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RESUMO
Resumo do livro: O mal estar nas civilizações de Sigmund Freud
Devido ao fato de Freud não ter experimentado tal sentimento, ele decidira
estudar como ocorre esse sentimento a partir de outras pessoas e se ela pode
ser admitida como fons et origo (fonte e origem) para todas as religiões. Ele
segue o pensamento psicanalítico para explicar essa fonte, na afirmativa de que
não existe nada mais seguro do que o sentimento de nós mesmos, que
denomina como o nosso Eu, em que ele demonstra ser autônomo, bem definido
de tudo. E esse Eu interior ele é enganoso, ele é mais profundo do que podemos
realmente enxergar e que essa profundidade navega no inconsciente que é
chamado de Id, onde o Eu tende a controlar os sentimentos no mundo externo.
O Eu em um estado em específico, pode atravessar a barreira existente entre o
Eu e o objeto, em que o Eu contradiz os sentidos, delimitando erroneamente os
limites devido a um fator fisiológico ou patológico que temporariamente fez o Eu
esteja sujeito a transtornos. “casos em que partes do próprio corpo, e
componentes da própria vida psíquica, percepções, pensamentos, afetos, nos
surgem como alheios e não pertencentes ao Eu”, nessa afirmação o Eu, rompe
a barreira, deixando-se levar pelo mundo exterior, abdicando de se importar
consigo e passa a se preocupar com outros, em que a barreira do Eu não é
permanente.
Capitulo II
Em seu livro O futuro de uma ilusão, Freud não tinha muito interesse no
sentimento religioso, mas colocou em foco o conceito do homem comum acerca
da religião, que o definiu como: “o sistema de doutrinas e promessas que, por
um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que,
por outro, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o
compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha
experimentado aqui.” Freud considerava esse conceito infantil e longe de
expressar a realidade, mesmo sendo defendidos por contemporâneos, sentindo
vergonha dos grandes filósofos que defendiam as crenças religiosas com todo
penhor.
A vida é bem árdua para os seres humanos, pois traz consigo dores,
decepções e desgostos, e para aturar a vida, temos três recursos: a diversão,
gratificações e substâncias, variando de indivíduo para indivíduo, contudo ele
argumenta que não é fácil assistir a participação da religião nesse âmbito, tendo
que se aprofundar mais. A questão da finalidade da vida humana foi repensada
inúmeras vezes, mesmo assim não é encontrada uma resposta que satisfaça a
todos. Há quem acredite que uma vida sem propósito não tem valor, entretanto,
esse fato não muda nada, Freud exemplifica que não se pode afirmar que a
finalidade da vida dos animais é servir os seres humanos, mas também não há
utilidade nesse propósito já que não conhecemos a utilidades de muitos animais
existentes no mundo. Ademais, a religião é a única capaz de responde sobre a
finalidade da vida, pois sempre que se conclui a ideia de finalidade da vida,
dificilmente não iremos coloca-la em torno da função religiosa. Já para os
homens, a resposta é simples, o propósito da vida para eles é serem felizes e
permanecerem continuamente felizes, ao mesmo tempo o afastamento continuo
das dores e desprazeres.
Capítulo III
Capítulo IV
Nessas famílias primitivas destacadas por Freud, para ele ainda faltavam
características importantes de uma civilização, que seria o poder exclusivo e total
nas mãos do chefe da família, que exemplifica as transformações que ocorreram
nesses conceitos, os filhos começaram a se sobressaírem em relação a seus
pais e isso permitiu o senso de união, sendo ensinado aos filhos que uma
associação é mais forte que um indivíduo sozinho. Ademais, dois fundamentos
dividem a vida do ser humano, o trabalho e o amor, o trabalho é uma
necessidade externo do homem, já o amor é formado pela relação de carência
dos indivíduos. Sendo assim, com o trabalho induzindo para os indivíduos
trabalharem em equipe, e o amor construindo os laços entre eles, as pessoas
começaram a expandir a civilização, corroborando para a fortificação do senso
de sociedade.
Capítulo V
Para Freud, um indicio para tal questionamento pode estar ligado nas
exigências das ideias da civilização, que a partir do princípio do cristianismo
“Ama teu próximo como a ti mesmo”, ele vê negativamente esse princípio,
apontando como desnecessário, afirmando que seu amor é precioso para si
próprio, na qual não poderia se separar dele de maneira tão irresponsável,
somente ama outra pessoa caso ela seja merecedora do mesmo. Para defender
seu ponto de vista, ele argumenta dizendo que o ser humano não é um ser
benevolente, descantando assim a existência de relações pessoais envolvidas,
bem como, a exigência de demonstrar amor para o próximo é uma prática injusta
com aqueles que de certa forma são merecedores de tal sentimento,
demonstrando que outro princípio de “Ama teus inimigos”, assim como o anterior
é ilógico, pois de certa forma não faz parte da essência do ser humano, sendo
de modo instintivo anormal.
Outro ponto de vista defendido por Freud, é acerca dos impulsos de luta
e de disputa, que não são reprimidos pelas comunidades, fazendo com que
exista apenas uma oposição e esses princípios de luta e disputa são
imprescindíveis. Por exemplo, nas ideais comunistas, toda e qualquer pessoa
possui acesso a tudo e trabalha, se desfazendo da sua malvadeza, entretanto,
como há a necessidade de existir a luta e disputa, o sistema do capitalismo
sempre existirá, pois ela é essencial para complementar essa necessidade
ociosa. Além disso, para Freud o ser humano primitivo possuía mais liberdade,
mas devido existir a falta de segurança, o próprio ser humano não pode
aproveitar de seus frutos conquistados, dentre eles o da própria liberdade.
Devido as sociedades primitivas estarem baseadas no homem sendo o seu
centro, apenas o homem (que estava ao centro) desfrutava de tal liberdade, os
outros estavam regimentados a escravidão, por isso, a liberdade foi trocada pela
segurança com a adoção da civilização nas sociedades humanas.
Capitulo VI
Capítulo VII
Para dar início ao capítulo Freud indaga uma pergunta: “porque nossos
parentes, os animais, não exprimem uma luta cultural semelhante?”, a princípio
ele não sabe sua resposta, mas dá exemplos de alguns animais que socializam
e que podem, segundo ele, se comportarem e serem limitados por suas funções.
É possível observar a partir desses comportamentos que em nenhumas dessas
sociedades e funções das sociedades animais, nós seríamos realmente
contentes com eles. Os animais por terem alcançado um equilíbrio, fez com que
os paralisassem em seu desenvolvimento, devido as influências do meio e seus
instintos que fazem lutarem entre si. Para concluir ele afirma que o homem
primitivo, devido a um novo avanço da libido, pode ter ocasionado essa
renovação em oposição ao instinto de destruição.
Capítulo VIII
Freud inicia o último capítulo pedindo desculpas para com os leitores, por
não ter escrito um texto claro e direto, em que não se conteve em suas palavras
por mais repetitivas e distantes das ideias que lhes realmente importava. Onde
ele tenta compensar sua falta de capricho abordando discussões em que saíram
de seu controle na escrita. A primeira é em relação ao sentimento de culpa, que
é o principal problema da evolução cultural, em que o preço a se pagar pela
progressão cultural foi a da infelicidade, que se dá pelo aumento do sentimento
de culpa. Freud faz a observação de que “o sentimento de culpa nada é, no
fundo, senão uma variedade topográfica da angústia, e em suas fases
posteriores coincide inteiramente com o medo ao Super-eu.”
Outra discussão abordada novamente pelo Freud, que ele retoma para a
melhor compreensão é em relação ao conceito de agressividade, onde ele
relaciona a agressividade com o sentimento de culpa, o que o torna difícil de ser
definido, devido ao fato de suas características serem variáveis e inconscientes,
que os justificam por algumas situações em que ocorre a agressividade, podendo
ser destacada como uma a insatisfação sexual ou uma neurose, em que ela
tende a variar com relação a como o Super-eu observa ao seu redor o mundo
externo.
Para finalizar suas ideias, Freud afirma que não possui as capacidades
necessárias para avaliar a cultura dos seres humanos. Em sua visão a questão
que põe em xeque a espécie humana é a de saber (em qual medida) a evolução
cultural, será capaz de controlar os impasses trazidos pela vida, que é os
instintos humanos de agressão e autodestruição, que são as atuais fontes de
perturbação humana, que trazem desassossego, infelicidade e medo.