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PARNASIANISMO

PROFESSOR FLÁVIOMACHADO
PARNASIANISMO
❑ Influenciados pelos clássicos
greco-latinos e em oposição à
liberdade formal e aos “exageros”
dos românticos, cultivavam uma
arte direcionada unicamente para
a beleza, a “arte pela arte”.
❑ Marco inicial: Fanfarras (1882),
de Teófilo Dias
A DISCIPLINA DO BOM GOSTO
PRINCÍPIOS PARNASIANOS
❑ Perfeição formal;
❑ Opção por uma poesia descritiva;
❑ Preocupação com a técnica: o ritmo, a rima;
❑ Todos os elementos devem ser harmonizados;
❑ Oposição ao excesso sentimentalista romântico;
❑ Resgate de temas da antiguidade clássica;
❑ Defesa da “arte pela arte”;
❑ Rebuscamento e preciosismo exagerados;
OLAVO BILAC
(1865-1918)

❑ Principal poeta parnasiano, era um exímio


criador de sonetos. Em alguns poemas revela
sua preocupação com a forma, em outros se
mostra influenciado pelo Romantismo.
RAIMUNDO CORREIA
(1859-1911)

❑ Parnasiano influenciado pelo Romantismo


(de Fagundes Varela e Casimiro de Abreu) e
também pelo Simbolismo.
ALBERTO DE OLIVEIRA
(1859-1937)

❑Considerado por Olavo Bilac o líder do


movimento brasileiro, foi o que mais próximo
chegou do ideal parnasiano da arte pela arte.
Ignorou o contexto social do Brasil de sua
época e compôs poemas de forma perfeita,
influenciado pelos barrocos e árcades de
Portugal.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que êle, em ouro, o alto-relêvo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara


A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O onix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,


Sôbre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Profissão de Fé
Olavo Bilac
Vive! que eu viverei, servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.

Celebrarei o teu ofício


No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!

Caia eu também, sem esperança,


Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
Profissão de Fé
Olavo Bilac
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,


Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,


Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;

Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,


Sentia um não sei quê com aquele chim
Vaso Chinês
Alberto de Oliveira
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,


Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo


Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,


Cuja ventura única consiste
Mal Secreto
Raimundo Correia
Em parecer aos outros venturosa

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