Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CRÍTICA ENSAIO
ALCIR PÉCORA
ESPECIAL PARA A FOLHA
ESCOLHA DIFÍCIL
Tudo certo, não fosse contradição (num texto que critica o
romantismo nacionalista de Candido): a reinvidicação do
barroco como "nosso" e de Gregório como precursor da
"comicidade "malandra" em nossa literatura" ou como
"primeiro antropófago experimental da nossa poesia".
Entre excluir o barroco do estudo sob a alegação de estar
ausente da formação nacional, e incluí-lo, como antecipação
do nacional, qual é pior? Difícil e vã escolha.
Irônico é que, após descontruir a "Formação", o Gregório
"original e revolucionário" de Haroldo é, por assim dizer,
pego no contrapé por um autor que nada tinha a ver com o
"culto reverencial" a Candido.
Em "A Sátira e o Engenho", também de 1989, João Adolfo
Hansen contestou o sentido "carnavalizante" da sátira de
Gregório, mostrando o fundo conservador de suas tópicas, no
que foi seguido também por Alfredo Bosi, em ensaio de
1992.
Hansen mostrou ainda que os poemas de Gregório eram
atribuições apócrifas, de modo que o seu nome deveria ser
entendido mais como uma "etiqueta" de autoridade associada
ao gênero da sátira do que como uma autoria original e
única.
Tais pontos, é forçoso admitir, lançaram um "coup de vieux"
no debate anterior, de modo que, ao contrário do que diz
Affonso Ávila, em seu prefácio à nova edição, todo o
assunto, hoje, tem de ser reavaliado em bases tão diversas do
"Sequestro" como da "Formação".
O SEQUESTRO DO BARROCO NA
FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILIERA
AUTOR Haroldo de Campos
EDITORA Iluminuras
QUANTO R$ 35 (128 págs.)
AVALIAÇÃO bom
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em
qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.