Você está na página 1de 32

Ensaios sobre a lógica na argumentação

Prefácio

Introdução

1. Retrato antigo e novo da argumentação


2. A importância da argumentação
3. A arte de pensar e a argumentação através da lógica jurídica
4. Estratégias para a argumentação através de lógica Jurídica
5. A necessidade da argumentação no Direito

Considerações
Capítulo 3
A arte de pensar e a argumentação teórica

Marcos Antonio Duarte Silva

Resumo: E esse pensar que se pode questionar não é simples, não são aqueles
pensamentos soltos, perdidos, sem objetivo, sem razão, sem controle que o
temos com frequência e surgem sem se saber por que naquele exato momento
está ali; o pensar é aquele advindo da arte, da entrega a pensamentos nobres,
intelectuais, controlados, desejados, inspirados, preparados, buscados,
plantados em nossa mente.

Palavras Chaves: Lógica, Argumentação, Pensar, Teoria.

Sumário: Introdução à arte de pensar; 1. O que lemos: como lemos? 1.2 O que
assistimos: como assistimos? 1.3 O que falamos: com quem falamos? 2. É
preciso proceder do conhecido ao desconhecido (premissas e pressupostos); 3.
Os princípios lógicos; 3.1 O princípio de identidade; 3.2 O princípio da
contradição; 3.3 O princípio da Exclusão do meio; Conclusão.

Introdução à arte de pensar


Quando se fala da arte de pensar logo se imagina um curso de meditação,
reflexão, yoga, ou qualquer das propostas que existem e de certa forma faz parte
do portifólio para a questão.

Há uma verdade nesta forma de imaginar, afinal, pensar é um exercício que deve
ser desenvolvido como uma atividade física, buscando sim a reflexão, meditando
de forma coerente e propositiva para alcançar o melhor. Deve ser
constantemente praticado para alcançar seu objetivo maior. Com isso em mente,
cumpre se perguntar de forma muito imperativa e particular: Como estou
pensando?

E esse pensar que se pode questionar não é simples, não são aqueles
pensamentos soltos, perdidos, sem objetivo, sem razão, sem controle que o
temos com frequência e surgem sem se saber por que naquele exato momento
está ali. O pensar é aquele advindo da arte, da entrega a pensamentos nobres,
intelectuais, controlados, desejados, inspirados, preparados, buscados,
plantados em nossa mente.

Para alcançar este tipo de pensamento é importante entender que; o que lemos:
como lemos; o que assistimos: como assistimos; o que falamos: com quem
falamos; entre outras coisas, determinam e muito a forma como vamos pensar,
daí ser necessário se buscar uma mudança nesses fatores que determinam
nossa forma de raciocínio levando a se pensar de maneira imperativa.

1. O que lemos: como lemos?

Qual tipo de leitura tem sido alcançado? O que se busca na leitura? Ler revistas
quais, e por que ler esta ou aquela? E mais, por que especificamente aquela
revista? O que impulsiona esta leitura? Que tipo de conteúdo buscamos ao ler?

A seleção da leitura determina o grau e profundidade do que se conseguirá


pensar e em quanto tempo isso se dará. Se a leitura for apenas recreativa, para
distração, para preencher o tempo, ela pouco ou quase nada contribuirá. (ex.
consultório médico, dentário sem nada para fazer, ler o que se tem não o que se
quer).

Alguém com muita propriedade afirmavam: “Diga o que você lê que direi o que
pensa”. Esta frase demonstra além de tudo que o que se lê determina quem a
pessoa consegue ser, em demonstração de entendimento e cultura. Ler é
determinante para ampliar horizontes e cultivar a boa e célere capacidade de
pensar. Quem lê mais, pensa mais e melhor.

Então para se começar a ler deve funcionar o mesmo critério de quando


começamos a aprender a escrever, começamos do mais fácil para o mais difícil.
Um exemplo que pode ser muito útil é leitura para os homens de cadernos de
esportes, pescaria etc e, para mulheres cadernos de modas, viagens etc, (enfim,
algo que nos traga prazer, para desenvolver o hábito), partindo quando se toma
gosto por esta leitura a algo mais específico, romance, policial, política, filosofia,
direito, doutrina do direito, doutrina filosófica, etc.

O hábito para ser desenvolvido tem que ser como vício, diariamente,
constantemente, em todo lugar, a todo tempo. Tem que funcionar como uma
necessidade vital, como água, como comida, como dormir, como respirar, só
assim incorporará nossa vida a tal ponto de não se conseguir ficar nenhum um
dia sem fazer.

1.2 O que assistimos: como assistimos?

A TV e a internet nos dias atuais têm proporcionado ótimas condições para


assistir excelentes programas com ótima qualidade de aprendizado. É claro que
há como em qualquer outro mecanismo possibilidades de se ter muita porcaria,
porém, a escolha sempre será personalíssima.

Dentre possibilidades que se apresenta para assistir nestes dois ambientes se


encontram filmes, documentários, programas de entrevistas. Mas como a
pergunta aponta há uma condição sine qua non: o que e como assistir.

Um bom exemplo disso é o estilo de filmes para se começar: épico, histórico,


comédia, romântico, terror, drama, etc. Há filmes que atuam mais do que apenas
entretenimento, eles conseguem transmitir cultura, informação, criar massa
crítica e educar positivamente. É bom que se diga não haver nada de assistir
filme só por laser, mas só e tão somente para laser sem outros objetivos fica
vazio.

Como sugestão procure saber quem são os autores, atores e como foi dirigida a
pesquisa para se chegar ao resultado filme. Já os documentários via de regra
elevam muito a condição de simples diversão, costumeiramente são sérios e,
mormente trazem bom material de pesquisa, assuntos atuais e provocativos,
certamente contribuindo e muito para o crescimento intelectual.

E por fim entrevistas, não são todas que podem oferecer crescimento, e
condições de melhora mental. Quem será entrevistado, por quem e até em que
canal, hoje se faz necessário se saber para entender como se dará o programa.

Em síntese esta é uma ferramenta muito boa se usada de forma adequada pode
e conseguirá proporcionar grande valia aqueles que desprendem do seu tempo.

1.3 O que falamos: com quem falamos?

Nada é mais claro do que a ideia de que escrevemos aquilo que falamos, e por
quê? Ora, a escrita é uma reprodução quase que fiel do que falamos e com quem
falamos. Nossos pensamentos transmitidos de forma oral, então o falar tem tudo
a ver com que falamos se pensamos bem, falamos bem, se convivemos com
pessoas que falam bem, certamente falaremos bem, e vice-versa.

Associar a fala com que lemos é de essencial importância, se lemos filosofia, por
exemplo, teremos maior facilidade de falar em filosofia, se lemos sobre esporte,
política, economia, e, por conseguinte, teremos maior ou menor facilidade de
falar a respeito se o tema estiver em nossa esfera de conhecimento.

Uma importante informação para melhor desenvolver a arte de falar está em


dominar alguns conceitos, informações, definições e principalmente a língua
mater. Sem o domínio mínimo necessário falar, escrever, pensar será um
obstáculo grande a vencer, daí ser importante se apropriar desta ferramenta vital.

Também ao estar num ambiente acadêmico explorar ao máximo sua virtude a


ponto de se permitir ser transformado por ele, transbordando do que há de
melhor na Academia.

No livro A Arte de Pensar, assim se expressa:

O Homem, muito frequentemente, dá a impressão de que sua Inteligência é um


veículo que, tendo esquecido que possuí cinco marchas, se arrasta em primeira.
Foi repetido nos últimos anos que exploramos apenas 10% de nosso cérebro;
seria mais correto dizer que 10% de nosso espírito. De fato, todos nascemos
com uma inteligência, mas ninguém nasce com o manual de instruções para
utiliza-la. Cabe à educação fornecê-lo. (IDE: 2000, VII).

Desta forma o curso que ora se apresenta tem a pretensão de iniciar um


processo que caberá a cada aluno desenvolve-lo, o de pensar melhor, com maior
clareza, de forma límpida, lógica e coerente, assumindo que a coesão é o fim
em si mesmo.

Não há fórmulas mágicas, apenas como disse Churchill por ocasião dos
bombardeios nazistas, se referindo que Londres não sucumbiria ao ataque, suas
palavras de vigor e disciplina que ecoam pelos séculos foram: “sangue, suor e
lágrimas”, estas palavras que alimentaram os ingleses naquele momento difícil
é o que se oferece neste momento, não há facilidades, nem tranquilidade, mas
se houver “sangue, suor e lágrimas”, até aquilo que parece ser improvável
poderá conseguir alento e conquista inexorável.
2. É preciso proceder do conhecido ao desconhecido (premissas e
pressupostos)

Uma lei universal no aprendizado é se aprender do conhecido, ou seja, daquilo


que se conhece para o não conhecido. Assim se for escrever ou falar use os
termos mais conhecidos os usuais, aqueles que diariamente se usa para um
melhor desempenho.

Mas a título de discussão e aprendizado cumpre a tarefa de trabalhar alguns


termos de importância par. Serão tratadas como palavras chaves.

ABSTRAÇÃO: é o processo de Inteligência que extraí (do latim abstabere) das


realidades sensíveis, materiais, sua essência inteligível e universal. [...] O fruto
da abstração é o conceito.

Exemplo: Pense em algo azedo, que antes de se levar a boca, ela encha de
saliva e só de pensar haja a condição de salivar. Limão.

CONCEITO: conceito vem de concepção. O conceito é, portanto, o fruto da


atividade da inteligência.

Exemplo: Como você conceituaria algo azedo, que antes de se levar a boca, faça
com que ela encha de saliva? Limão.

DEDUÇÃO: é um raciocínio que vai do universal ao singular.

Exemplo: estou pensando num pomar de frutas, com muitas árvores carregadas
de muitos frutos. Agora estou pensando num fruto azedo, que antes de colocar
na boca faz com que ela saliva bastante? Limão.

DEFINIÇÃO: é uma operação ou um instrumento da inteligência pela qual ela


diz distintamente o que é a coisa.

Exemplo: Como defino algo que é azedo, que pode ser ingerido como alimento,
que se produz numa árvore frutífera, que tem normalmente cor verde e seu pé,
não é muito alto, sendo seu suco usado costumeiramente para molhos de
saladas? Limão.

DIVISÃO: é um instrumento da inteligência que lhe permite pôr em ordem no


múltiplo, no confuso.
Exemplo: Artigo 1°, I, parágrafo 1°. (organizar para facilitar encontrar e depois se
referir).

INDUÇÃO: o que caracteriza a indução é que ela se baseia numa enumeração


de casos singulares para se elevar ao universal.

Exemplo: Claude Bernard observa que certos animais em jejum têm urinas claras
(ácidas) e conclui que todos os animais em jejum têm urinas claras.

PREMISSA: é um juízo (portanto um enunciado ou uma proposição compostos


de dois conceitos) que fundamenta uma conclusão. O raciocínio comporta
sempre duas premissas. A premissa comporta o termo médio, mas não a
conclusão, já que o termo médio tem por objetivo unir os termos da conclusão.

Exemplo: normalmente chamada de premissa maior e premissa menor.

Premissa maior: Todos os seres humanos são mamíferos.

Premissa menor: O Marcos é um ser humano.

Conclusão: Logo, o Marcos é um mamífero.

SILOGISMO: O que caracteriza o silogismo é que ele se baseia numa causa que
une o sujeito e o predicado da problemática. Como a causa é o vínculo mais forte
para mostrar união, o silogismo é o raciocínio mais rigoroso e o mais
demonstrativo. [...] o silogismo vai do universal para o universal.

Exemplo: “meu futuro depende de minha liberdade; ora, os astros não podem
predizer meu futuro”. O termo médio é uma causa (aqui, é “a liberdade”).

TESE: é a problemática formulada de maneira afirmativa. É, portanto o


enunciado de um juízo. As teses numa Universidade têm esse nome porque seu
objetivo é demonstrar, defender uma tese (ideia, no sentido restrito).

Exemplo: Crio a problemática que um jabuti se ensinado poderá um dia latir.


Faço pesquisa, encontro pessoas que defendam a mesma ideia, e escrevo com
uma centena de citações e defendo esta tese e consigo provar que um jabuti
poderá latir, desde que... (IDE, 2000, IX,X, XI, XII e XIII).

Analogia: estabelecer comparações explicações entre situações distintas e


raciocinar, então por analogia.
Exemplo: Dizer que “assim como o ser humano tem boa saúde quando se
alimenta bem, esses alimentos também devem ser saudáveis”. Os alimentos
assumem a condição de proporcionar saúde.

Argumento de autoridade: quando somos conhecedores de determinado


assunto, confiamos na palavra de quem conhece esse assunto. Isso ocorre
quando confiamos na palavra de um médico, de um cientista, etc. (SAVIAN,
2011, P.32, 33)

Exemplo: Após citar uma ideia para balizar o que se está falando ou escrevendo
se cita uma autoridade reconhecida no assunto.

Entrementes é de vital importância o domínio dos conceitos para uma melhor


forma de pensar. O pensamento organizado, bem compartido, racionalizado,
tendo controle das coisas abstratas, atingirá o concreto com mais facilidade e
terá o domínio na arte de pensar.

Por outro lado, o pensamento desconexo, sem flutuações em abstrações, sem


controle nos conceitos, sem organização, sem compreensão dos fatos,
dificilmente conseguirá pensar com clareza, tendo dificuldade até para pensar.

O desafio é o domínio destes conceitos para avançar no aprendizado se


esmerando em reproduzir o que de melhor se consegue pensar. Daí partir do
conhecido para o desconhecido ser de suma importância para ganhar confiança
e acreditar que é possível navegar em outras águas. É sempre menos desejável
se propor discutir, falar, conversar, discursar, tentar ensinar aquilo que não se
tem conhecimento até porque se corre risco real de ser indagado sem alcançar
a resposta desejável. Neste ponto a zona de conforto é ideal, imprescindível ter
segurança para construir confiança de quem escuta, de quem aprende, de quem
está interessado é péssimo quando se percebe que quem se propõe a ensinar,
falar, debater é raso no conhecimento e pior ainda, se o público, pessoa,
auditório a quem se pretende enfrentar é qualificado, tem formação, ou
conhecimento variado o desastre é uma questão de tempo.

Ninguém em absoluto tem o domínio de tudo e quando se está numa ambiente


desconhecido, por exemplo, quando não se conhece e nem se tem condições
de conhecer com quem falamos ou conversamos a prudência exige que nestes
casos considere a maior qualificação possível, e use da cautela ao falar, só
transite em temas que se possa estar disposto a responder a alguma pergunta
que surja com propriedade e respeito.

Outro erro bem próprio neste caso de pensar é considerar com quem falamos ou
discutimos, ou temos que ensinar inferior no conhecimento. Nos dias atuais com
acesso rápido a internet, com a comunicação veloz, com acesso a muitas coisas
de resposta rápida essa é sem dúvida uma atitude suicida. Nada está mais
distante da realidade do que imaginar que as pessoas não irão checar o que se
fala pra elas. E pior ainda, que não obterão resposta adequada às indagações.
O respeito a quem falamos a quem discutimos, e com quem estamos ensinando
é o maior troféu que se pode conquistar na habilidade de pensar bem.

3. Os princípios lógicos

Um pouco da história para entender como se desenvolveu a lógica ao longo dos


séculos. Há o entendimento que a lógica tenha surgido na Índia, já a lógica grega
surgiu e se descortinou independente daquela, para tanto cumpre observar o
silogismo claro, preciso da Lógica Aristotélica e o silogismo da Escola de Nyaya.
Não resta dúvida dívida que os gregos descobriram a razão e a utilizaram para
descobrir como as coisas são. (NASCIMENTO: 1991, p.9).

A extensão de raiz da Lógica formal encontra-se na maiêutica de Sócrates que,


aperfeiçoada por Platão, veio a ser a dialética. Em Platão há o desenvolvimento
das análises do raciocínio.

É importante trazer a lume Parmênides já via a relação entre a coerência do


pensamento com a forma de discurso descobrindo o princípio de identidade; “o
que é é; o que não é não é: ou A é A.” A importância deste filosofo grego para o
desabrochar da Lógica se baseia na sua aplicação rigorosa das condições do
pensamento à determinação do ser. (NASCIMENTO: 1991, p.10).

A Lógica formal estuda o pensamento em sua estrutura formal, ou seja, o


pensamento enquanto forma que pode ser preenchida por qualquer conteúdo
oriundo da experiência. Essa estrutura formal, como já foi dito, não existe por si
mesma, é apenas destacável mediante uma abstração, onde desprezamos
momentaneamente o conteúdo para pôr em relevo apenas a forma, de modo
artificial. (ALVES: 2005, p. 83).

A origem do termo Lógica não está bem certa, supondo-se que os comentadores
de Aristóteles tenham criado o termo. Cícero emprega o termo e depois se torna
corrente entre os estoicos.

O termo vem do grego logos, que se traduz por razão, se declinando para o
sentido de ciência do raciocínio ou arte do raciocínio, e também ciência do
pensamento, em última análise o dever ser.

Para bem conduzir o estudo cumpre observar os princípios traduzidos na lógica.


Para tanto se pode observar através deste exemplo:

Deus criou o Universo. – Generalidade

A Terra está no Universo. – Fato

Logo, Deus criou a terra.

Como princípios que norteiam a lógica os filósofos estabeleceram o chamado


princípio do conhecimento subdividido em: Princípio de Identidade; Princípio da
Contradição; Princípio da Exclusão do Meio.

3.1 O princípio de identidade

A é A. Homem é Homem. Platão afirma, uma ideia é igual a ela mesma, uma
cousa é o que ela é.

A linguagem comum e por exceção algumas vezes a linguagem técnica contém


termos equivalentes. (NASCIMENTO: 1991, p.20).

O que significa dizer que este princípio estabelece o sentido das palavras, para
que haja coesão no texto, na fala, ou no discurso. Além de buscar a
compreensão, o entendimento claro e lúcido para quem escuta ou lê do que se
escreve ou se fala. No ato da comunicação é extremamente se fazer entendido,
caso contrário como dizem os especialistas haverá ruído que ocasionará em não
entendimento, ou compreensão distorcida.

Como afirma o livro Lógica Aplicada a Advocacia:


[...]sem o princípio de identidade seria impossível uma discussão, por isso os
escolásticos prescrevem: ‘antes de qualquer discussão dê-se o sentido que
devem ter as palavras no decorrer dela. (NASCIMENTO: 1991, p.20,21).

3.2 O princípio da contradição

Neste princípio se propõe que “uma coisa não pode ser e deixar de ser ao mesmo
tempo” (NASCIMENTO: 1991, p.21), desta feita o que não pode acontecer é o
que o brocardo afirma “não há direito contra o direito” (Idem), assim um ambiente
não poder ser gélido e quente ao mesmo tempo, ou ele é quente ou gélido, caso
contrário haverá uma contradição impossível de se resolver.

Trazendo para o Direito se pode afirmar:

Todas as vezes que dois homens têm sobre uma mesma cousa um julgamento
contrário é certo que um deles está enganado. Há mais: nenhum dos dois está
com a verdade, porque se estivesse com a verdade teria uma vista clara e nítida
(evidência) e poderia expor a seu adversário de tal maneira que acabaria
convencendo. (NASCIMENTO: 1991, p.21 e 22).

A lógica exige o mínimo de coerência para poder chegar a um resultado coberto


pelos princípios abalizadores, desta forma trazer a baila proposituras
contraditórias trará um resultado não desejado e porá por terra a coesão do
pensamento.

3.3 O princípio da Exclusão do meio

Neste princípio se encontra a seguinte premissa: “uma cousa deve ser ou não
ser” (Idem), por esta ideia se pode entender de “duas cousas contraditórias uma
deve ser verdadeira, a outra falsa” (Idem).

Para melhor aplicação deste princípio cumpre entender que uma proposição
deve excluir a outra assim, todo homem é mortal; nenhum homem é mortal. A
carga do princípio discutido está em ser matéria necessária contra matéria
contingente, ou seja, que pode se entender “por necessário o que sempre
acontece e contingente que pode acontecer ou não”. (Idem).

Assim se pode entender que para este princípio havendo contradição, uma
proposição será verdadeira e a outra proposição será falsa.
Conclusão

Neste primeiro módulo se procurou provocar a ideia através do pensamento e


como desenvolve-lo através de alguns conceitos e técnicas próprias para a
evolução na forma como se pode pensar, escrever e falar.

É certo que não se trata de tarefa fácil exigindo exercício constante e frequente,
mas é possível se atentar para alguns conselhos de aplicação fácil:

a) Procure desenvolver o hábito da leitura – comece por algo fácil, agradável e


que desperta a atenção, e avance com o tempo para algo mais técnico e
específico até estar lendo com facilidade assuntos mais profundos e complexos;

b) Procure assistir programas que eleve o pensamento – Jornais televisivos, mas


não o de uma emissora só, variar é sempre importante. Documentários,
reportagens, entrevistas, e programas afins, ajudam muito neste processo.

c) Desenvolva o hábito de relembrar o que leu e assistiu fazendo reflexão crítica


- Assim fazendo poderá sem muita dificuldade além de memorizar o assunto,
tirar suas impressões formando sua opinião, sem vício do tema.

Acredite é possível ampliar e avançar neste quesito tão importante.

Referências
ARISTÓTELES. Retórica. São Paulo, Ridel, 2007.
ALVES, Alaôr Caffé. Lógica: Pensamento Formal e Argumentação. 4ª ed. São
Paulo: Quartier Latin, 2005.
ILDE, Pascal. A arte de pensar. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
NASCIMENTO, Edmundo Dantès. Lógica aplicada à advocacia. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1991.
PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
__________________. Tratado da Argumentação: A Nova Retórica. 2ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
PLUTARCO. Como tirar proveito dos seus inimigos. 2ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
RODRÍGUES, Víctor Gabriel. Argumentação jurídica: Técnicas de persuasão e
lógica informal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
SAVIAN, Juvenal Filho. Argumentação: a ferramenta do filosofar. São Paulo:
WMF Martins Fontes, 2010.
SCHOPENHAUER, Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter razão.
Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.

Capítulo 4
Estratégias para argumentação através da lógica jurídica
Marcos Antônio Duarte Silva

Resumo: A Estratégia para argumentar está vinculada ao conhecimento de


como se usa o pensamento, transformando-os em raciocínio lógico e os
esquemas propostos como forma de melhorar a escrita, a sustentação oral e
num debate, seja em que qualidade estiver, poder se sair bem.

Palavras Chaves: Estratégias; Lógica Jurídica; Argumentação; Pensamento;


Esquemas.

Sumário: Introdução; 1. Mecanismos de Bloqueios; 1.1 Orgulho; 1.2


Desconfiança; 1.3 Competição; 2. Como tirar proveito dos seus inimigos
(Plutarco); 3. Como vencer um debate sem precisar ter razão (Schopenhauer);
4. A lógica aplicada ao Direito (técnica de persuasão); 4.1 Sofisma e refutação;
4.2 Lógica e linguagem; 4.3 Retórica e dialética; Conclusão.

Introdução

A proposta da argumentação é criar um ambiente favorável, tornar as opiniões


para seu lado, mudar a contrariedade em pontos favoráveis, trazer para seu lado
àqueles que de outra forma jamais aceitariam aquele ponto de vista em síntese
alcançar a outra pessoa através do pensamento propositivo, sem que ela
perceba que se bandeou para sua posição.

Há mecanismos de bloqueios que precisam ser conhecidos antes de conseguir


tal feito: 1) orgulho; 2) desconfiança; 3) competição. Para entender este universo
é importante se conhecer um pouco mais desse mecanismo.

Para tanto cumpre afirmar ser a argumentação uma espécie de arte, nem todos
alcançarão tal condição, porém, há pessoas com uma desenvoltura, uma postura
própria para impor ao seu oponente, uma estratégia que pouco a pouco ele
sucumba frente aos argumentos utilizados.

Percebe-se e não poucas vezes que num debate há aqueles que estão
preparados pois estudou o assunto, e portanto domina as minucias, mesmo
sendo pequenas e as absorvam em sua fala e em algo muito importante, sua
gesticulação, para impor sua ideia, tese, ou mesmo só argumento como
impossível de ser derrotado.

1. Mecanismos de Bloqueios

1.1 Orgulho
Quando se fala aqui de orgulho se está tratando de como as pessoas encaram
uma conversa, discussão, no que se refere as suas posições e como ela quer
se ver no mundo. Então quando uma pessoa está conversando, expondo um
assunto, ela na verdade está sem perceber desejando apresentar que conhece
este ou aquele tema.

Exemplo: Duas pessoas conversando sobre as Leis brasileiras, expondo seu


ponto de vista sobre a pena de morte, prisão perpetua ou morte dos bandidos,
com um estudante de Direito. Qual sua reação frente as colocações feitas pela
pessoa? Como tentará dissuadi-la a mudar de opinião, ou trazê-la para seu lado?
A forma errada seria começando dizendo, “olha você está errada!”, ou ainda,
“como você pode falar alguma coisa sem nunca ter frequentado uma Faculdade
de Direito?”. Agindo assim jamais conseguirá trazer a pessoa para seu lado,
repense esta forma de agir e crie uma estratégia respeitando que a pessoa só
irá para seu lado se achar que ela na verdade está sugerindo isso. Há um livro
muito bom que atravessou décadas e tem servido como um manual para
vendedores e debatedores o livro chama-se “Como Fazer Amigos e Influenciar
as Pessoas”, em seu conteúdo Dale Carnegie, reproduz com maestria como
debelar as barreiras existentes na arte de influenciar as pessoas usando esta
ideia do “orgulho” a favor daquele que deseja trazer a pessoa para seu lado.

1.2 Desconfiança

Lembre-se sempre as pessoas só confiam em sua opinião, em seu


conhecimento se confiar em você. Caso contrário ela sempre terá a tendência
de desconfiar, de retrucar, de contrariar, de se opor. Nada é mais sagrado para
pessoa do que o famoso “ponto de vista”, por isso, muitos querendo demonstrar
conhecimento começam suas frases afirmando “em meu ponto de vista”. Ora, é
perceptível que só se pode ter um ponto de vista quando se estuda sobre este
ou aquele tema, caso contrário só se pode imaginar ser aquilo uma “verdade”,
se repetir o que se ouviu de alguém que reconhecidamente se respeita, só se
reproduz conhecimento quando ele está planta Então uma forma saudável de
desbaratar este tipo de situação é trazer a pessoa para sedo na mente. Porém
para trazer a pessoa para seu lado há de se possui muito respeito, prudência e
perspicácia. Quando se expõe a pessoa você o torna um inimigo e quando a
pessoa se coloca na posição de inimigo, mesmo que veja que está certa ela se
colocará na posição contrária, normalmente.

1.3 Competição

De uma forma geral há uma competição em curso quase que entrementes todos
contra todos. Via de regra, há uma disposição de demonstrar conhecimento
quando se está em grupo, fazer prevalecer meu “ponto de vista”, aquilo que se
entende como verdadeiro, como certo, como correto. Então para efeito de ajudar
mudar esta posição desenvolva o seguinte pensamento filosófico: Não há
verdade absoluta, não há uma única forma correta de pensar, não há um único
ponto de vista certo.

Para compreender a argumentação deve-se abandonar o conceito binário de


certo/errado. No Direito concorrem teses diferentes, e não necessariamente
existe uma verdadeira e outra falsa. O que existe é, no momento da decisão,
uma tese mais convincente que as demais. (RODRÍGUES: 2005, p. 13).

Quando se consegue estar acima destas demonstrações de mediocridade aí sim


se é superior sem precisar a todo tempo provar estar com a razão.

Para efeito de extensão do conhecimento sobre o tema, Chaïm Perelman afirma:

O objetivo de toda argumentação, como dissemos, é provocar ou aumentar a


adesão dos espíritos às teses que se apresentam a seu assentimento: uma
argumentação eficaz é a que consegue aumentar essa intensidade de adesão,
de forma que se desencadeie nos ouvintes a ação pretendida (ação positiva ou
abstenção) ou, pelo menos, crie neles disposição para ação, que se manifestará
no momento oportuno. (PERELMAN: 2005, p. 50).

Persuadir é convencer e isto é argumentação em sua forma mais pura, só se


consegue alcançar as pessoas através da persuasão que concorra com seu
convencimento.

Para satisfazer esta afirmativa Víctor Gabriel assim expõe:

Argumentar é a arte de procurar, em situação comunicativa, os meios de


persuasão disponíveis. A argumentação processa-se por meio do discurso, ou
seja, por palavras que se encadeiam, formando um todo coeso e cheio de
sentido, que produz um efeito racional no ouvinte. Quanto mais coeso e coerente
for o discurso, maior será sua capacidade de adesão à mente do ouvinte,
porquanto este o absorverá com facilidade, deixando transparecer menores
lacunas. (RODRÍGUES: 2005, p. 13).

Assim sendo não é de todo errado pensar que quando se põe em uma situação
de tentar a todo custo convencer o que se consegue é exatamente o contrário,
o ouvinte se colocará em uma posição de retrucar, de se opor, de se indispor
com tudo que se diga.

A sabedoria após o exposto indica que se deve procurar criar técnicas que
possam transformar um oponente em alguém próximo, alguém que aceite,
esteja aberto a ouvir e ao menos considerar os argumentos que se apresentam
de forma satisfatória, ou minimante aceitável. Caso contrário o que se verá é
um muro impossível de ser vencido a não ser por argumentos insidiosos (que
se verá na proposta dos próximos tópicos). Vencerá o debate sem, contudo,
trazer a pessoa para seu lado, pelo contrário a afastará ainda mais, daí a
importância de se perceber em que ambiente se está para saber o tratamento a
ser dado.

Outrossim, se faz necessário descortinar as características da argumentação:

I) Axiomático – segue um percurso definido por sistemas formais de raciocínio.


Axiomas são verdades inquestionáveis universalmente válidas, muitas vezes
utilizadas como princípios na construção de uma teoria ou como base para uma
argumentação. A palavra axioma deriva da grega axios, cujo significado é digno
ou válido. Em muitos contextos, axioma é sinônimo de postulado, lei ou princípio.
(http://www.significados.com.br/axioma )

II) Raciocínio demonstrativo – formal, em sistema fechado, como aponta Oliver


Reboul, é necessário que coexistam três condições: a) que não haja
ambiguidades na significação dos signos – por isso a matemática utiliza a
linguagem artificial(o número um, o zero, o dois...são meros conceitos; b) o
sistema deve ser coerente – não se pode afirmar dentro dele sua proposição e
negação: assim os sistemas de raciocínio formal progridem de modo único e não
encontram contradições e quebra de coerência; c) o sistema deve ser completo
– vale dizer que para cada proposição formada em um sistema deve-se ter
condições de demonstrar sua verdade e falsidade. Em outras palavras, cada
proposição feita no sistema axiomático deve trazer uma resposta única [...] e não
pode haver proposições, se aceitas pelo sistema que não encontrem resultado
seguro.

Anteriormente foi visto a importância da Premissa Maior, Premissa Menor e


Termo Médio. São estes elementos aceitáveis no processo argumentativo sem
ressalvas maiores. Neste esquema se pode basear grande parte das
construções acadêmicas e na vida jurídica, uma vez que trabalhos acadêmicos
sejam monografias, dissertações e tese, se valem deste sistema como norma
esquemática para sua composição. Os processos judiciais também encontram
eco nesta linha de raciocínio largamente difundida e daí se poder afirmar que o
domínio desta forma facilita e muito todos estes processos sociais instituídos. Da
mesma forma se pode afirmar que se abandonar este esquema desconstrói
completamente o raciocínio destruindo a possibilidade de poder o trabalho ou
processo alcançar sucesso em sua empreitada.

Ainda com o fito de explorar um pouco mais e melhor o tema pode se ver uma
curiosidade nesta forma de esquema de raciocínio, nesta frase de apud Umberto
Eco:
O computador não é uma máquina inteligente que ajuda pessoas burras; ao
contrário, é uma máquina burra que só funciona na mão de pessoas
inteligentes. (RODRÍGUES: 2005, p. 78).

Esta frase oferece o esquema até aqui desenvolvido e a aplica de forma


coerente. Veja que dentro do escopo pretendido se ressalta a inteligência
humana frente o computador e não o contrário. A pergunta é: as premissas
apontadas estão dentro da veracidade necessária? Podem ser afirmadas e
reafirmadas? Há como sustenta-las? Esta é base de qualquer discussão
argumentativa, partir do Universal para o Específico e depois fazer o oposto, do
Específico para o Universal. Quando se consegue tratar temas, desta forma fica
muito mais tranquilo se verificar a autenticidade dos argumentos oferecidos,
porém quando não se consegue alcançar esta prática a algo errado nesta cadeia
esquemática que precisa ser alterada, mudada, a fim de salvar o texto, o trabalho
ou a petição judicial.

Cumpre observar algumas espécies de argumentos para se poder entender


como estanca-los.

a) Argumento Contrario sensu (contrário senso) - Tem como principal


fundamento o conhecido princípio da legalidade, que em nossa Constituição
encontra-se no inciso II do artigo 5° “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. [...] ele pode ser articulado quando
afirmações em sentido inverso são invocadas em favor da tese que o argumento
precisa comprovar.

Ex: Se a lei não proíbe, logo permite.

b) Argumento ad absurdum (para absurdo) – é aquele que procura


demonstrar a falsidade de uma proposição estendendo-se seu sentido e
aplicando-lhe regras lógicas do Direito, até alcançar um resultado que o
interlocutor entenda como impossível. A impossibilidade do resultado faz com
que o interlocutor rechace sua gênese, o que é o principal objetivo do
discursante.

Ex: Uma pessoa presa por porte ilegal de arma de fogo. A acusação quer que
negue o direito à liberdade provisória. Para refutar, se afirma que há
aproximadamente 1 milhão de armas de fogo em circulação em São Paulo,
assim se pode imaginar que pode ter o mesmo número de pessoas manuseando
armas sem o devido porte, logo se todos estes fossem presos e fossem lhe
negado a liberdade provisória, como poderia manter na prisão todos estes?

c) Argumento a coherentia (a coerência) – O argumento pretende demonstrar


que, na existência de duas normas jurídicas que aparentemente regulam o
mesmo, deve haver um diferencial que faça com que apenas uma delas incida
sobre o caso concreto [...] o argumento tende a demonstrar que a norma jurídica
que incide sobre o caso é aquela mais benéfica à parte cujo interesse se
defende.

Ex. Em 2006 foi promulgada a lei Antidrogas, todos que estavam em julgamento
por crimes previstos na antiga lei (1977), passaram a usufruir da nova lei. O
Direito Penal por tratar da liberdade da pessoa tem esta tendência no tratamento.

d) Argumento a fortiori (com maior razão) – Impõe a distinção das normas


proibitivas e permissivas. [...] Argumentando a fortiori, o discursante impõe uma
analogia com um plus: o de que seu raciocínio tem ainda maior razão para valer
do que aquele que seria fruto da analogia perfeita. Ele divide-se me dois tipos
distintos:

I – Argumento a minori ad maius (o menor para maior) – aplica-se no caso


de prescrições negativas.

Ex: Se uma lei prescreve que não se pode trafegar a noite com os faróis
apagados, a fortiori deve-se entender que é proibido trafegar de noite com o
veículo sem faróis. Se a lei proíbe o menor, evidentemente deve proibir o maior.

II – Argumento a maiori ad minus (o maior para o menor) – o qual é bem


enunciado no brocardo quem pode o mais pode o menos. Se raciocínio é
análogo ao tipo exposto acima, mas com aplicação para normas permissivas em
vez de proibitivas.

Ex: Se uma pessoa pode responder por um crime com abuso de violência pode
responder a processo solto, com mais razão deve livrar-se solto aquele que
cometeu o mesmo delito sem o uso da violência.
O argumento a fortiori é extremamente persuasivo, porque seu arcabouço lógico
é incontestável e cabível em inúmeros casos. [...] Significa, sim, estendê-lo com
maior razão[...].

e) Argumento do córax ( nome de um dos criadores da retórica) – Consiste


em dizer se uma coisa é inverossímil por ser verossímil demais, ( ou seja, se há
perfeição demais numa prova que indica um culpado, isso pode significar que há
algo de muito errado, assim não há provas perfeitas se o são há algo de
imperfeito nelas).

Ex: Encontra-se um corpo humano num lugar e ao seu lado um R.G de uma
outra pessoa, com isso se chega a pessoa que matou. Fácil demais...

f) Argumento ad hominem (aos homens) – Busca criticar mais determinado


homem do que as ideias que ele profere.

Ex: Debate Presidencial – Você está sendo leviana. A seguir vários discursos
foram dirigidos apontando que quem proferiu tal frase não sabe tratar bem uma
mulher, depois na sequência postaram fotos de uma ex-namorada que
aparentemente, tinha sofrido agressão da pessoa que proferiu a expressão.

(RODRÍGUES: 2005, págs. 171 a 202).

Como se pode perceber, há variedade de formas de se construir um argumento


e com objetivos diversos quase sempre conscientes do que se pretende
alcançar. Ao se observar e estudar estas modalidades de argumentos pode se
perceber que há conhecimento daqueles que o praticam e sabem qual efeito
podem produzir e buscam atingir esta meta, sem o menor pudor.

Figura entre o que se considera com importante “a boa linguagem sempre é


argumento” (RODRÍGUES: 2005, p. 236).

E por fim, cumpre salientar como importante lembrança:

Seja interessante: não diga tudo o que sabe, mas apenas o que os leitores
querem saber. Pois a argumentação é um constante equilíbrio. (RODRÍGUES:
2005, p. 254).

2. Como tirar proveito dos seus inimigos (Plutarco)


A partir daqui se estudará técnicas avançadas retiradas do grande pensador
Plutarco que tem uma obra exatamente com este título “Como Tirar Proveito dos
seus Inimigos”, o que se dará doravante é o estudo minucioso de sua forma de
tratar a argumentação considerando o oponente como inimigo. É um estilo, que
pode ser usado com redobrada cautela e perícia acentuada para não gerar
infortúnio não desejado.

Logo no prefácio encontramos a seguinte frase lapidar:

[...] o verdadeiro estrategista pode usar, nas circunstâncias menos favoráveis,


recriminações, admoestações ou calúnias de seus inimigos pessoais, para
melhorar e para vencê-los.

(PLUTARCO: 2003, XI).

Nesta esteira ainda há um pensamento que se encontra em toda a obra


circundando toda atmosfera literária, o que aponta o fio condutor do pensamento
de Plutarco:

[...] propõe-se mostrar, como dissemos, de que maneira um homem de Estado


(ou simples cidadão) pode aproveitar as censuras de seus inimigos pessoais
para melhorar, como converterá as críticas que quer manifestar a outrem em
injunções morais em face de si mesmo, como suportará pacientemente a injúria,
como aprenderá a exercer o domínio e como será generoso para com seus
adversários.

(PLUTARCO: 2003, XXVI).

Conselhos de Plutarco:

a) Frequenta o palácio da linguagem – Nada melhor do que o domínio do


vernáculo para dizimar aqueles que tentam enfraquecer os objetivos nobres.
Com as palavras bem colocadas e sapientes poderá certamente desarmar o
inimigo/oponente com elegância, sem apelar.

b) Criar a arte da prudência – Ouça mais do que fale, seja cauteloso ao se


dirigir em reuniões, em público, em uma discussão, quando se conhece melhor
quem está falando pode se extrair tudo, sem se expor.
c) Joga com as maneiras circunstanciais – Se favoreça das circunstâncias
aproveitando das regras do jogo para saber quando e como jogar. Há uma teoria
chamada de Teoria dos Jogos John Nash desenvolveu, Mente Brilhante, nesta
teoria que foi sua tese de Doutorado, ele aplicava estratégias de jogos para toda
e qualquer relação, seja profissional, amorosa, acadêmica e social.

Ex: Uma das mais famosas aplicações do Equilíbrio de Nash é a usada no jogo
conhecido como Dilema do Prisioneiro, em que dois homens são presos
suspeitos de terem praticado o mesmo crime. Não há provas contra eles, que
são interrogados separadamente e encorajados pela polícia a delatar um ao
outro, ganhando em troca a liberdade. Haveria, então, duas opções: calar-se ou
acusar o companheiro. Se os dois se acusam mutuamente, são igualmente
condenados; se calam, são soltos. Mas a desconfiança de um acusado sobre a
decisão que o outro poderia tomar aumenta a probabilidade de os dois se
acusarem, o que levaria ao pior resultado: a prisão de ambos. A melhor solução
para os dois jogadores é a menos provável, pois requer cooperação cega, dado
que eles não conversam a respeito. Dessa forma, o mais provável é que eles se
acusem, pois ambos têm mais a ganhar delatando o outro. O Equilíbrio de Nash
é a solução em que nenhum jogador pode melhorar seu resultado com uma ação
unilateral. Nesse caso, se um acusado que tende a delatar o outro muda
unilateralmente sua estratégia e decide colaborar com a polícia, ele “perde” no
jogo e é preso. (http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/john-nash-fala-
sobre-teoria-dos-jogos-e-novas-pesquisas ). (grifos nossos).

d) A arte de agradar para subjulgar – Não é bajulação é agrado, saber como


tratar. É respeito e conhecimento de como se fazer. Sabe-se que agindo de
determinada forma o ambiente, a atmosfera será melhor, faça. Sabe-se que
determinadas palavras podem acalmar os ânimos use-as. Sabe-se que
determinado tom de voz abranda uma discussão, use-o.

e) Reconheça o bajulador – É falso, é com objetivos espúrios, é insincero e


mentiroso. É perceptível, pois soa falso, o sorriso é amarelo, os olhos
normalmente não encara nos elogios desproporcionais e normalmente exalta
uma pessoa em detrimento de outra. Plutarco tratando disso afirma: “Poder
enganador num sentido, a bajulação é também um poder que causa júbilo, pois,
à semelhança da perversão, torna feliz aquele que ela engana”. (PLUTARCO:
2003, p. XXV).

Para encerar e fazer um contraponto sobre a torpeza da bajulação Plutarco


assim responde:

A sinceridade é em absoluto incondicionalmente boa, pois é nela que se nota a


ocorrência instantânea da coragem. Dizer a verdade a quem amamos é o mesmo
que tomar a decisão de dizer o que somos. (PLUTARCO: 2003, p. XXV).

3. Como vencer um debate sem precisar ter razão (Schopenhauer)

Arthur Schopenhauer escreveu um livro que leva este nome, “Como Vencer um
Debate sem Precisar ter Razão”, onde propõe o que chama de estratagemas
para vencer um debate sem a menor necessidade de estar certo.

É importante dizer que quando se fala de discussão não se está se falando


daqueles e somente das que assumem palavras rígidas, ou tentem a todo custo
provar quem está certo ou errado. Torna-se necessário dizer que o bom debate
embora use destes estratagemas não pode jamais fugir da verdade, usando de
subterfúgios para apenas se tornar vencedor.

Logo a introdução é evocada este princípio que deve nortear todo ambiente que
se espere que haja crescimento:

No mais das vezes, a simples afirmação direta do que se enxerga tem mais força
do que muitos argumentos. Contra as tentações do erro e da fantasia, não há
outra arma senão dizer a verdade com tal clareza, com tal precisão, que
nenhuma finta, nenhum rodeio, nenhum jogo de cena ou artifício de palavras
possa prevalecer contra ela. (SCHOPENHAUER: 2003, p. 18).

Neste compêndio Schopenhauer desenvolve o que ele chama de Dialética


Erística, que é “a arte de discutir, mas precisamente a arte de discutir de modo
a vencer (por meios lícitos ou ilícitos)”. (SCHOPENHAUER: 2003, p. 95). Desta
forma o verdadeiro passa a ser falso e o falso ser verdadeiro, é a distorção desta
feita jamais se deve dar razão ao adversário para que ele não possa se
fortalecer, mesmo que saiba que ele está usando da Dialética Erística provará
que o adversário mesmo quando afirme algo verdadeiro você arrumará um
estratagema que destrua esta premissa criando no mínimo dúvida para trazer
aqueles que escutam para seu lado.

As premissas Maiores e Menores e o Termo Médio tanto importam partir de


proposições verdadeiras, o importante é o resultado favorável, não importando
os meios usados para isso.

Estratagemas propostos:

a) Ampliação Indevida – Levar as afirmações do adversário para além de seus


limites naturais interpreta-la do modo mais geral possível, tomá-la no sentido
mais amplo possível e exagera-la.

b) Mudança de modo – a afirmação que foi apresentada em modo relativo, [...]


é tomada como se tivesse sido apresentada em modo absoluto, universalmente.

c) Pré- silogismos – Se queremos chegar a uma certa conclusão, devemos


evitar que esta seja prevista, e atuar de modo que o adversário, sem percebê-lo,
admita as premissas uma de cada vez e dispersas sem ordem na conversão. [...]
procurar fazer com que admita as premissas de muitos desses pré-silogismos,
sem ordem e confusamente, ocultando assim nosso jogo, até que tenhamos
reunido tudo aquilo de que precisamos.

d) Petição de princípio oculta – Ocultamos [...] ao postular o que desejamos


provar: 1) usando um nome distinto, por exemplo, “boa reputação”, em vez de
“honra”, “virtude”, em vez de “virgindade”, etc. Desta forma se precisamos
demonstrar uma verdade geral [...] fazemos que se admitam todas as
particulares.

e) Encolerizar o adversário – Provocar a cólera do adversário, para que em


sua fúria, ele não seja capaz de raciocinar corretamente e perceber sua própria
vantagem. Ex. Último Debate na Globo entre Collor e lula.

f) Fuga do específico para o geral – Se o adversário solicita que apresentemos


uma objeção contra um ponto concreto de sua tese, mas não encontramos nada
apropriado, devemos enfocar aspecto geral do tema e atacá-lo assim.
g) Impelir o adversário ao exagero – A contradição e a luta impelem a exagerar
as afirmações. Por isso, podemos provocar o adversário contradizendo-o e
induzi-lo assim a exagerar para além da verdade [...]

h) Desvio – Se percebemos que vamos ser derrotados, recorremos a um desvio,


isto é, começamos de repente a falar de algo totalmente diferente, como se fosse
pertinente à questão [...] Ex. Economista perguntando a candidata a Presidente
da República o que ela com mais de 50 anos e economista, especialista deveria
fazer para se recolocar no mercado, a candidata responde falando do Pronatec.

i) Incompetência Irônica – Quando não se sabe se opor nenhum fundamento


ao adversário, pode-se declarar com alegação irônica de incompetência: “O que
diz ultrapassa minha débil capacidade de compreensão; pode estar certo, mas
não posso compreendê-lo e renuncio a todo julgamento”. Com isto insinuamos
aos demais ouvintes, entre os quais gozamos de consideração, que se trata de
coisa insensata.

j) Discurso incompreensível – Desconsertar, aturdir o adversário com um


caudal de palavras sem sentido.

Estas afirmativas embora estejam sendo creditadas a Schopenhauer, há de se


dizer que algumas nuanças se pode encontrar no livro O Príncipe de Maquiavel
e A Arte da Guerra de Sun Tzu. Livros que são anteriores ao livro do filósofo e
que tratam de forma semelhante do chamado adversário.

É pródigo perceber também que quando se domina a estrutura do pensamento,


transformando em hábito isso fatalmente se torna em arte. Claro que pode ser
bem usada ou mal usada depende de quem estará com a palavra.

4. A lógica aplicada ao Direito (técnica de persuasão)

Após se avançar para construção de que o Direito de maneira particular trabalha


sobre uma forma de esquema mental elaborado de forma a dar azo à lógica fica
tranquilo transpor a ideia de ser basilar se entender como funciona este sistema
de formação esquemática para suplantar o teor legal imposto na codificação. Em
toda a Lei há um liame de lógica e a necessidade de avançar compreendendo
seu funcionamento passa e muito ao estudante de Direito, formado ou não.
Para entender o funcionamento aqui exposto urge citar Perelman:

[...] após a Revolução Francesa, com a proclamação do princípio da


separação dos poderes, com a publicação de um conjunto de leis, codificado
se possível, e com obrigação, para o juiz, de motivar suas sentenças
referindo-se à legislação em vigor. Mesmo nos casos de obscuridade, silêncio
ou insuficiência da lei, o juiz deveria, ainda assim, referir-se ao direito positivo
para motivar suas decisões. Nessa perspectiva, o que é posto no primeiro
plano é o valor concedido à segurança jurídica, à conformidade das decisões
de justiça com as prescrições legais. O juiz não deveria violar a lei, aplicando
critérios de justiça que lhe fossem próprios: sua vontade e seu senso de
equidade deveriam inclinar-se diante da manifestação da vontade geral, tal
como era dada a conhecer pela legislação. (PERELMAM: 2004, p. 184).

Se atentarmos para os princípios lógicos do direito haverá certamente um


gravame nesta citação que precisa ser resolvida. A questão repousa nesta
assertiva “O juiz não deveria violar a lei, aplicando critérios de justiça que lhe
fossem próprios”, isso em hipótese nenhuma? Quais critérios próprios e
inalteráveis? Veja a lei tem que ser viva e não imóvel, pois a sociedade muda à
cultura sofre influência e as formas da prática de crimes se alteram velozmente.

Com esta premissa em mente e considerando que esta ideia existia antes da
primeira e segunda guerra que mudou drasticamente a forma de se ver o direito
se chegou a esta resposta:

Desde o processo de Nuremberg, que pôs em evidência o fato de que um Estado


e sua legislação podiam ser iníquos, e mesmo criminosos, notamos na maioria
dos teóricos do direito, e não apenas entre os partidários tradicionais do direito
natural, uma orientação antipositivista que abre um espaço crescente, na
interpretação e na aplicação da lei, para a busca de uma solução que seja não
só conforme à lei, mas também equitativa, razoável, em uma palavra, que possa
ser, ao mesmo tempo, justa e conciliável com o direito em vigor. A solução
buscada deveria não apenas poder inserir-se no sistema, mas também revelar-
se social e moralmente aceitável para as partes e para o público esclarecido.

(PERELMAM: 2004, p. 184).

A importância da segurança jurídica é inegável, mas não pode colidir em uma


situação de o Estado determinar esta ou aquela lei sendo imposta sem o mínimo
de critério para o todo se importando com a parte. Tão e sério quanto é a questão
de concentração de poder estatal se justificando a legislação frente a um projeto
de poder que esteja em desacordo com toda comunidade internacional.

As lições que principalmente a segunda guerra ensinou é que a concentração


absoluta de poder sem limites a um Estado, sem respaldo dos demais países é
que pode se criar novamente um estado de exceção se não houver um cuidado
entre todos os países.

A lógica jurídica impõe limites e métrica para o que se pode ser aceitável ou não
se escalonando os princípios gerais do direito aceito em toda comunidade
internacional.

4.1 Sofisma e refutação

O sofisma é “Raciocínio vicioso, aparentemente correto e concebido com a


intenção de induzir em erro; paralogismo.” (http://www.dicio.com.br/sofisma/ ).

Pode-se aceitar facilmente que sofisma é o oposto da lógica, por tratar seus
elementos necessários para um resultado satisfatório distorcendo uma das
premissas para explorar este conceito é importante ressaltar alguns exemplos:

a) Sofisma de linguagem:

Rato são duas sílabas.

O rato rói;

Logo, duas sílabas roem.

Os fazedores de projeto não merecem confiança;

Ora, este homem fez um projeto;

Logo, este homem não merece confiança.

A convivência com um criminoso é uma presunção de criminalidade;

Este homem convive com um criminoso;

Logo, é de se presumir-se que ele também seja um criminoso.


Refutação – estabelecer o método a ser empregada, a estrutura lógica a ser
desenvolvida, para que se possa minimamente chegar a uma conclusão
razoável. Determinar os termos, significados à compreensão para que possa se
alcançar algo satisfatório.

b) Sofisma da pergunta complexa – muito comum em interrogatórios policiais


e até em depoimento cível a pergunta, aparentemente una. Qualquer resposta
que se ofereça se incrimina.

Ex: O Sr. Continua batendo em sua mulher?

O Sr. Guardou as joias roubadas em sua casa?

Refutação: Dividir as perguntas em duas: Ex. Já bateu em sua mulher? Ainda


continua batendo?

Você roubou as joias? Onde as escondeu?

c) Sofisma de indução – parte dos singulares para o geral (universal).

Ex: Um certo juiz é desonesto, outro também o é, ainda um terceiro e um quarto;

Logo os juízes são desonestos.

Refutação: Apresenta-se que é uma generalização perigosa por não se


conhecer todos os juízes.

4.2 Lógica e linguagem

A lógica segundo Tomás de Aquino “é a arte que ensina a pensar


ordenadamente, facilmente sem erros”. Para tanto há de se ter o domínio da
língua e da linguagem do mundo profissional ambicionado. Já a “linguagem é a
expressão verbal do pensamento”.

De posse destes dois conceitos se pode extrair que:

Lógica – ordenação do pensamento.

Linguagem – expressão do pensamento.

Conclui-se desta assertiva que Lógica é ordenação do pensamento conseguindo


expressar de forma audível.
Por isso nossa mente passa pelo processo de Abstração chegando ao concreto
que nada mais é do que a linguagem transmitida conforme nossa compreensão
se ouviu em português, e conhecemos as palavras nossa mente elabora e forma
a compreensão.

Exemplo: Música, perfume atuam diretamente em nosso controle abstrato indo


imediatamente para o concreto. Leva a lembrar, ver, sentir lugares, momentos,
pessoas.

Consegue entender o que está escrito?

Για να είναι ευτυχισμένος, είναι σημαντικό να μάθουμε να ζούμε με λιγότερα.


(Grego).

Para ser feliz é importante aprender a viver com pouco.

Veja mais estas palavras:

Interpelação – Preempção-aresto- Inferência- Exordial – estas palavras faz parte


de um vocabulário mínimo só para testar como está sua apreensão de termos
jurídicos.

Para o bom uso da lógica técnica é essencial o conhecimento dos termos


técnicos e vocabulário especifica, caso contrário, não há como conseguir tal feito.

4.3 Retórica e dialética

Para apreender o que cada um significa é importante buscarmos esta


compreensão inicial:

Retórica – é a arte da eloquência. Particularmente no exercício do direito ela se


divide em:

a) Invenção – a busca de argumentos, provas, exemplos;

b) Disposição– a ordem por quem devem argumentos e provas ser encadeados;

c) Elocução – a maneira clara e precisa de expor os argumentos e provas, já


encontrados e postos em ordem.
Dialética – faz parte da lógica onde se estudam as formas da linguagem como
demonstração da verdade.

Cícero empregado de sua sapiência assim pensa a posição do advogado:

Em todas as causas há três posições possíveis. É preciso adotar uma (ou várias)
como forma de resistência. É preciso tomar uma das seguintes posições: 1)
negar o de que nos acusa; 2) reconhecer o fato, porém negar que ele tenha
importância que lhe atribui ou que ele seja o que o adversário pretende (que
seja); 3) negar que o de que nos acusa seja tal como o diz nosso adversário, ou
alegar em nossa defesa que o que se fez é legítimo ou desculpável.
(NASCIMENTO: 1991, p.195).

Considerações Finais

Ao terminar esta exposição é bom relembrar alguns pontos importantes para


fixação dos conceitos e técnicas apresentadas:

1. A importância salutar da leitura como forma de adquirir vocabulário refletindo


fatalmente na forma de pensar e como se relacionar com os esquemas lógicos
do raciocínio;

2. Desenvolver os esquemas apresentados no dia-a-dia nas conversas, na


escrita e principalmente na forma de pensar; treinar, treinar, treinar;

3. Relembrar através da leitura repetida deste material as ideias evocadas para


o treinamento ser efetivo;

4. Numa discussão relembrar que se deseja trazer aquele que debate para seu
lado exige uma postura amena, respeitosa através das informações aqui contida;

5. Se tudo o mais falhar e for impossível reverter à situação a seu favor, há


técnicas aqui exaradas é possível através das técnicas tratadas reverterem à
situação, mas lembre-se, só em último caso e quando o prejuízo da derrota, de
perder um caso assim exigir;

6. Por fim, tudo o que foi discutido deve ser sopesado, escolhido o momento
certo, a ocasião melhor sabendo que em cada escolha feita de postura haverá
consequências que terá que conviver, após o uso.
O tema não foi nem de longe esgotado, há ainda muito a ser estudado e
aprendido, veja este material como a sinalização de um caminho para uma longa
jornada que poderá trazer o que será de muita importância: o equilíbrio na arte
da argumentação.

Bibliografia:
ARISTÓTELES. Retórica. São Paulo, Ridel, 2007.
ALVES, Alaôr Caffé. Lógica: Pensamento Formal e Argumentação. 4ª ed. São
Paulo: Quartier Latin, 2005.
ILDE, Pascal. A arte de pensar. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
NASCIMENTO, Edmundo Dantès. Lógica aplicada à advocacia. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1991.
PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
__________________. Tratado da Argumentação: A Nova Retórica. 2ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
PLUTARCO. Como tirar proveito dos seus inimigos. 2ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
RODRÍGUES, Víctor Gabriel. Argumentação jurídica: Técnicas de persuasão e
lógica informal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
SAVIAN, Juvenal Filho. Argumentação: a ferramenta do filosofar. São Paulo:
WMF Martins Fontes, 2010.
SCHOPENHAUER, Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter razão. Rio
de Janeiro: Topbooks, 1997.

Você também pode gostar