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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Conteúdo
1.Introdução .......................................................................................................................................... 6
1.1.Objectivos ........................................................................................................................................ 6
1.2.Metodologia ..................................................................................................................................... 7
2.1.Texto Expositivo-Argumentativo................................................................................................... 7
2.2.Argumentação: breve histórico e conceito .................................................................................... 8
2.3.Objectivos do Texto-Argumentativo ............................................................................................. 9
3.Contributo do Texto Argumentativo no Desempenho Linguístico.............................................. 10
4.Considerações Finais ....................................................................................................................... 13
5.Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 14
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1.Introdução
Sabemos que nos últimos anos, o ensino de Língua Portuguesa tem obtido algumas
conquistas, a saber: a utilização dos gêneros textuais, abordagem da língua escrita e falada
dentro de um contínuo tipológico, análise do discurso, dentre outras, que resultam de muito
esforço por parte dos estudiosos da língua e da linguística. No entanto, ainda há muito que se
estudar e pesquisar com o intuito de melhorar a prática de ensino, principalmente no Ensino
Fundamental.
Parece consenso entre linguistas que o ensino deve ser pautado na análise de textos quer
sejam na forma escrita ou oral, como também é uma práctica comum na escola e orientação
central dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A questão não é a aceitação desse postulado,
mas o modo como esse ensino é posto em práctica, uma vez que muitas são as formas possíveis
de utilizar o texto como objecto de ensino e aprendizagem. Este problema torna-se mais
complicado quando a prática pedagógica envolve o trabalho com textos produzidos pelos
alunos, em virtude da falta de interesse pelas atividades de leitura assim como de escrita.
Diante disso, entendemos que se faz necessário um trabalho maior na área de produção
textual visto que os alunos apresentam muitas dificuldades de articulação de ideias e, isto fica
mais evidenciado na escrita de gêneros textuais argumentativos no qual percebemos pouca
consistência dos argumentos para defender ou refutar um ponto de vista.
1.1.Objectivos
Em função do tema em questão, o objetivo principal é analisar o contributo do texto
argumentativo para o desempenho linguístico.
Assim, para que nossa pesquisa se desenvolva, pensamos nos seguintes objectivos
específicos:
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1.2.Metodologia
Quanto à abordagem metodológica, a pesquisa é qualitativa, do tipo documental e
bibliográfica. A fundamentação da pesquisa baseou-se no contributo de vários autores
linguistas.
Nesta pesquisa, a análise documental parte do pressuposto de que documento é toda base
de conhecimento fixado materialmente e passível de ser utilizado para consulta ou estudo
(CERVO e BERVIAN, 1983).
2.Conteitos
2.1.Texto Expositivo-Argumentativo
Neste estudo, consideramos importante abordar os conceitos de texto, tipo e gênero
textual, como um ponto de partida para aquilo que é o foco deste trabalho.
Ainda sobre a definição de texto, é importante registrar o que nos diz Bronckart (2007);
para ele, se é possível nos dotarmos de uma definição genérica de texto, é interessante lembrar
que os exemplares de textos observáveis. Se caracterizam por uma grande diversidade e, dessa
forma, por um conjunto de características diferenciais.
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Relacionando essa afirmação às atividades discursivas, percebemos que continuamente
usamos diferentes formas de texto para interagir. Pode-se afirmar ainda que, dada a necessidade
de nos expressarmos, essas formas vão se diversificando cada vez mais.
Breton (2003), em sua abordagem, nos diz que a argumentação se estabeleceu como um
saber sistemático no século V antes de Cristo com o nome de retórica e “durante dois mil e
quinhentos anos, até a explosão das disciplinas do fim do século XIX, a retórica foi o centro de
todo o ensino” (BRETON, 2003, p. 24).
Do ponto de vista social e tendo por base muitas afirmações já expostas, pode-se
confirmar que a argumentação é um tipo de texto bem presente nas nossas relações cotidianas,
mas somente isso não nos garante que possamos desenvolvê-la bem em qualquer situação
comunicativa.
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2.3.Objectivos do Texto-Argumentativo
Segundo Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma
afirmação destinada a fazer admitir outra.
Com base nos contextos de uso, nas finalidades e nos tipos textuais dominantes,
Schneuwly e Dolz (2010) apresentam uma classificação de gêneros textuais em cinco
agrupamentos, na qual os textos da ordem do argumentar são descritos no âmbito daqueles que
têm base na discussão de problemas sociais controversos e se caracterizam pela sustentação,
refutação e negociação de tomadas de posição. Nessa classificação, indicam como gêneros
argumentativos escritos os textos de opinião, a carta do leitor, a carta de reclamação, a resenha
crítica, o ensaio, o editorial e os artigos de opinião.
Do ponto de vista da escrita, por exemplo, a argumentação é um texto que se forma pela
conjugação de dados que se articulam, geralmente, através de conectivos, conjunções e de
formas diversificadas usadas na sustentação, refutação ou negociação dos pontos de vista ou
teses apresentados.
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por conseguinte, um desfecho aberto (Golder, 1992). Pela própria atividade de argumentar,
cada participante viabiliza do seu horizonte e da sua perspetiva a passagem entre dois estados
de pensamento: de um inicial, que admite a controvérsia de posições sobre um assunto
polémico, para outro final que apela ao entendimento das posições em confronto, por exemplo
recorrendo a estratégias persuasivas. Saber argumentar bem, ou seja, saber optar racionalmente
entre alternativas opostas, desenvolver razões, de suporte e contra a posição tomada, e
estruturá-las quer de forma progressiva (das premissas para a conclusão) quer de forma
regressiva (da conclusão para as premissas), de forma a defender uma posição, ou a persuadir
o interlocutor, ou a audiência, da viabilidade de uma alternativa, é um instrumento útil e
fundamental para resolver controvérsias sociais e conflitos diários em todos os domínios da
vida (e.g., Breton & Gauthier, 2001; Reznitskaya et al., 2007; Schwarz & Asterhan, 2010). Esta
habilidade capacita o cidadão a participar atentamente no debate verbal de opiniões que tangem
a sua sociedade e contribui assim para a existência e continuidade da democracia (Breton &
Gauthier, 2001; Graham, Gillespie, & McKeown, 2013; Kuhn, 1991; Reznitskaya & Anderson,
2002).
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duas ordens de razões. A primeira tem que ver com o carácter intrinsecamente dialógico da
atividade social da argumentação (van Eemeren & Grootendorst, 2004; van Eemeren et al.,
1996).
Com efeito, os processos de intercâmbio verbal que ocorrem entre crianças e jovens
quando inseridas em contextos favorecedores da sua interação verbal podem ser equiparados
aos processos de aquisição e de desenvolvimentos das habilidades argumentativas que têm
lugar pela sua exposição à argumentação nas conversas diárias (Kuhn et al., 2016, 2013). Com
efeito, os contextos dialógicos, em díades e em pequenos grupos de pares, desfrutam da
primazia de estimular o inter-relacionamento entre os alunos e de promover a exteriorização
dos seus pensamentos e a exposição de pontos de vista pessoais, mesmo se alternativos ou
discordantes dos já expostos pelos interlocutores e, por conseguinte, de favorecer a
experienciação da contestação e da crítica em grupos e ambientes mais resguardados a turma
(Kuhn & Crowell, 2011; Reznitskaya et al., 2001, 2007).
Num estudo ao longo de três anos para desenvolver o pensamento argumentativo, Kuhn e
colegas mostraram que a inclusão de uma fase de discussão presencial prévia melhora a
habilidade da escrita argumentativa dos participantes do 4.° e do 8.° anos de escolaridade, que
passaram a considerar perspetivas distintas das suas, otimizando desta forma o efeito
persuasivo da sua argumentação a favor da posição defendida (Crowell & Kuhn, 2014; Kuhn &
Crowell, 2011). Em comparação com os textos dos alunos que durante a intervenção participaram
em discussões lideradas pelo professor no contexto plenário de turma e treinaram mais
frequentemente a escrita argumentativa, os ensaios redigidos pelos alunos da condição
intervencionada continham mais argumentos de suporte à posição defendida e consideravam
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duas vertentes opostas da mesma controvérsia (Crowell & Kuhn, 2014; Kuhn & Crowell,
2011).
Este entendimento sobre os benefícios da interação verbal e dialógica entre pares para a
melhoria da argumentação escrita assenta na suposição que, no momento individual da escrita,
os alunos revivem através do monólogo interior as ideias geradas anteriormente em
conversação com os pares, atualizam as posições em confronto sobre o tópico e as cadeias
argumentativas desenvolvidas para as reconstruir no seu texto. Esta reconstrução das
habilidades argumentativas praticadas verbalmente com um parceiro dialógico é suportada
pelo ensino de estratégias de escrita e da instrução andaimada do professor (Felton & Herko,
2004; Nussbaum & Edwards, 2011). Com efeito, o ensino explícito de estratégias para a
escrita da argumentação, quer isto dizer, de uma instrução que contém a explicação explícita
e direta pelo professor da estratégia, do objetivo e das razões que a fundamentam e do
momento e das condições em que deve ser aplicada, tem revelado ser um instrumento
poderoso para desenvolver o raciocínio argumentativo e a escrita da argumentação
(Alexander, Graham, & Harris, 1998; Graham & Harris, 2013; MacArthur, 2017).
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4.Considerações Finais
Depois do exposto acima, pode-se concluir que: os processos de intercâmbio verbal que
ocorrem entre crianças e jovens quando inseridas em contextos favorecedores da sua interação
verbal podem ser equiparados aos processos de aquisição e de desenvolvimentos das
habilidades argumentativas que têm lugar pela sua exposição à argumentação nas conversas
diárias (Kuhn et al., 2016, 2013). Com efeito, os contextos dialógicos.
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5.Referências Bibliográficas
FERNÃO, Isabel Arnaldo; MANJATE, Nélio José(2010). Português 12ª Classe – Pré-
universitário. (1ª Edição), Longman Moçambique,: Maputo.
OLIVEIRA, Rafael Camargo de. "Crônica argumentativa"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-cronica-argumentativa.htm.
PRATA, Maria José Bernardo(2018). O ensino do texto argumentativo a alunos do 9.° ano
de escolaridade estratégias colaborativas e do SRSD. Texto Inedito. Tese de
Doutoramento. Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação, Coimbra, Portugal.
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