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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL MARIO DAGOSTIN

PROFª SILVANA TEREZA KAFER

POESIA NA ESCOLA NO 5ºANO DA ESCOLA


MUNICIPAL MARIO DAGOSTIN DO ENSINO
FUNDAMENTAL,NO PRIMEIRO SEMESTRE NO ANO
DE 2019

NOVO PROGRESSO –PA

2019
PROJETO POESIA NA ESCOLA

Professora:

SILVANA TEREZA KAFER

APRESENTAÇÃO

O presente projeto foi elaborado, para inserir a poesia no ambiente


escolar. Será aplicado na Escola Municipal de Ensino Infantil e
Fundamental Mario Dagostin, visando por em prática, através da vivência
em sala de aula com leituras, declamações e estudos sobre poesias, os
conhecimentos adquiridos durante o projeto estarão abertos para toda
comunidade escolar .

“ O que dá grandeza a um poema não é o assunto que ele usa, mas a


maneira com que ela trata o assunto”

(ManuEl Barros)

JUSTIFICATIVA

A escola deve ser um lugar em que a convivência com a poesia


aconteça de fato, permitindo o contato com diferentes autores e estilos,
reavivando a capacidade de olhar e ver o que é a essência do poético
através de atividades que permitam uma compreensão maior da
linguagem poética e lhe dê condições para que ensaie seus próprios
passos em poesia. 
Com o Projeto Poesia na Escola queremos descobrir o que os alunos já
sabem sobre poesia, ampliar seu repertório através de atividades de
leituras, escrita, declamações, pesquisa, análise e interpretação,
exposição de idéias e composições.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os princípios teóricos que norteiam este projeto , estão pautados na


teoria sócio-interacionista da linguagem. Para Bakhtin, a linguagem é
analisada a partir da interação entre os indivíduos dentro de uma prática
social; a língua falada tem vida e se transforma constantemente pela
própria pressão do uso cotidiano: ela não pode ser separada do fluxo da
comunicação verbal.
Os indivíduos não recebem pronta para ser usada; eles penetram 
na corrente da comunicação verbal; ou melhor, somente quando 
mergulhamos nessa corrente é que sua consciência desperta e 
começa a operar.(...) Os sujeitos não adquirem sua língua materna: 
é nela e por me o dela que ocorrer o primeiro despertar da 
consciência. ( Bakhtin.1992,)

O trabalho poético para Bakhtin está inteiramente interelacionado ao


contexto social,” O poeta, afinal, seleciona palavras não do dicionário, mas
do contexto da vida onde as palavras foram embebidas e se impregnaram
de julgamentos de valor” (Bakntin, apoud Freitas, 1992, p. 127). Assim, os
gêneros discursivos, por mobilizarem diferentes esferas da atividade
humana, representam unidades abertas da cultura.
Em relação à escrita nosso olhar se amparou nas considerações de
Garcez (2001). Segundo ela, escrever é antes de tudo um exercício que só
se aprimora com a prática constante atrelada indissociavelmente à prática
de leitura. Leitura e releitura colaboram decisivamente para sensibilidade
frente às melhorias cabíveis ao texto. Para Garcez, escrever é uma
habilidade que pode ser desenvolvida e não um dom que poucas pessoas
têm; é um ato que exige empenho e trabalho e não um fenômeno
espontâneo.

É pela leitura que se assimila as estruturas próprias da 


língua escrita. Para comunicação oral é necessário apoio no contexto do
texto, tendo a colaboração do interlocutor para que tenha sentido. Já a 
comunicação escrita tem suas especificidades, suas 
exigências próprias [...] Trata-se de forma diferente a sintaxe, o 
vocabulário e a própria organização do discurso. É pela
convivência com textos escritos de diversos gêneros, cada um com um
com sua características específicas que permitem desenvolver as
habilidades da leitura e de escrita.

Nesse contexto nós reafirmamos que poesia será nossa opção de trabalho
em sala de aula. Cabe-nos propiciar a leitura e escrita do gênero poético,
sendo mediadores do conhecimento no processo ensino-aprendizagem.

OBJETIVOS 

• Geral 
Familiarizar o aluno com a linguagem poética, com a poesia para que ele
sinta prazer em ler, ouvir e criar poemas. 

• Específicos 
- Despertar o prazer pela leitura de poemas.
- Despertar o interesse pela literatura, pela poesia.
- Recitar poesia explorando os recursos existentes.
- Reconhecer os poemas em suas diversas formas.
- Destacar autores consagrados que escreveram e escrevem para o
público 
Infanto-juvenil.
- Proporcionar ambiente de interação entre diferentes grupos de alunos.
- Resgatar sentimentos e valores.
METODOLOGIA

1º Momento

- Apresentação do Projeto aos alunos incentivando a participação de cada um.


- Fazer uma lista dos autores .
- Seleção de poesias de acordo com os autores .

2º momento

- Organizar roda de leitura para que os alunos expressem os sentimentos que


aparecem no texto durante a leitura, como medo, alegria, espanto, tristeza e
humor.
- Conversar com a turma sobre alguns aspectos importantes do poema:
características ( rima, versos e estrofes)
- Apresentação de poesia de autores escolhidos pela turma e professora.

3º momento

- Conhecer poemas consagrados da literatura cearense - Declamação de


poesias.
- Organização de um murais com os autores cearenses ( Vida e Obra).
- Escolher uma poesia para declamar durante a aula.

4º momento

- Produção de um poema individual.


- Exposição de poemas em mural.
- Participação dos alunos.

PÚBLICO ALVO

Esse projeto será realizado com a turmas de 5° ano da escola

Cronograma

Atividades – março, abril e maio.

-Apresentação do Projeto Poesia na Escola.


-Listar os autores preferidos da turma.
-Seleção de poemas.
-Roda de leitura.
-Conversando sobre poesia.
-Assistindo vídeos sobre declamações de poemas.
-Poeta s cearense Bráulio Bessa.
-Confecção de murais com poesias de vários autores.
-Declamação de poesia.
-Produção de poesia.

DURAÇÃO DO PROJETO100 HORAS \AULA

AVALIAÇÃO

A avaliação Projeto Poesia na Escola acontecerá através de leituras de


textos poéticos, análise de poesia, confecção de murais e exposição para escola
e familiares.
RELATÓRIO

No decorrer das atividades obtive resultados positivos no que se refere a


participação, aceitação e integração dos alunos, melhorando a sonoridade, durante a leitura
dos poemas, notando as rimas nos versos. As primeiras atividades no início do projeto foram
mais difíceis por falta do conhecimento, após alguns vídeos exercícios e exemplos seguidos
de explicações ficou mais fácil e divertido trabalhar com poemas.
A participação dos alunos foi notória devido suas produções em grupo e individuais
tendo mais facilidade na hora de se expressar e dividir conhecimentos com os colegas.
Algumas dificuldades sempre são notadas mas o que prevaleceu foi o conhecimento
sobre poesia.

ANEXOS

ERA UMA VEZ UM GATO XADREZ

BIA VILLELA
"Era uma vez um gato xadrez

Caiu da janela e foi só uma vez.

Era uma vez um gato azul

Levou um susto e fugiu pro sul.

Era uma vez um gato Vermelho

Entrou no banheiro e fez careta no espelho.

Era uma vez um gato amarelo

Esqueceu de comer e ficou meio magrelo.

Erra uma vez um gato verde

Ele era preguiçoso e foi deitar na rede.

Era uma vez um gato colorido

Brincava com os amigos

E era muito divertido.

Era uma vez um gato laranja

Ficou doente e só queria canja.

Era uma vez um gato marrom

Olhou pra gata e fez “Rom Rom”.

Era uma vez um gato rosa

Comeu uma sardinha deliciosa.

Era uma vez um gato preto

Era teimoso e brincou com um espeto.

Era uma vez um gato branco

Era tao sapeca que pulou do barranco.

Era uma vez um gato Xadrez…

Quem gostou desta história que conte outra vez…"

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite 


minha pobreza tal como sempre foi. 
Que não sinta o que não tenho. 
Não lamente o que podia ter 
e se perdeu por caminhos errados 
e nunca mais voltou. 

Dai, Senhor, que minha humildade 


seja como a chuva desejada 
caindo mansa, 
longa noite escura 
numa terra sedenta 
e num telhado velho. 

Que eu possa agradecer a Vós, 


minha cama estreita, 
minhas coisinhas pobres, 
minha casa de chão, 
pedras e tábuas remontadas. 
E ter sempre um feixe de lenha 
debaixo do meu fogão de taipa, 
e acender, eu mesma, 
o fogo alegre da minha casa 
na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina

Cora Coralina
O Cântico da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.


Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.


Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.


Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante


a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

RECOMEÇO - BRÁULIO BESSA

Quando a vida...

Quando a vida bater forte e sua alma sangrar,

quando esse mundo pesado lhe ferir, lhe esmagar,

é hora do recomeço, recomece a lutar.

Quando tudo for escuro e nada iluminar,

quando tudo for incerto e você só duvidar,

é hora do recomeço, recomece a acertar.

Quando a estrada for longa e seu corpo fraquejar,

quando não houver caminho, nenhum lugar para chegar,

é hora do recomeço, recomece a caminhar.

Quando o mal for evidente e o amor ocultar,

quando o peito for vazio e o abraço faltar,

é hora do recomeço, recomece a amar.

Quando você cair e ninguém lhe aparar,

quando a força do que é ruim lhe derrubar,

é hora do recomeço, recomece a levantar.


Quando a falta de esperança lhe açoitar,

se tudo que for real for difícil suportar,

mais uma vez é hora de recomeçar, recomece a sonhar.

Enfim meu povo. É preciso de um final para poder recomeçar.

Como é preciso cair para poder se levantar.

Nem sempre engatar a ré significa voltar.

Remarque aquele encontro, reconquiste um amor, reúna quem lhe

quer bem.

Reconforte um sofredor, reanime quem está triste,  reaprenda na

dor.

Recomece, se esforce, relembre o que foi bom, reconstrua cada

sonho, redescubra algum dom, reaprenda quando errar,

rebole quando dançar.

E se um dia lá na frente a vida der uma ré, recupere sua fé  e

recomece novamente.

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras, 


Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, 


Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.

Em  cismar, sozinho, à noite, 


Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores, 


Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar �sozinho, à noite� 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra, 


Sem que eu volte para lá; 
Sem que disfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.  
 

De Primeiros cantos (1847)
 
Gonçalves Dias

A força do professor
Um guerreiro sem espada
sem faca, foice ou facão
armado só de amor
segurando um giz na mão
o livro é seu escudo
que lhe protege de tudo
que possa lhe causar dor
por isso eu tenho dito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Ah… se um dia governantes


prestassem mais atenção
nos verdadeiros heróis
que constroem a nação
ah… se fizessem justiça
sem corpo mole ou preguiça
lhe dando o real valor
eu daria um grande grito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Porém não sinta vergonha


não se sinta derrotado
se o nosso pais vai mal
você não é o culpado
Nas potências mundiais
são sempre heróis nacionais
e por aqui sem valor
mesmo triste e muito aflito
Tenho fé e acredito
na força do professor.
Um arquiteto de sonhos
Engenheiro do futuro
Um motorista da vida
dirigindo no escuro
Um plantador de esperança
plantando em cada criança
um adulto sonhador
e esse cordel foi escrito
por que ainda acredito
na força do professor.

BRÁULIO BESSA

[Orgulho de ser]
Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão


Ariano e patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser

BRÁULIO BESSA

Poesia com Rapadura: É Preciso Mudar – Por Bráulio Bessa

É preciso mudar! Basta existir para mudar, tudo que existe MUDA.

Caminhe por outra rua, mude os móveis de lugar

Use aquela roupa velha. Na pressa pode esperar

Corte, pinte seu cabelo… sem seguir nenhum modelo

Pois é preciso Mudar


Pinte a parede da sala, sem medo de se sujar

Devore a lasanha, a coxinha… sem culpa por engordar

Frequente novos lugares, respire outros ares

Pois é preciso mudar!

Escreva uma carta à mão, esqueça o celular

Visite alguém que faz tempo que não vem lhe visitar

Fale mais, digite menos. Construa em novos terrenos

Pois é preciso mudar!

Aprenda uma nova língua, talvez volte estudar

Tome mais banho de chuva, deixe a vida lhe banhar

Pule muros e barreiras. Crie novas brincadeiras

Pois é preciso mudar!

Meu povo, há mudança até na dor, basta a gente observar

Deixar a casa dos pais, mesmo querendo ficar

Ver amigos indo embora, sentir a dor de quem chora

Sofrer também é mudar

Perder aquele emprego, não ter grana pra gastar

Estudar pra um concurso e mesmo assim não passar

Ser largado, ser traído, se sentir meio perdido, tudo isso é MUDAR

Enfim… o vento que às vezes leva é o mesmo vento que trás

Leva o velho , traz o novo, se renova, se refaz

Transforma agito em sossego, desconforto em aconchego

E faz a guerra virar paz

A vida, o mundo, o tempo nos muda desde criança

Modificam nossos sonhos

Renovam nossa esperança

E a mudança mais feroz, fazendo tudo de nós um dia virar lembrança

O tempo é um piloto doido, que gosta de acelerar


Não vê placas, nem sinais, e sempre vai avançar

Modificando o sentido, faz Viver virar Vivido

Basta um segundo passar

Pra mudar basta existir, ninguém pode controlar

Pois tudo que é vivo muda

Viver é se transformar

Viver é evoluir

E ao deixar de existir… até morrer é Mudar.

MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Casimiro de Abreu

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