d’água. Aventureiros contam que,
quando já não tinham esperanças, foram guiados por
um cão até uma fonte de água. Dizem que mesmo
um pântano turvo se torna cristalino momentane-
amente após ser tocado pela cachorrinha. Pedras
vertem água se assim for necessário para aplacar a
sede daqueles que ela decide amparar. E quem bebe
dessa água sente as forças renovadas, tem as feridas
fechadas e o coração regado de esperança. Estando
todos saciados, a cadelinha retorna para seu paraíso
repleto de preás gordos.
Natureza Imortal. A cadelinha d’água não precisa
comer, beber ou dormir.
34
— Graciliano Ramos, Vidas Secas
Cachorrinha d’Água
Celestial Pequeno, Normalmente Ordeiro e Bom
Classe de Armadura 11
Pontos de Vida 10 (4d6 - 4)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
6 (-2) 12 (+1) 8 (-1) 8 (-1) 20 (+5) 20 (+5)
Perícias Intuição +7, Natureza +1, Percepção +7,
Sobrevivência +7
Resistências a Dano radiante; contundente, cortante e perfu-
rante de ataques não mágicos
Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, exausto
Sentidos Percepção passiva 17
Idiomas Entende todos os idiomas, mas não pode falar
Nível de Desafio 1/8 (25 XP) Bônus de Proficiência +2
Água de Beber. Quando a cachorrinha d’água bebe de uma fonte
de água, a água em uma área de 6 m de raio do local é purificada,
tornando-se própria para o consumo. A primeira vez que uma
criatura beber da água, esta recebe os benefícios de um descanso
curto, tem 1d4 pontos de vida curados, um nível de exaustão
removido e recebe um efeito adicional, à escolha do mestre ou
determinado aleatoriamente com 1d6 (1 – aprimorar atributo; 2 –
benção; 3 – golpe certeiro; 4 – heroísmo; 5 – resistência; 6 – restau-
ração menor). Os efeitos funcionam de maneira similar às magias
de mesmo nome, exceto pela duração que passa a ser de 1 hora
e o alcance que é sempre pessoal. Caso seja armazenada, a água
permanece potável, mas perde todas as propriedades mágicas.
Iluminação. Durante a noite ou na escuridão, a cachorrinha
d’água, a partir de sua marca de estrela na testa, projeta luz
plena em um raio de 9 metros e meia-luz por mais 9 metros.
Resistência à Magia. A cachorrinha d’água tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Sentidos Aguçados Celestiais. A cachorrinha d’água tem
vantagem em testes de Sabedoria (Percepção) que depen-
dam da audição ou olfato. Além disso, a cachorrinha d’água
detecta alinhamentos, magia, pessoas, animais, plantas e
objetos como se estivesse sob os efeitos contínuos das magias
detectar o bem e o mal, detectar magia, localizar animais ou
plantas, localizar criatura e localizar objeto.
Ações
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +2 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 3 (1d4) perfurante.
Criar Água. Com uma ação, a cachorrinha d’água cria até 40
litros de água limpa em um recipiente limpo, aberto a até 9
metros. A água também pode cair como chuva em um cubo
de 9 metros dentro de um alcance de 9 metros, extinguindo
chamas expostas dentro dessa área.
Passo Celestial. Com uma ação, a cachorrinha d’água magi-
camente entra no seu Plano Superior de origem a partir do
Plano Material, ou vice-versa.
Quem Maltrata Animais não
Vai para o Céu
Qualquer criatura que mate uma cachorrinha d’água é
amaldiçoada, não só pela crueldade contra animais, mas pela
extrema ofensa de agredir um celestial.
O agressor fica impedido de usufruir dos efeitos de
descansos curtos e longos, além de ficar impossibilita-
do de ser curado por cura mágica por 1d12 dias.
35
 caipora
C
aiporas são tidos como os protetores e defensores
das matas. São descritos como seres de cabelos e
caipora
pele avermelhados, às vezes totalmente cobertos
por pelos dessa mesma cor. Apesar de a maioria
dos relatos apresentá-los como seres pequenos, já
foram avistados caiporas tão altos quanto um humano
graúdo. Destoando de sua aparência selvagem, esses
feéricos se enfeitam com adornos criados com penas,
flores e outros materiais retirados da natureza, além
de elaboradas pinturas corporais.
Uma Alma Antiga em um Novo Corpo. Caiporas
não vêm ao mundo da maneira convencional. Quando
forças da natureza se concentram em uma determina-
da área e a magia reencarnar é utilizada em um druida
nesse local, existe uma pequena chance de ele retornar
como um caipora. O druida passa por mudanças
extremas: os instintos se aguçam, a pele e os cabelos
ganham um tom vermelho vivo e a face adquire traços
bestiais como orelhas salientes e dentes pontiagudos.
Essas características sugerem que os caiporas sejam
feras — uma inverdade, uma vez que retêm a inteligên-
cia e o discernimento que possuíam na vida anterior.
Senhor e Escravo da Mata. As energias responsá-
veis pela criação do caipora conferem a ele diversos
poderes. A ligação que ele tem com a flora e a fauna de
seu território é completa. Desse modo, ele tem plena
consciência de quem adentra seus domínios e das
atitudes tomadas pelos invasores. Seu corpo esguio e
ágil permite que se desloque facilmente entre a vege-
tação, mas o caipora pode convocar montarias, sendo
essas normalmente antas, cutias e, mais comumente,
porcos-do-mato. Se desejar, ele pode assumir a forma
dos animais terrestres que habitam seu domínio, e
pode ainda ressuscitar bichos mortos de maneira não
natural em seu território.
Todas as habilidades do caipora estão atreladas à
permanência na mata onde ocorreu sua reencarnação.
Caso ele se afaste desse local, seus poderes cessam de
imediato e sua vitalidade começa a decair rapidamente.
Com sua Permissão. Aqueles que planejam aden-
trar uma mata protegida por um caipora devem pen-
sar duas vezes — se perturbarem o equilíbrio natural,
a face vingativa do protetor se revela. Desde pequenas
travessuras até perseguições mortais podem servir de
castigo aos transgressores. Todavia, se a natureza for
tratada com respeito e oferendas forem feitas, é mais
provável que a presença do caipora seja sentida apenas
como uma brisa passageira e a certeza de que se é
observado.
Caipora
Feérico Grande, Médio ou Pequeno, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 14 (armadura natural, 16 com pele-casca)
36
Pontos de Vida 105 (14d10 + 28) Grande, 91 (14d8 + 28)
Médio e 77 (14d6 + 28) Pequeno
Deslocamento 12 m Grande, 9 m Médio e 7,5 m Pequeno
FOR DES CON INT SAB CAR
10 (+0) 15 (+2) 14 (+2) 11 (+0) 17 (+3) 12 (+1)
Salvaguardas Des +5, Sab +6
Perícias Medicina +3, Natureza +3, Percepção +6,
Sobrevivência +6
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
armas não mágicas
Sentidos Percepção passiva 16
Idiomas O idioma que falava antes de se transformar em
Caipora e Silvestre
Nível de Desafio 6 (2.300XP) Bônus de Proficiência +3
Movimentação Livre. O caipora ignora terreno difícil e efeitos
mágicos não podem reduzir o deslocamento dele ou fazer com
que fique contido. Ele pode usar 1,5 metro de movimento para
escapar de qualquer contenção não mágica ou agarramento.
Resistência à Magia. O caipora tem vantagem nas salvaguar-
das contra magias e outros efeitos mágicos.
Ressuscitar. O caipora passa 1 hora concentrando energia e
preparando um ritual, e então toca uma fera morta há não
mais de uma semana, que não tenha morrido de causas natu-
rais e que não seja um morto-vivo. Se a alma dela estiver livre
e disposta, a fera retorna à vida com todos os pontos de vida.
O efeito neutraliza quaisquer venenos e cura doenças
normais que afligiam a fera quando morreu. Entretanto, não
remove maldições, doenças mágicas ou coisas do tipo; se
esses efeitos não forem removidos antes, eles voltam a afligir
o alvo após o seu retorno à vida.
O efeito cura todas as lesões fatais e restaura quaisquer
partes corpóreas perdidas.
Táticas de Grupo. O caipora tem vantagem em uma jogada de
ataque contra uma criatura se ao menos um de seus aliados,
não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da mesma criatura.
União com a Fauna. O caipora toca uma fera de seu território.
Durante 1 hora, o caipora pode ver através dos olhos da fera,
ouvir o que ela ouve e cheirar o que ela sente. Enquanto estiver
percebendo através dos sentidos da fera, o caipora se beneficia
de qualquer sentido especial que ela possua, passando a estar
cego e surdo ao que está ao redor de seu corpo original. O
caipora pode encerrar o efeito sobre a fera antes de 1 hora ao
dispensá-la para retornar aos seus sentidos normais.
Ações
Ataques Múltiplos. O caipora faz dois ataques com o cajado
de japecanga +1 ou um ataque com o cajado de japecanga +1
e conjura uma magia.
Cajado de Japecanga +1. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 8 (1d8 + 3) contun-
dente ou 9 (1d10 + 3) caso seja empunhado com duas mãos.
Conjuração. O caipora conjura uma das magias a seguir
usando a Sabedoria como o atributo conjurador (CD 14 para
evitar magia):
À vontade: amizade animal, arte druídica, bom fruto,
orientação, passo sem rastro, passos largos
3/dia cada: comunhão com a natureza, curar ferimentos
2/dia cada: lufada de vento, névoa obscurecente,
pele-casca
1/dia cada: caminhar sobre as águas, controlar água, curar
ferimentos em massa, invocar animais, moldar rochas, mes-
clar-se às rochas, proteção contra energia, restauração maior
Além disso, até este efeito acabar, uma chuva fustigante e
granizo caem na área, apagando chamas expostas e tornando-a
parcialmente obscurecida. O solo na área fica coberto por
lama escorregadia, tornando-a terreno difícil. Quando uma
criatura entrar na área do efeito pela primeira vez em um turno
ou começar seu turno nela, deve realizar uma salvaguarda de
Destreza CD 14. Se falhar, cai no chão. Se uma criatura estiver
se concentrando na área da tempestade, deve realizar uma sal-
vaguarda de Constituição CD 14, ou perde a concentração.

Estrondo da Natureza (Recarga 5–6). Uma onda de força

trovejante varre tudo a partir do caipora. Cada criatura em
um cone de 4,5 metros originando no caipora deve fazer uma
salvaguarda de Constituição CD 14. Se falhar, sofre 32 (7d8)
pontos de dano trovejante e é empurrada 3 metros para
longe do caipora. Em caso de sucesso, a criatura sofre
metade do dano e não é empurrada.
Além disso, objetos soltos que
estejam completamente dentro da
área de efeito são automaticamente
empurrados 3 metros para longe
do caipora, e o efeito
emite um estrondo
trovejante audível a
até 90 metros.

Invocar
Tempestade (1/
Dia). Quando
ao ar livre, o cai-
pora convoca uma
nuvem de tempestade
que aparece na forma de
um cilindro de 3 metros
de altura com 18 metros
de raio, centralizado em
um ponto à vista e a até
30 metros diretamente
acima dele.
O caipora escolhe
um ponto à vista dele
sob a nuvem. Um raio de
eletricidade parte da nuvem até esse
ponto. Cada criatura a até 1,5 metro
desse ponto deve fazer uma salvaguar-
da de Destreza CD 14. Se falhar, sofre 28
(5d10) pontos de dano elétrico, ou metade
do dano em caso de sucesso. Em cada um
de seus turnos, durante 10 minutos enquanto
manter a concentração, o caipora pode usar sua
ação para convocar relâmpagos dessa maneira, atingindo
o mesmo ponto ou outro.

37
 capelobo
Tinha um caçadô aqui, o Rodrigo “Cartilage”. Andava mancando, dizia que tinha pobrema de cartilage nas junta. Era

capelobo
um sujeito bruto, mulambento, mal-educado, mau memo. Caçava, mas não pra sustento, o home parecia gostá de matá.
Matava fiote, fêmea prenha. Matava e largava lá. Chegava em casa, bebia que nem que o cramulhão e batia na muié e
na fia. Eles vivia num casebre aqui perto. Um dia sumiro dessas banda, e foro atrás vê o que se assucedeu. A choupana
tava forrada de sangue e tripa. Uma coisa horrorosa, meu sinhô, osso de gente meio roído na mesa. Nos prato, as caveira
branca e sem miolo, mas com as língua e os zóio estralado! Uma dó, era os osso da muié e da minina. Do tal Cartilage
ninguém viu nada, mas nas noite seguinte as pessoa ouviro os uivo terríve vindo das mata e vários animarzinho parecero
morto. Um nativo véio viu nas redondeza um bicho feio, peludo, com tromba, zóio vermeio, mancando iguar o Cartilage.
Chamou de capelobo, que é “lobo torto” na língua do povo dele. Certeza que era o Cartilage. Aquele fiodaputa virou o
próprio satanás.
— Relato de um matuto

Capelobo
S
e nos ermos um grito cortar a noite vazia,
apure os ouvidos como um coelho acuado. Monstruosidade Média (metamorfo), Normalmente Neutro e Mau
Se isso lhe arrepiar os pelos da nuca e calar a
mata, cuidado! Quem grita no escuro pode ser o Classe de Armadura 14 (armadura natural)
bestial capelobo. Pontos de Vida 60 (8d8 + 24)
De hábitos preferencialmente noturnos, cape- Deslocamento 9 m (18 m na forma de anta)
lobos são perigosos predadores transmorfos que FOR DES CON INT SAB CAR
se abrigam em florestas, matas e campos, mas
15 (+2) 14 (+2) 16 (+3) 5 (-3) 12 (+1) 12 (+1)
preferem caçar nas cercanias de vilas e estradas,
locais onde o contato com a civilização fornece Salvaguardas Con +5
suas presas prediletas. Perícias Atletismo +4, Furtividade +4, Percepção +3
Entre Duas Formas. Capelobos são metamorfos Sentidos Percepção passiva 13
que transitam entre dois aspectos. Um deles é de um Idiomas ­—
monstro bípede com aparência humanoide, robusto Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
e musculoso, coberto de pelos marrons e grossos. Da
cabeça animalesca, estende-se um focinho alongado Atropelar em Carga (Apenas na Forma de Anta). Se o capelobo
e tubular, como o de um tamanduá. É nesta forma, na forma de anta se mover ao menos 4,5 metros em linha reta em
com força superior, que o capelobo ataca suas víti- direção a uma criatura e em seguida atingi-la com os cascos, o alvo
mas, usando as garras curvas e afiadas em um abraço deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Força CD 13 ou
fatal. Seu outro aspecto é de uma anta, maior e mais fica caído. Se o alvo ficar caído, o capelobo na forma de anta pode
veloz do que a versão comum desse animal, e com o fazer um ataque com pisotear contra ele com uma ação bônus.
focinho mais alongado. Geralmente ele utiliza essa
forma para fugir ou se aproximar de suas vítimas sem Audição e Olfato Aguçados. O capelobo tem vantagem em testes
causar alarde. de Sabedoria (Percepção) que dependam da audição ou do olfato.
Lambendo os Beiços. Para forrar-lhe o bucho, pe-
quenos animais bastam (com uma predileção estranha Frenesi de Sangue. O capelobo tem vantagem nas jogadas de
por cães e gatos), mas o festim só está completo quan- ataque corpo a corpo contra qualquer criatura que não esteja
do inclui humanoides. Nesse último caso, o capelobo com todos os pontos de vida.
imobiliza a presa e projeta sua língua comprida e fina,
repleta de espinhos, que perfura o crânio da vítima Imobilizador. O capelobo tem vantagem em jogadas de
para sugar-lhe o sangue e o cérebro. ataque contra qualquer criatura agarrada por ele.
Corpo de Monstro, Alma de Monstro. Apesar da
forma animalesca, todo capelobo já foi um dia uma Ações
pessoa, um caçador que matava de forma cruel e Ataques Múltiplos (Apenas na Forma de Capelobo). O
predatória, sem poupar fêmeas prenhes ou filhotes capelobo faz dois ataques com as garras.
e que, em idade avançada, foi amaldiçoado pelas
entidades protetoras da floresta, condenado a tornar- Cascos (Apenas na Forma de Anta). Arma de Combate
se um monstruoso predador, como foi em espírito Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
durante sua vida. 7 (2d4 + 2) contundente.

38
Garras (Apenas na Forma de Capelobo). Arma de Combate
Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, uma criatura.
Dano: 7 (2d4 + 2) cortante. Se o capelobo acertar o ataque
com as duas garras e se o alvo for uma criatura Média ou me-
nor, o alvo fica agarrado (CD 12 para escapar). Apenas uma
criatura pode ser agarrada por vez.
Língua de Tamanduá (Apenas na Forma de Capelobo).
Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance
3 m, um humanoide agarrado pelo capelobo. Dano: 13 (3d6
+ 2) perfurante, mais 1d4 pontos de dano na Inteligência e
1d4 pontos de dano na Sabedoria, permanentemente, que só
podem ser restaurados com uma magia restauração maior,
cura completa, desejo ou efeito mágico semelhante. Se o dano
reduzir o alvo a 0 pontos de vida, ou se um dos dois atributos
forem reduzidos a 0, o capelobo mata o alvo, extraindo e
devorando-lhe o cérebro.
Metamorfose. O capelobo pode usar uma ação para se transfor-
mar em uma anta ou retornar para sua forma verdadeira, que é
a de capelobo. Suas estatísticas, exceto o deslocamento, são as
mesmas em ambas as formas.
Uivo Aterrador (Apenas na Forma de Capelobo). Cada
criatura que esteja a até 36 metros do capelobo deve ser
bem-sucedida em uma salvaguarda de Sabedoria CD 11 ou
fica amedrontada por 1 minuto. Uma criatura pode repetir
a salvaguarda no final de seus próprios turnos, encerrando o
efeito sobre si em caso de sucesso. Caso seja bem-sucedida
na salvaguarda, ou quando o efeito se encerrar, a criatura
fica imune ao Uivo Aterrador do capelobo pelas próximas 24
horas.
Ações Bônus
Pisotear (Apenas na Forma de Anta). Arma de Combate
Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, uma criatura
caída. Dano: 7 (2d4 + 2) contundente.
39
 caruara Caruara Operário
C
aruaras são uma evolução não-natural resultante da
interação de determinados insetos sociais com fontes Monstruosidade Minúscula, Sem Alinhamento

caruara
de magia selvagem. De seus antepassados, herdaram o
seu comportamento gregário a extraordinária habilidade Classe de Armadura 12 (armadura natural)
de camuflagem, que lhe garante a alcunha de “inimigos Pontos de Vida 10 (4d4)
invisíveis”. Sua inteligência primitiva é voltada apenas para Deslocamento 7,5 m
o bem-estar e multiplicação da colônia. FOR DES CON INT SAB CAR
Três Castas. A sociedade caruara divide-se em três
6 (-2) 11 (+0) 10 (+0) 5 (-3) 12 (+1) 6 (-2)
castas muito bem definidas que diferem não apenas em
função, mas também em aspecto físico. Operários rara- Perícias Furtividade +3, Percepção +3
mente deixam a colônia e têm a aparência básica entre os Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
caruaras: apenas um galho com ramos desfolhados. Um Idiomas —
olhar mais atento revela no tronco três pares de membros, Nível de Desafio 1/8 (25 XP) Bônus de Proficiência +2
uma criatura similar a um avantajado bicho-pau. Medem
entre trinta e quarenta centímetros de altura e compri- Mimetismo. O caruara operário tem vantagem em testes de
mento, e seus corpos e membros são esguios. A cabeça Furtividade quando em meio à vegetação.
é uma continuação do tronco, distinguindo-se apenas
pela presença de dois pares de olhos e um de antenas. Seu Olfato Aguçado. O caruara tem vantagem em testes de
olfato é aguçado e são atraídos de maneira especial pelo Sabedoria (Percepção) que dependem do olfato.
odor do sangue. Quatro de seus seis membros são usados
como pernas e os dois posteriores terminam em pequenas Táticas de Grupo. O caruara tem vantagem em uma
pinças que funcionam como mãos. jogada de ataque contra uma criatura se ao menos um de
A casta mais comumente encontrada fora da colônia seus aliados, não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da
é a dos soldados, uma divisão da espécie com corpos mesma criatura.
mais robustos, responsável pelos ataques, realizados com
uma das pinças modificada em formato de lua crescente, Ações
criando assim um arco adaptado ao corpo do caruara. Esse Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +2 para acertar,
membro diferenciado é utilizado para disparar setas enve- alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 3 (1d4) cortante.
nenadas. Uma criatura atingida sofre dores terríveis e in-
chaço nas articulações, o que impede sua movimentação. Caruara Soldado
Em um ninho no centro da colônia caruara, repousa a Monstruosidade Minúscula, Sem Alinhamento
rainha, que se destaca tanto em aparência quanto em impor-
tância. Ela é cerca de quatro vezes maior que os integrantes Classe de Armadura 13 (armadura natural)
das outras castas. Sua mandíbula é alongada, curva como Pontos de Vida 21 (6d4 + 6)
um gancho e equipada com duas glândulas que constante- Deslocamento 7,5 m
mente secretam um fluido viscoso conhecido popularmente FOR DES CON INT SAB CAR
como “mel de caruara”, cujo poder venenoso é superior ao
8 (-1) 13 (+1) 12 (+1) 5 (-3) 12 (+1) 6 (-2)
produzido pelos soldados. A rainha é a única que possui asas
membranosas, mas de tamanho insuficiente para suportar Perícias Furtividade +3, Percepção +3
seu peso em voo. Seus membros dianteiros são duas foices Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
serrilhadas, úteis para prender oponentes ao atacar. Já os Idiomas —
membros traseiros são atrofiados devido ao peso do abdô- Nível de Desafio 1/4 (50 XP) Bônus de Proficiência +2
men, distendido e cheio de ovos, que reduz sua locomoção.
Meu Sangue do Seu Sangue. Ao caçar, os caruaras pre- Mimetismo. O caruara soldado tem vantagem em testes de
ferem criaturas já feridas, razão pela qual o cheiro de san- Furtividade quando em meio à vegetação.
gue os atrai. Quando encontram um alvo oportuno, atiram
suas setas envenenadas para inocular o veneno paralisante. Olfato Aguçado. O caruara tem vantagem em testes de
A vítima, já imobilizada, é transportada e entregue à rainha, Sabedoria (Percepção) que dependem do olfato.
que deposita dezenas de ovos no corpo ainda vivo. Após
algumas horas, os ovos começam a eclodir no hospedeiro, Táticas de Grupo. O caruara tem vantagem em uma
que agoniza cada vez mais conforme as larvas abrem ca- jogada de ataque contra uma criatura se ao menos um de
minho devorando sua carne até a morte. O cadáver é então seus aliados, não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da
depositado em uma pilha de matéria em decomposição na mesma criatura.
qual brotam os fungos que alimentam a colônia.

40
Ações A Peçonha Caruara
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +3 para acertar, alcance 1,5 Veneno de Caruara (ferimento). Esse veneno é
m, um alvo. Dano: 3 (1d4) cortante, e o alvo deve ser bem-sucedido em secretado pelos caruaras soldados e embebido em
uma salvaguarda de Constituição CD 11 sofrendo 3 (1d4) pontos de setas. Uma criatura sujeita a esse veneno deve ser
dano venenoso se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso. Se a bem-sucedida em uma salvaguarda de Constituição
criatura falhar por 5 ou mais, fica paralisada por 1d4 horas. CD 11, sofrendo 3 (1d4) pontos de dano venenoso
se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso. Se
Seta. Arma de Combate à Distância: +3 para acertar; alcance a salvaguarda falhar por 5 pontos ou mais, a criatura
12/48 m, um alvo. Dano: 4 (1d4 +1) perfurante, e o alvo deve também fica paralisada por 1d4 horas. A paralisia
ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição CD pode ser cancelada através da magia restauração
11, sofrendo 3 (1d4) pontos de dano venenoso se falhar, ou menor ou efeito mágico semelhante.
metade do dano em caso de sucesso. Se a criatura falhar na sal- Mel de Caruara (ferimento). Esse veneno é
vaguarda por 5 pontos ou mais, fica paralisada por 1d4 horas. secretado pela caruara rainha. Uma criatura sujeita ao
veneno deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda
Caruara Rainha de Constituição CD 14, sofrendo 7 (2d6) pontos de
Monstruosidade Média, Sem Alinhamento dano venenoso se falhar, ou metade do dano em
caso de sucesso. Se a salvaguarda falhar por 5 pontos
Classe de Armadura 15 (armadura natural) ou mais a criatura também fica paralisada por 1d4
Pontos de Vida 65 (10d8 + 20) horas. A paralisia pode ser cancelada através da magia
Deslocamento 1,5 m restauração menor ou efeito mágico semelhante.
FOR DES CON INT SAB CAR O mel das rainhas caruaras é muito procurado por
seus usos em combate e poções. A aplicação ao na-
14 (+2) 8 (-1) 14 (+2) 7 (-2) 14 (+2) 8 (-1)
tural sobre uma arma cortante ou perfurante atribui
Perícias Percepção +4 ao objeto as mesmas propriedades paralisantes do
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14 mel por 1d4 ataques. A demanda pela substância tem
Idiomas — se intensificado entre alquimistas que são capazes
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2 de destilá-la em um potente anestésico ou, mais co-
mumente, utilizá-la no preparo do Elixir de Caruara.
Imobilizador. A caruara rainha tem vantagem nas jogadas de Afirma-se que essa poção tem o poder de restaurar
ataque contra qualquer criatura agarrada por ela. a virilidade perdida com o passar dos anos e auxiliar
casais com problemas em conceber filhos a atingir
Olfato Aguçado. A caruara rainha tem vantagem em testes seu objetivo.
de Sabedoria (Percepção) que dependem do olfato.

Táticas de Grupo. A caruara rainha tem vantagem em uma jogada

de ataque contra uma criatura se ao menos um de seus aliados,
não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da mesma criatura.

Ações
Ataques Múltiplos. A caruara rainha pode fazer dois ataques com
as garras serrilhadas ou um ataque com as garras e uma
mordida.

Garras Serrilhadas. Arma de Combate Corpo a

Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
7 (2d4 + 2) perfurante. Se o alvo for uma criatura
Média ou menor, ele fica agarrado (CD 12 para
escapar). Até este agarramento terminar, a caruara
rainha pode morder apenas a criatura agarrada e tem
vantagem na jogada de ataque para fazê-lo.

Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para

acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (2d4 + 2)
cortante, e o alvo deve ser bem-sucedido em uma
salvaguarda de Constituição CD 14, sofrendo 7 (2d6)
pontos de dano venenoso se falhar, ou metade do dano
em caso de sucesso. Se a criatura falhar na salvaguarda por
5 pontos ou mais, fica paralisada por 1d4 horas.

41
 chibamba
O
ódio e o desejo de vingança são forças tão pode-
rosas que por vezes se convertem em energias
chibamba
sobrenaturais que se materializam, dando origem
a um ser maligno que povoa lendas e semeia medo nos
corações: o chibamba.
Nativos, contadores de histórias e sábios anciões
relatam o triste caso de um escravizado, amarrado
a um tronco e açoitado até a morte por um senhor per-
verso e violento. Enquanto era chicoteado sem piedade
pelo seu algoz, gotas de seu sangue atingiram uma
bananeira próxima. Naquele instante, os respingos im-
pregnados de rancor e anseio de vingança emaranha-
ram-se nas fibras da simples planta, semeando uma
lenta e macabra mutação. O tronco afinou-se e endure-
ceu, dele brotaram braços finos, longos e espinhosos e
o caule se dividiu em pernas lenhosas. As largas folhas
passaram a cobrir seu corpo, ocultando-o com um
estranho traje verde. Por fim, um rosto se formou: uma
máscara tribal da morte, reminiscências das memórias
ancestrais do sujeito barbarizado. Na noite seguinte, o
monstro desenraizou-se do chão e, em passos trô-
pegos, deslocou-se até o quintal da fazenda do cruel
escravagista e, em uma tocaia, vitimou o seu filho mais
amado, dando vazão à sua vingança. Desde então, a
criatura que ficou conhecida como chibamba se em-
brenhou nas florestas e lá se multiplicou, tornando-se
uma ameaça a qualquer um, inocente ou culpado, a
quem possa direcionar seu ódio criador.
Regado a Sangue. O chibamba se reproduz de
maneira semelhante à sua criação, retirando sangue
de sua vítima e adubando com ele uma de suas mudas,
que planta em terreno fértil. A nova criatura se desen-
volve como uma árvore comum, mas após sete meses,
na primeira lua cheia, desperta sua monstruosidade,
tornando-se um novo chibamba.
Bamboleio Ardiloso. A natureza vegetal do chibam-
ba não confere muita estabilidade aos seus passos. Seus
movimentos são erráticos, como se dançasse ao som de
tambores imaginários. O vento balança suas folhas de
modo que suas ações sejam imprevisíveis. Imprudentes
que decidam lutar contra o chibamba acabam envolvi-
dos nessa dança, em que golpes que pareciam bem-su-
cedidos não atingem nada além de folhas e os contra-a-
taques surgem de onde menos se espera.
Senhor das Moscas. O chibamba exala o odor da
morte, e esse fedor atrai criaturas afeitas a podridão e
carcaças, como moscas por exemplo. Esses insetos, in-
clusive, podem ser controlados pelos chibambas em for-
ma de enxames, que usam para confundir e atrapalhar
suas presas, oferecendo-lhes vantagens no combate.
Chibamba
Planta Média, Normalmente Neutro e Mau
42
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 30 (4d8 + 12)
Deslocamento 6 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 12 (+1) 16 (+3) 7 (-2) 12 (+1) 8 (-1)
Salvaguardas Con +5
Perícias Sobrevivência +3
Imunidades a Condição envenenado, cego, surdo
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 11
Idiomas entende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 1 (200 XP) Bônus de Proficiência +2
Aparência Falsa. Enquanto o chibamba permanecer imóvel,
ele é indistinguível de um emaranhado de plantas.
Fedor. Qualquer criatura que inicie seu turno a até 1,5 metro
do chibamba deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda
de Constituição CD 12 ou fica envenenada até o início do pró-
ximo turno dela. Em caso de sucesso, a criatura fica imune ao
Fedor do chibamba por 24 horas.
Finta. Toda vez que uma criatura errar um ataque contra o
chibamba, o próximo ataque dessa criatura contra o chibam-
ba é feito com desvantagem.
Folha Cortante. O chibamba possui folhas com as bordas
afiadas que ferem criaturas agarradas por ele. O dano causado
por essas folhas regenera os pontos de vida do chibamba.
Ações
Constrição. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 3 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) contundente, e um
alvo Grande ou menor fica agarrado (CD 12 para escapar).
Até o agarramento terminar, o alvo fica contido, e o chibamba
não pode usar constrição em outro alvo. A criatura agarrada
sofre 3 (1d4) pontos de dano por rodada devido às Folhas
Cortantes, e o chibamba recupera pontos de vida equivalen-
tes a esse dano.
Pancada. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) contundente.
Invocar Nuvem de Moscas (1/Dia). O chibamba pode in-
vocar uma nuvem de moscas. A nuvem de moscas preenche
uma esfera de 6 metros de raio centrada em um ponto à es-
colha do chibamba a até 36 metros dele. A nuvem se alastra
contornando cantos e permanece até que o chibamba a
disperse com uma ação ou morra. A nuvem é parcialmente
obscurecida. Além disso, qualquer criatura dentro da nuvem
que conjurar ou manter uma magia deve ser bem-sucedida
em uma salvaguarda de Constituição (CD 11) ou a magia
falha. A área compreendida pela nuvem é considerada
terreno difícil.
43
 chupa-cabra
A
origem destes seres está ligada a uma antiga história
sobre o avistamento de um disco de luz riscando o
chupa-cabra
céu noturno e depois desaparecendo em direção à
floresta numa explosão silenciosa de energia. Nos dias se-
guintes, vacas, ovelhas, cabras e outros animais de criação
começaram a aparecer mortos misteriosamente, sem uma
gota de sangue sequer em seus corpos. Então, o enigmá-
tico predador ficou conhecido como chupa-cabra, e sua
presença passou a atemorizar vilarejos e propriedades
rurais. Expedições foram realizadas para tentar eliminar
essa ameaça, mas muitas desapareceram sem vestígios. A
partir daí, corpos humanoides passaram a ser encontra-
dos, também completamente esvaídos de sangue.
Os poucos sobreviventes do contato com um chupa-
-cabra dizem que a criatura não é muito maior do que um
cão de médio porte, com a cabeça e olhos grandes e boca
semelhante a uma ventosa cheia de dentes pequenos e
pontiagudos. Dizem que seu corpo não possui pelos, e que
uma fileira de espinhos parte de suas costas, terminando
na altura do pescoço. A criatura é dita como ágil, e muitos
juram que pode desaparecer de um lugar e surgir em outro.
Exilados das Estrelas. Chupa-cabras não são nati-
vos deste planeta. Resultados de experiências malsuce-
didas, estes monstros foram exilados como pragas inde-
sejáveis. Agrupam-se em pequenos bandos, formados
geralmente de quatro a oito indivíduos. Escondem-se
em matas densas, copas de árvores antigas ou caver-
nas. Não há entre eles machos ou fêmeas, reproduzin-
do-se de maneira assexuada. Apesar de conhecidos
popularmente por atacarem animais de criação, os
chupa-cabras se alimentam de qualquer tipo de sangue,
preferindo atacar animais maiores e que oferecem mais
alimento. Ágeis e furtivos, eles costumam atacar em
grupo, emboscando e matando suas vítimas o mais
rápido possível para fartar-se do sangue ainda quente.
Poderes da Mente. O cérebro alienígena de um
chupa-cabra confere a ele poderes sobre a mente de
suas vítimas, sobretudo aquelas com pouca força de
vontade ou capacidade cognitiva. Em um ataque, ele
pode induzir uma repentina sobrecarga psíquica em
suas presas, capaz de atordoá-las para que fiquem
vulneráveis aos ataques físicos do chupa-cabra.
Chupa-cabra
Aberração Média, Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 26 (4d8 + 8)
Deslocamento 9 m, escalada 6 m
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 14 (+2) 14 (+2) 6 (-2) 12 (+1) 9 (-1)
Perícias Furtividade +4, Percepção +3
Imunidades a Dano psíquico
44
Variantes de Chupa-Cabra
O chupa-cabra é uma criatura presente em diversas regiões
do ocidente e, por isso, existem diversas variações da criatura.
Em sua maioria, especialmente nas regiões mais ao norte do
continente, não é muito comum essa criatura apresentar ca-
pacidades psíquicas como a aqui apresentada. Por outro lado,
moradores dessas regiões afirmam terem avistado chupa-ca-
bras alados e até mesmo chupa-cabras bípedes, que andam
eretos quase que como humanos.
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
Idiomas —
Nível de Desafio 1 (200 XP) Bônus de Proficiência +2
Camuflagem nas Sombras. O chupa-cabra tem vantagem
nos testes de Destreza (Furtividade) feito para esconder-se no
escuro ou na meia-luz.
Olfato Aguçado. O chupa-cabra tem vantagem em testes de
Sabedoria (Percepção) que dependem do olfato.
Ações
Ataques Múltiplos. O chupa-cabra faz dois ataques com as
garras.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 5 (1d4 + 2) cortante.
Ventosa. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d8 + 2) perfurante. Se o
alvo for uma criatura, ela deve ser bem-sucedida em uma
salvaguarda de Força ou Destreza CD 11 ou fica agarrada.
Tormento Psíquico. O chupa-cabra pode sobrecarregar
a mente de uma criatura à sua vista. A criatura deve ser
bem-sucedida em uma salvaguarda de Sabedoria CD 11 ou
fica atordoada. A salvaguarda pode ser feita novamente no
final do próximo turno. Uma vez que seja bem-sucedida na
salvaguarda, a criatura fica imune ao tormento psíquico de
qualquer chupa-cabra pelas próximas 24 horas.
Ações Bônus
Chupar Sangue. Uma criatura agarrada pelo chupa-cabra
tem seu sangue sugado, sofrendo 4 (1d6) pontos de dano per-
furante. O alvo deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda
de Constituição CD 12 ou seus pontos de vida máximos são
reduzidos por uma quantidade equivalente ao dano sofrido.
A redução dos pontos de vida máximos dura até que o alvo
faça um descanso longo. O alvo morre se esse efeito reduzir
seus pontos de vida a 0.
45
 corpo-seco
C
orpos-secos são mortos-vivos que não foram ani- e quanto maior a afinidade entre as duas criaturas,
mados por necromancia, mas sim pelo seu rancor. maior será a bestialidade do ser resultante.

corpo-seco
Um ser deplorável e maligno ao qual não foi permi- Natureza Desmorta. Tanto o corpo-seco quanto o
tida uma passagem tranquila, retornando para causar brado-seco não precisam respirar, beber, comer ou dormir.
lamentos e espalhar morte. Com poucas memórias
de sua vida perversa, só conhecem o sentimento de Corpo-seco
vingança e lembram vagamente de seu passado. Não Morto-vivo Médio, Normalmente Caótico e Mau
recordam nomes, feições ou fatos, se apegando aos
lugares, cheiros e sons que se relacionam com sua Classe de Armadura 12 (armadura natural)
amarga história, vagando sem um rumo certo numa Pontos de Vida 45 (6d8 + 18)
busca sem nome. Deslocamento 6 m
Embalsamado pelo Ódio. Como diz seu nome, o FOR DES CON INT SAB CAR
corpo-seco não se decompõe, resseca. A água, por ser
14 (+2) 8 (-1) 17 (+3) 6 (-2) 7 (-2) 6 (-2)
um elemento essencial para a vida, esvai-se e rejeita
seu corpo. Seu cadáver é impregnado de uma malvade- Salvaguardas Con +5
za tão atroz que mesmo os organismos decomposito- Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 8
res são repelidos por ele. A terra que o recebeu Resistências a Dano gélido
não foi capaz de digeri-lo, sua carne enoja Imunidades a Dano venenoso
os vermes, os insetos não depositam Imunidades a Condição
ovos na matéria corrompida e sua envenenado
aridez sufoca fungos e germes. A Idiomas Compreende os idio-
natureza de um corpo-seco é mas que conhecia em vida,
totalmente oposta à da água, mas não pode falar
impedindo-o de cruzar rios e Nível de Desafio 1 (200 XP)
riachos.  Bônus de Proficiência + 2
Seu corpo ressequido tor-
na sua mobilidade limitada, Fortitude de Morto-Vivo.
principalmente nos primei- Quando o corpo-seco recebe
ros dias de sua não-vida. Em dano que reduza seus pontos
contrapartida, a pele rígida de vida a 0, ele deve fazer uma
lhe concede maior resistên- salvaguarda de Constituição CD 5 +
cia a ataques. Suas unhas o dano sofrido, a não ser que este seja
e cabelos crescem em radiante ou derivado de um acerto crítico.
demasia e são mais rígidos Se for bem-sucedido, em vez disso o corpo-seco
que sua pele, fazendo de fica com 1 ponto de vida.
suas garras armas eficientes
em combate. Receptáculo Desmorto. O corpo-seco
Uma Alma Sombria pode se fundir ao bradador.
para meu Corpo Seco.
Rejeitado por tudo Ações
que é vivo, o Garras. Arma de Combate
corpo-seco Corpo a Corpo: +4 para
pode atrair acertar, alcance 1,5
e servir de m, um alvo. Dano:
receptáculo 7 (2d4 + 2)
ao bradador. cortante.
Como a única
coisa viva nesses
desmortos é seu
apelo à perversida-
de, sua carcaça é uma
arapuca para esse ser
incorpóreo. Essa união
resulta em um brado-seco

46
Brado-seco 2) cortante mais 7 (2d6) necrótico. O alvo deve ser bem-su-
Morto-vivo Médio, Normalmente Caótico e Mau cedido em uma salvaguarda de Constituição CD 14 ou seu
máximo de pontos de vida será reduzido em um valor equi-
Classe de Armadura 16 (armadura natural) valente ao dano necrótico sofrido. Essa redução dura até o
Pontos de Vida 53 (7d8 + 21) alvo terminar um descanso longo. O alvo morre se esse efeito
Deslocamento 9 m reduzir seu máximo de pontos de vida a 0.
FOR DES CON INT SAB CAR
Brado Mortal (Recarga 6). Toda criatura viva a até 6
14 (+2) 16 (+3) 17 (+3) 10 (+0) 10 (+0) 12 (+1)
metros do brado-seco e que puder ouvi-lo deve ser
Salvaguardas Con +5 bem-sucedida em uma salvaguarda de Constituição
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10 CD 11. Se falhar, ela sofre 25 pontos de dano. Em
Resistências a Dano gélido caso de sucesso, a criatura não sofre dano, mas fica
Imunidades a Dano necrótico, venenoso atordoada. Uma criatura atordoada pode fazer
Imunidades a Condição enfeitiçado, uma salvaguarda de Constituição CD
envenenado, exausto, inconsciente 11 ao fim de cada um dos seus próprios
Idiomas Compreende os idiomas que turnos. Em caso de sucesso, o efeito de
conhecia em vida, mas não pode falar atordoamento se encerra. Se possuir menos
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de do que 25 pontos de vida no momento
Proficiência +2 em que ouvir o brado mortal, a criatura
morre instantaneamente sem direitos a
Fortitude de Morto-Vivo. Quando o salvaguardas contra morte.
brado-seco recebe dano que re- Se a criatura estiver a até 12
duz seus pontos de vida para metros do brado-seco e puder ou-
0, ele deve fazer uma sal- vi-lo, ela também sofre dos
vaguarda de Constituição efeitos do Brado Mortal,
CD 5 + o dano sofrido, porém de forma mais
a não ser que este seja moderada. A criatura
radiante ou derivado deve ser bem-sucedida
de um acerto em uma salvaguarda
crítico. Se for de Sabedoria CD
bem-sucedido, 11 ou adquire
em vez disso insanidade

o brado-seco fica
com 1 ponto de vida.
permanente com a seguinte
Resistência à Expulsão. O brado-seco tem van- fraqueza: “Qualquer barulho mais alto do que
tagem em salvaguardas contra qualquer efeito o de um talher caindo ao chão me deixa terri-
que expulse mortos-vivos. velmente assustado e vozes altas me apavo-
ram a ponto de sair correndo”, e somente uma
Ações restauração maior pode curá-la deste estado. Em
Ataques Múltiplos. O brado-seco pode atacar duas caso de sucesso, a criatura não adquire insanidade,
vezes com garras secas. mas jamais esquece do pavor de ter ouvido o grito
do brado-seco.
Garras Secas. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 Constructos e mortos-vivos são imunes a
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (2d4 + este efeito.

47
 cresce-míngua
D
entre todas as criaturas dotadas de poderes incríveis,
poucas são mais enganadoras do que um cresce-mín-
cresce-míngua
gua. À primeira vista, ele é um humano bem mirrado,
com cerca de 1,20 metro de altura, corpo magro, olhos
esbugalhados e arredondados, pele amarelada, cabelos
ralos e finos. Veste-se com roupas mais largas do que o
seu tamanho e usa grandes chapéus, que o fazem parecer
ainda menor. Sua aparência desperta desprezo e até
mesmo pena naqueles que o encontram. Mas o cresce-
-míngua é astuto, e carrega consigo um segredo.
Dos Bambuzais para os Povoados. Os cresce-
-míngua descendem de uma estranha linhagem na
qual corre o sangue diluído de gigantes, que os torna
capazes de alterar o próprio tamanho. Originalmente,
seu povo vivia da caça, pesca e coleta em pequenas
comunidades cercadas de bambuzais, que eles cultiva-
vam como cercas vivas. Com a chegada de outros habi-
tantes nas redondezas de seus lares, a maioria resolveu
se retirar para novos horizontes em locais isolados
para preservarem seu modo de vida. Outros, mais
curiosos, decidiram deixar suas aldeias e se misturar
aos forasteiros, migrando para os povoados e cidades,
onde perceberam que podiam tirar grande proveito de
seus poderes.
O Menor Gigante do Mundo. O cresce-mín-
gua pode alterar seu tamanho e compleição física,
podendo ficar minúsculo e leve como um inseto ou
enorme e musculoso como um gigante, ainda que
ao custo de certo esforço. Graças a essa habilidade,
os cresce-míngua tendem a se tornarem ladrões e
espiões extremamente capazes, ou mesmo comba-
tentes e líderes de salteadores, utilizando de sua
força amplificada para intimidar e lutar. Por conta de
sua múltipla função, os cresce-míngua também são
muitas vezes empregados para tarefas específicas, em
que suas habilidades possam ser determinantes para
o sucesso de uma missão. Aqueles que, inadvertida-
mente, presenciam a impressionante transformação
do cresce-míngua, contam nas bodegas e vendas seus
causos, mas na maioria das vezes são desacreditados,
pois os ouvintes preferem crer que se trata de mais
uma história de assombração ou que o contador
bebeu mais do que deveria naquele dia.
Cresce-míngua
Gigante Médio, qualquer alinhamento
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 145 (17d12 + 34)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 14 (+2) 14 (+2) 10 (+0) 12 (+1) 13 (+1)
Salvaguardas Des +5, Con +5
48
Perícias Furtividade +5, Intuição +4, Percepção +4
Sentidos Percepção passiva 14
Idiomas Comum, Gigante
Nível de Desafio 6 (2.300 XP) Bônus de Proficiência +3
Adaptável. Toda vez que o cresce-míngua muda de categoria
de tamanho, seu valor de Força se altera de acordo. Sua Força
quando Minúsculo é 4 (-3), quando Pequeno é 8 (-1), quando
Grande é 16 (+3) e quando Enorme é 20 (+5). Seu desloca-
mento e valor de Constituição permanecem os mesmos em
todos os tamanhos, mas seus Dados de Vida permanecem
equivalentes ao tamanho Enorme.
Forte e Lento. O cresce-míngua tem vantagem nos testes e
salvaguardas de Força e desvantagem nos testes e salvaguar-
das de Destreza quando no tamanho Grande ou Enorme.
Forma Imutável. O cresce-míngua é imune a qualquer magia
ou efeito que altere seu tamanho que sejam conjurados ou
gerados por outra criatura.
Rápido e Fraco. O cresce-míngua tem vantagem nos testes
e salvaguardas de Destreza e desvantagem nos testes e
salvaguardas de Força quando no tamanho Pequeno ou
Minúsculo.
Ações
Ataques Múltiplos. O cresce-míngua faz dois ataques corpo
a corpo.
Estilete (Apenas Minúsculo). Arma de Combate Corpo a
Corpo: +5 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 3 (1d2 +
2) cortante.
Faca (Apenas Pequeno). Arma de Combate Corpo a Corpo:
+5 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 5 (1d4 + 2)
cortante.
Espada Pequena (Apenas Médio). Arma de Combate Corpo
a Corpo: +5 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6
+ 2) cortante.
Espada Grande (Apenas Grande). Arma de Combate Corpo a
Corpo: +6 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 12 (2d8
+ 3) cortante.
Espadão (Apenas Enorme). Arma de Combate Corpo a
Corpo: +8 para acertar, alcance 3 m, um alvo. Dano: 22 (3d10
+ 5) cortante.
Arremessar Rocha ou Árvore (Apenas Enorme). Arma de
Combate à Distância: +5 para acertar, alcance 18/72 m, um
alvo. Dano: 22 (3d10 + 5) contundente.
Ações Bônus
Crescer. Usando uma ação bônus, o cresce-míngua aumenta seu
tamanho em uma categoria (Minúsculo > Pequeno > Médio
> Grande > Enorme). Seus ataques corpo a corpo aumentam
uma categoria de dado na progressão (d2 > d4 > d6 > d8 > d10).
Qualquer objeto em sua posse é aumentado, mas volta ao seu
tamanho original quando não estiver mais em contato com o
cresce-míngua. Essa característica pode ser usada 2
vezes a cada descanso curto ou longo.
Minguar. Usando uma ação bônus, o cresce-míngua reduz
seu tamanho em uma categoria (Enorme > Grande > Médio
> Pequeno > Minúsculo). Seus ataques corpo a corpo dimi-
nuem uma categoria de dado na progressão (d10 > d8 > d6 >
d4 > d2). Qualquer objeto em sua posse é reduzido, mas volta
ao seu tamanho original quando não estiver mais em contato
com o cresce-míngua. Essa característica pode ser usada 2
vezes a cada descanso curto ou longo.
49
 cria da onça celeste
V cria da onça celeste
ocê já viu os dentes pontiagudos da noite? Ela, às
vezes, tem garras e dentes. Quem entende a frase,
com certeza sabe que ela se refere a um dos mais
temíveis e sorrateiros animais que habitam as matas
escuras: as crias da Onça Celeste.
Dizem que esses predadores noturnos são os netos
da Onça Celeste original. Elas têm uma vez e meia o
tamanho da versão comum do animal, sendo muito
fortes e astutos. São capazes de enxergar no escuro
e sentir cheiros a uma grande distância. Além disso,
conseguem saltar a até nove metros sem impulso ou
até mesmo alcançar com um único pulo as copas das
árvores e se esconder entre os galhos para desferir um
golpe certeiro usando suas garras mortais. E fazem
tudo no mais completo silêncio, que é mantido mesmo
quando se deslocam, seja em terra ou na água.
Seus olhos são reflexos da noite, tendo dois pequenos
sóis vermelhos como pupilas. Sua pelagem apresenta
os padrões esperados para a espécie, porém suas cores
diferem em muito daquela dos seus parentes mundanos
— em vez do amarelo e preto, temos um pelo totalmente
escuro com manchas que refletem a luz num tom azula-
do em intensidades diferentes, dependendo da situação.
Inimigas da Luz. Contam as lendas que a Onça
Celeste tem inimizade com o Sol e a Lua e que, um
dia, conseguirá devorá-los. Se isso é verdade, não
se sabe. O fato é que suas crias têm uma interação
muito peculiar com a luz dos corpos celestes: o brilho
refletido por suas manchas é proporcional à lumino-
sidade do sol ou da lua que incide diretamente sobre
sua pele. Devido aos seus hábitos noturnos, esse fenô-
meno raramente é notado durante o dia, mas à noite,
o brilho varia de quase inexistente na lua nova a
fulgurante nos dias de lua cheia. Outras fontes de luz
não produzem esse efeito, mas magias que simulam
luz solar ou lunar são refletidas.
Na ausência do luar, as crias podem se mesclar às
trevas. Essa característica concede duas particularida-
des: as deixam completamente invisíveis no escuro, se
assim desejarem, e permite que elas saltem através das
sombras. Aventureiros normalmente sentem o ataque
antes de realmente verem as crias da Onça Celeste ou,
pelo menos, o vermelho de suas pupilas.
E das Aves Também. Crias não temem atacar ani-
mais maiores ou mesmo pequenos grupos de huma-
noides. Usando de tocaias e estratagemas, tentam um
golpe rápido e certeiro. Se o ataque erra, não costu-
mam fugir, preferindo continuar o embate. Tudo o que
se move e tem sangue quente é uma presa para esse
felino, mas sua preferência são as aves, em especial o
urutau. Ao escutar o estranho canto do pássaro agou-
rento, a cria da Onça Celeste redobra sua fúria e volta
as suas ações à destruição da criatura.
50
Manto de Sombras
Aqueles que conseguem usar a pele de uma cria da
Onça Celeste podem se beneficiar de poderes seme-
lhantes ao da criatura enquanto estiver de noite. Esse
conhecimento, no entanto, não é de natureza notória, e
poucos estudiosos sabem disto.
Cria da Onça Celeste
Monstruosidade Grande, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 102 (12d10 + 36)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
18 (+4) 18 (+4) 17 (+3) 6 (-2) 12 (+1) 12 (+1)
Perícias Atletismo +7, Furtividade +7, Percepção +4
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas —
Nível de Desafio 5 (1.800 XP) Bônus de Proficiência +3
Bote. Se a cria da Onça Celeste se mover ao menos 6 metros
em linha reta em direção a uma criatura e então atacar com
as garras no mesmo turno, o alvo deve ser bem-sucedido em
uma salvaguarda de Força CD 15 ou fica caído. Se o alvo esti-
ver caído, a cria da Onça Celeste pode fazer um ataque com
mordida contra ele com uma ação bônus.
Evadir nas Sombras. Enquanto na meia-luz ou escuridão, se
a cria da Onça Celeste for submetida a um efeito que permita
que ela faça uma salvaguarda para sofrer apenas metade do
dano, em vez disso ela não sofre dano em caso de sucesso, e
apenas metade do dano se falhar.
Fraqueza à Luz Solar. Quando está sob a luz do sol, a cria da
Onça Celeste tem desvantagem nas jogadas de ataque, testes
de atributo e salvaguardas.
Manto da Noite. A cria da Onça Celeste tem vantagem em
testes de Destreza (Furtividade) feitos durante a noite.
Visão e Olfato Aguçados. A cria da Onça Celeste tem vantagem em
testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da visão ou do olfato.
Ações
Ataques Múltiplos. A cria da Onça Celeste faz dois ataques
com as garras.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) cortante.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar, Salto nas Sombras (Recarga 4–6). A cria da Onça Celeste
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) perfurante. pode saltar de uma sombra a outra, desde que ambas sejam
de tamanho Grande e estejam a até 18 metros entre si.

51
 cuca
C
ucas são seres com aspectos reptilianos: cauda, garras
cuca
afiadas, olhos amarelados e uma cabeça grande com
mandíbula alongada, bastante semelhante à de um
jacaré. Usam vestes surradas e gostam de se adornar com
joias e riquezas que roubam dos infelizes que caem em suas
tramoias. Ainda que desnecessário, apoiam-se em cajados
tortuosos feitos de madeira podre, maculados pelas mais
sórdidas mandingas.
A Cuca é Malvada. Suas características reptilianas
concedem excelente olfato e visão no escuro. Entocam-se
em cavernas e grutas onde montam cozinhas nefastas
em que fervem poções, venenos e malfazejos em enormes
caldeirões de ferro. Prendem suas vítimas em gaiolas pen-
duradas no teto, entre ervas secas e pedaços de animais.
Mantêm seus prisioneiros enjaulados por longos períodos
enquanto os engordam com um angu fétido e rançoso até
estarem no ponto para o abate.
A Cuca é Zangada. Uma curiosa, porém problemática,
característica das cucas é que elas só dormem a cada sete
anos. Pode parecer uma dádiva à primeira vista, já que a
criatura está sempre atenta, mas traz consigo uma tensão
que se intensifica à medida em que passa os anos acordada.
Existem relatos de cucas praticando ações bondosas e de-
sinteressadas, provavelmente logo após despertarem, mas
com o tempo elas vão ficando cada vez mais irritáveis. No
ápice da privação de sono, seu grito ensurdecedor carrega
toda a sua zanga e enche de temor o coração dos que a
escutam. O canto de um pássaro, crianças brincando ou
mesmo um bebê chorando soam insuportáveis e têm uma
simples e única solução: a obliteração.
A Cuca é Matreira. As cucas são, por natureza, egoístas,
gananciosas e ardilosas. Invejam sobretudo humanoides e
buscam roubar suas riquezas, principalmente joias, pedras
preciosas, ouro e itens com propriedades mágicas, os
quais colecionam. Não raro, criam esquemas intrincados
manipulando outros seres, como sacis-pererês, para atingir
algum objetivo. Resistentes e longevas, podem viver por até
mil anos de idade, período em que botam um único ovo
do qual nasce uma nova cuca que, dizem, é sempre mais
maléfica e ardilosa do que aquela que a gerou.
A Cuca é Danada. Além de exímias cozinheiras de po-
ções, as cucas são conjuradoras natas e podem, através de ma-
gia, disfarçarem-se em outros seres, algo que utilizam como
um ardil para que pobres desafortunados caiam nas tocaias
que armam. Além disso, quando estão de butuca em alguma
vítima ou precisam fugir de algo, são capazes de submergir
nas águas de rios e açudes, prendendo a respiração por longos
períodos. A afinidade com répteis também permite que elas se
comuniquem com eles, seja para transmitir ordens simples ou
para receber informações do que acontece nos arredores.
O Covil de uma Cuca
As cucas fazem seus covis em cavernas ou tocas em
áreas pantanosas. Cucas são acumuladoras e seus
52
covis são atulhados de velharias, badulaques e feti-
ches, a maioria quebrados e inúteis.
Ações de Covil
Na contagem de iniciativa 20 (perdendo em caso de em-
pate da sequência de iniciativa), a cuca executa uma ação
de covil para causar um dos efeitos mágicos a seguir:
• A cuca pode conjurar invisibilidade inatamente.
• A cuca pode usar Conjuração.
• A cuca escolhe como alvo uma criatura à vista e a
até 18 metros dela. Um campo antimagia preenche
o espaço do alvo, movendo-se com ele até a conta-
gem de iniciativa 20 da próxima rodada.
Característica de Covil
O covil de uma cuca pode ter um ou mais dos seguin-
tes efeitos:
• A ação Explosão Flamejante da cuca tem Recarga 4–6.
• Qualquer criatura que não seja a cuca que tente
conjurar uma magia de 4º círculo ou inferior no
covil da cuca é afligida por dor. A criatura pode
escolher outra ação, mas se tentar conjurar uma
magia, deve fazer uma salvaguarda de Constituição
CD 16. Se falhar, ela sofre 4 (1d6) pontos de dano
necrótico por círculo da magia. A magia não surte
efeito e o espaço utilizado é desperdiçado.
• O covil está constantemente sob um efeito similar
à magia servo invisível, porém o servo criado por
esse efeito não é invisível, e sua aparência depende
das preferências de cada cuca, chegando por vezes
a ser dotado de um certo grau de inteligência e de
uma capacidade básica de comunicação. Caso seja
destruído, o servo se refaz em 1 hora.
• O covil está protegido contra a viagem mágica de
criaturas que a cuca não tenha autorizado. Tais
criaturas não podem se teleportar para dentro ou
para fora da área do covil ou usar viagem planar
para entrar ou sair dela. Efeitos que permitam tele-
porte ou viagem planar funcionam no covil, desde
que não sejam usados para entrar ou sair dele.
Efeitos Regionais
A região que contém o covil de uma cuca é distorcida
pela presença mágica da criatura, criando os efeitos
mágicos a seguir:
• A quantidade de borboletas e mariposas aumenta
em um raio de 9 quilômetros do covil da cuca.
• Toda magia acima do 1º círculo conjurada a até 9
quilômetros do covil da cuca está sujeita a um surto
de magia selvagem.
• Criaturas a até 9 quilômetros do covil e que
tenham um valor de Inteligência de 2 ou menos
ficam enfeitiçadas pela cuca e tornam-se agressivas
contra intrusos na área.
Cuca
Feérico Médio (megera), Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 17 (armadura natural)
Pontos de Vida 128 (17d8 + 51)
Deslocamento 9 m, natação 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
18 (+4) 12 (+1) 16 (+3) 12 (+1) 16 (+3) 16 (+3)
Salvaguardas For +8, Sab +7, Car +7
Perícias Arcanismo +5, Enganação +7, Furtividade +5,
Percepção +7
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 17
Idiomas Comum, Silvestre
Nível de Desafio 10 (5.900 XP) / 11 (7.200 XP) quando
no covil Bônus de Proficiência +4
A Cuca te Pega. Se a cuca acertar dois ataques com as garras
na mesma rodada contra uma criatura, ela a agarra automati-
camente. A cuca tem vantagem em jogadas de ataque com a
mordida contra qualquer criatura agarrada por ela desta forma.
Caldeirividência. Ao mexer no seu caldeirão, a cuca cria a até
1,5 quilômetro dela um sensor invisível em um local que lhe
seja familiar ou em uma localidade óbvia, mas que não lhe
seja familiar. O sensor permanece no local por 10 minutos,
não podendo ser atacado nem ser alvo de qualquer outro
tipo de interação. Ao usar este poder, ela escolhe ver ou ouvir,
podendo usar o sentido escolhido por meio do sensor como
se estivesse no espaço ocupado por ele. Com uso de uma
ação, ela pode alternar entre ver e ouvir.
Uma criatura que possua visão verdadeira ou que conjure
ver o invisível enxerga o sensor da cuca como um orbe lumi-
noso e intangível do tamanho de um punho.
Inhaca de Fedelho. A cuca tem vantagem nos testes de
Sabedoria (Percepção) que dependam do olfato, mas apenas
quando farejando crianças humanoides e filhotes de animais.
Prender a Respiração. A cuca pode prender a respiração por
1 hora.
Regeneração. A cuca recupera 5 pontos de vida no início de
seu turno enquanto possuir pelo menos 1 ponto de vida.
Resistência à Magia. A cuca tem vantagem nas salvaguardas
contra magias e outros efeitos mágicos.
Resistência Lendária (3/Dia). A cuca escolhe se quer ser
bem-sucedida em uma salvaguarda que tenha falhado.
Ações
Ataques Múltiplos. A cuca pode fazer três ataques com as
garras, ou dois ataques com as garras e um com a mordida,
ou dois ataques com as garras e conjurar uma magia.
Cauda. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) contundente.
O Caldeirão da Cuca
Não há nada de sobrenatural no feitio desse utensílio,
porém os anos de exposição aos ingredientes profanos
o impregnaram, tornando-o também mágico. Enquanto
estiver de posse do item, a cuca tem acesso a todas as
magias rituais da tabela de magias do mago e do druida
até o 5º círculo, e pode conjurá-las a partir do caldeirão,
necessitando de componentes verbal, material e somá-
tico. Caso seja adquirido por uma criatura não-cuca, o
caldeirão é um item mágico com um efeito similar ao
talento Conjurador Ritualístico. O caldeirão é conside-
rado um item maravilhoso, raro, que exige sintonização.
Na posse de uma criatura que não seja cuca, a magia do
caldeirão altera o alinhamento da criatura um passo em
direção ao caótico após sete usos.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) cortante.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (2d4 + 4) cortante.
Conjuração. A cuca conjura as magias a seguir usando o Carisma
como atributo de conjuração (CD 15 para evitar magia):
À vontade: animar objetos, enfeitiçar pessoa, ilusão menor,
reparar, prestidigitação arcana
2/dia cada: detectar pensamentos, falar com animais, medo
1/dia cada: cegueira/surdez, polimorfia, sono
Explosão Flamejante (Recarga 5–6). A cuca cria uma explo-
são mágica de fogo em um ponto à vista e a até 36 metros
dela. Cada criatura em uma esfera de 6 metros de raio centra-
da neste ponto deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda
de Destreza CD 15, sofrendo 42 (12d6) pontos de dano ígneo
se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso.
Mudar Aparência (1/dia). Com uma ação, a cuca transforma
sua aparência conforme desejar, alterando sua altura, peso,
características étnicas, som da voz, comprimento do cabelo,
cor da pele e características peculiares, se existirem. Ela pode
adquirir a aparência de outra ancestralidade, embora nenhu-
ma de suas estatísticas mude. Ela não pode parecer com uma
criatura de tamanho diferente do seu, e sua forma básica
permanece a mesma. O efeito dura 6 horas, e a qualquer
momento, enquanto o efeito durar, ela pode usar uma ação
para retornar à sua aparência normal. O efeito se encerra se a
cuca morrer ou for incapacitada.
Ações Bônus
Pele de Jacaré (2/Dia). A cuca enrijece magicamente sua
pele. Até o início de seu próximo turno, a cuca tem +5 na CA,
incluindo contra o ataque que disparou a ação bônus, e ela
não sofre dano de mísseis mágicos.
Recuar (3/Dia). A cuca pode usar a ação Correr com uma
ação bônus.
53
54
 cupendiepesSe contra as noites enluaradas

cupendiepes
surgirem grandes silhuetas aladas,
reze seus credos, apele para a sorte.
Cupendiepes, com suas lâminas prateadas,
arrancam-lhe a cabeça a machadadas.
Uma oferenda ao Deus da Morte.

E
m tempos antigos, quando os povos se espalha-
ram pelas terras e ainda escolhiam seus deuses,
uma tribo de nativos encontrou uma ampla
caverna para habitar, que nomearam como Caverna
do Morcego, e nela construíram sua pequena aldeia
de pedra. Eles eram os cupendiepes, ferozes comba-
tentes que promoviam guerras e saques contra outras
nações e tinham grande habilidade usando machados
com uma característica lâmina prateada em forma de
meia-lua. Na Caverna do Morcego os nativos encon-
traram um misterioso ídolo, que passaram a adorar.
Eles não sabiam, mas aquela era uma representação
de um Deus da Morte, chamado Anhanguera, deixado
por um povo ainda mais antigo naquela caverna para
ser esquecido pela eternidade.
Através dos sonhos do pajé da tribo, Anhanguera
os exortava a trazer cativos e sacrifícios de sangue,
levando medo às comunidades que os rodeavam. Pela
lealdade e crueldade dos seus seguidores, em uma
espécie de prêmio macabro, a divindade utilizou seu
poder místico para transformar os cupendiepes: as
feições daquele povo humanoide se misturaram às de
morcegos e eles ganharam asas membranosas, que
partiam de seus braços até o abdome, dando-lhes a ca-
pacidade de voar, o que os tornou ainda mais terríveis
e amedrontadores.
Tal período de medo e violência uniu as vítimas dos
cupendiepes em um desesperado exército que invadiu
a Caverna do Morcego. Apesar de muitas baixas, elas
conseguiram seu intento: além de matar uma parte
desses homens-morcegos, elas puseram fogo e destru-
íram sua cidadela. Afugentados, esses monstros deixa-
ram a região e se espalharam pelo mundo, preferindo
cavernas e locais escuros para se abrigar e montar
suas comunidades, levando o terror de seus machados
reluzentes aos seus inimigos.
Mestres da Escuridão. Os cupendiepes são
noturnos por excelência e raramente avistados à
luz do dia, momento em que geralmente dormem
pendurados em grandes poleiros coletivos construídos
em suas aldeias, na escuridão das cavernas e
subterrâneos. Eles preferem atacar em bando e,
mesmo em voo, conseguem fazer bom uso de seus
machados. Sua visão noturna é perfeita e sua audição
aguçada age como uma espécie de sonar, conferindo-
lhes grande habilidade para desviar de obstáculos.
Existe uma Esperança. Apesar do modo agressivo
e violento, nem todos os homens-morcegos são criatu-
ras malignas. É sabido que um deles, chamado Andira
Poranga, rebelou-se contra o cruel modo de vida de
seu povo e, com alguns renegados, deixou sua tribo.
Deste então, eles passaram a viver isolados, tentan-
do reparar o mal causado pelos outros cupendiepes,
ainda que carreguem o estigma da infâmia de seus
semelhantes.
Cupendiepes Combatente
Humanoide Médio (cupendiepes), Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 20 (3d8 + 6)
Deslocamento 7,5 m, voo 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
15 (+2) 15 (+2) 14 (+2) 10 (+0) 11 (+0) 10 (+0)
Salvaguarda Des +4
Perícias Atletismo +4, Furtividade +4, Percepção +2,
Sobrevivência +2
Vulnerabilidades a Dano trovejante
Sentidos percepção às cegas 36 m (cego além disso), visão no
escuro 18 m, Percepção passiva 12
Idiomas Comum
Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
Audição Aguçada. O cupendiepes combatente tem vanta-
gem em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da
audição.
Ecolocalização. O cupendiepes combatente não pode usar a
percepção às cegas enquanto estiver surdo.
Pés Preênseis. O cupendiepes combatente pode ficar de
cabeça para baixo no teto, sem precisar fazer um teste de atri-
buto. Além disso, ele pode manusear normalmente objetos e
armas com os pés.
Sensibilidade à Luz Solar. Enquanto estiver sob a luz solar, o
cupendiepes combatente tem desvantagem em jogadas de ataque.
Sobrevoo. O cupendiepes combatente não provoca ataques de
oportunidade quando voa para fora do alcance de um inimigo.

55
Ações
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d6 + 2) cortante.
Machado da Lua (Apenas no Ar). Arma de Combate Corpo a
Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (1d12
+ 2) cortante (usado com os dois pés).
Convocar Fúria de Morcegos (1/Dia). O cupendiepes pajé
convoca magicamente 2d4 fúrias de morcegos, desde que o
sol não tenha nascido. As fúrias convocadas chegam em 1d4
rodadas, atuando como aliados do cupendiepes pajé e obe-
decendo aos comandos dele. Os animais permanecem por
1 hora, até que o cupendiepes pajé morra ou até que sejam
dispensados por quem os convocou com uma ação bônus.

Cupendiepes Pajé Grito Ultrassônico (Recarga 5–6). O cupendiepes pajé emite

Humanoide Médio (cupendiepes), Normalmente Neutro e Mau um grito inaudível em um cone de 9 metros. Cada criatura
na área deve fazer uma salvaguarda de Constituição CD 13,
Classe de Armadura 16 (com pele casca) sofrendo 18 (4d8) pontos de dano trovejante e fica caída e
Pontos de Vida 61 (11d8 + 11) surda por 1d6 rodadas se falhar. Em caso de sucesso, a criatu-
Deslocamento 7,5 m, voo 12 m ra sofre metade do dano e não fica caída e nem surda.
FOR DES CON INT SAB CAR
Ações Bônus
12 (+1) 14 (+2) 12 (+1) 11 (+0) 16 (+3) 12 (+1)
Palavra Curativa (3/dia). O cupendiepes pajé escolhe uma
Salvaguarda Des +4, Sab +5 criatura à sua vista e a até 18 metros, e com uma palavra cura
Perícias Natureza +2, Furtividade +4, Percepção +5, Religião 6 (1d4 + 3) pontos de vida dela.
+2, Sobrevivência +5
Vulnerabilidade a Dano trovejante
Sentidos percepção às cegas 36 m (cego além disso), visão no
escuro 18 m, Percepção passiva 15
Idiomas Comum
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência +2

Audição Aguçada. O cupendiepes pajé tem vantagem em

testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da audição.

Ecolocalização. O cupendiepes pajé não pode usar a percep-

ção às cegas enquanto estiver surdo.

Pés Preênseis. O cupendiepes pajé pode ficar de cabeça para

baixo no teto, sem precisar fazer um teste de atributo. Além
disso, ele pode manusear normalmente objetos e armas com
os pés.

Sensibilidade à Luz Solar. Enquanto estiver sob a luz solar, o

cupendiepes pajé tem desvantagem em jogadas de ataque.

Sobrevoo. O cupendiepes pajé não provoca ataques de opor-

tunidade quando voa para fora do alcance de um inimigo.

Ações
Garra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) cortante.

Raio Repulsivo. Ataque Mágico à Distância: +5 para acertar,

alcance 18 m, um alvo: Dano: 18 (4d8) venenoso, e o alvo
deve fazer uma salvaguarda de Constituição CD 13. Se falhar,
o alvo fica envenenado até o final do seu próximo turno.

Conjuração. O cupendiepes pajé conjura uma das magias a

seguir usando a Sabedoria como atributo de conjuração (CD
13 para evitar magia):
Truque (à vontade): mãos mágicas, mensagem
2/dia cada: benção, emaranhar, escuridão
1/dia cada: dissipar magia, muralha de vento, pele casca

56
57
 curacanga
“Dizem que uma irmandade de curandeiras foi caluniada, por medo do desconhecido e de suas capacidades. Tomadas
curacanga
por bruxas, passaram a ser perseguidas e caçadas, e foram todas queimadas vivas. A última a arder na fogueira teve sua
cabeça cortada e separada de seu corpo. Em suas últimas palavras proferiu uma poderosa maldição: “Enquanto os boatos
distorcerem a verdade… as cabeças de fuligem hão de levar a vingança!”
U
ma das visões mais antinaturais que se pode ver à
noite é a de uma curacanga riscando velozmente o
negrume dos céus com um rastro de fogo. À distância,
não se distingue bem o que se vê, parecendo uma bola de
fogo vagando a esmo pelo breu. Ao se aproximar, os ouvidos
são atazanados por uma mistura de riso, lamúria e ranger
de dentes, antes mesmo de se distinguir uma forma no
centro das chamas. Apenas a poucos metros de distância, a
real visão da curacanga é exposta: uma cabeça flamejante
de mulher, com cabelos desgrenhados e esvoaçantes, olhos
arregalados e a boca mostrando os dentes em ameaça.
Diz que Diz. Há uma força que emana das pessoas
comuns, tão vil quanto uma cria abissal: o boato. Fofocas,
suspeitas e mexericos são comuns e, em algum momento,
qualquer um pode ser vítima deles. Infundados ou não,
podem destruir a história ou mesmo a própria vida de uma
pessoa. Em raras ocasiões, onde a vítima é atormentada
ao extremo por essas maledicências, o boato desperta a
antiga maldição das cabeças de fuligem, desencadeando
uma mudança física e mental desconcertante. Essa é a sina
que dá origem às curacangas.
Cabeças sem Corpos. Uma mulher vítima desse infor-
túnio passa por uma perversa transformação. Ao cair da
noite, as mudanças começam: barulhos de ossos quebran-
do e carne sendo rasgada são ouvidos, até que a cabeça
se desprende e inflama-se em um fogo místico. Então, sai
voando sem rumo certo. Enquanto a cabeça voa, o corpo
permanece incapaz de se defender. O primeiro canto do
galo antes do alvorecer faz com que a curacanga retorne ao
seu corpo com velocidade assombrosa, deixando um rastro
de fogo por onde passa. Em combate, ataca mordendo ou
lançando raios de fogo dos olhos contra quem tenta fugir.
Caso seu corpo seja destruído, a criatura se torna uma
curacanga desgarrada, perdendo qualquer vínculo com a
vida anterior e não podendo ter a maldição revertida.
Com a Cabeça no Lugar. Acredita-se ser possível
reverter a maldição da curacanga. Para isso é neces-
sário primeiro descobrir sua identidade. Uma mulher
deve ir ao encontro da cabeça flamejante e oferecer-
-lhe uma lâmina nunca utilizada. Por obrigação mági-
ca, a moça amaldiçoada retorna em sua forma huma-
na no dia seguinte para devolver a lâmina. Descoberta
a vítima, é imperativo identificar o boato que inflamou
a maldição e retratá-lo. Caçar e eliminar a criatura,
entretanto, é considerado mais prático, e este costuma
ser o método mais empregado. Infelizmente só se sabe
58
— Pátio Carapaça, explorador e sertanista
de duas certezas: ou se acabam as fofocas ou sempre
hão de haver curacangas.
Curacanga
Monstruosidade Minúscula, Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 42 (12d4 + 12)
Deslocamento 0 m, voo 12 m (pairar)
FOR DES CON INT SAB CAR
1 (-5) 15 (+2) 12 (+1) 8 (-2) 10 (+0) 11 (+0)
Resistências a Dano gélido
Imunidades a Dano ígneo
Imunidades a Condição amedrontado, caído, enfeitiçado,
envenenado, paralisado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas entende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Forma Alternativa. Durante o dia, a curacanga usa as estatísticas
de sua forma natural, que pode ser de qualquer raça humanoide.
Iluminação. A curacanga emite meia-luz em um raio de 4,5 me-
tros ou luz plena em um raio de 4,5 metros e meia-luz por mais
4,5 metros. Ela pode mudar entre as opções com uma ação.
Obrigação Mágica. Se uma mulher oferecer uma lâmina
virgem para a curacanga, ela é obrigada a se apresentar em
sua verdadeira forma no dia seguinte.
Resistência à Magia. A curacanga tem vantagem nas salva-
guardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Sobrevoo. A curacanga não provoca um ataque de
oportunidade quando voa para fora do alcance de um inimigo.
Ações
Ataques Múltiplos. A curacanga faz dois ataques, um com a
mordida e outro com o Raio de Fogo.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcan-
ce 1,5 m, um alvo. Dano: 3 (1d4) perfurante mais 4 (1d6) ígneo.
Raio de Fogo. Ataque Mágico à Distância: +4 para acertar,
alcance 9 m, um alvo. Dano: 7 (2d6) ígneo.
59
 curupira
“A cachaça, fumo e diversão que aqui tenho, na minha terra não tenho não.”
curupira
— um curupira que adora o Plano Material
O
s seres popularmente conhecidos como curupiras são
feéricos da corte do verão. Guardam semelhanças físicas
em estatura e compleição à de um jovem humanoide,
levemente bronzeado, de orelhas pontudas e com outras di-
ferenças que saltam aos olhos: um primeiro olhar leva a seus
cabelos, de um vermelho vívido, com nuances de laranja e
amarelo, que parecem estar sempre esvoaçantes. Ao baixar a
vista, percebemos que seus pés são voltados para trás.
Curupiras apreciam os prazeres que não encontram
em seu reino de origem, tendo grande estima por aguar-
dente, fumo e quinquilharias interessantes. A curiosidade
natural que têm em relação às coisas pode ser provi-
dencial para aqueles que os encontram. Presentes, por
exemplo, compram uma passagem segura, enquanto
bugigangas jogadas no caminho servem-lhe de distração.
Há uma boa razão para não se querer a atenção
desses seres: quando não estão entretidos com outras
coisas, curupiras se divertem com um jogo que deso-
rienta seus alvos. Eles afligem um indivíduo ou grupo
com truques e magias para desestabilizá-los, tanto
mental quanto fisicamente, para no fim confrontá-los,
demonstrando sua real força.
Um Espetáculo de Palmeiras. Esses feéricos não
chegam a se estabelecer nesse plano e estão sempre de
passagem, vindos de Pindorama: uma terra verdejante e
de clima agradável, com altas palmeiras e livre de mazelas.
Essa paz e monotonia acaba por entediá-los, e por isso
muitos procuram por árvores com uma cavidade grande o
suficiente para passarem e as utilizam como portais para
migrar ao Plano Material. Aqui, se esbaldam em balbúrdias
inconsequentes até que desejem voltar ao lar, o que deve
ser feito através da mesma ou de outra árvore portal.
Minha Árvore, Minha Vida. Curupiras são conhe-
cidos protetores das florestas. E isso é verdade por uma
boa razão. Como dito, os únicos pontos pelos quais po-
dem ter acesso ao Plano Material é através de aberturas
em grandes árvores, localizadas no interior de matas
densas e intocadas. Dessa forma, os curupiras veem
suas brincadeiras de perseguição como um modo de,
além de se divertir, proteger seu caminho de ida e volta.
Você Não Me Pega. Em adição à sua força e agi-
lidade prodigiosas, os curupiras apresentam outros
poderes. É impossível seguir seus rastros com precisão,
não apenas devido aos pés invertidos, mas por carac-
terísticas mágicas: ao se tocar uma pegada de curu-
pira, perde-se o senso de direção e a noção de pontos
de referência. Isso faz com que seus perseguidores
zanzem a esmo. Ainda, curupiras podem fazer uso de
magias ilusórias e de um estridente assobio.
60
Curupira
Feérico Médio, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 13
Pontos de Vida 65 (10d8 + 20)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
16 (+3) 16 (+3) 14 (+2) 10 (+0) 12 (+1) 14 (+2)
Salvaguardas For +5, Des +5, Car +4
Perícias Atletismo +5, Enganação +4, Natureza +3, Percepção
+3, Persuasão +4
Resistências a Dano ígneo
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
Idiomas Comum, Silvestre
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de Proficiência +2
Armas Flamejantes. As armas carregadas pelo curupira são
flamejantes. No entanto, elas só funcionam assim em posse dele,
tornando-se armas comuns em posse de qualquer outra pessoa.
Árvore Portal. O curupira pode, a cada 28 dias, utilizar a cavi-
dade em uma árvore que seja grande o bastante para permitir
sua passagem, como um portal entre Faéria e o Plano Material.
Isso cria um “túnel” entre os dois planos, utilizável livremente
por qualquer curupira e apenas por eles. No caso de uma das
árvores ser destruída, o caminho se desfaz, sendo necessário ao
curupira encontrar outra árvore-portal ou um meio alternativo
para retornar a Pindorama. A habilidade não funciona quando
ativada inicialmente em árvores no Plano Material.
Movimentação Livre. O curupira ignora terreno difícil e
efeitos mágicos não podem reduzir o deslocamento dele
ou fazer com que fique contido. Ele pode usar 1,5 metro de
movimento para escapar de qualquer contenção não mágica
ou agarramento.
Resistência à Magia. O curupira tem vantagem nas salvaguar-
das contra magias e outros efeitos mágicos.
Viçoso. O curupira tem vantagem em testes de Força
(Atletismo) e salvaguardas de Força.
Ações
Ataques Múltiplos. O curupira faz dois ataques com a lança
flamejante, ou dois ataques com o arco curto flamejante, ou
um ataque armado e conjura uma magia.
Lança Flamejante. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 8 (1d8 + 3) perfurante ou 9
(1d10 + 3) caso seja empunhada com duas mãos, mais 4 (1d6) ígneo.

Arco Curto Flamejante. Arma de Combate à Distância: +5

para acertar, alcance 24/96 m, um alvo. Dano: 7 (1d6 + 3)
perfurante, mais 4 (1d6) ígneo.

Assobio Trovejante (Recarga 5–6). O

curupira emite um assobio estridente e
poderoso. Qualquer criatura que esteja em um
raio de até 9 metros deve fazer uma salvaguarda
de Sabedoria CD 12. Se falhar, a criatura sofre
7 (2d6) pontos de dano trovejante, perde
qualquer concentração que esteja
mantendo e deve usar a próxima
ação para se distanciar do
curupira, tanto quanto seu des-
locamento permitir. Em caso
de sucesso, o alvo sofre apenas
metade do dano, não precisan-
do se afastar e nem perdendo
a concentração. Uma criatura
surda é automaticamente bem-
-sucedida na salvaguarda.

Conjuração. O curupira
conjura uma das magias a
seguir, usando o Carisma como
atributo de conjuração (CD 12 para evitar
magia):
À vontade: amizade animal, falar com animais,
fogo das fadas, ilusão menor, luzes dançantes,
mãos mágicas, prestidigitação arcana
2/dia cada: coroa da loucura, disfarçar-se, força
espectral, imagem silenciosa, invisibilidade, sono
1/dia cada: confusão, imagem maior, invocar
animais, línguas

Terreno Falso (1/Dia). Com uma ação o curupira

pode fazer com que um terreno natural em um cubo de
45 metros, a até 90 metros dele, pareça, soe e cheire como
outro tipo de terreno natural.
As características táteis do terreno não são alteradas, por-
tanto criaturas entrando na área são propensas a ver através
da ilusão. Se a diferença não for óbvia ao toque, uma criatura
examinando cuidadosamente a ilusão pode fazer um teste de
Inteligência (Investigação) CD 12, desacreditando a magia em
caso de sucesso. Uma criatura que perceba a ilusão pelo que
ela é, verá uma imagem difusa, sobreposta ao terreno.

Troça. O curupira profere uma série de insultos carregados

com sutis encantamentos contra uma criatura à vista dele e
a até 18 metros. Se o alvo puder ouvi-lo (embora não precise
entendê-lo), ele deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda
de Carisma CD 12. Se falhar, o alvo sofre 3 (1d4) pontos de
dano psíquico e tem desvantagem na próxima jogada
de ataque que fizer antes do fim do seu
próximo turno.

61
 estátua de bronze
H
á uma longa tradição em homenagear os mortos
e eventos de grande repercussão com represen-
estátua de bronze
tações feitas em estátuas de bronze. É comum
encontrá-las em praças, jardins públicos e privados,
casas de conhecimento e, principalmente, cemitérios.
De tamanhos e movimentos artísticos variados, são
feitas à imagem do reverenciado.
Porém, sob condições específicas, algumas está-
tuas podem se tornar algo mais do que meros objetos
evocativos da memória dos que já se foram. Quando
o bronze se une a uma alma que não tenha encontra-
do descanso, o metal adquire mobilidade e espalha
devastação e tragédia no local que antes adornava.
Essa união entre espírito e metal não acontece ime-
diatamente, e o tempo necessário para consolidar esse
amálgama pode durar de poucos dias até centenas de
anos. Alguns estudiosos acreditam que essa variação
está ligada à concentração de energias sobrenaturais
no local. Por isso, existem relatos de estátuas brilhan-
tes de tão novas até outras esverdeadas pelo passar
dos anos.
Me Esqueçam! O pós-vida é regido por diversas
regras, e uma delas dita que um espírito não é ca-
paz de alcançar o descanso final enquanto for for-
temente lembrado. Ainda que bem-intencionadas,
essas homenagens póstumas por vezes acabam
por prender o espírito do homenageado ao Plano
Material. Esse processo traz sofrimento à alma
descarnada, que faz uso de seus poderes espectrais
para animar a estátua que lhe representa e tentar
forçar sua destruição.
O Bronze me Atrai. Alquimistas afirmam que
apenas a liga de bronze tem as propriedades aní-
micas necessárias para que o espírito se ligue ao
material. Isso se deve às características acústicas
desse metal, que sintonizam com as frequências do
Plano Etéreo, onde vagam os espíritos atormenta-
dos. A despeito disso, a tradição é mantida, e muitas
personalidades ilustres continuam sendo homena-
geadas desta forma.
In Memoriam. Animar a estátua não é uma
tarefa simples e tal esforço não pode ser desper-
diçado. O ser atormentado só é capaz de fazê-lo
em noites em que haja alguma comoção entre os
vivos, já que a energia emitida por eles facilita o
processo. Nesses momentos, torna-se um blindado
irrefreável, causando o maior estrago possível para
certificar-se que alguma atitude definitiva seja to-
mada e sua prisão acidental seja destruída de uma
vez por todas.
Estátua de Bronze
Morto-vivo Médio, Normalmente Caótico e Mau
62
Rituais
As estátuas de bronze, diferente de outros constructos,
não conseguem seguir instruções, sendo apenas descon-
trolados agentes de destruição. Todavia, cultos malignos
que pretendem liberar o potencial destrutivo da estátua
executam rituais de sacrifício aos pés dessas imagens,
buscando que o sofrimento das vítimas desencadeie a
fúria do constructo.
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 57 (6d8 + 30)
Deslocamento 7,5 m
FOR DES CON INT SAB CAR
18 (+4) 9 (-1) 20 (+5) 5 (-3) 11 (+0) 5 (-3)
Salvaguardas Con +7
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos que não sejam de adamantina
Imunidades a Dano psíquico, venenoso
Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene-
nado, exausto, paralisado, petrificado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas compreende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de Proficiência +2
Aparência Falsa. Enquanto a estátua de bronze permanecer
imóvel, ela é indistinguível de uma estátua normal.
Corpo Denso. O corpo maciço da estátua de bronze fornece a
ela limiar de dano 5.
Despedaçar Arma. Uma arma que não seja de adamantina
que fizer um acerto crítico contra a estátua de bronze é des-
pedaçada após ser aplicado o dano. A munição que acertar
a estátua de bronze é destruída. Esta característica não afeta
armas e munições mágicas.
Forma Imutável. A estátua de bronze é imune a qualquer
magia ou efeito mágico que alteraria sua forma.
Resistência à Expulsão. A estátua de bronze tem vanta-
gem em salvaguardas contra qualquer efeito que expulse
mortos-vivos.
Resistência à Magia. A estátua de bronze tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Ataques Múltiplos. A estátua faz dois ataques com o punho
ou dois ataques com a espada longa.
Espada Longa. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para Punho. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (1d8 + 4) cortante. alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (2d4 + 4) contundente.

63
 gorjala
A
o atravessarmos as chapadas e cercanias em um
dia desafortunado, a má sorte pode nos colocar
Engambelando o Gorjala

gorjala
no caminho do colosso de ébano conhecido como
gorjala, que vê o mundo como o seu território de caça. A baixa inteligência do gorjala pode ser a salvação do
Com quase 5 metros de altura, a grandeza física eviden- desafortunado que o encontre. Se o aventureiro for
cia sua força. Seus ombros são largos e os fortes braços astuto o suficiente (e o monstro estiver disposto a
terminam em dedos grandes e robustos. As pernas são ouvi-lo), o gorjala pode ser enganado com artimanhas
como troncos enegrecidos pelo fogo. A planta dos pés e truques. Porém, esse recurso costuma funcionar por
e a palma das mãos são calejadas e grossas. Não possui um tempo limitado, o qual se deve aproveitar. Quando
pelos e tem o couro escuro como uma noite sem lua. descobre que foi enganado, o gorjala fica furioso, tor-
Abaixo da testa saliente, ele tem um único olho. Sua bo- nando-se ainda mais brutal.
carra surpreende quando aberta, exibindo um diâmetro
maior do que se poderia imaginar. Entre os lábios finos
e retraídos, uma inquieta fileira de dentes espera, pron-
ta para lacerar e arrancar pedaços da vítima.
Antes Só. Gorjalas não toleram a presença de Gorjala
outras criaturas e reagem com violência extrema. Gigante Enorme, Normalmente Caótico e Mau
Nem mesmo integrantes de sua própria espécie são
bem recebidos. Fêmeas são aceitas, mas apenas em Classe de Armadura 14 (armadura natural)
época de acasalamento. São grandes e burros, por isso Pontos de Vida 126 (12d12 + 48)
qualquer esforço para estabelecer comunicação revela- Deslocamento 12 m
se frustrante e ineficaz. Ainda que sejam capazes FOR DES CON INT SAB CAR
de falar e entender o idioma Comum, geralmente
20 (+5) 12 (+1) 18 (+4) 6 (-2) 8 (-1) 6 (-2)
limitam-se a frases curtas sobre comida e fome.
Glutões Insaciáveis. Enquanto acordados, esses Salvaguardas For +8, Con +7
gigantes estão sempre à procura de seres vivos que Perícias Percepção +2
possam devorar. Vítimas capturadas são mantidas sob Sentidos Percepção passiva 12
o seu braço, os fortes músculos dos gorjalas prendem a Idiomas Comum, Gigante
refeição que é devorada ainda viva a bocadas, en- Nível de Desafio 5 (1.800 XP) Bônus de Proficiência +3
quanto emite horrendos gritos de dor que divertem o
gigante. A fome constante leva os gorjalas a caminha- Glutão. Com uma ação bônus, o gorjala faz um ataque com a
rem por grandes distâncias. Uma caravana, pequenas mordida contra uma criatura agarrada por ele.
aldeias e mesmo um acampamento de aventureiros
podem estar em sua rota de alimentação. Quando Imobilizador. O gorjala tem vantagem nas jogadas de ataque
estão de bucho cheio, procuram cavernas ou aberturas contra qualquer criatura agarrada por ele.
nos chapadões, onde possam descansar tranquilamen-
te até que a fome os desperte. Ações
Um Tesouro de Merda. Não acumulam posses. Ataques Múltiplos. O gorjala faz dois ataques: dois com a
Seus poucos pertences são clavas rústicas e pedaços clava grande ou um com a clava grande e um com o ataque
de cobertura de carroças ou lonas, com os quais desarmado.
improvisam roupas. Eventualmente, em covis
utilizados por mais tempo, pode-se encontrar Ataque Desarmado. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8
amontoados asquerosos e fétidos de excrementos, para acertar, alcance 1,5 m, uma criatura. Dano: 12 (2d6 + 5)
onde os mais gananciosos (e sem repulsa) dizem contundente. Em vez de causar dano, o gorjala pode agarrar o
ser possível encontrar itens valiosos que não foram alvo (CD 16 para escapar) se este for uma criatura Grande ou
digeridos pelos gorjalas. menor. O gorjala faz um ataque de mordida contra a criatura
agarrada com uma ação bônus.

Clava Grande. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8

para acertar, alcance 3 m, um alvo. Dano: 19 (3d8 + 5)
contundente.

Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +8 para acertar,

alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 19 (4d6 + 5) perfurante.

64
65
 iara
A
penas ver uma iara é suficiente para que tudo o que
se acreditava como belo seja ressignificado. Surgem
iara
um desejo e a necessidade de satisfazê-la plena-
mente. Tudo o mais no mundo deixa de ter sentido e
sabor, levando a mente a uma subserviente obsessão.
Todas as mães d’água são do gênero feminino
e, devido ao fascínio causado pela sua presença,
qualquer descrição adicional feita por testemunhas
carece de precisão. Há, porém, gravuras antigas que a
representam como uma mulher humana de pele aco-
breada e longos cabelos negros e olhos acastanhados,
nada de beleza excepcional. Retratos são incapazes
de transmitir a sensação de estar na presença de uma
iara. Seres vivos com o mínimo de entendimento,
diante de uma iara, são acometidos por um inco-
mensurável fascínio e um anseio em servi-la de todas
as formas possíveis. Ela se torna tudo o que existe e
importa para o ser cativado.
Mãe e Filha. Uma iara surge de um corpo d’água,
em razão de uma tragédia terrível. Tudo se inicia com o
assassinato de uma mulher e o subsequente abandono
do seu corpo em um lago ou rio. Alguns dizem que pelas
propriedades mágicas dessas fontes ou por benevo-
lência divina, a vítima pode retornar como um ser que
emula a imagem e memória da mulher assassinada.
Água se une à carne e substitui o sangue, vivificando
novamente o corpo que não é a mesma e nem totalmen-
te uma nova criatura. A iara é agora a própria essência
encarnada das águas.
Toda mãe d’água é uma exímia combatente, mesmo
que essa característica não estivesse presente em sua
vida pregressa. A transformação também lhes confere a
capacidade de manipular água, além de não precisarem
mais respirar, comer ou dormir. Cada iara é única em
personalidade e tende a se isolar, habitando pequenos
lagos, rios e igarapés.
Domínio. O encanto das iaras é incrível e incon-
trolável. Elas têm a capacidade de despertar todas as
boas memórias de um indivíduo ao mesmo tempo.
Esse êxtase sobrecarrega a mente e leva o observa-
dor a percebê-las como o ente mais belo e desejável
existente na criação. Venerá-las é uma necessidade,
não uma opção. Esse poder absoluto sobre outros
seres está ativo o tempo todo e independe da vontade
delas, o que as torna extremamente perigosas. Quem
cai nos encantos da mãe d’água pode nunca ser capaz
de retomar sua vontade própria, ficando catatônico ou
agindo como um desmiolado.
Iara
Monstruosidade Média, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 55 (10d8 + 10)
66
Guardiã da Fonte
da Juventude
Dizem que a mítica Fonte da Juventude, uma pequena
bica d’água cuja dose é capaz de rejuvenescer quem
a beber, é guardada por uma iara. Essa lenda fez que
aventureiros buscassem a tal água, tornando inevitável
o confronto com as damas d’água.
Deslocamento 9 m, natação 15 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 16 (+3) 12 (+1) 12 (+1) 14 (+2) 22 (+6)
Salvaguardas Des +5, Car +8
Perícias Atuação +8, Percepção +4, Persuasão +8, Sobrevivência +4
Resistências a Dano gélido; contundente, cortante e
perfurante de armas não mágicas
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas Aquan, Comum
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de Proficiência +2
Armas Aquáticas. As armas carregadas pela iara são congelan-
tes. No entanto, elas só funcionam assim em posse dela, tor-
nando-se armas comuns em posse de qualquer outra pessoa.
Camuflagem na Água. Quando embaixo d’água, a iara fica
invisível em meia-luz ou escuridão.
Fascinar. Se um alvo puder ver a iara, deve ser bem-sucedido em uma
salvaguarda de Sabedoria CD 16 contra este efeito ou fica enfeitiçado
pela iara. O alvo enfeitiçado considera a iara uma amiga de confiança,
atendendo-a e protegendo-a. Embora o alvo não esteja sob controle
da iara, ele atende às solicitações desta da maneira mais favorável
possível, sendo um alvo voluntário para ela. Em caso de sucesso, o
alvo fica imune ao Fascinar desta iara pelas próximas 24 horas.
Cada vez que a iara ou seus aliados fizerem algo prejudi-
cial para o alvo, ele pode repetir a salvaguarda, encerrando
o efeito sobre si em caso de sucesso e ficando imune ao
Fascinar desta iara pelas próximas 24 horas. O efeito também
se encerra caso a iara seja destruída, esteja em um plano de
existência diferente do alvo ou quando é removido com as
magias restauração maior, desejo ou efeito mágico similar.
Natureza Elemental. A iara não precisa respirar, comer, beber
ou dormir.
Vínculo com a Água. Se a iara se afastar por mais de 9 quilô-
metros de sua fonte de água, a cada 24 horas ela deve fazer
uma salvaguarda de Constituição CD 11. Se falhar, ela sofre
1d4 pontos de dano na Constituição. A iara morre se o valor um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) perfurante, ou 7 (1d8 + 2) perfu-
de Constituição chegar a 0. rante se usada com duas mãos, mais 4 (1d6) gélido.

Ações Conjuração. A iara conjura uma das magias a seguir usando o

Ataques Múltiplos. A iara faz três ataques corpo a corpo com Carisma como atributo de conjuração (CD 16 para evitar magia):
a lança. À vontade: caminhar sobre as
águas, criar comida e água (apenas
Lança Aquática. Arma de Combate Corpo água)
a Corpo à Distância: +5 para acertar, 2/dia: controlar água
alcance 1,5 m ou alcance 6/18 m,

67
 ipupiara
O
s ipupiaras são seres marinhos com cabeça e
braços antropomorfizados, corpo roliço e cauda
ipupiara
em leque, como os de um peixe-boi. Vistos como
inimigos pelos pescadores, marinheiros e lavadeiras, são
descritos como criaturas sanguinárias e monstruosas
que chegam a 3 metros de comprimento quando
adultos. Seus olhos são grandes, fundos e amendoados,
e o restante da cabeça e do rosto são assustadoramente
similares aos de um humano. O nariz, não adaptado ao
ambiente aquático, acaba por dificultar os esforços da
criatura em busca de ar, enquanto os dentes sorriem em
um feroz arremedo serrilhado.
Aliados. Antes de se tornarem ipupiaras, essas cria-
turas eram pescadores e exploradores humanoides que
se vangloriavam por serem os donos dos mares, sempre
em busca de presas cada vez mais impressionantes
para comprovar sua alegada superioridade. Até que
um dia encontraram uma gigantesca criatura que lhes
parecia um perfeito troféu. Tratava-se da descomunal
xundarauá, protetora dos pescadores e entes marinhos.
A batalha durou dias e, mesmo durante a investida,
mais pescadores foram convocados para abatê-la. Ao
término da caçada, enquanto ainda comemoravam a
façanha em seus barcos, partiram, aparentemente sem
explicação, em direção ao mar. Poucos sabem o que
realmente aconteceu, porém aqueles que conhecem a
maldição imposta a quem mata uma xundarauá sabem
que os pescadores foram transformados em criaturas
quase irracionais, conhecidas como ipupiaras, maldição
esta que é carregada também por seus descendentes.
Traidores. Os pescadores tiveram seus corpos
transformados, o que os impediu de se deslocarem
de forma eficiente em terra. Ipupiaras odeiam o povo
seco, principalmente os pescadores, talvez por eles
despertarem alguma memória quase esquecida de seu
passado condenável. Esse sentimento se mesclou à
animalidade que lhes foi imposta, transformando-os
em criaturas obsessivas em corpos nem humanoides,
nem aquáticos, fadadas a tentarem saciar sua frustra-
ção com um temperamento feroz.
Inimigos. Apesar de os ipupiaras terem perdido
quase tudo que os tornava racionais, ainda são pesca-
dores, embora agora pesquem gente. Eles coordenam
cardumes até áreas propícias para um ataque, geral-
mente enseadas com rochedos ou corais que possam
servir de esconderijo. E essa abundância atrai pesca-
dores, que são atacados imediatamente. Com seus
braços fortes, os ipupiaras seguram as vítimas com
violência em um abraço sufocante, esmagando-as.
Pescadores são perdidos para o mar por diversos
motivos, mas quando os cadáveres são encontrados,
flutuando ou na orla, com olhos, nariz, pontas dos de-
dos e genitália devorados, o motivo é um só: um bom
dia de pesca — para o ipupiara.
68
Ipupiara
Monstruosidade Média, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 12 (armadura natural)
Pontos de Vida 70 (10d10 + 30)
Deslocamento 1,5 m, natação 15 m
FOR DES CON INT SAB CAR
17 (+3) 8 (-1) 16 (+3) 7 (-2) 12 (+2) 8 (-1)
Salvaguardas For +5, Con +5
Perícias Percepção +4, Sobrevivência +4
Imunidades a Condição caído
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas —
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Audição Aguçada. O ipupiara tem vantagem em testes de
Sabedoria (Percepção) que dependem da audição.
Imobilizador. O ipupiara tem vantagem nas jogadas de ata-
que contra qualquer criatura agarrada por ele.
Mergulho para a Morte. Uma vez que o ipupiara agarre uma
criatura, ele pode usar o máximo do seu deslocamento para
mergulhar para longe da superfície.
Prender Respiração. O ipupiara pode prender a respiração
por 1 hora. Ele não perde o fôlego ao sofrer dano.
Ações
Ataques Múltiplos. O ipupiara faz dois ataques com a mordida.
Abraço. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 10 (2d6 + 3) contundente, e um
alvo Médio ou menor fica agarrado (CD 13 para escapar). Até
o agarramento terminar, o alvo fica contido, e o ipupiara não
pode usar o abraço em outro alvo.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 8 (1d8 + 3) perfurante.
Abalroar. Se o ipupiara se mover pelo menos 6 metros em
linha reta dentro d’água em direção a uma embarcação, ele
pode se chocar contra ela. Qualquer criatura sobre um barco
pesqueiro ou barco de quilha atingido pelo ipupiara deve ser
bem-sucedida em uma salvaguarda de Destreza CD 13 para
não ser derrubada na água. Uma criatura sobre uma canoa
ou barco a remo faz a salvaguarda com desvantagem e uma
criatura sobre um veleiro faz o teste com vantagem.
Isca para Pescador (1/Dia). O ipupiara convoca uma
fúria de peixes (use as estatísticas da fúria de piranhas, do
Documento de Referência do Sistema, porém sem Frenesi de
Sangue e sem o ataque de mordida). As criaturas convocadas
chegam em 1d4 rodadas, atuando como aliados do ipupiara
e acompanhando os movimentos dele. Os animais permane-
cem por 1 hora, até que o ipupiara morra ou até que ele os
dispense com uma ação bônus. O cardume ocupa uma esfera
de 6 metros de raio, a área ocupada torna-se parcialmente
obscurecida e confere cobertura parcial ao ipupiara.

69
 labatut
L
abatut são criaturas maiores e mais fortes do que
um humano. Seus corpos são parrudos e a pele Labatut Soldado

labatut
grossa é recoberta por pelos curtos que vão do Labatuts soldados são os mais comumente encontra-
marrom ao cinza. Possuem um único olho localizado dos por aventureiros, pois são eles que caminham no
no meio da testa e os pés são arredondados como os sertão sob ordens de superiores para caçar e saquear.
de um elefante.
Eles formam uma sociedade patriarcal. Os machos Labatut Soldado
se encarregam dos assuntos militares enquanto as Humanoide Médio (labatut), Normalmente Caótico e Neutro
fêmeas cuidam da prole, caça e forrageio. Os acam-
pamentos dos labatut podem ser encontrados nas Classe de Armadura 13 (gibão de peles)
fronteiras das terras rochosas ou em ermos monta- Pontos de Vida 17 (3d8 + 3)
nhosos. Esses assentamentos estão em constante Deslocamento 9 m
mudança, conforme a caça e a pilhagem ficam escas- FOR DES CON INT SAB CAR
sas nos arredores. Esses locais improvisados podem
13 (+1) 12 (+1) 12 (+1) 8 (-1) 10 (+0) 9 (-1)
reunir até uma centena de indivíduos. Agrupamentos
maiores são raros, já que a natureza beligerante destas Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
criaturas as impede de viver em grandes aglomerações Idiomas Comum, Labatut
sem causar distúrbio e violência. A índole dos labatut Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
faz com que simples desavenças sejam decididas em
combates que terminam em morte ou, no Vantagem Marcial. Uma vez por turno, o labatut pode cau-
mínimo, mutilações. sar 4 (1d6) pontos dano adicionais a uma criatura que acertar
Obsessão Militar. Rudes e pouco inteligentes, os pri- com um ataque armado, se a criatura estiver próxima de um
mitivos labatut têm uma estranha fixação e admiração aliado do labatut que não esteja incapacitado.
pela organização militar e, ao seu modo, a introduziram
em sua sociedade. O líder tribal, o mais forte entre Ações
eles, é chamado general, enquanto os demais machos Espada Longa. Arma de Combate Corpo a Corpo: +3 para
competem pelas patentes de sargento e soldados, acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 5 (1d8 + 1) cortante, ou
devendo sempre obedecer ao comando do general, sob 6 (1d10 + 1) cortante se usada com duas mãos, mais 4 (1d6)
pena de morte. se o ataque for contra uma criatura que estiver a até 1,5 m de
Líder à Força. Devido à indisciplina, é inevitável o um aliado do labatut que não esteja incapacitado.
costume de se desafiar o seu superior para ocupar o posto
dele. Entre os labatut qualquer questionamento, deslize ou Labatut Sargento
fraquejada vira motivo para disputas internas. Em alguns Comandantes intermediários na maioria dos acampamen-
casos, essas criaturas também podem seguir um ser mais tos, são eles que comandam os contingentes de soldados e
poderoso de outra ancestralidade, desde que este demons- determinam as missões cotidianas de seus assentamentos.
tre poderio ou organização militar.
Arremedos de Militares. Os labatut costumam invadir Labatut Sargento
vilas e assaltar caravanas, porém sem qualquer organiza- Humanoide Médio (labatut), Normalmente Caótico e Neutro
ção que demonstre o mínimo grau de estratégia. Nas inves-
tidas que empreendem, dificilmente fazem prisioneiros ou Classe de Armadura 14 (cota de malha parcial)
deixam sobreviventes. Alguém suficientemente astuto, no Pontos de Vida 33 (5d8 + 10)
entanto, pode enganá-los ou oferecer uma barganha que Deslocamento 9 m
lhes interesse, conquistando uma chance de escapar. FOR DES CON INT SAB CAR
Eles não fabricam armas ou roupas, e usam
15 (+2) 12 (+1) 14 (+2) 10 (+0) 10 (+0) 11 (+0)
somente o que pilham. Usam armaduras velhas e
surrados uniformes remendados, frequentemente em Perícias Intimidação +2
desalinho com seu tamanho. Lutam utilizando espa- Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
das longas ou machados, geralmente enferrujados e Idiomas Comum, Labatut
descuidados, e se defendem com escudos retalhados. Nível de Desafio 1 (200 XP) Bônus de Proficiência +2
Desprezam o uso de arcos e bestas por conta de sua
visão monocular que desfavorece a percepção de Vantagem Marcial. Uma vez por turno, o labatut pode cau-
profundidade. Com o que encontram, tentam tosca- sar 7 (2d6) pontos dano adicionais a uma criatura que acertar
mente emular medalhas, dragonas, quepes e outras com um ataque armado, se a criatura estiver próxima de um
indumentárias militares. aliado do labatut que não esteja incapacitado.

70
Ações
Espada Grande. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 9 (2d6 + 2) cortante,
mais 7 (2d6) se o ataque for contra uma criatura que esti-
ver a até 1,5 m de um aliado do labatut que não
esteja incapacitado.
acertar, alcance 1,5 m, uma criatura. Dano: 6 (1d4 + 3) con-
tundente, mais 7 (2d6) se o ataque for contra uma criatura
que estiver a até 1,5 m de um aliado do labatut que não esteja
incapacitado. Se o alvo for uma criatura Grande ou menor, ele
deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Força CD 14
ou fica caído.

Labatut General Liderança (Recarga após um Descanso Curto ou Longo). O

Esses labatut comandam a todos os outros, e normal- labatut passa até 1 minuto proferindo comandos especiais
mente eram sargentos que despontaram em meio aos e avisos. Pela duração, sempre que uma criatura não hostil
outros de seu povo, desafiando o general anterior e à vista e a até 9 metros dele fizer uma jogada de ataque
tomando seu lugar à força. ou salvaguarda, essa criatura pode adicionar 1d4 à jogada,
desde que possa ouvir e entender o labatut. Uma criatura
Labatut General pode se beneficiar de apenas um dado de liderança por vez.
Humanoide Médio (labatut), Normalmente Caótico e Neutro O efeito se encerra se o labatut executar outra ação ou for
incapacitado.
Classe de Armadura 17 (couraça peitoral, escudo)
Pontos de Vida 68 (8d8 + 32) Reações
Deslocamento 9 m Aparar. O labatut ganha um bônus de +2 na própria CA
FOR DES CON INT SAB CAR contra um ataque corpo a corpo que o tenha como alvo. Para
tanto, ele deve ver o atacante e estar empunhando uma arma
17 (+3) 13 (+1) 18 (+4) 11 (+0) 14 (+2) 13 (+1)
de combate corpo a corpo.
Salvaguardas For +5, Con +6
Perícias Intimidação +3
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção
passiva 12
Idiomas Comum, Labatut
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência +2

Vantagem Marcial. Uma vez por turno,

o labatut pode causar 7 (2d6) pontos
dano adicionais a uma criatura que
acertar com um ataque armado, se
a criatura estiver próxima de um
aliado do labatut que não esteja
incapacitado.

Ações
Ataques Múltiplos. O labatut
faz dois ataques corpo a corpo.

Espada Longa. Arma de

Combate Corpo a Corpo:
+5 para acertar,
alcance 1,5 m, um
alvo. Dano: 8 (1d8 +
3) cortante, ou 9 (1d10
+ 3) cortante se usada
com duas mãos, mais 7
(2d6) se o ataque for
contra uma criatura
que estiver a até 1,5
m de um aliado do
labatut que não esteja
incapacitado.
Golpe de Escudo.
Arma de Combate
Corpo a Corpo: +5 para

71
 lubisóme
“O lubisóme é um cachorrão grande, preto, que sai tuda a sexta-fera cumê bosta
lubisóme
de galinha, daquelas preta, mole, que nem sabão de cinza... Ele sai e garra corrê
mundo nu’a toada, sem pará, cabeça-baxa, esganado e triste...”
U
ma vez por semana durante a noite, o lubisó-
me percorre de forma veloz as redondezas dos
povoados onde habita, revirando e invadindo
todo tipo de lugar em busca de presas em tenra
idade, seu prato predileto. Conhecido como “corre-
dor” em algumas regiões, ele se assemelha a um cão
enorme e carnudo de 2,5 metros de comprimento e
1,7 metro de altura. Quando corre, o som peculiar de
suas longas orelhas pode ser ouvido como um bater
de palmas. Embora possa atingir grandes velocida-
des, sua coordenação motora limitada faz com que
os joelhos e cotovelos se esbarrem e raspem no chão
durante as correrias. A pele coberta de pelos pretos
e emaranhados dificulta a penetração de projéteis.
Ele tem dentes robustos com pontas cortantes que,
aliados à sua boca alongada, dilaceram os que cru-
zam sua trilha.
Do Sangue à Merda. Quem enfrentar um lubi-
sóme deve ser cauteloso e, a todo custo, se manter
longe do sangue da criatura, pois essa maldição
em forma de doença se propaga desde tempos
imemoriais através de aventureiros ou moradores
valentes que, ao tentarem proteger seus povoados,
foram maculados pelo sangue da criatura durante
o embate.
Nada se nota imediatamente, mas pouco a pouco
o comportamento daqueles infectados se altera. Em
algumas semanas, os primeiros sintomas aparecem,
tornando-os desinteressados em companhia e maus
cheiros passam a lhes agradar. Dentro de alguns
meses, o período de manifestação se inicia: uma noite
por semana, o empesteado se atrai pelo cheiro do ex-
cremento mais próximo, retira suas vestes e espoja-se
no local de onde emana o odor. Em minutos, ele se
transforma em fera, que sai disparada pelos povoados
em busca de filhotes, farejando e até mesmo degustan-
do suas fezes para selecionar os mais bem nutridos e
então devorar a carne macia das vítimas.
Aquebrantado. O infeliz que carrega essa mal-
dição, quando em forma humanoide, tem a pele
amarelada, os olhos de quem não dorme há dias e
um apetite só para alimentos salgados por uma mão
pesada, intragáveis para os demais. Tem muita sede,
aparenta estar sempre nauseado e vomita na manhã
seguinte parte do que consumiu durante a noite da
transformação. De suas correrias traz os cotovelos e
72
— Cornélio Pires, “Conversas ao Pé do Fogo”
joelhos sempre escoriados. Não é suscetível a outras
doenças infecciosas e parasitárias, mesmo apresentan-
do sintomas como tosses, catarro, irritações na pele e
até barriga d’água.
Queima de Arquivo. O lubisóme costuma habitar
os arredores de povoados para manter as vítimas a seu
alcance, e quem o vê em sua forma debilitada frequen-
temente oferece ajuda, sempre recusada por ele, pois
teme que seu segredo seja descoberto e o matem por
isso. Evita confrontos enquanto na forma humanoide,
porém, se suspeitar que alguém conheça a maldição
que ele carrega no sangue, sairá em caçada assim que
se transformar, silenciando qualquer um que desconfie
de seu segredo.
Lubisóme
Humanoide Médio (metamorfo), Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 10 na forma humanoide, 13 (armadura
natural) na forma híbrida
Pontos de Vida 39 (7d8 + 7)
Deslocamento 9 m (12 m na forma híbrida)
FOR DES CON INT SAB CAR
15 (+2) 10 (+0) 12 (+1) 10 (+0) 10 (+0) 8 (-1)
Perícias Atletismo +4, Percepção +2, Sobrevivência +2
Resistências a Dano perfurante de armas não mágicas
Sentidos Percepção passiva 12
Idiomas Comum (mas não pode falar na forma híbrida)
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Audição, Olfato e Paladar Aguçados. O lubisóme tem van-
tagem em testes de Sabedoria (Percepção) que dependem da
audição, olfato ou do paladar.
Farejador. O lubisóme pode estender o alcance de seu olfato
até 1,5 km.
Sangue de Lubisóme. Uma criatura que acerte um ataque
corpo a corpo contra o lubisóme deve jogar um d6. Em
um resultado 6, a criatura deve ser bem-sucedida em uma
salvaguarda de Constituição CD 14 ou é contaminada pela
maldição do lubisóme.
Degustador. Uma vez que o lubisóme tenha entrado em con-
tato com o gosto de um alvo, seja através da mordida, fezes
ou similar, ele é capaz de produzir um efeito similar à magia
marca do predador.
Ações
Ataques Múltiplos (Apenas na Forma Híbrida). O lubisóme
faz um ataque com a mordida e um com as garras.
Garras (Apenas na Forma Híbrida). Arma de Combate
Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, uma criatura.
Dano: 6 (1d6 + 2) cortante, mais 4 (1d6) se o alvo estiver sob
efeito de Degustador.
Vira, Vira Lubisóme
Uma criatura que acerte um ataque corpo a corpo
contra o lubisóme deve jogar um d6. Em um resultado 6,
a criatura entra em contato com o sangue doente do lu-
bisóme, devendo ser bem-sucedida em uma salvaguarda
de Constituição CD 14 ou é contaminada pela maldição.
Um lubisóme ou alguém infectado pela moléstia pode
ser curado pela magia remover maldição ou desejo. A
transformação se encerra caso a criatura morra, retor-
nando à forma humanoide.

Mordida (Apenas na Forma Híbrida). Arma de Combate

Corpo a Corpo: +4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
7 (2d4 + 2) perfurante, mais 4 (1d6) se o alvo estiver sob
efeito de Degustador.

Metamorfose. O lubisóme pode usar uma ação para se trans-

formar em um híbrido humanoide-lobo ou retornar à forma
verdadeira, que é humanoide. As estatísticas dele, exceto a
CA, são as mesmas nas duas formas. Qualquer equipamento
que estiver usando ou carregando não é transformado. Ele
reverte para a forma verdadeira ao morrer.

73
 mãe do ouro
E
ntre aqueles que avistam a esplendorosa figura dou-
rada conhecida como mãe do ouro, há os que admi-
mãe do ouro
ram sua beleza e aqueles que preferem contabilizar
os possíveis lucros. Seu corpo é totalmente constituído
de ouro, e sua pele refletiva parece emitir um leve fulgor à
menor incidência de luz. A aparência dessa nativa do pla-
no elemental da terra é a de uma bela mulher humanoi-
de. Apesar de não conseguir falar, ela pode se comunicar
através de sinais e sua inteligência além da média de seus
parentes elementais a torna capaz de compreender diver-
sos idiomas. Não costuma ser agressiva quando encontra-
da, desde que não seja incomodada. Em raras vezes, pode
demonstrar comportamento benevolente, indicando a
localização de veios minerais.
Vil Metal. Todas as mães do ouro têm uma aptidão
inata para encontrar grandes quantidades do metal
precioso que compõe seus corpos. Tal poder não deixa
de despertar cobiça, levando magos a desenvolverem
rituais para invocar e aprisionar esses seres. O controle
é mantido com o uso de duas pulseiras de ferro frio
vinculadas a um ritual: uma no pulso do mago e outra
na elemental. Caso qualquer uma delas seja retirada
ou se quebre, a mãe do ouro estará livre e irada pelo
vilipêndio sofrido.
Coração de Ouro. Contudo, nem todas as damas
douradas vêm ao plano material através de rituais. Em
locais onde a barreira entre os planos é mais tênue
e há grande concentração de metais preciosos, elas
podem surgir naturalmente, primeiro na forma de uma
bola incandescente e dourada para depois assumir a
forma de uma mulher. Elas fazem suas moradas em
cavernas, montanhas ou minas abandonadas, e sua
presença nesses locais indica a existência de veios na
região. Por não terem em si o trauma da invocação
forçada, essas são mais tolerantes ao contato e podem
até atuar em defesa de pessoas oprimidas, principal-
mente mulheres, com as quais parecem nutrir uma
certa empatia.
Nem Tudo que Reluz. Apesar da aparência e do
tamanho proporcionais ao de uma humanoide de
tamanho médio, a densidade e força são as do metal,
não da carne. Sua pele é uma armadura naturalmente
efetiva contra a maioria das armas, e com suas mãos
são capazes de quebrar ossos como quem quebra um
graveto. O embate contra uma delas é penoso e infru-
tífero financeiramente, já que sem o alento do espírito
elemental a lhe insuflar, o cadáver se transmuta em pó
de pirita ou outro metal de pouco valor.
Mãe do Ouro
Elemental Médio, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 14 (armadura natural); 16 usando
escudo com Maleável
74
Sepultados pela Ganância
Não são poucos os relatos sobre exploradores ganan-
ciosos que, ao buscar a aparição de uma mãe do ouro e
a suposta promessa de riquezas, foram soterrados por
toneladas de terra e pedra. Se estes desabamentos são
frutos da imprudência ao minerar ou garimpar, ou ação
direta do elemental, ninguém sabe afirmar.
Pontos de Vida 68 (8d8 + 32)
Deslocamento 9 m, escavação 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
20 (+5) 10 (+0) 18 (+4) 12 (+1) 14 (+2) 16 (+3)
Salvaguardas For +8, Con +7
Vulnerabilidades a Dano ácido
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos
Imunidades a Dano elétrico, venenoso
Imunidades a Condição agarrado, caído, contido, envenena-
do, exausto, inconsciente, paralisado, petrificado
Sentidos sismiconsciência 18 m, visão no escuro 18 m,
Percepção passiva 12
Idiomas Terran e entende Comum e dois outros idiomas, mas
não pode falar
Nível de Desafio 5 (1.800 XP) Bônus de Proficiência +3
Aparência Falsa. Enquanto a mãe do ouro permanecer imó-
vel, ela é indistinguível de uma estátua de ouro.
Corpo Denso. O corpo maciço da mãe do ouro fornece a ela
limiar de dano 5.
Canalizar Eletricidade. A mãe do ouro absorve eletrici-
dade e dano elétrico. Os pontos de dano absorvidos são
armazenados em seu corpo e podem ser redirecionados na
forma de dano elétrico em seu próximo ataque corpo
a corpo.
Deslizar na Terra. A mãe do ouro pode escavar através de
terra e pedra não mágica e não trabalhada. Enquanto faz isso,
ela não perturba o material através do qual se move
Faro para Ouro. A mãe do ouro pode detectar a presença e a
quantidade de ouro, seja bruto ou cunhado, a um alcance de
até 1,5 quilômetro.
Maleável. A mãe do ouro pode manipular e mudar sua forma
à vontade. Ela pode mover-se através de um espaço tão estrei-
to quanto 2,5 centímetros de largura sem se espremer.
Natureza Elemental. A mãe do ouro não precisa
respirar, comer, beber ou dormir.
Ouro de Tolo. Quando a mãe do ouro é reduzida a
0 pontos de vida e morre, seu corpo se transfor-
ma em pirita.
Ações
Ataques Múltiplos. Se estiver com os dois
braços transformados em armas, a mãe do
ouro faz dois ataques.
Braço Armado. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 10 (1d8
+ 5) contundente ou perfurante.
Ações Bônus
Maleável. A mãe do ouro pode manipular e
mudar sua forma à vontade. Com uma ação
bônus, ela pode modificar um ou ambos os
braços no formato de maça estrela, marte-
lo de guerra ou em escudo.
75
 mão de cabelo
O
mão de cabelo é tido como uma encarnação do
medo, cujo propósito é perseguir e atemorizar
mão de cabelo
quem ele encontra pelo caminho. Oriundo do Plano
das Sombras, essa criatura se alimenta de força vital
e parece ser atraída ao Plano Material por ambientes
sinistros e pela oportunidade de causar desespero e
terror. Mesmo oculto, sua mera presença desencadeia
uma série de reações nos viventes: um calafrio sobe ao
corpo, começa-se a suar, as mãos se tornam gélidas e,
por vezes, perde-se o controle da bexiga.
Essa aflição é materializada na figura de um horror
flutuante. Das mangas e corpo de sua mortalha bran-
ca, suja e esfarrapada, projetam-se longos feixes de
sombra, semelhantes a fios de cabelos. Na escuridão
de seu capuz, dois pontos brilhantes emitem uma luz
esverdeada e funesta. A infâmia dessa monstruosidade
é tão marcante que está presente em canções de ninar
e histórias amedrontadoras, assumindo para alguns o
papel de bicho papão.
Molhando as Calças. A exata origem do mão de
cabelo é desconhecida. O que se sabe é que, quando há
uma oportunidade de consumir energia vital e provocar
o medo em uma criatura, eles realizam saltos ao Plano
Material, retornando ao seu plano após se saciarem. A
entidade realiza diversos ataques por noite, preferindo
crianças e pessoas debilitadas ou indefesas, mas isso
não a impede de atacar outros quando necessário.
A presença do mão de cabelo costuma paralisar e ate-
morizar suas vítimas levando até mesmo um bárbaro ro-
busto e orgulhoso a hesitar, tremendo constrangido sobre
uma poça amarela. A característica filamentosa de seus
corpos lhes permite espremerem-se por frestas estreitas,
além de conseguirem alongar suas fibras para envolver e
agarrar suas presas. O mão de cabelo persegue sua vítima
incansavelmente e, quando consegue imobilizá-la, suas
cerdas espessas e ásperas agem como fios condutores, re-
tirando a energia vital da criatura e a transferindo para si.
Se o agarrado não conseguir escapar a tempo, certamen-
te receberá o abraço frio da morte, enquanto a criatura
sinistra se fortalece para sugar outras vítimas.
Cerdas do Pavor. Mãos de cabelo podem estar
presentes em diversos locais, de quartos de crianças
a cemitérios e vielas escuras, mas apenas durante a
noite. A luz do sol parece cegá-los e, por isso, durante
o período diurno, eles se escondem em locais escuros
e úmidos, como porões, sepulturas e interiores de
ruínas. Enquanto estão no Plano Material, eles não
demonstram sinais de sociabilidade ou qualquer outro
objetivo que não seja o de se esconder e se alimentar.
Quando encontram resistência, atacam seus oponen-
tes, emaranhando suas mechas nos corpos dos agres-
sores e as puxando violentamente, por vezes arrancan-
do pedaços de carne e ossos em uma terrível cena que
dificilmente é esquecida pelos olhos dos mortais.
76
Mão de Cabelo
Monstruosidade Média, Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 13 (armadura natural)
Pontos de Vida 65 (10d8 + 20)
Deslocamento 0 m, voo 12 m (pairar)
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 15 (+2) 14 (+2) 10 (+0) 8 (-1) 16 (+3)
Salvaguardas Con +5
Perícias Furtividade +5, Percepção +2
Resistências a Dano psíquico; contundente, cortante e perfu-
rante de armas não mágicas
Imunidades a Condição agarrado, amedrontado, atordoado,
caído, paralisado
Sentidos visão apenas no escuro (até o alcance de visão),
Percepção passiva 12
Idiomas Dialeto Obscuro
Nível de Desafio 6 (2.300 XP) Bônus de Proficiência +3
Filamentoso. O mão de cabelo pode se mover através de um
espaço de até 2,5 centímetros de espessura sem se espremer.
Horror. Qualquer criatura que comece seu turno a até 9
metros do mão de cabelo deve fazer uma salvaguarda de
Sabedoria CD 15, a não ser que o mão de cabelo esteja inca-
pacitado. Se falhar, a criatura fica amedrontada até o início do
seu próximo turno e perde o controle de sua bexiga. Em caso
de sucesso, ela fica imune ao Horror do mão de cabelo pelas
próximas 24 horas.
Sensibilidade à Luz Solar. Enquanto estiver sob luz solar,
o mão de cabelo tem desvantagem nas jogadas de ataque,
testes de atributo e salvaguardas.
Sentido Obscuro. A visão do mão de cabelo funciona de for-
ma inversa à visão tradicional. Ele não enxerga em luz plena
e enxerga perfeitamente no escuro. A meia-luz funciona da
mesma forma para o mão de cabelo.
Ações
Ataques Múltiplos. O mão de cabelo faz dois ataques usando
açoite de sombras ou um ataque usando açoite de sombras e
garrote de sombras.
Açoite de Sombras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5
para acertar, alcance 3 m, um alvo. Dano: 9 (2d6 + 2) contun-
dente mais 7 (2d6) pontos de dano necrótico.
Garrote de Sombras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5
para acertar, alcance 3 m, uma criatura Média ou Pequena.
Em caso de acerto, a criatura fica agarrada (CD 13 para esca-
par) e o mão de cabelo pode usar Sugar Vida e tem vantagem
em jogadas de ataque contra ela.
Cerdas Sombrias (1/Dia). Durante 1 minuto, o mão de ca-
belo emite cerdas sombrias que se contorcem, preenchendo
uma área quadrada de 6 metros de lado no solo à sua vista,
a até 27 metros. Enquanto o efeito durar, as cerdas transfor-
mam o solo da área em terreno difícil.
Quando uma criatura entra pela primeira vez ou quando
inicia o próprio turno na área afetada, ela deve fazer uma salva-
guarda de Destreza CD 13. Se falhar, sofre 11 (3d6) pontos de dano
contundente mais 4 (1d6) necrótico, ficando contida pelas cerdas
até que o efeito termine. Uma criatura que inicie o próprio turno
na área e esteja contida pelas cerdas, sofre 11 (3d6) pontos de
dano contundente mais 4 (1d6) necrótico.
Uma criatura contida pelas cerdas pode usar a própria
ação para fazer um teste de Força ou Destreza (à escolha dela)
CD 13 para se livrar delas. Em caso de sucesso, ela se liberta.
Salto Sombrio. Com uma ação, o mão de cabelo pode
magicamente entrar no Plano das Sombras a partir do Plano
Material, ou vice-versa.
Trevas Silenciosas (1/Dia). Com uma ação, o mão de cabelo
cria uma esfera de 6 m de raio, a partir de um ponto à sua
escolha, que é preenchida com uma zona de escuridão e
silêncio mágicos. Ambas duram 10 minutos, e a escuridão
se alastra, contornando cantos. Uma criatura com visão
no escuro não pode ver através dessa escuridão, e
uma luz não mágica não pode iluminá-la. Qualquer
criatura ou objeto inteiramente dentro da esfera é
imune a dano trovejante, e criaturas ficam surdas
enquanto estiverem totalmente dentro dela.
Conjurar uma magia que inclua um componente
verbal é impossível dentro da área de efeito. O
mão de cabelo é imune aos efeitos de suas
próprias Trevas Silenciosas.
Ações Bônus
Sugar Vida. Qualquer criatura que
inicie seu turno agarrada pelo mão
de cabelo sofre 5 (2d4) pontos de
dano necrótico. O mão de cabelo
regenera pontos de vida em
uma quantidade igual ao dano
causado.
77
 mapinguari
N
as densas florestas, o cair da noite traz consigo
ferozes predadores, porém, é durante o dia que
mapinguari
um dos mais mortais entre eles faz das matas seu
território de caça: o mapinguari.
Sobreviventes de ataques destas monstruosidades
as descrevem como seres grandes e robustos, com
cerca de dois metros de altura, chegando a três me-
tros quando apoiados nas pernas traseiras. Em uma
protuberância que se eleva de seus ombros, existe um
olho solitário, negro e rajado com sangue. Os membros
dianteiros são mais longos, de forma que tocam o solo
e servem de apoio enquanto a criatura se locomove. As
garras são compridas e afiadas, capazes de retalhar car-
ne e ossos, mas quando não são necessárias, os dedos se
dobram e elas se acomodam nas palmas das mãos. Em
sua movimentação, pesada e ruidosa, ele abre caminho
derrubando a vegetação e deixando uma trilha evidente
por onde passa. O mapinguari demonstra uma inteli-
gência limitada, chegando a imitar outros animais da
floresta a fim de enganar caçadores e aventureiros.
Para Quê uma Boca tão Grande? O mapinguari
usa seus membros dianteiros para agarrar a presa e
levá-la à sua característica mais marcante: a bocarra
vertical, que começa pouco abaixo dos ombros e vai
até quase o umbigo. Dezenas de dentes pontiagudos
completam toda sua extensão, chegando a se sobrepor
em fileiras. Com apenas uma mordida ele é capaz de
dividir uma pessoa ao meio, ainda que prefira bocados
um tanto menores. A visão de um mapinguari com sua
boca escancarada, gotejando saliva, enche de medo até
mesmo o coração dos mais valentes.
Encouraçado e Fedido. Seu corpo é musculo-
so e denso, coberto por pelos grossos de coloração
castanho avermelhada, sujos e desgrenhados. Muitas
vezes ele é marcado por fungos e cheio de insetos.
Essa pelagem, aliada a um couro grosso que chega a
ser confundido com uma carapaça ou couro de jacaré,
proporciona uma armadura resistente ao ataque de
flechas. Os valentes que alegam terem sobrevivido a
um encontro afirmam que o umbigo e a região da nuca
são os pontos mais frágeis da criatura.
O cheiro de um mapinguari pode ser sentido a uma
considerável distância. Acre e nauseabundo, o odor
aumenta com a proximidade, chegando a incapacitar
criaturas de estômago fraco em seus arredores.
Em Defesa da Família. Mapinguaris não
costumam agrupar-se em sociedades maiores do que
uma família: um casal e sua prole. Já foram avistadas
versões menores e menos robustas da criatura, quase
todas as vezes com um filhote firmemente agarrado
em suas costas, o que leva a crer que sejam fêmeas.
Gestações são raríssimas, e apenas uma cria é gerada.
A dificuldade em se reproduzir torna o mapinguari es-
pecialmente perigoso quando em defesa de uma fêmea
78
prenhe ou de seu filhote. Após dois anos, o jovem
mapinguari é abandonado pelos pais para procurar
um novo território de caça, levando o terror para
outras paragens.
Mapinguari
Monstruosidade Grande, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 18 (armadura natural)
Pontos de Vida 124 (13d10 + 52)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
20 (+5) 12 (+1) 18 (+4) 8 (-1) 8 (-1) 10 (+0)
Salvaguardas For +9, Con +8
Resistências a Dano perfurante de armas não mágicas
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 9
Idiomas ―
Nível de Desafio 9 (5.000 XP) Bônus de Proficiência +4
Fedor. O fedor do mapinguari se estende por 15 metros.
Qualquer criatura que comece seu turno a até 3 metros do
mapinguari deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda de
Constituição CD 12 ou fica envenenada até o começo do
próximo turno dela. Em caso de sucesso, a criatura fica imune
ao fedor do mapinguari por 24 horas.
Imprudente. No início do próprio turno, o mapinguari pode
ganhar vantagem em todas as jogadas de ataque corpo a
corpo que fizer nesse turno, mas as jogadas de ataque contra
ele também têm vantagem até o início do seu próximo turno.
Monstro de Cerco. O mapinguari causa o dobro de dano a
objetos e estruturas.
Ponto Fraco. Caso um atacante conheça o ponto fraco do
mapinguari, ele tem a opção de realizar um ataque direcio-
nado com desvantagem. Em um acerto, este ataque causa o
dobro de dano. Para descobrir o ponto fraco do mapinguari
é necessário executar a ação Procurar e ser bem-sucedido
em um teste de Sabedoria (Percepção) CD 16 ou Inteligência
(Investigação) CD 16, à escolha do Mestre.
Regeneração. O mapinguari recupera 5 pontos de vida no iní-
cio do seu turno, caso ainda tenha ao menos 1 ponto de vida.
Ações
Ataques Múltiplos. O mapinguari faz três ataques: dois com
as garras e um com a mordida vertical.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +9 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 12 (2d6 + 5) cortante. Se o
mapinguari já acertou um alvo com as garras neste turno, ele
causa 11 (3d6) pontos de dano cortante adicionais.
Mordida Vertical. Arma de Combate Corpo a Corpo: +9 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 15 (2d8 + 5) cortante.
Se o alvo for uma criatura Média ou menor, ele é agarrado
(CD 17 para escapar). Até o agarramento terminar, o alvo fica
contido e sofre o dano da mordida a cada rodada, e o
mapinguari não pode morder outro alvo.

79
 matinta-pereira
A
s matintas-pereras, mati-taperês ou simplesmente
matintas, são seres que habitam florestas, ruínas
matinta-pereira
antigas e cemitérios abandonados. Quem olha para
uma delas vê uma horrenda velha, de grande nariz aqui-
lino, pele enrugada e cabelos desgrenhados, brancos e
ralos. Estão sempre cobertas por um manto escuro e roto
que revela por vezes braços e mãos que se assemelham às
garras de uma ave de rapina. Alimentam-se de roedores e
pequenos animais, mas também apreciam a carne de ou-
tras criaturas sencientes, que para elas é particularmente
apetitosa, reservada para banquetes e ocasiões especiais.
Em um confronto, elas não hesitam em empregar seus
sinistros poderes mágicos ou, em último caso, rasgar
suas vítimas com afiadas garras de ave. Daqueles que não
tomam a carne, elas recolhem objetos de valor, os quais
guardam no interior de seu covil.
Por Fora, Coruja Canora. As matintas-pereras
podem se transformar em grandes corujas negras, de
olhos amarelos luminosos. É nessa forma silenciosa
que elas cruzam o céu noturno. Quando tramam a
morte de alguém, pousam no telhado de sua vítima e
emitem um pio funesto, que traz o terror e a inquieta-
ção de que o fim se aproxima.
Por Dentro, Coração Agourento. Eram, original-
mente, belas damas feéricas, que se corromperam
por inveja e ganância, o que as condenou ao exílio no
Plano Material. Sua mesquinharia interior moldou-
-lhes o corpo e suas ações trazem sofrimento e medo
àqueles que atravessam seu caminho. Elas estão sem-
pre atentas àqueles em cujo coração cresce o desejo
de vingança e deles se aproximam para oferecer seus
serviços em troca de favores ou itens que parecem es-
colhidos ao acaso. Depois de cumprido o combinado,
voltam para cobrar seu quinhão, geralmente algo tão
terrível que traz arrependimento e amargura àquele
que ousou negociar com a mati-taperê.
Acumuladoras. Em seus acordos e barganhas,
as matintas podem pedir itens muito específicos em
troca de seus serviços, coisas que podem variar desde
algo precioso para aquele com quem negociam, como
a última carta de um ente querido ou uma aliança de
casamento, até algo que o coloque em risco, como o
tesouro de uma alamoa ou o olho de um gorjala. Cada
objeto coletado é igualmente importante para elas.
Uma antiga lenda conta que, se uma matinta-perera
completar uma coleção de 777 itens conquistados em
suas sórdidas barganhas, sua horrível aparência pode
ser revertida para a sua forma original. Esses objetos
nunca podem ser tomados por ela, devendo sempre
ser entregues por vontade própria.
Quem Quer? As matintas-pereras vivem por até
dois séculos e, quando pressentem a morte, lançam
uma última maldade. Procuram por alguém ganan-
cioso e seduzem esse alvo com promessas de riqueza
80
e poder equivalentes aos delas. Normalmente ofere-
cerem: “Você quer o que eu tenho?” e por três vezes
repetem a pergunta. Se por três vezes o imprudente
aceitar, o pacto está selado e a maldição da matinta é
transferida para ele. A matinta então se desfaz em uma
nuvem de pó e cinzas.
Matinta-Perera
Feérico Médio, Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 16 (com armadura arcana)
Pontos de Vida 77(14d8 + 14)
Deslocamento 9 m, voo 18 m (na forma de coruja)
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 16 (+3) 12 (+1) 18 (+4) 13 (+1) 12 (+1)
Salvaguardas Des +6, Int +7
Perícias Arcanismo +7, Enganação +4, Furtividade +6,
História + 7, Intuição +4, Percepção +4, Religião +7
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos que não sejam de ferro frio
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 36 m, Percepção passiva 14
Idiomas Comum e mais outros quatro idiomas
Nível de Desafio 6 (2.300 XP) Bônus de Proficiência +3
Acumuladora. A matinta-perera sempre carrega consigo ao
menos três itens mágicos. Determine-os dentre os tesouros
que forem adequados para a história, aleatoriamente ou não.
Barganha Mística. A matinta-perera tem acesso a uma
seleção de magias que só podem ser conjuradas em ocasião
de uma troca. O atributo de conjuração para essas magias é
a Inteligência (CD 15 para evitar magia.). Ela pode conjurar
cada uma delas, uma vez por dia sem precisar de componen-
tes materiais, mas apenas para atender o pedido de outra cria-
tura: clarividência, compreender idiomas, consertar, detectar
magia, enfeitiçar pessoa, falar com mortos, identificar, lendas
e histórias, localizar animais ou plantas, localizar criatura,
localizar objeto, remover maldição, restauração menor, reviver
mortos, ver o invisível.
Resistência à Magia. A matinta-perera tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Ataques Múltiplos. A matinta-perera faz dois ataques com a garra.
Garra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo; Dano: 8 (2d4 + 3) cortante.
Raio de Bruxa (Apenas na Forma de Matinta-Perera;
Recarga 5–6). Arma Mágico à Distância: +7 para acertar,
alcance 9 m, um alvo; Dano: 26 (4d12) elétrico. Durante 1
minuto, a matinta-perera pode usar uma ação para sustentar Constituição CD 15. Se falhar, sofre 14 (3d8) pontos de dano
o efeito do raio e causar 26 (4d12) pontos de dano elétrico necrótico, ou metade do dano em caso de sucesso.
neste alvo automaticamente. O efeito se encerra se a matin-
ta-perera usar uma ação para fazer qualquer outra coisa. O Pio Agourento (Apenas na Forma de Coruja). Cada cria-
efeito também se encerra se o alvo sair do alcance ou tiver tura à escolha da matinta-perera a até 18 metros e ciente
cobertura total. dela deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda
de Sabedoria CD 15 ou fica amedrontada por 1
Conjuração. A matinta-perera é uma conjuradora minuto. Uma criatura pode repetir a salvaguarda
de 7º nível. Inteligência é o atributo de conjuração no final de seu próprio turno, com desvantagem
(CD 15 para evitar magia, +7 para acertar com ata- se a matinta-perera estiver na linha de visão,
ques mágicos). A matinta-perera tem as seguintes encerrando o efeito sobre si em caso de
magias de mago preparadas: sucesso. Se uma criatura for bem-sucedida na
À vontade: mãos mágicas, prestidigitação salvaguarda ou o efeito acabar para si, ela fica
arcana imune ao Pio Agourento da matinta-perera
2/dia cada: armadura arcana, detectar pelas próximas 24 horas.
pensamento, dissipar magia, escuridão, piscar, Além disso, qualquer criatura a
rogar maldição até 18 metros que faça uma salva-
1/dia cada: banimento, invisibilidade guarda contra a morte no mesmo
maior, porta dimensional turno que a matinta-perera usou
Pio Agourento, o faz com des-
Forma de Coruja. Com uma vantagem. Nenhum ponto de
ação, a matinta-perera pode vida pode ser curado nesse
se transformar em uma coruja mesmo turno.
ou de volta novamente à sua
forma normal. Uma vez que
use esta característica, a
matinta-perera só pode
usá-la novamente após um
descanso curto.

Piado Mortal (Apenas na

Forma de Matinta-perera;
Recarga 6). A matinta-pere-
ra emite um pio fúnebre e
desafinado que atormenta
a alma daqueles que o
escutam. Cada criatu-
ra em uma esfera de 3
metros de raio centrada
na matinta-perera deve
fazer uma salvaguarda de

81
 mimo
“Espere”, disse Emília. “O escrevedor de memórias vai escrevendo, até sentir que o dia da

mimo
morte vem vindo. Então para; deixa o finalzinho sem acabar. Morre sossegado.”
“E as suas memórias vão ser assim?”, perguntou Dona Benta.
“Não, porque não pretendo morrer. Finjo que morro só. As últimas palavras têm de ser
estas: ‘E então morri…’”
— Monteiro Lobato, “As Memórias de Emília”

A
aparência insuspeita e frágil esconde um defen- bondosa pode se tornar amarga, obsessiva ou mesmo
sor implacável. Mimo é um nome genericamente violenta, e aquele mimo que um dia já foi um protetor
atribuído a um tipo especial de constructo, nor- torna-se um mimo perdido.
malmente encarregado da proteção de uma criança. Natureza de Constructo. Um mimo não precisa
São fabricados como se fossem simples brinquedos respirar, comer, beber ou dormir.
infantis: bonecas, animais de pelúcia ou formas mais
inusitadas. A inocência a que essas figuras remetem se Mimo Base
quebra frente à impetuosidade e resistência apresenta- Constructo Pequeno, Qualquer Bom (exceto em mimos perdidos)
da por esses protetores.
De uma Caixa de Costura. O processo de confec- Classe de Armadura 9
ção dos mimos é transmitido oralmente e começa de Pontos de Vida 15 (6d6 - 6)
maneira quase banal com o preparo do receptáculo: Deslocamento 6 m
o brinquedo. Através de meios arcanos, o criador FOR DES CON INT SAB CAR
infunde energia elemental do ar em conjunto com um
9 (-1) 9 (-1) 9 (-1) 9 (-1) 9 (-1) 9 (-1)
ingrediente especial, uma parte do espírito do próprio
artesão. A união dessas duas centelhas transforma o Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
simplório objeto em um golem. Além de força, resis- ataques não mágicos
tência e agilidade desproporcionais a seus materiais Imunidades a Dano psíquico, venenoso
de origem, os mimos adquirem senciência. Cada um Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene-
apresenta inteligência e personalidade próprias, nem nado, exausto, paralisado, petrificado
sempre espelhadas na alma de quem o animou. Apesar Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 9
de suas peculiaridades, todos possuem o objetivo Idiomas entende Comum, mas não pode falar
comum de proteger seu dono. Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
O Mimo que Tu Me Destes. Do momento de sua
feitura ao seu despertar, cada mimo é vinculado pelo Dotes. O mimo possui cinco pontos para gastar em Dotes. O
seu criador a quem o receberá como presente. A maio- mimo perdido possui dez pontos para gastar em Dotes.
ria desempenha pacientemente seu papel como ser
inanimado até que seu protegido sofra algum perigo. Aparência de Brinquedo. Enquanto o mimo permanecer
Nesse momento, a placidez se esvai e uma selvageria imóvel, ele é indistinguível de um boneco comum.
irrompe, levando a um combate que se finda apenas
caso a ameaça seja neutralizada ou o mimo, destruído. Forma Imutável. O mimo é imune a qualquer magia ou efeito
Há relatos fidedignos de estudiosos a respeito de mágico que altere sua forma.
feitos notáveis, como mimos que se comportam como
humanoides e desenvolvem a capacidade de fala e Resistência à Magia. O mimo tem vantagem em salvaguardas
aprendizado de perícias, chegando a se tornar verda- contra magias e outros efeitos mágicos.
deiros amigos e, pasmem, conselheiros para
seus protegidos. Ações
O Amor que Tu Me Tinhas. Diferentemente de ou- Pancada. Arma de Combate Corpo a Corpo: +1 para acertar,
tros constructos, mimos têm sentimentos. Enquanto alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 2 (1d4 - 1) contundente.
seu propósito de criação se mantiver seguro, a perso-
nalidade criada se mantém estável. Mas, inevitavel- Ações Bônus
mente, o mimo falhará em sua missão de proteção, já Lépido. O mimo pode executar uma ação bônus em cada
que a morte alcança todos os viventes, o que não ocor- um dos seus turnos durante um combate. Esta ação bônus
re com eles. Após perderem seu dono, estão sujeitos a pode ser usada apenas para a realização das ações Correr ou
uma trágica transformação. Sua natureza geralmente Esconder-se.

82
 Dotes do Mimo
Embora o mimo base tenha ND 1/2, fique atento: caso os Dotes escolhidos para personalizar um mimo sejam focados em
combate, o ND do mimo final pode variar para maior.
Cada mimo é feito a partir do bloco de estatísticas do mimo base e possui cinco pontos para serem gastos em Dotes, con-
forme indicado na tabela abaixo, que devem ser somados às estatísticas base. Mimos perdidos possuem dez pontos para serem
gastos em Dotes, utilizando a mesma tabela.
Custo Dote Funcionamento
2 Ataque O mimo possui uma forma de ataque corpo a corpo (ou apêndices pontiagudos) que causa
1d6 pontos de dano cortante. Além disso, ele recebe +2 no valor de Força. Esse Dote pode
ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha avança em 1 o dado de dano do ataque
na progressão (1d6 > 1d8 > 1d10) e concede +2 em Força.
1 Arcano O mimo conhece um truque da seguinte lista: consertar, ilusão menor, luz, mensagem,
prestidigitação arcana. Esse truque usa Inteligência como atributo de conjuração. Além disso,
ele recebe +2 no valor de Inteligência. Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada
nova escolha acrescenta um novo truque e concede +2 em Inteligência.
1 Canção O mimo entoa uma canção que funciona como a magia acalmar emoções, mas afetando
apenas um alvo por vez e pode ser utilizada uma vez por dia. Além disso, ele recebe +2 no
valor de Carisma. Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha acres-
centa um uso diário dessa característica e concede +2 em Carisma.
1 Deslocamento O mimo possui um tipo adicional de deslocamento (escalar, natação ou escavar) ou adiciona
3 metros a uma forma de deslocamento já possuída. Além disso, ele recebe +2 no valor de
Destreza. Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha acrescenta uma
nova forma de deslocamento ou 3 metros a uma forma já possuída e concede +2 em Destreza.
2 Destacável O mimo pode destacar partes de seu corpo. Essas partes ainda são controláveis pelo mimo
até o alcance da sua visão. Além disso, ele recebe +2 no valor de Força. Esse Dote só pode ser
selecionado uma vez.
2 Divino O mimo conhece uma magia da seguinte lista: bom fruto, criar ou destruir água, curar
ferimentos, detectar magia, santuário. Essa magia pode ser conjurada uma vez por dia e usa
Sabedoria como atributo de conjuração. Além disso, ele recebe +2 no valor de Sabedoria.
Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha acrescenta uma nova
magia ou um uso extra de uma magia já selecionada e concede +2 em Sabedoria.
1 Equipamento O mimo foi construído possuindo um kit ou instrumento musical e a proficiência necessária
para a utilização. Além disso, ele recebe +2 no valor de Sabedoria. Esse Dote pode ser selecio-
nado mais de uma vez, cada nova escolha acrescenta um novo kit ou instrumento musical e
concede +2 em Sabedoria.
1 Fala O mimo possui capacidade de se comunicar compatível com seu carisma. Além disso, ele
recebe +2 no valor de Carisma. Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova
escolha adiciona um novo idioma e concede +2 em Carisma.
1 Perícias O mimo conhece duas perícias diferentes. Além disso, ele recebe +2 no valor de Inteligência.
Esse Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha acrescenta duas novas
perícias e concede +2 em Inteligência.
1 Pontos de O mimo recebe +5 pontos de vida. Além disso, ele recebe +2 no valor de Constituição. Esse
Vida Dote pode ser selecionado mais de uma vez, cada nova escolha acrescenta +5 aos pontos de
vida e concede +2 em Constituição.
1 Resistente O mimo foi construído com um material resistente. Acrescente +3 de armadura natural. Além
disso, ele recebe +2 no valor de Constituição. Esse dote só pode ser selecionado uma vez.
2 Voo O mimo possui deslocamento de voo igual ao seu valor de caminhada. Além disso, ele recebe
+2 no valor de Destreza. Esse Dote só pode ser selecionado uma vez.

83
Conde Carolo Idiomas Comum
Constructo Pequeno (mimo), Neutro Bom Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2

Classe de Armadura 9 Equipamento. A Espevitada Ermínia possui um kit de disfarce.

Pontos de Vida 15 (6d6 - 6)
Deslocamento 6 m Dotes. A Espevitada Ermínia possui 1 ponto de Dote em
FOR DES CON INT SAB CAR Arcano, 1 ponto de Dote em Equipamento, 1 ponto de Dote
em Fala, 1 ponto de Dote em Perícia e 1 ponto de Dote em
9 (-1) 9 (-1) 9 (-1) 15 (+2) 9 (-1) 13 (+1)
Pontos de Vida.
Perícias Arcanismo +4, Investigação +4, História +4, Natureza
+4, Persuasão +3, Religião +4 Aparência de Brinquedo. Enquanto a Espevitada Ermínia per-
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de manecer imóvel, ela é indistinguível de um boneco comum.
ataques não mágicos
Imunidades a Dano psíquico, venenoso Forma Imutável. A Espevitada Ermínia é imune a qualquer
Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene- magia ou efeito mágico que altere sua forma.
nado, exausto, paralisado, petrificado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 9 Resistência à Magia. A Espevitada Ermínia tem vantagem em
Idiomas Comum e mais um idioma salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
Ações
Dotes. O Conde Carolo possui 2 pontos de Dote em Fala e 3 Pancada. Arma de Combate Corpo a Corpo: +1 para acertar,
pontos de Dote em Perícias. alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 2 (1d4 - 1) contundente.

Aparência de Brinquedo. Enquanto o Conde Carolo perma-
necer imóvel, ele é indistinguível de um boneco comum.
Forma Imutável. O Conde Carolo é imune a qualquer magia
ou efeito mágico que altere sua forma.
Resistência à Magia. O Conde Carolo tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Conjuração. A Espevitada Ermínia conjura a magia a seguir usando
Inteligência como atributo de conjuração (CD 11 para evitar magia):
À vontade: prestidigitação arcana
Ações Bônus
Lépido. A Espevitada Ermínia pode executar uma ação bônus em
cada um dos seus turnos durante um combate. Esta ação bônus pode
ser usada apenas para a realização das ações Correr ou Esconder-se.

Ações Fofuxo Facínora

Pancada. Arma de Combate Corpo a Corpo: +1 para acertar, Constructo Pequeno (mimo perdido), Caótico e Mau
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 2 (1d4 - 1) contundente.
Classe de Armadura 13
Ações Bônus Pontos de Vida 32 (6d6 + 6 + 5)
Lépido. O Conde Carolo pode executar uma ação bônus em Deslocamento 9 m
cada um dos seus turnos durante um combate. Esta ação FOR DES CON INT SAB CAR
bônus pode ser usada apenas para a realização das ações
15 (+2) 11 (+0) 13 (+1) 11 (+0) 9 (-1) 9 (-1)
Correr ou Esconder-se.
Perícias Atletismo +4, Furtividade +2
Espevitada Ermínia Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
Constructo Pequeno (mimo), Caótico e Bom ataques não mágicos
Imunidades a Dano psíquico, venenoso
Classe de Armadura 9 Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene-
Pontos de Vida 26 (6d6 + 5) nado, exausto, paralisado, petrificado
Deslocamento 6 m Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 9
FOR DES CON INT SAB CAR Idiomas entende Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
9 (-1) 9 (-1) 11 (+0) 13 (+1) 11 (+0) 11 (+0)
Perícias Enganação +2, Persuasão +2 Dotes. O Fofuxo Facínora possui 1 ponto de Dote em
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de Deslocamento, 1 ponto de Dote em Perícia, 1 ponto de Dote
ataques não mágicos em Ponto de Vida, 1 ponto de Dote em Resistente, 2 pontos
Imunidades a Dano psíquico, venenoso de Dote em Destacável e 4 pontos de Dote em Ataque.
Imunidades a Condição amedrontado, enfeitiçado, envene-
nado, exausto, paralisado, petrificado Aparência de Brinquedo. Enquanto o Fofuxo Facínora per-
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10 manecer imóvel, ele é indistinguível de um boneco comum.

84
Forma Imutável. O Fofuxo Facínora é imune a qualquer
magia ou efeito mágico que altere sua forma.
Resistência à Magia. O Fofuxo Facínora tem vantagem em
salvaguardas contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Punhal Interior. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d8 + 2) perfurante.
Destacável. Com uma ação, o Fofuxo Facínora pode destacar
uma parte do seu corpo (incluindo a cabeça, onde guarda seu
punhal interior) e controlá-la até o limite da visão.
Ações Bônus
Lépido. O Fofuxo Facínora pode executar uma ação bônus em cada
um dos seus turnos durante um combate. Esta ação bônus pode
ser usada apenas para a realização das ações Correr ou Esconder-se.
85
 mula-sem-cabeça
Meu amor, pelos deuses foi proibido, mas o que fazer com o fogo que queima minh’alma?

mula-sem-cabeça
— Memórias de uma mula-sem-cabeça

U
m terror campeia os ermos, pronto para atacar esforçam-se para dar um fim ao castigo infligido.
ferozmente qualquer um que cruze seu caminho. Aqueles que se aprofundam nos estudos de mal-
Seu relinchar pode ser ouvido ao longe, assim dições e dogmas afirmam que para curar a mula-
como o trote vigoroso e indomável. Essa abominação -sem-cabeça deve-se livrá-la do freio de aço que ela
em forma de uma mula grande e negra, com cascos possui preso à mandíbula, façanha essa que não é
de prata e um fogaréu crepitante de chamas mági- fácil de ser completada.
cas brotando no local onde deveria estar a cabeça,
ficou conhecida como mula-sem-cabeça através das Mula-sem-cabeça
histórias de viajantes amedrontados. Aqueles que têm Monstruosidade Grande, Normalmente Caótico e Mau
a infelicidade de se aproximarem o suficiente de uma
mula-sem-cabeça descobrem que dentro de suas laba- Classe de Armadura 14 (armadura natural)
redas sobrenaturais arde um hediondo crânio equídeo. Pontos de Vida 77 (9d10 + 27)
Chamas do Ódio. Uma mula-sem-cabeça é uma Deslocamento 15 m
criatura movida por uma ira voltada às divindades que FOR DES CON INT SAB CAR
a amaldiçoaram. Sua ação destruidora, porém, pode
18 (+4) 14 (+2) 17 (+3) 8 (-1) 12 (+1) 10 (+0)
se voltar contra qualquer criatura humanoide que
ela encontre, mesmo que não haja provocações. Seu Salvaguardas For +7
galope é duas vezes mais rápido que o de um animal Imunidades a Dano ígneo
normal e, quando escolhe uma vítima, persegue-a Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
incessantemente, tentando atropelá-la com seus armas não-mágicos
cascos metálicos. Também usa seu coice excepcional- Sentidos Percepção passiva 11
mente poderoso para golpear adversários e derrubar Idiomas —
árvores, cercas e obstáculos. Das ventas do monstro Nível de Desafio 5 (1.800 XP) Bônus de Proficiência +3
podem partir jatos de fogo e, da mandíbula aberta, por
vezes, é vomitada uma esfera flamejante, que cruza o Frenesi. Quando a mula-sem-cabeça reduz uma criatura a 0
ar e explode sobre seus inimigos. Incêndios causados ponto de vida com um ataque corpo a corpo no seu turno,
pelas ações de mulas-sem-cabeça podem levá-las ao ela pode usar uma ação bônus para mover-se até metade do
confronto com povos nativos e seres ligados à nature- seu deslocamento e fazer um ataque com os cascos de prata.
za, que tentam enfrentá-las diretamente ou através de
aventureiros contratados. Iluminação. A mula-sem-cabeça emite luz plena em um raio
Quem Chegar por Último. Muito é dito sobre a de 3 metros e meia-luz por 3 metros adicionais.
origem das mulas-sem-cabeça, mas de todas as lendas
e histórias, as que são mais recorrentes contam que Ações
elas foram criadas pela maldição de deuses contraria- Ataques Múltiplos. A mula-sem-cabeça faz dois ataques com
dos. Dizem que a mulher, que com suas ações afaste os cascos de prata.
um seguidor divino de seus votos sagrados, pode ser
amaldiçoada pelo deus insatisfeito, tornando-se ao Cascos de Prata. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para
cair da noite uma mula-sem-cabeça e retornando à sua acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) contun-
forma original ao raiar do dia. A amaldiçoada acorda dente. Se a mula-sem-cabeça acertar dois ataques com os
confusa com a situação e com o sentimento vívido de Cascos de Prata no mesmo alvo no mesmo turno, este deve
que algo terrível aconteceu. ser sem bem-sucedido em uma salvaguarda de Força CD 15
Mulas-sem-cabeça são exclusivamente mulheres ou fica caído. Criaturas Grandes ou maiores têm vantagem
punidas por atos cometidos com a conivência de nesta salvaguarda.
sacerdotes homens. Esse castigo injusto em forma de
maldição e a impenitência de seus cúmplices tornam- Fogo Pelas Ventas (Recarga 5–6). A mula-sem-cabeça exala
-se combustível para seu ódio. fogo em um cone de 4,5 metros. Cada criatura na área deve
Um Freio na Maldição. Enquanto alguns veem fazer uma salvaguarda de Destreza CD 14, sofrendo 21 (6d6)
apenas a morte como solução, outros, para salvar pontos de dano ígneo se falhar, ou metade do dano em caso
amigas ou pessoas amadas desse terrível destino, de sucesso.

86
Ira Flamejante (Recarga 6). A mula sem cabeça cria uma ex-
plosão mágica de fogo em um ponto à vista e a até 36 metros
dela. Cada criatura em uma esfera de 6 metros de raio centra-
da neste ponto deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda
de Destreza CD 14, sofrendo 28 (8d6) pontos de dano ígneo
se falhar, ou metade do dano em caso de sucesso.
Rompendo o Freio
Para retirar o freio e, desse modo, libertar a vítima
da maldição, é preciso primeiro deixá-la contida. Em
seguida, é necessário que uma criatura retire o objeto
do interior da boca flamejante da mula-sem-cabeça, o
que exige um teste de Força CD 15. Isso causa 14 (4d6)
pontos de dano ígneo à criatura. Caso a criatura seja
bem-sucedida, a mula é liberta da maldição e retorna à
sua forma original, mantendo as memórias do tempo
passado enquanto mula-sem-cabeça.
87
 papa-figo
T
ambém conhecido como homem do saco, velho
papão ou come-fígado, o papa-figo não parece nada
papa-figo
de muito especial à primeira vista. Quem vê a figura
esquálida, trajando trapos que um dia foram belas rou-
pas, por vezes pedindo um trocado ou perambulando
embriagado por ruas e praças, não pode conceber o real
poder e perigo voraz que este homem maltrapilho traz
no saco de estopa apoiado nas costas encurvadas.
Todos têm que conviver com uma certeza: a de que
o fim chegará. Mas nem todos aceitam inertes essa
sina. Aqueles com conhecimento e poder místico além
do permitido aos mortais desesperam-se enquanto a
areia da ampulheta da vida se esvai. Alguns apelam a
um ritual profano que os corrompe e transfigura, al-
cançando assim a capacidade de enganar o frio abraço
da Morte.
A Transfiguração. Primeiro deve-se aceitar que
os anos de vida não naturais significam um novo
nascimento. A antiga vida é deixada para trás. Posses,
amigos, amores, até mesmo o nome, são abandonados.
Após esse sacrifício pessoal vem o sacrifício de outrem.
O arcanista sequestra uma criança, quanto mais nova
melhor, arranca-lhe o fígado enquanto recita cânticos
nefastos e engole nacos do órgão ainda quente. Desse
modo ele acrescenta os anos de vida que a criança
possuía à sua própria cota, e finaliza molhando a goela
com aguardente e embrulhando algumas moedas de
ouro em um trapo que enfia no ferimento, como quem
paga por um produto.
Depois de consumir a glândula do miúdo, sua
mente e corpo passam por uma dolorosa mudança.
A pele antiga e ressequida pelo tempo começa a
descamar como a de uma cobra, dando origem a uma
nova. Os pelos corporais desaparecem e seus mús-
culos parecem definhar. O que realmente acontece é
que seu vigor é restabelecido e aumentado. Todas as
enfermidades são sanadas e agora há mais areia na
ampulheta do tempo para a nova criatura. Sua mente
se perverte através desse ato ímpio e, em contraparti-
da, desperta para sombrios segredos atemporais que
elevam o poder do ocultista.
O renascido não tem morada, caminha errante, não
cria vínculos, não cria raízes. Vive à margem de tudo
e todos, perambula por matas e vilas. Como compa-
nheiros, os instrumentos de ofício: seu livro arcano,
algumas ervas e ingredientes e uns poucos itens mun-
danos ( fumo, aguardente e, por vezes, um fetiche que
lembre a vida que abandonou), tudo guardado dentro
de um saco.
Imortalidade Alugada. Perceba-se que o alcan-
çado não é a vida eterna. Os anos continuam a passar
e, apesar do vigor e da loucura nunca diminuírem, o
papa-figo continua a envelhecer, precisando assim
repetir o ritual de tempos em tempos. A Senhora
88
Linhas Desequilibradas
O grimório de um papa-figo é um reflexo de sua mente
perturbada. As páginas apresentam garatujas, manchas,
desenhos e textos sem o menor significado aparente
para quem lê. A utilização de magias pode ajudar a
decifrar as palavras. A leitura do livro não representa
dificuldade para criaturas insanas.
Final não gosta de ser prevaricada. A sobrevida
conquistada não pode ser preenchida com prazer ou
serenidade. Agora, ele é um andarilho louco e egoísta
que nada possui além do que pode carregar e não
encontra satisfação verdadeira em atividade alguma,
sempre com um único pensamento em mente: encon-
trar a sua próxima vítima e acrescentar o tempo do
infeliz ao seu próprio. Caminhando sem descanso por
todos os cantos, espalhando mazelas e passamento.
Ralé Invisível. Ninguém enxerga os indigentes. E
para os outros o papa-figo não passa disso. Olhos se
desviam da sua figura e vez ou outra lhe atiram um
trocado como quem joga uma pedra para afastar um
cão. Mas nada disso acanha o miserável, que passa
ignorado sem ter que recorrer a nenhuma habilida-
de mística. E assim vai embora, como se não tivesse
existido — mas, dentro do saco, leva companhia, e
essa terá sua ausência notada. Caso seja percebido
e hostilizado, suas costas se endireitam e ele cresce
dois palmos, eliminando o incômodo com artimanhas
necromânticas. E, mais uma vez, pé na estrada.
Papa-figo
Humanoide Médio (qualquer ancestralidade), Normalmente
Caótico e Mau
Classe de Armadura 12 (15 com armadura arcana)
Pontos de Vida 88 (16d8 + 16)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
10 (+0) 14 (+2) 12 (+1) 18 (+4) 14 (+2) 8 (-1)
Salvaguardas Int +6, Sab +4
Perícias Arcanismo +6, Furtividade +4, História +6
Sentidos Percepção passiva 12
Idiomas quaisquer cinco idiomas
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de Proficiência +2
Aparência Desprezível. A aparência indigente do pa-
pa-figo faz com que os outros o subestimem. Durante a
primeira rodada do combate, o papa-figo tem vantagem
nas jogadas de ataque contra qualquer criatura que esteja
surpreendida, e causa 5 (2d4) pontos de dano adicio-
nais em seus ataques armados.

Resistência à Magia. O papa-figo tem

vantagem em salvaguardas contra magias e
outros efeitos mágicos.

Saúde Alugada. Os rituais realizados pelo

papa-figo prolongam sua vida e o tornam
imune a doenças não mágicas.

Ações
Ataques Múltiplos. O papa-figo faz dois ataques armados
ou um ataque armado e conjura uma magia.

Adaga Ritual. Arma de Combate Corpo a Corpo ou à

Distância: +4 para acertar, alcance 1,5 m ou 6/18 m, um
alvo. Dano: 3 (1d4) perfurante, mais 5 (2d4) cortante
se atacar com surpresa na primeira rodada de combate
usando Aparência Desprezível.

Conjuração. O papa-figo conjura uma da magias a seguir,

usando a Inteligência como atributo de conjuração (CD
14 para evitar magia):
À vontade: luz, mãos mágicas, prestidigitação arcana
2/dia cada: detectar magia, imobilizar pessoa, raio do
enfraquecimento
1/dia cada: animar os mortos, armadura arcana, falar
com os mortos, rogar maldição, vitalidade vazia

Definhar (2/Dia). O papa figo emite um raio de energia ne-

cromântica que envolve uma criatura à escolha, à vista e a até
9 metros dele, drenando a umidade e a vitalidade dela. O alvo
deve fazer uma salvaguarda de Constituição CD 14. Se falhar,
sofre 36 (8d8) pontos de dano necrótico, ou metade do dano
em caso de sucesso. Este efeito não funciona sobre mortos-vivos
ou constructos.

Exaurir Vida (Recarga 4–6). Ataque Mágico Corpo a

Corpo: +6 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 14
(4d6) necrótico. Se o ataque for bem-sucedido, o papa-
-figo recupera uma quantidade de pontos de vida igual à
metade da quantidade de dano necrótico causado.

89
 perna cabeluda Perna Cabeluda
S
e você gosta de andar tarde da noite em ruas
desertas e escuras, cuidado: pode ser atacado Morto-vivo Pequeno, Normalmente Caótico e Mau

perna cabeluda
ferozmente pela perna cabeluda. Escondida
nos matos, becos e casas abandonadas, esta Classe de Armadura 12
perna decepada tem vida própria e é movida por Pontos de Vida 9 (2d6 + 2)
pura hostilidade. Quando encontra um incauto, o Deslocamento 9 m
persegue em rápidos pulos e, se chegar próximo o FOR DES CON INT SAB CAR
suficiente, desfere fortes chutes e ágeis rasteiras.
10 (+0) 14 (+2) 13 (+1) 4 (-3) 7 (-2) 4 (-3)
Quando o alvo cai estropiado, a perna foge para
esconder-se, deixando somente a pobre vítima de Imunidades a Dano venenoso
suas agressões e as pegadas de seu único pé. Quem Imunidades a Condição caído, cego, enfeitiçado, envenena-
a viu, diz que se trata de uma perna coberta de pe- do, exausto, surdo
los grossos, pele cinza escura e malcheirosa, além Sentidos percepção às cegas 9 m (cego além desse raio),
de unhas grandes e lascadas. sismiconsciência 36 m, Percepção passiva 8
Chutes e Caos. A origem da perna cabeluda não Idiomas —
é clara, nem mesmo quantas delas vagam por aí, às Nível de Desafio 1/8 (25 XP) Bônus de Proficiência +2
escondidas. Alguns juram de pés juntos que ela é
resultado de uma receita mágica, criada por um necro- Esquiva. A perna cabeluda não provoca um ataque de opor-
mante zombeteiro e espalhada pelos meios arcanos tunidade quando sai do alcance de um inimigo.
mais obscuros. O criador teria decepado as pernas de
algumas de suas vítimas ou, ainda, arrancado mem- Fortitude de Morto-Vivo. Quando a perna cabeluda recebe dano
bros de cadáveres recém-enterrados para dar origem que reduza seus pontos de vida a 0, ela deve fazer uma salvaguar-
a estas criaturas. Seja como for, após completada a da de Constituição CD 5 + o dano sofrido, a não ser que este seja
mandinga, as pernas tornam-se animadas e possuem radiante ou derivado de um acerto crítico. Se for bem-sucedido,
um instinto irrefreável de violência. Depois disso, os em vez disso a perna cabeluda fica com 1 ponto de vida.
monstros são soltos pela noite para vagarem mundo
afora, simplesmente pelo prazer de espalhar o caos e a Imunidade a Expulsão. A perna cabeluda é imune a efeitos
dor pelos caminhos das pessoas. que expulsam mortos-vivos.
Pernas Para que te Quero. Diferentemente de
outros mortos-vivos, a perna cabeluda não pode ser Ações
controlada. Sua natureza caótica é tal que ela não Chute. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
serve a outro propósito, nem mesmo a quem a criou. alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 4 (1d6) contundente.
Tudo que ela quer é fazer salseiro. As pernas cabeludas
não possuem qualquer vínculo com o corpo do qual Rasteira. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
fizeram parte um dia, e não retêm memórias ou senti- alcance 1,5 m, um alvo. Dano: O alvo deve ser bem-sucedido
mentos de seus antigos donos. em um teste de Força (Atletismo) CD 13 ou fica caído.
Primeiro um Pé... A única maneira de as pernas
cabeludas perceberem o mundo é através de vibra- Fúria de Pernas Cabeludas
ções no solo. O ritmo de passadas sobre a terra deter- Fúria Média de Mortos-vivos Pequenos, Normalmente Caótico e Mau
mina como o membro independente vai se compor-
tar: o caminhar de dois pés significa que um alvo está Classe de Armadura 12
por perto e deve ser atacado, a cadência provocada Pontos de Vida 26 (4d8 + 8)
por mais de uma pessoa sugere perigo e que é melhor Deslocamento 9 m
dar no pé, e a sequência saltitante criada por uma FOR DES CON INT SAB CAR
perna só indica que o causador do som é amigável. É
13 (+1) 14 (+2) 15 (+2) 4 (-3) 7 (-2) 4 (-3)
comum que, ao encontrar uma criatura que provoque
o mesmo ritmo de sua própria marcha, uma perna Perícias Acrobacia +4, Atletismo +3
cabeluda a considere como igual e se junte à sua ca- Resistências a Dano contundente, cortante, perfurante
minhada. Quando unidas em grupo, as pernas cabe- Imunidades a Dano venenoso
ludas não temem um número de pisadas superior ao Imunidades a Condição agarrado, amedrontado, atordoado,
seu, e tornam-se uma ameaça muito maior, sempre caído, cego, contido, enfeitiçado, envenenado, exausto, parali-
em pé de guerra. sado, petrificado, surdo
Natureza Desmorta. A perna cabeluda não precisa Sentidos percepção às cegas 9 m (cego além desse raio),
respirar, beber, comer ou dormir. sismiconsciência 36 m, Percepção passiva 8

90
Idiomas —
Nível de Desafio 1 (200 XP)Bônus de Proficiência +2
Bando. A fúria de pernas cabeludas ocupa o mes-
mo espaço que outra criatura e vice-versa, e pode
passar por espaços grandes o suficiente para
permitir a passagem de uma perna humanoide.
A fúria não pode recuperar pontos de vida ou
ganhar pontos de vida temporários.
Esquiva. A fúria de pernas cabeludas não
provoca um ataque de oportunidade quando
sai do alcance de um inimigo.
Fortitude de Morto-Vivo. Quando a fúria
de pernas cabeludas recebe dano que
reduza seus pontos de vida a 0, ela deve
fazer uma salvaguarda de Constituição CD
5 + o dano sofrido, a não ser que este seja
radiante ou derivado de um acerto crítico.
Se for bem-sucedido, em vez disso, a
fúria de pernas cabeludas fica com
1 ponto de vida.
Imunidade a Expulsão. A fúria de
pernas cabeludas é imune a efeitos que expul-
sam mortos-vivos.
Ações
Ataques Múltiplos. A fúria de pernas cabelu-
das faz três ataques corpo a corpo.
Chute. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 5
(1d6 + 1) contundente.
Rasteira. Arma de Combate Corpo a Corpo:
+4 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano:
O alvo deve ser bem-sucedido em um teste
de Força (Atletismo) CD 13 ou fica caído.
91
 pisadeira
Noite passada, em um sonho esquisito:
pisadeira
Sonhei que ‘tava acordado
a mente viva, o corpo morto.
Uma véia feia, pisava meu peito
Eu não gritava, não movia.
O bicho pisava pesado,
e os meus sonhos, ele comia.
M
uitos mistérios envolvem as aparições e inten-
ções das angustiantes pisadeiras. Quase toda a
informação sobre essas criaturas vem de relatos
confusos de suas vítimas. Realidade e pesadelo se mis-
turam nas palavras daqueles que tiveram a má sorte de
encontrá-las. Elas costumam ser descritas como velhas
magras, malcuidadas, de pernas curtas, unhas longas,
cabelos desgrenhados, nariz adunco e olhos verme-
lhos. Seus dentes, pontudos e verdes, são evidentes na
boca aberta a gargalhar. Às vezes são descritas como
tendo a pele coberta por pelos ou escamas. Como um
sonho, sua forma é inconstante e se distorce à medida
que o medo se intensifica. Pode-se afirmar algo a partir
desses relatos conflitantes: seja lá como uma pisadeira
se apresente, depois de vê-la, não será fácil esquecer-se
da criatura.
Criaturas de Pesadelo. Conta-se que as pisadei-
ras eram megeras que, por motivos já esquecidos,
foram banidas dessa realidade para um semiplano de
pesadelos. Elas precisam de alguém que sirva como
portal para se projetarem no Plano Material. Após ser
marcada por uma pisadeira, a criatura âncora passa
a ser visitada, noite após noite. Essas visitas são expe-
riências agonizantes em que a realidade se confunde
com a fantasia. A vítima permanece incapaz de se
mover, porém fica de certa forma consciente enquanto
a pisadeira se alimenta de seus sonhos. Essa energia
onírica é recolhida e enviada ao semiplano e, quando
uma quantidade suficiente for armazenada, um portal
será aberto e as pisadeiras poderão novamente cami-
nhar livres pelo mundo desperto.
A Marca da Pisadeira. Antes de uma criatura
tornar-se âncora, é necessário que ela seja marcada.
Entrar em contato com a lenda da pisadeira pode ser o
suficiente para marcar aqueles de vontade mais fraca.
Cantigas, gravuras ou antigos registros são formas
comuns de passar adiante a marca da pisadeira. Sete
noites após receber a marca, a vítima começa a ser vi-
sitada durante o sono. As visitas só terminam quando
a vítima morre, por vontade da própria pisadeira ou se
medidas de proteção forem tomadas.
Devolvam Meus Sonhos! Ter os sonhos devorados não
é uma experiência agradável. A criatura visitada por uma
92
— Canção Popular
pisadeira não encontra descanso no sono. A primeira vez
parece só um sonho ruim e uma noite mal dormida, mas as
próximas visitas agravam a situação e a criatura não é mais
capaz de se concentrar na vida desperta, ficando obsessiva
e irritadiça. Em estágios mais avançados, torna-se incapaz
de falar com clareza, preferindo rimas e cantigas esquecidas.
Se medidas não forem tomadas a tempo, a vítima se torna
apenas um arremedo de quem era, incapaz de sonhar.
Pisadeira
Feérico Médio (megera), Normalmente Caótico e Mau
Classe de Armadura 14 (armadura natural)
Pontos de Vida 55 (10d8 + 10)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 14 (+2) 12 (+1) 16 (+3) 14 (+2) 16 (+3)
Salvaguardas Int +5, Sab +4, Car +5
Perícias Enganação +5, Furtividade +4, Intuição +4,
Percepção +4
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos que não sejam de prata
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas Comum, Primordial
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência + 2
Resistência à Magia. A pisadeira tem vantagem em salvaguar-
das contra magias e outros efeitos mágicos.
Ações
Ataques Múltiplos. A pisadeira faz dois ataques com a garra,
ou um ataque com a garra e conjura uma magia.
Garra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo; Dano: 7 (2d4 + 2) cortante.
Canção de Ninar (2/Dia). A pisadeira sussurra uma melodia
aterrorizante que apenas uma criatura à escolha e a até
18 metros dela é capaz de ouvir, afligindo-a com uma dor
terrível. O alvo deve fazer uma salvaguarda de Sabedoria CD
13. Se falhar, sofre 14 (4d6) pontos de dano psíquico e fica
paralisado. Em caso de sucesso, o alvo sofre metade do dano
e não fica paralisado. Uma criatura surda é automaticamente
bem-sucedida na salvaguarda.
Conjuração. A pisadeira conjura uma das magias a seguir,
usando o Carisma como atributo de conjuração (CD 13 para
evitar magia):
À vontade: ilusão, imobilizar pessoa, sono
2/dia cada: gargalhada nefasta, padrão hipnótico, raio do
enfraquecimento
1/dia cada: cegueira/surdez, compulsão, confusão, coroa da
loucura, sonho
Devorar Sonhos (1/Dia). Somente durante a noite, em
um alvo já marcado e sob o efeito de imobilizar pessoas, a
pisadeira pode fazer uso dessa ação para alimentar-se dos
sonhos do alvo. O processo dura 1 hora e não surte efeito se
for interrompido. Uma criatura submetida a esse ataque sofre
1d4 pontos de dano na Sabedoria e não recebe os efeitos
de um descanso curto ou longo, adquirindo um ponto de
exaustão. Pontos de Sabedoria perdidos desse modo podem
ser recuperados através da magia restauração maior, desejo
ou efeito mágico similar. A criatura morre se perder todos os
pontos de Sabedoria dessa forma.
Recebendo a Marca
Quando uma criatura entra em contato com a lenda
da pisadeira pela primeira vez, seja através de uma
conversa, música ou livro, deve fazer uma salvaguarda
de Carisma CD 5. Se falhar, recebe a marca e pode servir
de portal para uma pisadeira na próxima vez que ador-
mecer. Em caso de sucesso com uma diferença de 10 ou
mais, a criatura fica imune à marca. Em caso de sucesso
com diferença inferior a 10, a criatura não fica imune à
marca e novos contatos com a lenda, seja através de rela-
tos, expor o assunto ou até mesmo pensar a seu respeito
exigem uma nova salvaguarda com CD 1 ponto maior
do que a do teste anterior e assim sucessivamente até
o máximo de CD 15, e novas salvaguardas são exigidas
até que a criatura falhe ou seja bem-sucedida com uma
diferença de 10 ou mais, tornando-se imune.
Ações Bônus
Salto Onírico. Com uma ação bônus, a pisadeira pode
magicamente se deslocar uma vez por dia do Semiplano dos
Pesadelos para até 9 metros de uma criatura marcada no
Plano Material, permanecer por 1 hora e voltar para o seu
plano de origem.
93
 quibungo
Minha mãe sempre me dizia
quibungo
Que o quibungo me engoliria...
Minha mãe sempre me dizia
Que o quibungo me engoliria…
O
s quibungos são criaturas bestiais, com orelhas
e focinhos lupinos e olhos vermelho-brilhantes.
Seus corpos imensos lembram os dos gorilas e
são recobertos por espessos pelos negros. Predadores
traiçoeiros, eles se ocultam nas matas e áreas
cavernosas para emboscar pessoas desavisadas
que acampam, cruzam estradas ou exploram locais
arruinados em busca de riquezas.
Uma para Mastigar, Outra para Engolir. Da boca
frontal, se projetam presas ameaçadoras. É através dela
que os quibungos dilaceram suas vítimas. Algumas são
carregadas sobre os ombros do quibungo como um pa-
cote, para depois serem mastigadas. Como se isso não
fosse monstruoso o bastante, eles têm outra boca, imen-
sa e preenchida de dentes pontiagudos que fica nas
costas. Esta segunda boca se abre quando os quibungos
levam a ela as criaturas, após agarrá-las com suas mãos
poderosas. Aqueles engolidos pela bocarra dorsal em
pouco tempo são digeridos completamente.
Seleção Natural. Os quibungos são silenciosos
e solitários, juntando-se apenas quando precisam
acasalar. As fêmeas são praticamente idênticas aos
machos e geram de três a quatro filhotes. Têm como
costume devorar a própria prole deixando restar
apenas a cria mais forte, que mantêm em cavernas
escuras, ruínas ou outros lugares onde possam se
esconder. Em poucos meses, os jovens quibungos
são abandonados para caçarem pequenos animais
até que atinjam tamanho suficiente para capturar
criaturas maiores.
Camuflagem Noturna. Apesar de serem
enormes, os quibungos têm uma surpreendente
capacidade de camuflagem, misturando-se às
sombras e escuridão da noite, garantindo-lhes
vantagem para se aproximarem de suas presas sem
serem notados. A pelagem escura e passos leves e
silenciosos fazem dos quibungos ótimos predadores
noturnos. Eles podem agir sob a luz do sol, mas essa
é uma ocorrência incomum.
Aversão ao Fogo. A natureza sombria e voltada
à escuridão dos quibungos os torna excepcional-
mente vulneráveis ao fogo, e por isso eles temem e
se afastam dele, evitando atacar alvos próximos a
fogueiras e tochas — ou então tentam de alguma
forma extinguir ou enfraquecer as chamas para
somente depois atacar.
94
— Canção Popular
Quibungo
Monstruosidade Enorme, Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 105 (10d12 + 40)
Deslocamento 12 m, escalada 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
19 (+4) 14 (+2) 18 (+4) 6 (-2) 10 (+0) 7 (-2)
Salvaguarda For +6
Perícias Atletismo +6, Furtividade +4, Percepção +2
Vulnerabilidades a Dano ígneo
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 12
Idiomas —
Nível de Desafio 4 (1.100 XP) Bônus de Proficiência +2
Aversão a Fogo. O quibungo tem desvantagem nos testes de
perícia, salvaguardas e jogadas de ataque enquanto houver
uma chama, mágica ou não, a até 9 metros dele.
Emboscador. Na primeira rodada de um combate, o qui-
bungo tem vantagem em jogadas de ataque contra qualquer
criatura que tenha surpreendido.
Furtividade Noturna. Durante a noite, quando está na meia-
-luz ou na escuridão, o quibungo tem vantagem nos testes de
Destreza (Furtividade) feitos para se mover em silêncio.
Ações
Ataques Múltiplos. O quibungo faz dois ataques com as gar-
ras ou um ataque com as garras e um com a mordida frontal.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) cortante. Se dois
ataques com as garras acertarem um alvo Médio ou menor
no mesmo turno, o alvo está agarrado (CD 14 para escapar) e
o quibungo pode atacar com Engolir com uma ação bônus.
Mordida Frontal. Arma de Combate Corpo a Corpo: +6 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) perfurante.
Ações Bônus
Engolir (Apenas Contra uma Criatura Agarrada). Ao acertar
uma criatura Média ou menor com as duas garras, com uma
ação bônus, o quibungo a joga por cima dos ombros e engole a
criatura agarrada com sua boca dorsal. A criatura é engolida e o
agarramento termina. Enquanto estiver engolida, a criatura fica
cega e contida, tem cobertura total contra ataques e outros
efeitos vindos de fora do quibungo e sofre 21 (6d6) pontos de
dano ácido no começo de cada um dos turnos do quibungo.
Se o quibungo em um único turno sofrer 30 pontos de
dano ou mais de uma criatura dentro dele, deve ser bem-suce-
dido em uma salvaguarda de Constituição CD 14 no final do
turno ou regurgita a criatura engolida, que fica caída em um
espaço a até 1,5 metro do quibungo. Se o quibungo mor-
rer, a criatura engolida não fica mais contida por ele
e pode escapar do cadáver usando 9 metros de
deslocamento, saindo e ficando caída.
O quibungo só pode engolir
uma criatura por vez.

95
 rondolo
A
o investigar as nuvens carregadas e escuras que
prenunciam um pé d’água, aqueles com boa visão e
rondolo
que sabem o que procurar se admiram com o ron-
dolo, uma criatura considerada arauto das tormentas.
Quase sempre avistado à distância, sua grandio-
sidade é desconhecida pela maioria — um enorme
pássaro medindo cerca de dois metros de altura e
chegando a oito metros de envergadura. Suas penas
são de um cinza levemente prateado, contrastando
com o bico e as garras pretas. Seus olhos cintilam em
fulgor elétrico. A cauda pronunciada auxilia no voo e
nas manobras, o que lhe confere agilidade despropor-
cional para uma criatura desse tamanho. Cantam os
violeiros que esse ser é místico e se alimenta somen-
te de ar, vivendo nas alturas e nunca vindo ao solo,
mas isso é pura bobagem. Na verdade, rondolos são
carnívoros, e a caça é um dos poucos motivos para
que desçam à terra.
Antes da Tempestade. É incerto se essas aves
procuram temporais ou se atraem esses fenômenos.
O que se pode afirmar é que a interação entre as
descargas elétricas e o corpo dos rondolos resulta em
uma característica extraordinária, a capacidade de se
carregar com eletricidade e utilizá-la para ataques a
curta distância. Quando completamente energizado, a
plumagem de um rondolo se ouriça e faíscas saltam da
criatura. Simplesmente se aproximar dele já resulta em
uma experiência chocante.
Ninhos nas Nuvens. Devido ao seu comportamen-
to arredio e a inacessibilidade de seu habitat, pouco
se sabe sobre a ecologia do animal. Teoriza-se que os
ninhos seriam feitos nos cumes sempre circundados
por nuvens das mais altas montanhas. Os filhotes são
alimentados com animais ainda vivos, mas atordoados
pelas descargas dos progenitores. Seu canto se asseme-
lha ao estrondo de trovões, sendo assim confundido
pela própria situação em que o animal aparece. Em
picos onde sempre há trovoadas e faíscas nas alturas, é
comum encontrar famílias dessas aves.
Caçador e Caça. É de se imaginar que encontros
com rondolos sejam raros, mas diversos relatos narram
sobre rebanhos sendo atacados por grandes pássaros.
Em uma descida vertiginosa, a ave passa rasante ao solo
e sobe carregando sua presa. Relatos menos fidedignos
contam sobre o mesmo ocorrer com pessoas. Contudo,
as chances de interação com essa criatura aumentam
com as caçadas promovidas por aventureiros em busca
de suas penas, ovos e ossos que são a base de muitas
poções e magias que lidam com eletricidade.
Rondolo
Monstruosidade Enorme, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 14
96
Ovos de Rondolo
Por acreditarem que os rondolos atraem tempestades,
alguns tentam localizar seus ninhos e roubar-lhes os
ovos a fim de fazer com que o pássaro os siga, levando
chuvas para regiões onde há a ocorrências de secas se-
veras. Não se sabe se isso produz alterações climáticas,
mas é certo que o rondolo tentará recuperar, violenta-
mente, aquilo que lhe foi roubado.
Pontos de Vida 86 (9d12 + 27)
Deslocamento 6 m, voo 36 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 18 (+4) 16 (+3) 6 (-3) 15 (+2) 10 (+0)
Salvaguarda Des +7
Perícias Percepção +5
Imunidades a Dano elétrico
Sentidos Percepção passiva 15
Idiomas entende Auran, mas não pode falar
Nível de Desafio 7 (2.900 XP) Bônus de Proficiência +3
Absorção de Eletricidade. Sempre que o rondolo for alvo de
dano elétrico, ele não sofre dano e recupera 5 pontos de vida.
Eletricidade Estática. Uma criatura que toque o rondolo ou
o acerte com um ataque corpo a corpo enquanto estiver a 1,5
metro dele sofre 6 (1d10) pontos de dano elétrico.
Visão Aguçada. O rondolo tem vantagem em testes de
Sabedoria (Percepção) que dependam da visão.
Ações
Ataques Múltiplos. O rondolo faz dois ataques, um com o
bico e um com as garras.
Bico. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 3 m, um alvo. Dano: 13 (2d8 + 4) perfurante mais 6
(1d10) elétrico.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +7 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (2d6 + 4) cortante mais 6
(1d10) elétrico. Se o alvo for Grande ou menor ele é agarrado
(CD 13 para escapar). Até este agarramento terminar, o alvo
fica contido, sofre 6 (1d10) elétrico, e o rondolo não pode
usar as garras em outro alvo.
Convocar Relâmpago (1/Dia). O rondolo invoca uma nuvem
de tempestade que aparece na forma de um cilindro de 3 me-
tros de altura com um raio de 18 metros centralizado em um
ponto à vista e 30 metros diretamente acima dele. O efeito só
funciona a céu aberto.
 Ao invocar a tempestade, o
rondolo escolhe um ponto
à vista dele sob a nuvem,
podendo incluir a si próprio.
Um raio de eletricidade
parte da nuvem até esse
ponto. Cada criatura a
uma distância de até 1,5
metro do ponto deve
fazer uma salvaguarda de
Destreza CD 13. Se falhar,
sofre 17(3d10) pontos de
dano elétrico, ou metade
do dano em caso de
sucesso. Em cada um
dos turnos do rondolo,
durante 10 minutos, ele
pode usar uma ação para
convocar relâmpagos
dessa maneira, atingindo
o mesmo ponto
ou outro.
Se o clima já estiver em
condições tempestuosas
quando o rondolo usa este
efeito, ele também passa a ter
controle sobre a tempestade
existente, em vez de criar uma nova.
Sob essas condições, o dano do efeito
aumenta para 28 (5d10).

97
 saci-pererê
“Ai do pobre coitado
saci-pererê
Para quem o saci assobia
Tem seu caminho assombrado
Por sua maldita zombaria”
— Tio Barnabé, sobre o saci
A
quele incauto vivente que se aventura nas ma-
tas, encruzilhadas, estradas ou nos ermos pode,
em um dia de azar, ter a infelicidade de ouvir
um assobio vindo de lugar nenhum, ou notar os
cavalos arredios sem motivo aparente: é o anúncio
quase certo de que um saci começará suas
terríveis traquinagens.
Saci-pererê, saci ou o “coisa ruinzinha”, apelido
dado por idosos e nativos conhecedores de histórias e
lendas, é um feérico de estatura um pouco menor do
que a de um homem. Com a pele lisa de pelos e negra
como a noite, três dedos em cada mão, olhos verme-
lhos e um sorriso largo, cheio de dentes brancos como
marfim, ele se move agilmente pulando em sua única
perna. Veste um calção vermelho e um gorro mágico
da mesma cor e, frequentemente, leva um rústico
cachimbo de madeira pendurado à boca.
Os sacis são peraltas e se divertem com o caos que
provocam, realizando “artes” (algumas delas perigosas,
como retirar os freios de carroças ou assustar cavalos
fazendo-os disparar), roubando itens e confundindo
pessoas; e atacando-as também quando se sentem
intimidados ou se os locais onde vivem forem amea-
çados. Não raro, também invadem casas para pregar
peças e sustos. Ver suas vítimas confusas, amedron-
tadas ou irritadas ao extremo é o supremo prazer
dos sacis-pererês, que emitem gargalhadas sonoras e
rasgadas, ecoando nos matos ao seu redor. Às vezes,
para deixar uma vítima em paz, costumam solicitar
um presente, geralmente uma quantidade de ouro,
uma prenda mágica ou mesmo um pouco de fumo
para o seu cachimbo.
Os sacis costumam agir sozinhos, mas podem ser
encontrados com outros, em duplas, trios ou peque-
nos grupos (o que torna o tormento de suas vítimas
ainda maior). Eles chamam seus pares de “primos”,
não se sabe o porquê. Apesar de poderem agir em
conjunto com outros sacis-pererês, não desenvolve-
ram o hábito de se reunir em tribos ou aldeias. Sua
natureza extremamente caótica não favorece a vida
em comunidade, já que muito saci junto é certeza
de baderna, desobediência e confusão. Também
podem se juntar com outras criaturas, como a cuca,
por exemplo, para aumentar a chance de sucesso em
suas maquinações e brincadeiras. De vez em quando
são procurados pelo seu conhecimento sobre ervas
98
medicinais e chás curativos por pessoas desespera-
das em busca de alívio para doenças e ferimentos,
ou por sua habilidade em achar coisas perdidas.
Se estiverem de bom humor, auxiliam os aflitos em
troca de algum pagamento.
Do Bambu ao Cogumelo. O ciclo de vida de um
saci é peculiar e misterioso. Surgem repentinamente
de um redemoinho de vento (ou de um gomo de bam-
bu, contam alguns), como se vindo de algum plano ou
dimensão desconhecida, na forma de um “saci-crian-
ça”, apelidado de saci-trique. Esses sacis ainda não
ostentam o gorro e o cachimbo, têm a pele um pouco
mais clara e aprontam travessuras brandas, mas nunca
confrontam as vítimas, preferindo fugir ao menor sinal
de ameaça.
Após sete anos nessas artes, o saci-trique busca um
saci-pererê que lhe propõe desafios. Se ele passar nas
provas, recebe o cachimbo e um gorro mágico, criados
pelo seu mentor, e torna-se assim um saci-pererê. Caso
contrário, deve esperar mais sete anos para uma nova
tentativa. Um saci não pode ser morto por armas não-
-mágicas (quando abatido por elas, ele desaparece em
um redemoinho de vento, para se recompor somente
sete dias depois), mas pode, no entanto, morrer através
de magia e de velhice, atingindo no máximo setenta e
sete anos quando, dizem, ele se transforma em um
cogumelo venenoso.
Cuidado Saci, Cuidado com a Touca! A origem
do gorro mágico do saci-pererê se perdeu no tem-
po, mas os idosos e as palavras antigas dos pajés de
muitas tribos dizem que foi um presente de um deus
zombeteiro, que também ensinou ao saci como con-
feccioná-lo — e esse conhecimento foi transmitido
através de gerações. O gorro, um barrete vermelho,
concede ao saci-pererê a capacidade de ficar invisível
e de se teleportar de um canto para outro. Muitas
pessoas sonham em roubá-lo, pensando em adqui-
rir tais poderes mágicos, porém o item é inútil para
qualquer um que não seja o próprio dono. E o pior:
quando está fora da cabeça do saci-pererê, passa a
emitir uma catinga cada vez mais forte, chegando a
provocar fortes náuseas em quem estiver por perto
após algumas poucas horas.
Os sacis-pererês prezam muito pelos seus gor-
ros, não só pelos poderes que eles lhes conferem,
mas também por serem símbolos de orgulho. Se os
gorros lhes forem tirados, os sacis tentam barganhar
oferecendo algo em troca ou os retomam à força, se
necessário for.
Saci Engarrafado. Um saci-pererê pode, ainda
que seja muito difícil, ser capturado. Caso esteja na
forma de redemoinho de vento, é possível contê-lo
arremessando uma rede de trama fina, fazendo-o se
materializar. Outra maneira, mais difícil porém mais
recompensadora, é capturá-lo na água. Sacis não
podem atravessar fluxos de água corrente, limitan-
do-se às partes rasas de rios e igarapés para saciar a
sede. Quando o fazem, ficam invisíveis, se distraem
e, no local em que estão, forma-se um redemoinho
na água. Se alguém astuto for até a beira d’água com
uma garrafa de vidro transparente e vazia, pode
deitá-la sob o redemoinho e sugar o saci para dentro
do recipiente, que deve ser logo em seguida tampado
com uma rolha marcada contendo um símbolo divi-
no. Ao ser capturado, o saci engarrafado permanece
invisível na intenção de enganar o seu captor, para
que pense que a armadilha não funcionou e retire a
rolha. Se o sabido resistir, depois de sete dias o saci se
revela dentro da garrafa e oferece um desejo em troca
de sua liberdade. Mas, cuide-se aquele que desejar,
se a fala der margem a uma interpretação dúbia,
sem dúvida o saci-pererê vai tender para a pior das
alternativas.
Saci-trique
Esses “sacis-crianças” não têm os mesmos poderes
que os sacis-pererês totalmente formados, mas são
quase tão astutos e arteiros quanto.
Saci-trique
Feérico Pequeno, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 11
Pontos de Vida 28 (8d6)
Deslocamento 7,5 m
FOR DES CON INT SAB CAR
10 (+0) 12 (+1) 10 (+0) 14 (+2) 14 (+2) 16 (+3)
Perícias Enganação +5, Furtividade +3
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos que não sejam de ferro frio
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 12
Idiomas Comum, Silvestre
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Evadir. Se o saci-trique for submetido a um efeito que per-
mita que ele faça uma salvaguarda de Destreza para sofrer
apenas metade do dano, em vez disso ele não sofre dano em
caso de sucesso, e apenas metade do dano se falhar.
Imorrível. O saci-trique retorna à vida sete dias depois de ser
morto por uma arma não-mágica.
Sacis-pererês e a
Realização de Desejos
Os sacis-pererês têm uma variedade de habilidades mági-
cas, incluindo a conjuração de magias de forma inata. Os
sacis-pererês mais velhos têm poderes ainda maiores, que
lhes permitem alterar até mesmo a natureza da realidade.
Desejos. O poder dos sacis-pererês de conceder
desejos é muito conhecido. Contudo, somente os
sacis-pererês mais velhos podem fazê-lo. Um saci-pererê
que possua esse poder pode conceder um desejo a
uma criatura que não seja outro saci. Uma vez que um
saci-pererê tenha concedido um desejo, ele não pode
conceder outro desejo novamente até que se passe 1
ano e 1 dia, e a lei cósmica dita que o mesmo saci-pererê
só pode conceder um desejo por criatura.
Para que tenha um desejo concedido, uma criatura
a até 18 metros do saci-pererê declara o efeito deseja-
do. O saci-pererê pode, então, conjurar a magia desejo
em nome da criatura para produzir tal efeito. Dada a
natureza do saci-pererê, ele pode tentar perverter a
intenção do desejo, explorando uma formulação dúbia.
A perversão da formulação é normalmente feita para
beneficiar o próprio saci-pererê.
Gorro do Saci
O gorro vermelho utilizado pelo saci-pererê é mais do
que um item mágico, é um artefato que se sintoniza
apenas com sacis-pererês.
O artefato permite que o saci-pererê fique invisível,
como se estivesse sob os efeitos da magia invisibilidade
maior, à vontade, bem como que ele se teleporte, tam-
bém à vontade, como a magia teleporte.
Qualquer outra criatura que pegue o gorro não
conseguirá se sintonizar a ele e o resultado será apenas
fazer com que o gorro libere um forte fedor. Qualquer
criatura a até 9 metros do gorro deve ser bem-sucedida
em uma salvaguarda de Constituição CD 15 ou fica
nauseada (sob os efeitos da condição envenenado) até
que se afaste do gorro.
Ações
Estilingue. Arma de Combate à Distância: +3 para acertar,
alcance 9/27 m, um alvo; Dano: 4 (1d4 +1) contundente.
Conjuração. O saci-trique conjura uma das magias a seguir, usando
o Carisma como atributo de conjuração (CD 13 para evitar magia):
À vontade: detectar magia, graxa, prestidigitação arcana
1/dia cada: localizar objeto, lufada de vento, névoa obscu-
recente, nuvem fétida
99
Criar Redemoinho. Um cilindro de 1,5 metro de diâmetro e 6
metros de altura, feito de ar rodopiante, forma-se magicamente
em um ponto à vista e a até 36 metros do saci-trique. O rede-
moinho dura enquanto o saci-trique mantiver a concentração
(como se estivesse se concentrando em uma magia). Qualquer
criatura Média ou menor, exceto o saci-trique, que entre no
redemoinho deve ser bem-sucedida em uma salvaguarda de
Força CD 13 ou fica contida por ele. O saci-trique pode mover
o redemoinho até 18 metros com uma ação, e as criaturas
contidas pelo redemoinho se movem com ele. O redemoinho
se desfaz se o saci-trique perdê-lo de vista.
Uma criatura pode usar uma ação para libertar a si ou
outra criatura contida pelo redemoinho, sendo bem-sucedida
em um teste de Força CD 13. Em caso de sucesso, a criatura
não está mais contida pelo redemoinho e se move para o
espaço livre mais próximo fora dele.
Ações Bônus
Escapada Ágil. O saci-trique pode executar a ação
Desengajar ou Esconder com uma ação bônus em cada um
dos seus turnos.
Recuar (2/Dia). O saci-trique pode usar a ação Correr com
uma ação bônus.
Saci-pererê
Com seu gorro e cachimbo, os sacis-pererês são uma
das criaturas mais difíceis de se capturar. Com sua
invisibilidade e teleportes, são raras as pessoas que
tiveram sucesso em conseguir prender um saci.
Saci-pererê
Feérico Médio, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 52 (8d8 + 16)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
10 (+0) 15 (+2) 14 (+2) 16 (+3) 16 (+3) 18 (+4)
Salvaguardas Des +5, Car +7
Perícias Enganação +7, Furtividade +5, Intuição +6, Medicina
+6, Natureza +6
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
ataques não mágicos que não sejam de ferro frio
Imunidades a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
Idiomas Comum, Silvestre
Nível de Desafio 5 (1.800 XP) Bônus de Proficiência +3
Evadir. Se o saci-pererê for submetido a um efeito que per-
mita que ele faça uma salvaguarda de Destreza para sofrer
apenas metade do dano, em vez disso ele não sofre dano em
caso de sucesso, e apenas metade do dano se falhar.
Imorrível. O saci-pererê retorna à vida sete dias depois de ser
morto por uma arma não-mágica.
100
Ações
Ataques Múltiplos. O saci faz dois ataques com o estilingue.
Estilingue. Arma de Combate à Distância: +5 para acertar,
alcance 9/27 m, um alvo; Dano: 5 (1d4 +2) contundente.
Barrete. Em posse de seu gorro mágico, o saci-pererê pode
conjurar com uma ação as magias teleporte ou invisibilidade
maior em si mesmo, à vontade.
Conjuração. O saci-pererê conjura uma das magias a seguir, usando
o Carisma como atributo de conjuração (CD 15 para evitar magia):
À vontade: detectar magia, graxa, prestidigitação arcana
2/dia cada: localizar objeto, lufada de vento
1/dia cada: lentidão, névoa obscurecente, nuvem fétida
Criar Redemoinho. Um cilindro de 1,5 metro de raio e 9 me-
tros de altura, feito de ar rodopiante, forma-se magicamente
em um ponto à vista e a até 36 metros do saci-pererê. O
redemoinho dura enquanto o saci-pererê mantiver a concen-
tração (como se estivesse se concentrando em uma magia).
Qualquer criatura Grande ou menor, exceto o saci-pererê, que
entre no redemoinho deve ser bem-sucedida em uma salva-
guarda de Força CD 15 ou fica contida por ele. O saci-pererê
pode mover o redemoinho até 18 metros com uma ação, e
as criaturas contidas pelo redemoinho se movem com ele. O
redemoinho se desfaz se o saci-pererê o perder de vista.
Uma criatura pode usar uma ação para libertar a si ou
outra criatura contida pelo redemoinho, sendo bem-sucedida
em um teste de Força CD 15. Em caso de sucesso, a criatura
não está mais contida pelo redemoinho e se move para o
espaço livre mais próximo fora dele.
Invocar Nuvem de Insetos (1/Dia). O saci-pererê invoca
uma nuvem de insetos para auxiliá-lo. A nuvem preenche
uma esfera de 6 metros de raio centrada em um ponto à es-
colha do saci-pererê a até 36 metros dele. A nuvem se alas-
tra, contornando cantos e permanece até que o saci-pererê
a disperse com uma ação ou morra. A nuvem é parcialmen-
te obscurecida. Qualquer criatura dentro da nuvem quando
ela surgir deve fazer uma salvaguarda de Constituição CD
15, sofrendo 10 (3d6) pontos de dano perfurante se falhar,
ou metade do dano em caso de sucesso. Uma criatura que
terminar o turno dentro da nuvem sofre 10 (3d6) pontos de
dano perfurante.
Ações Bônus
Escapada Ágil. O saci-pererê pode executar a ação
Desengajar ou Esconder com uma ação bônus em cada um
dos seus turnos.
Recuar (3/Dia). O saci-pererê pode usar a ação Correr com
uma ação bônus.
101
 sanguanel
S
anguanéis são pequenas criaturas mágicas
humanoides, de olhos grandes e curiosos com íris
sanguanel
amarelas e pupilas vermelhas. Suas bocas estão
sempre em um sorriso afiado que quase vai até as
orelhas, largas e pontudas. O corpo delgado e a cabeleira
eriçada são rubros. Vestem-se com roupas feitas de
folhas e flores e vivem em florestas, notadamente de
pinheiros e araucárias, contudo exploram habitações
nas cercanias das matas. Eles são geralmente avistados
sozinhos, mas em certas ocasiões formam pequenos
grupos para competir em jogos e gincanas.
Gaiatos Encarnados. Inquietos e naturalmente
brincalhões, os sanguanéis adoram pregar peças em
qualquer um que cruze seu caminho. Ocultam e trocam
objetos de lugar, roubam mantimentos, desamarram
cavalos, imitam vozes de pessoas ou animais. Apesar
da natureza pacífica, caso confrontados ou acuados,
confiam em seus engodos mágicos para se defenderem,
geralmente com a intenção de confundir, incapacitar ou
prender seus oponentes e assim conseguirem fugir.
Doces Crianças e Amargo Mel. Não se sabe se
pela aparência inocente e rechonchuda ou pelo som
contagiante dos risos, sanguanéis têm forte interesse
em bebês, os quais sequestram e escondem nos topos
de árvores ou entre emaranhados de cipós. Não
maltratam ou machucam seus hóspedes, mantendo-os
seguros e bem alimentados com mel e orvalho servido
em recipientes improvisados com folhas. Ainda que
inocente para as criaturinhas, a brincadeira traz aos
pais do sequestrado total desespero. Encontrar o
desaparecido não é uma tarefa fácil. Após alguns dias,
o sanguanel acaba perdendo o interesse pelo convida-
do e segue sua vida, esquecendo a criança. Crianças
abandonadas desse modo e que tiverem a sorte de
sobreviver acabam criando um vínculo com a nature-
za, tornando-se seus defensores.
Terceira Pedra à Direita. Rastrear um sanguanel
não é tarefa para qualquer um, pois eles se movem de
maneira irregular e suas pegadas são especialmente
difíceis de seguir. São conhecedores natos do ambiente
ao seu redor e lembram-se perfeitamente de cada
pequeno detalhe. Riachos, clareiras, pedras e árvores
ficam gravados na memória deles, que nunca se
perdem e são excelentes guias, caso alguém tolere suas
galhofas e os convença a ajudar. Para convencer o san-
guanel é necessário tratá-lo com respeito e ofertar-lhe
mel, alimento que adoram mais do que tudo.
Sanguanel
Feérico Pequeno, Normalmente Caótico e Neutro
Classe de Armadura 13
Pontos de Vida 18 (5d6)
Deslocamento 9 m, escalada 4,5 m
102
Amigos dos Pequenos
O comportamento amigável dos sanguanéis em relação
aos bebês parece se estender às ancestralidades. Suas
interações com pequeninos costumam ser mais solícitas
e, possivelmente, acompanhadas de um convite para
beber mel com orvalho. Já para as outras ancestralida-
des, em especial indivíduos barbados, as brincadeiras e
peças são o mais comum.
FOR DES CON INT SAB CAR
10 (+0) 16 (+3) 10 (+0) 10 (+0) 10 (+0) 14 (+2)
Salvaguardas Des +5, Car +4
Perícias Acrobacia +5, Furtividade +5, Enganação +4
Resistências a Dano contundente, cortante e perfurante de
armas não mágicas
Imunidade a Condição enfeitiçado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas Comum, Silvestre
Nível de Desafio 1/4 (50 XP) Bônus de Proficiência +2
Memória dos Ermos. O sanguanel pode lembrar perfeitamen-
te qualquer caminho que tenha percorrido.
Passos Erráticos. O rastro deixado pelo sanguanel é ir-
regular, e qualquer teste feito para rastreá-lo é feito com
desvantagem.
Trilheiro. O sanguanel pode se mover através de terreno difícil
não-mágico sem custo de movimento adicional. Ele pode
passar por vegetação não mágica sem ser atrasado e sem sofrer
dano. Além disso, o sanguanel tem vantagem em salvaguardas
contra plantas criadas ou manipuladas magicamente para im-
pedir movimento, como aquelas criadas pela magia emaranhar.
Ações
Porrete. Arma de Combate Corpo a Corpo: +3 para acertar;
alcance 1,5 m; um alvo. Dano: 3 (1d4) contundente.
Pedra. Arma de Combate à Distância: +3 para acertar; alcance
9/18 m; um alvo. Dano: 3 (1d4) contundente.
Conjuração. O sanguanel conjura uma das magias a seguir, usando
o Carisma como atributo de conjuração (CD 12 para evitar magia):
À vontade: arte druídica, mãos mágicas
2/dia cada: emaranhar
1/dia cada: enfeitiçar pessoa
Reações
Fuga. O sanguanel pode conjurar passo nebuloso (névoa
avermelhada) com uma reação ao sofrer dano.
103
 tutu marambá
Q
uando um azarento decide se aventurar em trilhas
desconhecidas abertas nas matas ou mesmo sim-
tutu marambá
plesmente se afastar demais da proteção oferecida
pelos povoamentos, pode ser percebido e caçado pelo
tutu marambá. Esses seres selvagens são grandes hu-
manoides, com aparência híbrida de homem e porco do
mato. Eles constroem seus acampamentos rústicos com
montes de pedras, folhas e galhos nas cercanias de povo-
ados, às margens das florestas ou próximos de estradas e
outros locais onde existam vítimas para serem atacadas.
Brutos e Vorazes. Cobertos de pelos grossos e cin-
zentos, estes violentos brutamontes de feições suínas
e cerca de 1,80 metro de altura vivem em pequenos
bandos nômades, deslocando-se em função da abun-
dância ou escassez de presas. Os tutu marambás não
costumam cultivar nada, não usam roupas ou armas
forjadas e nem produzem nenhum tipo de artefato
complexo. Os representantes do gênero feminino e
masculino não apresentam diferenças físicas visíveis e
não se conhece nenhuma divisão de tarefas entre eles.
Comem praticamente qualquer tipo de coisa, co-
gumelos, raízes, frutas, carne fresca ou mesmo carniça.
Seus hábitos exigiram que seu organismo desenvolvesse
resistência contra doenças e eles próprios carregam em
seus dentes afiados agentes infecciosos que, apesar de
não lhes fazerem mal, podem causar inflamações, dores e
febre nas vítimas de sua mordida, sua principal forma de
ataque. Os tutus marambás gostam da carne de huma-
noides em sua dieta e também apreciam saquear esse
tipo de presa, já que retiram delas ouro, joias e mesmo
bugigangas brilhantes ou coloridas, que lhes despertam
curiosidade e que usam para enfeitar seus covis.
Agressores Sombrios. Quando partem para
emboscar, geralmente em pequenos grupos, os
tutus utilizam seu olfato apurado para rastrear
suas presas e as surpreendem com uma habilidade
peculiar: podem converter seus corpos na forma de
uma silhueta completamente negra, mesclando-se
com perfeição à escuridão ou às sombras naturais,
revelando-se somente no momento do ataque,
assustando e aterrorizando suas vítimas, que são
pegas desprevenidas. Não raro, além de roubar
aqueles que sucumbem aos seus ataques, eles levam
os corpos para servirem de banquetes em seus
covis. Os que escaparam de um ataque de um tutu
marambá reportam que ele exala um característico
e desagradável cheiro. Reconhecer esse odor antes
de ver o tutu pode ser a diferença entre a vida ou a
morte quando se atravessa seu caminho.
Tutu Marambá
Humanoide Médio (tutu marambá), Normalmente
Caótico e Neutro
104
Boca de Esgoto
O idioma tutu marambá é uma mistura de grunhidos
e roncares com algumas palavras entrecortadas em
idioma comum. No caso de algum diálogo ser travado,
a experiência de conversar com um deles é piorada pela
profusão de baba e gotículas de saliva fétida que saem
da boca da criatura.
Classe de Armadura 11 (armadura natural)
Pontos de Vida 30 (4d8 + 12)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
16 (+3) 10 (+0) 16 (+3) 8 (-1) 10 (+0) 8 (-1)
Perícias Atletismo +5, Furtividade + 2, Intimidação +1,
Sobrevivência +2
Imunidade a Condição envenenado
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 10
Idiomas Comum, Tutu Marambá
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência +2
Emboscador Sombrio. Durante a noite ou na escuridão,
o tutu marambá tem uma rodada surpresa ao atacar, caso
o alvo não seja bem-sucedido em um teste de Sabedoria
(Percepção) CD 10. Em caso de sucesso, o tutu marambá é
denunciado por seu odor característico.
Frenesi. Quando o tutu marambá reduz uma criatura a 0
ponto de vida com um ataque corpo a corpo no seu turno,
ele pode usar uma ação bônus para mover-se até metade do
seu deslocamento e fazer um ataque com a mordida.
Incansável (Recarga após um Descanso Curto ou Longo). Se
o tutu marambá sofrer 14 pontos de dano ou menos, que o
reduziriam a 0 ponto de vida, em vez disso ele é reduzido a 1
ponto de vida.
Manto das Sombras. O tutu marambá tem vantagem nos testes
de Destreza (Furtividade) feitos durante a noite ou na escuridão.
Pestilento. O tutu marambá é imune a doenças não mágicas.
Táticas de Grupo. O tutu marambá tem vantagem em uma
jogada de ataque contra uma criatura se ao menos um de
seus aliados, não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da
mesma criatura.
Ações
Ataques Múltiplos. O tutu marambá faz dois ataques com
a clava.
Clava. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para acertar;
alcance 1,5 m; um alvo. Dano: 7 (1d6 + 3) contundente.
Mordida Pérfida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para
acertar; alcance 1,5 m; um alvo. Dano: 10 (2d6 + 3) perfurante
mais 4 (1d6) venenoso. Além disso, o alvo deve ser bem-suce-
dido em uma salvaguarda de Constituição CD 13 ou tem seu
valor de Constituição reduzido em 1d4. O alvo morre se sua
Constituição for reduzida a 0. Caso contrário, a redução dura
até que o alvo faça um descanso longo.
105
 unhudo
A
o andar pelos campos, estradas ou desertos, pode
ser que um viajante repentinamente se depare
unhudo
com um exuberante bosque, repleto de árvores
carregadas com os maiores e mais belos frutos já
vistos. Ao encontrar essa fartura devemos pensar duas
vezes em adentrar o lugar: podemos estar invadindo o
covil das criaturas conhecidas como unhudos.
Encontrados sozinhos ou em bandos, os unhu-
dos têm a aparência de um corpo humanoide
ressequido, com a pele cinza esverdeada e o olhar
estático e perdido no horizonte. Os seus cabelos são
longos e verdes, e as compridas unhas chegam ao
ponto de envergar e se retorcerem, sendo bem mais
resistentes do que as humanas. As roupas que por
vezes trajam são esfarrapadas e todos eles parecem
usar um grande chapéu de palha de abas largas, mas
uma inspeção mais cuidadosa revela que se trata de
uma curiosa estrutura vegetal. Os unhudos atacam
todas as criaturas que adentram seus domínios até
que uma das partes pereça, mas nunca aparentam
qualquer sinal de raiva ou mesmo dor
quando feridos.
A Jabuticabeira Infectada. Áreas em que
existem unhudos têm a particularidade de serem
extremamente viçosas. Seja qual for o exemplar da
flora, a vegetação cresce com esplendor, embora
um dentre eles sempre se destaque: uma enorme
jabuticabeira sempre florida, de casca muito alva e
frutos quase cinco vezes maiores do que os comuns.
Quanto mais próximo dessa planta, maior será o
número de unhudos encontrados, e há um bom
motivo: ela produz esporos capazes de infestar
cadáveres humanoides que tenham falecido há até
uma semana. Dentro do cadáver, quando se inicia
o processo de putrefação, esses esporos proliferam
e reanimam o corpo, porém sem realmente trazer
o ser à vida. Contudo, a decomposição dos corpos
continua, possibilitando a existência de unhudos em
diferentes estágios de deterioração. No caso de vege-
tais, os esporos promovem um aumento significativo
na exuberância das flores e no tamanho e na qualida-
de de seus frutos sem lhes causar qualquer dano ou
outra condição.
A jabuticabeira infectada se localiza no centro
do pomar e é defendida pelos unhudos. Se atacada,
os protetores já criados entram em um incontrolável
estado de fúria, avançando ferozmente contra aqueles
que a acertaram.
Precisamos de Você. Não estando mais viva, a
carne dos unhudos continua a apodrecer até que,
finalmente, se decompõe ao ponto de servir ape-
nas como adubo. Para que esses guarda-costas
continuem a ser produzidos, todo humanoide que
adentrar a mata será atacado e, quando morto, o
106
Tropas de Unhudos
Em alguns casos, os unhudos estão em tantos, que
é quase impossível contar quantos deles são. Nesse
caso, é comum que eles sejam representados como
uma única criatura, apresentando-se como uma
tropa acéfala.
corpo será depositado aos pés da planta central para
que os esporos possam criar um novo integrante, que
será adicionado à coletividade. Tudo o que acontece
com um unhudo é transmitido aos demais através
de mensagens químicas emitidas pela estrutura em
formato de chapéu em sua cabeça, que é na verdade
uma extensão do organismo invasor. Esse apêndice
também é responsável por produzir a substância que
concede força ao unhudo e impregna suas unhas com
uma toxina que concede aos seus ataques a capacida-
de de atordoar as vítimas.
Unhudo
Planta Média, Sem Alinhamento
Classe de Armadura 10 (armadura natural)
Pontos de Vida 11 (3d8 - 3)
Deslocamento 6 m
FOR DES CON INT SAB CAR
17 (+3) 6 (-2) 8 (-1) 2 (-4) 10 (+0) 5 (-3)
Vulnerabilidades a Dano ígneo
Resistências a Dano contundente não mágico
Imunidades a Condição amedrontado, cego, enfeitiçado,
envenenado, exausto, paralisado, petrificado, surdo
Sentidos percepção às cegas 3 m, Percepção passiva 10
Idiomas —
Nível de Desafio 1/4 (50 XP) Bônus de Proficiência +2
Colônia. O unhudo está constantemente rodeado por uma
nuvem de feromônios com 9 metros de raio. Outros unhudos
dentro desta área são capazes de perceber os arredores de
maneira compartilhada.
Rompante Vegetal (Apenas se a Jabuticabeira Infectada
Sofrer Dano). O unhudo ganha vantagem em todas as
jogadas de ataque corpo a corpo que fizer, mas as jogadas de
ataque contra ele também têm vantagem. (Uma jabuticabeira
infectada possui 200 pontos de vida, CA 5 e limiar de dano 5).
Táticas de Grupo. O unhudo tem vantagem em uma
jogada de ataque contra uma criatura se ao menos um de
seus aliados, não incapacitado, estiver a até 1,5 metro da
mesma criatura.
Toxina. As garras do unhudo possuem uma toxina que ator-
doa o alvo. Se o ataque com as unhas acertar, o alvo deve ser
bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição CD 10 ou
fica atordoado por 1d4 rodadas.

Ações
Unhas. Arma de Combate Corpo a Corpo: +3
para acertar; alcance 1,5 m; um alvo. Dano: 7
(1d6 + 3) cortante, mais
a toxina.

107
 urutau
Urutau canta de noite
urutau
Afastando a escuridão
Canto-aviso pra morena
Serenata do sertão
Cunhantã esperançosa
Vê nascer sua paixão
Mãe-da-lua encantada
Diz a crença popular
Tuas penas têm magia
O teu canto traz luar
 — Canção Popular
U
rutaus são aves exclusivamente noturnas que
medem cerca de quarenta centímetros. Sua colo-
ração é esbranquiçada quando jovem e varia entre
cinza ou marrom quando adulto, sempre coberto por
manchas e estrias que contribuem para sua camufla-
gem. A boca é diversas vezes maior que o bico, que tem
cerca de dois centímetros, e quando está aberta chega
a atingir oito centímetros de diâmetro. Seus olhos são
enormes, característica de muita serventia para uma
ave noturna. Porém, mais singular do que o tamanho, é
o fato de que eles nunca se fecham totalmente, pois suas
pálpebras possuem frestas pelas quais a ave pode con-
tinuar vigiando os arredores mesmo em repouso. Sua
aparência excêntrica pode ser considerada interessante
aos mais curiosos ou simplesmente repugnante àqueles
que tomam menos de um segundo para julgá-lo.
Meus Pés Tão Feios. Arborícolas por excelência,
não descem ao solo. O urutau gosta mesmo é de ficar
na ponta de um tronco morto, de preferência que te-
nha largura parecida à de seu corpo, onde possa apoiar
confortavelmente as asas e recostar a cauda. Mas não
é qualquer tronco que serve para ele: tem de ter uma
casca rugosa e, de preferência, cheia de líquens e mus-
go. Parece ele mesmo um prolongamento da madeira
apodrecida. Qualquer um que passe pelo tronco não o
verá ali, mesmo que esteja exposto ao sol mais claro do
meio-dia. Normalmente acaba flagrado apenas porque
alguém mais atento notou que “o pau se mexia”.
Dó, Sol, Mi Bemol, Dó. Mesmo entre tantas singu-
laridades, o que mais se destaca entre as características
dessa ave é o canto. Enquanto o voo é silencioso como o
de uma coruja, seu canto lamurioso não passa des-
percebido nas noites mudas. Consiste de três a cinco
notas decrescentes, e o timbre, melancólico e fúnebre,
costuma ser considerado sinal de mal agouro. Após o
canto do urutau, parece que nada mais se ouve, como se
a noite se atentasse à espera da próxima estrofe.
Foi Foi Foi. Por sua aparência e canto perturbado-
res, os urutaus são frequentemente associados à má
108
sorte. O fato de serem muitas vezes encontrados em
áreas onde um grande desastre ocorreu ou em mo-
mentos de forte sofrimento pessoal apenas agrava essa
crença. Aventureiros mais supersticiosos costumam
eliminar a ave caso consigam avistá-la. Aventureiros
mais sábios, apenas evitam seu caminho.
Ayay Mama. Em um lugar muito distante, entre
os diversos planos, reside a Mãe-da-Lua, criadora de
todos os urutaus. Outrora uma mortal, suas dores
acabaram por transformá-la em um poder menor que
busca, de certa forma, poupar os outros de sofrimen-
tos vindouros. A ave, aparentemente desengonçada e
agourenta, na verdade é ao mesmo tempo mensageira
e olhos da compadecida entidade. Ela os envia na
esperança de que alguém entenda seu doloroso recado
e qualquer mal possa ser evitado. Caso isso não acon-
teça, fato muito comum, a ave serve de testemunha
da dor alheia. A Mãe-da-Lua assiste cada sofrimento
como se fosse o seu próprio e os armazena em globos
que arquiva em sua Biblioteca da Dor. Enquanto
assiste, a Mãe chora e, de seu choro, nasce o canto do
próximo urutau.
Urutau
Fera Minúscula, Normalmente Neutro
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 3 (2d4 – 2)
Deslocamento 3 m, voo 15 m
FOR DES CON INT SAB CAR
2 (-4) 14 (+2) 8 (-1) 4 (-3) 12 (+1) 6 (-2)
Perícias Furtividade +4, Percepção +3
Sentidos Percepção passiva 13
Idiomas entende Celestial e Comum, mas não pode falar
Nível de Desafio 0 (10 XP) Bônus de Proficiência +2
Aparência Falsa. Enquanto o urutau permanecer imóvel,
ele é indistinguível de um toco de madeira. Qualquer
ataque contra o urutau enquanto ele estiver imóvel é feito
com desvantagem.
Imperceptível. O urutau tem vantagem nos testes de
Destreza (Furtividade).
Mau Augúrio. Os olhos do urutau são sintonizados com a
desgraça, concedendo ao pássaro uma forma limitada de
prever o futuro. Caso o urutau veja um local ou criatura que
será vítima de um infortúnio em até uma semana, ele se sente
atraído por essa criatura ou local e passa a rondá-lo, caso já
não esteja seguindo um infortúnio.
Sofrimentos Vindouros
Urutaus são mais facilmente encontrados próximos à
morte e destruição, porém não é qualquer desgraça
que cativa sua companhia agourenta. É a aflição a ser
provocada o que lhe atrai a atenção. Medir o sofrimento
é uma tarefa que não cabe ao urutau ou a quem observa
com a lógica. Caso seja grande o pesar provocado em
uma criatura, é provável que em seu caminho o urutau
venha a cantar.

Sobrevoo. O urutau não provoca um ataque de oportunida-

de quando voa para fora do alcance de um inimigo.

Urucubaca. Se o urutau for morto por uma criatura cujo

infortúnio ele tenha previsto, a criatura tem desvanta-
gem nos três primeiros testes de atributo, salvaguarda
ou jogada de ataque para lidar com tal infortúnio.

Vigília Incansável. O urutau tem vantagem em testes

de Sabedoria (Percepção) que dependem da visão.
Esta característica funciona mesmo enquanto o
urutau está dormindo.

Ações
Bico. Arma de Combate Corpo a Corpo: +2
para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 1
ponto de dano perfurante.

109
 var-zin
S
e não tivessem sido avistados por um trio de jo-
vens em uma pequena cidade de mineradores, tal-
var-zin
vez os var-zin nunca fossem descobertos. Segundo
as descrições, são pequenos seres humanoides,
esguios, de cor amarronzada, desprovidos de pelos e
com pés em forma de “v”. Sua cabeça é desproporcio-
nal ao corpo, destacando-se três protuberâncias ao
longo do crânio e grandes olhos vermelhos.
Assim como os chupa-cabras, os var-zin não
são criaturas oriundas deste mundo: são viajantes
astrais que aportaram aqui em naus voadoras há
muito tempo. Desde então, eles tramam, ocultos da
civilização e do conhecimento dos povos nativos.
Ciência Bizarra. Os var-zin são sequestradores
furtivos. Roubam animais de criação, interferem nas
colheitas e até mesmo capturam seres inteligentes,
levando-os para seus esconderijos, geralmente
suas próprias naves, ocultas debaixo da terra. Lá,
promovem experimentos bizarros que dão origem
a monstros e seres híbridos que, quando libertos, se
tornam ameaças aos habitantes e à fauna e flora locais.
Esse comportamento faz com que muitos gover-
nantes preocupados investiguem os desaparecimentos
e, por vezes, contratem aventureiros para descobrir e
eliminar a ameaça oculta dos var-zin. Outros, ines-
crupulosos, vão mais além e fazem alianças com estes
seres para aumentar seu poder e conseguir vantagens.
Fisiologia Alienígena. Os var-zin não possuem
órgãos reprodutores, todos são gerados por um
processo de replicação, através de câmaras de
gestação ocultas dentro de suas naves. Seu cérebro
superdesenvolvido manifesta poderes mentais: são
capazes de dominar e paralisar pessoas, prever ações,
mover objetos à distância e manter conversas tele-
páticas. Sua pele é rígida, resistindo bem a cortes e a
climas rigorosos. Além dessas vantagens, os var-zin
possuem aparatos tecnológicos que produzem efeitos
fantásticos e que muitos confundem com magia.
Var-zin
Aberração Média, Normalmente Ordeiro e Neutro
Classe de Armadura 13
Pontos de Vida 28 (5d8 + 5)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
8 (-1) 13 (+1) 12 (+1) 16 (+3) 15 (+2) 12 (+1)
Salvaguardas Int +5, Sab +4
Perícias Furtividade +3, Intuição +4, Medicina +5, Percepção
+4, Persuasão +3
Resistência a Dano psíquico; cortante de armas não-mágicas
Sentidos Percepção passiva 14
Idiomas Var-Zin (telepatia)
110
Regeneração Var-Zin
Em suas bases ocultas, os var-zin possuem câmaras
de regeneração que são capazes de restaurar partes
de seus corpos, ou até mesmo reconstruir um var-zin
por completo a partir de apenas um membro dece-
pado. Embora essas câmaras possam regenerar com
sucesso partes de corpos de outras espécies, elas são
incapazes de reconstruir um corpo inteiro que não
seja o de um var-zin.
Nível de Desafio 1 (200 XP) Bônus de Proficiência +2
Defesa Psíquica. O var-zin usa os modificadores de Destreza e
Sabedoria na classe de armadura.
Ações
Rajada Mental. Ataque Mágico à Distância: +4 para acertar;
alcance 18 m; um alvo; Dano: 9 (2d6 + 3) psíquico e o alvo
deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Sabedoria CD
12 ou fica atordoado até o fim do seu próximo turno.
Abdução. O var-zin tenta invadir a mente de um humanoide
à vista e a até 18 metros. A criatura deve realizar uma salva-
guarda de Sabedoria CD 12. Se estiver desacordada, o teste é
feito com desvantagem. Se falhar, a criatura tem sua mente
entorpecida pelo var-zin e passa a obedecer a comandos sim-
ples. Esse efeito dura por 1 hora, até que seja encerrado pelo
var-zin ou ele seja incapacitado ou morto. Após o término
do efeito, a vítima não se recorda totalmente do ocorrido, e
normalmente apenas um lapso temporal é percebido.
Aparato Var-Zin. O var-zin aciona o aparato em seu pulso.
Esse item é ativado apenas através da energia psiônica var-zin
e produz o efeito tecnológico similar ao de uma das magias a
seguir:
2/dia: globos de luz
1/dia: invisibilidade (pessoal apenas)
Conjuração (Psionismo). O var-zin conjura uma das magias
a seguir, usando a Inteligência como atributo de conjuração
(CD 13 para evitar magia):
À vontade: línguas (pessoal apenas), mãos mágicas (a mão
é invisível)
3/dia cada: dificultar detecção (pessoal apenas)
1/dia cada: telecinese
Reações
Mente Defletora. O var-zin usa a sua reação para desviar um
projétil disparado contra ele. Ao fazê-lo, ele reduz o dano em
1d8.
111
 wara-piranga
O
s wara-piranga são lobo-guarás humanoides que
formam sociedades em torno de uma árvore mística,
wara-piranga
a lobeira. Sua pelagem vermelha, patas negras e
curta crina escura tornam difícil notá-los dentre os tons
presentes nos períodos do dia em que são mais ativos:
a alvorada e o crepúsculo. A cauda é felpuda e longa,
chegando a tocar o chão quando estão em pé. Seu corpo e
pernas também são alongados, facilitando a visão sobre a
vegetação. As orelhas pontiagudas e o focinho comprido
conferem-lhes olfato e audição aguçados. Embora eles
não sejam muito fortes, sua agilidade, em conjunto com a
sagacidade proporcionada pelo consumo da fruta-lobei-
ra, asseguram a defesa e perpetuação de sua comunidade.
Lobos Onívoros. Diversas espécies sofrem com
parasitas e escassez de alimento que muitas vezes as
impedem de atingirem a idade adulta, tornando seu
futuro incerto. Essa situação começou a se modificar
para os lobo-guarás quando alguns foram atraídos pelo
forte aroma do fruto da lobeira e passaram a consumi-
-los. Evitada pela maioria das criaturas por seu gosto
amargo, a lobeira tornou-se essencial para eles por suas
propriedades medicinais e como fonte de alimento.
Contudo, por motivos desconhecidos, algumas mu-
das da contraparte feérica dessa planta foram trazidas
para o Plano Material e aqui se desenvolveram. Embora
sejam praticamente idênticas, o fruto da lobeira feérica
acabou por desencadear uma gradual mudança nos
corpos dos lobos-guarás que a consumiram, tornando-
-os capazes de sustentar uma postura bípede. A trans-
formação mental tomou mais tempo, porém foi ainda
mais impressionante, e seus pensamentos tornaram-se
complexos até o ponto em que desenvolveram seu
próprio idioma. Deixaram de ser feras ao se perceberem
como aquilo que eram agora: wara-piranga.
Em Volta da Lobeira. Com o passar do tempo
esses seres proliferaram, reunindo-se e organizando-
-se em torno dessas enigmáticas plantas, formando
grupos que podem chegar a dezenas de indivíduos e
uma lobeira. Os wara-piranga cultuam a árvore e a
veem não só como a responsável pela sua espécie, mas
como parte indispensável de sua existência e cultura.
A raridade e infertilidade da lobeira produz na espécie
um constante medo do oblívio.
A tradição oral é de suma importância para a per-
petuação da cultura wara-piranga. É em rituais diários
ao nascer ou pôr-do-sol que eles transmitem suas me-
mórias e ensinam aos filhotes a cultura de seu povo.
Nas vozes dos mais velhos, o segredo e os costumes
são passados como garantia de manter as heranças
ancestrais. Indivíduos que acumulem mais histórias e
que melhor as narrem recebem maior status social e
respeito, desenvolvendo habilidades místicas e sendo
considerados de alguma forma “líderes”. Aos demais,
cabe a manutenção e proteção da árvore.
112
Wara-piranga Proseador
Humanoide Médio (wara-piranga), Normalmente
Ordeiro e Neutro
Classe de Armadura 12
Pontos de Vida 23 (5d8)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
11 (+0) 14 (+2) 11 (+0) 12 (+1) 15 (+2) 17 (+3)
Salvaguardas Sab +4, Car +5
Perícias Atuação + 5, Enganação +5, História +3, Intuição +4,
Persuasão +5
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 12
Idiomas Comum, Wara-piranga
Nível de Desafio 1/2 (100 XP) Bônus de Proficiência +2
Audição e Olfato Aguçados. O wara-piranga tem vantagem
em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da audi-
ção e do olfato.
Lusco-fusco. O wara-piranga tem vantagem nos testes de
Destreza (Furtividade) feitos durante a alvorada ou crepúsculo.
Ações
Bastão. Arma de Combate Corpo a Corpo: +2 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 4 (1d6) perfurante ou 5 (1d8)
se usado com duas mãos.
Mordida. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 3 (1d4) cortante.
C4ℓ4 BΩ¢4! (Recarga 5–6). O wara-piranga proseador profere
uma série de palavras ininteligíveis contra um alvo que possa ou-
vi-lo e esteja a até 18 metros de distância, causando intensa con-
fusão mental. O alvo sofre 10 (2d6 + 3) pontos de dano psíquico
e deve ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Sabedoria CD
13 ou não pode falar até o final do seu próximo turno.
Conjuração. O wara-piranga proseador conjura uma das magias
a seguir, sem precisar de componentes materiais, usando o
Carisma como atributo de conjuração (CD 13 para evitar magia):
À vontade: mensagem, prestidigitação arcana
1/dia cada: acalmar emoções, curar ferimentos
Provocação (Recarga 6). O wara-piranga proseador tem a
capacidade de usar insultos para estimular um oponente a
atacar um aliado do próprio wara-piranga proseador, desvian-
do a atenção sobre si. Se o alvo puder entendê-lo, ele deve
ser bem-sucedido em uma salvaguarda de Carisma CD 13 ou
é impelido a usar sua próxima ação para atacar o aliado de-
terminado pelo wara-piranga proseador. Caso escolha outra
criatura como alvo, a jogada é feita com desvantagem.
Ações Bônus Fada dos Lobos
Frutificar (Recarga 6). O wara-piranga proseador ingere um Existem poucos exemplares da lobeira originários
fruto da lobeira. Ele recebe 1d6 que pode ser jogado uma vez e das terras magicamente férteis de Faéria. Não se sabe
adicionado ao resultado de uma jogada de ataque, salvaguarda como chegaram ao Plano Material, mas o fato é que,
ou testes de atributo que fizer. Ele pode jogar o d20 antes de quando aqui germinadas, elas produzem frutos estéreis.
decidir se usará o dado de Frutificar, mas precisa decidir antes Os wara-piranga continuam a consumir a fruta como
do Mestre dizer se a jogada foi bem-sucedida ou não. suplemento alimentar e nutrem uma certa dependência
dela. Quando privados da substância por alguns poucos
Wara-piranga Mateiro dias, sentem-se ansiosos e paranoicos. Após algumas
Humanoide Médio (wara-piranga), Normalmente semanas, a abstinência torna-se física impondo desvan-
Ordeiro e Neutro tagens em testes de atributos físicos. A fruta da lobeira
não produz efeitos relevantes em outras espécies.
Classe de Armadura 13
Pontos de Vida 28 (5d8 + 5)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
salvaguarda ou testes de atributo que fizer. Ele pode jogar o d20
13 (+1) 17 (+3) 13 (+1) 10 (+0) 13 (+1) 12 (+1)
antes de decidir se usará o dado de Frutificar, mas precisa deci-
Salvaguardas Des +5, Car +4 dir antes do Mestre dizer se a jogada foi bem-sucedida ou não.
Perícias Atuação +3, Furtividade +5, Percepção +3,
Sobrevivência +3
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
Idiomas Comum, Wara-piranga
Nível de Desafio 1 (200 XP) Bônus de Proficiência +2

Audição e Olfato Aguçados. O wara-piranga tem vantagem

em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da
audição e do olfato.

Lusco-fusco. O wara-piranga tem vantagem nos

testes de Destreza (Furtividade) feitos durante a
alvorada ou crepúsculo.

Ações
Ataques Múltiplos. O wara-piranga matei-
ro faz dois ataques com as adagas ou um
ataque com a adaga e uma mordida.

Mordida. Arma de Combate Corpo

a Corpo: +5 para acertar, alcance
1,5 m, um alvo. Dano: 4 (1d4 + 1)
cortante.

Adaga. Arma de Combate Corpo a

Corpo ou à Distância: +5 para acertar,
alcance 1,5 m ou 6/18 m, um alvo. Dano:
6 (1d4 + 3) perfurante.

Arco Curto. Arma de Combate à Distância:

+5 para acertar, alcance 24/96 m, um alvo.
Dano: 7 (1d6 + 3) perfurante.

Ações Bônus
Frutificar (Recarga 6). O wara-piranga
mateiro ingere um fruto da lobeira.
Ele recebe 1d6 que pode ser jogado
uma vez e adicionado ao resul-
tado de uma jogada de ataque,

113
 yauaretê
Eh, parente meu é a onça, jaguaretê, meu povo. Mãe minha dizia, mãe minha sabia,
yauaretê
uê-uê... Jaguaretê é meu tio, tio meu. Ã-hã. Nhem? Mas eu matei onça? Matei, pois
matei. Mas não mato mais, não!
N
em gente, nem bicho, mas um pouco dos dois.
Assim são os yauaretês, os filhos-da-onça.
Caçadores hábeis, rastreadores infalíveis e
predadores manhosos, costumam viver isolados no
meio do mato, sempre caçando, sempre à espreita.
Enlouquecidos pelo cheiro do sangue ou pelo gosto da
carne fresca, os yauaretês podem perseguir suas presas
durante muitos dias, por muitas léguas, esperando
apenas o momento certo para dar o bote final.
Parentes da Onça. Nascidos durante estranhos
fenômenos climáticos ou celestes, eles são filhos de pais
ou mães yauaretês ou humanoides que tenham sido
mordidos por onça yauaretê, mas que conseguiram so-
breviver. Criados entre os povos civilizados, os bebês po-
dem exibir traços felinos ou pintas e sardas sobre a pele,
mas só começam a manifestar sua verdadeira herança
durante a puberdade. Inicialmente eles demonstram
uma agilidade incomum e sentidos extremamente agu-
çados. Com o tempo, seus traços ferais vão se tornando
cada vez mais aparentes, acompanhados de um apetite
insaciável por carne e sangue. Ao longo da vida, quanto
mais matam, mais bicho se tornam, até se transforma-
rem completamente em onças, perdendo a sanidade e
metendo-se no mato, para nunca mais voltarem.
Desde jovens, podem se comunicar com onças
e, quando atingem a idade adulta, desenvolvem um
vínculo de controle mental com um desses felinos.
Embora não esteja o tempo todo ao lado do yauaretê,
o animal mantém-se nas proximidades e pode ser
convocado mentalmente a qualquer momento, sempre
atendendo de pronto.
Predadores Astutos e Vingativos. A maioria dos
yauaretês prefere o isolamento, escondendo-se em ran-
chos abandonados nas margens das florestas ou sim-
plesmente devorando os moradores e ocupando o local.
Outros gostam de brincar com a comida, vivendo entre
os povos civilizados, atuando como mateiros, batedores,
caçadores ou guias, ou passando-se por guardiões ou
druidas, enquanto vão armando seus intrincados jogos
mentais e preparando o bote contra aqueles a quem
decidiram caçar ou juraram vingança, amedrontando-
-os, atiçando-os e tornando suas vidas um verdadeiro
inferno, enquanto saboreiam o desespero que causam.
Os yauaretês são criaturas invejosas e cobiçam
até mesmo os itens mais mundanos de suas
vítimas, tendo uma preferência especial por objetos
114
— João Guimarães Rosa “Meu tio, o Iauaretê”
brilhantes, armas, bebidas, roupas finas e quaisquer
outros itens que pareçam valiosos, mesmo que não
tenham valor algum.
Virando Bicho. Alguém que tenha sido mordido
por um yauaretê e escape, muitas vezes prefere não ter
sobrevivido. Afinal, o que essa pessoa está prestes a
enfrentar é um processo excruciante e dolorosamente
enlouquecedor, que só pode ser definido pela palavra
maldição. Nos primeiros dias, as feridas e arranhões
causados pelas garras do bicho cicatrizam normal-
mente. Uma das mordidas, no entanto, infecciona e
resiste até mesmo a poções ou curas mágicas, enquan-
to a vítima sofre com febre alta e calafrios. Quando
se completam sete dias do ataque, a coceira no local
da mordida aumenta; a ferida aberta começa a atrair
moscas e passa a exalar um mau-cheiro pavoroso. A
partir desse dia, a vítima passa a apresentar um com-
portamento cada vez mais cruel e sanguinário. Após
14 dias, a ferida cicatriza completamente e a febre que
parecia insanável finalmente desaparece, da noite para
o dia. Mas é aí que começam os problemas…
Quando a próxima lua cheia surge no horizonte, o
pobre infeliz passa a ter o sono perturbado por sonhos
inquietos, ouve rugidos e miados ilusórios e vê vultos
e sombras fugidias. Pouco a pouco, a loucura vai
tomando controle, as alucinações visuais e auditivas
aumentam, os surtos de cólera se agravam e, a menos
que seja contido, o infectado tentará escapar e se em-
brenhar em algum matagal. E desse mato, onde entra
vítima, sairá predador.
Yauaretê Jovem
Humanoide Médio (yauaretê), Normalmente Neutro
Classe de Armadura 14 (couro)
Pontos de Vida 28 (5d8 +5)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 15 (+2) 12 (+1) 10 (+0) 13 (+1) 11 (+0)
Perícias Acrobacia +4, Enganação +2, Furtividade +4,
Percepção +3, Sobrevivência +3
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 13
Idiomas Comum
Nível de Desafio 1/4 (50 XP) Bônus de Proficiência +2
Agilidade Felina. Quando o yauaretê jovem se move em
seu turno em combate, ele pode dobrar o deslocamento
até o fim do turno. Uma vez que use esta característica,
o yauaretê não pode usá-la novamente no seu
próximo turno.
Falar com Onças. O yauaretê jovem pode se comunicar
com onças como se estivesse conjurando a magia falar com
animais, limitada a onças, à vontade.
Instintos de Predador. O yauaretê jovem tem vantagem nos
testes de Destreza (Acrobacia).
Olfato e Visão Aguçados. O yauaretê jovem tem vantagem
em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam do olfato
ou da visão.
Ações
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d4 + 2) cortante.
Espada Curta. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) perfurante.
Arco Curto. Arma de Combate à Distância: +4 para acertar,
alcance 24/96 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) perfurante.
Ações Bônus
Salto. O yauaretê jovem salta a até 4,5 metros de distância ou
a até 3 metros em altura, com ou sem uma corrida inicial.
Yauaretê Adulto
Humanoide Médio (yauaretê), Normalmente Neutro e Mau
Classe de Armadura 15 (armadura natural)
Pontos de Vida 39 (6d8 + 12)
Deslocamento 12 m
FOR DES CON INT SAB CAR
14 (+2) 17 (+3) 15 (+2) 8 (-2) 15 (+2) 13 (+1)
Salvaguardas Des +5
Perícias Acrobacia +5, Enganação +3, Furtividade +5,
Percepção +4, Sobrevivência +4
Sentidos visão no escuro 18 m, Percepção passiva 14
Idiomas Comum
Nível de Desafio 3 (700 XP) Bônus de Proficiência +2
Agilidade Felina. Quando o yauaretê adulto se move em seu
turno em combate, ele pode dobrar o deslocamento até o
fim do turno. Uma vez que use esta característica, o yauaretê
adulto não pode usá-la novamente no seu próximo turno.
Amigo da Onça. O yauaretê adulto tem uma onça como com-
panheiro animal, a qual pode convocar à vontade mentalmente.
Falar com Onças. O yauaretê adulto pode se comunicar
com onças como se estivesse conjurando a magia falar com
animais, limitada a onças, à vontade.
Eu, O Yauaretê
O processo de transformação de um humanoide
mordido por uma onça yauaretê evolui como uma
doença física e mental.
Dia 1 ao Dia 7. Uma febre impõe desvantagem
em testes de atributos físicos (Força, Destreza e
Constituição). A febre pode ser curada magicamente,
mas retorna no dia seguinte. É somente durante esta
etapa que a maldição pode ser revertida, e apenas as
magias remover maldição, desejo e efeitos similares
podem ser usadas para isso.
Dia 7 ao Dia 14. Caso a maldição não seja remo-
vida, o ferimento passa a exalar mau cheiro, conferin-
do desvantagem nos testes de Carisma, e qualquer
criatura a até 1,5 metro do infectado deve ser bem-
-sucedida em uma salvaguarda de Constituição CD 12
ou adquire a condição envenenado.
Dia 14 ao Dia 21. A febre passa e as alucinações
noturnas fazem com que o infectado tenha que ser
bem-sucedido em uma salvaguarda de Constituição
CD 13 ou acorda com um nível de exaustão a
cada manhã. Se acumular seis níveis de exaustão,
ele morre. Além disso, deve ser bem-sucedido em
salvaguardas diárias de Sabedoria CD 13 para não
sucumbir à loucura. Ele precisa obter 4 sucessos antes
de 3 fracassos, senão entrega-se de vez à maldição
do yauaretê (caso o infectado seja um personagem,
o jogador perde o controle dele). Se o infectado for
bem-sucedido e resistir, toda vez que matar uma
criatura senciente, deve fazer uma salvaguarda de
Sabedoria CD 10. Se falhar por 5 pontos ou mais, ele
se transforma em onça definitivamente.
Frenesi de Sangue. O yauaretê adulto tem vantagem nas jo-
gadas de ataque corpo a corpo contra qualquer criatura que
não tenha todos os pontos de vida.
Instintos de Predador. O yauaretê adulto tem vantagem nos
testes de Destreza (Acrobacia).
Olfato e Visão Aguçados. O yauaretê adulto tem vantagem em tes-
tes de Sabedoria (Percepção) que dependam do olfato ou da visão.
Táticas de Grupo. O yauaretê adulto tem vantagem em uma
jogada de ataque contra uma criatura se sua companheira onça,
não incapacitada, estiver a até 1,5 metro da mesma criatura.
Ações
Ataques Múltiplos. O yauaretê adulto faz dois ataques com as
garras de onça ou um ataque com a garra e outro com a mordida.
Garras. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 7 (1d6 + 3) cortante.
Mordida de Onça. Arma de Combate Corpo a Corpo: +5 para
acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 5 (1d4 + 2) perfurante.
115
Se o alvo for um humanoide, ele deve ser bem-sucedido em
uma salvaguarda de Constituição CD 12 ou é amaldiçoado
com a transformação em yauaretê.

Ações Bônus
Salto. O yauaretê adulto salta a até 4,5 metros de distância ou
a até 3 metros em altura, com ou sem uma corrida inicial.

116
 zaori
A
cobiça entremeia a maioria das sociedades huma-
noides. Para muitos, o acúmulo de metais preciosos,
zaori
gemas e objetos de poder mágico é uma meta de vida.
Esses, com certeza, invejam o dom dos zaoris de encontrar
itens valiosos. Há também aqueles que consideram esse
predicado uma maldição. Um dos motivos é que os zaoris
não usam seus poderes em benefício próprio. Apesar da
compulsão em encontrar tesouros, após a descoberta é
como se o interesse cessasse súbita e totalmente. É comum
que entreguem qualquer preciosidade sem pensar duas
vezes. Eles não têm interesse em acumular posses, e
muitos escondem sua herança mística para evitar serem
escravizados e obrigados a encontrar riquezas; no entanto,
alguns podem acompanhar expedições. Dificilmente ficam
muito tempo em um mesmo local, viajando por grande
parte da vida.
O Brilho dos seus Olhos. Zaoris são praticamente
indistinguíveis de uma pessoa comum, a não ser pelos
olhos que emanam um brilho vivaz, penetrante e com
nuances de cores exóticas. A crendice popular conta
que os zaoris teriam nascido em dias especiais ou que
possuiriam ascendência celestial. Essa seria a origem
dos seus poderes visuais e de detecção de tesouros. A
verdade, porém, é que as mirabolantes capacidades
advêm da sua ancestralidade.
El Dorado. Relatos sobre cidades de riquezas ini-
magináveis, tanto materiais quanto mágicas, sempre
foram contados. Descartando a maioria que se prova
lorota, existe ao menos um que é real. Uma grande
cidade encravada no meio da selva, reluzente de ouro e
emanando energias arcanas. Tamanho esplendor não é
obra do acaso. Os habitantes desse local realizaram in-
trincados, poderosos e ambiciosos rituais para serem
capazes de perceber a existência de riquezas e itens
mágicos nas proximidades. Alguns tiveram contato
com outros povos e se miscigenaram. Deles descen-
dem os zaoris.
Longe de Casa. A vontade avassaladora de viajar e
encontrar itens de valor para então desprezá-los apre-
sentada pelos zaoris se explica por uma característica
do próprio ritual original, que vincula o detentor do
poder à cidade. Sendo assim, todos os descendentes
que apresentarem a característica zaori se sentem
atraídos de volta ao lar ancestral. Todavia, do mesmo
modo que um imã confunde uma bússola, a presença
de tesouros interfere nesse processo. O instinto os leva
à ânsia imediatista, mas logo o impulso maior faz com
que aquele item perca o significado, sendo abandona-
do. Ainda que costumem descartar o tesouro encon-
trado, eles mantêm os itens que consideram úteis
para sua proteção e suas buscas, não hesitando em
utilizá-los. Não há notícias de que algum deles tenha
conseguido retornar à cidade, mas se isso ocorreu,
dificilmente saberíamos.
Caminho para El Dorado
São inúmeros os relatos de jornadas em busca de El
Dorado, berço do sangue zaori. No entanto, não há
notícias de expedições que tenham voltado bem-su-
cedidas (ainda que artefatos e moedas com origem
atribuída à cidade áurea continuem a aparecer nos
mais diversos lugares). Alguns exploradores e estu-
diosos afirmam que não se chega a tal cidade sem o
intermédio de um zaori, enquanto outros defendem
que El Dorado não seja nem mesmo um lugar no
Plano Material, e sim o destino invariável de todo in-
divíduo desta linhagem, qualquer que seja o caminho
por ele trilhado.
Jogando a Moeda. Um fator pouco entendido é
como a herança zaori se manifesta. Alguns enfatizam
que se o nascimento de um bebê pertencente à linha-
gem se der na proximidade de eventos de grande poder,
é possível que ele nasça com olhos especiais. Mas a ver-
dade é que qualquer um que tiver um ancestral ligado
ao ritual pode ou não vir ao mundo como um zaori.
Zaori
Humanoide Médio (zaori), Qualquer
Classe de Armadura 14 (couro batido)
Pontos de Vida 46 (7d8 + 14)
Deslocamento 9 m
FOR DES CON INT SAB CAR
12 (+1) 14 (+2) 14 (+2) 12 (+1) 16 (+3) 16 (+3)
Salvaguardas Des +4, Sab +5
Perícias Intuição +5, Investigação +3, Percepção +5, Sobrevivência +5
Sentidos visão no escuro 18 m, visão verdadeira 9 m,
Percepção passiva 21
Idiomas Comum e outro idioma qualquer
Nível de Desafio 2 (450 XP) Bônus de Proficiência +2
Avaliador. O zaori tem vantagem nos testes de Inteligência
(Investigação) usados para determinar o valor de um item,
gema ou objeto de arte.
Caçador de Tesouros. O zaori é rápido para notar os detalhes
do ambiente ao seu redor. Ele ganha um bônus de +5 em
seus valores de Sabedoria passiva (Percepção) e Inteligência
passiva (Investigação).
Colecionador. O zaori sempre carrega consigo ao menos três
itens mágicos. Determine-os dentre os tesouros que forem
adequados para a história, aleatoriamente ou não.
117
Sentir e Ver Tesouro. O zaori sente magicamente qualquer
tesouro, item mágico ou artefato a até 36 metros dele e que
valha mais do que 500 peças de ouro. Além disso, ele enxerga
qualquer tesouro, item mágico ou artefato a até 18 metros e
que valha mais do que 500 peças de ouro. A visão pode pene-
trar barreiras, mas 3 metros de madeira ou terra, 1 metro de
pedra, 10 centímetros de metal ou uma folha fina de chumbo
o bloqueiam.
Sentir Magia. O zaori detecta magia em objetos visíveis a
até 9 metros, à vontade. Esta característica funciona como
detectar magia, porém não é uma magia.
118
Ações
Ataques Múltiplos. O zaori faz dois ataques com a cimitarra.
Cimitarra. Arma de Combate Corpo a Corpo: +4 para acertar,
alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) cortante.
Arco Curto. Arma de Combate à Distância: +4 para acertar,
alcance 24/96 m, um alvo. Dano: 6 (1d6 + 2) perfurante.
Reações
Aparar. O zaori ganha um bônus de +2 na própria CA contra um ata-
que corpo a corpo que o tenha como alvo. Para tanto, ele deve ver o
atacante e estar empunhando uma arma de combate corpo a corpo.
 apendice
apêndice
Criaturas por Tipo Morto-Vivo
As listas a seguir organizam as criaturas por tipo, sub- ND 1/8 perna cabeluda; ND 1 corpo-seco, fúria de
divididas por nível de desafio. pernas cabeludas; ND 2 alamoa. ND 3 bradador; ND 4

apendice
brado-seco; ND 4 estátua de bronze
Aberração
ND 1 chupa-cabra, var-zin Planta
ND 1/4 unhudo; ND 1 chibamba
Celestial
ND 1/8 cachorrinha d’água; ND 6 boi vaquim; ND 14
anhangá Criaturas por Nível de Desafio
As tabelas a seguir apresentam todos os blocos
Constructo de estatísticas do Bestiário do Folclore Brasileiro,
ND 1/2 mimo base, conde Carolo, espevitada Ermínia; organizados por nível de desafio. Cada linha lista
ND 2 Fofuxo facínora o tipo da criatura e o número da página onde ela
pode ser encontrada.
Dragão Criatura ND Tipo Página
ND 2 bernúncia filhote; ND 6 bernúncia jovem; ND 12
bernúncia adulta; ND 17 bernúncia anciã Urutau 0 fera 108
Cachorrinha d'água 1/8 celestial 34
Elemental Caruara operário 1/8 monstruosidade 40
ND 5 mãe do ouro; ND 8 boitatá
Perna cabeluda 1/8 morto-vivo 90
Feérico Abati sentinela 1/4 humanoide 10
ND 1/4 sanguanel; ND 2 saci-trique; ND 3 pisadeira; Caruara soldado 1/4 monstruosidade 40
ND 4 curupira; ND 5 saci-pererê; ND 6 caipora,
matinta-perera; ND 10 cuca; ND 11 cuca (no covil) Sanguanel 1/4 feérico 102
Unhudo 1/4 planta 106
Fera Yauaretê jovem 1/4 humanoide 114
ND 0 urutau
Abati caçador 1/2 humanoide 8
Gigante Conde Carolo 1/2 constructo 84
ND 5 gorjala; ND 6 cresce-míngua Cupendiepes
1/2 humanoide 55
Humanoide
combatente
Espevitada Ermínia 1/2 constructo 84
ND 1/4 abati sentinela, yauaretê jovem; ND 1/2
abati caçador, cupendiepes combatente, labatut Labatut soldado 1/2 humanoide 70
soldado, wara-piranga proseador; ND 1 abati sa- Mimo base 1/2 constructo 82
cerdotisa, labatut sargento, wara-piranga mateiro;
Wara-piranga
ND 2 lubisóme, tutu marambá, zaori; ND 3 cupen- 1/2 humanoide 112
proseador
diepes pajé, yauaretê adulto; ND 4 labatut general,
papa-figo Abati sacerdotisa 1 humanoide 8

Ínfero
Chibamba 1 planta 42
Chupa-cabra 1 aberração 44
ND 2 cabra-cabriola; ND 7 boi-da-cara-preta;
ND 14 anhangá Corpo-seco 1 morto-vivo 46

Monstruosidade
Fúria de pernas
1 morto-vivo 90
cabeludas
ND 1/8 caruara operário; ND 1/4 caruara soldado;
Labatut sargento 1 humanoide 70
ND 2 boto, capelobo, caruara rainha, curacanga,
ipupiara; ND 4 iara, quibungo; ND 5 cria da Onça Var-zin 1 aberração 110
Celeste, mula-sem-cabeça; ND 6 mão de cabelo; Wara-piranga mateiro 1 humanoide 113
ND 7 rondolo; ND 9 mapinguari; ND 20 aboiguaçu
Alamoa 2 morto-vivo 13

119
Criatura ND Tipo Página
Bernúncia filhote 2 dragão 20
Boto 2 monstruosidade 28
Cabra-cabriola 2 ínfero 32
Capelobo 2 monstruosidade 38
Caruara rainha 2 monstruosidade 41
Curacanga 2 monstruosidade 58
Fofuxo Facínora 2 constructo 84
Ipupiara 2 monstruosidade 68
Lubisóme 2 humanoide 72
Saci-trique 2 feérico 99
Tutu marambá 2 humanoide 104
Zaori 2 humanoide 117
Bradador 3 morto-vivo 30
Cupendiepes pajé 3 humanoide 56
Pisadeira 3 feérico 92
Yauaretê adulto 3 humanoide 115
Brado-seco 4 morto-vivo 47
Curupira 4 feérico 60
Estátua de bronze 4 morto-vivo 62
Iara 4 monstruosidade 66
Labatut general 4 humanoide 71
Papa-figo 4 humanoide 88
Quibungo 4 monstruosidade 94
Cria da Onça Celeste 5 monstruosidade 50
Gorjala 5 gigante 64
Mãe do ouro 5 elemental da terra 74
Mula-sem-cabeça 5 monstruosidade 86
Saci-pererê 5 feérico 100
Bernúncia jovem 6 dragão 20
Boi vaquim 6 celestial 24
Caipora 6 feérico 36
Cresce-míngua 6 gigante 48
Mão de cabelo 6 monstruosidade 76
Matinta-perera 6 feérico 80
Boi-da-cara-preta 7 ínfero 22
Rondolo 7 monstruosidade 96
Boitatá 8 elemental do fogo 26
Mapinguari 9 monstruosidade 78
Cuca 10* feérico 52
Bernúncia adulta 12 dragão 19
Anhangá 14 celestial / ínfero 15
Bernúncia anciã 17 dragão 19
Aboiguaçu 20 monstruosidade 11

120

Inspiração
Aqui apresentamos parte do material bibliográfico
de pesquisa e inspiração utilizado pelos autores do
Bestiário do Folclore Brasileiro para desenvolver a ca-
racterização, comportamento e ambientação dos seres
mitológicos e folclóricos deste livro.
1. ALIVERTI, Márcia Jorge. Uma visão sobre a interpreta-
ção das canções amazônicas de Waldemar Henrique.
2. ALVES, Januária Cristina. Abecedário do Folclore
Brasileiro.
3. ANDRADE, Carlos Drummond de. Águas e
Mágoas do Rio São Francisco.
4. ANDRADE, Flávio; KLIMICK, Carlos; RICON, Luiz
Eduardo. O Desafio dos Bandeirantes e demais
suplementos e aventuras.
5. ANDRADE, Mário de. Macunaíma.
6. ARINOS, Affonso. Sociedade de Cultura Artística.
Lendas e Tradições Brasileiras.
7. BARBOSA, Felippe. Diversos vídeos no Youtube.
Disponível em: https://www.youtube.com/c/
FelippeBarbosa.
8. BEN JOR, Jorge. Sasaci Pererê. Música.
9. CANAL FOLCLORE BRASILEIRO E CONTAÇÕES
- LÉO MACHADO. Diversos vídeos no Youtube.
Disponível em: https://www.youtube.com/user/
leomachadoteatro.
10. CARRASCO, Walcyr. Lendas e Fábulas do Folclore
Brasileiro.
11. CHIAROSCURO STUDIO. Lendas – Yearbook 2018.
12. CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Em busca do
Unhudo. Documentário.
13. CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do Folclore
Brasileiro, Coisas que o Povo Diz, Contos Tradicionais
do Brasil, Dicionário do Folclore Brasileiro, Folclore
do Brasil, Geografia dos Mitos Brasileiros, Lendas
Brasileiras, Licantropia Sertaneja, Superstição no
Brasil, entre outros livros do autor.
14. COSTA, Andriolli de Brites da. A Mulher do Padre -
Tradição e Misoginia na Adaptação Audiovisual do
Mito da Mula Sem Cabeça. Disponível em: https://
portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resu-
mos/R12-0075-1.pdf
15. CAYMMI, Dori; CASÉ, Geraldo. A Cuca te Pega.
Música.
16. FÁBULAS NEGRAS. Mangue Negro, A Noite do
Chupacabra e Mar Negro. Filmes.
17. FILHO, Lúcio Reis. Na Trilha do Corpo-Seco.
Disponível em: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/
pub.html
18. Franchini, A. S. As 100 Melhores Lendas do Folclore
Brasileiro.
19. GALVÃO, Eduardo. Santos e Visagens: um estudo
da vida religiosa de Itá: Amazonas, Vida religiosa
do caboclo da Amazônia.
20. GOMES, Carlos. O Guarani. Música.
21. GONZAGA, Luiz. Diversas músicas.
22. GUIMARÃES, Ruth. Lendas e Fábulas do Brasil.
23. HARRIS, Mark. The Werewolf in between Indians
and Whites: Imaginative Frontiers and Mobile
Identities in Eighteenth Century Amazonia.
Disponível em: http://digitalcommons.trinity.edu/
tipiti/vol11/iss1/6
24. HORTA, Carlos Felipe. O Grande Livro do Folclore.
25. INFRAVERMELHO FILMES. Skull: A Máscara de
Anhangá. Filme.
26. JARDIM, Marcelo Rodrigues. Além do Mal, Aquém
do Bem: Moral em Narrativas Orais Referentes
ao Corpo Seco. Disponível em: https://www.
uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/
view/30665/21635
27. LOBATO, Monteiro. O Saci, Caçadas de Pedrinho,
O Pica Pau Amarelo, Fábulas, Reinações de
Narizinho, Memórias da Emília, entre outros.
28. MEGALE, Nilza B. Folclore Brasileiro.
29. MGM. Todos os cães merecem o céu. Filme.
30. MULTIRIO. Juro que Vi. Série de curtas de anima-
ção inspirados no folclore (O Curupira, Iara, O
Boto, Matinta Perêra e O Saci).
31. NASCIMENTO, Jarbas Vargas; CASTANHO, Eli
Gomes . O Gênero de Discurso de Causo, Coisa de
Caipira, Coisa de Minas.
32. NASCIMENTO, Milton. Yauaretê. Música.
33. NETFLIX. Cidade Invisível. Série.
34. NEW LINE CINEMA. A Hora do Pesadelo. Filme.
35. PEREIRA, Marco A. Stanojev. Lendas, Contos e
Tradições do Folclore Brasileiro.
36. PIRES, Cornélio. Conversas ao Pé do Fogo.
37. PORTAL DOS MITOS. Diversas páginas. Disponível
em: https://portal-dos-mitos.blogspot.com/
38. PORTUGUEZ, Anderson Pereira; WOLF, Murillo
Inojosa. Serra do corpo-seco, Ituiutaba-MG. O lugar,
a assombração e o mito popular a partir da geogra-
fia das representações.
39. RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.
40. ROCQUE, Carlos. Grande Enciclopédia da Amazônia.
41. ROMERO, Sílvio. Contos Populares do Brasil.
42. ROSA, João Guimarães. Meu Tio o Iauaretê.
43. SINO FILMES. Vidas Secas. Filme.
44. TAUNAY, Afonso d’Scragnolle. Monstros e mons-
trengos do Brasil.
45. TODA MATÉRIA. Folclore Brasileiro: len-
das, brincadeiras, músicas, danças e festas.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/
folclore-brasileiro/.
46. VASCONCELLOS, Gilberto Felisberto. O ensaio
de Luís da Câmara Cascudo na interpretação da
cultura brasileira.
47. VILLA-LOBOS, Heitor. Bachianas Brasileiras, O
Trenzinho do Caipira, Uirapuru, O Canto do Pajé,
entre outras músicas.
48. ZILLER Camenietzki, Carlos; ZERON, Carlos
Alberto de Moura Ribeiro. Quem conta um conto
aumenta um ponto: o mito do ipupiara, a natureza
americana e as narrativas da colonização do Brasil.
121
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122
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Bestiário do Folclore Brasileiro (T20) © 2022, Tria Editora; Autores:
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 apoiadores
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Alex Farias de Lima
Alex Gabriel Rodrigues Martins
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Alex Pongitori Silveira
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Alexandre Lima
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Alysson Gustavo S. Martins
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Anderson Rosa Cecilio de Oliveira
Anderson Thelles
André F. Veneroso
Andre Fernandes Patez Santiago
André Gustavo Carvalho Campanhã
André Luiz Alves Guimarães
Andre Luiz de Mattos Gonçalves
André Luiz Marcondes Pontes
André Ribeiro
André Samuel Figueroa Nuñez
André Teixeira
Andre Tosta
André Willers Gregory
Andréia Conceição Santos
Angelo Castelan
Anne Vick
Antonio Mombrini
Antônio Pedro Costa Oliveira Pretti Espindula
Aparecida de Fatima Moreiraa
Ariel La Pasta
Arnaldo Carneiro da Silva Neto
Arthur Gabriel de Freitas Dantas Morais
Arthur Gomes (Ruhtra)
Arthur Noberto
Arthur Sampaio
Arthur Santana Calderon
Arthur Santos
Artur Fellipe de Albuquerque Ugiette
Artur Lopes de Oliveira Pinheiro
Aryandson Silva
Augusto Assad Luppi Ballalai
Bárbara Maria Pinto Cardoso
Bernardo Caixeta de Carvalho Leão
Bernardo Stamato
Breno Leite
Breno Nunes de Sena Keller
Bruno Andrade Figueiredo de Oliveira
Bruno Batista
Bruno Camargo Santi Marrochi
Bruno Carvalho
Bruno da Silva Assis
Bruno de Brito Santos
Bruno Emerson Furtado
Bruno Flister Viana
Bruno Henrique Conz Martins
Bruno José Ribeiro da Silva
Bruno Lenzi
Bruno Leonardo Bertolino de Santana
Bruno Mares
Bruno Nogueira de Barros
Bruno Normande Lins
Bruno Sakai Costa
Bruno Silva
Bryan Tiete Tanoue
Byill
Cainã Morellato
Caio André Rodrigues
Caio Felipe Giasson
Caio Oliveira
Caio Tenório Freire
Caio Vinícius Martins
Camila Gamino da Costa
Camillo F. Franco
Carla Saiva & Beto Janz
Carlos Alberto Vieira de Souza
Carlos Caldeira
Carlos Eduardo Galvao
Carlos Eduardo Pereira Santana
Carlos Frederico Ferreira do Monte Veiga
Carlos Henrique Mesquita do Prado
Carlos Junior
Carlos Matheus de Souza Peres
Carol Lacerda
Carolina Dantas Nogueira
Caroline da Cruz Alias
Caroline Dias Gabani
123
 Cassio Pereira
Cauã Martins
Caue Reigota Pacheco
César Destro
Cesar Tardim
Cezar Reis de Oliveira
Christoph Fanton
Clara Ferreira
Claudia Maria Urbano da Cruz
Claudio Bastos
Cláudio chill Lacerda
Claus Tessmann
Cristian Matte
Cristiano “Leishmaniose” DeLira
Daniel Bart
Daniel Berndt K.
Daniel Cardoso Abreu
Daniel De Lucca
Daniel Hammer
Daniel Oghma
Daniel Poleti
Daniela Carlucci Palazzo
Danilo Batista da Silva
Danilo Henrique
Danilo Zaki
Danyel Pablo Batista Muniz
Davi Elias Mello da Rocha
Davidson Andre Lima
Davidson Guilherme Gonçalves dos
Santos Borba
Débora Borges
Débora Mazetto
Deise Câmara
Deivis Pereira
Demétrio Mutzenberg
Denis Oliveira
Diego Araujo Silva
Diego Brandão de Paiva
Diego Carvalho Martinez
Diego da silva Rodrigues
Diego dos Santos Beheregaray
Diego Martinez
Diego Matos Moura
Diego Pessoa
Diego Rodrigues
Diego Torralbo
Diogo Lima Barreto
Dione Aparecido Evangelista
Djonathan Metelo
Domingos Manoel de Sousa Aguiar Junior
Douglas Fair
Douglas Silva
Dungeon Master Gear
Éderson Carlos Rodrigues
Ederson Sparenberger
Eduardo Carvalho Dias dos Reis
124
Eduardo Chagas
Eduardo Dias Garcia
Eduardo dos Santos Sousa
Eduardo Elfman
Eduardo Garcia Gomes Martinez
Eduardo Henrique Fernandes Fonseca
Eduardo Hiraoka
Eduardo Luiz Ramalho Servino
Eduardo Maciel Ribeiro
Elaine Piropo
Elder Rodrigues da Costa
Eliandro Saly
Elivaldo Sapucaia
Ellen Brych Volkmann
Elton Rigotto Genari
Ema
Emanuel G. M.
Emanuel Rodrigues
Emerson Luiz Xavier
Emerson Ranieri Santos Kuhn
Eminiales Messias
Endi Souza Ganem
Enzo Luiz Fernandes
Enzo Marchetti Thomasi
Erasmo Ferreira Jr
Erick Ferreira
Erik Andrade Oliveira
Erik de Souza Scheffer
Erika Bispo
Estêvão Rendeiro
Evandro Alves Torquato Filho
Evandro Augusto Ferrari
Evelin Iensem
Exo Ludier
Fabiano Flores
Fabio Comparin
Fabio Faria Esperandio
Fabio Kelm Pereira
Fábio Moraes
Fabio Soares Costa
Família Alves Missfeldt
Felipe Almeida
Felipe Bezerra
Felipe Briguente Coelho Alves
Felipe Brito
Felipe Egger
Felipe Jesus da Silva
Felipe Leal Campos de Freitas
Felipe Manhoni de Paula Alves
Felipe Michelon Martins
Felipe Sérgio Silva Pereira
Felippe Jardim Kuada
Fellipe José da Silva
Fernanda Servian
Fernando “Rardlock” Sousa
Fernando Brauner
 Fernando Cardoso
Fernando Cavalcante
Fernando Freitas
Fernando Lourenço Dutra
Fernando Mendonça de Almeida
Fernando Nogueira de Oliveira
Fernando Spina Tensini
Filipe Canabrava
Filipi Martins
Fillippe Alves
Flávio dos Santos Campos
Flavio Junio Martins da Silva
Francis Moraes de Almeida
Francisco Navarro Neto
Frederico Hoffman Abib
Gabriel Almeida
Gabriel Amabile Boscariol
Gabriel Antônio de Melo Sousa
Gabriel Bachi Rosmaninho
Gabriel Barroso Mirço
Gabriel Bonanato Lopes
Gabriel Bonz
Gabriel Borda
Gabriel Brandão de Oliveira
Gabriel Calil
Gabriel Carneiro Custódio
Gabriel Farias Lima
Gabriel Faversani Da Silva
Gabriel Ferreira Da Cunha
Gabriel Horta
Gabriel Medeiros Machado Galdino
Gabriel Meireles Dias Narciso
Gabriel Mezzena Lopes
Gabriel Peixoto
Gabriel Pessine
Gabriel Rodrigues Pacheco
Gabriel Silva
Gabriel Vitto Zachet
Gabriela Pinheiro Costa
Germano Assis
Gerson Alexandre da Silva Júnior
Getulio Barros Thiesen
GH
Giancarlo Pinezi
Gilson Sentena Britto
Giordano Zeva
Giovanna Lusvarghi
Gisely dos Santos Ganoza
Giuliano Tamarozi
Giusax
Gleison jeronimo
Guilherme Almeida Pascon
Guilherme Cosenza
Guilherme Cossu
Guilherme de Azevedo Riscado
Guilherme Garrido Melo
Guilherme Hideki Nishizaki
Guilherme Inojosa Cavalcanti
Guilherme Mendes
Guilherme Rodrigues Costa Leite
Guilherme Rodrigues da Silva Pinto
Guilherme San Martins
Guilherme Simões
Guilherme Trintinalha Correa
Gustavo
Gustavo Constantino
Gustavo dos Santos Nunes
Gustavo Freire Schafhauser
Gustavo Helms
Gustavo Jardim de Souza
Gustavo Mendanha Santos
Gustavo Reis
Gustavo Rodrigues Viana Duarte
Gustavo Samuel
Gustavo Tironi Malek
Hawke Felipe
Hebert Ricardo Batista de Almeida Magno
Hecton Eciro
Hector Batista Ribeiro
Heitor Krüger de Freitas
Helder Aparecido Pereira
Heleno Junior
Henrique Carvalho
Henrique Cremasco de Almeida
Henrique M. Castro
Hiago Neves Bezerra
Hugo Dias
Hugo Monteiro Rodrigues
Hugo Yuri Tordin Dantas
I. I.
Iago Raimundo de Barros Wanderley
Ícaro Agostino
Ivan Ivanoff de Oliveira
Ivan Paiva
Ivens Bruno Sampaio dos Santos
Ivo Iso
J. Bruno C. Fonseca
Jan Carl
Janine Hirano
Janine Maccari
Jayme Ribeiro
Jean Coppieters Souza
Jean Emanuel Coelho de Sousa
Jean Fernandes
Jeanluiz Ferreira Porto Monteiro
Jeovany Nascimento
Jéssica Dorigoni Portugal
Joalisson Rodrigo
João Eduardo Alves Kreusch
João Fábio de Oliveira Bruno
João Felipe Pinto Preston Krug
João Gabriel de Almeida Pereira da Cunha
125
 João Guilherme Rodrigues Teixeira
João Lobo
João Lucas
João Marcos Moraes da Silva
João Marcos Nogueira Mendes
João Pedro Costa Bax
João Pedro Violi Santana
Joao Ricardo Ramos
João Vitor Hastenreiter
João Vítor Ribeiro de Oliveira
João Vitor Silva Mondelli
Johnatan Melo
Johnny Gonçalves
Johnny Menezes
JomarPalhares
Jonas Barletta
Jonatas Bruno Queiroz Araújo
Jonatha Monteiro
Jonathan A. M. Sidoski
Jonathan Pereira Jacques
Jonathan Pinheiro dos Santos
Jonathas Loro Leal
Jorge Luiz
José Carlos Lisbôa Recarey Eiras
José Ribamar Pinheiro Junior
Josué Júnior
Juliana Batista
Juliane Dos Santos
Julio Cesar
Júlio César Machado
Julio Noval Santos de Lucena
Kaio Lucas de Sá
Karen Cristina Kunz
Kauê Luiz Natario David
Keven Carvalho
Kevyn Bordignon Severo
Lais Faccin
Languages Idiomas
Larah Emediato Ribeiro
Lázaro Antonio Marcos Vieira
Leandro Santiago Lima
Leandro Zanella de Souza Campos
Leif Breno Alves Cesar
Lem
Leonardo A. Loredo
Leonardo Cibulski
Leonardo Crispim Fernandez
Leonardo Esboldrim
Leonardo Garcia
Leonardo S. Trevisan Marcus Vinicius Marcondes do Nascimento
Leonardo Thoms Neves
Leonardo Tosin
Lhay Moura
Lianker Lopes
Linduarte Leitão de Medeiros Brito
LordKp
126
Lorenzzo Castilhos
Luan Francisco
Luan Peixoto
Luana Paim dos Santos
Lucas Almeida
Lucas Bezerra Vieira Almeida
Lucas Camargo Messas
Lucas Camilo Castro de Medeiros
Lucas Campanha
Lucas Dias Pires Gonçalves
Lucas e Silva de Souza
Lucas Eduardo Pires Ramos
Lucas Gabriel de Oliveira
Lucas Gomes de Araujo
Lucas Gomes de Brito ALves
Lucas Grillo Celia-Silva
Lucas Moreira
Lucas Suzigan Nachtigall
Lucas Werneck de Sá e Silva
Lucian Costa Silva
Luciana da Silva Câmara
Luciana Mendonça
Luis Eduardo Vitorazzo de Oliveira
Luiz André Furlan
Luiz Antonio Ahumada
Luiz Bertoni
Luiz Busca
Luiz Eduardo Ricon
Luiz Felipe de Assis Costa
Luiz Frederico Jr.
Luiz Guilherme Junges
Luiz Otávio Alves de Gouvêa
Luykarlo Ramos de Sena
MacEddan
Maicon Andre Wons Fernandes
Maicon Flor dos Santos
Manik
Manoel Carlos Souza Ferreira
Marcelo Antonio Pereira Marcolino
Marcelo Augusto
Marcelo Barbosa
Marcelo Carvalho Batista
Marcio Correa de Oliveira
Márcio da Silva Kubiach
Marco Aurélio De Moraes Pires
Marco Poli de Araujo
Marcos Rafael Machado
Marcus Vinicius da Silva Nogueira
Marcus Vinicius dos Santos Lins
Maria Carolina Bernardino
Marlon Favaro Caliman
Marlos Cholodovskis Machado
Martim Lucas Seidy Rosa
Mateus Duarte Bonfim
Mateus Macedo dos Reis
 Mateus Mesquita Caldeira
Mateus Mota Cardoso
Mateus Pacheco
Matheus Cardozo
Matheus Costa Bizerra
Matheus De Oliveira Lopes
Matheus Dias de Oliveira
Matheus Henrique
Matheus Henrique Da Silva De Oliveira
Matheus Macedo
Matheus Machado
Matheus Marques Barros
Matheus Paes Maciel
Matheus Piccoloto Gonçalves
Matheus Rosa
Matheus Ruas Miranda Signorelli
Matheus Velho
Matteus Vilela Chiavegati Santos
Mauro Juliani Junior
Maykon Martins da Silva
Mercos Vinícius de Souza Correia
Michael Boni
Michelle Martins Mendes
Miguel Marcondes Filho
Mike Willer Pessoa Cavalcante
Milena Soares Batista
Mitzrael Albarrassim
Mushi-San
Nádia Irina
Nicholas Lemos de Figueiredo
Nicole Nass
Nozes Game Studio
Núbio Vidal de Negreiros Gomes Filho
O Canivete Films
oDrickoo
Omar Geraldo Lopes Diniz
Otávio Andrade
Otavio Cremonez Eufrazio
Pablo Garcia
Pablo Garcia Schuabb
Pablo Urpia
Patricia Lopes
Paula Onofre Oliveira
Paulo Angelo Dias Barbosa
Paulo Doreste
Pedro Alonso
Pedro Borges
Pedro Bruno Bento Mendes
Pedro de Souza
Pedro Henrique Clara de Castilho
Pedro Henrique dos Santos Gonçalves
Pedro Henrique Martins
Pedro Licursi
Pedro Luís Ferronato Barreto
Pedro Machado
Pedro Pascuotte Neto
Pedro Paulo Miranda
Pedro Pessoa
Pietro Vicari
Pirate Jedi Ninja
R. Souza
Rafael Barreto de Meneses
Rafael de Almeida
Rafael de Andrade Teixeira
Rafael de Oliveira Vieira
Rafael e Luciana Devera
Rafael Machado Saldanha
Rafael Matta Menao
Rafael Ramalho
Rafael Rodrigues Michetti
Rafael Romero Vasquez
Rafael Souza
Rafael Vieira Alexandre
Rafael Weiblen
Rafael Xavier
Rafaela Alves
Raguinm Machado
Ramon Soprani Alves Dias
Ramon Trevizan
Raphael Batista
Raphael Fernandes
Raphael Loureiro
Raul Calixto Gonçalves
Raul Guimarães Sampaio
Régis Augusto Silva Gouveia
Reinaldo Oliveira
Renan Rodrigues de Souza
Renato Abreu Maia
Renato Barcelos
Renato Estefano
Renato Plínio Romero Sanches
Renato Vieira Donzelli
Renato Yugiro Saiki
Ricardo César Ribeiro dos Santos
Ricardo Kruchinski
Ricardo Mallen Machado de Souza
Ricardo Rique de Almeida Cantidio
Ricardo Rodrigues
Richard de Freitas Pinto
Ritielle de Souza
Rivone Junior
Roberta Faria
Roberto Ferreira
Roberto Silva Levita
Roberto Tadashi Wakita Soares
Rodolfo Antonelli Stumpp
Rodrigo “Gilgamesh Orby” Francisco
Rodrigo Bandeira
Rodrigo Carvalho Dias
Rodrigo Cavalli e Sachirrane Marcelano
Rodrigo de Freitas Santana
Rodrigo de Paula Gomes
127
 Rodrigo Fantucci
Rodrigo Ferreira dos Santos Ruiz Calejon
Rodrigo Kuerten
Rodrigo LB
Rodrigo Mendes Cruz
Rodrigo Pontes de Lima
Rodrigo Saldanha
Rogerio Prado
Romulo Bartalini
Ronan Pacheco Fonseca
Rony Do Carmo
Roosevelt Pessoa Suna
Ruan Mendonça
Salomon Orem Climaco da Cunha
Samir Sardinha
Samuel Muca
Sander Yan
Sandra Regina de Jesus Semiao
Sandro Albertini
Sandro Duarte
Sato Kenji
Sávio Souza
Sérgio Murilo Ávila Ferrari
Sergio Pereira
Sidney Andrade
Silvia Helena Vieira
Solivan Alisson dos Santos
Sônia Prestes Vieira
Soren Francis
Star Satan
Stéfano Albino Vilela Rezende
Taeko Elias Barbosa
Talles Magalhães
Tárik Salgado Raydan
Társio Roberto Macedo
Thadeu Silva
Thael Peixoto
Thais Cristina Mattar
Thales Januzzi Feital
Thales Rebello
Thalles Rezende
Thiago Carvalho Bayerlein
Thiago Copetti
Thiago da SIlva Fagundes
Thiago Noronha Caldas
Thiago Pereira
Thiago Rangel
Thiago Thomaz Rolim
Thiago Trot
Thiano Lopes
Tiago “The Portal” Soares
Tiago de O Machado
Tiago Feltz Cardoso Moreira
Tiago Luiz Mairink Barão
Tito Camargo
Tomás Pereira
128
Uriel Augusto Fernandes de Lima
Vanderlei Bastelli Filho
Vanessa Lourenço de Souza
Vanitaz
Vicente Batista
Vicente Junior
Victor Augustor Martins Ribeiro
Victor Beligote
Victor Candelot
Victor Ciotti
Victor de Paula Pereira dos Santos
Victor Hugo Antunes
Victor Hugo de Paiva
Victor Hugo Silva Nascimento
Victor Lopes
Victor Matheus Almeida Queiroz
Victor Rihan Mendes
Vilson de Marco
Vinas Peixoto
Vinícius Chaves
Vinicius Cioci Ferreira Coutinho
Vinicius Linhares Lunguinho
Vinicius Meirelles Pereira
Vinicius Moura da Silva
Vinícius Severo Almeida
Vinicius Soares Lima
Vinicius Werneck
Vitor Alves
Vitor Carvalho
Vitor Cassiano Barroso
Vitor Faccio
Vitor Frazão Dias
Vítor Pochmann
Vitória Rugieri
W. B. G.
Wago Azambuja
Wallace de Oliveira Honorio
Wallas Pereira Novo
Wendel Gomes Monteiro Motta
Wendell Pereira Barreto da Silva
Wesley Albuquerque Maranhão
Wesley Liberato Freire
Wesley Novaes
Wesley Ricardo de Agostino
Widly
William Clausell Medici
Will Penna RPG
Wilson A. S. Faria
Xurus Bangus Xurus Bengaus
Yagho Fernandes
Yan Braga
Yan Oliveira Prado
Ygor Allem Rentroia
Yuri Bitencourt
Yuri Pugliesi