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Escrito entre 1943 e 1945 e publicado neste mesmo ano, A Rosa do Povo é
aclamado por inúmeros setores da crítica literária como a melhor obra de
Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta da Literatura Brasileira e um dos
três mais importantes de toda a Língua Portuguesa. Antes que se comece a
visão sobre esse livro, necessária se faz, no entanto, uma recapitulação das
características marcantes do estilo do grande escritor mineiro.
Poesia da fase "eu menor que o mundo", toma como tema a política, a guerra e
o sofrimento do homem. Desabrocha o "sentimento do mundo", traduzido pela
solidão e na impotência do homem, diante de um mundo frio e mecânico, que o
reduz a um objeto.
Um inseto cava
perfurando a terra
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?
presto se desata:
em verde, sozinha,
antieuclidiana,
Há algo aqui que faz lembrar o poema Elefante, também no mesmo volume. Da
mesma forma como Drummond fabrica seu brinquedo, mandando-o para o
mundo, de onde retorna destruído (mas no dia seguinte o esforço se repete), o
eu-lírico de A Flor e a Náusea sobrevive em seu cotidiano nulo e nauseante e o
áporo perfura a terra. É a temática do “no entanto, continuamos e devemos
continuar vivendo”, tão comum em vários momentos de A Rosa do Povo.
Áporo, portanto, é um poema tão rico que pode ter outras leituras, além dessa
de teor existencial. Há também, por exemplo, a interpretação política, que
enxerga uma referência a Luís Carlos Prestes (“presto se desata”), que
acabara de ser libertado pelo regime ditatorial. A figura histórica pode ser vista,
portanto, como um áporo buscando caminho na pátria sem saída que se tornou
o Brasil na Era Vargas.
Um inSEto cava
perfurando a terra
Em paíS bloqueado,
enlaCE de noite
raiZ E minério?
prESto SE dESata:
em verdE, Sozinha,
antieuclidiana,
Tal trabalho com a linguagem é a base de todo texto poético, como é defendido
pelo próprio Drummond em Procura da Poesia, transcrito abaixo:
são indiferentes.
Não é a música ouvida de passagem; rumor do mar nas ruas junto à linha de
espuma.
O canto não é a natureza
Não te aborreças.
Não recomponhas
memória em dissipação.
no espaço.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
Trouxeste a chave?
Repara:
I - Poesia social
- o registro puro e simples de uma ordem política injusta - ainda que toda a
sua poesia social submeta a ordem vigente a um inquérito implacável, há
sempre nestes poemas a indicação do novo, ou pelo menos das lutas que
indivíduos, classes e povos travam para impugnar a injustiça do planeta. A
exemplo de O medo, entretanto, a esperança ou o enfrentamento não se
delineiam e o resultado é um dos textos mais opressivos de toda a obra de
Drummond.
Os versos irregulares, (embora um bom número deles tenha sete sílabas) não
impedem a criação uma cadência grave e soturna, nascida da repetição
exaustiva da palavra medo. No desenrolar das quinze estrofes do poema, essa
palavra e aquilo que ela traduz no contexto da época (ditadura, prisão, tortura,
guerra, massacres, etc.) vão tecendo uma rede de tentáculos sobre os seres,
impedindo-os de pensar, protestar e agir.
Dentro desta ótica são escritos dois dos mais importantes poemas de A rosa
do povo: A flor e a náusea e Nosso tempo. São também os mais concretos pois
aludem diretamente ou indiretamente à realidade objetiva. Neles, o sentimento
de culpa é substituído pela noção de náusea: a náusea existencialista, à
maneira de Sartre, que, mais do que uma sensação física de enjôo, é
uma situação de absoluta liberdade de quem a vivencia. Liberdade no sentido
da destruição de todos os valores tradicionais, da morte de todos os deuses e
crenças. A náusea decorre desta liberdade aterradora, próxima do absurdo. O
homem, despojado de suas antigas certezas, vaga num universo de destroços,
porém, ao mesmo tempo que o tédio e o desespero o ameaçam, este mesmo
homem pode, na grande solidão em que se converteu sua vida, encontrar uma
alternativa válida de existência individual e coletiva.
VI - Poesia do cotidiano
Embora vários textos da poesia social de Drummond retratem a vida diária com
grande vigor, a inclinação participante do poeta dão a estes versos uma
dimensão explicitamente engajada. Algo que não encontramos nos poemas
específicos sobre o cotidiano. Neles, Drummond fixa cenas ou narra histórias –
sem a intervenção do eu – quase como um repórter de linguagem apurada.
Com muita propriedade, Merquior define estes poemas como “dramas do
cotidiano”. Em regra geral, são os de leitura mais acessível, o que não lhes
retira a beleza e a complexidade. Todavia, em A rosa do povo só nos
deparamos com dois desses poemas.
Nota
ESPAÇO
A peça ocorre em dois planos: em um, uma sala espaçosa de uma antiga e
tradicional fazenda de café; em outro, uma sala modesta mobiliada onde se vê,
em primeiro plano, uma máquina de costura. É através desses dois cenários
que o autor consegue fazer o presente e o passado próximo. O espectador, em
um mesmo instante, através da mudança de planos, entra em contato com
duas realidades distintas, ligada somente pelas personagens. Para efeito do
resultado, a estória será narrada linearmente.
[...] Era um lugar virgem! Era um sertão virgem! A única maneira de se ganhar
dinheiro era fazer queijos. Imagine, Lucília, enchiam de queijos um carro de
bois e iam vender na cidade mais próxima, a quase duzentos quilômetros! Na
volta traziam sal, ferramentas, tudo que era preciso na fazenda. Foram eles
que, mais tarde, cederam as terras para fundar esta cidade. (1º Ato, p. 124).
Mas é a fazenda que alimenta os sonhos do cafeicultor: Nós vamos voltar para
lá... (1º Ato, p. 130). E, às vezes, de sua filha Lucília: Replantaremos o nosso
jardim! (1º Ato, p. 146). Morando na cidade, o ex-fazendeiro compra sementes
de dálias (aliás, falido, troca um prendedor de gravata pelas sementes), cultiva
um pé de jabuticabeira, a árvore tão presente na obra de Jorge Andrade, em
um forte simbolismo das raízes.
A cidade é o lugar em que fica o banco para o qual Joaquim deve. É o lugar,
também, onde trabalha Marcelo, seu filho, no frigorífico dos ingleses. Matamos
mil e quinhentos bois por dia, dona Helena! (1º Ato, p 133), se exibe o filho
para a mãe, Helena. Mas a mãe estranha esta atividade: [...] já imaginou a
convivência que ele [Marcelo] tem lá no frigorífico? (1º Ato, p. 133). O filho, no
entanto, ama a cidade, que “nunca esteve tão divertida!”
Ante a crise, aflora o temor da perda do lugar pelo que ele significa. Meu
marido, meus filhos nasceram aqui..., se desespera Helena (1ºAto, p. 146). E
aduz:
Sem a fazenda ele [o marido] não será ninguém. Vai se sentir inútil. (2º Ato, p.
151).
Helena tenta achar uma solução, explicando à filha o que a terra representa:
Mas Joaquim não aceita esta posição humilhante. A propriedade da terra, ser o
dono dela fala tão mais forte que não entende como o seu endividamento
poderia levá-lo à perda:
Meus direitos sobre essas terras não dependem de dívidas. Nasci e fui criado
aqui. Aqui nasceram meus filhos. Aqui viveram meus pais. Isto é muito mais do
que uma simples propriedade. É meu sangue! Não podem me fazer isto! (2º
Ato, p. 166).
TEMPO
Muitas marcas, ao longo do texto, apontam o confronto de tempos. Assim, no
1° Ato, Lucília, a filha do dono das terras de café, costura com pressa porque
“meu serviço está atrasado”, enquanto o pai – Joaquim – responde: “Cada
coisa em sua hora”, logo replicado pela filha: “Para quem tem muito tempo”.
Ritmos de tempo diferenciados, entre a pressa e um tempo mais lento,
encarnado em duas gerações diferentes.
O pai reafirma o seu tempo, quer prolongá-lo: “Pensa que sou igual a esses
mocinhos de hoje?” “O médico disse que ainda tenho cem anos de vida”.
Distingue-o
do tempo presente, por uma qualidade em detrimento deste: “Quando meus
antepassados vieram de Pedreira das Almas para aqui, ainda não existia nada.
Nem
gente desta espécie”. Mas as mudanças estão acontecendo. E para pior, como
neste trecho representacional, em que os personagens se posicionam de forma
diferente:
HELENA (mulher de Joaquim): Não suporto mais essa incerteza (1º Ato, p.
127), expressando a dificuldade de entender o que se passa;
ELVIRA (a irmã de Joaquim): Você não pode imaginar a situação em que
estamos; [dirigindo-se a Helena (sua cunhada)]: A situação não é boa [...] São
muito graves os acontecimentos. Vamos atravessar uma grande crise (1º Ato,
p. 144), anunciando/enunciando o torvelinho que virá;
LUCÍLIA: Acontece que precisamos encarar a situação de frente, não há outra
saída. [...] Aos poucos a situação melhora (1º Ato, p. 140), expressa o
enfrentamento da crise e a esperança que as coisas mudem;
JOAQUIM: Ainda somos o que fomos (1º Ato, p. 141), manifesta a
permanência, ou a vontade de, não acreditando que as coisas mudem.
PERSONAGENS
Lucília - Realista diante dos reveses da sorte, trabalha para sustentar a família.
A esta devotada, adia o casamento e ataca a tia por não ter ajudado o pai.
Elvira - Tia de Lucília e Marcelo, irmã de Joaquim. Pouco aparece, mas
representa a aristocracia que faz pequenas caridades humilhantes e se nega a
ajudar o irmão na necessidade.
RESUMO
Fora da família estão Olímpio, advogado, filho do rival político de Quim, mas
apaixonado Poe Lucília. Elvira, irmã de Quim, mulher rica e 'caridosa' que
entrega café e outras coisas que vêm da fazenda em troca das costuras 'grátis'
da sobrinha. Não tem filhos e vive envolvida com a assistência dada a um asilo.
Nesse pequeno universo, as personagens vão sendo colocadas à mercê de um
destino cruel. Quim, em torno do qual a história gira, alimenta uma esperança
de retornar à fazenda, que foi à praça, para saldar as dívidas. A crise do café
não permitiu a venda, a florada não foi boa; a chuva tardou, o governo não
fixou um teto mínimo para o café, não há dinheiro. Só resta a esperança de
poder recuperar a fazenda, a esperança de uma moratória que todos sabem
não vir.
Lucília é filha solteirona que vê seu casamento com Olímpio frustrado pelo
autoritarismo paterno. Não se entrega aos sonhos e às esperanças do pai, que
acha poder reaver a fazenda. É ela que, com força e convicção, recupera a
dignidade da família, costurando furiosamente. É ela que procura lutar pela
realidade bruta, protegendo o pai contra as intempéries:
Se a senhora [Elvira] merecesse respeito, teria tido um pouco de amor por seu
irmão, piedade ao menos. Gostaria que tivesse assistido à chegada deles,
quando vieram da fazenda. Só aí poderia compreender até que ponto sofreram!
Com o relógio, os quadros e esse... esse galho de jabuticabeira nas mãos...
pareciam duas crianças assustadas, com medo de serem repreendidas.
Através de cada gesto, de cada olhar, havia um pedido de perdão, como se
eu... eu pudesse censurá-los em alguma coisa. Egoísta! A senhora é uma
mulher má. Papai é mesmo de boa-fé, tem bom coração, caso contrário teria
posto à senhora daqui para fora. O que eles sofreram, você e tio Augusto hão
de pagar.
“E o rim não é meu? Logo eu que ia ganhar dez mil, ia ganhar. Tinha até
marcado uma feijoada pra quando eu voltar, uma feijoada. E roda de samba
pra gente rodar (..) E o rim não é meu, sarava?
Quem me deu não foi Aquele-lá-de-cima, Meu Deus,
Jesus e Oxalá? (...) O esquema é bacana. Os caras chegam aqui levam a
gente para Luanda ou Pretória. (...) Puta oportunidade só uma vez na vida (...)”.
Um dos textos mais criativos do livro é "Linha de tiro", diálogo que se repete
indefinidamente, como aquelas figuras dentro de figuras dentro de figuras, com
as quais Magrite brincava com grande habilidade. A conversa é um assalto em
que a mulher acha que o assaltante lhe quer vender chocolates. Serve para
mostrar a infinidade de mal-entendidos que é esta nação, pois nem o
assaltante se consegue fazer entender: diante da ameaça não há pânico,
apenas estranhamento, como se cada um falasse uma língua diversa e nem
mesmo o gestual tivesse um significado: "É um assalto! Não, obrigado, hoje
não vou querer chocolates". É um texto rico para pensarmos a dificuldade
histórica que o Brasil tem de elaborar um discurso constitutivo, em que todos
falem um idioma comum em prol da construção de algo duradouro e
consistente.
"Solar dos príncipes" traz um grupo de moradores de uma favela que resolve
filmar o dia-a-dia dos moradores de um condomínio de luxo, um toque
sarcástico para comentar a onda que tem sido engomadinhos com uma câmera
na mão entrando nas favelas para registrar o ‘inusitado’ e ganhar prêmios
internacionais em cima da miséria alheia. Aqui os papéis se invertem,
mostrando a situação num avesso cheio de pequenas sutilezas. Já se inicia
anunciando a que vem: “Quatro negros e uma negra pararam na frente deste
prédio”. Trata-se de um grupo de amigos do Morro do Pavão que quer filmar
um apartamento e fazer uma entrevista com um morador. Quando o porteiro,
também negro, impede a entrada do grupo, o narrador desabafa: “A idéia foi
minha, confesso. O pessoal vive subindo no morro para fazer filme. A gente
abre as nossas portas, mostra as nossas panelas, merda”. O incômodo com o
fato de permitir a entrada aos de fora, mas não ser recebido quando se desloca
ao bairro rico, é manifestado pelo narrador. Ainda, denuncia-se a visão
distorcida dos que documentam a periferia: “A gente não só ouve samba. Não
só ouve bala”. Ao fim, o porteiro chama a polícia e, assim, a estréia dos quatro
aspirantes cai na mesmice: novamente o filme tem tiro e sirene da viatura
policial.
"Nação Zumbi", como já citado acima, é um dos pontos altos do livro conta a
história de um homem preso por tentar vender o próprio rim, que afinal, era
dele, podia fazer com o órgão o que lhe desse na telha. Há um diálogo com o
personagem andarilho de "Cronicamente inviável", filme pouco visto e que
tirante alguns exageros, poderia colocar na pauta do dia assuntos que urgem
ser discutidos - e sem hipocrisia - pela nossa sociedade. O preconceito racial é
retomado. O narrador tenta provar de que maneira a venda de seu rim o tiraria
da situação de pobreza em que se encontra. No entanto, o tom de decepção de
sua fala e a chegada dos policiais no fim da narrativa prenunciam o seu
destino: “A polícia em minha porta, vindo pra cima de mim. Puta que pariu, que
sufoco! De inveja, sei que vão encher meu pobre rim de soco”.
"Coração" é um texto mais longo, em que salta a veia narrativa de Freire. Seu
tema é a homossexualidade.
Em “Totonha”, uma senhora discursa sobre os motivos de não querer aprender
a escrever: não é mais moça, não tem importância alguma, não quer baixar a
cabeça para imprimir seu nome em um pedaço de papel. Totonha
argumenta: “O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui
no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de
sílaba?”.
É muito fácil sentir empatia por vários personagens e as cartas não são
entediantes, burocráticas ou sequer formais. A forma com que Celie escreve
sobre si mesma e sua vida é delicada e natural. Alice Walker expõe a lacuna
deixada pela falta de educação formal por meio de erros, principalmente de
ortografia, cometidos por Celie ao escrever. Como fazem parte do contexto
proposto pela história, as inadequações não devem incomodar, mas aproximar
o público de Celie.
O Cortiço
O Cortiço é um romance do escritor brasileiro Aluísio de Azevedo. Foi
publicado em 1890 e faz parte do movimento naturalista do Brasil.
Estrutura da Obra
Composta de 23 capítulos, O Cortiço apresenta um narrador onisciente (aquele
que sabe de todo a história), sendo narrado em terceira pessoa.
Personagens e Características
Confira abaixo os personagens que fazem parte da trama:
No entanto, com o intuito de ter um status social parecido com de seu rival,
João Romão casa-se com a filha de Miranda e Estela: Zulmira. A partir daí, ele
consegue alcançar melhores condições sociais.
João Romão, tem uma escrava chamada Bertoleza. Ele forjou uma carta de
alforria para ela, que por fim, torna-se sua amante e passa a trabalhar para ele.
Após se envolver com a sedutora Rita Baiana, sua esposa descobre a relação
e começa a beber.
Enciumado pelo envolvimento anterior que Rita teve com Firmo, Jerônimo
resolve assassinar seu rival. Por fim, Jerônimo abandona sua família para ficar
com Rita.
O incêndio no cortiço foi um dos fatores principais para que muitos moradores
se transferissem para outro cortiço, o “cabeça-de-gato”. Com isso, o local foi
reformado e a avenida recebeu o nome de “Avenida São Romão”.
Trechos da Obra
Segue abaixo alguns trechos da obra O Cortiço:
“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro
que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos
refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara
nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em
pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro,
como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.” (Capítulo I)
“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças,
socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela
exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que
lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e
mais grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando
rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.” (Capítulo II)
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas
a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.