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Entenda o dogma da Assunção de Nossa Senhora

Maria tem comunhão total com Deus, e, portanto, não podemos dissociar

1 – As intenções de Deus das de Maria

2 – A ação de Deus da de Maria

3 – O poder de Deus inspira e penetra sua oração, dando aos seus desejos o
poder de atingir seu objetivo.

4 – Desde a origem Maria precedeu a Igreja em todas as etapas de sua vida.


Agora na Virgem assunta ao céu, a Igreja, em marcha para a glorificação, realiza já a
perfeição do seu mistério.

5 – A Assunção não pode ser considerada como um fato isolado, mas no


contexto da obra redentora de Jesus e no contexto da missão que Jesus encomendou à
Maria na cruz, em favor da Igreja.

6 – Com relação a Jesus a Assunção de Maria não tem luz própria, mas o reflexo
que Cristo ressuscitado faz incidir sobre Ela. É participação na glória de Cristo, devido a
redenção.
7 – Sua maternidade não é simplesmente biológica, mas participação consciente
e aceita na obra de seu Filho. Jesus a ama com amor divino e por isso a mantém
inseparável a Ele. Assim, por desígnio divino Maria está associada a vitória de Cristo
sobre o pecado e consequentemente sobre a morte. Maria é vitoriosa sobre o pecado e a
morte não por si mesma como Cristo, mas porque está unida a Cristo vitorioso. A
virgindade de Maria também é motivo de sua Assunção por ter sido Ela vocacionada a
doar sua carne unicamente a Deus.

8 – A Assunção de Maria é sinal de que a graça não transforma somente o


espirito, mas todo o ser humano. A graça da glorificação do corpo humano foi
antecipada em Maria, enquanto nós haveremos de esperar e ressurreição final.

9 – O final terreno de Maria também tem outra função, a de transformar a morte


na mais completa renúncia e entrega de si mesmo nas mãos do Pai, tirando a ideia da
morte apenas como pena pelo pecado.

10- Com relação a Igreja devemos estar conscientes que toda obra salvífica de
Cristo e a participação de Maria na mesma tem como propósito a Igreja.

11 – Maria recebeu no começo da Igreja e de maneira consumada o que os


outros fiéis receberão no final. Em Maria aparece de manifesto que a entrega de Cristo
ao Pai e a aceitação dessa entrega por parte do Pai resplandece como uma graça de
Cristo à Igreja, da qual Maria é modelo.

A CELEBRAÇÃO

O primeiro convite que a celebração quer nos fazer, é contemplar o amor de


Deus pela Virgem Maria e apontando o caminho para buscar as coisas do alto. Isto está
bem expresso na oração da liturgia da Missa: “Deus eterno e todo poderoso, que
elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso
Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória”.

TEXTOS BÍBLICOS

No âmbito dos textos bíblicos desta Solenidade, contemplamos na Primeira


Leitura, um trecho do livro do Apocalipse (Apocalipse 11,19a;12,1.3-6a.10ab) que
ressalta a aparição de um grande sinal: “uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo
dos pés”. “Relatando a luta entre o povo de Deus e o reino de Satanás, luta que
terminará com o triunfo da realeza de Deus […], a liturgia, em concordância com
muitos santos padres, vê também Maria e seu Filho nessa mulher, pois, na verdade, ela
está profundissimamente ligada ao mistério e ao destino da Igreja”.

O salmo 44, é uma expressão desta plenitude a qual a Virgem Maria participa:
“À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir”.

Na segunda leitura, contemplamos na Carta de São Paulo aos coríntios


(1Coríntios 15,20-27a), o Cristo, o primeiro a ressuscitar e depois os que pertencem a
Cristo. Celebrar a Assunção de Nossa Senhora, é renovar nossa crença na vida plena, na
ressurreição da Carne e na Vida eterna. No Evangelho, escrito por Lucas (Lucas 1,39-
56), encontramos o relato da atitude missionária da Virgem Maria logo após acolher o
anúncio do anjo e também o canto do Magnificat. Glorificamos à Deus pelo papel e
compromisso da Virgem Maria.

VISÃO PASTORAL

Um outro dado importante da celebração da Assunção de Nossa Senhora aparece


no prefácio da missa, que diz: “hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória
do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso
povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou, de
modo inefável, vosso próprio Filho feito homem, autor de toda vida”. Esta belíssima
celebração recorda da nossa condição de Igreja peregrina e que será um dia triunfante,
por isso, contemplamos antecipadamente na Virgem Maria, aquilo que Deus deseja para
a humanidade, participar da sua glória.

Celebrar com alegria a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora é renovar as


convicções da fé e continuar trabalhando para que o Reino aconteça entre nós, de modo,
que vivendo-o percorramos o caminho que nos fará chegar aos céus e lá contemplar
plenamente à Deus e a Virgem Maria.

A vida de Maria, a “serva”, assemelha-se à do “servo”, Jesus, “exaltado” por


Deus por causa de sua fidelidade até a morte (cf. Fl 2,6-11). De fato, o amor torna as
pessoas semelhantes entre si. Também na glória. Em Maria realiza-se, desde o fim de
sua vida na terra, o que Paulo descreve na segunda leitura: a entrada dos que pertencem
a Cristo na vida gloriosa concedida pelo Pai, uma vez que o Filho venceu a morte.

Congratulando Maria, congratulamos a nós mesmos, a Igreja. Pois, mãe de


Cristo e mãe da fé, Maria é também mãe da Igreja. Na “mulher vestida de sol” (primeira
leitura) confundem-se os traços de Maria com os da Igreja. Sua glorificação são as
primícias da glória de seus filhos na fé.

MARIA EM TODAS AS MULHERES

Eva, a mãe de todos os viventes

Sara, nome que significa a princesa, esposa de Abraão

Agar, a mulher que antecede a Sara na descendência, com seu filho Ismael

Conhecemos por Miriã ‫ מריה‬, a profetisa, irmã de Aarão

Rute, a mulher estrangeira que também foi uma mulher ousada

Ana, mãe de Samuel Ana, mulher de Elcana, “Eu o pedi ao Senhor” era faminta
por descendência. Na sua vida estéril, concebe dá à luz seu filho Samuel, o profeta de
Javé.

A rainha Ester outra vez damos de frente com a fidelidade do amor de Deus em
favor dos filhos e filhas de Israel em resuma a intercessora.

A juíza Débora deve-se reconhecer ainda que está acompanhava de perto as


intrigas e as brigas dos israelitas e, por isso, é conhecida como a juíza atuante que regula
a conduta de seu povo. Muita gente ia consultá-la para pedir-lhe orientação sobre a
questão que pesava sobre o povo de Israel oprimido pelo rei dos cananeus.

Débora conseguiu a libertação de Israel, junto com Barac, que trabalhou com ela
para esse fim, entoaram um cântico de louvor e de ação de graças por essa conquista.
“mãe em Israel” (cf. Jz 5). Como esse fato histórico ressoa no Magnificat de Maria de
Nazaré e nas bodas de Caná?

As protagonistas desse texto são a mulher, o dragão e a criança: a mulher é a


força do ser e da vida; o dragão é o poder do mal, da destruição e da morte; a criança é a
inocência, a origem, a possibilidade, a promessa (BOFF, 2006).

De um lado, a mulher, que representa a humanidade, os que acreditam (cf. Lc


1,46). Do outro, o dragão, que tenta perseguir aqueles que acreditam para derrotá-los. O
dragão acredita apenas no próprio poder. Quem vai ganhar essa luta? Humanamente
falando, a mulher vai perder… Mas Deus intervém, coloca-se ao lado da mulher, e o
dragão da maldade e da morte foi derrotado
A imagem da Virgem Gloriosa representa o destino definitivo da Igreja e do
mundo (cf. LG 68). Diz a Marialis cultus que a Assunção é a “festa do destino” glorioso
de Maria e também do nosso (n. 6,3). Em sua mensagem no Angelus, no dia da
Assunção de 1987, afirmou João Paulo II que esta festa.

Todavia, nenhuma dessas representações exprime de modo mais completo o


mistério mariológico em sua quádrupla dimensão como a da figura de Maria como
Mulher do Apocalipse. É a síntese de todas as imagens marianas: ela condensa em si o
conteúdo dos quatro dogmas. De fato, ela representa ao mesmo tempo.

Finalmente a Assunta Exaltada e Coroada

Como sói acontecer para o povo fiel, particularmente em se tratando da figura de


Maria, fala mais a pintura que o discurso, mais a poesia que a prosa, mais o louvor que a
reflexão, mais o amor que a razão. Daí a imensa potencialidade pastoral e social que
encerra a figura de Maria na construção da história, potencialidade essa que a Igreja de
hoje, em seus pastores, teólogos ou leigos, é chamada a desfrutar com maior proveito.

Tal potencialidade é acrescida pelo fato de que a dogmatização dos mistérios de


Maria, que foi em grande parte fruto do “senso dos fiéis”, teve, entre outros, o efeito
surpreendentemente positivo de aproximar a teologia erudita da piedade popular e
também de ajudar a superar o fosso entre a igreja hierárquica e a base popular do povo
de Deus. Como Mãe, Maria revela uma capacidade privilegiada de reunir a ecumênica
família dos “filhos de Deus dispersos” (Jo 11,52). Uma vez mais, unida em torno da
Mãe, cujo desejo maior é levar os filhos ao Pai, pelo Filho e no Santo Espírito, a
Comunidade cristã tem mais condições para ser fermento de libertação no seio da
história humana

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