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CORPUS ELECTRÓNICO DO CELGA

– PORTUGUÊS DO PERÍODO CLÁSSICO –


(CEC– PPC)

LEITURA SEMIDIPLOMÁTICA,

ÍNDICES DE FORMAS E CONCORDÂNCIAS

DOS SONETOS DAS MUSAS PORTUGUESAS

DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO

CENTRO DE ESTUDOS DE LINGUÍSTICA GERAL E APLICADA (CELGA)


FACULDADE DE LETRAS
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
2007
ÍNDICE

Páginas

APRESENTAÇÃO 3

SONETOS − EDIÇÃO 5

ÍNDICE DIRECTO DE FORMAS 40

ÍNDICE INVERSO DE FORMAS 93

ÍNDICE DE FREQUÊNCIAS DE FORMAS 145

CONCORDÂNCIAS DOS SONETOS 250

2
APRESENTAÇÃO

Disponibiliza-se por este meio uma leitura semidiplomática dos cem sonetos que
D. Francisco Manuel de Melo incluiu nas Musas portuguesas, ou Segundas Musas – o
conjunto de composições em verso, em língua portuguesa, que integra as suas Obras
métricas, publicadas em Lyon, por Horace Boessat e George Remeus, em 1665 –, e
também índices de formas e concordâncias dos mesmos textos.

A leitura presente foi realizada sobre a lição dos sonetos transmitida por aquela
edição, tendo servido de base ao trabalho de edição o exemplar existente no Instituto de
Língua e Literatura Portuguesas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (cota:
CF. A-7-16, antes Sala 1 / 3-1), que confrontei com exemplares da Biblioteca Central da
mesma Faculdade (cota: B-12-2-16) e da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra
(cotas: 1-4-14-382 e 4 A-6-2-4). Ao prepará-la, procurei preservar a linguagem com que os
sonetos vieram a público sob os olhos do ilustre Polígrafo, inclusivamente no que concerne
a apresentação ortográfica. A documentação da linguagem de D. Francisco Manuel de
Melo, e da língua portuguesa do seu tempo, que tal leitura propicia, justifica-a
suficientemente, pelo interesse que tem para a investigação no âmbito da Filologia, se não
para leitores que valorizam a maior proximidade possível dos textos editados em relação
ao autor. Determinante foi, contudo, o propósito de dispor, por essa via, e após o
tratamento informático e quantitativo dos textos transcritos, de elementos de apoio,
sistemáticos e exaustivos, para levar a termo, com maior segurança, uma outra leitura, de
tipo crítico-interpretativo (já apresentada em exemplares mimeografados1, actualmente em
preparação para publicação tipográfica).

Esta leitura mantém os aspectos observados nos textos, relativos não só aos usos de
grafemas vocálicos e consonânticos, e em particular de maiúsculas e minúsculas iniciais,
mas também de sinais de acentuação, sinais de pontuação e ainda os usos relativos à
junção e separação de palavras ou partes de palavras, e portanto ao apóstrofo (salvo, neste
caso, notórias e indiscutíveis anomalias gráficas). Procedi, todavia, a actualizações de
alguns aspectos gráficos, condicionados de perto pelo trabalho e apetrechamento
tipográficos do século XVII, o que oferece vantagens ao tratamento informático dos textos.
Assim:
▪ Substituí «I», «j», «u», «v» e «V» pelos caracteres que lhes correspondem
actualmente, em conformidade com o que representem – vogal ou consoante.
▪ Em vez de « ſ », inscrevi «s».
▪ Uniformizei a colocação do til que, na edição de 1665, ocorre muitas vezes
sobreposto ao segundo elemento vocálico de ditongo nasal ou de encontro de vogal nasal
com vogal oral, inscrevendo-o sempre sobre o primeiro elemento.
Corrigi falhas tipográficas. As intervenções correctoras efectuadas foram assinaladas
na nova leitura com o sinal •, excepto nos casos de algumas anomalias, como letras
invertidas, e também de «c» em vez de «ç», e de ausência de til em formas como

1 D. Francisco Manuel de Melo, As Musas portuguesas – As Segundas três Musas das Obras Métricas.
Edição integral, crítica e anotada de Evelina Verdelho. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
2004, 2 tomos.

3
«bençoes», que poderão resultar de utilização de caracteres cansados. Assinalei com um
asterisco formas problemáticas, que de um modo geral necessitam de continuar a ser
objecto de estudo e análise.

Com base na leitura que preparei dos sonetos de D. Francisco Manuel de Melo, e
recorrendo a software adequado, elaborei os índices de formas e as concordâncias que
também se disponibilizam por este meio.

São os seguintes:

Índice directo de formas


Este índice regista todas as formas dos sonetos. Ordenadas alfabeticamente a partir
da letra inicial, as formas são seguidas da indicação do número total de ocorrências de cada
uma, ou frequência, entre parênteses curvos, e de referências localizadoras (até 10),
constituídas pela letra «S», correspondente a «Soneto», e por outras duas letras,
correspondentes à caracterização ou tipologia do soneto em que ocorrem, e ainda pelo
número do mesmo (a caracterização e a numeração dos sonetos lê-se já na edição de 1665).

Índice inverso de formas


Esta lista repertoria também todas as formas dos sonetos, neste caso ordenadas a
partir da letra final, seguidas da indicação do número de ocorrências entre parênteses
curvos.

Índice de frequências de formas


Neste, alinham-se todas as formas dos sonetos, com menção do número de
ocorrências, por ordem decrescente.

As Concordâncias, que, como os índices precedentes, são listas completas de formas


dos sonetos, mostram as formas integradas em contexto, precedidas de localização.

Siglas dos tipos de sonetos, usadas nas referências localizadoras:

SAM Soneto Amoroso


SFA “ Familiar
SFE “ Festivo
SFU “ Fúnebre
SHE “ Heróico
SLA “ Laudatório
SLI “ Lírico
SMO “ Moral
SPR “ Proemial
SSA “ Sacro

Evelina Verdelho

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D. FRANCISCO MANUEL DE MELO − SONETOS
de AS MUSAS PORTUGUESAS
−LEITURA SEMIDIPLOMÁTICA−

A TUBA
DE CALLIOPE.

QUARTA MUSA
DO MELLODINO.

RIMAS

[SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento.

SONETO I. Proemial.

Prezese, quem quizer, do roto lenho


Para eterna menção de seu naufragio;
Eu viva errado sò, sem mais sufragio,
Que o mesmo horror, que do naufragio tenho.

Jà nem da perdição do altivo empenho,


Poes o fim não fugî, tema o presagio:
E se exemplo não fui, seja contagio,
Que perca, a quantos vem, por onde venho.

Tambem nas mãos resigno da esperança


A gloria, que por tragicos escritos
Resulta de evitar d’ Amor os danos.

Acabe nesta sorte, esta vingança;


Sepultemse comigo meus delitos,
Antes que sirvão para desenganos. /

[SAM2] Versos pregão das dores.

SONETO II. Amoroso.

Poes são tantos os males padecidos


Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados;
Não me estranhe ninguem, que meus cuidados
Sejão por tantos modos repetidos.

Estes, que ja vos forão referidos


Em differente estillo então cantados,
Tornão segunda vez hoje chorados,
Por ver, se são de vos melhor ouvidos.

Não de flores, de lastimas se cobre


A pobre humilde Musa, que procura
Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia.

E se rica algum tempo, agora pobre


A verdade sô quer para doçura,
O desengano sò para elegancia.

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[SMO3] Capricho de bom humor.

SONETO III. Moral.

Musa, façamos mais hum desvario


Todo de desconcertos marchetado;
E para ser maior, seja cuidado
A vontade do prodigo alvedrio.

Não nos sirva de medo, ou de desvio


Ver, como vai o Mundo concertado;
Porque nem porque o Mar sempre he salgado,
Deixa sempre de ser ensoço o rio.

Se eu erro para mi, porque me emenda


Com colera, e sem zelo, a voz agreste,
A quem em vão, a emenda lhe prometo?

Mais dano trouxe a paz, do que a contenda.


Porem que desvario ha de ser este?
Que desvario? seja este Soneto. /

[SAM4] Amor escudo de Amantes.

SONETO IV. Amoroso.

Senhora: se não levo às vossas aras


Hum sacrificio igual; levo por elle
Hum impossivel tal, que o vencer delle
De novo ao Mundo sei, que as farà raras.

Com mãos vence de gloria sempre avaras,


Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle;
O deixai que a fortuna me atropelle,
Que tão grandes vitorias não são caras!

Gloria vos pode ser ir defendendo


A vida, contra quem com torpe estudo
Em perseguilla á sorte não dispensa;

E obrigação tambem, em conhecendo,


Que se no vosso Amor, não acho escudo,
Não me fica no mundo outra defensa.

[SMO5] Contra as fadigas do dezejo.

SONETO V. Moral.

E quem me compusera do dezejo,


Que grande bem, que grande paz me dera?
Ou (por força) com elle hoje fizera,
Que me não vira em quanto assi me vejo?

O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo,


Elle o reprova; como se tivera
Sortes a seu mandar, em que escolhera,
Contra as quaes sò por elle en vão pelejo.

Anda a voar do arduo ao impossivel:


E para me perder de muitos modos,
Finje que a honra he certa no perigo.

Pois se nunca pretende o que he possivel,


Como posso esperar ter paz com todos,
Quando não posso, nem ter paz comigo? /

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[SAM6] Saudades.

SONETO VI. Amoroso.

Serei eu algũa hora tão ditoso,


Que os cabellos, que Amor laços fazia,
Por premio de o esperar, veja algum dia
Soltos a o brando vento boliçoso?

Verei os olhos, donde o sol fermoso


As portas da manhãa mais cedo abria,
Mas em chegando a vellos, se partia
Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso?

Verei a limpa testa, a quem a Aurora


Graça sempre pedio? E os brancos dentes,
Por quem trocàra as perolas, que chora?

Mas que espero de ver dias contentes,


Se para se pagar de gosto hũa hora,
Não bastão mil idades differentes?

[SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida.

SONETO VII. Amoroso.

Pâre a duvida jà, cesse a cautella,


Se em socorro da Fê, foi fabricada;
Porque da mesma duvida informada,
Quanto nella se encobre, entende della.

Pode do Sol a claridade bella,


Pelas nuvẽns a os olhos ser negada;
Mas nunca ser dos olhos duvidada,
Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella.

Em vão logo serà, se pretenderdes


Dissimular a luz, que a sombra cerca,
Sendo os raios jà vistos, e adorados.

Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes;


Porem eu quero crer, mas que me perca,
Estoutra informação dos meus cuidados. /

[SAM8] Pensamentos temerarios.

SONETO VIII. Amoroso.

Como voaste, ou cego, ou atrevido


A impossivel tão grande, ò pensamento?
O vento te• levou, caes do vento,
Vento foste a o subir, vento es caído.

Justiça foi do Fado obedecido


Teu dano; porem deveslhe o escarmento:
Que em fim se não lograste hum alto intento,
Hum seguro temor tẽns conseguido.

Dece embora de tî. Ay não pretendas


Alto nome por morte peregrina;
Nem pelo que he castigo, a fama entendas:

Salvo se o gram poder, que te destina,


Quer que nas quedas, voos, e contendas

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Compres a gloria, a pezo da ruina.

[SAM9] Auzencia breve, mas custosa.

SONETO IX•. Amoroso.

Senhora, neste breve apartamento


Bem conheço, por mais que à dor resista,
Que sempre o não estar• à vossa vista
He sempre estar, à vista do tormento.

Qual serà pois o louco pensamento


Que deixe tal comercio, e tal conquista?
Se hà mais ganho na gloria, que dais vista,
Que monta o cabedal do sofrimento.

Amor tanto nas penas se melhora,


Despois que nellas novos ganhos sente,
Que hũa sô petição vos faça, ordena.

Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora


Mais vos pedir, mandeis que viva auzente,
E me aconselhe là co a minha pena. /

[SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d’ antes.

SONETO X. Moral.

Se como haveis tardado, desenganos,


Vindes hoje de novo apercebidos;
A troco de vos ver tão prevenidos,
Douvos por bem tardados tantos annos.

Tardastes; e entre tanto estes tiranos


Casos d’ Amor roubarãome os sentidos:
Se alcançallos quereis, bem que são idos,
Buscayos pelo rastro dos meus danos.

O seguyos, prendeyos; porque logo


Teme que foje, quem procura, alcança,
Poes he pezo o temor, o gosto he vento.

E para quando os alcanceis, vos rogo,


Não que façais me tornem a esperança,
Mas que se quer, me deixem o escarmento.

[SMO11] Mundo he Comedia.

SONETO XI. Moral.

Dez figas para vos, poes com furtado


Consular nome vos chamais Prudencia;
Se fazendo co Mundo conferencia,
Discursais, revolveis; e eis tudo errado.

Quem vos vir, Apetite disfarçado,


Digno vos julgarà de reverencia,
E a vos, odio, por homem de conciencia,
Vendovos tão sezudo, e tão pezado.

Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro,


Entrão de flamas tacitas ardendo
Astutos Palladioens em simples Troyas.

Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro?

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A mi não pelo menos, que estou vendo
Dentro do vestuario estas tramoyas. /

[SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà


de Meneses.

SONETO XII. Laudatorio.

Malaca, de Albuquerque conquistada


Tão culto escreves, cantas tão valente,
Que parece que o Barbaro, igualmente
Venera a Tuba, que temeo a espada.

Nunca fora a vitoria duvidada,


Se nella, illustre Sà, foras prezente;
Poes o que não rendéra o rayo ardente,
Bem o rendéra a Musa levantada.

Em quanto viva o circular governo


Nas esferas do Olimpo luminoso
Vivirás a pezar do oposto inferno.

Porem Tu com excesso mais glorioso,


Que elle sem ti, não pode ser eterno;
Mas tu sem elle, podes ser famoso.

[SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha.

SONETO XIII. Festivo.

Hora bem digo eu, que sois Demonio,


Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos;
E não sois sò Demonio para os ratos,
Mas para as proprias rãns do charco Aonio.

Eu o lî jà; e cuido que em Petronio


(Ou em qualquer d’ essoutros mentecatos)
Que das plumas as rosas dos çapatos
Não teve Portugal, tal Dom Antonio.

Estâ vossa mercê muito contente


De me render aos pès do seu soneto?
Hora paguelho Deus, pois eu não posso.

Mas não mande acordar tão cedo a gente


Com carapuças de cilicio preto.
Torre velha. Segunda feira. Vosso. /

[SAM14] Queixa, e Enveja.

SONETO XIV. Amoroso.

Aquella Fè de tantos maltratada


Foge da sem razão, e em vos espera
A razão, que dos outros desespera;
Foge em fim para vos, desesperada.

Pobre da Fè tão boa, e tão prezada


Por boa, là nos dias de outra era:
Mas quem foi, quem vos disse, de quem era,
Por que fosse de vos tão desprezada.

Mofino era eu assàz por mi somente,


Sem ter por enemigo a hum venturoso,
Que a meu pezar, nas glorias se exercita.

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Hora vença, e de mi riase a gente;
Jà que lhe sobejou para ditoso
Ter por contrario, quem não teve dita.

[SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo.

SONETO XV. Moral.

Mas adonde irei eu, que este não seja,


Se a causa deste ser, levo comigo?
E se eu proprio me perco, e me persigo,
Quem serà, que me poupe, ou que me reja?

Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja?


Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo?
Fuy deixado em mi mesmo por castigo:
Triste serei, em quanto em mi, me veja.

Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo,


Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya,
Esta dor, que minha Alma em mi, cativa,

Vos sò podeis mudar: mas isto como?


Como? fazendo que a minha alma saya
De mi, senhora, e dentro de vos viva. /

[SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento.

SONETO XVI. Moral.

Pudeste mais fazer, ò sorte escura,


Que em dano meu, e afronta da porfia,
Ir a justificar a tirania,
Porque padeça a afronta, e a desventura?

A quem me hei de queixar, se o ceo procura


Que soe minha dor, como ousadia?
Qual o cruento Phalaris ouvia
A humana voz, vestida em fera dura:

Fostes cubrir de hũa razão meu dano,


Que a todos desobrigue, e me emmudeça
A vista do tormento, e do tirano.

E a fim de que ninguem se compadeça,


Là traçastes de modo o vosso engano,
Que a todos o meu mal, bem lhes pareça.

[SAM17] Porfia infelice.

SONETO XVII. Amoroso.

Qual, senhora, he dos dous, nesta querella


O mais culpado, foy contenda antiga:
Vos, que tanto me dais, que della diga?
Eu, que não posso ja, se não dizella?

Vos, que ma repartîs, podeis detella;


Mandandolhe que pâre, e me não siga.
Eu, que a padeço, quando mais amiga,
Assaz de pouco faço em padecella.

Atê nas proprias queixas meu destino


Quer, que a vosso desprezo obediente,
Quando delle me queixe, o aclame dino.

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Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente,
Não que me desprezais, como mofino,
Mas que me castigais por delinquente. /

[SLA18] Em resposta de hũa carta em verso.


Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho.

SONETO XVIII•. Laudatorio.

Senhor, a vossa carta he jà de guia


Para mi, que perdido ando vivendo;
Mais me cativa, quanto a vou mais lendo:
Não tem geito de ser a d’ alforria.

Serà de marear à fantazia,


Que sem rumos tambem, se vai perdendo.
He tudo; mas he mais, segundo entendo,
A da examinação da Poesia.

Ouço Platão, em termos eloquentes,


Homero escuto, em versos inauditos;
Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas

Vivão vossos escritos sobre as gentes;


Que em fim, quem conhecer vossos escritos,
Não pode esperar menos, que estas cartas.

[SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio.

SONETO XIX. Moral.

Poes se para os amar, não foram feitos,


Senhor, aquelles olhos soberanos,
Porque por tantos modos mais que humanos,
Pintando os estivestes tão perfeitos;

Se taes palavras, e se taes conceitos,


Tão divinas; tão longe de profanos,
Não destes por Oraculo aos enganos,
Com que Amor vive nos mas altos peitos?

Porque, senhor, tanta belleza junta,


Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*,
Qual Idolo nenhum gozâra antigo?

Mas como respondeis a esta pergunta,


Que ou para disculpar o meu peccado,
Ou para eternizar o meu castigo? /

[SAM20] Cloris com rosa no toucado.

SONETO XX. Amoroso.

Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura;


Que hũa hora foi engano, outra escarmento
Humilde vassallajem paga ao vento,
Sem lhe escapar por flor da fermosura.

Mas conhecendo jà, quam pouco dura,


Appella a vosso grão merecimento,
Crendo que em vos, como no Firmamento
Bella pode viver, e estar segura.

Que a Rosa viva là, de Rosa estrella,

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Milagre foy de vosso ser profundo;
Ella se logra delle, e elle della.

Fazei outro milagre em mi segundo;


Que nem porque lhe destes vida a ella,
He razão que mateis a todo o mundo.

[SFU21] A morte de hum General.

SONETO XXI. Funebre.

Acabou de vencer a ser vencido


Hum Capitão da Morte, hoje soldado.
Conheceuse, entregouse: mais honrado
Triunfado foy, que triunfador tem sido.

No constante arraial, no combatido


Castello; postra seu contrario armado:
Rendase hoje a seu braço, que he forçado,
Pois nunca d’ outro braço foi rendido.

Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada,


Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão,
Cheas d’ enveja, e dor, tal fim, e auzencia:

Mas pois tão nobre vida tens roubada,


Para que deixas cà, se suas forão,
A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? /

[SLI22] Desgraça, enveja de tudo.

SONETO XXII. Lirico

Junto do manso Tejo, que corria


Para o Mar, que nos braços o esperava,
Jaz hum pastor, que no semblante dava
Mostras da dor, que o coração cubria,

Fallava o gesto quanto n’ alma havia,


Que quiçâ por ser muito, ella o callava:
Mas vencido do mal, que o atormentava,
Sem licença do mal, assi dezia:

Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo,


Poes vives sem fortuna, de que esperes
Que encaminhe teu passo a teu dezejo;

Vàs, e tornas, e iràs, como vieres;


Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo,
Ditoso tu, que vàs, adonde queres.

[SAM23] Despedida.

SONETO XXIII. Amoroso.

Parto, partome enfim, Senhora minha,


O Fado o quis assi, que nos reparte;
Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte!
Parte aquelle, que sò partir convinha.

He verdade que parte, e que caminha,


Mas partese, e caminha por tal arte,
Que câ vos deixa aquella illustre parte,
Que não terà melhor, nem melhor tinha.

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Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho
A vida entregarei, que os satisfaça,
Tomo quem dos perigos não tem medo.

A vinda temo mais, do que o caminho,


Porque para me dar mayor desgraça,
Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. /

[SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo.

SONETO XXIV. Laudatorio.

Enfermastes, senhor, sois tal amigo,


Que com vosco enfermou toda amizade.
Que cuidais? perigou corte, e cidade.
Se foi da dor, que fora do perigo?

A mi, que sou mais vosso, e mais antigo,


Por erro me deixou a enfermidade;
Salvo se conheceo (e com verdade)
Que era peor, haverse assi comigo.

Hora os que forão votos, sejão cantos,


Que eu cantarei; o que votar não pude,
Do muito, que chorei, muito temendo.

Porem como sarais com vosco a tantos,


Força he que, para dàr tanta saude,
Vades tão devagar convalecendo.

[SFE25] De consoada a hũa F. P.

SONETO XXV. Festivo.

Que vos hei de mandar de Caparica,


De que vos, Prima, não façais esgares?
Porque de graças, e• benções aos pares,
Disso, graças a Deus, sois vos bem rica.

Mel, e assucar? são cousas da botica.


Coscorões? são peores que folares,
Perús? não, que são passaros vulgares.
Porco? sò de o dizer nojo me fica.

Mandaravos o sol, se desta cova


Mo deixárão tomar; mas he fechada,
E inda o he mais para mi a rua nova.

Poes se ha de ser de nada a consoada,


Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova,
Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. /

[SLI26] Vinda dezejada.

SONETO XXVI. Lirico.

Bramava o Mar; e estâ contente agora:


Trocouse o vento em aura socegada.
Despiose o Ceo da sombra carregada,
E o manto azul vestio, da branca Aurora.

A flor, que no botão com medo mora,


Rompe gentil, saindo confiada.
Filomena com queixas namorada
Amores canta jà, queixas não chora.

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Aplauso se tornou, o que era espanto,
Resucita o prazer antes difunto,
O tempo moço estâ, alegre o pranto.

Quem pode melhorar o mundo junto?


Mas eu adonde estou, que ignoro tanto?
Se Clori apareceo, que mais pergunto?

[SAM27] Medo, e obediencia.

SONETO XXVII. Amoroso.

Quantas vezes conheço o meu cuydado,


E contemplo na duvida, que o espera;
Tantas, e muitas mais, delle quizera
Antes ser despedido, que enganado.

Torno a cuidar despoes que inda apartado


Quem me assegura a mi, de que o estivera?
Se para sempre amar, sempre he hũa era,
Para sempre temer, sempre hum estado.

Jà propuz de passar o mundo a esmo,


Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte,
A fraude he certa, e nunca conhecida.

Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo,


Ensinaime a viver com minha sorte,
Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. /

[SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello


General Diogo Gomes de Figueiredo.

SONETO XXVIII. Laudatorio.

Quando estas regras de destreza ensinas,


Parmeno, de ti creo que es de sorte,
Que não por destra a Morte, mas por Morte
Mais certos golpes tem, que taes doutrinas.

E quando nas palestras peregrinas


Te vejo confiado, astuto, e forte,
Parece certo que a contraria sorte
Entre a vontade, e o braço, determinas.

Espada, e pena, poes que com verdade,


O mesmo que hũa intrepida peleja,
A outra cientifica derrama:

Ambas chaves serão da Eternidade,


Esta, para cerrar bocas da enveja;
Aquella, para abrir bocas da Fama.

[SLI29] Triste remedio o mal de muitos.

SONETO XXIX. Lirico.

Eu vi rir esta fonte; e deste rio


A verdura regada, ser enveja
Da que mais verde entre esmeraldas seja;
Horido o bosque, o prado vi sombrio.

Vejo chorar a fonte, e que de frio


O rio pâra, o prado se despeja:

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Seca a verdura; a neve he sò sobeja,
O triste inverno, assombra ao claro estio.

Hora se servirà de ser vingado


Ver quam mal da mudança se assegura
A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado.

Ay de mi, que me chega a sorte dura


A querer que alivie o meu cuidado
Por exemplos de alhea desventura! /

[SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa


Prelada, da eleição da Tia.

SONETO XXX. Festivo.

Quem poderà com vosco, sor Catuxa,


Cuma tia Abbadeça, como hum ouro.
Arredo và de nos o sestro agouro,
Se sobre feiticeira inda sois bruxa.

Daime por vida vossa à vida suxa;


Mas matallo tambem: isto algum Mouro?
Que vos ande a zunir, como bezouro,
E que andeis a callar, como cartuxa.

Ha de pucha que joya soes, mà hora!


Se cuidais que he gracinha o ser ingrata,
E credes que o alrotar que he cortezia ?

Porem não me direis, minha senhora,


Que tem que ver toda esta patarata
Cos parabẽns da Madre vossa Tia

[SAM31] Arismetica da auzencia.

SONETO XXXI. Amoroso.

Deminuir da fê tão nobre intento,


Fermosa Lici, em vão pretende o Fado;
Porque a auzencia reparte o seu cuidado
Pelo valor do proprio apartamento.

Conta he esta, que nunca o pensamento,


Com a saber provar, houve encerrado:
E o mesmo Amor, que a tem multiplicado,
Quando somar a quer, vai muito atento.

Riamonos da auzencia, se hà lembrança;


Se hà firmeza, riamos do receo:
E pois hà fè, riamos do castigo.

Riamonos do Fado, e da mudança;


Riamos do desvio, e do rodeo,
Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. /

[SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava


na Corte.

SONETO XXXII. Moral.

Aqui me tem de vos tão apartado•,


Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte.
Soes mancebo, folgais de andar na Corte:
Câ vos tenho arguîdo, e desculpado.

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Deixai sò para mi, pena e cuydado,
Que essas sò são as guardas, do meu norte.
Todo o tempo a nos vem, sò o da morte
Foge daquelles, de quem he chamado.

Tendes riqueza, tendes galhardia;


E com tudo viveis vida cansada,
Que faz que do viver a gosto vede,

Pobre de quem, vivendo em demazia,


D’ essas ditas, que tendes, não tem nada,
E tem muito d’ essoutro, que as impede.

[SAM33] Alegria Custosa.

SONETO XXXIII. Amoroso.

Emfim que aquella hora he jà chegada,


Que atê nos passos tras preço, e ventura,
Tão merecida de hũa fé tão pura,
E de hum tão limpo amor, tão esperada.

Ella tardou em vir, como rogada


Da viva saúdade, que ainda• dura.
Hora bem pode vir, e estar segura,
Que hà de ser possuida, e dezejada.

Senhora, se com lagrimas convinha


Sentir somente o mal, e agora o canto
He digno de outra gloria verdadeira;

Não cuydeis que he fraqueza da alma minha,


Mas que de costumada sempre ao pranto,
Não sabe festejar d’ outra maneira. /

[SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo


em que lhe escreveo outro soneto.

SONETO XXXIV. Festivo.

Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he


Zombar, mas não jà tanto, como• aqui.
Vos pedirme licenças? vos a mi?
Huy senhor! isso quer vossa mercè?

A mi, que mais forçado que em galê,


D’ aquella, que não passa desde alli,
Jà nem para homem de guadameci
Tenho figura, nem para de pé.

A mi trovas cortezes, que em vos sò


Trova cortez no mundo se acharà,
Correndo de Cascaes atê Pegû.

Tende dos vossos consoantes dò:


E quando d’ essa quinta mandeis cà,
Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ?

[SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo.

SONETO XXXV. Moral.

Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado.


V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito.

16
V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto.
T. Prometes de me crer? V. Falla avizado.
T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado.
T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto.
T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto.
T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado
T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida.
T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega.
V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo.
V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida.
V. Vai para louco? T. Vaite para cega.
Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? /

[SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do


Livro, que se intitula Casamento perfeito.

SONETO XXXVI. Laudatorio:

Clarissimo Diogo, quem cuydàra,


Sem que gastasse em vão toda a eloquencia,
Reduzir ao imperio da prudencia
O mando, que a fortuna lhe usurpàra ?

Tu só; cuja doutrina sempre clara,


Eximindo a razão da contingencia,
Do que antes era caso, fez ciencia,
Documento geral, da sorte avara.

Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado


Os louvores confunde em alegria,
Quando hum dourado seculo presume:

Poes vè que a perfeição de tal estado,


Se antes, por maravilha sucedia,
Agora se exercita por costume.

[SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta


pouco depois de bautizada.

SONETO XXXVII. Funebre.

D’ Aquella flor, que tanto em flor cortada,


Chorais; ò não choreis mortal ferida;
Que a Morte contra humanos atrevida,
Contra o divino nunca foy ouzada.

Essa flor, esta vida tendo em nada,


Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida.
Veyo mostrarse, foyse agradecida,
Por ser là mais que cà inda esperada.

Allì vive, alli estâ; jà dos melhores


Espritos requebrada; e ardendo em lumes
De hum Amor, cujas linguas são louvores.

Seja satisfação destes queixumes


Ver, que se vos roubàrão os amores,
Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. /

[SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima.

SONETO XXXVIII. Heroico.

Senhor: Aventurar por novo Imperio,


Digno de Cesar he, digno de Augusto;

17
Porque hum peito real, alto, e robusto
Pede esfera maior, que hum emisferio.

Porém sò, se ao castigo, ao vituperio


Olhais do mar cruel, do vento injusto,
Qual destes triunfos não fez caro o susto,
Antes de visto seu feliz misterio?

O proprio tempo vencedor vos chama


Rendido a vossas obras singulares,
Que inculca às gentes sabias, como às rudes.

Passeai poes o Mundo sobre a Fama,


E desde vos, rendei terras, e mares,
Sem provar forças mais que as das virtudes.

[SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada


antes de tempo.•

SONETO XXXIX•. Festivo.

Por isso eu disse jà que o desengano


Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima?
Cura por fora, e dentro nos lastima;
Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno.

Vos cuydaveis que abaixo Amor profano


Era la como o alto Amor de cima?
Não! que posto que Amor cada hum se estima,
O divino he divino, o humano humano.

Porem nesta mortal Filosofia,


Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo
Logo muda das couzas o Elemento.

Poes se o arrependimento da ouzadia


Não nasceo, que me espanto que em tal cazo
Nasça a ouzadia, do arrependimento? /

[SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida,


que fazia em sua prizão.

SONETO XL. Festivo.

Cazinha desprezivel mal forrada,


Furna là dentro mais que inferno escura,
Fresta pequena, grade bem segura,
Porta sò para entrar, logo fechada;

Cama, que he potro, meza destroncada,


Pulga, que por picar, faz matadura,
Cão sò para agourar, rato, que fura,
Candea, nem cos dedos atiçada:

Grilhão, que vos assusta eternamente


Negro boçal, e mais boçal ratinho,
Que mais vos leva, que vos traz da praça:

Sem Amor, sem Amigo, sem Parente;


Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho.
Tal vida levo, Santo prol me faça.

[SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta.

SONETO XLI. Amoroso.

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Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio,
Cintia, se for estrancho, ou passageiro,
Crerà que foy sem duvida, o primeiro
Maltratado das mãos do ardente Estio.

Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio


Acho tanto perigo verdadeiro!
Anno esteril de Amor, que passa inteiro,
Auzencia o Inverno, e o Verão desvio.

Não cabe a vida nunca, em quem não caiba


O queixume da dor, que a dor lhe deixa:
Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo.

Hora eu me callarei, como se saiba


Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa,
De novo se lhe obriga a remediallo. /

[SHE42] Ao escarmento de Troya.

SONETO XLII. Heroico.

Esta do Mundo maravilha, em tanto


Que firme ao Firmamento competia,
Cuja de pedras prodiga ouzadia
Meta do assombro foy, termo do encanto,

Tanto d’ enveja ao Mundo lhe deu•, quanto


De lastima lhe dà: e se algum dia
Das envejas as lagrimas pedia,
Hoje pede das lastimas o pranto.

Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas


Com tão altos penhores de famosa,
Que mais segura estàs, que antes estavas:

Porque em ambas fortunas venturosa,


Se antes nem de ti mesma te fiavas,
Agora nem do templo es temerosa.

[SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de


hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal.

SONETO XLIII. Amoroso.

Hoje emfim, que deixando a Empirea altura


A graça, dece a honrar a natureza;
Como tambem do Ceo, vossa belleza
Nasce a vencer da terra a sombra escura:

Rompe o Anjo, cuberto de luz pura,


O Serafim vestido, em flama acesa;
E entre tantos sinaes de tal grandeza
Tambem vem por sinal tal fermosura.

Fermoso esprito pareceis d’ aquelles


Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra;
Mas confundome, vendovos hum delles:

Que elles vem publicando paz à Terra:


E vos, não sei porque, com vir entre elles,
Vindes para fazer ao Mundo guerra. /

[SMO44] Velhice presumida.

19
SONETO XLIV. Moral.

Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos;


Dalhe licença, murchem se ja as flores;
A planta seca estâ, mortas as cores:
De que serve encantar no vidro, os annos?

Se lhe resistes, dâs mais força aos danos,


Medindote• os estragos, pellas dores;
Quanto forão melhor, que para amores,
Taes desenganos, para desenganos?

Diràs: que por temer o Mundo hũa hora


As leis, que teus desdẽns às gentes derão,
Com razão de ti mesma, hoje te fias.

Lesbina, olha esses marmores agora,


Cinzas jâ são, as que colunas erão.
Ora sente, se quer, qual pêdra os dias?

[SAM45] De hum Retrato.

SONETO XLV. Amoroso.

Não sò duvido eu; duvidais, Flora,


Pintada, e viva, vendovos querida?
Pois qual sois, se a real, ou se a fingida,
Não sei certo dos dous, qual mais o ignora.

Vos, que a fingida sois, dizeimo agora,


Fallai; sereis por copia conhecida,
Menos me admirarà ver em vós vida,
Que ver que a viva, me responda hũa hora.

Porem se sois ingrata, sendo ingrata,


Como conhecereis a viva, ou copia?
Eu menos, porque Amor não quer que veja.

Pois inda a confusão não se remata


Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia
Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. /

[SAM46] Tradução do Giostiniano.

SONETO XLVI. Amoroso.

Doces versos, por quem o auxilio espero,


Mais que d’ Apollo, d’ esse Deus infante;
Ide humildes de Flerida diante,
Nuncios sempre fieis, d’ Amor sincero.

E se como comigo, foi severo,


Com vosco o for, o celestial sembrante;
Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante,
Se jà piadoso a sy: se a my foy fero.

Não temais abrazarvos dos ardores


De seus olhos; que a rayos de tal sorte,
Nunca as humildes lagrimas tem medos.

Se emfim vos abrazarem seus amores,


Morrei, filhos, co pay, da mesma morte;
E poes morreis honrados, morrei ledos.

20
[SAM47] Amor peor estado.

SONETO XLVII. Amoroso.

Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura


He do dia, bastarda sucessora.
Jà quando• esta manham bordava a Aurora,
Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura.

Repouza essa ribeira entre a frescura;


Dorme o prado; e das arvores agora
Nem da que mais o Zefiro namora,
Deixa a donzella flor, d’ estar segura.

Em doce sono o Lavrador cansado


Do trabalho• se esquece; o Marinheiro
Jáz, sem temor das ondas, descuidado.

O Principe, o Pastor, o Aventureiro


Logrão da paz, que falta ao meu cuidado:
Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. /

[SAM48] Louvando por ley de certamen,


hũns olhos negros, e pequenos.

SONETO XLVIII. Amoroso.

Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve


Guardastes, por industria nunca ouvida,
Da fermosura a gloria, sempre unida
Aos centros da ventura, que não teve.

Que mal se atreve, quando a vos se atreve,


Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•;
Se com mais de vitoria por ferida
Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve.

Negros soes, não soes grandes; e o que a todos


He culpa, vos realça, e faz modellos
Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes.

Emfim milagres soes por tantos modos,


Que por ser mais fermosos; dos mais bellos
As cores, e as medidas, desprezastes.

[SMO49] Escarmento prevenido no temor.

SONETO XLIX. Moral.

Como me eu vi voàr com desatino


Da baixa sorte, para o estado honroso,
Logo o voo julguei por enganoso:
Saibao, quem folga, e vè que me arruino.

Nem me fez do que sou perder o tino


Aquelle assombramento de ditoso:
Tem me os enganos jà tão ardiloso,
Que primeiro os conheço, que imagino.

Dexa• poes, se a tragedia solicita


Algũa sem razão, que no meu dano
O mesmo se não logra, que exercita.

Jà não lhe chamarei Fado tirano;


Poes se se vinga, em ver, que perco a dita,
Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. /

21
[SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo,
junto à sepultura.

SONETO L. Moral.

Armas do Amor, Planetas da Ventura,


Olhos, adonde sempre era alto dia,
Perfeição, que não cabe em fantazia,
Fermosura mayor, que a fermosura:

Cova profunda, triste, horrenda, escura,


Funesta alcoba, de morada fria,
Confuza solidão, sò companhia,
Cujo nome melhor he Sepultura:

Quem tantas maravilhas differentes


Pode fazer unir? salvo se a Morte ?
A Morte foi em sem razões mais rara.

Tu, que vives triunfante sobre as gentes,


Nota (pois te ameaça hũa igual sorte)
Donde pâra a belleza, e no que pâra.

[SFA51] A hum amante da variedade.

SONETO LI. Familiar.

Amigo, muitas dores não são dores,


Muitas queixas serão; e quando muto,
Hum modo he de penar irresoluto
Sem gloria aos mortos, nem aos matadores.

Escolhei dos perigos os melhores


(Se podeis) entre as lagrimas, que escuto;
Pois desta casta de arvores de fruto,
Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores.

A cera, que do bafo se derrete,


Val pouco; mas o celebre ouro fino
Nem reconhece a fragua, em que se mete.

Vos direis que isto he Fado, ou que he destino,


Que hum não dà nada, e tudo outro promete:
Temei embora humano, e amay divino. /

[SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes.

SONETO LII. Amoroso.

Paredes: vos guardais os resplandores


D’ aquelle proprio Sol, que eu n’ alma guardo:
Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo?
Não guardais, acendeis mais meus ardores.

Crecem prezos os rayos vingadores,


Certo effeito de todo o incendio tardo.
Que industria contra o Ceo achou resguardo,
Que os estragos despoes não fez, mayores ?

De pedras como vôs, e mais estreitas,


Os Muros erão, donde a sorte dura
Roubou, para vos dar, minha alegria.

Hora acabai de crer que estais sugeitas

22
A perderdes, como eu, vossa ventura;
Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria.

[SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos,


que lhe havia comunicado.

SONETO LIII. Familiar.

Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito,


Tu que queres de mi, que assi me obrigas?
A ti, que tẽns as Musas por amigas,
Que louvor te hà de dar meu fraco grito?

Que direi eu, que ellas não tenhão dito?


Direi sò que as afagues, e que as sigas;
Que a fê que mais de hum par, por mais que digas,
Vè, quando escreves, outro Apollo escrito.

Là te mando os teus versos, que mandarão


Callar os meus. Que avaro intento esconde
Tal fonte de doçura, e de elegancia?

Este lugar, onde elles repouzarão,


Banho espero que seja aos tempos, onde
Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. /

[SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o


Autor prezo.

SONETO LIV. Heroico.

Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora,


Senhor, sede o que for; e sede tanto,
Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto
Crecerão com crecerdes de hora em hora.

Tanta estrella tenhais, bem como agora


Com vosco nasce a ser da noite espanto.
Tende a Terra por berço, o Ceo por manto,
E por ama, a Fortuna vencedora.

A paz vos adormente; o sono leve


Repouzo seja sò: e o sonho seja
A desgraça (se em vos força he que vibre)

Leite a Razão vos dê: e o choro breve


A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja:
Tanto vivais, que me possais ver livre,

[SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu


merecimento.

SONETO LV. Amoroso.

Vossa desgraça, e minha desventura,


Eillas, senhora, jà irmãns e unidas.
Sejão, se querem, contra mi atrevidas,
Porem não contra a vossa fermosura.

Se vos desta vingança estais segura,


Venhão muitas; que mil serão sufridas.
Vivei por ambos vos: porque as feridas
Nunca podem matar, que não tem cura.

Menos fora sentido o golpe duro,

23
A não ser para vos tão duro, e grave,
Pois fere mais a seta, onde he secreta.

Ah senhora, que o dito he pouco escuro:


De que serve matar hũa vil ave,
E perder, por matalla, a melhor seta? /

[SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos.

SONETO LVI. Laudatorio.

Quando em vossos louvores ocupâra,


Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento,
Então vos digo eu, que cada accento
O Mundo engrandecera, e eu prezára.

Mas que merece aquelle, que declara


Por magoas naturaes seu sentimento?
Não canto não; humilde rogo ao vento,
Torne a buscar de mi, quanto deixára.

Algũns (não como vos) mostrarão gosto


De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto
Por falta d’ arte, e voz, por dizer deixo.

Sabeis hora, onde estâ o engenho posto?


Não certo nos primores, com que canto,
Mas nas muitas razoens com que me queixo.

[SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre.

SONETO LVII. Moral.

Ditoso de ty, Fabio, que advertiste


Tão cedo deste Mundo os vîs enganos,
Que antes que a idade te soltasse os anos,
Jà no sagrado monte a vida viste.

Tem te, não deças, que em te estár consiste


O vencimento dos mayores danos:
Vence, sem batalhar; que os desenganos
Dão pezada vitoria, e triunfo triste.

A cobiça pizada; e escarnecida


A ambição; cada qual de longe brada,
Por ver, se de ty pode ser ouvida.

Vida tẽns, e teràs, sempre envejada


Da cobiça, e ambição; poes he sò vida,
A quem tirar não pode, o Mundo nada. /

[SAM58] Amante suspenso diante de Filis.

SONETO LVIII. Amoroso.

Vite, Filis, hũa hora: a voz detida


Seguio do coração o modo, e parte,
Ambos provárão mudos a louvarte
Ao entender, se passou d’ ambos a vida.

Mas que pudéra a voz, quando advertida,


E ouzado o coração, de louvor darte;
Que não fizesse com mais culto, e arte
Aquella suspensão tão comedida ?

24
D’ essa alta gloria, que nenhũa iguala,
Melhor declarei mudo o alto modello:
Mas quando eu bem fizesse em declaralla,

Dissera tua belleza, e meu desvello;


Quanto he mais adoralla, que contallla;
Quanto he mais padecello, que dizello?

[SMO59] Antes de confissão.

SONETO LIX. Moral.

Eu que faço? que sei? que vou buscando?


Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza?
Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza,
Toda a vida, sem mais como, nem quando.

Se cuidando, Senhor, fallando, obrando,


Te offenda minha ingrata natureza,
Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza.
Donde vou? donde venho? donde ando?

Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa


Descubro ante os teus olhos. Toda a vida
Se conte por delito, e por offensa.

Mas que fora de nos, se esta, se algũa


Fora mais que hũa gota, a ser medida
Co largo Mar de tua Graça immensa? /

[SAM60] Cada amor he seu escarmento.

SONETO LX. Amoroso.

Que queres mais de mi, Idolo ingrato?


Soltame, e tornarei à triste vida:
Porque d’ esta cadea nunca erguida
Não cuides que tão cedo me desato.

Acaba poes de crer, não dâs barato


O resplandor da gloria tão fingida:
Olha a que grande preço a tem subida
A voz de meu custoso desbarato.

Os anos, os suspiros, as verdades,


Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo:
Outra vez to perdoo. O não te queixes!

Fiquem te embora os gostos, e as idades;


Mas he razão, que poes te deixo tudo,
Que este pouco, que fica, que mo deixes•.

[SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros.

SONETO LXI. Moral.

Onde me acolherei? Tudo he tomado!


Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura
O firme freixo: a estrella mais segura
Varre o chão, com desprezo antes olhado!

O docel d’ ouro, o coronel dourado


Pende, e desmente. A graça, e a ventura
Pallida foge. O sangue, a fermosura,
Tudo vai pela terra derramado.

25
Perdese o grande, perdese o fermoso,
Sem que o valor do mais constante brio
Escape d’ acabar, do assalto, ou cerco.

Pois eu, fraco, ferido, e temeroso,


Se inda despoes de tantos me confio,
De quem me hey de queixar, quando me perco? /

[SLI62] Memorias, e queixas.

SONETO LXII. Lirico.

Esses Mares, que vejo, essas areas,


Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos:
Sete servi, sete perdi, tiranos
Sempre os Fados nas vozes das Sereas.

Tantos hà, que arrastando crueis cadeas,


Não guardo ovelhas, mas aguardo danos,
Das fermosas Raqueis vendo os enganos,
Sem a promessa ouvir, das Lias feas.

Sofra Jacô fiel Labão mentindo;


Que se dobra o servir, da alta consorte,
Já não pode negarlhe a mão devida.

Ay do que espera, quanto mais servindo:


Para hum tão triste fim, tão leda a Morte,
Para hum tão largo amor, tão curta a vida.
[SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição.
Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar.

SONETO LXIII. Sacro.

Que Ceptro justo hè este, mais que humano,


Eixo quasi, da immensa eternidade?
Que com pontas na Fè, e na Piedade,
Descreve hum novo Imperio soberano?

O Catholico Ceptro he Lusitano,


Que de Maria, e Deus em igualdade
Defende a luz, consagrase à verdade,
Triunfando Portuguez, crendo Romano.

Vença logo das gentes a esperança,


Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza
Lhe prometem dos tempos a Vitoria:

E por honra dos dous, dos dous alcança,


Pello que ao Filho crê, alta firmeza;
Pello que à May defende, eterna gloria. /

[SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte.

SONETO LXIV. Funebre.

Do merito primeiro, que da Morte,


A vida te cortou o braço duro:
Delle perigas, della estâs seguro,
Porque elle o ferro deu, deu ella o corte,

Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte,


Então por se escuzar do mal futuro,
Da tua paciencia fes seu muro,

26
Da tua fortaleza fes seu forte.

Cercado assi na morte, assi na vida


Pagaste como culpas as grandezas,
Que por premios os Ceos quizerão darte.

O Morte contra os bõns sempre atrevida!


Mas que muito, se vives das proezas,
Que morras das envejas, ò Duarte?

[SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes?

SONETO LXV. Sacro.

Ouzado Pescador, qu’ he da tormenta


Nas mansas aguas d’ esse breve vazo?
Duvidais vos d’ entrar (timido a cazo)
Quando que nelle entreis, o Mestre intenta?

Como se antes ouzada, hoje avarenta


Se mostra a planta, que por longo prazo
O bravo Mar pizou, qual campo razo,
Em virtude do braço, que a sustenta?

Então lhe obedeceis os pensamentos,


Porque se mostrou Deus: e hoje vestido
De Escravo, duvidais seus mandamentos?

Pois diz o Amor: Que para obedecido,


Mais he, que quando aos pês, rende Elementos,
Quando elle o poem, a vossos pês rendido. /

[SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture


Poeta Francés.

SONETO LXVI. Amoroso.

Força he acabar no amor d’ Urania os dias;


Tempo, nẽ auzencia saberão valerme:
Nada vejo, que possa socorrerme,
Nem que saiba remirme em taes porfias.

Ancias hà muito que conheço impias;


Mas vendo as graças, por quem vou perderme,
Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme
Morro sem maldizer taes tiranias.

Razão tal vez, por falso pensamento


Mostra os socorros, e à batalha incita:
Mas se della me valho em meu tormento;

Despoes da grave pena se me evita:


E emprenhandome mais o entendimento,
Bella, e amavel Urania me acredita.

[SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em


obedecer a Deus.

SONETO LXVII. Moral.

Quando vejo, Senhor, que âs alimarias


Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto,
Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto
Das Leys, que lhes puzestes ordinarias;

27
E logo vejo, quantas artes varias
O Homem racional, provido, e astuto,
Poem em obrar ingrato, e resoluto,
Obras, que a vossas leys são tão contrarias:

Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era;


Poes do que me mandais, tanto me esqueço,
Como so a vos, e a mi não conhecera.

Com razão logo por favor vos peço,


Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera,
A ver se, assi melhor, vos obedeço. /

[SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta


navegação.

SONETO LXVIII. Sacro.

Piloto Celestial, Norte divino


Primeiro Tifis, Palinuro bello,
Guiador de Tobias a Gabello,
Igual luz que do Velho; do Minino.

Este madeiro, que sem luz, sem tino,


Corta do mundo tanto paralello,
Que presâgo se mostra em seu desvello
Mais do naufragio, que do porto, dino:

Socorrey, e guiay, entre as porfias


Dos erros, e das sombras, que ignorante
O desvião do porto verdadeiro:

Qual como fostes a ambos os Tobias,


Do Pay mezinha, e medico elegante,
Do Filho guia, e doce companheiro.

[SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos.

SONETO LXIX. Moral.

Dos Carceres subir, qual subio Mario


Dizes que espere; ou bem jà como Augusto:
Hum de proscrito a Consul, e outro a justo
Monarca, tendo o Povo por contrario.

Que olhe a Tiberio com progresso vario


Altivo Emperador, de Reo injusto:
E a Claudio entronizado a breve custo
Do Tempo, que lhe foy duro adversario.

Hora, que tarda para vir, mil annos,


Que importa que não chegue? se se aguarda,
Ou se compra co a dor, com que atormenta.

O que bem disse contra seus enganos


Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda,
Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. /

[SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio


Alvarez da Cunha.

SONETO LXX. Festivo.

Compadre, agora sim: cà tenho ouvido,


Terdes fruta, que he fruto abençoado.

28
Ninguem mais fez num ano de cazado:
(Sois home em fim de prol) Pay, e Marido.

Mas sospeito que estas como corrido,


De não nos virdes logo c’ um morgado.
Huy? donde vistes vos ser o Sol nado,
Antes da bella Aurora haver nascido?

Aposto que vos traz Dona Joana


Hum alegre recado, que em secreto
Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes.

Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana,


Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo
De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes.

[SAM71] Relação de hũa viajem.

SONETO LXXI. Amoroso.

Cem dias de continua tempestade,


Dez mil horas de duro apartamento,
Quarenta mil instantes de tormento,
E hum milhão de milhões de saudade,

Hà, despoes que parti essa Cidade,


Se à auzencia faz a conta o pensamento;
Porem quando lha ajusta o sentimento,
Não soma menos, que hũa eternidade.

Ajuntailhe os perigos, e incertezas,


Do fraudulento hospicio, jà chegado;
As carrancas despoes, e as estranhezas.

Cheguei, vi, padeci: ô triste estado!


Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas,
Que custaria hum bem nunca alcançado? /

[SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por


hum Religioso de grandes partes.

SONETO LXXII. Laudatorio.

Este, que falla, he Tullio? ou he Timante


Este, que pinta? e acaso se comparte,
He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte?
Se escreve, he Palatino, ou he Morante?

He Diafanto, se entoa ? ou se elegante


Poetiza, he Apollo? ou já he Marte,
Se emprende ? ou Alexandre, se reparte?
Ou Scevola constante, se he constante?

He na cadeira Escoto? ou he na santa


Escritura Agostinho? ou he segundo
Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta?

Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta


Pode juntar em si do Ceo, e Mundo?
Hum sô Frey Daniel, que todos monta.

[SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es.

SONETO LXXIII. Moral.

29
Melhor hà de mil anos que me grita
Hũa voz, que me diz: Es pò da terra.
Melhor• hà de mil anos que a desterra
Hum sono, que esta voz desacredita.

Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita


Que he vento, quanto neste pò se encerra:
Dizme outro vento que esse pò vil erra;
Qual destes a verdade solicita?

Poes se mente este pô, que foi do Mundo?


Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade?
Que he do vigor constante, e amor jocundo?

Que he da velhice? que he da mocidade?


Tragoume a vida inteira o Mar profundo!
Hora quem diz sou pô, fallou verdade. /

[SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio


o parentesco de sogra.

SONETO LXXIV. Laudatorio.

Quando deixareis vos de ser fermosa,


Minha senhora Dona Mariana?
Nunca jà mais, se a vista não me engana,
Ou se a fê mais que a vista escrupulosa.

Filha vos conheci; e jà vi rosa


Das que se preza Abril, Mayo se ufana,
Que em vendo essa belleza soberana,
Do prado se acolhia vergonhosa.

Conhecivos Esposa em igual preço


Envejada das flores: mas que importa,
Se May fostes, con rayos semelhantes

E atè sogra, que agora vos conheço


(Contra o que dizem: Nem de barro à porta)
Aposto que inda soes, como ereis d’ antes.

[SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por


bayles de Barbaros.

SONETO LXXV. Festivo.

São dadas nove; a luz, e o sofrimento


Me deixão sò nesta varanda muda:
Quando a Domingos, que dormindo estuda,
Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento.

Mortos da mesma morte o dia, e vento,


A noite estava para estar sezuda;
Que desta negra gente, em festa ruda
Endoudece o lascivo movimento.

Mas eu que digo? solto o tão sublime


Discurso ao ar; e vou pegar da pena,
Para escrever tão simples catorzada?

Vedes? não faltarà pois quem ma estime:


Que a palha para o asno, ave hè de pena,
Fallando com perdão da gente honrada. /

[SAM76] A Lucinda, que chorava.

30
SONETO LXXVI. Amoroso.

Esperdicemse as perolas, que hà mutas,


Lucinda, no Occidente, e no Oriente;
Donde no frio golfo, ou pego ardente,
As deposita o sol, em conchas brutas.

Mas lagrimas celestes, que inda enxutas


Ver não merece Amor, correspondente,
Quem merece alcançar prodigamente
Derramadas, constantes, resolutas?

Resolutas, constantes, derramadas,


Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas
D’ aquelles, por quem são de vos choradas!

Mas choradas de vòs, que mais queridas


As vidas podem ser ? que as mortes dadas
Por lagrimas tão bellas repetidas ?

[SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico


do Poeta Manuel Thomaz.

SONETO LXXVII. Laudatorio.

O duas vezes Cisne venerando


Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces!
Não• sei onde em mais credito floreces,
Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando.

Quando te vejo, admirome, mas quando


Te escuto, em tanto aplauso e fama creces
Que os dobrados affectos, que mereces,
A quaes subirão mais, vem duvidando.

Poes que conta farei, se a Urbanidade


Contar, e se contar, quantas doutrinas
Repartes de hum riquissimo tezouro ?

Hora vive, e da fama faze idade,


Que vivas nas idades peregrinas!
Com idade de prata, e pena d’ ouro!

[SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto


satirico.

SONETO LXXVIII. Festivo.

Meu Senhor Dom João, jà tenho visto


Os oito versos destes dous quartetos;
Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos,
Isso não farei eu, não boto a Cristo.

Porem crede, que quando vos resisto,


Que me chove a razão; porque Sonetos
Feitos a semelhantes Giovenetos,
Me teem feito bem mal, e bem mal quisto.

Por outro tal remendo quiz hum dia


(Arredo và de nòs o sestro agouro)
Remendarme a cabeça outra porfia.

Mas se Apollo inda he aquelle moço louro,


Eu fico que elle chante na enxovia
O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro.

31
[SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d’ Elvas,
a presteza, com que foy alcançada.

SONETO LXXIX. Heroico.

Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde?


Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste
Primeiro batalhar, como nos deste
A Vitoria, sem vermos, como, ou donde?

O Misterio, que em duvidas esconde


Marte iracundo, descifraste, e leste,
Porque de Marte o coração celeste
Sempre a teu alto coração responde.

Postrese Roma a Cesar reverente,


Por ir, ver, e vencer na antiguidade
A dura força da contraria gente:

Lisboa mais ao Cesar desta idade,


Por ir, ver, e vencer mais altamente;
Poes se là vence o braço, câ a vontade. /

[SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu


que estava aleijada.

SONETO LXXX. Festivo.

Vos aleijada? De hoje per diante


Aleijado seja eu, se o não dezejo:
Mas eu em vos nenhũa alejão vejo,
Salvo aquella de ser linda, que espante.

Agora manquejardes de inconstante


(Apalpando do pejo, e do despejo)
Mal he tambem, de que eu tambem manquejo,
Se o que a• Galanta quer, quer o Galante.

Aposto que em Coimbra algum letrado


Disse que foi de Deus alto castigo,
Aleijarvos, por ter tanto aleijado

Com tudo eu creo (cà para comigo)


Que não foi; mas se o dais adivinhado,
Escutayme hora à orelha, a ver se o digo.

[SMO81] Apologo da Morte.

SONETO LXXXI. Moral.

Vi eu hum dia a Morte andar folgando


Por hum campo de vivos, que a não vião.
Os velhos, sem saber o que fazião,
A cada passo nella hião topando.

Na mocidade os moços confiando,


Ignorantes da Morte, a não temião.
Todos cegos, nenhũns se lhe desvião,
Ella a todos co dedo, os vay contando.

Então quiz disparar? e os olhos cerra:


Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos
Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida.

32
Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra;
Se vos todos andais comigo cegos,
Que esperais que com vosco ande advertida? /

[SMO82] Conta com as perdidas esperanças.

SONETO LXXXII. Moral.

Tende mão, Esperanças malogradas,


Vamos todos de volta à sepultura,
Sede fieis na morte a hũa ventura,
De quem fostes na vida sustentadas.

Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas


Em my, para outro bem de larga dura;
Mas jà sey, contra si que mal procura,
Quem credito vos der, por ser fundadas.

Canseime pello vosso nascimento;


Nacestes: consumime pello fruto;
Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica.

O não façais tão falso apartamento;


Esperay, que não pode durar muto
Vida tão pobre, que se vio tão rica.

[SMO83] Mundo incerto.

SONETO LXXXIII. Moral.

Eis aqui mil caminhos! Por ventura


Qual• destes leva a gente ao povoado?
Todos vão sòs; só este vai trilhado;
Mas se, por ser trilhado, me assegura?

Não: que desdo principio hà que lhe dura


Do erro este costume, a o mundo dado;
Ser aquelle caminho mais errado
O que he de mais passage, e fermosura.

Em fim não passarei, temendo a sorte?


Tambem, tanto temor he desconcerto;
A quem passar avante, assi lhe importe.

Que farei logo incerto em mundo incerto?


Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte,
Poes na terra não hà, caminho certo. /

[SMO84] Fraqueza do Amor humano.

SONETO LXXXIV. Moral.

Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado,


Me queres tu roubar? A prata, o ouro,
As perolas, o nacar, o tesouro,
Com que mais rico fuy, que afortunado?

Por ti todo o meu bem me he jà vedado,


Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro!
Porque com tanta serpe em jardim Mouro,
Pomo não foi de Hesperides guardado.

Em gloria prometeu, todo o tormento


Trocarme Amor? em honra o vituperio;
A guerra em paz; que em tanto Amor se mete

33
Hũa vez prometeu, mentiome cento.
Que pode Amor, se no seu proprio Imperio
Nada pode cumprir, do que promete?

[SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo.

SONETO LXXXV. Funebre.

Gozoute a Terra, teu progresso amando,


Poucos anos, mas todos gloriosos;
Dos illustres Avòs, sempre famosos,
Os feitos competindo, e acrecentando.

Gozoute o Ar, teu nome publicando


Em acordados ecos sonorosos,
Onde aos termos do mundo duvidosos,
Estendendose foy, e affeiçoando.

Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo:


A Agua te não gozou. O quem fizera
Que de te haver gozado não se honrasse.

Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo,


He força que te goze: O quem pudera
Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. /

[SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra:


Sedebat sic super fontem. •

SONETO LXXXVI. Sacro.

Bebei confiadamente, Esposa dina


Dina desta agua candida abundante,
Para vos, para o mundo tão bastante,
Que toda a sede eterna, a não termina.

Bebei, que he tão potente, he tão benina,


Que o humilde eleva, o fragil faz constante;
Sem que, porque se afirme, ou se levante,
Possa temer o excesso, ou a ruina.

Do poço de Sichem, nem da cisterna


De Bellem emanou. Fonte dos montes
De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça.

Fonte de graças, que com graça eterna


Brotarà cedo cinco• eternas fontes,
Que rios corrão para o Mar da graça.

[SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta.

SONETO LXXXVII. Familiar.

Quando pellas florestas passa o vento,


Que a nos chega fragrante; por ventura
Essa fragrancia, essa aura, essa doçura
Effeito he, que pertença a esse elemento?

Apenas pos o Ar hum leve alento,


Que das flores colheu cheiro, e frescura;
Poes se he do campo a graça, e fermosura
Que devemos ao Ar, no movimento?

Tal, se passando vai por teus primores

34
A pobre Musa minha desornada,
Que merece em tomarlhe alento, e cores?

Mas saiba quem por ti a vir louvada,


Que os teus ouvidas* são os* que são flores;
Os meus versos, o vento, o vento nada. /

[SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da


defensa da Musica moderna.

SONETO LXXXVIII. Familiar.

Façame hoje mercê vo senhoria,


Se a grandeza aos pequenos se dispensa,
De lhe dizer ao Autor desta defensa,
Que nos defenda todo o Santo dia.

E pois que tem tal mão para a Armonia


(Que he parte, que anda co a brandura apensa)
Me defenda tambem, de tanta offensa,
Que he muita jà, se vai de zombaria.

Se os avexados defender pretende,


Não gaste seu valor, por vãos caminhos;
Jà que as defensas lè, jà que as entende.

Ouça os corvos, tambem cos passarinhos:


Que a Musica a sy mesma se defende;
E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos.

[SMO89] Metafora da Ambição.

SONETO LXXXIX. Moral.

Vivia aquelle Freixo no alto monte,


Verde, e robusto; apenas o tocava
O brando vento, apenas o deixava
De abraçar pelos pès aquella fonte.

Tão soberbo despoes levanta a fronte,


Como Pavão, do bosque, donde estava,
Envejoso de ver que o mar cortava
Hum Pinho, que nasceu delle defronte.

Hora sahio da terra, e foi navio,


Lutou co Mar, lutou co vento em guerra:
Quedas• vio ser, o que esperava abraços.

Eillo que chora em vão seu desvario,


De longe a vè, chegar dezeja à terra,
Não lho consente o Mar, nem em pedaços. /

[SLI90] A hum Roixinol.

SONETO XC. Lirico.

Brando filho do Zefiro suave,


Que com suaves leis de doce canto,
Tão grande imperio tẽns nas almas, quanto
Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave:

Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave,


Tanto essa voz, atê que possa tanto,
Que o que não pode hum seculo de pranto,
Hũa sò hora de armonia acave.

35
E poes que da republica sonora
Entre as aves pretendes sinalarte
No Musico louvor da branca Aurora;

Canta, que viràs mais a levantarte,


Comedindo o rigor de Fili agora,
Que em quantos triunfos, pode darte a Arte.

[SAM91] Metafora Alegorica.

SONETO XCI. Amoroso.

Batia em hum penedo da agua erguido


Lá na serra da Arrabida viçosa
Irado o mar com força temerosa,
Do fero sopro do Austro embravecido.

Responde repetindolhe o bramido


Na branca praya, humida, arenosa
Hum eco, que na penha cavernosa
Durou medonhamente repetido.

Sereno Pescador, que a Daliana


Adora; vendo ja que se estremece
A firma penha, donde o Mar batia;

Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana,


Que à porfia, e ao Amor tudo obedece:
Tu sò zombas do Amor, e da porfia. /

[SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa


Religiosa, que se celebrou em seu dia.

SONETO XCII. Sacro.

Salve, ò sol dos amantes, que illustraste,


Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste,
Oraculo do Mundo, em que viveste,
Mundo das perfeições, que em ty guardaste;

Perola, que tiveste por engaste


O peito, porque o peito a Amor rendeste,
Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste,
Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste.

Poes hoje por honrar teu santo dia,


A feminil piadade aspira a tanto,
Que com victima nova o altar florece;

Mereçate poes tanta affeição pia:


Que offereças a Deus o voto santo,
Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece.
[SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa.

SONETO XCIII. Laudatorio.

Salve, ò tu, que de tanta antiga historia


Dos Avòs, que deixaste escurecidos,
Os brazões altos, e altos apellidos
Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•.

Tu, que trocaste as honras da memoria


A dezejos mais nobres, mais cumpridos,
Porque de pensamentos tão subidos

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Não sabe a terra o fim, se não a gloria:

Nasce do Amor, renova da esperança,


Fenis, das chamas, em que estàs ardendo,
Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando.

Melhora seja o fogo, e não mudança,


Para que eternamente renacendo,
Eternamente vas sacrificando. /

[SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento.

SONETO XCIV. Laudatorio.

Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado,


Que do dia engeitais a luz, e a vida,
Porque outra luz, mais clara, e mais subida
Entre• vos tem, seu resplandor guardado.

Ceo de humanas estrellas illustrado,


Que o Ceo dezeja, e para si convida;
Gloria co a gloria em tudo parecida,
Donde não falta o bem, por ser gozado.

Desta flor, desta Estrella, celebrada,


Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega,
Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa;

Porque de tal maneira a Deus he dada,


Que quanto mais depressa a Deus se entrega,
Mais propriamente Deus a farà vossa.

[SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal,


escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo.

SONETO XCV. Laudatorio.

Quando envolto nos miseros cuydados


De Portugal o Reino se lamenta;
Quando a Fortuna cegamente intenta
Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados:

Vossa Pena com termos levantados


Excellencias da Patria reprezenta,
Com que por vossa Pena a Patria aumenta
Meritos nas desgraças sepultados.

Tal, acção para sempre celebrada


Serà, poesque com alta providencia
Hoje fazeis a lastima oportuna:

Por que sendo na perda acreditada,


Visse o Mundo que fora esta excellencia
Ou desculpa, ou razão desta fortuna. /

[SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama.

SONETO XCVI. Amoroso.

Rubi, cujo valor não conhecido


Foy, do vil lapidario, a quem foi dado;
Diâmante que quando mais guardado
D’ entre as mãos de seu dono foi perdido.

Zafiro singular, que foi vendido

37
A quem, em ferro o tem mal engastado;
Aver que por se haver em vão achado
Em pastas de carvão, foi convertido

Perola sem igual, pouco estimada


Do barbaro boçal Indio inorante
Por quem, a cazo, foi do mar levada.

Sois na fortuna: mas dessemelhante.


No valor; se ante vos não valem nada
Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante.

[SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria,


em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal.

SONETO XCVII. Laudatorio.

Dedalo que fabricas numeroso


Edificio imortal, onde venera
Quantos prazeres a Esperança espera
Deste sagrado Talamo ditoso.

Levanta poes, o Templo milagroso,


Porque se algum rigor temer pudera
Sidónia altas colunas lhe offrecera
E Bragança àlicerce generoso

Imortal sempre, nas memorias ande


A fama, dos que tanto celebraste,
Por mais que o tempo esquecimentos mande.

Poes para ti tal nome asseguraste


Que eterno vivirà teu nome grande
Tanta vez, quanto nome eternizaste. /

[SAM98] Contra hũa soberana ingratidão.

SONETO XCVIII. Amoroso.

Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera?


Entretense, traçandome outra morte?
Prepâra para darme, hum novo corte
Braço mais crú? Espada mais severa?

Que faz o Rayo da mortal esfera


Procura de cegarme todo o Norte
Ou pretende co’ a força do aço forte
Medir a condição da branda cera.

Que faz? Que intenta o riguroso Fado,


Que em fulminar tragedias repetidas
Entende, que enobrece as duras armas?

Ora eu fora ditozo, esse vingado


Se o Ceo me dera para perder Vidas,
Quantas Iras lhe deu, para tirarmas.

[SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel


Pereira de Castro.

SONETO XCIX. Laudatorio.

Repouza nesse Tumulo eminente


Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria
Que emprestandose entrambos à memoria,

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Entrambos vivirão, eternamente.

Pos o Primeiro, a acção mais excelente


Que foi do Tempo a os seculos notoria
Pos o Segundo a mais illustre historia
Que ao mundo fez Calliope prezente.

Livro não, màs Piramide famoso


He o que vés de letras, que preciosas
Pedras são, mais que porfido e alabastro.

Mas qual será o epitafio argumentoso


Que declare as emprezas gloriosas,
Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? /

[SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor


o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado
em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua
Empreza.

SONETO C. Heroico.

Monarca Portuguez, nossa Palestra


Onde o Sago se veste, e se arma a Toga;
Com suas firme, e ardente insignias, roga
A vossa planta, como á vossa destra.

Para Alumnos os inclitos adestra


Ingenhos, por quem oje a Fama avoga,
Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga,
Prezandose de ser dos mestres, mestra.

Cera e Marmore offerece a o eterno templo


De hum magnanimo Afonso, que se aclama
Arbitro do feliz, e infeliz astro.

As materias deixai, tomai o exemplo


Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama,
Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /

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ÍNDICE DIRECTO DE FORMAS

DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS

FORMAS FREQ. LOCALIZAÇÃO

a (302) SLA99, SLA93, SMO16, SSA68, SSA92, SFA88, SLI90, SAM6, SAM47, SAM31
á (2) SAM4, SHE100
à (20) SAM71, SAM66, SAM9, SLA18, SSA63, SLA99, SFE80, SAM91, SLA74, SMO82
A (73) SFU85, SMO57, SHE54, SMO81, SFA51, SMO57, SLA18, SHE54, SLA93, SHE79
abaixo (1) SFE39
Abbadeça (1) SFE30
abençoado (1) SFE70
abraçar (1) SMO89
abraços (1) SMO89
abrazarem (1) SAM46
abrazarvos (1) SAM46
abria (1) SAM6
Abril (1) SLA74
abrir (1) SLA28
abundante (1) SSA86
Acaba (1) SAM60
acabai (1) SAM52
acabar (2) SMO61, SAM66
acabas (1) SHE42
acabasse (1) SFE78
Acabe (1) SPR1
Acabou (1) SFU21
Academia (1) SHE100
academico (1) SAM43
Academico (1) SHE100
acaso (1) SLA72
acave (1) SLI90
acção (3) SLA94, SLA99, SLA95
Acção (1) SLA93
accento (1) SLA56
acendeis (1) SAM52
acesa (1) SAM43
achado (1) SAM96
acharà (1) SFE34
acho (1) SAM4
Acho (1) SAM41
achou (1) SAM52
aclama (1) SHE100
aclame (1) SAM17
aço (1) SAM98
acolherei (1) SMO61
acolhia (1) SLA74
aconselhe (1) SAM9
acordados (1) SFU85
acordar (1) SFE13
acrecentando (1) SFU85
acredita (1) SAM66
acreditada (1) SLA95
acusar (1) SMO59
adestra (1) SHE100
adivinhado (1) SFE80
admirado (1) SLA36
admirarà (1) SAM45
admirome (1) SLA77
adonde (4) SLI26, SMO15, SLI22, SMO50
Adora (1) SAM91
adorados (1) SAM7
adoralla (1) SAM58
adormente (1) SHE54

40
adversario (1) SMO69
advertida (2) SMO81, SAM58
advertidas (1) SMO50
advertiste (1) SMO57
afagues (1) SFA53
affectos (1) SLA77
affeição (1) SSA92
affeiçoando (1) SFU85
afirme (1) SSA86
afoga (1) SHE100
Afonso (1) SHE100
afortunado (1) SMO84
afronta (2) SMO16, SMO16
agoa (1) SAM47
agora (10) SMO44, SHE54, SAM45, SAM47, SAM33, SAM2, SLI90, SFE70, SLI26, SLA74
Agora (3) SFE80, SHE42, SLA36
Agostinho (1) SLA72
agourar (1) SFE40
agouro (3) SMO84, SFE78, SFE30
agradecida (1) SFU37
agreste (1) SMO3
agua (3) SSA86, SMO67, SAM91
Agua (2) SFU85, SFU85
aguarda (1) SMO69
aguardo (1) SLI62
aguas (1) SSA65
agudo (1) SLI90
Aguia (1) SSA92
Ah (2) SMO32, SAM55
ay (1) SAM41
Ay (6) SAM41, SLI29, SLI62, SAM8, SAM76, SMO35
ainda (1) SAM33
Ajuntailhe (1) SAM71
ajusta (1) SAM71
alabastro (1) SLA99
Alabastro (1) SHE100
Albuquerque (1) SLA12
alcança (2) SSA63, SMO10
alcançada (1) SHE79
alcançado (1) SAM71
alcançallos (1) SMO10
alcançar (1) SAM76
alcançastes (1) SAM48
alcanceis (1) SMO10
alcançou (1) SAM71
alcoba (1) SMO50
Alegorica (1) SAM91
alegre (4) SLI22, SAM66, SLI26, SFE70
alegria (2) SAM52, SLA36
Alegria (1) SAM33
aleijada (2) SFE80, SFE80
aleijado (1) SFE80
Aleijado (1) SFE80
Aleijarvos (1) SFE80
alejão (1) SFE80
alenta (1) SLI90
alento (2) SFA87, SFA87
Alexandre (1) SLA72
alforria (1) SLA18
algũa (3) SMO59, SAM9, SAM6
Algũa (1) SMO49
algum (6) SHE42, SAM6, SFE80, SFE30, SLA97, SAM2
Algũns (1) SLA56
alhea (1) SLI29
àlicerce (1) SLA97
alimarias (1) SMO67
alivie (1) SLI29
alli (2) SFU37, SFE34

41
Allì (1) SFU37
alma (5) SFE39, SAM52, SLI22, SAM33, SMO15
Alma (1) SMO15
almas (1) SLI90
alrotar (1) SFE30
alta (4) SLI62, SSA63, SAM58, SLA95
altamente (1) SHE79
altar (1) SSA92
altas (1) SLA97
altivo (1) SPR1
Altivo (1) SMO69
alto (9) SFE39, SFE80, SHE79, SMO50, SHE38, SMO67, SAM8, SAM58, SMO89
Alto (1) SAM8
altos (4) SLA93, SLA93, SMO19, SHE42
altura (2) SAM43, SMO61
Alumnos (1) SHE100
Alvares (1) SFE13
Alvarez (3) SFE34, SMO32, SFE70
alvedrio (1) SMO3
ama (1) SHE54
amado (1) SLA93
Amado (1) SLA93
amay (1) SFA51
amando (1) SFU85
amante (1) SFA51
Amante (1) SAM58
amantes (1) SSA92
Amantes (1) SAM4
amar (2) SMO19, SAM27
amavel (1) SAM66
ambas (1) SHE42
Ambas (1) SLA28
ambição (2) SMO57, SMO57
Ambição (1) SMO89
ambos (3) SAM58, SSA68, SAM55
Ambos (1) SAM58
ameaça (1) SMO50
America (1) SFE75
amiga (1) SAM17
amigas (1) SFA53
amigo (6) SMO15, SFA87, SFE40, SFE78, SLA24, SLA24
Amigo (4) SFA51, SLA56, SFE40, SFU85
amizade (1) SLA24
amor (5) SAM66, SAM60, SMO73, SLI62, SAM33
Amor (32) SFE39, SAM76, SFU37, SFE39, SAM91, SAM20, SMO84, SAM4, SMO84, SAM6
amores (3) SFU37, SAM46, SMO44
Amores (1) SLI26
amoroso (1) SFE39
Amoroso (29) SAM14, SAM91, SAM71, SAM8, SAM31, SAM46, SAM33, SAM76, SAM20, SAM66
Ancias (1) SAM66
anda (1) SFA88
Anda (1) SMO5
andais (1) SMO81
andar (2) SMO81, SMO32
ande (3) SFE30, SLA97, SMO81
andeis (1) SFE30
ando (2) SMO59, SLA18
Andrade (1) SLA36
Anjo (1) SAM43
anno (1) SFE39
Anno (1) SAM41
annos (4) SMO69, SMO44, SLI62, SMO10
ano (1) SFE70
anos (5) SMO57, SFU85, SAM60, SMO73, SMO73
ante (2) SMO59, SAM96
antes (11) SFE39, SLI26, SLA36, SHE42, SHE42, SMO61, SSA65, SLA36, SMO57, SMO10
Antes (5) SFE70, SMO59, SHE38, SPR1, SAM27
antiga (2) SLA93, SAM17

42
antigo (2) SMO19, SLA24
antiguidade (1) SHE79
Antonio (9) SMO32, SFE13, SFE34, SMO32, SFE70, SLA95, SFE13, SFE13, SFE34
ao (33) SAM91, SFE75, SFA87, SFA88, SHE38, SMO19, SFU37, SLA94, SLA72, SHE79
Ao (11) SSA68, SAM23, SFA88, SLA18, SAM58, SHE42, SFU85, SFE39, SLA12, SLA36
Aonio (1) SFE13
aos (13) SMO44, SMO19, SSA92, SMO67, SFA51, SFA51, SFE25, SFA88, SFE13, SSA65
Aos (1) SAM48
Apalpando (1) SFE80
apareceo (1) SLI26
apartado (2) SMO32, SAM27
apartamento (4) SAM9, SAM31, SMO82, SAM71
apellidos (1) SLA93
apenas (2) SMO89, SMO89
Apenas (1) SFA87
apensa (1) SFA88
apercebidos (1) SMO10
Apetite (1) SMO11
aplauso (1) SLA77
Aplauso (1) SLI26
Apollo (4) SAM46, SFA53, SFE78, SLA72
Apologo (1) SMO81
Aposto (3) SFE80, SLA74, SFE70
Appella (1) SAM20
aprendeste (1) SSA92
aquella (5) SFE80, SMO89, SAM33, SAM23, SFE34
Aquella (4) SAM14, SFU37, SLA28, SAM58
aquelle (7) SMO83, SMO89, SFE78, SAM4, SAM52, SLA56, SAM23
Aquelle (1) SMO49
aquelles (3) SAM43, SMO19, SAM76
aqui (2) SMO83, SFE34
Aqui (1) SMO32
ar (2) SFE75, SMO35
Ar (5) SFU85, SFA87, SFA87, SMO67, SFU85
aras (1) SAM4
Arbitro (1) SHE100
Archanjo (1) SSA68
arde (1) SMO61
Arde (1) SMO61
ardendo (3) SMO11, SLA93, SFU37
ardente (4) SAM76, SLA12, SAM41, SHE100
ardiloso (1) SMO49
ardo (1) SAM52
ardor (1) SAM7
ardores (2) SAM52, SAM46
arduo (1) SMO5
areas (1) SLI62
arenosa (1) SAM91
arguîdo (1) SMO32
argumentoso (1) SLA99
Arismetica (1) SAM31
arma (1) SHE100
armado (1) SFU21
armas (1) SAM98
Armas (2) SLA28, SMO50
armonia (1) SLI90
Armonia (1) SFA88
Arrabida (1) SAM91
arraial (1) SFU21
arrastando (1) SLI62
Arredo (2) SFE30, SFE78
arrependimento (2) SFE39, SFE39
arriscado (1) SHE38
arruino (1) SMO49
arte (4) SAM58, SLA56, SAM23, SLA72
Arte (1) SLI90
artes (1) SMO67
arvores (2) SAM47, SFA51

43
as (46) SFA53, SLA18, SLI90, SLA97, SMO44, SHE38, SFA88, SAM98, SLA99, SFA88
ás (1) SAM2
às (4) SMO44, SHE38, SHE38, SAM4
âs (1) SMO67
As (8) SAM71, SAM48, SAM76, SMO44, SHE100, SMO84, SAM6, SAM76
asno (1) SFE75
asperezas (1) SAM71
aspira (1) SSA92
assalto (1) SMO61
assàz (1) SAM14
Assaz (1) SAM17
Assàz (1) SMO35
assegura (3) SAM27, SLI29, SMO83
asseguraste (1) SLA97
assi (9) SLA24, SLI22, SMO83, SFA53, SMO5, SMO67, SFU64, SFU64, SAM23
assombra (1) SLI29
assombramento (1) SMO49
assombro (1) SHE42
assucar (1) SFE25
Assunto (1) SAM43
assusta (1) SFE40
astro (1) SHE100
astuto (3) SLA28, SMO67, SMO35
Astutos (1) SMO11
Asunto (1) SHE100
atè (1) SLA74
atê (3) SAM33, SFE34, SLI90
Atê (1) SAM17
atento (1) SAM31
Athenas (1) SLA18
atiçada (1) SFE40
atormenta (1) SMO69
atormentava (1) SLI22
atreve (2) SAM48, SAM48
atrevida (2) SFU37, SFU64
atrevidas (1) SAM55
atrevido (1) SAM8
atropelle (1) SAM4
Augusto (2) SMO69, SHE38
aumenta (1) SLA95
aura (2) SFA87, SLI26
Aurora (5) SLI26, SLI90, SAM6, SFE70, SAM47
Austro (1) SAM91
Autor (3) SFA88, SLA36, SHE54
auxilio (1) SAM46
auzencia (6) SAM71, SFU21, SAM31, SAM66, SAM31, SAM31
Auzencia (2) SAM9, SAM41
auzente (1) SAM9
avante (1) SMO83
avara (1) SLA36
avaras (1) SAM4
avarenta (1) SSA65
avaro (1) SFA53
ave (3) SAM55, SFE75, SLI90
Ave (1) SMO67
Aventurar (1) SHE38
Aventureiro (1) SAM47
Aver (2) SAM96, SAM96
aves (1) SLI90
avexados (1) SFA88
avizado (1) SMO35
avoga (1) SHE100
Avòs (2) SLA93, SFU85
azul (1) SLI26
bafo (1) SFA51
bayles (1) SFE75
baixa (1) SMO49
Banho (1) SFA53

44
barato (1) SAM60
barbaro (1) SAM96
Barbaro (1) SLA12
Barbaros (1) SFE75
barro (1) SLA74
bastante (1) SSA86
bastão (1) SAM6
bastarda (1) SAM47
batalha (1) SAM66
batalhar (2) SHE79, SMO57
Batalhar (1) SHE79
batia (1) SAM91
Batia (1) SAM91
bautizada (1) SFU37
Bebei (2) SSA86, SSA86
bebeste (1) SSA92
beijar (1) SFE70
beijei (1) SLI62
bella (2) SFE70, SAM7
Bella (2) SAM66, SAM20
bellas (1) SAM76
Bellem (1) SSA86
belleza (5) SAM58, SMO50, SMO19, SAM43, SLA74
Belleza (1) SHE54
bellissimo (1) SMO50
bello (1) SSA68
bellos (1) SAM48
bem (24) SMO84, SHE54, SMO82, SFE13, SMO69, SAM58, SMO69, SMO16, SFE78, SFE78
Bem (3) SAM9, SMO82, SLA12
benções (1) SFE25
benina (1) SSA86
berço (1) SHE54
bezouro (1) SFE30
boa (2) SAM14, SAM14
boçal (3) SFE40, SAM96, SFE40
bocas (2) SLA28, SLA28
Bodas (1) SLA97
boliçoso (1) SAM6
bom (4) SMO59, SFE34, SMO3, SLA74
bõns (1) SFU64
bordava (1) SAM47
bosque (3) SMO89, SLI29, SLI29
botão (1) SLI26
botica (1) SFE25
boto (1) SFE78
braço (6) SHE79, SLA28, SFU64, SFU21, SSA65, SFU21
Braço (1) SAM98
braços (1) SLI22
brada (1) SMO57
bradei (1) SMO81
Bragança (1) SLA97
Bramava (1) SLI26
bramido (1) SAM91
branca (3) SLI26, SLI90, SAM91
brancos (1) SAM6
branda (1) SAM98
brando (2) SMO89, SAM6
Brando (1) SLI90
brandura (1) SFA88
bravo (1) SSA65
brazões (1) SLA93
breve (6) SHE54, SAM9, SMO69, SAM48, SAM9, SSA65
brio (1) SMO61
Brotarà (1) SSA86
brutas (1) SAM76
Bruto (1) SMO67
Brutos (1) SMO67
bruxa (1) SFE30

45
Buscayos (1) SMO10
buscando (1) SMO59
buscar (1) SLA56
Buscar (1) SMO83
c' (1) SFE70
C (1) SHE100
cà (5) SFU37, SFE80, SFE34, SFU21, SFE70
câ (2) SHE79, SAM23
Câ (1) SMO32
cabe (2) SAM41, SMO50
cabeça (1) SFE78
cabedal (1) SAM9
cabellos (1) SAM6
cada (4) SLA56, SFE39, SMO81, SMO57
Cada (2) SAM60, SMO15
cadea (1) SAM60
cadeas (1) SLI62
cadeira (1) SLA72
cae (1) SMO61
caes (1) SAM8
caiba (1) SAM41
caído (1) SAM8
callar (1) SFE30
Callar (1) SFA53
callarei (1) SAM41
callava (1) SLI22
Calliope (1) SLA99
CALLIOPE (1) SPR1
calma (1) SAM41
Cama (1) SFE40
Camareiro (1) SFA88
caminha (2) SAM23, SAM23
caminho (3) SMO83, SMO83, SAM23
caminhos (2) SFA88, SMO83
campo (3) SFA87, SMO81, SSA65
Candea (1) SFE40
candida (1) SSA86
cansada (1) SMO32
cansado (1) SAM47
Canseime (1) SMO82
canta (1) SLI26
Canta (1) SLI90
cantados (1) SAM2
cantando (1) SLA77
cantarei (1) SLA24
cantaro (1) SFE39
cantas (1) SLA12
canto (4) SAM33, SLA56, SLA56, SLI90
cantos (1) SLA24
Cão (1) SFE40
Caparica (1) SFE25
çapatos (1) SFE13
Capitão (1) SFU21
Capricho (1) SMO3
carapuças (1) SFE13
caras (1) SAM4
Carceres (1) SMO69
caro (1) SHE38
carrancas (1) SAM71
carregada (1) SLI26
carta (2) SLA18, SLA18
cartas (1) SLA18
cartuxa (1) SFE30
carvão (1) SAM96
Casamento (1) SLA36
Cascaes (1) SFE34
caso (1) SLA36
Casos (1) SMO10

46
casta (1) SFA51
Castello (1) SFU21
castigais (1) SAM17
castigo (6) SAM8, SFE80, SHE38, SMO19, SAM31, SMO15
Castro (2) SLA99, SLA99
Catholico (1) SSA63
cativa (2) SLA18, SMO15
catorzada (1) SFE75
Catuxa (1) SFE30
causa (2) SMO19, SMO15
cautella (1) SAM7
cavernosa (1) SAM91
cazado (2) SAM55, SFE70
cazamento (1) SAM96
Cazinha (1) SFE40
cazo (3) SAM96, SFE39, SSA65
cedo (6) SFE13, SAM6, SSA86, SMO57, SAM60, SAM23
cega (1) SMO35
cegamente (1) SLA95
cegarme (1) SAM98
cego (3) SAM60, SAM8, SAM6
cegos (2) SMO81, SMO81
Celebra (1) SLA97
celebrada (2) SLA94, SLA95
Celebrado (1) SSA63
Celebrando (1) SLA93
celebrar (1) SAM43
celebraste (1) SLA97
celebre (1) SFA51
celebrou (1) SSA92
celeste (1) SHE79
celestes (1) SAM76
celestial (1) SAM46
Celestial (1) SSA68
Cem (1) SAM71
cento (2) SFE75, SMO84
centros (1) SAM48
ceo (2) SAM23, SMO16
Ceo (17) SAM52, SAM76, SMO61, SMO19, SLI26, SLA94, SLA94, SFU37, SLA72, SFU85
Ceos (2) SMO83, SFU64
Ceptro (2) SSA63, SSA63
cera (2) SFA51, SAM98
Cera (1) SHE100
cerca (1) SAM7
Cercado (1) SFU64
cerco (1) SMO61
cerra (1) SMO81
cerrado (1) SLA94
cerrar (1) SLA28
certa (3) SAM27, SMO5, SSA92
certamen (2) SSA63, SAM48
certo (5) SAM45, SMO83, SLA56, SLA28, SFE78
Certo (1) SAM52
certos (1) SLA28
Cesar (3) SHE79, SHE38, SHE79
cesse (1) SAM7
chama (2) SMO35, SHE38
chamado (1) SMO32
chamais (1) SMO11
chamarei (1) SMO49
chamas (1) SLA93
chamo (1) SFE75
chante (1) SFE78
chão (1) SMO61
charco (1) SFE13
chaves (1) SLA28
Cheas (1) SFU21
chega (3) SLI29, SLA94, SFA87

47
chegada (1) SAM33
chegado (1) SAM71
chegando (1) SAM6
chegar (1) SMO89
Chegarte (1) SFU21
chegue (1) SMO69
Cheguei (1) SAM71
cheiro (2) SLA94, SFA87
chora (3) SLI26, SMO89, SAM6
choradas (2) SAM76, SAM76
chorados (1) SAM2
Chorais (1) SFU37
chorão (1) SFU21
chorar (1) SLI29
chorava (1) SAM76
Chore (1) SLA18
chorei (1) SLA24
choreis (1) SFU37
choro (1) SHE54
chove (1) SFE78
cidade (1) SLA24
Cidade (1) SAM71
ciencia (1) SLA36
cientifica (1) SLA28
cilicio (1) SFE13
cima (1) SFE39
cinco (1) SSA86
Cintia (1) SAM41
Cinza (1) SMO73
Cinzas (1) SMO44
circular (1) SLA12
Cisne (1) SLA77
cisterna (1) SSA86
ciumes (1) SFU37
clara (2) SLA94, SLA36
claridade (1) SAM7
Clarissimo (1) SLA36
claro (1) SLI29
Claudio (1) SMO69
Clori (1) SLI26
Cloris (2) SAM20, SAM20
co (10) SFA88, SMO69, SLA94, SAM9, SFU37, SMO81, SMO89, SMO11, SAM46, SMO89
co' (1) SAM98
Co (1) SMO59
cobiça (2) SMO57, SMO57
cobre (1) SAM2
Coimbra (1) SFE80
colera (1) SMO3
colher (1) SMO82
colheu (1) SFA87
colunas (2) SMO44, SLA97
com (41) SMO19, SSA86, SLA95, SMO82, SHE54, SMO49, SMO61, SMO5, SLA12, SAM91
Com (15) SAM31, SFE13, SMO3, SLA77, SAM4, SMO19, SMO84, SLA95, SMO44, SMO67
combatido (1) SFU21
Comedia (1) SMO11
comedida (1) SAM58
Comedindo (1) SLI90
comercio (1) SAM9
Cometas (1) SAM76
comigo (7) SMO81, SMO15, SAM46, SLA24, SPR1, SFE80, SMO5
como (35) SHE100, SHE54, SFE34, SHE38, SMO69, SFE30, SFE30, SAM46, SMO15, SFE70
Como (9) SAM45, SMO15, SMO49, SMO89, SMO5, SSA65, SMO67, SAM43, SAM8
compadeça (1) SMO16
Compadre (1) SFE70
companheiro (1) SSA68
companhia (1) SMO50
comparte (1) SLA72
competia (1) SHE42

48
competindo (1) SFU85
composto (2) SLA28, SLA72
compra (1) SMO69
Compres (1) SAM8
compusera (1) SMO5
comunicado (1) SFA53
con (1) SLA74
Conceição (1) SSA63
conceitos (1) SMO19
concertado (1) SMO3
conchas (1) SAM76
conciencia (1) SMO11
Conde (2) SHE79, SFA88
condição (2) SAM98, SMO35
conferencia (1) SMO11
confiada (1) SLI26
confiadamente (1) SSA86
confiado (1) SLA28
confiando (1) SMO81
confio (1) SMO61
confissão (1) SMO59
confunde (1) SLA36
confundome (1) SAM43
confusão (1) SAM45
Confuza (1) SMO50
conhecendo (2) SAM20, SAM4
Conhecendose (1) SAM7
conheceo (1) SLA24
conhecer (1) SLA18
conhecera (1) SMO67
conhecereis (1) SAM45
Conheceuse (1) SFU21
conheci (1) SLA74
conhecida (2) SAM45, SAM27
conhecido (1) SAM96
Conhecivos (1) SLA74
conheço (5) SLA74, SAM66, SAM27, SAM9, SMO49
conquista (1) SAM9
conquistada (2) SLA12, SLA12
consagrase (1) SSA63
conseguido (1) SAM8
consente (1) SMO89
Considera (2) SMO67, SHE79
consiste (1) SMO57
consoada (2) SFE25, SFE25
consoantes (1) SFE34
consorte (1) SLI62
constante (6) SFU21, SMO61, SMO73, SLA72, SLA72, SSA86
constantes (2) SAM76, SAM76
Consul (1) SMO69
Consular (1) SMO11
consumime (1) SMO82
conta (2) SLA77, SAM71
Conta (2) SMO82, SAM31
contagio (1) SPR1
contallla (1) SAM58
contando (1) SMO81
contar (1) SLA77
Contar (1) SLA77
conte (1) SMO59
contemplo (1) SAM27
contenda (2) SAM17, SMO3
contendas (1) SAM8
contenta (1) SAM41
contente (2) SLI26, SFE13
contentes (1) SAM6
contingencia (1) SLA36
continha (1) SSA86

49
continua (1) SAM71
Conto (1) SMO59
contra (9) SAM55, SFU37, SAM55, SAM52, SFU64, SAM4, SAM55, SMO69, SMO82
Contra (5) SMO5, SMO5, SAM98, SFU37, SLA74
contrahio (1) SLA74
contraria (2) SHE79, SLA28
contrarias (1) SMO67
contrario (3) SFU21, SMO69, SAM14
contrarios (1) SHE100
convalecencia (1) SLA24
convalecendo (1) SLA24
convento (1) SLA94
convertido (1) SAM96
convida (1) SLA94
convidava (1) SFE78
convinha (2) SAM23, SAM33
copia (2) SAM45, SAM45
Copia (1) SHE100
coração (5) SHE79, SLI22, SAM58, SAM58, SHE79
cores (3) SMO44, SAM48, SFA87
coronel (1) SMO61
corpo (1) SMO50
corrão (1) SSA86
Corre (1) SLI22
Correndo (1) SFE34
correspondente (1) SAM76
corria (1) SLI22
corrido (1) SFE70
Corta (1) SSA68
cortada (1) SFU37
cortava (1) SMO89
corte (3) SAM98, SLA24, SFU64
Corte (2) SMO32, SMO32
cortez (1) SFE34
cortezes (1) SFE34
cortezia (1) SFE30
cortou (1) SFU64
corvos (1) SFA88
cos (2) SFE40, SFA88
Cos (1) SFE30
Coscorões (1) SFE25
costumada (1) SAM33
costume (2) SMO83, SLA36
cousas (1) SFE25
Coutadinho (1) SFE40
Coutinho (1) SLA18
couzas (1) SFE39
cova (1) SFE25
Cova (1) SMO50
crê (1) SSA63
Crecem (1) SAM52
Crecerão (1) SHE54
crecerdes (1) SHE54
creces (1) SLA77
crede (1) SFE78
credes (1) SFE30
credito (3) SHE79, SLA77, SMO82
crendo (1) SSA63
Crendo (1) SAM20
creo (2) SFE80, SLA28
crer (5) SAM7, SMO73, SAM60, SAM52, SMO35
Crerà (1) SAM41
cria (1) SAM52
Cristo (1) SFE78
crú (1) SAM98
crueis (1) SLI62
cruel (2) SHE38, SAM43
cruento (1) SMO16

50
cuberto (1) SAM43
cubria (1) SLI22
cubrir (1) SMO16
cuidado (4) SMO3, SAM31, SLI29, SAM47
cuydado (2) SAM27, SMO32
cuidados (2) SAM7, SAM2
cuydados (1) SLA95
cuidais (2) SLA24, SFE30
cuidando (1) SMO59
cuidar (1) SAM27
cuidarâ (1) SAM17
cuydàra (1) SLA36
cuidareis (1) SAM23
cuydaveis (1) SFE39
cuydei (1) SMO82
cuydeis (1) SAM33
cuides (1) SAM60
cuido (2) SAM45, SFE13
cuja (1) SLA36
Cuja (2) SHE42, SLA94
cujas (1) SFU37
cujo (2) SLA94, SAM96
Cujo (1) SMO50
culpa (2) SMO59, SAM48
culpado (1) SAM17
culpas (1) SFU64
culto (2) SAM58, SLA12
Cuma (1) SFE30
cumpridos (1) SLA93
cumprir (1) SMO84
Cunha (5) SFA53, SFE34, SMO32, SFE70, SFE13
cura (1) SAM55
Cura (1) SFE39
curta (1) SLI62
custa (1) SAM71
custaria (1) SAM71
custo (1) SMO69
custosa (1) SAM9
Custosa (1) SAM33
custoso (1) SAM60
d' (27) SMO61, SLA18, SAM58, SPR1, SMO10, SAM46, SMO10, SLA74, SAM46, SAM43
D (6) SFE13, SFE34, SMO32, SFE70, SFU37, SFU64
D' (7) SFE34, SFU37, SAM52, SAM76, SAM96, SAM58, SMO32
da (102) SHE100, SAM47, SMO67, SAM91, SAM33, SLI62, SMO61, SMO89, SAM91, SAM31
dà (3) SHE42, SFA51, SFA51
Da (9) SMO49, SMO57, SAM48, SAM2, SLI29, SMO67, SFU64, SFU64, SAM33
Dà (1) SFE39
dada (1) SLA94
dadas (2) SFE75, SAM76
dado (4) SAM96, SMO84, SMO83, SMO35
dados (1) SAM2
Daime (1) SFE30
dais (3) SFE80, SAM17, SAM9
Dalhe (1) SMO44
Daliana (1) SAM91
Dalizo (1) SLA56
Dama (2) SAM43, SAM96
dando (1) SFE30
Dando (1) SFE70
Daniel (1) SLA72
dano (7) SMO15, SMO16, SMO35, SMO49, SAM8, SMO16, SMO3
danos (5) SPR1, SLI62, SMO44, SMO10, SMO57
dão (1) SFA51
Dão (1) SMO57
daquelles (1) SMO32
dar (4) SFE39, SAM23, SFA53, SAM52
dàr (1) SLA24
darme (1) SAM98

51
darte (3) SLI90, SFU64, SAM58
das (20) SLA28, SAM47, SLA93, SFE39, SAM2, SFU64, SLA95, SFA87, SLA74, SSA63
dâs (2) SAM60, SMO44
Das (4) SHE42, SLI62, SMO67, SLA74
dava (1) SLI22
de (231) SLA36, SLA12, SLI29, SAM4, SMO16, SAM41, SMO32, SLA36, SLI90, SFA51
dè (1) SHE54
dê (1) SHE54
De (29) SMO89, SSA86, SFE25, SSA86, SSA65, SFE80, SFU37, SHE100, SAM45, SHE42
DE (1) SPR1
deças (1) SMO57
dece (1) SAM43
Dece (1) SAM8
deceo (1) SFU37
Deces (1) SLI90
declara (1) SLA56
declaralla (1) SAM58
declare (1) SLA99
declarei (1) SAM58
Dedalo (1) SLA97
dedo (1) SMO81
dedos (1) SFE40
defenda (2) SFA88, SFA88
defende (2) SFA88, SSA63
Defende (1) SSA63
defendendo (1) SAM4
defender (1) SFA88
defensa (3) SAM4, SFA88, SFA88
defensas (1) SFA88
defronte (1) SMO89
deixa (2) SAM23, SAM41
Deixa (2) SAM47, SMO3
deixado (1) SMO15
deixai (2) SAM4, SHE100
Deixai (2) SLA94, SMO32
deixaime (1) SAM17
deixando (1) SAM43
deixão (1) SFE75
deixára (1) SLA56
deixárão (1) SFE25
deixareis (1) SLA74
deixas (1) SFU21
deixaste (1) SLA93
deixava (1) SMO89
deixe (1) SAM9
deixem (1) SMO10
deixes (1) SAM60
deixo (3) SMO49, SLA56, SAM60
deixou (1) SLA24
delinquente (1) SAM17
delirio (1) SMO19
delito (1) SMO59
delitos (1) SPR1
della (5) SAM17, SFU64, SAM20, SAM66, SAM7
delle (5) SAM4, SMO89, SAM20, SAM17, SAM27
Delle (1) SFU64
delles (1) SAM43
demazia (1) SMO32
Deminuir (1) SAM31
Demonio (2) SFE13, SFE13
denotado (1) SHE100
dentes (1) SAM6
dentro (4) SMO15, SMO35, SFE40, SFE39
Dentro (1) SMO11
depois (1) SFU37
deposita (1) SAM76
depressa (1) SLA94
der (1) SMO82

52
dera (2) SMO5, SAM98
derão (1) SMO44
derrama (1) SLA28
derramadas (1) SAM76
Derramadas (1) SAM76
derramado (1) SMO61
derrete (1) SFA51
desacredita (1) SMO73
desatino (1) SMO49
desato (1) SAM60
desbarato (1) SAM60
descifraste (1) SHE79
desconcerto (1) SMO83
desconcertos (1) SMO3
desconhecida (1) SAM7
Descreve (1) SSA63
Descubro (1) SMO59
descuidada (1) SMO35
descuidado (1) SAM47
desculpa (1) SLA95
desculpado (1) SMO32
desde (2) SFE34, SHE38
Desde (1) SMO32
desdẽns (1) SMO44
desdo (1) SMO83
desencerra (1) SAM43
desenganada (1) SFE39
Desenganase (1) SMO61
desengano (2) SFE39, SAM2
desenganos (5) SMO57, SMO44, SMO44, SPR1, SMO10
desespera (1) SAM14
desesperada (1) SAM14
desgraça (3) SAM55, SHE54, SAM23
Desgraça (1) SLI22
desgraças (1) SLA95
deshumana (1) SAM91
desmente (1) SMO61
desobrigue (1) SMO16
desornada (1) SFA87
Despedida (1) SAM23
despedido (1) SAM27
despeja (1) SLI29
despejo (1) SFE80
Despiose (1) SLI26
despoes (6) SMO61, SAM71, SMO89, SAM52, SAM27, SAM71
Despoes (1) SAM66
Despois (1) SAM9
desprezada (1) SAM14
desprezais (1) SAM17
Desprezas (1) SLA93
desprezastes (1) SAM48
desprezivel (1) SFE40
desprezo (2) SMO61, SAM17
dessemelhante (1) SAM96
desta (9) SSA86, SFA51, SFE25, SFA88, SLA94, SLA95, SHE79, SFE75, SAM55
Desta (1) SLA94
deste (4) SHE79, SMO57, SLI29, SMO15
Deste (1) SLA97
desterra (1) SMO73
destes (7) SMO73, SFE78, SMO83, SMO19, SFU37, SHE38, SAM20
destina (1) SAM8
destino (2) SFA51, SAM17
destra (2) SLA28, SHE100
destreza (2) SLA28, SLA28
destroncada (1) SFE40
desvario (4) SMO89, SMO3, SMO3, SMO3
desvello (2) SSA68, SAM58
desventura (3) SMO16, SAM55, SLI29

53
desvião (2) SSA68, SMO81
desvio (3) SAM31, SAM41, SMO3
detado (1) SMO19
detella (1) SAM17
determinas (1) SLA28
detida (1) SAM58
deu (5) SFU64, SFU64, SFE70, SAM98, SHE42
Deus (17) SLA94, SFE80, SSA92, SSA65, SSA63, SLA94, SAM46, SMO59, SSA86, SSA92
devagar (1) SLA24
deve (1) SAM48
devemos (1) SFA87
deveslhe (1) SAM8
devida (1) SLI62
Dexa (1) SMO49
dez (1) SFE70
Dez (2) SMO11, SAM71
dezeja (2) SMO89, SLA94
dezejada (2) SAM33, SLI26
dezejo (4) SFE80, SMO5, SMO5, SLI22
dezejos (1) SLA93
dezia (1) SLI22
dia (14) SMO81, SSA92, SFE78, SAM47, SHE42, SMO73, SAM43, SFE75, SFA88, SLA94
Diafanto (1) SLA72
Dialogo (1) SMO35
Diamante (1) SAM96
Diâmante (1) SAM96
diante (3) SFE80, SAM58, SAM46
dias (5) SAM6, SAM71, SAM14, SMO44, SAM66
differente (1) SAM2
differentes (2) SAM6, SMO50
difunto (1) SLI26
diga (1) SAM17
digas (1) SFA53
digno (2) SHE38, SAM33
Digno (2) SHE38, SMO11
digo (4) SFE80, SLA56, SFE13, SFE75
dilatada (1) SLA24
dina (1) SSA86
Dina (1) SSA86
dino (2) SAM17, SSA68
Diogo (3) SLA36, SLA28, SLA36
Diràs (1) SMO44
direi (1) SFA53
Direi (1) SFA53
direis (2) SFE30, SFA51
dirija (1) SSA68
Dirlhe (1) SAM46
disculpar (1) SMO19
Discursais (1) SMO11
Discurso (1) SFE75
disfarçado (1) SMO11
disparar (1) SMO81
dispensa (2) SFA88, SAM4
disse (3) SMO69, SAM14, SFE39
Disse (1) SFE80
Dissera (1) SAM58
Dissimular (1) SAM7
Disso (1) SFE25
dita (2) SAM14, SMO49
ditas (1) SMO32
dito (3) SFA53, SAM55, SLA97
ditoso (4) SLA97, SAM6, SMO49, SAM14
Ditoso (3) SMO57, SLI22, SLI22
ditozo (1) SAM98
divinas (1) SMO19
divino (5) SFA51, SFE39, SFU37, SFE39, SSA68
divinos (1) SSA86
diz (6) SFE40, SMO73, SSA65, SMO69, SMO73, SAM91

54
Diz (1) SMO73
Dizeilhe (1) SFE70
dizeimo (1) SAM45
dizella (1) SAM17
dizello (1) SAM58
dizem (1) SLA74
dizer (3) SFA88, SLA56, SFE25
Dizes (1) SMO69
Dizme (1) SMO73
do (102) SAM98, SHE100, SPR1, SAM91, SAM20, SMO84, SMO50, SLA93, SMO67, SAM41
dò (1) SFE34
Do (15) SLA93, SAM96, SMO83, SAM91, SSA68, SAM71, SLA99, SFU64, SLA24, SSA68
DO (1) SPR1
dobra (1) SLI62
dobrados (1) SLA77
doce (4) SLI90, SSA68, SAM47, SLI22
docel (1) SMO61
Doces (1) SAM46
Documento (1) SLA36
doçura (3) SFA53, SFA87, SAM2
doe (1) SFE40
Dom (7) SMO32, SFE13, SFE13, SFE34, SFE78, SFE70, SHE54
Domine (1) SSA65
Domingos (1) SFE75
Dona (2) SFE70, SLA74
donde (9) SAM52, SMO59, SFU37, SMO89, SAM91, SAM6, SHE79, SMO59, SFE70
Donde (4) SLA94, SAM76, SMO50, SMO59
dono (1) SAM96
donzella (1) SAM47
dor (11) SMO69, SMO16, SMO82, SAM41, SAM41, SAM41, SLA24, SMO15, SLI22, SAM9
dores (4) SFA51, SFA51, SMO44, SAM2
Dorme (1) SAM47
dormindo (1) SFE75
dos (24) SSA92, SAM46, SFE13, SSA63, SSA63, SAM17, SAM45, SHE100, SMO57, SAM48
Dos (7) SLA93, SMO69, SLA99, SSA68, SAM48, SFU85, SLA77
dourado (2) SMO61, SLA36
dous (7) SSA63, SSA63, SAM17, SAM45, SFE78, SMO11, SLA99
Dous (1) SMO11
Doutor (2) SLA95, SLA99
doutrina (1) SLA36
doutrinas (2) SLA28, SLA77
Douvos (1) SMO10
Duarte (2) SFU64, SFU64
duas (1) SLA77
dura (9) SLI29, SAM20, SMO83, SHE79, SMO16, SAM33, SMO82, SAM52, SMO32
durar (1) SMO82
duras (1) SAM98
duro (5) SAM55, SMO69, SAM71, SFU64, SAM55
Durou (1) SAM91
duvida (4) SAM7, SAM7, SAM41, SAM27
duvidada (2) SAM7, SLA12
duvidais (2) SAM45, SSA65
Duvidais (1) SSA65
duvidando (1) SLA77
duvidas (1) SHE79
duvido (1) SAM45
duvidosos (1) SFU85
e (187) SMO73, SMO16, SMO82, SMO67, SAM47, SFU21, SMO61, SLA94, SAM66, SLA72
é (1) SMO35
E (43) SMO69, SMO16, SMO11, SLA74, SLA97, SMO32, SAM27, SFE30, SAM33, SHE38
eco (1) SAM91
ecos (1) SFU85
Edificio (1) SLA97
effeito (1) SAM52
Effeito (1) SFA87
Eillas (1) SAM55
Eillo (1) SMO89
eis (1) SMO11

55
Eis (1) SMO83
Eixo (1) SSA63
El (2) SHE38, SHE100
elegancia (2) SAM2, SFA53
elegante (3) SLA72, SSA68, SLA72
eleição (1) SFE30
eleje (1) SMO5
elejo (1) SMO5
elemento (1) SFA87
Elemento (1) SFE39
Elementos (1) SSA65
eleva (1) SSA86
ella (4) SAM20, SLI22, SFU64, SAM45
Ella (3) SMO81, SAM20, SAM33
ellas (1) SFA53
elle (10) SFE78, SAM20, SMO5, SMO5, SFE34, SAM4, SFU64, SSA65, SLA12, SLA12
Elle (1) SMO5
elles (3) SFA53, SAM43, SAM43
Elogio (4) SLA28, SLA95, SLA77, SLA72
eloquencia (1) SLA36
eloquentes (1) SLA18
Elvas (1) SHE79
em (112) SHE100, SLA36, SHE42, SLA97, SLI26, SAM41, SAM6, SFE80, SAM76, SAM4
Em (21) SLA94, SLA99, SFU85, SMO73, SAM2, SAM47, SFE30, SMO83, SMO84, SMO82
emanou (1) SSA86
Embaixador (1) SLA18
embora (3) SAM8, SFA51, SAM60
embravecido (1) SAM91
emenda (2) SMO3, SMO3
emfim (2) SAM43, SAM46
Emfim (2) SAM48, SAM33
eminente (1) SLA99
emisferio (1) SHE38
emmudeça (1) SMO16
empenho (1) SPR1
Emperador (1) SMO69
Empirea (1) SAM43
emprego (1) SFE39
empregos (1) SMO81
emprende (1) SLA72
emprenhandome (1) SAM66
emprestandose (1) SLA99
empreza (1) SMO15
Empreza (1) SHE100
emprezas (1) SLA99
en (1) SMO5
encaminhe (1) SLI22
encantar (1) SMO44
encanto (1) SHE42
encerra (1) SMO73
encerrado (1) SAM31
encobre (1) SAM7
Endoudece (1) SFE75
enemigo (1) SAM14
enferma (1) SFE80
Enfermastes (1) SLA24
enfermidade (1) SLA24
enfermou (1) SLA24
enfim (1) SAM23
engana (1) SLA74
enganado (1) SAM27
enganas (1) SMO11
engano (3) SMO49, SAM20, SMO16
enganos (6) SMO19, SMO44, SMO49, SMO57, SLI62, SMO69
enganoso (1) SMO49
engastado (1) SAM96
engaste (1) SSA92
engeitais (1) SLA94

56
engenho (1) SLA56
engrandecera (1) SLA56
engrandeço (1) SAM66
enobrece (1) SAM98
enriqueces (1) SLA77
ensaya (1) SMO15
Ensinaime (1) SAM27
ensinas (1) SLA28
ensinaste (1) SSA92
ensoço (1) SMO3
então (1) SAM2
Então (4) SSA65, SFU64, SMO81, SLA56
entendas (1) SAM8
entende (2) SAM7, SFA88
Entende (1) SAM98
entender (1) SAM58
entendimento (1) SAM66
entendo (1) SLA18
entoa (1) SLA72
entrambos (1) SLA99
Entrambos (1) SLA99
Entrão (1) SMO11
entrar (3) SFE40, SLA94, SSA65
Entraste (1) SMO35
entre (8) SAM47, SFA51, SAM96, SSA68, SAM43, SLI29, SMO10, SAM43
Entre (3) SLA28, SLI90, SLA94
entrega (1) SLA94
entregarei (1) SAM23
entregouse (1) SFU21
entreguei (1) SAM60
entreis (1) SSA65
Entretense (1) SAM98
entronizado (1) SMO69
enveja (5) SHE42, SLA28, SLI29, SLI22, SFU21
Enveja (4) SAM48, SMO15, SAM14, SHE54
envejada (1) SMO57
Envejada (1) SLA74
envejas (2) SHE42, SFU64
Envejoso (1) SMO89
envolto (1) SLA95
enxovia (1) SFE78
enxuga (1) SHE100
enxutas (1) SAM76
epitafio (1) SLA99
Epitalamico (1) SLA97
era (10) SMO50, SLA36, SSA92, SLI26, SAM14, SAM14, SAM27, SLA24, SMO67, SAM14
Era (2) SFE39, SFE39
erão (2) SAM52, SMO44
ereis (1) SLA74
erguida (1) SAM60
erguido (1) SAM91
erra (1) SMO73
Errada (1) SMO35
errado (4) SMO83, SMO11, SPR1, SMO35
erro (3) SMO83, SLA24, SMO3
Erro (1) SMO35
erros (1) SSA68
errou (2) SMO81, SFE75
es (7) SAM8, SLA28, SHE42, SMO35, SMO73, SMO35, SHE42
Es (3) SMO35, SMO73, SMO35
escapar (1) SAM20
Escape (1) SMO61
escarmento (5) SHE42, SAM20, SMO10, SAM8, SAM60
Escarmento (2) SMO49, SPR1
escarnecida (1) SMO57
Escolhei (1) SFA51
escolhera (1) SMO5
esconde (3) SHE79, SAM7, SFA53

57
Escoto (1) SLA72
Escravo (1) SSA65
escreve (1) SLA72
escreveo (1) SFE34
escrever (1) SFE75
escreves (2) SLA12, SFA53
escrito (2) SFA53, SLA95
escritos (3) SLA18, SPR1, SLA18
Escritura (1) SLA72
escrupulosa (1) SLA74
escudo (2) SAM4, SAM4
escura (5) SFE40, SMO50, SAM47, SMO16, SAM43
escurecidos (1) SLA93
escuro (1) SAM55
Escusase (1) SMO19
Escutayme (1) SFE80
escuto (4) SLA77, SLA18, SFA51, SMO35
escuzar (1) SFU64
Escuzase (2) SMO69, SPR1
esfera (3) SAM48, SHE38, SAM98
esferas (1) SLA12
esforça (1) SLI90
esgares (1) SFE25
esmeraldas (1) SLI29
esmo (1) SAM27
espada (1) SLA12
Espada (2) SLA28, SAM98
espante (1) SFE80
espanto (3) SFE39, SLI26, SHE54
Espartas (1) SLA18
espera (4) SAM14, SLA97, SLI62, SAM27
esperada (2) SFU37, SAM33
Esperay (1) SMO82
esperais (1) SMO81
esperança (6) SMO69, SPR1, SLA93, SHE54, SMO10, SSA63
Esperança (1) SLA97
esperanças (1) SMO82
Esperanças (1) SMO82
esperar (3) SLA18, SMO5, SAM6
esperava (2) SMO89, SLI22
Esperdicemse (1) SAM76
espere (1) SMO69
esperes (1) SLI22
espero (3) SAM6, SAM46, SFA53
Esposa (2) SSA86, SLA74
Esposos (1) SSA86
esprito (2) SAM43, SFA53
Espritos (1) SFU37
esquece (3) SMO67, SAM47, SMO67
esquecimentos (1) SLA97
esqueço (1) SMO67
essa (8) SAM58, SFA87, SLA74, SAM71, SFA87, SFE34, SAM47, SLI90
Essa (4) SMO35, SFU37, SFA87, SAM20
essas (3) SLI62, SMO32, SMO32
esse (5) SSA65, SAM46, SFA87, SMO73, SAM98
Esse (1) SMO35
esses (1) SMO44
Esses (1) SLI62
essoutro (1) SMO32
essoutros (1) SFE13
esta (13) SAM60, SLA95, SLI29, SMO59, SAM47, SFE30, SMO19, SAM31, SMO59, SFE25
estâ (6) SLI26, SFU21, SLI26, SFU37, SMO44, SLA56
Esta (5) SHE42, SMO15, SMO15, SLA28, SMO15
Estâ (1) SFE13
estado (5) SMO49, SAM27, SLA36, SAM71, SAM47
estados (1) SLA95
estais (2) SAM55, SAM52
estando (2) SLA74, SFE75

58
Estando (1) SHE54
estar (6) SAM9, SAM9, SAM47, SAM20, SAM33, SFE75
estár (1) SMO57
estas (4) SLA18, SFE70, SLA28, SMO11
estàs (2) SLA93, SHE42
estâs (1) SFU64
estatuto (1) SMO67
estava (4) SFE80, SMO89, SMO32, SFE75
estavas (1) SHE42
estaveis (1) SMO82
este (11) SMO83, SFE70, SSA63, SMO15, SAM4, SMO73, SAM60, SMO3, SAM41, SMO3
Este (4) SFA53, SSA68, SLA72, SLA72
Estendendose (1) SFU85
esteril (1) SAM41
estes (1) SMO10
Estes (1) SAM2
estillo (3) SFE30, SFE34, SAM2
estima (1) SFE39
estimada (1) SAM96
estimado (1) SAM66
estime (1) SFE75
estio (2) SLI29, SLI29
Estio (1) SAM41
estivera (1) SAM27
estivestes (1) SMO19
estou (2) SLI26, SMO11
Estoutra (1) SAM7
estragos (2) SAM52, SMO44
estrancho (1) SAM41
estranhe (1) SAM2
estranhezas (1) SAM71
estreita (1) SFU64
estreitas (1) SAM52
estrella (3) SMO61, SAM20, SHE54
Estrella (1) SLA94
estrellas (1) SLA94
estremece (1) SAM91
estuda (1) SFE75
estudo (2) SAM4, SFE75
eterna (4) SSA86, SSA86, SSA63, SPR1
eternamente (3) SFE40, SLA99, SLA93
Eternamente (1) SLA93
eternas (1) SSA86
eternidade (2) SAM71, SSA63
Eternidade (1) SLA28
eternizar (1) SMO19
eternizaste (1) SLA97
eterno (3) SLA12, SHE100, SLA97
eu (43) SMO15, SLI26, SAM6, SAM14, SAM58, SLA24, SFE75, SFE80, SFE39, SAM45
Eu (10) SFE78, SMO49, SAM45, SFE13, SAM17, SMO59, SAM17, SMO81, SLI29, SPR1
Evangelista (1) SSA92
evita (1) SAM66
evitar (1) SPR1
examinação (1) SLA18
excelente (1) SLA99
excellencia (1) SLA95
Excellencias (2) SLA95, SLA95
Excellente (1) SLA95
excesso (2) SLA12, SSA86
exemplo (3) SLA93, SPR1, SHE100
exemplos (2) SLI29, SMO69
exercita (3) SAM14, SMO49, SLA36
Eximindo (1) SLA36
exprimenta (1) SMO69
F (1) SFE25
Fabio (1) SMO57
fabricada (1) SAM7
fabricas (1) SLA97

59
faça (3) SFE78, SAM9, SFE40
façais (4) SFE25, SMO67, SMO10, SMO82
Façame (1) SFA88
façamos (1) SMO3
faço (2) SAM17, SMO59
fadigas (1) SMO5
Fado (9) SMO15, SAM31, SAM4, SAM23, SAM8, SFA51, SAM31, SAM98, SMO49
Fados (1) SLI62
falla (1) SLA72
Falla (1) SMO35
Fallai (1) SAM45
fallando (1) SMO59
Fallando (1) SFE75
Fallava (1) SLI22
fallou (1) SMO73
falso (2) SMO82, SAM66
falta (4) SAM47, SLA56, SLA94, SFE39
faltarà (1) SFE75
fama (4) SLA77, SLA97, SAM8, SLA77
Fama (3) SHE100, SHE38, SLA28
Familiar (4) SFA51, SFA88, SFA87, SFA53
famosa (1) SHE42
famoso (3) SLA99, SLA99, SLA12
famosos (1) SFU85
fantazia (2) SMO50, SLA18
farà (2) SAM4, SLA94
farei (3) SFE78, SMO83, SLA77
fareis (1) SAM7
Fareis (1) SAM27
favor (1) SMO67
faz (10) SAM71, SAM98, SSA86, SAM98, SFE40, SAM48, SAM98, SMO32, SAM98, SAM98
faze (1) SLA77
Fazei (1) SAM20
fazeis (2) SLA95, SAM47
fazem (1) SMO67
fazendo (2) SMO11, SMO15
fazer (3) SAM43, SMO16, SMO50
Fazer (1) SFU85
fazia (2) SFE40, SAM6
fazião (1) SMO81
fé (1) SAM33
fè (1) SAM31
fê (3) SLA74, SFA53, SAM31
Fè (3) SAM14, SSA63, SAM14
Fê (3) SSA63, SAM7, SAM27
feas (1) SLI62
fechada (2) SFE40, SFE25
feira (1) SFE13
feiticeira (1) SFE30
feito (1) SFE78
feitos (2) SFU85, SMO19
Feitos (1) SFE78
felice (1) SHE42
feliz (3) SLI90, SHE100, SHE38
feminil (1) SSA92
Fenis (1) SLA93
fera (1) SMO16
Fera (2) SMO67, SAM98
fere (1) SAM55
ferida (2) SFU37, SAM48
feridas (1) SAM55
ferido (1) SMO61
fermosa (1) SLA74
Fermosa (1) SAM31
fermosas (1) SLI62
fermoso (2) SAM6, SMO61
Fermoso (1) SAM43
fermosos (1) SAM48

60
fermosura (8) SAM48, SMO50, SMO83, SAM43, SAM20, SFA87, SAM55, SMO61
Fermosura (2) SMO50, SMO50
fero (2) SAM46, SAM91
ferro (2) SFU64, SAM96
fes (2) SFU64, SFU64
festa (1) SFE75
festejar (1) SAM33
Festivo (10) SFE40, SFE70, SFE13, SFE34, SFE78, SFE39, SFE25, SFE30, SFE75, SFE80
fez (6) SLA99, SHE38, SLA36, SMO49, SAM52, SFE70
fias (1) SMO44
fiavas (1) SHE42
fica (4) SFE25, SAM4, SMO82, SAM60
fico (1) SFE78
fieis (2) SAM46, SMO82
fiel (3) SAM60, SLI62, SMO15
figas (1) SMO11
Figueiredo (1) SLA28
figura (1) SFE34
Filha (3) SFE70, SFU37, SLA74
filho (1) SLI90
Filho (3) SSA63, SSA63, SSA68
filhos (1) SAM46
Fili (2) SLI90, SAM47
Filis (2) SAM58, SAM58
Filomena (1) SLI26
Filosofia (1) SFE39
fim (10) SFE70, SMO16, SFU21, SPR1, SMO83, SAM14, SLA18, SLA93, SAM8, SLI62
fingida (3) SAM45, SAM60, SAM45
Finje (1) SMO5
fino (1) SFA51
Fiquem (1) SAM60
firma (1) SAM91
Firmamento (2) SAM20, SHE42
firme (3) SHE42, SHE100, SMO61
firmeza (3) SSA63, SAM31, SMO59
fizera (2) SFU85, SMO5
fizesse (2) SAM58, SAM58
flama (1) SAM43
Flama (1) SHE100
flamas (1) SMO11
Flerida (1) SAM46
flor (8) SFU37, SAM47, SAM20, SLA94, SFU37, SLI26, SFU37, SMO82
Flora (1) SAM45
florece (1) SSA92
floreces (1) SLA77
flores (6) SFA51, SMO44, SFA87, SAM2, SLA74, SFA87
florestas (1) SFA87
foge (2) SMO82, SMO61
Foge (3) SAM14, SMO32, SAM14
fogo (1) SLA93
Fogo (2) SFU85, SFU85
foi (20) SAM96, SLA24, SAM96, SFE80, SMO84, SMO19, SAM8, SAM96, SMO73, SLA99
foy (11) SHE79, SAM17, SAM20, SMO69, SFU85, SAM46, SHE54, SFU37, SFU21, SAM41
Foy (2) SAM96, SMO82
foyse (1) SFU37
foje (1) SMO10
folares (1) SFE25
folga (1) SMO49
folgais (1) SMO32
folgando (1) SMO81
fonte (5) SFA53, SLI29, SLI29, SLI29, SMO89
Fonte (2) SSA86, SSA86
fontem (1) SSA86
fontes (1) SSA86
for (3) SHE54, SAM41, SAM46
fora (7) SLA12, SMO59, SAM98, SLA24, SFE39, SLA95, SAM55
Fora (1) SMO59
foram (1) SMO19

61
forão (4) SFU21, SMO44, SAM2, SLA24
foras (1) SLA12
força (7) SMO44, SMO5, SHE79, SAM98, SHE54, SFU85, SAM91
Força (2) SAM66, SLA24
forçado (2) SFU21, SFE34
forças (1) SHE38
forrada (1) SFE40
fortaleza (1) SFU64
forte (3) SFU64, SAM98, SLA28
fortuna (6) SLI22, SLA95, SLA36, SAM96, SAM4, SMO84
Fortuna (3) SLA95, SAM2, SHE54
fortunas (1) SHE42
fosse (2) SMO84, SAM14
foste (1) SAM8
fostes (3) SSA68, SLA74, SMO82
Fostes (1) SMO16
fraco (2) SMO61, SFA53
Frade (1) SMO57
fragil (1) SSA86
fragrancia (1) SFA87
fragrante (1) SFA87
fragua (1) SFA51
Francés (1) SAM66
Francisco (2) SLA12, SLA18
fraqueza (2) SAM33, SMO59
Fraqueza (1) SMO84
fraude (1) SAM27
fraudulento (1) SAM71
Frey (1) SLA72
freixo (1) SMO61
Freixo (1) SMO89
frescura (2) SAM47, SFA87
Fresta (1) SFE40
fria (1) SMO50
frio (3) SAM41, SAM76, SLI29
fronte (1) SMO89
fruta (1) SFE70
fruto (5) SFE70, SFA51, SMO82, SFA51, SMO35
fugî (1) SPR1
fui (1) SPR1
fuy (1) SMO84
Fuy (1) SMO15
fulminar (1) SAM98
fundadas (1) SMO82
Funebre (4) SFU21, SFU37, SFU64, SFU85
Funesta (1) SMO50
fura (1) SFE40
Furna (1) SFE40
furtado (1) SMO11
futuro (1) SFU64
Gabello (1) SSA68
Gabriel (1) SLA99
Galanta (1) SFE80
Galante (1) SFE80
galê (1) SFE34
galhardia (1) SMO32
ganho (1) SAM9
ganhos (1) SAM9
Gastas (1) SMO44
gastasse (1) SLA36
gaste (1) SFA88
geito (1) SLA18
General (2) SLA28, SFU21
generoso (1) SLA97
Generosos (1) SHE100
gente (7) SMO83, SFE13, SFE75, SFE75, SAM14, SHE79, SAM17
gentes (7) SSA63, SFU21, SAM2, SMO44, SMO50, SLA18, SHE38
gentil (1) SLI26

62
geral (1) SLA36
gesto (1) SLI22
Giostiniano (1) SAM46
Giovenetos (1) SFE78
gloria (17) SAM8, SSA63, SFA51, SPR1, SLA94, SLA93, SMO84, SAM9, SAM58, SPR1
Gloria (2) SLA94, SAM4
glorias (2) SLA95, SAM14
gloriosas (1) SLA99
glorioso (1) SLA12
gloriosos (1) SFU85
golfo (1) SAM76
golpe (1) SAM55
golpes (1) SLA28
Gomes (1) SLA28
gosto (8) SLA56, SFE39, SHE54, SMO10, SAM6, SMO35, SMO73, SMO32
Gosto (1) SAM27
gostos (1) SAM60
gota (1) SMO59
governo (1) SLA12
gozado (2) SLA94, SFU85
gozâra (1) SMO19
gozasse (1) SFU85
goze (1) SFU85
gozou (1) SFU85
Gozoute (3) SFU85, SFU85, SFU85
graça (6) SAM43, SMO61, SFA87, SMO19, SSA86, SSA86
Graça (2) SMO59, SAM6
graças (4) SFE25, SFE25, SAM66, SSA86
gracinha (1) SFE30
grade (1) SFE40
gram (1) SAM8
grande (7) SMO5, SLI90, SAM8, SMO5, SMO61, SAM60, SLA97
grandes (4) SAM48, SAM48, SLA72, SAM4
grandeza (2) SFA88, SAM43
grandezas (1) SFU64
granhais (1) SAM48
grão (1) SAM20
grave (3) SLI90, SAM66, SAM55
Grecia (1) SLA18
Grilhão (1) SFE40
grita (1) SMO73
grito (1) SFA53
guadameci (1) SFE34
guardadas (1) SMO82
guardado (3) SLA94, SAM96, SMO84
guardais (3) SAM52, SAM52, SAM52
guardas (1) SMO32
guardaste (1) SSA92
Guardastes (1) SAM48
guardo (2) SLI62, SAM52
guerra (6) SMO84, SFE39, SAM47, SMO89, SMO81, SAM43
guia (2) SSA68, SLA18
Guiador (1) SSA68
guiay (1) SSA68
ha (2) SFE25, SMO3
hà (19) SMO83, SMO84, SFA53, SMO73, SMO73, SAM33, SAM23, SAM31, SAM31, SAM31
Ha (1) SFE30
Hà (1) SAM71
habito (1) SMO57
hão (1) SFU37
haveis (1) SMO10
havendo (1) SFA88
Havendose (1) SAM55
haver (4) SAM96, SFU85, SFE70, SFU37
haverse (1) SLA24
havia (2) SFA53, SLI22
he (87) SAM66, SLA72, SFE78, SMO35, SAM8, SAM27, SMO5, SMO32, SMO11, SLA72
hè (2) SFE75, SSA63

63
He (13) SAM48, SLA72, SAM33, SAM47, SFE70, SFU85, SLA72, SLA99, SAM20, SAM9
hei (4) SFE25, SMO15, SMO16, SFE25
hey (1) SMO61
heis (1) SAM46
Heroico (5) SHE42, SHE100, SHE54, SHE79, SHE38
Hesperides (1) SMO84
hião (1) SMO81
historia (2) SLA93, SLA99
hoje (16) SFE70, SAM48, SFU21, SSA65, SAM2, SMO10, SMO5, SLI62, SLA93, SFA88
Hoje (4) SAM43, SLA95, SLA36, SHE42
home (1) SFE70
homẽ (1) SSA86
homem (2) SMO11, SFE34
Homem (2) SMO67, SMO67
homẽns (1) SSA92
Homẽns (1) SMO67
Homero (1) SLA18
homicida (1) SMO81
honra (3) SSA63, SMO5, SMO84
honrada (1) SFE75
honrado (1) SFU21
honrados (1) SAM46
honrar (2) SAM43, SSA92
honras (1) SLA93
honrasse (1) SFU85
honroso (1) SMO49
hora (14) SAM58, SFE80, SMO44, SLI90, SHE54, SAM20, SAM33, SAM9, SAM6, SLA56
Hora (13) SAM52, SFE13, SAM33, SAM41, SFE70, SLA24, SFE13, SMO69, SMO73, SMO89
horas (1) SAM71
Horido (1) SLI29
horrenda (1) SMO50
horror (1) SPR1
hospicio (1) SAM71
houve (1) SAM31
hũ (1) SFE13
hũa (34) SFE39, SLA18, SFU37, SAM43, SAM96, SAM7, SMO59, SMO59, SFE80, SAM27
Hũa (4) SFA51, SLI90, SMO84, SMO73
hũas (1) SAM52
Huy (2) SFE70, SFE34
hum (57) SAM8, SFA51, SFA87, SFE40, SFE78, SLA56, SFU85, SFU37, SFE39, SAM71
Hum (11) SFE70, SFU21, SMO69, SAM91, SAM4, SFA51, SMO89, SAM4, SAM8, SLA72
humana (1) SMO16
humanas (1) SLA94
humano (5) SFA51, SSA63, SFE39, SFE39, SMO84
humanos (2) SFU37, SMO19
humida (1) SAM91
humilde (4) SSA86, SAM4, SAM2, SLA56
Humilde (1) SAM20
humildes (2) SAM46, SAM46
humor (1) SMO3
hũns (1) SAM48
I (1) SPR1
idade (5) SLA77, SHE79, SMO73, SLA77, SMO57
idades (3) SAM6, SAM60, SLA77
ide (1) SFE70
Ide (1) SAM46
idea (1) SFE75
Idolo (2) SAM60, SMO19
idos (1) SMO10
ignora (1) SAM45
ignorancia (2) SAM2, SFA53
ignorante (1) SSA68
Ignorantes (1) SMO81
ignoro (1) SLI26
igual (4) SAM4, SAM96, SLA74, SMO50
Igual (1) SSA68
iguala (1) SAM58
igualdade (1) SSA63

64
iguallo (1) SAM41
igualmente (1) SLA12
II (1) SAM2
III (1) SMO3
illustrado (1) SLA94
illustraste (1) SSA92
illustre (5) SHE79, SFA53, SLA99, SAM23, SLA12
illustres (1) SFU85
imagino (1) SMO49
imitando (1) SLA93
immensa (2) SMO59, SSA63
immenso (1) SSA92
imortal (1) SLA97
Imortal (1) SLA97
impede (1) SMO32
imperio (2) SLA36, SLI90
Imperio (3) SHE38, SMO84, SSA63
impias (1) SAM66
importa (2) SMO69, SLA74
importe (1) SMO83
impossivel (3) SMO5, SAM4, SAM8
inauditos (1) SLA18
incendio (1) SAM52
incertezas (1) SAM71
incerto (3) SMO83, SMO83, SMO83
incita (2) SAM66, SMO73
inclitos (1) SHE100
inconstante (1) SFE80
inculca (1) SHE38
inda (9) SAM45, SAM27, SMO61, SAM76, SFU37, SFE78, SFE25, SLA74, SFE30
Indio (1) SAM96
industria (2) SAM52, SAM48
induzem (1) SMO69
infante (1) SAM46
Infante (2) SFU64, SHE54
infelice (2) SAM96, SAM17
infeliz (1) SHE100
inferno (2) SFE40, SLA12
informação (1) SAM7
informada (1) SAM7
Ingenhos (1) SHE100
ingrata (4) SAM45, SFE30, SMO59, SAM45
ingratidão (1) SAM98
ingrato (2) SMO67, SAM60
injuria (1) SLA93
injusto (2) SMO69, SHE38
inorante (1) SAM96
insigne (1) SHE79
insignias (1) SHE100
instantes (1) SAM71
instrumento (1) SLA56
inteira (1) SMO73
inteiro (1) SAM41
intenta (3) SSA65, SLA95, SAM98
intento (3) SFA53, SAM31, SAM8
intitula (1) SLA36
intrepida (1) SLA28
invenção (1) SMO16
inverno (1) SLI29
Inverno (1) SAM41
ir (4) SFE70, SAM4, SHE79, SHE79
Ir (1) SMO16
iracundo (1) SHE79
Irado (1) SAM91
iràs (1) SLI22
Iras (1) SAM98
irei (1) SMO15
irmãns (1) SAM55

65
irresoluto (1) SFA51
isso (2) SFE39, SFE34
Isso (1) SFE78
isto (3) SFE30, SMO15, SFA51
Ithaco (1) SLA99
IV (1) SAM4
IX (1) SAM9
ja (4) SMO44, SAM91, SAM17, SAM2
já (1) SLA72
jà (27) SAM7, SLA94, SAM33, SAM71, SMO69, SLA18, SAM43, SFU37, SFE13, SAM55
jâ (2) SMO67, SMO44
Já (1) SLI62
Jà (10) SAM47, SMO49, SPR1, SFE34, SMO57, SAM27, SAM47, SFA88, SAM14, SMO35
Jacô (1) SLI62
jardim (1) SMO84
Jardim (1) SLA94
Jaz (1) SLI22
Jáz (1) SAM47
Joana (1) SFE70
João (3) SSA92, SFE78, SFA53
jocundo (1) SMO73
jogo (1) SFU85
joya (1) SFE30
julgarà (1) SMO11
julguei (1) SMO49
junta (1) SMO19
juntar (1) SLA72
junto (2) SMO50, SLI26
Junto (1) SLI22
Justiça (2) SFU21, SAM8
justificar (1) SMO16
justo (2) SSA63, SMO69
L (1) SMO50
la (1) SFE39
là (8) SAM9, SAM20, SFE40, SFU37, SFE70, SAM14, SAM60, SHE79
Lá (1) SAM91
Là (3) SFU37, SFA53, SMO16
Labão (1) SLI62
laços (1) SAM6
lagrimas (6) SAM76, SAM33, SHE42, SFA51, SAM76, SAM46
lamenta (1) SLA95
Lamentando (1) SAM96
lapidario (1) SAM96
larga (1) SMO82
largo (2) SLI62, SMO59
lascivo (1) SFE75
lastima (3) SFE39, SHE42, SLA95
lastîma (1) SMO69
lastimas (2) SHE42, SAM2
lauas (1) SSA65
Laudatorio (14) SLA36, SLA97, SLA24, SLA72, SLA12, SLA77, SLA74, SLA56, SLA95, SLA28
lavarse (1) SFA53
Lavrador (1) SAM47
lazos (1) SLA94
lè (1) SFA88
leda (1) SLI62
ledos (1) SAM46
ley (1) SAM48
leis (3) SLI90, SSA63, SMO44
leys (1) SMO67
Leys (1) SMO67
Leite (1) SHE54
lembrança (1) SAM31
lendo (2) SLA18, SLA72
lenho (2) SAM23, SPR1
ler (1) SLA56
Lesbina (2) SMO44, SMO44
leste (1) SHE79

66
letra (1) SSA86
letrado (1) SFE80
letras (1) SLA99
leva (2) SMO83, SFE40
levada (1) SAM96
levanta (1) SMO89
Levanta (2) SLI90, SLA97
levantada (1) SLA12
levantados (1) SLA95
levantarte (1) SLI90
levante (1) SSA86
leve (2) SFA87, SHE54
levo (4) SAM4, SMO15, SAM4, SFE40
levou (1) SAM8
lha (1) SAM71
lhas (1) SAM48
lhe (33) SFE78, SMO49, SFE75, SHE42, SAM41, SAM20, SMO81, SFE70, SAM98, SHE42
Lhe (1) SSA63
lhes (3) SFE78, SMO16, SMO67
lho (1) SMO89
lî (1) SFE13
LI (1) SFA51
Lias (1) SLI62
licença (3) SLI22, SMO44, SMO35
licenças (1) SFE34
Lici (1) SAM31
Licis (1) SAM98
LII (1) SAM52
LIII (1) SFA53
limpa (1) SAM6
limpo (1) SAM33
linda (1) SFE80
linguas (1) SFU37
linho (1) SAM23
Lirico (5) SLI26, SLI90, SLI62, SLI29, SLI22
Lisboa (2) SSA63, SHE79
lisonjeiro (1) SAM6
LIV (1) SHE54
livre (1) SHE54
livro (3) SFA88, SLA95, SFA53
Livro (4) SLA28, SSA92, SLA99, SLA36
LIX (1) SMO59
logo (8) SFE70, SSA63, SFE40, SMO83, SMO67, SAM7, SMO10, SMO67
Logo (2) SFE39, SMO49
logra (2) SAM20, SMO49
Logrão (1) SAM47
lograste (1) SAM8
longe (3) SMO89, SMO57, SMO19
longo (1) SSA65
louco (2) SAM9, SMO35
Lourenço (1) SFE70
louro (1) SFE78
louva (1) SHE79
louvada (1) SFA87
Louvando (1) SAM48
louvarte (1) SAM58
louvava (1) SLA56
louvor (3) SLI90, SAM58, SFA53
louvores (3) SLA36, SLA56, SFU37
Lucinda (2) SAM76, SAM76
lugar (3) SFA53, SMO59, SSA63
Lugar (1) SAM27
lumes (1) SFU37
luminoso (1) SLA12
Lusitano (1) SSA63
lutou (1) SMO89
Lutou (1) SMO89
luz (10) SSA92, SSA63, SLA94, SLA94, SFE75, SLA94, SAM43, SAM7, SSA68, SSA68

67
LV (1) SAM55
LVI (1) SLA56
LVII (1) SMO57
LVIII (1) SAM58
LX (1) SAM60
LXI (1) SMO61
LXII (1) SLI62
LXIII (1) SSA63
LXIV (1) SFU64
LXIX (1) SMO69
LXV (1) SSA65
LXVI (1) SAM66
LXVII (1) SMO67
LXVIII (1) SSA68
LXX (1) SFE70
LXXI (1) SAM71
LXXII (1) SLA72
LXXIII (1) SMO73
LXXIV (1) SLA74
LXXIX (1) SHE79
LXXV (1) SFE75
LXXVI (1) SAM76
LXXVII (1) SLA77
LXXVIII (1) SFE78
LXXX (1) SFE80
LXXXI (1) SMO81
LXXXII (1) SMO82
LXXXIII (1) SMO83
LXXXIV (1) SMO84
LXXXIX (1) SMO89
LXXXV (1) SFU85
LXXXVI (1) SSA86
LXXXVII (1) SFA87
LXXXVIII (1) SFA88
ma (2) SFE75, SAM17
mà (1) SFE30
Macedo (1) SLA95
madeiro (1) SSA68
Madre (1) SFE30
magnanimo (1) SHE100
magoas (1) SLA56
May (3) SSA63, SSA63, SLA74
Mayo (1) SLA74
maior (2) SHE38, SMO3
mayor (3) SAM23, SFA88, SMO50
mayores (2) SMO57, SAM52
mais (83) SLI90, SAM55, SAM58, SHE79, SAM17, SMO15, SLA24, SHE79, SAM48, SFE40
Mais (9) SLA28, SMO3, SSA68, SSA65, SMO69, SLA18, SLA94, SAM46, SAM9
mal (17) SLI22, SMO16, SLI29, SLI29, SAM33, SFE78, SAM96, SFE40, SFU64, SMO84
Mal (1) SFE80
Malaca (2) SLA12, SLA12
maldizer (1) SAM66
males (1) SAM2
malogradas (1) SMO82
maltratada (1) SAM14
Maltratado (1) SAM41
mana (1) SFE70
mancebo (3) SMO32, SFA53, SMO57
mandais (1) SMO67
mandamentos (1) SSA65
mandandolhe (1) SFA53
Mandandolhe (1) SAM17
mandar (2) SFE25, SMO5
mandarão (1) SFA53
Mandaravos (1) SFE25
mandardes (1) SFE78
Mandarvos (1) SFE25
mandava (1) SFE40

68
mande (2) SFE13, SLA97
mandeis (2) SFE34, SAM9
mando (2) SFA53, SLA36
mandou (1) SAM43
maneira (2) SLA94, SAM33
manhãa (1) SAM6
manham (1) SAM47
manquejardes (1) SFE80
manquejo (1) SFE80
mansas (1) SSA65
manso (1) SLI22
manto (2) SLI26, SHE54
Manuel (1) SLA77
mão (3) SLI62, SMO82, SFA88
mãos (5) SFE70, SAM96, SAM41, SPR1, SAM4
mar (5) SAM23, SAM91, SMO89, SHE38, SAM96
Mar (11) SHE100, SAM91, SSA86, SMO59, SLI26, SMO89, SMO89, SSA65, SMO73, SLI22
maravilha (2) SHE42, SLA36
maravilhas (2) SMO50, SAM48
marchetado (1) SMO3
Marcial (1) SFU85
marear (1) SLA18
mares (1) SHE38
Mares (1) SLI62
Maria (1) SSA63
Mariana (1) SLA74
Marido (1) SFE70
Marinheiro (1) SAM47
Mario (1) SMO69
maritima (1) SHE38
Marmore (1) SHE100
marmores (1) SMO44
Marte (3) SHE79, SHE79, SLA72
martirio (1) SAM66
mas (16) SLI62, SMO19, SAM45, SAM9, SAM96, SFE25, SLA18, SMO15, SFE34, SFA51
màs (1) SLA99
Mas (41) SMO15, SAM76, SMO19, SAM43, SAM20, SAM6, SLI26, SFE80, SFE75, SAM60
matadores (1) SFA51
matadura (1) SFE40
matalla (1) SAM55
matallo (1) SFE30
matar (2) SAM55, SAM55
mateis (1) SAM20
materias (1) SHE100
me (76) SMO61, SAM9, SAM66, SAM45, SMO49, SAM27, SMO83, SAM4, SAM41, SAM17
Me (4) SFA88, SFE75, SMO84, SFE78
medico (1) SSA68
medida (1) SMO59
medidas (1) SAM48
Medindote (1) SMO44
Medir (1) SAM98
medo (3) SAM23, SLI26, SMO3
Medo (1) SAM27
medonhamente (1) SAM91
medos (1) SAM46
Mel (1) SFE25
melhor (7) SMO50, SAM23, SAM2, SMO44, SAM55, SAM23, SMO67
Melhor (3) SAM58, SMO73, SMO73
melhora (1) SAM9
Melhora (1) SLA93
melhorar (1) SLI26
melhores (2) SFU37, SFA51
MELLODINO (1) SPR1
memoria (2) SLA93, SLA99
Memoria (1) SLA97
memorias (1) SLA97
Memorias (1) SLI62
menção (1) SPR1

69
Meneses (1) SLA12
menos (4) SAM45, SLA18, SMO11, SAM71
Menos (2) SAM55, SAM45
mente (1) SMO73
mentecatos (1) SFE13
mentindo (1) SLI62
mentiome (1) SMO84
Mentirlhe (1) SLA95
mercè (1) SFE34
mercê (2) SFE13, SFA88
Mereçate (1) SSA92
merece (4) SAM76, SAM76, SLA56, SFA87
mereces (1) SLA77
merecida (1) SAM33
merecimento (2) SAM20, SAM55
merito (1) SFU64
Meritos (1) SLA95
mesma (8) SLA94, SAM7, SLA99, SMO44, SAM46, SFE75, SFA88, SHE42
mesmo (9) SAM31, SAM27, SSA92, SPR1, SMO15, SLA28, SMO49, SMO15, SFE25
mestra (1) SHE100
Mestre (1) SSA65
mestres (1) SHE100
Meta (1) SHE42
Metafora (2) SAM91, SMO89
mete (2) SMO84, SFA51
metrico (1) SLA77
meu (20) SMO84, SMO84, SMO19, SLI29, SAM47, SAM27, SAM60, SMO49, SMO16, SAM17
Meu (4) SAM66, SFE13, SFE34, SFE78
meus (7) SAM52, SAM7, SAM2, SMO10, SPR1, SFA53, SFA87
meza (1) SFE40
mezes (1) SFE70
mezinha (1) SSA68
mi (31) SFE25, SAM41, SAM55, SMO15, SAM27, SFE34, SAM60, SAM27, SAM45, SMO15
my (2) SAM46, SMO82
mihi (1) SSA65
mil (8) SMO69, SMO73, SMO73, SMO83, SAM71, SAM6, SAM71, SAM55
milagre (1) SAM20
Milagre (1) SAM20
milagres (1) SAM48
milagroso (1) SLA97
milhão (1) SAM71
milhões (1) SAM71
minha (14) SAM52, SMO15, SMO15, SFA87, SAM55, SMO16, SMO59, SAM33, SAM23, SAM9
Minha (1) SLA74
Minino (1) SSA68
Ministro (1) SLA24
miseros (1) SLA95
mister (1) SFA88
misterio (1) SHE38
Misterio (1) SHE79
mo (1) SAM60
Mo (1) SFE25
mocidade (2) SMO81, SMO73
moço (2) SLI26, SFE78
moços (1) SMO81
modello (1) SAM58
modellos (1) SAM48
moderna (1) SFA88
modo (3) SAM58, SFA51, SMO16
modos (4) SMO5, SMO19, SAM48, SAM2
mofino (1) SAM17
Mofino (1) SAM14
molesta (1) SSA68
molher (1) SMO35
Monarca (2) SHE100, SMO69
Monsieur (1) SAM66
monta (2) SLA72, SAM9
monte (3) SMO57, SMO61, SMO89

70
montes (1) SSA86
mora (1) SLI26
morada (1) SMO50
Moral (23) SMO32, SMO50, SMO49, SMO11, SMO57, SMO69, SMO5, SMO83, SMO59, SMO44
Morante (1) SLA72
morgado (1) SFE70
morras (1) SFU64
morrei (1) SAM46
Morrei (1) SAM46
morreis (1) SAM46
morrer (1) SMO59
Morro (1) SAM66
morta (1) SFU37
mortal (3) SAM98, SFU37, SFE39
mortas (1) SMO44
morte (11) SMO82, SFU64, SFU37, SFU85, SFU21, SFU64, SAM46, SMO32, SFE75, SAM8
Morte (15) SMO81, SAM27, SMO50, SFU64, SMO50, SMO81, SFU37, SFU64, SMO50, SFU21
mortes (1) SAM76
mortos (1) SFA51
Mortos (1) SFE75
mostra (2) SSA65, SSA68
Mostra (1) SAM66
mostrarão (1) SLA56
mostrarse (1) SFU37
Mostras (1) SLI22
mostrou (1) SSA65
Mouro (3) SFE78, SMO84, SFE30
movimento (2) SFE75, SFA87
muda (2) SFE39, SFE75
mudança (3) SLA93, SAM31, SLI29
mudar (1) SMO15
mudo (2) SAM58, SAM60
mudos (1) SAM58
muy (1) SFE34
mũy (1) SLA74
muita (1) SFA88
muitas (6) SFA51, SAM27, SAM55, SLA56, SFA51, SFE70
Muitas (1) SFA51
muito (9) SAM31, SFE13, SMO32, SLI22, SLA24, SAM66, SFU64, SLA24, SMO35
muitos (2) SMO5, SLI29
multiplicado (1) SAM31
mundo (11) SAM27, SAM20, SMO83, SFU85, SLA99, SMO83, SLI26, SAM4, SFE34, SSA68
Mundo (22) SFA53, SMO3, SMO11, SSA92, SSA92, SMO11, SLA56, SAM43, SMO11, SMO44
murchem (1) SMO44
murmurar (1) SAM41
muro (1) SFU64
Muros (1) SAM52
Musa (6) SMO3, SLA56, SLA12, SFA87, SFE78, SAM2
MUSA (1) SPR1
Musas (1) SFA53
Musica (2) SFA88, SFA88
Musico (1) SLI90
mutas (1) SAM76
muto (2) SFA51, SMO82
n' (2) SAM52, SLI22
N (1) SHE38
na (20) SFE75, SHE79, SLA72, SMO32, SMO32, SAM27, SFE78, SSA63, SAM96, SAM9
Na (3) SAM91, SLA24, SMO81
nacar (1) SMO84
Nacestes (1) SMO82
nada (8) SFE25, SMO57, SFA87, SFA51, SMO32, SFU37, SFE25, SAM96
Nada (2) SMO84, SAM66
nado (1) SFE70
namora (1) SAM47
namorada (1) SLI26
não (92) SLA93, SAM4, SFE78, SMO50, SAM41, SMO69, SLI26, SFU37, SLA56, SMO67
Não (34) SAM6, SAM41, SLA56, SLA56, SAM33, SAM60, SAM2, SMO19, SFA88, SAM52
nas (13) SLI90, SLA95, SAM14, SLA77, SPR1, SAM48, SLA97, SLA56, SLA28, SAM9

71
Nas (2) SLA12, SSA65
Nasça (1) SFE39
nasce (2) SHE54, SSA86
Nasce (2) SAM43, SLA93
nasceo (2) SAM43, SFE39
nascer (1) SHE54
Nascer (1) SMO59
nasceu (1) SMO89
nascido (1) SFE70
nascimento (2) SFE70, SMO82
Nascimento (1) SAM43
Natal (1) SAM43
naturaes (1) SLA56
natureza (2) SAM43, SMO59
naufragio (4) SFU85, SPR1, SSA68, SPR1
navegação (1) SSA68
navio (1) SMO89
nẽ (1) SAM66
nega (1) SMO35
negada (1) SAM7
negarlhe (1) SLI62
negra (1) SFE75
Negro (1) SFE40
negros (1) SAM48
Negros (1) SAM48
nella (3) SMO81, SLA12, SAM7
nellas (1) SAM9
nelle (1) SSA65
nelles (1) SAM52
nem (15) SFA51, SFE40, SSA86, SPR1, SHE42, SHE42, SMO89, SAM23, SFE34, SFE34
Nem (7) SAM47, SLA74, SMO49, SAM8, SAM66, SFA51, SMO35
nenhũa (2) SFE80, SAM58
nenhum (1) SMO19
Nenhum (1) SLA72
nenhũns (1) SMO81
nessa (1) SAM48
nesse (1) SLA99
nesta (4) SFE39, SAM17, SPR1, SFE75
neste (2) SAM9, SMO73
neve (1) SLI29
Ninfa (1) SAM91
ninguem (2) SAM2, SMO16
Ninguem (1) SFE70
no (25) SMO89, SAM66, SLI26, SAM76, SFU21, SFE75, SAM20, SAM76, SMO49, SFA87
No (3) SFU21, SLI90, SAM96
nobre (3) SAM31, SMO57, SFU21
nobres (1) SLA93
noite (3) SAM47, SHE54, SFE75
nojo (1) SFE25
nome (8) SLA97, SLA97, SLA97, SMO50, SAM8, SFU85, SFE75, SMO11
norte (1) SMO32
Norte (3) SSA68, SAM98, SMO83
nos (18) SLI22, SMO83, SFA87, SFA88, SHE79, SAM14, SFE39, SMO19, SLA95, SFE30
nòs (1) SFE78
nossa (1) SHE100
Nosso (1) SHE100
Nota (1) SMO50
notoria (1) SLA99
nova (2) SSA92, SFE25
Nova (1) SMO16
nove (1) SFE75
novo (8) SAM4, SMO10, SAM98, SFE39, SHE38, SSA63, SAM41, SMO16
novos (1) SAM9
ns (1) SLI90
num (1) SFE70
numeroso (1) SLA97
nunca (13) SAM71, SAM27, SFU21, SAM41, SAM60, SFU37, SAM52, SAM31, SAM2, SAM48
Nunca (4) SAM46, SLA12, SLA74, SAM55

72
Nuncios (2) SAM43, SAM46
Nunes (1) SFA53
nuvẽns (1) SAM7
o (258) SAM17, SFE30, SSA92, SFE39, SMO67, SAM58, SLA93, SMO84, SSA65, SAM43
ò (11) SMO59, SFU64, SLI90, SLA94, SMO11, SFU37, SAM8, SSA92, SMO16, SHE42
ô (5) SAM20, SLI22, SHE79, SAM91, SAM71
O (43) SMO89, SSA65, SSA63, SAM4, SAM2, SSA68, SFE39, SMO61, SLA77, SAM23
obedece (1) SAM91
obedeceis (1) SSA65
obedecer (1) SMO67
obedecido (2) SSA65, SAM8
obedeço (1) SMO67
obediencia (1) SAM27
obediente (1) SAM17
obrando (1) SMO59
obrar (1) SMO67
obras (1) SHE38
Obras (1) SMO67
obriga (1) SAM41
obrigação (1) SAM4
obrigas (1) SFA53
Occidente (1) SAM76
ocio (1) SMO73
ocupâra (1) SLA56
odio (1) SMO11
offenda (1) SMO59
offensa (2) SMO59, SFA88
offereças (1) SSA92
offerece (1) SHE100
offrece (1) SSA92
offrecera (1) SLA97
offreceu (1) SHE100
oito (1) SFE78
oje (1) SHE100
olha (1) SMO44
Olha (1) SAM60
olhado (1) SMO61
Olhais (1) SHE38
olhe (1) SMO69
olhos (9) SMO81, SAM6, SLA77, SAM7, SAM48, SAM46, SAM7, SMO19, SMO59
Olhos (2) SMO50, SAM48
Olimpo (1) SLA12
ondas (1) SAM47
onde (7) SFA53, SLA77, SLA56, SAM55, SLA97, SFA53, SPR1
Onde (3) SFU85, SMO61, SHE100
oportuna (1) SLA95
oposto (1) SLA12
Ora (2) SAM98, SMO44
Oraculo (2) SMO19, SSA92
ordem (1) SMO81
ordena (1) SAM9
ordenas (1) SLA36
ordinarias (1) SMO67
orelha (1) SFE80
Oriente (1) SAM76
os (60) SMO10, SMO19, SFU37, SMO44, SMO57, SFA88, SFU64, SAM6, SMO67, SAM6
Os (8) SAM60, SLA93, SFU85, SLA36, SFA87, SAM52, SFE78, SMO81
ou (37) SSA86, SLA72, SAM4, SAM8, SMO69, SAM8, SMO61, SAM45, SMO3, SHE79
Ou (11) SAM6, SLA95, SFE13, SMO67, SAM45, SMO19, SMO5, SAM98, SLA72, SLA74
Ouça (1) SFA88
ouças (1) SMO35
Ouço (1) SLA18
ouro (5) SLA77, SFE30, SMO84, SFA51, SMO61
ousadia (1) SMO16
outra (9) SLA28, SAM4, SAM14, SAM20, SAM33, SLA94, SAM33, SAM98, SFE78
Outra (1) SAM60
outro (9) SMO69, SFA53, SMO82, SFU21, SAM20, SFA51, SFE34, SFE78, SMO73
outros (2) SAM14, SMO61

73
ouvia (1) SMO16
ouvida (2) SAM48, SMO57
ouvidas (1) SFA87
ouvido (1) SFE70
ouvidos (2) SAM2, SLA77
ouvir (3) SLI62, SAM41, SLA56
ouvis (1) SFE39
ouzada (3) SFU21, SFU37, SSA65
ouzadia (3) SFE39, SHE42, SFE39
ouzado (2) SAM58, SMO35
Ouzado (1) SSA65
ovelhas (1) SLI62
P (1) SFE25
paciencia (1) SFU64
padeça (1) SMO16
padecella (1) SAM17
padecello (1) SAM58
padeci (1) SAM71
padecidos (1) SAM2
padeço (1) SAM17
padrinhos (1) SFA88
paga (1) SAM20
pagar (1) SAM6
Pagaste (1) SFU64
paguelho (1) SFE13
pay (1) SAM46
Pay (3) SFE70, SSA68, SFE70
Paiva (1) SLA36
Palatino (1) SLA72
palavras (2) SMO19, SMO73
Palestra (1) SHE100
palestras (1) SLA28
palha (1) SFE75
Palinuro (1) SSA68
Palladioens (1) SMO11
Pallida (1) SMO61
par (1) SFA53
pâr (1) SAM48
para (51) SFA88, SLA28, SFE40, SMO44, SFE13, SMO35, SLA28, SFE80, SLA24, SAM98
pâra (3) SMO50, SMO50, SLI29
Para (12) SHE100, SFE75, SPR1, SLI62, SLI62, SLA18, SLI22, SFU21, SLA93, SFE34
parabẽns (3) SFE30, SFE30, SFE70
paralello (1) SSA68
pâre (1) SAM17
Pâre (1) SAM7
pareça (1) SMO16
parece (1) SLA12
Parece (1) SLA28
pareceis (1) SAM43
parecer (1) SLA74
parecida (1) SLA94
paredes (1) SAM52
Paredes (1) SAM52
Parente (1) SFE40
parentesco (1) SLA74
pares (1) SFE25
Parmeno (1) SLA28
parte (5) SAM58, SAM23, SAM23, SFA88, SAM23
Parte (1) SAM23
partes (1) SLA72
partese (1) SAM23
parti (1) SAM71
partia (1) SAM6
partir (1) SAM23
Parto (1) SAM23
partome (1) SAM23
passa (3) SFE34, SAM41, SFA87
passados (1) SMO69

74
passage (1) SMO83
passageiro (1) SAM41
passando (1) SFA87
passar (2) SMO83, SAM27
passarei (1) SMO83
passarinhos (1) SFA88
passaros (1) SFE25
passas (1) SMO35
passatempo (1) SMO35
Passeai (1) SHE38
passo (2) SLI22, SMO81
passos (1) SAM33
passou (1) SAM58
pastas (1) SAM96
pastor (1) SLI22
Pastor (1) SAM47
patarata (1) SFE30
Patria (2) SLA95, SLA95
patrocinio (1) SHE100
Paulo (1) SLA72
Pavão (1) SMO89
paz (10) SAM43, SMO5, SMO5, SMO3, SFE39, SMO5, SAM2, SMO84, SAM47, SHE54
pé (1) SFE34
peccado (1) SMO19
peço (1) SMO67
pedaços (1) SMO89
pede (1) SHE42
Pede (1) SHE38
pedes (1) SSA65
pedia (1) SHE42
pedindolhe (1) SSA68
pedio (1) SAM6
pedir (1) SAM9
pedirme (1) SFE34
pêdra (1) SMO44
Pedra (1) SHE100
pedras (2) SAM52, SHE42
Pedras (1) SLA99
Pedro (1) SHE54
pegar (1) SFE75
pego (1) SAM76
Pegû (1) SFE34
peito (3) SSA92, SSA92, SHE38
peitos (1) SMO19
Peixe (1) SMO67
pejo (1) SFE80
pela (1) SMO61
Pelas (1) SAM7
peleja (1) SLA28
pelejo (1) SMO5
pellas (3) SMO44, SFA87, SAM76
pello (6) SLA95, SMO82, SLA28, SMO61, SHE38, SMO82
Pello (2) SSA63, SSA63
pelo (4) SFE34, SMO11, SAM8, SMO10
Pelo (1) SAM31
pelos (1) SMO89
pena (7) SLA77, SMO32, SFE75, SFE75, SLA28, SAM9, SAM66
Pena (2) SLA95, SLA95
penar (1) SFA51
penas (1) SAM9
Pende (1) SMO61
penedo (1) SAM91
penha (2) SAM91, SAM91
penhores (1) SHE42
pensamento (5) SAM31, SAM66, SAM8, SAM71, SAM9
pensamentos (2) SSA65, SLA93
Pensamentos (1) SAM8
peor (2) SAM47, SLA24

75
peores (1) SFE25
pequena (1) SFE40
pequenos (2) SFA88, SAM48
per (1) SFE80
perca (2) SPR1, SAM7
perco (3) SMO49, SMO15, SMO61
perda (1) SLA95
perdão (1) SFE75
perdendo (1) SLA18
perder (4) SMO5, SMO49, SAM55, SAM98
perderdes (1) SAM52
perderme (1) SAM66
perdese (1) SMO61
Perdese (1) SMO61
perdi (1) SLI62
perdição (1) SPR1
perdidas (1) SMO82
perdido (2) SLA18, SAM96
perdoo (1) SAM60
peregrina (1) SAM8
peregrinas (2) SLA77, SLA28
Pereira (2) SLA99, SLA99
perfeição (1) SLA36
Perfeição (1) SMO50
perfeições (1) SSA92
perfeito (1) SLA36
perfeitos (1) SMO19
pergunta (1) SMO19
perguntandoselhe(1) SFE80
perguntar (1) SFE40
pergunto (1) SLI26
perigas (1) SFU64
perigo (3) SLA24, SMO5, SAM41
perigos (3) SAM71, SAM23, SFA51
perigou (1) SLA24
Perola (3) SAM96, SSA92, SAM96
perolas (3) SMO84, SAM6, SAM76
Perseguida (1) SMO35
perseguilla (1) SAM4
persigo (1) SMO15
pertença (1) SFA87
perturbado (1) SFE75
Perús (1) SFE25
pès (2) SMO89, SFE13
pês (2) SSA65, SSA65
Pescador (2) SSA65, SAM91
petição (1) SAM9
Petronio (1) SFE13
pezada (1) SMO57
pezado (1) SMO11
pezame (1) SFU37
pezar (2) SLA12, SAM14
pezo (2) SAM8, SMO10
Phalaris (1) SMO16
pia (1) SSA92
piadade (1) SSA92
piadoso (1) SAM46
picar (1) SFE40
Piedade (2) SHE54, SSA63
Piloto (1) SSA68
Pinho (1) SMO89
pinta (1) SLA72
Pintada (1) SAM45
Pintando (1) SMO19
Piramide (1) SLA99
pizada (1) SMO57
pizei (1) SLI62
pizou (1) SSA65

76
Planetas (1) SMO50
planta (3) SHE100, SSA65, SMO44
Platão (2) SLA18, SLA72
plumas (1) SFE13
pò (5) SMO73, SMO73, SMO73, SMO73, SMO73
pô (2) SMO73, SMO73
pobre (4) SAM2, SAM2, SFA87, SMO82
Pobre (3) SAM14, SMO32, SFU64
poço (1) SSA86
pode (14) SMO84, SMO84, SLI90, SMO82, SLA18, SLI90, SLI26, SLI62, SMO57, SLA12
Pode (3) SAM7, SMO50, SLA72
podeis (3) SAM17, SFA51, SMO15
podem (2) SAM55, SAM76
poder (1) SAM8
poderà (1) SFE30
podes (2) SFU21, SLA12
poem (1) SSA65
Poem (1) SMO67
Poema (1) SLA12
Poëma (2) SLA99, SLA97
poes (14) SHE42, SFU85, SMO11, SAM60, SMO57, SMO67, SAM46, SHE38, SLA97, SLA28
Poes (23) SAM17, SSA63, SMO67, SMO10, SSA92, SMO83, SAM27, SPR1, SLA12, SLA97
Poesia (1) SLA18
poesque (1) SLA95
Poeta (4) SFE78, SAM66, SLA77, SLA56
Poëta (1) SFA87
Poetico (1) SLA72
Poetiza (1) SLA72
pois (7) SFE13, SAM31, SAM9, SFA88, SFE75, SFU21, SMO50
Pois (11) SFA51, SSA65, SMO61, SAM55, SAM9, SAM45, SAM7, SFU21, SAM45, SLA72
Pomo (1) SMO84
pontas (1) SSA63
por (81) SHE54, SAM55, SFA53, SFE75, SMO10, SHE54, SMO15, SMO69, SAM14, SAM45
Por (25) SAM43, SHE100, SAM14, SLA24, SLI29, SLA56, SMO81, SFE75, SHE79, SHE79
Porco (1) SFE25
porem (1) SAM8
Porem (10) SLA24, SFE78, SAM7, SAM55, SFE30, SFE39, SAM71, SMO3, SAM45, SLA12
Porém (1) SHE38
porfia (4) SAM91, SMO16, SFE78, SAM91
Porfia (1) SAM17
porfias (2) SAM66, SSA68
porfido (1) SLA99
porque (11) SAM45, SAM55, SAM43, SAM20, SMO10, SMO3, SSA86, SMO3, SSA92, SSA86
Porque (21) SAM31, SMO84, SAM60, SAM7, SFE25, SHE79, SLA93, SLA94, SFU64, SHE42
porta (1) SLA74
Porta (1) SFE40
portas (1) SAM6
porto (2) SSA68, SSA68
Portugal (4) SLA95, SLA95, SLA97, SFE13
Portuguez (2) SSA63, SHE100
pos (1) SFA87
Pos (2) SLA99, SLA99
possa (3) SLA94, SAM66, SLI90
Possa (1) SSA86
possais (1) SHE54
possivel (1) SMO5
posso (4) SMO5, SAM17, SFE13, SMO5
possuida (1) SAM33
posto (3) SLA56, SAM47, SFE39
postra (1) SFU21
Postrese (1) SHE79
potente (1) SSA86
potro (1) SFE40
pouco (9) SFU37, SAM20, SFU21, SAM55, SAM96, SAM17, SAM41, SFA51, SAM60
Poucos (1) SFU85
poupe (1) SMO15
Povo (1) SMO69
povoado (1) SMO83

77
praça (2) SFE30, SFE40
prado (5) SLI29, SAM47, SLA74, SLI29, SLI29
praya (1) SAM91
pranto (5) SFA88, SLI90, SAM33, SLI26, SHE42
prata (2) SLA77, SMO84
prazer (1) SLI26
prazeres (1) SLA97
prazo (2) SFE39, SSA65
preciosas (1) SLA99
preço (3) SAM60, SAM33, SLA74
pregão (1) SAM2
Prelada (1) SFE30
premiado (1) SSA63
premio (2) SAM2, SAM6
premios (1) SFU64
prendeyos (1) SMO10
Prepâra (1) SAM98
presagio (1) SPR1
presâgo (1) SSA68
presteza (1) SHE79
presume (1) SLA36
presumida (2) SAM48, SMO44
pretendas (1) SAM8
pretende (4) SAM98, SFA88, SAM31, SMO5
pretenderdes (1) SAM7
pretendes (1) SLI90
preto (1) SFE13
prevenido (1) SMO49
prevenidos (1) SMO10
preza (1) SLA74
prezada (1) SAM14
Prezandose (1) SHE100
prezára (1) SLA56
prezente (2) SLA99, SLA12
Prezese (1) SPR1
prezo (1) SHE54
prezos (1) SAM52
Prima (3) SFE39, SFE25, SFE25
primeiro (5) SSA63, SAM41, SHE79, SMO49, SFU64
Primeiro (3) SLA99, SHE79, SSA68
primores (2) SFA87, SLA56
Principe (1) SAM47
principio (1) SMO83
prizão (2) SMO32, SFE40
procura (4) SMO10, SMO16, SMO82, SAM2
Procura (1) SAM98
prodiga (1) SHE42
prodigamente (1) SAM76
prodigo (1) SMO3
Proemial (1) SPR1
proezas (1) SFU64
profano (1) SFE39
profanos (1) SMO19
profissão (1) SSA92
profunda (1) SMO50
profundo (2) SAM20, SMO73
progresso (2) SFU85, SMO69
prol (2) SFE40, SFE70
promessa (1) SLI62
promete (2) SMO84, SFA51
prometem (1) SSA63
Prometes (1) SMO35
prometeu (2) SMO84, SMO84
prometo (2) SFE70, SMO3
propia (1) SAM45
propicios (1) SHE100
propria (1) SLA93
propriamente (1) SLA94

78
proprias (2) SAM17, SFE13
proprio (5) SAM31, SMO84, SMO15, SAM52, SHE38
propuz (1) SAM27
proscrito (1) SMO69
provar (2) SHE38, SAM31
provárão (1) SAM58
providencia (1) SLA95
provido (1) SMO67
prudencia (1) SLA36
Prudencia (2) SFU21, SMO11
publicação (1) SLA99
publicando (2) SFU85, SAM43
pucha (1) SFE30
pude (1) SLA24
pudera (2) SFU85, SLA97
pudéra (1) SAM58
Pudeste (1) SMO16
Pulga (1) SFE40
Pulpito (1) SLA72
puluis (1) SMO73
pura (2) SAM33, SAM43
Pureza (1) SSA63
puzestes (1) SMO67
qu' (1) SSA65
quadro (1) SSA86
quaes (2) SMO5, SLA77
qual (13) SSA65, SMO57, SFE70, SLA93, SAM45, SMO44, SAM9, SAM45, SLA99, SAM45
Qual (10) SSA68, SMO73, SMO83, SHE38, SMO19, SMO16, SHE79, SMO84, SAM17, SAM9
qualquer (1) SFE13
quam (2) SLI29, SAM20
quando (19) SAM52, SAM48, SAM58, SSA65, SFE34, SMO69, SFA53, SAM47, SAM58, SAM71
Quando (17) SFE75, SLA95, SLA74, SAM17, SSA65, SLA56, SLA95, SLA28, SLA36, SMO5
Quanta (1) SHE54
quantas (2) SMO67, SLA77
Quantas (2) SAM98, SAM27
quanto (17) SLA18, SFU21, SMO5, SHE54, SHE42, SLI90, SLA56, SMO15, SLA94, SLI62
quantò (1) SHE100
Quanto (4) SMO44, SAM58, SAM58, SAM7
quantos (2) SLI90, SPR1
Quantos (1) SLA97
Quarenta (1) SAM71
QUARTA (1) SPR1
quartetos (1) SFE78
quasi (1) SSA63
quatro (2) SMO11, SMO11
que (408) SMO3, SLA28, SAM91, SMO73, SAM41, SMO50, SAM45, SLA36, SAM4, SFE80
Que (133) SFA53, SAM14, SFU37, SFA88, SFA87, SFE75, SAM20, SMO16, SMO16, SAM91
quedas (1) SAM8
Quedas (1) SMO89
queixa (2) SAM41, SAM41
Queixa (1) SAM14
queixar (4) SAM17, SMO15, SMO61, SMO16
queixas (5) SAM17, SLI26, SLI26, SFA51, SLI62
queixe (1) SAM17
queixes (1) SAM60
queixo (1) SLA56
queixume (1) SAM41
queixumes (1) SFU37
quem (45) SAM6, SAM96, SAM4, SLA18, SLA36, SAM23, SMO73, SAM23, SAM96, SMO3
Quem (13) SMO35, SMO82, SMO11, SAM41, SFE40, SAM27, SAM76, SLI26, SFE30, SMO15
quer (10) SMO10, SFE80, SAM2, SFE25, SMO44, SAM45, SFE80, SAM45, SAM31, SFE34
Quer (2) SAM17, SAM8
quereis (1) SMO10
querella (1) SAM17
querem (1) SAM55
querer (1) SLI29
queres (5) SFA53, SLI22, SAM60, SMO35, SMO84
querida (1) SAM45

79
queridas (1) SAM76
quero (1) SAM7
Quia (1) SMO73
quiçâ (1) SLI22
quinta (1) SFE34
quis (2) SAM23, SMO15
quisto (1) SFE78
quiz (3) SMO82, SMO81, SFE78
quizer (1) SPR1
quizera (1) SAM27
quizerão (1) SFU64
quizerdes (1) SAM7
quizeste (2) SHE79, SHE79
racional (1) SMO67
Rafael (1) SSA68
rayo (1) SLA12
Rayo (1) SAM98
raios (1) SAM7
rayos (3) SAM46, SLA74, SAM52
rãns (1) SFE13
Raqueis (1) SLI62
rara (1) SMO50
raras (1) SAM4
rastro (1) SMO10
ratinho (1) SFE40
rato (1) SFE40
ratos (1) SFE13
razão (11) SLA36, SMO44, SLA95, SAM14, SMO67, SMO16, SFE78, SAM14, SAM20, SMO49
Razão (2) SAM66, SHE54
razo (1) SSA65
razoens (1) SLA56
razões (1) SMO50
real (2) SHE38, SAM45
realça (1) SAM48
recado (1) SFE70
receo (1) SAM31
reconhece (1) SFA51
Reduzir (1) SLA36
referidos (1) SAM2
regada (1) SLI29
regras (1) SLA28
Rey (2) SHE38, SHE100
Reiis (1) SLA97
Reino (1) SLA95
reja (1) SMO15
Relação (1) SAM71
Religiosa (2) SSA92, SLA93
Religiosas (1) SLA94
Religioso (1) SLA72
remata (1) SAM45
remediallo (1) SAM41
remedio (1) SLI29
Remendarme (1) SFE78
remendo (1) SFE78
remirme (1) SAM66
remonta (1) SLA72
renaça (1) SSA86
renacendo (1) SLA93
Rendase (1) SFU21
rende (1) SSA65
rendei (1) SHE38
render (1) SFE13
rendéra (2) SLA12, SLA12
rendeste (1) SSA92
rendido (2) SFU21, SSA65
Rendido (2) SHE38, SFU21
renova (1) SLA93
Reo (1) SMO69

80
reparte (3) SAM23, SAM31, SLA72
Repartes (1) SLA77
repartîs (1) SAM17
repetidas (2) SAM76, SAM98
repetido (1) SAM91
repetidos (1) SAM2
repetindolhe (1) SAM91
Repouza (2) SAM47, SLA99
repouzarão (1) SFA53
Repouzo (1) SHE54
reprezenta (1) SLA95
reprova (1) SMO5
reprovo (1) SMO5
republica (1) SLI90
requebrada (1) SFU37
resguardo (1) SAM52
resigno (1) SPR1
resista (1) SAM9
resistes (1) SMO44
resisto (1) SFE78
resolutas (1) SAM76
Resolutas (1) SAM76
resoluto (1) SMO67
resplandor (2) SAM60, SLA94
resplandores (1) SAM52
responda (1) SAM45
responde (1) SHE79
Responde (2) SFE40, SAM91
respondeis (1) SMO19
Respondendo (2) SFE13, SFA87
respondeu (2) SFE80, SMO81
resposta (3) SLA77, SLA72, SLA18
Resposta (2) SFE34, SLA56
Resucita (1) SLI26
Resulta (1) SPR1
Retrato (1) SAM45
revella (1) SAM7
reverencia (1) SMO11
reverente (1) SHE79
revolveis (1) SMO11
Riamonos (2) SAM31, SAM31
riamos (2) SAM31, SAM31
Riamos (1) SAM31
riase (1) SAM14
ribeira (1) SAM47
rica (3) SAM2, SFE25, SMO82
rico (1) SMO84
rigor (2) SLI90, SLA97
riguroso (1) SAM98
RIMAS (1) SPR1
rio (4) SLI29, SLI29, SLI29, SMO3
Rio (1) SAM41
rios (1) SSA86
riqueza (1) SMO32
riquissimo (1) SLA77
rir (1) SLI29
robusto (2) SMO89, SHE38
rodeo (1) SAM31
roga (1) SHE100
rogada (1) SAM33
rogo (2) SLA56, SMO10
Roixinol (1) SLI90
Roma (1) SHE79
Romance (1) SFE78
Romano (1) SSA63
rompa (1) SLA94
Rompe (2) SLI26, SAM43
Rompi (1) SLI62

81
rosa (2) SLA74, SAM20
Rosa (2) SAM20, SAM20
rosas (1) SFE13
Rosas (1) SLA94
roto (1) SPR1
roubada (1) SFU21
roubar (1) SMO84
roubàrão (1) SFU37
roubarãome (1) SMO10
roubou (1) SAM47
Roubou (1) SAM52
rua (1) SFE25
Rubi (2) SAM96, SAM96
ruda (1) SFE75
rudes (1) SHE38
ruina (2) SAM8, SSA86
rumos (1) SLA18
S (2) SSA92, SHE38
Sà (2) SLA12, SLA12
sabe (3) SLA93, SAM33, SAM45
Sabe (1) SAM48
sabeis (2) SAM27, SAM9
Sabeis (2) SLA56, SFE70
saber (4) SMO81, SAM31, SAM45, SMO49
saberão (1) SAM66
sabias (1) SHE38
sabio (1) SLA36
Sabio (1) SLA56
sacrificando (1) SLA93
sacrificio (1) SAM4
Sacro (5) SSA86, SSA65, SSA68, SSA63, SSA92
Sago (1) SHE100
sagrado (2) SMO57, SLA97
sahio (1) SMO89
saya (1) SMO15
saiba (3) SAM41, SFA87, SAM66
Saibao (1) SMO49
saindo (1) SLI26
salgado (1) SMO3
Salve (3) SLA94, SSA92, SLA93
salvo (1) SMO50
Salvo (3) SFE80, SLA24, SAM8
sangue (2) SMO61, SFA53
santa (1) SLA72
santo (2) SSA92, SSA92
Santo (2) SFA88, SFE40
são (18) SMO32, SMO44, SAM4, SFE25, SAM76, SAM2, SFA51, SFA87, SMO10, SFU37
São (1) SFE75
sarais (1) SLA24
satirico (1) SFE78
satisfaça (1) SAM23
satisfação (1) SFU37
saudade (1) SAM71
saúdade (1) SAM33
Saudades (1) SAM6
saude (1) SLA24
Scevola (1) SLA72
se (147) SLA74, SAM45, SAM46, SMO50, SMO82, SAM45, SMO49, SLA77, SLA74, SFE34
Se (42) SMO15, SFA88, SAM71, SMO10, SHE42, SLA36, SLI26, SAM48, SMO10, SMO59
seca (1) SMO44
Seca (1) SLI29
secreta (1) SAM55
secreto (1) SFE70
seculo (2) SLI90, SLA36
seculos (1) SLA99
sede (3) SSA86, SHE54, SHE54
Sede (1) SMO82
Sedebat (1) SSA86

82
Seguio (1) SAM58
seguyos (1) SMO10
segunda (1) SAM2
Segunda (1) SFE13
segundo (3) SLA18, SLA72, SAM20
Segundo (2) SLA99, SSA63
segura (7) SAM47, SHE42, SFE40, SAM20, SAM33, SMO61, SAM55
seguro (2) SFU64, SAM8
sei (6) SAM45, SLA77, SAM43, SAM4, SMO59, SHE54
sey (2) SMO82, SLA56
Sei (1) SAM23
seja (12) SHE54, SLI90, SFA53, SPR1, SMO3, SMO3, SFE80, SLI29, SLA93, SMO15
Seja (1) SFU37
sejão (1) SLA24
Sejão (2) SAM2, SAM55
sem (25) SFE40, SMO57, SMO35, SAM41, SLA12, SLI22, SAM96, SMO35, SSA68, SMO59
Sem (11) SLI62, SFE40, SFA51, SAM20, SLI22, SAM48, SHE38, SLA36, SMO61, SSA86
semblante (1) SLI22
sembrante (1) SAM46
semelhantes (2) SLA74, SFE78
sempre (20) SAM27, SAM33, SFU64, SAM4, SLA95, SLA36, SMO3, SMO57, SMO50, SAM9
Sempre (4) SAM2, SHE79, SHE42, SLI62
sendo (2) SAM45, SLA95
Sendo (3) SHE100, SHE100, SAM7
Seneca (1) SMO69
senhor (6) SMO32, SFE13, SFE34, SSA92, SLA24, SMO19
Senhor (12) SLA18, SMO19, SHE38, SFE34, SFE78, SMO59, SFU64, SHE54, SFE70, SMO67
senhora (9) SAM55, SLA74, SMO15, SAM7, SAM17, SAM55, SLA74, SAM55, SFE30
Senhora (6) SFE39, SAM23, SAM9, SAM33, SAM4, SHE54
senhoria (1) SFA88
Señor (1) SHE100
sente (2) SAM9, SMO44
sentido (1) SAM55
sentidos (1) SMO10
sentimento (2) SLA56, SAM71
Sentir (1) SAM33
sepultados (1) SLA95
Sepultemse (1) SPR1
sepultura (2) SMO82, SMO50
Sepultura (1) SMO50
ser (37) SLA18, SHE54, SFE25, SAM27, SHE100, SAM7, SMO3, SLI29, SMO3, SLA12
Ser (1) SMO83
será (1) SLA99
serà (3) SAM9, SMO15, SAM7
Serà (2) SLA18, SLA95
Serafim (1) SAM43
serão (3) SLA28, SFA51, SAM55
Sereas (1) SLI62
serei (1) SMO15
Serei (1) SAM6
sereis (1) SAM45
Serenissimos (1) SLA97
Sereno (1) SAM91
serpe (1) SMO84
serra (1) SAM91
serve (3) SMO44, SFE34, SAM55
servi (1) SLI62
servindo (1) SLI62
servir (1) SLI62
servirà (1) SLI29
sestro (2) SFE78, SFE30
seta (2) SAM55, SAM55
sete (2) SLI62, SLI62
Sete (1) SLI62
seu (22) SFU21, SFU21, SAM31, SMO15, SMO19, SMO89, SSA68, SSA92, SAM96, SAM60
seus (6) SAM46, SMO81, SMO69, SSA65, SAM46, SLA56
severa (1) SAM98
severo (1) SAM46

83
sezuda (1) SFE75
sezudo (1) SMO11
si (5) SLA94, SLA72, SMO15, SMO61, SMO82
sy (2) SFA88, SAM46
sic (1) SSA86
Sichem (1) SSA86
sido (1) SFU21
Sidónia (1) SLA97
siga (1) SAM17
sigas (1) SFA53
sigo (1) SAM31
silencio (1) SAM52
sim (1) SFE70
Simbolo (1) SHE100
simples (2) SFE75, SMO11
sinaes (1) SAM43
sinal (1) SAM43
sinalarte (1) SLI90
sincero (1) SAM46
singular (1) SAM96
singulares (1) SHE38
sirva (1) SMO3
sirvão (1) SPR1
so (1) SMO67
só (2) SLA36, SMO83
sò (26) SMO50, SFA51, SFE25, SFE13, SAM45, SHE54, SLI90, SFE75, SMO32, SFE40
sô (3) SLA72, SAM9, SAM2
Sò (1) SAM41
sobe (1) SFU37
sobeja (1) SLI29
sobejou (1) SAM14
soberana (2) SLA74, SAM98
soberano (1) SSA63
soberanos (1) SMO19
soberbo (2) SMO89, SLI22
sobes (1) SLI90
sobre (6) SHE38, SHE100, SMO50, SLA18, SMO73, SFE30
sobrinha (1) SFE30
socegada (1) SLI26
Socorrey (1) SSA68
socorrerme (1) SAM66
socorro (1) SAM7
socorros (1) SAM66
soe (1) SMO16
soes (9) SLA74, SAM48, SFE30, SAM48, SMO67, SAM48, SAM48, SHE54, SHE54
Soes (1) SMO32
Sofra (1) SLI62
sofrimento (2) SAM9, SFE75
sogra (2) SLA74, SLA74
sois (8) SFE30, SFE13, SAM45, SAM45, SAM45, SFE13, SLA24, SFE25
Sois (2) SFE70, SAM96
sol (5) SSA92, SSA92, SAM76, SAM6, SFE25
Sol (4) SAM7, SAM47, SFE70, SAM52
soldado (1) SFU21
solicita (2) SMO49, SMO73
solidão (1) SMO50
Soltame (1) SAM60
soltasse (1) SMO57
solto (1) SFE75
Soltos (1) SAM6
soma (1) SAM71
somar (1) SAM31
sombra (5) SLI26, SAM7, SAM7, SAM43, SAM47
sombras (1) SSA68
sombrio (1) SLI29
somente (2) SAM33, SAM14
soneto (4) SFE13, SFE13, SFE78, SFE34
Soneto (2) SMO3, SAM66

84
SONETO (100) SHE100, SPR1, SAM2, SMO3, SAM4, SAM9, SMO50, SFA51, SAM52, SFA53
Sonetos (1) SFE78
sonho (1) SHE54
sono (3) SHE54, SAM47, SMO73
sonora (1) SLI90
sonorosos (1) SFU85
sopro (1) SAM91
sor (1) SFE30
sorte (17) SLA36, SAM23, SMO50, SLI29, SAM52, SFU64, SLA28, SMO16, SPR1, SAM27
Sorte (1) SAM27
Sortes (1) SMO5
sòs (1) SMO83
sospeito (1) SFE70
sou (5) SLA24, SMO67, SMO49, SMO73, SMO73
Sousa (2) SLA18, SLA95
sua (6) SLA72, SHE100, SFU37, SSA68, SFE40, SHE38
suas (2) SHE100, SFU21
suave (1) SLI90
suaves (1) SLI90
subida (2) SAM60, SLA94
subidos (1) SLA93
subio (1) SMO69
subir (2) SMO69, SAM8
subirão (1) SLA77
sublime (2) SFE75, SSA92
sucedia (1) SLA36
sucesso (1) SHE38
sucessora (1) SAM47
sufragio (1) SPR1
sufridas (1) SAM55
sugeitas (1) SAM52
super (1) SSA86
suspensão (1) SAM58
suspenso (1) SAM58
suspiros (1) SAM60
sustenta (1) SSA65
sustentadas (1) SMO82
susto (1) SHE38
suxa (1) SFE30
T (13) SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35
tacitas (1) SMO11
taes (5) SMO19, SLA28, SMO19, SAM66, SAM66
Taes (1) SMO44
tal (19) SLA24, SAM23, SFE39, SAM9, SAM9, SFE13, SLA36, SAM43, SFU21, SAM43
Tal (6) SLA95, SFA53, SAM47, SFA87, SMO81, SFE40
Talamo (1) SLA97
tambem (11) SFA88, SFE80, SFA88, SAM43, SAM4, SFE30, SFE80, SFU85, SAM52, SLA18
Tambem (4) SPR1, SMO83, SMO35, SAM43
tanta (7) SSA92, SLA93, SMO19, SFA88, SLA72, SLA24, SMO84
Tanta (3) SHE54, SMO19, SLA97
tantas (2) SMO50, SAM48
Tantas (1) SAM27
tanto (22) SAM41, SFE80, SMO84, SLA77, SSA92, SLA97, SFE34, SFU37, SMO15, SMO10
Tanto (3) SHE42, SLI90, SHE54
tantos (9) SMO10, SLA24, SAM14, SMO61, SMO19, SAM48, SAM2, SAM2, SAM43
Tantos (1) SLI62
tão (43) SHE42, SMO32, SMO49, SSA86, SAM76, SSA86, SAM14, SFE13, SAM60, SLA94
Tão (7) SMO57, SLA12, SMO19, SLI90, SAM33, SMO81, SMO89
tarda (2) SMO69, SMO69
tardado (1) SMO10
tardados (1) SMO10
Tardastes (1) SMO10
tardo (1) SAM52
tardou (1) SAM33
te (22) SMO50, SFU64, SAM60, SAM8, SAM60, SAM60, SMO35, SMO57, SMO44, SHE42
tẽ (1) SLI90
Te (3) SLA77, SMO59, SLA28
teatro (1) SMO11

85
teem (1) SFE78
Tejo (2) SLI22, SLI22
tem (16) SAM55, SMO32, SLA18, SAM96, SAM23, SAM46, SMO32, SAM31, SMO32, SHE100
Tem (3) SMO49, SMO81, SMO57
tema (1) SPR1
temais (1) SAM46
Teme (1) SMO10
Temei (1) SFA51
temendo (2) SMO83, SLA24
temeo (1) SLA12
temer (4) SSA86, SMO44, SLA97, SAM27
temerarios (1) SAM8
temerosa (2) SAM91, SHE42
temeroso (2) SMO61, SAM6
temião (1) SMO81
temo (1) SAM23
temor (5) SAM47, SMO83, SMO10, SMO49, SAM8
tempestade (1) SAM71
templo (2) SHE100, SHE42
Templo (2) SLA97, SLA97
tempo (8) SMO59, SMO32, SAM2, SAM2, SLA97, SLI26, SFE39, SHE38
Tempo (12) SLA99, SMO35, SMO15, SMO35, SMO35, SAM27, SAM66, SMO35, SMO35, SMO35
tempos (2) SSA63, SFA53
Tende (3) SHE54, SFE34, SMO82
tendes (2) SMO32, SMO32
Tendes (1) SMO32
tendo (2) SFU37, SMO69
tenhais (1) SHE54
tenhão (1) SFA53
tenho (4) SMO32, SPR1, SFE70, SFE78
Tenho (2) SMO59, SFE34
Tenhoa (1) SMO35
tens (1) SFU21
tẽns (4) SFA53, SAM8, SMO35, SMO57
ter (4) SMO5, SMO5, SAM14, SFE80
Ter (1) SAM14
terà (1) SAM23
teràs (1) SMO57
tercetos (1) SFE78
Terdes (1) SFE70
termina (1) SSA86
termo (1) SHE42
termos (3) SFU85, SLA18, SLA95
terra (7) SAM43, SMO61, SMO89, SMO73, SMO83, SMO89, SLA93
Terra (6) SFU85, SMO67, SAM43, SHE100, SHE54, SFU85
terras (1) SHE38
tesouro (1) SMO84
testa (1) SAM6
teu (9) SHE79, SLI22, SMO84, SLA97, SFU85, SLI22, SFU85, SSA92, SMO11
Teu (1) SAM8
teus (6) SMO44, SMO44, SMO59, SFA87, SFA87, SFA53
teve (3) SAM14, SFE13, SAM48
tezouro (1) SLA77
Thomaz (1) SLA77
ti (9) SFA87, SLA28, SMO44, SHE42, SLA12, SFA53, SMO35, SLA97, SMO84
tî (1) SAM8
ty (4) SMO57, SSA92, SSA92, SMO57
tia (1) SFE30
Tia (2) SFE30, SFE30
Tiberio (1) SMO69
Tifis (1) SSA68
Timante (1) SLA72
timido (1) SSA65
tinha (1) SAM23
tino (2) SMO49, SSA68
tira (1) SAM41
tirania (1) SMO16
tiranias (1) SAM66

86
tirano (2) SMO16, SMO49
tiranos (2) SMO10, SLI62
tirar (1) SMO57
tirarmas (1) SAM98
Tirou (1) SMO81
tive (1) SAM52
tivera (1) SMO5
tiveste (1) SSA92
to (1) SAM60
Tobias (2) SSA68, SSA68
tocava (1) SMO89
Tocha (1) SHE100
toda (4) SLA36, SSA86, SLA24, SFE30
Toda (2) SMO59, SMO59
todo (7) SAM52, SMO84, SAM20, SAM98, SFA88, SMO84, SAM27
Todo (2) SMO3, SMO32
todos (9) SMO81, SMO81, SMO82, SMO16, SFU85, SAM48, SLA72, SMO16, SMO5
Todos (2) SMO81, SMO83
Toga (1) SHE100
tomado (1) SMO61
tomai (1) SHE100
Tomando (1) SMO57
tomar (1) SFE25
tomarlhe (1) SFA87
tomo (1) SMO15
Tomo (1) SAM23
topando (1) SMO81
tormenta (1) SSA65
tormento (6) SAM66, SMO16, SAM71, SAM9, SMO16, SMO84
tornado (1) SFA88
Tornão (1) SAM2
tornarei (1) SAM60
tornas (1) SLI22
Torne (1) SLA56
tornem (1) SMO10
Torno (1) SAM27
tornou (1) SLI26
torpe (1) SAM4
torpeza (1) SMO59
Torre (1) SFE13
toucado (1) SAM20
trabalho (1) SAM47
traçandome (1) SAM98
traçastes (1) SMO16
Tradução (2) SAM66, SAM46
tragedia (1) SMO49
tragedias (1) SAM98
tragicos (1) SPR1
Tragoume (1) SMO73
tramoyas (1) SMO11
tras (1) SAM33
tratos (1) SFE13
traz (2) SFE40, SFE70
trazer (1) SAM23
tres (2) SMO11, SMO11
trilhado (2) SMO83, SMO83
triste (7) SMO57, SAM71, SLI62, SMO50, SLI29, SAM41, SAM60
Triste (3) SLI29, SMO15, SAM47
Triunfado (1) SFU21
triunfador (1) SFU21
Triunfando (1) SSA63
triunfante (2) SAM46, SMO50
triunfo (1) SMO57
triunfos (2) SHE38, SLI90
trocàra (1) SAM6
Trocarme (1) SMO84
trocaste (1) SLA93
troco (1) SMO10

87
Trocouse (1) SLI26
Troya (2) SHE42, SHE42
Troyas (1) SMO11
trouxe (1) SMO3
trova (1) SFE25
Trova (1) SFE34
trovas (1) SFE34
tu (9) SFE34, SMO35, SSA65, SLA93, SLI22, SLI22, SMO84, SLA12, SMO35
Tu (7) SLA12, SMO35, SFA53, SLA93, SMO50, SLA36, SAM91
tua (4) SAM58, SFU64, SMO59, SFU64
Tuba (1) SLA12
TUBA (1) SPR1
tudo (10) SMO11, SFE80, SMO59, SLA18, SAM91, SFA51, SLA94, SAM60, SLI22, SMO32
Tudo (4) SMO59, SMO61, SAM60, SMO61
Tullio (1) SLA72
Tumulo (1) SLA99
ufana (1) SLA74
Ulisses (2) SLA99, SLA99
um (1) SFE70
unida (1) SAM48
unidas (1) SAM55
unir (1) SMO50
Urania (2) SAM66, SAM66
Urbanidade (1) SLA77
usurpàra (1) SLA36
usurparlhe (1) SLA95
V (14) SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO5, SMO35, SMO35
và (2) SFE30, SFE78
vãa (1) SLA93
Vades (1) SLA24
vai (9) SAM31, SFA88, SAM31, SMO3, SMO61, SLA18, SFA87, SAM31, SMO83
vay (2) SMO81, SMO81
Vai (1) SMO35
Vaite (1) SMO35
Val (1) SFA51
valem (1) SAM96
valente (1) SLA12
valerme (1) SAM66
valho (1) SAM66
valor (5) SMO61, SAM31, SAM96, SFA88, SAM96
Vamos (1) SMO82
vão (11) SMO3, SMO35, SAM96, SMO44, SAM7, SMO5, SAM31, SMO89, SMO83, SLA36
vãos (1) SFA88
varanda (1) SFE75
varão (1) SLA36
Varia (1) SFE75
varias (1) SMO67
variedade (1) SFA51
vario (1) SMO69
Varre (1) SMO61
vas (3) SMO35, SLA93, SMO35
vàs (3) SLI22, SLA77, SLA77
Vàs (1) SLI22
vassallajem (1) SAM20
vazo (1) SSA65
vè (4) SMO89, SMO10, SLA36, SMO49
vê (2) SMO61, SFE39
Vè (1) SFA53
vedado (1) SMO84
vede (1) SMO32
Vedes (2) SMO35, SFE75
Veyo (1) SFU37
veja (4) SAM6, SAM46, SMO15, SAM45
vejo (9) SLA77, SLA28, SLI22, SLI62, SMO5, SMO67, SAM66, SFE80, SMO67
Vejo (1) SLI29
velha (1) SFE13
velhice (1) SMO73
Velhice (1) SMO44

88
velho (1) SMO35
Velho (2) SSA68, SFA53
velhos (1) SMO81
vellos (1) SAM6
vem (6) SFE25, SLA77, SPR1, SAM43, SAM43, SMO32
Vem (1) SAM91
vença (1) SAM14
Vença (1) SSA63
vence (3) SAM4, SAM4, SHE79
Vence (1) SMO57
vencedor (1) SHE38
vencedora (1) SHE54
vencer (6) SFU21, SAM43, SAM4, SHE79, SHE79, SHE79
vencido (2) SLI22, SFU21
vencimento (1) SMO57
vendido (1) SAM96
vendo (6) SAM66, SMO11, SLA74, SAM91, SLI62, SMO81
vendovos (2) SAM43, SAM45
Vendovos (1) SMO11
venera (1) SLA97
Venera (1) SLA12
venerando (1) SLA77
Venha (1) SFA53
Venhão (1) SAM55
venho (2) SMO59, SPR1
ventagem (1) SMO67
vento (18) SFE75, SAM23, SMO89, SAM6, SMO10, SLI26, SMO89, SAM8, SHE38, SFA87
Vento (1) SAM8
ventura (8) SMO82, SFA87, SMO61, SMO83, SAM48, SAM52, SAM20, SAM33
Ventura (1) SMO50
venturosa (1) SHE42
venturoso (1) SAM14
ver (14) SAM6, SHE79, SHE79, SAM45, SHE54, SAM45, SMO89, SMO49, SMO67, SMO57
Ver (4) SMO3, SAM76, SLI29, SFU37
Verão (1) SAM41
veràs (1) SAM91
verdade (7) SMO73, SLA28, SAM23, SLA24, SAM2, SMO73, SSA63
Verdade (1) SFU21
verdadeira (1) SAM33
verdadeiro (4) SAM41, SAM47, SMO83, SSA68
verdades (1) SAM60
verde (1) SLI29
Verde (1) SMO89
verdura (3) SLI29, SLI29, SAM47
Verei (2) SAM6, SAM6
vergonhosa (1) SLA74
verme (1) SAM66
vermos (1) SHE79
verse (1) SAM46
verso (1) SLA18
versos (7) SFE78, SLA18, SFA87, SAM46, SFA53, SFA53, SLA56
Versos (1) SAM2
ves (1) SLI22
vés (1) SLA99
veste (1) SHE100
vestida (1) SMO16
vestido (2) SSA65, SAM43
vestio (1) SLI26
vestuario (1) SMO11
vez (5) SAM2, SAM66, SMO84, SLA97, SAM60
vezes (3) SLA77, SAM27, SFE70
vi (5) SAM71, SLI29, SLA74, SLI29, SMO49
Vi (1) SMO81
VI (1) SAM6
via (1) SMO10
viagem (1) SHE38
viajem (1) SAM71
vião (1) SMO81

89
vibre (1) SHE54
viçosa (1) SAM91
victima (1) SSA92
vida (27) SAM20, SMO57, SMO32, SAM4, SMO35, SAM23, SMO35, SMO73, SFE40, SAM58
Vida (7) SMO35, SMO35, SAM27, SMO35, SMO82, SMO57, SMO35
vidas (2) SAM76, SAM76
Vidas (1) SAM98
vidro (1) SMO44
vieres (1) SLI22
vigor (1) SMO73
VII (1) SAM7
VIII (1) SAM8
vil (3) SAM55, SMO73, SAM96
vinda (1) SAM23
Vinda (1) SLI26
Vindes (2) SMO10, SAM43
vinga (1) SMO49
vingado (2) SAM98, SLI29
vingadores (1) SAM52
vingança (3) SAM55, SAM55, SPR1
vingo (1) SMO49
vio (3) SFU64, SMO89, SMO82
vir (6) SMO11, SAM33, SAM33, SAM43, SFA87, SMO69
vira (1) SMO5
viràs (1) SLI90
virdes (1) SFE70
virtude (1) SSA65
virtudes (1) SHE38
vîs (1) SMO57
Visse (1) SLA95
vista (6) SMO16, SAM9, SLA74, SAM9, SLA74, SAM9
vistas (1) SAM52
viste (1) SMO57
vistes (1) SFE70
visto (2) SFE78, SHE38
vistos (1) SAM7
Vite (1) SAM58
vitoria (3) SLA12, SMO57, SAM48
Vitoria (3) SHE79, SSA63, SHE79
vitorias (1) SAM4
Vitruvio (1) SLA72
vituperio (2) SMO84, SHE38
viva (9) SAM9, SPR1, SAM20, SAM45, SMO15, SLA12, SAM45, SAM33, SAM45
vivais (1) SHE54
Vivão (1) SLA18
vivas (1) SLA77
vive (3) SFU37, SLA77, SMO19
Vivei (1) SAM55
viveis (1) SMO32
vivendo (3) SMO32, SLA18, SLA77
viver (4) SMO32, SAM27, SAM20, SMO59
vives (3) SFU64, SLI22, SMO50
viveste (1) SSA92
Vivia (1) SMO89
vivirà (1) SLA97
vivirão (1) SLA99
Vivirás (1) SLA12
vivos (1) SMO81
vo (1) SFA88
voar (1) SMO5
voàr (1) SMO49
voaste (1) SAM8
Voiture (1) SAM66
volta (1) SMO82
Voltouse (1) SMO81
vontade (3) SHE79, SMO3, SLA28
voo (1) SMO49
voos (1) SAM8

90
vos (73) SFE34, SAM46, SHE54, SFE30, SFE40, SFE25, SHE38, SMO11, SAM76, SAM20
vós (1) SAM45
vòs (2) SMO82, SAM76
vôs (2) SAM52, SAM46
Vos (10) SFE80, SFE39, SFA51, SFE34, SAM45, SAM17, SAM27, SAM17, SAM7, SMO15
vosco (6) SLA24, SMO81, SLA24, SHE54, SAM46, SFE30
vossa (13) SFE30, SAM43, SLA18, SHE100, SLA94, SAM55, SFE34, SFE13, SLA95, SHE100
Vossa (2) SAM55, SLA95
vossas (4) SAM4, SMO67, SHE38, SAM27
vosso (7) SAM4, SAM17, SLA24, SMO16, SAM20, SMO82, SAM20
Vosso (1) SFE13
vossos (7) SFU37, SFE34, SLA18, SLA18, SLA56, SSA65, SFE13
Votando (1) SSA92
votar (1) SLA24
voto (1) SSA92
votos (1) SLA24
vou (5) SMO59, SMO59, SLA18, SFE75, SAM66
voz (10) SAM41, SMO3, SLI90, SAM60, SMO73, SAM58, SLA56, SAM58, SMO73, SMO16
vozes (1) SLI62
vulgares (1) SFE25
X (1) SMO10
XC (1) SLI90
XCI (1) SAM91
XCII (1) SSA92
XCIII (1) SLA93
XCIV (1) SLA94
XCIX (1) SLA99
XCV (1) SLA95
XCVI (1) SAM96
XCVII (1) SLA97
XCVIII (1) SAM98
XI (1) SMO11
XII (1) SLA12
XIII (1) SFE13
XIV (1) SAM14
XIX (1) SMO19
XL (1) SFE40
XLI (1) SAM41
XLII (1) SHE42
XLIII (1) SAM43
XLIV (1) SMO44
XLIX (1) SMO49
XLV (1) SAM45
XLVI (1) SAM46
XLVII (1) SAM47
XLVIII (1) SAM48
XV (1) SMO15
XVI (1) SMO16
XVII (1) SAM17
XVIII (1) SLA18
XX (1) SAM20
XXI (1) SFU21
XXII (1) SLI22
XXIII (1) SAM23
XXIV (1) SLA24
XXIX (1) SLI29
XXV (1) SFE25
XXVI (1) SLI26
XXVII (1) SAM27
XXVIII (1) SLA28
XXX (1) SFE30
XXXI (1) SAM31
XXXII (1) SMO32
XXXIII (1) SAM33
XXXIV (1) SFE34
XXXIX (1) SFE39
XXXV (1) SMO35
XXXVI (1) SLA36

91
XXXVII (1) SFU37
XXXVIII (1) SHE38
Zafir (1) SAM96
Zafiro (1) SAM96
Zefiro (2) SAM47, SLI90
zelo (1) SMO3
Zombar (1) SFE34
zombaria (1) SFA88
zombas (1) SAM91
zunir (1) SFE30

92
ÍNDICE INVERSO DE FORMAS

DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS

FORMAS FREQUÊNCIA

a (302)
á (2)
à (20)
A (73)
manhãa (1)
vãa (1)
Acaba (1)
caiba (1)
saiba (3)
alcoba (1)
Tuba (1)
TUBA (1)
cà (5)
câ (2)
Câ (1)
ameaça (1)
faça (3)
satisfaça (1)
Malaca (2)
renaça (1)
graça (6)
Graça (2)
desgraça (3)
Desgraça (1)
praça (2)
cabeça (1)
Abbadeça (1)
padeça (1)
compadeça (1)
emmudeça (1)
Seneca (1)
pareça (1)
seca (1)
Seca (1)
cobiça (2)
fica (4)
cientifica (1)
republica (1)
rica (3)
Caparica (1)
America (1)
Alegorica (1)
Musica (2)
Arismetica (1)
botica (1)
Justiça (2)
quiçâ (1)
realça (1)
inculca (1)
alcança (2)
mudança (3)
Bragança (1)
vingança (3)
branca (3)
lembrança (1)
esperança (6)
Esperança (1)
licença (3)
pertença (1)
vença (1)
Vença (1)
nunca (13)

93
Nunca (4)
Monarca (2)
cerca (1)
perca (2)
força (7)
Força (2)
esforça (1)
Nasça (1)
Ouça (1)
da (102)
Da (9)
dà (3)
Dà (1)
roubada (1)
cada (4)
Cada (2)
fabricada (1)
atiçada (1)
alcançada (1)
destroncada (1)
dada (1)
descuidada (1)
duvidada (2)
socegada (1)
chegada (1)
negada (1)
regada (1)
carregada (1)
rogada (1)
fechada (2)
confiada (1)
envejada (1)
Envejada (1)
dezejada (2)
aleijada (2)
Prelada (1)
estimada (1)
informada (1)
costumada (1)
nada (8)
Nada (2)
desenganada (1)
desornada (1)
consoada (2)
espada (1)
Espada (2)
brada (1)
celebrada (2)
requebrada (1)
esperada (2)
desesperada (1)
honrada (1)
morada (1)
namorada (1)
Errada (1)
forrada (1)
cansada (1)
dilatada (1)
maltratada (1)
acreditada (1)
levantada (1)
Pintada (1)
cortada (1)
conquistada (2)
levada (1)
louvada (1)
pezada (1)
prezada (1)

94
desprezada (1)
pizada (1)
bautizada (1)
catorzada (1)
ouzada (3)
leda (1)
Arrabida (1)
subida (2)
agradecida (1)
conhecida (2)
desconhecida (1)
escarnecida (1)
parecida (1)
merecida (1)
homicida (1)
medida (1)
comedida (1)
Despedida (1)
candida (1)
fingida (3)
Pallida (1)
humida (1)
presumida (2)
unida (1)
intrepida (1)
ferida (2)
Flerida (1)
querida (1)
detida (1)
advertida (2)
vestida (1)
Perseguida (1)
erguida (1)
possuida (1)
vida (27)
Vida (7)
devida (1)
atrevida (2)
convida (1)
duvida (4)
ouvida (2)
anda (1)
Anda (1)
varanda (1)
branda (1)
defenda (2)
offenda (1)
emenda (2)
horrenda (1)
contenda (2)
inda (9)
ainda (1)
Lucinda (2)
linda (1)
vinda (1)
Vinda (1)
responda (1)
profunda (1)
segunda (1)
Segunda (1)
toda (4)
Toda (2)
tarda (2)
bastarda (1)
aguarda (1)
perda (1)
muda (2)
ruda (1)

95
estuda (1)
sezuda (1)
cadea (1)
idea (1)
Candea (1)
alhea (1)
Empirea (1)
Ninfa (1)
paga (1)
cega (1)
chega (3)
nega (1)
entrega (1)
diga (1)
prodiga (1)
amiga (1)
obriga (1)
siga (1)
antiga (2)
folga (1)
Pulga (1)
vinga (1)
afoga (1)
roga (1)
Toga (1)
avoga (1)
larga (1)
enxuga (1)
ha (2)
Ha (1)
hà (19)
Hà (1)
Tocha (1)
pucha (1)
lha (1)
palha (1)
batalha (1)
orelha (1)
velha (1)
Filha (3)
maravilha (2)
olha (1)
Olha (1)
penha (2)
Venha (1)
gracinha (1)
minha (14)
Minha (1)
caminha (2)
sobrinha (1)
tinha (1)
continha (1)
convinha (2)
Cazinha (1)
mezinha (1)
Cunha (5)
praya (1)
saya (1)
ensaya (1)
Grecia (1)
elegancia (2)
fragrancia (1)
ignorancia (2)
convalecencia (1)
providencia (1)
prudencia (1)
Prudencia (2)
contingencia (1)

96
ciencia (1)
paciencia (1)
conciencia (1)
obediencia (1)
excellencia (1)
conferencia (1)
reverencia (1)
eloquencia (1)
auzencia (6)
Auzencia (2)
dia (14)
ousadia (1)
ouzadia (3)
sucedia (1)
tragedia (1)
Comedia (1)
pedia (1)
galhardia (1)
Filosofia (1)
porfia (4)
Porfia (1)
acolhia (1)
companhia (1)
Academia (1)
tirania (1)
Urania (2)
Sidónia (1)
armonia (1)
Armonia (1)
joya (1)
Troya (2)
pia (1)
copia (2)
Copia (1)
propia (1)
zombaria (1)
Maria (1)
contraria (2)
custaria (1)
Varia (1)
abria (1)
cubria (1)
cria (1)
fria (1)
alegria (2)
Alegria (1)
senhoria (1)
gloria (17)
Gloria (2)
memoria (2)
Memoria (1)
vitoria (3)
Vitoria (3)
notoria (1)
historia (2)
propria (1)
corria (1)
alforria (1)
Patria (2)
industria (2)
injuria (1)
Poesia (1)
tia (1)
Tia (2)
batia (1)
Batia (1)
competia (1)
Cintia (1)

97
partia (1)
guia (2)
Aguia (1)
Quia (1)
via (1)
havia (2)
Vivia (1)
enxovia (1)
ouvia (1)
fazia (2)
demazia (1)
fantazia (2)
dezia (1)
cortezia (1)
ja (4)
já (1)
Já (1)
jà (27)
Jà (10)
jâ (2)
sobeja (1)
peleja (1)
despeja (1)
reja (1)
seja (12)
Seja (1)
veja (4)
enveja (5)
Enveja (4)
dezeja (2)
dirija (1)
cuja (1)
Cuja (2)
la (1)
Lá (1)
là (8)
Là (3)
iguala (1)
pela (1)
falla (1)
Falla (1)
declaralla (1)
adoralla (1)
matalla (1)
ella (4)
Ella (3)
bella (2)
Bella (2)
padecella (1)
della (5)
nella (3)
Appella (1)
querella (1)
estrella (3)
Estrella (1)
detella (1)
cautella (1)
aquella (5)
Aquella (4)
revella (1)
dizella (1)
donzella (1)
perseguilla (1)
contallla (1)
Perola (3)
Scevola (1)
intitula (1)
ma (2)

98
mà (1)
ama (1)
Cama (1)
Dama (2)
fama (4)
Fama (3)
chama (2)
aclama (1)
flama (1)
Flama (1)
derrama (1)
Poema (1)
Poëma (2)
tema (1)
cima (1)
Prima (3)
victima (1)
maritima (1)
lastima (3)
lastîma (1)
estima (1)
alma (5)
Alma (1)
calma (1)
Roma (1)
soma (1)
arma (1)
enferma (1)
firma (1)
mesma (8)
Cuma (1)
na (20)
Na (3)
ufana (1)
engana (1)
Daliana (1)
Mariana (1)
mana (1)
humana (1)
deshumana (1)
Joana (1)
soberana (2)
ordena (1)
Filomena (1)
pena (7)
Pena (2)
pequena (1)
Lesbina (2)
dina (1)
Dina (1)
termina (1)
benina (1)
peregrina (1)
doutrina (1)
destina (1)
ruina (2)
Dona (2)
moderna (1)
eterna (4)
cisterna (1)
Furna (1)
fortuna (6)
Fortuna (3)
oportuna (1)
boa (2)
Lisboa (2)
agoa (1)
Tenhoa (1)

99
entoa (1)
culpa (2)
desculpa (1)
limpa (1)
rompa (1)
trocàra (1)
cuydàra (1)
cuidarâ (1)
farà (2)
julgarà (1)
acharà (1)
clara (2)
declara (1)
para (51)
Para (12)
pâra (3)
Prepâra (1)
usurpàra (1)
ocupâra (1)
rara (1)
admirarà (1)
faltarà (1)
Brotarà (1)
avara (1)
deixára (1)
prezára (1)
gozâra (1)
Celebra (1)
Coimbra (1)
sombra (5)
assombra (1)
dobra (1)
Pedra (1)
pêdra (1)
era (10)
Era (2)
cera (2)
Cera (1)
engrandecera (1)
conhecera (1)
offrecera (1)
dera (2)
Considera (2)
rendéra (2)
poderà (1)
pudera (2)
pudéra (1)
fera (1)
Fera (2)
esfera (3)
escolhera (1)
colera (1)
venera (1)
Venera (1)
espera (4)
desespera (1)
Crerà (1)
será (1)
serà (3)
Serà (2)
Dissera (1)
compusera (1)
terà (1)
severa (1)
tivera (1)
estivera (1)
fizera (2)
quizera (1)

100
Sofra (1)
negra (1)
logra (2)
sogra (2)
ribeira (1)
feiticeira (1)
cadeira (1)
verdadeira (1)
feira (1)
maneira (2)
Pereira (2)
inteira (1)
aspira (1)
tira (1)
vira (1)
vivirà (1)
servirà (1)
honra (3)
Ora (2)
embora (3)
Adora (1)
vencedora (1)
fora (7)
Fora (1)
Metafora (2)
agora (10)
Agora (3)
hora (14)
Hora (13)
chora (3)
melhora (1)
Melhora (1)
senhora (9)
Senhora (6)
Flora (1)
mora (1)
namora (1)
ignora (1)
sonora (1)
Aurora (5)
sucessora (1)
compra (1)
erra (1)
cerra (1)
encerra (1)
desencerra (1)
serra (1)
terra (7)
Terra (6)
desterra (1)
guerra (6)
letra (1)
contra (9)
Contra (5)
destra (2)
adestra (1)
Palestra (1)
mestra (1)
mostra (2)
Mostra (1)
postra (1)
outra (9)
Outra (1)
Estoutra (1)
aura (2)
cura (1)
Cura (1)
doçura (3)

101
procura (4)
Procura (1)
escura (5)
frescura (2)
dura (9)
matadura (1)
brandura (1)
verdura (3)
fura (1)
segura (7)
assegura (3)
figura (1)
pura (2)
fermosura (8)
Fermosura (2)
Escritura (1)
altura (2)
sepultura (2)
Sepultura (1)
ventura (8)
Ventura (1)
desventura (3)
Sà (2)
acesa (1)
defensa (3)
offensa (2)
immensa (2)
apensa (1)
dispensa (2)
viçosa (1)
vergonhosa (1)
Religiosa (2)
escrupulosa (1)
famosa (1)
fermosa (1)
Fermosa (1)
arenosa (1)
cavernosa (1)
Esposa (2)
rosa (2)
Rosa (2)
temerosa (2)
venturosa (1)
custosa (1)
Custosa (1)
passa (3)
essa (8)
Essa (4)
promessa (1)
nessa (1)
depressa (1)
nossa (1)
possa (3)
Possa (1)
vossa (13)
Vossa (2)
causa (2)
Musa (6)
MUSA (1)
Sousa (2)
remata (1)
patarata (1)
ingrata (4)
prata (2)
Meta (1)
Poeta (4)
Poëta (1)
secreta (1)

102
seta (2)
solicita (2)
incita (2)
exercita (3)
Resucita (1)
dita (2)
acredita (1)
desacredita (1)
estreita (1)
grita (1)
deposita (1)
muita (1)
evita (1)
alta (4)
falta (4)
volta (1)
Resulta (1)
canta (1)
Canta (1)
Galanta (1)
planta (3)
santa (1)
tanta (7)
Tanta (3)
Quanta (1)
levanta (1)
Levanta (2)
alenta (1)
lamenta (1)
exprimenta (1)
tormenta (1)
atormenta (1)
aumenta (1)
Quarenta (1)
avarenta (1)
intenta (3)
contenta (1)
sustenta (1)
reprezenta (1)
pinta (1)
quinta (1)
conta (2)
Conta (2)
monta (2)
remonta (1)
afronta (2)
pergunta (1)
junta (1)
gota (1)
Nota (1)
carta (2)
QUARTA (1)
certa (3)
Corta (1)
morta (1)
porta (1)
Porta (1)
importa (2)
curta (1)
casta (1)
esta (13)
Esta (5)
estâ (6)
Estâ (1)
desta (9)
Desta (1)
festa (1)
molesta (1)

103
nesta (4)
Funesta (1)
Fresta (1)
testa (1)
Evangelista (1)
resista (1)
conquista (1)
vista (6)
resposta (3)
Resposta (2)
custa (1)
ajusta (1)
assusta (1)
fruta (1)
agua (3)
Agua (2)
fragua (1)
algũa (3)
Algũa (1)
hũa (34)
Hũa (4)
nenhũa (2)
continua (1)
rua (1)
sua (6)
tua (4)
và (2)
tocava (1)
dava (1)
convidava (1)
mandava (1)
bordava (1)
callava (1)
Fallava (1)
Bramava (1)
esperava (2)
chorava (1)
atormentava (1)
cortava (1)
estava (4)
louvava (1)
deixava (1)
leva (2)
eleva (1)
Paiva (1)
cativa (2)
viva (9)
cova (1)
Cova (1)
nova (2)
Nova (1)
renova (1)
reprova (1)
trova (1)
Trova (1)
sirva (1)
louva (1)
Dexa (1)
baixa (1)
deixa (2)
Deixa (2)
queixa (2)
Queixa (1)
bruxa (1)
suxa (1)
Catuxa (1)
cartuxa (1)
grandeza (2)

104
fortaleza (1)
belleza (5)
Belleza (1)
meza (1)
firmeza (3)
torpeza (1)
preza (1)
empreza (1)
Empreza (1)
destreza (2)
Pureza (1)
natureza (2)
presteza (1)
fraqueza (2)
Fraqueza (1)
riqueza (1)
Poetiza (1)
Cinza (1)
Confuza (1)
Repouza (2)
C (1)
sic (1)
XC (1)
D (6)
e (187)
é (1)
E (43)
cae (1)
cabe (2)
Acabe (1)
sabe (3)
Sabe (1)
sobe (1)
dece (1)
Dece (1)
obedece (1)
Endoudece (1)
reconhece (1)
estremece (1)
parece (1)
Parece (1)
enobrece (1)
offerece (1)
merece (4)
offrece (1)
florece (1)
esquece (3)
velhice (1)
Velhice (1)
felice (1)
infelice (2)
Romance (1)
vence (3)
Vence (1)
doce (4)
àlicerce (1)
mercè (1)
mercê (2)
nasce (2)
Nasce (2)
de (231)
De (29)
dè (1)
dê (1)
DE (1)
piadade (1)
Piedade (2)
variedade (1)

105
idade (5)
cidade (1)
Cidade (1)
mocidade (2)
enfermidade (1)
Urbanidade (1)
eternidade (2)
Eternidade (1)
claridade (1)
antiguidade (1)
igualdade (1)
verdade (7)
Verdade (1)
saudade (1)
saúdade (1)
Andrade (1)
Frade (1)
grade (1)
vontade (3)
tempestade (1)
amizade (1)
pede (1)
Pede (1)
impede (1)
crede (1)
sede (3)
Sede (1)
vede (1)
ide (1)
Ide (1)
Piramide (1)
humilde (4)
Humilde (1)
ande (3)
mande (2)
grande (7)
defende (2)
Defende (1)
Pende (1)
rende (1)
emprende (1)
Tende (3)
pretende (4)
entende (2)
Entende (1)
onde (7)
Onde (3)
Conde (2)
esconde (3)
donde (9)
Donde (4)
adonde (4)
responde (1)
Responde (2)
confunde (1)
pode (14)
Pode (3)
arde (1)
Arde (1)
verde (1)
Verde (1)
desde (2)
Desde (1)
fraude (1)
saude (1)
pude (1)
virtude (1)
fé (1)

106
fè (1)
Fè (3)
fê (3)
Fê (3)
passage (1)
longe (3)
foge (2)
Foge (3)
he (87)
He (13)
hè (2)
lhe (33)
Lhe (1)
Dalhe (1)
aconselhe (1)
perguntandoselhe (1)
Ajuntailhe (1)
Dizeilhe (1)
olhe (1)
mandandolhe (1)
Mandandolhe (1)
pedindolhe (1)
repetindolhe (1)
negarlhe (1)
tomarlhe (1)
usurparlhe (1)
Dirlhe (1)
Mentirlhe (1)
deveslhe (1)
estranhe (1)
encaminhe (1)
alivie (1)
eleje (1)
Finje (1)
oje (1)
foje (1)
hoje (16)
Hoje (4)
lè (1)
galê (1)
elle (10)
Elle (1)
delle (5)
Delle (1)
nelle (1)
atropelle (1)
aquelle (7)
Aquelle (1)
me (76)
Me (4)
Façame (1)
aclame (1)
Soltame (1)
pezame (1)
Teme (1)
Daime (1)
Ensinaime (1)
Escutayme (1)
deixaime (1)
Canseime (1)
sublime (2)
consumime (1)
estime (1)
roubarãome (1)
traçandome (1)
emprenhandome (1)
confundome (1)
home (1)

107
homẽ (1)
mentiome (1)
nome (8)
admirome (1)
partome (1)
Trocarme (1)
darme (1)
Remendarme (1)
cegarme (1)
perderme (1)
valerme (1)
socorrerme (1)
verme (1)
pedirme (1)
firme (3)
afirme (1)
remirme (1)
Dorme (1)
Tragoume (1)
presume (1)
costume (2)
queixume (1)
Dizme (1)
nẽ (1)
insigne (1)
Domine (1)
Torne (1)
Cisne (1)
doe (1)
soe (1)
pé (1)
Escape (1)
Principe (1)
golpe (1)
Rompe (2)
Calliope (1)
CALLIOPE (1)
serpe (1)
torpe (1)
poupe (1)
declare (1)
pâre (1)
Pâre (1)
celebre (1)
Funebre (4)
vibre (1)
cobre (1)
encobre (1)
nobre (3)
pobre (4)
Pobre (3)
sobre (6)
crê (1)
Madre (1)
Compadre (1)
Alexandre (1)
fere (1)
espere (1)
milagre (1)
Milagre (1)
alegre (4)
Chore (1)
Marmore (1)
sempre (20)
Sempre (4)
Varre (1)
Corre (1)
Torre (1)

108
entre (8)
Entre (3)
Mestre (1)
illustre (5)
Voiture (1)
livre (1)
se (147)
Se (42)
Rendase (1)
riase (1)
Desenganase (1)
consagrase (1)
Escusase (1)
Escuzase (2)
perdese (1)
Perdese (1)
Postrese (1)
partese (1)
Prezese (1)
foyse (1)
Esperdicemse (1)
Sepultemse (1)
Entretense (1)
emprestandose (1)
Prezandose (1)
Conhecendose (1)
Estendendose (1)
Havendose (1)
Despiose (1)
mostrarse (1)
lavarse (1)
verse (1)
haverse (1)
acabasse (1)
honrasse (1)
soltasse (1)
gastasse (1)
gozasse (1)
esse (5)
Esse (1)
cesse (1)
nesse (1)
fizesse (2)
disse (3)
Disse (1)
Visse (1)
fosse (2)
Conheceuse (1)
Trocouse (1)
entregouse (1)
Voltouse (1)
te (22)
Te (3)
tẽ (1)
atè (1)
atê (3)
Atê (1)
Mereçate (1)
mete (2)
promete (2)
derrete (1)
sete (2)
Sete (1)
Vaite (1)
Leite (1)
noite (3)
Apetite (1)
Vite (1)

109
ante (2)
abundante (1)
infante (1)
Infante (2)
triunfante (2)
elegante (3)
chante (1)
dessemelhante (1)
diante (3)
Galante (1)
semblante (1)
amante (1)
Amante (1)
Diamante (1)
Diâmante (1)
Timante (1)
espante (1)
sembrante (1)
fragrante (1)
Morante (1)
ignorante (1)
inorante (1)
bastante (1)
constante (6)
inconstante (1)
avante (1)
levante (1)
Occidente (1)
correspondente (1)
ardente (4)
gente (7)
obediente (1)
Oriente (1)
valente (1)
excelente (1)
Excellente (1)
mente (1)
confiadamente (1)
cegamente (1)
prodigamente (1)
medonhamente (1)
propriamente (1)
eternamente (3)
Eternamente (1)
altamente (1)
igualmente (1)
somente (2)
adormente (1)
desmente (1)
eminente (1)
Parente (1)
differente (1)
reverente (1)
sente (2)
consente (1)
contente (2)
potente (1)
delinquente (1)
prezente (2)
auzente (1)
conte (1)
fonte (5)
Fonte (2)
monte (3)
fronte (1)
defronte (1)
Medindote (1)
arte (4)

110
Arte (1)
darte (3)
Chegarte (1)
sinalarte (1)
Marte (3)
parte (5)
Parte (1)
reparte (3)
comparte (1)
levantarte (1)
Duarte (2)
louvarte (1)
corte (3)
Corte (2)
forte (3)
morte (11)
Morte (15)
norte (1)
Norte (3)
importe (1)
sorte (17)
Sorte (1)
consorte (1)
trocaste (1)
guardaste (1)
gaste (1)
Pagaste (1)
engaste (1)
ensinaste (1)
voaste (1)
celebraste (1)
descifraste (1)
lograste (1)
Entraste (1)
illustraste (1)
asseguraste (1)
deixaste (1)
eternizaste (1)
este (11)
Este (4)
bebeste (1)
deste (4)
Deste (1)
rendeste (1)
aprendeste (1)
Pudeste (1)
leste (1)
celeste (1)
neste (2)
agreste (1)
veste (1)
tiveste (1)
viveste (1)
quizeste (2)
triste (7)
Triste (3)
consiste (1)
advertiste (1)
viste (1)
foste (1)
Gozoute (3)
chegue (1)
desobrigue (1)
sangue (2)
que (408)
Que (133)
Albuquerque (1)
porque (11)

111
Porque (21)
poesque (1)
bosque (3)
vè (4)
Vè (1)
vê (2)
ave (3)
Ave (1)
acave (1)
grave (3)
suave (1)
deve (1)
leve (2)
neve (1)
breve (6)
escreve (1)
Descreve (1)
atreve (2)
teve (3)
tive (1)
vive (3)
Salve (3)
chove (1)
nove (1)
serve (3)
houve (1)
deixe (1)
Peixe (1)
queixe (1)
trouxe (1)
faze (1)
goze (1)
F (1)
Ah (2)
I (1)
ay (1)
Ay (6)
acabai (1)
Passeai (1)
guiay (1)
Fallai (1)
May (3)
amay (1)
tomai (1)
pay (1)
Pay (3)
Esperay (1)
vai (9)
Vai (1)
vay (2)
deixai (2)
Deixai (2)
Rubi (2)
padeci (1)
conheci (1)
guadameci (1)
Lici (1)
XCI (1)
perdi (1)
Bebei (2)
bradei (1)
cuydei (1)
rendei (1)
hei (4)
hey (1)
Escolhei (1)
beijei (1)
ley (1)

112
Temei (1)
Rey (2)
farei (3)
entregarei (1)
declarei (1)
callarei (1)
chamarei (1)
tornarei (1)
passarei (1)
cantarei (1)
acolherei (1)
serei (1)
Serei (1)
Verei (2)
Frey (1)
irei (1)
direi (1)
Direi (1)
chorei (1)
Socorrey (1)
morrei (1)
Morrei (1)
sei (6)
Sei (1)
sey (2)
Cheguei (1)
entreguei (1)
julguei (1)
Vivei (1)
Fazei (1)
pizei (1)
fugî (1)
mihi (1)
II (1)
XCII (1)
III (1)
XCIII (1)
LIII (1)
XLIII (1)
VIII (1)
XCVIII (1)
LVIII (1)
XLVIII (1)
XVIII (1)
LXVIII (1)
XXVIII (1)
LXXVIII (1)
XXXVIII (1)
LXXXVIII (1)
XIII (1)
LXIII (1)
XXIII (1)
LXXIII (1)
XXXIII (1)
LXXXIII (1)
LII (1)
XLII (1)
VII (1)
XCVII (1)
LVII (1)
XLVII (1)
XVII (1)
LXVII (1)
XXVII (1)
LXXVII (1)
XXXVII (1)
LXXXVII (1)
XII (1)

113
LXII (1)
XXII (1)
LXXII (1)
XXXII (1)
LXXXII (1)
lî (1)
LI (1)
Fili (2)
alli (2)
Allì (1)
XLI (1)
mi (31)
my (2)
foi (20)
foy (11)
Foy (2)
Rompi (1)
Clori (1)
si (5)
sy (2)
quasi (1)
assi (9)
ti (9)
tî (1)
ty (4)
parti (1)
fui (1)
fuy (1)
Fuy (1)
Huy (2)
muy (1)
mũy (1)
aqui (2)
Aqui (1)
vi (5)
Vi (1)
VI (1)
XCVI (1)
LVI (1)
XLVI (1)
servi (1)
XVI (1)
LXVI (1)
XXVI (1)
LXXVI (1)
XXXVI (1)
LXXXVI (1)
XI (1)
LXI (1)
XXI (1)
LXXI (1)
XXXI (1)
LXXXI (1)
L (1)
boçal (3)
cabedal (1)
real (2)
Portugal (4)
arraial (1)
Marcial (1)
Proemial (1)
celestial (1)
Celestial (1)
mal (17)
Mal (1)
sinal (1)
racional (1)
geral (1)

114
General (2)
Moral (23)
tal (19)
Tal (6)
Natal (1)
mortal (3)
imortal (1)
Imortal (1)
igual (4)
Igual (1)
qual (13)
Qual (10)
Val (1)
El (2)
Rafael (1)
docel (1)
fiel (3)
Daniel (1)
Gabriel (1)
Mel (1)
coronel (1)
Manuel (1)
cruel (2)
amavel (1)
possivel (1)
impossivel (3)
desprezivel (1)
fragil (1)
mil (8)
feminil (1)
Abril (1)
esteril (1)
gentil (1)
vil (3)
Roixinol (1)
prol (2)
sol (5)
Sol (4)
Consul (1)
azul (1)
XL (1)
manham (1)
gram (1)
foram (1)
quam (2)
em (112)
Em (21)
bem (24)
Bem (3)
tambem (11)
Tambem (4)
Cem (1)
Crecem (1)
podem (2)
ordem (1)
teem (1)
viagem (1)
ventagem (1)
Sichem (1)
murchem (1)
viajem (1)
vassallajem (1)
valem (1)
Bellem (1)
homem (2)
Homem (2)
nem (15)
Nem (7)

115
tornem (1)
poem (1)
Poem (1)
abrazarem (1)
querem (1)
porem (1)
Porem (10)
Porém (1)
sem (25)
Sem (11)
tem (16)
Tem (3)
prometem (1)
fontem (1)
ninguem (2)
Ninguem (1)
quem (45)
Quem (13)
Fiquem (1)
vem (6)
Vem (1)
deixem (1)
fazem (1)
dizem (1)
induzem (1)
jardim (1)
Jardim (1)
fim (10)
Serafim (1)
emfim (2)
Emfim (2)
enfim (1)
sim (1)
bom (4)
com (41)
Com (15)
Dom (7)
um (1)
algum (6)
hum (57)
Hum (11)
nenhum (1)
Nenhum (1)
num (1)
N (1)
en (1)
certamen (2)
con (1)
o (258)
ò (11)
ô (5)
O (43)
ao (33)
Ao (11)
Labão (1)
Saibao (1)
Cão (1)
publicação (1)
satisfação (1)
navegação (1)
obrigação (1)
Relação (1)
informação (1)
examinação (1)
coração (5)
acção (3)
Acção (1)
ambição (2)

116
Ambição (1)
condição (2)
perdição (1)
Conceição (1)
affeição (1)
perfeição (1)
Perfeição (1)
eleição (1)
petição (1)
menção (1)
invenção (1)
Tradução (2)
dão (1)
Dão (1)
solidão (1)
ingratidão (1)
perdão (1)
pregão (1)
hão (1)
chão (1)
milhão (1)
Grilhão (1)
tenhão (1)
Venhão (1)
hião (1)
temião (1)
vião (1)
desvião (2)
fazião (1)
alejão (1)
sejão (1)
Sejão (2)
mão (3)
não (92)
Não (34)
Tornão (1)
João (3)
roubàrão (1)
mandarão (1)
mostrarão (1)
varão (1)
provárão (1)
deixárão (1)
repouzarão (1)
erão (2)
saberão (1)
Crecerão (1)
derão (1)
serão (3)
Verão (1)
quizerão (1)
grão (1)
Logrão (1)
subirão (1)
vivirão (1)
forão (4)
chorão (1)
corrão (1)
Entrão (1)
são (18)
São (1)
suspensão (1)
confissão (1)
profissão (1)
confusão (1)
tão (43)
Tão (7)
Platão (2)

117
Capitão (1)
então (1)
Então (4)
botão (1)
bastão (1)
vão (11)
Pavão (1)
Vivão (1)
carvão (1)
sirvão (1)
deixão (1)
razão (11)
Razão (2)
prizão (2)
mancebo (3)
soberbo (2)
co (10)
Co (1)
aço (1)
faço (2)
Ithaco (1)
Jacô (1)
braço (6)
Braço (1)
fraco (2)
eco (1)
padeço (1)
obedeço (1)
engrandeço (1)
conheço (5)
peço (1)
preço (3)
esqueço (1)
medico (1)
fico (1)
Catholico (1)
Epitalamico (1)
academico (1)
Academico (1)
Heroico (5)
rico (1)
Lirico (5)
satirico (1)
metrico (1)
Musico (1)
Poetico (1)
Lourenço (1)
cinco (1)
moço (2)
poço (1)
troco (1)
ensoço (1)
charco (1)
berço (1)
cerco (1)
perco (3)
Porco (1)
parentesco (1)
Francisco (2)
vosco (6)
Ouço (1)
louco (2)
pouco (9)
do (102)
Do (15)
dò (1)
DO (1)
perturbado (1)

118
peccado (1)
recado (1)
multiplicado (1)
comunicado (1)
alcançado (1)
disfarçado (1)
Cercado (1)
forçado (2)
arriscado (1)
toucado (1)
dado (4)
vedado (1)
cuidado (4)
cuydado (2)
descuidado (1)
soldado (1)
tardado (1)
guardado (3)
Fado (9)
Triunfado (1)
chegado (1)
salgado (1)
vingado (2)
morgado (1)
achado (1)
trilhado (2)
olhado (1)
adivinhado (1)
confiado (1)
premiado (1)
aleijado (1)
Aleijado (1)
amado (1)
Amado (1)
chamado (1)
derramado (1)
estimado (1)
tomado (1)
armado (1)
nado (1)
enganado (1)
tornado (1)
afortunado (1)
abençoado (1)
povoado (1)
culpado (1)
desculpado (1)
Celebrado (1)
sagrado (2)
Irado (1)
admirado (1)
honrado (1)
prado (5)
errado (4)
cerrado (1)
encerrado (1)
letrado (1)
illustrado (1)
dourado (2)
cansado (1)
Maltratado (1)
detado (1)
marchetado (1)
denotado (1)
apartado (2)
concertado (1)
furtado (1)
engastado (1)

119
estado (5)
deixado (1)
cazado (2)
pezado (1)
entronizado (1)
avizado (1)
gozado (2)
ouzado (2)
Ouzado (1)
cedo (6)
Macedo (1)
dedo (1)
medo (3)
Medo (1)
penedo (1)
Figueiredo (1)
Arredo (2)
caído (1)
obedecido (2)
conhecido (1)
embravecido (1)
vencido (2)
nascido (1)
despedido (1)
rendido (2)
Rendido (2)
vendido (1)
perdido (2)
porfido (1)
bramido (1)
timido (1)
prevenido (1)
Marido (1)
ferido (1)
Horido (1)
corrido (1)
sido (1)
combatido (1)
repetido (1)
sentido (1)
convertido (1)
vestido (2)
cuido (2)
conseguido (1)
arguîdo (1)
erguido (1)
atrevido (1)
provido (1)
duvido (1)
ouvido (1)
ando (2)
sacrificando (1)
publicando (2)
buscando (1)
dando (1)
Dando (1)
cuidando (1)
duvidando (1)
Triunfando (1)
chegando (1)
folgando (1)
confiando (1)
fallando (1)
Fallando (1)
mando (2)
amando (1)
Tomando (1)
affeiçoando (1)

120
Apalpando (1)
topando (1)
brando (2)
Brando (1)
Celebrando (1)
obrando (1)
venerando (1)
passando (1)
imitando (1)
cantando (1)
acrecentando (1)
Lamentando (1)
Pintando (1)
contando (1)
Votando (1)
arrastando (1)
estando (2)
Estando (1)
quando (19)
Quando (17)
Louvando (1)
deixando (1)
renacendo (1)
conhecendo (2)
convalecendo (1)
defendendo (1)
Respondendo (2)
ardendo (3)
perdendo (1)
lendo (2)
remendo (1)
temendo (2)
crendo (1)
Crendo (1)
Correndo (1)
sendo (2)
Sendo (3)
tendo (2)
entendo (1)
vendo (6)
havendo (1)
vivendo (3)
fazendo (2)
saindo (1)
Comedindo (1)
Eximindo (1)
dormindo (1)
competindo (1)
mentindo (1)
servindo (1)
iracundo (1)
jocundo (1)
profundo (2)
segundo (3)
Segundo (2)
mundo (11)
Mundo (22)
modo (3)
todo (7)
Todo (2)
ardo (1)
tardo (1)
guardo (2)
aguardo (1)
resguardo (1)
desdo (1)
escudo (2)
agudo (1)

121
mudo (2)
tudo (10)
Tudo (4)
estudo (2)
sezudo (1)
ceo (2)
Ceo (17)
deceo (1)
conheceo (1)
receo (1)
apareceo (1)
nasceo (2)
rodeo (1)
temeo (1)
Reo (1)
creo (2)
escreveo (1)
bafo (1)
golfo (1)
triunfo (1)
Sago (1)
presâgo (1)
cego (3)
pego (1)
emprego (1)
digo (4)
prodigo (1)
amigo (6)
Amigo (4)
enemigo (1)
comigo (7)
perigo (3)
sigo (1)
persigo (1)
antigo (2)
castigo (6)
vingo (1)
longo (1)
fogo (1)
Fogo (2)
Diogo (3)
jogo (1)
logo (8)
Logo (2)
Dialogo (1)
Apologo (1)
rogo (2)
largo (2)
acho (1)
Acho (1)
Capricho (1)
estrancho (1)
lho (1)
trabalho (1)
valho (1)
paguelho (1)
velho (1)
Velho (2)
filho (1)
Filho (3)
Banho (1)
ganho (1)
engenho (1)
lenho (2)
empenho (1)
tenho (4)
Tenho (2)
venho (2)

122
Coutadinho (1)
linho (1)
caminho (3)
Pinho (1)
ratinho (1)
Agostinho (1)
Coutinho (1)
sonho (1)
Mayo (1)
rayo (1)
Rayo (1)
Fabio (1)
sabio (1)
Sabio (1)
subio (1)
Edificio (1)
sacrificio (1)
cilicio (1)
hospicio (1)
silencio (1)
ocio (1)
comercio (1)
remedio (1)
pedio (1)
incendio (1)
Indio (1)
odio (1)
Claudio (1)
Veyo (1)
epitafio (1)
confio (1)
naufragio (4)
sufragio (1)
presagio (1)
contagio (1)
Elogio (4)
contrahio (1)
sahio (1)
auxilio (1)
Tullio (1)
premio (2)
patrocinio (1)
Aonio (1)
Demonio (2)
Petronio (1)
Antonio (9)
principio (1)
rio (4)
Rio (1)
lapidario (1)
Mario (1)
contrario (3)
adversario (1)
vestuario (1)
vario (1)
desvario (4)
brio (1)
sombrio (1)
alvedrio (1)
Tiberio (1)
emisferio (1)
imperio (2)
Imperio (3)
vituperio (2)
misterio (1)
Misterio (1)
frio (3)
delirio (1)

123
martirio (1)
Laudatorio (14)
proprio (5)
estio (2)
Estio (1)
vestio (1)
Seguio (1)
vio (3)
navio (1)
desvio (3)
Vitruvio (1)
elejo (1)
pelejo (1)
pejo (1)
despejo (1)
Tejo (2)
manquejo (1)
vejo (9)
Vejo (1)
dezejo (4)
Anjo (1)
Archanjo (1)
nojo (1)
cujo (2)
Cujo (1)
Dedalo (1)
pelo (4)
Pelo (1)
zelo (1)
remediallo (1)
matallo (1)
iguallo (1)
bello (1)
Gabello (1)
padecello (1)
modello (1)
paralello (1)
pello (6)
Pello (2)
Castello (1)
desvello (2)
dizello (1)
Eillo (1)
estillo (3)
Apollo (4)
Simbolo (1)
Idolo (2)
templo (2)
Templo (2)
contemplo (1)
exemplo (3)
Paulo (1)
Oraculo (2)
seculo (2)
Tumulo (1)
mo (1)
Mo (1)
chamo (1)
Talamo (1)
temo (1)
dizeimo (1)
magnanimo (1)
bellissimo (1)
Clarissimo (1)
riquissimo (1)
como (35)
Como (9)
Pomo (1)

124
tomo (1)
Tomo (1)
termo (1)
esmo (1)
mesmo (9)
no (25)
No (3)
ano (1)
dano (7)
profano (1)
engano (3)
desengano (2)
Giostiniano (1)
Romano (1)
humano (5)
soberano (1)
tirano (2)
Lusitano (1)
Parmeno (1)
Sereno (1)
digno (2)
Digno (2)
resigno (1)
dino (2)
MELLODINO (1)
Reino (1)
fino (1)
mofino (1)
Mofino (1)
imagino (1)
Minino (1)
tino (2)
Palatino (1)
desatino (1)
destino (2)
arruino (1)
divino (5)
anno (1)
Anno (1)
dono (1)
sono (3)
inferno (2)
eterno (3)
inverno (1)
Inverno (1)
governo (1)
Torno (1)
asno (1)
perdoo (1)
voo (1)
pò (5)
pô (2)
campo (3)
tempo (8)
Tempo (12)
passatempo (1)
limpo (1)
Olimpo (1)
corpo (1)
barbaro (1)
Barbaro (1)
caro (1)
claro (1)
cantaro (1)
avaro (1)
assombro (1)
Descubro (1)
Sacro (5)

125
quadro (1)
Pedro (1)
vidro (1)
sincero (1)
fero (2)
Homero (1)
espero (3)
quero (1)
severo (1)
Negro (1)
verdadeiro (4)
madeiro (1)
passageiro (1)
cheiro (2)
companheiro (1)
Marinheiro (1)
lisonjeiro (1)
primeiro (5)
Primeiro (3)
Camareiro (1)
Aventureiro (1)
inteiro (1)
Zafiro (1)
Zefiro (2)
choro (1)
ignoro (1)
sopro (1)
barro (1)
erro (3)
Erro (1)
ferro (2)
socorro (1)
Morro (1)
teatro (1)
quatro (2)
Arbitro (1)
dentro (4)
Dentro (1)
potro (1)
Ceptro (2)
astro (1)
alabastro (1)
Alabastro (1)
Castro (2)
rastro (1)
sestro (2)
Ministro (1)
Austro (1)
outro (9)
essoutro (1)
escuro (1)
duro (5)
seguro (2)
muro (1)
Palinuro (1)
ouro (5)
agouro (3)
louro (1)
Mouro (3)
tesouro (1)
bezouro (1)
tezouro (1)
futuro (1)
livro (3)
Livro (4)
so (1)
só (2)
sò (26)

126
Sò (1)
sô (3)
caso (1)
acaso (1)
falso (2)
manso (1)
immenso (1)
suspenso (1)
Afonso (1)
boliçoso (1)
piadoso (1)
Religioso (1)
glorioso (1)
Envejoso (1)
ardiloso (1)
famoso (3)
fermoso (2)
Fermoso (1)
enganoso (1)
luminoso (1)
temeroso (2)
numeroso (1)
generoso (1)
milagroso (1)
honroso (1)
amoroso (1)
Amoroso (29)
riguroso (1)
venturoso (1)
ditoso (4)
Ditoso (3)
argumentoso (1)
custoso (1)
verso (1)
Discurso (1)
passo (2)
sucesso (1)
excesso (2)
progresso (2)
isso (2)
Isso (1)
Disso (1)
Nosso (1)
posso (4)
vosso (7)
Vosso (1)
aplauso (1)
Aplauso (1)
to (1)
rato (1)
barato (1)
desbarato (1)
ingrato (2)
Retrato (1)
desato (1)
prometo (2)
soneto (4)
Soneto (2)
SONETO (100)
secreto (1)
preto (1)
habito (1)
dito (3)
credito (3)
feito (1)
effeito (1)
Effeito (1)
perfeito (1)

127
geito (1)
peito (3)
sospeito (1)
delito (1)
oito (1)
Pulpito (1)
escrito (2)
proscrito (1)
merito (1)
grito (1)
esprito (2)
muito (9)
alto (9)
Alto (1)
assalto (1)
solto (1)
envolto (1)
culto (2)
canto (4)
encanto (1)
Diafanto (1)
manto (2)
espanto (3)
pranto (5)
santo (2)
Santo (2)
tanto (22)
Tanto (3)
quanto (17)
Quanto (4)
quantò (1)
cento (2)
accento (1)
alento (2)
fraudulento (1)
Firmamento (2)
assombramento (1)
Casamento (1)
pensamento (5)
apartamento (4)
cazamento (1)
elemento (1)
Elemento (1)
merecimento (2)
vencimento (1)
nascimento (2)
Nascimento (1)
arrependimento (2)
entendimento (1)
sofrimento (2)
sentimento (2)
movimento (2)
escarmento (5)
Escarmento (2)
tormento (6)
Documento (1)
instrumento (1)
atento (1)
intento (3)
cruento (1)
vento (18)
Vento (1)
convento (1)
Conto (1)
difunto (1)
pergunto (1)
junto (2)
Junto (1)

128
Asunto (1)
Assunto (1)
boto (1)
Escoto (1)
Piloto (1)
roto (1)
voto (1)
Parto (1)
cuberto (1)
certo (5)
Certo (1)
incerto (3)
desconcerto (1)
porto (2)
gesto (1)
isto (3)
Cristo (1)
resisto (1)
quisto (1)
visto (2)
gosto (8)
Gosto (1)
posto (3)
Aposto (3)
composto (2)
oposto (1)
robusto (2)
custo (1)
Augusto (2)
justo (2)
injusto (2)
susto (1)
escuto (4)
resoluto (1)
irresoluto (1)
muto (2)
Bruto (1)
fruto (5)
estatuto (1)
astuto (3)
arduo (1)
vo (1)
bravo (1)
Escravo (1)
levo (4)
lascivo (1)
altivo (1)
Altivo (1)
Festivo (10)
salvo (1)
Salvo (3)
novo (8)
Povo (1)
reprovo (1)
abaixo (1)
Eixo (1)
deixo (3)
freixo (1)
Freixo (1)
queixo (1)
cazo (3)
razo (1)
prazo (2)
vazo (1)
pezo (2)
prezo (1)
desprezo (2)
Dalizo (1)

129
ditozo (1)
Repouzo (1)
P (1)
ar (2)
Ar (5)
acabar (2)
Zombar (1)
roubar (1)
nacar (1)
abraçar (1)
justificar (1)
picar (1)
alcançar (1)
buscar (1)
Buscar (1)
assucar (1)
dar (4)
dàr (1)
cuidar (1)
andar (2)
mandar (2)
acordar (1)
mudar (1)
marear (1)
pagar (1)
devagar (1)
chegar (1)
pegar (1)
lugar (3)
Lugar (1)
batalhar (2)
Batalhar (1)
Familiar (4)
festejar (1)
beijar (1)
callar (1)
Callar (1)
circular (1)
singular (1)
Dissimular (1)
Consular (1)
mar (5)
Mar (11)
amar (2)
somar (1)
tomar (1)
penar (1)
fulminar (1)
voar (1)
voàr (1)
par (1)
pâr (1)
escapar (1)
disculpar (1)
disparar (1)
celebrar (1)
obrar (1)
esperar (3)
tirar (1)
honrar (2)
chorar (1)
melhorar (1)
cerrar (1)
entrar (3)
durar (1)
murmurar (1)
agourar (1)
Aventurar (1)

130
Cesar (3)
passar (2)
acusar (1)
matar (2)
evitar (1)
altar (1)
encantar (1)
contar (1)
Contar (1)
perguntar (1)
juntar (1)
alrotar (1)
votar (1)
estar (6)
estár (1)
provar (2)
queixar (4)
pezar (2)
eternizar (1)
escuzar (1)
saber (4)
obedecer (1)
conhecer (1)
parecer (1)
vencer (6)
nascer (1)
Nascer (1)
der (1)
defender (1)
render (1)
entender (1)
poder (1)
perder (4)
colher (1)
molher (1)
ler (1)
temer (4)
per (1)
super (1)
crer (5)
querer (1)
morrer (1)
ser (37)
Ser (1)
ter (4)
Ter (1)
mister (1)
quer (10)
Quer (2)
qualquer (1)
ver (14)
Ver (4)
Aver (2)
haver (4)
escrever (1)
viver (4)
fazer (3)
Fazer (1)
prazer (1)
trazer (1)
dizer (3)
maldizer (1)
quizer (1)
ir (4)
Ir (1)
subir (2)
Medir (1)
pedir (1)

131
Zafir (1)
unir (1)
zunir (1)
rir (1)
abrir (1)
cubrir (1)
cumprir (1)
Sentir (1)
partir (1)
Deminuir (1)
vir (6)
servir (1)
ouvir (3)
Reduzir (1)
dor (11)
Pescador (2)
triunfador (1)
Guiador (1)
Emperador (1)
Lavrador (1)
Embaixador (1)
vencedor (1)
resplandor (2)
ardor (1)
peor (2)
for (3)
rigor (2)
vigor (1)
melhor (7)
Melhor (3)
senhor (6)
Senhor (12)
maior (2)
mayor (3)
valor (5)
flor (8)
amor (5)
Amor (32)
temor (5)
humor (1)
Señor (1)
por (81)
Por (25)
horror (1)
sor (1)
pastor (1)
Pastor (1)
Autor (3)
Doutor (2)
favor (1)
louvor (3)
Monsieur (1)
S (2)
as (46)
ás (1)
às (4)
âs (1)
As (8)
acabas (1)
ambas (1)
Ambas (1)
zombas (1)
graças (4)
desgraças (1)
deças (1)
offereças (1)
fabricas (1)
esperanças (1)

132
Esperanças (1)
carrancas (1)
licenças (1)
bocas (2)
forças (1)
ouças (1)
carapuças (1)
das (20)
Das (4)
dâs (2)
dadas (2)
fundadas (1)
guardadas (1)
derramadas (1)
Derramadas (1)
malogradas (1)
choradas (2)
sustentadas (1)
quedas (1)
Quedas (1)
medidas (1)
perdidas (1)
unidas (1)
feridas (1)
queridas (1)
sufridas (1)
repetidas (2)
advertidas (1)
vidas (2)
Vidas (1)
atrevidas (1)
duvidas (1)
ouvidas (1)
esmeraldas (1)
pretendas (1)
entendas (1)
contendas (1)
ondas (1)
Bodas (1)
guardas (1)
cadeas (1)
feas (1)
Cheas (1)
areas (1)
Sereas (1)
digas (1)
fadigas (1)
figas (1)
amigas (1)
obrigas (1)
perigas (1)
sigas (1)
conchas (1)
lhas (1)
ovelhas (1)
maravilhas (2)
sabias (1)
Tobias (2)
Ancias (1)
Excellencias (2)
dias (5)
tragedias (1)
fias (1)
porfias (2)
Lias (1)
tiranias (1)
insignias (1)
tramoyas (1)

133
Troyas (1)
impias (1)
alimarias (1)
ordinarias (1)
contrarias (1)
varias (1)
materias (1)
glorias (2)
memorias (1)
Memorias (1)
vitorias (1)
proprias (2)
envejas (2)
cujas (1)
Pelas (1)
ellas (1)
bellas (1)
nellas (1)
pellas (3)
estrellas (1)
Eillas (1)
perolas (3)
mas (16)
Mas (41)
màs (1)
chamas (1)
flamas (1)
RIMAS (1)
lagrimas (6)
lastimas (2)
almas (1)
armas (1)
Armas (2)
tirarmas (1)
plumas (1)
nas (13)
Nas (2)
enganas (1)
humanas (1)
ordenas (1)
Athenas (1)
penas (1)
apenas (2)
Apenas (1)
determinas (1)
peregrinas (2)
doutrinas (2)
ensinas (1)
divinas (1)
eternas (1)
tornas (1)
colunas (2)
fortunas (1)
magoas (1)
culpas (1)
aras (1)
caras (1)
raras (1)
avaras (1)
sombras (1)
obras (1)
Obras (1)
pedras (2)
Pedras (1)
esferas (1)
teràs (1)
veràs (1)
regras (1)

134
Iras (1)
iràs (1)
Diràs (1)
viràs (1)
Vivirás (1)
honras (1)
foras (1)
horas (1)
terras (1)
morras (1)
tras (1)
letras (1)
palestras (1)
Mostras (1)
duras (1)
palavras (2)
mansas (1)
defensas (1)
preciosas (1)
Religiosas (1)
gloriosas (1)
fermosas (1)
rosas (1)
Rosas (1)
passas (1)
essas (3)
vossas (4)
Musas (1)
cousas (1)
Cometas (1)
Planetas (1)
tacitas (1)
ditas (1)
sugeitas (1)
estreitas (1)
muitas (6)
Muitas (1)
altas (1)
cantas (1)
tantas (2)
Tantas (1)
quantas (2)
Quantas (2)
pontas (1)
cartas (1)
Espartas (1)
mortas (1)
portas (1)
Gastas (1)
pastas (1)
estas (4)
estàs (2)
estâs (1)
florestas (1)
vistas (1)
resolutas (1)
Resolutas (1)
mutas (1)
brutas (1)
enxutas (1)
lauas (1)
duas (1)
aguas (1)
linguas (1)
hũas (1)
suas (2)
vas (3)
vàs (3)

135
Vàs (1)
fiavas (1)
estavas (1)
vivas (1)
Elvas (1)
trovas (1)
deixas (1)
queixas (5)
grandezas (1)
estranhezas (1)
proezas (1)
asperezas (1)
emprezas (1)
Desprezas (1)
incertezas (1)
Cinzas (1)
couzas (1)
es (7)
Es (3)
caes (1)
Cascaes (1)
sinaes (1)
naturaes (1)
taes (5)
Taes (1)
quaes (2)
sobes (1)
Deces (1)
creces (1)
mereces (1)
floreces (1)
enriqueces (1)
Francés (1)
Doces (1)
idades (3)
verdades (1)
Saudades (1)
Vades (1)
pedes (1)
paredes (1)
Paredes (1)
credes (1)
Vedes (2)
Hesperides (1)
cuides (1)
humildes (2)
grandes (4)
tendes (2)
Tendes (1)
pretendes (1)
Vindes (2)
podes (2)
mandardes (1)
manquejardes (1)
crecerdes (1)
pretenderdes (1)
perderdes (1)
Terdes (1)
quizerdes (1)
virdes (1)
rudes (1)
virtudes (1)
fes (2)
lhes (3)
males (1)
bayles (1)
elles (3)
delles (1)

136
nelles (1)
aquelles (3)
daquelles (1)
simples (2)
Gomes (1)
ciumes (1)
lumes (1)
queixumes (1)
Nunes (1)
perfeições (1)
benções (1)
milhões (1)
poes (14)
Poes (23)
despoes (6)
Despoes (1)
Coscorões (1)
soes (9)
Soes (1)
razões (1)
brazões (1)
pès (2)
pês (2)
golpes (1)
vulgares (1)
esgares (1)
folares (1)
singulares (1)
mares (1)
Mares (1)
pares (1)
Alvares (1)
nobres (1)
Carceres (1)
vieres (1)
esperes (1)
queres (5)
prazeres (1)
milagres (1)
cores (3)
dores (4)
vingadores (1)
matadores (1)
resplandores (1)
ardores (2)
peores (1)
melhores (2)
penhores (1)
mayores (2)
flores (6)
amores (3)
Amores (1)
primores (2)
marmores (1)
arvores (2)
louvores (3)
Compres (1)
tres (2)
mestres (1)
illustres (1)
Meneses (1)
esses (1)
Esses (1)
Ulisses (2)
Prometes (1)
antes (11)
Antes (5)
semelhantes (2)

137
amantes (1)
Amantes (1)
consoantes (1)
Ignorantes (1)
instantes (1)
constantes (2)
dentes (1)
gentes (7)
differentes (2)
contentes (1)
eloquentes (1)
fontes (1)
montes (1)
artes (1)
partes (1)
Repartes (1)
mortes (1)
Sortes (1)
traçastes (1)
alcançastes (1)
Tardastes (1)
Guardastes (1)
Enfermastes (1)
desprezastes (1)
estes (1)
Estes (1)
Nacestes (1)
destes (7)
celestes (1)
estivestes (1)
puzestes (1)
resistes (1)
vistes (1)
fostes (3)
Fostes (1)
afagues (1)
ves (1)
vés (1)
aves (1)
chaves (1)
suaves (1)
escreves (2)
vives (3)
deixes (1)
queixes (1)
mezes (1)
cortezes (1)
vezes (3)
Dizes (1)
vozes (1)
façais (4)
dais (3)
cuidais (2)
duvidais (2)
Duvidais (1)
andais (1)
mandais (1)
guardais (3)
castigais (1)
folgais (1)
Olhais (1)
granhais (1)
tenhais (1)
mais (83)
Mais (9)
chamais (1)
temais (1)
sarais (1)

138
esperais (1)
Chorais (1)
Discursais (1)
possais (1)
engeitais (1)
estais (2)
vivais (1)
desprezais (1)
Licis (1)
eis (1)
Eis (1)
sabeis (2)
Sabeis (2)
obedeceis (1)
pareceis (1)
alcanceis (1)
cuydeis (1)
andeis (1)
mandeis (2)
acendeis (1)
respondeis (1)
podeis (3)
heis (1)
fieis (2)
leis (3)
leys (1)
Leys (1)
cuidareis (1)
fareis (1)
Fareis (1)
deixareis (1)
ereis (1)
conhecereis (1)
sereis (1)
quereis (1)
direis (2)
choreis (1)
morreis (1)
entreis (1)
mateis (1)
Raqueis (1)
crueis (1)
cuydaveis (1)
haveis (1)
estaveis (1)
viveis (1)
revolveis (1)
fazeis (2)
Tifis (1)
Reiis (1)
Filis (2)
Fenis (1)
pois (7)
Pois (11)
depois (1)
Despois (1)
sois (8)
Sois (2)
Phalaris (1)
Cloris (2)
repartîs (1)
puluis (1)
quis (2)
vîs (1)
ouvis (1)
ns (1)
irmãns (1)
rãns (1)

139
parabẽns (3)
desdẽns (1)
homẽns (1)
Homẽns (1)
Palladioens (1)
razoens (1)
tens (1)
tẽns (4)
nuvẽns (1)
bõns (1)
Algũns (1)
hũns (1)
nenhũns (1)
os (60)
Os (8)
aos (13)
Aos (1)
mãos (5)
vãos (1)
ambos (3)
Ambos (1)
entrambos (1)
Entrambos (1)
cos (2)
Cos (1)
pedaços (1)
laços (1)
braços (1)
abraços (1)
ecos (1)
tragicos (1)
brancos (1)
moços (1)
Poucos (1)
dos (24)
Dos (7)
dados (1)
cuidados (2)
cuydados (1)
tardados (1)
acordados (1)
Fados (1)
dobrados (1)
honrados (1)
adorados (1)
chorados (1)
passados (1)
sepultados (1)
cantados (1)
levantados (1)
estados (1)
avexados (1)
dedos (1)
ledos (1)
medos (1)
idos (1)
apercebidos (1)
subidos (1)
padecidos (1)
escurecidos (1)
apellidos (1)
prevenidos (1)
referidos (1)
cumpridos (1)
repetidos (1)
sentidos (1)
ouvidos (2)
modos (4)

140
todos (9)
Todos (2)
mudos (1)
Ceos (2)
triunfos (2)
estragos (2)
cegos (2)
empregos (1)
perigos (3)
Domingos (1)
velhos (1)
filhos (1)
olhos (9)
Olhos (2)
ganhos (1)
Ingenhos (1)
caminhos (2)
passarinhos (1)
padrinhos (1)
Buscayos (1)
raios (1)
rayos (3)
propicios (1)
Nuncios (2)
prendeyos (1)
premios (1)
rios (1)
temerarios (1)
contrarios (1)
seguyos (1)
dezejos (1)
pelos (1)
alcançallos (1)
bellos (1)
cabellos (1)
modellos (1)
vellos (1)
exemplos (2)
seculos (1)
façamos (1)
riamos (2)
Riamos (1)
Vamos (1)
devemos (1)
Serenissimos (1)
termos (3)
vermos (1)
rumos (1)
nos (18)
nòs (1)
anos (5)
danos (5)
profanos (1)
enganos (6)
desenganos (5)
humanos (2)
soberanos (1)
tiranos (2)
menos (4)
Menos (2)
pequenos (2)
divinos (1)
Alumnos (1)
annos (4)
Riamonos (2)
voos (1)
pos (1)
Pos (2)

141
tempos (2)
Barbaros (1)
passaros (1)
miseros (1)
negros (1)
Negros (1)
suspiros (1)
erros (1)
socorros (1)
centros (1)
outros (2)
essoutros (1)
Muros (1)
sòs (1)
Casos (1)
duvidosos (1)
gloriosos (1)
famosos (1)
fermosos (1)
Esposos (1)
Generosos (1)
sonorosos (1)
versos (7)
Versos (1)
passos (1)
vossos (7)
mentecatos (1)
çapatos (1)
ratos (1)
tratos (1)
affectos (1)
tercetos (1)
Giovenetos (1)
Sonetos (1)
quartetos (1)
inauditos (1)
conceitos (1)
feitos (2)
Feitos (1)
perfeitos (1)
peitos (1)
inclitos (1)
delitos (1)
escritos (3)
Meritos (1)
Espritos (1)
muitos (2)
altos (4)
Soltos (1)
cantos (1)
tantos (9)
Tantos (1)
quantos (2)
Quantos (1)
mandamentos (1)
pensamentos (2)
Pensamentos (1)
Elementos (1)
esquecimentos (1)
votos (1)
certos (1)
desconcertos (1)
mortos (1)
Mortos (1)
vistos (1)
gostos (1)
Brutos (1)
Astutos (1)

142
vos (73)
Vos (10)
vós (1)
vòs (2)
vôs (2)
Avòs (2)
Mandaravos (1)
Conhecivos (1)
vivos (1)
vendovos (2)
Vendovos (1)
novos (1)
Mandarvos (1)
Aleijarvos (1)
abrazarvos (1)
corvos (1)
Douvos (1)
lazos (1)
prezos (1)
Deus (17)
meus (7)
seus (6)
teus (6)
dous (7)
Dous (1)
Perús (1)
T (13)
Sedebat (1)
eu (43)
Eu (10)
offreceu (1)
nasceu (1)
deu (5)
respondeu (2)
colheu (1)
meu (20)
Meu (4)
seu (22)
teu (9)
Teu (1)
prometeu (2)
Pegû (1)
hũ (1)
ou (37)
Ou (11)
Acabou (1)
roubou (1)
Roubou (1)
alcançou (1)
mandou (1)
tardou (1)
perigou (1)
achou (1)
sobejou (1)
fallou (1)
enfermou (1)
emanou (1)
tornou (1)
celebrou (1)
Tirou (1)
errou (2)
mostrou (1)
Durou (1)
sou (5)
passou (1)
cortou (1)
estou (2)
lutou (1)

143
Lutou (1)
vou (5)
levou (1)
deixou (1)
pizou (1)
gozou (1)
crú (1)
tu (9)
Tu (7)
V (14)
XCV (1)
IV (1)
XCIV (1)
LIV (1)
XLIV (1)
XIV (1)
LXIV (1)
XXIV (1)
LXXIV (1)
XXXIV (1)
LXXXIV (1)
LV (1)
XLV (1)
XV (1)
LXV (1)
XXV (1)
LXXV (1)
XXXV (1)
LXXXV (1)
X (1)
IX (1)
XCIX (1)
LIX (1)
XLIX (1)
XIX (1)
LXIX (1)
XXIX (1)
LXXIX (1)
XXXIX (1)
LXXXIX (1)
LX (1)
XX (1)
LXX (1)
XXX (1)
LXXX (1)
faz (10)
Jaz (1)
Jáz (1)
Thomaz (1)
paz (10)
traz (2)
Assaz (1)
assàz (1)
Assàz (1)
dez (1)
Dez (2)
fez (6)
Alvarez (3)
cortez (1)
Portuguez (2)
vez (5)
diz (6)
Diz (1)
feliz (3)
infeliz (1)
quiz (3)
voz (10)
luz (10)
propuz (1)

ÍNDICE DE FREQUÊNCIAS DE FORMAS

144
DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS

FORMAS FREQUÊNCIA

que (408)
a (302)
o (258)
de (231)
e (187)
se (147)
Que (133)
em (112)
da (102)
do (102)
SONETO (100)
não (92)
he (87)
mais (83)
por (81)
me (76)
A (73)
vos (73)
os (60)
hum (57)
para (51)
as (46)
quem (45)
E (43)
eu (43)
O (43)
tão (43)
Se (42)
com (41)
Mas (41)
ou (37)
ser (37)
como (35)
hũa (34)
Não (34)
ao (33)
lhe (33)
Amor (32)
mi (31)
Amoroso (29)
De (29)
d' (27)
jà (27)
vida (27)
sò (26)
no (25)
Por (25)
sem (25)
bem (24)
dos (24)
Moral (23)
Poes (23)
Mundo (22)
seu (22)
tanto (22)
te (22)
Em (21)
Porque (21)
à (20)
das (20)
foi (20)
meu (20)
na (20)

145
sempre (20)
hà (19)
quando (19)
tal (19)
nos (18)
são (18)
vento (18)
Ceo (17)
Deus (17)
gloria (17)
mal (17)
Quando (17)
quanto (17)
sorte (17)
hoje (16)
mas (16)
tem (16)
Com (15)
Do (15)
Morte (15)
nem (15)
dia (14)
hora (14)
Laudatorio (14)
minha (14)
pode (14)
poes (14)
V (14)
ver (14)
aos (13)
esta (13)
He (13)
Hora (13)
nas (13)
nunca (13)
qual (13)
Quem (13)
T (13)
vossa (13)
Para (12)
seja (12)
Senhor (12)
Tempo (12)
antes (11)
Ao (11)
dor (11)
este (11)
foy (11)
Hum (11)
Mar (11)
morte (11)
mundo (11)
ò (11)
Ou (11)
Pois (11)
porque (11)
razão (11)
Sem (11)
tambem (11)
vão (11)
agora (10)
co (10)
elle (10)
era (10)
Eu (10)
faz (10)
Festivo (10)
fim (10)

146
Jà (10)
luz (10)
paz (10)
Porem (10)
Qual (10)
quer (10)
tudo (10)
Vos (10)
voz (10)
alto (9)
Antonio (9)
assi (9)
Como (9)
contra (9)
Da (9)
desta (9)
donde (9)
dura (9)
Fado (9)
inda (9)
Mais (9)
mesmo (9)
muito (9)
olhos (9)
outra (9)
outro (9)
pouco (9)
senhora (9)
soes (9)
tantos (9)
teu (9)
ti (9)
todos (9)
tu (9)
vai (9)
vejo (9)
viva (9)
As (8)
entre (8)
essa (8)
fermosura (8)
flor (8)
gosto (8)
là (8)
logo (8)
mesma (8)
mil (8)
nada (8)
nome (8)
novo (8)
Os (8)
sois (8)
tempo (8)
ventura (8)
aquelle (7)
comigo (7)
D' (7)
dano (7)
destes (7)
Dom (7)
Dos (7)
dous (7)
es (7)
fora (7)
força (7)
gente (7)
gentes (7)
grande (7)

147
melhor (7)
meus (7)
Nem (7)
onde (7)
pena (7)
pois (7)
segura (7)
tanta (7)
Tão (7)
terra (7)
todo (7)
triste (7)
Tu (7)
verdade (7)
versos (7)
Vida (7)
vosso (7)
vossos (7)
Ay (6)
algum (6)
amigo (6)
auzencia (6)
braço (6)
breve (6)
castigo (6)
cedo (6)
constante (6)
D (6)
despoes (6)
diz (6)
enganos (6)
esperança (6)
estâ (6)
estar (6)
fez (6)
flores (6)
fortuna (6)
graça (6)
guerra (6)
lagrimas (6)
muitas (6)
Musa (6)
pello (6)
sei (6)
senhor (6)
Senhora (6)
seus (6)
sobre (6)
sua (6)
Tal (6)
Terra (6)
teus (6)
tormento (6)
vem (6)
vencer (6)
vendo (6)
vir (6)
vista (6)
vosco (6)
alma (5)
amor (5)
anos (5)
Antes (5)
aquella (5)
Ar (5)
Aurora (5)
belleza (5)
cà (5)

148
certo (5)
conheço (5)
Contra (5)
coração (5)
crer (5)
Cunha (5)
danos (5)
della (5)
delle (5)
desenganos (5)
deu (5)
dias (5)
divino (5)
duro (5)
enveja (5)
escarmento (5)
escura (5)
esse (5)
Esta (5)
estado (5)
fonte (5)
fruto (5)
Heroico (5)
humano (5)
idade (5)
illustre (5)
Lirico (5)
mãos (5)
mar (5)
ô (5)
ouro (5)
parte (5)
pensamento (5)
pò (5)
prado (5)
pranto (5)
primeiro (5)
proprio (5)
queixas (5)
queres (5)
Sacro (5)
si (5)
sol (5)
sombra (5)
sou (5)
taes (5)
temor (5)
valor (5)
vez (5)
vi (5)
vou (5)
adonde (4)
alegre (4)
alta (4)
altos (4)
Amigo (4)
annos (4)
apartamento (4)
Apollo (4)
Aquella (4)
ardente (4)
arte (4)
às (4)
bom (4)
cada (4)
canto (4)
cuidado (4)
dado (4)

149
dar (4)
Das (4)
dentro (4)
deste (4)
desvario (4)
dezejo (4)
digo (4)
ditoso (4)
doce (4)
Donde (4)
dores (4)
duvida (4)
ella (4)
Elogio (4)
Então (4)
Enveja (4)
errado (4)
escuto (4)
espera (4)
Essa (4)
estas (4)
estava (4)
Este (4)
eterna (4)
façais (4)
falta (4)
fama (4)
Familiar (4)
fica (4)
forão (4)
Funebre (4)
graças (4)
grandes (4)
haver (4)
hei (4)
Hoje (4)
Hũa (4)
humilde (4)
igual (4)
ingrata (4)
ir (4)
ja (4)
levo (4)
Livro (4)
Me (4)
menos (4)
merece (4)
Meu (4)
modos (4)
naufragio (4)
nesta (4)
Nunca (4)
pelo (4)
perder (4)
pobre (4)
Poeta (4)
porfia (4)
Portugal (4)
posso (4)
pretende (4)
procura (4)
Quanto (4)
queixar (4)
rio (4)
saber (4)
Sempre (4)
Sol (4)
soneto (4)

150
Tambem (4)
temer (4)
tenho (4)
tẽns (4)
ter (4)
ty (4)
toda (4)
tua (4)
Tudo (4)
vè (4)
veja (4)
Ver (4)
verdadeiro (4)
viver (4)
vossas (4)
acção (3)
Agora (3)
agouro (3)
agua (3)
algũa (3)
Alvarez (3)
ambos (3)
amores (3)
ande (3)
Aposto (3)
aquelles (3)
ardendo (3)
assegura (3)
astuto (3)
atê (3)
Autor (3)
ave (3)
Bem (3)
boçal (3)
bosque (3)
branca (3)
caminho (3)
campo (3)
cazo (3)
cego (3)
certa (3)
Cesar (3)
chega (3)
chora (3)
contrario (3)
cores (3)
corte (3)
credito (3)
dà (3)
dais (3)
darte (3)
defensa (3)
deixo (3)
desgraça (3)
desventura (3)
desvio (3)
diante (3)
Diogo (3)
disse (3)
dito (3)
Ditoso (3)
dizer (3)
doçura (3)
elegante (3)
Ella (3)
elles (3)
embora (3)
engano (3)

151
entrar (3)
Entre (3)
erro (3)
Es (3)
esconde (3)
escritos (3)
esfera (3)
espanto (3)
esperar (3)
espero (3)
esquece (3)
essas (3)
estillo (3)
estrella (3)
eternamente (3)
eterno (3)
exemplo (3)
exercita (3)
faça (3)
Fama (3)
famoso (3)
farei (3)
fazer (3)
fê (3)
Fè (3)
Fê (3)
feliz (3)
fiel (3)
Filha (3)
Filho (3)
fingida (3)
firme (3)
firmeza (3)
Foge (3)
for (3)
forte (3)
Fortuna (3)
fostes (3)
frio (3)
Gozoute (3)
grave (3)
guardado (3)
guardais (3)
honra (3)
idades (3)
Imperio (3)
impossivel (3)
incerto (3)
intenta (3)
intento (3)
isto (3)
João (3)
Là (3)
lastima (3)
leis (3)
lhes (3)
licença (3)
livro (3)
longe (3)
louvor (3)
louvores (3)
lugar (3)
May (3)
mayor (3)
mancebo (3)
mão (3)
Marte (3)
medo (3)

152
Melhor (3)
modo (3)
monte (3)
mortal (3)
Mouro (3)
mudança (3)
Na (3)
nella (3)
No (3)
nobre (3)
noite (3)
Norte (3)
Onde (3)
ouvir (3)
ouzada (3)
ouzadia (3)
Pay (3)
pâra (3)
parabẽns (3)
passa (3)
peito (3)
pellas (3)
perco (3)
perigo (3)
perigos (3)
Perola (3)
perolas (3)
planta (3)
Pobre (3)
Pode (3)
podeis (3)
possa (3)
posto (3)
preço (3)
Prima (3)
Primeiro (3)
quiz (3)
rayos (3)
reparte (3)
resposta (3)
rica (3)
sabe (3)
saiba (3)
Salve (3)
Salvo (3)
sede (3)
segundo (3)
Sendo (3)
serà (3)
serão (3)
serve (3)
sô (3)
sono (3)
Tanta (3)
Tanto (3)
Te (3)
Tem (3)
Tende (3)
termos (3)
teve (3)
Triste (3)
vas (3)
vàs (3)
vence (3)
verdura (3)
vezes (3)
vil (3)
vingança (3)

153
vio (3)
vitoria (3)
Vitoria (3)
vive (3)
vivendo (3)
vives (3)
vontade (3)
á (2)
acabar (2)
advertida (2)
afronta (2)
Agua (2)
Ah (2)
alcança (2)
alegria (2)
aleijada (2)
alento (2)
alli (2)
altura (2)
amar (2)
ambição (2)
andar (2)
ando (2)
ante (2)
antiga (2)
antigo (2)
apartado (2)
apenas (2)
aqui (2)
ar (2)
ardores (2)
Armas (2)
Arredo (2)
arrependimento (2)
arvores (2)
atreve (2)
atrevida (2)
Augusto (2)
aura (2)
Auzencia (2)
Aver (2)
Avòs (2)
batalhar (2)
Bebei (2)
bella (2)
Bella (2)
boa (2)
bocas (2)
brando (2)
câ (2)
cabe (2)
Cada (2)
caminha (2)
caminhos (2)
carta (2)
Castro (2)
cativa (2)
causa (2)
cazado (2)
cegos (2)
celebrada (2)
cento (2)
ceo (2)
Ceos (2)
Ceptro (2)
cera (2)
certamen (2)
chama (2)

154
cheiro (2)
choradas (2)
clara (2)
Cloris (2)
cobiça (2)
colunas (2)
composto (2)
Conde (2)
condição (2)
conhecendo (2)
conhecida (2)
conquistada (2)
Considera (2)
consoada (2)
constantes (2)
conta (2)
Conta (2)
contenda (2)
contente (2)
contraria (2)
convinha (2)
copia (2)
Corte (2)
cos (2)
costume (2)
creo (2)
cruel (2)
cuydado (2)
cuidados (2)
cuidais (2)
cuido (2)
Cuja (2)
cujo (2)
culpa (2)
culto (2)
dadas (2)
Dama (2)
dâs (2)
defenda (2)
defende (2)
deixa (2)
Deixa (2)
deixai (2)
Deixai (2)
Demonio (2)
dera (2)
desde (2)
desengano (2)
desprezo (2)
destino (2)
destra (2)
destreza (2)
desvello (2)
desvião (2)
Dez (2)
dezeja (2)
dezejada (2)
differentes (2)
digno (2)
Digno (2)
dino (2)
direis (2)
dispensa (2)
dita (2)
Dona (2)
dourado (2)
Doutor (2)
doutrinas (2)

155
Duarte (2)
duvidada (2)
duvidais (2)
El (2)
elegancia (2)
emenda (2)
emfim (2)
Emfim (2)
entende (2)
envejas (2)
Era (2)
erão (2)
errou (2)
Escarmento (2)
escreves (2)
escrito (2)
escudo (2)
Escuzase (2)
Espada (2)
esperada (2)
esperava (2)
Esposa (2)
esprito (2)
estais (2)
estando (2)
estàs (2)
estio (2)
estou (2)
estragos (2)
estudo (2)
eternidade (2)
Excellencias (2)
excesso (2)
exemplos (2)
faço (2)
falso (2)
fantazia (2)
farà (2)
fazeis (2)
fazendo (2)
fazia (2)
fechada (2)
feitos (2)
Fera (2)
ferida (2)
fermoso (2)
Fermosura (2)
fero (2)
ferro (2)
fes (2)
fieis (2)
Fili (2)
Filis (2)
Firmamento (2)
fizera (2)
fizesse (2)
foge (2)
Fogo (2)
Foy (2)
Fonte (2)
Força (2)
forçado (2)
fosse (2)
fraco (2)
Francisco (2)
fraqueza (2)
frescura (2)
General (2)

156
Gloria (2)
glorias (2)
gozado (2)
Graça (2)
grandeza (2)
guardo (2)
guia (2)
ha (2)
havia (2)
hè (2)
historia (2)
homem (2)
Homem (2)
honrar (2)
Huy (2)
humanos (2)
humildes (2)
Idolo (2)
ignorancia (2)
immensa (2)
imperio (2)
importa (2)
incita (2)
industria (2)
Infante (2)
infelice (2)
inferno (2)
ingrato (2)
injusto (2)
isso (2)
jâ (2)
junto (2)
Justiça (2)
justo (2)
largo (2)
lastimas (2)
lendo (2)
lenho (2)
Lesbina (2)
leva (2)
Levanta (2)
leve (2)
Lisboa (2)
Logo (2)
logra (2)
louco (2)
Lucinda (2)
ma (2)
maior (2)
mayores (2)
Malaca (2)
mandar (2)
mande (2)
mandeis (2)
mando (2)
maneira (2)
manto (2)
maravilha (2)
maravilhas (2)
matar (2)
melhores (2)
memoria (2)
Menos (2)
mercê (2)
merecimento (2)
Metafora (2)
mete (2)
my (2)

157
mocidade (2)
moço (2)
Monarca (2)
monta (2)
mostra (2)
movimento (2)
muda (2)
mudo (2)
muitos (2)
Musica (2)
muto (2)
n' (2)
Nada (2)
Nas (2)
nasce (2)
Nasce (2)
nasceo (2)
nascimento (2)
natureza (2)
nenhũa (2)
neste (2)
ninguem (2)
nova (2)
Nuncios (2)
obedecido (2)
offensa (2)
Olhos (2)
Ora (2)
Oraculo (2)
outros (2)
ouvida (2)
ouvidos (2)
ouzado (2)
palavras (2)
passar (2)
passo (2)
Patria (2)
pedras (2)
Pello (2)
Pena (2)
penha (2)
pensamentos (2)
peor (2)
pequenos (2)
perca (2)
perdido (2)
peregrinas (2)
Pereira (2)
pès (2)
pês (2)
Pescador (2)
pezar (2)
pezo (2)
Piedade (2)
Platão (2)
pô (2)
podem (2)
podes (2)
Poëma (2)
porfias (2)
porto (2)
Portuguez (2)
Pos (2)
praça (2)
prata (2)
prazo (2)
premio (2)
presumida (2)

158
prezente (2)
primores (2)
prizão (2)
profundo (2)
progresso (2)
prol (2)
promete (2)
prometeu (2)
prometo (2)
proprias (2)
provar (2)
Prudencia (2)
publicando (2)
pudera (2)
pura (2)
quaes (2)
quam (2)
quantas (2)
Quantas (2)
quantos (2)
quatro (2)
queixa (2)
Quer (2)
quis (2)
quizeste (2)
Razão (2)
real (2)
Rey (2)
Religiosa (2)
rendéra (2)
rendido (2)
Rendido (2)
repetidas (2)
Repouza (2)
resplandor (2)
Responde (2)
Respondendo (2)
respondeu (2)
Resposta (2)
Riamonos (2)
riamos (2)
rigor (2)
robusto (2)
rogo (2)
Rompe (2)
rosa (2)
Rosa (2)
Rubi (2)
ruina (2)
S (2)
Sà (2)
sabeis (2)
Sabeis (2)
sagrado (2)
sangue (2)
santo (2)
Santo (2)
seculo (2)
Segundo (2)
seguro (2)
sey (2)
Sejão (2)
semelhantes (2)
sendo (2)
sente (2)
sentimento (2)
sepultura (2)
Serà (2)

159
sestro (2)
seta (2)
sete (2)
sy (2)
simples (2)
só (2)
soberana (2)
soberbo (2)
sofrimento (2)
sogra (2)
Sois (2)
solicita (2)
somente (2)
Soneto (2)
Sousa (2)
suas (2)
subida (2)
subir (2)
sublime (2)
tantas (2)
tarda (2)
Tejo (2)
temendo (2)
temerosa (2)
temeroso (2)
templo (2)
Templo (2)
tempos (2)
tendes (2)
tendo (2)
Tenho (2)
Tia (2)
tino (2)
tirano (2)
tiranos (2)
Tobias (2)
Toda (2)
Todo (2)
Todos (2)
Tradução (2)
traz (2)
tres (2)
trilhado (2)
triunfante (2)
triunfos (2)
Troya (2)
Ulisses (2)
Urania (2)
và (2)
vay (2)
vê (2)
Vedes (2)
Velho (2)
vencido (2)
vendovos (2)
venho (2)
Verei (2)
vestido (2)
vidas (2)
Vindes (2)
vingado (2)
visto (2)
vituperio (2)
vòs (2)
vôs (2)
Vossa (2)
Zefiro (2)
abaixo (1)

160
Abbadeça (1)
abençoado (1)
abraçar (1)
abraços (1)
abrazarem (1)
abrazarvos (1)
abria (1)
Abril (1)
abrir (1)
abundante (1)
Acaba (1)
acabai (1)
acabas (1)
acabasse (1)
Acabe (1)
Acabou (1)
Academia (1)
academico (1)
Academico (1)
acaso (1)
acave (1)
Acção (1)
accento (1)
acendeis (1)
acesa (1)
achado (1)
acharà (1)
acho (1)
Acho (1)
achou (1)
aclama (1)
aclame (1)
aço (1)
acolherei (1)
acolhia (1)
aconselhe (1)
acordados (1)
acordar (1)
acrecentando (1)
acredita (1)
acreditada (1)
acusar (1)
adestra (1)
adivinhado (1)
admirado (1)
admirarà (1)
admirome (1)
Adora (1)
adorados (1)
adoralla (1)
adormente (1)
adversario (1)
advertidas (1)
advertiste (1)
afagues (1)
affectos (1)
affeição (1)
affeiçoando (1)
afirme (1)
afoga (1)
Afonso (1)
afortunado (1)
agoa (1)
Agostinho (1)
agourar (1)
agradecida (1)
agreste (1)
aguarda (1)

161
aguardo (1)
aguas (1)
agudo (1)
Aguia (1)
ay (1)
ainda (1)
Ajuntailhe (1)
ajusta (1)
alabastro (1)
Alabastro (1)
Albuquerque (1)
alcançada (1)
alcançado (1)
alcançallos (1)
alcançar (1)
alcançastes (1)
alcanceis (1)
alcançou (1)
alcoba (1)
Alegorica (1)
Alegria (1)
aleijado (1)
Aleijado (1)
Aleijarvos (1)
alejão (1)
alenta (1)
Alexandre (1)
alforria (1)
Algũa (1)
Algũns (1)
alhea (1)
àlicerce (1)
alimarias (1)
alivie (1)
Allì (1)
Alma (1)
almas (1)
alrotar (1)
altamente (1)
altar (1)
altas (1)
altivo (1)
Altivo (1)
Alto (1)
Alumnos (1)
Alvares (1)
alvedrio (1)
ama (1)
amado (1)
Amado (1)
amay (1)
amando (1)
amante (1)
Amante (1)
amantes (1)
Amantes (1)
amavel (1)
ambas (1)
Ambas (1)
Ambição (1)
Ambos (1)
ameaça (1)
America (1)
amiga (1)
amigas (1)
amizade (1)
Amores (1)
amoroso (1)

162
Ancias (1)
anda (1)
Anda (1)
andais (1)
andeis (1)
Andrade (1)
Anjo (1)
anno (1)
Anno (1)
ano (1)
antiguidade (1)
Aonio (1)
Aos (1)
Apalpando (1)
apareceo (1)
apellidos (1)
Apenas (1)
apensa (1)
apercebidos (1)
Apetite (1)
aplauso (1)
Aplauso (1)
Apologo (1)
Appella (1)
aprendeste (1)
Aquelle (1)
Aqui (1)
aras (1)
Arbitro (1)
Archanjo (1)
arde (1)
Arde (1)
ardiloso (1)
ardo (1)
ardor (1)
arduo (1)
areas (1)
arenosa (1)
arguîdo (1)
argumentoso (1)
Arismetica (1)
arma (1)
armado (1)
armas (1)
armonia (1)
Armonia (1)
Arrabida (1)
arraial (1)
arrastando (1)
arriscado (1)
arruino (1)
Arte (1)
artes (1)
ás (1)
âs (1)
asno (1)
asperezas (1)
aspira (1)
assalto (1)
assàz (1)
Assaz (1)
Assàz (1)
asseguraste (1)
assombra (1)
assombramento (1)
assombro (1)
assucar (1)
Assunto (1)

163
assusta (1)
astro (1)
Astutos (1)
Asunto (1)
atè (1)
Atê (1)
atento (1)
Athenas (1)
atiçada (1)
atormenta (1)
atormentava (1)
atrevidas (1)
atrevido (1)
atropelle (1)
aumenta (1)
Austro (1)
auxilio (1)
auzente (1)
avante (1)
avara (1)
avaras (1)
avarenta (1)
avaro (1)
Ave (1)
Aventurar (1)
Aventureiro (1)
aves (1)
avexados (1)
avizado (1)
avoga (1)
azul (1)
bafo (1)
bayles (1)
baixa (1)
Banho (1)
barato (1)
barbaro (1)
Barbaro (1)
Barbaros (1)
barro (1)
bastante (1)
bastão (1)
bastarda (1)
batalha (1)
Batalhar (1)
batia (1)
Batia (1)
bautizada (1)
bebeste (1)
beijar (1)
beijei (1)
bellas (1)
Bellem (1)
Belleza (1)
bellissimo (1)
bello (1)
bellos (1)
benções (1)
benina (1)
berço (1)
bezouro (1)
Bodas (1)
boliçoso (1)
bõns (1)
bordava (1)
botão (1)
botica (1)
boto (1)

164
Braço (1)
braços (1)
brada (1)
bradei (1)
Bragança (1)
Bramava (1)
bramido (1)
brancos (1)
branda (1)
Brando (1)
brandura (1)
bravo (1)
brazões (1)
brio (1)
Brotarà (1)
brutas (1)
Bruto (1)
Brutos (1)
bruxa (1)
Buscayos (1)
buscando (1)
buscar (1)
Buscar (1)
c' (1)
C (1)
Câ (1)
cabeça (1)
cabedal (1)
cabellos (1)
cadea (1)
cadeas (1)
cadeira (1)
cae (1)
caes (1)
caiba (1)
caído (1)
callar (1)
Callar (1)
callarei (1)
callava (1)
Calliope (1)
CALLIOPE (1)
calma (1)
Cama (1)
Camareiro (1)
Candea (1)
candida (1)
cansada (1)
cansado (1)
Canseime (1)
canta (1)
Canta (1)
cantados (1)
cantando (1)
cantarei (1)
cantaro (1)
cantas (1)
cantos (1)
Cão (1)
Caparica (1)
çapatos (1)
Capitão (1)
Capricho (1)
carapuças (1)
caras (1)
Carceres (1)
caro (1)
carrancas (1)

165
carregada (1)
cartas (1)
cartuxa (1)
carvão (1)
Casamento (1)
Cascaes (1)
caso (1)
Casos (1)
casta (1)
Castello (1)
castigais (1)
Catholico (1)
catorzada (1)
Catuxa (1)
cautella (1)
cavernosa (1)
cazamento (1)
Cazinha (1)
cega (1)
cegamente (1)
cegarme (1)
Celebra (1)
Celebrado (1)
Celebrando (1)
celebrar (1)
celebraste (1)
celebre (1)
celebrou (1)
celeste (1)
celestes (1)
celestial (1)
Celestial (1)
Cem (1)
centros (1)
Cera (1)
cerca (1)
Cercado (1)
cerco (1)
cerra (1)
cerrado (1)
cerrar (1)
Certo (1)
certos (1)
cesse (1)
chamado (1)
chamais (1)
chamarei (1)
chamas (1)
chamo (1)
chante (1)
chão (1)
charco (1)
chaves (1)
Cheas (1)
chegada (1)
chegado (1)
chegando (1)
chegar (1)
Chegarte (1)
chegue (1)
Cheguei (1)
chorados (1)
Chorais (1)
chorão (1)
chorar (1)
chorava (1)
Chore (1)
chorei (1)

166
choreis (1)
choro (1)
chove (1)
cidade (1)
Cidade (1)
ciencia (1)
cientifica (1)
cilicio (1)
cima (1)
cinco (1)
Cintia (1)
Cinza (1)
Cinzas (1)
circular (1)
Cisne (1)
cisterna (1)
ciumes (1)
claridade (1)
Clarissimo (1)
claro (1)
Claudio (1)
Clori (1)
co' (1)
Co (1)
cobre (1)
Coimbra (1)
colera (1)
colher (1)
colheu (1)
combatido (1)
Comedia (1)
comedida (1)
Comedindo (1)
comercio (1)
Cometas (1)
compadeça (1)
Compadre (1)
companheiro (1)
companhia (1)
comparte (1)
competia (1)
competindo (1)
compra (1)
Compres (1)
compusera (1)
comunicado (1)
con (1)
Conceição (1)
conceitos (1)
concertado (1)
conchas (1)
conciencia (1)
conferencia (1)
confiada (1)
confiadamente (1)
confiado (1)
confiando (1)
confio (1)
confissão (1)
confunde (1)
confundome (1)
confusão (1)
Confuza (1)
Conhecendose (1)
conheceo (1)
conhecer (1)
conhecera (1)
conhecereis (1)

167
Conheceuse (1)
conheci (1)
conhecido (1)
Conhecivos (1)
conquista (1)
consagrase (1)
conseguido (1)
consente (1)
consiste (1)
consoantes (1)
consorte (1)
Consul (1)
Consular (1)
consumime (1)
contagio (1)
contallla (1)
contando (1)
contar (1)
Contar (1)
conte (1)
contemplo (1)
contendas (1)
contenta (1)
contentes (1)
contingencia (1)
continha (1)
continua (1)
Conto (1)
contrahio (1)
contrarias (1)
contrarios (1)
convalecencia (1)
convalecendo (1)
convento (1)
convertido (1)
convida (1)
convidava (1)
Copia (1)
coronel (1)
corpo (1)
corrão (1)
Corre (1)
Correndo (1)
correspondente (1)
corria (1)
corrido (1)
Corta (1)
cortada (1)
cortava (1)
cortez (1)
cortezes (1)
cortezia (1)
cortou (1)
corvos (1)
Cos (1)
Coscorões (1)
costumada (1)
cousas (1)
Coutadinho (1)
Coutinho (1)
couzas (1)
cova (1)
Cova (1)
crê (1)
Crecem (1)
Crecerão (1)
crecerdes (1)
creces (1)

168
crede (1)
credes (1)
crendo (1)
Crendo (1)
Crerà (1)
cria (1)
Cristo (1)
crú (1)
crueis (1)
cruento (1)
cuberto (1)
cubria (1)
cubrir (1)
cuydados (1)
cuidando (1)
cuidar (1)
cuidarâ (1)
cuydàra (1)
cuidareis (1)
cuydaveis (1)
cuydei (1)
cuydeis (1)
cuides (1)
cuja (1)
cujas (1)
Cujo (1)
culpado (1)
culpas (1)
Cuma (1)
cumpridos (1)
cumprir (1)
cura (1)
Cura (1)
curta (1)
custa (1)
custaria (1)
custo (1)
custosa (1)
Custosa (1)
custoso (1)
Dà (1)
dada (1)
dados (1)
Daime (1)
Dalhe (1)
Daliana (1)
Dalizo (1)
dando (1)
Dando (1)
Daniel (1)
dão (1)
Dão (1)
daquelles (1)
dàr (1)
darme (1)
dava (1)
dè (1)
dê (1)
DE (1)
deças (1)
dece (1)
Dece (1)
deceo (1)
Deces (1)
declara (1)
declaralla (1)
declare (1)
declarei (1)

169
Dedalo (1)
dedo (1)
dedos (1)
Defende (1)
defendendo (1)
defender (1)
defensas (1)
defronte (1)
deixado (1)
deixaime (1)
deixando (1)
deixão (1)
deixára (1)
deixárão (1)
deixareis (1)
deixas (1)
deixaste (1)
deixava (1)
deixe (1)
deixem (1)
deixes (1)
deixou (1)
delinquente (1)
delirio (1)
delito (1)
delitos (1)
Delle (1)
delles (1)
demazia (1)
Deminuir (1)
denotado (1)
dentes (1)
Dentro (1)
depois (1)
deposita (1)
depressa (1)
der (1)
derão (1)
derrama (1)
derramadas (1)
Derramadas (1)
derramado (1)
derrete (1)
desacredita (1)
desatino (1)
desato (1)
desbarato (1)
descifraste (1)
desconcerto (1)
desconcertos (1)
desconhecida (1)
Descreve (1)
Descubro (1)
descuidada (1)
descuidado (1)
desculpa (1)
desculpado (1)
Desde (1)
desdẽns (1)
desdo (1)
desencerra (1)
desenganada (1)
Desenganase (1)
desespera (1)
desesperada (1)
Desgraça (1)
desgraças (1)
deshumana (1)

170
desmente (1)
desobrigue (1)
desornada (1)
Despedida (1)
despedido (1)
despeja (1)
despejo (1)
Despiose (1)
Despoes (1)
Despois (1)
desprezada (1)
desprezais (1)
Desprezas (1)
desprezastes (1)
desprezivel (1)
dessemelhante (1)
Desta (1)
Deste (1)
desterra (1)
destina (1)
destroncada (1)
detado (1)
detella (1)
determinas (1)
detida (1)
devagar (1)
deve (1)
devemos (1)
deveslhe (1)
devida (1)
Dexa (1)
dez (1)
dezejos (1)
dezia (1)
Diafanto (1)
Dialogo (1)
Diamante (1)
Diâmante (1)
differente (1)
difunto (1)
diga (1)
digas (1)
dilatada (1)
dina (1)
Dina (1)
Diràs (1)
direi (1)
Direi (1)
dirija (1)
Dirlhe (1)
disculpar (1)
Discursais (1)
Discurso (1)
disfarçado (1)
disparar (1)
Disse (1)
Dissera (1)
Dissimular (1)
Disso (1)
ditas (1)
ditozo (1)
divinas (1)
divinos (1)
Diz (1)
Dizeilhe (1)
dizeimo (1)
dizella (1)
dizello (1)

171
dizem (1)
Dizes (1)
Dizme (1)
dò (1)
DO (1)
dobra (1)
dobrados (1)
docel (1)
Doces (1)
Documento (1)
doe (1)
Domine (1)
Domingos (1)
dono (1)
donzella (1)
Dorme (1)
dormindo (1)
Dous (1)
doutrina (1)
Douvos (1)
duas (1)
durar (1)
duras (1)
Durou (1)
Duvidais (1)
duvidando (1)
duvidas (1)
duvido (1)
duvidosos (1)
é (1)
eco (1)
ecos (1)
Edificio (1)
effeito (1)
Effeito (1)
Eillas (1)
Eillo (1)
eis (1)
Eis (1)
Eixo (1)
eleição (1)
eleje (1)
elejo (1)
elemento (1)
Elemento (1)
Elementos (1)
eleva (1)
ellas (1)
Elle (1)
eloquencia (1)
eloquentes (1)
Elvas (1)
emanou (1)
Embaixador (1)
embravecido (1)
eminente (1)
emisferio (1)
emmudeça (1)
empenho (1)
Emperador (1)
Empirea (1)
emprego (1)
empregos (1)
emprende (1)
emprenhandome (1)
emprestandose (1)
empreza (1)
Empreza (1)

172
emprezas (1)
en (1)
encaminhe (1)
encantar (1)
encanto (1)
encerra (1)
encerrado (1)
encobre (1)
Endoudece (1)
enemigo (1)
enferma (1)
Enfermastes (1)
enfermidade (1)
enfermou (1)
enfim (1)
engana (1)
enganado (1)
enganas (1)
enganoso (1)
engastado (1)
engaste (1)
engeitais (1)
engenho (1)
engrandecera (1)
engrandeço (1)
enobrece (1)
enriqueces (1)
ensaya (1)
Ensinaime (1)
ensinas (1)
ensinaste (1)
ensoço (1)
então (1)
entendas (1)
Entende (1)
entender (1)
entendimento (1)
entendo (1)
entoa (1)
entrambos (1)
Entrambos (1)
Entrão (1)
Entraste (1)
entrega (1)
entregarei (1)
entregouse (1)
entreguei (1)
entreis (1)
Entretense (1)
entronizado (1)
envejada (1)
Envejada (1)
Envejoso (1)
envolto (1)
enxovia (1)
enxuga (1)
enxutas (1)
epitafio (1)
Epitalamico (1)
ereis (1)
erguida (1)
erguido (1)
erra (1)
Errada (1)
Erro (1)
erros (1)
escapar (1)
Escape (1)

173
escarnecida (1)
Escolhei (1)
escolhera (1)
Escoto (1)
Escravo (1)
escreve (1)
escreveo (1)
escrever (1)
Escritura (1)
escrupulosa (1)
escurecidos (1)
escuro (1)
Escusase (1)
Escutayme (1)
escuzar (1)
esferas (1)
esforça (1)
esgares (1)
esmeraldas (1)
esmo (1)
espada (1)
espante (1)
Espartas (1)
Esperay (1)
esperais (1)
Esperança (1)
esperanças (1)
Esperanças (1)
Esperdicemse (1)
espere (1)
esperes (1)
Esposos (1)
Espritos (1)
esquecimentos (1)
esqueço (1)
Esse (1)
esses (1)
Esses (1)
essoutro (1)
essoutros (1)
Estâ (1)
estados (1)
Estando (1)
estár (1)
estâs (1)
estatuto (1)
estavas (1)
estaveis (1)
Estendendose (1)
esteril (1)
estes (1)
Estes (1)
estima (1)
estimada (1)
estimado (1)
estime (1)
Estio (1)
estivera (1)
estivestes (1)
Estoutra (1)
estrancho (1)
estranhe (1)
estranhezas (1)
estreita (1)
estreitas (1)
Estrella (1)
estrellas (1)
estremece (1)

174
estuda (1)
Eternamente (1)
eternas (1)
Eternidade (1)
eternizar (1)
eternizaste (1)
Evangelista (1)
evita (1)
evitar (1)
examinação (1)
excelente (1)
excellencia (1)
Excellente (1)
Eximindo (1)
exprimenta (1)
F (1)
Fabio (1)
fabricada (1)
fabricas (1)
Façame (1)
façamos (1)
fadigas (1)
Fados (1)
falla (1)
Falla (1)
Fallai (1)
fallando (1)
Fallando (1)
Fallava (1)
fallou (1)
faltarà (1)
famosa (1)
famosos (1)
fareis (1)
Fareis (1)
favor (1)
faze (1)
Fazei (1)
fazem (1)
Fazer (1)
fazião (1)
fé (1)
fè (1)
feas (1)
feira (1)
feiticeira (1)
feito (1)
Feitos (1)
felice (1)
feminil (1)
Fenis (1)
fera (1)
fere (1)
feridas (1)
ferido (1)
fermosa (1)
Fermosa (1)
fermosas (1)
Fermoso (1)
fermosos (1)
festa (1)
festejar (1)
fias (1)
fiavas (1)
fico (1)
figas (1)
Figueiredo (1)
figura (1)

175
filho (1)
filhos (1)
Filomena (1)
Filosofia (1)
Finje (1)
fino (1)
Fiquem (1)
firma (1)
flama (1)
Flama (1)
flamas (1)
Flerida (1)
Flora (1)
florece (1)
floreces (1)
florestas (1)
fogo (1)
foyse (1)
foje (1)
folares (1)
folga (1)
folgais (1)
folgando (1)
fontem (1)
fontes (1)
Fora (1)
foram (1)
foras (1)
forças (1)
forrada (1)
fortaleza (1)
fortunas (1)
foste (1)
Fostes (1)
Frade (1)
fragil (1)
fragrancia (1)
fragrante (1)
fragua (1)
Francés (1)
Fraqueza (1)
fraude (1)
fraudulento (1)
Frey (1)
freixo (1)
Freixo (1)
Fresta (1)
fria (1)
fronte (1)
fruta (1)
fugî (1)
fui (1)
fuy (1)
Fuy (1)
fulminar (1)
fundadas (1)
Funesta (1)
fura (1)
Furna (1)
furtado (1)
futuro (1)
Gabello (1)
Gabriel (1)
Galanta (1)
Galante (1)
galê (1)
galhardia (1)
ganho (1)

176
ganhos (1)
Gastas (1)
gastasse (1)
gaste (1)
geito (1)
generoso (1)
Generosos (1)
gentil (1)
geral (1)
gesto (1)
Giostiniano (1)
Giovenetos (1)
gloriosas (1)
glorioso (1)
gloriosos (1)
golfo (1)
golpe (1)
golpes (1)
Gomes (1)
Gosto (1)
gostos (1)
gota (1)
governo (1)
gozâra (1)
gozasse (1)
goze (1)
gozou (1)
gracinha (1)
grade (1)
gram (1)
grandezas (1)
granhais (1)
grão (1)
Grecia (1)
Grilhão (1)
grita (1)
grito (1)
guadameci (1)
guardadas (1)
guardas (1)
guardaste (1)
Guardastes (1)
Guiador (1)
guiay (1)
Ha (1)
Hà (1)
habito (1)
hão (1)
haveis (1)
havendo (1)
Havendose (1)
haverse (1)
hey (1)
heis (1)
Hesperides (1)
hião (1)
home (1)
homẽ (1)
homẽns (1)
Homẽns (1)
Homero (1)
homicida (1)
honrada (1)
honrado (1)
honrados (1)
honras (1)
honrasse (1)
honroso (1)

177
horas (1)
Horido (1)
horrenda (1)
horror (1)
hospicio (1)
houve (1)
hũ (1)
hũas (1)
humana (1)
humanas (1)
humida (1)
Humilde (1)
humor (1)
hũns (1)
I (1)
ide (1)
Ide (1)
idea (1)
idos (1)
ignora (1)
ignorante (1)
Ignorantes (1)
ignoro (1)
Igual (1)
iguala (1)
igualdade (1)
iguallo (1)
igualmente (1)
II (1)
III (1)
illustrado (1)
illustraste (1)
illustres (1)
imagino (1)
imitando (1)
immenso (1)
imortal (1)
Imortal (1)
impede (1)
impias (1)
importe (1)
inauditos (1)
incendio (1)
incertezas (1)
inclitos (1)
inconstante (1)
inculca (1)
Indio (1)
induzem (1)
infante (1)
infeliz (1)
informação (1)
informada (1)
Ingenhos (1)
ingratidão (1)
injuria (1)
inorante (1)
insigne (1)
insignias (1)
instantes (1)
instrumento (1)
inteira (1)
inteiro (1)
intitula (1)
intrepida (1)
invenção (1)
inverno (1)
Inverno (1)

178
Ir (1)
iracundo (1)
Irado (1)
iràs (1)
Iras (1)
irei (1)
irmãns (1)
irresoluto (1)
Isso (1)
Ithaco (1)
IV (1)
IX (1)
já (1)
Já (1)
Jacô (1)
jardim (1)
Jardim (1)
Jaz (1)
Jáz (1)
Joana (1)
jocundo (1)
jogo (1)
joya (1)
julgarà (1)
julguei (1)
junta (1)
juntar (1)
Junto (1)
justificar (1)
L (1)
la (1)
Lá (1)
Labão (1)
laços (1)
lamenta (1)
Lamentando (1)
lapidario (1)
larga (1)
lascivo (1)
lastîma (1)
lauas (1)
lavarse (1)
Lavrador (1)
lazos (1)
lè (1)
leda (1)
ledos (1)
ley (1)
leys (1)
Leys (1)
Leite (1)
lembrança (1)
ler (1)
leste (1)
letra (1)
letrado (1)
letras (1)
levada (1)
levanta (1)
levantada (1)
levantados (1)
levantarte (1)
levante (1)
levou (1)
lha (1)
lhas (1)
Lhe (1)
lho (1)

179
lî (1)
LI (1)
Lias (1)
licenças (1)
Lici (1)
Licis (1)
LII (1)
LIII (1)
limpa (1)
limpo (1)
linda (1)
linguas (1)
linho (1)
lisonjeiro (1)
LIV (1)
livre (1)
LIX (1)
Logrão (1)
lograste (1)
longo (1)
Lourenço (1)
louro (1)
louva (1)
louvada (1)
Louvando (1)
louvarte (1)
louvava (1)
Lugar (1)
lumes (1)
luminoso (1)
Lusitano (1)
lutou (1)
Lutou (1)
LV (1)
LVI (1)
LVII (1)
LVIII (1)
LX (1)
LXI (1)
LXII (1)
LXIII (1)
LXIV (1)
LXIX (1)
LXV (1)
LXVI (1)
LXVII (1)
LXVIII (1)
LXX (1)
LXXI (1)
LXXII (1)
LXXIII (1)
LXXIV (1)
LXXIX (1)
LXXV (1)
LXXVI (1)
LXXVII (1)
LXXVIII (1)
LXXX (1)
LXXXI (1)
LXXXII (1)
LXXXIII (1)
LXXXIV (1)
LXXXIX (1)
LXXXV (1)
LXXXVI (1)
LXXXVII (1)
LXXXVIII (1)
mà (1)

180
Macedo (1)
madeiro (1)
Madre (1)
magnanimo (1)
magoas (1)
Mayo (1)
Mal (1)
maldizer (1)
males (1)
malogradas (1)
maltratada (1)
Maltratado (1)
mana (1)
mandais (1)
mandamentos (1)
mandandolhe (1)
Mandandolhe (1)
mandarão (1)
Mandaravos (1)
mandardes (1)
Mandarvos (1)
mandava (1)
mandou (1)
manhãa (1)
manham (1)
manquejardes (1)
manquejo (1)
mansas (1)
manso (1)
Manuel (1)
marchetado (1)
Marcial (1)
marear (1)
mares (1)
Mares (1)
Maria (1)
Mariana (1)
Marido (1)
Marinheiro (1)
Mario (1)
maritima (1)
Marmore (1)
marmores (1)
martirio (1)
màs (1)
matadores (1)
matadura (1)
matalla (1)
matallo (1)
mateis (1)
materias (1)
medico (1)
medida (1)
medidas (1)
Medindote (1)
Medir (1)
Medo (1)
medonhamente (1)
medos (1)
Mel (1)
melhora (1)
Melhora (1)
melhorar (1)
MELLODINO (1)
Memoria (1)
memorias (1)
Memorias (1)
menção (1)

181
Meneses (1)
mente (1)
mentecatos (1)
mentindo (1)
mentiome (1)
Mentirlhe (1)
mercè (1)
Mereçate (1)
mereces (1)
merecida (1)
merito (1)
Meritos (1)
mestra (1)
Mestre (1)
mestres (1)
Meta (1)
metrico (1)
meza (1)
mezes (1)
mezinha (1)
mihi (1)
milagre (1)
Milagre (1)
milagres (1)
milagroso (1)
milhão (1)
milhões (1)
Minha (1)
Minino (1)
Ministro (1)
miseros (1)
mister (1)
misterio (1)
Misterio (1)
mo (1)
Mo (1)
moços (1)
modello (1)
modellos (1)
moderna (1)
mofino (1)
Mofino (1)
molesta (1)
molher (1)
Monsieur (1)
montes (1)
mora (1)
morada (1)
Morante (1)
morgado (1)
morras (1)
morrei (1)
Morrei (1)
morreis (1)
morrer (1)
Morro (1)
morta (1)
mortas (1)
mortes (1)
mortos (1)
Mortos (1)
Mostra (1)
mostrarão (1)
mostrarse (1)
Mostras (1)
mostrou (1)
mudar (1)
mudos (1)

182
muy (1)
mũy (1)
muita (1)
Muitas (1)
multiplicado (1)
murchem (1)
murmurar (1)
muro (1)
Muros (1)
MUSA (1)
Musas (1)
Musico (1)
mutas (1)
N (1)
nacar (1)
Nacestes (1)
nado (1)
namora (1)
namorada (1)
Nasça (1)
nascer (1)
Nascer (1)
nasceu (1)
nascido (1)
Nascimento (1)
Natal (1)
naturaes (1)
navegação (1)
navio (1)
nẽ (1)
nega (1)
negada (1)
negarlhe (1)
negra (1)
Negro (1)
negros (1)
Negros (1)
nellas (1)
nelle (1)
nelles (1)
nenhum (1)
Nenhum (1)
nenhũns (1)
nessa (1)
nesse (1)
neve (1)
Ninfa (1)
Ninguem (1)
nobres (1)
nojo (1)
norte (1)
nòs (1)
nossa (1)
Nosso (1)
Nota (1)
notoria (1)
Nova (1)
nove (1)
novos (1)
ns (1)
num (1)
numeroso (1)
Nunes (1)
nuvẽns (1)
obedece (1)
obedeceis (1)
obedecer (1)
obedeço (1)

183
obediencia (1)
obediente (1)
obrando (1)
obrar (1)
obras (1)
Obras (1)
obriga (1)
obrigação (1)
obrigas (1)
Occidente (1)
ocio (1)
ocupâra (1)
odio (1)
offenda (1)
offereças (1)
offerece (1)
offrece (1)
offrecera (1)
offreceu (1)
oito (1)
oje (1)
olha (1)
Olha (1)
olhado (1)
Olhais (1)
olhe (1)
Olimpo (1)
ondas (1)
oportuna (1)
oposto (1)
ordem (1)
ordena (1)
ordenas (1)
ordinarias (1)
orelha (1)
Oriente (1)
Ouça (1)
ouças (1)
Ouço (1)
ousadia (1)
Outra (1)
ouvia (1)
ouvidas (1)
ouvido (1)
ouvis (1)
Ouzado (1)
ovelhas (1)
P (1)
paciencia (1)
padeça (1)
padecella (1)
padecello (1)
padeci (1)
padecidos (1)
padeço (1)
padrinhos (1)
paga (1)
pagar (1)
Pagaste (1)
paguelho (1)
pay (1)
Paiva (1)
Palatino (1)
Palestra (1)
palestras (1)
palha (1)
Palinuro (1)
Palladioens (1)

184
Pallida (1)
par (1)
pâr (1)
paralello (1)
pâre (1)
Pâre (1)
pareça (1)
parece (1)
Parece (1)
pareceis (1)
parecer (1)
parecida (1)
paredes (1)
Paredes (1)
Parente (1)
parentesco (1)
pares (1)
Parmeno (1)
Parte (1)
partes (1)
partese (1)
parti (1)
partia (1)
partir (1)
Parto (1)
partome (1)
passados (1)
passage (1)
passageiro (1)
passando (1)
passarei (1)
passarinhos (1)
passaros (1)
passas (1)
passatempo (1)
Passeai (1)
passos (1)
passou (1)
pastas (1)
pastor (1)
Pastor (1)
patarata (1)
patrocinio (1)
Paulo (1)
Pavão (1)
pé (1)
peccado (1)
peço (1)
pedaços (1)
pede (1)
Pede (1)
pedes (1)
pedia (1)
pedindolhe (1)
pedio (1)
pedir (1)
pedirme (1)
pêdra (1)
Pedra (1)
Pedras (1)
Pedro (1)
pegar (1)
pego (1)
Pegû (1)
peitos (1)
Peixe (1)
pejo (1)
pela (1)

185
Pelas (1)
peleja (1)
pelejo (1)
Pelo (1)
pelos (1)
penar (1)
penas (1)
Pende (1)
penedo (1)
penhores (1)
Pensamentos (1)
peores (1)
pequena (1)
per (1)
perda (1)
perdão (1)
perdendo (1)
perderdes (1)
perderme (1)
perdese (1)
Perdese (1)
perdi (1)
perdição (1)
perdidas (1)
perdoo (1)
peregrina (1)
perfeição (1)
Perfeição (1)
perfeições (1)
perfeito (1)
perfeitos (1)
pergunta (1)
perguntandoselhe (1)
perguntar (1)
pergunto (1)
perigas (1)
perigou (1)
Perseguida (1)
perseguilla (1)
persigo (1)
pertença (1)
perturbado (1)
Perús (1)
petição (1)
Petronio (1)
pezada (1)
pezado (1)
pezame (1)
Phalaris (1)
pia (1)
piadade (1)
piadoso (1)
picar (1)
Piloto (1)
Pinho (1)
pinta (1)
Pintada (1)
Pintando (1)
Piramide (1)
pizada (1)
pizei (1)
pizou (1)
Planetas (1)
plumas (1)
poço (1)
poder (1)
poderà (1)
poem (1)

186
Poem (1)
Poema (1)
Poesia (1)
poesque (1)
Poëta (1)
Poetico (1)
Poetiza (1)
Pomo (1)
pontas (1)
Porco (1)
porem (1)
Porém (1)
Porfia (1)
porfido (1)
porta (1)
Porta (1)
portas (1)
pos (1)
Possa (1)
possais (1)
possivel (1)
possuida (1)
postra (1)
Postrese (1)
potente (1)
potro (1)
Poucos (1)
poupe (1)
Povo (1)
povoado (1)
praya (1)
prazer (1)
prazeres (1)
preciosas (1)
pregão (1)
Prelada (1)
premiado (1)
premios (1)
prendeyos (1)
Prepâra (1)
presagio (1)
presâgo (1)
presteza (1)
presume (1)
pretendas (1)
pretenderdes (1)
pretendes (1)
preto (1)
prevenido (1)
prevenidos (1)
preza (1)
prezada (1)
Prezandose (1)
prezára (1)
Prezese (1)
prezo (1)
prezos (1)
Principe (1)
principio (1)
Procura (1)
prodiga (1)
prodigamente (1)
prodigo (1)
Proemial (1)
proezas (1)
profano (1)
profanos (1)
profissão (1)

187
profunda (1)
promessa (1)
prometem (1)
Prometes (1)
propia (1)
propicios (1)
propria (1)
propriamente (1)
propuz (1)
proscrito (1)
provárão (1)
providencia (1)
provido (1)
prudencia (1)
publicação (1)
pucha (1)
pude (1)
pudéra (1)
Pudeste (1)
Pulga (1)
Pulpito (1)
puluis (1)
Pureza (1)
puzestes (1)
qu' (1)
quadro (1)
qualquer (1)
Quanta (1)
quantò (1)
Quantos (1)
Quarenta (1)
QUARTA (1)
quartetos (1)
quasi (1)
quedas (1)
Quedas (1)
Queixa (1)
queixe (1)
queixes (1)
queixo (1)
queixume (1)
queixumes (1)
quereis (1)
querella (1)
querem (1)
querer (1)
querida (1)
queridas (1)
quero (1)
Quia (1)
quiçâ (1)
quinta (1)
quisto (1)
quizer (1)
quizera (1)
quizerão (1)
quizerdes (1)
racional (1)
Rafael (1)
rayo (1)
Rayo (1)
raios (1)
rãns (1)
Raqueis (1)
rara (1)
raras (1)
rastro (1)
ratinho (1)

188
rato (1)
ratos (1)
razo (1)
razoens (1)
razões (1)
realça (1)
recado (1)
receo (1)
reconhece (1)
Reduzir (1)
referidos (1)
regada (1)
regras (1)
Reiis (1)
Reino (1)
reja (1)
Relação (1)
Religiosas (1)
Religioso (1)
remata (1)
remediallo (1)
remedio (1)
Remendarme (1)
remendo (1)
remirme (1)
remonta (1)
renaça (1)
renacendo (1)
Rendase (1)
rende (1)
rendei (1)
render (1)
rendeste (1)
renova (1)
Reo (1)
Repartes (1)
repartîs (1)
repetido (1)
repetidos (1)
repetindolhe (1)
repouzarão (1)
Repouzo (1)
reprezenta (1)
reprova (1)
reprovo (1)
republica (1)
requebrada (1)
resguardo (1)
resigno (1)
resista (1)
resistes (1)
resisto (1)
resolutas (1)
Resolutas (1)
resoluto (1)
resplandores (1)
responda (1)
responde (1)
respondeis (1)
Resucita (1)
Resulta (1)
Retrato (1)
revella (1)
reverencia (1)
reverente (1)
revolveis (1)
Riamos (1)
riase (1)

189
ribeira (1)
rico (1)
riguroso (1)
RIMAS (1)
Rio (1)
rios (1)
riqueza (1)
riquissimo (1)
rir (1)
rodeo (1)
roga (1)
rogada (1)
Roixinol (1)
Roma (1)
Romance (1)
Romano (1)
rompa (1)
Rompi (1)
rosas (1)
Rosas (1)
roto (1)
roubada (1)
roubar (1)
roubàrão (1)
roubarãome (1)
roubou (1)
Roubou (1)
rua (1)
ruda (1)
rudes (1)
rumos (1)
Sabe (1)
saberão (1)
sabias (1)
sabio (1)
Sabio (1)
sacrificando (1)
sacrificio (1)
Sago (1)
sahio (1)
saya (1)
Saibao (1)
saindo (1)
salgado (1)
salvo (1)
santa (1)
São (1)
sarais (1)
satirico (1)
satisfaça (1)
satisfação (1)
saudade (1)
saúdade (1)
Saudades (1)
saude (1)
Scevola (1)
seca (1)
Seca (1)
secreta (1)
secreto (1)
seculos (1)
Sede (1)
Sedebat (1)
Seguio (1)
seguyos (1)
segunda (1)
Segunda (1)
Sei (1)

190
Seja (1)
sejão (1)
semblante (1)
sembrante (1)
Seneca (1)
senhoria (1)
Señor (1)
sentido (1)
sentidos (1)
Sentir (1)
sepultados (1)
Sepultemse (1)
Sepultura (1)
Ser (1)
será (1)
Serafim (1)
Sereas (1)
serei (1)
Serei (1)
sereis (1)
Serenissimos (1)
Sereno (1)
serpe (1)
serra (1)
servi (1)
servindo (1)
servir (1)
servirà (1)
Sete (1)
severa (1)
severo (1)
sezuda (1)
sezudo (1)
sic (1)
Sichem (1)
sido (1)
Sidónia (1)
siga (1)
sigas (1)
sigo (1)
silencio (1)
sim (1)
Simbolo (1)
sinaes (1)
sinal (1)
sinalarte (1)
sincero (1)
singular (1)
singulares (1)
sirva (1)
sirvão (1)
so (1)
Sò (1)
sobe (1)
sobeja (1)
sobejou (1)
soberano (1)
soberanos (1)
sobes (1)
sobrinha (1)
socegada (1)
Socorrey (1)
socorrerme (1)
socorro (1)
socorros (1)
soe (1)
Soes (1)
Sofra (1)

191
soldado (1)
solidão (1)
Soltame (1)
soltasse (1)
solto (1)
Soltos (1)
soma (1)
somar (1)
sombras (1)
sombrio (1)
Sonetos (1)
sonho (1)
sonora (1)
sonorosos (1)
sopro (1)
sor (1)
Sorte (1)
Sortes (1)
sòs (1)
sospeito (1)
suave (1)
suaves (1)
subidos (1)
subio (1)
subirão (1)
sucedia (1)
sucesso (1)
sucessora (1)
sufragio (1)
sufridas (1)
sugeitas (1)
super (1)
suspensão (1)
suspenso (1)
suspiros (1)
sustenta (1)
sustentadas (1)
susto (1)
suxa (1)
tacitas (1)
Taes (1)
Talamo (1)
Tantas (1)
Tantos (1)
tardado (1)
tardados (1)
Tardastes (1)
tardo (1)
tardou (1)
tẽ (1)
teatro (1)
teem (1)
tema (1)
temais (1)
Teme (1)
Temei (1)
temeo (1)
temerarios (1)
temião (1)
temo (1)
tempestade (1)
Tendes (1)
tenhais (1)
tenhão (1)
Tenhoa (1)
tens (1)
Ter (1)
terà (1)

192
teràs (1)
tercetos (1)
Terdes (1)
termina (1)
termo (1)
terras (1)
tesouro (1)
testa (1)
Teu (1)
tezouro (1)
Thomaz (1)
tî (1)
tia (1)
Tiberio (1)
Tifis (1)
Timante (1)
timido (1)
tinha (1)
tira (1)
tirania (1)
tiranias (1)
tirar (1)
tirarmas (1)
Tirou (1)
tive (1)
tivera (1)
tiveste (1)
to (1)
tocava (1)
Tocha (1)
Toga (1)
tomado (1)
tomai (1)
Tomando (1)
tomar (1)
tomarlhe (1)
tomo (1)
Tomo (1)
topando (1)
tormenta (1)
tornado (1)
Tornão (1)
tornarei (1)
tornas (1)
Torne (1)
tornem (1)
Torno (1)
tornou (1)
torpe (1)
torpeza (1)
Torre (1)
toucado (1)
trabalho (1)
traçandome (1)
traçastes (1)
tragedia (1)
tragedias (1)
tragicos (1)
Tragoume (1)
tramoyas (1)
tras (1)
tratos (1)
trazer (1)
Triunfado (1)
triunfador (1)
Triunfando (1)
triunfo (1)
trocàra (1)

193
Trocarme (1)
trocaste (1)
troco (1)
Trocouse (1)
Troyas (1)
trouxe (1)
trova (1)
Trova (1)
trovas (1)
Tuba (1)
TUBA (1)
Tullio (1)
Tumulo (1)
ufana (1)
um (1)
unida (1)
unidas (1)
unir (1)
Urbanidade (1)
usurpàra (1)
usurparlhe (1)
vãa (1)
Vades (1)
Vai (1)
Vaite (1)
Val (1)
valem (1)
valente (1)
valerme (1)
valho (1)
Vamos (1)
vãos (1)
varanda (1)
varão (1)
Varia (1)
varias (1)
variedade (1)
vario (1)
Varre (1)
Vàs (1)
vassallajem (1)
vazo (1)
Vè (1)
vedado (1)
vede (1)
Veyo (1)
Vejo (1)
velha (1)
velhice (1)
Velhice (1)
velho (1)
velhos (1)
vellos (1)
Vem (1)
vença (1)
Vença (1)
Vence (1)
vencedor (1)
vencedora (1)
vencimento (1)
vendido (1)
Vendovos (1)
venera (1)
Venera (1)
venerando (1)
Venha (1)
Venhão (1)
ventagem (1)

194
Vento (1)
Ventura (1)
venturosa (1)
venturoso (1)
Verão (1)
veràs (1)
Verdade (1)
verdadeira (1)
verdades (1)
verde (1)
Verde (1)
vergonhosa (1)
verme (1)
vermos (1)
verse (1)
verso (1)
Versos (1)
ves (1)
vés (1)
veste (1)
vestida (1)
vestio (1)
vestuario (1)
Vi (1)
VI (1)
via (1)
viagem (1)
viajem (1)
vião (1)
vibre (1)
viçosa (1)
victima (1)
Vidas (1)
vidro (1)
vieres (1)
vigor (1)
VII (1)
VIII (1)
vinda (1)
Vinda (1)
vinga (1)
vingadores (1)
vingo (1)
vira (1)
viràs (1)
virdes (1)
virtude (1)
virtudes (1)
vîs (1)
Visse (1)
vistas (1)
viste (1)
vistes (1)
vistos (1)
Vite (1)
vitorias (1)
Vitruvio (1)
vivais (1)
Vivão (1)
vivas (1)
Vivei (1)
viveis (1)
viveste (1)
Vivia (1)
vivirà (1)
vivirão (1)
Vivirás (1)
vivos (1)

195
vo (1)
voar (1)
voàr (1)
voaste (1)
Voiture (1)
volta (1)
Voltouse (1)
voo (1)
voos (1)
vós (1)
Vosso (1)
Votando (1)
votar (1)
voto (1)
votos (1)
vozes (1)
vulgares (1)
X (1)
XC (1)
XCI (1)
XCII (1)
XCIII (1)
XCIV (1)
XCIX (1)
XCV (1)
XCVI (1)
XCVII (1)
XCVIII (1)
XI (1)
XII (1)
XIII (1)
XIV (1)
XIX (1)
XL (1)
XLI (1)
XLII (1)
XLIII (1)
XLIV (1)
XLIX (1)
XLV (1)
XLVI (1)
XLVII (1)
XLVIII (1)
XV (1)
XVI (1)
XVII (1)
XVIII (1)
XX (1)
XXI (1)
XXII (1)
XXIII (1)
XXIV (1)
XXIX (1)
XXV (1)
XXVI (1)
XXVII (1)
XXVIII (1)
XXX (1)
XXXI (1)
XXXII (1)
XXXIII (1)
XXXIV (1)
XXXIX (1)
XXXV (1)
XXXVI (1)
XXXVII (1)
XXXVIII (1)
Zafir (1)

196
Zafiro (1)
zelo (1)
Zombar (1)
zombaria (1)
zombas (1)
zunir (1)

ÍNDICE DE FREQUÊNCIAS
DE FORMAS

DOS SONETOS DE
D. FRANCISCO MANUEL
DE MELO
INCLUÍDOS NAS MUSAS
PORTUGUESAS

que (408)
a (302)
o (258)
de (231)
e (187)
se (147)
Que (133)
em (112)
da (102)
do (102)
SONETO (100)
não (92)
he (87)
mais (83)
por (81)
me (76)
A (73)
vos (73)
os (60)
hum (57)
para (51)
as (46)
quem (45)
E (43)
eu (43)
O (43)
tão (43)
Se (42)
com (41)
Mas (41)
ou (37)
ser (37)
como (35)
hũa (34)
Não (34)
ao (33)
lhe (33)
Amor (32)
mi (31)
Amoroso (29)
De (29)
d' (27)
jà (27)
vida (27)
sò (26)
no (25)
Por (25)
sem (25)
bem (24)
dos (24)
Moral (23)

197
Poes (23)
Mundo (22)
seu (22)
tanto (22)
te (22)
Em (21)
Porque (21)
à (20)
das (20)
foi (20)
meu (20)
na (20)
sempre (20)
hà (19)
quando (19)
tal (19)
nos (18)
são (18)
vento (18)
Ceo (17)
Deus (17)
gloria (17)
mal (17)
Quando (17)
quanto (17)
sorte (17)
hoje (16)
mas (16)
tem (16)
Com (15)
Do (15)
Morte (15)
nem (15)
dia (14)
hora (14)
Laudatorio (14)
minha (14)
pode (14)
poes (14)
V (14)
ver (14)
aos (13)
esta (13)
He (13)
Hora (13)
nas (13)
nunca (13)
qual (13)
Quem (13)
T (13)
vossa (13)
Para (12)
seja (12)
Senhor (12)
Tempo (12)
antes (11)
Ao (11)
dor (11)
este (11)
foy (11)
Hum (11)
Mar (11)
morte (11)
mundo (11)
ò (11)
Ou (11)
Pois (11)
porque (11)

198
razão (11)
Sem (11)
tambem (11)
vão (11)
agora (10)
co (10)
elle (10)
era (10)
Eu (10)
faz (10)
Festivo (10)
fim (10)
Jà (10)
luz (10)
paz (10)
Porem (10)
Qual (10)
quer (10)
tudo (10)
Vos (10)
voz (10)
alto (9)
Antonio (9)
assi (9)
Como (9)
contra (9)
Da (9)
desta (9)
donde (9)
dura (9)
Fado (9)
inda (9)
Mais (9)
mesmo (9)
muito (9)
olhos (9)
outra (9)
outro (9)
pouco (9)
senhora (9)
soes (9)
tantos (9)
teu (9)
ti (9)
todos (9)
tu (9)
vai (9)
vejo (9)
viva (9)
As (8)
entre (8)
essa (8)
fermosura (8)
flor (8)
gosto (8)
là (8)
logo (8)
mesma (8)
mil (8)
nada (8)
nome (8)
novo (8)
Os (8)
sois (8)
tempo (8)
ventura (8)
aquelle (7)
comigo (7)

199
D' (7)
dano (7)
destes (7)
Dom (7)
Dos (7)
dous (7)
es (7)
fora (7)
força (7)
gente (7)
gentes (7)
grande (7)
melhor (7)
meus (7)
Nem (7)
onde (7)
pena (7)
pois (7)
segura (7)
tanta (7)
Tão (7)
terra (7)
todo (7)
triste (7)
Tu (7)
verdade (7)
versos (7)
Vida (7)
vosso (7)
vossos (7)
Ay (6)
algum (6)
amigo (6)
auzencia (6)
braço (6)
breve (6)
castigo (6)
cedo (6)
constante (6)
D (6)
despoes (6)
diz (6)
enganos (6)
esperança (6)
estâ (6)
estar (6)
fez (6)
flores (6)
fortuna (6)
graça (6)
guerra (6)
lagrimas (6)
muitas (6)
Musa (6)
pello (6)
sei (6)
senhor (6)
Senhora (6)
seus (6)
sobre (6)
sua (6)
Tal (6)
Terra (6)
teus (6)
tormento (6)
vem (6)
vencer (6)
vendo (6)

200
vir (6)
vista (6)
vosco (6)
alma (5)
amor (5)
anos (5)
Antes (5)
aquella (5)
Ar (5)
Aurora (5)
belleza (5)
cà (5)
certo (5)
conheço (5)
Contra (5)
coração (5)
crer (5)
Cunha (5)
danos (5)
della (5)
delle (5)
desenganos (5)
deu (5)
dias (5)
divino (5)
duro (5)
enveja (5)
escarmento (5)
escura (5)
esse (5)
Esta (5)
estado (5)
fonte (5)
fruto (5)
Heroico (5)
humano (5)
idade (5)
illustre (5)
Lirico (5)
mãos (5)
mar (5)
ô (5)
ouro (5)
parte (5)
pensamento (5)
pò (5)
prado (5)
pranto (5)
primeiro (5)
proprio (5)
queixas (5)
queres (5)
Sacro (5)
si (5)
sol (5)
sombra (5)
sou (5)
taes (5)
temor (5)
valor (5)
vez (5)
vi (5)
vou (5)
adonde (4)
alegre (4)
alta (4)
altos (4)
Amigo (4)

201
annos (4)
apartamento (4)
Apollo (4)
Aquella (4)
ardente (4)
arte (4)
às (4)
bom (4)
cada (4)
canto (4)
cuidado (4)
dado (4)
dar (4)
Das (4)
dentro (4)
deste (4)
desvario (4)
dezejo (4)
digo (4)
ditoso (4)
doce (4)
Donde (4)
dores (4)
duvida (4)
ella (4)
Elogio (4)
Então (4)
Enveja (4)
errado (4)
escuto (4)
espera (4)
Essa (4)
estas (4)
estava (4)
Este (4)
eterna (4)
façais (4)
falta (4)
fama (4)
Familiar (4)
fica (4)
forão (4)
Funebre (4)
graças (4)
grandes (4)
haver (4)
hei (4)
Hoje (4)
Hũa (4)
humilde (4)
igual (4)
ingrata (4)
ir (4)
ja (4)
levo (4)
Livro (4)
Me (4)
menos (4)
merece (4)
Meu (4)
modos (4)
naufragio (4)
nesta (4)
Nunca (4)
pelo (4)
perder (4)
pobre (4)
Poeta (4)

202
porfia (4)
Portugal (4)
posso (4)
pretende (4)
procura (4)
Quanto (4)
queixar (4)
rio (4)
saber (4)
Sempre (4)
Sol (4)
soneto (4)
Tambem (4)
temer (4)
tenho (4)
tẽns (4)
ter (4)
ty (4)
toda (4)
tua (4)
Tudo (4)
vè (4)
veja (4)
Ver (4)
verdadeiro (4)
viver (4)
vossas (4)
acção (3)
Agora (3)
agouro (3)
agua (3)
algũa (3)
Alvarez (3)
ambos (3)
amores (3)
ande (3)
Aposto (3)
aquelles (3)
ardendo (3)
assegura (3)
astuto (3)
atê (3)
Autor (3)
ave (3)
Bem (3)
boçal (3)
bosque (3)
branca (3)
caminho (3)
campo (3)
cazo (3)
cego (3)
certa (3)
Cesar (3)
chega (3)
chora (3)
contrario (3)
cores (3)
corte (3)
credito (3)
dà (3)
dais (3)
darte (3)
defensa (3)
deixo (3)
desgraça (3)
desventura (3)
desvio (3)

203
diante (3)
Diogo (3)
disse (3)
dito (3)
Ditoso (3)
dizer (3)
doçura (3)
elegante (3)
Ella (3)
elles (3)
embora (3)
engano (3)
entrar (3)
Entre (3)
erro (3)
Es (3)
esconde (3)
escritos (3)
esfera (3)
espanto (3)
esperar (3)
espero (3)
esquece (3)
essas (3)
estillo (3)
estrella (3)
eternamente (3)
eterno (3)
exemplo (3)
exercita (3)
faça (3)
Fama (3)
famoso (3)
farei (3)
fazer (3)
fê (3)
Fè (3)
Fê (3)
feliz (3)
fiel (3)
Filha (3)
Filho (3)
fingida (3)
firme (3)
firmeza (3)
Foge (3)
for (3)
forte (3)
Fortuna (3)
fostes (3)
frio (3)
Gozoute (3)
grave (3)
guardado (3)
guardais (3)
honra (3)
idades (3)
Imperio (3)
impossivel (3)
incerto (3)
intenta (3)
intento (3)
isto (3)
João (3)
Là (3)
lastima (3)
leis (3)
lhes (3)

204
licença (3)
livro (3)
longe (3)
louvor (3)
louvores (3)
lugar (3)
May (3)
mayor (3)
mancebo (3)
mão (3)
Marte (3)
medo (3)
Melhor (3)
modo (3)
monte (3)
mortal (3)
Mouro (3)
mudança (3)
Na (3)
nella (3)
No (3)
nobre (3)
noite (3)
Norte (3)
Onde (3)
ouvir (3)
ouzada (3)
ouzadia (3)
Pay (3)
pâra (3)
parabẽns (3)
passa (3)
peito (3)
pellas (3)
perco (3)
perigo (3)
perigos (3)
Perola (3)
perolas (3)
planta (3)
Pobre (3)
Pode (3)
podeis (3)
possa (3)
posto (3)
preço (3)
Prima (3)
Primeiro (3)
quiz (3)
rayos (3)
reparte (3)
resposta (3)
rica (3)
sabe (3)
saiba (3)
Salve (3)
Salvo (3)
sede (3)
segundo (3)
Sendo (3)
serà (3)
serão (3)
serve (3)
sô (3)
sono (3)
Tanta (3)
Tanto (3)
Te (3)

205
Tem (3)
Tende (3)
termos (3)
teve (3)
Triste (3)
vas (3)
vàs (3)
vence (3)
verdura (3)
vezes (3)
vil (3)
vingança (3)
vio (3)
vitoria (3)
Vitoria (3)
vive (3)
vivendo (3)
vives (3)
vontade (3)
á (2)
acabar (2)
advertida (2)
afronta (2)
Agua (2)
Ah (2)
alcança (2)
alegria (2)
aleijada (2)
alento (2)
alli (2)
altura (2)
amar (2)
ambição (2)
andar (2)
ando (2)
ante (2)
antiga (2)
antigo (2)
apartado (2)
apenas (2)
aqui (2)
ar (2)
ardores (2)
Armas (2)
Arredo (2)
arrependimento (2)
arvores (2)
atreve (2)
atrevida (2)
Augusto (2)
aura (2)
Auzencia (2)
Aver (2)
Avòs (2)
batalhar (2)
Bebei (2)
bella (2)
Bella (2)
boa (2)
bocas (2)
brando (2)
câ (2)
cabe (2)
Cada (2)
caminha (2)
caminhos (2)
carta (2)
Castro (2)

206
cativa (2)
causa (2)
cazado (2)
cegos (2)
celebrada (2)
cento (2)
ceo (2)
Ceos (2)
Ceptro (2)
cera (2)
certamen (2)
chama (2)
cheiro (2)
choradas (2)
clara (2)
Cloris (2)
cobiça (2)
colunas (2)
composto (2)
Conde (2)
condição (2)
conhecendo (2)
conhecida (2)
conquistada (2)
Considera (2)
consoada (2)
constantes (2)
conta (2)
Conta (2)
contenda (2)
contente (2)
contraria (2)
convinha (2)
copia (2)
Corte (2)
cos (2)
costume (2)
creo (2)
cruel (2)
cuydado (2)
cuidados (2)
cuidais (2)
cuido (2)
Cuja (2)
cujo (2)
culpa (2)
culto (2)
dadas (2)
Dama (2)
dâs (2)
defenda (2)
defende (2)
deixa (2)
Deixa (2)
deixai (2)
Deixai (2)
Demonio (2)
dera (2)
desde (2)
desengano (2)
desprezo (2)
destino (2)
destra (2)
destreza (2)
desvello (2)
desvião (2)
Dez (2)
dezeja (2)

207
dezejada (2)
differentes (2)
digno (2)
Digno (2)
dino (2)
direis (2)
dispensa (2)
dita (2)
Dona (2)
dourado (2)
Doutor (2)
doutrinas (2)
Duarte (2)
duvidada (2)
duvidais (2)
El (2)
elegancia (2)
emenda (2)
emfim (2)
Emfim (2)
entende (2)
envejas (2)
Era (2)
erão (2)
errou (2)
Escarmento (2)
escreves (2)
escrito (2)
escudo (2)
Escuzase (2)
Espada (2)
esperada (2)
esperava (2)
Esposa (2)
esprito (2)
estais (2)
estando (2)
estàs (2)
estio (2)
estou (2)
estragos (2)
estudo (2)
eternidade (2)
Excellencias (2)
excesso (2)
exemplos (2)
faço (2)
falso (2)
fantazia (2)
farà (2)
fazeis (2)
fazendo (2)
fazia (2)
fechada (2)
feitos (2)
Fera (2)
ferida (2)
fermoso (2)
Fermosura (2)
fero (2)
ferro (2)
fes (2)
fieis (2)
Fili (2)
Filis (2)
Firmamento (2)
fizera (2)
fizesse (2)

208
foge (2)
Fogo (2)
Foy (2)
Fonte (2)
Força (2)
forçado (2)
fosse (2)
fraco (2)
Francisco (2)
fraqueza (2)
frescura (2)
General (2)
Gloria (2)
glorias (2)
gozado (2)
Graça (2)
grandeza (2)
guardo (2)
guia (2)
ha (2)
havia (2)
hè (2)
historia (2)
homem (2)
Homem (2)
honrar (2)
Huy (2)
humanos (2)
humildes (2)
Idolo (2)
ignorancia (2)
immensa (2)
imperio (2)
importa (2)
incita (2)
industria (2)
Infante (2)
infelice (2)
inferno (2)
ingrato (2)
injusto (2)
isso (2)
jâ (2)
junto (2)
Justiça (2)
justo (2)
largo (2)
lastimas (2)
lendo (2)
lenho (2)
Lesbina (2)
leva (2)
Levanta (2)
leve (2)
Lisboa (2)
Logo (2)
logra (2)
louco (2)
Lucinda (2)
ma (2)
maior (2)
mayores (2)
Malaca (2)
mandar (2)
mande (2)
mandeis (2)
mando (2)
maneira (2)

209
manto (2)
maravilha (2)
maravilhas (2)
matar (2)
melhores (2)
memoria (2)
Menos (2)
mercê (2)
merecimento (2)
Metafora (2)
mete (2)
my (2)
mocidade (2)
moço (2)
Monarca (2)
monta (2)
mostra (2)
movimento (2)
muda (2)
mudo (2)
muitos (2)
Musica (2)
muto (2)
n' (2)
Nada (2)
Nas (2)
nasce (2)
Nasce (2)
nasceo (2)
nascimento (2)
natureza (2)
nenhũa (2)
neste (2)
ninguem (2)
nova (2)
Nuncios (2)
obedecido (2)
offensa (2)
Olhos (2)
Ora (2)
Oraculo (2)
outros (2)
ouvida (2)
ouvidos (2)
ouzado (2)
palavras (2)
passar (2)
passo (2)
Patria (2)
pedras (2)
Pello (2)
Pena (2)
penha (2)
pensamentos (2)
peor (2)
pequenos (2)
perca (2)
perdido (2)
peregrinas (2)
Pereira (2)
pès (2)
pês (2)
Pescador (2)
pezar (2)
pezo (2)
Piedade (2)
Platão (2)
pô (2)

210
podem (2)
podes (2)
Poëma (2)
porfias (2)
porto (2)
Portuguez (2)
Pos (2)
praça (2)
prata (2)
prazo (2)
premio (2)
presumida (2)
prezente (2)
primores (2)
prizão (2)
profundo (2)
progresso (2)
prol (2)
promete (2)
prometeu (2)
prometo (2)
proprias (2)
provar (2)
Prudencia (2)
publicando (2)
pudera (2)
pura (2)
quaes (2)
quam (2)
quantas (2)
Quantas (2)
quantos (2)
quatro (2)
queixa (2)
Quer (2)
quis (2)
quizeste (2)
Razão (2)
real (2)
Rey (2)
Religiosa (2)
rendéra (2)
rendido (2)
Rendido (2)
repetidas (2)
Repouza (2)
resplandor (2)
Responde (2)
Respondendo (2)
respondeu (2)
Resposta (2)
Riamonos (2)
riamos (2)
rigor (2)
robusto (2)
rogo (2)
Rompe (2)
rosa (2)
Rosa (2)
Rubi (2)
ruina (2)
S (2)
Sà (2)
sabeis (2)
Sabeis (2)
sagrado (2)
sangue (2)
santo (2)

211
Santo (2)
seculo (2)
Segundo (2)
seguro (2)
sey (2)
Sejão (2)
semelhantes (2)
sendo (2)
sente (2)
sentimento (2)
sepultura (2)
Serà (2)
sestro (2)
seta (2)
sete (2)
sy (2)
simples (2)
só (2)
soberana (2)
soberbo (2)
sofrimento (2)
sogra (2)
Sois (2)
solicita (2)
somente (2)
Soneto (2)
Sousa (2)
suas (2)
subida (2)
subir (2)
sublime (2)
tantas (2)
tarda (2)
Tejo (2)
temendo (2)
temerosa (2)
temeroso (2)
templo (2)
Templo (2)
tempos (2)
tendes (2)
tendo (2)
Tenho (2)
Tia (2)
tino (2)
tirano (2)
tiranos (2)
Tobias (2)
Toda (2)
Todo (2)
Todos (2)
Tradução (2)
traz (2)
tres (2)
trilhado (2)
triunfante (2)
triunfos (2)
Troya (2)
Ulisses (2)
Urania (2)
và (2)
vay (2)
vê (2)
Vedes (2)
Velho (2)
vencido (2)
vendovos (2)
venho (2)

212
Verei (2)
vestido (2)
vidas (2)
Vindes (2)
vingado (2)
visto (2)
vituperio (2)
vòs (2)
vôs (2)
Vossa (2)
Zefiro (2)
abaixo (1)
Abbadeça (1)
abençoado (1)
abraçar (1)
abraços (1)
abrazarem (1)
abrazarvos (1)
abria (1)
Abril (1)
abrir (1)
abundante (1)
Acaba (1)
acabai (1)
acabas (1)
acabasse (1)
Acabe (1)
Acabou (1)
Academia (1)
academico (1)
Academico (1)
acaso (1)
acave (1)
Acção (1)
accento (1)
acendeis (1)
acesa (1)
achado (1)
acharà (1)
acho (1)
Acho (1)
achou (1)
aclama (1)
aclame (1)
aço (1)
acolherei (1)
acolhia (1)
aconselhe (1)
acordados (1)
acordar (1)
acrecentando (1)
acredita (1)
acreditada (1)
acusar (1)
adestra (1)
adivinhado (1)
admirado (1)
admirarà (1)
admirome (1)
Adora (1)
adorados (1)
adoralla (1)
adormente (1)
adversario (1)
advertidas (1)
advertiste (1)
afagues (1)
affectos (1)

213
affeição (1)
affeiçoando (1)
afirme (1)
afoga (1)
Afonso (1)
afortunado (1)
agoa (1)
Agostinho (1)
agourar (1)
agradecida (1)
agreste (1)
aguarda (1)
aguardo (1)
aguas (1)
agudo (1)
Aguia (1)
ay (1)
ainda (1)
Ajuntailhe (1)
ajusta (1)
alabastro (1)
Alabastro (1)
Albuquerque (1)
alcançada (1)
alcançado (1)
alcançallos (1)
alcançar (1)
alcançastes (1)
alcanceis (1)
alcançou (1)
alcoba (1)
Alegorica (1)
Alegria (1)
aleijado (1)
Aleijado (1)
Aleijarvos (1)
alejão (1)
alenta (1)
Alexandre (1)
alforria (1)
Algũa (1)
Algũns (1)
alhea (1)
àlicerce (1)
alimarias (1)
alivie (1)
Allì (1)
Alma (1)
almas (1)
alrotar (1)
altamente (1)
altar (1)
altas (1)
altivo (1)
Altivo (1)
Alto (1)
Alumnos (1)
Alvares (1)
alvedrio (1)
ama (1)
amado (1)
Amado (1)
amay (1)
amando (1)
amante (1)
Amante (1)
amantes (1)
Amantes (1)

214
amavel (1)
ambas (1)
Ambas (1)
Ambição (1)
Ambos (1)
ameaça (1)
America (1)
amiga (1)
amigas (1)
amizade (1)
Amores (1)
amoroso (1)
Ancias (1)
anda (1)
Anda (1)
andais (1)
andeis (1)
Andrade (1)
Anjo (1)
anno (1)
Anno (1)
ano (1)
antiguidade (1)
Aonio (1)
Aos (1)
Apalpando (1)
apareceo (1)
apellidos (1)
Apenas (1)
apensa (1)
apercebidos (1)
Apetite (1)
aplauso (1)
Aplauso (1)
Apologo (1)
Appella (1)
aprendeste (1)
Aquelle (1)
Aqui (1)
aras (1)
Arbitro (1)
Archanjo (1)
arde (1)
Arde (1)
ardiloso (1)
ardo (1)
ardor (1)
arduo (1)
areas (1)
arenosa (1)
arguîdo (1)
argumentoso (1)
Arismetica (1)
arma (1)
armado (1)
armas (1)
armonia (1)
Armonia (1)
Arrabida (1)
arraial (1)
arrastando (1)
arriscado (1)
arruino (1)
Arte (1)
artes (1)
ás (1)
âs (1)
asno (1)

215
asperezas (1)
aspira (1)
assalto (1)
assàz (1)
Assaz (1)
Assàz (1)
asseguraste (1)
assombra (1)
assombramento (1)
assombro (1)
assucar (1)
Assunto (1)
assusta (1)
astro (1)
Astutos (1)
Asunto (1)
atè (1)
Atê (1)
atento (1)
Athenas (1)
atiçada (1)
atormenta (1)
atormentava (1)
atrevidas (1)
atrevido (1)
atropelle (1)
aumenta (1)
Austro (1)
auxilio (1)
auzente (1)
avante (1)
avara (1)
avaras (1)
avarenta (1)
avaro (1)
Ave (1)
Aventurar (1)
Aventureiro (1)
aves (1)
avexados (1)
avizado (1)
avoga (1)
azul (1)
bafo (1)
bayles (1)
baixa (1)
Banho (1)
barato (1)
barbaro (1)
Barbaro (1)
Barbaros (1)
barro (1)
bastante (1)
bastão (1)
bastarda (1)
batalha (1)
Batalhar (1)
batia (1)
Batia (1)
bautizada (1)
bebeste (1)
beijar (1)
beijei (1)
bellas (1)
Bellem (1)
Belleza (1)
bellissimo (1)
bello (1)

216
bellos (1)
benções (1)
benina (1)
berço (1)
bezouro (1)
Bodas (1)
boliçoso (1)
bõns (1)
bordava (1)
botão (1)
botica (1)
boto (1)
Braço (1)
braços (1)
brada (1)
bradei (1)
Bragança (1)
Bramava (1)
bramido (1)
brancos (1)
branda (1)
Brando (1)
brandura (1)
bravo (1)
brazões (1)
brio (1)
Brotarà (1)
brutas (1)
Bruto (1)
Brutos (1)
bruxa (1)
Buscayos (1)
buscando (1)
buscar (1)
Buscar (1)
c' (1)
C (1)
Câ (1)
cabeça (1)
cabedal (1)
cabellos (1)
cadea (1)
cadeas (1)
cadeira (1)
cae (1)
caes (1)
caiba (1)
caído (1)
callar (1)
Callar (1)
callarei (1)
callava (1)
Calliope (1)
CALLIOPE (1)
calma (1)
Cama (1)
Camareiro (1)
Candea (1)
candida (1)
cansada (1)
cansado (1)
Canseime (1)
canta (1)
Canta (1)
cantados (1)
cantando (1)
cantarei (1)
cantaro (1)

217
cantas (1)
cantos (1)
Cão (1)
Caparica (1)
çapatos (1)
Capitão (1)
Capricho (1)
carapuças (1)
caras (1)
Carceres (1)
caro (1)
carrancas (1)
carregada (1)
cartas (1)
cartuxa (1)
carvão (1)
Casamento (1)
Cascaes (1)
caso (1)
Casos (1)
casta (1)
Castello (1)
castigais (1)
Catholico (1)
catorzada (1)
Catuxa (1)
cautella (1)
cavernosa (1)
cazamento (1)
Cazinha (1)
cega (1)
cegamente (1)
cegarme (1)
Celebra (1)
Celebrado (1)
Celebrando (1)
celebrar (1)
celebraste (1)
celebre (1)
celebrou (1)
celeste (1)
celestes (1)
celestial (1)
Celestial (1)
Cem (1)
centros (1)
Cera (1)
cerca (1)
Cercado (1)
cerco (1)
cerra (1)
cerrado (1)
cerrar (1)
Certo (1)
certos (1)
cesse (1)
chamado (1)
chamais (1)
chamarei (1)
chamas (1)
chamo (1)
chante (1)
chão (1)
charco (1)
chaves (1)
Cheas (1)
chegada (1)
chegado (1)

218
chegando (1)
chegar (1)
Chegarte (1)
chegue (1)
Cheguei (1)
chorados (1)
Chorais (1)
chorão (1)
chorar (1)
chorava (1)
Chore (1)
chorei (1)
choreis (1)
choro (1)
chove (1)
cidade (1)
Cidade (1)
ciencia (1)
cientifica (1)
cilicio (1)
cima (1)
cinco (1)
Cintia (1)
Cinza (1)
Cinzas (1)
circular (1)
Cisne (1)
cisterna (1)
ciumes (1)
claridade (1)
Clarissimo (1)
claro (1)
Claudio (1)
Clori (1)
co' (1)
Co (1)
cobre (1)
Coimbra (1)
colera (1)
colher (1)
colheu (1)
combatido (1)
Comedia (1)
comedida (1)
Comedindo (1)
comercio (1)
Cometas (1)
compadeça (1)
Compadre (1)
companheiro (1)
companhia (1)
comparte (1)
competia (1)
competindo (1)
compra (1)
Compres (1)
compusera (1)
comunicado (1)
con (1)
Conceição (1)
conceitos (1)
concertado (1)
conchas (1)
conciencia (1)
conferencia (1)
confiada (1)
confiadamente (1)
confiado (1)

219
confiando (1)
confio (1)
confissão (1)
confunde (1)
confundome (1)
confusão (1)
Confuza (1)
Conhecendose (1)
conheceo (1)
conhecer (1)
conhecera (1)
conhecereis (1)
Conheceuse (1)
conheci (1)
conhecido (1)
Conhecivos (1)
conquista (1)
consagrase (1)
conseguido (1)
consente (1)
consiste (1)
consoantes (1)
consorte (1)
Consul (1)
Consular (1)
consumime (1)
contagio (1)
contallla (1)
contando (1)
contar (1)
Contar (1)
conte (1)
contemplo (1)
contendas (1)
contenta (1)
contentes (1)
contingencia (1)
continha (1)
continua (1)
Conto (1)
contrahio (1)
contrarias (1)
contrarios (1)
convalecencia (1)
convalecendo (1)
convento (1)
convertido (1)
convida (1)
convidava (1)
Copia (1)
coronel (1)
corpo (1)
corrão (1)
Corre (1)
Correndo (1)
correspondente (1)
corria (1)
corrido (1)
Corta (1)
cortada (1)
cortava (1)
cortez (1)
cortezes (1)
cortezia (1)
cortou (1)
corvos (1)
Cos (1)
Coscorões (1)

220
costumada (1)
cousas (1)
Coutadinho (1)
Coutinho (1)
couzas (1)
cova (1)
Cova (1)
crê (1)
Crecem (1)
Crecerão (1)
crecerdes (1)
creces (1)
crede (1)
credes (1)
crendo (1)
Crendo (1)
Crerà (1)
cria (1)
Cristo (1)
crú (1)
crueis (1)
cruento (1)
cuberto (1)
cubria (1)
cubrir (1)
cuydados (1)
cuidando (1)
cuidar (1)
cuidarâ (1)
cuydàra (1)
cuidareis (1)
cuydaveis (1)
cuydei (1)
cuydeis (1)
cuides (1)
cuja (1)
cujas (1)
Cujo (1)
culpado (1)
culpas (1)
Cuma (1)
cumpridos (1)
cumprir (1)
cura (1)
Cura (1)
curta (1)
custa (1)
custaria (1)
custo (1)
custosa (1)
Custosa (1)
custoso (1)
Dà (1)
dada (1)
dados (1)
Daime (1)
Dalhe (1)
Daliana (1)
Dalizo (1)
dando (1)
Dando (1)
Daniel (1)
dão (1)
Dão (1)
daquelles (1)
dàr (1)
darme (1)
dava (1)

221
dè (1)
dê (1)
DE (1)
deças (1)
dece (1)
Dece (1)
deceo (1)
Deces (1)
declara (1)
declaralla (1)
declare (1)
declarei (1)
Dedalo (1)
dedo (1)
dedos (1)
Defende (1)
defendendo (1)
defender (1)
defensas (1)
defronte (1)
deixado (1)
deixaime (1)
deixando (1)
deixão (1)
deixára (1)
deixárão (1)
deixareis (1)
deixas (1)
deixaste (1)
deixava (1)
deixe (1)
deixem (1)
deixes (1)
deixou (1)
delinquente (1)
delirio (1)
delito (1)
delitos (1)
Delle (1)
delles (1)
demazia (1)
Deminuir (1)
denotado (1)
dentes (1)
Dentro (1)
depois (1)
deposita (1)
depressa (1)
der (1)
derão (1)
derrama (1)
derramadas (1)
Derramadas (1)
derramado (1)
derrete (1)
desacredita (1)
desatino (1)
desato (1)
desbarato (1)
descifraste (1)
desconcerto (1)
desconcertos (1)
desconhecida (1)
Descreve (1)
Descubro (1)
descuidada (1)
descuidado (1)
desculpa (1)

222
desculpado (1)
Desde (1)
desdẽns (1)
desdo (1)
desencerra (1)
desenganada (1)
Desenganase (1)
desespera (1)
desesperada (1)
Desgraça (1)
desgraças (1)
deshumana (1)
desmente (1)
desobrigue (1)
desornada (1)
Despedida (1)
despedido (1)
despeja (1)
despejo (1)
Despiose (1)
Despoes (1)
Despois (1)
desprezada (1)
desprezais (1)
Desprezas (1)
desprezastes (1)
desprezivel (1)
dessemelhante (1)
Desta (1)
Deste (1)
desterra (1)
destina (1)
destroncada (1)
detado (1)
detella (1)
determinas (1)
detida (1)
devagar (1)
deve (1)
devemos (1)
deveslhe (1)
devida (1)
Dexa (1)
dez (1)
dezejos (1)
dezia (1)
Diafanto (1)
Dialogo (1)
Diamante (1)
Diâmante (1)
differente (1)
difunto (1)
diga (1)
digas (1)
dilatada (1)
dina (1)
Dina (1)
Diràs (1)
direi (1)
Direi (1)
dirija (1)
Dirlhe (1)
disculpar (1)
Discursais (1)
Discurso (1)
disfarçado (1)
disparar (1)
Disse (1)

223
Dissera (1)
Dissimular (1)
Disso (1)
ditas (1)
ditozo (1)
divinas (1)
divinos (1)
Diz (1)
Dizeilhe (1)
dizeimo (1)
dizella (1)
dizello (1)
dizem (1)
Dizes (1)
Dizme (1)
dò (1)
DO (1)
dobra (1)
dobrados (1)
docel (1)
Doces (1)
Documento (1)
doe (1)
Domine (1)
Domingos (1)
dono (1)
donzella (1)
Dorme (1)
dormindo (1)
Dous (1)
doutrina (1)
Douvos (1)
duas (1)
durar (1)
duras (1)
Durou (1)
Duvidais (1)
duvidando (1)
duvidas (1)
duvido (1)
duvidosos (1)
é (1)
eco (1)
ecos (1)
Edificio (1)
effeito (1)
Effeito (1)
Eillas (1)
Eillo (1)
eis (1)
Eis (1)
Eixo (1)
eleição (1)
eleje (1)
elejo (1)
elemento (1)
Elemento (1)
Elementos (1)
eleva (1)
ellas (1)
Elle (1)
eloquencia (1)
eloquentes (1)
Elvas (1)
emanou (1)
Embaixador (1)
embravecido (1)
eminente (1)

224
emisferio (1)
emmudeça (1)
empenho (1)
Emperador (1)
Empirea (1)
emprego (1)
empregos (1)
emprende (1)
emprenhandome (1)
emprestandose (1)
empreza (1)
Empreza (1)
emprezas (1)
en (1)
encaminhe (1)
encantar (1)
encanto (1)
encerra (1)
encerrado (1)
encobre (1)
Endoudece (1)
enemigo (1)
enferma (1)
Enfermastes (1)
enfermidade (1)
enfermou (1)
enfim (1)
engana (1)
enganado (1)
enganas (1)
enganoso (1)
engastado (1)
engaste (1)
engeitais (1)
engenho (1)
engrandecera (1)
engrandeço (1)
enobrece (1)
enriqueces (1)
ensaya (1)
Ensinaime (1)
ensinas (1)
ensinaste (1)
ensoço (1)
então (1)
entendas (1)
Entende (1)
entender (1)
entendimento (1)
entendo (1)
entoa (1)
entrambos (1)
Entrambos (1)
Entrão (1)
Entraste (1)
entrega (1)
entregarei (1)
entregouse (1)
entreguei (1)
entreis (1)
Entretense (1)
entronizado (1)
envejada (1)
Envejada (1)
Envejoso (1)
envolto (1)
enxovia (1)
enxuga (1)

225
enxutas (1)
epitafio (1)
Epitalamico (1)
ereis (1)
erguida (1)
erguido (1)
erra (1)
Errada (1)
Erro (1)
erros (1)
escapar (1)
Escape (1)
escarnecida (1)
Escolhei (1)
escolhera (1)
Escoto (1)
Escravo (1)
escreve (1)
escreveo (1)
escrever (1)
Escritura (1)
escrupulosa (1)
escurecidos (1)
escuro (1)
Escusase (1)
Escutayme (1)
escuzar (1)
esferas (1)
esforça (1)
esgares (1)
esmeraldas (1)
esmo (1)
espada (1)
espante (1)
Espartas (1)
Esperay (1)
esperais (1)
Esperança (1)
esperanças (1)
Esperanças (1)
Esperdicemse (1)
espere (1)
esperes (1)
Esposos (1)
Espritos (1)
esquecimentos (1)
esqueço (1)
Esse (1)
esses (1)
Esses (1)
essoutro (1)
essoutros (1)
Estâ (1)
estados (1)
Estando (1)
estár (1)
estâs (1)
estatuto (1)
estavas (1)
estaveis (1)
Estendendose (1)
esteril (1)
estes (1)
Estes (1)
estima (1)
estimada (1)
estimado (1)
estime (1)

226
Estio (1)
estivera (1)
estivestes (1)
Estoutra (1)
estrancho (1)
estranhe (1)
estranhezas (1)
estreita (1)
estreitas (1)
Estrella (1)
estrellas (1)
estremece (1)
estuda (1)
Eternamente (1)
eternas (1)
Eternidade (1)
eternizar (1)
eternizaste (1)
Evangelista (1)
evita (1)
evitar (1)
examinação (1)
excelente (1)
excellencia (1)
Excellente (1)
Eximindo (1)
exprimenta (1)
F (1)
Fabio (1)
fabricada (1)
fabricas (1)
Façame (1)
façamos (1)
fadigas (1)
Fados (1)
falla (1)
Falla (1)
Fallai (1)
fallando (1)
Fallando (1)
Fallava (1)
fallou (1)
faltarà (1)
famosa (1)
famosos (1)
fareis (1)
Fareis (1)
favor (1)
faze (1)
Fazei (1)
fazem (1)
Fazer (1)
fazião (1)
fé (1)
fè (1)
feas (1)
feira (1)
feiticeira (1)
feito (1)
Feitos (1)
felice (1)
feminil (1)
Fenis (1)
fera (1)
fere (1)
feridas (1)
ferido (1)
fermosa (1)

227
Fermosa (1)
fermosas (1)
Fermoso (1)
fermosos (1)
festa (1)
festejar (1)
fias (1)
fiavas (1)
fico (1)
figas (1)
Figueiredo (1)
figura (1)
filho (1)
filhos (1)
Filomena (1)
Filosofia (1)
Finje (1)
fino (1)
Fiquem (1)
firma (1)
flama (1)
Flama (1)
flamas (1)
Flerida (1)
Flora (1)
florece (1)
floreces (1)
florestas (1)
fogo (1)
foyse (1)
foje (1)
folares (1)
folga (1)
folgais (1)
folgando (1)
fontem (1)
fontes (1)
Fora (1)
foram (1)
foras (1)
forças (1)
forrada (1)
fortaleza (1)
fortunas (1)
foste (1)
Fostes (1)
Frade (1)
fragil (1)
fragrancia (1)
fragrante (1)
fragua (1)
Francés (1)
Fraqueza (1)
fraude (1)
fraudulento (1)
Frey (1)
freixo (1)
Freixo (1)
Fresta (1)
fria (1)
fronte (1)
fruta (1)
fugî (1)
fui (1)
fuy (1)
Fuy (1)
fulminar (1)
fundadas (1)

228
Funesta (1)
fura (1)
Furna (1)
furtado (1)
futuro (1)
Gabello (1)
Gabriel (1)
Galanta (1)
Galante (1)
galê (1)
galhardia (1)
ganho (1)
ganhos (1)
Gastas (1)
gastasse (1)
gaste (1)
geito (1)
generoso (1)
Generosos (1)
gentil (1)
geral (1)
gesto (1)
Giostiniano (1)
Giovenetos (1)
gloriosas (1)
glorioso (1)
gloriosos (1)
golfo (1)
golpe (1)
golpes (1)
Gomes (1)
Gosto (1)
gostos (1)
gota (1)
governo (1)
gozâra (1)
gozasse (1)
goze (1)
gozou (1)
gracinha (1)
grade (1)
gram (1)
grandezas (1)
granhais (1)
grão (1)
Grecia (1)
Grilhão (1)
grita (1)
grito (1)
guadameci (1)
guardadas (1)
guardas (1)
guardaste (1)
Guardastes (1)
Guiador (1)
guiay (1)
Ha (1)
Hà (1)
habito (1)
hão (1)
haveis (1)
havendo (1)
Havendose (1)
haverse (1)
hey (1)
heis (1)
Hesperides (1)
hião (1)

229
home (1)
homẽ (1)
homẽns (1)
Homẽns (1)
Homero (1)
homicida (1)
honrada (1)
honrado (1)
honrados (1)
honras (1)
honrasse (1)
honroso (1)
horas (1)
Horido (1)
horrenda (1)
horror (1)
hospicio (1)
houve (1)
hũ (1)
hũas (1)
humana (1)
humanas (1)
humida (1)
Humilde (1)
humor (1)
hũns (1)
I (1)
ide (1)
Ide (1)
idea (1)
idos (1)
ignora (1)
ignorante (1)
Ignorantes (1)
ignoro (1)
Igual (1)
iguala (1)
igualdade (1)
iguallo (1)
igualmente (1)
II (1)
III (1)
illustrado (1)
illustraste (1)
illustres (1)
imagino (1)
imitando (1)
immenso (1)
imortal (1)
Imortal (1)
impede (1)
impias (1)
importe (1)
inauditos (1)
incendio (1)
incertezas (1)
inclitos (1)
inconstante (1)
inculca (1)
Indio (1)
induzem (1)
infante (1)
infeliz (1)
informação (1)
informada (1)
Ingenhos (1)
ingratidão (1)
injuria (1)

230
inorante (1)
insigne (1)
insignias (1)
instantes (1)
instrumento (1)
inteira (1)
inteiro (1)
intitula (1)
intrepida (1)
invenção (1)
inverno (1)
Inverno (1)
Ir (1)
iracundo (1)
Irado (1)
iràs (1)
Iras (1)
irei (1)
irmãns (1)
irresoluto (1)
Isso (1)
Ithaco (1)
IV (1)
IX (1)
já (1)
Já (1)
Jacô (1)
jardim (1)
Jardim (1)
Jaz (1)
Jáz (1)
Joana (1)
jocundo (1)
jogo (1)
joya (1)
julgarà (1)
julguei (1)
junta (1)
juntar (1)
Junto (1)
justificar (1)
L (1)
la (1)
Lá (1)
Labão (1)
laços (1)
lamenta (1)
Lamentando (1)
lapidario (1)
larga (1)
lascivo (1)
lastîma (1)
lauas (1)
lavarse (1)
Lavrador (1)
lazos (1)
lè (1)
leda (1)
ledos (1)
ley (1)
leys (1)
Leys (1)
Leite (1)
lembrança (1)
ler (1)
leste (1)
letra (1)
letrado (1)

231
letras (1)
levada (1)
levanta (1)
levantada (1)
levantados (1)
levantarte (1)
levante (1)
levou (1)
lha (1)
lhas (1)
Lhe (1)
lho (1)
lî (1)
LI (1)
Lias (1)
licenças (1)
Lici (1)
Licis (1)
LII (1)
LIII (1)
limpa (1)
limpo (1)
linda (1)
linguas (1)
linho (1)
lisonjeiro (1)
LIV (1)
livre (1)
LIX (1)
Logrão (1)
lograste (1)
longo (1)
Lourenço (1)
louro (1)
louva (1)
louvada (1)
Louvando (1)
louvarte (1)
louvava (1)
Lugar (1)
lumes (1)
luminoso (1)
Lusitano (1)
lutou (1)
Lutou (1)
LV (1)
LVI (1)
LVII (1)
LVIII (1)
LX (1)
LXI (1)
LXII (1)
LXIII (1)
LXIV (1)
LXIX (1)
LXV (1)
LXVI (1)
LXVII (1)
LXVIII (1)
LXX (1)
LXXI (1)
LXXII (1)
LXXIII (1)
LXXIV (1)
LXXIX (1)
LXXV (1)
LXXVI (1)
LXXVII (1)

232
LXXVIII (1)
LXXX (1)
LXXXI (1)
LXXXII (1)
LXXXIII (1)
LXXXIV (1)
LXXXIX (1)
LXXXV (1)
LXXXVI (1)
LXXXVII (1)
LXXXVIII (1)
mà (1)
Macedo (1)
madeiro (1)
Madre (1)
magnanimo (1)
magoas (1)
Mayo (1)
Mal (1)
maldizer (1)
males (1)
malogradas (1)
maltratada (1)
Maltratado (1)
mana (1)
mandais (1)
mandamentos (1)
mandandolhe (1)
Mandandolhe (1)
mandarão (1)
Mandaravos (1)
mandardes (1)
Mandarvos (1)
mandava (1)
mandou (1)
manhãa (1)
manham (1)
manquejardes (1)
manquejo (1)
mansas (1)
manso (1)
Manuel (1)
marchetado (1)
Marcial (1)
marear (1)
mares (1)
Mares (1)
Maria (1)
Mariana (1)
Marido (1)
Marinheiro (1)
Mario (1)
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Marmore (1)
marmores (1)
martirio (1)
màs (1)
matadores (1)
matadura (1)
matalla (1)
matallo (1)
mateis (1)
materias (1)
medico (1)
medida (1)
medidas (1)
Medindote (1)
Medir (1)

233
Medo (1)
medonhamente (1)
medos (1)
Mel (1)
melhora (1)
Melhora (1)
melhorar (1)
MELLODINO (1)
Memoria (1)
memorias (1)
Memorias (1)
menção (1)
Meneses (1)
mente (1)
mentecatos (1)
mentindo (1)
mentiome (1)
Mentirlhe (1)
mercè (1)
Mereçate (1)
mereces (1)
merecida (1)
merito (1)
Meritos (1)
mestra (1)
Mestre (1)
mestres (1)
Meta (1)
metrico (1)
meza (1)
mezes (1)
mezinha (1)
mihi (1)
milagre (1)
Milagre (1)
milagres (1)
milagroso (1)
milhão (1)
milhões (1)
Minha (1)
Minino (1)
Ministro (1)
miseros (1)
mister (1)
misterio (1)
Misterio (1)
mo (1)
Mo (1)
moços (1)
modello (1)
modellos (1)
moderna (1)
mofino (1)
Mofino (1)
molesta (1)
molher (1)
Monsieur (1)
montes (1)
mora (1)
morada (1)
Morante (1)
morgado (1)
morras (1)
morrei (1)
Morrei (1)
morreis (1)
morrer (1)
Morro (1)

234
morta (1)
mortas (1)
mortes (1)
mortos (1)
Mortos (1)
Mostra (1)
mostrarão (1)
mostrarse (1)
Mostras (1)
mostrou (1)
mudar (1)
mudos (1)
muy (1)
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muita (1)
Muitas (1)
multiplicado (1)
murchem (1)
murmurar (1)
muro (1)
Muros (1)
MUSA (1)
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Musico (1)
mutas (1)
N (1)
nacar (1)
Nacestes (1)
nado (1)
namora (1)
namorada (1)
Nasça (1)
nascer (1)
Nascer (1)
nasceu (1)
nascido (1)
Nascimento (1)
Natal (1)
naturaes (1)
navegação (1)
navio (1)
nẽ (1)
nega (1)
negada (1)
negarlhe (1)
negra (1)
Negro (1)
negros (1)
Negros (1)
nellas (1)
nelle (1)
nelles (1)
nenhum (1)
Nenhum (1)
nenhũns (1)
nessa (1)
nesse (1)
neve (1)
Ninfa (1)
Ninguem (1)
nobres (1)
nojo (1)
norte (1)
nòs (1)
nossa (1)
Nosso (1)
Nota (1)
notoria (1)

235
Nova (1)
nove (1)
novos (1)
ns (1)
num (1)
numeroso (1)
Nunes (1)
nuvẽns (1)
obedece (1)
obedeceis (1)
obedecer (1)
obedeço (1)
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obrando (1)
obrar (1)
obras (1)
Obras (1)
obriga (1)
obrigação (1)
obrigas (1)
Occidente (1)
ocio (1)
ocupâra (1)
odio (1)
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offereças (1)
offerece (1)
offrece (1)
offrecera (1)
offreceu (1)
oito (1)
oje (1)
olha (1)
Olha (1)
olhado (1)
Olhais (1)
olhe (1)
Olimpo (1)
ondas (1)
oportuna (1)
oposto (1)
ordem (1)
ordena (1)
ordenas (1)
ordinarias (1)
orelha (1)
Oriente (1)
Ouça (1)
ouças (1)
Ouço (1)
ousadia (1)
Outra (1)
ouvia (1)
ouvidas (1)
ouvido (1)
ouvis (1)
Ouzado (1)
ovelhas (1)
P (1)
paciencia (1)
padeça (1)
padecella (1)
padecello (1)
padeci (1)
padecidos (1)
padeço (1)
padrinhos (1)

236
paga (1)
pagar (1)
Pagaste (1)
paguelho (1)
pay (1)
Paiva (1)
Palatino (1)
Palestra (1)
palestras (1)
palha (1)
Palinuro (1)
Palladioens (1)
Pallida (1)
par (1)
pâr (1)
paralello (1)
pâre (1)
Pâre (1)
pareça (1)
parece (1)
Parece (1)
pareceis (1)
parecer (1)
parecida (1)
paredes (1)
Paredes (1)
Parente (1)
parentesco (1)
pares (1)
Parmeno (1)
Parte (1)
partes (1)
partese (1)
parti (1)
partia (1)
partir (1)
Parto (1)
partome (1)
passados (1)
passage (1)
passageiro (1)
passando (1)
passarei (1)
passarinhos (1)
passaros (1)
passas (1)
passatempo (1)
Passeai (1)
passos (1)
passou (1)
pastas (1)
pastor (1)
Pastor (1)
patarata (1)
patrocinio (1)
Paulo (1)
Pavão (1)
pé (1)
peccado (1)
peço (1)
pedaços (1)
pede (1)
Pede (1)
pedes (1)
pedia (1)
pedindolhe (1)
pedio (1)
pedir (1)

237
pedirme (1)
pêdra (1)
Pedra (1)
Pedras (1)
Pedro (1)
pegar (1)
pego (1)
Pegû (1)
peitos (1)
Peixe (1)
pejo (1)
pela (1)
Pelas (1)
peleja (1)
pelejo (1)
Pelo (1)
pelos (1)
penar (1)
penas (1)
Pende (1)
penedo (1)
penhores (1)
Pensamentos (1)
peores (1)
pequena (1)
per (1)
perda (1)
perdão (1)
perdendo (1)
perderdes (1)
perderme (1)
perdese (1)
Perdese (1)
perdi (1)
perdição (1)
perdidas (1)
perdoo (1)
peregrina (1)
perfeição (1)
Perfeição (1)
perfeições (1)
perfeito (1)
perfeitos (1)
pergunta (1)
perguntandoselhe (1)
perguntar (1)
pergunto (1)
perigas (1)
perigou (1)
Perseguida (1)
perseguilla (1)
persigo (1)
pertença (1)
perturbado (1)
Perús (1)
petição (1)
Petronio (1)
pezada (1)
pezado (1)
pezame (1)
Phalaris (1)
pia (1)
piadade (1)
piadoso (1)
picar (1)
Piloto (1)
Pinho (1)
pinta (1)

238
Pintada (1)
Pintando (1)
Piramide (1)
pizada (1)
pizei (1)
pizou (1)
Planetas (1)
plumas (1)
poço (1)
poder (1)
poderà (1)
poem (1)
Poem (1)
Poema (1)
Poesia (1)
poesque (1)
Poëta (1)
Poetico (1)
Poetiza (1)
Pomo (1)
pontas (1)
Porco (1)
porem (1)
Porém (1)
Porfia (1)
porfido (1)
porta (1)
Porta (1)
portas (1)
pos (1)
Possa (1)
possais (1)
possivel (1)
possuida (1)
postra (1)
Postrese (1)
potente (1)
potro (1)
Poucos (1)
poupe (1)
Povo (1)
povoado (1)
praya (1)
prazer (1)
prazeres (1)
preciosas (1)
pregão (1)
Prelada (1)
premiado (1)
premios (1)
prendeyos (1)
Prepâra (1)
presagio (1)
presâgo (1)
presteza (1)
presume (1)
pretendas (1)
pretenderdes (1)
pretendes (1)
preto (1)
prevenido (1)
prevenidos (1)
preza (1)
prezada (1)
Prezandose (1)
prezára (1)
Prezese (1)
prezo (1)

239
prezos (1)
Principe (1)
principio (1)
Procura (1)
prodiga (1)
prodigamente (1)
prodigo (1)
Proemial (1)
proezas (1)
profano (1)
profanos (1)
profissão (1)
profunda (1)
promessa (1)
prometem (1)
Prometes (1)
propia (1)
propicios (1)
propria (1)
propriamente (1)
propuz (1)
proscrito (1)
provárão (1)
providencia (1)
provido (1)
prudencia (1)
publicação (1)
pucha (1)
pude (1)
pudéra (1)
Pudeste (1)
Pulga (1)
Pulpito (1)
puluis (1)
Pureza (1)
puzestes (1)
qu' (1)
quadro (1)
qualquer (1)
Quanta (1)
quantò (1)
Quantos (1)
Quarenta (1)
QUARTA (1)
quartetos (1)
quasi (1)
quedas (1)
Quedas (1)
Queixa (1)
queixe (1)
queixes (1)
queixo (1)
queixume (1)
queixumes (1)
quereis (1)
querella (1)
querem (1)
querer (1)
querida (1)
queridas (1)
quero (1)
Quia (1)
quiçâ (1)
quinta (1)
quisto (1)
quizer (1)
quizera (1)
quizerão (1)

240
quizerdes (1)
racional (1)
Rafael (1)
rayo (1)
Rayo (1)
raios (1)
rãns (1)
Raqueis (1)
rara (1)
raras (1)
rastro (1)
ratinho (1)
rato (1)
ratos (1)
razo (1)
razoens (1)
razões (1)
realça (1)
recado (1)
receo (1)
reconhece (1)
Reduzir (1)
referidos (1)
regada (1)
regras (1)
Reiis (1)
Reino (1)
reja (1)
Relação (1)
Religiosas (1)
Religioso (1)
remata (1)
remediallo (1)
remedio (1)
Remendarme (1)
remendo (1)
remirme (1)
remonta (1)
renaça (1)
renacendo (1)
Rendase (1)
rende (1)
rendei (1)
render (1)
rendeste (1)
renova (1)
Reo (1)
Repartes (1)
repartîs (1)
repetido (1)
repetidos (1)
repetindolhe (1)
repouzarão (1)
Repouzo (1)
reprezenta (1)
reprova (1)
reprovo (1)
republica (1)
requebrada (1)
resguardo (1)
resigno (1)
resista (1)
resistes (1)
resisto (1)
resolutas (1)
Resolutas (1)
resoluto (1)
resplandores (1)

241
responda (1)
responde (1)
respondeis (1)
Resucita (1)
Resulta (1)
Retrato (1)
revella (1)
reverencia (1)
reverente (1)
revolveis (1)
Riamos (1)
riase (1)
ribeira (1)
rico (1)
riguroso (1)
RIMAS (1)
Rio (1)
rios (1)
riqueza (1)
riquissimo (1)
rir (1)
rodeo (1)
roga (1)
rogada (1)
Roixinol (1)
Roma (1)
Romance (1)
Romano (1)
rompa (1)
Rompi (1)
rosas (1)
Rosas (1)
roto (1)
roubada (1)
roubar (1)
roubàrão (1)
roubarãome (1)
roubou (1)
Roubou (1)
rua (1)
ruda (1)
rudes (1)
rumos (1)
Sabe (1)
saberão (1)
sabias (1)
sabio (1)
Sabio (1)
sacrificando (1)
sacrificio (1)
Sago (1)
sahio (1)
saya (1)
Saibao (1)
saindo (1)
salgado (1)
salvo (1)
santa (1)
São (1)
sarais (1)
satirico (1)
satisfaça (1)
satisfação (1)
saudade (1)
saúdade (1)
Saudades (1)
saude (1)
Scevola (1)

242
seca (1)
Seca (1)
secreta (1)
secreto (1)
seculos (1)
Sede (1)
Sedebat (1)
Seguio (1)
seguyos (1)
segunda (1)
Segunda (1)
Sei (1)
Seja (1)
sejão (1)
semblante (1)
sembrante (1)
Seneca (1)
senhoria (1)
Señor (1)
sentido (1)
sentidos (1)
Sentir (1)
sepultados (1)
Sepultemse (1)
Sepultura (1)
Ser (1)
será (1)
Serafim (1)
Sereas (1)
serei (1)
Serei (1)
sereis (1)
Serenissimos (1)
Sereno (1)
serpe (1)
serra (1)
servi (1)
servindo (1)
servir (1)
servirà (1)
Sete (1)
severa (1)
severo (1)
sezuda (1)
sezudo (1)
sic (1)
Sichem (1)
sido (1)
Sidónia (1)
siga (1)
sigas (1)
sigo (1)
silencio (1)
sim (1)
Simbolo (1)
sinaes (1)
sinal (1)
sinalarte (1)
sincero (1)
singular (1)
singulares (1)
sirva (1)
sirvão (1)
so (1)
Sò (1)
sobe (1)
sobeja (1)
sobejou (1)

243
soberano (1)
soberanos (1)
sobes (1)
sobrinha (1)
socegada (1)
Socorrey (1)
socorrerme (1)
socorro (1)
socorros (1)
soe (1)
Soes (1)
Sofra (1)
soldado (1)
solidão (1)
Soltame (1)
soltasse (1)
solto (1)
Soltos (1)
soma (1)
somar (1)
sombras (1)
sombrio (1)
Sonetos (1)
sonho (1)
sonora (1)
sonorosos (1)
sopro (1)
sor (1)
Sorte (1)
Sortes (1)
sòs (1)
sospeito (1)
suave (1)
suaves (1)
subidos (1)
subio (1)
subirão (1)
sucedia (1)
sucesso (1)
sucessora (1)
sufragio (1)
sufridas (1)
sugeitas (1)
super (1)
suspensão (1)
suspenso (1)
suspiros (1)
sustenta (1)
sustentadas (1)
susto (1)
suxa (1)
tacitas (1)
Taes (1)
Talamo (1)
Tantas (1)
Tantos (1)
tardado (1)
tardados (1)
Tardastes (1)
tardo (1)
tardou (1)
tẽ (1)
teatro (1)
teem (1)
tema (1)
temais (1)
Teme (1)
Temei (1)

244
temeo (1)
temerarios (1)
temião (1)
temo (1)
tempestade (1)
Tendes (1)
tenhais (1)
tenhão (1)
Tenhoa (1)
tens (1)
Ter (1)
terà (1)
teràs (1)
tercetos (1)
Terdes (1)
termina (1)
termo (1)
terras (1)
tesouro (1)
testa (1)
Teu (1)
tezouro (1)
Thomaz (1)
tî (1)
tia (1)
Tiberio (1)
Tifis (1)
Timante (1)
timido (1)
tinha (1)
tira (1)
tirania (1)
tiranias (1)
tirar (1)
tirarmas (1)
Tirou (1)
tive (1)
tivera (1)
tiveste (1)
to (1)
tocava (1)
Tocha (1)
Toga (1)
tomado (1)
tomai (1)
Tomando (1)
tomar (1)
tomarlhe (1)
tomo (1)
Tomo (1)
topando (1)
tormenta (1)
tornado (1)
Tornão (1)
tornarei (1)
tornas (1)
Torne (1)
tornem (1)
Torno (1)
tornou (1)
torpe (1)
torpeza (1)
Torre (1)
toucado (1)
trabalho (1)
traçandome (1)
traçastes (1)
tragedia (1)

245
tragedias (1)
tragicos (1)
Tragoume (1)
tramoyas (1)
tras (1)
tratos (1)
trazer (1)
Triunfado (1)
triunfador (1)
Triunfando (1)
triunfo (1)
trocàra (1)
Trocarme (1)
trocaste (1)
troco (1)
Trocouse (1)
Troyas (1)
trouxe (1)
trova (1)
Trova (1)
trovas (1)
Tuba (1)
TUBA (1)
Tullio (1)
Tumulo (1)
ufana (1)
um (1)
unida (1)
unidas (1)
unir (1)
Urbanidade (1)
usurpàra (1)
usurparlhe (1)
vãa (1)
Vades (1)
Vai (1)
Vaite (1)
Val (1)
valem (1)
valente (1)
valerme (1)
valho (1)
Vamos (1)
vãos (1)
varanda (1)
varão (1)
Varia (1)
varias (1)
variedade (1)
vario (1)
Varre (1)
Vàs (1)
vassallajem (1)
vazo (1)
Vè (1)
vedado (1)
vede (1)
Veyo (1)
Vejo (1)
velha (1)
velhice (1)
Velhice (1)
velho (1)
velhos (1)
vellos (1)
Vem (1)
vença (1)
Vença (1)

246
Vence (1)
vencedor (1)
vencedora (1)
vencimento (1)
vendido (1)
Vendovos (1)
venera (1)
Venera (1)
venerando (1)
Venha (1)
Venhão (1)
ventagem (1)
Vento (1)
Ventura (1)
venturosa (1)
venturoso (1)
Verão (1)
veràs (1)
Verdade (1)
verdadeira (1)
verdades (1)
verde (1)
Verde (1)
vergonhosa (1)
verme (1)
vermos (1)
verse (1)
verso (1)
Versos (1)
ves (1)
vés (1)
veste (1)
vestida (1)
vestio (1)
vestuario (1)
Vi (1)
VI (1)
via (1)
viagem (1)
viajem (1)
vião (1)
vibre (1)
viçosa (1)
victima (1)
Vidas (1)
vidro (1)
vieres (1)
vigor (1)
VII (1)
VIII (1)
vinda (1)
Vinda (1)
vinga (1)
vingadores (1)
vingo (1)
vira (1)
viràs (1)
virdes (1)
virtude (1)
virtudes (1)
vîs (1)
Visse (1)
vistas (1)
viste (1)
vistes (1)
vistos (1)
Vite (1)
vitorias (1)

247
Vitruvio (1)
vivais (1)
Vivão (1)
vivas (1)
Vivei (1)
viveis (1)
viveste (1)
Vivia (1)
vivirà (1)
vivirão (1)
Vivirás (1)
vivos (1)
vo (1)
voar (1)
voàr (1)
voaste (1)
Voiture (1)
volta (1)
Voltouse (1)
voo (1)
voos (1)
vós (1)
Vosso (1)
Votando (1)
votar (1)
voto (1)
votos (1)
vozes (1)
vulgares (1)
X (1)
XC (1)
XCI (1)
XCII (1)
XCIII (1)
XCIV (1)
XCIX (1)
XCV (1)
XCVI (1)
XCVII (1)
XCVIII (1)
XI (1)
XII (1)
XIII (1)
XIV (1)
XIX (1)
XL (1)
XLI (1)
XLII (1)
XLIII (1)
XLIV (1)
XLIX (1)
XLV (1)
XLVI (1)
XLVII (1)
XLVIII (1)
XV (1)
XVI (1)
XVII (1)
XVIII (1)
XX (1)
XXI (1)
XXII (1)
XXIII (1)
XXIV (1)
XXIX (1)
XXV (1)
XXVI (1)
XXVII (1)

248
XXVIII (1)
XXX (1)
XXXI (1)
XXXII (1)
XXXIII (1)
XXXIV (1)
XXXIX (1)
XXXV (1)
XXXVI (1)
XXXVII (1)
XXXVIII (1)
Zafir (1)
Zafiro (1)
zelo (1)
Zombar (1)
zombaria (1)
zombas (1)
zunir (1)

249
CONCORDÂNCIAS
DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS

SLA99 Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria
SLA93 ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio
SMO16 da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o
SSA68 O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do
SSA92 que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto
SFA88 todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me
SLI90 de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso
SAM6 ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem
SAM47 sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura
SAM31 Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio
SMO50 Nota (pois te ameaça hũ a igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da
SFA88 tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que
SMO69 Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora
SLA56 Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũ ns (não como vos
SFE78 (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço
SFE30 Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora
SMO19 que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os
SMO15 Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e
SAM7 SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da
SAM96 Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas
SSA65 d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se
SHE79 a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A
SAM7 Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas
SMO69 vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy
SAM98 o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso
SAM45 menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella
SFE25 para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que
SMO69 espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario
SAM71 despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento
SMO3 lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario
SLA28 Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas
SMO73 esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra
SFE78 lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove
SAM27 quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de
SLA18 quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos
SFE34 festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe
SMO32 quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO
SFE70 Dando os parabẽns do nascimento de hũ a Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo
SAM91 medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha
SMO73 me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò
SMO16 Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura
SLA94 rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega
SSA92 Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se
SSA86 Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna
SLA94 maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa
SFE25 de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da
SMO67 que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs
SFE70 eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũ a viajem. SONETO LXXI
SMO49 Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. /
SFE75 Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou
SAM47 agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador
SMO69 que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus
SMO82 pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que
SAM41 nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora
SMO11 Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas
SMO32 tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos
SAM7 a hũ a desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi
SHE100 / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos
SAM20 em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte
SLA36 quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a
SMO3 colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a
SAM43 SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como
SLA24 sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era
SAM48 atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe
SHE54 dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55]
SAM27 sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude

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SLA12 o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà
SHE54 Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes
SMO10 os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento
SSA63 Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe
SLA97 Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta
SFA87 essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das
SMO59 que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza
SMO19 Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para
SAM41 XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que
SMO61 o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes
SAM8 por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina
SHE100 Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga
SHE38 como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar
SLA94 a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das
SLA74 Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi
SFA53 dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando
SAM98 XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para
SMO50 que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura
SMO61 A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o
SMO16 e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o
SAM45 vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que
SAM45 sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia
SLI29 Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a
SAM98 Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz
SLA36 Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara
SAM4 vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são
SLA95 cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe
SHE54 a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve
SFA51 Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que
SAM47 da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que
SMO89 pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de
SSA68 Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que
SFE80 he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra
SMO83 aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas
SFE13 pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda
SAM14 nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario
SAM17 o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me
SAM8 Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas
SLA94 Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser
SLA93 tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das
SAM48 por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve
SMO32 com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas
SFA87 colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal
SFA88 Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor
SMO5 E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he
SAM43 que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza
SFE13 sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII
SFU37 se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũ a sua Filha morta pouco depois de
SAM7 mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà
SFE25 tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de
SMO82 todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem
SFA87 corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas
SFE40 do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua
SLA56 por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI
SLA77 tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO
SLA72 bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de
SLA28 de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General
SAM14 era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita
SMO57 cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste
SFU21 Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de
SMO16 escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura
SMO69 como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a
SLA95 Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse
SFA53 espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o
SSA86 A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro
SLI90 louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos
SAM6 partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os
SAM58 coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que
SSA92 que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das
SSA63 Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo
SLA94 ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida
SFE75 Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda
SAM7 Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e
SLA99 foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente
SLI62 o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para
SAM55 serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que
SLA94 Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV

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SAM14 Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi
SAM27 despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he
SFE34 jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais
SMO67 me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que
SAM46 em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus
SMO15 podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. /
SAM9 mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não
SMO50 maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que
SMO81 da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não
SFU37 cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy
SLA28 de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes
SLI62 mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida
SLA12 o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas
SFE78 fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da
SFA88 Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà
SMO81 mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a
SSA86 para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o
SMO81 Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo
SAM43 deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a
SLI29 O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio
SAM47 SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta
SFA87 Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura
SMO32 sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado
SAM6 Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol
SHE100 dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama
SMO83 principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de
SFE70 Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos
SAM8 O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu
SHE100 astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia
SAM7 della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois
SLA99 Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que
SFE39 Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum
SAM17 Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em
SFE75 Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da
SLA95 da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal
SMO3 em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este
SAM2 cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo
SHE100 dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico
SLA36 Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia
SLA12 governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais
SAM8 nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa
SSA65 Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo
SHE79 e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico
SMO32 sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte
SSA92 / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia
SLI62 Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão
SFU21 deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO
SLA99 Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de
SPR1 E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da
SMO11 e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos
SAM60 dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso
SMO69 companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral
SAM6 ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes
SAM96 cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre
SAM41 me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. /
SAM31 Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà
SMO15 me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo
SMO82 Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso
SAM46 temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos
SLA36 ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia
SFE78 crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me
SHE54 A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè
SAM45 e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o
SAM41 tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO
SAM20 Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser
SFE25 tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada
SSA86 afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem
SAM31 Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem
SSA86 Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he
SFE78 Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal
SHE54 estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por
SMO59 de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? /
SFE25 hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO
SFU21 General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado
SAM55 não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco
SFU21 postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi
SMO5 que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle

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SFA88 os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister
SAM46 se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores
SAM7 logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos
SAM7 Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se
SAM43 do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O
SAM23 me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum
SLI29 o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos
SAM52 como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora
SFU64 deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia
SMO83 e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem
SSA65 pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se
SSA92 por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes
SLA24 muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão
SAM31 provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento
SAM60 da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os
SLA93 Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da
SHE100 Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos
SHE54 Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna
SFU85 de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos
SHE79 e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar
SLI22 fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu
SMO84 ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em
SMO69 Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo
SMO16 em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem
SAM52 como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha
SHE100 da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C
SAM20 porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO
SMO81 temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os
SMO16 dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do
SAM48 vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas
SMO16 Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia
SHE100 nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa
SMO49 primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo
SMO11 tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo
SLA12 Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada
SLA77 mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes
SMO89 Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em
SAM6 da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei
SAM43 Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto
SMO67 e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a
SMO61 o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela
SFE80 mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI
SMO73 Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo
SLI29 e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao
SMO73 Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou
SAM58 mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o
SAM41 Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor
SLA94 de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre•
SFE40 Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo
SMO59 Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos
SLI62 leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição
SMO59 Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor
SMO57 a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O
SMO35 louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de
SFA87 tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores
SLA74 se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que
SLA74 Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista
SLA12 Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes
SSA63 e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que
SAM45 Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo
SAM45 se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja
SAM27 sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida
SMO5 Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos
SHE79 mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe
SLA28 e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que
SMO67 do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos
SLA56 Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada
SMO11 disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e
SAM48 ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se
SLA18 Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo
SAM55 se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura
SMO67 Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes
SHE38 O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como
SAM17 Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame
SAM20 Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no
SSA65 aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado
SLA18 que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de

253
SAM41 eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. /
SMO3 mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais
SAM58 SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos
SAM58 se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte
SFE30 matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa
SAM4 vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo
SHE100 e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos
SAM71 de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta
SAM66 vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento
SAM9 breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He
SLA18 Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo
SSA63 Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor
SLA99 hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro
SFE80 não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte
SAM91 batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e
SLA74 vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75]
SMO82 mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem
SMO50 Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da
SFE30 / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX
SMO89 em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. /
SAM43 vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes
SAM60 mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides
SSA63 e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo
SFE30 feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos
SFU37 vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais
SAM9 o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que
SAM9 mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual
SFU85 affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado
SMO57 e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode
SHE54 Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver
SMO81 que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços
SFA51 de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro
SMO57 os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe
SLA18 perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos
SHE54 o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos
SLA93 gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de
SHE79 reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta
SHE38 co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima
SLA97 generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo
SSA92 ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar
SAM91 que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa
SLI26 E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo
SLI29 ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me
SAM27 esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi
SPR1 venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor
SAM43 Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo
SMO61 docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura
SMO84 o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez
SFE80 Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu
SLA74 quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o
SFA51 Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo
SFE78 Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto
SSA86 Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra
SLI90 consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro
SMO16 dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa
SAM8 VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou
SFA53 eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos
SAM76 com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso
SMO11 Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario
SFE34 vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa
SLA24 corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou
SFE34 de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo
SFU21 ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de
SFU64 Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre
SMO50 differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives
SAM55 que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta
SFE75 eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em
SLA28 com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da
SHE54 o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho
SAM52 alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando
SHE54 que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me
SMO44 enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar
SAM2 ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o
SFA87 Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe
SMO84 quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que
SLA77 creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei
SAM96 dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se

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SMO3 me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a
SMO16 tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor
SMO83 a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo
SMO57 envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante
SLI29 o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea
SAM14 maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos
SFA53 esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar
SMO10 desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO
SMO67 peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo
SAM2 da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia
SFU21 tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça
SLI29 XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre
SAM4 não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte
SAM23 tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos
SMO35 T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es
SFU64 LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs
SAM23 satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar
SMO16 meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se
SHE79 Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em
SMO3 marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de
SHE100 a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os
SAM60 tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as
SFE39 dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não
SFE30 Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro
SFE70 sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home
SMO89 o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta
SMO89 vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè
SAM46 as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma
SAM46 Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal
SAM6 donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou
SLA74 Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do
SLA28 Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos
SSA86 confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a
SAM60 nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão
SAM52 dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu
SMO61 Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e
SAM66 Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia
SHE42 o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura
SFE78 ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo
SPR1 escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus
SFU21 A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje
SHE100 se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra
SAM43 do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama
SHE100 e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da
SLA72 falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte
SLI90 pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves
SLA94 vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio
SLA99 vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria
SLA95 aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta
SLA93 ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve
SLA56 Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que
SAM52 guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos
SAM43 cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por
SAM96 tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual
SFE34 cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos
SAM4 em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5]
SAM41 Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que
SAM52 de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores
SHE100 o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai
SAM17 desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que
SAM98 de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que
SMO61 que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da
SLA74 Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço
SAM9 Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do
SFU85 Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo
SFE13 paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto
SFU85 Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em
SAM66 mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos
SLA95 fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou
SMO59 ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem
SHE100 como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a
SFE80 eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo
SLA36 da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum
SAM45 agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda
SLA77 que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama
SLI26 Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais

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SMO15 hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo
SLI22 tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso
SMO50 Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em
SAM91 repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o
SAM7 que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu
SAM58 Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello
SHE54 manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A
SMO69 a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa
SMO81 comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças
SAM58 d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não
SMO50 deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura
SMO57 SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes
SFA53 direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por
SLA77 em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando
SSA92 victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor
SFU85 termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te
SSA86 eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do
SHE100 a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e
SHE100 offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As
SMO84 o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se
SMO16 mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a
SMO16 da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo
SAM47 bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura
SMO44 hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer
SHE54 de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra
SAM45 qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà
SAM47 entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor
SAM33 se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não
SAM2 o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò
SLI90 viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91]
SFE70 da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto
SLI26 XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da
SLA74 fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta
SFE80 vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do
SHE42 venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto
SLA36 de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D
SLA72 He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta
SFE40 Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada
SMO84 me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não
SFE78 remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo
SFE30 como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida
SFU37 ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive
SMO3 porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano
SSA86 Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante
SMO67 Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o
SAM91 SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com
SFU85 Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O
SFU85 Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não
SMO69 vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que
SLI62 arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem
SSA65 Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a
SLI90 tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave
SSA92 Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo
SMO32 XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais
SAM55 e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar
SAM41 Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro
SAM41 o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo
SLI29 assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o
SLI62 alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste
SAM8 seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo
SAM76 constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas
SMO35 T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti
SAM33 tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser
SAM71 sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio
SAM71 faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade
SLA99 que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare
SHE100 Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SLA12 de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão
SSA63 tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May
SMO10 porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para
SHE79 da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro
SAM71 custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico
SMO10 tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro
SAM76 não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas
SAM48 realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por
SMO10 pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança
SAM71 vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca

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SMO50 Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo
SAM91 triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da
SLI22 Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de
SAM66 quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal
SLI26 o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu
SFE70 nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas
SAM52 donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes
SLA36 que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a
SAM33 tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella
SFE80 que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo
SFE80 por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per
SFE80 foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas
SFE80 LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa
SFE80 algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para
SFE80 seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora
SLI90 sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o
SFA87 Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os
SFA87 a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he
SLA72 he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante
SLA18 quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem
SMO59 e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de
SAM9 vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me
SAM6 [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia
SMO49 que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que
SHE42 ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das
SAM6 Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos
SFE80 quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos
SFE30 vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que
SLA97 Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera
SAM2 a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O
SLA56 ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me
SLI29 A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os
SLA97 Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A
SMO67 SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não
SLI29 Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! /
SFU37 Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em
SFE34 que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem
SFU37 agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e
SFE39 Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos
SAM52 os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não
SLI22 que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas
SAM33 verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não
SMO15 mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16]
SMO15 que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como
SLI90 leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave
SFE30 que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha
SLI62 Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que
SSA63 dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. /
SAM58 e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto
SLA95 acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que
SHE79 ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. /
SSA92 piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que
SLA97 Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso
SPR1 que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se
SMO69 contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a
SFE39 cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se
SFE80 que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu
SHE79 Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente
SMO50 Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura
SHE38 Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém
SMO67 Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo
SAM8 o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora
SAM58 gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla
SMO89 SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento
SAM8 conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a
SLA93 que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•
SLA93 Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa
SMO19 Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta
SHE42 Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes
SAM43 Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do
SMO61 Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão
SHE100 roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama
SFE13 [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu
SFE34 d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro
SMO32 com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral
SFE70 parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora
SMO3 para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai

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SHE54 Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve
SLA93 das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não
SLA93 Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo
SFA51 e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas
SFU85 LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs
SFA51 pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas
SAM58 A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso
SSA92 em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz
SAM4 seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às
SMO19 seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos
SAM27 assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum
SAM66 E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem
SHE42 mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te
SLA28 hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas
SMO57 e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser
SMO57 Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo
SMO89 quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no
SAM58 mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E
SSA68 O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho
SAM55 Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não
SAM58 a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d'
SMO50 que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra
SFE75 ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros
SAM17 pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias
SFA53 que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu
SMO15 Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei
SFA87 para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas
SFE40 do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua
SFE78 idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico
SLA24 XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais
SLA24 [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois
SFA51 A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e
SLA56 a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI
SFE40 vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz
SFU85 promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu
SLA24 sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor
SAM66 SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme
SAM60 Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres
SMO73 ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade
SLI62 triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do
SAM33 merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da
SFE39 la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano
SAM76 celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente
SFU37 Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes
SFE39 que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima
SAM91 à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime
SAM20 toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra
SMO84 Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto
SAM4 este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora
SMO84 não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna
SAM6 Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia
SAM48 Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não
SMO84 SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As
SAM4 obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa
SAM45 conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata
SMO16 dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais
SPR1 que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança
SAM47 E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he
SMO50 junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia
SFE39 dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que
SAM31 Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai
SAM41 frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão
SSA65 Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês
SSA92 que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste
SLA93 Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs
SMO10 Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem
SMO84 honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode
SMO84 mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que
SFE40 Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos
SAM46 humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o
SAM9 dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos
SAM91 diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. /
SMO19 Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta
SFU37 destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. /
SAM46 tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes
SMO44 pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por
SLI26 saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o

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SFE39 que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.•
SAM14 / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão
SAM91 Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra
SAM71 [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de
SAM8 [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel
SAM31 [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em
SAM46 [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que
SAM33 [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos
SAM76 [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda
SAM20 [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa
SAM66 Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo
SAM43 cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça
SAM47 ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia
SAM45 os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva
SAM48 hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve
SAM7 Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro
SAM52 silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle
SAM23 queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o
SAM2 / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e
SAM17 pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais
SAM27 [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo
SAM98 Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera
SAM60 Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e
SAM41 de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia
SAM96 o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil
SAM9 Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço
SAM4 / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum
SAM6 ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que
SAM58 Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do
SAM55 hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas
SAM66 Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças
SFA88 que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta
SMO5 Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de
SMO81 e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande
SMO81 SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os
SMO32 Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò
SFE30 Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como
SLA97 àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo
SMO81 andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas
SFE30 Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà
SMO59 tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro
SLA18 a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não
SLA36 / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito
SAM43 Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa
SFE39 nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o
SAM41 em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno
SMO69 foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se
SMO44 as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos
SLI62 vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas
SMO10 tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor
SFE70 que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido
SMO57 vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças
SFU85 Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre
SAM60 a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel
SMO73 voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz
SMO73 puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra
SMO59 Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por
SAM96 Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante
SFE39 emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu
SLI26 se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode
SLA36 clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara
SHE42 penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se
SHE42 estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es
SMO61 a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e
SSA65 que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo
SLA36 presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume
SMO57 Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a
SMO10 [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado
SLA74 barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado
SFE70 um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz
SMO59 Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei
SHE38 injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor
SPR1 esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão
SAM27 que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes
SLA93 SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os
SAM17 dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não
SMO19 tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para

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SLA24 fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo
SHE79 Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao
SMO32 Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na
SFE13 famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem
SFE34 festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo
SMO32 vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO
SFE70 Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre
SLA95 das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio
SFE13 bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os
SFE13 as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos
SFE34 soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui
SAM91 diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. /
SFE75 Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples
SFA87 se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus
SFA88 a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E
SHE38 esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto
SMO19 menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes
SFU37 Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida
SLA94 desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar
SLA72 Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que
SHE79 A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente
SLI29 a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal
SLA95 propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello
SSA63 E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna
SHE42 Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta
SSA92 ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que
SLA36 que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra
SMO5 sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a
SAM23 nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo
SAM23 melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos
SAM23 Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os
SAM47 o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. /
SLA99 notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide
SAM43 sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO
SHE42 assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia
SAM4 elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria
SMO83 caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por
SAM33 da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34]
SSA92 pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93]
SSA92 zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa
SAM23 terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os
SAM20 outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas
SLA56 seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não
SHE38 que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual
SSA68 A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta
SAM23 parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei
SFA88 meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da
SLA18 / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO
SAM58 o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a
SHE42 De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do
SFU85 Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV
SFE39 provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes
SLA12 Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de
SLA36 como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro
SAM52 Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII
SFE13 para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d'
SMO44 vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto
SMO19 tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos
SSA92 que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A
SMO67 Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral
SFA51 he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis
SFA51 muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os
SFE25 não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e
SFA88 Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa
SFE13 Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso
SSA65 o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês
SHE100 Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SFA53 onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. /
SFU85 publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e
SAM48 nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve
SFE80 que espante. Agora manquejardes de inconstante ( Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu
SLI26 Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia
SMO32 SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes
SAM27 que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para
SAM9 SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que
SAM31 reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a
SMO82 colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão

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SAM71 dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum
SLA93 que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu
SMO89 Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão
SMO89 aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar
SFA87 doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro
SFA88 a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà
SMO10 haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por
SMO11 revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos
SLA77 vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces
SLI26 namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes
SAM46 versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante
SFA53 por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão
SFE78 agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na
SLA72 He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se
SMO81 hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a
SFE80 Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus
SLA74 (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia
SFE70 o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em
SAM20 fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como
SSA92 a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes
SFE80 dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de
SMO89 vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como
SAM33 Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e
SAM23 partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha
SFE34 mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de
SAM14 Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos
SFU37 depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não
SLA28 da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o
SAM58 darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que
SMO83 lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e
SMO89 da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o
SFE78 a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O
SAM4 sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes
SAM52 Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais
SLA56 engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento
SAM23 Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que
SMO49 me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão
SAM43 sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas
SMO19 Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que
SAM76 Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs
SMO83 Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao
SFE34 muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer
SMO32 que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a
SFE75 Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada
SMO35 V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem
SFU85 se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como
SFA87 he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura
SFA87 he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A
SMO67 Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto
SFU85 Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde
SAM4 IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal
SHE100 templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o
SSA68 ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação
SMO61 Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais
SMO61 LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a
SMO11 a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem
SLA93 da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando
SFU37 alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores
SAM76 e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas
SLA12 Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o
SAM41 foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio
SHE100 se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra
SMO49 de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes
SAM52 alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem
SAM7 olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular
SAM52 eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito
SAM46 a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as
SMO5 as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos
SLI62 SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi
SAM91 repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou
SMO32 mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado
SLA99 que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco
SAM31 Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da
SHE100 nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A
SFU21 no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois
SAM98 tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera
SLA28 / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo

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SMO50 bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre
SLI90 que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves
SFA88 todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me
SAM91 Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero
SFU21 foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado
SLI62 os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo
SFE30 sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda
SFE78 mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia ( Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça
SFE39 prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em
SFE39 que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que
SHE38 ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico
SMO49 por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle
SAM58 de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria
SLA56 me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o
SAM23 e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà
SLA72 se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto
SLI90 de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso
SMO67 que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em
SAM47 ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a
SFA51 entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A
SFA53 Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por
SLA18 Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as
SLI90 acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca
SLA97 o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII
SMO44 se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe
SHE38 terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa
SFA88 Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem
SAM98 fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo
SLA99 Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? /
SFA88 por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a
SLA18 em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em
SAM71 hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum
SMO5 me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me
SAM4 tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras
SAM55 mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora
SMO44 os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve
SFU21 Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia
SMO50 razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a
SLA18 e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não
SAM66 Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio•
SFU64 assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O
SMO32 sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da
SLA93 injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos
SAM46 De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem
SAM60 O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este
SMO32 tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII
SHE42 De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre
SFA51 Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto
SSA63 largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e
SFE70 a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa
SAM96 dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi
SAM48 por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido
SAM76 vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas
SFA53 queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito
SMO73 que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà
SMO82 vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão
SAM6 pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes
SAM76 chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente
SSA68 que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião
SFE13 E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em
SMO5 Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao
SMO44 olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias
SLA94 vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve
SFE13 qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio
SFA53 não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas
SAM60 de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra
SAM2 tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados
SMO44 temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias
SHE38 Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre
SHE38 singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos
SAM4 SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum
SMO67 SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto
SAM71 e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci
SAM48 modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento
SAM76 e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes
SMO44 Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti
SHE100 que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios

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SMO84 me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que
SAM6 boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a
SAM76 choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão
SFE75 faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. /
SAM71 ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? /
SSA92 hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece
SMO61 o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda
SAM14 que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso
SAM17 me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas
SMO35 V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T
SAM27 Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar
SLI29 de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi
SMO83 só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro
SLA97 tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez
SLA24 se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu
SLI22 do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives
SMO83 temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto
SFA53 em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que
SMO5 com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle
SMO67 poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são
SFU64 seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas
SFU64 tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por
SAM23 partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que
SLI29 a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver
SMO49 Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso
SHE42 competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo
SFE25 Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que
SAM43 Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa
SFE40 Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que
SHE100 Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os
SLA28 quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a
SMO67 quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a
SMO35 he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida
SMO11 e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò
SHE100 Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o
SLA74 importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de
SAM33 Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé
SFE34 cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa
SLI90 esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto
SAM17 mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso
SAM31 a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà
SLA18 escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as
SFE40 agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal
SMO69 se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca
SLI22 muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre
SAM48 que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com
SAM48 Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja
SFU37 choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta
SFU64 quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras
SAM55 jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos
SAM8 SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te•
SAM4 Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos
SMO69 qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca
SHE38 por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera
SLA95 reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para
SFA87 chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento
SLI26 o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o
SLI26 carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil
SLI90 pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o
SAM6 ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem
SFE70 donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum
SAM47 sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza
SAM91 Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na
SFA88 grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois
SLA36 Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO
SHE54 para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor
SAM46 SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide
SAM71 saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o
SFU21 as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que
SAM31 Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio
SAM66 he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme
SAM31 somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E
SAM31 da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre
SAM9 Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso
SAM41 Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca
SAM9 que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10]
SMO83 tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo

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SLA36 era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores
SAM4 as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai
SSA65 o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo
SFA53 os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia
SAM55 o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56]
SFE75 pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. /
SLI90 ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode
SMO67 que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys
SHE38 maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de
SAM47 das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal
SAM96 foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão
SAM96 No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma
SLI90 acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora
SFA88 Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos
SMO35 V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é
SHE100 os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose
SLA93 Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos
SFU85 Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando
SLI26 Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo
SFA51 dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem
SFE75 estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove
SMO49 XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por
SFA53 e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a
SAM60 tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande
SAM96 convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar
SLA12 escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada
SFE75 na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o
SLA74 que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes
SSA86 candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que
SAM6 contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa
SAM47 Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a
SAM66 vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento
SHE79 Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou
SMO57 O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo
SHE79 Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar
SAM91 ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao
SAM91 Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida
SFU37 D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que
SSA86 sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida
SSA86 bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva
SSA92 que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das
SFE70 a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de
SLI62 Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos
SFE70 Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana
SAM7 se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos
SAM66 me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a
SAM20 Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa
SAM76 podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio
SSA86 ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o
SAM58 quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla
SMO50 Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade
SMO19 vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual
SAM43 a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o
SLA74 se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos
SHE54 Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver
SMO50 Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do
SSA68 Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do
SAM48 modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49]
SMO84 bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo
SHE54 crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto
SMO82 eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura
SFE13 Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em
SMO69 Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem
SAM58 Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu
SMO69 subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a
SMO16 de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII
SFE78 Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum
SFE78 semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo
SMO84 mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem
SAM71 que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio
SAM33 rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e
SFU21 nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as
SLA94 co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada
SMO5 E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje
SAM43 Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos
SMO10 roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O
SAM71 Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem

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SMO69 contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta
SFE25 benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões
SFE40 mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que
SMO10 A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes
SAM52 e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos
SAM9 IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não
SMO82 hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro
SLA12 prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular
SFE25 Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica
SSA86 a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que
SHE54 nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A
SFE30 isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que
SAM14 em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas
SAM14 Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse
SFE40 Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz
SAM96 Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada
SFE40 que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça
SLA28 chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29]
SLA28 para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos
SLA97 Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII
SAM6 o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da
SMO59 vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a
SFE34 XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme
SMO3 O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum
SLA74 / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO
SFU64 premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas
SAM47 dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e
SMO89 soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava
SLI29 quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura
SLI29 Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio
SLI26 azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada
SFE25 sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que
SFE78 lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me
SHE79 ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que
SLA28 certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O
SFU64 merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o
SFU21 a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada
SSA65 O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos
SFU21 postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido
SAM98 outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da
SLI22 do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava
SMO57 pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs
SMO81 e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de
SLA97 temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias
SLI26 / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em
SAM91 do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na
SLI26 Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe
SLI90 as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte
SAM91 embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha
SAM6 testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora
SAM98 co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em
SMO89 no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella
SAM6 Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso
SLI90 / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce
SFA88 mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que
SSA65 Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a
SLA93 historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou
SHE54 força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais
SAM9 custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista
SMO69 de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora
SAM48 Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a
SAM9 a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste
SSA65 qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando
SMO61 o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco
SSA86 renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o
SAM76 ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não
SMO67 âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que
SMO67 acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII
SFE30 nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo
SMO10 sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos
SMO59 SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu
SLA56 Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos
SMO83 importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà
SFE70 que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes
SHE100 sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago
SFU37 mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores
SFE80 por ter tanto aleijado Com tudo eu creo ( cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado

265
SFE34 consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35]
SFU21 pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? /
SFE70 SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado
SHE79 e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que
SAM23 caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem
SMO32 sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e
SAM41 inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que
SMO50 adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova
SFE78 (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro
SAM9 mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora
SAM6 Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja
SLA56 a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que
SFE39 o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano
SMO81 a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços
SMO57 triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida
SAM60 Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que
SMO15 Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas
SAM60 Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato
SLI62 das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das
SLA72 Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he
SMO61 Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o
SAM8 tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça
SAM41 Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa
SAM8 caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem
SFE30 Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se
SFA53 Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de
SAM41 Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se
SLI22 n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença
SLA99 o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS
SAM41 mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de
SFE40 bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar
SFA88 o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da
SAM23 sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos
SAM23 verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte
SMO83 Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano
SMO83 Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura
SAM23 não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà
SFA88 defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os
SMO83 incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado
SFA87 das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no
SMO81 Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que
SSA65 que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe
SFE40 faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta
SSA86 Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que
SMO32 riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem
SAM47 flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem
SMO82 procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello
SLI26 confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era
SLI90 sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili
SAM2 ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são
SLA77 credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto
SLA24 Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito
SFE39 isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima
SLA12 de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente
SAM33 lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que
SLA56 o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57]
SLA56 declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi
SLI90 filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou
SLA24 assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que
SFE40 destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos
SFE25 SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de
SFE13 essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa
SFU21 XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse
SMO3 doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos
SFE13 Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso
SAM4 me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem
SMO69 os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà
SHE38 do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio
SAM71 incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô
SLI26 vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor
SLA18 por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa
SLA18 SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais
SLA18 escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio
SFE30 a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que
SAM96 que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do
SLA36 Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo

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SFE34 sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando
SLA36 Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o
SMO10 annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis
SFA51 podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão
SFU21 tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu
SAM17 Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa
SAM8 Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te
SFE80 Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo
SHE38 esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto
SMO19 disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO
SAM31 firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio
SMO15 fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta
SLA99 as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El
SLA99 do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo
SSA63 Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em
SLA18 guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d'
SMO15 seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo
SFE75 ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a
SFE30 XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos
SMO19 que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os
SMO15 Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me
SAM7 SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da
SAM91 praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador
SAM55 que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento
SFE70 he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas
SAM96 desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo
SFE40 que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que
SAM96 Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante
SFE39 da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40]
SSA65 esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se
SFE13 pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha
SAM6 donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou
SSA86 Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da
SMO57 Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te
SAM60 d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O
SAM23 mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro
SMO35 Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? /
SLA95 De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados
SAM98 Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte
SAM60 suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem
SAM8 SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O
SAM6 cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem
SMO81 Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay
SMO81 Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? /
SLA97 Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em
SLA94 o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que
SLA95 nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a
SSA63 [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO
SLA93 ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII
SAM43 [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia
SLA97 sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes
SFA51 A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete
SSA92 S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos
SHE79 descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a
SAM76 deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor
SAM46 E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà
SSA68 molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador
SAM71 Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro
SFE75 estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite
SMO84 tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode
SAM48 ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando
SAM23 parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei
SMO16 e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento
SAM52 de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez
SAM76 constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos
SMO61 acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura
SMO19 menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se
SLI26 Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca
SLA94 subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para
SLA94 Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo
SFU37 Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida
SLA72 Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta
SFU85 te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os
SLA94 desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa
SAM43 esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles
SAM98 armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para
SLA72 Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria

267
SHE54 a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos
SFU37 Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S
SAM43 graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura
SMO83 farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho
SFU64 como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida
SSA63 Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade
SSA63 em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da
SFA51 de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro
SAM98 co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar
SHE100 afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum
SAM7 se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora
SFU64 fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as
SMO61 constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de
SMO81 os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem
SLA94 XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz
SLA28 Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama
SAM27 no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que
SMO5 me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel
SSA92 ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII
SSA63 tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em
SAM48 por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII
SAM45 Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois
SMO83 o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO
SLA56 deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens
SLA28 Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço
SFE78 A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor
SAM52 ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o
SLA28 Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras
SHE79 A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente
SHE38 Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e
SHE79 a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura
SAM7 SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque
SMO35 o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem
SHE38 seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às
SMO32 nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo
SMO11 para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia
SMO49 O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a
SLA93 Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo
SFE75 que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A
SFE78 Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro
SMO61 O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel
SFE13 para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em
SLA28 peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da
SFU21 Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão
SLI29 o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por
SLA94 celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque
SFA87 Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura
SAM33 XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão
SAM71 perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei
SAM6 As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou
SMO89 Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em
SFU21 rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d'
SMO69 que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que
SAM71 chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se
SLA94 flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que
SFA87 pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura
SLI26 queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o
SMO89 vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à
SAM6 brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se
SAM76 D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que
SAM76 Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas
SAM2 estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de
SFU37 D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra
SFU21 ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois
SLI29 seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja
SAM76 da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas
SLA18 eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos
SLA24 eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a
SFU37 flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida
SHE54 vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto
SFE78 Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes
SLA24 toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais
SAM71 de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando
SLA36 a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que
SLA28 O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta
SFE13 mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14]
SFE39 abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino

268
SSA86 de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça
SAM41 Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem
SMO73 Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII
SMO44 hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual
SLA12 Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a
SLA77 SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não•
SSA86 o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce
SFU37 os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de
SLA94 dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado
SLA36 lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era
SAM7 nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas
SLA36 Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão
SLI29 a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da
SMO69 vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro
SLI26 junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e
SAM20 Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô
SAM20 rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra
SFA88 tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa
SMO69 que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus
SLA94 Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser
SAM9 pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se
SFU37 queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey
SMO81 Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos
SMO89 defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que
SMO11 Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo
SAM46 emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei
SMO89 sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços
SAM98 Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que
SMO59 esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor
SMO57 ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o
SMO57 desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe
SAM2 vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz
SFE80 a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo
SMO3 o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda
SMO82 consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento
SFA87 Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e
SMO44 olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias
SLA97 Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal
SMO19 que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para
SSA86 A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI
SLA95 Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que
SMO82 com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende
SHE54 a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem
SMO49 temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o
SMO61 firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado
SMO5 bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo
SLA12 Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser
SAM91 erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido
SMO11 SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se
SSA86 o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que
SAM33 Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto
SAM58 ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D'
SAM48 Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*
SLI26 azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com
SAM27 de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. /
SFE75 Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que
SSA63 humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio
SMO69 tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a
SMO69 não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos
SLA56 estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo
SHE79 por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual
SLA56 primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum
SLI26 mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora
SAM20 para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris
SAM31 desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da
SLI90 XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas
SMO84 Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de
SLA95 glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta
SMO5 o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? /
SAM4 vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E
SMO32 he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto
SLA28 e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra
SLA24 me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que
SSA92 teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta
SAM43 vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. /
SLA24 que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude
SMO81 Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as

269
SLA24 Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte
SFE30 eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro
SAM31 Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que
SFE13 não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira
SMO3 o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a
SLA77 fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo
SAM4 delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence
SMO19 de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor
SMO84 A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu
SLA95 levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas
SMO44 hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses
SMO67 me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal
SHE100 Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta
SHE42 o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs
SFE80 alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais
SHE54 em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por
SAM46 d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja
SFU21 que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase
SMO11 me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com
SAM58 com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor
SLI90 Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos
SAM9 Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que
SAM76 resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são
SMO81 respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? /
SMO15 eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà
SAM46 Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante
SLA24 (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu
SPR1 Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. /
SFE80 por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme
SMO5 ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei
SHE100 firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra
SHE54 de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a
SFE34 Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor
SHE38 obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde
SMO69 subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo
SFE30 tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de
SFE30 ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais
SAM46 Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial
SMO15 em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora
SFE70 fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy
SFU64 forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão
SLA74 dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America
SAM52 acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca
SSA68 que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico
SMO10 o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo
SFE30 poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre
SAM17 queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. /
SMO59 acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando
SAM20 a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a
SHE79 ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O
SFE39 Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum
SHE79 batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte
SMO16 hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz
SMO35 sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O
SMO19 detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu
SAM33 tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem
SLA24 pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta
SAM41 queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De
SMO5 eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera
SMO35 V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio
SFU85 Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro
SMO3 alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar
SLI22 teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu
SLA56 Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò
SAM52 os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte
SAM45 hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor
SMO15 mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e
SMO49 prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o
SMO89 fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o
SMO5 perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso
SSA65 cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que
SMO67 era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por
SAM43 Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a
SAM8 Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò
SMO16 do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos
SFE70 Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he
SSA68 mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o

270
SMO50 Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas
SLA72 Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se
SHE42 maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro
SFU85 Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome
SLA28 Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO
SLA72 Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII
SMO69 Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra
SAM8 te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve
SMO5 as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me
SFA53 mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre
SLA74 das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço
SSA63 a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro
SMO19 tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por
SMO3 sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado
SAM76 frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver
SMO11 julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous
SHE79 LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro
SFA88 versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da
SAM98 Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado
SMO35 T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher
SMO11 nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem
SLI26 que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà
SSA86 sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante
SLA28 E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte
SMO81 passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos
SMO61 ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? /
SMO59 he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou
SLA36 o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume
SAM43 Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando
SAM45 menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella
SMO50 horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he
SAM20 Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão
SAM4 á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me
SAM7 hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso
SLA24 antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo
SLA18 vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas
SMO67 tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes•
SAM45 hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não
SFU21 a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que
SLA74 Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana
SAM45 fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que
SAM27 Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo
SAM96 SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que
SLA74 belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas
SLA74 con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto
SAM66 remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme
SAM27 SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera
SAM9 Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não
SMO49 Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita
SAM9 o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que
SLA12 estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII
SLA12 SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que
SSA63 Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano
SAM8 lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome
SMO89 De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum
SMO67 Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em
SHE79 O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a
SMO57 a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem
SFE25 Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de
SFE25 para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o
SFE34 Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que
SLI62 fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que
SFU21 Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu
SMO61 perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu
SMO73 que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da
SLA72 se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura
SLA72 emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na
SSA86 he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa
SAM76 Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas
SAM76 Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas
SMO69 ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario
SMO11 XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo
SMO82 Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor
SLA77 A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas
SAM71 despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento
SMO82 que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral
SAM31 o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar

271
SPR1 fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem
SAM58 e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59]
SMO81 se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e
SLA77 Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro
SLA77 duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum
SMO59 e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta
SAM27 Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais
SAM17 he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu
SMO3 lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario
SAM8 poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9]
SAM41 me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar
SLI26 SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose
SFE13 Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho
SAM6 as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil
SLA36 cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento
SSA86 te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super
SAM71 hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento
SMO59 Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que
SAM55 Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais
SFU37 Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada
SAM55 senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura
SAM52 Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não
SFU64 Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das
SAM4 caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não
SAM55 Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa
SMO69 co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda
SMO82 Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser
SMO5 Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me
SMO5 se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do
SAM98 vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso
SFU37 ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo
SLA74 semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço ( Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda
SLA74 A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio
SHE79 ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir
SLA28 vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas
SMO67 e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes
SFU21 arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado
SMO69 Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo
SAM14 a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado
SHE100 As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do
SLA24 hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV
SLA24 he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO
SLA94 / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de
SAM96 se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro
SLA94 estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o
SFE78 e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO
SAM23 que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese
SAM33 possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de
SAM45 que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que
SAM45 sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a
SHE100 contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SHE79 iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde
SLI22 que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que
SAM58 Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e
SAM58 Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte
SHE79 de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir
SMO44 se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe
SAM48 Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento
SFA87 desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus
SMO61 com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura
SMO50 [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral
SSA86 Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum
SLI22 o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna
SFE34 que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes
SAM76 celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente
SLI22 SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum
SFE70 prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde
SSA68 do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu
SFU37 XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte
SMO89 bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da
SAM98 outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo
SLA24 vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que
SFU64 estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se
SMO32 a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi
SMO32 a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão
SFE34 de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû
SFE34 Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà

272
SFE30 o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que
SFU64 Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque
SFA88 Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma
SFE40 Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente
SFA88 lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o
SFE30 senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da
SFE25 bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são
SAM33 cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra
SMO83 que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O
SLA36 por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua
SFE25 a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús
SFE40 sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que
SLA18 em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa
SFE39 vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não
SFE25 o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais
SMO50 em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de
SSA63 honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. /
SAM52 ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o
SHE54 tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella
SHE54 a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como
SLA77 mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes
SFE78 Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque
SFE30 mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis
SHE79 a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy
SLA77 ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando
SMO82 dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso
SSA63 a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do
SAM20 pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e
SFE80 Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado
SLA28 estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por
SAM7 senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus
SMO73 esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra
SAM60 Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a
SAM52 para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura
SMO35 Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas
SAM41 este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do
SAM52 ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum
SFE78 faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a
SAM98 Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera
SLI62 nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das
SHE38 Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o
SAM43 se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso
SMO16 procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura
SAM43 a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E
SLI22 no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por
SMO16 ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me
SMO3 desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo
SAM31 pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta
SLI29 me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em
SAM47 o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48]
SAM27 XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e
SMO32 arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o
SAM7 mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII
SAM2 gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos
SLA95 XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna
SLA24 amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do
SFE30 cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar
SMO59 Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata
SAM27 Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de
SAM17 me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas
SLA36 XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir
SAM23 O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò
SFE39 Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor
SMO82 ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem
SAM33 o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada
SAM60 triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs
SAM45 a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual
SFE13 para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros
SLA36 O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia
SHE42 em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo
SLA94 ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos
SFU37 requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes
SLA94 Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que
SAM96 de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado
SMO50 de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas
SMO59 Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos
SAM48 Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas

273
SAM17 Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que
SFU64 Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte
SAM58 coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta
SLA12 Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro
SFE30 Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o
SLA93 as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a
SMO84 pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de
SFA53 a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia
SFE34 / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO
SMO32 [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me
SFE70 do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho
SFE13 Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois
SAM55 porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão
SFE39 desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar
SLI62 tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da
SAM71 ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? /
SAM71 Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta
SMO69 de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que
SAM9 a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve
SAM33 d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he
SAM60 Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo
SMO61 Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e
SLA18 quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos
SAM58 provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E
SPR1 gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança
SMO10 Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem
SAM46 humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o
SMO10 / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado
SLA74 de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e
SAM46 Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante
SAM43 por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas
SLA56 me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o
SHE79 Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX
SSA65 mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre
SHE42 Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se
SFU21 hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida
SFE34 Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos
SSA65 Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo
SAM46 por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios
SMO32 essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa
SFE13 Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos
SAM60 ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato
SAM47 da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do
SLA77 nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse
SMO61 Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a
SAM33 de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da
SFU21 hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte
SAM66 LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada
SFE13 ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora
SFE34 festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo
SMO32 quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO
SFE70 Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo
SFU37 exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada
SFU64 gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que
SFE34 vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de
SFU37 depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não
SAM52 Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que
SAM76 derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de
SAM96 quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que
SAM58 culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o
SMO32 gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d'
SHE100 se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a
SAM47 bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura
SMO67 Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o
SAM91 SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar
SAM33 gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não
SLI62 Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do
SMO61 Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão
SMO89 sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no
SAM91 Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero
SAM31 Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo
SAM31 da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão
SFE70 Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona
SFE25 sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não
SLI26 o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora
SLI90 Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte
SAM98 pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em

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SSA86 o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus
SSA63 a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro
SLA36 só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia
SHE79 Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir
SFA53 a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia
SFE34 maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto
SMO32 / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui
SFE70 do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà
SFE13 Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois
SFA88 Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar
SAM41 cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais
SLA24 Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais
SLI22 Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma
SFE30 dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com
SLA28 serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste
SMO69 Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO
SPR1 vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de
SLA93 o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do
SLA28 A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella
SLA18 He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes
SLA77 Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com
SLA28 cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO
SAM31 da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado
SAM14 Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era
SAM7 Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada
SAM20 paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella
SHE100 tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SFE75 para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava
SPR1 DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese
SAM60 Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A
SSA86 cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO
SAM66 Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o
SMO73 do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he
SAM2 Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade
SFA53 seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor
SSA63 Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade
SHE79 o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada
SFE30 Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia
SSA63 Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E
SAM6 Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se
SLA93 ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque
SLA97 [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal
SAM7 Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende
SAM46 abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos
SFE75 hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar
SMO73 e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora
SAM98 mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou
SFU37 por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada
SMO32 do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes
SMO81 Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião
SFU64 SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della
SFU21 Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais
SMO81 hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte
SAM31 pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem
SLI29 Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o
SFA88 mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje
SHE54 tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E
SFE39 das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça
SLA95 Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria
SAM47 O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por
SFE75 solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não
SPR1 o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o
SLA18 mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero
SMO16 fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e
SAM91 e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João
SFE30 de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da
SFE40 boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais
SLA93 hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu
SLA36 em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só
SAM47 frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar
SLI90 pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No
SAM8 quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•
SAM14 Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros
SLI26 Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca
SLA36 que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os
SAM43 Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura
SMO89 Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra

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SMO73 de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono
SFE30 os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor
SSA65 SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais
SFA51 a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não
SMO73 Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o
SAM48 Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos
SAM20 SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento
SMO50 SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que
SMO35 hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama
SHE42 d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede
SFA51 escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se
SFA51 que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay
SMO49 XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por
SMO57 ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode
SAM48 breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura
SAM2 II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe
SLI29 fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o
SMO67 Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece
SFU64 do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na
SFU64 a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte
SAM33 tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar
SFE39 ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que
SLA94 que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais
SFE75 bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda
SAM76 mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em
SAM96 não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de
SMO84 Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o
SMO83 hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais
SMO35 velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V
SAM2 males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por
SFE30 sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto
SFE80 tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo
SAM17 culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos
SAM9 e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto
SMO44 Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ
SAM91 medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha
SLA56 Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada
SAM43 academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII
SAM96 [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não
SFE30 alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia
SFE70 lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio
SLA72 Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as
SMO15 mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò
SMO16 Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania
SMO35 molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V
SMO49 se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe
SAM8 vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não
SMO16 em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do
SMO3 A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha
SPR1 por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo
SLI62 crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a
SMO44 os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão
SMO10 bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje
SMO57 em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada
SFA51 de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o
SMO57 danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e
SMO32 norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes
SFE39 por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano
SAM23 vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. /
SFA53 que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito
SAM52 Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A
SLA24 sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25]
SAM98 Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa
SLI90 o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI
SFU64 as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que
SAM58 quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella
SLA28 e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo
SAM47 essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a
SLA93 Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado
SFE39 vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia
SAM2 sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males
SFU64 Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas
SLA95 a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de
SFA87 elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a
SLA74 Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos
SSA63 Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza
SHE42 dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes

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SLI62 Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o
SAM41 Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma
SAM47 se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro
SSA92 bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por
SFE13 (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom
SFU64 os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65]
SLI62 sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não
SSA68 Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro
SHE38 terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa
SAM60 que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que
SMO44 encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas
SHE42 lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o
SLI62 cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa
SMO67 Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas
SLA74 a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa
SLI22 o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto
SLA36 geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum
SLA12 Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão
SLI29 A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando
SAM4 seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às
SMO16 e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais
SAM41 em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão
SMO32 Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai
SLA36 / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento
SLI90 o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as
SFA51 entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A
SHE38 por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede
SFE75 na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e
SLA74 que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes
SFU37 D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que
SMO3 O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum
SFE39 Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima
SFE25 P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque
SAM96 Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada
SFE34 vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E
SLA99 do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo
SFE70 que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas
SAM98 severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte
SSA92 Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII
SAM48 por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII
SHE38 Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e
SFE13 não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. /
SFE39 que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O
SMO73 sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII
SMO11 julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a
SMO59 he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que
SAM71 de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento
SAM33 cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra
SAM60 Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida
SAM52 Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa
SFE13 ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora
SFA53 ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão
SMO3 III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado
SLA28 Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes
SLA28 SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que
SMO3 do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem
SFE80 Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com
SSA92 O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus
SMO49 do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os
SLI90 Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto
SFA53 os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão
SAM71 Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E
SFA53 Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho
SPR1 A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança
SHE42 es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque
SLA28 das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas
SLI90 que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte
SAM58 o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz
SMO11 Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples
SAM46 que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se
SAM2 Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que
SMO57 com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de
SLA12 / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio
SLI29 o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a
SFA51 lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que
SAM4 ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou
SAM6 que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes

277
SFE25 De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois
SSA86 Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas
SLA72 Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla
SFE34 que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas
SMO81 Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais
SLA18 XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa
SFU37 que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello
SMO84 com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento
SFE70 Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem
SHE54 foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com
SLA18 por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa
SAM43 academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO
SAM96 / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não
SAM33 atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada
SFE70 / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX
SFE30 Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo
SMO16 humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me
SFE39 das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO
SFU37 costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO
SAM71 as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua
SAM52 humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes
SFU85 do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra
SFU21 que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a
SLA24 sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio
SFA53 sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro
SLA77 Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade
SAM33 e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir
SLA94 Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si
SFE80 de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he
SMO82 que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem
SAM2 ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura
SLA99 Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e
SMO57 cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns
SAM58 a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte
SAM43 da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre
SLA95 de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos
SMO83 dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo
SLA12 vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses
SFE25 a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares
SLA18 lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai
SSA63 soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à
SHE79 Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração
SMO35 T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu
SMO3 A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado
SLA12 Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de
SAM60 fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades
SAM41 primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo
SAM60 SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida
SAM27 he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha
SLA56 canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão
SFA53 illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por
SAM41 das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro
SLI29 A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu
SAM14 meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por
SAM52 Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus
SMO73 Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz
SMO73 Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra
SAM71 Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se
SMO16 E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes
SAM66 rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI
SMO50 profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome
SLA74 verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra
SMO5 a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois
SLI29 bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste
SFE25 o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta
SAM43 Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando
SFE30 Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa
SMO59 Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida
SFE78 Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia
SMO10 Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos
SFE25 Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo
SAM6 Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso
SAM14 da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por
SAM33 Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da
SLA36 e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula
SAM27 sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto
SFE34 para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no

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SHE42 em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do
SFE75 quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76]
SFA51 queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos
SLA93 A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a
SLA95 [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo
SLA97 da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas
SAM17 siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu
SLI90 atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da
SLA77 idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o
SMO19 e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que
SFE70 mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido
SMO69 Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo
SFE30 bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o
SLI22 e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e
SFE80 (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o
SMO16 A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso
SAM27 despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era
SMO15 que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou
SMO61 inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e
SMO16 padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia
SAM14 dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino
SMO32 o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E
SMO32 cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não
SMO69 a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do
SMO11 vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia
SAM20 pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se
SLA94 SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida
SLA12 Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de
SAM71 mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia
SLA18 me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem
SFE25 E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima
SHE100 quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o
SMO3 porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda
SMO3 a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4]
SLA74 SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais
SFE80 Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante
SAM33 dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas
SLI29 inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte
SMO19 cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar
SAM96 que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A
SPR1 quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que
SMO15 quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que
SMO61 que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me
SSA86 Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos
SLA74 de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos
SLA28 de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais
SLA18 de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a
SLA95 de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando
SHE38 / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor
SLA36 dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se
SAM43 vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura
SLA94 que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a
SAM46 abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se
SLA93 SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos
SFA88 anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os
SAM14 e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A
SMO61 Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me
SAM41 Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso
SFU85 jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem
SFE39 amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà
SLA28 Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas
SMO44 leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores
SHE42 em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa
SAM8 Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem
SMO57 hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs
SMO57 A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada
SSA68 Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este
SAM52 Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou
SAM27 mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro
SAM71 horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà
SAM23 Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia
SHE42 lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha
SMO59 Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu
SLI22 e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que
SFU21 de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado
SAM6 trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora
SMO89 Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle

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SFA53 A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar
SHE38 Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos
SAM48 grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos
SMO81 eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A
SAM66 [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he
SMO82 Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De
SAM76 no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As
SFE40 Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça
SAM2 Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A
SMO32 na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte
SAM14 foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente
SMO10 Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos
SMO15 que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo
SAM76 por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as
SAM20 Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei
SFA88 tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste
SHE54 vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre
SHE54 (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja
SMO89 apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes
SSA86 ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o
SFE25 Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de
SSA86 da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de
SSA65 Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor
SFE80 aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu
SFU37 melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação
SHE100 Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e
SAM45 Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu
SHE42 Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas
SFA88 senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o
SFE70 mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71]
SMO89 abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar
SLA56 deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e
SFE13 tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois
SMO15 isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova
SFE70 e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos
SAM4 levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de
SAM41 se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao
SAM52 Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde
SLA95 Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente
SMO44 ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes
SAM55 secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a
SFE25 XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e•
SMO82 à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que
SMO61 e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62]
SMO35 dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he
SAM46 a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes
SMO35 Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS
SMO57 Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores
SAM43 emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza
SAM8 alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte
SFU37 esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là
SLI90 canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça
SLA56 e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não
SAM58 mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he
SLA99 Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses
SAM58 ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em
SLA97 Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera
SMO81 cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra
SFE40 sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro
SFA88 (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de
SFA88 De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a
SFA88 cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos
SSA63 que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante
SSA63 he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez
SAM4 vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em
SFA88 he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos
SAM4 não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V
SFA88 Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar
SFA88 pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal
SFA88 Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos
SMO89 ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar
SAM23 Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor
SAM41 em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me
SAM47 arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o
SMO3 Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque
SMO15 Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em

280
SAM4 Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias
SHE100 Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da
SLA94 celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal
SMO32 na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as
SAM17 Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais
SAM43 Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza
SFE75 Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que
SLA56 rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me
SFE25 nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a
SLA74 de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana
SFU21 Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia
SLA93 ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos
SMO89 robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo
SAM9 tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na
SMO10 me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO
SAM60 te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos
SMO49 ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas
SLA56 sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos
SAM60 os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•
SLA24 mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que
SAM17 desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso
SMO19 [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram
SMO59 ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa
SPR1 sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2]
SAM17 foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma
SFU64 A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte
SAM20 de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe
SAM66 Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se
SAM7 duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos
SAM4 levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos
SMO89 de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar
SAM20 Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que
SAM17 Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar
SAM27 na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a
SFU64 que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu
SAM43 Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei
SMO32 viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem
SAM31 Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão
SFE13 SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não
SFE13 Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco
SHE100 Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza
SAM6 a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que
SMO15 fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor
SMO35 SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem
SFE40 Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem
SFE39 alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno
SMO11 teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema
SFU37 a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella
SAM76 Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes
SLA94 de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà
SMO82 sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento
SMO5 do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em
SAM98 Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas
SMO44 hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha
SLA28 mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para
SAM76 constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles
SAM76 Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes
SMO61 foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o
SFA51 e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a
SMO73 de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que
SMO49 SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo
SAM60 cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da
SAM60 grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te
SHE79 Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste
SMO83 temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que
SMO3 Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A
SAM7 idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse
SSA63 eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he
SMO59 ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e
SMO35 minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V
SAM47 esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da
SLA95 Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o
SMO32 folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò
SFE34 mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura
SHE38 às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais
SMO32 vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na
SMO44 que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias

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SMO83 Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o
SAM43 pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles
SFE39 [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo
SMO61 este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI
SFE39 XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por
SAM2 agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor
SMO57 dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça
SMO44 melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis
SMO44 dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo
SPR1 comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II
SMO10 antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos
SAM14 razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè
SAM14 que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là
SAM55 seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e
SHE54 o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê
SAM23 mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24]
SLI22 A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do
SLA95 que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà
SAM91 penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò
SMO61 olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a
SMO16 Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano
SFA87 vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas
SAM23 vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim
SAM27 Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda
SLI29 chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste
SFE80 de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o
SLI26 agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio
SMO61 cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar
SAM71 Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste
SMO89 De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde
SAM52 contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais
SAM27 Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o
SAM71 tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o
SAM66 incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o
SAM9 do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição
SAM14 vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter
SAM17 deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por
SLA93 escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que
SAM48 fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor
SFE40 fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno
SMO61 freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado
SAM17 proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino
SAM96 a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir
SSA86 Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão
SFA51 (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò
SFE25 sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he
SFA88 aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que
SLA94 Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà
SLA95 que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento
SHE79 força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là
SFE75 dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo
SAM55 Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão
SLA94 parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro
SHE79 Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio
SMO57 Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse
SLI29 SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde
SMO15 Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me
SLA97 onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo
SMO73 diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que
SMO73 Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do
SFE78 Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os
SMO83 Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai
SMO19 conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas
SFU37 Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co
SHE38 Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz
SAM20 outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo
SAM8 a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a
SFA51 que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei
SAM17 faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle
SLA28 Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que
SHE100 insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem
SLA28 Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de
SLA28 XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que
SFE40 entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para
SMO89 que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho
SMO3 dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. /
SMO3 contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de

282
SMO3 SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior
SSA68 tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e
SAM58 fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he
SMO16 a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que
SAM55 SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se
SLI29 que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os
SSA68 porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os
SMO81 Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz
SAM31 Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo
SAM41 que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume
SMO3 do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque
SMO19 tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como
SAM17 ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço
SLA28 que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo
SAM58 LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão
SFU64 perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte
SFU64 della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte
SFE70 alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana
SAM98 o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso
SHE42 termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as
SLA94 depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das
SFE80 que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com
SSA92 Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo
SSA65 lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos
SSA63 O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade
SLA94 e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega
SAM46 quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre
SMO59 donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida
SSA86 da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças
SSA92 Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se
SFE13 De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a
SSA92 O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos
SSA86 Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà
SLA94 a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa
SFE25 de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da
SMO67 que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs
SSA92 o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns
SLA24 Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P
SAM48 por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa
SFA87 Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus
SAM8 Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto
SLI62 da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum
SMO49 ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no
SFE70 eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI
SMO11 [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos
SAM71 LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de
SMO89 chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. /
SLA94 Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida
SAM33 pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente
SLI26 vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ
SFE80 De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de
SMO5 SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por
SMO5 outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo
SLI22 de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que
SLA93 gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos
SLI22 mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem
SMO81 da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não
SSA92 homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o
SFE78 e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça
SAM47 Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a
SHE42 lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o
SMO73 sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO
SAM43 o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que
SFE75 lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta
SFA88 Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que
SLA94 Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e
SMO50 Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor
SFE39 Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo
SAM6 laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o
SSA92 de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que
SLA72 arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já
SMO35 que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem
SAM96 ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito
SAM96 conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu
SFE80 SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos
SAM58 pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora
SAM46 d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como

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SAM6 as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não
SAM71 de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro
SAM14 Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era
SMO44 que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso
SAM66 Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que
SAM2 repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje
SAM6 se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida
SMO50 melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi
SLI26 tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode
SAM17 contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma
SFA53 sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te
SHE38 Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede
SAM33 convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he
SHE38 Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real
SMO11 eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de
SFE80 adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi
SLA56 Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára
SFE13 da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em
SFE75 ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena
SLA24 que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV
SSA86 LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o
SSA86 LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo
SAM17 obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me
SSA68 em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das
SLA36 a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula
SLA28 de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio
SLA36 perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a
SMO44 para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus
SFA53 Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e
SFA53 grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de
SFE30 que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata
SFA51 fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà
SSA68 / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto
SAM46 severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso
SMO19 Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? /
SMO11 Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir
SFE75 movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão
SMO11 e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio
SMO81 Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus
SFA88 mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos
SAM4 quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no
SMO69 se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que
SAM14 là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada
SFE39 de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis
SFE80 o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto
SAM58 modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla
SAM7 o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà
SFE25 Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são
SAM14 para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV
SMO49 Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50]
SMO32 Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que
SFA53 meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que
SAM55 mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E
SLA97 Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos
SLA97 prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum
SAM6 SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de
SMO49 do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os
SAM14 e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada
SMO57 de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os
SLI22 como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida
SLI22 a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs
SAM98 que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas
SMO19 Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos
SFA51 tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes
SFE39 Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal
SFU37 Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada
SFE39 posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia
SSA68 SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a
SSA86 / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO
SFE40 Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41]
SMO73 Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra
SSA65 De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês
SMO69 que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se
SMO73 Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que
SAM91 A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo
SMO73 a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento
SFE70 vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as

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SAM45 dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me
SAM17 dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe
SAM58 que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral
SLA74 E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como
SFA88 Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo
SLA56 ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não
SFE25 não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo
SMO69 LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito
SMO73 me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade
SAM98 de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que
SHE100 Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SPR1 horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se
SAM91 à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime
SAM20 no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra
SMO84 terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna
SMO50 junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto
SLA93 Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que
SMO67 vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto
SAM41 foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio
SMO5 as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos
SFE39 que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que
SMO61 o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se
SHE42 competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao
SAM91 Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na
SFA51 Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem
SAM43 Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos
SMO89 Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava
SSA65 O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos
SFA87 das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no
SAM31 hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do
SLA72 Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta
SAM43 A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra
SSA63 amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado
SFE13 Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em
SLA94 / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de
SAM58 Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a
SFE80 manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o
SAM31 castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com
SMO5 dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por
SMO5 mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo
SAM47 Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava
SLA94 Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara
SLA99 [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX
SHE42 prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De
SPR1 MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer
SAM66 poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés
SAM31 receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se
SAM8 Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento
SLA99 lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro
SHE100 De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo
SSA63 Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a
SAM46 ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por
SMO73 Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor
SLA36 Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI
SMO61 o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco
SLI22 vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo
SFU64 se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza
SMO10 là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como
SLI22 quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia
SLI22 enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o
SHE38 Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez
SAM96 barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor
SMO32 mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge
SSA68 Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do
SFU85 Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando
SSA68 Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu
SSA92 Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty
SHE42 escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento
SMO73 a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade
SFE70 que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha
SSA68 Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as
SPR1 sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho
SMO73 este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor
SLA12 Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem
SLA12 Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que
SFE80 Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem
SLA24 perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro

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SLA77 ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas
SSA68 se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros
SSA68 Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do
SMO3 E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver
SAM31 Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o
SMO3 a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que
SLI62 consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim
SAM27 e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis
SMO67 Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi
SAM23 dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei
SMO84 se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum
SMO49 quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso
SAM31 auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado
SAM31 do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. /
SPR1 SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva
SFU64 à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do
SFE13 vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas
SAM9 na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois
SAM7 Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada
SHE42 Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se
SAM2 Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que
SLA99 Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre
SMO15 poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo
SMO16 desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes
SMO16 Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se
SAM9 não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal
SSA68 bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino
SHE38 sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto
SAM8 tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do
SMO11 A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de
SMO73 do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que
SAM96 Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais
SMO32 E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia
SLI90 A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão
SFE34 de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum
SLA93 Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o
SAM96 foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar
SMO83 assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho
SAM91 Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe
SSA68 os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da
SAM71 eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e
SLA99 argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto
SFU64 Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço
SLA24 cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com
SSA68 verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce
SSA86 ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte
SLA74 se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual
SLA36 sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte
SMO69 Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para
SAM47 d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do
SLI62 Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão
SLA77 Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem
SLI90 filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces
SSA68 Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o
SAM47 namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o
SLI22 do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que
SMO61 Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça
SAM46 Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo
SLA36 da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas
SFA53 os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão
SFA87 por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos
SAM2 algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de
SFE40 Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça
SMO32 Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na
SFE13 Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para
SFE13 plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render
SFE34 soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como•
SFE78 satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous
SFE70 Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He
SHE54 / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei
SSA65 Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado
SFE75 Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe
SFE70 bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço
SLA74 deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou
SAM52 pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria
SMO59 morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa

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SFU37 Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por
SMO89 despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho
SAM91 Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que
SAM6 Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria
SHE79 como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo
SMO59 viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa
SFE70 De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver
SLA94 si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta
SAM76 que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em
SMO50 as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante
SMO59 natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom
SAM96 que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em
SAM47 agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador
SMO69 que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos
SMO16 me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana
SMO82 pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que
SAM41 da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que
SAM41 nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu
SAM41 a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais
SLA24 Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais
SMO15 tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar
SLI22 Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma
SAM9 breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He
SFU21 em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens
SFA51 SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de
SFA51 da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto
SMO44 força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes
SAM2 para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males
SAM47 e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro
SFE75 sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu
SSA92 em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz
SAM46 a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as
SFE13 d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa
SSA63 dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello
SSA63 Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta
SAM17 SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga
SAM45 qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo
SHE100 a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem
SMO57 não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos
SAM48 soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes
SFU37 mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De
SHE100 a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno
SAM7 crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios
SMO10 quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que
SSA86 Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça
SAM7 Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor
SAM14 Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada
SLA77 O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito
SAM23 A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o
SFA51 gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que
SLA97 Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos
SLA97 dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII
SSA63 do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança
SFE34 se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà
SLA93 Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos
SMO69 os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou
SLA99 XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose
SSA68 do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto
SAM48 teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de
SFU85 amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e
SLA77 LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em
SMO61 desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge
SLA36 Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal
SSA63 dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à
SSA63 prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza
SAM17 SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos
SAM45 sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo
SFE78 Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos
SMO11 Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas
SLA99 Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos
SMO11 de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas
SLA95 livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio
SLA99 [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio
SLA36 O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do
SLA28 mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado
SLA77 farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e
SMO10 apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre

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SFU64 se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO
SFU64 gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da
SLA77 Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que
SLI29 o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea
SAM20 flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos
SMO83 me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle
SHE79 reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta
SMO16 Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos
SAM33 em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser
SMO82 vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito
SAM52 e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de
SMO32 de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos
SMO82 tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83]
SAM98 tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me
SAM55 que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a
SMO69 entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que
SAM71 Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum
SFU64 primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro
SAM55 fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah
SAM91 humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a
SAM7 em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della
SAM7 a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi
SAM41 se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay
SAM27 vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera
SAM7 a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella
SLA12 a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não
SAM45 Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual
SSA65 se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para
SSA65 da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle
SLA77 affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se
SHE79 sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque
SAM45 De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida
SFU85 ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo
SMO73 que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra
SMO16 Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura
SMO82 pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que
SMO67 que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço
SAM47 SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando•
SFU21 que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo
SMO61 o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela
SLA94 de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre•
SAM66 tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento
SLA72 que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte
SFU85 Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em
SAM7 luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem
SFU85 aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua
SMO16 mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a
SAM33 se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não
SLA99 letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que
SAM66 quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão
SLA93 Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•
SFA51 nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas
SAM66 E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a
SMO57 Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo
SMO73 ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade
SAM91 Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia
SFU37 alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores
SHE100 Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra
SAM58 de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria
SLA18 em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em
SAM71 hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum
SAM60 O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este
SAM48 por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido
SFE25 Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que
SMO67 quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a
SFU21 as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que
SFE78 a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo
SFE25 Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem
SAM23 He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte
SLA24 enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou
SLA24 erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo ( e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os
SAM8 poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9]
SFA87 minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus
SMO32 arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o
SFE13 para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros
SLA77 Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com
SSA63 Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E

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SAM31 E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem
SAM91 e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S
SAM20 SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento
SAM47 essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa
SSA68 Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro
SFA53 Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho
SAM14 a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por
SMO15 fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor
SFE39 hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum
SMO32 folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas
SMO61 olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a
SLI29 muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde
SSA63 O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade
SAM33 pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir
SFE80 manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se
SAM31 Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. /
SAM2 Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que
SMO16 desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là
SSA68 Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que
SAM41 da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que
SFU21 em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens
SMO11 co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno
SAM20 foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem
SAM45 veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer
SAM14 Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em
SMO10 por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os
SMO15 que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado
SAM14 velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos
SMO81 Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem
SMO57 pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver
SFA53 LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que
SLI26 dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada
SAM20 que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre
SAM33 viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora
SLA56 digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por
SLA77 admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A
SAM48 soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes
SMO83 caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem
SFA87 cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se
SMO89 que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas•
SLA28 nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade
SFA87 o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que
SAM55 sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora
SSA68 Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que
SSA65 os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois
SMO59 donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por
SAM71 menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As
SHE100 magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a
SLI22 encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo
SLA74 fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em
SHE79 em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto
SHE79 o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza
SLA24 que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se
SFE40 Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da
SAM52 despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou
SLA94 a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo
SHE38 o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes
SFE70 ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos
SHE100 Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo
SMO16 de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de
SAM17 ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de
SMO15 deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja
SSA68 como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro
SAM58 eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto
SAM55 SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão
SFU85 cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a
SAM27 o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que
SMO50 saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à
SAM60 as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te
SAM27 E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que
SFA51 Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val
SLA72 quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em
SSA63 da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O
SLA93 exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente
SAM76 as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As
SMO50 te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO
SAM27 Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu

289
SHE54 Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes
SLA28 certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade
SHE54 em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto
SHE100 quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera
SFE39 mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o
SAM48 tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr
SMO5 em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu
SFE75 SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a
SHE54 A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre
SMO35 elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro
SAM41 de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O
SAM27 apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes
SMO81 co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão
SMO69 bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe
SLA94 de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde
SAM58 hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se
SLA77 vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe
SLA28 Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida
SAM48 Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem
SFE75 d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO
SMO59 ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora
SSA63 do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que
SSA63 gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos
SFA51 muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria
SHE54 e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta
SMO11 tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos
SFA53 que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que
SAM23 que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ
SLI29 o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura
SLA94 cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada
SLI62 queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas
SMO67 provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou
SMO81 sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo
SMO89 Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava
SHE38 he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò
SHE42 ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das
SHE100 Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga
SLA77 Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo
SMO19 os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não
SHE54 Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto
SMO3 Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe
SLI22 Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que
SAM9 pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista
SMO19 Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo
SMO11 por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro
SAM14 fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi
SMO61 do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me
SMO35 T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de
SMO57 Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò
SAM60 Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida
SLI22 Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu
SMO57 batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição
SFA51 he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino
SLA99 declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se
SAM55 e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não
SLA95 a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados
SMO49 o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino
SHE79 Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a
SHE79 Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente
SFE75 chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra
SAM33 hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão
SAM47 a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o
SAM27 com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas
SAM45 Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a
SFE75 eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada
SLA56 ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho
SMO35 T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher
SMO69 progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy
SMO16 e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o
SMO11 disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo
SLA74 importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem
SLA97 temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias
SMO32 he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto
SAM27 Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais
SFE30 mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis
SAM33 preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir
SHE38 às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais

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SAM66 meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel
SAM43 de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal
SAM71 apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti
SFE25 se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de
SMO67 estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido
SAM9 hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè
SFE13 Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias
SLI26 socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão
SAM31 Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a
SFA88 passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89]
SAM4 torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor
SAM6 limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora
SAM58 a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com
SMO5 en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa
SMO10 alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me
SMO3 hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio
SAM55 he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a
SAM46 amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor
SLI90 seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes
SAM31 se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da
SFA88 desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda
SHE54 espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono
SSA63 Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê
SFE34 atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle
SLA28 Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e
SFE30 algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya
SMO5 Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande
SAM46 diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial
SMO15 este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me
SPR1 empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem
SAM2 Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para
SMO32 demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria
SAM43 hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer
SAM91 o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido
SFU85 Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos
SLA97 XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança
SAM52 Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo
SFA87 ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar
SAM55 Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra
SMO89 guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar
SMO11 co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos
SMO83 [Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente
SSA63 Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e
SHE38 Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima
SHE100 / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos
SAM2 verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral
SFA53 avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero
SLA72 / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes
SSA68 a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69]
SLA72 ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende
SFE30 dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com
SMO5 vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes
SMO5 assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar
SFA87 aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores
SFE39 lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo
SSA65 para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. /
SSA86 que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou
SAM20 em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte
SLI22 quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem
SFU64 della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então
SAM45 não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. /
SMO81 a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e
SAM20 Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi
SAM33 tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda•
SFA53 te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas
SFE78 se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro
SAM20 foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem
SMO5 mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E
SMO5 bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O
SFE34 d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo
SAM4 levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo
SFU64 duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio
SSA65 he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do
SLA12 Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de
SLA12 inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser
SMO5 vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que
SFA53 fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde

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SAM43 Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com
SAM43 paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44]
SLA28 Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello
SLA95 Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal
SLA77 tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII
SLA72 nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de
SLA36 quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a
SLA18 da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore
SHE79 Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX
SHE100 o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO
SLA36 que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que
SHE42 Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te
SLA97 o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO
SLI26 o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o
SAM41 das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril
SAM6 As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou
SFE80 o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo
SAM76 no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas
SAM4 á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não
SMO16 Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania
SAM58 mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he
SMO32 do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem
SSA92 porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns
SAM43 o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que
SHE79 sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste
SMO50 sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova
SMO16 o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a
SAM96 perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão
SFE75 estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que
SFE70 Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como
SAM14 espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão
SLA18 Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar
SAM8 Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor
SAM43 o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza
SFU37 XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a
SAM41 ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor
SAM98 cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as
SFE34 quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para
SMO89 da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo
SMO84 gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se
SHE54 o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco
SAM91 Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida
SLA74 Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May
SSA63 Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando
SMO84 teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em
SSA63 as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII
SFU37 jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja
SLA77 olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs
SAM66 socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E
SMO15 em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como
SAM45 veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer
SMO15 em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão
SMO15 Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me
SAM20 Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He
SMO15 que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi
SMO15 em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano
SMO35 SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T
SMO83 avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte
SFU37 divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse
SMO67 a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo
SMO67 varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são
SAM17 a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer
SMO84 Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu
SMO89 chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC
SFE13 rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que
SSA63 da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè
SFE13 Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as
SFU21 bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e
SMO5 (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu
SMO15 deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto
SLI90 a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora
SMO5 o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo
SLA93 do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje
SFE34 Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo
SFA51 mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino
SSA92 ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste
SAM41 Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò

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SMO49 se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e
SFA53 SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me
SFE70 que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis
SMO50 Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as
SSA68 do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino
SSA92 a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes
SLA72 he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta
SMO11 de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro
SAM7 Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida
SFE40 amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal
SAM66 que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas
SFE39 da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40]
SMO84 Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento
SLA77 Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que
SFU85 Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera
SHE42 SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras
SMO57 monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence
SLA18 entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos
SMO11 em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro
SSA92 Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito
SFA87 A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir
SLA94 o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado
SMO3 Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do
SAM96 ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola
SMO44 Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se
SAM31 Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu
SMO89 vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra
SLA36 Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O
SMO15 em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta
SLA74 vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia
SMO49 Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o
SAM66 vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez
SLA18 delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho
SLA18 Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas
SAM33 de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora
SAM20 Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura
SAM14 Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em
SHE54 Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro
SFE80 diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que
SFE34 figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de
SAM45 sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora
SAM46 o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy
SLA56 seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa
SFE13 eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas
SLA94 Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV
SLA99 Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira
SFU85 acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo
SMO73 Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO
SAM2 modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje
SAM47 namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o
SFE30 Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa
SMO83 errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor
SMO84 Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em
SMO82 Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si
SAM96 engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco
SAM4 defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em
SFU37 sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco
SLA12 o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo
SHE100 adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser
SLA77 Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz
SLA72 custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum
SLA18 Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador•
SAM7 Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a
SSA65 longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os
SAM45 quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou
SSA86 Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a
SLA18 [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•
SAM8 intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte
SFA51 Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de
SAM60 Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te
SAM91 mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca
SMO3 de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em
SMO3 e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a
SAM43 em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar
SAM46 sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da
SAM48 Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais
SAM33 Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras

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SLA99 SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que
SHE38 real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do
SMO16 hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que
SPR1 do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo
SMO69 Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve
SAM43 XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como
SFE39 forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo
SMO81 e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse
SLA72 se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante
SAM66 tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania
SLA99 eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão
SMO15 Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em
SHE100 em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa
SLA99 qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? /
SMO5 em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me
SLI22 Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs
SMO44 A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força
SHE42 prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De
SMO73 e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes
SAM31 nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando
SAM7 Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas
SFE75 estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão
SAM14 Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se
SFE80 là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que
SLA24 hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou
SLA24 mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor
SLA24 senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade
SAM23 SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte
SLA74 Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos
SAM27 mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me
SMO11 Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que
SMO49 perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum
SAM20 ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento
SMO16 se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17]
SMO19 tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque
SMO44 XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta
SMO49 o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino
SMO57 Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no
SLI62 mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô
SMO69 com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais
SMO49 para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me
SAM96 que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas
SSA92 que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de
SLA94 Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais
SLA56 e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas
SLA56 Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que
SAM66 as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes
SAM98 Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado
SLA77 vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que
SMO15 em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò
SAM27 Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas
SLA28 Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por
SSA92 tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil
SMO3 o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com
SAM2 que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver
SSA65 campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus
SFU64 o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu
SMO81 lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu
SLA56 ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e
SAM8 morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que
SAM7 mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os
SFA88 por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a
SAM98 riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo
SAM58 e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz
SAM66 grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67]
SLA18 se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos
SLA72 he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se
SLA99 dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos
SLA99 gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção
SMO11 Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em
SFE40 Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada
SLA94 ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que
SSA65 mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre
SMO35 chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres
SAM47 o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da
SFA51 Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de
SAM96 foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi

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SSA68 naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O
SAM43 paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44]
SLI29 A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio
SMO10 por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os
SAM43 de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal
SLA28 astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes
SLI90 de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca
SLA94 a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas
SLA94 a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95]
SAM23 Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem
SFU21 Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem
SAM60 Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te
SSA65 vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje
SAM98 Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme
SMO69 vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro
SHE42 Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se
SLA28 serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste
SLI29 vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o
SLI22 a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo
SFU21 hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida
SAM48 quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe
SMO15 me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado
SAM14 Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos
SHE54 dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55]
SMO57 de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar
SLA74 vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con
SHE42 deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto
SFU64 que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes
SMO89 a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu
SLA95 de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta
SFE78 he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79]
SHE100 por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres
SAM76 conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece
SLA99 são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do
SLA97 Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos
SMO50 Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura
SLA36 Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje
SSA92 de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu
SLI26 jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço
SAM14 era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum
SAM14 boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que
SAM27 o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de
SLA24 Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos
SMO67 contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a
SAM14 outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu
SFE39 Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e
SFE39 hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor
SAM52 ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria
SMO44 marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De
SLA74 Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e
SAM60 e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de
SAM91 XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força
SMO73 pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô
SMO35 T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição
SMO83 costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não
SMO11 conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà
SPR1 lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do
SMO35 V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es
SMO83 Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais
SLA24 A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com
SMO3 salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a
SMO35 T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como
SSA68 dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto
SMO81 Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem
SFE75 Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e
SAM8 levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem
SLA28 de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais
SHE42 Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que
SMO35 he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes
SMO73 Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita
SMO35 ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para
SHE42 nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou
SMO35 T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano
SMO73 hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum
SMO35 V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T
SAM20 Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam
SMO61 o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido

295
SHE42 De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo
SAM20 Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe
SMO10 a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral
SAM8 foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento
SAM60 tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi
SMO49 As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como
SPR1 RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do
SMO57 pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se
SFA51 Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as
SMO5 como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a
SHE79 como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de
SAM7 ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes
SFA53 que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde
SLA72 Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo
SSA65 Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que
SLA72 He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa
SFE34 D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor
SFE75 sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois
SLA12 Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro
SFA53 mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos
SFA53 mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os
SLA95 ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO
SLA18 as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas
SPR1 resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta
SLA18 Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos
SLA72 constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o
SLA74 a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza
SAM4 Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não
SAM4 em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra
SFE40 mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para
SMO50 que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò
SAM47 XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta
SMO16 SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar
SAM43 vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim
SLA93 que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas
SAM55 onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla
SMO19 pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX
SFE80 para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo
SLA77 Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados
SLA18 Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as
SFA51 os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e
SMO35 muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada
SFU64 o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua
SMO69 Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos
SPR1 MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial
SAM48 XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da
SHE38 Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao
SAM98 Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a
SLA12 levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno
SLI90 Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa
SFE25 mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso
SLI29 regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo
SAM27 sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude
SLA12 o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà
SLA28 sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa
SAM98 para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera
SFE80 nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do
SFE39 se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento
SLI26 queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ
SHE54 bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama
SLA18 versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim
SAM14 de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para
SLA97 imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo
SLI62 Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão
SAM27 o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser
SFU37 foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos
SAM33 de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade
SMO82 e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio
SMO81 de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta
SMO69 guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO
SPR1 vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de
SLA93 o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do
SHE54 Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes
SMO10 os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento
SSA63 crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe
SLA97 Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes
SMO82 advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças

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SMO82 esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura
SLA18 em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo
SMO5 se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz
SAM6 os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso
SMO89 lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De
SLI22 Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da
SAM76 Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente
SMO69 Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul
SLI22 ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas
SAM6 Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa
SAM46 XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes
SFA53 Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da
SSA86 • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para
SLA74 Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa
SSA86 / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. •
SAM43 Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà
SFA53 Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que
SFU37 esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas
SMO67 Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes
SAM47 Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado
SMO67 que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais
SLA97 dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que
SMO67 ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão
SAM58 culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o
SFA87 nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse
SLA74 que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa
SAM71 de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem
SFA87 fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento
SFE34 Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos
SAM47 sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores
SLI90 Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo
SMO35 T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher
SFU37 atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde
SFA87 o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que
SAM20 com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi
SLI62 SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete
SMO32 vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d'
SMO32 desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos
SSA65 Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo
SAM46 por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios
SFA87 essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das
SMO73 quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se
SAM98 que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas
SMO35 tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho
SMO44 Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão
SLI62 [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje
SMO32 ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa
SFE13 o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos
SAM60 Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato
SLA95 sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. /
SLI29 o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que
SMO59 sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza
SAM47 escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da
SFE30 me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31]
SMO19 nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para
SAM31 Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve
SMO59 por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo
SFE25 nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. /
SFU37 Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida
SPR1 de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que
SMO73 hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me
SLI26 Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto
SFU21 Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em
SLI26 . SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada
SFU37 ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em
SMO44 licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os
SLA56 d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto
SHE42 Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento
SMO15 vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar
SMO15 castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que
SLA28 derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas
SMO15 Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha
SFE13 dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu
SMO49 me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao
SAM27 he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo
SLA36 seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita
SAM71 e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que

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SAM47 honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a
SLA95 cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da
SAM55 contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei
SAM52 vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu
SLA74 fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de
SFE75 inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de
SHE54 Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor
SAM9 Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento
SAM9 por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento
SAM47 que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho•
SAM20 em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre
SAM33 saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora
SFE75 mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece
SMO57 monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem
SLA18 vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu
SFE70 em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado
SLA28 Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es
SMO11 pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada
SLA93 renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando
SHE42 Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas
SFU64 A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre
SMO67 Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo
SFE80 que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De
SMO89 levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que
SMO32 Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos
SFE75 Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa
SHE42 de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem
SMO82 fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura
SMO83 Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais
SFE70 lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe
SSA63 lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade
SMO15 SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu
SAM4 gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão
SMO73 Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio
SAM60 idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase
SMO3 do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor
SAM41 XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que
SMO3 que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO
SMO83 destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura
SFA53 esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos
SSA68 Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto
SLA72 de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e
SLA72 Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão
SFU85 sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto
SAM41 calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o
SMO10 tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se
SAM2 meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então
SFE30 Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada
SFE34 Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV
SAM2 Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por
SFE39 de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta
SAM96 de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo
SAM66 a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés
SFE75 catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com
SLI29 he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da
SLI29 da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer
SAM41 duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto
SAM27 que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para
SMO19 por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes
SLI26 Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto
SMO11 ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12]
SAM7 Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8]
SAM52 Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e
SMO44 resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores
SAM41 lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o
SAM2 Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos
SAM71 hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem
SFU64 ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua
SAM52 não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para
SMO61 monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes
SAM20 viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra
SHE54 Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da
SLA94 não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega
SLA94 vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida
SAM91 Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz
SFE75 varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento
SAM4 ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação

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SFE75 Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São
SSA86 vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão
SSA86 a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão
SSA63 ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D
SPR1 Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais
SFE40 nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos
SLA99 entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi
SLA93 Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. /
SLA93 e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção
SSA86 graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça
SAM71 lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do
SSA63 hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve
SLA28 outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para
SMO19 Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no
SLA97 vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão
SLA12 mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13]
SHE100 mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama
SLA97 mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome
SMO15 Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo
SLI26 o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que
SAM6 / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços
SAM14 Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum
SAM58 Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu
SLA24 Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito
SFE75 estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite
SFE80 Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado
SFE39 de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis
SAM45 Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois
SMO5 assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar
SFE80 per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que
SMO67 contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so
SMO3 he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a
SAM98 Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder
SMO61 brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me
SMO81 Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos
SFE70 este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes
SMO59 Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais
SAM41 deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem
SAM27 conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo
SAM52 os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo
SFE78 mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto
SFE13 aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com
SLI22 e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23]
SAM52 que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores
SFE78 destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem
SLA56 digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas
SMO15 não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe
SLA56 Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára
SFE75 em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar
SFA53 Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que
SMO82 De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de
SMO15 de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se
SFE13 da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos
SAM7 Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos
SMO5 Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se
SFE80 Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo
SLA56 vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo
SFE80 do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o
SAM52 sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João
SMO49 no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso
SAM52 de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o
SFE78 porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa
SMO49 tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50]
SAM45 sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a
SFE13 ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d'
SAM17 detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em
SMO59 [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou
SAM17 antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs
SMO81 quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te
SLI29 remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja
SPR1 do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror
SSA92 Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se
SAM66 em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel
SPR1 A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança
SLA18 He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes
SLA99 eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo
SLA95 na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96]

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SLA95 estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a
SLA95 farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de
SLA95 Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello
SLA12 Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno
SSA86 porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De
SLA93 chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança
SPR1 Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por
SHE100 feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos
SLI29 a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da
SMO69 da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual
SAM14 a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe
SMO49 razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga
SLA36 estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte
SLA36 lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez
SMO69 o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de
SFE25 convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de
SMO57 nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos
SAM7 jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella
SLA97 Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos
SFE78 destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo
SAM9 nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais
SFE40 vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta
SFE25 hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares
SMO67 por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68]
SMO10 E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o
SMO82 Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar
SFA88 da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos
SMO3 de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado
SAM17 que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino
SMO59 Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a
SMO5 fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera
SMO15 quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu
SAM31 E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca
SAM4 de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle
SAM23 Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos
SAM8 foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que
SFA51 a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro
SAM31 tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do
SAM98 da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que
SMO49 se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu
SLI62 annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando
SLA72 partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se
SMO35 ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T
SAM45 o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em
SMO59 sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer
SFE75 estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A
SLI22 dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito
SMO73 vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de
SMO82 se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida
SAM66 sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas
SAM47 o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. /
SLA56 De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o
SLA94 Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella
SFE39 Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento
SFE75 Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè
SLA77 mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes
SLA97 generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo
SAM8 por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer
SLA77 de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade
SHE100 os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga
SHE38 como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar
SLA28 bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX
SFA51 [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas
SFA88 da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos
SFA87 a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos
SFA53 versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu
SHE42 es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque
SLA99 fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são
SLA99 deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO
SLA12 ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio
SFU85 mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar
SMO50 sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda
SLA18 tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo
SAM4 que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem
SLA94 a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das
SFE78 Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos
SMO83 A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o

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SLA77 subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas
SAM7 os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me
SAM27 que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a
SMO67 so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera
SAM71 Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o
SAM98 XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra
SSA86 he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante
SAM98 ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome
SFE40 he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea
SAM48 grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes
SAM98 corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte
SMO32 galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em
SAM98 SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte
SAM98 do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias
SLA77 de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de
SAM20 ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes
SLA95 celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada
SAM47 da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de
SMO67 [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral
SMO11 furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis
SMO15 Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de
SAM43 não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida
SMO16 novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia
SMO50 Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões
SFU85 Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum
SFE40 a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha
SAM6 hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o
SMO81 vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os
SAM33 passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella
SAM31 Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança
SLA74 Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi
SFA53 dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando
SAM31 auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado
SAM14 ,e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera
SSA63 quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O
SAM14 Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era
SSA63 das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra
SAM7 a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto
SAM27 de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida
SLI62 vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir
SFE40 grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que
SFE25 o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de
SFE13 carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV
SFE30 ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa
SFE78 Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz
SFU85 gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome
SMO19 XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos
SFE78 vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e
SHE42 pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que
SLI90 seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não
SHE100 hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo
SHE38 triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido
SSA92 ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar
SLA93 não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado
SMO16 o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos
SMO67 vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao
SAM98 Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para
SAM55 duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he
SFU37 em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino
SAM48 a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros
SAM55 mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora
SMO61 d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De
SLA74 LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a
SAM31 XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia
SLI62 Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir
SAM6 brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em
SMO61 pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d'
SAM43 grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o
SAM48 milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas
SAM48 breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que
SMO50 que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta
SMO83 caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem
SAM43 sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do
SAM20 paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a
SFA87 cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se
SAM55 contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão
SMO61 A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande

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SMO50 vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo
SMO50 era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste
SAM46 hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a
SAM91 viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o
SFU64 Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a
SAM96 Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão
SFU64 Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste
SFU64 por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na
SFE75 para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo
SAM33 Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio
SFE40 a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro
SFE70 a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta
SFE13 de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor
SFE34 em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas
SFE78 acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos
SFE39 desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de
SFE25 [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos
SFE30 de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia
SFE75 no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò
SFE80 mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu
SLA99 Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o
SHE38 cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio
SLA36 a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo
SMO49 Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso
SAM52 Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os
SFE70 fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e
SMO44 às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as
SHE42 fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por
SFE25 passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar
SAM4 Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do
SMO82 pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não
SAM60 razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que
SFE78 Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o
SAM46 Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com
SMO82 Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida
SAM60 os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes
SLI62 Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte
SMO15 de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo
SMO11 Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais
SLA28 das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras
SFE34 desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò
SFE70 [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo
SFU37 [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII
SLA74 engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo
SLI90 A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão
SSA63 por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria
SSA63 Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a
SSA68 os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da
SAM46 Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados
SLI90 que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte
SAM47 Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda
SAM58 diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e
SAM58 nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz
SLI26 com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não
SFE39 he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda
SFE70 mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como
SMO16 me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o
SFU21 as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para
SPR1 Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja
SMO83 errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he
SAM14 espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão
SLA18 Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos
SLA93 de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança
SAM8 Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns
SLI62 espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a
SAM45 vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a
SAM60 de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu
SAM45 sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida
SMO5 ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o
SFA51 do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que
SAM60 e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que
SAM91 que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa
SAM20 grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa
SHE42 Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do
SHE42 Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga
SHE100 Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa
SMO61 tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com

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SSA63 dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64]
SAM31 Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo
SMO59 esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se
SFU85 tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes
SMO5 grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu
SAM58 E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão
SAM58 declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello
SAM43 o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem
SHE100 tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SMO11 a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples
SAM46 que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se
SFU37 XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a
SAM47 Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do
SAM20 vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura
SLA94 Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo
SFU37 atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à
SLI26 E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo
SFU37 bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal
SMO82 nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso
SAM45 XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a
SSA92 aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a
SLA77 que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te
SFA51 de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o
SMO44 os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve
SFA87 Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça
SAM2 Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que
SLA74 Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos
SFA87 louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88]
SFA87 Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por
SMO82 consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay
SMO61 Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado
SAM14 XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros
SMO32 meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes
SAM14 em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e
SLA93 o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo
SFU85 Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem
SFU85 honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como
SAM96 por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro
SLA24 amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e
SAM96 valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos
SFE80 Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado
SMO84 com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o
SMO19 tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como
SAM8 Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento
SAM96 Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No
SMO73 a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da
SLA99 Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais
SMO50 Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre
SAM20 ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao
SAM7 a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto
SFE80 Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver
SMO89 que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas•
SAM96 quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro
SAM14 Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão
SFU21 braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte
SAM46 sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe
SAM96 mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que
SHE79 da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste
SAM17 he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga
SAM20 Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della
SMO69 entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos
SFU85 Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A
SAM46 verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos
SHE54 sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em
SFU37 contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao
SFU21 Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no
SAM41 Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente
SHE42 Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•
SAM96 XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando
SMO82 nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão
SFU37 sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì
SMO10 O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he
SFE25 são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò
SMO49 Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o
SMO32 senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado
SMO81 LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos
SFA53 Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles

303
SLI29 mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais
SLI29 Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a
SLI29 vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me
SMO89 apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do
SSA86 De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco•
SSA86 poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus
SSA86 os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente
SSA86 que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87]
SHE54 soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e
SAM41 lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o
SAM46 E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse
SLA12 Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente
SMO59 a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser
SAM98 Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas
SLA24 cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por
SFE39 Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra
SLA95 que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. /
SAM55 Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e
SMO59 por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua
SMO19 SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por
SFU21 vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22]
SMO44 Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para
SAM2 por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão
SLA24 Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não
SLA12 Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o
SMO44 no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores
SMO5 Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi
SHE79 Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade
SAM98 Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz
SHE54 seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A
SFU85 Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o
SAM91 Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido
SAM66 Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ
SLA24 temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar
SFU21 contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ
SFE34 senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà
SHE38 E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego
SFE40 SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta
SFU64 mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida
SFU64 paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como
SAM98 todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o
SLA28 palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e
SLI22 alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo
SLA95 fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa
SLA36 Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara
SAM96 Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem
SAM4 vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras
SMO84 Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A
SLA95 cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe
SAM2 Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe
SHE54 a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve
SHE42 segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas
SMO84 Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em
SAM14 quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi
SAM8 O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido
SSA68 O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante
SLA74 Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos
SMO82 Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs
SMO16 ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue
SMO61 Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me
SFA53 as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò
SMO57 com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty
SSA86 tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se
SFA87 vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a
SFA87 pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa
SFA51 Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que
SAM66 do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor
SLA12 / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio
SLA18 resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio
SAM33 de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao
SMO59 que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda
SMO84 Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque
SAM27 Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi
SAM71 eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as
SLA72 tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza
SMO61 Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo
SMO89 Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O

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SAM47 da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que
SFA87 Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que
SFE40 forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo
SMO50 horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he
SAM41 Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que
SAM76 Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas
SLI29 o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve
SMO89 pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de
SFE70 Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de
SFE70 agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois
SFA51 Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete
SMO82 pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não
SFA51 que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do
SMO35 errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro
SPR1 nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio
SPR1 o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho
SMO84 As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado
SMO15 e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em
SAM98 cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras
SMO82 si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes
SFU21 [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da
SFU37 pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais
SFU64 morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou
SFU85 ,e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos
SMO50 Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia
SFE40 faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos
SFE40 XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena
SMO11 SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co
SFU64 vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes
SSA68 Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que
SLA99 Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio
SFE80 tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum
SFE80 manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi
SFE34 quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem
SMO32 de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do
SAM9 Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do
SAM9 nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não
SMO44 Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença
SLA36 Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da
SFA88 zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà
SLA18 Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem
SLA28 a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII
SFU21 mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser
SLA97 altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos
SHE100 a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por
SMO83 aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas
SFE13 eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda
SFE75 A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu
SFE75 o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava
SAM14 glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem
SHE79 e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e
SAM17 o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me
SSA63 Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe
SFU21 Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia
SAM2 os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados
SMO44 o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina
SMO50 mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a
SLA18 e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode
SHE38 Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a
SLI26 A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada
SLA36 Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de
SLI22 Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o
SAM46 não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por
SFE78 a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por
SAM8 Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas
SSA63 crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte
SFA51 muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos
SPR1 DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem
SLA94 Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser
SLA93 tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das
SMO84 Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra
SAM9 tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento
SAM58 arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello
SPR1 venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os
SLA99 Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos
SAM4 Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou
SAM48 por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve

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SLA72 o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey
SAM60 Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz
SLA93 apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos
SAM33 somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma
SLA94 illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem
SAM4 atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com
SLA95 Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos
SAM14 enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que
SLA99 o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100]
SLA12 do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem
SFU85 teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos
SAM76 Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas
SAM55 matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere
SLA28 por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras
SLA28 destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando
SLA56 quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d'
SFE39 nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o
SHE54 que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora
SMO10 quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não
SAM6 espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7]
SMO35 V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu
SMO73 Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor
SMO32 tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas
SAM27 passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos
SAM60 to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que
SMO59 fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? /
SLA12 a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do
SLA94 em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo
SFU85 A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra
SMO19 e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou
SFU85 goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos
SFU85 tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. /
SFU85 o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse
SFU85 e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas
SFU85 famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos
SFU85 mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O
SAM43 Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa
SMO61 d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo
SFA87 colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal
SMO19 peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra
SSA86 o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios
SSA86 eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO
SMO59 que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento
SAM6 temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra
SFE25 Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas
SFE25 De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos
SAM66 Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço
SSA86 nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas
SFE30 de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia
SFE40 là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama
SAM8 pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e
SMO5 V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle
SLI90 suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja
SAM8 voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento
SMO5 me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que
SMO61 Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais
SAM60 O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato
SLA97 ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98]
SAM48 tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos
SAM48 Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria
SLA72 Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he
SAM4 O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir
SFA88 Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor
SAM43 em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso
SFU64 assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte
SAM48 Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes
SAM20 conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento
SLI90 nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa
SAM66 se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o
SAM55 o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora
SLA18 Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos
SFE40 rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais
SMO73 LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil
SFA53 por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as
SFE34 que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas
SMO82 vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey
SLA94 e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo

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SAM96 a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro
SMO84 em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme
SAM52 Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os
SAM52 proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis
SAM52 paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n'
SMO32 sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da
SSA92 em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o
SAM48 Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria
SLI62 Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis
SAM52 resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não
SMO84 tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu
SFE39 fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano
SAM47 Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por
SMO89 terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que
SMO81 te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que
SAM43 com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral
SSA68 Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a
SLA18 XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa
SSA68 Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino
SSA68 Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que
SFE25 E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima
SMO3 a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4]
SMO83 nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano
SMO84 Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o
SFA53 A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão
SMO73 grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz
SMO73 Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da
SAM33 dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas
SAM23 Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada
SAM31 lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança
SAM31 Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo
SAM31 quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè
SAM9 Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal
SFA88 a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição
SAM66 Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem
SMO35 Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto
SAM76 LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio
SLI62 Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas
SMO83 trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser
SLI62 que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os
SAM46 sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não
SFE30 bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he
SAM71 de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o
SMO57 razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral
SFU37 Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello
SMO10 se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos
SFA88 nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna
SAM55 Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu
SAM96 em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido
SFU85 jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual
SFE70 vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre
SFU37 que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello
SLA24 Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos
SFA53 Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo
SLI22 o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do
SAM66 Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia
SLA72 He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se
SFE78 a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O
SMO35 V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T
SAM8 Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te
SAM27 no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do
SMO5 para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel
SMO32 a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo
SMO11 quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes
SLA72 Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura
SFE30 gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem
SMO59 Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus
SMO73 foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que
SMO73 constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo
SSA65 pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo
SMO73 Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o
SLA94 e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais
SMO83 mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei
SFA51 Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos
SMO83 passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que
SFA51 em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei
SHE38 Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto

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SFE39 que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia
SFA87 Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no
SMO73 Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor
SMO73 este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e
SMO73 he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice
SAM17 infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda
SAM31 cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve
SMO15 quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu
SFA51 a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro
SFE25 o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha
SFU21 contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido
SAM33 digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao
SFE70 agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado
SFE30 Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he
SFE70 Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu
SAM27 de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà
SAM33 SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão
SLA18 SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me
SMO84 fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro
SSA63 hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz
SAM58 Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que
SAM58 Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão
SFE25 cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a
SLA18 sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço
SLA72 se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou
SMO35 tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T
SLA72 Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza
SFA88 apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender
SLA72 se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao
SHE54 o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora
SAM23 assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He
SLA72 Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se
SFA88 dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem
SMO35 O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida
SMO10 logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os
SLA72 Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e
SMO5 he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando
SAM47 peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora
SFE40 Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz
SAM55 a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder
SLA72 ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum
SLA24 Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo
SFA87 Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve
SSA65 Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem
SAM9 sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente
SHE54 sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade
SAM60 Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica
SMO3 concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro
SAM55 vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que
SLA72 Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he
SMO50 Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer
SAM60 de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais
SFA88 Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da
SLI29 pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora
SMO57 teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58]
SFE80 inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta
SSA86 eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante
SSA86 Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz
SLA72 LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He
SMO61 SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme
SMO59 ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he
SLA72 partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se
SMO10 procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que
SMO73 Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que
SFE34 Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme
SFE75 pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. /
SSA63 lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade
SAM48 Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas
SLA72 sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou
SAM33 convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he
SAM47 Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham
SFE70 Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe
SFU85 Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o
SLA72 reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou
SLA99 Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que
SAM20 mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de
SAM9 resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco

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SLA18 fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da
SAM23 o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha
SLA72 he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he
SFE25 a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais
SMO15 serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou
SMO16 padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como
SFE25 Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que
SMO61 Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e
SAM46 Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy
SHE42 / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao
SHE100 a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se
SHE54 Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor
SHE79 presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar
SHE38 de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de
SMO84 com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento
SMO81 velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da
SLA93 XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos
SLA99 a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs
SFE70 que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO
SAM48 se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida
SFU21 Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço
SSA65 entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O
SAM2 estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de
SMO10 Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos
SMO5 que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que
SLI62 Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os
SLA93 que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que
SFA88 moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se
SFE80 aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em
SSA92 Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto
SSA92 a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria
SFU21 de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado
SMO44 desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ
SSA65 os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois
SAM43 nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a
SLA95 celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda
SLA36 fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde
SHE42 dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice
SFE70 Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas
SSA86 emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna
SMO11 Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado
SFE34 D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi
SMO67 ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e
SMO67 Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos
SSA92 em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A
SMO67 Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando
SLA18 da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as
SMO81 seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos
SSA63 Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta
SMO5 E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he
SMO84 prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se
SFE75 asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO
SFU21 hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante
SAM46 filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado
SAM43 que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce
SSA92 que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que
SLA93 injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos
SFU85 gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He
SMO49 vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga
SAM58 de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos
SFE80 Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte
SMO44 desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de
SLI90 Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre
SHE54 he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com
SAM20 Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga
SAM33 SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura
SAM9 faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me
SAM6 ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7]
SLA56 Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores
SAM45 em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como
SFE30 como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o
SHE54 e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco
SAM6 Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por
SAM52 a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu
SFE13 Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio
SAM33 como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e
SAM41 lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a

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SFE70 lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo
SLA24 com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que
SFE13 contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande
SMO69 custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não
SMO73 mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa
SMO89 cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento
SLI29 sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se
SAM14 Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para
SLA77 doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades
SAM71 Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de
SLI29 enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e
SMO50 mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza
SPR1 viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo
SAM71 Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas
SAM31 esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado
SFE13 elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII
SFE39 Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro
SLA18 por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa
SFU37 se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de
SAM43 academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII
SAM96 / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não
SAM7 mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà
SMO59 donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por
SMO59 donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte
SFE80 se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu
SAM27 que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz
SAM71 lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do
SFE25 devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de
SAM33 nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella
SFE70 / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX
SMO59 que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? /
SAM58 de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte
SMO44 para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com
SAM20 Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem
SAM6 de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7]
SAM45 ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como
SMO50 triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51]
SLA28 e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas
SLA99 Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria
SFE30 estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem
SMO16 voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça
SAM55 livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso
SLA74 quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o
SFE39 virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•
SAM9 Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que
SAM98 quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz
SFU37 costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO
SMO82 todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei
SAM71 mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua
SAM55 que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? /
SFA51 que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se
SLI90 tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora
SMO84 A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu
SMO73 LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos
SAM52 humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes
SFE70 corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora
SFE34 como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado
SAM8 deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece
SFA51 Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo
SFA87 para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas
SFE40 do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua
SFE78 Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto
SLA56 por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI
SFU85 que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu
SFU37 Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação
SFE39 dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la
SAM71 que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum
SAM71 Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum
SMO81 Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o
SMO50 / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral
SAM43 o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não
SMO3 humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser
SMO81 Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que
SFE78 mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a
SFE39 Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo
SLA36 admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal
SFE34 E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o

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SLA77 tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII
SLA72 bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de
SHE38 peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais
SAM27 sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no
SFU21 que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser
SMO15 por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde
SFA87 que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura
SFA53 [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII
SLA28 de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General
SHE100 Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e
SMO57 me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio
SAM71 Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa
SLA24 cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes
SFA51 Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano
SFE75 Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma
SAM98 traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que
SSA63 Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano
SFE30 com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre
SFA53 que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro
SLI22 corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o
SHE38 Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum
SAM91 Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa
SFU21 Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e
SSA86 como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra
SLA72 a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio
SAM45 sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu
SLA77 Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade
SLI90 consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro
SFE39 o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem
SLI90 essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes
SLI62 Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as
SAM33 e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como
SLI62 Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor
SAM41 Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe
SFE34 mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO
SAM14 eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita
SFE34 d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo
SFE70 haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là
SFU21 XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse
SMO69 Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o
SAM91 o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente
SAM4 às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei
SFA51 são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem
SMO89 donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e
SAM4 Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o
SAM8 Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay
SLA72 gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de
SMO73 pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò
SMO16 dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa
SLA94 Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si
SFA51 não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem
SSA63 LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas
SFE39 que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que
SFE39 cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe
SMO84 hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o
SFU37 ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa
SMO19 olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes
SAM91 Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou
SSA86 Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se
SAM4 mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me
SAM2 Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da
SLA56 magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára
SAM20 Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor
SAM46 Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor
SAM46 De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus
SMO3 sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum
SAM48 / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso
SPR1 [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna
SLA77 faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o
SHE79 da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence
SMO73 Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da
SLA77 riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e
SMO57 cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste
SAM6 Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa
SAM60 O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco
SLA77 ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro
SFE70 là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe

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SAM46 espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor
SFE75 que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles
SAM60 SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d'
SMO19 Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta
SMO10 os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos
SAM45 ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis
SAM2 que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô
SFA53 seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante
SSA68 entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a
SMO81 hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se
SLI26 melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto
SAM4 Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De
SAM96 Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por
SLA74 se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May
SMO50 sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A
SSA68 Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz
SAM58 tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu
SSA63 Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando
SAM41 que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira
SLA12 cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a
SAM2 / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna
SMO3 [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de
SLA94 seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a
SSA92 XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo
SHE79 SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste
SFA53 SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi
SLA99 do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro
SAM23 e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo
SLA12 a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo
SFU85 amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e
SMO49 jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão
SLA93 estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que
SMO59 hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento
SSA63 justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade
SSA92 ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste
SLA97 Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera
SLA97 colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto
SMO32 não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII
SLA36 que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra
SLI90 Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo
SHE38 XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum
SMO84 mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao
SSA63 com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de
SAM66 em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu
SMO69 Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor
SLA74 Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra
SMO83 he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar
SMO5 sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a
SAM4 vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que
SAM8 Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou
SLA18 em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão
SAM52 os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo
SAM71 que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas
SMO83 assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra
SMO83 passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro
SMO83 tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por
SAM66 falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da
SMO73 desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro
SHE100 planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em
SFE80 de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem
SHE38 vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o
SAM45 Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que
SAM27 que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se
SMO61 ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar
SAM76 em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem
SFU37 foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos
SFE78 Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia
SFE25 desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada
SLA74 o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando
SFE30 và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas
SAM96 Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na
SAM52 Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos
SAM48 soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida
SMO69 [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos
SAM46 o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis
SFU64 eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito
SHE54 / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico

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SAM96 ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso
SAM17 o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous
SHE100 Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os
SFE40 desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò
SLA12 do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti
SAM7 Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos
SAM7 da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do
SHE100 á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra
SAM45 responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos
SFE30 soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não
SMO59 Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza
SAM45 que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia
SAM98 eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz
SMO67 Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão
SAM60 LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta
SLA93 Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da
SMO69 com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que
SHE38 castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de
SAM96 sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na
SHE79 Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada
SHE100 e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para
SAM71 Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade
SLA56 louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo
SMO73 da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade
SAM41 perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a
SSA65 (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a
SLA95 o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena
SAM98 Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas
SFA53 versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este
SAM31 SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a
SAM8 o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de
SLA36 Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio
SLA28 e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves
SMO16 senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral
SLI29 Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser
SAM41 esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem
SFE70 Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de
SAM4 vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em
SHE79 gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço
SHE79 responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria
SMO16 escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a
SHE79 donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração
SAM91 da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro
SLI22 encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo
SAM98 Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do
SMO15 de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo
SAM55 desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas
SFA51 serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores
SFE39 antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro
SFE34 aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê
SFE78 Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando
SFE30 por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que
SMO15 Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi
SFA51 a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo
SLA99 Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto
SAM4 / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum
SAM9 [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem
SMO44 os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que
SAM91 Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem
SAM17 que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella
SAM2 Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados
SLA72 se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou
SAM7 SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada
SLA94 Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa
SAM33 XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão
SAM71 os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei
SMO69 subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo
SLA18 XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa
SAM43 pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que
SFU37 là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De
SFE13 Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros
SAM55 desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas
SAM41 da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem
SLA74 ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a
SMO35 V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T
SAM46 Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos
SAM20 lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento

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SFA88 valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos
SFE39 SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima
SLI26 Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto
SFA88 Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende
SMO82 Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por
SFE34 Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy
SMO49 assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa•
SFE78 SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas
SMO84 fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque
SLA74 mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em
SMO35 passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como
SAM7 a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes
SMO67 da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias
SMO44 fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os
SLI62 mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto
SAM47 Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda
SMO49 no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver
SPR1 Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî
SFE34 que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de
SMO57 enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em
SAM27 hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar
SAM47 Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o
SFA88 pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos
SAM14 se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não
SMO35 hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T
SLI62 Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta
SMO84 mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em
SLA94 do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a
SLI22 que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o
SAM47 cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor
SFE70 Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe
SSA92 / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu
SFE78 SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos
SFA53 tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que
SMO73 que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a
SFU85 e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver
SFE30 que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata
SMO11 Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia
SMO49 Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino
SMO19 mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo
SLA72 Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos
SMO50 e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor
SLI26 alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori
SLI22 Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o
SFU21 Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo
SAM8 do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o
SMO16 Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura
SSA63 primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa
SMO69 Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio
SMO50 hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos
SFE39 anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada
SAM9 pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que
SAM20 Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella
SFE40 Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem
SFU37 à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos
SFE70 recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana
SAM14 Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de
SAM60 Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não
SHE79 Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma
SAM91 Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força
SFU37 queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El
SFA53 digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus
SMO16 e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal
SLI62 a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já
SAM6 eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a
SAM76 As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor
SAM33 hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He
SHE42 De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò
SFA51 dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto
SAM76 As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum
SAM46 olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores
SLA95 nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe
SAM96 Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI
SAM96 Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais
SMO82 estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem
SLI62 hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do
SMO59 se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he

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SFE75 Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime
SFE39 cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos
SHE42 Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia
SLA95 Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o
SMO69 Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os
SHE42 dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas
SAM2 se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre
SSA65 das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da
SLA36 que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que
SLA97 dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal
SLA24 de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com
SLA72 hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este
SLA12 de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto
SLA77 o do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos
SLA74 contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha
SLA56 Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo
SLA95 Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal
SLA28 Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas
SLA99 Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses
SLA94 acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia
SLA93 a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs
SLA18 Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que
SFA53 espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o
SAM47 a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz
SLA94 luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a
SFA88 seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos
SLI62 quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida
SAM46 da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso
SAM48 fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO
SLI90 Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas
SSA63 largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e
SMO44 Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti
SMO67 em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem
SMO67 Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas
SHE54 seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza
SAM31 vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè
SLA18 ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à
SLA72 e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He
SAM23 nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo
SPR1 I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò
SLA56 como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer
SMO44 gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que
SMO44 presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as
SHE79 em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto
SSA86 hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro
SFE80 quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter
SLA99 Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e
SMO83 Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado
SFE40 Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem
SAM96 boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se
SMO89 pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava
SLI90 quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê
SLA97 a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor
SLA12 não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do
SLA95 e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por
SLI90 louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos
SSA86 faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de
SFA87 pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se
SHE54 a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos
SAM4 Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum
SMO15 irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem
SAM4 se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo
SFE40 Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum
SAM8 impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído
SAM71 à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade
SAM48 Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes
SFE78 d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo
SMO49 dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco
SFE75 que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento
SHE42 d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje
SAM41 em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me
SAM20 Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo
SMO81 da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz
SFE70 Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide
SAM98 Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso
SHE42 foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das
SFA88 Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o

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SMO83 me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle
SAM20 Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam
SFE34 a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu
SMO67 Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes
SFE39 Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento
SAM47 da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de
SMO19 senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas
SMO69 a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos
SFA53 da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo
SMO83 temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto
SFE70 Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação
SSA65 razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e
SAM41 quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya
SLA97 se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre
SAM41 triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho
SFE70 Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes
SMO3 sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda
SMO44 De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os
SAM14 Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita
SAM41 Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a
SFA88 / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO
SLA36 ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a
SSA63 a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous
SFE78 oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo
SMO16 modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII
SMO67 lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O
SMO89 desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum
SFE13 Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros
SFA51 [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas
SLI62 vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o
SLI22 Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce
SMO44 Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas
SMO35 em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me
SFE34 mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A
SAM31 Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu
SAM98 ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra
SAM52 Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D'
SFA53 de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito
SAM6 Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os
SAM33 Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada
SFE80 eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante
SFU37 e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver
SAM23 tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos
SLI26 nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o
SLI90 / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de
SLI62 / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei
SLI29 Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser
SLI22 [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos
SSA63 as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro
SHE79 na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais
SAM6 Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a
SHE54 Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora
SHE54 vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora
SFA88 Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII
SLA95 Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor
SFA53 [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII
SLA28 vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo
SSA92 engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era
SLA99 historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que
SLA36 sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI
SMO59 dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto
SFE70 sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado
SSA63 Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e
SFE40 pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga
SMO83 A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro
SMO67 Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me
SAM7 que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra
SMO10 dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o
SMO67 estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e
SFE39 Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento
SMO49 desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que
SAM20 estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo
SMO49 Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se
SAM47 descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis
SAM8 porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido
SMO89 abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar
SMO57 pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e

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SMO19 taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com
SSA65 ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude
SAM9 estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se
SMO35 jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e
SFE70 Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este
SFE78 outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta
SHE79 o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com
SFA87 alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os
SAM48 Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos
SAM58 coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que
SLA56 / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em
SLI90 sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte
SAM58 a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella
SFA53 obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas
SLA36 avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo
SLA56 SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento
SFU37 ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos
SAM76 Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou
SAM76 com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso
SFA53 esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos
SMO59 Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar
SSA63 Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais
SAM27 propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca
SFU37 dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja
SLA12 viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com
SSA63 hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz
SMO89 Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava
SMO89 delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o
SSA92 que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das
SSA63 Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo
SLA94 gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa
SLA94 Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida
SFE75 SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando
SLA94 Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor
SAM43 terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos
SAM7 Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados
SSA68 Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem
SSA68 luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se
SAM55 hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas
SLA56 Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio
SMO57 o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo
SAM58 [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do
SAM60 [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame
SMO61 de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte
SLI62 perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi
SSA63 em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo
SFU64 A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te
SMO69 a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que
SSA65 [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas
SAM66 de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias
SMO67 fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra
SSA68 pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis
SFE70 hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes
SAM71 mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil
SLA72 por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante
SMO73 Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz
SLA74 contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa
SHE79 Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde
SFE75 no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me
SAM76 / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas
SLA77 Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos
SFE78 lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os
SFE80 seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja
SMO81 se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum
SMO82 Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos
SMO83 se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual•
SMO84 / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado
SMO89 [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e
SFU85 Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando
SSA86 com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta
SFA87 [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que
SFA88 o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a
SFE75 simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando
SAM17 Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não
SFE30 a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes
SLA95 Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos
SSA68 a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto

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SFE30 tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia
SHE100 Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz
SLA56 prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo
SSA63 Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor
SSA63 logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por
SLA74 preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora
SLA74 vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado
SHE38 Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao
SMO3 Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos
SAM23 temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. /
SFA88 o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica
SMO50 Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda
SMO57 deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão
SAM52 achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros
SLI90 Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em
SAM55 A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco
SAM58 Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que
SHE79 mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. /
SAM17 que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas
SMO15 do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste
SLA24 que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se
SHE79 A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais
SAM48 por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49]
SFE40 que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça
SAM6 os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego
SLA94 do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor
SMO59 que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando
SMO61 o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco
SLA77 dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando
SAM98 morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal
SAM17 Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais
SAM58 o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa
SLA93 as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe
SFA53 sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves
SAM60 escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida
SAM48 Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas
SAM27 na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado
SLA94 Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a
SAM27 he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte
SAM23 quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça
SMO83 este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim
SAM52 despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou
SLA99 vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o
SMO16 novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da
SAM48 Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas
SFE70 Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay
SMO15 hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por
SMO59 a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se
SMO44 encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores
SFE34 mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli
SAM9 Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do
SLA12 a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu
SAM96 vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido
SFU21 da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No
SMO3 de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para
SAM41 dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe
SLA99 foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente
SLA18 perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de
SAM52 de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores
SLA93 Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão
SMO67 agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias
SAM66 da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita
SAM45 a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai
SAM47 Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura
SAM58 Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão
SFE25 Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a
SMO83 dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a
SLI26 estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII
SAM7 ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo
SLA74 jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa
SAM9 neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa
SMO59 Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais
SHE38 vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso
SFU37 vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos
SFA53 e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là
SMO59 Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça
SSA63 SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que

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SMO19 aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se
SFE40 Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura
SLA97 ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome
SLA99 He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio
SAM76 são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por
SMO50 salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota
SMO84 o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he
SLA74 fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista
SFE40 Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol
SLA18 rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço
SHE42 poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas
SMO61 arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O
SLI62 negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte
SAM98 darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de
SLA94 a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de
SPR1 menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho
SLA77 dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade
SLI29 e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado
SFE40 eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem
SLA24 Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade
SLA28 sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas
SMO3 agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que
SSA68 paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay
SSA65 Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o
SMO69 enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70]
SLA18 he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser
SLA94 dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao
SAM46 Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de
SAM9 ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là
SLI22 vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes
SMO16 de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO
SLI29 estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio
SLI29 abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e
SAM33 se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira
SFE78 a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia
SAM96 singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em
SFE40 prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta
SFU64 se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza
SMO84 o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim
SMO10 là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como
SMO82 outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas
SLI22 quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia
SMO69 diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do
SFE78 Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de
SFE80 A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo
SAM48 unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a
SFE80 de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a•
SLA12 estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO
SLA12 de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves
SAM66 engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento
SAM2 dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não
SMO82 SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na
SAM14 SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que
SAM41 passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi
SFE70 muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir
SMO32 Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e
SFA53 havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi
SMO57 queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que
SMO67 quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não
SSA65 Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he
SFA53 nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado
SAM17 não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando
SFE25 a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares
SMO5 elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão
SFA53 Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal
SFE25 vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he
SFE78 visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não
SFE25 a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem
SFE40 / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO
SFE13 Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio
SLA97 celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà
SFE34 dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu
SAM9 qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena
SFA53 Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que
SLA36 a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina
SAM43 es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo
SLA94 os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se

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SAM33 sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha
SAM6 Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia
SAM47 He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa
SFE80 Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo
SFE80 e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto
SSA65 Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar
SLI22 enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o
SLI26 socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão
SHE54 noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente
SLA77 Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes
SLI62 o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para
SMO82 esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à
SFA88 nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura
SFE70 Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem
SAM96 Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido
SAM41 que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em
SPR1 a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos
SAM4 delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde
SAM23 Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os
SAM91 agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro
SMO89 do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora
SHE38 Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro
SAM96 boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor
SHE100 oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e
SAM91 vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia
SSA86 cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta
SMO59 algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu
SLI26 Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura
SMO89 Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que
SMO89 a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol
SSA65 Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a
SMO73 que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. /
SLI22 Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no
SMO3 como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio
SHE42 de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja
SLA36 vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37]
SMO50 Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A
SAM48 He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos
SMO3 façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do
SFU85 foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te
SLA18 lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo
SHE38 Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes
SLI62 Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà
SSA63 soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à
SLA74 deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê
SFE70 ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos
SAM47 o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe
SMO69 LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de
SHE38 El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por
SHE100 Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo
SMO44 de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora
SHE79 ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o
SHE79 Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde
SLA72 entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola
SAM66 Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem
SLI62 que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos
SMO19 por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta
SAM45 inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber
SAM9 a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve
SAM96 quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada
SFE25 o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes
SLA18 Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia
SMO15 minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi
SFE34 Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi
SFA51 flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se
SLA28 creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E
SLA77 ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os
SLA74 Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E
SAM7 fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. /
SFE80 Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o
SFU85 a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os
SLA99 Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas
SMO15 hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser
SAM76 vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser
SMO19 foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o
SAM43 aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem
SAM20 ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão

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SAM6 sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou
SLI26 o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que
SFE80 hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda
SFE75 em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou
SAM60 queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica
SMO82 guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der
SAM76 ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece
SFE78 tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu
SFE30 inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir
SFE13 seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de
SLA56 posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57]
SAM7 claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra
SFE13 tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido
SAM23 convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella
SFU85 fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te
SFU21 Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se
SLA99 Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as
SAM58 nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza
SAM33 Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d'
SAM6 dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de
SMO59 Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota
SAM17 a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em
SLA56 cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu
SFU64 darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas
SAM58 a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração
SMO10 vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo
SAM23 Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle
SAM14 e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de
SFA87 Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas*
SFE78 sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle
SAM66 pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave
SMO83 ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo
SFE70 cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo
SLA12 mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a
SLI22 alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal
SAM66 taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio•
SFA51 penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis
SFE40 potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem
SAM55 De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo
SFE30 sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir
SAM55 senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? /
SAM55 por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A
SAM20 Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General
SHE100 que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios
SMO61 pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae
SAM9 hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè
SAM66 mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos
SAM45 agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me
SMO49 julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle
SAM27 Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar
SMO83 sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do
SAM4 Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria
SAM41 Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se
SAM17 Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de
SLA18 jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d'
SLI29 o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por
SFE78 Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes
SMO5 as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me
SMO61 ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? /
SMO35 T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas
SAM17 O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella
SAM23 A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte
SMO10 façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia
SLA24 A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade
SMO5 do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira
SAM98 armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para
SAM60 d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor
SAM17 Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por
SFE30 E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta
SMO73 Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra
SMO3 de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em
SMO16 de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de
SLA74 Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha
SFE39 se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do
SMO67 Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me
SMO67 ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com
SAM2 Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos

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SMO49 prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado
SAM66 valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e
SFE40 de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta
SMO67 por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. /
SMO49 Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de
SFE25 são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar
SAM4 Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas
SMO73 SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de
SMO84 LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas
SAM23 Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada
SMO84 rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro
SMO15 Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel
SMO16 Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como
SMO61 Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e
SMO73 voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme
SLA56 (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer
SMO67 esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não
SAM17 repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de
SMO5 me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje
SMO73 desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto
SFA53 em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor
SMO49 o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que
SMO35 T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla
SLA56 Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e
SAM7 quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. /
SMO15 Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me
SMO61 me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII
SMO5 pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no
SMO15 ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja
SHE54 A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por
SMO15 eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do
SAM17 Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a
SLA56 com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo
SMO35 V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de
SMO15 e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se
SFE13 Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu
SAM45 me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata
SMO32 que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura
SMO10 para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o
SAM66 os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me
SMO15 mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta
SMO5 elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o
SMO49 Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50]
SFA88 (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai
SFE75 Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que
SMO84 Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o
SFE78 porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal
SSA68 como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69]
SMO59 nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60]
SAM48 ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no
SMO44 annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor
SAM98 todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o
SAM23 que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me
SLI26 vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com
SMO3 A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque
SAM27 Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes
SAM91 arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana
SAM46 rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos
SFE25 pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores
SMO50 fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes
SAM23 câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho
SAM2 segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre
SMO44 Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos
SAM55 serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que
SAM23 aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A
SMO67 Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael
SAM58 comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem
SMO73 que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz
SMO73 as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò
SAM9 o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô
SLA93 Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente
SLI26 O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro
SFU37 que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum
SFA51 nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do
SLA93 qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de
SLA99 hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a

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SLA97 Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal
SLA97 E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais
SLI62 me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que
SPR1 Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais
SLA12 de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque
SAM45 ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão
SLA18 quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a
SMO11 enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas
SAM71 Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e
SAM55 as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro
SAM45 dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me
SMO73 vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do
SFE13 cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve
SLI62 ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não
SMO84 que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio
SLA95 se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com
SFE34 licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que
SFE13 Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto
SFA88 SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa
SSA92 a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto
SAM76 Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes
SAM76 Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar
SLA56 O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu
SFA87 teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a
SLA77 e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que
SAM33 Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão
SAM20 jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella
SAM55 cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e
SFU64 Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro
SLA95 Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre
SLA94 Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV
SAM7 Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende
SLA99 nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria
SMO44 que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora
SAM46 abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos
SFE75 nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda
SFA88 tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister
SHE42 em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa
SAM31 Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer
SAM27 conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo
SSA92 a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da
SPR1 Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do
SMO15 a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja
SLA28 Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama
SMO49 solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado
SMO15 não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não
SFE25 Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda
SHE100 e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum
SSA65 entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se
SHE100 enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo
SHE42 competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao
SAM91 em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum
SMO89 pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle
SMO84 vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se
SFA51 ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum
SLA77 repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII
SMO84 meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro
SMO84 que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem
SMO19 para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado
SLI29 mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30]
SAM47 o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. /
SAM27 SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e
SAM60 Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades
SMO49 se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe
SMO16 vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do
SAM17 pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando
SAM58 bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto
SMO16 Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque
SFA53 tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito
SMO35 vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T
SMO16 Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice
SMO32 pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge
SMO19 respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20]
SAM14 Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase
SAM66 e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E
SMO35 descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V
SAM66 Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem

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SFE13 XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò
SFE34 escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà
SFE78 certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes
SAM52 mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo
SAM7 crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios
SAM2 ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que
SMO10 bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que
SPR1 nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2]
SFA53 te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de
SFA87 Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde
SFE40 sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò
SFE70 lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI
SSA68 Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro
SFE25 tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada
SAM41 Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo
SAM55 jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos
SMO15 mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como
SAM27 despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa
SFE34 jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais
SAM60 SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d'
SAM27 he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha
SAM45 Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber
SMO15 mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo
SMO15 eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me
SMO67 me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que
SMO11 Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas
SMO32 Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu
SMO3 Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste
SLA56 não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto
SFA53 illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas
SAM41 das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno
SFE34 vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa
SLI29 A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu
SLA18 Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou
SLA24 e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a
SAM14 pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por
SAM52 Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus
SAM20 se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão
SMO15 como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção
SMO15 que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa
SAM14 de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu
SMO15 em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano
SMO35 XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T
SFE34 de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se
SAM46 vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus
SMO82 Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que
SSA65 das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu'
SMO69 lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se
SMO73 Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita
SMO73 puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra
SMO83 incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao
SAM71 Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de
SAM6 Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa
SAM71 Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de
SAM55 desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas
SAM20 Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella
SAM20 estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle
SAM48 Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos
SLA97 sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas
SAM71 Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa
SAM71 mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à
SAM52 erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A
SMO15 podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. /
SMO15 sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto
SFA87 se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores
SAM55 SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão
SMO16 quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A
SMO59 Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he
SAM33 verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe
SAM23 XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem
SAM9 mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não
SAM41 caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei
SFE30 o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos
SAM27 mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. /
SMO35 vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es
SLA74 Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não
SSA68 de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo

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SLA24 cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes
SLA95 SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a
SFA88 a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO
SHE38 não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a
SHE79 deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo
SAM60 poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos
SFE25 nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi
SMO81 o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não
SMO73 e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora
SLI26 espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo
SFE78 cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o
SMO81 A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos
SAM58 que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera
SAM48 grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim
SFA88 havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo
SAM58 Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender
SFA51 dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos
SMO16 fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça
SMO5 do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca
SMO19 aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos
SAM48 que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores
SAM2 ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em
SAM17 cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18]
SAM14 de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a
SSA68 Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial
SMO35 Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu
SHE100 que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e
SMO69 Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com
SAM66 / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso
SLA72 si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia
SAM9 Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se
SMO57 que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár
SMO61 Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella
SMO89 LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento
SSA86 nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte
SLI26 da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas
SMO50 triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome
SMO32 da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom
SMO50 corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde
SMO49 Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para
SMO11 [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome
SMO57 habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste
SMO69 o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere
SMO5 [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que
SMO83 rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva
SMO59 [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar
SMO44 / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe
SMO15 Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa
SMO73 sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me
SMO3 [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de
SMO61 de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte
SMO19 ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor
SMO84 Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me
SMO16 invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano
SMO67 aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da
SMO10 se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de
SMO82 com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de
SMO81 [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo
SMO35 Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo
SMO89 [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto
SLA72 lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he
SFE70 estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da
SFU64 atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi
SAM46 co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII
SAM46 tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis
SAM46 Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado
SMO59 Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando
SAM66 Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso
SFU37 Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre
SAM98 mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende
SFU37 que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o
SFE39 O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo
SMO44 murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos
SMO82 Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas
SFU64 Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que
SFU37 por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada
SFU85 do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a

325
SFU21 He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de
SFU64 que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre
SAM46 seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47]
SMO32 do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza
SFE75 que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que
SAM8 Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas
SAM98 faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú
SMO81 Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião
SAM27 mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis
SMO50 maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives
SFU64 LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della
SMO50 que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura
SMO81 Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião
SFU37 Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy
SFU64 Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se
SMO50 differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante
SFU21 Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado
SLA28 es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando
SLA28 de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes
SFU21 outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes
SLI62 mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63]
SMO81 à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar
SAM76 que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77]
SFA51 Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os
SFE75 Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para
SSA65 intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual
SSA68 Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino
SAM66 taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho
SLA56 de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto
SFU37 em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda
SLI22 o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto
SSA65 Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus
SFE78 chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne
SMO84 bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria
SFE30 vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a
SFE75 negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao
SFA87 campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre
SFE39 Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da
SFE75 a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum
SLA93 exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas
SAM31 hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos
SLI29 Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado
SMO15 dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya
SAM58 essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla
SAM60 as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te
SAM58 do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida
SFE34 XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos
SLA74 / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO
SFA88 Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender
SFA51 amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando
SAM27 E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado
SAM55 Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque
SLA56 Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o
SFA51 desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val
SFE70 recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana
SFA51 LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar
SAM31 que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà
SFE13 teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora
SMO32 D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria
SLI22 o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava
SLA24 cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com
SAM66 Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou
SFU64 O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò
SLA24 o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos
SMO35 ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T
SMO5 a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se
SLI29 bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio
SAM31 houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento
SAM27 temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A
SAM20 lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI
SMO83 principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de
SFU85 Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o
SLA99 Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso
SMO83 avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na
SLI26 moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori
SAM4 se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo
SFE34 mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos

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SSA68 Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello
SSA86 desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina
SFA53 Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para
SMO3 nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he
SMO11 nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado
SSA92 a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que
SSA92 que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty
SMO11 Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo
SLA56 instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle
SAM43 porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV
SMO11 que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos
SMO44 para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão
SLA72 he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em
SMO83 Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil
SHE42 foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das
SHE42 de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento
SMO57 ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis
SMO57 Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os
SLA95 Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta
SLA36 ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em
SMO73 solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que
SFU64 Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal
SAM4 Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria
SHE38 às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares
SMO44 em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores
SAM41 contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou
SFU64 se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte
SAM52 ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha
SMO3 Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos
SLA56 em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O
SLA12 o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas
SFA87 Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e
SFE78 que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da
SAM2 de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria
SFA53 de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito
SFA88 Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà
SFA88 mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje
SLI90 sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a
SAM76 LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio
SFA51 não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos
SMO82 tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo
SAM52 os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo
SLI22 dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas
SHE38 hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima
SFE75 como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros
SHE79 Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais
SLA72 Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he
SMO32 a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para
SMO32 a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão
SAM27 Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera
SFE78 inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79]
SSA63 Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O
SAM96 Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não
SAM9 tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento
SMO82 Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas
SFU64 muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que
SAM91 Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno
SLA95 Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia
SSA63 da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O
SLA72 se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao
SAM91 Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa
SMO83 Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do
SFU64 fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios
SMO82 Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs
SAM91 embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha
SLA24 Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO
SMO81 o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não
SMO84 queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado
SMO82 ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher
SFE25 o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova
SMO57 poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO
SFA87 que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe
SFA51 que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay
SMO32 em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33]
SFU37 nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse
SFE25 esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico

327
SAM96 dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra
SMO84 cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio
SAM66 os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em
SFE70 c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos
SAM47 e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono
SLI26 gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se
SLA93 pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das
SAM4 tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa
SFE78 lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que
SMO50 Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura
SAM41 e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha
SMO69 que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que
SLI26 com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o
SFU37 Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos
SLA56 Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns ( não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò
SMO67 mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que
SAM96 Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante
SAM55 Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais
SFA51 direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e
SAM60 que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que
SMO57 os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos
SFE80 aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella
SAM4 quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no
SAM17 me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella
SAM9 conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do
SFE25 vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares
SMO82 Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar
SLA94 convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella
SFE75 Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno
SFE78 Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos
SHE38 mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O
SAM52 o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os
SAM58 E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão
SMO84 Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o
SFE80 aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a
SMO19 delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque
SPR1 Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio
SPR1 Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde
SFU85 Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se
SMO83 Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano
SLA56 Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto
SFE34 Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi
SAM4 de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle
SMO49 meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que
SMO49 Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano
SAM8 dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns
SFE13 Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio
SLA99 historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que
SFE30 E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta
SLA74 senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha
SAM76 Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar
SLA93 exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente
SFE70 e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser
SFE34 A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho
SMO83 O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he
SMO11 Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas
SMO82 O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica
SLI90 ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave
SLI62 Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto
SMO57 cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante
SLA12 Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso
SLA28 ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes
SAM17 Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis
SFE13 aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com
SMO5 Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades
SAM8 temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que
SLA24 votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como
SFE25 Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me
SAM45 a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos
SAM45 e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do
SLA12 Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada
SAM45 Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução
SAM4 a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida
SFA51 SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum
SFU85 te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar
SAM45 Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou
SAM43 Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao

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SMO15 SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio
SFE25 Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico
SAM55 não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta
SAM17 podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco
SAM48 lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz
SFE13 Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns
SAM60 fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas
SAM55 vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser
SAM23 que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque
SMO32 vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede
SMO81 os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos
SFA53 hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a
SAM23 arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento
SSA86 o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o
SAM14 lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo
SAM48 a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos
SAM96 fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante
SLI22 e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23]
SMO10 pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado
SMO81 andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo
SMO5 dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e
SAM6 dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a
SAM41 inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor
SLA56 que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi
SLA56 deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas
SAM33 o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de
SAM60 à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não
SAM2 chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa
SMO19 taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos
SFA88 de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè
SAM52 guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os
SLI62 Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas
SMO59 venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se
SMO67 Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes
SMO89 seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A
SAM2 padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos
SAM4 Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as
SFE39 o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia
SMO3 maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo
SLA18 Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19]
SMO83 trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume
SMO10 he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me
SAM17 dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais
SFE39 Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he
SLA93 cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor
SAM33 minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D
SAM9 sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir
SAM45 querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida
SLA77 venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs
SHE54 Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que
SAM45 [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos
SAM71 pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e
SLA18 vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia
SAM46 triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a
SFE13 mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito
SLI90 leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave
SLA95 Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada
SAM14 ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà
SLA77 ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro
SPR1 perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos
SAM48 todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por
SLA97 E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por
SLA56 Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o
SLA28 certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte
SAM9 Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente
SAM17 mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo
SAM8 Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da
SLI62 Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis
SLA12 Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto
SSA65 LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar
SFE39 ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a
SHE54 Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo
SSA86 De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que
SAM43 a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo
SLA93 tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em
SAM43 celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim
SFE39 Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do

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SHE54 a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO
SMO59 obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde
SMO89 Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou
SFE70 vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado
SFE70 se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha
SMO82 vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a
SAM43 Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal
SAM43 de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a
SLA56 Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao
SAM43 deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer
SMO59 fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou
SFU85 Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre
SPR1 quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o
SSA68 Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as
SPR1 sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes
SSA68 Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte
SMO89 nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio
SAM66 Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa
SMO35 T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà
SAM7 Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a
SLI62 se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais
SFE75 vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento
SFE40 atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos
SAM48 Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos
SAM48 Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos
SMO81 Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando
SLA12 temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o
SAM7 Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella
SAM9 Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça
SSA65 Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje
SAM52 eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores
SFA51 he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se
SFE40 Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta
SSA86 temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus
SPR1 Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema
SHE42 Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa
SHE42 Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto
SMO89 vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC
SAM23 deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao
SFE34 Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova
SFE34 em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé
SAM20 elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo
SMO3 desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser
SMO59 por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te
SMO35 O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T
SMO5 esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI
SAM47 a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d'
SLA74 sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d'
SMO49 Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento
SAM8 Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram
SAM66 valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que
SFA51 bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto
SMO35 A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega
SFE80 Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante
SAM58 suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas
SMO19 Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta
SLA72 he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si
SMO81 Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando
SAM48 SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida
SLA99 de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria
SFE39 O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o
SAM17 XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que
SPR1 Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos
SFE75 São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda
SAM9 mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor
SMO73 que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra
SLI29 O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio
SAM91 penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò
SAM2 e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos
SMO16 A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano
SFE70 tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de
SMO89 SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando
SAM66 SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão
SLI26 o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada
SAM76 Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos
SFU21 que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase
SFE75 Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo

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SAM20 grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa
SAM76 mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas
SMO49 poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe
SFA87 do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A
SAM4 se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo
SFE34 A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende
SAM76 Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego
SAM76 as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita
SMO5 de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como
SMO50 te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO
SLA77 Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo
SMO57 Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te
SLI22 que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria
SMO84 vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete
SMO49 desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com
SAM27 estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e
SAM20 o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor
SMO44 seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos
SAM4 E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra
SFU21 honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu
SLI90 republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a
SAM96 mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver
SAM31 SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque
SMO57 [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que
SFU21 d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A
SLA93 que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos
SAM47 XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta
SHE54 tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E
SFE75 cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em
SFE25 que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão
SLA97 que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta
SLA97 eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana
SLA97 para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. /
SMO50 morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas
SAM8 Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama
SFU85 competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos
SFE75 Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma
SMO11 Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo
SMO32 e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles
SSA68 . SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias
SAM98 o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da
SMO83 em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84]
SLI22 Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante
SMO83 Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho
SFA87 Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura
SFA88 dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a
SHE79 vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O
SAM14 Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem
SFE39 de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos
SMO19 por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta
SLA95 SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando
SFE30 Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa
SMO61 [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he
SAM33 Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão
SLA56 Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com
SAM23 enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte
SMO59 Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co
SMO3 seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo
SMO32 sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado
SFE70 Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o
SFE78 Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas
SHE100 SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com
SHE100 Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos
SMO50 rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e
SLA99 acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo
SSA92 A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que
SFE25 mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei
SMO16 De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral
SFE75 de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda
SAM4 por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de
SMO10 como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos
SAM98 outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o
SFE39 forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de
SHE38 XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque
SSA63 Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que
SAM41 saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de
SMO16 de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò

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SAM9 tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena
SLI90 suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave
SFE70 fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido
SLA97 SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a
SAM71 alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio
SAM27 Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu
SFU21 Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes
SAM41 o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe
SAM60 e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes
SFU37 a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe
SAM52 eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe
SAM31 valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E
SAM2 A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora
SAM48 quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos
SMO5 Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz
SAM7 bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde
SAM31 e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a
SAM46 ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos
SLA12 igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras
SLA74 vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que
SAM55 sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o
SAM43 fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome
SAM46 d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi
SFA53 quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe
SAM7 entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos
SAM17 vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não
SFE30 cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha
SSA92 piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que
SFE39 cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se
SMO67 do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo
SAM58 gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla
SLA93 das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não
SMO84 SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As
SSA65 De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês
SAM43 Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama
SFA87 he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura
SFU85 Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos
SAM7 olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes
SFE39 o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que
SFE75 não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada
SLI22 ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre
SHE54 Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor
SAM46 SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide
SAM47 temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal
SLA12 culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada
SLA94 Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada
SMO69 disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta
SLI29 quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte
SLI29 Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de
SHE79 ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que
SLA28 certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade
SFU64 Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o
SAM91 do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na
SAM6 Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso
SAM9 hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora
SLI22 quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem
SAM23 perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me
SAM33 lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que
SFA51 A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete
SAM46 E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà
SMO16 e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o
SAM52 de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez
SMO61 me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura
SLI26 Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca
SLA94 guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo
SFU85 que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os
SAM43 esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles
SAM98 duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para
SHE54 a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos
SMO61 O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel
SHE54 em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto
SLA12 Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a
SFE78 prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO
SHE79 iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde
SLI22 pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que
SAM58 Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e
SMO61 chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura

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SFU64 della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se
SAM52 ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum
SMO16 ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura
SMO32 guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes
SFE80 tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo
SMO89 e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo
SFE39 SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por
SFE75 lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta
SFE80 dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral
SAM55 fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E
SFU37 Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada
SFE25 não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo
SFE39 lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo
SMO49 que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por
SLA56 e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas
SAM66 da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita
SLA99 são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do
SMO10 tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI
SAM8 foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento
SAM27 conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser
SAM6 os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso
SLI22 manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras
SMO49 me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao
SLI29 da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A
SAM27 que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para
SHE100 dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama
SSA86 que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De
SHE100 do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos
SAM31 tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do
SMO61 pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d'
SFU64 duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita
SPR1 tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja
SLA93 de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança
SLA93 o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo
SFU85 Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem
SAM46 sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs
SSA86 he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se
SFE80 tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi
SLI22 Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o
SAM55 matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere
SFE39 nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se
SHE54 o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora
SMO10 foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não
SMO35 V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V
SAM8 pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e
SMO61 Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais
SMO57 razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral
SFE25 cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a
SSA86 emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça
SFE39 que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê
SSA86 Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se
SAM45 ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis
SAM52 prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo
SMO69 [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos
SAM96 ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso
SAM41 Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem
SFE75 Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime
SAM47 a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro
SFE13 Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros
SFA88 Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII
SAM9 sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista
SLI29 para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e
SAM33 Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira
SMO69 diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do
SLI26 socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão
SAM91 agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro
SMO89 do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora
SHE100 oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e
SAM91 vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à
SSA86 cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta
SLI26 Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura
SMO89 longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol
SMO73 que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. /
SLI22 XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no
SMO3 como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio
SAM47 sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O
SAM31 Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer

333
SPR1 Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição
SFE25 Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda
SSA65 d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se
SMO84 que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem
SMO19 ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado
SLI29 mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30]
SAM27 SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas
SMO16 Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice
SMO19 respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? /
SAM58 Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao
SMO61 Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella
SFE78 elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne
SAM27 temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte
SAM20 lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI
SMO83 principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de
SLI26 moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se
SSA86 Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina
SFA53 Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para
SMO3 Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he
SMO44 para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão
SMO57 e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis
SLA95 Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão
SLA36 fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em
SFU64 Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal
SHE38 às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares
SMO84 Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado
SFE80 aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella
SAM9 conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do
SAM43 Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal
SAM98 o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição
SMO84 o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy
SLA74 que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando
SAM47 Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu
SHE100 Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha
SSA92 Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto
SAM31 do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o
SAM71 que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não
SMO73 Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste
SSA65 que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do
SLA97 Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas
SFE78 Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por
SMO69 proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario
SLI29 se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que
SAM47 Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro
SLI29 Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O
SLI29 verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio
SFA88 Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89]
SLI26 o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde
SHE42 envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão
SLI26 Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto
SFE39 mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o
SAM2 humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A
SPR1 do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a
SAM41 ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi
SLA99 à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os
SLA72 Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria
SFE80 Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em
SAM48 tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr
SLA74 E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes
SSA92 Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar
SLI26 canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo
SMO89 Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario
SMO5 quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu
SLI22 e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres
SMO81 de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os
SHE54 sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e
SMO5 a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos
SLI90 feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia
SLA12 Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa
SAM23 que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He
SMO10 co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis
SLA99 prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que
SLA24 os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo
SAM23 Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he
SLA12 illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto
SAM98 Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou
SLA95 Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta

334
SLA12 Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular
SMO5 O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que
SLI90 Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a
SAM98 a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende
SLI29 Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a
SMO3 sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e
SAM47 esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a
SHE100 Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente
SFA88 dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he
SLA99 Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope
SHE54 da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV
SFE70 qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de
SAM71 faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade
SFE30 que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem
SLI62 feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida
SFE78 outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se
SFE30 tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime
SAM31 em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he
SFE75 SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a
SAM76 Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda
SAM6 a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em
SFE25 Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E
SAM47 estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà
SFE70 logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que
SHE54 paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite
SHE54 ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se
SAM8 O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu
SHE38 do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo
SFE75 o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para
SAM96 Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado
SMO10 que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos
SLA97 espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera
SMO32 Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he
SLA97 A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome
SMO35 hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em
SMO84 tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti
SMO49 e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos
SMO89 Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos
SMO84 de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra
SMO61 Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto
SAM4 igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com
SLI26 Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra
SFA87 são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor
SFA87 são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro
SFA87 LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa
SAM41 de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O
SMO83 logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. /
SMO84 todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete
SMO49 Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me
SMO16 que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça
SSA92 poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece
SAM47 o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em
SMO59 vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a
SFU64 se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO
SLI90 seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que
SLA94 do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a
SMO11 Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou
SFU37 D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos
SAM8 ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste
SSA92 celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol
SMO16 SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a
SHE42 pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de
SLA93 Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste
SAM20 com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano
SLI22 do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que
SHE79 SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste
SAM91 firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu
SAM71 despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas
SMO89 no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès
SSA65 avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que
SSA63 na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em
SAM4 avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias
SAM2 tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom
SSA68 as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os
SFE39 Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal
SMO61 segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça
SLA77 Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que

335
SAM23 Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos
SMO61 he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com
SMO67 ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato
SAM17 Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais
SLA36 toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina
SLA28 Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama
SMO49 tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei
SHE79 nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo
SFU64 Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se
SLA56 instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle
SMO82 fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode
SAM60 entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades
SSA92 em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que
SAM47 Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta
SHE38 caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras
SMO69 Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que
SMO5 fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova
SMO83 a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei
SAM41 desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e
SFU85 o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas
SFU85 qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. /
SAM60 me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a
SLI29 vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò
SFE78 moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e
SMO61 e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado
SMO10 são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem
SAM43 escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de
SLI26 o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o
SMO35 T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo
SMO35 passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he
SMO35 Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito
SLI29 se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de
SMO57 viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que
SAM8 atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento
SAM91 ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92]
SSA65 Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje
SMO67 a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor
SSA65 seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos
SAM8 foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em
SMO67 sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe
SAM27 apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço
SAM17 queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes
SMO59 como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver
SMO67 O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão
SHE38 tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes
SMO67 e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece
SAM41 lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya
SAM4 estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor
SFA53 sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà
SAM76 Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente
SMO73 pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor
SLA56 LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos
SMO11 Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão
SMO59 quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo
SMO59 os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que
SFA88 co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados
SSA92 florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo
SHE100 de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se
SSA92 o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa
SLA97 algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas
SHE100 Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos
SFE78 Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça
SHE100 Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga
SMO44 Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas
SAM60 não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso
SMO61 mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente
SHE38 emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos
SMO69 a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo
SMO81 dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem
SAM6 dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo
SLA77 Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais
SAM7 nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor
SAM48 / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos
SAM46 fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas
SAM7 Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois
SMO19 para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos
SMO59 ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que

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SMO50 L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em
SAM48 negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por
SLA12 Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu
SAM47 se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro
SFA53 Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos
SLA77 Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs
SLA56 falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que
SAM55 para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De
SLA97 Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste
SFA53 repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54]
SPR1 fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria
SFU85 teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e
SMO61 de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo
SHE100 C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e
SLA95 poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo
SLA12 Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que
SAM98 repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para
SMO44 agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum
SMO19 Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos
SSA92 Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que
SMO81 Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal
SAM9 novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos
SLA36 geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria
SMO67 jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem
SFE80 foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO
SAM76 perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o
SMO10 he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança
SMO19 de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos
SFU37 destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. /
SMO44 mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos
SMO57 os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças
SFA88 offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos
SFU64 premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das
SAM6 testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora
SMO67 me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO
SAM6 VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar
SFU64 como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre
SMO49 Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita
SHE100 As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia
SFA88 Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy
SPR1 que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse
SMO57 dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça
SMO44 as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso
SAM66 Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que
SLA77 Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais
SMO49 o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que
SLI62 mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô
SSA86 gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. •
SMO19 por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes
SAM52 Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs
SMO44 lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para
SLI62 sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando
SAM60 vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo
SHE100 vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em
SLA94 Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a
SAM2 das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados
SFA51 mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois
SFA53 Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de
SMO81 A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos
SMO81 co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão
SAM6 algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo
SAM7 della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois
SFE30 desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia
SFE70 que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez
SMO69 [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres
SSA65 do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De
SAM71 Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado
SLA24 verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar
SFA87 por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada
SAM7 Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto
SAM52 acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo
SFE13 em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî
SAM52 SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo
SAM23 ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda
SLA99 a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que
SMO10 tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos
SAM66 Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu

337
SAM60 subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e
SFE78 dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem
SMO44 SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A
SMO59 he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa
SFA87 e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos
SFA53 escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro
SSA68 do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e
SMO81 nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou
SMO57 de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà
SAM60 a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel
SLA93 historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou
SFU85 gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu
SLA36 avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo
SFA87 Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde
SAM52 mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar
SFE78 Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes
SMO81 folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião
SSA86 se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem
SLA72 Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he
SAM4 sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão
SAM8 SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento
SMO69 Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a
SAM8 temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento
SMO61 mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes
SAM45 ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois
SMO3 do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem
SHE79 como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte
SLI90 ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa
SLA72 ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante
SLA72 constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que
SLA72 Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum
SLA72 LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He
SLA72 se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou
SAM6 Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a
SMO15 do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste
SLA56 (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por
SAM45 e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do
SMO19 antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu
SAM41 tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro
SAM76 no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas
SLA72 que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he
SLA93 altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria
SFA51 em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete
SMO15 me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e
SMO67 são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço
SLA95 o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice
SAM45 viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora
SLA72 Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se
SSA86 o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de
SLI90 Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò
SAM6 chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça
SMO59 que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por
SLA77 em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te
SHE79 Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos
SAM6 cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a
SLA95 Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando
SFE13 charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio ( Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as
SMO67 Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me
SAM45 remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46]
SMO19 pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com
SMO5 dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em
SAM98 da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da
SLA72 Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto
SLA74 Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e
SMO69 annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse
SFA88 Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy
SMO35 T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla
SLA18 segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em
SLA77 idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse
SFE30 vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira
SMO84 Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy
SFA51 que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis
SMO61 o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a
SMO16 queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida
SLA28 com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade
SAM4 Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO
SAM14 da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por

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SAM20 do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe
SAM33 Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da
SLA94 Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu
SAM33 costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da
SAM98 Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço
SFE78 và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu
SAM60 verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os
SMO69 bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a
SFA53 hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que
SMO82 cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal
SFU21 hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte
SAM20 ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida
SFA51 ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. /
SFE34 Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom
SFE78 Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro
SMO73 Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade
SAM14 da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre
SMO61 [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he
SMO16 minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de
SAM48 nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da
SMO57 qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e
SFA87 Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento
SFE70 LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais
SAM2 vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde
SLA77 O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito
SLI62 Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se
SAM41 se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou
SLA56 Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz
SFE39 disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz
SFU21 braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão
SFU37 contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo
SSA65 que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo
SFE39 nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum
SHE42 ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d'
SFE39 couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a
SAM58 a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais
SMO35 Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que
SSA65 Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d'
SLI62 hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os
SFE25 convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica
SFU64 a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte
SMO16 afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar
SAM17 quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a
SAM58 he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão
SAM71 carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa
SAM2 SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me
SAM17 Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella
SFA88 se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX
SAM20 foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas
SAM6 Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes
SFU64 fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos
SFE13 contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão
SAM46 vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos
SFE70 fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não
SSA68 Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce
SFE70 he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a
SLA36 Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento
SLA72 ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se
SMO19 Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de
SMO73 todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de
SHE100 SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas
SLA28 golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte
SFE75 Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da
SSA68 Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do
SMO11 a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em
SMO61 dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra
SFA53 afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo
SAM48 a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes
SFA88 defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa
SLA28 Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de
SFE40 Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada
SMO44 estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que
SFE13 tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que
SMO35 T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? /
SLA28 Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da
SFE80 por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado
SLA24 como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo

339
SAM98 Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais
SFE34 nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova
SMO44 forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As
SPR1 Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores
SMO19 Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu
SAM14 vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15]
SAM2 rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho
SAM2 A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III
SFE40 Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza
SFE75 da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda
SMO19 pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa
SAM43 E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida
SFE34 galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A
SMO35 V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida
SAM23 A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte
SMO5 vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa
SFE25 deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada
SMO32 Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu
SMO3 Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz
SHE54 Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo
SFE75 não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente
SMO49 Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso
SSA86 cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo
SSA86 dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não
SSA65 duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos
SMO19 causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos
SFE13 Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu
SMO82 Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal
SAM98 Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas
SMO10 Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem
SAM6 chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades
SAM27 Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer
SLA95 Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia
SMO3 hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio
SLA94 humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde
SLA97 Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome
SAM98 me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do
SMO69 que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se
SAM52 Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais
SAM14 A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada
SMO11 Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais
SAM55 cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he
SMO50 gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da
SMO50 hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI
SLI29 sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja
SHE100 roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a
SFE75 o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà
SPR1 I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem
SLI62 Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo
SLI62 devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo
SLA18 Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a
SLI22 XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que
SFU21 e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a
SLA93 hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas
SFE34 consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35]
SAM27 Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar
SSA86 Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna
SFE30 / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia
SFE30 senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da
SFE70 que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da
SSA68 que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do
SAM17 que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga
SAM7 a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi
SMO16 o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso
SLA12 Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a
SLA28 peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço
SAM43 vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra
SLA74 [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV
SLA94 e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor
SAM52 divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os
SAM52 hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol
SFE40 vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida
SLA74 que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando
SFE25 façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e
SLA28 Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a
SAM58 hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se
SAM23 aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte

340
SAM23 nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que
SFA88 dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de
SAM23 por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao
SAM23 Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte
SLA72 elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio
SAM23 He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella
SAM71 hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento
SAM6 mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa
SAM23 vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas
SAM23 [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que
SAM23 Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos
SFE34 que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho
SAM41 tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe
SFA87 SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa
SMO69 Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir
SMO83 Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte
SAM41 tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado
SFA87 Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha
SMO83 Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em
SAM27 sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e
SMO83 O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he
SFA88 lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto
SFE25 são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica
SMO35 dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o
SMO35 o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V
SHE38 Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei
SLI22 sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres
SMO81 não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando
SAM33 Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura
SAM58 Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando
SAM96 Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco
SLI22 Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração
SAM47 sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado
SFE30 direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31]
SLA95 da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção
SLA95 Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta
SHE100 Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha
SLA72 ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem
SMO89 fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar
SAM43 vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles
SMO5 pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? /
SMO5 ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso
SMO3 vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este
SFE39 Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que
SMO5 compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não
SAM2 cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo
SMO84 Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu
SAM47 O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por
SHE54 Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho
SFE34 homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no
SMO19 a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20]
SMO67 a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se
SMO89 dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico
SHE42 se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes
SHE38 de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao
SSA65 ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da
SHE42 lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es
SSA68 vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII
SAM6 Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que
SAM9 Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha
SFE34 bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa
SMO44 são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV
SHE100 dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico
SAM52 Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a
SHE42 tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do
SLA99 famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o
SHE54 [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se
SFE75 que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes
SAM76 no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas
SFE34 no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa
SSA92 Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto
SSA92 ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em
SHE38 Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum
SMO19 aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e
SMO67 Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto
SFE80 Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem
SMO61 Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso

341
SAM7 entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos
SLA28 poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da
SMO5 que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder
SMO44 dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes
SFA87 amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por
SAM76 constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas
SLA95 livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV
SMO82 pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não
SLA28 a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII
SMO61 que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me
SHE38 haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO
SMO82 Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy
SSA63 dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte
SSA63 a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende
SFE34 / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV
SMO11 Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas
SAM8 não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder
SMO10 Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque
SAM31 o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca
SMO89 O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte
SLA77 vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe
SMO32 tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte
SFE75 ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A
SFE75 solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não
SLA28 Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida
SAM9 que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d'
SAM66 me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento
SLA95 da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal
SLA95 Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria
SFA51 queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores
SAM9 monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que
SMO61 antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O
SAM91 Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o
SAM91 Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno
SAM91 Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa
SHE42 ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes
SAM31 do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o
SAM66 maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se
SAM8 ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a
SAM71 que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma
SAM9 estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà
SSA65 do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De
SLA93 A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a
SAM8 informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como
SAM47 morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol
SLA24 Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão
SFE25 e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares
SFE40 Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo
SFA88 Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa
SAM48 por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem
SFE80 SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos
SPR1 presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos
SAM7 quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8]
SMO49 Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. /
SMO15 a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me
SMO61 me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico
SLA95 Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou
SFE75 a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que
SLA18 marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da
SMO5 Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo
SMO49 folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os
SAM55 he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a
SAM98 eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99]
SAM52 alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a
SAM66 impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme
SMO61 Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio
SMO61 a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do
SLI62 pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos
SPR1 mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o
SMO82 ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão
SLA18 Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais
SAM96 mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o
SAM60 là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as
SAM8 de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo
SLA77 vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A
SLA28 tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo
SLA99 a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse

342
SLA99 Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto
SLA36 hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia
SMO50 da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a
SSA92 Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por
SLA36 Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo
SMO19 mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas
SMO19 gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para
SFE80 câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada
SFE40 / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL
SLI26 que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII
SFU64 que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o
SLA24 perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro
SMO5 de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso
SAM41 de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro
SAM71 Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As
SAM23 vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho
SFA51 aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto
SLA24 com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A
SAM96 No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma
SSA92 Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a
SAM96 vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio
SMO84 hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que
SAM6 pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes
SAM76 SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente
SMO35 V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega
SAM4 A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em
SMO15 ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque
SFA87 fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento
SFE75 antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV
SFE25 da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer
SMO89 O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte
SFE13 Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso
SSA65 Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês
SSA65 pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de
SSA65 tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve
SAM91 cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A
SAM9 Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se
SFE13 rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das
SMO57 danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e
SMO11 homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de
SFU37 Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois
SLA12 governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso
SAM14 Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a
SAM8 nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa
SMO10 Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis
SMO16 Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes
SSA92 nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty
SSA92 Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece
SAM46 heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos
SFE40 que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura
SHE54 que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me
SSA63 da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico
SSA68 sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello
SMO89 estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi
SLA72 Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo
SAM45 XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real
SMO19 Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se
SLA99 ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras
SMO57 Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada
SLI62 Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi
SSA65 mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta
SMO50 à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia
SHE100 Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos
SSA65 Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo
SMO44 enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no
SLA18 segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos
SLA72 que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he
SFE13 (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom
SMO73 hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono
SMO73 que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se
SMO73 Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste
SMO73 pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual
SMO73 neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente
SMO73 a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando
SMO73 Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he
SAM2 premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para
SAM2 ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o

343
SFA87 Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento
SMO82 Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO
SAM14 desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de
SMO32 vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que
SFU64 seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar
SSA86 se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos
SMO84 se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do
SMO84 Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e
SLI90 o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO
SMO82 não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica
SLA18 Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao
SLI90 Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E
SLI26 difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que
SLI62 Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais
SMO57 e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de
SLA12 Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13]
SAM4 Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo
SMO57 cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da
SAM33 Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada
SAM20 Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa
SAM7 informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser
SMO50 he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem
SLA72 Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que
SAM17 posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a
SFA51 matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de
SMO15 Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha
SAM55 Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe
SAM76 Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas
SAM8 que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas
SFE30 da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum
SFU21 nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as
SLA12 elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D
SSA65 que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do
SMO67 artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys
SLA12 do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses
SLA99 tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX
SLA97 Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas
SHE42 das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais
SFU85 Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te
SMO11 Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se
SAM60 erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida
SMO57 e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. /
SMO67 Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor
SAM46 amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor
SHE38 inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e
SLA97 espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer
SLA28 a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A
SLI90 seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes
SMO49 Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano
SSA92 Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo
SAM60 embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•
SAM17 obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me
SSA63 Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos
SMO67 Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e
SMO10 porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os
SSA92 Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a
SMO83 incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do
SAM27 hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa
SPR1 tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui
SLA12 duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa
SLA97 Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome
SLA77 mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar
SAM52 D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais
SAM2 Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás
SFE25 he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer
SFA87 alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar
SHE79 desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa
SMO73 esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto
SFE39 gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me
SMO19 com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles
SHE79 primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria
SMO49 que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em
SLA36 em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por
SLI22 assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu
SLA18 mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto
SLA95 Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna
SFE78 Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por

344
SAM66 do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no
SLA77 ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas
SLA56 a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio
SFA87 Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas
SLA72 alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes
SLA72 Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou
SFE13 render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente
SAM31 se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da
SAM9 He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal
SFA88 desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda
SFE75 tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena
SFU21 Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas
SMO50 Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota ( pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que
SFA51 (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas
SSA65 vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos
SMO61 brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos
SAM55 o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o
SAM9 hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva
SAM45 copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas
SAM7 ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo
SFU21 armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem
SAM45 Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos
SLA72 Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e
SMO5 modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar
SMO84 agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu
SSA63 Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio
SHE54 Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono
SAM55 Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não
SFA53 mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que
SFE75 idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas
SMO10 A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto
SHE54 vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora
SMO15 fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta
SMO69 a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo
SAM14 riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he
SAM45 que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida
SLA36 Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa
SHE79 a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que
SFE39 por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor
SAM17 me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em
SMO59 Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se
SLA28 Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem
SLA56 me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não
SMO5 seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E
SAM4 não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao
SAM14 Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se
SMO49 sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem
SSA92 que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de
SAM66 Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita
SMO67 so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais
SAM48 hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve
SAM20 vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura
SFE39 Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar
SMO5 Que grande bem, que grande paz me dera? Ou ( por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto
SMO11 Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado
SSA63 Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê
SSA92 o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que
SMO50 / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L
SLA72 resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII
SAM48 vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre
SAM48 lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO
SSA65 ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em
SMO59 tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando
SAM9 Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa
SFA53 e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito
SHE54 da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos
SLA36 Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume
SAM55 escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum
SAM14 fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a
SAM8 Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama
SLA28 que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E
SHE38 SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto
SMO59 os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais
SPR1 não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A
SMO19 Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos
SFE40 Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura
SFU64 assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns

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SAM46 SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus
SHE100 destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o
SAM76 Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que
SAM66 hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre
SFU64 Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro
SAM96 A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi
SMO82 contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes
SLA94 a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja
SAM48 Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as
SLI22 Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o
SMO83 Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà
SFE80 / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX
SAM43 E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles
SHE100 denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez
SAM23 que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não
SMO19 feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes
SAM48 maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos
SAM2 Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos
SMO44 Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às
SFE80 Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que
SFA87 ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que
SFA87 em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são
SSA92 Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção
SPR1 nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos
SFA88 avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende
SFA87 florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito
SAM47 que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen
SFE30 agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum
SAM55 me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO
SLA95 Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças
SAM43 Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de
SHE100 Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o
SAM14 desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos
SLA24 perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com
SLI29 a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da
SLA56 gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde
SMO81 Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem
SFE75 muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da
SHE79 contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o
SHE79 responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria
SFE39 antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro
SAM76 queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a
SLA56 e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde
SLA97 memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal
SFE78 Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o
SAM6 tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando
SAM14 era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por
SLA95 alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora
SAM96 pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas
SAM6 a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de
SFU37 deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà
SMO84 o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu
SMO83 SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão
SMO57 e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre
SAM2 então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de
SFE25 folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se
SAM8 es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste
SLA24 não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para
SFE78 os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão
SAM7 adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação
SAM55 e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança
SFE30 ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda
SFE39 se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto
SAM71 Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que
SMO3 Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este
SAM45 vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a
SLA12 Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não
SHE38 e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do
SAM91 batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da
SMO16 ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a
SFE78 nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que
SAM91 ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a
SAM17 a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he
SAM66 possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as
SSA68 que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do
SLA99 vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que
SAM45 Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se

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SAM55 que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura
SAM43 elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo
SAM20 della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o
SMO10 rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he
SMO3 sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A
SSA86 Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com
SMO3 Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço
SSA92 Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus
SSA86 o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a
SFE78 que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem
SAM31 intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio
SMO84 vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de
SAM60 Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me
SAM7 a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre
SFE25 Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a
SHE79 esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração
SLA93 memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se
SLA94 Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais
SFU64 o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se
SHE42 Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti
SMO84 do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu
SHE38 Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que
SMO15 Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis
SMO3 ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre
SLA94 tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem
SMO16 meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de
SAM23 tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer
SMO19 foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os
SLA97 Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe
SSA65 a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais
SMO19 Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe
SLA74 vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75]
SFE40 inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro
SAM6 boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos
SSA68 mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e
SSA68 erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do
SLA95 Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo
SLA95 Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente
SLA97 Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas
SFE13 Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente
SSA63 Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a
SHE100 por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a
SFA87 Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e
SLA99 à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os
SLA99 excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez
SLA94 jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais
SAM66 nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias
SLI90 alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò
SSA86 Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem
SHE54 A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança
SMO5 he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não
SMO5 Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter
SAM17 Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella
SFE13 pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com
SMO5 Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO
SAM33 Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha
SLA56 por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas
SAM47 peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora
SFE39 profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o
SFU21 sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que
SHE79 celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na
SSA86 a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz
SFE40 Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura
SFU37 pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D'
SAM20 por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que
SFU21 estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor
SAM55 a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por
SAM96 pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a
SAM17 Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu
SAM41 levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem
SFA51 sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em
SAM60 Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de
SFU85 Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre
SMO15 me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo
SMO69 a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario
SMO83 caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por
SFE30 de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da

347
SFE40 boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se
SLI29 se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que
SAM47 Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora
SLA74 se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual
SLI29 Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O
SLI29 verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio
SAM91 Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa
SFA88 Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora
SLI90 que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da
SAM33 da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34]
SLI26 prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde
SHE42 as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão
SLA77 Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o
SMO84 quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais
SLI26 Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto
SLA97 numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso
SFE39 Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o
SSA65 hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do
SLA99 màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual
SAM60 resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos
SAM33 aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum
SLA74 se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes
SAM2 que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os
SFE30 da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem
SSA63 do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que
SAM2 humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A
SAM6 ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento
SFU64 na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns
SMO10 Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança
SAM98 faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada
SPR1 do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a
SSA68 luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do
SHE79 e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico
SLA36 confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes
SAM48 a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor
SMO44 para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os
SAM8 temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he
SAM98 mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da branda
SFA88 jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as
SAM31 da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo
SMO5 Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com
SAM7 esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os
SLI90 E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora
SFE13 acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14]
SMO49 e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi
SMO10 hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos
SLA74 Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza
SAM14 para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi
SHE100 avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore
SLA56 eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas
SLA99 a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de
SLA12 fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o
SPR1 da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de
SHE54 para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se
SAM52 guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio
SFE39 jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia
SFE25 ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada
SFE25 Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções
SSA63 da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè
SAM41 ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay
SHE79 alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se
SMO49 de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia
SFU64 D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle
SLA99 memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os
SHE79 Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos
SSA68 LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello
SFA87 Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em
SLA56 hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me
SAM47 Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao
SMO83 se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo
SMO32 sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte
SFE40 que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal
SMO10 prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E
SMO16 a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento
SMO82 bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime
SAM2 de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se
SAM98 mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do

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SHE42 Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto
SAM76 Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas
SMO3 E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver
SPR1 Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna
SFU64 bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65]
SFE39 guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que
SMO19 e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor
SSA92 [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia
SMO50 Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de
SAM20 viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre
SMO73 que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. /
SFU85 SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos
SMO69 tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio
SFE40 se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se
SFE70 mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De
SLI62 Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão
SMO84 no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo
SFA51 que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52]
SSA63 Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos
SMO35 me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V
SMO84 em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio
SMO84 Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o
SFE70 Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes
SMO3 zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem
SAM45 não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. /
SHE100 Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SLA93 hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que
SLA94 Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao
SAM17 amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo
SFE13 E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em
SAM31 a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento
SMO84 mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete
SMO15 seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou
SAM52 Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi
SHE38 caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras
SAM27 era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê
SMO69 Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por
SHE38 a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo
SAM31 he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem
SAM58 detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a
SLA95 para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na
SMO67 logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras
SLA36 em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja
SFU21 deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO
SMO11 vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais
SLA99 Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de
SFU85 e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do
SAM43 confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre
SFE30 E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o
SLA24 sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como
SFU85 qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A
SLA97 o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce
SAM58 Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor
SMO16 de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e
SFE40 fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato
SLA72 Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta
SMO73 [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que
SAM33 tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em
SAM43 a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos
SSA63 gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos
SMO67 esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O
SSA65 pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo
SSA86 tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat
SMO5 Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao
SLA77 creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se
SSA65 a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então
SMO57 A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida
SFE70 Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay
SLA93 Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras
SAM45 se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora
SMO44 jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV
SAM9 Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que
SAM45 que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI
SLA99 Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas
SAM45 Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous
SMO69 SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto
SFU85 gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera

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SLA93 altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A
SSA68 que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e
SMO73 encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que
SMO83 LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este
SHE38 ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu
SMO19 junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta
SMO16 se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera
SHE79 com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer
SMO84 Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta
SAM17 [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy
SAM9 vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e
SFE13 Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas
SLI29 ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o
SAM20 escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo
SAM52 como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha
SAM48 da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja
SAM58 se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que
SSA65 Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a
SFE34 atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle
SMO69 O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal
SFA53 a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus
SAM47 e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o
SAM58 iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e
SAM71 Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa
SAM17 que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê
SAM96 Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido
SMO61 de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO
SFA51 dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria
SLA28 Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e
SMO10 Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a
SMO59 mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda
SLA77 ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os
SFE78 não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos
SFE75 e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que
SLA95 miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e
SLA74 parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona
SAM17 meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar
SSA65 Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66]
SLA56 que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos
SLA95 de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se
SLA28 Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo
SLA36 de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição
SMO5 possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades
SFA87 a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega
SSA65 breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes
SMO10 E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X
SAM31 E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da
SLA77 floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto
SFE39 o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das
SMO67 em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do
SHE54 soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com
SMO67 Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto
SLA77 conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora
SAM98 esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a
SAM27 Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida
SLA18 mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria
SFU21 bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e
SMO5 força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu
SHE54 e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta
SHE42 do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as
SLI90 de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,•
SLA56 não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De
SMO15 deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em
SLA94 possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente
SLI62 não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a
SLI22 da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava
SMO73 o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil
SLA97 Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana
SMO84 humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o
SLA56 gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora
SAM7 raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca
SLA12 rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo
SHE100 adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos
SMO44 aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para
SAM58 em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais
SAM58 desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de
SAM7 foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a

350
SLI90 levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora
SPR1 E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da
SLA97 fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo
SAM71 tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase
SFE78 João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não
SSA63 Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na
SMO11 sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos
SMO11 e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens
SMO3 a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que
SLA28 Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas
SAM91 Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma
SMO73 que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o
SAM41 vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo
SMO50 que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura
SAM45 Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia
SLA36 Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre
SAM4 vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são
SFE80 Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra
SMO5 E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que
SMO57 Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida
SMO15 sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva
SMO81 a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada
SAM17 detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em
SLA36 Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia
SAM46 Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem
SAM7 vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados
SAM7 Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se
SSA65 Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque
SAM31 saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento
SAM48 vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas
SLA74 jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das
SAM45 Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata
SMO67 astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem
SAM17 Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o
SAM9 neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He
SSA63 alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do
SFE39 hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima
SMO59 lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como
SMO57 nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que
SMO84 o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual
SLA74 May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à
SAM33 Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de
SAM48 realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que
SLI29 Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! /
SFE39 Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano
SAM6 Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum
SMO19 Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta
SFA88 pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta
SFE30 Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes
SLA36 sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte
SHE42 altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se
SLA72 santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que
SSA63 E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende
SSA92 Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que
SAM33 Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço
SLI62 Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas
SFA53 Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par
SHE38 rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de
SFA88 Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos
SFA88 valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos
SAM4 tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras
SMO32 que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII
SAM76 de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas
SFA53 ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que
SMO67 SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto
SFA53 illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que
SMO69 chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca
SMO69 Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o
SFU37 Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores
SLA56 a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas
SAM23 que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos
SLA56 estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo
SMO89 Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja
SAM6 E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se
SAM76 perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as
SLA24 Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a

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SMO44 olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias
SSA86 porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes
SLA28 e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra
SMO81 Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as
SAM66 saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou
SLA77 A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas
SAM58 belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello
SSA86 te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic
SLI22 tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum
SAM46 Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida
SFU64 SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas
SLI90 de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No
SAM9 e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor
SAM33 Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d'
SLI29 bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a
SLA93 Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste
SLA56 e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto
SAM43 de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a
SFU21 Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a
SLA93 Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos
SMO49 em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte
SAM17 foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que
SMO83 Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o
SMO3 Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto
SFA53 as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te
SFE75 festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da
SAM58 adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX
SLA74 E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como
SFA51 Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino
SPR1 sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho
SSA68 se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos
SSA68 bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino
SMO32 galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em
SFE75 deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu
SAM14 Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada
SAM45 não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. /
SFA53 louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as
SFE78 Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o
SAM41 das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno
SFE80 Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto
SSA92 porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos
SHE79 Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste
SFE34 isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para
SMO15 que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi
SMO15 serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu
SFE13 proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos
SFE70 que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis
SFE39 da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? /
SMO84 Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome
SMO57 no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos
SSA92 do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito
SAM20 dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar
SFE34 figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de
SAM27 e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem
SAM98 Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse
SLA77 vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no
SLA94 ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que
SSA92 Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu
SLI26 canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo
SFE75 a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia
SLA28 regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte
SMO5 reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo
SFA51 perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto
SFE80 vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando
SLI62 Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim
SMO89 Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario
SMO69 Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a
SLI22 e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e
SAM6 Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto
SMO73 quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se
SMO73 Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer
SAM52 para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que
SLA74 pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de
SLA18 vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de
SFE70 home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado
SLA93 Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje
SFE80 que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada

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SMO32 Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de
SMO82 De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga
SMO15 si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu
SMO11 ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. /
SLA93 Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. /
SMO5 quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu
SFE70 He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez
SAM27 e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de
SAM52 guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles
SLI22 e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23]
SMO5 fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como
SFE80 do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o
SMO49 sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se
SLA97 de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos
SMO10 vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me
SMO59 Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo
SLA72 grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso
SAM47 O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por
SFE40 a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha
SMO81 de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os
SAM60 he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello
SFE80 Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado
SMO73 destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da
SAM96 as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver
SHE79 credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste
SAM41 Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do
SMO10 danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o
SFE25 são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco
SHE54 se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e
SMO59 Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a
SLA24 Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo
SLA95 Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna
SLA24 Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar
SAM14 Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi
SFE40 picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos
SLA36 Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da
SLA72 Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô
SMO5 E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera
SAM60 barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso
SAM52 D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis
SAM76 LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no
SAM8 Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que
SFE30 he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que
SMO73 que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo
SMO73 constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo
SMO83 a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei
SFA51 em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete
SMO73 mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e
SFU21 seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido
SAM33 He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre
SFE70 agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado
SFE30 Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he
SAM23 assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He
SMO5 honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos
SFE40 Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz
SSA86 Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o
SAM71 quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do
SMO59 Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça
SLA28 Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas
SHE38 hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio
SSA63 LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com
SMO19 olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes
SSA68 guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como
SLI26 melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto
SSA92 SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste
SMO49 enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem
SLA74 Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè
SAM27 despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera
SAM76 o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente
SLA74 (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea
SFE40 desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta
SFA51 reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e
SAM2 cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então
SFE30 E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser
SMO83 trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser
SFE34 a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu
SFE39 humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o

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SMO69 E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil
SFA53 Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho
SAM14 se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve
SMO67 Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes
SLA56 seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em
SAM17 diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me
SFA53 Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves
SFE34 a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde
SAM47 Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar
SLI26 adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO
SAM76 quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas
SMO84 prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me
SLI29 fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o
SMO82 outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas
SFA53 outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal
SFE40 / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão
SAM20 Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General
SMO49 voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle
SAM17 a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta
SLI29 fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado
SAM17 dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por
SMO73 Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a
SFE39 Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do
SMO73 es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà
SAM23 caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada
SMO67 me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não
SAM7 quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. /
SHE54 Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por
SMO15 se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do
SLA56 com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum
SMO15 perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja
SLA56 accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu
SLA77 aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que
SAM2 tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes
SAM55 vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as
SMO15 Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas
SAM60 que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê
SFU64 O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò
SAM91 Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido
SMO50 Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura
SMO69 Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com
SFE34 A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci
SMO82 fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica
SLI90 ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia
SAM17 antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs
SLA12 Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa
SFE25 quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI
SAM55 ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser
SAM48 a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve
SAM8 Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da
SAM43 mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje
SMO89 Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio
SAM9 Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça
SSA65 Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada
SAM58 suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas
SMO16 A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso
SLI26 E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada
SMO49 poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não
SLI22 o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria
SLI22 Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante
SAM23 partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte
SAM31 Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve
SFE30 Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha
SLI22 por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre
SLA12 Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada
SAM23 dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que
SAM43 esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum
SFE78 de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO
SLI22 hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia
SFE39 SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura
SAM55 fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E
SAM27 conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser
SAM27 que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era
SMO69 companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral
SMO69 quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns
SMO89 Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte
SLA97 ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome

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SMO61 Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do
SAM4 sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras
SLA36 Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria
SMO67 me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus
SMO57 dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A
SLA94 Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal
SAM23 ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A
SMO44 os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs
SLA24 Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo
SMO50 ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI
SAM17 Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga
SAM23 Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte
SAM23 que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade
SAM71 E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento
SAM41 tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não
SMO49 chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano
SLA18 Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais
SFE80 o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava
SFA87 Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve
SLA72 Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão
SAM60 te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo
SSA65 se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em
SFE40 Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que
SAM96 A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi
SMO44 Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às
SPR1 Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos
SLA95 levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças
SLA99 que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso
SSA86 Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso
SAM66 Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes
SLI90 esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa
SFE39 profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o
SLA99 não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas
SAM2 flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se
SMO84 se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo
SAM58 Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de
SSA65 Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a
SAM96 Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi
SFE78 Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque
SFA53 Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as
SAM27 Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver
SAM66 valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que
SFA87 ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. /
SMO10 os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O
SFE25 Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica
SHE100 a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias
SAM71 Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem
SAM9 petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E
SSA92 Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò
SAM91 Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem
SMO69 diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do
SLA36 varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio
SFA51 o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino
SMO10 a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis
SLA74 escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza
SMO10 rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he
SMO82 Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO
SFU37 louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver
SMO59 de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta
SFA53 Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da
SSA68 Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que
SLA95 providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta
SMO44 as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs
SFE34 dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da
SAM55 Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor
SPR1 vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das
SAM23 cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha
SFE13 Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos
SLA24 e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a
SMO49 quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem
SMO73 Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò
SLA28 a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo
SLA97 Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos
SFU37 SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal
SAM17 querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não
SAM60 vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O
SMO69 seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. /

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SMO69 Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se
SAM8 castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas
SFU85 poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo
SHE100 dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca
SFA88 defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a
SLA12 parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella
SMO32 de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as
SFA53 Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu
SMO44 Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma
SSA92 das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor
SLA72 juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as
SFU21 entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido
SLA93 Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres
SLI22 Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII
SLA77 Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome
SMO61 mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei
SAM45 a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi
SLI62 e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos
SFE30 ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia
SLI22 Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres
SLA99 prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido
SHE54 sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A
SLI90 No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora
SAM9 Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. /
SMO50 Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça
SSA92 immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste
SFE40 que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal
SFE25 Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e•
SFE40 boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente
SFE70 Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto
SLA24 que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo
SMO59 SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza
SFA53 dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando
SAM14 mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de
SFU37 flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca
SFA88 entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem
SFA87 Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa
SFE75 Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão
SAM20 no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser
SMO16 fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento
SMO16 compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia
SAM91 o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor
SMO57 advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado
SLA99 notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide
SSA92 affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93]
SAM33 Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de
SFA53 os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia
SAM23 que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor
SSA63 premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da
SSA63 que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo
SLI90 SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns
SSA92 teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta
SLA24 Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou
SLA24 tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora
SAM71 Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em
SFA87 esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo
SFE13 Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal
SSA63 Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase
SAM41 Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI
SFU85 Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua
SLA99 e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e
SAM9 do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na
SFE75 o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo
SMO3 que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de
SFA87 Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por
SFA53 amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as
SLA94 Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais
SLA12 inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes
SAM43 Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque
SMO16 XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania
SLA18 Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode
SAM8 obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro
SAM98 branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as
SLI90 mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91]
SLA74 e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia
SLA99 eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão
SLI22 doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs

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SLA24 a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos
SMO81 vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82]
SMO32 e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a
SAM60 e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61]
SLA97 mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome
SLA24 comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei
SAM52 sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João
SMO83 A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o
SAM98 XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte
SAM98 soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense
SAM98 novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o
SMO32 tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo
SAM98 SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte
SAM98 do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar
SHE42 XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga
SLA99 Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais
SMO5 SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com
SAM33 ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas
SMO73 idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida
SMO73 solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do
SMO73 Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice
SFA88 apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender
SFA88 Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia ( Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda
SMO73 Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento
SAM20 Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde
SAM9 melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he
SFA51 Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora
SMO69 adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co
SHE38 vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o
SAM52 vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos
SAM98 forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias
SFA53 me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que
SHE42 poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas
SFE40 eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem
SAM48 unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje
SFE78 a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes
SMO5 paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo
SMO35 licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V
SMO35 V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes
SFA87 por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem
SAM9 Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se
SFU64 atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu
SAM58 advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão
SFE80 tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à
SLA28 ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos
SAM23 tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao
SAM20 e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a
SFA88 se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para
SMO69 bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se
SLA94 guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo
SSA86 termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque
SPR1 naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da
SFE25 Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda
SSA92 Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por
SLI90 ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de
SSA92 o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty
SMO69 outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de
SAM6 VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o
SLA77 quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais
SAM52 tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como
SFA87 e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus
SMO19 antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu
SSA65 duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende
SLA12 Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que
SPR1 o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos
SMO84 Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir
SMO67 não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi
SFU64 assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os
SAM48 Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as
SSA68 sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que
SMO49 de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a
SLA94 possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais
SAM41 jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe
SAM60 amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à
SLI22 cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal
SSA86 graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a
SLI62 das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe

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SAM4 não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo
SLA18 de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he
SAM9 Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à
SMO16 A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris
SAM4 ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser
SFE30 cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre
SSA86 abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão
SAM45 conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois
SLA77 tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena
SFE30 vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar
SFE25 De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não
SAM8 se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina
SMO89 foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em
SAM41 como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao
SAM41 O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se
SAM14 Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de
SAM17 delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino
SMO15 que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais
SMO61 despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas
SMO16 a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia
SAM17 de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente
SLI26 mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora
SLI26 Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto
SFA51 Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar
SLI62 queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas
SAM17 que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a
SAM60 fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he
SLA56 com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo
SAM41 Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor
SFU37 cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se
SAM6 ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por
SAM96 pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas
SAM4 Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E
SLA18 vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que
SLA36 SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia
SAM23 minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò
SMO73 Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora
SAM23 ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o
SAM96 dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver
SMO3 emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz
SAM14 de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era
SMO67 são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço
SFU85 Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas
SAM96 cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as
SAM14 tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos
SMO49 honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou
SMO82 à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis
SFA88 a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição
SMO32 tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com
SLA72 que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo
SAM41 iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a
SFE75 tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena
SMO5 Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande
SMO16 Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor
SMO61 temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62]
SAM41 e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò
SAM14 Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo
SAM48 SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca
SAM46 SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus
SHE100 Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar
SMO83 a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto
SFA87 merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os*
SMO10 O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he
SFU85 qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. /
SPR1 do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu
SAM76 são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais
SAM41 callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. /
SMO67 a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me
SMO57 envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante
SAM6 Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver
SMO35 T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar
SAM31 do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio
SMO32 Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não
SAM14 Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão
SAM66 que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em
SMO35 da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V
SMO82 larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello

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SMO11 ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos
SAM41 hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for
SFE40 da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo
SAM27 Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre
SAM76 enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes
SLI26 antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que
SFE30 Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça
SMO15 comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de
SMO50 sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se
SAM4 raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a
SMO11 Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de
SMO10 Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia
SFE80 eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse
SAM2 E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3]
SFE25 ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser
SMO44 Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO
SAM45 a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e
SFE80 de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado
SAM45 mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano
SAM31 Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà
SFE34 Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D'
SAM17 padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe
SAM8 entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a
SMO10 d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus
SAM17 XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto
SAM55 Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa
SLI29 o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea
SFA53 mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas
SLI22 ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto
SAM60 he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste
SMO35 sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me
SMO84 Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o
SAM45 eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei
SAM76 de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por
SAM7 Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus
SMO73 [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos
SLI22 cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o
SFE34 Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu
SAM23 Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o
SMO15 me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por
SFE78 Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs
SMO82 Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso
SMO81 Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus
SFE78 bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme
SPR1 Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu
SAM27 duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar
SFU64 como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas
SAM7 jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra
SHE79 foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer
SHE79 ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem
SMO67 E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e
SSA68 melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO
SLA12 Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto
SAM98 Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou
SAM7 Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto
SAM46 abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos
SLA74 das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço
SAM52 acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que
SFE13 sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou
SLI62 guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias
SMO50 se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te
SAM4 o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence
SMO10 quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo
SFE40 vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem
SFE40 que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que
SFE13 em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà
SLA36 ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia
SMO44 As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses
SLA95 o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice
SAM14 Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera
SMO67 Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me
SMO16 voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A
SFE78 crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me
SAM14 maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos
SAM20 segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum
SMO49 Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita
SAM60 Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que

359
SAM66 em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à
SHE54 A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a
SSA65 que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe
SLA56 certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de
SMO50 fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes
SHE38 de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio
SAM45 e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o
SAM48 não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que
SFE70 Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes
SAM31 se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e
SFA51 se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he
SLA36 Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe
SAM2 tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão
SLI29 Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja
SLA28 SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de
SHE38 se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima
SHE100 [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos
SLA97 da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que
SLA95 Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta
SMO15 e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu
SAM71 ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de
SSA92 ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro
SLA93 offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta
SLA94 vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò
SLA72 a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este
SAM45 não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não
SAM41 a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO
SLI29 Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta
SFE78 quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he
SFE78 feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro
SAM66 Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias
SLA72 ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode
SSA86 dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo
SLA93 seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a
SFU21 combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro
SSA65 Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. /
SHE38 Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das
SFE13 Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não
SLA12 Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo
SLA12 nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em
SSA92 tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o
SFU21 que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte
SSA65 rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de
SHE38 misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes
SFU21 he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco
SLA93 a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs
SMO69 Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo
SAM23 enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte
SAM31 Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento
SLA72 ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na
SLA77 Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama
SAM17 Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga
SAM76 ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do
SAM98 intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora
SAM91 eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que
SAM2 que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente
SAM91 Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum
SAM47 Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das
SLA99 Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma
SFA53 de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o
SHE54 vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força
SLA95 com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta
SMO5 O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que
SMO5 Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se
SLI90 Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico
SFU37 Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas
SAM52 o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De
SPR1 a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos
SAM9 apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre
SMO44 De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos
SFE78 não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a
SAM76 alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são
SAM76 prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay
SMO67 provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me
SAM60 me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a
SLA94 luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado
SAM52 SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo

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SAM45 admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata
SHE79 Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e
SFE40 Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que
SAM91 temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida
SMO19 Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu
SFE13 Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha
SFA87 Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar
SFE80 A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos
SMO81 sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo
SLA77 Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz
SLA72 custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum
SLA18 que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco
SFE34 Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe
SLA56 E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos
SLI26 não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o
SPR1 da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta
SAM45 se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais
SAM7 duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz
SMO11 vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos
SHE79 teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força
SMO11 Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite
SAM31 Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza
SAM31 riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do
SAM31 Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos
SAM31 da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do
SAM31 do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai
SAM14 nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por
SAM47 o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora
SAM2 Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura
SFE25 aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são
SMO82 não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis
SMO84 ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà
SLI90 Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a
SLA97 Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E
SAM98 a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende
SPR1 . QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO
SLI29 SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre
SLI29 Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a
SLI29 vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò
SMO3 sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e
SAM41 Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy
SSA86 eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a
SMO32 Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada
SLA77 e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que
SLI29 o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da
SMO89 Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava
SHE38 digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se
SAM31 do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. /
SHE100 arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os
SAM33 amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir
SLA56 naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns
SMO10 o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer
SLI90 o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave
SHE79 Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade
SFE78 moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e
SSA63 à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e
SLA94 cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he
SLI26 Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas
SAM43 belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em
SLI62 LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi
SLA74 que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo
SAM20 eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do
SAM20 pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se
SAM20 Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser
SFE13 d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ
SLA94 SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque
SPR1 SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva
SFU21 tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a
SMO84 fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com
SFU37 Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes
SMO10 e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são
SAM47 esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a
SAM52 mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que
SFE25 tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos
SAM96 cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem
SAM96 se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito
SFE75 para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto

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SHE38 singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos
SAM8 voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•
SSA86 ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou
SLA18 a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais
SSA92 porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu
SHE38 de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO
SLA12 Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de
SLA12 Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente
SLA93 cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova
SAM33 Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D
SAM45 Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do
SAM48 presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes
SAM27 A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com
SAM9 sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis
SLA56 quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos
SFE70 em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor
SMO81 campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na
SAM31 Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem
SAM45 mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano
SMO49 vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte
SAM66 no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que
SHE38 a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama
SLA36 se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que
SLA56 Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu
SLA93 Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do
SAM4 Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o
SSA86 Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua
SSA65 Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas
SSA68 dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro
SSA63 e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi
SSA92 que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que
SHE100 Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente
SMO57 Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te
SLA97 venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso
SMO89 Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em
SMO15 mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova
SAM41 e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se
SFA87 Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são
SAM66 Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço
SMO49 o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que
SLI26 A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores
SMO3 concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para
SLA94 Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a
SSA92 que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao
SLA93 da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que
SMO50 tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu
SFE80 se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes
SLA24 e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse
SAM8 Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas
SMO61 e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado
SFA53 SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas
SLA72 se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o
SSA92 aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima
SSA92 tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93]
SFA88 ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he
SFE40 mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se
SMO32 Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o
SMO44 Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os
SAM4 fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra
SFE25 graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares
SAM76 são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas
SAM2 Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se
SFA51 SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo
SFA87 a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. /
SMO10 os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos
SFU37 e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se
SLA99 He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio
SAM76 Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos
SFA87 quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento
SFE25 são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica
SFE25 Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros
SSA68 assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO
SAM2 pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás
SMO67 obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu
SFE75 por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta
SLA24 Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude
SFE78 amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà

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SAM23 vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda
SFU37 De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os
SAM71 instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz
SAM33 Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura
SAM6 Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão
SLA24 com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De
SLA72 Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou
SLA74 Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà
SAM45 vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos
SAM46 em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus
SMO50 maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que
SMO82 Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso
SAM45 Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o
SMO49 primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O
SLA77 mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas
SLA74 Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista
SFE34 cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos
SHE100 a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias
SLA74 Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço
SSA86 eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina
SMO69 vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que
SAM71 vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca
SMO59 delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de
SAM9 vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me
SHE42 ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das
SLA97 ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe
SAM96 Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi
SSA65 Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por
SHE38 Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento
SFE78 agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na
SHE100 Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A
SLI29 servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de
SMO67 Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são
SAM48 que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com
SAM48 Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a
SSA92 S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol
SAM2 de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz
SAM33 Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o
SAM46 diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial
SMO16 do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a
SLA72 he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se
SMO69 Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse
SLA24 antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi
SLA77 Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo
SAM41 me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir
SMO57 A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre
SFA88 tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos
SAM66 Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena
SFA51 fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece
SLI29 chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste
SFE25 sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o
SFA88 mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos
SLI62 das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a
SFE40 Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me
SLA72 ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende
SHE54 leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça ( se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro
SMO73 e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual
SAM7 Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas
SLA72 escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte
SLA94 a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95]
SFU64 Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da
SAM47 Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas
SMO59 por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co
SFE39 Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta
SAM91 Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz
SAM52 que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores
SMO15 este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me
SPR1 empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem
SAM14 a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe
SLA36 tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da
SMO69 Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento
SAM41 Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o
SMO84 Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe
SFE25 E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer
SAM31 a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè
SFU37 Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S
SAM96 quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido

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SLA72 ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa
SFA87 Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no
SFU85 gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo
SLA36 Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio
SMO44 Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que
SHE79 idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma
SLA95 envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe
SSA86 fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de
SMO81 da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então
SAM41 Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de
SAM20 estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo
SAM43 es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que
SAM66 me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e
SAM9 o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa
SMO73 pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he
SMO84 o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor
SFA51 o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que
SSA68 tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto
SSA65 Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus
SLA93 de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis
SAM17 tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella
SAM4 de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle
SMO49 solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano
SAM8 dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns
SMO10 pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis
SMO84 vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete
SAM4 E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo
SMO5 modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter
SFE39 e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto
SMO16 e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o
SFE80 Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo
SFE80 o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral
SAM8 Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e
SFE80 Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo
SSA92 o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa
SHE100 Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia
SAM6 Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes
SMO19 a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos
SAM6 mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa
SFA87 Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha
SAM58 Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando
SMO83 povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio
SAM7 esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo
SLA74 Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza
SAM41 como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao
SMO10 Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he
SFE25 se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não
SMO44 Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato
SAM55 Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa
SHE79 ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem
SAM45 Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não
SLA72 ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na
SAM2 Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para
SAM41 e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo
SAM2 Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se
SMO69 para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O
SMO49 exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber
SLI29 O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se
SHE54 e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e
SHE54 SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta
SAM45 Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou
SFU21 tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? /
SMO19 os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não
SMO5 eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as
SLI26 Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto
SLA74 conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se
SFA88 defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não
SLA18 de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da
SMO35 Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão
SMO10 aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se
SAM46 Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a
SHE100 Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente
SMO49 exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber
SFU64 elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro
SMO82 que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII
SFU64 contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte
SFU37 Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos

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SMO15 XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco
SFA88 Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor
SAM71 de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha
SMO10 tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo
SHE42 estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es
SLA36 presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por
SLI26 junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e
SAM48 atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*
SMO10 mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo
SMO59 hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se
SFE30 como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o
SMO59 firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha
SAM7 VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida
SAM46 tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay
SLA72 ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola
SLA72 comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se
SMO15 Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi
SMO3 he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo
SMO11 com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis
SLA24 toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso
SAM31 atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do
SAM9 Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o
SAM71 estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria
SMO61 ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de
SAM46 Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos
SMO44 cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os
SLA74 igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora
SSA65 intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou
SLA12 que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o
SLA77 Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo
SAM31 Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde
SAM98 as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu
SFE80 Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em
SFA88 tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por
SAM6 que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades
SAM27 Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer
SFA51 aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores ( Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de
SFU37 foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse
SFE30 como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à
SMO19 que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe
SAM55 atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil
SMO81 Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com
SMO44 Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro
SLI29 fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno
SAM55 tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que
SFE70 vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual
SLI90 voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que
SLA36 louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se
SLA99 a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao
SSA86 Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão
SHE54 Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o
SHE54 Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto
SMO82 malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida
SSA86 que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei
SAM58 LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a
SMO10 são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem
SAM2 Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor
SFE13 gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja
SLA18 tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão
SLA72 Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he
SAM20 logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que
SLA99 Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope
SSA63 hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em
SAM47 o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se
SHE42 acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas
SFE40 que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he
SAM20 vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de
SAM33 que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com
SMO61 o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d'
SAM55 a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por
SFU64 te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o
SAM8 Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não
SAM45 Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois
SLA77 Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou
SAM43 Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo
SAM4 tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre
SMO59 confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta

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SHE54 Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for
SMO82 Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por
SLA56 mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis
SAM23 o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada
SHE54 adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão
SLI90 imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave
SFA53 lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia
SPR1 não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho
SMO3 de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de
SMO3 Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes
SFE80 Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo
SLI29 ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a
SLA93 Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo
SMO15 XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me
SHE54 A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que
SAM45 ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI
SFU37 lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão
SLA24 haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito
SAM2 Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão
SAM55 desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a
SFE40 mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz
SMO57 consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo
SMO35 Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas
SAM41 se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio
SLA12 Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ
SLI22 Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu
SAM96 Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante
SMO35 dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que
SSA68 luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que
SMO59 eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando
SPR1 eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio
SAM66 martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso
SMO81 cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu
SFE40 que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal
SAM14 Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros
SMO49 imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que
SMO50 fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as
SLA18 ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais
SMO81 Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na
SAM47 Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o
SLA12 Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser
SSA68 do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se
SHE79 Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas
SAM31 Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D
SMO3 eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe
SLI62 danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão
SFE40 Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de
SFA51 e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos
SAM20 escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà
SLI22 o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô
SAM48 e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres
SHE38 sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao
SLA36 Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao
SMO61 derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do
SSA86 benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o
SAM14 desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas
SLI22 que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria
SAM46 comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante
SLA74 flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o
SFE78 Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal
SAM27 me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer
SAM33 he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. /
SFU64 os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que
SAM4 sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O
SLA95 Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje
SLA36 que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes
SMO3 nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me
SMO57 ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A
SMO50 do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia
SAM9 resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco
SFU85 anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando
SAM46 infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo
SAM27 a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado
SMO3 vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu
SAM27 amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo
SLA97 lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste
SAM9 Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista

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SAM6 Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as
SAM27 Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o
SAM48 por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal
SAM2 se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum
SHE79 e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar
SHE42 lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos
SLI62 hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que
SAM45 me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos
SLA95 Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta
SHE100 infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios
SHE100 exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SAM7 pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis
SMO69 atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o
SMO32 Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de
SFE13 Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio
SFE34 como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que
SSA92 pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a
SLA24 amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade
SMO19 Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi
SLA18 de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando
SMO19 Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos
SHE38 sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he
SFE34 outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto
SFE78 soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous
SMO59 a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza
SFU64 May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito
SHE54 da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV
SFE70 qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de
SMO67 a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe
SHE54 prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto
SHE54 Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy
SAM55 [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso
SLA74 Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me
SMO15 Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de
SAM7 cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas
SAM17 Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy
SAM55 Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi
SLA74 diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o
SAM55 grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa
SFE30 que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns
SFE39 [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•
SAM23 SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem
SAM9 breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que
SAM33 estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e
SAM4 Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual
SHE54 LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a
SFA88 SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe
SHE100 Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em
SAM9 penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual
SMO44 agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato
SAM55 Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave
SMO10 tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos
SLA56 aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a
SAM71 a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe
SAM33 e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria
SLA95 Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque
SPR1 Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para
SMO82 Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes
SMO50 advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da
SMO50 solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer
SLA18 cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos
SHE54 tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por
SFE25 E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta
SAM27 espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda
SHE100 a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o
SAM7 Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o
SMO3 porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com
SLI29 Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o
SMO3 a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor
SLA12 excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13]
SLA12 sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio
SLA74 LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se
SMO82 si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes
SLA94 gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz
SFE30 joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem
SAM4 grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em
SFU37 à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos

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SMO15 adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo
SMO19 senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas
SFE80 Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante
SMO3 desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não
SAM48 Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas
SMO59 de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60]
SLI22 Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o
SFE25 esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico
SAM7 do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que
SMO89 co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu
SFE70 virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto
SMO57 cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e
SAM55 tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he
SAM33 dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha
SAM20 viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro
SAM76 choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas
SFE25 se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO
SMO83 Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que
SFU21 SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse
SLI29 assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o
SMO83 que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e
SLA99 Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas
SAM9 vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal
SMO15 E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de
SAM7 a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca
SLA18 vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai
SLA95 sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima
SAM43 escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal
SLA28 peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja
SFA51 Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem
SAM55 vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca
SLI62 sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo
SMO15 Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi
SAM6 / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor
SAM45 Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós
SLA97 dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio
SAM91 na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se
SMO84 a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado
SAM91 Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do
SMO44 flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais
SFE34 dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida
SAM55 Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta
SLI62 areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das
SLI62 a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para
SLI62 Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida
SLI29 O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura
SFE78 outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se
SFE30 tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por
SAM55 ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro
SAM55 matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava
SLI62 que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados
SLI62 Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas
SLI62 areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes
SFU21 postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi
SFU21 constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he
SAM31 vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta
SMO15 em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa
SMO19 cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não
SMO89 o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho
SSA68 mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey
SSA92 a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que
SAM96 que quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem
SAM60 de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de
SHE38 triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama
SFU64 Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como
SFE80 [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX
SMO5 eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en
SAM55 Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e
SFU64 por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na
SPR1 quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o
SMO84 prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete
SLA94 luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado
SLA56 merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne
SFE13 mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não
SFA88 Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que
SAM46 lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes
SMO81 e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida

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SMO69 a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais
SSA65 mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido
SAM46 foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes
SLA56 [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos
SAM98 hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme
SAM46 fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis
SFE75 morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o
SMO11 vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a
SLA94 estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não
SLA72 he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta
SMO15 não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este
SMO61 fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me
SMO82 para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas
SFA88 corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister
SAM46 veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De
SSA86 continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei
SSA86 Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes
SFU21 mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra
SLA97 milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce
SAM17 podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco
SFA53 não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè
SAM31 e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da
SAM52 embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso
SFE70 da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado
SHE100 deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. /
SFE75 ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime
SMO11 de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A
SAM43 O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura
SAM43 tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles
SLI90 que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que
SAM46 de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o
SAM96 D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal
SHE38 tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes
SMO3 cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo
SPR1 Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores
SMO67 Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos
SLA36 O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da
SMO83 destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura
SMO50 Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas
SFA51 casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas
SFE25 Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova
SFE13 senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do
SAM45 De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos
SHE54 A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre
SLI90 Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora
SFE75 São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo
SMO32 as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes
SFE40 Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos
SAM2 pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO
SFE40 escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza
SMO32 Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do
SAM23 vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas
SMO15 Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha
SMO5 a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel
SFA53 Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum
SFA88 Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da
SMO32 Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò
SHE38 Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento
SLA56 vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo
SPR1 eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio
SLI29 o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se
SFE34 nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê
SMO57 sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58]
SAM91 Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao
SLA72 tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza
SAM9 Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se
SAM2 E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3]
SAM41 não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei
SFU37 foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse
SLI29 o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se
SAM14 Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita
SLA74 Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa
SAM98 nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis
SSA63 na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e
SMO19 os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos
SMO89 o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque
SLI22 Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes

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SLI90 grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò
SHE38 sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem
SHE100 da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico
SMO50 em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde
SLA18 as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos
SMO73 que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral
SFE30 hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida
SFE30 [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX
SLI26 e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul
SSA68 seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras
SAM66 auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias
SAM7 Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida
SAM66 Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu
SMO16 A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A
SLA74 o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na
SAM48 granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz
SFE30 a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E
SAM48 Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça
SMO67 leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me
SAM48 nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais
SAM48 e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria
SHE54 e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede
SHE54 SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a
SMO32 apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho
SLI62 os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta
SAM9 na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que
SFE75 SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a
SLA74 Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de
SLA74 de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de
SFE30 và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo
SFE13 SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E
SAM45 dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos
SAM45 ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou
SAM45 Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual
SFE13 Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do
SLA24 SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que
SFE25 e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica
SFE70 abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: ( Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que
SAM96 inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos
SSA92 amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo
SSA92 em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a
SAM76 Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda
SAM6 a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em
SFE25 Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda
SAM7 Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas
SAM47 SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà
SFE70 logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que
SAM52 vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu
SFU21 vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy
SMO49 conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não
SMO73 vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do
SMO50 escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem
SAM60 Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca
SMO57 Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te
SFE75 Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para
SAM6 fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol
SAM71 Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e
SAM31 E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà
SLI26 o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora
SAM7 logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos
SAM7 Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se
SAM43 do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O
SAM47 Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira
SSA68 e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual
SLI29 entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o
SAM33 Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria
SAM14 de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu
SFE13 elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo
SFE13 mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não
SFE78 A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom
SFE34 da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio
SMO3 desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV
SAM66 pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI
SHE100 a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra
SPR1 [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho
SAM2 desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da
SMO3 para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo

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SAM4 Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras
SAM9 da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento
SMO50 por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura
SFA51 que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores
SAM52 [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os
SFA53 hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e
SHE54 o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes
SMO59 que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando
SAM55 por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura
SLA56 a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra
SMO57 Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão
SAM58 / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida
SAM60 / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato
SMO61 Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde
SLI62 me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas
SSA63 em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que
SFU64 / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A
SMO69 esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario
SSA65 ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas
SAM66 Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania
SMO67 os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias
SSA68 Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro
SFE70 de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido
SAM71 a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade
SLA72 composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he
SMO73 Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa
SLA74 bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser
SHE79 d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre
SFE75 e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento
SAM76 honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà
SLA77 a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando
SFE78 o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho
SFE80 por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante
SMO81 a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando
SMO82 / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas
SMO83 que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura
SMO84 certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me
SMO89 mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte
SFU85 [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso
SSA86 divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina
SFA87 graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o
SFA88 lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria
SMO5 defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que
SAM6 posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os
SAM7 [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se
SAM8 cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A
SMO10 Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos
SLI90 nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com
SAM91 pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido
SSA92 de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que
SLA93 [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga
SLA94 Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão
SLA99 Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente
SLA95 escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros
SAM96 Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy
SLA97 em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso
SAM98 / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a
SMO11 o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado
SLA12 conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada
SFE13 a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio
SAM14 feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge
SMO19 Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos
SFE40 perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna
SAM41 [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este
SHE42 a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto
SAM43 de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea
SMO44 ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus
SMO49 [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da
SAM45 qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora
SAM46 qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio
SAM47 morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite
SAM48 ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera
SMO15 dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se
SMO16 [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura
SAM17 mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta
SLA18 Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de
SAM20 castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura

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SFU21 a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum
SLI22 Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o
SAM23 tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora
SLA24 Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal
SLI29 da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A
SFE25 convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De
SLI26 ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora
SAM27 mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu
SLA28 composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza
SFE30 à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa
SAM31 vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento
SMO32 D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah
SAM33 que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà
SFE34 pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom
SFE39 de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o
SMO35 hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo
SLA36 Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra
SFU37 de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor
SHE38 pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo
SFE78 quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem
SHE54 vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a
SHE54 ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em
SAM47 Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o
SMO73 terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a
SLI90 sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da
SFU85 o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos
SAM91 viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o
SFE30 SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de
SLA36 antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os
SAM23 me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum
SMO50 sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum
SLI29 bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de
SAM52 vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai
SFU64 deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia
SLA28 astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena
SMO16 SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a
SPR1 Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos
SAM27 do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28]
SAM4 contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que
SAM46 dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos
SMO49 Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso
SMO15 Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma
SLA28 de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais
SMO32 vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho
SMO83 e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar
SAM27 a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das
SMO5 e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò
SMO83 Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me
SFE70 (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um
SLA24 Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a
SMO67 logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. /
SMO49 folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me
SMO73 sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se
SMO73 a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que
SLA18 hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a
SLA95 de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto
SLA72 e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He
SHE100 denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa
SFU37 [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII
SSA68 [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto
SFE40 que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal
SHE38 [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor
SHE100 Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á
SFU21 tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22]
SLI90 SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio
SLI90 XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas
SAM60 da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros
SLA94 luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de
SLA93 mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do
SMO69 SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum
SMO69 exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como
SAM8 O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano
SLA77 Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a
SFE75 o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever
SSA92 do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa
SLA36 a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame
SHE38 vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII

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SAM47 he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora
SPR1 de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà
SAM55 estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem
SAM52 dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu
SSA86 os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei
SAM58 Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa
SAM58 tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis
SAM60 A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e
SSA65 pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se
SMO82 na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em
SHE38 vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo
SFE30 inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a
SMO35 De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu
SMO35 astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De
SMO35 tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo
SMO35 escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição
SMO35 fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como
SMO35 T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano
SMO35 avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher
SMO35 T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega
SMO35 como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he
SMO35 Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V
SMO35 licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V
SMO35 Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà
SMO35 Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? /
SMO11 tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas
SMO19 os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não
SLA28 Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo
SMO19 humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de
SAM66 que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo
SAM66 e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os
SMO44 dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o
SLA24 XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais
SAM23 parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà
SFE39 da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40]
SAM9 Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que
SAM9 pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que
SFE13 das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me
SLA36 seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se
SAM43 sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios
SFU21 quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada
SAM43 vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso
SLA94 que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus
SFA88 Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura
SLA97 que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande
SAM4 Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà
SFE78 teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro
SMO19 Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo
SAM46 dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim
SMO67 razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço
SAM66 verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha
SLA95 Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta
SFA53 Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles
SAM47 Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando
SFA87 e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha
SMO81 bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que
SFE40 Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão
SLA97 prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se
SFA88 as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende
SFE80 (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta
SFA88 parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de
SAM43 altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a
SAM4 Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho
SFE30 Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como
SFE80 do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante
SFU85 te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem
SAM52 A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes
SLA18 Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo
SFU85 He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que
SPR1 Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por
SMO83 fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante
SMO35 de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he
SAM43 flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito
SSA92 com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao
SLA93 SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os
SMO19 Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*
SFA88 anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os

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SLA72 remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel
SLA24 sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De
SMO84 se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides
SHE54 e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a
SMO19 altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum
SLA97 asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra
SMO50 companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a
SAM48 de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a
SAM27 meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido
SAM41 SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro
SFE80 que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi
SMO84 em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que
SLA77 te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que
SSA92 peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste
SLA97 sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande
SFE34 Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy
SFU37 SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida
SMO15 quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya
SMO10 bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se
SFU85 foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de
SAM17 O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não
SMO67 soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com
SAM9 vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos
SSA68 madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais
SAM41 Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa
SHE54 se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão
SSA92 por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes
SHE42 XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras
SLI90 alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora
SLI26 o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27]
SMO83 Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe
SHE42 ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà
SLI90 ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum
SHE54 choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose
SMO10 vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d'
SLA24 muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar
SAM14 e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A
SMO61 eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me
SMO19 Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão
SAM48 que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As
SAM2 me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em
SAM2 pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes
SAM43 pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal
SLI62 tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas
SHE42 Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que
SMO32 SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes
SMO49 assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa•
SSA86 agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei
SAM76 podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio
SSA86 a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem
SAM14 Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas
SFE13 Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha
SAM60 Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O
SLA94 XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra
SAM58 fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor
SMO67 ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era
SLI62 fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da
SAM14 quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter
SLA24 a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P
SAM6 SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio
SAM55 fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah
SAM33 de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva
SMO82 se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto
SAM60 poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de
SAM8 Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento
SAM4 ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir
SLI62 hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do
SLI62 quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida
SAM33 ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como
SMO19 Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos
SAM31 auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado
SFU21 d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas
SMO19 modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão
SMO11 por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro
SMO82 Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto
SSA86 toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz
SAM41 vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso

374
SMO10 hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos
SAM14 fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi
SAM33 tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou
SMO82 que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral
SMO11 E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a
SFE75 Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma
SLA93 nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do
SFE75 o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para
SLI62 Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão
SLA12 conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a
SMO57 LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te
SLA12 Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o
SMO19 perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo
SLI90 Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes
SAM33 chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão
SMO81 cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e
SMO89 o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque
SMO69 seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. /
SMO69 Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se
SMO10 via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A
SMO10 A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes
SMO10 Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor
SAM52 rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os
SAM33 pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda•
SMO50 que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra
SFU64 Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro
SAM60 os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•
SAM8 a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a
SAM60 Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te
SAM60 Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te
SMO35 hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T
SMO57 monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence
SMO44 às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são
SHE42 fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por
SFU85 Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse
SFA53 A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não
SFU85 jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem
SMO81 vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se
SAM8 A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es
SFA53 Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que
SMO57 os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos
SFU85 Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se
SFU85 que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os
SAM60 fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he
SMO57 deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te
SLA77 Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e
SLI90 com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou
SLA77 cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados
SMO59 quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer
SLA28 taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a
SMO11 simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do
SFE78 Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo
SLI22 mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe
SLI22 de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz
SAM55 vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para
SMO32 estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura
SLA18 Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que
SAM96 Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em
SAM23 que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque
SAM46 a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei
SMO32 D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria
SAM31 provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento
SMO32 em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede
SHE100 Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca
SLA28 destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas
SFE30 ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa
SLA94 outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas
SFU21 mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello
SAM60 da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os
SFA88 Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a
SMO49 sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço
SMO81 Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra
SMO57 os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos
SPR1 da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que
SAM46 Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de
SMO10 meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor
SFA51 Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao

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SMO83 mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A
SLA24 o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he
SLA12 que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella
SSA86 Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da
SMO44 Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes
SLA97 poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança
SAM27 sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a
SAM8 dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego
SAM91 na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde
SHE42 nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou
SMO61 do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me
SAM6 a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça
SMO81 os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co
SAM23 Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor
SAM47 Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o
SMO83 fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe
SMO10 que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos
SMO49 desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com
SAM8 fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas
SAM71 SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil
SHE100 mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do
SHE42 Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se
SLA97 [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de
SLA97 Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera
SMO59 faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais
SMO32 Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he
SAM2 paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O
SAM2 são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus
SLA97 A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome
SLI26 que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o
SFE39 amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o
SHE38 susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares
SLA99 Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre
SMO35 T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de
SMO15 ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy
SMO35 he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite
SMO35 De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo
SAM27 Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e
SAM66 Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa
SMO35 passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he
SMO35 XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà
SMO35 Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V
SMO69 injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir
SMO35 hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em
SSA63 do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança
SFA53 onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. /
SHE54 agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a
SFE34 mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta
SMO82 as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à
SMO32 daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que
SMO32 de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede
SMO32 o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida
SFU37 o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo
SMO69 de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso
SHE54 com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite
SFA53 de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê
SMO32 Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e
SPR1 sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não
SFE70 SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem
SFE78 LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas
SMO59 Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida
SFE34 passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em
SMO35 Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te
SFU21 e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a
SFA53 Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco
SAM8 se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto
SMO35 V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De
SMO57 brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he
SMO5 pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? /
SMO5 esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso
SAM14 Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas
SFE80 Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não
SAM14 de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum
SAM23 Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao
SMO57 Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida
SFE78 dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede
SFE70 Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num

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SSA86 o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o
SHE42 de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto
SFU85 publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando
SLA18 A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos
SLA95 glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com
SAM43 tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O
SMO61 Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem
SMO89 Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra
SMO73 mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que
SMO83 Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor
SMO89 vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. /
SLA93 Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da
SFU85 não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer
SMO67 Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ
SAM43 hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para
SHE100 Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres
SHE54 Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna
SFU85 Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos
SHE38 poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes
SMO84 tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo
SAM6 Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos
SHE79 leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente
SLI22 fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que
SMO84 ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim
SLA97 para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. /
SFU85 feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos
SLI22 vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres
SFU85 SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos
SSA92 Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com
SMO11 em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do
SAM8 vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não
SMO44 que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te
SMO44 SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A
SMO59 culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa
SFA87 Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o
SFA87 ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que merece em
SFA53 escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento
SAM14 sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO
SFE13 Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito
SAM48 sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos
SLA77 quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas
SLA77 Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne
SFA87 em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são
SLA28 estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por
SMO44 que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora
SHE42 em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa
SLA12 Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso
SFA53 Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu
SMO35 como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he
SLA97 mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande
SMO84 Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal
SAM8 seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem
SMO57 mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs
SSA92 em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque
SSA92 offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da
SMO57 ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da
SFE30 Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro
SFE30 toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI
SFE30 parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor
SMO69 Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto
SSA68 Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que
SLA72 LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio
SSA65 aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar ( timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta
SAM23 illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida
SMO49 vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà
SSA68 Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra
SAM41 Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a
SMO16 em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me
SAM66 e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os
SMO16 e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de
SMO49 não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me
SMO10 tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos
SLI62 beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà
SMO57 Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso
SAM98 dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do
SMO81 contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem
SAM52 como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha

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SMO5 eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as
SSA92 das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste
SAM60 Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as
SSA68 divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este
SSA68 do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e
SMO89 Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos
SHE100 da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C
SLA36 Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando
SSA86 Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente
SLA24 senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da
SFE30 não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia
SMO59 Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora
SMO59 Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando
SAM52 prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou
SMO84 Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu
SAM20 porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI
SAM98 faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a
SFA88 lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que
SMO84 foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A
SAM27 Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de
SMO3 III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja
SMO32 Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de
SMO81 Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande
SMO81 temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os
SMO82 Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura
SMO16 dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do
SFU85 a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os
SAM48 vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas
SLA72 em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras
SMO16 Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice
SMO5 o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6]
SMO81 confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os
SMO83 Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado
SHE100 nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa
SMO61 SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme
SHE100 do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama
SMO57 nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII
SFE25 fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova
SFA87 A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir
SMO15 me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que
SAM23 lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do
SMO81 sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da
SSA65 SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos
SAM66 e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E
SMO16 Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça
SAM71 de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes
SAM9 estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal
SMO16 viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte
SMO84 Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra
SFA88 [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO
SAM2 referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos
SAM60 Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não
SLI22 Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não
SLA56 sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos
SMO10 quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o
SAM27 delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a
SLI26 Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O
SAM4 pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação
SMO59 ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa
SFE13 tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e
SAM20 o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e
SAM47 estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas
SAM98 faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo
SMO16 do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal
SAM66 elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta
SAM46 sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces
SMO49 os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo
SAM98 faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas
SPR1 nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe
SMO73 jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô
SMO11 menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de
SAM33 que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de
SFE13 sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as
SFE40 e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem
SFE70 da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom
SAM23 para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de
SMO11 Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas

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SMO11 tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo
SMO83 a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que
SMO83 vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe
SMO57 que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual
SAM71 despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas
SLI62 do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão
SMO50 mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria
SLI29 se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de
SAM41 prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir
SAM60 mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que
SLI29 Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi
SMO15 amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que
SAM47 Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa
SFU21 soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial
SFU21 entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido
SSA63 em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes
SAM46 sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais
SMO50 Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual
SMO57 batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição
SHE38 Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz
SLI90 Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica
SAM6 sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias
SMO84 guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que
SLA93 qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais
SMO10 desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados
SLI26 Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra
SHE42 pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de
SHE42 obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em
SMO11 tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não
SMO3 A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser
SFE25 a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26]
SFE34 para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê
SFE34 de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se
SFE34 cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV
SMO35 he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes
SSA65 morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador
SLA93 Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste
SLI22 Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO
SLI22 dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde
SMO84 fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro
SLA12 glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ
SMO35 crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu
SLA12 luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser
SMO35 V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco
SFA53 Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as
SLA93 Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres
SMO50 a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te
SLA36 prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da
SAM91 deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao
SAM58 Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que
SFU64 do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na
SMO59 mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu
SFU64 a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte
SLA12 Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se
SPR1 A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO.
SMO11 co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos
SFE80 castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais
SMO59 minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo
SLA18 Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da
SAM91 veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92]
SFA51 he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. /
SLA94 Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta
SAM60 e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61]
SLI22 e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria
SMO32 chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede
SMO59 he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os
SMO61 outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O
SAM60 desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo
SMO61 e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o
SLA72 SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte
SLA99 Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que
SLA74 e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se
SLA99 as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se
SLA99 Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à
SFE70 que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da
SAM48 nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se
SAM55 e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não

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SMO50 Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais
SAM66 mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os
SAM66 LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada
SLA77 mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes
SLA36 ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a
SLA95 a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados
SMO35 V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida
SMO35 Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A
SMO35 Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me
SMO35 V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado
SMO35 Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho
SMO35 ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T
SMO35 hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T
SMO5 [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem
SMO35 T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem
SMO35 V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto
SMO35 V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T
SMO35 de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse
SMO35 nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para
SMO35 V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão
SFE30 Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa
SFE78 quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia
SLA93 e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A
SLA24 vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a
SAM31 do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio
SFA88 tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não
SAM31 que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se
SMO3 Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he
SMO61 ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o
SLA18 de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da
SFA87 devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre Musa minha desornada, Que
SAM31 mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão
SMO83 leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não
SMO81 nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e
SMO81 Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que
SMO35 V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a
SMO35 es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? /
SFA51 sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua
SAM96 mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97]
SLA12 conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba
SAM66 d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba
SAM66 os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita
SMO61 Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou
SAM31 Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o
SAM96 hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado
SFA88 Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as
SAM96 levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi
SMO82 LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa
SMO3 Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a
SMO35 para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo
SAM96 o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem
SMO44 presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja
SAM7 mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra
SMO5 em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me
SAM31 Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado
SMO89 ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não
SMO83 Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me
SLA36 Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O
SMO15 mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor
SFA88 defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende
SFE75 nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por
SLA36 vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se
SFE75 que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por
SMO67 puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar
SFA51 belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são
SMO69 por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio
SMO61 da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o
SMO35 V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto
SLA93 Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas
SMO35 Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V
SLI22 tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII
SLA77 mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te
SLA77 Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome
SLI22 que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que
SAM20 Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da
SSA65 qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle
SMO89 Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em

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SMO10 là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se
SLA36 alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha
SMO49 o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino
SMO61 deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo
SFE39 humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o
SFA53 Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os
SMO84 que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque
SMO32 viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas
SMO35 jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao
SFE75 da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o
SFU37 tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà
SAM6 que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os
SAM46 vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my
SMO15 por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta
SAM45 ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi
SLA77 Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e
SLA28 doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria
SLI22 iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida
SLI62 e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos
SMO5 elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o
SMO67 Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e
SAM66 dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes
SFE80 eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora
SMO67 a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar
SLI29 seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se
SFE13 cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja
SMO73 he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar
SMO44 Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão
SMO35 Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay
SSA68 bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta
SFA53 que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres
SMO81 Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião
SAM6 da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a
SFE25 hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada
SLA77 affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar
SPR1 não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança
SAM43 E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d'
SAM43 Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir
SMO32 são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado
SAM91 se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor
SAM14 Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso
SSA63 à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May
SAM4 novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado
SAM4 Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna
SHE79 Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que
SMO57 te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e
SHE38 Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que
SHE54 por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja
SFU21 hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado
SAM43 Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de
SAM4 igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com
SHE79 Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a
SHE79 Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa
SHE79 quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste
SLI22 havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi
SFU21 SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse
SMO57 Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os
SAM96 de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por
SAM66 porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio•
SMO11 em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao
SLA74 Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa
SAM91 repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia
SLI62 ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas
SMO81 quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te
SAM43 do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E
SAM45 Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida
SMO11 E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres
SLA97 Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado
SLA12 tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria
SLA77 SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei
SFA53 Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando
SAM55 fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos
SMO59 viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa
SPR1 seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que
SMO67 amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a
SFE75 chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra
SAM23 terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça

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SMO89 monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte
SAM6 de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As
SMO10 procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais
SLI26 Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada
SMO89 sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços
SAM8 te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem
SHE38 se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto
SFA87 os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo
SFA87 são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor
SMO73 Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que
SMO73 he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita
SFA87 LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa
SAM20 outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas
SAM8 atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento
SLA56 seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não
SAM8 grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do
SAM8 ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado
SMO82 de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu
SFA87 passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he
SMO61 o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela
SMO83 LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs
SAM48 fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se
SAM52 que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria
SAM20 XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde
SAM33 he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo
SMO50 SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que
SHE42 que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do
SAM14 assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora
SAM6 trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não
SHE79 gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a
SHE79 Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente
SAM45 sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora
SHE54 vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa
SAM45 Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata
SMO89 Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte
SMO49 não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o
SMO67 Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo
SMO57 A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre
SFE80 se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI
SAM2 cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas
SMO10 Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos
SFE30 Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia
SMO3 alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar
SAM76 brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece
SLI29 ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque
SFU37 são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de
SAM41 Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O
SAM91 A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo
SMO73 o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy
SLA28 o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica
SAM23 parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha
SLA24 me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que
SAM2 ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia
SMO73 outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo
SSA63 e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo
SFU21 tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça
SAM33 o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha
SAM41 ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro
SAM47 falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns
SMO83 logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. /
SSA68 e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay
SAM60 meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez
SLI29 rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi
SMO89 . Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o
SLI29 que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao
SLI29 XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre
SAM47 a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o
SAM6 se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E
SAM6 veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais
SLA74 vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das
SAM66 perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por
SHE79 Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas
SAM46 o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero
SLA18 / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho
SFE78 Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu
SLA18 Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas
SFA87 teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde

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SAM46 do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse
SFA53 A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar
SFA53 outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento
SLA56 Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores
SAM2 Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são
SLI22 Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres
SLA99 Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e
SHE100 Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias
SMO16 Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano
SSA65 os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o
SAM43 Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal
SLI26 o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo
SMO11 A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca
SAM2 differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos
SAM66 Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha
SMO84 A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu
SLA97 Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa
SAM60 Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos
SLA77 Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces
SAM27 e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o
SFE70 que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o
SAM71 As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou
SLI29 o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da
SLA74 que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo
SLI29 entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o
SMO49 no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso
SMO81 Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos
SAM6 ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos
SMO10 / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado
SHE38 A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor
SAM71 de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua
SMO81 andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella
SHE54 e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A
SAM91 penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do
SSA92 dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição
SAM20 milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A
SMO57 sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58]
SMO32 riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de
SAM4 não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte
SMO35 hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama
SAM23 Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não
SMO35 T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà
SMO73 Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou
SFE40 Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco
SAM58 a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o
SAM41 Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor
SFU64 fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os
SAM60 de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão
SLA94 Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos
SFE40 Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha
SAM45 copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se
SMO59 Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos
SLI62 leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição
SMO59 eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor
SMO82 fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas
SFE30 feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos
SFU64 Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro
SFU37 Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo
SFU21 e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A
SFU37 vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que
SMO57 a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O
SFE30 Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum
SMO35 T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T
SMO35 louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de
SAM27 com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas
SMO35 da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V
SMO82 apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto
SMO57 de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição
SMO35 V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se
SAM76 derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas
SAM76 Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão
SAM98 ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a
SMO44 estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos
SLI22 teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que
SMO73 gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he
SAM7 Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em
SAM8 / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A

383
SAM55 que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56]
SMO73 neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este
SAM96 Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais
SAM23 Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar
SLI26 o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e
SMO10 X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão
SAM43 Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice
SMO49 Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que
SAM98 enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe
SLI29 assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio
SAM52 mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que
SAM55 Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas
SAM55 possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV
SPR1 evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão
SMO49 Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura
SFU64 o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da
SMO89 Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu
SMO82 que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII
SMO11 Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a
SAM33 hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora
SAM33 Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada
SAM43 publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. /
SFA87 tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores
SMO69 que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda
SMO5 Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o
SLI90 No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que
SFE70 Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol
SSA65 prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os
SHE38 e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora
SMO57 ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no
SLA95 oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou
SMO16 dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se
SAM9 o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que
SLA74 se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se
SAM9 à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o
SLA74 Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa
SAM9 tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas
SAM52 amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos
SMO57 te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O
SFE70 De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver
SFE78 LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes
SHE38 Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos
SAM7 a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes
SAM58 suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e
SLA12 Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o
SMO57 Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A
SAM48 hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos
SHE79 [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO
SSA63 e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao
SHE79 se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em
SAM4 deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A
SLA72 Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino
SMO84 todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa
SHE38 que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes
SAM9 he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10]
SPR1 roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que
SAM20 Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo
SAM45 Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo
SMO15 a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento
SLA12 Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso
SAM45 se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja
SAM33 tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar
SAM45 Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a
SHE54 breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado
SLA18 inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem
SLA77 tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d'
SFU37 Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e
SLA77 Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas
SMO19 Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza
SAM55 segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar
SMO32 Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede
SMO32 faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada
SLA18 carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem
SLA77 sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas
SMO32 E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D'
SAM27 sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida
SAM20 Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella

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SMO59 Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho
SFU64 contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte
SLI22 dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a
SMO50 ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa
SSA92 sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola
SMO89 Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o
SLA97 Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. /
SLA99 emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais
SLA12 o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso
SMO81 hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A
SFA88 SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe
SMO5 Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos
SMO49 no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso
SAM8 temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò
SAM66 Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he
SMO82 mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem
SMO81 Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais
SHE79 mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por
SMO3 marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de
SLA28 e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com
SMO49 Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me
SAM8 o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9]
SFE34 não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que
SAM46 Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da
SHE54 por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A
SFE30 suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como
SFE40 fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho
SFE25 e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica
SHE38 seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às
SMO11 figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia
SAM76 Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As
SAM20 Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura
SLA74 Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se
SLA74 con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta
SSA65 Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o
SAM52 Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais
SLA74 SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà
SHE54 Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre
SHE54 (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja
SAM23 Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem
SMO82 jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento
SAM14 razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por
SAM55 Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil
SAM48 por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He
SLA56 Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu
SAM14 boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada
SFE40 sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça
SMO67 do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos
SAM45 que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não
SAM14 Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim
SAM9 que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora
SAM2 Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados
SHE54 Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve
SAM52 vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n'
SFE25 consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais
SFE34 quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO
SMO11 errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de
SFE40 Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo
SAM2 segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A
SLA56 a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey
SLA56 em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento
SAM43 delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao
SAM96 na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante
SFE80 diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que
SMO67 tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe
SMO11 disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e
SSA86 dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não
SMO67 e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver
SAM9 Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a
SAM4 Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe
SMO11 he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia
SAM55 muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura
SFE25 Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e•
SAM23 o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha
SAM31 Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D
SAM48 soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que
SHE38 Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as

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SFE78 eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a
SMO10 o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se
SFU37 Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos
SAM48 que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se
SFE70 nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido
SFE34 nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de
SAM48 e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria
SMO32 na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte
SAM14 foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente
SAM55 Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta
SLA94 Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas
SMO32 sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e
SMO81 Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco
SFE40 boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente
SFE70 Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom
SMO10 Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos
SMO11 Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia
SMO15 que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento
SAM45 por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem
SMO82 na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà
SAM76 por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes
SAM52 despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura
SAM46 o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero
SFE80 que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não
SFE39 lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto
SFA51 ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà
SFE34 muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa
SAM45 fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia
SAM17 della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e
SAM27 e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a
SAM17 nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja
SAM7 cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer
SMO15 ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a
SLA24 chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão
SMO81 todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas
SLA24 Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e
SHE54 hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço
SAM46 Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs
SFE30 da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro
SFE30 Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro
SAM43 dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura
SLA18 Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo
SHE100 e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por
SLA94 a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias
SAM55 querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura
SFE34 pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella
SFE13 çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu
SLA95 Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças
SHE100 Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos
SFE30 que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI
SAM52 de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria
SAM9 mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà
SAM55 contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà
SLA95 intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria
SAM4 SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum
SMO67 Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes
SHE38 O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como
SAM27 Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de
SAM4 E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra
SAM17 Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame
SLA24 foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade
SMO16 que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça
SAM20 Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no
SMO82 credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor
SAM20 a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei
SFE13 de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso
SFU37 vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso
SFE34 acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà
SLA18 sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas
SLA18 Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer
SLA56 seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa
SSA65 aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado
SFE13 eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para
SSA92 Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa
SLA24 forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem
SSA92 poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece
SLA24 era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude

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SMO59 SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza
SMO59 Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus
SLA18 que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de
SFE75 eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada
SAM66 conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme
SAM41 eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. /
SMO3 mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais
SLI90 Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de
SAM60 tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as
SMO73 hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita
SAM58 SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos
SLA56 ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto
SAM58 se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte
SMO73 Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a
SMO16 ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu
SLI62 servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas
SFE25 peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o
SMO10 se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje
SLI90 pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis
SAM91 a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na
SSA92 Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia
SLA93 Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos
SLA94 a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que
SLA99 do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous
SLA95 pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De
SAM96 o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil
SLA97 Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio
SAM98 [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera
SMO11 escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular
SLA12 de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão
SFE13 hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu
SAM14 Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem
SMO19 ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor
SFE40 a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là
SAM41 Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio
SHE42 / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme
SAM43 Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A
SMO44 guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe
SMO49 [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte
SAM45 pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e
SAM46 / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero
SAM47 ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He
SAM48 certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve
SMO15 [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa
SMO16 Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em
SAM17 lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O
SLA18 Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para
SAM20 / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que
SFU21 mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão
SLI22 / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que
SAM23 vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O
SLA24 convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que
SLI29 [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura
SFE25 [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos
SLI26 não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora
SAM27 pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E
SLA28 pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas
SFE30 sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia
SAM31 Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa
SMO32 Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor
SAM33 as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que
SFE34 estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he
SFE39 Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era
SMO35 ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O
SLA36 Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem
SFU37 Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada
SHE38 arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio
SAM96 No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o
SAM96 guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem mal
SAM47 o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em
SLI90 hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande
SMO3 erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo
SFE34 Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças
SFA88 de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu
SAM91 Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime
SFE30 matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha

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