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Deste modo, ainda estava longe de ser uma escritora reconhecida. Pelo contrário,
era encarada como uma figura estranha, que vivia em isolamento, afastada dos
círculos sociais.
Em "Não sou ninguém", declara que prefere o anonimato. Aqui, o sujeito poético
aponta o que há de ridículo nas celebridades, que ficam repetindo o próprio nome,
como rãs. Com estas palavras, rejeita a "alta roda", tecendo críticas a uma
sociedade atravessada pelo ego e a vaidade.
2. Morrer por ti era pouco
Estamos perante uma composição que trata dois grandes temas da poesia
universal: o amor e a morte. Na primeira estrofe, o sujeito declara que morrer pela
pessoa que ama seria fácil demais, algo que se repete desde a antiguidade grega.
Por isso, afirma que a sua forma de demonstrar o que sente será outra: viver em
nome do ser amado, algo que seria "mais difícil". Através desta oferta, o eu-lírico
se declara a alguém, anunciando que irá dedicar a sua existência à paixão que o
domina.
Segundo alguns relatos biográficos, Emily terá vivido um romance com Susan
Gilbert, sua cunhada e amiga de infância. O caráter proibido da união, numa época
em que os preconceitos eram muito mais rígidos e castradores, poderá ter
contribuído para esta visão negativa do sentimento amoroso, sempre associado à
angústia.
Nos versos, de extrema beleza, o sujeito poético declara a sua missão na terra,
aquele que acredita ser o propósito da sua vida. Assim, afirma que a sua
existência só fará sentido se conseguir fazer algo de bom pelos outros.
Para o eu-lírico, viver implica fazer o bem, de alguma maneira, ainda que seja em
pequenos atos de bondade, que ninguém vê ou sabe. Caso contrário, será apenas
tempo desperdiçado, "em vão".
Pelo contrário, o sujeito defende ser esse o momento em que nascem. A fala ou a
escrita surgem, assim, como um recomeço. Aqui, a palavra é algo capaz de
transformar, de iniciar uma nova realidade.
Através da sua poesia, decide escrever uma carta para a posteridade. Podemos
encarar a composição como um testemunho da autora, que irá sobreviver muito
depois da sua partida.
O eu-lírico acredita que as suas palavras contêm a sabedoria que lhe foi conferida
através do contato com o mundo natural; por isso, as considera ternas e nobres.
Com estes versos, pretende transmitir uma mensagem aos seus futuros leitores.
Consciente de que não irá conhecê-los, sabe também que aquilo que escreve será
alvo de julgamentos e opiniões.
6. O Cérebro
Nos versos podemos ver, mais uma vez, a união entre o amor e o sofrimento.
Criando uma metáfora simples e quase infantil, o eu-lírico se compara a uma flor
que murcha, perde as forças, no vaso da pessoa amada.