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• Uns julgam que os homens maus, se podem chamar oradores, outros, porém (de
cujo sentimento eu sou), querem que esse nome e profissão, só pertençam ao
homem virtuoso.
III – Refutam-se.
• Não só os oradores tinham interesse em dar merecimento aos seus estudos, mas
ainda os filósofos.
• Que o orador não perca nunca de vista esses dois pontos: que coisa seja decente,
e que coisa seja conveniente.
• Meu costume foi sempre ligar-me quanto menos, a esses preceitos que chamam
católicos, isto é, universais e sem exceções.
• As regras também, lhe servem de muito, mas é, se elas mostram o caminho reto,
e não um rodado estreito.
• Primeiro Romano a trabalhar algo nessa matéria foi Marco Catão o censor.
• Cícero, esse modelo singular e entre nós da prática, e ensino dos preceitos
oratórios, foi quem deu o principal lustre, assim às regras como à eloquência
• Eu julgo que são matéria da eloqüência, todas as coisas que se propõe o orador
• Eloqüência não consistia nas palavras e sim nas coisas.
II – E na autoridade de Cícero.
• O Orador não conhece certamente todas as causas, que são infinitas: e, contudo
deve-se achar preparado para falar de todas.
• Não bastará a um orador ter tratado a tese geral, assim nunca poderá chegar a
tratar a hipótese.
I – Etimologia do estado.
III – Como a razão mostra não serem mais nem menos de três.
• Raras vezes se achará causa judicial, em que não se encontre tratada algumas
das matérias ditas acima.
Capítulo XIV – Primeira classe geral das causas ou hipóteses laudativas – págs.
109 a 111
I – O louvor, ou é pragmático.
• Os exórdios deste gênero, julga Aristóteles, são os que o orador tem mais
liberdade.
• Antes do nascimento, podem dar matéria ao louvor do homem, sua pátria, pais e
antepassados
• Quanto ao tempo, que se seguiu à morte do homem, nem sempre dele nos
podemos servir para o louvor.
• Os filhos também dão matéria para o louvor dos pais, as cidades para os seus
fundadores, as leis aos legisladores.
VI – Para vituperar, há os mesmos lugares, e regras que para louvar. Tempo antes do
nascimento.
• A antiguidade assim como nas famílias, concilia aos povos e cidades, veneração
e respeito.
• Da mesma sorte, a lugares comuns para louvar qualquer dito e ação honesta.
• Todo este gênero demonstrativo tem muito parentesco com o deliberativo, pois
as mesmas coisas, que neste se costumam aconselhar, de ordinário se costumam
louvar em aquele outro.
• Pelo que respeita à narração do negócio, precisamente, sobre que se nos pede
nosso parecer, ela é escusada nas deliberações particulares.
• Contudo poderi-se-a fazer narração de muitas coisas, que ainda que extrínsecas,
pertencem a deliberação.
• Para suadir ou dissuadir, três coisas se deverão primeiro que tudo considerar:
que coisa seja aquela que se delibera? Quem são os que deliberam? E quem é o
que dá conselho?
• Onde as questões de conjetura não tiverem lugar, passaremos a examinar as
questões de qualidade.
• Quanto à ordem com que se devem tratar as questões de discurso, começaremos
sempre por aquela da qual se poderia deliberar.
• Toda suasória, não é verdadeiramente mais que uma comparação entre o útil e o
honesto; entre o honesto, e honesto, e entre o útil, e útil.
• Contudo, por conta do decoro, importa muito ver, de que pessoas tiramos os
exemplos, e a quem os aplicamos.
• Porque enfim, quem delibera a respeito de uma ação ilícita, o que procura
unicamente, são os pretextos para fazer parecer menos criminosa a sua ação.
• Teofrasto quis que o estilo nesse gênero deliberativo, não tivesse ornato algum
afetado.
• Aristóteles com efeito, julgou que o gênero mais próprio para escrever era o
demonstrativo.
• Quanto ao tempo, que se seguiu à morte do homem, nem sempre dele nos
podemos servir para o louvor.
• Os filhos também dão matéria para o louvor dos pais, as cidades para os seus
fundadores, as leis aos legisladores.
VI – Para vituperar, há os mesmos lugares, e regras que para louvar. Tempo antes do
nascimento.
• A antiguidade assim como nas famílias, concilia aos povos e cidades, veneração
e respeito.
• Da mesma sorte, a lugares comuns para louvar qualquer dito e ação honesta.
Capítulo XVI – Terceira classe geral das hipóteses ou causas judiciais – págs. 145 a
147
• Suas partes, segundo o maior número de autores são cinco: proêmio, narração,
prova, refutação e peroração.
• Não sou da opinião daqueles que como Aristóteles, excluem dos números das
partes a refutação.
• Estas partes, porém que acima estabeleci não de devem meditarem pela mesma
ordem com que se pronunciam.
QUINTILIANO; M. Fábio - Instituições Oratórias – Livro II
– Da invenção e disposição.
Fichamento.
Rafael Ferraz Marcondes de Moura.
I – Da benevolência.
• Se a causa nos der matéria para conciliar o juiz, desta principalmente se deverão
escolher as coisas mais favoráveis.
• Estes exórdios, que tiram a sua matéria da oração, têm suma graça, por isso mesmo
que, não sendo compostos em casa, e nascidos das circunstâncias que ocorrem,
mostram no advogado que os faz, um grande talento.
• Para este fim, a maior parte dos retóricos distingue cinco gêneros de causas:
honestas, baixas, duvidosas, paradoxas e vergonhosas.
• Fujamos sempre daquelas coisas que nos fazem mal, para as favoráveis.
IV- Resultado de toda doutrina antecedente, e modo fácil para fazer qualquer exórdio.
• Agora, porém tem por proêmio, tudo aquilo por onde principiam, e dão o nome
de exórdio.
I – Que regra deve haver nas sentenças, na colocação, voz, semblante e ornato.
• O estilo, pois dos exórdios, não pode ser como o dos argumentos e da narração.
• Porque esse estilo disfarçado e sem ostentação, é pela maior parte mais
insinuante.
III – Se nele podem entrar as figuras fortes, que faz os exórdios abruptos.
• Pois devemos confessar, é mais natural dirigir os discurso às pessoas que nos
queremos conciliar do que a outras.
• Muitas vezes será escusado, como quando sem ele o juiz se acha assaz
preparado, ou quando a causa não necessita de preparação.
• O ultimo pensamento do proêmio deve ser tal que com ele se possa ligar bem o
princípio da parte seguinte.
• Muitos tiveram para si, que sempre se devia fazer narração, o que em muitos
casos se mostra ser falso. Primeiramente, porque a causas de si tão breves, que
antes querem uma proposição que uma narração.
• Outras vezes acontece a uma das duas partes, tão somente o deixar de fazer
narração, e as mais das vezes, ao autor por duas razões: ou porque lhe basta
propor a coisa simplesmente, ou porque isso mesmo lhe é mais conveniente.
IV – Regras da brevidade.
• Se parte da narração for por nós, parte contra nós, à vista da causa veremos qual
nos convém mais, se misturar tudo, ou separá-lo.
• Nenhuma coisa terá menos razão para entrar na narração que a digressão.
IV – Sobre as argumentações.
V – Sobre as paixões.
• A colocação deverá ser sim disfarçada, mas, contudo a mais suave que for
possível.
• As figuras é verdade, não deverão ser poéticas.
• Às vezes se dá assaz a ver pela narração mesma o ponto, sobre que se litiga, e
nesse caso não se precisa de proposição.
• A partição é uma “enumeração bem ordenada dos nossos pontos, ou dos pontos
do adversário, ou de uns e outros”.
• Não obstante ser certo que, se a divisão for de demasiadas partes, escapará da
memória do juiz, e perturbará a atenção.
• Além disso, deve ser breve, isto é, feita de modo que não vá carregada de
palavra alguma supérflua.
• Também devemos cuidar em que a mesma seja exata, para que nem falte
membro algum, nem lhe sobeje.
Capítulo V – Dos meios lógicos de persuadir em geral, e da prova inartificial em
particular. – págs. 229 a 239
• Tem merecido a aprovação universal aquela divisão mais geral das provas, de
que Aristóteles é autor foi o autor. Que umas eram que o orador recebia de fora,
e outras que ele por si mesmo tirava das causas, chamando por isso àquelas
inartificiais, e estas artificiais.
• Assim como na tortura, é um lugar comum muito freqüente o chamar-lhe uma das
partes necessidade de confessar a verdade.
• Todos sabem que eles costumam não só refutar mas ainda acusar.
I–
III– A amplificação, e noção dos afetos, e o deleite mesmo supõe as primeiras provas.
• Também não nego, que o deleitar de alguma coisa serve, e o mover das paixões
muito mais.
Capítulo VII – Divisão geral das provas artificiais, e dos sinais em particular. –
págs. 243 e 244.
• Os primeiros são aqueles, que mostram a coisa de tal sorte, que esta não pode
deixar de existir.
• Os sinais não necessários são aqueles que, não sendo por si só bastantes para
tirar toda a dúvida, contudo juntos com as outras provas tem muita força.
• O argumento é “razão que nos dá a prova pela qual de uma verdade concluímos
outra, e provamos o que é duvidoso por meio do que não o é.”
• Tratou miúda, e exatamente das coisas que de ordinário andam ligadas a outras.
• Ora os exemplos, assim como algumas vezes em tudo iguais, como o que
acabamos de referir; assim outros são desiguais.
• Destes exemplos históricos uns narraremos por inteiro, outros, porém, bastará
somente apontá-los.
V – Modo de tratar os exemplos poéticos.
VI – Fábulas Esópicas.
I – Semelhança.
• Depois dos exemplos a prova extrínseca que tem mais força, é a semelhança.
• Costumam procurar de mais longes coisas para combinar, nem elas comparam
somente entre si fatos humanos semelhantes.
IV- Analogia.
V – Autoridade humana.
Art. I – Do diferente uso que devemos fazer das provas, segundo a sua diferente
qualidade.
III – Os argumentos tirados das paixões e costumes devem-se fortificar, com os lugares
comuns e amplificação.
• Porquanto usar argumentos para provar coisas claras, seria uma loucura.
• Umas vezes a conclusão é uma mesma coisa com a intenção, porque estas
mesmas têm ao princípio a proposição do ponto ou pontos que se querem
provar.
III – A refutação deve ser diferente, segundo as coisas que se hão de refutar.
• Se ele se exprimiu com pouca força, nos sirvamos das suas mesmas palavras.
• Contra um advogado que defende uma causa, deve haver outro comportamento
em lhe responder.
VI – lugar da refutação.
• Devemos começar pelas provas, e depois refutar as objeções.
VII – Que a prova, e a refutação devem ser exornadas pela eloqüência do orador.
• Por mais bem escolhidos, e adaptados que sejam os pensamentos para provar o
que pretendemos; serão, contudo fracos, se o orador com seu talento os não
encher de espírito e vigor.
I – Utilidades da recapitulação.
• Se a causa consta de muitos pontos, ou ainda de um, mas defendido com muitos
argumentos: assim como, sendo a causa simples e breve, ninguém duvida que a
mesma recapitulação seja escusada inteiramente.
Art. II – Do epílogo.
VI – Mover a seu favor os afetos de compaixão, pela pessoa do réu e suas relações.
Art. III – Quando, e de que modo se hão de mover esses afetos na peroração.
I – Em que causas se devem fazer esses epílogos patéticos.
II – Epílogos éticos.
Capítulo XIII – Dos meios de persuadir éticos, e patéticos – págs. 323 a 339.
• Ainda que a peroração seja a ultima parte do discurso judicial, e a mesma conste
principalmente de afetos, e assim me visse precisando dizer alguma coisa sobre
esses; contudo não pude, nem devi fazer um tratado especial sobre essa matéria.
III – Porque os lógicos tiram-se do fundo da causa; os patéticos tiram-os o orador do seu
fundo.
• Estes afetos são os que verdadeiramente dominam nos tribunais; estes os que
reinam na eloqüência.
• Uma vez que os juízes se deixam possuir da ira, do amor, do ódio, da compaixão,
não julgam já se trata um negócio alheio, mas seu.
• Disseram, pois, “Que os afetos patéticos eram umas paixões fortes, veementes e
agitadas; os éticos uns sentimentos brandos, pacatos e sossegados: que o modo
de obrar do primeiro, era mandando por império, e por força; e o dos segundos,
persuadindo, e insinuando-se: que enfim, aqueles tendiam a perturbar a alma, e
estes a ganha-la.”
• Afetos éticos, próprios dos oradores, são todos os costumes, que nós mesmos se
fazem recomendáveis, por um caráter de bondade.
• Com não pouca propriedade chamamos também costumes aos das escolas,
quando tomamos sobre nós diferentes caracteres.
VIII – Costumes da terceira pessoa, isto é, daquela a favor da qual falamos.
• Por ora contento-me em advertir, que as paixões não servem somente para fazer
parecer atrozes e lastimosas as coisas que verdadeiramente o são.
IV – Que para mover-nos os outros, é preciso mover-nos a nós: o que se prova pela
razão, e pela experiência.
• Pois a imitação exterior da tristeza, por exemplo, da ira, da indignação, feita só com
as palavras, em lugar de mover os outros, excita o riso.
VII – Para nos movermos a nós é necessário supor os bens, e males próprios.