Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
parnasianos
Olavo Bilac (1865 1918)
PROFISSO DE F
No quero o Zeus Capitolino
Hercleo e belo,
Talhar no mrmore divino
Com o camartelo.
Que outro - no eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.
SATNIA
Nua, de p, solto o cabelo s costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme
De ureas ondas tranqilas e impalpveis,
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva.
Entra, parte-se em feixes rutilantes,
Aviva as cores das tapearias,
Doura os espelhos e os cristais inflama.
Depois, tremendo, como a arfar, desliza
Pelo cho, desenrola-se, e, mais leve,
Como uma vaga preguiosa e lenta,
Vem lhe beijar a pequenina ponta
Do pequenino p macio e branco.
Sobe... cinge-lhe a perna longamente;
Sobe... e que volta sensual descreve
Para abranger todo o quadril! prossegue.
Lambe-lhe o ventre, abraa-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos tmidos dos seios,
Corre-lhe a espdua, espia-lhe o recncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca
E antes de se ir perder na escura noite,
Na densa noite dos cabelos negros,
Pra confusa, a palpitar, diante
Da luz mais bela dos seus grandes olhos.
E aos mornos beijos, s carcias ternas
Da luz, cerrando levemente os clios,
Satnia os lbios midos encurva,
E da boca na prpura sangrenta
Abre um curto sorriso de volpia...
Corre-lhe flor da pele um calefrio;
Todo o seu sangue, alvoroado, o curso
PLENA NUDEZ
ASPIRAO
Ser palmeira! existir num pncaro azulado,
Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;
Dar ao sopro do mar o seio perfumado,
Ora os leques abrindo, ora os leques fechando;