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A educação, modelo presente desde o início da da humanidade, é sem

sombra de dúvidas um dos mais importantes campos de estudo, sua forte presença
histórica transcende padrões pragmáticos e metodológicos, sendo o meio pelo qual
uma sociedade se estabelece e se transforma. Quando tratamos a essência do
termo educação, devemos ter em mente que primordialmente, o processo
educacional não se passa apenas em práticas pedagógicas e estudos sistemáticos,
mas pela vivência cotidiana. Dentro do estudo da história da educação,
conseguimos vislumbrar diversas culturas com essa forte tendência de educação
pautada no exemplo, na correção comunitária ou familiar, e só então após uma
certa idade, algumas sociedades, direcionaram àqueles que estavam em formação
à um processo de âmbito metódico. Conseguimos também observar uma ideia de
educação integral, um exemplo é a Paideia, ideal de educação na grécia clássica
que observava todos os aspectos do discente, ministrando ensino artístico,
intelectual e físico. Mesmo com as particularidades culturais, é possível entrever a
grande necessidade de transmissão dos valores, ensinamentos e crenças, sendo os
métodos educacionais, sistemáticos ou não, o meio pelo qual a cultura se
fundamentava através das gerações.
Fazendo uma análise com um olhar temporal, conseguimos ver
historicamente o processo de evolução e as particularidades da educação em cada
período. Quando tratamos da educação na antiguidade, dividiremos nossa análise
entre os métodos gregos e romanos de educação, primeiramente o grego com as
fortes referências de Platão e Sócrates, dando ênfase no conhecimento como a luz
que ilumina a escuridão e trazendo métodos de questionamento como o caminho
para a verdade, Aristóteles que crendo fortemente na política como ciência mais
importante, também o método polis Ateniense que buscava integralidade na
educação, englobando todas as áreas do ser em sistemas de aprendizado e da
polis espartana com sua grande ênfase militar. Posteriormente o Romano, trazendo
uma divisão etária para cada época de aprendizado, passando dos pais à educação
política, até chegar à militar. Já na idade média, percebemos uma forte ênfase de
conciliação da fé com a razão, evocando a patrística por Agostinho de Hipona, como
fruto disso, a partir do século IX as reflexões filosóficas propiciaram a formação de
movimentos como o escolasticismo, humanismo, renascimento e posteriormente o
humanismo renascentista. Caminhando um pouco mais, já no início da idade
moderna chegamos em Lutero no século XVI, que via a necessidade de uma
reforma educacional que transformasse a atual visão católica romana de formação
intelectual para propagação de hegemonia religiosa, porém como resposta a atitude
de Lutero, a igreja católica convoca o Concílio de Trento e dentre as diversas
medidas tomadas, foi criada a Companhia de Jesus, liderada por Inácio de Loyola,
pela qual surgiria a forma educacional Ratio Studiorum nas bases medievais de
Trivium e Quadrivium. Dentro da modernidade, a transição do século XVI para o
século XVII nos apresenta Comenius definindo a didática como a arte de ensinar
tudo a todos, privilegiando a infância. No meio de todo esse enredo histórico
europeu, conseguimos vislumbrar no Brasil ainda no século XVI, a chegada dos
Jesuítas com o Padre Manoel de Nóbrega liderando a 1º missão, e com ele o
humanista método Ratio Studiorum, desenvolvendo a pedagogia, e sendo base nas
escolas e universidades construídas por eles, porém, em 1750, com D. Jose I
assumindo o trono Português, e o Marquês de Pombal sendo o primeiro ministro,
ocorreram uma série de mudanças no reino que influenciaram direta e
agressivamente nos projetos educacionais e sociais implementados pelos Jesuítas,
em 1759 por decreto, Pombal suspende as escolas jesuíticas de portugal e de todas
as colônias e implementação das aulas régias gratuitas de gramática latina, grego e
retórica, esse fato foi de grande perda, principalmente para o Brasil, com o
desmantelamento de todo aparato educacional que já funcionava para um que não
supria anterior o modelo jesuítico. Pontuando um pouco mais a frente, um grande
marco para a educação no Brasil se dá com a chegada da família real portuguesa
no Brasil, D. João VI abriu os portos e isso acarretou em mudanças nas diversas
áreas sociais do país, incluindo a área educacional, com criação de museus, do
jardim botânico, de diversos laboratórios e cursos na Bahia e Rio de Janeiro. Indo
um pouco mais a frente, se consolida um grande marco para o país e para a
educação, em 15 de novembro de 1889 acontece a Proclamação da República
Brasileira, fortemente influenciada pelos ideais positivistas de Augusto Comte, há
uma crescente nas escolas privadas elementares e profissionais, além de todo um
contexto envolto pelos princípios positivistas de ordem e progresso. Voltando a uma
visão mais global, falando em século XIX também chamado de século da pedagogia
e XX, temos o surgimento de influentes pensadores que acabaram exercendo
influência na educação, dentre eles, podemos destacar Pestalozzi, um dos pioneiros
na pedagogia moderna, Fichte apoiando em Kant, explicando com mais clareza o
pensamento filosófico, e Fröbel pedagogo alemão e fundador do jardim de infância,
Piaget com a definição de estágios do método de aprendizagem da infância até a
vida adulta, dentre vários que colaboraram grandemente para a evolução da
educação de forma global. Falando do contexto brasileiro já no século XX um
importante marco que determinou grande progresso na educação por meio de
debates, foi a criação a Associação Brasileira de Educação (ABE), que despertou
ainda no ano de 1920 algumas reformas no sistema de ensino de alguns estados.
Da década de 60 até o ano de ano de 1988, conseguimos pontuar marcos que
influenciaram de forma considerável a educação no país, como as leis de diretrizes
e bases da educação nacional trazendo grandes avanços, o mobral criado no
regime militar e os influentes pensamentos do Paulo Freire. progredimos até irmos
de encontro ao ano de 1988 onde foi promulgada a constituição de 88, trazendo na
esfera da educação a igualdade de acesso, liberdade no ensino, gratuidade nas
escolas públicas, gestão democrática, e valorização dos profissionais da educação.
finalmente chegando à aspectos mais recentes da nossa vivência educacional,
salientamos as PCN, dispostos pelo MEC na década de 90 trazendo uma formação
para a cidadania democrática e base única de ensino, sendo usada como plano de
fundo para criação da atual Base Nacional Curricular Comum, trazendo correlação
de conhecimentos e reafirmando a importância igualitária de todas competências.
Analisando toda a história da educação como essa linha dinâmica, porém
complementarista durante as épocas, conseguimos resgatar diversos pensamentos
e modelos antigos para a constante estruturação de novos métodos e adaptações
com a demanda exigida pela cultura, sem perder a qualidade, mas mantendo o bom
dinamismo e acima de tudo, a democracia e liberdade no ensino.

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