Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALINGUA PORTUGUEZA
(DIFJGULDADES E DUVIDAS)
l 'O R
M ,\R A NH Ã
. .
Li sboa, 15-VI11-9q.
Canáiáo de .7'igueiroáo,
companh eira no retiro, e d<' todos os esrmlos o qn<' t<'m mais tra-
balho do que ostentação.
Qurm a pe11etra no íntimo, descobre muitas delicadezas,
que não sómente pódcm aguçar os engenhos pueri s, mas ainda
exorcitar a mais alta erndição o sciencia .. . Xão são 11imiamcmto
pequenas estas cousas, 11 <'11L irnp<'di nwnto :'Is grandes, co mo jnl -
gão alguns . Decerto não se deve descPr a nm mrticnloso e~tremo
l' inrptas cavillações, que for igão e aharo111 o r,-;pirito. )[as, na
grammatica, só ó nociyo o que e vão on sup rrflno (s11pervrwm11n).
Deixou :'.\Iarco Tnllio de ser grando orador, porrp10 foi
amantissimo desta arte, e, pam com sru filho, como sr n) das
suas cartas, ri goroso censo r da Iin g nag ' m? Os livros De anri-
logia, que publico11 Jnlio Cc,-;ar, onfraquecerão-lh o o gnnio po-
deroso :1 Foi )Icssalla menos hrilhanre escriptor. porqnn e,;cre-
vcn trata<los, 115.o só :tcerra dos yocalrnlos, mas an·· da s letras?
Não frrn clan1110 esta di sciplina ao,; qnc por d ia p:11,;são, 11,us sú-
11tont0 aos qne 11ít0 passam drHa,).
Demais, se ndo a lín gua o 111ais fort0 YÍllcnlo da nniiío na-
cional, trabalhar a bem da pureza , boa consen ·açfio elo idioma ,
que, dos nossos antepassados, tão fo r111 oso e nobre recebemos, P
ainda nma acção politica, servi ço não somenos, quando tantos
C>lementos pertnrbado1·cs e di ssolvPntrs amcação a homogenei-
<lade e integricl ade el a nossa prttria.
Possão l'Stas poncas palavras conciliar-n os a iudulgencia
dos ce11son•,-; r a s_vrnpathia dos nossos rompatl'iotas.
TlTl LO I
.Dos :sons ..- diton~·os ,: ::, )
C/\ PJ'IT I. O l
O H.. .\ ES
X.\SAES
Ditongos improprios
i ou lâ, ini - la go, hiate, ou y:1cht; yauigan,· A ia ce
c ial ou me- (38 ), raiar
dial, segu i - hi e rarcbia, hierogl)·phico, Yeso
d o de o utra Iota, i onio, York, m:.1i o r, pa-iol
,·oga l Yuca, Yu catan, yurará !jurará)
u precedid o Quadro, r1ua l , sequaz: igual, gu arid ;1,
de 1·. r1 o u g, g uarda
eseguid ode Sequela . equestre. guela
outra Yoga ) .\ c uidad e, eq uida de, equin0: sag 111 ,
srng uineo, sa11g ui11 ar io 1.iy )
.\qu oso. eqnóreo
S .\S.\ ES
~0'.fAS DO CAP. 1
tanilH' m cli ro nµ;o P111 lei, oei su· l, JIOÍ . 1·•1i. /,, i. <[H P pro,·i•111 clP di-
touµ; os on do vogat's s i111p! Ps la1i11 a:-;, p orrpw, no fi111 <l o \'Prs o, 08
Jl_? Nas os <'lllJJJ'<',\l.":10 r·o 111 0 dissylla bos. ::\Initas eo mbi11 aç1i,•s 11ft0
sao <·n11 ;.;icl0rad as 111 011osv ll a bi c-as s,•n ií.o p or svnPn'sl' : ai om
mi, 1111111i, 1•11 <' Ili 1Jc11l0. , i ;.11, 1/irr•i. tnrrl11 r r· i: Po ,;m ir/011eo, ia em
1·~u1miri. ,·ris/ ia uo. yluri,1. ie e111 11mzi1·. io <' 111 1·ioln.. p trnsi // 11<'. 11a -
z11111,,. ylori1Jso, 11rt'111io. 110 <' 111 rirt,,m;o, t o11 fi1111 0. Convé111 nr-tar,
pani<·nl am1 e11 l1'. 11m· não li a rl i1ong-os P111 sor11·p e m111w1 Plo: nos
JH><' t:i;.;, o pri111 Piro t,l'lll ,;p:11pre tn·s, o s pg ,rnd o qnarro s_d labas,,.
Ei11 :-;ng nida trn11 scT,·VI' a ra lioa d o Bno111mnt-t0i, qtH' cont,;111 1!)
ditongos. Dioz, Ur111w11olirn, p . 1315 o sogs. Ditongos italianos).
~
BIPBJL
Bibllotac.a PUbtiça Benedito Leite
.\ LIN G UA PORT UGU EZ.'\. 19
~
JB3JFJB3IL
Biblioteca Pública Benedito Leite
_\ LlKGlJ .\ l.'ORTIJGUEZA 25
CAPITULO IJ
NOTAS DO CAP. II
CAPITULO III
Synerese e dierese
~
,J831PÍB3L
Biblloteea Pública Benedito Leite
~6. A LINGUA PORTUGUEZA
CAPITULO IV
Ditongo movei.
CAPITULO V
NOTAS DO CAP. V
CAPITULO \'l
Ditongos nasaes
NOTAS DO CAP. VI
~
,J831PÍB3L
Biblloteea Pública Benedito Leite
A LI~GUA PORTUGL'EZAi
~
í§jpmL
~ lblloteca Pública Benedito Lelt~
A LINGUA 'PORTUGU'EZA G3
~
i
ffiPIBOC, 1
Blblioteca Pübllca Benedito Leite
66 A LINGUA PORTUGUEZA
~
BJMBOC.
Biblioteca Pública Benedito Lelt~
.A tíNGUA POR.'ttrGtJEZA
~
1 ÍB31PBL,
Blblioleca Pübllca Benedito Leite
TITULO II
INTRODUCÇ ÃO
Dos accentos
Accento, de can,Yre , rzuasi adcantus, trnd ucção latina d o
termo greg o prosõdía (1),cons oante a sig ni fi caçii o qu e lh e d :1-
vão osgrammaticos antigos, no sentido m:ii s lato, compre-
hende todas as modalidades da voz na pronuncia d.is
palavras. de que resultão a clareza e a harmonia d o di~-
curso. Essas modalidades s;io: a 1meryui e.rpiratoria , a d11-
1'1u:rio, a i1ite11sidadr. e a quriliclade do som; em outros te r-
m os, o espirita ou aspiração, a quantidade, o tom e o timbre
(2).
O m esmo nome se d:i ás notar;ões prosodfrris ou 1:;?°gnn,,.~
0 rthogmplifros
que ind icã o esses vari as m o dos da pro la-
ção do som (3),
~
1 ÍB31PBL,
Blblioleca Pübllca Benedito Leite
A LINGUA PORTUGUEZA
~
.IB3JPÍB3JL
~lblloteca PUbllca Benedito Lei:.
A LI~GUA POR'fUGUEZA 73
CAPITULO I
Aspiração e quantidade
~
i
ffiPIBOC, 1
Blblioteca Pübllca Benedito Leite
A tiNGÚA PORTUGUEZÁ
NOTAS DO CAP. I
•
CAl'ITlJ LO I l
Accento tonico
~
J83JPJ83JL
Biblioteca PUbllca Benedito Leite
A LINGUA l'ORTUGUEZA 7fJ
~
L
JB3JM83JL
Bfblloteca Pública Benedito Leite
80 A LINGUA- 1-'0 RTUG.UEZA
'
sim. Outros, porém. como Madureira e frei Luiz do Mon-
te Carmello, q u~rem que se diga Victor; e é certo que os
nomes latinos em or, õrio, quer communs, quer proprios,
têm no portuguez o acc.:ento na ultima syllaba, e até os no-
mes gregos que tinhão no latim o incremento breve;como
castôr, H eitôr, Nestô1·, etc. ( Castôr, caston, Hector, H ect/Jrio
N'estor, Nest/Jris, etc. (30 ).
« Victór, com accento agudo no o, diz Madureira, é
termo de que se usa nas acclamações de algum bom suc-
cesso, ou vencimtnto. Victü>, carregando no o, com ac-
cento circumflexo, é nome proprio de homem, e de S.
Victôr, que alguns erradamente prouuncião, e escrevem S.
Víctor, com o accento agudo no i, e grave no o>.
Os vocabulos terminados em vogal surda são accentua-
dos na penultima ou na antepenultima syllaba. Se houvesse,
no portuguez, c.:omo ha no espanh'ol, o uso de sempre notar
com signal orthographic.o o~ que têm accento na antepe-
nultima, evitar-se-ião erros ou incertesa, em c1ue muitos
incorrem. A gente elo povc,, vbedecendo á tendencia da
língua, supp.ri1!1e ou accentúa a penultima syllaba desses
vocabulos, dizendo: córgo, cosca , (cocega ), aspro, esprüo, gra-
t1úto, ricíllo, UJ-r-ió{a, etc. São os de dasse menos incultr., e
até ás veze,; pessx1s ali ,í; doutas, os que errão pelo con-
trario, accentúando na antepenultima syllaba algumas pala-
vras, que deve~ ter o :1-:cento na penultima. Assim, pro-
nuncião:-ánlito e úrdülo, em vez de ardítu e ardído ( prov.
arrlit, de arrlir, it. ardito, esp. al'llido, fr. hardi).
A' cito por 111·íto ( av,tus, d crivado de ctvtts,
l, pi. nc, ), q uc vem de avó ou
dos avós.
Ccíclimo « l'adímo ( Arabe, mdi111, velho).
Câlabre « calúúre, cabrc ou cabo, corda gro s-
sa. Cálabre é ralaúrio, natural da
Calabria ( 31).
Oônclave « w11clâi·e ( coitcltiuis, esp. e it. con-
clávc (32 ).
~
,méml
1 1
Biblioteca Pública Benedi to Leite
8G A LINGUA PORTUGUF.ZA
~
1
1 JB3ÍPmL 1
Biblioteca Pllbllca Benedito Leite
t
90 A UNGUA POR TUGUEZA
..
.\ LI. 'GPA l'Ok'fl 1Gt~EZ. t&
sobre, l,y1Jerúaínõ, passar sobre, ltyperbató11, Jerribado, inver•
tido). Gr., liypérbriton,invorsào, fig. de gram.
Acróbfita, gr. acrôbatos (de acron, a extremidade, que an-
da na punta dos pés). Muitos dizem acrobáta, por intluen•
cia do francez; assim como 11epheliúáta, palavm moderrut-
mente formada em França. de nephéte, nuvem, para sigui-
ficar o que usa de esty!o nebuloso, obscuro, e que deve-
mos pronunciar nep~elíbata. Assim havia no latim: nereubit-
ta (gr. neurobátes, de neurónJ corda ), que dansa em corda; an-
dabáta (gr. anabátes, cavalleiro, aná, sobre, a,iabaínõ, subir,
montar), athleta que combatia a cavallo; epibatCE ( epi, aci-
ma), soldados de marinha, que subião nos mastros ou uas
abordagens; 11teriobcíta e stylobc'íta, termos de architectura,
bases de columnata.
Bolo, bola, bole (raiz bal, verbo bâtlõ; lançar, atirar, bolJ,
acção de atirar, bolos, cousa que se atira:-(discóbolo, athle-
ta que atirava o disco; óbolo (ó pref. e bolos); ~mlJolo (e11, prep.
em); symbolo (syri, com, ajuntamento de uma consa com
outrn, approximação, comparação, imagem que a represen-
ta): parâbolci (lmrâ, de, junto de, comparação, allegoria); ky-
pérbofo ( hypí:r, acima, por cima, exageração ); metábole ( melá
indica mudança ), figura de rhetorica, repetição de uma
idéa por palavras differentes. Gr. ,liskobólos, obólos, énwolos,
ou émbolon, S!Ímúolün, par-abole, hyperbol,', metabolt . Lat. diii.~-
úõbts, obulus, sym.b,ílmn, pambi1la, hyperú<ile, inetabole.
Cero11 (kera11, atos, chifre):-Monócero, y_ue tem um só
chifre, dicero, de dois chifres, rltii,oc'Cl'os, dlinocerote e rllit10-
cei-01,te, riii ou 1·is, itios, nariz, que tem (,;hifre no 11:lriz. Gr.
rltirtókerõs, gen. rldnakérõtos. Lat. rkinóceros, gen. rlifoocerõtis.
Modernos: leióeeros ou lióceros (le'i<,s, liso), sti-epsíceros {strepsis,
• acção de ton:er, streptós, tórci<lo, de strepltõ), ramir,eros, hyb.
<lo latim ramus, melhor mmicornes, termos de zoologia.
Cras11{kriísis, temperamento). -Epícrase, t. dethedicina.
Crnta (!mitos, força, poàer ). Os espanhoes dizem flU·
t6craw, ,o-istócrata, demúcmta, tlieócrata, e assim devi:unos
dizer, porque, na prosodia latina, a penultima vogal seria
que te,n voz ou smn que se ouve longe: e desse adjec~i vo podia
fazer um substantivo, como de eptáphonõs se fez Eptáphrrnon,
nome de um edificio que repetia a voz sete vezes ( 1 t ). A
transcripçào latina desses ocabulos teria longa a penul-
tima syllaba, correspondente ao o mega de phõné: aplw-
nits, homoplwnltS, telephõm,m, etc .. Em portuguez, portanto,
deve-se dizer aphóno, JwnwpMno, etc. (u6). Podia-se. por
conseguinte.adoptar telephóno; e essa fórma seria facilmente
acceita pelo maior numero, porque só mudaria :r desinencia
da palavra j:í corrente; outros, porem, suppondo pronun-
ciar melhor, dirião teléphono, como no espanhol e no ita-
liano, e em seu favor poderião allegar que se diz antiphona,
apezar de ser no latim antipliõna. Telephonio evitaria essa
• v:iriedade de pronuncia, e seria formação muito adequada,
Com o suffixo ion,formava o grego substantivos,que signifi-
cávão instrumento ou apparelho:--hõrológion, hydroskópion,
relogio d'agua, hõróskopion ou J,oroskopefon, quadrante astro-
logico, mete:õroskópüm, instrumento para tomar alturas (lal.
Jiorologium, etc.). Meteo,·oskópos, o que observa os meteóros,
lwroskópo,1, ó astrolog., que observava o astro que se sup ·
punha presidir á hora do nascimento, ou aquillo a que
chamamos horóskopo. isto é, a observação desse astro ou a
predicção da sua supposta influencia: no latim, a mesma
difft!rença-Jioroscopus e horoscopium. Por esse modo se for-
reárão os vocabulos modernos: -baro.çcopio,caleüloscopio, não
káleidoscopo, como querem alguno;, estereosr,opio, não stereós·
copo ou stereoscópo, 11,it:roscopio, tele.<M:opfo, hygros,:011.io. Tinh o
os gregos os adjectivos tcle.~kópos, ·o que v~ de longe, trles-
kopos, visto ou visivel de longe; a um instrument,l, para
ver ao longe, havião de chamar teleskJpion ou -teleskopeüm
Digamos. portanto, telephonio, raleidophonio, graplwplioiiio.
grammoplw1rio,,nicropho11io, (117), saxoplionio, instrumento in-
ventado por Sax.
Muitos iios nossos ~iteratos, seguindo a accen•uação
l'ranceza, dizem:-Chlóé, Pkrypié, oll Ph:rvnéa. P11ycM, etc,
Os nossos classicos, assim como tod~s _os bons.autores mo-
Notas do capitulo II
pgs. 38, cliz que omjouen, com0 r:n i1 ·•:irm, can.ou, ro n não é si-
,gnal do nasalidade, mas simples consoauto e soa 1te». Será al'!-
sim r.11 Portngal: 110 Brasil, prn:rnncía-so .ior5, com o som de à ,
como om úein, rem.
12.-Froi .Luiz do .\fonte Carmelo acha preferivol esta
graphia, '<por mais conforme á indolo da lingua o á pronuncia
lllais geral>>; dizrmos sem o 11, que tinhão no latim, crime, car-
ine. e;ra11w, 'l'e:x·11,ine, rime, nome, acume, legume, lnme, i·olmne.
Os ospanhoes dizem e ;escrevem régimen, com a accentuação o
a orthographia do nominat,ivo o do accusativo, pois é um subs-
tautiyo neutro. Em portuguoz, pronunciando-se com o acconto
ablatiYo (reg,mine), é melhor dizor ·o oscrovor, C(fno os antigos,
1·Pgú11e. Spécimen, modernamente introduzido ( espanhol espéci-
men J, é mais geralme nte usado com essa fórma e accontuação,
corno no latim: mas tambom alguns escrevom com fórma portu-
gneza-P.~pécime. Os que pronnncião com o accento na ponulti-
tirna syllaba devem escre,·or- specíme ou esperíme ( spedmine ).
13.- Do Omnipotonto
Thtono mana caudal um rio, o E' don
Celeste banha ...
Filinto I~lysio, Os inartyres, liv. 3. 0 •
Ibidem .
P orsio,-Sat. 5. 11
. '
42.- Um lago da Apulia, <l o que fala P línio, rnajor, tiniu~
o nome do Pontanus.
43 .-Francisoo J o:;;é Freire, Rejle.rões, log. cit.:-«Caradé-
res, cúm a ponulti111a longa. E' froqnonrissimo o errar , faze ndo-
a breve».
1lfetamorplióses, livro 3. 0
Mas outras vezes accentúa Cyclópes:
102.-Madureira e )Ioraes.
103.- Lus., e. 2. 0 , 54; 7. 1·, 73; 8.°, 85 : 10. 0 , 147.
104.-Lus., e. 4.°, 28: o 3.", 141.. Os esr,anhoes .e os ita-
lianos, ainda na prosa, dizem sempre Cleoprítn1, como 'luasi sem-
pre accentuavão os poetas latin os.
105.-Seguudo Servio, Annlecta yrammalic,1, pronunciava-
se com accentuação grega Cé,1ln11n1s, e, pMtanto, tambem llfi-
nótaurus; mas podia-se pronunciar ú. latina, com o accento na
pcnultima syllaba.
106.-Deve-se dizer hetkra, não hetflíi-a, como "dizem mui-
tos; o ditongo ai tinha o som de é, ce no latim, a que correspon-
de e no portuguez. Lif.tré escreve hétcre, e diz que hétaire é má
orthographia. '
107 . -No grego·, ha, para as cinco vogaes, sete letras: -
e e' o são escriptos com caractéros diITereqtes, conforme são bre-
ves ou longo~, e psilón e éta1 o 1nicrón e.o rnéga, · ,
, .,. •
Do
. .•
abutre â fou'iei de lxiou
"' { '\ :· ,, '
o to1\ii~nto.
' \ ' r . . L· ~
lón, õnis, g1·. Sólõn, õnos). ,\[as Heitor Pinto .até o tcrmi11a 0111
â,o:-Solão Salamillio (I11wr1-, dial. 3. 0 , e. G.º e 2:' parte. Diàl.
5. 0 , 2 e J.4) . · ·
129.-Camões, e. G.º, 87:- Colopltonia; e. 3.º, 97:=Helí-
cona, em algumas edições com accento na pe11ultima syllaba.
130.-Camões, e. 5.º, 00. O mesmo acontece com os no-
mes proprios latiuos, de genitivo em õnis, qne, como os com-
muns, ordinariamente, do portugnez, terminão em âo: -Aqnilo
(Camões, e. 6. º, 31, 7G), Cicero, Nero, Pollio, Varro, ou Pollião,
Varrcío, etc. Alguns autores antigos disscrão Cicerão como
Damião de Goes, na tmducção do tratado de Senectute; o Luiz
.\utonio VHrney entendü, que assim se devêra dizer, como uas
outras línguas latinas. -fr. Ciceron, esp. Cicerôn, ital. Cicerone.
lliaila, liv. 1. o
lúi,rl,.
. . . . . . . • . . • . e somb ra escura
Os dolos dos Jíynuidoues cobrindo
' J áo caudaloso
E111 sangi.10 humild e, a quom a mercancia
Tiuha feito tão rico, e podt,roso,
,·Que já do quo autos fôra so osquocia
• . • . . . . . . . . . . . . espargo-lhe os salubres
Suecos de ambrosia e odora panacca
f
Ib ., 12, V. 4.03 .
Camries, e. H. 0 , 58.
Can1ões, 3. 0 , :.17.
...
r •
CA PITCLO TII
Aeeento secundaria ou subtonieo
..
Nota .. elo ca1iituio I L·C
! ' • j
- 'l
A LÍNGtJA I'ORTUGUEiA
C.\Pl1 c·Lo lY
f.
f P Rl~lE!K .\ P.\IUI:
rea, epopéa, estréa (38), galéa, idéa (39 ' , melopéa, panacéa, patu-
léa, polyantliéa, sotéa. Adjcctivos femininos:-cananea. cano.
p éa, cytheréa, européa, iduméa, pelopéa, plebéa. Nomes de figu-
ras de rhetorica: - onumatopéa, prosopopéa, etc. , de enfer-
midades: -dyan·ltéa, dyspnéa, morphéa, etc.; proprios de
mulheres: -Amalthea , Asti·éa: Dorothéa, Dnlcinéa, Galatéa,
Medéa, Peutlieriléa, etc.; geographicos: - Eubéa , Chaldéa,
Erythréa, Galiléa, Judéa, Moréa , Criniéa, B asiléa, H eracléa,La-
odfréa, etc., e o~ nome;; terminados em éas: - Ginéas, .Enéas.
Eo:-nos substantivos: aléo, arganéo, bailéo, boléo, botaréo,
cacaréo, céo, chapéo, charéo, chicliisbé.o, chimbéo, coru-
1'11éo, escarabéo, escarcéo, f ogaréo, guinéo, harpéo, labéo,
lebréo, véo, rnantéo, mastaréo, mausoléo, p itéo, raléo,
réo, solidéo, tabaréo, troféo, céo. Nos ad j ecti vos, o
som é fechado :-athêo, cananêo, cyrenêo, ervthrêo,
espondêo, europêo: jubilêo, gigantêo, hebrêo, judêu, ma-
chabêo, pharisêo, philistêo, plebêo, sanrlêo, que t:lln -
bem se escrevem com o ditongo eu. Excepto in -
créo, ant. abrev. de incrédulo, (40), 1lhéo, que t:1111-
bem é substantivo .
Antes de consoante:
Ebe: - algibébe, plebe, sébe, H ébe, Pliébe, Tltébe.
Ebra: -genebra, québra, Genébra . Exc:-fêbra, zêbm: adj,
crêbra (41 ) . .
Ebre:-alquébre, fébrc, lébre, casébre ( 42 ). Exc. :-azêbre.
Ebro:-qitébro, i"eqnébro, Hébro. Exc.:-azêbro, adj. crê-
bro (43).
Eca;-divéca, alforréca, béca, bibliothéca, bonéca, bréca, cliar-
néca, cuécas, fanéca, hypotltéca, marréca, moquéca, ra-
béra, séca, caréc,i. su,éca, llfecri, Rebécca. Excepto: -
enxaqitêca, sêca, Fonseca.
Eça: - caleça, éça, meças, péça, tripéça, Baéça, cidade da
Espanha. Exc. : - cabêça, condêça.
Ece:-préce, refece.
Echa: -bréchu, ff,écha, frécha, mécha, pécha. Exc.; -~bochê-
cha, endêcha, vGntrechai
Il
Olclw:-cólcho (127).
Olda:-i;onsólcla, sóldm ( 1 28 ), mas póldr·a.
Olclre;-códre (129).
Ole ou olte:- fólle, góle, mólc,prole, rodofólle; adj.-mólle.
Ol(a:-sólfa .
Olga: -folga, Olga, V ólga.
Olhe:-mólhe.
Ol?ne: - pólme.
0lpe:--gólpe.
Olta:-envólta ( 130) , esi;ólta, 1·evólta, sólta ( 131 )1 vólta, vi-
ravólta ou revimvolta. Ex::.: - os participios absólta,
desenvolta, envôlta, solta, volta.
Opa:-cachópa, cópa, garlópa, ópa, tópa , trópa; Európa.
Exc.: - estôpa, pôpci, sôva.
Opc:-galdrópe, galópe, hyssóJJe, tópe, x arópe.
Opla:-cópla, manópla, sinópla; Andrinópla ou Adrianó-
pla, Constantinópla.
Opo: -cópo, escópo, hyssópo, pyrópo, trópo. Exc.: -cacltô-
po, copo, da roca, estropo, tôpo ( 132 ) , trôpo ( 1 33), adjs.
- entrelôpo ( r 34 ), misanthropo, philcmthrôpo ( 13; ),
Canôpo, E sóJJO ( 136), Lôpo.
Oque:-albrü.1nóque, batóqzw ou botógue, bodóque, bosbóque,
brelóqzte, chóqzie, estoque. reuóq1ie, rc111óque, tóque, Róque.
Orba:-tiórba, ó1·ba.
Orbe:-órbe.
Orbo:-mórbo (I3j ); adj. - órba.
Orca: - alpórcn, órca, pórrn,, x óri;a ou axó rca e alxórca;
Jltlaiórca, Minorca. Exc :-fôrca.
Orcha:-córcha, lórcha ( r 38 ).
Orda: - bórrla, córrla, engórda, hófrla; Tabórcla. Exc.: -
açórdci, massamõrcla ( 139), tôrda ( 140); adjs.-balor-
da, gôrda.
Orde:-acórde, sub;;t. e adj.-órdem e os adjs.-conr:ór-
de, discórcle.
Orga:- estórga, outó,·ga, pandórga, tórga; Astórga.
Or9e:--ór9e (14r); Jórge, Bórges. Exc.:-al/orge ~ 142 ).
Os!Jta: -gosma.
Osme:-Cosme.
Osmo :-macrocosnio, microcosmo.
Osna: -losna.
05pa:-encospas.
Osque:-bosque, kiosque.
Ossa·: -bossa, congossa, ( 148), cynaglossa, fossa , glossa, inos-
sa; adj. - grossa, molossa, nossa, vossa; Ossa. Exc.:-
ad j.- .ensôssa.
Osse:-posse, tosse.
Osta:-apposta, bosta, costa, encosta, imposta, monposta ou
mãoposta, posta, proposta, resposta, o participio pos-
ta e os seus compostos apposta, composta, etc. Exc.:
- congôsta ou pangôsta ( 149 ), crôsta , lagôsta.
Oste: --encostes, hoste, poste, preboste, prioste, toste , Pente·
costes.
Ostre:-postres.
Ota:-alcaiota, anecdota, agiota, ballota, bolota, bota, cam·
balhqta, cambotci, chacota, compota, cota , de1:ota, estar-
diota, gaivota, galiota, grota, nota, rota, etc.; adjs.-
ca11hota, devota, idiota, ignota, janota, patriota, poly.
glotta, remota, etc. Exc. :-escôta, gôta; ( r 50); adjs.-
bôtci, garôta, marôta, minhôta, rôta, Aljubarrôta. ·
Ote: -alcaiote, archote, barrote, bote, camarote, capote, chi-
cote, decote, dote, epiglotte, fagote, garrote, glotte, hot.
tentote, lote, mote, pacote, pote, sacerdote, trote, zote,
muitos outros, a mór parte diminutivos, amigote,
caixote, fidalgote, filhote, etc. 1scartotc, Lançarote, Qui-
xote , B oates .
Ova: --corcova, covct, nova, QV:t,, prova, sova, trova; adj.-
nova; Canova, Penacova; Exc. :-alcôva, enxôva, escô -
va, frôva; adj.-côva.
Ove:-dezenove, nove; J ove.
Oz :-albatrbz, alburnoz, algeroz, cadoz, foz, laroz, noz, pi-
oz, ret;-oz, tardoz, voz; adj s.-atroz, fero.z , lioz, veloz;
Â. LINGUA PORTUGUEZA 205
qje:-lto}e.
Qjo:-antojo, arrojo, bojo, despojo; enojo, estojo, fojo, uojo
rqjo, tojo _: adj.-annojo.
Olho:-bolho.
mcha: - colcha.
Oldo:-soldo (r65 ), tu/do; Bnrll/()ldo, Harolclo, J,eop.olrlo.
Olrlro: -ploclro.
Ol('o: - _qôl/o, regolfo; Arlôlfo. r:-onrlôl/o, Rorlôl/o.
muo: -fr,lgo.
Olha: - b() lha, encolha, escolha, /olha , olha, pollza, r11llw,
solhn, trolha; adis. - rnlha, zarnlho . Exc. -- rlPs(úl/111,
mólha.
O!lw: -núrolho ( 166 ), a,ntolho, escolho, /i'l"i'olho, folho, fmn-
golho, geolho, molho, f/lho, pimpolho, piloho, remolho,
repolho, restolho, solho, trainb,'J lho, adj.- rolho. Exc.
-mólho (feixe).
Olm.o:-Colino, olmo.
Olo ou ollo:-arrolo, bolo, carola, cebolo, consolo, dl'sco11-
solo, nuicololo, miolo, rebolo, rolo, tijolo; ad j. tolu.
Exc. :-bulinhólo, cochichólo, cóllo, rlólo, pólo, proto-
càllo, s0lo ( 167 ), subsólo, timcóllo; Apz1óllo, Elóo , Etú-
lo, (168), Mausólo (169), Partólo .
. mpa: .. polpa.
Olsa:--bolsn .
Olso: - bolso, deseinuolso, embolso,
Olto: -absolto, rle.wmoolto , cnl'olto, revolto. solto.
Olva: -volva.
Oli-o: -polvu, rnlvo.
Opro: ris.sopro, esr:opro, sopro.
Or:-a(ur, nr:tm·, amur, co1·, dm·, flor e muitos outros
nomes substantivos e adjectivos. Exc. -arredor ou
redor, cor, ( de cór), major, Sor \ I70), suor (q1):
adjs. - maiur e mor. melhur, menu1, peor. Tambem
no Brasil, geralmente, se diz belchiór ( adélo).
0ra:-Os femininos,lo~ nomes em or:--possuidura,pro-
fessurci, senlwra1 SUJJeriora1 etc_ Os. outros vocabu-
208 A LINGUA PORTUGUEZA
Ti!RCE[RA PA RTE
Metaphonia do E
II
Metaphonia do O p89 ;
gai ,1,
;e J 1-io'
ro-
-Sl
216 A LINGUA PORTU~UEZA
No tas do capitulo I V
(1. ., PARTE}
interior da palavra, quer final. Ex.: -pelo, znla, pelos, pellis, ce-
der, deverá, de, que, se, me, te, lhe, apesar de palatal, por ser
final, etc.
Este e torna-se muitas vezes nullo, se fica entre duas con-
soantes. Se é final, precedido de consoante surda, que não seja
palatal, mormente explosiva, é nullo também. o esta cousoante
aspira-se . Ex. --desse, Fafe; tape, sele (-dls, fa(: tap,. sét). E'
tambem em geral nullo, entre f, v on consoante explosiva, e r,
cxcepto no futuro e condicional dos verbos; assim, verão, subs -
tantivo, pei·igo, feroz, (vrãn , prigo, fróz); mas v/Jrão do verbo vêr,
teria , do verbo têr, fitro cidacle, . Noutro logar ( 11. 68 ), diz que
t/Jrâs é differente de trás.
«E' frequentemc)1te uullo tambem, antes de r e da fricati-
va s. Ex.- querer, parecer, que usualm ente se pronunciam ki'-er,
parser. Em razão desta suppressão do IJ, em contacto co01 r, o
prefixo per confunde-se, na pronuncia, com o prefixo pre; assim
perdição e preclicçcio, pertinho o pretinho, na elocução usual, pro -
nunciam-se ambos valendo o r por vogal,prdição, comoprtinhnb.
. Tem valor de o, «antes ou depois de palatal, incluiudo s
(=a.x ou eh\ . Ex.--clesp'ir, estar, espelhar, desenhar, chegar1 sau-
dades, ennesga, (=cl'tspir, )'stctr, /sp'tlhar, cléz'tnhar, xYgar, sauda-
tlYs, l'fl1xgar). Se ambas as col'lsoantcs com as quaes está em
contacto, ou a uuica, sfw surdas, o ( é proferido em segrêdo, ci-
ciado. Ex.-pestcma ( -vrstána ). Se a e se segLrnm l, r, z s, com
valor de z ou se o precedem l, r, o e vale 1'f. Ex. - !Jelar, geral ,
J esus, legião , reger ( -ielar, y"1!rnl, J ésus , U1gião, r/Jjer).
O i tem o som r eduzido, <Cm coujuncção com consoante
palatal e sempre antes de s=x. Ex. -cl/sta1tcia, srsmcir, b'tsna-
ga, btlltar, L'tsboa, coztrqir. Se o i fie;;. assim entre duas conso-
antes surdas, é proferido cm scgrêdo, ciciado. Ex. -pistola ( co -
mo p /Jstanci). Em razão desta proouu cia, o prefixo d·is confunde-
se com eles, antes ele consoante. Ex. -dispôr, destoar, (=d'tspôr,
d'tstuar), clcscnpr;ãn e discrição pronuncifl.111-s0 ambos clYscrisão .
Numa serie de syllabas, couteudo todas i, não seguido de con-
soante palatal, incluiu do s (=.r) só o i da ultima, átono ou to-
nico, assim se profere; os das outras, que estão antes delJa, sóam
como e, pronuncia que as ortographias archaicas comprovam
ser antiquissima. Ex. -in);nistro, militar, d'tvYclii-, v'(sita, l'tmite,
lbnitar, 1/ttippe, ridiculo. Se, porém, qualquer i atono, nestas ci.r-
cmnsta11cias, provém ele i tonico do vot:abulo primitivo na lín-
gua, a tendencia é conservar-lhe o valor de i:-assim, clifj';,cili-
1nn, dividiria, fitinha, peritíssimo, risível, ele clifficil, cliviclir, fita,
p erito, riso • . E x posição ela pronuncia normal, 11. 5G, e átono, 8. 0 1
11.º> 12. 0 ; letra ·i átono, 1. 0 , e e cl, 3. 0 e 6. 0 •
220 A LINGUA PORTUGUEZA
~
J83JPJ83JL
Biblioteca PUbllca Benedito Leite
A LINGUA PORTUGUEZA 221
2. ª PARTE
fI
e,
quem dissesse <<dez junto seis, lt sete, etc.>. (Conf. Epíphanio
Dias, Gram., § 48, nota). A respeito das palavras dezasete, e de-
zanove, dá-se até a coincidencia de ser em italiano tambem dicia-
sete e dicianove. Já Diez explicou estas fórmas italianas, como
as portuguesas, por meio da preposição a, do latim ad; tambem
na lingua valachia as unidades se unem ás . desenas, por uma
preposição, que corresponde ao uosso a (Diez, Gram,, II, 409).
156. - Bento Pereira, .Madureira, Moraes, Francisco de
Andrade, Eug. de Castilho, Cornu, n. 32 a; mas Ad. Coelho- -
arróbe.
iõ7 .-Todos hoje assim pronuncião; mas Bonto P ereira 1;J
Monte Carmello-glóbo.
158.- Bento Pereira, A.d. Coelho; mas .Moraes, Francisco
de Andrade e Ernesto Ribeiro-mazórco.
159.-Moraes: floco.
160. - :,\ladureira, J.lome Carmello, Eng. de Castilho, Cor-
11u; mas Moraes, Francisco de Andrade, Ad. Coelho, Julio Ri-
beiro, Castro Lopes, Ernesto Ribeiro:-apódo.
161.-Monte Carmelo, J. Cornu; mas Moraes, Ad. Coelho
-epóde. Prefiro epodo.
162.-Assim temos ouvido sempre; mas Moraes, Ad. Coe-
lho, Eng. de Castilho acccntuão:-iódo.
163.-.Moraes, Eug. de Castilho, Julio Ribeiro:-rógo; ge-
ralmente rogo: Madureira, Monte Carmello, Gonçalves Viana,
Paulino de Souza, Cornu, n. 36, etc.
164.-Julio Ribeiro, Gram.; Castro Lopes, no Jornal do
Comrnercio, de 27 de junho de 1893; Ad. Coelho accentúa pe-
dagogo, emmenagogo, mas demagór,o. O som fechado parece-nos
preferível, pela razão que já demos. e pela analogia com quasi
todos os outros nomes dessa terminação.
Os portuguezes fazem abertos o e, tonico doutras palavras,
em que os brazileiros o fazemos fechado; assim di:lem Nhónhó,
Ióió, Dódó, nomes hypocoristicos brasileiros, que elles assim
tornão irrisorios, e do mesmo 1:JOdo pronuncião nomes que, no
francez, têm o som de ô, não só os comrnuns, que já estão apor-
tuguezados, como 71aletó , manto, mas ainda nomes proprios (pro-
nuncia do vulgo, não decerto dos que·sabem o francez), como
Carnot, Jwwt, Bordeaux.
165.- Duarte Nunes de Leão (Orthog., vocabulos que, um·
dado o accento, significão de diversa maneira), e Moraes dizem
que se pronuncia sôlclo, estipendio, e sóldo, moeda; mas &empre
temos onvido soldo, em ambos os sentidos.
166.-Madureira, .Moraes, Francisco do Andrade, Eug. de
Castilho1 Julio Ribeiro, Castro Lopes e outros:-abrólho; mas
A UNGV'A PORTtJG1'.1EtA
3. ª P r'\.RTE
I
180. -Alguns pronunoião:-um nwdélo.
181.-Monto Carmelo:-· anltêlo ou anêlo, aprêsto.
182.-Roquête:-doilsto. ·
183.- Alguns dizom: - êlo.
A 1.INGUA PORTUGUEZA
II
189. -Autores- que mais particularmente tratárão desto
assumpto:
Duarte Nunes de Leão, Ortlwg. da ling. port., 1576 (2. 11
ed., J.784, 3.ª, 1864). . ·
Luiz Caetano de Lima, Orth{)g., 1736.
João Pinheiro Freire da Cunha, Tratado ele Orthog., 1.ª
ed., 1788. .
Madureira Feijó, Monte Carmelo, Gonçalves Viana, Juli.o
. Cornu. ,
Grammaticas de Francisco de Andrade, junior. de Adol-
pho Coelho, Epiphanio Dias, Monteiro, Grammatica dos l.Áceus,
V orgueiro e Perten~e (Lisboa, 1861 ), Paulino de Soasa (Paris,
1870), Ernesto Carneiro Ribeiro (Bahia, 1881), Massa (Bahia,
1888), Maxunino Maciel (Rio, 1895), Estudos da língua 'l.'erna-
cula, pelo professor A . T. (Antonio Trajano;, Rio, l!,03.
Dr. Antonio de Ca!tro Lopes, artigos no Jornal do Coni-
mercio, de Rio de Janeiro , de 27 de junho a 5 de julho de 1893.
· Na ortographia usual, commumente, não é indicada a me-
taphonia; mas algumas edições indicão-na.
190. - Ha alguns substantivos, derivados de verbos da 2 a
conjugação, que têm fórma igual á da 1."' pessoa do pres. do
indicativo; mas o som do o é fechado, no nomo e no verbo:- es-
tôrço, côrro, soccôrro, sôrvo, vôlvo.
191.-A metaphonia, que produz, não somentemudança na
A LINGUA PORTUGUEZA
Eis corcão-mo
·Espéctros, que cm mim cravão tôrvos olhos .
T. 2.0 , Oberon, p. 6D.
E para traz volvendo os tôrvos olhos. ·
T. 3.0 , p. 453, Alf. C.
•
A LINGUA PORTUGUEZA 24.~
· CAPIHJ LO l
a:mai-o ( 1 ), vê-lo, vêde-lo (2 ),, tem -lo (31, di lo, tra-lo, fa-lo s ( 4 ),
/'e-lo, fi·lo, po-lo, pu-lo, qui-lo, no-lo, vo-lo, ei-lo, em vez de
aniar-o, amas o, ama.mos -o, amemos-o, amais o, vês-o, vêdes-o, tens-
o, diz-o, trâz-o, fnz-o, fez-o, fiz-o, poz-o, Jntz-o, quiz-o, nos o, vus-
o, eis-<,, ou amar-lo, úmas-lo, etc., nos-lo, vos-lo, eis lo.
Os antigos esctevião com l dobrado, e sJm separação,
amállo, amamollo, etc. O; modernos, entendendo que havia
ahi simples mudança da consoa .. te final r, s, z, em l, ad o-
ptárão a g raphia de um só l, posto no logar dessa const: -
ante, ou Llllido ao pron')me, por faz er syllaba com ella.
Hoje, porem, as autoridades mais competentes explicão
de outro modo esse uso. Lo, ln, los; las é a fórma primi-
tiva de-?se pronome, assim como do nrtigc ( 5 ), e a coi:.iso -
ante final da palavra precede.ate ass imilou-se c0m a inici
al do pronome. Estd explicação justifica a graphia antiga,
e exige que, na moderna, se u:1a o l ao pr'onome.
(); antigos tambem ligavão este pronome a substanti-
vos e outras palavra!; terminadas em s: ·· Deullo E;abe, a De-
ullo rogo, poillo dizedes, poilla vi, o que é frequente nos can-
cioneiros, e ainda se encontra em alg uns escriptorei, de
epocas em que a língua já e ra culta.
A mesma ligação fazi ão com o artigo :·-loduU.1s dias,
l! ·dallas cóus!ls, ambollos braços, amballas pei"mis, Trallos Jfoiites.
Com a preposiçjoper, liga-se, ainda hoj ~,'tanto o pro-
nome como o artigo, sem traço de união :--pelo que, pel -
A LINGUA PORTUGUEZA