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LITERATURA

Erotildes Frota Aguiar


Professor: ADÔNIS VOX
1° ano Médio

ASPECTOS FORMAIS DE TEXTOS POÉTICOS CLÁSSICOS

É importante estudar esse tipo de conhecimento para podermos entender porque se fazia e porque, em alguns
momentos da história, artistas deixaram de seguir as regras que antes definiam as maneiras de se fazer poesia.
Além disso, quando falamos de entender os clássicos, esse conhecimento também ajuda a apreciá-los, faz com
que nós leitores consigamos entender a complexidade de algumas composições, que possamos lê-las
corretamente e até mesmo possamos senti-las de forma única.

Então vamos começar bem devagar:

1. poesia. É algo maior que o texto do poema. É a própria possibilidade de beleza transformada de alguma
forma e em algum ponto em linguagem. Muita gente confunde poesia com poema, é um equívoco comum.
Enquanto a poesia é a “beleza” em si, aquilo que qualquer um de nós pode perceber, que ativa nossa percepção e
contemplação, o poema é o texto. É a poesia transformada em texto escrito ou falado, ou ainda grafado.

2. poema. O que é um poema? É um texto escrito em versos, falado, escrito ou (às vezes) representado por
imagens que materializa a poesia em si.

3. verso. É um conjunto de palavras que forma uma unidade de ideia ou de sons que faz parte de um
determinado ritmo. Os versos podem ser regulares ou brancos, também chamados de versos livres.

3.1 versos regulares. São aqueles que apresentam um determinado número de sílabas poéticas e que servem a
um ritmo marcado.

3.2 versos brancos ou livres. São os que apresentam número variável de sílabas poéticas.

4. ritmo. Assim como na música é a divisão do tempo em períodos similares, marcados pela intensidade do som
das palavras.

5. versificação. É o nome da técnica de escrever versos, criá-los.

6. ritmo poético. É o tempo que se leva para dizer o verso de forma que combinada com outras faz parecer que
foram pensadas para caber dentro daquele tempo. O ritmo pode ser conseguido pela combinação de muitas e
diferentes técnicas de versificação.

Para citar algumas dessas técnicas:

A. Número de sílabas poéticas


B. Distribuição das sílabas fortes e fracas (tônicas e átonas)
C. Rima
D. Aliteração

A. Número de sílabas poéticas: nem sempre a sílaba poética coincide com a sílaba gramatical. Aprendemos as
sílabas gramaticais para localizar as que são mais fortes (tônicas) e saber quem são as mais fracas (átonas).
Quando tratamos de sílabas poéticas nós procuramos saber como soam as palavras e isso vai definir as sílabas.
EXEMPLO:

Saudade – Augusto dos Anjos.

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,


E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença, em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

Olhando o primeiro verso nós temos a separação em sílabas gramaticais

Ho-je que a má-goa me a-pu-nha-la o pei-to = 14 sílabas

No entanto se juntarmos as sílabas que tem afinidade ao serem pronunciadas, teremos as sílabas poéticas:

Ho-je quea má-goa mea-pu-nha-lao pei(to) = 10 sílabas

O que aconteceu aqui? Nós juntamos as vogais que são os sons que nós juntamos facilmente sem interromper o
fluxo sonoro (ou de energia, se preferir) com nossos lábios. Além disso, observe a sílaba entre parêntese, ela foi
desconsiderada da contagem porque em termos de ritmo de poesia as sílabas átonas (fracas) da última palavra
não contam, ou seja, nós contamos até a última sílaba tônica da última palavra.

Vamos ver o segundo verso

Eo-co-ra-ção-me-ras-gaa-troz-i-men-(sa) = 10 sílabas poéticas

Agora podemos perceber que montar um SONETO (tipo de poemas com 14 versos) clássico com versos com a
mesma quantidade de sílabas nos versos é um trabalho grande que se assemelha a montar um quebra cabeça.
Pensando em melhor classificar os versos pelo tamanho eles receberam nomes especiais associados à
quantidade de sílabas que possuem, vem na lógica, comigo.

1. Monossílabo
2. Dissílabo
3. Trissílabo
4. Tetrassílabo
5. Pentassílabo – redondilha menor
6. Hexassílabo
7. Heptassíalbo – redondilha maior
8. Octassílabo
9. Eneassílabo
10. Decassílabo - clássico
11. Hendecassílabo
12. Dodecassílabo – heroico/ alexandrino

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