Você está na página 1de 8

Educação, trabalho e proletarização:

o professor enquanto trabalhador docente


CÁSSIO DINIZ HIRO*

Resumo
Este presente artigo tem como objetivo oferecer uma pequena contribuição ao
debate acerca do processo de proletarização do docente na educação brasileira.
Tornou-se comum em parte dos debatedores assinalarem que o professor não
pode se caracterizar enquanto um trabalhador em educação, ou seja, como parte
integrante da classe social dos trabalhadores, classificando-os enquanto
membros de uma dita “classe média”. Neste artigo procuramos apontar que as
transformações sócio-econômicas e o desenvolvimento do modo de produção
capitalista no Brasil provocaram uma profunda metamorfose no âmbito do
papel social do decente brasileiro. Para isso, apresentamos algumas análises
baseadas no referencial teórico marxista, fruto das contribuições ao
materialismo histórico-dialético ao legado de Marx e Engels.
Palavras-chave: capitalismo; educação; professores; proletarização.

Abstract
This present article aims to offer a small contribution to the debate about the
process of proletarianization of teaching in Brazilian education. It has become
common in part of the debaters signaling that the teacher can not be
characterized as a worker in education, ie as part of the social class of workers,
classifying them as members of a so-called "middle class." In this paper we
point out that the socio-economic transformations and the development of the
capitalist mode of production in Brazil caused a profound metamorphosis in the
social role of Brazilian decent. For this, we present some analysis based on the
theoretical Marxist, thanks to the contributions of historical and dialectical
materialism to the legacy of Marx and Engels.
Key words: capitalism; education; teachers; proletarianization.

*
CÁSSIO DINIZ HIRO é Mestre em Educação pela Universidade Nove de Julho/SP;
professor da rede pública estadual mineira, além de diretor estadual do Sindicato Único dos
Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

73
Introdução
O trabalho não só produz objetos e relações
sociais, com um caráter alienante em ambos os
casos, como também produz o próprio homem.
Adolfo Sánchez Vásquez

Tornou-se comum no universo Contrariando a maioria das pesquisas


acadêmico, especificamente entre em voga e o discurso hegemônico
aqueles que se debruçam sobre a área da acerca do tema – estes centrados em
educação, o debate acerca do papel do análises de políticas públicas
professor em meio ao processo construídas verticalmente e de falhas
educativo institucional, ou na educação localizadas do processo educacional –
como um todo. Baseando-se em nos propomos aqui iniciar o debate
pesquisas e trabalhos das mais variadas afirmando a necessidade de
vertentes, muitas vezes de cunho aprofundarmos o assunto a partir da
conservador, convencionou-se construir localização do docente, ou melhor, do
uma imagem e uma representação trabalhador em educação, nas relações
concebida desse sujeito cumpridor desta sociais do modo capitalista de produção,
tarefa. E, muitas dessas construções ou seja, localizá-lo no contexto da luta
acabam por cair no puro campo do de classe, não apenas como sujeito, mas
idealismo, sem uma base empírica e como ator do processo.
deslocada da realidade. Será essa
Ao questionarmos se podemos ou não
proposta permeada por interesses de
considerar o professor enquanto
cunho ideológico?
trabalhador, devemos levar em
consideração diversos fatores que

74
contribuem para a compreensão do trabalho humano, produzindo riqueza e
fenômeno. Terá o docente papel dentro gerando “mais-valia” –, e que os
da estrutura econômica do capital? Ele é técnicos, os engenheiros, ou até mesmo
um trabalhador produtivo ou o conhecimento intelectual que possui o
improdutivo? Seu trabalho se resume operário, não acrescenta, de fato, valor
apenas a uma reprodução ideológica do direto e real ao produto final, não
modo de produção capitalista? produzindo riqueza adjacente do que o
Aproveitando dos debates já realizados próprio trabalho manual já realiza. No
anteriormente, gostaríamos de apontar entanto, observar mecanicamente o
alguns elementos para essa querela. processo produtivo a partir da
fragmentação de seus elementos
Para isso precisamos nos localizar neste
constitutivos pode nos dar falsas
debate. Contrariando a interpretação de
impressões desse intrincado processo.
alguns pesquisadores da área, que
realizam o mesmo deslocado do Nos últimos 40 anos acompanharam
contexto da sociedade de classes, uma drástica reestruturação no modo de
procuraremos dar um enfoque a partir produção capitalista. Uma das formas
do posicionamento de que o professor de obter melhores resultados na
pertence à classe social dos produção de riquezas foi englobar num
trabalhadores, e questionando a sua mesmo contexto de trabalho os
localização enquanto classe média, dado diferentes sujeitos do processo geral.
por alguns como Ridenti e Rodrigues1; e Trabalhadores manuais continuam
por sua posição na estrutura econômica tendo o papel fundamental na
do capital, fugindo da ideia e conceito reprodução do capital, contudo, os
de profissional liberal que acreditamos trabalhadores improdutivos, que dão as
não se encaixar mais na atual etapa condições necessárias ao trabalho
histórica do capitalismo. produtivo, tiveram acentuados a sua
Educação e capitalismo: a participação nesse processo (FRIGOTO,
proletarização do docente 2001). A isto chamamos de trabalho
social. Nesse trabalho, aqueles que
Muito tem se debatido sobre o papel do
antes eram considerados “intelectuais”
trabalho do professor na produção
são inseridos mais diretamente no
capitalista. Realizá-lo suscita questões
processo produtivo e sofrem um
que merecem uma pequena discussão:
processo de proletarização, com uma
até onde é correto afirmar que o
queda visível dos níveis salariais, e suas
trabalho docente é ou não é
condições de trabalho e de vida são
improdutivo? É certo que a produção de
precarizadas.
riqueza material resulta do trabalho
produtivo realizado diretamente sobre o Gaudêncio Frigoto avalia que a partir de
objeto pelo trabalhador manual – ou O Capital (capítulo VI) o trabalho
seja, a transformação de um bem coletivo alcançou um nível de
material em outro bem por meio do alargamento que evidencia sua
importância no atual estágio de
1
Marcelo Ridenti e Leôncio Martins Rodrigues, desenvolvimento do modo de produção
em seus livros Professores e ativistas da esfera capitalista. Diferentes trabalhadores
pública e Partidos e Sindicatos, apontam que a (produtivos e improdutivos)
categoria profissional dos docentes se localiza
no que convencionou chamar de classes médias,
estabelecem relações diferenciadas com
e que apesar de serem assalariados, não pertence o objeto produzido, no qual há a
a classe social dos trabalhadores. predominância e visibilidade do

75
trabalho produtivo, mas o conjunto dos modo, dos trabalhadores em educação
trabalhadores envolvidos nas relações em geral, está intrinsecamente
sociais de produção exerce relacionado ao desenvolvimento da
coletivamente o trabalho produtivo. educação formal e institucional
Mas o conjunto desses brasileira, e esta, ao desenvolvimento da
trabalhadores, que possuem força economia capitalista e das relações
de trabalho de valor diverso, sociais de produção no Brasil. Em
embora a quantidade empregada outras palavras, a formação social dos
permaneça mais ou menos a docentes brasileiros está ligada ao
mesma, produz resultado que, visto processo econômico-social do país.
como resultado do mero processo Diante dessa constatação, compreender
de trabalho, se expressa em como se gestou a relação
mercadoria ou em produção economia/sociedade brasileira ao longo
material; e todos juntos, como dos séculos XIX e XX torna-se ponta pé
órgão operante, são a maquina viva
inicial de nossa análise.
de produção desses produtos; do
mesmo modo, considerando-se o Não é nosso compromisso, neste
processo global de produção, trabalho, analisar esse período da
trocam o trabalho por capital e história brasileira profundamente, muito
reproduzem o dinheiro do menos a educação formal que se
capitalismo como capital, isto é,
desenvolveu ao longo desse primeiro
como valor que produz mais-valia,
como valor que cresce. (MARX,
século. Fazer isso seria desviar de nosso
apud FRIGOTO, 2001, p. 148) foco. No entanto, uma breve
recapitulação da constituição da
Neste contexto (trabalho coletivo) a categoria profissional e social dos
formação destes trabalhadores torna-se professores nos daria um pano de fundo
um fator na produção da riqueza e mais- histórico fundamental para o
valia, apesar de secundário. Na ótica desenvolvimento do tema, tendo em
capitalista, o profissional especializado, vista nossa abordagem pelo
mesmo que precário, desqualificado e materialismo histórico dialético. Em
domesticado na prática cotidiana, é pesquisa realizada previamente,
capaz de propiciar uma produção de podemos perceber que a grande parte
riqueza maior sem significar maior dos trabalhos3 acerca desta
salário, possibilitando uma apropriação problematização parte de um enfoque já
maior de mais-valia por parte do consagrado na literatura acadêmica.
capitalista. Enfoque que de certa forma se
Como historiadores, gostaríamos de dar posiciona diferentemente da
uma pequena contribuição acerca do interpretação que buscamos: a de que os
tema, propondo uma análise histórica do professores constituem-se como uma
fenômeno de proletarização do atual categoria pertencente à classe social dos
trabalhador docente, ou seja, o trabalhadores. “O docente, a despeito da
professor. No caso do Brasil2 –
especificamente –, o desenvolvimento 3
Entre eles se encontra o livro de Carlos
da categoria dos professores e, de certo Monarcha, Escola normal da praça: o lado
noturno das luzes, que analisa o tema a partir
das ideias pedagógicas e dos feitos de
2
Apresento aqui uma análise especifica do caso personagens individuais na história da famosa
brasileiro, por não possuir dados empíricos escola paulistana. Muitas obras seguem o
suficientes para uma análise em todo o ocidente, mesmo tipo de análise, consagrado por um setor
leia-se Europa e Américas. interessando neste tipo de enfoque.

76
especificidade de sua tarefa relativa à trabalhador docente, irá se inserir neste
reprodução dos valores e dos contexto. As relações sociais de
conhecimentos da sociedade, não produção existentes na sociedade
constitui uma terceira categoria, uma capitalista não irão se restringir apenas
classe diferente. É um trabalhador ao ambiente fabril, mas em todas as
explorado como os demais.” (DAL esferas sócio-econômicas. Suas antigas
ROSSO, 2011, p. 20). Aqui buscaremos formas de existência material no interior
expor essa interpretação e apontar da escola, aos poucos, vão sendo
algumas contradições que nos parecem substituídas à medida que vão surgindo
significativas para ilustrar o debate. nossas necessidades extra-escolas. Ou
seja, acompanhando e refletindo o
Não podemos deixar de considerar que
desenvolvimento das classes sociais e
a educação de um determinado período
da divisão social do trabalho no modo
histórico é fruto de uma necessidade
de produção capitalista no ambiente
socioeconômica desta mesma época. No
escolar.
primeiro momento do Brasil pós-
independência, essa necessidade era
A introdução de novos mecanismos
regida por uma economia monocultora, de reprodução significa que o saber
(que ao longo do século XIX terá a deixa de se concentrar no professor,
predominância do café) baseada no enquanto artesão e passa a
latifúndio e em uma sociedade concentrar no capital. A ampliação
ruralizada e escravista. da divisão do trabalho no aparelho
escolar e a introdução de novas
No entanto, com o desenvolvimento do tecnologias, como meio de
modo de produção capitalista no país, a produção, cria as condições para a
educação brasileira vai sofrendo um universalização de relações
processo de transformação gradual e especificamente capitalistas nas
constante. O professor, como não atividades educacionais. Não é por
poderia deixar de ser, será o maior acaso que o mito da atividade
reflexo destas transformações. Seu docente como sacerdócio está
papel dentro da escola será regido pelas definitivamente esgotado, pois,
transformações econômicas que agora, o trabalho docente é
simplesmente trabalho, como
ocorreram na sociedade como um todo,
qualquer outro. (SÁ, 1986, p. 26)
à medida que o fenômeno educacional
mais se inserir na economia
Sadi Dal Rosso observa que a principal
institucional.
mercadoria é a força de trabalho, “a
O capitalismo necessita formar sua única que possui a virtualidade de
força-de-trabalho. O desenvolvimento conferir valor a toda às outras
do capitalismo estará intrinsecamente mercadorias” (2011, p. 25), e a seu
ligado a sua capacidade de absolver a caráter de trabalho não é garantido
riqueza produzida por uma mão-de-obra apenas na sua capacidade física, mas
produtiva, porém barata, que possibilite também na sua capacidade intelectual,
a exploração cada vez maior de mais- ou seja, na qualidade da força de
valia. A escola formal vem ao encontro trabalho. Sendo assim, segundo Dal
a esse objetivo, ao propor a produção Rosso, a escola tem um papel
daquela que é a mercadoria mais valiosa fundamental na formação da mão de
do capital: a própria força-de-trabalho, obra em suas qualidades, que ao final
capaz de produzir todas as demais permitirá a produção de riqueza e mais-
mercadorias. O professor, ou valia. “Desta forma, o trabalho docente

77
é mediatamente produtivo” (Ibid., p. escolares possibilitaram o agrupamento
25). de docentes em um mesmo espaço
físico4, sob a égide de um mesmo
No entanto, o processo de
administrador (um diretor) e controlado
proletarização, segundo aponta Enguita,
pela racionalização do tempo, dos
não pode ser entendida “como um salto
métodos e das diretrizes. Um processo
ou uma mudança drástica de condição”
muito semelhante ao taylorismo e ao
(1991, p. 46), mas sim um processo no
fordismo5 ocorridos na produção
qual as transformações vão ocorrendo
industrial. “Com isso a maior
com o tempo, de acordo com o
profissionalização é acompanhada da
momento histórico e a mercê das
maior proletarização que, para além do
contradições existentes do próprio
sentido econômico, também diz respeito
processo dialético. No caso do
à autonomia nos processos de trabalho”.
professor, o mesmo se proletariza não
(RÊSES, 2011, p. 257)
somente influenciado pela questão
salarial, mas também por suas Assim o professor cumpriria um papel
condições de trabalho, que no caso importante nesta cadeia produtiva
especifico, irá se encaixar como mais indireta. Apesar de seu trabalho não
um elemento na reprodução do capital. gerar mais-valia ao Estado-patrão
(diferentemente do professor da escola
Esse fenômeno é claro quando particular), ele indiretamente torna-se
observamos o caso do Brasil. Em todo o parte do processo produtivo ao compor
século XX, à medida que o capitalismo o chamado trabalho social. Podemos
avança, ocorre a necessidade de supor, então, que o trabalho docente na
transformações legislativas e estruturais
nas escolas. O conceito de educação, as
práticas escolares e a função do 4
Cabe lembrar neste momento um trecho do
professor no processo educativo vão se Manifesto Comunista de 1848: ‘Ora, a
“desenvolvendo” a medida das indústria, desenvolvendo-se, não somente au-
menta o número dos proletários, mas
necessidades do capital, fora da escola. concentra-os em massas cada vez mais
A instituição dos grupos escolares no consideráveis; sua força cresce e eles adquirem
maior consciência dela. Os interesses, as
início do século XX pode ser vista condições de existência dos proletários se
como um dos primeiros passos do igualam cada vez mais, à medida que a
processo de proletarização do professor máquina extingue toda diferença do trabalho e
brasileiro: “Essa organização [os quase pôr toda parte reduz o salário a um nível
grupos escolares] possibilitava a igualmente baixo’ (MARX, 2006, p. 23). É
interessante que o mesmo processo que permitiu
divisão racional, que também é a formação da consciência de classe do
hierarquizada, do trabalho docente [...]. proletariado no espaço fabril “pode” acontecer
Há uma harmonia dessa proposta com o no espaço escolar a partir de então.
5
horizonte fabril da sociedade.” Com o avanço do capitalismo na virada do
(HILSDORF, 2005, p. 66, grifo nosso). século XIX-XX, novos métodos industriais
começaram a surgiu, com o objetivo de otimizar
Esta racionalização busca uma e aumentar a produção no ambiente fabril. Os
organização do ambiente de trabalho termos taylorismo e fordismo provem de
que, em princípio, é justificada pela técnicas e métodos de produção criados por
necessidade de otimização do ensino, Frederick Winslow Taylor e desenvolvidas por
mas que também estabelece o processo Henry Ford, que baseavam na instituição da
linha de produção em série, na hierarquização,
de produção no qual o professor cumpre na otimização de recursos e controle do tempo e
o papel de operador desta cadeia do trabalho, a fim de obter maior exploração de
produtiva. Além disso, os grupos mais-valia relativa.

78
escola pública é mediatamente do país, sistema de crédito que cria
produtivo, apesar de ser indireto. ilusões de consumo) existentes no
período, que é a desvalorização salarial
Considerações finais e a queda do poder de compra do salário
médio do professor.
Após essa reflexão, podemos enumerar
quatro características básicas do Neste contexto o processo de
processo de proletarização do proletarização do professor – no qual
trabalhador docente: 1º) a busca de uma ocorre a divisão social e técnica de seu
“racionalização” do trabalho docente, o trabalho e o processo pedagógico é
qual a organização da escola adota deslocado do professor para o
métodos característicos do ambiente especialista – é visível e parte
fabril, como o ordenamento e fundamental da otimização e
agrupamento de turmas, o barateamento da formação de uma
estabelecimento de horários específicos força-de-trabalho parcial – homens
e os prazos a serem cumpridos, além de parciais, segundo Sá (1986, p. 28) –,
metas de aprovação e formação de mas numerosa6. Pode parecer sem
alunos a serem alcançadas pelos importância no momento, mas essa
trabalhadores em educação; 2º) a suposição contraria a ideia de que este
precarização do trabalho dos sujeito seria externo à classe proletária –
professores e funcionários, por meio das e vista como profissional pertencente ao
péssimas condições materiais e falta de que se convencionou chamar de classe
recursos necessários para a efetivação média –, e permitindo a existência de
do trabalho docente, além do aumento elementos que possibilite sua
da insalubridade física e mental por identificação enquanto membro da
parte dos profissionais, muitas vezes classe trabalhadora.
demonstrado por meio das constantes
licenças médicas e afastamentos do
trabalho docente em sala de aula; 3º) a Referências
separação entre pensar o trabalho e a DAL ROSSO, Sadi. Contribuições para a
efetivação do trabalho em si, o que teoria do sindicalismo no setor da educação. In
Associativismo e Sindicalismo em Educação –
Marx já tinha observado no ambiente organização e lutas. Brasília: Paralelo 15, 2011.
fabril e chamou de alienação do
trabalho. Essa característica é visível no ENGUITA, Mariano F. A ambigüidade da
docência: entre o profissionalismo e a
momento que o poder público e proletarização. In Teoria & Educação, nº 4, 41-
privado, por meio das secretarias de 61. Porto Alegre: Pannonica. 1991.
educação e coordenadorias de ensino,
FRIGOTO, Gaudêncio. A produtividade da
estabelece e impõe o conteúdo escola improdutiva. 6ª Ed. São Paulo: Cortez,
programático a ser trabalhado pelo 2001.
professor, e sua aplicação é
supervisionada por um funcionário
intermediário – o coordenador 6
Devemos nos ater a questão da formação de
pedagógico – que determina e controla a uma força-de-trabalho fragmentado em sua
efetivação dos planos educacionais especialização, mas desqualificada. É
estabelecidos de fora da escola; 4º) imprescindível para o desenvolvimento da
talvez o mais visível, mas também o economia capitalista a oferta desta “mercadoria”
a custos baixos. O aumento da oferta de mão-
mais difícil de ser analisado devido às de-obra (exército de reserva) permite a queda
mudanças econômicas (inflação, salarial do mesmo e o aumento da taxa de mais-
reestruturação econômica e financeira valia, sem alterar o valor do capital variável.

79
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. História da RIDENTI, Marcelo. Professores e Ativistas da
educação brasileira. São Paulo: Pioneira Esfera Pública. São Paulo: Cortez. 1995.
Thomson Learning, 2005
SÁ, Nicanor Palhares. O aprofundamento das
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. O Manifesto relações capitalistas no interior da escola. In
do Partido Comunista. Rio de Janeiro: Paz e Cadernos de Pesquisa, nº 57. São Paulo, 1986.
Terra, 2006.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da
MONARCHA, Carlos. Escola normal da praça: práxis. 2º ed. São Paulo: Clacso – Expressão
o lado noturno das luzes. Campinas: Editora da Popular, 2011.
UNICAMP, 1999.
RÊSES, Orlando da Silva. Constituição sócio-
Recebido em 2013-02-19
histórica do sindicalismo docente da educação
Publicado em 2013-05-13
básica do Rio de Janeiro. In Associativismo e
Sindicalismo em Educação – organização e
lutas. Brasília: Paralelo 15, 2011.

80

Você também pode gostar