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Subsídio
"E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular aos
seus discípulos" (Mc.4:34).
INTRODUÇÃO
Com esta Aula iniciamos o último trimestre letivo de 2018. Estaremos estudando a
respeito das“Parábolas de Jesus: as verdades e princípios divinos para uma vida
abundante”. Por ser uma das principais formas de ensino utilizadas pelo Senhor, as
Parábolas merecem dedicada atenção e profundo interesse de nossa parte. Delas
podemos extrair as inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã. O próprio
Senhor Jesus quer que as entendamos, pois elas produzirão mudanças necessárias
que resultará em transformação de vida (Mt.15:15,16). Portanto, se estudarmos as
Parábolas de Jesus com os corações abertos e dispostos a aprender, como discípulos
verdadeiros, em busca de sabedoria e entendimento das verdades espirituais
profundas, certamente, obteremos preciosas promessas de bênçãos espirituais
destinadas a todos quantos acolhem suas mensagens e se dispõem a compreender as
verdades que elas ensinam.
I. O QUE É PARÁBOLA
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“arremesso ao lado”, um “lançamento feito com desvio de alvo”, ou seja, uma
“aproximação”, uma “comparação”. Portanto, uma pequena história real, ou uma
figura conhecida que possa ser usada de forma comparativa para ilustrar um ensino
moral ou religioso é o que se depreende do sentido literal da expressão grega
“parabolé” cujo significado é comparação, ou colocar uma coisa ao lado de outra.
Expressando de uma forma mais simples, parábola é o método de ensino usado para
revelar verdades desconhecidas com base em verdades e fatos conhecidos. Estas
verdades conhecidas são extraídas, normalmente, de pequenas histórias colhidas da
natureza ou de ocorrências diárias normais das quais se pode extrair lições de
natureza moral, ou espiritual.
No Antigo Testamento, a palavra traduzida por parábola é “ mashal”, que sempre
designa uma comparação, uma ilustração que é feita para trazer ensinamentos
espirituais, quase sempre vinculados a profecias, como nos ditos de Balaão
(Nm.23:7,18;24:3,15,20), de Jó (Jó 27:1; 29:1), como as profecias de
Ezequiel(Ez.17:2; 18:2) de Habacuque (Hc.2:6), ou pelo salmista do Salmo 49:4. O
salmista, aliás, deixou registrado o uso de parábolas pelo Messias – “Abrirei a boca
numa parábola; proporei enigmas da antiguidade” (Sl.78:2).
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linguagem existentes na Bíblia Sagrada; dentre elas destacamos: a símile, a catacrese,
a metáfora, a metonímia, o eufemismo, a hipérbole, a alegoria.
Símile. É uma comparação em que uma coisa lembra outra explicitamente (assim
como, tal qual, tal como, como).
“...toda carne é como a erva...” (1Pd.1:24).
Metonímia. É a substituição de uma palavra por outra com a qual mantém algum
vínculo. A metonímia tem várias faces.
“Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus...”(Ec.5:1). Devemos nos
guardar por inteiro, e não apenas os pés. Metonímia do tipo: a parte pelo todo.
“Os olhos, porém, de Israel eram carregados de velhice, já não podia ver bem, e
fê-los chegar a ele, e beijou-os, e abraçou-os” (Gn.48:10). Israel tinha os olhos
carregados de cegueira, consequência da velhice. Metonímia do tipo: a causa pelo
efeito.
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“Porque tu, Senhor, és a minha candeia; e o Senhor esclarece as minhas
trevas” (2Sm.22:29). Assim como a candeia ilumina a escuridão, o Senhor ilumina a
minha vida.
“Aqueles que me aborrecem sem causa são mais do que os cabelos da minha
cabeça...” (Sl.69:4)
“Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre.
Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por
promessa, o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos: um,
do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar” (Gl.4:22-24).
Aqui, Paulo aponta para o aspecto da servidão espiritual. Aqueles que se tinham
deixado escravizar espiritualmente, tinham-se tornado descendentes espirituais de
Hagar e seu filho, e não de Sara e seu filho, o qual nasceu livre.
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“E lhes respondeu: Ide e dizei àquela raposa: eis que eu expulso demônios, e
efetuo curas, hoje e amanhã, e, no terceiro dia, sou consumado” (Lc.13:32).
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Certa feita, quando os discípulos estavam a sós com Jesus, eles o interrogaram por
que motivo falava em parábolas. Ele lhes explicou que somente aqueles com coração
receptivo poderiam conhecer o mistério do reino de Deus (cf. Mc.4:10-12); mas, para
aqueles que não tinham o coração receptivo, as parábolas obscureciam o
entendimento para que não entendessem a verdade.
Deus revela segredos do Seu Reino à sua família, àqueles cujos corações estão
abertos, receptivos e obedientes, enquanto deliberadamente esconde a verdade dos
que rejeitam a luz que lhes é dada. Essas são as pessoas a quem Jesus se referiu
como “aos de fora” (Mc.4:11).
“Assim, para que a parábola seja explicada e aplicada, primeiramente é indispensável
examinar sua relação com o que a precede e a segue, e descobrir, com base nisso,
antes de qualquer outra coisa, a sua ideia principal”.
“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por
parábolas?” (Mt.13:10).
Visto que o Senhor usou do método de parábolas como ninguém para ensinar os seus
discípulos, alguém pode indagar: por que Jesus usou deste expediente? Por que não
teria sido “mais claro” nos seus ensinamentos, ainda mais quando parece que o uso de
parábolas era para que o Senhor não fosse entendido por Israel? Não seria este um
contrassenso diante da missão de Jesus aqui na Terra? Acho que os discípulos de
Jesus, também, pensaram dessa forma (cf. Mt.13:10-17).
Por que Jesus ensinava por parábolas? Segundo meu entendimento e segundo o
entendimento de alguns estudiosos como, por exemplo, o Dr. Caramuru Afonso
Francisco, que argumentou a respeito desse assunto no PortatalEBD de 2005 - na
postagem: “As Parábolas nos Ensinos de Jesus” -, Jesus ensinava por parábolas:
1. Porque as Escrituras Sagradas tinham que ser cumpridas (Sl.78:2;
Mt.13:34,35).
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“Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes falava sem parábolas,
para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a
boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mt.13:34,35).
2. Porque Ele tinha uma missão a cumprir. Jesus tinha uma missão singular em
seu ministério: fazer o Pai conhecido dos homens; proclamar o Evangelho, ou seja,
dizer ao mundo que Ele havia vindo para salvar o mundo e tirar o pecado do
mundo. Para trazer o conhecimento do Pai ao homem, Jesus tinha de ser, antes de
tudo, Mestre. Este foi um título que Jesus jamais negou receber – “Vós me chamais
Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou” (João 13:13).
Uma das características fundamentais do mestre é ter e compreender os alvos do seu
ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia
que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Para tanto, era necessário dar
atenção especial aos alunos, e para que o aluno fosse o elemento mais importante,
Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles, e isto só seria possível se
descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse de um método a que o aluno
estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as
verdades espirituais a respeito de Deus. Para atingir este objetivo, Jesus tinha de usar
as parábolas, pois era o método que, a um só tempo, permitiria que todo o povo de
Israel, que eram os seus potenciais alunos (Jesus havia vindo para as ovelhas perdidas
da casa de Israel – Mt.15:24; Jo.1:11), pudesse ter real acesso ao conhecimento do
Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja
porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos
quisessem aprender.
3. Porque Jesus queira impedir que houvesse um bloqueio que tornasse
inacessível a Palavra de Deus ao seu povo. Como entender desta forma, haja
vista que Mateus informa que Jesus falava por parábolas para que não fosse
compreendido, tanto que só explicava as parábolas para os discípulos? Jesus adaptou
Seus métodos de ensino à capacidade de entendimento daqueles que O seguiam. Ele
não falou por meio de parábolas para confundir as pessoas, mas para desafiá-las a
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descobrir o significado das palavras que Ele proferia. A maior parte dos ensinamentos
de Jesus era contra a hipocrisia e as motivações erradas, características dos líderes
religiosos judeus da época. Se Jesus tivesse falado abertamente contra eles, Seu
ministério teria sido muito inábil. Aqueles que ouviam Jesus diligentemente sabiam do
que estava falando.
A degradação espiritual dos israelitas, o orgulho e a teimosia do coração deles
tornaram impossível para eles ouvir e entender as palavras de Deus. Toda a sabedoria
que os israelitas ouviram da boca de Jesus, e todas as maravilhas que viram de sua
mão nada tinha significado, porque “o coração deles estava endurecido, de mau grado
ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos” (Mt.13:15).
E mais: as Parábolas de Jesus eram um abanador nas Suas mãos, que limparia sua
eira da palha enquanto purificava o trigo. Elas eram uma penetrante espada de dois
gumes para determinar se o coração de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde,
teimoso ou contrito (Hb.4:12). Esse é o significado da frase proferida por Ele: “ pois ao
que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe
será tirado” (Mt.13:12). Todavia, aqueles que possuíam humildade em seu raciocínio e
percepção estavam destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do Reino do
Céu, mas aqueles que não tinham nada, ou pouco desse espírito, estavam destinados
a perder até o pouco entendimento que tinham. O Evangelho do Reino está assim
moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os
orgulhosos.
O maior juízo de Deus é entregar o homem aos seus próprios desejos (Rm.1:24,26-
28). Deus deu a Faraó muitas oportunidades para submeter-se às advertências de
Moisés. Diante da sua resistência, Deus disse: muito bem, Faraó, faça-se a tua
vontade. O Senhor então endureceu o coração de Faraó (Ex.9:12). Deus não
endureceu o coração de Faraó contra sua vontade. Ele simplesmente confirmou o que
Faraó livremente escolheu: resistir a Deus (Rm.9:14-18).
Ouvir a Palavra de Deus é uma experiência dinâmica. Seremos melhores ou piores por
ela. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. Mas isso é a escolha que o
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ouvinte, não o mestre, faz. As Parábolas não tornarão orgulhoso um coração humilde,
mas podem tornar humilde um coração orgulhoso, se estivermos dispostos a permiti-
lo. Isso, certamente, é o desejo maior do Mestre Jesus.
4. Porque Jesus desejava atrair a atenção do povo. Jesus desejava despertar a
indagação, despertar os indiferentes e impressionar-lhes o coração com a Verdade.
Esse tipo de ensino era popular e atraía a atenção do povo. O ouvinte sincero que
desejava obter maior conhecimento e compreensão das coisas divinas, poderia
compreender Suas palavras, pois o Mestre estava sempre pronto a explicá-las, assim
como fez com os discípulos na Parábola do Semeador (cf.Mt.13:36-39).
5. Porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à
rejeição do Messias. Jesus ensinava por parábolas, usando imagens que todos
pudessem compreender. Jesus usou de elementos e de situações do dia-a-dia dos
Seus ouvintes para transmitir conhecimentos profundos a respeito de Deus e do
relacionamento de Deus com o ser humano. Cada aspecto da natureza era utilizado
por Cristo para ilustrar verdades. Os cenários da natureza criada por Ele, foram todos
relacionados com uma verdade espiritual, de tal forma que a própria natureza está
revestida das Parábolas do Mestre.
As coisas espirituais estão acima da capacidade do homem natural, pois elas se
discernem espiritualmente e, sem o Espírito de Deus, não há como o homem entender
as coisas divinas (1Co.2:9-16). O ser humano, no pecado, não tem o Espírito Santo e,
portanto, é preciso que o ensino a respeito de Deus se faça mediante instrumentos
que permitam o ser humano, ao ouvir pela Palavra de Deus, entender o que se está
pregando, para que possa receber a fé, que é dom de Deus, e, assim, se arrepender
dos seus pecados e alcançar a salvação.
6. Para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. As
simples palavras de Jesus podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes
sinceros, e torná-los sábios para a salvação. Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro,
se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia uma disposição de
aprendizado por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto
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que somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em
aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse
a parábola do Semeador de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de
conhecer claramente quem estava e quem não estava interessado em conhecer o
Deus Pai; ou seja, Jesus queria saber quem, realmente, amava a Deus, a ponto de
não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (João 15:15).
7. Porque o Mestre Jesus queria saber quem estava interessado na salvação
eterna.Através do uso das Parábolas Jesus deixava bem claro, patente aos olhos de
todos, quem queria ser salvo e quem não queria. É, por isso, que, ao final do sermão
do monte, em uma das suas lições mais primorosas, Jesus equiparou aquele que ouvia
e praticava as Suas palavras como o homem sábio que edificou a sua casa sobre a
rocha. Ouvir Jesus é muito mais do que ouvir um mestre, do que assistir a uma aula, é
tomar uma decisão a favor ou contra o Reino de Deus, a favor ou contra a Salvação
da alma.
8. Porque era uma estratégia de sabedoria e de prudência de
Jesus. Entendemos que o uso de Parábolas por Jesus estaria, também, relacionado
com uma estratégia de sabedoria e de prudência do Senhor para que, diante da
oposição crescente ao seu ministério, não tivessem seus adversários do que acusar o
Senhor antes de chegar o momento determinado. Entre as multidões que O rodeavam,
havia sacerdotes e rabinos, escribas e anciãos, herodianos e maiorais, amantes do
mundo, beatos ambiciosos que desejavam, antes de tudo, achar alguma acusação
contra Ele. Espias seguiam os seus passos, dia-a-dia, para apanhá-lo nalguma palavra
que lhe causasse a condenação e fizesse silenciar Aquele que atraia a Si o mundo
todo. O Salvador compreendia o caráter desses homens e apresentava a verdade de
maneira tal, que nada podiam achar que lhes desse ensejo de levar seu caso perante
o Sinédrio. Em parábolas, Ele censurava a hipocrisia e o procedimento ímpio daqueles
que ocupavam altas posições, e, em linguagem figurada, vestia a verdade de tão
penetrante caráter que, se as mesmas fossem apresentadas como acusações diretas,
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eles não dariam ouvidos às suas palavras e teriam tentado, a destempo, interromper o
Seu ministério para o qual foi designado pelo Deus Pai.
III. COMO ENTENDER AS PARÁBOLAS DE JESUS
3. Seguir o mesmo método que Jesus usou, quando não houver uma
interpretação do próprio Jesus a respeito da parábola. Quando observamos as
interpretações que Jesus fez de Suas parábolas, percebemos algumas atitudes que
devem sempre ser seguidas por nós na interpretação daquelas parábolas cuja
interpretação não foi registrada na Bíblia, a saber:
a) Cada elemento ou personagem da parábola está associado a uma verdade
espiritual. A parábola tem aplicação espiritual e esta associação é a prova disto.
Assim, por exemplo, na parábola do semeador, a semente é a Palavra de Deus; o
semeador é o pregador; o semeado é o ouvinte.
b) A parábola tem sempre uma lição central, uma verdade a ser transmitida,
que é espiritual. O caráter espiritual, a verdade prática da Parábola é o mais
importante, e não algum pormenor ou detalhe insignificante. Assim, na Parábola do
Semeador, a semente que está à beira do caminho é o ouvinte de quem foi tirado a
Palavra pelo maligno. Não é caso de ficarmos discutindo de que natureza é este
caminho, os motivos pelos quais o semeador, ao semear, foi tão negligente ou
qualquer outro ponto que não é o cerne do ensino. Não devemos, portanto, exagerar
em pontos secundários das parábolas, pois estamos sujeitos a obscurecer o principal.
Outro exemplo é a parábola do Filho Pródigo,onde devemos considerar os seguintes
elementos: o pai representa o Amoroso Deus; o filho mais novo ilustra o pecador
espiritualmente perdido; e o filho mais velho lembra o crente inconformado com a
misericórdia divina em relação ao filho que volta a usufruir os favores imerecidos do
Pai Celeste. Por conseguinte, não se deve preocupar em achar significado para os
porcos, para as alfarrobas que estes comiam, etc.
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c) Conhecer o ambiente cultural e social da época em que a Parábola foi
proferida.No estudo das parábolas, é indispensável que tenhamos conhecimento do
ambiente cultural e social dos dias de Jesus, para que compreendamos bem o que
Jesus quis transmitir aos seus ouvintes daquela época, a fim de que façamos a devida
contextualização, ou seja, que tragamos a parábola para os nossos dias, pois, embora
as verdades transmitidas sejam eternas, é fundamental que, assim como Jesus fez,
tenhamos condições de, também, usarmos elementos do cotidiano, do dia-a-dia dos
nossos ouvintes (ou de nós mesmos), para que bem apliquemos os ensinamentos do
Senhor em nossas vidas. Afinal de contas, o objetivo de Jesus não se dirigia apenas
aos seus contemporâneos, mas a todos quantos aceitam o seu nome (João 17:20).
Bem diz o Pr. Wagner Gaby: “torna-se impossível entender as parábolas sem vinculá-
las ao seu contexto cultural e social, pois elas se referem às experiências de pessoas
que viveram na época de Jesus. Para tanto, torna-se necessário identificar a conexão
com as estruturas daquela sociedade. Quase um terço dos ensinamentos de Jesus foi
realizado através de parábolas. Ele contou parábolas sobre a natureza (Mt.13:24-30),
trabalho e salário (Lc.17:7-10), e até sobre casamentos e festas (Mt.25:1-13). Jesus
não falava de forma genérica acerca da busca de Deus pelo perdido, mas sempre
através de histórias de experiências cotidianas, tais como a história sobre uma mulher
que perdera uma de suas dez moedas de prata, e que não descansou até encontrá-la
(Lc.15:8-10)” (LBM.CPAD).
d) Não estabelecer doutrinas com base numa Parábola. As parábolas são
ilustrações de verdades bíblicas, portanto, não podem ser consideradas como
elementos capazes de produzir doutrina. Elas servem para ilustrar doutrinas e não
para estabelecê-las. Seu objetivo é ilustrar as verdades que Jesus quis ensinar. A
parábola tem por escopo mostrar um fato importante, dela não se deve tirar, à força,
lições de cada pormenor, pois algumas partes são apenas complementos da história
apresentada. Infelizmente, alguns intérpretes não observam estes detalhes e avançam
o sinal, trazendo ensinamentos estranhos à Palavra de Deus.
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4. Identificar a aplicação prática da Parábola. “Por meio de suas Parábolas Jesus
levou aos seus ouvintes a mensagem de salvação, conclamando-os a se arrependerem
e crerem. Aos crentes, desafiava-os a colocarem a fé em prática, exortando seus
seguidores à vigilância. Quando seus discípulos tinham dificuldade para entender as
parábolas, Jesus as interpretava (Mc.4:13-20). Assim, uma boa maneira de identificar
a aplicação prática de uma parábola é fazer as seguintes perguntas: para quem a
Parábola foi contada? Por que a Parábola foi contada? Qual é a moral da Parábola?
Existe algum ponto culminante na Parábola? Alguma interpretação é dada na
passagem para a Parábola? ” (LBM.CPAD).
CONCLUSÃO
Como exímio Mestre no uso das parábolas, Jesus estimulava o prazer de aprender,
retirava os alunos da condição de espectadores passivos dos conhecimentos para que
se tornassem agentes ativos do processo educacional, do processo de transformação.
Nas situações mais tensas, Ele não Se apertava, pois sempre achava um espaço para
pensar e contar uma parábola interessante que envolvesse as pessoas que o
cercavam. Jesus expressava ensinamentos complexos com histórias simples; utilizava-
se de fatos do dia-a-dia de farto conhecimento do povo; estava sempre contando uma
parábola que pudesse atrair as pessoas e estimulá-las a pensar. Um mestre eficiente
não apenas cativa a atenção dos seus alunos e não causa náuseas quando os ensina,
mas os conduz a imergir no conhecimento que transmite.
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