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PEDAGÓGICA INOVADORA
Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar uma síntese da pesquisa bibliográfica realizada que se
direciona em identificar os princípios para uma prática pedagógica em conexão com a
totalidade da sociedade do conhecimento. Tem como norte analisar os paradigmas
conservadores que se difere nas abordagens tradicional, escolanovista e tecnicista, vinculadas
a uma sociedade de massa da reprodução e da fragmentação de suas partes, como por seguinte
os paradigmas inovadores referentes às abordagens progressista, holística ou sistêmica e da
pesquisa relacionadas a uma sociedade com interconexão em sua produção e avanço do
conhecimento. Este estudo se justifica por apontar a necessidade de uma prática pedagógica
com bojo na produção do conhecimento baseado na relação horizontal entre o professor e o
aluno, entendendo-se que o professor não se apresenta como o detentor do saber nem o aluno
como uma “tábua rasa” onde necessita ser “despejado” todo o conhecimento necessário para a
sua sobrevivência. A pesquisa desenvolvida teve como objetivo buscar uma ruptura do
paradigma conservador para um paradigma inovador emergente necessário para superar as
necessidades de uma sociedade em constantes transformações tecnológica, econômica,
política, cultural e social por meio da ação pedagógica centrada na qualidade formal e política
na formação do aluno, ou seja, um processo educativo com apresentação de um conhecimento
inovador por meio de práticas firmadas na ética do saber mudar e inovar.
Introdução
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Pós graduanda no curso de Formação Pedagógica do Professor Universitário em PUCPR. Graduada em
Licenciatura plena da Pedagogia nas Faculdades Integradas Santa Cruz. Atua como professora na Educação
Infantil da rede pública do Município de Curitiba.
ISSN 2176-1396
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à modificações do estado de ser e estar que surgem conforme as necessidades que vão se
acentuando no decorrer dos tempos e das evoluções históricas da sociedade, sejam elas
políticas, científicas, econômicas, culturais ou sociais.
A mudança de um paradigma causa mal-estar para o indivíduo, por exigir que o
mesmo saia da “zona de conforto” onde já se tem a sustentação de suas afirmações e verdades
para algo que transparece em sua realidade como novo, necessitando que seja realimentado e
alicerçado em suas teorias que já se apresentam como prontas e acabadas. A resistência para a
transposição de um novo paradigma pode levar décadas, até que seus indivíduos se adéquem e
coloquem em prática as novas descobertas e “verdades” do novo paradigma. Um paradigma
nunca acaba completamente sempre se resgata idéias, ações, teorias e práticas que são
mantidas dentro do novo paradigma consideradas como relevantes para o novo contexto que
se consolida.
O paradigma da ciência sofreu grande influência da visão newtoniana por substituir a
observação dos fatos para a indução por meio da criação de leis universais que influenciou
significativamente a revolução científica, e da visão cartesiana por valorizar as experiências
ignorando as vivências do meio desaparecendo as influências teológicas, dando embasamento
às influências filosóficas que separou corpo e mente; espírito e matéria, acarretando uma
fragmentação do meio e ausência de sensibilidade da ética e dos valores morais de uma
comunidade, tendo ênfase a concepção voltada para a competitividade e individualização.
A visão newtoniana cartesiana apareceu com grande influência na educação por
fragmentar o conhecimento em disciplinas, assuntos e especialidades, considerando a
educação como “bancária”, por introduzir o professor como autoritário que detém o saber e
que “deposita” esse saber no aluno. O produto final nesse processo é mais importante do que
a forma com que o aluno possa adquirir esse saber, sendo a escola a única detentora do
conhecimento, apresentando padronização da metodologia, da didática e do ensino-
aprendizagem que é compreendido como instrução.
A “educação bancária” conforme reverenda Paulo Freire se sucinta em um paradigma
conservador em que a escola é fechada e padronizada por manuais já pré estabelecidos. A
constante evolução da sociedade traz a necessidade da emersão em um paradigma educacional
circunstanciado numa visão sistêmica que possibilite a reconstrução da visão de mundo onde
o indivíduo é considerado como ator em seu desenvolvimento social, cultural e político, sendo
considerada a escola como o local de aprendizagens do aprender a aprender, a conviver, a
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Paradigma Conservador
Ao entusiasmo dos primeiros tempos, suscitado pelo tipo de escola antes descrito de
forma simplificada, sucedeu progressivamente uma crescente decepção. A referida
escola, além de não conseguir realizar seu desiderato de universalização (nem todos
nela ingressavam e mesmo os que ingressavam nem sempre eram bem-sucedidos),
ainda teve de curvar-se antes o fato de que nem todos os bem-sucedidos se
ajustavam ao tipo de sociedade que se queria consolidar. (SAVIANI 2012, p.6)
O ideário escolanovista foi difundido junto aos educadores, mas cabe ressaltar que
os pressupostos da Escola Nova foram incorporados pelas escolas experimentais ou
em escolas muito bem equipadas destinadas à elite. Na realidade houve dificuldade
de implementação dessa tendência em larga escala nas instituições de ensino pela
falta de preparo do professor para assumir a nova postura (BEHRENS 2013, p.47)
Paradigma Inovador
Behrens (2013), em sua obra mostra que o paradigma inovador pode ser nomeado de
holístico, sistêmico ou emergente, todos buscam a superação da reprodução do conhecimento
para a participação na construção do conhecimento, reconstruindo a prática pedagógica pelo
reconhecimento e conjunção do cérebro-espírito, sujeito-objeto, formando indivíduos críticos.
Interligando ao paradigma inovador Morin (2011) mostra que a educação deve
despertar o indivíduo em suas capacidades cerebrais, mentais e culturais capaz de aprender as
problemáticas globais, ensinando ao aluno a condição e a ética do gênero humano por meio da
compreensão do meio e do global, podendo enfrentar as incertezas e as complexidades da
sociedade como do indivíduo.
[...] no velho paradigma acreditava-se que a dinâmica do todo poderia ser entendida
como base nas propriedades das partes, e o mundo físico era visto como um
conjunto de entidades separadas. No novo paradigma, a relação entre as partes e o
todo é invertida. Isso implica que as propriedades das partes somente podem ser
entendidas com base na dinâmica do todo. (MORAES 1997 p.72)
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e provoca a reflexão crítica na e para a ação. Questiona a realidade circundante e abre espaço
para democratizar o saber.” (Behrens 2013, p.77), chegando a uma avaliação contínua,
processual e transformadora da realidade do indivíduo, o aluno participa na composição de
critérios de avaliação, mostrando ao aluno que sua determinação provoca a sua transformação
e da sociedade.
A abordagem do ensino com pesquisa discerne a necessidade de acessar e interpretar
as informações informatizadas e tecnológicas, produzindo novas informações. “O interesse
está voltado a fundamentar a importância da pesquisa para a educação, até o ponto de tornar a
pesquisa a maneira escolar e acadêmica própria de educar.” (Demo 1996, p.1), tratando com
ética e competência esse processo educativo.
Considerações Finais
papel do professor por não ter mais espaço nesse meio a figura de um educador severo, dono
do conhecimento e do acesso desse conhecimento. A tecnologia, a mídia está no meio social e
cultural, nossos alunos têm esse acesso sem restrição, não tendo como o professor manter essa
conquista social fora da sala de aula.
O professor precisa se mostrar receptivo e aberto para estar inovando e transformando
sua prática pedagógica constantemente. O mundo, as conquistas, as inovações não param
estão evolutivamente se colocando no meio social, necessitando do professor estar inovando
sua prática por meio da pesquisa e da busca do querer mudar, do querer fazer e do querer agir
em sua realidade escolar.
A prática educativa inovadora como papel do professor não é simples, mesmo com
todas as mudanças paradigmáticas ainda se encontra barreiras para poder agir sistemicamente
e progressivamente, pairando questionamentos de como transformar sua prática por mais que
se coloque como pesquisador e investigador crítico pelo fato de encontrar muitas utopias no
meio educacional. A perseverança deve ser o leme do professor inovador, frustrações e
barreiras sempre estarão no caminho, sendo importante saber lidar com esses obstáculos sem
desistir de seu aluno e de sua profissão, encorajando-se para vencer os anseios de sua prática
educativa e profissional, como os anseios de seus alunos que espera ter o professor como um
espelho em sua formação.
Para vencer os anseios da realidade emergente o professor deve buscar uma prática
dialógica, crítica, recreativa e reflexiva de sua ação, buscando reestruturar sua metodologia
para superar as expectativas dos alunos, proporcionando não apenas uma aprendizagem
inovadora, mas uma formação política e ética para a inserção desses indivíduos no meio
social e cultural, privilegiando-os como sujeitos historicamente desenvolvidos capazes de se
posicionarem críticamente no processo de construção do saber e da cidadania.
Na prática inovadora do professor é imprescindível o respaldo da escola por meio do
projeto político-pedagógico subsidiando não apenas a realidade local e social da escola, mas
as necessidades de estruturação física, pedagógica, de recursos e da formação continuada para
o aprimoramento de sua carreira e de sua prática, oportunizando o entusiasmo e o
envolvimento dos alunos em uma experiência inovadora dentro do paradigma emergente que
remete à produção do conhecimento por meio da significação dos conteúdos.
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REFERÊNCIAS
Demo, Pedro. Educar pela pesquisa, Campinas, SP. Editora Autores Associados. 1996.
Dermeval, Saviani. Escola e Democracia, Campinas, SP. 42. Ed. Editora Autores
Associados. 2012.
Morin, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro, Brasília, DF. 2. Ed. rev.
Editora Cortez. 2011.