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QUELIMANE
Trabalho de Psicopedagogia
11ª Classe
Grupo C / Turma A
5º Grupo
Discentes:
Haylton
Adilia
Wagner
Adil
Caio
Dino
Rossinda
Iracema
Docente:
Dra. Cátia
Introdução ....................................................................................................................................... 3
Conclusão...................................................................................................................................... 13
Desde a Grécia Antiga até os dias actuais, a pedagogia tem sido um campo de estudo e reflexão
sobre como transmitir conhecimento e valores, formar cidadãos críticos e prepará-los para os
desafios da vida. Através da análise das diferentes correntes pedagógicas que surgiram ao longo
da história, é possível perceber como as concepções de educação e de ensino mudaram, adaptaram-
se e transformaram-se ao longo do tempo.
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História da Pedagogia
Em primeiro lugar, é necessário falar sobre a pedagogia na Grécia Antiga e na Roma Antiga, que
influenciaram profundamente a educação e o pensamento pedagógico ocidental. Em seguida, deve-
se explorar o período da Idade Média, em que a educação era dominada pela Igreja Católica.
Por fim, é importante abordar a Pedagogia Histórico-Crítica, que propõe uma visão crítica da
história da educação e busca transformar a sociedade por meio da educação. Além disso, é
necessário falar sobre as tendências actuais da Pedagogia, como a utilização da tecnologia e a
interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem.
Na Grécia Antiga, a educação era vista como um meio para formar cidadãos virtuosos e
responsáveis, com habilidades cognitivas desenvolvidas e capazes de exercer cargos políticos e de
liderança.
A Pedagogia na Grécia Antiga era dominada por filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles,
que propunham diferentes abordagens pedagógicas. Sócrates, por exemplo, defendia a ideia de que
a educação deveria ser um processo de questionamento e diálogo, em que o aluno é levado a
reflectir sobre as suas próprias ideias e opiniões. Já Platão acreditava que a educação deveria
formar governantes sábios e justos, capazes de governar de forma virtuosa e ética. Aristóteles, por
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sua vez, propunha uma educação que visava desenvolver a razão e as habilidades cognitivas dos
alunos, com ênfase na observação e na experimentação.
Durante o período da Roma Antiga, a educação era vista como um meio para formar cidadãos
capazes de exercer seus deveres civis e políticos. Os romanos acreditavam que a educação era
essencial para garantir a estabilidade da sociedade e a manutenção do poder do Estado.
A educação romana era voltada principalmente para a elite e era dividida em duas fases: a educação
primária e a educação secundária. A educação primária era ministrada pela família ou por
professores particulares e incluía o ensino da leitura, escrita e aritmética. A educação secundária
era oferecida pelas escolas públicas ou por escolas privadas e incluía disciplinas como retórica,
literatura, filosofia e direito.
O pensamento pedagógico romano tinha como base a ideia de que a educação deveria ser prática
e voltada para a vida em sociedade. O educador romano Quintiliano defendia que o objectivo da
educação era formar indivíduos capazes de exercerem suas funções na sociedade com excelência,
e que a educação deveria ser adaptada às necessidades e características individuais de cada aluno.
É importante destacar que a Pedagogia na Roma Antiga teve uma grande influência na educação
ocidental, principalmente no que diz respeito à importância da educação para a formação de
cidadãos conscientes e responsáveis.
Este período é marcado por uma forte influência da Igreja Católica na educação e no pensamento
pedagógico. Durante a Idade Média, a educação era vista como um meio para alcançar a salvação
e a vida eterna, e era voltada principalmente para a formação religiosa e moral dos indivíduos. A
Igreja Católica tinha um papel central na educação, controlando a escolarização e o acesso ao
conhecimento.
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Os mosteiros eram importantes centros de educação durante a Idade Média, e os monges eram os
principais educadores. Eles ensinavam leitura, escrita e aritmética, além de latim e estudos
religiosos. As escolas episcopais e catedrais também surgiram nesse período, oferecendo educação
para a elite e para futuros clérigos.
A escolástica foi uma corrente filosófica que surgiu durante a Idade Média e teve grande influência
na educação. Os escolásticos buscavam conciliar a filosofia aristotélica com a doutrina cristã, e
defendiam que a razão e a fé eram complementares. A escolástica valorizava a argumentação e o
debate, e teve um papel importante na formação de pensadores e líderes religiosos.
Um dos principais nomes da Pedagogia na Idade Média foi São Tomás de Aquino, que defendia a
ideia de que a razão e a fé eram complementares e que a educação deveria visar a formação integral
do indivíduo. Ele propunha um ensino que contemplasse o estudo da filosofia, da teologia e das
ciências naturais, além das habilidades cognitivas e morais. E Santo Agostinho, que escreveu
diversas obras sobre a educação e a formação moral. Entre suas principais obras estão "Confissões"
e "De Magistro", que tratam de questões pedagógicas e teológicas.
No entanto, é importante ressaltar que a Pedagogia na Idade Média foi bastante restrita e limitada,
com um foco excessivo na religião e pouco espaço para o pensamento crítico e científico. Mas, a
pedagogia medieval teve uma grande influência na educação ocidental, e muitos dos princípios e
valores defendidos durante esse período ainda são valorizados actualmente. A ênfase na formação
moral, a valorização do debate e da argumentação, e a busca pela conciliação entre a razão e a fé
são algumas das heranças da pedagogia medieval que ainda estão presentes na educação
contemporânea.
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de desenvolver a mente e a moralidade. Eles acreditavam que a educação deveria ser voltada para
o indivíduo e sua formação integral, e não apenas para a formação religiosa ou para a elite.
Uma das figuras mais importantes desse período foi o italiano Giovanni Pico della Mirandola, que
escreveu o famoso discurso "A Dignidade do Homem". Nele, Pico defende a ideia de que o homem
é livre para escolher seu destino e seu conhecimento, e que a educação é um meio de alcançar a
excelência humana.
Outro importante pensador do Renascimento foi o suíço João Calvino, que defendia a educação
como um meio de formar cidadãos virtuosos e responsáveis. Ele acreditava que a educação deveria
ser baseada na Bíblia e que os alunos deveriam ser educados na fé cristã e nas virtudes necessárias
para viver em sociedade.
A pedagogia humanista valorizava o estudo da natureza, da cultura e das artes, e acreditava que a
educação deveria ser centrada no aluno e em seus interesses. Esse movimento influenciou
fortemente a educação europeia nos séculos seguintes e seus princípios ainda são valorizados
actualmente.
A Reforma Protestante, iniciada no século XVI, trouxe grandes transformações para a educação.
Os reformadores defendiam que a Bíblia deveria ser a base da educação e que todos os cristãos
deveriam ter acesso à leitura e interpretação da Palavra de Deus.
Um dos principais nomes desse período foi Martinho Lutero, que defendia a criação de escolas
públicas e gratuitas para todos, tanto meninos quanto meninas. Ele acreditava que a educação era
essencial para que os indivíduos pudessem compreender a Palavra de Deus e se tornarem cidadãos
responsáveis.
Outro importante nome da Reforma Protestante foi João Amós Comenius, que defendia a educação
universal e o uso de métodos pedagógicos mais eficientes, como a educação por imagens e a
utilização de materiais didácticos concretos. Comenius também defendia a ideia de que a educação
deveria ser voltada para a formação moral e religiosa dos indivíduos.
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A pedagogia da Reforma Protestante valorizava a educação como forma de transformação social
e de formação de indivíduos responsáveis e virtuosos. Seus ideais influenciaram profundamente a
educação em toda a Europa e foram um importante marco na história da pedagogia.
Pedagogia no Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que teve seu auge no século XVIII, na Europa. Esse
movimento pregava a razão como instrumento para a compreensão da realidade, e teve grande
influência sobre a educação da época.
Na pedagogia iluminista, a razão era vista como a base da educação, e o conhecimento era
valorizado como um meio para a emancipação individual e para a formação de cidadãos críticos e
conscientes. Os iluministas acreditavam que a educação deveria ser voltada para a formação de
indivíduos capazes de pensar por si mesmos, sem depender de dogmas e superstições.
Um dos principais nomes desse período foi Jean-Jacques Rousseau, que defendia a ideia de que a
educação deveria ser voltada para o desenvolvimento natural da criança, e não para moldá-la
segundo padrões pré-estabelecidos. Ele acreditava que a educação deveria respeitar as etapas do
desenvolvimento infantil e incentivar a curiosidade e a criatividade das crianças.
Outro importante nome da pedagogia iluminista foi Johann Heinrich Pestalozzi, que desenvolveu
um método de ensino baseado na observação e na experimentação. Ele acreditava que a educação
deveria ser voltada para a formação integral do indivíduo, envolvendo não só o conhecimento
intelectual, mas também a formação moral e social.
A pedagogia iluminista teve grande influência sobre a educação em toda a Europa, e seus ideais
ainda são importantes na formação dos sistemas educacionais contemporâneos.
Durante o século XIX, a pedagogia passou por um período de intensas mudanças e debates. Nesse
período, surgiram diversas correntes pedagógicas que buscavam reformar a educação de acordo
com suas próprias ideias e concepções.
Entre as correntes pedagógicas mais importantes desse período, podemos destacar o positivismo,
o naturalismo e o idealismo.
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O positivismo, liderado por Auguste Comte, pregava a valorização da ciência e da razão como
instrumentos para a compreensão da realidade. Na educação, o positivismo defendia a ideia de que
o conhecimento científico deveria ser a base da formação dos indivíduos, visando a formação de
cidadãos capazes de contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
O naturalismo, por sua vez, enfatizava a importância do meio ambiente na formação das pessoas.
Essa corrente pedagógica defendia que a educação deveria ser voltada para o desenvolvimento
natural das crianças, de forma que elas pudessem aprender a partir da própria experiência, do
contacto com a natureza e das relações sociais.
Já o idealismo pregava a importância dos valores éticos e morais na educação, visando a formação
de indivíduos conscientes e críticos. Essa corrente defendia que a educação deveria ser voltada
para a formação de pessoas capazes de pensar por si mesmas, de forma que pudessem contribuir
para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Entre os principais nomes desse período, podemos destacar Johann Friedrich Herbart, que
desenvolveu uma teoria da educação baseada na psicologia e na moralidade, e Friedrich Wilhelm
August Fröbel, que criou o conceito de jardim de infância e defendia a importância da educação
infantil.
Essas correntes pedagógicas do século XIX tiveram grande impacto na educação em todo o mundo,
influenciando não só os sistemas educacionais, mas também a cultura e a sociedade de forma geral.
No final do século XIX e início do século XX, surgiram novas correntes pedagógicas que
buscavam uma reforma mais profunda no sistema educacional, com foco no desenvolvimento
integral do indivíduo e na sua formação crítica e reflexiva.
A Escola Nova foi uma dessas correntes, que surgiu na Europa e se espalhou pelo mundo. Defendia
a ideia de que a educação deveria ser voltada para as necessidades e interesses dos alunos, levando
em conta sua idade, seus conhecimentos prévios e suas experiências.
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Já a Pedagogia Crítica, surgida na década de 1960, criticava a educação tradicional e defendia a
necessidade de transformar a sociedade através da educação. Essa corrente valorizava a reflexão
crítica sobre a realidade social, política e económica, buscando a formação de indivíduos capazes
de actuar de forma transformadora na sociedade.
Entre os principais nomes da Escola Nova, destacam-se John Dewey, Maria Montessori e Célestin
Freinet. Já na Pedagogia Crítica, Paulo Freire é um dos principais representantes.
Ambas as correntes tiveram grande influência na educação em todo o mundo, contribuindo para a
formação de um modelo educacional mais democrático, participativo e crítico.
Pedagogia Histórico-Crítica
Essa corrente pedagógica se baseia na teoria histórico-crítica de Karl Marx, que entende a
educação como um processo de reprodução das relações sociais existentes na sociedade. Assim, a
Pedagogia Histórico-Crítica busca romper com a reprodução das desigualdades sociais e contribuir
para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Para a Pedagogia Histórico-Crítica, a educação não deve ser vista como um processo neutro, mas
sim como uma prática política e social. Nesse sentido, ela propõe a valorização da cultura popular,
a crítica aos conteúdos dominantes e a formação de sujeitos críticos e reflexivos.
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A Pedagogia Histórico-Crítica tem sido aplicada em diversas áreas da educação, como na
formação de professores, na educação infantil, no ensino fundamental e médio, na educação de
jovens e adultos, entre outras.
Com o avanço da tecnologia, a educação tem passado por diversas transformações ao longo do
século XXI. O uso de tecnologias digitais na sala de aula tem se mostrado uma prática cada vez
mais comum, possibilitando novas formas de aprendizagem e de interacção entre alunos e
professores.
A tecnologia pode ser uma ferramenta importante para a democratização do acesso à educação,
bem como para a personalização do processo de aprendizagem, permitindo que cada aluno
desenvolva suas habilidades e competências de forma individualizada.
Por isso, é fundamental que os educadores estejam preparados para lidar com as tecnologias em
sala de aula, utilizando-as de forma consciente e pedagogicamente fundamentada, e contribuindo
para a formação de sujeitos críticos e reflexivos em relação à tecnologia e sua influência na
sociedade.
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Dentre essas tendências, podemos citar a pedagogia crítica, que busca questionar as relações de
poder presentes na educação e na sociedade, e a pedagogia de projectos, que propõe a
aprendizagem por meio da realização de actividades práticas e contextualizadas.
Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante na educação,
possibilitando novas formas de aprendizagem, comunicação e colaboração entre alunos e
professores.
No entanto, é importante lembrar que as tendências da pedagogia não devem ser encaradas como
modismos ou soluções únicas para os desafios da educação. Cada abordagem ou metodologia deve
ser analisada e aplicada de forma consciente e crítica, considerando as especificidades de cada
contexto educacional e as necessidades de cada aluno.
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Conclusão
No entanto, é importante destacar que a pedagogia não é uma ciência exacta e acabada, mas sim
um campo em constante transformação e evolução, que deve estar sempre atento às mudanças e
desafios do mundo contemporâneo.
Nesse sentido, as tendências actuais da pedagogia reflectem a busca por uma educação mais
inclusiva, significativa e conectada com a realidade do mundo contemporâneo, valorizando a
autonomia e a capacidade dos alunos em construir seu próprio conhecimento.
Por fim, podemos concluir que a história da pedagogia é fundamental para entendermos a educação
e sua importância na sociedade, bem como para reflectirmos sobre os desafios e as possibilidades
da educação no mundo contemporâneo.
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Referências Bibliográficas
GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 2009.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia em foco: das teorias da educação às práticas pedagógicas. São
Paulo: Editora Cortez, 2014.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Editora Cortez, 2013.
MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus Editora,
2017.
MORAN, José Manuel. Mudando a educação com metodologias activas. Porto Alegre: Penso,
2015.
PRETTO, Nelson De Luca. A educação digital e os desafios contemporâneos. São Paulo: Editora
UNESP, 2013.
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