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Atividade Online – AO 01

Curso: Programa de Ensino e Aprendizagem em Rede - PEAR


Professor(a): Dr. Rosivaldo Pereira de Almeida
Nome da disciplina: História da Educação
Discente: Paula Cristina Evangelista Guedes

Produção de Dissertação
Na produção dessa dissertação é necessário que você escreva sobre o Àreté como ideal de
formação a ser perseguido por meio da paideia.
• Faça a leitura da obra indicada Filosofia e Educação, de Ildeu de Moreira Coelho
• Também relacionar com o Vídeo indicado Paideia: O ideal de formação na Grécia clássica.
• Assista o vídeo Paideia: O ideal de formação na Grécia clássica relacionando-o com o
texto.

Assim, de posse dessas informações e com esse suporte teórico será então realizada a produção
de uma dissertação com o intuito de apresentar o Àreté como ideal de formação a ser perseguido
por meio da paideia.
.

Observação: Nesta atividade a avaliação está direcionada sobre alguns aspectos, são eles: a.
Rigorosidade da construção textual dentro das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas); b. Clareza nas informações apresentadas compondo informações que defina o Àreté
como ideal de formação a ser perseguido por meio da paideia. c. Texto construído com uma
introdução, desenvolvimento e com as considerações finais fechando o texto. d. elaboração de
uma dissertação com no máximo uma lauda.

Texto Dissertativo

Valor: 3,0 pontos

No livro Filosofia Educação e Cidadania de Adão José Peixoto o autor aborda que a filosofia
surge da admiração, do espanto, não no sentido de medo, teor e susto, mas de maravilhamento
diante da realidade ignorada, esquecida, não percebida pelos homens. O espanto está na origem da
filosofia e ao mesmo tempo, como repensar do mundo, da sociedade, dos textos e sistemas
filosóficos, das aporias, das dificuldades insolúveis, mas que precisam ser interrogadas, pensadas.
Dessa forma Platão afirma que a admiração é a verdadeira característica do filosofo. Não tem outra
origem a filosofia, ao que parece, não foi mal genealogista quem disse que Iris era filha de
Taumante.

A origem da Filosofia data dos séculos VII e VI a.C. Foi na Grécia, na região da Jônia, na
cidade de Mileto, que esse modo de conhecimento ganhou forma e se estabeleceu como maneira
de compreender o mundo. Portanto, pode-se afirmar que a Filosofia é fruto do gênio helênico, ou
seja, é fruto da genialidade dos gregos. É por causa do nascimento da Filosofia na Grécia que
costumeiramente se diz que a “Grécia é o berço da civilização ocidental”. De fato, a Filosofia
apresenta-se como a “rainha das ciências”. Tal característica se deve exatamente ao fato de a
Filosofia ter sido o primeiro modo de conhecer o mundo e os homens de forma
estritamenteracional.

Além disso é importante salientar que a filosofia emerge nas colônias gregas da Ásia
Menor e da Magna Grécia, no contexto e como expressão de um lento e complexo processo de
laicização e secularização do mito e da religião, de racionalização das formas de compreensão do
mundo e da existência humana. Preocupada inicialmente com a natureza, a filosofia busca o
princípio. Outrossim se muitos se servem da palavra para enganar, é preciso chegar a um discurso
(lógos), a uma sabedoria capaz de se impor como verdadeira, de submeter todos os discursos e
práticas ao julgamento da razão, e cujas exigências possam modificar a vida do ouvinte e do leitor.
Ao contrário do retor, do advogado que procura persuadir os juízes absolver seu cliente, a
filosofia trabalha com a convicção, no sentido de convencer a todos da validade de sua atitude, de
suas teses e exigências.

Em contextos e de modos diversos, entretanto, a filosofia não deixou de buscar, de


interrogar, de procurar uma compreensão e uma linguagem crítica, rigorosa e radical, capazes de
dar conta da natureza da realidade, da essência mesma do real e do irreal. Embora às vezes não
pareça, em Sócrates, Platão e Aristóteles, apesar das diferenças, a filosofia não é uma ciência
fechada, com um conteúdo específico. Pelo contrário, o que a define é a busca, o tender para a
investigação livre, o desejo de libertar se de tudo o que nos prende aos sentidos, ao imediato, à
opinião; enfim, é o aprendizado e o cultivo do pensamento, a pergunta pelas condições que
constituem a realidade e o discurso verdadeiro e justo.

O que entendemos por Filosofia é um tipo de pensamento organizado, conceitual, crítico e


reflexivo. Enquanto conhecimento crítico, esse ramo do saber não aceita como verdadeira
qualquer proposição sem antes analisá-la. Já como conhecimento reflexivo, a Filosofia desdobra-
se sobre si mesma a fim de criar novos problemas para um melhor entendimento do mundo.
É um tipo de pensamento conceitual, pois ela trabalha por meio da formulação e reformulação de
conceitos, criando e revisando os significados que nós damos para o mundo.

De acordo com a teoria de Sócrates, o objeto de estudo da Filosofia seria as questões


resultadas da atividade humana no mundo, como a política, o conhecimento e a justiça.
Conforme os helênicos, era uma doutrina que deveria buscar a felicidade e o
bem viver. Os patrísticos consideravam que a Filosofia deveria estar em consonância com o
pensamento cristão, enquanto, para os escolásticos, essa consonância deveria ser mantida, mas os
olhares deveriam voltar-se para a observação da natureza.

O objetivo desta obra é propiciar aos pesquisadores, educadores e estudantes uma visão
mais ampla das interações entre filosofia e educação e entre filosofia, educação e cidadania.
Vivenciamos uma fase no Brasil e em outras sociedades em que esses temas ganharam uma grande
centralidade nos discursos, nos debates e nas propostas apresentadas não só pelo meio acadêmico,
mas também por políticos e pelas agências do poder do Estado.

Além disso em Paideia: a formação do homem grego de Werner Jaeger Paideia é uma das
heranças intemporais que nos legou o mundo grego. O filólogo alemão Werner Jaeger busca
através de uma de suas mais importantes obras, transpor a formação do Homem grego no tocante
aos ideais helênicos. O autor retrata o tema com meticulosidade, condensando-o em um único,
porém extenso, volume.

A obra busca, em suas partes iniciais, elucidar alguns conceitos considerados essenciais para
compreender melhor, através da ótica grega, os atributos da formação do homem helênico, tais
como os de “Paideia”, “Nobreza” e “Arete”. Através de estudos feitos sobre os ideais de
educação da Grécia Antiga, Jaeger analisou a interação entre o processo histórico de formação do
homem grego e o processo espiritual, pelo qual estes elaboraram seu ideal de humanidade.

Paideia, tal como os gregos a concebem, é um processo de educação em sua forma


verdadeirae genuinamente humana, transmitida entre gerações, o que lhe confere certa perenidade.
É um ensinamento do corpo e da mente, uma formação geral que se prolonga por toda a vida, cuja
tarefa é constituir o homem como “Homem”. É curioso observar que Jaeger faz o uso deliberado
da letra inicial maiúscula da palavra “homem” para designar o ideal de constituição e educação da
Hélade que, através de uma formação moral, física, poética e teológica busca elevar o homem
grego a um patamar sublime, não somente de cidadão, mas de Homem em sua forma exemplar.
Esta formação, denominada “humanismo”, é a educação do Homem de acordo com a verdadeira
forma humana, com o seu autêntico ser e nela se inspiraram os educadores gregos, bem como os
poetas, artistas e filósofos.

A este respeito, o autor se atenta ao fato de que seria insensato redimir toda uma cultura a
um olhar minimamente eurocêntrico, e é por isso que, ao introduzir o conceito explanado acima,
preocupa-se em esclarecer que, embora existam termos possivelmente análogos como
“civilização”, “literatura”, “educação” e “tradição”, é importante compreender que Paideia
engloba todos estes conceitos em um único, expressando estes aspectos de maneira mais profunda
em sua sociedade.

Esta sociedade, aliás, de acordo com a elucidação de Jaeger, exerce um papel modelador,
uma vez que a essência de formação da educação helênica é a de conceber indivíduos aptos a
exercer um papel político-social na comunidade. Fica claro esta relação quando o autor afirma que
é inconcebível um espirito alheio ao estado, assim como um estado alheio ao espirito. A
educação, portanto, não é uma propriedade individual, mas pertence por natureza à comunidade.

É através desse ideal paidêutico, que os gregos buscam atingir, em suas particularidades, a
Arete, palavra que designa ao ato de ser o melhor naquilo que se faz. Há aqui, novamente, a
preocupação do autor para com o vocábulo equivalente ao grego. Embora Arete possa ser
traduzida como “virtude”, esta não necessariamente está relacionada ao sentido moral da palavra,
mas sim ao de excelência, à de mais elevada perfeição, à harmonia do ser. Tal primazia,
entretanto, só pode ser atestada através da vivência e reconhecimento perante membros da
sociedade, uma vez que o arquétipo de nobreza para o homem grego está marcadamente
relacionado à política.

No que se diz a respeito de Arete, as obras de Homero (Ilíada e Odisseia), além de terem
sido a primeira forma de preparação da mente de crianças e adultos, foram também, verdadeiras
musas, uma vez que os indivíduos buscavam em seus heróis, a inspiração necessária para alcançar
tal ideal, sendo este o que deu início, inclusive, à Paideia.

Jaeger ressalta também que não se pode imaginar uma educação e formação consciente fora
de uma classe privilegiada e que este adestramento como formação da personalidade humana
mediante o conselho constante e a direção espiritual é uma característica típica da nobreza de
todos os tempos e povos. Só esta classe, segundo o autor, pode aspirar à formação da
personalidade humana na sua totalidade, o que não se pode conseguir sem o cultivo consciente de
determinadas qualidades fundamentais, uma vez que a vida sedentária, a posse de bens e a tradição
possibilitam a transmissão das formas de vida de pais para filhos.

Esta obra é, portanto, bastante elucidativa e através da sua leitura é possível obter uma
perspectiva maior da realidade grega. A acadêmicos de Letras e Filosofia, ou ainda qualquer
pessoa a qual o assunto interesse, pode ser de tamanho acréscimo, o que incutirá ao leitor a
possibilidade de comparação entre o ideal de formação da Grécia Antiga e o sistema educacional
atualmente em voga no ocidente e constatar que, embora haja alguns resquícios do ideal grego, a
concepção de educação no ocidente passou por drásticas mudanças desde a moral heroica da era
de Homero.

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