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DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ENSAIO TEMÁTICO
EDUCAÇÃO E EDUCADOR: UMA PESPECTIVA HISTÓRICA DE SEUS PAPÉIS
NOS PERÍODOS DA ANTIGUIDADE AO RENASCIMENTO
FEIRA DE SANTANA – BA
2022.2
ALEX MONTEIRO DA SILVA, WILLIAN FARIAS DE SOUZA
ENSAIO TEMÁTICO
EDUCAÇÃO E EDUCADOR: UMA PESPECTIVA HISTÓRICA DE SEUS
RESPECTIVOS PAPÉIS NOS PERÍODOS DA ANTIGUIDADE AO
RENASCIMENTO
FEIRA DE SANTANA – BA
2022.2
EDUCAÇÃO E EDUCADOR: UMA PESPECTIVA HISTÓRICA DE SEUS
RESPECTIVOS PAPÉIS NOS PERÍODOS DA ANTIGUIDADE AO
RENASCIMENTO
RESUMO:
Este ensaio tem como finalidade observar, analisar e discutir as concepções criadas quanto a
educação e a figura do educador no contexto social-histórico da Antiguidade Greco-Romana,
bem como nos contextos da Idade Média e do Renascimento. O texto traz consigo, à nível de
referência, paralelos e perspectivas quanto ao tema dadas por historiadores que produziram
obras debruçando-se sobre o assunto tratado, portanto, toda discussão presente neste ensaio
está pautada nas fontes históricas trazidas por esses autores. Busca-se que após a leitura deste
texto seja possível ao leitor o maior entendimento sobre quais valores operavam a educação
nas épocas supracitadas, levando assim, portanto, ao questionamento de qual papel ela exercia
naquele período e qual a função do educador neste processo. A importância de entendermos a
função que a educação exercia no passado é que este conhecimento leva à maior
entendimento do por quê a educação adquiriu o caráter que possui hoje em cada sociedade,
atingindo um panorama mais amplo quanto a noção de sociedade.
A educação existe em cada povo e entre povos que se encontram, possui ideias difundidas em
todas instituições sociais e contém o potencial de libertar ou aprisionar. (BRANDÃO, 1981)
Os ideais culturais definem como será dada esta educação, criando assim, uma correlação
inegável entre cultura e educação, tornando uma parte inerente da outra. O exercício da
educação não é sempre realizado do mesmo modo, mesmo que seja parte importante da vida
individual e social, neste exercício é observado diversas variações que condizem de acordo às
necessidades de cada sociedade a função para qual se propõe a educação.
Portanto, é necessário entender o caráter múltiplo e singular da educação, esse caráter se torna
necessário para educação para que ela possa atender as diversas necessidades
existentes(múltiplas), e para isso adquire características únicas(singulares) em determinado
tempo, local geográfico, situação histórica, cultura e etc. Para ratificar isso é possível
exemplificar que, para determinadas culturas e pessoas, certos tipos de conhecimento não lhes
pareçam útil porque não possui aplicações práticas no seu dia-a-dia, o que tornaria aquele
conhecimento inútil, o que por outros poderia ser visto como útil, para aquele ouvinte não
passa de uma perda de tempo.
E por isso que a prática da educação necessita de uma reflexão sistemática, onde observa-se
quais as necessidades que precisam ser atendidas e quais expectativas de objetivo desejam ser
alcançadas, porque sem este planejamento a educação se tornaria apenas uma atividade
mecânica, levando apenas à uma reflexão sem metódica.
É possível considerar que os gregos antigos foram pioneiros quanto a criação de concepções
sobre educação, diversos autores produziram obras sobre teorias educacionais e suas
contribuições são valorizadas até hoje como base teórica da educação atual, ainda que com
ressalvas, visto que o processo educativo passou por uma série de mudanças na história das
civilizações. Ao cunharem o termo Paideia, a palavra grega para designar educação e pode
ser traduzida como “educação infantil”, autores como Platão, Heródoto, Homero e outros,
deram início ao princípio da formação educacional, o cuidado e preocupação com o
desenvolvimento do corpo e espírito de uma criança, isto é, a educação grega possuía um
conjunto de práticas que tendiam para intelectualização e desenvolvimento do letramento e do
exercício de pensar, mas também priorizava a utilização da ginástica e dos esportes em suas
escolas.
Mesmo que hoje possamos enxergar que a educação é algo que existe e acontece o tempo
inteiro, a educação grega institucionalizada era apenas voltada para classes sociais mais ricas,
onde o exercício de pensar lhe era incentivado para preparar o aluno aos cargos de poder que
poderia ocupar quando estivesse adulto, já às outras classes lhe restavam o trabalho, tarefa
visto como indigna para os gregos.
Uma das preocupações quanto a formação do indivíduo grego era quanto sua integridade ética
e moral, as conhecidas virtudes, que deveriam ser parte de todo homem. O educador grego
deveria exprimir estes valores, comportando-se de forma ética e culta, para que as crianças se
espelhassem e aprendessem observando o trabalho de seu professor e suas ações no mundo. A
tarefa de educar não era restrita apenas a escolas, portanto, as crianças participavam de
diversas atividades em outros espaços de suas vidas, o objetivo disto era fazer com que
crianças absorvessem o estilo de vida dos adultos. (MANACORDA, 2006)
Enquanto ainda pequenas, as crianças ficavam sob responsabilidade da mãe, mas aos sete
anos o Pater Familias, a figura paternal da criança ou o chefe de uma família, assumia a
função da mãe e atuava como figura educadora, sendo responsável pelo ensino de gramática,
matemática, educação física e um conjunto de regras morais e éticas necessárias para
entendimento das crianças quanto ao dever civil delas naquela sociedade.
A difusão de ideias cristãs por parte do Império Romano para toda Europa levou com que
cada uma das sociedades que tiveram seus territórios conquistados seguissem e conhecessem
um pouco dos dogmas cristões, bem como adquirissem, aos poucos, os valores sociais e
morais perpetuados pelo cristianismo e passado entre pessoas através da educação. A Igreja
Católica, que possuiu seu auge na Idade Média pouco depois da queda do Império de Roma,
atribuiu seus próprios conceitos nas concepções de educação e continuar a utilizar como
objeto de difusão e universalização de seus preceitos.
Sendo assim, durante o período Medieval, a educação era de total responsabilidade da Igreja
Católica, onde residiam os prédios de escolas, que funcionavam próximas das catedrais e dos
monastérios, tornando os clérigos os próprios professores, responsáveis por ensinar as
matérias compostas por uma espécie rudimentar de currículo escolar, era priorizado o estudo
do latim e das chamadas sete artes liberais: gramática, lógica, aritmética, retórica, geografia,
música e astronomia. As Artes Liberais eram denominadas artes pois implicavam não
somente o conhecimento, mas também uma produção que decorria imediatamente da razão.
(LE GOFF,1993)
Essa metodologia de ensino era direcionada apenas para os filhos de nobres e deu início a
formação do espaço de escola como conhecemos hoje. (DURKHEIM, 1969) A formação do
indivíduo poderia seguir três tipos de categorias, decididas pelos pais em nome das crianças:
militar (formação de cavaleiros), formação técnica (escolas formais) ou formação religiosa
(escolas monásticas).
Neste sentido a Revolução Protestante foi pioneira nas concepções de Pedagogia Humanista,
valorizando a individualização do aluno, repudiando castigos físicos e defendendo o ensino
como tanto direito quanto dever de todo cidadão, contribuição esta que levamos em conta até
os dias de hoje.
CONCLUSÃO:
É possível observar os motivos por quais chegamos as concepções atuais quanto educação e
seu papel a partir de uma análise histórica dos papéis que ela já ocupou em diversas
sociedades. Não é incorreto afirma que a educação, por se mostrar diversa, é extremamente
suscetível a fatores sociais, culturais e históricos que a moldam para que ela cumpra fielmente
com seu papel de instruir um indivíduo nas normas vigentes do tempo-espaço em que a
mesma age. O papel do educador se mostra tão volátil quanto seu objeto de trabalho, sua
imagem e status sociais são reflexos de quais são os valores operantes no momento observado
e cobra-se que o educador supra este papel de exemplo a ser seguido.
REFERÊNCIAS: