Você está na página 1de 9

TRISTAN CORBIÈRE – LE CRAPAUD – (1873) O SAPO – TRADUÇÃO DE PEDRO KILKERRY

Un chant dans une nuit sans air... Noite sem ar e esse canto, e esse canto...
La lune plaque en métal clair E a lua, em metal claro, unindo quanto
Les découpures du vert sombre. Rasgão do verde escuro, árvore, alfombra...

... Un chant; comme un écho, tout vif Um canto como um eco, muito vivo
Enterré, là, sous le massif... Enterrado, acolá, na moita... esquivo.
— Ça se tait : Viens, c’est là, dans l’ombre... E, agora cala. Vem, é ali, na sombra,

— Un crapaud! — Pourquoi cette peur, Vem – um sapo! – que medo que te deu!
Près de moi, ton soldat fidèle! Não vês, bem perto, aqui, teu fiel soldado?
Vois-le, poète tondu, sans aile, Mas, olha-o, sem asa, é um poeta pelado
Rossignol de la boue... — Horreur! — O rouxinol da lama – Horror! – não meu.

... Il chante. — Horreur!! — Horreur pourquoi? Oh! canta. – Horror – e porque horror? Volveu
Vois-tu pas son œil de lumière... (Nem viste?) um longo olhar, iluminado...
Non : il s’en va, froid, sous sa pierre. Não: escondeu-se a uma pedra, o desgraçado.
........................................................................... .....................
Bonsoir — ce crapaud-là c’est moi. Lá vai... Boa noite. E o sapo, não sou eu?
MANUAL BANDEIRA – OS SAPOS (1919) O meu verso é bom
Frumento sem joio
Enfunando os papos, Faço rimas com
Saem da penumbra, Consoantes de apoio.
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra. Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Em ronco que aterra, Reduzi sem danos
Berra o sapo-boi: A formas a forma.
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”. Clame a saparia
Em críticas céticas:
O sapo-tanoeiro, Não há mais poesia,
Parnasiano aguado, Diz: Mas há artes poéticas . . ."
— “Meu cancioneiro
É bem martelado. Urra o sapo-boi:
— ‘Meu pai foi rei” — “Foi!”
Vede como primo — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo Brada em um assomo
Os termos cognatos! O sapo-tanoeiro:
— “A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
PNEUMOTÓRAX
Outros, sapos-pipas Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
(Um mal em si cabe), A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Falam pelas tripas: Tosse, tosse, tosse.
— “Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”. Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
Longe dessa grita, — Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
Lá onde mais densa — Respire.
A noite infinita ……………………………………………………….
Verte a sombra imensa;
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
Lá, fugindo ao mundo, pulmão direito infiltrado.
Sem glória, sem fé, — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
No perau profundo — Não.
E solitário, é A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Que soluças tu,


Transido de frio, NIETZSCHIANA
Sapo-cururu - Meu pai, ah que me esmaga a sensação do nada!
Da beira do rio - Já sei, minha filha... é atavismo.

E ela reluzia com as mil cintilações do Êxito intacto.


PSAUME SUR UNE VOIX Paul Valéry SALMO SOBRE UMA VOZ (Tradução: FRL)

A demi-voix, À meia-voz,
D’une voix douce e faible disant de grandes choses : De uma voz doce e frágil a dizer grandes coisas:
D’importantes, d’étonnantes, de profondes et justes choses, Importantes, fascinantes, bem profundas e justas,
D’une voix douce e faible. Numa voz doce e frágil.
La menace du tonnerre, la présence d’absolus A ameaça de um trovão, a presença de absolutos
Dans une voix de rouge-gorge, Numa voz de rouxinol
Dans le détail fin d’une flûte, et la delicatesse du son pur. No detalhe fino da flauta, e a delicadeza do som puro.
Tout le soleil suggéré Todo o sol se insinua
Au moyen d’un demi-sourire. Por meio de um semissorriso.
(Ô demi-voix), (Ó meia-voz),
Et d’une sorte de murmure E de um tipo de murmúrio
En français infiniment pur. Em idioma infinitamente puro.
Qui n’êut saisi les mots, qui l’êut ouï à quelque distance, Quem não captasse as palavras, ou o escutasse à distância,
Aurait cru qu’il disait des riens. Pensaria que ele diz nulidades
Et c’étaient des riens pour l’oreille E eram nulidades à orelha
Rassurée. Resguardada.
Mais ce contraste et cette musique, Mas o contraste e essa música,
Cette voix ridant l’air à peine, Essa voz que mal franze o vento,
Cette puissance chuchotée, Essa potência em sussurros,
Ces perspectives, ces découvertes, Essas perspectivas e descobertas,
Ces abîmes et ces manoeuvres devinés, Esses abismos e pressagiadas manobras,

Ce sourire congédiant l’univers !... Esse sorriso destituindo o universo!...

Je songe aussi pour finir Também eu sonho para findar


Au bruit de soie seul et discret Ao ruído da seda só e discreto
D’un feu qui se consume en créant toute la chambre, De um fogo a se consumir compondo todo o cômodo,
Et qui se parle. E que se fala.
Ou qui me parle Ou que me fala
Presque pour soi. Quase para si.
MALLARMÉ MALLARMÉ (Tradução: FRL)

À la nue accablante tu À nuvem pesada mudo | À nuvem pesada mudo


Basse de basalte et de laves Rocha de basalto e lava | Rocha de lava e basalto
A même les échos esclaves Ao eco da voz escrava | Ao toque do eco escravo
Par une trompe sans vertu De alguma trombeta inútil | Por algum alarme nulo

Quel sépulcral naufrage (tu Que mortal naufrágio (tu


Le sais, écume, mais y baves) Sabes, espuma, mas babas)
Suprême une entre les épaves Suprema una entre tralhas
Abolit le mât dévêtu Faz ruir o mastro nu

Ou cela que furibond faute Ou que furibundo falta


De quelque perdition haute De alguma perdição alta
Tout l’abîme vain éployé Todo o abismo desatado

Dans le si blanc cheveu qui traîne No alvo cabelo que enleia | Na mecha branca que enleia
Avarement aura noyé Avaro haverá afundado | Avara haverá afogado
Le flanc enfant d’une sirène O flanco de uma sereia | O infante flanco da sereia
VLADIMIR MAIAKÓVSKI

Porto
Balalaica
Lençóis de água sob um ventre pando.
Balalaica
Rasgam-se em ondas contra dentes brancos.
[como um balido abala
Amor. Lascívia. Como uivo que escorre
a balada do baile
das chaminés por gargalos de cobre.
de gala]
No berço-embocadura barcos presos
[como um balido abala]
Aos mamilos de madres de ferro.
abala [com balido]
A orelha surda dos navios agora
[a gala do baile]
rebrilham brincos de âncora.
1912 (Tradução: Haroldo de Campos)
louca a bala
------------------------------------------------------------------ laica
Quadro completo da primavera
BALALAICA
Folhinhas. Balalaica
Linhas. Zibelinas só- [budto laiem oborvala
scrípki bala
Zinhas. laica]
[s laiem oborvala]
ISTCHÉRPIVAIUCHAIA CARTINA VIESNI oborvala [s laiem]
Listótchki. [laíki bala]
Póslie strótchec lis- láicu bala
tótchki. laica
1913 (Tradução: Augusto e Haroldo de Campos)
1913 (Tradução: Augusto de Campos)
TRISTAN TZARA TRISTAN TZARA
Tradução: google tradutor Tradução: Sérgio Maciel

PÉLAMIDE SARRAJÃO

um E ou O ou o youyouyou om youyouyou a e ou tututu eu e ou o tututu


drrrrrdrrrrdrrrrgrrrrgrrrrrgrrrrrrrr drrrrrdrrrrdrrrrgrrrrgrrrrrgrrrrrrrr
pedaços de tempo de verde voam no meu quarto peças de dura verde voam em meu quarto
um e o e i i ii ii ii ou uma barriga mostra o centro Eu quero levar a e o i ii i e a ou ii ii ventre mostra o centro eu quero o tomar ambran
farelo de farelo de ambran e tornar o centro dos quatro bran bran e tornar centro dos quatro
beng beng bong estrondo onde está você iiiiiiiiupft b e n g b o n g b e n g b a n g onde cê-vai iiiiiiiiiipieft
Machinist o oceano om o u maquinista o oceano a o u ith
om u a o o i u o u ath tem om o u om um a o u ith i o u ath a o u ith o u a ith
os vaga-lumes entre nós os versos luzentes entre nós
entre o nosso interior e os nossos sentidos entre nossas entranhas e direções
mas o capitão examina as direções da bússola mas o capitão estuda os apontamentos da bússola
e concentração de cor fica louco e a concentração das cores torna-se louca
Stork litophanie atrás, minha memória ea ocarina na farmácia cegonha litofania há minha memória e a ocarina na farmácia
pélagoscopiques sericicultura horizontais de edifícios sericicultura horizontal dos batimentos pélagoscópicos
Mad fumegantes bobos da aldeia para a corte real a louca da vila cobre o bobo para a corte real
o canal se torna Hopital o hospital torna-se canal
e o canal se torna violino e o canal torna-se violino
no violino há um vaso sobre o violino há um navio
e na porta é a rainha entre os emigrantes para o México e sobre o bombordo a rainha está entre os emigrantes para o méxico.
TRISTAN TZARA

PÉLAMIDE

a e ou o youyouyou i e ou o youyouyou
drrrrrdrrrrdrrrrgrrrrgrrrrrgrrrrrrrr
morceaux de durée verte voltigent dans ma chambre
a e o i ii i e a ou ii ii ventre montre le centre je veux le prendre ambran
bran bran et rendre centre des quatre
beng bong beng bang où vas-tu iiiiiiiiupft
machiniste l’océan a o u ith
a o u ith i o u ath a o u ith o u a ith
les vers luisants parmi nous
parmi nos entrailles et nos directions
mais le capitaine étudie les indications de la boussole
et la concentration des couleurs devient folle
cigogne litophanie il y a ma mémoire et l’ocarina dans la pharmacie
sériciculture horizontale des bâtiments pélagoscopiques
la folle du village couve des bouffons pour la cour royale
l’hôpitale devient canal
et le canal devient violon
sur le violon il y a un navire
et sur le bâbord la reine est parmi les émigrants pour mexico

Você também pode gostar