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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ELIAS DE OLIVEIRA CACAU

RESUMO
Resumo do livro: O mal estar nas civilizações de Sigmund Freud

Rio Branco, Acre


2021
Capítulo I

No início do capítulo, Freud comenta que aqueles indivíduos que


realmente deveriam ser venerados pelos homens são ignorados, por não
tratarem das qualidades e objetivos idealizados pela massa. Logo após, ele fala
de um amigo. Na qual trocavam cartas e que o venera muito. Em uma dessas
cartas, ele enviara uma obra que fala sobre religião como ilusão, a resposta de
seu amigo conturba a mente de Freud pois ele concorda com o pensamento do
mesmo, mas se lamenta em saber que ele não pode apreciar a religião com os
sentimentos que seu amigo diz trazer uma sensação de “eternidade”, algo infinito
que não tem limites, definindo como “oceânico”.

Devido ao fato de Freud não ter experimentado tal sentimento, ele decidira
estudar como ocorre esse sentimento a partir de outras pessoas e se ela pode
ser admitida como fons et origo (fonte e origem) para todas as religiões. Ele
segue o pensamento psicanalítico para explicar essa fonte, na afirmativa de que
não existe nada mais seguro do que o sentimento de nós mesmos, que
denomina como o nosso Eu, em que ele demonstra ser autônomo, bem definido
de tudo. E esse Eu interior ele é enganoso, ele é mais profundo do que podemos
realmente enxergar e que essa profundidade navega no inconsciente que é
chamado de Id, onde o Eu tende a controlar os sentimentos no mundo externo.
O Eu em um estado em específico, pode atravessar a barreira existente entre o
Eu e o objeto, em que o Eu contradiz os sentidos, delimitando erroneamente os
limites devido a um fator fisiológico ou patológico que temporariamente fez o Eu
esteja sujeito a transtornos. “casos em que partes do próprio corpo, e
componentes da própria vida psíquica, percepções, pensamentos, afetos, nos
surgem como alheios e não pertencentes ao Eu”, nessa afirmação o Eu, rompe
a barreira, deixando-se levar pelo mundo exterior, abdicando de se importar
consigo e passa a se preocupar com outros, em que a barreira do Eu não é
permanente.

As fontes de desprazeres, propendem a isolar o Eu, originando assim o


Eu-de-prazer, eliminando tudo que é desconhecido e ameaçador no mundo
exterior, entretanto, há de existir ameaças internas que dar-se-á a abertura de
possíveis distúrbios patológicos.
Voltando para a ideia inicial do sentimento “oceânico” em que tal esteja
inclinado para forma base do Eu, partindo desse pressuposto, Freud põe em
discussão se esse sentimento tem o direito de ser visto como fonte das
necessidades religiosas, na qual para ele não existi direito algum, o sentimento
“oceânico” pode ser visto como uma forma de revigorar as pessoas que
acreditam nele, mas de maneira literal é apenas a necessidade gerada pelo
desamparo infantil. Freud imagina que esse sentimento tenha se ligado a religião
posteriormente, onde ser um com o universo, apenas é uma tentativa de
confortar a religião, como uma trilha alternativa para o Eu negar os perigos que
o ameaçam no mundo exterior.

Capitulo II

Em seu livro O futuro de uma ilusão, Freud não tinha muito interesse no
sentimento religioso, mas colocou em foco o conceito do homem comum acerca
da religião, que o definiu como: “o sistema de doutrinas e promessas que, por
um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que,
por outro, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o
compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha
experimentado aqui.” Freud considerava esse conceito infantil e longe de
expressar a realidade, mesmo sendo defendidos por contemporâneos, sentindo
vergonha dos grandes filósofos que defendiam as crenças religiosas com todo
penhor.

A vida é bem árdua para os seres humanos, pois traz consigo dores,
decepções e desgostos, e para aturar a vida, temos três recursos: a diversão,
gratificações e substâncias, variando de indivíduo para indivíduo, contudo ele
argumenta que não é fácil assistir a participação da religião nesse âmbito, tendo
que se aprofundar mais. A questão da finalidade da vida humana foi repensada
inúmeras vezes, mesmo assim não é encontrada uma resposta que satisfaça a
todos. Há quem acredite que uma vida sem propósito não tem valor, entretanto,
esse fato não muda nada, Freud exemplifica que não se pode afirmar que a
finalidade da vida dos animais é servir os seres humanos, mas também não há
utilidade nesse propósito já que não conhecemos a utilidades de muitos animais
existentes no mundo. Ademais, a religião é a única capaz de responde sobre a
finalidade da vida, pois sempre que se conclui a ideia de finalidade da vida,
dificilmente não iremos coloca-la em torno da função religiosa. Já para os
homens, a resposta é simples, o propósito da vida para eles é serem felizes e
permanecerem continuamente felizes, ao mesmo tempo o afastamento continuo
das dores e desprazeres.

O sofrimento nos ameaça em três lados: do próprio corpo, do mundo


externo e das relações com os outros seres humanos. Como meio de aliviar o
sofrimento, as pessoas buscam o prazer irrestrito que coloca a frente do prazer
a cautela, por exemplo, o isolamento pode afastar o ser humano das relações,
mas traz consigo o sofrimento do ambiente. Entretanto, o método para evitar o
sofrimento mais atraente, é aquele que aplicamos em nosso organismo
componentes químicos e tóxicos, devido ao fato de todo o sofrimento ser meras
sensações, em que só existem devido ao nosso organismo e suas
peculiaridades, que nos fazem as sentir, com tais substancias percorrendo em
nossos sistemas internos, na pele, no sangue, trazendo o sentimento de prazer
imediato, tornando-nos incapazes de sentirmos desprazeres. O uso dessas
substancias, com seus efeitos “positivos”, foram suficientes para que povos e
indivíduos os consolidassem e reservassem espaço em suas economias para
eles.

Outrossim, a estrutura psicológica adquiri outras influencias como a do


instinto, que gera a felicidade quando satisfeito e infelicidade quando o seu
exterior não alcança as suas expectativas, desta forma, existe a defesa contra o
sofrer, que tem como base o domínio das fontes internas de necessidade,
adquirindo a felicidade e a tranquilidade. Além disso, outra maneira para afastar
o sofrimento, se dá pelo deslocamento das metas dos instintos de forma que,
não seja afetado pelas frustações do mundo exterior, corroborando para o ganho
de prazer através do trabalho psíquico e intelectual, entretanto, essa maneira
não irá se aplicar a todos, pois há de quem não possua conhecimento das suas
fontes de frustação internas. Nesse processo ocorre a tentativa de se tornar
independente do mundo externo para alcançar a felicidade, deixando o vínculo
com a realidade mais leve. Existe um método mais radical, que se baseia em
romper totalmente as relações com a realidade do mundo, deixando tudo para
trás. Mas essas não são as únicas maneiras do homem se afastar da frustação
para alcançar a felicidade, há também o método que tem como partida o amor e
a procura da beleza, em que estes são capazes mais capazes de compensar do
que de proteger.

Freud concluiu dizendo que para alcançar a felicidade através do prazer


é impossível de se tornar real, a partir disso, existe variadas formas de buscar o
prazer, sendo aconselhado cada pessoa descobri sua própria forma. Em síntese,
a religião exclui todas as formas de escolhas e adaptações ao impor a todos os
seres humanos, uma única maneira para esse fim, desvalorizando o valor da
vida e desfigurando a real imagem do mundo.

Capítulo III

Segundo Freud, um dos motivos da infelicidade causada pelos seres


humanos é a própria civilização, se voltássemos para as condições primitivas
seriamos muito mais felizes, todo sofrimento que queremos nos proteger a
essência dele sempre vai partir da civilização.

Apesar de todos os avanços do homem, em todos os tempos, o progresso


nas ciências da natureza e principalmente sobre suas aplicações de forma
inimagináveis, dispôs ao homem o domínio sobre a natureza de maneira jamais
pensada pelas gerações passadas. Apesar disso, não foram suficientes para
aumentar o grau de felicidade do mesmo. Podendo-se afirmar que o domínio da
natureza não é a única condição a se considerar em relação a felicidade, mesmo
havendo sua parcela de contribuição de modo ilusório, onde Freud afirma que
segue um modelo do “prazer barato”, que compara toda a real situação numa
metáfora de “pôr fora da coberta uma perna despida, numa noite fria de inverno,
e em seguida guardá-la novamente”. Seguindo a lógica de que ouvir a qualquer
momento a voz do filho que mora a centenas de quilômetros de distância, remete
a uma felicidade genuína. Entretanto, se não existisse estradas, o filho não
precisaria ir para longe de sua cidade, bem como, não seria necessário o
telefone para poder se comunicar com ele à uma longa distância. Assim como,
de que serve os avanços na medicina para aumentar a expectativa de vida dos
seres humanos, se eles possuem uma vida infeliz e cheia de amarguras, onde
os mesmos irão desejar a morte como forma de se livrar do sofrimento.

Freud aborda algumas exigências impostas pela sociedade como


aspectos culturais. A beleza, sendo adorada pelos homens onde quer que se
encontre dentro da natureza, de modo que sejam capazes de reproduzi-la e
manipula-la, na medida do possível, em manifestações artísticas sobre os
objetos. A limpeza, a sujeira são dadas como antônimo de civilização, em que
um local sujo é imposto como uma ação fora dos padrões culturais, igualmente
a higiene pessoal. A ordem, possuindo ligação com a limpeza sobre uma criação
própria do ser humano, devido ser impossível que a natureza seja totalmente
limpa. Antagonista a afirmação anterior, a ordem é a reprodução da natureza.
Com a observação dos fenômenos naturais o homem aprendeu a introduzir uma
base do que é ordem, fazendo-o adotar estrutura de repetição, previamente
estabelecida, a seguir um padrão de onde, quando e como será realizado uma
determinada tarefa, de modo que não exista diferenças na execução da atividade
em cada caso semelhante vivenciado.

Dessa forma, um último aspecto característico da civilização a se


destacar, que diz respeito em como são reguladas as relações entre os homens,
ou seja, as relações sociais de um indivíduo com outro. Essas relações estão
sujeitas ao livre arbítrio de todos, onde aquele que é mais forte fisicamente
imporia seus interesses e instintos sobre aqueles mais fracos. Logo, como forma
de impedir essa prática considerada primitiva, o último aspecto da civilização é
a da justiça, em que garante o cumprimento da ordem legal uma vez imposta,
sem que haja sua violação em favorecimento de um único indivíduo. Garantindo
dessa forma que ninguém seja vítima da força imposta de um com outro, em que
todos devem abdicar de seus instintos e interesses.

Capítulo IV

Abordando as ideias do amor e do trabalho, Freud explora como se deu


as primeiras relações entres os seres humanos, exemplifica os anseios do
trabalho na vida humana, entretanto, ele muda seu paradigma, mostrando a real
natureza do homem, que é um ser que ao observar as utilidades de viver com
outros. Desse modo, criando o modelo de família e o correlacionando com
demais prazeres envolvidos, conceituando o que seria o início dos grupos
familiares, que é constituído pela relação de marido, mulher e os filhos, em que
ambos tem o interesse de manter a união entre as partes, que isso se dá pelo
fato das necessidades entre os mesmos, onde existia a necessidade da mãe em
ficar com os filhos e com seu marido para lhe proteger, por outro lado o homem
se mantem com sua esposa apenas pela satisfação do amor sexual.

Nessas famílias primitivas destacadas por Freud, para ele ainda faltavam
características importantes de uma civilização, que seria o poder exclusivo e total
nas mãos do chefe da família, que exemplifica as transformações que ocorreram
nesses conceitos, os filhos começaram a se sobressaírem em relação a seus
pais e isso permitiu o senso de união, sendo ensinado aos filhos que uma
associação é mais forte que um indivíduo sozinho. Ademais, dois fundamentos
dividem a vida do ser humano, o trabalho e o amor, o trabalho é uma
necessidade externo do homem, já o amor é formado pela relação de carência
dos indivíduos. Sendo assim, com o trabalho induzindo para os indivíduos
trabalharem em equipe, e o amor construindo os laços entre eles, as pessoas
começaram a expandir a civilização, corroborando para a fortificação do senso
de sociedade.

Em uma de suas argumentações, Freud aponta os prazeres que estão


relacionados com a parte carnal, ou seja, o amor sexual e seus respectivos
problemas. Ele explica que o ser humano acaba se tornando dependente do
amor e caso esse amor não seja recíproco ou eliminado, o ser humano tem o
que ele afirma ser considerado o sofrimento máximo, sendo demonstrado que
em culturas antigas, eles defendiam a monogamia como forma de evitar esse
tipo de sofrimento, mesmo assim, a infidelidade sempre se fazia presente, mas
ela demonstra que existe indivíduos agem de diferentes formas em relação a
experiencia do amor, que por si só não depende de um único objeto, existindo
assim uma experiencia uniforme, esse amor é utilizado como uma forma de
felicidade, como destacado no exemplo de Francisco de Assis, que a partir do
amor que ele possuía pela sua religião, fez com que ele gerasse em si mesmo a
felicidade.
Freud afirma que o amor que originou essa civilização continua ativo,
assumindo tanto a forma carnal, quanto a sua forma de ternura, unindo assim
um número maior de indivíduos se comparado ao trabalho. Assim como, ele
argumenta o erro na utilização da expressão amor, que para ele, é referente
exclusivamente para o amor carnal, mas é utilizado exemplos de diversas
relações, em que ambas as formas de amar são de suma importância para a
estruturação das relações dos seres humanos. Só que com o passar do tempo,
as relações de amor entre as civilizações se distanciaram e ainda mais com a
origem da cultura, fez com que restringisse o amor entre os seres humanos de
determinar maneiras, gerando assim conflitos nas famílias e comunidades,
fazendo com que a família se separe pela influência da própria comunidade. Em
algumas culturas, se faz presente as restrições em relação ao amor implantada
pelos seus indivíduos, em que a primeira fase cultural é denominada de
totemismo, que restringe todas as relações de incestos presentes nas famílias,
por meio de seus tabus, leis e costumes, entretanto, como destacado
anteriormente, nem todas as culturas impõe tais restrições, pois assim como
Freud destaca, que a economia de uma determinada sociedade exerce
influência sobre a liberdade sexual do mesmo, ele também destaca que os seres
humanos reprimem seus desejos apenas para viverem em sociedade,
restringindo o prazer sexual do homem. Tais restrições apenas reduzem a
felicidade humana, estando explicito que as pressões culturais, podem ou não
estarem comentem um erro.

Capítulo V

Os trabalhos feitos através da psicanalise, ensinou que as frustações


sexuais que os seres humanos intitulados como neuróticos não as suportam e
para a convivência em sociedade é requirido ainda mais sacrifícios além dos
sexuais. Com advento da cultura, é claro a causa da estagnação da libido dos
indivíduos. E também, no auge do amor não existe interesse algum pelo mundo
para aqueles que estão sobre seu efeito, não existe outra conexão que a supere.
Ademais, caso o amor seja proibido ou mantido em segredo, as pessoas podem
se relacionar com mais de um parceiro, estando explicito que a civilização não
está relacionada pelas exclusivamente pelas relações da libido, mas pelas
relações comunitárias de amizade, que é um limitador da vida sexual e que não
é sabido o motivo da sua necessidade na civilização.

Para Freud, um indicio para tal questionamento pode estar ligado nas
exigências das ideias da civilização, que a partir do princípio do cristianismo
“Ama teu próximo como a ti mesmo”, ele vê negativamente esse princípio,
apontando como desnecessário, afirmando que seu amor é precioso para si
próprio, na qual não poderia se separar dele de maneira tão irresponsável,
somente ama outra pessoa caso ela seja merecedora do mesmo. Para defender
seu ponto de vista, ele argumenta dizendo que o ser humano não é um ser
benevolente, descantando assim a existência de relações pessoais envolvidas,
bem como, a exigência de demonstrar amor para o próximo é uma prática injusta
com aqueles que de certa forma são merecedores de tal sentimento,
demonstrando que outro princípio de “Ama teus inimigos”, assim como o anterior
é ilógico, pois de certa forma não faz parte da essência do ser humano, sendo
de modo instintivo anormal.

É natural do ser humano existir o pendor à agressividade, isso mostra o


que motiva as relações dos seres humanos, que são de puro interesse próprio,
sendo assim, é imposto para o homem restrições de seus instintos básicos,
Freud aponta que a civilização tem que recorrer a todos os meios limitantes dos
instintos agressivos do homem, de modo que mantenha suas manifestações de
acordo com os princípios da civilização, que é mantido através de formações
psíquicas reativas. Que, para tal, Freud apoia: “o uso de métodos que devem
instigar as pessoas a estabelecer identificações e relações amorosas inibidas
em sua meta, daí as restrições à vida sexual e também o mandamento ideal de
amar o próximo como a si mesmo, que verdadeiramente se justifica pelo fato de
nada ser mais contrário à natureza humana original.”

Outro ponto de vista defendido por Freud, é acerca dos impulsos de luta
e de disputa, que não são reprimidos pelas comunidades, fazendo com que
exista apenas uma oposição e esses princípios de luta e disputa são
imprescindíveis. Por exemplo, nas ideais comunistas, toda e qualquer pessoa
possui acesso a tudo e trabalha, se desfazendo da sua malvadeza, entretanto,
como há a necessidade de existir a luta e disputa, o sistema do capitalismo
sempre existirá, pois ela é essencial para complementar essa necessidade
ociosa. Além disso, para Freud o ser humano primitivo possuía mais liberdade,
mas devido existir a falta de segurança, o próprio ser humano não pode
aproveitar de seus frutos conquistados, dentre eles o da própria liberdade.
Devido as sociedades primitivas estarem baseadas no homem sendo o seu
centro, apenas o homem (que estava ao centro) desfrutava de tal liberdade, os
outros estavam regimentados a escravidão, por isso, a liberdade foi trocada pela
segurança com a adoção da civilização nas sociedades humanas.

Capitulo VI

Neste capítulo Freud expõe que a partir da literatura, permite ele


evidenciar de modo empírico as mudanças na teoria psicanalítica dos instintos
humanos, pois ela permitiu um estudo mais aprofundado acerca do
comportamento e da natureza humana, na qual, a teoria dos instintos foi a parte
mais bem desenvolvida por ele. Para dar início aos estudos ele cita a frase de
Schiller: “a fome e o amor sustentam a máquina do mundo”, acreditando a priori
que são instintos diferentes, em que a fome é uma satisfação única e individual
do homem e o amor busca objetos externos além de si, que além da função de
conservação a espécie, estando relacionada a esse instinto a libido, o amor é
direcionado dos sentimentos da libido para o objeto, entretanto, após leva em
consideração o sadismo, ele abandona sua primeira afirmação. O sadismo é um
instinto parcial da sexualidade, abordando a união dos conceitos de amor e
destruição, além do masoquismo, que é o gerador das ações destrutivas
presentes no indivíduo, por intermédio da sexualidade. Dado os conceitos, é de
se afirmar que ambos estão ligados com o erotismo humano e que geram um
instinto de destrutivo que parte do seu interior ao exterior, demonstrando que a
agressão e destruição não sexuais, estão presentes a todo momento.

A próxima afirmação de Freud é retirada de seu livro Além do princípio do


prazer (1920), em que ele pega as ideias de compulsão de repetição e do caráter
conservador da vida instintual. Ele conclui que: “deveria haver, além do instinto
para conservar a substância vivente e juntá-la em unidades cada vez maiores,
um outro, a ele contrário, que busca dissolver essas unidades e conduzi-las ao
estado primordial inorgânico.”, existindo assim o lado da vida, o Eros e um
instinto que que contraria o instinto da vida, que conceitua como a morte, onde
a vida irá se unir ou se opor aos dois instintos, sendo difícil a demonstração da
presença do instinto da morte.

Freud acreditava que a evolução da civilização era a luta constante entre


o Eros e sua antagonista, assim como, o objetivo principal da civilização é
aumentar o número de pessoas, sendo representado pelo Eros, existindo a luta
incansável entre ele e a morte. Para Freud, essa luta é um recurso essencial
para vida, em que a evolução da cultura pode ser descrita como a luta contra a
extinção da vida humana.

Capítulo VII

Para dar início ao capítulo Freud indaga uma pergunta: “porque nossos
parentes, os animais, não exprimem uma luta cultural semelhante?”, a princípio
ele não sabe sua resposta, mas dá exemplos de alguns animais que socializam
e que podem, segundo ele, se comportarem e serem limitados por suas funções.
É possível observar a partir desses comportamentos que em nenhumas dessas
sociedades e funções das sociedades animais, nós seríamos realmente
contentes com eles. Os animais por terem alcançado um equilíbrio, fez com que
os paralisassem em seu desenvolvimento, devido as influências do meio e seus
instintos que fazem lutarem entre si. Para concluir ele afirma que o homem
primitivo, devido a um novo avanço da libido, pode ter ocasionado essa
renovação em oposição ao instinto de destruição.

Novamente Freud se pergunta, de que forma a cultura consegue de certa


forma conter a agressividade que a confronta? Ele responde dizendo que a
agressividade é mandada de volta a sua origem, de volta para o Eu, sendo
também acolhida por uma parte do Eu, que se contrapondo com o Eu tomando
como forma um Super-eu, e que com certa “consciência” ela irá desempenhar
contra o Eu na mesma intensidade de agressividade que ele iria exercer em
outros indivíduos. Esse processo é denominado como consciência de culpa,
sendo considerada uma punição interna. Uma civilização controlará o perigo do
prazer que um indivíduo tem em agredir, tornando-o fraco, desarmando-o e para
isso se faz necessário um elemento que vigie seu interior, por exemplo, uma
tropa que tem como objetivo vigiar, fiscalizar e controlar uma cidade.

Para descobrir a origem da culpa deve-se primeiro se perguntar como


alguém adquire esse sentimento, e que a pessoa se sente culpada quando faz
algo que seja reconhecida por ela mesma como “mau”, mesmo que o que ela fez
não seja mau, mas por julgamento próprio irá gerar em si o sentimento de culpa,
fazendo o indivíduo se questionar o porque desse sentimento, fazendo o
propósito se equiparar a execução. Nesses dois casos, o mal é reconhecido
como algo repreensível, entretanto, Freud relaciona o mal como uma coisa que
dá prazer para o Eu, diferentemente do comum em que ele é considerado nocivo.
Onde a civilização é quem decide o que é bom ou mau, pois quando cometido
um ato considerado mau, é de se criar o estado de “má consciência” imposto
pela mesma, mas na realidade ele não deve ser denominado desta forma, pois
esse sentimento que nos fazem sentirmos culpados, não passam de um claro
medo da perda do amor, ou seja, o medo “social”. Freud afirma que uma
mudança significativa ocorre somente quando a autoridade é interiorizada pelo
intermédio de um Super-eu, logo faz com que perdemos o medo de sermos
descobertos, nem mesmo os nossos pensamentos podem ser escondidos,
ademais, não será prejudicado o Eu pelo domínio do Super-Eu, onde o mesmo
irá apenas vigia-lo, enquanto o Super-Eu agoniza o Eu pelos seus atos seguidos
de angustias, ele também espera por oportunidades para fazê-lo ser punido no
mundo exterior caso se faça necessário.

Já no segundo estágio para a descoberta da culpa, a consciência mostra


que sentimos culpa continuamente, fazendo-nos acreditar que não merecemos
admiração. Enquanto os sentimentos estão em bons momentos a consciência é
clara, porém, em circunstâncias ruins a consciência pesa ainda mais no seu
julgamento anterior, ocasionando em castigos internos sucessivos de
penitencias no indivíduo. Fazendo assim ser conhecido as duas origens do
sentimento de culpa, que é o medo da autoridade e o medo ante o Super-eu, em
que o medo da autoridade ela obriga o indivíduo a abandonar as satisfações de
seu instinto e o medo ante o Super-eu assim como o anterior castiga o indivíduo
em sua consciência, em vista que não é possível inibi-lo perante os desejos
contínuos pelo proibido. E para Freud, ele acreditava que em um lado diferente,
o lado do amor, é capaz de proteger o indivíduo da agressão punitiva de sua
consciência.

Para que ocorra a completa renúncia da consciência, o indivíduo deverá


buscar e acolher em seu Super-eu a agressividade. A relação entre que existe
entre o Super-eu e o Eu é de retorno, deformado pelo desejo, que não é dividido
a um objeto externo. O resultado encontrado na luta entre o sentimento do amor
e o instinto da morte é a presença da culpa.

Capítulo VIII

Freud inicia o último capítulo pedindo desculpas para com os leitores, por
não ter escrito um texto claro e direto, em que não se conteve em suas palavras
por mais repetitivas e distantes das ideias que lhes realmente importava. Onde
ele tenta compensar sua falta de capricho abordando discussões em que saíram
de seu controle na escrita. A primeira é em relação ao sentimento de culpa, que
é o principal problema da evolução cultural, em que o preço a se pagar pela
progressão cultural foi a da infelicidade, que se dá pelo aumento do sentimento
de culpa. Freud faz a observação de que “o sentimento de culpa nada é, no
fundo, senão uma variedade topográfica da angústia, e em suas fases
posteriores coincide inteiramente com o medo ao Super-eu.”

Outrossim, Freud acrescenta, mesmo não dando importância, nem a


descartando, que seja definido quais são os sentidos que o fazem citar as
expressões: “Super-eu”, “consciência”, “sentimento de culpa”, “necessidade de
castigo” e “arrependimento”. O Super-eu é uma instancia que é explorada pelo
ser humano, ou seja, com base em si próprio. Consciência é a função de
observar as atitudes e as intenções da pessoa, zelando as decisões que são
tomadas por ela mesma. O sentimento de culpa, une o Super-eu com a
consciência, que nisso se transforma numa percepção de vigilância do Eu, que
é tensionado pelas exigências do Super-eu, que o medo do Eu perante a
instancia do Super-eu, gera a necessidade de castigo, que emprega uma parte
do instinto de destruição presente dentro do Eu e o liga ao erotismo com o Super-
eu. O arrependimento está presente antes do desenvolvimento do Super-eu,
antes da consciência moral, sendo assim a tensão direta entre o Eu e a
consciência de culpa, que imediatamente irá gerar medo ao externo do indivíduo.

Outra discussão abordada novamente pelo Freud, que ele retoma para a
melhor compreensão é em relação ao conceito de agressividade, onde ele
relaciona a agressividade com o sentimento de culpa, o que o torna difícil de ser
definido, devido ao fato de suas características serem variáveis e inconscientes,
que os justificam por algumas situações em que ocorre a agressividade, podendo
ser destacada como uma a insatisfação sexual ou uma neurose, em que ela
tende a variar com relação a como o Super-eu observa ao seu redor o mundo
externo.

O terceiro conceito a ser reelaborado é mediante a luta entre Eros e o


instinto de morte, na qual são imprescritíveis para a caracterização do processo
cultural que se desenvolve a humanidade, assim como, o desenvolvimento do
indivíduo e as descobertas por ele encontradas, como o próprio segredo da vida
orgânica, que relaciona os conceitos de expansão cultural e desenvolvimento
humano. Representando de forma análoga que o Super-eu está ligado as
narrativas do certo ou errado em uma civilização, em que o Super-eu de uma
época cultural vem da mesma origem ou se assemelha a de um indivíduo,
tomando como base a impressão que grandes líderes deixaram que homens
com enormes energias espirituais, ou que os próprios homens encontraram uma
expressão que seja mais adequada e pura, e por isso com constância, a
unilateralidade. Um ponto a se destacar que liga o Super-eu e a sua cultura pode
ser as exigências da sociedade, que quando não cumpridas causam punições e
culpa.
Quando um Super-eu é desenvolvido em uma sociedade, ela cria ideais
e eleva os seus padrões, desta forma, cria o que denominamos de ética, sendo
muito valorizada em várias partes da história. Para Freud a ética se empenha a
reconhecer facilmente o ponto mais frágil existente em toda cultura, em que ela
é vista como uma tentativa terapêutica de atingir o que seria um mandamento do
Super-eu, para situações que não foram capazes de serem atingidas com outro
valor cultural imposto.

Para finalizar suas ideias, Freud afirma que não possui as capacidades
necessárias para avaliar a cultura dos seres humanos. Em sua visão a questão
que põe em xeque a espécie humana é a de saber (em qual medida) a evolução
cultural, será capaz de controlar os impasses trazidos pela vida, que é os
instintos humanos de agressão e autodestruição, que são as atuais fontes de
perturbação humana, que trazem desassossego, infelicidade e medo.

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