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Técnico de Informática - Sistemas

Heterónimos de
Fernando Pessoa
ALBERTO CAEIRO, RICARDO REIS E ÁLVARO DE CAMPOS 
PORTUGUÊS

Henrique Pedrosa nº10 3TIS

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Técnico de Informática - Sistemas

Conteúdo
Alberto Caeiro..............................................................................................................................2
Poema “Olá guardador de rebanhos”......................................................................................2
Análise do poema.................................................................................................................2
Ricardo Reis..................................................................................................................................4
Poema “Amo o que vejo”.........................................................................................................4
Análise do poema.................................................................................................................4
Álvaro de Campos........................................................................................................................5
Poema “Ah a frescura na face de não cumprir um dever!”......................................................5
Análise do poema.................................................................................................................5
Webgrafia.....................................................................................................................................6

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Alberto Caeiro
Mestre Alberto Caeiro foi criado por Fernando Pessoa no dia 8 de março de 1914.
Segundo Fernando Pessoa, Alberto Caeiro nasceu a 16 de abril de 1889 em Lisboa, mas
viveu quase toda a sua vida no Ribatejo, na quinta da sua tia-avó, pois os seus pais
faleceram era ele ainda pequenino. Foi numa noite, no Ribatejo, que escreveu um
conjunto de poemas aos quais deu o nome de “O Guardador de Rebanhos”. Não teve
uma grande educação, só a primária, e também não tinha nenhuma profissão. Morreu
de tuberculose em 1915.
É um poeta voltado para a simplicidade e as coisas puras. Viveu em contato com a
natureza, tendo extraído dela a sua inspiração. Era também defensor do paganismo.

Poema “Olá guardador de rebanhos”


“X – Olá guardador de rebanhos” retirado do livro O Guardador de Rebanhos
1 «Olá/, guar/da/dor/ de re/ba/nhos,
2 Aí à beira da estrada,
3 Que te diz o vento que passa?»

4 «Que é vento, e que passa,


5 E que já passou antes,
6 E que passará depois.
7 E a ti o que te diz?»

8 «Muita coisa mais do que isso,


9 Fala-me de muitas outras coisas.
10 De memórias e de saudades
11 E de coisas que nunca foram.»

12 «Nunca ouviste passar o vento.


13 O vento só fala do vento.
14 O que lhe ouviste foi mentira,
15 E a mentira está em ti.»

Análise do poema
Análise formal –
Este poema é composto um terceto e três quadras. Quanto ao número de sílabas é
heptassílabo ou redondilha maior (“«Olá/, guar/da/dor/ de re/ba/nhos,”) e quanto à
rima, são versos soltos.

Recursos expressivos –
“Olá, guardador de rebanhos” é uma apóstrofe. “Que é vento, e que passa… E que… E
que…” contém uma enumeração (“e que”).

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Técnico de Informática - Sistemas

Análise –
Este poema é um diálogo entre um “tu” e um “eu”, ou seja, o sujeito poético tem um
diálogo com ele mesmo. (Alberto Caeiro considerava-se o guardador de rebanhos,
comprovando assim esse diálogo consigo próprio.) Esse “tu” tem uma visão abstrata
da realidade, dizendo que o vento lhe evocava acontecimentos passados e também do
futuro (“Fala-me de muitas outras coisas. / De memórias e de saudades / E de coisas
que nunca foram.»”). Quanto ao “eu”, o vento não era nada mais do que o vento, ou
seja, o vento não tem nenhum mistério e é só vento (“«Nunca ouviste passar o vento. /
O vento só fala do vento.”). Há um confronto entre o ideológico entre o “eu”, que
afirma que o vento não é nada de especial, e entre o “tu”, que, de certa forma,
personifica o vento.

Para Alberto Caeiro, “o que nós vemos das coisas são as coisas”, por isso, neste poema
ele tem dificuldade em aceitar que o vento possa, para os outros, significar alguma
coisa. Para ele, o conhecimento é constituído apenas pelos sentido – o sensacionismo
– pelo que só existe o que é visível.

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Ricardo Reis
Fernando Pessoa diz que Ricardo Reis nasceu em 1887 no Porto, não se recordando do
dia e do mês. Foi educado num colégio de jesuítas e era médico. Vivia no Brasil desde
1919. Num dia do ano de 1914 veio à alma do poeta a vontade de escrever “uns
poemas de índole pagã”. Este heterónimo, tal com Alberto Caeiro, era defensor do
paganismo.

Poema “Amo o que vejo”


“Amo o que vejo” do livro Odes, Ricardo Reis
1 Amo o que vejo porque deixarei
2 Qualquer dia de o ver.
3 Amo-o também porque é.

4 No plácido intervalo em que me sinto,


5 Do amar, mais que ser,
6 Amo o haver tudo e a mim.

7 Melhor me não dariam, se voltassem,


8 Os primitivos deuses,
9 Que também, nada sabem.

Análise do poema
Análise formal –
Este poema é composto por três tercetos. Quanto ao número de sílabas é eneassílabo
(“A/mo o /que /ve/jo /por/que dei/xa/rei”) e quanto à rima, são versos soltos.
Recursos expressivos –
“Amo o que vejo porque deixarei / Qualquer dia de o ver.” é um eufemismo. “Amo o
haver tudo e a mim.” é uma hipérbole.
Análise –
Nos verso 1 ao 6, o sujeito poético diz amar tudo o que vê, consciente de que a vida é
efémera, ou seja, não dura para sempre. Reconhece que mais cedo ou mais tarde
perderá tudo aquilo o que ama, por isso aproveita esse momento. Ricardo Reis é um
epicurista, ou seja, ele procura os prazeres da vida e tenta aproveitá-los, de um modo
tranquilo e sem exagerar.

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Álvaro de Campos
Fernando Pessoa criou Álvaro de Campos em 1915, que nasceu em Tavira a 15 de
outubro de 1890. Estudou Engenharia Naval, na Escócia. No entanto, não exerceu a
profissão por não poder suportar ficar fechado em escritórios. Os seus poemas
mostram o seu temperamento, rebelde e agressivo.

Poema “Ah a frescura na face de não cumprir um dever!”


1 Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
2 Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
3
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
4
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
5 Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu saberia que não vinha.
6 Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
7 Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
8 E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
9 Deliberadamente à mesma hora...
10 Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
11
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
12
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.
13

Análise do poema
Análise formal –
Este poema tem apenas uma estrofe e é irregular, com 15 versos. Não tem rima, pois
os versos são soltos.
Recursos expressivos –
“Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida. / Estou nu, e mergulho na água da
minha imaginação.” contém uma antítese. “Está bem, ficarei aqui sonhando versos e
sorrindo em itálico. / É tão engraçada esta parte assistente da vida!” mostra ironia.

Análise –
O poeta começa por associar o desleixo e o não cumprimento de um dever a uma
sensação de bem-estar, a frescura na face. O sujeito poético mostra a sua
despreocupação para com os encontros, dizendo que se sente aliviado por faltar e já
não poder comparecer. Diz que esperou pela vontade de ir aos encontros, mas essa
vontade nunca chegou. Nos versos 8 e 9 o sujeito poético mostra que é contra a
sociedade em que vive, pois esta está cheia de regras; diz que vive segundo a sua
imaginação, sem os valores da sociedade. Nos últimos versos, 10-15, o sujeito poético
ainda fala sobre os encontros, dizendo que já é tarde para lá ir; diz também que,
mesmo faltando aos encontros, tem o que fazer (escrever poemas), mesmo que não
esteja muito contente.

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Webgrafia
https://www.ebiografia.com/alberto_caeiro/

https://www.preparaenem.com/portugues/alberto-caeiro.htm

https://www.infopedia.pt/$alberto-caeiro

http://propor.esccb.pt/pessoa/het_alb_poemas-OlaGuardador_com.htm

https://www.casafernandopessoa.pt/pt/fernando-pessoa/obra/ricardo-reis

https://ensina.rtp.pt/artigo/ricardo-reis-heteronimo-de-fernando-pessoa/

https://www.ebiografia.com/ricardo_reis/

https://www.portugues.com.br/literatura/cinco-poemas-ricardo-reis.html

https://www.facebook.com/449834028479836/posts/1152859251510640/

https://www.ebiografia.com/alvaro_de_campos/

https://casafernandopessoa.pt/pt/fernando-pessoa/obra/alvaro-de-campos

https://prezi.com/dsk07kkjklpr/ah-a-frescura-na-face-de-nao-cumprir-um-dever/

http://arquivopessoa.net/

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