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Muito bem, meus caros.

Este vídeo é um bônus para aqueles que compraram


minha masterclass a respeito de leitura.

E é um bônus muito, muito especial, porque aqui eu vou


oferecer a vocês algo que sempre me recusei a fazer: uma
lista de livros.

Muitos de vocês, que me acompanham nas redes


sociais há bastante tempo, sabem que eu sempre me
recuso a fazer listas. E me recuso porque esse negócio de
ficar pedindo listas de livros, isso é um modismo, é um
comportamento recente. Quando eu era jovem, por
exemplo, nunca pedi lista nenhuma pra ninguém… E nunca
pedi por uma questão muito simples: porque eu nunca
pensei em ter uma receita pronta, eu queria experimentar
o prazer da descoberta do conhecimento e a alegria, uma
alegria insubstituível, de fazer o meu próprio trajeto
intelectual. Eu seguia o que o José Régio escreve no seu
poema “Cântico Negro”: “Só vou por onde me levam meus
próprios passos…”. E eu tinha essa espécie de teimosia
quando adolescente.
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Mas vejam que é inevitável pedir e conseguir
referências aqui e ali, com este ou aquele professor ou
intelectual, a respeito deste ou daquele tema. E é
inevitável que a gente procure se alimentar de certas
referências bibliográficas importantes. Eu próprio, até
hoje, a primeira coisa que faço quando vou ler um livro
teórico, é olhar a bibliografia: exatamente pra descobrir
que caminhos o autor percorreu para dar vida àquele livro
que está nas minhas mãos.

E essa é uma qualidade que vocês precisam ter: o


prazer da descoberta, da investigação e da pesquisa.
Porque, sem esse amor, não há vida intelectual.

Mas há um outro motivo para eu não fazer listas: é que


toda lista reflete o que o autor dela pensa. Toda lista é um
reflexo da personalidade de quem faz a lista. Então, se é
assim, toda lista é necessariamente uma opção pessoal e,
sendo uma opção pessoal, também é incompleta. E se ela
é incompleta, então ela é um remendo, é uma ajudinha na
sua formação como leitor. E, o principal: uma ajuda, um
apoio, com o qual você não precisa necessariamente
concordar.

Mas desta vez eu tomei a decisão de oferecer uma lista


— e tomei essa decisão porque, durante a masterclass, há
um momento em que eu ensino vocês a montarem uma
primeira lista. Então eu fico mais tranquilo. E sei que você
vai ler a minha lista sabendo que ela não é a SUA lista. E
que a minha lista vai te oferecer pistas, caminhos que você
pode seguir ou não para formar a sua lista.
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Então vejam que o objetivo deste vídeo é indicar a
vocês alguns autores e alguns livros que eu considero
importantes, que foram e são importantes para mim. Está
certo?

Muito bem. Então vamos começar. Eu dividi a lista por


temas. E, para cada tema, cito os livros que escolhi. Claro
que eu não abarquei todos os temas. Aqui vocês não vão
encontrar livros de geografia, de antropologia e de várias
outras ciências — e não vão encontrar só por um motivo:
não é a minha praia. Então a minha lista está restrita aos
temas que eu estudo ou que são importantes para mim,
tá certo?

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Vamos começar pela filosofia. Alguém que quer
começar a estudar filosofia, o que essa pessoa precisa ler?

Em primeiro lugar, “A Apologia de Sócrates”. Mas por


que começar por esse livro? Porque nele Platão descreve
como Sócrates se defende das acusações que fizeram
contra ele — e que acabaram o condenando à morte.
Acontece que, enquanto ele expõe a sua defesa, ele
expõe também o seu método de filosofar. Então o livro é
uma síntese da prática socrática — e ao mesmo tempo é
uma profunda lição de ética.

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Ética pessoal e profissional, porque o Sócrates jamais
submeteu a sua busca pela verdade ao desejo dos outros
ou às formas fáceis de pensar. E, algo que nós não
podemos esquecer, a reflexão que o Sócrates desenvolve
na sua Apologia é a reflexão de alguém que está diante
da morte. E isso, claro, amplia ainda mais a importância do
que ele fala, porque se ele fosse um cínico ou um covarde,
poderia, por exemplo, se resignar diante dos juízes, mudar
de opinião, prometer que não cometeria mais os erros de
que o estavam acusando. Mas ele se mantém irredutível.
Ele não muda de opinião.

Dessa maneira, a “Apologia de Sócrates” não é só um


livro para quem deseja estudar filosofia, mas é um livro
para todas pessoas, porque é um livro a respeito do
comportamento do homem em relação à própria vida.

Depois, eu indico mais quatro livros, ou melhor, quatro


diálogos do Platão: o “Mênon”, que vai investigar a
respeito da virtude: não só o que é a virtude, mas também
se a virtude pode ou não ser ensinada; depois do “Mênon”,
o “Crátilo”, um diálogo que, na sua essência, é quase um
tratado de teoria do conhecimento; a seguir, o “Górgias”,
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que vai falar a respeito da retórica, do valor e do poder da
argumentação; e, finalmente, “A República”, no qual as
doutrinas éticas do Sócrates são levadas à sua
consequência prática — e expostas com a clareza, o brilho
que só o estilo do Platão pode alcançar.

E o que mais vocês poderiam ler em filosofia?

Bom, eu gosto especialmente de dois grandes livros: as


“Meditações”, do Marco Aurélio, um livro que fala,
basicamente, sobre a necessidade de cumprir os nossos
deveres, não de qualquer forma, mas reencontrando a
unidade natural entre Deus, o homem e a natureza.

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E vocês também precisam ler as “Cartas a Lucílio”, do
Sêneca: uma série de lições práticas a respeito da vida,
incluindo a busca da liberdade, a busca da filosofia para
não ser escravo das paixões — tudo escrito num tom
agradavelmente confidencial, que muitas vezes adquire
um acento lírico.

Bom… mas Aristóteles também não pode faltar. E dele


eu recomendo as duas obras de que eu mais gosto,
porque elas estão mais próximas do meu trabalho: são a
“Poética” e a “Retórica”.

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Depois, três livros mais modernos: “A Rebelião das
Massas”, do Ortega y Gasset, um livro imprescindível para
entender o mundo em que nós vivemos hoje; a obra
“Exercícios espirituais e Filosofia Antiga”, do Pierre Hadot,
que é um manual excelente sobre como você pode e
deve utilizar a filosofia, e “Aristóteles em nova
perspectiva”, do Olavo de Carvalho, em que o Olavo
mostra como o que ele chama de Teoria dos Quatro
Discursos está presente em Aristóteles — uma teoria
segundo a qual o discurso humano é uma potência única,
que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a
retórica, a dialética e a analítica (ou a lógica).

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Muito bem… Quem vai estudar filosofia também precisa
de uma boa história da filosofia, e eu recomendo a do
Frederick Copleston. Um dicionário de filosofia também é
importante, e eu uso muito o do José Ferrater Mora.

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Mas agora vamos passar para a literatura.

Vou dividir as minhas indicações em cinco áreas: prosa,


poesia, teatro, ensaio e, por último, autobiografias,
memórias e biografias. Tá bom?

Na prosa, eu começo pelo romance “Crime e castigo”,


do Dostoiévski, a história de Raskolnikov, um personagem
fechado na sua miséria e no seu orgulho e que se acredita
superior a todos os seus semelhantes.

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Depois, “Anna Kariênina”, do Liev Tolstói. Esse romance,
na verdade, traz duas histórias que correm de maneira
paralela: a da Anna e a do Liévin, uma espécie de alter-
ego do próprio Tolstói. Também são duas histórias de
amor, mas de amores completamente diferentes — e que
sintetizam muito do que ocorre no coração do ser
humano.

A seguir, vocês precisam ler “O vermelho e o negro”, do


Stendhal, um resumo perfeito do que se passa no interior
das pessoas depois da Revolução Francesa, um
movimento político que se tornou uma justificativa para
qualquer tipo de luta, ética ou não, do indivíduo contra a
sociedade.

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Vocês também devem ler “Dom Quixote”, do Miguel de
Cervantes, um romance que transfigura e enaltece os
ideais humanos, sem abandonar a alegria, a comédia, e
um tom de paródia que é, na verdade, repleto de
sabedoria.

Não deixem de ler também “Madame Bovary”, do


Gustave Flaubert, uma das análises psicológicas mais
perfeitas de toda a história da literatura.

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O romance “Nostromo”, do Joseph Conrad, também é
fundamental, porque é a mais ambiciosa e a mais
intrincada obra desse polonês que transfigurou a língua
inglesa.

Outro romancista incrível é o Henry James. Dele vocês


podem ler “Retrato de uma Senhora”, que é um estudo da
autoconsciência da protagonista: o James mostra o
esforço dela para entender a si mesma e as suas
circunstâncias — e para se impor. E daí nasce todo o
conflito.

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Vocês não podem deixar de ler “Sob o Sol de Satã”, do
Georges Bernanos: ninguém permanece insensível diante
desse escritor cujo estilo está repleto de vigor dramático
e visionário.

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Dois escritores de língua alemã também são
imprescindíveis: Hermann Broch, que eu sempre indico,
com o seu clássico “A Morte de Virgílio”; e Heimito von
Doderer e dois de seus romances, jamais traduzidos no
Brasil, “Os demônios” e “As escadas de Strudlhof”.

E para finalizar a prosa da literatura ocidental, não


deixem de ler os contos de dois escritores norte-
americanos incríveis: Flannery O’Connor e Ernest
Hemingway.

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Bom, mas não podemos deixar de citar prosadores
brasileiros, não é mesmo? Então escolhi quatro autores:
primeiro, é claro, o Machado de Assis, de quem eu indico
“Dom Casmurro”, que é o seu principal romance. Mas
vejam que é importantíssimo ler os contos do Machado
também — e uma boa coletânea é a publicada há alguns
anos pela Editora Nova Fronteira, e que se chama
“Machado de Assis: seus trinta melhores contos”.

Outros três grandes romancistas brasileiros são


Graciliano Ramos, de quem vocês devem ler “São
Bernardo”, José Lins do Rego, de quem eu indico “Fogo
Morto”, e Gustavo Corção com o seu imortal e
injustamente desprezado “Lições de Abismo”.

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Bom… há quatro obras que são essenciais: a “Ilíada” e a
“Odisseia”, do Homero, a “Divina Comédia”, do Dante
Alighieri e o “Paraíso Perdido”, do Milton.

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Mas além desses clássicos — que são imprescindíveis
na formação de todos —, acho importante vocês
conhecerem toda a obra de outros três grandes poetas: o
italiano Giacomo Leopardi, o inglês John Keats e o
argentino Jorge Luis Borges.

No Brasil, em termos de poesia, se vocês lerem tudo do


Manuel Bandeira, da Cecília Meirelles, do Carlos
Drummond de Andrade e do Alberto da Cunha Melo, está
ótimo. Vocês já estarão muito acima de 90% (noventa por
cento) de todos os leitores.

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Agora vamos falar da arte dramática, das peças de
teatro. Aí não tem como escapar de Shakespeare, de
Molière e dos trágicos gregos: Ésquilo, Eurípedes e
Sófocles, sem esquecer as comédias de Aristófanes. Dos
gregos vocês precisam ler tudo. Mas leiam mesmo. Do
Shakespeare, vocês podem começar com “Macbeth”, que
é a minha preferida, “Hamlet”, e “Rei Lear”. Do Molière,
indico três peças: “Don Juan”, “O misantropo” e “Escola de
Mulheres”.

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Vamos pensar agora em termos de ensaístas
importantes: o primeiro é, claro, o Montaigne e os seus
ensaios, uma obra incrível, variadíssima, que inspira
filósofos, os mais diversos pensadores e escritores até
hoje.

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Depois do Montaigne, vou indicar alguns ensaístas do
século 20 e também deste: Karl Kraus, de quem vocês
encontram, em português, o livro “Nesta grande época”,
pela Editora Relógio D`Água, de Portugal.

T. S. Eliot, cujos ensaios traduzidos vocês só vão


encontrar em sebos aqui no Brasil. O que também
acontece com outros dois grandes ensaístas: Isaiah Berlin
(procurem o livro “Pensadores russos”) e Edmund Wilson
(uma boa coletânea é o livro “11 Ensaios”).

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Outro ensaísta incrível é o Jacques Barzun, de quem
vocês podem encontrar nos sebos dois livros: “Da
liberdade humana” e o fenomenal “Da Alvorada à
Decadência”.

Também é importante conhecer o Lionel Trilling — e


ele está recebendo boas traduções aqui no Brasil. Se
vocês lerem dele “A mente do mundo moderno” já é um
ótimo começo.

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A Virginia Woolf, que é mais conhecida como
romancista, também deixou ensaios fantásticos — e vocês
podem ler dela uma coletânea publicada no Brasil com o
título de “O leitor comum”.

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Também recomendo os livros “Ortodoxia”, do G. K.
Chesterton; “A França contra os robôs”, do Georges
Bernanos; e “A descoberta do outro”, do Gustavo Corção.

Outro ensaísta importante é o Olavo de Carvalho, de


quem vocês podem ler um livro central que acaba de ser
publicado: “Inteligência e Verdade”.

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No que se refere a autobiografias, memórias e diários,
eu recomendo “As confissões”, de Santo Agostinho; “Paris
é uma festa”, do Ernest Hemingway; o “Livro da Vida”, de
Santa Teresa de Ávila; os “Diários” do Victor Klemperer,
obra que infelizmente está esgotadíssima no Brasil; e os 6
(seis) volumes de memórias do Pedro Nava.

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Quanto às biografias, comecem pelas “Vidas paralelas”,
do Plutarco. Depois há uma biografia clássica,
infelizmente nunca traduzida no Brasil: “Vida de Samuel
Johnson”, do James Boswell, que é considerada como um
exemplo perfeito, realmente paradigmático do gênero.
Depois temos “Churchill: uma vida”, do Martin Gilbert. E a
biografia do Dostoiévski, escrita pelo Josef Frank.

Mas é importante recomendar duas biografias de


brasileiros: a do Machado de Assis, em 4 volumes, escrita
pelo Raimundo Magalhães Júnior, e a do Euclides da
Cunha, escrita pelo Frederic Amory.

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Para quem quiser conhecer a história da literatura
brasileira, recomendo duas obras fundamentais: a
“História da Literatura Brasileira”, da Luciana Stegagno
Picchio, que infelizmente está esgotadíssima, e a obra
coordenada pelo Afrânio Coutinho, em 6 volumes, “A
Literatura no Brasil”.

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E já que eu falei do Euclides da Cunha, vou estender um
pouco mais a lista e indicar cinco livros que eu considero
fundamentais para vocês começarem a conhecer e
estudar o Brasil:

Primeiro, “Memórias do Distrito Diamantino da Comarca


do Serro Frio”, do Joaquim Felício dos Santos, uma obra
que mostra as atrocidades cometidas pela coroa
portuguesa na região que dá título ao livro, mas que
também traz histórias incríveis, impregnadas de fantasia.

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Depois, “Fastos da ditadura militar no Brasil”, do
Eduardo Prado. Ele não só expõe os meandros da ditadura
que se instalou no país depois do golpe republicano, mas
mostra o que nós vemos se repetir na história brasileira:
quando se trata de política, o Brasil obedece a dois
comportamentos: histrionismo e corrupção.

É fundamental ler também “Os Sertões”, do Euclides da


Cunha. A obra está recheada de erros científicos e de
teorias científicas que já foram superadas, mas tem
trechos absolutamente incríveis, que revelam o Brasil
profundo, o Brasil esquecido e desprezado até hoje, além
de mostrar os erros terríveis, os verdadeiros crimes que o
Estado costuma cometer contra a sociedade.

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E, claro, o livro que não pode faltar em nenhuma lista
que trate do Brasil, “Casa-Grande & Senzala”, do Gilberto
Freyre, que dispensa apresentações.

Por fim, um estudo incrível a respeito do bandeirismo,


esse movimento que realmente fundou o Brasil: os dois
volumes de “Marcha para Oeste”, do Cassiano Ricardo.

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Muito bem.

Eu já avancei bastante nas minhas sugestões, não é


mesmo? Mas ainda quero acrescentar uma pequena série
de livros, agora com uma perspectiva diferente. São sete
livros incríveis, sete livros excelentes, que se
transformaram em filmes.

E eu considero um bom exercício vocês lerem o livro e


depois, só depois de lerem o livro, assistirem ao filme. Isso
vai mostrar a vocês como a riqueza da literatura é
insubstituível. E que nenhum filme, por mais cuidadoso e
bem dirigido que seja, consegue aperfeiçoar a experiência
que a literatura nos oferece. Ou, como sempre digo para
os meus alunos, literatura e cinema são duas linguagens
completamente diferentes.

Então vamos lá:

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Primeiro, “A Sangue Frio”, do Truman Capote, um dos
livros que fundaram o jornalismo literário, e que se tornou
um clássico do gênero. Depois de ler o livro, vocês podem
assistir ao filme dirigido pelo Richard Brooks, uma
filmagem de 1967 (mil novecentos e sessenta e sete).
Anos depois, em 2006 (dois mil e seis), o diretor Bennett
Miller apresentou uma segunda versão, agora com o título
de “Capote”. Vale a pena ver os dois filmes.

Muitos de vocês já devem ter ouvido falar da Patricia


Highsmith, uma ótima escritora de romances policiais.
Bom, ela criou um personagem, Tom Ripley, que aparece
numa série de cinco livros , cinco romances. O primeiro
deles, “O talentoso Sr. Ripley”, que se tornou filme em

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1999 (mil novecentos e noventa e nove), sob a direção de
Anthony Minghella. Vale a pena ler a série de livros e
comparar com esse filme e com outra filmagem, “O
retorno do talentoso Ripley”, sob a direção de Liliana
Cavani.

Espero que vocês já tenham lido o ótimo romance do


William Golding, “O Senhor das Moscas”. O livro teve três
filmagens, mas as duas mais importantes são a dirigida
pelo Peter Brook, em 1963, e depois, em 1990, com a
direção do Harry Hook.

“Gata em teto de zinco quente” é uma peça escrita pelo


dramaturgo norte-americano Tennessee Williams,

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ganhador de inúmeros prêmios. A peça foi adaptada para
o cinema pelo diretor Richard Brooks, em 1958, e é um
filmaço. Prestem bastante atenção na cena clássica da
discussão do pai com o filho.

O clássico “O Leopardo”, de Tomasi di Lampedusa, livro


maravilhoso, também foi transformado em filme. O
grande diretor italiano Luchino Visconti fez uma bela
adaptação, que inclusive ganhou a Palma de Ouro do
Festival de Cannes.

O romance “Reparação”, do Ian McEwan, que já faz


parte de várias listas dos melhores romances da literatura
inglesa, foi adaptado para o cinema pelo diretor Joe
Wright.

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E, para realmente encerrar esta nossa lista e este nosso
vídeo, eu sei que muitos de vocês começaram a ler, por
minha indicação, o grande escritor norte-americano
Cormac McCarthy. Ele teve dois de seus romances
adaptados para o cinema: “Onde os Fracos não Têm Vez”,
dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, e “A Estrada”,
dirigido por John Hillcoat.

É isso, meus caros. Espero que esta listinha ajude vocês


na caminhada para se tornarem grandes leitores. Um
abração e tudo de bom pra vocês!

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