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METODOLOGIA
DO ENSINO
SUPERIOR
CONTEÚDO DO LIVRO
Nerice (1993) considera didática como o estudo dos recursos técnicos que têm em mira dirigir a
aprendizagem do educando, tendo em vista levá-lo a atingir um estado de maturidade que lhe
permita encontrar-se com a realidade e na mesma poder atuar de maneira consciente, eficiente e
responsável.
Para Libâneo (1994) a didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no qual os
objetivos, os conteúdos, os métodos e as formas de organização da aula se combinam entre si, de
modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela
ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-
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METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR
sujeito e objeto, não enfatizando nenhum polo desta relação, como acontece na abordagem
comportamentalista, que enfatiza o objeto, e na humanista, que enfatiza o sujeito.
A abordagem sociocultural enfatiza os aspectos socioculturais que envolvem o processo de
aprendizagem. Assim como o construtivismo, esta abordagem pode ser considerada interacionista.
No entanto, confere ênfase especial ao sujeito como elaborador e criador do conhecimento. O ser
humano torna-se efetivamente um “ser sujeito” à medida que, integrado ao seu contexto, reflete
sobre ele e toma consciência de sua historicidade. Os educandos tornam-se sujeitos de um processo
em que crescem juntos.
https://www.youtube.com/watch?v=SpbCJv61ufM
TIPOS DE PROFESSORES
https://www.youtube.com/watch?v=O37sNe3Svfs
Libâneo (1994) fala que entre os vários tipos de professores, três estilos se destacam:
8. Detém conhecimento teórico. Ele apresenta não apenas amplo domínio do conteúdo da
disciplina, mas também dos resultados pretendidos pela escola e pela sociedade.
9. Possui a sabedoria das ruas. Ele possui aqueles conhecimentos sociais derivados da
experiência do dia-a-dia. Conhece os estudantes, a escola e a comunidade em que leciona
e utiliza esses conhecimentos para solucionar problemas no cenário educativo.
10. Tem muita capacidade intelectual. Ele é metacognitivo, estratégico, reflexivo,
comunicativo e responsivo.
As mudanças verificadas no Ensino Superior requerem hoje um professor com características
muito diferentes daquelas que foram reconhecidas como importantes no passado.
específicos em mente. Mas, de qualquer forma, eles podem ser compreendidos como pontos que
marcam a concretização de algum esforço, ambição ou realização.
A formulação de objetivos é fundamental em qualquer atividade educacional, constituindo, na
maioria das vezes, atividade prévia. O educador precisa conhecer a meta que dará sentido aos
seus esforços, já que não é possível selecionar o caminho mais adequado quando não se sabe
onde se quer chegar. Definir os objetivos significa, portanto, definir o que se espera dos
estudantes. Muitos professores indagam-se acerca do que farão em aula, mas deveriam
preferencialmente perguntar acerca dos resultados que seus alunos devem atingir ao longo do
curso.
Formular objetivos adequados aos propósitos do Ensino Superior nem sempre constitui tarefa
fácil. Muitos professores, pressionados pelos coordenadores de curso, elaboram seus planos com
objetivos que, apesar de planejados de acordo com procedimentos técnicos, não se aplicam
efetivamente ao ensino que irão ministrar. Requer-se, portanto, a observação de alguns critérios.
1. Os objetivos devem se orientar para o que o estudante será capaz de fazer e não para o que o
professor ensina. UPara assegurar que o objetivo esteja centrado noestudante, sugere-se que
sejam iniciados com a fórmula: "O estudante será capaz de ..."
2. Os objetivos devem fornecer uma descrição dos resultados de aprendizagem desejados, ou
seja, devem refletir o que o estudante estará apto a fazer não apenas durante o curso, mas,
sobretudo, ao seu final.
3. Os objetivos precisam ser claros e precisos, ou seja, explícito. Assim os objetivos devem ser
elaborados de forma tal que permitam a descrição do que o estudante estará apto a fazer em
consequência da instrução recebida.
4. Os objetivos devem ser facilmente compreendidos. Tanto alunos quanto outras pessoas que
não disponham de maiores conhecimentos acerca do conteúdo das disciplinas devem ser
capazes de entender o significado dos objetivos.
5. Os objetivos devem ser relevantes para os propósitos da aprendizagem. Sua seleção requer a
consideração da importância do comportamento correspondente para os propósitos da
disciplina.
6. Os objetivos devem ser realizáveis, alcançáveis.
Esta forma de encarar os conteúdos está mudando. Como as autoridades educacionais não
definem mais currículos mínimos, mas apenas diretrizes curriculares, os professores são
solicitados a fazer mais do que distribuir no tempo disponível todo o conteúdo a ser desenvolvido.
Algumas das principais questões propostas aos professores na seleção e na organização dos
conteúdos são:
• Em que medida os conteúdos contribuem para o avanço pessoal e social dos estudantes?
A seleção e a organização dos conteúdos constituem, portanto, atividades que exigem muito
conhecimento do assunto e do grupo de estudantes para os quais será ministrado e, sobretudo,
muita segurança em relação ao que será ministrado no contexto da disciplina.
Dentre os critérios para a seleção de conteúdos Gil (2009) elenca:
1. Vinculação aos objetivos;
2. Validade;
3. Significância;
4. Utilidade;
5. Flexibilidade;
6. Adequação à diversidade dos estudantes;
7. Adequação ao tempo.
Estratégias para uma aprendizagem eficaz: aulas expositivas, discussões em classe, utilizando
problemas, atividades fora de sala de aula, os recursos tecnológicos
As aulas expositivas ou numa maneira bem mais generalizada de dizer, “a preleção verbal”,
constitui-se no mais antigo e mais utilizado método de ensino, quer seja nas universidades ou no
ensino fundamental. Nas empresas, a exposição é utilizada sob a forma de palestra, nas
campanhas políticas, sob a forma de discurso e nas igrejas, sob a forma do sermão. Ela sobreviveu
até mesmo à difusão das tecnologias.
Dentre os fatores que explicam a ampla utilização da exposição no Ensino Superior e
também nos outros níveis de ensino, estão:
a) Economia
b) Flexibilidade
c) Versatilidade
d) Rapidez
e) Ênfase no conteúdo
• Permite a comunicação de experiências e observações pessoais que não são possíveis por
outros meios;
• É útil para a apresentação de conteúdos que ainda não estão disponíveis nos livros;
• Favorece o controle do professor em relação ao conteúdo, sequência e duração da
apresentação;
• Não é ameaçadora para o estudante, já que não exige sua manifestação (GIL, 2009).
Por outro lado, também tem suas limitações:
São inegáveis os benefícios proporcionados pela exposição. Pode-se até mesmo afirmar que as
razões para sua não utilização têm mais a ver com a visão educação do professor ou com a pouca
experiência na adoção dessa estratégia do que com qualquer limitação inerente à discussão. Mas
isso não significa que a discussão possa ser utilizada indiscriminadamente. Ela não pode ser
entendida como um “método para ensinar tudo a todos”.
A aprendizagem baseada em problemas (ABP) é uma estratégia em que os estudantes trabalham
com o objetivo de solucionar um problema. Trata-se, portanto, de uma estratégia de ensino
centrada no estudante, que deixa o papel de receptor passivo e assume o de agente e principal
responsável pelo seu aprendizado. Na ABP os professores não atuam da maneira tradicional, mas
como facilitadores do trabalho dos estudantes, auxiliando-os, por exemplo, com a indicação de
recursos didáticos úteis para cada situação.
AVALIANDO A APRENDIZAGEM
O maior problema das avaliações no Ensino Superior está no fato de que normalmente ela envolve
sérias consequências para quem está sendo avaliado. As notas que o estudante recebe não apenas
determinarão se ele será aprovado ou reprovado. Elas poderão afetar sua auto-estima, influenciar
sua motivação pelos estudos, reforçar o interesse pelo abandono do curso, guiá-lo na escolha do
campo de sua especialização, afetar seus planos de estudo de pós-graduação e até mesmo
influenciar o desenvolvimento de sua carreira.
Por outro lado, ela é importante: é um elemento necessário para que o direito de aprender efetive-
se da melhor maneira possível. Ela faz parte da vida e da lógica humana.
Acreditamos que a docência no Ensino Superior requer um profissional que, mediante habilidosa
combinação de suas habilidades com as expectativas dos estudantes e as exigências do ambiente,
seja capaz de garantir um aprendizado agradável e eficiente.
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