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As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos;
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.
TOPICOS DE AVALIAÇÃO
1. Referências espácio-temporais.
poético.
5.1. Deambulação;
6. Perceção sensorial.
Todo o poema e toda a descrição da cidade assentam numa sucessão de sensações, desde as
tácteis ("Um sopro que arrepia os ombros quase nus"), as auditivas ("...ao chorar doente dos
piao"; "Da solidão regouga um cauteleiro rouco"; "Pede-me sempre esmola"), as olfactivas
("exala-se, inda quente / Um cheiro salutar e honesto a pão no forno"; "Flocos de pós-de-arroz
pairam sufocadores") ao claro predomínio das visuais ("E a vossa palidez romântica e lunar!").
Ao longo deste poema, há uma personagem principal enaltecida: a cidade (Lisboa) num tom de
desencanto, de melancolia, de evidente vencidismo. Assim sendo, é lógico que este texto de
Cesário Verde possa ser considerado uma epopeia, pois todo ele se estrutura em torno dessa
realidade (a cidade), mas esse canto acaba por ser negativa, porque o tom que dele se
desprende é de clara melancolia.
Tempo: Num determinado período do dia, a noite - "A noite pesa, esmaga”.
Personagens:
- A velha, de bandós, de vestido com traine (acrescento farto e longo, a arrastar pelo chão), e
os mecklemburgueses.
- As impuras que se arrastam nos passeios de lajedo. Os pobres andrajosos e doentes, que são
afectados pelo sopro saído das embocaduras.
- Personagens imaginadas: santos em capelas, com círios, andores, ramos, velas. Fiéis
frequentadores da catedral de comprimento imenso.
Ao longo deste poema, o sujeito poético aborda a cidade num tom de desencanto, de
melancolia, numa perspectiva de humilhação e frustração, como se sentisse derrotado pela
vida artificial e desumana que é a cidade. Todo o poema se estrutura em torno dessa realidade
(a cidade), que acaba por ser negativa, porque o tom do sujeito poético é de clara mágoa.
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Nesta 3 parte regista-se uma nova progressão temporal. começa pela a articulação do poema
anterior “e saio” onde o Eu tinha acabado de sair de um cafetaria. Este poema desenvolve-se
acompanhando o deambular do sujeito poético pelas ruas da cidade - "Passeios de lajedo", "as
embocaduras", "Cercam-me as lojas" - num determinado período do dia, a noite - "A noite
pesa, esmaga". A noite adensa-se e a cidade está iluminada pela luz artificial dos candeeiros de
gás. Ao longo do poema há referências a determinados tipos sociais principalmente à
associação de degradação social “A noite pesa, esmaga./Nos passeios de lajedo arrastam-se as
impuras” usando a metáfora remetendo à prostituição : as impuras, as burguesinhas, a mulher
"magnética" ("a lúbrica pessoa") e a velha de bandós constituem o leque feminino de
personagens; a par, surgem outras figuras como o forjador, o "ratoneiro imberbe", os
caixeiros, o cauteleiro e o "velho professor" de latim, agora um pobre pedinte. Na 1º estrofe o
Eu Sensibiliza-se com o sofrimento no interior dos hospitais e com os pobres mal vestidos e
doentes, expostos às correntes de ar.
Na 2ºestrofe, o sujeito poético sente-se cerrado. Este revela consciência de que as lojas
tépidas que o cercam se assemelham a uma catedral de comprimento imenso, ou seja, uma
das origens do cerco que o afecta vem do lado religioso, outra vem do lado do desequilíbrio
social.
Na 5ºestrofe, revela a sua intenção de intervir na sociedade: fantasia de escrever um livro que
exacerbe, que cause impacto, que aparir do real se crie uma poesia objetiva em que haja uma
analise da realidade. Mostra tbm pouca simpatia pelas casas de confecções e modas, devido
ao que elas representam no antro de contradições que é a cidade.
Na 6º estrofe, o sujeito poético demostra a sua insatisfação perante as ruas da cidade, que não
pode descrever com versos salubres nem magistrais, pois estas ruas são melancólicas e
associadas ao terror. Mostra o seu desejo de criar uma nova realidade “longas descidas! Nao
poder pintar com versos magistrais, salubres e sinceros” uma poesia real com função social e
moral com vertentes para o ensinamento, despertar consciencias.
Na 7ºestrofe, revela rispidez perante os que, apoiados pela sorte, são atraídos pelo luxo e pela
futilidade “que espartilhada escolhe uns xales com debuxo!” , usando tbm a metáfora “grande
cobra, a lubrica pessoa”. Critica tbm o espaço por onde anda a vaguear “que ao longo dos
balcoes de mogno se amontoa” um lugar ligado à burguesia, altiva e materialista
Na 9ºestrofe, mostra não concordar com o comportamento dos clientes das lojas da moda.
Na 10ºestrofe, “Mas tudo cansa!Apaguam-se”, o sujeito poético diz sentir-se cansado de toda
aquela loucura que é a cidade que dá atenção aos mais fracos, neste caso ao cauteleiro, que
regouga, rouco, solitário. O brilho apaga-se: sobra apenas solidao e o abatimento do sujeito
poetico mostrando este sofrimento na metafora ligada à morte “Tornam-se mausoléus as
armações fulgentes”
Na última estrofe, o sujeito poético mostra compaixão pelos desfavorecidos, no caso concreto
do seu velho professor de latim, e repulsa pelo desprezo a que, simbolicamente, foram
deitados os valores culturais do país. Dimensao critica: a cidade mergulha na escuridão insinua
que o mundo moderno despreza o saber , a cultura e valoriza mais o luxo, o lucro, a
ostentação
Análise Formal
Contém 11 Quadras
Figuras de Estilo: