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Sensibilizando sobre a decadência cerebral enervante, amarga e entupidora e sobre a morte lenta, imperceptível da alma que
resulta de qualquer emprego; incluindo escolarização forçada, participar no mercado como um empreendedor... e até diversão!
‘É difícil fazer um homem entender algo, quando seu salário depende de que ele não entenda.’ Upton Sinclair
Introdução
A diferença entre escravidão assalariada e escravidão tradicional é a mesma diferença entre emprego e prisão. O
emprego é ‘melhor’ que a prisão porque se é ‘livre’ para deixar o seu emprego e encontrar outro, ou abrir seu
próprio negócio. Mas num mundo totalmente dominado por uma economia monetária, onde a terra e os meios
de produção são possuídos por enormes organizações que não podem ser culpabilizadas e as elites parasitas
que os administram, você é forçado ou a vender seu tempo, energia e poder criativo ou, se abrir seu próprio
negócio, a suprimir sua humanidade para sobreviver nesta massiva economia baseada em dívidas e dependente
de lucro. Assim como nas eleições, você pode escolher seu tirano, mas eles todos servem o mesmo sistema.
Não foi sempre deste jeito. O dinheiro não substituiu a troca, as pessoas não morriam com trinta anos de
idade, ou tinham que se amontoar aterrorizadas em cavernas, sozinhos num universo hostil. Haviam ameaças,
perigos e dificuldades terríveis, é claro, mas antes da civilização (i.e. antes da agricultura) nós éramos — como
é amplamente reconhecido na antropologia — saudáveis, livres e envolvidos no que poderíamos chamar de tra-
balho por menos de vinte horas por semana. Até na muito caricaturada ‘idade das trevas’ a usura era um peca-
do, homens e mulheres faziam um trabalho não alienado, livre de horários rígidos, rico de sentido, desfruta-
vam de enormes quantidades de tempo livre, tinham acesso livre a ricos bens comuns e tinham ideias sãs sobre
morte, loucura e o corpo. Porém, assim como muitas pessoas acreditam que o enorme consenso entre cientis-
tas climáticos de que estamos no meio de um vasto desastre ecológico é uma conspiração ‘esquerdista’, muitos
não acreditam que as colossais evidências de que a vida já foi boa e pode ser novamente seja mais do que um
sonho hippie insosso. Eles não acreditam nisso porque é verdade, mas porque seus salários dependem disso.
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Morte Viva no Trabalho #5 de seus Valores Corporativos
Sensibilizando sobre a decadência cerebral enervante, amarga e entupidora e sobre a morte lenta, imperceptível da alma que
resulta de qualquer emprego; incluindo escolarização forçada, participar no mercado como um empreendedor... e até diversão!
‘Nossa sociedade lembra a máquina mais avançada que eu vi uma vez numa loja de brinquedos de Nova York. Era um
pequeno cofre que, quando você tocava um interruptor, se abria para revelar uma mão mecânica. Dedos cromados bus-
cavam a tampa, a puxavam para baixo, e a trancavam por dentro. Era uma caixa; se esperava poder tirar algo dali; no
entanto, tudo o que ela continha era um mecanismo para fechar a tampa.’
Ivan Illich
‘Todos — executivos, médicos, garçons, ou outros quaisquer — encenam, manipulam, para evitar serem manipulados e
para evitar uma exposição que ameace a si próprio. A meta é a proteção ou promoção de si, mas sendo que o indivíduo
está na verdade isolado de qualquer comunicação significativa ele sufoca. O ambiente se torna cada vez mais irreal à
medida em que seres humanos se distanciam dos eventos de suas próprias vidas. À medida em que este processo se acelera,
o indivíduo começa a resistir, a se irritar (e criar uma divisa ainda maior) com a culpa existencial que passou a sentir.
Nós passamos a ser assombrados por nossa encenação, nossa simulação, nossa fuga de tentar ser o que realmente somos ou
poderíamos ser. Enquanto a culpa cresce, silenciamos a voz interna incomodada com drogas, álcool, esportes — qualquer
coisa para evitar encarar a realidade da situação.’
R.D. Laing
Alguns Procuram Liberdade... ...e Quem Procura, Acha
Outros - mais sensitivos, mais vivos — ainda conseg- Aqueles que têm familiaridade com a vida indefinível
uem ouvir a voz de sua consciência. Eles podem sen- dentro de si, embaixo de sua personalidade externa,
tir, no seu íntimo, que trabalho — toda escravidão as- conseguem detectar que não é algo definível, que eles
salariada e toda atividade comercial — destrói o que é possam determinar, que morre no trabalho, mas a luz da
bom. Eles sabem que suas dores de cabeça, acessos de vida, que, desconhecida da personalidade superficial,
raiva, falta de criatividade, o sentimento subjacente lentamente se apaga, deixando o tipo de cascas vazias,
permanente de ansiedade, sua impotência e desinter- mecânicas, de meia-idade que vagam como fantasmas
esse, seus vícios, seu analfabetismo funcional, seus pelos locais de trabalho do mundo.
sonhos opacos sem rumo e o perfurante sentimento Tais pessoas se submetem ao trabalho por um tem-
perene de que sua vida está se esvaindo é parcialmente po, como todos nós precisamos, para adquirir o excre-
resultado deste aprisionamento. Mais a fundo, sabem mento intercambiável chamado dinheiro, mas só para
que não é ‘necessidade’ que os mantém trabalhando, comprar liberdade para escapar desta montanha de
mas insensibilidade, medo da incerteza, falta de es- lixo, para voltar a cavar seu túnel de fuga um pouco
pontaneidade, alegria atrofiada, emocionalidade in- mais adiante. Talvez um dia eles irão escapar de uma
quieta e uma inabilidade de parar de pensar: em resu- vez por todas, talvez não — é uma tarefa quase impos-
mo, a personalidade adquirida que cobre a personagem sível — mas isso não importa. É a recusa a aceitar se
nata e unicamente criativa que luta para se libertar comprometer um momento além do absolutamente
abaixo dela. necessário que mantém a verdade viva. A liberdade não
É a personalidade, o eu falso sobreposto desde está na fuga, mas na luta para fugir.
cedo ao gênio interno, que é viciada em trabalho, em É realmente necessário que você passe mais um ano
negócios e em diversão, que não pode ousar imaginar trabalhando? Outros dois? Dez? É realmente necessário
uma vida genuinamente independente consistida de que você trabalhe para juntar dinheiro para comprar
investigação livre e criativa (ou leitura sobre esta) e uma casa ou uma empresa para que você possa voltar
que, de fato, prospera nas organizações de escravidão a trabalhar? É realmente necessário que você justifique
assalariada de mais sucesso. É por isso que as per- sua negação da sua natureza verdadeira a cada hora
sonalidades mais atrofiadas, insinceras, agressivas ou com racionalizações para esta vida pela metade?
destruídas têm sucesso no trabalho, e que se seu chefe Se realmente for, sua vida pela irá, antes que se
não é uma pessoa pela metade, triste e psicopata, ele dê conta, lhe transformar numa pessoa pela metade
será infeliz e lentamente morrendo por dentro. também.
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Morte Viva no Trabalho #5 de seus Valores Corporativos
Sensibilizando sobre a decadência cerebral enervante, amarga e entupidora e sobre a morte lenta, imperceptível da alma que
resulta de qualquer emprego; incluindo escolarização forçada, participar no mercado como um empreendedor... e até diversão!
2. Adquira Riqueza
Uma solução popular para a questão de viver à mercê dos mercados; mas catastroficamente falha. Assim como
nascer rico lhe anestesia de nascença, o processo de adquirir riqueza exige que você se deforme para se ajustar
às necessidades da economia, durante tanto tempo que, quando você poder ter todos aqueles carros e casas
adoráveis, será completamente incapaz de gastar seu dinheiro criativamente e profundamente triste.
3. Se Torne Famoso.
Outra solução comum mas problemática. Se você é genuinamente criativo, consciente e de mente livre, a fama
te oferece o poder de fazer o que sua inspiração mandar, sem ter que checar, primeiro, se o patrão aprovou ou
se vai aumentar os dividendos de algum babaca. Mas este é um ‘se’ bem grande. Geralmente é o lixo seguro,
sem sentido, derivativo e vendável que é recompensado com fama. E mais, embora um grupo cada vez menor
de pensadores livres genuinamente criativos e sensitivos alcancem este tipo de sucesso, a fama quase sempre
os arruína. Eles enriquecem, se isolam de suas comunidades, se tornam caricaturas esgotadas de si mesmos.
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Morte Viva no Trabalho #5 de seus Valores Corporativos
Sensibilizando sobre a decadência cerebral enervante, amarga e entupidora e sobre a morte lenta, imperceptível da alma que
resulta de qualquer emprego; incluindo escolarização forçada, participar no mercado como um empreendedor... e até diversão!
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