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A UMA MENINA
Só me resta na lembrança
A bonança
Desse tempo que passou!
Dessa vida toda flores,
E que dores
No presente me legou!
DEVANEIO
VEM
II
III
ACRÓSTICO
Eu na relva recostado,
Longe do mundo vaidoso,
Isento de amor, do jugo,
Zombava do fado iroso.
(Ah! tempo feliz, passado!)
Bem depressa o peito ileso
Escaldou-me um raio ardente
Tento fugir... estou preso!...
Hontem livre, hoje algemado.
ÉS DE VÊNUS A RIVAL
És um anjo vaporoso
Da mansão celestial;
És estrela fulgurosa;
És de Vênus a rival.
Tua voz argêntea e branda
Excede ao dom natural;
És das belas a mais bela;
És de Vênus a rival.
O SONHO
UM ADEUS
MOTE
QUANTO É MAIS DOCE MORRER!
GLOSA
UM CONSELHO
AO SOBERBO
LIRA
Só a saudade
Que eu alimento
Não muda a sorte
Um só momento.
Só a saudade
Que eu alimento
Não muda a sorte
Um só momento.
Só a saudade
Que eu alimento
Não muda a sorte
Um só momento.
Só a saudade
Que eu alimento
Não muda a sorte
Um só momento.
Só a saudade
Que eu alimento
Não muda a sorte
Um só momento.
À ...
És a imagem do ocidente,
Quando o sol doura os outeiros,
No expirar dos derradeiros
Lampejos de frouxa luz.
És como o canto longínquo
Do lavrador, que nessa hora,
A habitação onde mora
Doce fadiga o conduz.
TRADUZIDO DE BURGAIN
LE SÉJOUR DES CHAMPS EUT TOUJOURS POUR MOI DES CHARMES; J’AIME A VOIR LES
TROUPEAUX...
TRADUÇÃO.
Foi sempre para mim cheia de encantos
A vida camponesa.
Apraz-me o ver em paz errando o gado
Nas extensas campinas;
Balando a triste ovelha,
Aos tenros cordeirinhos afagando,
Que em torno dela brincam;
Grimpando a cabra as escarpadas rochas,
Tosando as tenras plantas que ali crescem,
E que por entre montas reverdejam,
Ou da rasteira sarça os novos brotos;
Umas vezes em grupo reunidas,
E outras ao menor ruído dispersas,
Daqui, dali fugindo as lebres tímidas;
Saudando os passarinhos a alva filha
Do dourado Oriente,
Enlevando me todo aos sons divinos
De seus doces concertos,
Ternas lembranças, vagas, melancólicas
Infundindo-me n’alma.
Animais inocentes!
Dentre vós não há um, que, a sorte dura
Prevendo, que os humanos lhe preparam,
Se agite com os cuidados
Que o futuro enuviam.
De seres pensadores recusou-vos
A sábia natureza a qualidade;
Nem deveis invejá-los:
Vós gozais do presente, sois felizes.
Oh! sim, apraz-me o ver-vos,
E ver também cantando estes pastores
Singelas árias, que nas grutas ermas
Vão despertar um eco;
E, os braços enlaçados,
Dançando sobre a relva as pastorinhas;
E esta límpida fonte;
Que infiltrando através de bruta rocha,
E logo após correndo em abundância,
Num baixo vae depor sua água pura;
Ali é que os rebanhos fatigados,
Fugindo ao sol ardente, se refrescam.
A VOZ DA NATUREZA
A MORTE DE D. M. A. A.
FILHA DO COMENDADOR JOSÉ BENTO C. DE A.
II
III
A PRIMAVERA
A SAUDADE
Da Mantiqueira no cume,
Onde se estendem campinas,
Em que vegetam boninas
E os mil primores de Abril;
SONETO
Não vês, minha Jovita, aquela rosa
Do matutino orvalho rociada
Tão fresca, tão gentil, tão perfumada,
Como entre a rama está toda ufanosa?
EU AMEI
MOTE
PASSARINHO, POR QUE CANTAS?
GLOSA.
A IGUALDADE
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
AMEI-TE
RECORDAÇÕES
JUSTIÇA DE DEUS
RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA
MOTE
A MORTAL MELANCOLIA.
GLOSA.
Um só momento de gozo,
De prazer, doce alegria,
E sofrer eternamente
A mortal melancolia?!...
O JUDEU ERRANTE
LE JUIF ERRANT - DE BÉRANGER.
O VOLUNTÁRIO DA PATRIA
Novembro de 1869.
A PRIMEIRA ERUPÇÃO DO VESÚVIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Maio de 1870.
JOSÉ
— Como vai, minha parente?
Tanto tempo tá sumiro...
Disqueçô di nosso cá?
JOÃO
— Quá, pracêro! é suruviço:
Macaco caiu nuróça,
Non pode vai vadiá.
JOSÉ
— Os gente turo tá boa,
Pai Zuzé, cumade Cica,
Minha afiado Zoaquim?
JOÃO
Zêre vai viva-virano.
JOSÉ
— E zente lá do sobraro?
JOÃO
— Pracêro non fara assim.
JOSÉ
— Io pensô que lá nuróça
Zêre non tinha baruio...
JOÃO
— Cala a boca, pai Zuzél
Zi cascuro tá zangáro.
Mereréca tarondano
Pra zere turo vencê.
JOSÉ
— E macóta di cimango
Qui qui faz lá nu su téra?
JOÃO
— O zêve tambê zangô.
Turo dua é mêma côsa:
Cascuro farô mintira,
Cimango tambê farô.
JOSÉ
— Mia parente, esse é vedade
Turo rêze vira-vira,
Quano quê mêmo ganhá.
Mai quá! Cimango tá fóte
Aqui num Barabacena:
Cascuro foi mêmo-puá!
JOÃO
Ah! turo non vare nada!
Zêre tá turo trigáro,
E zôtro grane taí!
Etá qui ganha piqueno
Quano qué fazê cicada
Pra diputáro subi.
JOSÉ
— É se mêmo, mia pracêro:
Zêre turo táre ponta...
Briga mêmo, hôze, manhen...
Eh! sucuta, mia parente...
Uêto hora nu cadeia...
Zoaquim Firipe za vem.
JOÃO
— Quenda cá, Zuré, prumêro;
Vem matá biço nu venda
Ante nosso recoiê.
É manhen diarimissa,
Dumingo, fuéssa dirámo,
Teu tempo di nosso vê.