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Eu e Ela
Cobertos de folhagem, na verdura, Nós teremos então sobre os joelhos
O teu braço ao redor do meu pescoço, Um livro que nos diga muitas cousas
O teu fato sem ter um só destroço, Dos mistérios que estão para além das lousas,
O meu braço apertando-te a cintura; Onde havemos de entrar antes de velhos.
Mas já desmaio, exausto e vacilante, Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre:
Quebrada a espada já, rota a armadura... Assim eu vi o mundo e o que ele encerra
E eis que súbito o avisto, fulgurante Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Na sua pompa e aérea formosura! Ao pôr do sol e sobre o mar discorre.
Com grandes golpes bato à porta e brado: Pedindo à forma, em vão, a ideia pura,
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... Tropeço, em sombras, na matéria dura.
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! E encontro a imperfeição de quanto existe.
Ideal
Aquela, que eu adoro, não é feita
De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas languidas, divinas
Da antiga Vénus de cintura estreita...