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PENSAMENTO GREGO
Jean Pierre Vernant
• Por volta de 2000 e 1900 a.c. uma nova população na Grécia continental surge;
• A invasão feita não era uma ocorrência isolada, os Hititas também invadiram e
expandiram seus territórios no planalto anatólio;
• Depois que os Mínios entram em contato com a Creta minóica, eles se deparam com um
estilo de vida e pensamento inovador;
• Após 1450, surge a civilização palaciana comum na ilha de Creta e na Grécia continental;
• Rodes, Mileto, Colofão, Claros, o norte de Lesbos, Tróade- cuja relações foram
estreitas-, a Costa meridional, Cilícia e Panfília foram também colonizados;
● Surgimento de uma nova arquitetura, onde construções urbanas não se agrupam mais em
torno de um palácio real, e sim centralizadas em um espaço comum;
● Imagem do rei, senhor de todo poder, substitui-se a ideia de funções sociais especializadas;
● Cidade está agora centralizada na Ágora, espaço comum, sede da Hestia Koiné, onde
eram debatidos problemas de interesse geral.
IV. O UNIVERSO ESPIRITUAL DA POLIS
● Constituída entre os séculos VIII e VII a.C, a polis vai originar uma nova forma de vida
e de relacionamento entre os homens. A palavra se torna o instrumento de poder
máximo no Estado e será divinizada pelos gregos: Peithó, a força de persuasão;
● No entanto, sua força não emana do cosmos, mas do logos. A palavra será o debate
contraditório; a defesa de ideias; a discussão, em que de acordo com a força de cada
argumento dos discursos contrários, o público é persuadido. As decisões que antes eram
tomadas pelo Soberano, passam a ser submetidas a debates que demonstrem todos as
consequências de uma decisão;
● A palavra ganha total força nessa nova sociedade sendo usada como instrumento
político, enquanto a escrita enriquece o âmbito intelectual divulgando conhecimentos
previamente reservados e se torna comum a todos os cidadãos;
● O poder na polis não se impõe mais pela força física ou através do símbolo de
divindade do soberano, agora era a palavra que regia o quadro da cidade, tornando-
se instrumento da vida política. Posteriormente, com a escrita, seria possível registrar
e divulgar de maneira mais eficaz o conhecimento cultural e científico.
V. A crise da cidade. Os primeiros sábios
● A tradição dos Sete Sábios faz-nos atingir e compreender um momento de história social,
através de uma mistura de dados lendários, de alusões históricas, de sentenças políticas e de
chavões morais. Momento de crise, que começa no fim do século VII e se desenvolve no VI;
● É possível dizer que o ponto de partida da crise é de ordem econômica, sua origem é uma
efervescência religiosa e social ao mesmo tempo, e leva ao desenvolvimento de uma reflexão
moral e política, de caráter laico;
● Usa-se a questão dos homicídios para explicar a ideia da moral igualitária e a família;
● Segundo Aristóteles, a Polis é como uma família ampliada, que se forma agrupamentos de aldeias
que, por sua vez, reúnem núcleos familiares. Aristóteles tenta dar aos cidadãos o sentimento de
que eles são de alguma maneira irmãos;
● Vernant aborda no texto um olhar fixo para uma Polis organizada, inventando assim leis que
abrangem toda uma cidade. Os sete sábios neste contexto se engajam em um propósito de
fazermos uma reflexão aos conflitos, inserindo assim o direito como um movimento de história
social;
● Disso resultará nos princípios que guiarão a democracia: a limitação à ambição e ao poder e submissão a uma regra
geral de valor universal; a garantia da divisão igual dos cargos, das honras e do poder entre indivíduos e grupos que
compõem o corpo social;
● As aspirações comunitárias e unitárias vão inserir-se mais diretamente na realidade social, orientar um esforço de
legislação e de reforma; mas, remodelando assim a vida pública, elas próprias vão transformar-se, laicizar-se;
● A atividade jurídica contribuirá para elaborar a noção de verdade objetiva, através de indícios e sinais, que o processo
antigo ignorava, no quadro “pré-jurídico”.
VI. A organização do cosmos humano
No processo de democratização de Atenas, como se confrontaram os valores
da aristocracia e os da população mais pobre?
● Na época há um tal de Anárcasis (p. 66) que zomba das pretensões de Sólon nesse sentido, dizendo que a
rede das leis deteria os fracos, mas seria arrebentada pelos fortes. A isso, Sólon opunha o exemplo das
convenções que eram seguidas por todos. Sophrosyne, o ideal perseguido dentro e fora das leis, pode ser
compreendido como comedimento;
Como se formou a noção de igualdade no processo de
democratização de Atenas?
● Vernant nos mostra que com esse esforço de buscar medida comum para
todos, que está presente no governo de Sólon, surge a moeda oficial, como
forma de controle estatal (da cidade, que era uma cidade-Estado) nas mãos
dos "legisladores", visando a moralização;
1. "O universo é uma hierarquia de poderes". Sua ordem exprime relação entre
agentes, constitui-se por relações de força, vínculos de domínio e submissão
etc;
Tales de Mileto
VIII. A nova imagem do mundo
● Anaximandro, discípulo de Tales de Mileto,
pertencente à escola jônica, foi fundador da
astronomia na Grécia;
• A razão não é um fenômeno visto pela escola de Mileto como algo que simplesmente nasceu, a
escola deu forma a razão;
• Os gregos debatiam em praças públicas, e com o tempo, esta atividade ajudou na construção
da reflexão;
• Os mitos foram perdendo a credibilidade gradativamente por causa dos Sábios que faziam questionamentos e
quebravam o sentido dos mitos usando argumentos que se centralizavam em conceitos antropológicos;
• Para os gregos, o homem livre não se separa do cidadão, ele tem o privilégio de possuir tanto a razão quanto os
direitos cívicos;
• Os filósofos começam a se questionar sobre o que seria o Ser e o Saber e como eles se correlacionam, com isso acabam
por criar a própria racionalidade sem fazer experimentos;
• A Razão grega não se desenvolveu na matemática,
nem no comércio, mas na linguagem;