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PARNASIANISMO
PARNASIANISMO

MOVIMENTO
ESSENCIALMENTE
POÉTICO
PARNASIANISMO
SURGIU NA FRANÇA

BRASIL: 1882 - 1893

RENÚNCIA AO
SENTIMENTALISMO
ROMÂNTICO

RAZÃO NO LUGAR
DOS SENTIMENTOS
PARNASIANISMO

ALIENAÇÃO DA
REALIDADE
SOCIAL
PARNASIANISMO
PARNASIANISMO

PARNASO
“PARNASO”
Monte Parnaso
MONTE NA GRÉCIA PARNASO

MORADA DOS DEUSES


INSPIRADORES DA
POESIA

ARTE= SINÔNIMO DE
PERFEIÇÃO FORMAL
Anton Raphael Mengs – Apolo e as musas no Parnaso
PARNASIANISMO

A POÉTICA DOS
OBJETOS E DA
NATUREZA
Parnasianismo
PRINCÍPIOS PARNASIANOS:

 POESIA DESCRITIVA;

 PREOCUPAÇÃO COM A TÉCNICA: o metro, o ritmo, a rima


(harmonizados: a perfeição formal).

 TENTATIVA DE MANTER UMA POSTURA IMPASSÍVEL


DIANTE DO OBJETO DESCRITO (evitam sentimentalismo)
PRINCÍPIOS PARNASIANOS:

 RESGATE DE TEMAS DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA:


referências à mitologia.
 (O Ideal de beleza e perfeição = cultura greco-latina).

 ARTE PELA ARTE: a poesia deve ser composta com um fim em


si mesma.

 BUSCA DA PALAVRA “EXATA” PRECIOSISMO


VOCABULAR
PRINCÍPIOS PARNASIANOS

1- METRIFICAÇÃO RIGOROSA:
versos com o mesmo número de síl. poéticas;
(preferencialmente 10 sílabas poéticas);

2- RIMAS RICAS:
(classes gramaticais diferentes)
PRINCÍPIOS PARNASIANOS

3- PREFERÊNCIA PELO SONETO.

4- DESCRITIVISMO:
Eliminando o “Eu”, a participação pessoal e social, só resta
ao parnasiano uma poética baseada no mundo objetos
mortos: vasos, colares, muros etc.
PRINCÍPIOS PARNASIANOS
“FORMA” para os parnasianos?

É a maneira do poema ser apresentado, seus aspectos


exteriores.

TÉCNICA de CONSTRUÇÃO do POEMA.


PRINC. CARACTERÍSTICAS PARNASIANAS

FORMA RETOMADA
PERFEIT IMPASSIBILIDADE DESCRITIVISMO MODELOS
CLÁSSICOS
A
A TRÍADE PARNASIANA NO
BRASIL
TRÍADE PARNASIANA:

GRUPO “ORA”
O Parnasianismo no Brasil:
OLAVO BILAC

MAIOR POETA DO
PARNASIANISMO BRASILEIRO;

CAPACIDADE DE TRABALHAR AS
PALAVRAS E CRIAR VERSOS
INESQUECÍVEIS;

 MESTRE NA ARTE DE ESCREVER


SONETOS.
OLAVO BILAC
OLAVO BILAC
(1865-1918)
 AUTOR DA LETRA DO HINO À BANDEIRA.

 TEMAS: O AMOR, O CULTO À PÁTRIA, A


ADMIRAÇÃO PELO TRABALHO E PELO PROGRESSO,
A SAUDADE, A TENTAÇÃO DO PECADO.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto Soneto XIII, de
E abro as janelas, pálido de espanto... Olavo Bilac.

E conversamos toda noite, enquanto


A Via Láctea, como um pálio* aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “*Tresloucado amigo!


Pálio: manto
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?" Tresloucado:
desvairado, louco
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
A UM POETA – Olavo Bilac
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Bela e traidora! Beijas e assassinas...
Quem te vê não tem forças que te oponha Abyssus, de Olavo
Ama-te, e dorme no teu seio, e sonha, Bilac.
E, quando acorda, acorda feito em ruínas...
Abyssus: abismo, em
Seduzes, e convidas, e fascinas, latim
Como o abismo que, pérfido, a medonha Pérfido: enganador,
Fauce apresenta flórida e risonha, traiçoeiro
Tapetada de rosas e boninas. Fauce: garganta,
abertura em forma de
O viajor, vendo as flores, fatigado boca
Foge o sol, e, deixando a estrada poenta, Viajor: viajante
Avança incauto... Súbito, esbroado,
Incauto: descuidado

Falta-lhe o solo aos seus pés: recua e corre, Esbroado: desfeito,


feito em pó.
Vacila e grita, luta e se ensanguenta,
E rola, e tomba, e se espedaça, e morre...
Profissão de fé

Invejo o ourives quando escrevo:


Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. e, pois, nem de Carrara*
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel. *
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.
(...)

*mármore italiano, muito usado para fazer estátuas e bustos.


*instrumento manual que tem numa extremidade uma lâmina de metal resistente muito aguçada em bisel, e que é us. para entalhar,
esculpir, cortar ou gravar materiais duros 
Olavo Bilac
A UM POETA – Olavo Bilac
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
LÍNGUA PORTUGUESA – Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
ALBERTO DE OLIVEIRA

O MAIS PARNASIANO!
ALBERTO DE OLIVEIRA
(1857-1937)

 POESIA DESCRITIVA.  PERFEIÇÃO FORMAL.


 IMPASSIVIDADE.  MÉTRICA RÍGIDA.
 ARTE PELA ARTE  LINGUAGEM
 A EXALTAÇÃO DA EXTREMAMENTE
ANTIGUIDADE TRABALHADA.
CLÁSSICA.
Vaso Chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,


Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,


Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,


Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,


Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Alberto de Oliveira
Vaso Grego – Alberto de Oliveira
Vaso Grego

Esta de áureos relevos, trabalhada


De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendia


Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,


Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira


Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
(Alberto de Oliveira)
RAIMUNDO CORREIA

TEMAS TÍPICOS DA  POESIA FILOSÓFICA,


ESTÉTICA DE MEDITAÇÃO,
PARNASIANA: MARCADA PELA
DESILUSÃO E POR
A NATUREZA . UM FORTE
A PERFEIÇÃO
PESSIMISMO.
FORMAL.
 A CULTURA
CLÁSSICA.
AS POMBAS – Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem...Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
MAL SECRETO – Raimundo Correia
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito* inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!"
SIMBOLISMO
SIMBOLISMO

MOVIMENTO
ESSENCIALMENTE
POÉTICO
SIMBOLISMO

Início no Brasil: 1893


NASCEU NA FRANÇA

“Missal” (poema em prosa)

“Broquéis” (poesias)
SIMBOLISMO

NASCEU NA FRANÇA
Fim:

1902 – “Os Sertões”,

de Euclides da Cunha
SUBJETIVISMO ( VOLTA SIMBOLISMO
AO ROMANTISMO)

MISTICISMO E
RELIGIOSIDADE

MUSICALIDADE

SUGESTIVIDADE
(FALTA DE CLAREZA)
VIAGEM AO MUNDO SIMBOLISMO
INVISÍVEL E IMPALPÁVEL
( FUGA DA REALIDADE)

USO DE SÍMBOLOS

MUSICALIDADE

ALITERAÇÃO
SIMBOLISMO
ASSONÂNCIA

USO DE MAIÚSCULAS
NO MEIO DAS
PALAVRAS

OBSESSÃO PELA COR


BRANCA

SUGESTIVIDADE
SIMBOLISMO
SINESTESIAS

INTERESSE PELAS
ZONAS PROFUNDAS
DA MENTE
SINESTESIAS
“Palpitando os mastros
Ao som vermelho da canção de guerra”
“Como a doçura quente de um carinho”
“Mas uma voz de súbito gemendo
Sob o silêncio côncavo dos astros”

“luz macia”, “perfume barulhento/silencioso”,


“sabor áspero”.
SIMBOLISMO

Emprego de figuras de linguagem


como a sinestesia, metáfora,
aliteração e assonância.
Simbolismo Parnasianismo
Subjetivismo Objetivismo
Linguagem vaga, que busca Linguagem precisa,
SUGERIR em vez de nomear. objetiva, culta.

Abundância de metáforas. Busca da perfeição


formal.
Cultivo de soneto e de outras Preferência pelo soneto.
formas de composição
poética.
Antimaterialismo, Materialismo,
antirracionalismo. racionalismo.
Misticismo, religiosidade. Paganismo.
Pessimismo, dor de existir. Contenção dos sentimentos.
PRINCIPAIS
SIMBOLISTAS

CRUZ E SOUSA

ALPHONSUS DE
GUIMARAENS
SIMBOLISMO
CRUZ E SOUSA
CRUZ E SOUSA

“CISNE NEGRO DO
SIMBOLISMO BRASILEIRO”

FILHO DE ESCRAVOS;

TEVE UMA VIDA DE PADECIMENTOS;

SOFREU PRECONCEITO RACIAL


OBSESSÃO PELA COR BRANCA
SIMBOLISMO

CRUZ E SOUSA
TEMAS: MISTÉRIOS DA VIDA E
DA MORTE; EXISTÊNCIA OU
NÃO DE DEUS;

VOLTA-SE PARA OS
MARGINALIZADOS;

LINGUAGEM RICA;

EXPLORA A SONORIDADE DAS


PALAVRAS
“VIOLÕES QUE CHORAM” –
CRUZ E SOUSA
VIOLÕES QUE CHORAM...

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,


Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
VIOLÕES QUE CHORAM...

Sutis palpitações à luz da lua,


Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
VIOLÕES QUE CHORAM...

As cordas vivas dos violões chorosos.


Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
VIOLÕES QUE CHORAM...

Harmonias que pungem, que laceram,


Dedos nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...
E sons soturnos, suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
VIOLÕES QUE CHORAM...

No sussurro monótono das águas,


Noturnamente, entre ramagens frias.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
VIOLÕES QUE CHORAM

Tudo nas cordas dos violões ecoa


E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febril agitação de um pulso.
“CÁRCERE DAS ALMAS” –
CRUZ E SOUSA
Cárcere das Almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,


Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e sonhando, as imortalidades
Rasga ao etéreo Espaço da Pureza.
Cárcere das Almas(continuação)

Que esses violões nevoentos e tristonhos


São ilhas de degredo atroz, funéreo,
Para onde vão, fatigadas do sonho,
Almas que se abismaram no mistério.
Cárcere das Almas(continuação)

Sons perdidos, nostálgicos, secretos,


Finas, diluídas, vaporosas brumas,
Longo desolamento dos inquietos
Navios a vagar à flor de espumas.
[...]
Cárcere das Almas (continuação)

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!
SIMBOLISMO

ALPHONSUS DE
GUIMARAENS

SOFRE COM A PREMATURA MORTE DA


AMADA (CONSTANÇA);

PASSA POR UMA CRISE DE DOENÇA E


BOEMIA;

FICA CONHECIDA COMO “O


SOLITÁRIO DE MARIANA”;
SIMBOLISMO

ALPHONSUS DE
GUIMARAENS
POESIA ESPIRITUALISTA, COM
RITUAIS RELIGIOSOS, SONHOS E
MELANCOLIA;

LINGUAGEM COM GRANDE EFEITO DE


MUSICALIDADE;

MORTE DA MULHER AMADA;


HÃO DE CHORAR POR ELA OS CINAMOMOS
ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Simbolismo Parnasianismo
Subjetivismo Objetivismo
Linguagem vaga, que busca Linguagem precisa,
SUGERIR em vez de nomear. objetiva, culta.

Abundância de metáforas. Busca da perfeição


formal.
Cultivo de soneto e de outras Preferência pelo soneto.
formas de composição
poética.
Antimaterialismo, Materialismo,
antirracionalismo. racionalismo.
Misticismo, religiosidade. Paganismo.
Pessimismo, dor de existir. Contenção dos sentimentos.

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