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Ficha Técnica
Justificativa
Buscando desenvolver nos alunos o gosto pela leitura, procurando fazê-lo de forma
que os docentes possam despertar seu pensamento crítico-reflexivo acerca de seu contexto
sociocultural e nos aproximando do que diz Freire, (1989, p. 9) que “linguagem e realidade se
prendem dinamicamente”, trouxemos como proposta o gênero textual cordel, tendo em vista
que os cordéis tratam principalmente da realidade e de elementos da cultura nordestina, a
qual se inserem nossos alunos, acreditamos, portanto, que além de proporcionar momentos
prazerosos de leitura, a temática reforçará o gosto pelo hábito de ler e endossar a importância
do aluno reconhecer seu lugar no mundo, desenvolvendo assim o sentimento de
pertencimento e de consciência social.
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Trabalharemos a temática na perspectiva de uma sequência didática, visando assim
consolidar de maneira mais concreta os campos de leitura e escrita, já que esse modelo de
organização proporciona aulas mais sistematizadas, progressivas e sociointeracionista,
ajudando na melhor compreensão dos gêneros textuais, de sua função social e na apropriação
da pratica de produção de textos, como afirmam as autoras Leal, Brandão e Albuquerque:
Para tal procuraremos nas aulas trabalhadas valorizar os conhecimentos prévios dos
alunos, propor atividades que estimulem a reflexão, promover a interação entre os alunos,
sistematizar conhecimentos, entre outras questões, visando que os alunos se apropriem do que
aqui já foi refletido e fundamentado.
Objetivo geral
Objetivos específicos
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Conteúdos
Módulos
Modulo 1:
Modulo 2:
Modulo 3:
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Conversa sobre os elementos presentes no poema;
Completar trechos do cordel com outras palavras que rimem;
Revisitar o cartaz da aula anterior para acrescentar se necessário mais algum
elemento;
Conversa sobre a culinária do povo nordestino fazendo relação com a culinária do dia
a dia dos alunos.
Modulo 4:
Modulo 5:
Modulo 6:
Materiais
Cartolina;
Caneta piloto;
EVA;
Tecido TNT;
Instrumentos para som e vídeo;
Materiais concretos dos elementos culturais das comunidades.
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Observação: os materiais listados serão utilizados em sala de aula e no momento de
culminância.
Avaliação
Culminância
A culminância do projeto se dará com a participação dos alunos em evento culminante dos
projetos de leitura, organizado pela Secretária Municipal de Educação, onde eles poderão
apresentar o poema por eles produzido e também expor os elementos culturais presentes nas
três comunidades para o público participante.
Anexos
Ser Nordestino
(Bráulio Bessa)
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Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser
Já tamo em dezembro.
Da fome feroz.
pensando na barra
Do alegre Natá.
Ninguém vê a barra,
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Sem chuva na terra descamba janêro,
Depois, feverêro,
E o mêrmo verão.
Do Santo querido,
O resto da fé.
Chamando a famia
Começa a dizê:
Vivê ou morrê.
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E vende o seu burro, o jumento e o cavalo,
Vendêro também,
Já vai viajá.
Da terra natá.
Adeus, Ceará!
E o carro embalado,
Veloz a corrê,
Um fio choroso
Escrama, a dizê:
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– De pena e sodade, papai, sei que morro!
Quem dá de comê?
Meu pé de fulô!
E a minha boneca
Também lá ficou.
Do berço querido
E o carro rodando
Na estrada do Su.
O pobre, acanhado,
Percura um patrão.
Tudo é diferente
Do caro torrão.
E sempre no prano
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De um dia inda vim.
O gosto de uvi,
Começa a caí.
Devendo ao patrão.
E aquela famia
Exposto à garoa,
À lama e ao paú,
Carne-seca e macaxeira
um cozido de capote
água fria lá no pote
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melhor que da geladeira.
No terreiro a poeira
se espalha na imensidão
de paz e de comunhão
que não se vê na cidade.
Prefiro a simplicidade
das coisas lá do Sertão.
A família retratada
pendurada na parede
não tem curtidas na rede
mas tem rede bem armada.
A vida não é postada
nem passa em televisão,
o HD do coração
é quem salva de verdade.
Prefiro a simplicidade
das coisas lá do Sertão.
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A criançada brincando
de ser livre, de ser vivo
sem ter um aplicativo,
sem ter download baixando.
Vejo um menino pintando
um desenho feito à mão
sem nenhuma intervenção
lhe roubando a ingenuidade.
Prefiro a simplicidade
das coisas lá do Sertão.
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e no bem da humanidade,
a tal da modernidade
é bem-vinda no Sertão.
Do sertão e do agreste
Terra do mandacaru
Do nosso maracatu
Só encontradas aqui
Da Bahia ao Piauí.
01
Poesia improvisada
Violeiro, canturia
O martelo agalopado
O cordel e a poesia
O cantador de viola
02
E bastante popular
Bumba-meu-boi, capoeira
Tem o cavalo-marinho
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Namorar um “bucadinho”.
03
Em tradição e sabor
O mocotó, a rabada
O bobó de camarão
Vatapá e tapioca
04
A cocada, a rapadura
O quindim e o mungunzá
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As festas do meu Nordeste
O carnaval de Olinda,
De Recife e Salvador
Em Natal o “Carnatal”
Em Fortaleza o “Fortal”
Micaretas de valor.
05
A "Capital do Forró"
E de Jackson do Pandeiro
E também de Zé Ramalho
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06
A terra de Virgulino
O famoso Lampião
A terra de Vitalino
Do poder da oração.
Piauí da Pré-História
Bahia do candomblé
Em Sergipe eu boto fé
Vá descobrir o que é.
07
Maranhão é o estado
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Dela ninguém me separa
No último pau-de-arara.
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Carnaval e São João
Das Jabuticabeiras
E cultura popular
Lá na serra do Dendê
À vista é de arrasar
O frio é convidativo
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Um licor de jabuticaba
É a minha comunidade
E guerreiro de verdade
Referencias
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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. In em três artigos que se completam. São
Paulo: Autores Associados/Cortez, 1989. p.11-24.
LEAL, T. F.; BRANDÃO, A. C. P.; ALBUQUERQUE, R. K. Por que trabalhar com
sequências didáticas? In: FERREIRA, A. T. B.; ROSA, E. C. S.(org.). O fazer cotidiano na
sala de aula: a organização do trabalho pedagógico no ensino da língua materna. Belo
Horizonte: Autêntica, 2012.
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