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o
OBRAS DE CAMILLO GASTELLO BRANCO
QUE SE ENCONTRAM Á VENDA
NAS
POR
PO M N f,
EM CASA DE VIUVA MORÉ - EDITORA,
PRAÇA DE D. PEDRO.
A mesma casa em Coimbra, f I Casa de Commissões em Paris,
Rua da Calçada. | 2 bis, Rua d'Arcole.
1863.
IOAN STACK
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S K8TRELLA8 PROPICIAS.
n.
III.
IV.
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30 ESTRELLAS PROPICIAS.
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4
50 ESTRELLAS PROPICIAS.
VI.
— Eu!
— Sim, o senhor!
— Não pensei tal... e creio que vossa excellencia
entendeu mal a propensão da senhora D. Corinna, posto
que a escolha me daria muita gloria.
— Mai to bem: façamos de conta qne estivemos a
fantasiar— tornou Gastão simulando um desenfado ri
sonho, que lá por dentro era accesso de zanga e vergo
n h a.— Pelo que diz respeito ao senhor Antonio d e...
como é?
— Antonio d’Azevedo.
— Ah! sim, d’Azevedo... filhote de Barcellos?
— Justamente.
— Não sei quem são os Azevedos de Barcellos...
Sejam lá quem forem, meu caro senhor Taveira... te
nho a dizer-lhe...
— Os Azevedos de Barcellos — interrompeu com
louvável desabrimento Felisberto— são tão nobres co
mo os Taveiras do Porto. Meu pae veio da lavoira de
Fafe para aqui ; o pae do bacharel Antonio d’Azevedo
morreu na lavoira de Barcellos.
— Sim, senhor: convenho em que tão nobres são
uns como óutros; mas a minha filha não ha de, creio
eu, illudir-me mais uma hora. Queira desculpar um
engano, em que vossa senhoria nada perdeu, e rogo-lhe
que diga ao senhor Antonio d’Azevedo que se préoccupé
com aspirações mais rasoaveis, se não interessa em dar
graves desgostos a uma familia que vive tranquilla.
Quando as ultimas linhas d’este dialogo se troca
ESTRELLAS PROPICIAS. 55
vam entre os dois, qual d’elles mais corrido do sen equi
voco, outro dialogo terminava entre Corinna e Antonio
d’Azevedo por estas palavras d’ella:
— En receio que meu pae se não demore no Porto,
e Deus sabe se nos veremos mais! OUte: se tiver pre
cisão de queixar-se da sua má estrella, faça-o a mim,
que sou, desde bontem, desde sempre, desde que nasci
sua amiga, e talvez sua irman por sympatbia de dores.
Escreva-me: eu lbe direi de Vianna em que nome me
ha de escrever. Vá visitar-me em espirito á minha so
ledade: lá me verá sésinha por entre as arvores, em
qnanto minhas irmans, qnasi tio infelizes como eu,
procuram ao menos entreter-se Hmas com as outras em
volta das suas saudades de Paris... Eu nem isso trouxe
de lá... Não se demore, que vejo meu pae...
Felisberto chegou diante de Antonio d’Azevedo, e
disse com forçado riso :
— Estás outra vez somnambulo, Antonio? Eu es
tou peor, porque venho estúpido de spasuo!
— Que é?
— Querem casar-me com a toa Corinna!
Azevedo ergueu a fronte a vincada, e disse:
— Pois é costume offerecerem-se assim as filhas
n’um baile ao homem a quem se é apresentado?!
— Não é costume: é moda agora... O Gastão vai
sahir com a familia — ajuntou Felisberto— Podemos
ir, e lá fóra conversaremos.
Ouviu o bacharel o dialogo em resumo; contou ao
seu amigo as ultimas palavras de Corinna ; e adorou a
56 E8TREIXA8 PROPICIAS.
VII.
%
70 B8TRELU8 PROPICIAS.
VIII.
IX.
*28 de junho.
« 27 de junho.
X.
XI.
X II.
X III.
t ................................................................................
« Eu não sei que deva esperar de Fernando de Athai-
< de. Pareceu-me bom quando lhe vi lagrimas, e mau
« quando se despediu. Será tudo, ou não será nada do
« que me preceu : os indivíduos vulgares são os me-
« nos intelligiveis. O melhor, Corinna, é nada esperar
« que bom seja.
< Entretanto, eu posso mandar á tua familia o bom
< coração que tu fizeste, e não póde ser teu sem ser
« dos teus. Prézo teu pae e tua mãe, quero ás tuas
« irmans como ás minhas. Tenho-vos a todos no mais
« sagrado dos meus affectos e ardentes desejos de ser
« util.
< Os meus haveres, por em quanto, não merecem
« tal nome; porém a minha palavra vale muito com os
€ amigos que me deram os Taveiras. É-me facil pos
er suir alguns contos de reis, e mandal-os a teu pae pa
ir ra ter uma casa e segura subsistência de sua familia,
« até que a minha posição seja mais solida. Mas como
<r hei de eu, e com que pretexto, remetter-lhe este d i-
« nheiro? Como ha de elle acceital-o? Pensei n’isto'
< muitos dias; e, a final de desanimados arbilrios, to -
« mei um expediente que tu, minha Corinna, applaudi-
« rás, porque, sobre tudo, és a minha irman. Remetti
« seis contos de reis ao nosso Felisberto Taveira, pe-
« dindo-lhe que fosse elle offerecel-os a teu pae coibo
« coisa sua. Contrariou-me logo a conjectura de que
< teu pae os não acceitaria, por não poder dar abona-
« ção; mas tão cansado estava eu já de ser contrariado,
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f que fechei os olhos, e deixei ao mev bom amigo o
<desapressar-se das difficuldades. Aqui tens o que fiz:
< Deus fará o resto.
c Pedi ao Taveira que aconselhasse a sahida d« tea
< pae para o Porto ou Lisboa. A especial situação em
c que elle se collocou é muito violenta. Digam-lhe to-
<dos que abandone as terras que já não são suas. Em
t toda a parte ha sol e arvores e paz. Todas as flores te
< hão de festejar, minha filha, e o meu coração te será
f companhia onde quer que vás........................................
t .................................................................................................................................... »
X IV .
XV . -
XV I.
1
XVII.
XVIII.
XIX.
XX.
CONCLUSÃO.
EPÍLOGO.
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