Você está na página 1de 4

Atividade Online – AO 01

Curso: Administração
Professor(a): Dr. Rosivaldo Pereira de Almeida
Nome da disciplina: História da Educação Brasileira
Discente: ALINE DE BRITO ARRUDA SOUSA

Produção de Uma resenha


Na produção dessa resenha é necessário que você escreva sobre a Paideia: a importância da
filosofia para a educação no projeto educacional do mundo antigo.
 Faça a leitura das obras indicadas Filosofia e Educação, de Ildeu de Moreira Coelho e
Paideia: A formação do homem grego, de Werner Jaeger. Também relacionar com o Vídeo
indicado Paideia: O ideal de formação na Grécia clássica.
 Assista o vídeo Paideia: O ideal de formação na Grécia clássica relacionando-o com o
texto.

Assim, de posse dessas informações e com esse suporte teórico será então realizada a produção
de uma resenha com o intuito de apresentar a “Paideia”, tendo como função escrever sobre a
importância da filosofia para a educação no projeto educacional do mundo antigo.

Observação: Nesta atividade a avaliação está direcionada sobre alguns aspectos, são eles: a.
Rigorosidade da construção textual dentro das normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas); b. Clareza nas informações apresentadas compondo informações que
descrevam a educação na Antiguidade. c. Texto construído com uma introdução, desenvolvimento
e com as considerações finais fechando a resenha. d. elaboração de uma resenha com no
máximo duas laudas.

Texto – Resenha

Valor: 3,0 pontos

Paideia: a importância da filosofia para a educação no projeto educacional do


mundo antigo.

Paideia se trata das heranças que nos foi deixado pelo mundo grego. O filólogo
alemão Werner Jaeger busca através de uma de suas mais importantes obras, transpor a
formação do Homem grego no tocante aos ideais helênicos. O autor retrata o tema com
meticulosidade, condensando-o em um único, porém extenso, volume.
Sua obra busca, em suas partes iniciais, elucidar alguns conceitos considerados
essenciais para compreender melhor, através da ótica grega, os atributos da formação do
homem helênico, tais como os de Paideia, Nobreza e Arete. Através de estudos feitos
sobre os ideais de educação da Grécia Antiga, Jaeger analisou a interação entre o
processo histórico de formação do homem grego e o processo espiritual, pelo qual estes
elaboraram seu ideal de humanidade.
Paideia é um processo de educação em sua forma verdadeira e genuinamente
humana, transmitida entre gerações, o que lhe confere certa perenidade, tal como os
gregos a concebem. É um ensinamento do corpo e da mente, uma formação geral que se
prolonga por toda a vida, cuja tarefa é constituir o homem como Homem. É curioso
observar que Jaeger faz o uso deliberado da letra inicial maiúscula da palavra “homem”
para designar o ideal de constituição e educação da Hélade que, através de uma
formação moral, física, poética e teológica busca elevar o homem grego a um patamar
sublime, não somente de cidadão, mas de Homem em sua forma exemplar. Esta
formação, denominada “humanismo”, é a educação do Homem de acordo com a
verdadeira forma humana, com o seu autêntico ser e nela se inspiraram os educadores
gregos, bem como os poetas, artistas e filósofos.
O autor descreve, ao fato de que seria insensato redimir toda uma cultura a um
olhar minimamente eurocêntrico, e é por isso que, ao introduzir o conceito explanado
acima, preocupa-se em esclarecer que, embora existam termos possivelmente análogos
como civilização, literatura, educação e tradição, é importante compreender que Paideia
engloba todos estes conceitos em um único, expressando estes aspectos de maneira
mais profunda em sua sociedade.
É através desse ideal paidêutico, que os gregos buscam atingir, em suas
particularidades, a Arete, palavra que designa ao ato de ser o melhor naquilo que se faz.
Há aqui, novamente, a preocupação do autor para com o vocábulo equivalente ao grego.
Embora Arete possa ser traduzida como virtude, esta não necessariamente está
relacionada ao sentido moral da palavra, mas sim ao de excelência, à de mais elevada
perfeição, à harmonia do ser. Tal primazia, entretanto, só pode ser atestada através da
vivência e reconhecimento perante membros da sociedade, uma vez que o arquétipo de
nobreza para o homem grego está marcadamente relacionado à política.
No que se diz a respeito de Arete, as obras de Homero (Ilíada e Odisseia), além de
terem sido a primeira forma de preparação da mente de crianças e adultos, foram
também, verdadeiras musas, uma vez que os indivíduos buscavam em seus heróis, a
inspiração necessária para alcançar tal ideal, sendo este o que deu início, inclusive, à
Paideia.
Jaeger ressalta também que não se pode imaginar uma educação e formação
consciente fora de uma classe privilegiada e que este adestramento como formação da
personalidade humana mediante o conselho constante e a direção espiritual é uma
característica típica da nobreza de todos os tempos e povos. Só esta classe, segundo o
autor, pode aspirar à formação da personalidade humana na sua totalidade, o que não se
pode conseguir sem o cultivo consciente de determinadas qualidades fundamentais, uma
vez que a vida sedentária, a posse de bens e a tradição possibilitam a transmissão das
formas de vida de pais para filhos.
Esta obra é, portanto, bastante elucidativa e através da sua leitura é possível obter
uma perspectiva maior da realidade grega. A possibilidade de comparação entre o ideal
de formação da Grécia Antiga e o sistema educacional atualmente em voga no ocidente e
constatar que, embora haja alguns resquícios do ideal grego, a concepção de educação
no ocidente passou por drásticas mudanças desde a moral heroica da era de Homero.
Coelho ao retratar a filosofia e a educação, mostrando a concepção de educação a
que nos referimos está associada ao sentido amplo, ao sentido de formação humana,
concernente à concepção clássica de educação grega.
Nesse sentido o Homem, como um ser do mundo, cria hábitos, práticas e crenças,
e, através da sua relação com os outros e com a natureza, inventa a cultura. O ensinar e o
aprender são inerentes à cultura, que se constitui no processo de transformação do
homem e da natureza, de questionamento e sentido das ações, da compreensão da
racionalidade e da verdade. Desse modo, as relações culturais e educativas constituem a
educação no sentido de formação de seres humanos, sujeitos coletivos, autônomos,
emancipados e livres.
Ao se constituir na Grécia Antiga, a filosofia, desenvolve nos jovens, nos que
constituem a pólis, o autocontrole e a capacidade de atenção ao ser, busca na pólis e na
vida particular a virtude e a excelência a areté. O autor mostra que desde a Antiguidade,
passando pela formação do homem grego, do início da educação erudita até a cultura
moderna, pode-se perceber que houve avanços e rupturas, quando se trata do processo
de formação humana. O sistema de educação da Grécia Antiga, a Paideia, objetivava a
formação de um cidadão completo e essa ideia pode retratar nossa tradição pedagógica
ocidental. Os vínculos entre polis e Paideia eram muito fortes e estreitos para que
pudessem ser banalizados sob a ótica da transmissão de conhecimentos e informações
ou de qualquer outra instrumentalidade na esfera do privado, dos interesses, do poder e
do dinheiro.
O autor mostra que a Educação não é algo que se acrescenta ao indivíduo, a sua
existência, de fora para dentro, mas sim um convite à liberdade. A Paideia parte do
reconhecimento de que é governada por normas e leis que extrapolam a subjetividade. A
formação deve ser proporcionada para ajudar os humanos a compreender o ser.
E atualmente muitos alunos e professore se sentem incapazes de apreender os
sentido do que fazem e leem, sendo necessário refletir filosoficamente, considerando as
possibilidades e contradições existentes no processo de formação, pois a filosofia da
educação não se confunde com o desenvolvimento e a difusão de teorias sobre a
educação. Pois a filosofia questiona a educação, interroga e contesta igualmente a
redução da educação da escola, dos questionamento sobre o modismo e dogmatismo de
uma ordem.
Devemos sempre interrogar a relação das ciências, cultura, educação, formação de
professores com as estruturas de poder, classe social e hegemonia, presentes na
sociedade. Assim, será possível explorar as contradições existentes nesse momento
histórico e tensionar pela transformação e superação da realidade existente. Portanto, à
luz do pensamento de Ildeu Coêlho, refletimos sobre a necessidade de se pensar em
educação, em formação humana, no sentido do desenvolvimento das potencialidades, da
formação de cidadãos autônomos, críticos e livres.

Você também pode gostar