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Desafios

9.º ano
Desafio linguístico – 9.º ano

Nome do desafio: Deformitos narrativos

Objetivos: relacionar o texto verbal com o texto não verbal e produzir minicontos a partir do
texto não verbal.

O que este desafio propicia:


• A reflexão acerca do gênero textual miniconto;
• Produz textos com sequência lógica;
• A criação de narrativas com intenção literária, com temáticas próprias ao gênero,
usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos
típicos dos gêneros narrativos pretendidos.

Materiais necessários: textos (minicontos) e imagens (Deformitos).

Encaminhamento metodológico
Expor os minicontos no quadro e fazer a leitura. Explicar as características e estrutura desse
gênero narrativo. Em seguida, apresentar os Deformitos aos estudantes e pedir para que eles
escolham quais poderiam representar cada miniconto lido. Explorar a interpretação e
compreensão de alguns minicontos lidos, fazendo com que os estudantes percebam a
presença dos elementos narrativos no texto. Mostrar aos estudantes um quadro com diversos
Deformitos e orientá-los para que eles escolham um deles para servir de inspiração para a
produção de um miniconto.
Miniconto é uma espécie de conto muito pequeno que apresenta características diferentes
das de um "conto pequeno". No miniconto muito mais importante que escrever é sugerir,
deixando ao leitor a tarefa de entender a história por trás do pouco que foi escrito. Mesmo
com extensão mínima deve conter ação, personagem e cenário, mesmo implícito.

Características do gênero
Concisão – somente a ideia principal deve estar presente.
Narratividade - deve ser possível ao leitor identificar uma narrativa, não uma descrição.
Efeito – o efeito do miniconto sobre o leitor deve ser semelhante ao de um conto longo.
Exatidão – as palavras são escolhidas minuciosamente, para que nada exceda o
essencial.

Disponível em: http://especialistas.aprendebrasil.com.br/miniconto/. Acesso em: 15 jun. 2022.

Referências
Secretaria Municipal da Educação. Equipe de Língua Portuguesa. Curitiba, 2022.

CURITIBA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Educação. Currículo do ensino


fundamental: diálogos com a BNCC da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba.
Volume 4, Linguagens. Curitiba, 2020. Disponível em: <https://mid-
educacao.curitiba.pr.gov.br/2020/4/pdf/00272966.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2022.

Disponível em: https://www.revistabula.com/30836-31-microcontos-para-ler-na-quarentena/.


Acesso em: 22 jun. 2022.
Anexo 1 - Textos

SEM DÓ

(Nicola Vital)

Abriu a partitura na página sem dó.


Sorriu e jamais desafinou.

NOCAUTE

(Viriato Moura)

Ao se ver refletido nos olhos do


adversário, socou-o com mais vontade.

Mago
(Ademir Luiz)
Ele é mago. De verdade. Leu um livro
sobre um menino mago. Não gostou. Fez o
livro desaparecer. Todos os livros.
LEMBRANÇAS

(WALTER NEY H AVILA)

O embalo suave da cadeira antiga trouxe o passado


ao presente. A penumbra de um silêncio miserável, vencido
pela alegria das crianças e pelo alvoroço luminoso das
festas, acomodou-se na sala vazia.

AQUELES DOIS

(Egberto Guillermo Lima Vital)

Fizera os votos, jurara amor eterno - na saúde


e na doença -, fitando o olhar para o rapaz que
chorava na entrada.
CONTO DE HORROR

(Juan José Arreola)

A mulher que amei se transformou em fantasma.

Eu sou o lugar das aparições.

Extremos

(Reneu do Amaral Berni)

Beirando perigosamente o precipício,


gabava-se o montanhista de nunca haver
caíííííííííído…

Sinal fechado
(Dimas Vieira da Rocha)
Parado no sinal fechado, vejo na calçada uma criança
com um pedaço de madeira retangular encostado no
ouvido, como se fosse um celular. Seu rosto está risonho e
seus lábios se movem. Com quem será que ela fala? Penso
em pegar meu celular e ligar para ela. Será que vai me
atender?
Anexo 2 – Deformitos
Desafio linguístico – 9.º ano

Nome do desafio: Fato ou opinião?

Objetivos: distinguir fato de opinião em textos diversos.

O que este desafio propicia: autilização de estratégias de leitura para apreensão dos
sentidos globais do texto e o desenvolvimento da capacidade de o estudante em diferenciar o
que é fato e o que é opinião.

Materiais necessários: texto, cartazes ou slides com trechos do texto e placas de FATO e
OPINIÃO.

Encaminhamento metodológico
Fazer a leitura do artigo “Não julgue um livro pela capa ou melhor, uma música pelo idioma”.
Chamar a atenção dos estudantes a respeito da linguagem utilizada no texto, pelo mesmo ser
de origem portuguesa, assim como fazer a discussão a respeito do tema abordado. Após a
leitura separar a turma em pequenos grupos. Preparar os cartazes com os trechos do texto
(frases) ou slides e duas plaquinhas para cada equipe contendo numa FATO e na outra
OPINIÃO. Apresentar cada cartaz ou slide com a frase fazendo a leitura em voz alta.
Determinar um tempo para que o grupo defina sua resposta. Ao sinal do professor as equipes
deverão levantar uma das plaquinhas, todas ao mesmo tempo. Fazer a marcação da
pontuação. Vence a equipe que acertar mais.

Referências
Secretaria Municipal da Educação. Equipe de Língua Portuguesa. Curitiba, 2022.

CURITIBA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Educação. Currículo do ensino


fundamental: diálogos com a BNCC da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba.
Volume 4, Linguagens. Curitiba, 2020. Disponível em: <https://mid-
educacao.curitiba.pr.gov.br/2020/4/pdf/00272966.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2022.
Anexos
Texto: Artigo de opinião

NÃO JULGUES UM LIVRO PELA CAPA, OU MELHOR, UMA


MÚSICA PELO IDIOMA
27 Abr 2021 20:40

Vários géneros musicais têm vindo a popularizar-se nos últimos anos. Atualmente, ouvimos
na internet e nas nossas rádios estilos e conceitos que antigamente eram quase inexistentes.
Mas a novidade e a crítica caminham lado a lado, e não podemos negar que existe algum
preconceito (para não dizer muito) para com alguns géneros musicais específicos, para com
certos idiomas em particular.

“Não entendo a letra, isso não presta!”; “Não se percebe nada do que eles cantam!”; “Que
linguagem tão esquisita!”. Estes são apenas alguns dos muitos comentários dirigidos a
músicas ou a artistas, quando estes apresentam trabalhos ‘invulgares’, diferentes do costume,
com idiomas que não conhecemos. A música deveria ser uma arte apreciada no seu todo. O
valor de uma composição musical não reside apenas na letra que está a ser cantada, mas na
melodia, no ritmo, na emoção!

O mundo está cheio de diferentes culturas e tradições, cada uma com a sua língua nativa, os
seus ideais, crenças e, obviamente, a sua música. A essência de cada região reflete-se,
muitas vezes, na música que por lá se cria. Temos tanto por onde escolher, há música para
todos os gostos, desde a famosa música norte-americana, até à música portuguesa, brasileira,
latina, sueca, asiática, africana…

O ser humano gosta sempre de julgar um livro pela capa. Tantas vezes fazemos juízos de
valor sobre o livro sem ter lido, pelo menos, o prólogo. E quando falamos de música, ou da
arte no geral, não é diferente. A verdade é que até os mais pequenos e “insignificantes” países
possuem uma variedade musical que não se encontra em mais lugar nenhum. E, felizmente,
temos a oportunidade de conhecer toda essa diversidade. Aproveitemos enquanto podemos!
Pegando num exemplo concreto, eu, como seguidora do Festival da Eurovisão e fã de K-Pop,
vejo-me diversas vezes perante línguas que desconheço. Ouço músicas cuja letra não sei o
significado e com ritmos, sons diferentes dos “habituais”. Não, eu não entendo absolutamente
nada. Posso, porventura, ter uma vaga ideia da história que a música pretende transmitir, caso
a letra apresente versos em inglês. E não, não acho que saio a perder por não perceber o que
as vozes me estão a querer dizer. Inglês ouvimos nós praticamente todos os dias, seja de
manhã, no rádio do carro, ou à noite, na Netflix. Já outros idiomas, não. E se aquela melodia
nos soa bem, por que razão devemos deixar de ouvir? Só porque foi criada noutro país e não
percebemos a letra?

É ótima a sensação de sermos livres para ouvir novas músicas, conhecer novos idiomas,
perceber que tipo de sons se ouvem lá fora, descobrir como as palavras são articuladas em
composições estrangeiras e como a cultura de um país influencia a sua música. Podemos
escolher as nossas preferências, de entre a grande variedade que o mundo nos oferece, e
ainda viajar pelo mundo, somente através de notas musicais!

O importante está na música, e não no que se esconde por trás dela. No fundo, não é o idioma
que mais importa. É fundamental conhecer antes de criticar. Não julgues um livro pela capa,
ou melhor, uma música pelo idioma.

Disponível em: https://www.juponline.pt/opiniao/artigo/39360/nao-julgues-um-livro-pela-capa-melhor-musica-pelo-


idioma.aspx. Acesso em: 14 jun. 2022. Para fins pedagógicos. Adaptado.
Cartazes
Anexo
Plaquinhas
Gabarito
1 – fato
2 – opinião
3 – fato
4 – opinião
5 – fato
6 – opinião
7 – opinião
8 – opinião
Desafio linguístico – 9.º ano

Nome do desafio: Qual é a música?

Objetivos: sensibilizar os estudantes em relação aos diversos gêneros e gostos musicais.

O que este desafio propicia: a interação entre os estudantes e ampliação do repertório


musical.

Materiais necessários: recurso tecnológico para reprodução de músicas, caixa de som,


filipetas, envelopes, fita adesiva e quadro.

Encaminhamento metodológico
Organizar os estudantes em grupos e solicitar que cada grupo escolha uma música em
português e dessa retire um verso que deve ser escrito na filipeta. Os grupos deverão
organizar 3 dicas sobre a música escolhida (gênero, cantor / banda, ritmo). A professora irá
colocar as filipetas dentro do envelope correspondente a cada grupo. Em seguida, fará um
sorteio para abertura de um dos envelopes e lerá o verso. Orientar os estudantes que eles
terão um tempo pré-estabelecido para identificar qual é a música, caso não consigam, solicitar
ao grupo que apresente uma das dicas. O grupo que descobrir a música pontua. Após a
descoberta, o grupo que a escolheu poderá apresentá-la para turma ouvir.

Pontuação
Descobriu a música a partir do verso – 20 pontos
Descobriu a música a partir da 1ª dica – 15 pontos
Descobriu a música a partir da 2ª dica – 10 pontos
Descobriu a música a partir da 3ª dica – 5 pontos

Referências
Secretaria Municipal da Educação. Equipe de Língua Portuguesa. Curitiba, 2022.
Anexo
Modelo do quadro para organizar os envelopes e a pontuação.
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5

20
10
15
10
Total 55
Desafio linguístico – 9.º ano

Nome do desafio: Que objeto é esse?

Objetivo: ampliar a habilidade descritiva a partir da caracterização de objetos.

O que este desafio propicia: a ampliação da habilidade descritiva a partir da caracterização


de objeto, a utilização de estratégias de leitura para apreensão dos sentidos globais do texto
e a compreensão da importância da ampliação vocabular para o enriquecimento das situações
comunicativas.

Materiais necessários: texto impresso, marca texto / lápis ou caneta colorida, imagens de
diferentes objetos e uma caixa.

Encaminhamento metodológico
Distribuir aos estudantes uma cópia do texto do autor Luis Fernando Veríssimo, intitulado
“Comunicação”. Fazer a leitura do texto na íntegra. Na sequência, solicitar que os estudantes
identifiquem as descrições do objeto feitas pelos personagens. Em uma caixa, colocar
imagens de diversos objetos. A professora passa a caixa por fila e solicita que cada estudante
retire uma imagem. Depois recolhe as imagens novamente na caixa e faz o mesmo com todas
as outras filas. Os estudantes deverão reescrever e substituir um trecho do texto onde consta
a descrição considerando o objeto da imagem sorteada. Após finalizar a descrição, solicitar
que os estudantes se organizem em grupos considerando a imagem sorteada para que eles
façam a comparação entre as descrições.

Referências
Secretaria Municipal da Educação. Equipe de Língua Portuguesa. Curitiba, 2022.
Imagens
Secador de cabelo
Aspirador
Lapiseira
Zíper
Brinco
Fone de ouvido
Prego
Parafuso
Furadeira
Escorredor de macarrão

* Professor, fique à vontade em selecionar outras imagens.


Anexos
Texto: Crônica

Comunicação

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você
quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um… um… como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um… como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um… um… Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma
coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma
volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta
tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um… Uma espécie de, como é que se
diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio,
entende, fica fechado. E isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro…”
“Ora, você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas…”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não
saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem
sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma
negação em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um
débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio.
Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum
problema com os números — mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer
um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.”
“Eu não estou pensando nada, cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa
coisa que o senhor quer, é feita do quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem… É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos.
É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente…”
“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem
vindo, outra volta e clique, encaixa.”
“Ah — tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!”
“O senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo…”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta
pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.”
“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um
gigantesco alfinete de segurança e…”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um… um… como é mesmo o nome?”

Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler — Crônicas.

Trecho para reescrita

“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma
volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta
tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um… Uma espécie de, como é que se
diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio,
entende, fica fechado. E isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
Imagens
Referências
Imagens disponíveis em:
https://pixabay.com/pt/. Acesso em: 21 jun. 2022. Para fins pedagógicos.
https://br.freepik.com/. Acesso em: 21 jun. 2022. Para fins pedagógicos.

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