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Carlos Drummond de Andrade e foi publicado pela primeira vez no livro “Sentimento do
Mundo”. O texto em análise, apesar de não ter a presença de rimas e um padrão no número
de versos, ele transmite a visão do autor de uma época que foi marcada pela aflição e angústia
dos indivíduos que vivenciaram um período caótico, fruto da guerra, da desigualdade e das
injustiças.
O assunto principal do poema é o tempo presente. Nesse sentido, o autor precisou olhar um
pouco mais fundo para o momento e projetar um cenário completo das suas emoções. O
poema se torna ainda mais simbólico pelo fato de que, mesmo sendo feito há anos,
independente da época em que ele for lido, ainda vai ser possível entender e sentir todo o
sentimento que Drummond colocou ao escrevê-lo.
Também é possível perceber nos três últimos versos da primeira estrofe, que eles apenas se
conformaram com a situação, já que não eram capazes de mudar o que estava acontecendo.
Como na parte em que diz “E os olhos não choram”, que mostra que estão cansados de se
lastimar, e no verso “E as mãos tecem apenas o rude trabalho” mostrando que eles apesar de
tudo, eles seguiram suas vidas, fazendo o que era necessário, como trabalhar.
Nessa mesma estrofe, também é perceptível que o eu-lírico não se importa com a chegada da
velhice, já que ele não tem expectativas para o futuro, pelo fato de os problemas mostrarem
que só existe um momento: o presente. Nos versos “As guerras, as fomes, as discussões
dentro dos edifícios; provam apenas que a vida prossegue; e nem todos se libertaram ainda”,
Drummond também faz uma comparação entre os conflitos de guerra e os desentendimentos
em edifícios, como se essas duas situações tivessem as mesmas proporções e fossem tão
corriqueiras como qualquer outra.
Também percebemos que a sensibilidade é um sentimento que não tem lugar, como é
perceptível neste verso “Alguns, achando bárbaro o espetáculo; prefeririam (os delicados)
morrer.”, pois ele levaria as pessoas a terem ainda mais consciência sobre o horror que assola
o mundo, dessa forma o fim da existência seria algo bom em comparação ao que elas estavam
vivendo.
Nos versos finais, o autor fala sobre um tempo em que não adianta mais morrer, a vida se
tornou uma ordem, ou seja, não existia mais prazer em nada, as pessoas só buscavam
sobreviver, existindo de um jeito simples e no automático. Com base em todo o poema, fica
nítido a crítica que gira em torno do momento vivido.