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o GRANDE DEBATE
,., DE
,.,
LAMPIAO E SAO PEDRO
C2
o 04.Aqueta
ou os Animais tem Razão _ Antônio Frandsco
Dose de Amor - Antônio Francisco
~
• 05.A Oilava Maravilha ou a Lenda de Catuné - Antônio Francisco
• 06.A Cidade dos Cegos ou Hislória de Pescador - Antônio Francisco
07. As Seis Moedas de Ouro -Antônio Frandsco
o
.o GRANDE DEBATEDE
• 08. A Arca de Noé -Antônio Francisco
• 09. 00 Outro Lado do Véu - Antônio Frandsco
• 1O.Confusão no Cemilério - José Rlbamar A/vas
LAMPIÃO COM S.PEDRO
• 11. O ataque de Mossoró ao bando de Lampião _ Antônio Francisco
• 12. Fundo do Poço Total- Concriz
13. A outra Face da Fé - José Ribamar A/vas
o
o 28. Quebra de Silêncio - José Ribamar A/vas Até que tive a certeza
29. Pela Vida do PlaneIa - José R/bamar A/vas
o
- 01 -
Fui à Serra do Cambão
Desci na jumenta prenha E atravessei os mares
Mandei Chico Tomás Lenha Montado em um planeta
No Engenho de Felipão Que ao som de uma trombeta
Pindoba de Damião . Vinha descendo dos ares
Fica perto da Furada ,. Visitando aqueles lares
Lá deixei um camarada Terra de santos e fadas
Caminhei mais légua Naquela mesma jornada
Dormi na baixa da égua Encostei no arrebol
Perto da Tábua Lascada Cheguei na Terra do Sol
Na Casa da Madrugada
Depois eu fui à Quinzangà Ela me deu um abraço
O Engenho de Seu Meio E prestou:"me bem atenção
Subi para o Birimbelo Mandou chamar o verãe
Cheguei na Chã da Munganga N o-reine do mestre Espaço
Três cacetes de Zé Panga Depois chegou o mormaço
Já fica do outro lado E saiu muito vexado
Fui ao Cambito Quebrado Porque estava ocupado
No Rodete de Pinheiro No palácio da manhã
Deixei o meu companheiro
Tratando. da sua irmã
Na bargada dum cevado Mulher do vento gelado
Passei na Chã da Risada . Continuei a viagem
Desci na Fazenda Mole Com boa capa de luva
Fui à Usina do Fole Porque a terra é de chuva
De Bertolina Pelada E mora Dona Friagem
Segui pela mesma estrada Seu palácio era na margem
Do alto da geringonça Do rio Major Relento
Do tapado do Mendonça Descansei no aposento
Puxei para virado!" IDavelha seca puxada
E mandei um portador Nesta noite a trov0ada
Dormir na Boca da Onça Deu uma surra no vento
- 02- - 03 -
No reine da Branca Aurora São Pedro depois da janta
encontrei a brisa mansa Gritou por Santa Zulmira:
que vinha trazer lembrança - Traz um cigarro caipira
A princesa Deusa Flora Acendeu no de São Panta
A neve aquela hora Apertou o nó da manta
Em sua alcova dormia Vestiu a casaca e veio
Depois o sol lhe surgia Abriu a porta do meio
Desfazer-lhe do regaço Falando até agastado:
Enquanto pelo espaço - Triste do homem empregado
A neve branca corria Que só lhe chega aperreio
P'ra saber de Lampião Abriu na frente o portão
Qual foi a parada sua Ficou na trave escorado
Subi à terra da lua Branco da cor de um finado
Escanchado num trovão Quando avistou Lampião
Encontrei um ancião Mas com a trave na mão
Velho, barbado e corcundo Não temeu de lhe falar
Que vinha 61<0 fim do mundo E disse: -Aqui não se dar
Me viu e foi me contando Aposento a gente mal
Que viu São Pedro açoitando Senão que entrar no pau
Um espírito vagabundo \ Acho bom se retirar
Chegou no céu, Lampião
1 Lampião lhe respondeu :
A perta estava fechada Não venha com seu insulto
Ele subiu a calçada Você é um santo bruto
Ali bateu C0m a mão Que ofensa lhe fiz eu?
Ninguém lhe deu atenção E mesmo o céu não é seu
Ele tornou a bater ' Você também é mandado'
Ouviu São Pedro dizer Portanto esteja avisado
Demore-se lá. Quem é? Se não deixar eu entrar
Estou tomando café N6s vamos experimentar
Depois vou receber Quem é que tem bom guardado
- 04- - 05 -
Ali falou São Bernardo
Que também vinha chegando
- Você não entra, atrevido! Pedro você está brincando
- São Pedro lhe disse assim: Com este cabra safado?
- Ingresso a quem é ruim V me chamar São Ricardo
á
(
Por pessoas elevadas
O qual diz: - Aguas passadas
Não dão volta a meu engenho São Paulo estava no quinta
Mas ouvindo a discussão
- Não quero articulação Apertou o cinturão
Vqcê aqui nada tem! E botou a faca na cinta
- E como você também, Encontrou Santa Jacinta
Lhe respondeu Lampião ...
E porque do seu patrão
I Que lá vinha no caminho
E disse a Santo Agostinho
Você transmite um mandado Arretorcendo o bigode:
Eu tenho visto empregado Arreda que tu não pode
Sair do trabalho expulso Eu pego o cabra sozinho
Sem direção, sem recurso
Por qualquer trabalho errado - 07-
- 06-
Literatura de Cordel
Porém antes de pegar REVENDEDORES:
Desceu um grande corisco
- BANCA CULTURAL (O MARQUINHOS)
Jogado por São Francisco
Praça Thomaz Barbosa - Centro - Canindé-CE
Da porta do quarto andar
- GL GRÁFICA (Queima-Bucha)
Num tremendo ribombar Rua Jerônimo Rosado, 271
Um trovão também desceu Centro - Mossoró-RN
O espaço escureceu - POETA GONZAGA VIEIRA
Veio um forte pé-de-vento Av. Francisco Cordeiro Campos
Lampião neste momento Bairro do Monte - Caninde-CE
Dali desapareceu . - JOSÉ COSTA LEITE
Rua Dr. Júlio Corrêa, 223 - CONDADO-PE
Poeta tem liberdade - BANCA DE ANTONIO FRANCISCO
Sagrado dom da Natura R. Antonio Delmiro, 1394 - Mossoró-RN
Conforme a literatura - ANTÔNIO AMÉRICO DE MEDEIROS
Escreve o que tem vontade Barraca Sto. Antônio, 267
Também a propriedade Mercado Central - PATOS -PB
Precisa o dono ter - BARRACA DO ESCRITOR CEARENSE
Pelo menos vou dizer Em frente ao Museu do Ceará - Fortaleza.
Se meu espírito não mente - CORDELARIA MANOEL MONTEIRO
Poeta também é gente R. Vigário Virgínio; 52 - Campina Grande-PB
Também precisa comer. - BANCA DE RIBAMAR
Ao lado da Câmara Municipal de Mossoró-RN
FIM - BANCA DO CONCRIZ
largo da COBAl - Mossoró-RN
- BANCA DOS TROVADORES
Praca Cairu -Mercado Modelo - Salvador BA
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Rua Jerônimo Rosado, 271-A- Centro
CEP 59610-020 - Mossor6-RN
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- 08-
Segundo Átila de Almeida e José Alves
Sobrinho, em seu Dicionário Bio-Bibliográfico de
Repentistas e Poetas de Bancada - Volume 1 "José
Pacheco da Rocha nasceu em 1890, em Porto Calvo
(AL) e faleceu no dia 27 de abril de 1954, acidentado".
Os autores não especificam as causas do acidente. As
informações sobre a vida do grande poeta são escassas
e cheias de controvérsia. Há quem afirme que ele era
Pernambucano de Correntes. Segundo José Costa
Leite, que o conheceu pessoalmente no final da década
de 40, na feira de Itabaiana-PB, Pacheco era um
camarada alegre, brincalhão e irreverente. Era
acaboclado, de estatura. mediana, e tinha um braço mais
grosso que o outro. Gostava de trajar terno branco e
promovia verdadeiros espetáculos recitando seus
poemas nas feiras nordestinas. É autor de diversos
clássicos da poesia popular como A chegada de
Lampião no Inferno, O Grande debate de Lampião com
São Pedra, Discussão de Barra Mansa e Torce-Bola, A
festa dos cachorros eA mãe do Calor-de-figo.
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