Você está na página 1de 24

Heráclito, Parmênides, os

Sofistas e Sócrates
O nascimento do filósofo

• Os primeiros filósofos viveram por volta do século VI a.C.


Classificados como pré-socráticos (cosmólogos anteriores a
Sócrates) e agrupados em diversas escolas. Por exemplo, escola
jônica (Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Empédocles).
Escola itálica (Pitágoras), escola eleática (Xenófanes, Parmênides,
Zenão); escola atomista (Leucipo e Demócrito).
• Escola Eleata fundadora da Ontologia - teoria do ser. Parmếmides
Heráclito e Parmênides - pré-socráticos

• Dos filósofos pré-socráticos restam algumas referências feitas


por filósofos posteriores. Geralmente, escreviam em prosa,
abandonando a forma poética característica das epopéias, dos
relatos míticos.
• Destes vamos destacar Heráclito da Escola Jônica e
Parmênides da escola Eliática ou Eleata.
Heráclito: tudo flui

• (544-484 a.C.) Jônia - atual Turquia.


• Aceita as contradições e quer apreender a realidade na sua mudança,
no seu devir. Todas as coisas mudam sem cessar,
• "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio",
• Para Heráclito o ser é o múltiplo por estar constituído de oposições
internas.
Heráclito: tudo flui

• O que mantém o fluxo do movimento não é o simples aparecer de


novos seres, mas a luta dos contrários, pois "a guerra é pai de todos,
rei de todos". E é da luta que nasce a harmonia, como síntese dos
contrários.
• Pode-se dizer que Heráclito teve a intuição da lógica dialética, a ser
elaborada por Hegel e depois Marx, no século XIX.
Parmênides: o ser é imóvel

• (540-470 a.C.) Magna Grécia - atual Itália


• Ao "tudo flui" de Heráclito, contrapôs a imobilidade do ser.
• Para Parmênides o que é, é, o que não é, não é, uma coisa pode ser e
não ser ao mesmo tempo.
• Os lógicos chamarão a isto princípio de identidade, do existente, base
de toda construção metafísica* posterior.
• É o principal expoente da escola eleática.
metafísica
1.
no aristotelismo, subdivisão fundamental da filosofia, caracterizada pela
investigação das realidades que transcendem a experiência sensível,
capaz de fornecer um fundamento a todas as ciências particulares, por
meio da reflexão a respeito da natureza primacial do ser; filosofia
primeira.
2.
no kantismo, estudo das formas ou leis constitutivas da razão,
fundamento de toda especulação a respeito de realidades
suprassensíveis (a totalidade cósmica, Deus ou a alma humana), e fonte
de princípios gerais para o conhecimento empírico

(https://languages.oup.com/google-dictionary-pt-en/)
Parmênides: o ser é imóvel

• Para Parmênides, o movimento existe apenas no mundo sensível, e a


percepção levada a efeito pelos sentidos é ilusória.
• Só o mundo inteligível é verdadeiro, pois está submetido ao principio
que hoje chamamos de identidade e de não-contradição.
• Uma das consequências dessa teoria é a identidade entre o ser e o
pensar. Ou seja, as coisas que existem fora de mim são idênticas ao
meu pensamento, e o que eu não conseguir pensar não pode ser na
realidade.
Sofistas
• O século de Péricles (V a.C.) - período áureo da cultura grega - Atenas
desenvolve intensa vida cultural e artística.
• Os pensadores ainda discutam questões referentes à natureza, mas
também desenvolvem o enfoque antropológico, abrangendo a moral
e a política.
• Os sofistas vivem nessa época, e alguns deles são interlocutores de
Sócrates. Os mais famosos sofistas foram: Protágoras, de Abdera
(485-411 a.C.); Górgias, de Leôncio, na Sicília (485-380 a.C.); Híppias,
de Elis, entre outros.
Sofistas
• Existem poucas obras e referências - muitas vezes tendenciosas -
feitas por filósofos posteriores.
• A palavra sofista, etimologicamente, vem de sophos, que significa
"sábio", ou melhor, "professor de sabedoria". Posteriormente
adquiriu o sentido pejorativo de "homem que emprega sofismas", ou
seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção
de enganar. Sophisma significa "sutileza de sofista".
Os sofistas
Sofistas
• Os sofistas foram mal interpretados devido às de Sócrates e Platão.
• Os sofistas foram reabilitados por Hegel no século XIX, o período por
eles iniciado passou a ser denominado Aufklãrung grega (imitando a
expressão alemã que designa o iluminismo europeu do século XVIII).
• Foram considerados sábios e pedagogos. Vindos de todas as partes do
mundo grego, desenvolvem um ensino itinerante pelos locais em que
passam, mas não se fixam em lugar algum. Deve-se a isso o gosto pela
crítica, o exercício do pensar resultante da circulação de ideias
diferentes.
Sofistas
• Os sofistas deram uma importante contribuição para a sistematização
do ensino, criando um currículo de estudos:
• gramática (da qual foram os iniciadores), retórica e dialética; por
influência dos Pitagóricos, desenvolveram a aritmética, a geometria, a
astronomia e a música.
• Essa divisão será retomada no ensino medieval, constituindo o
trivium (referente aos três primeiros) e o quadrivium (referente aos
quatro últimos).
Sofistas

• Causava escândalo de seus contemporâneos, pois cobravam pelas


aulas.
• Sócrates os acusava de prostituição. Na Grécia Antiga, apenas os
nobres se ocupavam com o trabalho intelectual, pois gozavam do
ócio, ou seja, da disponibilidade de tempo decorrente do fato de que
o trabalho manual, de subsistência, era ocupação de escravos.
• Os sofistas, geralmente homens saídos da classe média, faziam das
aulas seu ofício, já que não eram suficientemente ricos para
filosofarem sem compromisso.
• Até hoje os professores sofrem da síndrome de Sócrates!
Sofistas
• Os sofistas elaboraram o ideal teórico da democracia, valorizada
pelos comerciantes em ascensão, cujos interesses se contrapõem aos
da aristocracia rural.
• De ordem essencialmente prática, voltada para a vida: iniciam os
jovens na arte da retórica, instrumento indispensável na assembleia
democrática.
• Foram acusados de discursos vazios, devido a atenção ao aspecto
formal da exposição e da defesa das ideias, com a persuasão,
instrumento por excelência do cidadão na cidade democrática.
Sofistas
• Aperfeiçoaram os instrumentos da razão: a coerência e o rigor da
argumentação: não basta dizer o que se considera verdadeiro, é
preciso demonstrá-lo pelo raciocínio. O embrião da lógica, mais tarde
desenvolvida por Aristóteles.
• Quando Protágoras, um dos mais importantes sofistas, diz que "o
homem é a medida de todas as coisas", exaltação da capacidade de
construir a verdade: o logos não mais é divino, mas decorre do
exercício técnico da razão humana.
SÓCRATES
(470 a.C. – 399 a.C.)
Sócrates
• Viveu em Atenas no século V a.C. (470 a.C. – 399 a.C.)
• Não deixou escritos, suas ideias divulgadas por dois de seus principais
discípulos, Xenofonte e Platão.
• Sócrates se indispôs com os poderosos do seu tempo, sendo acusado
de não crer nos deuses da cidade e corromper a mocidade. Por isso
foi condenado e morto.
• Costumava conversar com todos, fossem velhos ou moços, nobres ou
escravos, preocupado com o método do conhecimento. Sócrates
parte do pressuposto "só sei que nada sei", que consiste justamente
na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, ponto de partida
para a procura do saber.
Sócrates
• Dizem que era um homem feio, mas, quando falava, era dono de
estranho fascínio.
• Procurado pelos jovens, passava horas discutindo na praça pública.
Interpelava os transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas
aos que julgavam entender determinado assunto.
• Colocava o interlocutor em tal situação que não havia saída senão
reconhecer a própria ignorância. Com isso Sócrates conseguiu
rancorosos inimigos. Mas também alguns discípulos.
Sócrates
• Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber constituído para
reconstruí-lo na procura da definição do conceito. Esse processo
aparece nos diálogos de Platão,
• Nem sempre Sócrates tem a resposta: ele também se põe em busca
do conceito e às vezes as discussões não chegam a conclusões
definitivas.
• As questões que Sócrates privilegia são as referentes à moral, daí
perguntar em que consiste a coragem, a covardia, a piedade, a justiça
e assim por diante.
Sócrates
• Este questionamento fazia parte de seu método, que em um primeiro
momento consistia na destruição da ilusão do conhecimento.
• Em um segundo momento, que denominou de maiêutica*, em que se
intitulava parteiro de ideias, nem sempre se chegava de fato a uma
conclusão efetiva.
• Sabemos disso não pelo próprio Sócrates, que nunca escreveu, mas
por seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte

*Dá esse nome em homenagem a sua mãe, que era parteira, acrescentando
que, se ela fazia parto de corpos, ele "dava à luz" ideias novas.
Sócrates
• Sócrates é um "educador dos homens" e acredita que a
verdade existe e pode ser conhecida desde que se proceda
a uma interrogação metódica, a maiêutica, arte de partejar
ideias verdadeiras.
• E o homem, conhecendo a verdade, pode agir moralmente
bem se estiver de acordo com ela. Essa posição é o
chamado intelectualismo moral, de acordo com o qual basta
o homem conhecer o bem para praticá-lo.
SÓCRATES
• Sócrates se indispôs com os poderosos do seu tempo, sendo acusado
de não crer nos deuses da cidade e corromper a mocidade. Por isso
foi condenado e morto.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia, São Paulo, Moderna 1993.
GHIRALDELLI JR., Paulo. Introdução à filosofia. Barueri: Editora Manole, 2003.
E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520448168/pageid/1
7 Acesso em: 09 ago. 2021.

Você também pode gostar