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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CAMPUS XI – SÃO MIGUEL DO GUAMÁ


LICENCIATURA PLENA EM FILOSOFIA -
DOCENTE: REGINA NERI

Antonia Gorete Damasceno Sousa

A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA GREGA E MEDIEVAL PARA A


EDUCAÇÃO

Atividade apresentada como requisito


avaliativo na disciplina Filosofia da
educação no Curso de Licenciatura Plena
em filosofia, ministrada pela Professora
Regina Neri

São Miguel do Guamá-PA


Janeiro/2022
A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os
filósofos gregos, em busca da virtude humana, foram os que foram os que deram início
às discussões sobre a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Pode-se dizer que a
filosofia da educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido
no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento
perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que
busca a perfeição. Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da
educação da segunda metade do séc. XX tematiza o contraste entre cultura científica e
cultura humanística. A diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de um
lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e ontológico.

A filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas


dúvidas, contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se
importante retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de
professores, para que os futuros profissionais da educação possam atribuir novos
significados as práticas docentes. Na medida em que há uma racionalidade que não pode
mais simplesmente explicitar o modelo de ensino idealizado ou lógico de filosofia,
introduz-se a possibilidade de reconduzir as propostas pedagógicas a partir do
reconhecimento intersubjetivo e hermenêutico de conjugação entre a filosofia e a prática
educativa.

Acredita-se que a filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e,


assim, despertar o senso crítico e, consequentemente auxiliar a construir uma nova visão
de sociedade, onde, pressupõe-se que a educação é a principal responsável pelas
transformações da mesma. A contribuição de Aristóteles para a educação, na academia,
a finalidade era alcançar a sabedoria. Ele acreditava que educar para a virtude era
também um modo de educar para viver bem, e isso queria dizer, entre outras coisas,
viver uma vida prazerosa. No mundo atual nem sempre se vê compatibilidade entre a
virtude e o prazer.
Sócrates é considerado um dos filósofos gregos que deu importante
contribuição para a educação ocidental. Desenvolveu um método prático baseado no
diálogo e no questionamento e que tem a razão como seu fundamento principal.
Sócrates, com a sua tese de que o princípio da sabedoria é a ignorância, tinha objetivo
com este pensamento de fazer as pessoas estudarem mais. Porque se elas acreditam
saber tudo, não vão estudar, já acreditam saber que é preciso, ao passo que, se acharem
que ainda tem muita coisa a se aprender, podem buscar isso.

A educação integral da Grécia antiga, pautada numa busca pela formação de


sábios, aqueles que unem informação, inteligência lógico-sistemática, experiencia,
emoções equilibradas e virtudes morais, foi comprovadamente eficiente, uma vez que
aquela civilização deixou muito do que se tem de positivo hoje na filosofia, na ciência e
nas artes.

Platão foi um dos grandes pensadores da Grécia Antiga e sua teoria deixou
contribuições no campo da educação, da ética e da política. Segundo ele a educação, a
política e a ética constituíam os três pilares básicos para a formação integral do homem
grego. Acreditava que era preciso qualificar os indivíduos como meio para uma
sociedade política e eticamente justa, composta de homens virtuosos capazes de
dominar suas paixões e, consequentemente, cidadãos ativos com capacidade de
argumentação e retórica. Considerava a educação a mais nobre das ciências e outorgava
ao ideal educacional a condição de bem supremo da vida e tinha como objetivo último á
formação de cidadãos virtuosos. A questão da educação e sua relação com a virtude
estão presentes em muitos diálogos platônicos, evidenciando sua preocupação com a
formação do cidadão político enquanto embrião do estado justo.

os pensadores medievais pensaram os problemas sobre a educação a partir


de sua compreensão sobre o que é o homem, se é composto de alma e corpo ou não,
sobre o que ele pode conhecer e quem pode lhes transmitir ciência, sendo influenciado
fortemente pela perspectiva e o embate que tanto ganhou força neste período histórico, a
saber, a relação entre fé e razão, ou ainda, sobre aspectos que envolvem a Filosofia e a
Teologia.
No período medieval a educação era desenvolvida em estreita simbiose com
a igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas que –enquanto acolhiam os
oratores – os especialistas da palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e
dos laboratores- eram as únicas delegadas- com as corporações no plano profissional- a
educar. A formar, a conformar.

Da igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação,


organizavam-se as instituições ad hoc e programava-se as intervenções. Como também
nela se discutiam tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo,
práticas e modelos para as classes altas, uma vez que era típico também da Idade média
o dualismo social das teorias e das práxis educativas, como tinha sido no mundo antigo.

Também a escola é um produto da Idade Média. A sua estrutura ligada à


presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências e que
deve responder pela sua atividade à igreja ou a outro poder –seja ele local ou não-; as
suas práticas ligadas à lectio e aos auctores, a discursão, ao exercício, ao comentário, a
arguição etc.; as suas práxis disciplinares –prêmios e castigos- avaliativas vem daquela
época e da organização dos estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo
nas universidades.

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