Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FLORESTA MORTA
Por que, luz de um sol de primavera
Urna floresta morta? Um passarinho
Cruzou, fugindo-a, o seio que lhe dera
Abrigo e pouso e que lhe guarda o ninho.
Nem vale, agora, a mesma vida, que era
Como a doura quente de um carinho,
E onde flores abriram, vai a fera
Vidrado o olhar l vai pelo caminho.
Ah! quanto di o v-la, aqui, Setembro,
Inda banhada pela mesma vida!
Floresta morta a mesma cousa lembro;
Sob outro cu assim, que pouco importa,
Abrigo fera, mas, da ave fugida,
H no meu peito urna floresta morta.
Cetceo*
Harpa esquisita
Di-te a festa feliz da verdade da vida
Tanges da harpa, em teu sonho, almas e cordas, cantas,
Biam-te as notas no ar, a asa no azul diluda
E, assombrados, reptis homens, no! tu levantas!
E apupilam-te a frente as mil pedras agudas
De dios e dios a olhar-te E s um rei que as avista,
No halo, do Amor, que tens! se em colar as transmudas
Vais um dervixe persa, o manto azul Artista!
Inda olhar adormido abre, e de ocre, e avermelha!
Vem colar-te ao colare, oh! tua harpa esquisita
Plange flora a zumbir, minscula, que imita
A abelheira da Dor, em centelha e centelha.
E a sombra E o instrumento, a gemer, iluminado,
Como que noite estrela um nbio corvo E lindo
(Inda que as asas no no ters ao lado)
Por que os ptalos douro, a haste de prata, abrindo,
Um lrio de ouro se ala?Os passos voam-te, pelas
RibasOh! que iluses da flor, que tantaliza!
Sobe a flor? Sobes tu e a alma nas pedras pisa?.
Pairas Em frente, o mar, polvos de luz estrelas
Pairas e o busto a arfar longe, vela sem norte.
Negro o cu desestrela, o seio arqueado: escuta.
No amoroso obo solveja um vento forte
E, alta, em surdo ressoo, a onda betmea e bruta.
A nsia do mar, l vem, esfrola-se na areia
Seu lquido cachimbo mgoa acesa, e fuma!
E chamas a onda: irm!. E em fsforo incendeia
Na praia a onda do mar, ri com dentes de espuma.
De ametista, em teu sonho, uma antiga cratera
Mal te embebe alegria! alvos dedos de frio,
Eis se emperla o rosto e a prantear vs, sombrio
A onda crescer, rajar-se em brutal besta-fera!
Olhas E, soluoso, msica das mgoas
Amedulas o Mar e amedulas a Terra!
A sombra aclara E ver a dana verde de guas
E arvoredos danando ao coruto da serra!
Gemes Dedando o Azul as magras mos dos astros
Somem, luzindo Ao longe, esqueleta uma runa