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Parnaso (1511), um afresco de Rafael

Parnasianismo
Vaso Grego (Alberto de Oliveira) SONETO
Esta de áureos relevos, trabalhada A → DOIS QUARTETOS + DOIS TERCETOS
De divas mãos, brilhante copa, um dia, B → ESQUEMA FIXO DE RIMAS
Já de aos deuses servir como cansada, A OBS: RIMAS ALTERNADAS/CRUZADAS
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. B
→ RIMAS RICAS: CLASSES DE
Era o poeta de Teos que o suspendia B PALAVRAS DIFERENTES
Então, e, ora repleta ora esvasada, A → RIMAS RARAS: FEITAS COM
A taça amiga aos dedos seus tinia, B PALAVRAS TAMBÉM RARAS
Toda de roxas pétalas colmada. A (VERNÁCULAS)
→ HIPÉRBATO/ANÁSTROFE/INVERSÃO:
Depois... Mas, o lavor da taça admira, C TROCA DA ORDEM DIRETA DOS
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas D
TERMOS DA FRASE
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, E
Esta brilhante copa de áureos relevos, vinda
Ignota voz, qual se da antiga lira C do Olimpo (e) trabalhada de (=por) divas
Fosse a encantada música das cordas, D mãos, um dia, como (se) já cansada de servir
Qual se essa voz de Anacreonte fosse. E aos deuses, a um novo deus servia.
Vaso Grego (Alberto de Oliveira) SONETO
Esta de áureos relevos, trabalhada A
De divas mãos, brilhante copa, um dia, B Es/ta/ de áu/reos/ re/le/vos,/ tra/ba/lha(da)
Já de aos deuses servir como cansada, A
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. B De/ di/vas/ mãos,/ bri/lhan/te/ co/pa, um/ di(a),

Era o poeta de Teos que o suspendia B Já/ de aos/ deu/ses/ ser/vir/ co/mo/ can/sa(da),
Então, e, ora repleta ora esvasada, A
A taça amiga aos dedos seus tinia, B Vin/da/ do O/lim/po,/ a um/ no/vo/ deus ser/vi(a).
Toda de roxas pétalas colmada. A
VERSOS DECASSÍLABOS → 10 SÍLABAS
Depois... Mas, o lavor da taça admira, C MÉTRICAS
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas D
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, E HEROICOS → 6ª E 10ª SÍLABAS

Ignota voz, qual se da antiga lira C SÁFICOS → 4ª, 8ª E 10ª SÍLABAS


Fosse a encantada música das cordas, D
Qual se essa voz de Anacreonte fosse. E
Vaso Grego (Alberto de Oliveira) SONETO
Esta de áureos relevos, trabalhada A TEMA → UMA TAÇA DE VINHO QUE
De divas mãos, brilhante copa, um dia, B HAVIA PERTENCIDO A GERAÇÕES:
Já de aos deuses servir como cansada, A
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. B
→ PRIMEIRO, AOS DEUSES;
Era o poeta de Teos que o suspendia B
Então, e, ora repleta ora esvasada, A → POSTERIORMENTE, AO “POETA DE
A taça amiga aos dedos seus tinia, B TEOS” = ANACREONTE, UM POETA
Toda de roxas pétalas colmada. A LÍRICO GREGO

Depois... Mas, o lavor da taça admira, C → E AGORA, CHEGA ÀS MÃOS DO POETA


Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas D
PARNASIANO, QUE NOS CONVIDA A
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, E
ADMIRÁ-LA E OUVIR NELA A LIRA DE
Ignota voz, qual se da antiga lira C ANACREONTE.
Fosse a encantada música das cordas, D
Qual se essa voz de Anacreonte fosse. E LINHAGEM: PARNASIANOS A CLÁSSICOS
Vaso Chinês(Alberto de Oliveira) SONETO
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, A → DOIS QUARTETOS + DOIS TERCETOS
Casualmente, uma vez, de um perfumado B → ESQUEMA FIXO DE RIMAS
Contador sobre o mármor luzidio, A OBS: RIMAS ALTERNADAS/CRUZADAS
Entre um leque e o começo de um bordado. B → RIMAS RICAS: CLASSES DE
PALAVRAS DIFERENTES
Fino artista chinês, enamorado, B
→ RIMAS RARAS: FEITAS COM
Nele pusera o coração doentio A
Em rubras flores de um sutil lavrado, B PALAVRAS TAMBÉM RARAS
Na tinta ardente, de um calor sombrio. A (VERNÁCULAS)
→ HIPÉRBATO/ANÁSTROFE/INVERSÃO:
Mas, talvez por contraste à desventura, C TROCA DA ORDEM DIRETA DOS
Quem o sabe?... de um velho mandarim D TERMOS DA FRASE
Também lá estava a singular figura; C Vi-o casualmente uma vez, sobre o mármor
luzidio de um contador;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, E
Sentia um não sei quê com aquele chim D Também lá estava a singular figura de um
De olhos cortados à feição de amêndoa. E velho mandarim.
Vaso Chinês(Alberto de Oliveira) SONETO
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, A
Casualmente, uma vez, de um perfumado B TEMA → DESCRIÇÃO DE UM VASO
Contador sobre o mármor luzidio, A CHINÊS
Entre um leque e o começo de um bordado. B

Fino artista chinês, enamorado, B GOSTO BURGUÊS POR PEÇAS


Nele pusera o coração doentio A ARTÍSTICAS RARAS → O POEMA É UMA
Em rubras flores de um sutil lavrado, B PEÇA RARA
Na tinta ardente, de um calor sombrio. A
IMPORTANTE: IMPASSIBILIDADE OU
Mas, talvez por contraste à desventura, C DESAPEGO EMOCIONAL
Quem o sabe?... de um velho mandarim D
Também lá estava a singular figura; C
ALIENAÇÃO: EU-LÍRICO DISTANCIADO.
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, E
Sentia um não sei quê com aquele chim D
De olhos cortados à feição de amêndoa. E
Nel mezzo del camin... (Olavo Bilac) SONETO
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada A → DOIS QUARTETOS + DOIS TERCETOS
E triste, e triste e fatigado eu vinha. B
→ ESQUEMA FIXO DE RIMAS
Tinhas a alma de sonhos povoada, A
E alma de sonhos povoada eu tinha… B OBS: RIMAS ALTERNADAS/CRUZADAS
→ RIMAS RICAS: CLASSES DE
E paramos de súbito na estrada A PALAVRAS DIFERENTES
Da vida: longos anos, presa à minha B → RIMAS RARAS: FEITAS COM
A tua mão, a vista deslumbrada A PALAVRAS TAMBÉM RARAS
Tive da luz que teu olhar continha. B (VERNÁCULAS) ?
→ HIPÉRBATO/ANÁSTROFE/INVERSÃO:
Hoje segues de novo... Na partida C
Nem o pranto os teus olhos umedece, D TROCA DA ORDEM DIRETA DOS
Nem te comove a dor da despedida. C TERMOS DA FRASE

E eu, solitário, volto a face, e tremo, E Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu
Vendo o teu vulto que desaparece D vinha… Tinhas a alma de sonhos povoada, e a
Na extrema curva do caminho extremo. E alma de sonhos povoada eu tinha.
Nel mezzo del camin... (Olavo Bilac) SONETO
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada A
E triste, e triste e fatigado eu vinha. B TEMA → ENCONTRO/DESENCONTRO
Tinhas a alma de sonhos povoada, A
E alma de sonhos povoada eu tinha… B
O FIM DO AMOR, PORÉM, SEM O
E paramos de súbito na estrada A DERRAMAMENTO ROMÂNTICO.
Da vida: longos anos, presa à minha B
A tua mão, a vista deslumbrada A EMOÇÕES CONTIDAS, RESERVADAS.
Tive da luz que teu olhar continha. B
MORTE?
Hoje segues de novo... Na partida C
Nem o pranto os teus olhos umedece, D
Nem te comove a dor da despedida. C

E eu, solitário, volto a face, e tremo, E


Vendo o teu vulto que desaparece D
Na extrema curva do caminho extremo. E
Via Láctea VIII (Olavo Bilac) SONETO
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo A
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, B → DOIS QUARTETOS + DOIS TERCETOS
Que, para ouvi-las, muita vez desperto A → ESQUEMA FIXO DE RIMAS
E abro as janelas, pálido de espanto… B OBS: RIMAS ALTERNADAS/CRUZADAS
→ RIMAS RICAS: CLASSES DE
E conversamos toda a noite, enquanto B
PALAVRAS DIFERENTES
A via-láctea, como um pálio aberto, A
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, B → RIMAS RARAS: FEITAS COM
Inda as procuro pelo céu deserto. A PALAVRAS TAMBÉM RARAS
(VERNÁCULAS) ?
Direis agora: “Tresloucado amigo! C
Que conversas com elas? Que sentido D TEMA: ÓCIO CONTEMPLATIVO DE
Tem o que dizem, quando estão contigo?” C
QUEM ESTÁ PROFUNDAMENTE
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! E APAIXONADO… :)
Pois só quem ama pode ter ouvido D
Capaz de ouvir e de entender estrelas”. E
RESUMINDO...
ARTE PELA ARTE;
ESTETICISMO E ORNAMENTAÇÃO EXTREMOS: SONETOS, RIMAS RICAS E
RARAS;
POESIA DESCRITIVA, VISUAL;
BUSCA POR PERFEIÇÃO FORMAL (O POETA É UM JOALHEIRO, UM
OURIVES DA LINGUAGEM);
PREFERÊNCIA POR TEMAS CLÁSSICOS;
IMPASSIBILIDADE E CONTENÇÃO EMOCIONAL;
PRINCIPAIS POETAS BRASILEIROS: OLAVO BILAC, RAIMUNDO CORREIA,
ALBERTO DE OLIVEIRA.

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