Você está na página 1de 886

\M •

,
>Gàl [<QÍ^>*M
>f
iCi
DICCIONARIO
DOS SYNQNYMOS.
1'OliTICO li BE ElMTliETIIOS
DA

LÍNGUA PORTUGUEZA
POR
J.-I. R.OQUETTE
E JOSÉ DA FONSECA.
PluriLus aulcin noniinibus in eàdem ro
Tulyo utimur, quae (amen, si deducas, suam
propriani cjuandain vim ostendunl.
IQIUNT., Jnst., Ov. 6, 3,17).

PARIZ .
a
Eli CASA M V J.-P. A1LLALD, MOKLON E C%
LÍTr^iios de suas Majestades »Imperador do Brasil eEl-Rei de Portugal
47, raa Saint-Andié-des-Arts.

1856
»
S>pec> ColLC,

£i^
DICC10NAR10

DE SYNONYMOS
DA

LÍNGUA PORTUGUEZA.
r.iriz. — Tyimgrdphu da RICNOUX , rua Moificur-lc-Piincc, 31.
INTHODUCCÍO.

Apezar de que já uma douta e elegante penna escreveo


â cerca dos synonymos da língua porttigucza, é com tudo
entre nós iructa nova este género de escritura. N e m de-
ve admirar que nos falte u m bom tratado de synonymos
se carecemos da principal base e m que e!le deve fundar-
se, que é o Diccionario da língua redigido por nossa
Academia, única autoridade segura e m tal matéria.
Muito pouca cousa somos nós para querer liombrear
com o primeiro lilleralo porluguez de nossos dias, e ainda
muito menos para ousar perfazer u m a tarefa que clle ape-
nas encetara; porém como é certo que seu trabalho fora
u m ensaio, e por certo não mui completo nem bem aca-
bado como ellc mesmo confessa (*), tentaremos u m se-

(') O Ensaio sabre alguns Synonymos da língua portugueza so


tem 380 artigos; o nosso Diccionario tem 8U6. Neste se tratáo osartigos
daqijelle por m v a forma e ás vezes seguindo dilferente opiniSo. Para
se julgar á primeira vista da diflerenra d'um e oulro opúsculo vejâo-se
OÍ artigos seguintes : Abstracção, Acabar (D. n.). Acções, Achar Ací-
dia, Adicei.vo, Adulador, Alltile, Agourar, Alcaçar, Allim, Alliança,
Alma, Almanach, Alvoroço.Ambiguidade, Amizade, Amnistia, Annaes,
Antiquado. Apologo, Apetite, Arenga, Avistir, Bahia, Baile, Bastardo.
Battologia, Belle.a, Cachoeira, Candura, Capacete, Capacitar, Cara,
Car.dade, Cenolapbio, Clausula, Comerciante, Constante, Dar, Dardo,
Denso, Desdizer-se, Desterrar, DiaLo, Docilidade, Egloga, Elegante,
Cultuo, E n o , Escudo, Cslrangeiro, hslribilbo, Fnllencia. Famélico,
Pavortto, Fecundidade, Fecunda. Flor, Fogueir- Forlalera, Fortuna,
II « -
II 1NTR0DTJCÇÃ0.
gundo ensaio que, se não servir de estimulo a outras
pennas mais eruditas a se exercerem neste tão importante
assumpto, sirva ao menos de testemunho do grande desejo
que temos de ver nossa litteratura a par da das nações
cultas da Europa, c nossa língua honrada c o m aquelles
atavios com que as demais se arrêãu.
Sorte é dos que escrevem sobre synonymos o serem
criticados, e ás vezes sem piedade; mas será isto razão
bastante para que ninguém mais se occupe da synonymia?
Se a critica é bem fundada e justa, ganhará a litteratura
pátria, e o escritor criticado deve folgar dever que por
seus mesmos defeitos contribuíra a u m melhoramento
real de sua lingua; se porém cila é gratuita, injusla, e
vem de praguentos, só desacredita a quem a faz, e reverte
em favor do criticado.
Apezar de que os Synonymos francezes do P c Girard
forão mui gabados quando sairão á luz, a ponto de dizer
Lamolte «que a Academia franceza não poderia dispensar-
se de admitlir em seu grémio seu autor, se elle se presen-
lasse com u m a tal obra;» e não obstante dizer Voltaire,
« que ella subsistirá e m quanto a lingua subsistir, e que
servirá até m e s m o a fazôl-a subsistir;» foi com tudo esta
obra justamente criticada por Beauzée; o P e Roubaud cri-
ticou não só os precedentes mas o m e s m o dAlembert e
Didcrot; M. Guizot, criticando lodos estes, não escapou
também à critica d'um erudito hespanhol, Lopez Pele-
grin. De todas estas criticas resultou que a lingua fran-

Fulgurante, Fúrias, Furto, Geada , Generalização, G e m o , Gen'ios


(iloria.Guardj.lior Horrendo, Justiça,Limar, Linguagem, Lo"ica'
Manar, Mond Oc o Pai vra, Percepção Porém, PrisSo Saudade'
INTRODUCÇÃO. IU
cezase enriqucceo do tratado mais completo e perfeito que
sobre synonymos se haja publicado desde o primeiro, es-
crito e m grego por Ammonio no principio do segundo
século da era Cbristã (*), ale ao ultimo publicado por
OliveePelegrin.
Não nos eximimos pois d'csta honrosa sorte, só dese-
jámos que a critica não seja ociosa, e traga entre nós os
mesmos resultados que tem trazido nas nações cultas;e
que se as imitámos e m criticar as imitemos igualmente
em trabalhar com zelo no aperfeiçoamento da pátria lin-
gua, que por sua suavidade causava inveja a Cervantes,
e que por suas feições nobres e ar magestoso faz, mais do
que nenhuma outra, lembrar a latina, como muito bem
disse Camões:
E na lingua, na qual quando imagina,
C o m pouca corrupção cuida que é a latina.
(íu».,l,33.)

Se altendermos á elymologia da palavra synonymo,


que é u m adjectivo grego, rmúm/ios (de <™v, com, e Svo^a,
nome) e quer dizer vocábulo que tem a mesma significação
que outro, diremos que o Diccionario dos synonymos
d'uma lingua é a disposição por ordem alphabetica de to-
dos os vocábulos que, posto que difTerenlcs e m soído, or-
thographia e derivação, representão a mesma, ou pouco
mais ou menos a mesma idéa. Assim o entendeo o douto
Bluteau quando compoz o seu Vocabulário de synony-

(*) O celebre Valckenaer foi quem pubicon, em Leyde em 1739,


esta obra que tem por titulo Ilifí h/j.oioiv rai Zixpipuv Xél-iav. D a
diferença das palavras simílhantes. Aqual vem appensa á bella edição
de Scapula, feita e m Londres, e m 1820. O livro francez a que nos re-
ferimos é o Nouveau Diclionnaire ttnicersel des fynjnymet de la
langue /Wmcaij», par li. F. Guizel.
IV INTRODLT.ÇÃO.
mos, de que o Snr. José da Fonseca exlrahio o seu Dkcio-
nario de í?/nont/moi, auginentando-o com alguns artigos
e termos novos (*).
Entre os modernos philologos alguns querem que, pro-
priamente fallando, não haja synonymos, nem nas linguas
antigas nem nas modernas; pois que as palavras a que se
dá este nome, posto que se refirão a uma m e s m a idca,a
qualificão de dislinclo modo, c por conseguinte não si-
gnificão a mesma cousa e não são synonymos. Segundo
esta opinião não deve haver nenhum Diccionario de syno-
nymos, pois é ridículo escrever d'uma cousa que não
existe. Ainda bem que tal opinião é pouco seguida ^ m u i -
tos litteralos eminentes, sendo d'este numero M . Guizot,
entendem por diccionario de synonymos, não u m a serie
de palavras soltas acumuladas umas sobre outras, ás
vezes com pouca relação, ou com accepções que nada se
parecem, senão u m tratado discursado c m que se reunão
aquellcs lermos cujo sentido tem grandes relações e le-
ves difTerenças, mas reaes. Esta é a opinião que segui-
mos, tanto mais do nosso gosto quanto se desvia dos dons
extremos. Todas as vezes que certas palavras se achão
ligadas por uma idéa genérica, c o m m n m , e que se diffe-
renção enlre si por idéas particulares accessorias não
mui distantes, e que u m a analysefinapôde só distinguir,
diremos que são synonymas; e chamaremos synonymia á
diversidade de aspec os accidentaes debaixo dos quaes se
pôde considerar a deu principal.
Mas, talvez alguém di^a, como é que os synonymos

(•) Pareceo acertado dar a este opúsculo o titulo de Diccionario


poéticoe de epilh lo; queé justamente o quo lhe pertence, e assim so
acha no fim a este nosio.
INTRODCCÇÃO. V
(no sentido e m que definimos esta palavra) se introduzirão
na lingua ? Prolixo seria enumerar todas as cansas de
sua origem; indicaremos somente as principaes.
- I a A diversidade dos dialectos. Todas as tribus ou
povoações primitivas d'uma grande nação, quasi indepen-
dentes umas das outras no principio, Unhão cada u m a
d'ellas sen dialecto particular. Quando u m dialecto preva-
leceo.e veio a ser a lingua c o m m u m , foi elle obrigado a
associar a si, de algum modo, os outros dialectos; d'aqui
resultou u m a infinidade de synonymos que insensivel-
mente se forão distinguindo, se o não erão jâ por causa
da diflerente marcha que seguirão as diversas tribus ou
povoações primitivas na formação das palavras. S e m re-
montarmos muito alto na historia de nossa lingua, vemos
que no tempo d'El Rei D o m Deniz ainda havia em Portu-
gal dous dialectos, u m culto (para aquelles tempos semi-
barbaros) e m que escrevião os poetas ou trovadores,
que era o galliziano algum tanto modificado, e o vulgar,
mais acastelhanado e rude, que depois se foi aperfei-
çoando e porfimprevaleceo áquelle. N o primeiro escre-
veo El Rei D o m Deniz suas Canções, que na linguagem e
estylo muito se parecem com as de Affonso o Sábio de
Castella, e no segundo se escrevião os actos e instrumen-
tos públicos, e se Iraduzião por ordem sua as leis das
Partidas feitas por seu avô (*).

(') Eis aqui uma amostra dos trez dialectos ou subdialeclos.

Cancioneiro de Dom Jffonso Cuncioneiro d'Êl Rei


o Sábio.. Dom Deniz.
Ben por está aos Rejí E lume d estes olhos meos,
D'amaren Santa Maria, Poys massy 4esemparades,
VI IMRODLCÇAO.
a
2 A variedade das origens etymologicas. Não e so-
mente do latim que o Portuguez se deriva; muitas outras
línguas concorrerão para a sua formação. Phenicios e
Gregos formarão colónias na Península Ibérica, e deixarão
nella vestígios de sua linguagem. Povos do norte de dif-
ferences raças estabelecerão nesta vasta região seu do-
mínio, introduzirão suas leis e sua forma de escritura.
Vierão depois os Árabes, e não menos poderosos que os
preeedentes, ahi imposerão sua autoridade efizerãosoar
entre os Lusitanos sua barbara linguagem. Se a isto jun-
tarmos o contacto dos Portuguezes c o m os povos vizi-
nhos, Castelhanos, Leonezes e Gallegos; a vinda de coló-
nias de muitos estrangeiros, Francezes, Inglezes, Fla-

Cíi en as m u y grandes coitas E que m e grado non dades


Ella os acorre e guia. C o m o d a m oulr'aos seos ;
Minha senhor, pela amor de Deoa
E porende un gran miragre Poys de vos non ey nenhun ben,
Direi, que aveno quando De v os amar non vos pes en,
Era mozo pequenino, E eu non perderey o sen,
O m u y bon liey Don Fernando, E vos non pcrdedes bi ren.
Q u e sempre Deus e sa Madre ................ •
A m o u , e foi de so bando, Ben entendi, m e u amigo,
Porque conquerou de Mouros Que mui gram pesar ou vestes,
O mais da Audalucia. Quando falar non podesles
Ben per está aos Beys vos noutro dia comigo :
D a m a r e m Santa Maria, Mays certo seedamigo
Etc. Que non fuy o vosso pesar.
(Memorias deSarmienlo, p. 275.) Que s'ao meu podess iguar.
D o m Danys, pela graça de Deus, Rey de Portugal, (Pag.etc,
19 ea118.)
vós m e u
Mcyrinho moor saúde. Saiicde, que abadessa do moesleyro de vairam
mi envyou dizer que Ricos homens e InfancOes, etc., que son na-
turaaes do dito moesleyro reem a este moesleyro comer as naturas, e
albergar i desmesuradamen'e, a con mays ca he contehuda no m e u
Degredo,de guisa que ela as outras Donas,que iam a servira Deus,
non podem i viver, nem p anter o dito moesleyro; eslo non tenho eu
por bem, se asi bé . poniuc vos mando que non sofrades aos desusu
ditos, etc. Undeal DOO !!'• içades, se non a vos m e tornaria eu porcn, o
faryavos coreger de vr ia cassa todos danos, etc.
fJ-P.RlBF.ino, 1,297.)
INTRODUCÇÃO. VII
mcngos que desde Affonso Henriques até Affonso III se
estabelecerão e m Portugal; o grande numero de Judeos
que até D o m Manoel cultivavão entre nós as lellras e as
artes, c se davão ao commercio interno; as relações litte-
rarias com os Italianos e Francezes ; e a multiplicidade
de nações africanas, indialicas, e americanas de tão dif-
ferentes línguas (*) e costumes com quem nossas navegações
e descobrimentos nos poscrão e m relação ; diremos, sem
receio de errar, que não lia talvez nação nenhuma na Eu-
ropa que apresente e m sua lingua tanta variedade de
origens como a nossa.
E que de synonymos daqui não devião resultar?
3"> A facilidade que Unhão os sábios no principio para
formar novas palavras por allianças elymologicas muitas
vezes obscuras e arbitrarias, foi u m a nova fonte de syno-
nymos. Quantos animaes, quantas plantas, quantas cousas
do uso ordinário da vida passarão a ler nomes scientificos
na medecina, na historia natural, na botânica, na phy-
sica e na chimica, os quaes vindo a generalizar-se for-
marão synonymos com os nomes vulgares porque d'antes
se conhecião?
4» A translação das palavras do seu sentido próprio ao
figurado conlribuío não pouco a augmentar o numero dos
synonymos. « As línguas mais ricas, diz Dumarsais,
não têem sufficiente numero de palavras para exprimir
cada idéa particular por u m termo que não seja senão o
signal próprio d'esta idéa; assim que somos muitas vev.es

(') Só nas margens do Amazonas, ató ao anno de 1G39, seconhcciSo


cento c cincoenta, sem contar as que depois se descobrirão, como as-
segura o Pe Vieira, as quaes são IÃO diversas e m s si como a nossa e
a grega. (Tomo 111, dos Sermões, pag. .109, e IV, ot3.)
VIII ÍNTRODUCÇÃO.
obrigados a tomar prestado o n o m e próprio doutra idéa
que tem mais relação com o que queremos exprimir.»
Assim foi que novos laços de synonymia associarão pala-
vras até então mui affasladas umas das outras. A fecun-
didade d'esla causa é tão evidente que desnecessário é
entrar e m prolixas particularidades.
5a A liberdade com que os poetas da idade áurea de
nossa litteratura formarão palavras novas, ou aportu-
guezárão grandíssimo numero das latinas, assim como
fez tomar â lingua u m a physionomia diíTcrente da que
tinha nos primeiros séculos da monarchia, assim também
trouxe comsigo avultado numero de synonymos, que
bem conhecidos são dos que comparão a linguagem de
nossos cancioneiros e antigas chronicas com a dos Lusía-
das e da Vida do Arcebispo.
6 o O neologismo. Esta lepra de que estão mais ou
menos iscados os modernos escriplos, quer isto venha da
ignorância da lingua vernácula, quer proceda do frequente
uso de livros estrangeiros, nomeadamente francezeí, tem
insensivelmente introduzido uma notável alteração na
indole e feições da lingua ; e com a substituição de pala-
vras novas ás antigas e mui portuguezas que exprimem
a mesma idéa, lem crescido consideravelmente o numero
dos synonymos. E m vão lêem protestado alguns litteratos
contra Ião funesto abuso; não se estancou todavia esta
fonte, e continua a derramar , mais que nenhuma outra,
grande copia de synonymos.
Taes são as princir .es causas que entre nós têem dado
tanta extensão à synonymia das palavras.
E qual é, nos perguntará alguém, a theoria dos syno-
nymos9 Responderemos com o Padre Houbaud ; defiuão-
INTRODCCÇÃO. IX
se os termos, tircm-sc das definições suas diffcrenças, e
confirmem-sc com o uso. Isto é pois o que nos propozc-
mos fazer; e para o pôr em obra recorremos a lodos os
meios que M. Guizol aconselha. Examinámos a etymolo-
gia das palavras, sempre que d'ella podia resultar luz
para bem as entender e distinguir; apreciámos o valor da»
terminações quando cumpria para indicar a differença
das significações e sua maior ou menor extensão; recor-
remos algumas vezes ás duas línguas mais, latina e grega,
e ás irmãs e parentas da nossa, para illustrar alguns
pontos e m que ella por si só não bastava; autorizámos,
quanto nos foi possível, nossas asserções com lugares
tirados dos autores de boa nota, com preferencia de Vieira, o
qual nos forneceo não poucos synonymos, ou com exem-
plos tirados do uso vivo da lingua; nem deixámos de in-
dicar o desacordo que algumas vezes se encontra entre a
autoridade clássica e a synonymia de termos modernos,
preferindo esta áquella quando a razão está por sua parte.
Duvidámos que os que entre nós têem escrito á cerca dos
synonymos da lingua tenhão empregado todos estes
meios, por isso tentámos fazer u m novo ensaio, que talvez
para o diante levaremos a maior perfeição, pois não é
escritura que e m pouco tempo bem faça.
D o m F. Francisco deS. Luiz diz ter achado mui poucos
subsídios em nossosclassicos para compor seus synonymos,
e que «raríssimas vezes tivera a satisfação de encontrar
tão boa e segura guia (*); » outro tanto não diremos nós,
pois só Vieira nos deo grande numt -o de artigos, e mi-

(') PrefaçSo, pag. V.


X INTRODUCÇÂO.
nislrou definições seguras para bem fixar a synonymia de
muitas palavras, como se pódc ver do contexto de nosso
Diccionario. Era Vieira tão propenso a examinar a syno-
nymia das palavras portuguezas, que d'um só synonymo
fez u m sermão : Crer e m Christo, crer a Christo. Veja-se
Crer em alguém, pag. 197.
Inclinou-nos especialmente a este trabalho a curiosi-
dade de ver se podíamos imitar e m nossa lingua o que
alguns estrangeiros têem feito nas suas, isto é,fixara
exacta e peculiar significação de cada u m a d'aquellas
vozes que o uso, e ainda a autoridade, tem applicado até-
gora ás mesmas idéas, porém que, examinadas com todo
rigor, explicão a idéa c o m m u m , ou com difTerentes rela-
ções, ou descobrindo nella outras idéas accessorias que a
modificão, de modo que, se nem sempre varião o rigoroso
sentido, ao menos dão á phrase differenle energia e
exactidão, e por conseguinte não se podem usar indis-
linctamente uma por oulra, com igual propriedade e m
lodos os casos.
Seria affeclação ridícula o não convir e m que as mais
das vezes é mui indifferente seu uso, e em que os syno-
nymos podem ser mui úteis â poesia e ao discurso fami-
liar; áquella para variar as cadencias, e facilitar as medi-
das e as rimas; e a este para poder encontrar sem dilação
a palavra que explique sufficientemente u m pensamento
que não exige uma rigorosíssima escolha de termos. Porém
ao orador, ao philosopho, ao sábio, ao facultativo, que têem
que dar á sua persuasjj j, ou â sua explicação a maior pre-
sisão, energia c enfeza possível, convêm-lhes sobre
maneira escolher aquellas vozes e lermos que esmiucem,
por assim di?<-r, ; m is pequenas modificações das idéas
INTRODUCÇÂO. XI
geraes, que apenas se distinguem no uso c o m m u m .
O estudo d'eslas differenças tem oceupado e m lodos os
tempos a alguns humanistas antigos e modernos, e seria
ocioso determo-nos a provar sua utilidade ; só diremos
com M. Guizot: « O estudo dos synonymos exerce a sa-
gacidade do entendimento acostumando-o a distinguir o
que seria fácil confundir; determinando o sentido pró-
prio dos lermos, previne as disputas de palavras de que
são quasi sempre causa os equívocos e amphíbologias; fixa
o uso, do qual vem a ser a testemunha e ó interprete;
collige, por assim dizer, as folhas dispersas e m que se
contêm os oráculos d'esta imperiosa sibylla; pode até
supríl-as ajudando-se dos recursos que a analyse lógica
e grammalical lhe roinistrão; faz adquirir ao eslylo
aquella propriedade de expressão, aquella precisão, que
é a pedra de loque dos grandes escritores; e mfimenri-
quece a lingua de todos os termos, os quaes distingue
d'um modo positivo, porque não é a repetição dos mesmos
sons, senão a das mesmas idéas, que enfastia e cança
o leitor. •
Possa esle nosso opúsculo contribuir para tão deseja-
dosfins,e possão nossos leitores corrigir e melhorar tudo
que nelle acharem de imperfeito, lembrando-se queé u m a
tentativa e não u m diccionario completo de synonymos,
o qual não existe e m lingua nenhuma, nem parece possí-
vel, pois são immensas as synonymias, e produzirião m a s
artigos que palavras tem u m idioma. N e m sejão inexorá-
veis tji nos aceusar de plagiário por nos havermos valido
das idéas, pensamentos e phrases de -; mais doutos philo-
logos para redigir este nosso ensaio. Se a ignorância, o
máo gosto, o pouco respeito a nossa vci °ravel linguagem.
XII INTRODUCÇÂO.
introduzem lodos os dias termos, expressões e modos d«
fallar peregrinos, porque não se accolherá com benevo-
lência u m opúsculo que, sem oíTensa dos bons autore
tende a melhorar a nossa lingua, ajustando-lhe certas
roupas que a outras dão garbo e donaire?
O leitor será tanto mais disposto á indulgência quanto
se for convencendo pela experiência que este opúsculo,
ainda independente do assumpto principal dos synony-
mos, é u m repertório de bellos pensamentos e boa lingua-
gem, sem affectação de purismo nem licença de neolo-
gismos, que o h o m e m de b o m gosto poderá consultar com
frttcto, e em que o lillerato e o escritor publico acharão
mais recursos para variar a phrase e dar elegância ao
eslylo do que em nenhum outro escrito d'esle género qut
até hoje tenha saído á luz em nossa lingua. Allcndida
estas razões, esperámos que o leitor critico, ainda qut
nelle encontre muitos defeitos e imperfeições, usará d:
benévola indulgência do Lyrico R o m a n o , dizendt
com clle :
N o n ego paneis
OlTcndar maculis, quas aut incúria ludil
Aut h u m a n a parum cavit natura.

Para maior commodidade dos leitores pozemos no fim


u m índice alphabelico de todos os vocábulos synonymos
para melhor se poderem buscar no corpo do Diccionario,

Pariz, 30 de Janeiro de I8í*.

J.-I. R O Q U i m r .
NOVO DICCIONARIO
DE

SYNONYMOS.

1. — A , guará.
Duas preposições que se construem regularmente com
os verbos ir, vir, c outros que designão movimeulo,
e servem a formar o seu complemento, mas que in-
dicão, cada uma de per si, dillerença notável na intenção
do que vai ou vem, ou do que fallá na ida ou na vinda.
— Ir a, vir a, indica a idéa de pouca demora, ou breve
vinda, ou volla. Ir para dá a entender intenção de grande
demora, ou longa eslada, e ás vezes para sempre, ex-
cluindo a idéa de regresso ou volla — Sai u m homem
pela manhã de sua casa, vaia praça, ao mercado, a casa de
seus amigos, ao campo, etc, e vem á noite para casa; se
lhe esqueceo alguma cousa, vem a casa buscál-a, e volta a
seus negócios até que se recolhe para seu domicilio. —
El-Hei D o m João VI o quando residia e m Queluz ia muitas
vezes a Mafra, vinha com frequência a Lisboa; no verão
ia para o Alfeite, no tempo das caçadas ia para Salvaterra
ou Villa Viçosa, e quando vierão osFrancezcs a Portugal
foi para o Brazil. — E s t a dislineção entre as duas prepo-
sições acha-se autorizada por Vieira na seguinte passa-
gem : t Porque o pai fez u m a viag m para as conquistas
cosnunca
pag. 11.mais
' áhouve
sabbadus
733).— novas
A Penha
regra de d'elle,
que aFrança. toL
este resptastes
Ho sepor
» (Tom. I1devoção
pôde dar évir
dosScrm..a
2 ARA
mesma que se dá e m francez para as duas expressões
avoir cté e étre alie, a saber : Todas as vezes que se sup-
põe regresso ou volta devedizer-sc ir, vir a, e quando se
«iippõe estada larga ou não ha regresso ou volta deve
dizer-se ir, vir para.
2.—Abaixo, emímix©, de baixo.
As duas primeiras expressões considerão uni corpo
com relação á altura e m que se acha sem relação a outro
corpo; a terceira o considera com relação á situação em que
esta respectivamente a outro corpo; isto é : está a baixo
ou cm baixo o que, numa altura determinada, está n u m
lugar inferior, ainda que não haja outro coipo por cima;
está de baixo o que tem e m cima ou sobre si outra
cousa. — É menos penoso ir costa a baixo do que costa
a cima; navega-se facilmente agua a baixo, m a s com
custo se rema agua arriba. Ficou em baixo, não quiz su-
bir. Os que estavão cm baixo vião menos do que os que
estavão e m cima. O escabello está de baixo da mesa,
e tem-o de baixo dos pés. O m á o cavalleiro cai facilmente
abaixo do eavallo eficamuitas vezes debaixo d'elle.—
Basta substituir u m a expressão por outra nestes exem-
plos, para conhecer a propriedade com que explicão res-
pectivamente as idéas a que correspondem.
3. — Abatimento, languidez, desalento,
prostração.
Abatimento suppõe diminuição das forças que natu-
ralmente tem o corpo, ou decaimento repentino d'um de-
sejo vehemente. d'uma paixão vioienta, ele. — Languidez
suppõe debilidade dasfibras,ou desengano e m que se
está de não ter já ir D >ieios nem esperança de satisfazer
euas paixões ou di -ar adita perdida. — O abati-
mento é u m esf id ntal; a languidez habituai. Se
dura muito O' fo nverte-seem languidez;nesta
sempre ha < o, naqtie/le não ha languidez.
O desalento pri* i-uos do animo necessário para resis-
ABR 3
tir á desgraça, e até da esperança de melhor fortuna, o
que não acontece com o abatimento. — Prostração é
o abatimento levado ao ultimo ponto; é aqucllc estado
em que a nossa alma se acha não só fraca para soflrcr os
males que a opprimcm, senão que está rendida debaixo
de seu peso.
4. — Aborrecer, odiar, abominar,
detestar, execrar.
Todos estes verbos indicão um sentimento de aversão
a algum objecto, mas e m diíferente gráo e por diversos
motivos. —Aborrece-se o que se não pôde soílrer, e tudo
o que nos causa desgosto ou é objecto de antipáthia.
QJia-se quasi sempre por capricho, por inveja, por
paixão (V. Ódio). jlooiínndmos quando rcpellimbs com
liorror cousa torpe, irreligiosa ou que offende nossa
crença. Detestámos aquillo que desapprovâmos ou con-
demnàmos. Execrámos as cousas ímpias, sacrílegas e blas-
phemas, as amaldiçoámos com expressões execratorias
(V. Execração). — O doente aborrece os remédios; o in-
vejoso, o ciumento tem ódio a seu rival; o h o m e m pio e
de boa vida aôomtna-as devassidões do vicio e os dis-
cursos irreligiosos; o peccador arrependido detesta os
erros de sua vida; o h o m e m temente a Deos execra o
descaro com que o sacrílego e o blasphemo zombão das
cousas sagradas.
5. — Abreviar, encurtar.
Abreviar é fazer mais breve, de menos extensão, dimi-
nuir o espaço, reduzir a menos. — Encurtar é fazer mais
curto, menos longo. — Abreviámos o espaço de tempo
quando fazemos u m a cousa mais brevemente do que se
esperava ou estava determinado; abreviámos os dias da
vida quando por necessidade ou il ">rudencia gastámos
mais forças do que convêm. Os coi>.oiladores abreviuo
obras grandes reduzindo-as a compenc ; o ou resumo. —
Encurtámos o caminho quando tomâmo por u m atalho •
4 A BK
encurtámos razões quanto nos explicámos cm menos pa-
lavras. O homem económico c bem governado encurta a
despeza de sua casa em annos de escassez; o sóbrio
encurta a mantença por temperança, o mesquinho por
avareza. O temor encurta a m ã o aos covardes.
6. —Abrogaçáo, derogaçno.
Eslas duas palavras puramente latinas (abrogalio,
tlcrot/alio) declara» suspensão de lei, com a differença
que a primeira indica suspensão total, e a segunda parcial.
— A lei cessa por abrogação quando o legislador rescinde
a lei toda, cficacomo se nunca existira; c pôde cessar
por derogação quando o legislador annulla algumas dis-
posições d'ella ficando as outras era vigor. — Esta dis-
lincção funda-se na autoridade de Cicero que disse
com o seu costumado juízo : « Nulla {lex) est, quw non
ipsa se sepiat dif/icullate abrogalionis ,•» não ha lei
nenhuma que se não enlrinxeire com a difficuldade de sua
abrogação (Alt., 3,23). « Videndum est, num quec abro-
gatio aut derogatiosit;» deve ver-se qual haja de será
abrogação ou aderogação [Aã Jlerenn., 2, 10). « Delcge
aliquid deroguri, aut legem abroffnri';* derogar alguma
cousa da lei, ou abrogara lei (De lnv , 2, 45). V. Abrogar.
7. — Abrogar, c?er<5$íar, antiquar,
abolir •
As primeiras duas palavras ficão incluídas no artigo
Abrogação, Derogação. Antiquar é pôr a lei em desuso.
Para que unia lei seja ábrogada, ou derogada alguma de
suas disposições,é mister u m acto positivo do legislador*
para que se torne antiquada basta o tempo e o não-uso!
Abolir é supprimir. annullar, extinguir não só leis, senão
usos, costumes, ii p 'os tributos, corporações, institu-
tos, e l e — Ver olição por meio do tempo e do
uso.Conside a uma lei quando, passado muito
lempo, seacha igor e caio e m esquecimento.
ARS Õ

íí.— A b s o l v e r , resisitílr, p e r d o a r ^
Absolver é desligar o culpado por um julgado civil
ou ecclesiaslico dos laços e m que encorréra. llemitlir
(em relação particular com a pena merecida pelo culpado
da qual desiste o juiz, ele. Perdoar refere-se com mais
particularidade ao offendido que esquece a offensa ou faz
dom do que linha direito a exigir do culpado, etc. —
Pela obsotvição fica absoluio o rco do crime, o peni-
tenle de suas culpas, e constituídos nos direitos de inno-
ccnles; pela remissãoficaremittida a divida, a pena, com
que o culpado devia ser punido : c concedida pelo prín-
cipe ou magistrado e suspende a execução da justiça; pelo
perdão esquece-se a oítensa, suspende-se o castigo, c
opera-se a reconciliação, quando o perdão é sincera-
mente empetrado e sinceramente concedido.
9. — Ab§ter=se , gt.a*ivíií,=se.
Absler-sc exprime a acção sem referil-a ao sentimento
que pódeaccompanhál-a; privar-se suppõe apego á cousa
e pena de não poder gozar d'ella. — Fácil nos c abslcr-
.xos do que não conhecemos, nem amamos, n e m desejámos
nu nos é indiferente; porém com difficuldade nos pi ira-
mos das cousas que conhecemos, nos agradão, de que
gozámos ou queremos gozar. Podendo o bêbado beber,
caso raro é que se prive de vinho; porém o h o m e m de
razão abslcm-se d'ellc quando sabe que lhe é nocivo.
Vemos que abstinência suppõe que podemos gozar
d'uma cousa, mas que por certas razões d'ella nos abste-
mos, e assim se entende ser voluntária. A privação é de
ordinário forçada, pois temos desgosto e ainda pena de
nos vermos privados d'aquillo que muito desejámos lograr.
—Para o que prefere sua saúde aos nrazeres, a abstinência
não é na realidade privação,- mas 'iara o que prefere os
prazeres a sua saúde, oaòsíinenc também privação.
6 ABS
10. — Abstrace-I© , distracção.
A palavra abstracção vem da latina abstrahcre, que signi-
fica separar ou arrancar uma cousa do lugar em que esta
ousuppomoseslar; correspondeálinguagemmetaphysica,
e designa a operação do entendimento, por meio da qual
desunimos cousas que na realidade são inseparáveis, para
podêl-as considerar cada u m a cm particular sem dependên-
cia nem relação com as demais, fixando-nos nella com ex-
clusão de Iodas as outras. U m a imaginação abstrahida só
á sua própria idéa atlendc como se não houvesse outras.
N o cabedal das línguas cultas oceupão u m lugar muito
importante as palavras que representao idéas abstractas,
e sendo estas o objecto das sciencias mais elevadas, como
a malhematica, a metaphysica, e a pbilosophia, chamão
tanto a atlenção dos que-as estudão que, abstraiu los
ncllas, são indifTerentes e como insensíveis aos objectos
exteriores. Abstracção é pois como uma allieação do ho-
m e m concentrado naquelle objecto interior que o lira
como de si mesmo. — A palavra abstracto usa-se quando
a applicâmos ás cousas, e abstraindo quando a referimos
ás pessoas.
Falíamos e m abstracto quando o fazemos com separa-
ção de qualquer cousa; c diz-se abstrahir-se quando nos
alheámos dos objectos sensíveis para nos entregarmos
aos intellectuaes. — O h o m e m que se aparta do trato c
communicação das gentes, oceupando-se, por assim dizer,
em conversação comsigo mesmo, c na consideração de
suas abstracções, merece o nome de abstrahido.
Querem alguns que distracção seja diversão do pensa-
mento de todo objecto exterior para attender aos interio-
res; de cuja definição resultará que haja pouca ditTe-
rença entre as d m alavras servindo-se d'uma por outra,
ed'um
em
trahir-se
cPorém
vícios,
o mhmoummeemni"
por
mme nno;
que
iconoe ,entrar-se
entender
dtraindo
iiulo-sc
strahido
ha
e,verdadeira
por
no
de abstrahido.
assim
suas
jogo,cobrigações.
dizêl-o,
notável
e m amores,
Diz-se
dis-
abs-
ABI! 7
tincçãoentre as duas palavras, poisa abstracção se exerce
de fora para dentro, c a distracção, ao contrario, de den-
tro para fora. U m a palavra casual nos leva insensivel-
mente d'um objecto exterior a outro interior abstrahiudo-
nos inteiramente a clle; mas quando, achando nos no
mais profundo á'e&\aabstracção, fere repentinamente nos-
sos sentidos qualquer objecto exterior, nos distrahe. Se
estamos engolfados cm nosso estudo solitário c de repente
entra u m a pessoa ou se faz u m roido forte, diremos que
nos distrahio c não que nos abstraído. E m fim, olhámos
a abstracção como u m a cousa habitual, como uma orcu-
pação continua, como o resultado d'nm caracter particu-
lar, c assim dizemos: Este h o m e m está sempre abstrahido
cm seus estudos ou meditações. A distracção é m o m e n -
tânea e como passageira, separando-nos da abstracção, a
que procurámos voltar bem depressa.
11. — Abstracto, abstruso.
Uma cousa abstracta é difficil de entender, porque
dista muito das idéas sensíveis e communs. U m a cousa
<:bstrusa é difficil de comprehcnder, porque depende
d'um encadeamento de raciocínios, cuja relação não c
possível descobrir nem seguir, e muito menos a totali-
dade que d'elles resulta, a pesar do esforço extraordi-
nário que nossa inlelligencia faça para conseguíl-o. —
U m tratado sobre o entendimento humano precisamente
deve ser abstracto, e abstrusa diremos que é a sciencia
da geometria transcendental. — Tudo que é abstruso é
abstracto, mas nem tudo que abstracto é abstruso.
12. — Abundante, abundoso»
Estas duas palavras, derivadas ambas de abundância
ou de abundar, só differem pela in. ortancia de suas ter-
minações. A terminação ante, propi''! a lodos os parlici-
pios do presente, significa o que é a^ual, o que se faz ,
ocousa
que acontece, etc ;assim
que actualmente que abundante
abunda, de qut 'liaquer dizer
copia, ou uma
tai
8 ACA
que ha abundância. A terminação oso, a que alguns
grammaticos chamão aiundanciosa, significa a proprie-
dade, a abundância, a plenitude, a força, ele; portanto
abundoso é o que leni a propriedade, a força, a vtrluilc
de produzir abundância, de fazer que uma cousa abunde.
— Dizemos colheita, anno abundante, quando os fruetos
da terra são mais que bastantes para o sustento de seus
habitantes; diz-se que uma cidade é muito abundante,
quando nella se achão en grande copia os géneros neces-
sários para a vida ; terra abundante de fruclas, de caça,
de pescado, de aguas, ele, é a em que abundão estas cou-
sas. Chamaremos com exactidão abundosos os pastos, os
campos, quando pela sua grossura e fertilidade apasceu-
tão gordos rebanhos e produzem uberlosas messes; dire-
mos também povos abundosos quando são ricos em gente,
e P'>r sua industria grangeão a fartura e a prospera
abundância.
13. — Acabar, concluir.
Acabar representa a acção de chegar ao termo ou
fim d'uma operação; concluir representa a acção no
deixara cousa completa — Hoje se acaba minha fadiga,
Hontcm se concluio o negocio. — C o m o as acções (Testes
dons verbos são e m geral inseparáveis, é potíco percep-
livel sua differença; porem para dislinguil-a basta bus—
cál-a num exemplo no qual o que se acaba seja precisa-
mente a acção de outro verbo.—A'manhã acabarei de es-
crever; não acaba de chegar; ao meio dia acabou de cor-
rer; acaba de sair, de chegar, de entrar, ele. E m nenhum
(Fcslcs exemplos se pôde usar sem impropriedade do verbo
concluir, porque não se trata directamente d'uma cousa fi-
nalizada c completa por meio da conclusão, senão pura-
mente d'uma acção que cessa ; do termo efima que chega,
não a cousa concluída, senão a operação com que se
conclue.
i/l.
Todos morre
— Avc a
estes b.
rbosa*,,
r7 flnar-se,
[v. «.),a fenecer,
representão falleecr.
acção perecer.
de chegar ao
ACA 9
fim, ao cabo tVuma extensão, d'uma durarão, mas com
dificrentes relações accessorias que constituem a dislinc-
ção de suas significações. — Acabar significa chegar ao
cabo ou fim d'iuna operação sem indicar a conclusão (V. o
precedente),cdum modo mui genérico. Fenecer é che-
gar ao lim do prazo ou extensão própria da cousa que
fenece. Perecer é chegar ao fim da existência, cessar de
todo, e ás vezes por desastre ou infortúnio. Finar-se ex-
prime propriamente o acabamento progressivo do ser vi-
vente. Falleecr c fazer falta acabando. Morrer é acabar de
viver, perder a vida. — De pressa se acaba o dinheiro a
quem gasta perdolariamente. Muitas vezes se acaba a
vida antes que lenhámos acabado a mocidade. Fenecem as
serras nas planícies e ás vezes no mar. Fenece a vida do
h o m e m muitas vezes quando clle menos o espera. Perece
ou ha de perecer tudo quanto existe. Quantos lêem pere-
cido de fome, de sede, á mingua, nos cárceres, nos sup-
plicios, nos incêndios, nos terremotos, nos naufrágios?!
Todos os seres animados ftnâo-se quando, extenuadas as
forças, pagão o tributo á lei da morte. Fallece o h o m e m
quando pa'ssa da presente a melhor vida. Morre tudo
quanto é vivente, e porque as plantas tem uma espécie de
vida, também as plantas morrem. O h o m e m não morre
só quando o prazo de seus dias está cheio, mas morre
muitas vezes ás mãos de assassinos, de inimigos ou de ri-
vaes. — Acaba ou fenece a serra e não perece, nem
morre, nem se fina, nem fallece. Perece u m edifício,
uma cidade, ele, e não morre, nem sefina,nem fallece.
Morre o vivente, mas o irracional não fallece. Morre,
acaba, fallece.fina-seo h o m e m , e por sua desventura
também muitas vezes perece. — Diz-se mui urbanamente
e por uma espécie de euplicmism», que u m h o m e m falle-
ceo quando acabou seus dias naturalmente, do mesmo
modo que dizião os latinos vitá functus est; mas não se
adado
mãos
dirá
Moraes
ultima
O autor
que
ododiz
devido
algoz,
accepç.ão
falleceo
que
dos orespeito
synonymos
h oque
maquelle
e maqui
anão
tão
damos
que
que
perece,
grande
se
morreo
ao
le.e;,
ve
au
• bo
sim
aridade,
no
naperecer.
guerra
Diccionario
parece
diremos
recusar
ou
Guar-
ásde
10 ACC
que o h o m e m certamente não perece e m quanto á alma,
mas perece e m quanto ao corpo todas as vezes que succes-
sos violentose desastrosos lhe vem impor alei imprescrip-
tivel da destruição a que estão sujeitos todos os seres or-
ganizados. Esta accepção é conforme com o génio da lin-
gua c fundada e m bons autores latinos que applicárão
frequentemente o verbo pereo, de que vem directamente
o nosso perecer, não menos ás pessoas que ás cousas.
Entre muitos exemplos que occorrem citaremos só os dons
seguintes: « Varius summo cruciatu supplicioque periit;
Vario pereceo em grandíssimo tormento e snpplicio (Cie,
IN. D., 3,33).» — « Si pereo manibus hominum, pcriisse
juvabit; se pereço ás mãos dos homens, grato m e será
o perecer (Virg., Mn., 3, 606). » E Vieira disse: « Os
que perecerão naquelle diluvio,... E será bem que pere-
çamos como elles? (III, 294). »
iij. — Acção, acto.
Poslo que estes dons vocábulos se confundem ordina-
riamente, não deixa com tudo de haver entre clles uma
diíferença notável. Acção é a operação, o exercício da po-
tencia ; acto é o produclo da acção d u m a potencia, ê o
exercício d'uma faculdade intellectual ou moral. — A
acção é susceplivel de gráos diversos : ella é viva, impe-
tuosa, vehemente; o acto é mais ou menos frequente, mais
ou menos multiplicado. — Para especificar o acto, dize-
mos de que potencia dimana : U m acto de virtude, de ge-
nerosidade, de vilania, ele; para e specificar a acção,
qualificámos a acção mesma : U m a asa&) virtuosa, gene-
rosa, vil, etc. — Acção tem tal ou qnaltjTfclidade, o acto
pertence a tal ou qual causa. — Faz-se u m a boa acção
quando se oceultão os defeitos do próximo; mas é u m
acto de caridade bem raro entre os homens. — Pela re-
petição dos actos se adquirem os hábitos. V. o arligose-
guinle.
16 — /temcçoes,
A acçãc factos,
ma relação immedialafeitos.
á pessoa que a
ACC 11
executa, rcpresenlando-nos a vontade, o movimento, a
parte que nella tem a pessoa. O farto tem uma relaçà*o
directa á cousa executada, representando-nos o efFeito,
o prodticto, o queficaexecutado por meio da acção. —
Daqui vem que as acções são boas, más ou indifferenteí,
signalando a palavra directamente a intenção do que a
executa; c os factos são certos, falsos ou duvidosos, com
relação directa á essência, ou qualidade do facto em si
mesmo. — Feito é o mesmo que facto, mudada por eupho-
nia a pronuncia dura de ac na doce de ei; corresponde
muitas vezes a obra, acto, mas o seu uso mais frequente
é representar as acções nobres, illustres de homens fa-
mosos e dignos de memoria.
As acções do homem que pensa mal descobrem o ca-
racter de seu coração por mais que as dissimule a arte, ou
as disfarce a affectação c a hypocrisia. U m máo historia-
dor costuma alterar os factos que refere, quando lhe
assim convêm, para divertir a seus leitores. Os poetas
épicos propõem-se em suas epopéas a cantar os feitos il-
lustres de seus heroes. Para celebrar os dos Lusitanos
embocou Camões a tuba canora e bellicosa, e pedio ás
suas Tágides que lhe inspirassem estro divino c sublime
canto, invocando-as com aquelles lindos versos :
Dai-me igual canto (") aos feiíos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda j
Q u e se espalhe, e se cante no unirerso,
Se tâo sublime preço cabe e m verso.
17. — Accelerar, apressar , ag>re$surar.
Todos trez eqtíiválemaaugmentar a velocidade, a dili-.
gencia, o movimento, com o (im de concluir com mais
promptidão uma operação; porém apressar dá idéa
d'uma certa desordem, d'uma pressa dirigida sem regra
nem concerto
O Canto itftial ao
ao» fim;
feitos.e apressurar exprime aperto, an-
gustia de tempo ou de espaço, ta. ez com afflicção.
J2 ACH
O verbo accelerar não suppoc, por si só, estas idéas; sin
acção parece antes cííeiío da confiança de chegar antes
do fim, mediante o augmenlo de velocidade e diligencia;
a do verbo apressar, e ainda mais a do verbo apressurar,
parece antes o cffeito do apuro, da desconfiança, do
embaraço, do temor de não poder chegar ao fim. —
O menino que mal gastou o lempo a brincar appres-
sa-se a estudar a lição ou a escrever a matéria, pelo que
faz mal ambas ns cousas. — Os soldados que avanção ao
inimigo com baioneta callada vão a passo acceleraáv,
mas se encontrão u m a cilada fogem apressadamente, c
apressurão-se a escapar ao perigo. — Apressar é o
excesso de accelerar, assim como apressurar o é de
apressar.
10. — Acbacjue, EssoleãtEa, enfermidade,
doença.
Todas estas palavras annuncião um desarranjo ou
desordem no estado normal da saúde do homem, mas
cada uma d'ellas indica modificações particulares que
distinguem os dilícrenles géneros de soflrimento. —
Achaque, segundo a origem árabe uxxaqui, significa
enfermidade ou molesliahabiluai Moléstia, toma-sequasi
sempre na significação da palavra latina, que quer dizer
doença permanente, como a ddiuto Ciccro : *Moles:ia
est wgriíudo permanens (Tusc. 4. 8).» Enfermidade
significa, segundo a força da palavra latina, fraqueza,
falta de forças, debilidade da natureza no sentido cm que
disse Ciccro : «Jtifhrmitta puerorum cl ferocitas juve-
num (de Scnect., 10). » Doença, segundo sua origem do
verbo latino doleo, quer dizer estado doloroso do corpo,
. moléstia do corpo acompanhada de dores. — A primeira
fez-se extensiva a lodo o defeito physico ou moral;
a segunda lambem ^e generalizou a lodo o incommodo,
enfadamento, ou t ibalho penoso de corpo ou de espirito;
aprovêm
dores
terceira
ultima
oudein
cxpi
cfrn ún
meodos
'doem
'physicos
para
corpo,
a falia
indicar
abandono
mas
de saúde
não
a (alta
habitual.
de
acompanhada
de
forças,
saúde
Parece
etc;
quede
Acrt 13
corresponder ao morbus dos latinos. Diz-sc com razão
doente o «100 não está são, no mesmo sentido c m que
dizia Cícero : • Qui in nwrbo suvt, sani non tunt
(Tusc, 3, í).»
jjí, —Achado, descobrimento, deseo»
berta, i n v e n ç ã o , invento.
Fácil é estabelecer as relações d'estcs nomes com os
verbos seguintes de que se derivão. Deve com tudo atl-
verlirse (jiic com a palavra achado anda quasi sempre
associada a idea de bom, feliz, proveitoso. — Descobri-
mento diz-sc quasi exclusivamente dos paizes do novo
mundo que os descobridores derão a conhecer ao velio,
com que se enriquecerão seus estados. — Descoberta in-
dica especialmente o que nas sciencias e nas artes se
ãeset In io de novo. — Invenção c invento exprimem o que
se inventou, o produclo da faculdade inventiva, a obra do
inventor, com a differença que invenção tem muito mais
extensão, c que invjnlo se restringe ás artes. Póde-se
além disso estabelecer a mesma differença que se dá
entre acção c acto, de que se fallou a pag. 10.
Í20.— Aebar, esceontrar, «Separar,
descobrir, inventar.
Encontrar corresponde ao verbo latino invenire cm
sua mais lata significação, representa a acção de dar com
unia cousa que se buscava ou que por casualidade se oílc-
rece. l)'um homem que, indo pela rua, vio no chão uma
peça de ouro, a apanhou e guardou,diz-se que a achou;
assim como , tendo-a perdido, e andando cm busca
d 'cila c a encontrando, diz-sc que a achou. Autoriza-
se esta rrecepção com o ditado vulgar mas evangélico,
quem basca acha [quarite et irtvenielis); abona-se
aquella com a sentença de nosso "Camões .•
Q u e alegria não pôde sei tanianl
Q u e achar gente vizinha c m terra stranlia.
Havendo
II. porem na nossa lingua o vi bo encontrar
2 que,
16 ACII
entre oulras significações, lem a de conseguir por acerto
e encontro, dar por fortuna, sem que se busque, com
alguma cousa que nos interessa, seria muilo acertado
que a cada uma d'cstas idéas diflérentes se destinasse uma
palavra que a distinga, antes do que autorizar u m uso que
as confunde, designando para o primeiro caso o verbo
achar, e para o segundo o verbo encontrar; tanto mais
que, se examinarmos com rigor, perceberemos que a
acção de encontrar não suppõe precisamente a de haver
buscado o que se encontra, porém que a acção de achar
suppõe muitas vezes a de haver buscado o que se acha.
— Ao passar pela praça encontrei u m a procissão, u m
enlerro,etc. A duas léguas de Lisboa encontrei o correio,
o estatele, ele. Ninguém dirá que achou a procissão, etc;
a não querer dar a entender que a andava, ou ia buscando.
Esta distineção, mui razoável por certo, não deixaria de
ler bom patrono entre os Clássicos, pois o P. Lucena
diz : «Mais encontrarão acaso as ilhas do que as acharão
por arte» (3,15).
Deparar, que é composto da preposição de e do verbo
latino parare, preparar, exprime a acção d'um agente,
diílcrente de nos, que nos subministra, nos apresenta
uma pessoa ou cousa, de que havíamos mister, que nos
é útil, etc; é por isso que não se usa c o m m u m m e n t e nas
primeiraspessoas. Diz-se que Deos nos depara u m amigo,
uma boa fortuna; mas só Deos poderia dizer : Eu depa-
rei-te u m amigo, etc. Alguns o quizerão fazer synonimo
de encontrar, com a voz neutra, dizendo por exemplo:
« A passagem com que deparei;» o que é erro, pois o
m o d o correcto de fatiar e: « A passagem, que o acaso,
a minha diligencia, ele, m e deparou. »
Descobrir é pôr patente o que estava coberto, oceulto
ou secreto, tanto moral como physicamente; é achar o
que era ignorado. — O que se descobre não estava vi-
sível ou
chegámos
Urcnle,
mas
berta
m a não apparcnte,
cousa
ou
mas
aocculla
descobri
aonde
fora
simples,
de o.os,
>sque se
ellnDescobrem-se
está acha
r>.: porque
alcance estava
e perdida,
a descobrimos
estava
asactual visível
minas,
achamo-la
manifesta
ou cos
de ouaquando
eappa-
o mnascentes
nossavista,
não
vista.
co-
ACI 15
que a terr? ...«cerra e m seu seio; achão-se os animaes
e as plantas que povoão sua superfície. Colombo eCook
descobrirão novos mundos, e naquellas regiões até cnlão
ignoradas acharão u m novo reino vegetal e animal, mas
a mesma espécie de homens. Barlholomeu Dias descobria
a passagem do cabo Tormentoso, e a fez conhecida a
Vasco da G a m a quando foi descobrir a índia. Não se
pôde dizer rigorosamente que Cabral descobria o Brazil
porque u m incidente o levou a encontrar aquelle vasto
conlinente, porém Magalhães descobria o estreito a que
deo seu nome porque o buscava e era seu intento lazêl-o
patente. Descobrem-se as conspirações, as conjurações,
os tramas secretos, e não se achão, nem encontrão, por-
que são oceultos e não patentes, kcha-se uma pessoa e m
casa, mas não se descobre porque não eslava occulta.
Dcscobrirão-se as ruinas de Herculano , e nellas se
adiarão preciosos monumentos das artes.
Inventar corresponde ao latim invenire na sua signi-
ficação restricta de discorrer, achar de novo, e exprime
a acção d'aquelle que pelo seu engenho, imaginação, tra-
balho, acha ou descobre cousas novas, ou novos usos, no-
vas combinações de objectos já conhecidos. — U m en-
genho fecundo acha muitas cousas; mas o engenho
penetrante inventa cousas novas. A mecânica inventa as
ferramentas e as machinas, a physica acha. as causas c os
efiéitos. Copérnico inventou u m novo sysleraa do mundo.
Harvée achou ou áeicobrio a circulação do sangue. Iler-
schel descobrio u m novo planeta. Volla inventou a pilha
que d'elle tomou o nome de Voltaica.
21.— Acídia, desídia, preguiça.
Acídia, e não accidia como alguns por erro têem
escrito, é palavra puramente grega que não foi usada dos
latinos («wJfa ou <xxiUt«, formaih da partícula privativa
a e xffaí, cuidado, sollicttuõY), e &\mnca e m geral, falta
sido
de
guiça,
Fr. cuidado,
Barlholomeu
vulgar
como noutro
se
negligencia,
vêdosMartyres
dotempo,
Leal deíeixo,
Conselhein
e usar-s.
que a> de.
ouxidão.
e mne
dolugar
assim:
Catecismo
Parece
de« pre-
O ter
de
se-
16 ACO
•> limo e ultimo vicio capital se chama acídia, que c u m a
•> tibieza c fastio espiritual que a alma tem para o excr-
• cicio das obras virtuosas, especialmente para as cousas
» do culto divino é communicação com Deos (pag. 233). •
Desídia é palavra latina, que parece ser a mesma que
acídia grega, mudada a partícula prefixa ^ e m de c o » em
s, c significa o m e s m o que a primeira. Preguiça lambem
é palavra latina, pigritia, e significa negligencia, des-
cuido no trabalho, lentidão c m obrar.
Deixando a primeira, que parece já antiquada, c o m a
designação de Fr. Barlholomeu dos Marlyres, usaremos
com muito acetio da segunda quando quizermos signa-
lar frouxidão de espirito, deleixo no desempenho de seu
dever, repugnância ao trabalho intellectual, inapplicação
aos negócios, no m e s m o sentido c m que disse Vieira:
«Aconlece isto (andarem os servos a cavallo e os prin-
» cipes a pé) quando o príncipe, a quem toca ler as rc-
» deas na mão, por desídia e negligencia, as larga, e en-
• trega ao servo (IV, 460).» A terceira, por ser vulgar,
e ler mais lata significação,fiquepara o vulgo com o va-
lor que tem, mas entre os doutos pôde designar particu-
larmente aquelle deleixo, aquella lentidão que provêm
antes do corpo que do espirito, a propensão para a ocio-
sidade, e o gosto de nella viver. — O artista, o operário,
pôde trabalhar de pela manhã até á noite c não saber
o que seja preguiça, mas ter acidia para as cousas de
Deos. O commererante pôde ser activo e incansável em
fazer suas compras e vendas, mas pôde deixar-se possuir
de desídia para examinar suas contas e saber exacta-
mente seu deve e ha de haver. Príncipes tem havido que
se fatigavão continuamente e m corridas, caçadas, mon-
tarias, etc., mas que suecumbião á desídia quando se tra-
tava de negócios d'Estado. Não cedião a u m pica dor as
rédeas d'um cavallo fogoso, e deixavâo cair das mãos as
ÍÍ12.
Ambos
rédeas são
poral, -forão
d'um
dar,
vet
govern
viclim
despertar.
os activos
iijpacifico.
.a desídia
e neutros,
Inimigos
úilellectuaJ.
e da
represenlao
preguiça cor-
a
A r/r 17
neeão pela qual u m homem sai, ou o lirão, do estado de
adormecimento cm que jazia. Acordar exprime própria-
mente a cessação do somno, o recobro dos sentidos, e
lambem a cessação do sonho, como sê vê naquclle verso
de Camões (Lane. 15):
Ali ! quem de sonho tal nunca acordara.
Despertar, c pôr, ou pôr-se, um homem esperto, ex-
pedito para exercer suas faculdades, como se vê d*aqucllei
dous versos de Camões (I.us. VI, 38):
Os ilo quarto da prima se deilavSo,
Para o secundo o» outros detp&rlavâo.
Parece que a acção de acordar precede a de despertar,
que acordar suppõe u m somno ordinário e que acaba
regularmente, sendo que despertar annuncia somno pro-
fundo, c que se interrompe a horas desacostumadas, para
sair do qual c necessário mais esforço nosso quando «cor-
ddmos, ou de quem nos quer tornar espertos. — A mesma
differençaexiste na accepçãofigurada.— Quantos homens
acórdão do somno da culpa, mas não chegão a estar assas
espertos para praticarem resolutamente a virtude !
25. — Activo, effáieaz.
A diligencia, a promptidão, a viveza com que se em-
pregão os meios para conseguir u m fim, ou com que
obrão as causas para produzir os efíeilos, constituem a
actividade, e o caracter de activo. A virtude, a força, a
qualidade poderosa dos meios, ou das cousas mesmas,
constituem a efficacia, e o caracter de efjicaz. — Uni re-
médio aclioo obra promptamenle, produz sem dilação
seu elleito; u m remédio effícaz obra poderosamente,
com força, com segurança. — U m h o m e m activo não
logra sempre o que deseja senão tabe empregar os meios
mais effhazes para isso. — A ac.cidade d\\m discurso
surprehende, c não dá lugar á dttvi, i; sua efficacia per-
suade e convence,
truo edeve
gado dissipa. — O cprocurador
saindo ao encoí
ser efficaz. deve 'ro á duvida,
er acíiuo; a des-
o advo»
18 ADJ
24. — Adjectivo, epltlaeto.
Eslas duas palavras, posto que de origem differente, tem
o m e s m o valor grammatical. Epitheto é palavra grega,
inêexov, composta de eiri, sobre, e m cima, e OÍTOV , posto,
ajuntado, e não de Ohms, como erradamente diz Cons-
tâncio; é adjectivo substantivado subentendendo-se íve/«*,
nome. Adjectivo é palavra latina, adjectivam (se. nomen),
formado de ad e jaceo, jazer, estar ao pé, junto. INa
grammatica grega ÈJTÍ9«TOV é o m e s m o que adjeclivum na
latina. — Entre os Gregos usava-se já da palavra i-KlBnov,
como u m termo de Rhetoriea, d'onde veio para os latinos,
e d'ellcs para nós, e o uso tem fixado a significação res-
pectiva de cada u m a d'estas palavras. A primeira é u m
termo de grammatica ou de lógica, a segunda é u m termo
de litteratura. Aquella é u m a voz que modifica ou quali-
fica o substantivo, e quasi sempre necessária para com-
pletar o sentido da proposição; esta é muitas vezes só
útil, e serve para o ornato e energia do discurso. — O s
adjectivos não são sempre epithetos. A's vezes unidos a
u m substantivo exprimem a idéa lolal do objecto, e não
indicão c m separado nenhuma qualidade sua; e m cujo
caso é claro que não merecem o titulo de epithetos. Por
exemplo esta expressão, o corpo humano, é o signal total
da idéa que representa; e o adjectivo humano está em-
pregado por necessidade, porque não lia na lingua u m a
palavra que por si só signifique o objecto que chamámos
corpo humano, ou corpo do homem. Mas se se ajuntasse,
o corpo humano, machina admirável, esta ultima phrase
seria u m verdadeiro epitheto destinado a fazer-nos obser-
var no objecto chamado corpo humano certa qualidade, a
de ser admirável seu ro^chanismo. Tampouco são verda-
deiros epithetos os adjr-tivos que exprimem o altribulo
das proposições, v. g. .esta, o homem e mortal; porque
não
afnrmação
como
conslitue
— Crê-se
estão
de passagem'
odestinado?
geralmente
posiliv
epitht >,
ena
directa
a'que
senão
qualidade
fazer
epitheto
attribuímos
aresaltar
designar
particular,
e adjectivo
indirectamente
aa que
uqueé
m objecto.
por
são
o que
uumemaa
ADU 19
mesma cousa; porém tão longe estão de sêl-o, que ha
muitas vezes epitheto sem que haja na phrase nenhum
adjectivo, como nestas, Scipião, o raio da guerra; Ejhyre,
exemplo de bcllcza {*); e outras em que osaJjectivos não
são epithetos, como nas acima ciladas.
2o.— Admiração, assombro, pasmo.
Quando vemos cousa nova que uão conhecíamos eque
c m si é admirável, recebemos uma impressão agradável
que chamámos admiração; se a cousa vista é do género
uaquellasque inspirão terror, experimentámos assombro ;
quando a admiração cresce ao ponto de causar como uma
suspensão da razão, chamâmos-Ihe pasmo. — Formão
estas palavras uma gradação que não devem desprezar os
lilteratos, pois d'ella nos deixou exemplo o nosso Vieira
que disse (iv, 416): «Deixai-me fazer u m reparo, digno
» não só de ailmíração, mas de assombro, e de pasmo. •
Noutro lugar (i, 327) linha já dito : «Agora não vos peço
admiração, senão pasmo. •
20— Admirável, admirativo.
Palavras derivadas ambas de admirar ou admiração,
mas que varião pela importância da terminação. — Admi-
rável é o que excita admiração por excellente e óptimo ;
admirativok o que dá indícios de sentença de admiração,
ou que é acompanhado de admirações (!!). Auloriza-se
esta dislineção com a seguinte passagem de Vieira:
t Estas minhas admirações são as que haveis de ouvir.
» Não será o sermão admirável, mas será admirativo»
(i, 463).
27. — Admtttir, receber.
Admittir indica posto
(•) A esta espécie, um acto
que t ede
n h o-rbanidade
u m ac clivo, pelo qual
pertencem se
aquelies
versos do CamBes {Lut., 1, 44; X , 12):
Vasco da G a m a , o forte Capitai
O yião Pacheco, Achillis lusitano.
20 ADU
franqueia a porta da casa ao que d'nm modo dtcoroso a
cila se presenta. O recebimento é mais ccremonioso :
suppõe certa igualdade, consideração e correspondência.
— U m fidalgo admitte á sua mesa e cm sua sociedade
u m h o m e m limpo a quem nunca visita. As corporações,
as sociedades litterarias e scientificas recebem cm seu
grémio os homens notáveis e doutos. — Os príncipes
almíttcmá sua audiência os ministros estrangeiros, e
recebem e m suas cortes os grandes senhores de outras.
20. — Adormecer, dormir.
Represenlão estes dons verbos a acção pela qual o
h o m e m passa do estado de vigília ao de somno, com
a dilierença que adormecer é deixar-se vencer do somno,
pegar no somno, somuum capere; e dormir é conservar-
ão entregue ao somno, nos braços de Morpheo. — Diz-se
que u m h o m e m adormeceu is duas horas e der mio até ás
seis; mas não se pôde dizer que dormio as duaseador-
meceo ate ás seis. Autoriza-se esta dislineção com D dito
de Vieira: « E como tardasse o esposo, adormecerão Io-
das, e dormirão (I, 280).»
20. — Adulador, lisonjeiro.
O lisonjeiro é mais fino que o adulador. Este louva
tudo, c sacrifica, sem arte nem rebuço, sua própria opi-
nião, a verdade, a justiça, e qualquer outro respeito, ao
objecto de sua adulação, o lisonjeiro dá mais apparentia
de verdade a seu louvor, persuade com mais sagacidade,
vale-se de meios mais eflicazes, e muitas vezes indirectos,
c insinua-se com mais destreza no animo da pessoa li-
sonjeada. Já Tácito no si u tempo conhecia esta iliflerença,
como scvêdoseguinle h jar que o nosso Vieira citoue pa-
rapbraseou no mui nob < ser m ã o que pregou na primeira
sexta feira de Quart! la, na Capellareal,em ltiõl: « Adu-
> latio perpetre n regum, quorum opes scepius as-
» se nt alio qui.r tis evertit. A adulação é aquclle perpe-
» luo mal, ou aci aoue mortal dos reis ena grandeza,
AuV 21
* opulência, c impérios muitas mais vezes doslruíoalisonja
i- ilos aduladores Que as armas dos inimigos (IV, 22!)). •
O h o m e m prudente deve desprezar a adulação, e temer
a lisonja; porque aquella só pôde inclinar u m animo
bai\o c desprezível, porém esta sabe empregar com mais
arte a força irresistível de nosso amor próprio.- Por
e.sle mesmo principio chamámos lisonjeiras as palavras
que persuadem, e não aduladoru>, e usámos com prefe-
rencia do verbo lisoijear para explicar o que satisfaz
nosso gosto, o que capliva nosso coração, o que nos ins-
pira confiança.
Lisonjeão-se os sentidos com a apparencia do deicilc;
lisonjeasse o desejo com a esperança; e assim dizemos:
Lisonjco m e do bom exilo (teste negocio; lisonjêa-se
em vão disto; e não adulo-me, ou adula-se d'isto.
A lisonja é sempre activa; a adulação pode ser mera-
mente passiva. Cabe adulação na conformidade, na con-
descendência, no silencio mesmo, a que se não pôde dar
com propriedade o nome de lisonja.
50. — Adversário, rival, emulo,
anta{£CHíista, IsBiamig-o.
A palavra adversário compõe-sc da preposição latina
ad, junto, e de versus, participio de verto, voltado, m u -
dado, pois o adversário é com eífeito aquclle que se vol-
tou contra nós outros, ou seguindo differcnle opinião ou
partido, ou pugnando por interesses que nos prejudicão.
— Ainda que o interesse e o amor próprio sejão de ordi-
nário as causas porque muitos se lizerão nossos adversá-
rios, todavia podem estes ser amigos debaixo d'oulros
respeitos, ou indiffereutes, c ainda generosos c delicados;
mas não assim o inimigo. Aquelle pode favorecer-nos e m
tudo aquillo que não pertence á disputa, nem á contra-
dicção; este sempre procura fa/"i' mal, que para isso 6
elle inimigo. Adversário não sup/õe ódio, inimigo sim.
traria
adversamente,

duzPor ao,analogia
infortúnio,
e suecesso
e chamámos
as antigas
eadverso
daquiadversar
sorte
vetn
o queaà
asno:
pi
\ersa
e causa
avras
dversia.
a que
damno
adversidade,
nos eé con-
22 ADV
Rival é palavra lallna, rivalis, e Indica u m a opposição
mais forte que a precedente. Não ha propriamente riva-
lidade nas opiniões e idéas, mas sim nas doutrinas e par-
tidos, nos interesses e inclinações, no talento, no mérito,
nas riquezas, no luxo, no esplendor, e sobretudo nos em-
pregos, honras, e graças; ha muitos rivaes e m amor, e
também se rivaliza cm acções virtuosas, como na gene-
rosidade, no valor, no heroísmo; alé nos animaes se dá
certa rivalidade.
Emulo é lambem palavra latina, amulus, e designa
pessoa que compete com outra em arte, sciencia, acções
louváveis, ou que se propõe imitál-a e até excedêl-a va-
lendo-se de meios honestos. DiíTerença-se pois muito de
rival, sem se confundir com adversário.—Emulo denota
competição honesta, honrada, generosa, e não admille
ódio nem inveja. O emulo reconhece, e até proclama o
mérito dos competidores. Os emulos correm a mesma
carreira. Os rivaes têem interesses oppostosque se com-
batem. Dous emulos caminhão, vivem em harmonia; dous
rivaes accommettem-se. — Pompeo e César forão rivaes;
Cicero e Hortensio forão emulos.
Entre os antigos a palavra grega dvT«yuvi»Tiif, ou anta-
gonista em latim e nas línguas que delle «e derivão, si-
gnificava u m inimigo armado e em acto de batalha; pois
dvTaywviJT/?; ge compõe da preposição tvzt, contra, e
cr/wvíço/iS!, eu combato; mas posteriormente foi Iimilando-
se a combates mais nobres e menos sangrentos, como os
lilterarios, os de jogos c exercicioi, e os partidos que não
saem da linha da nobreza, galhardia, generosidade e alé
heroísmo : é uma rivalidade mais distinta e elevada. Dize-
mos, v. g. que os Newlonianos são antagonistas dos
Cartesianos e m 6eus systemas; os Inglezez e Francezes
e m seus adiantamentos scientificos e industriaes; os so-
beranos em sua grande: c esplendor; os amantes e m
obséquios

excluírem
almas
mais
Vemos
osque a u;mmqiK
grandes
bomeir. a.;-<dama.
inimigos.
pois
as de mtod
út
,rito
nobreza
e,santagonistas;
lêem
as palavras
eadversários
urbanidade,
anteriores,
o vulgo
cas
emulos,
não
suppõem
longe
conhece
e as
de
:
AFA 23
A inimizade é de ordinário u m a paixão senão sempre
baixa, ao menos rancorosa, tenaz, reprehensivcl, sobre
tudo em seus excessos; suppõe graves injurias recebidas,
se é bem fundada; faz com que receemos o inimigo, ainda
depois de reconciliados com elle, porque costuma ser
traidor. Tantos são os bens que da amizade resultão,
quantos são os males que a inimizade produz; não ha
acção baixa nem procedimento vil a que ella não con-
duza.
Esta palavra tem muita extensão em seus significados,
pois abraça as pessoas, as acções e todas as cousas que
nos podem desagradar, contrariar ou fazer damno: somos
inimigos de certos manjares, de certos prazeres, de cer-
tos costumes; somo-lo umas vezes por nossa natural incli-
nação, por bons motivos e com razão, e também por ca-
pricho e prejuízos. Estende-se a inimizade em sua signi-
ficação metaphorica a todos os seres organizados e sen-
síveis, a os animaes e ás plantas.
51. —Afastar, arredar, apartar,
separar.
Afasla-se o que se põe para longe; arreda-se o que se
lira do pé ou se põe para traz. Para o verbo arredar ter
a mesma extensão que afastar é mister junlar-lhe o ad-
verbio longe, como fez Camões (Lus. VIII, 7 9 ) :
Com eito parte ao cães, porque o arredi
Longe quanto poder dos régios paços.
Aparta-se o que se põe á parte, e pôde ser um só ob-
jecto ; apartámos os que brigão, quando atalhámos o pro-
gresso da peleja; apartamo-nos d'um lugar, d'uma pessoa,
ainda que seja por pouco tempo.
Separa-se o que estava unido, ligado, misturado; sem-
pre com referencia a mais d'um objecto. Separa o lavra-
dor a palha do grão, o trigo do <òio, a frueta podre da
sã; separão-se os casados quando u~o podem viver juntos,
ou
dossemáos.
desquitão;
Segundo Vieira, no
— Separar juízo
parecedizfinal
que hãom.
muito i ^s separar-se
separaça que
indica os bons
apartar.
principal-

2/i A FF
mente a acção de separar, c apartamento os resultados
moraes, pois faltando do juizofinaldiz : « Feita a separa-
ção dos máos e bons, c socegados os prantos d'aquclle
ultimo apartamento (IIÍ, 163). »
52.—AíFecí», paixão.
Sendo o homem um entcdoladode sensibilidade, expe-
rimenta a cada passo grande numero de impressões que o
aífeclão de mui diversas maneiras; o diílcrente modo por
que o h o m e m é afleclado, e o sentimento que experi-
menta conslilue o affecio, o qual pôde ser grato ou
ingrato, physico ou moral, ele. A paixão é o affecio le-
vado ao ultimo grão c assenhoreando-se da vontade. Os
affeclos são commoções brandas c suaves que se podem
ajustar com a razão; não assim as paixões, que violentas
e impetuosas fazem muilas vezes emmudecer a razão, e
arrastão o h o m e m ao quebrantamento da lei c do dever.
— Na linguagem da llhelorica, affeclos e vaíxões são
u m a mesma cousa.
55. — AÍSeitc, enfeite.
Diz D. Fr. F. de S. Luiz que affcilcs são ornatos ou
alavios aílcclados, que cm lugar de alíormosearcm des-
feiãoo objeclo, c talvez o fazem ridículo; c que enfeites
são os mesmos ornatos ou atavios, mas naturaes, com
que se aflòrmoseão os objectos. — Esta dislineção não
tem por si autoridade clássica. Vieira, fallaudo de S.
lgnacio, diz : • O escritor (achará ncllc) a utilidade sem
affeite(1,446). » É evidente que affeite forma aniitbesc
com utilidade e não tem a menor allusão a cousa aílectada
ou ridícula. Ferreira disse: • Vão parecer c falso affeite;»
onde o qualificativo IÍÍO dá a conhecer que affeite por
si só não inclue a idéa peioraliva que se lhe quer
attribuir. Sc alg ia cz se toma á m á parte, outro
tanto acontece i como diz Moraes citando Lobo
eprogadores
Bernardes.
cnnumerandoad c deridículos
. seus deste ornatos
sermões,é diz
terminante,
: •com pois,
Coiiceilu*
que ng
AFF 25
°dcfilagrana,delicados c reluzentes, qucslões escholas-
D tícas, c outros enfeites semelhantes (Flor. v.llt).»
E m quanto a nós, estamos convencidos que a única difíc-
rença que ha entre estes dous vocábulos é que o primeiro
é castelhano c o segundo portuguez, e que affeite leni
naquellr, lingua a mesmíssima significação que era a nossa
tem enfeite: • Afeite , diz a Academia hcspanhola, es cl
aderezo ó compostura que se da á alguna cosa. » Deixe-
mos pois aos Castelhanos o seu afeite e afeitar, e usemos
do nosso enfeite c enfeitar que tem igual valor e mereci-
mento.
o\. — Afflrniár. assegurar, eowíiemar.
Affyrmay-se quando se diz alguma cousa com certeza,
sem mostrar duvida; se á af/irmação se junta segurança,
mostrando inlima convicção, assegura-se ; quando se at*-
duzem novas provas, ou se recorre a novos testemunhos
que reforcem mais a certeza da affirmação, confirma'
se-, confirma-sc lambem uma notícia, quando se recebe
certeza de que c verdadeira.
53, — Af.íSireAo, trifjtezn, peaua,
enfado.
A tristeza c uma situação continuada do animo; a
afflicção é u m a circumstancia accidental que sobrevem
ao animo, c o oceupa por algum tempo. — O infeliz, oc-
cupado continuamente de sua desgraça, está triste. U m a
boa mãi afflige-sc sempre que se lembra da prematura
perda de seu filho—O effeiio que causa no primeiro m o -
mento a perda d'um pai amado, é afflicção; a situação
desagradável cm que fica depois o animo por algum
tempo, é tristeza. D'aqni vem que ha génios naturalmente
tristes, c não naturalmente affligidos, porque esta ex-
pressão explica uma situação conlrmada do animo, não
u m effeito accidental do sentimento.
A pena é u m tormento de espirito mais profundo e
1
duradouro quepor
a afflicção; suppõe ás* iezes
rior formada trabalhos succcssivns 3causa inte-
desgraças cou-
2(5 AFF
tinuadas. As penas acabão lentamente com o que as pa-
dece e não as pôde remediar. — O enfado é momentâneo,
nem necessita muitas vezes de causa nem motivo; cos-
tuma nascer d'um génio 'vivo e arrabatado. Veja-se o ar-
tigo seguinte.
50. — Afílácçao, pezar, magoa,
c o u s f erinaeão, .dor.
Todos estes vocábulos exprimem o estado de soííri-
mento do animo alfectado por u m sentimento desagra-
dável e penoso, mais ou menos intenso, de maior ou menor
duração, de que dor é o género e os outros as espécies.
Todo o sentimento penoso, nascido da presença ou apre-
hensão do mal, que alfecta o homem, é dor. A dor moral
aíTccta o animo do mesmo modo que a dor physica ator-
menta o corpo. — A afflicção é u m eslado doloroso do
animo em que se acha o h o m e m quando vê destruída sua
felicidade, ou se vê privado do caro objecto de seu amor.
Por fortuna a afflicção é u m estado transitório e não per-
manente (V. o artigo antecedente). - Pezar é uma dor
menos viva procedida do conhecimento de peccados ou
de cousa mal feita; é u m sentimento interior que fatiga o
animo, e ás vezes o leva ao arrependimento.— Magoa é a
afflicção já mitigada, ou para melhor dizer, os vestígios
dolorosos que ella deixa no animo, que insensivelmente
se vão suavizando até que só fica a saudade do objecto
amado. — A consternação é a conturbação grande do
animo á visla ou e m proximidade de algum grande mal
que de súbito fere o espirito do h o m e m e lhe abate as
forças e inspira desalento. — A afflicção, o pezar, a ma-
goa não desdourão u m animo varonil, antes são provas
de coração sensível; a consternação não cabe e m peilos
forles, e só de ânimos apoucados é apanágio.
57. — Aflbr iuaado , ditoso, feliz,
ventu* M O , bemaveuturado.
Por isso que <>etana pódc ser prospera ou adversa,
A FF 27
formou o génio da lingua dous adjectivos compostos d'cste
vocábulo que indicão seu differenle aspecto. O que d'etla
é favorecido chama-se afortunado, c desaffortunado ou
infortunado o que cila abandona. —Entre ditoso e feliz
não ha dilfcrcnça nenhuma senão ser o primeiro vocá-
bulo porluguez, e o segundo latino (V. Fortuna, Dita).—
Venturoso, como aqui o entendemos, tem o mesmo valor
que affortunado, com a differença que parece referir-sea
cousas futuras que esperámos, como parece inculcál-o a
palavra mesma {de venturus, que ha de vir).— Bemaven-
lurado, é aquelle que alcançou boa ventura, que está no
gozo de bemavenlurança, e como a verdadeira não se
encontra neste mundo, chamão-se com especialidade bem-
avenlurados os que gozão da vista de Deos no ceo. —
A seguinte phrase pôde indicar as precedentes distineções.
Se eu for tão venturoso no negocio da salvação como
fui affortunado nas cousas do mundo, depois de ter vi-
vido ditoso ou feliz neste mundo serei bemaventurado
na eternidade.
58. — Affronta, agffraro.
Entre o aggravo e a affronta ha esta differença, como
ja notou D o m Quixote, que a affronta vem da parle de
quem a pôde fazer, e faz e sustenta; o aggravo pôde vir
de qualquer parte sem que affronte. Seja exemplo : Está
u m h o m e m na rua descuidado, chegão dez com m ã o
armada e dão-lhe pancadas; mette mão á espadaefaz seu
dever; porém a multidão dos contrários se lhe oppõe, e
não o deixa levar adianle sua intenção, que é vingar-se;
este talficaaggravado porém não a/frontado. O mesmo
confirmará outro exemplo. Está u m h o m e m com as costas
voltadas, chega outro por detraz, dá-lhe duas paoladas,
foge e não espera, e o outro segue-o e não o alcança. O
que levou as paoladas recebeo aggravo, mas não affronta,
porque a affronta ha de ser sustei, ada, circumsiancia
que
migo,
ta
deotonão
asjuntamente
fieira
paolados
é necessária
o que
ficara
:levou
aggravado,
para
a pé
as
constituir
firme
paoladas
porque
fazem
oat/j,
aggravo.
ilu
v roslo
-avado
lerão
aSe
eseu
á affron-
traição;
o ini-
que
2« AGG
affrortado porque o aggrcssor lhe fez rosto,sustentou
o seu leito sem voltar as costas c a p e firme; e assim,
Segundo as leis do maldito duelo, cu posso estar agyra-
cy7o, mas não affrontado. Veja-sc Aggravo.
50. — Agarrar, asir.
Talvez por ser hebreu o verbo asir seja pouco usado
enire nós, mas sem attendermos a sua origem judaica
devíamos dar-lhe mais entrada, como fazem os Ilespanhoes,
porque elle exprime ditferenlc actividade na acção que
representa o verbo agarrar. — O que agarra segura, lera
firme, porque o verbo agarrar suppõe a força necessária
para lograr seu clfeilo. O que ase pôde, ou não, segurar,
porque a acção de asir não suppõe precisa e positiva-
mente a força necessária para segurar e ler firme. — Cor-
reu traz d'clle, c agarrou-o, não nos deixa duvida de que
o leni seguro. Correo atraz delle, c asio-o. deixa-nos na
duvida se o asio de modo que pôde segurál-o, porque o
verbo não o explica por si só, c assinfé preciso acerescen-
lar de que parte, ou como lhe deitou a mão para que se
deduza o citei lo pelo modo e circumslancias da acção. —
A acção de asir refere-se ao uso da asa; a acção de
agarrar á da garra. Aquella sustem talvez sem esforço;
esta segura com força c tenacidade.
40. — Aggravo, ofíeusa.
O aggravo alropella nosso direito; a offensa junlil
ao aggravo o desprezo ou o insulto. O que leni direito a
um ascesso e o não conseguio, crê-se aggravado; se a
este aggravo aceresceo um desprezo de seu mérito, ou
uma declaração de sua insuflicencia, crê-sc o/fendido.—
Paia o aggravo é preciso que haja injustiça, para a of-
fensa basta que haja insulto, ainda que não haja injus-
tiça. Aqueilc pi j idiç»-nos lalvez sem nos alIVonlar; esta
aííronia-i os i nos humilha. — Não aggrava o
que diz de ( que é torto, quando realmente o r,
quem
que
porque
exige
seem
diz
o dizer
poi
t ,nciquclla
insulta
ira verdade
sèl-o;
seu amor
porém
nãopróprio
se
offende
dá ac oinjustiça
litinii-
aquclle"a
Afio 29
lha. Por isso se dissimula o aggravo mais facilmente que
a afjcnsa, não obstante que aquclle nos causa um pre-
juízo efíeclivo, privando-nos realmente do que nos per-
tence ; esta só nos incommoda com um prejuízo Lin-
dado, commummente, na opinião, ou no capricho; porque
a offensa choca directamente com nosso amor próprio,
que não perdoa com facilidade, nem olha como leves os
insultos.— D'um homem que dansa bem, sem ler nisto
vaidade, nem pretender elogios, não se pódc dizer que
dansa mal, sem fazev-lhe um aggravo. de que se não dá
por offendido;fica porém offendida uma mulher a quem
se disputa a boa figura ainda que ella mesmo conheça
que a não tem, porque aquclle não vê nisto mais que
uma injustiça; porem esta toma-o como desprezo ou in-
sulto, porque nas mulheres pôde mais a vaidade que a
virtude. —Guardando a mesma proporção na respectiva
propriedade d'eslas duas vozes, diz-se figuradamente
no physico, que o sol, a lua, o vento, e outras cousas ani-
madas ofendem, mas não se diz que aggravão.
4J.—Aggressâo, ataque.
Posto que esta ultima palavra seja pouco porltigucza,
pois os nossos antigos dizião acommettimento, inves-
tida, está hoje cm uso para indicar a acção do que
acommette. Aggressuo accresccnlaa idéa de acommetti-
mento repentino e inesperado, c de provocar um sujeito
á disputa ou ao combate; sendo que o ataque c com-
mummente previsto e produzido por causas já conheci-
das. — Quando dous soberanos eslão em paz, e um acom-
mette repentinamente a outro sem previa declaração de
guerra,faz uma verdadeira aggressuo-, mas quando dous
exércitos se dirigem um coima o outro, o que acommette
primeiro é o que ataca, sem ser aggressor.
42.— Agourar, adivinha ~*. prophetizar,
vaticinar, prognosticar, pressagiar,
pertencem
O ultimocomo
d'estes
espécies.
vocábulos é o genei, a que os outros
predizer.
30 AGG
Predizer é o verbo latino predico e significa lilleral
mente dizer u m a cousa antes que aconteça, sem declarar
por que m o d o cila se soube, nem fazer conhecer o gráo de
autoridade que merece quem a prediz. Isto pertence aos
outros seus synonymos.
Agourar, é o verbo latino auguro ou auguror, que
significava antigamente predizer o futuro pelo canto,
gesto, pasto das aves(propriè estex avium canU, gestu,
vel pastu futura divino), e por extensão conjecturar de
qualquer m o d o ; e neste sentido se usa hoje, quando por
certos incidentes insignificantes a que chamámos agouros
queremos predizer o futuro.
Adivinhar, em latim divino, era entre os pagãos pre-
dizer o futuro por u m a espécie de inspiração que ellcs
suppunhão divina,d'onde veiodivinatio;hoje éconjecturar
por cerlos signaes ou presentimentos sobre o fuluro e ás
vezes acertar com o que ha de acontecer.
Prophetizar c verbo grego, ir/>opiTíç«(de -npi, antes, e
yv/jt, digo) e vale o m e s m o que dizer antes ou predizer,
com a difíérença que é termo bíblico e theologico e tem
a significação restricla de annunciar as cousas futuras em
virlude do espirito de prophecia.
Vaticinar, em latim vaticinar, era predizer ou pro-
phetizar cantando, de vates, a que Scaligero dá por ori-
gem páwí, fallador, mentiroso (fátuos primitm vates
vocatos esse apud omnes satis conslat, a fú-m;).
Prognosticar ou pronosticar é o verbo grego TrpoyU
yvMxu (de vf.à, antes, yiyrtiw», sei, conheço), e significa
e m linguagem de sciencias predizer por meio de discurso
certo ou conjectural da natureza dos objectos sobre que se
faz o pronostico.
Presagiar é verbo latino, pressagio (depra, antes, e
sagio, penetro sinto], e significa presentir, ter presenti-
mento, por in ; tino interior de que se não sabe
prasagire,
mdar
i,
tnaíi(Ter.,ilcaut.
«Is
e s31).
mrazão,
igilur
o Ne:
sentido
pelo
qn, quid
qua.
em/atura
n,se
que
profectè
ugit
1,7).»
prediz
ante
oquàm
usarão
sentire
alguma
mihi
ablata
Ciccro
animus
(Cie,
cousa
res e est
futura,
deDivin.,
Terêncio.
prasagtt
dicitur
no
AG O 31
Tudo que se prediz antes de acontecer * predicçuo.
Quando as predicções se ftmdavão no cante, vôo, ele,
das aves, chamavão-se agouros (augurium, id est av'ge-
rium, vel avigarrium, avium garritus); extensivamente
se applicou depois a qualquer sticcesso ou signal indiííe-
rcnle de que a superstição se valia para ler no futuro. De
tacs suecessos não se deve tomar nem bom nem m á o
agouro porque nenhuma connexão têem com o que ha de
acontecer. — Sendo certo que a adivinhação como a en-
lendião os antigos é illusoria, serve particularmente hoje
esta palavra para indicar u m enigma que se propõe a
alguém para o decifrar. — O dom sobrenatural de conhe-
cer as cousas futuras, chama-se^rop/tecia, e assim mesmo
o annuncio que destas cousas (az opropheta.— kspre-
dicções que fazião os vates, chamavão-se vaticínios, por-
que crão acompanhadas de certo canto poético, e d'aquellc
estro ou furor que estimula o poeta quando estende as
vistas sobre o futuro; e assim se podem chamar ainda
hoje aquellas conjecturas que os políticos formão sobre
a sorlc lutura das nações. — Os astrólogos fazião innume-
raveis pronosticos acerca de acontecimentos futuros fun-
dados na supposta influencia dos astros; os astrónomos,
guiados por mais seguras regras, pronosticão os eclipses,
etc.; os pronosticos dos políticos e estadistas, fundados
nas analogias e probabilidades que lhes ministra a histo-
ria, raramente falhão. O medico,*tendo bem examinado o
diagnostico, forma mui facilmente o seu pronostico á
cerca da crise e termo da doença. — Todas esta»predic-
ções provêm do h o m e m , não assim o presagio, o qual se
não pôde chamar u m a predicção, e somente é u m signal
que indica ou annuncia cousa futura, ou que os homens
têem como tal. D'este género são os signaes de que falia
Virgílio no livro primeiro; das Georgicas que, segundo
elle,
como
ofim
queP oeo presagiárão
reinado, que
nosso
Vieira
causas
dizendo:
suecedeo
poeta
de
tinha aeamorte
grandes
cita de no
César;
m simplicidav.
como
Évora
desgraças
uvaprt
íem^o os
5 eou eclipses,
ágio D.que
calamidades;
d'El-Rei
mania
d'aquelle
de ainda
apontar
Joãol,
efelia
em
3'2 ACR

Ser isto ordenaçflo dos ecos divina


Por signaes mui claros se mostrou,
O u a n d o c m F.vora a voz de d u m a menina
Ante lenipo fallando o nomeou.
{Lm., iv, õ.)

— O agouro é uma conjectura fútil, precipitada, esu-


persticiosa, opresagio é u m a conjectura legitima e razoá-
vel, e ás vezes nascida d'um presenlimento instmetivo
que imo engana como disse Camões:
Que o coração presago nunca mente.

43. — A gradar , gostar.


Só se podem usar um por oulro cm sentido figu-
rado, porque em sentido recto, gosta-se do que salisfaz os
sentidos, do que deleita materialmente, agrada o quedeh ita
o animo, o que satisfaz a imaginação. — Gosta-se tTunia
bellafigura,d'uin manjar guloso, d u m acepipe delicado.
Agrada a virtude, a singeleza da vida campestre.
Aí. — Agro , caníijio.
A primeira é voz grega, Aypis, a segunda c latina, can.-
pus. De «-/pi; lizcrão os latinos ager, e significava lerra
cultivada, agricullada, e lambem campo ou campanha
fora da cidade, incluindo paslíos, bosques, malas, clc,
como diz Ainsworlh : « Ager complectitur omnia, til
nemora, pasma, montes, etc. > O P« Furlado nas suas
notas ás Gcorgicas ib Virgílio (*), e m lugar dí Campina
ou Campanha de Rema, diz sempre agro romano; vfi-sc

(•) Veja-sea e\'< lli e dição de Virgilio com ns.iunolaçoes do J. l


Boqucte. Paris, Ittit;
A<;U 33
pois q ic a differença enlre agro c campo nãe é tão sen-
sível como observou D. Fr. F. de S Luiz. Não tem com tudo
agro o grande numero de accepções figuradas e secun-
darias que tem canij o, pelo que assas se distinguem estes
dous vocábulos.
Ali. — Aguardar, esperar.
Aguardar significa estar com atlenção, dedicar os sen-
tidos c a mente ao que ha de sueceder. A significação
Literal de esperar é ver diante, ver o futuro, e por unia
rcslricção usual prever qualquer cousa feliz. — A acção
de aguardar parece que se funda na probabilidade que
temos de que venha o que se aguarda, c a acção de es-
perar na segurança, que cremos ler, de que lia tle vir o
que se espera. —Esperámos, comprazemo-nos e m crer,
que suecederá uma cousa; aguarda-se o que deve sue-
ceder, e nisto nos occupâmos e pensámos. — Espcra-se
o exilo, aguarda-se o suecesso. O que se espera sempre
é feliz, ou agradável; o que se aguarda pôde sêl-o, ou
não. O reo espera u m julgado favorável, e aguarda sua
sentença.
Esta'differença abona-se coma autoridade de Vieira, o
qual, faltando da obediência de Isaac, diz : « Deixa-se atar,
c lauçar-se sobre a lenha, e aguardar o golpe ( n, 145);»
e, aceusando os ministros que sustentarão os pretendentes
na tal. a esperança, diz : « São mais rendosos os que esp erãó
rmc os desenganados (i, 550); » e noutro lugar proferio
esta sentença : « Muitas vezes está a nossa perdição c m
sjcee;'erení as cousas como esperámos.»
4C. — Agudeza , perspicácia ,
penetração.
São vocábulos, como diz D. Fr. F. de S. Luiz, que ex-
primem duTerenles qualidades da vistr corporal e que por
translação se applicão á vista intellec uai. O h o m e m que
vê e distingue os objectos mais sttbli i mais delicados,
34 AJU
diz-se que tem vista aguda; se conhece inlcllectivamente
as relações mais subtis e delicadas dos objectos, apre-
hende as diflerenças mais miúdas, ele, diz-se que tem
agudeza de engenho. Aquclle que por entre a nuvem,
a travez d'ella ou d'outro qualquer obstáculo vê clara-
mente, diz-se que tem olhos perspicazes; se atravez de
obstáculos naturaes ou artiíiciacs aprehende claramente a
verdade, diz-se que tem perspicácia. — A vista que pôde
penetrar no fundo d'um valle ou d'uma caverna, e enxer-
gar o que ali se passa, merece o nome de penetrante ;\rch
m e s m a razão se dirá que é dotado de penetração aquclle
h o m e m que vê no interior, no fundo das cousas, que pe-
neira no mais recôndito dos negócios, e até parece que
lê os homens por dentro.—Para os assumptos subtis e
delicados preciza-se agudeza; para os embaraçados,pcrs>
picada; para os profundos,penetração. V. Perspicácia.
AT. — Ajuntar, unir , colllgir.
Ajunta-se uma cousa a outra quando se poe junlo
delia, e ajuntuo-se muitas cousas ou pessoas quando se
põem juntas. Unem-se duas ou mais cousas quando (azem
u m só lodo. Colligem-se differentes cousas quando na
sua collecção ha escolha e discernimento.— O lavrador
ajunta as paveias para fazer a meda ou lascai. O traba-
lhador económico ajunta dinheiro para a velhice. Ajun-
tão-se dilfcrenlcs exércitos ou esquadras para operarem
conjuntamente.—Une-se a alma com o corpo para formar
o h o m e m ; na união das duas substancias consiste a vida;
sua separação é a morte.— Os jurisconsultos colligirão
as melhores leis que andavão dispersas; os bibliopluos
colligcm os melhores livros para formar suas livrarias;
muitos liileralos leni colligido as máximas c sentenças
mais notáveis dos | ophos antigos e modernos."—
U m a collecção dos m .hores sermões estrangeiros, tra-
duzidos em boa linguagem, é u m graude recurso para
os pregadores nacmnaes.
ALC S5
48. — Alcnyar, palácio, paço.
Trez palavras que designão a morada nobre de reis,
príncipes ou senhores, mas cada uma d'ellas com diffe-
renles modificações e diversas idéas accessorias. — Alcá-
car é palavra árabe e significa fortaleza, castello, palácio
acasteflado, lugar fortificado, e com esta significação pas-
sou para a nossa lingua e foi mui usada por nossos
clássicos; e até os poetas a acharão assas sonora para lhe
darem a significação translata de templo da fama, das
musas, morada celeste, e t c — Palácioépalavra latina,
palatium, e significa a casa onde fazem sua residência
os reis, e os príncipes, e assim m e s m o qualquer casa
sumptuosa, mas sem idea nenhuma de fortificação, e des-
accompanhada das vantagens poéticas de aícaçar. —
Paço é a contracção de palácio (paacio,páço), mas c o m
a contracção lhe vicrão muitas idéas accessorias que a
palavra primitiva não linha nem tem. Paço indica physica-
incnle a casa onde residem os reis, os príncipes, os bispos,
ele, mas não se dirá d'uma casa sumptuosa que é u m
paço, assim como se diz que é u m palácio, sem se atten-
def a quem a habita. Palácio representa o edifício m a -
terial, e paço, pelo frequente uso dos autores, representa
as pessoas que nelle morão, a parte moral dos que fazem a
corte dos reis, a vida corlezã, os usos, os costumes, a eti-
queta, e até os vícios que ali reinão. Esta differença é
assas comprovada pelos seguintes dous lugares de Vieira;
fallando aquelle grande conhecedor do paço do quanto
bnscavão todos ter entrada no palácio dos reis, disse :
« Vemos tantas velhices decrépitas, tão enfeitiçadas das
» paredes de palácio, que tropeçando nas escadas, sem
» vista, e sem respiração os sobem lodos os dias, bem
» esquecidos dos que lhe restão de vida (11, 42). • Falia
clle,
m»>filho.
diz como
aprios,
os
s :quando
poucossequer
vê, que
do
«Desenganarão
Mão
para annos
sei
não edifício
querer
designar
alheios,
tem omaterhl,
a Bercellai
o opaço
paço
para
morai,
para ospor
equer
osoumuitos isso
fap;,"vida
ucos diz palácio,
eo enganárão-no
paço
annos
deannos,
palácio,
para
pro-
que
o
3d ALC
» ainda quando o conhecem os muitos, não se atrevem ao
» deixar os poucos (v, 552).» — Diz-se sempre, desem-
bargador, criado do paço, c não do palácio. — E m
muitas locuções entra a palavra paço com significação
translala nas quaes se não poderia substituir a palavra
palácio; laes são as seguintes : Fazer paço, ler paço
com alguém, não estar para paço, clc. Era linguagem
polida c corlezã, mas não poética.
Ad. — Alcançar, conseguir» lograr,
gozar<
Lograr ó propriamente o termo de nosso desejo, sem
relação aos meios empregados para isso. Conseguir é o
termo de nossa sollicitude, o fim a que se dirigem os
meios com relação a cllcs. Alcançar é o termo de nossos
rogos. — Lograr c conseguir podem suppor justiça;
alcançar suppõe sempre graça. — Gozar c ler, possuir
alguma cousa que nos dá gosto ou prazer sem indicar que
a buscámos, fizemos diligencia por cila, ou a cila Unha-
mos direito. — Logra uma grande fortuna o que pôde
viver sem demandas nem pretensões. Consegue u m bom
emprego o que o sollieila com mérito ou lem bom pa-
drinho cm sua prelcnção. Alcança o perdão o que inter-
põe rogos humildas e pede misericórdia. Os homens
sóbrios ede bom temperamento gozão ordinariamente de
boa saude. Veja-sc Obter.
30. — Alcançar, chegar*
Alcançar significa locar no objecto ou fim a que se
dirige o movimento, ou seja por sua natural constituição.
ou seja pelos esforços corporaes ou mentaes. Chegar é
estar já no termo a que unia cousa se dirigia. O primeiro
relere-seao objecto e • direcção que se loma paraapproxi-
mar-se dellc li reiere-se aos meios que podem
conduzir ao lernur, Se u m menino, por sua pequena esta-
tura, não pôde ai an- ar a u m objecto elevado que deseja
ter, sobe-fc a • ma d'uma cadeira c chega-lhe com a
ALG 37
mão. — Alcançar suppõe tendência continuada para o
fim, direcção conveniente ao objecto, e ás vezes esforços
para logral-o. Chegar suppõe idéa, plano, intelligencia
para executar, perseverança na execução.
Quando estes verbos representão a idéa geral de bastar,
ser sufficiente u m a cousa para u m fim determinado,
distinguem-se e m que chegar representa o facto positi-
vamente; alcançar representa a possibilidade do facto.
A acção do primeiro é u m elfeito da sufficiencia ; a do
segundo é a sufficiencia mesma. — A arlilheria da praça
chega a tal ponto. Esleé u m facto positivo, u m effeito
da sufficiencia do calibre ; porém se dissermos que
alcança, só explicámos a idéa da possibilidade de chegar
lá. — Quando pois não tivermos que explicar puramente
uma possibilidade, senão expressamente o facto mesmo
de chegar, de baixo da idéa de positivo, e não de pos-
sível , não empregaremos o verbo alcançar , mas sim
chegar. O capote chega aos pés, a estrada nova chega
a Cintra, etc, este panno não chega para a casaca. O
que nos impede ás vezes de alcançar é o termos
que apartar-nos do caminho que conduz ao objecto, ou
não podermos seguíl-o até nos aproximarmos d'elle; o
que impede de chegar é o escolher máos meios para
isso, o não ter destreza para usar dos que são melhores,
ou carecer d u m a força superior ás difticuldades e obstá-
culos. Se tanlo o objecto como a direcção se acha na
natureza mesma e não ha obstáculos que estorvem, a pala-
vra própria de que nos serviremos é alcançar; se ha
obstáculos que se evitão ou vencem, a palavra adequada e
chegar. Se u m h o m e m que desde sua infância soífre u m a
enfermidade crónica que devia encurtar sua vida, a pezar
de sua enfermidade, a prolonga por muilos annos, diz-se,
que não obstante seus achaques, chegou a idade mui
avançada, e não que a alcançou, ou alcançou a ella. Mas
ol.
Oannos — Alçar,
dir-se-ha,
ultimo
II.
que d'eslcs
alcançou
e m razão erguer,
vocábulos
seu
inversa,
avô, uma
éd'nm h o mvantiga,
elevar,
o geri
noda 4 levantar.
oe memavançado
queetc.
entrão
em
38 ALK
os outros como espécies. Exprime elie a idéa de pôr em
alio, ou ao alto, tirar para cima, fazer subir, ele —
Alçar c levantar o que eslá caído, ou uma cousa a cima
da sua posição ordinária, como os olhos, as mãos, a
voz, cie. — Erguer é levantar pondo e m pé, talvez en-
direitando, fazendo crescer para cima, como u m edi-
fício, etc. — Elevar é pôr e m lugar alto, e m ordem
eminente, exaltar a dignidades, ele.
5*2. — Alcunha, apiseliido.
A primeira, palavra árabe (alconia), c a segunda por-
tugueza, muito usada nos tempos gloriosos de nossas
guerras, crão synonimas em significarem o sobrenome
das pessoas segundo a differença das famílias. Os reis
davão, por honra e mercê, a suas villas e cidades alcunhas
de lears, nobres, nolaveis, etc.; assim como os nomes de
animaes, peixes, aves, como perdigão, pega, coelho,
sardinha, etc., forão os appellidos nobres da descen-
dência das famílias. Hoje porém, e já ha muito, não se
dá tal synonimia, porque alcunha só significa appcllido
injurioso e quasi sempre allusivo a algum defeito da
pessoa, c que acaba com cila, sendo que o appcllido se
transmille e distingue as famílias.
t>3. — Alegria, contentamento.
O contentamento é uma situação agradável do animo,
causada, ou pelo bem que se possue, ou pelo gosto que se
logra, ou pela satisfação de que se goza. Quando o con-
tentamento se manifesta exteriormente nas acções c
palavras, é alegria. Pôde unia pessoa estar contente e
não alegre; alegre .e não contente. Pôdefingir-sea ale-
gria porque édcmoi ' ío exterior, c pertence á imagi-
nação ; não assim o co? tratamento, que é affecto Interior
e pertence princip I ao jnizo e á reflexão. Diríamos
que o contentam jdiilosophico,'á alegria poética;
aquclle suppõ socego de animo, tranquilli-
acomnanha
dade de c< ao ^ontrari >.luz
estaáé desigual,
felicidade,buliçosa
e sempre
e atéa
ALE "39
immoderada, quiçá louca, c m seus transportes; muitas
vezes prescinde da consciência, ou é surda a seus grilos,
porque na embriaguez do espirito se deixa arrastar da
torça do prazer; não é a felicidade, nem a cila conduz,
nem a acompanha. — O h o m e m alegre nem sempre e
feliz; muitos ha que sem mostrarem aíeoria.gozão de
felicidade. — U m fausto suecesso, que interessa a toda
uma nação, celebra-se com fcslas e regozíjos, alegra ao
publico, c produz contentamento no animo dos que forão
causa d'elle. — Anles que o ardente licor, que dá alegria,
fizesse seu cffeito no Mouro de Moçambique, já elle eslava
mui contente pelo acolhimento que lhe fazia o Gama, e
muito mais pelo regalo com que o tratava, como diz o
nosso poeta :
Tudo o Mouro eontenie bem recebe ;
E muito mais conlenle come e bebe.
(£u». ,1, 61.)
84. — Alegria, ledice, jubilo, exultar»»,
regozijo.
Fixada a differença enlre alegria e contentamento
como vimos no artigo precedente, não será difficil fixál-a
enlre estes vocábulos que, representando lodos u m estado
agradável no espirito do homem, exprime cada u m d'elles
seu differente gráo ou circumslancias. — Ledice, ou
lediça como dizião os antigos, é a corrupção da palavra
latina Icetitia, e ellcs a usavão e m lugar de alegria; e m
Camões ainda é frequente o adjectivo ledo c m lugar de
alegre; hoje é desusada, e só e m poesia terá cabimento.
Seria para desejar que o uso lhe desse a significação modi-
ficada que lhe attribuc D. Fr. de S. Luiz, dizendo que é
menos viva, mais suave, tranquila c serena que a ale-
gria, mas não achámos autoridade Jufficiente para a esti-
mar como tal. O jubilo é mais animado qoe alegria c
mostra-se por sons. vozes, grilos de acclamação. —
Exultação
no
forçacoração
do verbo
érompe
o exultar,
ultimo
emgráo
que
sallos,
de
é saltar
alegria,
dausas,
de gcque
'te,
;o,não
segundo
de cabendo
alegria.
a
— Regozijo, como está dizendo a palavra formada da
partícula reduplicaliva re e gozo, é alegria, ou gozo
repetido ou prolongado, e quasi sempre se applica ás
demonstrações publicas de gosto e alegria celebradas com
festas, bailes, etc, e m memoria de faustos aconteci-
mentos.
55. — leivosia, traição , falsidade.
Traidor é o que falta a um dever legal com aleivosia
e falsidade. A traição em seu sentido próprio refere-se
principalmente á parle politica, assim como a aleivosia
á amizade, aos deveres d'um h o m e m para com outro. —
A falsidade é o dissimulo premeditado com fim de enga-
nar a outrem , para aproveitar-se o enganador de seu
próprio engano. — Aleivoso c o consorte que, aparentando
honra, falta á fidelidade do matrimonio. Aleivosa foi a
carta que David deo a Urias, que parecendo ser para o
recommendar era para o expor as lanças do inimigo.
— Traidor foi Coriolano que por espirito de vingança
e criminoso orgulho se unio aos Volscos, inimigos de sua
pátria. Traidores forão os Portugttezes que se levantarão
contra o rei e a pátria, no tempo de D. João I, e seguirão
as partes de Castella, como muito bem disse nosso poeta:
Dizei-lhe que também dos Portuguezes
Alguns traidores houve algumas vezes.
Falso é o amigo que offerece a outro uma cousa com
intenção de não cumpril-a. — C o m razão se diz falso
como Judas, porque elle é o verdadeiro typo de todos os
falsos. Veja-se Perfídia, Infidelidade, Deslealdade.
56.— Al-un» - em fim, finalmente.
Al-fxm é expressão castelhana masadmittida em nossa
lingua, e usada por Souza e Vieira; muitos a confundem
com cm fim, e Cj ni finalmente, mas é mister dislinguil-
as.—Chau a-se n ao termo material d'uma cousa, c lam-
b e m ao conseg «mento do objecto que nos proposemos ou
ALO 41
desejávamos. Segundo a preposição que se lhe ajunla é
mais ou menos extensa, decisiva ou positiva sua signifi-
cação. — Al-fim denota que depois de se haverem vencido
todos os obstáculos, lográmos nosso intento; e assim dize-
mos : «Depois de havermos gasto tanto, no cabo de tan-
tas fadigas, tivemos al-fim a ventura de sair bem em
nossa empreza. » — E m fim é u m modo Iranslalicio que
designa a conclusão, pelo c o m m u m desejada, d'um dis-
curso, d'uma conversação, d'uma harenga ou d'uma enu-
meração : «Em-fim acabou de fatiar, terminou seu dis-
curso. <, — M a i s positivo e terminante que as duas expres-
sões anteriores é o adverbio finalmente, que significa, por
ultima conclusão, definitiva, irrevogavelmente. As duas
primeiras não resolvem absolutamente, deixão alguma
cousa que esperar, a terceira não; pelo que nos atreve-
remos a dizer que é a conclusão das conclusões, ou o
fim dos fins.
Os seguintes lugares de Vieira talvez possão servir de
modelo neste caso. Fadando elle dos Apóstolos que depois
de não poucos esforços de seu Mestre forão elevados a tão
alta dignidade, diz : « C o m o homens alfim levantados do
poda terra, ou das areias da praia (II, 24).» Depois de enu-
merar os formosos dotes de Helena, diz: « Flor em fim da
terra, e cada anuo cortada com o arado do tempo (XII, 5) »
E começando aquclle famoso exórdio do Sermão sobre o
dia de jttizo, diz : « Abrazado finalmente o mundo, etc.
(Ill, 14G). »
6*7. — Alguém , algtam.
Alguém refere-se «Ilimitadamente a qualquer pessoa.
Algum refere-se limitadamente a uma pessoa indetermi-
nada, d'um determinado numero ou classe. V. g. Se vier
alguém procurar-me, dize-lhe que não estou e m casa;
porque temo que venha fazer-me u. <a visita algum de meus
ccredores.
58.não — Esta
O —primeiro
alguém
Als'^>s!§ ,é acei
deucs.
refere-serazão por que se diz
'os.
limitadamente a\ : Algum
^soas d'ellcs,
ou cousas
62 ALL
indeterminadas, que aquelle que falia não conhece bem,
ou porque lhe não occorrem, ou porque não é preciso in-
dicál-as. O segundo, posto que se refere igualmente a pes-
soas ou cousas indeterminadas, é menos vago, e dá a en-
tender que são conhecidas e que se poderião nomear se
necessário fosse.
59»—Alimentar, nutrir, sustentar.
Alimentar refere-se á idéa da necessidade que de
comer têem os seres viventes. Nutrir explica esta mesma
necessidade satisfeita em proveito «Io individuo pelos bons
resultados da digestão. Sustentar, significa prover do
necessário para a vida, dar o sustento, a comida diária.—
Alimcnta-se o pobre com umas sopas. Nutre-se o rico
com bons manjares. As pessoas caridosas sustentão mui-
tas famílias necessitadas.— No senlidofiguradodiz-sc que
a lenha alimenta o fogo, a agua as plantas. O lilteralo
alimcnta-se lendo Horácio, c nutre-se com as verdades
da philosophia. Os poderosos do século sustentarão com
sua influencia e conselhos muitos erros e herezias-
60. — Alizar, brunir, polir.
Alizar indica que se faz lizo o que era escabroso, desi-
gnai ; brunir e polir denotão fazer brilhante, luzidio o
que já era lizo, mas cada um d'elles por diíTerente modo.
— Com o brunidor (que é instrumento de aço, de peder-
neira ou de páo mui duro) brunem os ourives c doura-
dores o ouro e a prata; com o verniz de polimento, etc,
pulem os marceneiros os moveis. — Onde não enlrar pois
o brunidor dir-se-lrapolir ío brunir.
61.— / )l>i:gar, citar.
Allegar é referir a seu favor algum dicto, exemplo ou
autoridade que prova o i-ntenlo proposto; e em termos
forenses, é traze o advogado leis e razões em defensa do
direito de sua < .usa. Citar é referir tcxlos e autoridades
AIX rY3
e m prova do que se diz; c c m cslylo forense é noticiar,fazer
saber o chamamento do juiz—Citão-se os autores, as pes-
soas, ouoqueellesdizem ;allegão-sc fados e razões. Para
dar autoridade ao que dizemos, e peso ao nosso dito, citá-
mos; porém para suslenlál-oe nos defender, allcgámos.—
Para defender o réo, citado perante o juiz, allegou o advo-
gado leis e razões tão importantes que por suas allega-
ções conseguiu que ficasse de nenhum elíeito a citação.
62. — Alliança, liga, confederação.
Costumão as nações unir suas forças para resistir a
outras mais poderosas, e fazem isto por differentes meios
que vamos a indicar.
Alliança, a qual se verifica entre soberanos, Estados,
ou nações, exige tralados mui legaes e formaes, pois hão
de convcrler-se e m leis ou regras de direito publico que
obriguem as potencias contractantes. C o m m u m m e n l e
nestas estipulações ou allianças não sefixatermo algum,
esperando ou suppondo que não haverá motivo de alte-
rál-as. — As ligas costumão ser de curla duração e não
suppõem tanta formalidade, mas lêem sempre por base
união de intenções e forças, pois se convêm nellas d'um
fim, do plano para verifical-o, e das forças com que cada
u m deve concorrer. As vezes só se sustem estas ligas cm
convenções parliculares. e ainda e m tratados secretos fun-
dados mais na boa fé reciproca que na validez dos títulos
que se poderião presentar. — Alliança diz-se das pessoas
e das cousas; liga só se diz das pessoas. A palavra al-
liança não tem m ã o significado, nem indica se é legitima
ou iíligilima; porém c o m m u m m e n l e é m á o o sentido m o -
ral de liga, que costuma denotar cabala, e até conspira-
ção. Dizemos a alliança de Deos com o seu povo, mas
não dizemos liga, por isso que a °sta palavra anda como
associada a idéa de m á intenção, máos meios, artifi-
cio,
A ele.—
tados
mais k alliança
confederação
solemnes
de alliança, massuppõe
formulas,
su.uyíe
nãonão uwliga.
m íorun
w adeiassimcontracto
;
a liga,-revestido
dade,e diz-se das
e melhor irar
e
hh ALM
mais são intento : é união de inleresses e de muluo auxi-
lio, que por meio de convénios particulares se conlrahe
enlre corporações, partidos, povos, príncipes, soberanos
menores e estados reduzidos, para fazer u m a cousa com-
miim, obter reparação de injurias sofíridas, defender
seus direitos ou a causa publica contra a usurpação ou a
oppressSo. — A alliança exige que se celebrem tratados
com todas as formas legaes; a confederação verilica-se
por meio de pactos e ajustes particulares, firmes e segu-
ros, que formão, por assim dizer, u m direito privado que
as partes contractanles estabelecem umas com outras,
consistindo sua principal força ein seus mútuos inte-
resses.
63. — Alma, espirito, aniiaio.
Alma, segundo alguns etymologistas, vem de anima,
latino, o qual vem de áyef»e«, grego, ar, sopro; outros e
talvez com mais razão, a derivão do verbo latino alo, vi-
vificar, nutrir. Seja qual for sua elymologia, representa
esta palavra e m sua significação mais lata o principio, a
causa oceulta da vida, do sentimento, do movimento de
todos os seres viventes.
Espirito é a palavra latina spiritus, de spiro, respirar,
e vaie o m e s m o que sopro ou hálito, ar que se respira. —
Espirito difere de alma I o e m encerrar a idéa de prin-
cipio subtil invisível que não é essencial ao outro vocá-
bulo; 2 o e m denotar intelligencia, faculdades intellecluaes
activas que áquelle só são accessorias. Os philosophos ma-
terialistas têem querido negar úalma humana a qualidade
de espiritual, mas nenhum se lembrou ainda de dizer que
o espirito era maleria.*—Aln , desperta a idéa de subs-
tancia simples, que anima • i animou o corpo, sendo que
espirito so indica subi* i ia immalerial, inlclligentc c
livre sem relação nenl una com corpo. Deos, os anjos, os
demónios são espirito* mas não são almas; mas as' subs-
mundo^qit.-'!-
assim
tancias
ainda dizemos
depois de1 ' separadas
espirituaes ancczeschamUorevenants.—Vieira
qne
mas animarão
do d'elles,
purgatório;
se
os chamão
corpos
almas humanos,
almas,
do outro
dissee
ALM U5
faltando do demónio : « É espirito, vê as almas(\l, 68). »
Os Gregos designavão a alma pela palavra ^uxn, que
quer dizer respiração, sopro, e lhe davão a mesma csten-
são que nós damos á palavra alma. te>p.a *«; fuxí, o corpo
c a alma. AÍ rô» T*0VSÍÍTUV <puxxí, as almas dos defuntos.
Daqui vem chamar-se psychologia a parle da philosophia
que trata da alma.
No sentidofigurado,alma refere-se aos aclos, aos sen-
timentos, aos affeclos; espirito ao pensamento, á inlelli-
eencia. Diz-se que u m h o m e m tem a alma grande, nobre,
briosa, e que tem o espirito penetrante, profundo, vasto.
— Fadando do homem, alma e espirito nem sempre são
gynonimos, isto é, nem em lodos os casos se podem em-
pregar indiííerenlemente, senão e m alguns; lale aquclle
de Vieira e m que, querendo encarecer o valor da alma
sobre o corpo, diz : . Tudo isto que vemos (no h o m e m )
com nossos olhos, é aquelle espirito sublime, ardente,
grande, immenso, a alma (II, 71). »
Animo, é a palavra latina animus, de ávep.os, grego, do
mesmo modo que anima. Na sua significação primitiva
vale o mesmo que alma, espirito; porém o uso tem prefe-
rido este vocábulo para designar a faculdade sensitiva e
seus aclos; representa pois quasi sempre valor, esforço,
ou intenção, vontade, e nisto se distingue de alma e espi-
rito. Segundo os aíTectos que o animo experimenta elle
pôde ser baixo, abatido, humilde, vil, ou altivo, elevado,
soberbo, nobre, esforçado, o que com propriedade se não
pôde dizer de alma, e ainda menos de espirito.
64.— AlmanacI» , calendário, folninha,
reportório.
A primeira é palavra árabe, formada do artigo ai e do
verbo manach, que significa Cc"'tr, numerar, calcular;
a segunda é latina, calendariuni, -e calendas, convocação
para o primeiro dia do mez (de calo, x«\s>, eu chamoj; a
terceira
dão
calculo
tros,osetc,
quatro
dos
e aporém
quarta
dias,
vocábulos
calendário
do
sãoanuo,
portuguezas
em exprimir
ou
é mais
das vulgares.
em
pivoluções
oprio
geral suputação,
—daC odos
lingua-
n e oas-
r-
Ii6 ALM
g c m ecclesiastica, e indica u m livrinho ou folheto que
contêm os dias e os mczes collocados por ordem nume-
ral, e no curso da semana, por seus nomes e signos pla-
netários, com as indicações das festas c festividades do
rito ecclesiastico. — Almanach, ou almanaque, éda lin-
guagem vulgar e indica u m calendário mais extenso, pois
que abraça observações astronómicas e pronosticos sobre
os differentes temperaturas do ar, as mudanças metereolo-
gicas, etc, e também se lhe ajunta o juízo do anno; c em
tempos ainda não mui affastados de nós se incluião juizos
de duzidos das patranhas astrológicas—Nasnaçõescullasha
almanaques para os lavradores, e também outros para a
curiosidade e entretenimento de differentes pessoas affeiço-
adas ás artes de recreio ou que só buscão a diversão ou dis-
tracção na leitura.—O almanaque corresponde ao que os
Romanos chamavão Fastos, e era entre elles tão antigo o
Calendário como a mesma R o m a , pois que o eslabeleceo
Rómulo. Foi soífrendo muitas e mui notáveis alterações
segundo os progressos da astronomia; as mais impor-
tantes forão as que contêm a Correcção de Júlio César,
que com ligeiras variações continuou alé á correcção que
mandou fazer o papa Gregório XIII, que é a que hoje se
segue e m lodos os Estados Catuolicos romanos e ainda
em muitos protestantes.
Folhinha é vocábulo vulgar próprio da nossa lingua
que indica u m calend«ario accqmmodado ao uso do povo
(que talvez por isso lhe chamão folhinha de reza), com
algumas addições próprias dos almanaques. É justa—
monte o que e m França e noutras nações chamão alma-
nach ; e as ha de duas espécies, umas impressas em
folha (d'onde veio provavelmente a palavra folhinha por
ser folha pequena d impressão), que se chamão de porta
porque eflectivamenic os nossos antigos os pregavão
uas portas inleriorc- t)i as de algibeira porque são
em
Estas,
muito
pronosticos
espécie
Reportório,
forma
com
pelas
de alman
de
osasir-
differ
livrinho
Almanai
isto
íogicos
ehépara
repertório
'•
asobre
IdiçSes
os>*ede
lavradores
pôde
a Gotha.
que
chuva,
dos
meltcr
lêem,
tempos,
emvento,
na
que
se algibeira.
se
parecem
ouéfazem
bom
uma
Af.P À7
tempo, e outros successos contingentes c conjecluracs,
c se dão alguns conselhos á cerca da agricultura, etc.
Almanach c palavra vulgar nas outras nações, não na
nossa em que só o são folhinha e reportório; aquella
designando especialmente as festas ecclesiasticas, e cálcu-
los astronómicos, c esta indicando particularmente os
pronosticos astrológicos.
6o. —Aísíioedft, lea.íso.
Estas duas palavras parece só differirem cm quanto á
etymologia, c cm ser uma mais usada vulgarmente que a
outra. Almoeda é palavra árabe, almonada (do verbo
nada que significa chamar, apregoar pela rua, etc),
muito usada na ordenação Manuelina e nos quinhen-
tistas; leilão é palavra portugueza que alguns querem
venha de liceor, e hoje vulgar enlre nós. — Fazer al-
moeda. fazer leilão, é a mesma cousa, e quer dizer, pôr
aos lanços, a quem mais dor. — C o m tudo, para designar
a cousa que se põe aos lanços, ou o mesmo acto de lançar
e receber os lanços, não se diz u m a almoeda, mas sim u m
leilão.
6í>. — Alpendre, alpendrada , telheiro.
A segunda palavra só se distingue da primeira pela
terminação ada, a qual assim c o m o prolonga a palavra
lambem indica continuação, prolongamento da cousa.
Assim que, significando alpendre u m pórtico sustido e m
pilares diante da porta de algum editicio, alpendrada
significa alpendre comprido que acompanha o lanço de
algum edifício, ou varanda coberta, com pilares e tecto,
que orna o edifico, c preserva de sol, chuva, etc. Dizem
alguns alpcndurada, o que parece Mistificar a sua origem
do verbo pendurar; assim como alpendre, ou melhor
alpendere, se crê vir Aependere, estar, elevado, pendente,
com o artigo árabe ai. — Telheiro é alpendre rústico
de telhacanteiros,
balhão vã, quasi ele.
sempre separado de edifício, onde tra-
48 ALT
G7. — A E . Í J I T : , nSíezra.
Dous substantivos que se referem a alto, e indicão ele-
vação, com a differença que o primeiro representa mais
frequentemente a elevação physica, e o segundo a eleva-
ção moral. Diz-sc altura das montanhas, das arvo-
res, ele, e alteza dos pensamentos, do mysterio, ele.
Deos das alturas é phrase bíblica; alteza era titulo de
teie, e hoje de príncipes.
Cf}.—Altercação, disputa, deoatc,
diíTcreiíças, contestação, reixa ou rixa,
querella, c o n t e n d a .
A lueta porfiosa que se levanta entre duas ou mais
pessoas por alguma cousa chama-se contenda, por isso que
ellas contendem enlre si. Esta palavra, tomada na sua
maior extensão, é o género a que estão subordinadas as
outras como espécies. Seguiremos a ordem de menor a
maior no exame das palavras que indicão os vários géne-
ros de contendas que mui frequentemente perturbão
a paz entre os homens.
Altercação veritica-se commummenle entre duas pes-
soas iguaes, que se dizem palavras contrarias com aquella
liberdade e soltura que nascem da franqueza e familiari-
dade que entre si lêem pessoas que vivem juntas; ás vezes
estas palavras costumão ser picantes. O marido tem alter-
cações com a mulher, o amigo com o amigo, sem por
isso deixarem de estimar-se, ainda no mesmo momento
ria altercação. Alter cão enlre si os criados, os arrieiros,
os lacaios, e d'ahi a pouco vào á taverna beber juntos.
As regaleiras, e pessoas que com ellas se parecem, costu-
m ã o viver numa co.i ii .a altercação, e ás vezes mui
porfiosa e apaixonada.
A disputa cO: sist ' le ordinário na opposição de opi-
niões
a sua.e na
quando razro alor
Costuma
tomão OU argumento
converter-se
os que a acom que cada
sustentão,
disputa e mo ufazem
m defende
altercação
com
ALT 49
obstinação e palavras ás vozes duras e pouco polidas, tcr-
minando-se c m geral a altercação com a disputa.
Muita relação leni com esta o debate, mas esle suppõe
mais duração' e tenacidade, e se verifica não entre poucas
pessoas como a altercação, senão enlre muitas e por
assumptos de maior importância, como são os debates
nos tribunaes do foro contencioso, nas camarás legisla-
tivas e mais assembleias politicas.
No concilio e m que, segundo fingio a imaginação de
nosso poeta, se ajuntarão os deoses para deliberar sobre
as cousas futuras do Oriente, houve u m verdadeiro de-
bate: differença de sentenças, altercação de razões, uma
opposição formal sustentada por Baccho, e o que mais
caracteriza os debates públicos, que é depois de muita
porfiaficarcada u m na sua opinião, como nos diz o mesmo
poda:
Debatem, e na porfia permanecem ;
A qral^uer ^eus amigos favorecem.
{Las. , 1, 3i.)
As ãifferenças lêem igualmcnle mnila relação com a
disj ttta, mas limitão-se de ordinário á opposição de opi-
niões, de procedimento e ainda de génio ; lêem efleilo
mais duradouro que a disputa, são mui frequentes entre
"desavindos, c mais perigosas que o debate.
No debate ventilão-se assumptos que não eslão b e m
aclarados, nem decididos; trata-se para isto de exami-
nál-os mais e melhor, c de pesar os argumentos pró e
contra para chegara uma acertada decisão. Na alterca-
ção coslumão limitar-se as pessoas que altercão a u m
sim ou a u m não, e charlão muito, as mais das vezes
por orgulho, para irem com asna por diante. Nas ãiffe-
renças nasce muitas vezes o desacordo do amor próprio
ofTendido, ou do pundonor mel entendido.
A contestação tem maior im, ortancia que a alterca-
ção, e assim significa muitas vezes contenda ou disputa
formal
centre
ruidoso
desagradáveis
1!.
soberanos
elitigio,
desabrida.
ecostumão
enlre
teimosas
Contestações
amigos,
terminar
inimizade"
que
leni
etvierão
havido
As
guerra
contestações
amui
5aberta.
parar
serias
em
50 ALV
A maior das contendas enlre os homens é a reixa ou
rixa, ás vezes casual e outras produzida pelas desaven-
ças anteriores; é descomedida, obstinada, por vezes feroz
e cruel, c quasi sempre acaba em briga ; produz rancor,
e inimizado duradoura que, por isso mesmo, se chama
reixa velha para a distinguir da nova que e briga re-
pentina sem propósito anterior.
Querella, era antigamente disputa ou contestação
sobre direitos; mas hoje significa geralmente queixa de
aggravo e injuria feita ao juiz, por isso se diz dar que-
rella d'alguem.tmaíevia jurídica de que Irata a Ordena-
ção do reino.
69. — Alugar, arrendar.
Exprimem esles vocábulos o conlrac'o pelo qual o pro-
prietário d'ttma cousa a cede a oulrcm, e e?te acecita o
uso ou usofruclo d'clla por certo preço e tempo entre
illes ajustado. Porém o primeiro diz-se com mais pro-
priedade dos bens moveis e prédios urbanos, e o segundo
de prédios rustkoS. Q u e m alugaumn besta, uma sege, etc,
deve pagar o aluguer logo que acaba a jornada ; os in-
quilinos ou locatários pagão ordinariamente o aluguer
todos os semestres; os rendeiros pagão suas rendes
todos os annos.
70. — Alva , aurora.
A luz que apparece no horizonte, c vai crescendo c
matizando-se de luminosas cores até que o sol o doure
com seus brilhantes raios, pôde dividir-se pelo pensa-
mento em dous lempos qm- formão o que vulgarmente
chamamos madrugada. Coi eça o horizonte á fazer-se
alvo com a approximaçj do sol; eleva-se pouco a pouco
esta alvura, espalha se - regiões ethereas, afugenta
as trevas da noite ( se patentêa de novo a formo-
sura do universo Esta ,. suave, ainda não tinta de vivas
cores, éa alva, que :.,.J cansa nossos olhos, antes lhos
• motivo ipa a
Maliza-se
tlá nente
rearem
no vendo
horizonte
alvorecer
a alvurao dia.
com —a
AMA 51
côr cerúlea, rosca c purpurina; enlrcmeia-sco ouro vivo
dos apoliueos raios, e c m ondas de progressiva luz se
derrama no firmamento alé que o aslro do dia mostre seu
afogueado limbo ; eis a aurora. — A aurora, mais bri-
lhante que a alva e mais benigna que o sol, é, como disse
Vieira, o riso do céo, a alegria dos campos, a respiração
das flores, a harmonia das aves, avidae alento do mundo.
71. — Alvoroço, alvoroto.
Confundirão os nossos escritores alvoroçar com alvo-
rotar, c accumulárão no vocábulo alvoroço duas idéas
muidistinclas que podemos exprimir por termos diversos
para evitar a homonymia, tanto mais que são duas pala-
vras castelhanas, e leni cada uma seu respectivo signifi-
cado, com o qual devem passar para a nossa lingua,
vi>to que nella forão admillidas. — Alvoroço, que é o
castelhano alborozo, quer dizer commoçáo do animo por
motivo de paixão , interesse , etc. ; e também alegria,
regozijo grande, promptidão para alguma empreza, etc
Alvorota, e m castelhano alborolo, significa tumulto de
gente com vozes c estrépito ; bulício, motim, sedição, ele
— As noticias alegres alvoroção os povos, causão alvoroço
nos ânimos ; os homens turbulentos alvorotao os descon-
tentes para lograrem seus intenlos á sombra dos alvo-
rotos.
72.— Anmrellecer, enipallidecer.
Assim como a côr amarella se differença da pallida,
ou do amarello esbranquiçado, assim se deve lambem
differençar a significação d'ostes dous verbos, o primeiro
dos quaes representa a acção pt'a qual uma cousa, per-
dendo a sua côr natural, passa a ser amarella; c o
segundo a acção pela qual e'' ssa a ser pallida.
75.— Ainarellecer, amarellejar.
As terminações marcão nestes dous erbos uma alte-
ração circumstancial de significação. A terminação cer
52 AME
indica a mudança da côr para amarello; a terminação
jar denota a mostra do amarello.—Amarellecem as folhas
das arvores com a secca; o- medo faz amarclleccr a face.
Amarcllejão as serras quando estão cobertas de floridas
gioslas. Guando o ouro amarcllcja, tudo vence e arromba
sem peleja.
74. — Amltíç."©, eoíiiça.
Ambição vem da palavra latina ambire, que é o mesmo
que correr ou cercar cm roda, como fazião antigamente
os pretendentes de dignidades, e magistrados da repu-
blica, que corrião toda a cidade, cortejando uns e outros,
e captando a benevolência dos que podião ter voto.
Cobiça ou melhor cubica vem do latim cupiditas, de
cupío, eu desejo. Aquella refere-se principalmente ao
desejo de honras, dignidades, cargos, ele, esta ao de
possnir dinheiro, fazenda, etc. Posto que a ambição seja
uma paixão desordenada de alcançar fama, honras, ele,
pôde algumas vezes cohoneslar-se; não assim a cobiça,
que é u m appelite desordenado de riquezas, e toma-se
ordinariamente á m á parle. Muitos ambiciosos ha que
não são cobiçosos, antes gastão com m ã o larga para con-
seguirem as honras que ambicionão.
15. — Ambiguidade, anspliinologia,
equivoco.
Estas trez palavras indicão os principaes defeitos que
se oppõem á clareza da linguagem, os quaes todos con-
correm para a fazerem obscura e duvidosa em seu sen-
tido, mas cada u m por seu modo, que imporia conhecer
para bem o evitar.
Ambiguidade é, ala -a latina, ambiguilas (de ambigo,
rodear, andar á r la; duvidar); consiste e m apresentar
a pbrase u m se.;, To geral, que admitte difierentcs inter-
pretações, le modo que custa trabalho a descobrir ou
adivinhar o pi isj^piento do autor, sendo ás vezes impos-
sível
c incerteza
conseguíl-<
o;, nguagem
É pois a eai:b'gitidade
idéas. duvida, confusão
AMIi 53
Amphibologia vem da grega tfyMxSoJia, composta da
imposição ip.fl, que significa ao pe, e m roda, de dous
Íados, etc , c de êUAAw lançar,a que depois se ajuntou ioyos
palavra; ou de âp.fieoXo;f que também se compõe de ip-fte
SáXXu, e significa ferido ou que fere de dous lados, e no
sentido figurado, ambíguo, equivoco. Comelte-se esta
falta quando se construe uma phrase de modo que possa
admillir duas differentes interpretações. I\efere-se antes
ao giro da phrase ou collocação das palavras que aos ter-
mos equívocos d'ellas; ao contrario da ambiguidade, que
se acha só nos lermos, e assim se diz u m a palavra ambí-
gua e uma phrase amphibologica. D'esle género é a se-
guinte : Heitor Achilles chama a desafio. Nenhuma das
palavras é ambígua nem equivoca, mas é amphibologíco
o sentido, porque ainda que regularmente se ponha o su-
jeito antes do verbo, os poetas invertem muitas vezes
esta ordem; e d'aquella phrase se pôde entender que
Heitor provoca Achilles, ou este aquclle.
Equivoco é palavra latina atquivocus (de aquus igual,
e vox, voz), e significa e m geral multiplicidade de signi-
ficações, mas regularmente tem dous sentidos, u m natural
e immediato, que é o que parece querer-se dar a entender,
c outro artificial oufingido,desviado ou apartado, que só
comprehcnde a pessoa que falia, e ás vezes tão disfar-
çado que só o entendem os que penetrão a allusão. —
Chamão-se equivocas as palavras que se podem entender
e m dous ou mais sentidos, ou porque ellas mesmas têem
varias significações distinctas, ou porque se confundem
com outras da lingua que se pronuncião e escrevem do
m e s m o modo, posto que tenhão u m significado mui diverso
(V. H o m o n y m o ) .
O m ã o gosto de nossos seiscentistas inlroduzio o uso
dos equívocos como u m ornato oratório jogando de vocá-
bulo
ter
agudeza
pagou
dizendo
aelle para
cara,
como
mesmo u divertir
largo
:
porque
dem«confessa
engenho.
defeito
tributootirou
auditório
Q u eommostrou
nnão
auVieira,
este
m sermão
se ou os
o depravado
véo
desvelado
emendava
t;.o
aoda
bom leitores,
amResurréição
de
uso;
"Não
orador
,cair
esse ou mostrar
meenelle,
apezar
lhe
como
estranheis
(VI.
descobrio
como
470),
era,
de o
5h AUI?
o equivoco, que e m manhã tão alegre e tão festiva até
os Evangelistas o usarão. »
Este equivoco do P e Vieira precisa explicação. Todos
sabem que a partícula des é u m prefixo que corresponde
ao latino d.í, privativo oudisjunctivo, e se antepõeamuitos
vocábulos para exprimir separação, acção feita em con-
trario ou e m sentido opposlo a outra, v. g. desfazer,
desmanchar o que está feito, desprezar, não prezar, ele;
mas o que nem todos sabem é que esta mesma partícula
e m alguns poucos vocábulos tem u m valor mui diíferente,
pois indica prolongação de acto, intensidade na acção,
ou maior perfeição, v. g. descantar, c descante, não si-
gnificão deixar de canlar, o que seria ficar calado, mas
sim cantar muito e em harmonia ou concerlo de instru-
mentos, e o m e s m o concerto de instrumentos. A esta es-
pécie pertence o verbo desvelar, que é composto de des e
velar, e não significa deixar de velar, o que seria dormir,
e no figurado não cuidar, mas sim velar muito, ter muito
cuidado, andar muito sollicilo. Ora é neste sentido que o
P e Vieira tinha usado d'este verbo e de seu substantivo
desvelo, e de repente emprega a palavra desvelado não
com a significação do verbo ãesvelar-se, mas com o de
privado de véo, fazendo a partícula des privativa, refe-
rindo-sc ao verbo velar, velare, que significa cobrir
com véo, o qual, precedido da partícula des, desvelar, si-
gnificaria privar de véo, descobrir, como cm francoz se
diz dévoiler; desvelado, pelo contexto da sentença, quer
dizer sem vèo, porque véo é contracção de velo, de velum
lalino, o que forma equivoco com a significação geral-
mente recebida de desvelado. A isto chamão com razão
os Francczes jouer sur les mots, e nós com o mesmo Vieira
lhe chamámos jogar de -'/bulo.
A ambiguidade c p. m limitado talento, ou do
que se querem r
escoml curidade, como suecede com
obras
litlerato,
honrado
os quem
ignorância
de charlatães
jocosa
falia.
porqiu
o das
qu eOliror
itmi.ca. •
deve
engano,
,'imaticaes
ó indigno
ajogar
amphibologia
e deve
deou
d'um
vocábulo
daser
hintenção
oevitado
mprovêm
esenão
m franco
dobre
pelo
ndau o
AM1 65

76, — A m b o s , dous.
Ha entre esles vocábulos a mesma differença que se dá
entro ambo (de Ap.fa), e duo (de õú«), latinos!" O primeiro
Indica duas cousas unidas, ou que entre si tem referen-
cia ou conformidade, ou que se apresenlão juntas na
mente de quem falia; o segundo refere-se única e preci-
samente ao numero que medeia entre u m e trez. A vir-
tude ea gloria são cousas diflerenlcsc nem sempre exis-
tem no mesmo sujeito, mas ambas se requerem para
fazerem o verdadeiro heroe. « Vedes dous homens juntos,
diz Vieira pela presença ambos juntos, pela amizade
muito longo u m do outro.» — Ambosé tambémsynonymo
de u m e outro, mas d'cile difíère e m que u m e oufro não
exige a idéa de união, requerida pelo vocábulo ambos.
Assim que, quando dizemos, D. João Io c Nuno A h ares
Pereira ganarãoam&oi a batalha de Aljubarrota, entende-
se (pie os dous guerreiros lidarão juntos naquclle m e m o -
rável feito de armas; e se disséssemos w m e outro deixou
011 deixarão illustrc descendência, entende-se que eada
u m delles teve filhos e netos que no valor e mais partes
não desmentirão dos pais.
Ambos e dous, ou ambos os dous, é pleonasmo vulgar,
mas não Ião desnecessário como alguns querem , porque
indica precisamente o caso em que os dous vão ou estão
ambos juntos, ou u m com outro ,-é o tous les deux dos
Francezes.—Temos por incorrecta a locução ambos de
dous, porque não ha nada que justifique a partícula de e
só tem lugar a conjuneção e, ou o artigo os. N e m nos
demove de nossa opinião o ler-se assim e m bons autores,
porque nem tudo que escreverão é correcto.
77. — Amizade, ineli \açao, ternura,
amor, amores.
Palavras quecontribuem
'similhanles
resultar
rosamentedas demostrão
erelações benevolência
que, convertidas
sociaes
para aem e í para
dilabenéficas com que
'icidade nossos
acções, pode-
pôde
56 AMI
A amizade suppõe natural bondade, que se manifesta
no particular apego que duas pessoas toem entre si. —
Diífercnça-se a amizade ãa inclinação em que aquella é
u m affecio forte, solido e duradouro; esta é só uma dis-
posição a estimar e bemquerer, nascida de qualquer cir-
cumstancia ou qualidade que nos agrada no objecto a que
tomámos inclinação pelo prazer que nos causa ou pela
conveniência que nelle achámos A amizade é u m senti-
mento duradouro, a inclinação uma ligeira impressa»,
que se desvanece quasi no instante que se tira de nossa
presença o objecto; podo chegar a ser amizade ou amar,
se a pessoa a quem nos inclinamos tem muito mérito,ou
vamos descobrindo nella taes perfeições, que nos coiuluzão
insensivelmente a estes dous affeclos.
A ternura é u m estado do coração que resulta da
amizade ou do amor ,-c é mais ou menos viva, conforme
o gráo de sensibilidade de cada coração em particular;
assim como a amizade é mais ou menos intima, segundo as
qualidades da pessoa amada, os motivos ou causas que a
fazem amável.
O amor provêm da mesma propensão natural que a
amizade, mas costuma ser mais vivo, mais ardente, e me-
nos durável do que ella, pois que o tempo, e o costume a
vão formando e consolidando, sendo que o amor é um
elleito instantâneo que se produz ás vezes com u m só
olhar. « O amor nasce nos olhos, diz Vieira, e quem o
pintou com os olhos tapados devia de ser cego; o amor
verdadeiro sempre está com os olhos abertos (VI, 470). •
O objecto que se propõe a amizade acha-se no prazer
e agrado da vida por meio d'um trato e commuuicação
estável, numa confiança illimitada, etium seguro recurso
e apoio cm nossas necessidades e de consolação em nossas
afflicções; mas o amor < «tuma ser uma illúsão, que vive
do lisonjeiras esperar c d'uma satisfação completa e
d'nm ineffavel
espirito
ésocegada
do
faz-secom
Aobjecto
amizade
sem:
amad
aeno'prazer
tédi o r,
mquieto,
-'"do,
,
(lida; •eamor,
antor nossos
e odiminuo
• quem sentidos.
constante,
cresce
com
como
aquieta
com
a adila-se
posse—A
adiz
esperança,
muito,
Vieira,
comamizade
sinal
aésatis-
posse
um
é
AMN 57
que ama pouco (ibid). — A amizaue é branda e suave
não atormenta antes consola; o amor, é forte comoa morte }
na phrase do Salomão, gora o ciúme que é cruel como o
inferno, c, no dizer de nosso poeta, é áspero c lyranno.
Se dizem, fero amor, que a sede tua
N e m com lagrimas tristes se mitiga ;
E' porque queres, áspero e lyranno,
Tuas aras banhar c m sangue humano.
(ius.,111, H9.)
Os nossos clássicos confundem muitas vezes amor com
amizade; mas para o d islinguirem do amor profano e carnal
aj união lhe algum epitheto que o qualifique, como fez Vieira,
dizendo : • O amor per/eito, e que só merece o nome de
amor, vive immortal sobre a esphera da mudança, e não
chegão lá as juridicções do tempo; nem os annos" o dimi-
nuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades
o cansão. » Que Vieira entendia faltar aqui da amizade
é evidente, pois citando a seguinte passagem de sanlo
Agostinho traduzio amicitiam em amor. « Manifeste
ãeclarans amicitiam alternam esse, si vera est; si ati-
tem desierit, nunquam verafuit. Quiz-nos declarar Sa-
lomão, diz Agostinho, que o amor, que é verdadeiro, lem
obrigação de ser eterno; porque se e m algum tempo
deixou de ser, nunca foi amor. »
Amores, entende-se geralmente pela paixão, ou trato
amoroso entre duas pessoas de differente sexo. A diílc-
rença entre estes dous termos bem se deixa ver nos se-
guintes bem conhecidos versos de Camões:
Taes contra Ignez os brutos matadores,
N o c lio de alabaslro, que sostiuha
As obras com qu.' amor matou de amores
Aquclle que depois a fez rainha.
(>'«.?., III, 132.)
78. — Auanãsíiá., gserdào»
Havendo Trasibulo vencido os trinta tyrannos queescra-
vizavão Alhenas sua pátria, fez decretar uma lei que se cha-
m o u àp.vi}<ní« amnistia, pela qual se t 'deitou que ninguém
podesseserperseguidopelosdeliclosp. iticoscommcltidos
58 AMO
duranle a tyrannia , concedendo esquecimento geral
d elles, sendo somente exceptuados os trinta lyrannos e os
decemviros. D'estalei e seu nome vem a palavra amnistia
(de « privativo e/u/t*^neit eu m e lembro), que diz o mesmo
que esquecimento do passado; pois com efíéilo aquella é
a primeira de que nos falia a historia. Vê-se pois que a
amnistia tem por alvo o esquecimento e perdão dos de-
lidos políticos, que de ordinário costumão só considerar-
se taes durante os distúrbios públicos ou intestinos, e pas-
são acabados estes,sendo as pessoas que os commetlem
alias respeitáveis e incapazes de nenhum crime deshonro-
so, econstituindo o crime antes a sorte adversado vencido
que a natureza da acção. — U m soberano magnânimo e
politico que sai victoriosod'umalula de partidos, costuma
perdoar as injurias que sefizerãoá sua soberania; recon-
cilia-se com o povo e promulga u m a amnistia mais ou
menos generosa e ampla; lai foi a acta de esquecimento
que publicou em Inglaterra Carlos II, quando foi restabe-
lecido no throno de seu desgraçado pai.
i\ão suppõe pois a amnistia, rigorosamente fallando,
delito que irrogue infâmia, e pôde qualquer acolber-se a
ella sem deshonra nem ignominia; não se verifica isto
com o perdão geral ou particular, pois este suppõe sem-
pre u m delito, e c o m m u m m e n t e feio.
79.— Amor de si, amor próprio,
egoísmo.
As primeiras duas palavras parecem ler o mesmo valor
grammatical, mas não é assim no uso da lingua, que as
distingue, e com razão. — A m o r de si, ou antes de nós, é
expressão philosophica, amor nostri, que designa aquclle
sentimento universal e neç ssarío pelo qual nos incliná-
mos e somos levados a i u a aquillo que nas deleita.
Quando esle sentimento exclue toda a consideração re-
flexa, chama-se espontâneo, e quando é acompanhado da
quando
consideração
reflexo.
Amor nos
propi
propomns
doio fimD amesmo
lograr
que nos
que
nOíSa
impelle
o amor
felicidade,
a natureza,
de nóschama-se
reflexo
islo é,
AMO 59
desenvolvido no estado da sociedade; é porém muito mais
complicado que aquelle,pois tende à conservação e m e -
lhoramento da existência social do homem.
Egoísmo é o amor próprio levado a u m ponto tão
excessivo e vicioso que o h o m e m se ama a si mesmo, não
só com injusta preferencia, mas até com total ou quasi
total exclusão dos outros homens. O egoísta só tem e m
vistas sua própria utilidade, não cura dos commodos ou
íncommodos dos outros, com tanto que nada soffra,e de
tudo goze.
00.— Astuor da pátria, patriotismo.
O amor da pátria, que melhor diríamos, amor á pa- •
iria, é u m atfecto natural; o patriotismo é uma virtude.—
Aquelle é propriamente o apego que naturalmente lemos
ao solo em que nascemos, e m que conhecemos nossos pais
c amigos, e adquerimos as primeiras inclinações; o que
geralmente se tem á lingua, aos usos, aos costumes com que
fomos criados, aos princípios da educação que recebemos,
aos objectos que nos recordão as primeiras indeléveis im-
pressões da infância. Eslc aífcclo natural é quasi c o m m u m
a todos os homens, sem exceptuar os que habitão os paizes
mais incultos.
O cffeito que causa o amor da pátria é u m caracter
activo c desinteressado, é o patriotismo, que consiste
n u m ardente desejo do servil-a, de deíêmlêl-a, de contri-
buir a seus progressos, a seu bem, a sua prosperidade.
O amor da pátria pode provir de amor próprio, de
vaidade e orgulho, e então é u m defeito, u m vicio em seus
effeilos; o patriotismo é sempre uma virtude que chega a
elevar-se até ao heroísmo, produzindo as mais nobres e
sublimes acções. — Aquelle que, som contribuir em nada
para a defensa e bem do sua p. 'ria, se compraz em suas
felicidades, se gloria de haver nascido nella, encarece
suas vantagens, c a prefere a todas, crê ter patriotismo,
nacional,
porém
ellesó
INotc-sc

pertencessem.
desvanecendo-se
tem
porémamor
mie esta
á pátria,
.listincção,
com ou
.suas
antes
glorias
'^asamor
muicomo
lógica
próprio
se ae
60 AMP
autorizada pelo uso da lingua, não era conhecida dos clás-
sicos, por isso que a palavra patriotismo é u m gallicismo
ou anglicismo moderno que hoje se tornou necessário.
A expressão amor da pátria exprimia ambas as duas
idéas, como vemos d'aquelles bcllos versos de Camões:
. . . , . . : Vereis u m novo exemplo
De amor dos pátrios feitos valorosi s,
E m versos di migado numerosos.
Vereis amor da pátria ,'ir'O movido
De premio vil; mas alto e quasi eterno:
Que não é premio vil ser • nhecid •
Por u m píeg'o do niuho meu pai e m o.
(Lus., I , 410.)
81. —Amparo, auxilio, ajnda,
goecorro.
Segundo o Académico Francisco Dias (Mom. da Acad.,
IV, 37) a palavra auxilio, que é latina, auxilium, era
ignorada ou não usada alé ao principio do reinado de
D o m Manoel; a que a substituía era a portugueza ajuda,
C o m o ainda se vê c m Camões, que disse senlenciosa-
menle :
Fraqueza é dar ajuda ao mais potente.
(Lus. IX, sO)
Depois que os poetas e escritores cullos forão alalinando
a lingua, foi aquella admiltida com certo arde nobreza, c
esla ficou no domínio do vulgo ; c o mesmo aconleceo
com o verbo ajudar relativamente a auxiliar, como se
vê dos seguintes provérbios e m que no uso ordinário se
não pôde substituir este aquelle verbo.
Deos ajuda aos que trabalhão.
A quem madruga
Deos ajula.
Mais vai que »Dei 'a
Do que quem mui' nadruga.
Dá-se ajuda a uma pessoa que eslá embaraçada com
trabalho que não pôde fazer, ou para que o litça mais
promptamenle: dá-sc auxilio ao que já tem meios,
que
forças,
nãoetc,
tem elhe
o s .'ficiente,
convém e ter
amparo
mais; ao
da-se
que soccoroao
nada tem.
ANA fií
Com ajuda dos vizinhos fazem alguns aquillo que por s
sós não poderião perfazer. A u m exercito considerável se
auxilia para fazer mais poderosa sua força. A uma praça
que com diíliculdadc sustem u m sitio, soccorre-se para
que não se renda. A u m infeliz vencido e derrotado, am~
para-se para que não pereça. Pedião os antigos reis aju-
das de dinheiro aos povos c m cortes, quando occorrião
despezas extraordinárias; pede-se auxilio para vencer;
soccorro para não ser vencido; amparo para não perecer.
Ajuda-se ao moço applicado; auxilia-se ao industrioso;
socconc-se ao necessitado; ampara-sc ao desvalido.
82, —Analogia, simillianea.
A primeira é palavra grega dvsdoyía (de *»A e W-/o5-), a
segunda vem do latim similis, similhante Analogia c pala-
vra monos vulgar, mais própria de sciencias, e representa
uma similhança mais intima de qualidades, de proprie-
dades. Similhança, por ser palavra vulgar, é mais gené-
rica, e representa mais particularmente as apparencias
exteriores que se oíferecom aos sentidos e não carecem
de exame Pôde existir grande similhança enlre dous
objectos e nenhuma analogia, v. g. entre as feições de
duas pessoas e o temperamento, génio, eviceversd.
85. — Analyse, decomposlesto.
A primeira é palavra grega ««AUTU (de áv«, de novo, e
Xúa, eu separo, cu dissolvo); a segunda é formada da par-
tícula ablaliva de c compositio, composição.
Para conhecer melhor u m corpo plíysico ou moral,
necessitámos separar as partes de que se compõe e exa-
minar cada uma delias de per si, dededuzindo d'esta
operação a conformidade ou differença que têem enlre si,
e o modo como estão reunidas e formão u m todo O termo
sciculifico d'esta operação é analyse ou analysis. Sc a
fazemos n u m corpo physico sem separar suas moléculas
ou seus
material;
meio II. últimos
porém elementos,
de reactivos se a analyse
ospenetrarmos
decomooscrmns
nestes será
e m t^'o physica
^emenlos,
*\ seu ou
(5 interior,
e por
62 Aeiíl
a analyse será chimica, que é o sentido mais commuu,
que se dá a esta palavra. A decomposição não é mais que a
separação malerial das partes dos corpos, sem nos deter-
mos no exame seientifleo delias, nem nas relações que
entre si têem. Decompomos u m corpo quando destruí-
mos a cohesão de suas partes; quando esta cohesão
se perde ou destroe ,por si mesma , dizemos que o
corpo se decompõe. É mui usada a palavra analyse em
sentidofigurado,mormente fallando de matérias scienli-
ficas e liderarias, não assim a palavra decomposição, que
só se usa no sentido recto. T a m b é m chamámos analyse á
reducção d'um discurso ou obra a suas partes principaes,
para deste modo conhecer melhor a ordem queenlresitêcm,
e distinguir os pensamentos fundamcnlaes dos accessorios.
84. — Aineiao, veEEio, antigo.
Estas palavras são comparativas e oppositivas de ou-
tras, pelas quaes melhor se pôde fixar sua significaçãoe
uso. Ao ancião oppõe-se o joven; ao velho o novo, também
o moço, fallando de pessoas; ao antigo, o moderno ou
novo. Têem seu uso differente, e não se podem empregar
umas por outras. Ancião diz-se d'um h o m e m mui avan-
çado em idade, e que á velhice junta a autoridade e inspira
veneração e respeito. Velho refere-se á idade individual
da pessoa ou cousa de que se falia, aos muitos annos de
sua existência ; e por isso que desperta a idéa de eslar
perto do termo de sua duração, não é palavra polida fal-
lando com as pessoas, antes inculca desprezo ou zomba-
ria. Mas tratando de animaes, plantas, idéas e cousas
moraes se dizem velhos enão anciãos. As idéas e expres-
sões, para desautorizál-as e as tornar desprezíveis lhes
chamámos rançosas ç obsoletas. Antigo, usa-se princi-
palmente , fallando^e trajes, moveis, modas. Diz-se
t
lambem systcma, methodo, plano, linguagem, eslylo
antigo. E m opposição aos povos modernos, chamão-se
antigos
tulavão anciãos
os Persas,
os Gregos,
que governavão
Romanos, o povo
etc.;dee Israel.
só se inli-
ANN 03

8o. — Andar , ir, easnlnhar, marchar.


Andar c mover-se dando passos para dianlc sem rela-
ção a pontos determinados. Ir é andar ou mover-se d'um
lugar para outro de qualquer modo que se faça este tran-
sito ; e leni relação a um ponto determinado a que a pessoa
ou cousa se dirige. Caminhar é fazer caminho, ar de
viagem d'um lugar para outro. Marchar é andar ou ca-
minhar compassadamente : diz-se especialmente da tropa
quando vai com ordem de marcha-
86.— Annaes, cnronleas, eommentarios,
«.testos, m e m o r i a s , r e l a ç õ e s ,
eiíaiíííjjiíiioras, anaeceloías, l>logi*anIiias.
Por todos estes modos se escreve a historia ou se pre-
parão materiaes para ella.
Os annaes são historias chronologicas divididas por
annos, como os periódicos por dias, e limitão-se a mani-
festar os factos singelamente, sem ornato na narração e
sem reflexões, o que só pertence á historia propria-
mente dita.
As chronicas, segundo a derivação da palavra (x/sovwá,
subentendido,fiiíxla,livros, de xpiv°s, tempo, época), são
a historia dos tempos, dividida pela ordem das épocas;
laes são as de nossos antigos reis e as das ordens reli-
giosas. A esta classe pertencem as gazetas e periódicos
que rela tão o que diariamente suecede.
Os commentartos não-passão de ser u m bosquejo de
historia, ou uma historia escrita com concisão e brevi-
dade, limitada a u m só assumpto. Taes são os de Júlio César
o os de Affonso de Albuquerque* i.
Os fastos são como tabcas ou \antes calendários que,
cm forma de registro publico, nos presenlãoem muibreve
espaço, por dias e mezes, as festas e diversões solemncs,
as alterações
ficado
mentos, na authenticamente
as origens
ordem publica, os provadas
imporlantcs actos,
dos sue.' que
ssosseehão
os-novos as veri-
estabeleci-
noticias
M ANN
das pessoas «Ilustres que mais merecem ser conhecidas
da posteridade. Taes são os fastos consulares que tanta
luz dão á historia romana.
As memorias só se considerão como materiaes para a
historia; seu estylo deve ser livre e desembaraçado, e
ncllas se podem desenvolver e discutir os fados e entrar
e m muilas particularidades impróprias da historia.
A relação é u-ma narração circumslanciada ou descrip-
ção minuciosa de qualquer empresa, viajem , etc. Seu
mérito consiste principalmente na exactidão e utilidade
dos promenoreseem que o colorido que se dá ao estylo
seja natural e próprio.
Epanaphora é palavra grega, Í-K-M^VIÚ. (de inl, hk e
fip<*) que diz o m e s m o que relação, narração. Se nos
regularmos pelo excellente modelo que d'este género
d'escritura nos deixou D. Francisco Manoel, diremos que
a epanapdiora pede estylo mais elevado que a simples
relação; é talvez a relação poetizada, ou amenizada
com os adornos do estylo descriptivo.
Anecdota, segundo a origem grega (M/loto;, não pu-
blicado, de o., e exàtôw/ti) significa a relação de cousas
não publicadas antes; porém geralmente se entende por
obras em que se descobrem fados secretos, particulari-
dades curiosas, que aclarão os arcanos da politica e os
occultos manejos que produzirão grandes acontecimentos.
Biographia, segundo a origem grega (defitei,vida, e
•jpífix, escritura) quer dizer escritura da vida de algum
h o m e m celebre; lambem se chama vida; e significão
estes dous vocábulos a historia do h o m e m cm lodos os
instantes e circumstancias de sua vida, considerando-o
qual em si é, não só como h o m e m publico senão como
particular, e analysando suas acções e escritos.
Enlre os antigos
( os q;m. melhor escreverão neste género
forão Plutarco c CoiWlio Nepotc; entre nós Luiz de
Souza e Jacinlho Freire de Andrade
AFA 65

87. —Aniuotaçócs, notas, M


coninieiitarios , Interpretações,
explicações, apostlllas, cotas.
As annotações e notas se empregão para aclarar c
illustrar alguns lugares d u m a obra; mas rigorosamente
lai ando as notas são curtas esó dizem o que é precisa-
mente necessário pata aclarar e illustrar a obra. T a m b é m
se chamão notas os reparos e tachas que se põem a
alguns escritos. Alais extensão admittem as annotações,
que vem a ser como breves commentarios das obras, os
quaes, em linguagem exacta, são extensas e eruditas expli-
cações d'um ir\it>. Sobre a outra significação d'esle vocá-
bulo veja-se pag. 03.
Assim como ofimdas annotações é explicar com cla-
reza e exactidão as phrases e palavras, fixando seu verda-
deiro sentido, conhecido só de alguns eruditos, ou u m
sentido oceulto on obscuro que se aclara com anloridaih s
e raciocínios; assim a interpretação, por sua parto,
suppõe ambiguidade, e procura achar o verdadeiro sen-
tido; assim que a annotação instrue, e a interpretação
cinge-se a presentar as razões pró e contra. A anno-
tação, bem feita, derrama u m a luz que a todos alumia;
por engenhosa quesejaa interpretarão sempre nos deixa
em duvida, porque cada leitor se julga com direito de ser
interprete.
Mais extensas que as annotações são as explicações,
pois não se limitão como aquellas a aclarar o sentido da
phrase ou palavra, senão que se estendem a facilitar a in«
telligenoia das cousas ao vulgo dos leitores.
As apostillas são notas ou glosas breves que se costu-
m ã o pôr á margem das obras Sara acerescentar alguma
expressão que falte ao texlo, ou para illtistrál-o e iuler-
chama
áapostillaé
pretál-o
matéria
Cotaassim
é com
acilação
d'elles,
uma
a nota
u mbrevíssima
aele
de
marginal
sóautor
palavra,
posta
nota.
posta
pelo
áeimsutos,
margem
. que
^. se;a vê
lambem
referencia
que ase
156 APÍT

88.— Antecessor, predecessor.


Ambos estes nomes indicão anterioridade d'uma pes-
soa a outra cm posto ou cargo, com a diflerença que an-
tecessor é o que precedeo iminedialamcnle, epredecessor
c o que foi antes do antecessor, e todos os outros para
traz. — Predecessor indica sujeito ou classe elevada, e
corresponde mais ao ceremonial, aos privilégios, ás di-
gnidades ; antecessor, ú ordem material de suecederem-se
as pessoas umas a outras. Os reis, os duques, ele, contão
com desvanecimento grande numero de predecessores,
que os precederão na dignidade; os governadores, es
magistrados, os administradores, ele, tiverão sons a. te-
cessores, isto é, outros que antes d'elles exercerão aquelle
cargo. — U m serventuário d'um officio, u m logisla, dirá :
O meu antecessor; mas não poderá dizer . Os memprede-
cessores.
89. — Antlclpado , prematuro.
O que se faz antes do tempo em que devia fazer-se
chama-se anlicipado; o que se faz antes do tempo oppor-
tuno é prematuro. Pôde empregar-se e m bom ou mão
sentido o primeiro; toma-se sempre em máo o segundo.
90. — Antídoto , eosstraveneno.
Antídoto é palavra grega àvtilno; ou ávríSorov (de «w
contra, e i&uju dar), e comprehende e m seu sentido ge-
ral lodos os remédios que se empregão para diminuir os
effeitos das enfermidades, destruindo seus princípios ou
causas, como quando doemos que a quina é u m antídoto
conlre a febre. — Charfíãm-se contravenenos aquelles re-
médios accommodados para impedir os progressos, ou
destruir o effeilo d'nm veneno que se haja tomado, pelo
que vemos que o antídoto tem muita mais extensão em
seu significado cie o contraveneno, pois se extende a to-
das as enfermid dos c doenças, sendo que esle limila-se
somente ás coi ..as venenosas. —Antídoto tem além d'isso
ANT 63
um sentido figurado ou moral, pois chamámos antidotot
aos discursos ou obras moraes que se publicão como
preservativo de más doutrinas.
91. — Antigiatlila, odêo, aversão,
r e p u g n â n c i a , vjnigiBa, a s c a .
Das duas palavras gregas &»« contra, e naflos paixãoi
que diremos i'literalmente contrapaixão, se forma a la-
tina c das línguas romances antipathia, que é uma oppo-
sição ou inimizade natural ou irresistível dos seres c cou-
sas umas com outras; sua causa é inteiramente desconhe-
cida, assim que muito se ha delirado sobre ella; seus
effeitos são prodigiosos e admiráveis, frequentemente
exagerados c por vezes fabulosos.
A aversão também tem alguma cousa desconhecida
e m sua causa a miúdo moral; não é tão invencível nem
tão poderosa como a antipathia, e ainda o é menos a re-
pugnância; e muitas vezes acontece que u m a e outra
se convertem em affecto e até em amor, pois lêem muito
de caprichosas estas qualidades ou modos de ser que deve-
remos chamar accideutaes.
O ódio nasce ás vezes de poderosas e fundadas causas
por graves injurias recebidas, outras de mera vontade, de
ligeiros motivos e ainda de capricho; de qualquer modo
que se manifeste são cruéis e terríveis seus effeitos; aug-
menta-se seu rancor, e chega a invclerar-se sem quebrar
de sua força. A aversão e a antipathia exercem-se mdis-
tinctamente nas pessoas e nas cousas; o ódio mais na-
qaellas que nestas; a repugnância nas acções.
Quigila é palavra da lingua bunda e significa a anti-
pathia que os pretos lêem acertos comeres ou acções;
diz-se familiarmente em lugar d^antiapthia ou aversão,
mas é erro dizer quezília.
queAsca
92.Ambas é eslas
tempalavra
se —Antírjnado vulgar
a alguém,
palavras que
talvez indica
, com aversão,
obsoleto.
indicão cousa
desejo mque
á vontade
vde vingar-se.
ál\iga, decaio
VA AilT
do uso; mas a segunda accrescenla u m a espécie de des-
prezo ou de ridículo. — As palavras e phrases antiquadas
podem ainda usar-se e m poesia e e m estylo jocoso, não
as obsoletas, que de ordinário forão substituídas por ou-
tras mais bem derivadas c mais sonoras. O uso pôde fazer
reviver, segundo a sentença de Horácio, muitas expres-
sões antiquadas, mas as obsoletas parecem coiid.emnadas
por elle ao perpetuo esquecimento. — O escritor que se
serve de palavras e locuções antiquadas mas genuínas da
lingua, expressivas e com boa analogia, para fugir á in-
vasão do neologismo, merece louvor; porém o que busca
desenterrar velhices e prefere os archaismos de nossos avos
ás boas expressões que o uso depois inlroduzio, este não
se livrará do nome de rançoso. — Cada século tem sen
cunho particular, e cada escritor sou estylo que lhe é
próprio. Sem mendigarem nada aos estranhos, Barros e
Fernão Mendes Pinto não escreverão como Fernão Lopes
e Castanheda; Luiz de Souza e Vieira differem muito de
Seita e Paiva; Camões e Bernardes não se parecem com
Gil Vicente e Sá de Miranda, posto que lodos escrevessem
e m bomportuguez, e clássico para seus respectivos tempos.
93. — Antro, caverna, gruta, lapa,
furna.
A primeira é palavra gregra &»rpm>, depois foi latina,
antrum, entrou e m nossa lingua como palavra culta e
poética, e segundo sua origem significa cova profunda, e
escura. A segunda é latina, caverna, e significa tuna
grande exeavação aberta a m o d o de abobada e defendida %
pelos lados coiíio u m recinto. A terceira é palavra caste- 1
lhana e portugueza (talvez do lai. cryptado gr. xf.u-n-.vit
significa concavidade dç terra enlre penhascos, ás vezes
susceptível de ornato qfslico. A quarta é portugueza tal-
vez vinda do grego AáiraSo,-, c quer dizer u m a caverna na
encosta de montes e coberta por u m penedo ou chapado
antros
pedra,que
homens
ladas pelos
servem
e deisto
a(gj
'de.chorelas,
siguifica
rida
covilaos
ás lambem
feias,
eladrões;
as lapas
asa cavernas
palavra
asdão
grutas
abrigo
lapa.
dosão
asylo
aos
—habi
pas-
aos
Os
APA G9
lores, como diz Luiz de Souza na vida do Arcebispo: « E
vio juntamente que ao pé do penedo se abria uma lapa
que podia ser bastante abrigo para o tempo. » — E m es-
tylo poético as nymphas e os deoses campestres habilão
as grutas, as feras os antros, os facinorosos as cavernas,
e os zagaes acolhem-se ás lapas.
Furna é cova ou lapa profunda, escura, e medonha;
diz-se com particularidade da fauce lobrega d'um volcão,
de que nos deixou exemplo Bernardes na Floresta: « Es-
tando em cima contemplando a horrenda furna e estô-
mago do monte (Etna), cuja disforme boca mostra ter
uma légua de âmbito (11, 227). • — Esta palavra não é
poeiica, e difforença-se de todas as outras em acerescentar
a idéa de medo, de horror, que a ellas não é inherenle.
94. — Apathia, insensibilidade ,
indllíerença.
Apathia é palavra grega formada de « privativo e itáflas
paixão, vindo a significar privação de toda paixão, carên-
cia d'ella. A apathia é em geral o resultado natural do
temperamento e da organização, e se estende ás proprie-
dades da alma, por isso se diz que o apathico não tem
paixão por cousa nenhuma, e nada o estimula.
A palavra insensibilidade não suppõe nem lanta exten-
são, nem tanta inãifferença, nem depende tanto da na-
tureza do enle, como a apathia, pois podemos ser insen-
síveis a uma cousa e não a outra. Raro é que a insensi-
bilidade seja geral e absoluta. U m h o m e m pôde ser
insensível ao amor por seu temperamento ou caracter, e
não o ser á honra. Na apathia acha-se a alma inactiva,
carece de acção e de estimulo; itaJnsensibilidade está im-
passível. O h o m e m de boa vida ewonrado pôde ser insen-
sível aos prazeres, e a tudo que conduz ao vicio; mas é
mui sensível á virtude e ao exercício de quanto pertence
árazão.
beneficência
que. com
A oinãifferença
estado
Não tendo
dá seus
alma
nemé osimilhanles.
interesse
sempre
socego,
nemé nem
inactiva,
inclii^ão
pír isso
porque,
a se
nenhuma
nega
aindaa
70 APO
cousa, segue o indifferenle de ordinário o impulso que
outros lhe dão, e por meio d'este se occupa em cousas
cujo êxito lhe é e m si muito indifferente. — O homem que
é indifferente ao interesse seu próprio, que vê com igual
rosto a prospera e adversa fortuna, mas que não é de modo
algum indifferente ás regras e didames da razão, ao bem
de seus similhantes, merece louvores por snaindifferença,
que é a d'um sábio e não a d'um egoisla.
9o. — Aplacar, acalmar, apaziguar.
Aplaca-se o que eslá irado ou irritado; acalma-se o
que esíá agitado ou perturbado; apazigua-se, ou pôe-se
e m paz, o que estava e m guerra, ou amotinado.
96. —Apologia, justifica? ao.
Apologia, segundo o valor da palavra grega, significa
defensa, e é qualquer discurso ou escrito no qual se de-
fende u m systema, partido, opinião, nação ou pessoa.
Fazem-se as apologias para desvanecer as aceusações com
que se aggravão as classes mencionadas, não as aceusa-
ções jurídicas, porque essas correm nos Iribunaes e con-
tra ellas advogão os lettrados perante os juizes, mas as
vagas, espalhadas no publico, que vão tomando corpo com
grave damno das pessoas aceusadas alé que acabão em
perseguição formal contra ellas. Este é o verdadeiro caso
da apologia. — D'este modo perseguidos e calumniados
os primeiros Chrislãos, foi-lhes forçoso presentar aos im-
peradores, ao senado e aos magistrados, apologias em
defesa da religião christã, para rechaçar as falsidades
com que os gentios procuravão fazêl-o"s odiosos, como
inimigos dos deoses e de todas as potestades, e perturba-
dores da ordem publiçi-.
k justificação eonsfiíe só nas provas que se deduzem
do exame das testemunhas, dos documentos autênticos, c
serve para manifestar a innocencia do aceusado.—A apolo-
gia é u m meio de justificação e lambem seu objecto;
porém
xioeei\áa.—k{xstificação
sado, e não
conslilt'
é a Mistificação
fsaa justificação
nemcmsempre
si,
a manifestação
é só
suppõe
a defesa
aceusaçãoj
do
dosua
aceu-
in-
Al O 71
bala o receio d'ella para u m h o m e m querer juslificar-se;
a apologia sempre a suppõe, pois é discurso c m defensa.
97. — Apologo, falnala, allegoria,
parabula.
Apologo é palavra grega iitóXoyo?, e significa uma his-
torieta fabulosa, (|tic de baixo do véo da allegoria nos
presenta uma verdade; fabula é palavra latina (de/are
fallar) e significa u m a relação não verdadeira, debaixo de
cujo véo se nos faz agradável a verdade. Differençáo-se
cm que a fabula só presenta por interlocutores os ant-
maes e cousas inanimadas, e o apologo, que é mais ex-
tenso, faz fallar aos animaes, aos dcoscs,aos homens, ás
cousas insensíveis, c ainda aos seres abstractos e melíi-
physicos; assim que olharemos o apologo como género e a
fabula como espécie. E m linguagem commuui usão-se
alternativamente estas palavras uma por outra; ainda que
a de apologo é mais erudita.
Allegoria c palavra grega iXXnyopla (de âXXoíf outro,
c à.yoptua, eu digo) e designa uma figura de rhelorica pela
qual se presenta ao espirito u m objecto e designa outro,
tal é aquella de Virgílio.
Oaudite rivos, pueri, sat prata biberunt.
E uma metaphora continuada com que se annuncião
importantes verdades debaixo d'uma forma agradável. A
ode XII do livro I de Horácio, O navis, d e , é uma bel-
lissima allegoria »a qual, debaixo da imagem d u m
baixel, faz ver o poeta aos Romanos os males que os
ameação se Augusto deixasse o governo. — O sermão
de Santo António que o P e António Vieira pregou no
Maranhão antes de partir para o reino em 1054,' é u m a
longa e engenhosa allegoria, na qual elle diz aos peixes
o que para os homens era dito. íSallegoria não necessita
explicar a verdade que encerra, pois a exactidão de suas
relações com cila se manifesta a cada passo, distinguindo-
moral
moralidade
sc Os
Disto
gregos
atédo
ao apologo,
chamavão
instante mesmo
cujo
p.l>0o>
mérito
da ao
conclusão
éque
occultar
» m^chamanios
que osesentido
chamafu-
72 A PP
bula, e iirí/s/íúSwAaoquedamoso nome de moralidade.
Presentar como u m joguete uma lição de sabedoria, é
o verdadeiro caracter da fabula e do apologo; embelle-
c er e não disfarçar a verdade fazendo-a mais clara e sen-
si vel, é o caracter àaallegoria.
Parábola épalavra grega w aSo-j-ó (de ttípà ao lado
e $&\Xu eu lanço) que significa comparação allegorica, e
indica u m a narração;de successo imaginado, com instruc-
ção allegorica, da qual se tira alguma moralidade. Mui
conhecidas são as do Evangelho com que J. C. doutrinava
os povos, pois segundo a phrase da Escritura não lhes fal-
lava senão emjjaraôoías.
98. — Apossar-se, usurpar, Invadir,
conquistar.
Apossar-se alguém de alguma cousa é simplesmente
metier-se de posse d'ella, fazer-se senhor d'eIIa,tomál-aa
si. Usurpar é lirar a outrem o que é seu, usando de pre-
potência; e lambem arrogar-se u m a dignidade, ele.
Invadir é acommeller e entrar por força e m alguma
parte. Conquistar c ganhar á força de armas u m estado,
u m a cidade, ele — Napoleão apossou-se primeiramente
do commando geral, depois usurpou o império; não
tardou a .invadir a Europa quasi toda, e conquistou
parte d'ella; mas suas conquistas e invasões ficarão
sem effeito quando os alliados o desapossarão de sua
autoridade usurpada.
99. — Apparição, visão.
Eslas duas palavras, e principalmente a segunda ,
usão-sc mais no sentido mystico que no natural. —
Apparecer uma cousa ou pessoa é presenlar-se de sn-
bilo sem ser esperada/- manifestar-se u m objecto que
eslava occullo ou não ik sabia d'elle, ou fazer-se visível
aquillo que o não é por sua natureza; cquando nisto entra
milagre
seus ou mórr//'nlc
designámos
os poetas,
sorvos prodígio seosque
easm cousas
sonho», chama apparição.
emexlasise
épicos,
o Enle
usãoSupremo
em
muitoC ocomo
mdeixa
espirito. este nome
Também
adorno
ver a
APP 73
principal c m seus poemas, das pinturas e descripções
nestes apparecimentos; lai é o sonho d'ElTvei D o m Ma-
noel nos Lusíadas.
A vsão é u m acto da potencia visiva, objectivo da
vista, já obscuro, já incerloe até enganoso. Neste casoper-
lence á classe de phantasmas, espectros c sombras ião
cridas do vulgo, pelo espanto que lhe causão c m sua ti-
midez c credulidade
Rigorosamente fallando distingne-se a «is(7o da appa-
rição em que esta suppõe u m objecto que eslá íóra de nós
mesmos, c a visão u m objecto de nosso interior, criado
por nossa imaginação; com tudo algumas vezes se usa
visão para indicar objcclo externo que se mostra mara-
vilhosamente, como o que apparecco a Affonso Henriquez.
do qual diz o Chronista Brito : «Desappareceo a visão. •
Chama-se com razão visionário não só ao que sempre
crê ter diante de si visões, senão ao que as inventa, c
crê lêl-as e m sua louca phantasia.
100.—apparencia, exterior,
exterioridade.
A apparencia é o effeilo que produz a vista d'uma
cousa, e a idéa que d'ella nos resulta, pelo que é ás vezes
enganosa. Exterior é o que cada corpo mostra pela parle
de fora; appllcado ás pessoas é o aspecto, maneiras, porte
ou conducla que cila mostra exteriormente, e enlão se
lhe chama exterioridade. — Apparencia presenta u m a
idéa mais vaga e menos positiva que exterior, que não
tleixa com tudo de ser algumas vezes enganoso. — O
exterior produza apparencia, éo que se vê; c a appa-
rencia é o effeilo que produz esla vista. De longe pôde
parecer mui formosa uma cousa, mas quando a examiná-
mos de perto vemos que só 1<|n u m b o m exterior. —
A' palavra exterioridade anda"quasi sempre annoxa a
idéa defingimento,c toma-sc de ordinário por demonstra-
ção exterior
101.
Posto II.
que d'um affedo
— vulgarmente
Appcíites. sesem realidade^
desejos.
confundcriSaestes 7 dous voca-
ia A-P
bulos, com lutlt» c m linguagem pimosopliica moderna
são bem dislindos. Os appetites são certos sentimentos
corpóreos, não perpétuos, mas que occorrem de tempo a
tempo, accompanhados sempre de certo quê mais ou menos
desagradável segundo é maior ou menor sua força, que
nos impellem a appeteccr alguma cousa de que o corpo
carece Uns ha que são inherentes á nossa natureza, lues
são a fome, a sede, etc.; outros vem dos hábitos, tal é o
lomar tabaco ou fumar, etc.
Os desejos, que melhor se explicão pela palavra latina
cupiãitates, são certas inclinações, que não existem no
corpo senão na alma, o cujo objecto são as cousas e não
as pessoas; taes são o desejo de sabor, do viver em socie-
dade,riaestima dos outros, da excellencia ou superiori-
dade, do poder e do mando, ele — Diffcrença-se o desejo
do appctite e m que, I o este reside no corpo c aquelle na
alma ; 2 o e m que este vem de tempo a tempo, e aquelle é
permanente; 3 o e m que este sacia-se, e aquelle não se
faria, etc.
lista classificação não era conhecida dos antigos plnlo-
sophos, pois Cícero, fallando das forças da alma, diz que
se dividem em duas parles, u m a das quaes consiste no
appctite, que é a que impelle o h o m e m para aqui e para
ali; c outra na razão, que ensina o que se deve fazereo
que se deve evitar. Dá elle u m a excellenle regra a este
respeito que não deveria nunca esquecer: «Ratio preesit,
appetitus obtemperei.» Mande a razão, obedeça o appc-
tite (De O ff., I, 28).
102. — Applicação, meditação.
A applicação é aquelle acto pelo qual nossa alma se fixa
com allcnção e cuidado e m qualquer assumpto, e nelle
pensa muito tempo. — J meditação é um;', acção da mente
muito mais detida e prolongada que a precedente; eba
considera o assumpto em todos seus aspectos, fazendo
estorço
lógica
rito. — epara
ligcncia,Ode conhecei
e bom
odisfr o a da
da resultado
meditação
rrer com fundo o penetrar
exactidão.
do
applicação
habito todoseu
dedepende
julgar da espi-
com
intcl-

API\ 7.-»

105. — Approvar, consentir, permiltír,


tolerar.
Approvasc uma cousa quando d'clla se faz juizo favo-
rável, quando seacha digna de louvor e estima, quando se
lho dá o voto; consente-se u m a cousa quando a cila se
acquiesce, ou se condescende a que so faça ; permilte-se
u m acto quando seuuloriza por u m consentimento formal;
tolerão-se as cousas quando conhecendo-ase lendo o poder,
se não impedem. — Approvdmos o que temos por bom
c meritório; consentimos o que nos não repugna, masque
talvez quizeramos evitar; as leis humanas nunca devem
jiermillir o que as divinas prohibem, porem prohibem ás
vezfS o que cilas permiltem < os magistrados vèom-so ás
vezes obrigados a tolerar certos males por temor que suc-
celão outros maiores.
10 í. — Aprender, estudar, instruir-se.
Aprender é adquirir de qualquer modo que seja
algum conhecimento que d'antes se não tinha; e isto
se faz ou pela lição dos livros, sobre tudo elemen-
tares , ou pela viva voz do nieslre, ou pela medi-
tação própria do discípulo : os troz meios reunidos
formão o melhor systema de educação. — Estudar é
applicar-se ao estudo para adquirir conhecimentos e m
qualquer disciplina, assim como aprender é o acto de ad-
quiríl-os. Esluda-se para aprender, c á força de estudar
se aprende-, quanto mais se aprende mais se sabe, e
menos ás vezes quanto mais se estuda. — Instruir-se é
não só adquirir novos conhecimentos, senão acclãrar os
já adquiridos, entrar e m todas suas particularidades,
despir preoectipações e erros, e atfjar o methododeos em-
pregar do modo mais ulil possível. Âdquire-se a instruc-
ção pela lição de bons livros, por ouvir bons meslrcs, pelo
estudo privado, e não menos pela experiência, e trato com
truír-se
os Totla
homens
a consiste
differença
doutos e
e experimentados.
m
queque,
achámos
aprender
eiúrreaprender
d i % c dos conheci-
c íns»
76 A PR
mentos e m si mesmos; e instruir-se, das particularidades
d'estes conhecimentos, de suas propriedades, e demais cir-
cumstancias que nelles concorrem. A força do verbo
reciproco parece indicar o cuidado, diligencia, estudo
com que u m h o m e m dá ensino a si mesmo, cficamaise
melhor sabedor do que era.
105. —Apresto, preparativo, apparato,
apparelho.
Quando se retinem, dispõem e arranjão diversos mate-
riaes ou cousas para a execução de'.qualquer obra, dize-
m o s que se fazem preparativos, assim como á reunião
d'elles se lhes chama aprestos ou apparelhos. Diz-se pois
os preparativos d'uma funeção ou d'um banquete,, os
preparativos d'uma guerra, d'um assedio. A's disposi-
ções para qualquer rica e fastuosa ceremonia ou festivi-
dade se lhes dá o nome de apparatos, pois que a signi-
ficação d'esla palavra se extende a tudo o que se execula
com pompa e ostentação, e assim se chama apparatosoao
que tem muito apparato.
A significação das palavras apparelho, apparelhar,
são muilo mais extensas que as anteriores, pois não só as
comprehendem todas, mas abrangem os instrumentos, ope-
rações, maleriaes, disposições para todo exercício, trabalho
ou obra des de o mais elevado alé ao mais ínfimo; exlcn-
dem-sedesdea scienciae manobras náuticas, desde o exer-
cício e arte da pintura, até ao mais desprezível e baixo
officio mecânico. Chamão-se por lanto apparelhos aos
arreios necessários para montar e carregar cavalgaduras, ,
edizía-so antigamente apparelhos para dizer missa. Tam-
bém é bastante extenso o sentido figurado A'esta voz, como
quando dizemos : eslou apparelhado para tudo, por dis-
posto, prevenido. fi
100. — Apropriar-se, arrogar-se,
attrlbuir-se.
Estas trez psíavras significão tomar alguém para si
AUD 77
e por sua própria autoridade qualquer direito ou proprie-
dade que pertence ou pôde pertencer a outrem.
Apropriar-se indica fazer próprio, converter e m pro-
priedade nossa, lomar como lai o que nos não pertence.
Arrogar-se significa exigir com altiveza, pretender com
insolência, e até com certo menoscabo dos outros, cousas
que nos não são devidas, nem de conceder. Attribuir-se
é prelender uma cousa, apoderar-se d'ella por sua própria
autoridade, dar-se por causa e autor d'ella. — O cubiçoso
appropria-se u m a cousa por interesse, o vaidoso se a
arroga por audácia, o invejoso se a atribue por amorpro-
prio. O que se apropria faz-se com damno alheio; o que
se arroga, com menoscabo de outrem; e o que se attri-
bue, com a exclusão de alguém. — Parlicularmenle nos
apropriámos o que nos serve ou pôde servir, e de conse-
guinte todo objecto de utilidade; arrogamo-nos o que nos
desvanece ; e attribuimo-nos os objectos de consideração
que tisonjeão nosso amor próprio. —Attribue-se uma
acção honorifica, u m a obra sabia, u m a invenção útil;
arrogão-se títulos, prerogalivas, preeminências; apro-
prião-se alfaias, moveis, herdades. — Dispula-se muitas
vezes a propriedade do que alguém se attribue ; nega se
ou recusa-se o que elle se arroga; e reclama-se o que ou-
trem se appropria.
107.—Arder, Inflantar-se, incendiar-sc,
al)razar-se, ijiieiuiar-se.
Explicão estas palavras os differentesgráos pelos quaes
pôde passar u m corpo combustível desde o inslanle e m
que lhe pegou fogo até que foi inteiramente consumido.
- Quando penetra o fogo num%corpo combustível, e se
manifesta á simples vista, diz-se que arde ,• quando se des-
envolve a chamma, inflamma-se; quando levanta labareda
e se propaga com rapidez e fracasso, incendia-se; quando
o corpo que deo alimento ao fogo apezar de compacto
está
abustível
força
lodotio
erepassado
a fogo
reduzio
ou d'ellc
do
a cinzas,
incêndio
e feito
queimou-SiS^-
devorot\a
braza, abraza-se;
matéria
Differença-se
quando
com-
78 AIIE
arder de inflam mar cm que o primeiro designa a acção
ordinária pela qual o fogo se apodera d'um corpo e o vai
consumindo, c o segundo designa a força com que a super-
fície d'esle corpo arroja de si o fogo que a penetra, e ap-
plica-se particularmente ás matérias liquidas e resinosas
que por isso se chamão inflammaveis. — O incêndio sup-
põe u m grande fogo que despedindo chammasse coniniu-
nica aos corpos vizinhos, e tomando ala faz rápidos pro-
gressos.— Pôde abrazar-se u m corpo sem formar lába-
ro,!a, lai é o ferro na fragoa. — Tanto pelo fogo ordinário
como pelo incêndio sequeimão os corpos quando depois
de consumido o que dava alimento ao fogo reslão somente
os resíduos incombusiiveis. — Os quatro primeiros lermos
tomão-se no sentido figurado pouco mais ou menos com
as mesmas diílerenças.
10J1.—Arenga, pratica , falia, oração,
discurso, allocuçâo, arrateoameuto.
A ultima (1'cstas palavras é o género a que pertencem
como espécies Iodas as composições oratórias que, se-
gundo a contextura, os fins e as circumstancias, tomão
differentes nomes e têem entre si algumas differonças.
Tudo o que se diz de viva voz a u m auditório mais ou
menos numeroso, com o fim de o convencer e persuadir,
ou de o excitar a alguma acção ou empreza, é u m ar-
razoamento, por isso que se razoa e se empregão razões
para conseguir ofimque se deseja.
Arenga é uma espécie de arrazoamento oratório, ani-
mado e vivo, que se dirige a u m grande concurso para
commovêl-o, e mui conimummente para animar os soldados
a einprehender denodadtfe a batalha ou qualquer perigosa
empresa. — Arenga-se lambem a corporações respoila-
veis. a pessoas eminentes, e m nolavcis circumstancias.
A arenga dirige-se pois ao coração, como tendo por fim
persuadir e mover.—Arengas são as que os antigos ge-
quaes
historiadores
neraessefazião
devemn
e^oelas
a suas
ttribuir
tropas
que antes
á eloquência
e maovésperas
artificio
de de
seus
rhetorico
combate,
lieroes.dos
as

AGU "O
E m contrario sentido fazem os grandes conspiradores
arenga* ao povo para excitá-lo á rebellião , como as que
Salustio põe na boca de Calilina para animar e enfurecer
a seus complices. — Os sábios, e valorosos gencraos
acalmarão muitas vozes, em perigosas e decisivas cir-
cumslancias, as sublevações de seus exercit-os com elo-
quentes o vchemenles arengas. — São arengas também os
estudados e coremoniosos discursos que, ao entrar u m
príncipe, u m general, u m conquistador, numa cidade, lhe
dirigem as cantoras, os governadores e demais autori- :
dades como devida homenagem que se lhes ronde e jura. '
Pratica é exhoriação menos solemne e menos vehe-
mente que arenga e só se dá de superior para inferior.
A's pezes corresponde ás arengas dos antigos generaes;
lr.es são as que Jacinlho Freire põe na boca de Cogo Çoíár
e de D. João de Castro, onde diz, fallando do primeiro:
« Foz aos Turcos u m a breve pratica,....» ;e do segundo:
• Acabada a pratica •
Falia é termo vulgar que vai o mesmo que pratica no
sentido que aqui a tomámos; diz-se com muita frequência
que o Coronel fez tuna falia a seus soldados, o general á
sua tropa, o superior a seus súbditos. Esta palavra é mais
bem recebida no vulgo que arenga que elle quasi sempre
toma no m á o sentido de razões longas ou ininlelligivcis,
praticas impertinentes, etc.
Do substantivo os, oris, boca, tirarão os latinos o verbo
vrare, que significa fallar, pedir, supplicar, rogar, e d'a-
qui oratio, oração, que em seu sentido recto é u m ar-
razeamento ou locução disposta com intelligencia e arte
para persuadir, mover e interessar a u m a pessoa ou ser
superior a que nos ampare, favoreça, soccorra, ou nos
perdoe as faltas que havemos çommeltido. Usa-se mais
conimmum e geralmente em lentido religioso , como
as orações que fazemos a Deos c aos Santos, as da Igreja
rante
segundo
guerra,
cal,
cursos
tantes
jaculatória.
osuecessos
que
apovo
o formação
ritual.
compunhão
de—oucausas
Dizemos
Chamarão
negócios
e approvaçãO
com
particulares
oração
opúblicos,\Como
os
maior
latinos
de
dominical,
esmero
en\que
,i\s,
orações
a para
defensa
amental,
elle
paz
aos
impor-
devia
ou
pe-
dis-
vo-
a
80 AíiE
decidir; assim chamavão e chamamos ainda hoje a eslcs
arrazoamentos públicos orações, como as de Isocrales,
de Eschines, de Demoslhenes, de Cícero.
Porém aos que fazem os oradores modernos se lhes dá
geralmente o nome de discursos; laes são os de Pill, de
Fox, de Mirabeau, etc. Assim que, o que os antigos cha-
mavão oratio, e que traduzimos pela palavra oração, llie
chamámos agora discurso no sentido oratório, entendendo
por elle u m a composição litleraria feita por qualquer de
nossos oradores á cerca d'um importante assumpto para
chegar aos fins que nelle se propoz, o que verifica por
unia deducção de idéas, pensamentos, raciocínios coor-
denados entre si, animados e engrandecidos por quantos
meios subminislra a arte da eloquência.
Devemos notar que se as orações politicas de nosso
tempo são da m e s m a classe que as pronunciadas por l)e-
mosthenes na praça de Athenas e por Cícero na de lloma,
o auditório não é o mesmo, são differentes as eircumslati-
cias, pelo que soffre grande modificação a forma orató-
ria, e por isso é bem acertado que se conserve o nome tle
orações para as antigas, c que as modernas se chamem
propriamente discursos. Os antigos fallavão a u m audito
rio composto pela maior parte da rude e ignorante plebe,
e Unhão por conseguinte que dirigir-se antes ás paixões
que á razão dos ouvintes, acommodando-se á sua rudeza
e propondo-lhes provas com alguma prolixidade Os ora-
dores modernos talião a u m corpo escolhido, em cujos
membros se deve suppor muila inslrucção e intelligencia,
e aos quaes bastão de ordinário ligeiras indicações ;e não
é Ião necessário commover fortemente seu coração, como
illustrar econvencer seu entendimento; e este é o caracter
próprio do discurso. Além de que os antigos fallavão na
praça publica e diante p ' u m immenso gentio,- e assim
como lhes era necessário levantar e esforçar muito a voz
upara
exactidão
consiste,
acer serem
mgrande
a os ouvidos,
concurrencia,
objectos Unhão
praça.'i;'Athenas
no
lógica,
nc/oomais
quando elambem
infinitamente
entender,
doseque
falia n u mque
oa hoje
vasto
verdadeira
menor avultar
permille
foro
recinto
quedo a erigorosa
encare-
differença
aRoma.
que
fechado
enchia
Nisto
que
ea
AIU 81
ha entre oração c discurso. Naquella predominava a elo-
quência, ncslcdcve prevalecera lógica (*). — U s á m o s com
tudo da palavra oração para indicar certos discursos ora-
tórios pronunciados solcmnemente nos templos, como são
orações fúnebres, gratulalorias, etc.
Allocuçãoi discurso breve, ou falia dirigida a alguém
sem apparato oratório. Diz-se ordinariamente do que o
Papa dirige aos Cardiaes c m consistório por occasião de
algum nolavel acontecimento que interessa a Igreja.
109. —Árido, secco.
Chamámos com propriedade árido aquclle corpo que,
por sua natureza, se acha de todo privado das qualidades
necessárias para que resulte a vegetação, e não precisa-
mente aos que carecem de humidade, pois as cumiei-
ras dos montes ainda que frequentemente cobertas de
neves e rogadas de chuvas, nem por isso deixão de ser
áridas. D'ellas se derramão perenes arroios e até cauda-
losos rios; penetrão pelas fendas de suas penhas muitas
aguas que, rompendo no sobpé ou vertentes dos montes,
correm pelas veigas,estendem ncllas a fertilidade; mas
isto não impede que sejão incapazes de vegelação pelo que
lhes pertence o nome de áridas,e assim m e s m o chamaremos
ás terras arecnlas e pedregosas, que posto que nellaschova
carecem das qualidades
(") Os Athenienses chamavSonecessárias parae aá vegetação.
á praça publica, assambléa do povo
queSecco significa
ali se reunia, o corpo
AyopA-, que tem
d'esta palavra pouca
fizerSo ouàyopèuw
o verbo nenhuma
t quo
significava fatiar na praça, arengar; aoque fazia as arengasao povocha-
mavão irip-rr/ópoi, orador, de Síi/io; DÉ V0 > e Ayopiua , fallar ; a u m a
arenga feita ao povo davão o n o m e áevou.-nyopioi, arenga, discurso ao
povo. Eaos demais discursos c m geral cliamavão Xòyos ; e desta pala-
vra vem lógica, que apezar de a termos como u m substantivo é a va-
riação feminina do adjectivo grego Xoyv/.òq , i;, ó» , úeXóyo;, con-
cordando com o substantivo subentendido rcxvr), ar te, o que vem
a dizer arte de discorrer, por isso os nossos anl\os lhe ctiamavãocom
razãnarle. \
82 AUR
huinidaile, ou seja natural ou accidenlalmenle. Árido,
tanto uo sentido próprio como no figurado, é o opposlo
de fecundo e não de húmido; pois d'esteo ésecco.
C o m o estas palavras lêem bastantes applícações no sen-
tido figurado, diz-se e m litteratura, fallando d u m as-
sumpto que não presta nem dá motivo a nenhuma idéa,
que é u m assumpto árido; do m e s m o m o d o que, fallaudc
d'uina rocha, que não presenta nenhum assomo de vege«
tacão, dizemos que é árida. — Diz-se que é secco um dia»
curso quando carece d'aquella graça, lluideze amenidade
que dão viveza e esplendor ao discurso, penetrando em
nossos ânimos qual o brando orvalho se embebe na terra
e communica viço e louçania ás plantas.
110. — Arguir, acctisar, criminar.
Arguir alguém de alguma cousa, é notar-Ihe defeito,
reprehendèl-o com razões.—Accusar é denunciar alguém
como criminoso, impular-lhe crime. — Criminar é dizer
ou declarar alguém autor d'um crime, dar-lhe culpa, de-
licio ; proiuinciál-o por ert/aíttoso ou réo.
Pôde u m h o m e m ser arguida injustamente; pôde ser
aceusacíoaleivosamente; mas não pôde ser criminado júri
dicumente sem provas que o convenção de crime ou de-
licio.
111. — Arrazar, derribar , devastar.
Arrazar é,como o diz a palavra, pôr alguma cousa
rasa, ao nivel do chão, e extensivamente deitar por terra,
não deixar pedra sobre pedra. — Derribar é, segundo a
força da palavra, deitar de riba para baixo, deitar por torra
o que estava ao alio, levantado, em pé; e estensivamenle
arruinar, demolir. — Devastar é, segundo a orizem la-
tina {vastus, deserto, ermo) deixar vasio, deserto, e re-
duzido a solidão u m lugar; e extensivamente desolar um
reino, u m a província, ele
Arrazavão-se. os palácios dos grandes quando erão de-
paizes
capitados
o fracoonde
naporcn/.xo.
luta/*—
crimeVcja-sc
de
Os alta
exércitos
Destruir.
traição.inimigos
— O valente
devastão
derriba
os
Ar.n 83
112. — Arrostar, aíEVoírctnr, encorar,
desprezor.
As primeiras Ircz palavras são verbos formados dos
substantivos rosto, fronte c cara; c m seu sentido recto
valem o mesmo que pôr o rosto, a fronte, a cara junto,
ou e m fronte do alguma cousa ou pessoa, e não as temer
ainda que sejão capazes de infundir temor; c podem dizor-
se perfeitamente synonymas. Porém no sentido figurado,
em que são mais usadas, são expressões de valentia, de-
nodo e decisão, que demosírão u m animo esforçado, que
nem foge o perigo, n e m teme a morte, c admiUem certa
gradação, que convêm indicar. — O que encara o ini-
migo presenta-lhe a cara, não foge nem se acobarda; o
que o arrosta, não só lhe faz frente, mas, segundo parece
dizer a palavra rosto (roslro de rosirum, bico, esporão)
vira-se para ellee o acomclte combatendo cara á cara;
affronta-o aquelle que, c o m arrojo e valor se lança na
peleja, não cura do risco a que se expõe, e levanta a fronte
altiva sobre sou adversário.
Desprezar tem significação genérica de ter e m pouco,
não fazer caso, ter e m nenhuma conta, ele
115. — Aríe, mister, oITíselo, loroílssâo.
Posto que a palavra latina ars de que nós fizemos arte,
venha por syneope da grega B/JW}, virtude, todavia ella
equivale a estoutra Tí^m, que enlre os Gregos tinha m u i
lata significação pois abrangia toda disciplina e m que se
davão regras e preceitos. A grammatica, a rhetorica, a
poética, a lógica, a dialéctica, assim como a pintura, a
architectura, a estatuária, etc, erão orles, de tal m o d o
que todas esias palavras, que hoje temos como substan-
tivos, são adjectivos stibslantivAlos pois representão a
variação feminina de yp*p,p.«itrxis, pirropmbs, namtnàç,
)-r/rs.ii . uizX-/.r>xi; , £>»ypxiixó;, ctpyj-sxTovvtó; , eppoyXvfixi; ,
concordando com o substantivo feminino subentendido
Tiyyr., arte. — Aries liberaes chamavão os anligos as que
ornavão o espirito o erão cultivadas por homens livres, c m
opposição ás que só excreião os escravo.\mas hoje se en-
8't ACA
tendem principalmente as c m que predomina o espirito,
como a pintura, a escultura, a archilectura, a musica, ele.
— Artes mecânicas ou humildes, antigamente sóde escra-
vos, são as que dependem do trabalho das mãos, laes são
todosos officiosfabris, a que os Gregos chama.vZox"PUM8>k
ou /S«VHUSO; «(x»i.—Bellas artes são as que nos suscitão ao
m e s m o tempo sensações, sentimentos e idéas agradáveis,
que se propõem imitar a natureza na sua maior per-
feição, laes são a poesia, a eloquência, a pintura, a esla-
tuaria, etc.
Mister, do latim minislerium, palavra mais usada anti-
gamente que hoje, é o m e s m o que officio mecânico ou fabril,
tal é o de ferreiro, carpinteiro, ele
Profissão é aquelle m o d o de vida que cada u m exerce
publicamente, e pôde ser mecânico ou d'oulro género.
A arte faz o artífice, o artista, o h o m e m hábil; o officio,
o operário e jornaleiro; a profitsão, o h o m e m aunia
ordem ou de certa classe; laes são os médicos, os cirur-
giães, os boticários, etc, que nem se chamão artistas,
nem são homens de officio. — O officio requer u m trabalho
material mecânico ou de m ã o s ; a profissão u m traba-
lho ou oceupação qualquer; a arle u m trabalho de enge-
nho , sem excluir nem exigir u m trabalho material.
Veja-sc Artífice.
114. —Articular, proferir, gironsmelar,
fallar.
Articular é pronunciar clara e distinclamcntc as sylla-
bas ao juntál-as-, proferir é pronunciar as palavras em voz
alta; pronunciar é expressar-se ou dar-se a entender por
meio da voz. — O h o m e m é o único animal que profere
palavras porque é elle o único que goza do dom de fallar
para expressar suas idáis. H a aves que articulão perfei-
tamente syllabas e palavras inteiras. A differença de cli-
mas e de costumes faz que os habitantes d'uma região não
facilidade.
sentido
possão
Graramaticalnsenle
pronunciar
pbys.o5parao que
fallando,
expressar
outrosarticular
pronuncião
a acção de
só instrumento
com
se toma
summa
em
AKT 85
vocal. Proferir não presenta outra idéa physica mais que
a de fallar e m lermos que seja ouvido e comprehendido
aquelle que falia; porém com u m a idéa moral de inten-
ção e de allenção. Pronunciar usa-se e m differentes sen-
tidos, porém com diversas relações, já physicas, já m o -
raes. — Ha articulações fortes e brandas, linguaes,labiaes,
palataes. ele — Não basla articular clara e distincta-
menlc, é necessário pronunciar bem, islo é, fazer soar as
palavras como fazem as pessoas bem criadas e doulas.—
Diz-se proferir blasphemias, doestos, etc, segundo se
quer designar a força ou valor que se intenta dar ás pala-
vras ou á harmonia das vozes. — D i z e m o s pronunciar u m
discurso, pronunciar uma sentença, para demostrar a
solemtudade do acto ou a autoridade da pessoa.
Fallar é dizer palavras d'um idioma, e neste senlido se
diz que fallão algumas aves a quem se ensina a pronun-
ciar palavras; taes são os papagaios e pegas. T a m b é m se
diz que estas aves articulão. — Fallar, tomado em sen-
lido mais rostriclo, significa manifestar suas idéas por
meio da falta, e neste sentido não diremos já que as aves
fallão ; porque não exprimem suas idéas com as palavras
que prommeião. — Articular usa-se também neste sen-
tido, e significa pronunciar dislinctamente as palavras
que juntas formão ou exprimem u m a idéa.
115. — Artífice, artista, operário.
As duas primeiras palavras são derivadas dears, que só
differem na terminação e na significação convencional
que modernamente se deo á segunda; a terceira vem de
opera, obra. — O que exerce u m a arte mecânica chama-
se artífice; o qne exerce u m a arte liberal chama-se ar-
tista; o que vive do trabalho manual chama-se operário
SVeja-se Arte). — Enlre opera&o e artífice devedar-sea
liffercnça que vulgarmente se dá enlre official e mestre
de officio. Estes raramente saem da rutina mecânica que
11. perfeitos
aprenderão;
as
arte,
vezmatérias
mais
emprega
históricas,
não
seuassim
de
talento
6eu
ophilosophicas,
artista,
trabalho \
a tirar resultados
eque,
ao que
ftcacão. 8 c em cada
instruído
senovos
referem todas
á sua
86 A SP

11C. — Arvorejado, uenaoroso.


A primeira é palavra moderna, muito bem derivada de
arvore, e significa terreno cm que ha arvores, que não é
calvo. A segunda é poética ealatinada, que vem de nemus,
bosque, mala, floresta ; e com a circumstancia da termi-
nação ahundanciosa, oso, designa terreno coberto de
matas, c m que ha muitrs bosques e florestas.
117.->— Asco, asca.
Asssim como a terminação distingue o género nestas
duas palavras, assim também d'clla depende a differença
que enlre cilas existe. — Asco ê a alteração do estornado
que nos causa alguma cousa que provoca o vomito, o nojo
c enjoo que nos causa o que é hediondo. — Asca, que é
asco e m sentido figurado, é a aversão, a m á vontade que
lemos a alguém talvez com desejo de lhe fazer damno. —
A primeira diz-se das cousas, e a segunda das pessoas.
— Homens ha que lêem asca a pessoas beneméritas, e
nenhum asco têem a cousas ascorosas e hediondas.
118. —Aspecto, vista.
A risía não é mais que a acção material dos olhos sobre
u m objecto ; o aspecto suppõe no objecto diveri is modos
de ser visto. — Pode ver-se u m a cousa de fronte, de lado,
por detraz, de alto a baixo, de baixo para cima; sempre
é a mesma cousa que se té, ainda que de differentes modos,
a que chamámos aspectos. Para julgar bem as cousas, é
mister vèl-as debaixo de todos os aspectos.
U9. — Aspirar, pretender.
Estas duas palavras indicão os esforços que se fazem
para chegar a u m a cousa, para obtêl-a. A primeira designa
qno estes eslorços se adulo sustidos n u m verdadeiro de-
sejo, c a segunda .que se apoião real ou primeiramenle
nos direitos, mç/ios ou justiça quealgucm crê ter. — O
ASS 87
homem que aspira a ter honras faz esforços proporciona"
dos a seus desejos; e o que pretende honras, é porque se
julga credor a ellas. — O aspirante a alguma cousa valc-
se para lográl-âde astucia, de arlificio, e de quantos meios
lhe snggerein seus violentos desejos; o pretendente mani-
festa francamente seus direitos, sejão bem fundados ou
não, e procura fazêl-os valer. — O que aspira alflige-se,
abalc-se se não consegue oque deseja; o que pretende fica
descontente, e queixa-se da injustiça que entende se
lhe fez.
120. — Assaltar, aceoimuetter.
Lançar-se sobre alguma pessoa ou cousa para fazer-lhe
damno, é a idéa que presenta a synonymia destas duas pa-
lavras ; com a dilferença porém que assaltar significa ar-
rojar-sealropellada e repentinamente, e accometter fazêl-o
abertamente e sem sorpreza alguma. — Assultur suppõe
que o inimigo está ou se crê seguro; accometter que lem
forças e esta prevenido para resistir. Assalta-seum campo
intrincheirado ou uma fortaleça bem guarnecida; ac-
commette-se o inimigo cm campo razo, e trava-se com elle
a peleja — C o m m u m m e n l e fallando não se necessita que
haja muitos para assaltar, pois basta accommetler impe-
tuosamente e de improviso a pessoa ou cousa. U m cami-
nhante é assaltado por u m ladrão, o qual instantanea-
mente o intimida, sujeita e rouba. O ladrão o accommette,
se lhe sai ao encontro e lhe pede a bolsa ou a vida.
A tempestade assalta, porque sobrevêm subitamente e
sem ser esperada.
121. — Assassiuo, matador, liomlcida.
Estas trez palavras, em sentido genérico, signifieão o
que mata a u m h o m e m ou a vários, consistindo a dilfe-
rença sono modo de execulál-o.
Entendemos por matador aquella creatura racional ou
irracional
semella, que, de priva
nifiluon qualquer
Porem circumserevendo danosmodo
vida que seja,
aoa outra
homenr\a com
;c"Wisu vozculpa
m lado ou
genérica.
cri-
88 AST
minai, diremos que é matador o que com premeditarão
mata outro, sem que haja mediado rixa nem ducllo
algum. — A o que matou ou pensou maíar á traição ecom
vantagem a u m que estivesse indefeso ou a outro mais
débil t[tie elle, chamamos-lhe assassino. — Homicida éo
que fez uma morle involuntariamente ou no caso de natu-
ral defensa. — O assassasinoè u m cobarde, que leni medo
de medir-se com seu inimigo-, o matador u m furioso que
mata sopeio bárbaro prazer de matar, ou talvez porestar
pago para isso; o homicida involuntário é u m desgraçado
que merece compaixão.
122. — Astro, estreita, eoiistellacâo.
Astro é palavra geral que designa todos os corpos ce-
lestes, isto é, o sol, a lua, os planeias, as estrellas e os
cometas. Estrella designa os corpos celestes que são lu-
minosos, que têem luz própria. Constellaçuo é o ajunta-
mento de certo numero de estrellas, ao qual se altribue
u m a figura e se dá u m nome, para o distinguir de outros
da m e s m a espécie.
Imaginarão os astrólogos que os astros Unhão influxo
no génio, temperamento, inclinações e alé na sorte dos
homens; e ainda hoje na linguagem poética, e na crença
vulgar, se conserva a m e s m a opinião. — Muitas vezes
estrella vem a ser synonyma de destino ou sorte. Alguns
autores crerão que todos lemos uma estrella que nos guia
ou domina, sem que lhe possamos resistir. Diz-se uma boa,
piá, feliz, desgraçada estrella. 1'orêm sempre que se traia
d'um influxo devemos empregar a palavra astro, assim
como a de estrella quando se falle de sorte inevitável. —
Constellação só se usa e m linguagem astronómica.
125. — Astrologia, astronomia.
Duas palavras gregas, formada a primeira de z^nç,
astro e '•-yó; discurso, e a segunda de ™róp, astro c »«$/»•«,
lei, regra. Parecem significar ambas a sciencia dos aslros
eu mdas
a notável
leis de scu>
diferença.
"movimentos;
Entende-se
o usopor
porém
astrologia
poz entrea sup-
cilas
AST 89
posta arte de predizer os futuros acontecimentos, valcndo-
sc para isto do aspecto, posição, influxo dos astros, t. se
chamava commummente astrologia judiciaria. Astrono-
mia é termo mais moderno e designa determinadamente
a verdadeira sciencia dos astros, que consiste no estudo e
conhecimento do ceo e dosphenomenos celestes, do curso
c movimento dos astros, etc. — O astrólogo conta o que
imagina ou julga sem fundamento scientifico, busca e acha
applauso no néscio vulgo; o astrónomo funda-se cm cál-
culos que não falhão, diz-nos o que sabe, por isso merece
a estimados sábios.
124. — Astúcia, subtileza, ardil,
arteirlce, sagacidade.
Em sentido recto e material se chama subtil um corpo
delgado, delicado e teime, e de conseguinte a subtileza
será a delgadeza ou tenuidade d'este corpo. E m sentido
melaphorico chamámos, por analogia, subtil ao h o m e m
agudo, engenhoso; aos pensamentos ou ditos mais agudos
que sólidos, lhos chamámos subtis; como também dize-
mos subtileza, por perspicácia de engenho, e subtilizar
quando se discorre engenhosamente sobre u m assumpto.
— Póde-se pois definir a subtileza, e m senlido moral, di-
zendo que é a qualidade d'um lalento perspicaz, o ijtial
examinando meudamente as cousas, observando as diffe-
rentes partes de que se compõem, as relações d'eslas
partes entre si, ou com o todo e com as circumstancias e
objectos exteriores, chega a conhecêl-as d'um modo mais
claro, positivo e exacto que aquelles que não gozão d'esla
qualidade; tendo sobre elles o que é dotado de engenho
subtil avantajem de poder-se djrigir melhor em todos seus
pensamentos e acções. — A subtileza é pois u m a quali-
dade boa e m si, ulil e apreciável, mas viciosa e delestavcl
quando se usa para m á o fim.
Aemprega
lambem
se
tença astúciae ém ufazer
de Camões:
se toma má abôa
subtiteza
damno manhosa,
parte, ecomo
fraudar.
.«vê que
A Algumasde ordinário
d'aqnellavezes
sen-
90 A Til
Pouco vai craclío, astúcia o sisa,
Se lá dos céus Dão vem celeste aviso.
(£u*.,II, 59.)

O ardil é a astúcia com que se quer lograr algum in-


tento, e se verifica deslumbrando e enganando, e sobre
tudo cobrindo com fingidas apparencias o mal que sequer
fazer. — A astúcia occulta suas intenções, o ardil seus
passos c seus meios; a astúcia adianta, sustendo-se na
subtileza; o ardil, no disfarce com que procede.
krteirice é palavra antiquada que significava astúcia
m á , enganosa, fraudulenta; sempre se tomava em má
parte — A arteírice consiste especialmente no artificio
e mentira com que procede o arteiro. — O astuto, quaiulo
eslá seguro de conduzir-te a leu damno, finge que te guia
a teu bem; o arteiro leva-te por veredas obliquas, que le
são desconhecidas, e nellas te anua laços e prepara embos-
cadas.
A sagacidade é a penetração de espirito que consiste
e m descobrir o que é mais difficil e occulto nos negó-
cios, etc.; também significa a astúcia com que se inven-
tão e tração os meios de conseguir alguma cousa, e se
pressentem os embaraços e descobrem os meios de os
atalhar.
12o. — Atonto , partícula.
Átomo é palavra grega, iiopo; (de « e Tt.uvw) e significa
corpúsculo indivisível. Partícula é palavra latina, dimi-
nutivo de pars. U m a e outra indicão as partes mais peque-
nas do corpo, que juntas o compõem; porém chamão-se
particularmente alamos anuellas partezinhas que suppo-
mos não podem ser já divididas ; e por partículas se en-
tendem c o m m u m m e n l e as parlesmais pequenas dos corpos,
consideradas como abstrahidas d'esta propriedade.
12G. — Atrabiliário, melancólico.
Eslas
língua,duas
têempai/ras, posto
o f.«esmo queetyuio.ogico;
valor cada uma tfellas deatra-
p-írque sua
ATK 91
bilis é palavra latina formada de ater, cousa negra, e bílis,
• bílis; e melancolia c palavra grega utAsiyx«A«a, formada
de JO.O; , cousa negra, preta, e XOX-Ò, bilis. Ambas perten-
cem em rigor á mcdecina, mas no uso vulgar da lingua
tom cada uma d'ellas significação figurada que as dis-
tingue entre si.
A melancolia é u m a grande e permanente tristeza, que
os antigos attribuíão á bilis negra, pela qual o melancó-
lico vive n u m desgosto e enfado continuo. Esta palavra
não presenta u m a idéa tão forte e exagerada como a de
alrabdiário, pois ha muitos gráos de melancolia, algum
dos quaes é tão débil que nada desagradável ou damnoso
apresenta; mas a alrabilis é sempre u m a terrível e pre-
judicial doença.
O melancólico acha-se de ordinário n u m estado de lan-
guidez e desassossego, que só vem a diíferençar-se ás
vozes do eslado ordinário da vida por carecer d'aquella
alegria que nasce do contentamento em que nos achámos
de nosso modo de ser ; mas o atrabiliário acha-se n u m
estado de angustia e inquietação que e m nada acha goslo,
e tudo lhe causa tédio e aborrecimento. A tristeza do me-
lan olico o faz sombrio e silencioso; a do atrabiliário,
feroz e como desesperado. — Compraz-se o melancólico
e m exercer suas faculdades mentaes na contemplação e
medilação das cousas serias, a qual lhe faz achar certo
prazer e agrado na solidão e no recolhimento dentro de
si mesmo para gozar, por assim dizer, do suave senti-
mento de sua existência, fugindo da turbulência das
paixões e dos prazeres tumultuosos que virião perturbar
o doce somno em que parece viver. Disse u m philosopho
que a melancolia era appetitosa, e assim é, que custa
muito a arrancar o melancoliw de suas solitárias medita-
ções. — Nada agrada ao atraoiliario; nem em sociedade,
nem
—pria
ao comsigo
cansado
A seu
doença
vida.
maior m eatrabiliário
s m oo pôde
de—soffrer;
doLentamente
auge. viver :a ser
atrabiliário
acaba
vem seusaborrece
ás\dias
avezes até sua
melancolia
o dá-se pró-
melancólico
a morte.
levada
92 ATR

127. — Atráz, após, depois.


Alrá indica a posteridade de lugar d' uma pessoa ou
cousa respectivamente a oulra, tanto no estado de quii ta-
cão como no de movimento. — Após tem o mesmo valor
mas só no estado de movimento. — Depois exprime a
posteridade de tempo. Mas como entre as idéas de tempo
e de lugar ha alguns pontos de contacto, toma-se o termo
depois e m alguns casos cora a significação de após ou
atráz.
128. — Atrevimento, ousadia, arrojo.
O atrevimento suppõe uma resolução da vonlade,acom-
panhada de confiança e m nossas próprias forças, por
conseguir u mfimárduo. — A ousadia suppõe o despn zo
das dificuldades, ou riscos superiores a nossas forças,
porém acompanhada d'uma excessiva confiança na for-
tuna ou na casualidade. — O arrojo não suppõe nenhum
género de confiança, senão uma cegueira com que leu e-
rariamente nos expomos a u m perigo, sem examinar a
possibilidade nem a probabilidade de sair bem d'elle.
U m loureiro é naturalmente atrevido, e o deve á fun-
dada confiança que tem e m sua habilidade e ligeireza.;
porém se, apartando-se das precauções communs eonl e-
cidas da arte, se empenha, por vaidade, numa sorle arris-
cada, dizemos que é ousado, porque despreza com exces-
siva confiança u m risco superior aos meios, que pode
naturalmente empregar para sair bem do lance, enire-
gando-se demasiado á fortuua ou á casualidade. Se picado
dos desprezos do concurso, cego de cólera e despeíio,
expõe temerariaraenle stá vida numa sorle contra leda
probabilidade de sair bem d'ella, dizemos que é arrojado,
que é u m arrojo o que faz, porque não o move a isso a
confiança que tem e m sua destreza, nem o que pódc dar
de si a fortuna ou a casualidade, senão u m a cega precipi-
desprezado
lidade
tação, que
deficar
lhe
ecs^.rnecido.
faz/brio
preferir,
naVcja-se
naquelle
praça oá momento,
artigo
vergonha
seguinte.
a de
probabi-
verse
ATT 93
129. — Atrevimento, arrojo, audácia,
descaro.
Posto que atrevimento lenha a significação nobre que
acabámos de ver, com tudo toma-se quasi sempre á m a
parte, como acção despejada para mal, faltando ao res-
peito, ao dever, ele O mesmo se diz de arrojo, que é u m
atrevimento arrojado.
Audácia é o mesmo que ousadia segundo a etymolo-
gia,pois ambos vem de audeo, ousar; mas, como palavra
culta, parece conservar mais a força que tinha na lingua
latina e m que representava, segundo Ciccro, a acção em
que u m h o m e m se expunha ao perigo por vaidade ou ca-
pricho e não por utilidade c o m m u m . No sentido moral é
o mesmo que despejo, ou atrevimento descomedido.
Descaro ou descaramento é mais forte que as prece-
dentes tomadas em senlido moral; nunca se toma em boa
parle senão e m péssima e detestável, equivalente de desa-
vergonhamento, impudência, desaforo, falta absoluta de
pejo, de respeito ainda com as pessoas de maior conside-
ração.
O atrevimento eo arrojo suppõera valor e segurança,
a audácia elevação de idéas, o descaro falta de morali-
dade. — Descaro diz muito mais que audácia, e audácia
ás vezes mais que arrojo. O homem descarado não lem
moralidade alguma; o audaz carece de respeito e de re-
flexão, assim como o arrojado de temor.—O amor da ver-
dade pôde levar-nos alguma vez a fallar com atrevimento,
e ainda com arrojo, mas não deve nunca degenerar em
audácia, ainda menos e m descaro que só é próprio de
gente desavergonhada.
130.—AttencSo, reilexáo, percepção.
O acto pelo qual a nossa alma attende a um objecto e
busca conhecêl-o e considerai o, chama-se atlenção, se
ojectos
ções
objecto
dasão
consciência,'chama-se
éinternos,
externo, como
como as
os idéas,
corpos;
reflexa^—
o.(\as
se ovarias
kobjecto
percepção
modifica-
ou ob-
é
04 ATR
a faculdade de perceber os objectos reaes, como definem
os philosoplios modernos. Diflére das duasprecedenles em
que esta é faculdade primaria, pela qual alcançámos o con-
cebimentoda verdade; as oulrassãofaculdadessubsidiarias.
A differença que se dá enlre a percepção e a reflexão,
segundo Rosmini, é esta. A percepção limila-se ao ob-
jecto percebido, não vai fora d'elle; a reflexão ao contra-
rio é, como está dizendo a palavra (de re e flecto, dobro
segunda vez), u m redobramenlo da minha altenção sobre
as cousas percebidas; d'aqui vem que elle não se limita
aos objectos de cada uma das percepções, mas pôde dif-
fundir-se sobre muitas percepções, ao mesmo tempo, e de
muitas percepções com suas relações fazer u m só objecto.
A reflexão pois respectivamente á percepção é geral, por-
que tem por objecto quantas percepções ella quer, sendo
que a percepção a respeito de mareflexão correspondente
é particular. Assim que a reflexão poderá chamar-se uma
percepção geral, isto é u m a percepção de muitas percep-
ções. Quando penso no estado do minha menle, e passo em
rezenha as idéas que nclla se achão, á cerca de tal ou tal
objecto; quando digo era mim mesmo : «Possuo esles co-
nhecimentos;» quando disponho d'esles meus conheci-
mentos pelo raciocínio, os ponho em ordem, os comparo,
o deduzo uns dos outros, etc, eulão é que eu reflicto, e a
minha reflexão será tanto mais importante quanto for
maior e mais aturada a contensão de meu espirito.
151. Atientado, crime, delicto.
D'cslas Irez palavras a mais genérica é delicio, que in-
dica transgressão de dever, qualquer acção ou comuiissão
externa, imputável, contra as leis humanas. — Quando o
delicto demanda a vindicta nublica, eécomo tal designado
nas leis criminaes, e por ètflas punido, toma o nome de
crime. — Quando o crime é ura excesso grave que olfende
as cousas mais sagradase respeitáveis pertencentes á ordem
crimes;
assassinato,
social,chama-se
pai, são grandes/
opprimir
tiraratientado.
a-.;-m
'tentados
a seus
marido

concidadãos,
contra
Usua
m mulher,
roubo,
os mais
commelter
uma
u msagrados
filho
traição,
a seu
um
di-
são
ATT 95
reitos da natureza c da sociedade. — N e m todos dtçrimês
sa~o atlentados, porque nem todos altentão aos direitos
sooiaes; porém todos os attentados são crimes porque
commovem a sociedade em seus princípios funtlamentaes.
O fazer traição a u m amigo é crime, o dar-lhe morte é
atientado. o assim será este u m crime atroz e o maiscon-
Irario á ordem publica.
132. — Aitcstar , certificar.
Por estos dous modos pôde uma pessoa mostrar que
está certa d'um facto e quer que os oulros o acreditem;
mas aquelle que attesta falia como quem foi testemunha
de vista ou de ouvido; e o que certifica dá testemunho da
certeza do facto sem declarar a origem da certeza. Q u e m
attesta certifica, mas quem certifica nem por isso at-
testa, porque pôde não ter sido testemunha do facto. —
U m a autoridade publica, u m superior, attesta que u m
empregado, u m subalterno c h o m e m honrado, tem bons
costumes, cumpre exactamente os seus deveres, porque o
presenceia ou está d'isto informado por seus immediatos.
U m magistrado, u m parodio u m secretario d'uma repar-
tição, certificão a verdade d'um facto que se acha regis-
trado em seus livros, sem que fossem testemunhas d'ellc.
— O (Atestado ou attestação é uma recommendação of-
ficiosa a favor d'uma pessoa; a certidão c u m instrumento
que faz fé e prova facto.
135. — Atticismo, urbanidade.
Chamavão os antigos atticismo á delicadeza e bom gosto
na linguagem, qualidade que fazia sobresair ©* Athenien-
ses enlre os demais Gregos; no m e s m o sentido o enten-
demos ainda hoje, fallando de estylo culto ou esmerado.
T a m b é m conservámos dos antigos a palavra urbanidade,
que indica a esmerada linguagem da gente da cidade, ou
capital. Quintiliano diz que a urbanidade consiste em que
as
hajacousas
ncllasque dizemos
nada sejão dilas
dissonante, e m i \es termos,
nem grossAro, quetri-
baixo ou não
96 ATT
vial, n e m que toque com palavras, phrases, pronuncia c
lom de algumas províncias.
É mais extensa a significação de atticismo, pois coru-
prehendc todas as graças d'um estylo ligeiro e correclo;
sem embargo, o atticismo limila-se só á linguagem, e a
urbanidade se exlende ás acções e maneiras. Neste sen-
tido é que geralmente se usa* e e m rigor naquelle só se
poderá usar falando dos antigos Romanos, de cuja cidade
urbs vem urbanidade, assim com do de Attica ATTUO. vem
atticismo àTT(x«sp.c;. Vcja-sc Urbanidade
154. — Attitude, postura, getío.
No desenho, pintura e escultura nsa-se da palavra atti-
tude para indicar uma postura expressiva; applica-sc
pois asfigurasanimadas quando são destinadas a expri-
mir sentimentos, paixões, ou estados do homem. — O es-
tado do corpo relalivamente ao lugar, o acto de estar, ou
de se presentar chama-se postura. — Seajwsíwraéapta,
accommodada, conveniente para algumfim,bem lançada
e m seu ar, dá-sc-lhe o nome de geito, que exprime mais
que postura e é mais vulgar que attitude.
A differença que hoje justamente se faz entre attitude,
que é termo de artes, e postura que é expressão genérica,
não era conhecida de nossos bons escritores, pois Camões,
na magnifica descripção do gigante Adamastor, onde cer-
tamente cabia b e m a palavra attitude, diz:
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonlia e m á
(Lus. , V , õO.)
E nas Rimas, Ode 10. *
O gesto bem talhado,
O airoso inenco e a ;>osfura.
E Mousinho no Affonso Africano, canto VIII.
Os olhos p'T. no campo, c divisava
U m mour/<i)«a por lura e scurança

f
ATT 97
135. —Attracc&o , gravidade.
Oaulor dos synonymos da lingua portugueza dá como
synonvmas eslas duas palavras, mas e u m erro manifesto,
porque, segundo elle mesmo define, a attracção é uma
força invisível que ha na natureza, que solliciia todas as
moléculas da matéria a approximar-se umas das outras
debaixo de cerlas leis; e a gravidade é, como todos
sabem, u m a qualidade dos corpos que se sente e distingue
por si mesma e que lambem se chama vulgarmente peso.
Que synonymia se pôde pois dar entre uma força invi-
sível espalhada na natureza, e uma qualidade sensível
inherente aos corpos? (Veja-se o artigo seguinte.)
156. —Attracção, gravitação, adhesão
ou c o l i e e ã o , a f f i n i d a d e .
Palavras seienlificas com que se exprimem as differenlcs
maneiras por que se manifesta essa força invisível que ha
na natureza chamada attracção, e a relação que os corpos
ou suas partes têem entre si.—Quando ella exprime a ten-
dência tpie têem os graves para os seus respectivos centros
de gravidado, chama-se gravitação; tal é a dos planetas
para o centro de suas orbitas, que também se chama at-
tracção planetária. — A attracção que se dá quando os
corpos se loeào, e só tende a mantêl-os adunados, deno-
mina-se adhesão. ou cohesão. A que se exercita sobre as
Ultimas moléculas dos corpos, recebe o nome de affini-
dade, attracção chimica, ou lambem attracção decom-
posição.
157. — Attractivos, embellezo ,
encantos.
Assim como os corpos se attrahem mutuamente por
uma força oceulta que chamámos attracção, assim lam-
bem os entes animados têem certa leniUmcia uns para os
oulros
II.com que se buscão e desejão uin^Vse
^ : 9 nislo con-
98 ATT
sistevn os attractivos. A formosura, a graça no semblante,
a meiguice na conversação, os carinhos, agasalhos, afiV
gos no traio, são aitractivos que concilião os affeclos,
attrahem a vontade, e muitas vezes arrastão o coração.-
Embellezo não é palavra que tenha autoridade clássica,
mas é mui apta, e por ventura necessária, para exprimir
o cmbobecimento, a suspensão do animo .quando attenlo
considera cousa mui bella e maravilhosa. É o effeilo que a
formosura produz e m nossa imaginação,c ás vezes em nosso
coração. — Os encantos consistem principalmente no en-
gano e illusão dos sentidos á cerca do objeclo que nos
encanta. — Os attractivos inspirão a inclinação; do em-
bcllezo nasce o desejo; os encantos produzem o paixão.
158. — Attribuir, imputar.
Estas duas palavras exprimem a acção de applicar a
alguém u m a cousa, dando-o por autor d'ella; mas difle-
renção-seem que attribuir é dar alguém por autor d'unta
cousa por u m a prelenção vaga ou simples asserção, e im-
putar é atfribuir-lha applicando-lhe logo o mérito ou
demérito da acção. E m geral diz-se attribuir fallando das
cousas mesmas, e imputar fallando do mérito d'ellas. —
Attribue-se u m a obra ao que se crê ser autor d'ella ; im-
puta-se u m facto aquelle que cremos ser causa maisou
monos remota, directa ou indirecta d'elle. —Attribue-se
a ruina dos impérios aos conquistadores, porque chegãoa
completál-a ; e deve imputar-se aos máos governos, por-
que forão a causa principal. — O s legisladores antigos
attribuião suas leis aos deoses com quemfingiãoestarem
communicação.A maior parte dos defeitos dosfilhospodem
imputar-se aos pais por não saberem dar-lhes boa edu-
cação. — Algumas vozes atlribuimos as cousas com li-
geireza; outras imputamo-las arbitraria e caprichosa-
mente. Para attribuir, basta que a cousa seja provável;
para imputar são necessárias provas. A opinião attribue,
c/sempre
a parcialidade
rculcmenle máof emimputa.
c m tanto — Attribuir
b o m como loma-seimputar,
e m m ã o senlido; imhífe-
AUS 99
15í). — Auginentar, acreeentar.
O segundo ó o meio, o primeiro é o resultado, Para
augmentar acrecenta-se; acrecentando se augmenta.
— Augmentei o numero dos livros da minha bibliolheca,
porque acerescentei alguns que m e fallavão. E não se
diz: Acrecentei o numero de livros, porque o augmentei.
O augmento é sempre effeilo da addição ou addita-
mento, e este é o meio porque o augmento se verifica.
U m ricaço augmenta suas rendas acrecentando novas
propriedades as que já tinha.
140. —Austero, severo , rigoroso.
A austeridade consiste em nos sujeitarmos a regras
rígidas na maneira de viver, observando-as estreitamente
e sem delias nos separarmos. Ainda que a austeridade se
toma geralmente em sentido de aspereza e rigorosa vir-
tude, como lambem de mortificação e penitencia, sem em-
bargo, como depende muitas vezes do temperamento edo
género de vida que muitos não poderão deixar de levar,
acontece que homens que não fazem profissão de virtude
c que são malvados lêem costumes mui rígidos e austeros.
— A austeridade antes se refere a nossa conducla com
nós mesmos, que com os demais; sem embargo, u m génio
austero e rígido lambem costuma sêl-o com todos, e mais
com os que d'elle dependem. LaBruyèrediz, que u m phi-
losopho austero e de génio áspero espanta a todos e faz
como aborrecivel a virtude.
A severidade exerce-se de ordinário antes com os de-
mais que commosco ; bem que os homens severos eostu*
m ã o ser puntnaos e exactos n* cumprimento de suas
obrigações. O severo não manifesta condescendência al-
guma. Se appliearmos esla palavra aos princípios ou
causas, indica cerlo caracter virtuoso, e se a appliearmos
ás
os acções
suecede
com oindica
outros, são extremada
contrario.
a equidade.—Muitos
austeros rigidez,
Mãohomens, pouco
Dodêmossem
comsigo conforme
deixí\de
mes.Vs;
sovem ás com
vezes
eadmirar
severos o
m outros
100 ALT
h o m e m austero, nem de temer o severo. — A austeri-
dade chega a converter-se e m habito, c a «eueridadeoé
por caracter e princípios.
O h o m e m rigoroso tudo exagera, c nada contenta sen
excessivo rigor. O h o m e m severo não se aparta nunca de
seus princípios, ao m e s m o tempo que o rigoroso os leva a
u m extremo mais prejudicial que útil.
A austeridade comsigo m e s m o não é incommoda a
ninguém, a severidade para com os oulros pôde ser obra
da virtude ou do vicio, por isso sempre é temida; lodos se
virão contra o rigor pelos excessos a que de ordinário
arrasta.
141. — Autor, escritor.
Chama-se autor ao que publica uma obra lítleraria que
elle compoz, pois esta palavra se refere unicamente ápro-
ducção ou composição d'um escrito. Só fallando de estylo,
se-diz u m escritor. Ha autores bons e máos, e o mesmo
acontece com os escritores. N o primeiro caso só sealtentle
ao mérito da obra ; no segundo considera-se o modo como
está escrita. — D'aqui resulta que u m m e s m o sujeito pode
ser b o m escritor o mániiuror,- isto é escrever correcta-
mente, com elegância, e dizer cousas superficiaes e de
nenhum mérito. Ao contrario pôde ser b o m autor e não
b o m escritor,- isto é haver composto u m a obra cheia de
úteis investigações e sólidos raciocínios, porém escrita
com estylo obscuro, sem ordem nem methodo, e cheia de
erros grammaticaes.
142. — Autoridade , potíer, potestade.
Toda a autoridade vefi de Deos, e esta é limitada como
seu poder. A natureza e as leis derão ao pai autoridade,
e m algumas nações quasi illimilada, sobre seusfilhos;um
soberano, segundo as constituições dos differentes povos,
lem maior ou menor autoridade sobre sons súbditos.
porém sempre limitada pela religiiío, pelas leis, o pelos
costumes, ainda Cos moral
uma antortdafi,. governos
e é mais
a quedespóticos.
exerce o hHa
o mlambem
e m vir-
AUT 101
tuoso e honrado sobre os seus similhantes, o homem bené-
fico sobre os que favorece c enche de benefícios. A auto-
ridade do lalenlo, da razão e do juízo tem predomínio
sobre nosso entendimento; a autoridade das provas e
das testemunhas decide as causas e os pleitos em juizo; e
a dos monumentos, dos autores, c sobre tudo da razão, é
quem decide nas matéria de critica. — Toda autoridade
suppõe uni superior que manda ou intlue, e u m ou muitos
inferiores que obedecem. Cessa a autoridade quando
cessa a submissão e a obediência, se não tem o apoio da
força. Sc os súbditos se rebelião, acabou a autoridade do
soberano se com força a não pôde sustentar; será quando
muito uma autoridade de direito mas não de facto.
O poder resulta da combinação de forças physícas e
moraes, por meio das quaes uma pessoa se faz superior a
outras, inlluindoem suas acções e e m sua vontade que di-
rige, como lhe apraz e convém, alé ao ponto onde podem
chegar suas forças. — O amor dos povos e a confiança
que lêem e m sua justiça e rectidão é o maior apoio iía
autoridade dos soberanos e de quantos mandão. Quando
é mister recorrer á forca para sustentar o poder, acha-se
este tanto mais em perigo quanto cresce o ódio á medida
que aquelle se exerce, pois lodo poder tem seus limites
alem dos quaes não pôde passar sem destruir-se a si
mesmo.
A potestade nasce d u m poder legal que a sustenta,
que não ha potestade sem jroder. — Os nossos clássicos
usão muitas vezes d'esta palavra com a significação geral
de poder, forças; mas de ordinário não usamos d'ella se-
não fallandodas pessoas que têem poder, divinas, angélicas,
e humanas. Vasco da Gama, espantado da horrível figura
que lhe apparecêra, pondo os olhos no céo exclamou :
O' potestade sublimada t
143. — Avarento, cobiçoso.
Athesottrar,
avareza ée para
propriamente
isto, comoa meio
ânsiamais
\Ve «Vil
guardar,
e seguro,
de en-
nada
102 AVE
ou pouco gasla o avarento.—O cobiçoso deseja adquirir*
que outrem ja possue, mas para outros fins que não tem
o avarento. — Pôde o cobiçoso ser liberal, magnifico t
até pródigo ; o avarento é apoucado, mesquinho, deslm-
mano, é u m monstro da natureza.
144. — Aventurar, arriscar.
Aventurar é pôr uma cousa á ventura, confiál-a á
sorle; arriscar e pôl-a emrisco. O primeiro indica uma
perfeita incerteza do suecesso, e suppõe igual probabili-
dade ou possibilidade de ser bom ou máo. O segundo in-
dica não só contingência mas proximidade d'algunt damuo.
— Q u e m joga com u m jogador igual aventura-se a per-
der ou ganhar. Q u e m joga com u m jogador mais hábil ou
conhecidamente afortunado, arrisca-se a perder.
14íí. —Averiguar, verificar.
Averiguar, na sua significação mais extensa, é tentar
achar a verdade, examinar a verdade de qualquer questão,
e neste sentido o usou Vieira, dizendo : ° É curiosidade
digna de se averiguar a razão por que, etc. » (II, 292).
T a m b é m significa entre os clássicos provar, demonstrar
d u m m o d o convincente que u m a cousa é verdadeira.
Terificar é valer-se dos meios necessários para con-
vencer-se de que u m a cousa é verdadeira ou exacta. Fazem-
m e uma bella descripção d'um sitio ameno, vou võl-o,
examino-o com altenção e verifico a exactidão do diclo.
Duvido da exactidão d u u i data, vou verificál-a na Arte da
verificar asdalas, ele—Ferifica-se aquillo de que havia
presumpção ou anituncTo^que aconteceria; quando temos
certeza de que u m a cousa é tal como se disse, aeba-se
averiguada.
146. — Aviso, aunuucio.
Duas palavras ;uiito usadas em nossos diários e perió-
dicos, e que porventura se confundem, mas que entre si
differem. — AV/hO é noticia dada a alguém sobre cousa
AVI 103
que lhe interessa, e muitas vezes proveniente de autori-
dade publica e m matéria administrativa ou contenciosa.
— A n n u n c i o é noticia ou nova que se dá, não a pessoas
determinadas, senão ao publico. —Avisão-se as pessoas
de ou sobre cousas que as interessáo; annuncião se cou-
sas ás pessoas para que tenhão d'ellas noticia.—Os juizes,
os magistrados, etc, mandão pôr avisos nos papeis pú-
blicos; os mercadores, artistas, editores de livros, etc,
mandão fazer annuncios de suas fazendas, e obras. — Sá
cm folhas volantes se lem os avisos,- as esauinas estão
muitas vezes cobertas de annuncios.
147, — Avistar, olhar, ver, esguardar,
enxergar, lobrigar, divisar.
De lodos estes modos exercemos uma das mais Delias
funeções de nossa existência, a vista, mas cada u m delles
tem sua particularidade, que é mister não confundir.—
Quando chegámos a ver algum objecto, o alcançamos com
a vista estando longe, ou o encontrámos com os olhos no
meio da multidão, avistamo-lo.— Quando lançámos os
olhos semfimdeterminado, e só fazemos uso do órgão da
vista, olhámos.—O effeilo de nosso olhar, é o vermos;
islo é approhendermos com a vista o objecto a que lançá-
mos os olhos, e percebermos inlellectualmente o objecto
externo que fere o nosso órgão da vista. — Esguardar é
palavra antiga e assaz expressiva que indica o olhar e o
ver altenlamenle, ver examinando e reflectindo : este verbo
representa mais a atlenção da mente e m considerar que a
dos olhos e m ver. — Enxergar é ver apenas ou c o m
difficuldade; perceber com os olhos o objecto sem distin-
guir suas partes. C o m o elle se differença de ver, mui bem
no-lo explicou o nosso poeta naqiiella formosa estancia,
e m que descreve a tromba marinha :
E u o vi certame' te (e não | resumo
Q u e a vista m e enganava) levantar-ie
NSe
o do
li ar
Daqui
Dos
Da ulevad'>
ria. m13o
matéria
olhos
ventovaporzinho,
facilmente
das
trazido,
delgado,que
u mnuvens
cano eao
subtil
rodear-se
nâi
parecia.fumo,
enxrrgar-ie
polo
podia:
<Lus.,
ls u mV,
m o19.)
V\i 4^
104 r,\n
Lobrigar, que não cremos venha de lubrii o latino, se-
não de labrego, palavra castelhana, que significa escuro,
tenebroso, é avistar ou entrever no meio de escuridade
ou confusão.—Divisar é ver discernindo, distinguindo,
conhecer distinclamente, ver cousa difficil. Neste sentid
o usou Camões na Ode 6 a :
Dos olhos o virar
Q u e torna tudo raso,
D o qual não sabe o engenho divisar
Se foi por artificio, ou feito acaso.
148. — Bailia, golfo, eiiseadtc, angra,
ai»ra, calheta, esteiro.
Todas estas palavras signifirão aquelle menor ou maior
seio de mar que se forma quando elle penetra nas leiras.
O maior de todos é o golfo, pois é u m braço de mar,
que se metle pela lerra dentro, ficando fechado todo era •
roda, menos pelo lado da embocadura. Ha golfos quelór-
m ã o Ião grande seio que alé ás vezes tomão o nome de
mares, como são o mar Báltico, o Mediterrâneo, o mar
de Marmara, ele. Os golfos naturaes estão separados do
Oceano por limites que lhes são próprios, e sem mais
communicação com o mar a que pertencem que algum
estreito, isto é por u m a ou varias aberturas mais aper-
tadas que o interior do golfo. Assim suecede com o
Mediterrâneo que não tem communicação com o Oceano
senão pelo estreito de Gibraltar, e com o mar Koixo
ou Vermelho, que communica c o m o Oceano pelo de
Babelmandel. D a m o s também, ainda que impropriamente,
o nome de Golfos áquellas extensões de mar de mui larga
e aberta entrada, que jor tanto formão parte e continua-
ção d'elle, como o golfo de Gasconha, o de Leão, etc. —
O golfo tem figura alongada e mui larga embocadura.
A bahia é menor que o golfo; é aquella porção de mar
que se inlromette na costa porembocadura estreita, que se
alarga
trional,a
forma
A enseaddi
no
por
dainterior;
Aio
Ba'iae
mais
teraembocadura
lai
dopequena
Rio
é a de
deJaneiro
Hudson
que
propriamente
a no
bahia,
naimpério
America
e differe
dita,
dosepten-
Brazil.
pois
na
IS Al 105
se intrometle na cosia afleclando a forma de arco de cir-
culo. — D'aqui se vê que o n o m e de bahia de Cascaes e
de Lagos não é exacto, e que só o n o m e de enseada se
pódc rigorosamente dar áquellas paragens sinuosas; nao
assim a de Vigo que é verdadeiramente bahia.
Angra é enseada pequena, alongada para o interior
da costa.
Abra é angra com ancoradouro em que entrão as em-
barcações sem dependência de maré.
Calheta (diminutivo de calha) é angra pequena, e tam-
bém quebrada do recife que dá passo a embarações de pe-
queno porle.
Esteiro é braço estreito de mar entre a cosia e o recife
ou qualquer outra posição.
Nos golfos e bahías navegão navios de alto bordo;
acolhem-se asambarcações ás enseadas para se abrigarem
dos ventos contrários, das tempestades; nas angras, abras
e calhetas entrão e fundêão navios menores; pelos estei-
ros navegão barcos de earreira e de transporte.
149. — Baile, dansa, folia.
Não defendemos a etymologia do verbo bailar de
/3a);íçw, saltar, mas é certo que ao que nós chamámos
bailar chamavão os latinos saltare, saltar, dar saltos; e
na verdade quem baila dá saltos, e faz movimentos de
corpo mais ou menos compassados, com mais ou menos
ligeireza. — A lingua frauceza, mais pobre que a nossa,
tem u m só termo para significar estes movimentos, que é
o substantivo danse e seu verbo danser ,• a nossa porém
tem trez quedeterminão as idéas accessorias d'estes sallos
e movimentos. — Baile é nome genérico e vulgar, e só
exprime a acção physica de bailar. Dansa é palavra mais
nobre e designa particularmente^ movimento regular do
corpo e seus membros ao compasso e tom de musica.
Folia, como a palavra de origem franceza (folie, lou-
cura)
semelha
deiro odoestá
selvagens
moçason dizendo,
adnfe,
ápovo
á dansa
sombra
em
enlre
das
suaséfrondosas
uma dansa
devarias
baecharites.
festas rápida
pessoas,
c reuniões,
arvores, taoV )som
— cantando,
BaÁlão
iVZuo os
som
quedemesmos
osmoçospan-
derus-
se as-
e
106 ARI
ticos instrumentos-, dansão os cavalheiros c senhoras
nobres cm suas saias; fazião-se antigamente folias por
occasiões de alegria publica.
O bailar é u m â espécie de instinto nas crealuras ra-
cionaes; e assim como os animaes reloução de conlentes
e alegres, os homens bailão por alegria e diversão. A
dansa é u m a arte similhante á que enlre os gregos se
chamava Ipwmxii, que não só dá regras para mover o
corpo e os membros a compasso, senão para a maneira
do pisar, ler o corpo em elegame postura, c fazerascor-
tcziase mesuras que a boa educação prescreve, e por isso
é própria de gente nobre e cavalheira. A folia indicava
n'oulro tempo (que hoje é palavra antiquada), certo modo
particular de bailar, talvez similhante ao que hoje cha-
m ã o conlradansa, mui alegre e festivo, e m que os mesmos
reis não duvidavão tomar parte, pois d'KI Rei D. Pedro l
sabemos que tinha gosto particular de bailar a folia, em
que era muito eminente, executando concertadamente
todos os movimentos, ora mais rápidos ora mais graves
ao som de flautas. Nodia e m que armou cavalheiro D. João
Affonso Telles ãansou em publico com seus corlezãos,e
dizia a lodos : « Eu assento que nada fica mal á Majes-
tade, quando se traia de honrar a virtude. • (Anecdot.
Port., t. II.)
ISO. —Baixo, vil.
Palavras que presenlão a idéa de desprezo, posto que
com differentes aspectos. Segundo aopinião coinimuii, a
palavra vileza ou envilecimento indica a obscuridade ou
menospreço e m que as circumstancias nos tizerão nascer
e viver, ou por nosso procedimento ou olficio, o queé
causa de que lodos nos humilhem, desprezem e não se
dignem fazer caso de n"s. T a m b é m a palavra baixo se
dirige ao nascimento, á classe, ao destino e ainda ás vezes
aos procederes : ludo isto não nos envilece, porém sim
nos
iião
reda
tureza
Aos
humilha,
téein
razão.
olhos
nada
o verdadeiro
Sorvido
pcfjuz
doe abate.
verdadeiro
baixo
éerealmente
solido
nem
philosopho,
vil
fundamento
desprezível,
em siestas
: oque
expressões
uso
pois
exige
e as
a na-
cir-
a
I!Al 107
òumstancias causao estas ignominiosas differenças. O
envilecimento depende antes muitas vezes dos outros que
de nós mesmos. A baixeza não está no homem, senão na
sua sorte, c por sua honrada vida e bons costumes poderá
encobrir a baixeza de seu officio. O filho d u m lavrador
co d u m rei tão desprezíveis são u m como outro ao nasce-
rem ; porém ambos, ou algum delles, poderão fazer-sc
laes por seus vícios ou m á o proceder. Não era baixo
aquclle Romano que deixava o arado para por-se á frente
dos exercilos e defender sua pátria, porém sim o era, e vil
e desprezivel, com Ioda a nobreza de sua prosápia e a
grandeza de sua dignidade imperial, o lyranno Nero por
seus torpes vícios e seus loucos e cruéis procedimentos.
Quanto mais elevada é a dignidade d'uma pessoa, tanto
mais baixa e desprezivel se faz, se não sabe suslentál-a;
pois o homem só é grande por suas acções.—Fis são os ho-
mens quando se vendem ou prostituem. — Baixo é o
h o m e m que abale sua dignidade, e vil o que perde a eslima
dos outros c ainda a sua própria. — Baixo é o que por
cobardia soffre injurias de outrem; e mui vil o que as
soffre contente, por seu interesse e com o fim de fazer
fortuna por meios indecorosos. — O descarado adulador,
que nem animo tem para saber callar, é baixo s e o mais
vil dos homens é o que vende sua honra e sua consciência
para adquirir dignidades e riquezas. — Todo o vicio é
baixo e desprezivel; porém chamámos particularmente
baxos aquelles que não suppõem vigor nem energia,
como v. g., a avareza. São particularmente vis os que
deshonrão e infamão, convertendo ao homem numa besla
malévola, feroz eestúpida, como costuma suecederna em-
briaguez.
Chamámos officios baixos aquelles que só exerce a gente
miserável e abandonada, como al^imas oceupações mecâ-
nicas, que não exigem mais que u m trabalho material e
execução,
nenhum
fames
desprezível,
nenhuma emtalenlo,
conta;
seu
e entregue
e mproceder.
razão
enem
chama-se
deinslrucção,e
de(Veja-sc
ordinário
servil
sujo,
oo exercício
asegtuMe.)
por
gentes
feroz
isso
etidas
que
brutal
sãosepor
tidos
tem
na in-
sua
por
em
108 BAI
iol* — B a i x o , inferior, trivial,
desjirezlvel.
Os dous adjectivos baixo e inferior indicão uma cousa
que eslá a baixo; porém o primeiro parece referír-seá
altura e á elevação, e o segundo á ordem. O quarto baixo
é o menos alto'ou elevado da casa, e o quarto inferior
6 propriamente o que tem u m ou muitos e m cima.
A palavra baixo applicada ao preço de qualquer merca-
doria corresponde com a de vil, ainda que com a diffe-
rença que vamos a indicar. Diz-sc que u m a cousa está por
baixo preço quando custa menos do que custava d'anles, c
que está por preço vil ou arrastado, quando todosades-
prezão, e tem que dar-se quasi por nada.
Applicadas as palavras baiars e trivial á litteratura, diz-
se d'aqucllas composições rasteiras e vulgares que care-
cem de elevação e nobreza. Chamámos idéas baixas as
que a opinião e o costume fazem ter por laes; do que re-
sulta que u m a idéa pôde ser baixa n u m a nação ou epoclia
e não o ser c m outra. São triviaes todos os pensamentos
e phrasescommuns que andão, por assim dizer, debaixo
dos pés de lodos e en fastião á força de repetíl-as. Pode
u m a idéa ser baixa sem ser trivial, e ao contrario; cila
é baixa quando em lugar de representar-se nobre e ele-
vada só se refere a objectos vis, desprezíveis ou que por
taes são tidos; e é trivial quando se ha repetido muilis-
sirnas vezes e anda na boca de Iodas as classes do povo.
A phrase ou expressão é baixa quando recorda idéas
contrarias ao decoroT á decência, aos bons costumes, ou a
cousas oppostas a u m a linguagem fina e esmerada, sendo
ellas por si desprezíveis e repugnantes; e chamámos tri-
vial a u m a phrase quaicvlo só a usa a plebe, ou a classe
mais inferior do povo. — Ha expressões que são baixas
e m poesia e não e m prosa, sobre tudo e m discursos sin-
como
estado
caracter
gelos
Desprezivel
em
eefamiliares;
meverso.
mq ulodos
e Atâudo
acha,
osporém
estylos
que
merece
por
a eexpressão
ési,
desprezo.
tãopelas
mal trivial
recebida
circumstanciasou
—Diz-seguarda
cmdas
prosa
pes-
seu
BA1 |0(J
soas e das cousas, c no sentido moral é expressão mais
forle que baixo, inferior e trivial.
lo2. — Baixos,baixios, aSfaffiies, gmrceis
restiisgas, syrtes.
Todas estas palavras indicão ccrlas paragens no mar»
ordinariamente perto das cosias, c m que elle é pouco
fundo, e offerece perigo aos navegantes; mas cada tuna
d'ellas designa u m a circumslaneia particular pela qual
devemos dilferençar as differentes cousas que ellas repre-
sei) tão.
Baixos é palavra genérica que indica paragem no mar
cm que ha pouco fundo, o que muito bem se explica pelo
termo francez bas-fond; mas não indica se o fundo é de
areia, de vasa, ou de penhascos, só sim que os navios tocão e
podem perder-sc, como disso Vieira e m sentidofigurado:
« Querendo ganhar-se nos o a ^ o s onde outros se perdem.»
Baixios ou baixias, segundo a significação que esta
palavra tem e m castelhano (bajios), são bancos de areia
no m a r ; e a desinência io indica prolougação d'elles, e
não menos perigosos que os baixos.
Alfaques é palavra castelhana, que vem de alheque,
árabe, c significa particularmente os bancos d'areia que se
formão na foz dos rios, no crusamenlode correntes, etc,
e por isso mesmo são movediços.
Parccis são mares baixos, costas de pouca sonda, e m
que talvez a maré expraia muito, nos quaes se navega, não
sem risco porque ás vezes ha nelles coroas d'are:-a, res-
tingas, ele; tem quatro e cinco léguas como diz Fernão
Mendes Pinto.
Bcslinqas, que é palavra c o m m u m á língua castelhana,
são baixios de pedras encobertos debaixo da agua, ou
pontas do areia em forma de •espinhaço de cão, e não
menos perigosas que os precedentes.
Syrtes o palavra grega, ^~!-, e significa penhascos pe-
deira
os
diça
rigosos
lado,
navios
mormente
II.
que
distineção,
com
são
levão
bancos
arrastados
emáfundada
golfos
raslos.
do areia,
peia
onoadjectivo
—mares
Esla
corrente;
ou interiores,
bancos
palavA
g \e"\
g de
oesla
é auprós,
mais
para
areia
10
é aos
poelica
verda-
move-
quae-
arrass
110 BAI
que as precedentes, e Vieira a usou lambem cin sentido
figurado como cousa mui perigosa e arriscada: «Tantas
ondas ou syrtes de desconfianças. »
Dislingucm-se principalmente os parceis dos alfaques
e m que esles apresentão grandes desigualdades e quebra-
das como é mui frequente ao pé de grandes bancos de areia,
por causa das correntes, e aquelles são ordinariamente
baixos rasos que e m tempo de bonança bem se deixão
navegar ; e chamão-se mares aparcelados aquelles em que
ha parceis, isto é que são baixos, de pouco fundo, em
que de razão quebra muito o mar. Quando os parceis se
estendem muilo, diremos muito bem com Vieira, esparce-
lados; fallando elle com os peixes naquelle celebre sermão
de Sanlo António no Maranhão, diz-lhes: « Como estes
mares são tão esparcelados, e cheios de baixios, bem sa-
beis que se perdem e dão á costa muitos navios, com que
se enriquece o mar, ca lerra se empobrece (II, 342).« —
Vc-se pois que nos parceis ou mares esparcelados pôde
haver baixios, e que nos alfaques pôde haver grande
fundo porque são desiguaes. Onde se corre maior perigo
c o naufrágio é quasi certo é nas syrtes, como bem no-lo
indicou u m poela nosso :
Parceis, alfaques, syrtes nau fragosas,
Tudo a salvo passou.
Camões também disse:
Tu que Urraste Paulo c defendeste
Das syrtes arenosas, e onda. féas.
{Lus. VI, 81.)
it>3. — Balancear, Itesitar.
São modernos na língua estes verbos, mas têem boa
origem e analogia, são expressivos; c por isso que são da
linguagem moral c philosophica, que é hoje geral a quasi
todas as línguas da Europa, devem distinguir-se em a
nossa como e m aqucllas se distinguem.
Balancear, e m seu seniido próprio, 6 oceupar-se-eni
igualar
rara istoe equilibrar os pesos
n u u / balança de figurado
. c no duas cousas, pondo-as
examinar com
BAL 111
madureza as razões pró e contra, e os effeitos bons ou
niáos que de verificar-se u m a cousa podem resultar, e
para isto é necessário contrapesar, compensar, equiparar,
cotejar, etc. O balancear suppõe duvida até que se chega
á definitiva resolução.
Hesitar, que é o verbo latino hasitare, é estar sus-
penso, perplexo, pendendo ora para uma parte ora para
outra, sem atrever-se a tomar resolução nenhuma.
Quando ha razões, motivos que pesar, balanceais, por-
que estais incertos, inclinando-vos já a um, já a outro
lado. Quando ha obstáculos e diffictildades que vencer,
hesitais, alguma cousa vos prende, estais suspensos, irre-
solutos; quando quereis ir para diante olhais para traz.
Quando balanceais não sabeis o que haveis de lazer;
quando hesitais nada vos atreveis a fazer. E m quanto 6a-
lanceais, nada vos tira de vossa perplexidade; quando
hesitais, alguma cousa vos contêm ou intimida. — As
pessoas tímidas balanceão por muito tempo, e as pusilâ-
nimes hesitão sempre. — As pessoas de talento, de juizo,
de circumspecção balanceão por prudência; os pregui-
çosos, deleixados, frouxos, cobardes, desconfiados hesitão
por acanhado animo. — O ignorante e m nada balancia
porque de nada duvida; o temerário e m nada hesita,
porque nada teme. — Balanceai, quando se trata de de-
liberar; quando já se não trata senão de executar, não
hesiteis.
Í5A. — Malhiseinr, gaguejar,
tartamudear; tataro, tatibitatihi.
Designãoestascincopalavrascincodefeitosdifferentesno
fallar que se não devem confundir. — Quando os meninos
começão a aprender a fallar achSo difficuldadeem pronun-
ciar certas syllabas pela debilidade de seus órgãos, tendo
que suppríl-as com outras, que já lhes são mais laceis; c
como ossonsque primeiro pronuncião são 6a, be, bi, bo,
bu, c porsem
quiBalbucião
designa
crianças.
vem issoduvida
osm emeninos
s m opor
primariamente os onomatopéa
repetem
aquelle em olugar
porque ainda
defei\
verbo
n'?Vdeestão
outros,
temporário
balbuciar,d'a-
fortifi*
nase
112 BAL
cados os órgãos da voz; e os velhos balbucião porque já
os lêem mui debilitados. — A gagueira vem mais de de-
feito orgânico ou aceidenle que de habito. — A tartamw
dez, que era o defeito de Moysés, poslo que possa provir
dos órgãos que se não prestão facilmente á ciara pronun-
ciacão de certas syllabas, nasce commummenle de preci;
pitáção com que alguns se hão acostumado a fallar. É
vicio difficil a corrigir, mas fácil a evitar quando se
acostumão os meninos a b e m articular as syllabas e a
pronunciar dará e dislinelamente alongando o som das
vogaes. — A timidez balbucia; a ignorância ou descon-
fiança de si mesmo gagueja; a precipitação ou assomo
da paixão tartamudéa.
Tataro é voz também imitativa e familiar que indica
u m a tartamudez menos forte, ou e m que prodoininãoas
syllabas ta, ta.— O s tataros mudão o c em t, dizem
Tatarina por Catarina. — Tatibitatibi é voz imitativa e
chula com que se designão os tataros que ao defeito
physico junlão certo ar ou gesto ridículo.
155. —Barbaridade , crueldade,
ferocidade.
A barbaridade é o resultado da ignorância, da estupi-
dez, do erro, da superstição, das preocupações; numa pa-
lavra, da falia de educação, de inslrucção e de talento.
A crueldade é u m a inclinação natural que induz a der-
ramar sangue, a desprezar todo o género de animaes.
A ferocidade é u m a qualidade das bostas feras que se
alimenlão de carne, (pie acommettem a outras para devo-
rál-as, e parecem folgar de vêl-as padecer, e m quaulo
cilas se sacião devorandò^as.
Barbaridade diz-se unicamente quando se trata dos
homens c de suas acções. A crueldade e mais própria dos
animaes; diz-sc lambem dos homens quando lêem a mesma
inclinação que os animaes cruéis. A ferocidade coni-
crueldade.
prehende
O homem ê1'bar o e
aos br.
hoj&ens ultraja
aos animaes,
os bons costumes,
pois é o excesso
e se abam
da
BA li 113
dona cegamente a sua funesta inclinação; o cruel carece
do todo o sentimento de humanidade e de compaixão; o
feroz doixa-se arrastar pelo indómito desejo de fazer pa-
dcccr as demais creaturas, sejão cilas quaes forem, e
comuraz-se e m vél-as padecer.
156. — Barbarismo, solecismo.
Significão estas duas palavras em geral erros de lingua-
gem, com a differença que o barbarismo é u m a locução
viciosa, corrompida, própria do vulgo que tudo adul-
tera , o solecisato é u m defeilo na construcção da ora-
ção que pôde i>rovir de ignorância ou de descuido. —
Por isso que os Gregos e Romanos chamavão bárbaros a
todos os povos que não erão elles, dcrão com muita razão
o nomo de barbarismo ás palavras e expressões que por
sua viciosa pronuncia se parecião com as dos bárbaros,
ou (1'elles erão tiradas. Poderíamos pois nós outros,
que tomos uma linguagem culta e polida desde Camões,
quando os Francezes só Unhão a sua semibarbara de Ron-
sard, chamar barbarismos gallicanos ao que mui francez-
nionle se chamou gallicismos. — D e xóXot, Soles, colónia
alheniense na Cilicia, que c o m o andnrdostemposesquecro
a pureza da lingua grega, vem a palavra noXoixmpôs, solu
cismo. Cometlem-se estes de muitos modos na língua, como
se pôde verem Jerónimo Soares Barboza, gramm., p. 385.
157. — Bárbaros, selvagens.
Bárbaros chamavão os Gregos a todos os estrangeiros,
porque se julgavão superiores a elles nas artes e na civili-
zação, mas a palavra pSàpSxpot nàjp é grega, pois já delia
usavão os Egypcios para designar as outras nações, e se-
gundo Court de Gebelinvem de 6ar, voz céltica e oriental.
Depois os Romanos usarão da palavra barbari na mesma
accepção, e parece que os habitantes do Celeste Império
chamão lambem bárbaros aos Europeus que lhes vão levar
uavas;
mpalavra
a civilização
d'aquio estáque
resulta elles
dizendo, não
sãoquerem.
pois differença
homens Styagens,
qt\habilãosegundo
sensivc\enlre osasdous
sel-
114 BAR
vocábulos considerados elymoiogicamente, mas cumpre
fixar-lhes a significação respectiva segundo são entendi-
dos pelos doutos.
Tovo selvagem é o que ignora a arle de escrever, não
tem policia, professa u m a religião absurda, temíeis gros-
seiras, e não conlrahe allianças c o m as nações civiliza-
das; cultiva principalmente os exercícios do corpo, como
a caça, a pesca, a pastoricia, ele, e pugna somente pela
liberdade natural. E se não tem habitaçãofixa,e professa
vida errante, chama-se nomado. Barbara é aquella nação
que sabe a arle de escrever, lem policia e magistrados,
religião regular, e faz allianças com outras nações; mas
não tem sua lingua polida, n e m sua legislação ordenada;
não cultiva com primor nem as-scioncias nem as artes, e
é amiga da guerra. Ksle é o eslado de transição dos povos
selvagens para o eslado de maior civilização, ou de retro-
gradação das nações civilizadas para o estado selvagem.
158. —Base, neanha, pedestal.
Trez palavras que em geral indicão o assento sobre que
descança colurana, estatua, obelisco, agulha, etc, nias
cada u m a d'ellas exprime differenle forma pela qual se
differenção.
Base é palavra grega,fiáuit,que significa pé ou planta
do pé, e metaphoricamente fundamento, cousa firme em
que outra se apoia ; é por tanto lermo genérico tanto no
sentido próprio como no translato. — Peanha é palavra
portugueza formada depé e anha que alguns querem seja
corrupção, de lignea, de páo, e designa a peça de pedraou
madeira, ás vezes movediça, sobre que se põe estatua ou
busto. — Ambas são destinadas a levantar mais a obra que
sobre ellas se colloca, mas a primeira, porque desperta a
idéa de fundamento, é mais própria de columna, ea segun-
da de estatua, como sele e m Vieira : . U m a columna
sobre
indica au mbase,
crescer.
teutomeo
Pedestal » sm,,
ctf u msolido,
a estatua
(dofrfrancez
po base, sobre
apoio)
pièãestal, afeito
peanha,
ordinariamente
é termo de cresce
pé, esem
dearchitedura
picd,
mármore, que
do
e
BAS 115
sustem as columnas,asoslatuasmonumontaes, ele ; consta
de 6nse, socco e cornija, c varia segundo as ordens de
archilcctura.
15Í). — Bastante, sufflclente.
O primeiro d'eslcs adjectivos parece mais vago e illimi-
l.ido que o .segundo ; porque bastante dá uma idéa abso-
luta e indeterminada de abundância, suppondo que ha sem
tecxez o que se necessita; esufficiente dá uma idéa rela-
tiva (Tontrahindo-a determinadamente ao que justamente
alcança para não carecer do preciso. — O avarento nunca
leni bastante dinheiro, pois quanto mais lem mais deseja.
O que lem u m medíocre património tem osufficiente para
viver com decência. —Diz-se basta quando já não que-
remos mais; e tenho o sufficiente quando se reunio o
neeessario para o fim que se quer.
E m quanto ás cousas que se consomem, bastante parece
indicar maior qítantidade que sufficiente, pois quando se
diz ha bastante, vem a manifosiar-se que o que houvesse
de mais seria demasiado e inútil; porém quando se diz ha
o.sufficiente, indica-se que o quehouvessede mais seria
abundância e não demasia ou excesso da cousa. — Na
significação de bastante ha mais generalidade, pois que
entendendo-se o maior proveito ou uso nas cousas, faz
c o m m u m a accepção d'esta palavra ; sendo que a palavra
sufficiente contendo u m a idéa mais limitada ao uso das
cousas, lhe dá u m caracter mais particular pois cir-
cumscreve seu uso a u m cerlo numerode occasiões.
160. — Bastardo (filho), natural,
espúrio.
Por todos estes vocábulos se indica um filho illegitimo
procriado fora do matrimonio, porém cada umdolles de-
signa circumstancia particular que determina entre elles
a differença.
segundo
rado,
naesido,
Bastardo,
o art,
aque
melhor
raça,
vale
dofrancez
oetymologia,
espécie;
mesmo
bátardantigamente
que
ou baixamente\tscido.
do
de alienara
bas, li,boest,
bastará,
baixo degene-
eÉ stard
termo
\em,
116 BAS
genérico que indica adulteração, e empcoramenlo da eonsa,
e por metaphora se applica a tudo que se aparta da pu-
reza, nobreza e lustre de sua origem, nomeadamente ao
filho illcgitimo cujo pai não podia casar com a mãi quando
o tiverão. — Bastardia representa não tanto a «Ilegitimi-
dade do aclo como a degeneração que d'ahi se suppõe
provir, ou pela offensa feita ao matrimonio, ou pela quebra
da desigualdade de sangue. — Bastardos houve entre os
príncipes que, apezar d'esta quebra na ordem social, em
nada degenerarão dos brios paternos; seja exemplo o fiei
de boa memoria de quem disse Camões:
Joanne sempre illuslre alevnntando
PorRei,com-> de Pedro utiic > herdeiro,
(Ainda que bastardo) verdadeiro..
(LM., IV , 2.)
Filho natural é o procreado segundo a lei da natureza.
como se não houvera lei positiva sobre casamentos, havido
entre pessoas livres e que bem poderião, se quizessem,
contrahir matrimonio legitimando d'este modo a prole.
Espúrio é termo deshonroso porque não só anmmcia
bastardia senão que dá a entender que o pai é incógnito
porque a mãi se facilitava a vários quando o concebeu.
O filho bastardo e o natural tem pai conhecido que
trata de sua educação e que procura dar-lhes uma posição
pouco inferior á dos legítimos; o espúrio é abandonado
de pai e mãi e não pôde livrar-se do desprezivel nome de
engoitado. — Diz-se e m sentido figurado que é espúrio
u m livro cujo autor se não conhece, ou não é daquelle
a quem vulgarmente se atlribue.
161.—Batalha, acção, combate.
São termos de arle militar que indicão o acto em que
dous corpos inimigos se encontrão e guerreão por ganhar
a victoria; mas differem entre si pelas idéas accessorias
que cada ura deiles suscita, sendo acção o género de que
batalha e combate são as espécies.
arte
poderosos
que
Batalha
se
da manifestap
guerra/ss
exercias,
é uma peleja
officiaes
talento
executada
quasi
que
do sempre
general,
se
com
m o vvarias
edecisiva
ma ás
intclligoncia
evoluções,
suasentre
ordens,
dous
na
eme
BAT 111
o valor e disciplina de suas tropas. A batalha de Farsalia
decidio da sorte de R o m a ; a de Aljobarrota, da de Por-
tugal ; a de Guadalele, da de Hespanha; a de Ilaslings, da
de Inglaterra; a de Waterloo, da de Europa.
Combate é uma acção particular, ás vezes nem prevista
nem disposta, c de menos importância que batalha; refere-
se esla ás disposições e preparativos, e aquclle á acção
material da lula, e assim se diz : ordem de batalha, e ar-
dor do combate.
Acção é palavra moderna na accepção de lula guerreira
enlre dous exércitos, e m lugar da qual dizião os nossos
antigos peleja; é porém mais restricto que esta, que se
applicava a Ioda a sorte de contenda tanto por obras como
por palavras. — No sentido figurado é mais usada a pala-
vra comb ite; com Indo também batalha não exclue este
senlido pois Vieira dizia : «As batalhas da razão com os
annos é uma guerra e m que resistem mais os poucos que
os muitos (V. 511). — Mais arriscada batalha é repartir
a (erra aos vassallos que conquistar a terra aos inimigos
(VI 209).» Vede Pelejar.
162.— Battologia, tautologia,
nerissoiogia.
Trez palavras gregas que indicão trez defeitos do estylo,
que, dado serem todos contra á elegância e concisão da
phrase, são entre si dislinctos, como a origem e composi-
ção de cada u m a d'ellas o dá a conhecer.
A toda a inútil repetição de palavras se chama baltolo-
gia, palavra grega p*vcoXoyta. (de ;a--o; eXoyo;),sobre cuja
origem não estão de acordo os autores. Uns dizem que se
deveo ao nome do fundador de Cyreue, chamado Batto, o
qual suppõem que era gago, e trilha costume de repetir
cada cousa duas ou mais vezes; outros a altribuem a u m
mío poeta do mesmo nome que repelia u m pensamento
com as mesmas expressões que havia empregado a pri-
meira
mesmo.
ções,
gem dono
vez;
Eliv.
qual
com
eIIoutros
refere
de
effeito,
suas
finalmente
como
Ovídio
MetamorphosesSow
Mercúrio
fallou
a u md pastor
furAo
V ^ naqucila
transforma-
a
queApollo
fazia
passa-
o
118 BAT
gado que andava guardando; e não havendo ninguém visto
lazer o roubo senão u m pastor velho chamado Batto, rogon
a este que não o descobrisse, offerecendo-lhe em premio
u m a novilha. O velho prometteo-lhe que sim; porém du-
vidando Mercúrio que elle cumprisse a palavra, ausentou-
se, m u d o u de forma, voltou, c perguntou-lhe se linha
visto para que parte fora o gado que pouco antes an-
dava apascentando; e para tentar sua cobiça offereceo-
lhe u m a vaca e u m touro se lhe dissesse a verdade.
O velho então respondeo-lhe: «Agora ha pouco ao pé
d'aquclles montes estavão, e estavão e ao pé d'aquellcs
montes.»
Sub illit
Uonlibus, inquil, trant, et eranl sub mjntibus illit.
Pelo que indignado Mercúrio o transformou, diz Ovídio,
na pedra chamada índex, isto é, descobridora ou denun-
ciadora. A verdade é que a palavra grega £«*•«« significa
gago ou tartamudo; e como os que o são repelem duas,
trez ou mais vezes as syllabas iniciaes das palavras
até que r o m p e m a fallar, d'aqui se chamarão 6ai7os a lodos
os que repetião sem necessidade u m a m e s m a palavra.
Tautologia,-nàutoXoyix (de Tauro o mesmo, Xiyo, digo)
é a repetição inútil da m e s m a idéa ou pensamento por
termos dillérentes.
Perissologia, ittptaioXoyta (de «/»«,»£, que é demais e
Xoyõi discurso), é superfluidade de palavras, redundância
nimia, verbosidade, e lambem exageração, encarecimento.
Consiste principalmente este defeito e m amplificar dema-
siadamente u m pensamento variando-o de muitos modos
diflerenlcs.
O primeiro defeilo oppõe-se á elegância, e é demasiado
grosseiro para que nelltf caião ainda escritores medíocres.
O segundo e o terceiro oppõem-se á concisão, e não são
fáceis de evitar como o precedente. — A s phrases de Ovídio
sãonimio
Soneca
rica
émãos
dante,bastante
imaginafao
u mporque concisas,
aífeclou
ae prolkB
idóí-tião
gosla
lhe
mais
muitaseseu
podia
a concisão
de
larga estylo
variar'
vezes,
íiiggerir
até na
haver é smapurado
porque
u mpara eemillustrál-a,
phrase, es membargo
oecolhendo
não redun-
pensamento.
quanto
obstante
ampli-
entre
sua
BEI 119
ficara, c vaiiál-a de cem maneiras differeutes. Vieira lam-
bem cai algumas vezes neste defeito; o que não admira
'porque Séneca era u m de seus autores favoritos. — Esta
affoclaoão do mostrar que se sabe dizer u m a mesma cousa
• de muitas e differentes maneiras é justamente o que Boi-
j lcau chama com graça estéril abundância. — O que não
•sabe omittir,entre o muito que sempre occorre quando se
escreve sobre maiorias bem estudadas, o que não é abso-
1 lutamente necessário naquclla passagem, é u m declama-
dor, não u m escritor judicioso, e incorre na censura do
cilado Boilean, que com tanta razão dizia:
Quem não sabexalar, nem escrever sabe.
165. — Beatificação, canonização.
Aquella graça particular que o Papa concede a alguma
corporação ou a alguém que a sollicila, a favor líiim
varão illuslre por suas virtudes, permiltindo que se lhe dê
o titulo de 6eaío, eque se venere e m publico sem supersti-
ção, chama-se beatificação. — A declaração canónica e
soiemne de que algum servo de Deos, que morrera e m
cheiro de santidade, está entre os bemavenlurados, feita
pelo Papa depois d'um minucioso exame dos aclos de sua
vida, e outras formalidades, é a canonização, que forma
lei geral na Igreja catholica que obriga a todos. — Aquella
precede ordinariamente esta; e aquelle que já era beato
é escrito no cânon ou catalogo dos santos e como tal deve
ser venerado por lodo o povo catholico.
164. — Beiços, laltlos.
Aquellas duas membranas carnosas e sem osso que for-
mão a parle exterior da boca, e cobrem os dentes quando
se leixão, chamão-se beiços, tanlo no h o m e m como nos
brotos. — A parle mais macia e delicada dos beiços, que
são as bordas e m que muitas vezes brilha a cor de rubím.e
quando abrem o sorrizo deixão ver alvos dentes, são os
lábios. — A primeira é palavra vulgar a segunda é
scientifica
tigação; sóe aos
poética.
lábios
— cAjudão
dado imprimir
os beiços\
m t Afalia
o s ósculos.
ea mas-
120 1EI.
16cí. — BeHezra, formosura, gentilleza.
Stoniteza , linileza.
Consiste a bellcza ea formosura tia boa proporção e
harmonia das parles que compõem ura todo; porém a
palavra formosura limita-sc a representar aquella idéa
com relação ao a gradarei; a palavra belleza repiesentaa
idéa da perfeição possível.
Neste sentido se admira a belleza do Laocoonle de Bel-
vedere, do Hercules Farnesio, dos quaes não pôde, com
igual propriedade, dizer-se que são formosos ,• porém a
Vénus de Medicis e o Apollo Pylhio tão bellissimos para
os intelligentes, e formosos para lodos. — São os olhos
os juizes da formosura, e por isso acontece muitas vezes
que o gosto viciado por capricho oncosliime põe a formo-
sura no que está mais distante da belleza. Se a Vénus de
Medicis, em cujo corpo se não encontra defeito, sepo-
desse vestir á franceza, que zombaria não faria a maior
parte de nossas damas de quem louvasse a belleza de
seu talhe?
A formosura só se applica ao physico, ao que obra
sobre os sentidos; nbelleza npplica-se também ao mora),
ao que ODca directamente sobre o animo. Assim que não
chamámos formoso a um poema, á expressão d uni senti-
mento, á ternura d'um aílecto, em que cabe muitíssima
belleza.
Não damos por segura a opinião que vamos expor, mas
pnrece-nos que, sendo a formosura o império da forma
sebre a matéria, e nascendo para persuadir, reinar e a vas-
salar corações, como disse um philosopho, devo especial-
mente applicar-se ás donas, c a belleza aos varões. Nem
deixará deapoiar-se esla nossa opinião cm mui boas auto-
ridades. O Padre Bernardes, fallando do menino Moisés,
diz : «Livrou na sua btllcza a sua vida (Flor. V. 117).•
Vieira, fallando de Absalâo, diz: «Era Absalão Ião galhar-
a(V.
do
formosura,
se
somrccommen/..o
mancebo,
Escritura,
441).»
interesseFallou
cque
Uilsnscrevermosaqui
nenhum
sempre
por
domuitas
sua
péa ao
pintou
applicou
belleza.
vezes
cabello
aeste
algunslugaros
ás
da
natureza
mulheres.
celebre
cabeça,mais
como
orador
que
Nãobcllo
fmais
será
alde
ia
BliL 121
« A formosura é u m bem frágil, c quanlo mais se vai che-
> gando aos annos, tanto mais vai diminuindo edesfazendr
» cm si, o fazendo-semenor. Seja exemplod'eslalastimosí
• fragilidade Helena, aquella famosa o formosa Grega, lilbí
. de Timbiro Uci de Laconia, por cujo roubofoi destruída
» Tróia. Durou a guerra dez annos, e ao passo que ia du-
• rando e crescendo a guerra, se ia juntamente com os
» annos diminuindo a causa d'ella. Era a causa a formo-
• surade Helena, florem fim da terra, e cada anno cortada
» com o arado do tempo (VIII, 319). Formosura apre-
» goada não oslá mui longe de vendida (ibid., 292). E Ião
» appelecida das mulheres a formosura, que só pela gloria
» de a contemplarem, deixarão a maior dignidade (ibid.,
r 295). Aquella graça da natureza a que os olhos chamão
» formosura, não c mais que uma apparencia da mesma
» vista, enganosa e vã.... Sócrates chamou á formosura
» l\ rannia, mas de breve tempo; Theophrastochamou-lhe
• engano mudo, porque sem fallar en.ana. S. Jeronymo
» diz que é esquecimento do uso da razão.... Os primeiros
» lyraunos da formosura são os annos, ea sua primeira
» morte é o tempo. Debaixo do império da morte acaba,
» debaixo da tyrannia do tempo muda-se; e se alguém
• perguntara a formosura, qual lhe está melhor, se a
» morte, ou a mudança, não ha duvida que havia de res-
» ponder: Antes morta, que mudada» (IV, 453).
Mui usado é de Camões o epitheto formoso como tão
harmonioso c poético que o; citaremos só dous exemplos:
E como ia alTrontada do caminho
Tão formosa no gesto se mostrava.
Formata fillia minha, não temais
Perigo ah u m aos vossos Lusitanos.
(d»r., 11,31, 44.)
E na estancia 76 do Canto IX parece confirmar a diffe-
rença que entre belleza e formosura fazemos, pois diz
de Leonardo :
Quiz aqui sua ventura, que corria \
n. Após «íphyrc, exemplo de bellesa. A, .,
122 HEL

Já cansado correndo llie dizia :


O' formosura, indigna de aspereza.
Pois d'esta vida te concedo a palma,
Espera u m corpo de quem leras a alma.
Faz elle extensiva a significação de formoso a cousas
inanimadas como na lingua castelhana, dizendo:
Trez formosos outeiros se mostrarão
Krguidos i o m sobcrha graciosa,
Que de gramíneo esmalte se adornavão,
Na, formosa ilha alegre e deleitosa.
Formosos leitos e ellas mais formosat.
(Las., I X , 5 4 , etc.)

Masnãoaapplicaaos homens. A nenhum dos navegantes


que na ilha encantada se derramarão após as nymphas dá
esleepiletho, senão outros que melhor licãoaos varões; e
fallando do mais galhardo d'elles, diz :
Leonardo, sold.ido bem disposto,
lUanlios ', cavalheiro, e namorado,
A quem amor não dera u m só desgosto,
Mas sempre fora d'elle maltratado.
(«I, 7».)
Gentileza é a galhardia e bom ar acompanhado de no-
bre presença, c mais varonil que a formos ura; e sendo
esta privativa do sexo feminino, deve aquella usar-se par-
ticularmente quando se falia do masculino; d'isto nos
deixarão exemplo dous mestres da língua. Vieira, fallando
de Âbsalão, a quem chama galhardo e bello, diz : «Esta
foi a pensão que pagou Absalão a sua gentileza- (V,441).
K o Padre Bernardes, fadando de Fortunato de Quiaro-
moiilc, diz : «Era de Ião rara geniilcza,ornada com os
retoques da modéstia» (V, 110).
Boniteza é a qualidade do que é bonito, mas que não
chega a ser formoso. Bonito é palavra lámiliar que indica
cousa agradável á vista, e loma-se ordinariamente pelo
opposto de feio, ,f mio diz o ditado vulgar : « Q u e m o feio
ama bonito lhcparece.. — Quando se diz das pessoas,
BEL 123
entende-se particularmente das feições e expressão do
rosto.
Lindeza é palavra mais culta que boniteza, c lambem
indica mór perfeição no objeclo lindo, que á qualidades
de bonito junta certo ar e graça que muito o aproxima de
bello e formoso. T a m b é m se entende especialmente das
boas proporções do rosto acompanhadas de graça e
donaire.
1G6. — Helleza, o bello.
O primeiro é um vocábulo abstracto de que falíamos no
arligo precedente; o segundo é u m vocábulo concreto,
peculiar das bellas-artes, que exprime o typo ideal que o
arlista tem formado e m sua phantasia, e que lhe serve de
modelo para a execução de suas producções. É por assim
dizer a belleza personificada, isenta de defeitos e levada a
sua ultima perfeição. — O bello considerado em abstracto
melhor se sente que se pôde definir. Chama-se porém bello
aquillo que por sua forma e apparencia deleita; aquillo
que no discurso ou elocução brilha; aquillo que nas obras
de arte sobreleva e m primor e esmerado feitio; aquillo
que nas altas disciplinas se remonta e sobe de ponto; aquillo
que nas acções, aifeclos, índole mostra, honestidade e de-
coro. — Para bem julgar do bello é mister cullivar o bom
gosto, que é faculdade inlellectiva, a que os Francezes
chamão le goút, e os modernos philosophos sapor as-
ila ticus.
167.— Bellieoso, guerreiro, militar,
marcial.
Todos estes adjectivos se relerem a cousas da guerra,
mas cada u m d'elles tem seu valor particular.
Chama-se belicoso ao que tem inclinação á guerra c a
ella é dado; diz-se particularmente das nações antigas,
cujo único exercício era a guerra, enãopodião acostu-
mar-sea viver em paz. Usa se lambem V> sentido figurado
para
m o guerreiro,
indicar aquillo
como que
disse
anima
Camões
á guerra;'-que
: \ inspira ani-
42ú BEL
Dai-me uma tu via grande e son-rosa,
E não de agreste avena, ou li aula ruda;
Mas de tuba canora e bellicosa,
Q u e o peito acende e a côr ao geslo muda.
[Lut. , l, S.)
Guerreiro indica o que é proprij para a guerra, i
pessoa que está habituada a fazêl-a, e ludo que tem rela-
ção com ella.
Os antigos Germanos, que invadirão parle do império
romano, formavão u m a nação bellicosa; os Alleniães,
que lhes suecedêrão, são u m a nação guerreira Os pri-
meiros por inclinação oceupavão-se continuamente na
guerra, os segundos só quando a crêem necessária.
Chama-se bcllkoso a u m príncipe que não só é affti-
çoadoá guerra, mas que d'ella faz sua principal oceupação.
È guerreiro u m príncipe que sabe b e m a arte da guerra,
e combale á frente de seus exércitos. — Carlos XII, rei de
Suécia, foi u m príncipe bellicosa; Frederico II, rei de
Prússia, guerreiro. — As nações modernas são antes
guerreiras que bellicosas.
Tudo o que concerne a sciencia da guerra, o que é ne-
cessário para b e m fazêl-a, o que tem relação com a admi-
nistração d'um exercito, é militar. A arle militar, a
disciplina militar, exercícios militares; o que mui bem
se ajusta com a origem, da palavra que é milts, soldado.
Não se diz talentos guerreiros, m a s sim militares; por-
que a palavra talento refere-se aqui á arte, á sciencia. —
Valor guerreiro é o que se manifesta na acção de guer-
rear e nos perigos que acompanhão a guerra, e que com
elles cessa. O valor militar é u m valor habitual que pro-
vém não menos do exercício da utilicia que do conheci-
mento de suas regras.
Marcial deriva-se de*í\Iarte, deos da guerra. Dizemos
ar marcial para designar aquelle porte ou arreganho que
demostra o nobre sentimento da superioridade de suas
próprias
ou
deria
tar
nação
unão
msuppor-se
nem
principmiellicosos,
seforças,
unáprincipe
nsãoftllando
aodem seu
e s mmarciaes,
denodo,
ododeos
ou
pessoas.
guerreiros;
Marte.
firmeza
n e m——militares.
eDiz-se
Marcial
valor,
porémucomo
monão
povo
mili-
per-
uma
BEM 125
Como substantivo, militar indica aquelle que pertence
a esta classe, que (az profissão das armas.
1G8.—Beiuaven<m-:mea, bcatúíiu^e. «liía,
ieleeiíSrtde, |»i'OMgteriala«Ee, p r a z e r .
Todas estas palavras significão um eslado de gozo, agra-
dável e afortunado , com algumas dilferenças que vamos
a ver.
Usavão os nossos antigos a palavra aventurança, de
aventura, para designar u m acontecimento venturoso, e
d'esla palavra com a partícula bem se formou bemaventu-
rança, que representa u m estado feliz, livre de todo des-
prazer, e acompanhado de todo contentamento; e como
não é dado aos morlaes gozar no mundo de lauto bem,
só na outra vida pôde o h o m e m ser bemavenlurado; e a
esla vida futura se chama especialmente bemaveniurança,
da qual go/ào os santos no céo.
Beatitude é palavra alatiuada de beatitudo, que diz o
mesmo que bemaveniurança, felicidade eterna. Tem po-
rém a cireinnstancia de se usar como titulo honorifico
que se dá ao Papa, como se lè em Damião de Góes, na
chronica d'EI Rei D. Manoel : « Era costume dos reis
Chrislãos mandarem obediência a Vossa Beatitude, etc.»
A dita não consiste no gozo dos bens mundanos, senão
numa situação aprazível esocegada c m que a alma se acha,
do qual nunca quizera sair.
A felicidade é uma dita mais viva e activa, pois nella
goza a alma os mais deliciosos prazeres, sem ser inquie-
tada de novos desejos. Porém, quão raro e fugitivo é esse
eslado que chamámos de felicidade! E quem poderá asse-
gurar que o goza!
A causa da dita vem ordinariamente de fora de nós, e
assim dizemos : tivemos uma dita, tive a dita do encontrar
u m amigo, de obler u m emprego; fui ditoso em minha
empresa. — É pois a dita u m acontecimento venturoso,
• m chama
solidão,
sem
use suecesso
desassocego
etc,
urafeliz,
hquando
o mnem
eque
m ditoso.
nos
trastorno
ás vezes
faz Dizemosv/i/osa
passar
se
algum
repelo,
eVi perpetuo
e constituo
vida,agrado
virtude,
o que
126 BEM
Prosperidade é termo mais extenso que os dous prece-
dentes, pois indica feliz estado de saúde, de negócios,
felizes suecessos; diz-se não só dos indivíduos, mas das
nações, etc.
O prazer é u m sentimento agradável mas fugitivo.»
Considerada a dita como senlimento, será uma repetição
de prazeres; a prosperidade, de suecessos afortunados;
ca/èfi'ci<Z(ide,ogozo completo da prosperidade.
169. — If esndito, abençoado , bento.
Do verbo latino benedicere se formarão trez verbos
portnguezes que, poslo que concordem na idéa principal,
lêem i»nlre si alguma differença. O 1* é bemdizer que si-
gnifica propriamente dizer bem, louvar, exalçar. 0 2°é
abençoar ou abendiçoar, que significa deitara benção, ou
benções. O 3° é benzer, que significa lançar benções,
acompanhando-as de preces e ritos appropriadosá cousa
que se benze. — Os primeiros dous confundem-se muitas
vezes na significação extensiva de desejar, pedir bens e
prosperidades para alguém. O terceiro não e hoje usado
senão para indicar as benções ecclesiaslicas ou supersti-
ciosas.— O justo bemdizao Senhor lanto na prosperidade
como na desgraça. Os pais abençoão os filhos para que
sojão felizes. Os "sacerdotes benzem ludo que é consagrado
ao culto divino.
Esla diílerença se faz talvez mais sensível nos parlici-
pios destes verbos. — Bemdito ou abençoado diz-;e para
designar a protecção particular de Deos sobre u m a pessoa,
u m a família, u m a sacão, ele. Nossa Senhora é bemdila
enlre todas as mulheres. Todas as nações forão abençoa-
das e m Jesu-Christo.—Besto, designa a benção da Igreja,
dada pelo sacerdote com as ceremonias do costume. Pão
bento, agua benta, ele. — Vê-se pois que bemdito e ás
vezes abençoado se pôde dizer no sentido moral e de lou-
vores,.sempre
talha, e bento
bandeiras
nem sãono
militares
ff sentidocom
abençoadas
bentas legal
do e céo
grandedo apparato
consagração.
no campona de —ba-
As
Igreja,
TIF.N 127
170. — ESenevoleaaeia, bcneiieencia,
bemf|(icreiiça«
Analysadns bem as duas primeiras palavras não se podem
chamar rigorosamente synonymas, porque benevolência
vem de bene, bem, e t>oio, quero; e beneficência de
bene, bem, e facio, faço; e por eerlo a vontade ou de-
sejo de fazer bom de pouco vale se o bem se não faz.
Considora-se porém a primeira como disposição para a
segunda, e esta como a pratica d'aquella; e eis toda a re-
lação que ha enlre ellas.
Bemquerença é materialmente em portuguez o que be-
nevclencia é em latim, pois vem do verbo bemquerer que
corresponde exactamente a benee volo; mas a sua signi-
ficação diílerença-se da daqnella no uso da língua antigo
e moderno. INo tempo d'El Hei D o m Duarte tinha a pala-
vra bemquerença mui lata significação pois aquelle sábio
Rei a define assim : «Bemquerença é tão geral nome que
a todas pessoas, que mal não queremos, podemos bem
dizer que lhe queremos bem; porque nos praz de sua sal-
vação, vida e saúde, o doutros muitos bens que não sejão
a nós contrários» (Leal Cons. pag. 247).—Em nossos dias
indica esta palavra a benevolência para uma pessoa de-
terminada, ou o querer bem a certa pessoa; e nisto con-
siste sua synonymia com benevolência.
171. — Bens livres, lieni allodiaes.
Em linguagem jurídica chamão-se livres aquelles bens
que não estão ligados nem vinculados, que se podem ven-
der livremente, ele.; e allodiaes aquelles que não pagão
prestação ou serviço algum rçjl ou pessoal a u m senhorio.
Assim que, os bens de capclla, ou morgado, e os de mão-
morta não são livres, e podem ser allodiaes; eos emphy-
toutiços não são allodiaes, e podem ser livres.
172. —IIesixer-se, peralsiar-se.
De
fazendo
segundo
amboseuma
os
m nós
modos
circumstancia,
o signal
mostrámos
da cruz;
que
ç\j\e
nãos*
acresce
somos
dá no
com
chrislãos
primeiro.
tudo no
128 cor,
— Q u e m se benze faz u m a cruz com a mão da lesta ao
peito, e d u m hombro ao outro. Q u e m se persina faz
qualro cruzes, trez pequenas com o dedo pollegar, na
lesta, na boca, e no peito, e depois a cruz grande como
quando se benze. — O verbo persinar, que vem da for-
mula latina, per signum saneia cruéis, ele, indica per-
feitamente a differença entre uma e outra acção.
175. — Mesta , esfugticSo, idiota.
São lermos injuriosos pelos quaes se demostra a falia
de entendimento, mas cada u m d'elles com sua parti-
cularidade.
Diz-se que u m h o m e m é u m certa para significar que
não tem intelligencia, penetração nem discernimento;que
é idiota, para indicar que é incapaz de combinar as idéas
que lhe excitão seus sentidos; e que é estúpido, para ma-
nifestar que carece de lodo sentimento. — O homem besta
nada comprchende; o idiota nada concebe; ao estúpido
nada o commove.
11 A. — fSibiiolSaeen, livraria.
S'í os que ignorão a elymologia d'eslas palavras é que
as podem confundir entre si ; ambas se relerem a livros,
mas cada u m a por seu modo. — A primeira é palavra
grega çt&Xi-.Qrm, e significa caixa, armário, casa onde se
depositão e guardão livros, o por synecdoche os mesmos li-
vros. — Livraria, pela energia do sua terminação, signi-
fica multidão de livros, armazém d'elles. — Daqui vem
que ao garda dTima bibliolhéca se chama bibliothecaho;
e ao (pie vendo livros, livreiro. — Devemos com tudo no-
tar que em Portugal sechatna livraria ao que e m França
se chama bibliolhéca; e que a palavra livreiro temo
mesmo valor que libraire; com tudo livraria não tem
enlre nós a accepção mais genérica que lem e m França
que é o maneio e commereio do livros , e com referen-
cia a esta é que se d vc entendera palavra livreiro, que por
isso
lir-se
ao que
se mais
chama
nós chat/amos
quelamJem
o(i França
estante,
mercador
se chama
quer
de livros.
seja
lambem
grande,
— bibliolhéca
Deve
queradvir-
pe-
BOL 129
queua, fechada ou aberla, com livros ou sem elles; accep-
ção que não pôde admiltir-se na lingua portugueza por
causa da homonymia. — Para se não confundirem as
cousas, dcver-se-bia chamar bibliolhéca á casa onde ha
grande copia de livros, classificados e postos por ordem
para *e lerem e consultarem; livraria, ao armazém em
que o livreiro tem os livros empilhados para o seu tra-
fico ; e estante, á obra de madeira cm que se põem os livros
por sua ordem.
17í>. —Mola, globo, esphera, pellouro.
Todas estas palavras indicão um corpo redondo por Io-
das as parles, mas cada u m a deltas exprime uma espécie
de redondeza, enão se podem usar indistinclamcnle umas
por outras.
Bola é u m corpo redondo por lodos os lados, ou esphe-
rico, oco ou solido ; é palavra vulgar, que alguns querem
venha do inglez bali, que se pronuncia bói, e designa
especialmente os corpos esphericos massiços com que
se joga.
B/060 é palavra latina, globus, não vulgar, mas elevada
e seientifica, e designa u m corpo espherico de cujo centro
todas as linhas que se lirão alé a superfície são iguaes.
Por esto nome é conhecida enlre os doutos a terra que ha-
bitámos, e para maior clareza se lhe ajunta o qualificativo
terrestre, ou terráqueo.
Esphera é voz grega sj>«i>c< que se pronuncia sphera,
e significa u m corpo solido perfeitamente redondo, no que
concorda com globo, com a differença que esphera é termo
de geometria, de geographia e de astronomia, c tem mais
lala significação que y/060. Designa particularmente uma
machina redonda e movei emvmja superfície está traçado
o globo terráqueo, ou os signos c constellações celestes, e
a que eslão adaptados círculos astronómicos que represen-
tão o curso do sol na ecliptica. A primeira chama-se ter-
restre, a segunda
quePellouro,
tomássemos celeste.
rovavelraenle
palavra
dos
demuito
francezes
pella,usada
c oam aqitVhoje
doe
lenwiaçjto
nossos
V seantigos
exageraliva
usa, bala;
antes
130 nort
ouro, ou de pello, lançar, e designa toda a sorte de pro-
jéctil que safadas bombardas, arcabuzes,espingardas,ele.
Na nossa antiga forma de eleições chainavão-se pellonrot
a umas bolas de cera dentro das quaes se mellíão os pa-
pelinhos com os nomes das pessoas de que se fazia es-
colha para juiz ordinário, ele , c d'aqui a locução saimot
pcllouros, isto é, ser nomeado, eleilo.
Por ser palavra hoje pouco vulgar, e de bom soído, c
mais poelica que bala, e de seu uso nos deixou Camões
b o m exemplo na estancia 67 do Canto I:
Isto dizendo, manda os diligentes
Ministros amostrar as armaduras.-
V e m arnezes, e peitos reluzentes,
Malhasfinas,e laminas s \iuras,
Escudos de pinturas difTerentes,
Pellouros, espingardas de aço puras,
Arcos, e sagiitiferasaljavís,
Partazanas agudas, chuças bravas.
17G. — Bondade , benignidade,
compaixão, piedade, humanidade.
Ainda que as qualidades más avullão muilo no homem,
ha cora tudo nelle muilas benéficas, que provão que elle
não é u m animal inteiramente malfazejo, que pôde fazer
o bem, e muitas vezes o faz, é compassivo e amigo de
seus similhantes. D e muitas e varias maneiras se mani-
festa a propensão benéfica do h o m e m , m a s as principaes
são eslas.
Chamámos bondade, bonitas, á natural inclinação a
fazer b e m e a não causar damno a nossos similhantes,
como faríamos com nós mesmos, pelo inleres*e que nos
inspirão sendo nossa imagem ou reflexo. Que suecederáa
outros que não nos haja suecedido ou possa sueceder a
nós ? li assim Virgílio, opportuna e sabiamente, poz na boca
de Dido esta sentenciosa expressão: «Havendo experi-
mentado as desgraças, tenho aprendido a compadecer-me
dos infelizes, c por i^sso a favorecêl-os. Non ignara mali,
tnisei is succurrcrezjsco.»
A 6e)i/j/íií'(/í/d^^;orresponde lambem como espécie á
BOR 131
bondade,que olhámos como género; e chamaremos be
nignidade á bondade mesma quando a acompanhão a
generosidade, a tolerância, a indulgência, a brandura
e a amabilidade. Esta qualidade é particularmente pró-
pria das pessoas superiores respcclivamenle ás que lhes
são inferiores. — Tomada a benignidade cm scntidofigu-
rado, corresponde a temperança, suavidade do ar, do clima,
das estações.
A compaixão t a lastima que nos causa o mal alheio,
e couto que padecemos com os infelizes. Quando ella se
eleva, sobe de ponto e se mostra magnânima e como
inexgotavel, faz b e m generosa e desinteressadamente,
ainda aquelles que lhe causão mal, chama-se piedade, que
é o condoimento do mal alheio com vontade eflicaz de o
remediar.
A humanidade é o amor decidido e ás vezes estremado
que temos a todos nossos similhantes som dislineção de
pessoas, classes e circumslancias; é a benignidade com-
passiva, acompanhada de brandura de condição, e amável
lhaneza. Condoe-se sollicita dos desgraçados', busca soc-
corrôl-os sem procurar saber quem é o que soffre, nem
porque soffre ; a favor da qual falia o provérbio vulgar :
Faze bem, não cates a quem.
177. — Horda, margem , ribeira, praia,
cosia, s5sanas, arribas.
Todas estas palavras indicão cousas que lêem relação
immediata com as aguas do mar ou dos rios, mas cada
u m a delias por seu modo.
Sondo borda a extremidade prolongada de qualquer
superfície, quasi que não tom largura, e é por assim dizer
a orcla da margem, daribeira^da praia ou da costa. Mar
gem é toda a extensão de terra chã, ao longo dos rios,co-
berta de verdura e por isso aprazível à vista. Ribeira é a
margem mais ou menos declive, de ordinário coberta de
agua
do
mos
— marPraia
dizem-se
no cobrem
inverno
é toda
mais
ceadescoberta
banhão
eslensão
ordinariamente
com
denoterrablana
suas^snchentes;
verão.
dos rios
—Esles
que
que as
dous
do
c aguas
quasi
mar.
ler-
132 BRE
sempre de arêa. — Ribeira, quando é do mar, suppõe-se
ser do arêa; e de rios é de terra regelai, mui fresca e pro-
dudiva, por causa dos nateiros. — Cosia é a porção it
torra ao longo do mar, mais ou menos elevada, e como
que serve de barreira a suas aguas Hunas, são praias
muito inclinadas, econslãodc moines de arêa. Ribasm
arribas, são costas escarpadas ou alcantiladas, e que
conslão talvez de penhascos mais ou menos fragosos segun-
do as paragens, c, sobranceiras ao mar, servem de Ca-
dastro a suas enfurecidas ondas
178. —Branco, alvo , catidldo.
Branco significa em geral a côr mais clara de Iodas;
ÍÍÍDO é u m branco mais vivo, que sobrosa ie talvez brilha;
cândido indica particularmente o branco puro, suave e
agradável, e no figurado exprime a singeleza do animo.
— Diz-se e m gera! branco por opposição a preto ou a
oulra cor; aln>, para exagerar a brancura, como alva
neve, alças roupas; cândido, para indicar que não fere
os olhos, como, condida assucena, cândido jasmim. —
Os dous primeiros vocábulos só se usão no sentido
physico e próprio ; o terceiro é mais usado no moral e
figurado.
179. — Ifreve, curto, suecinto.
São breves as cousas que em pouco tempo se exceulão,
e 6r<?re o que dura pouco tempo; é breve a pessoa que
não se estende nem é pesada em sou discurso, d'omlevcin
dizer-se aos pregadores : Esto berevis, et placebis; sé
breve, e agradaras. —Curto refere-seá duração c exten-
são, principalmente cm longitude. U m a cousa c enfia
quando tem pouca longtira Chamámos curto ao lempo e
a todas as cousas que não parecem ter grande extensão
cm sua longura, respectivamente a outras com que as
comparámos, e assim dizemos : curto tempo, curto ca-
minho. — Succinlo só se refere á expressão c se applica
aquillo
vel, semque
omitlirr/v
se c\!>u>eisso
do modo
nada conciso
que sejao essencial
lacónico possí-
— A
CA 133
breve oppõe-se longo; a curto, comprido; assim como
diífuso a succinlo.
100.— Bulha, rniido.
Toda bulha é ruído, porem nem lodo ruído é bulha
Aquclle é o género, esla é a espécie determinada do ruido,
que formão com a voz uma ou muilas pessoas. Qruido
pôde causál-o uma pessoa ou cousa só; para haver bulha
é necessária ordinariamente-a reunião de muita gente in-
quieta, animada, ou desavinda. — É r u i d o s o o macaréo
quando quebra nos baixos ou cachopos; é ruidosa a agua
que se despenha das cascatas, mas não são bulhentas estas
cousas. E porém bulhento o h o m e m que se metle e m bu-
lhas, que as arma, ou édado a brigas.
101. — Cà, aciui.
São advérbios de lugar, que valem o mesmo que este
lugar, ou neste lugar onde se acha a pessoa que falia.
Sua differença consisle em que aqui representa o lugar
d'um modo absoluto, e sem referencia alguma a outro
lugar, v. g. Aqui vivo, aqui estou, etc. Porém cá lem
maior extensão, pois alem de representar o lugar .onde se
está, acerescenta por si só a exclusão de outro lugar de-
terminado, que directa ou indirectamente se contrapõe
aquelle e m que nos achámos. — Vivo aqui, janto aqui,
suppõe só e absolutamente o lugar onde vivo e onde janto,
sem excluir determinadamente outro lugar, e sem repre-
sentar por si a menor idéa de duvida, preferencia, on rela-
ção alguma respectivamente a outro, forem hoje janto cá,
esla noite fico cá, exclue determinadamente o lugar onde
costumo jantar, ouficar.— No estylo familiar entende-se
aqui por nesta casa, pois quando alguém diz , fulano
jantou aqui hontem, ou passou honlem aqui a noite, é
como se dissesse, jantou, passou a noite nesta casa.
Quando cá se contrapõe a lá, indica a terra ou lugar
cm
e lá
aque
que
más
II. estamos
nos
fadas
referimos
ha.
comparado
comocomse outro
vê no tíVquejá
d.Vtdoi vulgar,
falíamos
12 cá
134 CAC

102. — Cabo, promontório.


Aquella porção de lerra que se intromelte no mar com
pouca elevação, chama-se cabo, porque ali acaba ou fe-
nece a terra ; se o ca6o é mui elevado chama-se jiromon-
lorio. — E s t a palavra, queé latina, promonlorium (mons
in maré prominens), é hoje pouco usada a não ser em
poesia, e se diz cabo e m todos os casos. IVislo nos deixou
exemplo Camões n u m a de suas mais bellas estancias, em
que figura fallando o gigante Adamastor :
Eu sou aquelle oceulto e grande cabo,
A q u e m chamais vós outros Tormentório.
Q u e nunca a Ptolemeo, Pomponio, Estrabo,
Plínio, e quantos passarão, fui nolorio.-
Aqui toda a africana costa acabo
Neste m e u nunca vislo promontório.
Q u e para o polo antárctico se estende,
A quem vossa ousadia tanto ofTende.
(Lus.. V,S0.)
Segundo o poeta, promontório é o género a que per-
tencem os monies mui elevados, como se vê daquelle
verso :
• Os altos promontórios o chorarão.
(Lus. , III, S4.)

105. — Cachoeira, catadupa, cascata.


Por todas estas palavras se designa um salto ou des-
penhadeiro de agua; mas cada u m a d'ellas representa sua
circumstancia particular que lhes determina a differença.
Cachoeira vem de cydião, e muito bom se applica este
vocábulo aquelle burbulhão que faza agua quando, despe-
nhando-se de rochedos mais ou menos elevados, faz uma
fervura continua na raiz d'elles. É voz portugueza, ono-
matopica, e muito expressiva ; mas parece designar não
Canto o despenhadeiro da agua como o seu elléilo queé a
lervura, como/íe o fogo a agitasse c m grossos bur-
bulhõcs.
CAC 135
Catadupa é palavra grega xaTáíotnw (de xgraSwirfi,
cair, prccipitar-se com fragor ou estrondo), e designa
aquelle salto ou despenhadeiro de agua que se precipita
de grande altura; applica-se particularmente aos do Nilo,
e por extensão aos de grandes rios como o Amazonas <.
Mississipi. É voz lambem imitativa na lingua grega, e re<
presenta mui bem a queda e o estrondo d'uma grandç
torrente que se despenha de altos rochedos.
Cascata é palavra italiana, de cascare cair (de caão,
latino), que, pela sua etimologia o. som imitativo, indicj
optimamente a queda de agua corrente d'uma altura não
tão elevada como a da eaíadupa. Distingue-se das prece-
dentes não só em ser menor, senão em que aquellas são
sempre naturaes, e esla é muitas eas mais das vezes arti-
ficial, e serve de ornato aos jardins.
Assim que, quando quizermos indicar o ruido da agua
que ao despenhar-se ferve em cachões, diremos cachoeira;
quando tivermos em vista fazer sentir o fragor com que
u m a torrente se precipita de elevada altura, diremos com
muita propriedade catadupa; e quando (aliarmos da
queda natural ou artificial com que nos jardins a agua
se debruça de rochedos á feição de conchas ou dispostos
como degráos, o termo próprio de que usaremos é o de
cascata.
104. —Cachopos, anrolhos , escolhos,
farelhões-
Téem os autores confundido eslas palavras, sendo ellas
disiinctas e indicando cousas diversas.
Cachopos são penhascos que saem fora d'agua, onde
rebentão as ondas. Dizem os etyinologislas que cachopos
é a corrupção de scopuli.
Abrolhos é voz usada em sentido translato para in-
dicar aquelles cachopos que formão pontas como a planta
chamada
d'agua
mais
;/topos. e abrolhos
Escolhos
perigosos ou osestrepes.
nãosãoseque
aquelles
descobrem SãoEsla
cachopos.
penhascos
bem, menores
d'on>
q\ç| estão
tavraquevem
resulta os eu-
debaixo
serem
do
136 CAI)
latim scopulus e d o grego <.xó7rs)ss-,esua significaçãores-
trida é autorizada pelo uso da lingua castelhana '
Farelhões são escolhos ponleagudos, empinados a cima
d'agua, uns contíguos á terra, oulros formando ilhetas, e
por sua grandeza e perigo que perto d'elles correm os
navios andãoassignalados nas cartas marítimas.
185. — Caducidade, decrepitude.
Estas duas palavras são Ialinas : a primeira tem sua
raiz no verbo cado, cair, decair, estar em decadência,
c m ruina; a segunda, no verbocrepo, estalar, qttebrar-se,
tropeçar.
A caducidade manifesta decadência ou próxima ruína;
e decrepitude ou decrepidez, destruição, ullinios elleitos
d'uma lenia e insensível dissolução. — A decrepitude
diz-se, propriamente fallando, do h o m e m e não dos
domais seres animados; a caducidade diz-se algumas
vezes, e m sentido metaphorico, de tudo aquillo que por
velho ou gastado se acaba ou ameaça ruina, como um
edifício, etc.; e também fallando de bens, por perece-
douros e transitórios, e dos direitos e leis, que dizemos
c o m m u m m e n l e que hão caducado.
C o m acerto se vale o uso c o m m u m d'estcs lermos para
distinguir duas idades ou dous períodos na velhice. Ha uma
velhice que vulgarmente chamámos caduca? outra tlecre-
pila. A caducidade é u m a velhice prematura e acbaeosa,
que conduz á decrepitude, e esta u m a velhice já em seu
extremo,eporassim dizer agonizante, que conduz áuiorte.
Os physiologistas diíferenção os dous eslados do ullimo
quartel da vida com os seguintes caracteres, No ancião
caduco curva-se o corpo, desordena-se o estômago, alun-
dão-se as rugas da peK.e, lorna-se áspera a voz; obscu-
rece-se mais e mais a vista, entorpecem-se todos os senti-
dos, perde-se a memoria, e Iodas as funeções do corpo se
exercem lenia c penosamente. — Tudo decai ainda mais
corporaes,
cno
leiramenle
apenas
decrépito.
pode
po\tc-se
o amístile
fíonunciar,
O corpo
alé
e aonão
memoria,
uso
esta
pôde
dosgaslo

sentidos',
asuslontar-se,
lingua
o jogoc dos
tartamuda
mui falta
or^ios
lentain-
a
CAL 137
circulação do sangue e a respiração, enfraquece-se por
extremo o corpo, tudo se dissolve; diremos pois que o
ancião caduco acaba de viver, assim como o decrépito
principia a morrer.
10G. — Calcular, computar, contar.
Esta ullima palavra é a mais genérica de Iodas, pois nas
escolas de primeiras lettras se ensina a ler, escrever e
contar; mas este ensino, mais de rotina que de sciencia,
consiste em fazer numerações, e algumas operações arith-
indicas para conhecer tinia quantidade; é por assim dizer
o romance da sabia lingua do calculo.
Calcular é executar operações arithmeticas ou fazer
operações particulares da sciencia dos números, para che-
gar a u m conhecimento, a u m a prova, a uma demonstra-
ç ã o — Computar é reunir, combinar, addicionar os nú-
meros dados, para conhecer o total ou resultado.
Contámos quando numerámos, isto é quando queremos
saber o numero de certas cousas começando por um,
dous, etc.; u m menino conta primeiramente pelos dedos,
u m , dous, trez, e l e , e rigorosamente fallando não
computa em quando não pôde dizer um e dous fazem
trez, dous e trez fazem cinco, etc.; e com muito mais razão
está longe de poder calcular por divisões, multiplicações
e diminuições.
O calculo é uma verdadeira sciencia formada de muitos
methodos mui sábios. O astrónomo calcula a volta dos co-
metas; o geometra, o infinito. Dizemos cálculos astronó-
micos, algébricos, etc.; calculo differencial, integral, in
finitesimal. — O contar olha-se como negocio que po-
deremos chamar económico, istejp, relativo aos assumptos
de interesses, de administração, de commercio, etc. — O
a m o toma contas a seu feitor, e este deve ter suas contas
claras e e m dia. — O commercianle lem seuv livro de con-
étas
termos
uque
Omeamcomputo
ooperação
que
conhecidos
chronologista
assenta
comprehende-se
determinada
seu
paraDeve
computa
chegar
ee Hade
no
limitada\
aos
calahi
u mtemi
haver.
dei>s,
ena
calculo.
>onhecido;
partindo
conta,Assim
pois
edeo
138 CAM
astrónomo computa sobre tábuas de sua sciencia para
fixar o tempo c o inslante m e s m o da repetição d'um phe-
nomeno. — Todo o h o m e m deve sabor contar, e até certo
ponto lem necessidade de saber calcular; o computaré
próprio dos doutos.
A palavra computar nãoé conhecida do vulgo, em cujo
lugar diz contar, c apenas se usa no sentido próprio; cal-
cular usa-se no sentido figurado e m lugar de combinar,
raciocinar, ele.; contar entra e m mui variadas locuções
como se pôde ver nos diccionarios.
107.— Camilha, caminha.
Parece que estas duas palavras, sendo ambas diminu-
tivas de c a m a , devião ter o m e s m o valor; mas não
acontece assim, porque caminha exprime simplesmente a
pequenez e pouca conta da cama, e camilha indica cama
molle, de recosto, ou á ligeira, para dormir a sesla e
descanso.
100. — Campezlno, campestre, açrcste,
rústico.
As palavras latinas campus, ager erus são as radicaes
das portugnezas de que aqui vamos a tratar. ^Agreste
tem mais extensão, e ás vezes diíferente significação que
e m latim, pois é por vezes como synonymo de selvagem,
e significa a natureza e m si mesma, sem que lhe haja to-
cado o h o m e m por meio de cultura, e assim dizemos: um
campo, u m silio agreste que não pisou a planta do homem;
m a s e m lalim ager significava c o m m u m m e n t e campo cul-
tivado. Quando alguém te exprime c o m grosseria, dureza
c certa ferocidade, dizemos que seus costumes, maneiras
e linguagem são agrestes. Esta expressão é de ordinário
injuriosa e se toma e m m á o sentido. — M a i s suaveé a de
rústico que vem de rus, e significa h o m e m tosco c gros-
seiro, opposto «jj. urbano. Chamão-se rústicas as cousas
sentido
que
Campezmofi
pertencem/,
figur/iO
campestre
osaotrabalhos
que contrasta
carece
e costumes
decomcultura
agreste
do ecampo,
policia.—
poise cm
não
CAU 139
exclue a idéa de cultura,de prazer e agrado que do campo
pôde resultar. — U m sitio agreste só presenta estéreis
rochas, arvores silvestres, ermas charnecas que causão
horror, tristeza e melancolia. U m silio campestre offerecc
vistas agradáveis e risonhas, plantas Iructiferas, pastos
abundosos, onde se vêem rebanhos quasi domesticados,
prados esmaltados de boninas, arvores carregadas de
iruetos; por toda aparte se oceupão os camponezes e m
trabalhos úteis; a innocencia, a alegria, a felicidade téem
ali sua morada, e quando a lavoura é protegida reina na
aldeia a abundância e a prosperidade. Não conhecemos
prazeres que possão chamar-se agrestes; porém, quão de-
liciosos, singelos e naturaes não são os campestres^
Campezino é igual a campestre em quanto á derivação,
porque ambos vem de campus; com Indo aquelle é menos
extenso, pois indica por sua terminação o que habita ou
vive no campo, h o m e m ou animal; c campestre se estende
a tudo que pertence ao campo. Todavia campezino é mais
poético que campestre.
109.— Candura, naturalidade, lhaneza,
ingenuidade, sinceridade, singeleza,
franqueza, lisura.
Todas estas palavras representão outras tantas quali-
dades moraes, que tornão estimável a pessoa que as pos-
sue, e que, posto que alguma vez se confundão, são entre
si bem differentes.
O branco da açucena e do jasmim, suave, brando, que
não offende a vista, é o typo dayandura, que, em sentido
metaphorico e mais usado, significa aquelle eslado de in-
nocencia e pureza de animo que não conhece malícia, e
ignorado mundo o trato.
Aquella disposição da alma que leva o h o m e m a dizer
livremente o que pensa e o que sent v sem buscar artifí-
cios,
com osem
resultar, altender
eslado
tem aosdo
nalurah
o nome deuiconvenienteVque
hnaiuraittiodej^rque d'ahi
o m e m e não c'vdiece se podem
arte.ajusta
HO CAU
De lhano ou plano, que c uma superfície igual semeie
vações, vem a voz metaphorica lhaneza, que indica faci-
lidade no trato, igualdade no génio, e nenhum fumo de
soberba.
Da palavra latina ingenuilas, que no senlido recto signi-
fica liberdade, o eslado e condição do que nasceoe par-
manece livre, vem ingenuidade, que em sentido Iranslalo
significa boa fé, realidade no que se diz ou se faz, abertura
de sentimentos sem nenhum disfarce nem contemplação.
Formava-se o vocábulo latino sincerus de sine e cera,
aliudindo ao mel puro sem mistura de cera, e significava
cousa pura, sem mistura. D'aqui veio sinceritas e em por-
tuguez sinceridade, que em senlido recto significa pureza,
nenhuma mistura de cousa que altere ou corrompa, e no
sentido translalo designa unidade perfeita do pensamento
com o fallar, exclusão de toda a idéa de engano ou
falsidade.
Chamámos singelo a tudo que não é dobrado, e portanto
a singeleza é o opposlo de dobrez c malícia, e sendo dif-
ferente a metaphoia vem a encontrar-se com sinceridade,
com a differença que esta nunca degenera em defeito, e
aquella sendo demasiada confunde-se com simplcza.
Da palavra franceza/htnc/i.íc fizemos nós franqueza,
para designarmos a -qualidade de ser franco, talvez no
m e s m o senlido de isento e isenção, e por isto é próprio
este termo para indicar a liberdade com que se falia a
alguém, e a isenção com que lhe dizemos o que sabemos
ou pensámos sem allendermos a qualquer respeito que
podéra embaraçar-nos.
D'uma superfície Usa, em que não ha escabrosidade
alguma, se tirou a metaphora da palavra lisura que de-
signa aquella igualdade de animo no fallar e obrar que
não é entremeada de segunda tenção, nem reserva, e por
o
assim dizer, falia com o coração nas mãos.
k'candura
naturalidade,
genuidude,
amentira;
reserva; ooppõe-se
á ásingeleza,
ofingimento
lisfta,
artificio: a áamalícia
a aaíléclação
edobrez e oe corefolho
lhaneza,
impostura a;ardissimulação;
odisfarce.
áenlonado;
; àw-a a
sinceridade,
á franqueza,
CAP 141

190. —Cantadeira, eontíora, coutarino,


cantatrtz;
Todas estas pessoas cantão, mas cada uma d'elias por
differente motivo, e seu canto é apreciado de diver-
so modo.
A mulher que anda sempre a cantar ou ganha sua vida
a cantar, chama-se vulgarmente cantadeira; aquesabe as
regras do canto, c com boa voz o executa, sem d'islo fazer
officio, é uma cantora; a que professa a arle de cantar,
e figura nos Ihealros, pelo que recebe estipendio, é unia
cuntarina.
Cantutriz, que é palavra latina, posto que alguma vez
se tome por cantora, corresponde mais particularmente a
cantarina.
191. —Capacete, casco, elmo, morriâo,
cimeira, celada.
Todas eslas palavras designão uma parte da armadura
antiga que cobria ou defendia a cabeça; a qual variava
na forma, e d'aqui os differentes nomes por que era
conhecida.
Capacete, do francez antigo cabasset, era u m a peça de
metal da armadura redonda que cobria a cabeça, sem
ornato. Casco, do francez casque, significa o craneo ou
caixa óssea que encerra o cérebro, extensivamente o ca-
pacete que se ajusta á cabeça. Elmo, do hespaubol yelmo,
significa uma espécie de capacete ornado de cristas,
penachos, ele, com viseira que cobria o rosto, como se
vedo que diz Camões fallando d,Baccho :
A viseira do elmo de diamante
Alevantando u m pouco, mui seguro.
(Lui., I, 37.)
Morião, do antigo francez n?orion\era armadura da
parte superio da cabeça c o m algum yjialo ou pluma-
gem. Cimeira,
superior do elmodooufrancez cimier,
morriào àecSne,
adornado «.Sm era a parte
plumas.
142 CAP
Celada c palavra castelhana, pouco nsada de nossos
autores, mas mui frequente na historia de Dou Quijole,
que vale o m e s m o que capacete, c parece corresponderão
galea dos latinos.
192. — Capacitar, convencer,
persuadir.
A primeira é palavra vulgar, e significa fazer crer al-
g u m a cousa a alguém; as duas outras são palavras techni-
cas da oratória.
Convencer é provar ao entendimento que uma cousa é
verdadeira ou falsa, boa ou m á ; persuadir é determinar
a vontade a que obre e m consequência d'este convenci-
mento. — Cora os argumentos convencemos somente;
porém snpposta a convicção, e ainda que esla não seja
talvez completa, persuadimos com a autoridade que me-
recemos ou com os affeclos qne excitámos. — A acção
de convencer dirige-se principalmente á intelligencia;
assim como a de persuadir aos sentimentos do coração.
Veja-se Convicção.
193. —Capaz,hahil, apto, destro.
Applicão-se em geral os adjectivos capaz c haM ás
acções dos homens. U m h o m e m capaz de fazer qualquer
cousa é o que reuue e m si todas as faculdades e requisitos
necessários para poder fazêl-a. A palavra hábil tem mais
extensão que a de capaz, pois não só designa as quali-
dades anteriores, senão de mais a mais a facilidade da exe-
cução adquirida pela repetição de actos. U m juiz pôde
saber todas as leis sem gsr hábil e m suas applicações. Um
sábio pôde não ser hábil nem em escrever, nem cm ensinar;
porém em seu estylo singelo, ainda desalinhado,manifeslar-
nos grandes verdades.
A palavra capacidade refere-se mais ao conhecimenío
dos preceitos, e a,Je habilidade á sua applicação; aquella
adquirc-so
capacidade com/estudo,
habilidade,',é;'próprio acsia
«ra levar para como aque
effeilo pratica.
emprehender; oO que tem
se pretende. lem
Tara
CAB 143
mandar é necessária a capacidade, e para obrar a pro-
pósito a habilidade. A capacidade pertence á medita-
ção, a habilidade á execução; aquella é mais própria das
sciencias, esla das artes.
Considera-se a aptidão como u m a idoneidade passiva,
i sendo aeliva a capacidade. É pois esta uma disposição
para Indo, bem ou mal, e assim dizemos que u m h o m e m
B capaz de grandes virtudes e de grandes crimes; a apti-
dão entende-se commummenle para o bem, assim como a
destreza pôde sêl-opavaum e oulro. Não se dirá d'uma
pessoa ipic é apta para roubar, para assassinar, para
qualquer maldade que exija astúcia e manha; mas sim
dizemos que é destra em roubar, que deo uma punhalada
com destreza, que foi destra em executar, em dissimular,
em occullar o crime e e m aíTastar de si toda a suspeita.
Sendo a destreza a facilidade, promplidão e bom geito
com que se faz alguma cousa a que se está acostumado,
ou adrestrado, refere-se especialmente a tudo e m que
I óile entrar exercício de corpo ou manual. — U m h o m e m
pôde ser destro na esgrima, em cavalgar, nas armas, em
atirar, na manobra náutica, assim como uma inulherpôde
ser destra no governo da casa.
194. — Capcioso, Insidioso.
Servimo-nos d'estas palavras para expressar em geral os
meios que se empregão para sorprehender, enganar e abu-
sar da singeleza ou pouca intelligencia das pessoas.
Capcioso é palavra lai ina, captiosus(de capto, frequen-
lalivo de capio) e designa aquillo que se dirige a sor-
prehender a intelligencia e a razão, hallucinando aquella
com falsas apparencias de verdsue, e obscurecendo esta
com falsas deducçóes. Appltca-s<? o adjectivo capcioso
aos discursos, raciocínios, perguntas e cousas simi-
'banlos.
Insidioso é também palavra latina, insidiosus, e designa
atras
se
o interessar
que
insidia.
naluraes
põee arma
eDiz-sc
inclinações:
dominar
ciladas.
tantoo das
Parece
amor
Indopessoas
isto
próprio\a
queé oacomo
ninsidioso
. V vaidade
laços
'as cousas.—
seadirige
equem
ou-
144 CAR
Os meios capciosos dirigem-se a fazer cair alguém em
erro; os insidiosos a altrahíl-o inscnsivelmenlc a um
laço bem armado.
O que se deixa enganar por meios capciosos parece que
consente elle mesmo no erro que adoptou, e em que chega
a obslinar-se. O que caio no laço por meios insidiosos
conhece alfim seu erro, quizera sair d'elle; porém já não
pódc. — Deslumbrão os meios capciosos; seduzem ear-
rastrão os insidiosos.
195. — Cara, frente ou fronte, rosto,
semblante, face , vulto.
Tor todas eslas palavras se designa a parle mais nobre
do homem, que ao corpo, qual soberana, preside e manda.
Mas cada uma d'ellas ajunla â idéa fundamental alguma
accessoria que a modifica, e que importa conhecer para
não as confundir.
Cara é palavra grega xá^a ou xxpí e significava cabeça,
cume ou cimo; mas entre nós só significa a parte anterior
da cabeça do homem, e de alguns animaes brutos. — É
expressão vulgar; e às vezes incivil e grosseira. Não é ad-
miltida em estylo elevado, e em lugar delia usão os poetas
a palavra frente ou fronte (que ambas vem de frons).
José Agostinho de Macedo diz na Meditação :
Mas que pasmosa archileclura é esta
D'esle corpo, que eu palpo, eu sinto ? X frente,
Qual soberana, lhe preside e manda !
E Camões,
Que não no largo mar, com leda fronte,
Mas no lago entrarmos de Acheronte.
Estando c'um penedo fronte a fronte,
Oue eu pelo rosto angélico apertava,
Nãofiqueihomem não, mas mudo e quedo
E junto d u m penedo outro penedo.
,.• (Lus., I, 51, c V, 860
i-
«-
Chamavão (V'iatinos rostrum ao bico das aves, ao es-
porão da pr,a das embarcações, c ao que com elton
CAR U5
parecia ; os nossos antigos chamavão e ainda hoje os
Castelhanos chamão rostro á cara dos racionaes, por ser
a parle saliente do corpo sobretudo visto de perfil, e m que
o nariz forma uma esp,ecie de bico. Por suavidade de pro-
nuncia se diz rosto. É expressão mais elevada que cara,
pois só se diz dos racionaes, e é poetica; como se vê da
precedente citação de Camões, e da seguinte :
E com o seu apertando o roílo amado,
Que os soluços e lagrimas augmenta.
(Lus., 11,41.)

Semblante (talvez do francez scmblant)éo rosto con-


siderado como expressão dos allcctos ou paixões, e muilas
vezos equivale á representação exterior que no rosto se
mostra do quenalma se passa.
Da palavra latina fácies vem a nossa face, que signi-
ficando rigorosamente a maçã do rosto, ou a parle da
cara desde os olhos até á barba, significa por extensão
Ioda ella; usa-se muito a propósito quando a considerá-
mos voltada para nós.
A' palavra latina vultus muitas vezes corresponde a
nossa semblante, como se vê d'este lugar de Cícero :
« Vultus animi sensus plerumque indicant (de Orat.
2,35). O semblante muitas vezes indica os sentimentos da
alma.» Porém o mais ordinário é significar o relevo do
corpo humano ; e como no rosto é onde mais avultão as
feições humanas, usão-na os poetas para indicar o m e s m o
rosro, e talvez rosto formoso, como se infere d'aquelle
lugar de Camões :
Quem {') d'uma peregrino foTrnosura,
D u m vulto ilis Medusa propriamente,
Que o coração conveite que tem preto.
E m pedra não, mas em desejo acceso?
(Lus., 111,143.)
\ '•"

Q Subcnlendti-se i pôde livrar se,


146 CIM
196. — Caracter, constância.
A palavra caracter, hoje muito usada, é grega, xfysMft
e designa, e m seu senlido próprio, aquella qualidade que
distingue as cousas e as pessoas umas das outras, e assim
chamámos h o m e m de caracter ao que permanece constante
na opinião ou idéa que formou u m a vez, no partido que
adoptou, na resolução que tomou; qualidade a mais excel-
lente no h o m e m , pois que suppõe e comprehende as de
animo, valor; sofírimenlo,firmeza,vigor e força. Ha pou-
cos Immens de caracter firme, constante, tanlo na pros-
pera como na adversa fortuna. A maior parte varia, muda
e contradiz-se pelo teor das eircumstancias e de seus pró-
prios interesses, e islo se chama não ler caracter.
O caracter suppõe constância que é perseverar na-
quillo a que u m a vez nos proposemos; é próprio dacow-
tancia não variar, apezar das conlradicções quese presen-
tem, ou dos trabalhos e desgraças que possão sobrevir.—
A constância loma-se e m b o m senlido, pois em o mal se
chama obstinação ou teima. O caracter pódeser bom ou
m á o ; todo o seu merecimento consiste e m não mudar.
197. — Caracteres, lettras.
As lettras são caracteres, mas nem todos os carac-
teres são lettras : esta é a espécie, aquelle é o género.
Sendo a escritura a arte de exprimir as idéas por meio
de certos signaes graphicos, ou caracteres, e sendo esta
de duas espécies, u m a chamada ideographica,queéa que
representa os objectos por meio de signaes, e outra pbone-
tica, phonographica oi^alphabetica, que é a que presenta
aos olhos por meio de caracteres os differentes sons que
entrão na composição d'umapalavra, icem concordadoos
sábios e m chamar caracteres não só ao que vulgarmente
chamámos lettras. senão a todos os signaes graphicos
da primeira espejie do escritura.
geographicosyfs
dosTaos
Chinezcí
são os caracteres
etc.astronómicos,
E só searithmeticos,
chamão
a escritura
Ultras
os dos
algébricos,
oscáracíérf*
Egypciose
os
CAR lu7
, da escritura phonclica; laes são os de todos os alphabctos
da Europa.
A's lellras de forma ou de molde chamão os Francczcs
caracteres, que nós com mais razão chamámos typos,
por isso que se chama lypographia á tão famosa arte do
imprimir com elles.
190. — Carestia , escacese.
Carestia é a qualidade de ser cara uma cousa, ou de ter
subido de preço; e escacez o não ser a cousa sufficiente
para o consumuio c uso que d'ella se faz ou tem que fazer.
A escacez Iraz como consequência a carestia. Ha escacez
de cereaes, c por conseguinte se vão pondo mui caros e
difficcis de adquerir.
Chama-se lambem escacez, em senlido mais ou menos
translalicio, a parcimonia, mesquinhez e curteza com que
se dá, faz ou prometle alguma cousa. Diz-se comida
escaca, cscacezdevinho, de agua, quando ha pouca; lam-
bem se chama escaco de luzes, de conhecimentos ao pouco
ou nada instruído, ao néscio, ao indouto; mas em nenhum
d'eslcs casos se poderia usar da palavra carestia,
ou caro.
199.—Caridade, uhilantlironla, amor.
Cícero comprehende debaixo do nome de caritas, de
que nós fizemos caridade, as idéas de amor, benevolên-
cia, ternura, zelo e amizade ; pelo que se eleva muito a
cima de philanthropia, que segundo sua elymologia (de
fXoS e àvQçu-noi) vale o mesmo que amor dos homens, ou
da humanidade. ^
A religião christã elevou a caridade ao supremo gráo
de virtude lheologica; por ella é que amámos a Deos e ao
próximo, que amámos a nossos próprios inimigos, que
nos condoêmos das misérias de nossos similhantes, c lhes
acodimos comsoccorro ainda á custa derivações nossas;
ella nos
bemleva
porO amor que afazemos
fazerque
de Deos, bem
nãopor
é sómotivos
assim no-lo m & de
por amor
disse % e'^ps
que humano».
tramem,
deo exem-
senão
148 CAR
pio; ella é pois a maior das virtudes evangélicas. — Muito
mais rasteiros são os motivos e osfinsdaphilanthropia;
ama-se o h o m e m por amor do h o m e m , e se algum bem
se lhe faz não se pôde equiparar aos infinitos bens que a
caridade christã derrama continuamente com mão larga
e m toda a parte onde o lume do Evangelho eclipsou a pá-
lida luz da humana philosophia. — A philanthropia fun-
da-se naquelle principio universal, que não é isento de
egoísmo : «Faze aos outros o que quererias que te fizes-
sem a li;» a caridade tem a sua origem em Deos, que ca
m e s m a caridade, Deus caritas est, por Deos e para Deos
obra, só d'elle espera retribuição. Aquella é virtude angé-
lica e divina, esta é terrestre e humana. Sua difíerença
está b e m declarada naquellas sublimes palavras de Jesu-
Christo : « A m a r os que vos amão é de todas as leis; eu
mando-vos que ameis os próprios inimigos.»
Se o a m o r se differença da amizade, como vimos na-
quelle arligo (Vej. pag. 55), muito mais se deve differcn-
çar da caridade,- porém como as obras d u m e outro
affedo se possão equivocar, para bem as appreciar é
mister saber a inlensão donde provêm e o fim a que se
encaminhão. — A caridade é sempre u m a grande virtude,
a philanthropia pôde ser egoísta, o amor e sempre inte-
resseiro, e por vezes criminoso. — Muito bem explicou
esta differença o Padre Vieira naquelle notável sermão dos
ossos dos enforcados; fallando elle do bom agasalho que
Pharaó deo a Abraham, diz : «Parecia piedade, erão res-
peitos ; parecia misericórdia, e erão interesses. Digamo-lo
mais claro. Parecia caridade, e era amor. Todas eslas
enchentes de bens corrião á casa de Abraham, não por
amor de Abraham, senão por amor de Sara; e não por-
que era peregrina Sara,i»;enão porque a formosura deSara
í
era peregrina (II, 407).»
lheINote-seque
'n
se
latur

à.yúirn
corresponde
d'aquelle
(I aos OÚ alugar
palavras
Cor/àt.
ç>iAoi;
e m xgregocaritas
<iritas
de
m ,São m o ér latina,
4).é Paulo
&yám
Apatiens de decaritas
e: mhAya-náu
est,
grego
Ayaim a
carus;
éamar,
pipm. acomo
queaemu-
xpo9i>iitl
non t
GA3 119

200. - C a r n i c e i r o , carnívoro.
Estes dous adjectivos dcsignão em geral os animaes que
se suslentão de carne, mas suas terminações lhes dão bem
diflerente valor. Carniceiro é o animal que se ceva de
carne, que se ceva e m carniça ; carnívoro é o que come
carne. O primeiro indica o appctite natural, o habito
constante; o segundo annuncia simplesmente o fado,
o costume.
Os naturalistas, quando comparão estas duas espécies
de animaes, dizem que o nome de carniceiro pertence
aquelle a quem a natureza força a cevar-se de carne, e não
pode viver d'outra cousa, e carnívoro ao que come carne,
mas não é reduzido a esle só alimento, e pôde nutrir-se
dos inícios da terra. — O tigre, o lião, o lobo são propria-
mente animaes carniceiros ; o homem, o cão, o galo são
animaes carnívoros.
Carnívoro c termo mais próprio de scienciasnalnraes,
que constrasta com frugívoro; carniceiro é termo vulgar
da lingua, por isso mais usado, e ás vezes com a signifi-
cação de cruel e sanguinário, como fez Camões naquella
aposlrophe aos assassinos de Inez de Castro :
Contra uma dama, ó peitos camiteirot,
Feros vos mostrais e cavalleiros ?
(Lus., 111,130.
201. —Castidade , continência , pudor,
pudicícia , virgindade, pureza.
Considerámos Iodas estas palavras em seu senlido mo-
ral com relação ao uso dos preferes carnaes.
A castidade é a virtude quê directamente se oppõe a
elles :firmee rígida domina e sujeita não só a parte ma-
terial ou corpórea, mas alé o entendimento evitando pen-
samentos e palavras que respirem luxuria; submette vo-
luntariamente á autoridade da lei os ^ppetiles e prazeres
carnaes
mente naainda
tinência firmequando
actual permitlidos.
resolução
dos deleites A c adXalTeclos
de oppor-se
carnaes; mtinencia édesor-
a abs-
consiste principal-
150 CAR
denados, e m moderál-os e refreál-os, procedendo em Indo
com sobriedade e temperança. Acontinenciaéaconselhada
pela razão, e m e s m o entre os philosophos acha defensores;
a castidade é virtude chrislã.não de preceito, e só de con-
selho evangélico, kcastidade é mais difficil de guardar que
a continência; mas do desprezo desta segue-se a pouca ou
nenhuma eslima d'aquella, como disse Vieira fallando de
Luthero e Calvino : « E porque não quizerão guardar cou-
tinencia, negarão a castidade, entregárão-se ás demasias
e intemperanças da gula (II, 2C7).»
Pudor é a arma que a natureza deo ás mulheres para
defender-se, e se estendo a quanto pôde oífender sua pu-
reza. Pudicícia é a castidade acompanhada de pudor, e
que se manifesta principalmente pela honestidade, decên-
cia e recato exterior.
Firginãadc é a inteireza corporal d'uma pessoa É
antes u m estado que u m a virtude. — Para conservara vir-
gindade è necessário não só ser continente senão ter a
virtude da castidade.
A pureza pois é o lustre e cxcellencia da tnr^mdade,
annuncía integridade e innocencia de costumes, carência
de macula e de imperfeições; é o estado da alma e do co-
ração que não soffreo embates da impureza nem deoac-
cesso aos desejos do prazer carnal.
k pureza pertence especialmente ao coração, pois que
afíàsta de si toda idéa de prazer; a castidade á alma, pois
que resisle a quanto pôde inclinar ás desordenadas paixões.
O pudor, por natural sentimento, foge de quanto pode
conduzir a u m a fraqueza ou descuido; a pudicícia não é
muitas vezes senão o pudor exterior, que põe limites ao
império do vencedor, conservando todavia a modéstia e a
honestidade e m todas siÉis expressões e acções.
A pureza é innocente, não conhece o mal nem talvez
sabe resístír-lhe; é temperada a continência, e conce-
mentirosos
einflexível
dendo
quezas.
se
a virgindade
suecumbe
o que
a castidaáe,
exteriores
/é deWa
permiltido,
0pudor
deresoluta
que
sere sabe
castidade,
aescouduo
pudicícia,
combate,
reprimir
defendem
dissimuladas
resisle
masa sdemazias;
podem
ae pureza
vence,
fra-
seré
CAT IS!
202. — Catastroploe, successo,
desenlace.
Um successo pôde ser commum, ou raro, ou extraor-
dinário, feliz ou desgraçado; de muita ou pouca impor-
tância. E esta uma expressão tão geral que quasi nada
caracteriza, pois tudo que acontece é u m successo; mas a
catastrophc significa u m successo de muita importância
que dá origem ás vezes a grandes infortúnios e a mui no-
táveis alterações. U m a catastrophc pôde ser causa da des-
truição d'um reino; pois esta palavra significa sempre u m
successo extraordinário e infausto.
Circumscrevendo-a agora á arte dramática, e m que
com propriedade se usa, diremos que, segundo o sentido
que lhe derão os Gregos na voz•/.-j.wtpo-fh,que significa
subversão ou trastorno, exilo, fim, successo trágico, a
catasirophc é o principal e ultimo trance com que re>
mala a tragedia.
O desenlace, que também é o desfecho oufinald'ella,
desata, desenreda, desenlaça o nó ou enredo do drama;
assim que, o desenlace desfaz o fundamento da fabula, e
a catastrophc expõe a mudança ou Irastorno que sé sup-
põe ter acontecido. O desenlace é a ultima parte do drama,
e a calastrophe o ultimo successo; aquelle descobre o
enredo e o desfaz, esta termina a acção. A arte consislc
no desenlace, assim como o effeilo na catastrophc Deve
verilicar-se com rapidez o desenlace, sem que por isso
seja precipitada ou atropelada a catastrophe.
Não sabemos porque Vieira e oulros lizerão masculino
este vocábulo, sendo elle feminino e m grego e e m latim.
205. —Cativo, escravo , prisioneiro.
Indicão estas trez palavras as pessoas que perderão sua
liberdade, mas por dilferente modo.
As palavras cativo c cativeiro vera da latina capio,
colher,
Chamámos
caem
nas mãos
em tomar
poder
de
particularmente
seus
com
dosinimigos
corsários
a mão, cativos
apresar.
eberberescos.
ficou privado
aquelles
Cmtvo ade
chrislãos
é oliberdade.
que c;u'o
que
152 CAI)
Escravo c o que se acha privado de sua liberdade em
virtude de leis c costumes bárbaros, converlendo-sc em
propriedade de outro h o m e m , o qual é senhor absoluto
da vida, bens e liberdade de seu escravo.
Depois que a guerra se tornou mais humana chanião-sc
prisioneiros os que de parle a parte são apanhados pelos
combatentes; sua sorte é muito melhor que a dos cativos,
c de m o d o nenhum comparável á dos escravos, que se
vendem e m praça como alimárias ou mercadorias. -
Sollão-se os prisioneiros no fim da guerra ou Irocão-se
durante ella; resgalão-se os cativos; e o escravo morre
escravo, se seu senhor lhe não dá carta de alforria.
204» —Caução, penhor, Iiypotlieea,
fiança.
A primeira palavra é o género a que pertencem as ou-
tras como espécies, e significa qualquer meio de assegu-
rar a outrem que havemos de cumprir nossos deveres ou
«ajustes que com elle fizemos; por isso e m linguagem ju-
rídica se dá á caução differentes nomes segundo as diffe-
rentes relações eiii que se considera : pignoratícia, hypo-
thecaria,fideijussoria,juratoria, etc.
Penhor è o movei que se obriga ou empenha ao credor
para segurança de sua divida.
Hypotheca é a obrigação dos bens de raiz a alguma
divida, que dá direito ao credor de pagar-se por elles, se
não se cumprem as condições do contracto. Ella pôde ser
consensual, judicial, ou legal segundo as disposições
da lei.
Fiança é a obrígaçáo : em que alguma pessoa se consti-
tuo volunlariamente de fiagar por outro quando elle o não
faça, ou de cumprir seu dever no caso que elle o não
cumpra. A pessoa que a tal se obriga, chama-se fiador.
20o. — Causa, motivo, razão, pretexto.
Referem-se oílas palavras a tudo aquillo que influe
numa
E causa
acçãoqVouama
no acção
particular
o (pie
proceder
a produz,
oVuma
lhe dá
pessoa.
origem, c
CAU 153
sem o qual a cousa de que se trata não poderia ser tal;
é a razão que temos para fazer, dizer, ou pensar alguma
cousa.
O motivo é o que move, impele, excita a fazer a acção.
A palavra causa explica u m a razão forçosa, que obriga á
acção ou ao juízo, c motivo u m a razão voluntária que
move, induz, inclina.— Fulano quebrou u m a perna, e
esla é a causa de sua cuxcira. Herdou u m morgado, e este
é o motivo de ter deixado o serviço.
A razão é o principio fundado ou infundado que alle-
gámos para justificar a acção que fizemos ou vamos fazer.
O pretexto é uma razão supposla de que nos valemos
para occullar a verdadeira.—A ambição é a causa da
maior parte das guerras; inleresses mesquinhos, e talvez
o ódio e a vingança são os secretos motivos d'ellas; a
honra das nações, o progresso da civilização, a repressão
de revoltas, etc. são o pretexto com que se cobrem as
verdadeiras razões que não se assoalhão porque são in-
fundadas e injustas.— A causa produz a acção ; dá-lhe
vida e actividade o motivo; a razão procura desculpál-a,
e o pretexto disfarçál-a.
206. —Cáustico, mordaz, satírico.
Expressão estes trez adjectivos qualidades ou disposi-
ções mentaes que inclinão ao que as tem a clamar e com-
bater contra os vicios e defeitos dos homens, para corri-
gíl-os d'elles, ou contra os homens mesmos, não para con-
tribuir a sua emenda, senão para olfendêl-os, irritál-os,
perdendo-os e m sua reputação e na opinião publica.
Significando a palavra cáustico, e m seu sentido recto,
tudo que tem força de queima^ representa no figurado
todo o dito, expressão ou discurso que irrita, como u m
ferro e m brasa, aquelle contra quem se dirige, causando-
Ihe dolorosa impressão e aguda pena.— Diz-sc também,
e com mais frequência, pessoa cáustica a que usa de taes
der,
importuna
ditos
A palavra
ee bem
expressões;
crepresenta,
enfadonha
mordaz e,vem
com
epor
m sua
do
translação,
menos
verbo
conversarão.
prwriedade,
latino
ao qmordeo,
',e falia
a que
mor-
maléde
154 CEG
outrem, ao murmurador e calumniador, pois parece que
morde e ataçalha.
Chama-se satírico o que respira sátira, ou censura
acompanhada de motejos sobre costumes, etc.
A causticidaãe olfende o amor próprio e o humilha;a
mordacidade abocanha a honra, offende a boa reputação,
desespera e desconsola; o génio satírico compraz-se em
molejar os vícios e ridicularias dos homens, já o faça
alegre e ligeiramente só com a intenção de causar diver-
são, sem oífender particularmente a ninguém, como Cer-
vantes c m todas suas obras, ou já proceda com ódio e en-
carniçamento contra os vícios, fazendo horrorosas pinturas
dYlles, empregando virulentas aliusões a differentes pes-
soas, e quasi designando-as por seus nomes. Exemplos das
duas espécies o Hysope de Deniz, e os Burros de Macedo.
O génio satírico pôde tomar a côr de cáustico ou
mordaz segundo se servir de expressões que irritão, offen-
dem e morlificão, ou respirão ódio e assacão defeitos, 0
génio satírico usa de arte e geito para reprehender e
vituperar; não perde o génio cáustico a opporlunidade
de disparar suas farpadas seitas contra as pessoas; nem o
mordaz perde a occasião de descobrir seu encarniça-
mento contra seus similhantes. Propõe-se o satírico a fazer
ridículo e aborrecivel ao seu contrario; o cáustico,afe-
ríl-o, abalêl-o e vilipendiál-o; qual raivoso cão, omordat
se lança ás gentes para mordêl-as e despedaçál-as.
O verdadeiro satírico e m toda a força da expressão foi
Juvenal; Horácio, sobre bom satírico, tem não pouco de
cáustico, mas não é mordaz •, Boileau é tachado poralguns
de seus compatriotas de cáustico e mordaz. Entre nós
Deniz rivaliza com Boijeau, e J. A. de Macedo leva a
palma a todos na mordacidade.
207. —Cegamente, às cegas.
Estas duas expressões, ambas figuradas, indicão igual-
mente
aquella
da
cegas
razão;
unão
mu mmmas
é^lluniiado;
oabandono
d o ês\a
de proceder
indica
dao que
mesma
u mque
aobra
falta
não
luz.
cegamente
édo
—dirigido
Ointelligencia,?,
que
não
pela
obra
segue
luz
ás
CEN 155
a luz natural: o primeiro nã*o vê; o segundo não quer ver.
— os mancebos escolhem de ordinário seus amigos ás
cegas ,• se por acaso fazem m á escolha, entregão-se ce-
gamente a seus caprichos e extravagâncias. — Submetter
cegamente a razão ás decisões da fé, não é crer ás cegas,
porque a razão mesma nos alumia c m os molivos do cre-
dibilidade. — ^ão se deve erer ás cegas o que diz u m
doutor ; mas deve-se crer cegamente o que a Igreja en-
sina. — Crer c obedecer cegamente é submetter sua razão
c vontade a quem tem direito de, impor crença c exigir
obediência-, crer e obedecer ás cegas é submetter sua
razão e vontade a quem não tom laes direitos, ou sem ler
para isso motivo algum prudente c razoável. — O h o m e m
sensato nunca crê ás cegas, mas não duvida crer cega-
mente o que pessoasfidedignaslhe assegtirão.
20B. — CenotapBiio, snrcoplaago,
tumulo , mausoSco.
Designão todos estes vocábulos o monumento elevado
á memoria de algum defunto illustrc, mas cada umd'cllcs
recorda particular circumstanciapela qual scdilferenção.
Cenotaphio é palavra grega «vòTápiov (de n»i* vazio, e
T K ? A sepulcro), e tem entre nós a mesma significação de
monumento sepulcral, erigido á memoria de defunto en-
terrado noutro lugar.
Sarcóphago é igualmente palavra grega Mtwpém (de
<sò.pí carne e mtyiiv, comer), adjectivo substantivado con-
cordando com XWae, pedra, que designava uma espécie de
pedra calcaria que consomia as carnes; por extensão o
sepulcro feilo desta pedra, e em geral, sepulcro em que
o cadáver se consumio. »
Da palavra latina tumulus (á• tumore tcrrw)que em
sentido recto significava montículo, fizemos nós tumulo
só com a significação figurada de sepulcro, que enlre
elles lambem linha, mas sepulcro levantado da lerra como
nome
diz
mento.
Mausoléo
a elymologia,
próprio(do
quealatim
que
designava
os
mausoleum)
nossos
o magnifico
antigos
foi
* chamavão
primitivamente
\e sumoluoso
moi-
156 (Et
monumento sepulcral que a rainha Artemísia mandou eri-
gir a seu marido Mausolo, passou depois asernomeãp-
pellalivo designando os sepulcros grandiosos dos reis,
c o m o se vê da seguinte passagem de Floro : • In mauso-
leum se (Cleópatra), sepulcra regum sic vocam. n-
cipit (4.11.) » Mais larde estendeo-se a todo sepulcro ma-
gnifico e sumptuoso como se vê de Ferreira : «MausoUta
aos mortos não dão vida (Eleg. 6.).»
200. — Celeste , celestial, divino.
Tudo aquillo que materialmente pertence ao eco se
chama celeste, porque considerámos, segundo nossa rali
material, que o céo é u m a abobada esmaltada de planeias
e estrellas allumiada pelo sol. C h a m á m o s pois a estos
corpos celestes, e dizemos a esphera celeste, a abobada
celeste, e á côr que apparece á nossa vista, azul celeste.
Extende-se esta significação a tudo o que vem do céo, tem
c o m elle alguma relação, ou parece sobrepujar a quanto
vemos na terra; ao que despede grande resplandor, ao que
é dotado de extremada belleza, ao que ostenta sumira
magnificência, a tudo o que é superior a quanto pôde pro-
duzir a natureza e a arte, considerando-o e admirando-o
c o m o obra da divindade. E nesle sentido dizemos espíri-
tos celestes, a morada celeste dos justos.
A palavra celestial toma-sc mais commummenle em
senlido mystico, e corresponde á morada e corte do Ser
supremo, referindo-se determinadamente ás perfeições que
constituem a essência divina e ao que participa de seus
divinos allributos, e assim dizemos as perfeições ceies-
tiaes,a celestial bemaventurança,a vista celestial, a sa-
bedoria e a pureza celentiaes. E m sentido profano, e por
u m a espécie de abuso, ápplica-sc poeticamente o adjectivo
celestial a tudo que considerámos excellcnlo, superior c
sobre humano, e assim dizemos d'um mui exccllenle can-
lor, que tem u m a voz celestial.
butos.
mente
nãoDivino
da da
Adivina
criaçã/í
divina
é o quo-vem
omnipotência,
essência.
não foi
de uDeos,
ISão
m aclo
porque
dizemos
ou do
seemanou
poder
refere
o poder
celestial,
aimmcdiala-
seus
celestt,
allri-se-
CI:N 157
senão o poder divino; nem a bondade celeste, senão a
bondade (treina; porque o poder e a bondade são essen-
ciaes atlribulosda divindade. Dizemos a natureza celeste,
as leis divinas c não celestes; porque emanão immediata-
mento da divindade.
Do mesmo modo que por abuso ou encarecimento se
attribue o adjectivo celestial a tudo que é excellentc e
perfeito, lambem acontece o mesmo com o divino; e
assim se costuma dizer obra divina, por perfeita, e prazer
divino, porque nos embelleza e arrebata os sentidos.
211. — Censura, critica, sátira.
Censura vem da palavra latina census, censo, que era
enlre os Romanos a declaração autentica que os cidadãos
fazião de seus nomes, residência,fcmiliac bens ante os
censores ou censitores, magistrados da primeira plana,
cujos mui importantes cargos erão guardar o padrão ou
registro do povo, repartir as quotas dos impostos, cuidar
da policia, e sobre tudo dos costumes públicos, adoptando
os meios de reformál-os, castigando aos que os perverlião
com seu desordenado procedimento.
Este nome, no uso c o m m u m , veio aficarreduzido á cen-
sura dos costumes públicos, c e m especial ao exame, juízo
e corecção dos livros, aprovando-osou desapprovando-os,
como cousa a mais conducente para a boa moral publica;
com o que seu cargo vem a ser o d'uma espécie de magis-
trado na republica lilleraria, como era o dos antigos na
politica.
Critica é palavra grega xpnixt (de xplm, julgar), e signi
ficava a arle de julgar as obras de engenho; tem muita
relação com a censura, porque A o JUÍZO fundado que se
faz das obras, segundo as regras da arte e do bom gosto;
c esla é u m a das circumstancías que a differenção d'a-
quclla, cuja significação, como vimos, é mais extensa.
Dislinguem-se
obras;
écar
dom II.senão otambém
precisamente
a fundamento
conhecer suas
odecde e m que
exarainál-as,
eauidade.
bellezas
censurar, oreprchAider
objecto
c sendo
notar da\ensura
*ecritica
julgál-aslitterariamente,
que
seus adefeilos,
1corrigir
4 porémnão
leva
as
158 CEO
comsigo a reprehcnsão, correcção e casligo do que appa-
rece contrario á lei, á razão, a verdade, aos bons costu-
mes, sem se emportar com o estylo c desempenho das
regras de bem escrever. Muitas obras ha que pela solidez
dos princípios, e utilidade das verdades que annuncião,
são irreprchensiveis aos olhos da censura; mas que pela
m á disposição das matérias, impureza da linguagem, con-
fusão e obscuridade do estylo, são defeituosíssimas aos
olhos da critica. Approva a censura o que muitas vezes
condemna a critica; assim como pôde acontecer que a
critica lideraria nada tenha a dizer onde a censura
moral muito lenha que rcprohonder e eondemnar.
A critica suppõe a censura, pois não se pôde julgar
d'uma obra sem notar defeitos maiores ou menores, que
são inseparáveis de tudo que é h u m a n o ; porém nem sem-
pre a censura suppõe a critica, pois muitas pessoas pouco
instruídas e muito audazes se atrevem a censurar sem
serem capazes de fazer a devida critica.
A sátira é u m juízo, raramente imparcial, em que, pon-
do de parte o que pôde merecer elogio, se ridiculizão
os defeitos. Não ha cousa mais difficil que fazer uma boa
critica. Não ha cousa mais fácil que agradar ao publico
com u m a sátira. — Assim que a critica, como a sátira,
podem talvez ler por objecto a correcção e o desengano;
porém os meios de que se valem são muito differentes;
porque a critica, mais moderada, faz vero erro como tal,
para que se emende ou evite; a sátira, rara vez imparcial,
e sempre violenta, o representa ridículo, para que se des-
preze. Aquella instrue mais que recreia, esta recreia mais
que
212. instrue. D'aquivem
— Cco, que suabemaveniurança.
paralmo, efficacia é maior, e seus
elfoilos mais perigosos. — U m a critica necessita ser mui
bem fundada estas
Considerando para corrigir, ou estabelecer
trez palavras em senlido u mfigurado,
a opinião.
U m a sátira ligeira pôde fazer esquecer o mérito
veremos quorie empregão e m termos moraes e religiosos maií
solido.
CES 159
quando se falia da morada onde as almas dos justos habi-
tão com Deos na vida eterna.
Céo, contracção de ceio, de calum, vem do grego w.At>í#
concavo, denota a abobada celeste, c translalamente a mo-
rada onde Deos especialmente habita, e também a subli-
midade, a grandeza, c seu divino poder.
Paraiso presenta só em sua origem uma idéa physica.
Esta palavra usada dosHcbroos,masqueécaldéa,^í/rer/(;i,
ou persa, como querem outros, pardcs ou antes pitardes,
que litleralmenle significa vergel plantado de arvores
fruclifcras, c m que ha dores c aguas, etc ; d'estes a toma-
rão os Gregos, e accommodanto-a ao génio desua língua
formarão rppAtuani quese \êparádisos, a que corresponde
em latim paradisus. Moisés chama ao paraiso jardim de
Éden, denominação que ainda conservão os Judeos para
indicar a bemaveniurança a que se crêem destinados.
Neste sentido disse J.-C, ao b o m ladrão : Hodie imcuin
eris in paradiso, hoje serás coinmigo no paraiso. Da
idéa material do paraiso terreal provêm a moral ou espi-
ritual em que geralmente se toma.
Bemaveniurança é o gozo da felicidade eterna de que
gozão os justos na presença de Deos, e que por isso se
chamão bemaventurados.
O céo é o tabernáculo, o templo, o throno da Divin-
dade, onde os santos vêem face a face a Deos, o conlem-
plão, adorão e gloríficão. O paraiso é a herança, a pátria,
a cidade dos bemaventurados, onde Deos derrama sobre
elles enchentes inexgotaveis de bens, de inexplicáveis,
espirituaes, e inelláveis delicias. A s o m m a de todos estes
bens e delicias sem quebra alguma de desejo ou sofíri-
mentoé a bemaveniurança. y
O céo contrapõe-se á terra, * paraiso ao inferno, a
bemaveniurança aos trabalhos d'esta vida.
215.
Estas
balho
derámos
Cessar
ou—este
trezé Cessar,
acção,
palavras
ucessamento.
m termo acabar,
e só sesignificão
geral,
dilfercnção
que anosdescontinuar.
toda
cessação
modos
a .'jspensuo
como
de algum
consi-
detra-
160 CHE
trabalho ou acção pôde applicar-se, sem indicar differença
alguma. Cessa-se por u m instante, por muito tempo,
para sempre.
Acabar é chegar ao cabo d'uma obra ou trabalho, e vale
o m e s m o que pôr-lhe fim, porque a obra eslácomplela.
Descontinuar é suspender o trabalho ainda que não seja
por muito tempo, é romper a continuação ou seguida do
facto com o que fica por fazer.
Cessar indica a inacção voluntária de quem trabalhava;
descontinuar, a intenção de tornar ao trabalho; eaca-
bar, a cessação natura! d'el!c por carecer já de objecto.
214- — Cbamma, flamma, labareda.
Da palavra latina flamma, que, segundo os etymolo-
gistas, vem do eólico ?Xtpp.x, inllammação,fizerãoos Ita-
lianos fiamma, e os Castelhanos llama, que nos pronun-
ciámos chamma ; e com ella designámos a parte mais
subtil do fogo que se levanta ao alto e m forma pyramidal.
É pois a m e s m a palavra que flamma, e tem a mesma
significação grammatical, m a s differem enlre si em ser
esla palavra culta e poética, sendo aquella mui vulgar.
Labareda é palavra portugueza, que alguns querem
venha de labarum, estandarte de Constantino, oulrosde
Xx/JLjipó;, luminoso, brilhante, e exprime grande chamma,
que se levanta e m ala, e faz línguas de togo mui vivas
215. — Cliela, inundação.
e ondeantes.
Posto que no uso éômmum da lingua se confundem
estes dous vocábulos, elles são com tudo dislinctos em
quanto á etymologia, e designão duas cousas que se não
devem confundir. Quando as aguas alleião nos rios, e
trasbordão nalguns sítios que alagão, chama-se a isto com
propriedade cheia. Quando os rios saem da madre, não co-
nhecem limites, estendem suas aguas pelas veigas, c iiuindão
os campos eprados vizinhos, diz-sc que há inundação.-
k's grande^eheias do Tejo deveria chamar-se inundações,
CI1E 161
porque muito se parecem com as do Nilo. — Distinguc-se
mais cheia de inundação era que aquella só se diz de rios
ou ribeiras, e esla pôde dizer-se do mar, de depósitos d'a-
gua, etc. — Aquella lem só a significação recta, e esla
tem lambem a figurada de multidão excessiva. — Diz-se
inundação de bárbaros, e não pôde dizer-se cheia de
bárbaros.
216. — Cheiros , aromas , perfumes.
Apezar de que o cheiro pôde ser bom ou máo, agradá-
vel ou desagradável, cheiros no plural diz-se commtim-
ménte das substancias que produzem bom e agradável
cheiro.—Aroma é palavra grega,«/o<a/*«, que se applica a
toda a droga cheirosa, ou sejão resinas, óleos, bálsamos,
lenhos, unguentos de grande fragrância. — Perfumes,
posto que cm francez parfums corresponda a aromas,
ein porlugucz applica se particularmente ás matérias odo-
ríferas que se exhalão em fumo cheiroso, e ao fumo ou
vapor odorífero que ellas despedem.
217. — Cheiroso , odorífero.
A terminação da primeira palavra, oso, que chamão
abundanciosa, e a composição da segunda, que se forma
do odor, cheiro, e fero, eu lanço, constituem a verdadeira
differença enlre ellas.
Ao corpo que lança de st muito cheiro, quer o tenha de
si mesmo, quer lhe fosse apegado de outros corpos, cha-
ma-se cheiroso, isto é, em que cjmnda o cheiro. Ao corpo
que por si mesmo lança cheiro ou o produz, c também ao
lugar ou terra em que se produzem cheiros, aromas, etc,
chama-se com propriedade odorífero. — Os moços ada-
niados esmerão-se e m andar mui cheirosos, mas o grande
Macedo lhes lançou u m dia esta censr$a : « Cheirem os
mancebos a pólvora e não a âmbar.»(Sermão de S- Thomé.)
Odorífero é palavra culta e mui poética, e de seu uso
de Calecut,
nos diz:
deixou Camões bons exemplos; fallando dos jardins
162 CHO
Já chegSo perto, o n5o com passos lentos,
Dos jardins odoríferos, formosos,
Q u e em si escondem os régios aposentos.
(Lus., Vil, SO.)
E quando falia de Baccho disfarçado em christão, diz:
Os cheiros excellentes produ/idos
Na Panchaia odorífera queimava
O Thyoneo.
(Ib., II, 12.)

218. — Chorar, prantear, lamentar,


carplr-se.
Ao derramar, ou verter lagrimas chama-se chorar, do
castelhano llorar, do latim fleo. É termo genérico, pois
não só indica as lagrimas que provêm de dor e afflicção,
senão as que por alguma circumslancia se dislillão das
glândulas lacrymacs. — O fumo, os ácidos, etc., fazem
chorar os olhos. — Chora-se de alegria não menos que
de tristeza. — Chorão também as videiras e os ramos
quando se cortão.
Quando ás lagrimas se junião vozes queixosas, com la-
mentos e talvez soluços,prantéa-se. Opranto é mais forte
e intenso que o choro, porque neste derramão-se lagri-
mas, e naquelle ha effusão de lagrimas com lamentos e
soluços.
Lamentar é queixar-se com pranto e mostras de dor;
e também exprime canto lúgubre e m que se chora alguma
grande calamidade. Jeremias lamentou poeticamente as
desgraças da ingrata Jei;«isalcm, e a esta espécie de poema
elegíaco se dco com razão o nome de lamentações.
Coslumavão os antigos arrancar, ou pelo menos des-
grenhar os cabellos, e desfigurar as faces, na occasiãode
luto, e para exprimir esta acção de profunda dor, usavão
do verbo carpirei carpir-se, o qual por extensão veio a
significar quasi o m e s m o que lamentar. Do uso de carpir-
se
Havia
carpir-se
sobreantigamente
defuntos
sfbre se
defuntos,
faz
mulheres
menção
e acompanhar
anaquem
Chronica
se pagava
de
osD.enlerros
João
paraI.
CIV 163
fazendo moslras de dor e afflicção, a que se chamava car-
pideiras. l\efere-se pois este vocábulo especialmente ás
acções que domoslrão dor c magoa.
De Iodas estas palavras a mais poelica, e que em lugar
das outras muitas vezes se emprega é o verbo chorar, de
que o nosso poeta fez mui frequente uso, como estão
dizendo os seguintes lugares.
O altos promontórios o cJiordrao;
E dos rios as aguas saudosas
Os semeados campos alagarão,
C m lagrimas correndo piedosas.
(Lus. 111,84.)
As lilhas do Mondego a morto escura
£e>l R O tempo chorando memorarão;
E ptr memoria eterna c m lente pura
As lagrimas choradas transformarão.
(Ib., 138.]
Cliorárão-le, Thomé, o Gange e o Indo;
Chorou-te toda a terra que piaste ;
Mais te chorão a< almas que vestindo
Se iâo da Santa Fé que lhe ensinaste.
(lb. , X , 118.)

219.— Civilidade, polidez, delicadeza,


iirliaiiida.de , politica, cortezla,
cortezanla.
Chamámos civil em seu recto sentido a quanto pertence
á cidade e a seus moradores, e como o trato e costumes
d'estes sejão mais suaves,finose delicados que os dos que
habitão no campo, nas aldeia^e cúrias povoações, chamá-
mos a estes rusticos e aquelles civis; e por isso, condem-
nando a significação antiga de civilidade, que era acção
de h o m e m do povo, vil, só a usámos hoje para designar
aquella disposição habitual que, no trato com os homens,
nos faz evitar tudo o que pôde offenáêl-os ou desagradar-
des. , *
Quando á civilidade se junta o cuidado de agradar e
obsequiar aquelles com que traiamos, não nos limitando
somente a evitar toda a sorte de aspereza j desabrimento,
Í64 CIV
senão empenhando-nos c m lhes ser officiosos, e procu-
rando, quanto nosé possível, dar-lhes goslo e salísfação,
chama-se a isto polidez. K se a esla boa qualidade juntar-
m o s u m taclofino,e certa penetração que nos faz como
que adivinhar os desejos e pensamentos dos outros para
prevcnil-os e salisfazél-os, lemos a delicadeza.
Urbanidade vindo de urbs, cidade, e civilidade vindo
de civitas, cidade, tem o m e s m o valor grammatical; com
tudo, como urbs significava muilas vezos a metrópole, a
capital, e por antonomásia R o m a , e quasi sempre desi-
gnava o material da cidade, o que nella havia de mais ap.
paratoso, servirá muilo a propósito a palavra urbanidade
para indicar especialmente a civilidade própria das capi-
tães, quasi sempre acompanhada de cultura, graciosidade,
primor e elegância na linguagem, e cerlo tom nobre e
dislindo nas maneiras e nas acções que raramente se en-
contra na cidades de província.
Politica é palavra vulgar no sentido em que aqui a to-
m á m o s , e parece corresponder a civilidade, com a addi-
ção de expressões aiíectuosas, demonstrações de estima,e
desejo de agradar e comprazer ás pessoas com que se
traia.
Cortezia é palavra ainda mais vulgar que a precedente,
e consiste e m praticar as demonstrações externas de res-
peito e b o m modo para com os superiores, iguaes ou in-
feriores, guardando nesta matéria o que prescreve o uso
das pessoas bem educadas. — U m rústico pôde ter corte-
zia, e ser muito cortez sem por isso ter civilidade nem
ser polido, urbano e delicado.
Cortezania é a prática das civilidades de corte, a ob-
servância da etiqueta do naco, é o requinte da cortezia,
que consiste principalmcifié n u m a espécie de ceremonial
que tem suas regras a que devem sujeitar-se lodos os
que frequentão o paço. Toma-se também muitas vezes por
220. u m—corlezão,,ou
Concordãoe^tes
vêm
boas Civilizado,
amaneiras, altençao,
vocábulos
t e m policiado,
h o magrado
era de
annunciar
corte. polido.
e b o m modo,
cultura
como
eaper-
con-
CIA 165
feiçoamcnto d'um povo na ordem social; porém diíTeren-
ão-se pela maneira seguinte. Quando deixou os costumes
arbaros e começou a governar-se por leis, começou enlão
a ser civilizado. Quando a civilização foi progredindo e
pela obediência ás leis adquírio o habito das virtudes so-
ciaes, diz-se que é policiado. E m fim se era suas maneiras
e acções mostra elegância, polidez e urbanidade, merece
todo elle o nome de polido, que muitas vezes só se con-
cede a u m pequeno numero dos habitantes d'uma cidade.
— A civilização estabelece-se quando se identificão com
a educação as leis que formão os bons costumes. Estes
aperfeiçóão as leis, epolicião os povos. Segue-sc depois
a polidez que raramente se generaliza a todo o povo.
221. — Clandestino, secreto.
Uma cousa é secreta quando ninguém ou poucos a sa-
bem ou conhecem, e é clandestina quando se faz ás es-
condidas, faltando á lei, ou procurando violál-a, sem que
ninguém o conheça. Chamámos casamento secreto ao que,
por qualquer motivo que nos é pessoal, não declarámos,
nem confessámos e ainda ás vezes negámos; e chama-se
clandestino quando o celebrámos ás escondidas sem ob-
servar as regras que prescrevem as leis canónicas. Se-
creta é uma junla quando secretamente se celebra, não
obslanle ser permittida; e é clandestina quando se veri-
fica clandestinamente contra o expresso mandado da lei.
D'islo resulta que nem tudo o secreto è clandestino,- po-
rém tudo o clandestino vem a ser secreto.- este é licito,
aquelle n ã o . — As sociedades, que geralmente se chamão
secretas, s5o e m rigor clandestinas, porque as leis as
não autorizão, ou as defendem-i
222. — Clarão, claridade, esplendor.
Quando a luz sai de seu estado ordinário pôde avivar-
se por differentes gradações que, secundo a sua intensi-
dade, se differenção da maneira seguinte.
espaço.
Claridade
Clarão,
c o effeilo
pela força
que causa
augmcnlativa
a luz acclarando
da terminação,
algum
166 CLA
é grande claridade, e ás vezes forte e rápida. Esplendor
é a luz mui clara que despede o sol ou outro qualquer
corpo íuminoso. — O ciarão [quando é forte incommoda
a vista, e ás vezes apenas percebemos os objectos. A cla-
ridade é branda e moslra-os distindamente. O esplendor
pôde deslumbrar se é mui luminoso, mas apresenla-osem
todo o seu luziraento.
222. — Clareza« perspicuidade.
Consiste a clareza em que nas clausulas dum discurso,
e na ligação delias entre si, se evite com o maior cui-
dado toda a obscuridade ou ambiguidade no sentido. De-
pende pois a clareza não só das idéas senão das expres-
sões e da boa conslrucção das clausulas; porque ainda que
as idéas fossem claras, sendo expremidas com ambigui-
dade ou amphibologia perderião sua clareza e serião obs-
curas (Veja-se Amphibologia).
Perspicuidade é como se disséssemos transparência no
discurso, limpeza no estylo. É pois expressão mais va-
lente, e denota não só a clareza na phrase, senão uma
escolha de termos que pintem as idéas com lúcidas cores.
223. — Claridade, clareza.
Posto que esles dous vocábulos representem a idéa abs-
tracta de claro, é mui lógico que designe cada u m d'elles
os dous sentidos que encerra a voz claro.
Para designar o sentido physico e próprio, usaremos,
como geralmenie se faz, de claridade ,• e assim diremos a
claridade do sol, da lua, das estrellas, etc. E para desi-
gnar o sentido moral e figurado, diremos clareza. Vejâo-
se os dous artigos precedentes.
224. —Claro, diapliano, transparente.
Claro é o que tes: claridade ou luz, que é limpo, puro,
nãj turvo, c assim se diz manhã clara, dia claro, agua
•slara, elo. Diaphano c palavra grega ítalos ou i«r«4i
(de htx-fxívu lazer ver, ou brilhar a través), que diz o
CLA 16*7
mesmo que transparente, que é palavra latina, transpa-
rens de transparco, eu appareço alem ou a través;
comludo o primeiro diz-sc dos corpos através dos quaes
passa a luz, c o segundo dos corpos além dos quaes ap-
parecem e se vem os objectos.— A agua reúne muitas
vezes as trez qualidades : é clara, quando nenhum corpo
estranho a turva; é diaphana, porque por ella passão os
raios de luz; é transparente, porque permitte se presen-
tem a nossa vista os objectos que cm si conlôm. — U m
espelho é claro quando reflecte bem os raios da luz, mas
por isso mesmo não énem pódc ser diaphano nem trans-
parente-—O sendal, com que o nosso poeta representa
Vénus cingida, era transparente e não diaphano.— U m
vidro despolido é diaphano e não transparente. — A dia-
phaneidadt dos corpos, diz Newton, resulta não da quanti-
dade e recta direcção dos poros senão da igual densidade
de todas suas partes. Sua transparência é effeilo ou da
mesma causa ou da falta de adhercncia e de connexidade
de suas entreabertas partes. — Diaphano é termo de
physicade que ás vezes se faz uso em poesia; transparente
é palavra mais vulgar e geralmente usada.
225. — Claro, manifesto.
t) corpo que tem luz própria ou prestada, e não carece de
cousa alguma para ser visto, é claro; assim mesmo é claro
tudo o que não tem obscuridade ou ambiguidade, ou algum
embaraço para bem se entender. Manifesto é o que, além
de claro, está descoberto, e em posição conveniente para
poder ser visto ; e em senlidofigurado,o que por si se pa-
tenlêa e descobre.O primeiro ^efere-se á natureza e pro-
priedades do objecto; e o segundo mais especialmente á
sua posição respectivamente ao espectador. A claro oppõe-
seescuro, e obscuro; ea manifesto, encoberto, e occullo.
226. — Clausula, sentei vça , plirase,
período,
Têem confundido os litteratos estes termos que são em
168 CLA
si dislinclo?, e na linguagem lechnica da rlictorica têem
cada u m (1'elles seu valor particular que deve conhecer
quem se não quizer assimilhar ao vulgo no modo de ex-
pressar-se.
Pela palavra clausula, derivada do verbo latino clau-
ãere, cerrar, se entende u m a reunião de palavras que
presenta u m pensamenlo completo ou que forma, como
coslnma dizer-se, sentido perfeito. Esta palavra teclinica
é bastante própria, porque, com eífeito, cada pensamenlo
completo que enunciámos está como encerrado dentro da
serie de palavras que o exprimem, e não sai de seus li-
mites.
Sentença significa aquella clausula que contêm um
pensamento senlencioso, isto é, u m a reflexão ou observa-
ção profunda, philosophica, ou moral.
Phrase, voz grega, <ppo.su, locução, expressão (de P/MIS*
enunciar, dizer claramente, fallar), não designa precisa-
mente a clausula inteira, senão mais de pressa as expres-
sões particulares de que consta, c signaladamenteaqucllas
e m que se encontra algum idiotismo da lingua, ou cnião
o que chamão estylo da lingua; ecnesle sentido que disse
Vieira, fallando da Historia de S. Domingos: «A lingua-
gem, tanto nas palavras, c o m o na phrase, é puramente da
lingua era que professou escrever.»
Período, em termos da arte, não significa qualquer chm-
sula, senão a que está composta de cerlo modo parti-
cular, e consla de diíTerentes membros, e se chama clau-
sula periódica.
Os rhetoricos dão differentes denominações aosperiodo»,
segundo o numero de membros de que conslão, e lhes
chamão bimembres,trimembres,quadrimembres, quando
tem dous, Irez, quatro; todeio periódico quando passáo
d'esle numero; e se são tão longos que apenas pôde bas-
tar a respiração para pronunciál-os de seguida, thasisott
extensão.
ção;
proposições;
naes,causaes,
ou natureza
T a mebrelativos,
cm:
é m da
consequência
os palavra
denominão
ele. queospela
encadêa
dividem
espécie
suas
e mdecondidos
diversa-
conjun-
COB 169
227. — C l e m ê n c i a , ntigericordla.
Têem por objecto eslas duas virtudes fazer bem ao des-
graçado, minorar-lhe seu mal, mas cada u m a delias por
seu, modo e differente motivo.
É a clemência aquella virtude que tempera e modera
o rigor da justiça ; e amisericordia a que inclina nosso
coração a compadecermo-nos dos trabalhos, desgraças c
misérias de nossos similhantes, e a procurar soccorêl-as.
A clemência considera o h o m e m com relação a sua fragi-
lidade ou malícia*, a misericórdia, com relação a sua in-
felicidade e miséria. A primeira é o effeilo da bondade ou
generosidade do animo que mitiga o rigor merecido, ou
perdoa os aggravos que pôde legalmente castigar; a se-
gunda é o effeilo da compaixão que inclina a execular
aquellas obras que podem alliviar os males ou consolar
as afflicções. A clemência não é de justiça, antes a debi-
lita mais ou menos; por isso os estóicos a Unhão por fra-
queza de animo. A misericórdia porém não é fraqueza,
senão justiça e caridade, e tem que ser olhada como vir-
tude até pelos mais rígidos estóicos.
Implora-se a clemência ou a misericórdia d'aqucllc de
cuja vontade depende o castigo ou a vingança; porém c
com differentes relações : na clemência pedimos u m ef-
feilo de generosidade, na misericórdia um effeilo de com-
paixão. Por isso ás obras de misericórdia não se pôde
chamar, com igual propriedade, obras de clemência.
Segundo o Evangelho todos devemos ser misericor-
diosos ; aos soberanos, aos príncipes e aos que administrão
justiça só pertence ser clementes.
220. — Cobiçar, querer, desejar,
anhelar, suspirar por...
Todas as acções que estes verbos indicão reforem-scá von-
tade e desejo que temos de fazer e lograrvima cousa;
,5
porém
differenção-se
abraça
A palavra
II.nossosquerer
por
desejos,
suaémaior
a
sejão
mais
oumais
menor
genérica
- ouintensidade.
menos
de,Iodas,
fortes;
poise
170 COM
assim dizemos quero ir passear, quero fallar a fulano,
quero ser rico, quero u m emprego, quero fazer for-
tuna, ele. Mas e m geral querer é o aclomais débilida
vontade, e quasi não dá idéa de paixão alguma.
O desejo é u m acto mais positivo, mais decidido da
vontade. Por pouco que esla se incline ao desejo já co-
meça a haver paixão, e segundo os adjectivos com que se
acompanhe serão maiores ou menores, forles ou mode-
rados os desejos. — Tenho desejo vehemente de tal
cousa ; neste casojá é paixão manifesta.
Sendo cousa natural que procuremos gozar o que dese-
jámos, preciso é fazer todos os esforços possíveis pari
isso, e a isto chamámos anhelar, que é trabalhar eflicaz-
* mente por satisfazer nossos desejos.
Quando não cremos provável ou fácil lograr aquillo
por que anheldmos, ao m e s m o tempo que crescem nossos
desejos decai nosso animo, debililão-se nossas esperanças,
c enião como desanimados suspirámos por satisfazêl-as.
De lodos estes desejos o mais culpável é sempre a
cobiça, que se define appetite desordenado de cousas não
necessárias, illicilas e prohibidas. Pelo geral enlende-se
das riquezas : e não reparando os que as cobição nos
meios, por iníquos que sejão, de lográl-as, vem a será
cobiça u m dos maiores, e mais detestáveis vícios.
229. — Começo, principio, exórdio.
Começo é o acto de começar ou aquillo por onde se
começa, ou que é primeiro na extensão ou duração de
qualquer objecto. — O começo da sessão virificou-se lai
dia. — Os edifícios começão-se pelos alicerces.— Come-
çou o anuo n u m domingo.
Principio tem significação mais extensa, pois além de
significar aquillo por onde começa alguma cousa, signi-
fica razão fundamental segundo á qual se procede, e tam-
bém a causa por que se laz ou acontece alguma cousa.
Estcnde-se
culares
de
podem
cadade
por
faciildade;emeta|dioricamcnle,ásimvirnasparli-
mainda
onde
o d o algum
cada
f.ais uásmconvirá
primeiras
se rege.nalavra
Acccpçõcs
verdades
começo.
ou
iodas
rudimentos
—quePara
não
COM 171
que o começo d'uma educação seja bom, e prometia u m
feliz resultado, é mister que o menino aprenda bem os
princípios da grammatica, etc, e que se lhe inspirem
ao mesmo tempo bons princípios de moral ede religião.
E m nenhum d estes últimos exemplos se pôde pôr começo
em lugar de princípio.
Exórdio é termo de rhetorica; e designa aquella parto
do discurso por onde começa o orador, e na qual prepara
o seu auditório ao assumpto que vai Iratar.
Não ha discurso nem composição nenhuma litteraria
que não tenha começo, que não provenna d'algum prin-
cipio, que não contenha certos princípios bons ou máos;
mas podem haver discursos e composições lillerarias"
sem exórdio.
250. — Comer, tragar, devorar.
O primeiro vem de comeão latino, e significa mastigar,
e engulir alimentos para sustentar-se; o segundo vem de
T/owyw, grego, e significa engulir sem mastigar; o terceiro
vem de devoro, latino, e significa comer ou tragar com
voracidade ou soffreguidão. — Todos trez se usão no sen-
tidofigurado,e formão gradação oratória como se lê e m
Vieira, que, fallando dos grandes respectivamente aos pe-
quenos, disse : « E m tudo são comidos os miseráveis
pequenos, não tendo nem fazendo officio os grandes e m
que os não carreguem, em que os não multem, em qne os
não defraudem, e m que os não comão, traguem e devo-
rem » (II, 328).
251. — Cominerciantc, negociante,
mercador; traficante, tratante,
ehatim.
Estas palavras indicão as differentes circumslancias c
classes dos que se oceupão e m comprar e vender, e m
trocar e cambiar as mercadorias.
lilteraluiente
cium,
A palavra
c se forma
commercioélatina,
cambio
de com
de mercadorias,
e merx,commercium,esignifica
mercadoria.
commutatioNo prin-
mer-
cipio só se fez o que impropriamente chamaríamos
commercio por trocas e permutações, pois que não se
conhecião as moedas, nem o calculo, nem o cambio,
e muito menos ainda o giro, até que se deseobrio fazer
estas operações por valores equivalentes. De qualquer
m o d o que seja, a palavra commercio significa cambio,
reciproca commutação e trafico. Posto que a palavra
commercio se possa extender a toda a sorte de compra
e venda, como acontece na lingua franceza, com ludo se
applica mais particularmente ao trato feito com sciencia,
e m grande e por atacado; por isso se diz junta, tribunal,
aula de commercio.
Negocio é também palavra latina, negotium, que os ety-
mologistas dizem se deriva de nec e otium, mudado o c em
«/, falia, carência de ócio, e por consequência trabalho,
fadiga, como parece confirmai o aquelle dito de Terêncio:
t Ut in otio esset potiús, quám in negotio (Nec. Prol
26).» Designa u m género particular de oceupação e tra-
balho que comprehende a idéa de commercio lucrativo, e
assim dizemos que se faz b o m negocio quando o trato foi
favorável. Differença-se negocio de commercio em que
este comprehende a sciencia de todos seus differentes ra-
m o s e a pratica d'csta sciencia, e aquelle só se refere á
parte laboriosa e lucrativa.
Aos que estudarão a sciencia do commercio e a prali-
cão chama-se commercianies ,• e negociantes aos que se
dão ao negocio ou a algum ramo de commercio, aos
mercadores de grosso, sem que muitas vezes lenhãoa
sciencia que é própria do commerciante. Por isso se diz
negociante de vinhos, de azeites, de trigos, etc. aquelle
que compra estes géneros, os guarda em armazéns, os
beneficia, etc, para às vender com lucro, sem calculo
nenhum prévio, n e m especulação engenhosa; ao contrario
o sábio commerciante calcula a abundância e a escassez
ordem,
possíveis
prar
bias
porte
d'umas enecomplicadas
u paragens
mcalmazenapm,
Tal
ponto
executando
é ervender
acom
idéa
operações,
outras,
os
tudo
do
noutro,
benefícios
sábio
c oos
pondo
m gastos
verificando
ocommerciante.
ou
arranjo
eganâncias
de
m compra,
tudo
para
e economia
ade
melhor
isso
trans-
com-
sa-
COM 173
Mercador c o homem que se emprega cm mercancia,
ou trato de mercadejar. Houve tempo cm que este vocá-
bulo foi entre nós synonymo de commerciante, porque
este termo é novo na lingua. A nossa antiga palavra gené-
rica era homem de negocio, e mercador. Hoje propria-
mente é o negociante que commercia dentro do reino
por grosso ou a retalho. O mercador por grosso hombrêa
com o negociante.
Os negociantes de grosso traio são nobilitados pelas
leis do reino (Lei de 29 de novembro de 1775, § 3). — Nos
mercadores que tratatarem com cabedal de 100,000 réis
e d'ahi para cima não cabe pena vil, porque não são
peões (Ord. L. 5, til. 138). — Acautelemo-nos de con-
fundir o mercador porluguez com o marchand francez,
posto que as palavras muito se pareção. U m mercador de
vinhos, por exemplo, é u m h o m e m limpo, c o marchand
de viu c u m taverneiro.
Trafico ou tráfego(*) é o commercio ou anlesotrans-
porte d'um lugar para outro, sobre tudo mui distante ;
porém commummenle se toma na idéa de entreposição,
mediação bastante análoga á palavra e mui adequada para
designar a acção do ullimo vendedor, que se põe, por
assim dizer, enlre o primeiro e o consumidor, para
trasladard'um a outro uma mercadoria, como a lã, a seda,
o algodão, etc.
Ao que se oceupa no trafico chama-se traficante; mas
este vocábulo, innocente e m sua origem, loma-se hoje
cm m á o sentido para designar o que no seu trato usa de
industrias c não negocia lisa e honradamente.
Tratante significa propriamente o que trata, o que se
emprega em trato, no sentido de commercio, negocio,
trafico de mercadorias. Hoje po?êin loma-se á m á parte,
c é quasi synonymo de traficante : diz-se dos que fazem
negócios com dolo e fraude.
que
talvez
(")chatim
gar, nadelisura
pouca
é voz
Parore-nu' dotrasladar,
tWtransfeio,
queconta,
asiática,
traio, que
elovvalia
e?la palavra e rdesigna
confia
dseude seusoibedaes.
mais
o[asíím
mformou,
lugar anegociante
onaoutra.
sua
comoesperteza,
astuto,
o verbo trafe-
174 COM
252. — Compendiar, epitomar.
Poslo que compendio e epitome sejão quasi a mesma
cousa, com tudo, nu seja pela differença das elymologiai
ou pelo uso que prevaleceo, os dous verbos que destas
palavras se formão têem dilferente valor.
Compendiar é expor sucintamente os elementos o»
princípios mais geraesd'uma sciencia ou arle, oníiliimlo
desenvolvimentos, idéas secundarias, etc. Epitomar ére-
duzir a menos uma obra maior, o encurtar, abreviar o
que eslá escrito largamente. Epitome suppõe obra maior
de que se resumio; compendio são os elementos d'uma
sciencia, d'nma historia, sem que se diga que essa scien-
ciaflpitratada, ou essa historia escrita largamente.
255. Compilador, plagiário.
O compilador reúne, com mais ou menos intelligencia,
os escritos e pensamentos de outros para formar uma col-
lecção, que, se é bem feita, traz utilidade ás scienciase faz
apreciável o titulo de compilador.
O plagiário copia os pensamentos de outros autores, ou
troços inteiros de suas obras, formando uma espécie de
manta de retalhos sem a devida intelligencia, escolha,
concerto e harmonia, allribuindo-se a si próprio o tra-
balho e mérito d'aquelles a quem rouba sem sequer
os nomear; pavoneando-se qual o gaio da fabula com
alheias galas.
O compilador pôde ser u m litterato appreciavel e ulil;
oplagiario é uma esrfccie de pirata litterario que desa-
piedada e impunemente despoja aos mortos, e ás vezes aos
vivos, de suas scientificas riquezas. Se aquelle é digno de
louvor, este merece a mofa e desprezo dos verdadeiros
i ibios por seu arrojo e ousadia.
É
254. —Complacência,
Complacênciacondescendência. deferência,
é um meio para orocurar prazer aquelles
COM 175
com que vivemos, e assim o que nobremente compraz
pôde lisongear-se de cansar prazer e agrado.
Também contribue a causar prazer a conde*' endencia
nascida do mesmo motivo que a anterior, pois é uni desejo
e esmero e m acommodar-se á vontade e aos gostos de ou-
tra pessoa, c assim os latinos lhe chamavão obsequium,
que na composição mesma da palavra vem a significar
ceder, assentir a ou com outrem.
A deferência lera baslante relação com a anterior, mas
augmenta sua força, pois o que defere cede sempre ao de-
sejo ou ao dictame alheio sem nunca sustentar o seu,
como se aquclle lhe fosse próprio e esle não. A deferência
suppõe completa submissão, nenhuma contrariedade, e a
condescendência certa tolerância e como prudência em
não contradizer para não desagradar nem olfonder a ou-
trem O condescendente calla quando poderia fallar; cede
quando poderia oppor-se. O deferente, se adhere, une-se
estreitamente á vontade, ao dictame de outrem; prefere
sem violência os sentimentos alheios aos seus próprios.
A necessidade, as circumstancias, os respeitos sociaes
nos impõem a complacência, quasi sempre como sacrifí-
cio de nossa vontade. As necessidades, as inclinações, os
defeitos, os vicios mesmos daquelles com quem lidámos
podem muitas vezes nossa condescendência, e nos obrigão
a depor, quanto seja possível, nossa severidade, e nos
fazem como descer de nossa superioridade para nos pres-
tarmos ao gosto dos demais, desistindo da razão e do di-
reito que poderíamos reclamar. O respeitoso agrado, a
abnegação da vontade própria, devem acompanhar a defe-
rência para com nossos superiores.
255. — Complemento, suplemento.
Complemento é aquillo que completa um lodo, de modo
que nada venhaa faltar-lhe.^M^píemenío é u m addilamento
se
aaos
ajunlão
mente
unão
mdiecionarios
a pôde
acousa
novos
matéria
chamar
já feita,
arligos,
de completa.
línguas,
que
quee supre
tralão;
talvez
de—o sciencias,
completem
mas
que
Fazem-se
li?:
comofaltava,
etc,
suplementos
os
temporaria-
conheci-
osmas
quaes
que
176 C0«
mentos humanos c as descobertas scientifioas c industriai
fazfcm todos os dias novos progressos, não haverá nunca
u m verdadeiro complemento de laes dicionários.

256.—Conceber, perceber.
Do verbo latino concipio fizemos nós conceber, que em
significação translala significa formar no animo, meditar
e abraçar u m propósito, u m plano, etc. De outro verbo
latino percipio fizemos perceber, a que damos principal-
mente a significação de comprehender, entender, que lam-
bem ás vezes se dá ao anterior. Mas a differença eonsis'e
c m que, quando eu concebo sou eu o agente, e quando per-
cebo não faço senão entrar no espirito do que outro diz
ou faz. — Concebe o general u m plano de batalha ou de
ataque de praça, faz os seus preparativos, e começa a cu-
cutál-o ;perccbc-o o inimigo, e procura malogral-o em-
pregando todos os meios que a arte da guerra lhe mi-
nistra.
257. — Concluir, induzir, deduzir,
inferir.
Indicão estas palavras a acção de tirar consequências
de proposições sentadas antes, mas por diíferenle ma-
neira e melhodo, donde resulta que se não podem logica-
mente confundir.
Concluir é terminar u m arrazoamento, u m a argumen-
tação, u m a discussão, u m a prova c m virtude de relações
necessárias ou demons^/adas com as proposições ante-
riores. A conclusão é pois u m fim, u m a terminação de
qualquer cousa, correspondendo ao rcclo significado de
concluir, que éfinalizarou terminar u m a cousa; e assim
chamámos conclusão á proposição que se deduz de outras,
ese chama tambaía conclusão á resolução tomada depois
d'uma larga discussão ou controvérsia.
A alguém
ver palavra
sentido ainduzir,
furado, e m termo
fazercomo
algumaseucousa,
sentido
de derecto,
lógica e mé instigar,
ordinário que
m á ;aquimo-
c no
a
CON 177
h
usámos, ó discorrer ou tirar consequências segundo o m e
thodo de inducção. Este nielhodo, que lambem se chama
analytico, consiste e m observar altentamente os fados
por parles, o da observação de muilos factos concluir que
• existe u m principio ou lei geral da qual como fonte com-
nuim elles emanão.
Deduzir é tirar consequência ou raciocinar segundo o
melhodo de deducção, que também se chama syntJielico,
é qual consiste e m tirar u m a consequência particular e
uni principio geral.
Inferir é tirar consequência sem seguir rigorosamente
algum dos melhodos anteriores, nem attender ao enlace
das idéas, desprezando os intermédios e só olhando aos
estremos, fundando-se e m relações ás vezes imaginarias,
e, se verdadeiras, sem se haverem submetlido a u m rigo-
roso exame.
Não se pôde pedir provas ao que faz u m a exacta induc-
ção, ou uma rigorosa deducção, porque em si mesma as
leia ; porém é preciso pedíl-as ao que se contenta com in-
ferir, para que —d'este
23ÍÍ, modo se obrigue
Concorde, a fazer u m a induc-
conforme.
ção ou deducção. O que conclue apoia-se e m princípios
Quando entre duas
'demonstrados, ou crê
ou que maistaes,
pessoas
e cujohaenlace
acordoé de
ou animo,
parece
de vontade, de sentimentos, etc, diz-se que são, ou estão
necessário.
concordes, e lambem se pôde. dizer que cslão conformes,
mas e m significação secundaria, pírque a primeira d'estas
palavras representa a igualdade ou analogia das formas, e
estende-se não só ás pessoas senão ás cousas. — Dous ir-
mãos mui concordes no pensar, nos desejos, nos gos-
tos, ele,são muitas vezes pouco conformes nas feições,
no génio, na indole.—A concórdia das \Nnlades traz quasi
sempre comsigo a conformidade dos gostos e das incli-
nações.— De serem conformes as physionomias não se
pôde bem concluir que sojío concordes os ânimos.
178 CON

250. —• Condição, estado , qualidade.


Condição exprime geralmenle o nascimento ou a no*
ção do h o m e m na sociedade. Estado refere-se á profissão
que exerce, ao m o d o de vida que tem, á graduação o«
predicamento civil. E qualidade, em sentido mclapnorico,
designa particularmente o lustre do sangue, a nobreza
hereditária.
240. — Confim , contíguo, próximo.
vizinho.
O que tem limite c o m m u m c o m outra cousa, ou com
ella confina, diz-se que é confim ou confinante. Ao que
toca, ou está e m contacto, chama-se contíguo. Ao que
está mui perto, que se segue, ou eslá logo depois, cabe o
n o m e de próximo. A o que habita na mesma villa ou cidade
perto de outro se chama vizinho, e vizinhos ao total dos
habitantes d'uma povoação.
De todos estes termos o de mais lala significação é
próximo, pois se diz de pessoas, de cousas, de tempo, da
ordem do discurso, etc.; do que se segue, como do que
precedeo; por isso se diz próximo futuro, próximo passa-
do, etc.
241. — Conforme, segundo.
Estas duas palavras não são phrases adverbiaes como
quer o autor dos synonymos, são sim advérbios, ou antes
preposições, que correspondem á latina secundum, e com
ellas se explica a conformidade d'uma cousa com outra,
porém conforme a su/ípõe mais exacta e indispensável,
e segundo a suppõe menos absoluta, ou mais voltmlaria
— Dou-o conforme o recebi, fica conforme estava, islt
é : exactamente como eslava, ou como m'o derâo. João vive
segundo lhe dida seu capricho; falia segundo lhe dá na
cabeça. — N o s djius primeiros exemplos não se pôde usai
da voz segundo, porque não explicaria uma conformi-
forme,
nos
dadesegundos
tão
porque
absoluta
se
daria
pôde
e exacta,
á idéa
usar uccmooamm oconformidade
propriedade
exige aquella
dademasiado
idéa;
voz con-
nem
CON 179
exacta, e menos livre e voluntária, do que se quer dará
scnlcndcr.
Esla differença se faz mais perceptível quando a con-
formidade, que se quer explicar com a proposição, se
ípoia só numa probabilidade ou numa opinião;pois e m
ai caso se vê claramente a impropriedade do uso da pre-
losição conforme, que nunca pôde explicar u m a confor^
nidade duvidosa, sem uma nolavel impropriedade. — E
;erdade, segundo dizem; chove, segundo creio;e não:
i verdade, conforme dizem; chove, conforme creio.
242.— Conjectura, prcsunípcno.
A palavra conjectura vem de conjicere, conjecture,
íui signilieão liltcralmente lançar, alirar, arremessar, e
lor exiensãosuspeitar e julgar díts pessoas, cousas ou suc-
essos, pelos antecedenlès, signaes ou indicações que nelles
)bservâmos, deitar-se a adivinhar.
Prcsumpçuo vem do verbo prasumere, tomar anles,
suspeitar, e indica uma mera suspeita, ás vezes maliciosa,
um receio nem sempre fundado, umapreoceupaçãoadqui'
rida e arrraigada por causas anteriores.
A conjectura é cerla direcção do raciocínio para a ver-
dade, fundando-se em meras apparencia». A presumpçdo
conduz-se por mais fortes razões que a conjectura, pois
esla é só como u m pronostico, e aquella u m a deducção
^assás fundada e m factos positivos. —Presume-se que u m
h o m e m foz cerla cousa que se lhe altribue, quando se
sabe que é inclinado a fazêl-a, que a fez muitas vezes,6
de presumir com razão que a fará ainda outra e mais
vezes. — E assim diremos que apresumpção tem certa
realidade, pois que são verdadeiras as cousas em que se
funda. — A conjectura é vaga, incerta, duvidosa, pois que
não tem mais fundamento que signaes equívocos, duvido-
sos, nascidos antes de nossa imaginação e malícia quede
antecedentes
:sas
aquella
kpresumjição
ideal,
mesmas; comprovados,
e mdeduz-se
fados
a conjectura,emkpresumpção
encaminha-se
certos,
de raciocínios,
deáverdades
nossa
verdade, nasce edas
interpretações
imag«\ação.
conhecidas;
c dá-sc cou-é %
Funda-sc
msuspeitas.
esta
factos
180 CON
positivos, tanto c m negócios civis como em acções mo-
raes, sobre que temos que formar u m juizo: assim que se
valem d'ella os advogados e juizes. A conjectura anda cm
busca da certeza, sem probabilidade de acliãl-a; oceupa-se
principalmente e m verdades desconhecidas, em princípios
remotos que se intenta descobrir; pelo que a empregão
muilo os philosophos e os sábios. A presumpção coustihie
u m peso que inclina a balança, porém não a faz baixar;a
conjectura é u m caminho aberto para por elle buscar a
verdade. « — N o juizo dos males, diz o P e Vieira, sempre
conjecturou melhor quem presumío os maiores (III,
355). »
245. — Conspirar a, conspirar para.
conspirar contra.
O s differentes regimes d'estes verbo fazem mudar sua
significação. — Conspirar a, usa-se fallando lanio dai
cousas como das pessoas, pois se refere á união de muitas
pessoas, ou tendência de varias cousas a u m mesmo objec-
to : admitte lanlo u m b o m c o m o u m m á o senlido. Tudo
conspira a m e u beneficio ou a m e u damno, isto é, di-
rige, contribue a elle. Conspirão estes argumentos a
descobrir a verdade. — Conspirar para, indica os com-
m u n s esforços de muilos ou o concurso de varias camas
para executar u m a cousa prospera ou adversa. Até as
casualidades conspirarão para minha feliz navegação.
Tudo conspira para o b o m êxito de minhas empresas. -
Conspirar contra, indica claramente que c u m obstáculo,
u m a opposição e m d a m n o (.'uma pessoa ; jamais cm
proveito d'ella. Toma-se sempre e m m á o senlido, e re-
fere-se á danada intenção dos conspiradores. Conspirão
continuamente os revolucionários contra o aliar c o
throno.
244. — Constância, fidelidade.
A primeira destas palavras vem de constans, constante,
que
suppõe
de fidus,
permanece
u m acompromisso
pessoa
liei, que
ccm constante
sua
guarda
algum,
primeira
sua
mas
em fé.
seus
vontade;
sim— affeclos
a Afidelidade.
constância
a segunda
c tíeí áDiz-sc
vem
não
sua
CON 181
palavra. Parece que afidelidadepertence mais á acção, c a
constância aos sentimentos. Pôde u m amante ser cons-
tante sem por isso serfiel,quando continuando a amar
uma dama sollicila a estima de outra; e pôde seriei sem
ser constante, se deixa de amar a sua querida, sem por
isso dirigír-se a nenhuma outra.
A fidelidade suppõe dependência : diz-se u m criado
fiel, um cãofiel.A constância suppõe valor e firmeza:
Constante no trabalho, nas desgraças. — Afidelidadedos
marlyres á verdadeira religião deo origem a sua constân-
cia nos tormentos.
245.— Constância, firmeza,
estabilidade.
Fslas expressões referem-se á perseverança da alma em
seus affectos, inclinações e gostos; mas differenção-se
pela maneira seguinte.
A constância é uma virtude que nos conduz e guia para
insistir em tudo aquillo que cremos firmemente, e com
boas razões devemos ter por verdadeiro, acertado, justo e
decoroso — Chama-se firmeza ao exercido d'um animo
valoroso : suppõe uo que a tem intelligencia para com-
prehcnder o que deve ou lhe convêm fazer, e resolução
para cxeculál-o. — A constância consiste e m não variar;
a firmeza c m não ceder. O constante mantem-se pacifico
c seguro em seu posto; o firme luta animoso para que o
não tirem d'el!e. A constância pôde nascer do caracter
natural da pessoa, dos hábitos contrahidos, da debilidade,
talvez de falta de animo, de resolução; porém a firmeza
suppõe acção forte, decidida, tenaz.
A estabilidade impede variar? e sustem nosso animo
conlra os naturaes movimentos de ligeireza e curiosidade,
que exoilão cm nossa imaginação a diversidade de objec-
tos : corresponde á preferencia que provêm d'uma eleição
acertada.
c246.
O que l — Constante,
l.duradouro nunca cessa : duradouro.
sua \solidez
"j lhe dá fir-
182 CON
meza ; o que é constante nunca muda : sua resolução o
faz firme. Não ha amizade duradoura entre os homens,
senão quando se funda no merilo c na virtude, lintre Iodas
as paixões humanas, a do amor é aquemaissejacladeser
constante e a que menos o cumpre.
247.— Constante, firme, inalterável,
inflexível.
Eslas palavras designão em geral as qualidades d'uma
alma á qual não podem commover nenhum dos suecessos
que occorrão por fortes e terríveis que sejão. As trez ulti-
mas aecresccntãoà anterior u m a idéa do animo e valor se-
gundo estes dilferenles sentidos Firme designa um valor
que por nada se deixa abater; inalterável, u m valor que
resiste a todos os obstáculos; inflexível, um valor que nada
dobra nem commove. O h o m e m de nobres e honrados sen-
timentos é constante e m sua amizade,firmenas desgraças
c negócios de justiça, inalterável apezar das ameaças, e
inflexível contra supplicas e rogos injustos.
Todas estas idéas se encerrão iraquellcsdousadmiravcis
versos em que Horácio representa o varão justo e forte
(Ode III, liv. 3) :
Si fractus illabatur oibis,
lmpavidum ferient ruinae.
Se em pedaços desfeito estala o mundo,
Sob sua ruina impávido perece.
248.— Conta-lo, epidemia, andaço.
O contagio (de com e tago antiq. por tango, tocar) é
u m a enfermidade que se communica pelo contado, ou seja
immediato, ou pelas roupas, moveis, qualquer corpo in-
festado, ou em liai por meio do ar, que pódc levar com-
sigo certos mea«nas morbificos, etc. Taes são a sarna, a
lepra, os males venéreos, etc.
Chama-se epidemia, ou enfermidades epidemicas (de
-cr.'., em, sobre, e hipos povo) as que provêm da infecção
cos 183
do ar, exlcndendo-sc a províncias c reinos inteiros, cor-
rendo ás vozes toda a extensão do globo. Taos são certos
calarrhos, a peste de Levante, a febre amarella, a có-
lera, etc.
Andaço é palavra vulgar que indica epidemia menor,
doença que grassa pela terra, por varias regiões, c m cer-
tos tempos ou estações do anuo.
249. — Continuação, continuidade.
A continuidade é a união material que lêem entre si as
partos do continuo. Comparando as duas palavras achare-
mos, que a continuação pertence á duração, e a continui-
dade á extensão. Diz-se, a continuação d'um trabalho ou
d'uma acção, a continuidade d'um espaço ou d'uma m a -
gnitude ; a continuação de actos e a continuiáade d'uma
obra que se une a outra.
250. — Continuamente, sempre.
O que sempre se faz, verifica-se em todo tempo, lugar
e occasião; o que continuamente se faz, verifica-se sem
descanso nem interrupção alguma. — Sempre devemos
deixar nossos prazeres e conveniências para attender a
nossas obrigações. É cousa mui difficil o oceupar-se con-
tinuamente no trabalho, poiso cansaço nos lia de obrigar
a deixál-o por mais ou menos tempo. — Para que uma
pessoa agrade é mister que sempre falle; porém não que
fallecontinuamente, o que não é fácil.
251.—Continuar, perseverar, persistir,
insistir.
Estes quatro verbos manifeslão permanência no modo
de fazer as cousas. O primeiro não indica nenhuma outra
idéa; mas os outros contêm algumas aacessorias que os
difíorenção do primeiro e elles enlre si.
Continuar nada mais significa que seguir procedendo
ou obrando, como se procedia ou obrava antes. Perseve-
m CON
rar, significa manler-se conslanle na proseguiçãodojá
começado, sem intenção nem disposição alguma a variar;
persistir, permanecer, ou eslar firme e tenaz em «ma
cousa; insistir, instar de todos o modos, porfiada e afinca-
damente, e m fazer ou lograr u m a cousa que nos propo-
semos. Assim que, insistir tem significação mais forte
que persistir, esle que perseverar, e perseverar mais que
continuar. — Continuámos por habito; perseverdmn
por reflexão; persistimos por apego; insistimos por
teima e obstinação. —Aquella pessoa que, lendo adqui-
rido o habito dá virtude, continua praticando-a, não í
precisamente a mais digna de estimação, em quanto olaz
só por costume. Mais confiança nos pôde inspirar aquclle
que, persuadido intimamente dos fundamentos da virtude
e de seus benefícios, persevera constantemente nella. Mais
mérito alcança o que persiste na virtude lutando como
impelo de suas paixões, soffrendo as perseguições que ihe
suscilão os máos, e defendendo-se contra seus malignos
embales.
252. — Continuar, proseguir.
Continuar é levar adiante o que se Unha começado, ou
fazer sem interrupção u m a cousa que se fazia antes, o
prolongar u m a obra começada, quer se tome quer senão
tome descanço nella. Proseguir é seguir avante, para o
fim, nos mesmos termos e disposição com que se come-
çou o trabalho. Esta palavra indica mais exactidão na
obra que a precedente. — A differença que parece existir
entre continuar e proseguir consiste c m que a primeira
palavra refere-se á obra já feita de qualquer modo que
seja, e a segunda ao qiré se lem que fazer até sua conclu-
são, seguindo exactamente a m e s m a idéa e o mesmo
m o d o de execução. Voja-se Continuar, Perseverar, etc.
255. -fondiiuo, continuado.
Diífcrenção-se
dica u mdura
obra, a cousa eslas
ou se
quefaz
porduas
suapalavras
sem natureza cm
interrupção, que
nemcontinuo
é sempre in-
íntervallo
a mesma,
CON 185
algum. Chama-se lambem continuo a lodo corpo com-
poslo de parles unidas entre si; ao sujeito que é ordinário
e perseverante n u m acto. Continuado é tuna cousa que
pôde ser interrompida por alguns inlervallos; porém que,
passados estes, continua obrando do m e s m o modo. — U m
movimento continuo é aquelle que, e m quanlo dura, não
soffre interrupção, e se a soffre cessa de lodo. U m movi-
mento continnado é u m movimento dividido por inler-
vallos, passados os quaes, segue do m e s m o modo que
dantes.— O movimento é continuo por sua continuidade,
isto é pelo seu intimo enlace com as demais partes de
movimento que o precederão; é continuado por sua con-
tinuação, isto é, porque se renova depois da interrupção.
São pois estas expressões synonymas e m quanto signili-
cão acções que se seguem umas a outras, por isso se con-
fundem e usâo promiscuamente.
254. —Conto, fabula, novelia.
Conto é a narração d'um successo fingido em todo ou
e m parte, ordinariamente verosímil, tirado dos suecessos
da vida privada. — Fabula é u m successo falso que se es-
tende no publico, cuja origem costuma ser desconhecida,
ainda que pelo c o m m u m nasce da malignidade e da inveja.
Corresponde lambem este nome ás artificiosasficçõescom
que se disfarça qualquer proveitosa verdade, de que já se
fallou no artigo Apologo.— Novclla é a relação fingida
de diversos, raros e extraordinários suecessos, ordinaria-
mente complicados e enredados entre si, não sempre ve-
rosímeis. — Nos contos deve brilhar a narração; nas
fabulas, a feliz invenção; nas nocellas,ao mérito da in-
venção, e ao feliz enlace e desenlanç dos suecessos, devem
acerescer as descripções, as pinturas, e as demais bellezas
que respectivamente se admirão no mesmo poema épico.
— O Telemaco, Gusmão de Alfarache, Gil Blas e Don Qui-
jote, são modelos neste género.
255. — Contradictorio
Contradizer vale tantoopposto.
como dizer,contra.
contrario,
Um affirma
186 CON
u m a cousa, outro a nega; d'aqui resulta conlradicção enlre
ambos, os quaes são contradiclores respectivamente um
ao oulro. As proposições que sustenlão serão confraria».
Contradictono se refere e m rigor ao que se diz, se dis-
puta ou sustenta, e é contrario á natureza das cousas. 0
que n u m m e s m o instante dissesse que faz frio e calor se
contradiria; porém considerado o calor e o frio em si
m e s m o , veremos que são duas cousas contrarias uma a
oulra.
Contrario é pois o que está contra ou é repugnante a
outra cousa, o que damna, prejudica ; a inimizade ou op-
posição das pessoas ou cousas entre si.
E m senlido lógico chamao-se proposições conlradiclo-
rias aquellas que involvem ou implieão conlradicção, po-
rem u m a das quaes diz só quanto basta para refutar a
outra; taes são as seguintes : lodo homem éjusto; algum
homem não é justo. E chamão-se contrarias aquellas que
se oppõem de m o d o que uma diz mais do que é necessário
para refutar a oulra; laes são as seguintes: Todo homem
c justo; nenhum homem éjusto.
Oppor é collocar u m a cousa de m o d o que oífereça um
estorvo ou impedimento a oulra; a opposição é a dispo-
sição das cousas quando eslão collocadas umas em frente
dás outras, assim como a contrariei/atleé a repugnância que
umas cousas lêem a outras. São opposias as pessoas quando
contradizem ou resistem áo que oulro diz ou faz, —Re-
sulta a opposição de acharem-se as cousas materiaes em
dilTcrente posição ou direcção, e neste senlido a longitude
é opposta a latitude, o principio ao fim, c vice-versa. Pela
m e s m a analogia, quando se propõe qualquer razão ou dis-
curso contra outro cl;?.ma-se oppor, e oppor-se, quando
empregámos razões e meios para embaraçar uma cousa.
25o. — Contravenção, desobediência.
Designão, ger^ímente fallando, estas duas palavras a ac-
posições
ção
diflerenção-se
A de
contravenção
separar-se,
djumadalei,
maneira
édead'um
acção
ir contra
regulamento,
seguinte.
ou omissão
o que está
d'uma
contraria
mandado,
obrigação
ás dis-
mas
CON 187
contrahida ou imposta de fazer ou observar qualquer
cousa. A desobediência consiste e m recusar-se, ou resistir
ao que tem direito ou poder de mandar.—A contravenção
refere-se á lei; a desobeeliencia ás pessoas. Ccm/ravem-se
a uma lei desobedecendo a u m a autoridade.
257. —Contribuição, imposto, tributo,
derrama, páreas, subsídios.
Forçosa cousa é que os que desfruclão os benefícios da
sociedade conlribuão para os gastos que o governo neces-
sita fazer para defensa do paiz, assim como para o desen-
volvimento da riqueza publica. Tal é a origem e motivo
das contribuições, sem as quaes não podem formar-se nem
sustentar-se as nações.
A natureza do imposto tem intima relação com as di-
versas formas de governo, com a legislação e costumes dos
séculos, pelo que muilo hão variado estes impostos, sua
forma e modo de execução, os nomes e distracções d'elles,
c a igualdade e desigualdade entre os contribuintes, etc.
Sem entrarmos em Iodas eslas particularidades examina-
remos somente a difíerença que ha entre os mais conhe-
cidos, e suas significações.
Contribuição é u m nome genérico que abraça indo
aquillo com que, de qualquer modo que seja, se acode á
defensa e sustentação do Estado, pois além da contribui-
ção pecuniária ha lambem a chamada de sangue, pela
qual o cidadão tem que acudir á defensa da pátria. De-
fine-se geralmente a contribuição, dizendo que é a quota
que cada u m dos contribuintes paga, segundo as regras
estabelecidas, para acudir aos gastos que a communidade
tem que fazer para conseguir c*fim que se ha proposto.
Querem alguns que seja u m a imposição extraordinária
para acudir a u m gasto publico, principalmente em tempo
de guerra; mas este não pôde ser seu primitivo e gené-
rico sentido, pois toda contribuição deve ser geral, ordi-
nária
que
sobre
C ovem
mealguma
permanente
a
dopalavra
latim
cousa.
impositum,
contribuição
entre
Imposição
os associada.
e significa
coincide
é o acto
posto
adedeeimpor,
mimposto;
cimaeou
o
188 CON
imposto, considerado com relação a este aclo, vem a ser
também termo genérico que exprime a totalidade dos en-
cargos que formão as rendas do Eslado; c assim se diz que
estamos carregados de impostos, comprehendendo d'esle
m o d o Iodas as contribuições.
Tributo vem de tribnlum, e esla palavra, segundo Co-
varrubias, se deriva do imposto que pagavão em Roma as
differentes tribus que formavão a reunião dos cidadãos
romanos. Define-se geralmente o tributo dizendo que
é a quantidade que paga o vassallo ao senhor em reco-
nhecimento do domínio d'este; e chama-se tributário ao
que paga tributo. Considera-se igualmente o trib>ito como
u m direito concedido ao soberano sobre todos os que es-
tão sujeitos a sua obediência segundo as leis, convé-
nios, etc.
Derrama, palavra mui conhecida antigamente, é boje
em dia pouco usada, e significa u m imposto ou finta even-
tiial, pelo c o m m u m arbitraria e ainda violenta, regulai"
m e m o exigida por inimigo ou conquistador; e ás vezes
pelas camarás para perfazer a quebra, ou falha que teve
certa renda ou tributo que se deve á coroa.
Páreas são o tributo que u m príncipe ou Eslado paga a
oulro, cm reconhecimento de obediência ou vassallagem.
Subsidio, do latim subsidium que significa reforço,
ajuda, soccorro, auxilio, vem a ser o nome d u m imposto
temporário c extraordinário; o qual, ainda que pareça
voluntário é forçoso, pois que se exige e m virtude d'uma
lei e m casos extraordinários, e ás vezesficapara sempre,
como o subsidio lillerario e m Portugal.
258. — Contrição, pesar,
arrependiídeulo , remorsos.
Todas estas palavras cvprimem a dor que sentimos de
haver procedido mal, mascada umad'ellascom diílerentes
relações. *
vemos
haver
na CÓ»ír«'fáoé
profunda
olíendido
amar ee avoluntária
palffrra
maá mDeos,
o s sobre
propriamente
sódor
por
todas
que
sercausa
as
quem
religiosa,
cousas.
a é,
nosso
e porque
ecoração
consiste
o de-
o
CON 180
O pesar é uma penosa recordação, u m a pena, u m senti-
mento interior, causado pela falta que se commeltco, e
pôde ser maior ou menor segundo as circumslancias, deli-
cadeza, consciência ou escrúpulos do que se acha pesaroso.
Sempre molesta e cança o animo e as vezes tanto, que
pôde produzir transtorno physico ou moral na mente ou
na saúde segundo for grave a falta, ou estreita a consciên-
cia do que a commelleo, mormente se d'ella resultarão
fataes consequências.
O arrependimento é a amarga pena que sentimos de
haver commeltido u m delicto ou erro, desejando ao mesmo
tempo com a maior efficacia emendàl-o, rcparál-o, satis-
fazêl-o quanlo nos seja possível.
Remorso vem de remorder, que vale lanlo como tor-
nar a morder; exprime esta palavra, e m sentido trans-
lato, a accusação secreta da consciência que, sem a poder-
mos aplacar, nos atormenta e despedaça a alma quando
delinquimos. Vemos pois que arrependimento diz mais
que pesar, e remorso mais que arrependimento.
A contrição refere-se ao peccado, e a inspira o amor
que temos a Deos e o horror que nos causa o vicio, por
ser offensa a elle feita. O arrependimento corresponde a
Ioda a espécie de mal ou a toda acção olhada como m a ,
c no-lo suggere tanto a experiência como nossa própria
reflexão. A imagem do crime que de continuo nos appa-
rece, atormenta e espanta, produz os inevitáveis remorsos,
pois a consciência vinga a divina justiça, perseguindo-nos
e aceusando-nos. O tempo pôde debilitar e destruir o pe-
sar; a reparação do damno causado, acalmar o arrepen-
dimento: porém não suecederá assim com os remorsos.
que alé à sepultura hão de perseguir o malvado.
259. Convenção, pacto, contrato,
Quando duas ou mais pessoas convêm entre si em al-
guma cousa, c se obrigão a cumpriloa, chama-se a este
provêm
acto
nos
Contrato
que
eaode
pado,
ajuste
é obrigação
espécie
porque
quede
d'ello
convenção
legal
esteresulta
ée unia
produz
deuma
convenção
que
dircilos
resultão
vonvenção;é.me-
que
recíprocos.
direitos,
sempre
190 COIY

obrigações c acções civis, e c o m o tal sujeito ás leis que


regem a sociedade. Tratado é a convenção e ajuste solem-
ne que fazem enlre si dous ou mais Estados, ou príncipes
soberanos, que tem força de lei e forma o direito interna-
cional dos povos.
260. — Conversar, praticar. pairar,
parolar , charlar , galrar , cuchiehar.
De lodos estes modos se falia, mas muito differem enlre
si laes modos de fallar.
A conversação é u m trato de palavras familiar e amigá-
vel enlre duas ou mais pessoas, sobre assumptos vários,
indiflerenles ou de algum interesse. Conversa-se para
recrear-se, instruir-se, diverlir-se. A conversação tem
suas regras, cujo conhecimento faz parte da boa edu-
cação.
Praticar é conversar e conferir mais principalmente,
tratando de qualquer materia ou negocio importante.
Pratica significa pois mais que conversação : esla pojje
ser festiva, alegre, ligeira, superficial; aquella suppõe for-
malidade, seriedade, importância e interesse.
Pairar ou parlar, do francez parler, é conversar com
soltura e desembaraço. Esta expressão indica muitas vezes
excesso no fallar, pouca consideração no que se diz, lo-
quacidade importuna e até indiscreta. O palrador é um
fallador desatlento a q u e m escapão muitas expressões im-
portunas e inconsideradas, e m que se descobrem ás vezes
segredos e particularidades que não deverião saber-se.
Parolar, é usar de parola e palavrorio, fallar no ar,
levianamente e talvez c o m jactância.
Charlar é fallar sem sustancia, lóra de propósito, por
passatempo ou porleviandande.
Galrar ou gurlar é fallar muito, sem discrição, e ás
vezes sem modéstia e com ar entonado.
As Cuchiehar
estão
malignidade.
enlre
mulheres,
si,
sujeitaséMais
já por faJfar
que
ao ao de
vicio ouvido
ociosidade,
renrehensivel
não a éalguém
sãocuchiehar
jáprudentes
por ainda odiante
vaidade,
eedizer
bem
habito
e ásde outros.
segredinhos
educadas,
vezos
que léci
por
CON 191
algumas douzt lias que, enfastiando-se com a conversação
de suas mais e pessoas serias, se retirão a parle para
cuchiehar em entre si. Cuchiehar é voz imitativa, e os
(pie a derivão do canto do cochicho escrevem cochichar;
porém e m hespanhol se escreve cuchichear, que muito se
parece com o chuchoter francez.
2G1. — Convicção, persuasão.
Exprimem estas duas palavras o acto pelo qual a nossa
alma aquiesce aquillo que se lhe propõe como verdade,
com a idéa accessoria d'umá cousa que a determinou a
esto aclo. A convirção é uma acquiesccncia fundada c m
provas d'uma evidencia irresistível e vieloriosa. A per-
suasão é uma aquiescência fundada em provas menos evi-
dentes, posto que verosímeis; porém mais próprias a
interrossar o coração que a illustrar o espirito. Aquella é
filha da razão, e do domínio da intelligencia; esta obra
mais sobre o coração, c depondo da sensibilidade. A C O H -
vicção, sendo o clfeito da evidencia, não pôde enganar;
assim que, não pôde ser falso aquillo de que estamos legi-
timamente convencidos. A persuasão é o dfeito de provas
moraes, que podem enganar; e assim podemos estar mui-
tas vezes persuadidos d'um erro mui real, que lenhamos
por verdade mui segura.
Uni raciocínio exacto e rigoroso produz a convicção
nos ânimos rectos; a eloquência e a arte oratória podem
produzir a pirsuasão nas almas sensíveis. «As almas
sensíveis, diz Duelos, têem u m a grande vantajom para a
sociedade, a de estarem persuadidas de verdades de que
não está convencido o animo: a convicção é muitas vezes
somente passiva ; a persuação é activa, dá impulso e faz
obrar.» "*
Veja-se Capacitar.
2G2. — Convir, importar, relevar,
Aquillo
niente.
sito paraOque
alguma
que
traz traz cumprir.
cousa,
qualquer
utilidade
diz-se .>. ououdiz-sc
conveniência,
que
e proveito,
convém, é éa conve-
propó-
que
192 CON
importa. O quesobresai pela sua importância ou utilidade,
diz-se que releva. E o que interessa obrigação e dever
diz-sc que cumpre. — Convém á decência e ao decoro
d'uma dama honesta fallar sempre em termos comedidos
e cornar modesto. Importa muiloao bem publico que os
cidadãos sejão pacíficos e laboriosos. Releva muito ao
príncipe terfieise intelligentes servidores. Cumpre ao
homem de bem sacrificar-se pela sua pátria.
2G5. — Copiar, trasladar.
Copiar é repetir, multiplicar a cousa, tirar d'ella um ou
muitos exemplares. Trasladar significa lilteralmenle escre-
ver segunda vez, passar a outro papel, porem limpo,—
Traslado indica exacta e li l ler ai conformidade ; e copia
ás vezes só maior ou menor similhança com o original.
— Copirâo-se não só papeis, senão debuxos, pinturas,ele,
tudo o que bem ou mal se imila ; mas só se traslada o que
está escrito.
264. — Côr, colorido.
Considerámos estas palavras só com relação á pintura.
A côr é o que faz que se vejão e distingão os corpos ou
objectos, e que se forme a imagem visível em suas diffe-
rentes variedades. O colorido é o efleito particular que
resulta da qualidade c força das cores em viriude de sua
mescla e disposição em qualquer quadro, prescindindo
do debuxo c da composição. — kcór tem suas dilTercnças
objectivas, que se dividem em espécies, e depois em meias
tinias e matizes. O corrido só admílte differenças que
poderemos chamar qualificativas, c conslão de vários
gráos de belleza ou fealdade. — O azul, o branco, o en-
carnado formão dilfereiílcs espécies de cores. O serem
estas mais ou menos vivas, claras ou escuras, só constituo
matizes ou meiaf. Unias; porém nada d'isto é propria-
mente o colorido,
• senão o conjunto, a tolalidade que re-
sulta cm Roral de sua união e combinação, causando
uma sensação abstracta c distincla da sensação própria
con 193
essencial das mesmas cores; e consiste este effeito na
disposição dos corpos, uns respectivamente a outros, que
eslão mais ou menos próximos entre si, ou se suppõe esta-
rem, á vista do que olha para o quadro, e do modo como
recebem a luz, o que faz perder ou ganhar e m côr os
objectos que no quadro se represenlão.
265. — Corngein, valor, bravura,
Inflrcnidez , ardimrnto , Iicrolsmo.
Coragem é termo mui genérico, e significa esforço de
animo, vigor da alma, por onde se dá a conhecer o h o m e m
que tem coração. As differentes maneiras por que se mani-
festa ou exerce esla nobre qualidade do h o m e m formão
as seguintes espécies.
O homem que se expõe aos perigos quando é necessário
é valoroso ; seu raíor manifestado nos combales, é a co-
ragem militar. A esla insigne virlude oppõe-se a vergo-
nhosa cobardia.
kcoragem momentânea, impetuosa do guerreiro,talvez
misturada de fúria e cólera, chama-se bravura.
O valor ousado com que o h o m e m se arroja ao perigo,
o affronla, e não treme no condido, antesficafirme,e
talvez se sacrifica se necessário é, chama-se intrepiílez.
Ardimenlo é a coragem ousada e atrevida com que se
suslenlão empresas grandes e talvez arriscadas, o denodo
com que se combate, a affouteza com que se intenta al-
guma cousa.
Se heroe, como hoje entendemos, é o varão illustre por
suas façanhas e virtudes; heroísmo é o conjuncto das qua-
Jidades que collocão qualquer h o m e m na classe de heroe,
tendo enlre cilas primeiro lugaj o amor ao bem publico
e a perseverança e m trabalhar para elle, obrando feitos
grandes, c vencendo perigos, quea maior parle dos homens
não ousa arrostar.
2G6. —Coroa, diadema.
Desiguão
II. ambas estas palavras a insígnia Jque
17 orna a
194 «ou
fronte dos soberanos; porém cada u m a d'ellas leve difle-
rente origem, e convêm não as confundir.
Coroa vem do latim corona e do grego xopmt, e signi-
fica c m geral adorno de hervas, flores, etc, com que se
cinge a cabeça. Entre os Romanos as havia de differentes
espécies para designar os nobres feílos dos cidadãos bene-
merilos: mural, mstrala, gramínea, obsidional, oval.
E m particular significa o ornato circular de ouro, prata
ou ferro, de differentes formas e feitios, que os reis e im-
perantes põem na cabeça como emblema de sua dignidade.
Diadema vem do grego hál-.opo;, faxa, ligadura (de
Six-ito-fi, ligar, cingir), e significa rigorosamente faxa ou
insígnia branca que antigamente cingia a cabeça dos
reis. Ainsworlh diz que, segundo as medalhas dosattligos
reis, a forma do diadema não differe muito da do turbante
luro o
Coroa loma-se muitas vezes no senlido de reino, realeza,
atlrihuições rcaes, e lem muitas outras significações;
porém diadema só significa a insígnia real que cinge a
cabeça dos reis. Muitos príncipes da Ásia erão antiga-
mente tributários da coroa de Portugal, e nossos reis
dodião cingir áureo diadema esmaltado com as pedrarias
po oriente.
267. — Cor regi r, emendar.
Corrigem-se as faltas, os defeitos do entendimento.
Emendão-se os erros, os estravios da vontade. — Corrige-
se o h o m e m prudente, quando adverte que suas opiniões
são erradas, e suas idéas desacertadas. Emenda-se o mal-
feitor quando conhece o erro que commetleo, e o risco a
que suacondueta oexpõfi
As correcções d'unia composição lilleraria consistem na
melhor escolha dos lermos, na maior clareza das idéas,
na maior força das razões, e na minuciosa applicação das
regras grammaticaes
* e oithographicas. As emendas con-
assim,
correcto.
riscando
sistem ao
nasovermos
mudanças
supérfluo
u m maleriaes
ou
escrito
accrcscenlando
emendado,
que se fazem
dizemos
o necessário
noque
papel,
está
;e
COR 195
Com tudo, podem se fazer emendas n'um escrito come
fim de corrigilo, isto é de o limpar de erros e de o tornar
perfeito, e não se conseguir estefim,e tornál-o peior do
que estava. Não é sem razão que os nossos anligos dizião
cm certos casos : É peior a emenda que o soneto.
U m escrito pôde ser correcto sem nunca ler sido emen-
dado. O Telemaco saio da penna de Fenelon sem uma só
xmenda. Algumas obras, apezar de muitas emendas, nunca
chegãoa ser correctas. Camões emendou mais d'uma vez
su seosLuziadas, mas a boa critica descobre-lhe ainda
muitas incorrecções.
266. — Correio, esiaíetn, postilhão.
Todos estes homens correm na estrada, mas cada um
d'elles com diífercnlc fim.
Correio é o que tem por officio levar carias d'um lugar
a outro, ou o h o m e m que se despede â pressa com despa-
chos; também se dá o nome de correio á casa onde se
recebem c distribuem as carias. — Estafeta ou eslnfele é
o correio ordinário que vai a cavallo e leva cartas e enco-
mendas d'nm lugar para oulro. Postilhão é o que vai a
cavallo dianle dos que correm a posta.
269. — Corrompido, depravado,
pervertido.
Quando numa cousa se inlroduzio algum vicio, ou se
perturbou a ordem e harmonia de seus princípios, diz-se
que se corrompeo. Por esta mudança passa a cousa, de
boa que era, a ser m á em seu género, e então se diz que
eslá depravada. Quando a perturbação é lai que quasi
perde o antigo ser, diz-se que se pírverteo. O mesmo
acontece no sentido moral.
270. — Coraurio, pirata.
Ambos infestão os mares, mas de difTerente maneira.
O que arma u m na\io em corso, c com patente do go-
verno fazdáprosas
aome se ao inimigo,
ao navio armado chama-se corsário;
e m corso. Pirata co om eque
smo
196 CRL
anda roubando por mar. — O corso é permiltido entreis
nações helligerantes; a pirataria é condemnada por Iodas
as leis marítimas.
271. — Cosmogonia, cosmogranltla,
cosmologia.
Eslaslrez differentes scicncias lêem por objecto oesludo
da creação ou formação do universo, e principalmente do
globo terráqueo. A raiz d'ellas se acha na palavra grega
ttis/ies, mundo.
À de cosmogonia se forma acrescentando ao radical
yóvo;, geração, que vem do yi»op.xt, eu gero; e assim
cosmogonia significará a geração, a sciencia ou syslema
«'í cerca da formação do universo. Cosmographia é a união
do mesmo radical com ypàpu , eu descrevo, c é a sciencia
que se propõe estudara eslructura, forma, disposiçãoe
relações que guardão enlre si as diderentes partes do uni-
verso. Ajuntando ao m e s m o radical Xóyet, discurso, temos
o nome cosmologia, que designa lilteralmentc discursoou
tratado sobre o mundo, ou sciencia das leis geraesqueo
governão. — A cosmogonia discorre sobre o eslado variá-
vel do m u n d o ao tempo de sua formação; acosinographia
expõe era todas suas partes e relações o eslado actual do
universo; e a cosmologia discorre sobre esle estado con-
siderando-o jáfixoe permanente.— A primeira sciencia é
conjectural, a segunda meramente histórica, a terceira
experimental.
272. — Crédulo, crente.
i'
O que cré de leve, com demasiada facilidade, é crédulo;
o que crê com boas razões, e eslá firme na sua crença, é
crente. — Abrahão foi o pai de lodosos crentes; mas ião
se pôde dizer que/i foi de lodos os crédulos.— » k idolatria
semeou a credibilidade, diz o I,e Vieira, e a Fé colheoa
crença.
lazer
gentios
crentes
crédulos,
Aiidolatria
(1,170).
e com
a Fé
» as
com fabulas
os mysterios*
começouacabou
a fazer
de os
01
r:p.i 197
275. — C r e r e m alguein, crer a alguém,
ou alguém.
Crer em algem, é crer que elle é na verdade o que re-
presenta ou inculca; crer a alguém è dar credito ao que
elle diz, crer que nos falia do coração. Muilo bem expli-
cou esla differença o P e Vieira no Sermão da V* Dominga
da Quaresma. Suas são as seguintes palavras: « De m a -
» neira que ha crer em Christo, e crer a Christo; e uma
» crença é muito difíêrente da outra Crer em Christo, é
» crer o que elle é; crer a Christo, é crer o que elle diz.
• Crer cm Christo é crer nclle; crer a Christo, é crêl-o a
• elle. Os Jndeos, nem crião em Christo, nem a Christo.
» M o crião em Christo, porque não crião a sua divindade;
» e não crião a Christo, porque não crião a sua verdade .
» Os discípulos naquelle tempo, e naquelle eslado, crião a
• Christo, mas não crião em Christo; e nós agora, ás avessas
» d'elles, cremos em Christo, porque cremos o que é, não
» cremos a Christo, porque não cremos o que diz (II, 244,
» 246). •
27 i. — Crescer, augmcntar-se.
De ambos estes modos lomão as cousas maior exlcnsão,
volume ou importância ; mas e m cada u m d'elles concor-
rem circumstancias particulares que entre si os dilfe-
renção.
Aquella acção vital pela qual os corpos orgânicos vão
progressiva c insensivelmente tomando maior grandeza
chama-se crescimento. Crescem as arvores, as plantas, os
animaes, todos os viventes; yresce o cabello, a lã, o
pello, ele—Estende-se esta significação a todo o engran-
decimento progressivo de qualquer cousa que toma mór
volume ou exicusão. Cresce a massa com o fermento; o
rio com as enchentes cresce; a areia com as cheias cresce
e m montes; crescem os dias, as no^es; cresce a fome,
meio
paixão
cresce
Quando
daquando
oaddição
vento,
u m corpo
seaou
não
tempestade,
addilamento
ousabe
todomoderar
loma
etc.
deengrandecimento,
Cresce
novas
a tempo.
narles
a violência
ou cou-
por
da
198 cr.u
sas da m e s m a espécie, sem idéa de que o engrandecimento
seja progressivo, nem gradual, nem insensível, diz-se que
elie se augmenta. — Augmenta-se o Irigo no celleiro, o
dinheiro no cofre, quando se lhe ajunta nova porção sem
nada tirar do que existia. — O opposto de augmentar i
diminuir; a crescer oppõe-se decrescer, que é perder de
sua grandeza continua ou discreta, ir a menos, como se
vê no P e Bernardes, que disse na Floresta : « Vio ondas
de fogo, como de maré, subindo e decrescendo.»
275. — Criar, produzir, gerar.
Por todos esles modos se dá ser ao que o não tinha,
mas cada u m d'elles indica dilferente meio na causa que
cria, produz ou gera.
Criar, é lirar uma cousa do nada, dar-lhe todo o ser;
e metaphoricamenle é erigir, instituir uma nova dignidade
ou emprego. Produzir, é tirar de si com actividade ou
acção vital alguma cousa. Gerar, é propagar a espécie
pela geração. — Deos criou o universo, e todos os seres
que o compõem. Os reis crião novos cargos e dignidades
e m seus estados. O s sábios criSo novas sciencias. — A s
sementes, que se lanção á terra, germinão, crescem, e
produzem o frudo segundo suas espécies. Os lilleralos
produzem suas obras quando concebem c m sua mente, e
com os auxílios que lhes ministrão as lettras ou as scien-
cias dão á luz suas producções. — Gerão ou engenârão
todos os animaes sua prole segundo sua espécie e, mo-
ralmente fallando, erros gerão erros, e vícios gerão
vícios.
«
276. — Crucifixo, crucificado.
Poslo que eslas duas palavras tenhão o mesmo radical,
todavia sua difítrenl terminação Lz com que cada uma
d'ellas signifique cousa dislincla.
Crucifixo é a imagem de Christo pregado na cruz.
cravar
Crucificado
na Cruz
é por
para
excellencia
remir o Jesu-Chrislo,
mundo. — Aos quepés
se deivou
d'uni
GUM 199
crucifixo estudava são Thomaz d'Aquino a sciencia theolo-
gica com que lanlo illuslrou a religião do Crucificado.
277.—Cuidadoso, diligente, solllclto,
desvelado , ancloso.
Exprimem estes vocábulos a progressão ascendente do
cuidado e allenção com que alguém se occnpa d u m ne-
gocio, ele. Di(ferenção-se porém enlre si pelo gráo que
cada u m d'elles exprime. O que trata do negocio ou in-
cumbência com cuidado, sem d'elle se esquecer, é cuida-
doso. O que ao cuidado junta estudo, applicação e esmero,
é diligente. O que ao cuidado e diligencia junta instancia
e assiduidade, talvez inquietação, é sollicilo. O que emprega
continua vigilância, quasi que não dorme, nem deseança
em quanto não perfaz ou consegue o que deseja, é des-
velado. Finalmente, o que obra com anda, se agila. cui-
dadoso, se afflige sollicilo e desvelado, é ou está ancioso.
276. — Cume, cumiaua, cumieira.
Vem todas estas palavras da latina culmen , mas pelas
terminações designão cousas diversas, posto que todas no
alto ponto.
Cume é a summidade, o cimo d'um monte, e no sentido
figurado significa auge, o ultimo gráo de favor, lortu-
na, etc, a que se chega. — Cumiada é a prolongação d'ura
cume, d'uma cumieira, é o espigão da serra.— Cumieira,
é a parte mais alta dos telhados da casa, o espigão, ou o
pão que o forma.
279. — Cumprir, observar , guardar.
Consideradas estas palavras no senlido de executar uma
lei, u m mandado, ou o que prescrevem as regras de qual-
quer instituto, vem a ser synonymaSj^yias apresenta cada
u m a d'ellas cerlas modificações que não devem escapar
ao bom philologo.
O sentido próprio da palavra observar é ter á vista, at-
ender a u m a cousa; o de guardar é ler c mj sua guarda
2'JO DAM
u m objecto, sem abandouál-o, dcfendel-o, resguardál-o,
ter cuidado nelle; o de cumprir, é encher, completar,
consummar e concluir alguma cousa. — Q u a n d o executais
o que a lei manda, a observais; quando cuidais em não
violál-a, ou vigiais para qire outros a não violem, a gwir-
dais; e quando sois exactos e escrupulosos em encher in-
teira e completamente as obrigações prescritas, a cumpris.
— Observar denota propriamentefidelidadeaos preceitos;
guardar, perseverança e continuação; cumprir, perfei-
ção ou consummação da obra.
280. —Damno, detrimento, menoscabo,
prejuízo
Referem-se estas palavras ao mal que se pôde causara
qualquer pessoa, ou que se soffre de outros em bens, ri-
queza, interesses, honra, etc; mas differenção-se enlre si,
da maneira seguinte.
Damno diz-se de toda espécie de perda, lesão, traslorno
na fortuna, na opinião, nas intenções, nas empresas, qual-
quer (pie seja a causa, d'onde elle provenha; mas particu-
larmente d'um mal «pie directamente se laz.
Detrimento c o damno que provêm d'uma cousa que
deteriora oulra e parece dirigir-se a destruíl-a, ou com
edeito a destrue; e assim, a tudo que é damnoso lhe cha-
m á m o s prejudicial.
Menoscabo é a diminuição ou deterioramento de qual-
quer cousa que a priva de seu valor; o que é um verda-
deiro damno para o dono d'ella. Assim que, menoscabar
é, e m senlido recto, reduzir a cousa a menos, eneurtál-a,
deslustrál-a, privàl-a dt- parte de seu luzimenlo, dimi-
nuindo a estimação que antes se fazia d'ella; e igual valor
lem no sentido moral e figurado.
Prejuízo é o damno ou perda que resulta das,relações
contrarias d'uma cousa respectivamente a oulra. É um mal
queCausão
com
menlo
tem indirectamente
adetrimento
paslar.
alhejo,
damno
—nãodo
Nãose
aos causa
espere queimpedindo
alheio.—Quem
campos
se deve os
lhe
buscar
gados uproveito
respeitemm nelles
menoscábao
oque bem.
o seu.—Uma
mereci-
se
próprio
met-
DAIl 201
loja nova prejudica ás outras de sua espécie, porque as
priva da venda, vendendo os géneros novos, melhores e
mais baratos.
281. — Dar, entregar.
Dar é ceder, ou passar a oulro a posse d'uma cousa;
tntregar é pôl-o materialmente em posse d'ella; e assim,
» (pie entrega não é sempre o que dá. — O rei dá com
liberalidade, e o lhesourciro enfre</a com exaclidão.—Aos
lieninos deve se lhes ensinar a dar esmola aos verda-
deiros pobres, e para que se lhes imprima bem esta dou-
trina, convém que Ih'a entreguem elles mesmos, e se
acosllimem a ver de perlo a verdadeira necessidade. — O
que faz uma esmola, por sua mão, a uni mendigo, em-
prega ao mesmo tempo as duas acções de dar e de entre-
gar, assim como o mendigo emprega as duas de tomar e
receber.
282.— Dar (lugares, empregos, etc),
premiar; dadivas, prémios.
Muito bem dislinguio estas duas palavras o atilado en-
genho do nosso Vieira. Fallando elle do modo como os reis
devem fazer as mercês, diz : « U m só meio acho aos reis
• para salvarem lodos os inconvenientes. E qual é? [Não
• dar a ninguém, epremiar ti todos. Pois como? Pre-
• miar a todos sem dar nada a ninguém ? Sim : o dar, e
• o premiar são cousas inuilo differentes. Dar aos que
> merecem, ou não merecem, é dar; dar só aos que me-
• recém èpremiar. Não fazer^n mercês os reis seria não
» serem reis; mas hão de fazêl-as de maneira que as mer-
» cês não sejão dadivas, sejão prémios. Dem os reis aos
» beneméritos, e fecharão as bocas a todos. Quando os
> prémios se dão aos que merecem, os mesmos que os
> murmurão com a boca os apprCVão com o coração
. iVI,210).»
202 DAR

285. — Dardo , frecha , setta, azagaia,


fimbo, vira, virote, xará.
Palavras que represenlão outras tantas armas de arre-
meço, mas que differião na forma ou maneira de as
lançar.
Dardo era arma de arremeço que se atirava com o
braço, e talvez com arco, lança "curta com ponta de ferro
que se arremeçava.
Frecha, ouflecha,é haste delgada como de trez palmos
de comprido, com ponta aguda de osso ou de ferro, liza
ou farpada, disparada por meio de arco.
Setta é a corrupção da palavra latina sagitta, que pa-
rece ser perfeitamente synonyma de flecha, que éflèche dos
francezes vinda deflitzdos allemãos. Pela circumstan-
cia de serem ambas despedidas por meio de arco, corres-
pondem á palavra gregafiãas,posto que d'ella se não de-
rivem, como se vê d'aquelle sublime verso de Homero
(Ili.1,42):
TíVtíav Aavaei Ipx lúxpuot aoim fSéXeseiv.
Que muito bem se traduz em nossa lingua.
O pranto meu
Paguem os gregos pelas sellas tuas.
Querem aíguns que a differença que ha entre flecha e
setta consiste e m (pie aquella tem pennas recortadas na
extremidade opposta á po/>la, e esta não.
Azagaia é palavra árabe e designa u m dardo usado na
costa de Africa.
Timbo é voz africana e designa páo tostado, arma d«
que usão os Cafres-
Vira é setta mui aguda e forte, usada antigamente
pelos besteiros.
Virote é vira grande, ou setta curla empennada.
D'eslc se formou o augmcnlalivo virotão, que era viroti
grande c grosso.
DEC 203
Xará, e m espanhol jara, parece ser palavra árabe, e
significa páo tostado de fazer tiro, talvez por ser feito da
píanla chamada lambem xará, alias esteva, c lambem lem
a significação deseíía, como se vê d'aquella comparação
do P e Bernardes: « Qual xará do arco intenso sacudida. •
De todas estas palavras a mais poética c setta, como
se vê e m Camões, que duas vezes se sérvio d'ella para ex-
primir u m a comparação rápida da ligeireza e velocidade.
Mercúrio, pois excede em ligeireza
A o vento leve e à setta bem talhada.
Vendo a cilada grande e tão secreta,
V ò a do céo ao mar como uma seita.
(Lus., I , 40; II, 18.)
284. —• Decapitar, degolar.
Ambos estes verbos indicão a acção de cortar a cabeça,
com a differença que decapitar é cortál-a por sentença
c autoridade da justiça, e degolar é cortar a garganta ou
o pescoço de qualquer animal e por qualquer motivo que
seja. — Degolão-se rezes no degoladouro; decapilavão-
se os nobres no cadafalso. — No sentido figurado diz-se
que se degolão as horezias, os vícios, mas não se pôde
dizer que se ãecapitão.
28(5. — Decência , modéstia, pudor,
reserva, recato.
Referem-se eslas palavras ao modo de proceder e de
expressar-se diante das gentes,ve de conseguinte perten-
cem â decência exterior.
Consiste esta no asseio, compostura e adorno das pes-
soas segundo sua classe e circumstancias-, mas a verda-
deira decência vem do interior; e consiste nos íntimos
sentimentos de honestidade e modesfò, na conformidade
das acções exteriores, já com as leis positivas, já com as
que impõe a opinião geral.
A modéstia é o cuidado que pomos cm não fazer n e m
204 DtC
dizer nada que possa dar motivo a que se nos allribna
orgulho, presnmpção, alta idéa de nossas qualidades, me-
noscabo dos outros. O h o m e m modesto pensa moderada-
mente de si, não se nomeia, nunca se antepõe, antes se
pospõe. Ha oulra modéstia que pertence particularmente
ás mulheres, conveniente a suas maneiras, trajes eexpres-
sões, formando por lanlo parle da decência.
O pudor é u m sentimento natural c aclivo de honesti-
dade c modéstia que, sem que o possamos evitar, nos
causa pejo c nos leva a fugir do quanto possa molivál-o.
O culto das mulheres eslá no pudor, disse um autor de
boa nota.
A reserva faz-nos proceder prudente e recatada-
mente em palavras e acções, em quanto nos não são bem
conhecidas as pessoas com quem eslamos ou as circum-
slancias cm que nos achámos.
O recato suppõe reserva c cautela temerosa doperigo,
por lanlo honestidade para evitar murmurações, emodestia
para não excitar a inveja, nem offender o amor próprio.
C o m isto a mulher recatada chega a adquirir lai domínio
sobre si mesma que nada se permilte fazer nem dizer
contrario ao que prescrevem a prudência, e a discreta
moderação.
A reserva nos é proveitosa para nos contermos em
nossas palavas eacções; a modéstia, para não descobrir-
mos o amor proprío; o recato, para procedermos de
modo que não demos nunca occasião a que suspeitem mal
de nós; a decência se envergonharia de achar-se numa
situação que não correspondesse ao sexo, eslado e cir-
cumstancias da pessoa. Tão delicado éopudor que, ainda
no instante mesmo em que se occulla, teme e se enver-
gonha.— TemeamocZestn chamar a altenção: a reserva.,
que a descubrão ; o recato, toda a familiaridade extranba;
a decência, que a sorprehendão em qualqueracto dos que
eAsóbrilha
cia
graça
Não se hacxoculão
reserva
costuma
e cousa arespeitosa
protecção,
nopôde
recatos
ser
maissolas com
enlaçar-se ;écada
apreciável
por
a modéstia
isso
mui u mcom
odigno
no
bem
pudor
pôde
mundo
dedecomo
ser nós
mor
oque mesmos.
nobre;
nobre
respeito.
uma —
queorgulho,
a mulher
implora
decên-
DEC 205
virtuosa c modesta, franca e reservada; recatada sem
alíeclação, decente semfingiuicnto;lendo ao mesmo
tempo pundonor e ingenuidade.
28G. — Síccísao , resolução,
determinado.
A decisão suppõe duvida anterior c uma sentença que
a resolva, efixeo que se deve pensar, julgar ou "fazer.
Decisão c lambem resolver a indifierença sobre uma
cousa,fixál-apara qualquer effeilo, etc. — licsolttção
é o plano que se forma, ou o partido que se quer adoptar.
— Determinação é um aclo da vontade que resolve a
indifierença; e em casos contestados é o mesmo que de-
cisão ou resolução.
Dctcrmina-se consultando a vontade; rcsolve-se exa-
minando a razão ; decide-se pesando duas ou mais razões
opposlas. — U m a determinação bem resoluta decide
muitas vezes em pouco tempo difíiceis e prolongados
negócios.
287. — Decisivo, gscrenipios-io,
terminante.
Pertencem estas palavras ao modo como se decide,
conclue o termina qualquer assumpto, negocio, discus-
são ou disputa.
Resolvom-se as cousas duvidosas e disputáveis com ra-
zões, o tão claras ás vezes que fazem que num inslanlcsc
termina a duvida ou a incerteza; ou com argumentos tão
fortes que necessariamente trazem com sigo a decisão;
ou com outros que aflirmão a verdade por um lado. des-
Iruindo quanto por oulro se podesse oppor. I\o primeiro
caso eslos argumentos ou meios são terminantes, no
segundo decisivos, no terceiro peremptórios.
A palavra terminante claramente se enlende significar
a efficacia do moio e a promplidão de s|/t effeilo; deci-
sivo indica
deslruil-a.
minál-a
culdadcs,
II. a— discussão
; derriba lodos eosa
peremptório,
Terminante osestorvos,
cmeios
o queapropriados
opposição
vence
tira is para
e olodos
meio
Iodasos
que ter-
asobsla-
diííi-
pôde
#
206 DJiC
culos; decisivo é o que já não deixa duvida alguma, e por
conseguinte subjuga o juizo alheio; peremptório o que
n e m soffre opposição n e m admitte réplica.
288. —Declarar, descobrir, manifestar,
revelar, divulgar, publicar.
Todas estas palavras significão em geral dar a conhe-
cer o que estava ignorado; porém pôde verificar-se isto
por differentes modos indicados por cada u m d'esles
verbos.
Declarar é pôr e m claro, acclarar, explicar, inter-
pretar o que está escuro, ou não se entende bem. —Des-
cobrir é, como já n'outra parle indicámos, tirar o que
cobre,occulla u m a cousa, destapar, abrir, alcançaraver.
— Manifestar é pôr as cousas c o m o á mão, mostràl-as,
presentál-as, fazêl-as patentes. — B e v e l a r é tirar, levan-
tar o véo; suppõe u m a violação de juramento ou de estreita
obrigação, ou penoso esforço para publicar o mui reser-
vadamente sabido ou secretamente oceulto, resultando
d'esla revelação ou grandes benefícios ou graves damnos,
como quando se revela u m a extensa e infernal conspira-
ção, u m segredo deslado, ou o sigillo da confissão, que
e o mais sacrílego crime. — Divulgar é patentear, dar a
conhecer a todos u m a cousa, propagando-a lanlo que
chegue a ser geralmente sabida, alé do mesmo vulgo.—
Publicar é fazer patente ou notória u m a cousa por quan-
tos meios houver. Seu uso mais geral é em matérias que
a lodos interessa saber, c o m o são leis, ordens, decretos,
regulamentos; e para isto se vale o governo de pregões,
proclamas, bandos, circulares e annuncios nos papeis
públicos. *
Declarão-se as intenções, os desejos, as acções que não
erão conhecidas ou quando muito d'um m o d o incerto. —
Descobre-se a alguns o que lhes era occullo dando-lhes
noticia
pondo-o
sulta d'ellc
eterminanteso
por seinteresse
não —que
patente*ou
poder
ou Manifesta-se
gloria.
guardar,
era
acclarando
simulado.
—Divulgao—Bevela-se
c mnilo
comque
<*
mais o estava
seexpressões
que
quando
não d'is(sabido
escondido
umsegredo
era
positivas
o re-
DEF 207
de lodos, oxlendendo-sea noticia por Ioda a parte. — Pu-
blica-se o que não era notório, fazondo-o d'um modo au-
Iheniico e formal, para que chegue á noticia de twlos e
ninguém allegue ignorância.
289. — Defender, justificar.
Ambas cslas palavras indicão o cuidado e esmero que
se põe em assegurar e sustentar já a iunoccneia, já os di-
reitos de alguma pessoa. Dillerenção-se porém em que,
justificar suppõe u m direito claro e reconhecido por tal,
e defender só o desejo de favorecer alguém, e livrâl-o de
pena ou castigo. — Cicero defendeo a Milão, porém não
lhe foi possível justificai-o.— A virtude não necessita or-
dinariamente que a defendão; pois quasi sempre o tempo
vemajwstV/iccíí-a.
290. — Defensa, defesa.
Posto que estas palavras se usem promiscuamente, como
significando a mesma cousa, não se devem com tudo con-
fundir, pois a sua terminação fixa a significação respec-
tiva de cada uma delias
Defensa ou defensão é a acção de defender ou defender-
se, ea cousa com que se defende. É o opposlo de offensa.
Defesa é lugar fortificado, ou murado, onde é defeso en-
trar, donde vem significar também prohibição. No sentido
moral chama-se defesa ás razões allegadas contra a aceu-
sação criminal. — II liei D o m João II respondeo, segundo
assegura Vieira, aos que lhe acouselhavão que abando-
nasse o Castello de S. Jorge da Mina : « Eu não mandei
edificar aquelle Castello lanlo pata a defensa e conserva-
ção das minas quanto para a conversão das almas dos gen-
tios (IV, 428). • — O general que na defensa d'nina praça
se houve cobardemente, não pôde apresentar nenhuma
defesa que o justifique no conselho de guerra.
291.— Definição, descrlpeão.«
De dous modos se pôde dar a conhecer uma cousa : on
208 DF.L
expomos sua natureza com clareza, procurando distingui!.
a das ouiras do m e s m o género pelas circumslancias e qua-
lidades que lhe são próprias e lhe constituem a differença;
ou, como que a debuxámos ou pintámos com palavras ituaí
se representa a nossos sentidos, ou a nossa imaginação.
N o primeiro caso definimos; no segundo descretjenios.—
A definição deve ser clara, breve e reciproca, islo é con-
vir a todo e a só o definido; a descripção deve ser exacta,'
fiel, concisa e por vezes animada. — O philosopbo define,
o orador, o lilleralo, o poeta, descrevem. — A definição
pertence á intelligencia e ao raciocínio; é do doiuiiio da
philosophia. A descripção pertence à imaginação; é da
alçada da poesia e da oratória.
292. — Deliberar, opinar, votar.
Deliberar é examinar por todos os lados e de todos os
modos qualquer negocio ou questão que se haja proposto,
ou sobre a qual se ha consultado, pesando as razões pró e
contra, — Opinar é emittir a sua opinião sobre algum as-
sumpto, discorrer sobre elle com maior ou menor proba-
bilidade.— Votar é dar seu voto sobre matéria contro-
versa, ou para eleição de pessoas.
Na ordem de ioda discussão, começa-se por opinar,st-
gue-se o deliberar, e acaba-se por votar. - Delibera-st
para examinar u m a questão; opina-se para dar couta da
m o d o como se considera, e expor as razões em que se
funda o dictame de cada u m ; vota-se para decidir á plu-
ralidade.
295. — Delicado, fino, subtil.
Todas estas palavras s\ oppõem a grosso ou grosseiro,
mas cada u m a delias por seu m o d o c differenle maneira.
Chama-se dei,cada u m a obra cujas parles forão tra-
balhadas com habilidade, esmero e primor. Estcnde-se
a significação de,delicado ao delgado, ao frágil, ao
débil , ao •líaco e a quanto suppõe falta de força e
vigor.
ao — pequeno,
meudo, I.nlendemos poré fino
ao que ao que nãoe concluído.
b e m trabalhado
• * • é grosso,
rvrx 209
Por analogia diz-sc fino o que não é grosseiro nem trivial.
como pensamentos, expressões, maneiras, etc, e á m á
parte correspondefinoa sagaz, astuto.— Chama-se subtil
ao mui ténue, delgado,agudo, c por translação ás pessoas
engenhosas c perspicazes, subtis. Diz-se subtileza de en-
genho por agodeza. Aos pensamentos mais brilhantes que
sólidos se lhos chama subtis, e aos artificiosos argumen-
tos da escola, subtilezas escolásticas.
E m senlido moral, a deli-adeza é mais rara que a fi-
nura e de maior mérito, o não se acompanha com a mal-
dade como a esta muitas vezes acontece. O delicado é
gracioso, compraz e lisongeia; o fino é arguto, c ás vezes
pica e molesta. Diz-se elogio delicado, sátira fina. O ho-
m e m delicado esquece-se de si para comprazer aos outros;
o fino sabe insinuar-se para conseguir o que deseja. — A
subtileza é a arle de achar verdades que nem todos conhe-
cem, min suspcitão; loma-se muitas vezes á m á parle, e
significa a destreza em enganar, roubar, etc, quasi a olhos
vistos. A delicadeza é o promplo e habitual sentimento
das relações agradáveis que nem todos conhecem. — O
engenho subtil dirige-se a descobrir a verdade; o deli-
cado a descobrir o que é decente e adequado. — A subti-
leza pertence ao que se propõe o engenho; a delicadeza
ao sentimento da alma; a finura é qualidade intelleettial,
eseexoree principalmente no taclo, no gosto, e no olfalo.
— A subtileza e a finura, lauto nas obras de imaginação
como na conversação, consistem na arte de não expressar
directamente o pensamento senão em presentál-o e m ter-
m o s que facilmente se adivinhem : é u m enigma com que
logo acerlão as pessoas entendidas.
294. —Delírio, desvario, tresvario.
Delírio é uma perturbação ou desarranjo das facul-
dades mentaes por qualquer causa que seja, mas c o m m u m -
menle
bem
para por
produzem
palavra
elle. u m apaixões
designar
latina,
Tomado
as febre
oque ardente,
violento
o vem
delirio
em emacabacra
traslorno
do
seu verbo
maior
senlido amelaphorico
qual
delirare,
e gráo
a forte cessanolam-
de turbação
exaltação.
que, sen-
serve
queÉ
210 DEM
tido recto, significa, affaslar-sc do rego direito na !t«
voara.
Desvario é palavra portugueza c mais usada que delí-
rio, que indica os desacertos que se dizem ou fazem com
o delírio, ou u m desarranjo menlal que provêm de debi-
lidade. O delírio suppõe viva e até impetuosa acção, ou
ao menos violenta agitação; sendo que o desvario pôde
provir do assombro e pasmo.
Tresvario é palavra vulgar que se usa ordinariamenle
e m lugar de delírio.
295. — Demanda, litigio, processo,
pleito.
Com muila razão diz o aulor dos synonymos dalingna
portugueza que a demanda dá origem e principio ao M-
tigio, e este Irata-se e desenvolve-se no processo.
Ao acto de pedir ou requerer em direito se chama de-
mandar. A' controvérsia judicial que se suscita quando o
demandado não consente no que o demandante requer,
se chama com razão litigio.
O feito ou autos que correm e m juizo, os autos judi-
ei aes e termos que se fazem por escrito em qualquer li-
tigio, chamão-se processo.
Se toda a demanda pôde dar occasião a u m litigio,
todos os litígios dão lugar a longos e intermináveis pro-
cessos.
Nole-se porém que no uso ordinário a palavra demanda
não signifiea só o acto de intentar o litigio , senão a no-
ção proposta e disputada contenciosamente em juizo, o
que vai o m e s m o que ktigio judicial ou pleito. Os que
neste caso usão a palavra processo comedem um gali-
cismo, porque o que nós chamámos processo éprocédure
em francez, e avoir un procès quer dizer c m portuguez
ler uma demanda^,
»
Pleito é palavra castelhana, e neste caso diz o mesmo
que litigio judicial.
DIU 211
293. — Demência, loucura, doudice,
mania.
Todas estas palavras indicão maior ou menor alienação
mental, porém motivada ou manifestada por dilferente
modo
A demência é a abolição total da faculdade de racioci-
nar ;é um eslado de estupidez em que a Intelligencia se
esvaece, a phanlasia se desordena, eamemoria se diminue
c traslorna, presentando só idéas inconnexas e disparata-
das, que o demente se obstina e m olhar como muito
razoáveis.
Nesta qualidade convêm a demência com a loucura;
c o m a differença que aquella costuma nascer de fraqueza
c debilidade, e esla do excesso, de arrcbalamento, de furor.
Assim que, se costuma chamar loucura e m seus excessos
ao enlhusiasmo, ao estro, ao furor poelico, a toda paixão
exaltada, que arrebata alé ao dilirio e a commetler acções
culpáveis e desordenadas.
Nenhuma differença ha, segundo nos parece, enlre lou-
curaedoudice, a mão ser que esla palavra, por ser parti-
cular da língua porlugueza, é mais geralmente usada que
aquella, que é comnuim á lingua castelhana, e vem do
árabe loccáo.—Diz-sehospital dos doudos, e Vieira disse:
casa dos loucos ; e confundio enlouquecer com endou-
decer (VI, 361.)—Talvez a palavra doudice represente a
loucura e m mais elevado gráo ou como chronica, e lhe
acrescente a circumslancia de geslos ridículos e movi-
mentos extravagantes dos doudos.
Esla opinião parece abonar-se com a autoridade de
Vieira, porque, lendo elle us;tdc*dnas vezes da palavra
louco, no sermão de S. Roque, com a accepção geral que
todos lhe dão, quando veto a fallar do modo como David
se fingio
doudice,
mbaixo
ção m udoudo
oaQuando
smania.
eque
(IV,
se
mandava
a466).»nacom
fingio
A

íoucura
que côrle
objecto,
doudo
Donseos d'El
Quijote Rei Achis,
abslrahindo-se
manifesta
,•
pése para
tinha
por
fazer
cima disse
pelas
dos
seinais
efixar:a •
aventuras
demais,
a cabeçaJácava-
publica asabe-
imagina-
se para
cha-
sua
212 DEN
Ihcrescas que e m toda parle achava, constituía sna lou-
cura ,- fora d'ella era u m h o m e m mui arrazoado. Ha ma-
nias pacificas e furiosas. As primeiras consistem em
exquisitices, caprichos, leimas ridículas sim, porém soce-
gadas, prazenteiras , e a té obsequiosas; a ninguém
prejudicão, excepto aos que as têem. As segundas con-
sistem e m extravagâncias, transportes , desordens e
affeclos extremados. Don Quijole era natura mente
pacifico, justo e moderado, menos quando lhe locavãoem
seu registro.
206. —Demonstrar, provar.
Demonstrar c provar uma cousa valendo-sc do racio-
cínio ou das consequências que necessariamente se de-
duzem d u m principio evidente. Provar é sentar a verdade
d'uma cousa com provas de facto, de raciocínio ou justi-
ficativas, com incontestáveis testemunhos. — Não são os
factos os que se demonstrão, senão as proposições; porém
tanto estas como aquelles se provão. — O geometra,o
malhematico demonstrão; o physico, o orador provw. —
prova-se quanto se demonstra, porém não se demonstra
tud° o Q u e se prova.
297. — Deíisa, espesso.
Refcrem-se estas duas palavras á quantidade relativa de
maleria de que se compõe u m corpo, mas dilltrenção-sc
por algumas circunstancias.
Denso equivale a apertado, compacto, que tem poucos
poros e esses pequenos^unido, cerrado, apinhado. Diz se
madeira densa, ouro mui denso, a densa névoa, nuvens
densas; poeticamente se dá a Júpiter o epitheto de aden-
sa/iuc(?/ií,corao disse u m poeta :
A rubra -,]fío de Jo\c aJemanuvens
Já Iragosos raios ainiinl.r,
£ o cenho horrível estremece os poios.
Espesso corresponde a grosso ou maciço, que nem t
malas, denem
fluido, florestas,
raro, de
quebosques,
é baslo.deA arvores,
espessura
e deé quaesqucv
própria de
M:N 213
corpos que se agglomcrão c formão uma espécie de mala,
como lanças, inimigos, elo.
Espesso oppõc-se a delgado, c denso a raro. — A den-
sidade dá-se entro as differentes partes d'uui corpo que
enlre si estão muito unidas e ligadas; espessura, enlre
differentes corpos distinctos que se tocão muito de perlo
e formão conto u m todo compacto. — As nuvens podem ser
densas e espessas. - Densas quando são mui tapadas e não
deixão passar os raios do sol, e espessas quando são gros-
sas e como que aglomerados os vapores de que se formão.
Espessura é palavra mais poética que densidade,
como lai usada por Camões e m vários lugares; eis aqui
i
dous notáveis.
Num jardim adornada d • verdura,
ue esmaltavam por cima varia-ílores,
nlrou h u m dia a deosa dos amores
t o m a deosa da caça, e da espessura (').
o (X.mel Xlll.)
uai auslro fero ou boreas na espessura
e bilvcste arvoredo abjstecido.
(Lus., I, 35.)
298. — Denunciar, delatar, nccu&nr,
malsinar.
Denunciar é manifestar aos juizes um delito oceulto
sem presentar as provas, deixando este cargo ás partos
interessadas, para que facão o que entenderem, ja para
assegurar-se da verdade da denuncia,já para evitar ou re-
mediar o mal que se denuncia.
Delatar acerescenta á idéa defíenunciar a de inalevo-
lencia, e talvez a tiniu vil interesso. O denunciante pódc
ser levado somente do zelo do bem publico; o delator
obra por maldade, ou por interesse, nunca pelo bem pu-
blico ; procede com disfarce e occullaniU)-se, e édesignado
pela phrase de vil delator.
(*) Isto é,malas
Accusar ou bosquesalguém
é denunciar espessoscomo
de quecriminoso.
Diana era deosa.
A aceu-
é
214 DER
sacão pôde ser ás vezes u m acto b o m ; outras, e são as mais
communs, do tnalevolencia. Quando a accusaçuo é justa,
fundada c nobre, o accusador accusa aberta e publica-
mente, internando uma acção criminal de roubo, assassí-
nio, etc. C o m tudo a palavra accusador é odiosa, toma-se
á m á parle, e nas demandas se chama autor ao que in-
tenta acção conlra o réo, ou accusado, e não accusador.
Malsinar é accusar como malsim, islo é, por preço,
paga, e por officio, como fazem os malsins.
Mos tempos modernos o uso lem quasi fixado o valor de
cada u m a (festas palavras. O malsim exerce o seuoílieio
c m tudo que respeita aos contrabandos; o delator satis-
faz sua maldade accusando os crimes ou delidos contra
as leis; o denunciante nulre seu zelo fazendo conhecer
ás autoridades as acções e opiniões condemnadas em po-
litica, ou suspeitas ao governo.
299. — Derreter, fundir.
Tor ambos estes modos passa a liquido um corpo que
era ou estava solido, com a differença que a acção pela
qual as partículas do corpo se desalão e separão por meio
úo calórico chama-se derreter; e aquella pela qual o corpo
já derretido entra no molde para tomar nova forma se
chama fundir, por isso se diz com mais propriedade dos
metaes. A mudança que se opera derretendo chama se
derretimento, e fundição a que se faz fundindo. Nas
sciencias e artes suhslituem-se respectivamente a esles vo-
cábulos os dous menos vulgares, liquefacção e fusão.
501 — Desacreditar, tlifTamar, infamar.
Desacreditar é diminuir ou tirar o credito, opinião ou
reputação das pessoas, o valor e estimação das cousas.
Diffdmarc embaciar ou tirar a fama, coincide pois com
o anterior, mas cKsta lanlo d'elle quanto vai do crediioi
fama, de que cada u m d'elles se forma. A fama é mais
geral,
opiniãomais
significação extensa
dos que
homens; que
poro isso
crédito,
desacreditar. maistem
diffamar duradoura na
mais forle
DES 215
Infamar è espalhar m á fama de alguém, destruindo
sua boa reputação , causamlo-lhe infâmia, offendendo a
honra; desacreditar é desi onceituar alguém para que
não consiga o que pretende. A infâmia tarde se destroe;
o descrédito cai com mais força sobre o que desacredita
que sobre o desacreditado.
300. — Desamparar, abandonar.
Desamparct-se ao que se acha necessitado, e lhe tirá-
mos o amparo; abandona-se ao que se acha e m risco e
lhe não acudimos.
O desamparo refere-se ao bem necessário de que se
priva o desamparado; o abandono rcfcrc-se ao mal immi-
nenle a que se deixa exposto o abandonado.
O rico que não soccorre a sua família pobre, a desam-
para; porém se o 'az quando esta se acha num imminente
risco de perecer ou de sacrificar sua honra, a abandona.
O desamparado pôde não dever sua desgraça á malí-
cia ; porém o abandonado a deve sempre a ura descuido
reprchensivel ou a uma intenção damnada. — U m menino
que perdeo seus pais, e não lem quem cuide d'elle, está
desamparado. U m mancebo a quem seus pais expulsarão
de casa, ou não curão de sua educação, está abandonado.
501. — SJesaveuça, dlssencáo, discórdia.
Quando duas ou mais pessoas se desavem em cousa ou
negocio que se propunhão fazer enlre si, ha desavença;
quando dissentem, não se ajuslão no sentir umas das ou-
tras, e são diversos seus pareceres, ha enlre ellas dissen-
ção; se a isto aceresce opposiçãoiíe vontades, desunião de
ânimos, ha discórdia.
502. — Desconfiança, receio, suspeita.
A desconfiança nasce da experienm; o receio, do
temor ; a suspeita, da reflexão. — A desconfiança é u m
temor habitual que o homem tem do sor enganado; o
t
receio é u m a duvida de que nos homens, nas cousas ou
216 cuo
e m nós mesmos, se achem qualidades que rcalmcnle nos
sejão ulcis ou agradáveis; a sws;;ci/a c o resultado de
males antecedentes. — O desconfiado julga aos homem
por seu coração mesmo, e os leme ; o reccioso pensa ni;d,
c espera pouco ou nada d'ellcs; o suspeitoso sempre esla
annunciando c como vendo o crime. — O receio c natural
nos animaes o, nos homens débeis c tímidos; a descon-
fiança, nos escarmentados; a suspeita, nos cavilosos. —
Dcsconfia-se por habito ; reccia-seem certos casos,cem
particular das pessoas conhecidas; suspeita-se dos que
outras vezes nos hão enganado ou lêem coslumc de enca-
nar. — Tão perigoso é nunca desconfiar conm o desron-
fiar de tudo; o recciar d'um perigo quasi sonhado, tomo
o não recciar do quasi conhecido; o suspeitar por ligeiras
c equívocos indícios, como o não cair cm suspeita me-
diando graves presumpções.
505. — Descorado, pnli.Ia, EssacUenlo,
lívido.
A primeira d'eslas palavras, que representa o qnepor-
deo a côr, já seja de todo, já e m parle, é o género debaixo
do qual se comprehendem as outras como espécies.
O descorado pertence não só ao h o m e m senão a Indo
que illumina a luz, como são plantas, flores, roupas,pin-
turas, ele. O h o m e m pôde perder a côr subitamente pi*
qualquer sohresalto, susto, temor ou graúdo agitaçãodn
animo; porém, recobra-la a serenidade, volve a côr
natural.
A palidez c u m a completa perda de côr, u m branrfl
embaciado, com u m a ligMtra mescla de amarcllo. A pessoa
constantemente pálida não goza de saúde, carece de vi-
veza nos olhos, que estão amortecidos, é fraca c triste.
Quando a palidez não vem de m á constituição natural
nasço de contínuos trabalhos c penas, e ás vezes de tilti
de alimento.i T a m b é m hapaíidezaccidenlal porqualqwe.
sohresalto.
fica
Macilento,
magro, descarnado,
segundo a palavra
c extensivamente
latina macilentas,
designasigni-
aqiwflí
DES 217
falia de côr c animação vital que se nota nas pessoas ata-
cadas de magreza.
Lívido, do latim lividus, é u m pálido pisado, que lira
a côr de chumbo ou de amora.
U m a pessoa ncommettida de temor está descorada, por-
que o sangueficoucomo gelado c se retirou ao coração;
o convalescente eslá polido, porque ainda não cobrou sua
boa côr; o que levou golpe e pancadas está livido , pelo
effeilo material do sangue extravasado ou corrompido; o
que apresenta magreza em todo seu corpo, tem os olhos
encovados, a vista como amortecida, as faces descarnadas,
coberto d u m a palidez que ás vezes se parece com a da
morte, é macilento.
504. — Descripção, Imagem.
Descripção é uma forma oratória e poética de que já
falíamos comparando-a com a definição (vcj. pag. 207);
imagem c, não como querem alguns rhetoricos, u m a
espécie de melaphora, ou uma expressão enérgica, como
querem outros, senão, como diz Hermosilla, uma expres-
são composta só de palavras que signifiquem objectos
visíveis, de modo que possa dar assumplo a u m pintor
para uma pintura, e nisto se differença notavelmente da
descripção, que pôde representar seres abstractos, imagi-
nários, etc. — Bello exemplo d'uma imagem é aquelle de
Cícero na Oração pro Milone, onde, depois de enumerar
as maldades qúe Clodio meditava e houvera executado, se
não tivesseficadomorto no encontro com Milão, continua
nestes termos : « Quamobrem, si, cruentum gladium
tenens, clamarei T. Annius, etc. Por tanto, se Milão
tendii na m ã o a espada ensanguentada, ele. • Nesta clau-
sula ha uma valente imagem na expressão cruentum
gladium tenens, pois u m homem que tem na mão uma
espada ensanguentada, é, como se vê, u m objecto que se
pôde pintar.
50í>.
Confundem
11. —Kesculjsa,
muitos a primeira
escusa, k
com'a segunda
recusa. d'eslas
19
218 DE3
palavras, e a segunda com a terceira; mas ellas sao mui
differentes, como vamos a ver.
As razões que damos para nos descarregarmos de culpa
e c o m que nos prcntendemos justificar da reprehensãoque
nos fazem, é desculpa. — As razões com que nos escu-
sámos de não podermos fazer o que se nos pede, ou de
não acceitarmos o que se nos propõe,é escusa. — Oaclo
e razões com que nos recusámos a u m convite que ollénde
nosso pundonor, é recusa. — Q u e m se desculpa suppõe-
se culpado; quem se escusa suppõe-se incapaz ou menos
olficioso; quem recusa mostra alliveza e dá de rosto com
despeito ao que offenderia sua honra. —Vieira desculpou-
se por carta a Theodosio por se ter embarcado para a
Bahia sem se despedir d'dle. Zeno escwsott-se a Anligono
que o convidara para vir viver com elle em palácio; e
Hippocrates recusou o dinheiro que lhe promettêra o rei
da Pérsia, dizendo : » Queria-nos dar dinheiro... Como
está enganado I E m nós pôde mais a razão da sabedoria
que a do dinheiro.» E Dion respondeo a Dionysio, em
iguaes circumstancias : «Paga cora esse dinheiro a mais
algum de tens servidores, mas sabe que os amigos não se
pagão com dinheiro (*).»
506. — Desdlzer-se, retractar-se.
Desdizer-se è desistir d'uma cousa, d'uma asseveração,
dizer o contrario do que se tinha dito anles, e por conse-
guinte declarar por falso o que £e havia dado como ver-
dadeiro.
Jtetractar-se é desapprovar expressamente o que se
linha feito, dito, sustentado e defendido já de palavra, já
por escrito.
Desdizer-se corresponde a cousas de pouco valore cujos
efléilos não podem causar muito d a m n o ; porém reíraç-
('1 VejSo-se
tar-se indicaestas c outras
maior mais cartas do
formalidade, m e s m j género
importância no nosio
e publici-
Código Epistolar, pag. 510, e seg.
dade. — Não se<;«ràrigão os herejes somente a que se
DES 219
desdigão senão a que se retractem publica e solemne-
meuto. — Desdizer-se refere-se mais ao interior senti-
mento da consciência do que se desdiz, e retractar-se ao
effeilo da relractação. — O h o m e m que se desdiz passa
por inconstante, volúvel, pouco delicado, e ás vezes m a -
lévolo ; o que se retracta destroe lodo o clloito do que
havia sustentado c defendido. — Desdizem-se as leste
munhas, porque a isto as obriga sua consciência; retrac-
ta-se u m delator, e d'osle modo destroe a delação. — A
retractarão nem sempre nasce de convencimento do erro,
do conhecimento da falta ou delito; senão lambem da força
da lei, ou da sentença que a isso obriga como ressar-
cimento do damno causado. Muitos se retraetão movidos
de remorsos, outros por mera formalidade, e para satis-
fazer a pena legal. — Quando Galileo se vio obrigado a
retractar-se de joelhos de seu celebre systema do mundo,
fez o que podia para destruir o effeilo que havia produ-
zido ; porém quando ao levantar-se deo u m a patada
dizendo : «Epure simuove, e com effeito se move;»
manifestou que, a pesar de sua forçada retractação, não
se desdizia de modo algum do sysíema que tinha adop-
tado, e do qual eslava firmemente persuadido.
507. — Deserto, despovoado , solitário,
ermo.
A palavra deserto vem da latina deserere, que significa
deixar, desamparar, abandonar; despovoado é o terreno
falto de povoação, inhabitado; solitário vem de solus, só,
e esta ultima expressão se usa tanto fallando das pessoas
como dos paizes. D'aqni resullatque o paiz deserto se
acha abandonado, sem cultura, nem producção alguma ;
o despovoado, sem habitações nem habitantes; o solitá-
rio, não frequentado, e onde o que por elle transita se
acha só, ninguém se lhe oppõe, ninguém o incommoda;
goza
ou
estylodeecclesiastico
ipyyios,
Ermo si.ée da
solidões diz
palavra
Thebaida
o mesmo
se
latina
diz
que
onde * vem
particularmente
eremus,
deserto,
se refugiarão
que
solitário,
muitos
dos do
desertos
inculto.
varões
grego E m
220 DES
illustres para se furlarem ao mundo, e se darem á contem-
plação das cousas divinas, vivendo vida socegada,virtuosa
e solitária.
508.—Desertor, traitsfu£a.
Designão eslos dous lermos igualmente um soldado que
abandona as suas bandeiras e o regimento em que assen-
tou praça, mas transfuga ajunta a desertor a idéa acces-
soria de fugir para o inimigo. O desertor é Iraco, é co-
barde, não tem o nobre sentimento de amor da pátria;
merece severo castigo, e deve envergonhar-se de apparecer
entre seus compatriotas. O transfuga é traidor, merece o
desprezo dos próprios inimigos, e não é digno de viver
enlre seus conterrâneos. Aos transfugas se pôde aprdicaro
dito de Camões:
Negão o rei c a pátria j e se convêm,
Negarão, como Pedro, o Íleos que lem.
(Lus. IV, 13.)
309. — Desgraça, desdita , infelicidade,
infortúnio, desventura, calamidade.
São tantas as penalidades e misérias que pesão sobre a
pobre humanidade que não admira que sejão muitos os
synonymos cora que ellas se designão.
Desgraça lera significação geral, e só explica o mal em
si mesmo. Desdita acrescenta á idéa do mal o effeito da
desgraça, com relação á triste situação e m que se acha o
desgraçado — O que perde ao jogo', sem que o incom-
mode nem o afllija a nyrda, é desgraçado ao jogo, csó
por pura ponderação se chamará desdita á sua desgraça.
Porém o que perdeu Ioda sua fazcud3, e se acha reduzido
á maior miséria c aflllicção, sem consolação nem espe-
rança deallino, não sóé desgraçado porque padece um
verdadeiro mal/lionão também desditoso, pela triste si-
tuação a que o reduzio sua desgraça. — Por isso dize-
mrelação
o s ele.;
rio, : Hontem
não,aconlecco
ao efacto, aconleceo uummaadesdita,
ao mal suecedido. desgraça no só
porque mar, no
fazemos
DES 221
Infelicidade è o contrario de felicidade, a privação do
que constitue o h o m e m feliz, mas vulgarmente se toma
por desgraça, e é mais usada esta palavra que desdita,
que vem da castelhana desdicha.
Infortúnio vem a ser uma serie ou cadeia de desgra-
ças, que não provêm do h o m e m , porque não deo motivo a
ellas por seu procedimento ou falta de prudência; não
por isto, senão por sua m á sorte, cai em infortúnio.
Desventura è m á sorle, fortuna adversa. Aquelle que
não sai bem em suas empresas, antes encontra adversi-
dades, pôde queixar-se de sua desventura, mas não é
desgraçado nem desditoso.
Quando a desgraça é grande e se exlende a infinito nu-
mero de pessoas e a páizes inteiros, se lhe chama calami-
dade, que é propriamente u m infortúnio publico e geral,
tal como a fome, a peste, a guerra, as inundações, as
erupções volcanioas, os terremotos, c outras muitas des-
ditas que affligem as nações e ás vezes quasi o mundo in-
leiro. — As calamidades causão muitas desgraças; e e m
annos calamitosos os homens, sobre infelizes, são desdi-
tosos e desventurados. Veja-se Bemaveniurança.
510. — Deslionesto, obsceno.
Deshonesto é o que, já em palavras, já em obras, falta
à honestidade e decência que a natureza e a sociedade exi-
g e m ; em fim Indo que se oppõe á honestidade, á pudicí-
cia, á pureza, contra a qual se dirige directamente a des-
honestidade. — Obsceno diz mais que deshonesto na
mesma ordem de cousas, porque indica particularmente o
que é sujo, ímmundo, torpe, etc.*fdo latim ccenum, lama,
lodo). A ooscenidade acerescenta à desrioncsíidaeJe a im-
modeslia, ou antes a impudente licença. Esta offende o
pudor, aquella o mata. — As almas mais puras têem mui-
tas vezes pensamentos deshonestos ,\%porém os geslos e
ao
eéção.
posturas
chamar
tão
pudor;
—transparente
O obscenas
adeshonesto
e allenção,
ainda que

quepertencem
porém
costumão
recorda
só serve
e m de
idéas
cohrir-se
àfim
mais
despertar
suppõe
e asquerosa
imagens
com
aapparencias
curiosidade
certo
opposlas
corrup-
véo,
222 DES
de moderação e recato. Mas o que é obsceno presenta
imagens inteiramente nuas, sem véo, sem apparencia de
moderação n e m de respeito. — A deshonestidadenãokm
wuito cuidado e m esconder cousas que o pudor exige per-
maneção secretas; a obscenidade descobre-iís sem pejo.
— O deshonesto corresponde particularmente aos senti-
mentos inleriores; mas quando chegão a manifestar-se
exteriormente sem pejo nem vergonha, convertem-sc em
obscenos. Diz-se pois palavras,figuras,painéis, etc, obs-
cenos, e se alguma vez dizemos lambem pensamentos 06*
cenos é porque nos referimos às imagens d'este género
que a imaginação nos representa.
511. —Desljçnio, projecto, intenção.
Estas expressões referom-se ao diverso modo como
olhámos as cousas que nos propomos lazer.
O desígnio c uma idéa, u m pensamenlo, uma determi-
nação da vontade, precedida de reflexão para executar
u m a cousa que nos pareceo útil e conveniente.
O projecto é a disposição que se toma, o plano que se
forma para a execução "d'uma cousa que julgámos de
grande importância.
A intenção é a inclinação ou movimento da alma que
considera alguma cousa distante e faz que a ella nos diri-
jamos.
O desígnio éeffcito da reflexão,a qual pôde ser boa ou má.
Pôde ser uma idéa momentânea, fugitiva, u m mero desejo;
porém o projecto suppõe maior e mais importante pensa-
mento, maior e mais extensa obra sobre que se ha medi-
tado muito. Diz-se bons desígnios, exce\\ent.esprojectos.
— k intenção é a alma da acção, e o principio deseu ver-
dadeiro mérito; porém é difficil julgar somente por ella.
Diz-se fazer u m a cousa com boa intenção, com desígnio
premeditado. — l&nguem gosta de ser contrariado em
seus
gnios.
achar
ser projectos,
e m sensato
suas
opposição nem
,intenções, enganado
e previdente
a seusrazoável e eprecatado
desígnios.—O
em seus mprojectos,
suas
h o m eintenções,
me recto
mgrande nem
seuse justo
desí-
deve
DES 223

512. —Desnaturado, desnaturalizado,


desnaturai.
0 que descaio, ou degenerou de sua natureza, ou foi
privado do que lhe era natural, diz-se desiiaíwrctdo; o que
se privou ou o privarão de sua naturalidade, chama-se
desnaturalizado. O primeiro vocábulo representa degra-
dação moral no homem quando a elle se applica ; o se-
gundo indica perda do direitos civis c nacionaes voluntá-
ria ou forçada.—Muitos homens desnaturalizados por
anstos iníquos eslão mui longe de serem desnaturados;
assim corno vivem entre seus conterrâneos muitos bem
desnaturados.
Desnaturai é o opposto do natural, e muitas vezes se
usa cm lugar do desnaturado, e talvez com melhor ana-
logia na lingua. O Bispo D. António Pinheiro, censurando
os portuguezes que não curavão de estudar sua lingua ea
aceusavão de pobre, disse: «Ingratos portng-uezes eães-
naturaes são os que por desculparem sua negligencia cul-
pão a pobreza da lingua.»
515. —Desnecessário, inútil, escusado.
supérfluo.
O que não é necessário, ou deixou de o ser, é por isso
mesmo desnecessário. O que não presla para ofimque se
mtenla, é inútil. O que se pôde escusar, e sem o que se
pôde passar, é escusado. O que sobeja ou eslá demais, é
supérfluo.
t desnecessário estudar uma sciencia quando já se
sabe. — ijnutil applicar remédios a uma moléstia incu-
rável.— É escusado mendigar vocálicos ás línguas es-
tranhas quando os temos cm a nossa.— E supérfluo amon-
• quando
toar razões de não lermos resistido ao inimigo
houvermos
alguns de defensa.
provado que não tínhamos pólvora, nem meios
22íi DES
514. — Desterrar, exterminar.
degradar.
Da palavra ferra, que enlre outras significações tem a de
lugar onde alguém nasce, pátria, se forma o verbo des-
terrar, que significa litteralmente lançar da terra, fazer
sair do lugar do seu nascimento, da sua pátria.
D a palavra termo, corrupção de terminas latino, vem
o verbo exterminar, que diz'o m e s m o que lançar fora do
termo, ou limites.
Da phrase latina decretum decernere, ou talvez deere-
tum dare, veio o verbo portuguez degradar, que signi-
fica desterrar com determinação do lugar onde deve re-
sidir o degradado, e quasi sempre para fora do reino.
Desterrar 6 palavra mais genérica e se applica não só
aos <pie por castigo são mandados sair de suas terras, se-
não aos que por differentes motivos d'ellas se ausenlãu,a
que e m lermos modernos chamão emigrar o expatriarst.
— Degredo (qoe é o decretum latino) suppõe sempre sen-
tença applicada segundo a lei que obriga o culpado não só
a sa"ir do lugar de seu domicilio c ás vezes de sua pátria,
senão a ir habitar u m lugar certo e determinado, e quasi
sempre mui remoto, m á o ç insalubre. Por isso se diz
d'uma m á terra e doentia : É terra de degradados.—t'x-
terminio designa expulsão dos limites ou termo d'uma
comarca, da CÔrte, dentro dos quaes não pôde entrar o
exterminado, m a s não lhe fixa lugar onde deva residir.
— A differença entre desterrar e degradar bem se. abona
com o seguinte lugar de Vieira : « A estrella dos Magos ia
com elles para a terra da Promissão, a mais amena e de-
liciosa que criou a naluijeza; as nossas deslerrão-se paia
toda a vida e m companhia de degradados, não como elles,
para as colónias marítimas, onde os ares são mais beni-
gnos, mas para os serlões habitados de feras, e minados
deSão
515.bichos
Tórrida
menos venenosos,
e—m(IV,
Destruir,
synonymos
seus512';. » nos
resultados.
esles climas
verbos,
Não se maisedestruir
arruinar.
senão
pôde nocivos da
semZona
m sua origem,
ar-ao
Dl S. 225
ruinar, nem arruinar sem destruir-, porém na acção de
destruir se descobre sempre vontade e objecto. A acção de
arruinar pôde ser eíleito de circumslancias involuntárias
e casuaes. — Os inimigos destroem os edifícios. O lempo
arruina os palácios. — Por isso se diz que u m a casa
ameaça ruina e não destruição, porque supporia vonlade
e objecto na acção de destruir-se. Veja-se Arrazar.
516.—Diabo, «lemonio, liiicifer, Inishel,
Sataunz, Delzebu.
Por todos estes nomes é conhecido o anjo máo, tenta-
dor dasalmas, mascada u m d'clles recorda sua circumslan-
cia particular que imporia conhecer.
Diabo é palavra latina, diabolus, antes grega SiáSoio,-,
que diz o m e s m o que accusador, calumniador, de àatSàXXu,
eu aecuso, eu calunraio, cu desacredito. C o m razão pois se
loma sempre esta palavra e m m á o senlido, como nome
geral dos anjos máos arrojados do céo aos profundos abys-
m o s ; os quaes se oceupão continuamente e m atormentar
e perseguir a virtude, aceusando-a, calumniando-a, e des-
acredilando-a quanto podem, e e m incitar os homens ao
vicio, usando para isto de sua maligna aslucia e pérfida
sagacidade.
Demónio c lambem palavra grega Sai/x»», que, anles do
chrislianismo, significava divindade, génio. Designa-se
por ella o diabo, mas é mais decente, e algumas vezes se
toma â boa parle, no estylo familiar. O s oradores chris-
tãos se servem sempre d'ella ainda que seja traduzindo a
palavra latina diabolus, como se pôde ver era Vieira nos
Sermões da primeira Dominga dj Quaresma.
Lúcifer, que diz o m e s m o que ferem lucem, significa
propriamente a estrella de Vénus quando apparece pela
manhã; e translatamrnle o primeiro dos anjos rebeldes,
brilhante como a estrella da alva, e p d o seu peccado des-
cido
dos
palavra
tina como
Lusbel
demóniosellaLitzbel
Lúcifer,
ou no
emas occaso
particularmente a eocorrupção
aescurecido»
a circumslancia
só étem estado
significaçãoDesigna
queprimitivo
d'elle
vulgar
translata
o da
fez
do pois
palavraesla
decair.
príncipe
desta.
la-
226 DIA
Satanaz ou Satan é termo bíblico que do hebrw
passou ao grego, pois e m S. Malheus se lê, cap. IV, 10;
a ÕTtotye ònha pov, sarava; vade retro, Satane. > Significa
adversário, inimigo, e por antonomásia o diabo.
Belzebu antes beel-zebub, palavra que o nosso vulgo
converteo e m Brazabú, é igualmente termo bíblico que do
hebreo passou ao grego, pois e m S. Lucas, cap. XI, 15, se
lê ; « E v SíiJ.ÇsÇoúA , òípxivTt T W V Zzipovioiv, £x?z>Xei Ta òai/íón J
in Beelzebubpríncipe dcemoniorum ejicit dmmonia,*
Na lingua santa Beel zebub significa idolum museu,
idolo da mosca, deos-mosca, ou deos da mosca; eassim
se chamava o idolo que adoravão os Accaronitas, porque
o invocavão contra a praga das moscas, e se suppõe que
linha cabeça de mosca ou de escaravelho. Os Judeos cha-
mavão por escarneo e abominação a Lúcifer Beel-zebub.
Vej. Calmet, Dicc.,art. Beel-zebub, e Corn. a Lapide, in
Math. cap .X, v. 25.
519. — Diário, diurno.
A alavra dies, dia, é a raiz d'estes dous vocábulos;
mas como dia significa ora o espaço de tempo que dura a
claridade do sol sobre o horizonte, ora o que o sol gasta
e m seu giro completo; designa cada u m d'estes adjectivos
sua respectiva relação do dia quanto ao sol.
Diário, no sentido mais usado, é o que corresponde a
todos os dias, ou que se faz n u m dia ; diurno, o que per-
tence ao dia, ou se faz de dia, por opposição a nocturno
— O Irabalho que u m operário faz duranle as 24 horas do
dia natural chama-se diário, e o m e s m o se pôde dizei
do seu gasto ou despeua; m a s se foliarmos de seu tra-
balho diurno, designaremos precisamente o que elle faz
durante o dia artificial desde que o sol nasce alé que se
Eõe, e aecrescentaremos demais a contraposição detra-
alho nocturno, (,v;ie se suppõe faz esse o'perario.
Apezar de que o autor dos Synonymos da lingua portu-
na
finição
deve
gueza
linguagem
chamar
diz
queque
damos
movimento
astronómica
o giro
a esla
inteiro
diário,
apalavra,
palavra
do esolassim
édiário
ácom
roda
parece
tudo
não
da certo
pela
éterra
usada,
de-
que
se
nic: 227
mas sim diurno, não só para designar o dia artificial, mas
lambem o natural, ou o espaço de vinte e quatro horas.
O doutor Tavares, no seu excellente Compendio de geo-
graphiaechronologia,não usa da palavra í/íario para de-
signar ogiro completo do sol,antesfalla muitas vezes dos
círculos diurnos do sol, qileé o giro completo d'esle astro
c m vinte o quatro horas, e não o espaço de tempo que sua
claridade dura sobre o horizonte. — A academia hespa-
nhola diz, fallando do movimento diurno: «Is la vuelta
que hace un astro en veinte y cuairo horas.» Beauzé diz
nos seus synonymos : iL'on dit en aslronomie, la révo-
lution diume de la lerre, pour designer sa révolulion
autour de sou íixo en vingt-qualre honres. »
Rigorosamente fallando para os astros não ha dia nem
noite, esla é só para nós quando o planeta que habitámos
nos impede do ver o astro que nos allutnia. Para evilar
pois a homonymia e conciliar ao mesmo tempo a lingua-
gem seienlttica com a nossa maneira de fallar, parece-nos
que o melhor seria chamar diurno, como na verdade se
chama, ao movimento de vinte e quatro horas o qual se
oppõe a annual; e chamar arco diurno ao espaço que o
sol percorre desde que apparenlemente nasce alé que se
põe no horizonte.
520. — Diccionario, vocabulário,
glossário, elucidário.
Para se acharem prompta e commodamente as pala-
vras e dicções próprias d'uma lingua, sua significação,
seu uso e sua correspondência com as de outra, sedisiri-
huem por rigorosa ordem alphabetica, e a isto chamá-
mos propriamente diccionario. iJm diccionario, disse u m
lillerato francez, é o inventario da lingua por ordem al-
phahetica. — Por extensão se diz das vozes technicas de
qualquer sciencia ou arle, e ainda de pessoas illuslres,
terras, cousas notáveis, etc. » •.
exlender
d'uma
bulos.
A palavra
lingua
a mais
vocabulário
ou sciencia,
explicações
mas
só que
significa
nãoás se
materiacs
extende,
catalogodos
nem
de vocá-
vozes
deve
228 DJP
Glossário vem da palavra grega yXáma, língua, língua-
gem, e ás vezes idiotismo; só se assemelha aos dicciona-
rios c vocabulários na collocação material de seus arti-
gos por ordem alphabelica, e differença-se em que trali
de palavras e phrases obscuras, difticeis, barbaras, desu-
sadas, c m especial nas línguas mortas, viciadas no uso ou
trazidas de línguas estranhas.
Elucidário é u m glossário talvez menos completo, po-
rém mais diflíiso, que não só elucida, explica muitas pala-
vras e phrases, antiquadas e obsoletas, senão que examina
usos, costumes antigos, e autorisa sua explicação com do-
cumentos, inscripções, ele. Tal é o do P c Santa Rosa, que,
se não é tão completo como o Glossário de Du Cange, c
por cerlo mui precioso para os Portuguezes pelas riquís-
simas noticias que ali lhes dá de cousas antigas, que sem
elle serião desconhecidas aos modernos.
521. — DlflTuso, longo, prolixo.
Indicão estas Irez palavras os defeitos que fazem pesado
e fastidioso u m discurso, u m a obra, o estylo de qualquer
aulor, mas que enlre si dilferem.
Longo ou comprido recai sobre a duração; diffuso,
sobre o m o d o ; prolixo, sobre a superfluidade minuciosa
de cousas inúteis. — Longo ou comprido é o sermão que
dura muito tempo; é diffuso quando o pregador Irata
c o m demasiada miudeza a matéria, o ponto ou ponlos de
que se compõe; será prolixo o pregador se multiplicar
inutilmente os epithetos ou adjectivos, se usar de peri-
phrascs e m lugar de definições, se ajuntar explicações
accessorias inúteis e fastidiosas, detendo-se e m pequenas
e ligeiras circumstaneras, etc. — A carta que o Padre
Vieira escreveo a El Rei D. Affonso VI acerca das missões
na ilha dos Nehengaibas é longa, m a s não é diffusa, e
nenhuma prolixidade nella se nota. — Ao longo ou com-
prido oppõe-se
• «'curto; ao diffuso, o lacónico ; ao pro-
lixo, o conciso.
DIS 229

522. — Dignidade, magestade.


llcfcrem-sc estas duas palavras á impressão que em nós
causão os procederes ou maneiras das pessoas, ou os
eminentes atlributos c qualidades que distinguem algu-
mas ifellas.
Consiste a dignidade em ter idéas e senlimentos eleva-
dos c nobres que se manifestão nas palavras e actos exte-
riores, pelo que a pessoa que assim obra inspira e m geral
respeito e veneração A dignidade pôde achar-se e m todas
as classes da sociedade; pois Iodas admittem sua gran-
deza relativa.
A magestade consiste numa grandeza exterior própria
só das classes mais elevadas, a qual altrahe a si a venera-
ção, o respeito, a consideração de todos os inferiores.
A magestade, considerada e m sentido reclo, é n m allri-
bulo da divindade, dos reis, dos príncipes. — Diz-se a
magestade de Deos, a divina magestade, porque Deos é
infinitamente superior a quanto existe; a magestade do
universo, porque elle nos apresenta u m espectáculo admi-
rável e assombroso; a magestade d'um lemplo, porque é a
principal morada do enie supremo; a magestade das leis,
porque d'ellas dimana toda a publica autoridade; a mages-
tade dos reis, porque eslão investidos do supremo poder.
D'esla idéa estava possuído o nosso poeta quando disse a
El Rei D. Sebastião :
Inclinai por um pouco a magestade
Que nesse tenro posto vos contemplo ;
Jue já se mo-lra qual na inlcira idade,
guando subindo ireis ao eterno templo.
• (Lus., I , 9.)
525.— Discernimento, juizo.
O discernimento é certamente un* operação da facul-
dade de julgar,- épor conseguinte u m a espécie de juízo;
mas o II.
cerlos uso temque
attribuido
importa a
Discernimentoéaquclle
limites cada
juizo
não u m a que
confundir.
recto d'estas expressões
formámos,
20 por
230 DIS
meio do qual chegámos a distinguir as cousas umas das
outras por suas diííerenças, e a comprehender eslas por
meio de seus sentidos, separando umas de outras que lhes
são mais immedialas, descobrindo os signaes que impe-
d e m de que se confuudão.
Juizo é a faculdade da alma que julga das cousas, de
suas relações, de sua conformidade ou desconformidade
com outras; é u m conhecimento que decide, é a operação
do entendimento pela qual secombinão duas idéas dife-
rentes, ou se affirma que u m a cousa éou deixa de ser; é
a prudência no fallar e obrar. T a m b é m por extensão se
chama juizo á opinião, ao parecer, ao dictame, que for-
m á m o s das cousas, ou ao que damos acerca d'ellas.
O objecto do discernimento é tudo o que convêm saber,
e se limita ás cousas presentes. Distingue o discernimento
o verdadeiro do falso, o perfeito do imperfeito, os motivos
bem fundadosdos apparenles pretextos. — O juizo altende
mais ao que se ha de fazer, e cxtende suas reflexões até ao fu-
turo; percebe as relações e as consequências das cousas,
e prevê seus effeitos. — Pôde dizer-se do discernimento
que é claro, que presenta idéas exactas, que impede o erro
e livra de cair e m falsidades. Póde-se dizer do juizo queé
recto, que é sábio, que nos conduz a proceder com pru-
dência, a evitar extravios, absurdos e extravagâncias. —
O discernimento refere-se á especulativa, e aproveita nas
investigações philosophicas; o juizo refere-se á pratica, e
nos é muito útil na vida e m o d o de proceder. — E um
néscio o que carece de discernimento; é u m louco o que
não lemjuizo.
524. —VisjJarate, desatino.
Um e outro se applicão a todo fado, ou dito fora de
propósito e razão, porém cada u m d'ellestem sua extensão
e energia particular^—o disparate recai sobre acções ou
sobre
dilosé,acções
coherencia,
isto fora
de* intelligencia,
deou
ou
propósito
ditos
disparidade
fora
por
de de
prudência,
falta
de
propósito
idéas.
de reflexão,
de
Opor
razão.
desatino
falta
oudepor
recai
fino,
in-
DIS 231

525. — Dissertação, tratado.


A dissertação é commummente mais curta que o tra-
tado. Este contêm todas as questões geraes e particulares
de sou objecto, e aquella só comprehende algumas. — Se
acerca do qualquer matéria se composerem tantas disser-
tações quantos forem os assumptos que ella encerra, e
os differentes aspectos debaixo dos quaes pôde ser con-
siderada , e se todas estas disserlações tiverem uma ex-
tensão proporcionada ao objecto, e entre si se enlaçarem
com ordem methodica, serãocomo os capítulos d u m livro,
e formarão u m tratado completo da matéria.
526. — Distante, longe.
O verbo distar tem por principal significação indicar a
maior ou menor separação, já seja de lugar, já de tempo,
que medeia d u m a cousa á outra. A distancia é pois o
espaço que medeia entre duas cousas; o intervalo material
d'uma a outra; e em sentido metaphorico a dissimilhança,
a differença. — O distante representa a idéa do espaço
intermédio desde u m ponto a outro d'um modo determi-
nado e relativo; e longe ao contrario o representa d'um
modo absoluto e indeterminado. — A distancia não im-
pede a proximidade ; o longe é contrario ao perto, ao
pouco distante. — Belém está distante de Lisboa u m a
légua, e não está longe da cidade. — Sem embargo diz-
se que o sol dista da terra trinta milhões de léguas, e não
que está longe trinta milhões d^leguas. A razão é porque
a distancia mede-sc, eo longe nao se mede.
527. —Dlstlucto, dlíFereute, diverso.
O distincto recai sobre a identidade mesma do sujeito ;
o differente e o diverso sobre seus predicamentos; porém
diverso indica certa opposição, meoherencia, ou dispari-
dade, de que prescinde por si só o differente.
A distinecão é a falta de identidade. A differença é a
-i
232 DIY
negação da perfeita similhança. A diversidade exclue a
conformidade e suppõe tal ou qual opposição.
Tedro e João são duas pessoas distinctas, isto é, não é
d'um h o m e m só que se falia, senão de dous indivíduos da
espécie humana. A agua c o fogo, considerados como cor-
pos compostos a que antigamente chamavão elementos, são
distinctos; considerados como substancias, que não têem
as mesmas propriedades, são differentes ; considerados
como causas de eífeilos contrários, são diversos. — Um
cão e u m galo são animaes de distincta espécie, de diffe-
rente figura, e de diversas inclinações.
528. —Distracção, diversão, digressão.
Por todos eslcs modos nos apartámos do objecto em
que devíamos ou queríamos empregar nossa altenção, mas
e m cada u m d'elles se dão motivos ou circumstancias
que não permiltem confundil-os. Já falíamos da dislrac-
ção comparando-a com a abstracção (pag. 6), fatiaremos
agora das duas outras.
Quando divertimos a attenção d'um objecto, em quea
tínhamos occupada, fazemos u m a diversão. Quando de
propósito nos desviamos do caminho que levávamos, ou
nos apartámos dofionatural do discurso ou do negocio,
fazendo como u m rodeio e voltando depois a elle, fazemos
u m a digressão.
A distracção pôde ser,e muilas vezes é, involuntária; a
diversão e a digressão sempre são voluntárias. Aquella
succede de ordinário cm objectos de estudo, applicação e
meditação; eslas vcrificão-se e m discursos, nos negócios
da vida humana, nos tni-halhos de todo género.— A in-
constância ou ligeireza de nosso espirito causa com fre-
quência a distracção; para alliviar o espirito ou o corpo
fatigado é mui útil e talvez necessária a diversão; na elo-
quência considera-(e,y como u m vicio a digressão, posto
que ás vezes é conveniente. Veja-sc o art. seguinte.
529. — Diversão,
Applicão-se entretenimento.
estas duas palavras ao meio ou modo de
DIV 233
procurar ao animo uma occupação agradável, que o re-
creia, que lisonjêa c satisfaz seu gosto; porém nesta idéa
c o m m u m alguma differença se acha que as distingue
entre si.
Diversão diz o mesmo que separação, isto é, distracção
do animo daquellas oceupaçóes em que regularmente se
emprega, e a que substitue outras mais agradáveis, que o
distrahem d'aquella fadiga ou desgosto. Entretenimento
é o mesmo que occupação interina, entretanto que chega
o momento de fazer outra cousa.
Divirto-me lendo; entretenho-me a ler. Ao ouvir a
primeira tfeslas proposições, percebo que a leitura agrada,
dislrahe, e recreia o animo do que se diverte com ella, e
quasi posso assegurar que não terá goslo, que não lhe
será indifferente o deixál-a. A segunda m e representa ou-
tra idéa, islo é, que a leitura oceupa, serve de passar o
tempo, ao que se entretém com ella; vejo quasi a indiffe-
rença com que o que lê pôde iuterrompêl-a quando che-
gue a hora de fazer outra cousa, porque só lhe serve de
entretenimento, que talvez não o diverte.
Ao que está entretido, não lhe parece o tempo com-
prido. Ao que eslá divertido, parcce-lhe curto.
530. — Divorcio, repudio, desquite.
Por lodos estes modos se separa o marido da mulher,
com a differença que divorcio é a separação legal dos ca-
sados, e a dissolução do vinculo matrimonial; repudio é
o acto pelo qual o esposo ou marido enjeita ou rejei-la a
esposa ou mulher e a lança dc^si, de sua casa e família; e
desquite é a separação dos casados em virtude de sen-
tença dada por juiz competente.
O divorcio e o repudio não são permitlidos na religião
calholiea, pois dito eslá que o qise Deos unio o homem
7ião o separe; só o desquite se p\rmitte porque, ainda
muito
desquite;
que
trimonio,
Usa-se
os casados
razoável
indevidamente
como
masseque
para
acontece
separem,
a que
cada
da
no
as
não
palavra
uma
divorcio
idéas
podem
d'ellas
divorcio
seecontrahir
não
repudio.
se^estine
confundão,
em novo
lugar
voca-
ma-
deé
234 DOC
bulo próprio que a represente ; e como desquite é palavra
mui portugueza e mnilo mais usada vulgarmente que di-
vorcio, bem é que designe propriamente aquella espécie
de divorcio que a religião calholica tolera.
551. —Docilidade, brandura de génio,
Docilidade é em geral a facilidade ou aptidão para
aprender ou fazer qualquer cousa segundo a vontade dos
outros. Brandura de génio, ou mansidão, mansuetudo,
que melhor se exprime pela palavra franceza douceur, é
a eslimavel qualidade que muilas pessoas lêem de folga-
rem de fazer o que os oulros desejão. Aquella pertence á
vontade; esta á índole. — U m menino é dócil quando obe-
dece a seus pais e a seus mestres. U m a mulher é branda
de génio quando outra vonlade não tem senão a de seu
marido.
A docilidade pôde não ser branda, quando só se con-
tenta com submelter-se; a brandura é sempre dócil; é
feliz cm submelter-se. A doeilidade não discute; a brandura
nem discutir sabe. C o m estudo e reflexão pôde adquirir—
se a docilidade; a brandura é u m dom da natureza. A
docilidade é u m a virtude que encaminha á sciencia e á
perfeição; a brandura é u m encanto que nos attrahepara
a pessoa que o possue. A docilidaáe só se exerce quando
ha obediência; a brandura faz-se sentir a todos os mo-
mentos, e nas menores occasiões. Crê a docilidade que
tem razão de fazer o que d'ella se exige; crê a brandura
que têem razão para Ih'o exigir. Pôde vir a docilidade
do senlimenlo de sua superioridade pessoal; parece a
brandura reconhecer a superioridade dos outros.
552. — Documento, monumento.
Documento vem Úe doceo, eu ensino; é por tanto es-
crito, ou instrumento, que ensina, instrue, e serve para
lembrança,
gnifica
provar.
Os anligof
naturalmente
— Monumento
conserva
foraes, as
acousa
memoria
vem
escrituras
que
de moneo,
avisa,
depublicas,
sucesso

eu noticia,
admoesto,
notável.
as chronicas,
traz
e si-
â
DOM 235
os diplomas, etc, são documentos; as co!umnas,as pyra-
mides, os obeliscos, os mausoleos, as medalhas, as lapi-
das, etc, são monumentos. Uns e outros servem para ac-
clarar a historia dos tempos passados, e advertir os vin-
douros dos suecessos presentes.
555. — Dom, dadiva, donativo, presente,
mimo.
Do verbo do ou dono, eu dou ou dolo, vem as Irez pri-
meiras palavras, que indicão sua acção com mais ou me-
nos extensão ou com alguma circumstancia particular.
Dom c dadiva é uma graça ou favor que se concede a al-
guém sem que haja obrigação para isso; dom é porém
mais genérico e comprehende os dotes ou boas qualida-
des que recebemos da natureza, e dadiva refere-se princi-
palmente a objectos c alfaias. O donativo, ainda que é u m
dom gratuito, ou que como tal seolha, leva com sigo a idéa
d u m soocorro ás vezes gracioso , porém quasi sempre di-
recta ou indirectamente forçado, que os povos fazem ao
príncipe Dará ajudâl-o em casos extraordinários e urgentes.
Presente significa o d o m presente, o que lemos diante,
o que se presenta como dadiva, o que se dá de m ã o a
mão, prasens quod manu ãatur, disse Ciccro, em opposi-
ção a outros dons feitos de differente modo.
O mimo é um presente pouco importante em si mesmo,
mas que suppõe livre vontade, affecto, agrado, provas de
amor, de amizade e de estima. Consiste commummente
em cousas gratas e novas, que se apprecião mais pelo de-
licado e alíeduoso da acção, ífne pelo que valem. — Os
mimos recíprocos são signaes de lembrança, testemunhão
affecto e gratidão, mantém a amizade, e aílivião as sau-
dades.
554.—Domesticar, amansar, domar;
Os
isto
serem dedomestico,
animaes
é reduzir
algum
bravos
a viver
modo
ou naamansado,
bravios
seus
mesma
criados
podem-se
casa manso.
e companheiros;
comdomesticar,
o homem, taes
ea
236 DOU
são o boi, o cavallo, o asno, o camello, etc.—Os animaes
ferozes podem-se amansar, istoé, tornar submissos e obe-
dientes. Os lobos, os tigres, os leões, as hienas, têem mui-
tas vezes deixado sua ferocidade para render-se â vontade
do h o m e m e serem instrumentos de seus caprichos e
prazeres.
Chamaremos animaes domésticos aos que nascem na
domesticidaâe, e m nossas casas e possessões; domestica-
dos aos que tendo nascido livres, ou gozando de cerla li-
berdade, os acostumámos a viver com nosco em estado de
domestiqueza; amansados aos que sendo ainda mais li-
vres e difficeis de soífrer nosso jugo, os vamos com arle,
paciência e manha acostumando a elle. Estes não passâo
de certo gráo de domesticidadc, e sempre conservão cer-
tos resabios de sua braveza e ferocidade, contra os quaes
devemos eslar prevenidos. — Manso é termo mais gené-
rico, e diz-se de tudo que não é silvestre ou bravo; apli-
cado aos animaes indica os que no estado de domesti-
queza são dotados de mansidão, se deixão facilmente
tocar, e são, por assim dizer, familiares ao homem.
Domar é subjugar o animal feroz e bravio, sem dar idéa
de que eslá manso, como parece indicar o verbo amansar.
C o m tudo algumas vezos se usa u m por outro, como se vê
do seguinte lugar de Vieira : • Só os peixes entre lodosos
animaes se não domão, nem domesticão. Dos animaes
terrestres o cão é Ião domestico, o cavallo Ião sujeito, o
boi tão serviçal...., e até os leões e os tigres com arte e
benefícios se amansão. (II, 315). »
553. — Hf/<»uto, doutor.
Vem ambos esles vocábulos de doceo, eu ensino; mas
o primeiro representa a acção passiva do verbo,e por
conseguinte indica -quelle que foi ensinado, que recebeo
e possue doutrina ;'$ segundo representa a acção activa do
dades,
tendo
verbo,
trucção,
lilado dado
para
ereccheo
por
segundo
positivas
ensinar.
tanto
o gráo
prescrevem
designa
ePor
evidentes
do doutorado,
isso
aquelle
se
osprovas
chama
estatutos
queque
pôde
dedoutor
osciencia
habilita
das
e eslá
universi-
aoehabi-
aque,
ins-
ser
EDI ' 231
caledratico, e lhe confere as distracções e prerogativas
que lhe competem pelo seu saber.
Douto é o que possuc na realidade a sciencia, e doutor
o que alcançou o titulo de tal; do que resulta que ha mui-
tos doutores que não são doutos, e muitos doutos que
'ião são doutores nem cuidão de sôl-o.
556.—Dotes, prendas.
Os talentos, graças e mais boas qualidades com que a
natureza dotou ao homem, chamão-se dotes. As boas
parles ou qualidades estimáveis que o homem adquire
pelo seu estudo, industria e applicação, charaão-se pren-
das.
Será bem dotada da natureza a pessoa que tiver graça,
formosura, intelligencia, agudeza de engenho, etc. Será
bem prendada a que souber desenhar, cantar, dansar, to-
car instrumentos, etc.
Posto que entre os clássicos se achem muitas vezes con-
fundidos estes vocábulos, e prendas appareção com a si-
gnificação que damos a dotes, deve todavia adoplar-se a
differença indicada, não só para evitar a homonymia, se-
não porque a razão etymologica assim o pede. Dotes vem
de do ou dono, dar, doar; e prendas vem de prendo, ou
prebendo, tomar, haverá si, etc.
557.—Duvidoso, incerto.
O duvidoso suppõe no animo indeciso razões, motivos,
ou antecedentes, que inclinando-o igualmente a opiniões
ou acções diversas, suspendeu^sua resolução. O incerto
suppõe falta d'aquellas mesmas razões, motivos ou ante-
cedentes que constituem o duvidoso, a qual deixa o animo
sem faculdade ou luz sufficiente parafixarsua resolução
ou sua persuasão. v
E duvidoso o partido que se deve* tomar numa guerra
civil. E incerta a hora da nossa morle.
530. —Edificar,
Da palavra latinaconstruir, fabricar.
cedes, casa, templo, vem adificare,
238 ' EDD
edificar, que indica construir, levantar, fabricar o
edifício.
Construir vem de construere, que significa material-
mente reunir maleriaes para qualquer género de cons-
trucção. — Por tanto é a palavra que mais extensão tem
e m sua significação; com tudo os clássicos usão com mais
frequência o verbo fabricar.
De faber, nome genérico que significa fabricante, ope-
rário, artífice que lavra principalmente golpeando em
cousa dura, como pedra ou metal, vem fabricare, fabri
car, que é executar ou fazer a obra.
Edificar refere-se ao edifício considerado em geral,
elevado á sua conclusão segundo a planta e proporções
que se havião adoptado; e construir, á operação material
da obra, aos trabalhos e operações mechanicas com que
se executa. Fabricar não só se refere a edifícios, senão a
toda obra fabril, a tudo que se constroe com arte. —
Deos fabricou o m u n d o ; Baccho fabricava, em Mombaça,
u m altar sumptuoso que adorava. — Fabricão-se reló-
gios, moedas, pannos, sedas, vidros, chapeos, papel, etc.;
e e m senlido figurado fabricão-se mentiras, enganos,etc,
isto é, inventão-se, urdem-se, etc.
539. —Educação, criação.
A criação é o primeiro cuidado que o homem deve a
seus pais, ou a quem faz suas vezes; tanto no physico,
para a conservação de sua vida, saúde e robustez, como
no moral para a direcção de sua condueta e estudo de
suas obrigações.
A educação recai sobrtfá moral e a instrucção : suppõe
iá outros princípios mais elevados, idéas mais extensas,
regras melhodicas para illustrar a razão, adornar o enten-
dimento, aperfeiçoar o coração e suavizar os costumes.
U m lavrador honi&ÍIo, u m a boa mãi, crião bem a seus
filhos.
porém
mancebo
mente
A boa uUcriação
apôdemm»'mdizer-se
postoeaio
sam c, a uboa
sou
ofim, mquepreceptor
cuidado.
queé
educação educão,
a aprimeira
perfeição
dirigem-se
o moral não
desbasta, ecrião
a se-ao
doessencial-
homem;
EFÍ 239
gunda o pule por meio da instriicção. Assim que, o prin-
cipal defeito de quem não tem criação, é a grosseria; e m
quem não tem educação, é a ignorância.
540. —Elfervescencia, fervura,
ebulllçao, fervor.
Todas estas palavras indicão agitação num liquido cau-
sada por calor, mas cada uma delias designa differente
gráo ou alguma eircumslaiicia particular.
Do verbo latino cffervesco, que significa começar a
ferver, vem efervescência, (pie por isso mesmo repre-
senta a branda agitação d'um liquido, que excitado pelo
calor entra em fervura. — Esla é, não só a agitação mais
forte c perturbada do liquido, senão a permanência no
mesmo gráo, sustentada pelo continuado calor; tal é a
que se observa na agua fervendo.
E m linguagem scientifica chama-se ebulliçuo em lugar
de fervura que é termo vulgar, e parece expressar parti-
cularmente a circumslancia de se soltarem as bolhus do
liquido fervente, o que, e m linguagem vulgar, se diz,
ferver e m cachão.
Fervor, pela sua terminação masculina, parece repre-
sentar não lanlo a acção de ferver, ou fervura, como o
intenso gráo de calor que a produz e acompanha; por isso
é mais usado no sentido figurado para significar o ardor e
vehemencia das paixões, e e m geral a efficacia com que se
faz alguma cousa.
541. — Effigie , imagem, figura,
retrato.
Referem-se estas palavras á representação de pessoas
ou cousas, com as seguinies diíferon^is.
A effigie oceupa o lugar da mesma cousa, pois que a
representa qual é, real e verdadeira, e assim se diz d'um
crucifixo
c assim
A imagem
sea diz
sacra
sóessa
representa
effigie
estatuadeaé Christo,
idéa
a imanem
d'umaetc»
pessoa
d'um h ou
o m ecousa
m ce-;
240 EFF
lebre, d'um grande capitão, ele. • Os que governãosão
imagens de seus príncipes,» disse Vieira (V. 331).
A figura não só designa os rasgos principaes, que rc-
cordâo a idéa do sujeito, senão também tudo o que nos
pódc dar a conhecer a altitude e o desígnio.
O retrato é a representação d'nma pessoa, c se dirige
principalmente á similhança"; assim que se costuma cha-
mar retrato a qualquer similhança entre pessoas mui
parecidas, pois se diz : Este menino é o vivo retrato de
seu pai, quandocom ellese parece muilo.
E m sentido liderai dizemos effigie e retrato quando
nos referimos ás pessoas, c imagem e figura lanto fal-
lando d'estas como de qualquer outra cousa. No sentido
figurado costumão-se chamar retratos certas descrip-
ções que os historiadores, oradores e poetas fazem,já das
pessoas, já dos caracteres.
Pelo que pertence ás imagens e m linguagem de rhelo-
rica, veja-se em Descripção, pag. 217.
542. — Effusão, derramamento.
Referem se estas palavras em seu sentido reclo ao ver-
ler-se ou extravasar-se, e m maior ou menor quantidade,
qualquer corpo liquido ou que se considera tal. Delias a
mais usada é derramamento, que vale lanto como verter
ou espargir cousas miúdas ou liquidas, em especial sangue;
é propriamente a acção de inclinar u m vaso para que saia
d'espaço o liquido que contêm. A effusão parece indicar
movimento mais rápido, abundante e continuado que o
derramamento ; e que a acção se verifica sem ter que
vencer obstáculo alguni — De qualquer ferida resulta
derramamento de sangfie; porém para que se possa dizer
com propriedade que houve effusão de sangue é mister
que o derramamento tenha sido mui abundante. — Um
derramamento de bilis incommoda e causa damno;
porém u m>a effusãi!'de bilis causa a icterícia.
PXE 241
342. — Egloga, jiastoral, Idyllio,
bucólica.
Quatro palavras que indicão poesias pastoris de que
pastoral é o género, c as outras as espécies.
A pastoral, como a palavra o está dizendo, é uma imi-
tação da vida campestre presentada debaixo do mais agra-
dável c poelico aspecto. Dá-se a estas composições poéti-
cas o nome do cglogas ou de idyllios. Egloga, ou antes
écloga, é palavra grega, Jxie-/sf ( de «Aíyai escolher,
colligir), que diz o mesmo que escolha, collecção de
extractos, e este é o nome que Virgílio deo â escolha de
bucólicas que compozéra por differentes motivos e cir-
cumslancias. E m geral significa poema pastoril.
Idyllio épalavra latina, idyllium, do grego «Sàí, poe-
meto, composição poética n u m género suave e engraçado;
c este é o nomo que Theocrito deo ás suas pastoraes, que
Virgílio se propoz a imilar e m suas Bucólicas.
Mui ligeira é a differença, se a ha, entre as cglogas e
os idyllios, assim que os autores os confundem a miúdo.
C o m tudo, se attendermos ao uso, parece que na egloga
se exige mais acç.ão, mais movimento que no idyllio, pois
neste parece que não se pede mais que imagens, senti-
timento e narração.
Bucólica é palavra latina e grega (fiojxóXtxoç, de ftovxóXos
boieiro, pastor); é avaliação neutra do plural do adj.
bucolicus, concordando com carmina subentendido; diz
pois o mesmo que versos pastoris, poemeto relativo a
pastores, e m que ellesfigurão,o que concorda com o que
em portuguez chamámos pastoral — A l g u m a s das bucó-
licas de Virgílio, colligidas n u m livro, formão as suas
eglogas, que são u m a escolha de alguns poucos opúsculos
de muitos que o autor fizera e não julgou dignos da luz
publica.
515.—Elegante,
Se elegante
semaffectação, mesmodiserto.
II. _ -é oselecto eloquente,
cque
esmerado;
composto, facundo,
c eloquente
adornado,
2',ocullo,
bem e
2A2 ELE
perfeitamente fallado, com elegância, pureza c facúndia,
é preciso olhar como rigorosamente synonymascslasduas
vozes, porque nestas duas applicações só se descobre uma
m e s m a idéa, isto é, a de graça e belleza na elocução.
Porém isto parece convir peculiarmente á elegância, a
qual consiste na formosura do estylo, na boa eleição das
palavras, na perfeita conslrucção das clausulas, porque
seu objecto é agradar, e não á eloquência, a qual consiste
na energia do discurso, na escolha das razões, na elli-
cacia dos argumentos, porque seu objecto é persuadir. -
Cícero é elegante e m suas epistolas, eloquente em suas
orações. — Vieira é sempre elegante e m suas cartas, e
por vezes eloquente e m seus sermões.
E m elegância excedeo-se a si m e s m o na censura á ter-
ceira parle da Historia de S. Domingos de Fr. Luiz de
Souza; e m eloquência passou adiante a todos os oradores
christãos, no sermão contra as armas de Hollanda, pois
quiz converter a Deos.
Facundo é palavra latina, facundus, de fari, fallar, c
designa propriamente o h o m e m bem fallante, copioso no
fallar, que tem boa elocução; distingue-se de eloquente
em que esta palavra refere-se quasi sempre á eloquência
considerada como arte, e aquella ao dom de bem fallar de
que a natureza dotou a muitos homens, podendo citar-se
com particularidade Ulysses, que por isso tem o epitheto
de facundo. A differença que fazemos entre eloquente
e facundo parece autorizar-se c o m aquelle lugar de
Suetonio : -Eloquentia, attendit Caius, quanturmU
facundus; Caio applicou-seá eloquência, posto que fosse
facundo (in vitâ, 53).»
Camões senlio bem aOifferença que vai de elegante a
facundo na quelles formosos versos e m que falia de Dom
Nuno Alvares Pereira:
A'quellas d, Vidosas gentes disse,
Diserto éAmeaçando
C ompalavra
A alatina,
mã opalavras
na e^pada,
terra, âisertus,
maisirado,
duras
o mar
eque
não
e (Lus., mui
oelegantes,
facundo,
mundo. apropriada
IV, 14.)
ELO 243
para designar corto gráo mais perfeito de elegância, que
não é facúndia nem eloquência. O que á elegância do
estylo junta a propriedade dos lermos c a variedade das
expressões, o sabe disseminar os ornatos com acerto e
symeiria, esse será diserto; tale a idéa que d'elienosdá
Varrão, dizendo: • UtoÁtor disserit in áreas cujusque
generis fiuetus, sic in oratione qui facit, disertas;
Assim como a hortelão semeia hortaliças c legumes cm
sons canteiros segundo suas espécies, d'igual modo faz na
oração o diserto (de 8. L. V. 7).» — O ser diserto é qua-
lidade mui apreciável em quem escreve tratados didácticos
e philosophieos — Cicoro, elegante em suas epistolas,
eloquente em suas orações, é diserto em seus tratados
philosophicos; Vieira, sempre elegante em suas carias e
por vezes eloquente e m seus sermões, é diserto em seus
Papeis pragmáticos.
544.— Eloeuç&o, dicção, estylo.
Referem-se eslas trez palavras á maneira de dizer ou
de escrever; masdifforenção-se do modo seguinte.
O estylo tem mais relação com o autor; a dicção, com
a obra; e a elocução com a arte oratória. Diz-se que u m
autor tem bom estylo quando sabe exprimir suas idéas
com propriedade e elegância, ed'um modo accommodado
á matéria que trata; que uma obra tem boa dicção
quando a phrase é correcta e clara ; d'um orador, que tem
boa elocução quando se exprime com termos próprios,
facilidade e elegância.
54o. — Elogio, louvor.
Para louvar basta dizer bem d'uma pessoa, sem fundar
a razão nem o motivo. O elogio é uc^ louvor que dá sua
razão, e explica seu motivo,
U m ignorante louva o que lhe parece bem, sem deter-
so a expor os fundamentos de seu louvor. U m sábio faz o
elogio d'um livro, expondo o mérito que nelle acha. U m
discurso académico em nue se faz u m a exposição fundada
2/I/Í ELO
do mérito d'uma pessoa «Ilustre, chama-se elogio, e não
louvor.
O elogio só pôde recair sobre as produções do enlen-
dimento, ou as acções em que tem parle a vontade; o
louvor pôde extender-se a todas as cousas que nos agra-
dão, de qualquer classe que sejão; todavia mais se usa o
verbo gabar fallando das cousas. Veja-se Gabar.
546. — Elogio, panegyrico.
Ambas estas palavras vem do grego, tendo passado pelo
latim; de sua elymologia resulta a razão da sua diffe-
rença.
Elogio, de eu b e m e Xíyoí discurso, ou antes de «Mo/la,
louvor, de euioyew-íí, dizer bem de, louvar, diz o mesmo
que discurso e m louvor de alguém. Panegyrico é o aãj.
grego -nxvrtyupixi; concordando comiovos subentendido,que
vem de niwiyupts, assembea publica, reunião geral, nome
que também se dava ao elogio publico, à oração laudalo-
ria que naquellas reuniões se pronunciava na antiga Grécia
e m honra de algum cidadão benemérito.
O panegyrico, seguindo a natureza d'aquellas reuniões
festivas, é misturado de enthusiasmo e exaltação, Dorido e
poético; o elogio, desacompanhado do apparato popular,
é mais reflectido e arrazoado. Cabe neste alguma critica
'ou censura; naquelle só tem lugar o louvor. — O elogio
pôde ser parcial; que muilas vezes elogiámos as boas ac-
ções d'um h o m e m cuja vida e m geral não é isenta de re-
prehensão. O panegyrico é geral, absoluto, comprehende
todas as partes do caracifjr d'um h o m e m , todas as particu-
laridades de sua vida. — O elogio pôde ser verdadeiro,
ainda quando recaia n u m h o m e m com algumas quebras,
porque raro é encontrar h o m e m que nalgum respeito não
mereça louvor. É ''ifficil que não seja exaltado o pane-
gyrico, m e s m o qirando se trata do maior varão, porque
Anão
bocas;
— maior
Uni
ha elogio

quasi
parte
u m nenhum
orador
sincero
dos elogios
pôde
que
e alfeduoso
não
lazer
académicos
mereça
u m pôde
b oalgum
m são
panegyrico.
sairpanegyricos.
vitupério.—
de todas as
F.MI 245

547. — Embranquecer, branquejar.


As terminações marcão nestes dons verbos, cujo radical
é branco, uma alteração circumslancial de significação.
A terminação cer com o prefixo em indica a mudança da
côr para branco; a de jar denota a mostra do branco.
— Embranquece a cabeça do homem quando seus ca-
bellos se fazem brancos de prelos ou louros que erão.
Branquejão as serras quando estão cobertas de neve.
5413. —Emiliryâo, feto.
A palavra grega ip.epuev corresponde á latina fertus,
feto, e significa o que se forma e produz no seio da mãi,
o titieio de sou ventre. Confundirlo-se talvez por algum
tempo estes dous lermos do physiologia, mas hoje em dia
differenção-se perfeitamente, e hão deve u m usar-se indis-
lim lamente em lugar do outro.
Chama-se geralmente embryão ao corpo informe do
animal, a seus primeiros rudimentos, ao produclo imme-
diato da conceição, ao que ainda não tem afiguracorres-
pondente á sua espécie; porém quando se presentão já
clara e dislinclamente as partes que compõem o animal, o
embryão toma o nome de feto.
Muitos anatomistas lêem observado que aos trinta dias
da conceição eslá o animal assaz formado para poder cha-
mar-se feto.
E m Botânica chama-se embryão ao corpo organizado
que contém a amêndoa de todo grão fecundado, também
se diz no senlidofiguradopor 'Suisa não desenvolvida. A
palavra feto só se usa em senlido próprio, e com relação
aos animaes.
549. —Emissário, espia,"-explorador.
Emissário (do verbo latino e mirto, mandar para fora) é
o mesageiro ou enviado que se manda com commissão se-
crela
ções de
de outras
observar,
pessoas,
sondar,
o eslado
averiguar
dasascousas,
intenções,
descobrir
as ac-
246 EMP
quanto se deseja saber, e talvez dar conselhos, corromper
pessoas, etc.
Espia é o que se vale de falsidades e enganos, com ma-
lícia, dobrez, dissimulação c segredo para saber o que se
passa; vê, escula, examina, observa, esquadrinha quanto
pôde para o fazer saberá quem lhe paga para espiar.
Explorador é o que explora, investiga, averigua, e
examina com desejo do saber uma cousa; para isto reco-
nhece e registra com summa diligencia e cuidado tudo o
que pôde contribuir a seu intento.
Diíferença-se o explorador do emissário em que aquelle
muitas vezes explora por si e para si, por curiosidade
ou utilidade própria, etc.; sendo que este é sempre man-
dado por alguém e quasi sempre se toma em máo senlido.
O espia dififerença-se dos dous cm ser ofticio infame, vil,
deshonroso, ainda que ulil e necessário nos tempos cm que
vivemos : por elles se descobrem conspirações e se pro-
tege a segurança dos cidadãos. — O emissário deve saber
obrar e descobrir-sea tempo; o espia, occultar-se, disfar-
çar-se, ver, ouvir e caliar. —Mandão-seemissários duma
terra para outra; ha espias na corle, no exercito, nas fa-
mílias, etc.— O que quer fazer revoluções vale-se de
emissários; o que quer saber quanlo se passa serve-se de
espias.—Tão vil é um comooulro quando são salariados,
e se valem de meios infames e traiçoeiros; com tudo o
primeiro é menos vil porém mais perigoso, o segundo é
mais desprezivel porém de grande utilidade quando se
emprega a bem da segurança publica.
.IftO. — Ensgferilio , teima, profla,
obstinação.
O empenho suppõe algum interesse, já seja o que noi
resulta de consognij/aijiiillo em que nos cm/>en/tdrrtos;ji
seja o de evilar o í.ácrilicio do nosso amor próprio a opi
nião,
isto
piritoé,ou
capricho.
A teima vontade
suppõealheia.
dosustentarem
contradição.
maispassivamente
Upropriamente
m o outro podem
sou
indocilidade
objecto
ser passivos,
ou
ouseu
es-
EBP 247
A profia ó a demonstração activa da teima ou do e m -
penbo, quando encontrão alguma resistência ou oppo-
sição.
U m homem fa/ empenho c m levara sua adiante, e m
satisfazer sen desejo, cm sustentar sen capricho; ateima
e m não ouvir os conselhos de seus amigos, cm privar-se
do seus próprios gostos o satisfações; se o desapprovSo,
011 o contradizem, profia. sustenta com tenacidade o ob-
jecto do sou empenho, ou o capricho de sua teima.
551. —Empreitar, ninar, servir-se.
Reforem-se estas trez expressões aos differentes modos
como fazemos uso das cousas.
Empreitar o oceupar a uma pessoa ou cousa em qual-
quer negocio ou trabalho, fazer uma applicação particular
(1'ollas, segundo as propriedades o disposições que lêem.
Emprega-se o dinheiro, cmpregào-se os géneros, empre-
gão-sc os homens; tudo se emprega, porque tudo serve,e
de Indo se faz uso. Este é o emprego, a occupação.
Usar é fazer uso d'uma cousa que nos pertence, de que
somos donos. Usámos de nossa liberdade quando a exer-
cemos; usámos d'uma permissão que se nos concedeo;
usámos dos prazeres da vida.
Servir-se d'uma cousa é tirar proveito d'ella, segundo
o poder e meios que lemos de fazêl-o.
Empregar refere-se particularmente á cousa ou pessoa
de que se dispõe ; usar, ao gozo, conveniência, proveito
do que d'ella dispõe; servir-se, á necessidade, á utilidade
da pessoa. *
Empregar muda o estado da cousa. — Esta tela estava
em peça e empreguei-a e m roupas, e m moveis, ele. Não
Unhão occupação os jornaleiros, porém empreguei-os
neste ou naquelle trabalho; mudáfxo pois de sorte.—
Muitas vezes empregando as cousas st>doslroem; c com-
m u m m e n l e sempre as fazemos mudar de forma.
Usar d'uma cousa e servir-se d'eHa nem sempre leva
comsigo a idéa da destruição da cousa, nem m e s m o a da
mudança de forma; pois só indicão estas expressões que
d'ellas se tirou o proveito que podem dar. — Q u a n d o uso
24S F.MI»
de minha liberdade nem por isso a destruo. Quando me
sirvo d'um instrumento, d'uma ferramenta, duma ma-
china, n e m a destruo, nem mudo, nem altero seu estado e
natureza.
Empregão-se as cousas, as pessoas, os meios, os arbí-
trios, os recursos, como nos agrada ou convêm, segundo
o objecto que nos propomos. Empregamo-hs bem ou
mal, segundo que são ou não próprios a u m determinado
objecto, a produzir o efTeito que se deseja. — Usámos de
nossas cousas, de nossos direitos, de nossas faculdades.
Usámos d'elias. e d'elles bem ou mal segundo que faze-
m o s b o m ou m á o uso, boa ou m á applicação.— Servimo-
nos d'um instrumento, d'tim meio, d'uin terceiro, como
podemos ou sabemos, ou nelle confiámos.
552. —Emprego, cargo, minis.cri»,
ofíicio.
A idéa própria da palavra officio é a de obrigar ou obri-
gar-se a fazer u m a cousa útil á sociedade; de conseguinte
corresponde a cargo pela precisão que ha de fazer ou
cumprir a cousa. A's vezes se confundem ambas as pala-
vras, pois com cffeito lodo officio vem a ser cargo; mas
n e m todo o cargo é officio. Certos cargos no governo e
administração do estado são verdadeiros offtcios que de
direito se exercem; porém os cargos de conselheiros ci-
vis ou municipaes, que dependem de nomeação ou eleição,
não são officios propriamente dilos, senão cargos; porque
os que os desempenhão, só é por u m certo tempo, sem que
tenhão mais Ululo que sua nomeação ou eleição; sendo
que os officios constitilVAn u m a qualidade permanente, ás
vezes por direito hereditário, ou como annexo a uma di-
gnidade.
A idéa própria dr ministério é a de exercer qualquer
cargo por 0utr04i.n1 nome de outro, ou do senhor, que
emO virtude
servidão; éoa de
obrigatório.
empregoofficio seu
cargo,
deimpõe império
estar
fuucçôes;
sujeito ae oufaculdades
u m a obrigação;
memprego, ooceupações.
Irabalho nomeia; a uma
o ministério,
permanente de
-e
EMI» 249
O officio traz com sigo poder e auloridaue para fazer uma
cousa; o ministério, faculdade de representaras pessoas
' e dispor das cousas segundo suas inslrucções e poderes;
o cargo, prerogativas e privilégios que ennobrecetn ou
distinguem ao que o desfruta; o emprego, salários e emo-
lumentos que recompensão ou pagão o trabalho de quem
o exerce.
5o5. — Emprelicnaer, entreprender.
Não são synonymos estes vocábulos, como muito bem
disse D. Fr. Francisco de S. Luiz, e por isso não devião
aqui ter lugar; mas, porque alguns escriptores, alias dou-
tos, levados pela similhança do som material, ou, o que é
mais cerlo, pela parecença do nosso verbo entreprender
com o entreprendre francez, osfizerãotaes, não é sem
utilidade declarar a grande differença e nenhuma synony-
mia que entre elles ha.
Emprchender (do latim prehendefe) é determinar-se
e começara fazer alguma acção laboriosa, difficil, e ás
vozes arriscada e perigosa.
Entreprender c acommelter de improviso, tomar por
entrepreza uma praça, u m a fortaleza, etc,
3o4.—Empréstimo, commodato,
mutuo.
Empréstimo é o acto de emprestar, e a cousa em-
prestada ; é u m a espécie de coutraclo pelo qual concede-
mos a outrem, de gríiça, algum^ alfaia, dinheiro, etc,
para no la restituir depois de algum tempo. T a m b é m se
chama hoje empréstimo a uma somma emprestada que
recebe o governo ou algum particular e de que paga ju-
ros. E termo genérico e vulgar que al>«tnge as duas espé-
cies de empréstimo mais conhecidas em jurisprudência
pelos nomes de commodato o mutuo.
Quando a cousa emprestada nos deve ser restituída in-
dividualmente
adualmente a mesma,
cousa emprestada
a mesma, nos chama-se
senão
pôde
na ser commodato
mesma
restituída, e•,emquando
espécie,não indivi-
igual
250 EMll
qualidade, chama se mutuo. Optimamente mostrou Vieira
a differença entre estes vocábulos, e as idéas por elles re-
presentadas, no seguinte lugar : «E que differença ha
entre o empréstimo que se chama commodato, e o em-
préstimo que se chama mutuo? A differença é, que no
commodato hei de pagar, restituindo aquillo mesmo que
m e emprestarão; pedi-vos emprestada a vossa espada,
hei-vos de restituir a m e s m a espada. Porém no multio
não sou obrigado a pagar com o mesmo, senão com ou-
tro tanto; pedi-vos emprestado u m moio de trigo, não
vos hei de pagar com o m e s m o trigo, senão com oulro
(VI, 181).»
o55. — Emulação, rivalidade,
inveja.
Emulação indica concorrência; rivalidade, compe-
tência, choque; inveja, ciúme injusto. Todos os que se-
guem u m a mesma^arreirasãoe-m.tos,- quando scoppõem
seus interesses, são rivaes,- quando alguns d'elles buscão
diminuir o mérito dos outros para e m despeito d'ellesse
elevarem, esses são invejosos — Os emulos caminhão
juntos ao m e s m o fim; os rivaes, uns contra os oulros;
os invejosos buscão supplantar-se mutuamente.
A emulação é u m a paixão nobre, u m senlimento gene-
roso e vivo que nos impelle a fazer os maiores esforços
para imitar, igualar e ainda sobrepujar as acções dos ou-
tros, principalmente se são nobres c heróicas. A r W i -
dade é u m senlimento de competência, de concurrcncia,
e como de certa inveja que nos obriga a esforçarmo-nos
de qualquer m o d o que^seja, para vencer e ainda exceder
a outros que aspirão a lograr u m a mesma cousa. A /«-
veja é u m a paixão torpe, u m movimento forlce violento,
e como uma força ia confissão do morilo alheio, que o
invejoso, que d'o*/e carece, quizera lirar-lh'o para se apo-
derar d'elle.
évalidade
grada.
uAm emulação
incêndio
— uAm emulação
fogo
interno
excita
qne ;
aparta,
que
c aurivalidade
mdevora
a separa
chamae econsome.
que
irrita;
destroe;
aquenta;
a —inveja
a ?,iwj<i
Aart-
loii-de-
EINC 251
vavol emulação, diz Cicero, consiste e m imitar a virtude;
a rivalidade é inveja da preferencia. O talento inspira
emulação; 06 desejos c as prevenções, rivalidade; a for-
tuna e a prosperidade, inveja, que é ella sua antagonista,
como dizia Aristóteles. — k emulação contribuo à formar
os varões abolizados; a rivalidade produz inimizades, c
acoeude ódios intermináveis; a inveja deseja arrancar os
olhos a quem lhe faz sombra. Assim fez cila ao capitão
Bclisario, que, posto em uma choupaoinba junto da estra-
da , pedia esmola aos passageiros, dizendo : « Cami-
nhante, real o meio a Iklisario, a quem o valor expoz
aos olhos de muitos, e a inveja o privou dos seus
(ol'« Bernardes, V, 407).» — iNos Iribunaes onde a in-
veja preside, diz o P c Vieira, as virtudes são peccados, os
merecimentos são culpas, as obras ou boas qualidades
são crimes. — O s invejosos mais sentem os bens alheios
que os males próprios (V. 510, 521).»
8
Felizmente esta terrível serpe é muitas vezes impotente
quando o céo quer cumprir seus desígnios, como senten-
ciosamente disse Camões :
ue nunca tirará alheia inveja
bem que outrem merece, e o céo deseja.
(Lus., 1, 59.)
õoG. — Encanto, feitiço, sortilégio,
embellezo.
Em sentido recto roferem-se as trez primeiras palavras
a operações puramente magicas, segundo as crenças vul-
gares que por muilo tempo dom<*iárão o mundo, e não
deixão de ter ainda bastante influencia. A quarta,
quando se toma e m seutido figurado, é u m a consequência
d'ellas. v
Feitiçaria é a arte sobrenatural e" ijabolica para do-
minar a vontade das pessoas, trastornar seu juízo, privál-as
da saúde e até da vida, causar-lhes lodo o género de
acompanhando
damno,
de pactosvalendo-se
com otudo
demónio,
para
de milisto
deoralicas
confeições,
os feiticeiros
supersticiosas
de Ueberagens,
de evocações,
e ridí-e
252 E«\'C
cuias. O enfeitiçado eslá como íóra de si, faluo, bobo;
não é senhor de si m e s m o ; é u m boneco que pensa, move
se, obra por vontade, por impulso alheio. O feitiço pre-
senta-nos a idéa d'uma força occulta que pára e detêm
os naturaes effeitos das cousas.
O encanto consiste e m palavras eceremonias de que se
valem os suppostos mágicos para evocar os demónios,
fazer malefícios, converter as pessoas em estatuas, em
arvores, e m animaes, e a estes e m pessoas, em enles invi-
síveis, aéreos, encerrando-os em palácios e covas lam-
b e m encantadas, sem poderem sair de lá nem voltar a
seu antigo ser e estado, sem que se passe certo numero de
annos, se cumprão cerlas condições raras e difficeis, ou
se verifiquem certos suecessos exlranhos e como casuacs,
ou se presenlem mais sábios encantadores que desfação o
fatal encanto.
A palavra sortilégio encerra particularmente a idéa
d'uma cousa que damna ou perturba a razão. Chama-.sc
sortilégio á adivinhação que os sortilegos fazem valendo-
se de sortes supersticiosas.
Todas estas palavras indicão, e m seu senlido lilteral, o
cITeito d'uma operação magica, que a politica suppõe, que
a religião condemna, ede que zomba a verdadeira philo-
sophia. Todas são malignas e subtis manobras para em-
bair e enganar a gente singela, vulgar e crédula.
As duas palavras encanto e feitiço lêem muito uso etn
sentido figurado; a de sortilégio nenhum.—Enfeitiçar
é tirar a alma da indifferença, da inacção, para condn-
zíl-a a sensações agradáveis, já com o motivo dos objectos a
que se refere, já com o exercício de suas faculdades.
Encantar éfixar,apegar fortemente a alma a estas sen-
sações c o m o attractivo do prazer que recebe. — Encan-
ía-nos u m magnifico espectáculo; enfeitiça-nos o aspecto

d'nm formoso jardim. Encanta-nos a musica, a repre-
interessa
pessoa,
agrados,
sentação
os
rastão
corações
domina,
suas
od'uma
e apaixona,
modo,
;boas
tudo
nos
tc.gedia,
osprendas;
enfeitiça.
que
carinhos,
noslisongeia
encanta.
a conversação,
tudo
São
quando
nossos
feiticeiros
que
A formosura
de
nos
o seus
sentidos,
proceder
dá atlraclivos
gosto,
osenfeitiça
olhos,
duma
osnos
ar-os
ENC 253
nos deixámos prender e enfeitiçar ,• por isso disse Ber-
nardes nas Rimas:
Ah que gnomos de amor *ao feiticeiros,
FetUceirvi enganos m'enlaç&rIo,

A palavra cmbellezo ou cmbellezamento pareceaugmen-


tar o valor moral das outras duas de (pie filiámos, pois
que embellezar, cm seu senlido próprio e natural, signi-
fica suspender a mente, arrebatar os sentidos, elevar
nossa alma, infnndir-lhe pasmo, tirál-a como fora de si,
ongollando-a em prazer. — U m homem, encantado á
primeira vista da formosura d'uma dama amável, bem
de pressa se namora d'ella e fica enfeitiçado por suas
boas prendas ; se logra sua correspondência, de continuo
lhe repele com o mesmo embellezamento as expressões de
seu amor. — O costume, que nos familiariza com tudo,
destroe o encanto. A reflexão, que tudo prevê e explica,
o dissipa. O feitiço, ao contrario, cresce com o habito c
a reflexão. O habito diminue o embellezo, e o embellezo
mata a reflexão.
5T.7. —Encima, sobre.
Usão-se índislinclamenle estes vocábulos para explicar
a situação, ou o lugar que oceupa u m a cousa a respeito
de outra; como quando dizemos está encima da mesa,
ficou soore a mesa. Porém se examinarmos com rigor
sua verdadeira força e energia, acharemos que não repre-
senlão rigorosamente a mesma idéa.
O adverbio encima, que é o mesmo que em cima,
explica somente a situação loc««> d'um corpo respectiva-
mente ao que se acha debaixo d'elle. A preposição sobre
representa, não só a situação, senão lambem, c mais pro-
priamente, a gravitação que exerce \rn corpo roòre outro.
li nãoé estranho que os confunda o ^ o , porque o corpo
que está encima gravita naturalmente sobre o que está de
baixo.das
>differente
li.Nesta
exemplos.
força — Emesma
duas lugarproposição
mvozes; porém
de pôl-o se percebenôl-o
examinemol-a
debaixo, ae2">
m encima-
outros
254 EN;',
Encima dos eirados goza-se de b o m fresco no verão ede
b o m sol no imemo.Encima dafigueiracomem-se os me-
lhoresfigos.— Nesles casos, e m que só se trata d'uma si-
tuação local, não se podéra empregar a preposição sobre
com a m e s m a propriedade que nos seguintes, em que se
considera o corpo com relação determinada á sua gravita-
ção : F.u estava sobre u m pé; a casa está fabricada sobre
bons alicerces; o castello eslá fundado sobre a rocha;
apoia-se sobre a mesa; repousa sobre o duro solo. —
D'aqui vem que os physicos dizem que u m corpo pesa,
gravita, exerce sua attracção ou impulso, sobre outro, e
não encima de outro.
Segundo este m e s m o principio, distinguem-se clara-
mente duas idéas diirerenles ncslas duas proposições: Davão
pancadas encima de minha cabeça; davão pancadas sobre
minha cabeça. C o m a primeira supponho que as pancadas
se davão n u m a paragem mais elevada e que corresponde
perpendicularmente à minha cabeça, ou no andar que eslá
por cima. C o m a segunda dou a entender que eu recebia
as pancadas na minha própria cabeça.
Por isso se diz também no sentido moral: Sobre minha
consciência, sobre minha palavra, sobre minha honra,
para denotar que o que se assegura ou promette, se sus-
tenta e apoia na consciência, na palavra, na honra, e não
se pôde dizer : Encima de minha consciência, encimo de
minha honra, etc.
Ajunlavão os antigos por elegância, e imitando os
Castelhanos, a preposição de ao adverbio encima, como
fez Lobo, dizendo : «Aonde de encima d'um loureiro fal-
lava u m a ave; » hoje dizemos de cima, mas não se dirá
com a m e s m a propriedade de sobre. — Diz-se também
vulgarmente : Ainda encima, e não se poderá dizer:
Ainda sobre.
538. — Encç jrlr, oceultar, esconder.
oEncobrir,
veja.
véodeixar segundo
ou— cubcrlura
Oceultar
ver. aretirar
palavra
— Esconder
ésobre o eslá
o oobjecto
é objecto
tirar dizendo,
o de
objecto
de mnossos éolhos,
o d o dequelançar
diante
se não
dos
ENF 255
olhos, pondo-o cm lugar onde o não possamos alcançar
com a vista. — A névoa espessa encobre o sol, a lua cas
estrellas; a forma esphcricu da lerra oceulta o polo an-
tárctico aos habitantes da Europa; as pegas escondem os
objectos que furlão.
lini senlido moral encobre-se u m a cousa quando se
tapa ou disfarça para que se não conheça ou descnbrão
seus defeitos e imperfeições; oceulta-se quando se cala
advertidamente o que a seu respeito se devera ou podéra
dizer; esconde-se quando se tirão os meios de poder
achál-a ou descobríl-a. — U m contrabandista encobre
sons géneros para depois os vender com mõr proveito.
U m capitão do ladrões oceulta sons pensamentos para não
ser Irahido por algum pérfido. U m avarento esconde seu
lhesouro para que ninguém lhe toque.
539. — Enfado, enojo.
Tudo quanto nos molesta, nos desagrada, se oppõe a
nosso gosto ou inclinação, nos causa enfado. O que falta
á obediência, á obrigação, ou ao respeito que se nos
deve, nos enoja. Pelo que o enfado pôde causar-se in-
differentemente pelas pessoase pelas cousas, porque umas
e outras podem desgostar-nos, ou contrariar nossas incli-
nações. Enfada u m fallador destemperado, enfada o
calor, a poeira, o ruído. Porém enojo só o podem cau-
sar as pessoas,pois só estas podem faltará obediência, ao
respeito. E assim o enojo suppõe superioridade da parle
da pessoa enojada, porém nem sempre a suppõe o enfado.
— Muitas vezes u m pai vem para casa enfadado do tra-
balho, dos negócios, etc., efica\iojadoao vera desobe-
diência e ingratidão com que seusfilhoscorrespondem a
seus desvelos. — Mão se poderá dizer que Deos está enfa-
dado, mas dir-se-ha mui bem que \stá enojado quando
desobedecemos a seus mandamento\e o provocámos a
mostrar os effeitos de seu justo enojo para com nosco.
560. — Enganar, embair, seduzir,
illudlr.
Enganar é fazer one outro creia o que não é; exprime
256 ENT
qualquer género de engano, sem qualificação alguma; é
portanto o género de que os outros verbos são espécies.
— Quando enganámos com impostura, embtisles, embe-
lecos, mentiras, etc, embaímos, e merecemos o nome de
embaidores. Quando enganámos com arle e manha, tra-
iendo alguém ao mal, ou para satisfazer uma paixão,
seáuzimos, e somos seãuctores. Quando enganámos com
falsas apparencias, ou como por zombaria, illudimos, e
nos cabe o nome de illusores.
561. — Entender, comurelieuder.
O primeiro d'estes «erbos explica uma percepção do
animo, e m que os sentidos e a memoria têem mais parle,
que na percepção que explica o verbo comprehender,
e m que tem mais parte o entendimento. — Entende-st
u m a língua, u m signal dado; esta percepção a devemos á
pratica material, ao uso, á acção dos sentidos. Com-
prehende-se a força d'um discurso, a causa oceulta d'um
effeilo; esla percepção a devemos á perspicácia, â subti-
leza do entendimento.
562. — Entendimento, intelligencia.
Ambas estas palavras vem do verbo latino intelligo, eu
entendo, e designão os differentes modos por quedamos
exercício á primeira de nossas faculdades inlellectuaes.
O entendimento é aquella potencia da alma que se
oceupa cm conceber o ler idéa clara das cousas, em
sabôl-as com a possível oerfeição, em conhecer, pensar,
discorrer, deduzir e jufgar; e assim ao homem sábio e
douto lhe chamámos entendido. A intelligencia é a
mesma faculdade intellcctiva, oceupada mais particular-
mente a comprehcJer as cousas; 6 n conhecimento
exacto e positivo '/ellas; é a perícia com que as expli-
cámos, se são especulativas, ou as execulâmos, se são
praticas. — A palavra entendimento parece correspon-
pratica.
der
com mais
s u mFulano
mprincipalmente
a intelligencia.
discorre com
á especulativa;
Veja-se
grande entendimento;
Talento.
intelligenciaà
obra
ENT 257

565. — Entcrnecer-se, compadecer-se.


Em sentido recto chama-se enternecer uma cousa,
pòl-a tenra e branda ; no metaphorico abrandar u m co-
ração, mover a lastima, a ternura para com uma pessoa
que considerámos infeliz c desgraçada. Compadecer-se
é tomar parte nas desgraças alheias, sinlil-as, affligir-se
com cilas, laslimar-se do desgraçado.
Enternecer-se tem significação mais extensa que com-
padecer-se, pois não só significa disposição á ternura,
senão lambem a muitas outras paixões suaves c benéficas,
como a commiseração, o amor, ele. — Movemos alguém
á compaixão pintando-lhe a triste sorle do desgraçado;
enternecemos a u m h o m e m de condição áspera e dura a
quem pintámos com vivas cores nossa triste sorte para
que a remedeie. — A compaixão é commummenle exci-
tada pela presença do mesmo desgraçado; mas não se
necessita isto para enternecer-nos, pois u m coração sen-
sível e bom se enternece do que vè e do que não vê, do
que lhe conláo, c do que elle mesmo considera. — O en-
ternecimento está na natureza; a compaixão muilas
vezes na razão, na reflexão, na idéas de justiça e de equi-
dade. — U m a mulher débil enternece-se de tudo com
motivo ou sem elle; basla que o caso sejo lastimoso. O
varão forte compadece-st so por princípios de justiça. —
O enternecimento mostra bom coração sem nenhuma
quebra da parle do objecto que desperta este affecluoso
sentimento; a compaixão suppõe u m sentimento de su-
perioridade, e talvez de orgulho, no que a tem, assim
como de abatimento e humildade no que a implora; por
isso as almas grandes, e por venlura orgulhosas, prefe-
rem soíTrer com valor estóico até as maiores desgraças e
privações, antes que fazer cousa a l ^ m a que indique« in-
dica
muito
que
aos
aquelles
tenção
que
enlre
senão
embora
de
que
as
seus
aquelle
promover
não
asuconcidadãos
virão
mconhecem
que
defeilo,
eoma lem;
compaixão^
seuporém
se
n auge.
evêmsempre
podem
decahido
que
Melhor
amormente
o ninguém
conhecer.
engrandece.
da
seprosperi-
abaterão
preju-
enlre
SeráO
258 ENT
dade e abismado na desgraça, esconda-lhes suas misé-
rias, e mova com ellas antes a compaixão dos estranhos,
e console-se com a sentença de Camões s
Que toda a terra é pátria para o torte.
(Lus., VIII, 63.)
Veja-se Fortaleza.

564. — Enterrar, sobterrar, sepultar.


Enterrar è melter na terra, e sobterar ou soterrar,
como se diz vulgarmente, é melter debaixo da terra; e
esta diíferença resulta claramente das preposições en e
sob que entrão na composição dos primeiros dous vocá-
bulos. Rigorosamente fallando o primeiro exclue a idéa
deficarcoberto de terra o objecto que se enterra, o que
o segundo exprime positiva e expressamente. Com tudo
enterrar se usa mais geralmente que soterrar para in-
dicar a acção de melter alguma cousa na terra cobrindo-
a com ella. De certo, que quando o avarento enterra o
lhesvuro não é para o deixar a descoberto.
Sepultar é termo consagrado para indicar a acção e
ceremonia religiosa de dar sepultura a u m corpo humano.
— Enterra-se ou sobterra-sc tudo que se mette na terra
e com ella se cobre; sepulta-se o despojo mortal do
h o m e m . — Q u a n d o o corpo é lançado â terra, mui bem se
diz que foi enterrado; porém quando, depois de embalsa-
mado, se fecha e m jazigo ou tumulo, só se dirá com pro-
priedade que eslá sepultado. « O s ossos de Ignez de
Castro forão sepultados n u m grande e sumptuosíssimo
monumento dealabastrft-(Monarch. Lusit.).»Jesu Christo
foi sepultado n u m sepulcro novo, e não enterrado.
565. —V-Jnterro , sahuento,
enterramento, funeral,exéquias.
Referem-se todos estes vocábulos ás ultimas honras fu-
ndireseceremonia.
gubre
vida, áque tributámos
maior aquelles
ou menor pompa que
com passarão a melhor
que se faz esta lú-
ENT 259
Enterro significa hoje, cm geral, a acção religiosa de
enterrar os mortos, e o acompanhamento que vai com o
defunto; c também derão os clássicos este nome ao lugar
onde se elles enterrão ou sepulião. — « Belém, digno en-
terro dos nossos reis,» disse u m d'elles.
Saimento é palavra hoje desusada, mas que significava
antigamente não só a pompa fúnebre de pessoas enlutadas
que saião a celebrar os funeraes régios, senão também
as exéquias solemnes que se fazião no anniversario da
morte das pessoas reaes, como se vê do Leal Conselheiro,
pag. 457.
Enterramento significa simplesmente o acto de enter-
rar ou levar a enterrar. T e m significação muito menos
extensa que enterro e não pôde coníundir-se com sai-
mento.
Funeral é a pompa fúnebre com que se faz algum
enterro.
Exéquias são as honras fúnebres que se fazem a u m
defunto, desde a casa até á igreja, e da igreja alé ao tu-
mulo ;e também assim se chama o officio fúnebre que
com pompa se celebra em algum templo por u m priteipe
ou defunto illnslro logo depois da morte, ou passado
tempo não estando já o corpo presente. As dos Papas
durão ordinariamente oito dias.
É para notar como os nossos antigos sabião tirar do
latim as palavras que lhes convinhão, conformando-se
com o génio da lingua portugueza, talvez mais do que o
fazem os modernos. Saimento parece uma palavra que
nenhuma relação tem com o latim ; pois esta é a verda-
deira traducção do vocábulo latino exsequiw, de que os
modernos fizerão exéquias; p?rque exsequim vera de
exsequor, o qual se compõe de ex e sequor e significa
seguir, acompanhar, e segundo Ainsworlh vale o mesmo
que
quesequor
osignificação
pompa
Ovimos.
Ofuneral
enterro
nos pompam
fúnebre
saimentos
dos
extensiva
dosou funebrem
abastados
pobres
do se
enterro
que
mais
fazia.
edamos
ricos aaéSsepulturam,
é enterramento
até
Tinhaánão
exéquias
sepultura;
também
se pôde
que
como sigo
saimento eraa
ecomparar
funeral.
isto
acima
2(10 ENX
com as exéquias dos grandes. As exéquias dos príncipes
e senhores mais se fazem por vaidade dos vivos que para
utilidade dos mortos. O maior saimento de que talvez
fallem as historias é o que El Rei D o m Pedro I fez aos
ossos de Dona Ignez de Castro,
Que depois de ser morta foi rainha.

566.— Enunciar, exprimir.


Enunciar c declarar com palavras o que pensámos, ou
aflèclàmos pensar. Exprimir é lazer conhecer clara e dis-
tinctainenlo o nosso conceito tanto por palavras como por
acções e geslos, de modo que faça impressão na pessoa a
quem o communicâmos. — O primeiro pertence á lógica
ou arte de discorrer com os homens; o segundo á rbelo-
rica ou arle de fallar aos homens para porsuadíl-os. A
enunciação põe patente o pensamento; a expressão da-
lhe côr, vida, e animação.— Homens ha que, sem lerem
aprendido rhetorica se exprimem bem; assim como mui-
tos ba que apezar de todas as regras de eloquência se
enuncião mal. — O povo muitas vezes se exprime melhor
do que se enuncia; porque, sabe pouco e sente muito.—
C o m difficnldade se enuncia u m estrangeiro em língua
que não lhe é própria; mas pela mesma razão se exprime
ás vezes com mais energia, presenta imagens novas e
modos particulares de fallar que são expressivos e nío
deixão de ler graça. — No género didáctico basta que o
escritor enuncie suas idéas d'um modo claro, desemba-
raçado e exacto, porque o seufimé só instruir. No gé-
nero oratório ou poetio é necessário que se exprima
como a natureza, como a paixão, como as graças, porque
o seufimé agradar ou commover.
•:>
567. — Enxj s«r. secenr, ensombrar
Explicão « dous primeiros verbos em geral a acção de
senta umaaoshumidade
exactamente
exlrahir idéa
quando
mais limitada,
se
d'um
trata
corpo;
de
e se
pouca
porém
applica
humidade.
enxugar
mais própria
Orepre-
quee
cri 261
eslá molhado, »ecea-se; o que está húmido enxuga-se. —
A roupa que a lavadeira tira molhada do rio secca-se ao
sol; porém é preciso quasi sempre enxugál-a depois em
casa, porque regularmente vem algum tanto húmida.—
Secca-se uma fonte, u m tanque, não se enxugão. Enxu-
ga-se o suor, os olhos húmidos de lagrimas, e não se
secção.
Segundo D o m Fr. Francisco de S. Luiz enxuga-se o
que está molhado ou banhado externa e accidentálmente;
seccase o que lem humidade própria, ou está peneirado
d'olla.— Enxuga-se o corpo que sai molhado do banho;
secca-se a planla que tem humidade e não está molhada.
— lúixuga-se o madeiro, já secco, que foi molhado da
chuva; secca-se o madeiro cortado ha pouco, que ainda
eslá verde, e conserva a natural humidade. — Accrescen-
laremos que o verbo enxugar tem, como o francez es-
suyer, a significação transitiva de exlrahir a humidade
embebendo nella esponja ou panno, o que não acontece
ao verbo seccar, — Enxugão-se as lagrimas, o suor com
u m lenço; enxugão-se as mãos com a toalha; enxuga-se
a mesa, o solho com uma esponja ou panno, e não se
secção por este modo.
Esla é talvez, sua significação primitiva segundo a ety-
mologia, pois enxugar é o verbo latino exugo, exsugo, de
ex e sugo, chupar. O n antes do x veio-lhe por euphonia,
de que ha muitos exemplos na lingua portugueza, no que
se parece com a grega.
Enxambrar é pôr a roupa a seccar quanto baste para
se poder engomar ou passar ao ferro mais facilmente; é
enxugar u m pouco, sem chegar a seccar.
568. —Epidemico, contagioso,
endémico,v
Epidemica é a doença que geralmente grassa num
povo,
atraia
em
nica, numa
certas
se
nação,
pega região,
quadras
que doele.;
por grassa emcontagiosa
contado;
anno. certos
Veja-se
endémica, éa aque
sítios, eque
Contagio. é se commu-
ordinariamente
particular
262 EPO

569. — Epistola, carta.


Geralmente fallando chamão-se cartas as que se escre-
vem, principalmente e m prosa, no commercio da vida, e
com respeito á litteratura também as que escrevem os au-
tores modernos, sobre tudo e m línguas vulgares, em que
tralão assumptos scienlificos, litterarios ou políticos; e
assim dizemos as cartas de Vieira, de Santa Thereza, de
Madaraa de Sevigné, do P e Islã, de Cadalso, deJ. A. de
Macedo, etc. Ao contrario, chamão-se epistolas as que
escreverão os antigos nas línguas mortas; e assim dize-
mos as epistolas de Cicero, de Séneca, de Plinio, de São
Paulo, etc. As cartas e m verso costumão chamar-se epis-
tolas.
Tudo o que forma matéria d'um discurso pôde sêl-o
d'uma carta ou epistola, porque do m e s m o modo que o
orador pôde lambem o escritor propor-se agradar, ins-
truir e mover ao leitor. — Ha carias puramente agradá-
veis, outras didácticas, outras philosophicas. Tudo pôde
tratar-se no estylo epistolar. Muitas novellas forão escri-
tas e m forma de cartas, como as de Clarissa, Nova
Eloisa, etc. T e m p o houve em que este methodo foi muilo
da moda, e ainda nas sciencias mais profundas, como as
cartas de Euler a u m a princeza de Allemauha. —Tanto as
cartas como as epistolas não têem u m estylo determi-
nado; pois tomão o que corresponde ao assumpto, e às
pessoas, porém deve sempre ser fácil, natural e ligeiro.
Veja-se o nosso Código Epistolar.
0
570. — Epoclia, era, período histórico.
Épochaé palavra grega iif>xn, parada, cousa que faz
parar ou reler, dê M x » t fazer parar, reler; significa o
ponlo
menor
que
começofixo
batalha
nosdede
de da historia,
servimos
ânuos,
era,
Accio.
como amabepoclia
édata
caracterizada m sede
naT achronologia, por
da successo
toma
efundação
alguma
muitas memorável
por serie de
circumslancia
vezes
de Roma,
maior
serveou
da
At
EKH 263
dominante, como a epocha das cruzadas, a dos grandes
descobrimentos dos Portuguezes, etc.
Era, vem do latim ccs, bronze, porque das moedas ou
medalhas se deduzia a epocha do sueceso que servia de
começo a u m a serio de annos; significa o successo m e m o -
rável ;i tpte se, refere o computo dos annos, e a serie dos
annos que vai deccorrendo desde aquelle facto e m que
teve principio. As mais notáveis são : a de Nabonassar,
entro os Babytontos; tidas Olympiadas, entre os Gregos;
n da fundação de R o m a , entre os Romanos; a do Júlio
César, que durou ainda muito loinpo enlre os Chrislãos,
o entre nós alé 00 reinado de D. João I; a do Christo,
que se chama vulgar, ejá era usada cm llcspanha aitles
que o fosse e m Portuga]; a da Hégira, usada pelos Maho-
nietanos.
Diflerença-se pois era de epocha c m que aquella refere-
se exclusivamente ao computo dos annos, c esta disigna
u m successo notável no curso dos tempos que pela sua
importância nos faz parar para o considerarmos. A epo-
cha dá muitas vezes começo á u m a era, mas uem sempre,
tal é entre nós a do descobrimento da índia, que não for-
m o u ira.—O conhecimento das eras é indispensável na
chronologia; o estudo das epochus é o fundamento da
Historia.
Período histórico é a serie de annos que medeia entre
u m a o outra epocha, e onde de ordinário se desenvolvem
suecessos que são consequência do grande aconlecimento
que precedeo, ou prepárão o seguinte de que são causa.
— JNo exame e appreciação destes suecessos com relação
a suas causas e eíleilos consiste a verdadeira sciencia his-
tórica. >
571. —Erro, error.
Toem confundido os modernos estas yias palavras, que
entre si muito dillerem, ou, para melhor dizer, esquecerão
a segunda aecumulando na primeira as significações de
ambas; seria porém para desejar que se conservassem
ambas com as suas respectivas significações como têem
na língua castelhana d'onde as tomámos.'
264 ERK
O Error (que é palavra latina error), consiste no que
cremos; o erro (em caslellano yerro) consiste no que
obrámos. — A vontade decide-se impellida do error que
a lisonjêa ou persuade, e a acção que resulta d'esla deci-
são é u m erro. Qualquer outro defeito que não nasce de
error senão de malícia, não é erro senão culpa.
Incurremos e m error de crer ao falso amigo que nos
vende ; e commettemos o erro de communicar-lhe nossos
segredos. — As vezes são verdadeiros errores as opiniões
dos enlendimentos mais illustrados; assim como passào
por erros as acções mais prudentes. Camões usou a palavra
errores no m e s m o senlido e m que aqui a usamos, dizendo
na Canção XII :
Mas já que para errores fui nascido,
Vir este a ser u m (Telles não duvido.
D'aqui veio ao verbo errar a accepção de olTender,
fallar ao dever para com alguém, que é muito frequente
nos clássicos. Camões faz dizer a Vénus , fallando a
Júpiter :
M a s pois que contra mi te vejo iroso,
Sem que to merecesse, nem te errasse.
(Lus., 11, 30.)
E nas Canções diz :
Se por algum acerto amor vos erra
Poi parle do desejo, commettendo
Algum nefando e torpe desatino ;
E se inda mais que ver, em fim, prelendo ;
Fraquezas são do corpo, q u e é de terra,
M a s não do pensamento que é divino.
(Canç., 1 , v. 27.)
t?
Já amor fez leis, sem ter comigo alguma:
Já se tornou de cego razoado
Só por usa"- comigo semrazões.
E se cm a/ruma cousa o lenho errado,
C o m sisof/rande dor não vi nenhuma ;
N e m ella deo sem erros afeições ;
M a s para usar de suas isenções,
Buscoufingidascausas de malarme.
(Canç. II, v. 17.)
Veja-se o artigo seguinte.

ERR 265
572. —- Erro (error), engano, tllusuo,
nlluciíiaçáo.
Por não nos singularizarmos, ou parecer que nos hes-
panholâmos, usámos aqui da palavra erro, no sentido de
error, bem contra nossa vontade, mas queremos que se
entenda neste sentido. D o m Fr. Francisco de S. Luiz bem
podéra ler contribuído para se desterrar do uso esta
liomonymia; mas não o fez, antes a autorizou com o seu
artigo dos synonymos, dizendo que o erro é próprio do
entendimento. Cedemos ao uso, mas não o aprovámos.
Por muitos modos está o h o m e m separado da verdade,
mas o mais geral é o erro. V e m esla palavra do verbo la-
tino errare, errar, andar vagabundo; por isso o erro
(error) bem se define, u m a opinião, u m conceito, u m
juizo desacertado fora do que devia ser, que provêm jâ
de nossas torpes sensações, já de nossa ignorância, já dos
equivocados argumentos e m que fundámos nosso racio-
cínio e por que dirigimos nossa vontade. B e m conhecidas
são as causas a que Genoense attribue nossos erros.
O engano nasce do erro no juizo que sobre incertos e
falsos fundamentos d'este formámos; elle consiste e m
escolher mal os meios que devem conduzir-nos a achar a
verdade. O engano provêm de nós quando nos deixámos
,cvar de nossas paixões, dirigir por nossos ligeiros juízos,
e seduzir pela falsa e brilhante luz da imaginação; e
provêm dos outros quando nos presentão razões e argu-
mentos que trastornão os que nos dieta nossa própria in-
telligencia, e de qualquer modo nos desencaminhão da
verdade e do dever, dando-nos-por verdadeiro o falso, e
por bom o máo.
A illusão é u m a falsa imaginação, u m a apprehensão
errada, que nasce ordinariamente de tomarmos as appa-
rencias pela realidade. ^L «
do
mento,
de
jNasce
Allucinação,
si
entendimento
aaII.
faculdade
falta
allucinação
de lume
no
quesenlido
julga,
de
nos
o desvia
não
olhos;
estar
ou
recto,
dodeeque
livre,
estar
nosignifica
translato,
é arecto
socegada
mente23
edeslumbra-
acertado.
obfuscada
cegueira
e senhora
266 i.sn
de preoccupação, paixão, ou qualquer sentimento que lhe
tolhe o uso de suas faculdades intelleduaes e prudenciaes.
Próprio é do h o m e m o errar e enganar-se; o sábio
busca sempre acertar, ese erra ou se engana, sabe corre-
gir-se e emendar-se. — Jlludem-nos os sentidos, a ima-
ginação, as preoccupações, as paixões, os homens, quando
nos ollerecem apparencias mentirosas; e atVuc.não-nos,
quando perturbão nossa razão, offttscão sua luz, e lhe
impedem o examinar e discernir com acerto.
575. — Erudito, douto, snbio,
Concordão estes trez termos em suppôr conhecimentos
adquiridos pelo estudo; m a s differenção-se pela maneira
seguinte.
O erudito e o douto sabem factos em todos os géneros
de litteratura; o erudito sabe muilos; o douto sabe-os
bem. O douto e o sábio conhecem com intelligencia : o
douto conhece factos de litteratura, que sabe applicar;
o sábio conhece princípios, de que sabe tiraras conse-
quências.
C o m memoria e paciência qualquer pôde ser erudito;
sem intelligencia e reflexão ninguém será <Zo,tío,-para
ser sábio é mister talento especulativo, penetração e dis-
cernimento.
O erudito cila frequentemente autoridades e factos; o
douto profunda a doutrina a que se dedica, e discorre com
acerto; o sábio investiga, analysa, demonstra e dá sempre
a razão do seu dito.
574. — Esboço, bosquejo, rascunho.
Trez lermos de pintura e artes liberaes que designãoo
eslado imperfeito d'.'nia obra, m a s com differentes
gradações. J,
Rascunho è o primeiro lançamento de linhas, traços ou
pontos para obra que se ha de pintar. — Esboço é ó pri-
meiro debuxo
i de pintura, mais perfeito que o rascunho,
cmas
m escultura
não perfilado
que e nem
m pintura,
acabado,
e designa
limais propriamente
usado este termo
os
ESC 267
primeiros traços que o estatuário delinêa no toro ou cepo,
ou mármore e m que ha de esculpir e lavrara imagem. —
O pintor começa por rascunhar, o escultor por esboçar.
Significando o verbo bosquejar pinlar asfigurascom o
seu colorido, sem lhes lançar os contornos, ou perfis,nem
lhes dar a ultima mão, é claro que o bosquejo é o estado
da pintara imperfeita, mas e m que já ha cores, pelo que
se differença do rascunboe esboço, que nenhuma idéa dão
de cores, mas sò de traços. — E m rigor deveria a palavra
rascunho ser privativa do desenho ou debuxo, porque
neste só entrão riscos e traços a lápis. Esboço só deveria
pertencer á escultura, porque pelos traços lançados no
mármore ou madeiro começa o estatuário e o escullor a
levantar sua obra. Bosquejo é, com razão, peculiar á pin-
tura pela idéa que nos dá de cores, e que muito bem quiz
exprimir Gabriel Pereira de Castro dizendo :
E entre os bosquejos das suaves cores
V e m nascendo os primeirus resplandores.
(Ulys., X,G.)
Em sentido figurado, applicado á litteratura, têem estas
palavras, pouco mais ou menos, as mesmas aecepções que
nas artes; porém a mais usada é bosquejo, que significa em
geral obra de engenho não aperfeiçoada.
575» — Eseandescencla, ira, cólera,
sanha, raiva.
Referem-se todos estes vocábulos a paixão violenta que
transporia o h o m e m quando o «(Tendem, a que os latinos
chamavão ira, mas cada u m d'elles representa sua circum-
stancia particular, ou o maior ou menor gráo a que ella
se eleva \
Eseandescencia é palavra latina, -te exeandesco, pôr
em brasa, e significa e m senlido recto o encendimento
d u m corpo ao fogo, e e m sentido translato é o encendi-
mento do sangue do irado, e lambem do encalmado, ou
nymos
esquentado
dade clássica
da lingua
por
quecalor,
portugueza
favoreça
agitação,
a opinião
à cerca
ele. Não
do
da autor
significação
achámos
dos autori-
syno-
de-
268 EíC
terminada d'esta palavra, dando-lhe o mesmo valor que
lhe deo Cícero nas Tusculanas, dizendo:«Excandescentia
autem sit ira nascens et modo exsistens, qux Oupútt; graet
dicitur (IV, 9).» O vocábulo grego não diz mais queírri-
tacão violenta ;é o courroux dos francezes. Henrique
Estevão duvida que seja boa esta lição, e Valckenaer não
hesitou e m corrigir a palavra grega eupum escrevendo
Supôs, que significa ardência, cólera, impetuosidade de
animo (Diatr. de fragmEurip., p.231), e Scapula lhe dá
a significação latina de ira, e diz que é o mesmo que ipr.:
• Ira, excandescentia, idem quod òpyh, cum quo inter-
dum etiam copulatur. • Pondo de parte a questão sobre o
lugar de Cicero, diremos que se esta palavra se deve adop-
tar e m nossa lingua com o valor que tem na latina, deve
ella representar não o assomo ou começo da ira, senão o
rompimento, o impeto d'esta paixão, a ira rompante, que
certamente é mais violenta que a ira inveterada a que
Cicero no m e s m o lugar chama ódio.»: CWium, ira in-
veterata.
Ira é palavra puramente latina que segundo uns vem de
vro, queimar, arder, e segundo outros vem de ire{quodà
se it qui irascitur : hinc qui iram deponit dicitur ad se
redire. Donat.). Segundo Cicero a ira é uma paixão im-
petuosa que nos excita a tomar vingança de quem nos
julgámos offendidos com injuria. A ira e a loucura só se
distinguem e m durar aquella menos tempo que esla, como
disse Catão o mais velho : Iratus abinsano non nisitem-
pore distai. • E o poeta lyrico :
Ira furor brevis est.
Cólera, e melhor cholera, é palavra latina vinda
do grego x0^, que significa bilis, fel; e no sen-
tido translato ira,t agastamento. Differença-se de iro
c m que se refere p bilis, supposta causa da ira. Lê-se
émuer
no
esta
cólera
.yoXr.-j
a Palmeirim
palavra
verdadeira
lasejabile
*(Vmais
£ív
o valor
àTIVÍ',1
.-
violenta
traducção
quelqu'un,»
«daLevantar
que
franceza
que
os
doira,
francezes
a—dito
colère,
cólera
al\ão
não
de nos
oser
atraduzem
Arhtophanes?
que
alguém,
que
parece
seria
d e:•mcque
«Ile-
o.que
i< WA
ESC 269
melter um grande gallicismo; antes pensámos que ás
vezes é menos forte que ira quando só representa enojo,
agaslamento.
Sanha, segundo D. Fr. Francisco de S. Luiz no Glos-
sário orientai, vêm do hebreu sanah, do verbo sana, ter
ódio, e segundo a elyniologia é o mesmo que ira invete-
rada ; é lambem palavra castelhana saiia; e este era o
nome porluguez por que enlre nossos antigos era conhe-
cida a paixão a que os latinos chamavão ira, como diz
positivamente El Rei D. Duarte : tDa ira o seu próprio
nome em nossa linguagem he sanha, que vem de humarre-
valado fervor de coraçom por desprazer que senle com
desejo do vingança. (LealCone., pag 96) • No tempo d'El
Rei D. Manoel c ainda depois era muito usada a palavra
sanha em lugar de ira. Daremos u m exemplo tirado das
Trovas-de Diogo Brandão á morte d'lil Rei D. João II;
fallando d'aquellc príncipe perfeito, diz :
Era hum mesmo no prazer e na sanha,
Das cousas virtuosas avia cobiça;
A Iodos igualmente fazia justiça,
Tendo Sem
sidose alembrarem as teas ira
palavra latina ti'aranha.
adoptada
no uso vulgar
(Canç.,Gcr. f. 91.
da lingua, com razão daremos à de sanha o valor de ira
furiosa, ou assanhada, como a do animal que mostra os
dentes ameaçando.
Raiva vem do latim rabies, e significa em sentido recto
u m a doença que melhor se cHama hydrophobia; e m sen-
tido translato é a ira levada^o ultimo gráo, suppõe não
só agitação violenlissima com furor, senão permanência
d'este furor, e mais ardente e insaciável desejo de vingar-
se, sem consideração a ncnhumVspeiio, como fazem os
cães danados que n e m a seus donos poupão : Cão com
raiva seu dono morde; diz u m antigo provérbio. E nisto
se differença particularmente da cólera e da ira que, posto
que impetuosas, são transitórias, e não cegas e implacáveis
•*

como a raiva.
270 ESC

376. — Escapar de , escapar a.


O difTerenle regime faz mudar a significação d'esle
verbo. — E s c a p á m o s d'um perigo, dá a entender que esti-
vemos meltidos nelle e saímos a salvamento. Escapámos
a u m perigo, suppõe que elle era eminente e que nos an-
ticipâmos a evilàl-o. — Poucos escapão aos aleives, aos
falsos testemunhos, âs más línguas. O malfeitor raramente
escapa da forca, quando cai nas mãos da justiça. —
Q u e m esleve a ponlo de.naufragar, e arribou a porto se-
guro, escapou ao naufrágio; o que,despedaçado o baixel,
saio das ondas com vida, escapou do naufrágio. — Fernão
Mendes Pinto escapou, isto é, salvou-se milagrosamente
do naufrágio na ilha dos Ladrões, e escapou muilas vezes
ao naufrágio, isto é, pôde cvitàl-o, em suas longas pere-
grinações.
577.—Escudo, broquel, adarga, rodella,
pavez, égide.
Armas defensivas, muilo usadas antes da invenção da
pólvora, que todas servião para cobrir o corpo ou parle
d'elleconlra os botes de lança, golpes de espada, os dar-
dos, e armas de arremesso, "mas que se diíferençavão na
matéria ou na forma, ou no uso que d'ellas se fazia.
Escudo vem do latim scutus, do grego ^ÚTOS, couro,
porque os primeiros forão de couro, e significa a arma
defensiva oblonga ou oval, a mais conhecida de todas, e a
mais forle, porque sefizerãologo de ferro e aço; enfiava-
se no braço esquerdo pelas braçadeiras; nelle pintavão os
guerreiros suas lettras e divisas, e d'aqui veio chamar-se
lambem escudo ás armp-s d'uma familiaou nação, como se
vê d'aquelles versos deAamões :
Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a victoria ja passada ;
Na qual vos deo por armas, e deixou
Broquel, palavra
As que commivm
elle para á lingua
si na cruz (Lus. , castelhana,
tomou. 1,7.) que pro-
ESC 271
vavclmente vem do bouclicr francez e do buceula lalino;
significa escudo pequeno do madeira forrado de couro
forte, com seu brocal; no moio tem umembigode metal ou
diamante, que cobre a embraçadeira que está por dentro;
lambem os havia de metal. Parece corresponder ao clypeus
dos lalino», que era escudo menor dos peões.
Adarga è palavra communi á lingua castelhana, que
vem do árabe addarca ou addara, escudo de couro, e
significa escudo oblongo do couro com duas embraçadei-
ras em que se enfiava o braço, o uma abertura onde se
meilia o dedo pollegar para o segurar. lira arma antiga-
mente usada em llespanha, em Portugal, enlre Mouros e
Africanos. K m dous lugares faz Camões monção d'esla
arma defensiva; fallando dos habitantes de Moçambique
diz:
Por armas tem adargas (') e terçados.
C o m a adarga, c c o m a hastea perigosa.
(I.us. , I , M, 87.)

Rodella, palavra igualmente commum â lingua caste-


lhana, que vem do italiano rotella, designa uma espécie
de escudo pequeno c delgado.
Pavez (do italiano ;>ai)i'se) ora escudo grande e oblongo
que cobria todo o corpo do soldado.
Égide é palavra latina, agis, do grego átyt», escudo ou
couraça de pelle de cabra (de ái{, cabra), e significa pro-
priamente o escudo de Minerva ou Palas feilo da pelle da
cabra Amallhea, em cujo centro estava a cabeça deGor-
gona ou .Medusa, cheia de serpentes;e no sentido figurado,
defesa, protecção. •
578. — Escuro, obscuro, sombrio,
t e n e b r o s o . calt vinoso.
Exprimem todos estes vocábulos falta de luz em corpos
ou lugares, mas com differente gráo ou diversos respeitos.

(*) E m algumas edições vem erradamente adagas ; adaga é arma


olfeiisiva como punhal, inteiramente desconhecida áouelles bárbaro*.
272 ESP
N o que é escuro falta a luz ordinária, mas resta airnla
alguma claridade.— Dia escuro é o e m que se não véu
sol, que eslá coberto, anuviado, mas e m que se vê assaz
para se distinguirem muito bem os objectos.
N o que é obscuro falta a claridade; e o escuro cerrado,
ou carregado. — Dia obscuro é o e m que ha névoa espessa
que impede de se verem os objectos senão muito de
perto.
N o sombrio falta o dia. — U m bosque é sombrio quando
a espessura do arvoredo impede a luz do dia, enão dá passo
senão a débeis reflexos.
O que é tenebroso carece de toda a luz. — O inferno c
tenebroso porque não penetra ali nenhuma luz.
Caliginoso é palavra poelica e latina, caliginosus, c
exprime não só o ultimo gráo de escuridade senão ex-
trema cegueira no órgão visual, por isso se diz: «Olhos
caliginosos » por escurecidos, cegos, physica ou moral-
mente, e não se poderia dizer, nem escuros, nem som-
brios, nem tenebrosos.
N o sentido figurado, escuro diz-se mais commiimmenlc
do que se não entende, ou ouve bem, do que é triste:
• pensamenlo, texto escuro; voz, palavras escuro».»—
Obscuro diz-se particularmente do que não lem lustre,
n e m nobreza : « nascimento, lugar obscuro. » — Sombrio
não se diz senão do ar e feições do rosto do homem triste,
e do caracter e pensamentos das pessoas, que vivem fora
de alegria. — Tenebroso diz-se com propriedade das ac-
ções, dos projectos, das empresas odiosas c secrelas en-
voltas e m véos impenetráveis.— Caliginoso diz-se acer-
tadamente da grande cegueira de entendimento, da
grande obscuridade do Ijfue escapa á nossa perspicácia
eprevisão.Em bons autores se lê : « Olhos caliginosos
dos sectários, da malevolencia; o caliginoso polo do
futuro. • ,
Espada durlndana,
579.—Espada,
im bárbaro
é palavra 9do alfange,
spatha,italiana egladio,
grego vnáOn,cimitarra.
castelhanaterrado,
que que
significa
vem do espa-
la-
ESP 273
tuia c espada de folha larga na ponla; c designa a arma
que se julga corresponder ao gladius dos latinos.
Gladio é palavra latina, gladius, que, segundo Yarrão,
vem de cladis, matança na guerra (quasi cladius, quód
ad cladem sit inventus). Não se sabe ao certo qual era
a forma d'esta arma ollensiva entre os Romanos, mas
deve ter-se como provado que se mettia embainha, que se
punha á cinta, e que era longa, porque Cicero diz na Ora-
ção pro Marcello : « Gladium vagina vacuum in urbe
non vidimus; não vimos na cidade espada desembainha-
da.» E zombando de seu genro Lentulo, que, sondo de pe-
quena estatura, trazia uma grande espada á cinta, disse :
« Quis generum meum ad gladium alligavit ? Q u e m atou
meu genro a uma espada?» — O primeiro talvez que usou
esta palavra em sentido recto, como em latim, foi Filinlo
Elysio na traducção dos Martyres, livr. 6, onde diz :
Delraz dos Vexillarios vSo Hastalos.
C o m gládios na segunda foima, etc.
Foi com tudo usada em sentido figurado por escritores de
boa nota para designar o poder supremo, e lambem u m
castigo de Deos, como disse Camões fallando da peste:«O
gladio que ferio o povo. » — Quer o autor dos Synonymos
da lingua porlugueza que se use d'esta palavra em sen-
tido reclo quando alludirmos aos usos bellicos dos Roma-
nos; e nomeadamente se houvéramos de traduzir aquelle
lugar de Vegecio, de Re Milit II, 15. « Habent.... gládios
majores, quos spathas vocant, et alios minores, quos se-
mispathas nominant,» em que não poderíamos deixar de
empregar os dous vocábulos gladio e espada, senão usando
d'ura circumloquio extenso e elbusado. Mui sensato é este
parecer; resta que se adopte e se observe; do que duvidá-
mos, em tempos em que se vem postergadas outras mais
importantes observações acerca'lus., 1,47.)
%i nossa tão maltrada
lingua.
Efallando
, palavra
Terçado,
dos
mui
Por do
habitantes
usada
castelhano
armas «emnosdeclássicos
terciado,
Moçambique,
adargas e poética,
é espada
e terçados. disse:
pois
curtaCamões,
e larga.
27ít EST
Durindana é termo cómico e burlesco com que se de-
signa uma espada grande, pesada e terrível, de que usSo
os valentes e denodados cavalleiros em suas lides; e assim
nos servimos d'esta palavra, como os Francezes da sua
flambergc, e os Hespanhoes da sua tizona, para zombar-
mos da valentia dos fanfarrões que se gabão de façanhas
inauditas.
Alfange é espada mouresca e turca, larga, curta e curva
que tem só um gume.
Cimitarra é espada pérsica, de açofino,defiguracurva,
e de Irez dedos de largo.
580. —Esperança, confiança.
Mui extensa é a esperança; espera-se ludo o queé bom
e agradável; a ultima cousa que o homem perde é a espe-
rança. Mas quantas vezes não são puras illusões as mais
lisonjeiras esperanças P — Quando porém a esperança è
bem fundada,firmeeqnasi segura da realidade, chamá-se
confiança, que vem da palavra latinafidutia,fidentia,
confidentia, a que os nossos antigos chamavão fiusa.— A
esperança refere-se a suecessos ou factos que hão de
acontecer, ou que podem acontecer; a confiança aos meios
porque se hão de conseguir ou executar. — Confio em
minhas riquezas, por cujo meio espero lograr o que
desejo. — O homem que tem grande confiança em Deos,
e se ajuda de boas obras, espera ganhar por ellas a sal-
vação eterna.
581. — Esperanças (estar tom , de).
Estar com esperanças é ter esperança de obter algu-
ma cousa boa, agradável. Só está de esperanças a mulher
gravida, que espera (§t o seu bom sucoesso.
582. — Estada, demora, residência.
Estada é a mansão que alguém faz num lugar, a acção
do estar, sem nenhuma idéa relativa.—Demora é o tempo
que alguém se demora num lugar, com relação aquelle
EST 275
para onde vai. — Residência é a morada ou assistência
continua em algum lugar.— Durante a minha estada no
campo, vim á cidade onde live alguma demora; por fim
fixei ali minha residência.
585. — E.stancla , cstroplie.
A primeira é palavra vulgar que significa cm geral pa-
rada, pausa, ele , e extensivamente ramo, numero de ver-
sos em que se dividem os poemas rimados; taes são as
oitavas nas epopeias. A segunda é termo de poética, do
grego npop/i, c designa a primeira estancia, ou ramo das
Odes, cujos períodos conslão de estrophes, anlistrophes e
cpódos, como são as Pindaricas.
584. — Estar certo , estar seguro.
Sendo a certeza, considerada no sujeito, o conhecimento
da verdade, ou a adhesão prudente a uma proposição que
excluo todo o receio de erro, ou, como definem outros
philosophos,a impossibilidade racional ou philosophica de
duvida; é claro que estaremos certos quando tivermos
esta certeza, ou ella seja tcelaphysica, physica ou moral.
É o estado de nosso entendimento que resulta da evi-
dencia.
Sendo a seguridade a falta de risco, falta de temor, de
receio, o estar seguro, é unia disposição do animo, que se
refere ás cousas praticas, e a confiança que temos no ob-
jecto por motivos que estão fora de nós.
Na ordem moral anda muitas vezos a certeza acom-
panhada da seguridade, quando as pessoas que nos refe-
rem os factos nos não inspii ãò*a menor desconfiança. —
O estar certo refere-se mais ao presente e ao passado; o
est ir seguro, ao futuro. — F o r a d a s promessas de Deos de
nada podemos estar seguros paráV) futuro. — Estamos
certos da amizade de nossos amigos', porque temos d'isso
irrefragaveis provas; para dizermos que estamos seguros
que ella continuará sem quebra, seria necessário . que ti-
não
peito.
véssemos
passa
— Quando
certeza
de probabilidade.
que
a seguridade
elles não hão
não dese mudar
funda ac mnosso
certeza,
res-
276 EST

583. —Estatura, talhe.


Do verbo latino sto, estar em pé, vem a palavra estatu-
ra, que adequadamente significa a altura da pessoa posta
e m pé. — D o verbo portuguez talhar, ou do substantivo
francez taille, vem a palavra talhe, que significa a dis-
posição, a proporção, o córle, por assim dizer, do corpo
humano.
A esfafMra pôde ser excelsa, alia, mediana, baixa, etc.
O talhe pôde ser esvello, delicado, gentil, ele.— As pes-
soas de muito alta, ou mui baixa estatura, quasi nunca
têem u m talhe gracioso e proporcionado; ao contrario,
nas de mediana estatura é mais frequente a gentileza do
talhe.
586. —Estrangeiro, estranho,peregrino,
forasteiro.
Estrangeiro, e melhor seria escrever extrangeiro, de
extra, proposição latina, como escrevem os Hespanhoes,
vem do francez antigo estranger ou do italiano straniere,
do lalim extraneus, e designa o que é de distincta domi-
nação da do paiz onde nos achámos ou residimos, o que
pertence a nação differente da nossa.
Estranho, c melhor extranho, vem da mesma pala-
vra latina extraneus, e significa o que é de nação, pro-
fissão, ele, differente da de que se falia, e extensivamente
o que nos é desconhecido, que nos não é familiar, a que
não estamos acoslumados, etc. Da primeira accepção nos
deixou exemplo Camões naquelles seutenciosos versos:
Que alegria nSo pódc ser tamanha
Que achar gente vizinha em terra estranha.
(Lus., Vil, 27.)
A segunda accepção, e a mais usada, funda-se no uso
vivo e mui lógico da lingua; e sua differença de estran-
geiro se abona com a autoridade de Lucena, que, fal-
lando doserão
Tcrnate, Porluguezes, dizestranha
gente « tão que a respeito dos mouros
nos costumes de
e reli-
EST 277
gião, quam estrangeira na terra e natureza (IV. 6). » —
U m estrangeiro, que vemos pela primeira vez, é estran-
geiro e ao mesmo tempo estranho para nós; quando o
Frequentámos, e com elle Irávamos amizade, já nos não é
estranho, anles familiar, mas será sempre estrangeiro e m
quanto se não naturalizar como nosso concidadão.— U m
conterrâneo, ou compatriola, não é estrangeiro mas é es-
tranho para nós, quando o não conhecemos nem com elle
lemos parentesco ou relações de amizade. Quantos estran-
geiros nos são menos estranhos que os nacionaes? !
Peregrino ipalavra latina,peregrinus, c vale o mesmo
que estrangeiro, segundo aquelle lugar de Cicero no livro
(la Amizade, em que diz que devemos preferir os concida-
dãos aos estrangeiros: « Cives potiores, quàm peregrini
(V. lítj. • E neste mesmo senlido o usou Camões quando
fallou do romano Sertório relativamente aos Lusitanos:
quando elevantárão
H u m por seu capitão, que peregrino
Fiugio na cerva espirito divino.
(Lus., 1,26.)
Usa-se porém mais para designar aquelle que anda er-
rante fora de sua pátria, como mui poeticamente disse
Camões de si m e s m o :
Agora peregrino, vago, errante,
Vendo nações, linguagens, costumes ;
Céos vários, qualidades dilíerentes, etc.
(Cani. XI.)
E em sentido figurado é mui expressivo para designar
o que é raro, singular, extraordií.vio para bem, no que
se differença de estranho que de ordinário equivale a des-
conforme; diz-se com muita propriedade da formosura.
Vieira, n u m dos seus muitos equivc>ps, nos deixou u m
bello exemplo dos dous mencionados usos d'este sonoro
adjectivo: «Todas estas enchentes de bens,ciz o atilado
orador, corrião á casa de Abraham...., não porque era
peregrina Sara, senão porque a formosura de Sara era
peregrina
II (II,é407).
Forasteiro • vulgar, antigamente21talvez usada
palavra
278 EST
e m lugar de estrangeiro, mas que hoje designa o que não
está avizinhado no povo e m que se acha, sendo subdilodo
m e s m o soberano, e por ventura, enlre o povo, homem ât
pouca conta que vem de fora, que vai de terra em terra;
não tem as accepções das precedentes, nem com ellas pód»
confundir-se.
587. — Estribilho^ bordão.
Tendo estas duas palavras mui differente significação
no sentido recto, porque a primeira significa verso ou
ramo de versos que se repele no fim d'uma ou mais es-
tancias, e a segunda significa u m páo a que um homem se
arrima, vem ambas a encontrar-se no senlido figurado si-
gnificando palavras de que alguém usa sempre. Todavia
estribilho parece referir-se mais ao estylo familiar, e bor-
dão ao didáctico e poético. — O primeiro parece indicar
m á o habito no fallar, pouco cuidado e m evitar repetições;
o segundo, pobreza de lermos e expressões no escritor,
pouco vigor e m variar a phrase, pelo que é obrigado a
encostar-se a cada passo ao bordão de certas palavras,
que podéra e devera evitar seguindo o conselho de Boi-
leau:
Voulez-vous du public mériter les amours?
Sans cesse en écrivant variez vosdiscours.
Se dos doutos quereis obter applauso,
Sempr'a vosso dizer dai novidade.
(Artpoel.)
Camões é censurado com razão de usar mui frequente-
mente do adverbo lá, cie é na verdade u m bordão pouco
honroso para u m poda de tão fecunda imaginação como
elle era. Não mereceria esta censura se o tivesse somente
usado no seguinte/aso ou e m poucos oulros similhantes.
Que esquecerão seus leitos no oriente
be lá chegar a lusitana gente.
(Lus., 1,50.)
Mas vinte seis lás, ao menos, se encontrão nas Lusíadas,
c alguns d'elles com dissonante cacophonia, como é o que
desfigura a estancia 5» do oitavo Canto.
EST 279
Q u e m será estoutro ci quo campo arraia ?
i Não são talvez menos frequentes os jás, pois só nata
estancia do sétimo Canto se lem quatro.
588 estudante, discípulo, alunmo.
Applicão-se estas trez palavras cm geral ao que toma
lições de alguém, mas dilfcrenção-se da maneira se-
guinte.
Estudante é o que actualmente estuda em alguma es-
cola, ou cursa aulas maiores e m universidade. — Estu-
dante de grammatica, de rhelorica, de philosophia, de
leis, etc.; estudante de Coimbra.
Discípulo é não só o que cursa uma aula, senão o que
aprende d'um mestre, a quem se entrega e cuja doutrina
segue; e assim m e s m o o que segue a opinião d'uma es-
cola ainda que antiga.
Alumno, segundo a etymología de alo, criar, nutrir, é o
que desde sua infância é educado por alguém e delle re-
cebeo o alimento da doutrina. Diz-se com propriedade
dos estudantes internos d'um collegio, ou porcionistas.
Applica-se em sentidofiguradoao natural d'um paiz, des-
pertando a idéa nobre do dever filial para com a mãi pá-
tria, como disse Camões fallando de D. Nuno Alvares
Pereira:
Ditosa pátria que tal filho teve !
Mas ante* pai; que em quanto o sol rodêa
Esle globo de Ceres c Neptuno,
Sempre suspirará por Vai alumno.
(i.jj., V I U , 32.)
589. — Estudante, estudioso.
O primeiro d'esles vocábulos é sm.stantivo, designa o
mancebo que cursa aulas, e pode ser qualificado pelos ad-
jectivos bora,máo, applicado, priguiçoso, etc. O segundo
é u m adjectivo que indica a qualidade que alguns homens
têem
dantesde
dante se pouco
tevou
são darem aoestudioso.
não ser estudo; —assim
estudiosos. que pôde
— Homens
A maior ha queu dos
parte mnaestu-
idade
estu-
280 EXA
madura sefizerãoestudiosos tendo sido muilo máos estu-
dantes cm sua mocidade.
i

590. — Exacto, pontual, primoroso. '


Applicão-se em geral estes vocábulos ao homem que
cumpre seus deveres, preenche suas obrigações, mas
cada u m d'elles exprime differentes gráos d'esta quali-
dade.
O que se conforma e m ludo com a regra que deve se-
guir, é exacto; o que faz u m a relação verdadeira, e sem
omillir a menor circumstancia d'ella, é exacto. — 0 que
se conforma com a regra ponto por ponlo, que d'ella se
não affasla u m ápice, é pontual • o que chega ao ponto que
deveé/Jonrwaí. — O que á exacção e pontualidade accres-
centa o primor de cumprir com prazer seus deveres ede
moslrar certa nobreza de sentimentos que annnncia os
desinteressados motivos que oanimão, esse é primoroso.
— T o d o h o m e m tem obrigação de ser exacfoem cumprir
os seus deveres; pôde ser pontual, se a isso se proposer;
para ser primoroso é mister u m dom particular ou mui
reflectido estudo.
591. — Exagerar, encarecer.
Exagerar recai mais propriamente sobre as circums-
tancias que fazem notável a cousa exagerada, e encarecer
sobre as que a fazem apprcciavel, conservando o verbo
neste sentido figurado (em que é synonymo de exagerar)
a propriedade de seu senlido recto.
Exagera-se o numerados inimigos, encarece-se o va-
lor de nossas tropas. JE;za<7erão-se os incommodos da
guerra, e encarece-se o mérito de ler servido nella ao
rei e á palria. — U n y historiador exagera os factos que
refere; u m mercador encarece o primor da alfaia que
vende. U m casamenteiro exagera as riquezas, e encarece
as boas prendas da dama que propõe.
592. — Exasperar,
Coufundem-se desesperar.
eui alguns casos estes verbos, sendo na
EXE 281
realidade mui differentes. — Exasperar é fazer áspero,
irritar. Desesperar c causar desesperação, tirar toda es-
perauça. — Exaspera-se a dôr com novas magoas; o in-
juriado com mais affrontas. — Q u e m nos quer mal nos
desespera; ãesesperão-se os requerentes com as delongas
do despacho. — A exasperar oppõe-se abrandar; a deses-
perar, esperançar.
595.— Excitar, mover, incitar.
Excitão-se ou movem-se os affectos; porém o verbo
excitar é mais a propósito quando se trata dos affectos,
ou movimentos da alma, fortes e sublimes, como o valor,
a indignação, a vingança; e o verbo mover quando se trata
dos suaves e brandos, como a compaixão, a ternura, a
piedade.—Incitar é estimular, provocar, desafiar, arras-
tar a fazer alguma cousa.
Excita u m poda o terror, pintando os horrores d'uma
batalha; move o orador a ternura, pintando o carinhoso
desvelo d'uma mãi afílida; porque os Mouros de M o ç a m -
bique andavão
Os fortes Portuguezes incitando ,
resolverão estes vingar a injuria com tanta presteza, que
ualquer em terra salta, tilo ligeiro,
ue nenhum dizer pode quehe primeiro.
(Lus., 1,87.)
594. — exemplo, «exemplar.
Confundião os nossos antigos estes vocábulos dando ao
primeiro o valor que é privativo do segundo. Lobo disse :
« Ciméa, gloria de Amor, exemplo de belleza;» Arraes:
« Cyro; exemplo e retrato dos bons reis; • e Camões : • O
formosura, exemplo de belleza. • Isto não obstante deve-
se adoptar na língua portugueza a differença que estas
palavras têem na castelhana, a saber : Exemplo é o caso
ou facto suecedido noutro tempo, proposto para imilar-se
ou fugir-se, e também o procedimento de alguém que ou
282 FAB
tros podem imitar. Exemplar é u m original, ou prolo-
lypo que se nos offçrece para o copiarmos, é um me-
deio a imitar-se. — Jesu-Chrislo, quando lavou os pés a
seus discípulos, deixou-nos ornais perfeito exemplo At
humildade e caridade fraterna; e morto na cruz, foi o
exemplar com que se identificou o Seraphitn de Assis.-
O desgraçado fim de Nero foi u m triste exemplo de que
seus successores se não aproveitarão; antes parece que
alguns d'elles tomarão por exemplar aquelle monstro da
natureza humana. — « Job, diz Vieira, alcançou o titulo
não só de exemplo, mas de exemplar de toda a pa-
ciência. »
595. — Experiência, ensaio, proYa.
A experiência dirige-se propriamente a buscar â ver-
dade das cousas, a conhecer suas propriedades, a saber
aproveitar-se d'ellas. Decide do que é ou não é; aclara as
duvidas, dissipa a ignorância. O ensaio dirige-se particu-
larmente ao uso das cousas; porque as reconhece antes
de usál-as, adeslra-se nellas, próva-as em particular antes
de executál-as c m publico; julga se se pôde ou não fazer,
fixa o uso, decide a vontade. A prova refere-se principal-
mente à qualidade das cousas, ao exame d'ellas; mani-
festa o que é bom ou m á o ; distingue o melhor e evilao
risco de ser enganado.
A experiência refere-se â existência; o ensaio ao uso;
aprova aos attribulos e qualidades. Fazem-se experiên-
cias para saber; ensaios para escolher; provas para conhe-
cer. A experiência n ytifesla-nos se a cousa existe real-
mente; o ensaio, quaes são suas qualidades; a prova, w
lera as que pensávamos. — A experiência confirma c
corrobora nossas opiniões; porque é mãi da'sciencia. 0
ensaio serve de guia a nossos gostos; porque é o caminho
do achar nelles seguridade e satisfação. A prova fortifica
nossa confiança; porque é o remédio que temos contra o
erroe o —
596.
Segundo Fabricante,
aengano.
linguagem aclual da falirleador.
industria, fabricante é
FAC 283
o dono d'uma fabrica ou de muitas, que não fabrica com as
mãos, senão com o entendimento; e o que seu entendimento
concebe c sua vontade ordena o põe e m execução o fabri-
cador, que é o mestre ou oflicial empregado na fabrica.
— O dono d'uma fabrica de ferro, de pannos, ordena (pie
se faça ferro pedrez, que se teça c prepare panno azul. O
que dá a ordem é o fabricante; o que a põe e m execução
é o fabricador.
597. — Fabuloso, falso.
A differença entre estas duas palavras que se referem a
u m a idéa c o m m u m , e que por isso se têem como synony-
mas, é notável. O fabuloso exprime a idéa, a invenção
de qualquer cousa que, referindo-se ao passado, tenha
relação com os costumes e preoceupações; numa palavra
coma mythologia, que não é outra cousa senão a historia
ideal das paixões, dos desejos e das necessidades huma-
nas. O fabuloso inventou-se para entreter, divertir e en-
sinar; o falso, para enganar, para disfarçar a verdade, e m
proveito do que mente e em damno do que acredita. —
Bxetnplo do fabuloso : Diana, deosa da caça,e a quem a
mythologia áttribue paixões, desejos e prazeres. Exemplo
do falso : Calilina seduzindo aos conjurados com pro-
messas que não havia de cumprir para sacrificál-os á sua
ambição.
598. — Facção, partido.
Estes dous termos suppõem igualmente a união de mui-
tas pessoas e opposição que f a ^ m a algumas vistas dif-
ferentes das suas; nisto consiste sua synonymia.
Tor facção entende-se geralmente, u m a reunião de ho-
mens que trabalhão secretamente ouNs claras para destruir
por lodos os meios que lem ao seu alcance as reuniões
contrarias que se oppõemasuas vistas ou a seus interesses.
O partido não é sempre a união de muitas pessoas, senão
geralmente o concursodasopiniõesdemuitaspessoas. Des-
utas
pensado
m opiniões
partido,
e m unir-se
particulares
sem quepara
as pessoas
éfazer
que frente
emana
que as
aepor
seus
manifeslão
contrários.
ellas se lenhão
forma
284 FAC
Na linguagem ordinária, e quando não se traia mais
que d'um h o m e m e m particular, u m partido não significa
senão u m numero mais ou menos considerável de pessoa]
que, sem estarem precisamente unidas, e ainda sem se
conhecerem, respeitão e adoplão as doutrinas d'um
h o m e m , sujeilão-se a suas disposições, porque o crêem
de talento, e confião e m seu saber ou em suas virtudes, e
lêem por sãs e justas suas opiniões; sendo esta crença a
cansa de estarem sempre dispostas a defender pelo ra-
ciocínio sen parecer contra os que pretendem dene-
gríl-o. Considerado neste sentido o partido não se faz
odioso nem desprezível á vista dos demais, pelo que
muito se differença de facção. Diz-se que Descartes teve
u m grande partido em França; não menor o tiverãa
liacon e Newton e m Inglaterra, I.eibnilz em Allemanha;
Vieira lambem o leve em Portugal; mas não se pôde di-
zer que produzirão u m a facção.
Quando as pessoas que formão ou compõem um partido
se reúnem contra os partidos contrários, se congregão
secretamente para tratar dos nuios de opprimíl-os, de
combalêl-os, do sulfocál-os; a isto se chama u m partido
sedicioso, que degenera e m facção, mormente se é poli-
tico. Os partidários de César começarão por formar uma
facção, que chegou bem de pressa a ser u m partido do-
minante que acabou com a republica.
A principal accepção da palavra facção, diz Voltaire,é
a de partido sedicioso n u m estado. A palavra partido por
si só não encerra nada de odioso, a de facção o encerra
sempre. — Os partidos políticos quanto menos razío
têem mais facciosos se fazem. — Os chefes dos partidos
políticos raramente se 'contenlão de os dirigir por con-
selhos e palavras, antes os fazem obrar activa e violenta-
mente, pondo-se ostensivamente á sua frente, e então são
chefes ou cabeças de facção. Taes forão o cardial de
599.
na
eRetz e o —duque
Confundem-se
m linguagem
Portugal,Fachada,
da
ele. Guisa e mfrontispício.
vulgarmente
dearchiteclura
eslas
França,
nosto
duasque
o palavras,
duque
ambasdedesignem
Caminha
mas
l'AD 285
a estruclura exterior d'um edifício, differenção-se em que
frontispício diz-se da dianteira d'uma igreja, d'um tem-
plo, d'um palácio, d'um monumenlo publico; e fachada
diz-se da face, ou lado dos jardins, da rua, do pateo, etc.
— U m edifício regular tem u m sò frontispício, e pôde
ter trez fachadas.
400. — Faculdade, poder, potencia.
Termos didácticos que vulgarmente se confundem, mas
que os philologos distinguem da maneira seguinte.
As faculdades são as disposições que a natureza dá em
geral ás diversas espécies, por meio das quaes torna aos
indivíduos aplos para fazerem lai ou tal acção, nos casos
em que lenhão para isso opoder e possibilidade. O h o m e m
lem a faculdade de ver, de ouvir, de andar, ele, sempre
que não se lhe oppõc algum obstáculo, e em quanto lhe
não falta a força e a possibilidade de execulál-o.
O poder é a liberdade, o não obstáculo de fazer u m a
acção, sem que nada se opponha a sua execução.
A potencia é a força necessária para executar uma
acção.
Assim que, numa acção que faz o h o m e m podem-se
considerar trez cousas : I a , a faculdade; 2 a , o poder;
3 a , a potencia. T e m a faculdade, porque as partes de
seu corpo que a execulão são aptas e expeditas para fazêl-
a facilmente; tem o poder, porque nenhuma de suas
mesmas partes lh'o impede; e tem a potencia, porque não
carece das forças necessárias para executâl-a. — As fa-
culdades de que o h o m e m é dotauoficãoinactivas sempre
que se lhe lira opoder ou potencia de as pôr e m acção.
T e m o h o m e m a faculdade de ver, dejouvir, de andar ; mas
se lhe vendão os olhos, lhe lapão os ouvidos, lhe põem ferros
aos pés, falta-lhe opoder, e por tanlo não vê, nem ouve,
' • !

nem anda. D o mesmo modo não verá, nem ouvirá, nem


órgãos
uma
bros
andará,
doença
desembaraçados,
aainda
força
qualquer,
que
necessária
tenha
se
sopitaraj)OtV.«cia
os
u para
m olhos,
somno
exercer
os
profundo,
ouvidos,
suas
que funeções.
dava
u em os
lethargo,
aquelles
mem-
286 FAL
401. — Fadiga , cançaço.
Indicão eslas duas palavras uma indisposição do corpo
ou do espirito que impede o executar alguma cousa.
Quando ella provêm d'um trabalho de corpo ou de espirito
que apurou todas as forças, chama-se-Ihe fadiga ,• quando
ao contrario provêm d'um trabalho demasiadamente uni-
forme, ou que se deixa de bom grado, dà-se-lhe o nome
de cançaço.
Fallando do espirito, cançaço diz-se no sentido de des-
gosto, o que não acontece a fadiga. Por exemplo: • Um
exercito extenuado de fadiga,» faz relacção ás forças
corporaes; e, « T a m b é m se faz a paz pelo cançaço da
guerra. » Cançaço está aqui tomado e m sentido de
desgosto.
Fadiga toma-se algumas vezes pelo trabalho mesmo,
diz-se indilferenlemente : «Os trabalhos e as fadigas da
guerra.» S e m embargo, u m é a causa e o outro o effeito,
Não se diria pois no m e s m o senlido, o cançaço da guerra.
O cançaço faz-se sentir algumas vezes sem que se faça
nada; provêm isto de certa disposição do corpo ou dum
enfado do animo. A fadiga é sempre a consequência da
demasiada acção; suppõe trabalho difficil ou aturado. —
A fadigar-se é trabalhar com anciã e affinco; cançar-st,
pode ser islo, epóde lambem ser, esmerar-se, apurar-sc
c m fazer bem alguma cousa.
402. — Falias, enganoso.
O que engana ou faz cair em erro a alguma pessoa é
enganoso,- o que nasce j£ para enganar, abusar desta fa-
culdade, e que real e verdadeiramente engana, porém com
intenção formada de antemão, é fallaz. Enganoso é uma
palavra genérica e if'.'ga : lodos os géneros de indícios e de
apparencias incertas são enganosos. Fallaz designa a
falsidade, a argúcia, a impostura estudada; por isso os
405.—
Termos Fallencla,
raciocínios
jurídicos
solisticos
mercantis banca-rota,
são fallazes. quebra.
hoje mui usados theorieae
FAL 287
pralicamente, que ás vezes se conmndem, mas que entre
si differem, segundo a jurisprudência mercantil moderna.
Todo o commerciante que cessa ou suspende seus paga-
mentos eslá em eslado de fallencia. Todo o commerciante
fallido que se acha num dos casos de culpa grave ou fraude
prevista pela lei, está em estado de banca-rota. Concor-
dai) estos dous termos em indicar u m negociante ou ban-
queiro, que, pela desordem de seus negócios, é forçado a
quebrar-lhe o curso; porém no uso geral chama-se /V/í—
lencaa quebra causada por revezes, acontecidos ao de-
vedor, o em perdas que solfreo, e não podia evitar; e
banca-rota, a fallencia ou quebra de m a fé, por isso de
ordinário se diz banca-rota fraudulenta.
Quebra é a verdadeira palavra portugueza usada na
ordenação, e que diz o mesmo que fallencia, a qual foi
adoptada no commercio muito tempo depois; hoje são
perfeitamente synonymas e do igual uso, pois diz-se in-
differentemente negociante quebrado, ou negociante
fallido.
A pezar de que fallir de bens é phrase clássica e de uso
geral na lingua, equivalendo a: «mio ter com que pagar
aos credores, não ter com que satisfazer suas dividas,»
com tudo rigorosamente fallando, segundo José Ferreira
Borges, só o negociante, commerciante ou banqueiro pôde
fallir. U m particular, não negociante, pôde tornar-se in-
solvente mas m o fallido.
Quanlo á origem da expressão banca-rota, diz D. Fr.
Francisco de S. Luiz que vem da pratica antiga de se
quebrar o banco que o negociante fallido tinha na praça
do commercio, dando por vago o lugar que elle ali oceu-
pava; José Ferreira Borges diz,"?to seu diccionario jurí-
dico conmiercial, que ella «vem de ser uso antigo, que
fazendo os banqueiros os descontos de lettras e trocas de
moedas numa banca '• em pa-
mesas
gamentos
doo
d'oudc
vemA maprimitivamente
bverdadeira
o:os
sd'ahío
estes
francezes
so lhes eou
senhores
n origem» mesa,
o mquebravão
lizerão
da lêem quanSo
italiana
da expressão
a razão,
sua
, alcançados
banco-rotto
rompido
bunqueroute
mas
banen-rota,
nenhum
as ou
bancas
,•fallito,'
d'elles
ac qual
ainda
ou
288 KAM
que a nossa banca-rota, isto é quebrada (rupta), pareça
u m gallicismo, rigorosamente não o é, porque banco em
italiano não é banco era portuguez, senão banca, mesa,
como se pôde ver no diccionario de Bullura, que diz;
« Banco, tavola, presso cui risieggono giudiciper ren-
der ragione, mcrcantiper contar ãanari, etc.; banca,
mesa, e m torno da qual se assentão juizes para julgar
causas, mercadores para contar dinheiro, etc.»
404. — Faltar, carecer, necessitar.
Falta o que não se tem, nem teve nunca. Carae-se
do que se teve e não se tem. Necessita-se o que é indis-
pensável para os usos e necessidades da vida. Por exemplo:
Na habitação d'um pobre faltão os moveis que tem um
rico. Este m e s m o pobre carece de pão, quando se lhe
acabou o que tinha; e necessita comprâl-o para susten-
tar-se.
A05. — Famélico , faminto, esfomeado
ou esfaimado, famnlento.
A palavra latina fames e a portugueza fome são os
radicaes d'esles adjectivos, que todos indicão o que tem
fome; porém alguma differença se pôde notar entre
elles.
Famélico é palavra alatinada, famelicus, que se tra-
duz em faminto ou esfomeado, pela opposição que tem
com saturatus, farto. Se houvéramos de traduzir aquelle
dito de Planto : « D u m ridebunt saturati, mordebunt
famelici (Pseud. Prol. ÍA); • diríamos mui bem : « bm
quanto rirem os fartos, morderão os famintos.'
Faminto indica o que tem fome e deseja comer; corres-
ponde, como vemos,fófamelicus latino, eao hambrienlo
espanhol, mas não tem lanla força como o esfomeado ou
esfaimado portuguez, como parece dál-o a entender
Vieira, quando disse : « Por isso ha tantos famintos, ou
<•
tantos esfaimados da graça (V. 423). • O prefixo es
augmcnla
dous adjecUvos
a força,
exprimem
a intensidade
uma fome
do radical,
violenta,
pelo
devoradora
que estes
FAM 280
nos indivíduos a quem se applicão. — Esfaimado c menos
vulgar que esfomeado, e faminto c poelico, mormente
no senlido figurado de mui desejoso, de que temos b o m
exemplo e m Camões, que disse :
D'esM arle o s u m m o bem se m e offerece
A o faminto desejo, porque sinta
A perda de perdèl-o mais penosa.
(Canç. II.)
famintos beijos na lloresta!
Oti que mimoso choro que soava I
(Lus.. I X , 83.)

Famulcnto é palavra mui expressivae poética, que não


exprime somente fome grande, ou grande desejo, senão
uma fome, u m desejo ardente, insaciável, que nada farta,
como muito bem disse Camões :
Que nunca o pensamenlo
\ oando sempre <!e luima a outra parte,
Deslas entranhas tristes bem se farte;
Imaginando c o m o , c famulento,
Que come mais, e a fome vai rescendo.
(Canç. II.)

li depois d'elle disse Bocage :


Com famulenlos olhos a devora.

400. — Família, casa.


Familía, no sentido próprio mais estreito, comprehende
a sociedade formada naturalmente pelo pai, a mãi e os
filhos, quer vivão reunidos na^mesma habitação, quer
vivão separados. Entcnde-se também por esla palavra
Iodas as pessoas d u m mesmo sangue e parentela, como
irmãos, netos, cunhados, genros, p^ynos, etc.
A familía, tomada no primeiro sentido, cessa quando
todos osfilhosdepois da morte do pai hão tomado estado,
e por conseguinte estabelecerão famílias particulares;
tomada no segundo sentido, a família comprehende aos
que descendem d'um mesmo tronco, e m cujas veias circula
por conseguinte o mesmo sangue.
As famílias
H. estabelecidas nela nalureza concluem-se,
•_>.•
290 FAR
ou propagão-se, são mais ou menos numerosas. Estas, por
sua maior extensão, seu comportamenlo, e pelas oceupa-
ções honestas que têem muitos de seus membros, disliu-
guem-se da plebe obscura, e adquirem uma espécie de
consideração de que uâo gozão os homens separados do
seio de suas famílias. Isto é o que se entende por famí-
lia, tomado no sentido das distinctas linhagens. Um
h o m e m de boa família é u m h o m e m que pelos laços do
sangue está unido a certo numero de pessoas que na so-
ciedade e pelas razões jádilas gozão d'um lugar privilegia-
do. Isto se chama u m a /amií/a dislíncta, honesta, estimável.
Quando os títulos, as alias dignidades e os grandes em-
pregos se hão multiplicado e conservado sem quebra du-
rante largo tempo n u m a mesma familía, os membros que
compõem estas famílias quizerão levar mais adiante a
distineção ordinária de família, e d'aqui lhe veio o nome
de casa. Diz-se a casa real de Portugal, para designar a
família que possue ha largos annos a soberania de Por-
tugal ; e a família real, para designar a reunião das pes-
soas que, sem desfruetarem os direitos immediatos ao
throno , eslão unidos pelos laços do sangue á que o
oceupa.
Casa é pois superior a família; esla palavra traz com
sigo u m a larga posse de títulos estabelecidos por leis. A
casa de Bragança, a casa dos antigos duques de Medina-
Celi, a casa de Áustria, etc. Neste m e s m o senlido se diz:
Fulano pertence a u m a antiga casa, para manifestar
que pertence a u m a família dislincta e antigamente «Ilus-
trada por títulos honrosos e por u m a bem merecida consi-
deração publica.

407. —Farca, comedia.
A primeira c a esjjtcic, a segunda o género.
A palavra
i
comedia é latina, comadia, e vem do grego
entre
mologistas.
forme
caso,
*u|Ku6ía;
os
diz
de quaes
oxúp.y,
sobre
mQuerem
e s mHermosilla,
cuja
olugar,
queuns
origem
canção
aldeia,
queque
não
adepalavra
ecila
aldeia.
estão
do seúon,
de
derive
grega
Querem
acordo
canto;
xw/nuSte
deoutros,
os
e'neste
cty-
se
KAR 291
o
Significa esta palavra : I o que nós poderíamos chamar
ronda ou quadrilha de mancebos d'um lugar que vão de-
noite dar descantes a suas namoradas, e que muitas vezes
a favor do escuro, efingindoa voz, dizem ou cantão can-
ções satíricas contra algumas pessoas; 2 o estas mesmas
canções ou sátiras demasiadamente livres e mordazes.
Segundo esta ctyiuologia, que parece a verdadeira, se \é
claramente porque os gregos derão ás composições e m
verso, em que se censuravão malignamente e satirizavão,
primeiramente pessoas determinadas, e depois os vicios
em geral, o nome de xu/ttsiííeè; que os latinos escreverão
comaalia, e nós comedia.
Não longe d'esla origem vai a significação que damos á
palavra comedia, que é a de fabula dramática, e m que se
representão acções da vida, e pessoas ordinárias, para se
corrigir o vicio' por meio do ridículo.
Farça (do francez farce ou do italiano farsa) é pequena
comedia burlesca, menos artificiosa do que ella, e m que
se entreroeião scenas ridículas e triviaes. Muito bem fez
sentir o atilado Vieira a differença que ha enlre comedia
e farça, quando disse, fallando dos pregadores do seu
tempo : « Não é comedia, é farça. (1,75).» C o m o se dis-
sera que não só fazião rir, senão que provocavão a zom-
baria c a mofa.
408. —Fartura, saciedade.
Fartura è palavra latina, fartura ou farctura, de
fareio, usada por Vitruvio, e de que os castelhanos fizerão
harlura; significava entre os romanos, recheio, acção de
recheiar; e não vem de satuntas, mas tem o mesmo
valor e significa a repleção que resulta de haver comido
muilo, e extensivamente, copia, abundância de cousas
com que não se sente falia.
Saciedade, é a corrupção da palavra latina sacietas, e
significa propriamente a fartura que aquieta o gosto ou
oFalta-lhos
losos
desejo.
A fartura
ha que
a capacidade
moitas
está nasconsas;
vezes
physica
estão
a saciedade
fartos,
para rerehcr
mas
nasnão
os
pessoas.
alimentos,
saciados.
Go-
292 FAS
m a s soheja-lhes o desordenado appctite de comer. Outro
lanlo se pede dizer na ordem moral.
Fartwra é vocábulo vulgar, e refere-se mais geral-
mente ás paixões grosseiras e aos goslos sensuaes; sacie-
dade é mais polido, e mais se •'usa fallando de objectos
moraes, no m e s m o senlido e m que dizia Plinio : «Morta-
libus suarutn rerum satietas est, alienarumque avidi-
tas ; 'lêem os morlaes saciedaáe do que é seu, e avidez
do alheio (XII, 38).»
409. — Fascinar, allncinar.
Fascinar é o verbo lalino fascinare, que vem do grego
/3«,xaívw, e significa primitivamente enfeitiçar, dar olhado
ou quebranto, e no senlido figurado enganar por meio de
prestígios, falsas apparencias, etc.
Allucinar ou antes hallucinar é também verbo lalino,
hallucinari, e significa deslumbrar, oífuscar; eno sentido
translalo cegar, escurecera intelligencia.
Fascina-se com esperanças de bens malcriaes, que o
fascinador crê não hão de chegar, mas de que o fascinado
se deixa embebecer. — Allucina-sc intimidando ou prt-
metlendo que de não fazer u m a cousa ha de resultar van-
tagem para o que a nãofizer,suppondo que está decidido
a fazêl-a. — O que engana para mal é fascinador•,o que
quer fazer crer como verdade o falso, é allucinador.
AIO.— Fastidioso, importuno.
Fastidioso é ludo aquilo que nos causa fastio, moléstia,
desagrado; importuno, o que causa uma espécie de des-
gosto que se renova continuamente. O que é fastidioso
affecta a alma consta/-.temente, e tem consequências desa-
gradáveis ; o que é importuno affecta os sentidos por sua
repetição frequente e desagradável. U m a enfermidade é
u m acontecimento fastidioso; o rttido da m ó d'um moinho
é importuno para quem não eslá acostumado a ouvtl-o. A
primeira produz u m desgosto constante que affecta a
alma;
lido do oouvido.
>segundo— u Um menfado
discurso
suecessivo
longo, difuso,
que fatiga
semo sen-
inlc-
FAS 293
resso nem elegância, é cousa fastidiosa ; o h o m e m que
vem a cada passo fazer-nos as mesmas queixas, ou repetir
enfadosamerite os mesmos peditórios, é u m ente im-
portuno.
AH . — Fasto, luxo, sumptuosidade^
magnificência.
Estas quatro palavras têem por idéa commum o gasto
maior ou menor que faz u m a pessoa para presenlar-se
com mais ou menos ostcnlação e brilho á vista das de-
mais ; mas differenção-se da "maneira seguinte.
Luxo, do latim luxus, c excesso na pompa e regalo,
excesso de despesa. Relativamente fallando pertence a
todos os estados, até ao ínfimo povo; c se acha alé na
classe de gastos mais geraes. Considerado nas classes in-
feriores da sociedade, e limitado unicamente a gastos
medianos, conserva sempre o nome de luxo.
Quando o luxo não lem nenhuma relação c o m os
gozos pessoaes, senão que tende a dislinguir-.se dos demais
luxos, a obscurecêl-os e htunilhâl-os com umas riquezas
que não se lêem, chama-se luxo de ostentação.
O luxo de ostcnlação nas classes superiores da socie-
dade chama-se fasto, quando se manifesta com affectação
e grande vaidade. A palavra fasto vem da latina fasti,
que entro os Romanos significava dias de festa. Nestes
dias procurava a capital do Império fazer a solemnidadc
com lodo o apparato, tanto e m seus vestidos como em
seus festins. Representa a magnificência nos que por sua
calhegoria devem representai-^; manifesta a vaidade e
orgulho nos que nâoseachão naquelle eslado.
O fasto não é o luxo. U m a pessoa pôde viver e m sua
casa com luxo, sem fasto, islo é, «jem apparecer á vista
do publico com grande opulência. Póde-se ter fasto sem
ter luxo. O fasto é o complemento do luxo. Este acha-se
na
as classe
tivo.
lerApossueo media
assumptuosidade
Épessoas
fasto e infima
faz oslenlação
ricas
que dão oasda sociedade;
ec fidalgas.
luxo
d'ellas
solidas
não aquelle
aoriquezas,
apparenle, só o podem
disfruclál-as.
quando
senão posi-
o que
294 Ulli
A magnificência è o gasto exagerado, porém empre-
gado em objecíos bellos e de utilidade commum. A magni-
ficência não é o luxo da apparencia com que o vaidoso
ostenta seu orgulho, senão o luxo da realidade com que se
honra u m monarcha por haver feito uma cousa ulil a seus
súbditos e em favor de sua nação.
No tempo d'EI Rei D o m Jo'ão V o havia luxo no povo
portuguez, e osfidalgosvivião com fasto. As ricas al-
faias que ainda restão do tempo d'aquelle príncipe mos-
trão o luzido fasto com que elle se apresentava cm
publico. A sumptuosidade com que elle edificou Mafra e
os arcos das Âguas-Livres alteslão sua real magni-
ficência.
Ali Fatal, funesto.
Significão estas duas palavras uma cousa triste e de
máo exilo; porém a primeira é antes um effeilo da sorle,
e a segunda a consequência d'um crime. — O s guerreiros
eslão expostos a concluir seus dias d u m modo fatal;
os criminosos eslão sujeitos a morrer d'uma maneira
funesta.
Estas palavras tomão-se muitas vezes em senlido pro-
phelico. Então fatal designa certa combinação de cousas
desconhecidas, que impede se leve a cabo alguma cousa,
e que a faz inclinar mais para o máo exilo que para o bom
successo. Funesto presagía suecessos de mais importân-
cia, seja para a vida, seja para a honra, seja para o cora-
ção. — A galanteria faz a fortuna de uns, e chega a ser
fatal a ouiros.Toda amizade arraigada no vicio é funesta.
—- A perlinacia d'EI Rei»"Dom Sebastião em sua jornada
de Africa foi fatal á nação portugueza, e funesta aquclle
inconsiderado príncipe.
4'
Na
jecto
ucontrava
á mfatalidade,
linguagem
encadeamento
determinado,
ao415.
contrario
dos
quando
— de
pagãos,
onde
Fatalidade,
sua
causas
caminhando
pensava
desgraça,
devia-seo
desconhecidas
achar
sendo
o homem
sorte.
sua
êxito
conduzido
fortuna,
qued'uma
a obravão
certopor
cousa
en-
ob-
FAT 295
occnltamento )iara cncaminhál-o ao opposto do que se
propunha. Devia-se o exilo d'uma cousa á sorte, quando
sem escolher ponto fixo de vista, e dirigindo-se atropcla-
damenlc o sem objecto algum, encontrava o homem, cego
cm seus desígnios, o objecto que mais lhe convinha. —
Segundo elles, os arestos da fatalidade erão necessários,
e merecidos do homem. Os da sorte, erão devidos á sorle
mesma, ou como costuma dizer-se, á ventara,ao acaso.
414. — Fatalidade, fortuna.
A fatalidade (em linguagem pagã) nos designa todos
os suecessos que são relativos aos seres sensíveis. A for-
tuna nos demostra os acontecimentos que lêem relação
com a posse ou privação das riquezas e das honras. Assim
é que, quando u m h o m e m perde a vida por u m successo
imprevisto, attribue-se esta cataslrophe á fatalidade ,• e
quando oulro perde seus bens, ou dignidades, se altriDue
a fortuna.
Veja-se Fortuna.
415. — Fátuo, impertinente, néscio.
São eslas umas palavras que em todas as línguas não se
sabem definir com exactidão, porque em si contêm u m
complexo de idéas, que varião segundo os costumes de
cada povo e de cada século.
O padre Vieira, fallando do verbo infatuar, que é fazer
fátuo, diz : «Nunca a nossa lingua m e pareceo pobre de
palavras, senão neste texto (Inf%tua, Domine, consilium
.Jrhitofel, U dos Reis, X V , 32). Infatuar significa fazer
imprudente, fazer ignorante, fazer néscio, e ainda signi-
fica mais (II, 228).» É pois mni^omplexo o adjectivo
fátuo; muitas vezes se contrapõe a prudente, como o
m e s m o Vieira fez, dizendo : «Conselhos prudentes sem
execução não são prudentes, são fátuos (II, 229).» O epi-
theto fátuo, applicado ás pessoas, refere-se mais ao in-
ferior
parecem do hpertencer
Ô fátuo ofalia
m e m muito,
que
os ásç maneiras
segundos, exteriores,
com <-<:rto
impertinente, aeque
tom que-lhe mais
néscio.
é peou-
296 FAV
liar; não sabe nada, efigura-se-lheque sabe tudo; escula-
se a si m e s m o , e admira-se. A vaidade e o desaire são sna
divisa. O impertinente falia lambem muito como ofatw,
seus ditos são despropósitos, sem consideração nem res-
peito; confunde a honestidade com a libertinagem, com
demasiada familiaridade; falia e obra sem recato, e ás
vezes cora desavergonhada insolência : é u m fátuo arro-
jado, ou atrevido.
Inúteis são todas as lições que se dão a u m néscio, por-
que a natureza lhe recusou o d o m de aprendêl-as. 0
néscio carece do que é necessário para ser um fátuo.
O néscio é sempre ridículo, e por conseguinte merece o
desprezo. — O fátuo cansa, enfada, e aborrece. — O im-
pertinente offende, irrita, e desespera.— Ao fátuo não
confies segredo; ao impertinente não dês confiança; com
o néscio não tenhas relações n e m contratos.
416. — Favorecedor, protector.
A primeira d'estas palavras indica uma pessoa queé o
instrumento pelo qual se executa alguma acção em favor
de outra, com quem está unida com os laços da amizade;
suecedendo isto não sempre, senão algumas vezes. A se-
gunda, pelo contrario, designa u m a pessoa que se inte-
ressa por outra desde seu nascimento, e sempre, submi-
nistrando-lhe o necessário para os usos da vida, c prote-
gondo-a e m tudo. — O que favorece faz, ou dá favor; o
que protege cobre, ampara e defende. — O favorecedor
pôde sêl-o para mal; o protector é o sempre para bem.
•''
417, —Favorito, Tal ido, privado.
Eslas trez espécies de indivíduos têem grande entrada
com os príncipes e senhores, e recebem lácilmente suas
graças e favores, mas cada uin d'elles por differente modo,
e com diversas relações.
vezFavorito
ama serve é opaixões,
suas mimoso
com preferencia; a quem
recebe
mas não se favorece,
os favores
lhe dá do a quem
conselhos
poderoso, seo
nemtal-
FAV 297
domina, antes recebe seus mandados e lhe obedece. É u m
ente passivo, e e m geral pouco estimado.
Valido é o que lem valimento junto do príncipe, e que,
aparentando humildade para com elle, o domina com as-
túcia em proveito de sua ambição.
Privado é o que priva com o príncipe, vive com elle
como em vida privada, goza de sua privança e conver-
sação familiar; mas nem o serve baixamente como o fa-
vorito, nem busca dominál-o e m proveito próprio como o
valido.
Anligamenle a palavra privado designava u m cargo
mui honroso junto de nossos reis, ou u m a occupação
como de ministro do despacho, e não valimento; era o
arijeclivo latino privatus substantivado, referindo-se a
conselheiro, consiliurius privatus. Fernão Lopes m e n -
ciona vários privados d'EI Rei D. Pedro I; D. João Affonso
Tcllo, conde de Barcellos, era o maior privado d'EI Rei
D. Fernando, Diogo Lopes Pacheco era lambem muito
privado. O celebre João das Regras foi privado d'El Rei
D. João 1, como tal se assignava, e assim o denomina o
epitaphio gravado sobre sua sepultura em S. Domingos
de Remfica. Este parece ser o ultimo que teve o titulo de
privado, o qual não tornou mais a ser usado nos reinados
seguintes. « Até o reinado de D. João I, diz o sábio aca-
démico Trigoso (*), chamava-se privado aquelle conse-
lheiro que tinha maior traio e conversação secreta com o
soberano nos negócios do Estado; e os que depois se
chamarão validos erão os que com elle Unhão mereci-
mento on graça, em virtude da qual conseguião o que lhe
podião ; porque valer propriamente significa ser útil, ser-
vir, e prestar.»
(•Nota
) T o m o XI
m e s,mparte
o sábio
II, dasque depoisda que
Memoiias a dignidade
Academia ou
das Scieneias,
p a g . m .de privado deixou de existir^ começou este nome
officio
a passar como synonymo de valido, e cita Sá de Miranda
que diz :
•298 FAV
Q u e m graça ante El Rei alcança,
E In falia o ntie não deve,
Mal grande de m á priv.,nça.
Peçonha na fonte lança.
De que toda a terra bevc.
O mesmo poeta:
Que Deos he fogo que abuza
Sei-o de hum privado seu.
E noutro lugar:
Não faltemos naquella inlirmidade
De seus validos, ele.
Neste mesmo sentido disse Camões, fallando de D. San-
cho II:
De governar o reino, que oulro pede,
Por causa dos privados foi privado.
(Lus., III, 01.)

E fazendo allusão a El Rei D. Sebastião:


Culpa de reis, que ás vezes a privados
Dão mais que a mil, que esforço esaLertenhSo.
(Lus. , V I U , 41.)

Ainda mesmo depois que a palavra privado perdeo a


significação histórica de que a labâmos de fallar, e apezar
de que alguns escritores usarão promiscuamentedo vocá-
bulo privado e valido, entendemos que entre elles ha nSo
pequena dilTerenoa, como indicámos, e que não menos
diflere d'elles o de favorito.
Os bons reis podem ter privados que não se destina-
rão a si com baixezas como os favoritos, nem os domi-
não para proveito próprio como os validos, mas que os
aconselhão privadamente para bem e os servem como
leaes e desinteressados súbditos. — O conde de Castello
IMclhor foi privado e talvez valido, mas não favorito de
D. AÍIõnso VI; seus favoritos erão os Contys. O príncipe
da
se pôde »dizer
Paz foi valido
que de
foiCarlos c
IV, rei Ode PHespanha,
seu favorito Vieira foimas não
grande
FAZ 299
privado d'EI Rei 1). João IV, mas não foi seu valido, e
ainda menos seu favorito. Ouçamos a este grande h o m e m
fallar dos validos, e fazer a differença d'elles aos privados.
t Se convêm que os reis tenhão valido, ou não, é pro-
blema que ainda não está decidido entre os políticos; mas
dons validos, ninguém ha que tal dissesse, nem imagi-
nasse (III, 80). • — O s validos hão de estimar mais a graça
do príncipe, que todas as mercês que lhes podem fazer,
porque esta é a maior. Hão de encher a graça que têem
dos príncipes com serviços, e não se hão de encher com
ella de mercês. O maior credito do valido é que a sua
privança seja privação. Por isso os validos com mais
nobre e heróica etymologia se chamão privados (II,
98, etc). « Quer dizer, que os validos para tirarem o
odioso d'este nome se dão a si o nome de privados, pelo
que, na linguagem cortezã, privado vem a dizer o m e s m o
cpio valido, como diz o mesmo Vieira fallando de A m a n :
• A laes soberbas e insolências chegão os privados de
quem não sabe ser rei (V, 525).»
418. — Fazeip, realizai», cíTcciuar,
executar.
A mais genérica d'estas palavras, e a que as outras per-
tencem como espécies, é fazer. Representa este verbo a
acção d u m modo absoluto sem relaçáo directa a alguma
outra cousa.
Realizar é fazer real e eífediva u m a cousa que segundo
as apparencias devemos esperar que assim soja. Dizemos,
a vida não dura bastante para reaiizar as grandes espe-
ranças. *
Effectuar indica mais solidez que apparencia.—Quando
se effectua o promettido, ou se tornai ffectiva a promessa,
achámos que era sincera e verdadeira a palavra de quem
prometlia.
Executar suppõe u m projecto, u m plano anterior-
mente
determinadamente
resolução,
Faz-se
formado;
uámordem,
a obra,
assim
com
á idéa
u que
mrelação
que
favor,
executar
precedeu
a uoutra
m a representa
injustiça:
acção
a execução.
anterior,
ae acção
nestes
á
300 FEC
exemplos presenta o verbo o fado em si mesmo, e não
como consequência de motivo ou razão que o precedesse
ou molivasse. — Realizão-se as esperanças ou as apparen-
cias. — Effectuãose obrigações formaés, com cujo cum-
primento devemos contar.— Executa-se um projeto,a
sentença, a determinação.
419. —Fazer, perfazer.
» Muito fizerão os que vierão antes de nós, diz Vieira,
mas m o per fizer ão. Entre o fazer e o perfazer ha gran-
des inlcrvallos (V. 159). » — A differença entre estes dons
verbos vem do prefixo per, que indica intensidade, aper-
feiçoamento. Assim que, significando o verbo fazer pro-
duzir, dar o primeiro ser, fabricar, pôr por obra; perfazer
significa acabar de fazer, completar, consummar, pôr em
sua perfeição, dar a ultima m ã o , como operficio latino.
420. — Fé, crença.
Referem-se eslas duas palavras á persuasão que se lem
na verdade d'uma cousa. Dilferenção-se cm que a pri-
meira se toma algumas vezes e m abstracto, c designa en-
tão a persuasão que se lem dos myslcrios da religião. A
crença das verdades reveladas constituo a fé; c os diffe-
rentes pontos ou artigos de fé, propostos pela Igreja,
constituem a fé catholica.
A palavra crença indica o convencimento fundado em
algum m o l h o que possa haver, evidente ou não evidente
A fé é u m a crença fundada unicamente na autoridade do
que falia. Neste senlidt é que se diz, ler fé cm alguém,
que vale o m e s m o que, estar persuadido da verdade do
que diz.
421. — Fecundar, fertilizar.
Eslas duas palavras lêem relação com as operações que
se fazem para pôr a terra e m disposição de criar um
grande numero de producções.
Fecundar a terra é dar-ihe fecundidade, ou augiuenlar
FEC 301
os principies da fecundidade que ella tem jà por sua na-
tureza. Fertilizara terra é trabalhál-a, isto é, semeál-a,
dispôl-a por meio do trabalho e da industria para desen-
volver seus princípios de fecundidade. — Os estrumes fe-
cundòoa terra, porque lhe conferem os princípios de fe-
cundidade; porém a terra assim fecundada não produzi-
ria cm abundância senão plantas agresles e selvagens.
Lavrando-a, semeando-a, e dando-lhe lodos os amanhos
necessários é como se fertiliza, islo é, se dispõe de modo
que possa produzir plantas que sejão tileis ao homem. As
lavouras e os amanhos fertilizão a terra e não a fecun-
dão; os estrumes e adubos a fecundão e não a fertilizão.
— O sol fecunda a natureza, porque a põe e m disposição
do produzir por meio de seu calor vivificante; e não se
dirá que a fertiliza porque não faz que produza tal ou tal
planta c m utilidade nossa.—Augmenla o aslro do dia a
fecundidade da terra, sem augmenlar sua fertilidade.
422. — Fecundidade, fertilidade.
Estas duas palavras têem relação com as qualidades que
põem uma cousa era eslado de dar producções e m grande
quantidade
A fecundidade é u m a qualidade pela qual u m a cousa é
capaz de dar u m grande numero de producções, cujas
sementes tem encerradas em seu seio. Diz-se particular-
mente das terras e das differentes castas de animaes.
A fertilidade é a disposição que tem uma cousa a dar
muitas producções uteis, por meio do trabalho e da indus-
tria dos homens, e da direcção^ que esta industria e este
trabalho dão á fecundidade. A fecundidade vem da na-
lureza; augmenta-se com a arle. U m a terra fecunda que
não está cultivada produz e m abundância e com vigor
grande, numero de plantas agrestes, mas não as uteis para
o sustento do h o m e m . U m a terra fecunda chega a ser
fértil, islo é, capaz de dar grande numero de producções
para nosso uso, quando a lavrámos, semeámos, e amanhá-
m o s como é misler. Grande fecundidade têem as terras do
ISovo-M trado, mas raramente alise encontra a fertilidade
das veisas c várzeas da Europa.
II. ,26
302 FliC
E m sentido figurado, não se aMribue a fecundidade
senão ás causas que produzem u m a grande quantidade de
cousas novas e extraordinárias que nascem de seu fundo.
Por isso se diz u m génio fecundo, uma imaginação fe-
cunda, porque o génio e a imaginação produzem cousas
novas; e diz-se u m espirito fértil, porque o espirito não
faz mais que modificar.
T a m b é m se attribue a fecundidade ás cousas quesuc-
cessivamente se derivão de outras, como por via de gera-
ção. Por esta razão se chama fecundo u m principio de
que se pode derivar u m grande numero de consequências,
e assim é que se diz a fecundidade d'esta maleria, d'este
assumpto, etc.
425. — Fecundo, fértil, ubertoso.
Entre fecundo e fértil ha a mesma differença respectiva
que se dá enlre fecundidade e fertilidade. Fecundo é pois
indo aquillo e m que a natureza poz o gérmen ou origem
da producção, e cresce por si m e s m o ; e fértil é tudo
aquillo que produz muito, em grande parte, pelo trabalho
e industria dos homens.
Fecundo é u m manancial de agua, que perenemente mana
sem depender do trabalho ou industria do homem. Fecun-
das são as sementes, porque em si contêm o gérmen das
planta»* inícios que depois hão de produzir. Fecundas
são as famílias dos animaes, porque por si mesmas, se-
gundo as leis da natureza, propagão sua prole; e nenhuma
d'estascousas é fértil, porque nellas niíolem direclamente
parte a m ã o do h o m e m . — Fértil em trigo, e m vinho, em
azeite é u m paíz quando a fecundidade da terra, ajudada
pela cultura que lhe dá o agricultor, produz em abundân-
cia estos géneros para pslento dos homens. — O fecundo
é natural, o fértil artificial. Aquelle é causa, esle e eífeito.
O primeiro refere-se á potencia de produzir, o segundo
à actualidade da producção abundante.
dância
terras
formada
Ubertoso
fecundas,
que
de resulta
éabertas,
palavra
quando
daenova,
fecundidade
é são
destinada
mas
bemmui
agricultadas
eada
expressiva
representar
fertilidade.
tornão-se
e apoética,
abun-
—As
FEL 303
férteis, e pagão o suor do lavrador com uberlosas messe,
O primeiro que usou d'esta palavra, foi o 1>C Furtad:
na traducção das Georgicas do Virgílio, servindo de epi-
theto a searas; o qual não tem inveja ao ketas do ori-
ginal.
Qual cuidado as searas uberlosas,
Mecenas, faça, c o campo mais formoso, etc.
Veja-se o nosso Appendix ás Georgicas, lomo I da edi-
ção de 1846, pag. 423.
424. — Feliz , afortunado,
Eslas duas palavras lêem relação com os bens e as van-
tagens que desfruclão os homens, e com a satisfação que
experhnentão no gozo d'estes bens.
O h o m e m que possue grandes cabedaes, bellas herda-
des e lodosos commodos da vida , é rico e abastado; mas
só será feliz miando seu animo n\\o estiver contristado, e
o socego da alma acompanhar as delicias da prosperidade.
afortunada pode ser uma pessoa, que sendo pobre, tudo
que cmprehonde lhe sai á medida de seu desejo.
Afortunado significa favorecido da fortuna; feliz signi-
fica o que goza da felicidade ou d'uma felicidade. U m a
pessoa é afortunada por seus muitos bens, por seus com-
pletos prazeres, pelos grandes favores que recebeo da
fortuna; é feliz pela satisfação, contentamento e tranqui-
lidade do animo.
Afortunaria suppõe u m a felicidade extraordinária. Diz-
se que utn h o m e m é feliz quando experimenta u m prazer
mui vivo; mas como os prazeres durão pouco, canção o
espirito, e ás vezes degradão o corpo, têem lidado cm vão
os philosophos por saber em q u ^ consiste a verdadeira
felicidade (*). U m antigo dizia «que a felicidade con-
H Santo Agostinho. n:i cidade de Deos, conlou 2S8 opiniões dlBe-
sistia
rentes eimceroa
ter da
o corpo são,cap,
felicidade, e a 20.
alma livre;» e u m moderno
sustenlou que a felicidade possível ao h o m e m consistia;
30.'t FES
« no trabalho, que é a vida do corpo; na luz, ou cultura
do espirito, que é a vida da intelligencia; e na caridade,
que é a vida do coração. »
O mais seguro é crer que a verdadeira felicidade não
se encontra nos bens d'esta vida, senão na bemaveniu-
rança eterna, pois, como disse Vieira, «tudo o que é terra
é desterro, e só o céo, para que fornos criados, a nossa
verdadeira e bemaventurada pátria (VI, 289).»
A25. — Fermentação, effervescencia.
Os chimicos entendem por effervescencia a agitação
interior que se verifica n u m liquido a cuja superfície so-
bem, e ás vezes se m o v e m como e m fervura, as moléculas
de algum corpo. Differença-se muito a effervescencia da
fermentação, sobre tudo sé se altende a seus resultados. A
palavra fermentação explica a acção reciproca de muitos
princípios preexistentes que formão u m só corpo e que se
decompõem para formar outro, c a quem poz em movi-
mento a fermentação. Ella é a causa molriz da efferves-
cencia, e esta seus resultados. — O mosto que se deita
n u m tonel enlra logo e m eslado de fermentação; as bolhas
que levanta, e as partículas estranhas que se movem em
sua superfície e talvez transbordão, são a effervescencia.
— Ha só u m a sorte de effervescencia, sendo que se reco-
nhecem trez sortes de fermentações : vinosa ou espiri-
tuosa, de que resulta liquido infíammavel; acida, de que
resullão os vinagres; e a podre ou pútrida, que é cau.-a
da podridão.
N o senlido figurado, fermentação significa a agitação
que produzem nos ânimos novas opiniões mormente po-
liticas, novidades importantes, etc.; e effervescencia si-
gnifica esla m e s m a ag''.ação manifestando-se por falató-
rios, reuniões, talvez molins, e que ameaça romper em
maiores excessos se não for repremida.
42G. —Festa, festividade, solcmnidade.
Rigorosamente
se faz por motivo
fallando
profano;
festa
comé oIndo
regozijo
o uso fêz
publico
esla pala-
que
nD 305
vra extensiva ás cousas religiosas, por isso se diz vulgar-
mente, para distinguir as duas idéas, festa de igreja, festa
de arraial.
Festividade é festa de igreja, que se celebra nos tem-
plos, ou fora d'elles, como as procissões, e refere-se sem-
pre a u m pensamento religioso.
A solemnidade refere-se ao recolhimento e ostentação
com que se fazem as festividades.
As funeções que se fazem para receber u m rei, são
festas. As (pie se celebrão e m honra d'um padroeiro ou
orago, são festividades. O apparato silencioso c grave
c o m que eslas se fazem constituo a solemnidade.
427.— Festim, banquete.
A palavra festim explica a idéa d'um divertimento culto
e m que brilhão o luxo, a magnificência, e a que concor-
rem as pessoas mais notáveis e distinclas da sociedade.
A musica, a dansa, os refrescos, as bebidas de toda a es-
pécie, formão lodo o apparato d'estas reuniões.
Banquete é a concurrencia, por meio de convite, de
muitas pessoas notáveis, com o fim de comerem sumptuo-
samente e m celebração de algum fausto acontecimento,
particular ou publico.
Os príncipes, os poderosos dão festins; as corporações,
banquetes; os amigos contentão-se com bons jantares.—
U m banquete acaba muitas vezos e m festim, quando aos
convivas se juntão à noite muitos outros convidados que
fazem a reunião mais brilhante e apparalosa.
420. — Fidalgo , grentllhomem, grande.
Fidalgo, é termo corrupio de filho d'algo, do caste-
lhano hidalgo, hijodalgo. Algo significava haveres, bens,
educação e qualidades nobres; com Iodas estas, partes se
servia a pátria, e se adquiria afidalguia.Fidalgo designa
e m geral a pessoa que por seu sangue pertence a u m a
nobrezanobre, ou a quem El Rei fez a mercê de titulo de
classe
306 FÍG
Gentilhomem vem do irancezgentilhomme; significava
antigamente h o m e m gentil, e hoje h o m e m nobre por li-
nhagem, ou criado feito nobre por El Rei. —Diz-se fi-
dalgo da casa real, e gentilhomem da Camará. O pri-
meiro indica a classe da nobreza a que alguém pertence,
o segundo designa o serviço que alguém exerce no paço.
Grandes são os fidalgos de alta jerarchia e titulares,
que cercão o throno e m dia de Corte, e têem vários privi-
légios de que não gozão os demais. Só os duques, mar-
quezes, condes e alguns viscondes são grandes do reino.
Os arcebispos e' bispos, e os pares têem as honras de
grandeza.
420.— Figura, forma.
Figura é a feição externa de qualquer cousa, o as-
pecto que ella nos apresenta. Forma, em linguagem philo-
sophica, é o que determina a matéria a ser tal ou tal
cousa, e geralmente fallando entende-se pela construcção,
arranjamento das parles.
Diz-se que u m h o m e m lem boa figura, quando é bem
rpessoado; e e m sentido figurado, que faz boa figura,
quando desempenha bem as funeções de que está encarre-
gado, ou se sai bem e m cousa que emprehcndeo e em
que figura. E m nenhum d'estes casos se pôde usar a pa-
lavra forma, pela relação que ella tem com a matéria; c
no h o m e m e seus aclos dá-se maior importância ao espi-
rito.— U m a alfaia, u m movei tem necessariamente uma
forma, porque são a matéria modificada d'este ou d'a-
quelle modo, e não se pódrdizer que tenha uma figura,
porque esla palavra refene-se particularmente aos animaes.
Com tudo algumas vezes se toma forma porfigura,por-
que na verdade a figurcxdencndc da forma externa; mas
não se pôde dizer figura por forma.— Fulano tem boa
forma de lettra, diz-se de quem escreve bem, tem bonita
presenta
empresa,
íotlra,
differença
No senlido
mas
bom
ele.
entre
«ninguém
ou
Iranslalo
, mestes
eslá
á o em
dirá,
aspecto,
dous
eboa
moral
que
vocábulos.
ouboas
tem
mainda
á ou
boa
figura
más
Ué/í^uradeleltra.
mmais
apparencia.?.
negocio,
segundo
sensível
unia
ap-aA
FIM 307
forma d'um governo é monarchica, aristocrática, ou de-
mocrática segundo entra cm sua constituição ou arranja-
menlo de partes constitutivas c legislativas a autoridade do
soberano, o poder dosfidalgos,ou a influencia do povo.—
Nem dos negócios c empresas se dirá que estão em boa
ou.má forma; nem dos governos se pôde dizer que lêem
boa ou m á figura. Com tudo, personificando os governos,
podemos dizer : Os governos que Icem uma forma vi-
ciosa fazem sempre m á figura no concelho das nações,
450. — Fim, limite, extremidade,
termo.
Fim c termo genérico que indica o acabamento ou re-
mato de alguma cousa, sem determinar nem o objecto que
acaba, nem o modo como acaba, mas indicando quasi
sempre que a cousa não lorna a existir. — Quando chega
o fim da vida, vem a morte, e não ha mais vida; quando
damos fim a u m trabalho, acabou para nós aquelle tra-
balho, etc.
Limite é o ponto ou raia além do qual não pôde passar
u m a cousa que se está fazendo ou eslá feita. Diz-se em
geral dos territórios ou fronteiras em que acaba, faz fim,
a autoridade d'um soberano e começa a de outro, snp-
pondo como uma linha de demarcação além da qual ne-
nhuma d'ellas pôde passar. No senlido figurado tem este
vocábulo igual significação e energia. — Q u a n d o u m ri-
caço encommenda u m banquete, e diz que não quer gas-
tar mais de cem moedas, ou quando u m livreiro encom-
menda a um lilterato uma ob*a que não tenha mais de
vinte Colhas de impressão, as cem moedas, e as vinte folhas
são o limite da despeza do banouete, e da extensão da
obra lilteraria.
Extremidade é a parle ullima ou extrema de alguma
cousa, e no senlido transiam, o ultimo ponto a que pôde
esquina
timos
extremidade
chegar
uma grave
paizosconhecidos;
uma
em doença
que
cousa.
quando
ellanão
Asacaba;
caio
extremidades
dáa extremidade
esperança
cmuma
s u mpessoa
m ade
da
miséria
melhora.
da
terra
eslá
rua ou
na
são
é oquando
topo,
ultima
os úl-a
308 FIN
Termo, vem mais de pressa do grego tipua, que do
latim terminus, de que os Italianos e Castelhanos fizerto
termino; significou antigamente, como na lingua primi-
tiva, marco, mourão, com que se demarcavão as terras,
fronteiras, etc, e d'ahi se tomou pelos limites, ou extre-
midades de qualquer região, província, ou districto de
cidade ou villa. Diz-se ainda hoje íermode Lisboa, termo
de Coimbra, etc.; e Heródoto dizia: Têppxra eipàmii, como
hoje dizemos, confins, extremidades da Europa.
481. — Fingir, simular, dissimular,
disfarçar.
Referem-se estas palavras aos vários modos que ha de
occullar qualquer cousa ou fazer que não se presente lai
qual ella é.
Fingir, do verbo latino fingo, significa, no sentido mo-
ral, contrafazer alguma cousa, imaginar o que não é, ser-
vir-se de falsa apparencia para enganar, e em geral toda
a imitação da realidade.
Simular é o verbo lalino simulare, encnbrir a realidade
debaixo de apparencías enganosas; é mais reslrictoque
o precedente, porque só se applica ao h o m e m e em ma-
téria de costumes.
Dissimular é lambem verbo latino dissimulare, e si-
gnifica calar o que é, occultar seus sentimentos, seus de-
sígnios, e por ventura simular o contrario do que se quer
occultar. — A dissimulação forma parte do fingimento;
u m oceulta o que é, o outro finge o que não é. — As mu-
lheres sabem melhor fingir que dissimular, porque a
dissimulação exige prudência e discrição, e o fingimento
sagacidade e astúcia.^- A dissimulação é contrária á
franqueza; o fingimento é opposto á sinceridade. —
Luiz XI dizia que o que não sabe dissimular não serve
para reinar. — A dissimulação não é odiosa como a simu-

lação, diz Fr. Francisco de S. Luiz; esta é sempre um vi-
seus
cio, aquella
prudência.
sentimentos;
Ninguém
é muitas
masévezes
todos
obrigado
útil,
lêemea obrigação
manifestar
pôde ser dictada
dea não
todosusar
pela
os
FIO 309
de falsas apparencias, com o presupposlo de os enganar
e induzir em erro.
Disfarçar, que é o verbo castelhano disfrazar, signi-
fica, em sentido recto, desfigurar com algum sobreposto a
forma das cousas, ou com differentes trajos as pessoas.
E m sentido metaphorico, pôde corresponder ou a simular
ou a dissimular, segundo as circumstancias. — Esla es-
pécie defingimentopôde ser crime, mas também pôde ser
brinco c mero jogo, e lambem necessidade e habito. No
traio dos homens quasi tudo são disfarces, pois poucos,
ou quasi nenhum, apparocem laes quaes na realidade são.
Quão feios e horrorosos pareceríamos uns em presença dos
outros se não nos disfarçássemos ou antes mascarásse-
mos!.... Mas os disfarces não mudão a pessoa, escondida
ou descoberta é sempre a mesma.
452.— Fino, delgado.
No sentido recto, deslingue-se fino de delgado em que
este refere-se quasi sempre á espessura, e aquelle ao
que não é grosso.—Uma taboa é delgada; ofiodo panno,
o bico d'uma agulha, ofiod u m a navalha de barba, é fino.
— No senlido translato,finoémais usado que delgado, e
designa o que é de boa qualidade e delicado em sua es-
pécie, o que é subtil, agudo, penetrante, o que obra com
primor, etc. Veja-se Delicado.
455. — Fio, corte, gume.
Fio é a parte mais delgada dos instrumentos cortantes;
corte c o fio posto em acção. -^Afia-se um cutello, e com
elle se corta a carne. Dá-sefioa uma navalha, e com ella
se coriaa barba, etc.
Gume vem de acumen latino; diz o mesmo quefio,mas
é palavra menos vulgar, e mais poética.— Espada de dous
gumes é a que coria por dous lados, á qual se compara a
lingua do maledico.
454. — E io (a), a reio, a eito.
Quando os objectos vão uns após outros, formando
310 rio
u m a linha, u m como fio, vão a fio; quando conlinuãosem
interrupção, ou sem notável intervallo, vão ou vem a reio-,
quando seguem via recta, sem escolha de caminho, vão
a eito.
Diz-se que u m jogador ganha tantos jogos afio,quando
nesta serio não perde n e n h u m . — Areio é expressão an-
tiguada que equivalia algumas vezes a afio,como neste»
casos : « Bateo-se a forlaleza trez dias a reio;.vigiou
48 horas a reio,-» islo é, afio,sem interrupção. É motlo
de fallar acastelhanado, porque reo significa "serie ou or-
dem de cousas que se conlinuão.—A eito é expressão
vulgar portugueza, que se usa propriamente para indicar
que se segue u m a carreira, ou esteira direita, ou que se
leva todos os d u m a serie sem deixar nada de permeio,
como naquelle lugar da Eneida: « Leva a eito (matando)
quantos encontra (X, 115).»
45£>. — Fisco, erário, thesouro publico.
Debaixo do domínio dos primeiros Imperadores roma-
nos, fisco significava propriamente o thesouro do sobe-
rano, seu thesouro particular; e o lhesouro publico,desi-
gnado pela palavra ararium, erário, era destinado aos
gastos do Estado. Não tardou muito que senão confundis-
sem estas duas palavras, como se confundirão suas signifi-
cações, e ainda se confundem ainda hoje nos Estados, onde
se não faz differença nenhuma entre o erário privado do
soberano e o publico da nação.
Erário é lermo mais próprio fallando dos governos
absolutos, como erão os dos Imperadores romanos; the-
souro convêm mais, e é vais usado em governos represen-
tativos. Pisco representa e m tempos modernos o direito
que o thesouro tem de fazer cobrar o que lhe é devido, c
a acção legal pela qual^elle executa os delinquente» cate
se apropria seus bens confiscando-ih'os e m proveito do
Estado.
»
456. — Floresta,
Representa* arvoredo,
alameda.
eslas qualro palavras a idéft mata,
commum de
11.o 311
muitas arvores juntas, mas diffcrcnção-sc da maneira
seguinte.
Floresta é mata espessa c frondosa, bosque rústico,
natural e espontâneo, obra da naturzea, como se vê d'a
quellcs formosos versos de Camões :
Uma florelta fez verdo e sombria
A natureza experta, que rodéa
C o m ellcvado muro a serrania.
(Bleg. VI.)

ylrvoredo é menor porção de arvores, e podem ser


fruetiferas e cultivadas, ou infruetiferas e silvestres.
jUata significa rigorosamente porção do terreno povoado
de arvores da mesma espécie, e assim parece havêl-o cii-
tendido Camões quando disse, fallando da costa de
Champa :
Cuja mata lie do pio cheiroso ornada.
(Lus. , \ . 1-29.)

Mas em geral toma-se por bosque de arvores silvestres


onde se crião foras ou caça grossa. Alameda devia signi-
ficar rigorosamente mata ou bosque de alamos, mas de-
signa e m gorai u m terreno não mui considerável povoado
de arvores, que não sendo nem fruetiferas nem silvestres,
nem espontâneas, são conservadas e cuidadas pela m ã o do
h o m e m para seu recreio ou utilidade.
457. — Flor^ nonina.
Flor é termo geral que indica a producção das plantas
em que se contêm a semente, ou,*omo dizem os botâni-
cos, a reunião de órgãos que operão a fecundação das
plantas, e dos que a cercão ou protegem immedia-
tamente.
Bonina é palavra privativa da língua portugueza, e
designa a florzinha mimosa do campo. E mui poética,
e como tal usada com frequência de Camões, e com par-
ticular propriedade no Soneto CCVII, c m que diz :
312 FOG
Alegres campos, verdes, deleitosos,
Suaves meserão vossas boninas,
E m quanto forem vistos das meninas
Dos olhos de Ignei bella tão formosoi.
458. —Fluido, liquido.
Fluído, tomado no senlido próprio, chama-se a qual-
quer corpo cujas moléculas têem enlre si tão pouca adhc-
rencia, que cedera á menor pressão, e se movem com
muitíssima facilidade; laes são o ar, os gazes, etc. Em
sentido figurado applica-se ao estylo d'um escrito que é
corrente e fácil, e então se usa como adjectivo.
Liquido é aquelle que, como a agua, não manifestaim-
mediatamente ao lado mais que u m a débil resistência;
porém bastante sensível sem embargo para indicar sua
presença ainda no estado de repouso. Não pôde ser colhido
ou apertado enlre os dedos como os corpos sólidos; não
pôde amonloar-sc, nem conserva maisfiguraque aquella
que o obriga a tomar a vasilha e m que está, conservando
sempre u m a superfície parallela á superfície da terra:
taes são o vinho, o azeite, os melaes derretidos, etc.
O que é fluido não pôde palpar-se, nem manifesta sua
pressão ao tacto quando eslá e m repouso; porém conhece-
sc sua existência com certeza quando eslá em movimento.
Assim que não podemos duvidar do incremenlo que toma
o ar almospherico ao experimentarmos o embate que em
nós faz quando nos expomos a u m vento forte.
O fluido é invisível. O liquido, quando em pequena
quantidade, toma naturalmente a forma globosa. Isto se
pôde observar no azougqp que se deita sobre uma mesa,e
na agua que se derrama n u m a laboa coberta de pó, como
no orvalho matutino que e m camarinhas brilha ao nascer
do sol sobre as folhai> das plantas.
459. — Fogueira, pyra.
Fogo
em
tudo aemprimeira
uma grego,portuguez
d'ellasamesma aécousa
a raiz
ITÒÍ, ée vulgar,
raiz da mda primeira
cedesigna
segunda;
sua palavra,
respectiva
c m significa
geral poise por-
lingua.
aquella fogo
cada
Com
FOI, 313
ção de matérias combustíveis que accosas levanlão muita
chama, c a segunda é poética e designa particularmente
a fogueira em que os antigos queimavão os corpos de
seus definidos. Ainda hoje podemos usar a palavra pyra no
mesmo sentido e m que a usou Homero, dizendo no Canto I«
da Uiada :
.... alú u'i Tropeà vtxlmv xxrjvro Saptttd.
Que mui bem se traduz :
D'cnipestados eadavi es b.ist.is Puras
Pio argivo arraial p'ienes ardiaJ.

440. — IPoJga , folguedo.


Derivados estes dous vocábulos do verbo folgar, sôsc
differenção pela terminação edo, que junta á idéa prin-
cipal a de prolongação, maior extensão. Significando pois
folga o espaço de "tempo applicado ao ócio, certo des-
canço do corpo e recreio do espirito para se repousar e
cobrar forças; folguedo será folga grande e conlinuada,
talvez gostosa e alegre, sendo a expressão natural de quem
fólga,no sentido em que disse D. F. Man. «Tem já folgado
todo Lisboa, vai agora pelo reino acima (cari. 51,2 cent.).-
441. — Força, energia, efficacia,
violência.
Força é o vigor, a potencia natural ou artificial que
lem qualquer pessoa ou cousa para obrar. É lermo gené-
rico, tanto na ordemphysica, « m o n a moral, cujas pro-
priedades, ou qualidadesprincipaes, se indicão pelas outras
trez palavras
Quando a força obra comadivituMe, diz-se que é enér-
gica, e a esla qualidade chamámos energia; quando é tal
que produz sempre o seu effeilo, diz-se que é efficaz, e a
esta qualidade chamámos efficacia; quando sua actividade
é demasiada ou se produz com impeto diz-sc violenta, c
a esta qualidade, ou accidente, chamámos violência.
AssimII.como na ordem physica se observão27a cada passo
31 k FOI!
estes differentes effeitos, lambem na ordem moral são
não menos sensíveis. — A energia da expressão da viu
ao discurso, e augmenta a força do raciocínio. Quando a
supplica é efjficaz, não ha coração que tenha força par?
resistir-lhe. A violência das paixões resiste muitas vezesá
força da razão, e arrasta o coração do h o m e m a excessos
que talvez condemua, mas para sair dos quaes não lem
bastante força.
472. — Forca, fortaleza.
Ambas estas palavras vem defortis, forte, ese confun-
dem na iingua franceza em force, mas em a nossa se dif-
ferenção bem conhecidamente.
Força é, como vimos no artigo precedente, o vigor, a
potencia nalural que tem alguma pessoa ou cousa para
obrar. Fortaleza significa principalmente uma das quatro
virtudes cardiaes, que é uma força grande de animo para
vencer trabalhos, affrontar adversidades, soffrer dores e
padecimenlos. — Toda a força dos tyrannos e de seus sa-
lelyles não pôde vencer a fortaleza dos marlyres do
chrislianismo. Veja-se Fortaleza.
445. — Forçoso, esforçado.
Ambos estes adjectivos se derivão de força, mas cada
u m d'elles tem difíêrenle valor. Forçoso é o que lem for-
ças corporaes, e sabe servir-se d'ellas. Esforçado è o que
lem esforço, é valente, e animoso. Pôde u m homem ser
forçoso e não esforçado; isloé, ter forças physicas, e fal-
iecer de animo e corage*;, e vice versa. A união das duas
qualidades faz os homens famosos. Ambas cilas concorrião
na pessoa de David, como muito bem disse Vieira: «Aquelle
soldado tão esforçado1', e tão forçoso, que com as mãos de-
sarmadas escalava ussos, e afogava leões (V 507).»
444. — Forma, forma.
A mudança do accento vogal faz com que uma mesma
palavra signifique duas idéas differentes, que a maneira de
pronunciar laz com que se não confundão: vantagem que
FO:\ 315
não tem nem a língua franccza, nem a italiana, nem n
castelhana, as quaes exprimem as duas idéas com a mesma
vo/ o igual som.
Forma ó, como acima vimos, o que determina a matéria
a ser lai ou tal cousa; e forma é molde, modelo ou typo
segundo o qual se faz ou affeiçoa alguma cousa, ou esle
soja vasado em que se deita cousa liquida ou molle, ou
maciço sobre O qual so dê feição a alguma cousa, ou obra
fabril, como é afôrma de sapateiro. — Para que u m sapa lo
lenha boa firma é mister quea/drma seja bem feita. — Por
mui bonita que sejaa/iJrma de lettra d'um raligrapho,
nunca c tão regular como a (forma) da lettra de forma.
445. — Formalidades, formulas.
Formalidades é um termo de jurisprudência. Enlende-
se por esla palavra certas clausulas ou condições, de que
actos devem estar autorizados para serem ligitimos Cha-
mão-se formulas certas palavras ou acções consagradas
pelo uso em determinadas occasiões. — Esqueceo neste
negocio u m a formalidade essencial, pelo que não é valido
o contracto. — Toda a politica dos cortezãos consiste
ordinariamente em vãs formalidades.
AAG.— Formidável, temível.
Dizem-se eslas palavras das cousas que presentão um
grande perigo; porém formidável indica u m perigo
próximo, imminenle, e temível um perigo mais distante.
U m numeroso exercito que invade u m reino ó formidável;
u m príncipe que augmenta contiHviamenle suas forças e seu
poder, é temível. A apparição repentina d'uma cousa que
pôde acarretar grandes desastres og calamidadesé formi-
dável ,-aira d''uiíi h o m e m poderoso e temível. — O exercito
de Xerxcs ao subir pelas Termopylas era formidável ,-a
sanha de Nero era temível.
447. — Formoso, gentil, galante.
Tudo que temé formoso.
proporção, formas regulares,
Diz-se dase cousas
ordenadas
e dascom justa
pessoas,
316 FOU
porém mais das mulheres que dos homens. Vieira
formosos, fallando e m geral, mas quando applicoí
qualidade a Absalão, chamou-lhe galhardo e bello, i
usou da palavra abstracta formosura, senão gent//...„•
« Muito estimão os homens a #ettí<7eza...; mas perguntem
os formosos a Absalão (V, 441). • E traduzindo o ad-
jectivo lalino pulchrum não disse formoso, senão gentil
homem : «David, mancebo mui valente, avisado, gentil
h o m e m , virum pulchrum (V. 511).» E ainda o repellio
na pagina seguinte. Veja-se o que dissemos no artigo
Belleza.
A o que é formoso com a addição de ar nobre, gracioso,
elegante, chama-se gentil.
Galante, segundo a sua origem gala que em italiano
significa alegria, refere-se mais particularmente ao bom
gosto, concerto, graça e ornato nos trajes e atavios; e no
sentido figurado tudo o que manifesta mimo, meiguice, c
que talvez excita amor e contenta affectos de ternura.
448. — Fortaleza, constância.
A fortaleza era a virtude por excellencia enlre os lio-
manos e os estóicos, e consistia principalmente ernsoHrc''
a dor, supporlar os trabalhos, e affrontar os perigosi
como disse Cicero : «Fortitudo omnis in dolore, aut in
labore, aut in periculo spectatur (de N. D. III, 15).» li
não se limitava aos negócios da guerra, senão que se exer-
cia lambem nos interiores e de casa como diz o mesmo
philosopho : «. Sunt domestica fortitudines non infe-
riores militaribus (de O^ff I, 22).» A divisa dos estóicos
era: i Sustine, et abstine; soffre, e abstem-te.» Chama-se
entre os chrislãos cardial esla virtude, porque é uma das
qualro que são as pfincipaes ou fundamentaes da vida
virtuosa.
Constância é a firmeza do animo nas boas resoluções; é
próprio da constância não variar, apezar das contradições
longada.
sobrevir;
qucse
Admirámos
presentem
é poremassim
ou
Nuno
dosdizer
Gonçalves,
trabalhos
a fortaleza
ecapitão
desgraças
emdoacção
que
castello
possáo
pro-
de
roíi 317
Faria, a fortaleza com que se houve com os castelhanos
resistindo a suas promessas e ameaças, e a constância
com que solfreo os lormenlos que elles lhe derão e m
presença de seufilho,a quem dizia, segundo o nosso
Corte Kcal:
Estai firme, constante, 'estai seguro i
Que menos c morrer que ser perjuro.
Os heroes lusitanos que avassallárão os mares, e levan-
tarão triumphanles as quinas portuguezas nos muros de
Goa, Diu e Malaca, não são menos famosos pelo denodo e
força de animo com que se arrojarão ao meio de tantos
perigos, que pela constância com que supportárão tra-
balhos inauditos e desgostos com que a ingrata pátria os
amargurava, sem com indo deslizarem da vereda da honra,
do brio e lealdade portugueza, cuja saudosa memoria não
perecerá e m quanto viver a língua e m que o vate portu-
guez canlou :
Um Pacheco fortíssimo, e os temidos
Almeidas, por miem sempre o Tejo chora ;
Albuquerque terribil, Castro forte,
E outros e m que poder não teve a morte.
(Lus., I, 11.)
Em nenhum dos philosophos estóicos se encontra talvez
u m trecho que com mais energia exprima a constante for-
taleza^ com mais eloquência a inspire, do que o seguinte
de Vieira : «Os reis podem dar títulos, rendas, estados;
mas animo, valor, fortaleza, constância, desprezos da
vida, e as outras virtudes, de çuiese compõe a verdadeira
honra, não podem. Se Deos vos fez estas mercês, fazei
pouco caso das oulras, que nenhuma vale o que custa
Se não beijastes a m ã o real pelas wiercês que vos não fez,
beijai a m ã o de vossa espada que vos fez dignos d'ellas....
Se livestes animo para dar o sangue, e arriscar a vida,
mostrai que lambem vos não falta para o soffrimento.
Enlão batalhastes com os inimigos; agora é tempo de vos
vencer a vós. Se o soldado se vê despido, folgue de desço -
quem
brir asasferidas,
recebeu.e de
Se envergonhar
depois de tantas
comeavallarias
ellas a pátria,
se vê a por
pé,
318 FOíi
tenha essa pela maisillustre carroça de seus triumphos. E
se e m fim se vê morrer á fome, deixe-se morrer, c vinguc-
se. Perdêl-o-ha quem o não suslenta, e perderá ou!
muitos cora esse desengano (II, 285).» Rasgo sublime c
aquelle deixe-se morrer e vingue-se, que não deixa na
a invejarão quil mourút de Corneille.
449. — Fortaleza, cidade fortificada.
São lermos da arte militar, que é mister não confundir.
As fortalezas differenção-se das cidades fortificadas,
não somente porque occupão u m espaço mais pequeno,
senão lambem porque estão geralmente oceupadas e habi-
tadas por militares. As fortalezas são como umas cidade-
las destinadas a conservar trânsitos importantes, ou a
oceupar alturas sobre que o inimigo poderia cstabelecer-
sc vantajosamente, e a outros objectos de mais ou menos
importância.
Entende-se por cidade fortificada, a que lambem se
zhama praça, u m a povoação cercada do muros e baluartes
que a defendem conlra o inimigo, e que além da guarnição
contêm numerosa população. — A praça dElvas é uma
cidade fortificada; o forte da Graça é uma fortaleza.
A50. — Fortuito, accidental.
A differença enlre estes dous vocábulos consiste em qne
o fortuito eslá fora da previsão humana, e o accidental
eslá dentro do circulo da verosimilhança U m a chuva de
pedra que deslroe as searas, as hortas, os jardins, é um
caso fortuito; porque é5,ousa que não se espera. Uma
cheia que alaga as lezírias e leva as sementes, é um ca
accidental; porque acontece com frequência e se deve
prever. — A queda d'iíln cavallo por tropeçar no caminho
e accidental. A morte d'este m e s m o cavallo ferido pela
baila d'um ladrão, é u m caso fortuito.
4í>I. — Fortuna, acaso, sorte, fado,
destino,
Todas eslas palavras seestrelSa, veeainra.
-eferem ácausa incógnita que
,319
os antigos pagãos crerão presidir ao êxito das cousas.
Eis aqui suas differenças. Falle da fortuna u m illustre
poriuguoz, d'olla favorecido, cd'olla maltratado,mas que
a soube desprezar como cila merece.
« Variamente pintarão os antigos a (pie elles chamarão
fortuna. Uns lhe poserão na mão o mundo, outros uma
cornucopia, outros u m leme ; uns a formarão de ouro,
outros de vidro, c todos a fizerão cega, todos em figura
de mulher, todos com azas nos pés, e os pós sobre uma
roda. E m muitas cousas errarão como gentios, emoulras
acertarão como experimentados c prudentes. Errarão no
nome no fortuna (de fors) que significa caso, ou fado;
errarão na cegueira dos olhos, errarão nas insígnias, o
poderes das mãos; porque o governo do mundo, signifi-
cado no leme, e a distribuição de todas as cousas, signi-
ficada na cornucopia, pertence somente á Providencia
Divina, a qual, não cegamente ou com os olhos tapados,
mas com a perspicácia de sua sabedoria, e com a balança
de sua justiça na mão, é a que reparte a cada u m e a todos
o que para os fins da mesma providencia com altíssimo
conselho tem ordenado e disposto. Acertarão porém os
mesmos gentios na figura que lhe derão de mulher pela
inconstância ; nas azas dos pés-pela velocidade com que
se muda, c sobre tudo em lh'os porem sobre u m a roda;
porque nem no prospero, nem no adverso, e muito monos
no prospero leve jamais firmeza (VIEIRA, VIU, 4).»
Não acreditámos nós, como os pagãos, nessa divindade
caprichosa, injusta, inconstante, e cega, mâs conservá-
mos a palavra, c muitas vezes nos exprimimos como se
fora ella que repartira aos homens os suecessos prósperos
c adversos, quando mão alcançámos a causa d'elles. O
m e s m o Vieira havendo dito n u m sermão, em que fazia al-
lusão a si mesmo, quando estivera no Santo Officio, que o
desarmou
verso
despojada
ultimo
melhor
Maior: lugar,
meio
sum
adefortuna.
suas
de
quàm
ajunta
desarmar
armas,
cui
Oh
: «Só
possit
que
eaaofortuna
glorioso
quem
péfortuna
d'esses
soube
éIrophéo
dedespojos
nocere.
fazer
se !collocar
esta
A aquelle
fortuna
eleição
no
520. FOR
Assim se desarma a fortuna, que só é forle com as ar-
mas que nós lhe damos (V. 214). •
É ainda bem conhecido e citado entre os doutos aquelle
celebre verso latino :
Audaces fortuna juvat, Umidosque repellit.

Só dos ousados foi sempre


A fortuna companheira ;
D o cobarde que a leme
Iuimiga yeidadeira.

Acaso, antes caso, do latim casus (de cado, ceciii,


casum, cair, acontecer), toma-se algumas vezes em lugar
de fortuna, mas referindo-se não a u m a serie ou enca-
deamento de suecessos, senão a u m só que 1'orluitamenle
acontece, como disse Vieira fallando do jogo : «Nosdados
e nas cartas nenhum lugar lem a razão e o juizo, senão a
temeridade e o caso (VIII, 253).»
Sorte, e m lalim sors, que Ainsworlh deriva de fy»;
(quòd res dúbias definiat), approxíma-se de acaso, mas
difíerença-se e m que aquelle refere-se a u m acontecimento
só, e esla suppõe differentes e u m a ordem de divisão ou
partilha ; não se lhe altribue mais que uma determinação
oceulta, que faz permanecer e m incerteza alé ao momenlo
e m que se manifesta; d'aqui vem dizer-Se : ter, cair
e m sorre.
Fado, è a palavra latina, fatum, aportuguezada (à
fando, Dei factum, id est, dictum, decretum), que entre
os pagãos significava a vontade, os decretos dos deoses,
como diz u m poda anU^o citado por Sérvio, in Mn. 2 :
Fatum est quod dii fantur. Entre os christãos, fado é a
ordenança das cousas humanas segundo os desígnios da
Providencia, ou aqf.tllo que Deos ha resolvido a respeito
de cada u m de nós, como mui b e m disse Minucio Felis:
• Quid aliud est fatum, quám quod de unoquoque nos-
trúm Deus fatus esí?« Os antigos divinizarão lambem o
„ ofado,
principal
elles
serem
cegamente
m airrevogáveis
caracter
s não oattribuião
d'esta
confundião
e era
necessários
â ser
fortuna
c oinconslanle,
m aseus
fortuna,
e aodecretos.
fado,
e oporque
daquelle
o atlri-
O que
o
FOK 321
buem oschrislãos á Providencia, como optimamente disse
o !IPS:O Camões :
Oecultos os Juízos de Deos são;
As gentes vas, que niio os entendérSo,
Chamau-lhe fado mio, fortuna escura,
Sendo só Providencia de Deos pura.
(Lus.,\, 58,0
E depois d'clle Vieira : «Nós porém sabemos que não
na fado mais que a Providencia divina, sempre livre, e
todo poderosa (V. 490).»
Destino é palavra do Iodas as línguas neolatinas, for-
mada do verbo latino destino, destinar, o qual vem de
grego rafa», que se pronuncia stino, ea que se juntou o
prolixo de ; vai o m e s m o que ntvia que significa apertar.
Destino parece ser o m e s m o que fado na linguagem m y -
lologiea, e os poetas usão u m por outro como fez Camões
na Canção X :
.porque passasse
O que quií o destino nunca manso.
Mas fado exprime particularmente a vontade irrevogá-
vel dos deoses, e destino a execução de seus decretos que
apertão o h o m e m e o levão necessariamente aquillo a
que eslá destinado; e neste senlido disse o m e s m o poeta
fallando de N u n o Alvares Pereira quando passou ao
Alenitejo :
Ajuda-o seu destino At' maneira
Q u e íeí igual effeilo ao pensamento,
( I U Í . J S V , 4G.)
O destino é uma divindade allegorica a que os poetas
atlribuem o conhecimento, a vontade e o poder, cujos
fins são lixos e determinados. Represeulão-na tendo na
m ã o u m a urna onde está encerrada a sorte dos homens,
e debaixo de seus pés o globo terrestre. Seus decretos
erão irrevogáveis, cuja execução eslava confiada ao
tempo; e seu poder era Ião extenso que abrangia a todos
os mais deoses. Diz-se que tem u m livro em que eslão
escritas as sortes dos homens.
322 FOR
Estrella é expressão tirada da astrologia ; refere-seâ
supposla influencia dos aslros sobre o destino dos ho-
mens. Ninguém crê hoje e m lai influencia, com tudo rcs
tão ainda as expressões figuradas de : nasceo com boa ou
m á estrella, ser levado por sua estrella, ele.; que dizem
o m e s m o que : nasceo para ser feliz ou infeliz, quiza pro-
videncia que, etc.
E m fim a ventura não forma n e m ordem nem desígnio;
não se lhe attrihue n e m conhecimento nem vontade; c
suas decisões são sempre mui incertas, por isso se diz:
a Deos e á ventura. Toma-se ás vezes por ma fortuna,
c o m o se vê e m Camões, que disse :
(Aqui) m e trouxe um tempo, c teve,
Minha fera ventura.
(Canç. X.)
Outras vezes se toma por boa sorte, dita, bom exilo em
alguma empresa, c o m o se lê e m Lucena, que fallando dos
feitos do G a m a no descobrimento da índia, diz : «Feitos
d'a!ta ventura.» E no m e s m o senlido disse Vieira : «As
trez parles do b o m negociante são cabedal, diligencia e
ventura.» E moralizando esla sentença, accrescenlou:
«Para a negociação do céo a todos dá Deos o cabedal, a
todos offerece a ventura, e só pede a diligencia (II, 2).»
Veja-se Afortunado, e o artigo seguinte.
452. — Fortuna, dita.
A palavra fortuita, como acabamos de vêr, em seu sen-
tido recto, cxlcnde-se lanlo á boa como á m á sorle, c só
no primeiro destessentírios pôde olhar-se como synonyma
de dita, porém a voz fortuna representa aquella felici-
dade physica e materialmente, a voz dita a representa
moralmente, isto é,C;m quanto causa satisfação ao que a
possuo. Assim que a primeira é mais própria'para expli-
car o logro ou posse daqnelles bens que por uma espécie
de convenção geral se Olhão como a felicidade d'esta vida;
vqnelles
a segunda
frucla,
porque sem se applica
satisfazem
que lem
necessidademais propriamente
verdadeiramente
seu gosto
de queou os
seu taes oaoque
porqualifique
desejo. agozo
os da-
opinião,
dis-
«•HA 323
Ha muitos homens que têem a fortuna de ser ricos, c
,,or isso logrão ser ditosos; porém, ao contrario, o
lem prudente, abandonado da fortuna , pôde ser
ditoso, se sabe conservar em sua desgraça a innocente
paz do coração, e a doce tranquillidade do animo. Veja-
so Feliz.
Toma-se muitas vezes a voz fortuna pelo m e s m o bem
physico; porém não se pôde fazer o mesmo uso da voz
dita, que sempre representa u m gozo moral; e assim
não pode substiluir-se aquella nestes exemplos: Alguns
fizerão noulro tempo grande fortuna na Índia; quando
periga a honra deve sacrilicar-se a fortuna e a vida.
455. — Fraco, débil.
Ambas eslas palavras se referem á não existência de
forças, com a differença que a primeira indica e m geral a
falta de forças, ou o não serem bastantes, ou ser u m a
cousa pouco firme ou consistente, ou que facilmente se
quebra, se rende, etc, como annunciaa origem da pala-
vra, que vem de frango, fragilis, fractus, etc; e a se-
gunda indica decadência de forças, porque se gastarão,
diminuirão ou perderão. — U m menino é fraco, porque
seus órgãos são ainda mui delicados. U m velho é débil,
porque seus órgãos eslão gastados — Aquillo a que falta
a força, o vigor, a robustez, é débil; o honiem que fallece
de fortaleza, de constância, de valor, é fraco.—Uma con-
stituição fraca muitas vezes se fortifica com o moderado
exercício; u m a saúde débil quasi sempre se melhora com
a temperança. Toda a demazia ^ífraquece e debilita o
h o m e m mais forte e robusto.
Camões disse de D o m Fernando :
<>
Q u e u m fraco rei faz fraca a [orlo gento.
Molle se feze fraco; e bem parece,
Q u e baixo amor os fortes enfraquece.
(Lus. , 111 , 138, 139.)
F,
lhãfallando do mure de Malaca defeudido par Maga-
:s, disse :
324 FRA
Depois, já capitam forte c maduro
Governando toda a Áurea Cbersoncso,
Ltic defendeo co' o braço o débil muro.
(Eleg. IV.)

4o4. — Frágil, deíiil.


Estes dous adjectivos designão, em sentido moral, um
sujeito que muda com a maior facilidade de disposições
por falta de resolução. O frágil differença-se do débil
e m que o primeiro cede a seu coração, a seu pensamenlo;
e o segundo, aos impulsos estranhos. A fragilidade sup-
põe paixões violentas; a debilidade, inacção, e falta de
vida no animo. O h o m e m frágil obra contra seus prin-
cípios; o débil os abandona,;e se guia pelo parecer dos
outros. O h o m e m frágil está incerto do que fará, o débil
do que quer ou deseja. A fragilidade acha remédio na
medilação philosophica; a debilidade não, e compraz-sc
na inércia.
A55. — Frágil, quebradiço.
Posto que vulgarmente se confundão esles dous vocá-
bulos, rigorosamente fallando diíferenção-se da maneira
seguinte.
Chamão-se gue&radiços os corpos cujas partes se se-
parão facilmente umas das outras pelo choque, ou que se
"fazem pedaços; chamão-se frágeis os corpos que por sua
consistência elástica e débil são fáceis a dobrar-se, a en-
curvar-se. Assim que, o vidro é quebradiço, a lança é
quebradiça; a vergonha d'uma planta, u m vime, é
frágil.
Diz-se no sentido figurado que a fortuna, os bens do
m u n d o são quebra&ços, porque o que os disfruda está
exposto a perdêl-os ao menor impulso. Mais se usa porém
frágil, para indicar o que é perecedouro, não durável,
mormente fallando da vida, como disse Camões :
i Aqui vejo caduca e débil gloria
Desenganar
Que fài a frágil
m e u erro
vida co'
transitória,
(Eleg,
a mudança
III.)
FRA ò'2o

A5G. — Fragrância, aroma.


Fragrância pertence exclusivamente ás llorcs, em seu
sentido próprio. Tem fragrância uma rosa, u m cravo, u m
jasmim, uma açucena, u m lyrio. O aroma é próprio das
drogas e das arvores que o produzem. É aromática a
arvore da canella, do cravo, do alcanfor, da pimenta. O
aroma suppõe alem d'islo uma causa permanente de fra-
grância. Esta suppõe ura effeilo passageiro, em seu estado
natural; e por meio da arte algumas vezes se faz durável.
Fragrância explica a idéa d u m cheiro gralo, porém de
pouco tempo, como é a vida das flores; e aroma exprime
a idéa d'uma larga duração.
457. — Franco , leal.
Franco loma-se no senlido de recto, claro, sincero,
que diz sem disfarce o que sente. Diz-se u m h o m e m
franco, uma alma franca, u m proceder franco, ele.
Leal vem de lei. Usava-se esla palavra na linguagem
feudal para designar u m vassallofielás leis que havia ju-
rado observar respeclivamenlea seu senhor. Actualmente
diz-se dafidelidadecom que se observão as leis da probi-
dade e da honra.
O h o m e m franco lem sempre por guia a verdade, e a
diz ainda que seja contra si próprio, loge o dolo e o dis-
farce, é claro c exacto em suas explicações. O h o m e m leal,
unido pelos laços da sinceridade a lodos os deveres da
justiça e da equidade, faz sinceramente e sem dissimula-
ção tudo o que exigem esles deveres, e os cumpre exac-
tamente. O h o m e m franco tem u m caracter verdadeiro; o
h o m e m leal revela esle caracler possua ingenuidade, por
sua nobreza, e pela candura em suas maneiras.
Póde-se ser franco sem ser leal, isto é, póde-se eslar dis-
posto e m tudo que se faz a não fugir nunca da verdade « e
sinceridade,
porque
m e m leal.
a lealdade
H Porém
e não comprehende
ler
nãoassequalidades
pôde necessariamente
ser que
ieaJconslitiiem
sem
28serafranco,
fran-
o ho-
;;2G pp
queza. Eis aqui porque se diz : franco e leal, e não leal e
franco.
A franqueza era o caracter distindivo dos antigos
conselheiros de nossos reis; e quanto erão escrupulosos
os cavalheiros porttiguezes na lealdade a seus soberanos
bem o deixa ver a censura que o nosso poda lançou ao que
deixou seu rei para ir servir ao de Castella, dizendo :
O Magalliães, no feito com verdade
Portuguez, porém não na lealdade.
(Lus., X, 140.)
458. — Frequente, crebro.
Duas palavras vindas do lalim, de frequens e creber, e
indicão ambas o que se reitera, se faz ou succede a miúdo,
mas a segunda accrescenla á primeira a idéa de baslidão
c espessura; isto é, exprime uma acção que se repete mui-
tas vezes amiudadas, e por muitas pessoas ao mesmo
lempo.
Frequente é expressão vulgar; crebro é talvez só usada
cm poesia. Querendo Camões exprimir não só a frequên-
cia dos suspiros, senão lambem a multidão simultânea
dos amantes que na ilha encantada os exhalavão, disse:
Crebros suspiros pelo ar soavSo,
Dos que feridos vSo da setta aguda.
(Lus., I X , 32.1
459. — Frescura, fresco.
m
A frescura indica uma temperatura igual, que tem a
lnosma quantidade de frio que de calor. O fresco é o ef-
feilo agradável e sal(".ifero da frescura nos seres sensí-
veis. Ha frescura á sombra das arvores, nas margens dos
rios, nos subterrâneos e cavernas. Não ha senão frescura
nestes lugares, so se considerão separadamente, fazendo
abstracção dos effeitos agradáveis que ella produz nns
seres sensíveis. Porém estes seres que gozão dos ditos
effeitos agradáveis sentem com prazer ofrecco, gozão de

107
nu
fresco e respirão o fresco. — Tomámos o fresco no verão
porque se apodera de nós a sensação agradável que pro-
duz a frescura; e não tomámos a frescura, porque a fres-
cura é uma causa que subsiste por si só, e independente
dos que experimentão seus effeitos.
460. —Frívolo, fútil.
Eslas duas palavras dizem-se igualmente das cousas
vãs, ligeiras, de pouca importância e consideração; c lam-
bem dos homens que fazem uso d'eslas cousas, e nellas se
oceupão.
São frívolos os objectos quando não têem necessaria-
mente relação com o nosso bemestarnem com a perfeição
moral de nosso sor. São frívolos os homens quando põem
escrupuloso cuidado em assumptos frívolos, ou, pelo con-
trario, quando Iralão com a menor indilferença objeclos
da maior importância.
É fútil u m objecto quando não tem nenhuma relação
com outro, quando parece que afasta o menor cuidado
que se poderia tomar para adquiríl-o, ou para conservál-o.
E fútil u m h o m e m quando unicamente dirige suas vistas
n esta classe de objeclos.
Frívolo diz-se propriamente dos objectos que carecem
de solidez, que enganão nossas esperanças, que satis-
fazem por u m momento nossa phantasia, ou antes que
levão a imaginação de distrações e m distrações. Fútil
diz-se com propriedade das cousas que não têem nenhuma
consistência, que são vãs e fugitivas, que não produzem
nenhum resultado ulil. »
U m h o m e m frívolo oceupa-se em seu adorno exterior,
perde o tempo no jogo, nos prazeres, quando devera oc-
cupar-se dos deveres de seu estado; * m h o m e m fútil falia
e obra sem razão, sem reflexão, inconsideradamente, sem
objecto ou fim útil.
solidez,
fundamento
vasio
ou Uorador
m deraciocínio
que
sentido,
Tal
seguro.
facilmente
éfrívolo
oque
de
U mnão
Cicero
seraciocínio
édeita
prova
aquelle
napor
ooração
que
fútil
terra,
intenta
tem
que
éporque
aquelle
pouca
recitou
o escritor
não
força
quelera
emée
328 FRO
presença do povo, quando regressou de seu desterro, na
qual se propoz a provar que devia mais a elle pelo bene-
ficio que acabava de fazer-lhe, que a seus país por lhe
terem dado o ser; e a razão que dá é que, quando nasceo
physicamentc era pequeno, e quando voltou do desterro
já era varão consular: • A parentibus, id quod necesse
erat, parvus sum procreatus; à vobis natus sum con-
sular is »
Pensamento não só fútil, porque não prova o que o
orador intentava, mas até ridículo, e indigno d'um Ião
grande homem.
E m quantos não cairão os que não são Ciceros ?!
AGI. —Frota, esquadra, armada.
Frota é a reunião de navios mercantes dados ã vela
com o objecto de exportar e importar mercadorias d'um
a outro porto marítimo mais ou menos dislanle; taes erão
as que os Phenicios e Carthaginezes enviavão á Hespanha
na infância da navegação; e e m tempos modernos, as
comboiadas por náo ou nãos de guerra; laes erão as que
vinhão lodos os annos do Rrazil para Portugal em quanto
durava a guerra com os Hollandezes.
Esquadra é u m a reunião de navios de guerra com
objecto de proteger o commercio, ou de hostilizar o ini-
migo no mar, ou era terra; tal foi a de D. João de Áus-
tria que venceo os Turcos nas aguas de Lepanto.
Armada é o conjunclo total dos vasos de guerra d'uma
nação. As vezes se toma por esquadra, mas talvez esqua-
dra mui numerosa, b e m provida de armas, ou frota ar-
mada; taes forão as que«rJjudárão D o m Affonso Henriques
a tomar Lisboa, e D o m Sancho I a tomar Silves, como
diz o nosso poeta:
T u (Lisboa), a quem obedece o mar profundo,
Obcdeces-te á força portugueza,
Ajudada também da forte armada
I Q u e das boreaes partes foi mandada.
Foi das valentes gentes ajudado
Da
AD erecobrar
germânica
armas forle
Judeajá
armada,
e gente
perdida.
(Lus.
que
apercebida
passava,
, III, S7 e 86.)
VVG 329
Camões, umas vozes chama frota, outras armada, á
que commandava Vasco da Gama ; mas em rigor nenhum
d'estes nomes lhe pertence, porque só constava de trez
embarcações, nem ainda o de esquadra, e só o de esqua-
drilha. A de Pedro Alvares Cabral, que foi depois, podia-
se chamar armada, porque constava de treze navios.
462.— Fuga, fugida.
Ambas estas palavras represenlão a acção de fugir,
mas fuga exprime uma idéa mais ampla, mais geral que
fugida. A fuga comprehende a idéa de fugir em todo
sentido, em todas suasaccepções; a fugida so se refere á
guerra. Diz-se pois a fuga d'um preso, ele, e pôr em
fugida os inimigos.
465.— Fugir, evitar, escapar, evadir,
esquivar.
Exprimem todos estes verbos a acção com que nos
pomos a salvo de algum incommodo, irabalho, perigo,
difficuldade, ele, mas cada u m d'elles indica dilferenle
modo por que a acção se faz, como vamos a ver.
Fugir, com significação activa, é evitar uma cousa m á ,
ou que como tal se tem, apartar-se de algum perigo. O
avaro foge occasiões de gastar; o homem timorato foge o
peccado e as occasiões de nelle cair. Com voz neutra
significa apartar-se com celeridade de algum lugar, des-
viar-se de alguma cousa ou pessoa, evitar incommodo ou
perigo. Foge o justo da tentaçãg, foge o cobarde do pe-
rigo; foge o criminoso á justiça, foge o corpo instincli-
vamenle ao golpe; foge o inimigo, quando é desbaratado,
como aconleceo ao exercito de MrJrrAlmuminra junto de
Santarém, de quem diz o nosso poeta :
I.ogo tndo o restante se parlio
D e Lusitânia, posto e m fugida;
O Rtir—Alnmminin só não fugio.
Parque antes de fugir lho foge a vida.
(Lus., 111,8-2)
Evitar é precaver que sueceda uma cousa, livrar-se
330 FUG
com previsão de algum damno ou incommodo; fugir de
incorrer e m alguma falta, etc. .Ewíuo-sedespezas, gastos,
trabalhos, passos, o encontro desagradável de alguma
pessoa ou cousa; evitámos ordinariamente o cair era
peccado quando fugimos das occasiões.
Escapar é sair de algum aperto, livrar-se d'um damno
ou mal imminente, ou e m cujo poder se estava. Escapá-
mos da doença, do naufrágio, etc, quando por estas
causas nossa vida esteve e m grande perigo.
Evaáir é evitar, sair e m salvo com destreza, eludir uma
difficuldade com arte e astúcia. Os rábulas buscão evadir
a questão, a força das razões, a difficuldade do negocio,
c a mesma prohibição da lei, para ganharem a demanda
de que esperão tirar proveito.
Esquivar é recusar alguma cousa, mostrar-se esquivo
a seu respeito, repellir de si com força ou desdém, tratar
alguém com esquivança. Neste sentido disse Camões:
Entre as límpidas aguas que inda esquicão
O formoso pastor que se perdeo
Preso das falsas mostras que o calivão.
(Eleg.M.)
464» — Fugitivo, fugace, disperso,
Fugitivo diz-se d'um homem que abandona seus lares
ou sua pátria, e se vai a terras estranhas para escapar a
algum castigo, ou por qualquer motivo pouco honesto.
Fugaz diz-se c o m mais propriedade dos animaes espan-
tadiços, que fogem ao menor objecto que os espanta,
como muito b e m disse Camões fallando da lebre:
Aqui a fugace lebre se levanta.
' (Lus., I X , 63.)
Disperso é um termo da arte militar, e por elle se de-
signão as tropas que, depois d'um combate desvantajoso,
abandonão o campo de batalha e m desordem, e se retirão
tumultuosamenle fugindo por Iodas as parles.
t
U m poeta moderno, fallando da batalha de Ayacucho,
em que foi vencido Molezuma, diz :
ruiu 331
Dispersas v5o pelos campos
As tropas de Mote/uma,
D e seus deoses lamentando
O pouco favor e ajuda.

465. —Fulgurante . fulminante.


A diíTercnça que ha entre fulgur, relâmpago, e fulmcn,
raio, é a mesma que se deve notar entre os dous adjecti-
vos que d'aquelles vocábulos se formão. Por lauto, o que
ás vezes lança brilho, clarão, fulgor, como o relâmpago, é
fulgurante ) o que scinlilla, lança coriscos, dardeja raios,
despede golpes mortíferos, é fulminante. A matéria eléc-
trica é fulgurante e fulminante ao mesmo tempo; ful-
gurante em quanlo se inllanima, despede o clarão meteó-
rico que se chama relâmpago, e fulminante quando se
condensa o eslrondadas nuvens com horrisonos rebombos
a que chamámos trovões.
Fulgurar diz-se quasi sempre em b o m senlido, sem a
menor idéa de estrago ou ameaça, v. g. a espada fulgu •
rante, o escudo fulgurante ; e no senlido Iranslalo, do
que é brilhante, resplandecente, como : telas fulgurantes
de ouro; fulgurando nas armas de Lanoso (Ulys., VIII,
55). E m nenhum d'estcs casos se poderia usar com pro-
priedade a palavra fulminar.
A idéa de estrago, destruição e mortes anda sempre
annexaao verbo fulminar ,• e a seu participio fulminante,
que é sempre terrível e ameaçador. O Vaticano fulmina
analhemas, o lyranno fulmina castigos, o colérico iroso
fulmina braveza, ameaças e mortes. Deniz disse : « Ful-
minando do negro esquecimento o monstro horrível
(Pind.). » E m nenhum d'estes casos poderia usar-se cora
propriedade o verbo fulgurar. O primeiro é grato ao
animo, no senlido figurado ; o segundo é sempre horrífico.
Folgamos de ver o que fulgura agradavelmente; estre-
mecemos sempre á vista do que fulmina.
466.
Ataliva, —Fumo
terminação
constitue ,da fumaça.
aça todasegunda
a differença
palavra,
que entre
que éellas
augmen-
ha.
332 FLR
Sendo pois o fumo o vapor negro ou escuro que exhala
o que se está queimando ou que fermenta, fumaça, que
é o m e s m o que humazo em castelhano, deve significar o
fumo denso, espesso e copioso. — Toda a lenha quando
se queima faz mais ou menos fumo; a lenha verde, as
plantas pouco seccas, quando ardem, levanlão grande
fumaça.
467. — Fundamental, principal.
Fundamental é o que serve de fundamento, de base,
de apoio, de sustentáculo. Principal é o que ha mais
digno de consideração, mais notável em qualquer cousa.
— U m a lei fundamental é a que serve de alicerce ao edi-
fício do eslado. A suecessão por direito hereditário é uma
lei fundamental da monarehia porluguezae do império
do Brazil As leis que estabelecem a divisão dos poderes
são leis fundamentaes nas monarchias conslitucionaes.
— Faltando a u m a casa o que tem de fundamental,
deixaria de existir; (altando-lhe u m a parte principal
seria defeituosa, porem não cessaria de exislir. — A
porta numa casa é uma \>arle principal d'ella, porém não
é fundamental; porque pôde continuara ser casa ainda
sem porta ou com ella lapada. — Diz-se d'uma família
nobre e opulenta que é a principal ou :ima das princi-
paes da terra ; mas não se diz queé fundamental, porque
sem ella pôde muito bem existir a villa ou a cidade em
que tem seu domicilio.
468. —Fúrias, Eumenides.
Os Romanos chamavão fúrias a certas divindades infer-
naese secundarias encarregadas de atormentara consciên-
cia dos culpados, e erão trez : Tisiphone, Megera, Aleclo.
Os Gregos chamavão eumenides a estas mesmas divin-
dades. Parece á primeira vista u m a conlradicção, porque
eumenides, si/tivltit, quer dizer litteralmenledeosasbene-
volas,
m o ) . Cde
o m oeí/tíveia,
synonymistas pois henevoleneia
quesãoconsultámos (de
benévolas oas A, bem,porque
explicão,
fúrias? e píw,igno-
Nenhum ani-
dos
FUU 333
ravão o génio da língua grega e m alguns casos, e os usos
lillcrarios dos Gregos. A palavra grega eúp.ivtU; entende-
se, como muilas oulras, por euphemismo e antiphrase,
como posilivamenle diz Scapula ; «EO/zívíSes dicuntur
furim, «ar1 «usiyuyov et o.;iv?yj.i<•>, quúm sint immites,
teste Sérvio et Eust.»
Para bem se comprebender esla maneira de exprimir-se,
qucâ primeira vista parece absurda, é mister saber-se, que
os antigos Unhão por m á o agouro dar a cerlas divindades
maléficas, ou encarregadas de tristes ministérios, nomes
que recordassem sua malignidade ou sims desagradáveis
occupações. Por esla razão, como as fúrias erão, segundo
sua mylologia, as que atormentavão aos máos depois da
morte, e os agilavão ainda e m vida com terrores, sonhos,
e visões espantosas; e m vez de dar-lhes u m nome que in-
dicasse este funesto ministério, lhes chamavão as eume-
nides, islo é, benévolas, assim como davão ao barqueiro
do inferno, sendo tão feio como no-lo pintão os poetas, o
nome de Charon, xa>t-j>, que quer dizer gracioso, de
x*'lp<>>, ou de xá/si,-, graça.
Daqui se vê pois que todo o arrazoado de Roubaud e
dos que o imitarão labora e m ignorância, e não se pôde
admitlir a differença que elle pretende eslabelecer enlre
fúrias, e eumenides, dizendo que «as fúrias perseguem
os criminosos para vingar a justiça, e as eumenides os
castigão para os trazer ã ordem.» Tal não ha; ambas as
palavras representão as mesmas divindades, e a mesma
id«.a decasligo e tormento, e só differem em que a pri-
meira é da linguagem mythologica dos Romanos, e a se-
gunda perlence á dos Gregos ;,.e que esta se entende pôr
antiphrase, e aquella no seu senlido natural.
469.— Furioso, li vlbuntlo.
Furioso diz-se dos homens, dos animaes, e das cousas-
Fallando de homens indica esle epitheto o estado actual
furibundo.
d'um
este
lavraestado
furioso
h o m ede
mFallando
ucólera
possuído
m caracter
pelas
de homens
deadequado
acções
furor.
e exteriores,
animaes,
E maoquanto
furor.
designa
chega
manifesta
O leão,
a pa-
sero
334 FUR
tigre, o touro, são animaes furiosos. Fallando das cousas,
diz-se de tudo o que causa admiração pela violência, pela
impetuosidade, pelo excesso, e de tudo o que é extraor-
dinário, prodigioso com espanto. — U m a torrente fu-
riosa, u m volcão furioso, tempestade, ondas furiosas.
Furibundo indica o estado actual d'um homem alfec-
tado de fúria, e nisto se differença de furioso que é o
h o m e m agitado de furor.
O furioso eslá vivamente agitado e m seu interior;
o furibundo manifesta exteriormente symptomas violen-
tos de agitação. — O furioso é vingativo e terrível; o fu-
ribundo é horrível e espantoso. — A razão do furioso
eslá alterada; a cara do furibundo, desfigurada. — Ofu-
rioso é u m doudo arrebatado e violento; o furibundo é
u m horrível energúmeno. — O inimigo em quanto com-
bate animado do ardor marcial pôde ser furioso,-mas
quando ao furor interno junta u m ar sanhudoe indomá-
vel merece o nome de furibundo; epitheto que muito a
propósito deo Camões aos castelhanos desbaratados e
postos e m fugida na batalha de Aljobarrola:
E porque mais aqui se amanse, e dome
A soberba do imigo furibundo,
A sublime bandeira castelhana
470. aos
Foi derribada — pés
Furor,
da lusitana.fúria.
(Lus., IV, 41.)
Ainda que estas duast palavras significão uma mesma
cousa, é mister não confundíl-as sempre; porque ha mui-
tos casos e m que convêm usar d'uma e deixar a outra, ou
pelo conlrario. Diz-st'furor marcial, por heróico; furor
poético, por enthusiasmo forle, e não se diz fúria. Dissc-
o com tudo Camões, na sua invocação ás Tágides,
Dai-me uma fúria grande e sonorosa;

masé uma licença poética que não se deve imitar; a ne-


cessidade da rima o obrigou sem duvida a usar da pala-
FUU 335
vra fúria c m lugar de furor, que não era elle escrupuloso
em taes liberdades.
Ao contrario diz-se, a fúria do combate, do mal, da
inveja, ele, e não se dirá o furor do combate, do mal,
da inveja, etc.
Parece que a palavra furor denota a agitação violenta,
porém interior; e a palavra faria, a agitação violenta,
porém exterior. O furor é u m fogo abrazador; a fúria é
uma chamma fulgurante. O furor está dentro de nós;
a fúria põe-nos fora de nós. Possue-nos, devora-nos
o furor; arrasta-nos cegamente a fúria a algum objecto.
O furor não é fúria em quanto se não manifesta; mas
traz quasi sempre com sigo a fúria. Cairá nos excessos
d'esta quem não souber reprimir os impulsos d'aqnelle.
O furor tem accessos; a fúria é o effeito do accesso vio-
lento. Atiça-seo furor para excitar a fúria. O furor lem
diversos grãos de impetuosidade; a fúria é u m furor
que se manifesta exteriormente, e que offende, destroe
e arraza.
Diz-se entre músicos e figurantes quando uma opera
foi estrepitosamente applaudida , que fez furor, mas
não se diz que fez fúria; quer dizer : que causou grande
enlliusiasmo nos espectadores, mas não os poz furiosos.
471. —Furtar, roubar.
Eis aqui a synonymia d'estas duas palavras.
Furtar è tomar e reter os bens de outro sem que elle
o saiba. Roubar é tomàl-oscom violência, e empregando
para isso a força. O modo como se faz esta acção crimi-
nosa é a qualidade distincliva defílrtar e roubar. Porque
na nossa língua não é usado o substantivo verbal furta-
dor, como o é em castelhano, hurt\Ior, podemos dizer
que tão ladrão éo que furta como o que rouba, com a
differença que no primeiro caso será ladrão occulto, no
segundo ladrão descoberto, eesta é, segundo S. Jeronymo,
citado
que
a estalajadeira
Fuc devido.
rta
poroVieira
criado
Bouba
quando
(III,
quando
o 332),
que
faz
sisa
sai
pagar
aedifferença
amestrada
contas
aos viandantes
ao
edecompras;
pacifico
fkir amais
latro.
viajante
furta
do
336 FUR
e com a faca ou pistola aos peitos lhe pede a bolsa ou a
vida ; rouba o conquistador que com violências, estragos
e mortes se apodera d u m a região livre e independente.
Furtar suppõe cobardia, desconfiança e m suas próprias
forças, e u m a ambição desprezível; roubar indica audácia,
u m a completa desmoralização, e u m desprezo da vida de-
pois que se perdeo o credilo. — Furtão-se pequenas
quantidades. Boubão-se grandes cabedaes. — Furloo
vicioso. Bouba o criminoso. — «Quantas vezes, diz
Vieira, se vio e m R o m a ir a enforcar u m ladrão por ler
furtado u m carneiro, e no m e s m o dia ser levado em
triumpho u m cônsul ou diclador por ter roubado uma
província ? E quantos ladrões terião enforcado estes mes-
m o s ladrões triumphantes (III, 328) ? •
472. — Furto, roubo, rapina,
latrocínio.
Furto é a acção de furtar, isto é de lomar o alheio
contra a vontade de seu dono, e sem que elle o saiba.
Boubo é a acção de roubar, isto é de furtar com ou-
sadia e violência. « A acção de ladrão publico, diz Leão,
chama-se roubo; a do ladrão secreto, furto (Orig.,
foi. 39). •
Bapina é roubo de salteador, islo é, roubo não só feilo
c o m violência senão salteando, caindo de improviso sobre
a victima, e arrebalando-lhe tudo que leva. Deriva-seesta
palavra do verbo latino rapio, roubar com violência, ar-
rebatar, no sentido em que disse Cicero : «Spes rapienii
atque praídandiobcíecat ânimos (Philip. IV, 4);» e daqui
vem chamarem-seaves^de rapina as que caem de impro-
viso, e como de salto, sobre outras aves ou animaes, de
cujas carnes se alir>enlão, e que muitas vezes arrebalão
nas garras. — O condor on grypho grande do Peru arre-
bata nas garras não só cordeiros senão crianças.
Latrocínio épalavra latina, latrocinium, e significava
antigamenle
primitivamente
nome
duetus,latro,
cuja latro
paga
queos depois
roubos
se
significava
chamava
significou
que efazião
soldado
m grego
ladrão
os pago,
soldados
Xárpov,
destrada,sal-
miles
e(porque
d'aqui
con-o
GAB 337
teador, via rum obsessor, quod plerumque tales sunt mi-
lites id est latrones), c depois os feitos com mão armada e
com violência, c ás vezes com morte do roubado, mas nem
sempre, como prelendeoautor dos synonymos da lingua
portugueza. Não lêo elle certamente o que a este respeito
diz S. Tbomaz, cujas palavras são, fallando dos príncipes:
« Si vero aliquid príncipes indebitê extorqueant, ra-
pina est, sicut et latrocinium, etc ,» que o nosso Vieira
traduziu assim : «Se os príncipes tomarem por violência
o que se lhes não deve, é rapina e latrocínio Donde se
segue que eslão obrigados â restituição como os ladrões ;
e que pecoão tanto mais gravemente que os mesmos la-
drões, quanto é mais perigoso, e mais c o m m u m o damno
com que offendem a justiça publica de que eslão postos
por defensores (III, 324).»
Por mui violentos e tyrannos que sejão os príncipes
não vão commellermortes para roubar; é por tanto claro
que a differença que ha de latrocínio a roubo ou a rapina
não consiste em se fazer matando ou roubando, senão no
abuso da força e da autoridade que, sendo estabelecidas
para proteger a justiça, d'ellas se servem os malvados
para roubarem com insolência e muito a seu salvo.
473. — Futuro, vindouro.
Futuro é o que eslá longe de sueceder, porém que se
espera porque ha motivos para assim o presumir. Vin-
douro é também o que se espeta, porém que deve vir ou
sueceder dentro de pouco tempo. Neste sentido disse An-
drade na chronica de D o m João III : « Livrai o vosso povo
do grande infortúnio vindourotiSoi. 18, v.). •
474. —Gabar, Jouvar.
Gabar vem do verbo árabe cabbar, mudado o c emg,o
que é muito frequente em a nossa e e m outras línguas, e
parece ler entre nós a mesma significação que enlre os
Árabes, isto é, de exaltar, engrandecer. Etermo•mais ge-
soas,
néricomas
eII.vulgar
pareceque
referir-se
louvar;mais
diz-se
aodas
quecousas
é sensível,
29
e das ao
pes-
que
338 GAN
se quer inculcar. E m apoio do que vem o ditado vulgar:
« Q u e m gabaa noiva? o pai que a quer casar;» o qual se
applica a muitas cousas da vida.
Louvar é o verbo latino laudare e significa dizer pala-
vras e m signal de approvação; refere-se em particular ás
pessoas e suas boas qualidades, que por isso se chamà"o
louváveis.
Gaba-se tudo o que é b o m no seu género, tudo o que
nos agrada; louvão-se as boas partes que o homem tem
adquerido por sen estudo e trabalho, as boas acções que
pratica, pelas quaes se faz b e m quisto e digno de estima-
ção de seus similhantes.
Q u e m se gaba é vaidoso ou estullo ; rimo-nos ordina-
menle d'elle, e em lugar de lhe chamarmos gabão como
os antigos ou gabazola com o vulgo, dizemos «que não
deixa o seu credito em mãos olheias; o ou,» quem se gaba
não espera que o gabem.» Q u e m se louva éjactancioso
ou orgulhoso; naturalmente o aborrecemos, porque a
boa educação nos diz «que não cabe louvor em boca
própria.»
475. —Ganância, lucro, ganho.
Differenção-se eslas trez palavras em que ganância é a
utilidade ou interesse que se adquire pelo trato, pelo com-
mercio ou por outra cousa; e lucro significa o proveito
ou utilidade que se Ura da mesma cousa; e em linguagem
mercantil, é o ganho que resulta d'uma especulação, de-
duzidas as despezas. — Lucra u m h o m e m dando a alugar
u m trasle, u m a cavalgadura, ele.; ganha pondo em giro
u m capital. -*
A ganância está nas probabilidades do commercio, e
sujeita a leis; o lucro.é próprio da mesma cousa, éuma
consequência das ulilraades que presta, e não está sujeito
a nenhuma lei senão á do contraio que se fez. A ganância
c sempre licita e regulada pelas leis mercantis, como disse
que
Vieira
as
lucro
ganâncias
a signala
ganância
: « Q u e,•»
especulações
m odá
temlucro
a ucambio
m caracter
é usurárias.
sempre
tem generoso,
oexcessivo.
seu capital
sendo
D'aqui
seguro
que
vemoe
GEA 339
Ganho usa-se hoje em dia em lugar de ganância ; mas
com pouca razão, porque lendo ganância a significação
clássica limitada ao interesse licito e legal que provêm do
commcrcios, devia deixar-se a ganho a significação lata
de proveito ou interesse que vem de trabalho, de indus-
tria, ou de qualquer producto da intelligencia e activi-
dade do homem.
476. — Geada, escarcha, gelo, saraiva,
granizo , uedrisco, neve, caramelo.
Exprimem estes vocábulos as differentes formas que se
observão na agua congelada, isto é, privada do calórico
que conservava a mobilidade de suas partículas.
Quando nas noites longas o ar e a terra se esfrião,
quanto baste para que o orvalho se gele, os gelos que se
formão são tão subtis, e eslão Ião próximos uns dos outros
que, pela transparência, parecem brancos e formão a
geada, a que os francezes chamão gelée blanche, e a que
os castelhanos chamão e os nossos antigos chamavão es-
carcha : « As escarchas e neves que o inverno traz nas
despedidas, » disse u m clássico.
Quando o frio aperta, mormente nos climas do norte,
converle-se a agua em corpo solido, começando por for-
mar uma côdea similhante a u m a lamina de cryslal, alé
que Ioda ella se converte numa massa vitrificada, e a este
corpo solido e frio dá-se o nome de^eio, a que os fran-
cezes chamão glace, e os hespanhoes hielo.
Quando as gotas de chuva jjassão por frias regiões,
geleio-se antes de cair, e formão o que chamámos sa-
raiva, a que também se chama granizo, porque tem a
forma de grãozinhos ou confeilin^os; assim lhe chamão
igualmente os hespanhoes, e os francezes grele, que é o
grisil cellico, e o grando dos latinos. Quando esta chuva
gelada é mui grossa, e como pedrinhas, chama-se-lhe
com razão
pedrisco.
porém
mados
A reunião
pela chuva
esquinada decomo
frialdade
d'uns pedra;
gelos e quandodeao
da atmosphera
as esta
extraordinariamente
pedras pedra
sal,
momenlo é de
miúda
chama-se-lhe
finos, sua
for-
340 GEN
condensação, e antes que as partículas aquosas hajáo
podido reunir-se e m gotas, é a neve. Estes pequeninos
gelos, deixando entre si algum espaço, formão floccos
mui ligeiros que, pela sua transparência, presentão uma
brancura formosa que deslumbra os olhos.
Finalmente, caramelo é a neve congelada, ou o gelo
grosso na superfície das aguas, de rios, etc.
477. —Generalização, abstracção.
Dous termos que alguns ideólogos confundirão, mas
que são diíferenles c represenlão duas operações do en-
tendimento que os modernos chamão subsidiarias, e que
sãodistinclas e diversas.
A abstracção é aquella operação, pela qual, despre-
zadas algumas partes ou propriedades d u m objecto, di-
rigimos a attenção a u m a ou algumas d'ellas e nellas a
fixámos, e as considerámos como se estivessem desacom-
panhadas das outras. A generalização é aquella operação
pela qual a mente se eleva ás idéas geraes. - Com a
abstracção tira-se alguma cousa ao conhecimento, di-
minue-sé o objecto da allenção; com a generalização
ajunla-se, engrandece-se, e m u m a palavra generaliza-se;
subtrahir, e ajuntar são operações diversas. Eis aqui a
descripção succinla da generalização : Recebo a sensação
d u m objecto particular; ajunto lhe a idéa de ser, e com
islo a possibilidade de infinitos objectos iguaes aquelle
por m i m percebido : ei-lo generalizado. Se ao contrario,
e m vez de subir do individuo á espécie, e desta ao género,
separo mentalmente d'aq»elle objecto alguma de suas pro-
priedades, eis a abstracção.
Quando vejo, por e ( wmplo, u m a ave, e sem m e oceupar
da côr de suas pennas, da forma de seu bico, etc, sup-
ponho a possibilidade ou a existência d'outras aves da
mesma ou similhante espécie, e a ellas atlribuo as pro-
priedades que naquella descubro, generalizo.
çãoQuando
philosopho
mais no aoadmiro
contrario
propriedades
colorido m a esqueço,
ed'aquella
uoiTdeado epor
formosura
ave,
de sua assim
emprego
que dizer,
plumagem,
os minha
homensas de-
e atten-
como
não
GEN 341
sabem imitar, ou como artista imagino o modo de tirar
d'esta belleza algum proveito, faço abstracção.
Estabelecida esta distracção entre generalizar e abs-
trahir, pôde dizer-se que todas as ideas são peruei; mas
não que todas são abstractas. E segue-se também que
toda idéa geral è abstracta; mas não que toda idéa abs-
tracta é geral.
478 —Génio, gosto, saber.
Eslas trez palavras lêem relação com as producções
do enlendimenlo, e são hoje muito usadas e m lilleraturae
nas arles. A natureza dá o génio, ou a faculdade de criar;
este dá bellos resultados por inspiração, e produz cousas
novas. O conlinuo estudo e o costume de tratar com os
bons modelos dão o gosto ; e este consiste no sentimento
exquisito dos defeitos e das bellezas nas artes. O saber é
nas artes u m a investigação exacta das regras que seguem
os artistas, e a comparação de seu trabalho cora as leis
da verdade e do bom senso.
O génio sem gosto incorre muitas vezes em faltas dignas
da mais severa critica; o génio guiado pelo gosto não in-
correrá nunca nellas, anies fará obras primorosas; o saber
sem o gosto e sem o génio degenera e m esterilidade, ou
produzir» o que dizia Boileau: u m a estéril fecundidade.
O que lê continuamente obras primas de m ã o de mestre
consegue duas cousas : saber o que ellas conlêm, e o
gosto que se vai formando em seu entendimento á cerca
daquella classe de obras. O génio porém não se aprende,
não se adquire por meiodoeslSdo, nasce cora nosco, mas
cnlliva-se, aperfeiçoa-se; é similhante a uma terra fecunda
que o trabalho do lavrador fértil iz,^ e produz com a applica-
ção obras primorosas, rivaes do tempo, que darão sempr
modelos ao gosto, e regras ao saber. Veja-se o artigo
seguinte. .
479. — Génio , talento, engenho.
Ofaculdade
talento intellectual
é uma disposição
de que particular
o h o m e m c eadornado,
habitual edade
3M GE!N
que usa para b e m ordenar suas acções e palavras, para a
exactidão de seus raciocínios e fundamento de suas opi-
niões, e emfim para lograr o exilo de qualquer cousa
que emprehenda; e considerado c o m respeito ás lettras
consiste e m dar a aptitude conveniente aos assumptos de
que trata, e o verdadeiro colorido ás idéas que concebe, e
que approvem a arle e o gosto. A ordem, a clareza, a ele-
gância, a facilidade, o natural, a correcção, a graça, for-
m ã o parte do talento.
O génio não é u m a grande superioridade de talento,
como pretende o autor do Glossário; é u m a espécie de
inspiração frequente, porém passageira; seu principal
allributo é o dom de criar, como o diz sua etymologia,
de gigno, gerar. Snccede que o h o m e m decénio se eleva
ou se abaixa successivamente, segundo que a inspiração o
anima ou o abandona. O génio manifesla-se grande, c
remonta-se como a águia quando trata de assumptos
grandes e sublimes, porque estes são a propósito para
despertar seu inslinclo sublimee pôl-o e m actividade; é
descuidado nas cousas mais geraes, porque estão, por
assim dizer, abaixo d'elle. S e m embargo, se d'ellas se
occnpa com altenção profunda, as afformosea com novi-
dade e primor. O génio poético de Camões manifesla-se
grande e sublime quando canta os feitos illustres dos Lu-
sitanos, quando celebra
Albuquerque terribil, Castro forte,
E outros e m quem poder nSo teve a morte;
sobe de ponto quando representa o Cabo tormentoso per-
sonificado n u m gigante d\.e falia ao G a m a , lhe exproba
seu atrevimento, e lheannuncia os tristes naufrágios que
naquellas paragens hãq^le sueceder. dizendo-lhe:
Sabe que quantas náos esta viagem
Que tu fazes, fizerem de atrevidas,
luimif;a tirSo esta paragem,
C o m ventos e tormenlas desmedidas .-
E da primeira armada,que passagem
Fizer por estas ondas insoffridas,
lQE u e farei
seja dimproviso
mór o d a m ntal
o que
castigo,
'/•«<.,
o perigo.
V,«.)
GEN 343
Suslenta-se com progressiva elevação quando o faz
contar o motivo de sua transformação, que o monstro
horrendo remata com aquelles sublimes versos :
Estando c'um penedo fronte a fronte,
Queeu pelo rosto angélico apertava,
Nãofiqueih o m e m não, mas mudo e quedo,
Ejunto d'um penedo oulro penedo.
(Lus. , V , se.)
Abale-se porém este génio poético, e quasi se apaga
este lume vivificante, no Canto oitavo, e m que Vasco da
Gama, o grande capitão, apparece não como u m heroe c m
tudo grande, senão como u m chatim de pequeno trato,
solliçitando o despacho da fazenda, a troca de géneros,
como se fosse u m sobre-carga de navio. Tal é a sorte do
génio!
.... Quandoque bónus dormitai Homerus.
Manifesla-se de novo o génio poético de Camões no
episodio da ilha encantada; e se na invenção e disposição
da fabula ha muito que censurar, ha sem duvida muito
que admirar nas bellezas poéticas com que elle adorna,
com formas novas e bellissimas, cousas tão conhecidas
como são jardins, vergéis, festins e amores. O cantor bu-
cólico e erótico vence aqui o poeta épico.
O talento particular de Camões consiste não só e m
exprimir-se c o m elegância, clareza e propriedade, mas
sobretudo e m vestir á portugueza pensamentos latinos, *
(') Eis aqui algumas provas d'esta asserção.

Asarmas e os barões assignalados.


(Lus. , 1,1.)
4rma, virumque cano
(Ener.,\ ,1.)
Deseja de comprar-vos para genro.
(Ibi., l, 16.)
3«Vi GEN
e m enriquecer a lingua sem a desfigurar, em formular
e m estylo poético máximas e sentenças de pura moral e
elevada politica, e m pintar mais do que se pensa os cos-
tumes e erros d'aquella época, e m exprimir em suaves
versos o subido amor da pátria e m que tanto se abaliza-
rão os Lusitanos. Sejão exemplo os seguintes versos que

Teque sibi generum Tethys emat omnibus undis.


(Georg. , 1, 31.)
E costumai-vos já a ser invocado.
(Lus. , I, 11.)
Et votis jam nunc assuesce vocari.
(Georg., 1, 42.)
Co'o vulto alegre, qual do ceo subido
T o m a sereno e claro o ar escuro.
(Lus.. 11, 42.)
Vuliuquò ccelum Icmpestatesque serenai.
(Enei., 1, 2B9.)
Sua vara fatal na mão levava
C o m que os olhos cançados adormece
(Ibi., H,S7.)
Tum virgam eapil: hdc ânimos ille evocat orço
Patentes, alias sub Tártara tristia mittil.
(Enei., IV,212.)
Fuge,fuge, Lusitano,
Da cilada que o rei i%;lvado te
[Aí., 11,61.)
Heu I fuge crudelf* terras, fuge littus arar UM.
(Enei., 111,44.)
Onde a matéria da obra é superada.
(Aí., 111,95.)
líaleriam superabal opus
(OVID. , Metam., II, 8.)
Para o céo crystalino alevantando
C o m lagrimas os olbos piedosos,
GEN 3í|5
lhe inspirarão suas Tágides a favor de Nuno Alvares
Pereira :
Ditosa pátria que tal filho teve !
Mas antes pai; que em quanto o sol rodêa
Esle globo de Ceres e Neptun",
Sempre suspirará por tal alumno.
(£ui., VIII, 32.)

A producção do talento consiste em dar forma, e a


creação do génio em dar ser. O mérito d'um depende da
industria; o merilo do outro, da invenção.
O h o m e m de talento pensa e diz as cousas, que uma

Os olhos ; porque as mãos lhe estava atando


U m dos duros ministros rigorosos.
(Aí.,IH, m.)
Ad ccelum tcndens ardentia lumina frustra,
Lu mina ; nam teneras arcebant vincula palmas.
(Enei., II, 405.)
E as m5is, que o som terribil escuitárão,
Aos peitos osfilhinhosapeilárao.
(Aí., IV, 28.)
El trepida malres pressere ad pectora natos.
(Enei., V H , 51S.)
Oh ditosos aquelles que poderão
Entre as agudas lanças Arricanas
Morrer *. . .
IAÍ., V I , 83.)
O ter auattrque be^i
Queis ante orapatrum Trojeeiub mcenibus altil
Contigit opelere
(Enei., I. 98.)
Que nunca louvarei
O capilio que diga : Não cuidei.
(Ibi. , V I U , 89.)
Nec commltert. ut aliquando dicendum sit : Non pulabam.
(Cie, de Offic, 1,23.)
I
3Zi6 GEIN
multidão de homens houvera pensado e dito, porém elle
as presenta cora mais vanlagem, e as sabe escolher com
mais gosto, as dispõe com mais arte, e as exprime com
mais finura ou graça. O h o m e m de génio, pelo contrario,
tem u m modo de ver, de sentir, de pensar que lhe é priv
prio, e não é dado aos outros. Se concebe u m plano, faz-
se superior ás regras, não tem á sua vista nenhum mo-
delo, segue o que sua imaginação lhe dicla. Se traia de
desenhar caracteres, sua singularidade, sua novidade, a
energia com que exprime seus pensamentos, a similhança
e concordância natural que se encontrão em suas concep-
ções, a rapidez e valentia com que traça os adornos de
sua obra, a arte, com que os reúne, com que os põe era
acção contínua, dão-lhes tal vida e animação, que pare-
cem por seu merilo raro u m a espécie de criação.
Nas descripções, o h o m e m de génio parece que rouba â
natureza os segredos que a ninguém forão revelados; do-
mina a imaginação e a exalta ou acalma como lhe apraz;
possue o coração humano e o faz comprimir-se ou dila-
tar—se por meio da dôr ou da alegria que nelle derrama.
Se pinta as paixões, dá-lhes certo colorido que nosenthu-
siasma por suas transições, cuja naturalidade nos confunde;
tudo é verdadeiro n'esta pintura, superior tudo. Se trata
de descrever objeclos sensíveis, faz signalar até os inci-
dentes mais minuciosos, de tal maneira que se nos figura
estarmo-los vendo. Quando trata assumptos históricos,
quer dizer, que real e verdadeiramente suecedêrão, mani-
festa ás vezes combinações Ião novas e verosímeis, que
se não sabe signalar quaes são asfingidase quaes as ver-
dadeiras, tf
Não é mui frequente a união do génio e do talento, mas
quando se dá esla mutua concórdia cm algum, sujeito fa-
vorecido da natureza, xntão não se encontrão desigual-
udades
outro
obras
perfeitas
çoa de nenhum
Osm intervalos
orepousa,
que
primas
attenla género
e oesmeradas.
génio
odo
e outro
aperfeiçoa
génio nas
originaes;
inventou,
vela
são
Quando
; producções
oceupados
aoquando
sua
talento
sai m Odo
o talento
obra.
a uobra
pelo entendimento.
fabrica
está
ordena
talento;
génio
primorosa
descuidado,
as produz
eimitações
aperfei-
quando
que
as o
GKN 3/t7
nos leva a admiração e a inveja, mas que imitar não
podemos.
Quando lemos aquelle formoso verso de Camões,
Se a tanto m e ajudar o engenho, e arle,
quasi diríamos que o poeta entendco e usou a palavra ca •
yenlu> no mesmo senlido que agora damos a génio; o que
não admira, porque vera da mesma origem, sócomadiífe-
rcnça do prefixo in que degenerou em en. Se pois temos,
nos dirão, a palavra engenho, para que é introduzir uma
nova, gemo ? Respondemos que lambem os latinos Unhão
genium e fizerão ingenium, que são differentes, só os
francezes lem o seu gênie que serve para tudo; tenhamos
lambem os dous vocábulos que, provindo da mesma ori-
gem, se devem com tudo differençar da maneira seguinte.
O génio éolalenio inventivo que gera, cria producções e m
que tem mais parte a imaginação e o gosto que o discer-
nimento e a razão ; o engenho é a faculdade inventiva que
forma, criasystemasscienlificos ou artísticos, pela qual a
alma percebe, discorre com subtileza e facilidade, e dá o
sor a concepções em que tem mais parle a razão e o dis-
cernimento que a imaginação e o goslo. Nos Lusíadas de
Camões ha mais génio que no Oriente de Macedo; mas
neste poema ha mais engenho que naquelle.
Homero, Virgílio, Camões, lasso, Milton, são podas
de grande génio; Platão, Aristóteles, Cicero, Lcibnitz,
Newton, Descartes, Kant, são philosophos de grande en-
genho; Xenofonte, Tito-Lívio, Tácito, Bossuet, Cervantes,
Vieira, são escritores de grande talento. — Sem génio
ninguém é poeta; sem engenho ninguém éphilosopho;
seta talento ninguém é escril-Sr. — Quem tiver talento,
engenho e génio, e cullivar estes doles, poderá ser escri-
tor, philosopho e poeta. 4
O génio não pode applicar-se senão ás sciencias e ás
artes sublimes; o engenho e o talento estende-se i a ludo
que
c-iudo,
lonto.
segundo
puroo cffeito
h Uode
mas
e combinações
mcurioso
regras
de
faz.
sua— da
que
imaginação,
U arte
minventa
e artífice
cálculos,
que upossue,
mque
sem
oinstrumento
aperfeiçoa,
faz
conhecimento
euque,
m instrumento
á tem
força
por das
ta-
ude
m
348 GEN
regras e princípios da arte, tem engenho; mas nenhum
d'elles tem génio. — Este luminoso astro só brilha para
certas almas privilegiadas, e deixa a seus dous satélites
o cuidado de allumiar o vulgo das humanas intelli-i
gencias.
480. —Gentios, pagãos, luficls.
etluiicos.
E* summamenle importante o fazer a diíTerença neces-
sária enlre as duas primeiras palavras, as quaes, m;d en-
tendidas e mal applicadas, confundem duas classes de
homens, que religiosamente considerados são em alto
gráo differentes.
Assim como os Gregos e Romanos chamavão bárbaros
a todos os povos que não erão elles; assim lambem os
judeos chamavão goim, nações, gemes ou gentios todos
os povos que não erão de sua religião; e este mesma
n o m e derão depois aos christãos. Observa Fleury que
entre estes gentios incircumeisos havia alguns que adora-
vão o verdadeiro Deos, e a quem se concedia a permissãi
de habilara Terra Santa com tanto que observassem a lei
natural e se abstivessem de sangue.
Pretendem alguns sábios que os gentios forão assim
chamados porque não têem oulra lei mais que a natural c
as que a si mesurasse impõem, por opposição aos judeos
e aos christãos, que têem u m a lei positiva e uma religião
revelada que são obrigados a seguir. A nascente Igreja
não fallava senão de gentios. S. Paulo foi o apostolo das
gentes, isto é, dos gentios, como se lê nos Aclos dos
Apóstolos : í/í portet iifmen m e u m coram gentibus
(IX, 15).
Depois do estabelecimento do chrislianismo chamárão-
sc pagãos, pagani, osf.bvos que ficarão infiéis, ou fosse,
como crê Baronio, porque os imperadores christãos obri-
garão por seus edictos aos adoradores de falsos deoses a
ainda
depois
chamavãopagus,
retirarem-se
sedeconservou
convertidas
ás aldeias
onde
a idolatria
aoexercião
ouchrislianismo
lugares
nassua
aldeias,
dereligião
pouca
as villas
pagi;
conla,
; ou
eou,
cidades,
porque,
que
como
se
GKM 3/t9
diz S. Jerónimo, porque os infleis recusarão alistar-se
na milícia de Jesu-Christo, ou porque quizerão anles
deixar o serviço que receber o baptismo, como foi orde-
nado no anno 310, segundo observa Fleury; porque,
entre os Latinos, paganus era opposto a miles, como
enlre nós o é paisano a soldado ou mililar. Ainsworth
cita a favor d'csla opinião a passagem seguinte : <• Miles,
si dum pagnnus erat, feccrii testamentum, etc. O sol-
dado, se quando ainda era paisano, tiver feito testa-
mento, etc.; • e acerescenta : «Ilinc et fortasse chris-
tiani gentes dixere paganos, quod Christi vexillis non
militarent; d'aqui veio talvez chamarem os christãos
pagãos aos gentios, porque não querião mililar debaixo
das bandeiras do Cluisto.» Seja como for, o nome de pa-
gãos foi dado aos infiéis que, retirados das cidades, con-
linuárão a adorar os falsos deoses. Os gentios forão
chamados á fé, e obedecerão a sua vocação; os pagãos
persistirão e m sua idolatria.
A palavra gentios não designa senão as pessoas que não
crem na religião revelada ; ea depagãos distingue aquel-
les que observão cegamente e com fanatismo uma religião
mylhologica ou u m culto de falsos deoses. Pelo que, os
pagãos são gentios; porém nem todos os gentios são
pagãos. Confucio e Sócrates, que refulavão a plurali-
dade dos deoses, erão gentios, porém não erão pagãos.
Os adoradores de Júpiter, de to, de Brama, de Xaca, e
d'outras falsas divindades, são pagãos; os sectários de
Mafoma, adoradores d'um só deos, são, propriamenle
fallando, gentios ou infiéis, como lhes chamou D o m Af-
fonso Henriques na visão do campo de Ourique :
m
Aostn/iets. senhor, aosin/ieti,
E nSo a m i m nue creio o que podeis.
(Lus. ,11,11, 55.)

Infiéis é termo mais geral que abrange gentios,pagãos
gentiles,
deira
e mahomclanos,
Eihnicos,
ÍOVOÍ, fé,
II.
povo,
oucomo
nação,
não
cm seguem
latim
se
e em
raça,
vêfim
ethnici,
d'aquelle
aque
todos
lei corresponde
deéos
Jesu-Christo.
lugar
a que
palavra
não
de no
grega
lêem
S.Evangelho
30Malheus:
aIDnxi,
verda-ade
350 GER
« é'irta 9o\ "iGitip b ÍOJC/.O; *~A b zú.òvm; SÍt tibi SÍCUt ethnicut
et publicanus; tem-no por u m gentio ou publicano
(XVIII, 17). •
N o uso c o m m u m não se applica a palavra gentios se-
não ás nações antigas consideradas e m sua opposição
com o judaísmo e o chrístianismo nascenle. A qualifica-
ção de pagãos dá-se geralmente aos povos que em todos
os tempos adorarão falsas divindades; e a de infiéis aos
que não seguem a lei de Christo. ainda que não adorem
falsos deoses, como são os mahometanos.
A' palavra pagão anda ordinariamente annexaa idéa de
mãos costumes, de costumes grosseiros, brutaes, ímpios,
abomináveis, o que não acontece com nenhuma das
outras.
481. — Geral, universal.
A palavra geral refere-se ao maior numero dos indiví-
duos ou das cousas; universal abraça todas as cousas e
todos os indivíduos. — O governo dos príncipes só deve
ler por objecto o bem geral, isto é, o do maior numero
possível de pessoas; porém a providencia de Deoséuni-
versal, porque se estende sobre todo o criado.
Geral comprehende a totalidade sem exame; universal.
o completo abraçando todas as particularidades. O pri-
meiro adjectivo suppõe excepções particulares; o segundo
não as admitle de modo algum. Assim se diz que não ha
regra tão geral que não tenha suas excepções; e dá-se a
qualificação de principio universal a u m a máxima cuja
verdade e justiça se conhece á primeira vista. E, por
exemplo, opinião geral que as mulheres não nascerão
para sobresair nas sciencias e nas arles; porém isto não
obsta para que lenhúò existido mulheres que brilharão
nestes ou naquelles estudos. Reconhece-se como princi-
pio universal que os filhos devem honrar a seus país;
porqueva mente do Criador se manifesta neste preceilo
snppor
da
todas
d'umequidade
modo
asuleis
m a Ião
edivinas
excepção
justiça,
claro,
e humanas.
que
lanlo
que não
seria
e m pôde
harmonia
desde
haver
logo
com
pretexto
contraria
as regras
para
a
GLO 351
482. — Gloria, honra.
A gloria é, como disse Cicero, uma brilhante e mui ex-
tensa fama que o h o m e m adquire por ter feito muitos o
grandes serviços, ou aos particulares, ou á sua pátria, ou
a todo o género humano. Honra, como aqui entendemos,
a demonstração exterior com que se venera a alguém
por seu mcritoJe acções heróicas; no mesmo senlido e m
que disse Camões :
On Fraudulento gosto que se atira
C h u m a aura popular, que honra se chama.
(Lus., IV , 95.)
Pela gloria emprchende o homem voluntariamente as
cousas mais diffieullosas; a esperança de alcançál-a o im-
pellc a arrostar os maiores perigos. Pela honra se em-
prohendem cousas não menos diflicultosas, nem menos ar-
riscadas; porém quão differente é o objecto e m cada uma
d'eslas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e
obra para o bem publico; a segunda é cobiçosa e egoísta,
só por si e para si obra. Aquella é a gloria verdadeira que
faz os heroes; esta é a vã gloria ou gloria falsa que ins-
tiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por
m ã o de mestre, nesta estancia dos Lusíadas:
Dura inquietação dálma e da vida.
Fonte de desemparos c adultérios,
Sagaz consummidora conhecida
D e fazendas, de reinos e de impérios j
Chamão-te illustre, chamão te subida,
Sendo digna de infames vituij£rios;
Chamâo-ie fama e gloria soberana,
N o m e s com quem se o povo néscio engana !
(Lus. y\\, 90.)
A honra pomposa e triumphal, que recebeo em Goa
D. João de Castro depois da heróica defesa de Diu,
deixaria mui obscurecida sua gloria se elle não nos legara,
no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aqttel-
las memoráveis palavras, que são a medida de seu desin-

teresse e o exemplo de verdadeira gloria nunca depois
imitado : « Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao
352 GOZ
» Viso-Rei da índia Talião nesta doença as commodidades,
» que acha nos hospilaes o mais pobre soldado. Vim a
» servir, não vim a commerciar ao Oriente; a vós mes-
> mos quiz empenhar os ossos de m e ufilho,e empenhei
» os cabellos da barba, porque para vos assegurar, não
» tinha outras tapeçarias nem baixellas. Hoje não houve
» nesta casa dinheiro, com que se m e comprasse uma gal-
• linha ; porque nas armadas quefiz,primeiro comiãoos
» soldados os salários do Governador, que os soldos de
• seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai
» de tantosfilhos.» (Fida de D. J. de Castro, liv. IV.)
Considerada a palavra honra como representando a
boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, dif-
ferença-se ainda da gloria em que ella obriga ao homem
a fazer sem repugnância, e de bom grado, tudo quanto
pode exigir o mais imperioso dever.—Podemos serindif-
ferentes à gloria, porém de modo nenhum á honra. — 0
desejo de adquirir gloria arrasta muitas vezes o soldado
alé a temeridade; a honra o contêm não poucas nos limi-
tes de sua obrigação. — Pôde a gloria mal entendida
aconselhar empresas loucas e damnosas ; a honra, sem-
pre reflectida, não conhece outra estrada senão a do de-
ver e da virtude.
485. — Gosto, salior.
Gosto é um dos cinco sentidos, que também chamámos
gostar, que reside principalmente na lingua, pelo qual
percebemos os sabores dos corpos que gostámos; também
se loma pelo sabor que lêem as cousas. Porém sabor é a
propriedade que têem os^orpos de excitar uma sensação
agradável ou desagradável no órgão do gosto.
Gosto tem de mais^va mais a significação figurada de
sensação agradável que resulta da bondade de alguma
cousa, que faz synonymia com gozo. Veja-se o artigo se-
guinte.
484. — Gozo,
O primeiro applica-segosto.
particularmente ao moral, o se-
C.RA 30 3
gundo ao physico, c só figuradamente ao moral.—O gosto
que m e causou sua vista encheo de gozo meu coração.
Não se diz o gosto da alma, senão o gozo; nem 05020
de comer uma pêra, senão o gosto.
Applicados u m e outro puramente ao moral, o gozo
suppõe uinelTeíiomais inherenle, mais sublime, e causado
por objectos mais nobres; o gosto, uma sensação menos
solida, e causada por objectos mais communs. — O gozo
dos bemaventurados; o gosto de passear só.
485. — Graea, mercê, f.tvor.
A graça é um beneficio que se concede sem mereci-
mento particular do quem o recebe, e só sim por alfecto,
por consideração ou por piedade de quem o outorga.
Mercê c premio, dadiva, galardão que se dá e m agrade-
cimento ou recompensa de bons serviços. Antigamente se
usava mercê por misericórdia ou perdão, conlundindo-se
com graça, como nestes casos: «lazer mercê da vida; ler
em mercê:' talvez que cnlão se considerava a graça em
quanto ao bemfeilor que a fazia, e a mercê em quanto ao
agraciado que a recebia. Favor é termo genérico que si-
gnifica lodo acto de benevolência aflecluosa que distingue
e prefere a pessoa favorecida.
Os reis concedem mercês a seus súbditos por acções
distinclas no desempenho de seus deveres, e nisto fazem
u m acto de justiça; liberalizão graças quando querem
altruhíl-os á sua causa, e nisto obrão como políticos. Nin-
guém ha que, por amizade, a*feição, ou interesse, não
faça, ou conceda favores.
Mui judiciosamente designou o P e Vieira a differença
de graça a mercê no seguinte lugar: « Nenhuma cousa
anda mais mal entendida e peor praiicadanas cortes que a
distineção enlre a justiça e a graça. IVonde se segue, que
apenas ha mercê das que se chamão graça, jque não
seja injustiça, e contenha muitas injustiças. Não nego que
os
ser
prioreis
depois
da podem
beneficência
de fazer
satisfeitas
graças,
e magnificência
as eobrigações
que o real;
fazêl-asé
damais
justiça.
muito
isso ha
pró-
(II,
de
i5k GEA
102).» — « Para a justiça c necessário o merecimento,
para a graça é necessário o favor (V, 207).»
488. — Gracejo , chiste , jeraça.
O gracejo refere-se à graça no dizer, e só no dizer;
pertence á parte intcllectual do h o m e m applicada a um
caso dado na conversação familiar. O chiste suppõe uma
censura alegre, porém'pensada, da cousa que se censura.
Pertence também o chiste á parle intellectual como o
gracejo, porém numa esphera mais ampla. A arara,na
parle intellectual, é o resultado do gracejo e ilo chiste
unidos. No material das formas, a orara é o conjunelo
agradável que produzem as feições d uma pessoa, o ar
agradável, o attractivo no semblante ou meneio do corpo.
Diz-se familiarmente graea por gracejo; porém mais
se usa no plural, significando ditos galantes e discretos
por brinco.
487. — Gracioso, encraçndo»
Gracioso applica-se ás cousas que são de graça, em
que ha graça, que são aprazíveis, como • privilegio gra-
cioso, boca graciosa, graciosos valles, fontes, prados;» c
ás pessoas que liberalizão graças, ou se moslrão favorá-
veis e benéficas, como t gracioso príncipe, graciosa for-
tuna. » Engraçado diz-se particularmente das pessoas que
têem graça, ou das qualidades que lhes dizem respeito,
como « dito, riso engraçado; falia, voz engraçada.»
Gracioso usa-se alêm^disso c o m o substantivo, desi-
gnando um h o m e m que diz graças como por habito, í
nisto muito se differença de engraçado, como notou o
nosso Lobo, na corte íía aldeia : <• Ha graciosos bem mal
engraçados.»
_ 0 gracioso diverte excilando o riso, por meio de ac-
ções ou dilos jocosos; e o engraçado, recreando o enten-
com
dimento
—dados,
O primeiro
viveza
de
< com
extravagâncias,
e opporlunidade,
pôde
agudezas
valer-se
e chistes,
das
deaoarremedos,
ventajens
assumpto
applicados
que
de que
pôde
ditos
semesludo,
seofiere-
estu-
trata.
c.tu 355
cer-lhe a disposição physica de sua própriafigura,ou a
singularidade de seu caracter; o segundo tudo deve á
viveza de seu engenho, c á promptidão de sua imagina-
ção.— U m ignoranlc pôde ter graça, ou disposição na-
tural para divertir ou mover o riso ; porém não pôde ser
engraçado, porque para isto necessita-se agudeza e dis-
crição. Por isso disse muilo bem Barros no Clarimundo :
« O homem soja engraçado, mas nãoaractoso, se quizer
manter o seu decoro. »
Como os gostos são mui vários, e a uns agrada o que
a outros não contenta, diz-se com muilo acerto, que
« vale mais cair cm graça que ser engraçado. » É pôde
acrescentar-se : « Antes não merecer graças, que oblêl-
as por gracioso.»
488. — Gradação , gradusaeao.
Posto que eslas duas palavras se pareção muito uma
com outra, são com tudo mui diíferentes, e se usão em
casos mui diversos.
Gradação éa palavra latina, gradalio, aportuguezada,
e significa em geral progressão gradual; e em phrase de
ríietorica significa uma figura, que lambem se chama
dimax, que consiste cm presentar uma serie de idéas
numa progressão tão constante de menos para mais ou
mais para menos, que cada uma (1'ellas diga sempre al-
guma cousa mais ou alguma cousa menos que a prece-
dente, segundo for a gradação. Tal é esta de Vieira :
«Nuvens negras, obscuras, cal\ginosas;» e esfoutra de
Camões, em razão inversa :
Ou fosse monte, nuvem, sonho OJI nada.
(Lus. , V, 87.)
Graduação é palavra puramente porlugueza, formada
do verbo graduar, em latim grado, que significa o acto
e effeito de graduar, a disposição de alguma cousa c m
gráos, como são barómetros, thermomelros, lentes,etc,
cm
gundo
sentido
os gráos
figurado,
de dignidade,
a condecoração
preeminência,
d'uma etc.
pessoa se-
3i6 GR A

480. — Grandeza, magnitude,


tamanlio.
A grandeza considerada physicamente, representa um
corpo com relação ao excesso de seu volume, respecli-
vamenle ao regular e c o m m u m de outros corpos, e sem
relação determinada a suas medidas e proporções; a ma-
gnitude o representa debaixo d'nma idéa determinada,
com relação a suas proporções ou medidas.—Admira-se
a extraordinária grandeza do sol, e mede-se por meio
de instrumentos astronómicos sua verdadeira magnitude.
, O tamanho representa lambem determinadamente o
volume, porém usa-se com mais propriedade quando se
traia de corpos mais pequenos, dos do nosso uso, dos que
manejámos, dos que podemos medir facilmente; o ma-
gnitude quando se Irala de corpos mui grandes, ou inae-
cessiveis. — Calcula-sea magnitude d'um planeta; com-
pra-se uma caixa d'um tamanho proporcionado. — Nem
o tamanho se applicaria c o m propriedade ao planeta,
nem a magnitude á caixa.
A grandeza é relativa, a magnitude e tamanho são
absolutos, porque não é grande nem pequeno um corpo
considerado só, senão relalivamenie a outro, e esta com-
paração o conslílue tal; porém todo corpo tem por si
mesmo, independentemente de toda comparação, as me-
didas e proporções que formão sua magnitude e ta-
manho.
Grandeza usa-se com muita frequência e propriedade
no sentido figurado, copo grandeza de alma, de animo;
magnitude usa-se menos, e talvez á m á parle, como equi-
valente de gravidade; tamanho só se usa no senlido
physico : não se dirá: nunca tamanho de alma, de animo;
e se dissermos o tamanho da alma, do animo, supporia-
mos que a alma e o animo erão corpos que tinirão lai ou
490. —Grandeza,
lai dimensão.
Enlre
primeira
eslas
é causa
palavras ha magestade.
e a segunda
a notável
edeilo. differença
Grandeza significa
de que í
GRA 35?
extensão, tamanho d'uma cousa, e c m sentido figurado o
poder. Magestade exprime magnificência e ostentação,
assim como, em sentido não próprio, gravidade e serie-
dade de alguma pessoa. Tudo que é magestoso é grande,
porém nem sempre o grande é magestoso. U m palácio
de formas colossaes é grande, mas se tiver u m exterior
irregular e for pinlado de varias cores não será mages-
toso. U m calafalco é magestoso e também grande, por-
que ainda que suas dimensões são reduzidas eleva a alma
a contemplação.
A grandeza exprime luxo, ostentação, soberania; a
mugestade, decoro, seriedade, bom gosto. — Grande
perspectiva é o sallo horrisono d'unia copiosa mole d'agua
na cataracla do Niágara. — Que magestoso é o reflexo
dos raios do sol sobre as límpidas aguas n u m a tarde de
outono! — As pyramidasdoÉgyplo não são majestosas,
senão grandes. — A hóstia consagrada que se eleva nas
mãos do sacerdote é magestosa aos olhos do calholico,
ainda que não grande.
A grandeza eslá na materialidade das cousas; a ma-
gestade em suas formas. Aquella palavra refere-se à ma-
téria; esla ao ideal.
491.—Granja, quinta.
Ainda que eslas duas palavras se referem a uma idéa
coinmum, ha enlre ellas grande dilferença.
Granja significa herdade ou prédio rústico, que se
cultiva para lucrar e m seus fruetos. Quinta significa u m
prédio rústico, mas de recreio, e,,alé de luxo, de que seu
dono se contentava antigamente de tirar só a quinta
parte de seu produclo, como e m reconhecimento da pro-
priedade e domínio, deixando tudoV) mais para augmen-
lar os ornatos que recreião o animo. — As grandes pro-
priedades ruraes do Alemtejo são verdadeiras granjas;
nos arredores de Lisboa, e e m Cintra ha muitas e bellas
quintas. De todas a mais notável é aquella onde se reti-
rava D. João de Castro depois de suas proezas militares,
não para satisfazer interesses materiaes, senão por dese-
jar viver para si mesmo, havendo-se no serviço da pátria
358 GRA
de maneira, que nem o desemparava como inútil, nem o
buscava como ambicioso. E mais provável que D. João de
Caslro cortara as arvores fruetiferas e plantara arvores
silvestres e estéreis mais pela razão, acima dada.de que a
sua fazenda era, não uma granja, senão uma quinta, do
que o fizera « quiçá mostrando, que servia tão desente-
ressado, que n e m da terra que agricultava esperava paga
do beneficio,» como diz o autor de sua vida.
492. — Gratificação, recompensa.
Estas duas palavras têem uma idéa commum, qual éa
remuneração de qualquer trabalho; porém dislinguem-se
pelo caracter com que se dá. A qualidade dislinctiva des-
tas duas palavras consiste e m que a primeira é produzida
pelo reconhecimento, a segunda pela compensação. Na gra-
tificação pôde obrar a vontade; na recompensa só o
dever" Gratificação é a entrega de alguma cousa em re-
muneração de qualquer serviço; recompensa é a satis-
fação que se faz d'uma cousa por outra equivalente. A
gratificação nunca será u m a paga como a recompensa.
A gratificação leva com sigo a generosidade e o reconhe-
cimento de serviços anticipados que merecem u m premio;
a recompensa é obrigatória, porque tal é a força das ac-
ções que a merecem, que se faltaria á justiça se não se
obrasse d'este modo. — A gratificação dá-se; a recom-
pensa adquire-se.
493. —Grave, serio.
e
U m h o m e m grave não é o que se não ri, senão o que
sempre conserva u m caracter regular, e obra som preci-
pitação e m todos os'negócios. O que diz constantemente
a verdade, porque aborrece a mentira; u m escritor que
escreve o que sente; u m sacerdote ou magistrado que se
dedicão assiduamente aos deveres de seus respectivos mi-
nistérios ; u m cidadão obscuro, porém de costumes puros
ique
e morigerado
U mmeditava
h o m e m ecaracter,
serioé
discutia
differente:
as
sãomais
pessoas
extravantes
testemunha
graves. loucuras
Don Qnijotc,
com
GRE 359
a maior seriedade. U m pregador que annuncia verdades
terríveis, prescntando a seus ouvintes imagens ridículas;
ou que explica os mais profundos myslerios por meio de
comparações inopportunas, é u m bufão serio.
O adjectivo grave tem u m gráo de força mais que o
serio, c este gráo é considerável. Pôde u m h o m e m ser
serio por costume, e talvez por carecer de idéas; a
gravidade é u m a consequência da meditação e do bom
proceder.
A gravidade é uma disposição habitual e reflectida, por
isso se diz : « Fulano é u m homem grave ; • a seriedade
pódc ser accidental efilhadas circumslancias. O h o m e m
mais risonho tem occasiões em que eslá serio ; o h o m e m
mais jocoso e gracejador algumas vezes falia serio.
494. — Gravidade , peso.
A gravidade é nos corpos uma qualidade que se sente
e se distingue por si mesma, e determina a gravitação. O
peso é a medida ou o gráo d'esta qualidade; não se
conheço senão por comparação.
A gravidade, segundo as leis da physica experimental,
c igual e m todos os corpos, e nas suas mais pequenas par-
tículas. O^esoé desigual nos differentes corpos, segundo
c maior ou menor o numero de partículas de matéria,
que nelles se contêm debaixo de igual volume.
Ai)5. — Greníaa, melena, guedelha,
cabelleira.
Grenha designa porção de caftello embaraçado, não
penteado, alborotado ou revolto; a melena é, pelo con-
trario, uma porção d'elle compostí^e ordenada que cai
sobre os hombros. Guedelha é uma parte menor e sepa-
rada, é u m floco ou madeixa de cabello da cabeça ou da
barba. Cabelleira diz-se de lodos os cabellos que u m a
pessoa tem na cabeça, e assim m e s m o dos postiços arran-
i
jados como os naluraes.
a Amelena,
grenha compostura
suppõe desordem
e ornato;
e desalinho
a guedelha,
nos cabellos,
corapri-
560 GRI
menlo edelgadeza; a cabelleíra, profusão c baslidão
d'elles.
496. — Greta, abertura, resquício.
A differença que existe entre a significação (festas trez
palavras é bem fácil de notar. A primeira é uma rotura
natural própria da dilatação ou contracção dos corpos só-
lidos ou dos efleitos do calórico. A segunda é uma raxa
aberta de propósito com instrumento cortante. A terceira
é, rigorosamente fallando. a abertura que ha entre o
quicio e a poria, e por extensão qualquer fenda por onde
penetra a custo a luz.
A greta e o resquício são naluraes, a abertura èw-
tificial.
497.— Grilaria, alarido, celeuma.
A terminação da palavra gritaria eslá designando a
multidão de gritos ou vozes descompassadas. Alaridoi
originariamente palavra árabe que designava o clamor
que se levantava ao travar a peleja, que depois se esleudeo
as vozerias dos que bulhão, efinalmenteás vozes lastimo-
sas dos que pranteão ou se lamentão, como diz Vieira :
«Não se via nas mulheres mais que lagrimas, prantos,
aluridos, etc. (VIII, 212^;» e lambem ásvozesde conten-
tamento, como se lê na Monarchia Lusitana, cilada
por Moraes.
Celeuma,em\a\'\m celcusma, é palavra grega,xO-imp*,
exhortação, caulo dos remeiros para se animarem ao tra-
balho, dexeXéuu, mandílr, exhortar; designa pois esta
palavra não vozeria, ou vozes e m grila, senão certo canlo
ou cantilena cadenciada que levanlão os marujos e outros
trabalhadores, para sé animarem mutuamente e dar uni-
dade ás differentes forças que fazem a manobra, etc.,
como muito bem diz Camões :
A celeuma medonha se elevaria
Vide iVozes.
N o nulo marinheiro quelraballia.
(Lus. , 11,-25.)
GR O 3(11
498. — Grosseiro, imnolitlco, rústico.
É maior defeito ser grosseiro que ser simplesmente
impolitico, e muito maior é ser rústico.
O impolitico falta ás maneiras finas que exige a eli
queta da sociedade polida; o grosseiro tem maneiras desa-
gradáveis, desgosta muito; o rwsitcoas tem tão molestas
c repugnantes que é, por assim dizer, o joguete dos que
assislem a qualquer reunião.
A impolitico é o defeito das pessoas que receberão uma
mediana educação; a grosseria oé dos que não receberão
nenhuma, ou a receberão m á ; a rusticidade é o opposto
de tudo que é urbanidade.
Soffre-se o impolitico no trato do inundo; evila-se o
tratar com o grosseiro; ninguém deve nunca reunir-se
com o rústico.
499. — Grosseria, descortczia.
A primeira d'estas palavras denota falta de educação, e
a segunda falta de allenção. Aquella é desculpável e m ai-»
gumas pessoas, esta sempre é culpável, porque suppõe
dcsagradecimcnto e immoralidade. A grosseria é u m de-
feito, às vezes involuntário; a descortezia é uma falta
reprehensivel. O que come com más maneiras, não sa-
bendo servir-se do garfo e da faca, mascando ruidosa-
mente, dando cotoveladas nos vizinhos, ele., é grosseiro;
o que não eslá com o devido respeito diante de seu supe-
rior, que não lira o chapeo a quem o saúda, etc., é
ãescortez. — O s costumes d*s índios selvagens são
grosseiros,- as maneiras do moço mal criado são des-
cortezes. — O grosseiro ridicuíi^a. O descortez desa-
credita.
500. — Guante, manopla, luva.
Anlcs que se tivesse introduzido na lingua a palavra
luva, que vem do inglez glove, não se corihecião outras
para
não guante
designar
e manopla
o resguardo
,- mas
cora
havia
queenlre
se cobre
ellasaesla
mão,
grande
se-
362 (iUA
differença. O guante era resguardo ou ornato de camur-
ça, pellica, etc., e m que se mettia a mão, a mesma cousa
que hoje se conhece pelo nome de luva; e manopla era
a peça do arnez com que se guarnecia a mão, e toda de
ferro. A manopla é muito mais antiga que o guante.
Desde que se deixou de usar a armadura, não houve mais
manopla, e ficou o guante; depois veio a luva.
Por isso que tem a nossa lingua a palavra luva, que não
existe enlre francezes, que dizem gant, nem enlre italia-
nos, que dízernguanto, nem enlre hespanhoes, quedizem
guante, classificaremos d'estes modo as trez palavras:
lalmudo dos tempos modernos diremos sempre luvas;
fallando tios tempos immediatos á cavalleria andante, di-
remos guantes;e fallando dos cavalleiros vestidos de
ferro, so deveremos dizer manoplas, que é o termo pró-
prio ; c o m ludo alguns escritores usarão da palavra
guante neste caso, a qual enlre nós é menos equivoca
por termos a moderna luva, que não têem as outras lín-
guas néolalinas. Parece que no uso d'estas palavras segui-
m o s os Inglezes os quaes não têem oulra palavra para
.designar guantes e luvas senão gloves, edesignãoas
manoplas pela palavra gauntlets, que muito se parece
com guantes.
501. — Guarda, piquete,escolta,
patrulha, ronda.
Eslas palavras differenção-se no caraderque têem as
pessoas armadas que desempenhão as funeções militares
por ellas designadas. ,1
Guarda é o corpo de soldados que assegura ou defende
algum posto a elles confiado. Piquete é certo numero de
soldados que pertencia a u m a companhia, com seus offi-
ciaes, e que eslão promptos para qualquer operação.
Escolta é uma porção de soldados que acompanha e vai
dando
acção
primir guarda
'para
Patrulha
Bonda qualquerau malguma
é rondar,
aé visita pessoa
desordem.
a ou
de
esquadra
como
gente deousoldados
cousa.
instrumento
armada quedeque
seforça
faz
sede
para
põenoite
emre-
GUA. 303
em roda (à la ronde), d'uma praça, d'um arraial ou campo
mililar, para observar se as senliiiellas eslão á leria, etc.;
lambem lia rondas do justiças que andão pela cidade, etc.,
para evitar distúrbios, c manter a segurança dos habi-
tantes, etc.
Não tem fundamento nenhum a differença que estabe-
lece o autor dos Synonymos enlre patrulha e ronda,
dizendo que esla é de gente de pé, e aquella de gente de
cavallo, allegando a autoridade de D. Fr. Manoel. N e m e m
castelhano, nem e m italiano, nem em inglez existe tal
differença; c a Academia franceza diz no seu Diccionario:
« Pairouille á pied, à checai.» É necessário não conhecer
Lisboa depois do Conde de Novion para não saber que a
cidade era percorrida de noite por patrulhas de policia a
pé e a cavallo, e que igual serviço faz hoje a guarda m u -
nicipal, patrulhando a pé e a cavallo. Fique pois assen-
tado que a patrulha é de gente de pé ou de cavallo, mas
sempre gente de guerra, c para segurança dos habi-
tantes, etc.; e a ronda é ordinariamente de gente de pé
para vigiar as senliuellas á roda, e nisto se distingue da
patrulha.
•)02.— Guarda-fogo, para-fo«o.
Guarda-fogo é chapa ou grade de ferro na cheminé contra
a qual se faz o lume, ou parede que se eleva entre duas pro-
priedades de casas para que o fogo se não communique
no caso de pegar numa d'ellas. Pura-fogo é movei ligei-
ro, como bandeira de papel, panno, etc., que se põe diante
das cheminés para desviar o ^alor do rosto, da ca-
beça, ele, e recebêl-o nas pernas, etc, como se usa nos
paizes frios.
503. — Guacda-venfo , para-veuto.
Guarda-vento é obra de madeira fabricada no interior
das portas das igrejas, ele, para tolher a entrada e cor-
renteza do ar. — lJara-vento é biombo, obra de taboas
correnteza
movediça quedo ar
se frio,
põe noouinterior
o vento.das casas para evitar a
364 GUI
o04. — Guarida, albergue.
Nos effeitos são uma mesma cousa estas duas palavras,
porém carecem de idenlidade respectivamente aos moti-
vos que ha para usàl-as.
Guarida é o lugar de refugio ou defensa para livrar-se
de algum damno ou perigo, assim como o sitio mui fre-
quentado por u m a pessoa e onde se encontra com facili-
dade. Albergue é qualquer paragem onde se acha hospe-
dagem ou resguardo, e que lem algumas commodidades
para os que a elle se acolhem. — Guariba exprime certa
idéa de obscuridade e segredo; albergue, certo pensa-
mento de bondade e gasalhado. A guarida infunde des-
confiança, assim como o albergue é hospitaleiro. Gil Blas
de Santilhana encontrava a cada passo guaridas de ladrões
e salteadores que roubavão a toda a sorte de viajantes. Os
antigos romeiros ou peregrinos achavão por ioda a parle
albergues e m que erão agasalhados e se curavão de suas
enfermidades. — U m a cova pôde servir de guarida, porém
u m convento ou palácio, que não esteja arruinado, será
albergue e m todos os tempos.
505. — Guiar, dirigir . conduzir, levar.
Guia-se mostrando, ensinando o caminho, indo diante;
dirige-se encaminhando, instruindo, dando direcção de
qualquer m o d o que seja ; condwz-se dirigindo, regulando
a marcha como chefe; leva-se conduzindo pela mão, 011
ajudando a andar, dando forças, mettendo animo, e talvez
arrastando por força, c
O postilhão intelligenle guia bem ao correio que não
sabe o caminho. O pai. o mestre, o aio, o mentor, dirigem
com proveito ofilhoobediente, o discípulo dócil, o alumno
applicado, na carreira da educação e dos estudos. U m bom
piloto conduz bem o navio ao porto. O coronel leva seu
regimento ao combate.
zir-nos
ao
girfim.
Guiar
faz •relação
U
aofaz
msitio
traidor
relação
aonde
u mgnia-nos
está
termo,
directamente
emboscado
apor
u mfim
u maos
determinado.
atalho,
o inimigo.
meios;
para
conduzir,
—Diri-
cowiti-
Quem
HAB 365
guia e conduz vai em pessoa, o que dirige pôde dar os
signaes ou direcção sem ir elle mesmo. — Levar indica
dispor do objecto á sua vontade ou de sua marcha, e ás
vezes tomando-o em seus hombros ou nos braços.
A bússola guia ao navegante; o piloto conduz o navio;
o leme o dirige na derrota; os ventos, enfunando as ve-
las, o levão ao porto.
506.— Habilidade, destreza.
O que sabe fazer uma cousa bem, e com conhecimento
do que faz, tem habilidade; o que a faz materialmente
bem, e com facilidade, lem destreza. Aquella refere-se
directamente ao saber; esta, ao executar.
U m artífice tem habilidade quando sabe executar bem
a obra que lhe encommendão, e destreza no manejo m a -
terial dos instrumentos ou ferramentas de sua profissão
ou officio. U m mestre tem habilidade para ensinar,
quando sabe o bom melhodo, e os meios que para islo
deve empregar. U m a aranha forma com destreza a
sua leia.
507. — Habito , uso , costume.
A differença d'estas palavras está em o numero das
pessoas que o possuem, e na maior ou menor força da
expressão.
Habito é a facilidade que se tem e m fazer qualquer
cousa, produzida pela maior ou menor repetição de actos.
Muitas vezes significa lambem eSta mesma repetição. —
Uso é a acção e o effeilo de usar, isto é, o aproveitamento
aclual d'uma cousa para algum fio»; e a facilidade e m
proporcionál-a se toma lambem como a pratica geral
d'esla ou d'aquella cousa. Neste sentido disse Horácio e m
sua arte poética que o uso constituía a lei e regra de
fallar :
Usus.
Quem penes arbitrium est, et jus, el norma toquendi.
Costume é o que por génio ou propensão se faz fácil»
366 HEli
menle; o conjunclo de qualidades ou inclinações que for-
m ã o o caracter distinctivo d'uma pessoa ou nação, cha-
mão—se costumes.
O habito só pôde applicar-se a u m enle ; o uso pôde
conceituar-se como o effeito d'esta propriedade; e cos-
tume é aquella m e s m a facilidade peculiar de algumas
pessoas tomadas collectivamente.
U m a nação não lem hábitos, porém distingue-se por
seus costumes ) u m poeta laz uso de Horácio, e não lem
habito de copiál-o; u m aleijado da mão direita tem habito
de veslir-se com a esquerda, e não costume.
O habito adquire-so ; o uso segue-se; o costume
adopía-se.
Costumes, correspondendo ao lalino mores, indica par-
ticulannenleos aclos moraes do h o m e m ou das nações que
frequentementesepralicão, eque varião segundo os tempoi
e os lugares. — Os costumes dos Germanos erão muito
differentes dos dos Romanos. — Os costumes de hoje
não se parecem com os dos antigos porluguezes.
508. — Herança , direito hereditário.
Indicão estas duas palavras o que se herda ou deve her-
dar depois da morte d'uma pessoa. Porém dislinguem-se,
n u m a suecessão, os direitos e m virlude dos quaes se herda,
c os bens que se herdão. Designão-se os primeiros pela
expressão direito hereditário, e os segundos pela palavra
herança. — Acceita-se, ou renuncia-se o direito heredi-
tário ; toma-se posse da herança, islo é, dos bens a que o
direito hereditário corflede a legitima posse.
O direito hereditário é a suecessão aos direitos do de-
funclo; a herança é t i suecessão aos bens, — Enlra-se
no direito hereditário; toma-se posse da herança.
509. — Herdeiro , suecessor.
Herdeiro
1
c aquelle a quem pertence uma herança.
Suecessor
herdeiro, èporque
o queNopôde
morte de outro. suecede a oulro,
primeiro
alguém é ou o que
casosueceder
muilo no herda
cargo,por
dilfcrcnle de
no
HEn 367
emprego, no beneficio, ele, de outro sem por isso sor
seu herdeiro; mas no segundo representa a mesma idéa,
só com a differença relativa de referir-se a palavra suc-
tessor á entrada de nova pessoa na linha de suecessão e
gozo dos direitos a ella annexos, e referir-se a palavra
herdeiro á posse de bens e riquezas e m que entra, pelo
fado de sueceder ao defuncto de quem era herdeira.
Nos morgados e monarchias hereditárias há só u m
suecessor, que suecede ao falleeido senhor, e de qaem
herda o vinculo ou o Ihrono, mas, se ha bens livres, são
tantos os herdeiros quantos os filhos. — O suecessor
d'um papa defunto não é quasi nunca seu herdeiro,- nem
os herdeiros d'um papa têem nada que fazer com o pon-
tificado, porque os papas não suecodem por direito here-
ditário senão por direito elleclivo.
(Vide a suecessão não coincide com a herança, sue-
cessor não é de modo nenhum synonymo de herdeiro.
510.—Herege, Heterodoxo, Seeresãarclta
Da differente otymologia d'eslas trez palavras resulta
a differença de suas significações.
A palavra heresia, e m lalim hceresia, vem do grego
stkitQ, de «i/Mfci, tomar, e significava primitivamente,
acção de tomar, escolha, elleição, seita, opinião boa ou
má. Dizia-se a heresia peripaletica, a heresia estóica, a
heresia chrislã, etc, e esta denominação não tinha nada
de odioso. Temos prova d'isto naquelle lugar de S. Paulo,
que escrevendo aos Corinthios, e reprehendendo as divi-
sões que havia entre elles á cerffa da maneira de comerem
as ágapes, diz-lhes: «\'-l •/«/> x?í atpitts ev uyh Eivai; naoi
opportet et ha?reses esse ; porque é conveniente que
haja heresias entre vós, para que se descubrãoosque são
firmes na fé (I, aos Corinlh., XI, 18).» Referia-se o
Aposlolo não a pontos de dogma, senão de disciplina; e
segundo o valor do verbo impessoal grego S=-í, e neces-
absoluta,
sário,
vel,
pensão
atlendida
éaforçoso,
novidades,
senãoa uinconstância
mnós
a como
cousa
dá a Unhão
entender
mui
humana,
ordinária
os Corinthios.
não
a usoberba
em aquasi
necessidade
einevita
a pro-
368 HER
C o m o andar do lempo, crescendo cada vez mais a vai-
dade, a soberba e protervia de certas seitas religiosas
contra os dogmas fundamentaes da Igreja calholica, única
mestra da verdade, forão aquellas anathematizadas, e a
palavra heresia, mui innocenle em seu principio, veio
com razão a ser lida e m grande horror, e chamárão-se
odiosamente hereges a todos os que se afferravão a uma
opinião contraria à doutrina da Igreja. Herege {hwreti-
cus, cúperuóí) é pois a pessoa que crê ou sustenta com
tenacidade un sentimento declarado, porém erróneo, con-
tra a Igreja.
Heterodoxo é palavra grega, htpòlofa (de trepo;, ou-
tro, Sói* , opinião), e significa o que segue uma opinião
ou doutrina diversa da c o m m u m m e n l e recebida, e em
geral, não boa nem recta.
Heresiarcha é também palavra grega uipeii&pxrn (de
*ípz<sts, heresia e àPX-n, cabeça, chefe), e diz o mesmo
que autor, chefe de heresia, ou d'uma seita herética.
Arrio, I.uthero, Calvino, ele, são heresiarchas.
O heterodoxo dissente da opinião communi em sen
erro, mas não resiste á autoridade doulrinal da Igreja;
quando esla decide, submelte-se, e não faz parlidojese
assim não obra é herege. Este não só erra, senão que se
rebella contra a autoridade legitima, e com orgulho, du-
reza e contumácia lhe resisle, e a combale. E ás vezes se
faz fautor de erradas doutrinas, e cabeça de sectários,
guerreando por todos os modos a Igreja Universal, e en-
tão éheresiarch a; c o m o diz Vieira de Lulhero : «Rebel-
loti-se contra a Igreja, e fez-se não só herege senão here-
siarcha (VII, 8.1).» •
O opposlo de heterodoxo é orthodoxo, opOblobi (de
èpSòs, reci.o,justo, eS<S£s opinião), e orthodoxoèaquelle
cujas opiniões e sentimentos eslão e m tudo conformes
com a doutrina da Igreja catholica. O opposlo de herege
Igreja;
emiltindo
como
os
é Lulhero
catholico
sentimentos
a passarão
Igreja
ee (x«9o*txá
ensinando
Calvino
catholica.
e oopiniões
ser {hereges,
começarão
, opiniões
geral,
do c ouniversal),
mresistindo,á
moppostas
por
u m dos
serfieis,
islo
áheterodoxos,
legitima
doutrina
é,que
quesente
segue
au-
da
HIS 369
loridadeecclesiaslica, e revollando-se abertamente contra
ella; e acabarão por ser heresiarchas, fazcndo-se cabeças
de seitas turbulentas e sanguinárias, que rasgarão o seio
materno que lhes dera o ser.
511. — Heroísmo, Heroicidade.
O heroísmo é o melhodo, a regra, a marcha, a maneira
própria de pensar, de sentir, de obrar, que têem os heroes.
A heroicidade é a qualidade, a virtude, o caracter pró-
prio do heroe, isto é, a magnanimidade, a generosidade,
a sublimidade que inspirão os altos pensamentos, pro-
duzem os bellos sentimentos, execulão acções estrema-
das e primorosas, dignas de admiração e respeito. — A
heroicidade completa a idéa que temos do heroísmo; o
que esle ensina, aconselha, exige, aquella o executa. O
heroísmo é a medida geral da heroicidade pessoal. O he-
roísmo signala o gráo de grandeza de alma até onde se
elevão os heroes; a heroicidade é essa grandeza de alma
que constilue o heroe, e que elle põe cm acção.
512. — Historia geral , historia
universal.
A historia geral refere-se sempre a uma nação ou povo,
e narra todos os suecessos na parte politica, religiosa,
litteraria, militar, etc, desde o seu principio até aos m o -
dernos tempos. A historia universal comprehende todos
os povos e nações conhecidas, e m todas suas idades, e
narra os suecessos de cada u m » delias, e suas relações
entre si. U m quadro único e m que se fossem apresen-
tando cada u m dos povos á proporção que fossem appa
recendo na scena do mundo serlt. cousa summamente
difftcultosa a executar, e por ventura menos útil do que
se pensa, allendida nossa limitada comprehensão; pelo
que mui acertadamente se divide a historia universal em
trez grandes idades ou Irez historias que se suecedem,
lendo
pôdecada
asehistoria u m a d'ellas
ajuntar
antiga, seu caracter
u am ada quarta,
idade que éeparticular,
media, moderna,que sãoe:
aa contemporânea;
ás quaes
370 H1S
eslas mesmas se subdividem e m épocas e períodos histó-
ricos, para melhor se comprehenderem os acontecimen-
tos, e se poderem julgar os homens que nelles tiverão
parle.
Errão muito os que dizem que Bossuet escreveoa h'u-
toria universal; elle só escreveo u m discurso sobre a
historia universal, e não passou do império de Carlos
Magno, e duvida-se muito que a Águia de Meauxpodesse
peneirar com a m e s m a lucidez a anuviada atmospherada
idade media. Seu livro (Discours sur Vhistoire univer-
selle), admirável pe.Ios conceitos e pelo esh lo, é muito im-
perfeito como compendio histórico, e por isso reprovado
nos collegios de França, e substituído por outros mais
completos e melhodicos.
515.— Historiador, historlògra^Iio.
Ambos estes litleratos escrevem a historia, mas de dif-
ferente m o d o e com diversas circumslancias.
O historiógrapho, istoé, escritor de historia,éum lilte-
rato pensionado do estado ou d'um príncipe, para escre-
ver sua historia, e corresponde quasi sempre ao que se
chamava chronista. Historiador é u m litleralo que com-
põe u m a historia, sem ser pensionado, e quasi sempre não
contemporânea. Racine e Boileau forão escolhidos por
Luiz XIV para seus historiágraphos; Voltaire foi histo-
riador do século d'aqnelle monarcha.
O historiographo é u m simples annalisla que refere
acontecimentos, retine matérias; o/wííorwdorescolhe-os,
põe-os e m ordem, exanvina os factos, julga os homens e
as cousas. Costuma este ser menos adulador c mais im-
parcial que o historiar apho, e se possue as demais qua-
lidades de b o m historiador lega a sons similhantes um
dos melhores presentes que so lhos possão fazer, que é
u m a boa historia, o que nunca fará aquelle.
Se ta historia é, como disso Cicero, testemunhado
das
lempo,
mensageira
croveoacções,
Vieira
luz da
da
testemunho
:verdade,
antiguidade-,
Mãi da vida
verdade,
do passado
ou
da como,
memoria,
emula
exemplo
talvez
do escola
tempo,
melhor,
e aviso
dadeposito
vida,
de*
do
HOM 371
prcscnle, advertência do futuro; aos historiadores se
deve tão inestimável Ihcsouro.

314.— Homem, varão.


Homem, corresponde ao latim homo, c designa em ge-
ral o animal racional, e e m particular o individuo mas-
culino da espécie humana. Farão, corresponde ao lalim
vir, e designando e m geral o individuo masculino da es-
pécie humana, significa particularmente, como disse
Vieira, não só o sexo, senão lambem o juízo, o valor, a
experiência...., e todas as outras qualidades, de que se
compõe u m heroe perfeito.
I\liulo bem deStinguio Soneca os dous termos latinos,
dizendo : « IVon sentire mala sua, non est hominis; non
ferre, non est viri.» Próprio é do homem o sentir seus
males; do varão é próprio o supporlal-os.
515. — BSoisíem de bem,
h o m e m de honra, h o m e s n honrado,
h o m e m de probidade,
h o m e m de virtude.
Refcrera-se todas estas expressões aos deveres que nos
propomos observar na sociedade, mas tem cada u m a d'el-
las seu valor relativo ou convencional que é mister não
confundir.
Servimo-nos ordinariamente da expressão homem de
bem para designar o que observa exactamente as leis da
sociedade, respeita os direitos d^seus similhantes, guar-
dando e m tudo a decência e decoro que convêm a seu es-
tado e condição.
Homem de honra é o que não s% segue rigorosamente
as leis e os usos da sociedade, senão que obra cavalheira-
mente, e mostra e m seu proceder certa elevação e nobreza
de sentimentos que affasta toda a idéa de baixeza, e dá
Lustre C realce a todas suas acções. Chama-se honrado ao
que não faz cousa contraria ás leis da virtude. Consagra-
ra lodo a seus deveres, e cumpre-os não por alleclar
honra, senão pela recta intenção e pelo convencimento
372 FOR
de antemão formado.— O homem de honra não falta
nunca a sua promessa; o homem honrado faz justiça
ainda a seus inimigos.
H o m e m de probidade, homem de virtude, são os do-
tados d'eslas duas qualidades. Consiste principalmente a
probidade na bondade morai e rectidão do animo; e a
virtude na integridade do mesmo, e valor de coração.
Aquella pôde vir da índole, da educação, do habito, etc.;
esta só vem da reflexão, da consciência, do amor da jus-
tiça e da convicção religiosa. A sociedade contenla-se
com a probidade; a religião exige a virtude. Quando a
probidade não provêm de recta intenção e se propõe fins
não louváveis é u m a falsa virtude, grande inimiga da ver-
dadeira, como disse Camões:
Que inimiga nSo ha tão dura e fera
C o m o a virtude falsa, da sincera.
516. — Homilia, sermão.
Homilia significava antigamente conferencia, porém
depois deo-se este nome ás exhorlações e sermões que se
pronunciavão ao povo. A palavra grega òp-àt* significa
discurso familiar, como a palavra latina sermo; e se cha-
mavão assim lambem os discursos que se pronunciavão nas
igrejas, para mostrar que estes não erão as arengas e
orações de apparato, como as dos oradores profanos, se-
não puras conversações, como as d'um mestre a seus dis-
cípulos ou d u m pai a seusfilhos.Distinguia-se a homilia
do sermão, e m que a primeira se pronunciava familiar-
mente nas igrejas, e a ^«girada e m cadeira ou púlpito e
com mais pompa que a homilia.
r.

517. — Homonyiuo. equivoco.


Já falíamos do equivoco no artigo Ambiguidade
(pag. 52); só diremos agora, que homonymo é uma es-
pécie de equivoco, que consiste na identidade do nome,
como o está dizendo a palavra {byúmpoç, que tem o mesmo
nome),
homonyma,
mas com
porque
difíerente
ha na lingua
significação.
duas, isto
A palavra
é, orno amok
stibs-
HOÍS 373
tantivo(o mesmo que senhor, dono), e orno primeira pes-
soa do verbo amar; as quaes, escrevendo-se e pronun-
ciando-se do mesmo modo, são dislinclas entre si, signi-
lieão cousas mui diversas, derivão-se de dislinclas raízes,
dilferençãoso pelos accidenies grammalicaes, e só por
uma casual combinação resultarão materialmente as mes-
mas. Toda a palavra homonyma faz equivoco, mas nem
lodo o equivoco é palavra homonyma.
518. — Honor, honra.
O que dissemos a respeito de erro e error (v. pag. 263)
póde-se applicar a honor c honra. Usavão os nossos au-
ligos mui acertadamente (Pestes dous vocábulos com dis-
tincla significação, mas os modernos, talvez porque o
primeiro cheirava a castelhano, ou porque entenderão que
ambos significavão a mesma idéa, condemnárão ao es-
quecimento o primeiro esó nsão do segundo Respeitámos
os direitos do uso, mas como neste caso é arbitrário e
despótico, dir-lhe hemos que não tem razão; e os homens
de bom senso c inlelligenles deverião rehabililara pala-
vra honor, para evitar a homoivymia, difíérençando-a de
honra pela maneira seguime.
O honor é independente da opinião publica , é quali-
dade inherente'á pessoa; assim dizia o autor da Eufro-
sina: • Perdi meu honor, maldizendo e ouvindo pior.»
A honra é, ou deve ser, o frueto do honor, isloé, a esti-
mação com que a opinião publica recompensa aquella
virtude. — U m h o m e m de honor é a honra de sua famí-
lia. Herda-se o honor, e não a h jura; esta funda-se depois
nas acções próprias e no conceito alheio. Honra-se al-
guém, mas não se lhe dá honor. Fjn soberano honra com
sua presença a casa d'um súbdito, mas se elle não liver
honor nãoficapor isso mais honrado.
510. —Moura , decoro, dignidade.
Honra
mar
virtudeéll.
;a eboa
honor (V. opinião
considerada enofama
o 3H. nrecedente, adquirida
individuo,
é aquellepelo
o que merilocha-
sentimenlo
se
32devia e
ha-
37 i IiOR
bilual que leva o h o m e m a procurar esla boa opinião e
fama pelo cumprimento de seus deveres e p d a pratica de
nobres acções, é o segundo anjo da guarda da virtude
como disse Vieira (VI, 369).
Cicero distingue duas espécies de decoro, u m geral que
se t-stende a tudo que é honeslo, e oulre particular que
perlence a cada u m a das partes da honestidade; define
o primeiro : O que é consentâneo á excellencia do homem
naquillo e m que sua natureza o differença dos outros
animaes; e o segundo, como espécie do primeiro: O queé
consentâneo á natureza do h o m e m de modo que nisso se
manifeste moderação e temperança com cerio ar nobre
(deOffic. 1,28).
Dignidade é a qualidade que conslilue u m homem di-
gno da consideração e honra que se lhe tributa, c lambem
a maneira grave como procede em harmonia com os em-
pregos que exerce, ou a graduação que oceupa na ordem
social.
O sentimento da honra nasce do desejo innato que
todos temos de sermos tidos e m boa conla por nossos si-
milhantes, e de merecermos sua estima. O sentimento do
decoro nasce da idéa de superioridade aos irracionaesque
em nós sentimos, e da tendência a mostrar esla mesma
superioridade aos que são d'uma condição inferior. 0
sentimento da dignidade resulta de nossa posição social,
e da justa idéa de fazer acções consentâneas aos cargos
que occupâmos, ouá gerarchia a que pertencemos. O pri-
meiro leva o h o m e m á virtude, e ás acções generosas;o
segundo sustenla-o para que se não degrade; o terceiro
avisa-o que nada faça it.ue deslustre seu bom nome, ou
traga quebra a sua reputação.
M o que o mundo chama honra ha muitas vezes mais
vaidade que virtude ;'.'io que se chama decoro lem não
poucas vezes mais parte a opinião publica que a razão; e
no
520.que—se
hypocrisia
Estas chama
Horrendo
quatro dignidade
espan
que apalavras dominaa de
, horrível,
sinceridade. i oso.
referem-se u m aordinário mais a
horroroso,
idéa commum,
HOR 375
a de que u m a cousa causa lerror ou espanto em nossos
sentidos, e differenção-se da maneira seguinte.
Horrendo é o que por sua grandeza desconforme in-
funde medo e temor, ao vêl-o ou ouvíl-o. Horrível é
Indo o que por sua fereza causa horror nos que o pre-
sencião. Refere-se ordinariamente a objeclos animados.
Hororroso pelo contrario diz-se mais frequentemente de
objectos inanimados, e e m particular do que depende da
ordem da natureza, ou do e m que ha atrocidade. Espan-
toso designa uma idéa monos extensa que os anteriores
adjectivos, e causa assombro, porém pôde ser alguma
cousa que por demasiada grandeza canse o que chamá-
mos espanto.
Horrendos são os trovões quando rebombão no fundo
dos valles, horrendas são as bombardas que eslourão
amiudadas, horrendo era o tom da voz com que fallava o
gigante Adamastor. Horrível é o leão quando nos deser-
tos assalla o caminhante. Horrorosa é a noite em que se
não vê nem uma estrella, passada e m pequeno baixel que
as ondas agilão e a enfurecida borrasca ameaça fazer
pedaços contra escarpados rochedos; horroroso é u m
crime atroz e inhumano. São espantosos os castigos, os
espectros, os terremotos, os furacões, os bramidos, e
tudo que causa espanto.
Os. trez primeiros tomão-se sempre e m mal, o ultimo
loma-se algumas vozes e m bem como cousa maravilhosa;
e neste sentido é espantosa a viagem do G a m a á índia,
são espantosos os feitos de Duarte Pacheco.
Podem por ventura reunir-se n u m mesmo sujeito estas
quatro qualidades sob diversas r*lações. Polyphemo, con-
siderado em sua desmedida grandeza, era espantoso;
considerado e m seu aspecto desarcavd á vista, e com u m
só olho na tosta, represcntíi-se-nos horrível; considerado
como u m gigante de desmesurada força, figura-se-nos
horrendo; considerado como u m monstro de crueldade,
rcpresoiita-se-nos horroroso. O gigante Adamastor, se-
gundo o imaginou nosso poeta, era espantoso por sua
disforme c grandíssima estatura ; os olhos encovados,
» a
boca negra,
cabellos os de
cheios dentes
terraamarellos,
fazião-no ahorrível;
barba esquálida, e os
os membros
376 HYP
descompassados, o tom de voz medonho e temeroso com
que fallava fazião-no horrendo; e se, como Polyphemo,
se apresentasse despedaçando homens e comendo-lhes
carnes, seria, como elle, horroroso monstro.
521.—Humildade, humiliação.
A humildade é uma virtude christã que nos inspira o
conhecimento de nossa baixeza em comparação de Deos,
ou d aquelles que exercem sua autoridade. A humiliação
é o acto de humilhar-se, e toda a demonstração externa
de humildade. Aquella consisle nos sentimentos habi-
tuaes da alma ; esta, nos actos externos por que se mani-
festa, como disse Vieira : • A humildade é o interior da
humiliação, assim como a humiliação é o exterior da hu-
mildade (Serm. do Roz., I, 225). » Mas como o exterior
nem sempre concorda com o interior do homem, pôde
muitas vezes a humiliação encobrir grande soberba e or-
gulho, e outras degenerar e m baixeza e abjecção; porém
será sincera e verdadeira quando for a legitima expressão
da humildade do animo, que é sempre singela e não
conhece artifício.
522. — Hypocrita, beato-falso.
A primeira d'es!as palavras é o género, a segunda a
espécie.
Hypocrita é palavra grega unoxpnrn, que significava
actor, comediante, e no temido figurado, homem fingido,
dissimulado; tem entre os modernos só o segundo signi-
ficado, e designa envjeral aquelle que apparenla o que
não é ou sente, mórmenie e m virtude e devoção. Obeato-
falso é u m hypocrita religioso, que debaixo de appareo-
cias e praticas devotas oceulta vergonhosos vicios.
A hypocrisia exlende-se a todos os actos exteriores que
se oppõem aos sentimentos interiores, como disse Vieira:
«Bonsi exteriores com m á o interior são hypocrisia*
(V. 223);» a beatice-falsa só se dá e m cousas religiosas.
IfiN 377

525.—Ideal, Imaginário.
Ideal oppõe-se a real: é o que depende das idéas.
Imaginário é o que só existe na imaginação. — Para se
avaliar u m quadro é mister saber se o modelo que o pintor
teve em vista é histórico ou ideal. U m aprehensivo tem
uma moléstia imaginaria.
Toma-se algumas vezes e m m á o sentido a expressão
ideal, como quando se diz «fulano é u m h o m e m ideal, »
é como se disséssemos, «é quimérico o caracter de seu
espirito; « c quando se diz « esla personagem é ideal,'
designa-se que é umaficção,e que não existio realmente
Porém quando se trata de bellas artes, esla expressão-
longe de ser tomada e m m á o sentido, designa muitas
vezes o mais alto ponto de perfeição. Applica-se ella par-
ticularmenle à pintura e á esculplnra. A pinlura não
conhece mais que dous géneros inteiramente distinclos, o
imitativo, e o ideal. O primeiro não consiste propria-
mente senão em copiar o que se lem á visla; o segundo
consiste em propor-se o pintor u m modelo e m sua imagi-
nação, que pôde ser mui perfeito depois de haver estudado
as infinitas bellezas da natureza: isto pertence unicamente
ao género ideal.
524.— Ijçnomlnia , infâmia ,
opprobrio.
Segundo a força d'estas palavras, a infâmia lira a re-
putação, mancha a honra; a ignominia mancha o nome,
dá u m miserável renome; o opróbrio sujeita ás m u r m u -
rações, submelte aos ultrajes, t
A infâmia é a perda da honra, da reputação, ou ao
menos uma mancha feia enotável na honra,na reputação,
seja pela execução das leis, seja pela opinião publica. A
.
ignominia é u m a grande deshoura, uma grande vergonha,
infâmia
aea
ouhonra.
aversão
uma dependente
cousa
O publica,ou
opprobrio
que degrada,
dasuma
é acções
o ullimo
injuria
u m aque
alfronla
gráo
grave,
merecem
de uque
affronta
m otratamento
faz
desprezo
perder
e de
378 IGN
humilianle que expõe á irrisão, aos insultos do publico.
A infâmia applica-se a certos géneros de profissões ou
de acções; u m h o m e m que lenha bons sentimentos e honra
nunca se entregará cego a ella. A ignominia se esparge
sobre u m a ruim abjecção; o que tem sentimento de sua
dignidade e de. seu estado, não cai nunca nella, não se en-
trega a ella jamais. O opprobrio persegue o individuo
indigno de todas as considerações da sociedade; aquelle a
quem resla algum sentimento não acha maior tormento
que o viver, quando não pôde sair d'esse miserável eslado.
Sérvio Túlio evade-se com a infâmia da servidão, e
chega a ser rei. Mitridates, depois de vencido, não sufTrerá
a ignominia do jugo romano ; prefere a morte. Mérope,
sosobrada com a dôr de haver perdido seufilho,e com
o horror de desposar-se com o assassino de seu esposo,
olha a vida c o m o u m opprobrio, e a morte como
u m dever.
525. — Ignorância, tolice, uecedade,
imperícia.
A ignorância é falta de cultura do entendimento; a
tolice é falta de cultura da razão ou falta de juizo; a
necedade é ignorância ou tolice acompanhada de pre-
sumpção.
O ignorante erra por falta de princípios adquiridos;
o tolo. por falta de luzes naturaes; o necio ou néscio,
por falta de luzes ou princípios, e sobra de amor pró-
prio. — O amor próprio oceulta muilas vezes aignoran-
cia, descobre sempre a f.ecedade, e não tem influencia
alguma na tolice.
A imperícia é falia £2 perícia, e equivale a falia de
uso, de pratica, de experiência, de desembaraço, na exe-
cução de qualquer cousa. — O ignorante é por isso
m e s m o imperito, mas o imperito pôde não ser igno-
rante.
Não
ludoéesem A ignorância
applicação;
fundamento combate-
a imperícia,
Usa,
Estudo,que
«iiustre se
saberás;dizsecora
serás.
e venec-se
o uso e com
proverbialmente : o es-
a pratica.
ILL 379
52G. — Igsiorautc , ignaro.
Todo homem é mais ou menos ignorante. Qual é
aquelle que tudo sabe? Pois só o que tudo soubesse não
seria ignorante. Toma-se com Indo a palavra ignorante
num sentido mais restriclo, para designar aquella pessoa
que não sabe o que devia saber, ou que ignora as cousas
mais geralmente sabidas, ou que não tem a sciencia ne-
cessária á profissão que exerce. Ignaro é u m a expressão
peiorativa de ignorante, que sempre se toma em máo sen-
tido, e designa o estado da mais crassa e vergonhosa
ignorância; applicada ás pessoas é injuriosa, e diz-se
com propriedade da plebe e povo rude sem nenhuma cul-
tura intellectual, comosenhor,
NSo vo> temais, se lédo
e mpovo
Camões :
ignaro,
Coniraa tenção
Tão ingrato que tanto
a quem a plebe
fazignara tem.
por elle.
(Esl. II, 4 elS.)

527. —• «tilisniíado , iníinito.


O illimitado não tem limites, não tem fim nem termo,
porém pôde conceber-se com a imaginação; o infinito
não leve principio, nem terá fim, e não pôde compretien-
dêl-o nossa intelligencia. lllimitado foi o poder de N a -
poleão ; illimitada foi a ambição de Alexandre Magno.
Infinito é Deos ; infinito é o céo.
O illimitado applica-se a maior parle das vezes á di-
mensão ; o infinito, ao numearo e á origem. — O m a r é
illimitado; o numero das estrellas é infinito.
O illimiiado applica-se sempr^ a cousas mundanas; o
infinito ás sobrenaturaes. — A liberdade illimitada é
quasi sempre nociva ao povo a quem se concede. A mi-
sericórdia infinita de Deos não deve servir de prelexto
para que os homens vivão e m desenfreada licença.
528. — Ulustraçáo , civilização ,
lustrucção.
Palavras modernas mui usadas, que por ventura se cou
380 IMM
fundem, m a s que são differentes. Consiste sua differença
em que instrucção refere-se a u m a idéa motriz; a tlltti-
tração é seu effeilo immedialo; e a civilização é o resul-
tado das duas. O h o m e m é naluralmente ignorrmfe; ne-
cessita instruir-se para sair d'aquelle estado. Uma vez
instrwdo adquirio illustração, e uma vez illustrado
conlribne á civilização, que não é outra cousa mais que
a somraa de ínsirMCcôo e de illustração applicada ás ne-
cessidades sociaes.
529. — Imitar, copiar, remedar.
Designão estas palavras em geral a acção de fazer uma
cousa parecida cora outra.
O que copia propõe-se u m original, e traduz exacta-
mente suas bellezas e seus defeitos. O que imita propõe-se
u m modelo, e trata sim de traduzir o objecio principal,
porém presentando-o com melhores formas que o origi-
nal, e afformoseando-o com adornos filhos antesriaima-
ginação que da arte. Bemedão-se as pessoas para as ridi-
culizar, e exagerar seus defeilos.
A acção de copiar é uma operação servil; a de tmííar,
u m a operação de juízo e de gosto ; a de remedar desa-
credita a quem a faz. — Nas bellas arles, começão os dis-
cípulos por copiar, depois imitão, e se têem talento e gé-
nio, invenlão, concebem e execulão obras primorosas. Na
sociedade, o que remeda dá provas de néscio ou de mal
criado.
530. —immune, íaeiito \ Iminunldade,
isenção.
Immune é o adjectivo latino immunis que equivale a
líber et vacuns à munere, e significa o que esii Vivre,
desembaraçado de cargo; e extensivamente o que gozado
privilegio de immunidade.
Isento, que melhor diríamos exemplo (exemptus de
eximo, tirar, livrar, exceptuar de....), designa o que é ti-
rado,
Parece,
desobrigado
segundo de
o Autor
cargo dos
c o msy.onvmos,
mum. que immune
1MP 381
é propriamente o que de si mesmo, e como por sua pró-
pria natureza, ou por alguma qualidade inherenle, não é
obrigado aos cargos communs, ou não é sujeito a ccrlos
ouus, ou goza de certas,prerogalivas que o distinguem do
c o m m u m ; e isento, o que sendo obrigado a esses cargos
e ónus, é com tudo exceptuado por privilegio e graça.
Immunidade é a qualidade de ser immune, com parti-
cular referencia aos officios e cargos pessoaes.
isenção é uma dispensa graciosa d u m a obrigação com-
m u m , a que aliás se era sujeito.
Immunidade indica privilegio inherenle a pessoa ou
pessoas. Isenção denoia privilegio concedido.
Chamavão-se immunidades da Igreja os privilégios de
que gozavão os templos catholicos, e os ministros da reli-
gião, de não serem sujeitos a certas leis civis, talvez por-
que o corpo ecclesiastico era reputado superior ao civil e
por isso immune de sua jurisdicção.
Osfidalgose os clérigos gozavão antigamente de gran-
des isenções,- hoje são todos iguaes perante a lei. A'quelles
só resta a gloria ganhada por seus maiores; estes so estão
isentos de ser soldados.
531. — Imparcial, justo, justiceiro ,
justiçoso.
Imparcial é a pessoa que não sujeita seu parecer a
razões particulares, que não se inclina com preferencia a
algum partido, ou se decide por acceitação de pessoas.
Justo é o que obra e julga segundo justiça e com recta e
devida reflexão. Para u m h o m e m ser imparcial basta que
considere o mérito da obra ou da pessoa sem altenção a
nenhuma oulra circumslancia; ^ r a ser justo é necessário
que conheça as regras que se devem observar para bem
julgar. U w aldeão rústico pôde ser imparcial neste ou na-
quelle negocio, porém não justo. U m juiz, u m magistrado
e
dãomais
justo,
qualidade
lidade justo
dopelo
que queque
animo.
que
procede
nasceOimparcial.
—sabedado
eimparcial A julga
instrucção
entende.
bom senso;imparcialidade
acompanhada
a justiça
pelo que
é uda aérecti-
umiO
msenle.
qua-
382 J.11M
Considerado o justo na especial significação de homem
que faz ou administra justiça contra os criminosos, diffe-
rença-se e m queojMsío re'speitaa humanidade, que é o
realce da justiça, e o justiceiro propende para a cruel-
dade, que parece ser o movei de seus rigores. Optima-
mente declarou Vieira a differença d'estes dous vocábulos,
dizendo : « Entre o justo e o justiceiro ha esta differença,
ambos casligão, m a s o justo castiga, e peza-lhe; o justi-
ceiro castiga, e folga. O justo castiga por justiça, ojws-
ticeiro por inclinação. O justo com mais vontade absolve
que condemna, o justiceiro com mais vontade condemna
que absolve. A justiça está entre a piedade e a crueldade:
o justo propende para a parle de piedoso, o justiceiro
para a de cruel (XV, 137). »
Justiçoso é o zeloso e m casligar e fazer justiça. É ex-
pressão menos forte que justiceiro, cuja terminação eiró
designa energia, exageração da idéa principal que é.jus-
tiça : naquelle abunda a justiça, neste mostra-se ella rigo-
rosa e por ventura excessiva. Para adoçarem um pouco
o epitheto de cruel, dérão os nossos escritores a D. Pe-
dro I a denominação de justiceiro; e Camões, com cha-
8
mar-lhe justiçoso, n e m por isso o pintou menos cruel,
quando disse:
Do oulro Pedro cruíssimo os alcança ;
IIC ambos imignsdas humanas vidas,
concerto fizeráo duro e injusto,
Q u e c o m Lépido e António fez Augusto
Este castigador foi rigoroso
D e latrocínios, morles eadulterins:
Fazer nos máos cruezfc, fero e iroso,
Erão os seus mais certos refrigérios.
A s cidades guardando justiçoso
D e todos ossoberbi? vitupérios.
Mais ladrões castigando á morte deo,
Q u e o vagabundo Alcides, ou Tlieseo.
(Lus. , III , 150 e 137.)
Pôde citar-se a este propósito o que mui judiciosamente
disse Arracz (V, 1): « O legislador que se recrêa com a
execução
gança dasdasleis...
penasO écompadecer-se
fero, e parecedos
quecondemnados
faz sua a vin-
é
IMP 383
próprio de ânimo justo, como casligál-os com gosto é si-
gnal de animo rigoroso, se não tem outro peor nome. »
Queria dizer o de cruel, e esla é a exacta significação de
fero de que acima usa, que se entende no mesmo sen-
tido figurado em que disse Vieira : «ISeros, Decios, Dio-
clicianos, mais feros que as mesmas feras (IV, 165). •
5«12. — Impedir, estorvar.
Impedir suppõe um obstáculo directo. Estorvar sup-
põe, com mais propriedade, u m obstáculo indirecto, e
não poucas vezes, uma mera difficuldade ou embaraço.
O pai impede com sua auloridade que senfilhosaia de
casa. A companhia d'um amigo costuma estorvar ás vezes
que façamos nossa vontade. — Muitas são as leis que se
hão promulgado para impediras desafios, porém a louca
presumpção do amor próprio, a que damos impropria-
mente o nome de honra, tem estorvado em todos os tem-
pos o desejado fim que se proposerão os legisladores. —
U m corpo opaco, posto entre os olhos e o objeclo, impede
o vêl-o; uma névoa, u m véo raro, não o impede, porém
estorva para vêl-o bem. — Os grilhões não impedem o
andar, porém estorvão.
533. — ímpio , Incrédulo, irreligioso.
Estas Irez palavras podem-se entender com relação a
qualquer religião que adora uma divindade, tem uma
crença e u m culto exterior; »as em geral referem-se à>
religião Chrislã para designar as pessoas que ullrajão o
Deos uno e trino, que não crêem^s dogmas que ella en-
sina, que recusão submelter-se a suas leis, e não prehen-
chem os deveres do culto. Di(f'erenção-se porém da m a -
neira seguinte.
ímpio, é o que não tem piedade, o que despreza o ob-
jecto do culto publico; incrédulo é o que não quer crer
as verdades que. a religião ensina; irreligioso é não só
oquefalto
se não
de religião,
submeltesenão
ao culto
o queestabelecido.
se oppõe a seu espirito, o
384 JMP
534. — Imprecação , maldição,
execração, praga.
Em sentido lilteral imprecação é a acção de rogara
u m poder superior que fulmine males conira alguém.
Maldição é a acção de maldizer alguém, ou de lhe an-
nunciar, agourar males com desejo que elles succedlo.
Execração é a acção de execrar, islo é, de tirar a al-
g u m a pessoa ou cousa o que ella tem de sagrado, 011 pro-
vocar contra ella a vingança celeste. Praga é um damno
grave corporal, ou u m infortúnio que rogámos a alguém,
ou invocámos sobre elle.
Assim que, a imprecação é propriamente uma oração,
ou supplica para que venhão males; é o contrario de de-
precação. A maldição é u m desejo, uma como sentença
dada; é o contrario de benção. A execração é uma espé-
cie de anathema religioso; é o contrario de sagrarão.
**. Praga é vocábulo genérico com que o vulgo designa não
só as imprecações, maldições e execrações, senão lodos
e quaesquer desejos de mal ao próximo, exprimidos por
phrases mais ou menos grosseiras, que todas se encerrão
e m praguejar, e rogar pragas.
A imprecação provêm da cólera e da fraqueza; a maí-
dição, da justiça e do poder ; a execração pôde vir d'um
religioso horror; as pragas vem sempre de m á indole,
péssima educação, e lingua perversa; por isso se chama
com razão ao maledico, boca de pragas ou praguento.
555. — Impressor , editor.
Impressor éo dono d'uma imprensa typographica,que
imprime obras por contados autores ou editores. Editor
é o que imprime ou manda imprimir obras suas, porque
as compoz, ou porque as houve por conlraclo feito com
o autor, que cede sua propriedade por uma somma con-
vencionada entre ambos. — Firmin Didol é autor, editor,
lem saído»de
d'oulras;
e impressor
e éseus
de
somente
algumas
prelos.
impressor
—obras;
O impressor
de
é editore
muitas
é senhor
outras
impressor
daque
im-
INA 385
prensa, e não tem nada cora a obra depois de impressa; o
editor não tem nada com a imprensa, e tem a proprie-
dade da obra impressa, sem o que não pôde ser conside-
rado como tal.
556. — Impugnar, propugnar.
O verbo pugnar é o radical d'estes dous vocábulos que
lomào differentes significações segundo as preposições de
que elle se acompanha.
Impugnar é oppôr-se ao que oulro diz ou faz segundo
a força da preposição in. Propugnar é pugnar a favor,
ou defendendo, segundo a força da preposição pro. —
Impugnámos uma opinião, uma doutrina, etc, quando
disputámos contra ella ; propugnámos o nosso parecer, a
nossa fé, quando repellimosos attaques com que outros
nos impugnão.
537. — nnadvertcsicia, descuido.
inconsideração.
A «'HÉKiuerfenc/apódeser um defeito desculpável, causa-
do por uma tarda percepção do animo,ou por uma distracção
involuntária. O descuido é sempre u m defeito repreheusi-
vel, causado por u m a negligencia indesculpável, por uma
distracção voluntária, ou falta de cuidado. A inconsidera-
ção commette-se por falta de consideração e reflexão. A
inadvertência falia á precaução conveniente; o descuido
falta á obrigação devida ; a inconsideração não pesa as
cousas, e obra ligeiramente.
U m general, que se achar syrprehendido por falta de
precauções, não pôde escusar seu descuido com o titulo
de inadvertência, porque, naqueUas circumsiancias, não
ha falta que seja desculpável. O s recíprocos deveres de
attenção e respeito que o uso lem estabelecido enlre ami-
gos e parentes produzem a miudodissensõese queixas, pe-
las inadvertências dos amos, e pelos descuidos dos cria-
dos. AII-
segredos
não
de sua inconsideração
Unhão
reputação e ása com
ouanegócios
necessária quemuitas
pessoas.de
vezes
segurança,
da perda
cujapessoas
é causa do condão
fidelidade
de sua
33 seus
•e honra
menoscabo
fazenda.
386 i.\C

558.—Incerteza, indecisão, irresolução,


perplexidade.
Quando a alma não tem a certeza que ha mister para
julgar d'uma cousa, acha-se no estado de incerteza;
quando não lem motivos bastantes para se decidir no juizo
que deve formar, acha-se no estado de indecisão, que é
a incerteza nos casos práticos; quando fallece de ener-
gia para executar a decisão do entendimento, acha-se no
eslado de irresolução,- quando á indecisão, ou á irreso-
lução accresce certa inquietação, acha-se perplexa.
Á incerteza carece de luz para conhecer, ou de provas
para acreditar; refere-se ao entendimento: é misteralu-
miál-o ou convencêl-o. A indecisão fallece de vigor de
animo: é mister inspirar-lho. A irresolução não ousa
executar o que deseja e tem por b o m ; pertence á vontade:
é mister estimulál-a, e levál-a pela persuasão e pelos af-
fectos. A perplexidade senle-se enleiada, embaraçada,
não tem certeza do presente, lem duvidas sobre o futuro;
affecta o entendimento e a vontade: é mister dar decisão
aquelle, resolução a esta, e o perplexo será decidido e
resoluto.
539. — inclinação , propensão.
Inclinação ê a disposição natural ou tendência do animo
que lemos para alguma pessoa ou cousa. Quando tem por
objecto alguma pessoa, e^oonlinúa, chega bem depressa a
ser affecio; quando tem por objecto alguma cousa, alguma
arte, ou officio, etc, v£m a ser propensão, que é mclt-
vação forte d u m a pessTía ao que é de seu génio ou natu-
reza. — A inclinação nasce do coração, pode lambem vir
da educação, do habito, de alguma circumstancia casual;
c por isso mudável, e mais fácil a corrigir. A propensão
resulta do natural de cada u m , de sua indolee tempera-
ditado
ainda
mento;mais
popular:
é por
do destruir
conseguinte
O que de
o berço
todo.
mui dá
difficullosa
Póde-se-lhe
a tumba deo applicaro
leva;
mudarquec
INC 387
parece ser a traducção de estoutro latino : Quod natura
dat nemo negare potest.
540. —Inclyto, esclarecido.
Inclyto é palavra latina, inclytus, formada do prefixo
in e xXurbs, voz grega, que significa famoso, illuslre ; vem
pois a ser o superlativo de esclarecido, palavra portu-
gueza, e castelhana, que corresponde a clarus. Inclyto c
o que chega ao ultimo gráo da gloria, esclarecido é o
que se faz digno das maiores honras. Os Romanos chama-
vão inclytos a seus imperadores porque Unhão depois da
morte a apolhéose, e esclarecidos, clari, a seus gene-
raes, porque combalião pela pátria. Claris et fortibus
viris commemorandis, disse Cicero no primeiro livro
De finibus, cap. 10.
D o m João I, e D . Nuno Alvares Pereira, forão inclytos
varões pela animosa valentia com que romperão e desba-
ratarão os esquadrões castelhanos; os pottuguezes, que
nas differentes guerras de nossa independência pelejarão
pela liberdade da pátria, forão esclarecidos.
541. — Incógnito , desconhecido.
O incógnito disfarça-se; o desconhecido ignora-se. Lis
aqui a differença d'estas duas palavras. Incógnito é a
pessoa que se conhece mais tarde, porque vem com u m
traje differente do que usa, ou porque se desfigurou com
algum fim. Desconhecido é o que nunca vimos, de que
não temos conhecimento, ou cujas propriedades estão de
todo mudadas. U m militar que Mrtou os bigodes, e vem
á paisana, chega incógnito; o amanle que para melhor
ver sua dama se disfarça e m pereg^no, vem incógnito. O
que por engano foi introduzido numa sala é desconhe-
cido; o que esteve na índia ou na America trinta annos,
quando volta ao seio de sua familía está desconhecido. —
O s príncipes costumão de ordinário viajar incógnitos
áconhecer.
nosPalestina
O paizes
incógnito
estrangeiros.
foi u mdescobre-se.
ermitãoQ udesconhecido.
e m Oguiou
desconhecido • cruza
os soldadosdã-se
da
388 INC

542. — Inconstante , volúvel.


A inconstância provêm do coração; a volubilidade,
da alma. É inconstante aquelle que varia de objectos a
cada passo, porém fixando-se c m quanto dura este af-
fecto. É volúvel uma pessoa que não se fixa em cousa
nenhuma, e que varia continuamente de objeclos. Uni
menino c volúvel; u m amante é inconstante. — 0 amor
é u m menino travesso e volúvel, que prosegue inconi-
tante e m suas conquistas, como a borboleta que vai pou-
sando de flor e m flor.
O inconstante varia. O volúvel não se fixa.
545. — Incúria, negligencia.
Negligencia é mais que incúria : a primeira versa
sobre cousas que se possuem; a segunda sobre cousas
que poderião possuir-se. A incúria é o pouco cuidado
que pomos e m facilitar o que nos convêm. A negligencia
consiste e m abandonar o préstimo de alguma cousa, ou
e m não nos utilizarmos delia. A incúria não está sujeita
a nenhuma obrigação; a negligencia deve estál-o. Não
pôde castigar-se a incúria, porque entre a cousa e a
pessoa não existem direitos; a negligencia pôde castigar-
se, e admitte coacção, porque procede de obrigações que
a pessoa contrahio. A incúria faz mais damno ao indivi-
duo que â sociedade; a negligencia é tão prejudicial á so-
ciedade c o m o ao individuo. — O h o m e m que tem incúria
em buscar a felicidade, ^negligente e m conservál-a. Por
incúria muitos obreiros andão sujos e mal vestidos; os
que são negligentes |» trabalho não achão quem lhes dê
que fazer.
544. — Indagação, pesquiza.
A differença d'estas duas palavras consiste no seguinte.
Indagação é o acto de inquirir ou averiguar alguma
acousa,discorrendo
causa da averiguação
por signaes
feita poreconjecturas.
meios indirectos
Pesquizaé
ou illi-
IN D 389
eitos. Destinguem-se pelo modo como se fazem estes
exames, e i qualidade dislindiva d'elles é a pessoa que os
effedua. U m h o m e m de bem, uma pessoa de elevada ge-
rarchia, faz indagações; u m h o m e m pago, u m agente de
policia, fazpesquizas, porque não pôde iuformar-se pu-
blicamente do que pretende saber. A indagação é neces-
sária, ttlil e nobre; apesquiza é traiçoeira, e leva com
sigo a idéa de perseguição. — Fazem-se indagações para
descobrir a verdade; fazem-se pesquizas para descobrir
delinquentes. A indagação é u m antecedente. A pesquiza
é u m segredo.
545. — Indicar, designar, signalar
marear.
Referem-sc todos estos vocábulos á idéa commum de
fazer conhecer ou dar a conhecer algum objecto; e dis-
tinguem-se pelo differente modo de conseguir este fim.
Indicar, em latim indicare, innuere, vem de índex,
que é o dedo com que costumámos fazer conhecer o lado
para onde se acha u m objecto, ou o caminho e direcção
que se ha de seguir, e por isso mesmo dar ao que quer
conhecêl-o ou achál o indícios ou indicações que para esse
fim lhe podem ser uteis.
Designar, e m latim designare, que vem de signum,
signal, significa mostrar ou annunciar a cousa oceulta por
meio da relação que certasfiguraslêem com ella; de tal
modo que, sem presentál-a á nossa vista, estejamos certos
d'ella pelos signaes que se nos derão para que a não con-
fundíssemos com outra. E m sentido figurado significa
sianalar, determinar u m a pessoa ou cousa para u m fim
preciso, e enlão corresponde ao chstinare latino; assim
que ao pensamento ou idéa que temos de fazer uma cousa
lhe chamámos desígnio, islo é, u m plano determinado da
vontade para a execução do intentado.
Signalar ou assiunalar é pôr signaes cm qualquer
cousa,
positivamente
guir
pessoa,
; para
assim
a acção,
que
que
a por
etc.
cousa,
signalar
siFallando
mesma
declarar
é se
pois
mostrar,
possa
d'um
determinadamente
conhecer
hpresentar
o m e m raro,
e distin-
clara
que
ae
o90 INC
procura dislinguir-se dos demais por seus egrégios leitos,
se diz que se assignala, ou que é assignalado entre todos.
As armas e os barões as.-ifnalados,
que o nosso poeta cantou nos Lusíadas forão os que entre
seus conterrâneos se distinguirão e illuslrárão por seus
altos feilos por m a r c por terra, e
A quem Nepluno e Marte obedecerão.

Marcar é pôr marca, e confunde-.<e na idéa com signa-


lar, porque marca corresponde ao signum latino; porém
diííérença-se no uso, pois marca é u m signal de género
particular posto na pessoa ou cousa que se marca para
bem se conhecer ; e assim se diz : marcar o gado com
ferro e m brasa, o ladrão na testa, a moeda com o cunho, etc.
Differença-se mais e m não ter a significação reflexa que
acima notámos e m signalar.
As marcas usão-se principalmente no trafico e commer-
cio, e consistem em lettras, cifras,figuras,debuxos que
se fazem sobre fardos, caixas, barricas, etc, para se
conhecer immediatamenle a quem pertencem, etc., e se
distinguirem d'oulros com que se achão misturados. Os
indícios, assim como as indicações, os signaes que nos
dão, nos inleirão e dão luz sobre u m objecto, uma inten-
ção, u m plano, e nos ajudão e dirigem para descubríl-o
e conhecêl-o.
Indicámos a u m caminhante extraviado o caminho que
deve seguir; indicámga u m moço inexperiente a ma-
neira de proceder para obrar com acerlo. Indicão-se ao
que quer aprender os.aulores que deve estudar e o me-
tliodo que deve seguir!
Os signaes naturaes servem para designar os objectos.
O fumo designa o fogo. Designa-se u m h o m e m por seu
lalhe, feições do rosto, aspecto e maneiras. A marca
cader
nar
presenta
seguro.
marca
os
nosignaes
caminho
maior
o dá acom
cerleza
conhecer
queque
nosnos
que
indicarão
d'um
designarão
os signaes.
m o d,
o- de'.erminado,
podemos
u mPodêmo-nos
objecto.
não Porém
enten-
certo
enga-
IN D 391
O ponteiro d'um relógio marca as horas; o barómetro,
os gráos de peso do ar; o termómetro, os do calor e Irio ;a
marca que com um ferro em brasa se põe aoscavallos nas
nádegas, e aos ladrões na testa ou nas cosias, são como
uns nomes que levão impressos, que os deslinguem dos
demais e evilão toda equivocação.
Indica-se para dirigir; designa-se para distinguir;
marca-se para reconhecer.
O índice d u m livro indica onde se achão as differentes
matérias de que consta ; o dedo indica o objecto para que
apontámos e que queremos mostrar; os mappas indicão
a posição dos lugares, o caminho e rumo para ir a elles.
Os signaes designão as pessoas, as -marcas as mercado-
rias; as differentes bandeiras, as respectivas nações; o
pulso designa o estado de saúde ou de enfermidade.
Seguimos o caminho que nos indicarão ; examinámos
os signaes com que nos foi designado u m objecto ; reco-
nhecemo-lo pela marca que se lhe poz.
546. — Individuo , pessoa.
Individuo é um animal que occupa um lugar na natu-
reza. Pessoa é ura homem ou uma mulher que tem esle ou
aquelle estado. A condição que acompanha um ser racional
é a que o distingue com o nome de pessoa, ea que o faz
acredor a cerlos direitos, e o sujeita a estes ou aquelles
cargos. U m indivieluo não representa nenhuma classe, só
indica uma espécie; a pessoa eslá sujeita a uma classe, e
lem unidos a sua existência atlribulos que a distinguem
das demais. Individuo é um st* que se considera solitá-
rio ; uma pessoa é uma parte da sociedade.
547. — índole , genlo, natural.
índole é a inclinação natural própria de cada um.
Génio é a inclinação segundo a qual dirige cada um suas
acções. Aquella e uma qualidade da alma; este parece
mais uma disposição da vontade, e da sensibilidade. A
racter
união
O homem
da
individual
índole
que ede
naturalmente
docada
génio
um.forma
é inclinado
o natural,
á verdade,
que é ao
o ca-
392 IND
bem, á virtude, tem boa índole. O que nao se irrita fa-
cilmenle, sabe moderar os transportes da ira, e não se
enoja arrebatadamente, tem bom génio. O que cm todas
as cousas e circumslancias sabe mostrar-se razoável, mo-
derado, concilianle, pacifico, loleranle, sem que experi-
mente contrariedades interiores nem tenha que vencer
propensões oppostas, esse tem um bom, um feliz natural.
Pôde dar-se num homem boa indole e máo genin;t
pôde também acontecer que este domine algumas vezes
aquella, mas o trinmpho é de pouca dura; e passado o
primeiro ímpeto, vê-se o génio forte, irritável e ardente,
que se apresentava com aspecto de lião, macio e brando
como o manso cordeiro á disposição da índole que o afaga
e lhe emenda as faltas. Não se dá esta desigualdade no
homem de bom natural, porque nelle domina a índole
sobre o génio, e quando aquella náo basla. supre a re-
flexão, por isso se diz que um bom natural c o melhor
dom que o homem pôde receber do Criador em ontem a
sua felecidade temporal.
548. — Indulgência , clemência.
Indulgência é a facilidade em perdoar ou dissimularas
culpas; a clemência é uma virtude que tempera e mo-
dera o rigor da justiça. Aquella pôde ser commum a
todos os homens; esta só é própria dos príncipes e dos
que administrão justiça. A indulgência pôde degenerar
em fraqueza; a clemência pôde nascer de misericórdia.
Veja-se clemência, pag. 109.
549. — Inesperado , imprevisto
Inopinado.
Inesperado suppõe conhecimento da possibilidade
d'uma cousa, que não se espera numa occasião ou cir-
cunstancia determinada. Imprevisto suppõe ignorância
da possibilidade da cousa. Inopinado suppõe que não se
navia pensado, nem nos viera á imaginação o que suecedo.
—• A morte d'um
inesperada, segundo
heclico,
as que
circumslancias
eslava fallando,
norêm
pôdenunca
ser
INF 393
pôde ser imprevista. A morte d'uma pessoa moça, estando
em perfeila saúde, e sem lesão alguma orgânica, é não
só inesperada e imprevista, senão inopinada. — Inespe-
rado é o favor que, longo tempo por nós era vão sollici-
lado, se nos outorga quando mais remoto o julgávamos.
Imprevisto é muilas vezes para u m exercilo o ataque do
inimigo, mas nunca o será para o bom general que prevê
na guerra os lances que parecem mais remotos, e está
sempre preparado para estes accidenles, ainda que ines-
perados. A aleivosia, com que Bruto apunhalou a César,
foi para este inopinada, porque o Unha por amigo e adop-
tara por filho; por isso lhe sairão do traspassado peito
aquellas admirativas palavras : « Tu quoque, fili mi!
T a m b é m tu, meufilho!»
550. — Infame , iníquo.
Infame é o homem que por sua conducla publica se faz
acreaor do ódio de seus similhantes ; porém que obra e m
virlude d'um desejo vehemente de seu interesse próprio,
sem curar do mal alheio, nem lhe importar as regras da
moral e da justiça, estabelecidas na sociedade. Iniquo é o
h o m e m desmoralizado, que se compraz no mal alheio
calcando aos pés as leis divinas e humanas, que folga de
seus malefícios, e cujo pensamento continuo, único e ex-
clusivo, é o d e fazer m a l . — É infame u m ladrão; é iní-
quo u m assassino. — O juiz que se deixa peitar e vende a
justiça, é infame,• o que por m á o coração e animo ferino
condemna o innocente, é iniquo.
551. —Infância, meninice, meninice»
Infância éa primeira idade da vida, que exprime a idea
das necessidades, da debilidade, e do cuidado de que o
h o m e m necessita em os seus primeiros annos de baixo do
ledo paterno. A infância refere-se sempre â parle phy-
sica, e nunca à intellectual. Peio contrario, meninice re-
fere-se sempre â parle intellectual, e nunca á physica.

uDesde
m termo
os tempos
fixo que
mais
ordinariamente
remolos se signalou
não passava
á infância
dos sete
39n INF
annos. A meninice é mais extensa, e pôde comprehender
toda a parte da vida do h o m e m em que não estão desen-
volvidas suas faculdades intellectuaes; por isso á grande
velhice se chama segunda meninice. — kinfanciaé uma
causa; a meninice é u m efiéito. A infância é uma lei na-
tural ; a meninice é o resultado de diversas causas combi-
nadas que fazem do h o m e m u m ser ignorante, miserável
e débil.
Meninices são as acções próprias de menino, isto é do
h o m e m que fallece de juizo; e se alguma vez, por abuso,
meninice representa pouca idade, meninices designa
sempre defeito do juizo, como muito bem disse Vieira:
« E o peor é que não só se vê em nós a meninice que é
defeito de idade, senão as meninices que o são do juízo
(V, 326). » Yeja-se o arl. seguinle.
552. — Infante, menino , criança,
cria.
Infante é palavra latina, infans, o que não falia (de ex
priv. e fnri, fallar),e designa o varão ou fêmea da espécie
humana que ainda não falia, ou não pronuncia bem o
que diz, e extensivamente, o que eslá nainfancia.
Menino é o individuo da espécie humana que está na
meninice. U m infante deixa de sêl-o logo que sai da
idade de sete annos, e começa a fallar com acerlo e dum
m o d o inlelligível. O h o m e m é menino até que por si pró-
prio se forma u m syslema de conceber e de executar, c
e m quanto não chega a*te caio permanece na meninice.
O tolo, o pátéta, o sandeu, o mentecapto, é sempre me-
nino, ainda que morr? de cem annos, porque as suas fa-
culdades inlellectuaes nunca sairão d aquella estupidez
com que a natureza sella nossa primeira idade.— Napo-
leão dizia que os indios nascião infantes, e morrião me-
ninos. — Infante é o que, pela natureza, não pôde deixur
de sêl-o.
qualquer» Menino
clássicos,
Criança que se éexlende
espécie
é lermodeo genérico,
que onão
animal, é asenão
pezar

e ao da
como
ás natureza.
macho
mesmas
lai ou
usado
fêmea
plantas,
pelos
de
INF 395
como se lê no Tempo d'agora : « A arvore e m quanto
criança.»
Cria é propriamente a criança dos animaes que as
Icmcas crião c o m seu leite, e, por abuso pouco honroso
paia os senhores, a criança d'ttma escrava.
iNão obstante a autoridade de alguns clássicos, enten-
demos que é mui sensato o uso, hoje vulgar, de chamar
crianças somente aosfilhinhosda espécie humana, e crias
aos dos animaes, como muito b e m disse Vieira : « De
ludo o que produz a terra manda que lhe oífereçamos os
primeiros frm tos; de tudo o que nasce dos animaes as
primeiras crias; e até dos própriosfilhosos primogéni-
tos. (VI, 492). .
555. —EníideJldaíJe , deslealdade,
perfídia, tr-aiçáo, aleivosia.
Infidelidade refere-se á falta de cumprimento dos de-
veres (pie o h o m e m contraído na sociedade ; é a violação
da l'é prometlida ou devida. A deslealdade c esla m e s m a
infidelidade dos inferiores a respeito dos superiores,
porém na ordem politica. — É infiel o marido ou a m u -
lher que fallão aos deveres do matrimonio. É desleal u m
vassallo que se levanta contra o soberano a quem rendeo
homenagem.
Pe<fi lia é u m a infidelidade com o falso colorido d'uma
constantefidelidade.O que faltou á fé, ou infringio al-
guma promessa leita, è infiel; mas será pérfido se usou
de dolo e simulação, e se fez crerfielquando praticava in-
fi lelidude. j
Traição, rigorosamente não se refere senão á parte
politica, mas estende-seái/i/írfetVíiWe ou deslealdade do
que se bandêa com o inimigo, e lhe entrega a pessoa a q u e m
se devia fidelidade ou lealdade, ou lhe sacrifica seus inte-
resses, revela seus segredos, ele.
Aleivosia refere-se a amizade, aos deveres d'um h o m e m
para com outro; é traição com capa de amizade.
Judas foi pérfido, traidor e alei coso: pérfido, porque
simuloufidelidadea seu mestre na ultima ceia, quando já
machinava sua perda; traidor, porque o entregou e ven-
39ti 1NJ
deo a seus inimigos; e aleivoso, porque com u m osculo
de amigo o delatou aos facciosos que o forão prender.—
Brulo foi somente aleivoso para com César, quando por
u m mal entendido e vaidoso zelo republicano apunhalou
á falsa fé seu amigo que o adoptara por filho.
554. —Injuria, ultraje.
Injuria presenta a idéa de aggravo violento, feilo as
qualidades pessoaes de alguém. t/7ircr/e presenta a idéa de
vilependio publico em detrimento de alguém.
Desconfiar da probidade d'um h o m e m de bem,é uma inju-
ria; tralál-o publicamente de ladrão,éum ultraje.—Tratar
de feia a u m a mulher formosa é u m aggravo que, quando
muilo, não devera passar deinjuria, porém haverá pou-
cas que o não tenhão por ultraje.
555. — Insinuação, inspiração,
Instigação, persuasão, suggestâo.
listas cinco palavras indicão a acção de introduzir al-
g u m a idéa ou algum sentimento na alma de alguém; po-
rém lem cada u m a d'cllas sua maneira particular de
exprimir esla acção.
Pela insinuação não se presenta directamente e as
claras a cousa que se quer que outro admitia ou adopte;
porém une-se com outras que a preparão, e dando a co-
nhecer a idéa principal, se leva insensivelmente a pessoa
interessada ao ponto que se pretende sem que ella per-
ceba os progressos, ou ».o menos os meios que se empre-
garão para levãl-o a effeito.
A inspiração é, pelf contrario, u m a maneira directa de
fazer entrar alguma idéa no espirito de alguém, ou algum
sentimento em seu coração, com tanto que esta idéa e esle
sentimento não sejão descobertos ou conhecidos de ou-
trem ; de maneira que pareça provirem de si mesmos. A
inspiração

não nasce do raciocínio nem do pensamenlo;
vem
bmosa de fora.
e m d'uma Por esla
inspirapessoa
o amor; razão,
inspirão
os aa vista
favores d u me
gratidão
e mercês aque
omulher for-
reconheci-
se rece-
UNS Ó97
mento; os bons exemplos tnspirão a virtude. Assim é que
uma idéa nova e que se apodera subitamente da alma,
sem que se conheça o que a motiva, parece u m a inspira-
rão de Deos.
A instigação é u m a acção pela qual se excita, se agui-
Ihoa a uma pessoa para que faça tal ou tal cousa.
A persuasão é u m meio de fazer crer firmemente a ou-
tro o que se deseja, empregando os recursos da eloquên-
cia para mover o coração e decidir a vontade.
A suggeslão é u m modo occulto ou embuçado de pre-
venir ou de occupar o animo de alguém com u m a idéa,
que sem ella não poderia fazer nada, moralmente consi-
derado.
A insinuação emprega afinura,a habilidade, a mode-
ração, os termos respeitosos; abre suavemente o caminho,
capta com destreza a confiança das almas singelas e laceis
de convencer-se.— A inspiração põe cm acção os espí-
ritos por meios novos e extraordinários, que não estão
ao alcance de lodos. — A instigação sollicila com vehe-
inencia uma cousa, e acaba por sujeitar os espíritos dé-
beis e as almas apoucadas. — A persuasão ganha o cora-
ção para chegar alé ao espirilo ; lisonjeia, agrada, inte-
ressa ; emprega, n u m a palavra, todos os meios da eloquên-
cia.— A suggeslão sorprehende o espirito, e logra seu ob-
jecto por meios occultos.
A insinuação é própria do h o m e m fino e bem educado;
a inspiração, do poeta e h o m e m de talento creador; a
persuasão é mais própria do foro e de tudo que concerne
a oratória; a instigação e a suggeslão exprimem idéas
mais vagas, e sempre se tomão e m m á o senlido.
556. — Insinuar , persuadir, suggerir.
Insinua-se finamente e com habilidade; persuade-se
fortemente e com eloquência; suggêre-.se com artificio.
Para insinuar é necessário consultar o tempo, a occa-
sião,
do II.e se
cessário
que ofazer
mpropõe.
o d osentir
de Para
dizer as cousas.
as razões que seé Para
suggerir persuadir
allegão
indispensável oé ter
ne-
e a34vantagem
398 INS
adquirido influencia c predomínio no espirito dos ho
meus.
Insinuar leva com sigo a idéa do delicado; persuadir,
a do pathelico; suggerir, algumas vezes encerra em si a
idéa do disfarce.
Encobre-se habilmente o que se quer insinuar. Pro-
põe-se poeticamente o que se quer persuadir. Faz-se valer
o que se quer suggerir.
557. — Instrumento, ferramenta.
Enlende-se em geral por instrumento o que serve de
cansa para produzir u m eífeito. Nos somos os instrumen-
tos do destino, da Providencia.
N u m sentido mais limitado, instrumento diz-se de to-
das as cousas maleriaes que facilitão os meios de fazer
alguma obra, alguma operação, ou de adquirir o conhe-
cimento de algum objecto.
Entre os instrumentos tomados neste sentido, chama-
se ferramenta aquelles que são mais simples em sen feitio,
e cuja acção depende unicamente d'um movimento meça
nico das mãos. U m martello, u m a encho, u m escopro,
são ferramentas ,• e m todos os officios mecânicos ha fer-
ramentas, que se chamão assim por serem de ferro, ou
nellas entrar alguma porção de ferro ou aço.
Os instrumentos são mais complicados, cuja invenção
dá a conhecer mais intelligencia, e que têem por objecto
operações não puramente mecânicas mas que são dirigi-
daspola intelligencia.A/erramenfapertence propriamente
ás artes mecânicas, e o instrumento ás artes superiores
que suppõem mais instrucção e exigem mais intelligencia.
U m oculista, ou official óptico, faz, com as suas ferra-
mentas, microscópios*^ telescópios, que são instrumen-
tos de óptica. U m culelleiro prepara com as suas ferra-
mentas as lanceias e bislorís, que são instrumentos de
chirnrgia. U m violeiro faz com suas ferramentas as vio-
558.
Alas, as• guitarras,
idéa — lnsurgcnte,
cornaram d'eslas sãorebelde.
ele, queduas palavras,
instrumentos
no sentido
de musica.
em
INS 399
que as tomámos, é o levanlar-se contra u m a autoridade;
diffcrcnção-se porém em que, ao insurgente considcra-se
como o que faz u m a cousa legitima ou legal, c ao rebelde
como o que executa u m a acção perversa e criminosa. O
primeiro tem a opinião de que usa de seu direito ou de
sua liberdade para sublevar-sc publicamente contra uma
ordem injusta, ou contra uma empresa do governo con-
siderada como oppressiva e lyrannica; o segundo tem a
opinião de que abusa de sua liberdade, ou de seus meios
para oppor-se á execução das leis, e para levantar-se con-
tra a autoridade legitima.
Para qualificar alguém de insurgente basta o facto de
se oppor abertamente a uma instituição que se considera
injusta; para declarar a alguém rebelde, é necessário que
tenha tomado armas contra o governo legitimo. Veja-se o
artigo seguinte.
559. — Insurreição, motim, sedição,
revolução.
Eslas quatro palavras têem relação com os diversos
movimentos ou differentes desígnios que o povo põe em
execução contra a autoridade que o governa.
O motim é o menor dos movimentos que indicão estas
palavras, ou, pelo menos,,aquelle cujas consequências são
de menor importância. E de ordinário uma fermentação
momentânea de algum bando do povo causada por descon-
tentamento, e muitas vezes por pertinácia e falta de re-
flexão.
A insurreição é o estado em tftie se acha u m povo de-
pois que se levantou e se armou para combater a autori-
dade a que eslava sujeito, e que ptrllicamente declara não
reconhecer por legitima.
A sedição é u m espirito geral de perturbação, de oppo-
sição, que, inspirada por alguns, se communica rapida-
mente a lodos osé membros d'umascorpo, >
d'umaaassembléa,
ou
ral
legitima.
Ado
contra
revolução
mesmo
o soberano,
povo.
uma re*sislencia
contra leis,
e u m contra
levantamento
autoridade
ge-
400 INT
O motim é parcial e momentâneo, e fácil de acalmar.
— A insurreição é mais geral e duradoura; indica uma
força disposta constantemente a conlraslar a autoridade;
tem por alvo denibál-a, e conquistar a independência
particular dos que se insurgirão. — A sedição, sendo uma
disposição dos espíritos, urnas vezes prepara a insurrei-
ção ou a revolução, subornando gente e formando ban-
dos; outras vezes são restos que ainda subsistem depois de
reprimidas as insurreições. — A reroiwçãoé uma suble-
vação injusta e criminosa contra o soberano, contra as
leis, contra a autoridade legitima,e que lende a desorga-
nizar Ioda a machina politica e ás vezes social, como foi
a de 1793 em França.
A insurreição muda de nomes segundo o modo como
se considera, e as opiniões ou os sentimentos dos que a
considerão. Conserva o nome de insurreição entre os
que lhe attribuem u m a idéa de direito e justiça; toma o
n o m e de revolução entre os que a considerãoi como in-
justa e criminosa. Os Inglezes ao principio chamarão re-
volução á insurreição de suas colónias na America; os
Americanos insurgenles, e todos os que Unhão por justa
a sua causa, chamárão-lhe insurreição. — D o exilo de
taes empresas depende o nome que para o futuro con-
servão. U m a insurreição vencida, aniquillada, não é mais
que u m a recoiwção,- triumphanle, conserva o nome de
insurreição; e se teve por alvo sacudir u m jugo estranho
para recobrar a independência nacional reclama o nome
de restauração. — A insurreição de Portugal em 1640 foi
caracterizada pelos Hespanhoes de revolução,-este nome
leria conservado se houvéramos succurabido; porém
como vencemos, chamou-se com razão gloriosa restau-
ração. *
560. —Inteiro , inflexível, inexorável.
Inteiro,
sentido
juiz, osegundo
e mInflexível,
seu
*dizIranslalo
proceder, ooaque
palavra
m e s msegundo
que
que latina
édesinteressado,
não integer,
airreprehensivel;
sua
tem origem
quebra Jalina
recto. significa
eme applicadoa um em
suainflexibilis
honra ou
INT 601
significa o que é incapaz de lorcer-se ou dobrar-se, e, ex-
tensivamente, o que por sua firmeza e constância de animo
não se commove nem abala facilmente.
Inexorável tem o mesmo valor que o adjectivo lalino
inexorabilis, e significa o que é incapaz de apiedar-se
ou abrandar-se com rogos ou supplicas, o que não con-
descende com o que lhe pedem.
A inteireza é sempre u m a virtude; nasce da rectidão
do animo, dá de m ã o ao interesse para seguir o dever, e
é o principal ornato do h o m e m publico e particular. — A
inflexibilidade pôde provir de tenacidade de animo, e de
certa perlinacia ou talvez obstinação. — O ser inexorável
pôde provir de dureza de coração, e então não é menor
defeito que o precedente. — Porém quando estas duas qua-
lidades acompanhão o magistrado,o juiz, o h o m e m publico,
que não se dobra a rogos, a supplicas, ou a lagrimas,
antes segue com inalterável firmeza o caminho que a lei
lhe prescreve, sacrificando talvez ao imperioso dever os
próprios affectos de que se sente commovido, e lavrando
com a penna o areslo que o coração com dòr lamenta, são
então mui heróicas virtudes, que fazem corte â justiça, e
assegurão a paz dos cidadãos.
561. — Interior, interno, intrínseco,
intimo.
Interior significa o que está na cousa, debaixo da su-
perfície, e não apparcnle, por opposição a exterior, que
é apparente, fora da cousa, na superfície. Interno signi-
fica o que está profundamente oceulto e encerrado na
cousa, e obra dentro d'ella, poi*opposição a externo que
vem de fora sobre ella. Intrínseco significa o que forma
como parle da mesma cousa, o quilhe é próprio ou essen-
cial, por opposição á extrínseco, que não está na cons-
tituição da cousa, o que tem differentes causas, e
produz differentes effeitos, obrando abertamente, âs
de
dentro
ogeiro,
claras,
que
interno,
éque
possível,
pela
muifaz
eparte
entranhavel.
significa
pequena
e também,
de ofora.
impressão.
queé
por
oIntimo
muito
que
opposição
é éprofundo,
estreitamente
como
ao que
o superlativo
o émais
unido,
passa-
de
402 INT
Chamámos interior tudo o que não éapparenle, visível
nem mui sensível, e, fallando do homem, que lem mais
relações c o m o espirito do que com o corpo, e assim
dizemos : alegria interior, tristeza interior, amargura
interior, etc. Chamámos interno tudo o que eslá occulto,
tão concentrado na cousa, que é necessário, de algum
m o d o , penetrar na mesma cousa para descobrir o segredo;
e com relação ao h o m e m applica-se ordinariamente ás
cousas que eslão dentro d'el!e, mas pcriencem ao corpo,
como doença interna, MlOf interno, etc. Distinguom-se
as propriedades c qualidades intrínsecas de Iodas as que
são accidenlaes, accessorias, adventícias, adherenles ao
sujeito. Applicânios finalmente em sentido moral o vocá-
bulo intimo ás cousas que queremos encarecer do fundo
do coração, do mais recôndito da alma, e dizemos: pena
intima, amizade intima.
Interior é palavra vulgar e de todos os estylos; interno
é palavra scientifica, usada na medicina, na physica, na
metaphysica, na lheologia; intrínseco é u m lermo de
metaphysica, de escolástica e de commercio; intimo é
palavra affecluosa e polida.
Penetra-se no interior, descobre-se o interno, dá-se a
conhecer o intrínseco, escruta-se o intimo.
562.—Interrogar, perguntar.
Referem-se estas trez palavras ao que dizemos a alguém
para saber d'elle aquillo de que nos queremos informar;
differenção-se porém en*que, perguntar indica curiosi-
dade, ou necessidade de saber, como diz o ditado : Quem
pergunta quer saber^ e interrogar suppõe autoridade.
U m espia, u m desconhecido pergunta às gentes que en-
contra; o juiz interroga o réo. — Pergunta toda a
classe de pessoas, o pobre como o rico; só interrogão as
autoridades. — Inquirir é indagar com miudeza, com
diligencia, alguma cousa que desejamos bem saber.A in-
• antes
munhas
quirição
de conhecerconsiste
odeque
condcnmar
cm
se fazer
ignora.
ovarias
réo.
O juiz
perguntas
inquire com
as teste-
o fim
INV Zi03
565. — Intriga, mexerico, cabala,
enredo
Intriga é manejo cauteloso, acção que se executa com
aslucia e occultameute para conseguir algum fim. O
mexerico consiste propriamente e m descobrir e referir
cousas oceultas, que outrem tem dito ou feito, e isto com
ofimde melter dissenções, e semear zizanias. Cabala éa
reunião de esforços de mnilas pessoas que, sem lerem con-
sideração com a justiça, trabalhão de c o m m u m acordo e
eficazmente para elevar u m a pessoa ou cousa que lhes é
favorável, ou para deprimir o que as offende e lhes desa-
grada Enredo é u m mexerico complicado, urdido c o m
astúcia, tecido de enganos e mentiras, com o fim de causar
inimizados e distúrbios.
Intriguo os cortezãos e os ambiciosos para lograrem
as graças que pretendem. Mcxericão as pessoas de pouca
conta e sevandijas para caberem com alguém, e haverem
assim o que por outro modo não merecem. Enredão os
zizaneiros para satisfazer sua m á Índole, ou para pesca-
rem em aguas envoltas. Cabálão os partidos sediciosos, ou,
e m phrase popular, fazem maçadas, ou embrulhadas, para
levarem avante seus projectos. Mais audaz que lodos os
outros manejos, a cabala tem por alvo afogar a opinião
publica, formar u m a opinião imaginaria, e dispor a seu
arbítrio dos suecessos e do curso das cousas. A paixão f
a pertinácia constituem seu caracter.
564. — invectiva, sátira.
A differença que ha entre estas duas palavras consiste
e m que invectiva se refere sempf* a censurar com vio-
lência e acrimonia a u m só individuo; sendo que a sátira
verdadeiramente tal, censura os costumes públicos, ou as
opiniões de muitos, valendo-se para isto do ridículo, da
graça e do chiste. Aquella é u m a setta que fere; esta,
euvingança.
ruim,
mmisérias
espelho
queAtem
humanas.
onde
sátira,
por
se retratão
causas
sendo
A invectiva
imoarcial,
motrizes
e m tpda
é ausua
émira,
anobre,
nudez
paixão
a inveja
eos
por
baixa
vícios
vezes
e ea
UOll INU
litil; seu movei é a intelligencia e o talento. — Para fazer
uma invectiva basta ser m á o ; para escrever uma sátira
é mister ser sábio.
565.—Inutilmente, em vão, vãmente,
de balde, embalde.
O uso confunde commummenle a significação dos pri-
meiros dous advérbios ; porém, por pouca reflexão que se
faça, se percebe enlre elles a mesma differença que lia
entre vão e inútil.
E m vão suppõe insufficiencia dos meios, dos esforços, do
desejo, que empregámos para conseguirmos u m fim. Inu-
t Um ente explica a pouca necessidade ou utilidade com que
se executa a cousa, sem relação alguma a meios nem a esfor-
ços. Diz-se d'um homem, que falia inutilmente, istoé,sem
necessidade, e que falia em vão, isto é, sem frueto. —
Madruguei inutilmente, quer dizer, levanlei-me cedo, sem
fim, sem que a isso m e obrigasse molivo algum. Ma-
druguei em vão, ipier dizer, ainda que tive o incommodo
de levautar-nie cedo, não consegui ofima quemepropuz,
ou que esporava conseguir. — Querer corregir a um néscio
é cansar-se em vão. Gasta o tempo inutilmente o man-
cebo que não faz mais que passear e diverlir-se.
Sãmente é o adverbio latim vanê, que diz o mesmo
que inutilmente, e não se deve confundir com em vão,
que é o lalim in vanum, que equivale a frustra, em
balde, som findo.
De balde, e em balde são expressões portuguezas e
castelhanas, rnas de ori&em árabe (de bátele, cousa vã,
frustrada, sem utilidade), que vulgarmente se confundem,
mas que se deverião*differençar e m portuguez como se
differenção e m castelhano. De balde, quer dizer, sem
preço algum, graciosamente. E m balde, quer dizer,
em "vão.
566.
Apenoso •que
inveja— é Inveja,
soffre
uma paixão clume.
o invejoso
torpepolo
procedida
bem alheio.
do senlimenlo
Ciúme é o
INV «lOa
zelo de que o objecto amado se incline para oulrem, ou de
que elle receba algum damno.
A «'ntxyaéo tormento das almas vis, e já vimosdequeella
era capaz, no art. Emulação (pag. 250). O ciúme tem mais
nobre origem, pois nasce do amor próprio, e da idéa van-
tajosa que cada u m tem da superioridade de seu mereci-
mento; e no amor dos homens se reputa porfineza,diz
Vieira (VII, 370).
A inveja concentra-se, róe o coração do invejoso, e
não ousa apparecer k cara descoberta. O ciúme não se
esconde, não se envergonha de manifeslar-se, antes rompe
muitas vezes com impeto, e com tanta maior violência
quanto é maior sua elevação, como muito bem disse
Vieira : «Não ha ciúmes mais impacientes, precipitados e
vingativos que os que tocão no sceptro e na coroa. »
567. —Invejar, ter inveja.
Concordão eslas duas expressões na idéa lógica, mas
differenção-se no uso grammatical. /nvejão-seas cousas;
tem-se inveja ás pessoas. — Invejamos os bens, as hon-
ras, a fortuna d* alguém; e temos-lhe inveja de seus bens,
de suas honras, de sua fortuna.
Não invejava Alexandre a gloria de Achiles, mas inve-
/ow-lhe o ler sido celebrado por Homero.
568. — Invencível, insuperável.
O que não pôde ser vencido diz-se invencível,- aquillo
além do que, ou por cima do«jue se não pode passar,
chama-se insuperável. O primeiro suppõe peleja, com-
bate, u m contendor ou contendo^s a quem se não deixa
levar a melhor ; o segundo presenta a idéa de obstáculo,
que se não pôde franquear, que não |>óde ser sobrepujado.
Porém como os que pelejão e combatem são em certo
m o d o u m obstáculo; e os obstáculos, ou encontros, se
podem considerar como contrários que é mister vencer ;
trocão-se muitas vezes os dons vocábulos, e diz-se :
invencível,
obstáculo invencível,
e poder insuparavel.
e nação insuperável; difficuldade
40G IRS
569. — Invocar, cliamar, cliamar por.
A idéa commum d'esles vocábulos é a de dirigir vozes
a alguém ; eis aqui sua differença.
Chamámos aos homens, ou aos animaes que existem
como nós sobre a terra, isloé, damos lhes vozes para que
venhão. Invocámos a divindade, os espíritos celestes, e a
tudo que considerámos como superior a nós, seja por sua
morada no céo, seja por sua dignidade e poder na terra.
Chama-se para qualquer cousa; inuoca-se para obter
soccorro n u m perigo ou numa empresa. — Chama-st
com acenos, com gestos, ou com vozes, e pelo nome do
sujeito; invoca-se fazendo votos esupplicando.—Os pais
chamão osfilhos,para lhes dizerem alguma cousa; os
caçadores chamão os cães, para seguirem a veação; os
podas invocão Apolo e as Musas; os alribulados invocão
a divina Providencia, ou o santo de sua devoção.
Chamar por é expressão vulgar da lingua' que vai o
m e s m o que a alatinada invocar. Chamar por Deos, pelos
santos, por Nossa Senhora, etc., éinvocar seu nome, re-
correr á sua protecção para que nos acudão.
570. —Ir, li— se.
Estes dous verbos não podem usar-se indistindamente»
porque ír-se tem a força de ausentar-se sem relação ao
lugar para onde se vai, "senão só ao que se deixa; eir,
pelo contrario, não faz relação ao que se deixa senão
aquelle para onde se v«i. — Fulano resolveo ír-se de
Lisboa; pôde não saber aonde irá, ou que caminho to-
mará; e não se dirá kisle caso : resolveo ir de Lisboa,
sem determinar precisamente o lugar aonde ou para onde
vai, ou deslino que leva. Assim que, quando digo :vou-
me, formo uma oração completa, porque, como o verbo
por si só faz relação determinadamente ao lugar em que
msomente
e acho,
ausento;
porque explico
• o:porém
verbo
vou, não completamente
pois
não afalia
ofaço
determina
saber que
ou ocompleta
igualmente
apor si deixo,
para que
só. onde me
se vou,
digo
JAM i07
571. — Iroso, iracundo, irado.
Sendo ira o radical d'estes Irez vocábulos, consiste sua
differença na terminação, que lhes determina a força ou
designa a relação.
iroso é o que eslá possuído de grande ira, e dominaoo
por esta paixão. Iracundo é o que se deixa levar facil-
mente da ira. Irado é o que actualmente eslá tomado
da ira.
Iracundo designa o natural em que domina a ira, e o
habito d'esta paixão; irado designa o acto de irar-se
alguém; iroso designa o excesso da ira.
No homem irado considera-sc a ira como u m fogo que
queima; no iroso, como u m incêndio que abraza ; no ira-
cundo, como matéria iuflamniavel que a menor faísca põe
emchammas. Tal era Moisés, e assim o mostrou naquelle
encontro em que arremelleo a uni egypcio que aíírontava
a u m hebreu, e sem mais armas que as próprias mãos,
o lançou morto a seus pés; por isso disse Vieira :
t Moisés era arrebatado e iracundo (VII, 279).»
572. — Jà, depressa, promptamente ,
logo.
Já diz o mesmo que neste momento , immediata-
menle, sem demora. Depressa exprime a celeridade da
acção. Promptamente exclue delongas.
A já oppõe-se logo, depois, mais tarde; a depressa,
de vagar; a promptamente, corr, demora, com detença.
Logo tem duas significações distinctas que são, d'aqui a
pouco, v. g. logo vou; e, imuiedi?;,amente, sem demora,
v. g. logo que esla receberdes viniie ver-me. Nesta se-
gunda significação é synonymo rigoroso de já em quanto
á acção, mas differença-se e m quanto á pessoa. Quando
eu mando a u m criado que parta imniediatamenle, digo-
i
lhe,
logo.parle
criado
gues sem já;sobrescriptos
quando fallo
—imincdiaiamente,
Nos
demora põe-se d ucartas
logo,
digo
de :mlogo,
amoque
eque
mandou-lhe mandou
nãoja,
devem
quejá.
ser seu
parlisse
entre-
608 JAJl
575.—Jactância, vaidade.
A jactância é a linguagem da vaidade,«oinstrumento
de que esta se serve para dar-se a conhecer. Ofimda
jactância é elevar-se ; o da vaidade é offuscar aos
demais.
A jactância manifesla-se por meio de palavra* e ac-
ções, annuncia u m amor próprio excessivo, e merece o
desprezo dos homens sensatos. A vaidade vale-se do
traje particular do individuo, manifesla-se no arentonado
e maneiras altivas, pretende fazer-se superior a todos, e
faz-se acredoradeseu ódio.
A jactância lorna-se ridícula; a vaidade degenera
e m mania ; a primeira causa riso, a segunda offende
574. — Jamais, nunca.
Confundirão os nossos clássicos esles dous advérbios, e
não aclarou bastante sua indifierença o autor dos syno-
nymos da lingua portugueza, posto que se possão bem
differençar da maneira seguinte, quando se referem a
cousas futuras.
Jamais exprime propriamente a idéa doquenãose quer
que sncceda, manifestada por aquelle que pôde por si pró-
prio fazer alguma cousa e está decidido a não fazél-a
pela convicção que tem de que lhe seria prejudicial ou
deshonrosa.
Nunca exprime particularmente a idéa de que não suc-
cederà u m a cousa que se appelece, e não porque seja im-
possível senão pela desconfiança que lem de sua própria
fortuna o sujeito que a deseja.
A idéa de jamais t>eíere-se á fortaleza, ao despeito, á
indignação. A idéa de nunca respira desconfiança, du-
vida, desesperação. — J a m a i s transigirei com meus ini-
migos, diz u m general que espera a vidoria á frente de
seus contrários. Jamais consentirei que meus direitos
sas,•nunca
sejão
Nunca
gabinete;
menoscabados,
serei
nunca
a posteridade
feliz,
chegarei
dizdiz
irai
fará
auphilosopho
conhecer
mjustiça
rei a aseus
asminhas
nocausas
retiro
ministros.
investiga-
dasdecou-
seu

JAU 609
ções. — Jamais m e apartarei de meu propósito; nunca
terei recompensa.
N u m a uovella mourisca diz u m cavalheiro namorado :
\Jamais de amor esla chama, que ardente vibra e m
meu peito, poderão apagar os homens, poderão extinguir
os tempos. Nunca espero minha ventura, que esquiva de
m i m foge. Jamais deixarei de amar-te, porém nunca de
amor receberei o premio.»
Quando jamais se refere ao passado vale o mesmo que
nunca, mas tem particular energia, e como que indica
uma negação reiterada, como se pôde colher dos se-
guintes exemplos que se lem e m Moraes : «Jamais
pude co' o fado ler cautela. Que cilhara jamais cantou
victoria. Lugar de penas e tormento esquivo onde jamais
se vio contentamento. •
575. — Jardim, versei, pomar,
Itorto-pensil.
A cultura de arvores e flores é a idéa commum a eslas
palavras, que em sua significação relativa se differenção
notavelmente.
Jardim, em seu sentido próprio, é u m a porção de terra
contigua á casa e m que se habita, cultivada e plantada
de flores e outras plantas para recreio e passeio.
Vergel é D m jardim extenso, não só povoado de flores
e arvores fruetiferas, senão de outras que o não são, e
que ao lado da cultura dão idéa da ruslicidade natural.
Pomar é horta de arvores de fruta, e os ha de espinho,
que só contêm arvores que ttJm espinhos, como as la-
ranjeiras, os limoeiros, etc-; e de caroço, que só conslão
de fruteiras de prumagem, peo^gueiros, gingeiras, pe-
reiras, ele.
llorlo-pcnsil é u m jardim levantado do chão, cons-
truído artificialmente sobre eolumnas, ou d'outro m o d o ,
taes erão os hortos-pensiles que sobre as muralhas de

não
alheia.
Fiabylonia

II. para
mandou
diversão
construir
própria
a grande
senãorainha
para 35
Semiramis,
admiração
MO JUM

576. — Joven , moço, mancebo •,


juventude, mocidade
A voz joven, do latim juvenis, explica a idéa absolu-
tamente ; a voz moço, do hespanhol mozo, a explica
comparativamente : porque a juventude é a idade do
h o m e m entre a adolescência e a idade varonil, como
desde os quatorze até aos vinte e u m annos; e a moci-
dade é o tempo em que o h o m e m conserva aquelle vigor,
parecer, ou disposição que são próprios da juventude,
c podem durar mais ou menos tempo. — U m homem de
trinta annos já não é joven, segundo a rigorosa proprie-
dade da palavra, porém ainda é moço.
Mancebo, do árabe mansúbon, significa rigorosamente
o moço de poucos annos, mas e m geral se usa por joven,
que não é muito frequente nos clássicos.
577. —Jumento, burro, asuo.
Designão estas trez palavras um pobre animal Ião
conhecido como útil, posloqne leimoso; mas differenção-
se pelas idéas accessorias que suscilão.
jsno é o nome próprio do quadrúpede que os lalinos
chamavão asinus e os gregos b\oS, e comprehende em
sua significação todas as differenças e qualidades do
animal.
Jumento, do latim jumentum que significava em geral
besta de carga, é este mesmo animal, porém a palavra
suscita a idéa da latina, c representa o asno trabalhando
para beneficio ou commouidade do homem.
Burro, é palavra vulfiar da lingua, que alguns querem
venha de nuppis, russo, que éa cor ordinária dos burros,
e exprime particularmente a pouca intelligencia d'este
quadrúpede.
Quando estas palavras se applicão ao h o m e m em sen-
tido figurado podem igualmente difíerençar-se da ma-
neira porém
notória,
dade, seguinte.
chama-se-lhe
que —ena Adamno
asno.
u m hpróprio
oOm eque
m cuja
trabalha
tem alguma
incapacidade
em proveito
capaci-
é
JUS Ml
alheio, merece o nome de jumento. Ao que é estúpido,
carece de intelligencia, e que talvez presume de enlen-
dido em cousas que ignora, ou que se obstina lotalmen1"
e m suas asneiras, assenta-lhe bem o nome de burro.
576. — Juramento, jucá.
Juramento é a affirmação ou negação de alguma cousa
tomando a Deos por testemunha. Jura é u m modo do
jurar empregando expressões baixas, ou certas formulas
pouco comedidas de que usa a plebe.
O juramento faz-se cora reflexão para affirmar o que
se diz ou vai a dizer; é u m ado solemne, judicial e reli-
gioso. Ajiuracmprega-se quasi sempre por habito e sem
reflexão; e posto que a gente vulgar e mal educada usa
muito de juras para confirmar o que diz, nem por isso
merece mais credito, pois não é sem fundamento que se
diz aos juradores :
Quem inaís jura, mais mente.
579. —Justa, torneio.
A justa, era propriamente o combate de homem a
h o m e m , a cavallo e com lança. Andando os tempos se
exlendeo a significação d'esta palavra a outros combales
pelo abuso que fizerão os antigos chronistas e roman-
cistas de cavallaria, que desfigurando o verdadeiro sen-
tido das palavras posérão frequentemente em confusão
nossas idéas. A
Devem-se pois distinguir as justas dos torneios. Os
torneios faziáo-se entre muitos cavalleiros que com -
balião em tropel, ou e m quadrnhas, fazendo voltas em
torno (d'onde a palavra torneio), ora a cavallo ora a pé,
com lança ou espada; ajusta (do francez antigo jousle,
hoje Joule) era u m combate singular de h o m e m a h o m e m
que se travava com encontros de lança. Ainda que as
justas se fazião ordinariamente nos torneios depois dos
torneio.quedese todos
bargo,
combates fazião os
sóscampeões,
independentemente
suecedia ,
de sem
nenhumem-
M2 JUS

580. — Justiça, direito.


O direito é o objeclo da justiça,- isto é, o que per-
tence a cada um. A justiça é a conformidade das acções
com o direito; isto é, dar e conservar a cada u m sua pro-
priedade. O direito é diclado pela natureza, ou eslabele-
cido pela autoridade divina ou humana; pôde variar
algumas vezes segundo as circumstancias. A justiça é a
regra que é necessário seguir; não varia nunca.
561. — Justiça , equidade.
A justiça, considerada como synonyma da equidade, é
u m a obrigação a que se ha submetlido o h o m e m redu-
zido á sociedade, e que, por conseguinte, se deve regular
pela lei positiva. A equidade é u m a obrigação fundada
nos princípios da lei natural, que não eslá sujeita ás leis
humanas, antes estas, para serem juslas, devem por ella
regular-se. Assim que, a justiça impõe determinada-
mente a obrigação de dar a cada u m o que lhe pertence,
da qual não se pôde separar, nem o juiz que a admi-
nistra, nem o h o m e m particular respectivamente a sen
similhanie, sem expor-se a que u m a autoridade superior
os obrigue por força a sua observância. Porém a equi-
dade modifica aquella mesma idéa representando-a, res-
pectivamente ao juiz, com relação aquella moderação
prudente com que, sem fallar á justiça, regula, em caso
necessário, o direito duvidoso, as circumstancias, as
reciprocas conveniencia.T, ele.; e respeclivamenle ao
h o m e m particular, comj-elação a u m a obrigação a cujo
cumprimento não se pótíe obrigar com a autoridade legal,
porém que lhe impõe a probidade, a consciência ou
outras considerações ponderosas.
«Não faças damno a ninguém; repara o prejuízo que
houveres
preceitos
fazo-lhes
A• Não ofeito.
justiça
faças
daque • outros
Eis oselles
éequidade.
aos
inflexível,
quizeras preceitos
osó
que da
considera
tenão justiça.
fizessem.»
quizeras
os fados,
Eis
tefizessem
ossua
grandes
única
a ti;
LAO M3
regra é a lei, não pódc delia afastar-se. A equidade é
flexível e compassiva; considera a humanidade com suas
fraquezas: seu objecto é corregir suas más intenções e seus
defeitos, ealliviàl-a quanto ser possa.
A justiça cumpre com rigor as leis positivas; a equi-
dade cede ás leis da natureza.
Os árbitros julgão muitas vezes, antes pela prudente
equidade, que pelo rigor da justiça.
A justiça exige que paguemos a nossos credores, e a
equidade que soccorrâmos aos necessitados.
A justiça dá-nos direito para exigirmos sempre o que
nos devem nossos rendeiros; mas a equidade pede que lhe
perdoemos alguma parle das rendas, ou lhes concedamos
espera, em annos escassos e calamitosos.
Considerada a justiça como legal e punitiva, é máxima
vulgar e mui cerla, que a equidade tempera o rigor da
justiça.
562. —JLaborloso, trabalbador.
O homem laborioso ama o trabalho, e foge da ociosi-
dade; o homem trabalhador puxa no trabalho, faz muito
numa obra. Aquelle não poderia viver se não se oecupasse
e m alguma cousa; este trabalha com assiduidade, e não
perde u m instante.
A palavra laborioso tem relação com o caracter, com
o gosto do que trabalha, explica uma idéa mais extensa;
a palavra trabalhador refere-se mais á obra mesma, e
lem por isso menos extensão.
O homem laborioso oeeinjâ-se não somente em cousas
uteis, senão lambem de adorno. O h o m e m trabalhador
occupa-se com mais uniformfclade numa só cousa, que
sempre é útil.
585. —JLacalo, criado.
Criado tem um sentido geral que se applica a todos os
que servem; lacaio tem u m senlido particular que não
convêm
O criado
senão
pôde
a uma
ser classe
grave de
ou criados.
de farda, de sala ou de es-
Míi LAG
cada a baixo; o acaio é sempre de farda e de escada a
baixo.
Criado designa propriamente u m h o m e m de serviço, e
lacaio u m h o m e m que em geral vai atraz do amo ou na
trazeira da sege. O criado exprime uma idéa de utilidade;
o lacaio uma idéa de ostentação.
Os príncipes, osfidalgos,etc, que andão de carruagem
têem lacaios; as pessoas da classe media, e ainda as da
inferior, têem somente criados.
584 — Lago, lagoa, tanque.
Lagoa é o augmenlativo de lago. Segundo a força da
elymologia grega li*x-ie, que significa poço, cova funda,
lacus em latim e lago em portuguez significa uma con-
cavidade grande e profunda sempre cheia de agua, porém
mais pequena que lagoa, que é u m grande lago onde se
conservão muitas aguas. Ambos estes depósitos de agua
são cercados de terra firme, sem communicação visível
com o mar. As aguas do lago provêm de fontes que para
lá correm, ou de nascentes que nelle ha; as das lagoas
provêm de vertentes que para lá desaguão e não lêem
saída. — Diz-se a lagoa Meotis, ou meolida, a lagoa pon-
tina, a lagoa eslygia; e o lago de Genebra, o lago de
Zurich, o lago Maior.
Tanque é lago artificial, para recreio ou deposito de
aguas para regar pomares, hortas, ele.
585. —JLagrlma^, choro, pranto.
Lagrimas são gotas de humor aqueo que saem a pares
dos olhos de quem choraí^C/toro é a acção de chorar, ou
derramar lagrimas, por uma causa não extranha a nós e
por uma qualidade que nos é inherenle. Pranto é a effu-
são do sentimento que naturalmente fazemos vertendo
lagrimas, a impulso d'uma causa extranha a nós e que nos
produz grande dor. — O choro pôde ser mudo e silen-
desfeito.
cioso; eo pranto
tidas, de
Muito
grilos
bem
é sempre
lamentáveis,
disse Vieira,
acompanhado
e então
fallando
se de
chama
devozes
David
pranto
sen-
na
LAIl u!5
morte de Abner: «Eis que começa David a rebentar em la-
Ítrimas, e todos com elle em pranto desfeito. » E lal-
ando de como foi chorada a morte d'EI Rei D. Manoel,
diz : « O pranto mais publico que se vio na nação portu-
gueza, foi quando chegarão á índia as novas da morte
d'EI Rei D. Manoel... Começarão a chorar cm grito, e se
levantou o maior e mais lastimoso pranto que jamais se
vira (I, 876, e 870). »
586. — fiapidlficar, petrificar.
Lapidificar designa em geral a operação pela qual a
natureza forma as pedras. Petrificar designa ora parti-
cular a operação pela qual a natureza transforma cm pe-
dras as substancias que anles d'isto não pertcncião ao
reino mineral.
587. — JLaces, penates.
Os lares c os penates são na mytologia os deoses ou
génios Iniciares das habitações, das casas, das aldeias, do
toda a classe de lugares. Porém pódem-se considerar par-
ticularmente os lares como os deoses protectores da ha-
bitação e da lámilia em geral; e os penates como os
deoses tutelares da casa interior ou domestica. Os lares
livravão sobre tudo a casa dos inimigos de fora; ospenates
a prescrvavãodosaccidenles interiores. Aquelles presidião
particularmente á segurança da casa; estes, ás pessoas
da família.
Diz-se, fallando poética ou* familiarmente, os pátrios
lares, para designar a casa paterna, a casa onde fomos
criados; e nossos penates, eur*lugar de casa própria, -
nossa casa, como disse Camões :
O praier de chegar á pátria cara,
A seus penates caros, e parentes.
E noutro lugar;
Ver-se de seus penates apartado.
(Lus., I X , 17 ,e Egleg, 111.)
M6 LRC,

588. —Largura, largueza.


Largura usa-se somente no sentido physico, e exprime
precisamente a dimensão contraposta a comprimento
Largueza, no m e s m o sentido physico, lem significação
mais extensa, e contrapõe-se a eslreitura, aperlo. Usa-se
alem d'isso a palavra largueza, no senlido moral, paia
exprimir a ausência de estreiteza e de acanhamento no
animo, nas opiniões, ele.
589. — Larvas , lemures.
Assim chamavão alguns povos antigos as almas dos
máos que, segundo elles crião, vinhão de noite á lerra
perturbar o repouso dos vivos; mas differençavão aquellas
d'estes da maneira seguinte.
Segundo suas falsas tradições, as larvas erão os es-
pectros, os phantasmas, de differentesfiguras,debaixo
dos quaes os espíritos ou almas dos mortos apparecião
aos vivos; e os lemures erão as imagens, as sombras dos
mesmos definidos que se presenlavão aos vivos debaixo
de suafiguracorporal e própria.
As visões nocturnas, que causão espanto, e cm que o
vulgo ignorante crê, pertencem á classe das larvas. os
doendes, os trasgos, e lodos os espíritos máos que o
m e s m o vulgo crê encarregados de atormentar os homens,
pertencem â classe dos lemures.
590. — Legal*1 legitimo , licito.
Legal diz-se propriamente das formas, das condições,
das formalidades prescritas pelas leis positivas, sob pena
ou de nullidade ou de anímadversão da parte da lei. U m
matrimonio não é legal quando não se contracta diante
de certo numero de testemunhas. U m certificado d'uma
autoridade inferior não é legal quando não éapprovado
pela autoridade superior.
qualidades
Legitimo
' que é tudo
requer
que aé lei.
conforme
U m matrimonio
ás leis, ounão
queétem
legi-
as
LEN M7
íimo quando se conlracla enlre o irmão e a irmã, ou
quando uma das parles eslâ já casada, etc. U m filho não
e legitimo quando nasceo fora do matrimonio. U m rei
não é legitimo quando usurpa a autoridade real violando
as leis da suecessão. Legitimo significa lambem justo,
equitativo, fundado em razão, segundo a natureza das
cousas. É legitima uma demanda quando seu objeclo está
conforme com a equidade, com a justiça; daqui vem
dizer-se : «Os direitos legítimos, as prelençoes legitimas.•
Legitimo é o raciocínio, quando são verdadeiros os prin-
cípios, e a consequência legitimamente deduzida, isto é,
segundo as regras da lógica. Legitimo é o ouro, o dia-
mante, ele, quando não é adulterado, ou lem os quilates
que a lei exige, que por isso se lhe chama ouro de
lei, ele.
Licito diz-se propriamente das acções ou das cousas
que as leis considerão como indifferentes, e que estas de-
clararião legalmente como más se as prohibissem.
A forma preseripta pela lei faz com que a cousa seja
legal; a condição exigida pela lei, ou a conformidade (Ia
cousa com a justiça, com a equidade, ou com a natureza,
a faz legitima,• e o silencio da lei a faz licita.
591. — Lenha, madeira, pào.
Por estes trez nomes é conhecida vulgarmente toda a
matéria lignea, porém o uso tem fixado as seguintes
differenças.
Quando a matéria lignea sc>considera com relação ao
fogo. ao lume, de que é cevo, chama-se lenha, ou seja
grossa ou miúda, em molhos oiMachada, de rojo, de car-
reto ou de balsa; quando se considera com relação a
edificar e construir, ou fabricar moveis, chama-se tiia-
deíra-, e quando se attende especialmente ás differentes
qualidades que d'ella ha, eaos differenles usos que delia
se faz, nãopào;
chama-se
Campeche,pão sendo paraetc.
brasil,
e assim edificar,
se diz :construir, nem fabricar.
Pão de aguilla,/>áo de
M8 GEN
592. — Llbello , folheto.
0 uso vulgar "onfunde muitas vezes a significação des-
tas duas palavras, cuja differença é essencial.
Libello é u m a obra de pouca extensão, de circumstan-
cias dadas, por meio do qual se traia de desacreditar a
reputação d'uma ou mais pessoas, empregando o sar-
casmo e a calumnia, que é o que constitue a essência do
libello. Folheto é uma obra de poucas paginas, princi-
palmente de litteratura, posto que lambem os ha scienli-
ficos e políticos.
O objeclo do folheto é instruir, aclarar alguma cou*a
por meio de argjimentos sólidos, e sempre com gravidade
e decência; o libello só se propõe a injuriar e a diffamar,
por isso se chama injurioso e diffamatorio.
595. — Liberalidade, generosidade.
A liberalidade é uma virtude moral pela qual se dis-
tribuem os bons sem esperar recompensa; consiste prin-
cipalmente na boa distribuição que cada u m faz do seu
dinheiro, ou das cousas que têem u m valor pecuniário,
aquelles a quem isso se não deve de justiça.
A generosidade é e m geral u m sentimenlo nobre que
leva o h o m e m a antepor o decoro e o bem publico â utili-
dade e interesse próprio; não pódedar-sea conhecer por
molivo mais digno de apreço que pelo amor à pátria e
perdão das injurias.
A liberalidade não é wtra cousa senão a generosi-
dade limitada unicamente a u m objecto pecuniário. A ge-
nerosidade tem signific^ão muilo mais ampla, pois é,
rigorosamente, u m a qualidade do h o m e m bem nascido c
bem educado que não só dá nobreza e lustre a todo9 os
seus sentimentos e acções, senão que lhe inspira valor e
esforço nas árduas empresas.
594. —Liberalidade
A primeira
vicioso. , prodigalidade.
> é uma virtude, a segunda um excesso
1.1.M /il!)
A liberalidade é subordinada á justiça, e consiste e m dar
parte de seus bens aos indigentes e necessitados, ou
aquelles a quem se tem affeição; a prodigalidade con-
siste cm derramar o dinheiro sem escolha, sem discerni-
mento, sem consideração, desperdiçando a própria fazenda
em cousas vãs.
595. —Liberdade, alvedrio.
Liberdade é a faculdade de obrar ou não obrar, alve-
drio, ou libre arbítrio, é a liberdade que lem o h o m e m
para eleger o bem ou o mal. Pelo que não é a liberdade
uma propriedade do alvedrio, senão este uma applicação
ou exercício daquella.
Por isso Vieira disse : « Os Lulheranos e Calvinistas
negão a liberdade do alvedrio;» isto é, negão que o ho-
m e m seja livre na escolha do bem ou do mal.
596.—Licito, pcrmittldo.
O que é licito não está vedado por nenhuma lei; o
que é permittido está autorizado por uma lei.
O que cessa de ser licito passa a ser illicito, e estes dous
termos têem u m a relação mais directa com o uso que se
deve fazer de sua liberdade. Caraclerizão os objectos de
nossos deveres.
O que deixa de ser permittido passa a ser prohibido, e
^Sstas duas palavras lêem u m a relação mais estreita com
> império da lei. Caraderizão nossa dependência.
597. — Limar, polir.
Eslas duas palavras são propriamente termos emprega-
aos nas artes e officios. Limar é tirar com a lima as aspe-
rezas e desigualdades d'um corpo duro, especialmente
metálico, iúna-seo ferro, o aço, o bronze, ele. Polir é
fazer lizo, luzedio e agradável á vista, por meio de fric-
ção, qualquer corpo. Pulcm-se as madeiras, os moveis,
os mármores, etc. Os metaes ordinariamente brunem-se.
Veja-se Brunir, n"60-,
Zi20 L1G
U m corpo b e m limado não tem nada de tosco nem de
áspero; u m corpo bem polido tem muilo lustro, limpeza
e brilho. Aquelle não offende o tacto; este é agradável
à vista.
E m sentido figurado, estas duas palavras se applicão
com propriedade ás obras do entendimento. Limar uma
producção do entendimento é corrigíl-a, tirar—lhe tudo
o que tem de desigual e inexacta, íimpál-a de phrases
vulgares e menos elegantes; polir uma obra lideraria é
dar-lhe graça, brilho, e aquelle interesse de que é suscep-
tível. U m a obra limada não tem nenhum erro de gram-
matica, nem expressões impróprias e desacertadas; uma
obra polida offerece as expressões mais graciosas, e bem
escolhidas, os giros de phrase mais elegames, uma harmo-
nia intrínseca, e m fim todo o donaire e brilhante primor
de que é susceptível.
Polir diz mais que limar. Porém e m vão nos esforça-
ríamos e m poíir u m a obra, se a não limáramos antes;
sempre teria alguma inexactidão, alguma expressão in-
correcta D o m e s m o m o d o seria inútil nosso trabalho
limando u m a obra, e não a polindo ,• sempre seria
fria, e não offereceria o interesse e amenidade de que é
susceptível.
598. — Lindar, estar contíguo.
Lindar diz-se propriamente das terras que só separa
u m sulco, ou oulro qualquer signal convencionado enlre
os donos das mesmas.
Está cmiligua u m a cousa a oulra quando eslá perlo
d'ella, porém mediando « u m espaço não definido nem
convencionado entre os donos de cada uma.
O termo d'um povo *iinda com o de oulro. As casas
d'estes povos estão contíguas.
599. — Linguagem, lingua , Idioma,
dialecto.
De todos estes vocábulos o mais genérico é linguagem,
pois representa a manifestação dos pensamentos por
1IN 621
meio de sons articulados; e em sentidofigurado,tudo o
que exprime os nossos pensamentos é uma espécie de
linguagem. O gesto, a palavra, a escriptura, a pintura,
a esculptura são espécies de linguagem; e lambem dize-
mos linguagem muda, a linguagem das flores, porem
no sentido figurado, e não no próprio como dá a enten-
der o autor dos Synonymos da língua portugueza.
Lingua, no senlido recto, designa aquella parle car-
nosa o movei que está collocadana boca do animal, e é
o órgão principal do gosto e da palavra nos homens;
e em senlido tranlalo significa esta palavra o conjuncto
de vozes ou lermos com que cada nação exprime seus
conceitos.
Ainda que estas duas palavras se confundão muitas
vezes, pela unidade de sua origem , são com tudo mui
differentes. O material das palavras c seu enlace deler-
mina o que se chama lingua : esta não tem relação
senão com as idéas, com os ponsamentos e com a iulelli-
gencia dos que aftillão.A linguagem parece que lem
mais relação com o uracter do que falia, com suas
intenções, com seus interesses. O objeclo d'um discurso
delermina a linguagem do que o pronuncia; cada u m
tem a sua linguagem particular, segundo suas paixões;
por esla razão, uma mesma nação com uma mesma lin-
gua pôde e m differenles épochas ter linguagens diffe-
rentes , se mudou de costumes, de inclinações, de inte-
resses. A linguagem de nossos trovadores até ao tempo
d'EI-Rei D. Deniz era muito differenle da dos primeiros
bucólicos, e a destes lambem é differente da dos épicos,
ainda que todos fallassem portuguez. A linguagem d u m
h o m e m manso, prudente e bem educado, é mui differente
da d u m camponez colérico, gros^iro emal criado, ainda
que ambos fallem a mesma lingua.
Diz-se a linguagem da vista, do geslo, porque a vista
ecorrespondência
amenios
ficada
oexpremíl-os
Idioma
gesto
H-
que
quesão
éo as
palavra
produz.
destinados
paixões
com
quetanla
grega,
existe
lhessignalão,
pela
mais
entre
llUrytt,
natureza
energia,
o signal
eque
acon>eguinlemente
quanto
seguir
esignifica
a30cousa
éosmaior
movi-
proprie-
signi-
a
/t22 LIN
dade particular, e também linguagem particular, de
fêt»í, especial, particular, e designa a maneira particular
de fallar u m a lingua. Refere-se este vocábulo ás locu-
ções próprias de cada lingua ou idiotismos, pelo que é
mais próprio quando quizermos fallar das differentes
épochas de florecimeulo ou decadência da litteratura
d u m a nação, e m que sua lingua se enriqueceo de locu-
ções novas, elegantes e expressivas, que, por assim dizer,
lhe aperfeiçoarão as feições e determinarão o génio, ou
e m que ella se empobreceo, desfigurou e quasi que se
abastardou.
Diaiecto é igualmente palavra grega, wáiextc;, que
significa linguagem particular d'uma província, colónia
ou cidade, derivada e alterada da língua geral d'onde
procede, na pronuncia, na accentuação, nos accidentes
grammalicaes, etc. A lingua grega Unha qualro prin-
cipaes dialectos, o Attico, o Dorico, o Jónico e o Eólico,
alem d'outros menos notáveis a que se pôde chamar
subdialedos, c o m o o Beotico, o Syracusano, o Syria-
co, ele.
Consiste o dialecto : I o no uso de palavras estranhas a
outros dialectos; 2 o no uso de significações particulares
a certos dialectos; 3° na varia escritura das palavras,
trocando, augmenlando ou diminuindo as lettras, ou
invertendo a ordem das mesmas; 4 o na alteração das
formas das palavras declináveis, já dando-lhes termi-
nações differentes da lingua c o m m u m , jâ classificando-
as e m diversa declinação ou conjugação ; 5° na Syntaxe.
O que aconleceo aos Gregos e m quanto aos dialectos
aconleceo a alguns povos da Allemanha, da Ilalia, das
Hespanhas, e ainda aos índios do Brazil, cuja lingua geral,
que se fallava e m quatrocentas léguas de costa (*),
(') A primeira grammatica que (1'esla lingua se publicou lol com-
Unha diversos
posta pelo dialectosVieira,
yrande Anchieta. c o m oV Iobservou
, p. M O . o P. Vieira, que
nos principaes d'elles compoz catechismos para doutri-
nar os mesmos índios.
f.IS 423

6 0 0 . — L i s o n j a , lisonja cia.
Com razão notou o autor dos synonymos porluguezcs
que a terminação ária exprime em mnilõs vocábulos por-
luguezes a idéa de multidão de objectos da mesma espécie,
ou do continuação e frequência do mesmo objeclo, elo., o
d'aqtii resulta toda a differença entre lisonja e lisonjaria.
Lisonja exprime pois a significação simples d'este vocá-
bulo ; e lisonjaria exprime frequência e continuação de
lisonjas, talvez com excesso e certa importunação pró-
pria de louvaminheiros.
601. — Lisonjear, adular.
Lisonjear é diz", ou fazer cousas agradáveis a alguém,
principalmente cm seu obsequio e louvor, e com o fim de
lhe ganhar o affecio ; e pôde islo ser com verdade c jus-
tiça, ou com fingimento e complacência, pelo que se pôde
tomar esta palavra em bom ou máo sentido. Não assim
adular, que sempre se toma em máo sentido, porque é
lisonjear baixa e vilmente. Veja-se Adulador, pag. 20.
602. — Lista, catalogo.
iiifa é uma serie de nomes de pessoas ou cousas postos
uns após outros, para dar a conhecer que estas cousas ou
pessoas pertencem a uma cerla e determinada classe,
ou que têem enlre si uma relação c o m m u m real ou
arbitraria.
Catalogo significa narração ordenada, ou inventario
circumstaiiciado; é lambem úma lista de pessoas, sueces-
sos, e cousas postas por ordem, cujo fim é não somente
dar a conhecer a relação que eslas pessoas ou cousas
têem enlre si, senão seu valor, mérito e importância.
Se reunirmos, por exemplo, sem ordem os títulos dos
livros de nossa livraria, fazemos uma lista d'elles. Se os
distribuirmos em varias classes, collocando-os emi cada
uma d'ellassegundo a matéria que tratão, e dermos sobro
Íi2ft L1V
elles alguma noticia hibliographica, etc, fazemos um ca-
talogo dos livros de nossa livraria.
A lista não suppõe nenhuma ordem, nenhum me-
thodo; exige unicamente os nomes. O catalogo, lendo
por fim dar a conhecer com todas as circumstancias cada
objecto que presenta, suppõe a ordem, a coordenação,
as combinações necessárias para que estes objectos bem
se apreciem e se dístinguão uns dos outros.
605. — Litteralmente, a lettca.
Lateralmente desfgna o sentido natural e próprio do
discurso, segundo a força das palavras e o valor das
expressões. Ã lettra significa o sentido est rido e rigo-
roso. — Não se deve tomar litteralmente o que se diz
por melaphora. Não se deve tomar á lettra o que se
diz por graça ou com exageração. — Na Sagrada Escri-
tura ha muitos lugares que se não devem entender litte-
ralmente. Os comprimentos não se lomão á lettra.
604. — Livre, voluntário, espontâneo.
Confundem-se vulgarmenle estes lermos, mas segundo
os modernos philosophos devem differençar-sc da m a -
neira seguinte.
Livre é aquelle acto que se faz, ordenando a vontade,
mas de modo que pôde o h o m e m d'elle abster-se. Tal é
o de senlarmo-nos quando andámos passeando; que o
fazemos porque queremos, mas que poderíamos não fazer
se quizessemos. ,j
Voluntário é o acto que se faz, querendo a vontade,
mas que o h o m e m não^óde deixar de fazer, por se achar
enfraquecida sua liberdade por alguma circumslancia
extraordinária. Tal é o d'uma amorosa mãi que, vendo
cair ofilhinhono rio, deita-se á agua, com perigo da
própria vida; salva o fruclo de suas entranhas da morte
imminente com u m ardor vehemenle da vontade, mas sem
ser senhora de si; nem mesmo adverte o perigo senão
transporte
quando, salvo
de amor
ofilhinho,
maternal.
ella mesmo entra e m si do seu
MV 425
Espontâneo é o aclo em que nenhuma parte tem a
vontade, e que de ordinário se faz sem que o h o m e m dê
por isso, c sem que possa obstar-lhe ou impedil-o. Pro-
duzem-se estes actos espontaneamente sem que a von-
tade para isso concorra, ao menos directamente. Taes
são, naalma, a cogitação, o pensamento, a memoria, etc.;
e no corpo, a circulação do sangue, a respiração, a di-
gestão e assimilação dos alimentos, etc.
605. — Livre, Independente.
Um homem livre é o que, não estando sujeito por
nenhuma causa, nem impedido por nenhum obstáculo,
pôde fazer ou não fazer o que quizer.
U m homem independente é o que, não tendo nenhuma
cousa que o ligue, nenhuma relação de dependência ou
de sujeição aos outros, pôde querer ou não querer fazer
alguma cousa. A liberdade recai sobre as acções, a inde-
pendência sobre a vonlade.
A liberdade consiste no poder completo e inteiro de
usar das faculdades da alma e do corpo ; a independência
consiste na isenção ou desapego de todo laço, e de toda
sujeição exterior que possa influir sobre este uso e pôr-
Ihe obstáculo.
A liberdade dá o poder inteiro; a dependência a res-
tringe, ou subministra os molivos para reslringíl-a. U m
h o m e m é livre para gastar lodo seu cabedal; porém se o
contêm o temor do que dirão, o receio de incorrer no de-
sagrado e desprezo de seus parentes e amigos, não é in-
dependente, porque tem relações exteriores que influem
no exercício de sua it&erãadé.^Um h o m e m é livre de
fazer uma acção má, porém não é independente para
executál-a, porque as leis lh'o prohibem.
U m povo livre é o que pôde fazer ludo o que quizer,
conformando-se com as leis porque se rege, e na phrase
moderna, que elle mesmo se didou ; esíà debaixo da de-
independente.
pendência
U m povod'estas
independente
leis; é livre
c o que
semnão
sertem
verdadeiramente
nenhum laço, •
Í!?6 r.oc
nenhuma obrigação exterior que o sujeite no exercício de
sua liberdade.
E m politica e e m moral não ha liberdade sem depen-
dência ; e por esta razão a dependência, que põe limites
á liberdade,fixasua extensão e assegura o gozo d'ella.
A independência d'uma nação consiste precisamente
e m não eslar sujeita a outra, em lhe não pagar tributos;
e diz-se livre quando tem leis próprias porque se governa,
não recebe a lei de nenhuma outra, e tem força e valor
para repellir qualquer lenlaliva para snjeilál-a, como
muito bem disse o nosso poeta :
Defendei vossas terras; que a esperança
Da liberdade está na vossa lança.
(Lus., IV, 37.)!
Só o Ente-Supremo é verdadeiramente independente;
todo o h o m e m é mais ou menos dependente, e se alguma
vez se chama tal, é debaixo de certo ponto de vista par-
ticular.
Chama-se caracter ou génio independente aquelle que
soffre com trabalho a dependência, e eslá sempre a ponto
de romper os laços que o sujeitão.
606. — Liso , plano.
Lizo refere-se aos produetos da industria que presentão
á vista e ao lado u m a superfície sem aspereza alguma.
Plano refere-se á superfície estendida sem altos nem
baixos. (l
Todas as obras de torno e de esculptura são lizas, sem
serem planas. U m prjdo, u m a lezíria, têem superfície
plana, ainda que não seja liza.
Ura espelho pôde ser plano ou concavo, mas sempre
é lizo.
607. —Local, sitio, paragem, lugar.
Existe enlre eslas palavras uma idéa commum, mas que
modifica cada umad'ellasda maneira seguinte.
i
LOG /r27
Local exprime o ponto em que u m a cousa tem seu
determinado assento, e refere-se a cousas maleriaes. Sitio
exprime esta m e s m a idéa, porém com referencia a u m
caso accidental e particular. Paragem refere-se a u m
ponto certo, ou altura limitada, onde anda cruzando
u m navio, ele. Lugar lem mais extensão, e designa u m
ponto em que existe esta ou aquella cousa. — Este é o
local da praça dos touros. E m lai sitio se encontrarão os
dous exércitos. Esta é a paragem em que se deo a ba-
talha naval. Por eslas vizinhanças deve estar o íw^ar onde
os Komanos fundarão u m a cidade que desappareceo.
606. — Lógica , dialéctica.
Lógica, que se considera como um substantivo, é rigo-
rosamente fallando a variação feminina do adjectivo grego
Xcytxói, r, , o*, formado de Wy*s, discurso, concordando
com o substantivo subentendido TkXvn, arte, e vem a dizer
o m e s m o que arte do discurso, ou de discorrer com
exaclidão. Esla é a verdadeira definição da palavra. Con-
siderada em quanto à cousa, lógica é aquella parle da phi-
losophia racional (*) que propõe as regras para dirigir o
entendimento humano em todas as suas operações. Os an-
tigos a consideravão somente como arte, os modernos a
considerâo também como sciencia, e por isso a devirlem
c m quatro parles ou a considerâo debaixo de qualro as-
pectos : I o lógica psychologica, em que seexplicão e ana-
lysão as faculdades inlellectuaes; 2 o lógica instrumental,
na qual se trata dos meios pelos (quaes se pôde achar, ou
demonstrara verdade; 3 o lógica dogmalica, ou lheoria
da certeza, e m que se Irata do-^critério da verdade;
4 o lógica histórica e critica, em que se expõem os diffe-
rentes methodos, e se declara qual delles é o melhor. A
lógica dosdefine-se,
(") E esta modernos é muilo
e m sentido latomais complicada
: sciencia da raiSo.e scienli-
fica que a simples arte dos antigos.
tivoDialéctica é igualmente
grego biaXsxzixós, >í,a<5v,
variação femininacom
concordando do adjec-
TÍ^I , o
Zt28 r.oc.
qual se forma de hiiix-n;, linguagem, discurso failudo, e
vem a m b o s de VoXéycput, que significa fallar uma pessoa
c o m outra, conversar, discorrer, discutir, ou conferir
c o m alguém.
Entre os gregos a lógica era differente da dialéctica,
e até se crê que esta arte se perdeo, e não chegou alé
nóscomoaquella.
N a idade media e nos tempos escolásticos deo-se
maior extensão á palavra dialéctica para significar não
já a arle de discutir placidamenle, que admirámos nos
diálogos de Platão, m a s a de disputar c o m engenho e sub-
tileza, para o que se eslabelecião princípios e davão re-
gras, quetinhão por objecto dirigir b e m o raciocínio na
argumentação, ou disputa. Era verdadeiramente uma
arte de pelejar de palavra, c o m o lhe chama Lucena, que
muilo se differença da lógica c o m o hoje se entende, c
acima explicámos. Era puramente arte, sendo que a ló-
gica é também sciencia. Pôde confundir-se com a lógica
instrumental, m a s não poderá nunca equivocar-se com a
lógica psycologica, dogmática e critica.
A lógica, considerada c m geral, é u m a sciencia que
tem por objecto o fazer conhecer e aperfeiçoar Iodas as
faculdades intellectuaes, e propõe regras ao entendimento
para b e m se dirigir na investigação ou na demonstração
da verdade. A dialéctica serve-se das regras da lógica
do m o d o mais adquado ao fim que se propõe, queé sem-
pre o de provar u m a proposição, verdadeira ou falsa, e de
combater os argumentos contrários. A lógica dirige-se
ao fundo das idéas; a djalectica ao m o d o de presenlál-
as, e ás formas da linguagem. O officio da lógica é o
distinguir o verdaderjo do falso; o da dialéctica é o
presenlar u m a proposição de lai m o d o que pareça ver-
dadeira, e assim é mui cominam ver a dialéctica empre-
gada »e m defender u m a cousa falsa. Donde se segue que
eem
ulecticos.
mmodernos
cujo
b o m sentido
dialéctico
são tão
diremos
mseja
á o s que
lógicos
muitas
muilosquanto
vezes
philosophos
uexcellentes
m m á o lógico;
antigos
dia'
MJZ a 29

609. — Logo, depois.


Um e oulro adverbio explicão a posteridade de tempo;
porém logro signala u m tempo mais curto, u m termo mais
immediato, conservando a propriedade de seu sentido
reclo, que corresponde a promptamente e sem dilação.
— Passearemos agora, jantaremos logo, e nos iremos
depois.— Leremos a gazela logo que trouxerem luzes,
islo é, immediatamente que as trouxerem, só esperamos
que as tragão para nos pormos a lêl-a. Leremos a gazeta
depois que trouxerem luzes, isto é, quando tenhamos
luzes, sem denotar positivamente que ha de ser immedia-
tamente, logo que as trouxerem.
Por isso quando a posterioridade recai sobre uma ac-
ção que decididamente suppõe dilação ou demora, só se
pode usar o adverbio depois, e não logo. — Por fim acer-
tou, depois de ler errado tantas vezes Depois que toda a
gente o vio, já não tem graça o publicâl-o.
610. Luctuoso, lúgubre, fúnebre.
A tristeza e o sentimento são as idéas communs a es-
las trez palavras; mas luctuoso accrescenta a de luclo e
pranto; lúgubre, a de dôr c melancolia; fúnebre, a de
lamentos e magoa, com especial referencia a funeral, ap-
parato de sepultura, exéquias de defuntos, etc.
A morte d u m pai virtuoso e amado é u m aconteci-
mento luctuoso para seusfilhos;as demonstrações com
que estes exprimem sua dôr sãj lúgubres; as ceremo-
nias ecclesiastícas, o apparato e pompa com que se tribu-
tão ao defunto as ultimas honras, ião fúnebres.
611. —Lume, fogo, fogueira.
A palavra fogo refere-se a tuna causa, lume a seu ef-
feilo. O choque forte d'uma pederneira com oulra, ou com
o aço, produz fogo; applicado este fogo a uma matéria
>
combustível,
combustíveis,resulta o lume;
levanla-se se se agglomerão matérias
uma foaueira.
a30 MAG
Diz-se vulgarmente ferir lume; deve dizer-se ferir
f
ogo, e accender o lume.— O lume dâ luz, aquece, e coze
os alimentos; o fogo causa calor, queima e abraza. — Ac-
cende-se, e conserva-seo lume para os usos domésticos;
quando pega o fogo numa casa acode-se-lhe com agua
para o apagar. — Fazem-se fogueiras pelo S. João, ele,
Veja-se Fogueira, pag. 3l2.
612. —Luzir, reluzir, brilhar.
Todos estes verbos indicão a acção de despedir luz,
mas cada u m d'elles modifica esta idéa d'um modo parti-
cular. O que lança luz simplesmente, luz; o que reflecte a
luz, reluz; o que lança ou reflecte uma luz viva e scintil-
lante, brilha.
Luz a estrella da alva, a lâmpada, a vela accesa, etc, e
no sentidofigurado,luz a verdade, a virtude, o valor, ele.
Meluz o ouro, o aço, e todos os metaes brunidos; re-
luzem os mármores e madeiras bem polidas; e no sen-
tidofigurado,reluz no semblante a candura da alma, re-
luzem os affectos e sentimentos nobres e generosos;
« lleluz na face exterior do corpo a bondade interior da
alma,» diz Arraes fX, 14).
Brilhão as estrellas em noite clara; brilha o diamante
lapidado, brilha a fina pedraria; brilha o cryslal, o espe-
lho feridos do sol, etc.; e no sentidofigurado,brilhão
os dotes do entendimento illustrado, as virtudes singu-
lares, as qualidades heróicas. « A tua gloria és tu, com
tigo brilhas,» disse Bocage.
615.—Magico, feiticeiro.
c
Davão-se antigamente estes nomes aos impostores que
abusavão da credulidade do publico, para fazer lhe crer
que, por meio de algum génio com quem estavão em im-
medialo contado, podião inverter ou trastornar a ordem
da natureza.
prelendião
relação
Porémcom
magico
lerosrelações
espíritos
só designava
combenéficos;
osos
espíritos
quee se
feiticeiro
maléficos.
dizião estarosemque
MAL 431

61 —Magnanimidade, longanimidade.
Eis aqui a verdadeira differença d'estas duas palavras,
que muilas vezos se confundem e usão indistindamente.
Magnanimidade é grandeza e elevação de alma , ou de
animo. Longanimidade é grandeza de animo nas adver-
sidades. Esla é pois uma parte d'aquella.
O magnânimo emprehende cousas grandes, árduas,
difficultosas e arriscadas, obra e m ludo com grandes
brios; o longanimo não se desalenla nas adversidades,
nem a larga esperança o faz tornar atraz da confiança de
alcançar ofimde seus desejos. Ambas estas qualidades
illustrárão o sábio infante D. Henrique. Magnânimo em
emprehender os grandes descobrimentos marítimos, deo
exuberantes provas de sua longanimidade não desistindo
de seu intento, supprindo a todas as difficuldades, vencendo
grandes obstáculos, superando frequentes revezes sem
nunca fraquear u m só instante na heróica esperança que
e m sua grande alma concebera. «Dcslerrou-se da Corte,
diz Vieira, na flor da idade este magnânimo príncipe, foi
viver enlre o ruído das ondas nas praias mais remotas do
reino ; e d'ali, por meio de seus fortíssimos argonautas,
rompendo mares, vendo promontórios, descobrindo no-
vas terras, novos céos, e novos climas, com immensos
trabalhos, e horrendos perigos, e com igual constância
de quarenta annos, e mfimmostrou ao mundo o que o
m e s m o mundo não conhecia de si, e não possibilitou
sómenle , mas facilitou aquelle natural impossível (VIII,
537).
615, — Maledicência ,' detracção,
calumnla.
Maledicência é a má qualidade que muitas pessoas
lêem de dizer mal de seus similhantes. Detracção é a
conversação
aliTO uem.
para lhe mordaz
maldizente
causar
Calumma que
damno.
ou é infamaobra
maledico e denigre
a aceusação mais
falsa pora habito
feita honra de
a alguém
que
A32 MAE
por m â intenção; e seus ditos lêem muitas vezes por
causa a ociosidade, a loquacidade e a ignorância. O de-
tractor não só diz mal, mas infama , denigre, tisna a
boa reputação de alguém, com perfeita intenção de des-
dourar e deslustrar seu merecimento, e ludo islo faz
movido da inveja. O calumniador é mais malvado que os
dous precedentes; movido do ódio e da vingança, accusa,
maliciosa e falsamente, para infamar, imputa com má fé
delidos, acções ou ditos que oífendem a honra, para
cobrir de opprobrio a infeliz victima de seu furor ;e
quando não pôde ou não lhe convêm inventar crimes,
soppõe intensões perversas nas acções mais indifTerenles,
e até nas boas e virtuosas.
616. —Maléfico, nocivo, pernicioso.
Maléfico é o que faz ou executa o mal por sua natu-
reza, que a m a d o coração o mal, que se compraz em
fazêl-o. Nocivo é o que altera o bem , impede sua con-
servação e progresso, e perturba a boa ordem. Perni-
cioso é o.que é nocivo ao ponto de causar a ruina, a
perda, a corrupção, a destruição de qualquer objeclo.
São maléficas as cousas que prejudicão a saúde; são
nocivas as que a trastornão; são perniciosas as que fen-
dem a destruíl-a inteiramente. — A cousa maléfica fiz
o mal: é mister não ler contacto com ella; a cousa nociva
põe obstáculo ao bem : deve evitar-se; a cousa perni-
ciosa corrompo, destroe, arruina : é conveniente prcca-
lar-se contra ella.
617. — Mal?;itor, deltiuuuente.
Ambas estas palavras ri;presentão ao homem que com-
metteo uma acção m á ; porém a primeira considera a
acção como m á e m si mesma, a segunda a considera como
infracção da lei ou preceito que a prohibe.
A palavra malfeitor usa-se commummenle com refe-
rencia ãquellas acções más que se oppõem â boa ordem
da
bomsociedade,
governo do
ao estado
direito;dos
e como
cidadãos,
não ha
á legislação
tranquillidade
que as
e
MAN /io3
não prohiba, lodo malfeitor delinque, qucbranla a lei,
e não é estranho que se lome indislinclamenle uma voz
por outra, porque as duas idéas que represenião, ainda
que differentes, difficil é que se encontrem separadas.
Se não houvera leis, o malfeitor não seria delin-
quente. No tempo dos antigos tyrannos o delinquente
pôde não ser malfeitor.
616. — Malícia, malignidade, maldade.
Malícia é uma inclinação a fazer damno, porem com
habilidade efinura;malignidade é uma malicia secreta
e profunda; a maldade é u m desejo constante que exislc
em alguns homens para fazer mal. A propriedade da m a -
lícia é a destreza e a finura , â malignidade é-lhe pecu-
liar a dissimulação e a profundidade; e o que distingue a
maldade é a audácia e a atrocidade.
619. — Maltratar, tratar mal.
Confundem-se ordinariamente eslas duas expressões,
mas devem distinguir-se da maneira seguinte.
Maltratar alguém é offendêl-o, ultrajál-o, de palavra
ou por obras. Tratar mal a u m sujeito é não o tratar
com a politica, urbanidade e consideração que elle me-
rece — O h o m e m brioso e valente não se deixa jamais
maltratar impunemenlc; o h o m e m de bem e de pundonor
não volta mais á casa onde o tratarão mal.
<
620. — M a n a r , estilar, pingar,
gotejar*.
A idéa commum d'estes vocábulos é a acção com que
u m liquido sai ou é lançado d'um vaso, ou corpo que o
contêm, porém differenção-se da maneira seguinte.
Quando o liquido sai como e mfio,ainda que seja len-
tamente, diz-se que mana; quando o corpo deila fora, ou
como que espreme de si u m liquido, diz-se que o cstilla ;
quando II.
o liquido cai pinga a pinaa. diz-sc que
37 pinga; e
«*i34 MAR
finalmente quando d'el!c caem golas amiudadas, diz-se
que goteja.
M a n a a agua da penha, o sangue da ferida, o suor do
rosto; na terra de promissão manava o mel e o leite; do
autor da natureza manão os direitos naturaes dos ho-
mens. — Estilla agua o madeiro verde quando o põem no
lume. Estillão lagrimas os olho», e também se diz que
d'elles manão lagrimas, quando estas correm, como
e mfio,e m maior abundância;«Os lábios da mulher estil-
lão doçura,» diz Arraez. — Pinga do telhado a agua da
chuva; pinga a gordura das carnes assadas, que por isso
lhe chama pingo, ele. — Goteja sangue a espada que se
embebeo e m corpo vivo; goteja o telhado agua, que por
tempo arruina abobadas, etc ;gotcjão os vestidos do que
caio nagua ; gotejavuo as tranças das nymphas do mar,
segundo a descripção de Camões.
Pinga c menos que gota; é a minima porção d'um li-
quido que cai, e só tem seu diminutivo e m lagrima. A
progressão d'estes verbos póde-se indicar no seguinte
exemplo. Na primavera manão as fontes cristallinas cor-
rentes ; no verão diminue o cíbedal de suas aguas, e só
correm em fio; quando o calor aperta rompe-se o fio, e
só gotejão, ou deilão agua gota a ^ofa,- e m annos de secca
apenas pinguo, ou deilão agua pinga a pinga; e antes
de seccarem de lodo, vê-secaír u m a lagrima de agua, que
parece ser o signal da despedida.
621.—Manifesto, declaração de guerra.
Quando se declara gu'„rra a uma nação, faz-se-Ih'o
saber por algum modo : por arautos, por enviados, por
simples carias, etc; a ^.ste acto chama-se declaração de
guerra. As nações belligerantes costumão de ordinário
justificar os motivos porque tomão as armas; a esta expo-
sição por escrito chama-se manifesto de guerra. Aquella
dirige-se
este
inteiro,
porque easó á nação
seu procedimento
dirige-se
pódc
ambas
ao ou por
serpublicogoverno
interessa
alacando
feito a quem
dejustificar
ou
ambas
Iodas
resistindo.
as se faz
asperante
parles
nações, apublico
guerra;
contendoras,
oao mundoo
MAO 435
622. — M à o grado, a pezar, a despeito,
não obstante,sem embargo,
ainda que.
Todas estas locuções adverbiaes exprimem uma opposi-
ção, ou resistência', mais ou menos forle, vinda das pes-
soas ou das cousas, a qual não é efficaz para impedir a
acção; mas e m cada uma d'ellas ha u m a relação parti-
cular em que consisto sua differença.
Significando a palavra grado vontade, consentimento,
é claro que máo grado, isto é, de máo grado, quer dizer
de m á vontade, com desgosto ou desagrado : indica por
tanto esta locução opposição ou resistência de pessoa
estranha, ou de nossa mesma vontade, que vencemos, e
contra a qual obrámos. Seu máo grado, é o mesmo que,
amai de sen grado, e significa contra sua vontade.Sub-
metto-me de máo grado, quer dizer, contra minha von-
tade, com desgosto meu.
A pezar indic;i mais. forte opposição, em que não só ha
desgosto senão sentimento, mágoa com isso que se faz.—
Apezar vosso levarei a minha adiante, isto é, e m que,
ainda que vos peze, ou lenhais pezar, farei o que intento.
A pezar meu beijo a m ã o que desejara ver corlada, isto
é, com pezar, com magoa, beijo a mão, etc.
Vindo despeito de despectus, desprezo, é claro que
a locução a despeito, ou em despeito, tem mais energia,
e augmenta de força por ajuntar á idéa de opposição ou
resistência o desprezo com que se vence. A despeito das
leis, do próprio dever, em despeito do juramento, etc,
isto é e m desprezo das leis, etc. B e m se autoriza esta
intelligencia da palavra despeno com o seguinte mui
elegante lugar de Veira : • Tem-se acreditado a morte
com o vulgo de muito igual, pelo despeito com que piza
igualmente os palácios dos reis e as cabanas dos pasto-
mesmo
res.»
renderão
ciaConfirma-se
firme
(Serm.
Vieira,
alé
á doutrina
nnas
onde,
morte
mais
Exeq.
denossa
fallando
com
santa
de D.
que
asserção
Catharina.
Maria
dos
defenderão
cincoenta
depor
Ataíde,
diz:
outro
a sábios
mesma
«Atom.
lugar
constân-
que
ver-
IV.)
do
se
436 MAU
dade a pezar, e a despeito do imperador. (VII, 284).»
Não obstante exclue simplesmente uma opposição,
resistência, ou difficuldade absoluta. Faz calor não obs-
tante ter chovido Saio de casa, não obstante andar
doente.—Sem embargo indica uma resistência menor de
cousas ou circumstancias, e mais fácil de vencer; exclue o
embaraço ou empedimenlo que delias pôde resultar. —
Sem embargo das queixas dos povos o máo príncipe
prosegue em suas oppressões. O homem virtuoso observa
pontualmente os preceitos de sua religião, sem embargo
dos insensatos molejos dos impios.
Ainda que lem mais extensão que as duas anteceden-
tes, porque se emprega também nos casos em que se
traia d'uma opposição puramente condiciona] ou possí-
vel, nos quaes não têem seu uso próprio as locuções não
obstante, ou sem embargo.— A manhã hei de ir ao
campo ainda que chova. Não deixarei de fazêl-o ainda
que m e matem.
62.1. —Marido, esposo.
Esposo em seu sentido recto e rigoroso não é syno-
nymo de marido, senão de noivo, pois só exprime a fé
ou fidelidade promeliiiia, o ajuste social contraindo por
esponsaes ; mas neste senlido é quasi desusado, e dá-se
geralmente o nome de esposo ao h o m e m casado relativa-
mente a sua mulher.
A differente força e energia que achámos enlre estes
dous vocábulos, no sentido c o m m u m em que se tomão, é
que marido explica simplesmente a qualidade d'um
h o m e m casado, sem oo-'ra relação que ao eslado do ma-
trimonio. — Aquella donzella quer casar-se, porém não
acha marido. Os dous que ali vem são marido e mulher.
— Porém a palavra esposo ennobrece, por assim dizer,
a idéa, representando ao h o m e m casado com relação não

maisao nobre
culto,
ocerto eslado
estado
modo easenão
e quandoidéasedeaquella
e qualidade
estreitamente
falia deaattenção
desuperioridade
marido.sua
pessoas
Por reciproca
mulher,
domestica
isso
de se
alta que
separandoo une
usagerarchia,
qne
no estylo
lhe em

MAT !»3"
eomo para representar uma união menos vulgar. — O
h o m e m honrado ouve sempre com singular ternura o
doce nome de esposo. Vinha El Rei acompanhado da
rainha sua mui cara esposa.
T a m b é m se usa para exprimir carinho, como nestas
locuções : caro esposo, cara esposa; teu esposo que te
ama do coração. E em sentido espiritual é o único
usado. Jesu-Christo é o esposo da Igreja, o esposo das
almas puras.
624. — Matar, assassinar.
Matar é lirar a vida ou dar a morte a um ser vivo.
Assassinar é matar á traição e com vantagem a u m
h o m e m indefeso. Veja-se Assassino.
G'25. — Matéria , assumpto.
São mui usadas eslas palavras em litteratura, e por
ventura se confundem, mas diíforenção-se em que, a ma-
téria é o género dos objeclos do que se traia, e o as-
sumpto é o objecto particular que se traia. U m a obra
versa sobre u m a só matéria, e tralão-se nella diversos
assumptos. As verdades do Evangelho são a matéria dos
sermões; nnt sermão tem por assumpto alguma d'eslas
verdades, v. g. o amor do próximo, o perdão das inju-
rias, o juizo final, ele.
É necessário possuir toda a matéria para tralar bem o
mais insignificante assumpto — Ha sempre matéria na
conversação para as gentes qlie fallão; não ha tantos
assumptos de conversação para «as gentes que pensão.
626.—Matrimonio, casamento, núpcias,
vodas, noivado.-
Refercm-se todas estas palavras ao consorcio do varão
da mulher para a procreação da espécie humana, mas
têem entre si notável differença.
Matrimonio exprime o contracto entre h o m e m e m u -
Jlher, pelo qual u m dá ao outro poder sobre seu carpo, li
438 MHD
termo genérico do direito das gentes que se refere preci-
samente ao contracto sem relação necessária ás leis reli-
giosas ou civis de cada nação. Casamento exprime espe-
cialmente a união e ajuntamento dos consortes para
viverem maritalmente segundo a lei, e formarem um
casal. Núpcias é palavra latina, nuptiw, e refere-se
propriamente ás solcmnidades legaes, ao rilo e apparato
com que costuma celebrar-se o matrimonio. Podas, do
castelhano boda, significa o festim domestico, o banquete
nupcial, com que se solemniza esta festa de família. Noi-
vado é expressão vulgar com que se designa a ceremonia
religiosa do matrimonio calholico, e também avoda que
3 elle se segue.
Jesu-Christo elevou o matrimonio à dignidade de sacra-
mento. — Dos vanLijosos eacerlados casamentos vem a
riqueza de muitas casas e a boa educação dosfilhos.— A
igreja inslituío mui edificantes ceremonias para santificar
a união dos esposos, nas quaes se lhes dá a benção nup-
cial. — Entre o povo conserva-se mais vivo o uso das vo-
das que enlre os nobres. — A voda e a baptizado não vás
sem ser convidado.
627. — Medo, cobardia, temor, receio,
pavor.
Medo é palavra genérica que explica a situação apre-
hensiva do animo preoceupado com a idéa do perigo.
Cobardia é o efTeilo do medo, com relação à repugnân-
cia que este nos inspira de buscar u m risco, ou expormo-
nos a u m perigo a que f.òs chama a honra ou o dever.
•— U m a mulher tem medo de que entrem ladrões em
sua casa. O h o m e m qrfíí, podendo, se não defende, é
cobarde. — Ao que não tem obrigação de ter valor não
se pôde dar com propriedade o nome de cobarde, senão
o de medroso; e assim o medo d'um menino não merece
o nome de cobardia, como o d'um soldado que foge á
i
vista
cuidado
d'um
O do
temor
perigo
inimigo.
de que
éque
uma
aconteça
vemos
predisposição
próximo.
u m mal quedesej«iriamos
Beceio
no animo
é a suspeita
paraevifar
fugir
ou
M1ÍN 439
O pavor é o próprio medo quando chega o caso de rca-
lizar-se u m acontecimento funesto.
O medo é u m a paixão que se apodera da pessoa, e de que
esta não sabe livrar-se; o seu contrario é coragem A
cobardiaé uma deshonra vergonhosa; o seu contrario é
valor. O temor não é paixão antes apprehensão razoável
que acompanha os prescnliinenlos d u m a cousa que vai
a sueceder; o seu contrario é confiança. O receio nasce da
indecisão do entendimento, e talvez produz a irresolução
da vontade; o seu contrario é seguridade. Opacor acom-
panha os effoilos de successo funesto; oppõc-se-Ihe a
firmeza e ousadia.
628. — Melodia , harmonia.
Melodia é o som ou canto suave e continuado que
agrada ao onfido, eque c produzido por uma só voz, ou
por u m só instrumento , que não é concordante, coma
são os de vento. A harmonia resulta da união de vários
sons agradáveis, e que pela arle eslão combinados de
tal modo que formão u m só. O som d'umaflauta,d'uma
clarineta, doce e destramente tocada, é melodioso. 0
concerto de vários instrumentos, quando se toca u m a
symphonia, é harmonioso. Os registros d'nm órgão con-
siderados e m particular como imitando u m instrumento
podem ser melodiosos; combinados uns com outros, são
harmoniosos.
629. — Memoria, lembrança,
recordação , reminiscência.
A memoria, como definem os modernos, é uma facul-
dade perceptiva pela qual retornos e conservamos para
u m uso futuro os conhecimentos que adquirimos. Exerce-
se esta faculdade por trez actos principaes, que são a
lembrança, a recordação e a reminiscência.
Quando a memoria nos faz presentes os conhecimentos
adquiridos
por
mentos,
assim edizer
que ,ella
confiados reteve,
alhe
sua temos
pedimos
guarda, lembrança;
conta
e ella de nossos quando,
effeclivamenlcno-
conheci-
MO ME1S
los ministra, recordamo-nos; quando a lembrança é
mui remissa, ou se presenta ao entendimento d'um modo
vago ou duvidoso, lemos reminiscência.
T e m boa, prompta memoria, o que aprende de côr com
facilidade e e m pouco tempo; lem memoria fiel cu tenaz
o que relêm, não esquece o que aprendoo. — A lembrança
presenla-nos os objeclos c o m exactidão ; é o principal
exercício da memoria fiel. A recordação é u m a espécie
de esforço da vontade sobre a memoria para a tornar
prompta na occasião que for mister; e neste senlido se
diz que o pregador recorda o sermão anles de subir ao
púlpito, etc. U m ancião tem reminiscência do que apten-
deo e m seus primeiros annos; não se lembra exacta-
mente, mas acha e m sua memoria alguns, quasi apaga-
dos, vestígios dos conhecimentos adquiridos em sua
mocidade.
650. —Mente, entendimento.
Poslo que eslas duas palavras se usão commummenle
para designar a faculdade inlellecliva, correspondendo a
portugueza mente á latina mens, como nesta sentença de
Barros : «Tão ignorante lie a mente humana dos casos
que lhe eslão por vir; • queé a traducção desloulra do
poeta latino:
Ifeicia mens hominum fali, sortisque futura?;
com tudo, rigorosamente fallando, differenção-se em que,
entendimento é a faculdade de comprehender, de com-
parar, de analysar; e mente é este mesmo entendimento
depois de haver comprefièndido, comparado, analysado.
O entendimento cria ;ja mente conserva. As observações
«lo génio, suas criaçõeV, sãofilhasdo entendimento,- seus
resultados conservão-se na mente. Neste senlido disse
Camões :
Para servir vns, hraço ás armas feito;
Para cautar-vos, mente ás musas dada.
(Lus., X , I is.)
A'631.
palavra
i —Mentira,
mentira explicaembuste.
somente a idéa d'uma cousa
MEU IM
falsa, puramente como tal; porém embuste suppõe poi
siso, alem daquella falsidade, a malícia com que se diz.
Assim que a mentira não perde o caracter de tal, ainda
que se estenda d'uns a outros a grandes distancias e tem-
Cos remotos, e se diga e propague por pessoas que de
oa fé a crem como verdade; porém o embuste não o é
posilivamente senão na boca do que o crê falso , porque
ninguém diz u m embuste de boa fé. — As historias e as
gazetas são armazéns de mentiras. U m rapaz esperto
arma u m embuste para esconder u m a travessura.
Por isso a u m trapaceiro, a u m h o m e m de m á fé, se
lhe dá com mais propriedade o nome de embusteiro que o
de mentiroso, porque aquelle adjectivo explica com mais
energia, não só a falsidade do que diz, senão lambem a
inlensão maliciosa com que mente.
652. — Mercancia, mercadoria.
Mercancia significa propriamente a arle de mercador,
o trato de mercadejar, a sciencia e pralica do commer-
cio. — Muitas vezes familiarmente se diz mercancia
por mercadoria ou fazenda, o que não é exacto; e a
mesma inexactidão se seguio no Regulamento de Avarias
de 30 de Agosto de 1820, onde se encontra repetidas vezes
a palavra mercancia com accepção que não tem. (J. F.
Borges, Dic. Com.)
Vieira fez a devida differença entre estes vocábulos,
dizendo : « A primeira regra, ou A, I?, C, da mercancia
é passar as cousas da terra onde as ha, e valem pouco,
para onde as não ha, e valem nntito. — Qual é a razão de
estarem tão mal reputadas entre, elles as mercadorias
d'este género, e os avanços delias ? (VII, 417).»
653. — Mercar, comprar.
Confundem-sc vulgarmente estes dous verbos, e o
jurista J. F. Borges dá o segundo como equivalente do
primeiro no seu Diccionario Commercial; porém são dif-
de
erentes.
mercador;
Q u e me quem
merca,
compra,
compracompra
e vende,
só, exerce
isto é adquire
o trato
«442 MIS
por dinheiro u m a cousa para seu uso. Este satisfaz uma
necessidade presente; aquelle, u m a necessidade presente,
e outras que espera.
654. —Mestre, preceptor, aio, amo.
Mestre diz-se do que ensina alguma sciencia ou arle;
por isso se-diz, mestre de grammatica, de musica, dè
dansa, etc. Preceptor diz-se do que está encarregado de
instruir, de educar u m menino , cujos pais o confiarão a
sua direcção.
O mestre dá lições a certas e determinadas horas,c
tem u m certo numero de discípulos. O preceptor dá pre-
ceitos e conselhos continuamente a seu alumno, e não o
perde u m instante de vista para o formar moralmente
e facililar-lhe todos os conhecimentos possíveis; dirige a
educação e a instrucção e m geral.
Aio é a palavra que antigamente se usava cm lugar de.
preceptor, que é moderna na lingua. Egas Moniz foi ato
de D. Affonso Henriques. T a m b é m lhe chamavão naquelle
tempo, amo, como ainda se lê e m Camões, fallando do
mesmo Egas Moniz :
Mas, com se offeiecer á dura morte
O fiel Egas amo ("), foi livrado
(Lus., III, 35.)
Amo é hoje desusado neste sentido; aio refere-se par-
licularmenteao que educa filho de príncipes ou de grandes
senhores; preceptor, ao /ncarregado da educação de qual-
quer menino; mestre, a iodo o h o m e m que dá "lições.
f
65a. —Misturar, confundir.
Misturar é juntar, unir, incorporar uma cousa com
outra, ou muitas e m u m a só. Mistura-se o vinho com
agua, a farinha
(') Isto de trigo
è, seu amo, com a de senleio, etc.; e no sen-
seu aio.
MOC hM
tido moral, nnsturão-se os velhos com os moços, os ho-
mens com as mulheres, clc.
Confundir, no sentido physico, é fundir juntamente,
misturar fundindo mclaes,epor extensão líquidos hete-
rogéneos ; no sentido moral é misturar as partes d'umas
cousas com as de outras, misturar com desordem.
A mistura não impede que possamos algumas vezes
distinguir os differentes objeclos, porque se conservão
inteiros : n u m rebanho, em que eslão misturados os cor-
deiros com os cabritos, podem-sc muito bem dcslingnir
estes d'aquelles. Quando a mistura se faz com desordem,
ou quando os objectos perdem o seu ser, e as partes d'uns
se misturão com os dos outros, então ha confusão, ou
mistura confusa. Assim que, confundir exprime mais
que misturar, porque accrescenla a idéa de desordem,
nenhuma clareza, grande difficuldade e talvez impossi-
bilidade de separar e distinguir as cousas ou partes pos-
tas e m confusão.
656, — Moça, donzella, rapariga.
H7oça é o feminino de moço, e designa propriamente a
pessoa do sexo feminino de poucos annos, e lambem a
criada de lodo o serviço.
Donzella é o feminino do donzel, e designa propri-
amente a mulher que não conheceo varão , e esteusiva-
menle a moça solteira e nobre que servia a grande
senhora. As donzellas que havião servido alguma rainha ou
senhora, depois de casadas ain4a lhes chamavão donzel-
las, como hoje acontece com as açafatas, e neste senlido
c que se deve entender o que dis"« Camões a respeito de
Ignez de Caslro :
Tal está morla a pallida donzella,
Seccas do rosto as rosas, ele.
(f.us., Ill, 151.)

porque na verdade Ignez de Caslro era donzella do paço,


c foi lá que D. Pedro 1 se enlevou e m sua formosura.
Rapariga é o feminino de rapaz, c significa vulgar-
AU MOI)
mento moça de baixa origem, e lambem criada de servir,
servilhela.
Donzella é termo nobre e decente; não assim rapariga,
c ainda menos moça , que muitas vezes se toma em máe
sentido, como fez Camões fallando de Aníbal:
. Tu lambem Peno prospero o sentiste,
Depois u.ue liu'a moça ril na Apúlia viste!
{Lus., 111, 111.)
657. —Moda , uso.
Moda é um uso novo, que não chegou a ser geral; em
chegando a ser adoptado por lodos, ou pela maior parle,
c por algum tempo, já é uso.
Todo uso foi moda e m seus princípios. Foi moda o
fazer a barba ; agora é WÍO.
O principal objeclo do que segue sempre a moda, é o
chamar a atlenção, distinguir-se no gosto, na novidade,
na variedade. O objecto do que segue sempre o uso, é o
não siugularizar-se entre os demais.
As mulheres varião tanto, e tão a miúdo seus adornos,
que estes conservão quasi sempre o nome de modas; rara
vez se lhes chega a dar o nome de usos.
656. — Moda, voga.
Moda é um uso passageiro, introduzido na sociedade
pelo gosto, ou pelo capricho. A voga diz-se, por exem-
plo, da muita gente que concorre a uma loja, ou â casa
d'uma pessoa, etc, pclaOeputação e estima que d'ella se
tem. — É moda trazerem as senhoras vestidos curtos ou
compridos, afogados é'\. decotados. Eslá cm voga a loja.
da modista fulana, estão e m voga as partidas da du-
queza de...
659. — Moderação, prudência,
temperança.
A moderação é uma virtude que governa e regula
nossas paixões; isto é, u m effeilo da prudência, pela
c
SIOIN 445
qual contemos nossos desejos, nossas acções nos limites
mais conformes com a bondade, com a probidade, e com
a necessidade ou utilidade dos meios.
A prudência dirige nossa alma a encontrar o melhor
fim e a pôr cm acção os meios necessários para chegar
a elle.
A temperança, considerada e m geral, é a virtude que
modeia os appetiles, e que em Iodas as acções da vida re-
prime o excesso, e nos contêm dentro dos limites da
razão cda lei; é propriamente one quid niaiis do anligo
oráculo.
k moderação dá-se á conhecer principalmente nos
aclos da vontade e nas acções; é o sello da intelligencia,
e a origem da possível felicidade de que o h o m e m pôde
gozar sobre a terra. A prudência compõe-se de sciencia
ede experiência, encaminha para o b e m e previne o mal,
e na miliciaé mais necessária que a força. A temperança
rectifica os desvios, cohibe os excessos, reduz-nos ao
caminho, á linha do dever.
640. — Momento, instante.
Um momento não é comprido; um instante é mais
curto ainda.
A palavra momento tem uma significação mais extensa;
loma-se algumas vozes pelo tempo em geral, e se usa
lambem no senlido figurado designando peso, importân-
cia d'um negocio. A palavra instante tem uma significa-
ção mais limitada, signala a mais pequena duração do
tempo, e nunca se emprega s.^ião em sentido lilteral. —
Tudo depende de sabor aproveitar o momento favorável;
algumas vezes u m só instante ^ecide da fortuna ou des-
graça do homem. Muitas vezes por u m instante se per-
dem os negócios de grande momento.
641. — Monte, montanSaa, serra,
serrania, cordillieli-a, outeiro, colliua, <
II. slodos
Concordão
uma elevação de estes cerro.
lerra maior
lermos
ougeographicosem
menor, e com38
differentes
designar
446 MOR
formas, dVnde lhes resulia a differença, sendo monte o
género e os outros as espécies.
Monte é a porção da superfície solida da terra, que se
eleva a cima da planície adjacente com declive mais ou
menos rápido, mas sempre bastante sensível. — Mon-
tanha é o monte de grandeza considerável, como o indica
a terminação an/taqueéaugmenialiva. —Serraé amou
tanha defigura muito alongada, e contendo muitas vezes
vários cabeços, picos, penedias como em dentes, que d'a-
qui parece ter vindo o nome pela similhança que tem
com a serra de serrar. — Serrania, como a terminação
eslá indicando, é a serra que se alonga e ramifica para
difíérentes lados. — Quando as serras se prolongão mui-
to, e como que se encadeião umas com outras, chamão-se
cordilheira, corda de montes ou de serras. Nesta mesma
accepção se tomão muitas vezes os vocabu los serra e ser-
rania. — Outeiro é o monte pequeno; e collina o ou-
teiro pequeno. — Cerro é pequena elevação de leria
penhascosa e agreste.
Apezar de que a differença estabelecida entre monte e
montanha seja mui lógica, é com tudo certo que muitas
vezes se tomão promiscuamente estes dous vocábulos, eo
uso lem conservado o nome de monte a certas elevaçõesde
terra que se deverião chamar montanhas; taes são o
monte Cáucaso, o monte Parnaso, o monte Libano, o
monte Carmello, etc
Monte é o latim mons, montanha corresponde propria-
mente a montana isto é, loca montana, lugares montuo-
sos, em que ha montes, pelo que monlanhalem um valor
collectivo, por isso se diz--: vem-se muitos montes numa
cordilheira de montanhas.
642.— Moratla, habitação, domicilio,
residência.
Opolugar
termo
ção
chama-sc onde
chama-se
o de
fado alguém
jurisprudência
habitação.
de
morada. mórâ
A oumorada
eslarDomicilio seajunta
estabelecido
exprime aaloja ámpor
relação algum
n upermanenle
idéa
lugar;
do tem-
deindividuo
habita-
e ecomo
fixa
MOR Vil
com a sociedade civil. Besidencia significa morada, as-
sistência continua em algum lugar ou casa, e alem d'isso,
e com mais particularidade, a mansão ou permanência no
lugar em que se tem algum emprego ou ministério eccle-
siastico ou secular.
A moradaea residência (tomada na segunda accep-
ção) não constituem, por si sós, a habitação ou o domi-
cilio. — O provinciano que vem á capital a negócios, ou
como pretendente, mora, ou têm sua morado, em tal ou
lál rua da cidade, e n o m por issoé lá domiciliário, nem
se pôde dizer habitante. Os antigos corregedores Unhão
não só morada senão residência na cabeça de comarca, o
com tudo não erão habitantes d'aquelle lugar, nem ali
tinhão sou domicilio.
Ao contrario, o habitante da capital, ou de qualquer
oulra cidade onde tem sua morada hábil uai e sua habitação
e domicilio, pôde ter ao mesmo tempo oulra morada
temporária no campo, ou sua residência onde seu cargo
ou ministério o chama para desempenho de suas funeções.
645. — Morte , passamento, transito,
fallecimento.
De todos estes vocábulos o mais genérico é morte, por-
que diz precisamente cessação da vida, e applica-se sem
distineção de nenhum género ou classe a todos os seres
animados, e aos em que considerámos vidr. — Morre o
rei, morre o sapateiro, morre o cavallo, morre o annoso
carvalho.
i Passamento e transito exprime u m a idéa mais elevada
e circumscripla, pois desperta «idéa da immortalidade, e
representa a alma saindo do involtorio mortal epassando
a melhor vida.
Fallecimenlo exprime o acto de fazer falia, acabando;
não tem a particularidade do/,assamenfoe transito, mas
st1 se applica, como elles, unicamente ao homem.
particularmente
com
rimenta
Morte
maisoapplica-se
propriedade
corpo as
quando
agonias
a velhos
dosa velhos.
alma
e edesmaios
moços;
d'elle
Passamento
fallecimento
mortaes
«se separarepresenta
quenaexpe-
hora
diz-se
448 MOS
da morte. Transito é termo consagrado para designar a
morte suave dos justos; por isso se diz o transito dos
pios, o transito da SS. Virgem. — Morte admilte a idéa
de violência, de affronta; passamento, transito e falle-
cimento só indicão u m effeilo natural. Veja-se Acabar,
n° 14.
644. — Morto, defunto, finado.
A morte ou cessação da vida é a idéa commum d'esles
vocábulos, cuja differença consiste na maneira de pre-
senlar esta idéa.
U m ser animado que perdeo a vida, que deixou de vi-
ver, morreo, é ou eslá morto, seja homem, animal, ou
planta, etc.
Defunto e finado são termos figurados que se usão por
euphemismo e m lugar de morto, mas só se applicão ao
homem. Usão-se mais frequentemente como substantivos,
e designa o primeiro u m cadáver humano, um corpo
morto; e o segundo, u m a alma que eslá no purgatório, e
só se usa no plural — As pessoas piedosas mandão dizer
missas pelas almas de seus defuntos. A Igreja ora pelos
finados no dia 2 de Novembro.
645. — Mosteiro , convento, claustro.
Mosteiro c casa re)igiosa,onde vivem em communidade
monjes ou monjas, governada por u m abbade ou abba-
dessa regular. Do titulo de abbade ou abbadessa veio dar-
se a eslas casas também o-nome de abbadias.
Convento designava particularmente, sem relação a
nenhum titulo, u m a casaHiabitada por religiosos ou'reli-
giosas que vivião e m c o m m u m e como irmãos, debaixo
da mesma regra, e por isso se chamavão frades, i>to é,
fratres, irmãos, ou freiras, isto é, irmãs.
Claustro encerra em si a idéa particular de clausura,
encerramento e separação do mundo.
Mosteiro
mui
vento.
ricos;
Todosexplica
alguns uma idéapossuião
os mosteiros
conventos maiorpobres,
erão eben-,
mais nobre
ee seusque
alguns con-
religio-
havia
MOV 449
sos pedião esmola por instituto, por isso se chamavão
mendicantes. A idéa própria de contento (de con ou cum
e ventre) é a de communidade, porque se vive e m com-
m u m ; a de mosteiro éa de solidão, porqne monje, em la-
tim monachus, em grego ucvy.xó;, vem de pà-^ç, só, soli-
lario. Por isso os antigos mosteiros erão situados longe do
povoado, e os monjes repartião ali o tempo entre a con-
templação e o trabalho; sendo que muitos conventos se
fundarão perlo e dentro das povoações, porque o instituto
de seus fundadores era para instruir os povos, e sanlifi-
cál-os com o exemplo das mais austeras e edificantes vir-
tudes.
646. — Mostras de amizade,
testemunhos de amizade.
Não pode existir amizade sem que se manifeste exte-
riormente. Se esta manifestação não passa de maneiras
agradáveis, palavras obsequiosas e lisonjeiras, u m acolhi-
mento benévolo, ele, chamâmos-Ihe mostras de amizade;
se por ventura se estendem a bons officios, a serviços
uteis, a conselhos acertados, a auxilio e soccorro na ne-
cessidade ou na desgraça, etc, são f esfeinun/ios. ou provas
de amizade.
N u m amigofingidopodemos talvez achar mostras de
amizade, que na realidade não cxisle; só o verdadeiro
amigo nos dará testemunhos de que é sincera sua amizade.
647. —Movei, movediço.
A terminação iço do segmedo vocábulo, a qual em mui-
tos adjectivos exprime a facilidade de se produzir a acção,
constittte toda a differença euQe ambos, cuja idéa com-
m u m é mover-se. — O que simplesmente pôde mover-se
tmovel; o que se move com facilidade é movediço. O
primeiro adjectivo presenta a idéa passiva de possibili-
dade de movimento; o segundo, a idéa acliva de facilidade
de movimento.
648. —Mover,
Tudo o que move-se, porém não se tdiz cora
se meneiamenelar.
450 MUI
igual propriedade que tudo o que se move menem-se,
porque o verbo mover suppõe indeterminadamente qual-
quer espécie de movimento, e o verbo meneiar suppõe
u m movimento determinado, isto é, o que faz u m corpo
separando-se u m pouco da posição em que estava, e vol-
tando immediatamente a ella, uma ou repetidas vezes.—
U m a pedra que cai, move-se de cima para baixo; e não te
dirá com propriedade que se meneia de cima para baixo.
A folha d'uma arvore que se move d'um lado para outro,
«ieneia-se. U m pássaro que vôa, move-se em todas as di-
recções, e meneia de quando em quando suas azas e sua
c a u d a . — M o v e m o s a cabeça, volvendo-a, inclinando-a a
u m lado para evitar u m golpe; meneiámol a para dizer
que não, ou por escarneo, movendo-a successivamenle
d'nm lado para outro.
649. — Multas vezes, frequentemente.
Ambas eslas 3xpressões indicão repetição de aclos,
com a differença que a primeira só diz que o numero é
grande, ou que são muitos as vezes que a cousa se faz,
diz ou suecede; e frequentemente awrescenla a esta idéa
a de serem amiudadas as vezes, ou com frequência, fre-
quentemente é pois mais que muitas vezes, exprime uma
idéa mais extensa, e designa acções mais p r ó x i m a s — U m
provinciano que esteve quarenta ou cincoenta vezes na
côrle, ainda queraedeiassegrande intervalo entre suas
viagens, pode dizer que foi muitas vezes á corte; e só
pôde dizer que foi lá freqijntemente se forão syas via-
gens amiudadas, próximas umas das outras.
C
650..— Muito, sobejamente.
Muito é o multam dos latinos e o beaucoup dosfran
cezes, e significa e m grande abundância , e m grande
quantidade, em grande maneira, ele. Sobejamente éo
aimio, nimiúm, ou plus satis dos ialinos c o trop dos
c eO quer
francezes,
nimiedade. primeiro
dizer exprime
com demasia,
a idéacom
absolutamente,
excesso, como
MUL 451
segundo com relação a u m a abundância maior do que se
havia mister. Veja-se o art. seguinte.
651. — Multo grande, grandíssimo.
Diz o autor dos synonymos da lingua portugueza, e já
antes d'elle havia dito o Académico Francisco Dias, que só
desde o século X V forão adoptados pelos nossos escripto-
res os superlativos d'uma só forma em issimo, imitando o
latim. Não é inteiramente exacta esta asserção, como já
notámos em o Leal Conselheiro, pag. 213, edição de
Pari*. El Rei D o m Duarte chama aos Senhores ou Prínci-
pes illustrissimns e sereníssimos, nas Corles d'Evora de
1481 enconlrão-se os superlativos santíssimo, christia-
nissimo, grandíssimo, elo. É com tudo cerlo que ssle uso
não era regular, nem mui geral, e que se usava mui fre-
quentemente da grosseira forma mui muito, ou muito
muito, em vez do superlativo muitíssimo. Da introducção
d'esta forma resultou não uma estéril abundância de
expressões perfeitamente synonymas, senão uma gra-
dação mais ampla, ou para melhor dizer, mais u m gráo
na escala qualificativa dos objectos. Assim que, muito
grande é mais que grande, porém grandíssimo é mais
que muito grande. A mesma differença se dá enlre muito
rico e riquíssimo, muito douto e doutíssimo, etc.
652. — Mulher, dona, dama, matrona.
Mulher é palavra genérica que se contrapõe a homem,
e significa a criatura raciofíal do sexo feminino, e por
excellencia a que está casad». Dona é corrupção de
domina, senhora, e significa senhora de respeito casada,
viuva, religiosa, de certa idade, etc, e por isso serve de
distinctivo que se dá a uma senhora de qualidade junto a
seu nome. E m significação secundaria designa a mulher
que já conheceo varão, como diz positivamente o autor
do Palmeirim
virgem : «Quando
Eleiroseuamo,era
no mesmo
e houvera
senlido
no
feita o ter
escudeiro
entretanto
parece
dona, ebem
dito chegou,a
ajuntamento
contente
Camões: (II, que
cem c. ficara
o caval-
106).»
452 MUN

EstavSo pelos telhados e janellas


Velhos e moços, donas e donzellas.
(Lus., VII , 49.)

Dama é originariamente a mesma palavra dona, vinoa


de domina pela franceza dame, mas teve sempre a
significação cerla de mulher nobre e de qualidade co-
nhecida , talvez como hoje dizemosfidalga;teve porém
depois uma significação secundaria diferente de dona,
isto é, mulher galanteada de algum cavalheiro, e degene-
rou até significar manceba , concubina , com o mesme
valor que maitresse entre os francezes, como se vê na
Curta de Guia, pag. 90. em que D. Francisco Manuel diz;
* Aquelle amor cegofiquepara as damas, e para as mulhe-
res o amor com vista.»
Matrona é palavra puramente latina, e significa a mu-
lher mãi de família, nobre e virtuosa.
655. — Mundo, universo.
Chama-se mundo e universo o céo e a terra conside-
rados como u m todo. A palavra universo conserva sempre
esla significação; porém a palavra mundo tem muitas
accepções differentes; universo é uma palavra necessá-
ria para indicar positivamente esle conjunctodccéo e
terra , sem relação com as outras accepções de mundo.
Mundo loma-se particularmente pela terra com suas
differentes partes, pelo glo.bo terrestre, e neste sentido
se diz : dar volta, ao muhdo; o que não significa dar
volta ao universo. Mundo loma-se também pela totalidade
dos homens, por u m nifinero considerável d'elles, etc.;
e em todas estas accepções não se comprehende mais que
uma parte do universo.
Universo, ao contrario, é u m a palavra que encerra
debaixo da idéa d'um só ser todas as parles do mundo,e
representa o aggregado de todas as cousas criadas, com
oespecial
mundo,relação
mundo, e mas oávelho
não nãonatureza physica.
que eremio
o novo Diz-seo que
o universo;
universo; J.eC.
neste
velho remio
mundo,
o novo
MUT 453
istoé, na terra, nesla vida, e não neste universo, porque
não ha senão u m e mesmo universo.
654. — Muro, ante mura! , murallia.
«Na phrase da milícia antiga, diz Vieira, o mwro si-
gnificava a fortificação mais estreita, e do recinto da
cidade, e o antemural, as que hoje se chamão fortifica-
ões, ou obras exieriores, que a defende no largo. A forli-
cação das cidades mais inexpugnáveis, segundo a archi-
teclura militar antiga, consistia em m u r o e antemural;
o muro que cingia e defendia a cidade, e o antemural que
cingia e defendia o muro (VI, 104, e 372).»
Muralha é o muro de praça fortificada construído
segundo as regrasrianova archilectura militar, afim de
cingir e defender u m a praça ou cidade fortificada.
Hoje fazem-se muros só para cercar u m quintal, u m a
uinla, ele.; edificão-se muralhas só para fortificar e
efender praças. — P a r i z lem muros e muralhas; mu-
ros para impedir a entrada de contrabandos e receber
nas portas os direitos de octroi; muralhas para resistir
aos inimigos que a quizessem atacar e investir.
655» — Mutuo , reciproco.
A palavra mutuo designa a troca, e reciproco a volla,
ou torna. A primeira exprime a acção de dar e receber
d'uma parle e d'oulra; e a segunda a acção de. voltar ou
tornar u m a cousa segundo o que se recebe. •
A troca é livre e voluntária : dá-se algum objecto e m
Iroca, e esta acção é mutua. A volla é devida ou exigida:
paga-se o que se ha recebido,*^ esta acção é reciproca.
As cousas do mesmo género, as que se trocão uma por
oulra indistindamente, que se reúnem por sua conformi-
dade, são mutuas. As d'um género opposlo ou differente;
porém que são correlativas, que nascem umas das outras,
que se compõem umas com as outras, são reciprocas.
sentimento.
tem;
A affeiçãodedttas
é reciproca
No primeiro
quando
pessoas
se
caso
volta
é mutua
a affeição
ou torna
quando
é sentimento
pura
ambasasen-
e livre;
por
454 MYS
no segundo acha-se u m a espécie de dever e de reconheci-
mento. Os serviços voluntários, desinteressados, feitos de
parte a parte, são mútuos •, os serviços impostos, me-
recidos, adquiridos de parte a parte, são recípro-
cos. O favor que uma pessoa faz a oulra em paga ou re-
conhecimento de oulro recebido, é reciproco. Porém o
favor é completamente mutuo quando é o mesmo, ou da
m e s m a espécie d'uma ed'outra parte; éreciproco unica-
mente quando se trata de objectos differentes cedidos em
compensação. — U m marido e uma mulher unem ».«-
tuamente sua fé, e unem reciprocamente deveres diffe-
rentes que devem cumprir.
656. — Mysterio, segredo.
Mysterio, vulgarmente fallando, significa a cautella,
reserva ou obscuridade com que manifestámos u m pensa-
mento ou participámos u m a cousa reservada para dar
que enlender ou que discorrer aos que nos ouvem. Se-
gredo é o silencio cuidadoso de não revelar nem descobrir
o que convêm esleja occullo. Diflérenção-se pois eslas
palavras em que o mysterio é u m modo de fallar, e o
segredo u m meio de callar o que nos convêm. — Faz-se
mysterio fallando; guarda-se segredo callando.
657. — Mysterloso, mystico.
9Mysterioso é o que contêm algum mysterio, algum
segredo, algum sentido oculto; mystico, o queé figu-
rado, allegorico. A primeira d'estas palavras pertence à
linguagem c o m m u m ; a cgunda ao estylo religioso.
H o m e m mysterioso é o que affecla ter segredos, saber
cousas occullas; chama-se senlido mystico uma explica-
ção allegorica d'um acontecimento, d'um lugar da Escri-
tura, etc. — A Igreja é o corpo mystico de Christo.
Chama-se também mystico a tudo que trata da vida
espiritual e contemplativa, e ao que se dá á mystica;
nu que ta palavra mystico muito se differença de mys-
terioso.
ISEfí 455

658. — Karrar, contar, >eferlc.


Eslas irez palavras rcfcrem-se ao acto de dar a conhe-
cer a uma pessoa um lado, um acontecimento com suas
circuinstancias, porém differenção-se notavelmente.
Contar diz-se das cousas familiares, ou que são objecto
da conversação. Abraça a verdade ca ficção ; seu objecto
é agradar instruindo.
Referir suppõe sempre a verdade; lem por objeclo
dál-a a conhecer aos outros, sem ommillir nem acerescen-
lar a mais pequena circumslancia.
Narrar é fazer uma narração segundo as regras da
rholoriea; tem por objecto captar a attenção do auditó-
rio, inleressál-ò, prevenir a seus ouvintes num tribu-
nal, ele.
O que conta deve ser breve em sua explicação; seu
objecto é divertir; enfadaria se fosse extciiòo. — O que
refere é mais ou menos extenso segundo o numero e
importância das cousas que lem a referir. — O que
narra é mais ou menos extenso segundo as maieriasque
enumera, mas não deve nunca ser diffuso.
Conta-se com engenho, com graça, com amenidade,
para divertir, para recrear a uma sociedade ou aos lei-
tores; refere-se com exactidão, para dar conta, para
explicar (actos, para instruir; narra-se com arte, com
talenlo, com eloquência, para persuadir, para convencer
aos ouvintes.
659. — Weffligei.fíe, priguiçoso,
i n d o l e n t e , inerte.
<\<
A falta de expedição em qualquer negocio ou trabalho
é a idéa commum de todos estes vocábulos, que se diffe-
renção com tudo em certos respeitos.
A falia de cuidado faz o negligente ; a falia de acção,
otudo
falta
priguiçoso;
A distracção
de
se arte,
lhe malogra,
dee a
esperteza,
o descuido
falta
e não
de cura
sensibilidade,
são
de desembaraço
osdedotes
ser exacto.
doo negligente
faz
indolente
oFallece
inerte.,;
•a
456 JNUI;
de actividade c de energia o priguiçoso ; nelle pôde mais
o desejo da quietação e do repouso que a idéa das vanta-
gens que proporciona o trabalho. Nada move ao indo-
lente; vive e m socego e sem temor das forles paixões,
mas e m apathia para as acções estremadas. A indecisão,
a ignorância, a falta de uso embaração o inerte; ama a
inacção, e em quanto faz vai lentamente.
A priguiça foge do trabalho. A indolência embola o
gosto. A inércia leme a fadiga, k negligencia offerece
dilações e deixa escapar a occasião. — A ambição e a
emulação forão sempre as inimigas da priguiça. O sedi-
mento da honra e do dever vencem a indolenc:a. O temor
do mal anles que a esperança do bem combato com faci-
lidade a inércia. O amor próprio e os interesses pessoaes
nãopermillem a negl.gencia.
660. — Ninguém , iienltuiii.
A mesma extensão que lêem num sentido affirmalivo
as vozes alguém e algum têem num sentido negativo as
vozes ninguém e nenhum: isto é, ninguém exclue illimi-
ladamente toda pessoa, sem determinar classe nem nu-
mero ; nenhum exclue limitadítmenle todas as pessoas que
compõem a classe ou numero de que se falia. — Sem fé
ninguém pôde salvar-se, isto é não ha pessoa alguma, de
qualquer classe ou nação que seja, que possa salvar-
se sem fé. — Dos soldados que assaltarão a brecha,
nenhum deixou deficarmorlo ou ferido, isto é, dos ho-
mens de que se compunha aquella classe ou numero de-
terminado não houve u m que nãoficassemorto ou ferido.
Esta é a razão porque se diz : nenhum d'ellcs, c não
ninguém d'elles. .
66i. — Kobre, illustre, celebre,
famoso.
Nobre, segundo a força da palavra latina nobilis (de
novi, notum), quer dizer o que c conhecido, c designa
particularmente
nobreza.
Illustre, do latim
o h o millustris,
e m que tema
é o qualificação
h o m e m insigne
legalpor
de seus
NOL 451
relevantes merilos pessoaes, por suas acções esclarecidas
ou por seu dislinclo nascimento.
Celebre é o homem que tem boa fama, e parece ler bem
assentada sua opinião, em toda a parle, por aquelles que
podem julgar do merilodo que se celebra.
Famoso é o que tem fama em boa ou em m á parte.
O ser nobre depende das leis ou da vontade, e por ven-
tura do capricho dos príncipes. O ser illustre depende do
merecimento próprio eda opinião que delle lêem os ho-
mens, fundada em feitos uteis, gloriosos, esclarecidos. A
tudo que é digno de elogio por sua perfeição e utilidade
se pôde applicar o epitheto de celebre. Os sábios e os
litleratos são celebres por suas obras. Para ser famoso
basta que uni homem faça cousas que dêem muilo que
fallar, que adquira grande nomeada em bom ou em máo
sentido; por isso se diz : «Ladrão famoso.» Também se
diz de cousas notáveis por sua boa ou m á fama.— O fa-
moso templo de Eliopolis.
Sulca PS mares , sepultura famosa de atrevidos (em
Moraes).
662. — Nos, nòs-outros.
Nós diz-se em sentido absoluto : nós amámos, nós va-
mos, etc. Nós-outros diz-se em sentido relativo para diffe-
rençar alguns dos presentes de, outros que também o são,
v. g. nós-outros andávamos á caça quando vós-oulros
chegastes á pousada.
Rigorosamente fallando, nó%outros inclue pluralidade
de pessoas inclusa a que falia, como se vê em Camões que
faz dizer ao Gama : «iVds-ouírot(ps que vínhamos a esta
empreza, sem a visla levantarmos, ele»
665. — IVovo, recente.
Tudo o que foi feito ou aconleceo ha pouco, o que não
fora inventado, de que não havia noticia, o que se ouve
ou vê pela primeira vez, o que não tem tido uso, ou tem
sido mui
II. pouco usado, énovo. Recente [em mais 39 restricla
458 NUM
significação, e só designa o que snccedeo ha pouco tempo,
o que ainda está fresco, ou snccedeo de fresco.
Novo tem relação com a pessoa, ou cora a substanciada
cousa, e recente só a tem com a data em que a cousa se
fez, ou succedeo; pelo que ha cousas que podem ser
velhas ou novas em differentes respeitos, o recente é
sempre novo. — O continente da America era tão velho
como o resto do inundo conhecido, mas foi um noto
m u n d o para os que os descobrirão; sen descobrimento
era recente para os que viverão no começo do século XVII.
— U m veslido quando acaba de ser feito é novo e recente;
passado algum tempo, e alé annos, se o não temos usado
está novo, mas já nãc é recente.
664. — IVullo, irrito, invalido.
De lodos estes lermos de jurisprudência o mais gené-
rico é invalido, que designa lodo acto ou Ululo que não
tem validade, nem vigor, nem força de obrigar. Quando
esla inralida.de provêm d'algum vicio, de falta d'alguma
condição ou solemnidade prescrita pela lei, é nullo.
Quando o acto ou titulo foi feilo com as condições e
solemnidades da lei, porém, por circumslancias super-
venientes, não é reconhecido, nem approvado, nem rati-
ficado, é irrito. — Nullo é o testamento feito por pessoa
e m eslado de demência, ou faltanrio-lhe as testemunhas
que a lei exige. Irrito é o ajuste feilo por u m procurador
que excedeo os poderes que na procuração de seu com-
mellcnte lhe são concedidos. E ambos esles actos são in-
válidos. — Nullo tem m ^ s força que irrito, por isso se
se diz e m alguns casos, irrito e nullo, e não nullo
e irrito.
665. — Numeral, numérico.
Estas duas palavras referem-se aos números ; com
a differença que numeral indica positivamente algum
d'ellcs,
mérica
com u méeuma
sitivamente que numérico
numero.
u mdúiercnça
numero, não
Quatrooqueu mindica
énumero
têm
nome4.mais
U m aque
relação
numeral,
comuma relação
differença
oindica
numeronu-
po-
OBR 459
666. — Obediência, submissão
A obediência é a acção de obedecer, e a disposição
habituaI a obccerier.
Neste ultimo sentido é que são synonymos a obediên-
cia e a submissão, com a differença que obediência in-
dica particularmente o costume do obedecer ás ordens,
aos mandados, do m e s m o modo que são diclados; e
submissão indica uma disposição geral c permanente
não só para executar as ordens e os mandados, senão
também para conlbrinar-sc com todas as vontades, de-
sejos e inclinações dos outros de qualquer modo que se
deni a conhecer.
Pela obediência se execulão as ordens que se recebem ;
pela submissão estamos naturalmente dispostos a exccu-
tál-as. A obediência recai sobre a acção mesma; a sub-
missão, sobre a disposição interior do animo.
U m a pessoa pôde obedecer sem estar submissa, islo
é, sem dobrar sua vontade á de oulro; ncsle caso a obe-
diência é involuntária e forçada, a submissão ao con-
trario suppõe sempre a disposição á obediência e a
promelte.
667. — Oblação, oflerenila.
Ambas eslas palavras vem do verbo lalino offero, of-
ferecer, porém differenção-se em que offerenda é o que
se offerece a Deos, a seus santos, a seus ministros; obla-
ção não se diz senão do que se%fíerece a Deos com cedas
ceremonias estabelecidas pela Igreja. A offerenda do pão
e do vinho no sacrifício da IHissPé u m a oblação. Os pre-
sentes que os catholicos fazem ao aliar e m proveito dos
sacerdotes ou das Igrejas são offerendas e não oblações.
— Toda oblação é pois offerenda; porem nem toda
offerenda é oblação.
668.— Obra, producçao.
A obra o o resultado do Irabnlhod'nm agente, *d'um
460 OER
obreiro, kproducção é o que uma cousa tira de si mesma
por sua própria efficacia, v-. g. as producções da terra,
as producções do entendimento, do génio.—O unitierió
é aproducção d'uma potencia infinita que o tirou do seu
seio; é a obra d'uma intelligencia infinita, que deo á
maleria suas formas e sua collocação primitivas.
669. —Obrigação, dever.
Dever, diz Trévoux, é aquillo a que eslamos obrigados
pela lei, pelo costume, pelo decoro Ha deveres da vida
civil, de amizade, de attenção, de politica.
A lei impõe-nos a obrigação, e a obrigação gera o
dever. Eslamos ligados pela obrigação, e somos obriga-
dos a u m dever. A obrigação designa a autoridade que
liga, e o dever o sujeito que é ligado. O dever presuppõe
a obrigação. Temos obrigação de fazer uma cousa, nosso
dever é fazêl-a : a obrigação é quem nos liga, e ao dever
é que ella nos liga.
Barbeyrac estabelece por principio de obrigação pro-
priamente dita a vontade d'um superior a quem se reco-
nhece e se obedece. Burlamaqui observa que a razão deve
approvar e reconhecer o dever, pois sem islo não seria
mais que violência.
A obrigação não pôde exlender-se além da autoridade
do superior que manda: nem o dever além dos meios e
forças do inferior que obedece. Não ha' obrigação se a
cousa não podia ser mandada; nem dever se não pôde
ser executada.
Onde ha obrigações haMeveres, e onde ha deveres ha
obrigações; porém a obrigação é sempre o principio do
dever.
670.— Obrigar, precisar, forçar,
violentar.
Obrigar é um acto de poder que impõe um dever ou
u m a necessidade. Precisar é n m acto de oppressão pelo
qual
contra
vigor,se que
sua
põe apor
vontade.
u m sna
a pessoa
energia
Forçar
na precisão
destroe
é t.in acto
ade
d de
ulazer
m apotencia
vontade
uma cousa
e op-
de
ons 461
posta. Violentar é u m acto de violência ou de brutali-
dade, que emprega o mais forte pata lograr o que de
outro modo não podéra alcançar.
671. — Obsequioso, ofticioso, serviçal,
prestadio.
Obsequioso c o que está disposto a fazer obséquios
que o relacionão com a pessoa a quem os faz, obrigando-
a a que por sua parlo lhe pague com uma expressão de
benevolência, de affecto, de agradecimento. Officioso é o
que lem naturalmente a disposição de fazer bons officios,
isto é, serviços uteis e agradáveis. Serviçal é o que está
prompto a servir a oulro numa occasião em que o neces-
site, como o pôde fazer u m criado a u m amo. Prestadio
é o que tem préstimo e se presta de bom grado ao que lhe
pedem.
O obsequioso lisonjêa-se e tem prazer em servir a al-
guma pessoa; porém sempre aspirando a uma recom-
pensa. O officioso procede com affecto e zelo, ajuda
aquelle por quem se interessa, porém pôde ser interes-
seiro. O serviçal folga de ser útil; tudo o que pôde fazer
por siso o faz; mas circumscrevc-se ás circumstancias, e
por caracter e costume é interesseiro. O prestadio talvez
ache prazer em que digão que o é, mas não obra por in-
teresse, e não espera outra paga senão a reciprocidade e
o reconhecimcnlo.
672. — Observação, experiência.
No senlido physico, observação é a acção de observar,
isto é, de examinar alleiílamentf os phéíiomenos da na-
tureza. Experiência é a acção de fazer apparecer por
industria e artificio nosso aígnns phenómenos, que sem
elles não serião conhecidos.
A astronomia está fundada na observação; a chimica,
na experiência. Aquella deo nascimento a muitas artes;
esta animaes,
dos as alimenta
•parição e aperfeiçoa.
dos meleoros,
ele, O da
sãoaobjectos
vegetaçãocurso
das dos astros,
observação;
plantas, aos apue-
ap-
geração
/i62 OBS
nomenos da electricidade, do magnetismo, do galvanismo,
da pilha voltaica, ele, são resultados da experiência.
N o sentido vulgar não é menor a differença que ha
entre estes dous vocábulos. Observámos o que se passa
fora de nós e eslá ao alcance de nossos sentidos; expe-
rimentámos o que se passa era nós, o que nos toca physica
on moralmente. Pela observição adquirimos noticia eco-
nhecimento de muitas cousas; pela experiência apren-
demos a saber usar d'ellas, por isso disse o Séneca Por-
tuguez :
O q n e não experimentares
Não cuides que o sabes bem,
675. — Observação, observância.
Não obstante virem estas duas palavras do verbo obser-
var, tem cada u m a d'ellas tão differente significação que
apenas se podem chamar synonymas. Observação é a ac-
ção de observar, no senlido de olhar ai lentamente c exa-
minar os phenomenos naturaes, e tudo que é ou se passa
fora de nós; ao que exerce esta acção chama-se observa-
dor. Observância é a acção de observar, no sentido de
cumprir exactamente u m a lei ou mandado; ao que assim
procede se chama observante. — Muitos philosophos são
cuidadosos na observação dos phenomenos da natureza, e
poucos são exactos na observância da lei de seu autor.
674.—Obstáculo, dif Acuidade.
O obstáculo íaz a cousa impraticável; a difficuldade
fál-ari.ílieil,árdua. E m quanto durão as difliculdades
adianta-se pouco; em quanto subsislem os obstáculos na»
se adianta nada, porque o que chamámos vencer u m obs
taculo, é evilâl-o, ou deslruíl-o; e e m lai caso, o será
operação praticável consiste e m que o obstáculo não
existe já; porém a difficuldade pôde vencer-se sem que
deixe de existir, empregando meios superiores a ella.—
Ha difficuldade e m andar por u m m á o caminho, no meio
de
grosso
precipícios,
tronco derribado
porém poucoalravez
a pouco
da eslrada,
se vai adianle.
u m a cheia
Um
OCE 463
que cobre as ponles, podem ser obstáculos que nos não
permiltão continuar a viagem.
675. — Obler, conseguir, Impetrar.
O&ter é alcançar uma cousa que se pretende, ou de-
seja, ou nos é grata. Conseguir é alcançar o que se dili-
genciava, e após de que se anilava. Impetrar é alcançar
do superior a graça que se havia sollicilado. — Obtem-se
cargos, dignidades, favores, attenções, etc, tudo o que
nos é honroso, útil, agradável; e se obtém de ignaes, de
superiores, de inferiores. Consegue-sc o que com diligen-
cia c perseverança se busca, ou se pretende. Vê-se pois
que oste vocábulo tem significação menos genérica que o
precedente, e mais restricta a lem ainda o terceiro, pcis
só impetrámos graças d'um superior, pretendendo-as e
sollicitando-as com rogos c supplicas.
676. — Oceasino, ensejo, opportunidade,
conjuneçao, azo.
Occasião, segundo sua elymologia de occido. occasum,
é o caso de que podemos lançar mão. Ensejo é a occasiúo
ou vez opportuna. Opportunidade é bôa occasião, com-
modídade de tempo e lugar conveniente. Conjuneçao é
concurso simultâneo de circumslancias favoráveis ou des-
favoráveis para alguma cousa. Azo é occasião commoda,
geitosa para o que se intenta.
A occasião e a conjuneçao vodem ser boas ou más,
próprias ou impróprias, por iíto se diz: Vir e m boa, vir
cm m á occasião, etc. O ensejo, a opportunidade, o azo
sempre são a propósito, a geito^t tempo para o intejilo
de quem d'elles sabe aproveitar-se.
677. — Oceano, mar.
« O oceano, diz Vieira, é aquelle pego vastíssimo e im-
menso, que elle só é todo o elemento da agua; e esten-
dendo seus infinitos braços, está recebendo como nas
* pon-
tas dos dedos o tributo de todos os rios do universo (II,
464 oní
20). O que antigamente se conhecia com o nome de mar,
e nas Escrituras se chamava mure magnum, era o Medi-
terrâneo; mas depois que se descobrio o iMmido-Novo
logo se conheceo também que não era aquelle o mar, se-
não u m braço d'ellc, e o mesmo nome, que injustamente
tinha usurpado, se passou sem conlroversia ao Oceano,
que é só o que por sua immensa grandeza absolutamente,
e sem oulro sobrenome, se chama mar (IV, 498).»
Diz-se mar simplesmente para significar a vasta ex-
tensão de agua que oceupa uma grande parte do globo
que habitámos, fazendo opposição a terra. O oceano en-'
cerra em si uma idéa mais particular, e diz-se do mar em
geral, por opposição aos mares comprehendidos entre
terras O oceano rodéa igualmente o mundo novo e o an-
tigo; porém nos mares encerrados em certos espaços de
terra, o nome oceano não exprime de todo esta idea. Ao
oceano póde-se chamar mar, porém ao Mediterrâneo, ao
Ballico, ele., não se pôde chamar oceano.
678. — Odlo, aborrecimento, rancor.
O ódio é a ira inveterada, diz Cicero ; é uma paixão
cega e arraigada no coração viciado pelo capricho, pela
inveja, pelas paixões, c em nenhum caso deixa de ser
baixa e indigna d'nm animo honrado e generoso. 0
aborrecimento é u m affecio nascido do conceito que
forma nossa imaginação das más qualidades do objecto
aborrecido, e compatível com a honra e probidade
quando seu objecto é o vicio.
D'aqui vem que chamamos implacável ao ódio, e não
applicâmos ordinariamente este adjectivo ao aborreci-
mento, porque olhámos aquelle como uma paixão cega,
que nunca perdoa, antes degenera em rancor e anda
acompanhada da m á vontade; e ao aborrecimento o
olhámos como effeilo d'uma persuasão, que a razão ou o
desengano podem chegara destruir. O rancor é ódio in-
od'um
veterado
ódio.
U m assassino,
h o me eoccullo,
m honrado
porque
e pornão
perdoa
isso
cabe
mais
aódio
offensa
vilem
e dtraiçoeiro
seu
u m nobre
Iraidor,
que
co-
1M- 465
ração; porém não pôde deixar de aborrecer tão execrá-
veis monstros da sociedade. O malquerertte, o iracundo
ferido de inveja, arde em rancores, e aguarda o momento
em que possa dar pasto a sua vil paixão.
O aborrecimento faz-nos olhar com desgosto a seu
objecto ; o ódio no-lo faz olhar com ira ; e o rancor,
com animo malévolo.
670. — O homem , os liomens.
A. primeira expressão considera o homem como indi-
viduo ; a segunda o considera em sociedade com seus
similhanles, pelo que não admira que se possa melhor
conhecer o homem que os homens, como disse u m philo-
sopho moderno.
Não é certamente mui fácil conhecer o homem em to-
dos seus respeitos physiologicos e moraes; porém muito
mais difficil, senão impossível, é conhecer os homens em
todas as relações que lêem uns com oulros. Q u e m poderá
conhecer e comprehender as infinitas combinações d'estes
agenles inlelleclivos, livres e apaixonados?
N e m a philoso|>hia nos explica bem o queé o homem;
nem a historia nos dá bem a conhecer o que são os ho-
mens. O trato e conversação com elles põem-nos patentes
muitos de seus defeitos, c dão-nos o triste desengano que
o que mais mal suspeita é o que menos se engana; e po-
demos aplicar-lhes o que Vieira disse e m geral dos males,
de que elles são o principal instrumento : • No juizo dos
males sempre conjectura melhor quem presumio os maio-
res (III, 357)..
680. — O liomem, todo homem.
O artigo determinativo o da primeira expressão de-
signa a espécie humana com relação ao género animal.
O adjectivo todo da segunda designa a collecção total
dos indivíduos d'esta espécie. E m linguagem lógica, o
homem
a sua refere-se á comprehensão
Nasextensão.
proposições da idéa;
em que o atlributo fortodo homem,

essencial ao
466 ONI;
sujeito, qualquer das formas é verdadeira e exprimem
ambas a m e s m a idéa, taes são as seguintes : O Itomemé
racional, o homem c mortal; todo homem é racional,
todo homem é modal. Porém quando o atiribulo não for
essencial ao sujeito, e só lho convêm numa generalidade
moral, então cada uma das formas lem seu valor difTcrente,
e podem não ser ambas verdadeiras, taes são as seguin-
tes : o homem é inconstante, todo homem é inconstante;
a primeira é verdadeira, porque, considerada a espécie
humana em abstracto, vê-se que a inconstância é um dos
seus defeitos, pois ha alguns homens inconstantes; a se-
gunda é falsa, porque, ainda que alguns homens sejão
inconstantes, nem lodos o são, e muitos ha constantes.
681. — ©flerta, promessa.
A offerta é u m a demonstração de desejo que tomos, ou
affecif.mos ter,de que se receba ou acceite o serviço ou a
cousa que offerecemos. A promessa é uma obrigação que
nos impomos de fazer algum serviço, ou de dar alguma
cousa. — O que offerece com pouca vontade de dar,
expõe-se a que lhe acceilem a offerta. O que promette
c o m vontade, o u s e m cila, deve cumprir sua promessa.
— Acceila-se com agradecimento a offerta-,e exige-se o
cumprimento da promessa.
Na palavra offerta só se descobre a vontade do que
offerece; na palavra promessa descobre-se a aeceilação
ri'aqueHe a quem se prometteo. — Fulano offereceo-me
a sua casa, porém eu não a acceitei; prometteo-me virá
minha, o espero que não faltará à sua palavra.
682. — Olfato, cheiro.
Um dos sentidos do "homem, cujo órgão é o nariz, c
pelo qual elle percebe os cheiros, é o olfato. A impressão
que os eftluvios dos corpos fazem no olfato, é o cheiro.
— Ao que perdeo o olfato nada lhe fede, nem lhe cheira.
685. — Ondas, vagas. •
Significão
formão as aguasagitadas,mase.*m
eslas duas palavras as
asRpgninlesdifferenças,
diversas elevações que
OPI M',7
As ondas são as menores d'estas elevações; são o effeilo
natural de sua fluidez, e se elcvão pouco por cinta do sua
superfície, sobre o mar, sobre os lagos, sobre os rios.
U m a agitação accidental, causada pelos ventos e tempes-
tades, fornia as vagas, (pie são ondas empoladas e mon-
luosas(piecorrera paraoladoaqueos veulos as impellem,
rolãoá praia, e com ruído se despedação contra os roche-
dos. U m navio com as velas enfunadas sulca as ondas ;
mintas vezes em arvore secca é balido pelas vagas, e
corre á mercê delias e do venlo.
684. — Onde, donde.
Onde é o ubi latino, e donde, ou d'onde, c o unde.
Errarão muitos de nossos clássicos confundindo estes
dons advérbios de lugar, sem duvida por seguirem a
lingua castelhana, em que donde corresponde a ubi. Não
assim Vieira que bem positivamente fixou o respectivo
uso destes advérbios, dizendo : « Não só diz Deos o lugar
onde o poz (David), senão também o lugar donde o ti-
rou : o onde e mais o donde... Lembrar-se-ha donde o
tirei, e onde o puz; e logo lhe parecerão grandes as
mercês. Estes ondes e estes dondes não se cosiumão re-
gistrar nos livros das mercês (I, 308).»
685 —Opaco, sombrio.
No sentido recto, opaco é o corpo que não é transpa-
rente, que impede o passo à luz; no sentido figurado
confunde-se com escuro, sombra, que em sentido próprio
significa o em que falta o dia, em que não peneira a luz.
— U m a laboa, uma lousa;, etc, i*opaca, sem ser som-
bria; uma selva, uma gruta, etc, ésombria, e pôde lam-
bem dizer-se opaca.
686. — Opinião, parecer, dictame.
Tem-se a opinião, dá-se o parecer ou o dictame. Aquella
só explica o juizo que se forma num assumpto, c m que ha
razões pró e conlra ; estes explicão a exposição da• opi-
468 ORD
nião. — Fulano tem sua opinião, porém não a manifesta.
D o u m e u parecer, ou meu dictame, segundo a opinião
que tenho.
Enlre os vocábulos parecer e dictame ha a differença
que o primeiro applica-se com mais propriedade quando
se traia da existência d'uma cousa, da asserção dum
facto; e o segundo quando se traia do que se deve execu-
tar, do partido que se deve preferir. — O parecer do
medico recai sobre os symptomas e conhecimento da
doença; o dictame, sobre a resolução que deve lomar-se
para curál-a , os remédios que se devem lomar, ou
preferir.
C87. — ©ppugnsar, expuçiiar.
Oppugnar é atacar com força para render uma praça,
u m a fortaleza, ele.; expugnoré tomar uma praça á força
de armas. Todas as praças e fortalezas se podem oppugnar;
mas algumas são inexpugnáveis. Gibraltarfoi oppugnado
pelos Hespanhoes, porém não foi expugnado, pelo que se
diz inexpugnável.
688.— Ordinariamente, cosnmummente,
Commummenle refere-se á multidão de pessoas^ que
fazem a mesma cousa; ordinariamente, á mullidão de
vezes que acontece a mesma cousa. — Tal porto é ordi-
nariamente frequentado de navios; quer dizer, é quasi
sempre frequentado de navios. Os militares são commum-
menle pouco religiosos, iT.o é, são quasi lodos ou pela
maior parte pouco religiosos.
Casos ha em que as A. as expressões sejão exactas, poslo
que c m sentido differente. — O vulgo erra ordinaria-
mente ou commummente em seus juizos, islo é, erra quasi
sempre, ou errão quasi lodos os que se incluem na deno-
minação de vulgo.
689. — Ordir, tramar, tecer, maquinar.
Sc os primeiros trez vocábulos conservassem rigorosa
analogia no sentidofiguradocom as suas significações no
ORG 669
6entido próprio, orelir seria lançar as primeiras linhas
d'nni enredo; Iromar exprimiria o enlaçaménto do en-
redo, a. acção de lhe dar força e consistência ; c tecer,
exprimiria ambas as cousas, islo é, começar c proseguir
u m a leia de enredos, ele C o m tudo tramar é o lermo
que vulgarmente se usa como mais enérgico para expri-
mir a aslucia c ardil com que so prepàrão c concertuo
enredos, enganos, para lograr o lim que se intenta.
Maquinar tem mais ampla significação, e vale o m e s m o
que Iraçar artificiosamente, idear na phautasia com subti-
leza c aslucia; por isso se diz : «Maquinara ruína da
pátria ; maquinar contra a republica; » c nesle caso n3o
se poderia dizer tramar, que parece ler relação estreita
com enredos e êngasos.
600. — Orgulho, vaidade, presumpçâo,
altivez, vangloria.
O orgulho é a opinião vantajosa que formámos de nosso
merecimento. A vaidade é o desejo de inspirar esta opinião
aos outros. A presumppão é a demasiada confiança em nós
mesmos. A altivez è a isenção de toda baixeza e toda idéa
humilde. A vangloria é a jactância do próprio saber
ou obrar.
O orgulhoso considera-se com suas próprias idéas, c
vive satisfeito de si mesmo. O vaidoso cónsidera-se com
relação aos outros; cobiça sua estima, e deseja viver no
pensamento de lodos. O presumpçoso presume muito de
si, de suas prendas, e julga-se capaz de grandes cousas, e
apto para tudo. O altivo lem idéas elevadas, e se não
pratica a humildade tão pouco conhece a baixeza. O van-
glorioso desvanecesse facilmenfe de gloria sem funda-
mento, ou se jacta de cousas que não dão verdadeira
gloria.
A vaidade deseja as honras; a presumpção julga-se
digna
II
ias HO d'ellas;
o orgulho
quando a altivez
affecta
as adquirio. não as pretende
desdenhál-as; nem abusa
a vangloria as• refusa;
del-
Í70 ouv
691. • — O r g u l h o , s o b e r b a , arrogância.
Orgulho, como acabámos de ver, é uma alta opinião
de si mesmo. Soberba é a manifestação d'este orgulho,
>>or meio de acções, modos, palavras e movimentos exa-
gerados. O orgulho nem sempre se dá a conhecer, e al-
gumas vezes se disfarça com a mascara da humildade;
à soberba não se esconde, nem se peja de ostentar seu
ar enlonado e desdenhoso. O orgulho pôde modiíicar-se;
a soberba não sabe conter-se.
Arrogância é a soberba atrevida e insolente.
692. — Osculo, beijo.
Ambas estas palavras significão a mesma cousa; toda-
via á primeira anda annexa a idéa de decência, de
amizade, de respeito, por isso se diz o osculo de paz, etc;
á segunda anda annexa a idéa de amor lascivo, como se
vê cm Camões :
No ar lascivos beijos se vão dando.
Oli que famintos beijos na floresta:
(Lus., IX, 246 23.)

695. — Outrem, outro.


A differença que existe entre alguém e algum, se dá
respectivamente entre outrem e outro. Outrem refere-se
sempre a uma pessoa indeJerrainada ; outro é um adjec-
tivo ,,,/,.• se diz d'uma pessoa ou cousa distinta da que
falia, ou da de que se faila. No seguinte lugar de Vieira
se vê o verdadeiro uso" «Testes dous vocábulos. . Mas
como então não havia no mundo oníro amor, nem ou-
trem a quem amar, que faria Adão para provar o amor
que desejava encarecer? (I, 918.)»
694. — Ouvidos, orelhas.
O ouvido é o senlido de ouvir, e o órgão collocado na
cabeça dos animaes pelo qual percebem os soiis. Orelha
PAG 471
é a parte externa e cartilaginosa d'esle órgão, a qual lho
serve de guarda e como que recebe os sons que se diri-
gem ao cérebro polo ourido, e em sentidofigurado,o
ouvido, como nestas locuções : « Dar orelhas, fazer ore-
lhas de mercador, prestar orelhas altentas, ter orelhas
delicadas, ele. ele » C o m tudo o uso profere o vocábulo
ouvidos, com boa razão, sempre que nos referimos á per-
cepção auditiva, e deixa o vocábulo orelhas para desi-
gnar a parte externa do ourido, com a mesma differença
que Unhão os dons latinos, auris, e aurícula.—S. Pedro
cortou a orelha a IMalctio, e não o ouvido. Melter u m
fuso na orelha, é lurál-a com elle; metter u m fuso no
ouvido, é introduzíl-o pelo orifício do ouvido. As frieiras
nas orelhas causão uma sensação dolorosa que nada se
parece com a dor de ouvidos.
695. — Ouvir, escutar.
Ouvir è perceber os sons pelo órgão do ouvido. Escu-
tar é applicar o ouvido para ouvir bem o que se diz. Ou-
vir é u m aclo natural de todos os animaes que não são
surdos; escutar é uma acção reflexa que vem da curiosi-
dade ou da desconfiança, por isso dizemos proverbial-
mente : Q u e m escuta, de si ouve.
696. — Pacto, convento.
Convénio é menos que pacto. O convénio é o dosejo
mutuo de duas ou mais pes&ns para fazer voluntaria-
mente alguma cousa, porém sem que as ligue a kr nem
senhão outros laços que este n y s m o desejo e sua con-
sciência. O pacto provêm sempre d'uma obrigação legal.
— O convénio suppõe vontade reciproca; o pacto, reci-
proca obrigação.
697. — Paga, salário , soldo.
Paga é termo genérico para indicar satisfação em di-
nheiro de divida, de jornal ou serviço, e estensivamonte
remuneração de benefirio. O salário é a paga ou• rotri-
472 PAT.
buição devida a u m trabalho, a u m serviço. Soldo é o
salário dos militares.
698. —Palavra, voz, vocábulo, termo,
expressão.
Palavra é uma voz articulada, d'uma ou muitas sylla-
bas, que significa u m conceito ou pensamento da alma,
ou suas modificações, foz é o som formado na garganta
e proferido pela boca do animal; em sentido translato,
é o m e s m o que vocábulo, que é uma voz significativa
própria de algum idioma. Termo é o vocábulo próprio
da sciencia, arle, ou disciplina de que se Irala, ou da lin-
guagem e estylo era que se falia. Expressão é a palavra
ou palavras com que se declara o conceito da alma, o que
passa nella.
Voz e vocábulo referem-se mais commummenle á
composição material e ás circumslancias grammaticaes
da língua a que perlencem. Palavra refere-se com par-
ticularidade á pronunciação e circumslancias cm que
tem parle a pronunciação e o ouvido. Termo refere-se á
precisão de enunciar as idéas do modo mais conforme
ao assumpto que se trata. Expressão refere-se mais par-
ticularmente ao modo como expremimos pela voz nossos
conceitos ou sentimentos, e á qualidade dos vocábulos
com que os enunciámos.
O dom da palavra é um dos privilégios da espécie hu-
mana; pronunciando palavras manifesta o homem do
modo mais nobre e effica^ seus pensamentos; a diffe-
ença d'eslas palavras e de suas variações, a differente
maneira de as pronunciar, e as inflexões com que se
arlicnlão, consliltiem aV línguas. Cada idioma tem seus
vocábulos particulares, e delles depende a pureza da lin-
guagem. Os termos de cada sciencia ou arte formão uma
espécie de lingua differente da vulgar, que ordinaria-
estylo.
dinária
mente •só
enérgicas
de fundamento
e centendem
depende
o m m uamu.maDas
oselegância
senlido
que
expressões
a estudarão,
figurado
da phrase
nobres,
namas
linguagem
e engraçadas
aque
belleza
servem
or-
doe
PAR «V73
690. - Para, a fim.
A primeira d'eslas expressões marca o objecto imme-
dialo da acção; a segunda o fim mais remoto, segundo o
intuito daquelle que a faz. — Estudo para medico, para
Ictlrado, a fim de ter u m modo de vida decente. O bmir
ecclcsiastioo trabalha para a santificação das almas, afim
de as ganhar a Jesu-Christo.
700. — Para, por.
Quando se empregão estas preposições para explicar a
razão ou motivo de alguma acção, são synonymas, por
exemplo : procurou cortar a conversação para não cx-
por~se, ou por não expor-se a dizer mais do que quizera.
1'orêm pôde notar-se entre ellas esla differença : com a
primeira se explica mais directamente o poder ou a in-
fluencia do motivo 011 da acção no effeilo; com a se-
gunda se explica mais directamente a intenção, ou o lim
com que se executa a acção. Assim que, para. se applica
com mais propriedade quando so suppõe sufficiencia na
acção ou seguridade do sen effeilo; epor, quando se
suppõe sómenle probabilidade ou possibilidade de. lograr
o que se intenta. — Movo os pés para andar, ando muito
por ver se posso dormir melhor. Saio de casa para ir ao
campo, onde darei u m passeio por dissipar a melancolia.
701. —Parabém, felicitação.
O parabém refere-se principalmente a nm aconteci-
menlo feliz na vida domesticafcA felicitação lem u m sen-
tido mais extenso, e refere-se á celebração d'um aconte-
cimento publico, que lem relação com os cargos sociaes
da pessoa que a recebe.
U m amigo da os parabéns a oulro pelo b o m successo
de sua esposa- U m a camera felicita a Kl Rei por u m suc-
cesso prospero.
702. — Paralogismo, sophisma.
O paralogismo
vicioso, uma conclusão
é um raciocínio
mal deduzida, • ás re-
falso,ouumcontraria
argumento
474 PAR
gras da lógica. O sophisma é uma argumentação artifi-
ciosa, u m raciocínio subtil e capcioso. Aquelle pecca na
fornia, esle na maleria. Ambos induzem em erro;
porém o primeiro por ignorância, por falta de co-
nhecimento e de applicação, o segundo por malícia, ou
por u m a subtileza mal intencionada. O paralogismo é
contrario ás regras de bem raciocinar; o sophisma è
inteiramente opposlo á rectidão da inienção. O primeiro
engana de bôa fé; o segundo tem interesse em enganar,
e illude com m á intenção.
70,". —Parco, sóbrio, temperado,
moderado.
Parco diz-se só do homem, e é o que, por convenci-
mento próprio, come e bobo pouco. Sóbrio é o homem
que, por inclinação natural e por sou temperamento, faz
o mesmo. Temperado é aquelle qiio, excedendo ao parco
e ao sóbrio, se contêm em suas acções no circulo iliiiua
vida ajustada e bem entendida. Moderado applica-se com
mais frequência á parle ideal, e se diz d aquelle que tle-
.-eja que nada se faça com violência nemjcom precipita-
ção, e que e m Indo procede com moderação.
704. —Participar, tornar parte.
Participar d'uma cousa, é ler d'el!a uma parte real e
effecliva. — Fez-se u m a distribuição de dinheiro de que
dous irmãos participarão.
Tomar parte era uma f.jusa, é interessar-se por cila
por amizade, por sensibilidade. — Tomo parte em vossa
dor, em vossa afflicção.,;-Eslas duas expressões tomão-
se em b o m e e m m á o sentido.
Participa-se do bem ou do mal que suecede a alguém,
quando se experimenta real e verdadeiramente uma parte
d'um ou d'outro. Toma-se parte no bem ou no mal
d'uma pessoa, regozijando-se pelo primeiro, e affligindo-
sc pelo segundo.
TAT 475
70i>. —S*i>tcrnal , paterno $ maternal,
materno.
Os dous primeiros adjectivos se formão da palavra
latina pater, pai, e a ella se referem, porem com diffe-
rente relação.
Paternal exprime o'que é próprio de pai, o que per-
tence á qualidade de pai considerada em geral. Paterno
significa o que pertence ao pai determinado, ou d'ellc de-
riva. — O amor paternal é muitas vozes mais nocivo que
útil à boa educação dos filhos; isto é, o amor que os
pais era geral, sem designar nenhum, lêem aos filhos, ote.
A minha herança paterna era considerável; quer dizer,
a herança que tive de meu pai, os bons que cfelle
herdei, etc.
A mesma differença se nota entre maternal, e ma-
terno.—Antigamente a autoridade, a benção paternal e a
ternura maternal erão mui apreciadas dosfilhos.Hoje,
apenas os filhos saem da casa paterna, ou se emancipão
do pátrio poder, não têem e m nenhuma conta a autori-
dade paternal, e bem depressa se esquecem da ternura
maternal de quem receberão tantos carinhos
706. — Patíbulo, forca.
Patíbulo è nome genérico que significa o lugar em que
padece o condemnado, seja cadafalso, forca, polé, pel-
lourinho, etc. Forca é nma%especie de patíbulo, que
consta de trez pâosfincadosna terra em triangulo onde
se pendurão de cordas os cond^mnados a morrer enfor-
cados.
707. — Patrocínio, amparo, protecção.
O patrocínio refere-se sempre aos favores que a
amizade dispensa á desgraça. O amparo é aquella acção
que soccorre a alguém contra u m agonie ou causa que o
persegue. A protecção é o favor d'um poderoso •em be-
neficio de pessoa que ollo estima, e o desejo de continuar-
476 PED
lh'o.— U m tio que se encarrega da educação d'nm sobri-
nho pobre,patrocina-o. U m rico que dota donzcllas, ali-
menta viuvas, ampara-as; u m fidalgo que mantém em sua
casa u m afilhado, que procura dar-lhe u m emprego,
protege-o.
708. — Pcccado, delicto, crime, falta,
culpa.
Todas eslas palavras designão acções contrarias á boa
moral e ás leis positivas, porém cada uma d'ellastem sua
relação particular ou differente gráo de gravidade.
Peccado é o facto, o dito, o desejo contra a lei de Deos
e da Igreja, e e m geral tudo que se aparta do recto o do
justo. Delicto é o quehrantameuío d'uma lei humana,
nasce c o m m u m m e n l e da desobediência á autoridade legi-
tima c é reputado menor que o crime, o qual é u m delicto
grave, que merece castigo, porque perturba sempre a or-
dem social, c contra elle se fazem e cxeculão as leis cri-
minaes. Falta é propriamente o defeito de obrar contra
a obrigação, nascido mais da humana fraqueza queda
malícia e depravação do coração. Culpa é a falta ou
delicto commellido'por própria vontade, ou, como diz
D. Fr. Francisco de S. Luiz, a relação moral que resulta
do peccado, delicto, crime ou falta, e pela qual o homem
conlrahe a qualidade de culpado, eficasujeito a uma pena
ou castigo.
Accnsâmo-nos de nossos peccaelos,- pedimos perdão de
nossas culpas; perdoão-we as faltas; esquadrinha-sea
natureza dos delidos; castigão-se os crimes. Veja-se
Alíenlado, pag. 94. *'
9
709. —Pedir desculpa, pedir perdão.
Quem se mostra sem culpa, juslificando-se d'uma falia
apparcnle, pede desculpa. Q u e m reconhece sua falia, e
aquer evitar
pressão
segunda o ser âpunido,
• refere-se
reconhece pedee da
imputação,
a culpa, perdão.
moslra A justificámos;
qual nos primeira ex-
arrependimento.
pit. n77
— O animo nobre desculpa facilmente; não hesita e m
perdoar o coração generoso.
710. —Pedir, orar,exorar, rogar,
suppllcar, Implorar, obsecrar,
demandar, requerer, exigir.
De todos estes vocábulos o mais genérico é pedir,
porque não especifica nem a cousa que se pede, nem a
pessoa a quem sepeile, nem o modo como se pede. Pedi-
mos justiça. ou uma graça; pedimos o que se nos deve, ou
o que desejámos obter por favor; peetimos a Deos, aos
homens, em juizo, ou fora delle, de palavra ou por es-
crito, etc.
Orar é pedir a Deos, diz Vieira, isto é, fazer orações
para que Deos nos ouça, e defira ao que lhe pedimos.
Exorar é pedir com instancias , demover, dobrar com
supplicas. Bogar é pedir por graça e mercê. Supplicar é
pedir cora humildade e submissão. Implorar é pedir
com rogos e lagrimas, quando nos vemos e m afflicções
e trabalhos. Obsecrar é pedir humilde c affecluosamente
por alguma cousa sagrada ou mui respeitável. Demandar
é pedir e m juizo, pedir por e com direito, como disse
Vieira : «Pedir a quem m e deve mais é demandar que
pedir (Serra, do Roz. I, 476). » Bequerer é pedir ao m a -
gistrado, ou fazer requerimento á autoridade superior,
para que se nos defira como é de justiça, se nos dê o que
a lei nos concede, ou nos autoriza a pedir. Exigir épedir
com auloridade e instancia o t,%e é devido. — O soberano
tem direito de exigir a obediência de seus súbditos.
Grandes crimes exigem exemplr»es castigos.
711. — Pelejar, combater lutar, brigar,
guerrear, batalhar.
O mais genérico d'esles vocábulos, e o de que mais
usarão nossos bons escritores, é pelejar, do castelhano

pelear,
contendacorrupção
com o fimdedepreeliari
resistir e;e
vencer
exprime
a parte
todo género
contra-de
478 PEL
ria. Usa-se este verbo tanto na voz activa, como na neu-
tra, de que Vieira nos deixou bons exemplos: «Pelejou
Judas Machabeo tantas batalhas (X, 201). » — « Os ho-
mens de inferior condição, ainda que sejão valorosos, pe-
lejão sós; o nobre sempre peleja acompanhado, porque
peleja com elle a lembrança de seus maiores, que é a me-
lhor companhia. E m Ascanio pelejava Eneas e Heitor;
e m Pyrrho pelejava Achilles e Peleo; nos Decios, nosFa-
bios, nos Scipiões pelejavão os famosos primogenitores
de seus appellidos (VII, 478).» — « A carne peleja contra
o espirito, e o espirito contra a carne (VI, 80).»
Combater é propriamente bater-se com...; épelejar
militarmente fazendo força a ferro e fo^o; e lambem, op-
por resistência, v. g. combater os erros, as inclina-
ções, etc. ou combater contra os erros, etc.— «A intei-
reza combate contra a cobiça (V. do Are. I, 6).»
Lutar é contenderem oupelejarem duas pessoas corpo
a corpo, sem armas, a braço partido; e no senlido
figurado é pelejar por vencer, resistindo porfíosa-
menle..— Jacob lutou com Deos. O homem, em toda a
vida, luta com adversidades, e no fim delia tem que lu-
tar com a morte.
Brigar, do italiano brigare, é ter briga com alguém,
pelejar de razões ou a ferir, de h o m e m a homem, ou d'um
parlido com outro.
Guerrear é fazer guerra, combater, pelejar na guerra.
Suppõe todo género de hostilidades que costumão fazer-se
as nações ou partidos belligerantes.
Batalhar é pelejar conf/armas, pelejar hostilmente um
exercito com oulro, ou u m a divisão com outra do ini-
migo, t;
Quando duas nações guerreão, batalhão seus exercito»
e suas armadas, pelejão valorosamente seus capitães,
combatem
chamar
facções,
sem
fenderdeitar
sua seus
luta
os por soldados,
independência.
partidos,
porque
terra enenhume ás
ospizar
bandos,
Nas vezes
aospartido
pés toda
egutírras
sua
seu acivis
peleja nação,
seadversário.
dá por
antespor
brigão de-
contente
se deve
as
PliK 479

712. — Pensa, s e n t i m e n t o , dòr.

Explicão estas trez palavras a differente impressão que


faz o desgosto era nosso animo; porém a pena pôde ap-
plicar-se mais vagamente, e denotar u m desgosto mais ac-
cidental que o sentimento, o qual não presenta a idéa
d'uma sensação Ião profunda como a dor, que é u m sen-
timento penoso e profundo. — Causa-nos, ou dá-nos pena
o trabalho com que falia um gago, a difficuldade com
que ouve u m surdo. Causa-nos sentimento a perda d'um
bem que nos interessa, a desgraça d u m amigo, a morte
d'um conhecido. Temos dor dalnia na morte do pai
amoroso, da cara esposa, dofilhoamado; temos dòr de
haver offendido a Deos.
715.—Percepção, sensação,
sentimento.
Distinguem os philosophos modernos duas espécies de
percepção, interna e externa. A percepção iutorn% a que
também chamão consciência, ea que os antigos chama-
vão senso intimo, é aquelle sentimento interno pelo qual
somos sabedores (conscii sumus) de tudo que e m nossa
alma se passa. A percepção externa, a que também se
chama relação dos sentidos, é a que lemos dos objectos
corpóreos por meio dos sentidos.
Sensação é aquella afleição da alma que nasce da
commoção feita nos órgãos sensórios.
Confundirão os philosophos ^sensnalislas a sensação
com a percepção, porém a escola escocesa demonstrou
que havia entro ellas grande dilfe.vnça. Eis aqui como as
cousas se passão : 1* Recebemos órgãos sensórios a im-
pressão ou contacto dos objectos exteriores; 2 o commo-
vem-se os órgãos sensórios com esta impressão ou con-
tacto; 3 o Iranstnille-se ao cérebro esta commoção por
meio dos nervos; 4 o da commoção Iransmiltida ao cére-
bro resulta u m sentimento, e porque este sentimento
vem dos sentidos chama-se sensação; õ° finalmente,a
esta sensação segue-se a percepção do objeclo.
«
480 PER
Considerados estes vocábulos segundo a linguagem
c o m m u m diremos que todos trez designâo a impressão
que os objectos fazem na alma, com a differença que a
percepção vai ao espirito ; a sensação liniita-se ao sen-
tido; o sentimento vai ao coração ou o possue.
A vida mais agradável" é sem duvida alguma a que se
compõe de percepções claras e luminosas, de sensações
gratas e aprazíveis, e de sentimentos vivos c gozosos.
Isto é, conhecer, amar e gozar.
O sentimento exlende seu domínio até aos coslumcs;
faz que. nos excitem igualmente a honra e a virtude. A
sensação não passa além do physico; faz unicamente
sentir o que o movimento das cousas materiaes pode
occasionar de dôr ou de prazer pelo mecanismo dos ór-
gãos. A percepção comprehende e m seu circulo as scien-
cias e tudo de que a alma pôde ler idéa; porém suas
impressões são mais tranquillas que as do sentimento t
da sensação, ainda que mais promptamente recebidas.
714. — Perfeito, completo.
O que eslá acabado, inteiramente feito, que lem tudo
o que lhe é próprio, a que nada falta, é perfeito. O que é
cabal, tem a plena união de tudo que pôde ler; que reúne
todos os gráos possíveis de perfeição; a que nada se
pôde ajuntar, é completo. Melhor se apprecia a diffe-
rença d'estes vocábulos se attendermos á sua origem la-
tina. O primeiro vem de pérfido, que significa perfazer,
fazer acabadamente; e exprime a idéa do que está de
lodo feito, consummado*\Vej. Fazer, Perfazer, pag.300).
O segundo vem de compleo, que significa encher de todo;
e exprime a plenitude «inteira e absoluta.
715. — Perigo, risco.
O perigo refere-se a um mal mais immediatoque o
risco. Aquelle applica-se sempre á contingência de grande
mdado
o m e que
n t o ;seeste
consequência. — costuma
acha eEstá c m applicar-sc
m frente perigo
d'uma de a cousas
bateria
perder de menor
inimiga.
a vida oCorre
sol-
VER 481
risco de cair doente o que passa sem precaução do calor
ao frio. O primeiro refere-se a u m mal mais imminente
e mais próximo que o segundo. — Q u e m joga á loteria,
corre risco de perder seu dinheiro; e não se diria está
em perigo, etc, o que supporia u m mal muito maior que
o que corresponde aquella idéa.
U m valente que despreza os riscos costuma arrepen-
der-se de sua temeridade á vista do perigo.
716. — Perlphrase, clrcumlocuçâo.
A primeira d'cslas palavras é grega, m/sí^aat,-, e a se-
gunda latina, circumlocutio, e ambas dizem o mesmo
que «rodeio de palavras.» e consistem c m dizer por
mais palavras o que se poderia declarar por uma só.
Differenção-se porém estas palavras em que a primeira é
u m termo de rhclorica ; e a segunda é uma expressão
da linguagem c o m m u m . A perlphrase é uma figura de
ornalo, mui própria do estylo poético e oratório ; a cir-
cumlocução ou circumloquio não se usa por arle nem
adorno senão por necessidade ou conveniência,. A cir-
cumlocução é pois a periphrase c o m m u m , familiar, sem
pretenção de estylo e de esmero na elocução, e alé pôde
ser muitas vezes u m defeito; a periphrase éa circum-
locução oratória ou poética feila para aformosear o dis-
curso, cnnobrecer idéas mui trilhadas, ou evitar termos
vulgares.
Camões, não querendo usar das quatro palavras mui
vulgares «norte, sul, nascente c poente,» disse por pe-
riphrase : %
Alli se acharão juntos n u m momento
Oa que habituo o Arcturo degelado,
E os que o Austro lem, c as parles onde
A Aurora nasce, e o claro sol se esconde.
(Lus., I, 21.)
E achando pouco poética a palavra «vinho,» disse
lambem por periphrase: •
Não
Dá-lhe
usado
conserra
licor que
doce,
dá edá-lhe
alegria. o ardeiit»
482 PliH
Nas conjugações dos verbos latinos ha mais circum-
loquios que na-s dos verbos gregos, e muitos mais nas
dos verbos das línguas neolalinas, os quaes se não podem
chamarperiphrases, ames são provas da pobreza destas
línguas comparadas com a grega.
717. — Perpetuo, perenne.
Perpetuo é o que dura mui largo tempo ou sem fim;
perenne junta a esta idéa a d'uma acção continua e inces-
sante. Os movimentos dos astros são perpétuos epe-
rennes,- perpétuos porque hão de durar em quanto durar
o mundo;perennes porque diffundem luz continua que
nunca cessa. Diz-se que u m a fonte, u m manancial é pe-
renne, e não perpetuo, porque se attende ao fluxo conti-
nuo da agua, que não cessa no estio, e não à perpetuidade
de sua duração.
718. — Pertinácia, obstinação, teima.
Confundem-se ordinariamente estes vocábulos, e casos
ha e m q"ue se podem usar indistinclamenle, cora tudo
póde-se entre elles estabelecer a seguinte differença.
A pertinácia é vizinha da perseverança, como disse
Cicero : « Pertinácia perseverantiaefinilimaest (de Inv.
II, 54).» Toma-se e m boa e e m m á parte, mas quasi
sempre e m m á , e pôde definir-se, perseverança teimosa
no erro e de m a fé, afferro á sua opinião errónea, por
isso disse Vieira, fallando dos herejes : «a pertinácia
de errar. •
A obstinação é o effeilr/fruma falsa convicção, forte-
mente impressa no animo; ou d'um empenho voluntário
com determinado interesse. A teima não necessita de in-
teresse nem de convicção, basta o amor próprio mal
entendido; é uni defeito adquirido ou arraigado pela
educação, ou iuherente á pessoa inclinada a contradizer
a opinião ou vontade alheia, e a sustentar a sua. I
É
erro
quer pertinaz
numaaquelle
abrir
i
o
resolução, que
osaolhos
quemcomopersiste
ánão
luzque e
convencem
da se persevera
verdade.
compraz afincadamente
asÉrazões
obstinado
no erro,
mais em
claras
e não
seu
PLA «83
e evidentes. É teimoso o que, convencido das razões, não
cede a ellas. — É pertinaz o bereje que não quer sujei-
tar-se á autoridade da Igreja, e persiste de m á fé e m seu
erro. Eslá obstinado o réo que nega seu delicio, por medo
do castigo. É teimoso u m rapaz mal educado por pura
malignidade de seu viciado caracter.
710. — Planície, planura, ehí», reehâ.
Concordao os dous primeiros vocábulos em significar
u m espaço de terreno plano, raso, 6em altibaixos ;e
diííerenção-se c m que planície exprime esla idéa absolu-
tamente, o planura com relação a elevação. Todo terreno
plano éplanície, só o terreno plano e elevado é planura.
Ha planícies no pé on raiz dos montes, sô no cimo d'ellcs
ha planuras, como disso Harros : «Terra, que no cirao
faz uma planura graciosa (I, 8, 4).» O primeiro corres-
ponde ao francez plaina, e o segundo aplateau.
Chã e rechã são palavras vulgares que exprimem a
mesma idéa de terreno plano sem nenhuma outra relação;
com tudo, querendo usar delias sem homonymia, deve-
mos chamar chã á planície que precede u m monte, e
rechã â que está e m seu timo, que faz como se-
gunda chã.
720—Plano, lhano, chão.
Plano é o vocábulo latino planus, e significa o que é
raso, não tem altibaixos. Lh^no é vocábulo castelhano,
llano, que corresponde exactamente ao lalino planus.
Chão é o m e s m o vocábulo, prenunciado à portugueza.
São pois todos trez a mesma cousa em quanto á sua ori-
gem, porém têem differenles significações assaz conheci-
das. O plano pôde ser inclinado, o chão é o plano quasi
horizontal sobre o qual andámos, etc. C o m o adjectivo, e
em senlido translato, chão significa baixo, humilde, e
lambem simples, sem ornato, sem artificio, etc. Lhano
significa o queetc;
conversavel,
tence a plano. não etemnenhuma
soberba,d'eslas
que é aocessivel < Irato,
no
significações per-
484 POE

721. — P o b r e , mendigo.
Confnndem-se a miúdo as idéas que reprcsenlão eslas
duas palavras, porque se considera o mendigo como um
h o m e m reduzido a uma exlrema e involuntária pobreza.
Porém o fado de mendigar não suppõe absolutamente
necessidade, como o facto de beber não suppõe absoluta-
mente sede : ha quem mendiga por ociosidade e madra-
çaria, como ha quem bebe sem necessidade, e talvez
por vicio.
Pobre é o que carece do necessário; mendigo é o que
pede esmola. Este vocábulo suppõe u m a occupação, que
pôde ser forçosa, ou voluntária; aquelle suppõe u m estado
sempre involuntário e forçoso.
O mendigo que pôde trabalhar, é u m ladrão de pro-
fissão, que l*nrla ao verdadeiro pobre ; e o que, com uma
caridade mal entendida, lhe dà esmola, é u m complice de
seu roubo.
722. — Pobreza, indigência, penúria,
inópia.
Todas eslas palavras exprimem a falta do necessário
para viver, mas era maior ou menor grão.
Pobreza exprime a idéa de ter alguma cousa, porém
não o baslante para as necessidades da vida. Indigência
exprime a idéa da carência do necessário, por estar uma
pessoa impossibililada de o haver, de o ganhar. Penúria
exprime a escacez extrema e m que se acha uma pessoa ou
família, a quem faltão as cousas mais indispensáveis á
vida, que padece fomes, etc. Inópia é palavra latina que
exprime em geral a faliS, a carenciado que é mister, e
diz-se das pessoas e das cousas, como se lê e m Camões
quando falia de Massylia:
Terra a nenhum fruto em fim disposta,
Padecendo de ludo extrema inópia.
(Lui.,V,G.)
723.palavras
Duas » —Poelica,
latinas poesia.
e gregas, vindas ambas de JWIÍW,
POR 485
fazer, que mnilas vezes se confundem, mas que na reali-
dade represenlão duas idéas dislinclas.
Poética c a variação feminina do adjectivo grego
«oivjTixd,-, <j, á«, concordando com -rip-i, e diz o m e s m o
que arle poética, ou do poeta. Poesia è u m substantivo
grego, iwfi,«ts, que significa a composição fcila pelo poeta.
Assim que, a poética representa a arle do poeta com
suas regras e conselhos; a poesia representa o prodnclo
d'estas regras executadas pelo génio do poeta. Assim o
entendia Cicero quando disse, fallando da primeira : « O
protelaram emeudatricem vilec! poeticam ; oh poética
preclara emenda do ra da vida! » E fallando da segunda :
«Anacreontis tola poesia est amaloria ; toda a poesia de
Anaereonto é amaloria (Tusc. IV, 32, 315.).»
Aristóteles c Vida fizerão poéticas, e a epislola do
Horácio aos Pisões lambem se chama poética; mas todos
os podas fazem poesias. Pede dizer-se que a poética é
a grammalioa dos poetas, c que a poesia é o génio
creador do poda.
724. — Pdr, assentar, collocar.
Do verbo lalino ponere fizerão os nossos antigos poér,
que depois se modificou e m pdr, cuja significação c mui
genérica, e se limita era alguns casos pelos dons verbos
assentar e collocar; e seu respectivo valor se poderá bem
comprehendcr comparando-os com os verbos francezes
mettre, poser, placer aos quaes correspondem.
Põe-se u m a cousa e m Qualquer lugar, de qualquer
m o d o ; assenta-se quando se põe com acerto, e da m a -
neira conveniente ; coííoca-ss.quando se põe no devido
lugar, com proporção e symctria. Põe-se u m a pedra no
chão, na parede, etc.; assenta-se a cantaria para fazer
o edifício; colloca-sc u m a pedra rara n u m museo de
mineralogia.
No senlido figurado, assentar designa cousa que serve
de base ou fundamento a outras; e collocar refere-se á
disposição e boa ordem com que as cousas se dispõem.
— Ura orador assenta certas proposições que são o fun-
damento do seu discurso, e colloca nêlle os argumentos

A86 POR
e ornatos do modo mais vantajoso para conseguir o fim
que se propõe. A iogiea deve guiál-o no modo de as-
sentar as proposições fundamentaes; a oratória dá-lhe
regras relativas â ordem com que deve collocar os argu-
mentos.
725. — Porém , mas.
Confundem-se muitas vezes eslas duas conjuncções,
sendo que se devem distinguir. Mas é conjuneçao dis-
tincliva e adversaliva, que acompanha a addição de
alguma circumslaucia, que se oppõe mais ou menos â
proposição já enunciada; é muilo a propósito nos inci-
sos. Eis aqui alguns exemplos de seu uso : « Calharina
não só disputa, wiai define; não só argnmenla, mas
conclne; não só impugna, mas vence... Duros como as
pedras, mas não convencidos (VIEIRA, III, 267, 282). •
Porém é conjuneçao reslricliva que se contrapõe d'um
membro da oração a outro, moderando-o ou destruindo-
o; é minto a propósito nos períodos. «Deos na lei da
graça derogou esla circumstancia de rigor; porém na
lei natural Ião fora esteve de variar, que... Se deixámos
de amar o amigo ausente, não é culpa sua, é injustiça
nossa ; porém se foi ingralo, não só ficou indigno do
mais tibio amor, mas merecedor de todo o ódio (III,
321 e 372)..
Exemplos das duas conjuncções numa mesma oração.
« Que cada u m se descesse das opiniões que tinha estu-
dado, muito foi; mas- não foi lanto; porém que todos
em u m acto tão publico nã*j duvidassem de confessar
estes mesmos erros... aqui pára a admiração... A algum
,|ue não!h'a acerescente, ptderá ser, mas um só; porém
a quem lhe recebe ou a sua (fazenda) ou a dos seus vas-
sallos, não é justo, nem rei, quem tal consente (III,
281 e 344).»
Porém usa-se também, como o vero, e autem dos La-
litico
sabe
diz
membro
tinos,
nunca
quem
Ião»especulativo,
depois
oufossem
em
inciso
d casos
u m aos
dapalavra.
autores
oração.
similhantes,
etc. (Ill,
« Haverá
Não
338
pois
see porém
diz
sempre
340).
porém,
»algum
Mas
começa
nem
não
po-ose
POR 487
720. — Por melo, pelo meio.
Na primeira expressão considera-se a palavra meio no
sentido moral e figurado, na segunda considera-se no
sentido physico e próprio. — Alcanção-se graças por
meio de dinheiro, quer dizer, mediando, servindo de
tneio o dinheiro. 1'artio-o, rasgou-o pelo meio, quer
dizer, de meio a meio, fazendo duas metades.—Com tudo,
quando se determina o moio por que a cousa se faz ou
alcança, diz-se pelo meio. — Alcançou-o pelo meio mais
indigno que dar se pôde.
727. — Porque, pois.
Estas duas vozes são synonymas quando se empregão
para expor a cansa ou motivo d'nina asserção; por exem-
plo : Espero que meu filho ha de dar gosto a seus supe-
riores, porque é applicado e bom procedido; e não duvido
que fará fortuna, pois agora se premia o mérito. A
differença porém que parece achar-se entre ellas é que,
porque explica uma illação mais certa, mais positiva,
que não está sujeita a duvida ou a probabilidade. — Ha
lama porque ehoveo; isto é, a lama é uma consequência
. certa da chuva. É natural que consiga o emprego que
sollicita,pois parece que tem bons padrinhos; isto é, o
conseguir o emprego é consequência provável da pro-
tecção dos padrinhos. — V o u dormir u m pouco, pois não
creio que venha m e u a m o $nles da meia noite, porque
sei que está jogando. A tardança e m vir é provável; o
jogo é certo. *
728. — Porvir, futuro.
Entre eslas duas expressões não ha outra differença
senão que o porvir é mais vasto, mais incerto, eaté mais
allástado; o futuro é o que de certo ha de acontecer, e
talvez não está distante. A astronomia prediz o futuro,
annunciando-uos
rição dos cometas,cometc,
anticipação os eclipses,
cousas que a»reappa-
com effeito hão de
488 POV
acontecer; os astrólogos prdendião conhecer o porvir,
annunciando guerras, mortes, ele, que muitas vezes
não acontecião.
U m h o m e m que lem u m a vida aventurosa, c exposta a
perigos e adversidades, pôde muito bem dizer : Não sei
qual será o m e u porvir, isto é, o que m e ha de aconte-
cer ; se elle soubesse de antemão que havia de naufragar
e perecer sobre u m rochedo, diria melhor : U m desgra-
çado futuro m e aguarda.
729. — Possibilitar, facilitar.
Possibilitar é fazer possível o que era impossível ou
se julgava tal. Facilitar é tirar os embaraços que diffi-
cullão a execução d'uma cousa, fazêl-a fácil ou menos >
difficultosa. Optimamente disse Vieira (aliando do Infante
D. Henrique : « Não possibilitou somente, mas facilitou
aquelle natural impossível (VIU, 537). »
730. — Postulado, axioma.
Postulado é palavra latina,postulatum (depostulare,
pedir), mui usada nas argumentações escolásticas, e signi-
fica uma proposição que o adversário não pôde contestar
ou por ser admittida universalmente e evidente, ou por
ler já sido demonstrada; sobre ella se estriba a argumen-
tação, e por isso começa o arguente por obter a concessão
da certeza d'ella.
Axioma é palavra grega, á|íw,ua, e significa principio,
verdade incontestável que »ão carece de demonstração.
751. — Poro, nação.
No sentido litteral e primitivo a palavra nação indica
u m a relação c o m m u m de nascimento, de origem; e
povr>, u m a relação de numero e de reunião. A nação é
u m a dilatada família; o povo, u m a grande reunião ou
aggregado de seres da m e s m a espécie. A nação consiste
nos descendentes d'um m e s m o pai; e o povo na multidão
de homens reunidos n u m m e s m o sitio.
U m a »vez que nação designa u m a relação de nascimento
POV 489
c de origem, é natural chamar nação a tolalidade de
{linhagens ou castas nascidas ou estabelecidas de pais a
filhos num mesmo paiz, e designadas por uma deno-
minação c o m m u m , como o nome respectivo das fa-
mílias.
Segundo esla accepção a nação consiste nos naluraes
do paiz, e o povo em seus habitantes.
• Um povo estrangeiro que forma uma colónia em paiz
longínquo, continua a ser portuguez, espanhol, in-
glez, ele., é-o por nação, ou de origem. Diversos povos
reunidos, naturalizados, ligados por dilferenles relações
cominuns num m e s m o paiz, formão uma nação ,- e uma
nação se divide e m vários povos, diversos uns dos outros
por diíferenças, ou locaes e physicas, ou politicas e
moraes. Resulta d'isto que uma nação é u m grande povo.
A nação eslá intimamente unida ao paiz pela cullura :
ella o possue; o povo eslá no paiz: elle o habita. A nação
é o corpo dos cidadãos; o povo é a reunião dos reinico-
las. Vcja-se oart. seguinte.
732. — Povo, plebe , vulgo, vulgacho.
Uma nação divide-se em muitas classes; o povo c uma
d'ellas; é a parle mais numerosa de que a nação é o lodo.
É lambem u m corpo do eslado, com relação aos dous ou-
tros, clero, e nobreza, que antigamente se chamavão os
trez braços da nação.
Plebe é a gente c o m m u m e baixa do povo. D'aqui se de-
riva o adjectivo plebeo pa^i designar o que é da classe
do povo, o que não é nobre » A plebe e os plebeos, diz
Vieira, são os mais pequenos e os que menos avullão na
republica (11,327). . *
yulgo é o c o m m u m da gente popular, a multidão rude
e ignorante, de baixos sentimentos e acções ruins. Daqui
vem chamar-se vulgar a tudo que é ordinário, de pouca
conta, de baixa sorte, etc.
zível
Vulgacho
c ignaro.é a gentalha, a ínfima plebe, o vulgo
» despre-
690 PRA

733. — Povoação, população.


Confundem-se ordinariamente eslas duas palavras,que
ambas vem depopulus, povo; devem com tudodifferen-
çar-se. Povoação é o lugar povoado ; população é o nu-
mero de vizinhos ou habitantes que compõem uma cidade,
villa, ou u m paiz. — Portugal tem muitas povoações
maiores e menores, e sua população é de trez milhões de
habitantes. Lisboa é a primeira povoação do reino, c sua
população é de 240,000 almas.
734. — Praia , ribeira.
Praia é a cosia inclinada e plana, ordinariamente de
arêa, sobre que expraião as ondas, como disse Camões :
Que sobre ella empecendo também caia
Q u e m a seguio na arenosa praia.
(Lus.,\\, 71.)

Ribeira, quando se refere ao mar, é o mesmo qne


praia, talvez mais declive e derribada e menos extensa,
e onde podem varar barcos, etc. Quando se refere aos
rios é terra fresca e ferlil que se prolonga junto de rio,
talvez arvorejada, como disse Camões :
Islo dito, velozes mais que gamos
Se lamão a correr pelas ribeiras.
Fugindo as nymphas vão por entre os ramos.
é(Zu». ,1X, 70.)
Veja-se Borda, pag. 131.
733. — Prazer , «lellcla, deleite.
São estes os principaes sentimentos jucundos do ho-
m e m ; considera-se o prazer como género, e os outros
como espécies.
Prazer é tudo que praz, contenta, dá gosto, exeila
nossa complacência, satisfação, recreio, sem que o perturbe
nenhum dissabor nem desgosto, pois do contrario o
»
PUB t|91
prazer não seria nem puro, nem verdadeiro, senão uma
falsa Imagem d'elle.
Delicia significa um maior gráo de prazer, uin senti-
mento jucundo mais forte; porém mais limitado em quanto
a seu objeclo, pois propriamente só vem a abraçar a
sensação.
Assim como delicia indica maior gráo de prazer,
assim também deleite indica o maior gráo de delicia,
o prazer levado ao seu extremo, de que já não se pôde
passar.
lia prazeres espiriluaes e sensuaes, honcslos e defesos.
A inlcliigeucia cultivada, a instrucção variada, os senti-
mentos nobres do coração, a pratica de acções virtuosas;
a saúde vigorosa, a juvenil idade, a posse de riquezas,
uma vida ditosa, são fontes de muitos e variados pra-
zeres ; que só serão rcprehonsiveis quando deixarem de
ser honestos. — A idéa de delicia indica cousa mais vo-
luptuosa, mais duradoura, mais fixa no prazer material;
adhere ordinariamente a u m só objeclo, e permanece
mais lempo nelle, por isso dizia Vieira que «Esaú era as
delicias da velhice de Isaac (I, 531).» — A palavra de-
leite designa propriamente os excessos da niollicie, c as
deleitações sensuaes; pelo que se olha commummenle o
deleite como um defeito, u m vicio, que a boa moral re-
prova, um abuso dos prazeres sensuaes, u m abandonoa
violentas e torpes paixões, uma inquietação e desas-
sossego de animo a que nenhum gozo satisfaz por novo e
esquisito que seja.
i>
730. — P r e c â s a o , abstracção.

Precisão é uma operação do entendimento, que con-
siste em considerar uma cousa de per si, sem altender
áquollas a que anda unida, ou com que tem relação.
siste
tendor
Abstracçãoé
n-477,cmpag.340.
aos
considerar
outros
uma operação
que
numatem.
cousa
similhante
Veja-se
u m sóAbstracção,
attributo
a esta, que
sem
econ-
mat-
o
W2 niE
737.—Preciso, suecinío, concisos
precisão, concisão.
Preciso indica o que é necessário numa cousa, sem
nada de supérfluo. Succinto designa o que é breve e com-
pendioso. Conciso exprime a concisão com que se diz ou
escreve alguma cousa.
Preciso e succinto dizem-se ordinariamente do dis-
curso ou composição lideraria; e conciso, do estylo e da
expressão de quem diz ou escreve, t preciso o discurso
quando nelle domina a precisão, e,se corta Indo queé
estranho ao assumpto que se traia. É succinto o discurso
quando nelle só entrão as idéas principaes, c se Iralão
compendiosamenle e sem prolixidade. Conciso éo estylo
quando a obra não eslá sobrecarregada de pensamentos
não necessários, e quando no discurso só se empregão os
termos mais próprios e significativos, excluindo Ioda a
diffusão e redundância. Concisa c a expressão que pre-
senta exactamente a idéa que desejámos commnnicar, e
além d'isso a enuncia com aquellas palavras que sejão
necessárias para sua cabal intelligencia.
Ainda que alguns hajão confundido a precisão com a
concisão nas expressões, são com tudo cousas absoluta-
mente dislinclas. Ambas eslas palavras, como derivadas
dos verbos latinos prcecidere e concidere, compostos de
cxdo, convêm na idéa fundamental de cortar; porém
cada u m a d'ellas indica diversa espécie de cortadura,
se assim nos podemos explicar. A precisão quer dizer
que se escolheo o termo qfie melhor determina o ob-
jecto, o circumscreve, o corta e separa de oulros com
que podéra confundir-sef A concisão significa que a ex-
pressão não contêm mais signaes que os necessários para
representál-o, ainda que estes por outra parle sejão por
ventura vagos. Isto é tanta verdade, que ás vezes a ex-
pressão
nos
trario , mais
costumão concisa
plo odisséssemos
demonstrará.
asser Seéomesmo
lambera
demasiadamente
porque
isso fallando adomais
triumphador
precisas evaga
n u m•,dos
redundantes.
triumpho
ia Uemagnifico
maoRexem-
ocon-
circumslanciadas ma-
PRE U93
carro, clc, c levava u m a cousa na cabeça ; a expressão
não podia ser mais concisa, porém tampouco mais vaga.
Se disséssemos que levava uma coroa, haveria igual con-
cisão; porém ainda não ha precisão necessária, porque
não dizendo de que era a coroa, não se saberia se era
de ouro, de prata, de louro , de oliveira ou d'oulra m a -
ioria. Se disséssemos, u m a coroa de louro, a expressão
seria bastante precisa, o ainda que não tão concisa como
as anteriores, não chegaria a ser redundante. Se , que-
rendo explicar-nos com nimia exactidão, disséssemos
« uma coroa formada de ramos de louro entretecidos
uns com outros,» a expressão nada teria de vaga e ge-
nérica, porém seria já algum tanto redundante, porque
a não ser u m menino, lodos, ao ler coroa de louro, com-
prchendem que era formada com os ramos flexíveis d'a-
quella planta.
73fí. — Precisar, fallecer de.
Precisar é ter necessidade precisa, que não depende
de nossa vontade. Fallecer é ler de menos alguma cousa.
— O h o m e m precisa de alimento para viver. Alguns ho-
mens fallecem de talento, de capacidade.
Aquillo de que se precisa não se pôde dispensar;
aquillo de que se fallece faz falta, mas póde-se passar sem
elle. — Precisa de educação o mancebo ainda que falleça
de talento. Veja-se Carecer e Necessitar em o n°404, p. 288.
759. — Preciso (é), é mister.
O que é mister pôde pende? de nossa vontade, por exi-
gíl-o puramente nossa utilidade ou conveniência; porém
o qii( é preciso nunca pende dewiossa vontade, porque o
exige a obrigação ou a necessidade. — Para ir de Lisboa
a Cacilhas èpreciso passar o Tejo. È mister levar com
paciência os trabalhos e incommodos d'esta vida. — É
preciso comer para viver; é mister guizar os alimentos
para que nos saibão bem.
740. U — Preço,
O merecimento valor,
intrínseco estimação.
das cousas constitue
42 i sue
494 PRE
valor,- funda-se seu preço na estimação que se lhes dá.
Dizemos pois : Esta medalha, além de seu valor por-
que é de ouro, é também de grande preço por ser anti-
quíssima e rara.
Preço suppõe alguma relação com a compra ou venda.
o que não suecede com a palavra valor. Assim que se diz
« que não é bom entendedor o que não julga do valor rias
cousas senão \relo preço por que se comprão. — Quanlas
vezes se vendem por baixo preço alfaias de grande
valor?!
Estimação é o valor que se dá, ou e m que se consi-
dere uma cousa; é o juizo que determina o seu valor re-
lativo.
741. — Prefacio, prologo.
Estas palavras pertencem á litteratura, ou, para melhor
dizer, aos livros considerados materialmente. O prefacio
ou prefação (rum livro é a inlroducção na matéria de
que nelle deve tralar-se. O prologo é realmente uma ad-
vertência, por meio da qual se instrue ao leitor da ma-
téria que vai a tratar o escritor, e do objeclo e modo de
fazêl-o. — Os livros religiosos ordinariamente têem.prí-
facios; os profanos,prólogos.
742. —Preferir, escolber, eleger.
Preferir é antepor uma pessoa ou cousa a oulra, de-
terminar-se a favor delia por qualquer motivo que seja.
Escolher é separar o bom jfo máo, o útil do inútil, o que
convêm do que não convêm, examinando e consultando o
gosto, a utilidade e demais circumstancias da cousa : a
acção d'esle verbo suppõe a duvida ou a indecisão exis-
tente ainda. O acto de decidir-se a vontade, e destinar a
cousa ao fim proposto, é eleger ou fazer eleição.
A preferencia pôde ser jusla ou injusta, sincera ou
apaixonada, por capricho ou por interesse. A escolha
epôde ser
determinado
rada.
destino acertada
A eleição
a cargo ou
ou desacertada,
na cousa
suppõe
emprego
deliberdade eprudente
que senafazpessoa
direito
eleição.ouquem
em inconside-
eleita, elege,
ou S m
PRE 495
O h o m e m honrado e virtuoso prefere a morte ao crime,
mas o perverso prefere os prazeres turbulentos do mundo
á doce paz da innocenle virtude. Escolhe u m general os
soldados mais valentes e determinados para u m a empreza
dilficultosa e arriscada. Escolhe o superior u m súbdito
para u m ministério ou funcção. Elegem os súbditos u m
prelado, os eleitores u m deputado, á pluralidade de suf-
iragíos. U m pregador faz eleição do assumpto que ha de
tratar, como disse Vieira : «Para gloria sua e igual bem
de nossas almas, fiz eleição d'este assumpto (VI, 6). »
A mulher leviana prefere as cores claras e vistosas ás
escuras e modestas; quando quer fazer u m vestido vaia
casa da modista, vê os differentes estofos, examina sua
qualidade, consulta o gosto e a moda, c esta é a verda-
deira operação de escolher;fixaa sua escolha e m tal ou
tal estolô que mais lhe convêm, agrada ou lhe parece
melhor, eis a acção de eleger, ou lazer eleição. Vieira,
tendo dito que o melhor meio de desarmar a fortuna era
collocar-se no ultimo lugar, ajuntou : « Só quem soube
fazer esla eleição desarmou a fortuna (V, 214). »
«Votaremos com Indo que, por uso, eleger só se ap-
plica ás pessoas, exprimindo a idéa de dar a preferencia
a u m a ou algumas entre muitas; sujeitemo-nos pois a
este arbitro, conservemos á expressão fazer eleição a boa
applicação que lhe deo Vieira, e deixemos ao verbo esco-
lher aquella que verdadeiramente lhe pertence, e acima
fica indicada.
743. — PremA», galardão.
Premio é palavra latina,prawium., e significa em ge-
ral paga, recompensa de serviços, ou merecimentos reaes
ou suppostos. Vieira disse : « C o m ingratidões pagáo
quasi sempre os reis da terra os serviços, que são maio-
res que lodo premio.» Galardão é pnlavra da lingua ro-
mana, gueridon ou guerdon, e da italiana, guiderãone,
justa
salário;
d'ondeouainjustamente
£ardão,aqual
ecastelhana
depois
significava
significou
galarãmi,
destribuida,
primitivamente
paga
quede
de
nós
que
acção *oupaga,
pronunciámos
estipendio,
temos
boa,
duasauto-
mga-
â,
496 PKE
ridades. El Rei D. Duarte, o qual fallando dos máos, diz:
« E certamente as mais das vezes os vejo receber na vida
presente seus galardões ( Leal Cons. pag. 55). » E Ca-
mões, fallando de Pacheco, diz :
Aqui tens companheiro assi nos feitos
C o m o no galardão injusto e duro.
(Lus., X, 23.:

Não vemos pois que a palavra galardão exprima unia


idéa mais nobre quepremio, nem que este supponha sem-
pre alguma obrigação de o distribuir na pessoa que o
dislribue; e nisto nos conformámos com Camões que
usou a palavra premio n u m sentido geral e vago, e tal-
vez com o m e s m o valor que o autor dos synonymos quer
attribuir a galardão, pois disse :
Vereis amor da pátria, nSo movido
De premio vil ; mas alio, e quasi eterno :
Que não é premio vil ser conhecido
Por u m pregão do ninho meu paterno.
(Lus., I,io.)
Temos para nós que premio é palavra mais culla que
galardão; que esta rcpresenia a paga de acção boa ou
m á distribuída com justiça ou sem ella, e que aquella
indica particularmente recompensa de serviços ou mere-
cimentos, e que nisto consiste sua differença.
744. — PrcisBie , gravida, pejada.
Todas estas palavras exprimem a mesma idéa, mas cada
unia com diflerenle relação. Prenhe refere-se ao estado
da fêmea que traz a criança no ventre. Gravida exprime
o peso que a fêmea sente durante a prenhez. Pejada in-
dica o embaraço, incommodo ou estorvo que experimenta
cm quanto anda prenhe.
Prenhe diz-se das mulheres e das fêmeas dos animaes,
pelo que é termo baixo e indecente, e só se usa o de gra-
vida ou pejada fallando das mulheres. C o m tudo no sen-
tidofiguradochama-se prenhe ao que é cheio, carregado,
ao que coutem uma cousa que não se descobre; e assim
PRÉ M7
se diz t nuvem prenhe de raios; ferra prenhe de metaes;
palavras prenhes de mysterios, ele. •
74o.—Preoccnpaçâo , prevenção.
Estes dous lermos exprimem uma disposição interior
opposla ao conhecimento da consciência, e que impede o
animo de adquerir os conhecimentos necessários para
julgar rectamente das cousas, com a differença que a
preoceupação reside particularmente no entemlimenlo,
c o faz cego; e a prevenção lem seu principal assento na
vontade, e a faz injusta.
A preoceupação é o eslado do animo de tal modo cheio
e possiiido de certas idéas, que não pôde ouvir nem con-
ceber outras contrarias. A prevenção c uma disposição
anticipada da alma que a faz inclinar a julgar mais ou
menos favorável ou desfavoravelmente d'iun objecto.
kpreoceupação Ura a liberdade do animo; absorbe-o.
A prevenção tira a imparcialidade do juizo; induz em
erro.—A preoceupação nasce de alguma impressão viva
e profunda que enche de seu objecto a capacidade do
animo, e capliva o pensamento. k prevenção nasce de
certas relações ou informações que nos dérão d'um ob-
jeclo, as quaes interessando-nos a seu respeito, não per-
mittem á nossa alma o conservar seu equilíbrio e sua
indifierença.
Aspreoceupações não são boas para,cousa nenhuma:
devem-sc combater como inimigas da verdade. Ha pre-
venções justas e razoáveis : é^mister examinál-as, porque
podem prevenir-nos contra o engano.
74G. — PrerogatiAH, privilegio.
A prerogativa corresponde aos homens e ás preferen-
cias pessoaes; provêm principalmente da subordinação
das relações que as pessoas lêem entre si. O privilegio
pertence ou se refere a alguma vantajem de interesse ou
de
gosO emprego;
estatutos
dão
nascimento provêm
dá as da
os<<aprivilégios.
sociedade. concessão doOssoberano
prerogativas. cargos eou dos
empre-
4!» 8 PRE
7 4 7 . — F i c s e n í a r , olTerecer.
Presentar não exprime mais que a idéa simples e
Única de expor á vista de alguém, ou antes approximar
d'elle u m a cousa para que a tome, para que a admitia,
para que a acolha, ou também para que a considere; po-
rem sem nenhuma outra circumstancia signalada, sem
nenhuma outra relação. Offerecer exprime a acção de
propor ou de instar para que alguém acceile, tome, ad-
mitia alguma cousa, porém particularmente cousas agra-
dáveis, uteis, interessantes, e com interesse, com cliica-
cia, com vontade sobre tudo, de que se acceile o que se
offerece. — O dono da casa presenla a u m amigo um copo
dagua ou de vinho quando este o pede; e offerece-lho
quando o convida a que o beba.
748. —Pretender, aspirar, sollieitac.
Designão eslas Irez palavras os esforços que se fazem
pata alcançar uma cousa, para oblêl-.t. Porém aspirar
designa o vivo desejo d'uma cousa que depende dos ho-
mens ou da sorte, pretender suppõe uma justiça que se
deve fazer ao pretendente, u m premio que se deve adju-
dicar a seu mérito real ou supposlo, ou uma graça de que
se julga digno. — O que aspira a alguma cousa, em-
prega para chegar a ella astúcia e artificio, e por vezes a
força e todos es meios que a inconlenlavol ambição
suggere. O quepretende expõe abertamente seus direitos
verdadeiros ou chim' rico», e esforça-se para os fazer
valer. — O que aspira e não logra o fim de seus desejos,
fica abatido, humilhado^ afflicto; o que pretenáe e não
. obtém o que sollicitava,ficadesconlente, e diz que lhe
fizerão injustiça, ou não allendêrão seu mérito.
Sollicitur representa particularmente as diligencias
que fazemos, os meios de (pie nos servimos, e os passos
que damos para conseguir o que pretendemos. — U m
despacho
confira
cavalheiro
rasa e família,
u mnade
emprego,
secretaria
província
encarrega
ele.
oupretenáe
no
a;utribunal
mnãoamigo
podendo
na competente.
corte
que abandonar
sollicite
que seNesic
lhe
sua
seu
e:so, nem o cavalheiro sollicita ainda que pretenot,
nem o amigo i>rctende ainda que sollicita.
749. — Pretexto, escusa.
Escusa é a razão válida, com que justificámos um
facto. Pretexto éa razão apparente, de que nos servimos
para occultar a verdadeira.
Ilusca-se u m pretexto, para que sirva de escusa. —
Fulano deo por escusa oeslar oocnpado, porém soube-se
depois que tal occupação foi somente u m pretexto.
Chama-se impropriamente escusa á falsa razão ou
motivo com que procurámosriesiulpar-nos, ou eximir-
nos de alguma cousa; porém esta na realidade não pôde
chamar-se escusa, porque é claro que não pôde verda-
deiramente sêl-o aquillo que se quer fazer passar lalsa-
menle por tal. A palavra escusa a explica sempre debaixo
da accepção de verdadeira, e por isso produzimos nossa
razão como escusa ou desculpa, suppoudo que, recebendo-
a nesta qualidade, se olha como legitima ; porém a pala-
vra pretexto representa por si mesma uma razão pura-
mente apparente, c assim ninguém a produz em qualidade
de escusa. — Confesso que errei, porém sirva-me de
escusa minha pouca experiência. «Sirva-me de pretexto»
seria confessar que, não tendo escusa legitima que alie—
gar, exponho u m a razão puramente apparente, que não
pôde passar legitimamente por escusa. — I s l o não tem
escusa ou desculpa, islo é, não ha razão válida que o
justifique. m
750.—prljsuiçnso. oeloso; ócio,
oelosidafle.
Priguiçoso é o homem dominado pela priguiça; ocioso
é o h o m e m e m ócio, ou entregue á ociosidade. Assim
que, o primeiro indica sempre u m vicio ou defeito, e re-
presenta o h o m e m (ardo, lento, vagaroso em mover-se, e m
obrar,
geiro,
uchama
m a necessulade
aócio,
ele.;
inacção
o
e que
segundo
actual,
para
estárepouso
mui
pôde
a cessação
longe
do
indicar
de
corpo
de
serutrabalho,
um
emdo
eslado
vicio, •
espirito;
que
passa-
antes
seeé
500 PRI
pôde designar u m habito vicioso de perder o tempo sem
fazer nada útil, que se chama ociosidade, e que e a uiãi
de lodos os vícios.
Dislingucm-sc facilmente estes dous sentidos pelo
verbo auxiliar de que se acompanha o adjectivo ocioso.
— Ser ocioso, refere-se a ociosidade, e exprime a idéa de
ser dado a este vergonhoso vicio, por lempcramenlo,
por caracter, por habito; é o étre oiseux dos france-
zes. Estar ocioso, refere-se a ócio, e indica que por um
intervallo de tempo se acha u m sujeito sem fazer nada
por algum motivo; é o étre oisif dos francezes.
7,11. — Primeiro, primitivo, primevo.
Entre muitos seres que se suecedem em um certo espaço
de (empo ou de estensãõ, se chama primeiro ao que
eslá ou se acha á frente da suecessão e que a começa.
Chama-se primitivo o que começa uma suecessão origi-
nada d'elle, e não toma origem de oulra cousa. — El liei
D. Aflonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal, c
llão se pôde dizer rei primitivo. Porém Adão é não so-
mente o primeiro h o m e m , senão o h o m e m primitivo;
porque precede a todos e m tempo, e todos os homens que
depois vierão ao mundo trazem d'elle sua origem.
Chamão os grammaticos Ym^uaprimitivai quefallá-
rão os primeiros homens, não só porque foi a primeira
que se fallou, senão porque d'elia se formarão lodos os
idiomas e dialectos que têem chegado até nós, os quaes
não são mais que diversa^ reproducções da lingua pri-
mitva debaixo de differentes formas.
Primevo é palavra latina, primavus, e diz precisa-
mente o queé daprimeb-a idade, ou das primeiras idades.
As l>!i's por que se rege u m povo nos primeiros tempos
de sua existência são primevas; primevos são os homens
que viverão nas primeiras idades do mundo.
ÍÍ2. enxovia,
— Prisão,
O maisgenerieo cárcere,
ergástulo.
d'cstes cadeia,
vocábulosninssnorra,
écalabouço,
prisão, que signi-
pui 501
fica Ioda a casa ou lugar em que se prende, encarcera um
h o m e m ; os demais são espécies.
Cadeia vem do castelhano cadena, que é o vocábulo
lalino catcna, mudado o t em d, e significa a prisão ou
casa de prisão d'uma villa, cidade ou concelho, e anda
como annexa á casa da camará d u m povo, como se colhe
de Vieira, que disse : « Unicamente ficarão inteiras e
som lesão eslas trez pados ou peças d'aquelle povo;
a cadeia publica, a casa da Misericórdia, ele. (II, 405). •
Calabouço é palavra castelhana, calabozo, e significa
propriamente lugar ou casa forte onde se relèm os presos,
e lambem se usa para designar uma prisão funda e
escura, quasi como masmorra.
Enxovia é a pai te da cadeia ou do cárcere que fica
renlc coma rua, ou abaixo de seu uivei, escura, húmida,
insalubre, onde se meltcm os presos mais facinorosos e
Uespresiveis.
Cárcere é palavra latina, carcer, e significa a prisão
ou cadeia publica onde se mel tem os rios, os criminosos;
porém diz-se particularmente das prisões dos conventos,
da inquisição, etc.
«Masmorra é palavra africana que entre Mouros signi-
fica furna subterrânea onde elles guardão seus pães, ar-
rozes, etc, e onde recolhião os capt^vos, e d'ahi veio
usar-se enire nós para designar uma prisão escura, sub-
terrânea e medonha.
Masmorra não se usa senão em senlido Iranslalo, como
para encarecera idéa de cárcere fazendo gradação, como
disse Vieira : «Wandou-a mellfrY, ou sepultarem um cár-
cere subterrâneo, escuro e medonho....; porque descer
a essa masmorra, etc. (VIII, 30'^» — «Ha neste cárcere
infernal, ha nesta masmorra escuríssima algum h o m e m
que fosse Christão? \1V, 18). •
Ergástulo é palavra latina, ergastulum, menos usada
7a5.
Soffrer
tinha, — Privação
que as eprecedentes,
se
.prícaeão
perdeo oud'uma
e foi , falta
significa
tirado.
cousao Ter
écárcere
não , rigoroso.
falta
ler écarência.
> que
aquillo
não ter umase
502 PRO
i ousa de que se ha misler ou de que se necessita. Ter ca-
rencia indica somente que não se tem a cousa sem
r.enhuma outra relação, ou que já se teve o não se tem,
e vale o mesmo que carecer. Veja-se o n° 404, p. 288. '
734. — Proceder, provir.
Um e outro verbo explicão a causa d'uma cousa, porém
o primeiro determina rigorosamente a causa eflicienle
M I directa; o segundo determina a cansa motora ou im-
pulsiva. — O m á o cheiro do tanque procede das matérias
corrompidas que ha nelle; e provém do descuido do
hortelão, que não o limpa e renova suas aguas.
D'aqui vem que, sem nos separarmos da idéa própria
e rigorosa do verbo, dizemos que ofilhoprocede do
pai, e não que provêm.
755. — Procclla, borrasca, tormenta,
tempestade.
Procella é a tormenta furiosa do mar, em estylo poé-
tico, como disse Camões :
N5o erão os traqncles hem tomados,
Quando dá a grande e súbita procella.
(Lus.. V I , 71.)
Só se diz procelloso o mar quando está mui agitado
Borrasca é a tormenta repentina de mar ou de terra;
diz-se mar borrascoso, e^jnverno borrascoso.
Tormenta é a grande perturbação do mar, com in-
quielação de vento, que inspira terror; chamou-se cabo
tormentoso ou tormentório aodaBoa-Esperança porque
erão ali mui frequentes as tormentas.
Tempestade tom só relação com a alteração do estado
natural da atmosphera, e significa temporal de vento,
que no mar degenera quasi sempre em tormenta. Os
ventos do mar, no inverno, são ordinariamenle tempes-
tuosos; um furacão é-o sempre.
vêmDode
vento violento
grossas se formanuvens
e medonhas a tempestade ,- se esla
que, despedem pro-
relam-
PRO 503
pagos e raios, e dcspejão grandes chuvas, c tormenta,
mormente no m a r ; se rebenta de repente, e não dura
muito, é borrasca; no mar chamão-lhe os poetas pro-
cella, imitando a Horácio que disse : «Vexant mareinae-
quales procellw (Od. 11, 6, 3).»
7Í>(». — Prodígio, milagre, maravilha.
Estas trez palavras indicão um cousa de ordem supe-
rior e. extraordinária ; porém o prodígio é u m phenomeno
grandioso que sai do curso ordinário das cousas; o mi-
lagre é u m estranho acontecimento que sucoode contra
a ordem natural das cousas e as leis conhecidas do uni-
verso; a maravilha é uma obra admirável, que eclipsa
por assim dizer todo u m género de cousas, ou u m suc-
cesso não vulgar que excita nossa admiração.
O prodígio excede as idéas communs; o milagre, Ioda
a nossa intelligencia; a maravilha, a expectação e nossa
imaginação. Assim que, uma causa oceulta faz os prodí-
gios ; uma industria rara, as maravilhas,- só uma po-
tencia extraordinária e superior ás leis da natureza faz
os milagres. «Os milagres, diz Vieira, são os sellos
pendentes das provisões de Deos ; porque só Deos, e (piem
tem o poder de Deos, pôde obrar sobre as forças da na-
tureza (VII, 261).»
Os magioos de Pharaó fizerão prodígios; Moisés fez
milagres; S. Paulo foz maravilhas, que á primeira vista
parecem incríveis.
A' medida que a natureza nos ha revelado suas leis, os
phenomenos admiráveis, como sãóas apparições de no-
vos corpos celestes, tis eclipses, as auroras boreaes, os
fogos eléctricos, deixarão de ser prodígios ,• o o céó per-
dendo seus signaes propheticos. nem por isso deixou de
manifestar a gloria de seu autor. A' medida que as artes
têem ido subindo á mais alta perfeição, as primeiras
maravilhas
medida
mando,
como diz qno
forão
Vieira
anão
religião
Sendo
:
forão
«Deos
twais
mais
Chrislã
regularmente
raros
quese invenções
foi
os estabelecendt
mitagres,
nãocommuns.
faz milagres
porqu*,
e fir-
A'
504 PRO
sem necessidade : quando fallão as forças humanas cnlão
supprem as divinas (Hl, 412).»
7o5. — Pródigo , dissipador.
O pródigo é um gastador, ou manirroto, que despende
o dinheiro sem escolha nem discernimento, largo em dar
e liberal com excesso; é o opposlo de poupado. Dissipa-
dor é o que deslróe e malgasla sua fazenda, «lespciule
seu dinheiro sem utilidade, estraga e desperdiça o que lem
e herdou do. seus pais, sem que luzão suas despezas; é o
opposlo de económico.
Pródigo diz-se alguma vez em b o m sentido, v. g.pro-
digo de louvores, de serviços, de seu sangue, de sua
vida, ele. Dissipador sempre se toma em máo senlido.
Compara-se o dissipador a u m cesto rolo, ou ao tonel
das Danaides.
758. — Proeza, façanha.
As proezas fazem-nas os homens de valor e entendi-
dos, porém com meditação e sabendo o que vão fazer. As
façanhas commeltera-nas e execulão-nas os homens ou-
sados e atrevidos.— Albuquerque e João de Castro fize-
rão proezas,- seus soldados, façanhas. — Faz proezas o
grande capitão; o pastor que .se defende conlra um lobo
c o mala, faz uma façanha.
Nas façanhas considera-se particularmente o esforço c
arrojo do* feito, ou o eííeito vantajoso d'um successo.
As proezas pertencem ahles ao entendimento c animo
egrégio que ás forças physicas.
7J>9. — Professor, lente, catliedratlco.
Todos estes ensinão em publico uma sciencia ou facul-
dade, mas em cada u m d'clles concorrem circumstancias
particulares que os distinguem enlre si.
Professor é o que prolessa , ensina em publico uma
sciencia ou faculdade, expondo suas doutrinas como pró-
prias, e quasi sempre ostentando seu saber oralmenle
PRO 503
como orador. Lente ou leitor c o que, segundo o m c -
thodo escolaslico, lia ou explicava as doutrinas appro-
vadas pela escola ou universidade, contidas n u m compen-
dio, do qual se não affastava. Cathedratico é o proprie-
tário d'uma cadeira de universidade e m que ensina a
faculdade de que eslá encarregado.
O professor pôde não ser cathedralico, pois ha muitos
homens sábios e instruídos que, sem pertencerem ao corpo
universitário, professão em academias, alheneos, reuniões
liderarias, etc. — O lente ou leitor pôde pertencer ou a
uma universidade, ou corporação religiosa, mas é sempre
condecorado com o Ululo de mestre.—O cathedratico
pertence sempre a u m a universidade; se ensina á antiga
tem lambem o nome de lente; se professa á moderna
pertence-Ihe o nome de professor.
Modelo do género de professar são as prelecções de
Mr. Guizol, e de Mr. Villemain nas aulas da Sorbona, e m
Pariz.
760 — Prohlbir, vedar, defender.
Prohibir é impedir o uso ou execução d'uma cousa,
impondo para isto estatuto, ou preceito, munido de sanc-
ção expressa ou tacita, teclar e defender têem significa-
ção mais ampla c genérica. — Feda-se o sangue, a
agua, ele, c não se prohibe. Defende-se o somno, a es-
perança, etc., e não se prohibe. — S ã o mui ififferentes estes
dous verbos na sua significação primaria, mas encon-
Irão-se na secundaria, e confundem-se em quanto ao ef-
feilo. P o m o vedado é o incarno que vomo prohibido;
armas defesas diz o mesmo que armasprohibidas.
761. — Propicio, favorável.
Propicio é o que está disposto a favorecer. Favorável é
o que de facto favorece. — U m réo tem propicio ao juiz
que o olha com indulgência, e deseja que haja algum
meio de salvál-o; e lem-o favorável, quando este dá u m
voto
eendencias
bom aêxito
seu favor,
de
quesuapodem
oucausa.
usadirectamente
de lodos os contribuir
meios ou condes-
»para o
506 PI!C
C o m o o primeiro d'estes adjectivos sò representa um
acto da vontade, não se pôde applicar com propriedade
ao que não a lem; porém o segundo se applica geralmente
a tudo que favorece, com vontade ou sem ella. — Deos,
u m ministro eslá propicio. O vento, a occasião é favorável.
762. — Proprietário, dono , senhor.
Proprietário faz relação a propriedade, e contrasta
com usufruetuario, rendeiro, inquilino. Dono exprime
particularmente a idéa de elevação e superioridade, e
tem significação mais extensa, pois dono da casa nem
sempre é o proprietário do edifício material, mas indica
sempre o pai ou chefe de familía, que é o primeiro e go-
verna e m sua casa. Diz-se proverbialmente que «onde não
ha dono não ha dó;» mas não se dirá no m e s m o sentido
não ha proprietário.
Senhor junta à idéa de elevação a de dominação, auto-
ridade e poder; contrasta com servo, ou escravo, e tem
significação ainda mais extensa que dono, pois u m rei é
senhor do reino, de domínios, etc, u m morgado ésenhor
de terras, etc.; os príncipes forão noutro tempo senhores
da vida e da morte de seus servos ou vassallos; cada u m
de nós é senhor da sua vontade.
763. — Prudência, discrição,
clrcumspecção.
Prudência é a primeiílt das virtudes cardiaes; é a
grande arle de viver, como diz Cicero : compõe-se de
sciencia e experiência, "irige para bem todas nossas ac-
ções, ensina ao h o m e m a ser cuidadoso do que a fortuna
pôde fazer ou desfazer, poiso//rwde,tie « nunca lhe acon-
tecerá que diga: Não cuidei; que é a primeira máxima
da prudência, • como dizia Vieira (VIII, 2).
A discrição e a circumspecção são partes da prudên-
cia.
posto;
que Aquella
das nos
acções,
esla consiste
importa
consiste
por para
cujo na rectidão
e mconseguir
meio
examinar do juizo
alcançámos paraoofim
acertadamente
Iodas asconhecer governo
circumstancias.
aquillo
pro-
PUB 507
em considerar as cousas por todos os lados, e escolher os
meios mais seguros e opporlunos para executar o que a
discrição approva e aprudencia aconselha.
764. — Pulillcar, divulgar, promulgar.
A idéa commum que faz synonymos -estes verbos é a de
descubrir, fazer notório o que era occulto ou se não
sabia; porém publicar explica a idéa absolutamente,
sem modificação alguma, isto é, fazer publico o que não
o era, fazêl-o saber aos que o ignoravão. Divulgar sup-
põe que o segredo ou cousa ignorada se foi dizendo a
varias pessoas, ou em varias partes, com alguma deter-
minada inlenção, ou que lalvez se espalhou pelo vulgo
contra vontade do que o tinha confiado com reserva.
Promulgar suppõe autoridade que^wôíica soleranemente
alguma cousa que até ali se não conhecia, e que desde
então se dá ao publico.
Promulgão-se leis, decretos do legislador, para que a
nação a quem dizem respeito conheça seus novos deve-
res, os quaes só datão da promulgação. Publica-st u m
segredo, uma noticia, etc.; u m h o m e m honrado publica
com satisfação os benefícios que recebe de seus amigos.
U m h o m e m ruim procura divulgar com astúcia os de-
feitos de seus inimigos.
Publicar recai sempre sobre uma cousa que realmente
existe. Divulgar pôde recair, sobre uma cousa falsa, que
se inventa com algum fim. — U m caloteiro, que vive com
ostentação, divulga que é ric#, e leme que se publique
que é pobre.
765. — Publico Jtommum.
Púbico é o que pertence a todo o povo considerado
collecttvamente. Commum é o que pertence ou se estende
distributivamente ao povo, ou a muitos. — As rendas
d'uma nação, os cofres em que ellas se guardão, os m a -
gistrados
tencem
cidadãosaolêem
que
corpo
as
emcollectivo
administrai)
serem bemda nação.
governados
são públicos,
Os interesses
são porque
communs,
queper-
os
508 PUB
porque cada individuo, cada família participa d'esta van-
tagem.
Pôde acontecer concorrerem as duas qualidades numa
mesma cousa, v. g. as terras baldias d'um concelho são
publicas e communs, mas com differenle relação : publi-
cas, porque não pertencem a ninguém em particular se-
não ao povo d'aquelle lugar ; e communs, porque todos e
cada u m dos habitantes parlicipão da utilidade que d'ellas
pôde resultar, tal é o pastio dos gados, etc.
Publico contrssla com privado; commum, com parti-
cular.— O magistrado, quando se adianta em ajraos,
deixa a vida publica e enlra na privada. Os mosteiros
possuião muitos bens em commum, porem os monges
nada possuião e m particular.
766.—Publico, notório.
A verdadeira differença d'estas palavras consiste em
que publico é o que corre na voz de todos, o que todos
dizem, o que de todos é sabido; e notório o que é geral-
mente sabido, ou conhecido como certo e indubitável. O
que é publico, apesar de ser dito e crido por muitas pes-
soas, pôde ser falso; o que é notório é sempre certo, por-
que só chega a sêl-o pelas provas que se adquirem com
estefim.Tudo que é notório é publico, porém nem ludo
que épublico è notório ; pelo que se diz «publico e no-
tório » e não «notório épublico.»
767. —Punjir, castigar.
Concorda o verbo punir com castigar na idéa principal
de executar algum castigo contra o delinquente; porém
punir suppõe delicto contra lei ou preceito, e uma auto-
ridade que i m p õ e ^ m a em virtude da mesma lei; e casti-
gar referese principalmente ao castigo corporal que se
dá a uma pessoa ou animal para o corrogir de algum de-
feito ou máo coslnme. — Punem-se os crimes, os delic-
los,os malefícios dos homens. A mãi castiga o menino.
Castiga-se
• Quem bem oama,cavallo
bem com o açoute,
castiga, comprovérbio
• diz um a espora. —
fran-
QUI 509
cez; e com razão, porque no castigar dcscobre-se a in-
tenção de melhorar, aperfeiçoar o que se castiga, c e m
punir só se inculca a vindicta da lei.
768. — Qualidades, propriedades,
accidentes.
Termos didaclivos que vulgarmente se confundem, po-
rém que em linguagem philosophica muito bem se diffe-
renção.
Qualidades são os altributos que convêm, se adaptão
a u m ente; quando estas qualidades procedem de sua
essência chamão-se propriedades, ou qualidades essen-
ciaes; quando não procedem de sua essência, e sem ellas
pôde o cnle subsistir, chamão-se accidentes, ou quali-
dades accidentaes.—O ser racionavel é uma propriedade
ou qualidade essencial do h o m e m ; o ser branco ou
preto, alto ou baixo, sábio ou ignorante, é u m accidente
ou qualidade accidental da espécie humana.
769. — Queda, cadencia.
Ambas estas palavras vem do verbo latino cado, e ex-
primem a idéa de cair, e m sentido figurado; porém queda
significa geito, propensão para alguma cousa, e cadencia
é a inflexão numerosa e suave das palavras, ou do verso
sonoro. Diz-se que u m h o m e m tem queda para poela; c
louva se a cadencia de seus versos, • A queda é para as
cousas, diz Vieira, porque hãç^ de vir bem trazidas, e e m
seu lugar; hão de ter queda : a cadencia é para as pala-
vras, porque não hão de ser escabrosas, nem dissonantes;
hão de ter cadencia (I, 39). »
770. —• Quletaçuo, tranqulllldade , paz,
serenidade.
Em sentido recto, quietação oppõe-sc a movimento
physico, é a acção de aquietar ou estar quieto,- no figu-
rado,
pouso.confunde-se com ctranquillidade,
Tranquillidade descanço
a izenção de toda ou re-
a perturba-
510 BAIl
ção, de toda a agitação de corpo, ou de espirito. Paz é a
tranquillidade publica a respeito de inimigos que podem
pertnrbar-nos ou inquictar-nos, e em senlido translato a
tranquillidade de animo ou de espirito, que não se al-
tera nem perturba, e que nada o inquieta. Serenidadeé a
tranquillidade que reluz no semblante, revela o desas-
sombramento do animo, e pertence em propriedade à for-
mosura, como disse Camões:
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra u m paraiso ;
Entre rubins, e perlas, doce riso,
Debaixo de ouro, e neve, côr de rosa,
(Sonel. L X X V I M . J
Veja-se Repouso.
771. — Kadíoso, radiante.
A effusão abundante da luz produz um corpo radioso ;
a emissão de muitos raios de luz, u m corpo radiante.
Distinguem-se os raios d'um corpo radiante; no corpo
radioso eslão todos confundidos. O sol é radioso ao meio-
dia; ao pôr-se não é mais que radiante. É radioso num
céo puro; a travez de nuvens transparentes, só é radiante
á nossa vista.
Fallando com propriedade, os raios emanão do corpo
radioso, e rodeião u m corpo radiante. A palavra radioso
signala a propriedade, a natureza da cousa; e a palavra
radiante, uma circumslancia da cousa. Ura corpo lumi-
noso é por si mesmo mais mi menos radioso; quando es-
parge sua luz é mais ou menos radiante.
772.—Raro, exti ^ordinário, singular,
curioso.
Quando queremos encarecer ou exagerar alguma
cousa, usamos indifferentemente d'estas vozes; porém,
ainda que as mais das vezes se appliquem figuradamente,
não se deve perder de vista a peculiar extensão e energia
de cada uma d'ellas.
poucas
Raro vezes,
é o que
o que
não se
é cacha
o m mcom
u m , difficuldade.
o que se vê ouExtraor-
succede
REB 511
dinario é o que é fora da ordem c o m m u m , fora da m e -
dida ordinária, o (pie é notavelmente maior ou menor
que as cousas do mesmo género. Singular é o que é
único, o que não tem igual ou similhante. Curioso é o
que merece sor visto e observado, o que excita a curio-
sidade, isto é, o desejo que naturalmente temos de ver, de
saber, de examinar.
775.—Realidade, verdade; na realidade,
na verdade.
A realidade differença-se da verdade cm que, por rea-
lidade se entende tudo o que exisle relativamente a nôs;
limita-se unicamente ao mundo, ás cousas mundanas; po-
rém a verdade pertence ás idéas reaes e ás idéas factícias;
tem por objecto não somente o m u n d o que existe, senão
lambem tmio o que pôde existir; combina as abstracções,
as possibilidades, os infinitos.
Pela mesma razão differem enlre si as expressões na
verdade, e na realidade. Na verdade refere-se ao que
pensámos do objeclo, segundo idéas claras e exactas; na
realidade refere-se ao que o objecto é em si mesmo se-
gundo a sua natureza. A primeira diz respeito ao mundo
intellectual; a segunda, ao mundo real.
774. — Realizar, verificar.
Bealizar é fazer effediva e real uma cousa, dar rea-
lidade ao que d'antes a não tinha. Verificar é mostrar
que a cousa é verdadeira, exagiinando-a e m si e em suas
relações.—Tudo que pertence ao futuro, ou exisle em
projecto, quando chega a ter existência, realiza-se. Tudo
o que se conta, se allega, se anímneia como existindo ou
lendo existido, e se acha ser verdadeiro, verifica-se.
Diz-se que u m a prophecia se realiza com referencia a
ser predicta tempo antes, e que se verifica por se haver
cumprido como o propheta o havia predito.
77o. — indica
Bebellião RebelSiâo,
lução exprime a rebcllião e arevolução.
a desobediência
perfídia. rebeldeslevanta-
e a Osublevação; revo-
M2 REC
se contra a autoridade, que o governa; o revolucionário
revolta-se alé contra a sociedade a que está intimamente
unido. A rebellião tem u m moiivo apparente; «pie c a vio-
lência exercida pela autoridade contra os cidadãos; não
ha motivo apparente na revolução. O rebelde quer sub-
trahir-seao poder; o revolucionário quer aniquilál-o. A
rebellião faz resistência; a revolução leva a effeilo seus in-
tentos. Aquella sacode o jugo; esta rompe-o, despedaça-o
776. — Receber, acceitar.
Recebemos o que nos dão, nos envião, cu vtm a nós;
aceitámos o que nos offerecem, ou nos propõem.
Becebem-se graças; acceitão-se serviços, obséquios.
Recebemos de boín ou m á o grado; acceitdmos com
agrado e boa sombra.
Receber exclue simplesmente a negativa ou acto de
recusar. Acceitar parece indicar u m consentimento ou
uma approvação mais expressa. — D e v e o homem mos-
trar-se agradecido aos benefícios que recebeo. Não se
deve desprezar nunca o que se acceitou.
777. — Receber, tomar.
Receber é a acção formal com que acceilâmos, ou ha-
vemos o que se nos dá. Tomar é a acção material com
que nos apoderámos d'uma cousa.—Becebesc do amigo
o presente ou m i m o que nos manda, e toma-se material-
mente da m ã o do criado que o traz.
T a m b é m ha outra differejiça entre esles dous verbos,
e vem a ser, que para tomar basta a vontade e acção do
que toma; porém para receber não basta a vontade e
acção do que recebe, parque necessita-se também que
concorra a vontade e acção do que dá. — « Não posso re-
ceber o que não m e dão, porém posso tomál-o; » assim
que, o que furta toma, e não recebe.
778. —Reconhecimento, gratidão.
Indicão ambas estas palavras a memoria do beneficio
recebido;
não se esquece,
porémereconhecimento
se confessa; e gratidão
só dá aexprime
conhecer
o sen-
que
REF 513
limento habitual que nos inclina a dar graças pelo bem
que se nos fez. U m a alma sensível não se contenta com ser
reconhecida, quer ser grata; o reconhecimento só lhe
desperta a idéa de beneficio, a gratidão aviva-lhe a lem-
brança do bemfeilor.— O reconhecimento paga beneficio
com beneficio; a gratidão conserva a doce lembrança
d u m a boa acção com u m vivo sentimento de carinho
para com a pessoa que lhe fez bem.
779. —Recusar, refusar.
Recusar é verbo lalino e castelhano, refusar é o fran-
cez refuser, eo castelhano rehusar, e lalvez corresponda
ao lalino abnuo; e se houvéramos de traduzir aquella
expressão de Cicero, na oração a favor de Milão : « A^on
recuso, non abnuo;» não poderíamos melhor fazêl-o que
dizendo : • Não recuso, não refuso.» — Recusar exprime
a idéa de não querer admittir ou acceitar alguma cousa,
e talvez com desdém, edando-Ihe de rosto; refusar in-
dica que nos esquivámos, que nos não preslâmos ao que
se nos offerece, ao que se nos quer impor ou de nós se
exige. O primeiro é peremptório; o segundo exprime re-
pugnapcia. i.ecwsa-se o cargo, o beneficio, o titulo, o
dinheiro; refusa-se a batalha, a luta, o doello, o desafio;
e neste senlido disse Camões com muita propriedade:
C o m o da gente illustre portugueza
H a de haver quem refuse o pátrio marte?
(Lus., I V , IS.)
a
Isto é, ha de haver quem se refuse, senão preste, se
negue a pelejai' pela defensa da^nalria ?
780. — Refugio, asylo.
Refugio é uma acolheita, um recurso conlra a afflic-
ção, o perigo, u m mal presente. O asylo é uma protec-
ção, uma defensa conlra a força e a perseguição.—O hos-
pital é u m refugio para os pobres; a igreja é u m asylo
para / Busca a não u m refugio em qual-
quer os criminosos.
porto, quando — vem acossada da tormenta; busca
614 REI
n u m porto amigo ou nenlro u m asylo, fugindo de forças
superiores que a perseguem.
781. —Regresso, remigração.
Ambas estas palavras exprimem a idéa de voltar uma
pessoa ao lugar ou ponto d'onde saíra, com a differença
que regresso a exprime sem relação a nenhuma outra
circumstancia, e remigração é o regresso depois de emi-
gração, degredo, ou expatriação. — Q u e m sai de sua pá-
tria para viajar,ou por negócios, regressa a ella depois
de algum tempo. Demosthenes, desterrado e m Calauria,
e Vieira e m R o m a , suspirarão por sua remigração ;í
palria.
782. — Rei, monarcha, príncipe,
potentado, imperador.
Rei vem da palavra latina rex, e segundo sua etymo-
logia (a regendo) é o que rege, dirige c guia, mandando;
e seu cargo é de dirigir, reger e conduzir os povos que
lhe são confiados; porém commummente designa esta
palavra o soberano que rege e governa só u m reino.
Monarcha é palavra grega pováxXr,; de pó*o;, só, e
«tyx»! mandar, governar, e significa o que governa só, ou,
e m linguagem moderna, o rei absoluto e independente
que concentra e m si todos os poderes; pelo que, os reis
de Inglalerra, e de quasi toda a Europa, não são monar-
chás, e somente reis constitucionaes.
Príncipe vem do latim pnnceps, que significa o pri-
meiro, o cabeça, e designa e m geral o soberano d'um es-
tado independente ainda que não lenha o Ululo de rei ou
monarcha; era parlicuUr significa o herdeiro da coroa,
porque entre osfilhosdo rei é o primeiro e destinado a
reinar. T a m b é m se chama príncipe dos poetas, dos ora-
dores, dos philosophos, ao que entre elles é o primeiro
em merecimento, e entre todos mais excellcnte.
Potentado
potentis,
noder
nalguma
absoluto, vemoudo
província
e significa latim
lambem
tomando potentatus
rei poderoso,
príncipe
investidura
comoudoutro
antes grande
príncipe depotens,
domíniosuperior.
absoluto
com
REL 515
Imperador, segundo a força da palavra latina impera-
tor (cx impero), significa chefe mililar, generalíssimo;
mas só se usa na significação restrida de soberano pode-
roso de certos estados que formão confederação, ou d'um
império. Veja-se o art. seguinte.
783. — Reino, império.
Posto que não haja uma verdadeira razão porque se dê
a differentes estados governados por imperadores ou reis
o nome de reino ou de império; todavia, lembrando-nos
d'aquelle dito de Cicero, que o povo romano era o impe-
rador de todas as gentes, imperator omnium gentium
populus romanus (pro Domo, 33), parece-nos que im-
pério faz nascer a idéa d'um vasto estado composto de
muitos povos, ta! é o de Allemanha, o da Rússia, o im-
pério Oitomano; a palavra reino denota u m estado mais
limitado, e faz sentir a unidade da nação de que é formado,
tal é a França, a Hespanha, Portugal, etc. A Inglaterra
é u m pequeno reino na Europa, mas considerada em suas
possessões nas cinco parles do mundo, é u m grande im-
pério, cuja metrópole é a maior do mundo; o império
marilimo da Grão-Bretanha é o maior que jamais
existio.
784. —• Rejeitar, enjeitar.
Rejeitar segundo sua elymologia, derejicere, érepellir
de si, talvez com rudeza, o que se dàou offerece ; enjeitar
é lançar de nós com despeito ou desamor o objecto que
já linliamos, on estava â nossa^lisposição. — Rejeita-se
o cargo que se tem em pouca conta, o conselho que desa-
grada, o favor que humilha. Aslfves enjeitão os ovos ou
os filhos quando nelles se bole ; o pai desamoroso enjeita
o filho que não quer reconhecer. — Rousseau enjeitou
os filhos por motivos que lodo h o m e m cordato re-
jeitará.
785.
Relativo —exprime
quanto ella Relativo,
eonvêm, respectivo.
a referencia
se applica, ou
d'uma
pertence
cousaa au moutra,
a oulra.
cm
516 REM
Respectivo exprime a proporção em que uma cousa de-
terminada lem o valor, a qualidade, ou qualquer proprie-
dade, queé c o m m u m lambem a oulras. — Esla propo-
sição èrelativaao assumpto de que falíamos hontem. Os
pobres costumão ser respectivamente mais felizes que os
poderosos. — Todo h o m e m tem seu respectivo amor pró-
prio, relativo á paixão que o domina.
786. — Religião, piedade, devoção.
Religião éa virtude moral com que adorámos e reve-
renciámos a Deos. Piedade c a virtude que move o
h o m e m a honrar a Deos; ajunta á primeira a idéa de
zelo, e affeíção cordial: é a religião affectiiosa e amá-
vel. Devoção é o fervor e reverencia religiosa com que
fazemos certos exercícios de piedade, que por isso se
lhes dá também o nome de devoções.
Na religião domina a fé; na piedade, a caridade; na
devoção, a esperança; que não são nossas devoções senão
votos a Deos para que nos ouça, por isso que nelle pomos
toda nossa esperança.
787. — Ifeíiiedio, medicamento.
Eslas duas palavras dizem-se de Indo o que se prepara
ou se emprega para curar as enfermidades, porém eom a
seguinte differença.
Chama-se remédio, em geral, a Indo o que contribne
a curar as enfermidades, a conservar a sande, ou que para
esse fim se emprega. Diz-se medicamento Ioda substancia
capaz de produzir no animal vivente mudanças uteis para
a saúde, isto é, a propósito para reslabelecêl-a, ou
evilar seu detrimento, applicando-o já interior, já exte-
riormente.
Remédio é termo mais extensivo que medicamento;
é o género de que este é a espécie, pois medicamento
significa uma preparação pharmaceulica, ou remédio de
botica. O primeiro refere-se á faculdade curativa, á cura;
otem
segundo,
as accepções
a u m dos
figuradas
meios de
de oblêl
remédio.
a. Medicamento
— A natureza
não
1U.P 517
facilita ou suggere os remédios, ha remédios caseiros. A
pharmacia compõe, prepara os medicamentos.
788. — Repouso, descanço.
(Jrcpouso, no sentido physico, significa intermissão de
trabalho ou de fadiga, e ncsle senlidoé synonymo de des-
canço, porém com esta differença, que o descanço suppõe
maior cansaço, maior necessidade de reparar as forças
perdidas, e uma fadiga mais immediata; repouso suppõe
menor cansaço, ou menos immedialo, e talvez uma situa-
ção de pura commodidade, ou que suppõe uma fadiga
mui remota. — Depois de ler corrido, é indispensável o
descanço. Co,m o lempo, paciência e repouso, curão-se
muitos males. — O rico sedentário repousa brandamente
sobre colchões de pennas, em quanto o pobre lavrador
descança, sobre o duro solo, das fadigas do dia c do
calor. Veja-se o art. seguinte.
789. — Repouso, socego.
Significão estas duas palavras, cm sentido moral, quie-
tação, tranquillidade, serenidade de animo, porém com
esta differença. A idéa de repouso exclue absolutamente
toda acção; a palavra socego não a exclue, antes suppõe
muitas vezos a moderação e tranquillidade do animo du-
rante a acção. Assim que, repouso explica somente a
tranquilla situa.ção do animo; e socego extende sua re-
lação á tranquillidade que a estado do animo communica
às acções exteriores. — O h o m e m prudente ,que quer
conservar o repouso de seu espirito, e a tranquillidade
de seu animo, é socegado eitf seu proceder, dirige suas
acções com socego e moderação.
790. — Republico, republicano,
Pem parecidos são estes vocábulos, c parecem ter
igual significação, porém ha entre elles mui notável
diMerençi.
Republico
póde-se
11 seré obom-
h o m republico
e m zeloso esendo
amigovassallo
do bem d'um
Upublico,
rei,
518 HEV
como se vê de Vieira que disso : «Devemos desejar lodos
a união como bons chrisiãos, como bons repúblicos,
e como bons vassallos (V, 331). »
Republicano é o cidadão d u m a republica ou o que é
partidário da republica, islo é, da forma de governo de-
mocrático em que governa o povo e m parte por si, eem
parle por meio de alguns cidadãos escolhidos. — Não se
pôde ser vassallo sendo republicano; mas pôde haver, e
lem havido republicanos que são muito máos repú-
blicos.
79i.—Retroceder, recuar,
retrogradar.
Todos estes verbos exprimem a idéa de voltar ou andar
para traz, porém cada u m d'elles com sua circumslancia
particular. O que retrocede volta para traz no que Unha
andado ou adiantado. O que recua anda para traz sem
voltar o rosto para essa parte. O qnc retrograda volta
para traz, ou retrocede pelos mesmos passos, ou gráos.
—• O que segue seu caminho e nelle encontra u m obstá-
culo que o não deixa ir por diante, retrocede, ou seja pelo
m e s m o caminho ou por oulro. Segundo a etiqueta antiga
do paço, o que entrava a El Rei tornava recuando. Recua
a sege, o carro, a peça de artilharia, ele. Retrogradão
os planetas na ecliptica; retrogradão os estudos, as
bellas artes com as guerras e invasões inimigas; retro-
gradou a sombra no relógio de sol de Achas.
792. — Revelação, inspiração.
Revelação significa em^jeral a mauifesiação de alguma
verdade secreta ou oceulta, e e m phrase Ideológica a
manifestação que Deos faz ao h o m e m de verdades, que se
não podem conhecer pelas forças da razão, ou por meios
puramente naturaes. kinspiração éa illustração ou m o -
vimento sobrenatural com que Deos inclina a vontade do
h o m e m a fazer alguma acção boa. A revelação /Ilustra o
velão-se
mentos,
entendimento;
desejos,
factos,a verdades,
affeclos,
inspiraçãoresoluções.
doutrinas
move e leva
; inspirão-se
a vontade. Re-
senti-
SAB 519
As doutrinas contidas nas sagradas Escrituras são
reueladas, porque Deos manifestou a seus autores factos
e verdades que elles não podião alcançar pelas luzes da
razão. Os sagrados Escritores forão inspirados para
escrevêl-as, isto é, o Espirito Santo os «Ilustrou Interior-
mente, moveo a escrever, e dirigiu sua penna e m tudo
que escreverão para ensino e santificação dos homens.
795. — Rlepicza, opulência.
Riqueza é a superabundância de bens da forlnna e de
cousas preciosas. Opulência é a grande riqueza acompa-
nhada de ostentação, e talvez de poder e influencia.
A riqueza consiste na posse ; a opulência no gozo ap-
paratoso dos bens da fortuna. — O avarento que ente-
soura e não gasta é rico, mas não opulento; o fidalgo,
o lavrador abastado, que não entesoura, e gasta com
ostentação suas rendas, é opulento sem deixar de ser
rico. Pode-se ser rico sem ser opulento , mas não
opulento sem ser rico; por isso se diz rico e opulento, e
não opulento e rico.
794. — Rito, ceremonia.
O rifo ê a reunião de todas as ceremonias d'um culto
religioso, não precisamente postas e m pratica,'senão com-
piladas por escrito para sua execução, e autorizadas pelo
S u m m o Pontífice, ou patriarcha d alguma seita; por isso
se diz o riío romano, o rito grego, etc. As ceremonias
são o modo por que este rito se executa. Rito exprime
mais que ceremonia. O ritual romano, enlre nós, pres-
creve as ceremonias com que-j^ devem celebrar os offi-
cios divinos; a maneira de execulál-os são as cere-
monias.
795. — Sabedoria, sciencia.
Sabedoria corresponde ao vocábulo lalino sapientia,
que vem de sapio; sciencia é palavra latina, vinda de
seio. A primeira tem significação mais extensa e con-
plexa que a segunda. Sabedoria é o conhecimento
i intel-
520 SAC
leclual das cousas divinas e humanas, é a razão perfeita,
como disse Cicero : « Ratio perfecta norninatur ritè
sapientia (de I.eg. I, 7).» Sciencia é a noticia ou conhe-
cimento das cousas humanas. A sabedoria é uma quali-
dade que se considera inherenle ao h o m e m , abrange o
saber e o obrar segundo a recta razão; a sciencia só diz
respeito á parte especulativa, e pôde considerar-se inde-
pendente do h o m e m ; e neste sentiiio a definem os moder-
nos, u m a serie de verdades discursivas, que não alcança
por si só o senso c o m m u m . A geomelria, a malhematica, a
astronomia, ele., são seiencias, mas não se podem chamar
sabedorias.
796. —Sacrificar, immolar.
A idéa commum d'estas palavras é a de consagrar uma
cousa á divindade, porém a primeira é o género e a se-
gunda a espécie.
Sacrificar u m a cousa é desfazer-se d'ella para consa-
grál-a á divindade, dedicar-lh'a de lai modo que seja per-
dida ou transformada. Immolar é consagrar á divindade
por meio d'um sacrifício sangrento;' é degolar u m a vic-
tima sobre o altar. H a differentes classes de sacrifícios ^
a immolação, ou sacrifício cruento, é o maior de lodos
Sacrifica-se todo o género de objectos; não se immolão
senão viclimas, seres animados. O objecto sacrificado é
offerecido á divindade, o objeclo immolado é destruído
em honra da divindade. O sqerificio lem geralmente por
objecto o honrar; a immotação lem por objecto parti-
cular o applacar a ira. ,,,
Figuradamente, e e m semido profano, téem estas palavras
as mesmas difforenças. Sacrificase toda a sorle de cousas
aqneserenuncia voluntariamenteouque seabandonãopor
algum interesse particular,ou e m proveito d'oiitra pessoa;
immolão-se objectos animados ou seres personificados,
que se considerâo como viclimas, e se consagrão ámorte,
ao
vaga
limitada.
analhema,
c mais
— extensa;
Napoleão
á desgraça.
asacrificava
de Aimmolar
idéa de
columnas
mais
sacrificar
forte
inteiras
eémais
mais
de
SAU 521
homens para vencer o inimigo; e muitas vezes immotou
a justiça á vingança, a equidade á ambição.
797. — Salto, pulo.
Salto é o acto de saltar, ou de levantar o corpo com
ligeireza e ímpeto. Pulo é o salto de corpo elaslico, ou
do animal vivo, para o ar, e voltando ao mesmo lugar,
ou próximo d'elle. — Salta o homem do muro, da janella
a baixo; salta o cavallo adestrado por cima da lêa no
campo, salta u m vallado, uma sebe. Pula a bola, a pella,
caindo no chão; pula o dansarino por arte; pula o ho-
m e m de contente. Os tigres prêào de pulo, na altura de
trinta palmos, aos que dormem sobie as arvores para lhes
escaparem.
798. —Satisfação, contentamento.
Satisfação é o sentimento jucundo que experimentá-
mos quando se cumpre nosso desejo ou nosso gosto; se
este sentimento é cabal e durável, se nelle se aquieta a
alma e judiciosamente o approva, esseéo estado de con-
tentamento. A satisfação precede o contentamento, o
qual é sua consequência, ou seu complemento. Veja-se
Alegria, pag. 38.
799. — Saudade, pena.
A palavra saudade, quedos antigos escrevião soidade
ou suydade, de soledade, é tão singular e exprime uma
idéa tão complexa e ura sentimento Ião mimoso que não
tem, rigorosamente fallando* synonymia com nenhuma
outra; ha com tudo entre ella e pena um ponto de con-
tacto que mui discretamente notou u m illustre escritor
portuguez. Pena é a impressão que faz o desgosto em
nosso animo, é uma mortificação que nos penaliza, mas
vagamente, e sem os affeclos complicados que a saudade
produz.
« Aaopalavra
nota saudade,
seu Camões, é por diz o Snr.
ventura Garrett
o mais numa
doce, erudila
expressivo
522 SAU
e delicado termo de nossa lingua. A idéa, ou sentimento
por elle representado, certo que em todos os paizes o
sentem; mas que haja vocábulo especial para o designar,
não o sei de outra nenhuma linguagem se não da portu-
gueza. » Mal sabia o illustre poeta contemporâneo quando
isto escrevia que quatro séculos antes d'elle havia expri-
mido a mesma idéa u m sábio Hei portuguez. Diz o senhor
D. Duarte no Leal Conselheiro (pag. 151): «E porém me
parece este nome de suydade tam próprio, que o latim,
nem oulro linguagem que eu saiba, nom he pêra tal sen-
tido semelhante. » E entrando a definíl-a, diz : «Suydade
propriamente he sentido (sentimento) que o coraçom filha
por se achar partido (apartado, separado) da presença de
alguma pessoa ou pessoas que muito por affeiçom ama,
ou o espera cedo de ser; e esso medes (assim mesmo) dos
tempos e lugares em que por deleitaçam muito folgou;
digo afeiçom e deleilaçom, porque som sentimentos que
ao coraçom pertencem , donde verdadeiramente nace a
suydade, mais que da razom nem do siso.»
D. Francisco Manoel exprimio a mesma idéa dizendo :
« A quem somente nós sabemos o nome, chamando-lhe
saudade.» E não se contentou com isto, senão que deo
a razão por que isto assim é, descrevendo a saudade ncsla
elegante e suave linguagem : « Florece entre os Portu-
guezes a saudade por duas causas, mais cerlas em nós
que em outra gente do mundo; porque d'ambas essas
causas tem seu principio. A m o r e ausência são os pais da
saudade; e como nosso natural é enlre as mais nações
conhecido por amoroso, e nosxas dilatadas viajens occa-
sionão as maiores ausencias^d'ahi vem, que onde se acha
muito amor e ausência larg,t. as saudades sejão mais cer-
tas; e esla foi sem falta a razão por que entre nós habi-
tassem como em seu nalural centro.... He a saudade
trama mimosa paixão da alma, e por isso tão sulil, que
equivocadamente
bem
acerto
maior
tinga;
dôr,que
que
contentamento,
da
porque,
satisfação.
se
o amor
padece;
se
secsem
experimenta,
oHe
desejo
quando
mas
melhoria
humnão
semal
fenece,
acabarão
que
deixando-nos
sedeacaba
formalmente
quetroca-se
se
primeiro.
a gosla,
saudade
indístincta
a se
eoutro
N-Jo
ex-
hhe
um
SE A 523
he assim com a pena ,• porque quanto he maior a pena,
he maior a saudade, c nunca se passa ao maior mal, antes
rompe pelos males; conforme succede aos rios impetuo-
sos, conservarem o sabor de suas aguas muito espaço de-
pois de mistttrar-sc com as ondas do mar mais opuíento.
Pelo que diremos, que ella é u m suave fumo do fogo do
amor, e que do próprio modo que a lenha odorífera lança
u m vapor levo, alvo c cheiroso, assim a saudade modesta
e regulada dá indícios d'um amorfino,casto e puro. Não
necessita de la«ga ausência; qualquer desvio basta para
que se conheça (Epan.,pag. 286). •
N e m o ãesiderium latino, nem o souvenir ou o regret
francez podem comparar-se com a mimosa saudade por-
tugueza; ha c o m tudo uma expressão franceza que de
algum modo arremeda esle nosso vocábulo, que é le sou-
venir du cceur.
í:
Camões sentio bem o que era a saudade quando disse»
Agora a saudade do passado,
"Tormento puro, doce e magoado,
ue converter fazia estes furores
m magoadas lagrimas de amores.
(Canç. XI.)
800. —Sceptieismo, pyrrhonlsmo.
São termos de philosophia que designão dous syste-
mas philosophicos, se assim se podem cliamar, oppostos
ambos à theoria da certeza; o primeiro nada affirma, ó
segundo tudo nega. O scejjtico suspende o juizo sobre
todos os objectos; o pyrrhonico affirma positivamente a
incerteza universal. « Ura e outro systema, diz D. Fr.
Francisco do S. Luiz, encerrarem sua própria nalureza o
principie da sua destruição; porque ambos são mais ou
monos dogmáticos. A razão não pôde atacar a razão, se-
não empregando o raciocínio, e todo o raciocínio suppõe
princípios, e suppõe a cerleza das regras da Lógica (I. dos
Syn. 13).»
Seara é —palavra
801. Seara, árabe,messe. J
sahra, e significa o trigo em pé
62íi SEG
antes de ceifado, a campina semeada, a que corresponde
cm latim seges. Messe é palavra latina, messis, e signi-
fica a seara já madura, a ponto de se lhe melter a foice,
e também a ceifa. Seara diz respeito ao estado dos pães
depois que nascem e cobrem a torra, e messe des de que
amadurecem e promettem os fruetos que logo se colhem;
por isso se diz que as searas eslão boas, mui verdes, cres-
cidas, que promeltem, ou ao contrario; e das messes diz-
se que são abundantes, que eslão ceifadas, recolhidas, ele.
— Messe é palavra mais culta e menos nilgar, sobretudo
no sentido figurado e religioso. Messe evangélica é a
multidão de gentes convertidas, que entrão no grémio da
Igreja, que Vieira compara a u m celeiro, dizendo : « Re-
colher nos celeiros da Igreja toda a messe dos conversos
â Fé. » E antes d'elle tinha dito Lucena : «Sendo grande
a copia da messe, e igual a falta de obreiros. »
802. — Seccamente, desabridamente,
esquivamente.
Todos estes advérbios se tomão no sentido moral e figu-
rado, c formão gradação no modo pouco agradável com
que recebemos ou traiamos alguém. — Seccamente quer
dizer, sem agrado, sem affabilidade, com secura : meta-
phora mui expressiva, tirada da terra secca, em que não
tem chuvido, e m que não ha humidade. Desabridamente
significa com desabrimento, com aspereza, com ar ou
modos que annuncião descontentamento e enfado : me-
taphora tirada do tempo de&bridoe áspero que nos in-
«jommoda e como que nos arripia. Esquivamente quer
dizer com esquivança, C m mostras de desdém e des-
peito: melaphora tirada do verbo esquivar, que vai o
mesmo que o arceo lalino, no sentido e m que disse u m
moderno : «Vulgo profano, eu le aborreço e esquivo. •
803. — Segredo, reserva.
Guarda segredo o que calla o que não deve dizer. Tem
obrigado
reserva oaque
callar.
não diz nem ainda aquillo que não esta
SEM 525
O segredo é u m silencio que nos impõe a obrigação ou
a necessidade. A r«serua é u m silencio a que nos inclina
a prudência ou a desconfiança.
O homem' de bem deve guardar com a maior exactidão
o segredo que lhe foi confiado. O h o m e m prudente deve
fallar com a maior reserva com pessoas que não conhece
804. — Segurança, seguridade.
Ambas eslas nalavras vem de seciirus, seguro, e sua
terminação aniinncia differença enlre ellas, que consiste
e m que segurança diz-se das pessoas e das cousas, e se-
guridade só se diz das pessoas com referencia ao estado
do espirito. A primeira corresponde ao francez súreté,e
a segunda a sécurité. — Segurança exprime o eslado se-
guro de risco, do perigos, livre de m á o successo ; e segu-
ridade, a falta de temor, tranquillidade de animo, nas-
cida da confiança que se tem, ou da opinião cm que se
está, de que não ha perigo. Apezar de que esla distrac-
ção é mui lógica, não diremos que é autorizada por
Vieira, o qual usou a primeira palavra com a significação
da segunda, dizendo : « O bispo que se portou com
grande valor e segurança (Pai. í. 243).»
805. — Selvagem , fero*.
Selvagem é o animal que vive nas selvas, bosques ou
maios, e por conseguinte agreste e bravio; diz-se também
do h o m e m sem cultura nem civilização. A palavra feroz
applica-se em sentido propifo aos animaes carniceiros ou
damniuhos; e em sentido figurado, ao caracter ou qua-
lidade moral de algumas pelíoas. — O leão, o touro, o
tigre, o javali, são animaes selvagens e ferozes ,• o veado,
o gamo, a corça, o cabrito montez são somente selvagens;
muitos índios do Brazil são selvagens, sem serem ferozes;
o ladrão de estrada que rouba e mata, não é selvagem,
mas é feroz. Veja-se Bárbaros, pag. 113.
806. — Semelhante, parecido.
/
A conformidade de figura, de qualidade, de proprie-
526 SEN
dudes, e de oulra qualquer espécie de circumstancias,
que ha entre duas cousas differentes, é a idéa c o m m u m
que corresponde a estes dous adjectivos; porém seme-
lhante a explica d'um modo absoluto, como existente
real e verdadeiramente na cousa m e s m a ; parecido a ex-
plica d'nm m o d o relativo, isto é , com relação a nossa
percepção,"ao effeilo material que causa e m nossa vista,
e ao juizo que esta nos faz formar da semelhança. —
Triângulos semelhantes. Retrato parecido.
D'aqui vem, que semelhante se pôde applicar com
igual propriedade ao physico e ao mofai; porém pare-
cido só convêm c o m propriedade ao physico, isto é,
aquelles objectos de cuja semelhança pôde julgar mate-
rialmente nossa vista. — U m a virtude, uma autoridade
semelhante. U mfilhosemelhante a seu pai nas acções;
parecido com elle nas feições.
807. —Sentença, principio, máxima,
apoplithegma, provérbio,
adagio, rifão, ditado, paremla,
apboriaisio.
Chama-se sentença qualquer reflexão" profunda e lumi-
nosa, cuja verdade se funda no raciocínio ou na expe-
riência. Se é puramente especulativa, chama-se princi-
pio ; se se dirige á prática toma o nome de máxima; se
o dito sentencioso não é do mesmo que falia, senão to-
mado de algum outro, diz-se apophtegma; se é vulgar,
provérbio, adagio ou rifão. •
Estes trez últimos, que frequentemente se confundem,
differenção-se em que o adagio é mais vulgar que o pro-
vérbio, e d'uma moral menos austera, e que o rifão dá
sempre a instrucção por meio de alguma allegoria ou
metaphora. Além d'isso o provérbio é grave e secco; o
adagio singelo e claro; o rifão agudo, chistoso, e muitas
vezes d'um estylo baixo. E m rigor, todo rifão e lodo
oadagio
lomão.
(pie chamasse
é provérbio;
adágios
porém
ourifãos
não faltaria
aos provérbios
com propriedade
de Sa-
8ER 527
Ditado é voz popular que diz o mesmo que adagio,
mas indica talvez moralidade particular,ou algum d'es-
ses conselhos vulgares, fundados na experiência, que são
a sabedoria do povo.
Paremia é palavra grega, n«potp.ia, pouco usada em
nossa lingua, que significa provérbio, ou semtença vul-
gar, e como lai a usou Vieira, dizendo : t E daqui nasceo
aquella paremia, ou provérbio : que o céo era para Deos
e a terra para os homens (IV, 324). »
Aphorismo é também palavra grega, ãfcpisp.ós, esigni
fica sentença breve e doutrinal, máxima geral.
808. — Ser, estar.
Ao verbo latino esse correspondem dous verbos porlu-
guezes, ser e estar, que os nossos grammaticos não lêem
sabido distinguir, mas entre os quaes ha mui notável dif-
ferença. Ser é precisamente o verbo substantivo sum com
toda sua força, é a copula da proposição, e indica que a
qualidade que por elle se altribue ao sujeito lhe é natural,
ou permanente ou habitual; estar é uma espécie de verbo
auxiliar, ou pelo menos o verbo sum modificado de
modo, segundo a índole de nossa lingua, que designa so-
mente u m a qualidade accidenlal, transitória, ou que data
de pouco. — Quando dizemos que u m h o m e m é doente, é
bêbado, etc, queremos significar que esle h o m e m tem
doença habitual, ou que o ataca a miúdo, que tem o ha-
bito ou costume de embebedar-se, ele.; e quando dizemos
que está doente, que está bcfoado, etc, queremos que se
entenda que actualmente se acha doente, ou tomado de
vinho, ele, dando a entender aye não é esle u m eslado
permanente, nem uma qualidade habitual, senão u m caso
accidental e tramitorio.
É esta uma admirável propriedade de nossa língua em
que leva vantajem á latina e á íranceza, e que da muita
precisão ao discurso e livra de ambiguidades. Quando
i
eda
queremossignificarque
queremos
m fortuna
que o mão
dizer
ha muitos
foi.
queouu tempos,
Mm Mnão
homem
suanasceo
riqueza
dizemos
nasceo
rico,
dala
que
rico,
que
deérico;quando
houve
possue
pouco,tempo
bens
dize-
528 SER
mos que esftí rico; sendo que u m francez dirá em ambos
os casos, il est riche, e e m latim, dives est.
Talvez os nossos antigos confundião em alguns casos
estes verbos, como ainda se confundem na língua cas-
telhana, mas lai não aconteceo ao primeiro mestre da
lingua, anlfcs nos deixou mui positivos exemplos do seu
respectivo uso; eis aqui dous : « Quando a lua está
mais longe do sol, enlão se vê mais aJliimiada, por-
que tão longe esfíío os longcs do sol de-lhe diminuir a
luz... E se estes são os effeitos do sol, etc. — De sorli
que o amigo, por ser antigo, ou por estar ausente, nll
perde o merecimento de ser amado (VIEIRA, III, 371
c 372).»
809. — Ser digno, merecer.
Eslas duas expressões referem-se à mulua união que
exisle entre as boas ou más acções, eaoque resulta d'umas
c outras na opinião ou no dever d'uma pessoa.
Ser digno diz-se das pessoas e das cousas. Fallando das
pessoas, c tomada e m bom senlido, significa ler as quali-
dades necessárias para possuir u m a cousa, gozar d'ella, ele.
— Fulano è digno de elogio, da estima publica, do cargo
que se lhe destina, ele, quer dizer, que tem as qualidades
necessárias para gozar destas cousas. — Fallando das
cousas, ser digno indica uma relação de conformidade,
de conveniência. — E s t e drama é digno de vossa penna.
Os altos feitos dos Porluguezes foi assumpto digno da
épica tuba de Camões. «,
Merecer diz-se lambem das pessoas e das cousas. Fal-
lando d'aquellas, significa que assiste a u m a pessoa certo
direito para obter, para possuir uma cousa, e até para a
exigir de quem lha nega. Quando se hão feilo serviços a
u m a pessoa, merece-se delia u m a recompensa, ou ao
menos agradecimento.— Fallando das cousas, diz-se «esla
acção merece recompensa, » para explicar que cila trouxe
écompensál-os
a desmerecer,
uMerecer
m sujeito
i suppõe
grandes
como
Ser digno
ordinariamente
é natural.
benefícios,
suppõe sempre
e acções;
que sequalidades;
prepara
seu contrario
a re-
seu
S1L 529
contrario éser indigno.— O homem benemérito da pá-
tria, isto é que mereceo bem para com ella, é digno da
eslima de seus concidadãos. O h o m e m que desmereceo
u m officio por erro ou m á o proceder, é indigno da con-
fiança publica.
810 — Servir para, servir de.
Servir para representa o uso a que se destina, ou cm
que se emprega uma cousa. — A penna serve para es-
crever, os olhos servem para ver.
Servir de representa a equivalência d'uma cousa a res-
peito de outra, em cujo lugar se emprega, como se se
dissesse: em lugar, ou em vez de. — O chão lhe sérvio de
cama, o tambor lhe serve de mesa; islo é, em lugar de
cama, em lugar de mesa.
811. —Severidade, rigor.
A severidade acha-se principalmente no modo de pen-
sar e de julgar; o rigor no modo de castigar. A primeira
condemna facilmente sem admitir escusa; o segundo nem
suaviza a pena, nem perdoa cousa alguma. Diz-sc sem-
blante seuero, fronle severa, e Vieira disse severa majes-
tade, porque assim se indica a severidade do animo; e o
adjectivo rigoroso não se poderia usar em taes casos
com igual propriedade. Diz-se ao contrario o rigor do
tempo, do inverno, etc, c não se pôde dizer severidade,
porque não é cousa que exista no animo, senão que se
experimenta no corpo.
A' severidade oppõe-se a eqjjidade ou a indulgência;
ao rigor oppõe-se a brandura',' e nos príncipes a cle-
mência.
812. —Silencioso, taciturno.
Silencioso é o que falia pouco e com moderação. Ta-
citurno é o que falia pouco e com repugnância. Aquelle
pódc scl-o contra seu génio por prudência, por inte-
resse, li.
por modéstia, por obrigação; este é-o 45
sempre
* por
aSO SIN
caracter, por hypocondria, ou por natural inclinação ao
silencio. O silencioso tem unicamente u m ar serio; o
taciturno, u m ar «severo e carregado. O primeiro é inú-
til n u m a sociedade de gente divertida, porque contribue
pouco a fazêl-a agradável; porém o segundo é mais que
inútil, é pesado, porque inspira desconfiança, ou contri-
bue com sua hypocondria a diminuir o gosto e a jovia-
lidade dos demais.
815. — Simplicidade, slmpleza.
Simplicidade é a qualidade de ser simples, tanto no
senlido physico como no moral. Simpleza só se diz do
h o m e m no sentido moral. Simplicidade toma-se sempre
em boa parte, como negação de dobrez, de refolho; sim-
pleza parece referir-se ao adjectivo simples na accepção
de néscio, de pouco engenho, pelo que muito se parece
com ignorância ou parvoíce. A simpleza de Sancho II,
de que falia o chronista, era certamente d'esta espécie, e
mui differente da simplicidade, que excluindo a dobrez,
o dolo, a astúcia, o refolho, sabe unir-se com a discri-
ção e o juizo. — A simpleza, no nosso entender, é singela,
mas tola ; a simplicidade é singela, mas avisada.
814. — Sinal, indicio, mostra.
Sinal, em linguagem philosophica, é tudo aquillo que,
quando se percebe, dá noticia de outra cousa com que
tem relação natural ou convencional. Indicio é tudo
aquillo que indica, aponta*alguma cousa, ou leva ao
conhecimento d'ella. Mostra é a manifestação ou appa-
rencia d u m a cousa prrente ainda que não na tota-
lidade.
As palavras, o gesto, a escritura são os sinaes das
idéas. As nuvens grossas e carregadas são indicio de
chuva. As lagrimas são mostras de sentimento. — O
sinal tem ligação com a cousa significada; o indicio não
tem a mesma ligação com o objeclo indiciado, e só serve
deira
de abrir
ou caminho
apparente,
parapois
elle;
se aasmostra
lagrimas
pôde
sãoser
ordinária-
verda-
SOE 531
mente mostra de sentimento, lambem ás vozes o são de
grande alegria.
81i>. — Singular, particular.
Ambos representão o individuo d'uma espécie, porém
distinguem-se em que singular o representa como único
e-só, sem relação aos demais indivíduos; e particular o
representa com relação a elles, como parle d'um lodo
composto de vários indivíduos, entre os quaes se distin-
gue.— Cada um dos homens que existem é u m individuo
particular da espécie humana. Se existisse u m só homem,
seria singular em sua espécie.
l'os isso dizemos : todos, e cada um em particular; e
não, cada u m cm singular, porque considerámos a cada
u m como parte d'um numero, isto é, com relação aos de-
mais indivíduos qne comprehende a voz todos. — A phe-
nix, se realmente existisse, seria ^aríiCMÍar entre as aves,
e singular em sua espécie.
816. —Sociável, social!.
A differença entre sociável e social provêm da termi-
nação de cada um d'estes vocábulos. A terminação avel
denota disposição, força, propensão; a terminação ai ex-
prime meramente unhão, ligação, ou dependência, acces-
sorio, etc Assim que, sociável quer dizer inclinado, pro-
penso á sociedade; e social, o que efTectivamente pertence
á sociedade, d'ella faz parte, a ella se refere. — Sociável
só se diz do homem ; soriai,Jdiz-se das relações e deveres
que resullão aos homens em consequência de sua socia-
bilidade e do eslado de sociedÇfie.
817. — Soer, costumar, estar aflfèito.
Soer é um verbo contraindo do caslelhano soler, do
latim soíere, que hoje é quasi desusado, mas sem razão;
faz synonymia com costumar, porém differenção-se em
que soer denota continuação da mesma cousa, ou do
mesmo modo de ser ou eslar e isto desde muito tempo,
532 SOL
costumar exprime propriamente a repetição dos mesmos
actos, a qual pôde ser recente. Rigorosamente, costumar
só se diz das pessoas, sendo que soer se diz das pessoas
e das cousas. Deverião os modernos restabelecer o uso
d'este verbo, e se o exemplo de Camões lhes não basta,
lembrem-se que Vieira não é mui antigo, c era mui ati-
lado e m tudo que dizia e escrevia, e ainda o usou, ao
menos duas vezes, com a significação que aqui lhe damos.
« O sol que soía fazer o dia, se ha do escurecer (II, 428).
— O silencio que soe encobrir ou dissimular a tristeza
(VII, 43). »
Estar affeito é o m e s m o que estar acostumado ou ha-
bituado a lazer u m a cousa; suppõe facilidade adquirida
pela repetição de aclos, e sempre se diz das pessoas.
818. — SolTrer, padecer, aturar,
supportar, tolerar.
Soffrer exprime a idéa geral e absoluta de levar o mal
que nos acontece, ou nos fazem. Padecer exprime parli-
cnlarmenle o soffrimenlo physico do individuo. Aturar
é soffrer com repugnância, e de m á o grado. Supportar
é soffrer com paciência e conformidade. Tolerar é tam-
bém soffrer por effeilo de prudência, ou de boa educa-
ção, porém e soffrer e m silencio.
O que tem desgostos domésticos, enfermidades, se vê
e m pobreza, ou injuriado, soffre,- o que lem doves, pa-
dece; ofilhosubmisso atura muito ao pai velho e rabu-
jenlo; o h o m e m caridoso supporta com bom semblante
os defeitos e fraquezas do próximo; o rei prudente tolera
alguns abusos conlra suaviutoridade para evitar maiores
males.
819. —Soleinne, antbeniico.
É mui sensível a differença enlre esles dous vocábulos,
e até quasi se poderia dizer que não são synonymos.
Tudo o quepublicas,
ceremonias
thenticoésó se faz que
aquillo com solemnidade,
religiosas
lem ou civis,ecom
autoridade fé apparatoque
é solemne.
publica, de
Au-
SUB 53,)
é juridicaraemc legalizado, sem idéa nenhuma de solem-
nidade ou apparato. Solemne refere-se ás formalidades
exteriores com que se faz u m acto publico; e authentico,
ás qualidades intrínsecas do instrumento que iica fazendo
fé, e tendo validade.
*>
820. — Som, toin r, som de voz,
tom de voz.
Som é a impressão que faz noouvido o ar vibrado, v. g.
som da voz, da trombeta, do sino, dos tiros de artilhe-
lia, etc. T o m é som determinado, appreciavel, como o
dos instrumentos músicos.
O som da voz está determinado pela constituição phy-
sica do órgão vocal : é suave ou áspero, agradável ou
desagradável, fraco ou forte. O tom de voz é u m a inflexão
determinada pelas affeições interiores de que u m a pessoa
se acha possuída e quer dar a conhecer. Segundo as
occasiões, é çlevado ou baixo, imperioso ou submisso,
triste ou alegre, etc. — Conhecem-se as pessoas pelo
som da voz, como se conhece u m a flauta, u m dai im, ele;
conhecem-se as affeições da pessoa que falia, pelo tom de
voz com que se exprime, como se distinguem n u m m e s m o
instrumento o tom maior ou menor, os andamentos m u -
sicaes, as differentes toadas, e outras variedades ne-
cessárias.
821. —Súbito (de), de repente.
•i

Os clássicos usarão índifTerentemenle d'estas duas


expressões, pois assim como nj^ião prar, glosar, poetar
de repente, também se lê na Eneida : « De subito\he veio
ao pensamento;» ese dizia, glosar de súbito: «Glo.^ai-me
esle vilancete de súbito • E Camões disse «súbito temor,
súbita procella.» Todavia, é muito acertado que se distin-
gao eslas duas expressões como os francezes distinguem o
sur-le-champ,
cousa
continente.
acontece
se faz,
ou De
seou
do
faz
súbito,
acontece,
subitement.
inopinadamente,
ou sem
subitamente,
Dedemora,
repente
n u m logo c* fechar
exprime
obrir
indica
logo,que
o em
que
a
5 3A SUP
de olhos. — O pregador, o poda que improvisa, falia de
repente, islo é sem preparação previa; o raio fere de sú-
bito, o salteador acommelle de súbito, islo é inopinada-
mente, quando menos se espera.
De súbito exprime mais rapidez que de repente, eac-
crescenta-lhe a idéa de imprevisão.
822. — Sísnimo, supremo, soberano.
Summo, c o latim summus, e significa o mais alto
c elevado, o que mais sobresai e m seu género. Diz-se
S u m m o ponlifice, summo amor (de Christo), em summo
gráo, etc.
Supremo designa o ultimo, o maior na graduação, de
fflór excellencia no seu género. Diz-se o dia supremo, o
supremo mando; e Vieira disse: -Supremos anjos da
suprema jerarclua (I, 579).»
Soberano designa o que é supremo e m autoridade e po-
der, e se usa como substantivo para designar o senhor
absoluto no domínio e governodeseui vassaljos.
825.—Superioridade, autoridade, poder,
soberania, senhorio.
Superioridade é a preeminência d'uraa pessoa sobre
outra, e m qualquer dote ou qualidade. Autoridade é a
superioridade que provêm da lei natural ou positiva,
com direito de se fazer obedecer. Soberania é a autori-
dade do soberano com pqjler absoluto e independente
sobre seus vassallos. Senhorio é a autoridade com impé-
rio e domínio.
Superioridade denota preeminência comparativa, e
encerra idéa de comparação, o que não acontece com os
vocábulos autoridade, poder, soberania, domínio.
824. —Superstição, fanatismo.
A superstição c um culto do religião falso, cheio de
erros, contrario à razão, e indigno da Divindade. O fa-
natismo é u m zelo cego e apaixonado que nasce das opi-
SUP 535
niõcs supersticiosas e faz comeltcr acções ridículas, in
justas c cruéis, não somente sem vergonha e sem
consciência, senão também com uma espécie de alegria
c consolação, como se o que as faz houvera recebido al-
guma missão de Deos.
A superstição, diz Racon, foi quem forjou os ídolos do
vulgo, os génios invisíveis, os doendes, os trasgos, as
bruxas, os vampiros, etc.; o fanatismo levantou cada-
falsos, accendeo pyras, e fez correr rios de sangue nas
guerras de religião.
A superstição posla e m acção conslitue propriamente
o fanatismo.
82.5. — Supjíoslção, «hypothese.
Alem da primeira differença que ha enlre estas palavras,
a qual consiste em ser u m termo vulgar e oulro termo
scienlifico, distinguem-se mais em que : a hypothcse é
uma supposiçãopntamenle ideal, a supposição toma-se
por uma proposição ou verdadeira ou approvada. A hypo-
these é mais certa, menos precária; funda-se numa ver-
dade philosophica; a supposição é gratuita, só lem por
base a verosimilhança. A hypothese toma-se muitas vezes
por irai conjnncto de proposições ou supposições unidas
e ordenadas, de modo que formão u m corpo ou systema.
Os syslemas de Descartes, de Newton, de Leibnilz cha-
mão-se hgpolheses e não supposições. A hypothese refere-
se ás sciencias, à instrucção, á intelligencia, á explicação
das cousas; a supposição éfinaisfamiliar, entra na con-
versação ordinária, e muitas vezes se toma em máo sen-
tido, como allegação gratuita w; falsa, que não lem outro
fundamento que a m á vontade da pessoa que suppõe.
826.—Supposto, aporrypho.
Supposto é palavra latina, supposilus, e significa o que
so põe falsamente em lugar do verdadeiro; diz-se parti-
cularmente
quem não é do
Apocrypho seuélivro ou obra
autor.
palavra que in-óxpvpct,
grega, falsamente se que
altribue a
significa
5?6 SYM
cousa secreta, não conhecida antes, cujo autor não é
conhecido. E m linguagem ecclesiastica dá-se este nome
a todo livro duvidoso, de autoY incerto e de pouca ou
nenhuma fé, que a Igreja Catholica não incluiono cânon
das Escrituras aulhenticas e divinamenle inspiradas.
Ainda que a autoridade do livro supposto se reputa sus-
peitosa, pôde com ludo conter doutrina boac verdadeira,
pois por erro se tem attribuido a autores obras que não
escreverão; dos livros apocryphos não permitte a Igreja
que se tirem argumentos para provar as verdades theo-
logicas.
827. — Susto, espanto.
Ambas estas palavras explicão uma consternação do
animo occupado de repente por u m objecto ou accidente
imprevisto. A differença que enlre ellas ha é, que o susto
é análogo ao medo; o espanto, ao horror ou á admiração.
— U m sonho horroroso espanta a u m h o m e m que não
tem medo. Ura pequeno ruído assusta de noite a u m co-
barde. — O estrondo inesperado d'uma mina voada pôde
fazer espanto a ura soldado desprevenido, o qual se enver-
gonhará de dizer que se assustou ou leve susto, porque esle
effeilo supporia medo.
828. — Symbolo , emblema, divisa,
• empresa, tenção.
Symbolo é uma figura «ti imagem sensível que, pela
representação, nos dá a conhecer oulra cousa. O sym-
bolo, por isso que é u m a frpecie de sinal, deve ler alguma
relação, natural ou convencional, com o objecto repre-
sentado. O cão é o symbolo natural dafidelidade; a pom-
ba, da simplicidade; a raposa, da manha e astúcia. 0
triangulo é o symbolo convencional da Trindade; o olho,
da providencia; o circulo, da eternidade. Na mythologia
havia grandíssimo numero de symbolos ,- taes erão o
lliyrso, o tridente, o raio, o caduceo, ele, que repre-
differentes
senlavão
t Baccho,
poderes eattribuições
Neptuno, Júpiter,
segundoMercúrio
a fabula.
, e seus
SYS 537
Emblemaíuma figura symbolica,queallndc aalguma
moralidade, ou pensamento, t|ue de ordinário se declara
por alguma lettra, mole ou rotulo áfigura.O emblema
é uma allegoria pintada ou escultada que falia aos olhos
e á imaginação. — U m a figura esvella com azas e e m -
bocando unia trombeta é o emblema da fama.
Divisa é propriamente uma figura symbolica que
alguém usa para distinguir-se dos outros, acompanhada
dalguma lettra ou mote que exprime os projectos ou in-
tentos de quem a Iraz. El Rei D. João II tinha por divisa
u m pelicano com a lettra : Pela lei, e pela grei. U m a cerva
era a divisa de Sertório, como diz Camões;
A fatídica cerva que o avisa;
Elle é Sertório, e ella sua divisa.
(Lus., VIII, 8.)
Algumas vezes sò a lettra ou mole conslitue a divisa,
tal era o do illustre infante D. Henrique : Talent de
bien faire.
Empresa era a divisa que os cavalheiros mandavão
pintar ou gravamos escudos, que indicava o que ião em-
prchender, ou imagem relativa á empresa que tomavão;
depois foi lambem a pintura ou esctilptura symbolica de
façanhas ou feitos illuslres que as pessoas nobres trazem
nos escudos acompanhadas de alguma lettra ou mote.
Tenção é a figura no escudo allusiva ao pensamento
ou desenho do dono d'elle. Parece applicar-se não lanlo
aos feitos, como à inlenção com que se emprehendem,
pois Camões, fallando das con»panhias de namorados que
se armarão pela causa d'EI Rei D. João I, diz :
Outros fazem vestidos de mil^res,
C o m lettras e tenções de seus amores.
(Lus., IV, 22.)
829. — Systema, tl&eoria.
Systema significa em geral enlace de princípios, máxi-
mas c conclusões relativas a u m a matéria; e theoria,
odasconhecimento
cousas. especulativo da essência e qualidade
538 TEM
Systema é mais extenso que theoria, e m linguagem
scienlifica, c refere-se á coordenação de factos ou princí-
pios geraes, mais que á relação enlre as causas e os effei-
tos. Theoria é de ordinário exposição das relações entre
os phenomenos nalnraes, fundada c m observações, expe-
rimentos ou cálculos.
Usámos lambem da palavra systema para designar
doutrina hypolhelica, e na accepção de norma de proce-
der de pessoas ou governos, v. g. «Os lnglezes lêem por
systema reduzir na paz a marinha militar effediva;»
em nenhum d'estes casos se usa a palavra theoria.
830. — Tc-qui ou Ate-aqúl, até-agora.
O primeiro refere-se a um lugar que designa, e corres-
pondo ao latim hactenus; o segundo, ao tempo ou época
cm que se está, e corresponde ao latim adhuc. — Até-
aqui chegou o mar no grande terremoto de 1755, e desde
enlão até-agora nunca snbio a tanta altura.
8Õ1. — Temperança, írugalidade,
sobriedade, parcimonia.
Temperança é uma das quatro virtudes cardiaes que
modera os appetites, e a ella pertencem como espécies a
frugaliãade, a sobriedade, e a parcimonia.
A frugaliãade evita o excesso na qualidade e quanti-
dade da comida; o h o m e m frugal contenla-se com o que
a natureza quer e offerece. A sobriedade evita o excesso
no comer e beber; o homjjtm sóbrio contenta-se com o
que a natureza exige. A parcimonia só olha aos gastos
e despezas que regra, jnoupando quanto pôde, c talvez
com estreiteza e acanhamento. Quando passa os limites
que prescreve a frugaliâaâe, e isto se não faz por espirito
de mortificação, degenera em escaceza e alé e m avareza
c mesquinhez.
832. — Tesnplo, igreja, basílica.
Templo
Deos e significa em Diz-se
ao seu culto. geral um
dosedifício
edifícios consagrado a
que os antigos
TEIYI 539
BOOSagravão a suas divindades, dos cm que os protestantes
exercem seu culto. O templo de Jerusalém, o templo de
Apolo, o templo de Jano; « ha nesta vílla u m templo de
protestantes.»
fallando dos edifícios consagrados ao culto catholico
romano, diz-se templo ou igreja; porém templo diz-sc
unicamente quando considerámos estes edifícios como
habitados particularmente pela divindade; assim disse
Vieira : «A fabrica do templo Vaticano de S. Pedro (VII,
181).» Igreja significa propriamente um edifício c o m m u m
onde se reúnem os fieis para celebrarem as festividades
religiosas, tributarem homenagem a Deos e louvores a
seus santos, cujas relíquias ou imagens ali se conservão.
Basílica, segundo sua origem de /3ao«Aeús, rei, quer
dizer, templo real, templo magestoso, magnifico. — A
igreja de Mafra é uma basílica.
833. —Tempo, duração.
O tempo, diz D. Fr. Francisco de S. Luiz, é para a du-
ração como o espaço é para a extensão. A duração
mede-se pelo tempo, como a extensão pelo espaço.» O
tempo defme-se. geralmente, medida da duração das
cousas; duração é a permanência d'uma cousa por certo
tempo. Duração é tempo determinado ; tempo é mais
vago c illimitado. E assim dizemos, que u m a cousa du-
rou muito tempo, quando não podemos, ou não quere-
mos precisar sua duração; quando porém a queremos
determinar, dizemos que durçu tantos dias ou annos,
ou que leve tantos annos de duração.
i

834. — T e r m o próprio, sentido próprio.


Talvez seconfundão vulgarmenle estas duas expressões,
mas em litteratura designão cousas mui distinclas.
Termo próprio quer dizer termo que exprime bem a
idéa, esteja elle tomado na accepção que se queira ; termo
tomado em sentido
na accepção
A^sim, por exemplo,próprio,
primitiva,
quando quer dizer
e m sentido
usámos que
recto, eslá
a palavra
não tomado
translato.
coração
540 PAR
para designar a parle moral do homem, servimo-nosd'um
termoproprio e propriissimo, porque exprime perfeita-
mente a idéa ; porém não está tomado em sentido pró-
prio, pois coração não designa, em sua primitiva accep-
ção, mais do que a entranha material que se chama assim
e m nossa lingua.
835- — Tolerância, indulgência.
Consiste a tolerância em solTrcr o mal. ou o abuso,
fazendo que se ignora sua existência, ou sua malícia; mas
ella não o consente, nem o permilte, c não renuncia a
casfigàl-o. A indulgência ou dissimula as culpas ou as
perdoa facilmente. Esla pôde vir de bondade ou de fra-
queza; aquella vem da prudência.
836. — forno, volume.
Tomo é termo de litteratura, c designa as differentes
partes e m que u m autor divide a sua obra; volume é lermo
de livreiro ou de encadernador, e designa u m livro im-
presso, encadernado ou brochado. O volume pôde conter
muitos tomos; e o tomo pôde fazer muitos volumes. A
encadernação separa os volumes; a divisão da obra dis-
tingue os tomos. U m a obra pôde formar u m só volume,
mas não se dirá u m sô tomo-, e nunca pôde ler menos
de dous tomos. — INão se deve julgar da sciencia d'um
autor pelo tamanho do volume. Ha bastantes obras em
muitos tomos que seriãomejhorcsscse reduzissem a um só.
837. — Trailucçâo, versão.
De ambos estes modos se traslada d'uma lingua para
outra, porém a versão é mais lilleral, mais limitada aos
giros próprios da lingua original, e mais sujeita em
seus meios ás regras da conslrucção analylica; a tra-
ducção refere-se mais particularmente ao fundo dos
pensamentos, com mais attenção a presenlàl-os debaixo
da forma que melhor convêm em a nova lingua, e mais
esmerada
i
nas expressões phrase c idiotismos d'esta. A
TUA 5Í1
arle de traduzir suppõe a de verter. A versão deve ser
liei c clara, conservando alguns vestígios da lingua ori-
ginal ; a traducção defe ter mais facilidade, mais correc-
ção, e o tom próprio da matéria do que se trata, cm com-
pleta conformidade com a índole do novo idioma. Para
fazer uma versão exacta é necessário saber a significação
das palavras da lingua que se verte a oulra; para fazer
uma boa traducção é necessário saber a fundo a índole
das duas línguas.
858. —Transferir, transportar.
Transferir suppõe movimento d'um lugar para outro,
ou mudança d'uni tempo para outro ; transportar suppõe
uma acção material que acompanha o movimento. Mui-
tas cousas se transferem oue não so trausjiortão. — A
corte, um tribunal,ilido queé pessoal, transfere-sed'uma
cidade para outra, etc.; transp&rtão-se os moveis, os
archivos, etc. Os navios transportuo, transferem as
mercadorias. Transferem-se as festas, as sessões para
outro dia ou outra época, e não se trànsportão.
IVaqui vem que transferir só.se diz com propriedade
das pessoas, sem relação a seu peso, nem volume; e
transportar, dos corpos, com relação a seu volumo
c peso.
839. — Transfiguração, trauasforniaçâo.
Sendo a transfiguração % mudança d'uma figura em
oulra, e a transformação a mudança d'uma forma cm
outra, haverá por lanlo crita: esles dous termos uma
differença análoga á que notamos naquelles (ti" 429,
pag. 306). A primeira encerra mudança nafigura,no as-
pecto, na apparencia externa do objeclo transfigurado.
mas é de ordinário transitória; a segunda é mudança na
forma, na construcção, na organisação tio objecto trans •
formado, e como lai permanente c durável. — « Trans-
ftgurou-se Christo no Thabor, diz Vieira, e não parou a
transfiguração
bordou, na sagrada
II.e redundou humanidade,
nas roupas mas V<
de «iue estava . Iras0
d'ella
vestido.
542 TEI
rosto resplandecente como coroado do sol, as vestiduras
brancas como tecidas de neve (VII, 263).» Foi transitó-
ria, como se sabe, esla mudança, não assim a da mulher
de Lot, que perdeo o ser humano, e se transformou para
sempre e m estatua petrificada. D'este género são, igual-
mente as transformações fabulosas, a que se dá o nome
de metamorphoses, e de que mui poeticamente escreveo
Ovidio.
840.—Transpiração, suor.
Transpiração é a exhalação insensível dos humores
pelos poros do corpo; suor é esta mesma exhalação, mas
abundante, copiosa. A transpiração, maior ou menor, é
permanente nos animaes; o suor é resultado do calor, do
exercício, do trabalho corporal ou de remédios sudorí-
ficos. A transpiração é invisível; o suor cai em bagas, ou
gotas visíveis, da fronte, ou sai pelos poros da pelle em
todo o corpo.
841. — Tremor de terra, terremoto.
Estas duas palavras , uma portugueza outra latina,
exprimem u m a mesma idéa, que é u m movimento violento
de alguma parte da terra ; com tudo terremoto é expres-
são mais enérgica, e parece designar que ao movimento
violento se seguirão ruínas e fracasso. Q u e m chamasse
tremor de terra ao terremoto de que Lisboa foi theatro
cm 1755, não exprimiria cabalmente a Iriste idéa que
ainda hoje subsiste d'aquelK. calamitoso successo. — T e m
havido depois vários tremores de terra e m Lisboa, porém,
Deos louvado, não houv» mais nenhum terremoto.
842.—Tristeza, tristura.
Ambas eslas palavras são o contrario de alegria, com
tudo, pela variedade das terminações, tristeza exprime a
qualidade que faz o h o m e m triste, ou a paixão, ou eslado
a que damos este nome ; e tristura parece referir-se mais
propriamente aos effeitos desta paixão, e ás mostras que
ordinariamente
i se uolão na pessoa triste.
TYR 5íi3

843. — Trivial, vulgar, familiar.


O estylo elevado, oratório e poético rejeitão tudo que
é trivial, vulgar e familiar; mas nem por isso se devom
ter e m igual conta estas trez espécies de pensamentos ou
de expressões, que entre si muito (liderem, e é mister não
confundir.
Chama-se familiar o que lem relação c o m a familia ou
se usa e m familiaridade, e e m litteratura se pôde chamar
commum, porque é conhecido de lodos, e nada tem de
novidade. Se uni pensamento ou u m a expressão não só é
familiar, mas é c o m m u m ao ponto de andar na boca do
vulgo, é vulgar ;e se enlre o vulgo m e s m o for Ião trilhada
que c o m frequência a repitão ainda os mais ignorantes,
chega a ser o que se chama trivial.
O familiar é ameno, engraçado, elegante, correcto, e
pôde ter certa sublimidade que lhe é própria; o vulgar,
e ainda mais o trivial, é grosseiro, insípido, por vezes
indecente ou estulto, e dista lanto do familiar, quanto o
familiar dista do eloquente e grandiloco.
844. — Tyranno, déspota.
Palavras muito usadas, e de que muito se tem abusado
nestes últimos lempos, que vulgarmente se confundem,
mas cuja differença é bem notável, attendida sua etymo-
logia e significação histórica.
Tyranno é palavra grega, TÚ^awes, que significava
primitivamente senhor absoluto, rei, chefe ou príncipe;
depois deo-se esle n o m e ao que usurpava o poder abso-
luto n u m a republica, ao prinCTpe oppressor, ou usurpa-
dor; e porfimao que exercia autoridade com injustiça e
crueldade. Neste sentido é que esta palavra era usada de
nossos clássicos; Vieira, fallando de Herodes, diz: « C o m o
era intruso na coroa, e reinou quarenta e dous annos,
sempre cora receio de que o privassem do reino; a uns
grangeava com favores, como rei, a outros sujeitava com
rigores e castigos como tyranno (II, 413). »
Déspota é também palavra grega, SejitdTire, que signi-
5A4 UNI
ficava primitivamente senhor d'um escravo ; depois si-
gnificou dono da casa, chefe de família, e por fim senhor
absoluto, soberano; c este é o senlido que lhe convêm em
nosso idioma.
Nestes últimos tempos tem-sc dado tanlo o nome de
lyranno como o de déspota ao rei absoluto, só porque
governa como senhor absoluto, o que é u m grave erro,
porque Ião tyranno e despótico pôde ser o governo d'um
tomo o de muitos cônsules. A tgrannia e o despotismo
não estão nas instituições, senão na applicação d'ellas;
não na forma do governo, senão nos actos dos que
governão.
Para comprehender pois com exactidão a differença
que exisle entre as duas palavras tyranno c ãespota,
basta ter presente que tyranno é aquelle que opprime a
outro, ainda quando seja sou igual na sociedade; e des-
flora aquelle c m quem se reconhece u m direito indispu-
tável de mando, seja legal ou de força, e que valendo-se
do dito direito, obriga aos demais a fazer o que não de-
vem conlra toda a razão e justiça.
Tyranno por conseguinte é o oppressor; ãespota não
somente o oppressor, senão o dominador.
845.—Ultimo, tSerradeiro.
Vitimo e derradeiro se usão indiffercnlemente para
designar o que em sua linha ou serie não tem outro de-
pois de si, mas com differente relação. Ultimo, que vem
de Mitra, além, denota distancia, situação ulterior além
d u m termo; derradeiro retere-se propriamente ao que
depois de si não tem oulro ua serie : é o dernier dos fran-
cezes o corresponde aopohremus dos latinos.
840. —Único, mb, siaiíj-ualar.
Uma cousa é vnica quando não hd outra de sua mesma
espécie. U m objecto é só quando não está acompanhado
de outros. O que é singular representa o individuo d'uma
duos.
espécie— como
U m único
liiho de
e só,
família
som que
relação
não aos
tomdemais
irmãosindiví-
nem
VAL 5íl5
irmãs, (•único. Vm h o m e m abandonado de lodos e reti-
ra!!!) do trato do mundo, c ou está só. A phenix, se cxis-
Hsse, seria singular entre as aves

8Í7. — Usura, onzena.


Segundo o jurista José Ferreira Borges, usura signifi-
cava entre os Romanos toda a espécie de interesse m e s m o
legitimo; corno andar dos tempos veio esla palavra a si-
gnificar o lucro illega! que se exige por uma s o m m a dada
de empréstimo. Onsenasempre significou usura immodc-
rada c illegilima, o sempre se tomou em m á o senlido.
Os amigos chamavão aos juros do dinheiro emprestado
usuras, isto é, o preço do' uso, e então era necessária a
palavra onzena para designar a usura immoderada; hoje
a palavra usura só se applica aos juros excessivos, ille-
gaes, por isso não se usa c m phrase jurídica e mercantil
à palavra onzena, e tornou-se desnecessária.
g/lft, —Utilidade, proveito, vantagens.
A utilidade nasce do serviço que se tira das cousas; o
proveito, da ganância que produzem ; a vantajem resulta
da honra ou da commodidade que nellas se encontra. —
U m movei tem sua utilidade .- o commercio traz grandes
proveitos; uma casa grande leni suas vantagens. — U m
autor honesto que publica uma obra litteraria deseja que
ella seja útil ao leitor, que lhe dê algum proveito pecu-
niário ou ao livreiro que tyeude, e que lhe grangeie a
vantagem do apreço publico.
8i9. — Vales??la, valor.
A valentia é a ostentação do valor. Aquella pôde ser
effeilo da educação, do amor próprio, da vaidade, e por
ventura d'um puro costume adquirido com o exemplo ;
esle é inherente ao caracter e próprio d'um espirito nobre,
superior a lodo risco. Aquella busca os lances e m que
pôde mostrar-se; este os evita, porém não os refttsa,
quando o dever ou a necessidade o exigem. Por isso
5/i 6 VEI«
quando se trata d'nma acção e m que tem parte a arro-
gância e o desejo de applauso, usa-se com mais proprie-
dade da palavra valentia, que da palavra valor; assim
que a u m soldado se lhe pôde chamar valoroso, porém
não a u m toureiro : este propriamente é valente.
830. —Variação, variedade.
As mudanças successivas num mesmo objecto consti-
tuem a variação. A multidão de differentes objectos pro-
duz a variedade. Por esta razão se diz, a variação dos
tempos e a variedade das cores. Não pode haver governo
estável n u m povo, cuja legislação é sujeita a coniínuas
variações. Nas difTerentos espécies dos seres criados ob-
servão-se muitas variedades.
831. — Velho, envelhecido,
envelhentado.
O que tem larga idade, relativamente a sua duração
ordinária, é velho. O que envelheceo, se fez velho, ou que
tem durado largo tempo e m algum exercício; diz-se en-
velhecido. O que se fez velho antes de tempo, está como
ueiivvdiz-se envelhentado, ou avelhentado.— O homem
é menino, é moço, depois envelhece. Os peccadores en-
velhecidos nas culpas e peccados difficultosamente se
eraendão.—Asafflicções eosdesgostos enwi/iewíãomais
o h o m e m que o trabalho corporal. Os trabalhos, as doen-
ças, as mortificações, ele, avçlhentão o homem.
832. — Velocidade, rapidez.
«
A velocidade exprime genericamente o movimento
prompto ou accelerado d'um corpo; porém rapidez pa-
rece que acorcscenla mais energia á idéa, mais impelo
ao movimento, representando ao mesmo tempo o esforço
violento com que o corpo corre, e com que corta ou se-
para qualquer difficuldade ou resistência que possa op-
por-se-lhe.
D'uma torrente pôde dizer-sc que desce com velocidade
VEN 547
das montanhas; porém se se disser que desce com rapi-
dez, offerece-se ã imaginação, com mais energia, o movi-
mento impetuoso c o m que se precipita, sem que haja
obstáculo (pie possa conlôl-a.
O fogo eleva-sc com velocidade e consome uma casa
com rapidez. D'aqui vem que a rapidez só se applica á
acção, e não ao agenle. Pôde ser rápida a carreira d u m
cavallo, o vôo d'uma águia; porém n e m o cavallo, nem
a águia são rápidos, senão velozes.
« O m á o exemplo fazrapidos progressos U m general
faz rápidas conquistas. » Nestes exemplos o adjectivo ve-
lozes não representaria com igual propriedade a inno-
001101,1,011 a razão alropelladas pelo m á o exemplo; a
força, a resistência derrotadas pelas armas victorio as do
conquistador.
833. — Veneno, peçonha.
A palavra veneno extende-se, não só aos simples, que
naturalmente são nocivos, senão lambem, e com mais
propriedade, aos compostos, misturas ou preparações,
que destroem a saúde, ou tirão a vida. A palavra peçonha
só se applica aos simples, que por si sós são nocivos, e
com mais propriedade aos que naturalmente se encontrão
no corpo de vários animaes.
Compõe-se, prepara-se u m veneno, não u m a peçonha;
esta a dá preparada a natureza.
834. —Veneração, respeito, deferência,
reverencia, acatamento.
A veneração reside no coração; o respeito, na imagi-
nação. Aquella é effeito da persuasão interior do animo;
esle resulta da impressão que o objecto cansa e m nossos
sentidos. Por isso se venera a virtude, e se respeita a au-
toridade. — U m varão apostólico excita nossa veneração;
u m pai, nosso respeito; u m soberano virtuoso, nosso
respeito e veneração.
Deferência é o respeito que os deveres sociaes e a boa
5 «8 VlíR
educação nos impõem relativamente aos desejos ou rtic-
tames alheios. Veja-se o n°234,pag. 174.
Reverenda é o respeito acoí
Acatamento é lodo o acto externo com que mos
nosso respeito, ou veneração, com que acatámos,- neste
sentido disse Camões, fallando dos deoses quando se re-
tirarão da presença de Júpiter :
Pelo caminho lácteo glorioso
L«go cada u m dos deoses s - pitrtío,
Fazendo seus reaes ai
Para os delerminílos aposeulos.
(Lus, , 1, 41.)
No sentido figurado diz o mesmo que respeito reveren-
cioso, assim disse Paiva : « Acatamento que El Rei lem
ao santo concilio. •
833. —Verão, estio.
Verão é termo mais vago, e indica lodo o tempo do
anuo c m que faz calor, com opposição a inverno. Estio
c determinadamente a segunda estação do anuo. Diz-se
que o verão começou cedo, e acabou tarde, ou vice-versa;
o que dá a entender que esle termo refere-se mais á tem-
peratura quente que á divisão regular do anno em quatro
partos ou estações iguaes, primavera, estio, outono, in-
verno. Barros, e outros, chamarão verão á primavera,
seguindo a significação de ver dos latinos; e vulgarmente
chamou-sc verão ao esfto.
Vieira, que era tão aliladtCna linguagem clássica, como
respeitador do b o m uso o estylo de fallar, usou ambas as
expressões, u m a mlgar^utra clássica, quando disse:
• Quanto vai da primavera ao verão, ou do verão ao e*/ío
(II, 456). » A conjuneçao ou de que aqui usa o celebre
orador significa substituição de phrase, mas não mu-
dança do idéa; nunca lhe veio ao pensamento fr/.cv i
estação media entre primavera o verão, como suppõe o
amor dos synonymos da lingua portugueza, o que só fez*
foi usar
mento,
que, apezar
para
de duas
de
queseformas
os
conformar
maispara
entendidos
com
exprimir
o uso,
comprelicndest
omuito
mesmob pensa-
VES 549
nhecia qual era o termo próprio e clássico naquelle caso:
«Da primavera ao verão (como vulgarmente se diz), ou
do verão ao estio (como cm rigor se deve dizer). •
836. — Verdadeiro, verídico.
Verdadeiro loma-se algumas vezes na accepção de ve-
rídico, o que diz a verdade, porém em melhor senlido. Os
latinos dizião lambem verus por veridicus.
O homem verídico suppõe o verdadeiro ,• o homem ver-
dadeiro não conhece senão a verdade. O homem verda-
deiro é verídico por caracter, pela singeleza, rectidão c
veracidade do sou carader. O homem verídico dirige-se
sempre a dizer claramente a verdade; porém o homem
verdadeiro não pôde deixar de dizêl-a ; é u m dever seu.
837. — Verdadeiro homem,
h o m e m verdadeiro.
Na primeira expressão o adjectivo verdadeiro tem um
sentido physico; na segunda, u m sentido moral. Verda-
deiro homem significa o individuo que tem todas as pro-
priedades que constituem a natureza da espécie humana.
Homem verdadeiro é o que por caracter diz sempre a
verdade. Veja-se o artigo precedente.
838. — Veete, vestido, vestidura,
vestimenta, trajo.
Veste é palavra mui genérica, c significa lodo o adorno
ou cobertura que se põe no conto para abrigo ou hones-
tidade, por isso se diz «wsrfs usuaes. rcaes, sacerdo-
laos, etc.» trcstiáo designa, para os homens, as diíTe-
rentes vestes com qiie so veste ordinariamente ou e m
«lias de apparato; c para as mulheres, uma roupa com que
sobrem c adòrnão o corpo todo. Vestidura, ás vozes se con-
funde com veste, mas significa particularmente uma veste
especial de grande distineção; lai é o manto real, a capa
magna, a hecca, etc. Vestimenta é propriamente a veste
de que usão os ministros da Igreja na celebração •J dos
550 vic
divinos officios. Trajo denota não tanto o vestido como
a forma delle, o modo particular de vestir-se, c certos
ornatos que o acompanhão; assim se diz trajo oriental,
trajo europeo, trajos de caçador, trajos caseiros, etc.
839. — Vestígio,pesada, pisada, rasto,
trilha, pista.
Vestígio é termo genérico que significa o sinal ou mos-
tra que deixou de si, e m algum lugar, a cousa que nelle
esteve ou por ali passou.
Pegada é o vestígio do pé do h o m e m ou do bruto que
fica impresso na terra. Pisada significa o mesmo que pe-
gada; mas usa-se mais no sentido figurado. U m bom
filho segue as pisadas de seu honrado pai.
Rasto é vestígio que deixa na terra o animal que por
ali se arrastou, e e m geral o vestígio queficad'alguma
cousa. Trilha é o rasto que deixa no chão uma cousa
pesada carregando, ou pessoas e animaes passando fre-
quentemente. Pista é o rasto que deixão os animaes por
onde passão; também se diz das pegadas de quem se
retira.
860. — Vlctorla, vencimento.
Camões e outros clássicos confundirão eslas duas pala-
vras, que significão duas cousas bem differentes.Victoria
é a acção de vencer: vencimento a de ser vencido.— O ge-
neral que ganha u m a batf lha, publica sua victoria; o
que a perde procura occultar seu vencimento. — O ven-
cimento das paixões é a victoria da razão. — T e u venci-
mento foi tua victoria,• is\o é, venceste com ser vencido.
861.—Victoria, triumpho.
Victoria è o acto de vencer, e a vantagem que se al-
cança sobre oulro, vencendo; triumpho é a ostentação da
victoria, ou a solemnidade com que ella se celebra em
honra do vencedor. João de Caslro ganhou a victoria em
voz fr5i
Diu, eleve seu triumpho em G o a . — E m senlido figu-
rado, triumpho é uma grande victoria.
862. — Vigia, sentlnella, atalaia,
espia.
/ "igia exprime em geral o que vigia, eslá com os olhos
altontos para ver e notar o que se passa. Sentinella é
vigia mililar, soldado que eslá de guarda nalgum posto
para vigiar. Atalaia é vigia posta em torre, assim cha-
mada, para observarão longo; extensivamente é espia
que anda observando o inimigo e seus movimentos. Espia
é o que com dissimulação observa e escuta o que so passa
para communicar a (piem lh'o encommendou. Veja-se o
art. Emissário, pag. 245.
863.—Vigoroso, forte, robusto.
O vigoroso mostra mais agiliilade cm suas acções, e
tudo que obra o deve principalmente ao valor. O forte
dá a conhecer mais firmeza que o vigoroso, devendo islo
á boa constituição de seus músculos. O robusto está
menos exposto que os dous a indisposições e achaques,
sendo causa de seus alfectos exteriores seu bom tempe-
ramento.
O vigoroso é próprio para o combale, e para tudo que
exige vivacidade na acção. O forte é próprio para a de-
fensa. O robusto soffre o trabalho material com resi
gnação. #
864. —Voz, grito , tirado, clamor.
Voz, ou antes, vozes, e os outros vocábulos signtfioão
o esforço maior ou menor que fazemos com a voz para
que nos oução melhor ou para exprimir algum affecio do
animo. Vozes suppõe um tom natural esforçado; grito,
ou gritos, é voz tm grita, e suppõe um tom mais agudo
que o natural. Brado é grito esforçado, que se faz ouvir
e talvez resoa ao longo. Clamor é grito esforçado c
queixoso, ordinariamente dos que pedem justiça, ou de
552 ZU.M
muitas pessoas que gritâo muilo ailo, sem moderação e
como alborotadas, queixando-se, pedindo qualquer cousa,
mostrando seus desejos, etc. D'aqui veio chamar-se anti-
gamente clamor á procissão de preces e rogações pu-
blicas.
863. — SagaS, maioral, pastor,
pegureiro.
Zagal é propriamente o que guarda o gado lanígero
nos campos, que cuida d'elle no redil ou no aprisco.
Maioral diz-se particularmente do que manda aos za-
gaes. Pastor significa e m geral o que guarda c apascenta
o gado. Peejureiro é o guardador do gado de otiirem,
subordinado ao pastor; é o mais ínfimo dos pastores.
Pegureiro exprime a idéa de baixeza e servidão, maio-
ral, a de costumes rústicos; zagal, a de costumes sin-
gelos e suaves. E m sentido figurado, pastor exprimo a
idéa d'ura ministro espiritual, próprio para conduzir as
almas á salvação.
866. —Zumbido, zunido.
Confundem-se vulgarmente estas duas palavras; porém
mister distinguil-as, pois significão cousas differentes.
Zumbido é o sussurro das abelhas, mosquitos, moscas e
outros insectos alados. Zunido é o som agudo do venta
enfiado e coado por gretas, on de qualquer corpo que vai
zunindo pelo ar, como pelouros, balas, de. Este corres-
ponde ao sifflement, e aquelle ao bourdonnement dos
francezes.
- FIM.
ÍNDICE

DOS VOCÁBULOS.

Acordar, 10.
A Achado, 13.
Agreste, 138.
Agro, 32.
A, para, 1. Achaque, 12. Aguardar, 33.
Abandonar, 215. Achar, 13. Agudeza, 33.
Abatimento, 2. Acídia, 15. Ainda que, 435.
Abençoado, 120. Acrecentar, 99. Aio, 44í.
Abertura, 390. Activo, 17. Ajuda,00,
Abolir, 4. Acto, 10. Ajuntar, 34.
Abominar, :). Adagio, 5Í8. Alameda, 310.
Aborrecer, 3. Adarga, 270. Alarido, 360.
Aborrecimento, 164. A despeito, 43o. Albergue, 364.
Abra, 104. Adhesão, 97. Alcaear, 35.
Abrazar-so, 77. Adivinhar, 59. Alcançar, 30 bis.
Abreviar, 3. Adjectivo, 18. Alrar,*37.
Abrogação, i. Admiração, 19. Alcunha, 38.
Abro "ar, l. Admirativo, 19. Alegoria, 71.
Abrolhos, 135. Admirável, 19. Alegria, 38, 39.
Absolver, 5. Admitlir, 19. Aleivosia, 10, 395.
Abster-se, 5. Adormecer, 20. Alfange, 272.
Abstracção , li 340 , Adulador, 29. Ataques, 109.
491. Adular, 423. Alfim, (0.
Abstracto , 7. Adversário, 21. Alguém, 41.
Abstruso, 7. Afastar, 21.• Algum, 41.
Abundante, 7. Affecto, 24. Alguns, 41.
Abundoso, 7. Affeite, 24. Alimentar, 42.
Acabar, S, 159. Aflinidade, 97"% Alizar, 42.
Acalmar, 70. Affirmar,95. Allegar,42.
Acaso, 318. Afflicção, 25, 26. Alliança, 43.
Acatamento, 5'i7. Affronta, 27. Allocuçâo, 78.
Acção, 10, n o . Affrontar,83. Allucinação, 265.
Acccitar, 514. Arim, 473. Allucinar, 292.
Accelerar, 11. Afortunado, 20, 303. Alma, 44.
Accidental, 318. Agarrar, 28. Almanach, 45.
Accidentes, 509. Aggravo, 27, 28. Almoeda, 47.
Acções, to. Aggressão, 29. Al|icndrada, 17.
iccommetler, 87. Agourai, 29, Alpendre, 47.
Accusar, 82, 213. Agradar, 32. Altercação, 48.
II 47
554 ÍNDICE
Alteza, 48. Apezar, 43Õ. A s cegas, 15Í.
Altivez. , 469. Aphorismo, 526. Asca, 07, 86.
Altura, 48. Aplacar, 70. Asco, 86.
Alugar, 50. Apocrypho. 535. Asir, 28.
Alumno, 279. Apologia, 70. Asno, 410.
Alva,5o. Apologo, 71. Aspecto, 86.
Alvedrio, 419. Apophtncgma, 526. Aspirar. 86, 498.
Alvo, 132. Apôs, 92. Assaltar, 87.
Alvoroço, 5|. Apossar-se, 72. Assassinar, 437.
Alvoroto, .' 1. Apostilhas, 85. Assassino, 87.
Amansado, ;35. Apparato, 70. Assegurar, 25.
Amansar, 235. Appnrelho, 76. Assentar. 485.
Amarellecer, 51 bis. Apparencia, 73. Assombro, 19.
Amarr-llojar, 51. Apparição 72. Assumpto, 437.
Ambição, 52. Appelido, 38. Astro, 88.
Ambiguidade, 52. Appetites, 73. Astrologia, 88.
Ambos, 55. Applicação, 74. Astronomia, 88.
Amizade, 55. Approvar, 75. Astúcia, 89.
Amnistia, 57. Aprender, 75. Asylo, 513.
A m o , 442. Apressar, 11. Atalaia 551.
A m o r . 55,147. Apressurar, II. Ataque, 29.
A m o r da pátria, 58. Apresto, 76. Até-agora. 538.
A m o r de si, 58. Apropriar-sc, 76. Até-aqui. 538.
A m o r próprio, 58. Apto, 142. Átomo. 90.
Amores, 55. Aqui, 133. Atrabiliário, 90.
Amparo, 60, 475. Arder, 77. Alraz, 92.
Amphibologia, 52. Ardil. 89. Atrevimento, 9!, 93.
Analogia, 61. Anlimento, 193. Attenção, 93.
Analyse, 61. Arenga, 78. Attentado, 94.
Ancião, 62. Arguir, 82. Attestar, 95.
Ancioso, 199. Ando, 81. Atticismo, 95.
Andaço, 182. Armada, 323. Attitude, 96.
Andar, 63. Aroma, 325. Attracção, 97.
Anecdotas, 63. Aromas, 161. Attractivos, 97.
Anhelar, 169. Arrazar, 82. Attribuir, 98.
Angra, 104. Arrazoamento, 78. Attribuir-se, 76.
Animo, 44. Arredar, 23. Aturar, 532.
Annaes, 63. Arrendar, 50. Audácia, 93. »
Annotações, 03. Arroperrlíimento , 488. Augmentar, 99.
Annuncio, 102. Arribas, 131. Augmentar-se, 197.
Antagonista, 21. Airiscar, 102. Aurora, 50.
Antecessor, 66. ArroJ.ncia, 470. Austero, 99.
Antemural, (53. Arrogar-se, 76. Aulhenlico, 532.
Anticipado, 66, Arrostar, 83. Autor, 100.
Antídoto, 66. Arrojo, 92,93. Autoridade, 100, 531,
Antigo, 6'. Arruinar, 224. Auxilio, 60.
Antipathia, 67. Arte, 83. Avarento, 101.
Antiquado, 67. Arteirice, 89. Aventurar, 102.
Antiquar, 4. Articular, 84. Averiguar, 102,
Antro,
Apartar,
Apathia, 68.
Apaziguar, 69.
23.70. Artifice,
Arvoredo, 85.
Arvorejado,
Artista, 85.
310.
86. Aversão.
Aviso, 102.
Avistar,
Axioma, 67.
488.
103.
DOS VOCÁBULOS. 555
Azagaia, 20Í. Bordão, 278. Capcioso, 143.
Azo, 463. Borrasca, 502. Caracter, 146.
Bosquejo, 266. Cara. 144.
B Brado. 551. Caracteres.146.
Branco,132. Caramelo, 339.
Bahia, 104. Cárcere, 500.
Brandura de génio,
Baile, 105. Carecer. 228.
234.
Baixios, 109. Carência, 501.
Branquejar, 245.
Baixo, 106, 108. Carestia, 147.
Bravura, 193.
Baixo, (a, em. de), 2. Cargo, 248. ,
Breve, 132.
Baixos, 109. Caridade, 147.
Brigar, 477.
Balancear, 110. Carniceiro, 449.
Brilhar, 430.
Balbuciar, (II. Carnívoro, 149.
Broquel, 270,
Banca-rota, 286. Carpir-se, 162,
Brunir, 42.
Banquete, 305. Carta, 262.
Bucol ca, 241.
Barbaridade, 112. Casa, 289.
Bulha, 133.
Barbarismo, 113. Casamento, 43T.
Burro, 410.
Bárbaros, 113. Cascata, 134.
Base, 114. Cá, 133. Casco, 141.
Basílica, 538. Cabala, 403. Castidade. 149.
Bastante, 115. Cabelleira, 359. Castigar, 508.
Bastardo, 115. Cabo, 134. Catadupa, 134.
Batalha, lio. Cachoeira, 134. Catalogo. 423.
Batalhar, 477. Cachopos, 135. Catastrophc, 151.
Battologia, 117. Cadeia, 500. Cathedratico, 504.
Beatificação, 119. Cadencia, 509. Cativo, 151.
Beatitude, 125. Caducidade, 136. Caução,152.
Beato-falso, 376. Calabouço, 500. Causa, 152.
Beiços, 419. Calamidade, 220. Cáustico, 153.
Beijo, 479. Calcular, 137. Caverna, 68.
Belleza, 120, 123. Calendário, 45. Cegamente, 154.
Bellicoso, 123. Calheta, 104. Celada, 141.
Bello, 123. Caliginoso, 271. Celebre, 456.
Belzebu, 225. Cal u m n ia, 431. Celeste, 156.
Bemaventurado, 62. Camilha, 138. Celestial, 156.
Bemaveniurança, 125, Caminha, 138. Celeuma, 360.
158. CCampo,
a m i n h a32
^ 63.
•% Cenotaphio, 155.
Bemdito, 126. Campestre,
Cançaço, 286. 138. Censura, 157.
Bemquerença, 127. Campezino,
Cândido, 132.138. Ceo, 158.
Beneficência, 127. Candura, 439. Ceremonia, 519.
Benevolência, 127. Canonização, H í Cerro, 445.
Benignidade, 430. Cantadeira, 141. Certificar, 95.
Bens-allodiaes, 127. Cantarina, 141. Certos, 41.
Bens-livres, 127. Cantatriz, 141. Cessar. 159.
Bento,126. Cantora, 441. Chã, 483.
Besta, 128. Capacete, 141. Chamar, 406.
Bibliotheca, 128. Capacitar, 142. Chamar por, 406.
Biographia, 63. Capaz, 442. C h a m m a , 160.
Bola, (29. Chão, 483.
Bonina, 311. Charlar. 190.
Boniteza, 120.
Borda, 131.
Bondade, 130. Chegar,160.
Chatim,171.
Cheia, •
36.
5.56 ÍNDICE
Cheiro, ice. Comprar, 441. Convenção, 189.
Cheiros, 161. Comprehender, 250. Convencer, 142
Çhe roso, 101. Computar, 137. Convénio, 471.
Chiste, 354. Conceber, 170. Convento, 448.
Hiorar, 102. Concisão, 492 Conversar, 190.
Choro, 414. Conciso, 492. Convicção, 191.
Chronicas, 63. Concluir, 8,170. Convir, 191.
Cidade fortificada,318. Concorde, 177. Copiar, 192, 380.
Cimeira, 141. Condescendência, Côr, 192.
Cimitarra, 272. 474. Coragem, 193.
Circumlocução, 481. Condição, 178. Cordilheira, 445.
Circunspecção, 506. Conduzir, 304. Coroa, 193.
Citar, 42. Confederação, 43. Corregir, 194.
Ciúme. 404. Confiança,274. Correio, 195.
Civilidade, 103. Conlim,'l78. Corrompido, 495.
Civilização, 379. Confirmar, 25. Corsário, 195.
Civilizado, 104. Conforme, 477, 178. Corte, 309.
Clamor, 551. Confundir, 442. Corlezania, 163.
Clandestino, 4 05. Conjectura, 179. Cortezia, 102.
.Clarão, 105. Conjuneçao, 403. Cosmogonia, 196.
Clareza, 400 bis. Conquistar, 72. Cosmographia, 196.
Claridade, 465 , ICO. Conseguir, 36,463. Cosmologia, 196.
Claro, 106, 107. Consentir, 75. Costa, 131.
Clausula, 107. Conspirar, 180. Costumar, 531.
Claustro, 448. Constância, 140, 180. Costume, 305.
Clemência. 109, 392. 181. 310. Cotas, 65.
Cobardia, 438. Constante, 181, 182. Crebro, 320.
Cobiça, 52. Conslellacão, 88. Crédulo, 190.
Cobiçar, 169. Consternação, 26. Crença, 300.
Cobiçoso, 101. Construir, 237. Crente, 490.
Cohesão. 97. Contagio, 182. Crer e m , a alguém,
Cólera, 267. Contagioso, 201. 197.
Colligir, 34. Contar, 137, 455. Crescer, 197.
Collina, 445. Contenda. 48. Cria, 394.
Collocar, 485. Contentameuto , 38, Criado, 413.
Colorido, 492. 521. Criação, 238.
Combate. 416. Contestação; 48. Criança, 394.
Combater, 477. Continência, 149. Criar, 198.
Começo, 170. Contíguo, tó8. Crime. 94, 476.
Comedia, 290. Continuarão, 183. Criminar, 82.
Comer, 171. Continuaiio, 184. Critica, 157.
Commentarios, 03, 05. Continuamente , 183. Crucificado, 198.
Commerciante, 171. Continuar, 183, 184. Crucifixo, 198.
Commodato, 249. Continuidade, 183. Crueldade, 112.
C o m m u m , 507. Continuo, 184. Cuchiehar, 190.
C o m m u m m e n t e , 408. Conto, 185. Cuidadoso. 199.
Campadecer-se , 257. Contracto, 189. Culpa, 476.
Compaixão, cio. Contradictorio, 185. Cume, 199.
Compendiar, 174. Contrario, 185. Cumeada, 199.
Complemento,
Completo,
Complacência,
Compilador,.l7í.480. 175.
ni. Contrição
Contraveueno
Contribuição,
Contravenção,
iss.,
187.
186.
00. Curto,
Cupjoso,
Cumprir,
Cumieira,132.
510.
191,
199.199.
DOS VOCÁBULOS. 557
D Depressa, 407. , Destino 318.
Derogação, 4. Destreza, 305.
Davida, 235. Derogar, i. Destro, 142.
Davidas, 201. Derradeiro, 544. Destruir, 221.
D a m a , 451. Derrama, 187. Desvario, 209.
D a m n o , 2n0. Derramamento, 240. Desvelado, 19 .
Dansa, 165. Derreter, 214. Desventura, 220.
Dar, 101. Derribar, 82. Determinação, 205.
Dar lugares, etc., 201. Desabridamente, 524. Detestar, 3*.
Dardo, 202. Desacreditar, 21 i. De tracejei, l.M.
De balde, 404. Desalento, 2. Detrimento, 200.
Debate, 48. Desamparar, 215. Devastar, 82.
Débil. 1123, 324. Desatino, 230. Dever, 160.
Decapitar, 203. Desavença, 215. Devoção, 516.
Decência, 203. De ícanço, 517. Devorar, 171.
Decisão, 2o5. Descaro, 93. Diabo, 225.
O, 20 '. Descoberta, 13. Diadema, 193.
Declaração do guerra, Descobrimento, 13. Dialéctica, 427.
434. Descobrir, 13, 206. Dialecto, 120.
Declarar, 206. Desconfiança, 215. Diaphano, 166.
liei posição, 01. Desconhecido, 387. Diário, 220.
Decoro, :;;:!. Descorado, 216. Dicção, 243,
Decrepitude, (3G. Descontinuar, 159. Diccionario, 227.
Deduzir, I7l>. De cortezia, 361. Dictame. 167.
Defender, 207,505. Descripção, 20;, 21". Dignidade, 229, 373
De ènsa, 07. Descuido, 3\5. Digre são, 23 '.
Deferência, 17 I, 547. De culpa, 2i7. Inflamar, 21 i.
Defesa, 207. Desdita, 220. ' Differenças, 48.
Definição, 207. Dei di :er-se, 218. Differente, 231.
D funto, 448. Deslealdade, 395. Difficuldade, 402.
Degolar, 203. ;a, 220. Diffuso, 228.
Degradar, 224. Desejar, IH9. Diligente, 199.
Delatar, 212. Desejos, 13. Direito, 412.
Deleite, Í90. Desenlace, 151. Direito hereditário,306
Delgado, 309. Deserl . 219. Dirigir, 304.
DeliboraiyínS. Desertor, 220. Discernimento, 229.
Delicadeza, 163. Desesperar, 280. Discípulo, 279.
Delicado, 208. Deshoilsto, 221. Discórdia, 215.
Delicia, (90. Desídia, 15. Discrição, 506.
Delicto, 94, 476. Designaras». Discurso,78.
Delinquente, 432. I)esignio!%22 Diserto, 241.
Delírio, 289. Desobediência, 186. Disfarçar, 308.
Demanda, 'i 10. Desnaturado,223. Disparate, 230.
Demandar, 477. Desnaturai, 223. Disperso, 330.
Demência, 211. Desnaturalizado, 223. Disputa, 48.
Demónio, 225. Desnecessário, 22-. Dissensão, 215.
Demonstrar, 212, Despertar. 16. Dissertação, 231.
Demora, 274. Déspota, 543. Dissimular, 308.
Denso,
Depllis,212.
Depravado,
Denunciar,
Deparar, 195,
92,429.
13.
212. Desquite,
Desprezivel
Despovoado,
Desterrar, 2(3.
Desprezar, 224.
,219.
8i.108. Dissipador,
Distincto,
Distracção, 504.
Dila, 125, 231.
Distante, 322.
231.
6,232,
538 ÍNDICE
Ditado, 526. Elevar, 37. Eaterneccr-se,25T.
Ditoso, 26. Elmo, 141, Ento.namento, 258.
Diurno, 226. Elocução, 243. Enterrar, 258.
Diversão, 232. Elogio, 213, 211. Enterro, 258.
Diverso, 231. Eloquente, 211. Entrega.-, 201.
Divino, 150. Elucidário, 227. Entieprender, 249
Divisa, 536. Embair, 255. Enunciar, 260.
Divisar, 103. Eu.balde, 404. Envelhecido, 516.
Divorcio, 233. Embellezo, 97, 251. Envelhentado. 546.
Divulgar, 206, 507. Emblema, 530. Enxambrar, 260.
Docilidade, 234. Embranquecer, 245. Enxergar, 103.
Documento, 231. Embryão, 215. Enxovia, 500.
Doença, 12. Embuste, 440. Enxugar, 200.
D o m , 235. Emendar, 194. Epanaphoras, 63.
Domar, 235. Emissário, 245. Epidemia, 182.
Domestiiar, 235. EHiíim, 40. Epidemico, 261.
Domestico, 235. Empallidecer, 51. Epistola, 262.
Domicilio, 446. Empenho, 240. Epitheto, 18.
Dona, 451. Empregar, 2(7. Epitomar, 171.
Donativo, 235. Emprego, 248. Epocha, 262.
Donde, 467. Emprehendor, 249. Equidade, 412.
Dono, 506. Empresa, 5 '0. Equhoco, 52, 372.
Donzella, 443. Empréstimo, 219. Era, 262.
Dòr, 20, 479. Emulação 250. Erário, 310.
Dormir, 20. Emulo, 21. Ergástulo, 500.
Dotes, 237. E m vão. 404. Erguer, 37.
Doudice, 211. Encanto, 251. Ermo, 219.
Dous, 55. Encantos, 97. Erro, 202, 265.
Douto, 236, 266. Encarar, 83. Error. 262.
Doutor, 230. Encarecer, 280. Erudito, 260.
Dunas, (31. Encima, 253. Esboço, 266.
Duração, 539. Encobrir, 254. Escacez, 147.
Duradouro, 181. Encontrar, 13. Escandecencia, 267.
Durindana, 272. Encurtar, 3. Escapar, 329.
Duvidoso, 237. Endémico, 261. Escapar a, 270.
Energia, 313.
E Enfado, 25, 255.
Escapar de, 270.
Escarcha, 339.
Ebulição, 239. Enfeite, 24. «t- Esclarecido, 387.
Edificar, 237. Enfermidade, 42. Escolher, 494.
Editor, 381. Enganar, 255. Escolhos, 135.
Educação, 238. Engano, f .5. Escolta, 362.
Effectuar, 299. Enganoso," 28e. Esconder, 254.
Effervescencia, 239 e Engenho, 311. Escravo, 151.
Efficacia, 313. (304. Engraçado, 354. Escriptor, 100.
Effigie, 239. Enjeitar, 5t5. Escudo, 270.
Efusão, 240. Enojo, 255. Escuro, 271.
Égide, 270. Enredo, 403. Escusa, 217. 499.
Egloga, 241. Ensaio, 282. Escusado, 223.
Egoísmo, 58. Enseada. 104. Escutar, 471.
Eilo (a), 309. Ensejo,
Eleger,
Elegante,494.
241, 440. 463.
Entender,
Entendimento,
256. 256 Esfomeado,
j Esforçado,
Esguardar,
Espada, 272.288.
314.
103.
DOS VOCÁBULOS. 559
Espanto, 536. Exemplar, 281. Farça, 21,0.
Espantoso, 374. Exemplo, 281. FarelhOos, 135.
Esperança, 274. Exéquias, 258. Fartura, 291.
Esperanças, 274. Exigir, 477. Fascinar, 292.
Esperar, 33. Exorar, 477. Fastidioso, 292.
Espesso, 212. Exórdio, 170. Fasto, 293.
Esphera, 129. Experiência, 282, 461. Fastos, 63.
Espia, 245, 551. Explicaçaôes, 65. Fatal, 294.
Espirito, 44. Expressão, 472. Fatalidade, 294, 295.
Esplendor, 165. Exprimir. 260. Fátuo, 295.
Espontâneo, 424. Explorador, 245. Favor, 353.
Esposo, 436. Expugnar, 468. Favorável, 505.
Espúrio, 115. Exterior, 73. Favorecedor, 296.
Esquadra, 328. Exterioridade, 73. Favorito, 290.
Esquivamente, 524. Exterminar, 224. Fazer, 299, 300.
Esquivar, 329. Extraordinário, 510. Fé, 300.
Estabilidade, 181. Extremidade, 307. Fecundar, 300.
Estada, 274. Exultação, 39. Fecundidade, 301.
Estado, 178. Fabricada, 282. Fecundo, 241, 302.
Estafeta, 195. Fabricante, 282. Feiticeiro, 430.
Estancia, 275. Fabricar, 237. Feitiço, 251.
Estatura, 276. Fabula, 71,185. Feitos, 10.
Estar, 527. Fabuloso, 283. Felicitação, 473.
Estar affeito, 531. Façanha, 504. Felicidade, 125.
Estar certo, 275. Facçã >, 283. Feliz, 26, 303.
Estar contíguo, 420. Fachada, 284. Fenecer, 8.
Estar seguro, 275. Face, 144. Fermentação, 304.
Esteiro, 104. Facilitar, 488. Ferocidade, 112.
BgtjUar, 433. Factos, 10. Feroz, 525.
tstimação, 493. Faculdade, 285. Ferramenta, 398.
stio, 548. Fadiga, 286. Fértil, 302.
Estorvar, 383. Fado,318. Fertilidade, 301.
Estrangeiro, 276. Falia 78. Fertilizar, 300.
Estranho, 276: Fallar, 84. Fer\or, 239.
Estrella, 88, 318. Fallaz, 286. Fervura, 239.
Estribilho, 278. FallecerTfe. Festa, 304.
Estronhe, 275. Fallecer de, 493. Festim, 305.
Estudante, 279 bis. Fallecimenfci, 417. Festividade, 304.
Estudar, 75. Fallencia, "'6. Feto, 245.
Estudioso, 279. Falsidade, 40. Fiança, 152.
Estúpido, 128. Falso, 283. Fidalgo, 305.
Estylo, 243. Falta, 476, 501. Fidelidade, 180.
Ethnicos, 348. Faltar, 286. Figura, 239, 308.
Eumenides, 332. Famélico, 288. Fim, 306.
Evadir, 329. Familia, 289. Fimbo, 202.
Evitar, 329. Familiar, 543. Finado, 448.
Exacto, 280. Faminto, 288. Finar-se, 8.
Exagerar, 280. Famoso, 456. Finalmente, 40.
Exasperar,
Execração,
Excitar,
Execrar, 3.
Executar, 280.
281.
299.
384. Famulento, 634.
Fanatismo, 288. Fingir,
Fio,
Fino,
Fio
Firme,
(a),
309.308.
208,
182.
309.
309.
560 ÍNDICE
Firmeza, 181. Fundamental, 332. Grandeza, 350 bis.
Fisco, 310. Fundir, 214. Grandíssimo, 451.
Flamma, 160. Fúnebre, 429. Granizo, 339.
Flor, 311. Funera, 258. Granja, 357
Floresta, 310. Funesto, 291. Gratidão, 512.
Fluido, 312. Fúria, 334. Gratificação, 358
Fogo, 429. Fúrias, 332. Grave, 358.
Fogueira, 312, 429. Furibundo, 333. Gravida, 496.
Folga, 313. Furioso, 333. Gravidade, 97, 359
Folguedo, 313. Furna, 68. Gravitação, 97.
Folheto, 418. Furor, 334. Grenha,'359.
Folhinha, 45. Furtar, 335. Greta, 300.
Folia, 105. Furto, 336. Gritaria, 360.
Forasteiro, 276. Fútil, 327. Grito, 551.
Forca, 475. Futuro, 337, 487. Grosseria, 361.
Força, 313, 314. Grosseiro, 361.
Forçar, 460. Gabar, 337. Gruta, 68.
Forçoso, 314. Gaguejar, 111. Guante, 361.
Forma, 306, 314. Galante, 315. Guarda, 302.
Forma, 314. Galardão, 495. Guarda-fogo, 303.
Formalidades, 315. Galrar, 190. Guarda-vento, 363.
Formidável, 315. Ganância, 338. Guardar, 199.
Formoso, 315. Ganho, 338. Guarida, 364.
Formosura, 120. Geada, 339. Guedelha, 359.
Formulas, 315. Gesto, 96. Guerrear, 477.
Fortaleza, 314, 316, Gelo, 339. Guerreiro, 123.
Forte, 551 (318. Generalização, 340. Guiar, 364.
Fortuito, 318. Generosidade, 418. G u m e , 309.
Fortuna, 295,318,322. Génio, 341 bis, 391.
Fraco, 323. Gentil, 315. H
Fragancia, 325. G p n ilhomem, 305. Hábil, 142.
Frágil, 324 bis. Gentilleza, 420. Habilidade, 365.
Franco, 325. Gentios, 348. Habitação, 446.
Franqueza,139. Geral, 350. Habito, 305.
Frecha, 202. Gerar, 198. Harmonia, 439
Frequente, 320. Gladio, 272.,. Herança, 886.
Frequentemente, 450. Globo, 129. Herdeiro, 306.
Frente, 144. Gloria, 351. Hercje, 367.
Fresco, 320. Glossário, 227. Heresiarcha, 367.
Frescura, 326. Golfo, loV Heroicidade, 369.
Frívolo, 327. Gostar, 32. Heroísmo, 193, 369.
Fronte, 144. Gosto, 341, 352 bis. Hesitar, 110.
Frontispício, 284. Gotejar, 433. Heterodoxo, 367.
Frota, 328. Gozar, 36. Historia general, 369.
Frugalidade, 538. Gozo, 352. Historia universal, 369
Fuga, 329. Graça, 353, 351. Historiador, 370.
Fugace, 330. Gracejo, 354. Historiographo, 3T0.
Fugida, 329 bis. Gracioso, 354. H o m e m , 371.
Fugitivo, 330. Gradação, 355. H o m e m (o), 405 bis.
Fulgurante, 331. Graduação, H o m e m de bem, 371.
Fumaça,
Fulminante,
Fumo,'331,331.331. Grande, 305.355. DH o m e m honrado,
de honra,371
371
DOS VOCÁBULOS, 561
llomem de probidade Implorar, 177. iniquo, 393.
371. Impolitico, 361. Injúria, 390.
H o m e m de virtude, Importar, 101. Inópia, 481.
371. Importuno, 292. Inopinado,392.
Homem verdadeiro , imposto, 187. Insensibilidade, 69.
549. Imprecação, 384 insinuação, 396.
Homens (os), 465. Impressor, 384. Insidioso, 113.
Homicida, 87. Imprevisto, 392. Insinuar, 397.
Homilia, 372. impugnar, 385. Insistir, 183.
H o m o n y m o , 372. Imputar, 98. Inspiração, 396, 518.
Honor, 373. Inadverti mia, 385. Instante, 445.
Honra, 373 bis, 351. Inalterável, 182. Instigação, 390.
Horrendo, 374. Incrndiar-se, 77. Instrucção, 379.
Horrível, 374. Incerteza, 380, Instruir-se, 75.
Horroroso, 374. incerto, 237. Instrumento, 398.
Horto-ponsil, 409. Incitar, 281. Insuperável, 405.
Humanidade, 130. Inclinação, 55, 380. InsurgeHte, 998,
Humildade, 374. Inclyto, 387. Insurreição, 399.
Humiliação, 376. Incógnito, 387. Inteiro. 400.
Hypocrita, 376. Inconsideração, 385. intelligencia, 256.
Hypotheca, 152. Inconstante, 388. Intenção, 222.
Hypothese, 535. Incrédulo, 383. Interior, 101.
Incúria, 388. Interno, M l .
I indagação,388. Intorprelaçaòes, 05.
indecisão. 3S0. Interrogar, 102.
Ideal, 377. Independente, '«25. Íntimo, 401.
Idioma, 420. indicar, 389, Intrepidez, 183.
Idiota, 128. Indicio, 530. Intriga, 403.
Idyllio, 2(1. indifierença, 69. Intrínseco, 401.
Ignaro, 379. Indigência, 481. Imiti!, 223.
Ignominia, 377. Individuo, 391. Inutilmente, 40 i.
Ignorância, 378. índole, 391. Innudação, 480.
Ignorante, 379. Indolente, 455. Invadir, 72.
Igreja, 538. Indulgência, 392, 540. Invalido, 458.
Illimitado, 379. induzir, 176. Invectiva, 403.
Aludir, 255. ínerte, 455. Inveja, 250, 404.
IllUSãO, 205. Inesperado, 392. Invejar, 405.
Illustração, 379. Inexorável, 400. Invenção, 13.
Illustre, 450. Infame7393. Invencível, 405.
Imagem, 217, 239. infâmia, 377. Inventar, 13.
Imaginário, 377. Infância,M3. Invento, 13.
Imitar, 380. infante, 3J4. Invocar, 406.
Immolar, 520. infelicidade, 220. Ir, 63, 406.
Immune, 380. Inferior, 108. Ir-se, 406.
Immunidade, 380. Inferir, 170. Ira, 267. •
Imparcial, 381. Infidelidade, 395. Iracundo, 407,
Impedir, 383. Infiéis, 3 is. Irado, 407.
Imperador, 514. Infinito, 179. Iroso, 407.
Imperícia, 378. inflamar-se, 77. irreligioso, 383.
Imperic, 515. Inflexível, 182, 400. Irresolução, 386.
Impertinente, 295. Infortúnio, 220. Irrito, 458.
Impetrar, 403. Ingenuidade, 139. Isenção, 380.
ímpio, 383. Inimigo. 21. Isento, 380.
562 ÍNDICE
Lhano, 483. Magico, 430.
Libello. 413. Magnanimida e, 431
Jà, 107. Liberalidade, 418 bis. Magnificência, 29J. ,
Jactância, 408. Liberdade. 419. Magnitude, 350.
Jamais, 408. Licito, 416, 419. Magoa, 26.
Jardim, 409. Liga, 41. Maioral, 552.
Joven, «10. Limar, 419. Maldade, 433.
Jubilo, 39. Limite, 307. Maldicção, 384.
Juizo, 229. Lindar, 420. Maledicência, 431.
Jumento, 410. Lindeza, 120. Maléfico, 432.
Jura, 4 H . Lingua, 420. Malfeitor, 432.
Juramento, 411. Linguagem, 420* Malicia, 433.
Justa, 4lt. Liquido, 312. Malignidade, 433.
Justiça, 412 bis. Lisonja, 423. Malsinar, 212.
Justiceiro, 384 Lisonjaria, 423. Maltratar, 433.
Justiçoso, 381. Lisonjear, 423. Manar 433.
Justificação, 70. Lisonjeiro, 20. Mancebo, 410.
Justificar, 207. Lista, 423. Mania, 211.
Justo, 381. Lisura, 139., Manifestar, 206.
Juventude, 410. Litigio. 210. Manifesto, 167,434.
Litteralmente, 424. Manopla, 361.
Labareda, 160. Livido, 216. Manso, 235.
Lábios, 119. Livraria, 128. M á o grado, 435.
Laborioso, 413. Livre, 424, 425. Maquinar, 468.
Lacaio, 413. Lizo, 426. Mar, 463.
Lago, 4(4. Lobrigar, 103. Maravilha, 503.
Lagoa, 414. Local, 426. Marcar, 389.
Lagrimas, 414. Lógica, 42T. Marchar, 83.
Lamentar, 162. Logo, 407, 429. Marcial, 123.
Languidez,!. Lograr, 36. Margem, 431.
Lapa, 68. Longanimidade, 431. Marido, 436.
Lapidificar, 415. Longe, 231. Mas, 486.
Lares, 415. Longo, 228. Masmorra, 500.
Largueza, 416. Loucura, 2 U . Mata, 310.
Largura, 418. Louvar, 337. Matador, 87.
Larvas, 418. Louvor, 243. Matar, 437.
Latrocinio, 336. Lúcifer, 225. Matéria, 437.
Leal, 325. lucro, 338. Maternal, 475.
Ledice, 39. Luctuoso, 429c Materno. 475.
Legal, 416. Lugar, 426. Matrimonio, 437.
Legitimo, 416. Lúgubre, 429. Matrona, 451.
Leilão, 47. Lume. 4 2 9 c Mausoleo, 155.
Lembrança, 439. Lusbel, 225. Máxima, 526.
Lemures, 416. Lutar, 477. Medicamento, 516.
Lenha, 417. Luva, 361 Meditação, 74.
Lente, 5u4. Luxo, 293. Medo, 438.
Lettra (St), 424. uzir, 439. Melancólico, 90.
Lettras, 146. Melena, 359.
Levantar, 37. M Melodia,
Levar, 364.
Lhaneza, 139. Macilento,
Magestade,
.Madeira, 417.
229,
216.856. Memoria,439.
Meneiar,
Memorias,
Mendigo, 439.
449.
484.
03.
DOS VOCÁBULOS. 563
Meninice, 393. Muito grande, 451. Obsecrar, 477.
Meninices, 393. Mulher, 451. Obsequioso, 461-
Jlenino, 394. Mundo, 452. Observação, 461,
Menoscabo, 200. Muralha, 453. 642.
Mente, 440. Muro, 453. Observância, 462.
Mentira, 440. Mutuo, 249, 453. Observar, 199 bis.
Mercador, 171. Mysterio, 454. Obsoleto, 67.
Mercadoria, 441. Mysterioso, 454. Obstáculo, 462.
Mercancia, 441. Mystico, 454. Obstinação, 246.
Mercar, 441. IN 482.
MercO, 353. Obter, 463.
Merecer, 528. Nação, 488. Occasião, 463.
Messe, 523. Não obstante, 435. Occultar, 254.
Mestre, 442. Narrar, 455. Oceano, 463.
Mexerico, 403. Natural, 115, 391. Ócio. 500.
Milagre, 503. Naturalidade, 139. Ociosidade, 500.
Militar, 123. Necedade, 378. Ocioso, 500.
M i m o , 235. Necessitar, 280 Odiar, 3.
Ministério, 248. Negligencia, 388. Ódio, 67, 464,
Misericórdia, 169. Negligente, 455. Odorífero, 161
Mister, 83. Negociante, 171. Offensa,28.
Mister (é), 493. Nemoroso, 86. Ofíerecer, 498.
Misturar, 442. Nenhum, 456. Offerenda, 459.
Moça, 443. Néscio, 295. Offerta, 466.
Mocidade, 410. Neve, 339- Officio, 83, 248.
Moço, 410. Ninguém, 456. Officioso, 461.
Moda, 444 bis. Nobre, 456. Olfato, 466.
Moderação, 444. Nocivo, 132. Olhar, 103.
Moderado, 474. Noivado, 437. Ondas, 466.
Modéstia, 203. Nòs, 457. Onde, 467.
Moléstia, 12. Nós-outros, 457. Onzena, 545.
Momento, 445. Notas, 65. Opaco, 467.
Monarcha, 514. Notório, 508. Operário, 85.
Montanha, 445. Novella. 185. Opinar, 208.
Monte, 445. Novo, 457. Opinião, 467.
Monumento, 234. Nullo, 458. Opportunidade, 463.
Morada, 446. Numerar, 458. Opposto, 185.
Mordaz, 153. Num«»'ico. 458. Opprobrio, 577.
Morrer, 8. Nunca, 408. Oppugnar, 468.
Morria o, 141. Núpcias, 437. Opulência, 519.
Morte, 447. Nutrir, <j». Oração, 78.
Orar, 477.
Morto, 448.
Mosteiro, 448.
O Ordinariamente, 468,
Hfcistra, 530. Obediência, 459. Ordir, 468.
Mostras de amizade, Oblação, 459. Orelhas, 470.
449. Obra, 459, Orgulho, 469, 470.
Motim, 399. Obrigação 460. Osculo, 470.
Motivo, 152. Obrigar, 460. Ousadia, 92.
Movediço, 449. Obsceno, 221. Outeiro, 445.
Muitas
Muito, 449.
Movei,
Mover, 450.
281,
vozes,
449.
450. Obscuro, 271. Outrem,
Outro,
Ouvidos, 470.
Ouvir, 474,
470.
470.
56)
Pedir p irdão, 476. Pingar, 433.
Pcd risco. Piquete,: 02.
Paço, 35. Pegada, 550. Pirata, 195.
Pacto, 189, 471. Pi ;ureiro. 552. Pisada, 550.
Padi Ci r, 532. Pejada, Pista, 550.
Paga, 171. , 477. Plagiário, 174.
Pagãos, 343. Pi llouro, 129. Planície. 483.
Paixão, 21. Pelo meio, 487. Plano, 420, 483.
Palavra. 472. Pena, 25,47!!, 521. Planura, 483.
Pálido, 210. , 415. PL be, 489.
Pairar, 190. , 33. ,210.
Palácio, 35. Penhor, 152. Pobre, 484.
Panegyrico, 244. Penúria, 184. Pobreza, 484.
Pú.0,417. Perceber, 176. Poder, 100, 285, 534.
Para, 1,473 bis. Percepção, 93, 479. Poesia, 484.
Parabém, 473. Perdão, 57. Poética, 484.
Parábola, 71 Perdoar, 5. POis, 487.
Para-fogo, 363, Perecer, 8. Policiado, 164.
Paragem, 426. Peregrino," 276. Polidez, 103.
Paraiso, 158. Peremptório. 205. Polido, 104.
Paralogismo, 473. Perenne, 482. Polir, 42. 419.
Paravento, 363. Perfazer, 300. Politica, 163.
Parceis, 109. Perfeito, 480. Pomar. 409.
Parco, 474. Perfídia, 395. Pontual, 280..
Páreas, 187. Per umes, 101. População, 490.
Parecer, 407. Perguntar, 402. Pôr, 485.
Parecido, 525. Perigo, 480. Porém, 480.
Parcimonia, 538. Período, 107. Por meio, 487.
Paremia, 526. Período histórico, 202. Porque, 487.
Parolar, 190. Periphrase, 481. Porvir, 487.
Participar, 474. Perisologia, 117. Possibilitar, 488
Particula, 90. Permittido, 419. Postilhão, 195.
Particular, 531. Permittir, 75. Postulado, 488
Partido, 283. Pernicioso, 432. Postura, 96.
Pasmo, 19. Perpetuo, 482. Potencia, 285.
Passamento, 447. Perplexidade, 386. Potentado, 514.
Pastor, 552. Perspicácia, 33. Potestade, 100.
Pastoral, 241. Perspicuidade, 100. Povo, 488, 489.
Paternal, 475. Perseverar, 18Í Povoação, 490.
Paterno, 475. Persistir, 183. Praga, 384,
Patíbulo, 475. Persuadir, 142,397. Praia, 131, 490.
Patriotismo, 58. Persuasão, 4*1, 396. Pranteado, 162.
Patrocínio, 475. Pertinácia, 782. Pranto, 414.
Patrulha, 362. Pervertido, 195. Pratica, 78.
Pavez, 270. Pesar, 188. Praticar, 190.
Pavor, 438. Peso, 359. Prazer, 125, 490.
Paz, 509. Pcsquiza, 388. Preceptor, 442.
Peanha, 114. Pessoa, 391. Precisão, 491, 492.
Peccado, 470. Petrificar, 415. Precisar, 460, 493.
Peçonha,
Pedir,
Pedir
Pedestal,
desculpa,
477.547.
114. 476. Phrase,
Piedade,
Philanthropia,
Pezar, 107.
130, 516.
20. 147. Predecessor,
Preciso493.
Preço,
Preciso,(6), 493.
492. 66.
DOS VOCÁBULOS. 5(jj
Predizer, 20. Promessa, 400. Rapariga, 113,
Prefacio, 494. Promontório, 131. Rapidez, 510.
Preferir, 494. Promptamente, 407. Rapina, 530.
"1 guiça, 15. Promulgar, 507. Raro, 510.
Prejuízo, 200. Pronunciar, 84. Rascunho, 200.
Prematuro, 00. Propensão,380. Rasto, 550.
Premiar, 202. Prophetizar, 29. Razão,152.
Pri mio, 201, 495. Propicio, 505. Realidade, 511.
Prendar, 237- Propriedade, 509. Realizar, 299, 511.
Prenhe, 490. Proprietário, 500. Rebelde, 398.
Preoceupação, 497. Propugnar, 385. IlebeUião, 511.
'o parativo, 76. Proseguir, 184. Recato, 20.3.
Preri -.uiva, 497. Prosperidade, 125. ReéTjber, (9, 512 bis.
tr,29. Prostração; 2. lieceio, 215, 438.
iMr, 198. Prelecção 475. Recente, 457.
Presente, 235. Protector;, 296. Rechã, 183.
Prestadio, 161. Prova, 282. Reciproco, 453.
presumpÇSo, 179,169. Provar, 212. Recompensa, 358.
Pretender, 80, 498. Proveito, 545- Reconh •cimento, 512
Pr< texto, 152, 199. Provérbio, 520. Recordação, 439.
Prevenção, 497. Provir, 502. Recuar, 518.
Priguiçoso, 155, 500. Próximo, 178. R CUS 1, 217.
Príin in i, 499. Prudência, 411, r.oo. R 'O -ar, 513.
Primevo, 332.
nncip: 199. Publicar, 200, 507.
1 nncipe, 514. Referir, 155.
Primitivo, 499. Publico, 507, 508. Reflexão, 93.
Principio, 170, 520.
Primoroso, 280. Pudicícia, 140 Refugio, 513.
Prisão, 500.
Pudor, 119,203. Refusar, 513.
Prisioneiro, 151.
Pulo, 521. Regozijo, 39.
Privação, 501.
Punir, 508. Regresso, 511
Privado, 29o.
Pureza, 149. Hei, 514.
Privar-se, 5.
Pyra, 312. 178.
Qualidade, Reino, 515.
Privilegio, 197.
Pyrrhonismo,
Qualidades, 523.
509. Reio (a), 309.
Troei der, 502.
Procella, 502. Quebra, 280. Reixa ou Rixa, 48.
Processo, 210, Ouebradiçc««324. Rejeitar, 515.
Prodigalidade, 418. Queda, 509. Helacaôes, 03,
Prodígio, 503. Queimar-se, 77. Relativo, 515.
Predigo, 50 1. Querella, 48.4* Relevar, 191.
Producção. 459. Querer, 109. Religião, 516.
Produzir. 198. Quietação, 509. Reluzir, 429.
Proeza, 504. Quigila, 67. Remediar, 380.
Proferir, 8 i. Quinta, 357. Remédio, 510.
Remigração, 514.
Professor, 504. R Reminiscência, 439.
Profia, 2io.
Radiante, 510. Remittir, 5.
Profissão, 83.
Radioso, 510. Remorsos, 188.
Prognosticar, 29.
Raiva, 267. Repente (de) 533.
Prohibir, 505.
Rancor, 464. Reportório, 45.
Projecto, 222.
Prolixo, 228. Repouso, 517 bis.
Prologo, .91 Republicano, 517.
II. 48
Republico,
Repudio, 233.
Repugnância,
Requerer, 517.
477.67.
566 ÍNDICE
Reserva, 203, *2". Satisfação, 521. Singular, 510,531,
Residência, 274, 446. Saudade, 521. 544.
Resolução, 205. Scepticismo,523. Sitio, 426.
Respectivo, 585. Sciencia, 195. So, 544.
Respeito, 547. Seara, 523. Sobejamente, 450.
Resquício, 360. Seccamente, 524. Soberania, 534.
Restingas, 109. Seccar, 260. Soberano, 534.
Retractar-se, 218. Secco, 81. Soberba,470.
Retrato, 239. Secreto, 165. Sobre, 253.
Retroceder, 518. Sedição, 399. Sobriedade, 538.
Retrogradar, 518. Seduzir, 255. Sóbrio, 474.
Revelação, 518. Segredo, 454, 524. •Sobterrar, 258.
Revelar, 206. . Segundo, 178. Soccorro, 60.
Reverencia, 547. Segurança, 525. Social, 531.
Revolução, 399, 511. Seguridade, 525. Sociável, 531.
Ribeira, 131,490. Selvagem, 525. Soer, 531.
Rifão, 526. Selvagens, 113. Soldo, 471.
Rigor, 529. Semblante, 144. Solecismo, 113.
Rigoroso, 99. Semelhante, 525. Solemne. 532.
Riqueza, 519. S e m embargo, 435. Solemnidade, 304.
Risco, 480. Sempre, 183. Soffrer, 532.
Rito, 519. Senhor, 506. Solitário, 219.
Rival, 21. Senhorio, 534. Sollicitar, 498.
Rivalidade, 250. Sensação, 479. Sollicilo, 199.
Robusto, 551. Sentença, 467, 526. Som, 533.
Rodella, 270. Sentido próprio, 539. S o m de voz, "
Rogar, 477. Sentimento, 479 bis. Sombrio, 2"
Ronda, 362. Sentinella, 551. Sophism-
Rosto, 144. Separer, 23. Sorte,
Roubar, 335^ Sepultar, 258. SOTÍ
Roubo, 336. Ser, 527. Su«. > (A , 533.
S
Ruido, 133. Ser digno, 528. Subni ião, 459.
Subsidios, 187.
Rústico, 138, 361. Serenidade, 509.
Sabedoria, 519. Serio, 258. Subtil, 208.
Saber, 341. Sermão, 372. Subtileza, 89.
Sábio, 266. Serra, 445. Successo. 151.
Sabor, 352. Serrania, 445. Suecessor, 366.
Saciedade, 291. Serviçal, 461. Succinto, 132,492.
Sacrificar, 520. Servir de, 52». Sufficiente, 115.
Sagacidade, 89. Servir pai i, 529. Suggerir, 397.
Saimento, 258. Servir-se, 247. Suggestão, 396.
Salário, 478. Setta, 202. S u m m o , 534.
Salto, 521. Severi4','de, 529. Sumptuosidad"
Sanha, 2' 7. Severo, 99. Suor, 542.
Saraiva, 339. Signalar, 389. Superflo
Sarcophago,155, Silencioso, 529. Sup te, 534.
Satanaz, 225. Similhança, 61. Supi
Sátira, 157, 403. Simpleza, 539. Suppl
Satírico, 153. Simplicidade, 530. Supplic
Simular, 308. Supportar, 532.
Sinal, 530.439.
Sinceridade,
Singeleza, 139. Supposição,
Supposto,
Supremo, 534.
535.
535
DOS VOCÁBULOS. 567
Suspcila, 215. Torneio, 411. Valentia, 545.
Suspirar por, 109. Trabalhador, 413. Valido, 296.
Sustentar, 42. Traducção, 540. Valor, 193, 4!>'\ 545.
Susto, 536. Traficante, 171. Vãmente, 404.
Symbolo, 536. Tragar, 171. Vangloria. 469.
Syrtes, 109. Traição, 40, 395. Vantagem, 545.
Systema, 537. Trajo, 549. Varão, 371.
Tramar, 468. Variação, 546.
T Tranquillidade, 509. Variedade, 546.
Taciturno, 529. Transferir, 541. Vaticinar, 29.
Talento, 341. Transfiguração, 541. Vedar, 505.
Talhe, 276. Transformação, 511. Velho 62,546.
Tamanho, 356. Transfuga, 220. Velocidade, 546.
Tanque, 414. Transito, 447. Vencimento, 550.
Tartamudear, 111. Transladar, 192. Veneno,547.
Tataro, 111. Transparente, 166. Veneração, 547.
Tatibilatibi, 111. Transpiração, 542. Ventura, 318.
Tautologia, 117. Transportar. 541. Venturoso, 26.
Tecer, 468. Tratado, 189,231. Ver, 103.
Teima, 246, 482. Tratante, n i . Verão, 548.
Telheiro, 47. Tratar mal, 433. Verdade, 511.
Temível, 315. Tremor de terra, 542. Verdadeiro, 519.
Temor, 438. Tresvario, 209. Verdadeiro h o m e m ,
Temperado, 474. Tributo. 187. 549.
Tcmperaiíça, 444, Trilha, 550. Vergel, 409.
538. Tristeza, 25, 542. Verídico, 549.
Tempestade, 592. Tristura, 542. Verificar, 102,511.
Templo, 538. Triumpho, 550. Versão, 540.
Tempo, 539. Trivial, 108, 513. Veste, 549.
Tenção, 536. Tumulo, 155. Vestido, 549
Tenebroso, 271. Tyranno, 543. Vestidura, 549.
Terçado, 272. Vestígio, 550.
Ter inveja, 405. u Vestimenta , 549.
Terminante, 205. Ubertoso, 302. Victoria, 550 bis.
Termo, 307, 472. Ultimo, 544. Vigia, 551.
Termo próprio, 539. Ultraje, 396. Vigoroso , 551.
Ternura. 55. Único, 5/í. Vil, 106.
Terremoto, 542. Unir, 34. Vindouro, 337.
Testemunhos de ami- Universal, 350. Violência, 313.
zade, 449. Universo, 'JJi. Violentar, 460.
"Theoria, 5)7. Urbanidade, 95,163. Vira, 202.
Thesouro, 310. Usar, 247. Virgindade, 149.
Todo h o m e m , 465. Uso, 365,444. Virote, 202.
Tolerância, 540. Usura, 545. Visão, 72.
Tolerar,75, 532. Usurpar, 72. Vista, 86.
Tolice, 378. Utilidade, 545. Vizinho, 478.
T o m , 533. Vocabulário, 227.
T o m de voz, 533. V Vocábulo, 472.
Tomar, 512. Vagas, 466. Vodas, 437.
Tomar
TTormenta,
o m o , 540.
parte,
502.
474. Vaidade, 408, 409. Voga,
Volume,
Voluntário,
Volúvel,
444.
388,
5(0.421.
5GS ÍNDICE DOS VOCÁBULO
Votar, 208. Vullo, 144.
Voz,472, 551.
Vulgacho, 489. X Zagal, 552.
Zumbido, 552.
Vulgar. 543.
Xará, 202. Zunido, 552.
Vulgo, 469.

FIM.


DICCIONARIO POIiTICO

DE EPITHETOS.
AO LEITOR

É d e tam notória utilichde, para aquelles que ás


leftras se applicam , u m Diccionario de Synonymos *,
que, e m todas as nações cultas de Europa, homens
de reconhecido saber hão consagrado a este ramo

• O erudito Francisco Josepb Freire, no discurso preliminar do


sou Diccionario Poético, diz, acerca das vozet synonymas, o se-
guinte: *
« Talvez nos criticará (o leitor) e m darmos por synonymos, vários
lermos, que rigorosamente o não sã*: mas disculpamol-o ; pois não
tem lido nos preceitos poéticos, n e m observado na praxe dos poetas,
que a poesia tem per especialíssimo privilegio (que nunca se conce-
deu á prosa) o tomar por synonymas, vozes, que e m rigoroso sentido
grammatical não o pederiam ser. Para esta liberdade vale-se das figu-
ras rhetoricas , e quasi forma u m a nova linguagem. Para se ver o
quanto este reparo é injusto, bastaria observar os synonymos nos
Diccionarios poéticos, que ha para a lingua latina, e concluir que a
portugueza tem a mesma posse •• como assas provam os nossos melhores

>
H AO LEITOR.
Iitterario, o seu tempo, e o seu esmero. Ja, em
nosso Portugal, o doctissimo Bluteau quiz, outrora,
reparara falta de obra tam necessária, compondo o
seu Vocabulário de Synonymos, e m cujo prefacio
assim se explica:
« A muitos parecerá pueril, ou inútil este Opus-
mio : a m i m m e pareceu muito necessário. 0 mais
eloquente Rhetorico, o mais subtil Philosopho, o
mais sábio Jurisconsulto, o mais profundo Theologo
poderá necessitar d'elle. A qualquer d'elles, que
no idioma portuguez queira compor e m matérias de
sua profissão, synonymos lhe serão precisos; por
não repetir muitas vezes o m e s m o vocábulo, ou
para ornar com a variedade das dicções o seu
dizer. »
Mas, tam rara se tornou a obra d'este Sábio, que
e hoje quasi impossibil alcançal-a. Ora, quem pre-

4t?

poetas, sobre cuja auctoridade nos fundámos, para fazermos o mesmo


que practicou o P. Bluteau no seu pequeno Vocabulário de Synony-
mos, ele. B o m scrà que o leitor ignorante leia a doctrina per onde elle
começa o dicto tractado. »
Esta nota abona, e auetoriza o modo livre que segui nas diversas
accepções synonymas dos vocábulos, que c o m p õ e m o presente Dic-
cionario,
AO LEITOR. III
lendessc possuir o seu Vocabulário de Synonymos,
seria obrigado a munir-se igualmente dos dés vo-
lumes e m folio, que compõem a dieta obra; visto
formar elle parte do undécimo tomo do Supplemcnto
ao grande Diccionario portuguez do Auctor : o que,
além de incommodo, o tornara nimiamente caro ; e
por tanto fora do alcance da m o r parte das pessoas,
que desejam instruir-se. E m tal caso, julguei pois
fazer-te não pequeno serviço, se (aproveitando d'a-
quelle Vocabulário de Synonymos tudo o importante
a m e u trabalho) te offerecesse e m volume maneiro
e pouco dispendioso, o m e s m o Vocabulário augmen-
tado de outros muitos synonymos * colligidos e m
bons Diccionarios do idioma, ou na leitura de clás-
sicos portuguezes. N'este m e u Diccionario aponto os
termos antiquados notando-os com o asterisco *;
além de separar com o signal — os diversos signili-

S
' Os clássicos usurpavam reciprocamente umas vozes por outras:
grande argumento para admittir muiíos e variados termos, que signi-
fiquem a mesma ideia, e darem com elles mais folga na carreira aos
oradores, e poetas, e maior deleite aos ouvintes, na abundância, e
diversidade das expressões, e m que consiste, muitas vezes, a harmo-
nia dos períodos.
FKANCISCO MANUEL.
IT AO LEITOR.

cados synonymicos, que apresenta a palavra princi-


pal; sem todavia omittir os que lhe deram nossos
Escriptores de b o m cunho antigos e modernos.
INao sei que de outro m o d o possa offertarle uma
obra, senão perfeita, ao menos a mais completa no
seu género. Se porém (menosprezando o cuidado, que
puz e m amplial-a) a taxares de mingoada, rogo-te
leias o que acerca d'esse reparo observa o benemé-
rito Cândido Lusitano, no discurso preliminar do seu
ja citado Diccionario Poético, paragrapho ultimo.
Ahi verás também o m o d o de b e m manejares esle
m e u Diccionario *, e suas razões serão u m a prova
evidente dos sinceros desejos com que procurei
agradar-te.

* Quando o leitor nSo achar n'elle a palavra, que deseja, busque


oulra que lho seja synonyma, e ficará soccorrido.


EXPLICAÇA"O

DAS ABREVIATURAS.

OOII1MI acbvo ou verbo acltvo.


adj. adjectivo.
adv. adverbio.
interj. interjeiçSo.
m. masculino (sufisíanífio).
n. ou í. n. neutro ou verbo neutro.
z>. pas. participio passivo.
pi. plural.
prep. preposição.
r. reciproco (verbo).
s. substantivo.
*.pl. substantivo plural.
termo antiguo ou antiquado.
— accepção iwersa-

HjP^^ll *JU ^2^^r'c<A^^^ ^*

/'I^/SUI-
DICCIONARIO POÉTICO

DE EPITHETOS.

Aba , extremidade , fralda , orla, metter-se, sujeilar-se—arquear-


ourela — beira, margem, praia, se, curvar-se, dobrar-se, incli-
costa — riba , ribanceira (pi. ) nar-se, prostrar-se— agachar-se,
arredores, pertos. baquear-se — debruçar-se.
Ábaco, aparador, bofcte, meza — Abalamenlo , partida — abalo ,
capitel, coroa (da columna), ta- abano , agitação , balanço, sa-
boada (de Pylhagoras). cudidura.
Ababa, badn, rhinoceronte. Abalançar-se, arriscar-se, aventu-
Abadejo, badejo — vaccaloura. rar-se, expor-se —equilibrar-se
Anafadamente , cobertamenle — — arremeçar-se, arrojar-se, ati-
escondida , oceulta . secreta- rar-se, lançar-se — arfar, balan-
mente. çar, soluçar.
Abafadiço, abrasoado , calmoso — Abalar, abanar, agilar, sacudir —
sufTocante, sufTocalivo. impellir, incitar, mover — assus-
Abafado, basto, espesso — coberlo, tar, inquietar — marchar, partir.
embuçado — escondido, occnlto Abalisadamente , disiincta , esme-
— apertado, oppiimido — p n s o rada, vantajosamente.
— tapado. (ardor. Abalisado, assignalado, distincto-
Abafamento , afogo, suffocação — consummado, exímio, perfeito—
Abafar, afogar, estrangular —-, egrégio, illustre, insigne— ceio
suffocar — cobrir, enroupar , berrimo, celebrado, celebre, fa-
tapar — atabafar, esconder, oc- moso.
cultar, sonegar — alalhar, en- ]*alisador,agrimensor—balisador.
Iciar — humilhar. Analisar, assignar, demarcar, mar-
Abalo, suffocação, estufa. car.
Abainhar, bainhar, debruar, orlar. Abalisar-sc, assignalar-se, dislin-
Abaixar, abater, deprimir, h u m i - guir-se, extrema.-se , singulari
lhar — arriar, baixar, descer — sar-se.
curvar, dobrar, inclinar —aluir, Abalo, alvoroço, bulha, motim —
prostrar — apoucar, diminuir, c o m m o ç ã o — agitação, balanço,
mingoar. sacudidela, sacmiidura , tremor
Abaixai-se, abater-se.auiquilar-se, —impulso , movimento — i m -
bumilhar-se — aviltar-se, con- pressão, mossa — parlida.
111.
eulcar-se, desprezar-se — sub- Abalroada, ahalroação, abordagem
2 ARA ABA
choque , embate , cnronlro — «o , abundante , copiosa-
acommellimenlo. mente.
Abalroar, aconunetter, assaltar, Abalroado, cabeçudo, obstinado,
atacar, arcar, travar — aferrar, opiniático , teimoso , testo, «es-
arpoar, atracar — bater, chocar, tudo.
encontrar, encontroar, marrar, Abarrotar, atestar, atulhar, cogu-
topar, topetar — achegar. lar, encher.
Abanador, abanico, leque, venta- Abarrotar-se, atulhar-se, empan-
rola, abano, ventilador. tnrrar-se, empanzinar-se.
Ahanadura ,. balanço, salto, sola- * Abasmar, desprezar, prasinar.
vanco — sacudida, sacudidura— Abastadamente , abundante , co-
arejação, ventilação. piosa, sufficienlemente.
Abanar, arejar, ventilar— sota- Abastado, abundante , cheio , co-
vancar—tremer, vacillar — a b a - pioso, farto — ferlil, recheado—
lar, agitar, sacudir —joeirar. opulento, rico — contente, satis-
Abandonado, deixado, desampara- AbasUimenlo. fartura. [feilo.
do — di-sprto, inculto. Abastança, abasto, abundância,
Abandonar, abrir m ã o de....deixar, bastança, copia, fartura, sufu-
largar — ceder, renunciar— de- ciencia.
samparar — repudiar. Abastantemente , abundante , co-
A b a n d o n o , desamparo — cessão, piosamente.
deixação, desistência. Abastar, bastecer,fornecer, prover
Abaninlio, abanico — leque. — fartar.
Abano, abalo, balanço, sacudidura, Abastardado, degenerado— alte-
solavanco — abanador , leque, rado, corrompido, depravado,
ventarola. viciado.
Abantesma. avejão, larva, phan- Abastardar, adulterar, corromper,
tasma, spectro. falsificar.
Abanado, sobrecarregado — che- Abastecer, abastar, bastecer, for-
gado — próximo. necer, fornir, prover, vitualhar.
Abarbar, arrostar-so — resistir — Abastecido, baslecido, fornido —
chegar-se , encostar-sc , unir-se cheio, povoado. [vimento.
— igualar, nivelar. Abastecimento, fornecimento, pro-
Abarcado, cercado, cingido, ro- * Abasto , abastança , abundância,
deado. copia, fartura.
A b a n a d o r , cingidor — açambar- " Abasloso, bastante — abaslado,
1
cado!' , atravessado! , m o n o p o - rico— abundante, copioso, farto.
lista, [polo. Abate, abatimento,quebra—baixa,
Alian aiiiiolo , monopólio , mono-»' deducção, desconto, rebate,
Abarcar, abraçar — cercar, cingir, subtracção — desfalque, dimi-
rodear — abranger , alcançar — nuição — humilhação, villança.
conter, encerrar, incluir — ai» - Abatédor, acanhandor, depressor
vessar, monopolisar — empren- — arruínador, assolador, des-
der, encarregar-se. truetor, destruidor — arrasador,
Ainrraeamcnto , acampamento — decepador, derribador.
aqiiartelamento—caserna, quar- Abater, aluir, derribar, prostrar—
Abarracnr, alojar, aquartelar, fiel. arrasar , arruinar , destruir -
'Ali ai TI gado , amancebado , ami- derrocar, abaixar, arriar, descer
líaido. -»- deprimir— humilhar— desa-
'.Ui.irrogamcnto.amanccbamento, lentar, desanimar—enfraquecer,
'..b.irrogar-se
a nu
; igar-se.
iibiii.ilo, ,mancebia.
amancebar-sc , quebrantar
lomar, subjugar,
render, vencer
— conter,
— afrouxar,di-
submetler
enfreiar——
ABE ABE 3
minuir — descontar, rebater. sar-se, aviar-se, despacliar-se.
Abatcr-se, abaixar-se —submetler- Abclharuco, abejaruco, abelheiro.
se — cair — avillar-se , desacre- Abelhudo, activo, apressado, dili-
ditar-se — desanimar-se. gente, expedito, pressuroso —
Abatido, desalentado, desanimado, solicito — cntremillido — far-
enfraquecido , quebrantado — falhão.
humilhado — prostrado — doma- Abemolado, brando, doce — har-
do, rendido, subjugado, supera- mónico, harmonioso, melodioso
do, vencido-- submetlido, sub- — afeminado — affcclado.
misso — desprezado — humilde Abemolar, abrandar, adoçar, sua-
— mingoado, pobre — abjecto, visar , temperar — harmonisar,
infame, vil — perseguido — d e s - melodiar.
graçado , infeliz.— lastimoso, Abençoado, bemdicto, bento, ben-
mísero, misérrimo — agachado, zido — sanctificado— louvado—
alapa'.'dado. favorável, feliz.
Abatimento, debilidade, enfraque- Abençoar , benzer, consagrar —
cimento, fraqueza — languor — bemdizer, louvar — glorificar —
desalento — humildade, humi- favorecer, prosperar — ap-
liação — prostração — rendi- provar.
mento, sujeição — abate, baixa, Abendiçoar, abençoar, bendiçoar
diminuição . desconto, quebra, — engrandecer, louvar — afor-
rebate — decadência , descai- tunar.
mento — destruição , queda , Aberrar-se, afaslar-se, apartar-se,
ruina, viltança. desviar-se.
Abaulado, convexo, curvo. Aberta, abertura, buraco, fenda,
Abbade, clérigo—confessor—cura fisga, greta — fresta — b r e c h a —
— p a d r e — parocho — prelado — entrada — saída — vácuo, vasio
archimandrila— berimtão, — conjunctura, opportunidade
Abbadessa, prelada. — sanja — cessação.
Abbadia , convento , mosteiro — Abertamente , publicamente —
presbyterio. clara, desenganada, manifesta-
Abbatina, batina. mente — indissimulada, singela-
A, B, C, abecedario, alphabeto— mente.
elementos, princípios, rudimen- Aberto, claro, patente—descoberto,
tos. destapado — espaçoso , largo,
Abdicação, cessão, deixação. de- vasto— desembaraçado, desim-
missão, deposição, renuncia, re- pedido, livre — raso— illimitado
signação. — inconcluso — desbotoado —
Abdicar.abandonar, ceder, deixar, franco, ingénuo, lhano, liso,
depor — desistir, renunciar, re- sincero, singelo — retalhado.
signar. Aibertura , começo , principio —
Abdicar-se, demittir-se, despojar- «lherta , brecha — boqueirão,
se, priva r-se. cavidade — fenda,fisga,greta—
Abdicavel, renunciável. racha, rachadura— rasgamento,
Abdómen, epigastro, mlrac. rotura — hiato.
Abdominal, epigaslrico. Abesouro, abespa, abespão, abes-
Abductor, apartador. Abestim, abesto. [pinha.
Abecedario, a, b, c — rudimentos. Abestruz,avestruz, e m a .
Abegâo, caseiro, quinteiro. Ahetarda, batarda.
Abegoa,
AhelhSo
Abelhar-se
gano, ou caseira,
, besouro,quinteira.
,zangão.
abelhuar-se,
vespão,apres-
zan- Abeto ou chegado,
Abetumado,
Aldeado, abelo,
taciturno, pinheiro.
triste.
melancólico,
próximo.
• severo,
k ABO ABO
Abicar, ancorar, aportar, arribar, Aboletar, alojar, aquartelar.
surgir. Abolição, abrogação, annullaçao,
Abilhamento, adereço, adorno, cassação,derogação, suppressão.
atavio, enfeite, ornato. [tar. Abolimento, graça, perdão — a b o
* Abilhar, adereçar, ataviar, enfei- lição.
Abismado ou Abysmado, confun- Abolir, abrogar, annullar, cassar,
dido, confuso — espantado. extinguir — apagar, riscar.
Abismar ou Abysmar, submergir— Abolorecer , embolorecer — apo-
confundir — espantar. drecer, [do,
Abismo ou Abysmo, abysso, bára- Abolumado. avolumado, empaclia-
thro, boqueirão, ouço, precipí- Abominação,detestação, execração
cio — buraco, cavidade, cova, — aversão, ódio, rancor — atro-
fossa — poço — profundeza, cidade—culpa, delicto—peccado,
profundidade — golpho , pego, impiedade, sacrilégio — iniqui-
sorvedouro,sumidouro, voragem dade.
— inferno, orço. Abominar, aborrecer, odiar — de-
Abjecção, abatimento, aviltamento, testar, execrar.
desestimação, desprezo. Abominável, abominando, abomi-
Abjecto, baixo, desprezado, des- noso — horrendo, horrível, hor-
prezivel — ignóbil, infame, vil. roroso—amaldiçoado , maldiria
Abjuração, deleslação, renuncia- — execrando — nefando, torpe
ção, retractação. — malissimo.
Abjurar, desapprovar, reprovar — Abominoso, abominável, detestá-
renunciar — desdizer-se — per- vel.
jurar — detestar. Abonação, abono, caução, fiança,
Ablactado, desmamado. garantia — approvação —louvor
Ablegar, desterrar. — recommendação
Abnegação, abatimento,humildade Abonador, caução, liador, garante
— renuncia — desapego. — approvador — gabador.
Abnegar, renunciar—desconhecer. Abonançado , bonançoso , calmo,
Abobada, arcada, arqueamento, sereno, tranquillo.
cimbre — casa-mata, casa-sub- Abonançar, abrandar, acalmar,
terrea. apaziguar, aquietar , pacificar,
Abóbora, abobra, cabaça— fraco, serenar — moderar.
maricas. Abonar, afiançar, garantir — ap-
Abocado ou Aboccado , assestado, provar — louvar — acreditar —
emboccado. justificar.
Abocanhar, atassalhar, morder — , • Abonar-sc, acreditar-se—gabar-
censurar, criticar, salyrisar — se, louvar-se — jactar-se , pre-
diffamar — enxovalhar — c m - za rse.
prender. * . Abono, abonação,fiança,garantia
Abocar ou aboccar, emboccar, en- — credito — louvor.
trar—assestar — alcançar, con- Abordada, abordagem.
seguir. Aborcador, abalroador.
Abocetado, circular, orbicular, re- Abordagem, abalroada, abordada.
dondo. Abordar, abalroar — chegar, en-
Aboiar , boiar, lluctnar , nadar, costar—aportar, arribar.
sobreaguar, sobrenadar. Aborrecedor, odiento, rancoroso.
Abolar, amassar, amolgar— esca- Aborrecer , abominar, detestar -
lavrar—
Aboleimado
abolir ,embotar,
tosco. —canceilar, — rebotar
chato riscar,
grosseiro —, Aborrcccr-se
sumir. aborrir,desamar,
gosiar-sc
enojar. odiar—ateiiiai,
— ,agastar-se.
enfastiar-se — dei-
ABB ABR 5
Aborrecido, aborrido—enfastiado car, resequir—assolar, destruir,
enfadado. devastar—prodigalizar.
Aborrecimento, aversão, ódio, Abrego,Africo, vento-suduesle.
rancor—ressentimento—anlipa- Abreplicio, endemoninhado, pos-
thia, repugnância—fastio, tédio. sesso.
Aborrecivel, aborrivel, odioso— Abreviação, abreviatura,concisão,
abominável, detestável. encurtamento —cifra, compen-
Aborrido, aflliclo, desgostoso, m e - dio, epilogo, epitome, extracto,
lancólico—rabugenlo—tedioso. recopilarão, resumo, s u m m a ,
Aborrimcnto, descontentamento. summario.
Aborrir, aborrecer,detestar, odiar. Abreviador, cpitomista,resumidor.
Aborrivel, aborrecivel—abominá- Abreviar, apertar, contrahir, di-
vel, detestável. minuir, encolher, encurtar —
Abortar, mal-parir, mover. compendiar, epilogar, epitomar,
Abortivo, mal-parido—frustraneo, recopilar, resumir, summariar
mal-logrado—imper feilo. —aviar, despachar, expedir.
Aborto,abortamento, movito. [tar. Abridor, gravador, insculptor.
Abotoar, abrolhar, brotar, reben- Abrigada, abrigo, acolheita,asylo,
Aboubado, asnatico, atoleimado, couto , refugio , valhacouto —
baboca, basbaque, bolonio, de- abra, enseada.
sassisado, inepto, pateta, sim- Abrigador, defondedor, defensor,
plório, [mar-se. protector.
Aboubar-se, apatetar-se, atolei- Abrigar, acolher, agasalhar—co-
Ahra, ancoradouro, angra, bahia, brir—adargar, aniparar.auxiliar,
barra, enseada, porto,surgidou- proteger.
ro. Abrigo, abrigada, angra, bahia,
Abraçar,.abarcar, cingir—abran- enseada, porto—asylo, guarida,
ger, comprender, conter, encer- refugio , valhacouto — ajuda,
rar , incluir — cercar, rodear — ajutorio — amparo, escudo -
seguir—admiltir, adoptar. patrocínio, protecção , sombra.
Abraço, abraçamento, amplexo. Abrimento, abertura.
Abrandar, abonançar, acalmar, Abrir, desatar, desembrulhar —
aquietar, pacificar, serenar, so- alargar — lacerar, rasgar — de-
segar — apaziguar, aplacar — sinvolver, manifestar — desbo-
amansar, dobrar , d o m a r — do- toar—entalhar, exarar, gravar
mesticar— comprimir, rebater, —arar, fender , sulcar— partir,
refrear, reprimir—abemolar, me- quebrar— azar, facilitar — de-
lodiar—adoçar, suavisar, tempe» sistir—começar, principiai—de-
rar—alliviar, mitigar—moderar™ senrolar.
modificar—amollecer,lenir, mol- Abrir-se, dividir-se , fender-se—
lificar, diminuir. *. desabotoar-se—declarar-se.
Abrandecer, abrandar embrande- xbrocbar, colchetar—afivelar.
cer—amollecer, mollificar. Abrogação, abolição, annullaçao,
Abranger, abarcar, cercar, cingir, cassação, derogação, extiucção,
circuimlar, rodear — compren- revogação, suppressão.
der, conter, encerrar, incluir — Abrogador, abrogatorio.
alcançar—abastar. Abrogar, abolir, annullar, cassar,
Abrasador,consumidor,devorador, derogar, revogar, supprimir.
devorante, voraz.— calidissimo, Abrolhar, brolhar, brotaiyebentar.
Abrasar,
queima,
diar, inllammor,
abrasoar, afoguear, incen- Abrolho,
Abrasamcnlo,conibust5o,incenilio,
queimamenIn—ardor.
queimar—disse- estrepe—pua—(/'í.)
Abroquelado,
dido—
chopos,proicgído.
escolhos. ca.
escudado — defen-
6 ABS AC.A
Ahroquelar-se, amparar-se—gua- liido, divertido — separado -
dar-se — escudar-sc. difficil — metaphysico.
Abrotar, pollular, rebentar, surdir Abstrahido. abstractivo, abslrarlo.
—abrolhar, brotar, germinar. Abslrahir, separar.
Abscesso, apostema, tumor. Abstruso, difficil — escondido, es-
Absinthio, losna. curo, impenetrável, in
Absolver, perdoar, relevar, remit- recôndito.
tir—dispensar , eximir, exone- Absurdidade, absurdo, disparais,
rar. extravagância , importou J.i ,
Absolvição, absolução, graça, ip- ridiculez.
dulgencia, indulto, perdão, re- Absurdo, desarrazoado, despropo-
missão. sitado, extravagante, iniperli-
Absolvido, absolto, perdoado. nente, insensato, louco, ridículo,
Absolutamente, despótica, impe- (*.) disparate.
riosa , soberanamente — neces- Abundância, affluencia, diluvio —
sariamente — decidida, determi- abastança, abasto, copia, ro-
nadamente. piosidade. exuberância, fartura
Absoluto, independente, livre — — fecundidade , fertilidade —
desobrigado, isenlo—despolico, mina, opulência— riqueza,
imperioso — absolto, perdoado Abundante, abastecido , farto —
—acabado, completo—amplo. copioso, exuberante — fecundo,
Absono, desentoado, desmusico, feracissimo , fértil, fruetuoso,
discorde, dissonante, inharmo- fnictifero . pingue — opulento ,
nico. rico—caudal, caudaloso.
Absorto, abstrahido, arrebatado, Abundar, exuberar, superabundar
embevecido, enlevado, extático, ' Abundoso, abundante, [—bastar.
transportado—attonito,pasmado Abnracar, buraear, esburacar, fu-
— comido, tragado. Aburrar, emburrar—teimar, [rar.
Absortos, enlevações, extasis. Abusão, agouro, superstição —
Absorver, chupar, sorver—escon- abuso, erro — catachresis.
der, recolher—consumir, desba- Abusar, mal-usar — enganar.
ratar, dissipar, gaslar— engolir, Abusivo, mal-usado — impróprio.
submergir—esgotar, estancar, Abuso, máo^uso _ corruptela —
exhaurir. [porte. desmancho — a b u s ã o , engano,
Absorvimenlo, enlevação, trans- errq— excesso.
Abster, embaraçar, estorvar, im- Abutre, butre.
pedir. Acabado, despeso, exhausto—cabal,
Abster-se, cobibir-se, privar-se — i' completo—concluso, lindo—con-
conter-se, ter-se. sumido— mor|p.
Abstergente, ahstersivo, detersivo. Acabamento, conclusão, fim, re-
Absterger, limpar, purgar. * mate, termo—perfeição, ultima-
Abstersivo , abstergente , deter- mão—finamenlo.
gente, detersivo, mundjeativo. Acabar, aperfeiçoar, polir — c o m -
Abstinência, dieta, inedia—jejum — pletar,findar,qUimar—conseguir
frugalidade, parcimonia, sobrie- —consumir, exhaurir—extinguir
dade, temperança —privação. —aniquilar, destruir — expirar.
Abstinente, jejuadeiro, jejuador— fenecer, morrer.
moderado, parco, sóbrio, tem- Acabo, depois, emfim — junclo,
perante perto—cabo, fim.
abstracção, desattenção, distrac- Acabrunhar, aflligir, atormentai,
ção —
Abstracto, extasis — separação.
abstrahido,absorto,
desattento
enlevado
, distra-
— Acaçapado,
molestar, opprimir,
pequeno—aparrado.
baixo, baixote,
vexar. curti,
At: A ACC 7
Acaçapar-se, abaixar-sa, acocorar- Acautelar, obviar, precaver, pre-
se, agacbar-se. eautclar, prevenir.
Academia, assembleia, juncla, pa- Acautelar-se, guardar-se, resguar-
lestra—aula, classe, eschola — dar-se, vigiar-se. lallageme.
gymnasio — a l h e n e u , liceu, m u - Açacalador, brunidor, polidor —
seu, universidade. Açacalar, aluziar, brunir, buir,
Acafelado, caiado, estucado. limpar, lustrar, polir.
,\ ca folar, branquear, caiar—enges- Açafate, cestinho, condeça.
sar—rebocar. Acamar ou Açaimar, refrear, so-
Acairelar, agaloar, debruar. pear—domar subjugar.
Acalcanhar, enrugar—calcar,pizar. Acção, acto, feito, obra — geslo
Acalentar, adormecer, aninar — mostra—batalha, combale—pos-
aplacar—consolar. tura, posição.
Acalmar, abonançar, serenar, so- Acceder, annuir, assentir.
cegar—amansar, aplacar. Acceleraçãn, celeridade, diligencia
Acampamento, arraial, campo, ligeireza, pressa, prornptidão, ve-
Acampar-se,abarracar-se,arrai,ir-se. locidade.
Acanhado, atado, tímido — e n v e r - Accelerado, precipite, rápido, veloz
gonhado — humilde, rasteiro — —arrebatado, inconsiderado.
curto, estreito— illiberal, fona, Accelerar, abreviar,apressar, aviar
somilego, sovina. —anlicipar. [se—ir.ir-.i-.
Acanhamento, descorçoamento, de- Accelerar-se, açodaisc, despachar-
salento — encolhimento — estrei- Accender ou Acender, abrasar, in-
teza—pejo—mesquinheza. flammar—atiçar, estimular, exci-
Acanhar, abater, apoucar—acobar- tar, impedir, instigar.
dar, intimidar—diminuir, minorar Accensão, ardor, incendimento.
—encolher, encurtar —desgabar. Accepção, intendimento, sortido,
Acanbar-se, desanimar-se, descon- significação, significado — accei-
fortar-se — humilhar-se — ceder, tação.
render-se. Acccso ou Aceso, abraseado, in-
Acantonar, alojar, aquartelar. cendido, inilammado — luzente,
Acapellar, encapellar —alagar, so- vivo—incitado, instigado — d e s e -
çobrar, submergir. [mar joso.
Acariciar, acarinhar, afagar, ami- Accessão, accrescimo,addição, aug-
Acarcar, acarretar, trazer—causar, mento—acquisição—accesso.
occasionar. Accessivel, aberto, conimunicavel,
Acarrelar, transportar—accumular, conversavel, lhano, traclavel.
a m o n t o a r — guiar—causar, occa- Recesso, chegada — augmento, ele-
sionar—produzir, trazer. vação— aproximação — enchente,
Acaso, accidente, casualidade, for- maré—(adj.) accessivel.
tuna, sorte. Acessório, adventício, extrínseco.
Acatamento, cortezia, urbanidade Accidental, casual, fortuito, impre-
—decoro, honra, respeito—ado- visto—accessorio, estranho, não-
ração, culto, latria—reverencia, essencial.
veneração—gesto, semblante. Accidentario, accidental.
Acalar, cortejar—honrar,respeitar, Accidente, acaso, incidente— cir-
venci ar—adorar—vigiar. cumstancia—desmaio — a t a q u e —
Acatarrado, encatarroado, ende- symptoma.
lluxado. Accionado, gesticulação, gestos,
Acautelado,
cauto,
vido,
denciado.
vigilante
precatado,
avisado,
— d o lprevisto,
o prudente
s o — p r opró-
v i—- Accionar,
Accionador,
Aceionario,
m o m o s , gesticular.
pantomima.
accionista.
gesticulador.
8 A cr. ACE
Acclamação, applausos, louvores, Accusador, delator, denunciante,
vivas—clamor. malsinador.
Acclamador, acclamanle. Accusantc, accusador.
Acclamar, apregoar, proclamar. Accusar, culpar, imputar—denun-
A c c o m m o d a ç ã o , acoido, avença, ciar— increpar, reprehendci —
conciliação. confessar, declarar, dizer—nolar,
Accommodadamente , ageitada , taxar—mencionar—referir-se.
c o m m o d a m e n t e — conveniente, Accusavel, criminoso, culpado.
ordenadamente — apropriada- Aceado ou Aceiado, decente, limpo
mente. —nitido.
A c c o m m o d a d o , conveniente, dis- Acear ou Aceiar, alfanar, ataviar,
posto, opportuno—manso, paci- ornar—limpar.
fico, tranquillo—moderado, Aceio, adereço, alinho — limpem,
Accommodamenlo,accommodação, mundicia — esmero, nitidez, pri-
concórdia, pazes—commodidade. mor.
Accommodar, adaptar, ajustar, cir- "Aceirado, ajustado, concluído-
zir—reconciliar—arranjar, dispor, guardado.
ordenar. * Aceiror , ajustar , apalavrar-
Accommodar-se, adjeclivar-se, ca- fortalecer, rob»rar, vigorar.
sar-se, quadrar—apropriar-se— * Aceiro, aço.
conformar-se, moldar-se — c o n - Aceitação, accepção, aceite — ap-
tentar se—habilitar-se—aquictar- provação, assenso, beneplácito,
se—soffrer. consenso, consentimento , pras-
Accommodavel, ajustável. m e — parcialidade — predilos-
"Accommodo, apto, c o m m o d o , op- ção.
portuno. Aceitador, aceitante, recebedor -
Accrescentador ou Acrecenlador, parcial.
amplificador, augmentador. Aceitante, aceitador, recebedor.
Accresccntamenlo ou Acrecenta- Aceitar, approvar, consentir — re-
mento, accessão, achega, aceres- ceber, tomar — encarregar-se,
cimo, appendice, crescença, pa- incumbir-se.
rergon—adiantamento, elevação. Aceitável, admissível, assumptivel,
Accrcsccntar ou Acrecentar, addir, bom, recebivel.
ajuoctar— ampliar, augmentar, Aceito, agradável, bem-quisto,
enadir, estender. bem-visto — aceitado , recebido
Accrescer ou Acrecer, ajunctar-se. — admittido, approvado.
Accrescimo ou Acrecimo, aceres- ' Aceitoso, aceito, agradável.
centamento, achega, acrementooj Acenar, provocar.
Accumulação, acervo, amontoação, Acendalha ou Accndedalha, aparas,
cumulo, montão, pilha. carqueja, cavacos.
Aceumulamenlo, cumulo, montii. Acendrar, acrisolar, afinar, purifi-
Accumular, accresccnlar, ajunctar, car, refinar — apurar-
augmentar— a|)inliar, concervar, Aceno, gesto, indicio, mostra,
empilhar. signal.
Accumnlalivo, ajunctado,cumulado Acepilbadura,apara, maravallia.
—redundante. Aeenilhar, alizar, aplainar—poli
•Aecuradamente , cuidadosa , dili- Acéquia, aqueduclo , canal, cant
gentemente — exacta , perfeita- regueiro, sargenta.vallela.
mente. Acerbidade, acidez, acrimonia,
Accurado,
Accusação
Accusado, exacto.
querela—confissfio.
criminoso,
, criminação,culpado,
queixa,
reo. IAcerbo,
léstia.
amargor,
rigor, rispidez,
acre,
azedume
agraz,
severidade
agro
— aspereza,
— —duro.
mo-
ACE ACI 9
rígido, severo — doloroso, mo- (n.) aquiescer, assentir, conceder.
lesto, penoso, verde. Achates, agatha.
Acerca , perto , próximo, visinho Aebavascado, grosseiro, maçorral,
de... — quasi — entre — sobre. rústico, tosco.
Acercar, cercar, circumdar, rodear Ache, arranbandura, borbulhinha,
— aproximar, avisinhar. [se. feridinha, golpinho.
Acercar-se, chegar-se, avisinhar- Achega, acerescimo, addição,aug-
Acerejado ou Acereijado , rubro, mento , crescença — adjutono,
vermelho —sazonado. auxilio — protector, valedor-
Acerejar ou Acereijar, avermelhar adhercncia.
— brunir, polir — amadurecer, Achegado, consanguíneo, parente
madurar próximo — alliado.
Acérrimo, aceríssimo — fortissimo. Achegamento, proximidade.
Acertado, ajustado, concertado — Achegar, c h e g a r — unir.
(adj.) assisado , judicioso, pru- Acbegar-se, appropinquar-se, avi
dente. sinhar-se — u n i r - s e — ajunctar
Acertamento, acerto — acaso. se — acerescer.
Acertar , conseguir , sair bem — Acheronte, Cocyto, Eslyge, Phle
(«.) acontecer, sueceder. getonte.
Acerto , acordo , dicernimento , Achincalhar , chacotear, escarne
ponderação , reflexão — acaso, cer, mofar, zombar.
casualidade — acontecimento — Achinelar, acalcanhar,
dita . ventura — opportunidade. Acidia, deleixo, frouxidão, inércia,
Acervo, cumulo, montão, monte, priguiça, tibieza.
pilha — aggregado, ajunctamen- Acidioso, priguiçoso.
Acetoso, acido, agro, azedo. [to. Acido, acetoso, agro, azedo.
Acha, facha — archote, brandão, Acidulo, azedinho.
facho, téa, tocha. Acinte ou Assinte, obstinação, pir-
Achacado, achacadiço, adoentado, raça, teima.
egro, enfermo, valetudinário. Acinioso, obstinado, teimoso.
Achacar, aceusar, assacar, imputar Acinlro.absynlhio, losna.
— desgostar — maltractar — (n.) Acipipe, golodice, golosina — alfi-
adoecer. tete , bolinhos, confeitos, doces,
Achacoso , achacadiço , doente , rebuçados.
doentio. Acipreste ou Acypresle, cypreste—
Achado, a c h a d a — descoberta. arcipreste
Acbador, descobridor, inventor. Acirandar,cirandar, crivar.joeirar.
Achamboado, aebavascado, gros-,,Aclarar, alumiar, esclarecer—apu-
sciro, mal-obrado, tosco. rar, averiguar, deslindar — dilu-
Achamento, achado , invenção, in- cidar, explicar, expor — desco-
vento. brir, manifestar , revelar — (n.)
Achanar, alizar, aplanar, igualar, abrir, alvorecer.
unir— albanar, facilitar— quie- Acobardamento , cobardia, m e d o ,
tar, socegar — vencer. poltroncria , temor — acanha-
Achaque, doença, enfermidade, in- mento, timidez.
disposição, moleslia — côr, pre- Acobardar,amedrontar, assustar—
texto — offensa, queixa—defeito, desalentar, desanimar, descoro-
d e s a r — f a l # — vicio—desgosto, çoar — acanhar.
dissabor— trabalho. Acobertado, coberto, enroupado.
Achar,
ventarencontrar
Achatar,
averiguar, — verificar.
intender
aplanar, — igualar,
descobrir,
, julgar — Acochar,
unirin- Acobertar,
Acochar-se, cobertar
se,agochar-se
acamar — —conchegar.
abaixar-se jaezar.
, aracaçap-
II) AC:O ACO
Acoimar, encoimar — castigar, Acorcovar , corcovar — arquear,
punir — censurar — accusar — dobrar, encurvar.
reprehender— reprovar. Acordado, desperto , vigilante —
Acolá, além, alli, lá. advertido— prudente— aviado,
Acolheita, abrigada, abrigo, asylo, concordado — acorde, consono,
couto, guarida, receptáculo, re- harmónico — lembrado.
fugio, retiro, valhacouto —casa, Acordante, acorde, harmonioio,
habitação , morada — evasão , unisono — concorde, conforme.
fuga — retirada. Accordar, despeitar, espertar —
Acolher, acoutar, asylar — aga- afinar, temperar — anotar,
salhar, hospedar — patrocinar, compor, conciliar — conceder,
proteger — adquirir, grangear — outorgar— (n.) determinar, re-
surprender — apanhar, prender solver.
— colher. Accordar-se, lembrar-se, recordar-
Acolher-se, abrigar-sc,acoutar-se, se — ajustar-se, convir—con-
refugiar-se — escapar, fugir, selhar-se — resolver-se.
salvar-se — retirar-se. Acorde , concordante — ajustado,
Acoilnda, acolheita, asylo, refugio consono.
— acrescentamento. Acordo, coníormidade—contento,
Acolhido, colhido, recolhido — consonância , harmonia—avisa ,
acoutado, asylado — homiziado. conselho—resolução —lemln an-
Acolhimento, acolho—asylo , refu- ca — ajuste, convenção, pai lo—
gio. acórdão.
Acommettedor, aggressor, assalta- Acoroçoar, afoutar, alentar, ani«
dor, investidor — emprendedor. mar, confortar, esforçar.
Acommelter, arremetier, arrojar- Acorrer, acudir—soccorrer.
se, investir — atacar, combater Accossador, perseguidor, seguidor,
— invadir, saltear —provocar — Acossamento, alcance, encalço,
insultar — irritar — intentar, seguimento — perseguição,
tentar — buscar, procurar — Acossar, correr olraz de..., seguir
desafiar. — perseguir.
Acommettimento , começo — em- Acostamento, cadeira, canapé, en-
presa — tentativa — acommetti- costo, leito, poltrona — mora-
da, arremeço—alaquc, oppugna- dia, ordenado, soldo, tença.
çSo — invasão — desafio — in- Acostar, arrimar, encostar.
sulto — proposta. (vel. Acostar-se , encostar - se - dei-
Accommetivel, atacavel, expugna- tar-se.
Acommunar-se, associar-se, m ã o - Acostumado, morigerado— aveza-
communar-se. do — c o m m u m , frequente, ha-
A c o m p a n h a d o r , acompanhante , bitual, ordinário, usado.
companheiro. ,, Acostumeado, acostumado.
A c o m p a n h a m e n t o , comitiva, cor- Acotar, cotar, notar.
tejo, equipagem,séquito, trem — Acoucear, escoucear, escoucinhar.
assistência, companhia. Acoutador, asylador — censor —
Accompanbar, escoltar, seguir. — cotador.
Aconselhador , aconselhanle, con- Acoutar, acolher, asylar — censu-
selheiro. rar.
Aconselhar, admoestar, advertir, Acoutar-se,abrigar*e, refugiar-se.
avisar. Aço, aceiro— (pi.) espadas, glá-
Acontecer,
Acontecimento
Aconlioso,
cesso— eiilo, sobrevir,
abonado, sueceder.
,resulta.
caso,
bastante. —dios,
facto, suc- Açodado,
guido. sabres
impetuoso,— violento—
(adj.)
apressado, forte,
rápido, rijo.
perse-
vcloi
A CO ADI) H
Açodamento, afogadilho, celerida- prestes, prompto — enérgico,
de, precipitação, pressa, preste- loilo.
za, promptidão. Acto, acção, effeito — execução,
AÇOdar. abreviar,accelerar,aligei- feito , obra — postura — (pi.)
rar, diligenciar. nulos — actas.
Aço lar-se, apvcssar-se, aviar-se, Actor, comediante, cómico, bis
despachar-se. triâo, representante.
Açor, gavião. Actriz, cómica. [d.nle.
Açorda,sorda. Actuação, vcrbalisação — activi-
Açuugagcm , açougaria — bran- Aclual, existente, presente, real.
cagim — bulha , traquinada — Actualmente, agora, presentemente
guiaria, vozeria. — recentemente — effectiva-
Açougue, talho —degoladouro, Actuar, autuar—activar, [mente.
inatadclro — carniça, carniçaria, Acluoso, activo, diligente, expedi-
carnificina, clade, n alança. lo, vivo.
Açonladrira, açoutamenlo. Acudir, adjudar, auxiliar, soccor
Açoutar, p u n i r — atribular, mor- ror, valer — sobrevir — trazer—
tificar—azorragar, llagellar, fus- defender.
tigar — varejar. Acuguladura. engulo.
Açoutar-se, disciplinar-se. # Acuieo, aguilhão, ponta, pua —
Açoute, chicote, disciplinas , lá- estimulo, incentivo.
tego, mansilha, varinhas, verga- Acuminado, aguçado, agudo, bi-
Iho , zorrague — calamidade , cudo , ponfagudo — picante,
castigo. pungente,
Acquiiidor,acquirente,adquirinte, Acunbar, cunhar.
obtedor. Acurralar, encurralar—encantoar.
Acquirir, conseguir, grangear. Acurtar, cercear, diminuir, encur-
Acravai, enterrai — cravar, e m - tar.
beber, linear. Acurvar, curvar, dobrar, encurvar.
Acre, agro, azedo, picante— acti- Acutilador, acutíladiço , bridão,
vo — forte. briguento, sabreador.
Acreditar, crer, dar credito- abo- Acutilar, golpear, sabrear.
nar, auetorisar. Açucarar ou Assucarar, dulcificar
Acredor, credor — (ad].) digno, — abrandar, suavlsar.
merecedor. Açucena, cecém, lirio-branco.
Acremenlo, acerescimo, augmento Adagio , anexim , apophtegma ,
— excremento. axioma, dictado, máxima, pare-
Acriminar, aceusar, denunciar — mia, provérbio, rifão, sentença.
criminar. ?SLdamado, dengue, galan —effemi-
Acrimonia, acidez, azedume — ac- nado, maninelo.
tividade, energia, vigor — as- Adamanes, bichancros, gestos,
pereza, causticídade. A Umaniino, durrissimo, rijíssimo
Acrisolar, afinar, apurar, purificar, — constaute, lirme.
aperfeiçoar. Adaptação, accommodação, appli-
Acroatico, particular, reservado, cação.
secreto.' Adaptar, accommodar, adequar
Actas, determinações, resoluções, ajustar, appropriar, aptar.
sancçôcs — escripluras, m e m o - Adarga, broquel, escudo, rodela.
riacs". Adargor-se , hroquelar-sc — ar-
Actividade,
Activo,
—rapidez, acrimonia,
celeridade,
velocidade.
ágil, força,
ligeireza,
diligente, vigor Addensar,
pressa,
expedito, mmento
a r-se,,— scondensar,
Addição ao mbrigar-se.
acerescimo, [pessar.
m a — acerescenta-
adjecção
densar, es-,
12 ADI ADJ
appendix, augmento. [tado. prognosticar, proplietizar, vatici-
Addicional, acerescentado. ajunc- nar— prcscnlir, prever.
Aadicionar, sommar—acerescen- Adevinbo ou Adivinho, adivinha-
tar, ajunctar. deiro, agoureiro, ariolo,arúspice,
Addicto, affeiçoado, apegado, de- astrólogo, augur, propheta.
dicado, devoto, inclinado, pro- Adherencia, enlace, vinculo, utiiãc
penso. — intercessor, medianeiro, pa
Addimento, acerescimo, addição. drinho, pedreira, valedor—favor
Addir, acerescentar, ajunctar. protecção.
Addimento, acerescimo, augmento, Adlierente, contíguo, junelo, pe-
parergon. gado, unido — (».) protei im. va-
A aditar, addicionar, addir, ampliar. l e d o r — partidista, seclario, se-
Adduzir, trazer. quaz, i seguir.
Adega, cava. Adnerir, concordar, conformar-se,
Adejar, alear, esvoaçar. Adhesão, apego, união—aferro, te-
Adélfa, loendro. nacidade.
Adelgaçar , delgaçar , desbastar , Adiado , designado, determinado,
desengrossar — diminuir, mi- prefixo.
norar — acanhar, apoucar — Adiantado , antecedente, anterior,
rarefazer — analysar — (n.) de- prévio.
finhar, emmagreèer. Adiaiflamcnto, avanço, dianteira-
Ademan, signal, gesto. augmento, engrandecimento,for
Adenoso, glanduloso. tuna, melhoramento, progresso.
Adeosou Adeus,comprimento,sau- Adiantar, accelerar, apressar —
dação — despedida , separação. melhorar.
Adeosar ou Adeusar , divinisar , Adiantar-se„anlicipar-se — avaula-
endeusar. iar-se, exceder, melhorar-se.
Adequadamente , a propósito — Adiante, na frenle—em presença—
exacta, justamente. depois—mais abaixo, mais longe
Adequado, apto, conforme, justo, — d e tempo luturo.
próprio. Adianto, avança.
Adequar, accommodar, adaptar , Adiaphoro, indilterentc—desneces-
ajustar, moldar, proporcionar. sário.
Adereçar, adornar, compor, con- Adiar, aprazar,fixardia —delongar,
certar , guarnecer, ornar — demorar, dilatar, espaçar.
dirigir. Adinheirado, endinheirado, rim.
Adereço, adorno, atavio, compos- Adito, entrada, passada — accesso,
tura^ enfeite, ornato —concerto. cabimento.
Adernar, abaixar-sc, abater. te, Adjacência, contiguidade, proximi-
Adestradamente, destra, habilmen- dade, visinhança.
Adestrado, conduzido, governado, Adjacente, chegado, próximo—co-
mandado — ensinado, cxercilj,'o. marcão, coiitermiuo.
Adestramento,instrucção—picaria. Adjecção, accrescenlamcnto. ache-
Adestrar, amestrar, disciplinar, ga, addição. (dar.
doctrinar, habilitar, instruir. Adjectivar, concordar — accoinmo-
Adcvintia ou Adivinha, adivinha- Adjectivar-se, concordar-se.
dora, propheliza—divinhação. Adjectivo, epitheto.
Adevinhação ou Adivinhação, pro- Adjudicar, assignar—allribuir, dar.
gnostico, propbecia, vaticínio — Adjudicar-se , arrogar-se, allri-
enigma . ou ou
Adevinhador
vinho.
Adcvinhar Adivinhador,
Adivinhar, buir-se.oucompanheiro,
adi- Adjunto
predizer, collcga,
(od/.Jjuncto,Adjuncto
pegado., associado,
sócio —
AfíE ABE 13
Adjurar, confiimor, jurar -escon Adolescente, adulto, joven, m a n -
jurar, exorcizar. cebo, moço.
Adjutorio, assislcncia, favor, soc- Adopção ou Adoptação, perfilhação,
corro—adjodailor, auxiliador. períilhamento—admissão.
Aminicnlantc, adjudante. Adoptar, perfilhar—aceitar,rcceber
Adminicular, adj udador, auxiliador, —abraçar, seguir.
soccorredor. Adoptivo, perfilhado—enxertado.
Adminiculo, adjutorio, auxilio, Adoração, acatamento, veneração
soccoro. —genuflexão, prostação,— culto,
Administração, cargo,direcção, go- honra, latria.
vernança , governo, juiisdicção, Adorar, idolatrar, incensar—respei-
ministério, regência, reginum, tar, reverenciar—orar, prostrar-
regimento, vara. se. [fero.
Administrador,director, minislra- Adormecedor, narcótico, sopori-
dor, regedor. Adormecer,amadornar,modorrar—
Administrar, dirigir, governar, re- adormentar, entorpecer — (n.l
ger—dar, fornecer — exercer — descuidar-se.
adjudar—servir. Adormecido, adormido, dormente,
Admiração, assombro, enleio, es- sopito.
panto, pasmo, surpreza, suspen- Adormecimento, lethargo, modor-
Ailmirando, admirável. [são. ra, s o m n o — entorpecimento,
Admirar, assombrar, maravilhar torpor — deleixo, descuido, in-
Admirar-se, espantar-se, maravi- dolência.
Ibar-sc, pasmar. Adormentar,adormecer ,amadorrar
Admirável, assombroso, espantoso, — entorpecer.
estupendo, marayilhoso,pasmoso, Adormir, adormecer.
portentoso , prodigioso — bellis- Adornar, adereçar, arretar, ata-
simo,excellente, oplimo. viar, enfeitar, ornar.
Admissão, entrada, introducção, re- Adorno , adereço , alinho , atavio,
cebimento, recepção. concerto, enfeite, gala — appa-
Admissível,iíssumptivel, receptivel, rato, pompa.
válido, valioso. Aboudado, desattendo, estabanado,
Admittir, hospedar, recolher—abra- estouvado — alou ado, aluado,
çar, aceitar — permittir, soffrer. lonlo. [dor.
Admoestação, advertência , aviso , Adquiridor, acquiridor, grangea-
conselho, exhortação, lembrete. Adquirir , alcançar, conseguir,
Admoestador, reprehensor. grangear, obter.
Admoestar, advertir, avisar, lem- Adrede, acinte, de propósito, ex-
brar—arguir, censurar, reprehe# pressamente.
der—denunciar. Adro, átrio, vestibulo.
Adoba, Adobe ou Adobo, ladrilho, Adslricto,apertadissimo—conslran-
I joio—grilhão. • gido, obrigado.
Adoçamcnto, afrouxamento, mode- Adsiringir, apertar, cerrar, unir.
ração—mitigação, Unitivo, refri- Aduana, alfandega.
gério. Adubar,guisar, temperar— curtir,
Adoçante, nvtigativo. preparar — agricultar — a m a -
Adoçar, açucarar, adocicar, m o d i - nhar, cultivar —estercar, estru-
ficar — abrandar, moderar, sua- mar — adornar, ornar — con-
visar—temperar—afiar. certar.
Adocicado, açucarado — enjoativo. Adubio, a m a n h o — concerto, re-
Adoecer,III.cair juventude,mocidade
Adolescência,
puberdade. doente, enfermar. A d paro
u l o ,— condimento,
in</tho, *
cultura. — adorna.
tempero especiaria,
l/l ADU AFF
Ailula, Icjadilho — dique, csclusa Advogado, favorecedor, patrono,
repreza. protector.
Adule, pandeiro, sislro. Advogar, interceder por... — pa-
Adulação, incenso, lisonja, lison- trocinar — perorar.
jaria, louvor. Aéreo, alto — fútil, vão.
Adulador, lisonjeiro, louvador. AfadigaT ou Affadigar, cançar,
Adular, gabar, incensar, lisonjar, estalar, fatigar.
louvar. Afadigoso ou affadigoso.cançativo.
Adulaturio,adtllativo, lisonjeiro. Afagador ou Affagador, carinhoso,
Adulteração, alteração,falsificação. laguciro, meigo.
Adulterado, corrompido, espúrio, Afagar ou Affagar, acariciar, aca-
falsificado, vicioso. rinhar, ameigar, amimar — li-
Adulterarior, ralsificador. sonjear
Adulterar, alterar, contrafazer, Afago ou Affago, carinho, mei-
corromper. guice, m i m o .
Adnlterino, bastardo, fornejinho, Afamado .abalizado, assignaladó,
• Ilegítimo —adulterado, contra- ecleberrimo, celebrado,"celebre,
feito, falsificado. conspícuo, decantado, egrégio,
Adultério , dullerio , malfado — eximio, famigerado, famoso, il-
falsificação. lustre, ínclito, insigne, m e m o -
Adulto, adolescente — crescido, rando, notável.
espigado — maduro. Afamar, famigerar— esfaimar.
Adunco, curvo, retorcido. Afauchonado, fanchono, puto.
Adiistãn, incêndio, queima. Afanoso ou Affanoso, laborioso ,
Adusto, denegrido, fulo, moreno, penosíssimo, trabalhoso.
trigueiro — abrasador, ardente Afâo, Alan, Afano ou Affão, Affan,
— cálido, calmoso, caloroso. Affano, cançaço, canceira, fadi-
Advena . estrangeiro , estranho , ga, pena, trabalho.
peregrino. Afastado ou Affastado, arredado
Adventício, accessorio, extrinseco distante — desviado, removido.
—estranho, vindico. Afastamento ou Affastamento, ap.
Adversário, contrario, inimigo — parlamento, distancia, ausên-
anlagonista, competidor, emulo, cia.
rivai. Afa»iar ou Affastar, ausentar —
Adversidade, contrariedade, con- alongar, apartar, desviar — ba-
traste , contratempo — calami- nir, desterrar— expulsar.
dade, desventura, infortúnio — Afaslar-sc ou Affastar-se,alongar*
transe, tribulação. t se, separar-se — desviaisc —
Advcrsi', faial, infausto, sinistro— distinguir-se.
datimos-o, nocivo — contrario, Afatiado,csfatiado — cortado, fen-
opposlo. a. dido, quebrado, roto.
Advertência, altenção — conside- Afabilidade, agrado, amabilidade,
ração, reflexão — prudência — lhaneza, urbinidade, civilidade,
avi-o. conselho, lembrete. coilezia — beneficência.
Advertido, admoestado, avisado — Affavel, benigno, brando, carinho-
acautelado, cauto, precalado — so, fagueiro, meigo.
circninspeclo, cordato, judicioso, Afazcndado, abastado, opulento,
prudente, sisudo. ricaço.
Advcilír, aconselhar, avisar — Affazer ou Afazer, acostumar, ave-
arguir, rcprehender —attentar, zar, habituar.
Advocalura,
dar le,
nio, protecção.
notar,
invocação— reparar. Affeamcnto
observar,patrocí- Affear
midade, ou afchmanlo,
ou fealdade.
Afeiar, deformar,defor-
das*
AEF Mi 15
fear, desfigurar — deslustrar , Afforvorado ou Alervorado, uetivo
escurecer, m o nch ir. ardente, vivíssimo.
Aífeoção. impressão. Afforvorar ou Afervorar, acluar —
Afíeclação , apparencia. impostu- accender, animar.
ra — singularidade, ostentação. Afliação ou Afiação, aguç;,dura ,
Affcctado, esquisito, estudado — amoladura.
fingido. Alliado ou Afiado, aguçado — cor-
Alíeclar, appetccer, cubicar, dese- tador, cortante — enfileirado
jar — ambicionai' — ostentar completo — a p u r a d o .
de... — lingir-so. Affiador ou Aliador, amolador.
Affeclivo.allcctuoso, meigo, terno. Affiauçndor ou Aliançador, ahona-
Affecio, aff ição, amizade, amor, ] dor, liador — promcltedor.
benevoleni ia, cari . l i o — r m n m o - Afliançar ou Aliançar , abonar —
çáo—(ai/).)af!'eíçoailo, inclinado. esperançar, promcller.
Alfeotuoso,amoravcl, amoroso, ca- Afliar ou Aliar, aguçar, amolar,
rinhoso, extremoso, temo. apontar.
Alfoição , afíceto , hemquorcnça , Al figuração ou Afignração, imagem,
carinho, lorneza — inclinação ,' [ilianlasia — apparencia.
propensão, Afligurar ou Afigurar, delinear,
Alfeiçoudo, aíleeio — devoío. in- figurar, imaginar, representar.
clinado — paicialisado, Alligurar-se ou Aligurar-se, crer.
Aflcieoar-sc, amar, de:.ej;ir, prezar. cuidar, representar se—parei c r
Affcito, avcz.ado, costumado, ha- Afiiunçãn 011 Afinação, consonância
bituado. — refinação.
Affeminado ou Afeminado, ada- Aflinador ou Afinador, refini.dor
niado, affenidado, ib.mo, inani- — aferidor.
nelo, mulherengo , semiviro — Allinar ou Atinar, acrisolar, apu-
cobarde, fraco, mancas, rar, purificar— acordar, apoiar
Alfeminar ou Afeminar, adamar, — delgaçar, desbastar — aferir,
mulberengnr — amollecer, ener- afilar — (n.) agastarse.
var, enfraquecer. Aflincado ou Afincado, fincado —-
Affermosear, Afermosear ou Afnr- firme, obstinado, resoluto.
mosear, alinilar.einbellczar, for- Aflincar ou Affiucar, cravar, fincar
mosear - adornar, arreiar, en- — insistir, porfiar, teimar — M a r
feitar — importunar.
Afferrado, agarrado,empolgado - Alfincoou Afinco, aferro, contu-
arpoado — preso — cabeçudo, mácia, insistência, perseverança,
contumaz, obstinado, testo, porfia, tenacidade —- apego —
Alferramento, abalroada. * icsolução.
Alienar ou Aterrar, empolgar, Aflinidade, alliança, cognação, pa-
empunhar — arpar, arpoar — ~ renlcsco — analogia, conioiuii-
aportar,fundeai', surgir. • dade, connexão, correlação, re-
Alierrar-sc, agarrar-se, pegar-se lação, similhança.
—obsliuar-se, porfiar, leimar. Afirmação, asserção, asseveração,
Alf.iiiloar ou Alerreloar, picar, atteslação, protesto.
pungir — aguillioar, estimular, Aflirmar, assegurar, cerlifiear —
lucilar. comprovar, confirmar—ajustar,
Alieno ou Aferro, adhesão—birra, conlractar —assentar sobre
contumácia, teima. descançor.
Aflerrolhar
Affervenlar ou Aferventar,
Aferrolhar,
ihar —darencadeiar
sar, calor.
ou apres- Allirmar-se,certi(icar-se
ferro-
— encarcerar. Afllrmalivo
se,
lentar,
firmar-se,
reparar.
, affirmação,
segurar se — apoia».
asseve
(ração.
— at-
16 A FF AFO
Aíflrmalivo, assertorio, certo, de- ultrajar — acobardar — acom-
cisivo, indubitável, positivo. metter, assaltar, investir — e n -
Aflístularse ou Afistular-se, fistu- vergonhar — (a.) avermelhar-se.
lar-se — inveterar-se. Aftrontar-se , envergonhar-se —
Affixar, apegar, lixar — pregar — investir — ultrajar-se —arros-
encravar. tar, encarar.
Afflicção, anciã, angustia, aperlo, Affrontoso, diffamatorio, ignomi-
desgosto, dôr, magoa, martyrio, nioso, infamante, injurioso, op-
mortificação, pena, pezar, tor- probrioso, aviltante, viluperioso,
mento, transe, tribulação. ultrajante.
Afflictivo, acerbo, allligidor, dolo- Afidalgado, bem-aforado, illustre,
roso, molesto. nobre — mimoso.
Afllicto, laflligido, atormentado — Afidalgar, ennobrecer, illustrar.
desconsolado, melancólico. Afilar, aferir — açular.
Aflbgir, agoniar, amargurar, con- Afilhado, apadrinhado, protegido.
sumir, conlrislar. Afilhar, açular, afilar.
Aflligir-se, agastar-se, anojar-se — Afogadilho,açodamento,diligencia,
infernar-se — doer-se. pressa, promptidão.
Afflueneia, abundância, copia — Afogado,desalentado, opprimido—
multidão— enxurro. alagado — abafado — sobrecar-
Aflluenle, copioso, rico — caudal, regado.
caudaloso. Afogador, collar, gargantilha.
Aflluir, abundar — concorrer — ATogadura, abafamento, abafo,
desemboccar. afogamento, afogo, suffocação.
Affocinhar ou Afocinhar, abater- Afogar, abafar — estrangular —
se, cair — suecumbir. comprimir — dissimular, occul-
Affoutar ou Afoutar, acoroçoar, tar — submergir.
desacobardar. Afogo, afogadura , suffocação —
Affoutar-se ou Afoutar-se, atre- constrangimento, oppressão,
ver-se, ousar. violência — affronta — angus-
Affouteza ou Afouteza? animo, bra- tia, anxia, aperto — vexame —
vura, coração, corajem, denodo, pressa.
ardimento, ousadia, resolução, Afogueado, affrontado — ardente,
valor. iiíllammado—tostado—caloroso.
Affouto ou Afouto, audaz, delibe Afoguear , abrasar , incendiar
rado, intrépido—desembaraçado, queimar.
desenvolto, despejado. Afolhado, numerado, rubricado.
Affronta, aggravo, baldão, contu- Afora, além, excepto, exceptuan-
melia, convicio, deshonra, igno ' do salvante, salvo, senão.
mignia, impropério, injuria, in- Aforador, censualista, censuario
sulto, labeo, offensa, opprobrio rendeiro.
vilipendio, vitupério, ultraje - » Aforamento, censo, emphyteosis,
perigo, risco — pressa — anxie- foro.
dade,cançaço. Aforar, arrendar.
Affrontado, afllicto, ancíado—agas- Aforçurado, apressado, oceupado.
tado, agoniado — afogueado, en- Aforrado, á ligeira, escoteiro.
calmado — corrido, envergo- Aforrar, arregaçar — evitar, pou
nhado. par—libertar—alforriar—forrar.
Affrontador, injuriador,ultrajador. Aforrar-se, expedir-se, ir escoteiro.
Alfrontamento, anxiedade, vascas, Afortalecer, fortalecer, reforçar.
Aflronlar
íncendimento
— enxovalhar,
ou Afrontar,
—injuriar,
calor denunciar
—insultar,
fadiga.[jAfortunado,
rear — corroborar.
Afortalezar, ditoso, feliz,
fortificar, venturo-
murar, tor-
AFO AGG 17
so — Tausto,propicio — pacifico, IAgasalhador, ogasalhadeiro, lios -
tranquillo. pitaleiro.
Afortunar , aditar , fortunar — Agasalhar, albergar, alojar, hos-
molestar, trabalhar. pedar — abrigar — acoular -
Afracar, desanimar— afrouxar, arrumar, estabelecer — auxiliar,
enfraquecer, fraquear. proteger — arrecadar, guardar,
Africa, Libya, Gelulia, Numidia. reter.
Afro, africano. Agasalhar-se, recolher-se — co-
Afrouxamento, debilidade, frouxi- brir-se, enroupar-se.
dão, relaxação. Agasalho, acolhimento — gasalha-
Afrouxar, alargar, desapertar, de- do, hospedagem.
sentesar — abater, amainar — Agastadiço , assomado, colérico,
enfraquecer — entibiar, esfriar irascivel.
—abrandar, moderar — (n.) re- Agastar, assanhar, encolerisar, en-
laxar. fadar, irar, irritar.
Afugentar, enxotar, expulsar, sa- Agastar-se, afinar-se , amuar»se,
cudir — rechaçar, repellir. anojar-.se, apaixonor-se, embes-
Afumadura , delumadura , perfu- pinhar-se — affligir-se, ago-
madura. niar-se—abafar, anciar.
Afumar, defumar — denegrir, tis- Agatanhadura, arranhadura, esfo-
nar — escurecer, escurentar — iadura.
estrumar. Agatanhar, agadanhar—arranhar.
Afundar, afundir — mergulhar — Ageitar, accommodar. adjectivar,
fundear. azar, conformar, moldar.
Afundar-se, alagar-se, sossobrar- Agencia, diligencia, grangearia,
se, submergir-se—profundar-se. industria, trabalho — adminis-
Afusilar ou Afuzilar, petiscar — tração.
chammejar, fulgurar, scinlillar. Agenciar, adquirir, grangear —
Agachar-se, acaçapar-se, acoco- — conseguir — negociar, procu-
rar-se,alapardar-se, arquear-se, rar, sollicitar.
baquear-se, curvar-se, debruçar- Agente, enviado, ministro — pro-
se, proslrar-se — render-se, su- curador — potencia — (adj.)
jeilar-se — ceder. activo, enérgico.
Agadanhador, gatuno, ladrão. Agermanar, igualar , irmanar —
Agadanhar, agalanhar, arranhar associar.
— lacerar —agarrar, empolgar, Agermanar - se, confederar - se,
tomar — furtar, roubar, surri- unir-se.
piar. Agglutinante, agglutinativo, con-
Agalardoar, galardoar, pren*ttr, glntinante, grudante.
recompensar, remunerar. Agglutinar,apegar, collar, grudar.
Agaloadura, alamares, galões, pas^ Aggravante, queixoso—ollensivo.
samanes. • Aggravar, augmentar, irritar — of-
Agaloar, acairelar, galoar. fender — opprimir — adquirir ,
Agalopar, galopar, galopear. procurar.
Aganippe,Caballina, Hippocrene. Aggravo, affronta,injuria, insulto,
Agarrador, aguasil, alcaide, bele- offensa, opprobrio, vitupério —
guim, esbirro, galfarro, quadri- gravame, oppressão.
lhe;ro. Aggregação, admissão, recepção—
Agarrar, aferrar, e m p o l g a r — c o - encorporaçâo.
lher — unir-se.
Agarrar-se,
gar-se,
der, empunhar
pegar-se— —asir,
segurar. pren- Aggregado,
conche- Aggregar, complexo,
corporar—amontoar,
—rebanhar-admittir, união.
associar, en-
cumular
18 AGG AGR
Aggrcssão, acommetli.iicnlo, hos- Agoniar, amargurar, altriliular,
tilidade, salto. magoar, mortificar, penalizar—
Aggressivo, offensivo. agastar.
Aggressor, acommettedor, assalta- Agoniar-se, aflligir-se, angustiar-
dor, invasor — tentador. se —encolerisar-se, enfadar-se.
Agigantado, colossal, giganteo, gi- Agonisante, expirante, mori-
gantesco— demesurado—grande bundo.
— largo. Agora, actualmente, ora, presen-
Agigantar, corpulenciar—alongar, temente — ou, quer.
estender — exaggerar. Agotar, enxugar, seccar—esgo-
Ágil, despachado, expedito, lesto, tar, estancar, exhaurir.
leve, prompto — geiloso. Agourar , augurar, presagiar,
Agilidade, actividade, celeridade, prophetisar, prognosticar, vati-
desembaraço,ligeireza, presteza, cinar— predizer.
rapidez, velocidade. goureiro, adivinhador, adivinho,
Agitação, alvoroço, boliço, bulha, arúspice, augur, augure.
m o t i m — commoção, dessocego, Agouro , presagio — predicção ,
inquietação —balanço. prophecia, vaticínio.
Agitar, abalar, abanar, sacudir — ' Agra , agro, agrura, penedias,
alvoroçar, amotinar — dessoee- serros.
gar, estimular, incitar— mover, Agraciado, engraçado, galante.
propor, suscitar. Agradado, contente, gostoso, sa-
Agnação, cognação, consanguini- tisfeito, [tisfazer.
dade, parentesco. Agradar, aprazer — contentar, sa-
Agnado, parente. Agradavel , amável, attraclivo ,
Agno, cordeirinho, cordeiro. frato— caro, gostoso— affavel,
Agnome, alcunha, appellido, co- enigno, fagueiro, meigo—bello,
gnome, sobrenome. gentil — doce, macio, mcllifluo
AgoaouÁgua, lympha—chuva — — ameno, aprazível, suave —
lagrymas — mar — rio — suor deleitavel, deleitoso, inoanlador
— (pi.) afllicções, pena., traba- — alegre, gracioso, jucundo, re-
lhos—urinas. creativo — saborido, saboroso.
Agoaçal ou Aguaçal, balseiro, pân- Agradecer , gratificar, gralular ,
tano, paul. 'remercear.
Agoaceiro ou Aguaceiro, aguada, Agradecido, grato , gratulo , reco-
borrasseiro, bursiguiada, chu- nhecido.
veiro. Agradecimento, gratidão, reconhe-
Agoacento ou Aguacento, alagadi- cimento — correspondência ,
Í;o, apaulado, brejoso, enlodado, gratificação,pago, recompensa.
entejoso, lodoso, nontanoso. Agradecivel, agradável, grato.
Agoadeiro ou Aguadeiro, atacai. 'grado,affabihdade, amabilidade—
Agoado on Aguado, chuvoso — • cortezia , urbanidade — ameni-
destemperado dade, suavidade— brandura, do-
Agoador ou Aguador, liorrifador, çura— amizade, graça, privança,
regador. valimento — contentamento,
Agoa-peou Agua-pe, surrapa. gosto,prazer— approvação, be-
Agomar, abrolhar, gomar. neplácito, consentimento— satis-
Agongorado, enigmático, escuro, fação— vontade—alegria.jucundj.
incomprehensivel. dade.
Agonia,
co afflicção,
—dade,martyrio,
combate,
— temor. —anciã, anxie-
luetatormento,transe
perigo, Agrapim,alamar,
ris- Agrário,
camponez.
che, colchete. apertador,
campestre, bro-
campezino,
AGB AJU 19
Agraz, acerbo, agro, azedo — (».) tro, experto, penetrante, perspi-
agraço. caz — fino — forte — doloroso ,
Agreste , campestre , camponez , violento — alegre, alvoroça d o -
montnnhez, montesinho — sel- ardente.
vajem, selvático — bravio — bn- Aguentar ou Aguantar, aturar,
çal, bronco, rústico, vilão — d e - comportar, soffrer, SHppniln
sabrido. sustentar, tolerar.
Agrícola, agricultor, colono, cul- Aguilhão, aguilhoda — bico, fer-
tivador. rão, p o n t a — espinho, pua—es-
Agricultar, cultivar, lavrar, rotear. timulo, incentivo — irriíamento.
Agricultor , agrícola, camponez, Aguilhar,agtiilhoar — atalaiar, ve-
colono, cultivador, lavrador. lar, vigiar. Iilqr.
Agricultura, aradura, cultura, la- Aguilhoador, estimulador, insliga-
voura, lavra, lavrada. Aguillioamento , esporada — pili-
Agridoce, agridulce, bical, doce- mulo.
amargo. Aguilhoar,aferretoar,pungir- ani-
Agrilhoar, cncadeiar — captivar. mar, excilar, instigar.
Agrisalhar, encanecer, grisalliar. Ahiou Af, acolá, alóan, alli, lii 1.1,
Agro, alcantil, aspereza, escabro- Aluíste, amarra, hragueiro, caho.
sidade, fragosidade—ladj.) acer- Ai,gemido,lamento, queixa,qnci-
bo, acido, agraz, azedo — desa- Aia, a m a . jxiiinc.
brido, molesto — fragoso, inac- Aijcsu. mimoso, querido.
eessivel. Ainda, aciuàlmente — mais.
Agrura, azedia, azedume — a l c a n - Aindanunndo, no caso, na hypo-
til, fragosidade, penedia. tliese — emtanloque.
Aguardar, esperar — appetecer , Aindaquc, b a n q u e , postoque, —
desejar — accompanhor — es- mas.
coltar, guardar — aguentar Aio, meslrc, pedagogo, preeeplor.
observar — olhar — servir. Airoso, bizarro, engraçado, pa-
Aguarenlador, desabonador, de- lante, garboso, gentil, liado.
tractor. Ajoelhação, ajoeíbadura , genu-
Aguarentar, cconomisar, poupar- flexão.
aperfeiçoar , polir , retocar — Ajou,jar,casar,emparelbar, jungir.
censurar, reprovar — cortar, Ajuda ou Adjuda, adjutorio, assis-
diminuir. tência, auxiiio, soccorro — cres-
Aguçadura, afiação, amoladura. tei, lavatório, mezinha.
gente—hábil,
Aguçar,afiar, industrioso,solerte
amolar —adelgaçar, Ajujador Ajndar-seououAdj Adjudar-se, aprovi-
lidador .auxiliador.
Agudeza,
agudarfio, — gavivar,u m e , ponta sublilisar^-— astú- Ajudar tar-sc,ou valer-se.
Adjudar, apadrinhor,
cia,
aguilhoar, destreza — habilidade,
espertar, estimular— in- Ajuizado, proteger,atinado, avisado, dis-
seguntlar.suster—pro-
adustria,ingenho—esperteza,
n i m a r — excilar — (n.) subir. pe- creto,
m o v e rjudicioso,
— ministrar— prudente, sen-
concorrer,
netração,aclivo,
Aguçoso, perspicácia,apressado, sagacida- dili-^; sato. coopera
de, subtileza, vivacidade—argú- Ajuizador, conceituados— apreia-
i m 11 I «a li -1 Ixí I Í n H l l c t r i « - i c n « . - . d i i r l i i ™ .\ilti'l'ip «>,i

cia, chiste, conceito—forliuão dor, avaliador.


— viveza. Ajuizar, arbitrar, avaliar, estimar
Agudilho, agndinho. bicudinho. —arrazoar, discorrer.
Agudo, afiado, amolado, cortante Ajuntamento, accrcsoenlamciilo,
- apontado, bicudo, pontudo — afluência, a m o n t o a m e n t o - col-
arguto, chistoso — aclivo, des- lecção, curpo-concurso, mulii-
20 AJU AIX
dSo—conciliábulo, conventiculo, Abimbazar-sc, f.ular-se, saeiar-se.
juncta—casamento—copula. Alambicar , distillar — requintar,
Ajuntar, accumular, apinhar—liar, subtilisar.
unir — emparelhar, irmanar — Alambre, electro.
achegar, aproximar—Colligfr. Alameda, avenida, lameda.
Ajuntar-se, accrescer— appropin- Alão, cão-de-fila, mastim, rafeiro.
quar-se, aproximar-sc — copu- Alapardar-se, acaçapar-se, aga-
lar-se. char-se — esconder-se, occul-
Ajunlavel, sociável, univel. tar-se.
Ajuramentar-sc, conjurar-se — Alar, alçar, elevar, levantar, subir.
jurar. Alardear, ostentar— (ti.) bazoliar.
Ajustado, concordado, convindo — Alardo ou Alarde, mostra, resenha
conforme, congruente — justo, — fausto, ostentação, pompa —
racionavel — afinado, concorde, bazofia, devaneio, jactância, vai-
unisono. dade—allivez. suberba.
Ajustamento, ajuste —concerto, Alargamento, oilatação, extensão.
convenção, pacto — conciliação, Alargar, largar—prorogar — aug-
concordata—pazes.reconciliação! mentar — amplificar — dilatar,
Aju-tar, unir — accommodar, avir, prolongar—abrir.
pacificar—adoptar, moldar, sol- Alargar-se, desencolher-se, desen-
d a r — conformar-se, convir—con- tesar-se,cstender-se—afaslar-se
tractar, pactuar—igualar — pre- — demorar-sc, dilatar-se.
fazer. Alarido, alarida,algazarra,clamor,
Ajuste, ajustamento — reconcilia- grita, gritaria, vozeria — motim,
ção—concerto, pacto. rumor—celeuma.
Ala, enfiada,fieira,fila,fileira, Alarvaria, gargantoice, gloloneria
renque—labareda, aza. —bruteza, grosseria.
Alabarda, chuço, esponfâo, parta - Alarve, comilão—estúpido — gros-
sana. [piqueiro. seiro, rude—campino.
Alabardeiro, archeiro, bastaiio, Alastrar, coalhar, espalhar, juncar
Alabastrino, alvíssimo, branquís- —arrasar, derribar.
simo. Alaúde, cithara, guitarra, lyra,
Alabastro, pedra lustrosa—alvura. Alavanca, alçaprema. [viola.
Alacrao ou Alacrau, escorpião, la- Albergador,alojador—agasalhadnr.
crai, lacrau. Albergar, alojar, aposentar, hos-
Alacridade, alegria, jubilo—activi- pedar.
dade, promptidão. Albergaria, estalajem, estão—hos-
Alagadiço, apaulado, lamacento, .- picio— pousada.
lodoso, pantanoso. Albergue ou Alvergue, hospício—
Alagado, inundado — mergulhado hospital— estalajem, hospedaria.
—opprimido. £ Albergueiro,estalajadeiro,hospede.
Alagador, inundador—desperdiça- Albor ou Alvor, alva, aurora, ma-
dor, dissipador, estragador, gas- drugada, [car.
tador. Alborcar, cambiar, permutar, tro-
Alagamento , alluvião, cheia—sub- Alborque, barganha, cambio, conv
mersão, sossobro. mutação, permutação, troca.
Alagar, acapellar, inundar—afun- Albufeira, agua - ruça — lago —
dar—dissipar—opprimir. tanque.
Alagoa,
Alagnna, lagoa,
roto,pântano.
Alambazado,g!olão,
Alamar,
rapado, cordão,
alagoasinha,
trapento.
firmai.
goloso—esfar-
charco. Alcaçar,
Alcaçaria,
Alcáçova Alcácer ou Alcazar, paços,
castello,forlaleza,praça—templo.
fortaleza.
ou
castello—palácio.
Alcáceva, castello—
AI.C ALI 21
Alcaçuz ou Alcaçus, regoli.:, ou car, vigorar—buzinar, trombetar
regliz. [leilão. — (n.) respirar.
Alcaide, oapitão-dc-castello, cas- Alento, fôlego, hálito, respiração—
Alcançado, atalhado, perturbado— espirito, vida — animo, intrepi-
envergonhado, pejado—atrazado dez, ousadia—brio, valor—lorça,
— acquirido, conseguido, obtido robustez, vigor — generosidade,
— empenhado , endividado — magnanimidade.
pobre. Alestar, desembaraçar—aprestar—
Alcançar, abranger— chegara...., safar.
tocar—conseguir — comprehen- Alfabeto ou Alpbabeto, a, b, C,
der, penetrar, perceber—adqui- abecedario—princípios.
rir, grangear. Alfaias ou Alfayas, moveis, trastes,
Alcance, alcançadura— seguimen- utensílios — adornos— cabedaes,
t o — comprehensão—(o(ín.)perto, riquezas.
quasi. Alfanar, penteiar— aceiar — enfei-
Alcantilado, alto, profundo — d e s - tar, ornar—polir.
fienhado, Í n g r e m e — escarpado, Alfandega, aduana.
ragoso. [var-se. Alfeninado, afeminado, delicado
Alcalruzar-se, corcovar-se, encur- molle.
Alçada, poder — districto , juris- Alforge ou Alforje, cevadeira, sac-
dicção. [bapí. cola, saquinho.
Alçapema,alçapé,cambadella,cam- Algar, barranco,caverna, cova —
Alçar, erigir — arvorar, erguer — cratera.
elevar, exaltar, sublimar. Algazara ou Algazarra, clamor,
Alçar-se , levantar-se, rebellar-se, gritaria, vozeria.
sublevar-se. Algoz, carnifice, carrasco, verdugo
Alcion ou Alciono, maçarico. — matador — bárbaro , cruel,
Alcofa, cabaz, canistrel, cesto,teiga tyranno—sanguinário.
—alcoviteira. Algozaria, crueldade — carniçaria,
Alcouce, bordel, lupanar, putaria. matança.
Alcoviteiro, alcayotc, alcofa. Alhada, embrulhada, enredo.
Alcunha, appellido—sobrenome. Alhanar, achanar, aplanar, unir —
Alegrar-se, desenfadar-se, folgar, arrasar, assolar—facilitar.
regozijar-se. Alhanar-se, bumanar-se — h u m i -
Alegria, contentamento, deleite, Ihar-se.
gosto, gozo, jubilo, prazer, re- Alheação, hallucinação — distrac-
gozijo—galhofa. ção—esquecimento— insensibili-
Alejado ou Aleijado, estropeado, dade, [vado.
manco, maneta, tolhido. * Alheado, absorto, alienado, enlc-
Aleijar, derrear, estropear. Aliás, d'oulro m o d o — e m outras
Aleive, calumnia — aleivosisu circumstancias — a outros res-
traição. • peitos.
Aleivosia, deslealdade,infidelidade, Alicantina, aslucia, engano , tra-
perfídia, traição. paça, treta.
AlciVoso, desleal, pérfido, traidor. Alicantinciro, trapaceiro.
Alem ou Além, longe—mais acima Alicece ou Alicerce, base, funda-
para lá—de mais. mento—apoio.
Alem-mar, ultramar. Alimentar,nutrir,sustentar—cevar.
Alentado, esforçado, forte, robusto Alimento, mantimento, nutrimen-
-r-animoso,
Alentar,
sado—brioso, bravo,
vido, destemido,
animar valente—atre-
—magnânimo.
esforçar,
intrépido,
fortifi- to, refeição,
ou- Alimcnloso,
Alimpar,
iguaria, sustento
aceiar,
manjar.
nutritivo, — limpar,
esfregar, comer,
substancial,
'4'4 ALI ALT
varrer — mondar — expurgar, Alojamento, casa, .domicilio, ha-
purgar. bitação, morada, pousada.
Alinhar-se, adereçar-sc, adornar- Alojar, albergar, recolher — fo,)
se? ataviar-se, concerlar-se, en- assistir, morar, residir,
feitar-se, ornar-se. Alombar, derrear, desancar.
Alinho, aceio, conceito — adorno, Alongado, dilatado, estendido —
atavio, enfeite. distante, longínquo —desviade,
Alizar, brunir, polir — achatar, remoto.
aplanar. Alongamento, demora, dilação,
Aljava ou Aljaba, carcaz, coldre. prolongação, tardança—compri-
Allegoção, citação. mento, extensão— apartamento.
Allegar, citar, produzir, trazer. distancia.
Allegoria, allnsão, figura, sombra. Alongar, afastar, apartar—dilatar,
Alli, lá, n esse logar—mais longe. estender — distanciar, espaçai —
Alliado, colligado, confederado, li- delongar, demorar.
gado, unido. Aloucado, desaltcnlado, estouvado
Alliança, parentesco — confedera- — a d o u d a d o , louco.
ção—concerto, pacto— alliagem, Alpestre , alcantilado, alpestrlco,
"iga. áspero, fragoso.
Aliiciar , requebrar, requestar — Alquimia ou Alchimia, rhrysnpc-
seduzir. dia, pbilosophia, spagyriea,
Alliviação , alliviamento , allivio, Alrotar, jaclar-se — escarnecer —
consolo. Insultar— bradar.
Alliviar, abrandar, mitigar, suavi- Altanado , altaneiro, altivo, arro-
sar—desculpar—diminuir—deso- gante, suberbo.
brigar, dispensar—alegrar—con- Altar, ara.
solar—desabafar, divertir. Altear, alçar, elevar, erguer, levan-
Allivio, consolação, lenitivo—desa- tar—profundar.
fogo, divertimento, recreação, Altear-se, elevar-se, sublim.ir-se—
recreio—descanço, socego. abater-se, humilbar-se—profun-
Allucinação ou Hallucinação.alhea- dar-se.
ção — deslumbramento — ce- Alteração, mudança — corrupção,
gueira, engano. falsificação — bulício — abalo,
Allucinar-se ou Hallucinar-se, en emoção.
ganar-sc, errar, ourar, ourijar. Alterado, m u d a d o , perturbado —
A H u m i a r ou Alumiar, aclarar, cla- altanado — ensuberbecido — in-
rear, dar luz, esclarecer — illus- quieto—levantado.
trar—luzir—instruir— inspirar— Alterar, mudar, transformar, trans-
dirigir. tornar—turbar—irritar—innovar
Alluvião, cheia, diluvio, enchente, —perverter—commover— amo-
inundação—enxurrada, levada tinar—conturbar, con fundir.
Alma, espirito, v i d a — a n i m o — a u c - £lterar-se, periurbar-se—alboro-
tor, causa, motor — forma, m o - tar-se, amolinar-se, tumultuar—
delo, molde—consciência—indi- encrespar-se. referver — irar-se.
víduo, pessoa — c a b e ç a , chefe — Altercação, porfia—impugnação—
centro—energia—desenho, ideia. coptenda, disputa—controvérsia,
Auoadia, barca, canoa, tone. duvida—queslão—combate, rixa
Almanach ou Almanak, calendário, —discórdia— debate.
folhinha. Altercar, profiar—contender—'in-
Almazem ou A r m a z é m , arsenal — troverter, disputar—contestar —
provisão—collecção.
Almo,
Almocreve,creador.
moço-de-mulas,[veiro -ventilar—combater,
reco- Alternação,
- revezes. alternativa,debatei'.
vicissitude
ALT AMA 2.1
Alternativa, revezamento, vira- A Iroroçado, mal-soffrido — revol-
volta, volta. toso — accelerado.
Alternativo, alternado, alterno. Alvoroçar, commover — agitar,
Alteroso, alto, elevado. inquietar — revoltar, sublevar.
Alteza, altura, celsitude, elevação, Alvoroço, expectação—commoção
eminência—soberania. — alacridade, promptidão — al-
Altibaixos, desigualdade, fragosi- voroto, molim, ruido, sedição.
dade— ai te roa livas, revezes—de- Alvura, brancura, candidez.
feitos, imperfeições. A m a , aia — senhora — estalajadei-
Allílnco ou Alifloquo, altisonante, ra, hospeda.
allisono, altivo, alio, sublime. Amabilidade, amenidade, doçura,
Altivez ou Alliveza, arrogância, suavidade—affabilidadc, agrado,
soberba — elevação — orgulho, cortezia.
ufania—lasto—grandeza, magna- Amada, querida — amasia — na-
nimidade—prcsumpçáo—mages- morada.
tade, soberania. A m a d o , caro, prezado, querido.
Altivo, alto, elevado—brioso, ufano Amadornar, adormecer, adormen-
—vanglorioso—arroganle, impe- tar — quebrantar.
rioso, orgulhoso, s u b e r b o — m a - Amadurar, acereijar, amadurecer,
gcsloso, -ublime. assazonar, madurecer.
Alto, erguido, levantado—elevado, Â m a g o , imo, interior—intrínseco.
sublime — eminente, excelso — medulla, substancia— centro,
profundo — incomprehensitel — cerne,coração.
illustre, nobre — generoso— Ín- Amainar, abaixar, abater, calar —
clito — magestoso — poderoso— afrouxar, ceder — cessar—acal-
soberano—caro. mar, socegar, tranquillisar.
Altura, elevação — sublimidade — Amaldiçoado, abominável, detes-
auge, eminência—apogeu,zenlth tável, execravel, maldiclo.
— c u m e — assomada, teso—pro- Amaldiçoar, anathematisar — im-
fundidade. precar—maldizer, praguejar —
Aluado, doudo,insensato,lunático, castigar. [cubinario.
pliantaslico—estouvado. Amancebado, amasio, amigo, con-
Aluir, abalar, abanar, mover — ar- Amancebamento, abarregamento,
ruinar, derrocar. concubinato, mancebia.
Alumno, académico, aulista, estu- Amanhar, compor, concertar —
dante—porcionista—discipulo. agricultar, cultivar, lavrar.
Alva, alvor, alvorada, aurora, m a - Amanhar-se , aecommodar-se ,
drugada, manhã. ageitar-se, dispor-se.
Alvar, inepto, nest-io, parvo, pa- Amanhecer, alvorar, alvorecer —
tela, tolo — alvacento. madrugar—achar-sc.apparecer.
Alvedrio, alvidrio, arbítrio, von- Amansar, domar, subjugar, sub-
tade — liberdade — juizo — metter, sujeitar — abrandar, mi-
querer — eleição, escolha. tigar, moderar — applacar —
Alviçaras, dadiva, estreia, premio, cultivar, horlar.
recompensa. Amante, amador, amoroso,apaixa-
Alvitre, advidramento, aviso, con- nado, namorado.
selho, parecer, projecto — noti- Amanuense, copista, escrevente.
cia, novidade. Amar, estimar, querer b e m — a p r e
Alvo , baliza, filo , meta , miro , ciar — desejar, querer — esco
ponto
Alvorar,
nhecer.
branco, —aclarar,
fcândido.
i m , termo — (adj.)
alvorecer, lher, seguir.
a m a - Amargura,
Amargo,
penoso. amargoso,
amargor,a mamargueza,
aro—duro
'Ih AMA AMO
azedume — afflicção, degosto, Amigo, amante, amasio — (adj.)
dòr, pena, tormento. benéfico, lavoravel, propicio.
Amarinhar, marinhear, manear, Amimar, acarinhar, affagar, amei-
tripular. gar, cariciar.
Amarrado, atado, ligado, preso — Amiserar-se, amesquinhar-se —
obstinado, pertinaz, teimoso. apiedar-se, compadecer-se, con-
Amarrar, atar, ligar, prcmler. doer-se, doer-se, lastimar.
Amasia, amante,amiga, concubina, Amiudar,reduplicar, repetir.
manceba. Amiúde ou Amiúdo, frequente-
Amasio, amante, amigo. mente, muitas vezes — em breve
Amassado, aboieimado, chato — tempo.
amolgado — grosseiro, tasco. Amizade, affecio, amor, carinho—
Amassar, sovar—abolar, amolgar benevolência—concórdia, união.
— esmagar — afundir. A m o . aio — senhor.
Amatorio, erolico. Amofinação, aborrecimento, des-
Amável, agradável, incantador. gosto, desprazer, enfado — pena,
Ambição, desejo, sede —appelite tormento.
— cubica. Amofinar-se, agastar-se, apaixo-
Ambiguidade, amphibologia — du- nar-se, enfadar-se — atlligir-se,
vida, incerteza. agoniar-se.
Ambíguo, equivoco — dúbio, du- Amoldar, ajustar, conformar.
vidoso, incerto, vario — indeli- Amolgar, abolar, amassar — ren-
berado, indeterminado, irresolu- der — abalar — vencer — (n.)
to, perplexo. ceder, render-se.
Âmbito, circulo, gyro — circuito, Amollecer, amollentar, mollificar
circumferencia, redondeza. — adoçar, enfraquecer — .->brai)-
Ambulante, errante, errático, va- dar, enternecer.
gabundo. Amontoamento, cumulo, rnonle,
Ambulatório, mudável, vario. r u m a —ajunclamento, amonloa-
Ameaçar, injuriar — amedrontar ção — confusão.
— annunciar, prognosticar. Amontoar, arcumular, aggregar,
Ameaças, barbatas. feros— pragas apinlioar—adquirir—multiplicar.
ralhos — rebates. A m o r , affecto, afleição. inclinação
Amedrontar ou Amedrentar, ale- — amizade — sympalhia —
morisar, aterrar, intimidar. paixão — affabilidade , benevo-
Ameigar, acarinhar, alfagar, ami- lência — o amante.
mar, cariciar.
grato, jucundo, suave — viçosd\ Amorar, esconder — reler.
coado—brando,favorável,macio
Amenidade,
• fresco — frescura,
frondente,viço—ele- Amorar-se, ausentar-se,
frondoso Amortecer, occultar-
apagar, extinguir —
—gância,
sombriograça, suavidade.
— amoroso — beni- *se, expatriar-se.
diminuir, quebrantar — (n.) cn-
Ameno, agradável,
gno, brando, aprazível, de- Amoroso,
tractavel. amante, namorado
torpecer-se, inlumecer-se. —
leitavel ,adestrar,
Amestrar, deleitosodirigir,
, delicioso (adj.) amável—affectuoso,
doc- Amortecido, mortal — immobil,affei-
trinar, ensinar, exercitar, indus- languido — estanque
triar, instruir. Amotinação, alvoruto, amotinada,
Amiga, amasia, concubina, motim, tumulto — sedição.
Amigar-se, reconcilia r-se—aman Amolinador, faccioso , revoltoso,
cebar-se. sedicioso — perluabador — tur-
Amigável, doce — sociável — gra bulento.
cioso — amigo — amoroso. Amotinar, alvorotar, revollar, su-
AMO AM 25
blevar, tumultuar — perturbar. — antiguidade — preferencia.
Amover, apartar, desviar, remo- Ancião , anciano , velho — (adi.)
ver, tirar. antigo, antiquado, envelhecido,
Amparar, favorecer, proteger — idoso, prisco — auetorisado —
defender — apadrinhar, patroci- usado.
n a r — scocorrer —abrigar. Ancioso, agitado, inquieto — des-
Amparar-se, acoutar-se —broque- velado, sollicito.
lar-se, escudar-se—guardar-se. Anco, angulo, cotovelo, recanto.
Amparo, abrigo — e s c u d o — apoio Ancoradouro, ancoração, ancora-
— defensa — patrocínio, pro- g e m — pouso — amarração.
tecção. Andaço, contagio, epidemia.
Amphilhealro,área, circo ,colisseu. Andador, andadeiro, andejo — ca-
Ampliar, accrcscenlar, augmentar, minheiro, [cesso.
dilatar, estender — diffundir, Andança, aventura— fortuna,suc-
propagar — encarecer, engran- Andante, errante, errático, vaga-
decer, exaggerar. bundo — aventureiro.
Amplidão, amplitude, extensão, Andar, caminhar,marchar, mover-
largura, latidão. se — portar-se — estar, existir.
Amplificação, acerescimo, aug- Andorinha, philomela, progne.
mento — exaggeração. Andrajos, farrapos, trapos.
Amplificar, engrandecer, exagge- Andrajoso, esferrapado, roto, tra-
rar — dilatar. pento.
Amplo, amplifico—dilatado, es- Anexim, axioma — adagio , pro-
paçoso, extenso, largo, vasto — vérbio, rifão.
dilfuso — abundante, copioso. Angra, enseadasinha, portinho.
Ampollo, ambula — bolha. Angustia, alllicção, agonia, aperto
Amuar-se, arrufar-se, desconfiar — affronta, anciã, aiiciadade —
— agastar-se — encruar-se — dôr, martyrio , pena. tormento,
parar. tribulação — cuidado , magoa,
A m u o , arrufo, enfado, m a u h u m o r . pezar , sentimento, tristeza —
Auacorela ou Anachoreta, eremita, estreiteza.
ermitão — cenobita, solitário. Angusto, apertado, estreito.
Anaddir, accrcscenlar, addir, Anhelito, alento, respiração—bafo,
ajunctar. Anho, cordeiro. [hálito
Anafado, gordo, liso, luzidio. Animadversão, atlenção, conside-
Analecto, collecção. ração — advertência, reprehen-
Analogia , analogismo , conformi- são — nota, reparo.
dade, proporção , similhança — Animadvertir, castigar, punir.
comparação —relação — convo* Animal, besta, bruto — estúpido.
niencia, propriedade. Animalia, besta, bruto, irracional.
Análogo, conveniente, proporcio- Animar, acoroçoar, alentar, esfor-
nado — similhante. 4 çar — accender, incitar, inllam-
Analysar, e x a m i n a r — adelgaçar. mar — accelerar, avivar.
Anathematisar, excommungar — Animo, alma, espirito—sentimento
amaldiçoar, maldizer. — t e n ç ã o — esforço, fortaleza—
Anca, nádegas, quadril — garupa. coração, corajem,intrepidez, va-
Ancho, largo — m e m b r u d o — en- lentia — magnanimidade.
suberbecido. Animosidade , magnanimidade —
Anciã ou Ânsia, angustia — aperto arrojo, temeridade — ousadia —
Ancianidade,
—pena
tustez
afllicçâo,
III.— — efficacia.
brancas,
anciania,
desgosto,
cãs
velhice,
— magoa,
rugas
vc- Animoso,
esforço.
denodado,
te — valente,
alentado,
valoroso
esforçado,
impávido, — audaz,
for-
intrépido,
26 AKI APA
ousado, resoluto —constante — Anliclpação, adiatamenlo, anlerio-
brioso, generoso. ridade, prevenção — precaução.
Aniquilar, anihilar, destruir—aba- Anticipado , immaturo , precoce,
ter, humilhar. prévio.
Anivelar , nivelar — emparelhar , Anticipar , adiantar-se, preceder,
hombrenr, igualar. prevenir.
Anncxar, incorporar, junclar, vin- Antídoto, contraveneno, preserva-
cular, unir. [mo. tivo, triaga.
Annoso, idoso — antigo, velhissi- Antigo ou Antiguo, prisco, prlslino,
Annotação, apontamento, cota, vetusto—envelhecido,invet' m i o
nota, notação,observação. — antiquado — ancião , idoso,
Annuir, confirmar — consentir — provecto, senil, velho.
approvar. Antipathia , aversão , ódio — ge-
Annullar, abolir, abrogar, cassar riza, grima, repugnância.
— desfazer, supprimir — aniqui- Anlistite, bispo, prelado — pastor,
lar. sacerdote.
Annunciar , publicar — predizer, Antojo, entejo— capricho—desva-
prognosticar, vaticinar—adver- Antonomasia, alcunha. [rio.
tir. Antro , caverna, cavidade, cova,
Annuncio, noticia, nova —• agouro, furna.
presagio — predicçío , vaticínio Anuviar, eclipsar, escurecer, en-
— indicio, signal — publicação. noitar, toldar.
Anojado, enluctado — afllicto — Anxiedade, afllicção , tormento —
agastado , colérico , enfadado , dôr — tristeza — cuidado.
irado — triste. Apadrinhar, favorecer, patrocinar,
Anojar-se, agastar-se, enfadar-se. proteger — amparar, defender.
Anojo , aborrimento — agasta- Apagado, extincto — borrado, ris-
mento, enfado. cado ~ ignorante — baldado —
Anómalo, desigual, irregular. ignóbil, ignoto.
Antagonista, adversário, competi- Apagar, extinguir, malar — desbo-
dor, contrario, emulo, oppositor. tar — desvanecer— destruir —
Ante, diante — antes. desfazer — riscar — refrigerar.
Antecessor , predecessor — (pt.) Apage , fora — guarda — irra -
antepassados, avós. tira lá.
Anteloquio, exórdio. Apaixonar se,agastar se,espinhaf-
Anteparar, fortificar — resguardar se, irar-se, irritar-sc.
— obviar, tolher. Apalpar, manear — experimentai
Anteparo , bastida , trincheira — — examinar, sondar, tentear.
defensivo, reparo. '.ípanhado, conciso — colhido —
Antepassados , avoengos , avós , convencido — breve , curlo, es-
maiores — passados, predecesj? treito, resumido — arregaçado.
sores. • A p a n h a r , colher — agarrar, em-
Antepassar, passarantes, preceder. polgar— roubar — cobrar, reca-
Anteposiçâo , precedência, prefe- dar — sobresaltear — caçar —
rencia, primado, primazia. soffrer— experimentar— colligir
Anterior, precedente—antecipado, convençar — alcançar, sobrevir
prévio. — arregaçar, recolher.
Antes, antecedentemente, de prin- Apanhar-se,eslreitar-se—finar-se,
cipio, precedentemente, primei- morrer.
Antever,
ferencia.
ramente,
vinhar.prever
primeiro
— presentir—
— c o m pre-
adi-I Apar,
mento
pertoa-Ia-par,
Apanho, — —apanhadura
ecolheita.
m comparação.
ao lado— —arregaça-
juncto,
APA APE 27
Aparado, talhado -s- correcto, ele-Apcçonhentar, apeçonhar, enve-
gante — emendado, polido. nenar — estragar.
Aparador, bufete, espinhela. Apegadíço , pegajoso , viscoso —
Aparar, receber— talhar — c e r - contagioso — constante,
ceiar — separar—aguçar — s u s - Apegado, addicto , afleiçoado -
tentar, suster. abarbado, contíguo,) unto, proxi
Aparo, talho — apara. m o , visinho — aferrado.
Apartado, afastado, desviado — se- Apegamento, adhesão, afleiçSo —
parado—ausente, retirado — d e - tenacidade —contagio.
sunido,dividido — distante, lon- Apegar, collar , grudar, pegar —
gínquo , remoto — solitário — juncar, liar, unir.
incommunicavel, insociável. Apegar-se, conglutinar-se — e n r e -
Apartamento, ausência, despedida dar se — arrimar-se, íucoslar-so,
— separação — afastamento , segurar-se.
distancia — e r m o , retiro, solidão Apego, aferro , atfinco , contumá-
— desistência — divorejo — ca- cia, tenacidade —adhesão, cons-
mará, quarto. tância.
Apartar, desviar — separar — p e r - Apenar, castigar, condemnar —
der — apaziguar — distribuir, embargar — muíctar-
repartir—retirar— desmembrar, Apenas, difficilmente — escassa-
desunir. mente — logo que.
Apartar-se, separar-se—afastar-se, Aperceber, aprestar, pôr prompto,
ausentar-se, retlrar-se —distan- preparar — acautelar, prevenir,
ciar- se — dividir-se — desunir- prever — anlicipar-se — niunir-
se , partir-se — divorciar-se — se — apparelhar, esquipar.
desmancebar-se — esgarrar-se Aperceber- se , apparelhar - se ,
— desprender-se. aprestar-se, dispor-se — muni-
Apalhia,estoicismo, indolência,in- ciar-se, munir-se.
sensibilidade, negligencia. Apercebido, disposto —acautelado
Apathico, indolente, insensível, ne- — advertido,lembrado — appa-
gligente. relhado, preparado , prevenido
Apaulado, aguacento , alagadiço, — provido.
brejoso, encharcado , enlodado, Apercebimento, apparelho, apres»
húmido, lodoso, pantanoso. to, preparativo — disposição.
Apaular-se , enebarcar-se , enla- Aperfeiçoamento, acabamento, ul«
goar-se. tima m i o — perfeição.
Apavonar-se , desvanecer-se, en- Aperfeiçoar, acabar, consuiumar,
rufar-se, vangloriar-se. rematar — apurar, limar, polir,
Apavorar . assustar , atemorizai* retocar— melhorar.
espantar, espavorir. Aperrear, amotinar, molestar, op-
Apaziguado, aquietado, pacificado, primir, v e x a r — apertar, enco-
quieto. • Iher.
Apaziguamenlo, pacificação, tran- Apertada, apertão, aperto, oppres-
quillidade. são — azáfama, tropel.
Apaziguar, applacar, aquietar, pa- Apertado, atado, cingido, ligado,
cificar — serenar — amansar, preso — comprimido, opprcsso—
socegar — abrandar, miligar. angusto, estreito—escasso, m e s -
Apeado, abaixado, abatido, descido quinho.
— desmontado. Apertamento.aperto—austeridade,
Apear-se,
Apeçonhentado,
gar,
agastado.
desmontar-se.
pôr-se a péenvenenado
— descaval- — Apertão,
Apertar
severidade.
lamento,
,apertada,aperto-coarc-
comprimir
reslricção.- cingir —
28 APE APP
unir — eslreitar — encolher, en- Apologia, defesa, descarga, des-
curtar — instar — testringir. culpa, escusa, justificação.
Aperlo ; compressão — pressa, ur- Apologo, conto, fabula, ficção.
gência — trabalho — rigor, pe- Apontado, exacto— atilado — c u -
núria, pobreza — difficuldade — rioso — pechoso — designado —
vexação — afflicção, angustia, prevenido — adequado, conve-
transe. niente — preparado — provido
Apesarado ou Apczarado, arrepen- — correcto, emendado —cosido.
dido, pezaroso — constrangido, Apontador, marcador — ponlo —
obrigado. alumador, lança rote.
Apestar, contaminar , corromper, Apontamento, ementa, nota.
empestar, infectar, inficionar. Apontar, acontar, nolar — citar—
Apicaçar, aferretoar, picar,pun- propor, suggerir —indicar, mar
gir. car — aguçar — alistar.
Ápice ou Apex, c u m e , ponta, re- A ponto, a pique, a propósito.
mate, summidade. A pontoar, apontoar, escorar, espe-
Apiedar-se, compaceder-se, con- car, estacar, estaquear, ponlale-
doer-se, doer-se. lar.
Aplacar, acalmar, n,itigar,moderar, Aportar, fazer vir, trazer — levar
abrandar, alliviar — abonançar, — (n.) aferrar, ancorar, dar fun-
socegar, tranquillisar. do, lançar ferro, surgir, tomar
Aplainar, alizar, igualar, levigar, porto.
polir, u n i r — alhanar, facilitar. Após, atraz — e m seguimento —
Apócrifo ou Apocrypho, duvidoso, depois.
incerto , supposto — fabuloso , Aposentar, albergar, alojar, hospe-
falso, fingido. dar, recolher— (n.) morar, viver.
Apodar, gracejar, motejar—esmar, Aposento, casa.edificio — camará,
orçar. quarto — domicilio, estancia —
Apoderar-se, apossar-se , opro- aposentadoria — habitação, mo-
priar-se, senhorear-se—usurpar rada, pousada.
— d o m a r , subjugar, submetter— Apossar-se, eropossar-se — apo-
conquistar, ganhar. derar-se, senhorear-se.
Apodo, adagio, anexim, provérbio, Apostado , deliberado , determi-
rifão. nado, resoluto — aposto.
Apodrecer-se, apodrentar-se, ca- Aposto, alinhado, bem-posto, con-
riar, corromper-se, damnar-se. certado, [bo.
Apodrecimento, apodrentamento, Aposlura, postura—galhardia, gar-
corrupção, podridão, putrcfac- foiotegma, Apothegma ou Apoph-
ção, infecção. thegma , agudeza , apotegmata,
Apogcoou Apogeu, elevação. argúcia, dicto, sentença.
Apoiar, basear, especar, funda»- Apoteose, Apolheosis ou Apo-
mentar — escorar , sustentar , theose, canonização—dedicação.
suster — apadrinhar, favorecer, Apoucado , illiberal — tímido —
patrocinar. abatido — desauetorisado.
Apoiar-se , lirmar-se , fundar-se, Apoucamento, abatimento — a c a -
susler-se. nhamento — diminuição — m e s -
Apoio, escora, espeque — a r r i m o , quinhez — desalento, pusillani-
segurança — protector — base, midade.
peanha
ridade.
Apojado,
Apolegarou
Apollo, — Apollcgar,
sol.argumento
o cheio,
prova. — [sovar.
retesado. aueto- I|Apparato,
manusear, Apoucar,
Apoucar
nuar
se abater,
— se, diminuir
desdenhar,
— encurlar-se.
preparação
abaler-se — exte-
desprezar.
—, humilhar*
adereço,
APA APP 29
adorno, ornato — fausto, gran- Applicar-se, dar-se, oceupar-se,
deza , magnificência , pompa , vacar—arrogar-se, attribuir-se.
sumptuosidade — apparelhos , Apposito, accommodado, adequa-
aprestos. do, apropositado, conveniente.
àpparatoso, esplendido, magnifico, Apprehender, prender — tomar—
sumptuoso. receiar, temer — intender, per-
Appareccr, comparecer, deixar-se ceber.
ver, mostrar-se, ser visto—abrir, Apprehensão, tomadia— compre-
assomar. hensão, percepção — temor —
Apparelhar ou Aparelhar, aperce- imaginação, imaginativa—pban-
ber, apromptar, dispor, orde- tasia, representação.
nar, preparar — cnjaezar. Appropinquar-se,acercar-se, apro-
Apparelho ou Aparelho, aperce- ximar-se,avisinhar-se,chegar-se.
bimento, apresto, preparamento. Approvação, assenso, beneplácito,
preparação — maçamc. consentimento — abonação, con-
Apparencia , exterior , exteriori- firmação — applauso, louvor.
dade — figura, forma — ficção, Approvado, confirmado, ratificado.
fingimento — engano, falsidade, Approvar, asscllar, confirmar,
mentira — chimera, illusão — ratificar— auetorisar.
parecer, similhança — imitação, Aprazamento, alempação, empra-
sombra, verosimilhança, vislum- zamento, prazo — assignação,
bre , visos — probabilidade — citação, notificação.
— capa, còr. Aprazar, adiar — atempar, delon-
Apparente, claro, evidente, mani- gar — citar.
festo — parecido, similhante — Aprazer, agradar — deleitar, re-
— verosímil— fingido. crear— satisfazer.
Apparição, apparecimento — es- Aprazimento , contentamento —
pectro, phaiitasma, visão. desenfado , parzer — approva-
Appellidar, alarmear — clamar, ção, prasme - beneplácito.
vosear — proclamar — nomear Aprazível, alegre, jucundo — de-
— excitar—convidar, convocar. leitoso, gostoso, suave — gra-
Appellido, alcunha, denominação, cioso, vistoso — agradável, caro,
sobrenome — chamamento, con- grato — attractivo — ameno —
vocação — rebate — clamor , harmónico, sonoro — bemlavra-
ruído. [adjuncto. Apre, apage, fora, irra. [do.
Appenso, appensado, pendente — Apreçar ou Appreçar , avaliar ,
Appetecer, desejar, ter vontade. estimar.
Appetcucia, desejo, vontade. 4 Apreço, estima, estimação — con-
Appctite ou "Appetito, desejo, ta, preço.
empenho, vontade. [provar. Apregoar, annunciar, divulgar,
Applaudir, louvar, palmear — ap- .^publicar— convocar.
Applauso, acclamação, parabéns, Apremar, apertar — constranger,
victors, vivas—elogio, encómio, obrigar — opprimir, vexar.
louvor — gosto, jubilo, prazer. Aprender, instruir-se.
Applicação, accommodação — at- Aprendiz, principiante — bisonho,
tençãò , cuidado — industria , leigo, novel, noviço. [ferta.
primor. Apresentação, offerecimento, of-
Applicado, ajustado — attento — Apresentar, exhibir, mostrar, offe-
estudioso — diligente. recer, presentar, produzir.
Applicar.accomodar,
destinar
propriar
pôr sobre —— —destribuir—espertar.
ajunctar,
receitar
adaptar,
e unir
pôrap-
— Apressar,
expedito
anticipar.accelerar,
Apressado, —activo,
prompto,
ágil,
precipitar
veloz.
diligente,

A PK ABC
Aprestar, aperceber, aparelhar, Aqui, n'este logar— n'este ensejo,
apromptar, dispor, preparar. tempo.
Apresto, apparelho, preparo. Aquietacão, pacificação, paz, tran-
Apresurar ou Apressurar, acce- quillidade.
lerar, apressar. Aquietar, abrandar, acalmar, apla-
Aprisco, curral, redil — cabana, car, quietar, socegar.
choupana, togurio. Aquilalar, avaliar, determinar —
Apromptar, a viar,dispor,preparar. apurar, purificar — melhorar,
Apropriar, accommodar, adaptar, perfeiçoar.
adjectivar, applicar — altribuir. Aquilo, aquilão, boreas.
Aproveitado, adiantado — cultiva- Aquoso, seroso.
do — económico, governado, Ar, aura, sopro — vapor — fei-
poupado. ções — talhe — geito — lido,
Aproveitamento , adiantamento , fôlego — apparencia — mostra,
melhoramento, melhoria, pro- parecença — bizarria, donaire,
gresso, proveito — bemfeitoria. galhardia, garbo, graça—chiste,
A p n m i l : r, ganhar, lucrar, utili- pico — maneiras.
z a r — (».) crescer, medrar — Ara, altar — pyra.
servir. [se. Árabe, saheu.
Aproximar-se,accrcar-se,visinliar- Arado,charrua.
Aptar, accommodar, adaptar. A r a m e , bronze.
Aptidão, capacidade, disposição, Aranzel, directório, formulário,
habilidade, idoneidade, sulficcn- regimento — tarifa — ladainha,
cia. parlenda.
Apto, capaz, conveniente, hábil, Arar, arrotear, lavrar, romper —
idóneo—accommodado, propor- agricultar, cultivar—abrir,ar-
cionado, próprio — disposto. regar — navegar, sulcar.
Apunhnr, empunhar. Aravia, gerigonça, vasconço.
Apupada, apupo, corrimaça, vaia Arauto, rei-de-armas — correio,
— matraca. postilhão.
Apupar, assobiar — palear. Arbitrar, alvitrar, avaliar, estimar.
Apupo, apupada,surriada, vaia — Arbítrio, alvidrio, vontade — es-
silvo — brado, grito — vozeria. colha — voto — estimativa.
Apuração, apuramento — esco- Arbitro, arbilrador, avaliador.
lha Arbusto, arvorezinha,çarça —fru-
Apurado, purificado — escolhido— tice, vergontea.
reclolado — rKhauslo, gastado, Arca, caixa, cofre —bali u—alaúde,
pobre — selecto. ^ caixão.
Apurar,afinar, limpar, pin ifjear — "Arcabouço , esqueleto , pssada -
aperfeiçoar, polir— irritar — armação, carcassa — cadáver.
provocar — averiguar, exami- Arcabuzar, arcabuzear, espingar-
nar, inquirir — verificar. dear, fuzilar.
Aquartclamento, alojamento,quar- Arcadura, curvadura, curvatura.
téis. Arcano, mysterio,segredo— enig
Aquartelar, alojar, casernar — m a — (adj.) occulto, secreto.
abarracar, caotonar. Arcar, arquear, curvar, dobrar —
o, apaulado, húmido, pan- cingir, apertar, estimular — n.)
tanoso. arquejar.
Aqucducto, acéquia, cano. Archelipo ou Archetypo. exem-
AAquentai,
qantes
fomentar
u é m , —(festa
alraz.
aquecer
— animar,
parte,— excilar.
para
favorecer,
ca — Architcclo,
auclor,
|>íar, ideia,
ginal, planta.
inventor.
architector,
modelo, molde,ori-
obrador —
AUC Aim 81
Arrhivista, cartulaiio, carlnrario.Affor, balancear, cabecear, jogar,
cartureiro. soluçar — cinpinar-sc.
Arcliivn, cartório , conseivalorio, Argentar , argentear , pratear —
torre-do-tnmbo —secretaria. branquear, clarear.
Archote, acha, facho, léu, tocha, Argúcia , agudeza , subtileza >-
Árctico, aquilonar, aquilonio, are- chiste — sophisma.
turo, boreal, glacial, hypcrlioreo, Argueireiro, pichoso, minucioso -
scythico,thracio, subtilizador.
Arctos, hélice, plaustro, ursamaior. Arguir, increpar, reprehcndcr -
Ardego, ardente, fogoso—irritável aceusar, culpar, redarguir —
— quente — apressado — afa- censurar, criticar — condenmar,
noso, difficil, trabalhoso. reprovar — contradizer.
Ardência, ardor, fogo —ardenlia. Argumento, argumentação — in-
Ardente, abrasado, acceso, igneo, dicio, prova — assumpto, maté-
inflammado — fervente, fervido ria , sujeito — syllogismo —
— brilhante, fulgurante, Incido, conjectura, indicio.
luminoso, luzente, radiante, re- Arguto, agudo, judicioso, subtil —
fulgente , resplandecente, ruti- claro — forte.
lante — fogoso, impetuoso. Árido, aduslo — secco — estéril.
Arder, abrasar-se, afogucar-se, in- Ariduru. aridade, aridez, secenra,
eender-se, inllammar-se , quei- sequidão.
mar—se — brilhar — eslragar-se Arisco, bravio — esquivo — es-
—irar-se. pantadiço — isento -- secco —
Ardideza, atrevimento, desenvol- solto — areioso.
tura, despejo, ousadia, soltura. Arlequim , bufão , chocarreiro ,
Ardido , abrasado , consumido , farçante, farcista, m i m o , sal-
queimado—atentado — animoso, timbanco — palhaço.
atrevido, ousado — apaixonado Armada , esquadra — comboi ,
• fogoso. frota — exercito.
Ardilesa, ardil , astúcia , m a n h a — Armadilha, boiz, costefla, espar-
estratagema. rella, laço, rede—cilada, engano.
Ardiloso, ardidoso, astucioso, astu- Armar, suscitar — traçar — cons-
to,fino,manhoso — acautelado truir,levantar—alcatifar, tapizar.
— artificioso. Armar-se, ajunclar-se, eqgrnssar-
Ardimenlo, atrevimento, bravura, se, formar-se. [fume.
denodo, ousadia — fogo, fúria, A r o m a , cheiro, insenso,odor, per
ímpeto. Arquejar, anhelar — bocejar —
Ardor, a m o r , praxão — fervor -* offegar.
calor — fogo — Ímpeto — acti- Arrabalde, burgo, subúrbio.
vidade, energia. Arraial, acampamento , campo,
Árduo, áspero , trabalhoso — dif- #'real.
ficil — duro — custoso, penoso Arraigar-se , radicar-se — intro-
— arriscado , perigoso — esca- duzir-se — inveterar-se—pegar.
broso, escarpado. Arrancar, desarraigar — s a c a r —
Areado ou Areiado, altonito, pas- extirpar — destruir.
mado. Arranjar, collocar,compor,dispor,
Areento, ou Areiento, areioso,are- ordenar. (reféns.
noso, saibroso. Arras ou Arrhas. signal—penhores,
Arejar, ventilar.
Arenga,
Arengar,
relar, discurso,
practica-palavrorio,
charlar, falia,
orar, perorar
pairar. bacha- Arrasar
— oração,
parolagem. lar — ou
Arrastado, Arrazar,
desmantelar,
prostrarabater, aplanar,
—delongado,
assolar,
destroçar,
aluir,
talar. igua-
prolongado
arruinar,
destruir,
82 ARR ARR
— abatido, desprezado — ímpel- Arrematar , almoedar — apeifel-
lido. ç o a r — acabar, concluir, limiar,
Arrastar ou Arraslrar, rojar—de- ultimar — praguejar — rclavrat
morar — constranger, lorçar. —fechar.
Arravessar, lançar, vomitar. Arrenicçado ou Arremessado, des-
Arrazoado ou Arrezoado, avizado, pedido , vibrado — desenfreado
discreto — bastante mediano, — atrevido, temerário — impru-
sulliciente — razoável, soffrivel dente, inconsiderado.
— (».) arenga, discurso, oração, Arremcção, dardo, roj5o,vcnabulo.
razoamento. Arrcmcçar ou Arremessar, arro-
Arrazoar ou Arrezoar, discorrer, jar, atirar, vibrar — rebolar, re.
discursar, lallar, pr-icticar — ar- pellir — acommetler, lançar-se.
gumentar. Arremeço ou Arremesso , tiro —
Arrebanhar-se . ajunctar-sc, apí- arrojo, jacto, lanço.
ribar-se, apinnoar-se. Arremedar, contrafazer, fingir,
Abreiíatado , repentino — impru- imilar, remedar — (n). assimi*
dente — assomado , violento — toar se, parecer-se.
arrojado , inconsiderado — rá- Arremedo, imitação, apparencia—
pido, veloz — presenlissimo — (icção — farça.
enlevado, extático —alienado. Arremelter, acommellcr, arrojar-
Arrebatador, raptor, rouhador — se, investir, lançar-se.
delicioso, incaniador. Arremellida, acommellimcuto. as
Arrebatamento , rapto, roubo — salto, carga, choque, investida.
inconsideração —enlevação, en- Arrenegado , enfadado , irado -•
levo, extasis, transporte—ad- (.<•.),-ipostata — perjuro, traidor.
miração, pasmo. Arrenegar, aborrecer, detestar —
Arrebatar, rapinar, roubar—delei- amaldiçoar, blasplieroar — n.)
tar, incanlar—enlevar, pasmar. apostatar— enraivecer, raivar,
Arrebentar, quebrar, romper — Arrepanhar,agafanhar, arrebatar,
disparar — apparecer, assomar pilhar, rapinar.
— dar, sair — estalar, estourar Arrepender-se, apezarar-se, doer-
— brotar — almejar, anhelar. se, sentir se —relractar-sc.
Arrebique ou cobrador,
Arrecadador, arrebol, Arrependimento
arrabique,recebedor^ , contrição
— exceder — assomar, , dôr,
montar,
—côr, postura.
guardador pesar, sentimento.
Arriçado, cordoado — entesado —
Arrebitar, alçar,
Arrecadar, erguer
cobrar, rece- Arriar,
— encres-
recadar, crespoabaixar,
hirsutoabater,
, hirto,amainar,
hispido,
par,—franzir.
ber guardar. [tidão.
( descer — afrouxar.
ouriçado.
Arrecadação,cobrança,cobro—cer Arribar, aportar
Arrecadas , argolinhas , brincos, Arricar, arripiar, erriçar. — urdir
, chegar
pendentes, pinjentes. Arrijar, enrijar— convalescer.
Arredado, afastado, distante, lon- Arrimar-se, apoiar-se, encostar-sc,
gínquo, remoto— retirado. esteiarse, estríbar-se, firmar-se
Arredar, afasiar, apartar, desviar fundar-se
—alongar, distanciar. Arrimo,encosto —espeque, esteio
Arrefecer, abrandar, afrouxar — — báculo, bordão — amparo,pa-
enfriar, esfriar. trocínio — padrinho , patrono,
Arreiar, ajaezar — adereçar, ador- valedor.
nar, ataviar, enfeitar, ornar. Arripiar-se ou Arrcpíar-se, bada-
Arreios, arnezes , jaezes — ador- lejar — enriçar-se, ouriçar-se.
nos, enfeites. Arriscado,alcantilado, alto, empi-
ARR ASN 33
nado , íngreme — perigoso — Arruínhar, abrir, escachar, escar-
aventuroso, destemido — teme- ehar? rachar.
rário — casual, fortuito. Arte, disciplina, melhodo, norma,
Arriscar, aventurar, compromet- regra — artificio, industria, in-
ter, expor. genbo — destreza, habilidade,
Arrochada , bordoada , lambada , subtileza—esmero, perfeição,
paulada. p r i m o r — faculdade — doutrina,
Arrocbciro, arrieiro — almocreve estudo — sciencia — fraude —
Arrogância, altania, altivez, orgu- ardil, astúcia, estratagema, tra-
lho , soberba — janclancia, pre- ça — caracter, génio , indolc —
sumpção — fasto , ostentação, manufactura.
vangloria — audácia, insolência. Arteiro, astuto, manhoso, sagaz,
Arrogante, alto — imperioso — en- zorra.
tonado, inchado, presumido — Artemagicp , feiticeiro , magico,
descarado — fanfarrão. nigromante.
Arroio ou Arroyo, regalo, remanso, Artífice, artista, obreiro, official,
ribeiro. opilice — causador.
Arrojado, arremeçado, assomado, Artificio, arte, industria — astú-
impetuoso , precipitado — atre- cia, fingimento — fabrica.
vido, audaz, ousado, temerário Artificioso, fabril — ingenhoso —
— denodado, destemido, impá- — arteiroso, doloso, enganoso—
vido, intrépido, resoluto — ani- fallaz, fingido — astuto, destro,
moso , valoroso — alentado , subtil.
esforçado. Artimanha, artificio, dolo, fraude,
Arrojar, arremeçar, atirar, despe- treta.
dir, lançar — arrastar, rojar. Artisia, artífice — estudante, —
Arrojo, expulsão — arrojamento, (adj.) arteiro, manhoso.
temeridade — afouteza, ani- Arúspice ou Haruspicc, ougourei-
mosidade, denodo — arremeço. ro, augur —adivinhador, adi-
Arrombar, britar, espedaçar, que- vinho.
brar, romper — desfazer, des- Arvore, arvor, tronco — mastro —
manchar. nau, navio.
Arrostar, encarar — acommetter, Asa ou Aza, penna.
emprender Ascendência, estirpe, genealogia,
Arrostar-se, affrontar-se, expor-se geração, progénie, prosápia —
Arrotador, brigoso — fanfarrão, antecessores,antepassados,avós,
roncador. progenitores.
Arrotar, bazofiar, bravatear, jac- ascendente, predomínio, superio-
tar- se. ridade — aucloridade, poder.
Arroubamcnto, arrebatamento, ar- Ascensão , ascenso , elevação ,
roubo, extasis. •unida.
Arroubar-se, arrebâtar-se, enlevar- Asco, enjoo, náusea — fastio —
se, extasiar-se. [tir. nojo — aversão, repugnância.
Arroupar, enroupar — cobrir, ves- Ascripto, escripto — n u m e r a d o
Arrufar-se, enrugar-se — enfa- legislado.
dar-se. Ascua, brasa — chamnia.
Arru lo, agaslamcnto, a m u o , cólera, Asilo ou Asylo, abrigo, acolheita,
despeito. refugio — coulo, guarida, val-
Anuído, estrondo, ruído — briga, Ibacoulo.
Arruinar,
tar,
pendência.
derrocar,
estragar.
abater,
destruir
aluir,
— desbara-
demolir, •"Asinha,
Asneira,
As-ir,
dice,agarrar,
tolice.
asnidade,
depressa—cedo,
segurar.
parvoíce,
e m san-
hre-
[ve.
34 ASN ASS
Asneiriio, sandeu, tolcirão, zote. Assedio, bloqueio, cerco, circum-
Asno, burro, jumento — bestial, vallação, cordão, sitio.
estólido . estúpido , ignorante, Assegurado, seguro — capacitado,
lorpa,tolo. certificado—desassuslailo, quie-
Aspar, avexar, mortificar. to, socegado, tranquillo.
Aspecto, cara, face, parecer, Assegurar, affirmar, asseverar —
rosto, semblante — vista — a p - garantir.
pareneia, ex-terior. Assellar, sellar— approvar— acur-
•Aspeito, aspecto, catadura — at- var, vergar.
tenção, respeito — presença , Assembiea ou Assembleia, ajunc-
vista. tamento, auditório, congresso,
Aspereza, desabrimento, dureza, conselho, conventiculo, corrilho
rudeza—escabrosidade — incle- — chamada.
mência, rigor — austeridade, Assemelhar ou Assimilh.ir, arre-
mortificação, penitencia — acri- medar,contrafazer, imitar—com-
monia, agrura. parar.
Asperger ou Aspergir, borrifar — Assentado, concorde, conforme —
banhar, molhar — regar, salpi- socegado, tranquillo — mode-
c a r — aguar, rociar. rado, prudente — avisado, dis-
Áspero, bronco, desigual, escabro- creto— collocado, posto, situado
so, fragoso — duro, severo — — ajustado , determinado, pac-
austero — desabrido, destempe- teado.
rado, inharmonico — acerbo , Assentamento, assento — base —
azedo. situação — habitação — acordo,
Áspide ou Aspid, basilisco, vibora. consentimento.
Aspirar, conseguir •— desejar — Assentar, notar, registrar — esta-
pretender, sollicitar — respirar belecer—situar—ordenar, regu-
—exhalar, recender — favorecer lar—acordar, decidir, resolver—
— O . ) assoprar. p ó r — fixar—collocar — julgar—
Asqueroso, ascarento, hediondo, dar—calcar—traçar— (n.) ajus-
sórdido — i m m u n d o — n a u s e o s o , tar, quadrar.
nojoso — feio. Assentar-se, alistar-se — delermi-
Assaltada, arremettida, assalto, in- nar-se— estabelecer-se.
vestida, salteada. Assente, firme, solido — assentado
Assaltar ou Assaltear, acommet- —cordato, maduro, repousado.
ter, arremetler, atacar, investir, Assentir, annuir, approvar, con-
saltear. sentir.
Assalto, aconimcttimeiito, invés- IAssento, banco, cadeira — povoa-
tida, oppugnaçâo, salto, fr ção—alistamento — circumspee
Assannar-se, agastar-se, e m b e s - ção, prudência, siso, sisudeza —
pinhar-se, encolerisar-se, enfu- apontamento, nota—resolução—
:
reci r-se. irar-se, irritar-se. C morada, vivenda—pé, sedimento
Assanho, cólera,enfado,furor, ira, —constância, firmeza, resolução
raiva. —ajuste, concerto, pado—esta-
Assar ou Açar, torrar, tostar. belecimento—quietação, socego.
ou Assaz, abundante, ampla, Asseoso, opto, idóneo.
sufQcientemente. Asserção, affirmação, asserto —
Assassinar, ferir, matar — affligir proposição.
— enfadar, importunar, Asscrtor, defensor, mantenedor,
Assassioio,
Assazoado,
Assediar,
cozido, ressiccado
cercar,
assassinato,
idóneo,
siiiar.
próprio
occisão. protector—
— re- Asseveração,
A»sestar,
segurança. libertador,
collocar, dispor,salvador.
affirmação, certeza,
situar.
ASS AST 35
Asseverar, afflrmar, assegurar,ccr- Assomar, apparecer, chegar— co-
liliear, confirmar. meçar—esmar, orçar—abreviar,
Assiduidade, continuação, frequên- cifrar, resumir—irritar.
cia—exactidão. Assomar-se, apparecer, mostrar se
Assíduo, aturado, continuo, fre- — irar-se—resumir-se.
quente—applicado—diligente — Assombrado,sombreado—altonito,
exacto. maravilhado, pasmado — e m p a -
Assig:iação,cit»ção, mandado, no- nado, obscurecido, toldado.
tificação — aprazamento — assi- Assombramento , admiração — es-
gnatura. panto, susto—feição—sombra.
Assignalar, marcar, notar, signalar Assombrar, sombrear— affeiçoar—
—mostrar— abalizar—distinguir amedrontar, assusiar—espantar,
— illustrar — aprazar — espe- maravilhar—eclipsar, escurecer.
cificar Assombro, admiração, pasmo—es-
Assignalar-se, mostrar-se— avan- panto—estupidez—encanto, m a -
tajar-sc, disiinguir-sc, esmerar- ravilha, portento, prodígio.
se, extremar-se. Assombroso, admirável, notável,
Assignar, firmar — aprazar, desi- porlenloso.
gnar, determinar — applicar — Assomo, apparencia, indicio, m o s -
repartir—dar, distribuir—apon- tra, signal.
tar, mostrar—limitar. Assonaneia, consonância.
Assim ou Assi, deste modo. d'esta Assonante, assoanle, consono.
sorte—tam, tanto. Assoprador, folie.
"Assisado ou Assizado, discreto, Assoprar, ventar —inspirar—favo-
prudente, sábio, sensato. recer—arejar, refrescar.
Assisio, meio-conego, lercenario. Assopro, assopradura, sopro —
Assistência, presença—morada, re- bafo, fôlego, hálito, respiração—
sidência — auxilio, soccorro — aragem, aura, bafagem.
companhia — auspicio — mens- Assossegamenlo , quietação , re-
truo. pouso, socego.
Assistente, espectador, ouvinte — Assovinar, irritar—picar.
presente—residente. Assuada ou Assoada, algazarra,
Assistir, morar, residir — auxiliar, fritaria — barafunda, barulho —
soccorrer— adjudar, proteger— alburdia, tumulto — motim —
galantear — acompanhar — per- briga.
manecer—advogar—procurar. Assumir, arrogar, attribuir-se,
Assobiar, apitar, ciciar, sibilar, sil- tomar.
var— escarnecer — apupar. Assumplivel, admissível, válido,
Assobio, apito —silvo — (pi.) apu- valioso, legitimo.
pada, paleada. Assumpto, argumento, matéria,
Associar, junclar — (n.) conviver. s.-ãeito, lhema—objeclo, motivo,
Assolação, destroço, destruição, propósito.
devastação, estrago, ruína. Assustar, amedrontar, atemorizar,
Assolado, arrasado, arruínado,des- intimidar.
iruido, devastado—aniquilado— Assuxar, afrouxar, alargar.
despojado, roubado, saqueado. Astrea, a justiça.
Assolar, arrasar, arruinar, derro- Astrólogo, astrónomo.
car—destroçar, destruir, devas- Astroso, desastrado, infeliz,mofino,
tar, estragar, talar. Astúcia, arle,artificio—sagacidade,
Assoldadar,
Assomada,
Assomado,
parecimento.assalariar—
irascivel—
alto, altura, calistar.
impatíente—
[resumido.
u m e — a p - Astucioso,
subtileza
destreza,
gema , machiavellismo
arteiro,
engano,
— alicantina,
atrama.—estrata-
ardil,
36 ATA ATI
Astuto, ardiloso, artificioso—mali- Atarracbar, parafusar—segurar.
cioso , manhoso — avisado, in- Atascadeiro, atoleiro, monturo —
genhoso, sagaz—fino. [tar. lodaçal.
Atabafar, abafar — encobrir,occul- Atassalhar, alanhar, despedaçar,
Atabalhoado, adouilado, ataran- lacerar, rasgar — esfarpar, es-
tado, estouvado. [dir. farrapar.
Alabucar, engodar, enlreter, illu- Ataúde, caixão, esquife, féretro,
Atacador, alaca, cordão. tumba.
Atacar, ligar, prender — carregar, Ataviar, aceiar — adereçar, ador-
cevar, encher — acommetter, nar, enfeitar, ornar.
assaltar, investir. Atavio, adornOj enfeite, ornato —
Atado, amarrado, liado—acanhado, aceio — arreio, gala.
tímido—enleiado, irresointo. Atear ou Ateiar, abrasar, accender,
Atadura, ligadura — liame — nó, inllammar.
vinculo. Atediar, aborrecer, aborrir,ano-
Ataimado, ardiloso, astuto—dissi- jar, enfastiar, molestar.
mulado—velhaco. Atemorisar ou Atemorizar, ame-
Atalaia, seutinella, vedeta, vela, drontar, assombrar, assustar,
vigia — guarita, torre —fusta. aterrar, espantar, espavorir, in-
Atalaiar, avistar, descortinar, vi- timidar.
giar— especular, observar— es- Aterrar ou Atferrar, amedrontar,
piar, espreitar. [dar-se. assustar, espavorir— derribar.
Atalaiar-se, acaulelar-se, guar- Ater-se , arrimar-sc , pegar-se -
Atalhado, confuso, embaraçado, acostar-se — referir-se.
perplexo, perturbado—chofrado. Atesar, entesar, estender, estirar.
Atalhar, cortar, embaraçarjechar, Atestar, entestar — abarrotar, ar-
impedir, interromper—encurtar, runhar — empachai.
estreitar—talar, talhar—estovar, Atheneo ou Alhcneu, academia,
obviar, prevenir. lyceu, universidade.
Atalhar-se,pejar-se—confundir-se, Athleta , campeão , combatente,
embaraçar-se. gladiador, luetador—batalhador,
Atalhe , compendio, resumo , guerreiro — (adj.) animoso,
simima. robusto.
Athalo, remate, t e r m o — c a m i n h o Alhletica, gymnastica.
— carreiro, trámile, trilho, ve- Athletico, forte, nervoso, nervudo,
reda — córle, desvio.empecilho, robusto.
estorvo —abreviatura. Atiçador, espivitador — fomenta-
Atamento, atadura , enlace, liga- dor, instigador.
dura — prisão. f- Atiçamenlo, instigação— irritação.
Alanazar ou Alenazar, afrligir, Atiçar, espivjtar — alciar—estimu-
atormentar—impor!itnar, per- lar, instigar —excitar, provocar,
seguir < suscilar—irritar.
Ataque, acommetlimento, assaho, Atilado, aperfeiçoado, aprimorado
choque, investida — accesso — —culto, elegante , ornado, po-
carga. lido— espinicado.
Alar,(ingir, ligar, nodar — a m a r - Atilar, aceiar, arreiar— ataviar,
rar, prender, segurar—junclar, ornar—apurar, polir — aperfei-
unir — atalhar, embaraçar, çoar, aprimorar.
enleiar, Atilho, barbante, cordãosinho,cor-
Alarantar,confundir, perturbar— del, guita.
enleiar
atoular,— aturdir,azoar,
Atarracar, atochar
affligir.— confundir,
azoinar. Atino,Alinar,
— acertar.
acerto,
achar, juizo,
descobrir,
tino.encontrar
ATR ATT 37
Alirar, arrcmcçar, arrojar, boiar, Atra/, ou Atrás, áquem — m e n o s —
linear, vibrar—caminhar, ir. após, depois.
Atirar se, abalançar-se — arreme- Atrazar,delongar,dennorar,differir,
çar-sc, arrojar-se. retardar.
Atitar, apitar. Alrazo, atrazamento, demora —
Atoar, reboquear, sirgar—atemo- decadência.
rizar, aterrar. [res. Alrevido, arrojado, ousado, teme-
Atoardas, boatos, noticias . r u m o - rário — descomedido, imperti-
AInchar, apertar — embutir. nente.
Atolado, atascado — apatetado, Atrevimento, arrojo, audácia, co-
atoleimado. rajem, intrepidez — confiança,
Atolar, alascar, cnlodar. fiança.
Atolar-sc, acarvar-se, embai rar- Atribulação, afflicção, dôr, magoa
sc, empantanar-sc, cnlodar-sc, — adversidade— inquietação —
envasar-sc. vexação.
Atoleimado , basbaque , néscio , Atribular, affligir , lormcntar —
parvo, pateta, simples, sim— mallraclar, molestar- inquietar.
jilorio. Alrinchcirar, entrincheirar.
Atoleiro, alascadciro, ceno, lama- Átrio, adro — pátio — vestíbulo.
çal , lamarão, lameiro, lodaçal, Atripular, marinheirar.
monturo, va-a. Atro, negro — lúgubre.
Al orno, corpúsculo—ponto—(adj.) Alroada, estrondo, ruído.
itulivisivel. Atroar, r e t u m b a r — aturdir—aba-
Atónito, areado, assombrado, con- lar, estremecer.
fuso, perturbado. Atroce ou Atroz, enorme, g r a v e —
Atontar, entontecer, estontear. cruel, deshumano, despiedado,
Atordoamento, perturbação— pas- fero, feroz.
m o , snrprcza. Atrocidade , barbaridade , cruel-
Alordoar, aturdir, azoar — assom- dade, fereza, ferocidade, sevicia.
brar, cspanlar. Atropellado , calcado , pizado, tri-
Atormentar, flagellar, martyrisar, lhado—perseguido, trabalhado—
tratear—allligir, atribular,'aper- atormentado.
rear, molestar, mortificar, tra- Atropellar, derribar—calcar, pizar,
balhar. trilhar — deprimir, opprimir,
Atrabiliário, atrahilioso—melancó- vexar— desestimar, desprezar —
lico, triste — colérico. dcsaUender.
Atracar, arcar, travar — aferrar, Attenção, advertência, cuidado,
arpoar. tento — applicação — considera-
Atraiçoado ou Atreiçoado, mole-'1 ção, respeito — cortezia , urba-
fico, m a u , pérfido, refalsado, nidade.
traidor. Attencioso, corlez , polido, urbano
Atraiçoar ou Atrciçoar, trair. >#-allento.
Atrapalhação, barafunda, confu- At tender, esperar—tender—alten-
são, desordem, embaraço. lar, esguardar, reparar.
Atrapalhar, entra par—embaraçar, Attentado, arrazoado, discreto, ju-
cmbaralhar — perturbar. dicioso, p r u d e n t e — acautelado,
Atravancar, embaraçar, empachar, advertido — apontado, exacto —
impedir, pejar. is.) desacato, sacrilégio.
Atravessar, nppor — trespassar — Alientar, reparar—advertir, reflec-
monopolizar.
— III.anticipar-se
Atravessar-sc,
se
metlcr-sc. oppor-sc —— expor-
eulrc- tir,
der, reflexionar—apalpar—atlen-
metter,
intentar—experimentar.
considerar—começar,
emprender — propor c o —•
m-
38 ATU AUS
Altcnlo , atlcncioso — applicado, tar, tolerar — resistir — conti-
cuidadoso— enlevado, pasmado. nuar, perseverar, persistir.
Attenuaç.So, debilidade, enfraque- Aturdir , apatetar , estontear —
cimento, fraqueza— diminuição. atordoar, azoinar — assustar,
Attenuar, debilitar, definhar, e m - intimidar.
magrecer—diminuir, minorar — Audácia , atrevimento, denodo,
empobrecer. ardideza , intrepidez , ousadia,
Attestoção, certidão—testimunho. valor — despejo.
Altestar, affirmar, assegurar, cer- Audaz ou Audace, atrevido, deste-
tificar, testimunbar. mido, ardido, ousado, valoroso
Atticismo, delicadeza , elegância, — despachado, despejado.
pureza—jovialidade, motejo. Audiência, auditório, ouvintes —
Attico, polido. tribunal.
Attitude , acção , ar, desplante — Auditório, assembleia, assistência.
posição, posítura, postura, si- Auge , apogeu , zenith — cume,
tuação. elevação, eminência — alteza,
Attonito, enlevado, estupefacto, sublimidade.
pasmado — assombrado, espan- Augmenlação, accesso, aceresci-
tado. m o , addição , augmento, incre-
Attracção, attraímento—tendência mento.
— propensão. Augmentar, acerescentar, «du-
Attractivo, iman — e n g o d o — (pi.) plicar — aggravar, engrossar —
formosura , graças, incautos — amplificar, engrandecer.
aflagos. Augmento , ampliação — acere»
Attracio, contraindo, encolhido. centamento, acerescimo — crés
Altrahimento ou Attraímento, en- cimento — adiantamento, pro-
levação , extasis, rapto — at- gresso.
tractivo. Augur, agoureiro, augure.
Attrahir ou Attrair, puxar, tirar — Augurar, agourar, auspicar, pre-
carcar, chamar, convidar —alli- dizer, presagiar, prognosticar,
ciar, engodar — induzir— nego- propnetizar, conjecturar.
ciar. Augúrio, agouro, presagio.
Attribuir, conceder, d a r — appli- Augusto, grande, magestoso, res-
car, imputar, referir. peitável, venerando, venerável.
Attribuir-se, adscrever-se, apro- Aula, classe — academia, lyceu —
priar-se, arrogar-se. corte, palácio.
A(tributar,avassallar—tribularear. Aulico, cortezão, palaciano—civil.
Attributo , condição , predicado, IAulista , alumno, discípulo, estu-
Íiropiiedadc, qualidade — per-* dante — academista.
eição — insígnia, signal, s y m - Aura,ar, aragem, favonio, zephiro
bolo. aceitação , favor — applauso —
Altrição, arrependimento (Contri- alento, hálito, respiração.
ção, dôr. [cher. Áureo, dourado — brilhante, ruti-
Atulhar, entulhar— abarrotar, en- lante—nobre, polido, [ria.
Alumultuar. alvorotar, amotinar. Aureola, coroa, resplandor — glo-
Alupir, entulhar, entupir—atalhar, Aurora , alva , madugrada — le-
embaraçar. vante, oriente.
Aturado , continuo , não—inter- Ausência, apartamento, distancia
rupto, seguido — assíduo, cons- — retiro, soledade — saudade—
tante,
Aturador
Aturar, perseverante,
nguculador.
padecer,
, paciente, porfioso.
soffrer,
soffredor— desemparo,
suppor- Ausentar-se, desunião.
Ausentado,ausente,
se, arredar-so
afastar-sc,
— ir-se,
remoto, [do.
retirar-se.
apartar-
retira-
AVA AVE 39
Ausente, apartado, retirado—afas- Avançar , adiantar , apressar —
tado, distante, longe — desunido, acommetter, investir — vencer,
separado — degradado , dester- vingar — servir.
Auso, ousadia. [rado. Avanço, adiantamento, augmento,
Auspicar,augurar, predizer, prog- progresso —lucro, usura — m C
nosticar. lhoria, vantajem.
Auspicio, adivinhação, presagio — Avania, affronta, vexação, ultraje,
assislencia, protecção—conselho Avantagem ou Avantajem, adian-
direcção — auetoridade. tamento — proveito — dole ,
Austeridade , abstinência , jejum, prenda — melhoria , superiori-
mortificação — austereto, estoi- dade — victoria.
cismo, inteireza, rigidez, severi- Avanlajar-se , exceder — destin-
dade. guir-se, extremar-se.
Austero, áspero, rígido, rigoroso, Avantajoso, proveitoso, útil.
severo — a c e r b o . Avante, adiante, por diante—mais,
Austral, austrino, do sul. passante.
Aiislro, sul. Avarento, avaro, fona, mesquinho
Aulhenticar, auetorizar, legalisar, — escaco, parco — ávido, cubi-
validar. çoso.
Aulheniico, legalisado, solcmne — Avareza, avaricia, mesquinharia,
approvado , válido — celebre, mesquinhez, mofina.
notável. Avassallar. domar, render, subju-
Auto ouAuclo, instrumento—ac- gar, submetter, vencer — con-
ção, acto — continência, gesto, quistar, ganhar, senhorear—do-
postura —(pi.) escripturas, pro- minar.
cessos — farças. Ave, pássaro.
Autor, Author ou Auctor, escrip- Aveado, adoudado,aluado.
t o r — descobridor, inventor — Avelar ou Avellar, seccar — en-
fundador, instituidor — cabeça, gelhar—envelhecer—amarrotar.
chefe —fonte, principio—tronco Avena, charamela—gaita — frauta.
— demandista. Avença, acordo, convenção, pacto
Autoridade ou Auetoridade,domí- — concerto, concórdia, união.
nio, mando, poder — credito — Avençai, jornaleiro, servidor.
governo — licença, permissão— Avenida, entrada, passagem—alea,
consideração, força, peso — (pi.) caminho, estrada —atalho.
sentenças, textos Aventura, andança—perigo,risco,
Autorizado ou Auctorizado, respei- accidente, caso — acaso, sorte.
tável, venerando. %Vventurar-se, abanlançar-se. ar-
Autorizar, Autorisar ou A uctorizar, riscar-se, expor-se—arremeçar-
acreditar — approvar — confir- se, arrojar-se, lançar-se.
mar — authenticar, legalisar. A^ntureiro, paladino—voluntário
Auxiliar, adjudar, soccorrer — fa- — arruador, vadio.
vorecer, proteger. Aventuroso, arriscado—denodado.
Auxilio, adjuda, soccorro — a d j u - Averiguação, exame, inquirição —
torio, assistência— remédio. liquidação, verificação.
Avaliação , apreciação , apreço , Averiguar, apurar, deslindar, exa-
conta, estima, estimação. minar, indagar— liquidar, veri-
Avaliado, apreciado, estimado, ficar— ajustar, concertar— ter-
julgado.
Avaliador,
estimador.
Avançada,
irrupção. apreciador, contraste,
accommettida, minar
Averno,
assalto— Aversão
dade ,—,inferno,
fernal. informar-sc
opposição --,——contrarie-
anthipathia
orço corar.in-
aborreci-
lagoa
40 AVI AZO
mento, horror, ódio — fastio, Avocar, evocar—chamar—altrair
nojo, tédio. [to. —atlribuir-se.
Averso, contrario, inimigo, oppos- Avoejar, adejar, alear.
Avesso, envez — o contrario, o p - Avoengos, entepassados, ascendên-
poslo— erro (adj.) ao revés, con- cias, ascendentes, avós,maiores.
trario — extravagante. Avulso, arrancado, separado —
Avexar, amofinar, angustiar, ator- esparso.
mentar—assolar, talar, [tuar. Avultado, avultoso corpulento,
Avezar, acostumar, afazer — habi- volumoso — grande.
Aviamento , achegas , apparelho , Avultar, relevar, resallar — (n).
materiaes — despacho, preparo crescer, realçar — exceder,so-
— auxilio, expediente, meio — brepujar.
diligencia. Axe. eixo — feridinha, golpinlio.
Aviar, apressar, despachar, ex- Axioma, aphorismo,apophlhrgnia,
p e d i r — aparelhar, dispor, pre- dictame. máxima, sentença.
parar. Az, ponto — bando, esquadrão —
Aviar-se, apressar-se—apromplar- alcatéa—ala, fileira — multidão.
Aviario, viveiro, volliere. [se. Atado ou Asado, alado — ágil, ha-
Avictualhar ou Avitualhar, abaste- bilidoso — accommodado, gei-
cer, fornecer, vitualhar. toso, idóneo.
Ávido, ancioso, anhelante — esfai- Azáfama, pressa — multidão —
m a d o , sôfrego, v o r a z — oubiçoso. bulha, motim.
desejoso. Azagaia, ariemeção, dardo, pique
Avillanado, grosseiro, rústico. Azamboarfo , escabroso — ataran-
Avillação, abatimento, humiliação tado.
— abjecção, baixeza, vileza. Azar, desastre, desgraça, infortú-
Aviltamento, baixeza, vileza. nio — ponto — (v. a.) accommo-
Aviltar, abater, desprezar — envi- dar, ageilar, dispor — facilitar
lecer—deprimir, humilhar. — adjudar, auxiliar.
Avinagrado,acerbo,áspero,azedo. Azedamento, azedume — aspereza
Avindo, ajustado, concertado — — indignação.
conforme. Azedar, desgostar, indispor, irritar.
Avir-se, conformar-se— ajustar-se, Azedar-se, assanhar-se, exaspe-
concordar. rar-se — encruecer-se.
Avisado, ajuizado, atilado, discreto, Azedia, acidez, acido, acrimonia,
maduro, prudente, sábio, sisudo. azedume.
Avisar, aconselhar, admoestar, ad- Azedo, acido — áspero, desabrido.
vertir—noticiar, t Azedume, azedura — desabrimeu-
Aviso , advertência, amoestação , menlo — imposição.
conselho — noticia — e m e n d a — Azemaia, Azemela ou Azemola ,
cautela, prevenção, prudenci^ - macho, mula, etc. de carga —es-
discrição, juizo, sagacidade — túpido, tolo. [las.
ordenação. Azemel, almocreve, moço-de-mu-
Avistar, atalaiar, descobrir,descor- Aziago, funesto, infeliz, não pros-
tinar—divisar, enxergar. Azimo. asmo, não levedado, [pêro.
Avivar, agilitar, espertar—animar, Azinhaga, caminho, cavado, car-
esforçar—activar, apertar, exci- reiro.
tar—aviventar , realçar— («•) Azo, motivo, occasião — auxilio,
Aviventar,
Avizinbar,
finar,
crescer—refrescar.
aproximar, conterminar.
Avezinhar
avivar—
chegarfortificar,
ou
— Avisinhar,
(n.)
[nimar.
con- intervenção,
rea- Azoinar,
geito meio
estrugir—entontecer.
risco.— atordoar,
côr, pretexto
aturdir,
—destreza,
— perigo,
azoar,
RAF RAL hl
Azorrague, açoute, chicote, látego, lito, offego, respiração — ar, so-
vergalho. p r o — abrigo — favor, protecção.
Azougado, inquieto, trefo, turbu- Baforada, bafo, respiração — ra-
lento, vivo. jada , rebanada — evaporação,
Azougar, avivar, espertar. exhalação—(pi.) bravatas, feros.
Azulado, cerúleo, cérulo. Bagagem , Bagajem ou llagajc ,
Azulejos, alizares, ladrilhos, cargas, equipagem, saocos, Irem.
Bagatela ou Bagalella, bugiaria,
ninharia, nonada, riilicularia.
Bago, grão—báculo.
Bania ou Baia.abra,enseada,bane.
Baba, babujem, escuma — cuspo, Bali u ou Bahul, caixa, caixão, cofre.
saliva. Babador, bailarino, dançante, dan-
Babão, baboso —tolo. çarino, folião.
Babeiro. babadeiro, babadouro. Bailar, dançar, saracotear, trebe-
Babar, babujar, escumar, salivar. Ihar, tripudiar—cabriolar,saltar.
Babar-se, balbuciar— apaixonar-se Bailarino, baitador, bailão, dança-
por... rino.
Babareo, palavrono — matraca, Baile ou Bailo, chacota, chorcia,
vaia. dança, saráo. tripudio.
Baboca , bajonjo, basbaque, bolo- Baileo, andaime — cadafalso, pa-
nin, papalvo, paleta,patola—ma- lanque — varanda — assento,
terial, néscio, simples, simplório. banco.
Baboso , babão — delirante, tolo — Bailheiro, boiante, leve, veleiro.
namorado. Bainha, torro, funda— estojo—va-
Babugem,Babujem ou Babuje, baba g e m — costura, dobra, 01 la.
— flor, tona. Baiuca, betesga, bodega, lasca, ta-
Bacalhau ou Bacalhau, badejo. verna.
Bacclio, lycu. Baiuqueiro, bodeguciro, cbanfa-
Bacharel, • beneficiado—charlador, neiro, taberneiro.
fallador, linguareiro, palrador, Bajoujice, «asneira, tolice.
tagarella. Bajoujo, alvar, baboso, estúpido,
Baeharelice, lábia, palavrorio, pa- lolo. [minar.
rola, parolagcm, prosa, tagarel- Balançar, agitar, balancear—exa-
lice. 1!.danço, arredouça—agitação, ba-
Bacio, calhandro, camareiío. lanceadura, balanceamento,bam-
Baço, entranha — (adj.) fulo , i.%- baleio. (mudo.
reno, pardo — empanado. Balho, balbuciante, gago, tarta-
Báculo, bago, bastão — amparo Balbuciar, gaguejar, larlamudear.
arrimo. Balbucie, balbuciação, balbucien-
Bada, abada,rbinoceronte. cia, gagueira.
Badaíejar, badalar — arnpiar-se,ABalburda, Balborda ou Balbúrdia.
tiritar — estremecer. desordem, tumulto — algazam.
Badameco, pasta—bandalho, boni- estrondo, gritaria, vozeria.
frale—casquilho—peralvilho. Balcão, galeria—sacada—vaiandj
Badulaque, chanfana — tarecos. Balda, defeito, tacha — eiva.
Bafagem, aragem,balugem. Baldado, desvanecido, frustrada,
Bafejar, bofar—anhelar, arquejar Irustraneo, infruetuoso , inuiil
—vaporar. perdido, vão.
Bafio, moio. anlubto, fôlego, há- Baldão,
Balo, alento, brio. cxprohração,
affronta,convido,doesto,
pério, reproche—
injuria, ludibrio, oppro-
impro-
42 11AN RAH
Baldar, frustrar, inutilizar — ata- Bandoria, sedição, tumulto.
lhar, embaraçar, impedir. Bandulho, barriga, pança.
Baldear-se, lançar-se, passar-se — Banha, gordura, unto — pomada.
tnolhar-se. Banhar, humectar, humedecer —
Baldio, frustranco, inútil — ocioso aguar, m o l h a r — aspergir, orva-
— inculto, maninho. lhar, salpicar—borrifar—alagar,
Baldo, carecido, falto. inundar — tingir.
Baliza ou Balisa, limite, marco, si- Banho, pregão, proclama — mas-
gnal—termo — raia — ponto. morra, prisão— (pi.) caldas.
Balizar ou Balisar, demarcar, li- Banir, degradar, encartar, desler-
mitar— esmar, orçar. rar, exiliar, proscrever.
Bolofo, fofo, inchado, túmido — Banquete, bodo, bródio, festim —
empolado. collação — convite —regalo.
Balsa ou Balça, brenha, çarça, es- Baptismo, lavacro.
pinhal, matta, silvado — janga, Baque, despenho, queda — estron-
jangada. do, ruído.
Balteo, boldrié, cinlo, talabarte, Baquear-se, abaixar-se, abater-sc,
talim. debruç,ar-se — cair.
Baluarte , bastião — antemural — Barafunda, algazarra, vozeria —
defensa. confusão — desordem, tumulto,
Bambalear ou Bambaleiar, agitar- Barafustar, debater-se— embater,
se, mover-se, titubear, vacillar. topetar—reluetar.
B u m b o , frouxo, laxo,suxo. Baralha, macele—altercação, con-
B a m b u , canna-da índia — bordão. tenda — briga — (pi.) enredos,
Bancarrota , fallimento, quebra — meiadas.
desamparo. Baralhador, atrapalhador, embru-
Banco, assento, poial —balcão — Ihador— perturbador, revoltoso.
cachopo, escolho. Baralhar, confundir, misturar —
Banda, lado — bando, facção, par- perturbar.
tido—bordada, descarga — faixa, Barão,'varão. (perdiçar.
venda—charpa, cinta. Baratar, baratear— desbaratar, es-
Bandalho, casquilho, paralvilbo — Báratro ou Barathro, abysmo, bo-
biltre, vadio—* farrapo. queirão, profundeza—pego, sor-
Bandarra, mandrião, ocioso, pri- vedouro, voragem — inferno.
guiçoso. Barba,buço,pello—cara, presença,
Bandarrear, vadiar — priguiçar. rosto— [pi.) annos, idade — bar-
Ilandarrice , madraçaria, m a n - batanas.
drieira, ociosidade, priguiça, va- | Barbante, cordelinho, guita.
diação, vadice. lHirbaria, barbaridade, crueldade—
Bandear, revoltar —favorecer. grosseria, ignorância.
Bandeira, aurillamma, estandarte,,' Barbaridade, crueldade, crueza,
guião, lábaro, pendão. ' deshumanidade.sevicia, tyrannia
Bandeiro, sedicioso, turbulento — —fereza, ferocidade—atrocidade,
parcial — flexível. impiedade.
Bandido, bandoleiro, ladrão, mal- Barba rismo,crronia—barbaridade.
feitor, salteador— banido. Bárbaro, atroz, barbarico, cruel,
Bandir, banir, degradar, desterrar, d e s h u m a n o , feroz — sclvajem,
exiliar, proscrever. grosseiro, inculto — estranho ,
Bando, facção, parcialidade, par- impróprio.
tido—companha—alcateia,
ço ns tanto ladrão, salteador—ran-
Bandoleiro,
cho—pregão. Barbarrâo,
in- Barbiteso,
Barco, barca,
barbudo. barbaças,
duro, batel,
forte, barbaçudo,
bote,
rijo.
lancba.
BAS BAZ UZ
Barda, sebe, tapigo — amontoa- Basilisco, regulo, serpente — ' ca-
mcnto. nhão.
Barganha, permutação, troca. Bastante, assas, suflicienlemcnte.
Barganhar, cambiar, trocar — ne- Bastão, báculo — bengala, bordão
gociar. — pau — canna.
Bargante, biltre, picaro — ocioso, Bastardo, illcgitimo —espúrio.
vadio—atrevido, desvergonhado. Bastecer, abastar, fornecer, fornir
Bargantear, peralvilhar, vadiar. —municionar, petrechar, prover.
liaiganleria ou Barganlaria , infâ- Bastecimento ou Bastimcnto, pro-
mia, velhacada — devassidão, li- vimento, provisão, vitualua.
bertinagem. Bastião, baluarte.
Barra, cama, leito—alavanca- em- Bastida, cerca, tranqueira.
boccadura — cinta, tira. Basto, abafado, denso, espesso —
Barraca, pavilhão, tenda— cabana, condensado, grosso.
choça, choupana. Bastura, bastidão, espessura.
Barranco, cova, quebrada — bar- Batalha, acção, briga, combale, pe-
roca , despenho, precipício — leja—recontro, refrega — esqua-
damno—miséria — perigo — es- drão — ' troço, t u r m a — condido
torvo, impedimento, obstáculo. —duello—contenda, disputa, dis-
Barrancoso , aharrocado — impi- sensão, rixa —lucla — (;</.) alas,
doso, impraticável. linhas. [—lidador.
BarregSa ou Barregã, concubina, Batalhador, combatente, pelejador
manceba. Batalhão, brigada, cohorte, com-
Barregão, amancebado, amigo. panhia, esquadrão.
Barreguice, abarregamento, con- Batalhar, brigar, combater, pele-
cubinato, mancebia. jar, pugnar, renhir — altercar,
Barreira, bastida, estacada, trin- disputar.
cheira , vallo — defensa — alvo, Batedor, malhador—espancador
mira—obstáculo. —explorador. [veiro.
Barreia ou ltarrclla, cenrada, de- Bátega, bacia—aguaceiro, chu-
coada, lixívia—engano,logração. Batel, barquinho, bote, catraio,
Barrenhão, alguidar — bacio , ser- esquife.
vidor. Bater, martellar, etc. — cunhar —
Barrento, argilloso. combater — derrotar, vencer.
Barriga, bandulho, pança, ventre, Bateria ou Bataria, pancadaria —
útero—bojo—feto—prenhez. briga—acommettimenlo, assalto.
Barrigada, fartadella. Ilatibarba, corrimaça — reprehen-
Bairigudo, alacoado , barrigão , «, são, sabonete.
pançudo. Baxar ou Baixar, abater, arriar,
Barro, argilla, greda. descer— curvar, dobrar—(n.i
Barroca, esbarrondeiro, quebrada «asar.
— barreira. Bíxeza ou Baixeza, abatimento,
Barroso, argillento, barrento. humildade—ignobilidade, vileza.
Barrunlar, conjecturar, suspeitar. Baxio ou Baixio, arrecife, escolho,
Barrunlo, desconfiança, suspeita. parcel — banco-de-areia.
Barulho, balburda, barafunda — Baxo ou Baixo, pequeno — débil
molim, tumulto. —profundo—abatido , humilde,
Basbaque , estólido, insensato, p a - rasteiro — abjecto, desprezivel,
tela,
Base.
cipio.
cerce,tolo.
tento—foco—fundamento,
peanha,
apoio,
plintho,
embasamento,
soco —prin-
ali- ignóbil,
sus- Bazofia,
Bazoliar,
fero vil.
— bravatear.
— caperotada.
fanfarrice,
garbar-se, vangloriar-
jactância se—
RES
a RF.M
Bazolio, gabavola — bravatcador, Beniparecldo, agradável, aprazível
roncador. — formoso.
Beata, devota — freira- B e m q u e , indaque, postoque.
Beataria ou Beatice , cacbolice , Bemquerença, aftecto, alfeiçãjj,
hypocrisia, momice, tartufice. agrado, benevolência, cordiali-
Beateiro, freiratico—cachola, ja- dade.
cobeu. Bemquisladoou Bemquislo, ami-
Beato, bemavcnturado — beatifi- do, bem-aceito, estimado, que-
cado—hypocrita. tartufo. rido.
Bêbado ou Bêbedo , borracho , Beneficência, bondade — caridade,
ébrio, embriagado, lemulento. generosidade, liberalidade -fa-
Bebedice, beberronia,borracheira, vor, protecção.
embriaguez, vinhaça. Beneficente, benéfico, bom.
Beber, engulir, (líquidos) — ab- Beneficiar, bemfazer —melhorar.
sorver , chupar — receber — Beneficio, melhoria—favor, graça,
passar, soffrer. mercê—dadiva, donativo, mimo,
Beiço, lábio, labro. offerta, presente.
Beijar, oscular— tocar — chegar. Benéfico, bemfazejo — liberal -
Beijo, osculo— beijoca. proveitoso , ulil — salulifero ,
Beira, aba, borda, m a r g e m , orla, saudável.
riba, ribanceira. Benemcrilo, digno, merecedor-
Velleguim, aguazil , quadrilheiro hábil, sufficiente.
—agarrádor, gallarro. Beneplácito, vontade—faculdade—
Belleza, beldade, boniteza, formo- consenso, consentimento—licen-
sura, lindeza. ça , permissão — approvaçto,
Bellicoso, bellico , belligeranle, jirasme.
belligero , guerreiro , marcial , Benevolência , aífecto , affeição ,
mareio, mavórcio amizade — bondade — graça.
Bello, formoso, lindo—gentil— Benévolo, beneficiente, benigno—
agradável — preclaro — c\c cl- affecluoso, cordial.
iente. Bengala, bastão, bordão.
Beduíno, bestial, brutal— ferino, Benignidade, bondade, clemência,
feroz. humanidade — brandura, man-
B e m , beneficio — proveito, utili- sidão.
dade — (/)/.) fazenda, haveres. Benigno, affavel, agradável, suave
Bemaventurado, afortunado, dito- — favorável, grato — benéfico.
so, feliz, prospero, venturoso — Bento, abençoado, bemdicto, ben-
(».) sancto. , zido.
Bemaveniurança, gloria, paraíso Benzer-sc, persignar-se.
— ceo, empyreo — boaventura, Berço, ninho, pátria — nascimento
fortuna. fe — infância, meninice, puerícia
Bemdilo ou Bemdicto, bemditoso, — origem, principio.
feliz. Berrar, gritar— mugir — balar —
Bcmdizer, abençoar, abendiçoar bramir.
— abortar, louvar. Berro, grito — mugido —balido.
Bcmfazente, benfazejo, bemfcitor, Besbelhoteiro ou Bisbilhoteiro.
beneliciente. benéfico, benigno, mexeriqueiro — enredador —
caritativo, liberal. desprezivel.
Bcmfeilor, beneficiador—patrono. Bésla, animal — a s n o , estúpido,
Bemfcitoria,
Bemfeilorisar
graça,
melhorar,
mercê.
reparar,
bem,
ou beneficio,
Bcmfeiloiiz
restaurar.
favor, ignorante,
ir , Bestial,
zote.
estúpido — parvo,
bclluíuo, saudeu,
erróneo.
brutal, tolo,
ferino —
Bf.A BOM /|5
Bestialidade, estupidez—beslidade, jactar-se, vangloriar-se —osten-
brutalidade. tar — desvanecer-se, inchar-se,
Betar, listrar, matizar,raiar — (n.) ufa nar-se.
acompauhar-se, dizer. Bleso, gago, tartamudo.
Betesga, tasca, taverninha. Bloquear ou Blocar,cercar, cingir,
Bezerro, boiziuho, novilho, vitulo. sitiar.
Bibliolhéca, livraria. Bloqueo ou Bloqueio , assedio,
Bicha, cobra—lombriga—serpente cerco.
arsecada. Boato ou Voato, nolicia — estron-
Bichancros, ademães, gestos, m o - do, rumor.
mos, visagens. Bobo, bufão, chocarreiro, gracioso.
Bicho, animalejo—insecto—verme pantalão — alvar, estúpido, tolo.
— fera. Boca ou llocca, abertura, cnlrada,
Bico, ponta — b o q u e — q u i n a — f o - passo — barra, emboccadura —
cinho—cume, pico — (pi.) pon- começo . principio — volcão —
tinhos. mossa, q u e b r a — individuo, pes-
Bicudo, pontiagudo, pontudo. soa — boccal.
Biltre, bigorrilha. birbante, m a - Boçal, bolonio, idiota, ignorante
gano, velhaco—vadio. — singelo — rude , sem-ane.
Birbante, biltre, velhaco — vadio, Boda, casamento, consorcio, des-
vagamundo. posorio, noivado, núpcias.
Birra, aflinco, pertinácia, porfia, Bode, cabrão, cabrito, cabro, hirco.
teima — agastamento, paixão, Bodega, baiuca, tasca.
sanha—ódio, rancor. Bodeguciio,baiuqneiro,chanfanei-
Birrenlo, ferrenho, pertinaz, tei- r o — taberneiro.
— moso — agastadiço, enfadadiço Bodo, banquete, festim, regalo.
—afinado.assanhado, enraivado. Bofetada, bofetão — desfeita — af-
Biscato, fragmento, pedaço , resto. fronta, injuria, ultraje.
Bisonhana on Bisonhice, indisci- Boiar, aboiar , llucluar, nadar,
plina — ignorância, rudeza. sobrenadar.
Bisonho, recruta—calouro.no vato, Boiz ou Bois, armadilha, costella,
novel, noviço. laço — engano, tramóia.
Bispar, descortinar, divisar, lobri- Bojo, barriga, pança, ventre —
gar, ver ao longe — enxergar. convexidade — capacidade.
Bispo, antistite, pastor, prelado. Bojudo, barrigudo, pançudo.
Bispote, penico, urinol. Bola, bala —péla —esphera, globo
Bizarrear, vangloriar-se — brava- — cabeça, molleira.
lear, roncar. x Boldrié, balleo, talabarte, taliin.
Bizarria, galhardia, garbo, graça, Bolha, empola.
guapice — apparato, gala, p o m - Bolir, agitar, mover — revolver —
p a — a d o r n o , decoro—garrulice, « apalpar, tocar — (n.) ferver.
louçania— liberalidade — arro- nolonio, indouto — idiota, parvo,
gância , jactância — bravura, tolo.
esforço —capricho. Bolorento, embolorecido, mofento
Bizarro, airoso, ganido, gentil, — antiguo, velho.
loução — brioso — campanudo B o m , prestadio, ulil — favorável,
— arrogante , jactancioso — prospero, sereno—hábil, grande
bravo, valente —extravagante. — fácil, suave — amigável —
Blandícias, alfagos, mimos. clemente, compadecido, miseri-
Blasfemar
Blasfémia
Blasonar,
çoar — praguejar
ougabar-se,
Blasphemar,
Itlaspbemia,
— gloriar-se
arrenegar.
amaldi-
praga., Bomba,
lifero
coi ilioso
muito. granada,
— —excellente,
probo pelouro.
— sadio,
gostososaiu.

A6 BOR RRA
Bonança, galerno — prosperidade Borrifar, aspergir—aguar, molhar.
— socego, tranquillidade. Borrifo, borrifada — asperção.
Bonansoço, calmo, quieto, socega- Eosina,Bozina ou Busina, trompa
do, tranquillo — favorável, pros- —trompeta—corneta— búzio —
pero. ursa-menor.
Bondade, clemência, humanidade Bosque, arvoredo, boscagem, es-
—liberalidade—excellencia—do- pessura, floresta, luco, malta,
çura — cortezia — favor, mercê. selva — multidão. [bocar.
Bonifrate, autómato, bonecro — Basqucjar, debuxar, delinear, cs-
bandalho, casquilho, peralvilho, Bosquejo, Jebuxo — esboço— ras-
badameco. cunho.
Bonilo,agradável, formoso, gentil, Bostella ou Bustella, borbulha, fe-
lindo. rida, pústula.
Boquear ou Boquejar, bocejar — Botão, abrolho, borbulha, ollio,re-
censurar, criticar — murmurar novo—bostella, empola, pústula.
— resmungar, rosnar. Botar, deitar, lançar —arremeçar,
Borbotão, bolhão, borbulhão, ca- atirar, expellir, vibrar — pôr —
chão, gurgulhão, olheirão. embotar.
Borbulha , empola — bolâosinho , Bote. barquinha, esquife, pangaio.
olhinho. Botelha, frasco, garrafa, redoma.
Borda, extremidade — ourela — Boto, rombo — grosseiro, rude,
beira, margem, riba. tosco—indiligente, priguiçoso.
Boi dada,handa, descarga, surriada. Bracelele, pulseira.
Bordalengo, crasso, estúpido, gros- Braço, auetoridade, jurisdicção —
seiro, ignorante. credito — força, poder, vigor —
Bordão, bastão, bengala — báculo protecção—ramo.
— bambu—canna—cajado, pau, Bradar, clamar, vociferar, vozear—
vara — estribilho. appeílidar, proclamar.
Bordar, bordamenlar, broslar, la- Brado, alarido, clamor, gritaria,
vrar, recamar — debruar —fral- grito, vozeria — berro, bramido
dar — acompanhar, guarnecer. — tom.
Bordel, aicouce, lupanar, mance- Braga, argola, grilhão, grilho —
bia, serralho. cabo,corda.
Bordo, r u m o — borda — h u m o r , Bragueiro, funda— manteo—cabo.
intento, parecer, resolução — Bramido, frémito, grilo — berro,
bordada — acer — navio. mugido, urro.
Borra, lia, pé — alimpadura, fezes Bramidor ou Bramante, berrador,
— barbilno. 4 mugidor, rugidor.
Borracheira, bebedeira, bebedice, Bramir, fremir, gritar — berrar,
borracheria, crápula, ebriedade, bramar, mugir , rugir, unar —
embriaguez. * retumbar.
Borracho, pombinho—(adj.) ebri" Brancas, cãs, ruças.
embriagado. Branco.alabastrino, alvo, argênteo,
Borrão, minuta, rascunho — bos- cândido, ebúrneo, lácteo, ne-
quejo, esboço. vado, niveo—immaculado, inno-
Borrar, a p a g a r — cancellar, rabis- cente, puro, virgíneo—intacto—
car, riscar — sujar. encanecido.
Borrasca, furacão, rajada, refega— Brancura, alvura, candidez,candor.
temporal, tormenta—trabalho— Brandão, cirio, téa, tocha.
dessocego,
Borrascoso
tuoso, , inquietação
procelloso , —tempes-
vento. tormentoso. Brandir,
s o b r e - Brando,
vibrar.
tenro agitar,
liso — mover
—maneavel — sacudir,
galerno,
— macio,sereno,
molle,
BRE BRO hl
suave — tranquillo — benigno, Instantâneo, momentâneo — ca-
bondadoso—eonversavel—fraco, duco, cphimero, frágil, transi-
mimoso—manso—abemolado. tório.
Brandura, molleza — docilidade — Brevidade, curteza — expedição.
lenidade, suavidade — humani- Briga, acção, combate, conilicto,
d a d e — mansidão—affabilidade— peleja —pendência, rixa — cer-
a ITagos, caricias, carinhos, mei- tame, disputa.
guices—mimos. Brigabor, brigão, brigoso, bulhen-
Branquear, alvorecer, dealbar,em- to — altercador , dispulador ,
branquecer—caiar—corar, lavar. rixoso.
Branquear-se, encanecer, envelhe- Brilhante, diamante — (adi.) cs-
cer, icer. plandcc,ente,esplendénte,1ucido,
Branquejar, alvejar— embranque- lucifero, luzido.
liravata, fanfarrice, fanfarronada, Brilhar, fulgurar, luzir, reflectir,
rabularia—bazolia, jactância. replandecer, reverberar, scin-
Bravalear, bazofear, roncar. tilfar — avultar, realçar, sobre-
Braveza, bravosidade, embraveci- exceder.
mento—fúria, furor—fereza, fe- Brilho, clarão, esplendor, lustre,
rocidade—deshumanidade — au- luzimento, resplandecência.
dácia, bravura. Brincadeira, brinco, hriquedo, di-
Bravio, inculto, m a n i n h o — m o n t e - vertimento, folguedo — gracejo.
sino, selvajem — cruel, feroz — Brincador , brincalhão, brincão ,
áspero, difficil. folgasão — alegre, divertido.
Bravo, ferino, fero—áspero—irado Brincar, folgar, galhofear—ga-
fanfarrão , roncador — airoso , lantear—gracejar — ornar.
bizarro, galante—bravio, inculto, Brinco, brincadeira, brinquedo,
maninho — denodado , valente, divertimento, folguedo — gra-
valoroso — magnifico, nobre — cejo, joguete — ludibrio, z o m -
extraordinário — ostentoso — baria — arrecada.
grande—bravoso, tormentoso— Brio, delicadeza, pundonor — alti-
marulhado — (adv. ou inlerj.) vez, orgulho, ufania — credito,
bcllamente, optimamente. reputação — zelo — esforço, va-
Bravura, animo, corajem, intre- lor — liberalidade.
pidez—esforço, valor— façanha, Brioso, altivo, soberbo, vaidoso,
proeza—heroicidade — bizarrice, ufano -- galhardo, guapo — ca-
galhardia. valleiroso.
Brazâo ou Brasão, columna, es- Britamento, arrombamento, que-
tatua, padrão, pyramide.tropheu . bra.
Brecha , aberta , boqueirão , que- 'Britar, arrombar, espedaçar,
brada — damno, detrimento—of- quebrar.
fensa, affronta. "njoche, alomar, colchete, firmai.
Brejeirice, maroteira. jwodio, caldo — banquete, festim.
Brejeiro, garoto, maroto—gatuno, Broma , bronco , estúpido, igno-
velhaco. rante — grosseiro.
Brejo, lamaçal, pântano, paul. Bronco , áspero , tosco — gros-
Brejoso, alagadiço, apaulado, en- seiro , rude — inurbano.
charcado, paludoso, pantanoso, Bronze ou Bronzo, arame — d u -
— lamacento, lodoso. reza, insensibilidade.
Brenha , caverna, concavidade, Broquel , adarga, égide, escudo,
cova,
Breve,
Brelc,
pendioso,gruta
aboiz,i — balsa,
curtolacónico, malta.
ostella—laço,
conciso
succinto
— prisão.
c o m—- ! Brotar,
—pavez,
narpullular.
— abrolhar,
soltar
rodela.— rebentar,
abrotar, germi-
surdir
48 HUL BUL
B r u m a , chuva —cerração, nebrina Bulhar, brigar — contender, dis-
— inverno. putar, porfiar, renhir— borbu-
Brumal, chuvoso — invernoso. lhar.
Brundusio, melancólico, triste — Bulhento,brigão, brigoso, espada-
severo. chim — altercador, disputador,
Brunir, lustrar, polir — alizar. rixoso.
Bruno, escuro, negro — cruel — Bulício, buliço ou boliço, altera-
desastrado, infeliz. cação, inquietação— desordem
Brusco, áspero, desabrido — es- — ruido — tom.
curo, opaco — n u b l a d o — triste. Buliçoso, bulhento—perturbador,
Brutai, belluíno, ferino, feroz — revoltoso — inquieto , traqui-
deshumano — selvajcm — in- nas.
civil. B u m b a , pancada — maçada, sova,
Brutalidade , bestialidade , bcsli- tunda.
dade, bruteza, brutidâo—fereza, Buraco, cavidade, cova, toca —
feridade, ferocidade — estupi- — abertura, furo, rombo — c a -
dez, grosseria, rirsticidade. sebre, casinha, casinhota.
Bruto, alimária, animal, besta — Burgo, arrabalde, subúrbio —
(adj.) tosco — rude — grosseiro aldeia, cidade, povoação, villa.
— brutal — m a u — feio — Burguez, cidadão — burgalez,
bravo. visinho.
Bruxa, feiticeira — magica. Burla ou Buíra, embuste, engano,
Bruxaria, feiticeria. fraude, trapaça — chança, chas-
Bruxo, feiticeiro, nigromanlico — co, c h u f a — mofa, zombaria.
magico — incantador. Burlador ou Burlão , tramposo,
Bucho , estômago , ventrículo — trapaceiro.
pança, ventre. Burlar, enganar, fraudar, lograr
Buço , lanugem — pello , pennu- — escarnecer, z o m b a r — apodar
gem. chasquear. motejar.
Bufão, bravateador, fanfarrão — Burlesco, divertido, faceto, joco-
bobo, chocarreiro, faceto, gra- serio, j o c o s o — extravagante,
cioso, jogral — bufarinbeiro. ridiculo — chulo, macarronico.
Bufar, soprar — bravalear, fan- Burra, asna, jumenta — cofre —
farrear, roncar. thesouro — estúpida.
Bufete, aparador — meza. Burrada, burricada — asneira, at-
Bufido, offego, sopro. nidade, sandice —ignorância.
Bufonear, caturrar, chocarrear, ' Borrão, a m u o , enfado.
gracejar, truancar. Burro, asno, jumento — besta,
Bufoneria, arlequinada , bobicc, ,. estúpido, ignorante.
caturrice, chocarrice — facécia , Bursiguiada, aguaceiro, bátega,
galanteio, gracejo. chuveiro.
Bugia, macaca — mona, s y m i a j Busca, cala, pesquiza, procura —
véla-de-cera. averiguação , exame , inquiri-
Bugiarias, bonecros, brinco — ção.
— hagatellas, frandulagens, ni- Buscar, calar, procurar — espe-
nharias — carantonhas, caretas cular, esquadrinhar, Indagar,
— momices, m o m o s . —inquirir, investigar, pesquizar,
Bugio, macaco, moleque , m o n o , mendigar — sondar, tentear —
nico, symio — imitador, reme- — cxtrohir —tender.
dador.
—reboliço
Bulha, estrondo,
— briga,
motim
contenda, combale. rixa — Busilis
— balbúrdia,
disputa, Búzio,
corneta
embaraço,ou — Busillis,
mergulhador difficuldade,
obstáculo.
(adj.) escuro,
— c o mfusco.
ha
CAB c.An «4.)
Cabimento, adhereneia, privança,
valimento — entrada , iulro-
ducção.
Cabo, cauda, rabo — promontório
Ca, ' a ca. — fundo — amarra, corda, m a -
Cias. Caus ou Cãs, brancas, cani- roma — chefe — couce, fim,
cic, ruças. topo — auge, cumulo — confim,
Cabaça, abóbora, calabaça — pcn- extremo, limite.
denic, pinjente. Cabra, mulato — [adj.) fulo.
Cabal, completo, perfeito—franco, Cabrão, bode, hirco — cornudo.
suieero. Cabro, bode, cabrão.
Cabala, intriga, maebinação, Ira- Cacaborrada, cagada — cstolidez,
m o i a — conluio, conspiração, parvoíce, sandice.
facção. Caçapar-se, abaixar-sc, curvar-sc
Cabalar , conspirar — conluiar , — a g a c h a r - s e — baquear-sc.
intrigar, machinar, tramar. Caçapo, coelho, laparo.
Cahalislico, escuro, myslerioso. Caçar,apanhar — perseguir—(n.)
Cabana, choça, choupana, malha- cacear, descair.
da, palhoça, pardieiro, tugúrio. Cacha, dissimulação, e n g a n o ,
Cabaz, balaio, canistrel, cesto. ficção — repiquete — ardil.
Cabeça , bola , cachola , touta — Cachação, pescoção. [culto.
inlciidiuiento, juizo — cabo, ca- Cachado, coberto, escondido, oo-
pitão, chefe — a u d o r , motor — Cachamorra, cacheira, clava, maça,
— causa, fonte, origem, princi- porrete. [redo.
pio — magnate, regedor — ca- Cacbimanha, cabala, engano, cn-
pital , empório, metrópole — Cachimonia,juizo, sagacidade.
aitigo, capitulo, m e m b r o — in- Cachoeira , catadupa , calaracta,
dividuo—fomentador,instigador. salto.
Cabeçada, lopetada — cabresto — Cachopa , menina , rapariga —
erro — desacerto, despropósito. * cachopo, escolho.
Cabeçal, cabeceira, travesseiro — Cachopice, meninice, rapazeada.
chumaço. Cachopo, rapaz, rapazinho — (pi.)
Cabeceira, travesseiro —caveira — arrecifes, escolhos, parceis —
começo, principio —chefe—guia. penedos , penhascos , rochas
Cabeço, cocuroto, c u m e , pico, rochedos.
ponta , summidade — montesi- Cachorra, negra, preta — cadella
nho, outeiro — atum. fsinho.
veres, riquezas — (adj.) camiai * ,
Cabeçudo, Cachorro, negro, preto — câo-
caudaloso,capitoso
perenne., obstinado,
pertinaz, teimoso, testo. * Cadafalso, andaime, estrado, ta-
Cahcllo, coma, grenha, guedelha,
Cabedal, blado.
madeixa o— capital, principal
buço, pello — crina,—
apreço, estimação — bens,[mar.
felpa, juba. lia— Cadáver, defuncto, morto — es-
queleto, ossada.
Caber, pertencer — convir — ' to-
adaveiico, cadaveroso, defuncto
Cabida, amizade — cabimento —
— desfigurado, magro, pallido.
adhereneia, favor — entrada.
Cadca ou Cadeia, calabouço, cár-
Cabido"! capitulo — c o r p o — (adj.)
cere, masmorra, prisão — alge-
estimado, valido.
m a , ferros, grilhão — enfiada,
Cabidoal, capital, principal, real.
serie.
III.
Cadeira, assento — canapé, pol-
trona — tamborete — banco —
Cadimo,
sede
quadris.—(pi.)
ardilosoancas,
— destro,
•5 nádegas,
perito.
50 CAL CAL
Caduceador, arauto, mensageiro, Calamidade, adversidade, desgraça,
núncio (de paz). desventura, infelicidade, infortú-
Caducidade, caduquez, decrepidcz nio — miséria, penúria — afllic-
— imbecillidade, tontice. ção — desastre — peste — fome
Caduco , velho — decrépito — en- — guerra — tormentas.
fermo — fraco — deciduo, pere- Calamitoso , desgraçado , infeliz,
cedouro — inconstante, passa- miserável — aflbgidor — fatal,
geiro, transitório — caldiço. funesto, trágico — prejudicial,
Cáfila, caravana, recova — comboi. ruinoso.
Cafre, bárbaro, deshumano—rude, Calar, abaixar, abater — abrir,
selvajem. rasgar — (n.) descer — dissimu-
Cafua, cova, furna. lar, encobrir, occultar— omiltir
Cagalume, lumieira , pcrilampo , — emmudecer — encetar.
vagalume. Calcar, pizar — machucar, pilar —
Caganeira , diarrbea , fluxo-de- desprezar — vexar —atropellar,
ventre. opprimir.
Cagão , dysenterioso — cobarde, Calças, pantalonas — bragas, ce-
fraco, poltrão — medroso. roulas, cuecas.
Cagar se, borrar-se. Calcitrar, peruear — recalcitrar,
Cagaroia, maricas, pusillanime — repugnar.
medroso, timorato. Calcular, computar, contar, nume-
Cahida ou Caída, queda, tombo — rar, sommar — esmar, orçar —
baque —decadência, ruína. regular. [cador.
Cabimento ou Caimento, queda, Calculista, contador — prognosti-
ruína — falta, quebra. Calculo , calculação , computo ,
Cahir ou Cair, desabar, tombar — conta, supputação — balanço —
descer— abater-se,desfallecer— tento.
morrer — advertir — incorrer Caldear, pegar, soldar, unir — tem-
—acontecer — vir. perar — misturar — entretecer.
Cahos ou Chãos, massa, montão — Caldeira, caldeirão, marmita —
confusão, desordem, mistura. escava, poça — lagamar, molhe.
Caimão, crocodilo, jaca ré. Calejado, caloso, duro —endure-
Caixa ou Caxa, arca, caix5o, cofre cido, invelerado.
—tambor. Calejar, endurecer.
Caixão, caixa — ataúde, esquife, Calendário, almanak. folhinha.
tumba. Calha, quelha — acéquia, cano.
* Cajão , desastre , desgraça — Calhandro, bacio, camareiro.
queda — perda— ruína —causa, Calhao ou Calhau, brelho, canto,
occasião. ^pederneira, pedra, seixo.
Calabouço, enxovia, masmorra. Calheta, abrigada, angia, cala.en-
Calabre, amarra, amarreta, cabo, seadinha , portinho — aberta,
cabre, calabrote, maroma. , boqueirão, quebrada.
Calabrear , adubar ; temperar — Calma, calor, quentura — ardên-
ordenar-— empeiorar — con- cia, ardor — calmaria —quie-
fundir, perverter. tação, socego.
Calacear, madraccar, mandriar, Calmar, acalmar, serenar — de-
vadiar— velhaquear. sancar — golpear.
Calaceiro, mandrião, ocioso, pri- Calmaria, malacia-bonança, tran-
guiçoso — devasso, dissoluto, quillidade. [dente,
perdido.
Calada,
Calado,
H elo —silencio
silencioso
encoberto,
— —cessação,
tácito
nao-publico.
— falta.
dis- Calmoso,
Calor,
Calo caloroso,
insensibilidade
ouCallo,
calma, quente
quentura — ar-—
callosidade—dureza,
— logro.
— bafo
CAM CA!» 51
actividade, lervor, viveza — fo- Campcar,abarracar-seacampar—
m e n t o — ira, paixão. campestrar—dominar .exceder—
Calumnia , aleive , impostura — avantajar se sobresair- blaso-
criminação. n a r — brilhar lustrar.
Cahimniador, aleivoso, maldizente. Campestre ou campezino, campo-
Calunmiar, censurar, condemnar, nez eamponio-aldeão—monla-
maldizer. n h e z — agreste, rústico.
Calvo, pellado, rapado — deshor- Campina, chã, plaino, planície,
voso — escalvado. planura.
Cama, catre, leito — thalamo, tho- Campo, campina, vrlha — área,
?o — covil, jazida. circo-acampamento, arraial—
«Camada, barda, cumulo, montão. occasião, opporlunidáde — as-
Camaleão ou Chamaleão, incons- sumpto, matéria.
tante, mudável, vario. Camponez.camponio—agricultor,
Camará ou Camera , alcova — colono, lavrador—montanhez —
quarto — tribunal — (pi.) eva- agreste, ruslico — visão.
cuação, curso. Canal, aquedueto, boairo, cano —
Camarada, companheiro, sócio — meio, modo, via — (z>/.> estrias.
malalote — soldado. Cana lha, Corja, gentalha, vulgacho.
Camarço, infortúnio, trabalho. Canapé, espriguicciro, poltrona.
Camareiro, camarista— bacio, bis- Cançaço OU Cansaço, * afan, can-
pote, servidor. ceira,fadiga—estafa-ábalimcu-
Camarim, gabinete, retrete. 1o, langor, lassidão — gavamo,
Cambada, ramal — canalha, corja, oppressão.
gentalha. Canção, ária, cântico, cantiga, cha-
Cambaio, zambro. cota, hymno.jácara, lettra, m o -
Cambalacha, alborque, barganha, tele, seguidilha, vilhancico.
troca— engano,logro, tramóia. Cançar ou Cansar, afadigar, es-
Cambalear,cainbctear.tremclhicar, tafar, fatigar, moer —molestar—
vacillar. [tombo. atomizar, importunar — (n.)
Cambalhota, cambadclla — queda, cessar.
Cambapé, alçaperna, cainbadella, Canceira ou canseira, cançaço, fa-
passapé—engano. diga, lassidão.
Cambar, cambelear — alborcar, Candidez, Candideza, bondade,
cambiar, trocar. candor, candura, singeleza—in-
Cambiador, cambista — banqueiro. nocencia, pureza.
Cambiar, permutar, trocar—lucrar. Cândido, alvo, branquíssimo — in-
Cambio, alborque, troca. »•' nocente, p u r o — ingénuo, lhano,
Camelo, estupido, ignorante. simples, sincero, singelo.
Camenas. musas, pierides. Candieiro, alampada, alampadario,
Caminhante, caminheiro — viajor, Wcandeia, lâmpada, lustre — foga-
viandante. reo—manta.
Caminho,estrada, rua, via—atalho, Candonga, lisonja. [jeiro.
trâmite, vereda—avenida,passeio Candongueiro, enganador, lison-
— m e i o , m o d o — (pi.)jornadas, Candnra, alvura, brancura, candi-
peregrinações —viajens — roma- dez—chaneza, ingenuidade, lha-
rias. neza, lisura, sinceridade.
Camoez, maçã, pêro, pomo. Canhenho, ementário, livrode-lem-
Campa,
Campanário,
Campanudo.
sepulcro,
pomposo. lapida, mármore,
tumulo.
bizarro, pedra
torre-dc-sinos.
galhardo brança.
Canho,
Canicia
Canicula,
Canistrel, ou
canhenho,
sirio.
açafate,
canicie, cãs, [qnerdo.
balaio,
canholo.es-
ruças.
cabaz,
52 CAP CAH
canostrinha, condeça, golpelha, — apto, idóneo —decente, deco-
leiga. roso.
Cano, aqueduclo, bica, boeiro, ca- Capcioso, enganador, enganoso,
lha, canal, sargenla — canudo, fallaz, fraudulento, sophistico.
Wbo—biqueira,golteira—fuste— Capear, disfarçar, encobrir,palliar,
canhão—espingarda— meio, via pretextar —enganar. [landa.
—(adj.) alvo, branco. Capello, oratório—grinalda, guir-
Canoa, bote, chalupa, lancha, Capello, c a p u z — reprehensão.
pangaio. Capital, cabeça, corte, empório,
Canonizado ou Canonisado,saneio. melropoli—fundo—adj.) essen-
Canoro, brando, harmónico, har- cial , importante, principal —
monioso, melodioso, suave. mortal.
Cansativo ou Cançalivo, afadigado, Capitanear, caudelar, caudilliar,
fadigoso. c o m m a n d a r — m a n d a r , governar.
Cantar, cantarolar, garganlear — Capitão, c o m m a n d a n l e — cabeça,
entoar, recitar, solfear— chilrar, chefe.
chilrear, gorgeiar—celebrar, pu- Capitoso, cabeçudo, obstinado, tei-
blicar— louvar. m o s o — presumido.
Cantai ína , cantadeira , cantadora, Capitulação, ajuste, concerto, con-
cantatrice, cantatriz, cantora. dição , estipulação, paclo, par-
Cântaro, bilha, cantara, quarta — tido.
almude. Capitular, ajustar, convir,eslipular.
Canteiro, alvanel, pedreiro — a l f o - Capitulo, cabido — artigo — a s -
bre, taboleiro. sumpto, maleria.
Cântico, canção, cantar, h y m n o , Capote, croça, manto — capa, pre-
ode, psalmo. texto—disfarce, embuço, véo.
Cantiga, ária, canção, chançoneta, Capricho , extravagância , phan-
cantilena, copla. tasia, sestro—arbítrio, vontade—
Canto, cantar, cantiga, cantoria — obstinação, pertinácia.
garganteio — chilro , gorgeio — Caprichoso , cbymerico, esquipa-
pedra, seixo— angulo, esquina. tico, extravagante, phantasioso,
Cantor , cantador , cantaiino — singular — obstinado.
poeta, vate. Captar, adquirir, alcançar, conci-
Canudo, cano, tubo. liar, ganhar, grangear.
Cão, p e r r o — alão, dogue, galgo, Cara, face. rosto, semblante, vulto
mastim, mollosso, rafeiro, sabujo physionomia, presença—exterior
— fraldeiro — gatilho — (adj.) » — fachada, frontispício.
cano, encanecido. Caracter ou Character, dignidade,
Cana, mantilha—capote— coberta, posto, titulo—e--tylo—costumes,
forro, involtorio — sobrescript genio.babito, qualidades—marca,
—apparencia, côr, pretexto. signal—lettra.
Capacete , casco , cimeira , elmo, Caracterisar ou charaeterisar, des-
m o r i ião. crever, exprimir, pintar, repre-
Capacho, esteirão — abano — sentar— differençar — graduar,
cesto. qualificar.
Capacidade, bojo, v ã o — faculdade, Característico, dislincto, essencial,
poder — aptidão, idoneidade — ^ particular, próprio.
doctrina, sciencia—intelligencia, Caramanchão, Caramaneliel, ei-
Capaz,
Capacitar,
çoso,
alcançar,
talentosufficiente—
vasto
—extensão,
convencer,
comprehcnder.
— hábil,
digno
grandeza.
persuadir
intelligenle
— espa- — Caramboleiro,
Carambola,
ceiro.
trapaça. enredo,
rado, miradouro, enredador,
logro,traclada,
mirante,torre.
trapa-
CAR CAR 53
Caraminhola, a r e n g a — enredo. paixão, sensualidade — consan-
Caravana, cáfila — Comboi, frota. guinidade, parentesco.
Carbúnculo, pyropo. Carneiro , tosão — catacumba —
Carcaz, Carcasou Carcassa, aljava, ariete — aries.
coldre — bomba. Carniceria ou Carniçaria, açougue,
Cárcere, aljube, cadeia, calabouço. matadouro, talho — matança,
rarcer, enxovia, ergástulo, li- mortandade.
moeiro , masmorra , prisão — Carnifice,algoz,carrasco, verdugo.
ferros — clausura. Caro ou Charo, amado, dilecto,
Cardume, bando, multidão, n u m e - querido — aceito, grato — cus-
ro, quantidade. toso, duro, penoso.
Careação, caricia, atlractivo — " Caroavcl,alfeiçoado, apaixonado.
chamariz, engodo. Carpidos, choradeira, choro, lagri-
Carcar, attrahir, ganhar, grangear mas, pranto — gemidos, lamen-
— chamar, convidar — alliciar, tações, lamentos.
engodar, induzir — conduzir, Carpir, arrancar — chorar, pran-
levar. tear — deplorar, lamentar.
Careccnlc, falto, mingoado, neces- Carranca , senho — carantonha.
sitado. Carrancudo, irado, sanhudo, som-
Carecer, faltar,necessitar,precisar. brio, torvo — focinliudo. malas-
Carência, carcoimento, falta, pre- sombrado, malcncarado.
eisSo, urgência — privação. Carrasco, carrasqueiro — algoz ,
Carestia ou careza, falta, mingoa, 'sagião, verdugo.
necessidade — fome , penurfa, Carregação, carga,carrego.
pobreza —custa, despeza. Carregado, desagradável—atacado,
Careta, caraça, caratula, mascara cevado, cheio — apertado, es-
— gaifona, m o m o , tregeito. curo — pesado — carrancudo,
Carga,carrego, fardo, peso — gra- severo, tétrico, triste, trombudo.
vame, incommodo — imposição Carregamento, carregume, gravi-
— descarga. dade, peso — pezadume.
Cargo, carga, peso —dignidade, Carregar, amontoar, cumular —
honra , posto — emprego, mi- impor — atacar, cevar — acom-
n's'crio, officio — commissão, melter, inveslir — imputar —
encargo — conta, cuidado. repetir, repizar — (n.) molestar.
Cariciar, acariciar, acarinhar, af- Carregar-se, entristecer-se — con-
fagar, ameigar, amimar. densar se, embruscar-se, enca-
Caricias, affagos, blandícias,ca- potar se, ennevoar-se, ennoi-
rinhos, meiguices, requebros.' tar-se, escurecer-se, nublar-se,
Caridade ou Charidade, amor — toldar-se.
beneficência, beneficio — dona». Carreira, corrida, curso — derrota,
esmola, liberalidade. * rota —carril — rastilho — pere-
Caridoso ou Charidoso, caritativo, grinação, romaria — caminho ,
esmoler, liberal—bom, h u m a n o estrada — meio — circo, praça.
— serviçal — amigável. Carreiro, atalho, trilho, vereda.
Carinho, caricia, m i m o — amor, Carro, carroça, coche, plaustro.
ternura. Carruagem, coche, liteira, sege.
Carinhoso , caridoso, fagueiro — Caria, bilhete, cédula, epistola,
affabil, meigo, lemo. escripto.
Carnagem,
Cai
Carnal,
Cerne,
lascivo,
m e , poema.
concupiscente,
vianda
luxurioso,
carniceria,
— concupiscência,
sensual.
matança.
impudico, relho. archivo,'carlayro,
Carloreiro,
Cartório,
Caruncho,
Carunchoso, archivista,
carcoma,
carcomido,
carugem.
cartorário.
podre
tombo.

54 CAS CAC
Lasa, aposento, domicilio, habita- tiça —flagello,flagicio— aviso,
ção, lar, morada — albergaria, ensinança — correcção , lem-
pousada, hospício — residência brete, reprehensão.
—edifício, paços, palácio—quar- Casto, continente, decente, hones-
to — fogo — família, geração, to, honrado, pudibundo, pudico,
prole. puro, vergonhoso — inlaclo,
Casamento, consorcio, desposorio, isento.
hymeneu, matrimonio, núpcias, Casual, accidental, contingente,
recebimento, união, vodas — eventual, imprevisto, inopinado.
dote. Casualidade, acaso, accidente, acer-
Casar- se, desposar-se, receber-se to, contingência.
— accommoaar-sc — adjectivar- Cata, averiguação, busca, inquiri-
se, moldar-se, quadrar. ção, pesquiza.
Cascata , cachoeira , catadupa, ca- Catadupa, cachoeira, calaracta.
taracta , salto. Catadura, acatadura,ar,aspecto,as-
Casco, caveira, craneo — unha — peito, gesto, semblante — humor.
capacete, elmo — baixel, navio Catalogo ou Cathalogo, lista, rol—
— concha — barril, pipa , quar- registro — index,laboada—enu-
tola — intendimcnto, juizo. meração.
Caseiro, abegão, feitor, quinteiro, Catana, alfange, chifarote, sabre,
rendeiro — (adj.) domestico— terçado.
sedentário — simpíes, singelo. Catar, buscar,procurar—indagar,
Caso, acontecimento, facto, suc- pesquizar — guardar — acatar,
cesso — historia — acção, feito respeitar, venerar — observar,
— apreço, conta. olhar.
Casquilho, peralta, pelimetre — Catarata ou Cataracta, cachoeira,
bandalho, faceira, peralvilho. catadupa — bclida.
Cassar, abrogar, annullar— que- Catástrofe ou Catastrophe, desgraça
brar — supprimir. — destruição — revolução — m u -
Casta, descendeiicia,geração,linha- dança.
gem, prosápia — espécie, raça— Calavento, ventilador — bandeiri-
feitio, laia, relê — qualidade. nha, ventoinha.
Castellão, alcaide, caslelleiro, 'cas- Caterva, alcatéa, bando, multidão.
leval. Cathegoria ou Categoria, classe,
Castello, alcaçar, alcáçova, cida- ordem, predicamento, qualidade,
della, fortaleza, forte, fortim, serie.
praça, torre. Cativar ou captivar, avassallar,
Castiçar, cobrir, copular — engen- iilbjugar, sujeitar— escravisar—
drar, gerar, procrear. prender.
Castiço, frascario, garanhão — vi- Cativeiro oucaptiveiro,escravidão,
goroso — puro. >. servidão — jugo, sujeição —
Castidade, continência, honesti- prisão.
dade , honra, pudicícia , pudor, Cativo ou Captivo, escravo — su-
pureza, virgindade. jeito — servo.
CiStigado. apurado, correcto, Caturra, bobo, choearreiro. [cia.
emondado, polido — escarmen- Caturrice, hobice, chocarrice, inep-
tado, maltractado. Caução,fiança,hypotheca,penhor
Castigar, punir, vindicar, vingar— — abonador, fiador, garante —
reprehender — apurar, emendar cautela.
—mentar.
advertir,
Castigo,
tormento - amoestar
pena, — escar-
condemnação, Cauda,
pontacabo,
jus- Cauda],
punição, supplicio, daloso colla,
abundante,
— farto,
(do rabo
vestido).
rico. — fralda,
cabedal, cau-
CEG CER 55
Caudaloso, abundoso, caudal, pe- Cego, obcecado - entulhado — e s -
renne—cheio—rico— facultoso. curo, tenebroso — intrincado.
Causa, fundamento, origem, prin- Cegueira , ceguidade, ceguidão—
cipio — motivo, razão — pre- caligem, escuridão, nevoeiro —
texto — demanda, pleito. descaminho, erro. [cripção.
Causador, auctor, motor. Ceifa, sega — mortandade— pros-
Causar, occasionar, irrogar, moti- Ceifar, segar— anniquillar, arrui-
var — gerar. nar, extinguir, perder.
Causlícar, atanazar, incommodar, Ceifeiro, ccifão, segador.
molestar — cançar. Celebrar, festejar, solemnisar —
Cáustico, vesicatório —(adj.) mor- cantar, ilecanlar — eneomiav,ga-
dente, satyrico —enfadonho, im- bar, louvar — fazer — ofliciar.
portuno. Celebre, abalizado, afamado, cele-
Cautela, circumspecção — preven- brado, decantado , famoso, no-
ção, providencia — cobro, res- meado—illustre,Ínclito, insigne.
guardo — engano, fraude. Celebridade,ceremonia, festividade
Cauteloso, acautelado, cauto— as- — dislincção, estima—fama, no-
tucioso,astuto.doIoso,enganador, me, nomeada, reputação.
enganoso, malicioso. Celeridade, diligencia, presteza,
Cauto, acautelado, averiguado, ca- promptidâo, velocidade.
vidoso, previsto, próvido — con- Celeste, celestial, célico, ethereo —
siderado , ponderativo — pru- divino — excedente, extraordi-
dente, sábio. nário , perfeito — admirável,
Cava, fosso — cavação, cavadora bello.
— circunvallação— adega. Celsitude, alteza, altura , elevação.
Cavalleiro, bellicoso, esforçado — Celso, excelso — alto, elevado.
montado — alto, sobranceiro. Ceno, lodo — atoleiro, lameira, la-
Cavalleiroso, brioso, generoso, no- meirão.
bre — esforçado, valente. Cenoso, lamacento, lodoso, vasoso.
Cavallo, corcel, ginete — faca, ha- (enrada,barreia, aecoada, lixívia.
canéa — rocim, sendeiro — pa- Censor, censurador,crilicador,cri-
lafrem. tico.
Cavar, exeavar — lavrar, rotear. Censurar, criticar, glossar — acoi-
Caverna, algar, antro,buraco, con- mar, condemnar.reprebender—
cavidade, cova, covil furna, fiscalizar,syndicar— aboconhar
gruta, mina, ouço. morder.
Caridoso, acautelado, caulo, cir- Centro, âmago, coração, imo, in-
cumspecto, precatado, previsto. timo, m c d u l l a — g e i n m a , meio.
Cari Ilação, argúcia, sophisma — Céo Empyreo — Olympo, pólo
engano, trapaça. — paraiso — aslros — a, nu-
Cavilloso, capcioso, sophistico -m vens — Deus — Providencia —
enganador, fallaz —fraudulento, clima, paiz região.
trapaceiro. Cepo, toro, tronco— armadelha—
Ceder, dar, deixar— renunciar — (adj.) bronco, estúpido, gros-
obedecer, submetter-se — con- seiro.
formar-se — (n.)abater-se,abys- Cerca,albarrada,cercado .cerrado,
mar-se, render-se. estacada, palissada, tapada,val-
Cedo, 'asinha, depressa, prompta- lado —circuito— (adi'.) juncto,
mente — immediatamenie, logo. perto — c m breve — quasi — en-
Cegar,— deslumbrar,
Cegar-se,
se
tupir,
tapar-se.
tapar.
enganar-se,
offuscar
hallucinar-
— en- Cercadura,
tre
ourela
mais— ou—a mreispeito . —circulo.
ainbilo.circulto—orla,
bordadura—
e n o s — próximo.
de pouco
50 CES CHA
Cercar, assediar, bloquear, sitiar— Cesto, cabaz, cesta
gyrar, rodeiar, tornear — a b r a - Cevar, «icevar-carregar, escorvai
çar,cingir, ciicumdar. — iscar — alimentar, nutrir —
Cercar-se, acercar-se, aproximar- engordar—fartar, saciar, satis-
sc, visinhnr-se. fazer—fomentar.
Cerco, assedio, sitio — bloqueio, Cevo, cava, engodo, isca — pa^to
cortino, trincheiras — curral, —carcacão.
redil. Chía ou'Chã, campina, "cbaada,
Cerdoso,sertecido-duro, hispido. plaino, planície.
Ceremonia, rito — solemnidade — Chacota, mofa, molcjrii zombarii
comprimento, certezania, cor- — cantiga — gargalhada, iis.nl;
tezia, obsequio, palacianidade. - bailo, dança — festim — folia
Ceroulas ou Siroulas, cuecas. Chacotear, chasquear, motejar,
Cerração, escuridão, neblina, ne- zombar.
voeiro — sutTocação. Chaco lei ro,chocarrei ro.cr-oarnece-
Cerrado, chousa, tiorto, jardim — dor, gracejador, motejado!'.
(adj.) escuro, espesso, nublado Cuafur9ar,eulamear-se,enlodar-se
—fechado — compacto — unido —barbotar, patinhar.
duro , obstinado , pertinaz — Chaga, ase , ferida, golpc-apos-
impedido, insulcavcl. leina,fistula,ulcera -cicatriz,
Cerrar, fechar — conchegar, junc- lesão.
tar , unir — travar — apertar , Chagar, ferir, gol pear-Ulcerar.
atochar — (n.) acahar-se, lindar Chalupa, balei, lancha.
— tapnr-se — escurecer-se — C h a m a ou c h a m m a , llannna, togo,
encuurar, endurecer, sarar. incêndio, labereda - amor,
Cerro, altura, colle, colliua, emi- paixão-ardor—fragua- calma,
nência. calor.
Certame, combate,condido, guer- Chamar, appellidar, moncar-at-
ra, peleja—lueta— contestação, trahir , convidar—avocar-con-
disputa - argumento, contro- vocar, junctar - puxar—desviar,
vérsia, tlie.se. diverlir-cilar.
Certe/.a.eviílencia, InfoilHbilidadc, Cliau.ar-se, noiuear-se-appellar,
veracidade—liriiieza.segurança. recorrer.
Certificar, aflirmar, assegurar, ãl- Chamariz, engodo, negaça.
teslar, confirmar. C h a m b ã o , chaniboado, "grosseiro,
Certo, verdadeiro, vero—infailli- tosco.
yel—demonstrado, evidente, in- Chambofce, incivilidade, rudeza.
dubitável, irrefragavel — claro, Chamejante ou Clianiinejantc, ar-
manifesto, patente — estável, dente, coruscante, flanunifor-),
firme, lixo — exacto — desenga- flammigero, resplandecente, ru-
nado, verdadeiro. i tilanle. scintillaule.
Cerviz, Cervice, collo, garganta— Chamejar ou Chainiuejar, chispar,
cachaço, pescoço—cabeça. faiscar, lnbaredar, scinlillar—
Cervo, coreu, veu'do. brilhar, resplandecer, rutilar.
Cerzir ou Cirzir, coser — accom- Chanca, pézorro—mofa, zombaria
modar, adaptar, ajustar. — cfiasco, chufa, motejo, pulha,
Cessação, desconUnuação, inter- remoque,, sarcasmo.
rupção, suspensão, trégua. Cbançoneta, caiiçãosioha, cantiga,
Ceasnõ, deixarão, deinissão,desis- cantiguinha, cantilena, modinha
Cessar,
sisiii-.
quedar.
Lencia, acabai',
interromper,largur.parar,
renuncia.
descontinuar, de- Chaneza,Vliã,
singeleza,
franqueza,
— Chança. simplicidade.
ingenuidade,!
plaino, planura
lia uura,

CIIE CIIO «S7
Chanfana, badulaque. odoroso, oloroso, muscado, per-
Chão, solo, terra, terreno — pavi- fumado.
mento , terrado — (ailj.) igual,Chibante, garrido, guapo —bravo,
plano, unido — não-fortificado picão, valentão, valente.
— claro — baixo , humilde — Chibar , bizarrear — bravatear,
lhano, simples, sincero. roncar.
Chapado, completo, insigne, per- Chiborro, bode, capado, capreolo,
feito. chibo, hirco.
Charlatão , pedante — fallador, Chibata, junco, varinha, vergasta.
palreiro —saltimbanco — empí- Chibato, bode, hirco.
rico — impostor, velhaco. Chicote, açoute, azorrague, látego
Charpa, banda, cinto. — rabicho.
Charro, apoucado, desprezível, vil Chifre, chavelho, corno, ponta.
— apagado, bronco , grosseiro, Chilrar, Chirlar ou Chilrear, gor-
rústico. gear — garalhar — pipilar, pi-
Charrua, arado. pitar — cbiar.
Chasco, burla, gracejo, molejo, Chimpar, metter—pespegar.
zombaria — seca. Chincar, gostar, provar, saborcaT.
Cbasquear, chufar escarnecer, Chisme, chinche, chilique, perce-
remorquear, ridiculizar. vejo.
Chalim , tractanle , traficante — Chiste, apodo, argúcia, conceito —
mercador, negociante experto;. tonilho.
Chatinar, traficar — mercadejar. Chocalho, choca — campainha —
Chato , igual, liso, plano, raso, fallador, lambareiro.
unido. Chocar, abalroar, bater, encon-
Cbave, gazua — caravelha — ex- troar, marrar, topar, topetar —
plicação, noticia— domínio, fa- acommetler — brigar, pelejar—
culdade, poder. ferir, offender.
Chêa ou Cheia alagamento, allu- Chocarreiro,bobo,bufão, caturra,
vião, inundação. gracioso, jogral, truão.
Chefe, cabeça, cabeceira, superior Chocarrice ou Chocarreria, bufo-
— cabo,capilão, commandanle, neria, chança, facécia, zomba-
general. ria.
Chegada, accesso, alcance — en- Chocho , engelhado , meigeugro,
trada — vinda, volla. peco — débil, fraco, quebrado,
Chegado, comarcão, confinante, velho.
contermino — visinho — c o m - Choque, embate, encontra, pan-
parente, parente — conjun%o. cada, toque — acommetlimento,
Chegar, achegar, unir—aproximar ataque — combate , rencontro,
— obicar , abordar, arribar — refrega.
mover, reduzir— cohahitar^H, Choradeira, carpideira, prantea-
alcançar, conseguir—ferir,locar. dora — lagrymas, pranto — jc-
Cheio ou Chêo, pejado — gordo, rimiada, lamuria.
grosso — inteiro, maciço — c o m - Chorão, chorador, choramigador,
pleto, pleno. choramigas — apaixonado, na-
Cheirar, aventar — farejar— pre- morado — baboso.
sentir, prever. Chorar, lagrymar , lagrymejar —
Cheiro, fragrância , odor, olor — prantear— carpir, deplorar,la-
almíscar, âmbar, incenso — ol- mentar — Choreia,
distillar, gollejar.
Cheiroso,
— fama,
cbeirante,
facto — almiscarado,
nomeada,
fragrante,
faro reputação.
aromático,
odorífero.
— noticia, suspeita IChorina,
Chorea
("boro,
— gemidos,
lagrymas
oucabclleira,
lameiros.
— pranto
baile,
peruca.
dança.
— dôr
58 cio CLA
Chorudo, gordo, rechonchudo — Circo, colisseu, praça — circulo —
snccoso,succuíento. circuito — chincho.
Chorume, humor, sueco—dinheiro, Circuito, âmbito, circumdamento,
haveres, riqueza. gyro — precinto —cercadura —
Choupana, alvergue, cabana, cho- circumloquio ? periphrasis , ro-
ça, tegurio. deiro — repetição.
Chover, choviscar, molinhar — Circulado, cercado, rodeado.
desaguar, diluviar—manar, ver- Circular, orbicular, redondo —
ter. (v.ti.)gyrar, torneiar.
Christo, Jesu , Redemptor-do- Circulo, âmbito, circuito,gyro, ro-
m u n d o , Salvador, Verbo-Divino deio -circumferencia, contorno,
— Crucifixo. roda — arco, aro — período.
Ch uça, ala barda, chuço, parlasa na, Circumdar ou Circundar, cercar,
pique. cingir, rodear.
Chufa, chalaça, chocarrice, mofa, Circumlocução ou Circumloquio,
zombaria. periphrasis—parlenda, palanfro-
Chuíar, illudir, lograr—chalacear, rio—rodeio,regiro,volta, volteio.
mofar, zombar. Circumscrever ou Circunscrever,
Chulo, burlesco, faceio, folgasjo, abranger — demarcar, limitar.
jacoserio, ridículo. Circumspecção ou Circunspecção,
Chupar, chuchar, sorver — embe- miramento —assento, discrição,
ber — esgotar, exhaurir — des- madureza — cautela, prudência
fruetar. — recato.
Chuva , aguaceiro , bursiguiada, Círcumspeclo ou Circunspecto,at-
chuveiro — borraceiro , orva- tentado, considerado — acaute-
lhado, orvalhos—multidão. lado, ca uto, prudente—recatado,
Chuveiro, aguaceiro, bátega — or- Círcumslancia ou Circunstancia,
valhada, rociada—gran'numero, accessorio, incidente, particula-
infinidade. ridade — conjunclura, depen-
Chuvoso, pluvial. dência.
Cidadella ou Citadella , castello , Circumstanciar ou Circunstanciar,
fortaleza, forte, fortim. desinvolver, esmiuçar, explicar.
Cifra, zero — compendio, epilogo, Circumslante ou Circunstante, ecr-
summa. cador, rodeante —(».) assistente,
Cifrar, abreviar, epilogar, recopi- presente.
lar, resumir. Ciscar-se, escapulir-se, escafeder-
Cilada, emboscada — artificio, en- se, escoar-sc, furtar-se.
gano, estratagema — dolo, tra- Cita-, allegar. apontar,notar, tra-
paça — insidia, traiçSo — arma- zer — notificar.
dilha, laço. Citara ou Citbara, lyu , pleclro,
Cima, alto, cimo, cocuruto, c u m e , • sistro.
espigão, pico, remate. f-jnie, zelos— emulação — inveja.
Cimeiras, crinas, crista, pennacho Civel, camponez, rústico— mecha-
— capacete, casco, elmo. nico — indigno, vil.
Cimentar, argamassar, betumar — Civil, aflavel, cortez, polido, ur-
erigir, estabelecer, fundar, insti- bano.
tuir — assegurar, firmar. Civilidade, aflabilidade, cortezia,
Cimento , argamassa — alicerce, urbanidade.
fundamento. Civilisar, policiar, polir.
Cingir,
emulo. abraçar,ze'oso
Cioso,ciumento, cercar—invejoso
torneiar—coroar—apertar, , rodear, Cizânia,
liar. Clamar,
dia, joio
c h a —m .exclamar
— acclamar
dissensão, a desavença,
rdivisão. — discór-
— bradar, gritar.
voei-
CLE COR 59
ferar, vozear— apregoar—ladrar Clima, paiz, plaga, região — pá-
— balir, berrar — chiar. tria, terra — districto, província,
Clamor , brado , grito — alarido, sitio — ares, eco.
vozeria - accíamaçâo — excla- Clistel ou Cristel.adjuda, mesinha.
mação. Cloaca, cano, sentina.
Clandestino, escondido, occullo, Coalhar, congelar, encaramelar—
secreto. addensar, condensar, espessar—
Clarabóia, espiraculo, fresta. alastrar, cobrir.
Clarão, brilho, claridade, esplendor Coalho, coagulação — enlace, vin-
— clarim. culo.
Claridade, esplendor, gloria — cla- Coar-se , desmaiar — enfiar-se
reza — clarão, luz, resplendor— metter-se —escapar-se, isentar-
alva, aurora — sol — dia — dia- se, tirar-se.
phaneidade, transparência. Coarctar, limitar, restringir— di-
Clarificar , aclarar — illustrar — minuir, encurtar, estreitar.
crystallizar. Cobarde, fraco, poltrão, pusillani-
Clarim, charamclla, clarão, parche, mc, tímido — ignavo.
trombeta. Cobardia,acobardamento, fraque-
Claro, allumiado — lúcido, luzente za, poltroneria, pusillanimidade,
— nítido — brilhante, fulgente, Coberta, cobertura — " cobertal,
luminoso, refulgente, resplan- cobertor," cobricama, manta —
decente — coruscante, radiante. capa.
scintillante — diaphano, trans- Coberlo ou Cuberto, enroupado,
parente — certo, evidente, ma- vestido — escondido, oceulto —
nifesto, patente — perspicuo — amparado — cheio — brusco,
perceptível — egrégio, eximio, carregado, escuro , nebuloso,
ínclito — illustre, nobre — ge- nublado—disfarçado, dissimu-
neroso — afamado, celebrado — lado, fingido.
celebre, memorável. Cobertura ouCubertura, 'acitara,
Classe , logar , ordem — cargo , coberta,cobertor, colcha, manta
dignidade — graduação, gráo — — teclo, telhado— capa, invol-
academia, aula, eschola. torio — dissimulo, simulação.
Claudicaute, coxo, manco — duvi- Cobiça ou Cubica , ambição, avi-
doso, incerto, vacillante. dez, hydropisia, sede — avareza
Claudicar, coxear, m a n q u e j a r — — ardor, paixão.
faltar, vacillar. Cobiçar ou Cubicar, anhelar, appe-
Claustro, claustra,crasla — cenó- tecer, appetir, desejar, invejar.
bio, cenvento, mosteiro — carn- Cobiçoso ou Cubiçoso, ávido, cú-
munidade. pido, faminto — desejoso — in-
Clausula, artigo, condição, estipu- vejoso.
lação, obrigação. Cobra, bicha, serpe , serpente —
Clausular, encerrar, limitar. I reptil.
Clausura , claustro , convento — Cobrar, arrebadar, recadar — ac-
encerramento, encerro, rccolhi- quirir, grangear — recuperar —
Clava, maça — cacheira, [mento. alcançar, conseguir, haver, obter
Clemência, benignidade, bondade, — perceber, receber.
d o ç u r a — dó, misericórdia, pie- Cobrir ou Cubrir, tapar — telhar
dade. — toldar — encobrir, esconder,
Clemente, benigno, bom, h u m a n o occultar — enroupar, veslir —
—manso.
Clérigo,pio ecclesiastico,
padre. — indulgente — doce,
sacerdote abrigar,
— Cobrir-se
simular,
coalhar,ou agasalhar
palliar. — enroupar-
Cubrir-se,
encher atulhar,
— disfarçar, dis-
60 COL COM
se — cscurixcr-se , nublar-se, Coliseo, Colisscoou Colisscu.am-
toldar-se. phithealro, circo.
Cobro, cobrança—cautela — guar- Colle, cabeço, collina, outeiro.
da, vigia — custodia. Collegio, gymnasio, universidade
Coça, esfrega, maçada, pisa, sova, — seminário — associação, con-
tunda. gregação , corpo , corporaçSo,
Cócegas, coçadura, coceira, pruí- grémio.
do, prurido, titillaçâo — tenta- Colleira, gorjal — argola. •
ções — receios. Colligação, liga, união — confede
Coccguento, comichoso, litilloso. ração.
Coche, carruagem — caleça, sege Colligado, alliado, confederado -
— carro — carreta — carroça. associado — conjuncto, ligado,
Cocheiro, auriga, regedor. unido.
Cochino. cerdo,' chacim, porco — Colligar, atar, junctar, ligar, unil
bacorOj leitão — marrão, varrão — alliar, confederar.
— javali. Colligir, ajunctar, recolher — col-
Cocurula ou Cocuruto, cimo, cu- leccionar — concluir, inferir.
m e , cumiada , pico, ponla — Collina, cab'ço, co'le, outeiro.
grimpa. Collinoso, ouleiroso.
Codear, comer, manducar. Collo, serviz, garganta, pescoço—
Coelho, laparo. regaço — seio — cabeça — hom-
Coetâneo, coevo, contemporâneo. bros — gargalo.
Cofre, arca, caixa — b u r r a — mys- Collocar, arranjar, dispor — pôr,
terio, segredo. situar.
Cogitar, imaginar, meditar, pensar. Colloquio, conversa, conversação,
Cognação, agnação, consanguini- dialogo, entretenimento, praclica
dade, parentela, parentesco. — assembleia, conferencia.
Cognito, conhecido, sabido. Comilho, dente, presa.
Coherencia, adhereneia, adhesão, Colono, agrícola, agricultor, ara-
conformidade,connexão, conve- dor, cultivador, cultor, lavrador,
niência, união. Colossal , giganteo , gigantesco ,
Coherente, ajustado, conforme, grandíssimo —desmedido, enor-
consequente. Colosso, gigante. [me.
Cohibir, comprimir, conter, m o d e - Columna ou Coluna, p i l a r — e m -
rar, refrear, reprimir. pa ro, apoio, arrimo.
Coincidir, ajustar-se, aptar-se— C o m , a — por — e n t r e — a respeito
concorrer — cair — convir. — para.
Coitado, atribulado — desgraçado, C o m a , clina, crina, juba—cabello,
mesquinho, miserável— neces- guedelha — Tolhas.
sitado, pobre — apoucado, m e - Comadre, madrinha —parteira.
droso. Comarcão, contermino, fiuilimo,
Coito, cohabitação, copula. ( fronteiro — próximo, visiono.
Cólera ou Cholera, agastamento, Combalido, doente , enfermo —
bilis, despeito , enfado — assa- achacado, achacoso —adoenta-
nho, furor, ira, iracundia. do, indisposto, malalo — cor-
Colérico, bilioso — assomado, fo- rupto, podre — abalado.
goso — agastadiço, iracundo. Combalir ou Combanir, abalar —
Colher, recolher—apanhar, sur- (n.) corromper-se, damnar-se—
prender, t o m a r — agarrar, pren- adoecer, enfermar.
desconder
e r — e m b,a,rinferir
concluir
involver. aoccultar
ç a r , —perturbar
—colligir — Combate,
dobrar, agonia.
peleja—
pendênciaacção , briga,
certame,
— choque, conllicto,
debate—lucla,
embate —
COM COM 61
Combatente, guerreiro — batalha- commrrnorar, lembrar, memorar,
dor , combatedor , pelejador — mencionar, recordar.
athleta. Commentar, declarar — explanar,
Combaflcr, guerrear , pelejar — explicar, glossar , interpretar —
brigar, contender, pendenciar— acotar, annotar — fingir, iuven •
compelir, pugnar — oppor-sc— tar — assacar; forgicar.
(a.) acorametter, atacar, investir.Commerciar, clialinar, negociar,
Combinação , comparação , con- traficar.
frontação, cquiparencia — con- Commercio, negocio, trafego, Iroca
formidade , igualdade, porpor- — correspondência — c o m m u -
ção. nicação, conversação, tracto.
Comboi ou comboy , cáfila , con- Conunellcr, fazer — tentar— co-
ducção, transporte. meçar — encarregar, incumbir
Comborça, amiga — rival. [dio. — emprender — provar — en-
Combustão, abrasamento, incen- tregar — oITerecer , propor —
Ccrmeçar, abrir, encetar, principiar. delegar — induzir, provocar —
Começo, principio — cabeceira — atacar, investir.
exórdio, intróito, preludio, pri- Commellida, assalto, ataque, com-
mórdio — fundamento, origem. meltimento.
Comedia, drama — farça —facécia Cemmiscração , compaixão , dó ,
— divertimento. dôr, lastima, misericórdia, pie-
Comediante, aclor, cómico, his- dade.
trião, representante — farçante, Commissão, cargo, encargo, in-
mimo, saltimbanco. cumbência , messagem—juris-
Comedimento, moderação, modés- dicção, poder. [feitor.
tia, reportação — temperança. Commissario , agente , delegado,
Comedir, commensusar, medir — C o m m o ç ã o , agitação, perturbação
proporcionar. — abalo, sacudidura.
Comi-dir-se,moderar-se,reportar- C o m m o d o , commodidade — des-
se — compassar-se. canço—conveniência, interesse,
Comedor, lambão,lambaz — comi- provoito, utilidade — (adj )apto
lão, gargantao, voraz — glotâo — condesceudente, fácil, indul-
— viandeiro. gente.
C o m e r , codear, gramar, manjar, C o m m o v e r , abalar, perturbar (o
papar — mascar, mastigar, ru- a n i m o ) — aguilhoar, estimular,
minar — engolir — desfruetar— inalar — alterar — alvoroçar.
acabar—gastar, roer —absorver C o m m u a , latrina, privada, retrete,
— elidir, supprimir. secreta.
Comichão, coceira — pruido. ^ C o m m u m , ordinário, trivial — sa-
Comichoso, descontenladiço, ra- bido, usual, vulgar—mechanico,
bugento. plebeu — simples — geral, uni-
Comida, alimento, comer, pasto j >* versai, medioefe.
refeição, sustento — comedia , Communicação, convivência, trac-
comedoria — guisados, iguarias, to — amizade, commercio, con-
manjares — meza — banquete. fiança, conhecimento, conversa-
Comilão , garganlão , glolão, lam- ção, familiaridade, intelligencia,
baz. sociedade.
Comitiva, acompanhamento, cor- Communicar, communar, genera-
tejo, séquito — p o m p a — equi- lizar — participar — conversar,
opagem,
111. m m a n d trem.
CCommandante.cabo
acaudilhar. ir, governar,
.capitão,chefe, fallar , frequentar
mandar — 6Coinniuninade,
mandade
pegar. — convento,
congregação
, tractar
mosteiro
— ir-

62 COM COM
corpo, sociedade — assembleia, lação, resumo, somma , summa,
juncta, união — conselhos — r e - summario.
publica—moradores—igualdade. Compendioso, abreviado, breve,
Commutação , alborque, cambio, compendiario, resumido.
permutação, troca — mudança Compensação, supprimento—equi-
— variação. valente, indemnidade, resarci-
C o m m u t a r , mudar — permutar, mento — paga, recompensa.
trocar. Compensar, resarcir, supprir -
C o m o , de que m o d o — do m e s m o recompensar, satisfazer.
m o d o que — no m o d o e m que — Competência, competimenlo, emu-
porque. lação, rivalidade — debate, dis-
Cômoro, cabeço, cumulo, outeiro. puta — opposição — concurren-
Compacto, solido — condensado, cia , prelecção — auetoridade,
denso, espesso. poder.
Compadecer-se; condoer-se, doer- Competente, accommodado, con-
se, lastimar. veniente , proporcionado , pró-
Compadre, padrinho. prio—capaz, devido, sufficiente.
Compaixão, commiseração , d ó , Competidor, adversário, antago-
dôr, lastima, magoa, miseração, nista, contendor, emulo, rival —
misericórdia, pena, pezar, pie- concurrente, oppositor.
dade, sentimento. Competir, concorrer, medir-se —
Companha, companhia — equipa- emular, rivalisar — pertencer,
gem, marinhagem, tripulação — tocar.
cardume. Compilação, collecção — compen-
Companheiro, amigo —confidente dio, recopilação.
— sócio — c jllega — confrade Compilador, redactor — copista —
— camarada — igual. plagiário.
Companhia, sociedade— união — Compilar, ajunctar — colher, col-
acompanhamento , séquito — ligir, unir.
conserva — companha — ajunc- Complacência, gosto, prazer—con-
tamento— consorte—assistência. descendência , deterencia — »t-
Comparação, combinação, equipa- tenção, obsequio — bondade, in-
rencia , parallelo , simile, simi- dulgência.
lhança. Complacente, condescendente, In-
Comparar , assimilar, confrontar, dulgente — civil, cortez.
cotejar , equiparar — adequar, Compleição, constituição, tempe-
igualar. ramento.
Compassar-se, comedir-se, m o d e - Complemento , acabamento, fim,
rar-se, reportar-se. ("•remate — aperfeiçoamento, per-
Compassivo , compadecido, con- feição.
doído, enternecido, mavioso. Completar, acabar, consummar,
misericordioso, piedoso, sensirêlt, rematar — ajustar, encher, in-
senlido —benéfico, benigno,in- teirar, prefazer — aperfeiçoar.
dulgente, propicio— caritativo. Completo, abalizado, perfeito —
Compatriota , concidadão — con- acabado , concluído, cffeiluado,
terrâneo, patrício. terminado.
Compellir, constranger , forçar, Complicação, implicância—enlace,
impellir, obrigar, violentar. enredo, mistura, mixto.
Compendiar, abreviar, cifrar, en- Complicar, implicar — atar,eula«
curtar,
mir,
Compendio,
cifra, epilogar,
summariar.
epilogo, epitomar,
abreviação,
epitome, resu- Complico
abreviado,
recopi- çar
Compor,
tecer— — mesclar,
escrever
ou misturar.
concordar,
Cúmplice,
— pacificar,re-
inventar
coréo. —
COM CON 63
conciliar— indemnisar, reparar, Comprovação, confirmação, prova,
satisfazer— sepultar. verificação.
Comporia, adufa, dique, eclusa, Comprovar, auclorisar, confirmar,
represa. provar.
Comportar, padecer, soffrer, sup- Computar, calcular, contar, n u m e -
portar, tolerar. rar, supputar.
Comporiar-se, conduz.ir-se, portar- Computo, calculo, conta, numero,
se, proceder. somma, supputação.
Composição, disposição — acordo, Concavidade, buraco, cavidade,
concerto, convenção — capitu- cova, fossa, furna, ouço, profun-
lação, paz — escripto, thema — didade, subtenaneo.
compostura — repouso. Concavo, cavado, cavo, covo.
Compositor, auetor, 'compoedor, Conceber, emprenhar, gavidar, pe-
composileiro, escriplor. jar, prenhar— comprehender, in-
Composto, acabado — organizado, tender, perceber — imaginar,
tecido — (adj.) grave, modesto, inventar, meditar.
sisudo — "ajorcado. Concebido, grado — formalisado —
Compostura , composição, estruc- intendido.
lura — regularidade — decência, Concebimento, conceição — pre-
gravidade, modéstia, recato — nhez — concepção.
escriptura — adereço, adorno, Conceder, acordar, dar, outorgar,
arreio, alavio. deferir— convir — annuir,
Compra, mercado — acquisição — Conceito, agudeza, sentença —
emprego. ideia , imagem, pensamento —
Comprar, mercar — peitar, subor- dicto—conta,juízo, opinião —
nar — grangear, negociar — credito, fama, reputação.
resgatar. Concento, canto, consonância,con-
Comprazer, agradar— deleitar — sono, harmonia,melodia,musica.
satisfazer. Concepção, concebimento — con-
Comprehender ou comprender, ceito,conceituação—comprehen-
abarcar, ahranger, encerrar, in- são, percepção.
cluir — alcançar, conhecer, in- Concernente, pertencente, relativOj
tender, perceber — mencionar. respectivo, tocante.
Comprebensão , comprehensiva , Concertado, atacoado, remendado
concepção, intelligencia, iuten- — restabelecido — aprazado,
dimento, penetração. ajustado, justo — adubado, gui-
Compridão, amplidão, comprimen- sado — comparado, cotejado —
to, extensão, longor, longura^ conforme, punctual — grave,
Comprido, completo, perfeito — modesto.
(adj.) dilatado, espaçoso, esten- Concertar, ordenar — remendar —
dido, longo — dilfuso. prolixo — • reparar, restabelecer — ajustar,
esguio. [tar.l concordar, reconciliar — enfei-
ilomprimentar, congratular, felici- tar, ornar — melodiar.
Slompiimenlo, extensão, longor — Concertar-se,accommodar-se,ajus-
(pi.) cortejos, corlezanias, sau- tar-se — conformar-se—alinhar-
dações — cerimonias — conti- se, ataviar-se.
nências — lisonjas — obséquios Concerto, reparação — aceio, ata-
— clTerecímentos. vio, compostura, ornato—ajuste,
Comprimir, apertar, restringir — convenção, pactoprivilegio.
—concluir.
a c c o—per-
mmo-
Comprometter-se
conter,
mir.
aventurar-se,
moderar,
expor-se.
, refrear,
arriscar-se
repri-, Conchavar,
Concessão,
damento,
missão — doação,
graça,
ajustar,
reconciliação.
outorga
64 CON CON
Conchegar-se, achegar-se, chegar- Concubinario, amancebado, ami-
se, unir-se — accommodar-se. gado, comborço.
Conchego, achega, conforto — re- Concubinato, abarregamento, a-
fugio — c o m m o d o . maneebamento, mancebia.
Conciliábulo, ajunctamento, assem- Conculcar, calcar, pizar, trilhar
bleia, juncta — concilio. — desprezar.
Conciliação, acordo, concordância, Concupiscência, carnalidade, im-
concórdia. modestia, incontinenda, lascivia,
Conciliar, ajustar, amigar, recon- luxuria, sensualidade.
ciliar, unir — adquirir, grangear, Concurrencia, competência, com-
negociar — causar, trazer. petição, ajunctamenlo, concurso
Concilio , assembleia , conselho , — conformidade —frequência —
juncta. confluência, encontro.
Concisão, abreviação, precisão. Concurrente, contendor — compe-
Conciso, abreviado, apanhado, cer- tidor, emulo, rival.
rado, curto, estreito, lacónico, Concurso, opposição — pretenção
resumido, succinto. — ajunctamento, multidão.
Concitar, excitar, incitar, instigar, Concussão , abalo , commoção —
mover — animar. extorsão, fraude, vexação, vio-
Concluir, acabar, 'concludir, fe- lência.
char, finalizar, findar, rematar, Condão, excellencia, graça, pree-
terminar — ajustar, compor,con- minência ,prerogativa, privilegio.
certar — conchavar — colligir, Condemnação ou Condenação,con-
deduzir, inferir. demnamento, damnação—mule-
Concluir-se,finar-se,morrer. ta, pena — castigo, supplicio
Conclusão, fim, remate — theore- — censura, desapprovação.
m a , these — epilogo, fecho, pe- Condemnar ou Condenar, desap-
roração — consequência, deduc- provar, estranhar, reprovar —
ção, illação, inferência — reso- reprehender — mulctar — sen-
lução. tencear.
Concluso, acabado, (indo, ultimado Condensar, addensar, apertar,
— assentado, determinado. densar, engrossar, espessar, glo-
Concomitância, companhia, con- merar.
nexão, união — comparação. Condescendência, attençâo, bon-
Concordanda, acordo, conformi- dade — complacência, obsequio
dade — consonância, consono, — indulgência.
harmonia — concordata, pacto— Condescender, accommodar-se.
coherencia, connexão. ^sonformar-se, dobrar-se, mol-
Concordar, concertar, conciliar — dar-se.
acompanhar, associar — (n.) Condição, estado — graduação ,
harmonisar— casar, coadunar^ gráo—nascimento — profissão —
convir, quadrar, rhymar. ^ casta, estofa, sorte — caracter,
Concordata, concordata, conven- génio, índole — artigo, clausula
ção — acordo, ajuste, traclado. — pacto, partido — moio—(pi.)
Concorde, conforme. does, qualidades.
Concórdia, amizade, harmonia, paz, Condigno, adequado, igual, pro-
união —acordo, ajuste, pacto — porcional.
alliança, confederação. Condimento, adubo, tempero, [rar.
Concorrer, contribuir, cooperar , Condir, adubar, confeilar, tempe-
Concubina,
ceba—
intluir
concordar
comborça—'iça,mere[riz.
— amasia,
coexistir
— ajudaramiga,
— ,coincidir,
auxiliar.
m a n - Conducla,
Condoer-se,
cano,
cer-se,receptáculo,
doer-sc,
conducção—aquedueto,
apiedar-se,
lastimar.
reconditorio
compade-
COIN CON 65
— governo, procedimento — di- Confissão , declaração , descobri-
recção, guia. mento, manifestação, manifesto
Conduclor, guia—director, meslre. — affirmação.
Conduzir, acompanhar, guiar — Conllicto, aperlo, ardor (do com-
levar, transportar —trazer—diri- bate) — choque, peleja, recon-
gir, manejar — capitanear, man- tro — debate, disputa.
dar, reger—(n.) contribuir, servir. Conformar, conciliar, concordar
Confederação, alliança, colligação, — adequar, casar, moldar.
confedcramenlo, federação, liga. Conformar-se, accommodar-se, a-
Confederar-se, alíiar-sc, ligar-se, geilar-se,amoldar-se—ceder—rc-
unir-se. signar-se — corresponder com...
Conferencia, colloquio, practica— Conforme, idêntico, similhante —
concilio, congresso — compara- congruente, igual — consoante,
ção, confrontação, parallello — unisono — ajustado, avindo —
communicação. resignado.
Conferir, conversar, fallar, pracli- Conformidade, proporção, simi-
car, ventilar — comparar, con- lhança — concordância , con-
frontar,cotejar — conceder, dar, gruência—unanimidade — re-
outorgar — (n.) auxiliar — con- signação , submissão.
formai se. Confortar, consolidar, fortalecer,
Confessar, declarar, dizer, mani- fortificar—alentar,animar, cor-
festar, revelar—conceder, con- roborar — consolar.
vir, reconhecer — aftirmar. Conforto, confortação, corrobora-
Confiado, atrevido, desmedroso, ção—allivio, consolação, consolo
resoluto — arroganle, insolente —alento, animo, corajem, rigor
— impertinente — descarado , — assistência.
desvergonhado. Confrade, adepto — co-irmão —
Confiança, segurança — credilo — companheiro, sócio.
esperança, liducia, 'liusa—ami- Coníragoso, áspero , dure, esca-
zade, familiaridade—confidencia broso, rude.
— animo, valor — deliberação , Confrangimento, contracção, tor-
liberdade, resolução — atrevi- cedura — acanhamento , aper-
mento, audácia, auso, despejo, reamento, constrangimento.
ousadia. Confraria, irmandade— congrega-
Confiar , commetter , liar , re- ção, ordem — companhia, so-
c o m m e n d a r — (.».) escorar — ciedade.
esperar. Confrontar, determinar, limitar —
Confidencia , boa-fe , opinião »-, comparar , conferir , cotejar ,
segredo — fidelidade. equiparar.
Confidente, amigo intimo, deposi- Confundir, traslocar—atrapalhar,
tário—(adj.) familiar, intrínseco. M embaralhar — mesclar, misturar
Confim, confinante, conlcrmino- ™ — perturbar — envergonhar —
(s. pi.) extremas, extremidades, convencer.
limites, lermos — balizas, melas Confusão, embaraço — dessocego,
— fronteiras, raias. perplexidade — encolhimento ,
Confinante , comarcão , conter- pejo , vergonha — enleio , per-
mino, fronteiro. turbação — atrapalhação , e m -
Confinar, comorcar, visinhar. brulhada, miscellanea —tumulto
Confirmação,
Confirmar,
roborar,
prova.
ção , segurança chrisma
roborar,
chrismai— —evidencia
—solidar.ratifica-
apoiar, cor- — abysmo,
, Confuso,
perplexo — cahos
enleiado,
—lahyrintho— — —babylonia,
duvidoso,
turbado
desordenado,
inferno. equivoco,
atónito,
imperfeito
GR CON CON
escuro — incerto, indistincto — presumir , suppor , suspeitar —
misturado— envergonhado, pe- antever, presagiar.
jado. Conjuneçao ou Conjunção, con-
Confutar, desfazer, destruir, refu- currencia 7- ensejo, maré, occa-
tar—convencer. sião — opportunidade — proxi-
Congelado, encaramelado,frio,gé- midade — partícula — encontro
lido, nevado. — sasão.
Congelar, encaramelar, gelar, ne- Conjuncto, chegado, juncto, pega-
var, regelar — coalhar, conden- do, próximo, unido.
sar — atalhar, prender. Conjuração, conspiração, levanta-
Conglutinar , apegar, coitar, gru- mento, rebellião, sedição—al-
dar, unir— consolidar, corrobo- voroto, motim, tumulto — ma-
rar. chinação, trama —exorcismo.
Congoxa, afflicção, anciã, angustia, Conjurar, conspirar — instar, pe-
dôr, martyrio. dir, rogar,supplicar—machiuar,
Congoiar,aflligir,angustiar,vexar. tramar — exorcizar.
Congoxoso, auciado , afllicto, in- Conjuro, conjura, esconjuro —im-
quieto — apressado. piecação.
Congratulação, comprimentos, fe- Conluio, collusão — connivencia,
licitações, parabéns. dissimulação , engano , fingi-
Congratular, comprimentar felici- mento.
tar, gratular. Cbnnexão, affinidade, conformi-
Congregação, assembleia, juncta dade, connexidade, proporção—
— communidade — confraria — enlace, nexo, travação. união —
ajunctamento, união. parentesco, relação, similhança.
Congresso, assembleia, auditório, Conquista, debellação , tomada —
juncta—ajunctamento, concurso triumpho, tropheu, victoria —
— cohabilação, copla. acquisiçâo — lueta, pendência.
Congruência, conformidade, simi- Conquistar, avassallar , domar,
lhança — conveniência, propor- subjugar, sujeitar, vencer —
ção. triumphar—adquirir, conseguir.
Congruente, conveniente, propor- Consagrar, dedicar, offerecer, of-
cionado — sufficiente. fertar — immolar, sacrificar —
Côngruo, congruente, conveniente, canonizar — destinar.
decente, proporcionado, próprio, Consciência ou Conciencia, adver-
sufficiente. tência, conhecimento (intimo)—
Conhecedor, experto, hábil, iutel- escrúpulo — probidade.
ligente, intendido. ^Conseguir, acquirir, alcançar, ha-
Conhecer, divisar, enxergar, notar,~ ver, impetrar, obter — acertar.
v e r — perceber— discernir — Conselho, avizo,parecer— deter-
considerar , reflectir — cohabí- minação, intento, rosolução —
tar. 4.. consulta — admoestação — en-
Conhecimento, comprehensão, in- sino — inspiração—induzimento
telligencia — amizade — c o m m u - — consultação juncla — desem-
nicação. tracto—commercio, cor- bargo — senado.
respondência— doctrina, erudi- Consenso , approvação , benepla-
ção, luz, sciencia —ideia, noção, cito, consenlimentn, prasme.
noticia — galardão, recompensa Consentâneo, ajustado, conforme,
— prestação. conveniente.
Conjectura,'
Conjecturar,
sagio
— indicio,
— quadra,
signal
conjeitura
ajuizar
—agouro,
sazão.
— , inferir,
suspeita
pre- Consentir,
Consentimenlo,
pcrmittir
m e — o u t o r—approvar,
g asoffrer,
,approvação,
permissão.
assentir
tolerar
pras-

CON CON 67
dissimular—conceder, outorgar Conspirador , conjurado, faccioso
Consequência , deducção, illação, — machinador.
inferência — effeilo', resulta — Conspurcar, inficionar, iscar, m a n -
importância. char, sujar.
Conservar , guardar — cultivar, Constância, estabilidade, firmeza,
manter — defender, preservar— immohilidaile, permanência, per-
poupar — reter, sustentar. sistência — perseverança, perti-
Consideração, attenção, respeito— nácia , tenacidade — valor —
consequência, estimação, impor soffrimenlo.
lauoia — contemplação, ponde- Constante, firme , immudavel, se-
ração — cogitação , meditação, guro — aturado — certo , inva-
reflexão — cautela, tento. riável — impávido, intrépido.
Considerar, "consirar, meditar, Constar, consistir — c o m p o r s e de...
ponderar, reflectir— examinar, — ser certo, evidente.
observar — olhar — apreciar, Constellação , astro , Cassiopeia .
prezar. signo — horóscopo—ascendente.
Considerável, importante, notável Consternação, afflicção,dôr, m a g o a
— celebre, distincto, grande, il- — desalento — aperto — cobar-
lustre, insigne — precioso — m e - dia, m e d o , temor.
morável. Consternar, aflligir, agoniar — de-
Consistência, estado—estabilidade, salentar, desanimar — aterrar.
firmeza,força, permanência, so- Constituição, estatuto, regra — de-
lidez. creto, lei, ordenação—cânones,
Consistir, depender, fundar-se. instituto, prematica— complei-
Consistório, assembleia, capitulo, ção, indole — temperatura.
conselho, dieta, juncta— senado, Constituir, pôr — ordenar, regular
Consolação, allivio, lenitivo, refri- — crear, instituir — firmar.
gério, * solas — conforto, remé- Constituir-se, fazer-se, estabele-
dio—alegria, contentamento, cer-**.
satisfação — 'consoada. Constranger, compellir , forçar,
Consolar, adoçar, alliviar, mitigar, obrigar, violentar — restringir.
moderar. Constranger-se,abster-se — m o -
Consolidar, fortalecer, solidar — derar-se — violentar-se.
corroborar — sanear , sarar — Constrangido, coado—compellido,
Consolo, allivio,consolação, [unir. impedido — forçado i obrigado,
Consonância , concento , harmo- violentado — apertado , cons-
nia , melodia — conformidade, * C tricto.
uniformidade. « Constrangimento,confrangimenlo,
Consono, consonante, harmónico, prema — força, violência — ne-
harmonioso — concorde , uni cessidade— incommodo, sujei-
forme. ção.
Consorcio , c o m p a n h i a — conver onstringir, apertar, estreitar.
sacão, s o c i e d a d e — h y m e n . Construcção ou Construição, col-
Consorte, companheiro, partici- locação , disposição, ordem —
pante — marido, m u l h e r — cou- syntaxe — estruclura, fabrica.
j undo. Construir, edificar, fabricar—de-
Conspecto, aspeito, conspeito, pre- cifrar, deletrear — collocar, or-
sença, vista. denar — traduzir, verter.
Conspícuo,abalizado,
lustre—
Conspiração,
liga.
machinação
partido.
notável
conjuração,
, trama distincto,
— visivel.
— facção il-
cabala, Consultação,
deliberação
, Consultar,
parecer
berar, resolverconferencia,
— pedir
exame.
— a vconselho consulta,
—i s oexaminar.
, conselho,
— deli-
68 r,ON CON
Consumição, mortificação , pena, Contemporizar, temporisar — :r-
pezar, tormento—enfado,enojo. commodar-se, ceder — condes-
Consumidor, arrumador, deslruc- cender.
tor, devorador — aflligidor. Contem ptivel, desprezivel.
Consumir, dissipar, estragar, gas- Contenção, altercação, contenda,
tar — attenuar — destruir — controvérsia, debate, disputa —
comer — devorar — absorver, rixa—actividade, calor, efficacia,
fundir — agoniar, enfadar— re- vehemencia — força, vigor.
primir— empregar. Contencioso, demandão, litigioso—
Consumir-se , amofinar-se, ator- altercador, disputador — rixoso
mentar-se — enfadar-sc— esli- — incerto.
jar-se,finar-se,gaslar-se. Contenda, altercação, certame,
C o n s u m m a ç S o , consumo — acaba- competência, controveisi.i, dis-
mento, fim, termo, ulíimação — puta, porfia — discórdia — con-
complemento, perfeição — dissi- llicto.
pação. Contender, brigar, renhir — alter-
C o n s u m m a d o , acabado , findo — car , disputar — intender —
completo, perfeito. compelir.
C o n s u m m a r , acabar, terminar — Contendor, di-putador — concor-
aperfeiçoar, completar — com- rente, rival — adversário, ini-
prir, prefazer. migo.
C o n s u m m o , consummação, despe- Contentamento, alegria, contento,
sa, gasto — uso. gosto, prazer, satisfação — de-
Conta, calculo, computo, numero leite, desenfado, recreação — al-
— cuidado —estimação, valia — livio — delicias. [fazer.
conceito, opinião — narração— Contentar, agradar, aprazer, satis-
(pi.) camaldulas, rosário. Conlente, alegre, festival, jovial.
Contabilidade, responsabilidade — risonho — gostoso, satisfeito —
arrecadação— thesouraria. consolado — abastado — pago.
Contacto, tacto, toque. Contento, contentamento, goslo
Contador, historiador, narrador — satisfação — arbítrio, deseja,
calculador, calculista. grado, voto.
Contagio, contagião , epidemia, Conter, abarcar, abranger, encer-
peste, pestilência — corrupção, rai', incluir — moderar, refrear,
infecção, infleionação—andaço, reprimir.
gateira. Conter-se, moderar-se, refrear-se,
Contagioso, apegadiço, epidemico sofrear-se , soffrer-se — absler-
— pestífero,
Contar, calcular, pestilencial,
computar, pesti-
nume patriota
.se, — concidadão.
cohibir-se.
lenle
rar — —narrar,
corruptor, estragador.
referir, Contestação , altercação , debate,
relatar— (intérmino,adjacente,chegado a..,
Contaminar,
historiar. manchar, sujar — in- disputa
comarcão,— c o mcontíguo,
b a t e , lide,pegado,
lueta.
fectar, inficionar—
Contemplação, profanar
consideração—ob- Contestar,
risinho. controverter, debater,
sequio,
corromper, respeito — meditação.
depravar, disputar— questionar—patrício,
viciar. 4L.Conlerraneo,compatriota, litigar.
Contemplar, mirar n o t a r — consi- Contendo, contido, encerrado.
derar, meditar, reflectir. Contexto, contextura, thtor — te-
Contemplativo, absorto, cinerado cido, travação.
extatico.suspeuso - meditativo, Contíguo, chegado, pegado, unido
Contemporâneo, coetâneo, coevo. Continência, abstinência,
— confine, próximo, sobrie
visinho.
pensativo,
I

CON CON 69
dadc , temperança — moderação Contrariar, contrastar, oppor-se—
— castidade — modéstia , recato estorvar, impedir, obviar — re-
— semblante — postura. pugnar — desapprovar, encon-
Contingência, acaso, casualidade— trar — impugnar, refutar.
evento — oceurrencia — incer- Conlrariar-se, conlradizer-se, des-
teza — risco. [certo. dizer-se.
Contingente, casual, fortuito , in- Contrariedade, contradicção—con-
Continuação , continuidade, serie traposição, opposição,' resistên-
— progressão, jirosegiiimenlo — cia — difficuldade, estorvo, obs-
duração. táculo — competência, emulação
Continuar, estender, prolongar — — antipathia —contenda.
prorogar — perseverar, persis- Contrario, adversário, "contrairo,
tir, profiar — (n.) proseguir — inimigo — emulo, opposilor —
aturar, durar. objecção — contraordem—[adj.)
Continuo, assíduo, 'contíno, con- damnoso, nocivo — averso.
tinuado, incessante — pegado Contrastar, contrariar — oppor-se,
com... resistir — contender, luclar
Conto, alvado, extremidade, ponta contestar — refutar.
— conta , numero — milhão — Contraste , opposição , resistência
phanlasia, visão — (pi.) fabulas, — contenda, disputa — contes-
nistorias, novellas. tação , controvérsia — estorvo,
Contorno, âmbito, circuito, redor obstáculo — adversidade , des-
— lineamento, risco — (pi.) ar- graça — avaliador — censor.
rabaldes, subúrbios. Contratação ou Conlraclação, con-
Contracção, convulsão, encolhi- tracto, tracto (mercantil).
mento, torcimento. Contratador ou Conlractador,con-
Conlracto, abreviado — encolhido. l-ractante — commerciante, ne-
Conlradicção, contrariedade — o p - gociante — mercador.
posição, resistência — objecção Contratar ou Contractar, ajustar
— repugnância— reprovação. — commerciar, negociar, tra-
Contradizer, conlradictar — repli- ficar.
car — arguir — refutar — con- Contratempo, accidente — estorvo
trastar, oppor-se — combater — — adversidade, infortúnio.
destruir. Contrato ou Contracto, ajuste, con-
Contrafazer, arremedar, imitar — venção , pacto — commercio,
fingir — desfigurar, falsificar — negocio.
disfarçar, dissimular. Contraveneno , anlidoto , contra-
Contrafeito, copiado, remedado « peçonha, triaga.
fingido — falsificado — forçado Contribuir, adjudar, concorrer,
— disforme, malfeito. cooperar.
Conlrahir, acquirir, agenciar, con- Contrição, arrependimento, altri-
seguir, grangear — fazer. * ção, compunção.
Conliabir-se, eneolher-se — estrei- Contristar, entristecer, melanco-
tar-se, limitar-se. lisar — affligir, angusliar, m a -
Conlraminar, atalhar, estorvar — goar — desconfortar.
baldar, desfazer, destruir. Contrito, compungido , rependido
Contrapor, entestar — oppor — — afllicto, mortificado, triste.
comparar, colejar — refutar. Controvérsia, altercação, disputa—
Contraposição, contraposta — c o n - duvida — objecção — contra-
trariedade
Contrariador,
rallelo. — , opposlo.
trariante rontradictor,
opposição — con- dicção.
pa- Contumácia,
cia,
poifia,tenacidade
teima
obstinação,
— perseverença.
— rebeldia
pertiná-—
70 CON COP
Contumaz, 'referleiro — obstina-Convertido, converso, rependido—
do, opiniático, tenaz. mudado, tranformado.
Contumelia, affronta, injuria, Convicção , evidencia — prova —
ultraje. crença, persuasão.
Contundir, moer. pizar — abolar, Convicto, convencido.
amoigar. Couvidar, invidar—acarear, allra-
Conturbar, perturbar, turbar — e n - hir— chamar, convocar — reduzir
fraquecer, quebrantar. — desafiar, provocar — excitar,
Contusão, nódoa, pizadura. instigar!
Contuso, pizado — machucado — *Convinhavel, accommodado, ade-
abolado, amassado. quado, conveniente — razoado,
Convalecencia, Convalecença ou compelente.
Convalescença, melhoras, resta- Convir, convencionar—concordar,
belecimento. coincidir, quadrar— ejustar-sc,
Convalescença, melhoras, restabe- concertar-se —pertencer, tocar.
lecimento. Convite, banquete, bodo, festim —
Convalecer ou Convalescer, melho- adubos , guisados , iguarias —
rar, restabelecer-se. invite.
Convém, cumpre, importa, releva. Convocação, chamamento—assem-
Convenção, acordo,ajuste, concer- bleia, juncta.
to, pacto — contracto — traclado. Convocar, chamar, junctar.
Convencer, capacitar, persuadir — Cooperação, ajuda, assistência,
confutar — demonstrar, provar. soccorro.
Convencionar,ajustar,convir, esti- Cooperador, ajudador, cooperan-
pular, pactear. te, cooperario.
Conveniência, interesse, lucro, pro- Cooperar, ajudar—concorrer, con-
veito, utilidade —conformidade, tribuir.
congruência, similhança. Coordinação, arranjo, disposição,
Conveniente, interessante, provei- ordem — composição.
toso, útil — capaz, digno, hábil Coordinar ou coordenar, arranjar,
— côngruo,justo, proporcionado dispor, ordenar.
— decente — necessário. Copa, aparador — coma, rama, ra-
Conventiculo, assembleia, conciliá- mada — copo, cyalho, taça.
bulo, juncta. Copado, cornado, folhudo,frondi-
Convento, mosteiro — communi- fero, frondoso — basto, cerrado,
dade — clausura, recolhimento. espesso, sombrio — redondo.
Conversação, colloquio, conversa, Copar, decotar, despontar, desra-
dialogo, entretenimento, pales- e- mar, tosquiar —arredondar, rc-
tra, practica — conferencia — dondar—penteiar.
tracto. Copeira, aparador, copa.
Conversão, arrependimento, con- ICopele, monho, topete, trunfa.
vertimento — m u d a n ç a — tranJL (^opia, abundância, aflluencia, far-
formação —evolução. tura — numero — retraio, tran-
Conversar, fallar, practicar—pairar sumpto — imitação, representa-
— discorrer, discursar—frequen- ção — transcripção, traslado —
tar, Iraclar. par, parelha.
Conversavel.cortez, affavel—acces- !Copiador, amanuense, copista, tras-
sivel, commuiiicavel, traclavel. ladador —compilador, plagiário
Converso, arrependido, convertido — imitador.
Converter
transformar,
plicar
— tornadiço.
— ,virar,
reformar
transmutar
voltar.— mudar
— ap-, Copla,
Copista,
Copioso,
—ricocopra,

copiador
abastoso,abundante,
numeroso
quarteto.
— bebedor.
— fértil. farto
COR COR 71
Copula , ajunctamento , cohrvbita- Cordoalha, cordame, maçante —
ç&o, coito. enxárcia — amarras, cabos, ca-
Copular, ajunctar, coitar—igualar, labres, cordas.
Irmanar — emparelhar, jungir. Cordura, juizo, siso, sisudeza -
Coque,carolo, pancada. prudência.
Côr, lima — arrebique — pudor, Corifeo,Corypheo ou Corypheu,ca-
rubor, vermelhidão —causa, co- beça, chefe, primeiro, principal.
lor, pretexto— colorido — a p p a - Corja, canalha, gentalha, matula,
renoia—desculpa, excelsa. vulgacho — multidão.
Cftr, 'desejo, 'vontade — memoria. Cornisolo, cornifero, cornigero,
Coração, alma, esjiirito — peito — cornudo, comuto.
animo, valor — intento, pensa- Corno, chavelho, chifre, ponta —
mento — âmago, medulla, miolo cornucopia — busina, corneta,
•-centro,imo — g e m m a , m o i o — trompa — cornudo.
affecto, amizade, amor. Coroa, diadema—capella, grinalda
Coraçudo, animoso, denodado, des- — laurel, laureola — miti.i, tiara
temido, impávido, intrépido. — tonsura — cabeça, cume — do -
Corado, rubicundo, vermelho—ap- minio, potencia, soberania — es-
parente, fingido. tado, reino.
Coragem, Corageou Corajcm, aoi- Coroar, cercar, cingir, rodear.
m o , bravura, denodo, esforço, Corollario , compendio, r e s u m o ,
intrepidez, resolução, valentia, s u m m a — consequência, illação.
valor — bizarria , brio — ira , Corpo, cadáver — pessoa — esta-
paixão, sonha. tura — multidão — espessura,
Corajoso, Corajcnto, alentado, ani- grossura — mole — collecção —
moso, arrojado, bravo, brioso, companhia, sociedade, [gação.
coraçudo, denodado, desleinido, Corpoiação, faculdade — congre-
esforçado, forte, impávido, in- Corporeo , material , corporal ,
trépido, valoroso. physico.
Corar, acafelar — pintar, tingir — Corpulento, fornido, gordo, grosso
colorear, colorir — arrebicar — — corpanzil, giganteo.
enrubecer, rubror—disfarçar, si- Corpúsculo, átomo, corpinho.
mular—desculpar, pretextar. Correcção, admoestação, aviso,
Corço, cervo, gamo, veado — (adj.) reprehensão — emenda — cor-
expedito, ligeiro. rectivo — castigo, punição —
Corços ou Corcoz , corcovado , censura, disciplina, magistério
carcundo, giboso. — exactidão, pureza, regulari-
Corcova ,alcorcova,carcunda,giba. 4 dade — polimento, retoque.
Corda, amarra, beta, calabre, cala- Correcto , castigado , emendado ,
brote—baraço-cordilheira, en- polido — exacto, verídico — ex-
fiada, espinhaço. purgado, limpo, puro.
Cordato, assente, cordo, prudente, (jHredura, correria, corso — c a r -
sisudo. reira, corredcla. corrida.
Cordeiro, anho, borreguinho, car- Correio ou Correo, estafeta, messa-
neirinho, 'cucio. geiro, postilhão — próprio — re-
Cordel, barbante,fio,guita. coveiro.
Cordial, confortativo, corrohora- Correlação, relação-mulua — con-
tivo, estomacal—affeciuoso, ami nexão, nexo — correspondência.
go,fiel,sincero. Correlatar, correferir.
Cordialidade.affeição,
Cordilheira,
serras,
nura — efe.)
franqueza,
corda, espinhaço
amizade,
sinceridade.
(de
ter- Corrente,
'Corrença
rhea,
ribeirada
lluxo-de-vcntre.
,
cheia,
,camarás,
torrente
enchente,
cursos
— copia
levada,
, diar
— -
72 COR COR
multidão —successo — cadeia, Corrupio, contaminado,' coiruto,
grilhão, prisão — (adj.) exerci- inficionado — contagioso, em-
tado , perilo, versado — pracii- pestado—pútrido— adulterado,
cado , usado — fácil — prestes, depravado, viciado — damnado,
prompto — frequente. malignado.
Correnteza , corrente — enfiada, Corruptor, corrompedor, deprava-
fieira, serie —facilidade — e x p e - dor — subornador.
dição. Corsário ou Cossario , ' cossairo,
Correr, apressar-sc — perseguir— pirata.
continuar, proseguir — gyrar — Corso, pirataria — área, çjrco.
. traclar de... — concorrer — (a.) Cortado, alhalliado — assustado —
' andar per... — visitar— soffrer. desconfiado — mallractada —
Correr-se, corar, envergonhar-sc, ferido, golpeado — aberto,corto
' pejar-se. — escavado, talhado—interrom
Correjia,assaltada,incursão, inva- pido — aparado.
são, salto. Cortar, serrar — cortilhar, golpear
Correspondência, proporção-, sym- — abrir, separar — andar —
metria—acordo, relação—agra- surdir— atalhar, impedir, inter-
decimento — desquite, retorno. romper — pronunciar — romper,
Corresponder, responder — pagar, v e n c e r — apaiar — talhar — ili-
satisfazer — symmetrisar — c a r - vidir — entalhar, gravar — ava-
tear-se com... liar, taxar — dissipar , estragar
Corrida, carreira, curso — assal- — murmurar.
tada, correria. Corte, golpe —incisão —fio, gume
Corrido, envergonhado—acossado, talho — aparo — cerrado —
perseguido — corredio. quintal.
Corrigir ou Corregir, emendar, re- Corte, paço, palácio — capital, me-
tocar — concertar, reparar — trópole — pessoas-reacs— cor-
castigar, punir — reprehender tejo, séquito — cúria — tribunal
— adoçar, diminuir, temperar — senado — cerrado — viveiro.
Corrilho, ajunctamento (de gente) Cortejador , cortez , cortezão, po-
— circulo — convenliculo. lido.
Corrimaça, apupada, apupo, vaia. Cortejar, fazer corte — obsequiar
Corrimento, purgação—pejo, ver- — galantear, namorar—acatar,
i gonha. respeitar, venerar.
'Corriola, engano, logração, logro Cortejo, acompanhamento, comiti-
' —esparrella. va, companhia, séquito —côrle,
Corriqueiro, trivial,vulgar. • e s t a d o — obsequio — galanteio
Corro, área, circo, praça—mó,roda. — cortezia , reverencia, sauda-
Corroborar, enrijar, fortalecer, vi- ção.
gorisar—confortar — confirmar, Cortez, civil, cortezão, polido, ur-
roborar — consolidar. V' bano — affavel, gracioso, lhano
Corroer, gastar, roer. —comprazedor, condescendente.
Corromper, peitar, subornar— se- Corlezãu, aulico, palaciano—(adj.)
duzir — violar — alterar, defor- civil, cortez, discreto, urbano —
m a r — falsificar — depravar, obsequioso, officioso —affavel,
viciar— apodrentar, estragar. benigno — communicavel.
Corrupção, contaminação —fedor, Cortezia , civilidade , cortezania,
infecção — immundicia, sórdida cortezanice, urbanidade — aco-

alteração
borno
ruptela.
contagio,
— cslupro
— peste
prevaricação
——a b podridão—
u s o ,,cor- lhimento
mento,
su- LeiinTaeáo. respeito,
liça, casca,, affabibdade
reverencia,
* corlcza. — acata-
vc-
cox CRE 73
Cortido ou Curtido , surrado — Coxim, canapé, sophá —almofada,
corrompido —calejado. almofadinha
Cortina,panno, véo —corrediça — Coxo,claudicanle, manco.
disfarce. Cozinha ou Cusinha , comida —
Coruscantc, chammejanle , coris- frasca.
cante, llammanle, llammigero. Cozinhar ou Cuzinhar, adubar,
Cosconiiiho, chclpa, dinheiro, pe- cozer, guisar, temperar.
cúlio, pecunia—mealheiro, mel- Crápula, bebedice, borracheira,
gneira. thesouro. embriaguez.
Coser, pespontar, pontoar—digerir Crassidade, crassidão, crassie, den-
— abraçar — soffrer — chegar, sidade, espessura,grossura.
unir. Crasso, denso, espesso, grosso —
Cosia , declive , ladeira , queda — grosseiro.
subida — aba, beira, margem — Cravar, acravar, encravar, fincar,
(pi.) costado, dor.-.o , lombo — pregar — ferrar—fitar, flxar —
costellas. embutir, engastar.
Costado, costas, dorso, espinhaço, Cravo, prego —borbulha.
lombo — casco. Cré, greda— giz.
Costeiro, encosta, ladeira, subida Credro, amiudado, repetido.
Costumar, acostumar, afazer, ave- Crecença ouCrescença, acréscimo,
zar, habituar— («.) estar afeito, augmento — appendix — inun-
sohcr. dação.
Costume,habito, habitude, usança, Crecenle ou Crescente, cheia, en-
uso — m a n h a — maneira, modo, chente, inundação — corrente —
estylo — faro, vezo. esto, maré — meia-lua —topete
Costura, p o n t o s — cicatriz — ta- — fermento, levadura.
refa, trabalho. Crecer ou Crescer, augmentar-se,
Cola, saia-de-malha —apontamen- avultar, medrar, vingar — alon-
to, cilação, nota —sobrepelliz. gar-se, dilatars se — sobejar.
Cotar, acotar, apontar, designar, Crecimento ou Crescimento, ac-
marcar, notar. [frontar. crescentamento, augmento —
Cotejar, comparar, conferir, con- crescimento, engrandecimento.
Coteto, anão, baixinho, pequeno, Credito, assenso, crença, fe — es-
pygmeu. tima, reputação — auetoridade,
Coturno ou Cothurno, borzeguim, favor, poder — abono — con»
chapim. fiança — valimento.
Couce, pernada— pontapé.— pa- Creme, nata.
tada — cabo, fim — couceira. Crença, opinião, parecer — fe —
Courama, couros, pellame, pell». religião—confiança.
Couro, pelle. Crente, crédulo—liei.
Cousa ou Coisa, acção—negocio— Crepe, fumo.
bem — interesse — opinião — Jlrepitante, faiscante, scintitlante.
reflexão, de. [fugio. Crepitar, estalar—faiscar, scin-
Couto, abrigo, asylo, guarida, re- tíllar.
Cova , antro , cavidade, furna — Crer, acreditar — intender, julgar,
gruta, l a p a — buraco, fossa - pensar —liar-se — persuadir-se.
covil. Crespidáo, aspereza, escabrosidade
Covil, cova — toca — abrigada, es« — encrespadura.
condrijo , ladroeira — choça , Crespo, áspero, escabroso — cra-
choupana.
Covo,
Coxear ,11
vacillar. 1. fundo.
concavo,
manquejar — claudicar, Cresta
rapina.
vado,, crivado,
carapinhado,
crestadura
revolto—ouriçado.
empennado—en-
— coucuçào
- ,
74 CRI CUL
Crestar, chamuscar — resiccar — Crocodilo, jacaré — caimío.
cslinhar — pilhar, roubar, sa- Cru, áspero, austero, severo —
quear. cruel, deshumano — indigesto —
Criação ou Creação, alimento, sus- imperfeito.
tento — educação, ensino — in- Crucificar, immolar — maltractar,
fância — principio. mortificar.
Criado ou Creado, moço, servente, Cruel, bárbaro, diro, inhumano —
servidor, servo — fâmulo—(adj.) impio — tyranno — atroz — fe-
educado — nutrido. rino, feroz, truculento — impla-
Criador ou Creador, D e u s — (adj.) cável , inexorável, inflexível —
almo — gerador. sanguinolento, sanguinoso—cru,
Criança ou Creança, infante, m e - fero, inclemente — bruto, sevo.
nino — cria — creação, educa- Crueldade, crueza , fereza, feroci-
ção — (adj.) novo, pequenino. dade, furor — atrocidade — im-
Criar ou Crear, alimentar — edu- piedade — barbaridade, deshu-
car — estabelecer, fundar, insti- manidade, immanidade. inhuma-
tuir — causar — produzir — nidade, sevícia, tyrannia — hos-
erigir — edificar — fomentar, tilidade.
nutrir. [duzir-se. Cruento, ensanguentado, sanguen-
Criar-s, ou Crear-se, nascer, pro- to — sanguinolento, sanguinoso
Criatura ou Creatura, pessoa — — atroz, cruel, inhumano.
ente — feto — menino — apani- Crueza , indigestão — crueldade,
guado. ferocidade, inbumanidade —
Crido, acreditado. rigor.
Crime, culpa, delicto, falta — pec- Crusta, côdea, crosta.
cado — maldade — iniquidade— Cruzar, crucificar — encruzar —
impiedade, sacrilégio — a g g r a v o , bordejar, pairar — acutilar, na-
offensa — (adj.) criminal. valhar — cancellar, deriscar.
Criminador, accusador — calum- Cruzes, adversidades, tormentos,
niador. trabalhos, tribulações.
Criminar, aceusar, acriminar, cul- Cu, anus, sesso — nádegas, pousa-
par, inculpar. deiro, trazeiro — anca, garupa—
Criminoso, culpado, delinquente, fundo.
réo — facinoroso, malfeitor — Cuidado, afllicção, anciã, angustia,
malvado, perverso, scelerdoa. magoa, pena , sentimento, tris-
Crina ou Crine, clina, coma, crins teza — dessocego, inquietação
— juba — cauda. — allenção, precaução — des-
Crinito, crinigero — cabelludo , velo, diligencia, exactidão.
cornado. Cuidadoso, diligente, expedito —
Crista, pennacho, plumagem—(pi.) dessocegado, inquieto — cuido-
orgulho, suberba. so, pensativo — exacto — vigi—
Cristal ou Cryslal, vidro. ^ ; lante.
Cristallino ou Crystallino, elaro, Cuidar, velar, vigiar — considerar,
diaphano, límpido, transparente. reflectir — imaginar, pensar —
Cristel ou Crystel.adjuda, mezinha. suspeitar — excogitar, meditar,
Critica, censura — capacidade,dis- traçar — crer.
cernimento, gosto — discussão, 'Cuido, cuidado, imaginação, pen-
exame, juizo — crise. samento.
Criticar,
Critico,
Crivo,
Crivei,
cador. censurar,
joeira,
probavel,
aristarebo,critiquizar.
peneira.
verosímil. "Cuidoso,
censor, criti- Culpa,
Cujo,
Cmia, cuidadoso
— receioso,
doaggravo,
afllicção,
qual. — pensativo
suspeitoso,
offensa
angustia — —[balbo.
faila,
ira-
CUR DAM 75
peccado — crime, delioto —' Cursar, frequentar, seguir—andar,
erro, error. percorrer — observar, practicar
Culpado, criminoso, delinquente, — correr — passar — cagar.
réo. Curso, caminho, direcção, via —
Culpar, accusar, inculpar — crimi- carreira, corso — gyro — fre-
nar — arguir. quentação — progresso, propa-
Cultivador, cultor — agrícola, agri- gação — exercício — leitura,
cultor, colono, lavrador. prelecções — excremento — co-
Cultivar, agricultar, arar, lavrar — meras, dejecção.
adubar — aperfeiçoar, polir — Curteza , acanhamento — illibera-
exercitar — applicar-se, dar-se. lidade, mesquinheza — estrei-
Culto, adoração, prostração, vene- teza, limitação.
ração — acatamento, respeito, Curto, breve — pequeno — aca-
reverencia — honra, obsequio — nhado, tímido, vergonhoso —
dulia, lati ia — (adj.) enfeitado, conciso, lacónico, succinto.
ornado — polido. Curvadura , arcadura , curvidade,
Cultor, cultivador — adorador — dobradura.
exercitador, exercitante. Curvar, alcatruzar, arquear, do-
Cullura, cultivação, cultivo — or- brar, torcer.
nato — policia — culto. Curvo, arqueado, convexo, cur-
Cume,alto, cimo, sumidade —pico, vado, torto.
ponta — fastígio, zenith. Cuspo, saliva — escarro— baba,
Cumpridor, testamenteiro — (adj.) espuma.
executor, observante. Custa, despesa, dispêndio, gasto.
Cumprimento, execução, observân- Custar, penalisar— importar,valer.
cia— acabamento, complemento, Custo, despesa, gasto, "sutnpto —
fim, remate, termo. importe , preço — difficuldade,
Cumprir, acabar, effeituar, termi- trabalho.
nar — executar, observar, satis- Custodia, conservação, cuidado —
fazer— relevar, servir. guarda — prisão.
Cumular, accumular, amontoar, Custoso, magnifico, precioso,
apinhar — atestar, cogular, en- sumptuoso — caro — enfadonho,
cher. molesto, trabalhoso — difficil,
Cumulo, acervo, montão — monte difficulloso.
— cogulo. Cutelo ou Cutello,alfange, catana,
Cupido, A m o r . espada, sabre.
Cúpido, ambicioso, cubiçoso — Cutilada ou Cutellada , alfanjada,
desejoso. * catanada, espadeirada.
Cupola ou Cúpula, d o m o , zimbório.
Cura, parodio—curação, curativo. Dadiva , d o m , donativo, m i m o ,
Curar, mezinhar — sanear, sarar— presente—liberalidade — offerta
guarecer, remediar — limpar, favor, graça.
pensar — cuidar. Dadivoso, benéfico , dador, gene-
Curiosidade, cuidado, desejo — roso, liberal.
appetite — maravriha, preciosi- D a m a , matrona, senhora — amiga,
dade, raridade. concubina — meretriz.
Curioso, cuidadoso — estudioso — | D a m a ria. damioe.
novellista — extraordinário, ma-
Curral,
ravilhoso,
redil. aprisco,
Cursado,
practico , raro, bardo,
singular.
frequentado
versado. cercado,
— trilhado—
76 DAR DER
Damnaçao.condemnaçao —perda Dar-se, enlregar-se, render-se —
ruína. applicar-se.
Damnado, condemnado—malévolo Dardo, arremeção, farpão, passa-
— apaixonado, irado—arruina- dor, venabulo, virote, zargunclio.
do, corrupto — hydrophobo, rai- Data, epocha — dadiva, dom.
voso. Datile, tâmara.
D a m n a r ou Danar, condemnar, Deado, decanado.
sentenciar —apodrecer, corrom- Debaixo, per baixo, sob, sub.
per — perverte^ prevaricar — Debalde, baldia,frustrada, frustra-
damnificar — molestar, offender nea, inútil, vãmente.
— arruinar — reprovar —enrai- Debate, altercação, contenda, dis-
vecer. puta — controvérsia, questão
Damnar-se ou Danar-se, apodre- competência, opposição—porfia,
cer , azedar-se, corromper-se, teima — combate, conllicto, pe
perverter-se, prevaricar-se. leja —emulação.
Damnifieaçâoou Danificação, dam- Debater, altercar, disputar — bri-
no, prejuízo. gar, combater — contender, jus-
Dammlicamento ou Danificamen- tar.
to, damno, detrimento, quebra. Debater-se, agitar-se, estrebuxar-
Damnificar ou Danificar, arruinar, se, luctar.
estragar — prejudicar — iucom- Debellação, derrota , desbarato,
modar. rola — vencimento —conquista.
Damninhoou Daninho, damnifico, Debellar, desbaratar, destroçar—
damnoso, nocivo, prejudicial — assolar — domar, render, sub-
destructor. metter, sujeitar, superar, vencer
D a m n o ou Dano, detrimento, mal, — ganhar.
prejuízo — destroço , estrago — Debicar, lambiscar, provar.
perda. Débil, fraco , franzino , ténue —
Damnoso ou Danoso, nocivo, pre- brando, frouxo, laxo, molle.
judiciante, prejudicial. Debilidade, debilitação, debilila-
D a m o , amasio, galante, namorado. mento , enfraquecimento , fra-
Dança ou Dansa, baile, choreia. queza — afrouxamento.
Dançadeira ou Dansadeira, baila- Debilitar, enfraquecer, enfraquen-
deira, dançarina, saltatrice. tar —afracar, fraquear — abater,
Dançador ou Dansador, bailador, apoucar , attenuar , diminuir —
bailarino , dançante, dançarino. desalentar, desanimar.
Dançar ou Dansar, bailar, chaco- Débitos, obrigações — dividas —
tear, tripudiar— cabriolar, pu- I "'empenhos.
lar, saltar. Debruçar-se, acaixar-se, inclinar
Dantemão ou Dante-mão, anteci- | se — humilhar-se.
padamenta, antes, com prcven^ Debrum, bainha, orla, orladura -
ção. cercadura, galão.
Danlcs , anteriormente , antes , Debulhar, desgrauar — desfolhar
n'outro tempo, outr'ora, prece- esfolhar.
dentemente — ha pouco tempo, Debulho, barbas, casulos, praga-
pouco ha. nas, etc. — bandouba, devenlre,
D á q u e m , à q u e m , de cá, d'esta redenho.
parte, deste sitio. Debuxar, delinear, desenhar, riscar
D'aqui, d'este logar. — imitar, representar, retratar.
Darj
conceder,
—encontrar
causar,
cascar —outorgar
—occasionar
doar
In.)—produzir.
—prescrever
entregar
—achar, Debuxo
— Decadência ourisco
planta—4avor—bosquejo,esboço.
desenho, , Dibuxo,
declinação
— iconogiaphia,
delineação,
. descaí-
DEC DEF 77
mento — atrazo — queda, ruína. Declive, inclinado.ladeirento, pen-
Decantar , engrandecer, exagerar doroso.
—ponderar — divulgar, publicar Declivio, declividade, pendor.
— celebrar, exaltar, gabar. Decoada, barreia, cenrada.lixivia.
Decência, honestidade — recolhi Decorar, memorar — ennobrecer.
mento — decoro — compostura honrar, illustrar —adornar.
— conformidade, conveniência. Decoro , decência — gravidade —
Decente, decoroso —côngruo, con- credito, reputação — honra, res-
veniente, próprio — c a p a z — b o m . peito — (adj.) formoso — ho-
Decepado, corvado, separado—apa- nesto.
gado, Inepto, inhabil—deirotado, Decoroso , decente , modesto —
desbaratado, vencido. grave — honroso.
Decepar, amputar, cortar, mutilar Decorrer, andar — discorrer, per-
— desunir — truncar — abater, correr — correr — passar — es-
derribar — inhabiliiar. gotar-se.
Decidir , determinar , resolver — Decotar, desbastar, descoroar, des-
declarar, definir — julgar , sen- pontar , desramar , esgalhar —
tenciar — terminar. cortar.
Decifrar, interpretar — adivinhar, Decremento, baixa, decrescimenlo,
intender, penetrar — aclarar, ex- diminuição, mingoa — d e c a d ê n -
plicar — ler — desemmaranhar. cia, declinação.
Decimo, dezeuo. Decrépito, caduco, idoso, v e l h o -
Decisão, acordo, determinação, re- carcomido.
solução —deliberação—acórdão, Decrescimento, decremento, dimi-
aresto, sentença—juizo, opinião nuição, mingoa.
— decreto, lei, regulamento — Decretar, determinar, ordenar, re-
fim, terminação, termo. solver — julgar, sentenciar.
Decisivamente , definitiva, indubi- Decreto, deliberação, resolução —
tável, magistralmente. lei, mandato , ordem, ordenação
Decisivo ou Decisojio, decretorio, —decisão, estatuto, regulamento.
peremptório. Decretorio, decisivo, terminante —
Declamação,arenga, discurso, ora- crítico.
ção — gestos, pronuncia —affec- Decurso, lapso, suecessão — gyro.
lação — invectiva. Dedicar, offerecer, offertar — des-
Declamar, redtar — arrazoar, dis- tinar, dirigir — consagrar, inau-
correr , razoar — invectivar — gurar—sacrificar.
gritar, vociferar, vozear. Dedicatória, dedica.
Declaração, explicação, exposi«io Dedignar-se , desdenhar-se , des-
— manifestação , publicação — prezar-se — indignar-se.
depoimento , lestificação , lesti, Deducção, abatimento, deduzi-
munho. « mento,desfaleamento, desfalque,
Declaradamente, clara,descoberta ;y diminuição , substracção — illa-
expressamente. ção, inferência.
Declarar, explicar — manifestar— Deduzir, abater, descontar, dimi-
commentar, expor — articular, nuir—colligir, derivar,-inferir.
exprimir, pronunciar — eleger, Defecar, clarificar, depurar, desen-
nomear — denunciar. fezar, limpar, purificar.
Declinação , decadência — decre- Defectuoso, defeituoso, disforme,
mento, Jecrcscimo. imperfeito — incorrecto, vicioso.
Declinar,
se,
—goar.
dpropender
o b r descair—abaixar,
a r — peiorar—
— diminuir, min- Defeito,
inclinar-
descer macula—achaque,
desar,
tacha falha,
,labeo, balda,
mancha,
falta,
vicio.
nota,
imperfeição,
" defecto,
pecha,
78 DEF DFX
Defeituoso, imperfeito—vicioso — Defumar, a fumar, fumear— dene-
falto. grir, enuegrecer — aromatizar,
Defender, ajudar — amparar, fa- perfumar.
vorecer — auxiliar,' defesar, es- Defunto ou Defuncto. cadáver,
cudar, soccorrer—apadrinhar, morto —(adj.) acabado,exlincto
patrocinar, proteger — impedir, — cadavérico, fallecido — livido,
prohibir, v e d a r — guardar, pre- pallido — inútil — perdido.
servar — sustentar. Degelar, descaramelar, desenrege-
Defensa ou Defensão, amparo, pa- lar—descoalhar, derreter-se.
trocínio, protecção — adjutorio, Degenerar, bastardear — peiorar
auxilio , soccorro — escudo — — desbotar — afastar-se , des-
favor — abrigo, asylo, refugio— viar-se.
prohibição— apologia, justifica- Degolar ou Degollar , decapitar,
ção. descabeçar, jugular —matar.
Defensor, defendedor — padrinho, Degradação, baixa, deposição, des-
protector — advogado. tituição — aviltamento.
Deferir, despachar — responder — Degradado ou Degredado , degra-
respeitar — attender — ceder — duado, desauctorisado — banido,
obedecer — conceder, conferir, exiliado.
dar — demorar. Degradar ou Degredar, degraduar
Defesa, castello, força, forte , etc. — banir , desterrar, exiliar —
— amparo , protecção — resis- excusar.
tência — apologia, justificação— D e grado , c o m vontade, de boa
prohibição — devesa. mente, de boa vontade.
Defeso, defendido , livre — inter- Degredo,banimento,desterro, exí-
dicto, prohibido, vedado. lio, extermínio.
Deficiência, falta — falha, quebra. Deidade, divindade, n u m e n .
Definhar ou Definar, altenuar-se, Deíficação, apolheosis — consa-
emmagrecer. gração.
Definição, declaração, exposição — Deificar , divinisar , endeusar —
decisão. encomiar.
Definir, declarar, explicar — a p r a - Deiiico,Deíforme, divinal,divino.
zar, assignar, determinar. Deitar, estender, estirar — arreme-
Definitivo, explicatorio — decisivo, çar, botar, lançar — attribuir,
decretorio —final, ultimo. i m p u t a r — brotar — espalhar.
Deflorar,deshonrar, desvirgar, vio- Deixa, doação, legado.
lar— viciar — deslustrar. Deixação, abdicação , cessão, de-
Defluxo, catarro, delluxãn, fluxão. t.-uissão, renuncia.
Deformar, afeiar, desfigurar—cor- Deixar, largar, soltar — desempa-
romper, viciar. rar — abster-se, descontinuar—
Deforme,desfigurado—feio—torpe- consentir, permittir , tolerar —
informe—disforme, monstruoso* ! doar, legar—ceder, desistir.
Deformidade , fealdade — m o n s - Dejecção, camarás, curso.diarrhea,
truosidade — torpesa — irregu- fluxo-de-ventre.
laridade. Delação, accusação, criminaçío,
Defraudador, agadanhador, gatu- denuncia, denunciação.
no, ratoneiro—caloteiro, velhaco. Delamber-se, lamber-se, reque-
Defraudar, enganar, fraudar, lo- brar-se.
g r a r — agadanhar, gatunar. Delambido, lambido — affectado,
Defraudo,
Defronte,
cara, — a engano,
tunicediante,carão,
calote, fraude
fronteiro. — ga-
atratantice.
rosto, cara apurado.
a Delator,
Delatar,
denunciante.
accusar,
accusador,
denunciar, [nar.
denunciador,
malsi-
DEI. DEM 79
De ledo, eleição—escolha, selecção. Delicias, deleites, gostos, prazeres,
Delegado, commissario, deputado, regalos — voluptuosidade.
legado. Delicioso , aprazível , deleitoso,
Delegar , deputar, encarregar — gostoso , incantador — doce,
abandonar, ceder, transmittir. suave.
Deleitação, deleite, gosto, prazer. Delineação , representação — d e -
l)eleitar-se, apraz.er-se , compra- buxo,desenho,risco— bosquejo,
zer-se,deliciar-se, folgar, gostar. esboço — plano, projecto.
Deleitavel , agradável , aprazível, Delinear, descrever — debuxar,
delicioso, incantador— divertido traçar — gisar — projectar, [reo.
— sensual, voluptuoso. Delinquente, criminoso,culpado,
Deleite, "deldto, delicias, gosto, Delíquio, desalento, desfalecimen-
prazer, regalo — passatempo — to, desmaio.
sensualidade, volúpia. Delirar, desvariar, devanear, tres-
Deleitoso , agradável , deleitavel, variar — disparatar.
delicioso, Delírio, deliração, deliramento,
Deleixação, deleixamento, frouxi- desvario, devaneio, insânia, lou-
dão, molleza, tibieza— inacção, cura, tresvario — desacordo.
indiligencia, inércia — desappli- Delito ou Delicto, atientado, iniqui-
cação, descuido, incúria. dade — maldade — c r i m e — c u l -
Deleixado, descuidado, esmalmado, pa , falta , peccado — infracção,
remisso — indolente, priguiçoso transgressão.
— frouxo, molle. Delivrar-se, parir — desquitar-se.
Deleixar, afrouxar, enlibiar. Delonga, demora, dilação, mora,
Deleixo, ócio — descuido, negli- tardança.
gencia—desapplicação— frouxi- Delongar, atrazar, demorar, diffe-
dão, ignavia, incúria, inércia, iir. dilatar, pairar, retardar —
priguiça, tibieza. impedir, suspender.
Deletrear ou Delettrear, soletrar. Demandar, litigar — exigir — re-
Delgadeza , agudeza , delicadeza, querer, rogar — pedir— desejar
perspicácia, subtileza, viveza — — inquirir, perguntar.
finura, miudeza, tenuidade. Demandisla, demandador, d e m a n -
Delgado, esguio, magro — franzino dante, demandão.
— ténue — raro, subtil — deli- Demarcação, medição — limite,
cado, fino — leve. raia — baliza, marco.
Deliberação, determinação , pro- Demarcar, balizar, limitar.
pósito , resolução — consulta, Demasia, restante, resto, sobejo —
exame. 1% exorbitância, nimiedade, super-
Deliberado, decidido, determinado; fluidade — excesso, immodera-
resolvido — atrevido , ousado, ção — destemperança , intem-
resoluto. perança.
Deliberar, considerar, consultar, íomasiado, exorbitante, i m m o d e -
discorrer, julgar, premeditar — rado — nimio, sobejo, supérfluo
assentar, decidir, determinar, re- — descomedido — (adv.) excessi-
solver. vamente, [mandar-se.
Delicadeza , delgadeza , finura — Demasiar-se, descomedir-se, des-
tenuídade — melindre — fineza, Demencia, alienação , delírio, in-
m i m o — agudeza, subtileza. sânia — extravagância, loucura,
Delicado , delgado , franzino — mania — furor, phrenesi, trans-
Deliciar-se,deleilar-se,
subtil
quisilo
molle,tenro—débil,
——difficil.
hábil —delicioso,
reereiar-se.
mimosoex-— Demente,
porte.
Demérito,
— maníacodoudo, insensato, louoo
desmerecimenlo.
— furioso.
80 DEN DF.P
Demissão , abdicação , deixação , dicar, mostrar, significar — pre-
renuncia. sagiar — symbolisar.
Demisso, baixo, inclinado — abati- Densidade, bastidão, espessura —
do, humilhado. crassidão — condensação.
Demitlir , abdicar , renunciar — Denso, compacto, espesso— cras-
largar — despedir, licenciar. so, grosso.
D e m o , demónio, diabo, diacho. Dentada, mordedura, mordidela —
Demolir, aluir, arrasar, derribar, impropério— torquezada.
derrocar, desmantelar, destruir. Denuncia, aceusação, delação, de-
D e m ó n i o , d e m o , diabo — A s m o - nunciação —declaração, publi-
deu, Behemoi, Iielfagor, Belze- cação, [denunciador
bu!, Lúcifer, Satanaz — génio — Denunciante, accusador, delator
espirito, trasgo. Denunciar, declarar — aceusat
Demonstração, indicio, mostra — delatar — malquistar, malsinai
convicção, evidencia — argu- — denotar, indicar, significar -
mento, prova, testimunho. proclamar.
Demonstrar ou Demostrar, eviden- Deos ou Deus, Ahissimo, Creador-
ciar, provar. do-universo. Ente-supremo,
Demora, delonga, detença, dilação, Eterno, Omnipotente, Todo-Po-
mora, retardamento, tardança, deroso — divo, uumen.
vagar — espera. Deosa ou Deusa, dea, diva — mu-
Demorar, alongar, espaçar, pairar, lher bellissima — amada.
prolongar, retardar— deter, im- Deoses ou Deuses, divindades,
pedir, suspender. numes. [offerecer.
Demorar-se, deler-se, tardar, tar- Deparar, achar, encontrar — dar,
dinhar — ficar. Deparlir, conversar, practicar —
Demover, apartar, desviar — desa- (a.) distinguir, extremar — de-
possar — abalar, commover. marcar, dividir.
Demudar, commover, perturbar — Dependência, subordinação, sujei-
mudar. ção — obediência, vassallageai
Demudar-se, descorer, enfiar — — connexão, relação.
perlurbar-se, turbar-se. Dependente, inferior, subordinado,
Denegar, negar, recusar, refusar sujeito — vassallo — correlativo.
— arrenegar, renegar. Depender, pender — nascer, pro-
Denegrir, denegrecer, denigrar, ceder, provir — pertencer, ie-
ennegrecer, lisnar — diflamar, ferir-se.
infamar, manchar — desacredi- Dependurar, pendurar, suspender.
tar — desprezar. Deplorar, carpir, chorar, compa-
Denodado, desempedido, solto — decer, lastimar.
despejado — arrebatado, preci- Deplorável, lamentável, lastimoso,
pitado, rápido — animoso , artC miserável — abandonado, de-
ilido, intrépido, ousado. samparado.
Denodo, audácia, brio, denoda- Depoimento, declaração, deposi-
mento , ardimento , intrepidez, ção, tostimunho.
ousadia, valor — despejo desem- Depois, após, *pos.
baraço, desenvoltura, soltura. Depor, abdicar, ceder, largar —
Denominação, appellido, n o m e — apartar de si, deixar — confiar,
qualificação, tilulo — derivação. entregar—depositar —declarar,
Denominar,
Denotar,
Denotação,
indicio,annunciar,
cognominar, alcunhar,
nota,
designação, appellidar,
sobrenomear.
signal.designar,
indicação,
in- Deportado,
Deportação
proscripto.
exílio,
teslimunhar
proscripçâo.
,desterrado,
degredo
— privar,, tirar.
desterro,
exilíado,
DER DER 81
Deporte, desenfado, divertimento, Dorivar-se, descender, proceder,
recreio. vir— correr.
Deposição, abdicação — destitui- Derogação, abolição, abrogação
ção — depoimento, teslimunho. annullação.
Depositar,confiar, liar — entregar Derogar, abolir, annullar abater,
— pôr. diminuir.
Depositário, confidente, guarda. Derradeiro, postreiro, postrimeiro,
Deposito, consignação, deposição ultimo — novíssimo.
— borra, lia, sedimento — ab- Derramado, desencaminhado, per-
cesso, tumor. dido — diffuso, inconciso — de-
Deposto, destituído, expulso, re- cotado, desramado — disperso,
movido. espalhado, espargido — d a m n a -
Depravação, alteração, perturba- do — estendido — solto.
ção — corrupção—perversidade. Derramamento, derramação,effu-
Depravado, perverso, scelerado— são, espargimento.
dissoluto, estragado — desen- Derramar, entornar, verter — es-
freado , " díscolo, licencioso — palhar, espargir, lançar —desra-
vicioso — escandaloso. mar.
Depravar, adulterar, falsificar — Derramar-se, eslender-se — com-
corromper, inficionar—estragar, municar-se , espaJhar-se — en-
perverter, viciar. tornar-se, perder-se —afastar-se,
Deprecações, preces, rogativas, apartar-se — damnar-se.
rogos, supplicas — petições, re- Derrancar , arruinar , estragar —
querimentos. corromper, depravar.
Deprecar, implorar, pedir, rogar. Derrear, aleijar, render — desan-
Depredação, assolação — roubo, car, descadeirar, deslombar.
saque. Derreter-se, dissolvcr-sc, fundir-
Depredar, roubar, saquear — apre- se, liquidar-se — impacientar-se
sar — assolar, devastar — des- — desfazer-se.
povoar — destruir, talar. Derretimento, fundição, fusão, li-
Depressa,ligeira, prestes, prompta, quefacção.
velozmente. Derribadouro, alcantil, despenha-
Depressão, abatimento. deiro, precipício.
Deprimir, abaixar, abater, humi- Derribamento, caída, queda, ruína
lhar — envilecer. (ficar. demolição, destruição.
Depurar, alimpar, purgar — puri- Derribar, arrasar, arruinar, demo-
Depulação, embaixada. lir, derrubar, derruir, desmante-
Deputado, assignado, consignai») lar, prostrar — assolar, destruir,
— («.) agente, delegado, en- devastar.
viado — embaixador, plenipo- Derriçar, ataçalhar, rasgar—espe-
tenciário — ministro — residente. g daçar — r e m o r q u e a r —motejar,
Deputar, delegar, enviar, mandar zombar, zombeteiar.
— assignalar, consignar. Derrocar, abater, aluir, derribar—
Dereliclo, abandonado, deixado, arruinar, assolar.
desamparado. Derrota, r u m o — navegação, via-
Derisão, desprezo, escarneo, irri- g e m — caminho, jornada, pere-
são, ludibrio, mofa, zombaria. grinação — desberalo, desfeita,
Derisear, apagar, cancellar, riscar, rola.
trancar. Derrotado , desbaratado , rolo —
Derisor,
Derivação,
dor,
origem
mofador,
escarnecedor,
— etymologia,
deducção.
zombador.
escarnica-
formação, Derrotar
desanimado,
çar.
romper ,— desbaratar
desarvorar
quebrado,——fallido.
destruir
destro-,
82 DES DES
Derruir, arruinar, derribar, desbo- ria — desestima, desprezo, me-
roaf, desmoronar, destruir. noscabo— deshonra — desvene-
Des, desde. ração, irreverência.
Desabafadamente , aberta , deste- Desacertar, enganar-se, equivocar-
mida, folgadamente, se, errar, illudir-se.
nesabafamento, evaporação — de- Desacerto, cabeçada, engano, erro
safogo. — descuido, inadvertência.
Desabafar, arejar, descobrir — de- Desacobardar, acoraçoar, alentar,
sapressar, livrar—(n.) desafogar, animar. [brochar.
exnalar — alliviar. Desacolchetar , desabotoar , desa-
Desabalado, excessivo, immenso — Desacommodar, desarranjar — iu-
descompassado, enorme, gran- commodar — importunar.
díssimo. Desacompanhado, so, único— falto
Dessabar, arruínar-se, cair, tombar. — livre — ermo, solitário.
Desabitado ou Deshabitado, deser- !Desacompanhar, descompanhar—
to, despovoado, ermo, inhabila- ] desunir — largar, separar-se.
do, solitário. [voar. Desaconselhado, dissuadido — im-
Desabitar ou Deshabitar , despo- prudente, inconsiderado, temera-
Desabituar ou Deshabituar , des- Desaconsdnar, dissuadir. [rio.
costumar. Desacoraçoar ou Desacoroçoar,
Desabonar, abocanhar, desacredi- acobardar, desanimar,descorçoar
tar, diffama r. — (n.) desfallecer, desmaiar.
Desabono, descrédito, prejuizo — i Desacorda do, desconcordado, des-
quebra. conforme— dircorde, dissonante,
Desaborido ou Dessaborido, áspe- dissono—alienado, tonto, esque-
ro, desabrido. cido, [quecer-sc.
Desabotoar-se, abrir-se, desabro- Desacordar-se, deslembrar-se, es-
char, desdobrar-se. Desacordo , esquecimento — alie-
Desabrido , áspero, duro — Incle- nação , delírio — descuido, ne-
mente, intractavel, rígido, rigo- gligencia — desattenção — incú-
roso — aspérrimo — injucundo ria, inércia , priguiça — impru-
— insoffrivel, insupportavel, in- dência — enlevação, transporte
tolerável, acerbo , azedo — d e - — desavença, discórdia.
senxabido — agreste. Desacostumado, desusado, insólito
Desabrigar, desasylar—abandonar, — extraordinário.
desemparar. Desacostumar, desafazer,desave-
Desabrigo, desasylo — pardieiro — zar, deshabituar.
abandono, deixação. Desacreditar, desabonar — diffa-
Desabrimento, inclemência, intem- mar, mascabar.
périe — aspereza, dureza, rigor, Desadoração, aversão, detestação,
severidade —desprazer, dissabor ó d i o — impaciência.
— esquivança, seceura — azeduv Desadorado, desvenerado — impa-
me. ciente, raivoso.
Desabrochar, desapertar, desbro- Desadorar, desacatar, desvenerar
char, desprender — soltar-se. execrar — abominar, detestar —
Desabusar , desenganar — desen- (n) indignar-se, irar-se,irritar-se
casqiietar, despreoceupar , dis- — impacientar-se.
suadir. Desafazer, desacostumar, desave-
Desacatamento, desacato, desvene- zar, deshabituar.
ração
— —desattenção,
Desacato,
Desacatar,
zar desvenerar.
affronta,
desprezar, descorlczia.
aggravo, inju- Desaferrar,
menospre- rar desamarrar,
— largar, soltar. desanco-
Desaferrolhar,desferrolhar—soltar
— abrir.
DES DES 83
Desaffectaçâo, desaflocto.de-affci- displicência, dissabor, pena,
ção — naturalidade, singeleza. pezar.
Desallectado, liso,sincero, singelo. Desagravo ou Desaggravo, des-
Dtsaffecto, aversão, ódio — dcsaf- forra , satisfação.
feiçáo. Desairar, afeiar.
DcsaiiViçâo, aversão, ódio — d e s a - Desaire, indonaire — desar.
mor. Desairoso, desasado, desestrado —
Desaffeiçoar, desgostar, indispor. desagradável, desengraçado.
Desafiar, incitar, provocar— assu- Desajudar ou Desadjudar, desauxi-
lii i Par — buscar — embotar. liar, desfavorecer — empecer,
Desafio, duello —cartel — provo- estorvar, obstar. [nar.
cai; 10 — competência, requesta Desajustar, descompor, desorde-
— batalha, briga. Desalagar, desaguar, enxugar, es-
Desalugado, desalagado — d e s e m - gotar, seccar — despejar.
baraçado, livre — subccssivo — Desalentar, acobardar, desanimar,
alliviado , desabafado — espa- descorçoar — (n.) desmaiar.
çoso, largo. Desalento , cobardia , desacorçoa-
Desafogar, alliviar, desabafar — mento — desfallecimeiito, des-
desapertar— satisfazer — de- maio.
sembaraçar. Desalinho, desatavio, descomposi-
Desafogo, allivio, conforto, refri- ção, negligencia.
gério — folga, repouso — dis- Desaliviar ou Desalliviar, alliviar.
tracção. Desalmado, cruel, inhumano —
Desaforado, atrevido, insolente, scelerado.
petulante —desvergonhado, im- Desalojar, desaninhar — desapos-
pudente — licencioso. s a r — (n.)decampar —mudar-se.
Desaforamento , descaramento , Desamanhar , descompor, descon-
desvergonha — desaforo, petu- certar, desordenar.
lância— insolência, protervia. Desamar, aborrecer, odiar.
Desaforar-se, desmandar-se—des- Desamarrado, solto — desembara-
pejar-se. çado, despejado, livro.
Desaforo, insolência, petulância— Desamarrar, desatar, desprender,
ultraje — injustiça — despejo, soltar — desarraigar — desafer-
desvergonhamento, impudência. rar, desatracar.
Desafortunado, coitado, desditoso, Desamoestação, dissuação. •
desgraçado, infeliz, mísero. Desamoestar, desaconselhar, dis-
Dcsagastado, desenfadado — apazi- suadir.
guado, calmo — alegre. Desamor, desagrado —desaffeiçâo,
Desagastamento. desenfado. * desapego, desestima — esqui-
Desagasiar, desapaixonar, desen- vança, seceura—aspereza, desa-
colerisar, desenfadar. brimento, rigor — tédio.
Desagoar ou Desaguar, vasar — jjesamoravel, desdenhoso — ás-
desalagar, seccar. pero, duro. fsivel.
Desagradar, desaprazer, descon- Desamoroso, desamoravel —insen-
tentar, desgostar, desprazer — Desamparado ou Desemparado,
enfadar. abandonado, deixado — care-
Desagradável, desamoravel — des- cente, carecido, destituído, falto.
saborido, indigesto, insípido. Desamparar ou Desemparar,aban-
Desagradecido, ingrato. donar, deixar — privar — desa-
Desagradecimento,
lo, enfado
Desagrado,
mento, — desgosto,
ingratidão.
aspereza, desconheci- brigar
desprazer. Desamparo
desabrimcn- dono — — desarrimo
— miséria desassistir.
ou
— solidão.
Descmparo,
— desabrigo
aban-
8 li DES DES
Desamuado, desagastado, desem- i Desapossar, desempossar, despos-
bezerrado, desenfadado. sar, esbulhar.
Dcsamuar-se,desagastar-se,descn- i Desapprovaçào, dissentimento, re-
fadar-se. provação.
Desancar, derreai, deslombar — Desapprovar, condemnar, repro-
esparcar, maçar, moer. var — contrariar.
Desanchorar ou desancorai,ãesa- Desaprazcr, desagradar, desgostar.
f errar. Desaprimorado, grosseiro, incivil.
Desandar, recuar, retroceder, re- Desapropriar ou Desappropriar,
trogradar. alienar, separar, tirar.
Desangrar, sangrar (muito) — de- Desaproveitado, baldado , baldo,
bilitar, enfraquecer. infruetuoso, inútil.
Desanjmar, amedrontar, desacora- Desaproveitar , descuidar, des-
çoar, desalentar, desconfortar, prezar, negligenciar.
intimidar — ( « . ) fraquejar. Desar, defeito, falia, nódoa — des-
Desaninhar ou Desninhar, desalo- graça , infortúnio — desaire.
jar, expulsar. Desircado, desmarcado, desmesu-
Desannexar, desmembrar, desunir, rado, enorme , giganteo — des-
separar. conjunctado.
Desanojar, desagastar, desapaixo- Desarmado, desapercebido, falto
nar, desenfadar. — baldado, fruslrado — mal-for-
Desapaixonar, desagastar, desen- lalecido — inerme — desguarne-
fadar, socegar. cido, desornado.
Desaparecer ou Desapparecer, des- Desarmar, afrouxar, desapertar,
parecer, esconder-se, esvaecer- deseutesar — apaziguar, appla-
se, sumir-se — retirar-sc — voar car — desapparelhar , desornar,
— tresmalhar-se — morrer. despir — (n.) desconcordar, des-
Desaparelhar ou Desapparelhar, convir — disparar.
desirmanar, troncar — desjaez.ar Desarraigar, arrancar — extinguir,
—desarmar, desguarnecer—des- extirpar — expulsar.
membrar, estroncar. Desarranjar, confundir — pertur-
Desaparição ou Desapparição, de- bar — incommodar.
sapparecimenlo, dcsparição, su- Desarranjo, desarranjamento, in-
miço — tresmalho. [parar. c o m m o d o — desordem — confu-
Desaparlar, apartar, desunir, se- são, desarrumaçào — discórdia
Desapegar, arrancar, desgrudar, — dissipação, profusão.
despegar — largar — desunir, Desarresoado ou Desarrazoada,
soliar. despropositado, desrazoado, m-
Desapego, deixação, despego, re- «• justo.
nuncia—desinteresse — esqui- Desarrimo, desabrigo, desamparo.
vança, indifierença, séquidão — Desarrufar, desagastar, desatnuar.
desunião, separação. Desarrugar, desenrugar, despre-
Desapercebido, desprovido, fallí gar — alegrar.
— desarmado — descuidado. Desarrumação, desarranjo, descon-
Desapertar, afrouxar, alargar — certo, desordem.
desatar, desprender, soltar — Desarrumar, desarranjar, descom-
desabrochar. por, desconcertar, desmanchar,
Dcsapiadado ou Desapiedado, desordenar.
cruel, despidlado , implacável, Desarvorar, abaixar, abater, derri-
inexorável,
Desapoderar,
priar,
goroso, inllcxivel, rígido,ri-
privar.
severo.
desapossar, bar —— desmastrear.
desapro- ' Desasado
lado
dcsgeiloso descuidado,
ou — Desazado,
inepto.
negligente
desmase-

DES DES 85
Desasar ou Desazar, desancar, es Desatinado, estouvado, inconside-
pancar, maçar. rado, louco — insano.
Dcsasnar, adestrar, desemburrar. Desatino, delírio , demência, des-
Dosaso, descuido, desmazelo, ne- vario, insania.loucura—absurdo
gligencia — deshabilidade, incú- — furor.
ria — pobreza. Desavença, cizânia, discórdia, dis-
Dcsassisado, adoudado, estouvado, sensão — disputa, rixa.
extravagante, faluo, louco. Desaventura, desgraça, desventu-
Desassistir, desauxiliar, dessoccor- ra, infelicidade, infortúnio — a c -
rer — abandonar, desamparar. cidente, desastre.
Desassombrar, desassustar desme- Desavenlurado, desgraçado, infe-
diontar — alentar, animar — liz, mesquinho, miserável— ma-
tranquillisar. ligno, molíssimo, perverso.
pesassossegar ou Desassocegar, Desavergonhado, descarado, des-
dessocegar, inquieiar, perturbar. pejado, desvergonhado , impu-
Desassossego ou Desassocego,des- d e n t e — insolente, petulante.
socego , Inquietação , perturba- Desavergonhamento ou Dcsver-
ção, lurbaçâo—cuidado —afllic- gonhamento, desaforo, insolên-
ção, anciã, angustia, pena,pezar, cia — despejo , impudência —
tristeza — desordem — impa- atrevimento , ousadia — petu-
ciência. lância.
Desastrado, desgraçado, infelice — Desavergonhar-sc ou Dcsvergo-
calamitoso, funesto. nhai-se, despejar-se— desman-
Desastre, desventura, infelicidade, da r-se
infortúnio — calamidade, catas- Desavesarou Desavezar, desacos-
trophe, desolação, ruína. tumar, desafazer.
Desatar, desnodar — desprender, Desaviamenio, desleixo, negligen-
s o b a r — diluir, dissolver — der- cia — estorvo.
reter — despregar. Desaviar, desencaminhar —baldar,
Desataviar, desenfeitar, desornar. frustrar
Desatavio, desalinho,desconcerto, Desavindo, discorde, malavindo,
desenfeite. malquistado.
Desatenção ou Desattenção, abs- Desavir-se, desconcertar-se— dis-
tracção, desacordo —distracção concordar, discordar.
— desdém — grosserria, impoli- Desavisado, desassisado — impru-
dcz. dente, indiscreto.
Desatencioso ou Desaltencioso, Desbancar, avanlajar-se, exceder,
dcscorlez, incivil. w sobrepujar, superar.
De-atenderou Desallender, insid- Desbaratado, derrotado, desfeito,
iar — menosprezar — desprezar, destruído — desordenaria, dissi-
negligenciar. pado — confuso—desmantelado,
Desalentado ouDcsattentado, atráP devastado — profligado — exlir-
bfillioado, estouvado — impru- pado — perdido — devasso, dis-
dente, inconsiderado — adouda- soluto — arruinado , pobre —
do, aloucadn, aluado — descau- desapparelhado , desprovido —
telado, descuidado — desallento, disparatado— diminuído.
incivil. Desbaratador, arrasador, arruma-
Desatentar ou Desattentar,descui- dor, assolador destruidor—dis-
dar, negligenciar. sipador.
Desatento
distraindo 1ou
11.—Desattenlo,descuido,
inadvertancia,
deseortezia, grosseria
incivil,
inconsideração—
inurbauo.
— (adj.) Desbaiatar,
destroçar
dissipar
desfazer, —destruir
, debellar
romper »—, derrolar
estragar,
—desperdiçar,
perder
arruinar,
—,
86 DES DES
a p a g a r — c o r r o m p e r — alienar, repouso, socego — commodo —
despender. folga, ócio, ociosidade—deleixo,
Desbaratar-se, arruínar-se, desfa- inactividade, inércia.
zer-se, deslruir-se. Descante, m a c h i m — concerto, se-
Desbarate ou Desbarato, desperdí- renata — alvorada — baboseira,
cio , dissipação — debellação, tolice.
derrota, destroço, rota — des- Descarado , atrevido , desfaçado,
truição, estrago, ruína—matan- des.crgonhado, impudente.
ça. Descaramento, atrevimento, desa-
Desbarbado, imberbe, lampinho. foro, desvergonha, impudência—
Desbastar, adelgaçar,desengrossar ousadia.
— alhanar, aplanar — desemba- Descarga, descarrega — banda,
raçai", desenredar — desramar. surriada , salva (d'arlilheria) —
Desbocado ou Desboccado,deslin- apologia , desculpa , defesa —
guado, maldizente , praguento, absolvição — pagamento — pur-
satyrico —desenfreado. Ra.
Desbòcar-se ou Desboccar-se, de- Descargo, desobrigação — apolo-
senfrear-se— maldizer, prague- gia, defesa, desculpa —justifica-
j a r — laramelar. ção, satisfação,
Desbotar , descorar , deslustrar , Descarnado, macilento, magro —
desluzir, desmaiar — (n.) desdi- desapegado —árido, secco.
zer, desmerecer — desafiar, em- Descarnar, enimagrecer — escar-
botar. nar, escaveirar.
Dcsbuchar, desembuchar — desco- Descarregar, desfechar, disparar—
brir, manifestar. desonerar , libertar — absolver,
Descabeçar, decapitar, degollar — eximir, livrar—(n.)empregar-se,
diminuir, vasar — especoçar. alliviar.
Descabellar, destoucar — desgre- Descartar - se , desculpar - se, —
nhar, despenteiar, escabellar, deixar-se, privar-se.
csgadelhar. Descavalgar, apear-se , descer —
Descadeirar, derrear. (n.) desmontar.
Descahida ou Descaída, cabedella Descendência , estirpe, geração,
— queda, ruína—dicto—replica. nascimento, netos, posteridade,
Dcscahir ou Descair, decair, decli- progénie, prole , prosápia, * se-
nar — cacear. roei, vindouros.
Descambadella , descatnbação — Descendentes, posteridade, progé-
chiste — bufoneria, galanteria, nie, vindouros.
despropósito. Descender, baixar, descer — deri-
Descambar, cair — escorregar — var-se, proceder, provir, vir.
cambiar, escambar, trocar. Descer, abaixar, baixar—declinar
Descaminho , desvio , extravio — — descender, vir — (a.) abater,
devassidão. t arriar.
Descampado, deserto, ermo, soli- Descida , calçada, costa, declivio,
dão — plaino, planície. encosta, ladeira.
Descançadoou Descansado,quieto, Descoalhar, derreter, liquidar.
socegado, tranquillo — ocioso — Descoberta, descobrimento—acha-
pausado, phlegmalico — roncei- do, invenção, invento.
ro, vagaroso. Descobertamente, clara, declarada,
Dcscançar ou Descansar, ajudar, desembuçada , desenganada-
Descanço
—alliviar—
tar-se
respirar
— ouflar-se,
(n.)
Descanso,
— repousar—dormir
apoiar quietação.
se, encos- Descoberto
franco,
menle.
cautelado sincero
, —despido,
indeefso
— aberto,
nu ,—raso
desa-
desa-

DES DES 87
brigado — manifesto , patente, discordância , discrepância —
reconhecido. desunião.
Descobridor , espia — explorador Desconcordante, discorde, disso-
— inventor. nante, dissono — contrario, on-
Descobrir, avistar, descortinar — posto — dissimilhanle — con-
achar —manifestar, patentear— trariador, contrariante. [par.
divulgar — explorar — espiar, Desconcordar , desvairar, discre-
observar — declarar, revelar — Desconfiodn, suspeitoso — agasta-
desencerrar — inventar. do, enfadado. [peita.
Descocado, atrevido, confiado, li- Desconfiança, medo, temor — sus-
cencioso. Desconliar, receiar, suspeitar, te-
Descoco,atrevimento, audácia, de- mer.
saforo, descaramento, despejo, Desconformidade , incoherencia ,
impudência, ousadia. incompatibilidade — descordan-
Descomedido, immoderado—des- cia, desvairo — desunião.
proporcionado, excessivo. Desconfortar, desalentar, desani-
Descomedimento , immodestia — mar — desconsolar.
intemperança— soltura. Desconforto, desalenio, desanima-
Descomodo ou Descommodo, des- ç.io—desconsolação, desconsolo.
commodidade, incommodo. Desconhecer, desgradecer—negar.
Descompassado , desmesurado , Desconhecido, ignoto, incógnito—
grandíssimo — excessivo — des- desagradecido, ingrato.
proporcionado, irregular. Desconhecimento , ignorância —
Descompor, desarranjar, desorde- desagradecimento, ingratidão.
nar — desornar — baldar, frus- lesconjuntar ou Desconjunclar ,
trar— afrontar, injuriar, insultar deslocar —desencaixar— desen-
— perturbar —alterar, corrom- g o n ç a r — desmanchar.
per, viciar. Desconjuntura ou Desconjunclura,
Descomposiçào , desalinho — d e - deslocação—desconjunçáo, des-
sarranjo , desconcerto — des- conjunclamento.
compostura — desordem — dis- Desccosagrar, profanar.
córdia. Desconsolação , afllicção , pezar,
Descomposto , desalinhado , des- tristeza — desconforto, descon-
concertado — indecente — con- solo.
fuso, dasarranjado — desornado Desconsolado, afllicto, desgostoso,
— dissonante, horrisono — des- triste— insípido.
symmetrico. Desconsolar, affligir, entristecer,
Descompostura, immodestia, inHe- mortificar— desconfortar, [nuir.
cencia— injuria, insulto—«Je- Descontar, abater , deduzir, dimi-
salinho, desatavio. Descontentamenlo, desprazer, dis-
Desconcertado, desaceiado, desali- s a b o r — desgosto, pena, tristeza.
nhado — desmandado, devasso— «jJDescontentar, desgostar, dissabo-
desmanchado. rear — desagradar.
Desconcertar, confundir, misturar Descontente , desagradado , mal-
— desmanchar — in.)discrepar— conlente — afllicto, desgostoso,
tresvariar. triste — (pi.) amotinados , sedi-
Descoucerlar-se, desavir-se — des- ciosos.
manchar-se. Desconlinuação, cessação , inter
Desconcerto, descomposição, des- rupç 10 — infrequcneia.
Desconcordanria,
tolice
mancho
nião, —discórdia
—devassidão.
desordem
desconformidade
— despropósito,
— desu- Desconto,
Descontinuar,
suspender,
nuição — abata,
deficit,
infrequenlar.
cessar,
desfalque,
quebra—com-
interromper
dimi-
88 DES DES
pensação, satisfação — (pi.) de- Desculpa, coarctada, excusa, justi-
savenças—desgostos, dissabores. ficação — còr, pretexto.
Desconveniencia ; desproporção, Dcsculpar-6e, descartar-se, excu-
discrepância —mcoherencia. sar-se,justificar-se.
Desconveníenle, desproporcionado Desculpável, excusavel,justificavel,
— contrario, opposlo. perdoável.
Desconversavel, insociável, intrac- Desdém, desprezo— desabrimento,
tavel— enfadonho, incommodo seceura — esquivança — desat-
— desabrido. tenção — desalinho, descuido.
Desconvir, desconcordar, discor- Desdenhar, desprezar — apoucar.
dar, discrepar. Desdenhoso, desdenhador, despre-
Descorado, pallido — amortecido, zador — orgulhoso.
desmaiado, assustado, enfiado — Desdita, desgraça, desventura, in-
desbotado. felicidade, infortúnio.
Descorar-se, empallidecer — des- Desdilado, infeliz, mesquinho.
maiar, enfiar — desbotar. Desditoso, coitado, desafortunado,
Descorlez, desattento , incivil, in- desgraçado, desventurado,infe-
ui bano — rústico, villão. liz, infortunado.
Descortezia , impolitica , incivili- Desdizer, contestar, conlradictar,
dade, inurbanidade — grosseria, contradizer, desmentir— (n.) dis-
ruslicidade, villania. cordar, discrepar.
Descortinar, avistar, descobrir — Desdizer-se, contradizer-se, retrac-
ver — dominar. tar-se.
Descoser, cortar — desconjunctar Desdobrar, desenrolar , desinvol-
— desfazer —censurar, morder, ver, estender.
murmurar, Detdourar, abocanhar, desacredi-
Descostume , deshabito , desvezo, tar, diflamar— diminuir — des-
desuso. lustrar.
Descrédito , desdouro , deslustre, Desdouro, deshonra, deslustre, la-
mascabo — labeo — vileza, vili- beo, mancha, mascabo,vergonna.
Íxndio — affronta — desbonra, Desejar, anhelar, appelecer, cubi-
nfamia. car — requerer.
Descrever, desenhar,figurar,pin- Desejo, appetite, cubica, vontade—
tar — delinear, traçar — carac- empenho, pretençío , voto —
terisar , representar — definir , cuidado, mira — esperança.
explicar. Desejoso, appetecedor, appeliloso
Descrido, " descreudo, incrédulo— — ancioso — querençoso.
infiel. Desembaraçado, livre, safo, solto—
Descripção, debuxo, delineação, aclivo,ágil, despejado, expedito,
desenho, plano, pintura, repre- lesto — disposto, prompto.
sentação — definição, explicação Desembaraçar, dcsemmaranhar,
— enumeração. *• desempecer , desinvolver— de-
Descuidado, descuidoso, deleixario, satravancar — desencadeiar —
desmazelado , indolente , negli- expedir —safar.
gente, priguiçoso— excuso, oc- Desembaraço, denodo, ousadia —
culto, retirado — infrequentado. despejo, soltura — agilidade, vi-
Descuidar, negligenciar — esque- vacidade — facilidade.
cer, olvidar — descançar. Desembargar, despachar, expedir
Descuido, deleixo, desmazelo, ' es- —desembaraçar.
Descuidoso,
negligencia.
lado,negligente—desmaginativo.
cuido, esquecimento,
descuidado, desmaze-
incúria, Desembebedar,
Desembarque,
ca
borrachar,
ção. desembriagar.
descida,
desbebedar,dcsem-
desembar-
DES DES 89
Desemholçar, despender, gastar — do, recreativo — engraçado, ju-
explicar, manifestar. cundo.
Dcsembravccer, acalmar, apazi- Desenfadado,alegre, divertido, fa-
guar , aplacar , desagastar — ceto, jocoso — desenfastiado —
amançar, domesticar. pacifico, socegado.
Desembrulhar, desdobrar, desen- Desenfadar, desagastar, desenco-
rolar— desenfardar, desenfar- lerizar—divertir, recreiar, rego-
delar — desfazer, desinvolver. zijar — distrahir.
Desembuçar, descobrir, de.-rebuçar Desenfado, desagaslamenlo, dcscn-
— manifestar, patentear. fadamenlo — deporte, diverti-
Desemluirrar, desasnar — alegrar, mento, recreio — allivio, conso-
desenfadar, desentristecer. lação—igualdade, tranquillidade.
Desemmaranhar , desembaraçar , Desenfardelar, desemmalar,desen-
desenredar —decifrar. fardar — desembrulhar —desco-
Dosempachar , desatravancar, de- brir, patenteiar.
srmharaçar— despejar—alliviar. Desenfastiado, engraçado, faceto,
Desempeçar, desatravancar, de- jovial, lépido — agradável.
sembaraçar— livrar. Desenfeitar, desadereçar, desador-
Desempedir ou Desimpedir, de- nar, desataviar, desornar.
sembaraçar — abrir — facilitar. DcsenTezar, defecar.
Desempenhar , cumprir, satisfa- Desenfreado ou Desenfreiado, de-
zer. sencabrestado — livre, solto —
Desencadearou Desencadeiar, des- dissoluto, licencioso — atrevido
grilhoar — soltar — desligar, — immoderado.
desunir — desembaraçar. Desenfrear-se ou Desenfrciar-se,
Desencalmar-se, refrescar-se, re- desfrear-se — desmandar-se ,
frigerar-se — desafrontar se, de- desregrar-se — enlurecei-se —
sagastar-se. encolerisar-se, enfadar-se.
Desencaminhar, descaminhar, ex- Desenganado, aberto, sincero —
traviar— apartar —corromper, desabusado.
depravar, perverter. Desenganar-se, desabusar-se.
Deseocaxar ou Desencaixar, des- Desengano , desabuso — boa fé ,
conjunctar, deslocar. candura, franqueza,ingenuidade,
Desencerrar, libertar, soltar—des- sinceridade, singeleza.
cobrir, manifestar. Desengastar, desencastoar.
Desencolerisar ou Desencolerizar, Desengenho ou Desingenho, besll
apaziguar, desagastar, desenfa- dade, estupidez, tolice.
dar. „ Desengenhoso ou Desingenhoso,
Desencolher , abrir, desdobrar— estúpido, inepto , néscio, parvo,
alongar, estender — alargar. tolo.
Dcsencolher-se, desembaraçar-se, Desengonçar, desconjunctar.
despejar-se — eslender-se, ét- Desengraçado, desairoso, desasado
sinvolver-se. — injucundo—frieirão, insípido,
Desencolhimento , desinvoltura , semsabor.
despejo. Desenhador, debuxador, debuxan-
Desencontrar se, desencaminhar- te, desenhista.
s e — discordar, discrepar — dif- Desenhar, debuxar, delinear, tra-
ferençar-se, distinguir-se. çar — conceber,idear — inten-
Desencontro, extravio —despregar.
formidade, discrepância.
Desencoslar-se,
Descncravar,descvavar,
Desenfadadiço, agradável, descon-
desarrimar-se.
diverti- —tar,
Desenho,
jecto.projectar
sígnio,
ideia — ,resolver.
debuxo,'
empresa
, modelo dissenho,
.intento,
molde traço
—pro-
de-
90 DES DES
Desenterrar, dessolerrar — achar, Desfavorecer ou Disfavoreeer, o>-
descobrir. sadjudar—contrariar, encontrar.
Desentezar ou Desentesar,afrouxar, Desfazer, desmanchar — demolir,
bambar, suxar. destruir— deformar, desfigurar
Desenloação, desentoamento, dis- — abater, acanhar, apoucar —
sonância — fabordão. alimpar, privar, tirar — dissipar
Desentoado, desmusico, discorde, — desbaratar, destruir — soltar
dissonante, dissono. — annullar — depor.
Desenvolto , desacanhado — ágil, Desfazer-se, vender — alhear-se,
destro , expedito — descarado , privar-se — desembaraçar-se,
despejado, desvergonhado—im- livrar-se— dissipar-se —desem-
modesto. peçar-se, despejar-se — derre-
Desenvoltura, agilidade, desemba- ter-se, dissolver-se — acabar,
raço, ligeireza, promptidão — arrufnar-se, perder-se.
immodeslia — d e n o d o , hardideza Desfechado , aberto , descoberto,
— desencolhimento. destapado — desmarcado.
Desenvolver ou Desinvolver, abrir, Desfechar, abrir, destapar—assen-
desdobrar, estender — desem- tar, descarregar — (n.)disparar,
brulhar—desembaraçar, despe- rebentar — concluir — desarmar
jar — explicar — empliar. — desvanecer-se.
Desenxabido, dessa borido,insipido, Desfeita, debellaçâo, derrota —
insulso, sem-sabor — desengra- desculpa, excusa, pretexto — in-
çado, frieirão — desingenhoso. sulto — conclusão.
Deserto, descampado , ermo, soli- Desfeito, desconcertado, desman-
dão — retiro [adj.) abandonado, chado — magríssimo — delido,
despovoado, inhabitado,solitario. dissolvido — desatado — debili-
Desertor, fugitivo, transfuga. tado, enfraquecido — macilento
Desesperação, desesperança, de- — derrotado , desbaratado, roto
sespero — angustia, pezar. — baldo, frustrado — falto, min-
Desesperado, inesperado —raivoso goado — furioso, grande (vento).
— perro. Desfiado, derramado, espalhado —
Desestimado, abjecto, desprezado. desbaratado, vencido.
Desestimar, desprezar, menospre- Desfiar, desenfiar — desbaratar,
zar — detrahlr, menoscabar, vi- romper, vencer.
lipendiar, vituperar. Desfigurar, afeiar,deformar— de-
Desfalcamento, desfalque, diminui- salfeiçoar, mascarar.
ção, rebate. Desfiladeiro, garganta, passo, es-
Desfalcar, abater, diminuir. treito.
Desfalecer ou Desfallecer, fallar — Dessorar ou Deflorar, deshonrar,
desmaiar — esmorecer — decair. forçar, violar — deslustrar.
Desfalecido ou Desfallecido, desti- Desforrar-se, desquitar-se, forrar-
tuído, falto — enfraquecido, lan- ^ s e , indemnisar-se — desaggra-
guido. var-se.
Desfalecimento ou Desfallecimen- Desfrutar ou Desfructar, fruir,
to, desmaio, esvaecimento, syn- gozar — comer.
cope — intercadencia — abati- Desgabar, censurar, condemnar,
mento, fraqueza, langor — d i m i - deslouvar, despreciar, menosca-
nuição. bar, vituperar.
Desfavor ou Disfavor, desabono, Desgadelhar, descabellar, desgre-
descrédito, desvalimento — des- nhar, esgadelhar.
Desfavorável,
judicial
graça — —repulsa.
contrario,
desvantajoso, pre- Desgarro,
opposto. Desgostar,
raço, despejo.
brio,
descontentar
denodo, —desemba-
desa-
DES DES 91
hrir, enfadar — aflligir, morti- proporção — disparidade, irre-
ficar. gularidade, [dir.
Desgosto, descontentamento, dcs- Desimagiuar, desmaginar, dissua-
Ítrazer, dissabor, enfado — m o - Desimpedir, desembaraçar— faci-
esiia, trabalho —afllicção, pezar litar.
— fastio, nojo. Desinçar, limpar — destruir, ex-
Desgostoso, aborrido, descontente, tinguir.
triste — abatido, desanimado — Desinquietar, dessocegar, inquie-
dessaborido, insípido, insulso. tar — aflligir, agoniar, atormen-
Desgovernado, desregrado, dissi- tar, mortificar, penalizar.
pador, mal-rcgido, perdulário. Desinquieto, agitado, dessocegado,
Desgovernar-se , desmandar-se, inquieto — revoltoso, sedicioso,
desregra r-se. turbulento — cuidadoso — buli-
Desgraça, adversidade, desventura, çoso, traquinas, trefego, vivo.
infelicidade, infortúnio — acci- Desinteressado, desinteresseiro, im-
dente, desastre — calamidade — perlendente.
males. Desirmanar, desemparelkar, sepa-
Desgraçado, desditoso, desgracia- rar — truncar.
do, infeliz , mesquinho, miserá- Deslavado , descolorado , esbran-
vel, mofino - calamitoso, desas q u i ç a d o — desvergonhado, Im-
troso — aziago, funesto. , pudente.
Desbonestidade, impudicicia, las- Desleal, atraiçoado, deshumano ,
cívia, lorpeza — immodestia. infiel, perlido, traidor.
Deshonesto, impudico, inhonesto, Deslealdade, infidelidade, perfidia,
lascivo, obsceno, torpe. traição.
Deshonor, deshonra, infâmia, tor- Deslembrar, esquecer, olvidar.
peza , vileza — desdouro. Desligar, desatar, desnodar — des-
Deshonra, descrédito, desdouro, liar — d e s u n i r — desencadeiar.
deslustre — infâmia , labeo — Deslindar, aclarar, apurar, averi-
vilipendio, vitupério. guar , examinar — desemba-
Deshonrar, aviltar, infamar — in- raçar, [gucnlo.
juriar — profanar — desflorar, Deslingoado , desboccado , pra-
forçar Deslocadura, deslocação, diastrase.
Deshumanidade, barbaridade, bru- Deslocar , desconjunctar , desen-
talidade, inhumanidade, sevicia. caixar, deslaçar, desmanchar.
Deshumano , atroz , brutal, cru, Deslombar, alombar, derrear, d e -
cruel, duro, leroz, immisericor- sancar, estafar.
dioso, implacável, inexorável, Deslouvar, desgabar, vituperar.
inhumano, insensível, rigoTbsis- Deslumbramento, hallucinação -
simo cegueira, fllusSo.
Desídia, frouxidão, indolência, inér- Deslumbrar, cegar, hallucinar, of
cia , priguiça — madraçariafc fuscar — ennevoar, escurecer.
mandnice, ociosidade — de- Deslustrar, desbotar, desmaiar,
tença, vagar. murchar — desdourar.
Designação, assignalação, indica- Deslustre, abalimento , quebra -
ção — nomeação. macula, nódoa — desdouro ,
Designar, apontar, indicar, m o s - deshonra.
trar — eleger, nomear — assi- Desluzir, apagar, offuscar — eclip-
gnalar — depurar — determinar, sar — desdourar.
significar.
Desígnio,
Desigualdade,
jecto, tenção,
desenho
desigualeta,
vistas.
, intento, des- Desmaiar,desanimar—
pro- Desmaio,
lecer, esmaiar,
corar, enfiar
accidente, (n.l desfal-
— esmorecer
desbotar.
delíquio,—des-
des-
92 DES DES
fallpcimento, syncope — desa- Desmontar, desmotltar — desr-.i-
lento, desanimo, fraqueza. valgar (a artilharia) — (II.)
Desmamar, desleitar, destetar. apear-se.
Desmanchar, desfazer — descon- Desmoronar-se, derrocar-sc, der-
certar— desconjunctar, deslocar. ruir-se, desabar, desasir-sc, des-
Desmanchar-se, desunir-se, sepa- fazer-se, esbroar-se, sollar-se.
rar-se — deslocar-se — desman- Desmusico, desentoado, inharmo-
da r-se, desregrar-se. nico, insonoro.
Desmancho, confusão, desconcerto, Desnaturar, desnaturalizar.
desordem — desregra, desregra- Desnecessário, excusado, iuulil,
mento, dissolução — destempe- supérfluo.
rança — deslocação. Desnevar, degelar , descoalhar,
Desmandado, licencioso — infrene desenregelar.
descamado, esgarrado, perdido. Desninhar, desanínhar, expulsar.
Desmandar, contramandar, revogar Desnudar, desnuar, despir.
— atalhar, desfazer, desviar, Desnudez, desnudeza, nudez — mi-
empecer. séria, pobreza.
Desmandar-se, depravar-se, des- Desobedecer, recalcitrar — teimar
regrar-se— empolar-se(o mar). — rebellar-se, revoltar-se.
Desmantelar, abater, arrasar, ar- Desobediência, ínobediencia — re-
ruinar, demolir, derribar, des- calciliação, teima — rebeldia.
truir, cscoroar. Desobediente, inobediente — obsti-
Desmarcado, descompassado, des- nado , recalcitrante, teimoso —
medido, desmesurado, enorme— ! rebelde.
excessivo, illimitado, immode- Desobrigado , absoluto , isento ,
rado. livre.
Desmazelado, inepto, inhabil,inútil Desobrigar, absolver, eximir, exo-
— desasado — desalinhado—des- ( nerar, livrar—perdoar, remittir.
cuidado, negligente, priguiçoso. Desoccupado , desembaraçado ,
Desmazelo , deleixo , indolência, franco, livre — ocioso.
negligencia, priguiça — despres- Dcsoccupar, desembaraçar, despe-
timo , inaptidão — desalinho , jar, evacuar.
desaso. Desoffuscar, desassombrar.
Desmedido, desmarcado, desmesu- Desolação, assolação, destruição,
r a d o — descomedido — extraor- j estrago, ruína.
dinario. Desolar, arruinar, assolar, des-
Desmedir-se, desmandar-se, mal- truir, talar.
reger-se — descomcdir-se. De% rdem, desarranjo, desconcer-
Desmedrar, diminuir, míngoar — to, desmancho — atrapalhação,
decahir, declinar — peiorar — barafunda, confusão — revolta,
emmagrecer. tumulto. [bar.
Desmembrar, cortar, decepar, des- •desordenar, desconcertar, perlur-
troncar — desunir, separar. Desornar, desataviar, desenfadar.
Desmentir, contradizer— deslocar, Despachado, activo, diligente, exe-
desmanchar — enganar — dis- cutivo, expedito, presles.
cordar. Despachar, desembaraçar, despe-
Desmerecimenlo ou Demcreci- jar — enviar — acabar,findar—
mento, demérito — culpa, falta, aviar.
peccado. [tezia. Despachar-se, apromptar-se —
Desmesura
Desmesurado,agigantado,
passado,
desabalado, desmedido,
ou excessivo.
Desmezura,
enorme
descom-
descor- appressar-se,
— Despacho,
to,
mento,
sentença
fim—distracção
aviamento
—aviar-se.
decisão.
— —acaba-
are*-
DES DES 93
Desparar ou Disparar, descarre- diçado , gastador, perdulário,
gar, desfechar — arrojar—soltar. pródigo.
Despartir, dividir, espartir, sepa- Desperdiçar, prodigalizar — desba-
rar — lindar, terminar. ratar , dissipar, estragar — en-
Desparzir, espalhar — derramar, tornar — desaproveitar.
esparzir, verter. Desperdício ou Desperdiço , dissi-
Despedaçar, destroncar ~- dilace- pação, prodigalidade, profusão
rar, espedaçar, lacerar— atassa- — deterioração.
lhar, derriçar, espatifar, rasgar. Despereciniento,acabamento, con-
Despedida, adeus, despedimento s u m o — destruição.
— separação — conclusão , fim Despertar , acordar , espertar —
— baixa — demissão — retirada. avivar, estimular, excitar — de-
Despedir, expulsar — licenciar — senlorpecer.
enviar, mandar — despachar, Desperlo, acordado, esperto.
expedir— arreineçar,atirar, lan- Despesa ou Despeza , dispêndio ,
çar, vibrar. expensa, gasto —custo, importe,
Despegado, desapegado,desgruda- preço.
do — desamoravel — secco — Despeso, despendido, gasto — ne-
independente, isento, livre. cessitado— consumido, gastado,
Despegar-se, desapegar-se, des- m a g r o — diminuído.
collar-se, desgrudar-se — desaf- Despido, desvestido, nu.
feiçoar-se. Despiedade, barbárie, crueldade,
Despego , desapego — desaffecto, crueza, desbumanidade, feroci-
desaffeição, desamor — isenção. dade, rigor.
Despeito, cólera, ira, paixão — Despiedado, Despiedoso, bárbaro,
desprezo — m a u - g r a d o , re- cru, cruel, desalmado, feroz.
pugnância — pezar. Despir, desvestir — despojar —
Despeitoso, agastado , colérico , deixar.
enfadado, irado, raivoso. Desplumar, depennar, despennar.
Despejado, desembaraçado,desen- Despojar, esbulhar, espoliar — pri-
volto, lesto — denodado, resolu- var — tirar — despir.
to — vasio — descarado, desver- Despojo, espolio, tomadia — esbu-
gonhado. lho , presa — pilhagem , roubo,
Despejar, desencher, vasar — ali- saque.
j a r — desoecupar, evacuar Desj)osar-se, casar, receber-se.
Despejo, vasadura —desembaraço, Desposorio , esponsaes — boda ,
desenvoltura — denodo, ousadia casamento, consorcio, hymeneu,
— desacanbamenlo, deser^plbi- matrimonio, noivado, núpcias,
mento —audácia, descaramento, recebimento, união.
impudência — desvão. Déspota, despote, tyranno.
Despender ou Dispender, desem- Despótico , absoluto , arbitrário ,
bolsar , gastar — dar , produrir soberano, lyrannico.
— proferir. Despotismo, absolutismo, tyrannia.
Despendio ou Dispêndio , custo , Despovoado, deserto, deshabitado,
despeza, gasto — consummo. ermo, solitário.
Despenhadeiro, barranco, derriba- Desprazer, desagradar, desgostar,
douro , despenho, esbarrondo- enfadar — (Í.) afllicção , dôr ,
neiro. precipício. pena, pezar.
Despenhar, precipitar. Desprazimento , desagrado , des-
Desoerciçador»
Desperdiçado,

perdiçado
mimoso,, valido.
pródigo
mal-gastado
dissipodor,
— amoroso
esper-
— es- Desprazivel,
Despregar,
toso. dissabor,
gosto, desencravar
desagradável,
moléstia.
~ abrir
degos-

94 DES DES
desenrolar, desfraldar — desfe- Dessemelhante ou Disslmilbante,
rir - desabrochar. diflerenle, diverso. |çlo.
Desprender, soltar — desatar. Dessocego, desassocego, inquiela-
Desprender-se, soltar-se — apar- Destampado, despropositado, ex-
tar-se, separar-se. travagante, louco.
Desprevenido, desapercebido, des- Destampar, despropositar, dispa-
cuidado, impróvido, incauto. ratar — encolerizar-se, enfadar-
Desprezar, conculcar, desestimar, se, enfurecer-se.
menosprezar, postergar. Destemido, arrojado, audaz, cora-
Desprezível, abjecto.contemptivel, joso, denodado, Impávido, ou-
desprezável, ignóbil, vil. sado — precipitado, temerário —
Desprezo , desestima , desestima- imperturbável — generoso.
çâo, menosprezo — affronta, ag- Destempera, desavença, desordem,
fravo, contumelia, injuria, lu- discórdia — briga, pendência.
ibrio, opprobrio, vilipendio — Destemperado , desrousico , dis-
desattenção. corde, dissono — modificado —
Desprimor, descortezia. immoderado.violento—relaxado.
Desproporção, desigualdade, diffe- Destemperamento, intempérie —
rença — enormidade. camarás, dysenteria — desoonto
Desproporcionado , descompassa- — descoDCerto.
do, enorme, desigual. Destemperança,desordem, intem-
Despropositado, desapropositado, périe— glotonia — devassidão.
destampado, disparatado — ab- Destemperar, desafinar, discordar
surdo , desarrazoado, extrava- — desconcertar— diluir, mistu-
gante. rar.
Despropositar, destampar, destem- Destempero, intempérie — despro-
perar, enfadar-se, desarrazoar, pósito, extravagância, loucura—
disparatar. dissonância.
Despropósito, absurdo, destem- Desterrado, degradado, exiliado.
pero , disparate, extravagância, Desterrar, banir, degradar, exiliar,
impertinência, inépcia. eipulsar,extreminar,proscrcver.
Desprovido , desapercibido , falto.Desterro, degredo, exilio, exter-
Desquieto, agitado, dessocegado, mínio — descampado, ermo.
inquiedo, irrequieto. Destetar, desleitar, desmamar.
Desquitação, divorcio. Destinação, destino, fado — deli-
Desquitar-se, apartar-se, descasar- beração, projecto.
se, divorciar— desforrar-se, for- Destinar, assignalar, determinar—
rar-se (nojogo). apu içar, dedicar — dispor, pro-
Desquite, divorcio, quilamcnto — jectar.
Desramar. decotar. [desforra. Destino, fado, fortuna, sina, sorte
Desregrado , gastador , perdulário — desenho, fim, intento, propó-
— glutão, intemperante. sito — fatalidade — destinação.
Desregrar-se, desmandar-se — des- Destituição, carência, falta, priva-
pender, gastar. ção — desemparo—deposição.
Desregulamento, desconcerto, des- Destituído , desemparado — care-
mancho, devassidão. cente, desprovido, falto, privado
Dessabor ou Dissabor, descontenta- — despido, despojado — deposto,
mento, desgosto, desprazer, dis- removido.
plicência— desabrimento, enfado Destituir, desemparar , fallar -
—boruso,
moléstia
Dessaboridoou
discreto. —Dissaborido,
enjoo,
insípido fastio.
, insulso depor,habilidade,
— in- Destreza,
dissa- cilidade,
arto, privar, remover.
agilidade,
ligeireza expedição,
— perfeição—
industria, fa-
peri-
DES DES 95
cia , astúcia , finura, manha — Desvalido, abandonado, deixado—
prudência — politica. desgraçado, desgraciado.
Destro, astuto, cadimo, fino, ladino Desvalimento, desprivança, desva-
malicioso — ágil, industrioso — lia — desagrado, desfavor—des-
avisado, sagaz., subtil. graça.
Destroçar, dilacerar — desbaratar, Desvanecer, ensuberbecer — bal-
romper, arruinar, desmaiile'ar, dar, frustrar — esvaecer.
destruir — truncar. Desvanecer-se, entonar-se, entu-
Destroço , dosolação , destruição, far-se, inchar-se, vangloriar-se
ruina —desbarato, rota — mor- — baldar-se, frustrar-se — aca-
tandade, perda — cadáver, des- bar,findar,passar — dissipar-se.
pojo, ossada — (pi.) restos. Desvanecido , arrogante , presu-
Destronar ou Deslhronar, desen- mido , presumpçoso , vaidoso ,
llironizar, dethronar. vanglorioso — baldo, frustrado,
Destroncar, esgalhar, estroncar — — vão — despersuadido.
cortar, mutilar — d e s m e m b r a r — Desvanecimento, orgulho, ufania
desapparelhar, destroçar—trun- — presumpção, vaidade— frus-
car—desmanchar. tração.
Destruição, arrasamento , assola- Desvâa, aguas-furtadas —sótão.
ção, devastação, eversão, excidio Desvariado, diverso, vario — in-
— desbarato, rota — perda. constante, m u d á v e l — delirante.
Destruidor, arrasador, arrufnador, Desvariar, mudar, variar — deva-
assolador, destruetor, eversor. near , tresvariar — discordar —
Destruir, aniquilar, arruinar, asso- contrariar-se.
lar, consumir, devastar, estragar Desvario, delírio, desatino, extra-
— demolir, derrubar, prostrar— vagância, insânia, loucura, m a -
derrotar, desbaratar, vencer. nia — phrenesi, tresvario — d e -
Destruir-se, matar-se, suícidar-se sacerto — culpa, erro.
— desbaratar-se. Desvelado, acordado, attenlo, cui-
Desunião, desmembraçSo—rotura, dadoso, vigilante.
separação —desconformidade — Desvelar-se, esmerar-se — velar,
discórdia , dissensão , divisão , vigiar.
apartamento, divorcio —antifen. Desvelo, attenção, cuidado, desve-
Desunir, despegar, separar, soltar lamento, diligencia, vigilencia—
— desmembrar — divorciar — vigília.
desacordar. Desveneração, desacatamento, ir-
Desusado, extraordinário, sobre- reverência, [ciar.
natural — desacostumado , es- Desvenerar, desacatar, irreveren-
tranho — insólito, insueto, «usi- Desventura, adversidade, desaven-
tado. lura, desgraça, infelicidade, in-
Desuso, descnstume,infrequencia. fortúnio.
Desvairado, diversifico, encontra- Desavcnturado, coitado, desfortu-
do, inconsoanle— discorde, dis- nado, desgraçado, infeliz, mise-
crepai4e— desvariado — diverso rável, [pejo.
— inconstante. Desvergonha, descaramento, des-
Desvairar, desconcordar, discor- Desvergonhado , desavergonhado,
dar, discrepar —desvariar. descarado, despejado.
Desvairo, desavença, discórdia — Devergonhamento, desavergonba-
desconformidade — desconcerto, menlo, despejo.
desvario
Desvalia, — , variedade.
mento. desagrado,
desestima Desvestir,
, desvali- Desviado,
desfavor descrédito, pir. desnuar,
afastado,desnudar,
tante—não-conforme des-
apartado.dis-
— baldado,
96 DET DEV
baldo, frustrado — desencami- calumniar, Infamar —deslustrar,
nhado, extraviado. desluzir — diminuir.
Desviar, amover, apartar — recha- Detrimento, damnificação, damno,
çar — extraviar — dissuadir — perda, prejuízo — diminuição,
estorvar — furtar — baldar. quebra.
Desviar-se, desgarrar-se, extra- Devagar, doce. lenta, pausada,
viar-se, perder-se — esgueirar- vagarosamente.
se, fuitar-se, aparlar-se, sair. Devanear ou Devaneiar, delirar,
Desvio, ermo, retiro, solidão — desvariar — variar.
a p a r t a m e n t o — escapula, s u b - Devaneo ou Devaneio, desvaneci-
terfúgio— descaminho—estorvo, mento, vaidade —delírio, desi«a-
impedimento — frustração. rio, loucura.
Detença, dilação, mora, tardança— Devassa, averiguação,informação,
delonga, prorogação — vagar — inquirição.
atrazamento, alrazo. Devassado, aberto, descoberto, pa-
Detenção, demora, detença — r e - tente.
tenção. Devassador, devassante, inquiridor
Detençoso , lento , lenloso, vaga- — publicador.
roso — serôdio, tardciro,tardio, Devassar, indagar, inquirir —
(ardo. abrir, alargar — publicar, vulga-
Deter, demorar , suspender — re- rizar — corromper, debochar —
tardar, reter — pairar, suster — prostituir. [tituir-se.
impedir. Devassar-se, desaforar-se — pros-
Deterioração, corrupção— peioria. Devassidão ou Devassidade, debo-
Deteriorar, arruinar—(zi.) peiorar. che , dissolução , libertinagem,
Delerioridade, peioria. licença— prostituição — intem-
Determinação, decisão , resolução perança.
— m a n d a d o , ordem—decreto, di- Devasso, aberto, patente, publico—
ploma, estatuo — acordo, dispo- livre — dissoluto, estragado —
sição — limitação — terminação. prostituto —errado—largo, laxo.
Determinado, estabelecido — deci- Devasiação, assolação , estrago —
sivo,final— aprazado , fixo — destroço , destruição , ruína —
ousado, resoluto. despojo, esbulho, soque.
Determinar, assentar, decidir, re- Devastador, assolador, debellador,
solver— assignar, designar — despovoador — dessolador.
decretar, ordenar. Devastar, arruinar, assolar, des-
Detestação, abominação, execração truir, talar —depredar, estragar
—horror, indignação — d e s a d o - — pilhar, saquear.
ração—ircprwaçío. maldição. De#br, obrigação —connexão, cor-
Detestar,aborrecer, odiar — a b o - relação.
minar, execrar — desadorar — Deveras, indissimulada, seria, sin-
blasphemar. cera, veramente.
Detestável, abominável, execrando Deveza ou Devesa, defesa — cer-
—detestando, horrível — aborri- cado —pastagem, pasto — malto,
vel, odioso—nefando—maldiclo. selva.
Detracção, diflámação — calumnia Devido, justo, recto — (s.) equidade
—malendicencia — murmuração — justiça — dever.
— satyra. •Devisa , demarcação, divisão,
Detractor, detrahidor, diffamador, partilha.
maldizente, malcdico, murmura- Devoção, * Devação, cullo, reli-
Detrahir,
satyrisar
dor — censurador,
m—u racanhar,
m u r a rsatyrico.
— apoucar
censurar,
— feiçào,
gião — apego,
(j>t.) oraçõos,
oblaçãozelo
—reias.
piedade
— sujeição
— a f —-
DIC DIF 97
Devoluto, conferido, dado — de- Dictado ou Ditado, adagio, pro-
soecupado, vasio. vérbio, rifão, sentença.
Devorador, devorante, engulidor, Dictame, doctrina, regra — máxi-
garganlão — consumidor, de- m a , sentença —juizo, opinião.
vastador. Dictar, apontar, notar — ensinar,
Devorar, engulir, tragar — consu- insinuar, inspirar, suggerir —
mir, destruir — estragar, malba- ordenar, prescrever.
ratar. Díclerio, cliasco , chufa, molejo,
Devoto, beato, pio — affecto, af- pulha, remoque, sarcasmo.
feiçoado — dedicado, offerecido Dieta, abstinência , jejum, tempe-
— addicto. rança — assembleia , comícios,
Dia, claridade, l u z — (pi.) idade, juncta.
tempo. Diffamação, calumnia, deshonra,
Diabo, Belzebuth,Lúcifer, Satan— detracção , ignominia , infama-
demo, demónio, diacho — espiri- ção, infâmia, m a n c h a , oppro-
to, génio —(adj.) m a u , pérfido brio.
— sapienlissimo, vivíssimo. Diflamador, calumniador, infama-
Diabólico, diabolical , infernal — dor, maledico.
maligno, m a u . Diffamanle, deshonroso, ignomi-
Diabrete , diabinho — maligno , nioso, infamante.
travesso (rapaz'. Diffamar, calumniar, desacreditar,
Diabrura, feiticeria, malefício, sor- deshonrar , infamar , macular,
tilégio — m a l d a d e — peça, tra- opprobriar.
vessura. Diffamatorio, ignominioso , inlA-
Diadema, coroa — laureola — lau- mante, infamatorio, infame.
rel — faixa — império, reinado, Differença,dissimilhança, distinc-
soberania. ção, diversidade—desigualdade,
Diáfano ou Diaphano, claro.crys- desproporção , discrepansia —
tallino, límpido, transparente. contenda , controvérsia , desa-
Dial, diário, diurno, quotidiano. vença, discórdia.
Dialogo, coíloquio, conversa, en- Differençar, differenciar, dissimi-
tretém, practica. Ihar, distinguir — diversificar,
Diamante, brilhante, ' diamão — variar.
(adj.) insensibil. Dirferençar-se, desencontrar-se,
Diana, Hecate,Lua, Phebe. distinguir-se, diversificar-sc.
Diante, ante, perante. Differente, conlrario,desigual, dis-
Dianteira, vanguarda — fachada, crepante, dissimilhante, diverso,
frontaría, frontispício. ^ opposto.
Diário , gazeta , jornal — (aaj.) Differir, differençar, discrepar,
diurna), diurno, quotidiano. dissimilhar — (a.) demorar, di-
Diarista, gazeteiro, jornalista. latar, retardar — desterir, largar
Diarrea ou Diarrhea , camarás, (as velas).
lluxo-de-venlre, corrença. Difficil. árduo, difficuftoso— duro,
Diatribe , discurso , dissertação — penoso, trabalhosOj alcantilado,
censura, correcção, reprebensão. escarpado— caprichoso, extra-
Dicacidade, maledicência, m o r d a - vagante — pichoso, rabugento—
cidade. abstruso, escuro.
Dicção, expressão, palavra,termo, Difficuldade , custo, fadiga, tra-
vocábulo, voz — elocução, lin- balho — embaraço, estorvo, im-
guagem,
Diccionario,
111. pronuncia—
Diccionarista,
vocabulário. glossário, estylo.
lexicographo. lexicon, pedimento
Diflicultoso,
9 sição,
— duvida, , obstáculo
resistência
custoso,
objecção. — —oppo-
— difficil
repugnância
ar«
98 D1L D1R
duo, duro, espinhoso — embara- — aguçoso, expedito, promple
Diflidencia, desconfiança, [çado. — exacto, sollicito, vigilante —
Di flumlir, derramar, entornar, ver- attento, cuidadoso. [ção.
ter — espalhar. Dilucidação, explicação, illnslra-
Diffusão, derramamento, espargi- Dilucidar, aclarar, declarar, expli-
mento — prolixidade, verbosi- car, expor, illustrar.
d a d e — extensão. Diluir, delir, deslavar—humectar,
Diffuso, derramado , espalhado , desfazer, dissolver.
vertido— amplo, comprido, di- Diluvio , alluvião , cataclysmo ,
latado , extenso, vasto — enfa- cheia , inundação , torrente —
d o n h o , prolixo — distribuído, infinidade.
repartido. Dimanar, brotar, correr — nascer,
Digerir, esmoer , gastar — dissi- originar-se, proceder, sair, vir.
mular, pacientar, soffrer. Diminuição ouDiu.inuímenlo, per-
Digesto, cozido—digerido, esmoído da, q u e b r a — decremento, min-
— concertado, ordenado. goa — abate, desconto.
Dignidade , cargo, officio — e m - Diminuído, debilitado, quebranta-
prego, logar, posto — ierarchia do — subtraindo — desbastado.
— magistratura, presidência — Diminuir, minuir, tirar— abater,
prelazia — grandeza , honra , subtrahir — mingar, mingoar,
preeminência — mérito — gravi- minorar — apoucar, coarctar,
dade, respeito — decência. modicar —adelgaçar.
Digno, acredor, benemérito, ca- Diminuto, defraudado, falto — de-
paz, dino, merecedor. feituoso, imperfeito.
Dilação, delonga, demora, detença, Dinheiro, pecunia — moeda —
perlonga — vagar—interrupção. cabedal — bens, risqueza — ouro
Dilaceração, desmembramento, — prata — chelpa, china, choca-
despedaçamento, laceração, ras- Ihinho, quatrini.
gamento. Diploma, alvará, carta, despacho,
Dilacerar , espedaçar , lacerar — edicto, mandado, patente, provi-
rasgar, romper — cortar — ar- são — breve, bulia.
rancar — d e v o r a r — destroçar. Dique, adique, represa — difficul-
Dilapidação, dissipação, prodigali- dade, obstáculo.
dade.-profusão. [prodigar. Direcção, directoria, norma, regi-
Dilapidar , desperdiçar , dissipar, m e n — administração, governo.
Dilatação, alargamento, expensSo, Director, conduetor, guia — peda-
extensão , prolongação — rela- gogo —confessor — admiuistra-
xação. errr — m o r d o m o .
Dilatador, d e m o r a d o r — eontem- Direiteza, equidade, integridade.
porizador, temporisador — pro- lealdade , probidade, rectidão ,
pagador. sinceridade.
Dilatar, alargar, ampliar, ««tender Direito, lei—faculdade, jus —foro,
— alrazar, demorar- «longar, jurisdicçâo — equidade, justiça,
prolongar —differir—diffundir, razão — autoridade, domínio,
firopagar — rarefazer. poder, senhorio, vara — jirero-
ecçSo, affeição, amizade, amor, gativa, privilegio —jurisprudên-
ternura — caridade — benevo- cia — imposto, tributo — (adj.)
Dilecto, a m a d o , querido, [lenda. não-torcido, recto—(ao/o.) direc-
Diligencia,
Diligente,
actividade,
carruagem,
applicação, desvelo
activo, , eiactidâo
celeridade,
attenção,
coche.esperto
cuidado
pressa
, vivo t a m e nencaminhar,
—— Dirigir,
Direitura,
calmente. t e —direiteza
prohibidade, perpendicular,
—guiar
rectidão. —verti-
inteireza,
en-
nis DIS 99
dereçar, enviar — dispor, orde- dente , sábio — ingenhoso —
nar, regular — governar, reger agudo, perspicaz, subtil — ele-
— ensinar — tender. gante, eloquente, facundo — avi-
Dirigir-se , encaminhar-se — re- sado , intendido — cortezão ,
correr — reger-se. palaciano.
Dirimir, acabar, terminar — deci- Discrição, discernimento, inlendi-
dir, sollar —desfazer —annullar. mento, juizo — agudeza , s a l —
Diro, croel. circumspecçSo, prudência — ar-
Discernimento, distlncção, escolha bítrio, vontade, modéstia.
— juizo, gosto,penetração, pers- Discrime, differença.
picácia, sagacidade, tacto. Discriminar, distinguir, dividir,
Discernir, distinguir — conhecer separar.
dividir, separar — ajuizar, Discursar, ajuizar, arrazoar, dis-
julgar, resolver, semenciar. correr , raciocinar — pensar —
Discingirou Descingir,alargar,de- fallar, praclicar.
sapertar. Discurso, colloqnio, conversa, falia,
Disciplina, arte, faculdade, scien- practica, raciocínio, razoamenlo
cia — creação, educação, ensino, — arenga, oração — decurso,
instrucção —exercício — gover- espaço.
no, ordem, regra — policia — Discussão, contestação, controvér-
fusligação, maceração. sia — exame.
Disciplinar, educar, ensinar, ins- Discutir, argumentar — ventilar
truir — reger — dirigir — açou- — examinar, investigar— averi-
tar, fustigar. guar, ponderar. [rado.
Disciolinavel, dócil, flexível. Disfarçado, dissimulado — masca-
Discípulo, escholar, estudante — Disfarçar, dissimular, encobrir,
alumno — aprendiz — partidá- occuliar — contrafazer, fingir —
rio, sequaz. desfigurar, mascarar.
Díscolo, depravado. Disfarce, mascara — capa, rebuço
Discordância, dlsconveniencia — — dissimulo, fingimento.
dissonância. Dislate, disparate, loucura.
Discordante, dissonante, dissono Díspar, desigual, dissimilhante.
— antipathico, contrario, oppos- Disparatado ou Desparalado, ab-
lo — absono, discorde. [toar. surdo , extravagante , insensato,
Discordar, desconcordar — desen- louco — despropositado — iu-
Discorde , contrario , desavindo , connexo, incoherente.
opposto — dissonante , dissono Disparate ou Desparale,desbarato
— desconfoime, discrepante. — dislate, doudice, extravagân-
Discórdia , desavença , dissensão , cia, tolice, vaniloquio.
rixa , zizania — inimizade , ódio Disparidade, differença, dissimi-
— desunião , divisão — o p p o - Ihança, distineção, diversidade
sição. — desigualdade, desproporção.
Discorrer, discursar, raciocinar — Dispensação ou Dispensa, favor,
expor, tractar — examinar — indulto — despesa —administra-
percorrer. ção — distribuição, repartição.
Discrepância, differença , diversi- Dispensador, distribuidor, repar-
dade — discordância. tidor.
Discrepante, discordante, discorde. Dispensar,absolver,isentar, livrar
Discrepar, desconcordar — coníra- — distribuir, repartir — consu-
Discretamente,
Discreto,
dentemente.
dizer-seajuizado,
— apartar-se.
ingenhosa
judicioso, pru- Dispersão,
, pru- determinar,
espalhamento.
mir, despender,
desunião,
ordenar.
gastar,
separação
usar —
100 DIS DIL
Dispersar , espalhar , semear — 'Dissimulado, reíolhado, tredo —
distribuir. disfarçado, encoberto.
Disperso, derramado, espalhado. Dissimular, encobrir, occultar, si-
Displicência , aborrimento , desa- m u l a r — disfarçar,fingir— mas-
grado, descontentamento, des- carar, rebuçar.
gosto, desprezo, dessatisfação, Dissipação, desbarate, estrago —
noio. [graçado. prodigalidade, profusão — dis-
Displicente, desagradável, desen- tracção, inapplicação.
Dispor, mandar, ordenar — deter- Dissipador, estragado, gastador,
minar, resolver — arranjar — perdulário, pródigo.
entabolar , preparar — plantar , Dissipar, consumir, estragar, gas-
transplantar — depor — desfa- tar, malbaratar — prodigar —
zer-se. [se. perder — desfazer — dissolver.
Dispor-se, preparar-se, prevenir- Dissolução, devassidão, licenciosi-
Disposição,decisão, determinação, dade , soltura — evaporação,
ordem — capacidade, habilidade, exhalação.
talento — exórdio , narração , Dissoluto, deshonesto, devasso, li-
preparação , provas — animo , cencioso, solto — estragado —
v o n t a d e — arranjo, arrumação cassado, desatado, desfeito, irrito,
— alienação — arbítrio , discri- nullo, rolo.
ção — poder. Dissolver, desunir, separar — de-
Disposto , arranjado , arrumado lir, derreter, fundir — annullar
— apparelhado , preparado — — destruir, soltar.
prompto — apto, capaz — pro- Dissonância, desentoação, discor-
penso — deposto. dância — contrariedade, diffe-
Disputa, altercação, competência, rença, opposição.
contenda, controvérsia , debate. Dissonante, dissono, inconsono,
Disputar, altercar, contender, con- inharmonico — contrario, op-
testar, debater — controverter. poslo.
Disputavel, contestável, contro- Dissonar, dissoar — desconformar.
verso — duvidoso, incerto, in- Dissono, dissonante, dissonoro, in-
deciso, indeterminado, proble- consono.
mático. Dissuadir, desamoestar, descon-
Dissecar, anatomisar — cortar, selhar, despersuadir — apartar,
trinchar — decompor. desviar. [suasão.
Dissector, anatómico. Dissuasão, desamoeslação, desper-
Dissensão, desavença — discórdia. Distancia, apartamento, separação
divisão, zizania — discrepância. •r- ausência — afastamento, es-
Dissentaneo , discordante , re- paço, intervallo — excesso, van-
pugnante. tajem —differença.
Dissentimento, discordância, dis- Distanciar-se, afaslar-se, alongar-
crepância — desapprovação. se, apartar-se.
Dissentir, desconcertar, desconfor- Distante, afaslado, apartado, des-
mar-se, discordar, discrepar. viado, longe, longiquo, remoto.
Dissertação, diatribe, exame. Distillar, estiuar, gottear, gottejar,
Dissertar, arrazoar, discorrer, dis- pingar.
cutir. Dislincção, differença, dissimilhan-
Dissidência, divisão, separação. ça, diversidade — preferencia,
Dissidente,
Dissimulação,
disfarce,
folho. controverso,
forme, discorde.
fingimento,
Dissimulo, descon-
rebuço,
cacha, preiogaliva,
re- Dislinetamente,
mente.
ção
breza,
— clareza,privilegio
qualidade.
clara^ —estima-
evidencia
separada-
— no-
D1V DIZ, 101
Distincto ou Distinto, inslíncto — Divertido, desatlento, distrahido —
(adj.) differente, diverso — se- alegre, jucundo — brincão —
parado — claro — conspícuo, faceto.
eminente, insigne, preclaro — Divertimento, brincadeira, brinco,
abalisado, exlremado. entretenimento, folguedo, passa-
Distinguir, differençar, discernir— tempo, recreio — desattenção,
marcar — dividir, separar — as- distracção.
signalar, realçar. Divertir, alegrar, desenfadar, re-
Distinguir-se, assignalar-se, extre- creiar, regozijar — dislrahir —
mar-se — esmerar-se — desen- desencaminhar, desviar.
contrar-se, differeuçar-sc. Divicias, riquezas.
Distracção, dcsatlenção, inappli- Divida, debito — obrigação — de-
caçáo — descontinuação — di- ver — empenho.
vertimento, recreio. Dividir, apartar, desunir, separar
Distractivo, divertido, recreativo. — abrir, fender, romper — ras-
Dislrchido, desapplicado , desat- gar, salcar — repartir.
tento — abstracto — divertido— Divindade, deidade, deus, deusa,
dividido. numen.
Dislrahir, alegrar, divertir — de- Divino, saneio — deífico — sa-
sapplicar — desencaminhar, grado — celeste, celestial — so-
desviar. brenatural— admirável, extraor-
Distratar ou Distractar, abolir, an- dinário, maravilhoso, pasmoso,
uullar, cassar. portentoso, prodigioso, r a r o —
Distribuição , partição , partilha, cxcellente, singular — eximio,
repartição. perfeito — sublime.
Distribuir, dispensar, partilhar, re- Divisa ou Devisa, signal — insígnia
partir — dispor — dividir. — emblema, empresa — limite,
Districlo, alçada , jurisdicção, ter- marco, raia — m á x i m a , sen-
m o , território - capitania. lença.
Dislurbar, interromper, perturbar Divisão, discórdia, perturbação —
— alterar. desunião—repartição — par-
Dita, felicidade, ventura — fortuna, tilha — desmembramento, sepa-
prosperidade - contentamento, ração — destacamento.
satisfação — bonança — van- Divisar ou Devisar, abalizar, de-
tajem. m a r c a r — avistar, bispar, descor-
Dito ou Dicto, palavra — (adj.) tinar , enxergar, lobrigar —
antedicto, mencionado, referido, aprazar. [corde.
sobrediclo. % Diviso, dividido, separado — dis-
Ditoso , abençoado , favorável, Divo, divinal, divino — deífico, en-
fausto — prospero, propicio — deusado — (pi.) deuses, numes.
afortunado, feliz, venturoso. Divorcio, separação — abandono,
Diurno , diurnal, quotidiano. renuncia — desunião, rotura —
Diva, dea, deidade, deusa, divin- repudio.
dade. Divulgar, espalhar, publicar, vul-
Divagar, errar, vagamundear, garisar — assoalhar, descobrir,
vaguear. manifestar.
Diversão, desattenção, distracção Dixes, bonitos, brincos, jóias.
— digressão — divertimento. Dizer, annunciar, exprimir, mani-
Diversidade,
Diversificar,
Diverso, —differença, dissimi-
—Ihança—variedade—dislincção.
distincto
differente
mudar,
desconforme.
— variar.
outro, vario —festar
ordenar
tar, —— —orar,
asseguvar,
frisarnarrar, rezarsignificar
referir —— —celebrar
persuadir
explicar,
concordar, mandar,
con-
convir,

102 nnc DOM
aproveitar— allogar — motejar. Doçura, iluh nlgo, dulçor - gosto
Dizeres, delracções, mexericos, — suavidade — deleite . delicias
murmurações — apodos. — mansidão—benignidade, bon-
D ó , lueto, nojo — commiseração, d a d e — affabilidade— \pt.)Aon\,
compaixão, lastima, piedade — mimos, presentes.
afflicção, magoa, pezar, tristeza. Doença, achaque, enfermidade,
Doação, 'adoação, deixa, doa, le- mal, moléstia, m o r b o — indispo-
f;ado — benesse — d o m , líbera- sição — afllicção, soffrímeiílu.
idade, presente. Doente, acnacado, doentio, egro,
Doador, dador. enfermo, mal são, molesto, mor-
* Doairo, rosto, semblante, vulto. boso, valetudinário— indisposto.
Doar, dar, entregar — concedor, Doentio, achacado, achacoso, ca-
outorgar. chelico, enfermo, mal-são, mor-
Dobra, prega, ruga , vinco — do- boso.
brez — dobrão. Doer-se, lastimar-se, queixar-se—
Dobradiço, flexível—brando, dócil. compadecer-se, condoer se.
Dobrado, torcido, torto, voltado— Doeste, deshonra, injuria.
dobre — fornido — duplicado, D o g m a , mysterio — máxima, pre-
duplo — ambíguo , duvidoso , ceito — opinião.
equivoco. Dogo,alão, mastim, mollosso.
Dobradura , franzido , pregas — Dofo, dobrez, engano, fraude,
llexura — dobrez. logro, trapaça, velhacada.
Dobrar, curvar, vergar, voltar — Dolor, dòr.
commover, demover, mover — Dolorido, dorido.
passar — repicar — amansar, Doloroso, dorido, doroso — m o -
d o m a r — m u d a r — fortalecer, lesto, peno.-o — acerbo, áspero—
reforçar, accrescenlar, augmen- tormentoso— aílliclivo — lamen-
tar — voltar — duplicar, mul:i- tável, lastimoso — lacrymoso —
plicar, repelir-se. miserável, misero.
Dobre , dobrado — dissimulado , Doloso , enganador, enganoso,
não-sincero — enganador — fraudulen lo, insidioso, meu l iroso.
traidor, tredo — ambíguo, equi- Dom,dativa, donativo, mimo, pre-
voco. sente — doação — graça, mercê
Dobrez ou Dobreza, dobradura — — dote, prenda — talento — li-
dissimulação, dissimulo , fingi- beralidade — facilidade— titulo.
mento , refolho , simulhação — Domador, amansador — snhluga-
dolo, trapaça (adj.) dobre. . dor — debellador, vencedor —
Dobro, dobrado, dublo, duplo. conquistador.
Doce, açucarado, mellilluo agra- Uiimar , açaimar, amansar — en-
dável, ameno, aprazível, grato, freiar, rrfrear — debellar, sub-
suave — deleitoso, jucundo — jugar, submetter, superar, vencer
delicioso — brando. sopear, sujeitar.
Docel, espaldar— pallio— pavilhão. Domavel, amansavel, domesticav,
Dócil, brando , doce, tractavel — — subjugavel.sujeitavel.
obediente, submisso — flexível. Domesticar , amansar , domar -
Docilidade, brandira, doçura — costumar, familiarisar — abran
obediência , submissão — facili- dar, civilisar.
dade, flexibilidade. Domeslico , caseiro , familiar -
Documento, marima, preceito, manso — civil.
principio
— monumento
prova, — doctrina,
— instrumento,
instrucção Domiciliado,
ticia. testimuuho — indício, no- Domiciliar
sidir
dor, morador,
— estabeler-se.
se,estabelecido,
assistir,
residente.
morar,
habita-
re-
DOT DUR 103
Domicilio, casa, estancia, habita- Doudice, demência, loucura —
ção, morada - alvergue, pou- disparate, extravagância - Im-
sada — hospício — receptáculo prudência, temeridade.
— assento, residência. D o u d o , demente , louco, mente-
Dominação, auetoridade, domínio, capto , tonto — imprudente —
mando, poder—império, senho- embellezado, incarnado— alegro,
rio — soberania , superioridade. brinoão, folgasão.
Dominante , dominativo , impe- Dourado, áureo,aurífero, aurillao,
rante, rei, soberano — senhor— aurigero.
superior — [.adj.) influente, pre-Dourar, honrar — ornar — aditar
dominante. — realçar — encobrir, palitar.
Dominar, imperar, reger—mandar Douto ou Docto , sabedor, sábio,
— dirigir, g o v e r n a r — c o m m a n - sapiente, scienle — erudrr" —
dar — senhorear — descobrir, hábil, instruído, perito.
descortinar — refrear — influen- Doutor ou Doctor, mestre, profes-
ciar — prevalecer. sor.
Domingueiro, asseiado, limpo — Doutrina ou Doclrina, sabedoria,
melhor. saber — erudição , sciencia —
Domínio, estado, império, reino — disciplina, ensino, instrucção —
senhorio — m a n d o , poder — lettras — artes.
auetoridade — influencia. Dragão, drago, serpe, serpente. —
Dominioso, altivo, arrogante, im- soldado — belida — (adj.) feio,
perioso, suberbo. horrendo — insupportavel —
Donaire, anquiubas — airosidade, m a u — turbulento.
garbo,graça—discrição—chança. Dúbio, ambíguo, duvidoso,incerto,
Donairoso ou Donoso, agradável— vario, perplexo , suspenso, va-'
airoso, garboso. cillante.
Donativo, dadiva, d o m — oblação, Ducllo, desafio,' dueo — combate
offerta, otfrenda. liça, requesta — pundonor.
Donato, leigo. Duende, espectro, larva — d e m o
Dono, senhor — possuidor. nio — espiritu — trasgo.
'Donzel, m o ç o , rapaz — (adj.) Dulciíicar, adoçar, edulcerar.
brando, dócil. Dulcisono, doce.
Donzella, poncella, virgem. Dulçor, doçura—melindre, m i m o
D ô r , afllicção, angustia, desgoslo, Duplicação, repetição.
desprazer, dolor, mal, pena, pe- Duplicar, dobrar, redobrar — rei
zar, sentimento, tristeza. terar, repetir.
Dorido, sensível, sentido — dojjp- Duplo, dobro — dohrador.
rido, doloroso. Duração, dura, espaço, intervallo,
Dormente, adormecido, adormido tempo — decurso — continuação,
— entorpecido. permanência, perseverança.
Dorminhoco, dormidor, dormilão, Duradouro, durável—estável,per-
somnolento. m a n e n t e — aturador, firme, so-
Dormir, manar — dormitar — des- lido.
canço r, repousar — (s.) somno. Durar, continuar, persistir— exis-
Dormitar, adormecer, toscanejar- tir , subsistir , viver — aturar,
ei becear. permanecer, perseverar — re-
Dormitivo, somnifero. sistir, soffrer — dilatar-se, es-
Dorso, costado, costas, lombo. tender-se.
das
vantagens—
Dotar,
Dotes, ,doar,
excellencias,
prerogalivas
bens. parles,
prendar —, ornar.
qualidades,
pren Durável
Dureza,
estável,
austeridade,
lirmesa,
, firme,
duradouro
rigidez
solido.
solidez—aspereza,
—— duro
crueza,

104 ECO EI'F
deshumaniJade — constância, Economisar, poupar—reservar—
inflexibilidade. administrar, governar (bem).
Duro, forte, rijo , solido — firme, E c ó n o m o , administrador, mordo-
inllexivel — teimoso, testo—fer- m o — despenseiro.
renho — repugnante, resistente Ecúleo ou Equuleo,cavallete,polé,
diflidl — cruel, deshumano — potro.
áspero, molesto, pesado. Edacidade, sofreguidão, voracida-
Duvida, ambiguidade, incerteza — d e — glotonia.
iudeliberaçâo, indeterminação— Edax, comedor, comilão, gargan-
hesitação, suspensão — irresolu- tão, v o r a z — gastador.
ção, perplexidade, vacillação — Edificar, construir , fabricar, la-
objecção— altercação, contenda, vrar, levantar, planlar— estabe-
controvérsia, debate, disputa — lecer, fundar.
discórdia, dissensão. Edilicalivo, edificante, exemplar,
Duvidar, hesitar, vacillar—receiar, regular.
suspeitar, t mer — escusar, re- Edilicio, casa. palácio, templo —
cusar. lahrica —domicilio, habitação,
Duvidoso , ambiguo , equivoco — morada — composição.
dúbio, incerto — suspeito — pe- Edital ou Ediclal, caitaz— m a n -
rigoso — indeciso, irresolulo, dato, ordem, ordenação.
vacillante — casual, precário. Edito ou Edicto, decreto, ordem,
pragmática.
E Educação, creação, disciplina, en-
sino, instrucção.
Educar, crear, doctrinar, ensinar,
Ebriedade, bebedice, borracheira, instituir.
embriaguez. Efebo ou Ephebo , adolescente,
Ébrio ou Ebrioso, bêbado, borra- mancebo, moço, rapaz.
cho, embriagado, lemulento. Effeclivo, certo, real, verdadeiro—
Ebúrneo, marliloso—alvo, branco, eflicaz, positivo — existente —
cândido — liso. convincante — perseverante.
Eça,cenotaphio, mausoleo, sorco- Elfectuoso, eflicaz — effeclivo.
phago, t u m u l o — sepulcro. Effeito, cumprimento , realisação
Ecclesiastico , clérigo, padre, sa- — execução — fim—consequên-
cerdote— (adj.) cânon,canónico. cia, resulta—(pi.) roupa, traste*.
E c h o ou Ecco , resouo , retumbo, Effeituar , cumprir, encher , exe-
som, tom. cutar.
Eclipsar, escurecer , obscurecer, E Ç e m i nação, brandura, delicadeza,
offuscar — cobrir, esconder, oc- indolência, molleza.
cultar. Effeminado , adamado — mulhe-
Eclipsar-se, desapparecer, escon- rengo — delicado — m o l l e — vo-
der-se — ausentar-se. luptuoso — cobarde, fraco, m a -
Écloga ou Egloga, idyllio. ricas.
Economia, económica — direcção, I Effeminar, amollecer, enervar, en-
governo, regimen— parcimonia, I fraquecer — acobardar.
poupamento. Efferado, embravecido, enfurecido.
Económico, governado, poupado | Efficacia, aclividade , energia —
— moderado. força, poder, propriedade, vir-
Economisador , económico , pou- ' tude.
pado — parco, Efficaz,
i Effigie,
estatua
saudável.
figura,
afficaz,
— representação.
imagem,
certo, infallivel
retrato —
ELO EMB 105
Efftigio, desvio, escapula , oxcusa, Elogio , panegyrico — encómio ,
siihlerfugio. gabo, louvor — a p p r o v a ç ã o —
Effusão, derramamento, cspargi- recommendação.
mento — confiança. Eloquência, facúndia — rhetorica.
Égide, escudo, rodela. Eloquente, discreto, elegante, fa-
Egrégio, admirável, cxcellente , c u n d o — enérgico, nobre, palhe-
eximio, insigne,perfeito—nobre. lico, persuasivo.
Egro, achacado, doente, enfermo. Elucidação, clareza, esclarecimen-
Eirado, galeria, terrado, varanda. to, explicação, exposição.
Eito, ordem, serie. Elucidar, explanar, explicar.
Eiva, falha, fenda, racha — balda, E m a , abeslruz, grou.
defeito , falta , pecha — podre, Emanação , nascimento , origem,
podridão. principio —dependência.
Eivado, falhado, falho, rachado — Emanar, nascer, originar-se, pro-
bichoso, podre, defeituoso. ceder, sair, vir.
'Eixido, cerrado, horta, quintal — Embabacar, enganar, entreter, il-
Eixo.axe. [baldio. ludir.
Elche, arrenegado —apóstata. Embaçar, descorar, empallidecer—
Elegância, delicadeza, escolha, po- (n.) assombrar-se.
licia — aceio, limpeza — polidez Embaciar, deslustrar, desluzir, em-
— belleza formosura—graça. panar.
Elegante,discreto, polido — m e - Embaldor. embusteiro, enganador,
lindroso—airoso, bizarro, guapo trapaceiro.
— bello, galante, lindo. Embair, enganar, illudir, lograr —
Eleger,adoptar,oscolher, preferir. emheíecar.
Eleição, deleclo, escolha—designa- Embalar, acalentar, adormecer —
ção , elegimento , nomeação — divertir, empalbar, entreter, es-
sanctílicação, vocação. perançar.
Eleito ou Electo, escolhido. Embaraçar, enleiar — atalhar, es-
Elemento, massa, matéria — fun- torvar, impedir, tolher— e m m a -
damento, principio —(pi.) rudi- ranhar — atravancar, empachar
mentos. — incommodar.
Elenco, cathalogo,index, taboada. Embaraço, enleio, perturbação —
Elevação, altura —celsitude, gran- difficuldade , estorvo , impedi-
deza — exaltação, sublimidade— mento, obstáculo — empacho.
magnanimidade — cima , cume, Embaraçoso, difficil, espinhoso —
pico — cômoro, eminência — impidoso — importuno, incom-
orgulho, tumidez. modo.
Elevado, alteroso, alto — erguido Embaralhar , confundir , mesclar,
excellente, nobre, sublime — al- misturar — baralhar, perturbar.
tivo, orgulhoso. Embarhascar, atontar, entontecer
Elevar , alçar , erguer , levantar, — tropeçar.
subir — exallar, sublimar — en- Embarcação, embarcamento, e m -
levar. barque — nau, navio, vasilha,
Elmo, • almafte, capacete , casco, vaso — galeão, galera — barco,
cimeira, morrião. esquife — lenho, pinho, vela.
Elocução, dicção, enunciação, es- Embarcar-se, metter-se(em barco,
tylo, expressão, phrase. ele.) — entremetter-se, ingerir-
Elogiador, gabador, louvador — se — começar, emprehender.
Elogiar,
exaltar,
lisonjeiro—
— exaggerar.
gabar,
panegyricar,
panegynsta.
louvar—preconisar Embargar,
celebrar, I Embargo,
atalhar,
m i r — empatar.
obstar
penhorar,
empacho,
—tolher
sequestrar
estorvo
— repri-
— im-—
106 EMB EMB
pedímenlo, suspensão — duvida, Embirrar , obstinar se , porfiar,
opposição. teimar.
Embarque, embarcamento. Emblema, divisa, empresa — gr-
Embanancar , embaraçar — atas- rogllfico — allegoria, figura,
car, atolar. imagem, representação, sigiml,
Embarrancar-se, atalhar-se, en- symbolo, typo.
leiar-se — despenhar-sc. Embocadura ou Einborradura,
Embarrar, argillar — luctar — («.) barra, bocca, entrada, foz.
embicar, topar, tropeçar — (r.) Embocar ou Emboccar, enfiar,
galgar, trepar. entrar.
Embasbacar, embellezar-se, enle- Embolsar, arrecadar — pagar,
var-se — duvidar, hesitar. reembolsar.
Embate, chofre, choque, encon- Embolso, pagamenlo, reembolso.
trão, encontro, pancada, topada, Emboras, congraiulaçõcs. felicita-
tope, topetada, toque—marrada. ções, parabéns
Embaucar, embelecar, enganar — Emborrachar, embebedar, embria-
hallucinar. gar, inebriar.
Embaxada ou Embaixada, deputa- Emboscada, cilada, espera — es-
ção, legação — commissão. en- preita — artificio, engano —
cargo, messagem — noticia, nova bosque, floresta.
— aviso, recado. Embotar, botar, desafiar, rebolar
Embaxador ou Embaixador, agen- — amollecer,enervar, enfraque-
te, deputado, enviado, ministro, cer.
núncio — messageiro. Embrandecer, abrandar, adoçar,
Embebecer, embriagar — enlevar amollecer — enternecer.
— (r.) embasbacar-se. Embranquecer, branquear, caiar—
Embebedar, emborrachar, embria- curar, lavar — ,n.) alvejar —
gar, inebriar. encanecer, envelhecer.
Embebedar-se, chupistar. Embravecer-se, efferar se, emhes-
Embeber, banhar, ensopar, molhar pinhar-se, embravear-se , enfu-
— beber, sorver — encaixar, recer-se — encruecer-se — en-
melter — absorver, gastar — capellar-se.
encobrir. Emhravecimento, braveza, bravo-
Embebido, ensopado — encaixado, sidade, crueldade, ferocidade,
introduzido, medido — absorto, fúria. fselvar-M'.
enlevado — cevado. Embrenhar-se, emboscar-se, en -
Embelecador, enganador. Embriagar, embebedar, emborra-
Embelecar, embair — embellecer, char, inebriar.
embellezar. Embriaguez, bebedice, cabelleira,
Embeleco, embaimento — illusão ebriedade.
— estupefacção, pasmo — e m - Embrião, aborto, feio — anão, pi-
buste, engano, impostura. torro, pygmeu.
Embellezar, aformosear, alindar, Embridar-se, ensuberbecer-sc, rn-
embellecer — adornar, enfeitar, tonar-se — desaforar se.
ornar — allrahir, enlevar, in- Embrulhada, confusão, garabulha,
cantar. salsada — enredo, intriga.
Embespinhar-se, assanhar-sc, en- Embrulhador, intrigante, involve-
fadar-se, irar-se, irritar-se. dor. revolvedor — perturbador,
Emhezerrado, carrancudo , carre- turbulento,
Embicar,
gado —
Embicar-se
nhar-se, topar
amuado.
— censurar.endereçar-se.
, dirigir-se
iropeçar, —encami-
notar Embrulhar,
Embrulhamento,
entrouxar
nausear
raçar, perturbar
— encerrar
arrojar,
— confundir,
engulho,
—desgostar.
, involvcr
engulhar,
náusea,
emba-—
EMP EMP 107
Embrulhar-se, encapotar-se — çar, pejar — atalhar, estorvar,
anuviar-se , escurecer-sc , tol- impedir — sobrecarregar.
d.ir-se. Empacho, embaraço, obstáculo —
Emorulbo, involtorio — pacote, pejo.
Kouxinha. Empantanado, atascado, atolado—
Embruscar-se, auuviar-se, escure- (adj.) alagadiço, apaulado, bre-
cer-se, toldar-se — carregar-se joso,lodoso, pantanoso.
— cucolerisar-se, enfadar-se — Empantanar-se, acarvar-se, alas-
cnlrislecer-se. car-se, alolar-se — apaular-se,
Emlu n\ar. encaroucbar, enfeitiçar. encharcar-se.
Embuçado , disfarçado , dissimu- Empantufar-se, ensuberbecer-se,
lado — encoberto, incógnito, inllar-se.
occulio — rebuçado. Empanturrar-se, atulhar-se, far-
Emleii-ar-se, cobrir-se — disfar- tar-se — repimpar-se — desva-
çar-se, dissimular-se. necer-se, entonar-se, intume-
F.mbucbar, fartar, saciar. cer-se.
Embuço, bioco, rebuço — disfarce, Emparar, banhar, embeber, enso-
dissimulação, dissimulo. par, impregnar, molhar.
Emhinle, funil. limparedar-se, encerrar-se, entai-
Embuste, dolo, engano, falsidade, par-se —clausurar-se, enccllar-
mentira — trapaça, velbacada. se, redusar-se.
Embusteiro, fallaz, impostor, men- Emparelhar, ' igar, igualar — ir-
tiroso — velhaco — tratante , manar — jungir.
truão, tunante. [chetar. Empatar, embargar — embaraçar,
Embutir, atochar, incrustar, mar- suspender — atalhar, oppor-se.
Euicnda, correcção, lima, poli— Empate, embargo — indecisão, ir-
mento — reforma — escarmento resolução — opposição.
— satisfação — muleta. Empeçar, embicar, to par, tropeçar.
Emeudador, corrector. Empecer, atalhar, estorvar—dam-
Emendar, corrigir, polir, retocar nificar, prejudiciar.
— castigar, punir — vingar — Empecilho , empeço, estorvilho,
remediar — reformar — resar- estorvo, óbice, obstáculo, oppo-
cir. sanear — indemnisar — re- sição.
compensar. Empeço, empecilho, estorvo —
Emérito, aposentado — reformado * começo.
— invalido — jubilado. Empeçonhentar, envenenar.
Eminência, altura — alliveza, ele- Empedernir-se, empedernecer-se,
vação, sublimidade. * empedrar-se, pelrilicar-se —
Eminente, alto, elevado, suhido — endurecer-se.
grande — superior — excedente, Empedrador, calceteiro — Detri-
illustre. licador.
Emissário, espia, espião — guarda, Empedrar-se, empedernecer-se,
olheiro, vigia. pctiificar-se.
Emmagrecer, emmagrentar. Empenhado, endividado — hypo-
Emiuarauhar, embaraçar,enredar, tbecailo — interessado.
intrincar, travar. Enipenbor-se, penhorar-se en-
Emmouquccer, ensurdecer. dividar-se — trabalhar por...
Emollir, abrandar, amollentar, Empenho, penhor—divida at-
embrandecer
Emolumento,
afrouxar,
Empachar,
cro, relaxar.
benesse,
precalço,,prol,
mollificar
atravancar— ganho,
proveito. — i Emperrado,
lu-
embata- tenção,
teimoso. cuidado,
inendação.
protector, desvelo,
aferrado,
valedor zelo —
—obstinado,
recom-
108 EMP ENG
Empcrrar-se, obslinar-se, teimar. impertinência «- canceira, tra-
Empestado, pestífero, pestilente. balheira (a outrem).
Empestar, apeçonhentar, inficio- Empurrar, empuxar, impellir.
nar — corromper. Empuxar , emparrar , impellip —
Empinado, alio, erguido, levantado rechaçar, repellir.
—altivo, suberbo—escarpado, Ín- Emulação, estimulo — rivalidade
g r e m e — exaltado— encumeado. — compelencia, concurrencia —
Empinar, encumear — alçar, er- ciúme, inveja — imitação.
guer, levantar. Emular,competir, rivalisar.
Empíreo ou Empyreo, bem aven- Emulo, rival — competidor, con-
turança, ceo, paraíso. currcnte — adversário, antago-
Empobrecer-se, arruínar-se, ex- nista — cioso, invejoso.
haurir-se. Encadeação ou Encadeiação, nexo,
Empobrecimento , indigência, mi- ordem, serie — connexão, enca-
séria, necessidade, penúria, po- deamento, união.
breza. Encadear ou Encadeiar, agrilhoar
Empola, bolha, fula—pomar, quinta — ligar, prender — ajunclar,
— 'ambula. unir.
Empolado, inchado, tumido —alto Encaixar , encaixotar — inculcar,
— crescido — gordo — medrado persuadir — cair— embutir, en-
— túrgido. gasta r.
Empolar, ensuberbecer, entonar, Encaixe ou Encaixo, embutido, en-
inchar — (n.) enriquecer. gaste — nexo, travaçâo, união.
Empolgar, apolgar, empunhar — " Encalçar, perseguir, seguir — al-
agarrar — aferrar. cançar.
Empório, cidade—porto—capital. * Encalço , seguimento — pegada,
Embregar , occupar — adoperar, pista, signal, vestígio.
servir-se, usar — consumir, des- Encalhar, varar — coalhar.
pender, gastar — applicar. Encaminhador, conduetor, direc-
Emprego, cargo, posto — officio— tor, guia.
occupação— commissão, nego- Encaminhamento, conselho, direc-
c i o — compra, gasto. ção — estabelecimento.
Empreitada, tarefa. Encaminhar, guiar — dirigir, en-
Emprender ou Emprehender, co- dereçar — inspirar —ensinar —
meçar, ensaiar, interprender, persuadir. [jar.
tentar—cercar, sitiar—expor-se. Encanecer, embranquecer — alve-
Emprenhada , gravida , pejada , Encanecido, cano, grisalho — debi-
prenhada, prenhe. > litado , enfraquecido — alvo,
Emprenhar, conceber, prenhar. branco.
Emprenhidâo, gravidez, prenhez. Encantado ou Incantado, encerrada
Empresa ou Émpreza, desígnio , — recatado — maravilhado, na-
projecto , resolução — divisa , morado.
emblema — ensaio, tentativa. Encantador ou Incantador, feiti-
Emprestar, prestar — attribuir. ceiro, magico, mago, venefico—
Emproado, altivo, arrogante, ufa- (adj.) agradável, amável, deli-
no — ancorado. cioso.
Emproar, aproar, proejar — enco- Encantar ou Incantar, enfeitiçar —
rar, fundear —varar. arrebatar, enlevar, extasiar —
EEmpulhar,
mpegar,
zombar
Empurração , affrontar,
p u n h a rtomar.
de...
apunhar, injuriar
ou Empurra, n h a r ——— Encanto
p u seca surprender
admiração
cantameuto, —magia
der. ou «Inoanlo,deleitar
assombro — enleio.
escon
—prestigio—
feitiço —in-
ENC ENC 109
pasmo , suspensão — maravilha, Encarregado, agente — (adj.) eu-
portento, prodígio. commendado, recommendado.
Encantoar-se, acantoar-se — reti- Encarregar, encommendar, incum-
rar-se — encerrar-se — encel- bir — gravar. [ção.
lar-se. Encarrego, cargo, encargo, obriga-
Encapoeirar-se, cncantoar-se. Encarlação, encanamento, encarte
Encarado , considerado , olhado , — degredo, desterro, proscrip-
visto. Encartar, banir, proscrever, [çío.
Encaramelar-se, congelar - se — Encarvoar ou Encarvoiçar, enfar-
encodcar-sc. ruscar, tisnar—ennegrecer.
Encarapinhado, crespo, encrespa- Encasar, encaixar — introduzir —
do, frisado, lanoso. habituar.
Encarar , arrostar — considerar , Encasquetar,encabeçar, persuadir.
mirar. Encastellar-se, fortalezar-se, forti-
Encarcerar, prender— aferolhar— ficar-se.
cngaiolar. Encastoar, engastar —cncasquilbar
Encarecer, engrandecer, exagge- — embutir, encaixar.
rar, hypcrboíisar — cncarenlar. Encatarroor-se , endefluxar-se —
Encarecimento, amplificação, aug- constipar-sc.
mento, engrandecimento, escar- Encendimento, incêndio — ardor,
cco, cxaggoração, hyperbole— inllammação.
carestia. Encendrar, apurar, purificar.
Encarentar, encarecer. Encerradura, Encerramento ou En-
Encaretar-se, earatular-se, encara- cerro, clausula — retiro — con-
çar-se, mascarar-se. clusão, fim.
Encargo, cargo, dever, obrigação, Encerrar, clausurar, encellar—
pensão — commissão, encarrego, cercar, fechar — comprehender,
incumbência— desconto, grava- incluir— concluir, rematar, ter-
me. minar.
Encarna, encaixe, engaste — chan- Encetar, começar, principiar — c a -
Encarnação, carnação. [fro. lar — propor.
Encarnado, rubro, vermelho — co- Encharcar, alagar, inundar.
rado , rubicundo — entranhado Encharcar-se, ensopar-se, molhar-
— encarniçado. se — enlameor-se.
Encarniçado, assanhado, enfureci- Enchente, cheia, esto, levada, tor-
do, irritado— cevado—pertinaz. rente — alluvião, inundação.
Encarniçamento, aferro, obstina- Encher, abarrotar, atestar, " e m -
ção, pertinácia — perseguiç%> — prir, recheiar— oceupar— c u m -
furor, irritação, sanha — animo- prir, satisfazer— agradar.
sidade . paixão — crueldade, fe- Enchimento, repleção — oppilação
rocidade. — empachamento — plenitude—
Encarniçar, açular, incitar — enco- copia — pasta.
lerisar, enfurecer, irritar — per- " Encimar, alçar, elevar — acabar,
seguir — afervorar. concluir, terminar.
Encarniçar-se, assanhar-se — cc- Enclaustrar, clausurar — encerrar,
var-sc — golpear-sc, lacerar-se fechar, ferrolhar.
— afervorar-sé , afincar-sc — Encoberta, abrigo, valhacouto —
obstinar-se, porfiar, teimar — escondedouro,escondrijo — e s -
perseguir — vexar. caninho.
Encarouchar,
Encarquilhar
rugar.
— *engarchar.
III. ,embruxar,
arrugar ,enfeitiçar
enrugar, Encobridor,
Encoberto,
conhecido,
dor. oceulto,
escoudedor,
incógnito
secreto—des-
10
—furtado.
occulla-
110 ENC END
Encobrir ou Lnttibrir, esconder, , Encorrear-se, cncarquiltiar-se.en-
occultar — disfarçar, dissimular '• colher-se, enrugar-se.
— calar, guardar — acolher — Encosta, costeiro, ladeira, subida.
favorecer. I Encostar, acostar,arrimar—apoiar.
Escolerisamento,agastamento,
lera, enfado. co- Encosto, arrimo,
reclinatorio encoslameulo—
— apoio — columna
Encolerisar-se, agastar-se, enfa- — protecção.
dar-se, indignar-se, irar-se, ir- Encouchado, acanhado, encolhido.
ritar-se. Encouchar, curvar — acocorar —
Encolher, contrahir, encurtar, es- abater, comprimir, deprimir.
treitar — acanhar — attractar. Encovar, enterrar — esconder, oc-
Encolber-se, contrahir-se, estrei- cultar.
tar-se, retrahír-se—acanhar-se. Encovar-se, esconder-se, occultar-
Encolhido, contracto — relrahido se —retirar-se—encantoar-se.
— tímido, vergonhoso Encravado, pregado — logrado —
Encolhimento, contracção — a c a - culpado.
nhamento, timidez — pejo, ver- Encravar, cravar, pregar — enga-
gonha. nar, lograr— aceusar, culpar.
Encomenda ou E n c o m m e n d a . c o m - Encrespar, annelar,frisar, riçar —
missão, incumbência. enrugar. [lar.
Encomiar, elogiar, gabar, louvar. Encruar, exasperar, indignar, irri-
Encómio, elogio, gabo, louvor, pa- Encruar-se, engorlar-se — encar-
negyrico. niçar-se — encruecer-se — exas-
Encontrado; juncto, unido — c o n - perar-se.
trario, opposlo — impugnado, Encruecer-se , encruar-se — em-
resistido — atacado —incompatí- bravecer-se — enfurecer-se.
vel. Encruzar, atravessar.
Encontrão, choque, embate, p a n - Encruzilhado, cruzado, encruzado
cada — empurrão. — (pi.) bravos , encapellados
Encontrar, achar, dar com... topar ( mares ).
chocar, encontroar — achegar, Encubado, escondido, occullo.
u n i r — desajudar, desfavorecer Encubar, cubar— esconder.
— offender— oppor-se. Encurralar, acurralar — encantoar
Encontro , achado , descoberta — — encerrar, rodear.
estorvo, obstáculo, opposição — Encurtamento , abreviação, con-
contrariedade — choque, embate tracção , diminuição , encolhi-
conllicto, renconlro — acaso. mento.
Encopar. enfunar, inchar. Ení-irtar, abreviar, acurtar,dimi-
Encordio . bubão gallico , ingua, nuir, estreitar — cortar, decepar
mula. — atalhar.
Encordoar, cordar, cordoar — (n.) Encurvadura, arqueadura, curva-
desconfiar. tura, curvidade.
Encornelhado, aviltado—deshon- Encurvar, acurvar, arquear, do-
rado, escornado— rejeitado. brar, envergar, inclinar — e m -
Encorpado, corpulento — espesso, borcar — abater, humilhar.
fornido, grosso. Endecha ou Endexa, nenia.
Encorpadura ou Encorpamento, Endemoninhado , demoninhado,
corpo, corpulência — espessura, endiabrado, obsesso, possesso—
grossura. energúmeno, espiritado — fu-
Encorporar
Encorpar,
mittir, crescer
turar — associar — engrossar.
colleccionar.
, annexar,
— mesclar,
unir — mis-
ad- Endeosamento
rioso
maligno.
— extravagante,
apotheosis, ou EndeusatnentO,
deificação. louco —
ENF ENF 111
Endeosar ou Endeusar , adeusar, Enfadonho ou Enfadoso, trabalhoso
deificar, divinisar. —cáustico, impertinente, impor-
Endereçamento,direcç5o,endereço. tuno—molesto, pesado—fastioso,
Endereçar, encaminhar, enderen- Enfardar ou Enfardelar, empaque-
çar, dirigir— endireitar tar, enfatilhar, entrouxar.
Endiabrado ; endemoninhade — Enfarinhadamente , dissimulada,
diabólico, infernal — desatinado, occultamente.
furioso — m a u . Enfaro, asco, fastio, tédio.
Endinheirado, pecunioso, rico. Enfarruscar, afumar, encarvoar,
Endireitar , direitar — alinhar — ennegrecer, tisnar.
corrigir, emendar — caminhar, Enfastiar-se, atediar-se, desgos-
dirigir-se a... tar-se — cançar-se.
Endividado, empenhado. Enfeitar, adereçar, afeitar, ataviar,
Endividar, empenhar, penhorar — concertar — adornar — ornar —
obrigar. embellezar.
Endoenças, dores, padecimentos, Enfeite, adereço, atavio, concerto,
paixões, tormentos— indulgên- gala — adorno — louçania — or-
cias. nato.
cáiduramento, callo — dureza — Enfeitiçar, embruxar — arrebatar,
obstinação. incarnar.
Endurecer, endurar, endurentar — Enfermar, adoecer.
enrijar — callejar, curtir—obsti- Enfermidade, achaque,doença, m o -
nar — prender — fortificar — in- léstia, indisposição.
sensibilisar. Enfermo, doente, doentio, valetu-
Endurecimento, dureza, induração dinário — invalido— vacillante.
— obstinação, teima— insensibi- Enfesta, alto assomada, cimo, cu-
Eneo, brônzeo. [lidade. m e , cumiada.
Energia, caracterismo, hypotypo- Enfezado, definhado, peco.
sis, viveza — emphasis, nervo — Enfezar, encolerisar, enfadar.
efficacia, força, virtude — vehe- Enfiada, encadeação, encadeamen-
mencia — animo, vigor. to, nexo, serie—fieira,fileira, fio.
Enérgico, emphatico, expressivo, Enfiado, descorado, desfallecido,
forte , nervoso , significativo — pallido — dirigido — cravado —
animoso, vigoroso — poderoso. enfileirado.
Energúmeno, endemoninhado, pos- Enliamento, cólera, paixão, sanha.
sesso. Enfiar, continuar — entrar — di-
Enervação,debilidade, debilitação, rigir — enfiteirar — (n.) empal-
enfraquecimento, fraqueza. ^ lidecer — assustar-se — pertur-
Enervar, abater, atracar, attenuar, bar-se — acommetter.
debilitar, enfraquecer — effe- Enllorecer,florecer,florir.
minar. Enfraquecer, afracar, attenuar,
Enfadadiço,agastadiço, rabugento, debilitar, enervar, enfraquear —
astar
lomadiço. TA ' . [queza.
Enfadamento, enfado — desgosto— Enfraquecimento, debilidade, fra-
moléstia — fastio. Enfrascar-se, melter-se — enre-
Enfadar, aborrir, enojar, molestar dar-se, implicar-se — entregar-
— desgostar — incommodar. se — cevar-se, encarniçar-se.
Enfadar se, desgostar-se — enfas- Enfrear ou Enfreiar, bridar —
tiar—se, agaslar-se, anojar-se — moderar, refrear — conter, sus-
Enfado,agastamento,
arrnfar-se
tia,
— arrufo
pena —— fadiga,
consumição,
cançar.
enfadamento
trabalho.
molés- Enfriar,
Enfronhar-se,
se — insinuar-se,
pender arrefecer,
arrogar-se,
— domar, esfriar,
introdnzir-se.
impor-
resfriar.
reprimir.
112 ENG ENG
Enfunado, cheio, inchado, rete- nado, rejeitado — refusado —
sado — suberbo, ufano. exposto — (s.) rebotalho.
Enfunar, atesar, encher, entesar, Engeitamento ou Enjeitamento,
inchar. repudio — rebotalho, refugo —
Enfunar-se, desvanecer-se, ensu- redhibiçSo.
berbecer-se, inllar-se — clevar- Engeitar ou Enjeitar, desacceitar,
se,inchar-se. recusar, refusar — expulsar, re-
Enfurecer-se, assanhar-se, enfu- pellir — refugar — repudiar —
nar-se, irar-se, irrilar-so - es- expor — regeitar — reprovar.
quentar-se. Engelhado , enrugado, rugoso —
Enfurecido ou Enfuriado, colérico, acanhado, encolhido, enleiado.
furibundo, furioso, irado. Engelhar-se, arrugar-se, rugar-sc
Enfuscar, offuscar — denegrir, - myrrhar-se.
ennegrecer. Engendrar, gerar, procrear — cau-
Engalfinhar-se , agarrar-se , Ira- sar , occasionnar, produzir —
var-se. excitar.
Enganador, caloteiro, trapaceiro, Engenhar ou Ingenhar, imaginar,
velhaco —.(adj.) embaídor — inventar — machinar, traçar —
seductor, subornador. fabricar — adaptar.
Enganar, burlar, illudir — atrai- Engenho ou lngenho , espirito,
çoar — seduzir, subornar. génio, talento — destreza, habi-
Engano, fallacia, fraude — dolo, lidade — agudeza , subtileza —
embuste, falsidade — burla, lo- capacidade — maebina — ardil,
g r o — e m b a i m e n t o — esparrella, aslucia.
maranha, tramóia — illusão — Engenhoso ou IngenhosO, artifi-
artificio, astúcia — dissimulo — cioso, solerte — agudo, arguto,
cinca, erro — equivocação. conceituoso — estudado — in-
Enganoso, capcioso, illusorio — ventivo.
falso — doloso, fallaz, fallacioso Engodar, aliciar — embelecar —
— fraudulento. embair, lograr.
Engarampar,Engarapar o u E n g a - E n g o d o , cevo, isca — attractivo,
ramponar, enganar, engodar, careação — chamariz, negaça —
fraudar, lograr. [leiado. affago, caricia.
Engaranhado , embaraçado, en- Engolfar-se ou Engolphar-se, em-
Engaravitado, arripiado, enganido, marar-se, empegar-se — entra-
interiçado, tolhido. nhar-se, entregar-se.
Engasgado, engasgalhado, enta- Engordar, cevar — engorJurar,
lado — afogado, suffocado — ef.oebar, untar — adubar, adu-
enleiado, turbado. biar, estercar, estrumar.
Engasgalhar-se, enleiar-se — en- Engraçado , divertido , gracioso,
talar-se, prender-sc. jovial — lépido, loução — agra-
Engasgar, sufToear — enlatar — dável, galante, gentil.
embaraçar. Engrandecer, acerescentar, alar-
Engasgar-se, afogar-se, suflocar- gar , ampliar, amplificar, aug-
se — embaraçar-se, enlalar-se, mentar, dilatar, estender — en-
prender-se — enleiar-se, per- carecer, exaggerar — elevar,
turbar-se. exaltar, sublimar — decantar.
Engastado , encastoado — embe- Engrandecimento, amplificação,
bido, enxerido, mettído. augmento — elevação — enca-
Engastar,
Engaste,
Eugeitado
embutir, embutido.
encastoar,
encaixar,
ou Enjeitado cnxerir.
engastoar
abando— EiigranzarouEngrazar,enfiar"con-
Engraxar
tas) — burlar,
recimento, ou Engraixar,
byperbole.
enganar,graixar—
[sujar.
EM, F.M1 113
Kngrilar-se, agastar-se, cmbespi- Enlevar, arrebatar, extasiar, trans-
lihar-se, enfadar-se, irar-se. portar — suspender — admirar,
Engiiinanço ou Enguirimanço, incantar — levantar.
artimanha, engano. Eulheamento, confusão, embaraço,
Engrinaldar, grinaldar — enflorar Enlhear, alhear, alienar, [enleio.
— enfeitar. Enlodar, Iodar — enlamear.
Engrossar, accrescontar, a u g m e n - Enlouquecer, endoudecer — (n.)
tar, engrandecer — encorpar, ensandecer.
fornir — (».) inchar — espessar Enlourecer, amarellecer, lourecer
— enriquecer-se. — (n.) amadurecer, seccar —
Enguiço, olhado — zanga — de- flavescer.
sastre, infortúnio — aborto. Enlutar ou Enluctar, aluetar —
Engulir ou Engolir, engulipar — aflligir, angustiar, penalizar —
gramar — devorar, iragar — entristecer.
acapellar, sorver — absorver — Enlutar-se ou Iínluctar-se, ennu-
dissimular, occullar — desprezar vear-se, entenebrecer-se, escu-
soffrer. recer, toldar-se.
Enigma ou * Enima, adivinhação Enmanquecer, claudicar, coxear,
— parábola — allegoria , e m - manquejar.
blema, symbolo. [escuro. Ennegrecer, denegrir, tisnar —
Enigmático , abstracto , abstruso, escurecer — diffamar, infamar.
Enjaezar, ajaezar, aneiar. Ennevoar-se, escurecer-se, obscu-
Enjoado, nauseado — aborrido, recer-se, toldar-se — deslum-
enfastiado. brar.-se, hallucinar-se.
Enjoamento, enjoo, náusea. Ennobrecer, nobilitar, nobrecer —
Enjoar , nausear — aborrecer, illustrar — decorar.
causlicar. Enojar, agastar, enfadar —aborrir
Enjoo ou Enjoo, enjoamento, — offender —nausear.
náusea, vomito — aborrimento, Enojar-se, agastar-se, enfadar se
desprazer. — desgostar-se.
Enlaçar, prender, travar — en- Enojo, cólera, enfadamento, en-
leiar, illaquear. fado — tédio, tristeza — aborri-
Enlace, enlaçamento, ligadura, nó mento — d a m n o .
— vinculo, união — enleio, per- Enojoso, nojento, nojoso — abor-
plexidade — coalho. rido — molesto — odioso — te-
Enlamear, lamear — enlodar. dioso.
Enleado ou Enleiado, embaraçado Enorme, irregular — feio — ex-
— enredado , intrincado — cSn- cessivo, exorbitante — descom-
fuso, indeciso , perplexo , sus- passado , desmarcado, despro-
penso — acanhado. porcionado — grandíssimo —
Enlear ou Enleiar, atar, enlaçar, prodigioso — atroz, horrível —
ligar— embaraçar, implicar — nefando.
suspender — confundir. Enormidade, desproporção — feal-
Enleio ou Enlêo, atilho, liame — dade — atrocidade, horror.
travação — embaraço, enredo — Enouriçar-se, arripiar-se, encres—
confusão, labyriutho — difficul- par-se, ouriçar-se — enrijar-se,
dade, duvida — llucluação,inde- entesar-se — interiçar-se.
terminação, Enraivecer, agastar, desesperar,
Enlevação,
Enlevamento,
transporte
lação. roubo
rapto, — perplexidade,
extasis,
—enlevação,
suspensão.
suspensão. vacil-
rebatamento,
extasis, damnado
sesperado.
violento ——impacientar.
Enraivecido,
enraivar, furibundo,
eneolerisado
enraivado, Torioso.
— de-
raivoso—
114 EISS ENT
Enredado, confuso, cngrenhado, Ensino, creação, educação, ensi-
enleiado, implicado. nação, instrucção— disciplina—
Enrcdador, intrigante—embruiha- preceito — adestramento— pi.)
dor — perturbador — trapaceiro conselhos, direcções, máximas,
— artificioso. preceitos.
Enredar, entretecer, tecer, travar Ensoberbecer-se ou Ensuberbccer-
— prender — enleiar —surpron- se, enfunar-se, entonar-se , in-
d e r — intrigar— machinar, tra- char-sc, intumecer-se—allerar-
mar. se, empolar-se.
Enredo, tecido — artificio, cabala Ensolhar , assolhar , pavimentar,
— ardil, engano — laço — m a - sobradar.
ranha — mexerico — intriga. Ensopar, embeber, empapar —
Enregelar, congelar, gelar — en- banhar, molhar—humectar, hu-
friar, resfriar. medecer.
Enriquecer , enricar — engrossar Ensosso, desenxabido , insulso ,
— adornar, ornar. [ver. semsabor,sem-sal, sosso—tosco
Enrolar, rolar — esconder, invol- — desengraçado.
Enroscadura ou Enroscamento , " Ensujentar, emporcalhar, m a n -
dobra, volta — torcedura. char, sujar. [dar.
Enroscar-se, enrolar-se, entorli- Ensurdecer, emmouqueccr, cnsur-
Ihar-se. Ensurdecimento, mouquidão,sur-
Enroupar, cobrir, roupar. dez, surdeza.
Enrouquecimento, rouquez, rou- Entaboado ou Entabuado, asso-
quice, rouquidão. Ihado, pavimentado —duro,re-
F.nrubecer, avermelhar-se, corar, tesado, rijo, teso.
ruhrecer. Entaboar ou Entabuar, assolhar,
Ensacar ou Ensaccar, emprazar, forrar, pranchear.
encantoar, encurralar. Entabolar , dispor, ordenar, pre-
Ensaiar, experimentar, provar, parar.
sondar,tentar, tentear. Entabolar-se, inserir-se, metter-se
Ensaio, exame, experiência, prelu- — enxertar-se.
dio, prova, tentame, tentativa— F.nlaipar, enclausurar — encerrar
noviciado, tyrocinio. — encarcerar, prender —murar.
Ensanchar, alargar, dilatar, espa- Entalação ou Entaladura, difficul-
Ensandecer, enlouquecer. [Çar. dade , embaraço — afllicção,
Enseada ou Enseiada, abra, an- aperto.
gra, babia — abrigada — anco- Ent-llar, apertar — embaraçar.
radouro. ErKaleigado, ensaccado — cheio,
Ensecar ou Enseccar, consumir, farto—repimpado. [vrar.
esgotar, exhaurir— averiguar— Entalhar, abrir, cortar, exarar,la-
concluir — examinar — varar. Entanguido, arripiado, enteriçado.
Ensejo, occasião, opportunidade, Entapiçar ou Entapizar, alcatifar,
tempo — condido, peleja. guarnecer, tapiçar — esmaltar,
Ensenhorear, dominar, senhorar. matizar.
Ensenhorear- se , apoderar-se, Ente, existência,ser, subsistência,
apossar-se , assenhorar-se, se- vida — entidade.
nhorear-se, tomar. Entejo, antojo — enjoo, fastio —
• Ensinança , doctrina , ensinação, aversão,tédio.
ensino — máxima, preceito. Entendedor ou Intendedor, inlel-
adestrar,
—pirar
Ensinarindicar,
_, doctrinar,
amestrar
educar
mostrar
— —dictar,
—escarmentar
inslruir
repelir.ins-
— Entender
saber—alcançar,
-ligente,intendido,
hábil.OU Intender,
comprehender
perito,
perceber,
sciento
ENT ENT 115
crer — sentir — concluir—jul- vanecer-se, inebar-se — emper-
gar, pensar — conhecer — in- ligar-se, entesar-se.
tentar, tencionar — occupar-se Entono, arrogância, orgulho, su-
— ' alargar, ampliar, estender— berba—insolência. [são.
(».) intelligencia. Entornadura,derramamento, effu-
Entendimento ou Intendimento, Entornar, derramar, vasar, verter
intelligencia. juizo, razão, senso — espalhar, esparzir— desper-
— capacidade, saber, talento — diçar.
comprehcnção, mente — m a d u - Entorpecer, adormentar, entume-
reza. cer — atar, enleiar — atalhar —
Entcncbreccr-sc, emluctar se, es- qualhar.
curecer-se,toldar-se. Entorpecimento, adormecimento,
Enlcnrecer, abrandar, amollecer. entumecimento, torpor.
Enternecer , abrandar , apiedar, Entortadura, torcedura, torcimen-
compungir, mover — a m a n s a r — to, tortura —curvidade.
enlcnrecer — amollecer, molli- Entortar, dobrar, torcer, voltar.
Enterrador, coveiro. [ficar. Entrada, ingresso—correria, cor-
Enterramento , enterração — en- rida — começo, principio — a m i -
terro, exéquias, funeral, supul- zade, conhecimento — occasião,
tura. opportunidade— accesso — ca-
Enterrar, soterrar — sepultar, es- bida , privauça , valimento —
conder, occultar — inulilisar. exórdio — preludio— "renda —
Enterro, enterração, enterramento * pensão.
exéquias, funeral, sahímento — Entrado movido—penetrado, per-
mortalha. suadido — apoderado.
Enterturbar, interromper, pertur Entralhar , emmalhar — enleiar,
bar. prender — enredar.
Knlcaduro, rijeza, tesão, lesura. Entranbar-se, entrar, metter-se.
Entesar, atesar, estender, estirar Entranhas, entredeuhas, intesti-
— endurecer, enrijar — afitar, nos, tripas — vísceras — coração
levantar. — natural — affeição, amizade,
Entestar, demarcar — encostar — benevolência, sensibilidade, ter-
confinar, defrontar. nura.
Enlhesourar, athesourar — aceu- Entranhavel, profundo—extremo,
mular, amontoar (ouro, etc.) — intimo — affecluoso.
depor — guardar, recolher. Entrar, introduzir-se, penetrar—
Enthusiasmar, arrebatar, extasiar, principiar— desemboccar — es-
incanlar, transportar. * tender-se—examinar— deflorar
Enlhusiasmo,delirio, estro, trans- — " obrigar-se.
porte — inspiração. Entre ou * Antre, no m e i o — den-
F.ulhusiasta , fanático, lunático, tro — a fravés.
visionário. Entredizer , defender , prohibir,
Entibiar-se, afracar, afrouxar — vedar.
resfriar-se. Entre forro, guardapó—entrecasca.
Entidade, essência, natura, quali- Entrega, outorgamento —rendição
dade, ser — ente — existência, — traição.
realidade — importância. Entregador, traidor, tredo — de-
Enloação, solfejo — consonância, nundante — pérfido.
melodia. Entregar, dar — restituir — o u -
Entoar,
berho.cantar—recitar
F.nlonar-sc,
Entonado, altivo, —solfejar.
ensuberbecer-se,
desvanceido,des-
su- torgar — denunciar,
Entregar-se,
satisfazer-se.
— render-se dar-se trahir. —
— prender-se
— applicar-se
116 ENT ENT
Entregue , entregado — dado — Entulho, caliça, cascalho, pedre-
rendido, sujeito, vencido -habi- gulho, etc.
tuado — restituído — trahido, Entupir, atupir, entulhar, obs-
vendido. truir, tupir.
Entremeios, entremedios, interpo- Entuviada , confusão — pressa —
sições — adherencias, interven- briga, pendência.
ções, valias. Enunciação , articulação , expres-
Entrementes, entretanto — e m são, locução, palavra—asserção,
Entremetter, interpor. [quanto. proposição, tliese — explicação
Enlremelter-se, intervir — ingerir- — adagio, apborismo, apoph-
se — influir — emprender — tegma, axioma , máxima, pro-
atravessar-se. vérbio, sentença.
Entremettido, entreturbado, inter- Enunciado, expresso, exprimido
rompido — misturado — (adj.) significado — (s.) enunciação.
intrigante. Enunciar, declarar, explicar, expor
Entremettimenlo, interposição, in- — articular , dizer , exprimir ,
tervenção — mediação — ajuda, pronunciar.
soccorro — m e i o — ministério. Envasar , envasilhar — alascar ,
Entremez, farça — riso, zombaria. atolar, enlodar. [der.
Entresachar, entremeiar, mesclar, Evencilhar, atar, liar, ligar, pren-
misturar. Envencilhar-se,enredar se, liar-se,
Entresolho, assoalho— solão — Enverdecer, reverdecer, verdejar
sobreloja. [travar. — («.) revegelar — enramar-se
Entretecer, entremetter, ensachar, — enfolhar-se — vigorar-se.
Entretenido, o c e u p a d o — divertido Envergonhado , confuso , vergo-
— agradável. nhoso, [confundir.
Entretenimento, entretimento, pas- Envergonhar, abater, humilhar —
satempo, recreio — alimento, Envergonhar-se, corar, correr-se,
mantença — delonga — espe- envergonçar-se, pejar-se.
rança. Envermelheccr, envermelhar, ru-
Entreter, divertir, recreiar — m a n - bescer.
ter, sustentar — d e m o r a r , deter, • Envestir, forrar—vestir—revestir.
suspender. Envezou Envés, avesso, reverso.
Entrevado , paralytico, tolhido — Enviado, agente, deputado , em-
enienebrecido, escurecido. baixador, ministro — apostolo—
Entrevar , paralylicar — entene- (adj.) mandado.
brecer, toldar. Enviar, mandar, remelter— des-
Entrevisto, penetrante, previsto, Vacbar, expedir.
subtil. Enviezado, esguelhado, torto.
Enlrezilbado, descarnado, esguio, Envlezar,esguelhar, obliquar.
magro, secco. Envilecer, abater, humilhar —
Entristecer , aflligir , angustiar , aviltar,deprimir, vilipendiar.
contristar, magoar, mela ncolizar, Envilecimento, abatimento, humi-
penalizar —desconfortar. liação — baixeza , desprezo —
Entroncado, alliado—descendente, aviltamento, vileza — abjecção,
oriundo. corrupção, degradação.
Entroncar, inserir , Interpolar — Envolta ou lnvoíta, companhia —
(n.)
nizar,descender
Entrudo,
Entrouxar,
Eritronear,
enfardelar,
elevar,
caruaval.de... ousublimar.
Entronizar
empacotar,
enfatilhar.
exaltar, enfardar,
Enthro-i confusão
occasião,
Envolto —Involto
—mistura
ou—tempo
embaraçado
meladas.
coberto confuso — — enlaçado
oceupado
— ,(pt.) ensejo,
involvido
enredos,
— en-—
EISX EQU 117
- turvo — accompanhado — es- Eoo, oriental.
curo, toldado — misturado — Epanafora ou Epanaphora,relação
circumdado, rodeado. — repetição.
Envoltório ou Invollorio, embru- Ephimero, diário.
lho, trouxa — lió. Epicedio, elegia, nenias.
Envolvedor ou Involvedor, invol- Epiceno, promíscuo.
torio—enredador, mexeriqueiro. Épico, heróico. [tagio.
Envolvedouro ou Involvedouro , Epidemia, andaço, conlagião,con-
cinteiro, faixa, mantilha. Epidemico, contagioso, pestilen-
Envolver ou Involvcr, embrulhar cial, pestilente—communicativo.
—accusar — escurecer,toldar— Epiderma ou Epiderme, cutícula,
comprcbender, conter — melter pellicula, tez.
— embaraçar. Epigastro, abdómen.
Enxabido, dcsenxobido — insulso. Epigraphe, inscripção, titulo.
Enxacoco , algaravia , gerigouça, Epilepsia, golta-coral, malcaduco.
vasconço. Epilogar, concluir — recapitular,
Enxadão, alferce, alvião. resumir.
Enxame, cardume —caterva, mul- Epilogo, conclusão, fecho, re-
tidão, tropa. mate — cifra, compendio, re-
Enxara, matagal. sumo, s u m m a .
'Enxeco , damno, m a l — perda. Episodio, digressão, incidente.
prejuízo — coima, muleta, pena. Epistola, carta, missiva.
Enxergão , almadraque, enxerga, Epitáfio ou Epitaphio , inscripção
xergão. [sorvar, ver. sepulcral.
Enxergar, distinguir, divisar, ob- Epitheto, adjectivo — qualidade,
Enxenr, inserir—enxertar, plan- qualificação — appellido, sobre-
Enxofre,suifur. [lar. n o m e — alcunha, antonomásia.
Enxofrento, enxofrado,sulphuroso. Epitomar, abreviar, compendiar,
Enxotar, afugentar, expellir, ex- epilogar, recapitular , reduzir,
pulsar — apartar, desviar. resumir.
Enxovalhar , manchar , sujar — Epitome , abreviação , compendio,
deslustrar— affrontar, injuriar, resumo, s u m m a .
insultar— diffamar. Época ou Epocha , era, idade,
Enxovalhar-se , enlamear-se — tempo.
emporcalhar-se, sujar-se — de- Epodo, máxima, sentença.
sacreditar-se — prostiluir-se. Equidade , igualdade , imparciali-
Enxovalho, affronta, descrédito, dade, integridade, justiça, recti-
injuria — desprezo. dão — razão — moderação.
Enxovar, encerrar, prender. Equilíbrio , equilibração , igual-
Enxovia , calabouço , ergástulo , dade, proporção.
masmorra. Equipage ou Equipagem , acom-
Enxugar, seccar —esgotar, vasar. panhamento, comitiva — carrua-
Enxurdar-se, enlamear-se , cnlo- gens , estado , trem — cáfilas,
dar-se. comboy — marinhagem, tri-
Enxurdeiro , enxodreiro, lameiro, pulação.
lodaçal (de porcos). Equivocação, engano, equivoco,
Enxurrada ou Enxurro, cheia, cres- erro.
cente, levada, torrente — dc- Equivocar-se, enganar-se.
mazia, excesso. Equivoco , amphibologico , duvi-
Enxuto
gro — ou
insensivel
chuvoso.
desabrido
'—Enxuito,
despejado
— deschoroso-
secco— — des-
ma- F.quoreo,
doso
suspeito
subtileza.
, incerto
marino,
— is.) —marítimo.
ambiguidade
problemático,—
118 ERR ESB
Equuleo . cavallcte , potro ( de — crime, delicto — culpa, pec-
tractosj. cado — illusâo.
Erário, thesouro. Error, desvio, rodeio — culpa,
Eras, epochas, idades, tempos — erro,erronia.
dias — duração. Erudição , capacidade , conheci-
Erebo, Averno, Tártaro — Estyge mento, doutrina, instrucção, sa-
— inferno. ber, sciencia.
Erecção, creação, estabelecimento, Erudito, douto, sabedor, sábio —
fundação, instituição — elevação. letterador.
Erecto, erigido, fundado. Ervodo, medronheiro.
Erector, creador, fundador, insti- Esbabacado , attonilo, estupefacto,
tuidor — elalor. pasmado. [cer.
Eremita , anachoreta , ermitão, Esbabacar, embasbacar, estupes-
monje, solitário. Esbaforido ou Esboforido, ancioso,
Éreo, herdeiro — senhorio—(ad;.) anhelanle —açodado, apressado.
brônzeo, eril. Esbandalhar, esfarrapar, rasgar.
Ergástulo, cadeia, cárcere, m a s - Esbanjador, dissipador, perdulário.
morra, prisão. Esbanjar, dissipar, estragar, es-
Ergo, logo — excepto, salvo — truir.
m a s — pois. Esbarrar, atirar, lançar — (n.) to-
Erguer, alçar — aprumar, endirei- p a r — escorregar—cair—errar.
tar — guindar. Esharrocar-se , atirar-se , despe-
Erguer-se, levantar-se — elevar-se. nhar-se, lançar-se, precipitar-se.
Encar, arriçar, arripiar, ouriçar. Esbarrondadeiro, barranco, des-
Erigir, alçar, levantar — guardar penhadeiro, precipicio.
— crear, estabelecer , fundar, Esbarrondar, cair, despenhar-se,
instiluir. precipitar-se — inve»tir.
Eril, brônzeo, eneo. Esbirro, alcaide, alguazil — agar-
Ermar, despovoar. rador, beleguim, quadrilheiro —
Ermida , igrejinha — capclla — archeiro — sateílite.
eremilorio. Esbocarou Esboccar.desemboçcar.
Ermitão , anachoreta , cenobita , Esboçar, bosquejar, delinear,
eremita, monje — recluso, soli- traçar.
tário. Esboço, bosquejo — debuxo, de-
E r m o , desvio, retiro, solidão — senho , risco — delineação -
descampado — (adj.) deserto, borrão, rascunho.
despovoado, solitário. Esbofar, anhelar, arquejar — can-
Erótico, amalorio, amoroso. ,."ar, estafar
Erradicar, arrancar, desarraigar. Esbofetear, bofetear.
Errado, erróneo, falso — culpado Esbombardear, bombardear, bom
— defeituoso — desgarrado. bear — canhonear, varejar -
Errante, errático, fugitivo, vaga- trovejar.
mundo. Esboroar, desterroar, pulvensar.
Errar, vagamundear, vagar, va- Esborrachar, esmagar, machucar,
guear — desacertar — cincar — pizar — arrebentar.
peccar — offender — desencon- Esborralhada, dispersão, espalha
trar-sc. fato, espalhamento.
Errático, desordenado, irregular— Esborrondar, derribar, precipitai,
andante, vagabundo. Esbranquiçado, alvacento, alvadio
Erriçar,
Erro,
riçar.
tência —encrespar,
desacerto, — entesar,
error engano, o u10-
falsa-opini
inadver- exalviçado,
Eshravcarou
enfurecer-se
se, ruço.
encolerisar-se,
Esbravejar,
— gritar.
enfadar-se
agastar-

ESC ESC 119
Esbravaccr, bravcar, embravecer, carmentar — seccar—esterilizar.
esbravejar. Escancarar, abrir, patentear — d e -
Esbraz.iar ou Esbrasiar, abrasar, vassar.
accender, afoguear, inllammar— Escancbar-se, escarranchar-se.
avermelhar, corar. Escandalisar, maltractar, offender
Esbugalhar, esmigalhar, esmiuçar, — indignar.
pulverisar. Escândalo , offensa — injuria —
Esbulhar, desapoderar, desapossar, crime, delicto.
despojar, despropriar — espo- Escandaloso, offenslvo — indigno
liar. — injurioso. [simo.
Esbulho, despojamento, despojo, Escanifrado, descarnado, magris-
espolio — furto, r o u b o — pilha- Escapar, evitar — livrar, salvar—
gem, presa, saque. evadir-se, relirar-sc—escapulir—
Esburacar, buracar, furar. se, fugir.
Esburgar, descascar — descarnar. Escapola, escala — empório.
Esbuxar ou Esbuchar, deslocar, Escapula, subterfúgio, traça — es-
desmanchar — esmigalhar, espe- capatória.
daçar, quebrar. Escapulir ou Escapulir-se, abalar,
Escabeche, conserva — enfeite, escafeder-se, fugir. [bate.
ornato — ardil,artimanha, treta. Escaramuça, briga, choque, c o m -
Eseabcllar, desgrenhar — destou- Escarapelar,aganlanbar, arranhar,
car — esgadelhar. arrepellar.
Escabcllo ou Scabello , tamborete Escarmentar, castigar, corrigir —
— banquinho — estradinbo. reprehender.
Escabroso ou Scabroso, áspero, Escarmentar - se , corrigir - se,
sarahulliento —difficil — árduo, emendar-se.
perigoso — desigual, escarpado Escarmento, documento, exemplo
— desabrido, ríspido — duro, —desengano — e m e n d a —aviso,
insonoro. reprehensão — castigo—correc-
Escaceza, Escacez ou Escassez, ção.
caíubcza,mesquinharia, «acanha- Escarnar, descarnar — esmiuçar,
ria — avareza, illiberalidade. esquadrinhar.
Escachar, abrir, fender, separar. Escarnecedor, apodador, chocar-
Escaco ou Escasso, avaro, fona, reiro, motejador, zombador.
illiheral — a c a n h a d o , mesquinho Escarnecer, apodar, chasquear,
— parco — diminuto, insuffi- motejar, zombar — ridiculisar.
ciente —apertado, curto, estrei- Escarneo, escarnecimento, irrisão,
to — pouco. Jl mofa, zombaria— menospreço.
Escada, degraus, escala —subida. Escarnicador, derisor, mofador,
Escadelecer, dormitar, toscanejar. zombador. [zombar.
Escafeder-se, abalar , retirar-se, Escarnicar , chocarrear, mofar,
safar-se — fugir. [car. Escarpado, alcantilado, árduo, im-
Escãibar,cambiar, permutar, tro- praticável.
Escãibo, commutação , permuta- Escarrar, cuspinhar, cuspir.
ção, troca. Escorro, cuspo, saliva—cuspidma.
Escala, escada — espalio, s a q u e — Escarvar, cavar, escavar — comer,
empório — exportação, saca. minar, solapar.
Escalada, assalto, escala, escala- Esclarecer, ennobrecer, illustrar—
mento. (n.) abrir, aclarar, alvorecer,
Escaladura,
Escalar,
Escaldar,
roubar.abrir,
abrasar,
abrasamento,
fender—
queimar — es- Esclarecido
estripar—
queima-
[dura. clarificar.
Escoar,
clito, nobre
clarificar,
, —famoso,
sagaz.
filtrar.
illustre, Ín-
120 ESC ESC
Escoar-se, deslizar-se, resvalar — Escornar, abaler, mer.osprcçar —
fugir, retirar-se — soltar-sc. envilecer— maltractar — alter-
Escodear-se, descascar, descorti- car, ventilar.
çar. Escorpião, escorpio, lacrau.
Escola ou Eschola, aula — acade- Escorralhas, fezes, lia, pe, sedi-
mia, palestra — classe — d o u - mento.
trina, e n s i n o — seita. Escorregadio ou Escorregadio,
Escolar ou Escholar, aulista, dis- escorregarei, lúbrico — resvala
cípulo, estudante — (adj.) clás- diço, resvaladio.
sico, escholastico. Kscorregadouro, resvaladeiro.
Escolástico ou Escholastico, au- Escorregar, deslizar-se, resvalar.
lista, estudante—(adj.) escbolar. Escorregavcl , escorregadio , lú-
Escolha, deleclo, selecção — dis- brico.
cernimento, distincção—eleição, Escorreito, são — não-defeituoso.
opção, preferencia — designa- Escorrer, distillar, goltojar, pingar
ção, nomeação. — esgotar-se— canjar.
Escolher, discernir , distinguir — Escorrido, esgotado.
eleger, preferir — antepor. Escorropichar ou Escorripicbar,
Escolhido, elegido, eleito, " esco- enseccar, esgotar, exhaurir.
Iheito— separado— (s. pi.) pre- Escoser, ferir, magoar.
destinados. Escosimento , ferida , golpe —
Escolhimcnlo, eleição, escolha. damno, prejuízo.
Escolho, arrecife, cachopo, pe- Escravidão, capliveiro, servidão.
nhasco, rochedo — perigo. Escrava, ' anedia, serva.
Esconder, " absconder , encobrir, Escravo, captivo —negro —servo,
occultar — disfarçar, dissimular. súbdito — (adj.) dependente,
Esconder-se, cobrir-se—occullar- sujeito.
se, retirar-se. Escrevente, amanuense, copista.
Escondidamente, clandestina, fur- Escrever, compor — traçar.
tada, oceultamente. Escriba, escrivão—copista , escre-
Escondrijo , encoberta , esconde- vente.
douro, latibulo. Escrita, caracter, lettra —escriptos
Esconjurador, exorcista. — memorias, ele.
Esconjurar, exorcisar. Escrito, bilhete — sedula — com-
Esconjuro,conjuro, esconjuração, posição, livro, obra.
exorcismo. Escritor, auclor.
Esconso, osguelhado, obliquo. Escritório, bufete, contador, pape-
'Escontra, contra, para. ...leira — cartório.
Escopeta, arquebuz, clavina, es- Escritura, escriptos, obras — com-
pingarda. posição, livro.
Escopetada, arcabuzada, clavinaço, Escrúpulo , duvida , incerteza —
espingardada. inquietação — repugnância —
Escopetear, espingardear. escropulo.
Escopo, alvo,fito,ponto—intento, Escrupuloso, consciencioso — mi-
projecto. nucioso — cuidadoso, exacto —
Escora, espeque, esteio — a m p a r o , timorato.
apoio, arrimo. Escrutador, esquadriohador, inda-
Escorar, apoiar, especar , firmar, gador, inquiridor, investigador
suster — amparar. — examinador.
Escoria,
Escorchar
—refugo
privar—
fezes
—, vileza.
descascar
esfolar.
— l i a — — escuma
despejar
—1 Escrutar,
Escrutínio,
indagação,
ção. investigar,
averiguação
informação,
sondar.
,inquiri-
exame,
I;SF ESG 121
Escudar, abroquclar — defender, Esférico , csphcral, globoso, re-
proteger. dondo.
Escudo,egide — broquel, rodela— Esfogar, desafogar, exhalar.
abrigo, guarida — amparo, pro- Esfolacaras, vadio — facinoroso,
tecção — defensa. scelerado.
Esculapo, medico. Esfolagalo,admocstação,rcprehen-
Esculpir, abrir, entalhar , gravar, são — tergiversação — interpre
lavrar — sinzelar— imprimir. tacão.
Escultor, cntalhador — estatuário. Esfolar, despellar, escorchar— es-
Escultura, eslatuaria — relevo — coriar — arranhar.
lavor. Esfomeado , esfaimado , famélico,
Escuma, baba, cuspo, saliva — b o - faminto — ávido, cubiçoso.
lhas — escoria, fezes. Esforçado, forte, robuslo — ani-
Escurecer, involver— difficultar— moso, valente — varonil — (s.)
deslumbrar, offuscar — infamar inforciato.
— apagar, deslustrar — (n.) Esforçar, fortificar, reforçar —
embruscar-sc, toldar-se. alentar, animar — confirmar,
Escureza, Escuridade ou Escuri- corroborar.
dão , cerração, negrume, n e - Esforço, força, fortaleza, vigor —
voeiro, trevas — cegueira — alento, animo, brio — audácia,
abatimento — difficuldade — denodo, valentia — confiança,
duvida — incúria. esperança — contenção — vio-
Escuro, anuviado, nebuloso,opaco, lência.
toldado — lobrego, negro, tene- Esfrega, castigo, pena — coça,
broso — difficil — plebeu. maçada, sova , tunda.
Escusa ou Excusa , desculpa — Esfregação, esfregadura, fricção,
coarctada — palliativo, pretexto roçadura.
— dispensa. Esfregar, roçar — limpar — bater,
Escusado ou Excusado , desneces- maltractar.
sário, supérfluo — desculpado— Esfriar-sc, refecer, resfriar-se—
preterido — eximido — inde- entibiar-se — affrouxar.
ferido. Esfuracar, esburacar, furar, rom-
Escusar ou Excusar, evitar, pou- bar.
par — dispensar, eximir — des- Esfusiada , descarga , surriada —
culpar, perdoar— tolerar. pegão, rajada.
Escuta, espia — atalaia — corre- Esfusiar, assobiar, sibilar — soprar.
dor. Esfusiote, repellão — lembrete, re-
Escutador, ouvinte. prehensão.
Escutar ou * Escuitar, ouílr — Esgalgado, esguio, magro.
conceder — consentir. Esgalhado, galhudo, ramoso —
Esdrúxulo, caprichoso — imper- pontudo.
tinente. Esgalhar, desramar — desgalhar
Esfaimado, esfomeado, faminto — — decotar, podar.
ávido, cubiçoso — insociável. Esgalho, pimpolho, rebento, re-
Esfaimar, afaimar, esfomear. novo, vergontea — raminho -
Esfalfar, cançar, estafar, fatigar, ramificação.
moer. Esganar, estrangular afogar.
Esfarrapado, andrajoso, maltra- Esgaravatar, esgarafunhar — pa-
pilho, pellitrapo, roto. litar—buscar—examinar, in-
Eslarrapar,
III.
Esícra,
cidade,
bola,
extensão
atassalhar,espedaçar,
globo, —orbe
lacerar. rasgar
graduação.
— capa- dagar,
— Esgares, inquirir.
mos, tregeitos
gens. caretas, —carrancas
11
gestos,— visa-
mo-
122 ESP ESP
Esgarrar-se, afastar-sc, apartar-se, demorar, prorogar — dilatar,
desviar-se — desmandar-se. ensanchar.
Esgotar, agotar, enseccar, estan- Espaço, distancia, extcnçâo, inter-
car, exhaurir — consumir. vallo — dura, duração — de -
Esgrimidor, brigão, espadachim — curso.
gladiador. Espaçoso, amplo, dilatado , espa-
Escrimir,floretear— estoquear — cioso, extenso, grande, largo
brigar, combater, renhir — ar- vasto.
gumentar. Espada, alfange, catana, chifarote,
Esgrouviado , arganaz, esguio, cimitarra, cutelo, esloque, gla-
magro. dio, montante, sabre, terçado —
" Esguardar, attender, considerar ferro, lamina — (pi.) naipe.
— resguardar— olhar. Espadachim , brigão , esgrimidor,
'Esguardo, cautela, resguardo — pendenciador.
recato — cuidado — respeito. Espadana,jorro, torno — barba-
Esgueirar-se, desviar-se — desa- tana — labareda.
parecer, retirar-se. Espadanar, esguichar, rebentar,
Esguio, comprido,longo —estreito repuxar — (a.) juncar.
— magro. * Espadão, montante — espadarte.
Esmagar,esborrachar, machucar— Espadim, coto, faim, florete.
calcar, pizar — rebentar. Espádua, costas, espalda, bombro.
Esmaltar, matizar — adornar, or- Espaldcirada, pranchada.
nar — embellezar — variar. Espalhado, disperso— derramado,
Esmalte, adorno, realce — perfei- espargido — desunido — es-
ção, primor — matiz. praiado.
Esmar, avaliar, orçar — conjec- Espalhafato, desmancho , desor-
turar. dem — estrondo.
Esmerado, completo, exímio, per- Espalhar, dispersar — derramar,
feito — abalizado, distincto , entornar, espargir — divulgar —
singular. alastrar, juncar — semeiar —
Esmerar-se, abalizar-se, apurar- disseminar, seminar.
sc, extremar-se, singulansar-se Espalmado, balido — plano, raso
— distinguir-se. — limpo.
Esmero,perfeição, primor—aceio, Espalmar, alizar, aplanar — lim-
alinho — cuidado, diligencia. par , querenar — abaixar -.
Esmiuçar ou Esmiunçar, esmiga- vasar.
lhar — pulverisar — considerar, Espancar, baler, desancar, maçar,
examinar, ponderar. zurrir.
E s m o , estimação, estimativa, orça- Espíiitadiço, poltrão, tímido —
mento. arisco.
Esmoer, triturar — digerir. Espantar, assombrar, aterrar —
Esmoler, esmolador — caridoso, amedrontar, assustar, atemo-
corilativo. rizar — conturbar — borrorisar.
Esmorecer, desfallecer, desmaiar— Espanto , admiração , assombro,
desanimar-se — aflligir-se, cons- pasmo — enleio, suspensão -
ternar-se — idolatrar. medo, susto, temor — horror,
Esmorecimenlo, abatimento, desa- lerror — estupidez — conturba-
lento, desanimação — desmaio, ção, pavor — maravilha.
esvaecimento — consternação — Espantoso, espantavel, horrífico,
affeição, ternura. medonho, terrível.
•Esnoga,
Espaçar,
tender —espacejar
synagoga.
delongar,
— prolongar
alongar, es-
— Espargimento,
Esparecer
tir-se, recrear-se
ou Espairecer,
— passear.
diver-
derramamento, cf-
ESP ESP 123
fusSo — dispersão, separação. vestigar,pesquizar — suhlilisar.
Espargir, derramar, diffundir, ver- Especulativo, contemplativo, m e -
ter — espalhar. ditativo — theorelico.
Esparrclla, hoiz, costella, laço — Espedaçar-se.despedaçar-se — di-
engano, lograçâo. vidir-sc, reparlir-sc.
Esparso, derramado, esparzido — * Espcdir , despedir — expulsar,
estendido — avulso. [pargir. sacudir — repellir.
Esparzir, derramar, espalhar, es- Espelho,crystal, vidro—exemplar,
Espavorecido ou Espavorido, ame- m o d e l o , original, prololypo,
drontado, assombrado, assusta- traslado— imagem.
do, espantado, pávido. Espelunca, antro , caverna, cova
Espavorir, apavorar, terrorisar — furna.
assustar, intimidsr — espantar. Espenicado, atilado, enfeitado —
Especial , característico , oistinc- garrido.
tivo — essencial —particular, pe- Espeque, trave, viga—alavanca —
culiar, próprio — excedente — amparo, arrimo, protecção.
natural, principal, [distineção. Espera , esperada , esperança —
Especialidade, jiarlicularidade — expectação — demora — cilada
Especializar ou Especialisar, carac- emboscada — * moeda.
terisar, denotar, designar, distin- Esperança, espectativa,espectação
g u i r — esmiuçar, particularisar. — confiança.
Especiaria, adubos, drogas, espe- Esperar , aguardar — appeleccr,
[clas. desejar — prometter-se — ro-
Espécie, classe — casta, laia, relê ceiar, temer.
— forma, género, m o d o , sorte— Esperdiçado, mimoso, querido —
ideia, imagem — noticia —(pi.) estragado, protligado — dissipa-
adubo, especiaria. dor, perdulário.
Espccieiro, tendeiro — droguista. Esperdiçador, gastador, pródigo
Especificação , distineção — de- profuso.
signação, determinação, indica- Esperdiçar, desperdiçar, dissipar,
ção — enumeração — miudeza. prodigar— destruir, estragar.
Especificar, especialisar, particu- Espertar, acordar, despertar—avi-
larisar. var — aguilhoar , estimular —
Especifico, particular, singular — endireitar.
eflicaz, próprio,saudável, ulil. Esperteza,alacridade, promptidão,
Especiosidade, belleza, formosura, viveza — subtileza.
gentileza, graça. «3 Esperto, acordado, desperto — ac-
Especioso , apparente , verosimil livo, diligente, vivo — ladino,
— artificioso, insidioso — seduc- marau — industrioso.
tor — plausível - bem-assom- Espessar, adensar, condensar —
brado —corado. coalhar — engrossar — apertar.
Espectáculo, jogo , representação Espessidâo, condensação, densi-
— scena, theairo —successo. dade.
Espectador,assistente, observador, Espesso, basto, cerrado—conden-
testemunha. [expectação. sado, denso — crasso, grosso —
Espectativa , espera , esperança , (pi.) amiudados, muitos.
Espectro, duende, larva, phanlus- Espessura, densidade, grossura —
m a — visão. bastida».
Especulação,
Especular,
mtheoria. contemplação—
e — meditação
examinar, contemplar,
indagar,, inquirir,
reflexão
observar— — IEspetado,
exa-
in- Espetar,
Espezinhar,
affligir,
reito, enfiado,
cravar, —furado
mortificar,
teso.brear enfiar,
vexar. — di-
acabrunhar,
[empalar.
passar —
I2«l ESP ESP
Espia, olheiro, vigia — escuta Espiritual, devoto — ingenhoso,
espieitador — atalaia — senli- subtil.
nclla — explorador —, corda. Espirituoso , espiritoso — agudo,
Espiador, espia — explorador. discreto solerte.
Espiar, espreitar, observar — ata- Espirrar, crepitar, estalar, faiscar,
laiar — explorar. scintillar—recalcitrar—resingar.
Espicaçar, esburacar, furar, picar. Espirro, esternudação — crepita-
Espichar, enfiar, traspassar. ção, estalido. [efe.
Espigado, adulto, crescido, graúdo Espivitar, atiçar, esmurrar (avela,
— agudo,pontudo. Esplandecente,brilhante, resplan-
Espigão, bolareo — e s p i g a — r e - decente — illustre, nobre.
mate — cimo, cume, cumiada. Esplandecer, resplandecer.
Espigar, crescer, medrar. Esplendente, brilhante, coruscante,
Espingarda , arcabuz, bacamarte, luminoso, resplandescente.
carabina, mosquete. Esplandescer, brilhar, resplande-
Espingardear, arcabuzear, escope- cer.
taar, fuzilar. Esplendideza, esplendor, lustre —
Espinha, espinho, p u a — borbulha l u x o — magnificência — riqueza.
— cuidado —moléstia—angustia Esplendido , brilhante , lumuioso,
— difficuldade — offensa. luzente — grandioso, magnifico,
Espinhaço, cordilheira, serie (de pomposo, sumptuoso.
montes). Esplendor, claridade, luz — faslo,
Espinhado, agastado, offendido, luxo , magnificência , pompa ,
sentido. sumptuosidade — lustre — no-
Espinhar-se , ferir se, picar-se — breza.
agastar-se. Espojar se,rebolar-se,relouçar-se.
Espinhela, cartilagem — espinella Espoliar, desapossar, esbulhar —
— aparador. pilhar, roubar.
Espinho, ponta, pua — afflicção, Espolio, despojo, saque — captura,
moléstia. presa, tomadia. [tivo.
Espinhoso , escabroso — difficil, Espora, acicate — estimulo, incen-
embaraçado — delicado — peri- Esporear , animar — aguilhoar,
goso. estimular, incitar.
Espinicado, migalheiro , pechoso Esporta, alcofa — ceira — cesta —
— atilado. capacho.
Espiolhar, catar — esquadrinhar, Espórtula, propina — retribuição.
examinar, investigar, pesquizar Esnosa, casada , consorle, mulher
— escolher •* noiva — virgem.
Espiraculo, oriíicio, resmlgadouro, Esposar, casar, desposar, receber.
respiradouro. Esposo, consorte, marido —noivo.
Espirante, respirante, v i v o — so- Espraíar-se, dílatar-se, estender-se
prador. — propagar-se.
Espirar, respirar—morrer—sopra r Espreitador, espia, espião—olheiro.
— exbalar — acabar, findar. Espreitar, attentar — observar —
Espiritado, endemoninhado, ener- atalaiar, vigiar — espiar.
gúmeno, possesso. Espremer, apertar, premar.
Espiritar, inspirar. Espremido, apertado, premado —
Espirito, alma—hálito, respiro, so- esganiçado, fino — averiguado,
pro
valor— —demónio.
—alento,
v o ç ãvoi g,obrio—esforço,
sumpção—animo,
razão
gião, d eaptidão— rgénio
— energia—
piedade,
— p reli-
re- examinado.
EEspumoso,
sespumifero.
p u m a , escuma
saliva. — bava,
espumante, espumeo,
cuspo,
ESS EST 125
Espurcicia , immundicia — impu- tivo, natureza, qualidade — óleo,
reza — indecencia. perfume.
Espúrio, bastardo — adulterado — Essencial, constitutivo, natural —
falto, privado. importante , indispensável —
Esquadrão,' az,' aze. particular — seguro, solido.
Esquadrinhador, escrutador, inves- Eslabanado , adoudado , extrava-
tigador — conhecedor. gante, louco — inquieto, turbu-
Esquadrinhar , especular , exami- lento.
nar, indagar, investigar—buscar. Eslabelecedor, erector, firmador,
Esquálido, desalinhado — inimun- fundador.
do, sujo. Estabelecer,crear, fundar, instituir
Esquecer, deslembrar, olvidar. — dar — fazer — determinar,
Esquecido, deslembrado, olvidado mandar, ordenar — assentar, pòr
— descuidado — frouxo, tardo, — firmar, fixar.
vagaroso. Estabelecimento, creação, estabe-
Esquecimento, deslembrança. ol- limento, instiluícào — fundação,
v i d o — descuido — desacordo. principio, m o r a d a — lei, ordena-
Esqueleto , arcabouço , ossada — ção — cargo.
descarnado, elico, magro. Estabelidade, estabeleza, firmeza,
Esqucntar-se, aquentar-se, escan- segurança, solidez — permanên-
decer-se — encalmar-so — cn- cia, persistência — constância,
colerisar-se, cnfurecer-se , irar- invanabilidade.
se, enfuriar-se. Estabelitar , estabelecer , firmar,
Esquerdear , enganar , trapacear, fixar.
velhaquear— cscardecer. ' Estabulo, diversorio, estalagem,
Esquerdo, canho, canhoto—sestro pousada. [chão.
— sinistro. Estaca, pau (agudo)— vara — tan-
Esquife, féretro — ataúde, caixão, Esiacada ou Estacado, área, liça—
tumba — bote , chalupa, lancha. paliçada , tranqueira — cerca,
Esquina, angulo, canto, quina. cercado.
Esquipação, esquipamento—chus- Estação, estancia— quadra, sazão,
ma, equipagem , marinharia — tempo — parada, pausa.
capricho, singularidade. Estada, assistência,habitação, m o -
Esquipado, chusmado — apparc- rada, residência, vivenda — de-
lhado — accelerado , ligeiro — moro, dilação — parada.
justo — r á p i d o . Estadeador, alardeador, ostentador
Esquipar, armar, aprestar, ^ o v c r — blasonador.
— cnusmar, marinheirar. Estadear-se, alardear, ostentar.
Esquipatico, extravagante, singu- Estádio,área, carreira, circo, liça.
lar. Estadista, politico — machiavel.
Esquitar, descontar —abonar, cre- Estado, domínio,senhorio, terras—
ditar. império, reino — mister, profis-
Esquivança , desdém , desprezo , são — classe, graduação, predi-
desvio —desabrimento, desamor camento —situação — casa, fa-
— aversão, repugnância — alti- milía — circumstancia, termo —
vez, arrogância. apparato, p o m p a — magestade —
Esquivar, atalhar, evitar —afastar, comiliva , equipagem , Irem —
repulsar — defender, prohibir — cortejo.
escapar, fugir. Estafa, cançaço, fadiga, trabalho—
Esquivo
Essência, ou
—difficil—arisco,
tavel—fugitivo.
entidade,
Esquivoso,desdenhoso
ser
áspero,
— constilu.
infrac- | Estafado,
—gatunado.
maçada,
gatunice cançado,
cáustico,
—sova fatigado,
, tunda importuno.
lasso
— calote,
126 EST EST
Estofador, caloteiro—traclante — Estatelado, immobil, parado —
cáustico — charlatão. posto.
Estafar, cançar, fatigar, m o e r — Estatua, figura, vulto — imagem,
desancar, maçar — atormentar, simulacro — ( adj.) immobil,
vexar — calotear, gatunar. quieto.
Estafeiro,andarilho — palafreneiro Estatuário, escuipidor, esculptor.
— estribeiro. Estatuir, determinar, ordenar,
Estafermo, bonecro, figura — p e - prescrever — decidir, estabe-
ralvilho—patife, [lilhâo. lecer.
Estafeta, correio, messageiro, pos- Estatura, corpulência, grandeza,
Estalagem , albergaria , albergue, t a m m a n h o — grossura— forma,
pousada. porte, lalhe.
Estalajadeiro, hospede—taverneiro Estatuto, decreto, ordenação, re-
— albergueiro. gulamento — regimen, regra.
Estalar, crepitar — retumbar — Estável , duradouro ,firme, lixo,
soar, toar — anhelar, rebentar— permanente, perpetuo, solido.
acabar, morrer. Esteiar, escorar, especar —apoiar,
Estalido ou Estalo, eslalajadura — suster.
estouro, estrondo, rebombo, re Esteio, escora , espeque — agulha
tumbo — crepitação, estridor. — columna — adjuda, favor —
Estalla, cavallariça, estrebaria. amparo, arrimo.
Estampa, figura, imagem—impres- Esteira, esteirão — aberta, rasto,
são — imprensa, prelo, typogra- sulco.
phia. EstdliferoouEstelifero.estellante,
Estampar, imprimir — gravar — estrellado.
retratar — marcar, signalar — Estender, abrir , desdobrar , d«-
mostrar — ostentar. senrolar, desinvolver — alargar,
Estampido , estrondo , fragor — alongar, dilatar — communicar,
boato, rumor — brado. divulgar, propagar — estirar —
Estancar , esgotar , exhaurir — derribar, prostrar.
vencer — (».) cançar, esfalfar-se Estender-se. divulgar-se, propa-
— seccar. gar-se — dilatar-se, espraiar-se
Estancia, sento, morada, residên- — entrar — correr — abarcar
cia — estada —aposento, casa — abranger.
logar, paragem — varadouro — Estendido, aberto, desdobrado —
força, fortim, reducto — parada amplo, comprido, dilatado, es-
— estanca — rancho. pa/oso — deitado — prostrado—
Estanciar, albergar, alojar—parar. desfraldado, tendido, [trumar.
Estandarte, bandeira, guião, p e n - Estercar, adubiar, engrossar , es-
dão. Esterco, adubio, estrume.
Estanhado, calmo, liso, sereno — Estéril, infecundo, infruclifero —
deslavado. inculto, maninho — aspero.ru.
Estanho, metal — mar. — secco.
Estanque, calafetado — tapado — Esterilidade, infecundidade — ca
estagnado. réstia — carência, penúria «-
Estante, prateleira — (adj.) está- fome — maninhez.
vel, fixo — morador, residente. Estiar, parar — afrouxar, relaxar.
Estão', hostao — residência—casa, Estilar-se, costumar-se, usar-se.
paço real. Estillar, destillar, gotteiar, gotte-
Estar,
jazer.
—virhabitar,
—existir,
consistir
morar,
permanecer
— residir
fundar-sc
— ficar
con-
— Estillicidio,
Estilo
rimento,
jar, ou Estylo,
pingar. defluxão,
gottejodicção,
— fluxo.
catarro,
elocução
cor-
EST EST 127
expressão — agulha — |ionfciro Estômago, bucho, ventrículo
— formula, theor — costume, bojo, soffrimento — animo,
m o d o , uso. _ S cn '0- [nar.
Estima ou Estimação, apreço, caso, Estontear, atordoar, aturdir, azoi
conceilo — decoro, honra — aue- Estoque, espada, florete.
toridade, respeito — avaliação. Estoquear, estocadear, ferir, furar
Estimador, apreciador — avalia — arguir, disputar, questionar.
dor, contraslc. Eslorlegar, estorcer, retorcer, tor-
Estimar, apreciar, prezar — ava- cer — deslocar.
liar — recciar, lemer — sentir. Estorvar, atalhar, interromper —
Estimativa, conjectura — esmo, impedir, tolher — desviar, e m -
Estimável, louvável — apreciável baraçar— importunar.
avaliável. Eslorvilho, empecilho, óbice, pe-
Estimular , excitar, impedir, inci- guilho.
tar, m o v e r — irritar, offender — Estorvo ou Eslorvamento, dlffi-
aguilhoar , esporear, picar, culdado — contraste , impedi-
pungir. mento, obstáculo — contrarie-
Estimulo, estimulação, impulso, dade, opposição — desvio, in-
incentivo — aguilhão — espora terrupção.
— irrilação. Estourar, bramar, detonar, reben.
Estio, verão. tar, r e b o m b a r — gritar — ralhar.
Estipendiar, assoldadar, pagar, Estouro, detonação, estalo, estam-
salariar. pido, rebombo — (pi.) pancadas.
Estipendio, salário, soldada — Estouvado, atabalhoado, dasatten-
paga. soldo. tado — adoudado, louco, tonto
Estipular, contractar — conven- — imprudente, inconsiderado.
cionar , convir — pedir, re- Estrada, caminho, v i a — calçada
querer. rua — avenida — maneira, meio
Estirado, teso — forçado — exacto, ^ — exemplo — rasto, vestígio.
perfeito — auetonsado, grave — Estradar, calçar— pavimentar, so
suberbo. lhar — cobrir — encaminhar,
Estirar, atesar, estender, puxar — guiar.
derribar. Estrado, assento, banquinho, esca-
Estirar-se, abater-se, humilhar-se bello — 'cadeira, sede — 'tri-
— baqtiear-se, estender-se. bunal — (adj.) alastrado , co-
Estirpe, casta , geração , linhagem, berto, juncado.
raça — origem, tronco. Estragado ou Estragador, dissipa-
Esto, maré-cheia — ardorf^alor. dor, gastador, perdulário, pró-
Estofa , panno — condição, laia, digo — devasso, dissoluto, per-
qualidade — classe, sorte. dido — depravado, m a u .
Estoicismo, austeridade, regidez, Estragar , arruinar, assolar, des-
severidade. truir — depravar — desbaratar,
Estóico , apathico , impassível — desperdiçar — c o r r o m p e r , d a m -
grave — austero, constante, rí- nar.
gido, severo. Estrago ou Estragamento, des-
Estolidez , estupidez , necedade , troço, ruína — assolação — m o r -
parvoíce, sandice, tolice. tandade — perda — desperdício
Estólido, asno, besta — estúpido, — depravação.
néscio, parvo, tolo — ignorante, Estralada, gritaria, vozeria — ru-
rudeirar-se
— fátuo.
Estomagar-se,
se
zerrar-se. — agastar-se, —mor,
embe- Estralar,
amuar-se,indignar- soada
boato — a b—esqulpatico,
estalar.
Estrambótico, a l obulha,
. desordem
exótico
128 EST EST
singular — affcctado — extrava- sorle—dita, fortuna -(pí.)olhos.
gante, ridículo. Estrellado, estellifero, estrellante.
Estrangeiro, advena, alienígena, Estrem, amarra, calabre, corda.
estranho — peregrino—alheio— Eslrcma, baliza, limite, marco.
externo. Estremado, dividido, separado —
Estrangular, garrotear — afogar, abalizado, distincto, excelknle,
suffocar — esganar. perfeito. [raia.
Estranhado, censurado, desappro- Estremadura, extremo, fronteira,
vado — castigado, punido — Estremar, dividir, separar — apar-
abominado. tar, desviar — deslindar — dis-
Estranhão, arisco, esquivo. tinguir—avantajar — divisar.
Estranhar, desconhecer — censu- Estremar-se, abalizar-se, assigna-
rar, condemnar, reprehender — lar-se, distinguir-se — aparlar
castigar — esquivar, evitar. se, dividir-se.
Estranheza, abalo, impressão — Estreme ou Extreme, p u r o — n ã o
espanto, surpreza — maravilha, mesclado.
prodígio — novidade , raridade. Estremecer, sobresaltar-se, tremet
Estranho, estrangeiro — desconhe- — temer.
cido , incógnito — peregrino — Estremecido, assustado, inquieto,
alheio, desconforme — maravi- tremulo.
lhoso, portentoso. Estremecimento,abalo, sobresallo,
Estratagema , ardil, astúcia, traça tremor —arripiamento.
— dolo, engano, Irapaça — arle, Estrénuo, esforçado, forte.
destreza, machinação. Estrepe, abrolho, ferro, pua.
Estrea ou Estreia, d o m , presente Estrepitante, estrepitoso, retum-
— agouro, presagio — destino, bante.
fado, sorte — astro — dita, feli- Eslrepilar, estalar, rebentar, soar.
cidade, ventura — auspicio. Estrépito, estrondo, ruído, rumor.
Bstrebaria , eavallariça , estalla , Estribar, assentar, fundamentar,
presepe. fundar—auetorisar—(n.)firmar-
Estrebuxar, agitar-sc, debater-se, se, suster-se — escorar, esleiar.
mover-se — enfadar-se. Estridente, rechinante, sibilante,
' Estrecer-se, diminuir-se. zunidor.
Estreita, aperto — infortúnio — Estridor, sibilo, zunido.
miséria, penúria. Estrije, coruja, mocho.
Estreitamente , apertada , unida- Estro, enlhusiasmo—transporte—
mente — rigorosamente. gemo—inspiração — brama,cio.
Estreitar, diminuir,
ção, angustia, encolher,
aperto en- Estrondo
— calami- Estrondoso, clamoroso, estridente,
, estampido, estrépito,
oade
curtar— —trabalho
apertar,— restringir.
pobreza. estridulo, ruidosorumor
fragor — ruído, — pomposo-
— bulha,
Estreito,
Estreiteza,angusto,
curtezabreve, curto ——
, pequenez applaudido,
tumulto — soado.rugido — alarido,
apertado
parcimonia — intimo — apanhado.
— mesquinhez — Estropeada, estrupido,
gritos, vozeria — n o mtropel.
e , reputa-
conciso—exacto, miúdo—avaro,
familiaridade, privança — afilie Eslropear, aleijar, coitar, dece-
ção — applauso.
mesquinho — parco — rígido, par, mutilar, quebrar.
rigoroso — (s.) bosphoro, braço Eslropbe, copla, estancia.
de-mar — vinculo — pressa. Estrovinhado, inconsiderado, te-
Estreitura, estreiteza — aperto. merário — tonto.
Estrella, astro, luzeiro — constel- Estrugir, atroar,azoinar—ranger.
lação, planeta — destino, fado, Estruir, arruinar, destruir.
ESV EVI 129
Estrumar, adubiar, estercar. maio, esmorecimento-vertigem
Estrume, adubio, esterco—excre- — desvanecimento.
mento. Esvaído, esmaiado—desfallecido —
Eslrupada, assalto, Ímpeto, refega, abatido, languido — desangrodo
repellão. — arvoado — murcho.
Estrupido, estrépito, ruído, rumor. Esvaímento, evaporação— eva-
Estudante, aulista, escholar. cuação — desmaio — vertigem.
Esludar, aprender—meditar, pre- Esvair-se, evaporar-se, exhalar-
parar — decorar — considerar, se — ir-se, soltar-se —arvoar-se.
observar — applicar-se, exerci- Esvoaçar, adejar, alear.
tar-se, instruir-se. Eternal, eterno, perpetuo.
Estudo, applicação — saber — Eternidade, evo, perpetuidade —
leitura — meditação — cuidado— immortalidade. [luar.
arte, artificio,aula, classe. Eternizar , immortalizar — perpe-
Estugar, apressar. Etcrno, immortal — perpetuo —
Estulticia, asneira, fatuidade, ne- immudavel, invariável— perma-
cedade, parvoíce, patetice, tolice nente — p e r e n n e — indelével —
— disparate, loucura. incorruptível.
Estulto, asno, basbaque, bolonio, Ethereo, celeste, celestial, divino
néscio, parvo, pateta, simples, — alto, elevado — aéreo.
tolo. Etiqueta, ceremonial — marca —
Estupefacção, adormecimento, en- rotulo — lettreiro.
torpecimento, estupor—assom- Eumenides, fúrias.
bro, pasmo. Eunucbo, capado, castrado.
Estupefacto , atordido , attonito, Euro, vento-oriental — leste, le-
pasmado, surprezo. vante, sudueste.
Estupendo, admirável,assombro- Evacuação, despejo, vacuação —
so, maravilhoso, pasmoso — es- purgação — saída — a b a n d o n o —
pantoso, terrível. retirada.
Estupidez, asneira, beslidade, im- Evacuar, despejar — deixar, lar-
becillidade, tolice, tontice. gar — delergir, purgar.
Estúpido, obtuso — estólido — Evadir, escapar, evitar—fugir —
besta— insensato— adormecido, estorvar.
dormente — pasmado. Evaporação, exhalação, vapor —
Estupor, adormecimento, entor- transpiração.
pecimento, torpor — admiração, Evasão, escapula, fugida, saida —
assombro. «a excusa, prelexto, subterfúgio.
Estupro, defloração, violação — Evento, acontecimento, êxito, suc-
copula. cesso.
Estúrdia, peça, travessura — d e s - Eventual, accidental, acontecivel,
propósito, extravagância. casual — duvidoso, incerto.
Estúrdio, travesso — malicioso — Eversão , assolação , destruição,
traquinas — adoudado , estou- estrago, ruína — desolação.
vado. Eversivo, arrumador, destruetivo
Esturrado, torrado, tosto—adusto, — transtornador.
queimado — ardente, exaltado. Eversor , arruinador, assolador,
Esturrar, torrar, tostar — seccar. deslructor, destruidor.
Esvaecer, aniquilar, desfazer — Evidencia, certeza, clareza, m a n i -
(n.) aguar — desvanecer— des- festação.
Esvaecer-se
maiar, esmorecer.
Esvaecimento,
porar-se, exbalar-se.
, desapparecer,
evaporação— eva-des- Evidente,
Evitar,
fallivel —certo,
festo,fugir,
visível.
claro,
livrar-se,
incontestável,
distincto,
guardar-se
mani-
in-
130 EXA EXC
— atalhar, excusar — forrar, ob- Exasperar, endurecer — assanhar,
viar, poupar. encruar, exacerbar, irritar.
Evíterno, eteino, sempiterno. Excandescencia, aquentamento —
Evo, duração — eternidade, perpe- incendimento , inllammação —
tuidade — idade, século. cólera, ira.
Evolar-se, dissipar-se, evaporar-se. Excandescer, abrasoar — esquen-
Exabundancia, abasto, fartura, su- tar — avermelhar, enrubecer —
perabundância. irar, irritar.
Exacção, cuidado — curiosidade— Excavaçâo,cavidade, cova, ouço—
cohrauça — observância — punc- profundidade.
lualid de — acerto. Excavar, cavar — profundar.
Exacerbação, desabrimento, irri- Excedente, supérfluo — excesso—
tação — paroxismo. crescença, resto, sobejo, sobra.
Exacerbar, aggravar , assanhar , Exceder, transcender, traspassar—
azedar, exasperar, irritar — aug- (n.) sobejar, sobrelevar —sobre-
mentar — renovar. pujar, superar, vencer.
Exactidão, cuidadof diligencia — Excellencia , primazia, superiori-
exacção, punctualidade — per- dade, vantajam — prerogaliva —
feição — justeza. attributo — especialidade.
lixado, cuidadoso, diligente — Excedente , excelso , superior —
punclual — primoroso — c o m - bello — eximio — egrégio — ad-
passado — correcto. mirável, maravilhoso — grande,
Exactor, arrecadador, cobrador. magnifico, nobre — preeminenle
Exageração ou Exaggeração, en- — raro, singular — avantajado,
carecimento — amplificação, prestante — sobreexcellenle, so-
hyperbole — augmento. brepujante.
Exagerar ou Exaggerar, amplifi- Exceller, avantajar-se, exceder,
car, encarecer — augmentar, sobrepujar.
engrandecer, subir — decantar. Excelso, alto, elevado — egrégio,
Exaltação ou Exalçamento, aug- sublime.
mento, exaggeração, hyperbole Excepção, dispensação, exclusão,
— elevação —sublimação. isenção — indulto, privilegio —
Exaltar ou Exalçar, elevar, levan- dausa, condição.
tar — engrandecer, sublimar — Excepto, dispensado , exceptado,
encarecer, exaggerar — cele- exceptuado, isento — (prep.)
brar, louvar — enthronizar. afora, salvante, salvo, senão, ti-
Exalviçado, alvadio, esbranqui- rado, tirando, tirante.
çado! Exceptuar ou Exceptar, dispensar,
Exame ou Examinação, averigua- excluir, isentar — privilegiar —
ção, verificação — busca, inda- reservar, tirar.
gação, inquirição — ensaio, ex- Excerptos, apontamentos — extrac-
periência, prova, tentativa. tos — collecções.
Exminar, averiguar, especular, in- Excessivo, demasiado, exorbitante,
quirir — considerar, ponderar, supérfluo — nimio, profuso —
reflectir — buscar, investigar, amplificado, byperbolico.
pesquizar — observar, sondar — Excesso, avantajem, superioridade
recensear — provar. — demasia,sobejo, superfluidade
Exangue ou Exsangue, desangrado redundância —delicto — offensa,
— extenuado , fraco. ultraje — desordem — intensão.
Exânime
Exarar,
Exasperação,
morto. , abrir,
defuncto
irritação.
cortar,
, fallecido
entalhar,
[gravar., Excitação,
Excidio
instigação,
ruína —, assolação
perda
estimulo,
|irovocaçSo.
— ,transtorno.
destruição,
incitação,
EXE EXI 131
Exdlador, incitador, instigador, Exemplar, retraio — antitypo ,
provocador — motor, [ração. etymo, modelo, m o l d e — origi-
Excitamento, excitação — revigo- nal , paradigma, prototypo, tras-
Excilar, animar, avivar, despertar lado — copia, transumplo —
— estimular, incitar, provocar— ideia — tomo, volume.
concitar, suscitar. Exemplo , exemplar, traslado —
Exclamação, acclamação,applauso modelo, molde — espelho.
— clamor, grilo — epiphonema. Exemptar , dispensar , eximir,
Exclamar, bradar, gritar. livrar. [sujeito.
Excluir, afastar, desviar — expul- Exempto, desobrigado, livre, não-
sar — regeitar. . i Exéquias, enterro, sepultura —
Exclusão, exclusiva — expulsão — funeral, mortuorio, saimento.
recusa, repulsa. I Exercer, practicar, professar —
Excogitaçâo, imaginativa, invento. executar.
Excogitar, imaginar, meditar, pen- Exercício, costume, habito, u s o —
sar — inventar. - applicação , occupação, trabalho
Excomungar ou Excommungar, — agitação, m o v i m e n t o — expe-
analhcmalisar. riência , praclica — emprego,
Excomunhão ou E x c o m m u n h ã o , funeção — manejo, manobra —
analhema. serviço — (pi.) conferencias.
Excoriação, esfoladura — arra- Exercitar, exercer, practicar, usar
Excoriar, esfolar. [nhadura. — adestrar.
Excursão, correria, salto — incur- Exercito, hoste — milícias, tropas
são, invasão, irrupção — caval- —batalhões,esquadrões, legiões,
gada — saída. phahuiges — multidão — arraial.
Execração, abominação, detesta- Exhalação, emanação, evapora-
ção — imprecação, maldição, ç ã o — v a p o r — bafo, hálito.
praga — horror. Exbalar, evaporar — lançar.
Execrando, abominável,detestável Exhaurir ou Exbaustar, esguiar,
— nefando, nefario — amaldi- vasar — enseccar— empobrecer.
çoado, maldicto — odioso—hor- Exhausto, enseccado, esgotado —
rendo, horroroso — impio, ini- empobrecido, gastado—acabado.
quo — malvado. Exbibir, apresentar, moslrar —
Execrar , abominar , amaldiçoar, patentear — publicar.
detestar. Exhortação , advertência — ad-
Execravel.abominavel, execrando, moestação.
horrível. Exhortar , induzir , persuadir —
Execução, acto — cumprigiento, animar, incitar — mover.
effeito, realisação. Exício, destruição, ruína— perda,
Executar, acabar, cumprir, effei- perdição — fim.
luar — fazer — exercer, exerci- Exido, esplanada — curral — cer-
tar — j ustiçar — penhorar. rado — baldio.
Executor ou Executador , testa- Exigência , carência , precisão —
menteiro — carrasco, verdugo— importância, necessidade.
(aaj.) cumpridor. Exigir , demandar , requerer —
Exegese , explicação, exposição, pedir — constranger obrigar.
narração. Exiguidade, modicidade, peque-
Exegelico, expositivo, narrativo. nhez. [queuo.
Eiempção,dispensação — i m m u - Exiguo, acanhado , módico , pe-
nidade,
Exemplado
dência, —privilegio
hendidosuperioridade. — —indepen-
, exemplificado.
castigado repre- Eximio
g a r — ,livrar—absolver,
Eximir,
famoso, grande
insigne.— exemptar.
dispensar, excellente
desobri-—
132 EXP EXP
Exinanir, esvasiar — evacuar, ex- Expender, despender, gastar —
haurir — aniquilar. explicar— considerar, examinar,
Existência, realidade, ser — sub- ponderar.
sistência, vida. Expensas, despesas, gasto—custas.
Existir, subsistir, viver — estar, Experiência, ensaio, experimento,
ser — d u r a r , permanecer. tentativa — exercício, praclica-
Êxito, fim, saída—acontecimento, costume, uso — capacidade ,
evento, successo. conhecimento, habilidade.
Exonerar, alliviar, descarregar, Experimentar ou Exp'rimentar,
despejar — desobrigar. a c h a r - p r o v a r — apalpar, in-
Exorar, orar, pedir, supplicar — dagar, tentar.
abalar, commover, demover — Experimento, experiência.
conseguir. Experto, experiente, experimen-
Exoravel,flexível— compadecido, tado, perito, versado — activo,
piedoso. vivo — a g u d o , perspicaz.
Exorbitância, transgressão — d e - Expiar, purgar, purificar— emen
masia, excesso — jmmoderação. dar, reparar, satisfazer.
Exorbitante, excessivo, nimio — Expilar, rapinar, roubar, pilhar.
desmarcado, enorme, prodigioso Expirar, morrer — acabar, findar
— immoderado. — respirar — soprar — exhalar
Exorcismar, exorcisar — conjurar. — dissolver-se, evaporar-se.
Exorcismo, esconjuro. Explanação, explicação, exposição.
Exórdio , antiloquio — prefação, Explanar , aposlillar — explicar,
prologo — preambulo, preludio expor.
— começo, entrada, principio. Explicação, exposição, interpreta-
Exornar, embellezar, ornar. ção — commento, glosa, nota —
Exótico, estrangeiro, estranho — declaração , manifesto — defi-
extravagante — raro. nição.
Expectação, espera, esperança. Explicador, expositor, interprete.
Expectador, pretendente — espe- Explicar, declarar, manifestar —
rador. expender,explanar, expor —in-
Expectativa, espera, esperança — terpretar — aclarar , alumiar ,
confiança. dilucidar.
Expectável, appelecivel, cubiça- Explicito, declarado, expresso —
vel, desejável." claro, distincto, formal.
Expedição , diligencia, presteza , Explorador, batedor, corredor —
Sromptidão — desembaraço , espia — lobrigador.
espejo, soltura — facção — jor- Explorar, buscar — examinar, ob-
nada — empresa. servar — descobrir — vigiar —
Expedido, desembaraçado, solto— espiar —investigar, reconhecer.
desapegado — aviado, [baraço. Expor , patentear — propor —
Expediencia, despacho — desem- contar — dizer — declarar, ex-
Expedientc , meio , m o d o , via — plicar, interpretar — arriscar,
opporlunidade — conselho — aventurar, comprometter — pôr.
despacho. Exportável, transportável.
Expedir, despachar — promulgar Exposição, declaração, explicação
— expellir , expulsar — d e s e m - — interpretação — narração —
bargar — desembaraçar — aca- amostra — posição, situação.
bar, terminar — accelerar, dili- Expositor, declarador, interprete
genciar— despedir. — commentador, expíanador.
Expellir,
corrente,
Expedito, botar,
activo,lesto,
desembaraçado,
expulsar,
promnto
sacudir.
fácil.— Exposto,
jeito—
(.«.) engeilado—conteúdo.
entregue,
explicado —oflerecido.su-
arriscado—
EXT EXT 133
Expressão, representação — gesto fraqueza — magreza — dimi-
— dicção, elocução — estylo — nuição.
palavra, termo, voz — phrase. Extenuar, attenuar, debilitar, en-
Expressar, declarar, exprimir. fraquecer — emmagrecer —
Expressiva, expressão — elocução abater.
— recitação. Exterior , apparente — externo,
Expressivo, claro, emphatico, enér- extrínseco — (s.) ar, presença,
gico, significativo. rosto — porte, talhe — exterio-
Expresso , explicito — declarado, ridade — superfície.
manifesto — retratado — expri- Exterioridades, apparencias, exte-
mido, representado—(«.) messa- riores, mostras.
geiro. Exterminação, destruição, excidio,
Exprimir, enunciar, manifestar — ruina —desolação.
representar— tirar — espremer. Exterminar, arruinar, assolar, des-
Exprobração, reproche — injuria, truir— extirpar.
vitupério. Extermínio, expulsão — desterro,
Exprobrar, reprehender—objectar exilio — destruição, rufna.
— censurar, condemnar. Externo, exterior, extrínseco —
" Exprovado, experimentado, pro- estrangeiro.
vado. Extincção, aniquilação,destruição,
Expugnador, conquistador, debel- exicio, ruína — morte.
lador, vencedor. Extincto , apagado, esquecido —
Expugnar, render, tomar, vsncer morto—amortecido, mortificado
— conquistar. — acabado, perdido— annullado
Expulsar , expellir , repulsar — — abolido, supjirimido.
afastar, desviar. Extinguir, apagar — destruir —
Expurgar, limpar, purgar — cor- abolir , supprimir — acabar —
rigir, emendar. dissipar, extirpar — extermi-
' Exquisa, enquisa — informação, nar.
inquirição Extirpar, desarraigar — abolir,
Exquisito, escolhido— acarretado, destruir — a r r a n c a r — extinguir.
excogitado — excellente, eximio Extorquir, arrancar.
— delicado— raro, singular — Extorsão, rapina , usurpação —
selecto — grande, s u m m o . violência.
• Exsiccação, marasmo, resicação. Extracção, exportação—consumo,
* Extar, existir — haver. vasão — extracto.
Extasis, Estase ou Estasi, enleva- Extracto, çumo, sueco — compen-
ção, enlevamento—rapto,, tons- dio, epitome — copia.
porte — admiração. Extrahir, espremer — levar —
Extático, arrebatado, enlevado — achar — buscar — tirar — sepa-
absorto— admirado. rar — abreviar, summariar —
Extemporaneamente, improvisa, copiar, transcrever.
repentina, subitamente. Extraneo, estrangeiro, estranho,
Extemporâneo, improviso, repen- novo — maravilhoso, raro, sin-
tino, súbito — magistral. g u l a r — grande, illustre, insigne
Extensão, comprimento , latidão, — memorável, notável —casual,
latitude — alargação, amplitude, fortuito, ridículo.
largura — espaço — augmento, Extraordinário , desusado, estra-
prolongação. nho, novo — maravilhoso, raro,
Extenso,
largo,
Extenuação,
dilluso,longo
amplo,
III. — enfraquecimento,
comprido,
prolixo. augmeutado
grande,
- Extraragancia,
casual,
signe
singular — fortuito—
memorável,
disparate,
— grande, ridículo.
12illustre,
notável
loucura—
in-
1SÍI FAB FAC
— delírio, desvario — inépcia — — manufacturar — cultivar —
impertinência. forjar, imaginar, inventar, urdir.
Extravagante, estrambótico, exó- Fabrico, fabricação,obra—amanho,
tico— insensato, louco — imper- lavoura.
tinente — ridículo, visionário. Fabril, mechanico —artificioso.
Extraviar, desencaminhar, desviar Fabro, artífice, official.
— perder. Fabula, apologo — cbymera, ficção
Extravio,descaminho, desvio. — riso, zombaria — conto, no-
Extremado, acabado, completo — vella, r o m a n c e — mythologia —
perfeito — abalizado, insigne — mentira, falsidade.
excellente. Fabular ou Fabulisar, apologar —
Extremar-se, esmerar-se — abali— fingir, inventar — meutir.
zar-se — distinguir-se. Fabuloso, falso, fingido — imagi-
Extremidade, extremo—cabo, fim, nado, invenlado — chymerico,
termo, topo — bico, ponta — fictício — sonhado.
aperto. Façanha, proeza—empresa, facção
Extremo , extremidade — excesso — heroicidade — acções, feitos
— fronteira , raia — c u m e — — bravura — maravilha.
(adj.) ultimo — excessivo— ex- Façanheiro , fanfarrão , patarata,
tremado, extremoso. roncador, vaidoso.
Extremoso, extremado — excessi- Façanhoso , extraordinário, inau-
vo, nimio — terno —apaixonado dito — enorme, grande — mons-
— affectuoso. truoso — memorável — famoso
Extrínseco, accidental, adventício — heróico.
—exterior. . Facção, jornada — empresa, expe-
Exuberância , affluencia, super- dição—bando, parcialidade, par-
abundância, superfluidade. tido — conluio, liga — conjura-
Exuberante , superabundante — ção, conspiração.
excedente, redundante. Faccioso, amotinador, sedicioso —
Exuberar, superabundar. [zer. parcial.
E x u Ilação, alvoroço, alegria, pra- Face, cara, rosto, semblante —ap-
Exullar, alvoroçar-se — alegrar- parencia—presença — flor, su-
F
ec, regozijar-se. perfície, tona — fachada, f m n -
taria, fronte, frontispício — or-
Fabordão, desafinação, desentoa- dem.
ção, desenloamento. Facécia, galanteria, graça, gracio-
Fabrica, composição —conslruc- sidade — airosidade, donaire —
ção, estruclura, organisação — jafeosidade — chocarrice.
edilicio — officina — feitio — Faceira, bazofio, fanfarrão, pata-
artificio, lavor, trabalho — m a t e - rata, vaidoso— casquilho.
riacs — (pi.) desenhos, ideias, Faceto, galhofeiro, prazenteiro —
projectos, traças. engraçado , gracioso — lépido,
Fabricação, fabrica, manufactura. cómico, festival, mímico.
Fabricador, artífice , edificador — Facha, archote — leia, tocha —
auctor, compositeiro — creador, facho — cinta—venda— bipenno
inventor. Fachada, face , frontarfa , fronie,
Fabricar, architeclurar, construir. frontispício — apparencia, mos-
edificar—cunhar —fazer—tecer tra—ostentação.
Fachinaou Faxina, feixe, m o l h o —
destroço,
Facho,
farol. estrago.
archote,brandão— fanai,
FAL FAL 135
Fácil, natural—conversavel,lhano, Falbalas, folhos, guarnição.
traclavel — comezinho — cor- Falcatrua, engano, logro, peça.
rente, fluido — condescendente Falcatruar,calotear, lograr — en-
— indulgente, propicio. ganar, illudir.
Facilidade, desembaraço — destre- Falha , eiva, fenda, racha — m o s s a
za, subtileza—agilidade presteza — defeito, macula,quebra.
— confiança — affabuidade — Falhar, estalar, q u e b r a r — faltar.
inconsideração. [pedir. Falia, palavra, voz—lingua, lin-
Facilitar,achanar.alhanar, desim- guagem — estylo , locução —
Facilitar-se, agilitar-se, desemba- arenga, oração, discurso, prac-
raçar-se— familiarizar-se. tica.
Facinoroso, criminoso, flagicioso, Fallacia , sophisma — engano,
malvado, scelerado— nefario. fraude — enredo, tramóia.
Factício , artificial — contrafeito, Fallador, bacharel, charlador, gár-
imitado. rulo, linguareiro, loquaz, palra-
Faciivel , acontecivel — fácil — dor, palreiro, tarameleiro — di-
possível , practicavel — licito, zedor, verboso.
permittido. Fallante, eloquente — avisado, dis-
Facto, acção, feito—acontecimento, creto — articulante.
caso, successo — realidade. Fallar, dizer — conversar — char-
Faculdade,direito, poder, potencia lar, cochichar, papear — confe-
— liberdade, licença — sciencia rir, discorrer, practicar — trac-
— capacidade — corporação — tar — advogar, orar.
(pi.) qualidades — bens, cabe- Fallaz ou Fallace, enganador, en-
itaes, haveres, posses. ganoso — artificioso — fraudu-
Facultar, facilitar. lento, impostor — vão.
Faculloso, opulento,rico —caudal, : Fallecer, falhar, faltar — acabar,
caudaloso. [graça. expirar, fenecer, morrer.
Facúndia, eloquência — elegância, Fallecido, morto — desapparecido
Facundo, culto,discreto,eloquente. — falto, necessitado.
Façudo, bochechudo. Padecimento, carência, falta — fi-
Faga,maga — bruxa, feiticeira. namento, morie, óbito — desfal-
Fadar, predizer, vaticinar—prote- lecimento.
ger. Fallencia, falta — culpa,erro —
Fadário, destino, sorle — fadiga, engano — excepção, limitação.
lida, pena. trabalho—propensão. Fallimento, bancarrota , quebra —
Fadiga ou Fatiga, cançaço, fida — erro — fallencia — d i m i n u i ç ã o —
labor, trabalho — pena " e m - morte — culpa, peccado — falta,
baraço. omissão.
Fadigoso, cançativo , penoso, e n - Fallir, enganar — (n.) quebrar —
fadonho, importuno. empobrecer — arroínar-se.
Fado, destino, sorte — oráculo, Falsar, falsificar — mentir — bal-
vaticínio — finamento, morte. dar, frustrar, inutilizar — (n )
Fagueiro , acariciador, aíagador, falsear.
affavel, carinhoso, meigo. Falsado , falsador , falsificador -
Faim ou Faí,espadim, florete. enganador — embusteiro, impos-
Faísca , centelha , chispa , faúla, tor — calumniador — corruptor.
scintilla. Falsidade ou Falsia, dolo, fraudu-
Faiscar , crepitar — scintillar — lencia, impostura — engano,
chammejar
decer.
Falamento
curso, falia. — Fallamento
ou brilhar, resplan- mentira — dissimulo
, dis- Falsidico,doloso,
tiroso.
rnenlo. impostor, — Ungi-
men-
136 FAM FAN
Falsificação, adulteração, allera- celebre, n o m e a d o — afamado,
São, corrupção. famigerado — notável — illustre,
sificar, adulterar, arremedar, Famular, ajudar, auxiliar, soccor-
contrafazer — alterar, perverter rer — servir.
— corromper, viciar. Famulento, famélico, faminto.
Falsifico, mentiroso — falso. Fâmulo, criado — estudante.
Falso, aleivoso — astucioso — fin- Fanado, maltractado, mutilado —
gido, supposto — falsificado — circuracidado — miserável —
postiço — (J.) falsidade. pobre—estreito—murcho, secco.
Falsura, aleivosia, falsidade, má-fe, Fanal ou Phanal, faro, pharol —
perfídia —perjúrio. lampião — facho.
Falta, carência, inópia, penúria — Fanar, circumcidar — amputar,
culpa, peccado — defeito — en- truncar — aguarentar — mur-
gano — omissão. char.
Faltar, carecer — falhar — abortar Fanático, desvariado , insensato,
— peccar. louco — arrebatado, furioso —
Falto, carecido, necessitado, desti- lunático, visionário.
tuído, mingoado — defeituoso— Fanatismo , loucura, phrencsi —
não-inteiro. superstição — obslinação, teima
F a m a (boa), credito, reputação — — euthusiasmo.
n o m e — gloria — honra — boa- Fanchonice, mollicie — sodomia.
to, noticia, ruido, soada — (má) Fancbono, sodomita — afeminado,
desbonra, discredito, labeo — molle.
ignominia, infâmia. Fanfarrão, chibante, rabulão, va-
Famélico, esfaimado, esfameado, lentão — mata-sette — bazofio,
faminto, famulento — ávido, cu- blasonador, jactandoso, ronca-
biçoso. dor — farfante, patarata — or-
Famigerado, afamado, celebre, fa- gulhoso.
moso, nomeado. Fanfarraria, Fanfarrice ou Fan-
Família, casa — obrigação, sangue furria, Tabularia — fanfarronada,
— geração, raça — adiados, pa- jactância, ostentação — bazofia,
renies — extracção — gente — firesumpção, ufania — casqui-
espécie, género. hice.
Familiar, fâmulo — trasgo — con- Fanhoso, gangoso, morfanbo.
frade — commissario — (adj.) Fantasia ou Pbantasia, imagina-
caseiro, domestico, familio — ção , imaginativa — arbítrio,
intimo — acostumado, habitual, go«'o , vontade — presumpçâo,
usual — fácil, natural. suherba — chimera, sonho —
Familiaridade, amizade — con- extravagância, loucura — ficção
fiança — convivência, intimi- — preludio.
dade, privança. Fantasiar ou Pbantasiar, fingir,
Familiarízar-se ou Familiarisar-se, imaginar, inventar — compor.
acostumar-se, avezar-se, habi- Fantasioso ou Phantasioso, presu-
tuar-se — alliar-se, aparentar- mido, presumpçoso, vaidoso —
se, emparentar-se. caprichoso, chimerico, extrava-
Faminto, famaco, famélico, f a m u - gante.
lento, esfaimado, esfomeado — Fantasma ou Pbanlasma, avejão,
ávido, cubiçoso — anbelante — avenlesma , especlro , larva —
miserável,
{>obre
Famoso,
voraz mísero,
—egrégio,
allecido, avaro —inclilo,
impaciente
languido misérrimo
pallido
—devorador, — Fantástico
— inquieto.
insigne—
— des- sombra
simulado.
nário
illusão. —ou Phantaslico,
imagem —— chimera,
, phantasioso fingido,
imagi-
FAR FAT 137
Farandula ou Farandulagem,char- Farto, saciado, satisfeito — atulha •
latães, farçantes, ele. — bugia- do, cheio — recheiado — co-
rias, farelorio, ninharias. pioso, fértil — aborrido, des-
Faraule, interprete, lingua —arau- gostoso de...
to, rei-darmas — corretor, m e - Fartum, fedor, máo, cheiro.
dianeiro — cabeça, enefe, guia. Fartura , saciedade — recheio —
Farça, comedia, entremez — pelo abasto, abundância, copia.
ticas—bufoneria, caturrice, cho- Fascinação, olhado olho máo,
carrice. quebranto — deslumbramento
Farçanle ou Farcista , bobo, ca- — incanto.
turra, chocarreiro, farçola, gra- Fascinar, deslumbrar, incantar —
Farda, uniforme — libré, [cioso. enganar — hallucinar.
Fardagem ou Fardelagcm , farda- Fasquia, lata.
mento — bagagem , cargas , Fastidioso, Faslioso ou Fastiento,
fardos. tedioso — cáustico, enfadonho,
Fardo, lió — bala — carga, peso— molesto — aborrivel.
picote. Fastígio, acumen, auge — cimo,
Farejar, cheirar, fariscar. cume — remate — altura , emi-
Farelorio, bugiarias, ninharias — nência — sublimidade.
Moleiras. Fastio, enfaro, enlejo, náusea, té-
Farfalha ou Farfalhada, bulha, es- dio — aborrecimento, desgosto
trondo, motim. — enfadamento — desprezo.
Forfalhaaor ou Farfalhão, amoti- Fasto, elevação — soberania — al-
nador — parolador, paroleiro. tivez, arrogância, suberba — m a -
Farfalhar, estrondear — parolar, gnificência, pompa — ostentação
tagarelar — remexer, revolver. — apparato, estado, grandeza,
Farfante, blasonador, vanglorioso lustre — (adj.) feliz, prospero.
— fanfarrão. Fastos, annaes — archivos— re-
Farnel, fardel. gistos.
Faro, olfato — cheiro, exhalação, Fastoso, magnifico, pomposo, su
odor — indicio — pharol. berbo — ostentoso — altivo, ar
Farol ou Pharol, lampião, lanterna roganle, orgulhoso, vão.
— faro. Fatal, calamitoso, desgraçado, fu-
Farpão, harpeo — arremeço, dar- nesto — trágico — prejudicial,
do, venabulo — setta. ruinoso.
Farpar ou Farpear, harpi^r — Fatalidade, destino, sorte — des-
dardear — assettear. graça — penalidade.
Farrapo, andrajo, trapo. Fatexa ou Fateixa, ancora, arpeo,
Farroma, bravata, fanfamce, fan- gancho.
farronada, pataratice, ronca. Fatia, talhada — lasca.
Farroupilha, esfarrapado,farrapão, Fatídico, adivinho, prophetico.
maltrapilho. Falifero, mortífero.
Farroupinho,bacorote,marranito. Fatigar, cançar — acossar, perse-
Forroupo, marrão, porco. guir — amofinar — aflligir —
Farrusca, forrumpeo, tarasca. importunar. [trouxas.
Farsola ou Farçnla, bobo, chocar- Fatiota, fato, roupa — moveis —
reiro , farçanle, galhofeiro — Fato, bens, moveis, roupas, vesti-
chibante,
Farladella,
Farlar,
satisfazer.
lambuçada.
atulhar,
saciarfanfarrão
encher — ,rcchciar
barrigada , quichote.
— acevadar, lambada,
cevar—— dos, .ele.
Fatuidade,
Fátuo
tolice.
dicularia
simples, —— loucura,
manada,
estúpido,
tolo
inépcia, loucorebanho.
simpleza
necedade,
, nesri»,
— ri-
138 FEA FE1
Fauces, garganta , guela - bocca, boa fe,fidelidade,lealdade, pro-
boqueirão — abertura. bidade — candura, sinceridade
Faúla, centelha, faísca. — prova, testimunbo — jura-
Faúlhas, bagatellas — tolices — mento.
frioleiras, pataratas. Fealdade ou Fcialdado, deformi-
Faúlhento, frívolo, fútil, inútil, dade — enormidade — infâmia,
vão. torpeza.
Faunos, satyros, sílvanos. Fesnchão ou Feianchão, feiíssimo,
Favo, mel. horrendo.
Favonio, zephyro. Febe ou Phebe, a lua — Diana,
Favor, graça, mercê, m i m o — a m - Hecate, Proserpiua.
paro, auxilio, defesa, protecção Febo ou Phebo, o sol — Apollo.
— adhereneia , credito , benevo- Febra, fibra, filamento.
lência. Fechar, cerrar — tapar— acabar,
Favorável, benéfico, benigno, pro- concluir, findar, terminar —
picio — b o m , sadio — fausto, cercar.
prospero, risonho — amigo — Fecho, aldraba, ferrolho — belho,
empenhado , padrinho , patrono lingueta — conclusão, fim.
— laulor — fresco, galerno. Fecundar, fertilizar, fruelificar —
Favorecedor, padrinho, patrono, adiantar, augmentar.
protector — defensor. Fecundidade, abundância , copia,
Favorecer, amercear, gratificar — fertilidade.
apadrinhar, patrocinar— auxi- Fecundo, abundante, fértil, frueti-
liar, favorizar, proteger — a v a n - fero, produetivo.
tajar — parciahsar. Fedelho, estudantinho — rapazinho
Favorito, mimoso, querido — v a - — figurinha — fedorento.
lido — afilhado, protegido. Federado, confederado, federalista.
Fausto, afortunado, ditoso, feliz, Federalismo ou Federação, al-
propicio, prospero. liança, confederação, união -
Fautor, defendedor, favorecedor. ajuste.
Fautorizar, apadrinhar, favorecer, Federar, alliar, confederar, unir.
patrocinar. Fedo, feio, horrendo, torpe.
Faxa ou Faixa, tira — banda, Fedor, fedito, m á o cheiro — cor-
charpa — cingidouro , cinta — rupção, infecção, putrefacção.
(pi.) mantilhas. Fedorento, fétido, mal-cheirante,
Fazenda, cabedal, dinheiro, rique- maj-cheiroso — corrupto, pú-
zas — bens, haveres, posses — trido — descontentadiço.
mercadorias — terras — her- Feição, feitio, figura, forma —
dade — ' acção, procedimento — geslo — corte, liniamenlos, talhe
•duello — peleja — 'batalha, — maneira, m o d o , ordem —
conflicto— "correria— "labu- condescendência — jovialidade.
tação, lida — serviço. Feira, mercado.
Fazendeiro, quinteiro — feitor. Feirar, comprar, vender, negociar,
Fazer, executar, obrar — acabar, trocar.
concluir, terminar — compor, Feita, acção, vez.
tecer — construir, fabricar — Feiticeira, bruxa — maga.
causar, produzir — excitar — Feiticeiro, magico, m a g o — bruxo,
dispor, preparar — mandar — nigromantico — fascinador, hal-
obrigar— concertar— servir — lucinador, incantador — (adj.)
Fazer-se,
ajustar
Fe,formar-se— afazer-se,
vir —
credito, —crençafingir.
avezar-se
tornar-se. —
— religião — I Feiticeria,
aprazível.
veneficio
feitiço, bruxaria
malefício,
— fascinação,
— sortilégio.
magia
incanto—
FF.O FF.It 139
Feitiço, bruxaria, magia, nigro- sagradável —deforme — torpe—
maucia — Incanto, sortilégio, enorme, monstruoso—horrendo.
veneficio — fascinação, olhado Fera, monstro —cruel, inhumano.
— phillro — (adj.) artificial Ferocidade, fertilidade.
— falso, fingido. Féretro, ataúde , caixão, esquife,
Feili i, feição, forma — diligencia tumba.
— casta, laia, sorte. Fereza ou Feridade, braveza, fero-
Feito, acção, ' fazimento — proeza cidade— barbaridade, crueldade,
— facção — acontecimento, deshumanidade — arrogância.
facto, successo — questão — au- Ferida, chaga — golpe — cutilada,
tos — processo — (apj.) obrado estocada, lançada — axe, lesão—
— afeito. pancada.
Feitor, administrador, negociador Ferino, beduíno, cerval — cruel,
— caseiro, rendeiro — (adj.) feroz, sanguinário.
auetor, creador — fazedor, Ferir, golpear, mutilar — asset-
obrador. tear, vulnerar —chegar, tocar—
Feitura, feitio — factura— traba- castigar— insultar, olTender.
lho — creatura. Fermentação, ebullição, efferves-
Feixe, lió, molho. cencia — agilação — dissensão.
Fel, amargo, amargor, amargura Fermentar , agitar-se — decom-
— ódio, rancor — paixão — por-se.
cólera. Fermento , levadura — origem ,
Felicidade, dita , ventura — for- principio.
tuna, prosperidade — gloria — Fermosear ou Formosear , afor-
salvação — sorte — bonança — mosar, alindar, formosenlar.
satisfação — successo. Fermoso ou Formoso, bello, lindo
Felicitação, congratulação, e m b o - — bizarro , galhardo , gentil —
ras, parabéns. agradável.
Felicitar, Cumprimentar, congratu- Fermosura ou Formosura, belleza,
lar — aditar, afortunar, b e m a - boniteza , lindeza — galhardia,
venturar. gentileza.
Feliz ou Felicc, afortunado, ditoso Fero, ameaça, bravata, bazolia —
— favorável, fausto, prospero— (adj:) brutal, duro — ferino —
contente — abençoado, b e m - grandíssimo —monstruoso.
ditoso. [pello. Ferocidade, braveça , fereza —
Felpa, pellucia , rico — cabello, crueldade , crueza — dureza —
Felpudo ou Felpado, aveludado, arrogância, orgulho.
pelludo — cabelludo, velludo. Feroz, bravo, immite — ferino,
Fêmea ou Femia, mulher — d a m a fero — bárbaro , cruel , deshu-
— donzella. [meretrizes. m a n o , inexorável — atroz, vio-
Femeaço, fêmeas — concubinas, lento.
Fementido, fraudulento, pérfido, Ferrar, cravar, pregar — arpoar,
perjuro, tredo. fisgar — colher — encorar, fun
Feminil ou Feminino, femeal, fe- dear, surgir— ferretar.
mineo, mulheril. Ferrar-se, arcar, cerrar, travar.
Fenda,fisga,grela, racha. Ferrenho, duro,inflexível, pertinaz
Fendente, altabaixo, cutilada, — bárbaro —rigoroso.
golpe. Ferrete, marca , signal, imfamia,
Fender,
Fèo
Fenecer,
talhar
— ou —abrir,
expirar,
Feio, cortar,
acabar,
sulcar
fallecer, rachar
inol-pareeido
—lindar,
separar.
morrer.
terminar
— — de-
re- Ferro,
Ferricocos,
teixa
nitentes.
labeo,instrumento
--
macula,
gatos-pingados
alfange,
manha.
— espada,
ancora,
— ppfa-
ue--
140 FES FIE
nhal , efe. — viajem — vez — Festival, alegre, laceto, jucundo,
(p/.) cadeias, grilhões. prazenteiro —aprazível, (estivo.
Ferrolhar. prender. Festivo, divertido, galante, recrea-
Fcrropeias, ferros, grilhões, grilhos tivo — solemne.
— cadeias. Fétido, fedorento, mal-chciroso —
Ferrugento, enferrujado—anliguo, pútrido - - hediondo, sórdido.
velho. Feudo, reconhecimento, vassalla-
Ferrugineo, escuro, negro—triste. g e m — tributo.
Ferrumpea , espadão , farrosca, Fez ou F é s , borra, escumilhas,
ferrugenta, tarasca, timehunt. lia, pe, sedimento— escoria.
Fértil, abundante, copioso, pingue Fiador, abonador,caução—cordão.
— fecundo, ferocíssimo — fruc- lJiança ou Fiadoria,abono,caução,
tuoso, frugifero. garantia — abonação, confirma-
Fertilidade, abundância, feracidade ç ã o — confiança, fe—confidencia
— fecundidade. — esterco, estravo.
Fertilizar ou Fertilizar, fecundar. Fiar, abonar, garantir — commet-
Fervedouro, desassocego, inquie- ter, recommendar — arriscar ,
t a ç ã o — formigueiro — bulido. aventurar — escorar, estribar —
Fervendo, fervura — ebullição — confiar, esperar.
agitação, ardor, effervescencia. Fibra, fio—fevera—(pi.) raízin lias.
Fervente, ardente, quentíssimo — Fibula, fivela.
fervoroso, vehemente — activo, Ficada, demora , parada — assis-
vivíssimo. tência, estada , permanência —
Ferver, bolhar, ebullir— agilar-se habitação, morada,residência.
— afanar-se, fadigar-se. Ficar, permanecer — demorar-so
Férvido, abrasado, ardente—enér- — restar — durar — estar —
gico—apaixonado — rapidíssimo afiançar— concertar-se — pro-
— fogoso, impetuoso, violento — metter — ' fincar
activo, fervoroso , vehemente, Ficção, fabula, iovenção —dissi-
vivo. mulo , fingimento — mentira ,
Fervor, fervura — c h a m m a , laba- supposição.
reda — a r d o r — e m p e n h o , zelo — Fictício , fabuloso ,fictil,fingido,
fogo, vehemencia — impaciência imaginário. (menir.
— energia — afano, cançaço. Fidalgamente, esplendida, nobre-
Fervoroso, activo, diligente, fér- Fidalgo, cavalheiro, gentilhomem
vido, vehemente fvor. — .conde, duque, marquez, etc.
Fervura, cachão — fervencia, fer- —\adj.) nobre — grande — va-
Fesla, festejo, festividade, função loroso.
— celebridade , solemnidade — Fidalguia, nobreza, sangue illustre
applauso — alegria — diverti- — generosidade — soberania —
mento—regozijo — dia sancto. dignidade.
Festança, brinco, divertimento — Fideicommisso, deposito, doação,
regabofe. legado.
Festão , ramilliete — florão — la- Fidelidade, fe,fieldade— lealdade,
çaria — bambolim. sinceridade, verdade—exactidão
Festejador, festival, festivo — ale- — constância —segurança.
gre, divertido. Fideos, aletria.
Festejar , applaudir, celebrar, so- Fido,fiel,leal, sincero—constante,
lemnisar
Festim, —cariciar—
Festejo,acolhimento,
—convite—fesla.feslejo,
alegria, banquete,
regozijo bodo alegrar-se.
— gasafhado
festa.
— função. seguro
regalo— Fieira,
Fiel,
Fiducia , —atrevimento,
confiança—
lido, verdadeiro.
enfiada,
leal —fileira,
esforço.
constante,seguro
linha,
ousadia
[que.
ren-

FIN FIR 141
— sincero— exacto , verídico — pregar — embeber, enxerir —
(s.) confidente — (pi.) os chris- atochar —fitar,fixar.
tãos. Fincar-se,ficar-se,parar —insis-
Figadal , entranhavel , intimo — tir, instar.
cordial — alegre, jubiloso. Findar, acabar, concluir, fechar,
Fígado, entranha , víscera — dis- finalizar , rematar , ultimar —
posição, vontade— animo, espí- (n.) complctar-se.
ritos, valor. Findo, acabado , Unalisado , ter-
Figura, imagem, retrato— feição, minado.
forma — ideia — representação Fineza, delgadeza — pureza — de-
— apparencia — estatua, vulto licadeza — subtileza— p r i m o r —
— e m b l e m a , geroglilico, symbolo galanteria — favor — compla-
— significação—atlidudo. cência — façanha, proeza.
Figuração, aspedo,figura,forma. Fingido, apocrypho — enfinto, fa-
Figurado, allegorico —imaginado, buloso, fictício,fictiljphantastíco
supposto, pintado,representado. — falso, mentido.
Figurante, dançarino — coinparça. Fingidor, simulador — hypocrita.
Figurar, delinear, traçar — symbo- Fingimento,ficção— hypocrisia—
n s a r — ornar — (n.) parecer, dissimulação, refolho.
representar-se. [mos. Fingir, fabular — suppor — ima-
Figurarias, ademães, geslos, m o - §inar, inventar , phantasiar —
Figurativo, symbolico—allegorico, issimular , simular — copiar,
umbratil — mystico. imitar — enganar.
Figurilha, boneco — manequim — Finitimo , comarcão, confinante,
figurinha, homeniculo. contermino, fronteiro, limitro-
Fila,fileira— enfiada. pho.
Fileira,fila, linha — ala, fieira, Finito, balizado, determinado , li-
renque. mitado — atermado.
Filho, frueto. prole — menino, Fino, delgado —desvelado — e x -
neno — herdeiro — effeito, obra tremoso , officioso — amante,
— g o m o , renovo — natural — a m o r o s o — affectuoso—excessivo
(pi.) descendentes, suecessores, delicado, subtil —ladino — a c e n -
vindouros — o b r a s . drado, apurado — excellcnte.
Filho (illegitimo), adulterino, bas- Finta , contribuição, imposto, tri-
tardo, desnaturai, espúrio. buto — collecta.
Filomela ou Philomela, andorinha Fio, cordel, linha, etc. — fibra —
— rouxinol. # contexto — corte, g u m e — e n -
Fim, cabo, extremidade—desígnio, fiada,fileira,serie — decurso —
intento — alvo, fito — causa, agudeza, viveza.
razão — morte — limite, termo Firma, assignatura , signal — Sn-
— fecho, remate. capé — testimunho.
Fímbria, cadilhos, franja —orla — Firmamento, ceo, empyreo—base,
febre. firmeza.
Finado, defuncto, mo-rto. Firmar,fixar,segurar — consoli-
Final, derradeiro, ultimo. dar, estabelitar — ajustar, con-
Finalisarou Finalizar, acabar, con- tractar— approvar.
cluir, findar, rematar, terminar. Firme, seguro, solido —constante,
' Finamento, acabamento, falleci- perseverante — estável , fixo,
mento, morte. immovel — durável, immutavel
Fincar,
rhar-se,
se—eslilar-se,
Finar-se, chantar,
atlenuar-se,
seccar-se
cravar,
delinar-se,myr-
— consumir-
morrer.
enterrar, Firmeza
——eterno,
perpetuo
forte—inalterável,
ou Firmidão.estabelidade
immortal,
— p e r e n n e .perdurável,
inconcusso
142 FLA FLU
— permanência , perseverança, Flammula , bandeirinha, bandoi-
persistência — perpetuidade — rola, galhardete.
segurança—constância—animo, Flato ou Flatulência, arrotos, ven-
resolução — dureza , solidez — tosidade — suberba, vaidade —
li uca pé. mania.
Fiscal, aristarcho, censor, critico. Flavo, amarello, louro.
Fiscalizar ou Fiscalisar, aceusar, Flebil, choroso, lacrymoso — ma-
censurar, reprehender. vioso, triste.
Fisga , arpão , arpeo , gancho — Flegma ou Phlegma , pituíla —
abertura, greta. descanço, pachorra, vagar—mo-
Fistula, chaga—avena, charamela, deração — paciência.
llautinha, gaita — orifício. Flegmatico ou Phlcgmatico, pituí-
Fitar,fincar—cravar,fixar,pregar, toso— descançado, pachorrento,
F'ilo ou Ficto , alvo , fim , mira, vagaroso — remisso — assente—
ponlo—marco — (adj.) cravado, pacifico, tranquillo.
embebido, fincado, fixo. Flexão ou Flexura, curvadura, do-
'Fiúsa, confiança, fiducia — c o n s - bradura.
tância. Flexibilidade, agilidade, destreza—
Fixação, coagulação , densação — docilidade, facilidade — compla-
desígnio, determinação — apre- cência, doçura.
ciação, taxa. Flexível ou Plexibil, dobradiço —
Fixar , collar , pegar , pregar — dextro — brando , traclavcl —
coagular — fictar — assignar, exoravel.
determinar. Flexuoso , sinuoso, torcido, tor-
Fixo, firme, immovel — estável — tuose, volteado.
certo—cravado, ficto, pregado Flor ou 'Frol, bonina — virgin-
— inerrante. dade, virgo — livel, superfície—
Flaccidez , debilidade , fraqueza, escuma — brilho, lustre—ornato
relaxação. — frescura—escolha— primor.
Flaccido, langu do, molle, murcho, Florear, enflorar, adornar, em-
relaxado. bellezar—brandir, vibrar —(n.)
Flagellação, fustigadura—açoutes, brilhar.
disciplinação. Florecer ou Florescer, florir — a c -
Flagcllantes, disciplinantes. tivar, vigorar — prosperar.
Flagcllar, açoutar, disciplinar — Florente ou Flóreo, florido—feliz,
atribular, atormentar. prospero.
Flagello, açoute, azorrague — t o r - Floresta, bosque, luco — espessu-
mento, tractos — castigo. ra ,Cmatta — vergel — parque.
Flagício, aitentado,crime, maldade. Flórido, boninoso, flóreo,florigero
Flagícioso, viciosíssimo — crimi- florente — lloretcado.
noso — infame — facinoroso. Florido, elegante—bello, brilhante
Flagrância , aroma, b o m cheiro, — vistoso,
fragancia, olor. Fluctisonante, undisono.
Flagrante , abrasado, ardente, in- Fluctuante ,. íluetuoso , nadante,
cendido — coradissimo, rubi- undivago — incerto, indetermi-
cundo, rubro. nado, irresoluto , perplexo, va-
Flamma, chamma,labareda — a r - cillante— ambíguo, dúbio, du-
dor, fogo — amor, paixão — vi- vidoso.
vacidade.
Flammante,
troso.
jante,
gero ou
ignifero
FlammivtfnOjdiamme-
Flammifero,
— ardente
Flammi- Fluctuar,
— l u s - Fluido,
Fluctuoso,
agitado,
hesitar, boiar,
flácido,
vacillar.nadar,—duvidar,
tempestoso.
procelloso
fluente —undoso
brando.

FOL FOR 143
molle— corrente, fácil — («.) li- | esso, frondifero, frondoso, som-
quido. rio. [culo.
Fluxo,defluxo, lluxão — camarás, Folia, dança — brinco — especta-
curso, dianhea — enchente, va- Folião, bailador, dançador.
sante — loquacidade. [jeito. F o m e , appetite,gana, rafa — este-
Foào ou Fuão, fulano, pessoa, su- rilidade, penúria — carestia —
Focinheira ou Fuciuheira,açaimo, cubica.
hoccal— focinho — carranca. Fomentador, animador, favorece-
Focinho ou Fucinho, narizes, ven- dor — fautor, motor.
tas — rosto— carranca. Fomentar, aquentar — conservar
Focinhudo ou Fucinhudo, carran- — animar, incitar — afomentar,
cudo — amuado, embezerrado. favorecer, proteger — cevar,
Foco, centro — fogão, fornalha, nutrir.
fornilho. Fomento, fomentarão — lenitivo—
Folico, molleza— jactância, osten- protecção — incitamento.
tação, vaidade — inchação, in- Fona, faisca — avarento, mesqui-
tumescência. nho, sovina — fanfarrão, qui-
Fofo, poroso — b r a n d o , molle — ebote.
entufado — bazofio, presumido, Fonte, manancial, nascente — c h a -
presumpçoso, vaidoso, vão. fariz — origem, principio.
Fogaça, bolo — pão-de-ló — bo- " For, forma, m o d o — lettra.
leima — primazia, vantajem. Fora, de fora — (adv.) afora, ex-
Fogão, lar — fornalha. cepto — conlra, sem — (interj.)
Fogo, c h a m m a , labareda, lume — irra!
incêndio — fogueira — brasa — Foragido, errante, fugitivo, vaga-
calor — casa, família — ardor, bundo.
vcbemencia — refulgencia. Forasteiro, estrangeiro, estranho,
Fogoso, abrasado, ardente — in- peregrino.
cendido — Hammigero, flammi- Forca, cadafalso, patíbulo — furca.
v o m o — arrebatado, impaciente Força, robustez, vigor — animo,
— colérico, desabrido — ardego. esforço , valor — espirito —
Foguete, baliharba, reprehensâo. constância — fortaleza, nervo —
Fôlego, Follego ou Fol'go,bafo, poder — resistência — actividade,
balito , respiração, sopro — energia, viveza — virtude — efli-
alento — allivio, refrigério. cacia — numero, quantidade —
Folga, descanço, ócio — diverti- estupro, violência — praça —
mento, folgança, folguedo, re- Ipl.i fortificações, repairos —
c r e i o — largura. • exércitos, iropas — armadas —
Folgar, divertimento, folguedo, O principal, a substancia.
recreio — (o. a.) alargar, desa- Forcado, impedido, violentado —
pertar, laigar (».) alegrar-se, necessário — forçoso — esbu-
regozijar-se — brincalbar, brin- lhado — («.) o galeote — (adv.)
car, galhofe.ir. co nstra ngidameule.
Folgasão , hrincador, brincalhão, Forçador, violador — esbulhador.
brincão, folganie — galhofeiro— Forçamento, estupro, força, vio-
alegre, jovial — ocioso, prigui- lação.
çoso. Forçar, constranger, obrigar, vio-
Folguedo, brincadeira, brinco—di- lentar — impellir — reforçar —
vertimento, passatempo, recreio. esbulhar — deflorar, estuprar.
Folha,
Folhoso
Folhinha,
alqueivechapa —pagina.
lamina
oualmaoak,
— Folhudo, — relhaes-
calandario.
copado, — Forçoso,
—preciso
Forja, forte, robusto,
indispensável
fogão,
— rijo,
fornalha,
teso. vigoroso
, necessário,
fragoa.
144 FOR FOR
Forjador, ferreiro — inventor — mento — lei, obrigação — pen-
mentiroso — paroleiro. são, renda, tributo (annual).
Forjar, imaginar, inventar — tecer Forragaitas, fona, forreta, mesqui-
— machinár — suppor. n h o — poupado.
F o r m a , figura—modelo, m o l d e — Forragem, feno, herva, palha, etc.
effigie, i m a g e m — exemplar, Forramenlo , alforria — forro —
typo — ideia — m o d o — dispo- guarnição.
sição, organização — (pi.) for- Forrar, cobrir, revestir — econo-
malidades. misar, poupar — alforriar, liber-
Formal, claro, distincto — expres- tar — assoalhar — evitar.
so, positivo. Forrar-se, livrar-se, poupar-se —
Formalidade , praxe — etiqueta — cobrir-se — desforrar-se, des-
exactidão, punctualidade, regu - quitar-se, recuperar-se, resar-
«aridade — gravidade. cir-se — entregar-se.
Formalisar-se, aggravar-se, escan- Forrejar, assolar, devastar, estra-
dalisar-se, offender-se. gar, talar— roubar.
Formar, figurar — fazer — c o n - Forreta, avaro, forragaitas, myr-
ceber, idear, produzir — orde- rha, sovina,tacanho — poupado,
nar, traçar — amestrar, instruir. poupador. [ (».) tecto.
Formidando ou Formidável, ter- Forro, liberto— esconsado, livro
rível , terrífico, tremendo — es- Fortalecer, esforçar — solidar —
pantoso , m e d o n h o — horrendo, corroborar, r o b o r a r — fortificar.
horrível, hórrido, horrífico, hor- Fortalecimento, endurecimento,
roroso — lemivcl. firmeza — consolidação — for-
Formidoloso, espantoso, formidá- tificação — entrincheiramenlo.
vel, temido. Fortaleza, alcáçova, castello, cida-
Formigão, salchicha — rastilho. della, praça, propugnaculo —
Formula , contexto, regra — re- força, robustez, vigor — esforço,
ceituário. valor — firmeza.
Fornalha, forja — forno. Fortalezar , fortificar , repairar,
Fornecer, bastecer, prover— guar- tranqueirar.
necer — fortificar. Forte, praça — força, fortim, re-
Fornecimento, bastccimcnto, pro- dueto, tranqueira, cie. — (adj.)
vimento, provisão. — nervudo, rijo, robusto — ás-
Fornicação, copula carnal — l u x u - pero, rígido, rude — violento —
ria, prostituição. poderoso, possante — magnâ-
Fornicador, fornicario, frascario nimo — esforçado, valoroso —
— impudico, luxurioso. grosso, solido — fornido — forti-
Fornido, bastecido, provido — cor- ficado — extrenuo.
pulento — forte , m e m b r u d o — Fortidão, força, fortaleza — activi-
cheio — grosso. dade, energia — grossura.
Fornimento, madeira, tabuado — Fortificar, anteparar, repairar -
corpulência — nediez, nutrição fortalecer, reforçar — corrobo
— bastecimento , provimento , rar, reanimar—apoiar, sustentar
provisão. Fortuito, casual, contingente, im-
Fornir, abastecer, fornecer— pro- pensado, imprevisto.
var — encorpar, engrossar — Fortuna (boal, destino, fado. sorte.
produzir. — dita, felicidade, ventura —
Foro, jurisdicção — indulto, pri- (má) infelicidade, infortúnio —
—vilegio
condição,
estima
direito,
— costume,
feudo,
graduação
prerogativa
foral
uso————|>razo—
afora-
conta,
posse tura
faculdades,
adversidade,
— trabalho
— incerteza
riquciíts
desgraça,
— (pi.)
— perigo,
cabedacs,
desven-
rhco
Ff, A FRE 145
Fortunado, afortunado, ditoso, [«- Fragura , brenhosidade , fragosi-
Ice — desgraçado, infeliz. dade, fragua.
Fosca, gestos — provocação — Fralda, falda, regaço — extremi-
disfarce — (pi.) negaças. dade — raiz — beira, praia —
Fossa, cova. centr . meio — (pi.) abas.
Fosso, cava — cova, fossa. Franc \ livre — aberto — liberal,
Foz ou Fos, cmhoccadura, gar- muni co — desenganado , sin-
ganta — desfiladeiro, estreito. cero , verdadeiro — singelo —
fracassar, arruinar, derrocar,der- inteiro — largo.
rubar — espedaçar, quebrar. Frangivel, frágil, quebradiço.
Fracasso, queda — baque, eslron- Franquear, exemptar, eximir -
il", fragor, ruido — assolação, transpor — desembaraçar, faci-
ruina — desastre — desgraça. litar—descobrir—(n.) largucar
Fracção, quebrado — infracção, prodigar — gastar.
infringimento. Franqueza, liberalidade — magni-
Fraco, debil, debilitado — invalido ficência— candura, ingenuidade,
— imbclle , inerte — pusillanimc, sinceridade — immunidade , pri-
tímido — cobarde, desvalente, vilegio — isensão.
ntanicaca, poltrão—desfallecido, Franquia, franqueza immunidade.
languido— cançado —enfraque- isensão— asylo, couto, [tenue.
cido — desmaiado — caduco, Franzino , delicado — delgado —
frágil, tenue — insignificante. Franzir, encrespar, enrugar.
Frade, padre, religioso — anacho- Fraquear ou Fraquejar, afrouxar
reta, cenobita, ermitão, m o n g e — desanimar-se — debilitar-se.
— marco, pilar. Fraqueza, debilidade — frouxidão,
Fradesco, monacal, monástico — inércia — cobardia, pusillanimi-
pobre. dade, temor — languidez — de-
Fraga, alcantil, fragosidade, fra- salento — desfallecimenlo —
gura — brenha, malta — rocha, cançaço, quebrantamento — in-
rochedo. constância.
Fragalhciro , andrajoso, maltrapi- Frasca, ustensilios — vitualhas —
lho, trapeiro, trapento. bagagem, trem.
Fragalho, andrajo, farrapo, trapo. Frasearia, lascívia, I uxuria, pularia.
Frágil, frangivel, quebradiço , vi- Fraseado , azeviciro , garanhão ,
drcnlo — debil, delicado — ca- putanheiro — luxurioso.
duco, transitório. Frase ou Phrase, expressão, lo-
Fragilidade, caducidade — debili- cução, [sensual.
dade, fraqueza — frivolicMe. Frasqueiro, libidinoso, luxurioso,
Fragmento, pedaço, porção — bis- Fraterna, correcção, reprehcnsão.
cate — migalha — parcclla. Fraternidade, irmandade.
Fiagoa, forja, fornalha — brasa — Fraternisação, fraternidade— con-
incêndio — fogo — adversidade vivência, sociedade.
— afllicção — fraga, fragura. Fraude, engano, malícia — dolo,
Fragor, estampido, fracasso — es- falsidade, fraudulencia — arti-
trondo, ruído. manha, logro, velhacaria.
Fragosidade, alcantil, fraga, fra- Fraudulencia , engano , logro —
giira — aspereza, escabrosidode. trapaça.
Fragoso, alpestre, escabroso. Fraudulento, doloso, frauduloso —
Fragrante, aromático, cheiroso, enganador, enganoso — ardiloso
III.
Fragueiro
calejado,
impaliente
odorífero,,duro
infatigável
— encarniçado.
— aclivo,
odoroso — —ardente
áspero,
fogoso, Frecha
—dardo,
impostor.
Freira, ouprofessa,
Flecha ,religiosa,
rojão. 13
farpão,[soror.
setta
sor,—
146 FRO FUL
Fremir, bramir, uivar, urrar — re- Fronlaria, dianteira, Irente — Ta-
tumbar. chada, frontispício — face, pre-
Frémito, estrépito, estrqpido — sidio — fronteira — exterio-
estrondo, rumor—bramido, urro. ridade.
Frenesi ou Phrenesi, delírio — Fronte, testa —face.rosto —dian-
insânia, loucura, tresvario — teira — vanguarda — costa —
capricho, disparate — mania — praia.
transporte. Fronteira, confim, extrema, extre-
Frenético ou Phrenetico, obstina- m o , limite, raia. [face.
do, pertinaz, teimoso — imper- Frontispício, fachada, fronlaria —
tinente, rabujento — louco, m a - Frota, armada, esquadra — cáfila
níaco — furioso. (de navios).
Frente, fronte, testa — dianteira— FroxidSo ou Frouxidão, frouxeza,
fronlaria, frontispício— rosto (de tibieza — acídia — langor — ne-
livrol. gligencia—laxidão.
Frêo , Freio ou F r e y o , brida — Froxo ou Frouxo, bambo, laxo —
e m p e ç o , obstáculo. deleixado, negligente — remisso,
Frequência, frequentação — repe- tibio — cobarde — folgado.
tição — concurso, multidão. Fructuoso, fértil, fruetifero — lu-
Frequente, assíduo, continuo — croso, proveitoso, vantajoso, útil.
amiudado, repetido. Frugal, económico , poupado —
Frescal, fresco — recente. parco, sóbrio.
Fresco, frescura, viração — (adj.) Frugalidade, abstinência — parci-
novo, recente — rijo, robusto, monia, sobriedade, temperança.
são, verde — florente, viçoso. Fruição, desfruetamento, gozo, lo-
Frescura, frescor, fresquidão — gro, posse. [possuir.
viço — vigor. Fruir, desfruetar, gozar, lograr,
Frialdade, friagem, frio — deleixo, I Frustraneo , baldado , frustrado,
frouxidão, inactividade — insipi- frustratorio, inútil.
deza, semsaboria — indifierença. Frustrar, baldar, desvanecer, fal-
Fricção, esíregação, untura. sar, malograr.
Frieirão , dessaborido , insípido, Fruto,' Fruito ou Fruclo, lucro,
insulso — desengraçado. proveito, utilidade — ganância
Frieza, frouxidão, tibieza — indif- — rendimento — emolumento
ierença — semsaboria. — effeito.
Frígido, frio, gelado, gélido — im- Fugida, fuga — evasão — retirada
potente. —escapatória, excusa.
Frio, geada, gelo, neve, regelo — Fugidiço ou Fugidio, fugitivo —
frialdade, inércia, tibieza —(adj.) desertor — bravo — espantadiço
socegado, tranquillo — remisso — temoroso.
— algente, nevado. Fugir ou Fogir, escapar, salvar-se
Frioleira, despropósito, inépcia, ausentar-se — escaptilir-se —
tolice —semsaboria. correr, esquivar, evitar, res-
Frisar, encrespar — (n.) betar, guardar-se— negar-se.
concordar, similhar-se. Fugitivo , fugace, fugaz, fugido,
Frivolidade, frioleira, futilidade, prófugo — desertor.
nonada, ridicularia. Fula, diligencia, pressa—empola.
Frívolo, fútil, inútil, vão—frágil. | Fulano, fuão.
Frondente. comante, folhudo,fron- Fulgente ou Bulgido , brilhante,
Fronta,
posta,
difero,frondoso
pesso declaração,
—requenmento.
ramoso.—denuncia,
cerrado,pro-
es- Fulgurante,
Fulgor,
—luzente,
clarão.
brilho,
retuzente.
brilhante,
luzeiro,coruscante,
resplandor
FUN FUR 147
resplandecente , sclntlllanle — ratar, dissipar — aproveitar —
fulminante. contribuir.
Fulgurar, clarear, relampear — Fundo, fundura — altura, profun-
brilhar, luzir, scintillar. didade — o capital — faculdades
Fuliginoso, denegrido. — substancia — longes — base,
Fulminar, despedir, lançar (raios, fundamento — (adj.) alto — p r o -
ele.) — esbravejar, gritar—pra- fundo.
guejar — ameaçar — castigar — Fundura, altura, f u n d o — profun-
abrasar. deza, profundidade.
Fulmineo ou'Fulminoso, fulmina- Fúnebre, funéreo, funerico, luc-
dor — devastador, terribil. tuoso — escuro, lúgubre, som-
Fulvo,arruívado, ruivo — áureo. brio — melancólico, triste.
Fumaça, fumo — vapor —jactân- Funeral, enterro, exéquias, morto-
cia, orgulho, vaidado. rio — (adj.) fúnebre.
Fumar, (umegar — irar-se — (a) Funéreo, fúnebre, funeral.
consumir, dissipar, estragar. Funestação, calamidade, desgraça
F u m a r a d a , fumaça — orgulho, — lueto, tristeza.
presumpçâo, vaidade. Funestar, manchar, profanar —
Fumegar, fumar, fumear. aflligir, entristecer.
F u m o , fumaça — jactância, pre- Funesto, mortal — infausto, trá-
sumpçâo, vaidade, vangloria. gico—deplorável — desgraçado,
Fumosidade, fumos, vapores. infeliz — fatal, sinistro.
Fumoso, fumifero, fumifico — o r - Funil, embude—apertado, estreito,
gulhoso, presumido, vão. Furacão, tufão, vórtice, uracão.
Funambulo, volatim, volteador. Furão , o averiguador, curioso,
Função ou Funcção, exercício — entremettido, etc.
festa, festim — solemnidade. Furar, buracar— verrumar — e s -
Fundação, erecção — estabeleci- pichar, trespassar— penetrar—
mento,instituição. franquear (o passo).
Fundador, edificador, erector — Fúria, braveza, cólera, ira, sanha
auetor, creador, instituidor, in- — Ímpeto, vehemencia — preci-
ventor, [mento. pitação, velocidade —transporte
F u n d a g e m , borra, lia, pe, sedi- — violência — (pi.) Eumenides
Fundamental, essencial, principal — Alecto, Megera, Tisiphone.
— primitivo, primordial. Furial, furente, furioso.
Fundamentar, assegurar, cimen- Furibundo, arrebatado, assomado
tar, estabilitar, firmar, fundar. — furioso —colérico.
Fundamento, alicerce , base, ci- Furioso, enfurecido, furibundo—
mento — motivo, principio — colérico, irado , irritado— vio-
causa. lento—indómito—insano, louco,
Fundar, edificar, erigir — funda- lymphatíco, pbrenetico.
m e n t a r — cimentar, estabelecer Furna, gruta,lapa —caverna,cova
— instituir — examinar, pene- — caíua.
trar , sondar — auetorisar — Furo, buraco — rombo.
(n.) arraigar-se. Furor, cólera, fúria, ira, sanha —
Fundear, ancorar, surgir — afun- demência, loucura — insânia --
dar — mergulhar. mania — phrenesi — precipita-
Fundição , derretimento , fundi- ção — violência.
mento.
Fundir,
Fundido,
dar
dissipado.
— derreter,
render—consumir,
derretidoliquidar
— arruinado—
—desha-
a f u n - Furtar,
Furtado,
bastardo,
—coberto,
falsificar
rapinar,
desviado,
escondido,
illegilimo.
— desviar,
rubar,
escuso
occullo
retirar.
surripiar
— en- —
148 GAI) GAL
Furtar-se,esconder-sc, occultar-se «afar, agarrar, empolgar - afer-
— dcsviar-se, fugir. rar — ciigaifecer.
Furtivo, clandestino, occulto, se- Gafeira, lepra, sarna — galem,
creto — illicito. morrinha, ronha.
Furto, ladroícc, rapina, roubo — Gafeirento, leproso, sarnento —
latrocínio — despojo, espolio, morrinhoso.
pilhagem, presa. Gafo, lazarento, leproso, sarnento
Fusco, escuro, trigueiro — triste. — gafeirento.
Fustigação, castigo — açoutes, Gage, penhor — paga — soldo —
disciplinas. salário, soldada — precalço, re-
Fustigar, chibatar — açoutar, dis- tribuição — lucro, proveito, uti-
ciplinar — bater, fulminar, va- lidade.
rejar (co'a artilheria). G a g o , balbo, pevidoso,tartamudo,
Fútil, frívolo, inútil, vão. tataro, talibitatibi.
Futilidade, bagatella, frioleira, Gagueira ou Gagucz, balbuciação,
frivolidade, ridicularia. balbucie.
Futuro, o porvir — (pi.) posteri- Gaguejar, balbuciar, tartamudear—
dade, vindouros — contingên- soletrar.
cias. Gaifonas, caretas, esgares — m o -
Fuzil ou Fuzil, argola — clarão — mos, visagens — gestos—gatima-
espingarda. nhos — carinhas.
Fuzilada ou Fusilada, descarga — Gaio, alegre, divertido— vivo.
relâmpago. Gaiola, cárcere, prisão — casinha,
Fuzilante, brilhante , coruscante, cubículo.
scintillantc. Gaita, assobio, charamela, fistula,
Fuzilar, relampaguear — scintillar flaulinha. ilido.
— brilhar, resplandecer — amea- Gaiteiro, alegre, brincalhão, diver-
çar. Gala ou Galla , atavio, enfeite,
a louçauia, ornato — airosidade,
garbo, graça. [lante.
Gabador, bazofio, blasonador, jac- Galan , amante, namorado — ga-
tancioso — louvador. Galante, namorado — (adj.) gra-
Gabão , elogiador , louvador — cioso, jovial — discreto, polido
casacão, gabinardo. — bello, gentil. [gracejar.
Gabar ou Gavar, agabar, elogiar, Galantear, namorar — cortejar —
louvar — celebrar, exaltar, pre- Galantco ou Galanteio, nainora-
conisar — exaggerar. mer.to, namoro — liuezas, re-
Gabar-se ou Gavar-se, jactar-se, quebros.
louvar-se. Galanteria ou Galantaria, namo-
Gabella, imposição, tributo. ramento, namoro — discrição —
-'.'ahinetc, camarim — escriptorio. facécia, sal — urbanidade — do-
vjabo ou Gavo, elogio, encómio, naire, garbo — alinho, atavio —
louvor — applauso — jactância aceio — adorno, enfeite.
— louvaminbas. Gabão, cairel — pulo, salto, tranco
Gadanho ou Gadanho , fouce roça- (do cavallo).
doura — garra — (pi.) dedos — Galardão, premio, recompensa —
mãos. [rebanho. compensação, paga, remunera-
G a d o , armentio, arménio, fato, ção — salário — despacho.
Gafanhoto, locusta, saltão. 1 Galardoar, premiar, recompensar,
remunerar.
Galfarro,
Galáxia, via-lactea.
Galerno, brando,
alcaide fresco
— agarrador,
(vento).
GAN GAR 1A9
aguazil, beleguim , quadrilheiro Ganir, esganiear-se — latir — ra-
— gatuno, larapio— ladrão. gougar — clamar, gritar.
Galgar, montar, subir, trepar. Ganso, adem.
Galgaz, esgalgado, esguio, magro, Garabulha , conluio — confusão,
pernallo. embrulhada — pendência, rixa—
Galhardete, bandeirinha, flammula. ruído — garatujas, gregotim, ra-
Galhardia, animo, bravura , valor biscas — (m.) cmbrulhador, cn-
— bizarria, gentileza— elegân- redador — intrigante. [rude.
cia, graça. Garabulhento, áspero, escabroso,
Galhardo, alegre, folgasão — airo- Garamufo, novato, principiante.
so, bizarro, elegante, gentil — Garanhão, frascario, putanheiro—
animoso, inlrepido — brioso — libertino, luxurioso. [grcllas.
esforçado — liberal. Garanjão, arganaz, espicho, m a -
Galhofa ou Galhofaria, festim — Garanle, abonador, caução, liador,
divertimento , festa , função — mantedor, segurador.
alegria, regozijo — mandriice, Garanlia, abonação, abono, fiança
vadiice. — responsabilidade.
Golliofear, bandarrear, vadiar — Garantir,assegurar, segurar, m a n -
diverlir-sc — galhofar, gracejar ter — abonar, afiançar — defen-
— brincar. der, isentar, livrar, preservar.
Galhofeiro, ocioso, vadio, vaga- Garatuja, garabulhas, garafunbas,
bundo — brincalhão, folgasão — gregotins, rabiscas—borradura.
faceto, gracioso,jovial. Garatusa, engano, fraude
Galliudo, ramalhudo, ramoso, ra- Garbo, bizarria, donaire,galhardia
m u d o — (s.) farricoco, gato- — gentileza, graça — agrado —
pingado. brio — valor.
Gallo, Francez — inchaço, polmão, Garganta, collo, pescoço — guela
tumor (na lesta). — golla.gorja — «eito, seio —
Galopar, galopear. voz — bocca, emboccadura —
Gamberria, falcatrua, logração, lo- desfiladeiro, estreito.
gro — cambapé. Gargantão, comilão, lambão, lam-
Gana, desejo, vontade — fome. baz — devorador — guloso.
Ganância ou 'Gaança, ganho, lu- Gargantear ou Gargantar,canta-
cro, proveito. rolar — requebrar, trinar— gor-
Ganancioso , lucrativo , lucroso , geiar. [trinado.
proveitoso, útil. Garganteo ou garganleio, trilo,
Gancho, croque, fisga, baraeo — Garoto, brejeiro, mal-creado, ma-
fateixa — ganho. roto, petulante.
Gandaia ou Gandaya, madraçaria, Garras,gadanhos, unhas — presas.
vadiice. Garridice, lascívia — elegância,—
Gandaieiro ou Gandayeiro , tra- galanteio, galanteria — casqui-
peiro — mandrião, vadio. lharia, paraltice.
Gangoso, fanho, fanhoso. Garrido, deshonesto, impudico,
Ganhão, jornaleiro, trabalhador— lascivo, libidinoso — amoroso —
zagal — m e c h a n i c o . faceto, jocoso — atilado, elegan-
Ganhar, lucrar, utilizar — acquirir, te — enfeitado.
grangear, obter — contrahir — Garrir, emproar-se, pavonear-se
apossar-se, tomar — conquistar, — gloriar-se — brilhar.
vencer —ventajem
chegar, attrabir — Gárrulo, fallador, loquaz, paroleiro
Ganho,
dade
resse,—ganância,
dilatar.usura — proveito,
lucro
— logro.
— utili-
inte- Garupa,

rabicho,
murante.
chilrador.gorgeiador
ancas,
retranca.
grupa — — atafal,
mur-
150 GEN GER
Gasalhado, albergue — hospeda- gem — ascendência, avós, maio-
ria,pousada — acolho, agasalho, res, pães, progenitores.
recejiçào. General, cabo , chefe, commah-
Gasalhar, hospedar — receber. dante.
Gasalhoso, agasalhador — hospe- Generalidade, to «alidade, universa-
deiro, hospedoso, hospitaleiro. lidade — generalalo.
Gastado ou Gasto, despeso — gual- Genérico, geral, universal.
dido — usado — velho — des- Género, espécie, qualidade, sorle,
feito — corrupio. — estylo, maneira, modo.
Gastador, dissipador, perdulário, Generosidade, bizarria, brio — li-
pródigo — (adj.) arrumador, beralidade, munificência — m a -
consumidor— edaz, roedor. gnanimidade — beneficência.
Gastar, dispender — desperdiçar, Generoso, illustre, nobre — libe-
dilapidar, dissipar — safar, usar ral — animoso, forte.
— arruinar, damnificar, destruir, Génio, aptidão — ingenho, talento
talar. — Índole, natural — inclinação,
Gasto, despesa, dispêndio — com- propensão. [duzido.
pra — consumo, emprego — p r o - Genito, engendrado, gerado, pro-
fusão — prodigalidade. Gcnitoria ou Genitura , geração,
Gatazio, calote, logração, logro. origem, principio.
Gatimanhos, esgares — momos. Gentalha , plebe — canalha, corja.
trigeitos. Gente, nação, povo, tribu — famí-
Gato, bixano. lia, parentes — tropa — concur-
Gatunar, furtar, ratonar, surripiar so, multidão.
— trapacear. [trapaça. Gentil, bello, formoso, lindo — e n -
Galunice, alicantina — ratonice — graçado, galhardo — especioso
Gatuno, ratoneiro — trapaceiro. — illustre, nobre.
Gazeta, diário, periódico. Gentileza, belleza, formosura, lin-
Geada, caramelo, gelo, neve, re- deza — elegância, graça — ga-
gelo — orvalho. lanteio, galanteria — corteza-
Gear-se, arrefecer, esfriar-se — nia, urbanidade —fidalguia,no-
congelar-se. breza — (pi.) feitos, proezas.
Geba, corcova, gibba. Gentil-homem ou Gentilhomem,
Geito, feição, m o d o — a r , meneio— camarista — fidalgo, nobre —
aptidão, destreza, habilidade, (adj.) bem apessoado — formoso
préstimo — cabimento — pro- — airoso.
pensão. Gentifcdade, gentilismo,paganismo
Geitoso, apto, próprio — destro, — gentios, idolatras, infiéis.
hábil — airoso — tono, vesgo. Gentio, idolatra, pagão — bárbaro,
Gelar, congelar, regelar — (n.) selvajem — ethnico.
coalhar-se, endurecer. Genuflexão , ajoelhação , ajoclha-
Gélido, congelado, gelado, glaci- mento — reverencia, zumbaia.
fero , friíssimo — condensado. Genuíno, legitimo, natural, pró-
Gelo, neve, regelo — frialdade. prio — castiço, puro.
Gemer, suspirar — soluçar — cho- Geração, ascendência, descendên-
rar, prantear — lamenlar-sc, cia, genealogia, progénie, pro-
queixar-se — lastimar. sápia, "sem — família, paren-
Gemidos, ais, suspiros — soluços tela, sangue — estirpe — nasci-
— choro,
Genealogia,
Gemmante,
queixumes
cente, pranto — lamentos
scintillante.
casta,
brilhante,
— ruído.
geração, —
resplande-
linha- mento
Geral,
producção
Gerar,
versal —— transcendente.
copula, procreação
— gente,
genérico
engendrar, nação.
— procrear,
comninm, uni-—
proli-
GI.O GOR 151
ficar—causar, produzir—excilar. censar— louvar— magnificar.
Geringonça ou Gerigonça, gira, Glorioso, bemaventurado — illus-
ingrczia, vasconço. tre, preclaro — inchado, orgu-
Gcriza , anlipathia, aversão, ódio. lhoso,vaidoso, vanglorioso, vão,
Germanar, confederar, unir. suborno.
Germano, natural, próprio,verda- Glosa, Gloza ou Glossa, interpre-
deiro—legitimo, não-adulterado, tação — commento — censura.
puro. Glosador, interprete — annotador
Gérmen ou Germe, olho, renovo— commentador — aristarcho, cen
causa, origem, principio, raiz sor, critico.
— embrião — semente. Glosar ou Glossar, explicar, inter
Gesto, acção, aceno, meneio — pa- pretar— commentar—detrahir,
recer, pbysionomia, rosto, sem- reprchender, vituperar — cen-
blante — face — apparencia — surar, criticar. [cabulario.
(pi.) ademães — m o m o s — gai- Glossário, diccionario, lexlcon, vo-
fonas. Glotão ou Glutão, comilão, lambaz
Giba ou Gibba, carcunda, corcova. — devorador — famélico — in-
Gibão ou Jubão, colete, veste. saciável
Giboso ou Gibboso, carcunda, cor- Glutinoso, pegajoso, viscoso.
covado — convexo. Gola ou Golla, gorjal — cabeção—
Gilavcnto, sotavento. garganta, guela.
Girar ou Gyrar, virar, voltar — Golo ou Golle, golpe,sorvo, trago.
(n.) rodear — percorrer. Golfada, chorro, repuxo.
Girosol ou Gyrasol, heliotropio. Golodice, glotoneria — doces, go-
Gíria, artificio, astúcia , malícia — losina.
gerigonça, gira. Goloso ou Guloso, regalado —
Giro ou Gyro. circuito, rodeio — bom, excellente — delicado.
viravolta, volta — circulo, cir- Golpe, corte, ferida — incis o —
cumferencia, roda. cutilada, lançada, ele-.— pancada
Cisar ou Gizar, delinear, desenhar, —fenda, talho—desgraça, infor-
traçar — dispor, dedenar. túnio — lance, rasgo — copia,
Glacial, congelado, gélido. quantidade.
Gladiador ou Gladiador, batalha- Golpear, agolpear. ferir — acuti-
dor, guerreiro — campeão — lar, retalhar, talhar.
athlela, luetador — esgrimidor. Golpelha, alcofa, cesta — raposa.
Gladiar, esgrimir — batalhar — G o m o , botão, olho, renovo.
Inctar. 4 Gonzo, couceira, dobradiça , m a -
Gladio, espada. cha-femeo, quicio.
Globo, mundo, orbe, terra — es- Gorar-se,frustrar-se,mallograr-se.
phera — bola — balão, machina. Gordo, nédio, obeso — barrigudo,
Globoso, redondo — espherico. pançudo — cevado, pingue.
Glomcrar^ amontoar, condensar — Gordura, adipe, banhas, enxúndia,
ennoveíar. toucinho — nediez, obesidade.
Gloria, honra — applauso, louvor Gorgear ou Gorgeiar, chilrar,
— opinião — fama, nome, repu- chilrear.
tação — resplandor— bemaven- Gorgeio, canto, chilrada, chilro,
iurança, vida-elema — felici- modulação, quebro, requebro.
dade — cullo — vaidade, van- Gorgeta, espórtula.
gloria. Gorgolão ou Gorgolhão, borbotão,
Gloriar se ,venerar
Glorificado,
Glorificar,
vangloriar-se.
honrado,
gabar-se,
— gloriar,
louvado.
jactar-se,
in- Gorja,
Goro
grado.
,talhamar
gorado,
espadana, —frustrado,
garganta.
golfada, golpe. mallo-
152 CRA C.RA
Gostar, provar, saborear— appro- Graduarão, preeminência , prero-j
var — experimentar. galiva — classe, posto — esphe-
Goslo, alegria, contentamento, de- ra —jeraicbia. 1
leite, gozo, prazer — desenfado, Graduado, condecorado — douto,
divertimento, passatempo —dis- sciculc — eminente
cernimento— vontade — sabor. Graduar, characterisar — conde-
Gostoso, saboroso — grafo — ale- corar— calcinar— preparar.
gre, contente, satisfeito. Gral, almofariz.
Gota ou Gotta, pinga — chiragra, Gralhada ou Gralheadn, grasnada
podagra. — grilaria, vozeria — loquaci-
Gotear, Gotejar ou Gotlejar, pin- dade, parolagem.
gar — manar — estillar — cho- Gralhadorou Gralheador,fallador,
rar, lagrymejar. linguareiro, palrador, paroldio,
Governar, dirigir, reger — impe- tagarella.
rar, mandar — administrar — Gralhar ouGralhear,crocitar, gras-
acaudilhar. nar — paliar, parolar — grilar,
Governar-se, reger-se, rcgular-se vozear.
— manter-se, sustentar-se — Gramar, comer, manducar — en-
proceder. gulir, tragar — trincar.
Governo, governança — dominio, Gramíneo ou Graminoso, relvoso,
senhorio — direcção, regimen, gramoso, bervoso.
regimento — administração — . Granado, avultado, crescido,grado
alimento. — escolhido — melhor.
Gozar, desfruetar, fruir, lograr, Grande ou Gran', alto , colossal,
possuir. corpanzil — espaçoso, largo,
Gozo, alegria, goslo, prazer, re- longo — ingente — magno —
gozijo — fruição, logro, posse egrégio, illustre, insigne, nobro
Graça, mercê — beneficio, favor— — generoso — sublime — i». pi.)
benevolência — valimento — ga- duques, marquezes, ele.
lanteria, graciosidade — facécia, Grandevo, longevo, velhíssimo.
sal — indulgência, indulto — Grandeza , amplidão, extensão —
agradecimento — zombaria — | estatura, lammanho — fausto,
dispensa — privilegio. [tejar. magnificência, pompa — digni-
Gracejar, chasquear, facetar, m o - | dade — generosidade — m a -
Gracil, delgado, subtil. geslade.
Graciosidade, facécia, graça — ga- Grandiloco ou Grandisono, épico ,
lanteria — regalo. pomposo, sublime.
Gracioso, bobo — (adj.) Tacelo, Grandiosidade, grandeza, pompa,
jocoso, jovial — bonito, lindo — sumptuosidade.
ameno, aprazível, deleitoso — Grandioso , esplendido , grande,
loução. (pertinência. lauto , magnifico , pomposo ,
Graçola, disparate, frioleira — im- sumptuoso.
Gradar , desterroar — crescer , Grandura , grandeza , lammanho
medrar, vingar. — extensão, longor.
Grade, cancella — canniçada — Grangear, beneficiar, cultivar —
locutório, parlalorio. adubar—acquirir, ganhar.obler
Grado, gosto, vontade — conces- I — captar, conciliar.
são, consentimento — galardão, Grangearia , beneficio, cultura,
pago, recompensa — premio, serviço ( de granja, ele.) — agri-
graúdo
liberal
grosso,
presente—— medrado
grato.
—nobre — —grandioso
(adj.) granado,
crescido cultura—,— tracto.
—, Granizo
granito.
tajem lucro, proveito,
pedrisco , saraivavan-
—.
GRE CRU 153
Granja, casal, herdadu, quinta — Greta, abertura, racha— fenda —
/prédio — celleiro. fresta. [se.
Gráo ou Grau, ca.ificação, digni- Gretar,abrír-sc, fender-se,rachar-
dade—classe, elevação, gradua- Grey ou Grei, rebanho — gado —
ção — cargo, logar, officio — povo — súbditos, vassallos —
intensão. [cimento. congregação.
Gratidão, agradecimento, reconhe- Grilhão ou Grilho, adoba, cadeia,
Gralificação ou Gralilicio, donati- farropeia , peia — ferros —
vo, premio, presente — liberali- algemas.
dade, remuneração. Grima, antipalhia
" Gratificar ou Gratir, agradecer, Grimpa, bandeirinha, veleta, ven-
gracir — pagar , recompensar , toinha — corucheo — cimo —
remunerar. cume, summidadtj — auge.
Grato, agradecido — agradável, Grinalda, capella, coroa— diade-
doce, gostoso — acceito. ma, laurea, «aureola.
Gratulaçio, agradecimento. Grisalho, branco, cano, encane-
Gralulo, agradecido, gratulatorio. cido, ruço.
Graúdo, granado — crescido,espi- Grita ou Gritada, alarido, clamor
gado , grande — grado — dis- — algazarra, berros, vozeria —
Gravador, abridor. [tincto. estrondo, reboliço.
Gravadura, insculptura. Gritador, berrador, vozeador —
Gravame, carga, peso — oppressào tagarella.
— aggravo — injustiça — vexa- Gritar, bradar, clamar, vozear —
ção — vexame. apregoar — chiar — ladrar.
Gravar, carregar, opprimir, vexar Gritaria, alarido, algazarra, berra-
— abrir, entalhar, exarar, ins- ria, vozeria - celeuma.
culpir. Grito , berro , brado — alarido ,
Grave, pesado — audorisado — clamor, vozeria — estridor -
decoroso, serio, sisuuo — probo lamento — pio — ganido.
— diflicilj— molesto — mages- Grosa ou Groza, lima—commcnlo
toso — severo — perigoso. — interpretação — exposição.
Gravemente , decorosa, seria , si- Grosseiro, crasso, espesso — rude,
suda, perigosamente. tosco —incivil — rústico, villão
Graveza, enormidade, peso— gra- — achamboado.
vame, oppressào — importância Grosseria ou Grosseiria , rudeza
— gravidade. — incivilidade, inurbanidade —
Gravidação, prenhez. ^ rusticidade , villania — inde-
Gravidade, peso — graveza -'com- cencia.
postura, decoro, modéstia — se- Grossid-io, cspessidão — grossura.
veridade — magestade. Grosso , não-delgado — gordo —
Gravidar, emprenhar, pejar. cheio, fornido, repleto — denso
Gravido, pejado, prenhe. — espesso — rico — grado —
Gravoso, oppressivo —enfadonho, copioso — empolado, inchado ,
incommodo, molesto, grave, one- tiuniilo — grosseiro — ferlil.
roso, pesado. Grossura, corpulência — crassidão,
Grécia, Achaya. cspessidão—enxúndia, gordura,
Greda, argilla, barro. graixa, óleo —abundância, fer-
Gregos, Acheos, Argivos, Argoli- tilidade.
cos,Alticos, Danaos , Dóricos. Grolesco otiGruttesco, burlesco —
Gregotins.
Grémio,
Grenha,
rabiscas, garabulhas,
regaço,
cabeilos,
riscos. garatujas,
seio—corporação.
faliipas extravagante
—ramos. Grulha,
cioso,
rador ,folgasão.
,fallador,
jovial, ridículo
tagarella — gra-
linguareiro,
— gritadorpai,-
1.54 GUA GUA
1
ralhador — amotinador, bul- pedraria — fitas, galões, rendas,
lhento. , ele. — arreios — copos, cru.^
Grulhada ou Groulhada, bulha, punhos (da espada).
gritaria, vozeria. Guarte ou Guar-te, arreda-le, des-
Gruta on Grutla, lapa - antro, ca- via-le — foge.
verna , concavidade , cova — Guazil, aguazil.
brenha. Guedelha ou Gadelha, cabello,
Guadanha, fouce. melena — madeixa — felpa —
• Guaia, choro, gemido, lamento azo, meio.
— nenia. Guedelhudo, cabelludo — felpudo.
Guaiva, cava, fosso —buraco, cava. Guela, garganta — tragadouro,
Gualdido, gastado, gasto — comido voragem.
— perdido. Guerra, hostilidades — batalha,
G ualdir, comer, consumir, dissipar, combate , conflicto , peleja —
gastar, desbaratar, desperdiçar. briga, requesta — ataque — dis-
Gualdripar, furtar, roubar, surri- córdia— inimizade.
Guante, luva — manopla. [piar. Guerreador, bellicoso — comba-
Guapice, denodo, valor —bizarria, tente, guerreiro.
elegância. Guerrear, brigar, combater, pe-
Guapo, animoso, denodado — a r - lejar, pugnar.
riscado — airoso, gentil — ati- Guerreiro, combatente, militar,
lado, elegante — aceiado, loução soldado — (adj.) armfgero, bel-
— ufano — pomposo. licoso , belligerante, belligero,
Guarda, sentinella — vela — vigia guerreador, marcial, mavórcio,
— defensa, protecção — cautela, pugnaz.
cobro, resguardo — custodia — Guia, conduetor, guiador — ca-
conservação — vigilância — ob- beça, chefe — director — auetor,
servância. . motor — batedor — itinerário—
Guardador, guarda, vigia — de- avisos, directório — passaporte,
lendedor, protector. salvo-conducto — (pi.) cor —
Guardar, velar, vigiar— defender, does.
proteger —arrecadar, conservar, Guião, estandarte — bandeira.
r e l e r _ observar — preservar. Guiar, dirigir, encaminhar — con-
Guardar-se, desviar-se, evitar — duzir, levar — ensinar — go-
aucautelar-se, resguardar-se — vernar.
fugir—encobrir-se — broque- Guilha, seara — fraude, logração.
la r-se. Guilhate, folgasão — vadio — en-
Guardonho ou Guardoso, guarda- gaifador, fraudador, fraudulento
d o r — e c ó n o m o , parco, poupado. — parasito.
Guarecer, curar, sarar — conva- Guinada, rumbo, volta.
lescer— remediar — abroquelar, Guinchar, chiar — ganir, latir.
derender, escudar — manter-se. Guincho, grilo —ganido, regougo.
viver. tse Guindar, alçar, erguer, içar, le-
Guarecer-se, guardar-se—solvar- vantar.
Guarida , cova, covil — abrigo , ' Guisa, maneira, m o d o — graça—
acolhida, asylo —refugio,valha- ordem, qualidade.
couto — amparo, protecção — Guisados, iguarias, manjares.
soccorro — salvação. Guita, barbante, cordelinho.
Guarnecer , adereçar , adornar , Guitarra, bandolim, cylhara,viola.
ornar
Guarnição
armar.
abastecer,— fortificar
, presidio
prover,,—vitualhar
reforçar
moveis —— Gula,
glotonaria,
cidade.
Giiii,,' garganta, glotonia
guela — — crápula,
«>/.rl«« fio. vora-
IIAR HER 155
Gnrgulhar, brotar — borbulhar, Harpeo, croque.fisga, harpão.
ferver. Harpia, monstro — ladra.
Gurguluo, acabou-sc, findou — Hasta ou Hastia, chuço, lança, pi-
foi-se — feito é. que — dardo, rojão.
Hastilha, hastinha — farpa — bas-
til — (pi.) estilhaços — lascas,
rachas.
H Haver, alcançar,conseguir, obter—
possuir, t e r — (n.) julgar, trac-
tar — (i, pi.) bens, fazendas —
Hábil, apto, capaz , destro, perito posses— cabedaes, riquezas.
— ágil, expedito — conveniente Havcr-sc, conduzir-sc, obrar, por-
— sábio — benemérito, bom. tar-se, proceder.
Habilidade, capacidade, ingenho— Hectica , consumpção , magreira,
arle, sciencia — aptidão, idonei- tísica.
dade — destreza, geito — agili- Hectico, tísico.
dade, subtileza — (pi.) peloticaj, Hediondo , asqueroso, esquálido,
(relas. immundo, sórdido — pútrido —
Habilidoso, ágil, capaz — destro, fedorento, fétido — pestífero,
hábil — intruído. pestilento —horrendo, horrível,
Habilitar, adcslrar, instruir. hórrido, horroroso.
Habitação , albergue , aposento, Hélice, ursa-maior — espira.
casa, domicilio, estancia, m o - Ilelicon , Parnosso , Permesso,
rada, vivenda — estada, resi- Pindo.
dência. Heliotropio, gyrasol.
Habitáculo, habitação, morada. Herança, suecessão — herdade —
Habitador ou Habitante, cidadão património — prédio — casa —
— colono, insulano — domici- quinta.
liado, morador, residente. Herauto, rei-d'armas.
Habitar, assistir, morar, residir, Hercules, Alcides — (adj.) forte,
viver. robusto — esforçado.
Habito, vestido, vestidura — insí- Herdade, bens, casa, fazenda, pré-
gnia — costume, estylo, habi- dio, quinta, terra, ele.
tude, manha, usança, uso — fa- Herdeiros, hereos , suecessores—
cilidade, propensão. descendência, filhos — posteri-
Habitual, costumeiro, usual — in- dade, vindouros.
veterado. [aviSar. Herege ou Hereje, novador —
Habituar , acostumar , afazer , heterodoxo — gentio, mouro,
Habitude, costume, habito, uso — turco, etc.
constituição. Heregia ou Heresia, heterodoxia
Hacanea,cavalinbo,faca,palafrem. — desacerto.
Hálito, alento, bafo, fôlego — Hérnia, descida, quebradura , ro-
anheiito, respiração — sopro — Heroa, heroe. [tura.
exhalação. Heroe ou Herói, varão illustre,
Harém, serralho. cie. —semideus —conquistador.
Harmonia, concento, consonância, Heroicidade, heroísmo — m a g n a -
melodia — symphonia — pro- nimidade — grandeza, d'alma.
porção — symetria — concórdia, Heróico, valoroso — varonil —
paz, socego. grande, nobre, sublime
Harmónico
nado,
dioso, musico,
canoro,
ou Harmonioso,
sonoro,
consono,
sonoroso.
melo-
afi- Herva
gmaravilhoso.
tente,
em ,oueximio
pastagem, a g n—â—n— iherva-
Erva, —planta
mpasto excel-
mrelva,
o —
156 IION uOS
verdura—verde— (pi.) hortaliça, Honestidade, castidade — pndici -
Hcrvanço, grão, legume. cia, pudor — decência, decor/
Hesitação, duvida, enleio, incer- modéstia.
teza, irresolução, perplexidade, Honesto, casto, modesto — pudico
suspensão, vacillação. — probo —decente, honroso —
Hesitar, duvidar, vacillar — tre- cortei — competente, razoado,
mclear. sufficiente.
Hespanha, Hespeiia, Ibéria. Honor, honra.
Hirco, bode, capreolo. Honorar, honrar.
Hirsuto, arripiado, erriçado — Honra, credito, reputação — fama
cerdoso — áspero, duro, teso — — gloria — cargo — dignidade,
cabelludo — intonso — pelloso preeminência— estima, estima-
— hirlo, hórrido — intractavel. ção — acatamento, respeito, re-
Hispido, arriçado, arripiado, hirto verencia — culto, veneração —
— áspero — duro — inculto — obsequio—caslidade, honestidade
felpudo. — pudicícia.
Historia, chronica — a n n a e s , fas- Honrado, acatado, respeitado —
tos — conto, romance — des- (adj.) probo — nobre — cisto
cripção, narração, [nographo. — virtuoso — cortezão — pri-
Historiographo. chronista , chro- moroso.
Histrião, comediante , cómico — Honrar, elevar, exaltar — conde-
bobo, bufão, farcista — m i m o , corar — engrandecer — enno-
saltimbanco. brecer, nobilitar — respeitar,
Hodierno, d'este dia , de hoje. reverenciar, venerar — obse-
Hoje ou Oje, neste dia — actual- quiar.
mente, agora, ao prcscnlc, pre- ! Honroso , honesto , honrado —
sentemente. decoroso, honorifico — glorioso
Holocausto, consagração, dedica- — louvável.
ção, hóstia — sacrifício, viclima Hora ou Ora, agora.
— oblação, offrenda. j Horrendo,horrível, horrido,horri-
Hombrear, emparelhar, igualar-se fico, horroroso — feio, medonho
— emular, rivalisar. — espantoso, formidável — ter-
Hombridade, virilidade — altivez, rível , terrífico , tremendo —
arrogância — audácia, despejo. deforme , hediondo , torpe —
H o m e m , individuo — humano, enorme, monstruoso.
mortal, viador — varão — alma. i Horreo, celleiro, tulha.
Honiemzarrão, colosso. Hórrido, horrendo, horrífico, hor-
Homcmzinho, anão, cueufate, uo- iVsono — áspero, inculto.
menicnlo, pygmeu. Horrível ou Horribil, hórrido —
H o m e n a g e m ou H o m e n a g e , res- medonho, pavoroso — horrendo,
peito, reverencia — v e n e r a ç ã o — tremendo — atroz — execra-
obediência, submissão — estima vel.
— cortezia — m e n a g e m . Horror, temor, tremor —espanto,
Homicida, assassino, matador. p a s m o — m e d o , pavor, susto —
Homicídio, assassinato, morte. aversão, ódio.
Homilia, sermão — discurso, prac- Horrorizar ou Horrorisar, atemo-
tica—exhortação— conferencia. rizar, espantar, espavorir.
Homiziar-se, fugir — esconder-se Horroroso, horrível, hórrido —
(da justiça, d e ) . hediondo — temoroso.
Homizio,
Honestar,
cohoncstar,
— inimizade,fugida
condecorar
corar—
ódio.
— escondimento
—ornar.
paliar — Horto,
Hortaliça
Hospedagem
gumes, jardim
ele.
, alfaces,
ou—horta
Hospedage,
couves
— cerrado.
,aga-
le-
HUM irvs 157
saibo, hospitalidade — acolhi- ção, rendimento — submissão,
mento — hospedaria. sujeição — baixera, vileza.
Hospedar, albergar, alojar, gasa- Humildar, abater, humilhar —
Ihar. confundir — mortificar.
Hospedaria, estalagem—albergue, Humilde, modesto — submisso,
hospício — hospedagem. sujeito — prostrado, rendido —
Hospede, estalajadeiro — foras- abatido , huniil , humilhado —
teiro, passageiro, viandante — pobre — baixo, ignóbil, rasteito,
(adj.) ignorante, leigo. vil — plebeu — desprezado, des-
Hospício, casa, domicilio, habita- prezível — abjecto — desconbe-
ção, morada — conventinho — cido, ignoto.
hospitalidade — hospedagem. Humilhar , abater — sujeitar —
Hospitalidade, h o s p e d a g e m — li- deprimir — mortificar.
beralidade. Humilhar-se, abaixar-se, abater-
* Hoslao, hospedaria. se. acurvar-se — submelter-se,
Hoste, exercito, tropas — inimigo sujeitar-se—prostrar-se, render-
— arraial. se — aniquilar-se, conculcar-se,
Hóstia , pão ázimo — victima — desprezar-se.
holocausto. * Humilboso ou Humildoso , h u -
Hoslil, contrario, inimigo, oppos- milde, submisso.
lo — nocivo , pernicioso, pre- Humiliação ou Humilhação,abati-
judicial. mento, submissão.
Hostilidade, ataque — roubo — Humor,character,condição, génio,
assolação, destroço, devastação natural — temperamento — bor-
— correria. do, parecer.
Huivar, ulular — urrar — bramar. Hyadas ou Hyades, Plêiades.
Huívo, guincho — ululo — urro. Hybrido, mestiço — bárbaro.
Humanai, humano. Hydra, dragão, serpe, seipentc —
Humanidade, affabilidadc, benigni- constellação.
dade, brandura,clemência, com- Hydria, bilha, quarta, vaso.
paixão — agrado, benevolência, Hydropico, desejoso — insaciável,
cortezania , urbanidade — (pi.) sedento, sequioso.
bcllas-arles. H y m e n e o ou H y m c n e u , bodos ,
Humanisarou Humanar,affabilisar casamento, esposorio , hyinen,
— amansar, domesticar — civi- matrimonio, noivado, núpcias.
lisar — adoçar, mitigar. Hyperbole, amplificação, augmen-
H u m a n o , humanai — bom, bonda- to, exaggeração.
doso, clemente— ben!$no, pie- Hyperbolico , amplificado , aug-
doso — sensível — affavel — mentado,exaggerado, excessivo.
beneficente-—(s. pi.) homens, Hypercrilico, censor, critico, sa-
mortaes, viventes. lyrico.
Humedecer ou Humectar, molhar, Hypocondria , melancolia , tris-
refrescar , regar — embeber , teza.
ensopar. Hypocondriaco,atrabilario, bilioso
Hunienle, húmido. — melancólico, trisle, tristonho
H u m i d a d e , agua — lentura — -caprichoso, extravagante, ra-
molhadura. bugento.
Húmido, humente,lento — aquoso Hypocrisia,beatice, cacholicc, lar-
— ensopado, molhado, orva- tufice — fingimento.
-lhado
III.
Humildade,
tinente.
chuvos— alagadiço
— n u b l a d,o pantanoso
abatimento. Jjumilia-
— incon- Hypocrita,
jacobeu,
Hysope
asperges.ou sanctilão.
beato falso,
Hyssope, U cachola,
aspcrsorlo —
158 IGN II.L
vil — plebeu, popular — escuro
— ignorado , incógnito — sór-
£ dido, torpe — desprezivo, ínfimo
— abatido — d e s h o n r a d o — des-
conhecido, ignoto.
Içar alçar, erguer, levantar, subir.
Ignobilidade, humildade—baixeza,
Idade, annos, vida — velhice —
vileza.
duração, tempo — epocha, era,
Ignominia, affronta, injuria, op-
evo, século.
probrio — deshonra, discredito,
Idea ou Ideia, figura, imagem —
infâmia — desdouro, deslustre.
exemplar, modelo, m o l d e — d e -
Ignominioso, aflrontoso, vitupe-
buxo , desenho — rascunho ,
roso — infame, vergonhoso.
traço — conceito, opinião —
Ignorado, desconhecido, não —
pensamento, projecto — imagi-
sabido —incógnito, occullo.
nativa , phantasia —invenção ,
Ignorância , imperícia , ' insabi-
invento.
dade, insciencia, rudeza — m a -
Ideal, chimerico, imaginário, phan-
terialidade , necedade — desa-
tastico, vão.
certo, erro.
Idear, cogitar, imaginar— projec-
Ignorante, idiota, imperito,indouto
tar, traçar. [dialecto.
— boçal, néscio, zote.
Idioma , lingua , linguagem —
Ignorar, não saber — desconhecer,
Idiota, estúpido, ignorante, imbe-
inhorar.
cil, néscio, tolo. zote.
Igreja, templo — cathedral, se —
Idolatra on ldololatra, gentio, hc-
basílica— capclla— clero, eccle-
reje, pagão.
siasticos.
Idolatrar, paganisar — adorar,
Igual, Irmão, similhante — con-
amar, venerar.
forme, uniforme, unisono —liso,
idolatria, gentilismo, paganismo,
unido.
polytheismo — superstição —
Igualar, emparelhar, igualdar, ir-
adoração , veneração — genu-
manar — achatar, alizar, aplanar
flexão.
— adequar, ajustar.
Idolo , estatua , figura , i m a g e m ,
Igualdade ou Igualeza — identi-
simulacro —ideia — objecto—
dade, similhança — paridade —
amado.
p r o p o r ç ã o — equidade, justiça,
lnodeidade, aptidão, capacidade,
rectidão — uniformidade.
proporção, propriedade.
" Iguar, igualar—emparelnar-se.
Idóneo, apto, capaz, próprio —
Iguaria, comer, comida, manjar —
proporcionado — pertencente —
pralo^i- guisado — acipijie.
sufficiente.
Ilharga, flanco, lado — (s. pi.)
Idyllio, écloga.
conselheiros — validos'.
Ignaro, estúpido, ignorante, impe-
lllieo ou llheu, illiasinha, ilheta,
rito, inepto, néscio, zole.
ilhota — insulano — insular,
Ignavia, deleixo, frouxidão, inér-
isleno.
cia, negligencia, priguiça — co-
• Ilação, consequência, inferência
bardia — baixeza.
— corollario, deducção. [dar.
Ignavo, inerte, ocioso —deleixado,
Illaquear, enlaçar, enleiar, enre-
inactivo, indiligente, negligente
Illecebras, aitractivos — caricias,
— cobarde, fraco — frouxo, lan-
carinhos, meiguices.
g u i d o — desanimado — entorpe-
lllegitimo, íIlegal, illicilo —iniquo,
cido — estúpido.
injusto — adultcrino , bastardo.
Ignóbil,
ígneo,
fero, abrasado,
flammigero,
baixo, humilde
H a mrubro.
m c o—, infame,
flammi- Illeso,
inviolado
incorrupto,
incólume,
—illibado.
sãointacto,
— immaculado,
inteiro —
IMA IMM 159
lllihado, illeso, intacto. cogitar, cuidar— fingir— idear
Illiberalidade, avareza , mofineza. — traçar.
Illicito, defeso, inconcesso, prohi- Imaginário, sonhado — phantas-
Iiido, vedado. lico — enganoso, falso — appa-
Illidir, destruir, refutar. rente , illusorio — chimerico,
Illimitado, indefinito, indetermi- lmaginaliva, imaginação. [vão.
nado — incircumscriplo. Imaginativo, apprebensivo — con-
Illudente,enganador, fallaz, seduc- templativo , pensativo — duvi
tor. doso, perplexo—enlevado, extá-
Illudir, enganar — z o m b a r — f r u s - tico — solitário — soturno.
trar. Imaginável, crivei, provável, vero-
Illuminação , luminárias — illumi- símil — possível.
nura — illustração — inspiração. Iman , magnete — calamita --
Illuminar, allumiar — illustrar — pedra-de-cevar — atlractivo.
. aclarar , decifrar — colorir — Imbecil, tonto — néscio, pateta,
matizar. simples.
lllusão, engano, hallucinação— Imbecillidade, debilidade, fraqueza
fihantasma, sombra, visão — de- — simplicidade— asneira, par-
irio — sonho — escarneo, mofa. voíce, tolice.
Illuso, escarnecido, mofado, z o m - Imbelle, fraco.
bado — enganado, illudido. Imitação , arremedo — copia —
lllusor , enganador — mofador, representação — falsificação.
zombador. Imitar, adumerar, arremedar, con
• Ilusório, artificioso, capcioso, si- trafazer — copiar — trasladar —
mulado — enganoso, falso —chi retratar — representar — (n.)
merico, frívolo — inútil, vão. frisar, similhar-se.
Illustração, explicação — illumina- Immaculado, limpo, puro. [dade.
ção — inspiração. lmmanidade, crueldade, inlmmani
Illustrar, ennobrecer, nobilitar — l m m a n o , cruel, deshumano, ferino,
allumiar, illuminar — matizar — feroz.
— aclarar, elucidar, explicar. Immaturo, verde — anticipado,
Illustre, claro, esclarecido — pre- prematuro — juvenil.
claro —nobre—heróico, excelso, Immediatamente, directamente —
preexcelso — insigne — conspí- sem demora, sem interrupção —
cuo — ínclito — exímio — pres- — e m continente, instantanea-
tante — exeellcnte, sobreexcel- mente, logo.
lente — afamado, fan%erado, Immediato, pegado, unido — c o n -
famoso — abalizado —celebrado, tíguo, próximo.
celebre — immorlal — memorá- Immemoravel, immemorlal, imme-
vel — respeitável, venerável — moriavel — antiquíssimo.
egrégio. Immenssidade, immensidão — in-
I m a g e m ou lmagc, figura, forma finidade.
— efligie , simulacro — retrato Immcnso, illimitado, immensura-
— pintura—ideia —símile, simi- vel — infinito, interminável —
lhança — geroglilico, symbolo desmedido —amplíssimo, dilata-
— exemplar, prototypo, trans- díssimo, extensíssimo, grandis-
lado — iransumpto — imitação, simmo vastíssimo — excessivo,
representação. immodico — iliffusis-imo.
Imaginação, imaginativa.imagina- Immensuravel, amplíssimo , im-
Imaginar,
çio,
ideia,
ra, erro,
pensamenlo,
imagem
phanlasiar
illns —o —visphantasia
apprebensào.
—o —pensar
chime-
— Immersáo,
Immite,
Immerso,
mcnso.bravio,
mergulhado,
mergulho,
brino, submersão.
feroz.
submerso.
ICO I.VIP IMP
lmmobilidade, estabilidade— cons- Imparcial, neutral — apalhieo —
tância, firmeza — apathia, im- justo,recto.
perturbabilidade. Imparcialidade, neutralidade— de-
Immodoração, demasia, excesso sinteresso — equidade, igual-
— descomedimeulo — desen- dade, justiça.
fieamento. Impassível, isento, livre — apalhi-
Immoderado, desmandado — des- eo, insensível.
comedido — demasiado, exces- Impávido , animoso , denodado,
s i v o — intemperado. destemido, inlrepido.
Immodestia, desenvoltura, despejo Impedimento, empecilho, estorvo,
— indeceucia — irreverência — obstáculo — desvio — diffi-
insolência. culdade.
Immódico , excessivo — sobeja, Impedir, atalhar — embaraçar, es-
supérfluo. torvar, obstar, tolher — prohi-
lmmolaçâo, holocausto, sacrifício, bir, vedar.
victima. Impeliu", compulsar, empuxar —
immolador, sacrificador. estimular, incitar — abalar.
Immolar, sacrificar, viclimar — Impenetrável ou Impenelrabil,im-
abandonar, entregar. impertneavel — iiicompreliensi-
Immortal, eterno, sempiterno — vel — compacto, duro, espesso
perenne, perpetuo— immutavel, — mysterioso, profundo — inac-
invariável — incorruptível — im- cessivel.
inareessivel — permanente, per- Impensado , imprevisto — inopi-
sistente — interminável, inde- nado, súbito — ignorado.
lével, (tuidade. Imjierador, monarcha, soberano.
Immortalidade, eternidade, perpe- Imperante, monarcha , rei, sobe-
1 inmorlalizar, eternizar, perpetuar. rano — (adj.) dominante, rei-
Immovel ou Immobil, immoto, nante.
immutavel —inalterável, incon- Imperar, governar, reinar — do-
cusso — q u e d o — estável, firme, minar, mandar — senhorear —
lmmudavel, immutavel. [fixo. preceituar — decretar, determi-
Immundicia, espurcicia, sordidez. nar, estabelecer.
sujidade — lixo — excremento Imperativo, imperioso— absoluto,
— piolhos, ele. decisivo.
l m m u n d o , esquálido, porco, sór- Imperceptível, subtil, tenue — ín-
dido, sujo — impuro. visibil — íncomprehensivel.
I m m u n e , franco, isento, livre. Imperfeição, defeilo, falta — erro,
Immunidade. isenção — preroga- inconecção,
tiva, privilegio — franqueza, li- Imperfeito, incompleto — defei-
berdade. tuoso, vicioso.
Immutavel on Immutabil , cons- Imperícia, ignorância — gros-
tante— immudavel — infallivel — seria.
irrevocável—immobil.firmc, fixo. Império, monarchía, reino — do-
Impaciência, agastamento, enfado, mínio , senhorio — sceptro —
ira, paixão — a r d o r — p r o m p - coroa — auetoridade, poder —
tidào, vivacidade — dessocego, estados — m a n d o , preceito —
inquietação — pena. decreto, lei.
Impacientar, aflligir — inquietar— Imperioso, altivo, arrogante, so-
indignar,
Impaciente,
inquieto.
—fogoso
agastado,irritar.
— insofiíido,
ardente,
irritado —intolerante
assomado,
afllicto, I Impermancncía
Imperito,
instabilidade.
berbo
inepto,— inhabil
ignorante
dominioso.
,—inconstância
despótico.
, indouto —
1MP 1HP 161
Impermanente, instabil— Incons- baraçado, enredado — compro-
tante, mudável, vario. metlido.
Impertinência , importunidade — Implicar, repugnar — (a.) c o m -
despropósito, destempero, lou- plicar, involver.
cura, tolice — capricho, extra- Implicar-se, errredar-se, involver-
vagância — atrevimento, desa- se — metter-se — conlradizer-so.
foro, insolência. Implícito, não-expresso, subinten-
Impertinente, desapropositado — dido — tácito — embaraçado,
importuno — enfadonho, pesado escuro.
— atrevido, confiado, insolente Imploração, rogo, supplica.
— patela, tolo — imprudente, Implorar, invocar — pedir, rogar
indiscreto — difficil — inadmis- — sollicitar, supplicar.
sível. Impor, sobrepor — assacar, attri-
Imperturbabilidade, apathia, cons- buir, imputar — enganar —
tância, estabilidade, firmeza, mentir.
tranquillidade. Importância, s o m m a , valor— peso
Imperturbável, apathico, constan- — importe, preço — conse-
te, estóico, firme, invariável, quência, memento —considera-
tranquillo. ção — merecimento, utilidade.
Impervio, inacccssivel. Importante, precioso — caro, cus-
ímpeto ou Impetu, impetuosidade, toso — necessário, útil — vanta-
violência — impulso - força, joso — relevante.
vohcmenria — precipitação — Importar, iulroduxir — (n.) custar
fúria , furor — acommetti- — aproveitar, convir.
mento. Importunar, apertar, instar — en-
Impetrar,pedir, rogar, supplicar— fadar— incommodar, molestar—
alcançar, conseguir, obter. atanazar, tormêntar.
Impetuosidade , esforço , Ímpeto, Imporlunidade, causticidade, im-
violência — vehemencia — ar- portunação — impertinência.
dor, transporte, vivacidade. Importuno, cáustico, enfadonho,
Impetuoso, ardente, vehemente— molesto, seccante— gravoso, op-
arrojado, violento — accclerado, pressivo, pesado — mortificante.
rápido. Imposição, imposto, taxa, tributo
Impiedade, irreligião — profana- — capitação, contribuição.
ção, sacrilégio— crueldade, des- Impossibilidade, implicância, re-
humanidade — barbaridade, pugnância—empeço, obstáculo.
tyrannia — crueza , fereza — Impossível ou Impossibil, imprati-
atrocidade, sevícia. « cável, inexecuiavel.
ímpio, atheo, deista — (adj.) in- Imposto, imposição, tributo.
crédulo, irreligioso — profana- Impostor, calumniador, embusteiro
dor, sacrílego — blasphemador — embaidor, enganador, m e n -
— iníquo, malvado, perverso — tiroso.
cruel, deshumano. Impostura, aleive, calumnia , e m -
Implacável ou Implacabil, inexo- buste — embaímento, engano.
rável, inflexivel — obstinado, Impotência, impossibilidade —
opiniático. inhabilidade — incapacidade —
Implantar , plantar — inserir — fraqueza. [—inbabil
arreigar. Impotente, debil, fraco — inellicaz
Implicação ou Implicância, con- Impraticável ou Imprncticavel
tradicção, contrariedade — in- impossível — intransitável.
compatibilidade
— enredoconlradictorio
Implicado, — repugnância.
— complicação
— em- Imprecação,
Imprecar,
praga — rogativa.
amaldiçoar,
arrenego, maldição,
maldizer,
162 IMP INC
praguejar — deprecar, rogar, civo, libidinoso, Bviano, luxu-
supplicar. rioso, obsceno.
Imprensa , impressão , officina , Impugnação, opposição, resistên-
prelo, typographia — estampa. cia — refutação.
Impressão, affecção — abalo — Impugnar, combater — resistir —
prensa — phenomeno. refutar — contrariar — oppor-se
Impresso, estampado, imprimido — propugnar.
— representado, retralado. Impulso, abalo, Ímpeto — esti-
Impressor, imprimidor , typo- m u l o — incitamento, instigação—
grapho. inspiração — conselho.
lrhprevislo, impensado, não-pre- Impune, impunido, uão-castigado.
vislo — inopinado, insperado — lmpunidade,descatigo—tolerância.
surprendente. Impureza, deshonestidade, impu-
Imprimir, estampar — esculpir, dicicia — luxuria, obscenidade—
gravar — caracterisar — mar- torpeza — immundicia, sordidez.
car — inspirar — dar. Impuro, impudico, lascivo, obs-
Improbabilidade, incerteza, inve- ceno — turvo — iniinundo, sujo
rosimilhança. — manchado.
ímprobo, m a u — malicioso — cus- Imputar, applicar, attribuir — ac-
toso, difficil. cusar, criminar, culpar.
lmproperar, exprobrar, reprehen- Inabalável, immobil, inconcusso —
der — injuriar. firme, immudavel, permanente
Impropério, reprehensão,reproche —constante — inflexível, [ócio.
— affronta, injuria. Inacção, deleixamento, inércia —
Impropriedade, desconveniencia — Inaccessivel, alcantilado, fragoso—
dissonância — barbarismo. altivo, intractavel.
Impróprio, indecente — inexacto Inadvertência, imprudência, incon-
— dissono, duro — bárbaro. sideração — descuido, esque-
Improvidencia, discuido, desma- cimento.
zelo, incúria, negligencia. Inadvertido, imprudente, inconsi-
Improvido, descaulelado, descui- derado — negligente — impre-
dado , desprevenido, impru- visto.
dente. Inalterável, estável, immudavel,
Improviso, impensado, imprevisto, inconcusso, permanente — cons-
inesperado — inopinado, repen- tante — imperturbável — incor-
tino, subilaneo, súbito. ruptível.
Imprudência, inconsideração — Inaníção , enfraquecimento , fra-
precipitação — ignorância — queza *- desalento.
inadvertência — erro. Inanimado, defuncto, morto—frio.
Imprudente, ignorante — arreba- Inappetencia, fastio.
tado, temerário — estouvado — lnapplicação, distracção, inadver-
incauto, inconsiderado — indis- . tencia.
creto. lnaturavel, insoffrivel, insupporta-
Impudência, despejo, desvergo- vel, intolerável.
nhamento — desaloro, descara- Inaudito ou Inaudicto, nào-ouvido
m e n t o — insolência. — extraordinário, maravilhoso,
Impudente, desavergonhado, des- pasmoso — raro — novo.
pejado— descarado, desaforado. Inauguração, consagração, sagra-
lmpudicicia , concupiscência, de- ção — iniciação — recepção.
slionestidade, immodestia, in- Inaugurar, dedicar — consagrar,
Impudico,
continência,
dade, torpeza.
deshonesto,
lascívia,
incasto,
sensuali-
las- Incançavel
gável
sagrar. — fragueiro,
ou Incansável,
robusto,
infati-
vi-
INC INC 165
goroso - indcfesso — assíduo, Incidente, accidente, caso, circums
incessante. tancia,successo — (adj.) incisivo.
Incapacidade, insufficicncia — Incircunscripto ou Incircumscrip
inaptidão, inhabilidadc. lo, indeterminado, illimitado.
Incapaz, inliabil — insuflicicnte — Incisão ou Incisura, corladura,
indigno — ignorante — fraco, corte, golpe — entalhe.
impotente. Incisivo, cortante— dissolvente,
Incapillato, calvo. penetrante.
Incauto, desacautelado, desaperce- Inciso, cortado.
bido, inadvertido — imprudente Incitação ou Incitamento, insti-
— imprevisto — improvido — gação — estimulo, incentivo —
temerário. impulso.
Inçar, propagar— povoar—encher. Incitar, aguilhoar, esporear, p u n -
Incendiar, abrasar, inflammar, gir — excitar, mover — estimu-
Incendiário, bota-fogo. [queimar. lar, instigar — provocar, susci-
Incêndio, c h a m m a , fogo, labareda t a r — compellir, impellir — ac-
— abrasamento , combustão — cender, inllammar.
queima, queimamento — ardor, Incivil, desattencioso, descortez —
incendimcnlo. indecente. [tezia.
Incensador, adulador, lisonjeiro. Incivilidade, desattenção, descor-
Incensar, aromar, perfumar, lliu- Inclemcncia,desabrimen lo, dureza,
rilicar — adular, lisonjear — inflexibilidade, rigor — intem-
honrar — louvar — adorar. périe.
Incensário, incensório, thuribulo. Inclemente, áspero, desabrido, ri-
Incenso, aroma, perfume — elo- goroso — cruel, implacável.
gios, louvores— adulações, li- Inclinação, pendor, tendência —
sonjas. disposição, Índole, propensão —
Incentivo , aguillião , estimulo — affeição, amizade, a m o r — von-
impulso, incitamento, instigação. tade — sympathia.
Incerteza, duvida, incertidõo, in- Inclinar, abaixar, curvar —dispor,
decisão , irresolução, perplexi- mover—(n.)pender—dirigir-se.
dade — contingência. Inclinar-se, curvar-se, dobrar-se—
Incerto, ambiguo, dúbio, duvidoso dirigir-se, encaminhar-se — fa-
— indeciso, irresoluto, perplexo, vorecer, promover.
suspenso — contingente — in- ínclito, illustre— notável —cele-
dehberado, indeterminado—fluc- bre, famoso.
tuante, hesitante, vacilante — Incluir, abranger, comprender,
vago — arriscado. conter, encerrar.
Incessante ou lncessavcl, assíduo, Incluso, contido, incluído.
continuado, continuo. Incógnito, desconhecido, ignoto
Incha, desavença — ódio. — oceulto.
Inchação, tumor, turgencia — or- Incohcrencia, inconsequência —
gulho , suberba — desvaneci- desconformidade, desconvenien-
mento, ufania. cia—discrepância, [conforme.
Inchaço, inchação — agastamenlo lncoherenle, discreprante — des-
— paixão — incha. Incola , habitador, habitante, m o -
Inchado, crescido, grosso — t u - rador—povoador, [intacto.
mente, túmido, lurgido — h y d r o - Incólume, salvo— são — illeso —
pico — emphatico, hyperbolico Incommodar, desacommodar, de-
—cer-se.
altivo,
Inchar,
(n.) orgulhoso,
desvanecer-sc,
intumecer — vão.
ensuberbe-
enfunar — Ineonunodidade,
—sarranjar
constrangimento—aborrimento,
causticar,
— inquietar,
importunar.
incommodo
perturbar—
164 INC INC
desgosto — doença, indisposição. creto —arrebatado —imprevisto,
I n c o m m o d o , d e s c o m m o d o — pena inadvertido — estúrdio.
— trabalho — incommodidade , Inconsonancia, dissonância.
moléstia. Inconstância, impermanencia, ins-
lncommunicavel, indizível — in- tabilidade— ligeireza, mudança,
sociável, intraclavel. variedade — mutabilidade, vicis-
Incompatível, anlipathico, contra- situde, volubilidade.
rio, opposlo — repugnante — Inconstante, leve, ligeiro — mudá-
desconforme, incombiuavel, in- vel , vario — impernianeiile
conciliável — insociável. instável.
Incompetência, incapacidade, inha- Incontaminada, immaculada, pura
bilidade —incongruência. — incorrupta, inviolada— illesa,
Incompetente, incapaz — incon- intacta — casta , impoltula ,
gruo — illegal, illegiliino — im- virgem.
próprio, inútil. Incontestável, certo, indubitável
Incompleto, defeituoso, imperfeito — inconlrastavel.
— não-acabado. [pies. Incontinência , intemperança —
Incomplexo, não-composto, sint- concupiscência, sensualidade —
lncomportavel, insoffrivel, ínsup- deshoucslidade , iinmodeslia —
portavel, intolerável. lascívia,luxuria — torpeza.
Incompossivel, incompatível. Incontinente, iminoderodo — dis-
Incomprehensivel , incrível , ini- soluto , libertino — impudico ,
maginável — confuso, escuro, lascivo, luxurioso — (adv.) ins-
inintellígivel. tantaneamente— apressada, re-
Inconcesso,illici(o—defeso, prohi- pentinamente — logo.
hido, vedado — indecente, inde- Incontrastavcl, insuperável,inven-
coroso — irracionavel — impu- cível — incontroverso — irresis-
dico , impuro, torpe — desho- tível.
nesto, immodesto — iniquo. Inconveniência, desconformidade
Inconciliável, anlipathico, contra- — (s.) estorvo, obstáculo.
rio, incompatível. Inconveniente , difficuldade, e m -
Inconcordavel, inconciliável, [do. baraço — empeço — desvanta-
Inconcusso, immobil — lirme, soli- jem, perda —accidente, contra-
Inconlidencia, deslealdade, per- tempo.
fídia, [lido. Incorrecção, defeito, imperfeição
Inconfidente, desleal, infiel, per- — inexactidão, irregularidade—
Incongruencia, barbarismo, sole- negligencia.
cismo — impropriedade — in- Incorrecto, defeituoso, imperfeito
decencia, incivilidade — inad- — inexacio, irregular.
vertência. Incorrcgivcl,imlisciplinavcl, indó-
Incongruente ou Incongruo, des- cil—obslinado, icnilcnlc.
convenienle, impróprio — des- Incorrer, o ar, Bear sujeito - m e -
proporcionado. recer.
Inconsequência, irregularidade — Incorrupção.integritladc.inleireza
incoherencia— absurdo, imper- Incorruplivel.inalteravel—integro
tinência — conlradicção. recto.
Inconsequente, absurdo, conlra- Incorrnplo, puro são — inteiro —
dictorio — impertinente — in- integro — inti mi rado.
cohcrente — inconstante. Incredulidade, repugnância (em-
Inconsiderado,
Inconsideração,
facilidade,
desattençãoleveza ,imprudente,
inadvertência
imprudência
— indiscrição.
indis-
— Incrédulo,
crel)
irreligioso
— ireligião.
— atheisrao
descrente
— infiel.
—— impiedade
impio —
IND •IND 165
Incremento , augmento , cresci- Indecoro , indecencía — (adj.) in-
mento — crescente. decoroso.
lncrepar, reprehcnder — censurar. Indecoroso, Inimodesto, indecente
Incrível, Incredivel ou Increível, — deshonesto , vergonhoso —
excessivo, hyperbolico — invero- deshouroso — offrontoso, igno-
símil — indizível. minioso, injurioso, opprobrioso
Incubo, pesadelo. —indigno, infame, vil —sórdido,
Incude, bicorna, bigorna. torpe — feio.
Inculca, busca, pesquiza—inda- Indefeclfvel.infallivel — indestruc-
gai ão, informação, inquirição — tivel, perdurável.
recnmmendação. ludefesso, incansável, infatigável.
Inculcar, indicar, propor—recom- Indeficiente, infallivel — inexorá-
mendar — repelir,repizar. vel, inexhaurivel, inexhausto.
Inculcar-se, dar-se — vender s e — Indefiuito, incerto, indeciso, inde-
descobrir-se , mostrar-so — re- terminado — illimitado.
commendar-se. Indelével, indestructivel— durável,
Inculpado, innocente. eterno, permanente.
Inculpável, irrepreliensivel — in- f ndelíberaçâo, indeterminação, ir-
nocente — perfeito, puro. resolução—enleio.
Inculto , baldio — agreste, infe- ludeminuto, inteiro.
cundo — grosseiro, rude — bár- Indemnidade ou Indemnisação ,
baro — ignorante. compensação, resarcimeuto.
Incultura, bruteza, rudeza. Indemnisar , compensar , recom-
Incumbência, commissão — d e v e r , pensar, reparar, retribuir.
encargo. Independência, liberdade — isen-
Incumbir, commetter, encarregar. ção.
Incurável, insanável—irremediável Indeterminação, duvida, incerteza
Incúria, descuido , negligencia — — indecisão , irresolução, per-
deleixamento, desmazelo, indo- plexidade, vacillação.
lência — descuriosidade. Indeterminado, duvidoso, incerto
lucursão, correria, invasão, irrup- — hesitado, irresoluto.
ção, salto. Indevido, desrazoado — insólito—
Incurso, encontro — Ímpeto. impróprio , intempestivo — iní-
Indagação, busca, exame, inquiri- quo, injusto — desmerecido.
ção, pesquiza— especulação. Indevoção, irreligião.
Indagador, escrutador, investiga- Indevoto, impio, irreligioso.
dor , pesquizador — observador Indexou índice, cailhalogo, lista,
— especulador. taboada.
Indagar, inquirir, pesquizar—pro- Indicação, indício, signal — deno-
curar — informar-se. tação, designação.
Iiidccencia, descompostura — de- Indicar, apontar — mostrar — en-
sacato, irreverência — desprezo. sinar — designar, indiciar — des-
Indecente, deshonesto, iuimodesto, cobrir, divulgar — annunciar,
impudico— indecoroso. declarar — ordenar, prescrever.
Indecisão, duvida, hesitação, inde- Indiciar, apontar, mostrar.
terminação,irresolução, perplexi- Indicio, signal, vestígio—indicação,
dade, vacillação. moslra — apparencia, probabili-
Indeciso, não-decidido—equivoco. dade.
problemático — irresoluto, va- Indifierença ou IndilTrcnça, apa-
cillante,
dourado,perplexo.
Indecorado
Indeclaravcl,deshonrado.
, indizível.
desacreditado , des- thia— —equilíbrio,
Indifferente
lência , igual,imparcialidade
— desinteresse—
phlegma. incúria,
imparcial
indo-

16G 1ND INI)
insensível — indeciso— desinte- visível — constante— inviolável.
ressado — deleixado, indolente— Indistincto, confuso, embaraçado
frio, phlegmatico. — escuro — idêntico.
Indígena, Íncola, natural—cidadão Individuação, circumstancia, par-
— habitador, morador — p o - ticularidade — especificação.
voador. lodividual, pessoal — pariicular,
Indigência, carência, falta, neces- peculiar, próprio. [rizar.
sidade — penúria, pobreza — Individuar, especificar, particula-
miséria. lodividuo, pessoa—ente. [vel.
Indigente, necessitado, pobre. Indivisível, indissolúvel, insepara-
Indigesto, cru — confuso, desor- Indizivel, inexprimível — indecla-
denado. ravel — inexplicável.
Indígete, divo, semideus. Indócil, indisciplinavel — incorri-
Indignação, agastamento, cólera, gível — indomável, indómito —
furor, ira— paixão — escândalo. opiniático.
Indignado, agastado, colérico, en- Indocilidade, incorrigibilidade —
coleiisado, enfadado, irado, irri- obstinação — resistência.
tado — furibundo, furioso. índole, caracter, génio — condi-
Indignar, enfadar, irritar. ção, natural — inclinação, pro-
Indignar-se, agastar-se, irar-se — pensão — temperamento.
cscanda!isar-se — dedignar-se. Indolência, apathia, impassibili-
Indignidade, affronta, insulto, ul- dade — incúria, inércia — indif-
traje — desprezo — infâmia — ferença — deleixo, desmazelo —
atrocidade, horror — barbari- priguiça.
dade, crueza. Indolente, insensível —indifferen-
Indigno ou lndino, desmerecedor te — deleixado, descuidado, ne-
— baixo, vil — vergonhoso — gligente.
indecente— injurioso — infame. Indomado ou Indómito, fogoso —
índigo, anil. incorregivel, indócil — obstina-
lndiligencia, descuido, negligencia do, testo —invencível.
— deleixo — priguiça. Indouto ou Indocto , imperito —
Indiligente, descuidado, negligente ignaro, ignorante.
— deleixado. [eido. Indubitável, evidente, incontestá-
Indirecto, obliquo, sinuoso, tor- vel — infallivel, manifesto —
lndisciplinado, desensinado, igno- certo, seguro.
rante — desmandado. Inducção, mduzimento, instigação
Indisciplinavel, incorrigível, indó- — pqfsuação — enumeração.
cil, indomável, intractaveí. Inducto, induzido— introduzido.
Indiscreto, imprudente, inconsi- Indulgência, graça, indulto, per-
derado—temerário — fallador. dão — jubileu — bondade, do-
Indiscrição, imprudência, inconsi- çura — clemência.
deração — bacharelice, pairaria. Indulgente, b o m , brando, doce,
Indispensável, inevitável, necessá- h u m a n o — clemente — modera-
rio — obrigatório. do, passaculpas.
Indispor, desav/r — aggravar, aze- Indultar, livrar, salvar — perdoar
dar, enfadar, irritar. — exemptar.
Indisposição, incommodidade — Indulto, graça — perdão,remissão
achaque, moléstia — aversão, — foro, privilegio — favor.
tédio — desunião — desavença. Industria, arte — destreza, habili-
Indisputável,
Indissolúvel,
Indisposto, incontestável.
indesalavel,
; gastado. doente, molestoindi-— Industriar,
Binar,
ficio,
d a d e —instruir.
traça
diligencia
adestrar,
— agudeza.
—amestrar,
ardil, arti-
en»
INE INF 167
Industrioso, destro, hábil, indus- Inexperto, inexperiente — apren-
trio — ingcnhoso, intclligente. diz — bisonho, leigo, novato —
lnduzidor, instigador. ignorante— inepto. [sivel.
lnduzimento, inducção — instiga- Inexpiavel, imperdoável, irremis
ção, persuação. Inexplicável, indizivel, ineffavel —
Induzir, aconselhar — incitar, ins- escuro. [lavei.
tigar — introduzir — trazer — Inexprimível, indizivel — inarticu-
causar. Inexpugnavel ou Inexpugnabil ,
Inebriar, embebedar, embriagar. incontrastavel, insuperável, in-
Incdia, abstinência, dieta. vencível — invicto — constante
Ineffavel eu lneffabil, indizivel, — firme.
inenarrável, inexplicável, in-, Inextinguível ou Inextinguihil,
comprehensivel. inexlincto— inesgotável, inex-
Incfficacia, insufficiencia — fra- hauslo — immenso , infinito —
queza, impotência — inutilidade. \ continuo, perenne, perpetuo.
lucflicaz, insufficicnte— impotente ! Inextricável ou Inextricabil, in-
— inútil. [vel. í desatavel — indesembaraçavcl —
Ineluctavel, invencível — inevila- i inexplicável, obscuro.
Inépcia, fatuidade — imbocíllidado 'Infallivel, certo — manifesto, pa-
— parvofco , pequice , sandice, | tente — demonstrativo, evidente
tolice. [dade. j — indubitável, seguro — claro,
Ineptidão, incapacidade, inhabili- | palpável.
Inepto, incapaz, inhabil — absur- Infamado, diffamado — infame —
do, tolo — desmazelado, inerte. maculado — desacreditado.
Inércia,deleixo — ignavia — iudo- Infamar, diffamar — desacreditar
lencia — inacção. — deshonrar — calumniar —
Inerme, desarmado. manchar.
Inerrante, fixo, immobil. Infamar-se, desacreditar-se —
Inerte, ignavo — frouxo — cobar- deshonrar-se. [manto.
de, pusillanimc — lento, tardo — Infamatorio, dilfamatorio, infa-
languido, molle — ocioso — lnfame, desacreditado — Ignomi-
priguiçoso. nioso — vil.
Inesgotável, inexhaurivel, inex- Infâmia , injuria, opprobrio —
hausto — inseccavel. deshonra, vileza — descrédito,
Inesperado oo Insperado, impen- desdouro — affronta, ignominia
sado , imprevisto — inopinado, — baixeza — labeo, macula,
repentino, súbito. , mancha.
Inestimável ou Inestimabir, ina- Infância , meninice , puerícia —
preciável, incalculável — impa- mantilhas — berço — nascimen-
gável, [sario. to, origem, principio — singeleza.
Inevitável, indispensável, neces- Infante ou * Ifante, criança, m e -
Inexcrutavel, incomprehensivel, ; nino — príncipe — peão.
impenetrável, inscrutavel—mys- Infatigável ou lnfatigahil, incansá-
terioso, profundo. vel — forte, robusto.
Inexcusavel, indesculpável — im- i Infatnação, preoceupação — birra,
perdoável. [hausto. pertinácia.
Inexhaurivel , inesgotável , inex- Infamado, desvanecido, presumi-
Inexbausto, inexhaurivel — insec- do, presumpçoso.
cavel — infindo. Infatuar, encasquelar, preoceupar.
Inexorável
cável, ou Inexorabil,
dómito—rígido,
sível — inflexível
indócil, rigoroso, impla-
—indomável, in- |Infausto,
duro, severo.
insen- aziago,
Infecção, desgraçado,
funesto,
podridãocontagio infeliz —
negregado.
— fétido.— corrupção,
li) 8 INF INF
Infectar, corromper, inficionar. migo — doloso, Tallaz, fementido,
Infecto, corrupto, inficionado — fraudulento — enganador, enga-
fedorento, fétido — podre, ntl- noso — fingido, simulado — em-
Infccundidade,esterilidade, [trido. busteiro, mentiroso — insidioso
Infecundo, estéril— subveiitaneo. ' — (*.) gentio, idolatra, pagão.
Infelicidade,.desdita, desgraça, des- ínfimo, baixo — ultimo — inferior
ventura, infortúnio — adversi- — desprezivel, vil —abatido.
dade — accidente — calami- Infinidade, immensidade — mul-
dade. tidão.
Infeliz, Infelice ou Infdix, desdi- Infinito ou Infindo, illimitado, im-
toso, desgraçado — desventura- menso, interminável — immen-
do, malaventurado — miserável, suravel — innumeravel — cxccl-
miscro, misérrimo — iriste — lente.
fatal, infausto,sinistro — a d v e r s o Infinlo, dissimulado, fingido.
— medíocre — m á o . Infirmar, enfraquecer — annullar,
Infenso, contrario, inimigo — ad- invalidar.
versário, opposlo — emulo. lnflacção ou Inflação, inchação —
Inferência, conclusão, consequên- orgulho, suberba.
cia, deducção, illação. Inflado, inchado, tiimido —altivo,
Inferior, súbdito — m e n o r — disi- arrogante, suberbo — orgulhoso,
gual, somenos. [julgar. u f a n o — imperioso.
Inferir, colligir, concluir, deduzir, Inflammação, ardor, incendimento
Infernar, a vcrnal,tartareo,tenareo. — calor — escandoscenria —
lnfernar-se, desesperar-se — aflli- rubor.
gir-se. Inflammado, abrasado, acceso, ar-
Infcmeira, bulha, confusão, infor- dente — estimulado, incitado,
malidade, inferno. instigado, movido, provocado.
Inferno, Averno, Barathro.Cocyto, Inflammar, abrasar, incender —
Erebo, Estygc, Phlagctonte — estimular, instigar.
profundo — gcbena — bulha, Intlammalorio, ardente, calidissi-
motim, ruído. m o , cálido.
Infero, baixo, inferior. Inflexibilidade, constância, firmeza
Infértil, estéril, infecundo —inútil. — obstinação — rigidez , sevo-
Infertilidade, esterilidade, infecun- ridade.
didade. Inflexível ou Inflexibil, firme, im-
Infestar, devastar, talar— pilhar, mudavel — ferrenho, obstinado
roubar — prejudiciar. pertinaz — irreduzivel.
Infesto, nocivo,pernicioso — con- lollmpcia ou Influição,ascendên-
trario, inimigo. cia, influxo— operação.
Inficionado, maligno — corrupto— Influir, actuar , concorrer, coope-
contagioso, pestífero, pestilenta rar, operar — inspirar.
— mortífero — viciado — Influxo, influencia, influição — en-
damnoso. chente, esto, maré.
Inficionar, empestar, infectar — Informação, averiguação, busca,
corromper, depravar — m a n - inquirição—direcção, inslrucção.
char, sujar. Informar, d e v a s s a r — (a.) adver-
infidelidade ou Infieldade, aleivo- • tir, instruir.
sia perfídia, traição — desleal- Informar-se. instruir-se, inteirar-
dade, falsa-fe — citada — idola- | se — inquirir.
Infiel,
Infido,
traidor
tria, gentilismo,
infido,
desleal,
— aleivoso,
pérfido
infiel,
paganismo.
falso
pérfido.
— desleal,
- ini- |iInfortúnio,
Informe,
imperfeito,
— calamidade informação
adversidade,
rude,
— males
tosco.
—desgraça
— (adj.)
des-
ÍNI INO 169
dila, desventura, infelicidade —• Inimicícia, inimizade,
misérias — trabalhos. Inimigo ou Imigo , adversário ,
Infra, abaixo .debaixo, para baixo. contrario — adverso, opposlo—
Infringir, contravir, quebrantar, antagonista — o diabo.
transgredir, violar—enfraquecer. Inimitável, incomparável — admi-
lnfruclifero, estéril, infrtictuoso. rável, maravilhoso.
Infrncluoso, estéril, iufruetifero — Inimizade ou Inimisadc, aversão,
baldado, inefficaz, inútil. imizade, ódio — contrariedade,
Infundiça. barreia, lixívia. opposição — discórdia, dissensão.
Infundir, embeber, ensopar , m o - Inintelligivel, confuso, embaraçado
lhar — inspirar. — incomprehensivel — incrível.
Infusa, bilha, quarta. Iniquidade, culpa, peccado—crime
Infuso , infundido — introduzido. — vicio — iniquicia — maldade
tngcnilo, connatural, innalo. — injustiça. [máo.
Ingcnlc , enorme, grande, gran- Iniquo, inico, injusto— malévolo,
díssimo. Injuria , affronta, convicio — ag-
Ingenuidade, bondade, candura — gravo, contumelia — desprezo —
chaneza , singeleza — inteireza, deshonra — calumnia — igno-
sinceridade. minia, infâmia, vitupério — im-
Ingénuo, cândido, sincero, sin- propério, opprobrio.
gelo — innocente, simples. Injuriador ou Injuriante, calum-
Ingerir-se, intervir, inlroduzir-se, niador — infamador.
inlromcttcr-se, metter-se. Injuriar, infamar — deshonrar —
Ingratidão, desagradecimento, iu- improperar, vituperar — affron-
gratitude — desconhecimento. tar, aggravar — calumniar —
Ingrato, desagradecido — des- desprezar.
conhecido, (tilado. Injurioso , affrontoso , contume-
íngreme, alto, empinado — a l c a n - lioso — insultantc, ultrajante —
Ingresso, entrado. iniquo.
lnhabil, inepto — ignorante — in- Injustiça, semjustiça — iniquidade
capaz, insufiiciente. — tyrannia—vexação—desaforo.
Inbabilidade, incapacidade —inep- Injusto, iniquo, m á o — desar-
tidão. razoado.
Inhabitado, deserto, deshabitado, lnnato, ingenito, natural.
despovoado, ermo, solitário. Innocencia, inteireza, pureza —
Inherencia, connexão, dependên- candura, simplicidade, singeleza.
c i a — juneçáo, união. Innocente, criança, menino—(adj.)
Inherenle, ligado, unido. * b o m — cândido, singelo — in-
Inhibição, impedimento — defenda, culpável, insonte— idiota, igno-
prohibição. rante.
Inhibir, prohibir, vedar— impedir. Innovação, mudança, novidade —
Inhonesto, deshonesto. mutação.
lnhumanidade, crueldade, crueza, Innovar, mudar, variar — desar-
deshumanidade — desabrimenlo, ranjar — concertar, reparar.
rigor. Innumeravcl ou Innumerahil, iti-
Inhumano, bárbaro, cruel, deshu- numeroso — immenso, infinito,
m a n o , feroz — brutal , duro — prodigioso.
implacável, inexorável — insen- Innupto, não-casado, solteiro.
sível, rigoroso. Inohediencia, desobediência.
Iniciar,
Inicio,
troduzir
mittir, ccomeçar,
o111.
associar —principiar
m e— ç oreceber.instruir — ad-
, principio. in- 15 — inef-
lnoflicioso.descomplacenle
Inópia,
kreza
ficaz,—indigência,
inútil.
mingoa. penúria, po-
170 INS INS
Inopinado, repentino , súbito — tível, invisível — constante, es-
impensado, inesperado. tóico, firme — indolente.
Inquietação, agitação, dessocego, Inseparável, indissolúvel, indivi-
perturbação — sohresalto — se- sível, [melter.
dição — motim — anciã, pena — Inserir, intercalar, introduzir,
cuidado, tristeza — mal. Inserto, enxerido, mettido.
Inquietar,dessocegar, perturbar— " Insibidade, ignorância, insapien-
annojar, atribular. lnsidia, cilada , traição. [cia.
Inquieto, desassocegado — azou- Insidiar, atraiçoar.
gado, buliçoso, traquinas — c u i - Insidioso , atraiçoado, capcioso,
dadoso, pensativo — ancioso — doloso, fraudulento — sophis-
alterado, perturbado — amoti- lico — embusteiro, enganador.
nador, perturbador, turbulento— Insigne, illustre, nobre — notável,
revoltoso, sedicioso, tumultuoso singular — abalizado , distincto
— seduclor. — Famoso, Ínclito — avantajado.
Inquinar, manchar, polluir, sujar. Insígnia, medalha — divisa, signal
Inquirição, averiguação, especu- — bandeira — (pi.) armas —
lação, exame, indagação, infor- limbres — empresas , brasão.
mação, pesquiza. Insinuação, admoestação, adver-
Inquiridor, indagador. tência, aviso, conselho — apon-
Inquirir, especular, indagar, per- tamento.
guntar, pesquizar. Insinuar, induzir, persuadir — ad-
Insaciável, esfaimado, famélico, fa- moestar, exhorlar — incitar, ins-
mulento — devorador — ávido, tigar — registar. [lar-se.
cubiçoso. Insinuar-se, introdnzir-se — instil-
Insalubre, doentio, insalutifero, Insipfdez, semsaboria.
mal-são. Insípido, dessa borido, dessaboroso,
Insanável ou Insanabil, incurável ensosso, sem sabor, sem sal —
— irremediável — insupprivel. imprudente — parvo — desen-
Insânia, demência, doudice, lou- graçado — desgostoso.
cura — fatuidade — estultícia — Insipiência, imprudência, inconsi-
desvario, tresvario—delírio, de- deração — ignorância, ' insi-
satino — fúria, phrenesi. bidade.
Insano, estulto — fátuo — d e m e n - Insipiente, imprudente — igno-
te, doudo, louco — delirante — rante , néscio.
furioso, phrenetico — desati- Insistir, continuar, proseguir —
nado, tresvariado. perseverar, persistir — teimar.
Insaturavel, Insaciável. Insociável ou Insociabil, enfa-
Insciencia,ignorância, imperícia. donho, incommodo — capricho-
Insciente, ignorante, Imperito. so, extravagante — arisco.
Inscripção, lettra,lettreiro—titulo. lnsoftrido ou Insofrido, impacien-
Inscripto, exarado, gravado. te,- malsoffrido.
Insculpir, exarar, gravar. Insoffrivel ou Insofrível, inatura-
Insecavel ou Inseccavcl, inesgola vel, insupportavel, intolerável.
vel, inexhaurivel. Insolência, arrogância — atrevi-
Insecto, bichinho —borboleta, for- mento , desaforo — desaver-
miga, mosca, etc. [cura. gonhamento.
Insensatez, demência, insânia, lou- Insolente, desaforado, petulante —
Insensato, demente, insano, louco altivo — atrevido, audaz, o u -
—bilidade
basbaque
Insensibilidade,
Insensível — apathia,
insensível.
—ou constância,
lnsensibil, sado
impassi- Insolido,
impercep-
firmeza. — inteiramente,
—impudente,
(adj.) arrogante,
ouço, vão. suberbo
per inteiro—
protervo—desusado.
INS INT 171
Insólito,desacostumado, desusado, industriado — douto, sábio —
extraordinário, insueto, novo. erudito — perito.
Insolúvel, indesatavel, indissolú- Iiistructor ou Instrufdor, aio —
vel — inresolvivcl. mestre — ensinador.
Insomniaoulnsomuolencia.vigilia. Instruclura, estruetura —disposi-
Insonte, descriminoso, innocente. ção, ordem—traça—construcção,
Inspecção, attenção, c u i d a d o — vi- edificação.
gia, vigilância — exame, obser- Instruir, adestrar, amestrar, ensi-
vação — especulação — visita n a r — advertir.
— vista. Instrumento , ferramenta — acta,
Inspector, registador, verificador auto — expediente, meio, via.
— examinador, observador. Insua ou Insula, ilha, ilhote.
Inspiração, illustração, toque, sen- Insuave, áspero, duro — desagra-
timento — lustinclo — pausa. dável.
Inspirar, illustrar— infundir, insi- Insueto, desusado, insólito.
nuar, suggerir — excilar, incitar. lnsufficiencia, incapacidade, Inha-
Instabilidade, incerteza — incons- bilidade.
tância — mobilidade, imperma- lnsuíliciente, não bastante — igno-
uencia — variedade. rante, inepto, inhabil.
Instancia , rogo, sollicilaçâo, sup- Insulllar, soprar, ventilar—bafejar.
phca — porlia — coarctada. Insulano, ilheo, isleno.
Instantâneo, momentâneo. Insulso, desenxabido, dessaborido,
Instante, m o m e n t o — (adj.) affin- insípido — deseugraçado , inju-
cado — efficaz, vehemente — cundo. [jar.
urgente. Insultar, affrontar, injuriar, ullra-
Instar, apertar, insistir— sollicitar. Insulto, affronta, contumelia, in-
Instável ou lustabil, impermanen- juria, ultraje.
le, mudável — inconstante, vario. Insultuoso, insolente. [eivei.
Instaurar, refazer, renovar — re- Insuperável, inexpugnável, inven-
formar — reedificar, reparar — Insupportavel, insoffrivel, intole-
restabelecer, rável— aborrivel — i n c o m m o d o .
Instigação, atiçamento, incitação Insurdecencia, surdeza.
— induzinieiito, suggeslão—con- lnsustar, inspirar. [tolerável.
selho — persuasão. Insustentável, indefensável — in-
Instigar, animar —atiçar, incitar— Intaeto, illeso — illibado — casto.
inllainmar—aconselhar—induzir. Integridade, inteireza, probidade,
Instincto, conhecimento, sagaci- rectidão.
dade — inspiração — presenti- Integro, inteiro, justo, reclo.
mento. Inteiramente , completa , total-
Instituição , estabelecimento, fun- mente — perfeitamente.
dação — educação — (pi.) pre- Inteirar, acabar, c o m p l e t a r — i n -
ceitos, regras. formar, instruir.
Instituidor, fundador. Inteireza, integridade — rigor, se-
Instituir, estabelecer, fundar — de- veridade — probidade.
clarar, n o m e a r — e d u c a r , instruir. Inteiro, completo — perfeito — in-
Instituto, desígnio, i n t e n t o — a s - tegro — innocente — incorrupto
sumpto , sujeito — lei, ordem, — intrépido. [mento.
regra — observância. Intcllecção, intelligencia, intendi-
Instrucção, doclrina, ensino — in- Inlellcctual, espirilual — iutellec-
formaçãoouregimento.
lnslructivo,
Instructo
tamento, —doutrinal—
Instruído,
documento scientifico.
ensinado,
— apon- Intelligencia,
conhecimento—
tivel,
— comprenensão,
iulelleclivo.
intendimento,
capacidade,
penetração Juizo
in-—
172 nn IST
genho — amizade, paz, união — Interminável, eterno, infinito.
correspondência. Inlcrmissão, dcscontiuuação, in-
lntelligente, douto, sciente—perito terrupção.
— intendido, judicioso — hábil, lnlermittencia , descoiitinuação ,
industrioso —prudente. parada — intcrvallo.
Intelligivel, claro, perceptível. lntermitlente, desconiinuado.
Intemperança, excesso, intempe- Inlermiltir, cessar, descontinuar
ramento — incontinência — g l o - suspender.
tonia, voracidade. Internar se, entranhar-se, pene-
lntemperante, intemperado—des- trar — metter-se — aprofundar
regrado, excessivo. Interno , interior, íntimo, intrín-
Intempérie,destemperança, intem- seco.
peramento. [rior. Interpolação, descontinuação, in-
Intempestivo , anticipado , posle- termissão, interrupção, parada.
Intenção, desenho, desígnio, fim, Interpolar, descontinuar, inlcr-
intento, tenção. romper, suspender—cnlrcmciar.
Intencionado, affecio, disposto. Interpor, entremetter, inserir —
Intensão ou Intensidade, activida- empregar.
de, ardor — força — g r a n d e z a — Interposição , entrepoimento —
vivacidade. intervenção, mediação.
Intenso, activo, ardente — extenso lnterprender , acommelter — so-
— forte — grande — vivo. bresaltar, surprender — empre-
Intentar, cuidar, meditar — p r e - hender.
tender, projectar — principiar. Interpretação, traducção, traslada-
Intento, desígnio, intenção, pro- ção, versão — explicação, expo-
jecto — alvo, fim, mira — (adj.) sição — commenio, glossa.
applicado, attento. Interpretar, traduzir, verter, com-
lntercadencia, interrupção — des- mentar,explanar, expor — deci-
falecimento. frar, declarar, explicar, [cativo.
Interc3dente , descontinuado , in- Interpretativo, declarativo, expli-
terrompido. Interprete ou Interpretador, fa-
Intercalar, entremear, interpor — raute, jurubaca, lingua, truche-
inserir. m a n — commentador, escoliaste,
Intercessão, iutervenção, media- expositor, glossador—traduclor.
ção, rogo, supplica. Interpreza ou Interpresa, empresa
Intercessor, mediador, medianeiro, —surpresa.
mediatario , padrinho , patrono, Interrogação, pergunta —informe,
protector, terceiro, valedor. inquirição— interrogatório.
Inlerdirto ou Interdito, prohibido Interrogar, perguntar, questionar
— tolhido — altonito, estupefacto — informar-se.
— espantado — turbado — hor- Interromper, atalhar,suspender —
rorisado. estorvar, impedir — cortar.
Interdizer , probibir, vedar — im- Interrolo, desoidenado, desunido.
pedir, suspender — perturbar. Inlerrupção, cessão, descontinua-
Interessar,ganhar, lucrar—utilizar. ção — intermissão, interpolação.
Interesse,interes, lucro, proveito, Interrupto, interrompido — des-
. utilidade — conveniência, par- continuado, interpolado.
tido. Inlervallar, espaçar.
Interesseiro, egoísta — avaro. Intervallo,distancia, espaço — de-
lutcriçado,
ínterim,
Intcriçar-se,
tanguido,
comenos,
aterecido,
teso.
arripiar-se.
entretanto.
alerido, en- I Interventor,
são, mediação.
Intervenção,
longa, mediador,
ndhereneia,
demora. medianeiro.
interces-
1NT INV 173
Intervir, entiemetter-se, enlrcpor-Introduzir, cravar, embeber, mel-
se — sobrevir. ter— inserir— insinuar, inlrodir.
Intestino, domestico — interior, Intróito, começo, principio
interno — (s. pi.) eutranhas, Intuito, alvo, fim — consideração.
tripas, vísceras. Intumecencia ou Intumescência,
Intimação , assignação , citação, indiação.
mandado. [uamente. Intumecer-se, inchar-se — ensu-
Intimamente, entranhavel, inler- berbecer-so — empolar-se.
Intimar, declarar, significar — re- Inturvar, turvar.
presentar — inculcar — citar, Inundação, alagamento, diluvio —
uotilicar, ordenar. cheia, torrente — multidão.
Intimidação, ameaço — amedron- Inundar, alagar,submergir—enxa-
lamento. [atimidar. mear — (.».) derramar-se —
Intimidar, amedrontar, assustar, trasbordar.
Intimo, imo, interno, intrínseco — Inusitado, desusado.
particular, secreto — (s.) âmago, Inútil, desnecessário — baldo, frí-
centro. volo, vão. [usurpar.
Intitularão ou Intitulamcnl o. titulo. Invadir, acommetter, investir —
Intitular, chamar, denominar,no- Invalescer, estabelecer-se — cou-
Intolerância, impaciência, (mear. firmar-se — avigorar-se.
Intolerante, impaciente, insnlfrido. Invalidade , inefficucidade, nulfi-
Intolerável, insoffrivel, insuppoi- dade. [sar.
tavel — desmedido. Invalidar, abrogar, annnllar, eas-
Intrancia , entrada , ingresso — Invalido, estropeado — ferido —
principio. fraco, languido — enfermo — il-
Intratável ou Intractavcl , desa- legal, íllegitimo — Insubsistente,
brido, desconvcrsavcl — áspero nullo.
— alcantilado — impenetrável. Invariável, immudavel. inalterá-
Intrepidez ou Inlrepideza , bra- vel , permanente — constante,
vura, audácia, coração, denodo, firme —irrevocável.
hardimento , ousadia , valor — Invasão, incursão, irrupção —
desenvoltura, despejo. aconimelliincnlo. [pador.
Intrépido, afoulo, audaz — deste- Invasor, acommelledor — usur-
mido, impávido— imperturbável. Invecliva, declamação— reprehen-
Intricado ou Intrincado, e m m a - sâo — satyra.
ranhado, enredado — embara- Inveja, desejo — cubica — ciúme
çado, enleado — confusc>-cego. — emulação.
Intriga, artificio, enredo — insi- Invejado, desejado — aborrecido
dia — cabala — conspiração — — desápprovado. Ijar.
eslratagema — maehinaçBo. Invejar, appelecer, cubicar, dese-
Intrigante, entremettidn—ardiloso, Invejoso, invido — odioso.
astuto — in idiador, insidioso— Invenção, invento — artificio, as-
machinador — embrulhador, cn- túcia, subtileza — ficção — arte,
redador. traça — habilidade — (pi.) nitra
Intrigar, embaraçar, embrulhar, vagancias, singularidades.
enredar, intrincar — machinar, Invencioneiro, caprichoso— alfec
tramar — mexericar. tado, requebrado.
Intrínseco, imo, interior, intimo— Invencível, inexpugnável, insupe-
intestino.
Introducção,cabimento,
Intrincado,
pproemio
r o l o g o —— enredado,
principio. [travado,
e x ó r d i o — intricado,
entrada— rável — crear,
prefacio, Inventiva,
Inventar,
excogitar.
imaginar incontraslavel.
invento..
— achar,
produzir
descobrir
— fingir,

174 INV 1RR
Inventivo, ingenhoso — imagina- nuar — aproximai -se — p:»sar.
tivo. Ir-se, a usenlar-se, partir — lu^u
Invento, alvitre, invenção — a c h a - — morrer — volver-se.
do, descoberta — artificio — Ira, cólera, furor, iracundia, raiva
arte, traça. — agastamento, assanho.
Invernada ou Hinvernada, cerra- Iracundo, agastado, colérico,iroso.
ções, chuveiros, nevoeiros. Irado, iracundo, iroso — colérico,
Inverno ou Uinverno, frio, geada, irritado — furioso, sanhudo —
neves. bravo, tormentoso.
Invernoso ou Hinvernoso, brumal, Irar-sc, agastar-se, enoolerisar-se,
hiberno, hiemal, binvernal — irritar-se. [flor.
horrível, m á o (tempo •. Íris, arco celeste, arco-da-velha —
Inverosímil, improvável, não-ve- Irmanar, ajunctar, unir — assimi-
rosimil. lhar — emparelhar—confederar.
Inverter, mudar, transpor.. Irmandade, fraternidade —confra-
Investida, acommellimento, arre- ria — liga.
mettida — assalto — choque — Irmão, confrade — (adj.) igual,
ataque — irrupção — zombaria. parecido, similhante.
Investigação , bu.-ca , indagação , Ironia, dicterio, mofa, motejo, ro-
pesquiza. moque, sarcasmo, zombaria.
Investigador, csquadrinbador, in- Irónico, mofador, motejador, zom-
quiridor, pesquizador. bador.
Investigar, buscar, esquadrinhar, Iroso, colérico, irado, sanboso,
indagar, inquirir, procurar — sanhudo.
explorar— rastejar —especular. Irra, apage ! fora !
Investir, acommetter, arpemclter, Irracional ou Irracionavel, desar-
atacar — motejar — empossar. razoado, iniquo, injusto — in-
Inveterado, arraigado — antiguo, sensato, louco.
envelhecido, velho. Irrecuperável, irreparável.
Inveterar-se, arraigar-se. Irredutível, inflexível.
Invicto, indomável, invencível. Irrclragavel, certo, infallivel, irre-
lnvido, cioso, invejoso — odiento. cusável, seguro.
ínvio, desencaminhado. Irregular, defeituoso, imperfeito —
lnviolado, inviolável — illeso, in- anómalo.
tacto , inteiro — immaculado, Irregularidade, anomalia —defeito,
limpo, puro — incontaminado, imperfeição.
incorrupto. Irreligião, alheismo, impiedade —
Inviolável, respeitável, sagrado — incredulidade, indevoção — pro-
immutavel, permanente. fanação, sacrilégio.
Invisível ou Invisibil, impei cepti- Irreligioso, impio — indevolo —
vel — impenetrável, occullo. sacrílego. (ravel.
Invitar, convidar. Irremediável, desesperado, incu-
Invite, convile—batalha,condido. lrremissivel, imperdoável— inov-
Invito, coact», constrangido, for- piavel. [diavcl.
çado, impedido, involuntário, Irreparável, iusanavel, irrome-
obrigado, violentado. [plica. lrreprehensivel, completo, exacto,
Invocação, advocação, rogo, sup- perfeito, regular.
lnvocar, implorar, rogar — solli- Irresolução, incerteza, indetermi-
nação, perplexidade — indelibi—
Ir,citar, supplicar
Involuntário,
çado,
passear
andar,
invito, — —chamar.
—caminhar
mover-se
constrangido,
obrigado.
marchar
— conti-
for-
— Irresoluto,
ração,
—tlucluação,
indilferença
suspensão
duvidoso,
hesitação,
— embaraço.
— hesitante,'
duvida
vacillação —
JA<; JOG 175
indeciso , indeterminado , per- Jacaré ou Jacareo, coiman, cro-
plexo — alado, enleiado. codilo, [parceis.
Irreverência , desacato, desvene- Jacentes, alfaques, baixos.bancos,
ração — desprezo — indecencia. Jactância, altivez, arrogância, so-
Irreverenciar, desacatar — profa- berba — validade , ufania —
nar — menosprezar. fausto, ostentação, vangloria.
Irreverente , indecente — despre- Jactancioso ou Jactante, alaban-
zador — desacatador. cioso, blasonador — vanglorioso
Irrevocável ou Irrevogável —está- — ufano.
vel, permanente, perpetuo. Jactar-se, ostentar — desvanecer-
Irrisão ou Iirizão,escarueo, mofa, 6e — gloriar-se, vangloriar-se
zombaria — deprezo , ludibrio. — apregoar-se, gabar se —alar-
Irrisor ou Irrizor, escarnecedor, dear, blasonar.
morador, zombador. Jacto, arremesso, tiro — vez.
Irritação, irritamento — agitação. Jadura, damno, perda.
Irritar, abrogar, annullar — esti- Jaculação, tiro.
mular, incitar — picar, pungir — Jaez, espécie, género, laia, sorte
assanhar, encanzinar, exacerbar — (pi.) arreios.
— indignar — enfadar — impa- Jalde ou Jalne, amarello.
cientar — desafiar, provocar — Jaleco, vestia —jaqueta.
augmentar, renovar. Jalofo, boçal, rude — bárbaro.
Irritativo, irritante. [do. Jamais, nunca.
Irrito, irritado — nullo — frustra- Jagada, balsa, janga [vestia.
Ifrogar, impor — trazer — causar. Jaqueta, casaquçta — opa, roupão,
Irrupção, assaltada, salto — inva- Jardim, horto — borla — pomar,
são — correria. vergel — tempe.
Isagoge , elementos , princípios , Jarrelado, decepado — derribado.
rudimentos— introducção. Jarrelar, cortar, decepar — im-
Isca, engodo — attractivo — n e - possibilitar.
gaça, toar. Javali ou Javalim, porcomontez.
Iscar, cevar — tocar — contami- " Jazer ou Jouver, estar— dormir.
lseução ou Izenção, dispensação, Jazigo, carneiro, sepultura — en-
immunidade, privilegio — inde- terro — covil, ninho, toca —
pendência, isentidão — esqui- jazida — estancia.
vança — livramento — superio- Jehova, Deus.
ridade. Jejum, abstiuencia, inedia — dieta
Isentar, dispensar, eximir j livrar, — parcimonia, sobriedade.
privilegiar — excepluar. Jerarchia ou Jerarquia , classe ,
Isento, desobrigado, franco, livre graduação, ordem.
— privilegiado. Jeroglyphico , Hieroglyphico ou
I em, de mais, lambem — (pi.) Geròglifico,figura,imagem, re-
altercações — recados — res- trato — symbolo — ideia, repre-
postas. 3 sentação.
Iterar, reiterar, repetir. Jeropiga, ajuda, crystel, mezinha.
Itinerário,
Ja, agora,roteiro.
neste m o m e n t o , sem Jesu-Christo, H o m e m - D e u s , II e-
Jaca, durião — bolsa. [demora. dempior, Salvador, Verbo encar-
nado, [lo.
Jocoserio, burlesco, cómico, face-
Jocosidade, brinco — facécia —
zombaria.
Jocoso,
Jogar,
teiro — faceto,
garrido
atirar, gracioso,
— desenfadado.
descarregar, prazen-
disparar
176 FOR FOR
— manejar (n.) mover-se — d a , sujeição — capliveiro -
brincar — balancear , soluçar obediência.
(o navio). Jugular, degollar, decabeçar. t
Jogo, brinco, desenfado, passa- Juiz, magistrado, senador— julga-
tempo, recreio —escarneo,zom- dor — arbitro — conhecedor.
baria — apparelho — arlilicio, Juizo, sonso, siso — intelligencia,
destreza — astúcia, m a n h a — intendimento — comprelmusio
arte — enredo, intriga. — mente — razão — prudência
Jogral, gracioso — bobo, chocar- — conceito, opinião — audiên-
reiro — " dizidor — * cantou — cia, tribunal.
" poeta. Julgar, avaliar, conceituar—esmar
Joguetar ou Joguetear, brincar — — sentenciar — arbitrar —conhe-
gracejar — chasquear, motejar, cer, discernir — augurar, con-
zombar — florear, manejar. jecturar.
Joguete, brinco, divertimento — Jumenta, asna, burra.
graça — zombaria. Jumento, asno, b u r r o — animal
Jornada, caminho — marcha — — estólida, estúpido, ignorada,
viajem — empresa , expedição , Juncar, enjuncar — alastrar, en-
facção — batalha. [bojar. cher, espalhar — cobrir.
Jorrar , esguichar , rebenlar — Junção ou J micção, encorporaç.io
Jorro, esguicho, repuxo — barri- — ajunctamento, união.
ga, cotovelo (da parede;. Junctura, juncta — nexo, uniío.
Joven ou Jové, mancebo, m o ç o . Junta ou Juncta, junctura — ca-
Jovenca ou Juvenca , novilha , pitulo — concilio, conclave, sy-
vital la. nodo — conciliábulo, conventi-
Jovial, alegre, divertido, folgasão cnlo — ajunclamento , assem-
— prazenteiro — festivo. bleia, congresso — corporação
Jovialidade, alegria — facécia — — tribunal — parelha.
agrado — graça. Juntar ou Junctar, aggregar, unir.
Joya ou Jóia , annel , gargan- Junto ou Juncto, ligado , pegado,
tilha, ele. — boccal — astiagalo unido — perto, próximo — con-
— (pi.) diamantes, pedrarias. tíguo, visinho — e m companhia.
Joyalheiro, Joeiro ou Joieiro, ou- Jura, juramento,.
rives — lapidario. Juramento, jura — affirmação —
Jubeieiro, adelo, algibebe. promessa —protesto — hlasphe.
Jubilado, c o n s u m m a d o , perfeito mia, imprecação. [phemar.
(em saber). Jurar^affirmar, protestar — blas-
Jubilar, alegrar, regozijar. J urisconsulto, jurisperito , jurista
Jubilo, alegria, gosto, prazer. — legista.
Jucundidade , agrado — alegria Jurisdicção, alçada — auetoridade,
— facécia — prazer. poder — influencia.
Jucundo, alegre, jovial — agradá- Juro, direito, jus — ganho, lucro
vel, aprazível. — interesse, usura — logro —
Judeo ou Judeu, Hebreu, Idumcu, equidade, justiça
Israelita, Nazareno, Palestino, Jus ou Juz, direito.
Pbariseu. [enganar. .lusaule, vasanle (da maré).
Judiar, judaisar — escarnecer — I Justa, torneio — (pi.) cavalhadas,
Judiaria, acinte — tormento — Justiça, juizes, ele. — direito —
escarneo, zombaria. equidade, razão, rectidão — ri-
Judicioso,
Jugo,
cargo discreto,
inlelligente,
apeiro,
— abrigaç.io
cabeçalho, canga — Justificação,
prudente
sábio, —sensato.
dependeu apologia,
—gor,
jurisdicção.
severidade
desculpa.
graça,
— favor,
remissão
graça—
LAC LAM 177
.lustificar, desculpar — sondilicai I.aço, laçada, nô — prisão, vinculo
— evidenciar, provar. — cilada , traição — engano ,
Justillio. espartilho. fraude — artificio — armadilha,
Justo, adequado, exacto, propor- rede. [corpio.
cionado, próprio, raciouavel Lacráo ou Lacrau, escorpião, es-
— conveniente, devido — intc- Lacteo, branco, cândido, niveo.
gerrimo, recto — apertado, es- Ladeira, descida, lomba, rampa,
treito. recosto, subida.
Juvenialidades, meninices, rapa- Ladilha, piolho-ladro.
zias— liviandades. Ladino, destro, experto,fino,sagaz
Juventude , adolescência , moci- — ardiloso, astuto.
dade, puberdade. Lado, banda, ilharga — flanco —
costado — (pi.) conselheiros —
L valias — apaixonados — (adj.)
largo.
La, acolá, a la, além, alli — longeLadrão, bandoleiro, roubador, sal-
— perdido. teador — cossano, pirata.
Lãa ou Lã, pello, vêllo. Ladrar, latir — grilar, vozear —
Labareda ou Lavareda, ala, cham- perseguir — importunar.
ma, flamma. Ladrido, ladrado, latido.
Labefactado, arruinado — viciado. Ladrilho, tijolo.
Labeo ou Labéu , labe, macula, Ladro, ladrido^ latido — (adj.) la-
mancha, nódoa — defeito, desar, drão, roubador.
quebra — descrédito, desdouro, Ladroeira ou Ladrofce, furto, la-
deshonra, deslustre — affronta trocínio, roubo.
— infâmia, vileza — opprobrio, Lage, Lagea ou Lagcm, lousa, pe-
vitupério. Lagoa, lago. palude. [dra.
Laberintho ou Labyrintbo, chãos, Lagrimas ou Lagrymas , choro ,
dédalo — enleio, enredo — con- pranto — lueto, tristeza — la-
fusão, embaraço — intriga. mentações — gottinhas.
Lábia, lalladura,palradura—giria. Lagrimejar ou Lagrymojar, chora-
Lábios, beiços, labros — b o c c a — migar — gotlejar, pingar.
bordas (da ferida). Lagrimoso, Lagrimantc ou Lagri-
"Labor, fadiga, trabalho. moso, choroso — afllicto, triste.
Laborar, trabalhar. j Laivos, manchas, nódoas—linc-
Laborioso , diflieil — cançativo , luia.
penoso — aclivo,operoso. L a m a , lodo — vasa.
Labrego, camponeo — grosseiro, Lamaçal ou Lamarão , atoleiro ,
rústico. enxurdeiro, lameiro — ceno, lo-
Labrusco, agreste, bravio— incul- daçal, paul, tremedal.
to, maninho — vil Lambada, arrochada, pancada —
Labutação, lida —officio —mister. barrigada, fartadella.
Labutar, lidar, trabalhar — Inclar. L a m b ã o ou Lambaz , comilão —
Lacaio, criado, mochila — bobo, lambe-pratos— vassoura.
bufão, gracioso. Lambareiro, gotoso — chocalheiro
Lacão, presunto. — fallador, tarameleiro.
Lacerar, dilacerar, dilaniar, esfar- Lambear, comer, codear — alam-
rapar, rasgar, romper. bazar-se — desengaçar — go-
Lacónico, breve, conciso, curto losear.
s
— judicioso.
Laconismo, ( ao. Lambisqueirojgoloso—chocalheiro
brachiologia - conci- Lamber,
—çoar, chupar, tocar — aperfei-
lambareiro.
polir.
178 LAN LAS
Lambuçada, barrigada, fartadella ' Lanceada, lançada.
— lambuzadella. Lancha, barca, balei, chalupa,
L a m b u g e m , acipipes, golodices — cymba, esquife.
engodo, Isca. Lanço, lance — arremeço, tiro,
Lameiro, lamaçal — prado. serie — comprimento, longor —
Lamentação, ais, lamento, queixa, arremate. [glande.
queixume , gemido , suspiro — Lande ou Landea, boleta, bolota,
choro — grito. Languidez ou Languor, frouxidão,
Lamentar , deplorar, lastimar — molleza — debilidade, fraqueza
queixar-se —carpir, gemer. — desfallecimento.
Lamentar-se, prantear-se — las- Languido, desfallecido — frouxo-
timar-se, queixar-se — suspirar debil — murcho.
— chorar — gemer. Languinbento ou Languinhoso,
Lamentável, deplorável, lastimoso, flácido, molle — murcho, peco.
mísero , misérrimo , piedoso , Languotim, tanga. [ lanudo.
triste. Lanifero, Lanígero ou Lanoso,
Lamentos, choro, lagrymas, pranto Lanterna, phanal, pharol — mi-
— gemidos, suspiros — dôr — rante— rodízio. [pello.
anciã — lastimas — alaridos, Lanugem, barba, buço — carepa,
brados, clamores, gritos. Lapa, caverna, concavidado, cova,
lamentoso, lamentável — carpido, espelunca, furna.
choroso — lúgubre. Laparo, coelhinho.
Lamia, bruxa, feiticeira. Lapida, campa, lousa — inscrip-
Lamina, chapa, folha —espada, ele. ção, lettreiro.
— lagea—tábua—figura, pintura. Lapidar, facetar, lavrar, polir, ta-
Lâmpada, alampada, candeia, can- lhar, trabalhar (diamantes, etc).
dieiro, lampião. [lustre. Lapso, decurso, duração , espaço,
Lampadário, candelabro, lampião, suecessão (do t e m p o ) — (adj.)
Lampas, flor, primícias — palma, caido.
vantajem. [rio. Lapuz, labrego — grosseiro, rús-
Lampeão ou Lampião, lâmpada- tico — porco, sujo — comedor,
Lampejar, relampear —brilhar, comilão, glotão, lambaz.
scintilhar. Lar, fogão — casa, habitação, mo-
Lampinho, desbarbado, Imberbe. rada — templo — cadeia.
Lampo, relâmpago — (adj.) tem- Larga, liberdade, licença, sollura.
porão (figo). Largar, abandonar, deixar—soltar.
Lança, espontão, pique — c h u ç o — Larg| amplo, comprido, dilatado,
alabarda, partasana — varal. espaçoso, extenso —diffuso, pro-
Lançaluz, lumieira, nocliluz, peri- lixo — liberal — relaxado — es-
lampo, vagalume. plendido, sumptuoso, alfluente,
Lançamento, arremeço— expulsão copioso.
— estimação, orçamento — go- Largueza, largura — liberalidade,
m o , renovo. prodigalidade — abundância, co-
Lançar, arremeçar, arrojar, atirar, pia — franqueza.
vibrar — botar — exhalar — der- Largura, amplidão, amplitude, an-
ramar — brotar — d e i t a r — pro- chura, extensão — latitude.
duzir — publicar — imputar — Larvas, espectros, lemures, som-
exarar , lavrar — enterrar — bras, phantasmas.
apartar— inclinar —manobrar, Lasca, estilhaço — fatia, talhada—
marear
Lance,
Lançarote,
colla acção,(a nau).
(resina).
apontador
rasgo — occasião.
— sarco- Lascar
marujo
velhaco.
folheta.
ou (asialico)
Lascarim ,— marinheiro,
azevieiro,
LAU LEI 179
Lascar-se, dcsapparccer, fugir, Lavacro, banho — baptismo —
moscar. lavatório.
Lascívia, luxuria, sensualidade — Lavar, banbar — purificar.
obscenidade, impudicicia — in- Lavar se,purificar-se—Justificar-se.
continência ,soltura—immodestia Lavatório, chafariz —bica—banho.
— alegria, garridice. Lavor, arte, artificio, ingenho —
Lascivo, libidinoso, luxurioso,sen- Erimor — trabalho — cultura —
sual — obsceno, torpe — desho- eneficio — frueto.
nesto, impudico — amoroso — Lavoura ou Lavra, agricultura,
brincador, brincalhão —buliçoso aradura, lavadra.
— saltador —garrido —risonho. Lavrador, agrícola, agricultor, bi-
Lasso, cançado, fatigado, quebran- folco — cavador — colono —
tado — fraco. camponez.
Lastima,commiseração,compaixão, Lavrar, trabalhar — lapidar—bor-
dó, sentimento — m a g o a , pena dar — coser — agricultar, arar,
— dôr. [doído. cavar.
Lastimado , compadecido , con- Laxante ou Laxativo, brando —
Laslimar, compungir, enlernccer, purgativo.
mover, tocar — aflligir, magoar Laxar, alliviar — afrouxar, alar-
— atormentar, molestar — de- gar, relaxar — soltar.
plorar. Laxidão, frouxidão — relaxação.
Laslimar-se, amiserar-se, eborar- Laxo, bambo, debil, frouxo.
se, lamentar-se, compadecer-se. Laya ou Laia, lã — casta, espécie
"Lastimeiro ou Lastimoso, lamen- estofa, relê.
tável, piedoso — deplorável, mí- Lazarento, Lazaro ou Lazerento
sero, misérrimo. leproso — lazeirenlo, miserável.
Lasto ou Lastro, calhaos, pedras, Lazeira, miséria, pobreza — cala-
saibro, de. — fundo — b a s e , fun- midade, desgraça, trabalhos —
damento. feridas — magreza — lepra.
Lata, folha-de-Flandres— vara — Lé, igual.
trave — ripa — latada. Leal, lido,fiel,franco, sincero —
Látego, açoute, chicote, mansilha, honrado, probo.
zorrague. Lealdade, fidelidade — candura,
Latejar, bater, palpitai;. franqueza — honra, probidade—
Lalihulo, esctmdrijo. sinceridade.
Latidão, amplidão, comprimento, "Ledice, alegria, jubilo, prazer —
extensão, longor. ^ exaltação.
Latido, ladrado, ladrido, ladro. Ledo, alegre, jubiloso, risonho —
Latir, ladrar. gostoso.
Latitude, extensão — distancia — "Ledor, leitor.
largueza. Legista, jurisconsulto, jurista.
Latrina, cloaca, c o m m u a , neces- Legitima, herança.
sária, privada, secreta. Legitimação, legitimidade.
Latrocínio, furto, ladroíce, rapina, Legitimar, legalisar.
roubo — despojo, presa. Lei, decreto, edicto — m a n d a m e n -
Lauda, folha, pagina. to, m a n d o — dominação, impé-
Lauro,louro. rio, poder — estatuto, preceito,
Lauto, profuso — esplendido, ma- regra — norma.
gnifico,
—dioso, sumptuoso—exuberante
opulento,
exquisito
pródigo
magnifico,
—suberbo
— estrondoso,
régiopomposo.
—— opíparo—
delicado,
gran- Leicenço,
Leilão,
Leitão,
Leigo, lleimâo,pregão.
fruncho,
culo,não-ecclesiastico
almoeda,
tumor.
bacorinbo, furún-
porquinho.
— [rante.
igno-
180 LES LEV
Leito, cama, barra — matrimonio i insultar, oflender, ultrajar - in
— alveo, madre (do rio). commodar.
Leitor, lector, ledor— lente, pro- Leso, damnificado — offendido —
fessor. paralytico, tolhido — quebrado
Leitura, ledura — erudição, saber, — ferido.
Leiva, céspede, terrão. [sciencia. Lestes ou Lesto, invariável —pres-
Lembrança, memoria — c o m m e - tes, prompto — expedito, ligeiro
moração, recordação, reminis- — desembaraçado, desempa-
cência — menção — fama, repu- chado, despejado — preparado.
tação. | Lethal, mortal
Lembrar, occorrer — memorar, Lelhargia ou Lelhargo, deleixo,
mentar, rememorar—admoastar. inércia — esquecimento — m o -
Lcmbrar-sc , acordar-sc , recor- dorra — priguiça — apathia.
dar-se. ! Lethifero ou Lethilico, mortal.
Lembrete, apontamento, nota — 1 Letra ou Lettra, character, lypo—
advertência — reprehensão — inscripção, leltreiro — diploma
castigo. — mole — (pi.) saber, sciencia.
L e m e , governalho — timão — ad- Letrado ou Lettrado, letterador —
ministração , direcção, governo, advogado, j urisconsulto.
rédeas. Letreiro ou Leltreiro, inscripção,
Lemurc, alma, sombra — trasgo. lettra — rotulo — tabolda.
Lenhador ou Lenheiro, mateiro. Levaçâo ou ' Lcvadiga, inchaço,
Lenho, madeiro, tronco — baixel, leicenço, lumor.
embarcação, nau, navio. Levada, corrente, torrente—trans-
Lenidade, brandura, doçura. porte — raplo, roubo — con-
Lenir, abrandar, mollificar. ducção, condncta.
Lenitivo, allivio, consoladeza — Levadfa, mareia.
lenimenlo — (adj.) mollificantc. Levadura, fermento.
Lenocínio, alcovitice. Leventado,erguido, subido — alto,
Lentamente, a pouco e pouco, de sublime — amotinado, rcbcllado.
vagar, vagarosamente. Levantamento, levantadura — m o -
Lente, leitor — professor — cathe- tim, tumulto — rebellião, re-
dratico — microscópio. volta, sedição.
Lenleiro, pântano, tremedal. Levantar, alçar, erguer — apru-
Lcnteza ou Lentidão, pachorra, mar, arvorar —construir, erigir,
phlegma — vagar — delonga, fabricar — reedificar — alvoro-
tardança — priguiça — mode- çar, amotinar — alistar, reclutar
ração. —ahalar,marchar—augmentar—
Lento, húmido — passeiro, vaga- aclamar, eleger — abolir, revo-
roso—descançado,pachorrento. gar, suspender, lirar — absolver
Lentura, humidade—lentor, vagar. — excilar, suscilar —screnar-sc.
Lépido, alegre, jovial — agradável Levantar-se, ergucr-sc — crescei
— engraçado — galante. — elevar-sc — rebellar-se — ar
Leque, abanico — ventarola. rançar, sair.
Ler, pronunciar (a escríptura, ele.) Levanle. alevanfo —Esle,Oriente.
— estudar — descobrir, ver — Levar, conduzir, transportar — ti-
adivinhar, conhecer — explicar, rar—desmembrar, destroncar—
expor — interpretar. descaminhar— furtar, roubar—
Lerdo, grosseiro — pesado — s i m - attrahir—dirigir, guiar—incitar.
plório.
Lesar,
Lesão,
injuria,
ferida,
damnificar,
offensa.
golpe prejudicar I.evar-se,
— d a m n o — Leve,
recer.
pido, tenuem o—v—eágil,
veloz rinstável,
- s eligeiro
— ir mudável
— a—p prá-
a-
1,111 L1G 131
— inconstante, leviano, vario — devasso, dissoluto, licencioso —
imprudente, incauto, inconside- ímpio, incrédulo , irreligioso —
rado — fátuo, néscio — alegre, liberto.
folgasão — breve. Liberto, forro, livre.
Levedo, levedado — fofo. Libidinoso, carnal, impudico, in-
Loveza ou Levidão,levcz, levidade continente, lascivo, luxurioso —
— inconsideração. deshonesto.
Leviandade, inconstância, ligeireza Libilina, morte.
— inconsideração—juvenilidade Librar, balancear, equilibrar — es-
— immodestia — Ievidão. corar, sustentar — fundar.
Leviano, inconstante, ligeiro, va- Liça ou Liçada, arena, campo,
r i o — inconsequente, indi>creto. circo — batalha — duello.
Levialhan ou Lcviathão, baleia. Lição, leitura — ensino, instruc-
Levidade, leveza — facilidade. ção — documento — correcção
Levigar, alizar, polir, unir. — máxima, preceito.
Lexicografo ou Lexicogropho, dic- Licença, faculdade, indulto, per-
cionarisla. [bulario. missão — approvação — isenção
Lexicon, diccionario, léxico, voca- — abuso. [despedido.
Lexivia ou Lixívia, barreia, cen- Licenciado, graduado — (adj.)
rada, coada, decoada, lexia. Licenciar, dcmiltir — despedir.
Lhaneza, ingenuidade, simplici- Licencioso, desaforado, descocado,
dade, singeleza— candura, li- desenfreado — dissoluto, liber-
sura, sinceridade. tino.
L h a n o , ingénuo, singelo — chão, Liceo ou Lyceu , aula, eschola —
franco, sincero. 1 [linhagem academia — universidade —
Lia, borra, fezes, pe — "linha, gymnasio. [rado.
I.iaça, feixe, molho — palhas. Licito, concedido, permittido, tolc-
Liação ou Liame, laço. Licor ou Liquor, agua — v i n h o —
I.iança, atadura, liame — alliança, óleos — espíritos, etc. — ç u m o —
Liar, alar, ligar, prender, [união. bebida.
Liar-sc, alliar-se, aparenlar-se — Lida, lide — fadiga, trabalho.
abraçar-sc, cingir-se, iravar-se. Lidador, batalhador, combatente,
Libar, provar —tocar — offerecer. pelejador.
Liberal, generoso, largo, munilico Lidar, batalhar, brigar pelejar —
— grandioso, magnifico — pró- luetar — trabalhar — labutar,
digo — benéfico — d a d i v o s o — trafegar — agitar-sc.
franco, livre. Lide, batalha, peleja — demanda,
Liheraleza ou Liberalidabte , lar- litigio — contestação, disputa.
gueza, prodigalidade, profusão " Lidimar, legitimar.
— magnificência—generosidade, " Lídimo, legitimo. [sábio.
munificência — grandeza. Lido, erudito, instruído, sabedor,
Liberdade, alforria — soltura — Liga, jarreleira — atilho, fita, etc.
franqueza, immunidade, isenção — alliança, confederação —
— prerogaliva, privilegio — per- bando, facção — pacto, união —
missão, poder — confiança, fa- mescla, mistura.
miliaridade — sinceridade— atre- Ligadura, atadura, tira — u n i ã o .
vimento — temeridade. Ligamento, ligadura — tendão.
Libertar, soltar — forrar —descap- Ligar, atar, liar, p r e n d e r — vin-
tivar — livrar— desembaraçar, cular — junctar, unir — con-
desencarregar
Libertino, III. devassidão.
Libertinagem
gaoteria, ou Libertinage,
baigante, depravado,
bar- trahir
Ligeireza
tância —, ou
presteza, obrigar—
leviandade
velocidade misturar.
——16
Ligeirice, agilidade,
pelotica.
incons-
182 L1N L1V
Ligeiro, ágil, apressado— alipede, palrador.* paroleiro — maledico
leve, levipede, veloz — incons- — chocalheiro.
tante — fácil — superficial. Linguiça, chouriço, salebicha.
Lilio, lirio. Linha, estame, fio — regra, risca
Limar, aperfeiçoar, castigar polir — fileira—descendência, serie —
— alizar, brunir, igualar — gas- equador — (pi.) rasgos, traços.
tar, roer — arruinar. Linhagem ou Linhage, descendên-
Limitação, excepção — modifica- cia, geração —casta, raça.
ção, restricção— escacez, m e - Liiibagista, genealogista.
diocridade, modicidade, pouqui- Lio, feixe, molho —fardo —" linho.
dade, tenuidade. Liquidação, averiguação —avalia-
Limitado, abalizado, demarcado — ção, calculo, computo.
aprazado, certo, determinado — Liquidar, derreter, fundir — apu-
acanhado, estreito, m ó d i c o — in- rar, averiguar — regular, taxar
sapiente — destinado. — decidir.
Limitar, demarcar — atermar — Liquido , fluído — derretido —
taxar — aprazar, assignar — de- certo, claro, evidente.
terminar, fixar — exceptuar — Lira ou Lyra, citbara, laúde, plec-
estreitar, restringir. tro, viola.
I.imitar-se, astringir-se. Lirio, açucena.
Limite, confim, extrema,fronteira, Lisboa, Elysia, Lysia, Ulyssea.
raia — extremidade, termo — Liso ou Lizo. plano, unido — cor-
demarcação , marco , meta — redio, nédio — franco, sincero
linha — signal. — desenganado.
Limo, alga, sargaço, sebe — lama- Lisonja, adulação, incenso, lison-
rão, vasa. jaria—louvor—caricia—deleite.
Limoeiro, cadeia, prisão. Lisonjear, Lisongear ou Lisonjar,
Limoso, lodoso. adular, incensar — afagar, ami-
Limpar, aceiar—escovar—varrer m a r — applaudir, louvar — des-
— anafar — purificar — roubar. culpar — deleitar.
Limpeza, aceio, limpidão — alinho, Lisonjeiro ou Lisongeiro, adulador
decência — pureza. — fagueiro — (adj.) deleitavel.
Límpido,claro, crystallino—lustro- Lista, catbalogo, rol — mappa —
so, transparente — limpo, puro. listra [geleza.
Limpo, aceiado — claro, são T— Lisura, polidez— sinceridade, sin-
puro, sereno — não-infestado. Lite, lide — demanda, litigio.
Lince ou Lynce, lobo-cerval — Lilera/o ouLitteralo, douto, lettra-
(adj.) agudo, subtil — activo, do, litterador.
esperto. [gancia. Literatura ou Litteratura, leltra-
Lindeza, belleza, formosura — ele- dura—doutrina, erudição, saber.
Lindo, bello, bonito, formoso — Litigante, demaudista, pleiteanle.
elegante , gentil — gracioso — Litigar, pleitear — contender.
enfeitado. Litigio, demanda, pleito — conten-
Linguaxazou
Lineamentos,
Língoa
Linguagem
estylo,
idioma,
riscos.
ma,
—lingueta
dicção,
linguagem
oupalavra—interprete,
lingua
—Lingua,
ou
estylo,
Linguareiro,
faxa.
Linguage,
feições
— —giria,
dialecto,
locução.
vasconço
— vasconço
dialecto,
fallador,
linhas,
idio-
fiel,
— Livrar,
Livramento,
Livrador,
Litigioso,
Lituo,
tar
defensor,
Ln.)
da, —descapar.
báculo,
clarim,
esalvar—
soltar
b acajado.
demaudista
libertador,
tprotector.
e soltura
—parche,
—controvérsia,
defender
desembaraçar
——salvador
trombeta
despacho.
contencio-
— liber-
[so.
——
LIV LUC 183
Livraria, bibliotheca. Loquela, locução — o fallar.
Livre, solto — salvo — desobri- Lorica ou Longa,cota, coura,cou-
gado, exemplo — despejado — Losna, absinthio. [raça.
despachado — forro, liberto — Lote, espécie, género, laia, qua-
independente — familiar— atre- lidade.
vido — devasso, licencioso. Louçafnha ou Louçania, enfeites,
Livro, tomo, volume — canhenho gala — adereço, adorno, atavio
— escriptos, obra — registro. — pompa.
Liz ou Lis, açucena, lirio. Louçâo, custoso, precioso — ga-
Lobrego,escuro, tenebroso — lú- lante, gentil, guapo — aceiado
gubre, triste. — ornado — gracioso.
Lobrigador, explorador, vigia. Louco, estólido, estulto, fátuo, in-
Lobrigar, entrever. sano —amente, demente, doud o,
Locação, aluguer, arrendamento, mentecapto — estúpido —deli-
Local, localidade — logar, sitio. rante, lunático, lymphatico —
Locução, estylo, expressão, lo- maniaco, pbrenetico,tresvariado
quela, phrase. — furioso — imprudente, incon-
Locusta, gafanhoto. siderado, temerário — alegre —
Locutório, grade, parlatorio. zombeteiro.
Lodaçal, atascadeiro, lamaçal — Loucura, amencla, demência, dou -
paul, tremedal. daria, doudice, insânia — estul-
Lodo, (ama-ceno, fange, vasa. tícia, fatufdade — delírio, pluc-
Lógica, dialéctica. nesi —fúria—desvario, tresvario
Logo, e m continente, sem demora — mania — imprudência.
—brevemente—por tanto, [relia. Loura ou Louraça, bisonho, boçal,
Logração, engano — p e ç a — espar- novel.
Lograr, ganhar, lucrar — gozar, Loureiro, lauro — (adj.) travesso
possuir, ter — empregar — en- — inquieto.
ganar. Louro, amarelo, áureo, flavo.
* Logreiro, onzeneiro, usurário. Lousa, l a g e — c a m p a —sepulcro,
Logro, desfructo, gozo, posse — sepultura — armadilha.
logração , logradeira , peça — Louvamlnha, gabo, louvor — li-
* usura. sonja, [gabar.
Loja, officina, etc. — casa térrea. Louvaminhar, adular, lisonjear —
Lomba, encosta, ladeira. Louvaminheiro , adulador , lison-
Lombada, lombo — pancada. jeiro — elogiador, gabador —
Lombo, espinhaço, rins — xostas, vanglorioso.
espadoas — sacada — lombada Louvar, elogiar, encomiar, gabar,
(de livro). loar — incensar, preconizar —
Longe, afastado, distante, remoto bemdizer — celebrar.
— (adv.) muito. Louvar-se, gabar-se,jactar-se —
Longevo, grandevo, idoso, velho, approvar.
vividouro. Louvável, laudavel — b o m — esti-
Longínquo ou Longiquo, afastado, mável — honroso.
distante, remoto. Louvor, encómio, gabo — applauso
Longo, comprido, dilatado, disten- — elogio, panegyris — honra —
so — diffuso, prolixo —durável. abono, recommendação — in-
Longor, comprimento, extensão , censo, lisonja.
longura
Loquacidade,
Loquaz,
dância, — diuturnidade.
dor, palreiro.
fallador,
verbosidade.
dicacidade,
gárrulo, redun-
palra- Lua, Cynlhia,
Lúbrico,
Lucerna,
Lúcido,
Lalonia,
claro, Delia,
escorregadio,
candeia.
Phebe. Diana,
luminoso, Recate,
resvaladiço.
luzente,
184 LUP LUZ
resplandecente — transparente Lurido, negro — amarello, auroo—
— brilhante. pallido.
Lúcifer, Lusbcl, Satan. Lusitânia, Portugal.
Lucifero, brilhante, resplandecente Lusitano, Luso, Portuguez.
— matutino. Lustrar, illustrar — (n ) luzir, res-
Lucina, lua. plandecer.
Luco, bosque, floresta. Lustre, luz, resplandor — realce—
Lucrar, ganhar, interessar, pre- louçania — lampadário.
calçar. Lustro, lustre — Ólympiada.
Lucrativo ou Lucroso, ganhoso, Lustroso, flammante, luminoso,
proveitoso. resplandecente — brilhante, es-
Lucro, ganância, ganho — inte- plendido, [—pleito.
resse, proveito, utilidade — ren- Luta ou Lucla, combate — guerra
dimento. Lutador ou Luctador, atlheta, gla-
Ludifico ou Luctifero, afflictivo, diador — campeão — batalha-
aflligidor — fúnebre — triste. dor, guerreiro.
Luctuoso, fúnebre, funéreo, luc- Lutar ou Ludar, combater, pu-
toso, lúgubre — faial, funesto — gnar — debater se — esforçar-se
melancólico, triste — deplorável, — defender-se.
lamentável. Luto ou Lucto, dó, nojo —afllic-
Ludibrio, escarneo, irrisão, mofa, ção, anciã, dòr, magoa, pena.
zombaria —joguete — desprezo I.utulenlo, limoso, lodoso, palu-
— vilipendio. doso.
Ludihrioso, injurioso, ultrajante— Lutuoso ou Luctuoso, fúnebre,
escarnicador, zombador. funéreo — deplorável, lamentá-
Ludo, jogo. vel — triste.
Lufada, embate, furacão, rajada, Luva, g u a n t e — m a n o p l a — (pi.)
refega — frequência — íiíultidão. recompensa.
Lugar ou Logar, sitio — vez — di- Luxo, apparato, fausto, grandeza,
gnidade, graduação, posto — ci- ostentação, pompa, sumptuosi-
tação, passo — occasião, oppor- dade — profusão, superfluidade.
tunidade — tempo, vagar — al- Luxuria, lascívia, sensualidade —
deia, burgo — assento — habi- obscenidade — incontinência —
tação. libertinagem.
Lúgubre, fúnebre, funéreo, luc- Luxurioso, carnal, fraseado, las-
tuoso — carregado , sombrio , civo, libidinoso, sensual — de-
triste — carpido. shoHL'sto, impudico , obsceno —
L u m e , fogo — luz — vista — cla- impuro, torpe — voluptuoso.
rão — conhecimento, noticia — Luz ou Lux, claridade, lume, res-
espécie — vivacidade — super- plandor— clarão, fulgor— raios
fície — doulo, sábio. — dia — vela — intelligencia,
Lumiar, allumiar — (s.) liminar, penetração — aviso — indicio —
umbral. existência, vida.
Lumieiro, lampadário— clarabóia, Luzeiro, astro, constellação, es-
fresta — penlampo, vagalume— trella, planeta — clarão, clari-
luz. dade, luz — (pi.) olhos.
Luminoso, brilhante, claro, lúcido, Luzeluze, pyrilampo, vagalume.
lumioso, resplandecente. Luzente, brilhante, claro, lúcido,
Lunático,
sato,
Lupanar,
pularia. aluado
alcouce,— —bordel,
bulo ,phantastico.
serralho doudo, insen-I
mancebia,
prostí- luminoso,
Luzidio,
lampadário. refulgente.
resplandecente.
Luzerna, nédio-,
vagalumenitido— —lumicira
luminoso,

MAC MAG 185
Luzido , brilhante , lustroso — Machucho, maduro, sensato — es-
magnifico, pomposo —ataviado. forçado — poderoso — rico —
Luzimento, brilhantismo, magnifi- grande.
cência, pompa — brilho, esplen- Maciço ou Masslço, solido — ata-
dor, lustre — aceio — realce. cado, cheio, entulhado.
I.nzio, olhar, olho, vista. Macilento, descarnado, magro —
Luzir, brilhar, resplandecer— cres- amarcllo, pallido — desfigurado.
cer, medrar—apparecer—fundir. Macio, brando, mimoso, suave.
Lyeo ou Lyeu, llaccho — vinho. Maçorral, grosseiro, rude, tosco —
Lympha, agua—corrente — liquor macarronico.
— humor. Macula, mancha, nódoa — defeito,
desar — desdouro, deslustre —

m infâmia, labeo, vileza —descré-


dito, deshonra, ignominia — af-
fronta, injuria— magoa — malha.
Macaco,bugio, m o n o , nico,symio, Macular, manchar, sujar — difla-
ximio — (adj.) imitador, reme- M a d a m a , senhora. [mar.
dado!', [midade. Madeiro, lenho, pau, tronco, viga
Macacoa, achaque, doença , enfer- — estúpido, obtuso.
Macaquices, bugiarias, momices , Madeixa, nega lho — cabello,coma,
m o m o s — arremedos. guedelha.
Macarronio ou Mocarronico, bur- Madraçaria, desídia, inércia, man-
lesco, jocoso — bárbaro — m a - drieira,ociosidade, priguiça, va-
çorral. dice— frouxidão— inapplicação.
Maça, clava — cacheira. [pomo. Madracear, calacear, mandriar,
Moçãa , Maçan ou Maçã , pêro , vadiar.
Maçada ou Maçadora, pauladas — Madraço, mandrião, ocioso, pri—
coça, sova, tunda. guiçoso , vadio — deleixado,
M a ç a m e , cordoalha — lastro — inerte.
argamassa. M a d r e , útero — alveo , leito —
Maçar, moer, pizar — eslafar, so- terra — "mãe. [nácar.
var — ferir, golpear. Madrepérola , concha - preciosa ,
Maçarico, alcyon. Madrugada, alva, aurora, dilucido
Hacea, pia — gamella. — anticipação.
Maceiro, bedel — portama s %. Madrugar, matinar — anticipar-se.
Maceração ou Maeeramento, aus- Madureza ou Madurez, circums-
teridade , mortificação, peniten- pecção, siso, prudência — perfei-
cia — flagellação. ção — maturaçaí».
Macerar, aflligir, mortificar — fia - Maduro, maturo, sazonado— cir-
gellar — machucar, pizar. cumspccto, judicioso, sábio, si-
Machacaz, grandalháo. sudo — moderado, prudente —
Machete, espado, sabre — violinha velho, usado.
— descante. Maga, feiticeira, magica.
Macho, ' m u , mulo — grilhão — Maganão, malicioso — libertino.
(od;.) varonil — esforçado, lorte, Maganeira ou Maganice, traves-
robusto, vigoroso. suras — astúcia — peça — liber-
Macbucadura, esmagadura, piza- tinagem.
dura —compressão. Magano, mariola — vil — impu-
Machucar, esmagar — pizar, tri- dico, lascivo — maroto — mali-
lhar — comprimir. Magestade
nia
cioso,
midade— alteza,
fino.
—ousuperioridade,
Majestade,
excellcncia sobera-
, subli-
1S<> MAI MAL
Magestoso, respeitoso, venerável Maioria, excesso, superioridade,
— augusto, grande, nobre — vantajem — pluralidade.
pomposo, sublime. Mais, além, antes.
Magia ou Magica, incantamento, Mal, incommodo — damno, detri-
incanto — fascinação, hallucina- mento, prejuízo — destruição,
ção, prestígios— bruxaria , feiti- ruína — achaque, doença, enfer-
ccria, sortilégio. midade, moléstia— dôr — cala-
Magico, incantador, m a g o —feiti- midade, desgraça, infortúnio —
ceiro, nigromante—prestigiador, miséria—(adv.) imperfeita, inho-
vcnefico — (adj.) sobrenatural. nesla, irregularmente —apenas.
Magistério, cadeira, doutrina, en- Mala ou Malla , alforge, almo-
sino, instrucção. freixe, sacco.
Magnanimidade, animosidade, in- Malacia, calma, calmaria.
trepidez, valentia, valor— for- Malandrim, magano — velhaco —
taleza — grandeza-de-animo, vadio, vagabundo — mandrião.
heroicidade — generosidade, li- Malavindo ou Mal-avindo, desa-
beralidade — nobreza. vindo, discorde.
Magnânimo, animoso, bravo, in- Malcreado ou Mal-crcado, desat-
trépido, valente— generoso, li- tencioso, descortez, incivil.
beral — grandioso. Maldade, malicia. malignidade —
Magnate , grande , potentado , iniquidade, nequicia, perversi-
Magnete, iman. [senhor. dade — impiedade — crime, de-
Magnético, attractivo. licto —culpa, peccado— maleza.
Magnificar, engrandecer, exaltar Maldição, imprecação, praga, abo-
— louvar— exaggerar. minação, execração—delestação.
Magnificência, esplendor—genero- Maldiçoar, amaldiçoar, maldizer,
sidade, liberalidade, munificência praguejar — coudemnar, re-
— grandeza, pompa,.sumptuosi- provar.
dade — opulência, riqueza. Maldito ouMaldicto, amaldiçoado,
Magnifico, esplandido, grandioso, detestável,execrando, execravel.
pomposo — liberal, munifico. Maldizente, praguento —detractor,
Magniloco , grandiloco , grandi- murmurador — maledico, mor-
sono, sublime. daz — diflamador.
M a g n o ou M a n h o , grande. Maldizer, amaldiçoar, praguejar —
M a g o , sábio —magico —feiticeiro. murmurar.
Magoa, angustia, dôr, pena, pezar, Maledicência, detracção — m u r m u -
sentimento, tristeza — d ô , lasti- ração,^ satyra.
m a — macula — m a n c h a , nódoa. Maledico, praguento — maldizente
Magoar, contundir, pizar — aflli- — murmurador — detractor,
gir, apezarar — macular — of- infamador — mordaz, satyrico
fender — lastimar. — maldoso. Içado.
Magote, bando, rancho — montão. Maleficiado, embruxado, enfeiti-
Magreira ou Magreza, e m m a g r e - Maleficio, feiticeria, feitiço, sortilé-
cimento, m a g r e m — debilidade, gio —damno—crime—adultério.
fraqueza. Maléfico, malfazejo, nocivo.
Magro , descarnado , estitico — Maleitas, sezões.
esgalgado, esguio — chupado, Malencarado ou Mal-encarado,
myrrhado, secco. [principio. carrancudo, carregado.
Mãi ou M ã e , madre — origem , Malevolencia, desamor, malque-
Maior,
Maioral, mor
antepassados,
superior. — superior
cabeça,avos. —
chefe, primeiro, rença—antipathia.
(pi.) Malévolo,
nado
zade —— opposlo
aversão,—ódio
maléfico, contrariedade.
mal-intencio-
inimigo.
— inimi-
MAL MAN 187
" Maleza, maldade — ruindade — Maltrapilho, esfarrapado, farrapão
malícia — fraude. — mal-veslido.
Malfadado, destitoso, desgraçado, Maltratar ou Maltractar, bater —
infeliz. insultar, oflender, ultrajar —
Malfallante, malfaltado — maldi- molestar, vexar.
zente, maledico. Maltrido, golpeado.
Malfazejo, maléfico, malfazente — Malvado, máo, perverso,scelerado
damnoso, nocivo. — impio — mal-inclinado — ím-
Malfazer, damnar, damnificar — probo — iniquo.
ollender. M a m a ou M a m m a ,peito — tela —
Malfeito , imperfeito , malobrado m a m m a d u r a — colle , collina ,
— contrafeito, deformo. outeiro.
Malfeitor, facinoroso — m á o , per- Manada, armento, fato, gado, re-
verso, scelerado —criminoso, banho — vara (de porcos).
delinquente, reo. Manadeiro, fonte, manancial.
Malfeitoria, malefício — d a m n o — Manar, derramar, verter — (n.)
crime, delicto. correr, derivar-se.
Malga, sopeira, tigela. Mancar, aleijar, estropear — (n).
Malhar, martellar — censurar. faltar.
Malho, maço, martcllo. Manceba , amiga , concubina —
Malícia, engano — dolo, fraudo — meretriz.
maldade, travessura. Mancebia, adolescência, juventude
Malicioso, maligno, m á o — m a g a n o — amancebamento — alcouce,
— travesso — astuto, manhoso. lupanar.
Malignar, corromper, depravar, Mancebo , adolescente , ephebo ,
viciar. joven, m o ç o — servidor — m a -
Malignidade, iniquidade, perversi- telote — (adj.) juvenil.
dade — maldade — malícia. Mancha, laivo, malha, nódoa —
Maligno ou Malino, m á o — mali- labeo — macula — (pi.) dom,
cioso — diabrete — perigoso — presente.
iniquo. Manchar, betar, malhar, matizar
Mallograr-se, baldar-se, frustrar- — afeiar — mascular, magoar.
se, gorar. [mover. Manco , aleijado , estropeado —•
Malparir ou Mal-parir, abortar, claudicante, coxo — canhoto —
Malquerença ou Mal-querença, falto.
aversão, ódio — inimizade — M a n d a d o ou Mandato, determina-
malevolencia. » ção, preceito— mando, o r d e m —
Malquerer ou Mal-querer, aborre- messagem, recado — "deixa,
cer, detestar, odiar- legado.
Malquisto, inimizado—aborrecido, Mandamento, preceito — ordem —
detestado, odiado. mandado — decreto — estatuto,
Malsão ou Mal-são, doentio, insa- regra — lei — ordenação.
lubre, n ã o — sadio —malcurado. Mandar, ordenar — dominar, g o -
Malsim, accusador, delator — syn- v e r n a r — enviar, remetter — d a r
dicante — calumniador. [çâo. — legar — manejar.
Malsinação, accusaçâo, denuncia- Mandinga, artificio, astúcia.
Malsinar , accusar , delatar , de- M a n d o , auetoridade, poder — di-
nunciar. reito — domínio, governo, im-
Malsisudo ou Mal-sisudo, desassi- pério — jurisdicção — decreto—
sado,
Malsoante,desjuizado,
Malsoffrido
paciente, desmusico,insano.
ou Mal-soffrido,
impassível,dissono.
insoffrido.
im- mandado,
Mandrião,
desapplicado
baju, roupão. ordem.
ocioso,
— estúpido,
priguiçoso
tolo —•

188 MAN MAN
Mandriar, priguiçar — madracear Manifestação, descobrimento —
— calacear, vadiar. conhecimento — indicio, signal
Mandriice, Mandrice ou M a n - — revelação.
drieira, madraçaria, priguiça — Manifestar, declarar,descobrir, re-
ociosidade — bandorrico , cala- velar — divulgar, patentear, pu-
çeria. blicar — aclarar — explicar,
Manducar, codear, comer. expor — confessar-se.
Manear ou Menear,mexer, mover Manifesto, apologia, memoria, ele.
— apalpar. — (adj.) claro, evidente — no-
Maneavel ou Meneavel, manejavel tório — descoberto,
— palpável — flexibil — fácil, Manilha, bracelete — argola
tractavel — brando, doce. Maninelo ou "Marinelo, oobo, ca-
Maneira, estylo, feição, guisa, turra, tolo — afeminado, mulhe-
m o d o , sorte, theor — arte, geito. rengo, [dade.
Maneiro, l e v e — pequeno — m a - Manínhez, esterilidade, infecundi-
nual — portabil, portátil. Maninho, estéril, infecundo, manio
Manejar, trabalhar — manobrar — — árido, inculto — infruetifero.
administrar, dirigir, governar. Manjar, alimento,mantimento.sus-
Manejo, evolução, m a n o b r a — ad- tento — comer, vianda — iguaria
ministração, direcção, generen- — (D. n.l mastigar.
cia — tracto. [infernaes. M a n o ou Mana, irmão, irmã.
Manes, almas, sombras — deoses Manquejar, claudicar, coxear.
Maneia, manente, manita. Manqueira , coxeadura — defeito,
Manga, m a n g u i t o — tromba — ala desar, falta. [rada.
— meio —adjuda, soccorro, Mansão, aposento, habitação, mo-
Mangação, escarneo, zombaria — Mansidão, brandura, serenidade,
engano. tranquillidade — benignidade,
Mangalaça, alcouce, bordel, m a n - bondade. [flagello.
cebia, pularia. " Mansilha , azorrague, látego —
Manganilha, engano, fraude. Manso, brando, pacifico — plácido,
M a n g ã o ou Mangador, escarneco- sereno, socegado, tranquillo —
dor, zombador. affavel, benigno, humano —cle-
Mangar, petear— escarnecer, zom- mente , piedoso — suave —
bar — chasquear — enganar, amansado, domado, domesticado
illudir. — abrandado — tractavel — ap-
Mangerona, amaraco. placado, serenado— (adv.)mau-
Mangona, mandricira, priguiça. sãmente.
Manha, habilidade, parte, prenda Manta, capa, bedem, penula.
— qualidade — costume, habito Mantença, alimento, mantimento,
— sestro — ardil, dolo, engano sustento — manutenção.
— destreza — industria. Mantenedor ou Mantedor,campeão
M a n h ã ou M a n h ã a , aurora, m a - — defensor.
drugada. Manter, conservar, continuar, en-
Manhoso, ardiloso, arteiro, artifi- treter, sustentar — guardar —
cioso, astuto, versulo — fino — defender — ter mão.
habilidoso. Mantilha, manta, mantilete— (pi.)
Mania, delírio. loucura — raiva — faixas — coeiros.
paixão — furor — doudice,extra- Mantimento, alimento, pasto, sus-
vagância. tento — comeres, vitualhas, vi-
Maníaco,
Manicaca,
phalico
— furioso. extravagante,
—fraco,
lunático,
maricas.
louco, lym- Manufactura,
visionário Manto,
veres véo
feitio — manutenção.
— fabrica,
capa — cobertura.
offieina —
MAR MAR 189
Manufacturar, fabricar, fazer, la- Mareante, marinheiro, marinho,
vrar, obrar, trabalhar. majuro.
Manufactureiro ou iManufacturista, Marear, manobrar, reger (a nau)
fabricante, obreiro. — (n.) enjoar — embaçar.
M á o ou Mau, pernicioso, prejudi- Marear-se, alterar-se, avariar-se,
cial — trabalhoso — irregular — corromper-se — dirigir-se, go-
perverso , scelerado — iniquo , vernar-se.
pérfido, ruim — maligno — in- Marejar, reçumar — dislillar, got-
justo — defeituoso — velho — tear, pingar.
maio. Margarita, pérola.
Mão, punho — l a d o , parte — p o d e r M a r g e m ou Marge, borda, extre-
— gadanho, garra. midade — fralda, orla — riba,
M a p a ou M a p p a , carta-geogra- ribeira — praia.
phica — lista. Maricas ou Maricão, fraco, niani-
Maquina ou Machina, engenho — caca, mulherengo.
tramóia — massa — multidão. Marido, cônjuge, consorte, esposo.
Maquinar ou Machinor, idear — Marinha, praia — costa — salina.
delinear, traçar — inventar — Marinhagem ou Marinharia, equi-
excogitar. pagem, m a r u j o s — mareação.
Mar, pego, profundo — golpho — Marinhar, chusmar, esquipar, m a -
Oceano — Amphitrite — Nep- rinheirar — (n.) subir, trepar.
tuno — Thetis — sal. Marinheiro , maiitimo , marujo ,
Marachão,restinga—dique, molhe. matalote.
Maratona, mulhcrinha — michela Mariola, gallego — marau.
— meretriz, prostituta. Mariposa, borboleta.
Maranha, enredo, intriga — ardil, Marital, conjugal, matrimonial.
subtileza. Marítimo, equoreo, marino.
Maráo ou Marau, mariola — es- Mariolar, enxovalhar.
perto, ladino — maroto, velhaco. Marmita, panella.
Maravilha, portento, prodígio — Marolear, brejeirar, vadiar.
milagre — raridade—obraprima. Maroteira, brejeirice — tractada,
Maravilhar, admirar, espantar — velhacada.
(o. r.) admirar-se. Maroto, brejeiro — velhaco —
Maravilhoso, admirável — estu- descortez — tractanle — vil.
pendo, extraordinário, porten- Marrafão, máo—grosseiro, incivil.
toso — milagroso. Marralbciro, astuto, fino, ladinho
Marca, nota, signal — cunho — — velhaco.
firma, rubrica — ferrete. Marrar, encontroar, topetar.
Marcado, regular — ferretado — Marreco, adem , pato — (ací;.} as-
abalizado, distincto. tuto, sagaz.
Marcha, caminho, jornada— volta Marruaz , obstinado , opiniático ,
— " marco. teimoso, téslo — grosseiro, inci-
Marchar, andar, caminhar. vil, rústico.
Marcial, Mareio ou Mavórcio, bel- Mai rufo ou Marroxo,barbato, leigo
lico, bellicoso, belligerante, bel- — astuto, sagaz.
ligero — guerreiro — armipo- Marte, M a v o r t e — guerra, pugna
tente — valente, valoroso — — diligencia — trabalho.
alentado, animoso — esforçado, Martinete, gavião — pennacho —
forte. cocar — comas.
Marco, baliza, demarcação, limito, Mártir ou Martyr, padecedor, sof-
Maré,
linde
occasião.
esto
— termo.
— conjuneçao, ensejo. Martírio
fredor.ou Marlyrio,
supplicio, tractos — ' madeiro,
afllicção,
190 MAT MEA
dôr , tormento — calamidade, Matarises, briguentos, rixosos.
tlagello. Mateiro ou Matteiro, lenbador.
'Marteirar, Martirlsar ou Marty- Matéria, puz — argumento,as-
risar.supplicior , tractear, aflli- sumpto, sujeito — madeira -
gir, atormentar. praclica — escripta, escriptura
Marujo, marinheiro. — poema — copia.
M a s , porém. Material,corpóreo— crasso, gros-
Mascabar, deteriorar, perder — seiro, rude—estúpido, imbecil
abater, diminuir — deslustrar, — (pi.) achegas.
desluzir— escurecer, offuscar. Materialidade ou Matrialeira,crro,
Mascabo, descrédito, deshonra — ignorância, parvoíce.
desdouro — d a m n o — injuria. Maternal, materno.
Mascar, mastigar—ruminar. Matiuada, estrondo, motim, ruído
Mascara, caraça, caratula — ca- algazarra — confusão, tumulto.
rantonha, carefa —apparencia, Matinar, madrugar — eslrondear
exterior. — insistir.
.Mascarar, caratular — disfarçar, Matizar, colorir, illuminar —ornar
dissimular, encobrir, variar — betar, marchetar.
Mascarra, enfarruscadela — nódoa Mato ou Matto, brenha, charneca
— labeo. — abrolhos, espinhos, tojos, eíe.
Masca irar, encarvoiçar, fuliginar Matraca, apupada, apupo, vaia —
— ennegrecer — manchar. zombaria — motejo.
Mascotar, quebrar. Matraquear ou Matraquejar, apu-
Masmorra ou Matamorra, cala- par, vozear — amofinar.
bouço, cárcere, ergástulo, pri- Matreiro , astuto, fino , sagaz —
são — cova, fossa. sabido — escarmentado.
Massa, acervo, montão — total — Matrimonio, casamento, conjugio,
especiaria — grossura — peso — consorcio, desposorio, b y m e n ,
quantidade — volume, [minar. hymeneu, núpcias, vodas.
Mastigar, mascar, triturar — ru- Matriz, madre, útero — cathedral
Mastim, lyciseo, molosso, rafeiro. — fonte — reservatório — (pi.)
Mata ou Malta, bosque, floresta, moldes.
luco—espessura—brenha, selva Mausoleo, sepulcro, t u m u l o — eça.
— m a t t o — tapada. Mavioso, compassivo — brando —
Matacão, amofinação, tormento. terno — pathetico.
Matador, assassino, homicida, si- Mavórcio ou Mavorlico, bellico,
carie — impertinente .— (adj.) guerrfrro.
mortífero. Mavorte, Marte —guerra.
Matalote, marinheiro, marujo — Máxima, axioma — d o g m a —prin-
companheiro. cipio— dictame, documento —
Matamouros, valentão—fanfarrão, adagio, aphorismo, sentença —
jadancíoso, quichote. governo, regime.
Matança,carniça, carnificina,mor- Maxime, principalmente.
tandade, mortecinio. Máximo, grandíssimo — ínclito.
Matar, assassinar, trucidar — de- Mazela ou Mazella, ferida, mala-
golar — apagar — extinguir — dura — achaque, doença — mai
fatigar, incommodar — impa- — trabalho — pobreza — afflic-
cientar — mortificar. ção—magreza.
Matar-se , atormen(ar-se — m o - Mazorral, grosseiro, incivil, maza.
risar-se
tiar-se,
—lestar-se,
cançar-se.
—consumír-se
penalisar-se
affligir-se, magoar-se
— — amarty-
n g u s - Meato,
M enaes,
—ã orústico.
oucaminho,
duelos
Meião,
— mediano,
poros.
via — (pi.)
medlo-
fere.
can-
MED MEN 19I
Mecenas, patrono, protector. Medulla, tutano — âmago, imo —
Meco, adultero — devasso, disso- substancia — realidade.
luto — lascivo, luxurioso. Meigengro, chocho, peco—torto
Meda, acervo, montão, monte. (frueto).
Medalha, verónica — estampa — Meigo,affavel, carinhoso,fagueiro
lamina. [ção. — brando, doce, terno—amável.
Mediação, intercessão, interven- Meiguices, affagos, caricias, mi-
Mediador ou Medianeiro, media- m o s — doçuras — lisonjas.
lario, reconciliador —advogado, Meio, metade — azo, modo, via —
inlerccssor —padrinho, patrono, expediente , traça — centro ,
protector. gemma.
Mediania, mediocridade — mode- Mel, f a v o — doçura, suavidade.
ração. Melancolia, hypocondria—afllicção
Mediano, meão, medíocre — m o - — taciturnidade, tristeza—luclo,
derado. nojo.
Mediante , c o m o auxilio — per Melancólico, injucundo, mclanco-
meio, per via. lizado — afllicto — pensativo —
Medicina, medicamento, remédio. sombrio, taciturno, triste—atra-
Medico, physico — doctor — Hip- bilario, bilioso.
pocrates —Esculápio—curador, Melena, guedelha — cabellcira.
mesinheiro — pulsista. Melhor, superior — (adv.) melhor-
Medida, medição — proporção — mente.
moderação — cautela, prudên- Melhora ou Melhoria , convales-
cia. cença — adiamento, progresso
. Medíocre, meão, mediano, módico. —bemfeiloria—aproveitamento.
Mediocridade, mediania, modera- Melhorar , bemfeitorizar, benefi-
ção — limitação — tenuídade. ciar — reparar, restaurar — ro-
Medir, mensurar — compassar , sarei r.
regular— averiguar, examinar Melindre, delicadeza — m i m o —
— ajuizar, avaliar — proporcio- consciência—probidade—bioco.
nar — governar — sondar, ten- Melindroso , alfenado , delicado,
tear. mimoso — escrupuloso — agas-
^ledir-se, igualar-se — competir, tadiço.
disputar — resistir. Mellilluo, mcllifero,mellifico,mel-
Medilação, contemplação — c o n - loso — doce, suave.
sideração, reflexão. Melodia ou Mellodia, consonância,
.Meditar , considerar , ponderar, harmonia — musica — canto.
reflectir —cogitar, cuidar — es- Melodioso ou Mellodioso, canoro,
pecular. harmónico, harmonioso — doce,
Medo ou Medo, pavor, susto, te- suave.
mor — sohresalto — horror, ter- Membrudo, athletico, reforçado —
ror — Iremor — assombramento enorme.
— covardia, pusillanimidade — Memorando, memorado, m e m o r á -
trepidação. vel — celeberrimo , celebrado,
Medonho, horrendo, hórrido, hor- celebre, famoso.
riivel,terrível, pavoroso—espan- Memorar, amentar, lembrar, re-
toso — formidável. cordar.
Medra ou Medrança , augmento, Memoria, lembrança, recordação,
crescimento, progresso. reminiscência — monumento
Medrar,
Medroso,cobarde,
cer,
nime.prosperar—
límido.
aproveitai,mijote,
enriquecer-se.
luzir —pusilla-
cres- MMcndaz,
epadrão.
brauça,
n ç ã o ,mentiroso.
memoria
commemoração
— citação.
, lem—
192 MEN MES
Mendicante ou Mendigante, men- Menlira ou Mintira. pela — em-
digo, pcdinle, pobre. buste , falsidade , impostura —
Mendicor ou Mendigar, esmolar patranha — fabula , novella —
— implorar, reclamar, sollicitar erro, illusão —vaidade.
— recorrer. Mentiroso o iMintiroso, enganoso,
Mendigo, pedinte, pobre — falto, falso, mendaz — embusteiro, im-
necessitado. postor.
Mcndiguez, mendicidade, mendi- Mequetrefe, entremetlido — buli-
guidade, pedintaria, pobreza. çoso — fino — sábio.
Mendoso, defeituoso. Mercadejar ou Mercanccar, chati-
M e n ê o ou Meneio , gesto — m a - nar, mercantear, traficar.
nobra — administração — (pi.) Mercado, preço — compra — feira
ademanes, gatimanhos. — almoeda.
Menina, rapariga. Mercancia, fazenda, mercadoria—
Menicice, infância, puericia—pue- commercio, negocio, trado.
rilidade — berço, mantilhas. Mercante, mercador — traficante
Menino ou Minino, infante, pe- — (adj.) mercantil.
queno, rapazinho — Amor, C u - Mercar, comprar, contractar.
pido. Mercê, beneficio, dom, favor, gra-
Menor, mais moço, mais pequeno ça — * emolumento — " paga,
— desigual, inferior, somenos. soldada.
Menos, inferior— (ado.)afora, ex- Mercúrio, Cyllenio — azougue —
cepto. alcofinba, corretor.
Menoscabar, menosprezar — avil- Merecedor, digno.
tar, desacreditar, detrahir, difla- Merecer, ganhar — obter — valer.
m a r — desdourar, deslustrar, Merecido, devido, digno.
desluzir. Merecer, ganhar — o b t e r — valer.
Menoscabo, descrédito, desprezo Merecido, devido, digno.
— vilipendio, vitupério. [zar. Merecimento, benemerência, mé-
Menosprezar , desestimar, despre- rito — serviços — bondade —
Menosprcço, desestima, desprezo, excellencia — virtude — valor.
Mensageiro ou Messageiro, reca- ' Merencório, melancólico, carre-
dista — enviado — almocreve, gado — assanhado, enfandado,
recoveiro — annunciador, nún- irado,iroso.
cio, precursor. Meretrix , alcouceira , toureira ,
Mensagem, Mensage ou Mcssage, prostituta, puta, rameira — ma-
eommissão, encargo — despacho rola — cantoneira — marafona,
— recado. miofela — porca — (adj.) mun-
Mensurar, medir. danaria.
Mente, intendimento, juizo — es- Mérito, merecimento — (adj.) me-
pirito —ingeuho — pensamento recido — merecedor.
— memoria. Mescla, mistura, mixto.
Mentecapto,doudo, insano, insen Mesclar, misturar.
sato, louco — estúpido, sandeu. M e s m o , idêntico—oonslanle, igual
Mentido ou Mintido, enganoso, — parecido, similhante.
fallaz, falloso, falso, mentiroso * Mesquindade, desgraça, infortú-
— enganador — fementido — nio, mofina.
doloso , fraudulento — appa- Mesquinharia, Mesquinhez ou Mes-
rente, contrafeito, fingido, Alu- quinheza, parcimonia — avareza,
sivo
toar — ouparolar
Mentir simulado, vão.
Mintir,— enganar
contrafazer. — pc- Mesquinho,
falhar, fallir— caínheza
mofino
lazeira,—miséria.
— acanhado
desgraçado,
curteza,estreiteza
, parco
infeliz,—
MEX MIN 193
fona, somilego, sovina — cainno Mexilhão , buliçoso — cntrcinel-
— avarento — miserável— sór- lido — intrigante.
dido — fraco. Mezinha , «ajuda , cryslel — purga
Messe, seara, — " centeio. — -medicamento, remédio — an-
Messias, Jesu-Christo. tídoto.
Mester ou Mister , arte, officio, Mezinhar, medicar — curar.
profissão — agencia — artífice. Micante, brilhante, resplandecente.
Meslo, afllicto, triste. Michela, meretriz, proslituta —
Mestre, aio, preceitor, preceptor marafona— cantoneira.
— doutor — cathedratico. Migalha, boccadinho, fragmento,
Mestria, habilidade, saber. parcella, partícula — nonnada —
Mesura ou Mezura,cortezia, salva, átomo.
vénia. Mijar, urinar.
Mesurado, atlenlo, considerado — Mijo, aguas, urina.
composto, m o d e s t o — grave — Mijote, medroso, tímido.
prudente. Milagre, assombro, maravilha, por-
Mesurar , cortejar , reverenciar, tento, prodígio— obra prima.
saudar — diminuir, moderar. Milagroso ou Miraculoso, admirá-
Mesureiro, corlejador — lisonjeiro. vel, portentoso.
Meta, baliza—limite, termo—raia. Milicia, soldadesca,soldados, tropa
Mctamorphose , mudança , trans- — exercito — guerra — arle
formação, transmutação. militar.
Metamorphosear , transformar , Miliciano, bisonho, indisciplinado.
trasmudar. [tido. Militante , guerreiro, soldado.
.Metódico ou Mettediço, entremet- Militar , guerreiro , soldado —
Methodo , disposição , ordem — ( v. n.) combater, guerrear,
costume, habito — destreza, ha- pelejar.
bilidade — meio — astúcia. M i m o , delicadeza, melindre —
Meticuloso, medroso, tímido. brandura, caricia, carinho — da-
Metrificador, versejador, versista diva, favor, presente — geslicu-
— trovador. lante, m o m o .
Metrificar, metricar , versejar — Mimoso, delicado, melindroso —
poetar, trovar — rhymar. macio, molle — delicioso — bran-
Metro, verso — poesia. do, suave — debil, fraco — ai-
Mctropoli, capital, corte — m ã e — jesu, favorito, valido.
fonte. [cebispo. Mina, erário, thesouro — fonte.
Metropolila ou Metropolitano, ar- Minace ou Minaz, ameaçador.
Melter, pôr, siluar— faiír — or- Mingoa, carência, falta, penúria —
denar — embeber, introduzir — decrescimento.
procurar — trazer — causar — Mingoado. diminuto, mingado —
entregar — intender — encanar, desfallecido, falto — desditoso—
enfiar. estéril.
Mclter-se, ingerir-se, insinuar-se, ' Mingoamento, diminuição, que-
introduzir-se. bra — falta.
Mexcdor, espátula — enredador, Minhoto, milhafre, milbano.
intrigante, tecedor. Mínio, vermelhão.
Mexer, bolir, tocar — misturar — Ministério, ministraria — cargo,
enredar — perturbar. emprego, exercício, mister, oc-
Mexericar, chocalhar, pairar. cupação, officio — agencia , in-
Mexericos
Mexeriqueiro,
—Ihiccs ou chocalheiro,
indiscreto
III. Mexericada,
— enredos. choca- Ministrar,
— intrigante.fallador tervenção.
Ministra,
causar. criada,
dar, fornecer,
servente
17prover
— roda.

19ti MIS MOD
Ministro, magistrado — embaixa- rimo, mofino — avaro —escaco,
dor, enviado — pregador — exe- mesquinho. [ravel.
cutor — instrumento, meio — Misérrimo, infortunoso — deplo-
medianeiro. Misterio ou Mysterio, arcano, se-
Minoraçào ou Minoramcnto, de- gredo.
cremento, deminuíçâo, mingoa, Misterioso ou Mysterioso, impene-
Minorar, abater, apoucar,diminuir. trável , inescrutável — obscuro,
Minúcia , bagatella, frioleira, ni- profundo — mystico — ' ne-
nharia. cessário.
Minucioso, impertinente, pichoso, Místico ou Mystico, mysterioso —
pontos». allegorico, figurado — miscella-
Minudência, miudeza — minúcia. neo —alambicado.
Minuir. diminuir. Misto ou Mixto, mesclado, mistu-
Minúsculo, miúdo, pequeno. rado — (s.) mistura.
Minuta, borrão, rascunho. Mistura, mescla, mexurufada, mis-
Miolo, cérebro —juizo — interior. turamento — complicação.
Mira, alvo,fito—desejo —intento. Misturada, mescla, mistura, mixtão
Mirac, abdómen. [ção. — confusão.
Miramento, attenção, circumspcc- Misturar, remexer — baralhar,
Mirante, eirado, miradouro. confundir— complicar, involver.
Mirar, apontar — olhar — consi- Mitigação , adoçamento, allivio,
derar, reflectir. consolo, lenitivo.
Mirífico, admirável, maravilhoso. Miligar, abrandar, amansar —
Mirra ou Myrrha, g o m m a — m o - adoçar, alliviar, suavisar — ap-
mia — escanifrado, magriço — placar — diminuir, moderar.
avaro , morde-cunhos — fona, Miudeza, minúcia, minudência —
mesquinho. perfeição, primor.
Mirrar-seou Myrrhar-se, e m m a - Miúdo, pequenino — minucioso —
grecer — attenuar-su, definar-se repetido— exacto —(pi.) troços.
— seccar-se. [dia. M 6 , circulo, roda.
Miseração, compaixão, misericor- Mobília, moveis, trastes.
Miserando, miserável — aflligidor Mocanqueiro, engodador, inven-
— deplorável, lastimoso —triste. cioneiro, moquenco.
Miscrar se, carpir, deplorar, las- Mocanquice, affago, carinho, mei-
limar-se. guice, m i m o — m o m o , tngeito.
Miserável, miserando, misero, mi- M o ç a ou Moça, criada, serva —
sérrimo — desgraçado, infeliz — donzelL», repariga — amiga.
deplorável, lastimoso — avaren- Moça fo, alcorão.
to, avaro — ávido— mesquinho, Moção, movimento — abalo, im-
mofino — triste — desastrado. pressão, [razão.
Miséria, desgraça, infelicidade, in- Mochila , sacco — lacaio — capa-
fortúnio — trabalho — calami- M o c h o , bufo, coruja,cuco — (adj.)
dade — mendiguei, pobreza — mutilado. •
inópia, penúria — lastima — Mocidade, adolescência, juvenib-
desamparo —avareza—caínheza, dade, juventude.
mofina. Moço, ephebo, joven, mancebo,
Misericórdia, commiseração, com- rapaz — criado, servo — (adj.)
paix.io, lastima, miseração, pie- imprudente, inconsiderado.
dade. M o d a , costume, habito, uso—voga
Misericordioso,bom,caridoso, cle- — cantiga.
Mísero,
mente,
piedoso.
infeliz, miserável
compassivo,
. misér-
indulgente, Moderação,
ginal, prototypo
Modelo, archetypo,
circumspecçào,
—exemplar,
molde.come-
ori-
MOF MOL 195
dimcnto — reportação — regra dade — miséria —mesquinhez —
— modificação. avareza.
Moderado, comedido, reportado — Mofino, desgraçado, Infeliz — for-
mediano — sóbrio. reta, mesquinho, sovina,lacanho.
Moderar, reger — refrear, repri- Mofo, bolor.
mir — abrandar, mitigar, tem- Mofoso, bolorento, cmbolorecido,
perar— modicar. mofado, "mofento.
Moderar-se, comedir-se, repor- Moído, cançado, fatigado, lasso,
tar-se — abster-se, cohibir-se — quebrantado.
sopear-se — serenar-se — ap- Moimento, cançaço, fadiga , que-
placar-se. brantamento — monumento —
Moderno, hodierno, moterico, mausoleo, tumulo.
novo, recente. Molanqueiro, fraco, molle.
Modejitia, pejo, pudor — comedi- Moldar ou Moldear, emmoldar —
mento — circumspecção — com- imprimir — accommodar, adap-
postura, gravidade—severidade. tar, conformar.
Modesto, grave, sisudo — comedi- Molde, exemplar, modelo — typn
do, moderado — decoroso— ho- amostra — desenho — ideia —
nesto, pudico. [derar. molhe.
Modicar, abrandar, diminuir, m o - Moldura, caixilho — feitio, molde.
Modico, pequeno — ligeiro— m e - Mole, corpo, volume — grandeza
díocre — pouco — escasso — molhe.
Modificação, limitação, restricção Moleque, negrinho, pretinho —
— moderação, temperamento. macaco.
Modificar, moderar, temperar — Molestar, anojar — aflligir, m a -
adoçar, corrigir. goar — inquietar — aggravar —
Modo, arte, forma, maneira — es- maltraclar.
tado, disposição — estylo, u s o — Moléstia, doença — incommodo —
moda — regime — moderação — oppressão, vexação — afllicção,
feição, geito. dòr, pena — inquietação, enfado
Modorra, lethargo, somnolencia. — trabalho.
Modorrento, amodorrado, lelhar- Molesto ou Molestoso, doente, in-
gico, soporifero, soporoso. disposto — enfadonho, impor-
Modulação , entoação , melodia, tuno — incommodo, penoso —
neuma. (lodiar. duro.
Modular, entoar, harmonisãr, m e - Molhadura, banhação— humidade
Modulo, canoro, consono,Tiarmo- — espórtula, gorgeta, propina -
nioso, melodioso. gratificação.
Moeda, dinheiro — (pi.) louras. Molhar, aguar, ensopar — banhar
Moela, bucho, estômago (das aves). — borrilar, humectar.
Moenda, m ó — moinho. Molhe, dique, marachão, paredão.
Moer, pizar, trilhar — fatigar — Molho, feixe, liaça.
caust.icar, importunar — amofi- Molle, llaccido — brando, delicado
nar, atormentar— aflligir, m o - — debil, fraco — adamado, afe-
lestar — queimar. minado — tímido — remisso.
Mofa ou Mofadura, derisão, escar- Molleira ou Moleira, sinciput, sií-
neo, zombaria — vitupério. tura-coronal—"azenha, moinho.
Mofador , escarnicador, irrisor, ! Mollete, fresco, molle (pão).
mofareiro,
Mofar,
Mofina, —zombador.
achincalhar,
gracejar,
cbincalhar
desdita,
zombeteiar.
apodar,
desgraça, infelici- Molleza
chacolear,
motejar— langor,ou
Mollicia
brandura,
nação. Mollidão,
oumolluria
delicadeza
Mollicic, frouxidão,
— priguiça
delicadeza.
— afemi- —
196 MON MOR
melindre, m i m o — regalo — c - MonWnte, espadão — enchente.
licias — sensualidade. Montão, acervo, 'amas, cumulo,
Mollificar, abrandar, amollecer. ruma — aggregado.
Mollinha, chuveiro, chuvisco — Montar, subir, trepar — dobrar,
geada, neblina. traspor—aproveitar — impor-
Mollinhar, chuviscar. tar, sommar.
Molloso, mastim, rafeiro. Monte, montanha — penedia, serra,
Momentâneo, instantâneo — tran- serrania — acervo, cumulo.
sitório. Monlesino ou Montez, montanhez
Momento,instante, minuto, ponto — rude, rústico.
— consequência, consideração— Monturo, lameiro, muladar.
importância, peso, valor. M o n u m e n t o , edifício , fabrica —
Momice, affectaçâo — disface — memoria, padrão — inscripção,
bufoneria — macaquice. lapida — mausoleo, moimento,
M o m o , bugiaria, trigeito — gesto, sepulcro, tumulo. •
meneio — zombaria. Mora, delonga, demora, dilação.
M o n a , macaca, syinia — bebedice, Morada, aposento, casa, domicilio,
borracheira. estancia, habitação ,"sojorno,
Monarca ou Monarcha, imperador, pousada — hospício — assento—
príncipe, rei, soberano — chefe. ninho.
Monarquia ou Monarchia, impé- Morador, habitador, habitante, Ín-
rio, reino — governo. cola — visinho. (sidir.
Monástico, monacal. Morar, alojar, assistir, habitar, re-
Moncar, assoar-se. Morbido, macio, molle — delicado,
Monção, occasião, opportunidade, mimoso — doentio.
M o n c o , muco, ranho. [vez. Morbo, doença.
Moncoso, ranhoso. Morboso, achacado, doentio, en-
M o n d a , mondadura. fermo, malsão.
Mondongo, porco, sórdido, suez, Mordacidade, causticidade, male-
sujo — (i.) debulho, entranhas, dicência — satyra — dicacidado.
miúdos (da rez\ [sujo. Mordaz ou Mordace, dicaz, mal-
Mondongueiro, tripeiro —porco — dizente, maledico — satyrico —
M o n g e ou Monje, frade, religioso corrosivo, picante, pungente.
— anachoreta, eremita — soli- Mordedura ou iiordidela, dentada.
Monja, freira, religiosa. [tario. Morder, dentar, mordicar — picar
Monir, admoestar. — roer — maldizer — satyrisar
M o n o , bugio, macaco — feianchão — msjejar.
— engano, logro. [mento. Mordição, beliscão, belisco,
Monopólio ou Monopolo, abarca- Mordimenlo, remorso.
llonopolista, abarcador, açombar- Moreno, pardo, trigueiro.
cador, alravessador. Morfanho, fanhoso.
Monopobsar ouMonopolizar,abar- Morigerar, cortejar, obsequiar.
car, atravessar (fazendas). Mormente, maiormente, principal
Monstro, portento, prodígio—ma- mente, sobretudo.
ravilha — assombro, pasmo — Morosidade, demora, detença.
bárbaro, scelerado. Moroso, demorado, detido.
Monstruoso ou Mnnstroso, extra- Morrer, expirar, fallecer, fenecer,
ordinário, inaudito, portentoso ir-se, perecer — acabar, rema-
—vação.
façanhoso,
Montanha,
Monta, m a —fero—monstrifero.
Montanhez,rústico,
s o mmonte importe.
— serrano.
altura, ele- tar,
Morro,
Morrião,
Mortal, terminar.
hcabeço,
outeirinho. casco,
o m e m , elmo.
individuo
combro, —monta,
(adj.
MOT MUL 197
caduco, frágil, passageiro — Ic- bellião, revolta, sedição —levan-
thal, mortífero, perigoso — ex- tamento — assuada — bulha ,
cessivo. estrondo.
Mortalha, lençol, sudário — en- Motivar, causar.
terro — cadáver. Motivo , causa , fim, razão — azo,
Mortandade, carniceria, carnifi- occasião — estimulo , impulso ,
cina, matança, 'morteidade — incentivo — (adj.) movente.
destroço, estrago. Moto, impulso, movimento — de-
Morte, fallecimento, finamcnto, sígnio, intenção, vontade—mote
óbito, passamento, transito — lettra — divisa.
Mortccinioou Morticínio, cadáver, Motor , causador — movedor —
defuncto — mortandade audor — principio.
Mortífero, lethifero, mortal — pe- Molreco, naco, pedaço.
rigoso. M o u c o , surdo.
Mortificação , amortecimento — M o u r o , Africano , Mauritano —
afllicção, desgosto, dissabor, (adj.) mauro.
pesar — abstinência, jejum — Movei, firmamento —alfaia,traste
austeridade, penitencia. — (adj.) movediço, variável —
Mortificar, conlrislar, dissaborear incerto, inconstante.
— atormentar— m a c e r a r — do- Mover, menear, tocar — levantar,
mar, reprimir. propor — intentar — estimular,
Morto, cadáver, defuncto— (adj.) suscitar — irritar, provocar —
exangue, exânime, fallecido — inspirar — abalar— (n.) abortar.
lívido, pallido. Mover-se, mexer-se — andar, ca-
Mortorio ou Mortuorio, exéquias, minhar — agitar-se.
funeral. Movimento, meneio — m u d a n ç a —
Moscar, fugir. —abalo,agitação,impulso, moio
Moscardo, atavão, tavão. — allor — (pi.) perturbações.
Mosquete, arcabuz, clavina, espin- Movilo, aborto.
garda. Movivel, móbil, movediço — m u -
Mossa, bocca —abalo, commoção, * M u , macho, mulo. [davel.
impressão. * M u a , mula. [mente.
Mostra, amostra, congesto — de- Mudamente , calada , silenciosa-
monstração, significação — in- Mudamento, alteração, mudança.
dicio — prova — apparencia, es- Mudança, alteração, innovação,
peciosidade — exemplar, modelo reforma — transformação —dif-
— m o l d e — cortejo,j^ompa. ferença — inconstância, varie-
Mostrador, balcão —demonstrador dade — impermanencia, insta-
— indicador. bilidade, mutabilidade.
Mostrar, descobrir, amostrar, ex- Mudar, levar, transportar — tro-
por , patentear — manifeslar — car, variar — alterar, innovar,
apontar, indicar — significar — reformar — perder — converter.
fingir, simular, ensinar. Mudável, incerto, vario — incons-
Mostrengo, errante, vadio, vaga- tante, variável— impermanente,
mundo. (bilho. instável—leve —móbil, movivel,
Mote, agudeza, dicterio — estri- mudadiço —alterável.
Motejador , dizedor , gracejador, M u d o , calado, silencioso, tácito.
zombador. Mugido, berro, bramido.
Motejar, apodar, matraquear, re- Mugir, beirar, bramir — gritar.
Motcte,
Motim
moquear.
— copla,
,agudeza,
alvoroço
mole. apodo
, tumulto
— motejo
— re-Mula,"
Mui,
Mulhcmiilhe,
Mulher muito,
mua.
ou Mulher,
sobejamente.
chuveiro,
f êchuvisco.
mea—ma»
19S MUS NAS
trona—donzella, virgem—mflça sas — academia — universidade.
— esposa. Musica, aecentos,canto— harmo-
Mulherengo ou Molherengo, effe- nia, melodia.
Mulherio, mulheres. (minado. Musico, instrumentista, sympho-
Mulhermente, feminil, fracamente. nista — cantor — (adj.) canoro,
Multa ou Mulcla, coima, condem- harmónico.
nação. Mutabilidade, inconstância, m u -
ultidão, multiplicidade—numero dança — instabilidade.
— cardume, e n x a m e — torrente Mutação, mudança, vicissitude.
— caterva — povo, vulgo. Mutual ou Mutuo, alternado, al-
Multiplicação, acerescimo , aug- ternativo, reciprocado, reciproco
mento. — correspondente, respectivo.
Multiplicar, augmentar, crescer—
propagar.
Mulliplicidade,accumuIação,amon-
toamento — multidão.
N
Mundicia, aceio, limpeza.
Mundificar, alimpar. Nacarado, carmineo, rosco.
M u n d o , globo , orbe, terra, uni- Nação, gente, povo —casta, espé-
verso — h o m e n s — costume, uso cie, raça.
vicio — (adj.) limpo, puro. Nacivel,nadivel, nativo.
Mungir, ordenhar. Naco, pedaço.
Munificência, beneficio —largueza, Nada, zero — bagatella, minúcia—
liberalidade — generosidade — Nádegas, bebas, nalgas. [não.
magnificência. Nado, nascido.
Munifico, davidoso, largueador, Namoração , namoramento , na-
liberal. moro.
Munir, fortalecer, fortificar — de- Namorado, amador, amante, amo-
fender — circumvallar —abaste- roso, apaixonado, galan.
cer, municionar, prover. Namorar, cortejar, enamorar, ga-
Muralha, muro. lantear.
Murchar, desbotar, deslustrar — Namorar-se, apaixonarse, namo-
seccar. ricar-se — embellezar-se.
Murcho, desbotado, desmaiado — Náo ou Nau , baixel, embarcação,
secco — languido. " nave, M V Í O .
* M u r m u r , estrondo. Napcas, fTrvades, Hamadriadct,
Murmuração, cal u m n ia, detracção, Oreades. [inerte.
maledicência. Napeiro, dorminhoco — deleixado,
Murmurador, calumniador, maldi- Narciso ou Narcisso , junquilh i,
zente, maledico. lirio-vermelho — namorado (de
Murmurante, soante, sussurrante. Nariz ou Naris, penca. (si).
Murmurar,rosnar—detrahír, mal- Narração , exposição , narrativa,
dizer—censurar—sussurar, toar. relação.
Murmurinho ou Murmúrio, mur- Narrar , contar, recitar— expor,
muro, rufdo, sussurro, tom. referir — declarar, dizer, mani-
Muro, parede, muralha. festar — explanar , explicar —
Murro, mochicão, murraça, p u - exprimir— especificar.
nhada, soco. Narrativa, narração.
Murta, myrto. Nascença, nascimento — origem,
Musas, Camenas, Pierides. principio.
Muscado,almiscarado—aromático,
Musco
cheiroso.
ou Museu, templo das M u - Nascer, apparecer, sair — brotar,
NEC, NEQ 199
rebentar — começar, principiar séria, pobreza— desemparo —
— derivar, emanar, originar-se, aperto —trabalho.
proceder. Necessitado, indigente,necessitoso
Nascida,Icicenço, postema, tumor. — constrangido, forçado, obri-
Nascimento, nascença, natio—des- gado, urgido.
cendência , familia , geração — Necessilar, constranger, obrigar,
começo , origem , principio — urgir.
berço, infância. Necio ou Néscio, broma, demente,
Natividade, nascença, nascimento. fátuo, ignorante,parvo, simples,
Nativo ou Nadivo, nascidiço — ge- tolo. [cioso.
nuíno, ingenito, innato, natural, Néctar, ambrósia — vinho deli-
próprio. Nedio, liso, luzidio — gordo, re-
Natural, condição, génio, Índole— chonchudo.
inclinação — compleição , h u - Nefando ou Nefario, abominável,
mor, temperamento — (adj.) in- detestável, execrando — impio,
genito , nativo — conveniente, pudendo, torpe — infame, vil —
proporcionado. indigno — malvado — maldicto.
Natureza ou Natura , universo — Negaça, anegaça , armadilha, isca
classe, espécie, qualidade, sorte — chamariz, reclamo — engodo
— génio,índole, natural — c o m - — estratagema.
pleição — instincto — pátria. Negação, negamento , negativa,
Naufragante, naufrago. recusação, repulsa.
Naufragar, perder-se — submer- Negar, denegar, recusar, refuzar
gir-sc — arruínar-se. — contradizer, desmentir.
Naufrágio, perda, submerção (de Negar-se, evitar, fugir.
navio ) — decadência , queda, Negligencia, deleixo, desídia, igna-
ruína. [enjoo. via, incúria, priguiça.
Náusea, embrulhamento, engulho, Negligente, deleixado, indiligenle,
Nauseativo, enjoativo, nauseoso. indolente, inerte, priguiçóso —
Nauta, mareante, marinheiro, ma- desapplicado, descuidado — im-
rítimo, murujo. pedido.
" Nave, náo, navio. Negociação, agencia — negocio—
Navegação , derrota , viagem — commercio, tracto.
Hydrographica. Negociado, despachado—provido.
Navegador ou Navegante, argo- Negociador, agente — mediador,
nauta — embarcadiço^- mari- medianeiro. [tanta.
nheiro, marujo, nauta. Negociante, commerciante, trac-
Navegar, singrar, velejar — go- Negociar, commerciar—chalinar,
vernar, marear. traficar — comprar, trocar, ven-
Navio, baixel, barinel, embarcação, d e r — diligenciar, procurar.
vasilha, vaso —freixo, pinho. Negocio , ' afere — commercio,
Neblina, cerração, névoa, nevoeiro. trafego — empresa , (acção —
Nebuloso, nubifero, nublado — batalha, conllicto.
denso,escuro. Ncgrcgado , desgraçado, infausto,
Necedade, estulticia, tolice—igno - mofino.
rancia—fatuidade. [creta. Negrídão, negrura, pretidáo.
Necessárias, c o m m u a , latrina, se- Negro, fusco, preto — infausto —
Necessario, forçoso, importante, triste— desgraçado—tenebroso.
indispensável , inevitável, pre- Neopbyto ou Neophyta, prosélito.
falta — — indigência,
Necessidade,
mento coacção, inópia,
obrigação, precisão m i-
constrangi- Neotenco,
Nequicia
Neptuno,
perfídia,,mar.
moderno.
atrocidade
perversidade.
, maldade
200 NOJ NOT
Nervo, correia— força, vigor — n á u s e a — a s c o — d ó — sentimento.
firmeza — poder. Nojoso ou Nojento, damnoso, en-
Nervoso ou Nervudo, forte, ro- fadonho — ascoso —nauseoso —
busto, vigoroso. sujo — torpe.
Neutral, imparcial, recto — indif- N o m e , substantivo — epilbclo —
Ncutro, neutral. [ferente. apellido, denominação—assigna
Nevado , encanecido , enregelado, tura, firma — credito, fama, re-
frigido, frio, gelado, gélido, n e - putação.
voso. [brancura. Nomeação, nomeadura,nomina-
Neve, caramelo , gelo — alvura, designação, eleição, escolha.
Nevoeiro, névoa — cerração, es- Nomeada , celebridade, fama, re-
curidade — cegueira. putação.
Nevoso ou Nivoso , branco, níveo. Nomeadamente, expressa, indivi-
Nexo, vinculo, união — connexão. dual, particularmente.
Nigromante, magico, pithoniso. Nomeado, descripto, designado —
Nimiamente,demasiada, excessiva, apontado, eleito — afamado, ce-
sobejamente. [sobejo. lebrado.
Nimiedade, demasia , sobejidão , Nomear, appellidar. chamar, de-
Nimio,demais, desmasiado, exces nominar—designar, mencionar.
sivo, exuberante, sobejo. Nominal, imaginário.
Ninharia, bagatella. N o r m a , direcção, regra — regi-
Ninho, pátria, terra — habitação, mento, regulamento — exemplo,
morada, pousada. modelo, typo.
Nitidez, limpeza, polidez. Norte, Aquillo, Boreas — guia —
Nilido, luzente, resplandecente — ponte — director.
luzidio — nitente —liso — limpo. Nola, defeito, falha, macula — in-
Nitrido, rincho. fâmia, lahco — signal— annota-
Nitridor, rinchador, rinchante. ção,cota, explicação, glossa, ob-
Nitrir, rinchar. servação — reflexão — r e p a r o —
Nó, laçada, laço — prisão, vinculo. censura.
Niveo, ebúrneo, cândido, lácteo — Notar, advertir, observar, reflectir
nevado, gélido. — dictar — acolar, annotar —
Nobre, fidalgo, gentilhomem — aceusar — criticar — allentar,
(adj.) claro , egrégio , eximio , olhar, ver.
generoso, indito, insigne — il- Notável ou Notabil , censurável,
lustre — preclaro. Tornar. reprehensivel— considerável —
Nobrecer, eniiobrecer, nobilitar — discréVo, intendido — admirável,
Nobreza,fidalguia— honra — ex- pasmoso — desusado, estranho,
cellencia — elevação—grandeza. peregrino — famoso, ínclito, in-
Noção, conhecimento, ideia, noti- signe.
cia. Noticia, conhecimento, informação
Nocivo, contrario, damnoso, dole- — noção — erudição, lettras —
terio, malfazente, noxio, perni- leitura— espécies—nova.
cioso, prejudicial. Noticiar, declarar, manifestar —
Nocliluz, perilampo, vagalume. informar — notificar.
Nocturno, noclifero, noctívago. Noticioso,erudito, instruído,sábio.
Noda ou Nódoa, mancha,signal. Notificação, citação, consignação,
Noite, escuridão, trevas — morte. emprazamento.
Noivado, boda, hymeneu.
Noivo
Nojo,
enfado
posada.
damno,
ou Noiva
- desgosto
mal
, desposado, des- Notificar,
— agastamento,
— engulho, (adj.)
~ patente,
Noto assignar,
, Austro
noticiar. conhecido,
publico citar — "avisar,
, vento-ousiral
notório,
—claro,sabido
evi-

NUN OBR 201
dente, manifesto, visivel — com- Nupcial, conjugal.
m u m , vulgar. Núpcias, casamento, desposorio,
Notório, manifesto, publico ,sabido. hymencu, matrimonio, vodas.
Nova, alvitre, annuncio, aviso — Nutanle, vacillante.
noticia, novidade. Nutar, pender — vacillar.
Novato, leigo, noviço, principiante Nutrimento, alimento,nutrição.
— imperito — rude. Nutrir, alimentar, cevar, sustentar
Novedio , abrolho, renovo, ver- — crear. [triticio.
gontea. Nutritivo, alimentoso,altriz, n u -
Novel, recruta — (adj.) bisonho, N u v e m ou Nuvc, vapor — escuri-
novato, noviço, novo, princi- dade — tristeza — copia , multi-
piante. dão.
Novelta, conto, romance — fabula,
patranha.
Novelleiro ou Novellista, portano-
O
vas — embusteiro.
Novello, embrulhada, enredo. Obedecer, ceder, submetter-se.
Noveno, nono. Obediência , domínio, sujeição —
Noviço, novato,novel,principiante rendimento , submissão — vas-
— bisonho, rude — moderno — sallagem — resignação.
não-professo. Obediente, resignado, submisso,
Novidade, alvitre, nova — estra- sujeito. [obelo.
nheza — çafra, colheita. Obelisco , agulha , pyramide —
Novilha, vitella. Óbice, impedimento, obstáculo.
Novilho,bezerro, vitello, vitulo. Óbito, decesso, fallecimento, morte.
Novo, moderno,recente —fresco, Objecção , contradicção , difficul-
verde—moço — alheio, bisonho, dade, duvida — refutação — re-
ignorante, novel — (».) fructo— plica, reposta.
Noxio, damnoso, nocivo, [renovo. Objectar, refutar — replicar, re-
N u , despido — desembainhado — trucar—contrariar — reprehen-
descoberto , manifesto — care- der.
cido, falto — livre — singelo. Objecto, " Objeito, assumpto, ma-
Nubiar , ennuviar — escurecer , téria, sujeito —alvo, ponto.
toldar. Oblação, d o m , offerta, offrenda,
Nubloso ou Nublado, annuviado— sacrifício.
opaco, sombrio, toldado. Obliquo, esguelliado, inclinado, si-
Nudez, desnudez, nunVza, nueza, nuoso, toituoso — indirecto.
n u í d a d e — miséria, penúria. Obra, artefacto, trabalho—edifício,
Nugação, futilidade. fabrica — producção. [tor.
Nugatorio , despropositado, ridí- Obrador, artífice, obreiro — execu-
culo, vão. Obragem, obra, trabalho.
Nullidade. illegalidade, invalidade Obrar, executar, fazer, practicar—
— impotência, inefficacidade. (n.)haver-se, portar-se, proce-
Nullo, abolido, annullado, irrito— d e r — evacuar.
inelficaz, invalido — estéril, vão. Obreiro, jornaleiro, trabalhador—
N u m e , divindade — (pi.) deuses. artífice, official —operário—auc-
Numerar, contar — reputar. | tor.
N u m e r o , s o m m a — copia, multi- I Obrigação , dever, necessidade —
dão, quantidade—verso—rhyma. empenho — ordem , preceito —
Numeroso
Nunca
quantioso
dioso,ourhythmico.
lSunqua,
, —abundante
harmónico,
jamais.
, copioso, bilhete,constranger,
melo- Obrigar, cédula — família.
forçar, im-
202 OBU ODA
ellir , violentar — empenhar, Obuz, morteiro.
ypotliecar. Obviar, anteparar, precaver, pre-
Obscenidade, deshonestidade, in- cautelar — evitar, impedir, pr;-
deccncia — impudência, lascívia, venir.
sensualidade, torpeza. Obvio, natural, patente.
Obsceno, lascivo, libidinoso, sen- Occasião, conjuneçao,conjuetura,
sual — deshonesto, impudico — ensejo, oceurrencia, opportuni-
impuro, torpe. dade, quadra—ansa, azo—causa,
Obsequiar , cortejar — servir — motivo.
lisonjear. Occasionado, causado, motivado—
Obsequio, affabilidade — cortejo, azado, disposto, opportuno.
cortezia — acatamento—altenção Occasionar, acarrear, causar, m o -
— favor, serviço. tivar.
Obsequioso, officioso, serviçal — Occaso, Occidente — destruição
affectuoso. ruína—assolação.
Observação, annotação , nota — Occidente, Occaso, Poente.
reparo — observância. Occiduo, occidental.
Observador, guardador — especu- Occisão, assassinato, assassínio.
lador— contemplador —indaga- Occorrer, lembrar— oflerecer-sc—
dor, iuvestigador, pesquizador. sobrevir—cair—acudir—obvio,
Observância, cumprimento,execu- prevenir.
ção, observação. Occultação, encobrimento, escon-
Observar, conter, encerrar, guar- dimento.
dar—notar—especular—espiar, Occultar, encobrir, esconder —
explorar —ponderar, reflectir — dissimular.
reparar—practicar, u s a r — c u m - Occulto, secreto— emboscado, en-
prir. coberto, escondido—encerrado,
Obsesso, endemoninhado, energú- recôndito — disfarçado — desço -
meno, possesso. nhecido, incógnito — furtivo —
Obstáculo ou ObstacMo, empecilho, impenetrável.
empeço, eslorvo, impedimento, Occupação, exercício — emprego,
óbice—difficuldade, embaraço — officio — trabalho — mister —
encontro, repugnância,resisien- negocio — estudo.
cia. Occupar, encher — apoderar-se,
Obstar, embaraçar, empecer, estor- senhorear-se, tomar — habitar
var, impedir —difficultar — ata- — possuir — empregar — de-
lhar, tolher— reluetar, resistir— morar, i
.repugnar. Oceurrencia, conjuneçao, conjunc-
Obstinação , birra , contumácia , tura, occasião.
pertinácia, porfia, teima — du- Occursar,aprescntar-se—occorrer.
reza, tenacidade. Ócio, desoccupaçâo, inacç 10, ocio-
Obstinado, cabeçudo, pertinaz, sidade — folga — quietação —
teimozo, testo — tenaz, [pedir. ferias — deleixo.
Obstruir, embaraçar, entupir, im- Ociosidade, inacção, ócio — pri-
Obtenção, conseguimento, impe- guiça — acidia, inércia — des-
tração, obtenimento. canço, quietação, socego — ne-
Obter, alcançar, conseguir, haver, gligencia.
impetrar. Ocioso, vadio — desoecupado —
Obtundir, rebater. calaceiro, madraço, mandrião —
Obtuso, eslupido , grosseiro, rude, ignavo — inerte.
Obumbrar,
tosco—confuso,
— assombrar,
annuviar,
escurecer.
escuro.
nublar, toldar Oco
Oda ou Ode,
lyiico. Ouço,
canto,hymno,
vão, vasado,poema,
vasio.
OLG OPA 203
Odiar, aborrecer, desamar, detes- Olhauura, golpc-de-vlsla, olha-
tar. dela, olhar.
Ódio, aversão, dissídio, rancor — Olbar, avistar, divisar, enxergar,
inimizade — aborrecimento — esguardar, (obrigar, mirar, ver
malovolencia — incha. — altentar, considerar — vigiar
Odioso, aborrecido — detestável — — advertir, notar, observar —
intolerável. altendcr — respeitar — prever.
Odor, aroma, cheiro, fragrância, Olheiro, guarda, vigia, vigiador —
perfume, olor. espreilador, espreilciro.
Odorífero,aromático, cheiroso, fra- Olho, olhar, vista — mira — botão
grante, odoro, odoroso, recen- — brilho, lustre — perspicácia,
dente, [qutjante. sagacidade — vigilância — (pi.)
Offcgante, anhelante, anelho, ar- olheiros.
Offegar ou Adegar, bofar, soprar. Oliva , azeitona — oliveira.
OíTender, aggravar, escandalisar— Olival, olivedo, oliveiral.
aflrontar , injuriar, insultar — Olivel, nivel.
calumniar, vituperar — deshon- Olmo, ulmeiro.
rar. Olor, cheiro.
Offensa, injustiça, semrazão — af- Oloroso, balsâmico, cheiroso.
fronta, aggravo, injuria, insulto Olvidar, deslembrar, esquecer.
— deshonra, vitupério — culpa, Olvido, esquecimento.
peccado. Olympo, eco, empyreo.
Olierecer ou Otfreccr, apresentar, Ondeio, homicídio.
dar — offerlar — consagrar, di- Omissão, falta — negligencia — es-
car — expor, mostrar. quecimento — descuido.
Offerecimenlo, offerta — dadiva, Omittir, fallar —calar — esquecer,
donativo. olvidar — deixar.
Offerta, oblação, offrenda— dona- Omnigeno, de toda casta, de todo
tivo, mimo, presente. género.
Offertar, offerecer. Omnimodo, de todos os modos, do
Official, arlifice, obreiro — alferes, toda sorte.
tenente, ele. Omniparente, gerador — pae.
Oflicina, loja — forja, fragoa. Omnipatente, aberto, claro, pa-
Officio, arle-mechanjca — cargo, tente.
ministério — emprego, mister, Omnipotente, Altíssimo Todo-
occupação — dever, onrigação— Poderoso. (pha.
preces. _ Onda, vaga — agua, corrente, íym-
Officioso, benéfico — dnsequioso, Onde, no qual logar — e m que —
serviçal — cortez, urbano. aonde.
Offrenda, oblação, offerta. Ondear, ondejar.
Offuscar , escurecer , obscurar , Onerar, carregar.
obumbrar, toldar — esconder — Oneroso, grave, molesto — pesado
desluzir — cegar, deslumbrar. — penoso, trabalhoso — in-
Ogeriza, antipathia. commodo.
Ola, palmeira. Onzena, interesse, usura—fruclo.
Óleo, azeite — influxo, virtude — Onzeneiro, usurário.
(pi.) chrisma — ordens — extre- Onzeno, undécimo.
ma-unção. Opa, manto-real — capa.
Olfato ou Olfacto, cheiro. Opacidade ou Opacacidade, den-
Olhado,
Olhador,
—guarda,notado, observado,
(s.) observador,
quebranto.
olheiro. vigiador — Opaco,
vislo sidão, espessura.
caliginoso,
brio, nâo-transparente
tetro. denso, esenro,
— som-
stro,
20/t OPP ORl)
Opera, drama — comedia, trage- Oppressor, deslructor — perse-
dia, ele. guidor — tyranno.
Operação, proceder — insinuação, Opprimido, oppresso — compres-
suggeslão — effeito, resultado — so , comprimido — carregado,
calculo. onerado — atropcllado — allri-
Operador ou Operante, obrante — bulado , molestado , vexado —
(s.) empírico. forçado, violentado — cercado—
Operar, obrar, trabalhar — effei- preso — surpreso.
tuar, executar — produzir — Opprimir, aterrar, molestar, vexai
practicar. — cargar.
Operário, obreiro, trabalhador — Opprobrio, deshonra — vergonha
jornaleiro. — affronta, injuria — ignominia
Operoso, diligente, serviçal — vi- — conlumelia, vitupério — infâ-
gilante mia, vilipendio — impropério.
Opifice, artífice. Opprobrioso, deshonroso —vergo-
Opificio, artificio. nhoso — ignominioso.
Opimo, rico — abundante, fértil. Oppugnação, ataque, combale —
Opinar, votar — avaliar, reputar. assalto, investida.
Opinião, dictame, juizo, sentimen- Oppugnador, combatente — acom-
to — n o m e , reputação — pre- mettedor, assaltador — aggres-
sumpção — estimação — pare- sor — sitiador.
cer, pennada, voto. Oppugnar, atacar, combater—as-
Opiniático ou Opinioso, presump- saltar — expugnar.
çoso, vanglorioso — birrenlo, Oplinio , boníssimo — máximo ,
obstinado, teimoso — pontoso. superlativo.
Ópio, logração, peça, peta. Opulência, esplendor, magnificên-
Opíparo, custoso — lauto, magni- cia, sumptuosidade — riqueza,
fico, sumptuoso— opulento, rico lhesouros.
— abundante, copioso. Opulentar, enriquecer.
OppilaçSoouOpilação, obslrucção. Opulento, esplendido, magnifico,
Oppilar ou Opifar, obstruir — e m - sumptuoso — riquíssimo.
baraçar, impedir. Opúsculo, obrinha, tractadinho.
Oppor, contrapor — resistir. Ora, agora.
Oppor-se, contrariar, encontrar, Oração, arenga, discurso — pre-
obstar — impugnar — atraves- ces, rogativa, supplica.
sar-se. Oráculo ou Ora'cio, revelação —
Opportunidade, conjunetnra, e n - verdade — orago.
sejo, occasião — logar, lempo — Orador.^sregador — perorador —
commodidíde, c o m m o d o . supplicador.
Opporluno, accommodado, accom- Oral, vocal. [pregar.
modo, apto, c o m m o d o , próprio Orar, pedir, rogar, supplicar —
— favorável, propicio. Oralc, doudo, louco, lunático.
Opposição, impugnação — conlra- Orbe, globo, m u n d o , redondeza
dicção, contrariedade — obstá- universo.
culo — contraste, resistência. Orbicular, circular — espherico,
Oppositor, oppoentc —competidor globoso, redondo—(o. n.) gyrar.
— adversário, emulo. Orca, bolina.
Opposlo, adverso — contrario, op- Orçamento, esmo, estimativa.
posito — conlradictorio — fron- Orçar, bolinar — avaliar, esmar,
Oppressão,
aggravamenlo,
mteiro
e — —violenda
afogo,—gravame,
reverso. suffocação
miséria.vexa-
— Orco,
Orcbestra,
O rjulgar.
d e mmorte
ou concerto,
Orde,
— inferno,
arranjamenlo,
musica,
[phonia.
sym-
OllN ous 205
collocação, disposição — serie — moscar, alindar — paramentar.
mothodo, regra — estylo, modo, Ornato, adereços, adorno, atavio.
theor — mando, preceito — c o m - enfeite, ornamento — cultura.
missão — classe — c o m m u n i d a d e . Ornear ou Ornejar, zurrar.
Ordenação, alvará, decreto — lei— Orvalhada, orvalho, rociada.
estatuto, regulamento. Orvalhoso, chuvoso.
Ordenado, "acostamento, salário, Orvalhar, regar — molhar — (n.)
soldada — (adj.) regular. chuviscar.
" Ordenamento, disposição, m a n - Orvalho, rocio —chuvisco—gottas.
dado, ordem. "Osco, embuçado, encapotado.
Ordenança, lei, ordenação — dis- Oscular, beijar, beijocar.
posição, ordem — estylo—gosto. Osculo, beijo.
Ordenar, decretar — mandar — Ossada, esqueleto, ossos — frag-
arranjar, arrumar — dirigir, re- mentos , relíquias — ruínas —
gular — dispor, traçar — dar. alicerces.
Ordenhar, mungir. Oslaria, casa-de-pasto, estalajem,
Ordinário , c o m m u m , frequente, lucanda.
usado — mediano — (s.) ordi- Oslentação, alardo — orgulho, vai-
Orelha, ouvido. [naria. dade, vangloria — magnificência,
Organização ou Organisação, es- pompa.
truclura, fabrica. Oslentador, soberbo, vanglorioso.
Organizar ou Organisar, dispor, Ostentar, afardear, assoalhar, mos-
formar, tecer, trar, ' oslender.
Orgulho, suberba, vaidade — en- Ostentativa, ostentação.
tono, presumpção, vangloria — Ostentoso, glorioso, magnifico,
brio, ufania. pomposo.
Orgulhoso, altivo, arrogante, su- Ourar, hallucinar-se.
berbo, vão — insolente. Ourela, ourelo — beira — borda—
Oriente, Levante, Nascente. costa — horinha.
Orifício, buraquinho, poro. Ouriçar, arriçar, entesar, espetar.
Origem ou Orige, começo, princi- Ourijado, hallucinado, vertiginoso.
pio — fonte, nascimento — causa, Ourijar, hallucinar, ourar.
motivo — estirpe — elymologia. Ourina ou Urina, mija, mijo —
Original ou Or'gmal, autographo aguas. [aguas.
— exemplar, modelo, prototypo Ourinar ou Urinar, mijar, verter
— padrão — (adj.) extravagante, Ourinol ou Urinol, bispote, penico.
ridículo, singular. Ouro ou Oiro, moedas, peças, efe.
Originário, descendente)• proce- — opulência, riqueza — naipe.
dente, vindo—oriundo— natural. Ousadia, afouteza, animo, audácia,
Originar-se , nascer , principiar, auso, corajem, hardimento, ou-
proceder, vir — emanar — re- sio — atrevimento, confiança —
sultar. arrojo — despejo.
Oriundo, natural, originário. Ousado, atrevido, confiado, teme-
Orla, bainha, ourela — borda — rário — animoso, audaz, deno-
extremidade. dado, hardido — arriscado --
Orlar, abainhar, debruar. arremeçado, arrojado — deste-
Ornado, adereçado, adornado — mido, impávido, intrépido — de-
pomposo. liberado — valente, valoroso —
Ornamentar, adornar, arraiar, en- esforçado, forte — magnânimo.
in.
Ornar, ,.:—
Ornamento,
feitar,
ornato. ornar — enfeitar
adereçar, paramentar.
adorno,atavio, — enreiíe,
afor- Ousar,
" Ousamento
menlo,
commelter,
abalançar-se,
ousadia,
ou
emprender,
" "ousão.
Ousança,
atrecer-se
18 tentar.
bardi-

206 PAC PAG
Outeiro, colle, collina, montanhetasoffrlmento, tolerância — resi-
— cômoro, teso. gnação — repouso, tranquilli-
Outorgamento ou Outorga, appro- dade.
vação — permissão — concessão, Paciente, constante, firme — sof-
consentimento—doação,entrega. fredor — pacifico.
Outorgar ou Otorgar, conceder, Pacificação, apaziguação — recon-
consentir, permittir — dar, en- ciliação — socego.
tregar. Pacificar, apaziguar, aplacar, so-
Outro, outrem — diverso, mudado. cegar, tranquillisar,
Outrora ou Outrora , antigua- Pacifico, socegado, tranquillo —
mente, n'outro tempo. manso, quieto — brando — be-
Outrosi, Outrosim ou Outro-si, névolo , clemente , humano —
também — igualmente — além Pacigo, pastagem, pasto, [affabil.
disso, de mais. Pacionar-se, apaixonar-se.
Ouvido, orelha — atlenção — a p - Pacote, trouxa — batote, fardo —
plicação — escuta. embrulho, maço.
Ouvinte, auditor—discípulo. Paço, casa-real — palácio—corte.
Ouvir, escutar — attender — ad- Pacto, ajuste, concerto, conven-
millir — intender, perceber — ção — tractado — alUança, con-
consentir. federação, liga.
Ovação, triumpho. Pada, merendeiro, pãosinho.
Oval, ovado. Padar, paladar — gosto, sabor.
Ovante, triumphador, triumphan- Padecedor, paciente, soffredor.
te, victorioso — desvanecido, Padecer, aturar, soffrer, suppor-
glorioso, jactancioso — altivo, tar, tolerar — penar — compor-
soberbo. tar, consentir.
Orelha , borrega — (pi.) diocesa- Padecimento, soffrimento — dôr,
nos, parochianos. pena, tormento — tolerância.
Oxalá, praza, prouvera a D e u s ! Padrão, lapida — monumento —
P
— queira Deus I memoria — modelo.
Padrasto, collina, monte —edifício
(que sobreleva, ele.) — estorvo,
Pobulo, pasto— alimento, comida, impedimento, obstáculo.
nulrimcnto. Padre, * pae — clérigo, frada —
Pacacidade , pblegma, repouso, ecclesiastico, sacerdote.
tranquillidade. Padrinho , patrono, protector —
Pacato, pacifico, tranquillo—quie- compVdre — paranympho.
to, serenado,sereno, socegado Padroeiro, defensor, protector.
— pacificado, plácido — acal- Paga ou Pagamento, jornal, sol-
mado, brando — amansado, do- dada, soldo — estipendio — ga-
mado, manso — apaziguado — lardão, premio, recompensa.
dócil — h u m a n o — prudente. Pagado, contente, satisfeito—pago.
Pachola, madraceirão, madraço. Paganismo, gentilidade, idolatria,
Pachonchetas, asnidades, parvoí- polytheismo.
ces, tolices. Pagão ou Pagano, gentio, idola-
Pachorra, lentidão, vagar—pbleg- tra, infiel.
m a , priguiça. [gado. Pagar, embolsar, satisfazer — re-
Pachorrento, phlegmatico, soce- compensar — corresponder —
Pacicncia, constância , firmeza — castigar.
Pagella,
g e m ,paginasinba—
PPagino,folha,
amoço. ou P a g eparte.
Pajé lauda—empurração,
, criado,
PAL PAN 207
impertinência, Importunidade. Palliar, corar, disfarçar, disslmn-
Pago, paga — recompensa, satis- lar, encobrir.
fação — (adj.) vingado — assol- Pallidez, amarellidão, descoramen-
dadado, estipendiado — pagado to, pallor.
— contente. Pallido, amarellento, descorado —
Pagode, templo — idolo. amortecido—desmaiado,enliado.
Pai, Pae ou Pay, ' padre —proge- Pallor, pallidez.
nitor — auctor, inventor— b e m Palma, palmeira — triumpho, vic-
feitor. toria — preferencia, primasia.
Painel, pintura, quadro, retábulo. Palmar,palmeiral— (adj.) grande,
Pairar — bordejar, cruzar—capear visível.
— soffrer, suster — (a.) d e m o - Palmatória, ferula (planta) — cas-
rar, temporisar. tiçal — castigo, punição.
Pais ou Paiz, clima, plaga, região, Palmeira, palma, ola.
terra — comarca, província, rei- ' Palmeiro, peregrino.
no — pátria. Palmeta, espátula — cunha.
Paisagem on Paizage, arvoredos, Palpar, apalpar, tocar — experi-
campos, paizes, ele. mentar, tentar, tentear.
Paisano ou Paizano, compatriota, Palpável, manejavel — claro, dis-
conterrâneo — aldeão, saloio — tincto, evidente, manifesto, sen-
camponeo, grosseiro, rústico. sível — firme, solido.
Paixão, affecio — desejo — amor Palpitação, agitação, pulsação —
— aversão, ódio — agastamento, estremecimento.
cólera, ira — pezar—soffrimento Palpitar, bater, latejar.
— empenho — doença — (pi.) Palrador, fallador, tagarella.
lastimas. Palradura ou Pairaria , garrulice,
Palaciano ou Palacege, aulico, cor- loquacidade, tagarellice.
tezão, * pação — civil, discreto, Pairar, bacharelar, galrar, papa-
urbano. guear, parolar, tagarellar, tara-
Palácio, alcaçar — corte, paço — melear. [loiro.
" convento. Palreiro ou Palronio, falador, par-
Paladar , padar, palato — gosto, Paludamento, chlamide, inanlo-
sabor. regio, opa-imperial.
Paladim ou Paladino, aventureiro, Palude, charco, lagoa.
cavalleiro-andante — chibante, Paludoso, apaulado, brejoso, en-
fanfarrão. [nea. charcado, lodoso — estagnado.
Palafrem ou Palafren, faoix, faca- Pâmpano, parra.
Palavra, expressão, termo, vocá- Pampilho, aguilada , aguilhão —
bulo, voz — som — promessa — garrocha.
fe, lealdade. Pampineo, pampinoso.
Palavrada, diderio— bravata,fero. Pancada, batedura — golpe—lam-
Palavrear, bacharelar, pairar, ta- bada — pique — remoque —
ramelear. [boso. toque — cadencia — aguaceiro,
Palavreiro, loquaz, palavroso, ver- chuveiro.
Palavrorio, bacharelice. lábia , lo- Pança, bandulho, barriga, venho,
quacidade, palanfrorio, prosa. — bojo.
Palestra, academia, gymnasio — Pançudo, barrigudo — bojudo.
conversa, conversação, pradica. Pando, bojudo, concavo, inchado,
Palha, colmo, restolho. Panegyrico ou Panegyris, elogio,
Palhaço,
Palias, o,arlequim
Minerva.
Pallescer,
Palliaç disfarce,— dissimulo.
descorar, bobo.
empallidecer. encómio,
Panegyrista
Panem),
dor, louvor.
louvador
marmita.
, encomiador
— orador. , gaba-
208 PAR PAR
Pano ou Panno, estofo — pran- especular, indagar — meditar,
chada — lanço — brim, ele. — ponderar.
velas. Paragão, comparação, similhança.
Pantafaçudo, bochechudo. Paragem ou Parage, altura —
Pantalão , bobo, hulão , caturra, espaço — logar, sitio —estancia.
gracioso, ridículo. Paragrafo ou Paragrapho , arti-
Pantalonas, calças. culo , artigo , papho — apho-
Pentanal ou Pântano, aguaçal, rismo.
atoleiro, brejo, lamarão, paul, Paraíso, Éden — ceo, empyreo —
tremedal. bemaveniurança.
Pantanoso , apaulado , atoladiço, Parallclo, correspondente, equi-
brejoso, lodoso. distante, symelrico — (».) com-
P á o ou Pau , lenho , madeira — paração, contraposição.
bastão, bengala,cajado— muleta Paralogismo, sophisma.
— báculo — embarcação —(pi.) Paralvilho ou Peralvilho, casqui-
chavelhos, cornos. lho, peralta — bandalho — bar-
Pão,alimento, sustento — renda— gante, [ornar.
herança, património. Paramentar, adorar, aparamentar,
Papa , Sancto - Padre , S u m m o - Paramo, chã, plaino — amadigo.
Pontífice, ele. Paranomasia, adnominação.
Papagente ou Papa-gente, antro- Paranymphar , apadrinhar —
pophago. apoiar, defender, proteger.
Papajantares ou Papa-janlares, Paranympho, padrinho—patrono,
parasito. protector.
Papalvo, atoleimado, néscio, pie- Parar, suspender — cessar, des-
gas, simplório, tolo. continuar — reduzir — tornar
Papamoscasou Papa-moscas, boc- — reparar— "pagar.
ca-aberta, embasbacado — tolo. Parasceve, preparação.
Papança, comida, papazana. Parasito, papajantares — adula-
Papão, coco, papa-meninos. dor, lisonjeiro.
Papar, comer, manducar. Parca, morte — destino, sorte.
Papeira, bócio. Parcamente, moderada, poupada,
Papel, escripto — obra — compo- regrada, sobriamente.
sição — bilhete, carta. Parceiro, companheiro, sócio.
Papelão, cartão—fátuo, presumido. Parcel, cachopo, escolho, farilhão.
Papeleira, bufete,escriptorio. Parche,pannosinho, etc—mancha,
Papo, bexiga, bolso —bucho, estô- nodos salpico — trombeta.
m a g o — papeira. Parcialfiaccionario, partidista, sec-
Paquebote, paquete (embarcação). tário, seguidor, sequaz.
Par, casal —parelha— (adj.) igual, Parcialidade, bando, facção, par-
parecido, similhante. tido — opinião — conjuração.
Para, * pêra — a fim. Parcimonia , moderação , regra ,
Parabém, congratulação, felicita- temperença — economia, pou-
ção, prolTaça. pamento — frugalidade, sobrie-
Parábola, allegoria, apologo. dade — abstinência, continência.
Parabólico, allegorico. Parco , económico , poupado —
Paradeiro ou Paradouro, alto, pa- frugal, sóbrio — moderado —
rada — fim, termo. abstinente.
Paradigma , exemplar , modelo , Pardeiro ou Pardieiro, casa, arrui-
prototypo.
Parado,
Parafusar,
tido — immobil,
atalhado,suspenso
interrompido.
ntarraehar — de-
— cuidar nada,leopardo
— Pardo,
Parecer,
gueiro casebre,
—cara.
baço, —paredeiro.
physionomia,
moreno,
adj.) fulo,
mulato.
semtri-
PAB PAS 209
blante — talhe — aviso, conse- Particularisar ou Particularizar,
lho, voto — sentença. circumstanciar, esmiuçar, indi-
larede, muralha, muro. viduar.
Parelha, copla, par — igualdade. Particularisar-se ou Particularizar-
Paremia , allegoria , parábola — se, familiarizar-se — distinguir-
adagio, provérbio. se, extremar-se.
Parenese ou Parenesis, admoesta- Particularmente, especial, princi-
ção, exhortação. pal, secretamente.
Parente, agnado.cognado, consan Partida, apartamento, ausência —
gnineo,divedo. abalada, despedida — separação
Parentela, parentalha, parentes. — parcella, porção — região.
Parentesco , consanguinidade — Partidário, partidista — brigão.
affinidade. alliança — agnação, espadachim — faccioso , tur-
cognação—ascendência, sangue bulento.
— connexão, relação, similhan- Partido, bando, facção, parciali-
Parergon, additamento. [ça. dade, sequela — conjuração,
Paridade , conformidade , igual- conspiração — expediente, meio
dade, similhança, uniformidade. — condição, natureza — lei —
Paridura, parto. paga — premio — interesse ,
Parir ou " Pairir, dar á luz — vantagem.
causar, produzir. Partidor, distribuidor, repartidor—
Parlenda, arenga, palanfrorio. divisor.
Parochia, bairro, freguezia. Partilha,divisão, partição, reparti-
Parola, loquacide, verbosidade. ção — porção, quinhão.
Parolar ou Parolear, bacharelar, Partir, partilhar, dividir — apar-
taramelar. tar, despedir, separar — fender,
Paroleiro ou Parolador, fallador, sulcar — (n.) ir-se, sair — agas-
linguareiro, palavroso, patarala. tar-se, destampar.
Parque, cerca, cercado, tapada — Partir-se, despeuir-se — apartar-
m a t t a — bosque, espessura, flo- se, separar-se — ausenlar-se,
resta — vergel. retirar-se — sair — caminhar —
Parra, vide. abster-se, refrear-se — desistir.
Parrado, pampinoso. Partivel, divisível.
Partasana, alabarda, chuça. Parto, paridura, parimento —pro-
Parte, pedaço, porção — divisão, ducçao — invento — geração,
partida —quinhão —banda, lado prole.
—(vi.) dotes, excellenci«'^ predi- Parvidade , pequenhez , pouqui-
cados, prendas, qualidades—ba n- d a d e — parvoíce, tolice.
do, facção, parcialidade, partido. Parvo, estólido, néscio, lolo, tonto
Partição , distribuição , partilha , — fátuo — pequeno.
repartição — communicação , Parvoíçada ou Parvoíce, asneira,
conversação, convivência. inépcia, necedade, sandice, toli-
Participante ou Participe, parti- Parvoínho, tolinho, tontinho. [ce.
cipador, quinhoeiro. Parvulez, puerilidade — rapaziada.
Participar, ter parte — interessar- Pascer, pastar — nutrir — (n.)
se — communicar. apascentar-se, sustentar-se.
Particular , peculiar , próprio — Pascigo, pastagem, pasto.
especial, especilleo, singular — Pasmado, areado, assombrado, es-
extraordinário —oceulto —excel- pantado — estúpido, insensato
Particularidade,
accessorio,
ridade,
lente — intimidade.
distincto,
incidente
circumstancia
separado.
—familia- — Pasmar,
tonilo,
tar — arear,
maravilhar,
maravilhado.
— admirado, assombrar,
boquiabertaespan-
— at-
208 PAR PAR
P a n o ou Panno, estofo — pran- especular, indagar — meditar,
chada — lanço — brim, ele. — ponderar.
velas. Paragão, comparação, similhança.
Pantafaçudo, bochechudo. Paragem ou Parage, altura —
Pantalão , bobo, buláo , caturra, espaço —logar, sitio —estancia.
gracioso, ridículo. Paragrafo ou Paragrapho , arti-
Pantalonas, calças. culo , artigo , papho — apho-
Pentanal ou Pântano , aguaçal , rismo.
atoleiro, brejo, lamarão, paul, Paraíso, Éden — ceo, empyreo —
tremedal. bemaventurança.
Pantanoso , apaulado , atoladiço, Parallelo, correspondente, equi-
brejoso, lodoso. distante, symelrico — («.) c o m -
Pão ou Pau , lenho , madeira — paração, contraposição.
bastão, bengala,cajado —muleta Paralogismo, sophisma.
— báculo — embarcação —(pi.) Paralvilho ou Peralvilho, casqui-
chavelhos, cornos. lho, peralta — bandalho — bar-
Pão, alimento, sustento — renda— gante, [ornar.
herança, património. Paramentar, adorar, aparamentar,
Papa , Saneio - Padre , S u m m o - Paramo, chã, plaino — amadigo.
Pontifice,eíc. Paranomasia, adnominação.
Papagente ou Popa-gente, antro- Paranymphar , apadrinhar —
pophago. apoiar, defender, proteger.
Papajantares ou Papa-jantares , Paranympho, padrinho —patrono,
parasito. protector.
Papalvo, atoleimado, néscio, pie- Parar, suspender — cessar, des-
gas, simplório, tolo. continuar — reduzir — tornar
Papamoscasou Papa-moscas, boc- — reparar— "pagar.
ca-aberta, embasbacado — tolo. Parasceve, preparação.
Papança, comida, papazana. Parasito, papajantares — adula-
Papão, coco, papa-meninos. dor, lisonjeiro.
Papar, comer, manducar. Parca, morte — destino, sorte.
Papeira, bócio. Parcamente, moderada, poupada,
Papel, escriplo — obra — compo- regrada, sobriamente.
sição — bilhete, carta. Parceiro, companheiro, sócio.
Papelão, cartão—fátuo, presumido. Parcel, cachopo, escolho, farilhão.
Papeleira, bufete, escriptorio. Parche, pannosinho, etc—mancha,
Papo, bexiga, bolso—bucho, estô- nodoo salpico — trombeta.
m a g o — papeira. Parcialfiaccionario, partidista, sec-
Paquebole, paquete (embarcação). tário, seguidor, sequaz.
Par, casal —parelha— (adj.) igual, Parcialidade, bando, facção, par-
parecido, similhante. tido — opinião — conjuração.
Para, * pêra — a fim. Parcimonia , moderação , regra ,
Parabém, congratulação, felicita- temperença — economia, pou-
ção, prolfaça. pamento — frugalidade, sobrie-
Parábola, allegoria, apologo. dade — abstinência, continência.
Parabólico, allegorico. Parco , económico , poupado —
Paradeiro ou Paradouro, alto, pa- frugal, sóbrio — moderado —
rada — fim, termo. abstinenle.
Paradigma , exemplar , modelo , Pardeiro ou Pardieiro, casa, arrui-
prototypo. nada, casebre, paredeiro.
Parado,
Parafusar,
tido — immobil,
atalhado,
suspenso
interrompido.
atarrachar — de-
— cuidar — Pardo,
Parecer,
gueiroleopardo
—cara,
baço,
physionoinia,
—moreno,
adj.) fulo,
mulato.
sem-
tri-
PAR PAS 209
blante — talhe — aviso, conse- Particularisar ou Particularizar,
lho, volo — sentença. circumstanciar, esmiuçar, indi-
farede, muralha, muro. viduar.
Parelha, copla, par — igualdade. Particularisar-se ou Particularizas-
Paremia , allegoria , parábola — se, familiarizar-se — distinguir—
adagio, provérbio. se, exlremar-se.
Parenese ou Parenesis, admoesta- Particularmente, especial, princi-
ção, exboitação. pal, secretamente.
Parente, agnado,cognado, consan Partida, apartamento, ausência —
gnineo,divedo. abalada, despedida — separação
Parentela, parentalba, parentes. — parcella, porção — região.
Parentesco , consanguinidade — Partidário, partidisla — brigão.
affinidade. alliança — agnação, espadachim — faccioso , tur-
cognação—ascendência, sangue bulento.
— connexão, relação, similhan- Partido, bando, facção, parciali-
Parcrgon, additamento. (ça. dade, sequela — conjuração,
Paridade, conformidade, igual- conspiração — expediente, meio
dade, similhança, uniformidade. — condição, natureza — lei —
Paridura, parto. paga — premio — interesse ,
Parir ou * Pairir, dar á luz — vantagem.
causar, produzir. Partidor, distribuidor, repartidor—
Parlenda, arenga, palanfrorio. divisor.
Parochia, bairro, freguezia. Partilha, divisão, partição, reparti-
Parola, loquacide, verbosidade. ção — porção, quinhão.
Parolar ou Parolear, bacharelar, Partir, partilhar, dividir — apar-
taramelar. tar, despedir, separar — fender,
Paroleiro ou Parolador, fallador, sulcar — (m.j ir-se, sair — agas-
linguareiro, palavroso, patarata. tar-se, destampar.
Parque, cerca, cercado, tapada — Partir-se, despedir-se — apartar-
matta — bosque, espessura, flo- se , separar-se — ausentar-se,
resta — vergel. retirar-se — sair — caminhar —
Parra, vide. abster-se, refrear-se — desistir.
Parrado, pampinoso. Partivel, divisível.
Partasana, alabarda, chuça. Parto, paridura, parimento —pro-
Parte, pedaço, porção — divisão, dticçao — invento — geração,
partida —quinhão — b a n d a , lado prole.
—(pi.) dotes, excellenci«'^ predi- Parvidade , pequenhez , pouqui-
cados, prendas, qualidades—ban- d a d e — parvoíce, tolice.
do, facção, parcialidade, partido. Parvo, estólido, néscio, tolo, tonto
Partição , distribuição , partilha , — fátuo — pequeno.
repartição — communicação . Parvoíçada ou Parvoíce, asneira,
conversação, convivência. inépcia, necedade, sandice, loli-
Participante ou Participe, parti- Parvoínho,tolinho, tontinho. [ce.
cipador, quinhoeiro. Parvulez, puerilidade — rapaziada.
Participar, ter parte — interessar- Pascer, pastar — nutrir — (n.)
se — communicar. apascentar-se, sustentar-se.
Particular , peculiar , próprio — Pascigo, pastagem, pasto.
especial, especifico, singular — Pasmado, areado, assombrado, es-
extraordinário —oceulto —excel- pantado — estúpido, insensato
Particularidade,
ridade,
accessorio,
lente — intimidade.
distincto,
incidente
circumslancia
separado.
—familia- — Pasmar,
tar
tonito,
— admirado,
— maravilhar.
arear,
maravilhado.
assombrar,
boquiabertaespan-
— at-
210 PAS PAT
P a s m o , admiração — assombro, pegureiro, zagal — bispo, cura,
espanto — maravilha, portento, parodio.
prodígio. Pastora,serrana, zagaia.
Pasmoso, admirável, maravilhoso. Pastoradouro, pacigo, pastagem,
Pasquim, pasquinada, satyra. pasto.
Passada, peruada — passo — pas- Pastoral, bucólico , campesino ,
sagem. campestre, pastoril.
Passadiço , corredor , galeria — Pastorar ou Pastorear, ap.isccnlar,
mexeriqueiro — ( adj.) tran- Pata, marreca — pe. [pascer.
sitório. Patacoada , patacas , patacões —
Passado, acabado, pretérito - an- ostentação — patarata.
tiguo, prisco, velho — varado — Patáo ou Patau , babota, barvo,
levado^transporlado — experto, tolo.
matreiro — curado, secco. Patarata ou Patoratice, frioleira,
Passageiro, caminhante, viandante patranha— mentira, peta — fal-
— víajeíro, viajor — hospede — sidade, [petear.
(adj.) caduco, transitório. Pataratar ou Pataratcar , mentir,
Passagem ou Passage , passada , Patarateiro, patarata —mentiroso
passo, transito — Togar, texto — — ostentador.
navegação — desculpa — aueto- Pateada, apupos, assuada, gritos.
ridade. vozeria.
Passamento , agonia — ultimo Palear, apupar — assobiar — tri-
suspiro. pudiar.
Passante, além, mais de... Patente,carla-regia, efe. —diplo-
Passapé, cambadella, cambapé. m a —(adj.) evidente, manifesto,
Passar, mover-se — viver — en- s a b i d o — divulgado, publico —
trar, introduzir-se—ter — cessar claro , indubitável , notório —
— acontecer — exceder — con- desembaraçado, livre — aberto.
verter-se, transformar-se—atra- Patentear, manifestar, publicar.
vessar, traspassar, v a r a r — le- i Pateo ou Palio , área , átrio —
var, supportar— haver — s o f - Paternal, paterno. [plalea.
f r e r — promulgar — declinar, Pateta, imbecil, tonto — basbaque,
diminuir. néscio, tolo.
Passar-se, ir, partir — seccar-sc. Pathetico, enérgico , expressivo,
Pássaro, ave. vehemente—auectuoso, tocante.
Passatempo, divertimento, entre- Patíbulo, c r u z — cadafalso —forca
timento, folguedo, recreação, re- — p%ste.
Passeiro, vagaroso. [creio Patifão ou patife, marau, maroto,
Passigo, passadiço, passagem. picaro, velhaco.
Passo, passada — entrada, passa- Patifaria , barganteria, desaforo,
g e m — bocca, garganta — logar, maroteira, picardia, velhacada.
clausula (de livro, etc.) Patim, pateosinho.
Pasta, ca rtapacio, carteira—chapa, Patinho, marrecostnho —asninho,
folha, lamina, placa. parvofnho, tolinho.
Pastagem ou Pastage,pacigo, pas- Patola, estólido, néscio, tolo.
tio, pasto. Patranha, conto , fabula — m e n -
Pastar, apascentar — (n.) pascer tira, peta.
— pastorear. Parâo, padrão—patrono—arraes,
Pastel,
Pasto,
Pastor
comida, empada,
contemplação,
pabulo, empanada.
nutrição
pastura
meditação.
— —alimento,
leitura —
, armentnrio , ovelbeírn , Palricio,
Pátrio,
Pátria,
—mestre,
* padroeiro.
berço,
nativo,natural.
compatriota,
piloto
ninho,
— dono
terra.
conterrâneo.
, senhor
PEA PF,D 2U
Patrocinador, defensor, protector. var— ' penar—"castigar, punir.
Patrocinar, defender, proteger. Peça, bocado, parte, pedaço, por-
— apadrinhar. [lecção. ção —canhão — logração, logro,
Palrocinio, amparo, auxilio, pro- peta — traste — obra.
Patrona , advogada , padroeira , Peccado, culpa — delicio, maldade
protectora — cartuxeira. — crime, iniquidade — e n o -
Pairouear, bacharelar, pairar, pa- vicio.
paguear. Peccador, prevaricador, Iransgrcs.
Patrono, advogado, protector. sor — impio, iniquo—criminoso,
Patrulha, ronda. delinquente — culpado, veo - -
Paul. brejo, charco, lenteiro, pân- vicioso. [errar.
tano, tremedal. Peccar, delinquir — transgredir —
Pauperismo, pobríssimo. Pecha, balda, defeito, tacha.
Pausa, descanço, intermissão , in- Pecheíingue, cossario, flibusteiro,
terrupção, inlcrvallo, suspensão. ladrão, pirata. [chosfl.
Pausado, moderado — lento, va- Pecboso , contrariador — capri-
garoso, [pender. Pcco, chocho, meigengro — imbe-
Pausar , descançar — parar, sus- cil, néscio, parvo, tolo.
Pauta, catbalogo, Índex, lista, rol, Peçonha, veneno — matéria, pus.
taboada — tarifa. Peçonhenta!', envenenar.
Pavez, escudo, padez. Peçonhento, venenoso — maldi-
Pávido, amedrontado, assustado, zente, maledico.
medroso, temeroso. Pecuínha, pipilo — r e m o q u e .
Pavilhão ou Pavelhão , barraca, Peculiar, especial, particular, pró-
tenda — toldo — sobreceo — prio, (notas.
abobada — cortinas. Pecúlio, bens, dinheiro, etc.—
Pavimento, chão — soalho, sobra- Pecunia, chelpa, chocalhinho, di-
do, solho — lagedo. nheiro.
Pavio, matula, torcida — rolo. Pecunioso, endinheirado, rico.
Pavo, peru. Pedaço, parle, porção—fragmento
Pavonada , guapice , ostentação , — fracção — motreco, naco.
pompa — gabo. Pedagogo, aio, regente — mestre
Pavonear-se, apavonar-se, empa- — pTeceptor. [tismo.
vonar-se, emproar-se, gloriar- Pedantaria ou Pedanteria, pedan-
se, vangloriar-se, ufanar-se. Pedonle, pedagogo — mestre —
Pavor , m e d o , temor — espanto, charlatão.
horror, terror. '« " Pedição, pedimento, petição.
Pavoroso, lormidavel, terrífico — Pedido, contribuição,finta— ro-
terrível, tremendo — espantoso, gativa, supplica.
medonho — horrendo, hórrido, Pedidor, pedinchão —requerente,
horrífico, horrível, horroroso — sollicitador — importuno — pc-
pânico. Pediluvio, lavapés. [digonho.
Paz, concórdia, união — amizade Pedinchão, pedidor, pedigonho,
— quietação, socego, tranquilli- pédintSo.
dade — serenidade — descanço. Pedinlaria, mendicidade.
Pe, planta — pata — passo — base Pedinte, pedigolho, pedinchão —
— p e g a d a — posição,çíluação — mendigo, pocre.
son j>e — raiz. Pedir, deprecar, exorar, obsecrar,
Peanha, base, pedestal — apoio, orar — implorar, rogar, suppli-
arrimo.
Peão
Pear,
(soldado)
ou
travar
Pião—— ,piorra,
embaraçar,
plebeupitorra.
— infante
estor- crer
a r — d epedinchar
Peditório
ter. mou
a n Petitório,
d a r , —exigir,
buscar
rogo,reque-
[plica.
sup-
, ir-
212 PEJ PEN
Pedra , calhau , seixo — lage — ' Pejar-se, correr-se, envergonhar-
roca.rocha,rochedo. se —acanhar-se, embaraçar-se.
Pedrada, seixada — dicto picante, Pejo, pudor — rubor — modéstia
remoque. — vergonha — acanhamento,
Pedregoso, saxeo, seixoso. enleio —difficuldade, embaraço,
Pedreira, rocha, apoio, protecção estorvo, obstáculo — repugnan-
— intercessor, valedor — adhe- Pelago, mar-allo, pego. [cia.
rente, valia. Pelame ou Pellame , curtume —
Pedreiro, alvineo. courama.
Pedriscada, granizada. Peleja, batalha, briga, combate,
Pedrisco, saraiva. conllicto, prélio, pugna, recon-
Pega, braga—falladeira, palreira. tro, refrega.
Pegada, pizada , vestígio — pista, Pellejador , batalhador, comba-
rasto — encalço, tente, guerreiro, pugnador.
Pegadiço ou Pegajoso, glutinoso, Pelejar, batalhar, brigar, comba-
viscoso — contagioso. ter, contender, guerrear, pugnar,
Pegamoço,colla, grude, massa — j renhir — increpar, reprehender
cáustico, importuno. — lidar. [roto.
Pegamenlo ou Pegadura.colladura, Pellitrapo, andrajoso, esfarrapado,
grudadura. Pello ou Pêlo, b u ç o — vello— co-
Pegar, cofiar, grudar — fixar, pôr tão, pennugem — felpa— corte,
— communicar — segurar — e s - fio, gume.
torvar — (».) arraigar-se—mor- Pelloso ou Peloso, pelludo,velloso,
der. velludo.
Pego, abysmo, profundeza, vora- Pellucido, transparente.
g e m —concavidade — mar alio, Pelota, bala, péla.
pélago. i Pena, afflicção, dôr, pezar — tor-
Peguilho, estorvo, obstáculo — mento — amofinação — trabalho
causa, motivo, pretexto. — repugnância — castigo , pu-
Pegulhal ou Pegulhar, armentio, ' nição, supplicio.
armento, fato, rebanho — o v e - Penal ; penavel —punível.
Iheiro. Penalidade , trabalho — pena —
Pegureiro ou Pecueiro,pasl«rinho, | adversidade — calamidade —
Peido, traque. [zagalinho. afllicção, angustia , dôr — tor-
Peitar, subornar—coimar, mulctar. mento, tribulação — oppressào
Peiteiro, subornador— plebeu — — sentimento — moléstia —
villão. m a g o a — lastima — miséria —
Peito, seio — coração, animo, va- supplicio.
lor — intendimento—alma, es- Penalizar ou Penalisar. aflligir —
pirito — (pi.) m a m a s , pomas, te- atormentar — angustiar — en-
Peitogueira, catarro, tosse. [tas. tristecer — magoar — molestar,
Peitoril, muro, parapeito. opprimir — atribular — marty-
Peixota, pescada. risar, perseguir.
Pejada, gravida, prenhada, prenhe. Penão, véla-latina.
Pejado, cheio, oceupado — enver- Penar,atormentar—penalizar, pe-
gonhado — gravido, prenhe — ! neficar — (n.)padecer, soffrer.
acanhado, encolhido — cobarde Penates , deuses -domésticos —
— ajoujado — embaraçado. casa, habitação, m o r a d a — f a -
Pejamento , embaraço , estorvo, jPenca, nariz. [milia.
obstáculo. Pendão , bandeira , estandarte ,
Pejar,
nhar,
vancar embaraçar,
— (n.) conceber,
oceupar—atra-
empre- " Pendença
— trabalho
guião. , —penitencia
pendência.
— castigo
PEN PER 215
Pendência, briga, contenda. íntendimento — parecer, opi-
Pendente, pendurado,suspenso — nião — desenho, designio, in-
debruçado, inclinado — immi- tento.
nente, propinquo. Pensão , tributo — gratificação —
Pender, debruçar-se, dependurar- tença — encargo — tarefa, tra-
se, impender — depender — in- balho — occupação.
clinar-se — proceder. Pensar, considerar, meditar, re-
Pendor, declividade, declivio, in- llectir — julgar — cogitar, cui-
clinação, obliquidade — consi- dar, imaginar.
deração — peso — calafetagem Pensativo, contemplativo , imagi-
— (pi.) bandos — balanças, in- nativo — duvidoso, perplexo
certezas. suspenso — absorto, extático —
Pendurar, dependurar, suspender cogitabundo, cuidadoso, peri-
— fictar. goso, revoso. [penso.
Peuedo,roca, rocha, rochedo — Pênsil, erguido, levantado — sus-
calhau — cachopo. penso, traclamento, tracto, eíc. —
Penelraçâo, comprehensão—agu- pensamenlo.
deza , viveza — discernimento, Pensoso, cuidoso, pensativo.
perspicácia — intelligencia — Pentear, alfanar, anafar.
profundidade. Penúria, falta, mingoa — fome —
Penetrador ou Penetrante, pene- indigência.
trativo— insinuante — intelli- Peor ou Peior, deterior.
gente — perspicaz — profundo. Peoramento,peoria—deterioração.
Penetrar, entranbar-se, entrar — Peorar ou Peiorar, aggravor, e m -
profundar — abrir — alcançar, peorar.
comprehender, intender. Pequenhez, pequenineza.
Penetrativo, penetrante. Pequeno ou Piqueno, coto, curto
Penha , roca, roçado, rochedo — — baixo — fraco — medíocre,
penedo, penhasco — escolho. módico — (pi.) os populares —
Penhor, segurança — garantia — meninos. [diee.
prova. Pequice, estupidez,loucura, san-
Penhorar, embargar — endividar Peralta ou Paralta, casquilbo,-peti
— obrigar. metro, taful.
Penitencia, compunção, contrição Perante,ante,diante, e m presença.
— austereza, maceração, morti- Perceber, alcançar, comprehender,
ficação. intender — receber — aperceber
Penitente, arrependido, c^itrito. — ouvir.
Penna, pluma — estylo — auctor, Percepção, arrecadação, cobrança
escriptor. — concepção, percebimento —
Pennacbo, pluma, * pruma—cocar, ideia, noção, pensamento.
martinete. Perceptível, cobravel — intelligivcl
Pennada,rasgo-de-penna — opi- — palpável, visivel.
nião, razão. Percha, pau, vara.
Pennifero.PennigeroouPennudo, Percusso, ferido.
empennado, emplumado, plu- Perda, damno, detrimento, jactura,
moso. prejuizo — destroço, ruína —
Pennugem,penninhas — frouxel— assolação, estrago — amissão,
buço — cotão. descaminho, desvio, extravio.
Penoso , amargo — pezaroso — Perdão, absolvisão, remissão — in-
Pensado,
Pensamento,
custoso,
balhoso.considerado,
difficil
cogitação, icleí.tra-
— molesto,
meditado.t — Perder,
dulgência,
— faltar
errardesencaminhar,
—com...
indulto
gastar
— —desaproveitar
arruinar.
vénia.
extraviar
214 PER PÈR
Perdição, estrago, ruína — con- Perfurar, furar.
Perdida, perda. (demnaçío. Perfumar, defumar — aromatizar,
Perdido, perdidiço — arruinado, embalsamar.
estragado — desbonrado, diffr.- Perfume, aroma.
m a d o — libertino, licencioso — Pergunta, interrogação — inquiri-
inútil, vão. [ruína. ção — questão— interrogatório.
Perdimento, perda — estrago, Perguntar, informar-se, inquirir—
Perdoador, b o m , indulgente. interrogar, questionar —desejar
Perdoar, remittir— desculpar, re- — requerer.
levar — dissimular — poupar. Pericia, doctrina, erudição, saber,
Perdulário, dissipador, estragador, sciencia — capacidade, deslreza,
pródigo. habilidade. [rencia.
Perdurável, duradouro, durável, Periferio ou Peripheria, circumfc-
eterno, permanente, perpetuo, Perigo ou P'rigo, risco — fortuna,
sempiterno — memorável. ventura — embaraço, inconvc-»
Perecedeiro ou Perecedouro, ca- niente. [grave.
duco, frágil, mortal, perecível. Perigoso ou P'rigoso, arriscado —
Perecer, expirar, linar-se , morrer Periíampo, luzeluze, ourineu, va-
— acabar, fenecer — findar. galume.
Peiegrinação, romaria — jornada Período, grau , ponto, termo —
— viajem. circulo, curcuito — clausula.
Pcregrinador, viajante, viandante Periquito, papagalnho.
— peregrino, romeiro. Perito, douto, instruído, sobio, ver-
Peregrinar, viajar. sado — hábil — destro.
Peregrino, romeiro — viajanto , Perjurar, abjurar.
viajor, viandante — vagamundo Perjuro, perjúrio — (adj.) desleal.
— estranho, forasteiro — (adj.) infiel — doloso, falsario, pérfido.
extraordinário, raro, singular. Perla, pérola.
Peremptório, decisivo, ultimo — Perlonga, delonga, demora, deten-
cathegorico — certo. ção, dilação.
Perennal ou Perenne, continuo, Permanecer, continuar, perseve-
pcrmanente,perpeluo—inexhau- rar, persistir— aturar, durar —
rivel, inexhausto — assíduo. conservar-se, existir.
Perennidade, perpetuidade. Permanência, immobilidade, im-
Perfazer ou Prefazer, aperfeiçoar mutabilidade — estabilidade, fir-
— consummar — completar, meza, perseverança.
encher. Permaqjpte ou Permanecente, es-
Perfeicionado, aperfeiçoado. tavel.Tirme,fixo- constante,in-
Perfeição, acabameuto, comple- variável — durável —immutavel.
mento, enchimento — excellen- Permear ou Permeiar, mediar.
cia, primor — diligencia — e x a c - Permissão ou Permisso, consenti-
Perfeiçoar, aperfeiçoar. [ção. mento, faculdade, licença.
Perfeito; completo, c o n s u m m a d o Permisla, misturada.
— inteiro — puro. Permiltir, conceder — consentir,
Perlidia, aleivosia, traição — falsi- soffrer, tolerar — dissimular.
dade — desfealdade, infidelidade Permudar ou Permutar, cambiar,
— apostasia. trocar. [troca.
Pérfido, aleivoso, doloso, fraudu- Permuta ou Permutação, cambio,
lento, infido, insidioso — des- Perna, jarrete — ramificação.
leal,
Perfil ou
Perfilhar,
pecto, traidor — delineação
infiel,
representação.
profil,
adoptar, perjuro.
receber. — as- Pernicioso,
Pernil,
detestável.m a u — —funesto—dam-
noso —persunlinho.
ruinoso mortífero ~
PER PER 215
Pernóstico, fallador, tagarella. Persistir, continuar —aturar, exis-
• Pêro, mas, por tanto, posto que. tir, perseverar.
Pêro, maçã, p o m o . Personagem ou Personage,fidalgo,
Pérola, margarita. nobre, ele. — homem,pessoa —
Perpassar, ir andando, ir depassa- imitação, papel.
gem, passar. Perspicácia, agudeza — penetração
' Perpendicular, vertical. — discernimento, sagacidade —
Perpendiculo, plumo ou prumo. subtileza.
Perpetrar, commetter, frazer. Perspicaz, agudo, penetrante —
Perpetuar, continuar, manter — experto, intelligente.
eternizar, perpetulsar. [tuação. Perspicuidade, transparência —
Perpetuidade, eternidade, perpe- clareza, nitidez.
Pcrpetuò, estável — durável, per- Perspicuo, transparente — claro.
durável — continuo, eterno — Persuadir, aconselhar — exhortar
perenne — assiduo. — induzir, suadir— instigar.
Perplexidade , hesitação, indeter- Persuasão, inducção, induzimento
minação, irresolução — a m b i - — crença, opinião.
guidade, duvida, incerteza—em- Pertença, accessorio, appendix,
baraço, enleio, enredo. parte.
Perplexo, atalhado, confuso, e m - Pertencente,dependente— annexo
baraçado, enleiado — cuidadoso — apto, habi I — próprio.
— duvidoso, indeciso, irresoluto Pertencer, ser a... — convir, tocar
— Iluctuanle, hesitante. — referir-se, respeitar.
Perra, cadella. Pertiga, varapau — vara.
Perraria ou Perrice, malicia — Pertinácia , contumácia, obstina-
obstinação, teima. ção, porfia, teima, tenacidade.
Perro, cão, mastim, molosso, ra- Pertinaz ou Perlinace, contumaz,
feiro — (adj.) birrento, obsti- obstinado, opiniático, teimoso—
nado, téslo — desesperado. emperrado, encabruado, ferre-
Perscrutador, escrutador, indaga- n h o — revelão. [tado.
dor, investigador. Pertinente, adequado, aproposi-
Perscrutar, averiguar, examinar, Perto, chegado, juncto—contíguo,
indagar, investigar, pesquizar vizinho— quasi.
Perseguição ou "Persecução, tor- Perturbação, alteração —agitação,
mento, tribulação — oppressão, inquietação — c o n f u s ã o , desor-
vexação — tyrannia — importu- dem — discórdia , dissensão —
nidade. ^ revolta, turbulência.
Perseguir, acalçar, acoçarjoar al- Perturbador, faccioso, sedicioso—
cance — atormentar, molestar, intrigante.
vexar — importunar. Perturbar, alterar, confundir,dis-
Perseverado, aturado, continuado, turbar — atarantar — inquietar,
contínuo. embaraçar — impedir.
Perseverança, constância, firmeza Peru ou P e r u m , p a v o — (adj.) pre-
— permanência, persistência. sumido.
Perseverante, constante, firme — Perversidade, depravação — desor-
estável, invariável — paciente. d e m — libertinagem — injustiçe
Perseverar, continuar — aturar, — maldade — iniquidade, perfí-
permanecer, persistir, (zer-se. dia — vicio.
Persinar-se ou Persignar-se, ben- Perverso, corrompido, depravado
Persistencia.
Persistente,
perseverante.
bilidade, firmeza,
durável,
continuação—
permanência.
permanente, — maldoso,
esta- Pervertei,
dissoluto,
pérfido, m a u —— —vicioso.
scelerato
alterar
libertino corromper,
maligno
malvado.—
216 PET PIE
damnar, depravar — desencami- Petiscar, ferir — bater, tocar —
nhar. debicar, provar.
Pcrvigil, acordado, vigilante. Peto, pisco.
Pervio, aberto, patente. Pelrechar, municionar—vilualhar.
Pesadelo, dandão, ephialta, incubo Petrechos, m u n i ç õ e s — ustensilios.
— oppressão, suffocação—abor- Petrina, cinto, cintura — peito.
rimento, tédio. Petulância, atrevimento, desaforo,
Pesado, rijo, leso — carregado — despejo, desvergonhamenlo, in-
gordo — corpulento — oflensivo solência.
— enfadonho —triste — exami- Petulante, immodesto — desaver-
nado, ponderado — oneroso. gonhado, descarado—arrogante,
Pesadumbre, Pesadume ou Peza- atrevido, insolente—desaforado.
d u m e , moléstia, pezar. Phalange, batalhão, esquadrão, ele.
Pesar ou Pezar, dor, lastima, m a - Pharelrar, setteor.
goa , pena, sentimento, tristeza Pharmacculico, boticário.
— arrependimento, contrição — Pharmacopca, receituário.
(o. o.) equilibrar — examinar, Pharo, pharol.
ponderar — considerar — ava- Phenis ou Phenix, ave fabulosa —
liar, estimar. flor — raridade — pérola.
Pesaroso ou Pezaroso, afllicto — Philaucia.amor-proprio, egoísmo.
senlido, triste — arrependido. Physico, corpóreo, natural — (s.)
Pescoção, pescoçada. medico.
Pescoceira, cachaço. Physiogomia, feições — a r — simi-
Pescoço, cerviz, collo , garganta, Piacular, expiatório. [Ihança.
gasnete. Piaculo, crime, delicio — maldade
Peso, carga, fardo — auetoridade, peccado.
força — consideração, importân- Picado , estimulado — alterado
cia — encargo, ónus. (mar).
Pespegar, assentar, chimpar, dar. Picadura, picada, picadela.
Pesquiza, busca, indagação, inqui- Picante, pungente — mordaz, sa-
rição, investigação—especulação lyrico.
— diligencia — solicitação — n e - Picar, aguilhoar, espicaçar, sovi-
gociação. nar —inspirar, mover — estimu-
Pesquizador, indagador, investiga- lar , incitar — cortar — lardear
dor, observador. — censurar — salyrisar —irritar
Pcsquizar, esquadrinhar, investi- — offender.
gar — indagar, informar-sc, in- Picar#o, baixesa, vileza. [culo
quirir — buscar, procurar— es- Picaresco, burlesco, chulo, ridi-
pecular. 1'icaro, bargante, maroto, patife—
Péssimo, detestável, nialissimo. baixo, vil — burlesco, ridículo.
Pessoa, crealura, individuo— per- Piçarra,cascalho.
sonagem — alguém. Pichoso, desdenhoso — cabeçudo
Peste, contagio, epidemia, pesti- — rabujento — caprichoso—mi-
lência — corrupção, infecção — nucioso — pontoso.
fedor. Pico,picanço — cume, summidade
Pestífero, pestilente. — ponta — bom-geslo — graça,
Pestilência, peste, peslencia. sal.
Pestilendal, contagioso, pestífero, Piedade, compaixão, dó — miseri-
pestilente,
Peta,
Petição,logração,
Petimelre, tabido.
pediçao,
querimento — peça — supplica.
mentira.
peralta,talul.
rogo,
pedimento — re- córdia
Piedoso ,—commiseração,
desbaratado,
compadecido,
menle, misericordioso
enternecido,
maltraclado ,lastima.
compassivo—cle-
terno
—piolas-

P1R PLE 217
timoso — miserável — benigno— Pirata, corsário, ladrão, pechclin-
justo,recto — s a n t o — religioso. gue.
Pieridesou Picrias, Camenas, M u - Piralagcm ou Pirataria, piralica,
Pifio, baixo, vil. [sas. rapina, roubo — concussão, ex-
Pigmeo ou P y g m c u , anão, enano. torsão.
Pifar, moer, pizar — (s.) columna, Piratar ou Piratear, roubar, sa-
pilaslra — apoio, esteio. Pircs, pralinho. [quear.
Pildar, abalar, fugir, safar se. Pirilampo ou Pyrilampo, cagalu-
Pilha, acervo, cumulo, montão, m e , noctiluz, vagalume.
monte. Pirraça, acinte — chasco — peça.
Pilhagem ou Pilbage, pilhéria, Pisa, estafa, maçada, sova, tunda.
roubo, saque—depredação. Pisada, pegada — rasto, vestígio—
Pilhancara, pclbanca, perigalho. encalço — (pi.) exemplo.
Pilbantc, ladrão, salteador — r o u - Pisadura ou Pisadela , contusão —
bador, saqueador— gatuno. trilhadura.
Pilhar, roubar, saquear— gatunar, Pisar ou Pizar, calcar, trilhar —
surripiar. contundir — moer.
Pilhéria, graça, pico — diderio — Piscina, pia, tanque.
chufa — bagatella. Pista, rasto — piogada.
Pilhéria, pilhagem, roubo, saque. Pilança, ordinária, ração — m e -
Piloto, Palinuro— arrais, nauta— sada, pensão.
conduetor, guia. Pitboniso, nigromante.
Pinacolo , Pináculo ou Pinac,'lo, Pitorra, pião.
cornebeo, grimpa — elevação, Plácido, bonançoso, calmo, manso,
fastígio — cimo, cume, s u m m i - pacifico, quieto, sereno, soce-
dade — auge. gado, tranquillo.
Píncaro, cimo, cume, ponta. Plaga, clima, paiz., região, terra.
Pinga, gotta, gotlinha. Planamente, chã, clara, singela-
Pingar,gottear,gotlcjar, lagrimar. mente.
Pingo, golta, pinga — nódoa. Planetas, astros, estrellas, ele.
Pingue , gordo, grosso — abun- Planeza on Planície, campo, chã,
dante, fértil, rico — fecundo — nava, plaino, plano, planura.
fruclifero. Plano, superfície — plaino, planí-
Pinho, pinheiro —baixel, navio. cie — arbitro, parecer, projecto
Pinlalcgrele, casquilho, peralta, — planta — disposição, o r d e m —
taful. delineamento, desenho, risco —
Pintar, colorir — figura'- repre- (adj.) chato, raso.
sentar — descrever, traçar — Planta, arbusto, etc — sola — d e -
matizar — bordar, lavrar — (n) senho, risco, traça.
madurcecr. Plantar, pôr — assestar — assen-
Pintura,figura,imagem — painel, tar — edificar, fundar — estabe-
quadro, retábulo — arrebique— lecer — introduzir. \,
descripção. Planura, chã, plaino, planície,
Pio, cai idoso, compassivo, piedoso plano.
— devocionario , devoto, reli— Plausível ou Plausibil, louvável —
Piparote,lalitro. [gíoso. crivei, probavel, verosímil—con •
Pipilar ou Pipitar, piar. veniente.
Pique, lança — briga — desgosio— Plaustro, carro, carroça, coche.
dcsahrimento — desavença, dis- Plebe, gentalha, vulgacho, vulgo.
ou 1
córdia,
Pira
Pirâmide,
agulha, 11dissensão
.Pirâmide
Pyra,
obelisco.
fogucirt.
ou Pyramt, Plebeo
popular
fimo —ou—ignóbil
m e vil —Plebeu
baixo,
vulgar 19
— —,abjecto
mecânico
humilde,
rústico. —
, infa-
Ín-
218 Poli POI.
Plegarias, preces, rogativas, sup- Poesia, metro, versificação — cu-
plicas. thusiasmo, eslro.
Fleitante, demandão, demandisla, Poeta, cantor, vate — versificador.
Pleitear, litigar. [litigante. Poetar, poetizar.
P leito, demanda, litigio. Poética, poesia.
•'lona rio , inteiro, pleno. Poetizar, poetar — trovar.
Plenilúnio, lua-cbeia. Pois, porque, vistoque.
Plenitude, complemento, enchi- Pojar ou Poiar, desembarcar —
mento — perfeição. pôr —sair.
Pleno, cheio, completo, inteiro, Poldra, égua (nova).
plenário. Poldro, cavalhnho, potro.
Pleura, membrana, túnica. Polé, moitão, roldana.
Pleyadas, sete-estrello. Polegar, Pollegar ou Polgar, pol-
Plica, dobra, dobradura. lex, pollice (dedo).
Plicado, dobrado. Policia, administração, governo —
Pluma, penna — pennacho. aceio, limpeza — fartura — se-
Plumbeo, plumbario — azulado, gurança — cultura, polidez, ur-
livido. banidade — adorno — polimen-
P l u m o s o , e m p l u m a d o , plumeo, to — civilidade, cortezia.
plumifcro. Policiar, civilisar, polir.
Pluralidade, multidão, plurifica- Polidez, civilidade, cortezia, urba-
ção — maioria. nidade.
Pluvial, chuvoso. Polido ou Pulido, polimento —
1'neuma, espirito. (adj.) brunido — civilisado —
Po, poeira, polme. cortez, urbano — limado — ati-
Pobre, mendigo, pedinte — (adj.) lado, culto — galante.
coitado, desgraçado, infeliz, m i - Polídura ou Polimento, brunidura,
serável — afllicto — triste — lustro — cultura, policia.
despecuniado — íainaco. Polir ou Pulir, alizar, brunir —
Pobreza, indigência, mendiguez, aperfeiçoar, limar — aprimorar
penuria — inópia, necessidade— — ornar — civilisar.
nudei. Politica, governo — dissimulo —
Poder ou Puder, força, vigor — prudência — policia.
auetoridade, domínio, império, Politico, estadista — (adi.) civil,
jurisdicção, possança, potestade, urbano — dissimulado, fingido.
senhorio — credito — multidão Poli ução, profanação — contami-
— (pi.) estados, potencias — so- nação — deshonra, labeo.
beranos — potentados. [der. Polluii pKnquínar, macular, m a n -
Poderio, auetoridade, império, po- char — sujar — contaminar, in-
Poderoso, forte, vigoroso — pos- ficionar — profanar.
sante, polente—rico — eflicaz — Polluto,immundo, maculado, man-
soberano— imperioso — armipo- chado — profanado — cohtami-
lente. (ro. Polmão, inchaço, tumor. [nado.
Podicc, assento, pousadeiro.trazei- Polme, sedimento — lia, pe.
Podre, apodrecido, apodrentado, Pólo, ceo — O l y m p o — eixo.
corrupio, podrido, tábido— (pi.) Poltrão, cobarde, fraco, maricas—
baldas, defeilos. inerte, pusillanime.
Podridão, podre — carcoma—cor- Poltroneria, cobardia — m e d o , ti-
rupção, putrefacção. midez — pusillanimidade.
PPoeira,
e m a , pó
obaixeza,
Poente. — desordem
epopeia,
humildade.
Occideule. ode, etc. — areia — Polvilhar,
Polvoroso,
Polvilhos, apolvilhar,
pulverulento.poeiroso,empoar.
pós. pulvereo,
POR POR 219
Poma, esphera, globo — (pi.) ma-Porcarlço, porqueiro.
mas, peitos, tetas. Porção, bocado,pedaço — parte—
Pomar, horta, vergel. — pitança, ração.
Pomifcro, pomigero. Porco, chacim, cochino — Javali—
Pomo, maçã, pêro — fructo. (adj.) immundo, soez, sórdido,
Pompa, apparato, estado, fausto— sujo.
luzimento — grandeza, magnifi- Porem on Porém, mas — *por isso
cência — esplendor — sumptuo- — polo que.
sidade. Porfia ou Perfia, afinco, teima —
Pomposo, apparatoso, esplendido, contumácia, pertinácia — instan-
luzido, magnifico — emphatico. cia — contenda.
Poncetla ou Pucella, donzella , Porfiado , contumaz , obstinado,
virgem. pervicax, teimoso.
Ponderação, attenção — conside- Porfiador, obstinado, opiniático,
ração, meditação, reflexão. teimoso, testo.
Ponderar, examinar, pesar — con- Porfiar, altercar, disputar— apor-
siderar, reflectir. [sado. fiar, insistir, teimar.
Ponderoso, grave, importante, pe- Porfioso, obstinado, testo — alter -
Ponta, bico—extremidade—cume, cador — aturado, continuado.
pico — (pi.) cornos. Porpoem, gibão.
Pontado, alinhavado — disposto. Porque ou Porquê, *ca, porquan-
Pontão, escora, espeque — bar- to, para que — por qual causa f
caça — ponte. Porqueiro, poreariço.
Pontaria, alvo, mira. Porquidade ou Porquidão, i m m u n .
Pontífice, papa—arcebispo, bispo, dicia, porcaria, sujidade.
patriarcha — pastor, prelado. Perquinho, bacorinho, leilão, mar-
Ponto, alvo, mira — assumpto, su- ranito.
jeito — parte, questão — estado Porta, abertura, entrada, passagem
— occasião — fim, termo — cal- — caminho — priuclpio — com-
culo, conjectura, estimação — municação, trado.
(pi.) malhas. Portador, messageiro — mariola.
Pontoso, brioso — caprichoso, ex- Porta-novas ou Porta-novas, n o -
travagante. velleiro, novellista.
Pontual ou Punctual, nttcnto, cui- Portar, aportar, surgir.
dadoso — exacto, regular — vi- Portar-se, conduzir-se, haver-se,
gilante. proceder — viver.
Pontualidade, attenção, oêidado— Porte, carreto — frete — conside-
vigilância — exactidão. ração, importância, m o m e n t o —
Pontudo, bicudo — áspero. comportamento, proceder.
Pontura ou Punetura, picada. Porteiro, guarda-portão — pre-
Popular, c o m m u m , publico, vulgar goeiro.
— mecânico, plebeu — baixo, Portella, portal.
rasteiro. Portento, maravilha, raridade.
Populoso, habitado, povoado. Portentoso, maravilhoso, raro —
Pôr ou " Poer, collocar —apostar— monstruoso — assombrante.
depor — depositar — dispor, Pórtico, portada, portal, portão —
piantar — impor — fazer — fin- periptero, peristylo.
gir, imaginar, suppor. Porto, bahia, enseada, escala, sur
Pòr-se,
Porcaria,resolver-se
—vileza.
sujidade
expor-se.
Immundiola,— porquidade,
— grosseria occupar-se gidouro
— baixeza, Porvir
Portugal,
Pós, após.
passo ou —asylo,
abertura
— Lusitânia.
Por-vir, , entrada,
refugio
futuro.—
[tagem.
por-
2*20 POT PRA
Posição, disposição, situação — to, vontade — erecção — (pt.)
postura — tlicse. soberanos — estados.
Posilga, chiqueiro, persigal. Potentado, imperador, príncipe,
Positivo, certo — effeclivo—cons- rei — monarcha, soberano.
tante, solido. Potente, poderoso, pujante.
Pospasto, postres, sobremesa. Potestade, força, poder.
Pospor, preferir — desprezar, pos- Potro, poldro.
tergar. Pouco, exiguidade, mediocridade,
Possança, força, poder — posse. modicidade.
Possante, poderoso, potente — Poupado ou Poupador, económico,
forte, robuslo, vigoroso — a b a s - forreta, poupão.
tado, rico. Poupar, economisar.forar—evitar.
Posse, gozo, logro, possessão — Pouquidade, bagatella — p o u c o .
poder, prepotência — (pi.) bens, Pousada , casa, domicilio, habita-
haveres, riquezas -- faculdades, ção — morada, residência — e s -
meios. talajem — pousa, pousadia.
Possesso, endemoninhado, ener- Pousadeiro, cu, nádegas, trazeiro.
gúmeno. Pousado , pausado , vagaroso —
Possibilidade, commodidade, faci- aposentado.
lidade, [cavei. Pousalousa, borboleta.
Possível ou Possibil, fácil, practi- Pousar ou Poisar, descançar, re-
Possuídor,possessor, proprietário, pousar — pernoitar.
senhor. Pouso ou Poiso, descanço — po-
Possuir, occupar — gozar — ter— leiro — ancoradouro.
governar — conhecer. Povo, gente, nação — gentalha,
Posta, pedaço — correio. Plebe, vulgo.
Postar, collocar, pòr — "apostar — Povoado, povoação — (adj.) baslo,
'adubar, compor — "fabricar — cerrado, fechado.
"reparar. Povoador, colono, habitante, Ín-
Poste, hombreira (da porta). cola , morador.
Postergar, desprezar — pospor. Povoai, eslabelecer-se, habitar —
Posteridade, liltios, netos — des- crescer, multiplicar,
cendentes, vindouros — futuro, Poyal ou Poial, assenta, poyo.
porvir. Praça, castello, fortaleza — logar,
Posterior, seguinte, subsequente— sitio — emprego, ministério.
(pi.) posteridade, vindouros. Prado, alniaigeal, campina.
Postilla, escólio, nota — addita- Praga, ^.precação — calamidade,
mento. casligo.
Posto, emprego, logar — cargo, Praguèjador , deslinguado , mal-
ollicio, predicamento — silio — dizente , maledico , praguento,
terreno — alvo, mira, ponto — satyrico.
(adj.) collocado. Praguejar, amaldiçoar, maldizer—
Postreiro, derradeiro, ultimo. satyrisar.
Postres, dessert, sobremesa. Praia, aba, beira, margem.
Poslulado, axioma. Pranteadeira ou Pranteadora, car
Postulando, exigência. pideira, choradeira.
Postura, altitude, geito, positura, Pranteado, carpido, chorado.
situação — cores (no rosto). Prantcador,chorador, lamenlador
Potagem ou Potage, bebida — Prantear, chorar — soluçar — de-
molho.
Potencio,
cidade
der — actividade,
—auetoridade,
virtude —força — capa- Pranto
intendimen-
mando,po- plorar,
piros ,— lamentar.
grymas choradeira
—lueto,
gemidos,soluços,
tristeza.
, choro, sus-
la-
PRE PRE 221
"Prasnior, arguir, increpar, re- Piecedencia , antecedência, anle-
prehender. lação , anterioridade, procedi-
Prasme , approvação , "aprasmo, mento.
beneplácito, consentimento. Precedente, antecedente, anterior.
Prata, argento. Picccder, adiantar-se, antecedei
Pratica ou Practica, conversa, con- — avantajar-se , prevalecer —
versação, palestra — arenga, dis- anteverter.
curso, falia — habito, uso — Preceito ou "Prccepto, mandado,
exercido, praxe — exhortação. m a n d a m e n t o , ordem — docu-
Pralicador ou Proclicador, con- mento, regra — d o g m a — doc-
versador — palreiro. [diz. Irína, instrucção. [mestre.
Praticante ou Pracicantc, apren- Preceptor ou Preceitor, aio —
Praticar ou Practicar, conversar— Preces, rogativas, rogos,supplicas.
tractar — fazer, obrar — exerci- Precinclo, cingido.
tar, praxear, usar. Precinta, atadura, faixa.
Pratico ou Praclico , cursado, ex- Precinto, circuito, recinto.
perimentado, versado, usado. Preciosidade, custo, riqueza— ra-
Prato, guisado — comida, sustento ridade.
— vianda. Precioso, custoso, magnifico, rico
Pravidade, iniquidade, maldade, — raro, singular.
perversidade. [uso. Precipício, alcantil, barranco, des-
Praxe ou Praxi, exercido, practica, penhadeiro, quebrada — deca-
Prazentcar , adular, lisonjear — dência , declinação — ruína —
gracejar. perigo, risco.
Prazenteiro, faceto, gracioso, jo- Precipitação, accclcraçâo — aço-
coso—alegre, jovial — festival, damento, pressa—imprudência,
festivo — folião, galhofeiro — inconsideração.
a Hábil. Precipitado, arrojado, despenhado
" Prazenlèo ou Prazenleio, lisonja. — (adj.) accelerado, arrebatado,
Prazer, deleite, goslo — diverti- assomado — inconsiderado —
mento, festa, regozijo — alegria, cego, impetuoso — imprudenta,
contentamento, jubilo, ledice — incauto , insano — furioso —
(v. it.) agradar, aprazer. bravo.
Prazo, limite, termo. Precipitar, arrojar, despenhar,
Prca ou Preia, presa — despojo, lançar — accelerar, apressar.
esbulho. Precipitar-se, despenhar-se — p e r -
Preambulo,exórdio, prefacio, pro- der-se — arrebatar-se.
logo —principio. ™ Precipite, precipitado — accele-
Picar, aprezar— piratear,roubar, rado, arrebatado.
saquear — captivar. Precipitoso, alcantilado, penhas-
" Precação, prece, rogativa — ac- coso — inconsiderado.
quisição, colheita. Precisado, preciso, urgente—cons-
Preoalçar, ganhar, lucrar. trangido, necessitado, obrigado.
Precalço , benesse , emolumento, Precisamente , obsoluta , exacta,
gages, ganho , lucro , proveito, justamente.
utilidade. Precisão, constrangimento — ne-
Precatado, acautelado, prevenido. cessidade, obrigação—indigência
Precatar, avisar, prevenir. — abstracção.
Precatar-se, acautelar-se. Precisar, constranger,forçar,obri
Precato
mento, ou
Precaver,
prudência. Precaução,
cautela—
obviar acautela-
pecatar,
circumspccção,
precau-
[lotar. g a r — (n.)
Preciso,
certo,
abstracto— carecer,necessitar.
determinado,
forçoso,
conciso,
necessário
limitado
sueciucto.

222 PRE PRE
Precito ou Prescito, condemnado, Prego, cravo — fruncho ou írun-
reprobro. culo.
Preclaro,illustre, nobre — g r a n d e P regoar, apregoar — louvar, pre-
— celebre, n o m e a d o — bello, for- cooisar.
moso — eminente — insigne. Pregoeiro, apregoador — alardea-
Preço, custo — valia, valor — c r e - dor, assoalhador.
dito, estima, importância— pre- Preguiça ou Priguiça, desídia ,
mio — conta — apreço — peita ignavia —desmazelo, frouxidão,
— merecimento. negligencia — pachorra — tar-
Prcconisador ou Preconizador , deza.
apreogoador, pregoeiro. Preguiçoso ou Priguiçoso , lento,
Prcconisor ou Preconizar, elogiar, tardio, vagaroso—desmazelado,
gabar, louvar —publicar. negligente — frouxo, remisso —
* Precto, litigio, pleito, preito. Inerte, ocioso.
Predecessor, antecessor. Prejudicar, damnar, deteriorar.
Predicado, attributo — parte, Prejudicial, damnoso, nocivo, per-
prenda. nicioso.
Predicamento, cathegoria —classe, Prejuízo, preoceupação — damno,
graduação , grão — credito, es- detrimento.
tima. Prelação, preferencia, primazia.
Predicção, prognosticação, prog- Prelado, arcebispo, bispo, patriar
nostico, prophecia, vaticínio. cha, ele.
Predilecção, preferencia — aceita- Preliminar, preparatório, prévio.
ção — amizade. Prélio, batalha, combate, peleja,
Prédio, fazenda, herdade—campo. Prelo, imprensa. [pugna.
Predizer, adivinhar, prognosticar, Preludio, anteloquio , prologo —
prophetizar, vaticinar. começo, ensaio.
Predominar, prevalecer—superar, ' Prema , constrangimento , op-
vencer. pressão, vexação.
Predomínio , ascendente, autori- " Premar, constranger, opprimir,
dade , superioridade — força, vexar —espremer, premer.
poder. Prematuro, anticipado — lampo,
Preeminência, prerogativa, prima- temporão.
zia, superioridade, vantajem. Premiar, galardoar, recompensar
Preeminente, sublime, superior— — prendar.
excellente. Premio, paga, satisfação — galar-
Preencher, satisfazer. dão, gratificação, recompensa,
Prefação ou Prefacio, antiloquio, remuneração.
exórdio , preambulo , proemio, Premunir, acautelar, precaver.
prologo — entrada, principio. Prenda, donativo — penhor —
Preferencia, antelação, onteposi- parte, predicado — habilidade.
ção, maioria , predilecção, pri- Prendar, doar, dotar — premiar.
mazia, vantajem. [colher. Prender,' aprisoar, encarcerar —
Preferir, avantajar, antepor — e s - atar, ligar — encadeiar— "apa-
Prefixo,adiado, determinado, fixo, nhar , tomar — (».) coalhar —
prescripto, regulado. ateiar-se — arraigar-se.
Prega, dobra, ruga, vinco. . Prenhada,gravida, pejada, prenhe.
Pregação, sermão. Prenhe, gravida, pejada — cheia.
Pregador, orador — missionário. Prenhez, emprenhidâo, gravidez,
Pregar, orar — moralizar— ad- prenhidão.
moestar,
Pregar,
rogar. cravar,
reprehender—pregoar. Prensa,
são imprensa,
fitar — ' pedir, Pienunciação , predicção
prelo—impres-
,[cinio.
vati-
PRE PRE 223
Prenunciar , adivinhar, predizer , Preservar , assegurar, defender,
prophetlzar, vaticinar. guardar, livrar.
Prenuncio, annuncio, prognostico. Presidio, guarnição — praça —
Preoceupação, prevenção. ajuda, auxilio, soccorro.
Preoccupar, anticipar, prevenir. Preso, atado, ligado — algemado,
Preparação, Preparamento ou Pre- encadelado — encarcerado —
paro, apparelho, appresto, avia- clausurado.
meuto. [— adubar. Pressa, acceleração, açodamento,
Preparar, apparelhar, apromptar afogadilho — celeridade, ligei-
Preparar-se, apparelhar-se, aviar- reza, velocidade — expedição,
se — dispor-se — ensaiar-so. diligencia — actividade, viveza
Preparativo, apparato, apparelho, — affronta, aperto — perigo —
apresto, preparo. trabalho — apertão — bara-
Preparatório, preliminar. funda, fulafula.
Preponderar, prevalecer. Presso, apertado, conciso.
Prepor, antepor, preferir. Pressuroso, accelerado, apressado,
Preposilo, ministro-prelado. diligente, prompto, rápido, veloz.
Prepostero, avesso, contrario. Prestação, empréstimo — contri -
Prcrogativa, excellencia, maioria, buíçâo. [serviçal.
primazia , superioridade , van- Prestadio, officioso, prestimoso ,
tajem — foro, immunidade, pri- Prestamento ou Prestança, prés-
vilegio. timo, utilidade.
Presa ou Preza, despojo — toma- Prestancia, excellencia — melho-
da, lomadia — represa — garra. ria, vantajem.
Presagiar, antever, conjecturar. Prestante, cxcellcnle.
Presagio , augúrio, prognostico, Prestar, dar — emprestar — (n.)
vaticínio — annuncio, conjectu- aproveitar — utilizar.
Presago, fatídico. [ra. ' Preste, presbítero, sacerdote.
Presbytero, sacerdote, [réprobo. Prestes, apparelhado , disposto
Prescito, condemnado, damuado, preparado , prompto — (adj.)
Prescrever, mandar, ordenar — ágil, lesto.
limitar — designar, indicar. Presteza, celeridade, ligeireza, ve-
Prescripção, preceito. locidade —actividade, agilidade,
Prescripto, mandado, ordenado — alacridade, pressa.
limitado — determinado, esta- Prestigio,engano, fallacia, illusão.
belecido. Préstimo, utilidade— prestança—
Presença, cara, semblante^- talhe capacidade, mérito.
— assistência — existência. Presto, breve,cedo,depressa, logo
Presencia r, assistir—observar, ver. — (adi.) rápido, veloz.
Presentaneo, efficaz, prompto. Presumido,conjecturado, supposto
Presente, assistente — actual — — (adj.) desvanecido, presurop-
existente — favorável, propicio çoso, presumptuoso, vaidoso.
— (».) dadiva, m i m o , offerta. Presumir, conjecturar , suppor —
Presentemente, actualmente, agora desconfiar, suspeitar.
— hoje. Presumpção ou Presunção , or-
Presentido, cauto. [ta. gulho, philaucia , suberba, vai-
Presentimenlo, conjectura, suspei- dade.
Presentir ou Pre-sentir, antever, Presumpçoso ou Presumptuoso,
conjecturar—agourar, prognos- orgulhoso, presumido, vaidoso.
(de
estrebaria,
Presepe
ticarferas\ Presépio,
" slala —oratório
— ousondar. viveiro
— Presupposto,presupposição—con-
Pretendente,
jectura
resolução— —candidato.
desígnio,
conselho.
propósito.
22/t PRI PRO
pretender ouPerlcnder, requerer, Primitivo, primevo.
sollicitar —intentar — pretextar Primo, excedente, perfeito, primo-
— requestar. roso — primário, primeiro, pri-
Pretendido ou Prelenso, requerido, mevo.
requestado — reputado. Primor, belleza, excellencia, per-
Preterir, omillir—excluir, rejeitar. feição — habilidade — generosi-
Pretérito, passado. dade — obra- pi ima.
Prelernatural, sobrenatural—ma- Primordial, originário, primitivo.
ravilhoso , milagroso — m o n s - Primórdio,começo, principio.
truoso. Primoroso , apurado , esmerado ,
Pretexto, côr, palliativo, pretório, perfeito.
subterfúgio — capa, causa, m o - Principal, primário — essencial,
tivo. indispensável — cabidoal, real.
Pretidão, negridão,negrura. Pi incipalmente.sobreludo—maior,
Pretinho, negrinho, paisinho. particular, primariamente.
Preto, negro — cachorro. Príncipe ou Princepe, monarcha,
Pretor, governador. rei — potentado — primeiro,
Prevalecer, superar—predominar. principal.
Prevaricar , trahir — corromper, Principiante, aprendiz, noviço.
subornar. Principiar, começar, encetar.
Prevenção, anticipação — precon- Principio, começo, entrada, inicio
ceito, preoceupação—obstinação — intróito, primórdio — nasci-
— confiança —satisfação. mento — causa, origem —
Prevenido, atalhado, precavido — agente.
preparado, provido—(adj.) acau- Prioridade, anterioridade, prece-
telado, cauto — previsto , pru- dência, preexistência — preemi-
dente, sagaz — preoceupado — nência, preferencia.
seguro. Prisão ou Prizão, cadeia, calabou-
Prevenir, atalhar, baldar, frustrar ço, cárcere, ergástulo, limoeiro,
— («.) anticipar-se. masmorra — aljube — laço —
Prevenir-se, apparelhar-se, dis- corrente, ferros —embaraço, en-
por—se, preparar-se. leio.
Prever, adivinhar , antever , pre- Prisco, antigo , antiquado , pris-
seniir. tino, vetusto.
Previdência ou Previsão, anticipa- Prisionar, aprisionar — captivar.
ção, cautela, prevenção. Prisioneiro, caplivo —preso.
Prévio , adiantado, antecedente . Pristin^pantigo — primeiro.
anterior, anticipado, prematuro, Privada, commua, latrina, secreta.
primeiro — preliminar. Privado , particular , secreto —
Previsto, acautelado, cauto — an • (Í.) valido.
tevisto — prudente. Privança, confiança, intimidade —
" Prez, preço, valor. valimento.
Prosador, avaliador, estimador. Privar , despojar — defraudar —
Prezar,apreciar, estimar—honrar. negar, recusar—prohibir, tolher
Prezar-se, gabar-se, jaclar-se. — frustrar — (n.) valer.
Primário, principal. Privativo, exclusivo.
Primazia ou Primada, prioridade Privilegio, exempção — excellen-
— excellencia , primado , supe- cia, prerogaliva. [favor.
rioridade. Pro, lucro, proveito — (adv.) em
rrimeiro,
Piprincipal.
original anterior,
— primevo,
iiiiieeiro. preexistente
primitivo —
mais anliguo. Proa,
Probidade,
dade,
tiça,intento,
rectidão.
integridade,
bondade
mira. —brio—equi-
inteireza,jus-
PRO PRO 225
Problemático, duvidoso, incerto— lado — reddito — (adj.) gerado,
controverso. [recto. produzido.
Probo, b o m , virtuoso — inteiro, Produzir, engendrar, gerar—apre-
proceder, continuar , proseguir — sentar, mostrar — render.
nascer, originar-se, provir — Proemio , antelogio , anteloquio,
causar-se , resultar, vir — des- exórdio, primórdio — começo,
cender — haver-se, portar-se — principio.
(í.) procedimento. Proeza, façanha , feito — animo,
Procedido, causado, motivado,ori- coração, esforço, valor.
ginado— morigerado. Profanação, impiedade, irreverên-
Procedimento , comportamento, cia, sacrilégio — abuso.
proceder. Profanar , abusar — deshonrar,
Procella , borrasca , tempestade, violar — contaminar, manchar,
temporal, tormenta. polluir — deteriorar.
Proeclloso, bravio, tempestuoso, Profano, impio, irreverente— tião-
tormentoso. sagrado. [ciar.
Proceridade, altura. Proferir,articular, dizer, pronun-
Procero, alto, corpulento. Professar, ensinar — practiear —
Processar, instruir — julgar. prometter.
Processo, encadeamento , serie — Professor, lente, mestre.
progresso — autos. 1'roficuo, proveitoso, útil.
Proclamação, acclamação—bando, Profissão, estado, mister, officio —
pregão. declaração.
Proclamar, apregoar — acclamar Prolligado, debelladn, derrotado,
— promulgar. desbaratado, destruído.
Proco, amante — pretendente — Prolligar , derrolar , desbaratar,
magnata — príncipe. romper.
Procrear, engendrar, gerar — cau- Prófugo , fugitivo — desterrado,
sar, produzir. [quiza. exiliado— errante, vagabundo.
Procura, busca, cata, exame,pes- Profundar ou Prolundear, afundar
Procurado, buscado—diligenciado — indagar, penetrar.
— sollicitado. Profundeza ou Profundidade , al-
Procurar, buscar, catar — acquirir tura, fundo, fundura —penetra-
— negociar. ção, sagacidade.
Prodigador, largueador, liberal — Profundo , fundíssimo — grande,
dissipador. vasto — abstruso — humilde —
Prodigalidade, largueza.^rofusão (s.) mar — Averno — inferno.
— abundância — desperdício. Profusão , excesso , sobejidâo —
Prodigar ou Prodigalizar,larguear exorbitância, superfluidade.
— dissipar, estragar. Profuso, largo, liberal, pródigo —
Prodígio, milagre — maravilha , abastado, copioso, farto.
monstruosidade— obraprima. Progénie, filhos, prole — casta,
Prodigioso, extraordinário, m a r a - geração — ascendência, descen-
vilhoso, milagroso, portentoso. dência — estirpe, progenitores,
Pródigo, desperdiçador, dissipador, prosápia —família.
gastador—generoso, largo, libe— Progenitor ou Primogonitir,as-
Proditor, traidor, tredo. [ral. cendente — pai — avô.
Proditorio, aleivoso, atraiçoado. Progressão, continuação, serie.
Producção,geração — procreação Progresso , adiantamento , conti-
—obra.
effeitorenda
Productivo,
Producto. —producente
produclo—escriplo,
— resulta,
— lucroso.
resul- nuação
Prohibição,
mento
ção, — — augmento.
altura — melhora-
impedimento,
intcidieção. inhibi-
226 PRO » PRO
Prohiblr, defender, vedar — pre- prognostlcação, vaticínio — adi*
servar, prevenir. vinhação.
Projectar, delinear, idear. Pronunciar, articular, dizer,enun-
Projecto , desígnio — empresa , ciar, proferir—ordenar, regular.
traça — commettimento, prc- Propagação, multiplicação — aug-
tenção. mento, progresso — extensão.
Prol, lucro, proveito, utilidade — Propagar, augmentar — multipli-
(pi.) precalços. car — ampliar, dilatar, estender.
Prolação,pronuncia, pronunciação. Propagem, mergulhia.
Prole, descendência, filhos, gera- Propender, inclinar, pender.
ção, raça. Propensão, inclinação, pendor, ten-
* Prolfaça, embora, parabém. dência — indole.
Prolificar, gerar, procrear. Propenso, disposto, inclinado.
Prolixidade, extensão, l o n g u r a — Prophecia ou Profecia, predicção,
diffusão. revelação — prognostico, vaticí-
Prolixo ou Proluxo , comprido, nio — conjectura, presentimento
dilatado,extenso, longo — fasti- — adivinhação.
dioso, tedioso — impertinente— Propheta ou Profeta, adivinho,
odioso. arúspice, augur — vate.
Trologo , anleloquio . prefação , Propheiarou Prophelizar, annun-
prefacio— preambulo. ciar, predizer, prognosticar, vati-
Prnlongação, alongamento, conti- cinar.
nuação, prorogação — demora, Prophetico ou Profético, augu-
dilação. rante, fatídico.
Prolongado , dilatado , diuturno, Propicio, b o m — clemente, indul-
extenso, longo. gente — amigo — fácil — pros-
Prolongar, alargar, dilatar, espa- pero — benéfico, benigno.
çar, estender — temponsar — Propinquidade, proximidade, visi-
retardar. nhança.
Promessa, prometlimento — voto Propinquo, chegado, pervinco,
— obrigação. próximo, visinho — imminenle.
Prometter, assegurar — indicar — Propor, representar — declarar,
presagiar. expor — a p o n t a r —tencionar.
Prometter-sc, esperar. Proporção , analogia, congruên-
Promíscuo, confuso, misturado. cia, similhança — conlormidarte,
Promissão , promessa, prometti- igualdade — idoneidade.
menlo. Proporc*6iado, competente, con-
Promoção, nomeação — elevação, gruente, côngruo, idóneo, justo,
exaltação. [lar. prnprio, respectivo.
Promover, adiantar—elevar, exal- Proporcionar, accommodar, ajus-
Promplidão,actividade, diligencia, tar, igualar.
presteza — facilidade—attenção. Proposição, allegação, asserção,
Prompto ou Pronto, accelerado, these — projecto — problema,
veloz — activo, vivo — fácil — questão, lheorema — promessa.
expedito — corrente — lépido. Propósito, deliberação, resolução
Proinptuario, resumo, s u m m a . — intenção, intento —assumpto,
Promulgar, divulgar, publicar. sujeito — juizo, prudência —
Prono, inclinado, propenso. commodidade — aptidão.
Ironosticar ou Prognosticar, au- Proposta, proposição— offerta.
gurar,
Pronostico predizer
adivinhar. —
nuncio , predicção
ou Prognostico
conjecturar—
, presagio
, an-, Pro|iosto,
Propriamente,
niente,
(».) caixeiro.
justamente.
declarado,
acertada,
exposto
conve-

PRO PRO 227
Propriedade, essência, natura — ajoelhar — abater-se, huuii-
direito, domínio. [nhor. Ihar-se.
Propriclario, dono, possessor, sc- Prolccção ou 'Proteição, amparo,
Proprio, particular, peculiar — arrimo, patrocínio — abrigo, re-
apto, commodo—adequado, coli- fugio — favor, graça — advo-
gi uente, conveniente — assimi- eatura.
liiado— verdadeiro — m e s m o — Protector, padrinho, paranympho,
amigo — (s.) messageiro. patrono — defensor.
Propugnaculo, fortaleza — defesa. Proteger, apadrinhar, paranym-
Propulsar, rebater, rechaçar. phar, patrocinar — amparar, de-
Prorogação, dilatação (de tempo). fender, favorecer— fomentar.
Prologar, alermar — alargar, a m - Protegido, apaniguado, valido.
pliar, dilatar — renovar. Protervia, desaforo, insolência.
Prosa, oração-corrente — lábia, Prolervo, atrevido,desaforado, in-
lingua. solente — mau.
Prosapiu , ascendência, casla , es- Protestar, aflirmar, assegurar,cer-
tirpe, progénie. tificar, testimunhar.
Proscrever, expulsar, exterminar Protesto, affirmação, asseveração,
— banir, desterrar — condem- protestação.
nar — encartar. Prototypo, exemplar, modelo,
Proscripção, degredo, desterro, molde, original.
exilio, exlermiuio — confiscação Prova, razão — lestimunbo — en-
(de bens). saio, experiência — indicio, mos-
Proscripto, banido, desterrado, tra, signal.
exiliado, cxulado — encartado— Provar, saborear — ensaiar, expe-
confiscado, rimentar — commetter, tentar.
Prosccução", continuação, segui- Provável ou Probabil, verosímil.
mento — observância. Provecto, adiantado.
Proseguimcnto, continuação, pro- Proveito, beneficio, conveniência,
seguição, seguimenlo. fruclo, ganho, interesse, lucro,
Proseguir, continuar, ir avante — prol, utilidade — galardão.
prolongar. Proreitoso,frucluoso,lucroso,pro-
Proselylo, estrangeiro —peregrino fícuo, vantajoso, útil.
— converso. Prover, "açaimar, aprovisionar,
Prosperar, avultar, medrar. baslecer, fornecer, fornir—exa-
Prosperidade, felicidade, fortuna— minar, rever.
augmento, medra. # Provérbio, adagio, paremia, pro-
Prospero, afortunado , ditoso , loquio, rifão.
fausto, feliz — benigno, favorá- Providencia, presciência—cautela,
vel , propicio — bonançoso. previdência.
Prostíbulo, alcouce, bordel, lu- Próvido ou Providente, allento,
panar, [gem. cuidadoso, diligente, sollicita —
Prostituição, devassidão, libei lina- breve — prudeute — sábio —
Prostiluir-se, desbonestar-se, dc- acautelado,cauto— previsto, vi-
vassar-se. gilante — avisado.
Prostituta ou Prostituída, mere- Provido , abastecido — curado ,
triz, pula, rameira. tractado — considerado , exami-
Prostração, genuflexão — reveren- nado, visto.
cia, zumbaia — abatimento, fra- Provimento, fornecimento, provi-
Proslrar-se
litar,
queza.enfraquecer.
Prostrar, ou derrubar
abater, Prosternar-se,
— debi- são — mantimentos,
—nistração
nomeação
providencia.
—— attenção
cuidado —viveres—
— exame
admi-
228 PUE PUS
Provinda, comarca — paiz, região. Pugilo, punhado.
•Provinco, parente, piopinquo — Pugna, peleja.
(í.) parentela. Pugnar, combater, pelejar— fer-
Provir, descender, nascer, origi- cejar — defender.
nar—se, proceder, vir. Pugnaz, guerreador, guerreiro,
Provisão, açaimo, provimento, vi- Puir, polir. [pelejador.
tualhas, viveres, ele— mantença, Pujança, força, poder — excesso.
sustento — economia — decreto. Pujanle, poderoso — suberbo.
Provisório, provisional. Pujar, superar.
Provocar, excitar, incitar — esti- Pular, saltar — bater, palpitar —
mular — agastar, assanhar, irri- estremecer— pullular— medrar.
tar — desafiar — constranger, Pulha, chufa — carapetão — es-
obrigar. carneo, motejo — r e m o q u e .
Provocativo, incitativo. Pullular, brotar— multiplicar.
Proximidade, achegamento, con- Pulo, salto — cambeta — estreme-
tiguidade, propinquidade, visi- cimento—emoção — palpitação.
níiança — parentesco. Pulsar, excitar, instigar —ferir,
Próximo, chegado, conjuncto, pe- tocar — baler.
gado — perto, propinquo, ri- Pulso, punho — pulsação.
sinho. Pulverisação, esbroação, esbroa-
* Pru, custo, emporte, preço. dura,esbrôo.
Prudência, circumspecção, consi- Pundonor, ponto-de-honra.
deração — sabedoria, siso— as- Pungente, agudo, penetrante, pi-
sento, propósito. cante, pungitivo.
Prudente, discreto — sábio, sa- Pungimento, remorso —estimulo.
picnlc — aceitado —justo — r e - Pungir, picar— morder, mordicar
catado— advertido. [chão. — estimular —(n.) apontar.
Pruído ou Prurido,cócegas, comi- Punhada, murro, seco.
Prnir, comer. Punhar, apunhar, empunhar —
Prumo, perpendiculo — sonda. pugnar.
Psalmo ou Salmo, cântico, h y m n o , Punho, pulso — punheta.
ode, ele- Punição, castigo, pena.
Pseudo, falso. Puniceo, rubro, vermelho.
Pua, bico, ponta — bredequim — Punir, castigar.
Publicação, indicção. [garfo. Punível, penavel — penal.
Puhlicano, assentisla, cobrador- Puramente, casta, limpamente.
de-rendas. Purez;wcastidade— innocencia —
Publicar, divulgar, vulgarisar — limpeza —candideza.
preconisar — pregoar— promul- Purgar, limpar, purificar —expiar
gar—manifestar. — justificar.
Publico, conhecido, manifesto, no- Puro, casto, honesto — extreme—
tório — (».) gente, povo. limpo , purificado — innocente
Púcaro," aceter, caneca. —singelo — immaculado, virgi-
Pudendo, pudibundo, vergonhoso. nio — condido — claro, crysial-
Pudicícia, castidade, honestidade, Purpura, tyrio. [lino,
honra, pureza. Purpúreo ou Purpurino, nacarado,
Pudica, casta, honcsla, modesta. punioeo, purpuro, rosado, rosco,
Pudico, casto — honesto — vergo- rubicundo , rubro , sanginco ,
nhoso. vermelho.
Pudor,
Puerperio,honeslidado,
Puerilidade, puerícia.modéstia — Pus,
pejo, vergonha.
parto. matéria
tímido.
Pusillaiiime
barde, — psçonha.
fraco,
ou Pusillanimo,
imbelle, poltrão, co-
QUA QUE 229
Pusillaniinidadc, cobardia, fraque- Quebra, quebradura —diminuição
za, timidez. — detrimento — abatimento —
Pústula, bostella. falha — desunião — peoria —
Pula,meretriz, prostituta,rameira. perda.
Pulrcfacção, apndrecimcnto, cor- Quebrada , alcantil , barranco ,
rupção, podridão. " haynnça,precipício — rotura—
Putrefacto,corrupio, podre. arrecife.
Putrcfaclorio, corrompedor. Quebradiço, frágil, vidrento.
Pútrido, corrupio, i m m u n d o — t ú r - Quebrado, fracção— (adj.) fallido
bido — fétido. — desanimado, quebrantado —
Putrificar, apodrecer, corremper. abatido — desavindo.
Puxar, (irar per... — alar—estirar Quebradura,fractura, quebra.
— anancar — attrahir, inclinar, Quebrantador, infractor, violador.
trazer. Quebrantamento, rotura — infrac-
Puxo, esforço — cólica -tenesmo. ção, violação — abatimento, de-
Pyramidal , agudo , pontiagudo , bilidade.
pontudo. Quebrantar, infringir, violar — ar-
r o m b a r — q u e b r a r , diminuir (a
Q força, He.).
Qnebrantar-se , desanimar-se —
Quadra, eslação,sazão — conjunc- enfraquecer-se.
tura, occasião. Quebranto, fascinação , olhado —
Quadragésima, quaresma. dcsfallccimcnto — desastre —
Quadrar, accoinmodar-se — belar, tristeza.
conjunctar, assentar — agradar. Quebrar, arrombar, britar, desfa-
Quadril, anca, coxa—(pi.) cadeira-. zer — desunir, separar — que-
Quadrilheiro , algua/.il, beleguim, brantar— annullar — abater —
esbirro. abrandar —interromper — d o -
Quadro, quadrado — painel, pin- brar, voltar — (n.) fallir— dimi-
tura, retábulo. Quebro, inflexão— trinado, [unir.
Qualidade ou"Calidadc, attribulo, Queda, cabida, cabimento, tombo
natura , propriedade — dote, — declinação, pendor — baquo
prenda — condição, m a n h a — — decadência, ruina —quebrada
emprego — grau. j§ — geito, propensão.
Qualificar , caraclerisar — d e n o - Quedar, reslar — cessar, descon-
minar — censurar (livros). tinuar— aquietar.
Qualquer, algum — quemquer. Quedo,fixo,immobil, quieto.
Quantia, conta, porção, s o m m a . " Quejando ou Q u e jando , de que
(jiiant dado, cxlcnsão, grandeza — qualidade ? que tal?
abundância, alllueneia — multi- Queimo, abrasamento, combustão,
dão, numero — força. incêndio.
Quantioso,avultado, n u m e r o s o — " Queimação, Queimada ou Queima-
abastado, rico. dura, abrasamento, incêndio,
Quarta, bilha, cântaro, infusa. qucimamenlo.
Quartão, medalhão, larja. Queimado , abrasado — tisnado,
Quartel, aquarlelan.cnlo, caserna tostado.
— estação. Queimar , abrasar — escaldar —
Quailo, aposento, camará. resicar — desbaratar, gastar.
Quasi, cerca, perto, próximo. Queixa , queixume , "queríma —
Quatriduo, quatro dias. clamores, lamentos, lastimas —
111. choro
• tamento
doença. — —suspiros—desconten-
querela — achaque,
230 QUI RAC
Queixada, queixo. Quimera ou Chimera, impossível—
Queixar-se , aquclxar-se, clamar, ficção — visão — desvario —
lamentar—doer-se—querelar-se. sonho.
Queixoso, lamentoso, lastimoso — Quimérico ou Chimerico,fabuloso,
aggravado , offcndido — quero- falso — imaginário, phantaslico
loso. — frívolo, vão — aerio — insub-
Queixume, queixa — aggravo, of- sistente —impossível.
fensa — querela. Quina, angulo, canto, esquina.
Quelha, calha, cano. Quinhão, pitança, ração — parle,
Q u e m , que pessoa ? — qual, que porção.
— u m outro — (adv ) àquem, de Quinhoeiro, participante — com-
ca — d a parte inferior. parte, sócio.
Quente, cálido, caloroso — abra- Quinquagesimo, cincoenta.
sado — forte, perlioso (combate, Quinta ou Quinta, casa-de-campo,
etc). casal, fazenda, herdade.
Quentura, calma, calor—activi- Quinta), cerca, cercado — jardim
dade, energia. — horto.
Querela ou Querella , ' queixa — Quinteiro, abegão, caseiro.
causa, demanda. Quisto, amado, estimado, querido
Quercloso ou Querelloso, quere- — visto.
lanta — lamentoso, queixoso. Quitamento, desquite, divorcio —
Querena, calafetaçSo — limpeza — quitação, quitança, recibo.
mostra. Quitar , desobrigar — poupar —
Quercnar, alcatroar, calafetar — impedir, tolher, vedar— tirar.
limpar. Quitar-se, desquitar-se, divorciar-
Querença, mostra, vontade. se —apartar-se — emendar-se
Quercuçoso, benévolo— amoravcl, Quitasol ou Quita-sol, chapeo-dc-
amoroso —desejoso. sol —sombreiro.
Querer , desejar — consentir — Quilc ou Quito, desobrigado —
exigir, mandar — procurar — tirado.
suppor — (J.) desejo, vontade.
Querido,amado, quisto.
R
Quotidiano,diario,diurnal,ditirno.

Questão , controvérsia, disputa — Rabalde, aatfbalde, subúrbio.


liligio — exame — pergunta — Rábido, embravecido,enfurecido,
duvida. furioso, irado, raivoso.sanhudo.
Questionar, argumentar, discutir, Rabiscar, riscar, traçar, tracejar.
ventilar, Rabiscas, riscos, traços.
uestuoso, lucroso, proveitoso. Rabo, cu, trazeiro — cauda.
uiçá ou " Quiçais, per ventura — Rabolaria, bravatas, feros, roucas.
q u e m sabe; — talvez. Kabudo, caudato.
Quicio, gonzo. R a b u g e m ou Rabuge, sarna —
Quietação, socego, tranquillidade aborrimento, m a u - h u m o r .
~ paz —descanço, ócio, repouso Rabugento.impcrtinente—melan-
— bonança, serenidade. cólico, Iriste.
Quietar, aquietar , socegar, tran-, Raça, casta — descendência, famí-
quillar. lia, geração linhagem.
Quieto, immobil, quedo — calmo, Ração ou Kcção, pitança, regra—
socegado, tranquillo — pacifico, porção, quinhão.
plácido —descançado, repousado
— brando, sereno — manso.
Quilha,
Quigilha,
paihia, baixel,
grima.
Quigila
nau,
ou navio.
Quijila, anti-
RAN RAS 23Í
Racha, eiva — fenda, greta. Rancldo, rançoso.
Rachadcla ou Rachadura, abertu- Rançoso, rancido — velho, usado.
ra, fenda, racha. Rancor,aversão, ódio, resentimen-
Rachar, abrir, fender, partir. Rangue, ralho, resinga. [to.
Itacimo, cacho. Ranho, monco, muco.
Raciocinação ou Raciocínio, dis- Rapace, ladrão, rapinante, rouba-
curso — concepção — juizo — dor — ávido.
demonstração. Rapacidade, rapina — cubica.
Raciocinar, discorrer, discursar. Rapar, furtar, roubar— raspar.
Racional, arrazoado, racionavel. Rapariga, moça, mochacha, moci-
Radiante , brilhante , resplande- nha, rapaza.
cente, scinlillante. Rapaz, adolescente, mancebo, m o -
Radiar, raiar — brilhar, luzir, res- ço — (adj.) rapace.
plandecer, scinlillar. Rapaziada, cachopice.
Radicado, inveterado — arraigado. Rapazinho, cachopo, crianço.
Radicar, arraigar. Rapidez, celeridade, ligeireza, ve-
Radioso, radiante. locidade — vehemencia.
Rafa, forno, galga, gana. Ilapido , accelcrado , arrebatado,
Rafado , faminto — miserável — célero, ligeiro, veloz.
pobre. Rapina, pilhagem,roubadia,roubo
Rafeiro, mastim, mollosso,sabujo. — presa.
Raia, confim, limita, termo — bali- Rapinar, furtar, pilhar, roubar.
za, demarcação, estrema, marco Raposa, zorra.
— bulia — arraia (peixe). Raposeiro ou Raposo, arteiro, as-
Raiar, radiar — (a.) listrar—riscar. tuto, manhoso.
Raigotas, raízes. Raposia, aslucia, manha.
Rainha, princeza , soberana — a Rapto, roubo — alienação, enleva-
principal. ção, extasis— arrebatamento.
Raio, luz,resplendor. Raptor, arrebatador, roubador —
Raiva, hydrophobia, rabia — arre- levador.
nego, colora, furor, ira, rancor, Raridade, rareza.
sanha. Raro , extraordinário , insólito —
Raivoso , enraivecido , rábido — exquisito — estranho, peregrino,
irado, iroso — desesperado. . singular — inestimável — espe-
Raiz, pe—assento,estabelecimento cial, especioso — exceltente, exí-
— causa, origem, pri^ypio. mio, insigne — liquido —poroso,
Rajada, relega, liitão. ralo — incomparável.
Ralhar,agastar-se, enfadar-se. Rasar, arrasar — cogular — arru-
Ralhos , ameaços — algazarras, nbar.
gi ilarias. [raro. Rascoa, aia, ele. (desenhoras).
Ralo, ralador—(adj.) não-espesso, Rascunhar, bosquejar, delinear.
R a m a , ramada, ramagem, ramos. Rascunho ou Riscunho , delinea-
lt.-im- ira. loureira, meretriz, pros- mento — borrador — minuta —
tituta, puta. escorçado, escorço.
R a m o ou Ramalho, rama — rami Rasgado, aberto , fendido — I ace-
ficação — divisão — estrophe — rado, roto — extenso, grande —
estanca — taberna. longo.
R a m o s o , frondente , frondifero, Rasgadela ou Rasgadura,abertura,
frondoso, ramifico. sisura — rasgão, rotura.
R atenda.
Rancho,
dade
m p a ,— ladeira.
bando,
camaradagem—barraca,
facção , parciali- Rasgar-se,
Rasgão,
Rasgar,
per — farpa,
esfarrapar,
fender,
abrir-se,
rasgadura.
surcar.
lacerar,rom-
fender-se.
232 BES REC
Rasgo, lar.ce —traço. Rebeldia, rebellião, revolta — re-
Roso, nu, rapado — calvo — m a - Itebelhar, reverberar, [sistencia.
nifesto — claro — simples — Rebelião, manhoso — indócil, in
plano, u n i d o — d e m o l i d o — r a s - tranctavel — recalcitro.
p a d o — aborto. Rebellar-se, revoltar-se —teimar.
Rastear, Rastrear ou Rastejar, in- Rebellião ou Rcbellia , levanta-
dagar — requestar — imitar — mento, revolta, sedição — tur-
entrever. bulência — motim — desobe-
Rasteiro, térreo — baixo, humilde diência.
— rojante — vil— c o m m u m . Rebentar, arrebentar, estalar, es-
Rasto ou Rastro, pista , pizada, toirar — trincar— brotar.
signal — vestígio— rastilho. Rebique, arrebique , côr, postura,
Rasura, limalha, raspas. untura.
Ralar, roer. Rebo, caliça, cascalho, fie.
Ratificar, auetorisar , approvar, Rebolar, rodar, rolar—saracotear,
confirmar. trebelhar.
* Ravinhoso, impertinente, rabu- Rebolar-se, rebolcar-se, rolar-se.
gento. Reboliço, bulha, desordem,motim.
Razão, inlendimenlo, juizo — dis- Rehombar, Ribombar ou R i m b o m -
curso — argumento , prova — bar, retumbar, soar-
causa, motivo, pretexto — equi- R e b o m b o , Ribombo ou Rimbombo,
dade, justiça — jirobidade—com- retumbo.
puto, conta — l e i — o r d e m . Reboque, sirga, tirão, zerro.
Razoado ou Razoamento, arrazoa- Rebotalho, refugo, resto.
» do, discurso, falta. Rebotar, embotar — rechaçar, rc-
Razoar, discorrer, discursar, fallar. pellir.
Razoável, coiivinbavel,racionavel. Rebuçado, embuçado — dissimu-
Real, realengo — generoso, liberal lado, encoberto.
— justo — excellente —grande, Rebuçar, embnçar-se — dissimu-
magnifico, nobre, pomposo, su- lar, esconder, occultar
berbo —augusto, magestoso, ré- Rebuçar-se, disfarçar-se.
gio, soberano —existente. Rebusnar, ornear, zurrar.
Realçar, elevar, exallar — embel- Recacbar, alçar, erguer, levantar.
lezar, ornar — gabar, louvar. Reeachar-se, endireitar-se, ento-
Realce ou Realço, esplendor, lus- nar-se.
tre, luzimenlo. Recadar, arrecadar, cobrar.
Realidade, certeza — «Deito, exis- Recado,(fiandado , messagem —
Realisar, verificar. [lencia. cautela, prudência — lembrança
Reassumir, rocobrar, recuperar. — segurança — provimento —
Rebanho, * falo — grei — comiti- reprehensão. w»
va, companhia. Recabir ou Recair, reincidir — c a r -
Rebate, alarma — susto — ataque regar sobre...
— ameaço—diminuição—noticia. Recalcitrante, recusante, renilcne,
Rebater, rechaçar, rcpellir,repul- repugnante — rebelde.
sar, resistir —reflectir — refutar Recalcitrar, desobedecer, resistir.
— descontar. Recamado, bordado.
Rebatimento, rebate — repercus- Recamadura, bordadura, lavor.
são, reverberação. Recamar, bordar, realçar.
Rebocar, lançar, vomitar. Recamo, bordado, lavor.
Rcbel,
reluetante.
dicioso
diente,Rovel
—indócil
opiniático,
ou Rebelde,
— revolloso,
pertinaz
desobe-se-— Recanto,
Recatar,
Recatado,
prudente acautelar,
anco,
avisado,
— modesto.
canto,
resguardai'.
circomsjecto,
reconcorio.
REC REC 233
Recato, modéstia — preoaução Recolher— , memorar — apanhar,
prudência. [temer. colher, tomar — guardar — abri-
Recear ou Rcceiar, apprehender. gar, asylar — albergar, alojar —
Receber, aceitar, tomar — adoptar reconduzir — colligir — encolher
— soffrer, supportar — arreca- — haurir (agua).
dar — aparar— admillir. Recolhida, clausurada, reclusa —
Receber-se, casar-se. (s.) recolhimento — retirada.
Recebimento, acolhimento, recep- Recolhido ou " Hecolhcito, encer-
ção — aceitação, admissão — ca- rado, recluso — composto , m o -
samento, vodas. desto.
Recente, fresco, novo, tenro. Recolhimento, encerro — retirada
Recêo ou Receio, approhensão, — esvão — receptáculo , vão —
arreceio, medo, " recciança, sus- hospicio — dormitório — claus-
to, temor — suspeita. tro, clausura — abrigo, asylo —
Receoso ou Rcceioso, medroso,tí- estada—abstracção—meditação.
mido , timorato — desconfiado, Recommendação, estima —instan-
suspeitoso. cia —civilidade—honra, respeito
Recepção, acolho, recebimento — — adjuda, favor, protecção.
admissão, introducção. Reoommcndar , encarregar, en-
Receptáculo , abrigo , acolheita , commendar —rogar — louvar—
asylo, retiro,valhacouto —covil. favorecer, proteger.
Rechaçar, desviar — rebater, re- Recommendavel, estimável, hon-
peliu-, repulsar — lançar. roso, respeitável.
Rechaço, rebatimento — reacção Recompensa ou Recompensação,
— estorvo — repulsa. compensação, satisfação — gra-
Rechear ou Recheiar, abarrotar, tificação, remuneração — galar-
encher. dão, premio— paga, salário.
Rechinar, ranger, tinnir. Recompensar, compensar, satisfa-
Rechino, estridor, rangido. zer— gratificar, remunerar —
Recibo, descarga, quitação. galardoar, premiar.
Recife, arrecife, escolho. Reconciliação , accommodação,
Recinto, âmbito,circuito, precinto. paz, união.
Recio ou Rocio, praça, ferreiro — Reconciliar,accommodar, amigar,
borrifo, orvalho. eongracar — ajustar, compor.
Recipe, receita. [tuo. Recôndito, encoberto , escondido,
Reciproco, alternado, mutual, mu- oceulto — desconhecido — não-
Recitar, declamar -l «ontar, narrar vulgar —secreto.
— representar. Reconhecer, confessar, declarar —
Reclamar , implorar , invocar — averiguar, examinar —conside-
revindicar — negar , recusar — rar, observar — notar , ver —
(«.) resoar, retumbar — repetir. explorar —julgar — remunerar.
Reclamo, assobio — attractivo, en- Reconhecido , agradecido , grato,
godo. obrigado.
Reclinar, dobrar, indinar—deitar, Reconhecimento ou Reconhecença,
encostar, recostar. [costo. " aconhecimento, agradecimento,
Reclinatorio, almofada, coxim, en- gratidão—confissão—lembrança.
Reclusâo, encerramento, encerro. Recontro, couflicto, encontro, pe-
Recluso, encerrado, recolhido — leja.
fechado — encarcerado, preso. Recopilação, compendio, epilogo,
Rccobramento,
Recobrar,
Recoclo,recozido.
ção. recuperar,
recobra,
rebaver,
recupera-
[tomar.
re- Recopilar,
Rccopilador,
mislã.
epitome, abreviar,
resumo,
abreviador
summa.
compendiar,
[resumir.
, epito-
234 RED REF
Recordação, lembrança, memoria, Redemir, remir, resgatar.
rememoração. Redempção, resgate — livramento,
Recordar, relembrar, rememorar. salvamento.
Recorrer, dirigir-se a... — soccor- Redemptor ou Redentor, remidor,
rer se a..., valer-se de... — con- resgatador, salvador.
certar— examinar — repassar— Redhibir, encampar.
acudir. [se. Redil, aprisco, bardo, curral, m a -
Recostar-se, encostar-se, reclinar- lhada — grémio.
Recosto, cabeço , combro — costa, Redingoteou Reguingote, casacão,
ladeira — encoslo. sobrecasaca.
Recova, cáfila (de bestas). Redivivo, resuscitado.
Recoveiro, almocreve, bagageiro. Redobrar, augmentar, reduplicar
Recreação ou Recreio, allivio — — dobrar, repetir,resegundar —
divertimento, passatempo—pra- amiudar— garga n tear—gorgear.
zer — desenfado, folga. Redolente, cheiroso.
Recrear, alliviar — alegrar, rego- R e d o m a , ambula, garrafinha.
zijar — desenfadar, divertir, en- Redomoinho, bolhão,gurgulhão
treter. sorvedouro, voragem — tuf.io,
Recrear-se.diverlir-sc, folgar. turbilhão.
Recreativo , divertido , foígaz — Redondamente, circular , franca,
gostoso. promptamente.
Recrescer ou Recrecer, exceder, Redondeza, rotundidade — globo,
sobejar. mundo, orbe.
Recruta ou Recluta,conducta,leva Redondo, circular, espherico, glo-
— (adj.) bisonho. boso, orbicular, rotundo — m a -
Rectidão, direiteza , rectitudo — ciço — convexo.
integridade, inteireza. Redor, arredor, contorno.
Rectificar, corrigir, emendar. Reducção, diminuição, subtracção
Recto , direito, igual — integro , — minoria — enfraquecimento.
Recuar, arrecuar. [justo. Redundância, sobejidão, superflui-
Reçumar, escorrer, resudar. dade — desperdício — demasia,
Recuperação, recobramento. excesso, exuberância — loquaci-
Recuperar, cobrar, recobrar, reha- dade, [fluo.
vcr. Redundante, nimio, sobejo, super-
Recurso, remédio — soccorro — Redundar, trasbordar — super-
refugio — expediente , regresso abundar -Resultar.
— appellação. Reduplicaçãôy redobro, repetição
Recurvar, curvar, encurvar, incli- — augmento, crescimento.
nar, torcer. [eido. Reduplicar,dobrar, redobrar, re-
Recurvo, curvo, recurvado, tor- petir — augmentar, crescer.
Recusa ou Recusação, denegação, Reduto ou Reducto, força, forte,
negativa, repulsa. fortim — molhe.
Recusar, engeitar, refusar, rejeitar, Reduzir, constranger, obrigar —
renuir — negar. domar, submetter — r e s u m i r —
Redarguir , replicar — refutar convidar — persuadir—annexar,
recriminar — aceusar — con- encorporar— traduzir— mudar.
demnar. Refalsado , atraiçoado — engana-
Reddito, renda , rendimento — In- dor, falso, velhaco.
teresse, lucro. Refazer, restabelecer —recuperar,
Rede,
Rédea, lucilo,
armílha,
maího.eíc.
brida, —nassa,
engano,
freio, (arrafa,
coifa—
laço.
loro. tras- Refazer-se,
armadilha, emendar s e ——restabelecer-se
mar, reparar.
forçar completar — —refor-
prover-se. re-
REF REG 235
Refccer, arrefecer, esfriar — entl- Refrega,lufada, refega —batalha,
biar-se. briga, conllicto, peleja.
Refega, lufada, pegão,rajada, tu- Refrescar, afrescar, refrigerar —
fão — sohresalto. esfriar — engrossar , reforçar —
Refeição, alimento, comida — sup- renovar — recordar — enrijar—
p ri mento. refazer.
Refeito, restabelecido — convales- Refresco, refrigeraçío, refrigério
cido — gordo,obeso. — reforço — (de tropas, ele).
Referir, contar, dizer, narrar — Refrigerante, refrigero.
alludir, attribuir. Refrigerar , refccer , refrescar —
Rofcrta, altercação, disputa—por- acalmar, alliviar — confortar.
fia — briga — contenda. Refrigério ou Refrigeração, re-
Refertar, contender, controverter, fresco, resfriamento — allivio,
resistir — d e m a n d a r , requerer — consolação.
contradizer, impugnar. Refugiar-se, acolher-se, acoutar-
Referver, fermentar — azedar-se se — retirar-se.
— allerar-se, corromper-sc. Refugio, acolliida,aufugio, guarida,
Refinar, afinar, purificar. valhacouto — asylo , couto —
Reflectir, rcsnrlir — repercutir, abrigo, amparo, sombra — re-
reverberar— meditar, ponderar curso, regresso.
— considerar, reparar — adver- Refugo, rebotalho — escoria.
tir, observar. Refulgencia, luzeiro, resplandor.
Rellex o, repercussão, reverbera- Refulgente , brilhante, luminoso,
ção — consideração, meditação, resplandente. [cer.
ponderação — advertência, re- Refulgir, brilhar, luzir, resplande-
paro. Refusar, recusar, rejeitar — dene-
Reflexo, reflexivo— (».) reverbero gar, negar. [resposta.
—reflexão. Refutação, confutação — replica,
Refocillaruento, alento — allivio — Refutar, confular, contradizer —
prazer, recreio, regozijo. destruir, dissolver — replicar,
Refocillar, alliviar —alentar — fo- responder, retrucar.
mentar — alegrar , recreiar — Rcgabofo, folgança — banquete,
agaz.alhar. festim — alegrão.
Rcfolhado, dissimulado, dobrado— Regaça ou Regaço, seio — centro,
embusteiro, enganador, velhaco. meio — grémio.
Rcfolhamento ou Refolho, dissi- Regadcira. enxurrada, levada.
mulo,dobrez,fingimcilTo, rebuço Regalar, divertir, lestejar — gra-
— vclhacada —impostura. tificar.
Reforçado, fortificado — alentado, Regalia, prerogativa, privilegio —
robusto. dignidade, direito, jurisdicção
Reforçar, esforçar, fortificar. (do soberano).
Reformar, mudar —restabelecer— Regalo, acipipe — banquete, fes-
diminuir— despedir — corrigir, tim — m i m o , presente— deleite,
emendar. delicias— manguito.
Reroucinhado, riçado —carrancu- Regar, aguar, banhar, molhar —
do, carregado. borrifar — humedecer.
Retracção, quebra. Regateira, collareja — peixeira.
Refracto, quebrado. Regato, arroio, remanso, ribeiro.
Refrear ou Rerreiar.oçamar, bridar Regelar, congelar, enregelar.gelar.
enfreiar
—regero m—a r,humilhar.
datalhar ,reprimir
conter —, impedir
, subjugar, governar,
— Regelo,
submetter Regência,
Reger,
duzir,dirigir,
guiar.
caramelo,
governo.
governar
geada,— [neve.
gelo,
con-
236 REI P.RiM
Região, paiz, terra — plaga — par- Rejeitar, enjeitar, recusar — des-
tida— ceo. prezar — excluir.
Regime ou Regimen, administra- Relação, narração — connexão,
ção, direcção, governo — dieta. ] dependência, enlace — conver-
Regimento, direcção, governo — i sação, tracto — negocio — de-
dieta, regime — proceder, pro- ver — relação.
cedimento — directório, norma Relamborio, insípido, insulso.
— terço (de soldados). Relâmpago, relâmpado, relampo.
Régio, augusto, soberano. Relampaguear, relainpadejar, re-
Registar ou Registrar, enregistrar lampear, relampejar — fuzilar.
— moderar, regular — exami- Relatar, contar, expor, referir.
nar, ver — consultar, tractor — Relativo , concernente, tocante —
manifestar, mostrar. análogo, conforme, conveniente.
Registo ou Registro, imagem — Relatório, relação — descripção,
exame — chave — bica. exposição.
Rego, sulco — carril — abertura. Relaxação ou Relaxamento, fra-
Regozijante, alegre, folgaz. queza, frouxidão — descaimento
Regozijar, alegrar, divertir, re- — laxidão.
creiar. Relaxar, afrouxar — dispensar,
Regozijo, alegria, jubilo — festejo exemptar — perdoar — alargar,
— prazer. distender, laxar — subtrahir.
Regra, máxima, preceito — insti- Role ou Ralé, casta, espécie, es-
tuto — d o g m a — costume — lei tofa, laia.
— exemplo, modelo — norma, Relego, adega, cava — cclleiro —
ordem — pitança, ração — eco- talha.
nomia, moderação — menstruo. Releva, convém, cumpre, importa-
Regrado, riscado— justo, m o d e - Relevância, importância — v a n -
rado — frugal, temperado — a b s - tajem.
tinente, jejuador. [derar. Relevante, importante, notável —
Regrar, traçar — regular — m o - vantajoso, útil — necessário.
Regressuo ou Regresso, tornada, Relevar, absolver, dispensar, per-
volla — abrigo, refugio. doar — alliviar — pinlar— real-
Rcguarda, retarguarda. çar — (n.l cumprir, importar.
Regulação, dictame, regra. Religião, culto — crença, fe — de-
Regulamento, estatuto, lei. voção — escrúpulo — justiça,
Regular, uniforme — fixo — (v. a.) pontualidade — (falsa) seita.
dirigir, governar — regrar — Religioso^ devoto, pio — justo,
compassar, medir, pautar. recto — cenobitico, monástico—
Regularidade, uniformidade—exao- (r.) anachoreta, ermitão —frade,
tidão, pontualidade. Relinchar, rinchar.
Regulo reisinbo — basilisco. Relincho, rincho.
Rei ou Rey, imperador, monarcha, Relíquias, resíduos, restos, sobejos.
potentado, príncipe, soberano. Reluclancia , repugnância , resis-
Reinante ou Regnante, dominante. tência.
Reinar, dominar, governar, impe- Reluctar, repugnar, resistir — ba-
rar, mandar, senhorear. rafustar, debater-se. [coute.
Reincidência, recahida. Reluzente, brilhante, resplande-
Reincidir, recair. Reluzir, brilhar, lustrar, resplan-
Reino ou " Rcgno,estado, império, decer.
monarebia.
Reio,
Reiteração,
Reiterar,
arreio.
recomeçar,
iteração, repetição.
repetir. R erecolhimento,
m a n ç o —ouou
Remonecer
socego RRcmancscer,
eretiro
m a—n s refugio.
allivio o—, descanc
lago —o
ficar,
REM REP 237
restar, sobejar, sobrar— perma- afastado, ausente, retirado — es-
necer, perseverar. tranho — "semoto.
Rematar, acabar, concluir, con- Remover, revolver —afastar, alon-
summar, lindar, terminar— ex- gar, apartar— expulsar.
pirar, morrer. Rcmovimento, remoção—trasfega,
Remate, conclusão— acabamento, traspasso.
fim, termo. Remuneração, galardão, gratifica-
Remedar, arremedar, imitar. ção, premio, recompensa.
Remediar, curar, guarecer, sanear Remunerar , galardoar , recom-
— emendar. pensar.
Remédio, epilhema, medicamento, Renascente.pullulanle.
mezinha — expediente, meio — Renascido, recovado — resurgido.
Romeiro, remador. [auxilio. Render, submetter, vencer — dar,
Rememorar, lembrar, recordar. entregar— derrear — "pagar,
Remendado, atacoado, concertado restituir, satisfazer — prestar —
— malhado. produzir— (n.) estalar, quebrar.
Remendar, atacoar, conceriar. Render-se, ceder, entregar-se —
Remercear, agradecer. abater — afundir-se.
Remessar, arremessar. Rendido, submisso — reverente.
Remeller, enviar, mandar — con- Rendimento , reddito , renda —
fiar — entregar — demorar, di- submissão.
latar, retardar — moderar — per- Rendoso, fruetuoso, lucroso, pro-
doar — remitlir — aquiescer — duetivo.
arremelter. Renegado, apóstata, arrenegado.
Remetlida ou Reinellidura, assalto, Renhido, debatido, porfiado, por-
cominclliinento, investida. fioso.
Remexer, mesclar, misturar — Renhir, altercar, contender, dis-
inquietar. putar, porfiar.
Remir, redemir, resgatar— livrar. Renitência , contrariedade, re-
Remissão , intcrmissâo , intervallo pugnância — resistência.
— allivio — perdão — quitação Renitente, opiniático, teimoso, testo
— frouxidão. — repugnante.
Ilenhssivel, perdoável. Renitir, repugnar, resistir.
Remisso, deleixado, frouxo, negli- Renome, boa-fama, nome, nomea-
gente — libio. da, reputação.
Remitlir, perdoar — quitar — ce- Renovar , recomeçar , refazer —
der, deixar, largar » afrouxar. reanimar — instaurar , restabe-
Remoela, acinte, despeito,pirraça. lece»— reiterar, repetir.
Remoer, ruiuiar, ruminar. Renovo, pimpolho, vergonlea —
Remoer-se, raivar-se, zangar-se. novedio — effeilo.
Remoinho, redomoinho , lufão, Renque, ala, fileira —linha—serie.
vórtice. Renuir, recusar,rejeitar.
Remontado, distante, remoto — Renuncia ou Renunciação, demis-
alto, elevado — escondido. são, desistência.
Remontar-se, allear-se, elevar—se Renunciar, abdicar, ceder, deixar,
— ciisuberlieccr-se, enlonar-se. largar, resignar — desistir —
Remora, embaraço, eslorvo, impe- apartar-se.
dimento, obstáculo. Reo,accusado—culpado,criminoso.
Remorder, roer — picar, pungir- Reparar, concertar— emendar —
atormentar.
Remorso,
Remoto,
apartado, [trição,
arrependimento,
distante,
disjuncto,
longínquopezar.
separado
con-— pagar,
reformar,
(n.) — satisfazer
restituir
notarobservar, — —censurar,
aperfeiçoar,recobrar
retocar —
reflectir.
238 REP REP
Reparar-se, abrlgar-se, aoolher-se se —remotter-se — referir-se.
— forlalecer-se. Reposta ou Resposta, replica —
Reparo , attenção — concerto — refutação.
emenda — nota, reflexão — ob- Repotrcár-se, repimpar-se.
jecção — censura — renovação, Repousado , descançado, pacifico,
supprimento — r e m é d i o — exa- socegado,tranquilio — assente.
me, inspecção—defesa, muralha, Repousar, descançar, quietar, so-
trincheira — carreta — abrigo. cegar — dormir — morrer.
Repartição, distribuição — divisão, Repouso ou Repoiso , descanço,
membro, parte — partilha, qui- quietação, socego—paz—somno.
nhão, sorte. Reprehehder ou Reprender,"apras-
Repartir, distribuir— compartir, mar, arguir, exprobrar — inju-
dividir, partir —applicar—obri- riar, vituperar— censurar.
gar. Reprehensão ou Reprensão, aceu-
Repassar, entrelaçar, trançar — r e - sação, increpação — censura —
ler — in.) embeber, ensopar. syndicatura.
Repcllão, empuxão, sacudidura — Represa, interrupção, suspensão—
reprehensão — assalto —ataque. represadura,represália—exclusa.
Repellir, impellir, rebater, recha- Represar, deter, suspender — ata-
çar, repulsar— negar. lhar — suster — embargar, reter
Repentino, improviso, inopinado, — retomar.
inopiuo — subitaneo , súbito — Representação, apparencia, mostra
impensado, imprevisto, inspe- — ar, porle.
rado. Representador, imitativo.
Repercussão, reflexão, roverbera- Representar, figurar, m o s t r a r —
Repercutido, reflectido. [ÇÍo. descrever — declamar, recilar —
Repertório, index, taboada — ca- imaginar.
lendário. Reprimido, represso.
Repetanado ou Repetenado, inso- Reprimir, conter , moderar — re-
lente— inchado, suberbo — re- frear, sopear.
pimpado. Réprobo , condemnado, damnado,
Repetição, reiteração—frequência. prescito, reprovado.
Repetidamente, a miúdo. Reprochar, arguir, exprobrar.
Repetido, seguido , suecessivo — Reproche,exprobração, reprehen-
mutuo — assíduo, frequente, in- são.
cessante. Reprova ou Reprovação , desap-
Repetir, duplicar, iterar, reiterar, provaçâoj»?jeição.
segundar— replicar— narrar — Reprovar, desapprovar, improvar
continuar. — condemnar.
Repiar, arrepiar. Reptil ou Keptile, rojador, rojanlo
Repique, abalo,alteração—alarma, — (.*.) cobra, ele.
rebate — carrilhão. Repudiar, desquilar-se — abando-
Repleto, cheio, gordo, grosso. nar, deixar , desemparar — re-
Replica, resposta— coutradicla — jeitar.
repetição. Repudio, desquite, divorcio —
Replicar, responder , retrucar — abandono.
contradizer— refutar. Repugnância, renitência, resistên-
Reportação, comedimonlo, mode- cia — conlradicção, implicencia,
ração — modéstia, recato. opposição — rcluctaçáo — o b -
Reportar, conter , moderar — al- jecção, obstáculo — incompatibi-
Reportar-se,moderar-sc,
rar, respeitar.
cançar, conseguir, obter— refrear-
hon- Repugnante,
rio,
lidade.
opposloanlipathico,
— incompatível.
contra-
RE3 RES 239
Repugnar ou Itepunar, calcllrar, dissabor, pena —desprazer, sen-
renitir, resistir — obstar, oppor- timento — lembrança.
so — rcluclar — contradizer, Resentir, experimentar, sentir.
contrariar. Resentir-se, despertar — excilar-
Repulsa ou Repulsão, negação, re- se — advertir, dar fe — agastar-
cusa, recusação. se, oITcnder-sc.
Repulsar, negar, refusar —repellir Rescquido, murcho, secco — myr-
— rejeitar. rhado, queimado, torrado.
Reputação, fama, nome, nomeada Reserva, exccpç">o, restricção —
— credito, opinião — conceito. circumspecçâo, recato —discri-
Reputar, estimar, prezar— avaliar ção — refolho, rclrabimento.
— crer, pensar. Rescrvação, excepção, limitação,
Repuxo, esguicho — declividade, restricção.
pendor — escarpa. Reservado, guardado, preservado
Requebrado, amante, galante, na- — cauteloso , refolhado, retra-
morado. indo — prudente.
Requebrar, galantear, namorar — Reservar, preservar, resalvar —
inclinar, torcer. conservar, fechar, guardar — e x -
Requebros, finezas, galanteios. ceptuar — limiiar.
Requerer, exigir — demandar, pe- Reservatório , receptáculo, recon-
dir — buscar — rever — recusar ditorio— conserva (d'agual.
— sollicitar. Resfolgadouro ou Resfolegadouro.
Requerido, pedido, sollicitado— exhalação, vapor —orillcio, res-
indispensável, necessário. piradouro.
Requerimento, memorial, petição Resfolgar ou Resfolegar, espirar,
— supplica. respirar — descauçar.
Requesta, requerimento —supplica Resfolgo ou Resfolego , anhelito,
— prelenção — desafio, ducllo — respiro, sopro.
guerra — contenda, disputa — Resfriar-se, esfriar-se — acabar —
briga, c o m b a t e — defesa, fortifi- abaler-se —entibiar-se.
cação. Resgatar, remir — livrar — reco-
Requestar, pretender, sollicitar — brar—comprar—permutar, tro-
buscar, procurar — tentar — d e - * Resguarda, retaguarda. [car.
safiar, reptar —galantear—amar. Resguardado, rcsalvado, reservado
Requintado, aprimorado, apurado, — acautelado — circumspecto,
extremoso,fino,subido — aca- prudente.
bado, perfeito— sub^izado. Resguardar , guardar , vigiar —
Requintar , aprimorar, apurar— resalvar, reservar — olhar, ver.
refinar, subtilizar. Resguardar -se , acautelar - se,
Itcson Rez,boi,cabra,carneiro,eíe. guardar-se, precatar-se, preve-
liesabiado, aborrido,anojado des- nir-se, vigiar-se.
i;ostado-ispautadiço, manhoso Resguardo, cuidado, vigilância —
(cavallo, etc). prevenção — cautela, |>rccauçào
Resabido, experto—fino. mafreiro. — acatamento, attenção, res-
Resalva, excepção reserva. peito — abrigo, defesa.
Resalvar, exceptuar, reservar. Resicar, queimar, torrar, tostar —
lies ircir, emendar, iiidcmuisar, seccar.
reparai', satisfazer. Residência, assistência, domicilio,
Rescaldo, boialho, cinzas— calor. estada, morada.
Rescisão,
Rcsentimento,
tiucção,abolição,
Rescindir, revocação.
pique
cortar, anuullação.en-
— áugosto,
romper. Residir,
Resignar
Resignação,
Resíduo,assistir,
restante,
demitlir,
submissão.
habitar,
resto,
renunciar.
sobejo.
morar.
2/i O RES RES
Resignar-sc, compor-se , confor- Respingar, recalcitrar, repugnar,
mar se — submetter se. resistir — coucear, inquiclar-se
Itcsínga, altercação, contenda, dis- (a besta).
Itesingar, altercar,disputar, [puta. Respingo, recalcitro — couce.
Resistência, reluclancia — difficul- Respiração , alento, anhelilo, ar-
dade, embaraço , e s t o r v o — d e - quejo, fôlego, hálito.
fensa, opposição — desobediên- Respiradouro, abertura, resfolga-
cia — rebeldia. dotiro.
Resistente, ferrenho, tenaz. Respirar, resfolgar — descançar—
Resistir, rebater, repellir — ahar- espirar, soprar.
bar , contrastar — oppor-se — Respiro, assopro, fôlego, hálito.
desobedecer—estorvar, impedir. Resplandecente ou Resplendente,
Rcslumbrar, tiansluzir— manifes- brilhante, luminoso,luzente, mi-
lar-se, transpirar. cante.
Resmungar, Resmoninhar ou Rcs- Resplandecer ou Resplandecer,
moncar, rosnar. brilhar, csplandecer, luzir, ra-
Re-oar, echoar, soar— retumbar. diar, rutilar — allumiar, illumi-
Resolução, animo, destimidez, va- nar — corruscar, scinliílar.
lor — confiança, firmeza — de- Resplandorou Resplendor, fulgor,
terminação , propósito — con- luz, raio — brilho, c h a m m a , cla-
selho — decisão — declaração, rão, lume.
explicação. Rcsponrientc, correspondente.
Resoluto, deliberado, determinado, Responder , replicar, retrucar —
resolvido—decretado, mandado, refutar— abonar — igualar —
ordenado — estabelecido — d e r - conformar-se — corresponder.
retido, desfeito — desatado, dis- Resquício, abertura, fresta, grela
solvido— firme —decisivo — de- — cova, lapa —biscate.
nodado. Restabelecer, instaurar, reformar,
Resolver, dissolver — desfazer — reparar, restaurar.
decidir,determinar — converter, Restante, rcslo, sobejo, sobra.
mudar, reduzir. Restar, ficar, permanecer— rema -
Rcsonancia, cebo,soada. nescer, sobejar.
Rcsonante, cchoante, resoanlc, re- Restauração, reparação, restabe-
tumbante, soante, toante. lecimento, restituição,
Rcsonar, echoar, resoar, soar — Restaurar, reformar, renovar, re-
rebombar, retumbar. parar , restituir — emendar —
Respectivo, concernente, relativo pagar a fortificar. [cife.
mutuo, reciproco— respeituoso RcslingaTti Rastinga, escolho, re-
— proporcionado. Resliluir, cntregar.tornar— repa-
Respeitar ou Respdluar, olhar — rar, restabelecer, restaurar.
attender ; considerar — acatar, Resto, demasia, residuo, restante,
reverenciar, venerar, tocar. sobejo.
Respeitável, auetorisado, grave — Restricção ou Restricliva, adslric-
magestoso — venerando, vene- ção, aperto — coarctação, limi-
rável — respeitado. tação.
Respeito ou * Respecto, acatamen- Restricto ou Restringido, adstricto,
to, deferência, reverencia, vene- apertado, conciso, estreito.
ração — attenção, consideração, Restringir, apertar, coarctar, es-
contemplação — causa , motivo, treitar, limitar.
razão — honroso.
fim Reslringir-se, abster-se,conter-se,
Respeitoso
gravidade.
risado, ou ,Respeitado,
intento, intuito
aueto- — Rcsvaladio,
moderar-se—cohibir
sc. escorregadio,
se, lúbrico.
refrear-
11 E T RI-.V 2l\[
Resvalar, escorregar. [mar. — rebatido — revolto — curvo.
liesudar, transpirar—coarse, reçu- Retornar, regressar, voltar, volver
Resulta ou Resultado, consequên- — revirar.
cia, effeilo. Relorno, recompensa — cambio,
Resultar , nascer , originar-sc — troco — gratidão, reconhed-
causar-sc, proceder, redundar— mento — tornada, volta.
effeiluar-se — seguir-sc. Rctouçador ou Retouçào , bule-
Rcsumbrar, verter. [to. bnlc, buliçoso, inquieto.
Resumido,breve, conciso, sueciuc- Rctouçar-se, espojar-sc — brincar
Resuniidor.abrcviador.cpilomisla. — correr — pular, saltar.
Resumir , abreviar , compendiar, Retractação, negação, pahnodia,
epilogar, recopilar — determi- revogação.
nar, resolver Retractar-se, desdizer-sc.
R e s u m e ou R e s u m o , abreviação, Retraindo, recolhido, retirado —
compendio, epilogo , epitome, dissimulado.
recopilação. s u m m a . Retrahimento, retrete — retirada
Resumpta, resumo. — reserva.
Resurgir, resuscilar, reviver — Retraliir, retirar— desviar, impe-
renascer. dir, tolher—dissimular, nceuhar.
Rcsuscitar, resurgir , reviver — Retratar, afigurar, pintar — imi-
(a.) renovar, restabelecer — re- tar, remedar — descrever.
produzir — rememorar. Relrato, effigie, figura, i m a g e m —
Resvalar ou Resvelar , deslizar, copia, imitação, similhança.
escorregar. Reli ele, camarim, gabinete—com-
Itclabolo, Retavolo ou Retábulo, mua, privada, secreta.
painel, quadro. Retribuição, paga, salário — pre-
Retaguarda, resguarda, Irazcira. ndo, recompensa. [pensar.
Retalhar, cortar, talhar — dividir. Retribuir, pagar, premiar, recom-
Rcialho, peça, pedaço. Rctrilbar, recalcar, rcpiz.tr.
Retardamento , atrazo , delonga, Relrincado, subtil — malicioso —
demora, dilação. cavilloso, dissimulado.
Hclardar, atrazar, demorar, diffe- Retro, atrás, detrás, pára trás —
rir, prolongar — impedir, sus- antes.
pender. Retrogradar, retroceder.
Retenção, demora, detença. Retumbante, estrondoso.
Rctcnliva ou Rclcnlriz, lembran- Retumbar, reboar, resoar,rcsonar,
ça, memoria. j> soar, toar — rebomhar, rebra-
Reter, segurar — deter— guardar mar — reflectir, repercutir.
— demorar, retardar—impedir, Retumbo, rebombo.
suspender. Rclundir, reprimir.
Relendo ou Relido, demorado, Reunião, reconciliação.
sustido. [nido. Reunir, reajunctar, reannexar —
Rctinnido ou Retinido, soldo, liu- amigar, reconciliar.
itclinnir ou Retinir,soar, toar. Revelação, inspiração — declara-
liclirado,escuso,rcmolo, solitário. ção, manifestação, publicação
Relirar, afastar, apartar, desviar. — apocalypsc.
Retirar-se, aparlar-se, ausenlar- Rcvelão, hirrento, opiniático, per-
Se — escoar-se, esquivar-sc. tinaz, teimoso, lesto.
Retiro,
111.
Retocar,
Retoque,
Retorcido,desvio,
feição, ultima ermo,
aperfeiçoar, solidão. per- Revelar,
polir. lorto
aperfeiçoamento,
retorto,
lima.torcido, nifestar.
Rcvenerar,
Rever, descobrir,
car — e x(n.)
a macatar,
i ncoar, 21
divulgar, ma-
a r — reverenciar.
reçumar.
corrigir, reto-
2Í42 RIR UIIN
Reverberação,reflexão, repercus- Ribaldia, Ribaldaria ou Ribalde-
são, [percutir. ria, deslealdade — vclhacaria.
Reverberar, brilhar, reDectir, re- Ribaldo , desleal, pérfido — m a u
Reverbero, clarão, resplandor. — velhaco.
Reverencia , cortezia, mesura — Ribança ou Ribanceira, borda, orla
acatamento, respeito.veneração. — margem, riba.
Reverenciar, acatar, respeitar, ve- * Ribar, aluir , derribar, derrocar.
Reversão, tornada, volla. [nerar. Ribeira, borda , margem, riba —
Reverso, contrario,opposlo—mau. ribeiro.
Revessar, arrebeçar, lançar, vo- Ribeirada, rio — arroio, regato —
mitar. corrente, torrente.
Revez ou Revés, reverso — (pi.) Ribeiro, arroio, regato, remanso.
alternativas, vicissitudes—des- Rico, opulento — caudaloso, co-
graças, infortúnios. pioso — poderoso — bello —
Revezar, alternar. abundante, fértil — dinbeiroso
Revezo, conlrario; opposlo — im- — precioso.
pidoso — escabroso, difficil — Ridente, risonho.
tempestoso — violento (mar). Ridicutaria ou Ridiculez, inépcia,
Revisão, exame, revista. loucura, tolice— bagatella, frio-
Revisto, correcto, corrigido, emen- leira.
dado. Ridículo ou Ridiculoso , extrava-
Reviver, resurgir, resuscitar. gante — biltre, picaresco.
Revocação, annullação. Rifão, adagio, provérbio.
Revolta, levantamento,sedição — Rigidez, ou Rigideza , austeridade
confusão, desordem, motim, tu- — inflexibilidade — severidade.
multo — bandoria , união — Rigido, áspero, duro — forte, ro-
briga — volla. busto — rijo, solido— austero,
Revoltar, retorquir— amotinar, severo — aspérrimo — acérri-
sublevar— revolver. m o — inclemente , rigoroso —
Revolto, revolvido — curvo , re- justicioso —inexorável, inflexí-
torto, revirado— crespo, torcido vel — estóico.
— dobrado, voltado — inquieto Rigor ou Rigoridade, austeridade
— turvado — rebelde — boto. — aspereza, dureza — inclemên-
Revoltoso, perturbador, sedicioso cia — severidade — força, for-
— amoliuador, tumultuoso — taleza, exactidão.
inquieto, turbulento — faccioso. Rigoroso ou Riguroso, severo —
Revolução, amotinação, desordem c r u e l — « p ê r o , duro — estricto
— m u d a n ç a — alternativa, sue- —eflerado.
cessão — decadência , queda , Rijeza, dureza — força, vigor —
rufna — perda — cyclo. firmeza.
Revolulo, enrolado, enroscado. Rijo, durazio , duro — forte; ro-
Revolver, examinar, ver — consi- busto — alto — inteiro, rígido—
derar — remexer — conspirar, áspero, severo.
revoltar—desandar, retroceder. Rima o u R h y m a , acervo, montão,
Revolvimento, revolução. monte, ruma — consoante —
Reza, oração. (pi.) versos.
Rhinoceronte, Rhinoceros ou Rhi- Rimador ou R h y m a d o r , trovista,
noecrote, unicórnio. versejador.
Rhilmo
beira ou rR gh ey ,
nhoou— -Ríbada
Riba
medida, mcima.
anumero, mt ,hcombro,
mribanceira,
otrovas.
, cadencia,
outeiri- Rimar ou
versificar
ri- Ringir,
Rinchador,
Rinchar, Rhinnidor,
ranger.—h y concordar.
hfnnir, m nitrir,
a r , rinchante.
metrificar,
relinchar.
ROD RON 243
Rio, (lúmen,ribeira — torrente -- Rodamontada , bravata , feros —
abundância. fanfarrice — bizarrice.
Ripançoou llipanso, camilha, es- Rodar, gyrar, rolar, voltear.
priguiceiro — pachorra, vagar. Rodear, abraçar, cercar, cingir,
Riquezas , divicias , opulência — tornear — g y r a r .
cabedaes , thesouros — bens, Rodellaou Rodela, broquel,escudo,
haveres, posses — fortuna. Rodêo ou Rodeio, anfracto, gyro,
Risada, gargalhada, risa. regyro , torcicollo , viravolta ,
Riscar , aspar , raiar — apagar , volta — (de palavras) ambages,
borrar — debuxar. ciicumloquios.
Risco, risca, traço — delincação— Roedor, consumidor.
alcantil, penhasco — perigo. Roer, carcomer — ratar — inquie-
Riscoso,arriscado, perigoso. tar — atormentar, consumir, m o -
Riso, rir, sorriso — alegria,jubilo. lestar — maldizer, murmurar —
Risonho, alegre,jubiloso, ridento. picar, pungir. [terceder.
Rispidez ou Rispideza , aspereza, Rogar, orar, pedir, supplicar — in
rigor, braveza, ferocidade. Rogativa ou Rogatória, preces,
Ríspido, bravo, cruel, feroz — ás- rogo, supplica.
p e r o — arrogante. Rogos, deprecações, rogativas, sup-
Rival , competidor , contendor , plicas.
emulo — concurrenle — c o m - Rojão, garrochão — arrastão, tirão
horço. [lação. — (pi.) torresmos.
Rivalidade, concurrencia , e m u - Rojar, arrastar.
Rixa, briga —desavença,discórdia Rol, apontamento—catalogo, lista.
— bulha, rifaria. Roldana, moitão, polé.
Rixador ou Rixoso, altercador — Rolho, gordo, redondo.
brigão, bulhento, rifador— in- Romanos, Latinos, Romuleos.
quieto, turbulento. R o m a g e m ou R o m a g e , peregrina-
Rixar,Contender, disputar—brigar. ção, romaria ou romeria.
Roaz , arrebatador , roubador — Romance, conto, fabula, novella.
maldizente , maledico, m u r m u - R o m b o , buraco, furo.
rador — roedo/. Romeiro ou Romario, peregrina-
Hoborar, corroborar, fortificar — dor, peregrino.
conlirmar. Romper, espedaçar, lacerar, rasgar
Robustez ou Robusteza, força for- — abrir, dividir, fender— partir,
taleza, vigor. 3 uebrar — s e p a r a r — desbaratar,
Robusto, athletico, fwite, m e m - estroçar, vencer — atravessar,
brudo, nervoso, nervudo, vigo- cortar— atalhar, estorvar — des-
roso, [jante. parar— (n.)apparecer, assomar.
Roçagante, caudal, caudato, ro- Rompimento, arrombamento, que-
Roçar-se, aproximar-se, parecer- bradura, rotura — desbarate,
se — esfregar-se. destroço, roto.
Rocha, penha, penhasco, roca, ro- Ronca, bravata, fanfarrice, qui-
çado, rochedo. chotada — busina, trompa.
Rochedo,penedo, penha,penhasco, Roncador, bravateador, fanfarrão
roçado, rocha. — valentão.
Rociada, chuveiro, chuvisco, or- Roncar, resonar — rugir— brava-
valhada, orvalho, rocio. tear — blasonar.
Rociar
Rocio
lhar,ou
Roda,
cuito. ouRoscio,
Rosciar,
orvalhar—
circulo, — borrifar,
ó humedecer.
m chuvisco,
âmbito, mcir-
o-
orvalho. Roncaria,
Roncaria,
Ronceiro,
reiro ameaças,
— fanfarrice,
— lardo.
vagar,
posseiro, bravatas,
vagaroso,feros
rabolaria.
zorrice. zor-
2/i4 IIUB BUS
Ronco, ronquido — r u g i d o — bra- j Rubim ou Rubi, pyropo.
vata, ronca— (adj.) rouco. liubo, çarça. [gonha.
Ronda, patrulha, ' roída. Rubor, vermelhidão — pejo, ver-
Rouba ou Runha, morrinha, sarna Rubro, ardente, colorado, rubi-
— crronia — malícia, manha. cundo, rúbido, vermelho.
Itouquenlio, rouco. Rude ou Rudo, áspero, escabroso
Xorante ou Rorifero, orvalhoso. — grosseiro, tosco — boçal, es-
Rosado, nacarado, puniceo, pur- túpido, ignorante — chavasco,
púreo, róseo, rubicundo, san- jalofo.
guíneo, vermelho. Rudeza, aspereza — grosseria —
Roscido, orvalhado. estupidez, ignorância—incultura.
Rosear, envermelhccer, rosar. Rudimento, ensaio, principio.
Rosnar, resmungar — murmurar. Rufião ouRulista, brigão, espada-
Rostir, moer, pizar— maltractar— chim, richoso — alcoviteiro.
mastigar. Rugido, bramido, u r r o — estridor,
Rosto ou Roslro, aspeito, cara, estrondo.
"doairo, face, semblante, vulto Ruginte, bramidor, rugidor.
— dianteira, frente. Rugir, bramir, urrar — eslrondear
Rota,desbarato, destroço— cami- murmurar.
nho, derrota , viajem — estylo, Rugoso, decrépito— senil.
ordem. [mente. Ruído, estampid o,est repito, estron-
Rolamente, aberta, clara, franca- do, fragor, malinada, rumor —
Roleiro, itinerário — instrucção, alarido, clamor — brados, gritos
norma, regimento. — vozeria — murmúrio, sussurro
Roto, fendido, quebrado, rompido — fama, nome.
— esfarrapado, rasgado—desba- Ruidoso, estrepitoso, estrondoso,
ratado, vencido — interrompido fragoroso — brigoso, rixador —
— ruinoso. gritador.
Rotolo ou Rotulo , inscripção, lel- Ruim ou Ruiu, mau, péssimo.
treiro — taboleta — sobrescripto. Ruina, destroço, destruição—exí-
Rotundidade, redondeza, [doudo. cio — assolação, desolação — c a -
Rotundo, circular, orbicular, re- lamidade, desgraça, infelicidade,
Rotura ou Ruptura, abertura — infortúnio — miséria— desastre.
desunião, rompimento—quebra. Rufnador, assolador, dessolador,
Roubador, ladrão, rapinante. devastador.
Roubar, furtar, pilhar, rapinar, sa- Ruínar, arruinar, destruir.
q u e a r — levar — captar, rebotar Ruindadejpaldade — iniquidade
apossar-se, senhorear-se. — travessura — malignidade.
Roubo, furto, ladroíce, latrocínio, Ruinoso, arruinado, velho — d a m -
pilhagem, pirataria, rapina — noso.
rapt. Ruir, arrasar, derribar, desfazer—
Rouco, cnrouquecido, raucisono, (n.) cair, tombar.
rouquenho. Ruminar, rumar, rumiar.
Roupa, lençaiía — fato—chlamyde R u m o r , estrépito, estrondo, ruído
— capa — vestidura. — atoarda, boato, fama, nolicia.
Roupar, enroupar. Rural, campesino, campestre.
Rouvinhoso, caprichoso, estrava- liuricolo, camponez.
gante — difficil. Rusticidade, Hustiquidadeou Rus-
Rouxinol ou !'oussinol, Philomcla. tiqueza, grosseria, rudeza.
Rubente,
Rubicundo,
sanguíneo.
rosado, corado,
róseo,
nacarado,
rubro,
rúbido,
purpúreo
vermelho.
rubro. , Rústico,
seiro,
áspero,
bano —tosco
camponez,
zote
hórrido—silvestre
— agreste,
descorli-z,
colono—
inculto—
inur-
gros-
-vi
SA'1 SAL 2fi5
Ião — bordcgão — vil - "saiguez mover — bater — arrojar, cx-
— aebavascado. Safatc, açafate. [pellir.
Rutilante, brilhante, coruscantc — Safar ou Catar, gastar, usar — des-
aurco, rutilo. embaraçar , despejar — («. r.)
Rutilar, brilhar, luzir, resplandecer. dscar-se, escapulir-se — ir-se.
Safaro, bravio, bravo, esquivo —
áspero, rude — descortez, gros-
seiro — indiscreto. [baixo.
s Sáfio, tosco — ignorante, inculto—
Safo,gasto,safado, usado—desem-
baraçado, despejado — prompto.
Sabedor, prudente, sábio — infor- Safra ou Çafra, bigorna, incude —
m a d o , iustrueto. açafra, novidade.
Sabedoria ou Sabiduria, doutrina, Sagacidade, agudeza, penetração,
saber, sciencia, "sageira, *sage- perspicácia, "sagaceza, "saga-
ría — prudência. cía — astúcia, traça.
Saber, conhecer — agradar — (s.) Sagaz ou Sagace, ardiloso, arteiro,
doutrina, erudição, lettras, scien- astuto, lino, manhoso, matreiro
Saberetes,erudições,noticias, [cia. — agudo.
Sabiamente, assisada, prudente,sa- 'Sagião, algoz.
bedormente. Sagrado, sacro, sacrosancto, sanc-
Sabido, conhecido, evidente, notó- to — augusto.
rio, patente, publico —astuto — Sagrar, consagrar, dedicar.
destro, experimentado, prudente. Sabida ou Saída, oxida, sortida —
Sábio, douto, sabedor, "sagez, venda — digressão — exilo —
sciente — assisado, judicioso — interpretação — evasão — des
cauto, prudente— conspícuo — culpa, expediente— meio, via —
(s.) m a g o . apartamento.
Sabonete, apupada, vaia. Sahir ou Sair, apparecer — livrar-
Sabor, goslo, paladar— discrição. se, lirar-se — desembaraçar-se
Saborido, Saboroso ou Sabroso, — terminar — resultar.
appetitoso, gostoso — agradável Sahir-se ou Sair-se, apartar-se, ir-
— discreto — d o c e , suave. s e — desatorar-se.
Sabre, chifarote, terçado. Saibro, areia (grossa).
Saca, exportação, exlraçao. Sal, pico, discrição, graça.
Sacar, arrancar, exlrahlf, tirar — Salariar, assalariar, estipendiar.
exportar. Salário, estipendio, gage, r e m u n c -
Sacerdola, sacerdoliza. Safaz, impudico,impuro, [ração.
Sacerdote, clérigo, padre, pres- Salgado, salso.
bytero, 'preste. Saliva, baba, cuspo, escuma, es-
Saciar, fartar — (v. r.) abbrevar-se.Salivar, cuspir. [puto.
Saciedade, fartura, repleção. Salpicadura, salpico.
Sacrilicio , holocausto , oblação, Salsada, alhada, embrulhada, en-
victima. Salso, salgado, salitroso. [redo.
Sacrilégio, impiedade, irreverên- Saltada ou Salteada, correria, in-
cia, profanação. cursão, salto— latrocínio, roubo.
Sacrílego, impio, profano. Saltador, pulador — bailarim —
Sacro, sagrado, saúdo — adorado, brincador.
venerado. [didela. Saltar, pular, saltínhar.
Sacudidura,
Sacudir, abalar,
abalo, abanar,
sacudida,agitar,
sacu- Salteador,
Sallatrice,
dançalriz.
ladrão —pilhonte,
bailarinha,
bandoleiro,
rapinante.
dançarina,
foragido,
246 SAN SAZ
Salteamento sohresalto. Sanha, colora, furor, ira, raiva -
Saltear, assaltar, sobre allear —ra- indignação.
dnar, saquear. Sanhoso, Sanhudo ou Sanhado, as-
Í
Saltimbanco , charlatão , farcista,
tln
sanhado, iroso, irritado,rábido—
peloliqueiro. mal-assombrado.
Salto, pulo —cabriola —salteada. Santidade ou Sanctidade, devoção,
Salubre, sadio, salulifero, saudável. piedade — innocencia — virtude
Salutar ou Salutifero, saudável — — (pi.) deoses, numes.
benéfico, útil. [descarga. Saotilão ou Sanctíião, hypocrita.
Salva, cortezia, saudação, vénia — Santo ou Sancto, bemaventurado
Salvação, boinavcnturança, vida- — divo —(adj.) divino, sacro,
eterna — conservação — segu- sacrosancto, sagrado — bom,
rança. virtuoso — devoto, pio — reli-
Salvagcm, Selvagem ou Selvaje, gioso — respeitável.
montesinho, rústico, silvestre — Sapiência, sabedoria — prudência.
bárbaro, cruel, feroz —indómito Sapiente, sábio — prudente.
— estéril, inculto— rude — igno- SSque ou 'Saco, pilhagem.
Salvante, excepto, senão, franta. Saquear, expilar, roubar.
Salvar, beinavcnturar — saudar — Saquinho, saqueie, saquitel.
conservar — livrar, preservar — Saraiva, granizo, pedra, pedrisco.
defender — desculpar. Sarar, curar, guarecer — conso-
Salvar-se, abrigar-sc, acolher-se, lidar.
refugiar-se—guarecer-se—fugir. Sarcasmo, ironia — injuria,ultraje.
Salvo, incólume, são — inteiro — Sarraceno ou Sarraeino, Agareno,
(adv.) excepto, senão. Ismaelita, Mauritano, Mauro,
Salvoconduto ou Salvo-conduclo, Mouro.
passaporte — isenção, privilegio. Sartãa ou Sariã, frigideira.
Sãmente, saudável, sinceramente. Satanaz ou Satanás, Belzebulli,Lu
Sancadilha, alçaperua, cambapé. cifer, Satan — d e m ó n i o , diabo-
Sancção, constituição, ordenação, tentador.
pragmática — confirmação. Satellile, guarda.
Sanccionar, confirmar. Sátira ou Satyra, critica, censura —
Sandeo ou Sandeu, insano, insen- escarneo, motejo— murmuração.
sato, mentecapto — a s n o , pateta, Satírico ou Satyrico, mordaz, pi-
raça, lolo —inerte. cante — (s.) zoilo.
Sandiamente, parvoa, tolamente. Satirisar ou Satyrisar, censurar,
Sandice, asneira, loucura, nece- criticalB— offender, ultrajar —
dade, parvoíce, tolice. maldizer. [nos.
Sandio, papalvo, lolo. Sátiros ou Satyros, Faunos, Silva-
Sanear ou Sanar, curar, remediar. Satisfação, alegria, contentamento,
reparar, sarar. goslo, satisfazimcnlo — escusa.
Sanfonha,flauta,gaita pastoril. Satisfazer, contentar —compensai
Sangue, ascendência, geração — pagar — remediar, reparar -
família — estirpe, progénie, pro- obedecer — cumprir, observar.
sápia. Satisfeito, contente—pago.
Sanguíneo, encarnado, nacarado, Satrapa, sábio — fidalgo.
purpúreo,rubicundo, rubro, ean- Saudação, cortezia, sala.
guiubo, vermelho. Saudar, Cumprimentar, salvar.
Sanguinolento,
cruento,
mguíneo
guentado—atroz,
a n o , tyranno.
, ferozsanguinário,
sanguinoso
— i mbárbaro, san- Saudoso,soídoso.
p i o— — ensan-
inhu-
cruel, Sazão,
Saudável,
conjuneçao,conjunctura,
fero—benéfico,
estação,
salubre,
quadra,
útil.
salutar,tempo
ensejo.
saluli-

SE» SEI 2/i7
Sazoar ou Sazonar, adubar, tem- Sedeudo, cerdoso, scllgero.
perar — madurecer (osfructos). Sedição, alteração,alvoroto, levan-
Sazonado ou Sazoado, maduro. tamento, motim, tumullo — d i s -
Scelerado ou Scelcralo, desalma- córdia—conjuração, rebellião —
do, facinoroso, malvado, per- bando, partido.
verso—atroz, horrível. Sedicioso, faccioso, perturbador,
Scena, bastidores, vistas — espec- rebelde, revoltoso— turbulento.
táculo — (pt.) circumstancias, Sediço ou ' Scidiciço, podre — cor-
estados, fortunas, ele. rupto — velho—sabido,trilhado.
Sccnico, theatrai, Sedimento, borra, lia, pé.
Scepticismo, pyrrhnnismn. Seducção, engano, suborno — alli
Sceplro, realeza, soberania — rei. Ciação, careação — charlatanis-
Sciencia, sabedoria, saber — dou- m o , impostura.
trina, erudição —conhecimento, Sedula, bilhete, escriptinho.
noticia — experiência — habili- Seduzir, enganar — corromper
dade, industria, subtileza—prac- pelar,subornar—alllciar, carenr
tica, uso. Sega, ceifa,segadura.
Scienle, douto, sabedor, sábio — Segador, ceifeiro.
intelligente, perito. Segar, ceifar — cercear, cortar,
Scientifico, douto, instruído, sábio Sege, carrinho, carroclm, carrua-
— hábil. gem — caleça.
Scinlillante, ardente, brilhante, lu- Segmento, pedaço, retalho.
minoso, luzente, radiante, reful- Scgral, secular.
gente. Segredo, arcano, mysterio, secreto
Scinlillar, cbammejar — brilhar — — achado, invento.
crepitar, faiscar, [ponto. Stguido, acompanhado — frequen-
Scopo, alvo, fim, mira, objecto, tado , trilhado — cortejado -
Sc, cathedral. pretendido.
Seara, messe, sementeira. Seguidor , acompanhador — fre
Sebento ou Seboso, ensebado,gor- quentador — partidista, sequaz
durento, unctuoso. Seguimento, acompanhamento,co
Sebo, banha, gordura. mitiva, séquito — alcance.
Seccar, murchar, myrrhar-se — Seguir, acompanhar — dirigir-so
enxugar — (n.) esgolar-se. por... — continuar, perseverar,
Seecar-se, delinhar-se, finar-se — persistir — imitar — conformar
acabar-se. se — obedecer. [proceder
Secco ou Seco, árido, mjfrhado — Seguir-se, vir depois — causar-se,
enxuto — desabrido, esquivo — Segundar, recomeçar, reiterar, re-
sequioso — resequido. [mento. novar, repetir.
Seccura, aridura, sécca — desahri- Segundo, a segundo, conforme.
Secrcta, c o m m u a , latrina, privada. Segurança ou Seguridade, constan
Secreto, escondido, recondido — cia — intrepidez — estabilidade
oceulto — escuso , retirado — firmeza — certeza — caução -
calado — (».) arcano, segredo. salvo-conducto.
Secta, seita. [quaz. Segurar, especar, firmar —apoiar,
Sectário, defensor, partidário, se- suster — agarrar, asir— prender
Seculo ou S e d o , evo, idade, pe- Segure, 'Segura ou Segure, bi-
ríodo, 'segre, 'siglomundo. penne, machada.
Sede, assento, cadeira. Seguro, estável, firmo, permanen-
Sede,
Sedento,sequioso.
cubica
— appctite,
ardor
— avareza.
—anciã,
v o n t adesejo
d e — ambição,
—amor Seita,
Seio,
te,
m a msolido
regaço
acabala,
s , peitos.
— — certo
facção,
grémio
— fiel.
—partido
[schisma.
centro——
248 SEM SEN
Seixo,brclho, calhau, canto—(pi.) Semsal, insípido, insulso — fresco.
pedregulho. Senão, defeito, falta, manchu —
Selecção, escolha. (adv.) excejito — menos.
Selecto, escolhido - excellente. Sendal, véo — banda, liga.
Sellar, assellar—avaliarjulgar, ter. Sengo, avisado, prudente — sabe-
Sello, sinete — apuramento, a p u - dor, sábio — illustrado — sen-
ro, perfeição, ultima m ã o . Senho, carranca. [lencioso.
Selva ou Sclnila, matta, matto — Senhor, dono, proprietário— m a -
bosque, espessura, floresta. g n a t e — "pae — A d o u a i , Deos —
Selvático , sclvoso , silvestre — misser, monseor—sô.
agreste, rústico, selvaje — in- Senhora, dona, madama, matrona.
culto — fero, feroz — áspero, as- Senhorear, dominar, governar, im-
pérrimo, duro — hórrido—gros- perar, mandar, reinar.
seiro. Senhorear-se, apoderar-se, apos-
Semblante ou " Sembrante, cara, sar-se, tomar.
face, rosto — aspecto, catadura, Senhorio, império, reino — estados
doairo, gesto, physionomia, vulto — auetoridade, domínio, mando
— mostra, vi o. — dono, possuidor, senhor —
Semblca ou Sembleia, assembleia. posse.
Sèmea, farello. Senil, ancião, idoso,velho, maduro.
Semear ou Sementar, espalhar — Senilidade, brancas, velhice.
divulgar, publicar — suscitar — Scnreira, aversão.
prodigar. Sensato, ajuizado, prudente, sábio,
'Semel, descendência, geração. sisudo.
Semelhança ou Similhança, analo- Sensibilidade, benignidade, bon-
gia, conformidade, igualha, "si- dade — humanidade — ternura
mildão —parentesco — imagem, — delicadeza, sentimento, [vo.
retraio. Sensitivo, mimoso, sensível, sensi-
Semelhante ou Similhante, confor- Scnsivd ou Scnsibil, delicado —
m e , igual irmão, par, parecido, dorido — b o m , h u m a n o —terno
similhavel— (».) comparação. - grato.
Semelhar-se ou Similhar-se, pa- Senso, juízo — bestunto.
recer-se— comparar-se. Sensual, carnal, impudico, lascivo.
S e m embargo, a despeito, a pezar, Sensualidade, carnalidadc, impu-
m a u grado, não obstante. dicicia, lascívia.
Sémen, semente — esperma. Sentença , apophlegma , axioma ,
Semente, semeu — causa, motivo, maxinjj,— parecer, voto — con -
Semi, meio. [origem. selho — aresto.
Semideus ou Semideus, heroe — Sentenciador, juiz. [julgar.
meio-deos. [plantas). Sentenciar ou Sentcncear, decidir,
Seminário, cellegio —viveiro (de Sentencioso, conceituoso.
Semita, atalho, trâmite. Sentido, senso — significação, si-
Semiviro, semihomem — cffemi- gnificado — lento — (ad/.) afllic-
nado, fraco, molle. to, pezaroso — podre
Sempiterno, ab-eterno. Sentimento, afllicção, dôr, magoa,
Sempre, continua, eterna, perenne, pena — paixão — pezar, tristeza
perpetuamente. — martyrio, tormento — a n g u s -
Semrazão ou Sem-razão, affronta, tia, lastima — agonia —opinião,
aggravo
Semsabor,
creto
saboria
insulto —desenxabido
injustiça
— ——inepto — (».]— frieza,
desengraçado
inépcia. ,damno.
insípido,
— indis- parecer,
sem- Sentinella
Sentina, voto
discernimento,
vigia —cloaca
, — —intelligencia.
vedeta.
atalaia, conhecimento,
porão.
guarda, vela,
SLR SET 2íl9
Sentir,dorr-sc-lastimar se.queixar-Sermão, homilia, predica.prcgação
sc — aflligir-se, agoniar-se, a n - — reprehensão.
gusliar-se, magoar-se — enlris- Serôdio ou Sorodio, serotino, tar-
tecer-se — condoer-se, penali- dio, tardo, vindimo.
zar-sc—conhecer,intender, per- Seroso, aqueo, aquoso.
ceber — (».) juizo, opinião, pa- Serpe ou Serpente, bicha, cobra,
recer, sentimento, voto. Serpentear, serpear. [reptil.
Separação, apartamenlo, ausência, Serpemino, viperino.
retiro — desunião , divisão — Serra, monta, penedio, penhasco,
divorcio. serrania — ruma.
Separado, desunido, excreta. Serralho, harém —alcouce,bordel.
Separar, apartar, desunir, disgre- Serrano, montanhez.
gar, dividir— extremar—cortar. Serrazina, cáustico, impertinente,
Sepulchro ou Sepulcro, mausoleo, importuno — desinquieto.
moimento, monumento, sepul- Serrazinar, causticar, importunar,
tura , tumulo — carneiro, cata- incommodar.
cumbas, cova, jazigo. Serro, monte, outeiro, serra.
Sepultado, sepulto. [cultar. Serva, Servente ou Servidora, cria-
Sepultar, enterrar— esconder, oc- da, "sargente — escrava.
Sepultura, carneiro, cova, enterro, Servente, criado, fâmulo, servo.
jazigo — sepulcro, tumulo — Serventia ou Servencia , uso —
tumba. [tario. préstimo, utilidade — aberta,
Sequace ou Sequaz,partidista, see- corredor , escada , passadiço,
Sequclla ou Sequela, consequên- rua, ele.
cia, effeilo, resultado — segui- Serviçal, obsequioso, officioso,
m e n t o — bando, facção, partido. prestadio, "servicio — operoso.
Sequer ou Siquer, ao menos, pelo Serviço, emprego, ministério —
menos. obsequio, officiosidade — pro-
Sequidâo, desabrimenlo, rigor — veito, utilidade — apparelho,
desapego — esquivança — ari- meneio — serventia — donativo,
dura, seceura. m i m o , presente — tributo — ba-
Sequioso, sedento, sederento — cio, calhandro.
árido, secco. Servidão, captiveiro, escravidão —
Séquito ou Seguito, acompanha- Servil, abjecto, baixo, vil. [jugo.
mento — amizade — benevolên- Serrilha, chinela.
cia — applauso — obsequio — Servir, aproveitar, importar— ob-
popularidade. » sequiar — ajudar, assistir, fa-
Ser, existir — estar — T«.) ente, vorecer— supprir. •
pessoa — existência, vida — es- Servo ou Servidor, criado, moço,
sência—preço, valor. servente, "varletc — captivo, es-
Sei éa ou Sereia, sirena—seduetora. cravo — lacaio.
Serenar, abonançar, asserenar — Sesgo, obliquo, torcido — sereno,
calmar, tranquillisar— dissipar. Sesso, ano, besbelho. [socegado.
Serenidade, descanço, paz, socego, Sesta, meio-dia.
tranquillidade— bonança, calma. Sestro, pandeiro, sistio — m a n h a
Sereno , claro, limpo — brando, — vicio— estro — (adj.) esquer-
plácido, tranquillo. do, sinistro.
Serie, ordem — progressão — c o n - Sestroso ou Sertruoso , obstinado,
tinuação. teimoso — manhoso.
Seriedade,
6erio,
importância.serio —— gravidade
sisudoseriedade
— sincero. — Seta
(adj.) grave, ou Setta,
sador,
Setifero
Setrina, ou
birra,
"xará.farpão,
Setigero, frecha, pas-
teima.sedendo.
250 SIM SIS
Severidade, desabrimento, r i g o r — Simulado, dissimulado — appa-
aspereza, austeridade, rigidez — rente, fingido. [fingir.
ferocidade. Simular, dislarçar, dissimular,
Severo, austero, carregado, s o m - Sina, destino, estrella, fado, sorle.
brio — rigoroso— áspero, rígido Sinal ou Signal, mancha, marca —
— acerbo, duro —tétrico — im- firma — ferrete — presagio, pro-
placável , inclemente — inexorá- gnostico — indicação , indicio,
vel , inflexível — circumspecto— mostra —divisa —arrlias— "jóia.
indócil— indomável, indómito— Sinceiro, salgueiro.
justiçoso. Sinceridade, franqueza, lisura,sin-
Sevicla, atroeidade, barbaridade, geleza— ingenuidade — simpli-
crueldade, rigor. cidade—candidez, candura, in-
Sevo, cruel, diro. nocencia.
Sibilante, assoviante, ciciante. Sincero, cândido, innocente— in-
Sibilar, assobiar ou assoviar — sil- génuo, simplice, singelo—franco,
var- ciciar. lhano, lealdoso, liso
Sibilo, assobio — silvo. Sinete, sello.
Sidéreo, astrilero— celeste, ethereo. Singeleza ou Singelez, candideza,
Sigillo, mysterio, segredo — silen- ingenuidade, sinceridade — lha-
cio--scllo. neza, lisura, simplicidade — i l e -
Signaculo, scllo, sinete. sa Ifcctação.
Significar, declarar, denotar — m a - Singelo, ingénuo,sincero — cân-
nifestar, mostrar — intimar, no- dido, innocente — lhano — do-
tificar. sa I teclado.
Silencio, calada, mudez, taciturni- Singrar, navegar, velejar.
dade — reticencia — discrição, Singular, único — raro — extraor-
moderação , prudência — paz, dinário, insólito, peregrino —
tranquillidade. desusado, estranho, inaudito,
Silencioso, calado, m u d o , tácito, emoliente, e x í m i o — prestante—
taciturno—socegado, tranquillo. distincto, insigne — s u m m o —
Silvado ou Silvedo, carça — espi- conspícuo, egrégio — incompa-
nhal, malta — (adj.) espinhoso. rável, inimitável — especial, es-
Silvano, agreste. pecioso.
Silvar, assobiar, sibilar. Singularidade, raridade — excel-
Silveira, silva. [rude. lencia — particularidade — dis-
Silvestre, agreste, montesinho, tineção, especialidade, especio-
Silvo, assobio, sibilo — atito. sidadeM
Sim ftu 'Si, certo, na verdadc.sem Si n isliiKdesgraçado, fatal, funesto,
duvida. infausto — m a u , pernicioso —
Bimile, comparação, confronlação, esquerdo, sestro.
equipaiencia— igualdade, simi- Sino, campa, campainha, garrida
lhança. — enseada, si io. [volta.
Simples ou Simple, p a r v o — nés- ^uiuosidade, reviravolta, rodeio,
cio, tolo — siugdo — sincero — Sinuoso, enroscado, torcido, tor-
innocente — nainral. tuoso, volteato— ondeante.
Simpleza ou SimplicidadejCandura, Sirena, sereia.
innocencia — Ih uieza, lisura,sin- Sirgar, rebocar. [ripiar.
geleza — inteireza — ignorância, Sisar ou Sizar, furtar, pilhar, sur-
neeedade, tolice. Siso, bestunt i, juizo, senso— razão
Simulação, disfarce, dissimulação, — prudência — sabedoria.
Simulacro
fingimento.
ou
estatua,figura,
Simulachro,
idolo, imagem.
erfigio, Sisudo
cioso,ou
Si-tro, prudente
Ses .do,—ajuizado,
pandeiro. sábio. judi-
SOB SOO 251
Sitiar, assediar, bloquear, cercar. Sobrar, sobrelevar, sobrepujar —
Sitibundo, sedento, sequioso. exceder, sobejar.
Sitio, logar, paragem — aptidão, Sobras, restos, sobejos.
disposição — assedio, bloqueio, Sobre, acima, do cima, e m cima,
cerco, cordão. per cima — acerca — além, de
Sito, colimado, situado. Sobrecasaca. sobretudo. [mais.
Situação, assento, logar — apos- Sobredito ou Sobredito, acima dicto,
tara, posição. anta dicto, susodicto.
Situai, assentar, collocar, pór, si- Sobrcestir ou Sobr'estar, cessar,
lar — edificar. descontinuar — impedir, obstar.
So ou Só, único — singular — soli- Sobrelevar, exceder, superar, ven-
tário — (adv.) somente. cer — soffrer, supportar.
Soada, lama — rumor, toada. Sobremaneira, sobremodo — exces-
Soado, celebre, famoso, nomeado. siva, extraordinariamente.
Soalho, enlabuamento, pavimento, Sobremesa ou Sobremcza, dessert,
sobrado, solho. pospasto, postres.
Soante, sonante, sonoro, toante. Sobrenadar, boiar, fluetuar.
Soar, cantar — t o a r — retumbar— Sobrenatural, sobrehumano — di-
divulgar-se — ouvir-se. vino, milagroso — extraordiná-
Sob ou Sub, abaixo, debaixo, per rio, maravilhoso, prodigioso.
baixo. Sobrenome, appellido, cognome.
Sobejar, exceder, remanescer, res- Sobrepnjança, excellencia, supe-
tar . sobrar — superar. rioridade, vantajem — excesso.
Sobcjidão ou Sobcgidão, demasia, Sobrepujar ou Sobrepojar, avan-
excesso, iiimiedade, superfluida- tajar-se, desbancar— superar,
de — atrevimento, insolência. vencer — exceder.
Sobejo, remanescente, resíduo, Sobresahir ou Sobresair, lustrar
resto, sobra — (adj.) demasiado, mais, realçar-se — campear.
nimio — atrevido. Sobresaltar, sobi esaltear, surpren-
Soberania, majestade, realeza — der — assustar, inquietar.
altivcza, imperiosidade—dispo Sobresalto, assaltada, salteamento
tisino — cxclleucia, superiori- — dessocego, inquietação, susto
dade — orgulho, suberba. — alarma, rebata.
Sobcranisar ou Sobranizar, en- Sobretudo, casacão, sobrecasaca—
grandecer, exaltar — imperar. (odo,)mormciit<,principalmente.
Soberanoou Sob'rano, imperador, Sobrevir, acontecer, occorrer, sue-
rei, etc. — (adj.) absoluto, inde- ceder.
pendente, supremo — ...livo — Sobriedade, mod cr tção, temperan-
eflicaz — excclleute—augusto— ça—frugalid ide—mediocridade.
real, régio. Sóbrio , moderado , temperado —
Soberba ou Suberba, allivez, arro- frugal, parco - abstinente.
gância, entoao, orgulho — fasto Sobroso, embaraço, impedimento,
— picsuuipção, vaidade, van- obstáculo.
gloria. Sócco ou Soco, borzeguim — pea-
Soherbo, Superboou Subcrho, al- nha — masmorra, prisão.
tivo, arrogante,enfunado, anlo- Soccorrer ou Socorrer, ajudar,
nado, suberboso — presumido, auxiliar — acorrer, acudir, assis-
ufano —elevado, imperioso, so- tir, valer — apadrinhar — (r.)
berano—esplendido, magnihco, recorrer.
sumptuoso
gusto,
opulento,
régio —— —magestoso,
poso —apparatoso,
rico precioso — pom-
corajoso. au- Soccorro
grandioso— S ojuda,
torio, , ou Socorro,
e g a d oassistência,
auxilio
descançado, acorro,
— presidio.
favor a-
reponsado
— adju-
252 SOL SOL
— plácido, tranquillo —calmo Soldado, combatente, giieirreiro.
quieto, sereno — abrandado, ap- mililar (pt.) genle-dc-armas.
placado, mitigado — amansado, Soldo, pré — paga, salário.
domado. Soledade, desamparo — deserto,
Socegar, aquietar, assocegar, re- ermo, solidão — desvio, retiro.
mansar.tranquillisar—adomeecr. Solemne, animal — celebre — ap-
Socego,assocego. descamo, quie- paraloso, pomposo — authen-
tação, tranquillidade —bonança. tico, publico.
Socliiar, esconder. Solcrcia, astúcia, habilidade, in-
Sociável ou Sociabil, familiar, dustria.
social — amigável — compatível. Solertc, fino, sagaz—habll,ingenho-
Sócio, adjuncto, collcga. c o m p a - Solevanl.ir ou Solevar, erguer, [so.
nheiro, parceiro — complico — Solho pavimento,soalho, sobrado,
partidista. solhado.
Soco, murro, punhada. Solicitar ou Sollicitar, agenciar,
Soçobrar ou Sossohrar, afundar , diligenciar — induzir, tentar —
submergir — acapellar, alagar — estimular, incitar, instigar — al-
agitar, perturbar. liciar, requestar.
Soçobro ou Sossobro, inundação, Solicito ou Sollicilo, diligente —
submersão — emoção, pertur- attento, desvelado, vigilante —
bação. ancioso , cuidadoso — canto ,
* Socdade ou "Soidadc, ermo, so- próvido — prudente , sábio —
ledade, solidão — saudade. afadigado , laborioso — incan-
" Soer ou Soher, costumar. sável— incessante — primoroso.
Soez, porco, sórdido, sujo. Solidão, ermo, retiro —'socdade,
Soffredor ou Sofredor, aturador, soidão, soledade, solitude.
pacience. Solidar, fortalecer — eonlirmar,
Soffrer ou Sofrer, alurar, curtir, corroborar — assentar, estabe-
endurar, padecer, supportar, lecer, fundar.
tolerar — penar — disfarçar, Solidez ou Solideza, consistência,
dissimular. firmeza, força.
Soffrido ou Sofrido, paliente, re- Solido, duro, maciço — robusto —
signado, solTrcdor. firme,fixo— constante — real
Sotfrimcnto ou Sofrimento, bojo, — durável, perdurável — perma-
paciência, resignação, tolerância nente, persistente —estável, in-
— dór, padecimento, pena, tor- concusso, seguro.
mento — trabalho — soffrença. Sólio, throno.
Soffrivel. comporlavcl, supjiorla- Solitarft , anachoreta , cenobita ,
vel, tolerável. ermitão — (adj.) deserto, desha-
Sofrear, conter, reprimir. bitado, despovoado, ermo.
Sôfrego, açorado, ávido, cubiçoso Solito,costumado, ordinário, usual.
— desejoso — comilão, glutão, Sollicilo, cuidadoso, diligente
voraz, afervorado. Solo, chão,terra,terreno.
Soido, estrondo, som, sonido. Solta, maniota, peia.
'Sojorno, casa .habitação, morada. Sollamcnle, desembaraçada, licen-
Sol, Apollo , llypcrion , Plicho , ciosa, livremente.
Tilan — chão, terreno— d i a — Soltar, desamarrar, desatar, des-
(adj.) cynthio, delio firender, suxar — abrir m ã o ,
Solapadamentc, a oceultas, ás es- argar — explicar — desfazer —
Solario,
Solavanco,
Soldada, soalheiro.
mio, recompensa.
estipendio,
sacão. [condidas.
paga — pre- dissolver
Solto, — abandonar
independente
desatado,
— conceder, — ,
permiltir.
, livre
soluta, deixar
suxo
disaolu-

SON SOU 25S
lo , licencioso — destorcido , Sonido, soído, som, tom — estron-
frouxo, laxo, ligeiro —espargida do, ruído.
nhado — desenfreado, infrene. Sono ou Somno, adormecimento,
Soltura , liberdade, livramento — descanço, repouso.
descomedimento, despejo — de- Sonolento ou Somnolento, dormi-
nodo — dissolução, licenciosi- nhoco, sonorento, soporoso.
dade — explicação, interpreta- Sonoro ou Sonoroso, canoro, har-
ção, solução—agilidade, desem- mónico, harmonioso, melodioso,
baraço. musico, soante, sonante, soni-
Solução, dissolução — explicação so o — estrondoso, ruidoso.
— resolução. Sopear, calcar, trilhar — enfreiar,
Soluçar ou Saluçar, gemer, suspi- reprimir.
rar — jogar (a nau). Sopilar, adormecer, amadorar.
Soluço ou Salnço , ai , gemido , Sopílo, adormecido, adormentado.
suspiro. Sopor, sotopor — (s.) modorra.
Solver , derreter , dissolver. Soportar ou Supportar, aturar,
Som,soada, sonido, tom — baque, soffrer, tolerar— escorar, suster,
retumbo — estrondo, ruído — ter mão.
consonância — clangor(da tuba). Soprar, assoprar — ventilar — f a -
Sombra, apparencia, ar, côr, pre- vorecer, proteger — aspirar.
texto — figura, imagem, repre- Soprcsar ou Soprezar, apresar.
sentação — amparo, favor, pro- Sopro, assopro, baio, fôlego, há-
tecção — somb 1 eado — espectro, lito, respiração, respiro — a r a -
phantasma, visão — (pi.) almas, gem, aura — ventilação — favo.
guíras, manes—trevas—signaes, Sorça, capoeira.
vestígios. Sordidez ou Sordidade, immundi-
Sombreiro, alcornoque, chapeo- cia, sordicc, sordicia — torpeza,
de-sol, quitta-sol — chapco. vileza — fezes.
Sombrio, escuro, fusco, opaco, Sórdido, esquálido, immundo, sujo
umbroso — caraneudo , severo — impuro, maculado, manchado,
— atro, túrbido. torpe — infame, vil — baixo, lui.,
Somenos, inferior. milite plebeu.
Somente, merancnlc,não mais,só, Sorna,deleixo,indolência, priguiça
solamentc, unicamente — afotu, — (adj.) pachorento, vagoroso.
excepto. Soror ou Sor, irmã.
Somitegaria, avareza, mesquinhez, Sorte, acaso, accidente — destino,
sovinaria — sodomia. estrella, fado, sina—boafoituna,
Somitego, parco — çjínho, m e s - dita, ventura —condição, estado
quinho — sodomita. — arte, geito, maneira, m o d o —
S o m m a , addicção , importância , classe, espécie—porção,quinhão.
monta, numero, quantia. Sorleação , sorteadura , sortea-
S o m m a r , addicionar — epilogar, mento, sorteio.
resumir. Sorieiro.sorteador.
Somnigcro, somnifero, somnifico, Sortilégio, bruxaria, feitiecría,
souinoleulo, soporifero. malelicio — lascinacão, prestigio.
Somnolcnto ou Sonorento, ador- Sorlimenlo. copia, provisão.
mecido — entorpecido. Sortir, cansar, produzir — obter.
Sonda, prumo — tenta. Sorumbático, carrancudo, tor-
Sondar, apalpar, tentear — exami- vado, — sombrio — triste.
nar, indagar. Sorvedouro, abvsmo.redomoinho,
Sonho,
III.sia— vi-ão
illusão,
— vaidade.
chimera, phanla- 22Sorver,
voragem.
chupar, sugar — engolir.
254 SUB SUB
Sorvo, chupo, sorvedura. [vès,I|Subitamente, de repente, subita-
Soslaio esguelha, obliquidade.tra- nea. upitmi mie.
Soster ou Suster, segurar, susten- Subitanen ou Súbito, improviso,
tar — conservar— soffrer, sup- inopinado, insperado, instantâ-
portar—deter, parar, repesar neo, repetino — surprendente,
— adjudar formentar. Subjugador, domador, vencedor
Sótão, entresolho. esvão. — conquistador — (adj.) rafes-
Sotaque, apodo, dicto. tante.
Soterrar , enterrar — esconder, Subjugar, 'Sugigar ou Sujugar,
occultar —sepultar. domar, vencer — submetter, su-
Soto, abaixo, debaixo. jeitar — conquislar.
Sotrancão, dissimulado, malicioso Sublevação, amotinação, levanta-
—carrancudo, severo. mento, rebellião. sedição.
Sotrancar, abarcar, cingir. Sublevar, alçar, erguer, levantar
Soturno, cabisbaixo—malancolico, — amotinar, rebellar, revoltar.
triste — escuro, sombrio — taci- Sublimação , elevação , sublimi-
turno — quieto. [ tundi. dade.
Sova, cnçadura, m a ç a d a , pisa, Sublimar, erguer, levantar — en-
Sovar, amassar—desancar, maçar, grandecer, exaltar.
pisar [tacanho. Sublime, alto, elevado,'erguido,
Sovina, avaro, fona, mesquinho, levantado — exaltado, sublima-
Sovinar, picar, pungir—molestar. do — eminente, excelso, preex-
Sternudação ou Sternutação, es- celso — altiloquo, altisono, ai li—
pirro. volo — excellente.
Stricto, apertado, estreito — rigo- Sublimidade, altura , elevação ,
roso — preciso. eminência — altiveza — excel-
Sua,*sa. lencia.
Suadir, convencer, persuadir. Submergido, submerso — nau-
Suado, banhado — cançado, fati- fragado, naufrago.
gado, [cançar. Submergir, acapellar — alagar,
Suar, transpirar — afadigar-se, inundar — afundir, anegar —
Suasão, induzimento, persuasão. mergulhar — sumir — afogar.
Suasório, persuasivo. Submetter ou Sometter, avasallar,
Suave, agradável, aprazível, grato sujeitar — domar, vencer — hu-
—blandisono, delicioso, delei- milhar.
tavel,jucuudo — doce, mellifluo Submissão, obediência, sujeição —
— brando, macio — leve. humildade, rendimento — b a i -
Suavidade, amenidade, brandura, xeza -4'jbsequio.
doçura — jocundidade. Submisso, humilde, obediente —
Suavisar ou Suavizar, abrandar, submettido,sujeito—avassallado,
mitigar, moderar — abemolar subjugado.
— açucarar, Subordinação, connexão, depen-
Súbdito, submisso, sujeito — (t.) dência —sujeição—inferioridade.
_ vassallo — tributário. Subordinar, submetter, sujeitar.
Subida, ascensão — calcada, em- Suborrnação ou Suborno, corrup-
posta, encosta, ladeira, etc. — ção, seducção— inducção, insti-
acerescimo, medra. gação.
Subido, alto, elevado, erguido, Subornar, corromper—abusar, se-
levantado— excedente, precioso duzir.
— eminente, remontado, subli- Subsidiar, ajudar, auxiliar.
Subir,
mmedrar
a d otrepar
. —exaggerar—içar.
— m o n t a r — crescer,
-- Subsidio, imposto, tributo
Subsistencia,allmento—
lio, soccorro. — auxi-
sustento —
SUF SUM 255
existência —estabilidade, perma- Sugar, chupar.
Subsistir, existir, viver, [nencia. Suggerir ou Sugerir, advertir, ins-
Substancia ou Suslancia, essência pirar, lembrar — instigar.
— âmago, polpa — sueco — epi- Suggeslão ou Sugestão, incita-
tome, s u m m a — corpo, matéria ção, instigação — sollicitação —
— bens, riqueza. exhortação — tentação. [rar.
Substancial ou Sustancial, alimen- Suggiliar, reprehender — vitupe-
toso , nutritivo — essencial, Sulcidar-se, matar-se.
principal. Sujar ou Çujar, conspurcar, e m -
Substancioso ou Sustancioso, ali— porcalhar, manchar.
mentoso, nutriente, nutritivo. Sujeição, obediência, submissão —
Subterfúgio, artificio, pretexto — dependência — j u g o .
escapula, excusa — desvio, effu- Sujeitar ou Subjeitar, domar, sub-
gio, tregiversação. jugar, submetter, vencer— con-
Subterrâneo ou Sotterraneo, cava ter, refrear.
— caverna, cova — (adj.) sub- Sujeito, assumpto, objecto — a r g u -
térreo. mento, matéria — capacidade —
Subtil,Sotil ou Sotil, delgado, fino, Índole — súbdito , vassallo —
tenue — leve — pequeno — (adj.) domado, subjugado — dó-
agudo, arguto, perspicaz —inge- cil, obediente — obsequioso.
nboso — ardiloso — delicado. Sujidade ou Çujidade, immundicia,
Subtileza, Subtileza ou Subtilidade, porcoria — obscenidade.
agudeza , argúcia — astúcia , Sujo on Cujo, immundo, m o n d o n -
treta — delgadeza, lenuidade. gueiro, porco, sórdido — entre-
Subtracção, diminuição—privação. meiado — impedido — desho-
Subtrahir, diminuir, tirar—privar nesto, ímpudcio— baixo, vil.
— retirar. Sulcar ou Surcar, lavrar — abrir,
Subúrbio, arrabalde, burgo. [do. cortar, fender, talhar— navegar.
Subvenlaneo, abortivo— infecun- Sulco, rego.
Subversão, caída, destruição, ruína Suirur ou Sulphur, enxofre.
— perversão. Sulfúreo ou Sulphureo, nitroso,
Subverter ou Soverter, arruinar, sulphurino. [mento.
demolir, destruir — transtornar Sumiço ou Sumidura, despareci-
— submergir — perverter. Sumidouro, abysmo, voragem —
Sueceder, acontecer — seguir-se escoadouro.
— sobrevir — substitu ir-se.. Sumir ou Somir, afundir, submer-
Sucessivo, consecutivo, lontinuo, g i r — esconder, occultar.
gradual, progressivo — heredi- Sumir-se ou Somir-se, afundar-se
tário — perenne. — desapparecer — esconder-se
Successo ou Succedimento,aconte- —fugir.
cimento, caso, e v e n t o — conclu- S u m m a , compendio, epilogo, epi-
são—effeito, êxito—acção, feito. tome, resumo, s o m m a .
Succinto ou Soeinto, breve, c o m - Summaríar, compendiar, epilogar,
pendioso, conciso, curto. [cia. resumir.
Sueco, ç u m o — chorume, substan- Summario, epitome, resumo, sum-
Sufliciencia, abasiança, abasto — m a — (adj.) breve, compendioso.
aptidão , capacidade — habili- Summidade , cimo, c u m e , pinca-
dade — talento. rito, ponta, tope.
Sufficiente, bastante — apto, capaz S u m m o , alto, elevado — excelso—
Suffocar,
Buffrag
— hábil.
approvação.
o,afogar
opinião,
— abafar
parecer,
—[primir.
cvoto S ueminente,
m o ou Çcusto,
o m - Sumptuosidade
Surripio, u m sublime
o , ,despesa,
sueco.— grandeza,
fasto, supremo,
gasto.
[ultimo.
256 srjp sus
- magnificência — munificência. Suppliciar, castigar, justiçar.
Sumptuoso ou Sumtuoso, appara- Supplicio, castigo, tractos,afllicção,
toso, brilhante, esplendido, m a - pena, tormento.
gnifico, pomposo — custoso. Suppor , conjecturor , imaginar,
Suor, transpiração — afan, fadiga, presumir.
trabalho. Supposição, conjectura,hypolhesis
Superabundante, desnecessário, — falsidade, impostura, mentira.
excessivo, exuberante, redun- Supposilicio ou Suppositivo, fin-
dante. gido, supposto.
Superabundar ou Sup'rabundar, Supposto.hypothetico—imaginado.
exuberar, redundar, [mentado. Suppressão,abrogaçSo,annullaçâo.
Superadito , accressentado , aug- Suppresso, supprimido.
Seperar,sobrepujar, vencer—avon- Supprimir, calar — reprimir—pro-
tajar-se, exceder. hihir, vedar — annullar, cassar
Superavel, vincivel. extinguir — impedir.
Supercheria, burla, embuste, en- Supprir ou Suprir, completar, en-
gano, fraude, trapaça. cher , reencher — satisfazer.
Supercilío, sobrancelha — sobera- Supputação, calculo, computo.
nia — suberba. Suppular. calcular, computar, con
Superfície, côdea, exterior, flor — Supra, a d m a . [tar
apparencia — noção, tinctura. Supremo, altíssimo — ultimo -
Superllufdade, sobejidão — d e m a - soberano, superior— excelso.
sia, excesso, exuberância, nimie- Surdez ou Surdeza, insurdecencia,
dade. mouquidão
Supérfluo, desnecessário, inútil — Surdir, surgir — brotar , manar -
demasiado, sobejo. nascer — rebentar.
Superior ou Sup'rior,supernal, su- Surdo, mouco — calado, silêncios.
perno, supero — excellente — — manso.
soberano — celeste, divino—ex- Surgidouro, abra, ancoradouro
tremado— auctorisado,dominioso angra, calheta, enseada.
— poderoso — afelio. Surgir, ancorar, aportar fundeai
Superioridade, excellencia, prima- — levantar-se, medrar subir.
zia — maioria, vantajem — aue- Suro, derrabado, descaudado.
toridade, domínio, poder, sobe- Surprender ou Suiprehender, as-
rania, [timo. sustar, sObresaltar — admirar,
Superlativo, excellente, eximio, op- espantar — enganar.
Superno ou Supero,excellente, so- Surpreza41sobresalto — engano —
berano — superior — excelso. assombro, espanto, pasmo—pei-
Supervacaneo, baldado, inútil, su— lurbação — ballucmação.
Supino, alto, elevado. [perlluo. Surra, coça, sova , tunda. [carg.
Supito, accelerado — colérico. Surriada, apupada, vaia — de«
Supplantação, engano — traição. carga.
Supplantar, atraiçoar — enganar— Surripiar, bifar, furtar, gatunar
desappossar. rapar.
Supplemento , aceressimo, addi- Surto, ancorado, aportado, fun-
mento,augmento—perfaz.imento. deado, surgido.
Supplica ou Supphcação, depreca- Sus, animo! valor!
ção, plegaria , preces, rogativa, Suscitar, ascender, excitar, incitai
voto — memorial. "Suso, acima, antes. . [move
Supplicante,
Supplicar,
deprecar
supplicador.
instar,
— implorador,
requerer,
pedir, sollicitar.
supplice,
rogar — Suso-dicto
Suspeita,
fiança,
sobrediclo.
receio
ou
conjectura
Susodicto,
— duvida.
— anledicl'
descon-
SYM TAC 257
uspeitar, conjecturar, presumir — co,figurativo,typico — conjec-
desconfiar. tural.
Suspeito ou Suspeitoso , duvidoso Symbolo, bieroglyphico — figura,
— desconfiado, reccioso. imagem — divisa, emblema, em-
Suspender, pendurar — enleiar — presa, signal, tenção.
entreter — interromper — demo- Symeti ia, Symmctria ou Symediria,
rar, deter, dilatar, prolongar, proporção, similhança — regu-
sustar. lai idade.
Suspensão, privação — assombro, Symio, bugio, macaco, m o n o ,
pasmo — abstracção, arrebata- Symphonia , concerto, harmonia,
mento , extasis — enleio — es- melodia — symclria — intelli-
panlo — duvida, incerteza. gencia, união.
Suspenso, pendente, pendurado — Synagoga, "esnoga, senog.i.
abstrahido, extático — assom- Syncope,desfallecimento,desmaio.
brado , estúpido — espantado, Syndicar, censurar, repreheiulor.
pasmado — absorlo,altonilo,i n- Synodo, congregação, congri sso—
Iciado — duvidoso, incerto, per- concilio — assembleia.
plexo, vacillante — ambíguo — Syrles, bancos, baixos, cachopos,
"descontinuado, interrompido. escolhos — perigos, riscos.
Suspirado, appelecido, desejado. Systema, theoria — hypothese,
Suspirar, gemer — lamentar — so- supposição.
luçar — almejar, appetecer,
desejar. T
Suspiro, ai, gemido — desejo.
Suspiroso, gemedor, gemente. Ta, parai! tende m ã o ! — basta!
Sustentação, sustenlamenlo, sus- Taludo, ethico — corrupto, podre,
tento. podndo.
Sustentar , alimentar, manter, n u - Tablado, theatro.
trir — apoiar, librar, suster — Taboa ou Tábua, prancha — pai-
cultivar, entreter — conservar— nel , quadro — mappa — plano.
defender, resistir — impedir — Tabuada, index, tabeliã.
adjudar, favorecer, fomentar. Taboleta ou Tavolela, figurino.
Sistenlo, alimento, mantimento, T.buri.o, cstrudiuho — baira, ca-
nutrimento, nutritura — c o n s e r - tre, leito.
v a ç ã o — mantença, manutenção, Tacanho, astuto, fraudulento, ve-
sustentação—abrigo—amparo— lhaco — avaro, ílliberal, m e s -
arrimo, encosto. 5 [der. quinho, mísero.
Suster, demorar, dilatar—suspen- Taça ou Tassa, copo, cyatho.
Suslo, medo, temor — espanto — Tacha ou Taxa, mancha, n ó d o a —
apprehensão , receio — alarma, defeito, falia, pecha — erro —
rebate, sohresalto. preguinho.
Susunar, zunir — murmurar — Tachar ou Taxar, censurar, notar
mexericar. [ nido. — vituperar.
Susuiro, murmúrio, zumbido, zu- Tácito, calado, silencioso—secreto.
Situra, costura. Taciturno, calado, silencioso — •
Suxar, alargar — largar, soltar — melancólico, triste — soturno.
moderar, remitlir. Táctil, palpável.
Suxo, solto — alargado, desaper- Tacto, contacto, tocamento, toque.
tado.lisonjeiro
Symbolico,
Sycophantc
dor,
cusador (falso).
allegorico,
ou Sycopbanta,
— impostor
emblemáti-
adula-
— ac- Tactura, tocamento, toque.
258 TAP TED
Taful ou "Tafur, casquilho, pe- Taralhão, entremettido, metlidiço
ralta, petimetre — jogador. — engraçado, faceto.
Tafularia ou Tafulice, casquilhice. Taramela ou Tramela.tranqueta—
Tagarella, grilaria, motim —falla- fallador, palrador.
dor, lambareiro — pernóstico — Taramelar ou Tartarear, bachare-
palavroso. lar, pairar, tagarellar.
Tagarollar, berrar, gritar, vocife- Tardador, detençosn, passeiro, tar-
rar, vozear — bacharelar, pai- dão, tardeiro, tardinheiro, vaga-
rar, papear, taramelear. roso.
Tomado,astuto,malicioso,velhaco. Tardança, Tardada ou Tardamen-
Tal, igual, similhante — algum. te, delonga, demora, detença,
Talas, aperto, embaraço — perigo. dilação, mora, vagar— phlçgma.
Talabarte, boldrié, cinturão, talim. Tardar, demorar se, dilatar-se.
Talar, assolar— arruinar, destiuir Tardo, detençoso, lento, vatraroso
— queimar. — tardador, tardeiro, tardio —
Talento, ingenho — génio — capa- priguiçoso, ronceiro — inerte,
cidade, merecimento, préstimo— pigro.
partes, prendas — habilidade. Tarefa, empreitada — occupação,
Talha, finta—vasilha. obra, trabalho.
Talhada, fatia, posta, tira. Tarifa, pauta.
Talhado, disposto — hábil — m o l - Tartamudear ou Tartamelear, bal-
dado — cortado — convencio- buciar — gaguejar.
nado, determinado. Tartamudo, balbuciante —ceceio-
Talhador, cutelo — carniceiro — so, gago, pevidoso, tataro.
trincho. Tartareo, avernal, cocytio, estygio,
Talhar, cortar — abrir, fender. infernal — luciferino.
Talhe,figura,forma — estatura. Tarlaro, inferno.
Talho, cepo — corte, golpe — gyro, Tartufo, hypocrita — falsado, im-
turno — d e c o t e — m o d o . postor — seduetor. [tigar.
Talim, boldrié. Tascar, comer, tasquinhar — m JS-
Talingar, atar, liar. Tassalho, naco, pedaço.
Talisca, fenda, greta, resquício. Tavanez, inquieto, trefo.
Talilreou Talitro, piparote. Tavão, atabão, moscardo.
Taludo, crescido, espigado. Taverna ou Taberna, baiuca, b o -
Talvez,a caso, per ventura, pôde dega, tasca, [gueiro.
ser que... — quiçá — ás vezes. Taverneiro ou Taberneiro, bode-
Tamancas ou Tamancos, sóceos. Taxa, imposto, tributo — limite —
T a m a n h o ou T a m m a n h o , altura, modo, termo — defeito — cen-
grandeza, volume. sura, nota.
T a m b é m , demais — junctamente Taxar , almotaçar — determinar,
— da m e s m a sorte — outro-si. regrar, regular — limitar, mode-
Tambor, atambor, caixa — ataba- rar — censurar, notar, repre-
Ics — tympano. Té, até. [hender.
Tangedor, menestril. Têa ou Teia, lençaria, teada — tela
Tanger, tocar — picar — * perten- — tecedura, urdidura. [urdir.
cer, respeitar. [char. Tecer, compor — liar, travar —
Tapar, cobrir— cercar, cerrar, fe- Tecido ou T e ç u m e , tissu, t r a m a —
Tapeçaria ou Tapeceria, tapiz — textura — (p. pas.) urdido.
flores — relva. Teda,tea, tocha.
Tapete,
Tapiz,
Tapona, ,alcatifa.
T a p u m ealcatifa,
golpe,
cerca,pancada.
tapeceria,
tapagem, tapete.
tapigO. Tédio, antojo,
mento,
Tedioso,
tidioso, nojo —fastio
aborrecivel,
fastioso- —enojoso,
moléstia.aborreci-
fas-
TEM TEN 259
Teima, birra, contumácia, obstina-Temporar, borrasca, tempestade,
ção, pertinácia. tormenta — (adj.) profano.
Teimar, ateimar, embirrar, insis- Temporisarou Temporizar,aguar-
tir, porfiar. dar, contemporizar, retardar.
Teimoso, ateimado,cabeçudo, obs- Temulencia, bebedice, borrachia,
tinado, pertinaz, porfioso, ten- embriaguez.
çoeiro, testo. Temulento , bêbado , borracho,
Teiro ou Teiroga, peguilho, teima, ébrio, ebrioso, embriagado.
lurra — antipathia. Tenacidade, aferro, contumácia,
Temer, apprenender , receiar — obstinação, pertinácia.
estremecer. Tenaz ou Tenace, aferrado, obsti-
Temerário, arrojado, denodado, nado, pertinaz, testo—apegado,
destemido — audaz, atrevido, preso — immudavel — escasso
ousado — impávido, intrépido— — apertado, estreito.
cego, precipitado — imprudente, Tenazes, pinças.
incauto, inconsiderado. Tenção, animo, mente — intento,
Temeridade, arrojo, atrevimento, vontade — deliberação, determi-
audácia — intrepidez, ousadia — nação, propósito, resolução —
imprudência, precipitação. significado — reixa.
Temeroso ou Temoroso, amedron- Tencionar, assentar,decidir,deter-
tado, pavoroso, assustado, m e - minar, resolver.
droso, pusillanime, temerando, Tençoeiro, obstinado, renitente,
limido, timorato. teimoso — riioso.
Temível, assnstoso. Tenda, barraca, pavilhão, tentorio
Temor, medo, pavor,terror—receio — loja. [propensão.
—estremecimento— respeito. Tendência , inclinação , pendor ,
Temorizar, atemorizar. Tender, dirigir-se, encaminhar-se
Tempe, jardim, pomar, vergel. — inclinar, propender — desfe-
Tempera, rijeza — temperatura — rir, desfraldar.
m u d o — gosto —estylo, usança. Tender-se,alargar-se, estender-se.
Temperamento ou Temp'ramento, Tendilhão, pavilhão.
compleição, constituição — gé- Tenebrosidade, cerração, escuri-
nio , indole — moderação, tem- dão, trevas.
perança — modéstia. Tenebroso ou Tenebricoso, caligi-
Temperança, comedimento, m o d e - noso, cego, cerrado, escuro, ne-
ração — modéstia— frngalidade, buloso, negro,trevoso.
f
sobriedade. Tenro, brando, molle — delicado,
Temperar ou Temprar, adubar, mimoso — novo, recente.
condir — abrandar , moderar Tentação, impulso — seducção —
— afinar. desejo, vontade — propensão.
Tempero, adubo — meio, m o d o . Tentador, demónio — seduetor.
Tempestade, borrasca, procella, Tentar, induzir, instigar, suggerir
temporal, tormento. — buscar, procurar—sollicitar—
Tempestear, borrasquear. apalpar, experimentar, provar—
Tempestuoso ou Tempestoso, bor- diligenciar— commetter, inten-
rascoso. tar —expor-se.
Templo, basílica, igreja — capella, Tentativa, ensaio, prova — dili-
oratório— delubro. gencia , esforço.
T e m p o , idade, século— demora, Tentear, examinar, sondar — o b -
dilação,
occasião,
ção,
ta — quadra
cadencia,
espaço
opportunidade
—temporal,
consonância.
— conjunctura,
tormen-
— esta- Tento,
calcular.
servar, ponderar,
dado,attenção,
sentido. reparar cui-
consideração, —
260 «R THA
Tenue, debil, fraco — delgado, Terremoto, tremor-de-terra—aba-
exile, leve, subtil — pequeno — lo — estrondo — ruína.
limitado. Terreno, solo, terra — campo —
Tenuídade, delicadeza—delgadeza território — (adj.) mundano,
— bat;atella. terrestre.
Têpe, terrão. Térreo, terroso.
Tepez, contumaz,obstinado. Terrestc ou Terrestre, m u n d a n o —
Tépido, m o r n o — cálido —frouxo, terreal,térreo.
libio. Terrífico, tremendo.
Tc por, mornidâo — frouxidão, ti- Territo, amedrontado.
bieza. Território, alçada, circuito, comar-
Ter, haver, possuir — crer, enten- ca, districto — estados, império,
der, julgar — passar — dizer — reino.
alfirmar — demorar, deter — se- Terrível ou Terribil, terrífico —
gurar — def.nder — (inlerj.) m e d o n h o — espanloso, formi-
parai 1 dável , formidando, tremendo —
Terceiro, tareio — (».) advogado, pavoroso — horrendo , hórrido,
intercessor, medianeiro, |>adri- bonifico, horroroso — lemoroso
nho — corretor— alcofa, alco- —fero.
viteiro. Terror, assombro, espante, m e d o ,
Terccna, armazém, tarracine. pavor.
Terço, obstinado, pertinaz, tei- Terso, limpo, lustroso, polido.
moso, téslo. Tesão, rijeza, vigor — constância.
Tergemino, tresdobrado, triplo. Tescão, calaceiro, vadio.
Tergiversação, dissimulo, subter- Teso, interiçado — estiiado — im-
fúgio — incerteza, irresoluçáo. mobil — forte, rijo, robusto —
Tcrgo, costas, dorso, lombo. hirto — valente — testo — cons-
Terminação, desinência — conclu- tante — áspero — alcantilado.
são, Inn, remate. Testa, dianteira, freme, fronte.
Terminar, arrematar, fechar, fin- Testaçudo , cabeçudo , contumaz,
dar, limit i r — situar — decidir opiniático — rusticano.
— (ii.) acab ir, fenecer. Testemunhar ou Testimunhar, al-
Terminalivo,final,ultimo. testar, comprovar, provar, tes-
Término, fim, limite, raia, termo. tificar.
Termo, cabo, lim — baliza, limbe, Testemunho ou Teslimunho, de-
marco, meta — geito, m o d o — poimento, deposição — atlesla-
civilidade — dicção, palavra, vo- ção — pfova — fe — indicio.
cábulo — estado — postura. Testificai'rte.-timuuhar — assegu-
Terneira, novilha. rar — comprovar.
Terncza ou Ternura, affecio, affei- Tés o, cabeçudo, teimoso, testudo
ção, "affeito, amizade, amor — — firme, resoluto, teso.
affago , caricias, carinho — Teta, m a m a , peito.
brandura. Telerrimo, m a o —cruel — horro-
Terno, brando, tenro — compas- roso — feio — hediondo — os-
sivo, enternecido, sensível — af- Teto ou Tecto, teito. [queroso.
fectoso, alíectuoso, carinhoso — Tétrico, carrancudo, carreado —
delicado — amável — caro — melancólico, triste — turvo.
extremoso, fino. Tetro, manchado — negro.
Terra, mundo, universo — globo. Textura, contextura, tecido.
redondeza
Terrado,
paiz,
— chãoregião— —eirado,
área, homens
— fazenda,
pátria —— ninho,
herdade,
[priedade.
campo
pro- Teudo,
Thalamo,
Tez,
das, obrigado.
epiderme,
esposonos,
leito, pelle—
thoro
núpcias.
— carão.
(pi.) b o -
TIR TOL 261
Tlmatro ou Teatro, scena, tablado crever — copiar, retractar —
— publicidade. [posição. cobrar, recadar.
Thema, assumpto, sujeito — pro- Tiritar, badalejar, tremer.
Theor ou Teor,contexto —estylo, Tiro, arremeço, jacto — ferida,
maneira, modo. golpe, pancada — dardo, setla
Thesouro ou Thisouro , erário — — pelourada, pelouro — abu-
preciosidades, riquezas — burra são, remoque — parelha — Irom
— collecção. — jaculação.
Thelis, Nerina. Tirocínio ou Tyrocinio, aprendi-
Thoro, thalamo. zado — noviciado.
Thurificar, incensar. • Tisnar, farruscar.
"Ti, tu. Tilão ou Titan, o Sol. [ frate.
Tiara, triregno. Titere, boneco,figurilha— boni-
Tibia,frauta. Titbania, a Aurora. [mulo.
Tibieza, mornidão — frieza, frou- Titillação, cócegas, pruído — esti-
xeza, frouxidão. Imisso. Titurbar, Titubiar ou Titubear,
Tibio, morno, tépido — frouxo, re- balbuciar — duvídar,hesitar, va-
Tido, havido, possuído. cidar — cambelear, manquejar.
Tigetla, malga. [mano. Tiluheação, hesitação, indetermi-
Tigre, bárbaro, cruel, feroz, inhu- nação, vacillação.
Tijolo, adobe, ladrilho. Titulo, inscripção, leltreiro, rotulo
Timão, leme. — denominação — còr, pretexto.
Timbre, honra, pundonor — ca- Toa, rageira, reboque, sirga.
pricho, pliantasia. Toada, soada, tom.
Timidez ou Timidade,acanhamen- " Toalhete, guardanapo.
to, acobardamento — temor. Toante, soante. [aprazer.
Timido , acanhado , encolhido — Toar, soar — trovejar — agradar,
assustado , pávido , pavoroso , Toca, buraco, caridade, ouço —
temoroso — amedrontado, ate- casebre.
morisado, medroso, receioso — Tocadura ou Tocamento, toque.
ignavo, imbelle — cobarde, fra- Tocante, concernente, relativo —
co, pusillanime. affectuoso, mavioso, pathetico.
Tingir, corar, pintar. [cuia. sensível — lastimoso — (prep.)
Tinha, lepra — defeito, Talha, m a - acerca, a respeito.
Tinhoso,gafeirento, leproso — (s.) Tocar, bater — tanger — perten-
demónio. c e r — estimular, instigar — en-
Tinido ou Tinnido, reli"jtim. cetar — inspirar, mover — m u -
Tinidor, soante, tininte. siquear.
Tinir ou Tinnir, soar — zumbir. Tocha, acha, brandão, téa, teda —
Tino, instincto, penetração, saga- facho,fogareo. [ainda.
cidade—juizo, senso — m e m o r i a . Todavia, ainda assim, comtudo —
Tinto ou Tindo, tingido—pintado. Todo, inteiro, lotai — (adv.) intei-
Tintureiro ouTinclureiro, tinctor, ramente.
fingidor. Todopoderoso ou Todo-poderoso,
Tiorba, alaúde. altíssimo, omnipotente.
Tiracollo, boldrié, talabarte, talim. Toldar, anuviar, escurecer, offus-
Tirão, empuxão, puxão — estirão. c a r — (r.) morear-se.
Tirar, atirar — levar — levrar — Toleima, asnada, asneira, nece-
privar — apartar, dissuadir — d.ado, tolice.
atlrahir
exportar,
tolher
— puxar— — exigir
extrahir,
—deduzir,
inefrir
— pedir
diminuir — T"l
—transportar
impedir,
— des- 'não,toiaz.
Tolerância
tolão,
dulgência—parvoalho,
. cond parroiirão,
aturamento,
scendenci.i,
pacien*
in-
262 TOP TOR
cia, soff imcnto — moderação. bicar — chocar, encontroar.
Tolerar, soffri r, supportar—dissi- Tope, cimo, summidade — choqne,
mular — permitlir. encontro — óbice, obstáculo —
Tolerável, sollrivel, supportavel — Topetar, marrar, [ laço.
perdoável. Topete, copete, monho, trunfa.
Tolete,tolinho. Topo, fim, remate — choque, en-
Tnlheita, empeço, estorvo. contro.
Tolher, defender, p ohibir, vedar Toque, contacto, tactura , toca-
— estorvar, impedir, obstar — mento — som — ensaio, prova—
privar. quilate — inspiração — impulso,
Tolhido ou Tolheito, impedido, in- movimento — golpe, pancada.
terdicto — paralytico. Torcer, virar, voltar — estorcer,
Tolhimento, impedimento, obstá- retorcer — dobrar, vergar — al-
culo — cortamento, talhamento terar— curvar, curvilhar.
— paralysia. Torcer-se, esquivar-se — confran-
Tolice, baboseira, estultícia, fatui- ger-se.
dade, necedade, parvoíce, san- Torcicollo, reviravolta, rodeiro —
dice, toleima — disparate, frio- ambiguidade — gyro — (adj.)
leira. hypocrita, tartufo.
Tolo, basbaque, enxovedo, estóli- Torcido, obliquo, recurvo, torlo.
do, fátuo, inepto, insensato, Torga, urze.
néscio, papalvo, parvo, patau, Tormenta, borrasca, procella, tem-
simpleirão. pestade, temporal — agitação,
Tolontro, caroço, tubara. desordem, tumulto —trabalho—
T o m , som — brado — tono. desgosto.
Tomada ou Tomadia, presa — pi- Tormentar, aflligir, atormentar,
lhagem, roubo, saque — con- atribular— amofinar, molestar
quista — apprehensão. importunar — fatigar.
Tomadiço, agastadiço, colérico, Tormento, afllicção, augustia, dór,
enfadadiço — vidrento —accele- martyrio, pena — castigo, sup-
rado, assomado. plicio, tortura, tractos.
Tomar, aceilar, receber— atalhar, Tormentoso, borrascoso, bravo,
tolher — captivar, conquistar — «luctuoso, proceiloso, tempesto-
considerar — interpretar — ava- so, tempestuoso.
liar—apanhar, recolher—usur- Tornada, regresso, reversão, tor-
par — sobrevir — alcançar — namento, vinda, volta.
achar, encontrar — adoptar — Tornar, v^Étar, volver — restituir
imitar. traduzir, verter — responder —
Tombar, baquear, cair, desabar, mudar,transfigurar, transformar
ruir— retumbar — (a.) derru- — retribuir.
bar — demarcar, medir iterras . Tornar-se, converter-se, fazer-se
T o m b o , baque, queda — camba- — volver-se.
lhota — archivo, cartório. Tornear ou Torneiar, cercar, cin-
Tomo. exemplar, livro, volume. gir — rodear.
Tona, casca, pelle, pellicula — su- Tornêo ou Torneio.justa—volteio.
Tonante, fulminante. [perlicie. Torpe, deshonesto, impudico, im-
Tono, tom. puro, obsceno — ignominioso,
Tonsurar, tosquiar. indecoroso, indigno, infame, vil
Tonteira, Tonlice ou Tontura, — esquálido, hediondo, i m m u n -
extravagância, loucura. do, sórdido—nefario—deforme.
Top— extravagante
Tonto, r, inhenho,
deparar,louco,
encontrar
— estouvado.
parvo,
— etolo
m- Torpente,
Torpeza
di sbonestidade,
ouentorpecido.
Torpidade,
impudicia,
fealdade—
obs-
TOB Tiu 263
cenidade — baixeza, infâmia. fortúnios— misérias — angus-
Tor|ior, adormecimento, entorpe- tia:;, tribulações— perseguições.
cimento, intuinccimeuto. Trabalhoso, fatigoso, lahorante, la-
Torquez, tenaz. borioso, penoso — cançativo —
Torrão ou Terrão,gleba— bocado, difficil.
pedaço — paiz, região, terra. Trabuz.ana, tempestade, tormenta
Torrar, tonificar, tostar — seccar. — desordem.
Torrente, cheia — enxurrada , le- Traça, desenho, planta — invento
vada — mutidão. [torrado. — meio, m o d o — ideia, plano,
Tórrido, adusto, ardente, árido, projecto — machina — ardil,
Torto, cumbo, curvo, obliquo, re- m a n h a , treta — cabala — in-
torcido — vesgo, zanaga , zaro- dustria.
lho — (s.) injuria —semrazão. Tração, traça— feição, forma —
Tortuoso ou Tortooso, anfractuo- perfil, traço—estilhaço, pedaço.
so, sinuoso, voltivago. Traçar, delinear, desenhar— des-
Tortura ou Tortuosidade,sinuosi- c r e v e r — imaginar, inventar —
dade, viravolta, volta — tractos. arregaçar. [ — risco.
Torvação, inquietação, perturba- Traço, costumo,modo,uso— linha
ç ã o — m e d o , susto. Tracto , extensão — espaço , lapso
Torvar, dessocegar, inquietar — — região.
perturbar. Tradição, nomeada — boato, n o -
Torvelinho ou Torvolinho, redo- ticia — historia — entrega.
moinho, torvelin, turbilhão. Traducção, translação, traslada-
Torvo, terrível — ameaçador — s a - ção, versão — interpretação.
n h u d o — carrancudo, severo — Traductor ou Traduzido!, transía-
(«.) "estorvo, impedimento. tor, vertedor—interprete,lingua.
Tosa, coça, eslrega, estafa, m a ç a - Traduzir, trasladar, verter—trans-
da, pisa, tunda. ferir, transformar — levar —
Toscanejar, dormitar. mover.
Tosco, grosseiro, rude — malfeito Trafegar, labutar, lidar, trasfegar—
— bronco, incullo — acham- negociar.
boado. Trafego ou Trasfego, labutação,
Costado, torrado — crestado. lida — commercio, negocio —
Tostar, torrar — queimar, tisnar conversação, tracto.
chamuscar, crestar. Trabcancia, trafego, trafico — e m -
Total, totalidade — (adj.) comple- buste, velhacada. [negociar.
to, inteiro — univcrsaL Traficar, chatinar, commerciar.
fouril, curral — corro. » Trafico, commercio, negocio.
Touro, bezerro, boi, novilho. Tragadeiro, esopbago, guela.
Touta, cabeça, cachola , occipicio, Tragador, devorador, glotão, vo—
tola, toutiço. rador, voraz.
Toxico, peçonha, veneno. Tragar, devorar, engolir — absor-
Trabalhado, aprimorado — cança- ver, consumir — aquiescer , sof-
do, fatigado, lasso. frer, supportar— comer.
Trabalhador, ganhão, jornaleiro, Tragedia, catastrophe — desgraça,
obreiro — (adj.) laborioso. infortúnio.
«.'rabalhar, laborar, labutar, lidar, Trágico .calamitoso, funesto—triste.
mourejar — diligenciar, nego- Trago, chupo, golle, servo.
ciar, procurar — atormentar, m o - Traição ou"Treição, alcive, aleivo-
lestar tarefa
Trabalho,
lida,
(pi.) — fadiga,
polir, retocar.
— afflicção,
calamidades, suor — pena
labor,
desgraças, in- sia,
— Traidor,
Traicoado,
sidia,deslealdade,
perfídia,
aleivoso,
malévolo.
tredice.
infidelidade,
desleal, falso,
in-
264 TBA TRA
fementido, pérfido, prodilor, tre- der, sobrepujar — (n.) commc-
do, "tredor, 'tredoro. nicar-se.
Trair ou Trahir, atraiçoar — enga- Transcrever, copiar, trasladar.
nar — declarar, manifestar. Transcripção, copia.
Trajar, entrajar, roupar, vestir. Transferir, conduzir, levar, trans-
Traje, Trace ou Trajo, gala—moda portar—passar—traduzir, verter.
— adorno,ornato. Transformação, mutação — meta-
Trama, tecido, textura — enredo, morphose, transfiguração.
tramóia — ardil, dolo, engano, Transformar, transfigurar— mas-
fraude, traça, treta — artificio, carar—mudar, [gitivo.
machina — cabala — inchaço. Transfuga, desertor — fugido, fu-
Tramar, tecer, traçar, urdii — ma- Transgredir, quebrantar, quebrar,
chinar. violar.
Trambolho, c e p o — enfiada, ramal Transido, debilitado , fraco — es-
— embaraço, peguilho. morecido—antiquado, desusado.
Tramóia, ardil, engano, enredo, Transito, passagem — morte —
maranha, trapaça. espaço.
Trampa, esterco, excremento, mer- Transitório, breve, fugitivo, passa-
da — 'engano, enredo, tramóia geiro — caduco, ephimero— ins-
— treta. tantâneo, momentâneo — imper-
Trampolina , engano, maranha, manenle, instável —inconstante,
trela. mudável, vario.
Tramposo, immundo, porco, sujo Translação ou Traslação, traduc-
— enredador, trampisla — enga- ção, versão — mctaphora.
nador, irapaceiro, velhaco. Translalo ou Translaticio, trasla-
Trancarruas, arruador, espada- dado — melaphorico.
chim, valentão. Transluzente ou Trasluzente, claro,
Trança, "trença. [ccr. diaphano, translúcido, transpa-
Trançar, entrançar, entrelaça1, te- rente, i transpirar.
TranceouTranse, afflicção, agonia, Transluzir, reduzir — brilhar —
angustia — aperto — perigo, Transmutação, mudança, transfor-
risco — adversidade, desgraça, mação.
infortúnio — calamidade, des- Transmutar, transformar — m u -
ventura — trabalho. dar—ceder, traspassar.
Tranqueira , estacada, paliçada, Transparência , diaphaneidado,
tranquia. transluzimenlo.
Tranquillidade, descanço, quieta- Transpactfntc, diaphano, lúcido,
ção, repouso, serenidade, socego, perspreuo, translúcido, translu-
tranquillisação— bonança, cal- zente — fino.
m a — paz. Transpirar, suar.
Tranquillisar, aquietar, pacificar, Transplantar, mudar, transferir,
socegar — abonançar, applacar, transjiortar. [ferir.
calmar, moderar. Transpor, descollocar,tirar—trans-
Tranquillo , pacalo, pacifico, plá- Trausportaçâo, transporte — ele-
cido, quieto, sereno, socegado. vação, extasis, rebatamento.
Tranquitana, carruagem, coche. Transportar,acarrear, levar,trans-
Transacção, ajuste, contracto. ferir — arrebatar, enlevar, exta-
Transcendência, excesso, sobre- siar.
pujança. Transporte, transportação — arre-
Transcendental ou Transcendente, batamento, extasis—perturbação.
Transcender,
lente
c o m m—u mmaravilhoso
avanlajar-se.
— sublime.
— penetrante — excel-
exec- Transversal
Transposição,
traves. ou
ioversão,
Transverso,
mudança. de
H

TRA TRE 565


Transunto ou Transumplo, copia Tratar nu Tractor, haver-se, por-
— Iraslado — retrato. tar-se — cuidar, diligenciar —
Transviar-se, desencaminhar-sc, practicar, usar — manear — dis-
csgarrar, exlraviar-se. correr — escrever — negociar —
Trapaça, cavillação, dolo, engano, tocar.
licanuna. Tratavel ou Tractavel, a m e n o ,
Traprçeãr ou Trapaçar, fraudar, brando — maneavel.
gatunar, velhaqnear. Tratear, atormentar, llagellar.
Trapaceiro ouTrapaçativo,buirão, Trato ou Tracto , tractamento —
enganador, velhaco. communicaçfio, familiaridade —
Trapalhão, andrajoso, trapento — conversação — commercio, ne-
rolo — atabalhoado. [Iheiro. gocio — amizade — tormento,
Trapeiro, fragalheiro, roupave- tortura. [—prisão.
Trapo, andrajo, farrapo, fragalbo, Trava, barrote, trave, viga — peia
Traque, peido — s o m . [rodilha. Travado, entravado, preso —agar-
Traquejar, exercitar — (n.) peidar. rado, ferrado — embaraçado, en-
Traquinada, alarido, bulha, es- redado — implicado, involvido—
trondo, matinada — travessura. enlaçado.
Traquinas, buliçoso, inquieto, tra- Travação ou Travadura,connexâo
vesso, [mar—feder. — nexo,prisão.
Tr saudar, transfigurar, translor- Ttravaconlas, contendas, contro-
Traseiro ou Trazeiro, assente, cu vérsias, debates.
— (adj.) posterior. Travadamente, baralhada, mistu-
Tra-co, diabinho, duende, lemure. rada , unidamente.
Trasladar ou Trcsladar, conduzir, Travanca, embaraço, empecilho,
levar, transferir — copiar— tra- peguilho.
duzir, verter. Travar, pegar — liar, prender —
Traslado ou Treslado, copia — ef- acommetler.
figie, imagem, retrato, transump-Trave, barrote, vi a —peia.
lo—exemplar, modelo—amostra. Travessar, atravessar.
Trasmontar, dcsappareccr — tras- Travesseiro, almofada, cabeçal,
Trasposta, emposta. [por. chumaço.
Traste, corda — banca, cadeira, Travesso, endiabrado, m a u — in-
jóia, etc. — velhaco — patife — quieto, traquinas. [malícia.
insolente. Travessura, maldade — estúrdia,
Trastejar, mobelar. Travez ou Través, esguelha, vlcz.
Ti astornar ou Transtornar, revirar, Traz ou Trás, após, atrás, depôs,
revolver, virar, voltar. detrás.
Traslorno ou Transtorno, contra- Trazer, conduzir, levar, transpor-
t e m p o — mudança. [lurbar. tar — allegar, citar — a c o m p a -
Trasfrocar, alterar, confundir, per- nhar-se — produzir — adduzir.
Tratada, alicantina, trapaça, velha- Trebelbar, brincar, folgar— pular,
ca ria. saltar — bailar.
Tratado ou Tractado, dissertação, Trebelho, brinco.
opúsculo — ajuste, convenção — Tredice, traição.
(adj.) debatido, disputado — r e - Tredo ou ' Tredor, traidor — f a h
cebido — regrado, regulado. sario, fementido.
Tratamento ou Tractamento, aco- Trèfego ou Trèfo, ardiloso, astuto,
lhimento, recebimento — conver- dissimulado, malicioso, sagaz.
Tratante
lhaco. III.
sação—tracto—dignidade,
traficante—
ou Tratador
alicantineiro
, negociante,
titulo. Tregeitos,
, ve- Tregoa
galimanhns subtilezas
pensãoou— Trégua,
descanço, o—folga—feria.
s .adamanes,
— m o mcessação,
23 sus-
2Í.6 TRE TKl
Treila, rasto, trilha, vestígio — ecimento, desmaio — morte —
jiegadas. transmigração.
Trcito, exposto, sujeito— avezado, Tresvariar ou Tresvaliar, delirar,
costumado — trilhado— u s a d o — disparatar, esvaliar.
tractado. Tresvario ou Trcsvalio, dcliio,
Trem, comitiva — bagagem. desvario, transporte — desatino
Tremante, tremente, tremulo. loucura —desconcerto.
Tremebundo, tremulo. Trela, destreza, subtileza — rapo-
Tremedal, br. jo, lenleiro, paul. sío, engano—estratagema.
Tremelear, tromolar — hesitar, va- Trevas, escuridade, escuridão,noite
cilhar—tremelhicar. — cegueira, erro — abysmo —
Tremendo, espantoso, formidável, inferno.
horrendo, horrífico, medoibi, Trevoso, escuro, tenebroso.
terrível, terrífico. Tribo, descendência, família.
Tremer, badalejar — estremecer — Tribulação, afllicção, de-gosto,
titubar — abanar, coocutir. p e n a — perseguição — trabalho—
Tremolanle.iluctuantc. adversidade, calamidade, iufor-
Tremolar ou Tremular, iluciuar— Tribuna, igreja. [tunio.
florear. Tributar, obsequiar.
Tremor, tremura — abalo — arri- Tributo, alcavala, finta, imposto,
piamenlo, estremecimenlo — ter- taxa — páreas.
r e m o t o — m e d o , susto, t e m o r — Triformc, triplicado.
horror, pavor — sobrcsalto. "Trigança, pressa.
Tremulo, tremante, tremente, tre- Tiigoso, apressado.
m e b u n d o , trèmelicoso, tremu- Trigueiro, fusco, moreno, pardo.
loso, vacillanle. Trilha ou Trilho, pista, raslro, si-
Trepar, atrepar, subir. gnal, vestígio — pegada, piza.
Trepidante, agitado. Trilhado, calcado, pizado — c a m i -
Trepido, assustado, medroso, so- nhado, cursado— frequentado—
bresaltado, temoroso, tímido — c o m m u m , sabido, usado, vulgar
tremulo. trivial — experimentado.
Tresandar, transformar — confun- Trilhar, pizar — andar.
dir—feder. Trinado, garganteio — trilo.
Trcsmalhar-se. escapar — desap- Trinar, garganlcar.
parecer, perder-sc — mesclar-se Trincado, astuto, s a g a z — breado,
— confundir-se. calafetado.
Tresmalho ou Trasmalho, rede — Trincafio, arte, destreza, fineza.
desparecimento, sumiço. Trincar, corCr, picar — comer,pa-
Trcspassação. morte, trespasso — p a r — (n.) estalar, rebentar.
transmigração — excesso — ces- Trincheira , entrincheiranicnto .
são — transporte. 'trincha, trinchea.
Trespassado, mudado—desmaiado Trincheirar, entrincheirar.
—desanimado — v a r a d o — morto. Tripa, intestino.
Trespassamento, trespasso — de- Triplicar , tresdobrar , triplar —
mora, dilação, espera — m o r t e — multiplicar. [triplo.
atravessamento. Tríplice, tresdobrado, triplicado,
Trespassar ou Traspassar, varar — Triplicidade, trigono.
transgredir —copiar, trasladar— Tripolaçâo, equiDagem, marinha-
traduzir, verter — delongar de- ria, maruja.
Trespasso
morar—alhear,
ferir.
mora, dilaçãoou Traspasso,
ceder d—ôtrrdesfal-
— delíquio, —a dn es - Tripoiar,
Tripudiar,
Tripudio,
Trisca, briga,
chusmar,
dança
dançar.
rixa.
— sapateado.
marinheirar.
TRO TCF 267
Triscar, brigar, contender— dispu- T oncar ou Truncar, cortar, tron-
tar—ralhar. char — descabeçar.
Triste, desalcgie, injucundo, m e - Troncho, talo — (adj.) manco.
lancólico, trislonbo — afllicto — Tronco, talo — arvore — maslo —
desgraçado, infeliz,mofino—luc- cepo, toco — ascendência, estir-
tuoso, lúgubre — sombrio pe, progénie—cadeia, prisão —
Tristeza ou Tristura, afllicção, dòr obrigação — (adj.) estúpido, in-
— melancolia — descontenta- sensivi I [soberania.
mento, f tétrico. Trono ou Throno, sólio —realeza,
Tristonho, carregado,melancólico, Tropa, gente-de-guerra, soldades-
Triturar, debulhar, trilhai'. ca — multidão, n u m e r o — banda,
Trisulco, farpado, tripartido. quadrilha — exoscito, hoste —
Triunfador ou Triumphador, ven- batalhão, esquadrão, etc.
cedor, victorioso. Tropeçar, embicar, topar, tropicar
Triunfante ou Triumpliame, ovan- — errar. [obstáculo.
te, triumphoso, vencedor, victo- Tropeço, embicadcla — embaraço,
rioso — glorioso. Tropeço, coxo, estropeado — gago,
Triunfar ou Trinmphar, conquis- tartamudo.
tar, domar, vencer — prevalecer Tropel, estropeada, estrupido —
— alegrai-se c o r p o — tropa — chusma, mul-
Triunfo ou Triumpho, ovação — tidão.
victoria — supeiiondado — suc- Tropelia , confusão, desordem —
cesso. alternativas, revezes, vicissitudes
Trivial, c o m m u m , sabido, vulgar. — mudança — volta.
Troador ou Troante, fragoroso, Tropicar, embicar, tropeçar.
ruidoso. Trova, cantiga — cadencia, rhyma
Troar, trovejar, trovoar— atroar — verso. [versista.
eslrondear. , Trovador, rhymador, versejador,
Troca,alborque, cambio, "cambo, Trovar, rhymar, versejar.
commutaçâo, descambio, escam- Trovejar ou Trovoar, toar, troar,
bo, permutação. Trovoada, borriscada — estrondo—
Trocadamenle, trocando— mutua, grilaria — motim.
reciprocamente. Truanear, vadiar —velhaquear.
Trocador, alborcador, cambiador, Truania ou Truanicc , vadiice —
cambista. velhaearia — e m b u s t e — supers-
Trocar, alborcar,caruhiar,eommu- tição.
tar, permutar — rmidar. Ti não ou Truhão, bobo, bufão,
Troco, alborque, troca — cobres, chocarreiro —vadio — impostor,
miúdos. velhaco.
Trofeo, Tropheo ou Tropheu, in- Trucidar, assassinar, matar.
signia, ele. — triumpho, victoria.Truculência, atrocidade, crueldade,
Troixa ou Trouxa, embrulho, far- feridade. [barbarp.
dinho, freixe, iuvoltorio. pacote, Truculento, atroz, cruel, ferino—
paquete. [ rebombo. Trugimão, interprete, lingua — fâ-
T r o m , canhão, morteiro, peça — mulo — alcoviteiro.
Tromba, trombeta — carranca — Trunfa, turbante — t o u c a — tou-
focinho — nariz, penca—manga. cado — estriga, monho.
Trombeta ou Trompeta, clarim, Tuba, * tromba, trombeta.
" parche, tuba. [rado. Tubérculo, tumor.
Tronante,
T1'rompa,
r—o mproboscide.
b u d obusina,
,acarrancudo,
roador.
clarim, embezer-
trombeta Tuiâo
Tubo,
Tucaro,
redemoinho,
,
canudo.
cruel
farilhão,
— turbilhão.
hórrido.
furacão, pegão,
268 TIR I IX
Tufar, inchar — augmentar, cres- Turbulento, amotinador, revoltoso,
cer — irar-se. sedicioso, tumultuoso—inquieto.
Tufo, topbo — bolhão, borbotão. Turgenda, inchação, tumidez.
T u m b a , ataúde, caixão, esquife, Túrgido, inehado, túmido.
féretro. furgir, empolar, inchar.
Tuu,beiro, galo pingado. Turma, bando, companhia, golfe,
Tumente, Túmido ou Tumescenle, multidão, troço — (/o.) ondas,
inchado, inflado, túrgido — gros- ranchos.
so — orgulhoso, soberbo, vaido- Turno, gyro, ordem, vez
so — elevado — cmpollado, fofo. Turrão, confeito — (adj.) obstina-
Tumescencia ou Tumecencia, in- do, opiniático, lesto.
chação, intumescência. Turrar, marrar, topetar— ateimar,
Tumor, inchação , inchaço, incor- Turumbante, turbante, [teimar.
dio, tumescencia. Turjevar, enturvar, turvar.
Tumoroso , inchado, intumescido. Turvo, sujo — embaciado, empa-
Tumulo, mausoleo, moimento, se- nado — escuro— túrbido, turbo.
pulcro, sepultura — eça. Tu leia,tutoria—amparo,protecção.
Tumulto, alvoroto, balburda, bara- Tutelar ou Tutellar, defensor, |ia-
funda, desordem, motim, pertur- trono,protector. (holico.
bação, reboliço, turbulência. Ty pico, allegorico,figurativo,syni-
Tumultuar-se, amotinar-se, levan- Typo, feltra — molde — exemplar,
lar-se,sublevar-se. modelo — figura , symbolo.
Tumultuosamente, amotinada, con- Typographia, impressão.
fusa , precipitada, luioultuaria- Typographo, impressor.
mente. Tyrannia, barbaridade, crueldade,
Tumultuoso, revoltoso, sedicioso, desbumanidade —atrocidade —
tumultuado — confuso, desorde- impiedade, iniquidade — malda-
nado, perturbado. de — injustiça — appressão.
Tuna, mandriíce, vadiice. Tyrannico, atroz, cruel, injusto,
Tunante, mandrão, vadio, vaga- violento.
m u n d o — embusteiro — parasito Tyrannisarou Tyrannizar, ator-
— miliante. [sova. mentar, infernar, mallraclai,
Tunda, esfrega, estafa, maçada, vexar.
Tupido, entupido. Tyranno, bárbaro, cruel, dito,
Turba, multidão — tropel — corja. inhumano — injusto.
Turbação, dessocego, perturbação, r»
tovvaçâo, torvamento — motim. Ubique, e m toda a parte.
Turbador, amotinador, perturba- Obre, Ubi o ou Ubere, teta.
dor, sedicioso. [barulho. Uchão, alarde, jactância, ostenta-
Turbamulta, balburda, barafunda, ç ã o — arrogância, suberba, vai-
Turbante, touca — trunfa — tur- d a d e — bizarria, brio.
bão, turumbante. Ufano, jactauciOso,oslenlador, vai-
Turbar ou Turvar, escurecer— al- doso, vanglorioso, vão, ufanado
terar, perturbar — interromper. — altivo , arrogante, suberbo —
Turbar-se, cnnoilar-se, cscureccr- desvanecido, emproado.
se — confundir-se, equivocar-se Ulcera ou Ulcere, chaga.
— abalar-se — ínquietar-se. Ulcerar, chagar.
Túrbido ou Turbo, inquielo— per- Uliginoso, pantanoso.
lui liado, torvado—escoro,o paço.
Turbilhão,
Turbulência,
impetuosidade,
tuf o. furacão,
perturbação—
violência.
redomoinho,
fuga,
UNI USU 269
Ulmeiro, ulmo. Unir, alar — vincular — encorpa-
Ultimado,concluído, concluso, fin- rar, — junctar — alizar, ignalar
do, terminado. — condunar —associar —alliar,
Ultimar, acabar, concluir, fechar, confederar— combinar — con-
Analisar,findar,rematar. solidar.
Ultimo, derradeiro, extremo, final Unisonancia, monotonia.
— Ínfimo. Unisono, unisonante — igual, si-
Ultra, além. milhante.
Ultrajante, injurio. Universal, ecuménico — geral, to-
Ultrajar, ali' onfar, injuriar — m a l - tal — unanime — c o m m u m —
tractar, olfender— desprezar. universo.
Ultraje ou Uilrage, affronta, ag- Universidade, totalidade — univer-
gravo, contumelia, injuria — s o — academia, alheneu.
desprezo, ludibrio, vilipendio. Universo, m u n d o , orbe, terra —
Ultramar, alèm-mar. h o m e n s — (adj.) universal.
Ululante, clamoroso. Unívoco , synonymo — parecido,
Ulular ou Urlar, alular, bradar, uniforme. [lura,
bramaríuvar—grilar— lamentar. Untadura, fricção, linimento, unc-
Umbral, ombreira — poria. Uulo, banha, gordura, sebo.
Umbrotil, allegorico, figurativo — Uracão, furacão, lorvolinho.
sombrio — interno. Urbanidade, civilidade , cortezia —
Umbroso ou Umbrifero, assom- policia — comedimento.
brado , sombrio , sombroso — Urbano, affavi I — coitez — polido
opaco — copado — frondente, — cortezão, palaciano.
frondoso. Urbir ou Ordír, tecer, tramar —
Unanime, acorde, concorde, con- começar, principiar — machinar.
forme, unisono. U r d u m e , tecido, urdidura.
Unanimidade, acordo, conformida- Urgência, aperto, pressa — neces-
de, unisonancia. sidade.
Unctuoso ou Untoso, gordurento, Urgente, apertado, instante— efli-
gorduroso, seboso. caz — necessiloso.
Undante, ondeado, ondeante — Urgir, apertar, instar.
fluetuante — copiosíssimo. Urna, vaso.
Undécimo, onze,onzeno. Urrante, bramoso.
Undoso, lluclisano, lluctivago, un- Urrar, berro, bramido. [tavel.
divago — equorco, marinho. Urso, 'usso — (adj.) feroz, intrac-
Ungir, u n t a r — esf;gar. Usado, costumado, practícado—
Ungula, unha. gastado, v e l h o — cognito..
Unha, anchora — (pi.) garras. Usança, costume, estylo, uso —
União, amizade — concórdia, paz serviço.
— endelechia, harmonia, unifor- Usar, exercer, practicar — consu-
midade—laço, prisão, vinculo — mir, gastar— (n.) servir-se.
bandoria — adhesão — alliança, Useiro, costumado, habituado,
liga. [partianlar. vezeiro.
Único, singular, so —especifico, Uso, costume, estylo", practica,
Unicórnio ou Unicorne, abcorne. vezo — m o d a — experiência —
Unidade, u m — conformidade — serventia — utilidade.
união. Usual, habitual, usado, usavel —
Unido,alliado, confederado—igual, commum.
liso, plano — juncto. Usura, onzena.
Uniforme.farda—(oí//.)regular,mo-
Unigénito,
nótono—conforme,
so, único. sinulbaDle, Usurpação
Usurário,
tyrannia, onzaneiro,
, extorsão,
usureiro.
roub
270 VAG VAN
Usurpador, ladrão, roubador. rasteiro — mostrengo — bar-
Usurpar, invadir— roubar. gante, tunante, vadio — odoso,
Útero, madre —ventre. quebra-esquinas.
Útil, c o m m o d o — fruduoso, lu- Vagado, vertigem. [ondas).
croso, profícuo, proveitoso, van- Vagalhão, embate, estalido (das
tajoso — salutifero, saudável — Vagalume, lumieira, perilampo.
encyclopedico. Vaganão ou Vaganau, mariola —
Utilidade, c o m m o d o — interesse, — maganão — maroto.
lucro, proveito — b e m — prés- Vagante, vago — desoecupado,
timo, serviço. [servir. ocioso — vadio, vagabundo —
Utilizar ou Utilisar, aproveitar — (Í.) vacatura.
Uyvar ou Uivar, berrar, urrar. Vagar, fluetuar, sobrenadar — va-
Uyvo ou Uivo, berro, grito urro. guear — (*.) ócio, repouso —
pachorra — demora — lent' r,
lentura.
V Vigário ou ' Vigairo,cura — "juiz.
Vagaroso, detençoso, lento, ron-
ceiro, tardo — negligente, pri-
V a , consinto, seja. gniçoso — pausado.
Vaca ou Vacca, novilha, vitella. Vagido, choro (de menimos, ele).
"Vacca-Loura, abadejo, badejo. Vago, vagante —ocioso —disper-
Vacação, ferias, sueto. so, errante, vagabundo — in-
Vacar, applicar-se, occupar-se. constante, vario — desaecupado
Vacillação, duvida, incerteza— he- — incerto , indeterminado —
sitação, indecisão, indetermina- fugitivo, prófugo.
ção, irresolução, perplexidade— Vagueação, distracção —desvario
inconstância, variação. — caíaceria, vadiice — nian-
Vacillante, lluctuoso, tremulo, tre- drieira, priguiça.
muloso, titubante, trepidante — Vaguear ou Vaguejar, meditar —
dúbio, duvidoso, incerto — a m - calacear — mandriar — passeiar
bíguo, vago — perplexo — flue- — boiar, fluetuar.
tuante, nutante. Vaia, apupada, apupo, assuada,
Vacillar, duvidar, titubar — aba- cordmaça, matraca.
nar, balancear, bambalear,nutar. Vaidade, fumaças, fumos, pre-
Vacuidade, vácuo, vasio. [raro. sumpção, vangloria — imperma-
Vácuo, ouço, vasio — permeiavel, nencia —alarde, jactância, osten-
Vadia, mandriona — meretriz, tação — deUanecimento, ufania
rameira. — altivez, suberba — ambição.
Vadiação , Vadice ou Vadiice , Vaidoso, inchado, orgulhoso, van-
mandriíce, vagabundice. glorioso , váo — desvanecido,
Vadiar, calacear, mandriar,prigui- jactancioso, presumido —fastoso
çar — vagamundear. — brioso.
Vadio, badajo, bargante, bilhar- Vaivém, aríete — (pi.) embales —
dão, birbante, calaceiro, malan- alternativas — revezes — intri-
drim, ocioso, tunante, vagabun- gas, machínaçoes.
Vaga, onda. [do. Vai, vale.
Vagabundear ou Vagamundear, Vala ou Valia, canal — rego, re-
gazear — vagar — brejeitar , gueira — cava, fosso, [munir.
marotear. Valar ou Vallar, cercar, murar —
Vagabundo
errante, vago
ou Yagamundo,
— fugitivo —dihro,
fo- Vale,
Valdo,
Valedeiro,
adeus,
\.I,!-I. baldo
v a lfavorito,
i d ele.
o—. ocioso
mimoso,
— vadio.
prl-
VAL VAR 271
Vsledor, advogado —auxiliador, Vanglorioso, janctancioso, vão —
defensor, patrono, protector. suoeiho, vaidoso — desvanecido
Valentão, acutiladiço, bravo, m a - — farfante, ostentador — gaba-
tante, mata-settc — chibante — dor, gaharola.
campeador, campeão — brava- Vanguarda, anieguarda.
teador, fanfarrão. Vanguejar, escorregar — vacillar.
Valente, forçoso, forte, m e m b r u - Vaniloquencia, palavrorio,parola.
do, rijo, rohusto — esforçado, Vaniloquio, bacharelice,tagarellice
valoroso — a n i m o s o , chibante, — disparate.
impávido, intrépido — brioso — Vantagem, V a n h j e m on Vanlaje,
denodado, destemido —alentado dianteira— melhoria — excesso,
- magnânimo — (s.) campeão, superioridade — lucro, proveito,
mantenador. utilidade — merco —acerescimo
Valentia, animo, bravura, chiban- — excellencia, primazia.
ça, corajem, denodo, esforço, Vantajoso, proveiloso, útil — con-
valor — galhardia. ducente — considerável.
Valer, montar, prestar, servir — Vante, adiante, avante.
amparar, proteger, soccorrer Vao ou Vau, baixo, banco, parcel
— custar. — commodidade, opportunidade.
Valoroso ou Valoroso, alentado, Vão, ouço, vácuo, vasio — baldio,
esforçado,forçoso, forte — ani- baldo, inútil — desvanecido, vai-
moso, bravo, coraçudo, foulo, doso — frívolo — insano, louco
intrépido, valente — activo. — chimerico, phanlastico.
Valetudinário, achacado, achacoso, Vapor, bafo, hálito — fumo —
doentio, enfermo. Vaporar, exhalar. Ibulção.
Valhacouto, abrigada, asylo, co- Vaporoso, fumoso,vaporifero.
lheita, couto, refugio —subter- Vapular, açoutar. [renovo.
fúgio. Vara, verga, virga — chibata —
Valia,adhereneia, credito, favor— Varação ou Varadouro, abriga-
valimento — preço, valor — douro, caldeira, molhe.
protector. Varão, h o m e m — marido — heroe
Validade, congruídade, legitimi- — macho, másculo.
dade, regularidade, etc. Varar, encalhar — atalhar, en-
Validar, legitimar, ele. leiar — atravessar, Iranspassar
Válido, valioso — legitimo— for- —'• (91.) sair.
çoso, poderoso. - Variante, delirante — inconstante,
Valido, favorito, privado — m i - mudável, vario.
moso, querido. Variar, diversificar — !n.) mudar-
Valimento, bafo, graça, privança se — desconformar-se.
— adhereneia , intercessão — Variável, inconstante, leve, m u d á -
credito, favor, valia. [do. vel, variante, vario.
Valioso, custoso, precioso — vali— Variedade, inconstância — instabi-
Valo ou Vallo, trincheira. lidade, mutabilidade —alteração,
Valor, animo, espirito — esforço, vicissitude — mudança — incer-
pujança, vaíenfia — bravura, de- teza — differença, diversidade.
nodo, hardimento, intrepidez — Varinha, chibalinha, junco.
alento, brio — merecimento — Vario, difTerente, diverso — imper-
estimação, preço, valia—heroís- manente, mudavei, variável —
m o — ferocia. incerto, inconsiante, instavel,ver-
Vãmente
Vangloria
jactância
e m vão, ouinutilmente.
ou
— Vãamente,
suberba,
Vãgloria vaidade.
, debalde,
bazofia, Varrão,
Varonil
heróico,
salil — coebino,
ou
voluvoío.
illustre,
Varoil,
javardo,
ínclito.
esforçado
porco. —
272 \EG VJ;N
Varrer, limpar — tirar — levar — Vegelalivo, vegetal, \ egelanle, ve-
afugentar. [—campo. getavel — produetivo.
Várzea, vargem — plaino, planura Vegeto, forte, robusto, vigoroso.
Vasa, limo, lodo, lutulencia, natei- Vchemcncia, força, vigor — im
ro — atoleiro, lameirão. pet i, violência —efficacia,ener-
Vasão, exportação, extracção, saca. gia — anciã — fogo.
saida — desembaraço, expedição Vehemente, impetuoso, violento—
(de negócios). ardente— forte— activo, enér-
Va^or, desaguar, despejar — tras- gico.
passar, varar — sair — escapar- Vchiculo, carreta , carro — calcça,
se, escoar-se. [angustia. seje — carruagem, coche.
Vasca, convulsão — desgosto — Veiga, campo, planície— prado.
Vaseolejar, inquietar, perturbar — Vela ou Velo, bougia, rolo— sen-
chocalhar (o liquido1. linella, vigja — embarcação —
Vasconço ou Vascuenço,algaravia, (pi.) lenços, linhos. [ocultar.
gerigonça, jargão. Velar, atalaiar, espiar, vigiar —
Vascoso, anciado, convulso. Velar-se, acatilelar-se, esguardar-
Vasilha, vaso — navio. se, vigiar-se.
Vasio ou Vazio,despejado, devo- Velha, carcaça.
luto, inane, vão — ouço — (pi.) Vclhacada ou Velhacaria, bargan-
hypocondrios —(«.) bojo. teria, brejeirice, desaforo, maro-
Vaso, vasilha — urna — sepulcro. teira, patifaria, tralantice.
tumulo - baixel, nau , navio — Velhaco, barg une, malandrim —
Vasoso, lamoso. lodoso. [barco. enganador, fraudulento — im-
Vassallagem ou Vassallage, depen- pudico, libertino.
dência, snjeisão. Velliaquear, calotear.enganar, tra-
Vassallo , súbdito , sujeito — tri- pacear — gatunar.
butário. Velhice, ancianidade, annncidode,
Vaslação, assolação, estrago. caduquice,senectude,senibdade,
Vastador, assolador, destruidor, vclhcz, vemslez — b r a n c a s , cas,
devastador. ruças — rugas — antiguidade.
Vastamente, ampla, largamente. Velho, ancião, encanecido, idoso,
Vasteza ou Vastidão, amplidão, senil, velhusco — usado — c a -
amplitude, extensão. duco , decrépito, denengado —
Vasio, amplo, dilatado, desmidido, antiguo, idoso, vetusto, provec-
espaçoso, extenso, immenso,lato. to — experimentado.
Vate, poeta —propbeta. Velifero, vai vago, velivolo.
Valicinação ou Vaticínio, predic- Vellicar, belliscar — pungir.
ção, prophecia —adivinhação — Vello, pello — lã.
oráculo — annuncio, presagio, Vellosoou Villo-o,felpudo,pelloso.
prognostico — augúrio — h o - Veloddade, actividade, desemba-
róscopo. raço — celeridade, ligeireza —
Valicinador, adivinho, agoureiro, agilidade, presteza, promplidão,
arúspice, augur. rapidez.
Valicinar, adivinhar, augurar, pre- Velox ou Veloz, célere, leve, li-
dizer, prophetizar. geiro, rápido, veloce — ágil —
V ê a ou Veia , beta, veio — choro accelerado, arrebatado, impe-
— geração, sangue — agua — tuoso — alígero, alipede, opres-
ingenho. sodo — presto — correntio.
Veado,
tomarcervo,
Vedar,
Vegetal, atalhar,
— corço,
producção,
detender, g a m o .tolher, [Venablo
impedir,
prohibir, Vencedor,
remeção,o'uovante,
Venabulo,
dardo.
triumphanle, aclido,
triumphador,
victorioso — con-ar-
\EN VER 273
quistador, debellador, domador. — arrogância, orgulho, vaidade,
Vencelho, atilho. vangloria.
Vence;, debellar,domar, subjugar, Ventoinha banderinba — (adj.) in-
superar, supplantar — expugnar constante, mudável.
—desbaratai', derrotar—exceder. Vent sidade,flatulncia, vento.
Vencida, desbaralo, derrota—ven- V e n o s o . ílatulento— suberbo,
cimento. vaidoso, vão — proctlloso.
Vencido, subjugado, superado — Ventre, barriga , estômago, pança
rendido, submetido — debella- — entranhas, seio, útero — bojo
do, domado — batido, derrotado, — concavidade—parto, prenhez.
desbaratado, destroçado, des- Vcnlriculo, estômago — bolsa,
truído — abatido, humilhado — Caridade.
prisioneiro— prostrado. Ventrudo, barrigudo, pai çudo.
Vencimento, victoria. Ventura, felicidade, fortuna, pr. s-
Venda, atadura — faixa — taberna Seridade — a r a o. sarte — dita —
— estalajem — cegueira — "lau- onança — perigo, r sco.
demio — vendição. Venturoso, ai riscado, perigoso —
Vendar, cegar — escurecer. afortunado, ditoso, feliz, fortu-
Vendeiro, estalajadeiro — taber- noso — bemavenlurado — pros-
neiro. perado.
Vender, alhear —traficar —trahir. Vénus, Cytierea — belleza.
Vender-se, inculcar-se. V e n u to, engraçado, gentil, lindo.
Veiienar.envenenar, peçonhcnlar. Véo.semilber — sendal —bioco,
Veneno, peçonha, toxico — rosal- c m h u ç o , rebuço — cortina —
gar, etc. p n texto.
Venenoso, peçonhento, vcnelico. Ver, divisar, enxergar, olha' — at-
Veneração, culto, lalria — acata- tender, considerar, reparar —
mento , respeito, reverencia — conhecer — v.sitar — procurar—
obsequio. notar, observar— confinar.
Venerando, adorabundo — respei- Veracid. de, candura, iogenuídado
tado, leverendo, venerável. — rectidão.
Venerar, acatar, reverenciar — Veramente, certa, franca, ingénua,
honrar, respei ar T- adorar, ido- sincera,verdadeiramente-amen.
latrar. Verão, estio.
Venerável ou Venerahil, grave, Veras, verdade.
magesloso, respeitável, vene- Veraz, ver dico, vero.
rando , vei endo. ,-, Verberaute, reverberante.
Veneta, desejo, vontade — capri- Vei biagem, loquacidade, palavro-
cho — loucura — veasinha. rio. parola. [exemplo.
Vénia,licença, permissão—perdão. Verbigracia ou Veibi-gracia | or
Venial, leve, medíocre, p e q u e n o — V ii bosida e,dilfusão,prol xi Iode.
perdoável, remissivel. ifilar. Verboso, falia lor. loqna', pai vi o
Ventanear, abanar, soprar,ve - so, paroleiro — difluso, prolixo.
Ventaneira ou Ventania, luracão. Verçudo, carraniudo — folhudo —
Ventar, soprar — peidar, traquear. pelloso.
Ventas, narixi s. Verd de, reali Iode — veracidade
Ventilação, urejação — discussão. — adagio, sentença.
Venlil n.tc, arejanle— ondeante. Verd deiro, verídico, vero — real
V e tilar, arejar — discutir. — perfeito — provado.
Venlinho
Vento,
ventosid
aura,ar fresco.
ou
ade
u rVe.,losinho,
—respiração
a — v e n t a n i aaraj
—soprom , Ver
flato, f,
flori
t:>,le.florecente,florente,
ondoso,
\erdejante,
o — froudeiile,
ramosviridanle—viçoso
i — frundifero,
respendan-
flórido,
27H VET VIA
— acerbo, immaturo — fresco — Vers ido, afTeito — corrente, exer-
rijO, robusto. c.tado, practico, visto
Verdeado,enverdado. Ver-ão, traducção, traslado,
Verdor, \ erdura — acidez, amargor Versátil, móbil,mudável — incons-
-- animo, força i.eivo, vigor. tante ,'vario, volubil.
Verdoso, verde, viridanta. Versatilidade, inconstância, ligei-
Verd go, algoz, earnifice, carras- rezi, variedade.
co, saião— tyranno. Versejador, poeiastro, trovador,
Veidur., verdor — hoitaliças. trov sta, versista.
Verecundia, pejo. pudor, ver ;onlia. V rsejar, trovar —versificar.
Veiecundo, none to, modesto, pu- Vers i, metro — c.mto — poesia —
dico, vergonhoso. poema. [dade.
Vereda, atalho, caneiro, semita, Ver-in i', asiucta, manha, sagaci-
trilho, veréa — eslylo, m o d o — Ver-u'o, arteiro, manhoso, sagaz.
methodo, ordem. Verei ra, spondilo.
Verendo, venerável. V. rledor, 'raduclor — vertente.
Verga, chibata — vara. Ve• tei, d rr imar. entornar, estil-
Vergad >r,dobradiço,flexivel,flcx;l, lar — traduzir, trasadar.
vergante. |tego Ver igem, va.o-.do.
Vergalho ou Virgalho, chicote, 11- Vesano, insens lo, louco—furioso.
Vergar, aversar, curvar, dobrar, V.Sgo, torlo, zanaga, zaro.ho.
zumbrir — deitar. V e te ou Vestia, habito — trajo,
Vergasta,(h bata. vistido. vestidura, vesimecti,
Vergastada, chibatada. vestuário — suitum.
Verga-ta', chibatar. Vestido altirna, ve-tdura — fita
Vergel, horio, p o m a r — J a r d i m — — casaca — ^adj.) enroupado.
campina, | rado. Ves igio, pegada, pizada —pista,
Vergonha, pejo, pudor — pudicícia rasto, signal — exemplo.
— encoibim to, modéstia—con- Ve-lir. i rnar — guamerir, prepa-
fusão, corrimento rar — arroupar, cobrir.
Vergo hoso, pudoudo,pudibundo, Vestuário, lalo, roupa — traji,
veiecundo — encolhido, modesto ve-li lura.
— indigno, infame. Vesúvio, Mongibello — a r d o r .
Vergonta ou Vergontea, vara — Veterano, apliguo —experimenta-
novedio. V- to,prohibição,suspensão, [do.
Verídico, irrefragavel, veraz, ver- Vetos o, an iguo, prisco, velho -
dadeiro, vero. primevo. •
V e ificação, comparação, confron- Vexação ou V e x a m e , aperto, ave-
tação —justificação, prova. xação, pena, pressa — lance —
Verifica;', averiguar, ex i m i n - r — gr V i m e — ioim< nto — inquie-
comparar — con provar, provar. tação — persiguição.
Veri inrll ou Verosímil, verisimi— Vexador, afll gidor, atormentado
Ihança, verisimi idade, verisimi- — pi-rsegu dor — cáustico, i o.
litud (adj. > prob vel. pnrluno.
V e r m e hão ou Vcrmilhâo, anebi- Vexar, .ao rmi ntar, opprimir —
Vermelhar, purpnrear. [çue. acabrunhar, inquietar, pcrscguii
Vcrmel id.io, rubor — pudor. — molestar — remorder.
Vermelho, citrino, Ígneo, nacara- Vez gyro, turno, occasião — feita
do, puniceo, purpúreo, rosado, — alternativa, vicissitude.
v rubicundo, rúbido, rubro,san-
Vero,
erno,hiemal,Ilibem
guíneocerto—genuíno,
— («.) C'>ral,
o,binver
grã.
verdarie o=o.
r i Veznd
Vezo,
Via,
: ha i,uso.
arte, acostumado,
costume,estylo, afTcito.
maneira, meio,
habito,
m o d om a—-
VIC VIL . 275-
forma —carril, carrilho, vereda •
— caminho , eslrada — vestígio te, trumphador, Iriuffphante,
— messageiro, próprio. vencedor.
Viagciro ou Viajeiro, caminhante, Virtualhasou Vitualhas, comestí-
passageiro. veis, mantimento, viveres— m u -
Viagem, Viajem ou Viaje, derro- nições.
ta — jornada , peregrinação — Vida, existência, ser — procedi-
romaria. m e n t o — duraç o — a l m a , calor,
Viaja 'o:, Viajante ou Viajor, ca- energia — alimento — emprego,
minhante, passante, peregrino, mister, officio.
viajeiro, viandane. Vidal, vital.
Viajar, caminhar, peregrinar. Vidente, propheta.
Vianda, carne — peixe — guisado, Vidonho, sarmento — caracter, g;-
mai jar — alimento, su-tento. n o, Índole, natural.
Viandciro. comi ao, glotão. Vidrento, Vidrino ou Vidroso,
Víbora ou Bibora, áspide, serpe cryst Hino — frágil, quebwdiço
serpente. — caduco.
Vibrar, brandr — arremessar, ar- Vidro, crystal.
roj ir, cuspir, despedir, lançar — V oiro, beta, veia.
dardejar. Viclla, beco, chancudo, travessa —
Vice versa ou Vice-vcrsa, ás ves- encruzilhada.
sas — rociprocamente. Viez, esguelha, obliquidade.
Viciar, corromper, depravar, labe- Viga, barr te,trave — taipa.
factar — alterar, deformar, falsi- Vigésimo, vinte.
ficar — peiverter, seduzir — Vigia ou Vejia , insomnolencia ,
deshnnrar. vela, vigília — espia -- guarda,
Vicio, maldade — Crime, delicto — sentiuella — atalaia.
culpa, erro, falta — defeita, m a - Vigiado , atalaia, vigia — (adj.)
cula, mancha, senão. pervigil, vigilante — desperto,
Vicioso, manhoso — defeituoso, observando.
imperfeito — falso—adulterado, Vigiar, atalaiar, espiar, espreitar,
corrupto, depravado — liber- observar — (n.) velar.
tino. Vigilância, c u d a d o , desveo, dili-
Vicissitude, alternativa, revés, vol- gencia — vela, vigia —re-guardo.
ta — revolução — inconstância, Vigilante ou Vigi , attento, cuida-
m u d a n ç a — instabilidade.' doso, desvelado, insomne, per-
Viço, viçor — viveza — alteração— vigil, viiianle-exai t >—soíl cito.
braveza — altivez — bomtraeto. Vigília, vela, vigia — insomnolen-
Viçoso, fresco— nutrido — v i v o cia—cuidado, desvelo—vespora.
— folhoso, filhudo—verde, ver- Vigor, força, robustez — animo,
dejante, virente — mimoso — e forço, valor — alento — valen-
frondente, frondoso — buliçoso, tia — energia.
inquieto. Vigorar, fortificar, vigorisar.
Victima. bolo austo, hóstia, liba- Vigoroso, forte, m rvoso, robusto,
ção, oblação, sacrifício. vívido — vaioroso.
Vi to,sustento. Vil, baixo, humilde —abjecto, des-
Victoria, palma trium[iho,trnpheu, honroso, desprezível — infame
vi: cimento — preeminência, su- — plebeu — ignóbil, sórdido —
perioridade. indigno — grosseiro, rústico —
Vi.tariado, .applaudido.
— engrandecido,
Vict
giado,
riosolouvado celebrado
— exaltado
conqui.tador
honrad— >.
— eovan-
lo- torpe
Vileza,
Vilhancit — baixeza,
•pifio.
ignohilidade,
vilhanesca. ou sordidez.
Villancite,
vulgaridade
chacota,

• 276 vio VIS
Vilipendiar, 'csestimar, desprezar, Violentar, compcllir, constranger,
mcin sprezar. forç.r, obr.gar.
Vilipendio,des •stimação, desprezo, Viole In, constrangido, forçado, ,
menoscabo — afl"ronta ultraje— invicto, obrigado, violentado —
aggravo, contumelía — ignomi- accelcrado, arrebatado. pred.pi-
nia — injuria, buli rio. tado — furioso, impetuoso—im-
Villa, "cida ie — casn-de-campo. prudente, temerário — impatien-
Villagcm ou Village. villa. te — feroz — iniquo, injusto —
Vi lania, baixe, a, vileza - - grosse- cego—forte — indócil, indómito.
ria, rustieidade. Viperino, colobrino, serpenlino,
Villão, aldeão, camponez, m o n t a - vipereo.
nhez—descortez, ^r sseiro.ms- Vir, chegar — voltar — entrar —
Viltar, aviltar, viciar. [tico. derivar-sc, proce !cr — assentar,
Vinco, dobra, ruga—carril. convir — occorrer — dir-se,
Vincuar, ligar, prender, unir — nascer, 'cprodu/.ir-sc.
annexar. Vira, seita, xará.
Vinculo ou Vindo, .• lidura, liame Viração, ar, ai.ra.baf iger, fresco.
— laço, nó — prisão — nexo, Virar, voltar — no dar — c nver-
união. ter — rodear.
Vinda, i hogada, regresso, volta. Viiavoltas, idas, vindas — rodeias
Vin içarão, vingança — castigo, — alterna ivas, variedades vi-
pn ião. cissitudes.
Vindicar, revindicar — vingar — Virga. açoute — vara
i efender — ra.-lig r, punir. Virgem ou Vi ge, donzella— (adj.
Vinjimar, acabar, matar. m.) intai lo, pu:o.
V i m imo, sero, io. Virgindade, castidade, virgo —
" Vindita, vingança—acoimamento. pndici ia.
Vindo, chegado. Virgíneo,vigin 1 — illeso, inl.cio.
Vi ulouros, des endente , fu:u os, Virid nte. verdejante, viçoso, vi-
netos, i osteridade, pósteros, pos- rente, trojão.
Vingador, vindico, ultriz. | turnos. Virote,a remeção. dardo, far, ão,
Vingança, desaggravo,despique — Virtude, leligiã ', sanctidade—pie-
vin icação, "vindita — castigo. dade — innocencia— m o d e tia—
Ving.-u, vindicar — oflender— cas- castidade — e .uidade, rectidão
tigar, punir — ganhar, passar, — energia, força — animo, valor,
vencer — (n.) crescer — medrar Virtuoso , integro , justo , leal ,
—chegar a... probo, redo — c.sio, puro —
Vinga ivo, rancorosa—im lacav I. modesto, pudico — pio — re-
yinha, vi Jeiral vina, vii.hag , vi- ligioso.
nhedo, [ebriedade. Visogcm, Visaje ou V sage, "cara,
Vinhaca, bebedice, boirac eira. roslo — (pi.) caranlunhas, Care-
Viola, bandolim, bandurra, guilar tas, esgares.
ra — violeta. Vi o.appari ão—espectro,larva,
Vioação, tra. sgressão — estupro. p h a n a s m a — chimera, phanla-
Vi> lador, quebrantador, transgres- sia, sonho.
sor — insultidor - profanador. Viscoso , betuminoso , pegajoso,
Violar, nfi in-ir, que! rantar pro- peganhento.
fanar — forç. r, iucestar — ot- Visinhança, piopinquidade, proxi-
íender.
V.olencia,

cosão
coacção.
stra
— exl
gimento
força,
isãoimpelo
— lyr,
intensidade
—oppres- —midade
nnia — Virínho risinhos.
V.sinhir,
se — arredores,
— couformar-se.
burguci
achegar-fe, contorno
— (adj.)
aproximar-
adia-
VIN VOL 277
ccntc, chegado, contíguo, proxi Vivificar, • lenlar, animar, aviven-
Visita, vista. [mo. tar — vigorar.
Visitador, visiteiro. Vivo, animado, esperto — eflicaz
Visivi I ou Visibil, claro,manifesto, — activo, p n mpto — enérgico,
sabido — aspectavel. forte — agudo , penetrante —
Viso, vista — semblante, vulto — fogoso, violente — picante.
(pi.) apparencias,ares,monstra- Viuvez, viuvidade. [pedo.
çfles, mostras. V o ,dor ou Voante, alígero — ali—
Vista, aspeno, conspecto, objecto Voar, adejar, avoar, voejar, volitai
— desígnio, intento, projecto — — corr r —fugir—deiramar-se,
espaço — penetração, sagaci- espalbar-se. •
dade — (pi.) intuito, mira. Vocabulário, diccionario, lexicon.
Vista - d'olhos, golpe-dc-vista , Vocábulo, dicção, expres-ão, pa-
,1a nço-dc-olhos, olhada, olhadela. lavra, termo, voz.
Visto, noiado, observado, olhado Vocação, oh mamento, convoca-
—versado — averiguado, conhe- ção—inspiração, (vozear.
cido, sabido — avaliado — rece- Vociferar, bradar, clamar, grilar,
bido — quisto. Voda, cj-amcnlo, esposorio, nup-
Vistoso, agi adavcl, bello—brihan- cas. [tacão.
te, magnifico. Voga, credito, estimação, repu-
Vital, animado, vivificante,vivífico. Vogar, remar—correr — valer —
Vitella, bezerra, juveuca, novilha. ' advogar — navegar.
Vitello, bezerro, juvenco, novilho, Volante, garça — adj.) ambulan-
Titulo. te, errante, errático — velifero.
Vítreo, crystallino, espelhado. Voláteis ou Volatiles, aves, pás-
Vilupcração, dilTamação — inju- saros.
ria, opprobrio. Volatim, funimbiilo, volteador —
Vituj.erar, dis s imar, desprezar caminheiro — andarilho
— condemnar, reprcheuder.sng- Voliiante, gyranie, volteante.
gilar — ignominiar, " prasmar. Voliiar, gyrar, tornear, voltear,
Vitupério, deshouia, infâmia — voltejai.
desprezo, menoscabo — igno- Voba, curvatura, curvidade — re-
minia — injuria. versão, tomada — alternati a,
Vituperoso, ignominioso, infame, vici situde — revés — mudança
opprobrioso — condemnavel. — briga, de ordem — alvoroto.
Viva, applauso, victor. motim.
Vivacidade, esperteza — vigor. Voltar, tornar, volver — gyrar —
Vivenda, casa. domiiilio, habita- vivar — (»'.) rebolcar-se.
ção, morada, residência — pas- Volteador, dançarino, volatim.
s a d i o — comportamento. (te. Voltcadura, gyro, volteio.
Vivente, animado, vivo — existen- Voltear, gyrar, rodar — rodear,
Viver, existir, subsistir — alimcn- tornear—contornear. [vario.
tar-se, nutrir-se, suslentar-se Voltívolo, inconstante, variável.
— tractar-sc — conservar-se, Volto, sesgo, virado, volta o, vol-
durar — portar se — assistir, vido, [dade.
morar, residir. Volubilid de, inconstância, varie-
Viveres, comestíveis, mantimen- Volunie, brocha, exemplar, livro,
tos, vitualhas. tomo — grandeza, taminanho —
Viieza.act vdade, promptid'0 — mole — trouxa — carga.
esperteza,
Vividouro
penetração
gia. força. duradouro [vivaz., Voluntário,
III. , vivacidade—agud.za,
— a rimonia—ener
, durante Volúpia,
arbitrário— —aventureiro
teimosodeleite, — (ajd.)
recalcitrante.
indócil
sensualidade.
24
—obstinado,
278 VUL ZAR
* •

Volupluar, luxuriar. Vulnerar, offender — ferir.


Volnpluosidade. volúpia —deleie, Vulnifico. feridor.
goslo, prazer —lascívia, luxuria, Vulpe, raposa.
• sensualidade —devassidão, liber- Vultar, avultar.
tinagem. Vulto, cara, rosto, semblante —
Voluptuoso ou Voluptario, agra- bulhe, estatua,imagem — m a s s a ,
dável, delicioso, mimoso — libi- volume — appareuiia,figura-
dinoso, lúbrico, sensual. relevo — pessoa.
Volutabro, lodaçal. Vultoso, grosso, voluminoso, ro-
Volúvel ou Volubil, gyrante, ro- lu noso.
deante,voltcai*e — inconstante,
Volvedor, envolvedor. |vario.
Volver, virar, voltar — revolver— X
(n.i tornar.
Vomitar , arrevessar , bolsar — Xamariz, engodo — omite.
arremessar, lançar — exhalar, Xaquear, apertar— vexar.
expellir. " Xará,flecha,setta
Vontade, alvedrio, arbítrio, grado, Xareia, cordame, cordoalha, enxár-
querer , sabor — deliberação, cia, maçante.
determinação, resolução — (pi.) X a s r e ou Xar.re, alfaiate.
"alfaias,moveis, trastes. Xergão, enxergão.
Vôo. adejo. fdão. Xiar ou Chiar, esganiçarse, ganir,
Voracidade, edacidade, sofregui- guinchar.
Voragem ou Voiage, abysmo. re- Xihança, bazolia, f nfaronada, jac-
moinho, sorvedouro, sumidouro. tância, xibanteria.
Voraz, Vorace ou Voiós, comilão, Xibanle, guapo — arruador, valen-
glolão — devorador, devorante, tão — fanfarrão.
fragador, vorador — insaciável. Ximio, macaco, moleque, m o n o ,
Vórtice, remoinho, tufão. [su. nico. [pasto.
Votar se, expor-se — sacrificar- Xira, comida, papança, papazano,
Voto, promessa — juizo, parecer Xofre, log i — dercj ente — (».)
-- (pi.) supplicas. embate.
V o z , som, dicção, palavra, termo
vocábulo — falia.
Yozaria ou Vozeria, alarido, algi-
z
zar, algazarra, brados, clamor, Zagaia ou Zagaya, azagaia.
grila, gritaria. Zagal, pastor.
Vozeador, bradador, clamador , Zagalejo, pastorinho, zagaleto.
gritador, vozeante — ralb.idor. Zanga , inimizade — antipathia ,
Vozear, berrar , bradar , clamar , aversão, grima.
gritar, vociferar. Zangado, encanzinado, irritado
Vozeiro, estrondoso, ruidoso (».) Zangano 'adel, adelo — abelhão.
advogado, procurador — solhei - Zan ar, aborrir, enfadar, irritar,
Vulcano, fogo. _ [lador. — desgostar, enfastiar.
Vulgar, c o m m u m , ordinário — Zanguizarra, desordem.
sabido , trivial — corriqueiro , Zarco, gazio, zarolho.
plebeu — (f.) vulgo — (o. a.) Zargunclio ou Zaguncho, arreme-
divulgar. ção, dardo, venabulo.
Vugarisar , divulgar , espalhar ,
vulgar
Vulgo,
publicar.
— povo. — traduzir
gentalha, , verter
plebe, vulgacho—
ÍOM ZDR 279
Zarolho, torto, vesgo, zanaga — — chasco, chufa, motejo — re-
(adj.) esquinhado (olho). Zona, cinto, faixa. [moque.
Zelo, cuidado, desvelo — (pi.) ciú- Zoria, palmaor a.
1
mes — suspeitas. Zorra, raposa —(ad ;. m.) dissimu-
Zeloso, cuidadoso, desvelado — lado, matreiro.
cioso, ciumento —zelante. Zorral, estorninho,
Zenith, apogeu, auge, cume. Zorreiro, ronceiro, tardo, vago-
ZephirOjfavonio. r o s o — indiligeile — passeiro —
Zcribanda, maçada, sova, tunda. deleixado — priguiçoso.
Zeríbando, azorrague, látego. Zorro, reboque, sirga, tirão —
Zero, cifra,nada. (adj.) arteiro, astuto.
Zimbório, cúpula,domo, mirante. Zorzal, estorninho. [lolo.
Zimbrar, açoutar — espancar. Zote, idiota, ignorante, pateta,
Zingrar, escarnecer, motejar, Zoupeiro, decrépito, velho.
zombar. Zumbaia, cortezia, inclinação, re-
Zizania, joio — desavença, discór- verencia, [zunido.
dia, dissenção. Zumbido ou Zombido, susurro,
Zoada, retumbo — loada — soada. Zumbir, susurnr.
Zoar, toar — rebombar, retumbar Zombrir—s-, dobrar—e. [sili'o.
— tinnir, zunir. Zunido , susurro , zunitncnto —
Zoilo, critico, satírico — insolente, Zunir, susurrar — sibilar.
maledico — invejoso. Zurrague ou Zorrague, açoute,
Zombar, cliasquear. escarnecer, laiego, veigalho.
mangar, motcor — ridculisar Zurrar, ornejar, rebusnar.
— enganar, illudir — gracejar Zurro, orneio, rebusno.
— desobedecer. Zurzir, bater, desancar, espancar
Zombaria , agudeza — graça — — maltractar — injuriar —
mote — escarneo, irrisão, mofa açoutar.

FIM.
^^Qiui
'/*

w A«

Você também pode gostar