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VASO CHINÊS
(Albeto de Oliveira)
(Albeto de Oliveira)
Baixando à Terra, o cofre em que guardados
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o. Vinham os Males, indiscreta abria
Casualmente, uma vez, de um perfumado Pandora. E eis deles desencadeados
Contador sobre o mármor luzidio, À luz, o negro bando aparecia.
Entre um leque e o começo de um bordado.
O Ódio, a Inveja, a Vingança, a Hipocrisia,
Fino artista chinês, enamorado, Todos os Vícios, todos os Pecados
Nele pusera o coração doentio Dali voaram. E desde aquele dia
Em rubras flores de um sutil lavrado, Os homens se fizeram desgraçados.
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas a Esperança, do maldito cofre
Mas, talvez por contraste à desventura, Deixara-se ficar presa no fundo,
Quem o sabe?... de um velho mandarim Que é última a ficar na angústia humana…
Também lá estava a singular figura; Por que não voou também? Para quem sofre
Ela é o pior dos males que há no mundo,
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Pois dentre os males é o que mais engana.
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
MAL SECRETO
(Raimundo Correia)