Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!suscitação dos sentidos, levando-o a refletir. Este vai se ver incomodado pela sociedade
De um couraçado inglês vogam os escaleres; presente, distante do tempo de glória. Pois o presente= sociedade burguesa
E em terra num tinir de louças e talheres perceção auditiva
Flamejam, ao jantar alguns hotéis da moda.típico de burguesia (que adoram o estrangeiro), nada haver com heroísmo passado
II
Noite Fechada
Na parte que abateu no terremoto, parte pombalina, com muitos muros que "aprisionam" o sujeito.
Muram-me as construções rectas, iguais, crescidas;
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,
E os sinos dum tanger monástico e devoto. Sentimento de clausura auditivo
Mas, num recinto público e vulgar, vai se contradizer; naquele espaço cuja memória está esquecida
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, chega ao largo de Camões e vê estátua
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras,
Um épico doutrora ascende, num pilar!Submerge no passado glorioso, que não existe no presente
E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, Aquela imagem épica contrapõe com a decadência e doença da cidade
Nesta acumulação de corpos enfezados;
Sombrios e espectrais recolhem os soldados;
Inflama-se um palácio em face de um casebre.
E eu, de luneta de uma lente só, Metáfora.Assume subjetividade e observador sensível da realidade, achando tudo interessante e
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: matéria poética
Entro na brasserie; às mesas de emigrados,
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó. espaço interior
III
E saio. A noite pesa, esmaga. Nos Apesar do sp estar no exterior, a metáfora reforça a opressão crescente causada pela cidade
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras ar afeta sp
Um sopro que arripia os ombros quase nus.
As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos; decadência que a burguesia causa, relacionada com excessos católicos. CRITICA.
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.
Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes Ambiente que, de novo, causa mal-estar
Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco; Noite aprofunda-se, logo menos atividade comercial
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tornam-se mausoléus as armações fulgentes.
Horas mortas Noite profunda. Perante tal mortidão, sentidos do sujeito poético vão se aprofundar. Intensificando transfiguração e perceção,
num modo quase alucinatório. Também o desejo de invasão vai aprofundar.
Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis, apela nova geração para melhorar futuro, já que ele não vai CONSEGUIR
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis. acabando com o que oprime e degrada. Realidade melhor que presentificada +leve
Mas se vivemos, os emparedados, De volta ao presente, IMAGINAVA UTOPIA E… PRESENTE, abandona invasão
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!... como que entre paredes
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados. Flashes do presente real
E, enorme, nesta massa irregular Filtragem metafórica da globalidade: TÃO DISTANTE DE GLÓRIA
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes, Necessidade de superar decadência, quebrando o que cidade representa
E tem marés, de fel, como um sinistro mar! Mas é possível alcançar, estamos no meio do mar de dor e perdição
Cesário Verde