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Excelência

Arte de educar cursos e


treinamento

Excelência
Arte de educar cursos e treinamento

DISCIPLINA:

DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

Excelência
Arte de educar cursos e treinamento

Profª JOYCE FAVORETTI CARDOSO


jhoyfavoretti@gmail.com

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BOITUVA 2016

Plano de Aula

APOSTILA

Didática do Ensino Superior


Joyce Favoretti Cardoso
MÓDULO I – aula 08/09/2016

SEJA ECOLOGICAMENTE CORRETO USE MEIOS ELETRÔNICOS PARA LEITURA E ESTUDO DO MATERIAL
DISPONÍVEL NA AREA DO ALUNO.

Apresentação: O papel Social da Didática:

Queridos alunos: vamos dar início a uma disciplina muito importante para quem
já é professor, porque lhe dá oportunidade de refletir sobre a sua prática pedagógica
e para o que ainda não o é, de entrar em contato com um campo da ciência
discriminado (que é o campo das ciências humanas) pelos que adentram nas áreas
experimentais laboratoriais, mas que nos permite um conhecimento das teorias que
regem o ensino e a aprendizagem. Um professor que desconhece os saberes
fundamentais que cercam os princípios da aprendizagem, como poderá oferecer um
ensino que dê oportunidades de construção e produção do conhecimento de uma
maneira metódica, crítica, científica e ética?

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se


desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
(Fonte: Lei de Diretrizes e Bases da Educação: nº 9394/96 de

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20/12/1996)

Você se lembra de como era o seu dia a dia há dez anos atras? E como era a escola
quando você cursava o ensino médio ou mesmo o ensino fundamental na educação básia?
O que mudou nesse tempo? Qual relação entre eles?

Educação é um ato social que exige reflexão, pois é inerte as interações sociais entre
os homens que se consolida.

De acordo com Dias (1988), a sociedade contribui com a escola através de 5


alementos:

 Cultural;

 Recursos humanos;

 Recursos financeiros;

 Recursos materais;

 Os alunos.

O que é Didática?

Quando se fala de DIDÁTICA, não há diferença significativa de abordagens,


teorizações, tratamentos no que tange à Educação Básica e ao Ensino Superior.
Ressalva se faz às estratégias de ensino – aprendizagem.
Didática é um ramo de estudo da Pedagogia, é a ciência que estuda a
Educação e é oriunda da expressão grega Τεχνή διδακτική, que se pode traduzir
como arte ou técnica de ensinar.
Como adjetivo - didático, didática - o termo é conhecido desde a Grécia antiga,
com significação muito semelhante à atual, ou seja, indicando que o objeto ou a
ação qualificada dizia respeito a ensino: poesia didática, por exemplo. No lar e na
escola, procedimentos assim qualificados - didáticos - tiveram lugar e são relatados na
história da Educação. Como objeto de reflexão de filósofos e pensadores, participam
da história das ideias pedagógicas.
A reabertura de estudos e discussões sobre Didática, disciplina e campo de

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estudos, parece refletir mais um momento de crise em sua trajetória histórica. A


situação didática, pois, foi vivida e pensada antes de ser objeto de sistematização e
de constituir referencial do discurso ordenado de uma das disciplinas do campo
pedagógico, a Didática.
Encontramos expoentes do pensamento vigente na antiguidade quando
Sócrates perguntava aos discípulos: "pode-se ensinar a virtude?" Platão (Figura1) e
Aristóteles e na idade média Santo Agostinho, Tomás de Aquino que viam o homem
a ser desenvolvido aquele que pertencia à classe de homens livres, aptos a receber
uma educação voltada para o ideal de moral, de formação de caráter, de hábitos, do
domínio das paixões, da justiça e outros mais. Seja no lar ou nos ambientes de ensino
formal (escola), procedimentos didáticos qualificados tiveram lugar.

Didática: história e conceitos:

A didática é a parte da Pedagogia (Ciências Educacionais) que se ocupa dos


métodos e técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as diretrizes das
teorias educacionais ou pedagógicas.
Na Grécia Antiga, a Didática era "arte de ensinar", acreditavam ser inata em
algumas pessoas, mas hoje sabemos que pode e deve ser aprendida, para garantir
uma educação de qualidade.
A didática estuda os diferentes processos ou estratégias de ensino-
aprendizagem. Também se fala em DIDÁTICA como forma de objeto reflexive para
filósofos e pensadores, integrando o termo a história das ideias pedagógicas, surge
de uma crise e constitui um marco revolucionário e doutrinário no campo da

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Educação. Da nova disciplina espera-se reformas da Humanidade, já que deveria


orientar educadores e destes, por sua vez, dependeria a formação das novas
gerações. Justifica-se, assim, as muitas esperanças nela depositadas,
acompanhadas, infelizmente, de outras tantas frustrações.
A didática ingressa no léxico português em meados do século XIX. Antes disso
ela ingressou no léxico europeu. Hamilton data sua aparição no vocabulário latino
(Europa ocidental) no século XVII.
Atualmente, o Dicionário Aurélio, define Didática como sendo "a técnica de
dirigir e orientar a aprendizagem".

Século XVII: surgimento da Didática Magna – Comenius:

O difusor da arte de ensinar, e tido como o “pai” da Didática Moderna é Jan


Amos Komenský – COMENIUS (1592-1670): bispo da Igreja Morávia, professor,
cientista e escritor. O que a escola moderna é, deve-se em grande parte, às
proposições de sistematização didático-pedagógica de Comenius e a instituiu a nova
disciplina como forma de “arte de se ensinar tudo a todos”. Dessa ambição surge o
livro Didática Magna.
Comenius em seu livro “DIDÁTICA MAGNA 1627-1632”, afirma o seguinte
sobre didática:
[...]Processo seguro e excelente de instruir em todas as comunidades
de qualquer reino cristão, cidades e aldeias, escolas tais que toda a
juventude de um e de outro sexo, sem excetuar ninguém em siveiarte
alguma, possa ser formada nos estudos, educada nos bons costumes,
impregnada de piedade, e, desta maneira, possa ser, nos anos da
puberdade, instruída em tudo que diz respeito à vida presente e à vida
futura, com economia de tempo e de fadiga, com agrado e com
solidez” (COMENIUS. AMOS K.)

Dica de Leitura para aprofundamento teórico: “Didática Magna de Comenius”

Disponível em PDF no seguinte link de acesso:


http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/didaticamagna.pdf

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O método Comeniano baseia-se nos seguintes princípios: aquilo que o aluno


deve saber, deve ser ensinado; o que é ensinado dever ter aplicação prática; a
explicação do que se está ensinando deve ocorrer da forma mais clara possível; e
ensinar de acordo com as necessidades e no seu devido tempo.
Constata-se portanto, que a delimitação da Didática constituiu a primeira tentativa que
se conhece de agrupar os conhecimentos pedagógicos, atribuindo-lhes uma situação
superior à da mera prática costumeira, do uso ou do mito. Surgindo graças a um
trabalho dedicado e didático de Comenius, numa época marcada pela Reforma
Protestante, e esse fato marca seu caráter revolucionário, de luta contra o tipo de
ensino da Igreja Católica Medieval.

Para refletir:

O método de ensino comeniano aprovando e


institucionalizando o uso do castigo físico na escola! Que
aspectos positivos ou negativos você consegue levantar
deste fato?

Do Método Comenius à Rosseau ou à Emílio.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) expressou suas ideias na área da


educação no seu livro Emílio ou Da Educação contrapondo-se ao pensamento vigente
sobre a natureza humana: enquanto se dizia que o homem é de natureza má
necessitando que a educação a transforme, ele defendeu a tese de que o homem é
bom e a sociedade é que o corrompe (ROUSSEAU, 1995). Curioso observar é que
ele não recebeu uma educação formal completa em escola, nem ao menos cursou
uma universidade. Casou-se e teve 5 filhos, os quais abandou.
Nesse misto de sentimentos escreveu “Emílio” (FIGURA 2), livro no qual buscou

sua redenção por ter abandonado seus filhos e desenvolveu a ideia de que
ajudaria outros pais a criarem seus filhos.
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No livro, ele dividiu o período de escolaridade em faixas etárias a começar pelas


crianças de um a cinco anos, depois de cinco a doze anos, em seguida de doze aos
quinze anos e, por fim, de quinze a vinte e um anos. Foi quem primeiro considerou a
criança como um ser em formação de acordo com as fases do seu desenvolvimento
e não como um adulto em miniatura. Um absurdo, para a época.

Dica de Leitura para aprofundamento teórico: “Emílio ou da Educação”

Disponível em PDF no seguinte link de acesso:


https://marcosfabionuva.files.wordpress.com/2011/08/emc3adlio-ou-da-
educac3a7c3a3o.pdf

Escrito em pleno século das luzes, época em que se valorizava a razão, tem
nos excessos românticos Rousseau. Outro aspecto interessante no seu modelo de
educação formal, era que ele não via necessidade em apressar o desenvolvimento
intelectual, deixando que cada criança externasse interesse sobre um assunto e só
a partir daí o professor iria respondendo suas curiosidades. Só a partir da
adolescência é que deveria ser ministrado o ensino formal.
Ele foi um severo crítico da escola do seu tempo, com sua forma exagerada de
cobrar a memorização do que era ensinado. Pelo contrário, ele propôs uma educação
que envolvia a experiência pessoal da criança, começando por ela aprender a usar
instrumentos do ofício do seu pai e através deles aprenderia a medir, contar, pesar e
comparar. Então, por meio dessas atividades familiares elas aprenderiam a aplicar
aquilo que lhe foi ensinado em sala de aula.
Rousseau e suas ideias:

“A instrução das crianças é um ofício em que é necessário saber perder tempo, a


fim de ganhá-lo”

“Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá
mais cedo a se levantar”

“Que se destine o jovem para a espada, para a Igreja, para advocacia, pouco
importa. Antes da vocação dos pais, a natureza o chama para a vida. Viver é o ofício
que eu lhe quero ensinar”

Para refletir:

Faça uma análise das fases de


desenvolvimento apresentadas por Rousseau.

Pestalozzi e seus Princípios Educacionais:


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Outro expoente que representa um pensamento, uma necessidade, um


momento histórico, é Heinrich Pestalozzi (1746-1827) que seguiu os rumos
pregados por Rousseau vivenciando-os, pois era professor. Deu grande importância
ao ensino como meio de educação e desenvolvimento das capacidades humanas.
Pestalozzi, inspirado nas ideias de Rousseau de uma educação natural, volta
a unir natureza e humanidade, onde a ação do educador, deve ser uma ação natural,
que leve em consideração as peculiaridades da infância, a “ingenuidade” e a
“inconsciência” que marcam a falta da razão adulta. No desenvolvimento de sua
Didática, Pestalozzi apresentava uma unidade orgânica no seu conjunto de
pensamentos sobre educação, pela ação educativa e inspirado no seu espírito
humanitário, ambicionando melhorar a qualidade de vida do povo.

A organização escolar era baseada nas seguintes características:


• as turmas eram formadas com os menores de oito anos, com os alunos entre oito e
onze anos e outra turma com idades de onze a dezoito anos;
• as atividades escolares duravam das 8:00 as 17:00 horas e eram desenvolvidas de
modo flexível; os alunos rezavam, tomavam banho, faziam o desjejum, faziam as
primeiras lições, havendo um curto intervalo entre elas;
• duas tardes por semana eram livres, e os alunos realizavam excursões;
• os problemas disciplinares eram discutidos à noite; ele condenava a coerção, as
recompensas e punições.
Além disso, Pestalozzi formulou princípios educacionais e deu valiosa
contribuição para a prática pedagógica. Primeiro apresentava o conhecimento da
forma mais simples e prática, em seguida utilizava a observação através dos sentidos
e, por fim, exercitava o conhecimento de forma gradual para fixá-lo

Para refletir:

Com o objetivo de compreender os princípios formulados por


Pestalozzi, dê um exemplo prático onde eles aparecem.

De Pestalozzi ao desenvolvimento da didática de Diesterweg


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Adolph Wilhelm Diesterweg (1790-1866) didata alemão que trabalhou sobre o


desenvolvimento do professor. É a ele que se atribui a paternidade da expressão
“Pedagogia Social”.
Ja na didática de Adolph Wilhelm Diesterweg acredita-se que:

"Primeiro educar os homens, antes de se preocupar com a sua


formação profissional ou de classe, porque o proletário e o camponês
devem ser educados para se tornarem seres
humanos“.(DIESTERWEG. ADOLPH WILHELM)

Também acreditava que através da educação os pobres poderiam ser


ajudados. Ele defendia a profissionalização dos professores e lutou pela autonomia
relativa das escolas.

Para refletir:
Nesse processo a Didática do século XIX oscila entre
esses dois modos de interpretar a relação didática ênfase
no sujeito - que seria induzido, talvez "seduzido" a
aprender pelo caminho, curiosidade e motivação - ou
ênfase no método, como caminho que conduz do não-saber ao saber, caminho formal
descoberto pela razão humana. Qual destes você acredita ser o mais apropriado?

A Escola Nova de John Dewey

John Dewey (l859 – l952), foi um destacado representante de uma das


tendências do pragmatismo didático. Na didática, sua maior contribuição está no
ensino laboral e a relação do ensino com a vida.
Portanto nota-se ao final do século, que a didática oscila entre diferentes
paradigmas:
“Um paradigma (ou um conjunto de paradigmas) é aquilo que os
membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma
comunidade científica consiste em homens que partilham um
paradigma.” (Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas)

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como
pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para
essa escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de
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instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia,


a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus
principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento
- físico, emocional e intelectual.

John Dewey e suas ideais:

“Nós só pensamos quando nos defrontamos com um problema”

“Aprender? Certamente mas, primeiro, viver e aprender pela vida, na vida”

“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a


vida, é a própria vida.”

Para pesquisar:
http://novaescola.org.br/formacao/john-dewey-
428136.shtml

Portanto, assim vemos, que a didática deve sempre estar interligada e a serviço
das boas práticas pedagógicas, com o objetivo de efetivar a qualidade dos processos
de ensino-aprendizagem.
A didática deve estar articulada ainda com as dimensões humana, técnica e
político-social, visto que a educação e o processo de ensino-aprendizagem devem
garantir a todo o alunado, o desenvolvimento ao final de cada ciclo de uma verdadeira
formação cidadã, de modo a capacitá-lo a agir com autonomia, a fim de inserir-se mais
e mais na sociedade em geral, e no mercado laborativo.

A didática a serviço das boas práticas pedagógicas

De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma tarefa docente que


inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e

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coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no


decorrer do processo de ensino”.
As dúvidas oriundas das práticas pedagógicas, podem e devem servir para o
enriquecimento dos professores no desempenho de suas atividades educacionais,
isso pode ocorrer quando:
 Estimulam as pesquisas sobre problemas que afetam as práticas;
 Oportunizam trocas entre professores e outros profissionais da
educação, em favor das práticas à serem desenvolvidas;
 Disponibilizam aos professores, pesquisas e conhecimentos diversos
sobre os conteúdos e os processos de ensino-aprendizagem;
 Quando há o acesso a especialistas que favoreçam e deem suporte as
diversas experiências educativas, tanto nos casos de sucessos como nos de
fracassos.

O planejamento Didático

Quase todas as ações humanas prescindem de planejamento, sendo ele que


norteia a realização das atividades, desse modo ele é essencial em diferentes setores
da vida social, tendo caráter imprescindível na atividade docente.
O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito
no processo de ensino-aprendizagem. Ele é instrumento essencial para o professor
elaborar sua metodologia conforme o objetivo a ser alcançado, tendo que ser
criteriosamente adequado para as diferentes turmas, havendo flexibilidade, caso
necessite de alterações.

A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e


desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando
as aulas desestimulantes, dando ensejo muitas vezes a indisciplinas.
A "Boa Didática", permite aos alunos produzir, construir seus conhecimentos.
Ex.: Estudo sobre o metro, o centímetro, quando se dá através da construção de uma

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planta baixa, uma maquete da classe de aula desses alunos. Nesse caso teremos a
teoria aliada a prática, ou seja, os conteúdos serão contextualizados.

Objetivos de ensino do Planejamento Didático

A Didática e o Planejamento, deverão promover ações reflexivas englobando


os conteúdos pertinentes, o conhecimento prévio que seu alunado conhece, os
objetivos que se pretende sejam atingidos a partir deles, os meios de apresentação e
execução das informações e assuntos colhidos, os recursos didáticos e as estratégias
que serão empreendidas, a análise ou reanálise através da avaliação, da devolutiva
que os alunos darão sobre todo o contexto.
Uma proposta a ser considerada é o estabelecimento de três etapas básicas,
através de questionamentos, com o qual podemos compor um roteiro dos
planejamentos.
Vejamos:

1º) Busca das informações;

Quais os conteúdos?
Qual o objetivo?
Qual o assunto?
Quais recursos didáticos pertinentes?

2º) Análise e Apresentação/Transformação;


Qual o conhecimento prévio?
Qual o tempo disponível?
Como apresentar o conteúdo?
Quais atividades desenvolver?
Como enriquecer a apresentação?
Qual dinâmica aplicar?

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Como o lúdico pode favorecer o desenvolvimento?

3º) Diagnóstico e Replanejamento:


Como avaliar?
O que avaliar?
Quais resultados esperados?
Quais os resultados obtidos?
Houveram as aprendizagens?
Os objetivos foram alcançados?
Devo retomar os temas ou aprofundá-los?

Para exercitar:

Que tal exercitar os modelos citados acima elaborando uma


aula como referência didática?

Funções do Planejamento escolar segundo Libâneo (2004)

O planejamento garante ao professor uma reflexão da sua prática docente a


medida em que a sua ação vai delineando caminhos para o aperfeiçoamento da sua
prática, permitindo ao educador obedecer a uma sequência lógica dentro de uma
objetividade que não só alcance as possibilidades da escola como também do aluno
o que é possível a partir do conhecimento da realidade para intervir nas condições
existentes. Os objetivos, conteúdos, métodos e avaliação devem estar ligados a
finalidade maior da educação porque:

Todo o fato educativo se situa num processo que tende a um fim. Estes
fins obedecem a finalidades gerais. E estas finalidades são
essencialmente ditadas pela sociedade [...]. Mas são também o
produto das vontades e das escolhas subjetivas dos participantes no
ato educativo como dos fins comuns para que atenda a coletividade.
Marcar uma finalidade na educação não é investi-la nesta ou naquela
função, mas é mostrar que as funções que lhe são próprias devem
exercer finalidades que as transcendam (FAURE, 1974 apud
MENEGOLLA, 2001, p. 25- 26).

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Princípios Organizacionais da Didática e do Planejamento

Podemos elencar cinco princípios básicos que favorecem a organização dos


conteúdos, bem como todo seu desenvolvimento, levando a efeito o processo de
ensino-aprendizagem, são eles:

Princípio da Unidade: Aquele que impõe literalmente a qualidade de ser uno,


único, integral, ou seja, irão compor um todo de maneira interligada, ainda
que apresentado de modo fracionado.
Princípio da Continuidade: Os conteúdos, as atividades devem atentar para
uma sequencialidade, necessitam seguir o esquema de começo, meio e fim,
ou didaticamente falando, Introduzir o tema, o assunto; Aprofundar esse
conteúdo e Consolidar as aprendizagens propostas.
Princípio da Flexibilidade: Deve estar a serviço da integração dos conteúdos
com os objetivos, de modo a tornar viável sua reorganização, sua retomada,
para que haja a completude do processo de ensino-aprendizagem.
Princípio da Clareza: Os conteúdos, os objetivos, a execução e apresentações
devem facilitar e propiciar a compreensão integral, por parte dos alunos.
Princípio da Objetividade: Orienta as metas à serem atingidas, a
intencionalidade dos conteúdos, das aprendizagens.

O que ensinar? Como ensinar? Para quem ensinar?

 O que ensinar? - Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),


estabelecemos e adequamos os conteúdos.
 Por que ensinar? - Como significar os conteúdos aos alunos.
 Para quem ensinar? - Atender e respeitar as Diversidades, as
Heterogeneidades.

O ensino-aprendizagem das novas gerações exige que estejamos preparados


com novas habilitações, conhecimentos e ideais. A educação compreende “todo
sistema educacional", formação e treinamento, quais devem ser oferecidos pelos
estabelecimentos educacionais. Em todos os lugares a educação depara-se com
grandes desafios e dificuldades e mais, pela necessidade da garantia de qualidade.

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Os conteúdos requerem ainda, a adoção de estratégias, de critérios


que facultarão a concretude do processo de ensino-aprendizagem. Dentre
os critérios para o trabalhar os conteúdos, assinalamos:
 Logicidade: de acordo com as necessidades e velocidades de
aprendizagem dos alunos, conforme os alunos aprendem, diz respeito aos
recursos, a forma, ao local, etc.
 Gradualidade: deve seguir, estar a serviço do processo de
educação, focado no aprender (introduzir determinado conteúdo,
aprofundá-lo, etc.).
 Continuidade: os conteúdos devem ser sequenciados,
necessitando serem retomados e aprofundados, seguindo um currículo
espiralado.

Dica de Leitura para aprofundamento teórico: “Didática Organização do Trabalho


Pedagógico”

Disponível em PDF no seguinte link de acesso:


http://www.acpms.com.br/arquivos/5eabf6392549325412df46de08d02cd2.dida
tica_organi

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MÓDULO II

Didática do Ensino Superior

Para aprender ainda mais, faça um resumo do conteúdo


já estudo em sala para melhor memorização e fixação de
aprendizagem.

A didática e suas conceituações teóricas usuais


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Retomaremos as conceituações didáticas que definem e diferenciam os


conceitos de planejamento, plano de ensino, de aula e projetos, sabemos que há
diferenças entre eles, mas alguns profissionais da educação ainda se equivocam
na utilização dos mesmos.
O ato de pensar a prática, integrando-a com os conteúdos teóricos que
serão realizados na prática, definem o que é Planejamento. Sabemos que todo
Plano de Ensino, Plano de Aula e Projeto necessitam ser muito bem planejados.
 Plano de Ensino: é aquele que compreende todo o processo de ensino-
aprendizagem que ocorrerá durante o ano letivo ou ciclo de estudo, como
por exemplo a alfabetização formal (que deverá transcorrer do 1º ao 3º ano
do Ensino Fundamental – processo a ser concluído até os 8 anos de idade).
 O Plano de Aula: tem um foco mais restrito e imediatista, deve focar os
conteúdos, as disciplinas à serem trabalhadas diariamente, em suma é o
plano de ensino fracionado pelos dias letivos.
Tanto os Planos de Ensino quanto os Planos de Aulas são realizados pelo
professor, porque possuem uma sequência didática a ser seguida para que ocorra
o desenvolvimento integral e integrado dos processos de ensino-aprendizagem dos
alunos.

 O trabalho com Projetos: deve acontecer um planejamento em conjunto com


os alunos, partindo preferencialmente do mote que eles propuserem,
embasando-se e focando no centro de interesses deles, não é necessário
seguir uma sequência didática.
A prática tem se mostrado um pouco diferente da proposta doutrinária e
pedagogicamente estabelecida para os projetos, ou seja, eles deixam de ser
trabalhados de forma aberta e livre, porque acaba sendo uma proposta trazida,
apresentada aos alunos e a partir daí, são levados a elaborar maiores pesquisas,
aprofundar conhecimentos, buscar novas aprendizagens sobre a temática, havendo
intermediações e socializações que irão integrando e inter-relacionando todo o
assunto central.
Podemos salientar, por fim que a grande mácula nestes casos se dá pelo
distanciamento do foco pretendido para o alcance do ensino-aprendizagem,
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especialmente quando deixa de atentar para o bom planejamento dos conteúdos e a


melhor aplicabilidade da didática.

Estratégias no trato dos currículos e conteúdos

Os professores, devem sempre ter foco nas possibilidades e necessidades


atuais dos alunos, especialmente o tratamento das abordagens dos conteúdos, a
maior e melhor exploração dos recursos pedagógicos e tecnológicos disponíveis,
evitando restringir-se as formas tradicionais de ensino (educação bancária, apartada
da prática e sem embasamento teórico adequado).

 Exposição Temática: o professor comentará, passar as informações, os


assuntos contidos no referido conteúdo.
 Interrogatório: o foco será a apresentação de perguntas e respostas, é
muito válido para a revisão dos conteúdos, nesse modelo haverá a retomada
dos conteúdos de forma direcionada e articulada.
 Interpretação de Textos: deverá se proceder pela ação analítica do texto,
não só para conteúdo de língua portuguesa, deve valer-se ainda de toda
bagagem cultural do público-alvo, do letramento, das interações possíveis.
Resolução de Problemas: a educação atual e as Diretrizes e Bases da
Educação, pedem o favorecimento deste tipo de recurso para dar novos
sentidos e aprofundar os conteúdos, sendo um meio, muitas vezes de integrar a
prática a teoria.
 Musicalização: um facilitador do acesso aos conteúdos, ou um proponente dos
mesmos, um recurso que pode, por exemplo, favorecer o processo de ensino-
aprendizagem da nossa língua (leitura, escrita), de conteúdos político-social
(cantigas regionais, de roda, de ninar), de conteúdos matemáticos (números),
etc.
 Dramatização: propicia a teatralização de histórias, textos, contos, o trabalho
com diálogos, monólogos, a socialização, a interação, a ambientação, dentre
outros.
 Uso de Tecnologias Midiáticas: o professor fara uso de tecnologias de
comunicação e interação, para ampliar o acesso as informações, favorecer o
intercâmbio como as realidades, enriquecer e estimular a participação de todo
alunado.
 Jogos e Dinâmicas: além de ser um facilitador por propiciar a ludicidade,
engloba a adoção e compreensão de regras, valores, vivências, experiências,
mensagens que vão bem além dos conteúdos.
 Seminários, Painéis, Cartazes: requerem maior elaboração para serem
executadas, podem favorecer o trabalho coletivo, sintetizam informações e
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conteúdo, possibilitam maior participação do grupo e trocas positivas para o


processo de ensino-aprendizagem.
 Diálogos: assim como o processo de interrogatório ou quando aliado a este,
possibilitam trocas e favorecem a socialização e o desenvolvimento dos
conteúdos por permitir o auxílio entre os pares. Ex.: Dinâmica do Cochicho: em
duplas, é lançado um tema, um assunto determinado, a partir do qual
discorrerão, efetivar trocas, acordos e combinados, depois o professor colherá
uma devolutiva das duplas, através de questionamentos dos assuntos
discutidos.
 Debates: é proposta ou eleita a temática, a partir daí serão levantados os
conteúdos e as informações e após, os pares, ou grupos irão questionar-se
entre si, favorecendo a ampliação e a construção de novos saberes.

Para fixar:

Após toda essa aprendizagem teórica significativa


apreendida entre as leituras e sugestões, você acha que
poderia montar uma unidade de ensino e ministrar aulas no
ensino superior?

Teorias Científicas e seus percursores

Jean Piaget

Piaget estuda paralelamente o desenvolvimento cognitivo, o julgamento


moral
e a linguagem e consegue perceber a relação entre as estruturas cognitivas e o
desenvolvimento social.
O desenvolvimento dessas funções, segundo Piaget, é marcado por
períodos que preparam o indivíduo para o estágio seguinte.
Os estágios do desenvolvimento cognitivo são:
 Estágio Sensório-Motor: que representa a conquista do universo pratico,
através da percepção e dos movimentos.
 Estágio Pré-Operatório: que é uma preparação e organização das operações
concretas; a criança volta-se para a realidade e surge o aparecimento da

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linguagem.
 Estágio Operatório: as ações são interiorizadas e se constituem operações, o
que construía no plano da ação, agora consegue reconstruir no campo da
representação, é neste estádio que a criança é capaz de cooperar.
 Estágio de Operações Formais: que distingue entre o real e o
possível. Argento afirma em seu artigo teoria construtivista:

Piaget desenvolveu uma teoria chamada de Epistemologia


Genética ou Teoria Psicogenética, onde explica como o
indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o conhecimento.
Esta teoria é a mais conhecida concepção construtivista da
formação da inteligência. Piaget vê o professor mais como um
espectador do desenvolvimento e favorecedor dos processos de
descobrimento autônomo de conceitos do que como um agente
que pode intervir ativamente na assimilação do conhecimento

Lev Semenovich Vygotsky

Vygotsky vê o sujeito como um ser eminentemente social e acredita que a


aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas, sendo que as relações
entre aprendizagem e desenvolvimento são indissociáveis.
Vygotsky construiu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que
é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar
através

da solução independente de problemas pela criança, e o nível de desenvolvimento


potencial, determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto, ou
em colaboração com companheiros.

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Apesar de a teoria de Vygotsky também apresentar um aspecto construtivista,


seria na medida em que busca explicar o aparecimento de inovações e mudanças no
desenvolvimento a partir do mecanismo de internalização.

Portanto Piaget e Vygotsky, são os pais da psicologia cognitiva


contemporânea, propõem que conhecimento é construído em ambientes naturais de
interação social, estruturados culturalmente. Cada aluno constrói seu próprio
aprendizado num processo de dentro para fora baseado em experiências de fundo
psicológico. Os teóricos desta abordagem procuram explicar o comportamento
humano em uma perspectiva em que sujeito e objeto interagem em um processo que
resulta na construção e reconstrução de estruturas cognitivas.
Ambos são apontados como interacionistas ou sociointeracionista, pois sua
ênfase é proposta a partir da interação do sujeito com o objeto.
Exemplo: a criança observando o objeto ela afirma apenas o que percebe. Nota o que
é real e o que é imaginário como consequência da afetividade, que influência em sua
formação.
Na proposta de Piaget não fica evidenciada a interação social no processo de
conhecimento, ao contrário de Vygotsky.

Dica de Aprendizagem:
Construtivista: aluno ativos, métodos ativos, método da
descoberta. sociointeracionista: importância das influências
sociais mediação pela linguagem

Para saber ainda mais “Teoria Construtivista Comparada – Piaget e Vygostky

Acesse:

http://www.robertexto.com/archivo5/teoria_construtivista.htm/

Neuropsicopedagogia

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Aprofunde sua aprendizagem agora mesmo!


Na área do aluno esta disponivel a Constituição
Federal. Saiba mais em apenas 9 artigos.

A Constituição da República de 1988, denominada Constituição Cidadã,


promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte, presidida na época pelo deputado
federal Ulysses Guimarães, traz em seu bojo a primazia dos direitos fundamentais,
visando a garantir uma sociedade livre, justa e igualitária. E não há dúvidas de que a

educação, fonte da cidadania e da dignidade humana, apresenta-se neste contexto


como a principal forma de concretização deste ideal democrático.
A Educação como Direito Social na Constituição Federal reza no seu Art.
6º, que são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados. Nos dizeres do eminente José Afonso da Silva
(2000, p. 289), os “direitos sociais, Como dimensão dos direitos fundamentais do
homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou
indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores
condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de
situações sociais desiguais”.
Já no Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
A Educação é direito público subjetivo, e isso quer dizer que o acesso ao
ensino fundamental é obrigatório e gratuito; o não oferecimento do ensino
obrigatório pelo Poder Público (federal, estadual, municipal), ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. Compete ao Poder
Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

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O material básico citado acima encontra-se disponível na área do


aluno. Seja ecologicamente consciente e em suas possibilidades e utilize
meios virtuais para leitura e estudo do mesmo. Traga seu notebook para a
aula. A natureza agradece nossa colaboração.

Esclarecimento Final

Um esclarecimento final, sobre o conceito foco da Didática: o Ensino.


Revela uma intenção: a de produzir aprendizagem; é palavra-ação, palavra-
ordem, palavra prospectiva, palavra que revela um resultado desejado. Mas,
depois de PIAGET, não se pode mais entender o ensino como a simples
apropriação de um conteúdo: uma informação, um conhecimento ou uma
atitude, por exemplo. O ato assimilador,essência da aprendizagem legítima,
correspondente ao ensino que merece esse nome, terá como subproduto (sub ou
super?) alguma mobilização da inteligência redundando em progresso cognitivo,
em capacidade ampliada para conhecer (ou aprender).
É desse fenômeno que trata a Didática: do ensino que implica
desenvolvimento, melhoria. E mais: não se limita o bom ensino ao avanço cognitivo
intelectual, mas envolverá igualmente progressos na afetividade, moralidade ou
sociabilidade, por condições que são do desenvolvimento humano integral.

APÊNDICE I: Tendências Pedagógicas Brasileiras por Jennifer Fogaça

Os professores devem estudar e se apropriar dessas tendências que servem


de apoio para a sua prática pedagógica. Não se deve usar uma delas de forma
isolada em toda a sua docência. Mas, deve-se procurar analisar cada uma e ver a
que melhor convém ao seu desempenho acadêmico, com maior eficiência e
qualidade de atuação. De acordo com cada nova situação que surge, usa-se a
tendência mais adequada. E observa-se que hoje, na prática docente, há uma
mistura dessas tendências.

Deste modo, seguem as explicações das características de cada uma


dessas formas de ensino. Porém, ao analisá-las, deve-se ter em mente que uma
tendência não substitui totalmente a anterior, mas ambas conviveram e convivem

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com a prática escolar.

1) Tendências Liberais- Liberal não tem a ver com algo aberto ou democrático,
mas com uma instigação da sociedade capitalista ou sociedade de classes, que
sustenta a ideia de que o aluno deve ser preparado para papéis sociais de acordo
com as suas aptidões, aprendendo a viver em harmonia com as normas desse tipo
de sociedade, tendo uma cultura individual.

1.1) Tradicional -Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos históricos.
Nesta tendência o professor é a figura central e o aluno é um receptor passivo dos
conhecimentos considerados como verdades absolutas. Há repetição de
exercícios

1.2) Renovadora Progressiva -Por razões de recomposição da hegemonia da


burguesia, esta foi a próxima tendência a aparecer no cenário da educação brasileira.
Caracteriza-se por centralizar no aluno, considerado como ser ativo e curioso. Dispõe
da ideia que ele “só irá aprender fazendo”, valorizam-se as tentativas experimentais,
a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social. Aprender se torna uma
atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem. O professor é um facilitador.

1.3) Renovadora não diretiva (Escola Nova) –Anísio Teixeira foi o grande pioneiro
da Escola Nova no Brasil. É um método centrado no aluno. A escola tem o papel de
formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica do que com a
social ou pedagógica. E para aprender tem que estar significativamente ligado com
suas percepções, modificando-as.

1.4) Tecnicista –Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também
conhecida como behaviorista. Neste método de ensino o aluno é visto como
depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através
de associações. O professor é quem deposita os conhecimentos, pois ele é visto como
um especialista na aplicação de manuais; sendo sua prática extremamente
controlada. Articula-se diretamente com o sistema produtivo, com o objetivo de
aperfeiçoar a ordem social vigente, que é o capitalismo, formando mão de obra
especializada para o mercado de trabalho.

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2) Tendências Progressistas- Partem de uma análise crítica das realidades sociais,


sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação e é uma tendência
que não condiz com as ideias implantadas pelo capitalismo. O desenvolvimento e
popularização da análise marxista da sociedade possibilitou o desenvolvimento da
tendência progressista, que se ramifica em três correntes:

2.1) Libertadora –Também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, essa


tendência vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Onde, para
esse, o saber mais importante é a de que ele é oprimido, ou seja, ter uma consciência
da realidade em que vive. Além da busca pela transformação social, a condição de se
libertar através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua

organização de classe. Centraliza-se na discussão de temas sociais e políticos; o


professor coordena atividades e atua juntamente com os alunos.

2.2) Libertária –Procura a transformação da personalidade num sentido libertário e


auto gestionário. Parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é
incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá
relevância se for possível seu uso prático. Enfoca a livre expressão, o contexto
cultural, a educação estética. Os conteúdos, apesar de disponibilizados, não são
exigidos pelos alunos e o professor é tido como um conselheiro à disposição do aluno.

2.3) "Crítico-social dos conteúdos” ou "Histórico-Crítica" -Tendência que


apareceu no Brasil nos fins dos anos 70, acentua a prioridade de focar os conteúdos
no seu confronto com as realidades sociais, é necessário enfatizar o conhecimento
histórico. Prepara o aluno para o mundo adulto, com participação organizada e ativa
na democratização da sociedade; por meio da aquisição de conteúdos e da
socialização. É o mediador entre conteúdos e alunos. O ensino/aprendizagem tem
como centro o aluno. Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e
subjetiva.

Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), ideias


como de Piaget, Vygotsky e Wallon foram muito difundidas, tendo uma perspectiva
sócio-histórica e são interacionistas, isto é, acreditam que o conhecimento se dá pela
interação entre o sujeito e um objeto.
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A legislação educacional:
Os Conselhos Estaduais de Educação, dentro de sua autonomia conferida pela
Constituição Federal de 1988, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
LDB, tem a atribuição de normatizar, fiscalizar e orientar às instituições de ensino,
alunos e todos os profissionais da educação, nos mais diversos aspectos envolvendo
a educação.
A legislação educacional pode ser emanada pelo Conselho Nacional de
Educação, CNE, quando se tratar de diretrizes e bases, são normas nacionais, e pelas
Secretarias de Educação e Conselhos de Educação, no âmbito estadual e distrital,
dentro de sua competência estabelecida pela Constituição para tratar de normas
complementares às nacionais, podendo ser conhecida como Deliberações,
Indicações, Resoluções, Pareceres, Portarias, entre outros.
A legislação educacional deve harmonizar-se com as normas superiores
(nacionais), sob pena de deixarem de ter validade. Como define a Constituição
Federal e a LDB (Lei 9.394/1996) é permitido aos Estados e ao Distrito Federal
normatizar de forma suplementar as normas nacionais.
Com o fundamento de normatizar e orientar o caminho dos princípios gerais da
educação nacional previstos na Constituição, a Profª Nina Beatriz Stocco Ranieri,
Conselheira do Egrégio Conselho Estadual de Educação de São Paulo, no teor da
Deliberação CEE/SP nº 101/2010, explica:

“- normas de diretrizes e bases e normas gerais de educação


aprovadas pelo Congresso Nacional, e sancionadas pelo Presidente
da República, incidem, indistintamente, sobre todos os sistemas de
ensino; os Estados, por intermédio de suas Assembleias legislativas,
podem suplementar as normas gerais, mas não as normas de diretrizes
e bases; - decretos do Presidente da República não incidem sobre os
sistemas estaduais e municipais, a menos que regulamentem normas
gerais ou de diretrizes e bases, sem alterar-lhes o conteúdo, nos
termos do art. 84, IV, da Constituição Federal; - pareceres,
deliberações e resoluções do Conselho Nacional de Educação
incidem, indistintamente, sobre todos os sistemas de ensino quando
veiculem normas gerais de educação, desde que homologadas pelo
Ministro da Educação e atendido o princípio da legalidade; os Estados,
por intermédio de seus Conselhos de Educação, poderão editar
normas complementares para seus sistemas de ensino, em caráter de
regulamentação das normas gerais e das normas estaduais de
educação, sem ultrapassar o limite do art. 10, V, da LDB.”

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Conclusão:
Assim, sob a ótica dos conceitos expostos, verifica-se que são necessárias
regras para o exercício da atividade no âmbito dos Órgãos de Educação, tanto para
as atividades de analisar, decidir, normatizar, deve-se garantir aos envolvidos os
direitos já conquistados historicamente e conferindo maior transparência na
tramitação e análise dos processos administrativos educacionais, garantindo
segurança para ambas as partes.
Os comandos, diligências e decisões devem continuar a ser analisados sob a
estrita observação dos preceitos legais, e quando for necessário adotar o caráter
subjetivo, este deve adotar os procedimentos previstos em lei. E os critérios de
equidade, conveniência, oportunidade e justiça devem estar presentes de modo a
proteger os administrados de eventuais abusos ou solicitações desproporcionais e
desarrazoadas que apenas encontram fundamento dentro do caráter subjetivo da
autoridade que a exige.
Assim, no estado de direito, como é o Brasil, a Administração Pública, incluindo
os órgãos educacionais só podem agir em estrita obediência à lei, tendo em vista o
cumprimento das finalidades das diretrizes da educação nacional. Fica esclarecido
que o liame que vincula o Órgão Educacional à lei é mais rígido do que se comparado
aos particulares (Instituições de Ensino, alunos, professores e outros profissionais),
pois o Órgão Educacional deverá agir conforme a lei determina, e ao segundo é
facultado fazer o que a lei não proíbe. Isso porque a Constituição assevera que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de
lei.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (CONFORME PUBLICAÇÃO)
MARTIN, Celso Luiz Müller, Guia Jurídico do Mantenedor Educacional, 1. ed. São
Paulo: Érica, 2004. PEREIRA, Antonio Jorge da Silva; SILVA, Cinthya Nunes Vieira
da; MACHADO, Décio Lencioni; COVAC, José Roberto; FELCA, Narcelo Adelqui,
Direito Educacional – Aspectos Práticos e Jurídicos. São Paulo: Quartier Latin, 2008.
TRINDADE, André (Coord.), Direito Educacional Sob uma Ótica Sistêmica. Curitiba:
Juruá, 2008. PAIVA, Regina Garcia de, Artigo: Direito Educacional: Do fato para o
Direito. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 21. ed. São Paulo.
Atlas, 2008. MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Curso de Direito Administrativo, 23.

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ed. São Paulo. Malheiros, 2007. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado,

6. ed. São Paulo. Método, 2003. SANTOS, Adair Loredo, Direito Administrativo, São
Paulo, Prima Cursos Preparatórios, 2004. SABBAG, Eduardo de Moraes, Direito
Tributário, São Paulo, Prima Cursos Preparatórios, 2004.
RANIERI, Nina Beatriz Stocco, Conselho Estadual de Educação de São Paulo.
Deliberação nº 101/2010, disponível em www.ceesp.sp.gov.br. CARRAZZA, Roque
Antonio, Curso de Direito Constitucional Tributário, 22. ed. São Paulo, Malheiros,
2006.
Disponível em:
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6081/Direito-Educacional-Conceito-
orientacao-e-principios-na-atividade-dos-Conselhos-Estaduais-de-Educacao

Boituva, 07 de Setembro de 2016

Joyce Favoretti Cardoso


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